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2 Agrupamento Vertical de Portel – Projeto Educativo

Índice

Introdução

1. Contextualização

1.1. Enquadramento sócio- educativo

1.2. O Agrupamento Vertical de Portel – uma caraterização

1.2.1. Distribuição dos alunos por ciclo

1.2.2. Um Agrupamento com boas condições humanas e materiais

1.3. A lenta evolução dos desempenhos escolares

2. Objetivos e Prioridades

3. Linhas de Ação

3.1. Organização Curricular

3.2. Organização e prática do serviço letivo

3.3. Oferta Educativa

3.4. Apoios educativos

3.5. Projetos

3.5.1. Projetos Internacionais

3.5.2. Projetos Nacionais

3.5.3. Projetos de Agrupamento

4. Avaliação do PEE

Bibliografia Anexos

4

5

18

20

32

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Agrupamento Vertical de Portel – Projeto Educativo 3

O Projeto Educativo…

visa a globalidade.

reporta-se à singularidade da Escola;

deve permitir gerir a complexidade;

pressupõe uma atitude de inovação;

e é um processo de construção.

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4 Agrupamento Vertical de Portel – Projeto Educativo

Introdução

O Projeto Educativo é um instrumento que possibilita a definição e a formulação de estratégias a

implementar na Escola.

A escola é uma estrutura dinâmica cujo percurso se define através de um projeto que procura

estabelecer não só o que a escola pretende mas também o que a Escola é.

Este documento é um documento privilegiado de administração enquanto processo e produto da

sua atividade, definidor das suas estratégias e da sua capacidade de se relacionar dentro e fora dos seus

espaços institucionais, definindo a sua identidade e caraterizando a sua capacidade de se auto-organizar.

Nele se explicita as metas e os domínios prioritários de intervenção para estabelecer as linhas de ação

segundo as quais o Agrupamento pretende cumprir a sua função educativa. Enquanto documento de

gestão ele é o ponto fundamental de referência, orientando a coerência e a unidade de ação educativa

concretizadas nos diversos documentos de suporte como o regulamento interno (inclui regimentos

internos), plano anual de atividades, projeto curricular e critérios de avaliação e ainda no contrato de

autonomia.

Para que o nosso Projeto Educativo se concretize é necessário contar com a colaboração consciente

da comunidade educativa valorizando o papel a desempenhar por cada um e por todos para que a Escola

seja um espaço participado de convergência para o sucesso, de realização individual, de exercício

permanente de educação para os valores e onde se construa um quadro de relações seguras com outras

instituições e organizações externas.

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Agrupamento Vertical de Portel – Projeto Educativo 5

1. Contextualização

1.1. Enquadramento socioeducativo

Como tem vindo a ser defendido em muitos estudos, a territorialização da educação poderá apresentar

múltiplas vantagens, permitindo adaptar as respostas educativas às realidades concretas e à identidade

própria que marca e distingue cada uma das escolas/agrupamentos.

Cada uma delas apresenta um quadro diferenciado, em função do perfil dos seus públicos, das

características do contexto socioeducativo, da sua história, do seu percurso e da evolução dos seus

desempenhos. Aspetos que não podem ser ignorados quando se equacionam as medidas educativas.

O Agrupamento Vertical de escolas de Portel é, também ele, marcado por uma “circunstância”

própria, como a definiu Ortega y Gasset, que se transporta para o campo educativo.

Estabelecendo a linha divisória entre o Alto e o Baixo Alentejo, terra pobre, porque serrenha,

periférica desde tempos idos, Portel é hoje um dos concelhos mais rurais do distrito de Évora, que, com

orgulho, tem procurado afirmar essa ruralidade como vector de desenvolvimento local, por via da

valorização do potencial económico do montado ou da promoção turística de um território, onde se

encontram ainda intactas muitas das suas características tradicionais. Terra de cante e de açordas, Portel é

uma comunidade com uma forte identidade cultural, que constitui, talvez, o seu mais rico património.

Mas, Portel é também uma terra crescentemente desertificada, com aldeias onde se contam pelos

dedos de uma só mão os nascimentos anuais, onde a emigração continua a grassar, e a deslocação para os

centros urbanos mais próximos, muito particularmente para Évora, é uma realidade incontornável.

Os dados dos censos de 2011, há pouco divulgados, remetem-nos para uma perda demográfica de

cerca de 10%, no conjunto do concelho, havendo freguesias com perdas na ordem dos 18%, 21% e, até

mesmo, de 23%, caso de Alqueva, a mais elevada. Uma freguesia que dá nome a um dos maiores lagos

artificiais da Europa, que constituiu um dos grandes empreendimentos levados a cabo em Portugal, nas

últimas décadas, mas que não foi suficiente, pelo menos até agora, para inverter uma tendência

demográfica. O envelhecimento da população do concelho de Portel, expresso nos indicadores do Instituto

nacional de estatística, surge associado a elevadas taxas de analfabetismo (uma das mais elevadas no

Alentejo Central), a baixas taxas de escolarização de nível secundário e de baixa qualificação profissional

(faltando, ainda apurar os reflexos das medidas levadas a cabo, nos últimos anos, no âmbito do programa

Novas Oportunidades), que se reflete, como não podia deixar de ser, no nível médio de escolaridade dos

encarregados de educação, que não ultrapassa o 6º ano de escolaridade1.

1 Dados apurados, em 2010-2011, a partir do tratamento estatístico dos inquéritos realizados pelos diretores de turma.

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6 Agrupamento Vertical de Portel – Projeto Educativo

Sob o ponto de vista económico assistiu-se, nos últimos anos, no concelho, a uma ligeira inversão

de uma longa tendência de baixo investimento do sector privado empresarial, sendo de assinalar a

existência de novos empreendimentos na área da olivicultura, sobretudo na produção intensiva de olival, e

da vitivinicultura, relativamente recente nas terras do concelho, que se encontra ainda em expansão.

Também na área de negócios que globalmente podemos incluir no sector do Turismo se verificou uma

evolução positiva, ainda relativamente modesta face às expectativas, mas que não pode deixar de ser

assinalada. Destacam-se, pela sua importância e impacto local, o empreendimento da “Amieira-Marina” e

alguns projetos de turismo Rural e de enoturismo, como é o caso da Herdade do Sobroso, do Hotel Rural

Refúgio da Vila, das Casas do Montado e outros. Verificou-se, também, alguma dinâmica da produção

artesanal: de enchidos, de queijos e de outros produtos locais, em consequência de uma dinâmica criada

em torno do que podemos designar de valorização de Portel enquanto terra do Montado, uma imagem de

marca que tem sido associada ao concelho. De qualquer modo, o tecido empresarial local é pobre,

continuando a Câmara Municipal e os serviços púbicos a constituírem-se como os maiores empregadores.

As elevadas taxas de desemprego são bem patentes no concelho, contribuindo para os baixos rendimento

e para o baixo nível de poder de compra da população, que se situa em cerca de metade do valor nacional.

Esta realidade traduz-se, por exemplo, no facto de cerca de 55% dos alunos do Agrupamento serem

beneficiários de apoios incluídos no âmbito dos Serviços de Ação Social Escolar (SASE).

Apesar deste quadro, não deixaram de se verificar avanços significativos em diversas áreas,

nomeadamente, em termos de infraestruturas, quer rodoviárias, que valorizaram a posição relativa de

Portel enquanto eixo divisório entre o Alto e o Baixo Alentejo, quer ao nível dos equipamentos sociais e

culturais, que foram contribuindo para elevar os níveis de bem-estar e de acesso à cultura por parte da

população concelhia. Um outro aspeto muito relevante diz respeito ao maior acesso, por parte dos jovens

do concelho, ao ensino superior. Uma alteração favorecida, de alguma forma, pela proximidade de duas

instituições do ensino superior, a Universidade de Évora e o Instituto Politécnico de Beja, onde cada vez

mais muitos jovens continuam a sua formação, colocando-se a questão, posteriormente, em termos de

empregabilidade, não parecendo, para já, as dinâmicas locais, entretanto criadas, serem suficientes para a

fixação desta população jovem mais qualificada.

Se em termos educativos, este contexto poderá assumir naturais vantagens, que podem ser

valorizadas, são também muitos os handicaps. Desde logo, o fraco acompanhamento dos percursos

escolares dos alunos, por parte dos encarregados de educação, de um modo geral pouco escolarizados.

Situação agravada, nos últimos anos, pelo crescimento de algumas bolhas de pobreza, a que não é

indiferente um desemprego estrutural, com todos os problemas sociais a ele associados. Apesar de nos

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Agrupamento Vertical de Portel – Projeto Educativo 7

últimos anos, se ter assistido a progressos assinaláveis, continuam a prevalecer fatores limitativos sob o

ponto de vista dos desempenhos escolares. Entre outros: o fraco domínio da língua materna, onde são

evidentes os arcaísmos e as marcas de oralidade próprias de comunidades pouco escolarizadas (note-se

que Portel tem uma das mais altas taxas de analfabetismo do Alentejo Central), onde a familiaridade com a

literatura e, até mesmo, com o texto escrito é ténue; ou o conjunto de limitações formativas que derivam

de um fraco contacto com a diversidade social e cultural, com reflexos em termos comportamentais e de

socialização, esta ainda muito marcada pela informalidade própria das gentes do campo.

1.2. O Agrupamento Vertical de Portel- uma caraterização genérica

1.2.1. Distribuição dos alunos por ciclo

O Agrupamento Vertical de escolas de Portel, constituído no ano lectivo de 2005/2006, a partir da

fusão do Agrupamento Horizontal e da eb2,3 D. João de Portel, inclui hoje todos os níveis de ensino, desde

do pré-escolar até ao ensino secundário, este na vertente de ensino profissional, distribuído por diversas

unidades orgânicas: a escola sede, localizada em Portel, o Centro Escolar, recentemente inaugurado,

também instalado nesta vila, e um conjunto de cinco EB 1/JI, dispersas pelas freguesias de Monte do Trigo,

Santana, Oriola, S. Bartolomeu do Outeiro e Vera Cruz, estas últimas com um número bastante reduzido de

alunos. Uma realidade que é reflexo da rápida erosão demográfica do concelho, que se verificou nos

últimos anos.

Nº de alunos do Agrupamento, por níveis de ensino e/ou segmentos de formação

Níveis/segmentos

de ensino

2008-2009

2009-

2010

2010-

2011

2011-2012

2012-

2013

Pré 102 92 86 85 108

1º Ciclo 279 249 235 207 196

2º Ciclo 108 124 146 145 138

3º Ciclo 131 128 119 150 167

Cursos CEF 35 22 34 28 14

Sec. profissional 29 43 26 26 08

Total 684 658 646 641 631

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8 Agrupamento Vertical de Portel – Projeto Educativo

Em termos globais, o número de alunos do Agrupamento tem vindo a conhecer uma acentuada

diminuição, reflexo das baixíssimas taxas de natalidade. Uma realidade que, no médio prazo, poderá

colocar em causa a própria existência das eb1/JI das freguesias rurais. Relembre-se, que das cinco EB1/JI

do concelho, ainda em funcionamento, apenas uma tem mais de 20 alunos no 1º ciclo. Nos dois últimos

anos, assistiu-se já ao encerramento das escolas de Alqueva e Amieira, cada uma delas, aquando do

encerramento, como sete e oito alunos, respetivamente, tendo os discentes sido deslocados para Centro

Escolar de Portel.

Uma tendência de diminuição do número de alunos que só não é mais evidente em resultado quer

da criação de cursos do ensino secundário profissional, quer por via do crescimento, este ano, do número

de alunos do pré-escolar, oriundos fundamentalmente das IPSS, que levaram à abertura de uma nova sala

deste nível de ensino, no Centro Escolar de Portel.

1.2.2. Um Agrupamento com boas condições humanas e materiais

Apesar das limitações antes identificadas, este agrupamento de escolas não deixa de apresentar

potencialidades, que constituem inegáveis mais-valias sob o ponto de vista educativo. Nos últimos anos,

assistiu-se a uma melhoria global das condições para o desenvolvimento das actividades lectivas, por um

conjunto diversificado de factores. Uns, mais genéricos, ligam-se à alteração as próprias políticas

educativas, que favoreceram, por exemplo, a fixação do corpo docente, que facilitaram o reequipamento

informático das escolas (caso do Plano tecnológico), ou que alteraram paradigmas (a escola a tempo

inteiro), recentrando prioridades, como a promoção da leitura (o programa a LER+ e a rede de bibliotecas

escolares são disso exemplo), entre outras. Medidas que foram permitindo melhorar as condições globais

de funcionamento e colocar no terreno um conjunto de repostas educativas que se revelaram importantes

para um Agrupamento como do de Portel.

Com cerca de 630 alunos, distribuídos por um conjunto de escolas de pequena e média dimensão, o

Agrupamento de Portel é um Agrupamento com uma boa escala humana, com as claras vantagens que tal

pode acarretar sob o ponto de vista da inserção e do acompanhamento dos alunos. De facto, em Portel

todos têm um rosto, uma história pessoal e, sobretudo, um percurso escolar que não é ignorado no

momento de tomar decisões. Esse quadro, traduz-se também em turmas, de um modo geral, com menos

alunos do que a da generalidade das escolas do país, num elevado rácio professor/aluno.

Pequeno se colocado numa escala mais geral, mas de enormes dimensões para o contexto, o

Agrupamento assume um enorme protagonismo local, constituindo-se como uma das maiores instituições

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Agrupamento Vertical de Portel – Projeto Educativo 9

do concelho. Assume, sobretudo, na sede do concelho, em Portel, que pouco ultrapassa os 2500

habitantes, uma dinâmica que lhe permite chegar, direta ou indiretamente, a quase todas as instituições e

famílias, facilitando a interação com o contexto local, amiudadas vezes chamado a colaborar nas mais

diversas ações. Esse quadro de relacionamento acontece com a Câmara Municipal, com a qual se verifica

uma estreita interação, algumas por inerência de partilha de responsabilidades, estendendo-se a muitas

outras instituições locais.

Às potencialidades já enumeradas, juntam-se as boas condições físicas, materiais e de

apetrechamento das escolas do Agrupamento: um centro escolar, recentemente inaugurado, com

excelentes condições, as EB 1/JI das freguesias rurais, também intervencionadas recentemente; a eb23, a

escola sede, a necessitar de algumas obras de manutenção, mas a garantir ainda as condições para as boas

práticas letivas. Também sob o ponto de vista dos recursos humanos a realidade evoluiu de forma

favorável. Assistiu-se a um crescente quadro de estabilização do corpo docente, algo de muito diferente do

que se vivia num passado ainda não muito distante – por exemplo, na eb23, nos anos de 1994-1995,

verificava-se uma rotatividade anual de cerca de 65% dos docentes – que tem permitido fixar no

Agrupamento não só professores profissionalmente mais experientes, mas também mais envolvidos nas

realidades socioeducativas locais, tornando possível perspetivar as medidas e opções educativas num

quadro de continuidade.

1.3. A lenta evolução dos desempenhos escolares

Acompanhando uma tendência global de melhoria do serviço de educação nas escolas públicas, que se

verificou nos últimos anos, o Agrupamento Vertical de Portel vem patenteando, também, uma evolução

positiva que, apesar de lenta, não pode deixar de ser assinalada. O Agrupamento passou de um patamar

marcado pelo abandono escolar precoce, por elevadas taxas de retenção, por um insucesso quase

estrutural, passe-se a expressão, que era ainda notório nos anos iniciais do novo século, para um outro em

que são evidentes os progressos.

De facto, nos últimos anos verificou-se uma melhoria global dos níveis de sucesso, que apesar das

oscilações, se situam em valores superiores a 85%. É também de assinalar a manutenção da taxa zero de

Indicadores 2006-2007 2007-2008 2008-2009 2009-2010 2010-2011 2011-2012

Taxa de abandono 0,5% 1% 0% 0% 0% 0%

Sucesso global

Ensino Básico

78% 89% 98% 95% 95% 86%

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10 Agrupamento Vertical de Portel – Projeto Educativo

abandono escolar, o que em boa parte de deve à abertura de cursos de Educação Formação (de nível dois

e três) e às dinâmicas pedagógicas por ele criadas, que foram permitindo a um número considerável de

alunos, menos mobilizados para as atividades letivas, concluírem a escolaridade básica, e mesmo, na

maioria dos casos, continuarem os seus estudos de nível secundário, na via profissionalizante.

Contudo, em diversos domínios, o Agrupamento Vertical de Portel encontra-se ainda longe dos valores

expectáveis e mesmo dos objetivos operacionais definidos no contrato de autonomia2 assinado entre o

Agrupamento e o Ministério da Educação, em 2007, e cujo ponto de partida foram os indicadores do ano

imediatamente anterior, de 2006-2007.

Vejamos, pois, de forma mais detalhada alguns dos indicadores do agrupamento, nomeadamente: a) a

evolução das taxas de sucesso e retenção, b) os resultados das avaliações internas, c) a evolução de dados

relativos às avaliações externas e, ainda, d) os diferenciais entre os dois tipis de avaliação que constituíram,

também, um dos indicadores definidos aquando da assinatura do contrato de autonomia.

2 Entre outros, os objetivos contratualizados foram os seguintes: 1) Atingir ou aproximar a taxa de abandono dos 0%; 2)

aumentar a taxa global de sucesso do Agrupamento em 10%, 3) Manter num intervalo de 5% o diferencial entre avaliações internas e externas, nos 4º, 6º e 9º anos; 4)alcançar na avaliação externa de matemática do 9º ano uma taxa global de sucesso de 60% 4) aumentar a taxa de sucesso de língua estrangeira 1, inglês, à saída do ensino básico, em 10%.

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Agrupamento Vertical de Portel – Projeto Educativo 11

Taxas globais de sucesso e níveis de retenção

1º Ciclo – níveis globais de sucesso por ano de escolaridade. Avaliação Interna.

2º Ciclo – níveis globais de sucesso por ano de escolaridade. Avaliação interna.

Indicadores 2006-2007 2007-2008 2008-2009 2009-2010 2010-2011 2011-2012

Sucesso 5º ano 86% 75% 98% 97% 100% 93%

Sucesso 6º ano 80% 88,5% 100% 100% 92% 81%

3º Ciclo – níveis globais de sucesso por ano de escolaridade. Avaliação interna.

Indicadores 2006-2007 2007-2008 2008-2009 2009-2010 2010-2011 2011-2012

Sucesso 7º ano 69% 94% 92% 84% 87% 71%

Sucesso 8º ano 67% 87% 100% 100% 95% 71%

Sucesso 9º ano 92% 84% 100% 79% 81% 78%

No que diz respeito a este indicador, e apesar do níveis globais de sucesso do agrupamento serem

relativamente elevados, como vimos, vale a pena tecermos algumas considerações sobre os níveis de

transição/retenção nos diversos anos de escolaridade, cuja evolução pode indiciar uma tendência de

descida. De facto, com exceção do 1º ciclo, onde os níveis de transição se têm mostrado consistentes, nos

restantes níveis de ensino, os últimos anos, têm sido pautados por um acréscimo de retenções,

especialmente evidentes no 7º e 8º ano, cujas causas devem ser objeto de reflexão.

Indicadores 2006-2007 2007-2008 2008-2009 2009-2010 2010/2011 2011/2012

Sucesso 2º ano 89% 88% 100% 98% 94% 95%

Sucesso 3º ano 89% 99% 96% 97% 100% 95%

Sucesso 4º ano 94% 84% 97% 99% 99% 93%

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12 Agrupamento Vertical de Portel – Projeto Educativo

a) Avaliação Interna

Sucesso em Língua Portuguesa (avaliação interna)

2006-2007 2007-2008 2008-2009 2009/2010 2010-2011 2011-2012

6º Ano 73% 87% 98% 100% 83% 81%

9º Ano 93% 97% 100% 76% 73% 75%

Sucesso em Matemática (avaliação interna)

2006-2007 2007-2008 2008-2009 2009/2010 2010-2011 2011-2012

6º ano 62% 62% 75% 72% 62% 71%

9º ano 56% 36% 64% 45% 47% 48%

Sucesso em Inglês (avaliação interna)

2006-2007 2007-2008 2008-2009 2009/2010 2010-2011 2011-2012

6º ano 60% 53% 88% 85% 82% 74%

9º ano 72% 69% 95% 82% 100% 68%

Ao nível da avaliação interna das diversas disciplinas e áreas disciplinares, a evolução do Agrupamento

revela-nos também realidades diferenciadas. Assim, por exemplo, no que diz respeito às Ciências

Experimentais, nelas se incluindo as Ciências Naturais e as Ciências Físico-químicas, que há não muitos

anos atrás patenteavam um elevado insucesso, são constatáveis progressos assinaláveis e resultados

consistentes. Os níveis de sucesso nos últimos anos, em qualquer uma delas, situam-se entre os 80-90%,

em todos os anos de escolaridade. Algo de semelhante se poderia referir para as disciplinas das áreas das

Ciências Humanas e Sociais, bem como para a das Expressões.

Já no que diz respeito às disciplinas que consideramos estruturantes, nomeadamente, Língua

Portuguesa, Matemática e Inglês (uma ferramenta cada vez mais indispensável ao sucesso académico e

profissional), as evoluções são modestas, revelando fortes oscilações de ano para ano. Um dos casos mais

evidentes das discrepâncias anuais verifica-se, por exemplo, em Inglês, no 9º ano de escolaridade. Note-se,

ainda, que quer nesta língua, quer na disciplina de Língua Portuguesa, os resultados do último ano são

marcados por algumas descidas dos valores de sucesso, que poderão pôr em causa os progressos antes

conseguidos.

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Agrupamento Vertical de Portel – Projeto Educativo 13

Mas, é sobretudo ao nível dos desempenhos em Matemática que se colocam as principais

preocupações. Não tanto no Primeiro Ciclo, onde os resultados internos nesta área disciplinar rondam os

100% de sucesso, mas nos restantes ciclos. No segundo Ciclo patenteiam-se níveis de evolução muito

lentos, situando-se a média de sucesso, no ano letivo anterior, nos 70%. É, contudo, no 3º ciclo que se

verifica a situação de maior gravidade, com resultados bastante modestos em todos os anos escolaridade

deste ciclo. Os fracos resultados, em Matemática, no 9º ano, no final da escolaridade de nove anos, onde

cerca de metade dos alunos não alcançaram nível positivo, e onde se verifica mesmo uma pequena

regressão face aos valores de partida (ano de 2006/2007), são bem o espelho da falta de consolidação das

aprendizagens realizadas ao longo do ciclo.

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14 Agrupamento Vertical de Portel – Projeto Educativo

b) Avaliações externas

4º Ano - Avaliação externa Sucesso (%)

2007/2008

2008/2009

2009/2010

2010/2011

2011/2012

Nacional AVP Nacional AVP Nacional AVP Nacional AVP Nacional AVP

Língua

Portuguesa

89,5%

79%

91%

80,3%

91%

79,4%

88%

61%

67%

57%

Matemática

90,8%

65%

89%

71,2%

88%

78,10%

80%

58%

54%

24%

6º Ano - Avaliação externa - Sucesso (%)

2007/2008

2008/2009

2009/2010

2010/2011

2011/2012

Nacional AVP Nacional AVP Nacional AVP nacional AVP Nacional AVP

Língua

Portuguesa

93,4%

84,0%

90%

85,4%

88%

70,4%

84%

69%

76%

61%

Matemática

81,80%

59,0%

79%

60,4%

76%

62,3%

65%

40%

56%

42%

9º Ano - Avaliação externa Sucesso (%)

2007/2008

2008/2009

2009/2010

2010/2011

2011/2012

Língua Portuguesa

67%

73%

61%

63%

47%

Matemática

36%

45,2%

33,3%

13%

42%

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Agrupamento Vertical de Portel – Projeto Educativo 15

Quanto às avaliações externas, os resultados do Agrupamento, apesar de alguns progressos, continuam

a não descolar de um patamar de modéstia, sobretudo evidente no que diz respeito à disciplina de

Matemática, que apresenta valores francamente insatisfatórios, constatando-se, ainda, uma tendência de

agravamento nas provas de alguns anos de escolaridade. Essa tendência é bem evidente nos resultados

das provas finais de 4º ano, onde os níveis de sucesso não ultrapassaram os 24%, revelando claros

desfasamentos face às avaliações internas e aos valores do todo nacional. Embora de forma menos

vincada, esta tendência também se verifica no 6º ano e no 9º ano. Note-se que, neste último, em nenhum

dos anos do quinquénio se chegou ao limitar dos 50% de sucesso. O objetivo operacional n.º 4, definido no

já referido contrato de autonomia, que visava a obtenção de cerca de 60% de sucesso no exame nacional

de Matemática do 9º ano, encontra-se, pois, longe de ser conseguido!

Em Língua Portuguesa os dados revelam-se ligeiramente melhores do que aqueles que constatámos

para Matemática, revelando não só uma maior consistência e regularidade de ano para ano, como

também menores níveis de desfasamento face aos valores nacionais. Note-se que no 4º e 6º ano, os

valores de sucesso, nesta disciplina, se situam sempre acima dos 50%. No 9º ano, os resultados são

inferiores aos dos outros níveis de ensino, não tendo o sucesso ultrapassado, no último ano, os 47%.

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16 Agrupamento Vertical de Portel – Projeto Educativo

c) Diferenciais entre avaliações internas e externas

Diferenciais entre avaliação interna e externa (%)3

4º ano 2010/2011 2011/2012

Disciplinas

Avaliação

interna

Avaliação

externa

Diferencial Avaliação

interna

Avaliação

externa

Diferencial

Língua Portuguesa

100%

61%

39% 92,6% 56,9%

36%

Matemática

99%

58%

41% 92,6% 23,5%

69%

Diferenciais entre avaliação interna e externa (%)

Ano

2007/2008

2008/2009

2009/2010

2010/2011

2011/2012

Int ext dif Int Ext dif Int Ext Dif Int Ext Dif Int Ex Dif

L.POR

87%

84%

3%

98%

85%

13%

100%

72%

28%

84%

69%

15

81

61

20

MAT

62%

59%

3%

75%

60%

15%

72%

60%

12%

62%

40%

22

74

42

32

Diferenciais entre avaliação interna e externa (%)

Ano

2007/2008

2008/2009

2009/2010

2010/2011

2011/2012

Int

Ext

Dif

Int

Ext

Dif

Int

Ext

Dife

Int

Ext

Dif

In

Ex

Dif

L.POR

97%

67%

30%

100%

74%

26%

76%

61%

15%

73%

63%

10

75

47

28

MAT

38%

36%

2%

64%

45%

19%

45%

33%

12%

47%

13%

34

48

42

6

3 Não tendo sido possível recuperar os valores nacionais deste nível de ensino para os anos anteriores, centrámos a análise nos

dois últimos anos lectivos.

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Agrupamento Vertical de Portel – Projeto Educativo 17

Diferenciais entre avaliação interna e externa (%)

Ano

2007/2008

2008/2009

2009/2010

2010/2011

2011/2012

Int

Ext

Dif

Int

Ext

Dif

Int

Ext

Dif

Int

Ext

Dif

In

Ex

Dif

L. POR

97%

67%

30%

100%

74%

26%

76%

61%

15%

73%

63%

10

75

47

28

MAT

38%

36%

2%

64%

45%

19%

45%

33%

12%

47%

13%

34

48

42

6

Estes diferenciais têm, naturalmente, um valor relativo, já que se trata de comparação de medidas com

objetivos e parâmetros bem diferenciados. Apesar de um tal tipo de comparação ser discutível, poderá,

ainda assim, assumir um valor indicativo, até porque as provas externas incidem na avaliação de núcleos

essenciais de competências e conteúdos que os alunos deverão ter adquiridos no final de um ciclo de

ensino.

A comparação do desempenho, entre os dois tipos de avaliação, revelam-nos diferenciais bem longe

daqueles a que o agrupamento (talvez de forma algo irrealista) se tinha comprometido atingir aquando da

assinatura do primeiro contrato de autonomia (em concreto, a manutenção de cerca de 5% de diferencial).

Esse valor só pontualmente é atingido, sendo na generalidade dos largamente ultrapassado, chegando a

verificar-se desfasamentos na ordem dos 69%!

O forte diferencial entre avaliações internas e externas é patenteada em todos os níveis de ensino,

sendo, contudo, mais evidente no 1º Ciclo do Ensino Básico, mostrando-nos que o crescimento do sucesso

interno não foi acompanhado por uma melhoria ao nível dos desempenhos externos. Um dado que deve

ser lido com alguma cautela, mas que não deixa de aconselhar uma reflexão sobre a qualidade das

aprendizagens.

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18 Agrupamento Vertical de Portel – Projeto Educativo

2. Objetivos e Prioridades

Tendo em atenção o quadro acima delineado, torna-se, pois, imperioso consolidar os (pouco) bons

resultados já alcançados e elevar os níveis de sucesso em disciplinas basilares, Língua Portuguesa, Inglês e

muito especialmente Matemática. Disciplinas nas quais os resultados, apesar de todos os esforços,

continuam a ser pouco satisfatórios. Uma outra realidade para a qual devemos estar particularmente

atentos diz respeito à qualidade do sucesso interno, de modo a que os resultados obtidos pelos alunos

correspondam a aprendizagens reais e efetivas, indo de encontro ao que é esperado tendo em atenção as

metas de aprendizagem definidas para o ensino básico. Importa, nesse sentido, atentar no desfasamento

entre avaliações internas e externas, não apenas nas disciplinas atualmente sujeitas a avaliação externa,

mas também em diversas outras.

Mas é fundamental, também, o reforço de outras dimensões, sem as quais o sucesso escolar ficará

comprometido e que, necessariamente, terão que passar: pela implementação de medidas que

contribuam para enriquecer culturalmente os alunos, proporcionando-lhes experiencias diferentes

daquelas que são os seus quotidianos; pelo trabalho contínuo e sistemático com os encarregados de

educação, para que se possam empenhar de forma efetiva no acompanhamento dos educandos, algo de

imprescindível para o sucesso escolar; pelo aprofundar das relações com as entidades locais, capitalizando

sinergias revertíveis em prol das aprendizagens; pelo fornecer de ferramentas capazes de preparar os

alunos para um futuro mais competitivo. Neste campo, não poderá deixar de se Insistir e investir no

domínio da língua inglesa, no aprofundar das competências de cidadania ativa, valorizando a iniciativa

individual, a responsabilização e o esforço como vetores pessoais e sociais onde se pode ancorar o sucesso

e o desenvolvimento; no encaminhar profissionalmente aqueles que, para tanto, revelem perfil, dotando-

os de sólidas competências profissionais ajustadas ao contexto local/regional. Mas, revela-se, também

imprescindível alargar horizontes, provocar mudanças nos estilos de vida, na vivência da saúde e do bem-

estar físico, na consciencialização dos problemas ambientais e em tantos outros vetores que devem

decorrer a par das aprendizagens disciplinares propriamente ditas.

Um imenso desafio, para um Agrupamento de escolas de um concelho onde, há não muitos anos

atrás, muitos alunos não terminavam a escolaridade obrigatória e uma boa maioria de outros não

continuava estudos de nível secundário. Um desafio que só será ganho por uma escola mais organizada,

mais envolvida, mais mobilizada e determinada em atingir objetivos claros. Os próximos anos são decisivos

para avaliar esse desiderato.

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Agrupamento Vertical de Portel – Projeto Educativo 19

Prioridades:

1. Promover o sucesso educativo de todos os alunos, procurando respostas educativas diferenciadas,

que se mostrem capazes de evitar as retenções a interrupção de percursos escolares.

2. Consolidar a aprofundar a qualidade das aprendizagens, sobretudo, em disciplinas chave, como

sejam a Língua Portuguesa, a Matemática e o Inglês;

3. Melhorar o desempenho do Agrupamento nas avaliações externas, em todos os anos de

escolaridade, aproximando-os dos valores regionais;

4. Promover de forma transversal, a todo o agrupamento, atividades centradas nos eixos das

literacias, ambiente e cidadania, promoção de estilos de vida saudáveis;

5. Implicar o Agrupamento em projetos de nível nacional e internacional;

6. Valorizar, ao nível dos projetos e atividades, a dimensão cultural e artística, aproveitando as

dinâmicas culturais de instituições e de organismos regionais, próximos, em distância-tempo, de

Portel.

7. Aprofundar os laços com a comunidade educativa, diversificando as relações institucionais e

implicando crescentemente os encarregados de educação em várias dinâmicas da vida da escola;

8. Adequar a oferta formativa profissionalizante aos contextos locais e regionais, apostando no

reforço do ensino secundário profissional e nas lógicas de articulação entre formação de nível

básico (CEF/II) e secundário;

9. Recorrer às sinergias e potencialidades do Montado existente na região em que o agrupamento se

insere, com visto à promoção de uma cultura de sustentabilidade, fixação da população jovem e a

materialização da identidade do agrupamento;

10. Promover ações , de forma articulada com outras instituições, por forma a gerar uma plataforma de

apoio e solidariedade social que vise a população escolar mais carenciada;

11. Dinamizar a auto-regulação e avaliação do Agrupamento.

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20 Agrupamento Vertical de Portel – Projeto Educativo

3. Linhas de ação

3.1. Organização Curricular

Com base no Decreto - Lei nº139/ 2012 de 5 de Julho foram tomadas algumas decisões que visaram a

melhoria dos resultados escolares.

No 1º ciclo, no âmbito das atividades de Enriquecimento Curricular desenvolvidas em parceria com

Câmara Municipal e com o apoio e supervisão de docentes dos vários ciclos dever-se-á continuar:

- a implementar a iniciação da língua inglesa, com supervisão do coordenador do departamento de

línguas, como forma de garantir no ciclo seguinte uma aprendizagem mais consolidada da língua;

- a desenvolver projetos relacionados com a área das ciências experimentais;

- com a oferta nas áreas desportiva e artística de natureza lúdica, formativa e cultural como forma de

enriquecimento pessoal e social dos alunos de modo a prepará-los para melhores resultados académicos.

- a articulação entre as ações do plano anual de atividades da Autarquia e do Agrupamento.

Para que estas atividades tenham repercussões na vida escolar e no sucesso educativo dos alunos, o

plano anual do Agrupamento deverá ser definido logo no início do ano letivo, de acordo com o Projeto

Educativo, com linhas orientadoras para a elaboração dos planos anuais de estabelecimento. Ainda neste

âmbito deve-se privilegiar os alunos que pelo facto de apresentarem maiores dificuldades de

aprendizagem possam beneficiar de mais tempo de apoio sócio educativo.

Considera-se ainda que no plano curricular do 1º ciclo o apoio ao estudo deva ser dado pelos

professores titulares de turma.

No âmbito do 2º e 3º ciclos têm-se em conta os resultados escolares e as disciplinas alvo de avaliação

externa nomeadamente:

- a opção por tempos letivos de 50 minutos para uma melhor gestão de aula e de rentabilização de

estratégias e capacidade de concentração dos alunos.

- no apoio ao estudo com a atribuição de 100 minutos à disciplina de Matemática e 50 minutos à disciplina

de Português nos 5º anos e 6º anos e 50 minutos no 6º ano à disciplina de Inglês;

- fomentação do ensino experimental da ciência com a implementação de tempos de 50 min e atividades

práticas de 100 min com um intervalo de 5 min;

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Agrupamento Vertical de Portel – Projeto Educativo 21

Na componente não letiva dos professores permitir:

- A implementação de tutorias;

- A realização de ateliês nas áreas artísticas e desportivas;

- A implementação de projetos relacionados com as literacias, saúde e ambiente e educação para a

cidadania;

- A criação da sala multidisciplinar para assegurar apoio aos alunos aquando da falta de um professor e

saídas da sala de aula por falta disciplinar ou oferecer um espaço de ocupação para alunos fora do horário

escolar;

- A criação de um “Gabinete de Apoio ao Aluno” onde, com a colaboração dos técnicos dos Serviços Especializados

de Apoio Educativo e os Serviços do ASE do agrupamento, se faça um atendimento e acompanhamento

personalizado de alunos que necessitem desses recursos;

- A criação de um “Observatório de Qualidade” para a auto-avaliação do Agrupamento.

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22 Agrupamento Vertical de Portel – Projeto Educativo

3.2. Organização e prática do serviço letivo

Assegurar mais e melhores aprendizagens sem esquecer o currículo nacional e a avaliação externa é um

objetivo a que se propõe o agrupamento.

O Conselho Pedagógico estabelece as linhas mestras a nível dos documentos orientadores da escola,

perspetiva junto das estruturas existentes o que se pretende alcançar, monitoriza o processo e avalia a sua

consecução;

O departamento deve ser eficaz na gestão de currículos, na aplicação e uniformização dos critérios de

avaliação, na mobilização dos docentes para práticas pedagógicas mais motivadoras, para o trabalho

cooperativo e interdisciplinar e ainda na avaliação dos resultados escolares;

O Conselho de Turma deve procurar soluções para a melhoria do aproveitamento e comportamento dos

alunos, bem como o envolvimento dos encarregados de educação.

O professor/educador apresenta-se como participante ativo e referência no processo ensino-

aprendizagem levando a que:

- os alunos sejam cada vez mais autónomos, aprendendo a trabalhar em equipa, partilhando os seus

conhecimentos com o grupo, abandonando assim o papel passivo a que a grande maioria se adapta;

- cada vez mais se ensine e avalie a oralidade - é urgente que os alunos saibam falar em público,

apresentando e defendendo os seus pontos de vista, através de uma argumentação positiva e

enriquecedora para todos;

- as práticas de ensino sejam cada vez mais baseadas na experimentação, que o aluno reconheça que as

suas aprendizagens estão ligadas a um mundo real, valorizando a sua aplicação prática no mundo do

trabalho;

- se rentabilize os espaços e recursos oferecidos no Agrupamento para práticas letivas mais motivantes;

- os alunos aprendam a valorizar e a promover os recursos e sinergias existentes no Montado, como forma

de valorização/preservação do meio ambiente e rentabilização do seu potencial económico.

Relativamente aos resultados das provas finais de ciclo e para diminuir a discrepância entre a

classificação interna e externa deve-se implementar uma maior exigência da Escola e maior

responsabilização dos alunos e encarregados de educação.

No 1º ciclo os professores titulares de turma em relação ao Português e Matemática, devem

estabelecer:

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Agrupamento Vertical de Portel – Projeto Educativo 23

- por período a aplicação dos mesmos instrumentos de avaliação e analisar os seus resultados para

estabelecer estratégias de melhoria;

- no 3º ano deve-se realizar, no 3º período, uma prova global interna nestas áreas para se poder analisar e

apresentar estratégias para o ano seguinte.

- aplicar com rigor os critérios de avaliação, dando maior peso às disciplinas de Português e Matemática;

É de salientar que os critérios de avaliação se devem adequar à exigência da avaliação externa.

No 2º e 3º ciclos é necessário que os critérios de avaliação reflitam uma maior exigência, a nível de:

- transição nos anos não terminais de ciclo, aplicando-se o estipulado para o final de ciclo;

- atribuição de maior peso às capacidades e conhecimentos e à evolução do aluno ao longo do ano letivo;

- realização de testes intermédios internos nas disciplinas de Matemática nos anos não terminais de ciclo;

- uniformização das fichas de avaliação na disciplina de Português e dos critérios de correção aproximados

dos exigidos em exames;

- uniformização de instrumentos de avaliação com o objetivo de aumentar o grau de exigência nos

domínios da leitura e da escrita;

- avaliação da comunicação escrita e de análise de documentos e imagens nas disciplinas do

departamento de CHS.

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24 Agrupamento Vertical de Portel – Projeto Educativo

3.3. Oferta Educativa

Educação Pré-escolar; 1º, 2º e 3º ciclo de Ensino Básico; Ensino Secundário

Com vista a garantir uma resposta educativa diversificada e adequada, o Agrupamento Vertical de

Portel estabelece, parcerias e protocolos com as seguintes entidades:

PARCEIROS

COMPROMISSOS

Câmara Municipal de Portel Entidade promotora das AEC’s do 1º ao 4º ano (Ensino do Inglês, Educação Musical, Actividade Física e Desportiva incluindo Aulas de Natação, Atividades Lúdico-expressivas – Ciências Experimentais; atribuição de auxílios económicos aos alunos provenientes de famílias com menores rendimentos inseridos na acção social escolar e comparticipação nas refeições das crianças da educação pré-escolar e 1º ciclo; transporte gratuito para todos os alunos do ensino básico; Programa de Fruta Escolar, duas vezes por semana distribuição de fruta variada pelos alunos do pré-escolar e do 1º ciclo; Prolongamento de horário para todas as crianças que frequentam a educação pré-escolar em todos os jardins-de-infância do concelho; Obras de conservação em todas as escolas do concelho; Colaboração em diversos projectos/actividades do Agrupamento; Cedência de transporte gratuito para visitas de estudo; disponibilização de técnicos diversos para a realização de atividades.

Centro de Saúde de Portel Colaboração no Projeto de Educação Para a Saúde (PES); Campanhas de Vacinação; Rastreios; Atendimento a jovens no GSJ (gabinete de saúde juvenil), sediado no agrupamento; Colaboração no desenvolvimento do Projeto de Educação Sexual no 1º ciclo; Colaboração nos projectos no âmbito da saúde oral no pré-escolar e 1º ciclo.

ADA – Associação de Desenvolvimento, Ação Social e Defesa do Ambiente do Concelho de Portel (IPSS)

Centro de Recursos Móvel - Informação, Lazer, Desporto e Educação – CREMILDE, um autocarro transformado em espaço polivalente e de intercâmbio de projectos e experiências inovadoras; Colaboração de técnicos em diversos projetos; Colaboração da psicóloga educacional na avaliação e acompanhamento de alunos do Ensino Especial, Orientação Vocacional aos alunos do 9º ano; Fornecimento de refeições aos alunos de pré-escolar e 1º ciclo, nas freguesias de Santana e S. Bartolomeu do Outeiro e fornecimento de refeições ao Pré-escolar na freguesia de Portel; sessões de formação aos alunos de 2º e 3º ciclos.

Centro Paroquial de S. Julião de Monte do Trigo (IPSS)

Fornecimento de refeições aos alunos de pré-escolar e 1º ciclo.

Associação de Solidariedade S. Sebastião de Vera Cruz (IPSS)

Fornecimento de refeições aos alunos de pré-escolar e 1º ciclo.

Centro de Idosos de Oriola (IPSS)

Fornecimento de refeições aos alunos de pré-escolar e 1º ciclo.

Fundação Dias de Carvalho (IPSS)

Apoio no prolongamento de horário nos grupos do pré-escolar de Portel.

Santa Casa da Misericórdia de Portel - Farmácia

Colaboração dos técnicos no desenvolvimento do PES

Farmácia Fialho - Portel Colaboração dos técnicos no desenvolvimento do PES

GNR – Escola Segura Colaboração em ações de sensibilização e prevenção – Escola Segura.

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Agrupamento Vertical de Portel – Projeto Educativo 25

Os serviços de apoio à família (AF) e prolongamento de horário na Educação Pré-escolar e as atividades

de enriquecimento curricular (AEC) no Primeiro Ciclo de Ensino Básico são uma resposta proporcionada

pelo Agrupamento Vertical de Portel, em parceria com a Câmara Municipal de Portel e as IPSS do concelho,

no sentido de proporcionar aos alunos serviços de refeições e uma ocupação plena dos tempos escolares,

nomeadamente através de atividades que sejam enriquecedoras do currículo e, respondam aos desafios

que se impõem à escola.

A oferta formativa no âmbito das atividades de Enriquecimento Curricular no 1º ciclo assenta

essencialmente nas áreas curriculares de Inglês, Expressão Musical, Apoio ao Estudo, Atividade Física e

Desportiva/Natação, Atividades lúdicas Expressivas (ALE) Ciências Experimentais e Biblioteca Escolar e

Educação Moral e Religiosa Católica.

Estes serviços decorrem sempre que possível, no final das atividades letivas do período da tarde,

evitando a flexibilização horária. No entanto, nessa impossibilidade, as AEC podem ser incluídas no último

período da manhã. Devem, também, ser organizadas em blocos de 90’,sempre que que a carga letiva

semanal seja igual ou superior a 135’ e em tempos de 45’ sempre que seja inferior. Os mesmos são objeto

dum regulamento próprio que explicita as diferentes ofertas e a forma como se organizam.

Junta de Freguesia de Portel Pequenas obras de conservação na escola; Colaboração em diversos projetos/atividades da escola; Compra de alguns materiais consumíveis.

Junta de Freguesia de Monte do Trigo

Pequenas obras de conservação na escola; Colaboração em diversos projetos/atividades da escola; Compra de alguns materiais consumíveis.

Junta de Freguesia de Oriola Pequenas obras de conservação na escola; Colaboração em diversos projetos/atividades da escola; Compra de alguns materiais consumíveis.

Junta de Freguesia de Vera Cruz

Pequenas obras de conservação na escola; Colaboração em diversos projetos/atividades da escola; Compra de alguns materiais consumíveis.

Junta de Freguesia de Santana

Pequenas obras de conservação na escola; Colaboração em diversos projetos/atividades da escola; Compra de alguns materiais consumíveis.

Junta de Freguesia de S. Bartolomeu do Outeiro

Pequenas obras de conservação na escola; Colaboração em diversos projetos/atividades da escola; Compra de alguns materiais consumíveis.

Associação de Bombeiros Voluntários de Portel

Colaboração em ações de sensibilização e prevenção; Realização de simulacros diversos.

Agrupamento de Escuteiros 979 de Portel

Colaboração em projetos e actividades do Agrupamento; Organização de Jogos de Orientação; Organização de actividades de desportos ao ar livre e/ou radicais.

Associação de Jovens – Ser Agora

Colaboração em actividades e projetos do Agrupamento.

Associação de Pais e Encarregados de Educação de Portel

Colaboração em projetos e actividades do Agrupamento; Realização de sessões para pais.

Amieira Marina Colaboração em projetos relacionados com desportos aquáticos e ambientais.

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26 Agrupamento Vertical de Portel – Projeto Educativo

2º/3º ciclos:

A oferta formativa nestes graus de ensino tem de passar por três vertentes:

- ocupação de alunos fora do horário escolar;

- ocupação de alunos aquando da falta de um professor;

- encaminhamento de alunos para cursos CEF em caso de possível abandono escolar ou falta de

aproveitamento.

Secundário profissional:

O Agrupamento Vertical de Portel (mais concretamente a E.B. 2,3 D. João de Portel) tem já uma

considerável experiência na implementação de cursos de dupla certificação inicial de jovens,

especialmente no que diz respeito aos Cursos de Educação e Formação (CEF), de nível dois e três, os quais

se encontram em funcionamento no Agrupamento desde o ano letivo de 2005/2006. Eles têm permitido

responder a necessidades educativas de uma população escolar com baixa motivação para o

prosseguimento de estudos, contribuindo não só para a redução do abandono escolar, como também para

a capitalização de alunos com perfil para a continuação de estudos no ensino secundário profissional.

Também no que se refere a este nível de ensino, o Agrupamento conta já com alguma experiência.

Foram já concluídos alguns ciclos de formação, nomeadamente, no que se refere a cursos na área da

Informática, da hotelaria e da enologia, com resultados aceitáveis sob o ponto de vista do sucesso e da

preparação dos formandos para a vida ativa.

Nos próximos anos, o agrupamento continuará a apostar no ensino de cariz profissionalizante,

dando continuidade ao trabalho já desenvolvido e procurando potenciar o know-how entretanto adquirido

e os investimentos infra-estruturais realizados. Essa aposta poderá passar pelos cursos de educação e

formação, de nível básico, caso existam alunos com perfil para os integrar, mas deverá, sobretudo,

estruturar-se em torno dos cursos de nível secundário profissional. Uma das modalidades de ensino que irá

conhecer um significativo crescimento, nos próximos anos, em virtude quer do alargamento da

escolaridade obrigatória para os 18 anos, tornando necessário encontrar respostas para um número,

certamente, muito considerável de jovens pouco motivados para o prosseguimento de estudos no ensino

regular, quer da alteração do nosso modelo de desenvolvimento económico, que passará pela dinamização

dos setores económicos produtivos, sobretudo, do primário e secundário.

O ensino profissional reveste-se de grande importância para o futuro do Agrupamento e para o

próprio concelho, já que esta modalidade de ensino, se bem delineada, poderá ser um vetor não

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Agrupamento Vertical de Portel – Projeto Educativo 27

negligenciável para o desenvolvimento local, pela possibilidade de fixação da população jovem e pelos

contributos que poderá fornecer para a dinamização do setor económico, marcado pela baixa qualificação

profissional dos seus ativos.

Por motivos diversos, alguns dos quais se prendem com a necessidade de apetrechamento infra-

estrutural, importa que o Agrupamento tenha, também no que diz respeito ao ensino profissional, uma

estratégia clara, evitando que as decisões relativas a esta oferta acabem por ir sendo definidas ao sabor de

leituras circunstanciais. Tendo em atenção o know-how já adquirido, a existência de recursos humanos e

materiais e logísticos, bem como a adequação ao tecido económico e às expectativas de empregabilidade,

definiram-se um conjunto de áreas preferenciais de crescimento do ensino profissionalizante, a saber:

silvicultura, espaços-verdes/agricultura biológica, enologia e turismo e as novas tecnologias, que são, para

já, as mais viáveis.

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28 Agrupamento Vertical de Portel – Projeto Educativo

3.4. Apoios educativos A escola pública é uma escola para todos. Para que esta afirmação não seja apenas uma manifestação

de boas intenções ou um simples lugar- comum há que organizar a escola para conseguir acolher no seu

seio a heterogeneidade de crianças e adolescentes que, com todo o direito, a frequentam. Responder a

essa heterogeneidade é a grande questão, em torno da qual o nosso trabalho se desenvolve, estando a

chave na diferenciação.

O Departamento dos Serviços Especializados de Apoio Educativo, constituído pelas educadoras da

intervenção precoce, professores de educação especial, técnicos da Unidade de Apoio Especializado para a

Educação de Alunos com Multideficiência e psicólogo, recebe o conjunto de referenciações de alunos e

presta um parecer sobre o encaminhamento a dar a cada situação.

Nem todos os alunos têm a mesma capacidade de responder com sucesso às exigências do quotidiano

escolar, seja por diferenças ao nível cognitivo, no suporte familiar e emocional ou outras. Assim, tendo por

base a legislação em vigor, estão criadas ofertas diversificadas que respondem às diferentes

especificidades.

No caso dos alunos que apresentem dificuldades transitórias, o Despacho-Normativo nº50/2005, de 9 de

novembro, determina uma reorganização do trabalho escolar, o que passa pela elaboração de planos de

recuperação e de acompanhamento, com modalidades de apoio como a pedagogia diferenciada,

programas de tutoria, atividades de compensação, aulas de recuperação, etc.

Quando os alunos apresentam limitações significativas ao nível da atividade e participação, decorrentes

de alterações funcionais e estruturais de caráter permanente, são mobilizados os serviços especializados

de apoio educativo, integrando o aluno o Decreto-Lei nº3/2008, de 7 de janeiro. A avaliação da equipa

pluridisciplinar decidirá pela aplicação de algumas destas medidas: apoio pedagógico especializado,

adequações curriculares individuais, adequações no processo de matrícula, adequações no processo de

avaliação, currículo específico individual e tecnologias de apoio. Sendo o currículo específico individual a

medida mais restritiva possível do nosso sistema educativo, com implicações no prosseguimento de

estudos e acesso ao mercado de trabalho, é pois a medida que só em fim de linha é adotada.

Para os alunos que necessitam de apoios personalizados altamente especializados (caso da

multideficiência) existe no nosso agrupamento uma unidade que constitui uma resposta a esta

problemática, onde é prestada a terapia da fala e a fisioterapia. Contudo, a resposta educativa (apoio

pedagógico personalizado) é, preferencialmente, facultada em sala de aula, tal como consta no nº3,

Artº26º, do Decreto-Lei nº3/2008, de 7 de Janeiro: “Constituem objetivos das unidades de apoio

especializado: a)Promover a participação dos alunos com multideficiência e surdo-cegueira nas atividades

curriculares e de enriquecimento curricular junto dos pares da turma a que pertencem;” (…)

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Agrupamento Vertical de Portel – Projeto Educativo 29

A Inclusão é o eixo estruturante no apoio aos alunos com necessidades educativas especiais e que só é

concebível num quadro de gestão da diversidade, atendendo ao perfil de funcionalidade de cada aluno,

para uma verdadeira promoção da igualdade de oportunidades no acesso e no sucesso educativo das

nossas crianças e jovens.

A estreita articulação entre todos os intervenientes nos processos educativos dos nossos alunos

(professores, técnicos e pais) é outra estratégia determinante no seu sucesso educativo.

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30 Agrupamento Vertical de Portel – Projeto Educativo

3.5. Projetos

Tendo em conta o meio socioeconómico em que o agrupamento se insere, torna-se importante que a

escola proporcione aos seus discentes uma oferta diversificada de vivências que, de forma apelativa e

lúdica, permita uma correta educação para a cidadania e possa reforçar o seu sucesso educativo.

Desta forma, passamos a enumerar os diferentes projetos que têm vindo a ser dinamizados no AVP e os

quais, em conjunto, contribuem para a aquisição de inúmeras competências específicas e transversais.

3.5.1 Projetos Internacionais

Comenius - Com o desenvolvimento de projetos Comenius - Parcerias entre escolas e Assistentes

Comenius, o Agrupamento Vertical de Portel pretende:

- Desenvolver o conhecimento e o trabalho colaborativo entre as várias comunidades educativas no que

respeita à diversidade de culturas, línguas e valores;

- Promover a mobilidade de alunos e professores entre os estados membros da UE;

- Estreitar parcerias entre escolas em projetos comuns;

- Incentivar a aprendizagem e o ensino das línguas;

- Melhorar as práticas de ensino e consequentemente os resultados da aprendizagem;

- Desenvolver a dimensão e a cidadania europeias, baseada na diversidade de culturas, línguas e valores;

- Produzir materiais com qualidade;

- Ajudar os jovens a adquirir as aptidões e as competências básicas de vida, necessárias ao seu

desenvolvimento pessoal e a uma cidadania europeia ativa;

- Integrar os pais e encarregados de educação, assim como a Autarquia e outras entidades locais;

- Divulgar todas as atividades através da página dos projetos, assim como da página, da revista e do jornal

do Agrupamento e outros meios externos.

Eco-Escolas – Este projeto tem como objetivos fundamentais alertar para a importância da preservação

ambiental.

Através de iniciativas diversas, procurar-se-á desenvolver o espírito de respeito pela natureza, salientar

a importância do desenvolvimento sustentável e difundir o papel fundamental das energias renováveis e

da inovação na melhoria do meio ambiente;

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Agrupamento Vertical de Portel – Projeto Educativo 31

3.5.2 Projetos Nacionais

Biblioteca Escolar e Projeto “A Ler+” - O AVP possui em cada um dos seus estabelecimentos de ensino

uma biblioteca escolar, num total de sete (duas em Portel – EB1/JI e EB2,3 e uma por freguesia).

Sendo este um agrupamento aLer+, privilegia-se e promove-se, constantemente através das BE’s,

diversas ações que potenciam e valorizam a leitura e as literacias.

As diferentes atividades desenvolvidas em que se evidencia a articulação curricular, envolvem toda a

comunidade educativa privilegiando o trabalho em parcerias, tendo como principal meta o sucesso

educativo.

Para informações mais detalhadas consultar: http://beportel.weebly.com/

Projeto de Educação para a Saúde – O Projeto de Educação para a Saúde tem por objetivo difundir os

princípios para a prática de uma vida saudável, a diferentes níveis, tais como: atividade física, alimentação,

educação sexual, entre outros.

No âmbito deste projeto têm sido implementadas inúmeras ações, tais como: ações de sensibilização

como palestras para alunos e/ou pais sobre diferentes temáticas; projetos interdisciplinares de divulgação,

alerta e motivação para práticas de vida saudáveis; momentos de prática desportiva alargada à

comunidade; estabelecimento de parcerias com inúmeras entidades locais; monitorização de situações

preocupantes ao nível da saúde, etc.

Desporto Escolar – Este projeto assume um importante papel na difusão da prática desportiva no

agrupamento. Integrando-se numa realidade de âmbito nacional, o Desporto Escolar tem garantido a

continuidade da prática de algumas modalidades, as quais têm vindo a dar frutos com a obtenção de

alguns prémios ou lugares bastante significativos.

Articulando-se com o PES, permite a criação de hábitos de vida saudáveis e promove atitudes

importantes no que respeita à educação para a cidadania, tais como a colaboração interpares, o espírito de

equipa, a persistência, o rigor, o fair-play, entre outros.

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32 Agrupamento Vertical de Portel – Projeto Educativo

3.5.3 Projetos de Agrupamento

Jornal Escolar “Açordas” – Consiste num jornal online que tem como filosofia a divulgação de todas as

atividades que envolvam a comunidade escolar.

Procura-se que todos os alunos, professores e pessoal não docente possam ter uma participação ativa

neste projeto, através do envio de pequenas notícias, reportagens ou artigos de opinião.

Para além de ser utilizado como meio de comunicação e veículo privilegiado de difusão, o “Açordas”

serve também como forma de valorizar as “pequenas e grandes conquistas” que todos os dias se verificam

numa escola, salientando o papel fundamental dos seus atores.

O Jornal Escolar conta com uma equipa de alunos que procura cobrir as diferentes atividades que

decorrem no Agrupamento, contribuindo para fomentar uma atitude proactiva e o desenvolvimento do

espírito crítico. Estes alunos têm aqui uma oportunidade para desenvolver competências a vários níveis,

entre as quais podemos enunciar a leitura, a escrita, a fotografia, as literacias digitais, entre outras.

Rádio Escolar “Tal e Qual” – A Rádio “Tal e Qual” funciona na EB 2/3 e conta com a participação de um

numeroso grupo de alunos que procura dinamizar os tempos de intervalo entre aulas. Estes espaços

intercalam a transmissão de música com pequenas rúbricas temáticas e momentos de divulgação das

várias iniciativas que decorrem na escola, articulando-se com a BE e o Jornal Escolar.

A Rádio constitui-se como um importante instrumento na educação para a cidadania, para além

funcionar como foco de motivação para uma participação ativa dos alunos na vida do agrupamento.

CREMILDE – Centro de Recursos Móvel – Informação, Lazer, Desporto e Educação, é um autocarro

adaptado com duas salas ambivalentes, equipadas com material TIC/multimédia e de ciência experimental.

Promove em todos os estabelecimentos de ensino do 1º ciclo e do Pré-escolar do AVP atividades no

âmbito das tecnologias e ciência, proporcionando a todos os alunos experiências diversificadas e

enriquecedoras, integradas na vertente curricular.

Para informações mais detalhadas consultar: http://cremilde.cm-portel.pt/

Especialmente Eu – Projeto, que através das TIC, pretende divulgar e sensibilizar a comunidade

educativa relativamente aos apoios educativos e educação especial e tem como principais objectivos:

- Divulgar atividades do Departamento dos Serviços Especializados de Apoio Educativo;

- Partilhar experiências e recursos: materiais e informação;

- Contribuir para a qualidade da educação prestada aos alunos com necessidades educativas especiais;

- Estreitar a relação escola/comunidade.

- Consultar em: http://www.facebook.com/especialmenteeu.avportel

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Agrupamento Vertical de Portel – Projeto Educativo 33

4. Avaliação do PEE

Não perdendo de vista a unidade dos objetivos de todo o sistema educativo, há que criar um projeto que

caracterize o Agrupamento, que lhe dê um rosto próprio, uma identidade e que, como tal, congregue todos aqueles

que nela convivem. Urge que os professores façam da escola um espaço de diálogo e liberdade, onde todos,

sociedade, família, professores, alunos se assumam como cidadãos de pleno direito e sintam alegria e prazer por

nela participarem.

Um Projeto Educativo é uma construção colectiva que apela à participação de todos, quer como agentes dessa

construção, quer como auto-reguladores da mesma. Ele deve ajustar-se às transformações e exigências da realidade

envolvente e da sociedade em geral, pelo que se afirma essencialmente como um documento dinâmico, aberto a

periódicas revisões e actualizações.

A Avaliação do Projeto Educativo é um processo contínuo, globalizante e reestruturante de toda a Comunidade

Escolar, tendo em vista garantir a sua consecução no quadro dos objetivos, prioridades/linhas de ação definidos,

adequando-o às realidades e tornando-o cada vez mais eficiente.

A avaliação do projeto educativo está a cargo do Conselho Geral que verificará o grau de prossecução e

execução do mesmo. Contudo, deverá ser alvo de diferentes tipos de avaliação em momentos distintos:

a) Uma avaliação periódica, preferencialmente no final do terceiro período de cada ano, na qual se afere o grau

de consecução dos objetivos inicialmente delineados. Se, no âmbito desta avaliação, se verificarem dificuldades na

implementação do presente projeto, dever-se-á proceder de imediato à análise desses constrangimentos e, se

necessário, sugerir a alteração dos seus objectivos. Esta análise poderá basear-se em questionários à comunidade

escolar que permitam uma reflexão sobre os resultados da sua aplicação e à sua eventual reformulação;

b) Uma avaliação final, na qual o projeto será analisado globalmente e por linhas de ação, detetando-se quais os

objetivos e prioridades concretizados e quais as que não foram atingidas. Esta análise poderá também basear-se em

questionários aos vários intervenientes e os seus resultados deverão estar na base da formulação do próximo

projeto educativo. Aqui irá também ter grande destaque e importância a avaliação interna do Agrupamento, com a

qual se devem criar mecanismos formais de auto-regulação que, de uma forma organizada e célere, nos permita

observar e analisar a política educativa/organizativa implementada.

Esta avaliação deverá permitir:

a) Constatar a adequação dos objectivos e prioridades à realidade concreta e específica do Agrupamento;

b) Aferir o grau de consecução dos objetivos e prioridades definidos;

c) Adoptar medidas de correção capazes de aferir a eficácia da metodologia educativa, dos recursos pedagógicos

e das estratégias, em função dos resultados que se pretendem alcançar.

A seleção dos indicadores quantitativos e qualitativos a incluir no processo de avaliação do presente PE, bem

como a conceção dos respectivos instrumentos de medida que fundamentem o grau de consecução do projeto,

deverão constituir elementos para a elaboração de um relatório crítico final, a ser divulgado a toda a comunidade

educativa.

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34 Agrupamento Vertical de Portel – Projeto Educativo

A análise realizada deverá conduzir, no início de cada ano letivo, a uma eventual reformulação do projeto que se

quer dinâmico e ajustável a novas situações.

A implementação de sistemas de auto-avaliação e de melhoria contínua, com base nos dados obtidos, passa pela

criação de um “Observatório de Qualidade” que abranja os aspetos físicos, humanos e educacionais referidos, bem

como pela monitorização dos resultados.

A QUALIDADE e a EXCELÊNCIA são as principais metas que se pretendem atingir, tendo como princípio a

existência de um Bom Clima de Escola, na qual todos os atores educativos se devem sentir estimados e valorizados.

Data ____/____/_____