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Secretaria Municipal de Educação
São José do Rio Preto- SP
2013
APRESENTAÇÃO
A ESCOLA E O CONHECIMENTOFundamentos epistemológicos e políticos
(...) fui alfabetizado em 1960, em Londrina/PR, uma
cidade com farta produção agrícola; em minha escola
se utilizava a cartilha Caminho Suave, de Branca
Alves de Lima (uma boa cartilha, mas, como qualquer
livro, não é boa sempre, em qualquer lugar, para
qualquer pessoa). Na minha cartilha Eva via uvas e,
felizmente, não era só Eva que as via; eu também
(uva fazia sentido para mim).
No entanto, no mesmo ano, a mesma cartilha estava
sendo usada no sertão do Seridó, no Rio Grande do
Norte e lá estava um menino (chamado, digamos,
Cícero); em 1960, Eva via uvas, mas Cícero não as
via! Resultado: para Cícero, as uvas eram uma
abstração e, ao final do ano, ele foi reprovado. Fez
novamente a 1ª série e, como usaram com ele o
mesmo método e conteúdo, foi novamente retido; na
terceira vez que fracassou, o pai o tirou da escola
(dizendo: Meu filho não dá pro estudo; vai é
trabalhar.) ou Cícero (convicto de que era “burro”, tal
como a professora às vezes o chamava) abandonou
a escola.
Pode ser que, em vez da Caminho Suave, fosse
usada uma outra cartilha, apelidada de “do Sodré”
(muito presente no Sudeste); nessa, quando se ia
ensinar encontro consonantal (bastante difícil na
alfabetização), a palavra e o desenho para a criança
aprender o DR era dromedário (animal “familiar” no
nosso contexto). Para o ensino do dígrafo LH (mais
difícil ainda), a palavra e a ilustração eram lhama
(outro ser “frequente” no mundo infantil brasileiro).
Pode ser que eu nunca tivesse me deparado com
lhamas e dromedários (até mesmo com uvas);
porém, filho de pais alfabetizados, com livros em
casa, frequentador de cinemas e viajante contumaz,
isso não teve tanta importância. E o Cícero? Como
aprendeu com uvas, dromedários e lhamas? Não
aprendeu.
Cícero fracassou e, pior, assimilou seu fracasso como pessoal. Hoje, décadas após, pode ser que eu esteja dando uma aula e, de repente, veja Cícero na porta da sala de aula, com uma vassoura nas mãos. Eu o chamo: Cícero! Entre aqui, venha assistir a esta aula. Estamos falando de coisas que também te interessam. É provável que ele, cabisbaixo, com uma voz tímida, responda: Ô, professor. Obrigado; isso aí não é pra mim, não. Isso é pra gente como vocês; eu sou buuurro... Não sirvo pra essas coisas com a cabeça; só com as mãos. Já fui à escola e não consegui aprender nada. Então, professor, quando o senhor terminar sua aula, o senhor me chama que eu venho varrer a sala, porque nisso eu sou bom.
(...)
Cortella, Mario Sergio – A escola e o conhecimento:
fundamentos epistemológicos e políticos – São Paulo: Cortez: Instituto Paulo Freire, 2002. (Coleção prospectiva; )
Mario Sergio Cortella
Mario Sergio Cortella éum filósofo brasileiro,mestre e doutor emEducação pela PontifíciaUniversidade Católica deSão Paulo, onde tambémé professor titular doDepartamento.
PNAIC
PROFESSORES ALFABETIZADORES
CARGA HORÁRIA:
• Encontros Presenciais: 80 horas
• Atividades/Tarefas: 40 horas
• Portfólio: 60 horas
CONTRATO• Pontualidade
• Horários
• Início 8h
• Almoço 12h/Retorno 13h
• Saída 17h
• Lanche coletivo
• Celular
• Respeito
QUANDO NOS ENCONTRAREMOS?
Encontro Mês dia
1º junho 08
2º julho 06
3º e 4º agosto 03 e 24
5º setembro 21
6º outubro 19
7º novembro 16
8º dezembro 07
QUANDO NOS ENCONTRAREMOS?
Encontro Mês dia
1º junho 08
2º julho 13
3º e 4º agosto 17 e 31
5º setembro 28
6º outubro 26
7º novembro 23
8º dezembro 07
UNIDADE 1
UNIDADE 2
UNIDADE 3
UNIDADE 4
UNIDADE 5
UNIDADE 6
UNIDADE 7
UNIDADE 8
MOVIMENTO METODOLÓGICO/ATIVIDADES
1- Leitura para Deleite
2- Tarefas de casa e escola:
Em todos os dias de formação serão propostas tarefas aserem realizadas em casa e na escola. São atividadesdiversificadas que incluem:
• leitura de textos, com registro de questões paradiscussão.
• aplicação de instrumentos de avaliação e preenchimentode quadros de acompanhamento.
• desenvolvimento de atividades em sala de aula combase nos planejamentos feitos nos encontros.
• análise e produção de material didático
3. Estudo dirigido de textos
O estudo de textos é importante na medida em que eles
possam contribuir para a reflexão e a compreensão de
princípios que orientam as experiências práticas. Os
conceitos, teorias, pressupostos da perspectiva
sociointeracionista são focados por meio dos textos, mas
outras abordagens teóricas são mobilizadas, de modo a
ampliar os conhecimentos e aprofundamento em questões
específicas do processo de alfabetização. Desse modo, nos
textos que tratam da apropriação do sistema de escrita
alfabética, são travados diálogos com a perspectiva
construtivista. A busca pela articulação entre tal abordagem
e o enfoque sociointeracionista ocorre por meio da
explicitação dos pressupostos das duas abordagens que são
articuláveis.
4- Planejamento de atividades
Refletir sempre a respeito do que é possível fazer em sala de
aula, a partir do que foi trabalhado na formação. Analisando
suas condições e possibilidades de modificação ou
readequação de procedimentos e intervenções em sua prática.
A realização de atividades de planejamento de aulas,
sequências didáticas ou projetos didáticos na formação favorece
muitas reflexões e articulação com o estudo realizado na
unidade, pois, ao planejar coletivamente, as dúvidas a as
elaborações conceituais são explicitadas e discutidas pelo
grupo.
Ainda teremos...• Vídeo em debate
• Análise de situações de sala de aula filmadas ouregistradas
• Análise de atividades de alunos
• Análise de relatos de rotinas, sequências didáticas, projetos didáticos e de planejamentos de aulas
• Análise de recursos didáticos
• Exposição dialogada
• Elaboração de instrumentos de avaliação e discussão de seus resultados
• Avaliação da formação / Portfólio
PORTFÓLIOInstrumento para registro e reflexão
Definição
A definição de Portfólio aqui adotada foi extraída de um dos materiais
recomendado pelo PNAIC, a coleção Indagações sobre o currículo.
O Portfólio é um procedimento de avaliação que cumpre a função de
ser também instrumento de registro e que propicia a memória dos
processos de ensino e de aprendizagem, tanto para estudantes,
quanto para professores.
Bibliografia:
FERNANDES, Claudia; FREITAS, Luis Carlos.
Indagações sobre currículo : currículo e avaliaçãoorganização
do documento Jeanete Beauchamp, Sandra Denise Pagel,
Aricélia Ribeiro do Nascimento. – Brasília:
Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2007
Objetivos do uso do Portfólio no
PNAIC
• Privilegiar aspectos subjetivos da aprendizagem (o
significado que cada participante atribui ao conteúdo
trabalhado/vivenciado).
• Relacionar Teoria e Prática (um dos princípios do PNAIC).
• Propiciar a vivência de práticas diferenciadas de avaliação.
• Refletir sobre o processo de formação (em seus diferentes
níveis, a partir de diferentes olhares.
Formas de Registro
Os participantes têm liberdade de expressar-se por meio de
diferentes maneiras: desenhos, textos literários, músicas,
dobraduras, etc.
Todos os trabalhos, no entanto, deverão ser “escaneados”
para compor a pasta de registro do polo.
Cada professor deverá elaborar seu portfólio físico e digital.
Todo encontro deve ser registrado e arquivado.
IMPORTANTE
Não se trata de fazer uma síntese dos encontros. Busca-se
fomentar a reflexividade, relacionado os conteúdos com
experiências profissionais, utilizando para isto diferentes
linguagens e maneiras de se expressar. Estas relações são
únicas, pois dizem respeito aos percursos, valores,
conhecimentos, dúvidas de cada um/a dos/as participantes. Não
é um processo fácil, pois rompe com todos os processos
tradicionais da avaliação e coloca o/a aprendiz num papel ativo,
pois deve refletir sobre a sua própria aprendizagem.
Critérios de avaliação• Registrar ao menos 75% das aulas (valendo 2,5)
• Estabelecer relações entre o conteúdo discutido
e a representação proposta (valendo 2,5)
• Relacionar o conteúdo desenvolvido e a prática
profissional (valendo 2,5)
• Criatividade (valendo 2,5)
CRITÉRIOS PARA CERTIFICAÇÃO
Presença mínima de 75%
Realização das tividades/tarefas e
entrega do Portfólio (físico e digital)
Ano 1
Iniciando a conversa- 1º anoNesse primeiro texto do curso Formação do Professor
Alfabetizador, pretendemos refletir sobre a possibilidade real
de desenvolvimento de práticas de alfabetização baseadas na
inclusão e no respeito à heterogeneidade. Para isso, é
importante discutirmos acerca das concepções de
alfabetização e de avaliação que se relacionam a tais
princípios. Além disso, para garantir que todas as crianças
aprendam a ler e escrever, faz-se necessário traçar direitos de
aprendizagem que possam nortear a organização do trabalho
pedagógico nas escolas.
Iniciando a conversa- 1º ano
São muitos os desafios que vivenciamos nos últimos anos na
busca da garantia de uma escola democrática, em que todos
os alunos tenham acesso a uma educação de qualidade.
Aprender a ler e escrever é um direito de todos, que precisa
ser garantido por meio de uma prática educativa baseada em
princípios relacionados a uma escola inclusiva.
Objetivos dessa unidade: entender a concepção de alfabetização na perspectiva do
letramento;
aprofundar a compreensão sobre currículo nos anosiniciais do Ensino Fundamental na perspectiva daEducação Inclusiva e das diferentes concepções dealfabetização;
compreender a importância da avaliação no ciclo dealfabetização, analisando e construindo instrumentos deavaliação e de registro de aprendizagem;
construir coletivamente o que se espera em relação aosdireitos de aprendizagem e desenvolvimento no ciclo dealfabetização.
Ano 2
Iniciando a conversa- 2º ano
Na primeira unidade desse curso, buscaremos refletir sobre alguns
princípios gerais que consideramos fundamentais para orientar o
trabalho docente e que se expressam no ensino dos anos iniciais no
cotidiano da sala de aula. Iremos tratar da importância de o currículo de
alfabetização possuir clareza quanto aos direitos de aprendizagem das
crianças e de buscar uma progressão do ensino e da aprendizagem ao
longo dos três anos iniciais do Ensino Fundamental. Discutimos também
a importância do monitoramento das aprendizagens em relação aos
eixos da Língua Portuguesa em uma perspectiva interdisciplinar.
Iniciando a conversa- 2º ano
Ao planejarmos a prática docente no ciclo de alfabetização, é
imprescindível assumirmos compromissos com os estudantes baseados
em princípios educativos que visem garantir a todas as crianças os
direitos de aprendizagem. Para isso, é importante considerarmos o que
as crianças sabem e o que precisam saber, bem como refletirmos sobre
o que é necessário para ensiná-las e como elas aprendem. Nesse
sentido, é importante que todos estabeleçam um acordo sobre quais
direitos de aprendizagem devem ser apropriados a cada ano.
Objetivos dessa unidade: entender a concepção de alfabetização na perspectiva
do letramento;
aprofundar a compreensão sobre o currículo nos anos iniciais do Ensino Fundamental e a definição de direitos de aprendizagem e de desenvolvimento nas áreas da leitura e da escrita;
compreender a importância da avaliação no ciclo de alfabetização, analisando e construindo instrumentos de avaliação e de registro de aprendizagem;
construir coletivamente o que se espera em relação aos direitos de aprendizagem e desenvolvimento no ciclo de alfabetização.
Ano 3
Iniciando a conversa- 3º ano
Na primeira unidade deste curso, buscaremos, de
modo compartilhado, refletir sobre alguns princípios
gerais que consideramos fundamentais para orientar
o trabalho docente e que se expressam no ensino dos
anos iniciais no cotidiano da sala de aula.
Iniciando a conversa- 3º ano Sem dúvida, para planejar a prática docente, é imprescindível
termos uma noção clara sobre quais são nossos compromissoscom os alunos, quais são nossos princípios educativos e asestratégias a serem utilizadas para, de modo coerente com taisprincípios, garantir às crianças os direitos de aprendizagem.Não há como definir atividades didáticas sem saber o quequeremos ensinar e o que as crianças sabem sobre o quepretendemos ensinar. Em outras palavras, para iniciarmos otrabalho pedagógico é importante que todos envolvidos noprocesso compartilhem dos mesmos objetivos. Quando alunos,professores, pais e funcionários estão de comum acordo com oprojeto de ensino da escola, os papéis sociais de cada um emmeio às relações que se trançam em seu dia a dia ficam maisdefinidos e compreendidos. Já podemos assim vislumbrar umbom começo de jornada de trabalho.
Objetivos dessa unidade: entender a concepção de alfabetização na perspectiva do
letramento;
aprofundar a compreensão sobre o currículo nos anos iniciais do Ensino Fundamental e a definição de direitos de aprendizagem e de desenvolvimento nas áreas da leitura e da escrita;
compreender a importância da avaliação no ciclo de alfabetização, analisando e construindo instrumentos de avaliação e de registro de aprendizagem;
construir coletivamente o que se espera em relação aos direitos de aprendizagem e desenvolvimento no ciclo de alfabetização.
LEITURA E ANÁLISE EM GRUPO ANO 1 – Currículo no Ciclo de Alfabetização:
princípios gerais (Unidade 1 – p.06 à 15).
ANO 2 – Currículo no Ciclo de Alfabetização: ampliando o direito de aprendizagem a todas as crianças (Unidade 1 – p.06 à 12).
ANO 3 – Ponto de Partida: Currículo no Ciclo de Alfabetização (Unidade 1 – p. 06 a 12).
Unidade 1
Ano 1
Currículo no ciclo de alfabetização: princípios gerais
Ao falarmos em alfabetizar crianças e adultos no
Brasil, podemos nos referir a práticas diversas de
ensino da leitura e da escrita, desde aquelas
vinculadas ao ensino de letras, sílabas e palavras
com base em métodos sintéticos ou analíticos e que
usam textos cartilhados, até as que buscam inserir
os alunos em práticas sociais de leitura e escrita.
As diferentes práticas de alfabetizaçãovivenciadas ao longo da nossa história estãorelacionadas a mudanças de naturezasdidática e pedagógica no ensino da leitura eda escrita, decorrentes de diferentes aspectos– desenvolvimento científico em diferentesáreas, contexto socioeconômico, organizaçãoescolar, desenvolvimento tecnológico,mudanças pedagógicas (material pedagógico,livros didáticos, etc.).
A definição de currículo apontado porMoreira e Silva (1994), não o vê como umveículo que transporta algo a sertransmitido e absorvido, mas como umlugar em que ativamente em meio atensões, se produz e se reproduz acultura. Currículo refere-se, nessaperspectiva, a criação, recriação,contestação e transgressão.
Os autores (Moreira e Candau, 2007),ao falarem sobre currículo, se referema “experiências escolares que sedesdobram em torno doconhecimento, em meio a relaçõessociais, e que contribuem para aconstrução das identidades denossos/as estudantes”).
Até meados da década de 1980, a discussãoacerca das práticas de alfabetização serelacionava principalmente ao debate sobreos métodos mais eficazes para ensinar a lere escrever, que envolviam os sintéticos,analíticos e analítico-sintéticos.Todos se baseavam em uma concepçãode leitura e escrita como decodificaçãoe codificação.
O aprendizado do código alfabético se davapor meio do ensino transmissivo dasunidades da língua, se guindo umaprogressão pré-determinada que ia dasunidades mais fáceis para as mais difíceis.Ao aluno, nessa concepção, cabia um papelpassivo de “recebedor” de algo pronto: alíngua.
Ensinar a ler e escrever com base nosmétodos analíticos ou sintéticos exigia queas crianças apresentassem uma prontidãopara o início do processo de alfabetização.Nesse contexto, a leitura e a escrita eramevitadas, e o acesso aos textos limitava-se,muitas vezes, à prática de contar históriasrealizada pela professora, como forma detornar o texto escrito mais simples econsequentemente mais “fácil” de sercompreendido.
Os alunos começavam a aprender, por meioprincipalmente da memorização, asletras/fonemas/sílabas que lhespossibilitaria ler palavras, frases e, porúltimo, textos.Todos os alunos vivenciavam as mesmasatividades, pois se acreditava, como já foidito, que todos aprendiam do mesmo jeito,seguindo a mesma sequência presente nascartilhas
Os professores alfabetizadores, no geral,seguiam a cartilha à risca, garantindo quetodos os alunos fizessem as mesmasatividades de forma correta. O erro precisavaser evitado, pois era sinônimo de que o alunonão tinha aprendido o que foraensinado/transmitido. Os textos eram,portanto, artificiais e não correspondiamàqueles com os quais os alunos conviviamfora da escola.
Mudava-se a cartilha ou o método utilizado,mas as práticas continuavam pautadas emum programa curricular voltado para aaprendizagem do código, desvinculado dosusos sociais da leitura e da escrita, quedesconsiderava os conhecimentos que ascrianças possuíam sobre a escrita.
Nessa perspectiva, esses alunos, ao nãoserem atendidos em suas necessidades,eram, de certa forma, excluídos doprocesso de ensino-aprendizagem, emboranão fossem desvalorizados, sendo“excluídos” em seus direitos deaprendizagem da leitura e da escrita.
Nesse contexto, as crianças queapresentavam necessidades especiais eramsegregadas em salas específicas e muitosdos alunos que fracassavam nas salas deaula regulares eram avaliados como“deficientes”.O sistema escolar era excludente e atendiade forma efetiva a uma pequenaparcela da população.
Unidade 1
Ano 2
No Documento "Indagações sobre o Currículo", Moreira eCandau (2007) apontam a necessidade atual derecuperar o direito do estudante ao conhecimento.
* Ao concebermos educação como direito devemos pensarna inclusão como princípio de organização do currículo,para isso é primordial a considerar os Direitos deAprendizagem como um compromisso social.
Ações governamentais: ampliação do Ensino Fundamentalpara 9 anos e organização do Ciclo de Alfabetização de3 anos (Lei 9.394 - artigo 32).
*Currículo da Alfabetização: produto histórico-cultural,norteador das práticas de ensino da leitura e escrita,refletindo as relações pedagógicas da organizaçãoescolar.
* A construção e apropriação do conhecimento
acontece numa progressão, isso implica na
garantia dos Direitos de Aprendizagem
necessários a cada ano.
* Proposta curricular deve considerar:
a) a relevância do conteúdo (seleção);
b) intencionalidade;
c) tipo de conteúdo (significativo, crítico, qualidade).
É preciso tomar decisões em relação aos objetivos,
procedimentos e processos avaliativos.
* Os conhecimentos são meios e não fim, devem interagir
numa dinâmica pedagógica integrada e integradora,
elaborada em situações de diálogos pautados em
discussão reflexiva, por meio de planejamento coletivo,
contextualizado e fundamentado no contexto escolar.
* O projeto didático é a modalidade organizativa que
materializa o objeto de ensino numa perspectiva
interdisciplinar de modo articulado e aprofundado.
* Conhecimento de diversas áreas devemos estabelecer
relações em uma perspectiva de ensino e aprendizagem
em espiral ( temas abordados podem ser retomados e
ampliados ao longo da escolarização).
* Currículo prescrito pelo governo: respostas às demandasda sociedade frente às transformações sociais, culturaise econômicas, são instrumentos legitimadores desaberes e atitudes capazes de referendar interesses degrupos, segmentos. O currículo não é neutro.
* Marinho (2008) critica escolarização do currículo: aescrita é produto cultural e o ato de ler e escrever sãopatrimônios culturais que devem ser disponibilizados atodos, a escola transformou-os em objetoexclusivamente escolar, ocultando suas funçõesextraescolares.
* O currículo no ciclo de alfabetização é uma proposta dereorganização temporal e espacial do ensino baseadanos princípios da continuidade e do aprofundamento.(pg.8).
Unidade 1
Ano 3
Currículo......é construído na prática diária de Professores e,portanto, nem sempre reflete o que os DocumentosOficiais orientam. Não pode ser entendido comodecisão de cada um.
...precisa ser fruto de construções coletivas, quetenham como norte princípios partilhados.
É importante...
Que sejam firmados compromissos para garantir
“Os Direitos de Aprendizagem dos Estudantes”
Um Currículo em ação se dá por meio de
negociações constantes.
Há sempre uma correlação de
forças de poder em jogo Atualmente estamos voltados à discussão premente ao Direito
de Alfabetização e ao acesso da cultura escrita nos primeiros
anos de escolaridade.
Essa discussão deve-se á constatação da desigualdade social e
um conjunto de objetos culturais desigualmente distribuídos,
tais como a escrita e seus diferentes suportes.
Reafirmamos que o acesso e a
compreensão de alguns “Direitos de
Aprendizagem”...
A serem garantidos por todos é uma forma da
auxiliar cada Escola a ter uma ação mais
inclusiva.
A Escola é uma das esferas sociais em
que o ensino ocorre mas não é a única...
Nela traçamos os “Direitos de Aprendizagem,
favorecendo condições de aprendizagens
coletivas, singulares a cada comunidade, a cada
grupo social.
Sendo fundamental a atenção do Professor e a
frequente avaliação para re-encaminhamentos
que propiciem a inclusão junto com a garantia do
ensino da leitura e da escrita.
Avaliação diagnóstica norteadora
É importante, pois possibilita elaborar o
Planejamento, atendendo às necessidades gerais
da turma e às individuais das crianças
Não é tão simples...Atender a todos os alunos implica provocar,
desafiar, levar a refletir sobre o Sistema de Escrita
Alfabética, entender os textos que lê.
Planejar a organização do tempo
escolar dos alunos...
Considerar “os tempos de aprendizagem dos
alunos”
Definir quais são as prioridades , de modo a
favorecer aprendizagens significativas,
rompendo com as tendências que impõem o
excesso de conteúdo e pouca profundidade.
A ideia de atividade única a todos, ao mesmo
tempo, em todas as ações propostas aos alunos.
Araújo (1998.p.94) ressalta que a apropriação da
linguagem nos primeiros anos escolares deve
“possibilitar vivências com a Leitura e a Escrita
que tenham relevância e significado para a vida
da criança, algo que se torne uma necessidade
para ela e que permita refletir sobre sua
realidade e compreendê-la.
A perspectiva de um trabalho
Interdisciplinar...
Que entende o diálogo mútuo entre os diversos
campos de conhecimento, possibilita que os
problemas tratados na escola se convertam em
necessidades em relação ao conhecimento...
Faz com que aquilo que se aprende na Escola
esteja estreitamente relacionado com o que se
vive na sociedade.
ALMOÇO
RETORNO- 13H
LEITURA - PPT ANO 1 – Concepções de Alfabetização: o que
ensinar no Ciclo de Alfabetização (Unidade 1 – p. 16
a 23).
ANO 2 – A complexidade da aprendizagem do
Sistema de Escrita Alfabética: ampliação do tempo
para a consolidação da leitura e da escrita pela
criança (Unidade 1 – p. 13 a 18).
ANO 3 – Alfabetização: o que ensinar no terceiro
ano do ensino fundamental (Unidade 1 – p. 13 a21).
O que ensinar no ciclo de alfabetização?
ANO 1 (Unidade 1 – p. 16 a 23).
Observando o percurso• Década 80 - as práticas de alfabetização baseadas
em métodos sintéticos e analíticos passaram a ser
criticados à luz das teorias construtivistas.
• Década de 90 - a importância de se considerar os
usos e funções da escrita com base no
desenvolvimento de atividades significativas de
leitura e escrita na escola foi incorporado, a umnovo conceito de alfabetização: o de letramento
Pensando sobre... Por que muitos alunos
continuaram a concluir os
primeiros anos do ensino
fundamental sem saber ler
e escrever?
Conversando sobre o assunto
Vivenciamos, atualmente, um amplo debate
sobre quais métodos/metodologias utilizar para
alfabetizar nossos alunos. E com os debates,
surgiram algumas críticas em relação ao ensino
da leitura e escrita em uma abordagem
construtivista
Soares(2004) Sem desconsiderar a incontestável
contribuição que essa mudança paradigmática trouxe
para a compreensão da trajetória da criança em direção
à descoberta do Sistema Alfabético, a autora destaca os
equívocos e falsas inferências surgidos com a
transposição dessa abordagem para a prática
pedagógica de alfabetização, dentre alguns ela ressalta
o pressuposto de que apenas por meio do convívio
intenso com material escrito que circula nas prática
sociais a criança se alfabetiza.
Nessa perspectiva, a alfabetização como processo
de apropriação de um sistema de escrita
convencional com regras próprias, foi obscurecida
pelo letramento, porque “este acabou por prevalecer
sobre aquele, que como consequência perde sua
especificidade” (Soares, 2004. p.9).
É importante destacar que apenas a interação com
textos que circulam na sociedade não garante que
os alunos se apropriem da escrita alfabética, uma
vez que, no geral, essa aprendizagem não acontece
de forma espontânea, mas exige um trabalho de
reflexão sobre as características do Sistema de
Escrita.
A autora defende o trabalho específico de ensino do
Sistema de Escrita Alfabética inseridos em práticas
de Letramento. O ideal seria alfabetizar letrando,
ou seja: ensinar a ler e a escrever no contexto das
práticas sociais da leitura e da escrita, de modo que
o indivíduo se tornasse, ao mesmo tempo,
alfabetizado e letrado.
CONCLUSÃO Nessa perspectiva, defende-se que as crianças
possam vivenciar, desde cedo, atividades que as
levem a pensar sobre as características do
Sistema de Escrita, de forma reflexiva e lúdica,
inseridas em atividades de Leitura e escrita de
diferentes textos.
ANO 2 – (Unidade 1 – p. 13 a 18).
O estabelecimento do ciclo de
alfabetização em 3 anos é uma boa
decisão curricular?
Nesta concepção a apropriação do SEA se constitui num
processo de construção conceitual sobre um sistema
notacional.
Segundo Ferreiro e Teberosky (1979), para se alfabetizar a
criança precisa perceber que a escrita alfabética nota no
papel os sons das partes orais das palavras.
São necessárias atividades de reflexão sobre o SEA de forma
significativa e contextualizada, ou seja, inserir as práticas
sociais de leitura e escrita nesse processo.
Concepção de erro: revelam as hipóteses que as crianças
elaboram ao tentar entender como a escrita funciona.
Objetivo do Ciclo de Alfabetização: todas as crianças tem o direito à
apropriação, aprofundamento e consolidação da alfabetização.
• Crianças alfabéticas: compreenderam o funcionamento dos
sistema notacional, são capazes de ler e escrever.
• Crianças alfabetizadas: são capazes de ler, compreender e
produzir textos de diferentes gêneros com autonomia.
A complexidade da aprendizagem do SEA:
ampliação do tempo para a consolidação da
leitura e da escrita pela criançaO processo de consolidação da alfabetização envolve questões de natureza
ortográfica. Ao atingir a hipótese alfabética, é preciso que a criança tenha
domínio sobre a correspondência grafofônica (quais letras representam
determinado fonema) e reflita sobre as convenções ortográficas,
compreendendo as regularidades e irregularidades.
O que é inegociável?
Considerar para cada ano do ciclo de alfabetização:
• O que queremos ensinar;
• os conhecimentos já construídos pelos alunos;
• a natureza do objeto do conhecimento: leitura, oralidade, SEA,
produção de texto;
• como os estudantes se apropriam destes objetos de conhecimento.
Equilíbrio necessário entre os processos de alfabetização e letramento.
A complexidade da aprendizagem do SEA:
ampliação do tempo para a consolidação da leitura
e da escrita pela criança
Direitos de Aprendizagem
1º ano: as práticas de leitura e escrita possibilitem às crianças a construção
da base alfabética;
2º ano: domínio das correspondências entre letras ou grupos de letras e
seu valor sonoro, de modo a escrever palavras formadas por diferentes
estruturas silábicas, segmentar as palavras na escrita de texto e utilizar
diferentes tipos de letras de acordo com as situações de leitura e
produção de textos diversos.
2º e 3º ano: consolidação das correspondências som-grafia por meio de
diversas situações significativas e contextualizadas de escrita de palavras
e textos.
Telma Ferraz Leal
Ana Lucia Guedes-Pinto
ANO 3 – (Unidade 1 – p. 13 a 21).
Autores como Piaget e Vigotsky
defendem...
... “a aprendizagem ocorre por meio da atividade do
sujeito aprendiz ;
Segundo Piaget, “o indivíduo não poderia organizar
suas operações num todo coerente se ele não
engajasse nas trocas e cooperações com o outro”;
Segundo Piaget... Existem quatro determinantes básicos do
desenvolvimento: maturação, estimulação do
ambiente físico, aprendizagem social e tendência ao
equilíbrio (organização).
Na perspectiva de Vigotsky,
destaca-se o fator social...
Fazendo distinção entre a experiência pessoal e
experiência da humanidade, que é evidenciada pelo
indivíduo por meio dos instrumentos culturais da
linguagem;
Desse modo a linguagem tem na teoria desse autor,
um papel de destaque.
Teoria de Emilia Ferreiro e Ana Teberosky...
Evidenciaram que , no percurso da aprendizagem,
as crianças elaboram hipóteses sobre como a
escrita funciona, ou seja, em lugar apenas de
memorizar as relações entre letras e sons, elas
tentam compreender as regularidades do nosso
sistema de escrita.
Para compreender como funciona
o sistema de escrita...
É preciso que as crianças sejam participantes de
situações em que coletivamente possam discutir
sobre o que estão percebendo ao serem solicitadas
a vencer os desafios e desvendar os mistérios da
escrita.
Após dominarem o Sistema
de Escrita Alfabético...
Condições para desenvolver a fluência leitora;
Escrita com autonomia;
Desenvolvimento de capacidades de produção de
textos orais e escritos,de diferentes gêneros
textuais.
Para isso precisam participar...
Situações em que faça sentido falar/ escutar,
ler/escrever os textos, valorizadas em suas
tentativas auxiliadas pelos professores e colegas,
em situações de aprendizagem colaborativas.
Alfabetização na perspectiva
do Letramento
Ao mesmo tempo, as crianças possam aprender
como é o funcionamento do sistema de escrita
(relacionar unidades gráficas, as letras
individualmente ou os dígrafos, às unidades
sonoras, os fonemas), de modo articulado e
simultâneo às aprendizagens relativas aos usos
sociais da escrita e da oralidade.
Para que de fato, as crianças estejam
alfabetizadas até os oito anos...
Necessitamos promover o ensino do sistema de
escrita desde o Primeiro Ano do Ensino
Fundamental e garantir que os conhecimentos
relativos às relações Grafofônicas sejam
consolidados nos dois anos seguintes.
Assim no terceiro Ano...Podemos ajudar a s crianças a ganhar mais fluência
de Leitura e desenvoltura na escrita, além de inseri-
las em situações de Leitura e de Produção de textos
mais complexas que as que elas se depararam nos
anos anteriores.
Crianças que não alcançaram o
Sistema de Escrita AlfabéticoSejam planejadas situações de aprendizagem:
acerca do funcionamento do sistema de escrita;
que ajudem as crianças a consolidar as correspondências
grafofônicas (relações entre letras e fonemas)- seja na leitura ou na
escrita;
de Leitura e de Produção de Textos individuais e coletivas, de modo
articulado ao eixo de análise linguística;
da oralidade , sobretudo em situações mais formais, de modo
articulado ao eixo de análise linguística.
I-Introduzir; A - Aprofundar; C - Consolidar.
I- Introduzir; A - Aprofundar; C - Consolidar.
I-Introduzir; A - Aprofundar; C - Consolidar.
I-Introduzir; A - Aprofundar; C - Consolidar.
I-Introduzir; A - Aprofundar; C - Consolidar.
TAREFA Aplicar o instrumento de avaliação sugerido,
preencher os quadro:
“Acompanhamento de Aprendizagem”
“Quadro de Perfil da turma”.
Explorar o site do Pacto Nacional pela Alfabetização
na Idade Certa: http://pacto.mec.gov.br