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2019 Geografia Agosto

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2019 Geografia

Agosto

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Geografia

Crise da Década Perdida Quer ver esse material pelo Dex? Clique aqui.

Resumo

O período da ditadura militar (1964-1985) apresentou diversos aspectos que foram importantes para

o desenvolvimento da industrialização brasileira. Este momento da história foi pela continuidade do

processo de industrialização brasileira, iniciado com Vargas e JK, atrelado ao crescimento econômico que

se verificou no país. Em um segundo momento, verificou-se que, ao mesmo tempo em que foram realizados

grandes projetos, o endividamento público crescia em proporções astronômicas. Ou seja, aproveitando a

centralização do poder político que o autoritarismo permitia, o que possibilitou a atração de grandes

remessas de empréstimos internacionais e posteriormente o crescimento industrial, no período da ditadura

o país apresentou números expressivos de crescimento econômico, que teve um custo alto a ser pago

posteriormente.

O início do governo militar e sua relação com a industrialização brasileira – 1964 até 1967/1968

Os primeiros momentos dos governos militares não foram marcados por grandes avanços na

industrialização brasileira, nem pelos grandes projetos, pois o país enfrentava um grave quadro de

endividamento externo, fruto da política de internacionalização da economia proposta por Juscelino

Kubitschek (JK), que buscou o empréstimo de capital estrangeiro como um dos pilares do tripé econômico

para o investimento em indústrias de bens de consumos duráveis.

Pode-se afirmar, portanto, que esse primeiro período dos governos militares, que vai dos anos de 1964

até 1967, foi marcado por uma retração na economia e pouco crescimento da indústria brasileira.

O milagre brasileiro – 1968 até 1973

A partir de 1968, o país experimentou uma nova fase de sua economia e de seu processo de

industrialização. A recuperação financeira, fruto da reforma tributária, criação de fundos de poupança

compulsória (PIS, PASEP, FGTS) e ampliação do crédito lançaram bases para o momento considerado como

o “milagre brasileiro”. Entretanto, fatores externos também explicam esse crescimento, como o crescimento

da economia mundial nestes anos, que permitiu o acesso a um abundante crédito externo, possibilitando o

endividamento e criando espaço para a diversificação e o crescimento das exportações brasileiras.

O fraco desempenho da indústria e economia no início da década de 60 também deu margem para um

grande crescimento com o aumento do nível de investimento e captação de recursos externos do país.

Como forma de legitimar o seu poder autoritário, os governos ditatoriais investiram fortemente em

obras de impacto, em áreas como transporte e energia. Dentre essas obras podemos destacar a Usina

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Hidrelétrica de Itaipu, binacional (Brasil-Paraguai), responsável por produzir 17% da energia nacional e, até

2008, a maior hidrelétrica do mundo.

A implantação da usina nuclear de Angra é outra marca do investimento em energia do período.

Também podemos citar a ponte Rio-Niterói, expressão da modernidade e de grande complexidade, tendo o

maior vão em viga reta construído pelo homem. É a 13ª no mundo em extensão.

Além disso, ocorreu a construção de rodovias com a ampliação da malha viária de 3 mil para 45 mil

quilômetros, sem falar nos estádios de futebol, como o Castelão, em Fortaleza, e o Mineirão, em Minas Gerais,

que serviram como forma de expressão e propaganda da ditadura.

O saldo do período registrou uma percentual anual de crescimento industrial de 12,7%. Já o Produto

Interno Bruto (PIB) cresceu entre 1968 e 1973 11,3%, superando com grande margem o período anterior,

quando o crescimento médio anual havia sido de 3,2%.

A primeira crise do petróleo, em 1973, causada pela guerra do Yom Kippur fez com que a concessão

de empréstimos diminuísse levando o Brasil para o período que ficou conhecido como Marcha Forçada.

Marcha Forçada – 1973 até 1979

Em períodos de crise há a necessidade de formação de reservas de dinheiro, sendo assim, os países

que emprestavam ao Brasil à juros baixos reduziram os empréstimos concedidos. Todos os países

resolveram frear o crescimento, menos o Brasil, que viu esse momento como uma oportunidade de despontar.

Foi como se o Brasil ignorasse as altas do petróleo e a recessão mundial para forçar um ritmo de crescimento

insustentável a longo prazo. O objetivo era fazer o Brasil crescer a qualquer custo, a exemplo da compra de

empresas que estavam prestes a falir (estatizações) e através do 2º PND estimular as obras faraônicas como

a ponte Rio-Niterói, a rodovia Transamazônica e a Usina de Itaipu.

Década Perdida – 1979 até 1989

Uma das consequências da década perdida foi a diminuição de postos de trabalho. Após toda a euforia

vivida com o milagre econômico, a realidade foi exposta na década seguinte, com os anos 80, considerada

a década perdida, devido ao preço pago pelo grande endividamento externo e explosão da inflação,

corroendo o salário do trabalhador.

É importante destacar que o crescimento apresentado no período do milagre econômico foi baseado

também em um grande arrocho salarial, em um contexto mundial no qual as empresas multinacionais

perceberam que poderiam reduzir custos instalando-se em países que possibilitassem mão-de-obra barata,

legislação ambiental frágil, grande quantitativo de recursos naturais e infraestrutura básica. Esse movimento

estrangeiro permitiu que as empresas nacionais, que disputavam o mercado em condições de extrema

desigualdade, fossem sendo absorvidas pelas multinacionais, o que provocou uma intensa concentração de

capital nas mãos destas grandes e poucas empresas.

O mesmo fenômeno de concentração pôde ser percebido no campo onde a tecnologia expulsou

milhares de trabalhadores, que migraram para as áreas urbanas em busca de sobrevivência. Isso tudo

caracterizou uma sociedade fortemente desigual, com a renda concentrada na mão de poucos. Com o

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aumento do endividamento e as crises internacionais do petróleo, nos anos de 1973 e 1979, os juros sobre

a dívida aumentaram significativamente, e a medida de emitir papel-moeda no mercado só serviu para

explodir a inflação, de forma que isso tudo trouxe uma grande retração econômica e da produção industrial,

acarretando o fim do período militar e a entrada na democracia com um país em grave crise econômica.

Podemos sinalizar que o espaço brasileiro teve grandes transformações, principalmente levando em

questão a integração que as rodovias construídas no período militar proporcionaram, permitindo uma maior

integração no território nacional. Apesar disso, ocorre uma concentração espacial das indústrias

principalmente na região Sudeste, com destaque para São Paulo, fato que só começa a diminuir no período

democrático, pós-ditadura, com o processo de fuga para cidades menores e com maiores atrativos

econômicos para as empresas, como isenção de impostos, solos urbanos mais baratos, menor

congestionamento, entre outras características.

Esse processo de descontração espacial vai ajudar na própria desmetropolização, devido ao maior

dinamismo e crescimento de cidades médias, em muitos casos, fruto da instalação de grandes indústrias,

levando desenvolvimento econômico e crescimento populacional para essas cidades, devido a esse novo

polo atrativo.

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Exercícios

1. Durante o governo Médici, o Brasil assistiu a um vigoroso desenvolvimento que as manifestações

ufanistas patrocinadas pelo governo batizaram de “milagre econômico”. A esse respeito, pode-se

afirmar que:

a) O sucesso das cifras econômicas deveu-se à criação do Plano de Metas, idealizado pelo então

ministro Antonio Delfim Neto.

b) Enquanto o PIB subia a taxas em torno de 10% ao ano, ocorreu, paradoxalmente, um aumento da

concentração de renda e da pobreza.

c) O “milagre” foi decorrência direta da transformação da economia brasileira, que então

abandonava suas bases rurais e passava a se concentrar na produção urbano industrial.

d) A arrancada econômica foi fruto do abandono da indústria de base e da adoção de uma política

de substituição de importações que tornou o Brasil menos dependente do mercado mundial.

e) Favorecido pela política de recuperação salarial da classe média posta em prática nos anos

sessenta, o “milagre” chega ao fim com o arrocho salarial imposto pelo governo Geisel.

2. "Brasil, ame-o ou deixe-o" foi um dos célebres 'slogans' do regime militar, em torno de 1970, época

em que o Governo Médici divulgava a imagem do "Brasil Grande" e proclamava o "Milagre Econômico"

que faria do país uma grande potência. Assinale a opção que melhor caracteriza a política econômica

correspondente ao chamado "Milagre".

a) Fusão do capital industrial e do bancário, gerando monopólios capazes de impor preços

inflacionários, dos quais resultaram o crescimento econômico e o aumento do mercado

consumidor nos grandes centros urbanos.

b) Desenvolvimento de obras de infraestrutura, a exemplo de hidrelétricas e rodovias, com base na

poupança nacional e no investimento de bancos públicos.

c) Crescimento econômico e aquecimento do mercado de bens duráveis ancorados em políticas

salariais redistributivas e na indexação de rendimentos do mercado financeiro.

d) Elevados investimentos no setor de bens de capital e na indústria automobilística combinados a

uma vigorosa agricultura comercial de médio porte.

e) Incentivo à entrada maciça de capitais estrangeiros combinada ao arrocho salarial, resultando

em elevados índices de crescimento econômico e inflação baixa.

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3. Uma das características da economia brasileira posterior aos anos 1950 foi a consolidação da

chamada sociedade de consumo, acompanhada pelo desenvolvimento da propaganda. Apesar de a

crise econômica ter marcado o período 1962-1967, o aumento do consumo de eletrodomésticos nos

domicílios de trabalhadores de baixa renda mostrou-se constante, até, pelo menos, a crise do

“milagre” brasileiro, na década de 1970.

Uma das explicações para esse aumento do consumo envolveu:

a) o favorecimento, pelo então Ministro Roberto Campos, das empresas industriais estatais, que

puderam baratear o custo dos bens de consumo duráveis que produziam.

b) o aumento do salário real das classes trabalhadoras, beneficiadas pela nova política salarial do

governo Castelo Branco, voltada para a desconcentração da renda no país.

c) o fortalecimento das pequenas e médias empresas industriais nacionais, as maiores produtoras

de bens de consumo duráveis, favorecidas pela criação do Imposto sobre a Produção Industrial,

nos anos 1960.

d) as facilidades do crédito concedidas ao consumidor, após 1964, de modo a preservar a

rentabilidade das indústrias produtoras de bens de consumo duráveis, alvos da política

econômica, então inaugurada.

e) os constrangimentos tributários impostos pelo governo às multinacionais produtoras de bens de

consumo duráveis, que perderam a concorrência para as estatais desse mesmo setor.

4. O chamado "milagre brasileiro" estendeu-se de 1968 a 1973. Assinale a alternativa correta, relativa a

seus pontos críticos.

a) Era totalmente atrelado à política do FMI, que organizou o próprio modelo econômico.

b) Causou notável desproporção entre o avanço econômico e a qualidade de vida, sobretudo pelo

abandono dos programas sociais pelo Estado.

c) Baseava-se na política liberal, rejeitando qualquer interferência do Estado na economia.

d) Embora com altos indicadores sociais, não obteve os índices de crescimento esperados.

e) Não aumentou a capacidade de arrecadar tributos e beneficiou sobretudo as camadas baixas da

população.

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5. De 1967 a 1973, o Brasil alcançou taxas médias de crescimento muito elevadas e sem precedentes,

decorrentes da política econômica, mas também de uma conjuntura econômica internacional muito

favorável. Esse período (e por vezes de forma mais restrita nos anos 1968-1973) passou a ser

conhecido como o do "milagre econômico brasileiro". Infelizmente, o mês de outubro de 1973 marca

o término desse período de crescimento. Disponível em: <http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-tematico/milagre-economico-brasileiro>. Acesso em:

23 de mar, 2017. (Adaptado)

Um fator responsável pelo fim do milagre econômico apresentado foi

a) a queda na exportação de produtos agrícolas brasileiros, principal mente, o café.

b) o primeiro choque do petróleo e a consequente crise no mercado internacional.

c) o aumento no valor das matérias-primas importadas pelo Brasil, com destaque para a bauxita.

d) as sucessivas greves produzidas pelo movimento sindical, inviabilizando a produção para

exportação.

e) início da Guerra Fria e diminuição das relações exteriores com países do bloco socialista

6. A respeito do “milagre econômico” do governo Médici (1969-1974), são feitas as afirmações

seguintes.

I. O “milagre” representou um período de altas taxas de crescimento do PIB (de até 14%), com

avanços extraordinários na indústria, na agricultura e no comércio.

II. A política econômica baseou-se, simultaneamente, na concessão de subsídios e incentivos fiscais

às indústrias e na imposição do arrocho salarial aos trabalhadores.

III. Os avanços econômicos conduziram o Brasil à situação de oitava economia mundial, condição

amplamente utilizada como propaganda pelo regime militar.

Assinale:

a) se apenas I é correta.

b) se apenas II é correta.

c) se apenas III é correta.

d) se apenas I e II são corretas.

e) se I, II e III são corretas.

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7. Entre o final da década de 1960 e o início da década de 1970, a economia brasileira obteve altos índices

de crescimento. O fenômeno se tornou conhecido como milagre econômico e derivou da aplicação de

uma política que provocou, entre outros efeitos,

a) êxodo rural e incremento no setor ferroviário.

b) crescimento imediato dos níveis salariais e das taxas de inflação.

c) aumento do endividamento externo e da concentração de renda.

d) estatização do aparato industrial e do setor energético.

e) crise energética e novos investimentos em pesquisas tecnológicas.

8. Com o crescimento econômico ocorrido durante o século XX, o Brasil pode ser considerado um país

industrializado, embora os males do subdesenvolvimento continuem presentes. O processo de

industrialização brasileiro contou com um agente de fundamental importância: o Estado Nacional.

Sobre o papel do Estado no processo de industrialização brasileiro, assinale a alternativa CORRETA:

a) Foi responsável pela construção dos setores de infraestrutura e transporte, pelo investimento

direto no setor industrial e pela criação de uma legislação trabalhista.

b) Foi responsável pelos investimentos em infraestrutura e transporte, porém não participou dos

investimentos diretos no setor industrial e se omitiu na criação de uma legislação trabalhista.

c) Agiu na criação de uma legislação trabalhista, porém não participou dos investimentos em

infraestrutura e transportes, bem como dos investimentos diretos no setor industrial.

d) Foi responsável pelos investimentos diretos no setor industrial, porém, por falta de recursos,

deixou a cargo das empresas privadas os investimentos na criação de infraestrutura e

transportes.

e) Abriu mão do papel de empreendedor, não participando dos investimentos diretos no setor

industrial, nem dos investimentos em infraestrutura.

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9. É possível afirmar através de uma visão de síntese do processo histórico da industrialização no Brasil

entre 1880 a 1980, que esta foi retardatária cerca de 100 anos em relação aos centros mundiais do

capitalismo. Podemos identificar cinco fases que definem o panorama brasileiro de seu

desenvolvimento industrial: 1880 a 1930, 1930 a 1955, 1956 a 1961, 1962 a 1964 e 1964 a 1980.

Leia com atenção as afirmações a seguir, identificando-as com a sua fase de desenvolvimento

industrial.

I. Modelo de desenvolvimento associado ao capital estrangeiro, sem descentralizar a indústria do

Sudeste de forma significativa em direção a outras regiões brasileiras; corresponde ao período

de Juscelino Kubitschek, com incremento da indústria de bens de consumo duráveis e de setores

básicos.

II. Modelo de política nacionalista da Era Vargas, com o desenvolvimento autônomo da base

industrial demonstrado através da construção da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN).

Ressalta-se que, neste período, a Segunda Guerra Mundial impulsionou a industrialização.

III. Período de desaceleração da economia e do processo industrial motivados pela instabilidade e

tensão política no Brasil.

IV. Implantação dos principais setores da indústria de bens de consumo não duráveis ou indústria

leve, mantendo-se a dependência brasileira em relação aos países mais industrializados. O Brasil

não possuía indústrias de bens de capital ou de produção.

V. Período em que o Brasil esteve submetido a constrangimentos econômicos, financeiros e sociais

devido a seu endividamento no exterior com o objetivo de atingir o crescimento econômico de

10% ao ano. Mesmo assim, não houve muitos avanços na área social. Modernização

conservadora com o Governo Militar. (Secretaria da Educação. Geografia, Ensino Médio. São Paulo, 2008. Adaptado.)

A sequência das fases do desenvolvimento industrial brasileiro descritas nas afirmações é:

a) IV, II, I, III, V.

b) I, II, V, IV, III.

c) III, IV, V, I, II.

d) I, III, II, V, IV.

e) III, IV, II, V, I.

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10. Visto à luz das reformas de caráter neoliberal, realizadas pelos governos brasileiros na década de

1990, o modelo econômico implantado pelo regime militar em 1964 aparece hoje, mais do que aparecia

na época,

a) associado ao capital internacional e em ruptura com o modelo anterior, baseado num capitalismo

nacional.

b) nacionalista e continuísta com relação ao modelo anterior, que associava capitalismo nacional e

internacional.

c) empenhado em uma política econômica modernizadora, que rompia com o passado e diminuía a

esfera de ação estatal.

d) subordinado aos interesses do capital internacional, que o impediu de modernizar a produção

agrícola.

e) vinculado a uma política econômica conservadora e em alinhamento automático com a política

externa norte-americana.

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Gabarito

1. B

Apesar do grande desenvolvimento econômico brasileiro no período que ficou conhecido como milagre

econômico brasileiro, não houve uma distribuição de renda, aumentando ainda mais as desigualdades

sociais internas, pois com o argumento de esperar a economia crescer para depois redistribuir ocorreu

uma maior concentração de renda.

2. E

O crescimento econômico brasileiro no período citado se se deu em decorrência da aquisição de

empréstimos internacionais a juros baixos, empréstimos esses utilizados no processo de

industrialização e desenvolvimento infra estrutural em curso naquele momento. Soma-se a este cenário

o arrocho salarial, ou seja, o não aumento dos salários acompanhando a inflação, acarretando

desigualdades sociais. Esses fatores juntos caracterizam a política econômica do referido período.

3. D

Em um primeiro momento dos governos militares houve a concessão de crédito à população visando a

saída do país da situação econômica que se encontrava, um grave quadro de endividamento externo,

fruto da política de internacionalização da economia proposta por Juscelino Kubitschek (JK), que buscou

o empréstimo de capital estrangeiro como um dos pilares do tripé econômico para o investimento em

indústrias de bens de consumos duráveis.

4. B

A questão dá enfoque ao âmbito social no período do milagre econômico brasileiro, em que por um lado

verificou-se o crescimento da economia, mas por outro observou-se a crescente desigualdade social

decorrente da não distribuição de renda.

5. B

O milagre econômico terminou com a primeira crise do petróleo (1973). A elevação dos preços dessa

matéria-prima prejudicou a economia mundial, diminuindo a confiança dos investidores e, portanto, a

disponibilidade de crédito. Além de afetar a balança comercial dos países que importavam grandes

quantidades de petróleo, tal como o Brasil.

6. E

Todas as afirmativas estão corretas ao apontar o crescimento econômico brasileiro no referido período,

a questão social destacada através do arrocho salarial e a utilização dos avanços econômicos para fins

propagandísticos do regime.

7. C

O Milagre Econômico Brasileiro foi caracterizado por um elevado crescimento de seu PIB, possível

graças ao intenso processo de industrialização e investimentos em infraestrutura. Porém, tal processo

ocorreu a custas de um elevado endividamento externo, além de se observar um crescimento da

concentração da renda, pois uma vez que a melhora econômica do país não se traduziu na diminuição

da desigualdade.

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8. A

O processo de industrialização iniciado no governo Vargas (1930) e que evoluiu durante o governo de JK

e no período militar foi marcado pelos investimentos estatais no setor de infraestrutura, a exemplo da

construção de rodovias, no setor de transporte, com o estímulo a entrada de indústrias automobilísticas

no país, investimentos no setor industrial diretamente com a inauguração de indústrias de base e a

criação de legislação trabalhista, inicialmente para o trabalhador urbano e posteriormente para o

trabalhador do campo.

9. A

Todas as afirmativas estão corretas ao correlacionar os períodos apontados no enunciado com as

características de cada período que, em ordem, correspondem ao período anterior a efetiva

industrialização brasileira, o período inicial da industrialização durante o governo Vargas marcado pela

criação das indústrias de base, o período do governo JK marcado pelos investimentos estrangeiros e

diversificação da indústria, período de crise que antecede os governos militares e período dos governos

militares marcado por um grande desenvolvimento econômico as custas de uma grande desigualdade

social e endividamento.

10. B

Assim como no período do governo JK, os governos militares foram marcados pela associação entre o

capital nacional, público e privado, e internacional. Ambos acarretaram uma grande dívida externa para

o país e uma grande desigualdade social.

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Neoliberalismo brasileiro e os BRICS

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Resumo

Para entender o Brasil neoliberal, primeiramente, é importante compreender as bases desse modelo

político-econômico e sua transição, tanto no mundo, como no Brasil. A partir desse entendimento, pode-se

determinar como o modelo de abertura econômica e política e o processo de descentralização da indústria

brasileira contribuíram para a construção de uma nova lógica capitalista no país.

O modelo neoliberal

Por liberalismo entende-se uma filosofia política fundada nos princípios da liberdade, igualdade e

fraternidade, em consonância com os ideais da Revolução Francesa e Iluminismo. É uma ideologia que

defende a liberdade individual frente ao poder e controle estatal. O Liberalismo econômico é essa liberdade

individual no campo econômico, todavia, em 1929, o modelo mostrou sua falência, ano esse que ficou

conhecido como da Grande Depressão. A partir de 1933, o presidente dos Estados Unidos da América,

Franklin Delano Roosevelt, iniciou uma série de programas com o objetivo de recuperar a economia norte-

americana após a crise liberal. Esses programas originaram o plano New Deal. A base do Estado Keynesiano

começa a ser delimitada, consistindo em uma política econômica praticamente oposta ao modelo liberal. O

Estado é o grande interventor na economia, no estímulo à contratação de trabalhadores e na seguridade

social, incentivando o consumo, aquecendo a produção industrial, agrícola e de serviços, nos mais diversos

níveis. O sucesso do modelo logo inspirou os países da Europa a também adotarem os ideais de Keynes,

principalmente após a 2ª Guerra Mundial, que foram expressos no conhecido Estado de Bem-Estar Social.

Contudo, na década de 1970, o modelo começava a mostrar seu esgotamento, principalmente pelo alto custo

de um Estado interventor. Assim, inspirado pelos ideais da Escola de Chicago, observa-se o surgimento de

um novo modelo político-econômico baseado no Estado Mínimo. Os preceitos liberais econômicos retornam,

mas não significam a ausência do Estado. Esse ainda se faz presente através do controle dos juros, do

câmbio, da disciplina fiscal e, principalmente, nos momentos de crise econômica. Assim, o modelo Neoliberal,

representado pelo governo de Ronald Reagan (EUA) e Margaret Thatcher (Reino Unido), surge como solução

para o Estado sobrecarregado.

Abertura Econômica Brasileira

O Estado brasileiro, desde Getúlio Vargas (1930) até o final da Ditadura Militar (1985), é o responsável

pelo processo de industrialização. Todavia, com a crise econômica, na década de 1980, observa-se o fim

desse período. É possível dizer que isso não ocorre apenas no Brasil. É um colapso do modelo keynesiano.

Em meio à necessidade de reestruturação, inicia-se o processo de abertura política e econômica do país.

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Geografia

Esse processo foi marcado pela aplicação do Consenso de Washington – conjunto de medidas

macroeconômicas, para promover o desenvolvimento econômico e social, que representam a concepção do

Estado Mínimo. Entre as regras preconizadas por esse plano estão: ajuste fiscal, reforma tributária, juros e

câmbio de mercado, abertura do mercado para investimentos estrangeiros, eliminando as restrições ao livre

mercado e incentivando os modelos de privatizações, bem como a desregulamentação e desburocratização

da máquina estatal. Dentre essas medidas, pode-se afirmar que a reforma tributária foi a única a não ser

seguida.

O Período Collor (1990) a FHC (2002)

Esse período é marcado pela implementação das recomendações do Consenso de Washington. É

quando surgem as ondas de privatizações das estatais brasileiras, e, consequentemente, das agências

reguladoras, flexibilização das leis trabalhistas, maior abertura do mercado nacional para produtos, capitais

e serviços internacionais, além de uma redução de investimentos em setores sociais. Tudo conforme o

manual de instruções neoliberal. O rápido processo de privatização a que alguns setores estratégicos foram

expostos, como o sistema de transportes, energia e mineração, geraram críticas. Os recursos captados com

o processo de privatização, que deveriam servir para diminuir a dívida pública, foram rapidamente minados,

pois a política de juros altos, para conter a inflação e atrair os investimentos externos, elevou o valor da

dívida para níveis superiores àqueles arrecadados com a venda do patrimônio público.

Desconcentração Espacial das Indústrias

O Estado é mínimo, mas se faz presente. Essa frase representa bem o processo de desconcentração

espacial das indústrias, o qual sofreu um efeito catalisador com a chamada Guerra Fiscal. Uma vez que o

governo federal não é mais o agente nesse processo, os estados passam a disputar o interesse das

empresas privadas e, principalmente, das transnacionais, quanto ao local da instalação de seus parques e

centros produtivos. Assim, os governos estaduais oferecem incentivos e mesmo renúncias fiscais, no intuito

de hospedar os empreendimentos, além do fornecimento de terrenos em posições estratégicas e da

formação dos polos industriais ou tecnopolos. Gradativamente, pode-se observar uma migração das

grandes companhias em direção às chamadas Cidades Médias, devido à evolução das técnicas e dos meios

de transporte e comunicação, junto com a necessidade de uma mão de obra mais barata e pouco

sindicalizada. A tendência é a formação de regiões especializadas em setores produtivos específicos, como

o automobilístico, o industrial de base, entre muitos outros.

BRICS

Imediatamente após o fim da Guerra Fria, os Estados Unidos se tornam a única potência econômica,

militar e tecnológica. Com o tempo, apenas sua hegemonia militar se mantém, uma vez que outros países o

alcançaram econômica e tecnologicamente, constituindo, assim, uma multipolaridade econômica, embora

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desequilibrada, em razão da superioridade do poder militar norte-americano frente a outros países. Apenas

a China está investindo no setor militar de forma a alcançar os Estados Unidos, nos próximos anos. É nesse

contexto que o acrônimo BRIC, criado em 2001 pelo economista inglês Jim O’Neill, faz sentido. Todos esses

países seguiram alguns pontos da cartilha do Consenso de Washington, mesmo que uns de forma mais

prudente e gradativa que outros, como China e Índia, ao contrário do Brasil, o qual realizou essa transição de

forma rápida. O termo corresponde aos quatro países Brasil, Rússia, Índia e China. A partir de 2011, quando

a África do Sul (South Africa) ingressou nesse acordo inter-regional, houve o acréscimo do “S” maiúsculo ao

final da sigla, compondo o termo BRICS. O grupo, embora realize encontros anuais, ainda não forma um bloco

econômico. A crescente influência desse grupo de economias emergentes apresenta novas tensões,

principalmente no caso dos recursos naturais, uma vez que tanto os países industrializados mais ricos

quanto os países membros do grupo necessitam competir por recursos naturais do planeta para sustentar

seu crescimento, o que ajuda a explicar, inclusive, o comportamento da China ao se alinhar com a África do

Sul e Brasil, principalmente quanto à fonte de matéria-prima, enquanto seus acordos com a Rússia, nesse

sentido, só avançaram em 2014, com a crise da Criméia, que afastou o Kremlin do oeste europeu e o

aproximou do leste asiático.

Quer assirtir um vídeozinho sobre o assunto? Só clicar aqui!

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Geografia

Exercícios

1. A questão está relacionada ao gráfico e ao texto apresentados.

Disponível em:

http://www.mme.gov.br/sgm/galerias/arquivos/plano_duo_decenal/estudos_economia_setor_mineral/P01_RT03_Perspectiva

s_de_evoluxo_das_trocas_setoriais_entre_as_economias_brasileira_e_mundial_a_ mxdio_e_longo_prazos.pdf

Desde 2007, os produtos básicos sinalizam uma estabilização no quantum importado, apresentando

pequena variação entre as quantidades máxima e mínima em cada ano. Por sua vez, os produtos

semimanufaturados, após período de estabilidade, começam a mostrar tendência de crescimento.

Enquanto isso, as quantidades importadas de produtos manufaturados tiveram crescimento contínuo

e foram fortemente aceleradas nos dois últimos anos, impulsionadas pela demanda doméstica e pela

forte valorização do real. Disponível em:http://www.aeb.org.br/userfiles/file/AEB%20%20Radiografia%20Com%C3%A9rcio%20Exterior%20Brasil.pdf.

Adaptado

A leitura das características do comércio internacional do Brasil em dois momentos (1995 e 2007)

permite concluir que:

a) somente uma maior nacionalização da economia permitirá ao Brasil superar o atraso tecnológico,

que o torna dependente da importação de produtos industrializados.

b) mesmo com os esforços desenvolvimentistas do Estado, o Brasil conserva sua vocação agrícola,

já que a exportação de commodities é suficiente para custear a importação de produtos

industrializados.

c) embora o Brasil se equipare em termos de competitividade com outros países industrializados, o

forte crescimento do mercado interno exige a importação de manufaturados.

d) apesar da posição do Brasil na Nova Divisão Internacional do Trabalho, o país ainda mantém a

dependência na importação de produtos de alto valor agregado.

e) o fato de as atividades industriais manterem-se fortemente concentradas explica a baixa

produção e a necessidade de importação de bens manufaturados.

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2. O Fundo Monetário Internacional (FMI) manteve a projeção de crescimento do Brasil em 2013, mas

reduziu a de 2014. Se o crescimento de 2,5% se confirmar em 2014, esse será a menor alta entre os

emergentes. Apesar de a projeção ter sido cortada, a Índia deve crescer 5,1% em 2014 e 3,8% em 2013.

As projeções para o PIB da China também foram reduzidas, e o documento diz que o país asiático terá,

nos próximos anos, um ritmo menos intenso de crescimento do que vinha registrando. Em 2013, a

previsão de crescimento da economia baixou de 7,8% para 7,6%. No ano que vem, foi reduzida de 7,7%

para 7,3%. No caso da Rússia, o PIB deve crescer 3% em 2014 e 1,5% em 2013. O documento ainda

calcula uma alta de 2,9% da economia da África do Sul em 2014 e de 2% em 2013. Os países

emergentes, ressalta o FMI, estão registrando crescimento menor e devem contribuir menos com o

avanço do PIB mundial neste ano e nos próximos. As taxas de expansão desses mercados estão em

torno de três pontos porcentuais abaixo do que eram em 2010, com Brasil, Índia e China respondendo

por dois terços do declínio. No caso do Brasil e Índia, o relatório destaca que parte da desaceleração

se deve a uma infraestrutura insuficiente, que limita uma maior expansão da atividade, além de

questões regulatórias. Agência Estado, 8-10-2013.

De acordo com o texto, podemos afirmar que

a) os países emergentes apresentarão as menores taxas de crescimento econômico entre os países

industrializados.

b) o grupo dos BRICs terá uma expansão econômica, mesmo que em menor nível que o previsto,

mas ajudará o crescimento da economia mundial.

c) a China será o país com o menor crescimento da Ásia, uma vez que o Japão e a Índia estão entre

os maiores PIBs do mundo.

d) a infraestrutura é a principal responsável pela crise econômica vivenciada pelos países do bloco

dos BRICS.

e) Os BRICS, mesmo apresentando crescimento menor, irão liderar a economia mundial nos

próximos anos.

3. Em um passado muito próximo, mais precisamente na década de 90, assistimos, no Brasil e em outros

países subdesenvolvidos, à aplicação de uma prática que nasceu na Inglaterra e nos Estados Unidos,

mais precisamente nos governos dos presidentes Margarete Thatcher e Bush. Baseava-se na política

de que tudo que é público não presta ou dá prejuízo. Assim, a saída para o problema eram as

privatizações e as restrições às políticas sociais e trabalhistas. Atualmente, em nosso país, devido às

mudanças políticas em nível de governo federal, estamos assistindo a uma tentativa de retomada

dessa política denominada

a) reformista.

b) neoliberal.

c) marxista.

d) globalizante.

e) mundializante

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4. O fundamento da nova ordem econômica é a liberdade dos indivíduos. Mas o que se vê é sua

destruição: a violência do desemprego, a precariedade da sobrevivência física, o medo da insegurança:

o homem passou a temer o futuro. O reinado do mercado implica o reinado do consumidor, o

substituto comercial (despolitizado) do cidadão: o bem público é o bem privado, a coisa pública é a

coisa privada. Dizem que as fronteiras entre Estados já não funcionam, mas os trabalhadores não têm

livre trânsito. Ao livre fluxo de mercadorias (no sentido Norte-Sul) e do capital não corresponde o livre-

trânsito de homens; a mão-de-obra farta das antigas colônias e os conflitos religiosos, estimulados,

alimentam na Europa e em todo o mundo políticas migratórias racistas e discriminatórias. Importam-

se empresas e mercadorias; exportam-se empregos e territórios. E, em nome do mercado e da

liberdade, do livre-câmbio e do neoliberalismo, temos o monopólio absoluto ou mais perfeito (e não

estamos em face de uma contradição em termos):

O monopólio estatal pelo Estado único.

O monopólio da economia.

O monopólio do mercado.

O monopólio dos valores.

O monopólio da informação e, finalmente, o monopólio da violência e da guerra. (Roberto Amaral, Civilização e barbárie. Texto editado)

No Brasil, as ideias relacionadas à “nova ordem econômica”, ao “reinado do mercado” e à “exportação

de empregos”, às quais o autor do texto se refere, caracterizaram “Planos Econômicos” nos governos

dos presidentes

a) Fernando Collor e de Fernando Henrique Cardoso.

b) Juscelino Kubitschek e Luiz Inácio Lula da Silva.

c) João Batista Figueiredo e Jânio Quadros.

d) João Goulart e Fernando Collor.

e) José Sarney e Itamar Franco

5. Entre 2000 e 2014, o crescimento médio da América Latina foi de 3,3%. O Brasil, representando cerca

de 38% do Produto Interno Bruto - PIB - da região em 2014, teve o mesmo crescimento médio.

Observando as taxas de crescimento desde o início dos anos 2000, após baixo crescimento no início

do período, houve anos de crescimento relativamente alto [...]. Disponível em: IBGE. Síntese dos indicadores sociais. Uma análise das condições de vida da população brasileira.

Rio de Janeiro. 2015. p. 80.

Quando há condição de crescimento econômico dos países, geralmente, também há variação dos

índices econômicos e sociais desses países. Considerando o trecho do documento do IBGE, acima,

pode-se concluir acertadamente que entre os anos 2000 e 2014

a) a economia de alguns países da América Latina cresceu, mas no Brasil houve um significativo

aumento do desemprego.

b) a desigualdade de rendimentos mostrou queda com diminuição do índice de Gini.

c) ocorreu um processo de desindustrialização no Brasil, com o fechamento de indústrias e fábricas.

d) a instabilidade política e as oscilações da economia global levaram o Brasil a uma das maiores

recessões de sua história.

e) a recessão econômica possibilitou a melhor distribuição de renda devido a necessidade de

incentivo ao mercado consumidor.

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Geografia

6. “O processo de privatização das indústrias de base, setor de distribuição de energia e de outros

setores que praticamente sempre foram controlados pelo Estado brasileiro, foi um fato marcante na

década de 1990.”

Sobre esse assunto, é possível afirmar que:

a) As privatizações ocorridas nesse período foram decorrentes da aplicação de uma política

econômica marxista, de caráter “neo-socialista”, posta em prática por setores ligados ao sistema

financeiro internacional.

b) O sistema TELEBRÁS foi a primeira empresa a ser privatizada na década referida, tendo sido

dividido em mais de 10 empresas de telefonia fixa e móvel.

c) Um dos argumentos utilizados como justificativa para as privatizações foi o de que as empresas

eram ineficientes, pouco competitivas e davam prejuízos. Assim, a venda dessas empresas

diminuiria os gastos do governo.

d) Antes de serem privatizadas as empresas estatais que não se mostravam muito rentáveis eram

gradativamente reformuladas com objetivo de aumentar a produtividade.

e) As privatizações das indústrias de base ocorreram como aplicação de uma ideologia, segundo a

qual a participação do Estado na economia tem que ser máxima, sobretudo em setores que não

apresentem déficit financeiro.

7. “Não há sociedade, só indivíduos”. Margaret Thatcher, primeira-ministra britânica

Primeira mulher a ocupar o cargo de primeiro-ministro na história da Inglaterra, de 1979 a 1990,

Thatcher recebeu do então presidente norte-americano, Ronald Reagan, o título de “o homem forte do

Reino Unido”. Indicada pelo Partido Conservador, suas decisões firmes marcaram a adoção de uma

política neoliberal e o fim do modelo, então praticado, conhecido como Welfare State.

Com relação a esse novo modelo de governo, assinale a alternativa correta.

a) Privatização de empresas estatais, em que produtos e serviços considerados estratégicos para a

soberania nacional são submetidos à lógica do mercado internacional, permitindo um aumento

dos gastos públicos em saúde e educação.

b) Retomada de uma política econômica sustentada por economistas, como Hayek e Friedman,

defendendo a absoluta liberdade econômica, mas com preocupações voltadas para a distribuição

da riqueza nacional.

c) Possibilidade de que países em desenvolvimento melhorassem seus quadros sociais, com o

aumento de empregos para a classe trabalhadora, graças à atuação de empresas transnacionais

em diversos setores.

d) Corte de gastos no setor social, aumento do desemprego, endurecimento nas negociações com

os sindicatos, elevação das taxas de juros e fim da intervenção estatal, dando total liberdade aos

setores financeiro e econômico.

e) Nova diretriz de governo adotada por Thatcher, na Inglaterra, não foi implementada pelos líderes

de outras nações, que criticavam as desigualdades sociais geradas pela adoção desse modelo

econômico.

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Geografia

8. O neoliberalismo dos tempos atuais é tanto uma política econômica voltada para a consolidação do

"Estado mínimo", quanto um programa ideológico que prega a adesão de todos a seus princípios.

Estes dois aspectos do neoliberalismo convergem para:

a) a mundialização do padrão fordista de produção industrial;

b) a reemergência do Estado do Bem-Estar Social, em escala planetária;

c) o surgimento do fenômeno da globalização;

d) as metamorfoses do trabalho, mediante sua precarização, flexibilização e descentralização;

e) a hegemonia britânica inaugurada pelo governo Thatcher.

9. Nos últimos anos, o Brasil experimentou um amplo processo de privatização da economia. Sobre esse

processo é correto afirmar que:

a) constituiu uma resposta do Estado brasileiro à necessidade de se tornar mais ágil nas questões

que lhe competem e, também, às pressões keynesianas, que não acompanham a tendência

internacionalmente imposta.

b) diminuiu o índice de desemprego no país pelo fechamento de postos de trabalho, uma das

exigências do capital privado para se tornar competitivo em nível mundial.

c) fortaleceu a presença do Estado brasileiro dentro das fronteiras políticas nacionais em relação

tanto ao capital especulativo quanto ao produtivo, que interferem na economia do país.

d) contribuiu para uma expressiva diminuição da participação do capital estrangeiro na economia

brasileira, no setor produtivo e naqueles de prestação de serviços, anteriormente considerados

monopólio do Estado.

e) fortaleceu os laços político-econômicos em detrimento dos interesses da sociedade, tais como,

investimentos nos setores essenciais como educação e saúde.

10. O governo do presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) buscou dar continuidade à

estabilização econômica iniciada com o Plano Real (1994), baseada na redução do déficit público por

meio da reforma constitucional visando reduzir a participação do Estado na economia, e de um

programa de privatização das estatais, sobretudo no setor de telecomunicações, energia e siderurgia.

Tais medidas tiveram como consequência:

a) a desvalorização da moeda nacional devido às privatizações e a consequente inflação que afetou

diretamente a população mais pobre, acentuando as desigualdades sociais que colocaram o país

com uma das concentrações de renda mais acentuada do mundo.

b) o controle da inflação e a redução da concentração de renda, contudo a concorrência dos

produtos internacionais acabou gerando um grande número de falências de empresas nacionais,

além do desemprego, principalmente no setor industrial.

c) o aumento da capacidade de investimento do país em grandes projetos de infraestrutura como

as usinas hidrelétricas de Itaipu e Tucuruí, além de renovar a malha rodoviária brasileira por meio

de obras de duplicação das principais vias.

d) a depreciação do valor de mercado das empresas de telefonia, energia e siderurgia que

precarizaram seus serviços e perderam a competitividade quando comparadas aos seus antigos

modelos estatais.

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e) a maior eficiência no setor de serviços essenciais à indústria, como rodovias, energia elétrica,

telefonia móvel e internet, elevando o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 10% ao ano

entre 1997 e 2002, sendo este período conhecido como "o espetáculo do crescimento1’.

Questão contexto

A partir da charge discorra sobre o neoliberalismo apontando em sua resposta a relação existente entre as

crises e as privatizações.

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Gabarito

1. D

Na relação comercial externa, o Brasil é um importante exportador e importador, que apesar de ter

alcançado a posição de país emergente ainda é muito dependente de produtos industrializados, em

especial os manufaturados, por não deter tecnologia nacional em grande escala.

2. B

O texto aponta uma queda do desenvolvimento econômico previsto para os países que compõem o

BRICS entre 2013 e 2014. Dentre as causas deste declínio pode-se citar as altas taxas de investimento

dos governos, a produção voltada para atender o mercado externo, questões políticas e outras. Mas a

desaceleração do crescimento não significa que este grupo de países deixa de ser importante e

contribuir para a economia mundial.

3. B

O neoliberalismo consiste na redução da intervenção do Estado na economia com maior ênfase para a

iniciativa privada. Entre as medidas mais frequentes, a privatização das empresas estatais, menor

protecionismo maior abertura da economia para o comércio exterior e flexibilização da legislação

trabalhista.

4. A

O texto aponta características do modelo neoliberal que marcou os governos de Collor e FHC no Brasil,

ambos ocorridos nos anos iniciais da Globalização (Nova Ordem Mundial). Cabe destacar que nestes

governos a economia e o mercado passam a ser privilegiados frente às outras demandas, como a social,

que com a privatização de algumas empresas acabou sendo um problema devido à falta de empregos.

5. B

Na década de 2000, países da América Latina como o Brasil tiveram um crescimento do PIB maior que

a medida da década anterior. O aumento dos preços das commodities está entre uma das causas

principais. Assim, o crescimento econômico do país, com a queda do desemprego, a valorização real dos

salários, a adoção de programas sociais e o crescimento da classe média, reduziu a desigualdade de

renda, melhorando a posição do país no índice de Gini (mais próximo de zero, melhor).

6. C

A lógica neoliberal surgiu fazendo um contraponto a lógica keynesiana que a precedeu, dessa forma,

visava uma menor intervenção do Estado na economia tendo por objetivo uma maior liberdade de ação

empresarial, além disso visava a redução dos gastos públicos no setor de infraestruturas e outros que

contribuíram para que muitas empresas estatais fossem privatizadas.

7. D

Pode-se afirmar que o neoliberalismo tem dois, lados, um positivo, para o setor econômico e empresarial,

e outro negativo, para o setor social e para os trabalhadores, estes últimos que sofrem impactos

relacionados principalmente à flexibilidade do trabalho e dos direitos trabalhistas.

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8. D

O neoliberalismo possui estreita ligação com as transformações que a esfera do trabalho tem passados

nos últimos anos, a qual tem passado por profundas transformações que desfavorecem o trabalhador e

favorece a iniciativa privada.

9. E

Na lógica neoliberal os interesses particulares são postos acima dos interesses coletivos, tais como o

investimento nos setores de educação e saúde, visando uma maior rentabilidade e expansão econômica.

10. B

O governo manteve o objetivo de controle da hiperinflação a partir do saneamento de contas públicas e

da abertura da econômica, que por sua vez gerou estabilização da economia e atração de investimentos

estrangeiro diretos e indiretos, que se manifestaram na perda de competitividade da indústria brasileira.

Questão Contexto

O neoliberalismo surge na década de 1970, mas é adotado no Brasil a partir da década de 1990, após um

período de estagnação e grande endividamento do país. Essa doutrina econômica e política que retoma os

fundamentos do liberalismo teve como alguns de seus principais expoentes Milton Friedman e F. Von Hayec

e como um de seus argumentos a ideia de que as crises econômicas são causadas devido à intervenção do

Estado e acabam, em alguns casos, se desdobrando em uma crise política, e portanto, dentre as soluções,

encontram-se as privatizações como forma de reduzir os gastos públicos e apresentar para a sociedade os

direitos como privilégios, visto que passam a ser custeados individualmente. Cabe ressaltar que para que

essa liberdade econômica exista muitas vezes a liberdade política da sociedade é restrita através do aparato

estatal.

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Amazônia: exploração e ocupação Quer ver esse material pelo Dex? Clique aqui.

Resumo

A floresta amazônica é considerada a maior floresta tropical do mundo (ocupa uma área de 7 milhões

de km2) e é conhecida por concentrar enorme biodiversidade (banco biogenético). Além disso, ela faz parte

do bioma Amazônia, o maior entre os seis biomas brasileiros. Ela corresponde a mais da metade das

florestas tropicais que ainda existem no mundo. Por isso, a sua conservação é tão debatida

internacionalmente, devido à sua dimensão e importância ecológica.

Localização

A floresta amazônica localiza-se ao norte da América do Sul e abrange os estados do Amazonas, Acre,

Amapá, Rondônia, Pará e Roraima, além de, em menores proporções, os países: Peru, Colômbia, Venezuela,

Equador, Bolívia, Guiana, Suriname e Guiana Francesa.

Clima

Por estar localizada próxima à linha do Equador, a floresta amazônica apresenta clima equatorial.

Sendo assim, é marcada por elevadas temperaturas e umidade do ar (elevadas taxas de evapotranspiração).

Solo

Os solos mais férteis da Amazônia são encontrados principalmente ao longo das várzeas, ou seja,

áreas das margens dos principais rios. Isso ocorre porque essas áreas são constantemente inundadas, na

época das cheias, pelas águas ricas em nutrientes que descem das encostas da cordilheira dos Andes.

Porém, os demais solos amazônicos são, na maior parte, são pobres em nutrientes, apresentando

apenas uma fina camada superficial de matéria orgânica em decomposição (húmus). O húmus é produzido

pela própria floresta, e promove uma espécie de reciclagem ao se decompor, o que leva à autos sustentação

desse ambiente.

Flora

A floresta amazônica é uma floresta tropical densa, formada por árvores de grande porte.

A vegetação pode ser dividida em:

• Mata de várzea: Localizada em áreas baixas, sofre inundações periódicas, conforme as cheias dos

rios. Os solos da várzea são extremamente férteis devido aos sedimentos depositados pelas águas

dos rios. Algumas espécies da várzea são: andiroba, jatobá, seringueira e samaúma.

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• Mata de igapó: Localizada em áreas ainda mais baixas sofre inundação permanente, por esse motivo

encontra-se sempre alagada. Para sobreviver a essa condição, as plantas apresentam estratégias e

adaptações diferenciadas. Exemplos de espécies do igapó são: vitórias-régias, buritis, orquídeas e

bromélias.

• Mata de terra firme: Encontrada na maior parte da floresta amazônica, não sofre inundações por

localizar-se em áreas mais altas. A vegetação encontrada é de maior porte, como a castanheira.

A Amazônia Legal

A Amazônia Legal é uma divisão política estabelecida em 27 de outubro de 1966, pelo art. 2 da Lei

federal 5.173. Abrange, em sua totalidade, toda a bacia hidrográfica do rio Amazonas em território nacional,

além de outras bacias, como a do rio Tocantins, ou as bacias Costeiras do Norte, no Amapá. O importante a

ser destacado é o englobamento, em sua totalidade, dos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia,

Roraima, Tocantins, Mato Grosso, parte do estado do Maranhão e alguns municípios de Goiás.

Nesse sentido, essa divisão política, além de estar em crescente processo de diferenciação, apresenta

uma grande diversidade natural, social, econômica, tecnológica e cultural, argumento que contraria e muito

a imagem difundida de um espaço homogêneo. Nesses limites, encontramos diferentes tipos de vegetação,

como, por exemplo, floresta ombrófila densa, floresta ombrófila aberta, floresta estacional decidual, floresta

estacional semidecidual, vegetação de Savana (mais conhecida pelo nome Cerrado), campinarama e outros

tipos bem particulares. A questão principal é compreender o caráter heterogêneo que tal limite engloba,

necessitando, portanto, de políticas específicas.

Limites da região Norte do Brasil, da Amazônia Legal e da Amazônia Internacional.

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Geografia

As Fronteiras e a Segurança do Território Amazônico

O lema “Integrar para não Entregar” é a frase que caracteriza diversos programas criados na segunda

metade do século XX para a Amazônia. A própria divisão política da Amazônia Legal foi criada nesse período,

junto com diversas outras ações econômicas e políticas, das quais podemos destacar, na área militar:

• Sistema de Vigilância da Amazônia (SIVAM): Projeto militar de monitoramento, por satélite e radares

de solo, dos limites da Amazônia Legal, principalmente daqueles que fazem fronteira com outros

países, no intuito de preservar a soberania nacional e afastar os anseios de uma Amazônia global.

• Projeto Calha Norte: Programa de desenvolvimento e defesa, criado no governo de José Sarney, em

1985, objetivando o povoamento das fronteiras, através da criação de uma infraestrutura ao norte

dos rios Amazonas e Solimões. O projeto garantiria uma ocupação civil e militar dessas fronteiras,

dificultando invasões terrestres; todavia, as Forças Armadas acabaram executando a maior parte do

programa, instalando diversas bases militares na região.

A Integração da Amazônia sob a Ótica Econômica

• Zona Franca de Manaus: É um modelo de desenvolvimento econômico implantado pelo governo

militar brasileiro, em 1967. É um projeto que, através de benefícios fiscais, como isenção de impostos

e relações trabalhistas mais flexíveis, buscava estimular a atração das indústrias para a região e,

assim, incentivar uma maior ocupação pelo atrativo da mão de obra. Entretanto, o projeto concentrou

sua ocupação na área da cidade de Manaus e atraiu indústrias montadoras que não agregam na

produção e desenvolvimento de tecnologias, de formar a concentrar suas especialidades apenas na

linha de montagem, importando os componentes principais. Destacam-se os setores de

eletroeletrônicos e bens de informática, que, em 2014, corresponderam a mais de 50% do

faturamento do Polo Industrial de Manaus.

• Projeto Grande Carajás: A Serra dos Carajás está localizada no sudeste do Pará. Faz parte da

Província Mineral de Carajás, que possui reservas, principalmente, de minério de ferro de alto teor,

embora existam outras jazidas minerais, como cobre, zinco, ouro, manganês. A primeira jazida foi

descoberta na década de 1960, e as obras do projeto foram iniciadas pela então estatal Companhia

Vale do Rio Doce, em 1978. O transporte do minério é feito através da ferrovia Estrada de Ferro

Carajás (EFC) até o porto de São Luís, no Maranhão, ambos construídos e pensados especificamente

para esse projeto.

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Geografia

Amazônia: Fronteira do Capital e Fronteira Agrícola

Por fronteira, entende-se um limite que distingue duas realidades diferentes. Assim, fronteira agrícola

representa uma área, mais ou menos definida, de expansão sobre outra área diferente. No passado, a

fronteira já esteve no litoral, com a cana-de-açúcar, posteriormente, com o café, no Rio de Janeiro, Minas e

São Paulo. Porém, nas décadas de 1960 e 1970, observa-se a expansão da fronteira agrícola no sentido

sul/centro-oeste, sobre o Cerrado, através da soja.

Considerado um grão típico de climas mais frios, a soja obteve sucesso no centro-oeste brasileiro, de

clima quente e seco, devido aos grandes investimentos em pesquisa realizados pela Embrapa, tanto no grão

(transgênico) quanto no preparo do solo através da calagem, ação que elimina a acidez do solo e

disponibiliza suprimentos de cálcio e magnésio necessários ao plantio. Hoje, é possível perceber que tal

avanço resultou em uma enorme degradação do Cerrado brasileiro. O contínuo prosseguimento dessa

fronteira no sentido norte, alcançando o bioma amazônico, acaba gerando uma enorme preocupação sobre

os possíveis impactos.

Neste sentido, o governo brasileiro implantou algumas medidas para controlar o avanço da fronteira,

proibindo o plantio de soja em solos de floresta. A pecuária extensiva, que não possui as mesmas restrições,

acabou servindo aos propósitos da expansão, agindo como frente pioneira, desmatando as novas áreas de

ocupação, que, posteriormente, cederão lugar à soja, uma vez que não constituem mais solo de floresta. A

expansão/intensificação da agropecuária acaba determinando, em grande parte, a dinâmica econômica e

demográfica desta imensa região, podendo implicar em diferentes tipos de impactos, já observados na

expansão da fronteira agrícola sobre a Mata Atlântica e sobre o Cerrado.

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Geografia

Exercícios

1. Dentre os grandes projetos que objetivaram a integração da Amazônia, destaca-se o que visava à

ocupação efetiva das áreas fronteiriças, ao desenvolvimento de infraestrutura e valorização

econômica e à demarcação de terras indígenas. A descrição diz respeito ao Projeto

a) Calha Norte.

b) Jari.

c) Trombetas.

d) Carajás.

e) Tucuruí.

2. Segundo o Greenpeace, hoje, o desmatamento da Amazônia chega a 16% dos 4 milhões de km2 da

área total coberta por florestas. O processo de desflorestamento em grande escala iniciou-se entre o

final dos anos 60 e o início dos anos 70, período em que se instituiu a política “Integrar para não

Entregar”, em que se desenvolveram projetos sem um adequado estudo do potencial socioeconômico

do país. Um dos objetivos propostos para a integração da Amazônia era:

a) transformar esse espaço geográfico na Nova Fronteira Agrícola do país, incentivando o cultivo de

cereais para a autossuficiência nacional.

b) desviar o eixo de migração interna, que até então se orientava para os grandes centros urbanos,

construindo rodovias intra e inter-regionais.

c) explorar o grande potencial hidráulico da região, para abastecer as diversas áreas metropolitanas

do Norte e Centro-Oeste do país.

d) regularizar a estrutura fundiária da região, para que os novos assentamentos passassem a adotar

o conceito de desenvolvimento agroecológico.

e) estimular as atividades extrativas vegetais, que, na época, apresentavam alto valor econômico,

para aumentar o superávit da balança comercial.

3. A moderna “conquista da Amazônia” inverteu o eixo geográfico da colonização da região. Desde a época colonial até meados do século XIX, as correntes principais de população movimentaram-se no sentido Leste-Oeste, estabelecendo uma ocupação linear articulada. Nas últimas décadas, os fluxos migratórios passaram a se verificar no sentido Sul-Norte, conectando o Centro-Sul à Amazônia.

OLIC, N. B. Ocupação da Amazônia, uma epopeia inacabada. Jornal Mundo, ano 16, n. 4, ago. 2008 (adaptado).

O primeiro eixo geográfico de ocupação das terras amazônicas demonstra um padrão relacionado à

criação de:

a) núcleos urbanos em áreas litorâneas.

b) centros agrícolas modernos no interior.

c) vias férreas entre espaços de mineração.

d) faixas de povoamento ao longo das estradas.

e) povoados interligados próximos a grandes rios.

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Geografia

4. No mês de maio de 2011, desabaram sobre a sociedade brasileira cenas de uma dupla violência: a

violência contra a terra, com a aprovação do Código Florestal na Câmara dos Deputados, e a violência

contra a pessoa humana, com os assassinatos dos líderes camponeses Maria do Espírito Santo da

Silva e José Cláudio Ribeiro da Silva, que se opunham ao desmatamento na Amazônia. Artigo de Dom Tomás Balduíno publicado no portal Santa Catarina 24 horas, no dia 6/9/11, adaptado. Disponível em:

http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=79182

O campo brasileiro está, historicamente, marcado por conflitos que envolvem interesses opostos dos

diversos atores sociais. Os recentes fatos apresentados estão relacionados ao/à(s)

a) oposição entre ambientalistas que aprovam o Código Florestal e ruralistas que exigem ampliação

das áreas para produção.

b) ações que resultam em desmatamento e concentração fundiária, de um lado, e à defesa da floresta

e da posse da terra pelos trabalhadores rurais, de outro.

c) ampliação da área de reserva legal defendida pelo agronegócio na Amazônia, em detrimento das

áreas agrícolas destinadas ao pequeno agricultor.

d) expansão das áreas de preservação permanente (APP) nas margens dos rios, que favorecerá as

comunidades extrativistas.

e) embate entre os trabalhadores rurais sem-terra que defendem o Código Florestal e os

latifundiários que veem a reserva legal como obstáculo.

5. Observe os mapas a seguir:

O dois mapas apresentam, respectivamente, áreas indígenas e unidades de conservação. A respeito

da territorialidade dos povos indígenas e das políticas ambientais, no que diz respeito às unidades de

conservação na produção do espaço amapaense, é correto afirmar que

a) estão preservadas e livres do desmatamento e da degradação ambiental.

b) atraem turistas de todo o mundo, sendo o principal ramo da atividade econômica do estado.

c) reverteram a tendência da desagregação dos povos indígenas e a degradação dos ecossistemas

amapaenses.

d) estão a salvo da ação das mineradoras e madeireiras devido à atual legislação e a ação dos

órgãos fiscalizadores.

e) representam mais de 60% do território amapaense. Porém, as políticas públicas implementadas

nestas áreas são insuficientes para conservação e preservação.

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Geografia

6. Calcula-se que 78% do desmatamento na Amazônia tenha sido motivada pela pecuária – cerca de

35% do rebanho nacional está na região – e que pelo menos 50 milhões de hectares de pastos são

pouco produtivos. Enquanto o custo médio para aumentar a produtividade de 1 hectare de pastagem

é de 2 mil reais, o custo para derrubar igual área de floresta é estimado em 800 reais, o que estimula

novos desmatamentos. Adicionalmente, madeireiras retiram as árvores de valor comercial que foram

abatidas para a criação de pastagens. Os pecuaristas sabem que problemas ambientais como esses

podem provocar restrições à pecuária nessas áreas, a exemplo do que ocorreu em 2006 com o plantio

da soja, o qual, posteriormente, foi proibido em áreas de floresta. Época, 3/3/2008 e 9/6/2008 (com adaptações).

A partir da situação-problema descrita, conclui-se que

a) o desmatamento na Amazônia decorre principalmente da exploração ilegal de árvores de valor

comercial.

b) um dos problemas que os pecuaristas vêm enfrentando na Amazônia é a proibição do plantio de

soja.

c) a mobilização de máquinas e de força humana torna o desmatamento mais caro que o aumento

da produtividade de pastagens.

d) o superávit comercial decorrente da exportação de carne produzida na Amazônia compensa a

possível degradação ambiental.

e) a recuperação de áreas desmatadas e o aumento de produtividade das pastagens podem

contribuir para a redução do desmatamento na Amazônia.

7. O desmatamento atual na Amazônia cresceu em relação a 2015. Metade da área devastada fica no

estado do Pará, atingindo áreas privadas ou de posse, sendo ainda registrados focos em unidades de

conservação, assentamentos de reforma agrária e terras indígenas. Imazon. Boletim do desmatamento da Amazônia Legal, 2016. Adaptado.

Tal situação coloca em risco o compromisso firmado pelo Brasil na 21ª Conferência das Nações

Unidas sobre Mudança Climática (COP 21), ocorrida em 2015. O desmatamento na Amazônia tem

raízes históricas ligadas a processos que ocorrem desde 1970. Com base nos dados e em seus

conhecimentos, é correto afirmar que:

a) O desmatamento, apesar de atingir áreas de unidades de conservação, que incluem florestas,

parques nacionais e terras indígenas, viabiliza a ampliação do número de assentamentos da

reforma agrária.

b) As grandes obras privadas implantadas na Amazônia valorizam as terras, atraindo enorme

contingente populacional, que por sua vez origina regiões metropolitanas que degradam a

floresta.

c) A grilagem de terras em regiões de grandes projetos de infraestrutura, a extração ilegal de

madeira e a construção de rodovias estão entre as causas do desmatamento na Amazônia.

d) A extração ilegal de madeira na Amazônia vem sendo monitorada por países estrangeiros devido

às exigências na COP 21, pois eles são os maiores beneficiários dos acordos da Conferência.

e) Os grandes projetos de infraestrutura causam degradação da floresta amazônica, com

intensidade moderada e temporária, auxiliando a regularização fundiária

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8. O texto permite abordar aspectos fundamentais da atividade agrícola na Amazônia. "Nas últimas quatro décadas, a demanda alimentar mundial quase triplicou, devido ao crescimento

populacional e ao crescente enriquecimento. Essa demanda deslocou os agricultores para terrenos

montanhosos e muitas vezes florestais. Sem o tempo necessário para construir os terraços

tradicionais, os fazendeiros desmatam e aram terras íngremes, sabendo que elas terão de ser

abandonadas em uma ou duas décadas devido à erosão. Da mesma forma, agricultores desesperados

entram pelas florestas tropicais, como as da Amazônia, limpam a terra e a abandonam três ou cinco

anos depois, quando as plantações esgotam o solo." (L. Brown) Fonte: PORRITT, J. Salve a Terra, 1991, p. 64.

Assinale a alternativa que contém esses aspectos.

a) Perda de terras agricultáveis, diminuição da fertilidade dos solos e expansão da fronteira agrícola.

b) Perda de terras agricultáveis, desmatamento e criação intensiva de gado bovino.

c) Diminuição da fertilidade dos solos, desmatamento e implantação de canais de drenagem.

d) Desmatamento, expansão da fronteira agrícola e implantação de técnicas de irrigação.

e) Perda de terras agricultáveis, poluição da água subterrânea e desmatamento.

9. Na Amazônia, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), nos últimos quinze anos

foram desmatados 243.393 km2, o que representa 5% da área total da Amazônia Legal. Observe os

três quadros, que representam três etapas do processo de ocupação da Amazônia. (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia – Ipam, adaptado.)

Assinale a alternativa que contém a sucessão correta destas etapas.

a) Exploração de madeira, pastagem e lavoura.

b) Pastagem, silvicultura e lavoura.

c) Lavoura, pastagem e reflorestamento.

d) Reflorestamento, pastagem e lavoura.

e) Exploração de madeira, lavoura e pastagem.

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10. A Floresta Amazônica, com toda a sua imensidão, não vai estar aí para sempre. Foi preciso alcançar

toda essa taxa de desmatamento de quase 20 mil quilômetros quadrados ao ano, na última década

do século XX, para que uma pequena parcela de brasileiros se desse conta de que o maior patrimônio

natural do país está sendo torrado. AB’SABER, A. Amazônia: do discurso à práxis. São Paulo: EdUSP, 1996.

Um processo econômico que tem contribuído na atualidade para acelerar o problema ambiental

descrito é:

a) Expansão do Projeto Grande Carajás, com incentivos à chegada de novas empresas mineradoras.

b) Difusão do cultivo da soja com a implantação de monoculturas mecanizadas.

c) Construção da rodovia Transamazônica, com o objetivo de interligar a região Norte ao restante

do país.

d) Criação de áreas extrativistas do látex das seringueiras para os chamados povos da floresta.

e) Ampliação do polo industrial da Zona Franca de Manaus, visando atrair empresas nacionais e

estrangeiras.

Questão contexto

Após analisar o mapa que apresenta a composição do arquipélago econômico brasileiro, relacione a

exploração dos recursos extrativistas existentes na Amazônia, como o látex, com os conflitos de posse

de terra na região, destacando a questão da organização do território brasileiro.

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Gabarito

1. A

A questão refere-se ao projeto Calha Norte que foi criado em 1985 pelo Governo Federal e foi posto em prática pelos militares com o objetivo principal proteger as fronteiras nacionais através da ocupação e desenvolvimento da região amazônica, além da implementação de infraestruturas como rodovias, escolas, hospitais e outros.

2. B

Um dos objetivos principais dos projetos desenvolvidos na Amazônia era diminuir o fluxo migratório intraregional das pequenas cidades para os grandes centros, o que dificultava a ocupação da região como um todo. Para isso houve o estímulo à criação de rodovias que conectassem as pequenas e grandes cidades da região e a região com as demais regiões brasileiras.

3. E

O texto fala em dois eixos de ocupação da região Amazônica, um primeiro associado à circulação e à

ocupação através e próximo aos rios, que ligava a região Nordeste e a região Norte (eixo Leste-Oeste),

e um segundo eixo mais contemporâneo no sentido Norte-Sul ligando a região Norte ao Centro-Oeste

por conta da expansão da fronteira agrícola da soja.

4. B

As notícias relatadas no texto apontam os conflitos pelo acesso à terra e pela sustentabilidade da

mesma, o primeiro associado à concentração fundiária e o segundo ao desmatamento.

5. E

Apesar de ocuparem grande parte do território do estado do Amapá, as unidades de conservação, áreas

de proteção ambiental integral ou parcial, ainda sofrem com o desmatamento, queimadas e outros

impactos devido às políticas públicas pouco eficazes.

6. E

O texto expõe quais são as principais atividades que contribuem para o desmatamento na Amazônia, e

em primeiro lugar encontra-se a atividade pecuarista. A pecuária contribui para o desmatamento a

medida em que há a necessidade de novas pastagens para o gado, é nesse contexto que ocorre grande

parte da derrubada de árvores, sendo fundamental o aumento da produtividade das pastagens e

recuperação de áreas já desmatadas para reverter este quadro.

7. C

Além da pecuária e do extrativismo mineral, a grilagem de terras, a extração ilegal de madeira e a

construção de rodovias como a Transamazônica e a Belém-Brasília são causadoras do desmatamento

da Amazônia, isto porque o desenvolvimento econômico é colocado acima da conservação do meio

ambiente.

8. A

O texto destaca a busca por terras agricultáveis e os impactos causados pela utilização inadequada

destas visando atender o mercado consumidor. Dentre as consequências disto pode-se citar a perda

de terras agricultáveis visto que as terras vão se esgotando e se tornando cada vez mais escassas, a

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diminuição da fertilidade os solos devido à monocultura que acaba retirando sempre os mesmos

nutrientes dos solos e a expansão da fronteira agrícola, ou seja, a monocultura se expandindo para

atender a demanda de consumo.

9. A

A ordem correta de como ocorre as etapas de exploração/ocupação da Amazônia é a derrubada da

vegetação para a criação de pasto para o gado e após a introdução de uma monocultura, todas estas

etapas sendo impactantes para a Floresta Amazônica (diminuição da biodiversidade, compactação do

solo, perda de fertilidade do solo...).

10. B

A expansão da fronteira agrícola da soja atualmente é um dos principais processos contribuidores do

desmatamento na Amazônia, isto porque ela é cultivada em um sistema de plantation que preconiza

grandes extensões de terra e a monocultura.

Questão Contexto

A extração do látex na região amazônica foi, entre o século XIX e o século XX, uma das principais atividades

de exploração dos recursos naturais da floresta tropical. As formas de organização do trabalho, da produção

e da comercialização do látex alteraram-se profundamente ao longo do período, sendo, todavia, repetitivos

os conflitos associados ao acesso à terra e à exploração da mão de obra. O assassinato do líder dos

seringueiros, Chico Mendes, em 1988, tornou-se um marco da permanência de condições precárias de

trabalho dos seringueiros, caracterizadas pela negligência quanto aos direitos trabalhistas e aos baixos

ganhos auferidos com esse extrativismo e da luta pelo acesso à terra frente aos mandos dos grandes

latifundiários. Neste contexto, a economia brasileira se baseava na exportação de produtos agrícolas e

extrativistas que eram desenvolvidos e explorados em diversos estados brasileiros que não tinham conexão

infraestrutural entre si mas apenas com o mercado externo.

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Geografia

Centro-oeste brasileiro

Resumo

A região do Centro Oeste inclui os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás. Para

retomarmos sua formação socioespacial, é importante relembrar que foi uma ocupação tardia em termos de

desenvolvimento urbano ou planejamento estatal. Antes de Brasília e do ideal urbano-industrial que se

instaurou no Brasil com a política de JK, que incluía os ideiais desenvolvimentistas e de integração nacional,

a Região Centro-Oeste era tido como um vazio demográfico por causa da baixa densidade. Dentre as

atividades existentes, devemos ressaltar a exploração mineral nas áreas de chapada, ricas em quartzo e

outros minérios. As áreas de chapada e o clima de Goiás é considerado semiárido, por ter um período de

seca bem grande, mas possuir chuva e umidade, também advindo da Amazônia. No Mato Grosso, é preciso

destacar o bioma do Pantanal, planície sedimentar altamente alagável. Essa diferença geomorfológica e

climática resulta em paisagens bastante diferentes na mesma região.

Disponível em: Geografia1004.wordpress. Acessado 15/08/2018 as 18:00. Cerrado do Centro-Oeste.

Disponível em: viagemturismo.abril Acessado 15/08/2018 as 18:10. Pantanal Mato Grossense.

O Centro-Oeste está inserido na divisão regional chamada Centro-Sul. O termo está relacionado a uma

divisão regional baseada no critério socioeconômico, conhecida como core área. Essa divisão não respeita

as fronteiras originalmente marcadas no mapa, incluindo as áreas mais desenvolvidas economicamente do

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Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Para remontar a formação socioespacial do Centro-Sul, é preciso lembrar a

influência sulista nessa região. O Sul do Brasil foi amplamente ocupado por migrantes europeus que viram

no litoral sul do Brasil uma oportunidade. Essa ocupação foi estimulada desde as capitanias hereditárias.

Assim as características dessa localidade como policultura, músicas, hábitos foram incorporados, tendo

como exemplo instituições como o CTG, o centro de tradição gaúcha e o Oktoberfest, festa de origem alemã

que acontece em Blumenau. O Sul tem a menor extensão territorial do Brasil, o que limitava o

desenvolvimento agrícola, apesar do frio ser propicio para o cultivo de soja. Podemos comparar o tamanho

inteiro do sul do Brasil com o tamanho de Minas Gerais. Possuindo um clima subtropical, teve tipos agrícolas

típicos de cereais como soja, trigo e cevada. Com a Revolução Verde e a modernização do campo, não

estávamos mais restritos as condições climáticas para plantio, podendo expandir a fronteira produtiva. A

modificação genética da semente da soja permitiu a expansão da fronteira da soja para o Mato Grosso do

Sul. Isso fez com que muitos Gaúchos comprassem grandes latifúndios nesse estado.

Além da expansão do domínio da soja, a política de JK e a construção de Brasília também estimularam

o crescimento do Centro-Sul. O estimulo a ocupação dessa região, em direção ao Norte, possibilitou a venda

de terras e o início do dinamismo econômico na região. Outro impacto do processo de modernização do

campo foi a crise na agricultura que aumentou a concentração fundiária e o desemprego rural. Houve então

um fluxo migratório também dos pequenos agricultores e da mão de obra excedente do campo. O programa

de desenvolvimento da Amazônia fazia parte desse projeto estimulando a migração e a ocupação da região

Centro-Oeste, acompanhando o avanço da soja para o Norte. Muitos nordestinos migravam a pé para a

região fugindo da seca e da miséria, vendo uma oportunidade de emprego na construção de Brasília. Nesse

período, grandes construtoras e empresas do setor imobiliário sulistas, como a Colonizadora Sinop S.A

construíram cidades no Mato Grosso como a Sinop, Vera, Santa Carmem e Cláudia afim de receber essa mão

de obra migrante. Essas cidades são muito voltadas para o agronegócio, possuindo comercio de tratores,

faculdades de agronomia. A estrutura urbana dessas cidades compreende a elite fundiária no centro com

esse tipo de comercio e capacitação para o campo moderno citado, e uma periferia para os trabalhadores

que prestam serviços para a cidade e para a elite. O perfil do sertanejo e do caipira muda gradativamente

para o “agroboy” como é popularmente dito, com a modernização de estruturas que fortalecem as elites e

excluem os pequenos trabalhadores. Pode-se compreender que o Centro-Oeste é a segunda região mais

urbanizada do Brasil por causa da mecanização na produção da soja e da construção dessas cidades de

iniciativa privada, direcionando a produção da mão de obra para o novo projeto de organização territorial

brasileira. O desmatamento do cerrado também foi uma consequência desse período de modo que o Centro-

Oeste começa então a ser associado ao setor agropastoril. A expansão da soja vai principalmente para a

direção Norte depois de dominar o Centro-Oeste, sendo o Mato Grosso considerado o coração do

agronegócio no Brasil. O Pantanal passa a sofrer com o impacto do gado, que não é muito típico da região

por suas características físicas e geográficas. Existiram leis que tentaram controlar a chegada da soja na

Amazônia porque apesar de ser lucrativa tem muitas perdas ambientais. Com o cerrado já muito desmatado,

foi proibido desmatar áreas de floresta para plantar soja. Assim, a pecuária vem estrategicamente abrindo

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área para posteriormente se introduzir a soja, trigo, milho e outros commodities. A agroindústria é muito

forte no noroeste do paraná e no Centro-Oeste brasileiro apesar da cidade considerada capital da

agroindústria do Brasil ser Ribeirão Preto no interior de São Paulo.

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Exercícios

1.

A partir do mapa apresentado, é possível inferir que nas últimas décadas do século XX, registraram-

se processos que resultaram em transformações na distribuição das atividades econômicas e da

população sobre o território brasileiro, com reflexos no PIB por habitante. Assim,

a) as desigualdades econômicas existentes entre regiões brasileiras desapareceram, tendo em vista

a modernização tecnológica e o crescimento vivido pelo país.

b) os novos fluxos migratórios instaurados em direção ao Norte e ao Centro-Oeste do país

prejudicaram o desenvolvimento socioeconômico dessas regiões, incapazes de atender ao

crescimento da demanda por postos de trabalho.

c) o Sudeste brasileiro deixou de ser a região com o maior PIB industrial a partir do processo de

desconcentração espacial do setor, em direção a outras regiões do país.

d) o avanço da fronteira econômica sobre os estados da região Norte e do Centro-Oeste resultou no

desenvolvimento e na introdução de novas atividades econômicas, tanto nos setores primário e

secundário, como no terciário.

e) o Nordeste tem vivido, ao contrário do restante do país, um período de retração econômica, como

consequência da falta de investimentos no setor industrial com base na moderna tecnologia.

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2. Durante as três últimas décadas, algumas regiões do Centro-Sul do Brasil mudaram do ponto de vista

da organização humana, dos espaços herdados da natureza, incorporando padrões que abafaram, por

substituição parcial, anteriores estruturas sociais e econômicas. Essas mudanças ocorreram,

principalmente, devido à implantação de infraestruturas viárias e energéticas, além da descoberta de

impensadas vocações dos solos regionais para atividades agrárias rentáveis. AB’SABER, A. N. Os domínios de natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas. São Paulo: Ateliê Editorial, 2003

(adaptado).

A transformação regional descrita está relacionada ao seguinte processo característico desse espaço

rural:

a) Expansão do mercado interno.

b) Valorização do manejo familiar.

c) Exploração de espécies nativas.

d) Modernização de métodos produtivos.

e) Incorporação de mão de obra abundante.

3. A partir da década de oitenta do século XX, programas agrícolas promoveram o desenvolvimento da

região centro-oeste do Brasil. Isso foi realizado com grande aplicação de capital e utilização de

técnicas agrícolas avançadas.

Podemos afirmar que a substituição das formações do cerrado pela agricultura mecanizada, entre

outras características,

a) foi favorecida pela grande fertilidade de suas terras planas, próprias dos chapadões.

b) aumentou a tendência natural de processos erosivos por interferências antrópicas, como a

compactação do solo.

c) desnudou extensas áreas de mares de morros, provocando assoreamento de rios, como o

Araguaia.

d) gerou poucos impactos ambientais, tendo em vista a substituição de uma cobertura vegetal por

outra.

e) eliminou as queimadas naturais e antrópicas na região com o uso de irrigação por gotejamento.

4. Em 1967, o geógrafo Pedro Pinchas Geiger elaborou uma divisão regional do Brasil, criando as regiões

geoeconômicas. A principal particularidade dessa regionalização é o fato de ela não obedecer aos

limites territoriais das unidades federativas do país, pois

a) a preocupação do elaborador eram os limites naturais do país.

b) as divisas dos estados não coincidem com as dinâmicas econômicas.

c) foi realizada a partir de dados historiográficos da ocupação populacional.

d) as divisões regionais não eram muito bem definidas na época de sua elaboração.

e) os limites dos estados impediam uma análise integral do território

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5. Os itens referem-se a uma realidade regional brasileira em dois momentos distintos. Década de 50 - agricultura de subsistência - terras férteis em poucas áreas - pecuária extensiva - pastos naturais - área sem futuro promissor

(Adap. de Atlas do Brasil/IBGE, 1959).

Década de 90 - existência de seis meses de seca, de abril a setembro - 37% do bioma já perdeu sua cobertura primitiva - uso atual: extensas áreas de soja, milho, arroz e pastagens

(Adap. de Tarifa, 1994).

Os comentários acima referem-se:

a) ao Pampa gaúcho.

b) ao Sertão nordestino.

c) à Amazônia brasileira.

d) à região do Pantanal.

e) à região do Cerrado.

6. Leia o discurso de Juscelino Kubitschek, denominado Mensagem de Anápolis, sobre a criação da

Companhia Urbanizadora da Nova Capital.

“A ideia da transferência da capital se constituiu num dos problemas mais importantes de nossa

evolução histórica, remontando à própria Inconfidência Mineira. As Constituições de 1891, 1934 e

1946 acolheram, expressamente, as aspirações gerais nesse sentido, estabelecendo de forma taxativa

que a transferência se faria para o planalto central do país, sendo que a constituição em vigor ainda

foi mais explícita do que as anteriores, formulando, inclusive, normas para a localização da futura

capital e estabelecendo o processo para a aprovação do local e início da delimitação da área

correspondente, a ser incorporada ao domínio da União.” BONAVIDES, Paulo, AMARAL, Roberto. Textos políticos da História do Brasil. 3 ed. Brasília: Senado Federal, Conselho

editorial, 2002. v. 7, p. 32.

Na mensagem de JK é claro o histórico interesse do Estado brasileiro em transferir a capital que então se localizava no Rio de Janeiro. Entre os argumentos favoráveis à transferência da capital, encontrava-se:

a) a integração nacional, estimulando a ocupação do sertão brasileiro.

b) a saída do Rio de Janeiro, devido à corrupção latente da cidade.

c) a necessidade de deixar a capital longe das ondas modernizantes que chegavam rapidamente às

regiões litorâneas.

d) a necessidade de ocupação do interior do Brasil, já que não houve movimento populacional algum

para essa região durante a história do país.

e) A existência de uma melhor e nova infraestrutura no interior do país.

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Geografia

7. Leia o trecho da música abaixo:

“Bossa nova é ser presidente

desta terra descoberta por Cabral.

Para tanto basta ser tão simplesmente:

simpático, risonho, original.

Depois desfrutar da maravilha

de ser o presidente do Brasil,

voar da Velhacap pra Brasília,

ver Alvorada e voar de volta ao Rio.

Voar, voar, voar [...]

(Juca Chaves apud Isabel Lustosa. Histórias de presidentes, 2008.)

A canção Presidente bossa-nova, escrita no final dos anos 1950, brinca com a figura do presidente

Juscelino Kubitschek. Ela pode ser interpretada como a

a) representação de um Brasil moderno, manifestado na construção da nova capital e na busca de

novos valores e formas de expressão cultural.

b) celebração dos novos meios de transporte, pois Kubitschek foi o primeiro presidente do Brasil a

utilizar aviões nos seus deslocamentos internos.

c) rejeição à transferência da capital para o Planalto Central, pois o Rio de Janeiro continuava a ser

o centro financeiro do país.

d) crítica violenta ao populismo que caracterizou a política brasileira durante todo o período

republicano.

e) recusa da atuação política de Kubitschek, que permitia participação popular direta nas principais

decisões governamentais.

8. Uma extensa parte da região Centro-Oeste tem passado por uma grande modernização nos últimos

anos. Assinale a opção que indica um fator de estímulo a esse processo.

a) Trasbordamento da economia das regiões Sul e Sudeste.

b) Ocorrência de uma formação vegetal homogênea, que tem contribuído para dinamizar a indústria

extrativa.

c) Ocorrência de solos férteis, o que dispensa tratamento especial, possibilitando menor custo de

produção agrícola.

d) Distribuição regular das chuvas, proporcionando maior número de colheitas durante o ano.

e) Importantes jazidas minerais, que atraíram uma grande concentração de indústrias de base.

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Geografia

9. O Brasil, de importador de algodão na década de noventa do século XX, passou a ter exportações

significativas na atualidade. No mapa, estão destacados os estados produtores de algodão para

exportação.

Utilizando seus conhecimentos geográficos, assinale a alternativa que indica corretamente a

vegetação nativa da área, o sistema de cultivo e as técnicas principais empregadas.

a) Campos de altitude, rotação de terras, baixa mecanização.

b) Coníferas, rotação de cultura algodão/cana-de-açúcar, baixa mecanização.

c) Gramíneas, rotação de terras, tração animal.

d) Floresta caducifólica, rotação de culturas com pastagens artificiais, alta mecanização.

e) Cerrado, rotação de cultura algodão/soja, alta mecanização.

10. TEXTO I O Cerrado brasileiro apresenta diversos aspectos favoráveis, mas tem como problema a baixa fertilidade de seus solos. A grande maioria é ácido, com baixo pH.

Disponível em: www.fmb.edu.br. Acesso em: 21 dez. 2012 (adaptado).

TEXTO II O crescimento da participação da Região Central do Brasil na produção de soja foi estimulado, entre outros fatores, por avanços científicos em tecnologias para manejo de solos.

Disponível em: www.conhecer.org.br. Acesso em: 19 dez. 2012 (adaptado).

Nos textos, são apresentados aspectos do processo de ocupação de um bioma brasileiro. Uma

tecnologia que permite corrigir os limites impostos pelas condições naturais está indicada em:

a) Calagem.

b) Hidroponia.

c) Terraceamento.

d) Cultivo orgânico.

e) Rotação de culturas.

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Geografia

Gabarito

1. D

O avanço da fronteira agrícola do sul para o norte, dominando o centro oeste, é um processo marcante

e atual que explica a concentração e distribuição do PIB não só no sudeste. O nordeste foi amplamente

utilizado como mão de obra migrante para essas outras regiões e sofreu muito com a concentração

fundiária crescente, o que também explica suas baixas taxas.

2. D

O Mato Grosso é considerado o coração do agronegócio do Brasil. As novas formas produtivas

cresceram a fronteira agrícola do Sul em direção ao Centro Oeste que já está dominado por esse

oligopólio, que hoje ameaça a Amazônia. Isto só foi possível pela implementação de tecnologia e

modernização dos métodos produtivos.

3. B

A expansão da fronteira agrícola no Centro-Oeste, promoveu além do desenvolvimento econômico da

região, processos erosivos como a compactação do solo provocada pelo maquinário agrícola.

4. B

A regionalização é um fenômeno geográfico que traça limites no mapa a partir de um critério que precisa

ser definido por quem está regionalizando. No caso da dinâmica econômica, ela não obedece aos limites

impostos pela tradicional divisão.

5. E

As características dadas pela questão relembram o bioma do cerrado, onde apesar da estiagem e seca,

temos períodos chuvosos e foi amplamente ocupada pelo agronegócio.

6. A

A ideia anterior a esse período, dos arquipélagos econômicos – regiões econômicas não interligadas –

e das ameaças de invasão da Amazônia assim como conflitos relacionados ao Acre motivaram JK a

investir na ideologia de integração nacional, construindo estradas e projetos de migração populacional

para as novas áreas modernas industrias.

7. A

As mudanças propostas por JK envolviam o ideal de modernização associado com o padrão industrial-

urbano, concedendo também o título de atraso a áreas não urbanizadas. A modernização e o

desenvolvimentismo eram, portanto, ideais a serem seguidos na época.

8. A

O avanço da fronteira agrícola pelo Centro-Oeste é o principal fator de crescimento dessa região e está

associada a expansão econômica do Sudeste e Sul do país. É nesse sentido, que a regionalização

Centro-Sul incorpora o Centro-Oeste em sua divisão.

9. E

A implantação da agricultura extensiva no centro oeste precisou de alta tecnologia e melhoramento do

solo, correção de sua acidez e modificações genéticas nas sementes.

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Geografia

10. A

O agronegócio avançou sobre o Cerrado nas últimas décadas devido às novas tecnologias que

permitiram a correção da acidez do solo (calagem) e o aumento da fertilidade, com o uso de fertilizantes.

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Geografia

Nordeste: desafios e crescimento

Resumo

Nordeste brasileiro

Quando pensamos na ocupação do território brasileiro, o Nordeste foi o primeiro polo e grande centro

do país. A capital, começando a análise a partir da colonização, era Salvador onde se concentrava a gestão

e o poder político do país, mantendo também a relação direta com a Europa. Quando saímos do ciclo

extrativista do Pau Brasil entrou-se no do açúcar que era muito forte no Nordeste, como também o algodão e

o fumo. Existe então um destaque político pela capital e pelo cenário, ou seja, pelo ciclo açucareiro e comércio

direto com a Europa.

Naturalmente o primeiro grande centro político vai virar também o primeiro grande centro populacional.

A parte com mais dinamismo, vista como centro começa a formar a maior ocupação populacional no início. O

Nordeste passou por novas configurações do território começando a vivenciar então as perdas. Estudamos

muito a crise do açúcar, que ocorreu paralelamente com outras atividades que começam a ganhar poder

como a mineração em Minas Gerais e o café no Vale do Paraíba do Rio de Janeiro se expandindo para o

oeste paulista e noroeste do Paraná.

A capital sai de Salvador e passa pro Rio de Janeiro. Isso quer dizer que o grande polo econômico e

político é assumido pelo Sudeste o que estimula uma migração para essa região. Paralelo ao processo de

industrialização do sudeste, criando empregos e atrativos, podemos reparar o perfil da grande massa

migratória do Nordeste para o sudeste. O perfil do migrante gerou alguns problemas para o nordeste. Pelas

estatísticas, o homem adulto principalmente é o perfil que mais migra buscando melhores condições. As

mulheres, os idosos e as crianças ficavam no Nordeste e as crianças tinham que ajudar em casa, reduzindo

o número de crianças na escola. Essa inserção do migrante no Sudeste também não se dá de formas fáceis

e criam as vezes no urbano uma grande mão de obra desempregada e pobre.

Os nordestinos também migraram para o Centro Oeste na construção de Brasília nesse momento de

desvalorização. Ele ocorreu porque estavam se criando novos polos como o primeiro de Salvador para atrair

investimentos e gerar a população urbana. Na década de 90 e atualmente há um movimento de migração de

retorno pois o Nordeste volta a apresentar um crescimento econômico significativo, até maior do que o do

Brasil. Isso foi apoiado no crescimento físico e estrutural da região nordeste com projetos de estradas e

ferrovias, portos e aeroportos. Esse crescimento estrutural permite maior chegada e saída de pessoas e

produtos. O Nordeste passa nesse período a crescer de forma rápida e vertiginosa, passando também por

problemas de energia como apagões que afasta investimentos. Mas rapidamente conquista projetos de

produção de energia, recebendo investimento em eletricidade e transporte, equipando as cidades e voltando

a atrair empresários que não conseguem investir com tanta facilidade e tanto lucro nas áreas mais ocupadas

do país.

O Sudeste hoje perde investimento pro Nordeste por conta de seu alto custo, trânsito, falta de incentivo

fiscais, etc. O Nordeste nesse momento em que Rio de Janeiro e Brasília já estavam com inchaço urbano e

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Geografia

concentração de investimentos se apresenta como uma opção mais barata atraindo investimentos,

aumentando empregos e gerando centros formadores de mão de obra, o que integrou cada vez mais o setor

nordeste na economia novamente. A quantidade de senadores eleitos dessa região também a destacam no

quesito político.

Existem ainda quatro subdivisões regionais do Nordeste

Zona da mata: zona litorânea até o planalto da Borborema, planície costeira nordestina estreita e

perto do litoral. Zona muito importante de mata atlântica. Clima chuvoso quente, importante pro contexto de

praias. Zona mais ocupada transformada e desmatada de todas. Passou por grandes perdas de área. O

crescimento urbano industrial foi de sucesso nesta zona tendo também as grandes praias para o turismo.

Atraiu migrantes do interior para o litoral criando cidades superlotadas como Salvador, Maceió, João Pessoa

e Fortaleza por exemplo. Atividades se concentram no setor secundário e terciário da economia.

Agreste: Complementa as atividades da zona da mata. Tem como característica o desenvolvimento

da policultura no setor primário, que é o desenvolvimento de diferentes gêneros agrícolas abastecendo a zona

da mata. Essa prática faz subir alguns índices sociais, ganhando status e polos importantes como Campina

Grande na Paraíba. Isso também atrai cada vez mais atividades de caráter urbano. As características culturais

também atraem turismo. Em termos de geografia física, temos uma mata de transição ou ecótono,

demarcando passagem ou transição de características de variação de clima, entre o sertão com a caatinga e

a mata atlântica do litoral. Também apresenta diferentes formas de relevo e temperatura.

Sertão: Representando mais da metade de seu território, com um clima semiárido e índices

pluviométricos baixos quando comparado ao restante do país, o associamos comumente a seca e a fome.

Sua vegetação é de caatinga e tem a pecuária extensiva como principal atividade das grandes propriedades.

O Rio São Francisco é utilizado como principal fonte de água para as populações de suas margens e também

é usado para irrigação e para produção de energia com hidrelétricas como a de Sobradinho (BA). O Nordeste

é uma região de alta pressão, com correntes de ar que transferem calor para latitudes maiores, favorecendo

a estabilidade do tempo e a ausência de chuvas.

Meio Norte: O Meio Norte é encontrado no território dos estados do Maranhão e parte do Piauí. É

uma faixa de transição entre o semiárido nordestino e a região amazônica. Apresenta clima tropical com

muitas chuvas no verão, e índices pluviométricos maiores a oeste, principalmente por estar mais próximo a

região amazônica. A vegetação natural dessa área é a mata de cocais, carnaúbas e babaçus.

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Geografia

Exercícios

1. A região destacada no mapa a seguir caracteriza-se entre outros fatores por:

a) apresentar uma estrutura agrária exclusivamente de latifúndios dedicados à lavoura de cana-de-açúcar.

b) dedica-se à pecuária extensiva, lembrança da principal atividade desenvolvida no período colonial.

c) aproveitar suas terras mais úmidas para a fruticultura, não necessitando, desta forma, de irrigação.

d) englobar a maior produção de arroz de toda a região nordestina.

e) fornecer mão de obra temporária para as plantações de cana-de-açúcar da Zona da Mata.

2. “Quando o pessoal via nós com o matulão nas costas já sabia: é corumba. Era tempo que chegava o

empreiteiro da usina açucareira, o cabo, e chamava aquelas turmas, 10, 12, até 20 trabalhadores de

uma vez … … … Ah! dona moça, ninguém segura o trabalhador do agreste nas trovoadas de janeiro,

aquilo é uma festa, ver que já pode botar roçado no seu sítio, plantar sua mandioca, seu milho, seu

feijão.” (Tereza Sales. Agreste, Agrestes.)

O texto reproduz palavras de um agricultor que:

a) se dedica à pecuária e migra sazonalmente para o Sertão.

b) se dedica a culturas de mercado e migra definitivamente para a Zona da Mata.

c) se dedica à agroindústria e migra sazonalmente do Agreste para o Sertão.

d) se dedica a culturas de exportação e migra da zona rural para a zona urbana.

e) se dedica a culturas de subsistência e migra sazonalmente para a Zona da Mata.

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Geografia

3. A Região Nordeste apresenta aspectos bem diferenciados no seu espaço geográfico, como…

a) Agreste, zona localizada entre a Zona da Mata e o meio norte, que é uma área de transição com

elevada densidade demográfica e grande urbanização.

b) A Zona da Mata que apresenta devastação florestal, entretanto, o intenso reflorestamento impede

a degradação da floresta original.

c) O Sertão, área pobre, seca, tem baixas densidades demográficas, mas com intensa mecanização

na agricultura, que é sua principal atividade.

d) A faixa litorânea, área mais importante da região, onde estão os principais centros urbanos,

aglomerados industriais e zonas portuárias.

e) Meio-norte que engloba Maranhão e Piauí, área de latifúndios, pastagens naturais e intensa

atividade agrícola.

4. A sub-região nordestina que se estende do Rio Grande do Norte até o sul da Bahia, localizada entre o

litoral úmido e o semiárido é chamada de:

a) Sertão

b) Zona da Mata

c) Agreste

d) Meio Norte

e) Recôncavo Baiano

5. Sabe-se o que era a mata do Nordeste, antes da monocultura da cana: um arvoredo tanto e tamanho

e tão basto e de tantas prumagens que não podia homem dar conta. O canavial desvirginou todo esse

mato grosso do modo mais cru: pela queimada. A fogo é que foram se abrindo no mato virgem os claros

por onde se estendeu o canavial civilizador, mas ao mesmo tempo devastador.

FREYRE, G. Nordeste. São Paulo: Global, 2004 (adaptado).

Analisando os desdobramentos da atividade canavieira sobre o meio físico, o autor salienta um

paradoxo, caracterizado pelo(a)

a) demanda de trabalho, que favorecia a escravidão.

b) modelo civilizatório, que acarretou danos ambientais.

c) rudimento das técnicas produtivas, que eram ineficientes.

d) natureza da atividade econômica, que concentrou riqueza.

e) predomínio da monocultura, que era voltada para exportação.

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Geografia

6.

As trajetórias de participação das regiões Sudeste e Nordeste, apresentadas no mapa, estão,

respectivamente, associadas ao(à)

a) redução da renda média e à flexibilização das leis ambientais.

b) encarecimento da mão de obra e à política de incentivos fiscais.

c) expansão da malha rodoviária e à instalação de grandes projetos hidrelétricos.

d) diminuição da participação do setor de serviços e à ampliação do agronegócio.

e) aumento do fluxo migratório inter-regional e à descoberta de novas jazidas de carvão mineral.

7. Leia com atenção Um novo, desconhecido e próspero Nordeste, uma nova fronteira agrícola que se consolida ano a ano com a produção de grãos no oeste da Bahia, sul do Maranhão e sudeste do Piauí. É esta a nova aposta da Companhia Ferroviária do Nordeste (CFN) para tirar do papel o secular projeto da Transnordestina. Com investimentos de R$ 4,5 bilhões em reforma ou ampliação de 1.860 quilômetros de trilhos, o governo federal planeja interligar as áreas produtoras de soja, milho e algodão aos Portos de Suape, em Pernambuco, e de Pecém, no Ceará..

(Jornal do Comércio. Nova fronteira agrícola aguarda a Transnordestina. 14/05/2006).

Sobre essa nova realidade nordestina, é correto afirmar que

a) os grãos mais produzidos nessa área são o milho e o algodão, por serem lavouras que se adaptam melhor ao cerrado do que a soja.

b) o progresso agrícola na região mencionada é uma demonstração da adaptação das lavouras modernas às regiões de caatinga e à seca.

c) os investimentos na ferrovia serão bem-vindos, mas não precisarão ser muito grandes em razão da proximidade das áreas de plantio em relação ao litoral.

d) no cerrado nordestino as chuvas são regulares, em especial nas chapadas; os terrenos são planos e facilitam a mecanização das lavouras. Essas são virtudes importantes da área.

e) embora a ferrovia seja um bom investimento por garantir um acesso direto a portos marítimos dos produtos agrícolas, a região já está bem assistida por rodovias federais.

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Geografia

8.

A participação relativa das regiões Nordeste e Sudeste no total da população brasileira, durante o

período mencionado, modificou-se, principalmente, em função do seguinte indicador demográfico:

a) migração

b) natalidade

c) mortalidade

d) nupcialidade

e) expectativa de vida

9. Os fatores de conservação transformaram o semiárido em uma região aparentemente sem história,

dada a permanência e imutabilidade dos problemas. Como se com o decorrer das décadas nada tivesse

se alterado e o presente fosse um eterno passado. A cada seca, e mesmo no intervalo entre uma e

outra, milhares de nordestinos foram abandonando a região. Sem esperança de mudar a história das

suas cidades, buscaram em outras paragens a solução para a sobrevivência das suas famílias. Foi nos

sertões que permaneceu inalterado o poder pessoal dos coronéis, petrificado durante o populismo e

pela migração de milhões de nordestinos para o sul” (VILLA, Marco Antonio. Vida e morte no sertão: história das secas no Nordeste nos séculos XIX e XX. São

Paulo: Ática, 2000, p. 252).

Com base no trecho acima, é possível concluir que:

a) a grande evasão das populações do Nordeste em direção à região Sudeste resultou no “boom” da borracha ocorrido na década de 1970;

b) as secas nordestinas não podem ser historicamente explicadas, já que decorrem de fenômenos estritamente geográficos;

c) a “indústria da seca” no Nordeste beneficiou diretamente as grandes capitais da região, estimulando sua industrialização em inícios do século XX;

d) as secas do Nordeste, resultando na multiplicação de fortes correntes migratórias, transformaram o homem nordestino em sinônimo exclusivo de flagelado;

e) a grande mobilidade dos nordestinos, mais que uma decorrência das secas, foi fruto de um sistema de dominação baseado na propriedade da terra que marginalizava homens livres e pobres.

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Geografia

10. "Áreas onde o clima e a vegetação não favorecem em nada a fixação humana, outras onde grandes

latifundiários desenvolvem a plantação de cana e a produção de álcool em suas usinas, grandes

capitais empobrecidas e um constante fluxo migratório para outras regiões."

O texto anterior mostra características da região:

a) Centro-Oeste b) Nordeste c) Sul d) Sudeste e) Norte

Questão Contexto País tem 917 municípios em crise hídrica; maioria está no Nordeste

O Brasil tem 917 municípios em crise hídrica, informou o ministro da Integração Nacional, Helder

Barbalho, ao participar do 8° Fórum Mundial da Água. Esse número corresponde aos municípios que

estão em situação de emergência por seca ou estiagem até o dia 13 de março.

O ministro destacou que a crise hídrica não é mais um problema somente do Nordeste, onde estão a

maioria das cidades. Do total de municípios, 211 estão na Bahia, 196 na Paraíba, 153 no Rio Grande

do Norte, 123 em Pernambuco, 94 no Ceará, 40 em Minas Gerais, 38 em Alagoas, 18 no Rio de Janeiro,

17 do Rio Grande do Sul, além de registros em outros estados.

Disponível em: http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2018-03/pais-tem-917-municipios-em-crise-

hidrica-maioria-esta-no-nordeste - retirado 20/03/2018 20h55

Relacione o conteúdo da notícia com as questões sociais da região nordeste e a industria da seca.

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Geografia

Gabarito

1. E

A região representada pelo mapa é o Agreste nordestino, que é muito marcado por fornecer mão de

obra para a Zona da Mata em épocas de corte da cana-de-açúcar nessa região, atividade que demanda

uma grande quantidade de funcionários.

2. E

O Nordeste brasileiro é subdividido em 4 regiões, Meio-norte, Sertão, Agreste e Zona da Mata. Cada uma dessas sub-regiões apresenta distintas características socioeconômicas, algumas destas destacadas no texto em que aponta o deslocamento de trabalhadores do Agreste, onde há a predominância de minifúndios associados à subsistência, para a Zona da Mata, área litorânea, densamente ocupada e com forte atividade turística, em busca recursos financeiros para investir em sua terra.

3. D

A faixa litorânea da região Nordeste é conhecida como Zona da Mata. É a sub-região mais urbanizada,

povoada e industrializada. É onde se concentra a maior parte da população e o maior número de

indústrias do Nordeste, com destaque para o Polo Petroquímico de Camaçari.

4. C

O Agreste nordestino está localizado entre o Sertão e a Zona da Mata. Na face leste do Agreste, mais

próximo à Zona da Mata, o clima é mais úmido. À medida que se avança para o interior, aproximando-

se do Sertão, o clima fica cada vez mais seco, e a paisagem mais árida.

5. B

A questão diz respeito a mata atlântica, o bioma mais desmatado, de maneira mais rápida no Brasil.

Esse desmatamento começou desde o período colonial com a ocupação litorânea. Assim, a alternativa

que mais se encaixa com a questão trazida no texto é que fala do modelo civilizatório que já começou

por ocupar e danificar o bioma ali presente com a monocultura da cana.

6. B

Para resolver a questão, é necessário fazer a leitura do mapa que indica que a participação da região

nordeste no PIB do país cresceu de 2002 para 2010, enquanto que na região sudeste esse índice

diminuiu. Os principais problemas que o sudeste sofre que podem explicar essa redução estão

associadas ao inchaço urbano e o encarecimento de terras e de mão de obra. Enquanto na região

nordeste uma série de incentivos fiscais são colocados a fim de estimular o fluxo das empresas para

região, essa medida ao mesmo tempo resolve o problema de concentração da valorização na região

sudeste.

7. B

O avanço da fronteira agrícola em direção ao Nordeste é possibilitado pelas novas tecnologias que

permitem adaptar a lavouras as condições pedológicas e climáticas do Nordeste. Soma-se a isso os

investimentos públicos em infraestrutura e a existência de condições não tão diferentes das

encontradas no Cerrado, como um relevo plano, propício a mecanização.

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Geografia

8. A

A estagnação econômica do Nordeste em relação às outras regiões, além dos períodos de seca que

assolavam a população, determinaram o início do processo migratório para outras regiões do país.

9. E

A migração nordestina foi causada, principalmente, pela falta de políticas públicas que promovessem

o desenvolvimento nordestino, apesar da seca, do que pela seca propriamente dita.

10. B

Conhecer as características da região nordestina e suas sub-regiões é fundamental. O Sertão é

caracterizado pelo clima e vegetação que não favorecem a fixação humana, enquanto que a Zona da

Mata é caracterizada ainda pela produção latifundiária da cana-de-açúcar para abastecer o mercado

de etanol.

Questão contexto

Podemos chamar de indústria da seca para designar a estratégia de alguns políticos que aproveitam a

questão da seca na região nordeste do Brasil para ganho próprio. Os “industriais da seca” se utilizam da

calamidade para conseguir mais verbas, incentivos fiscais, concessões de crédito e perdão de dívidas

valendo-se da propaganda de que o povo está morrendo de fome.

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Geografia

Sul e sudeste brasileiros

Resumo

As regiões sul e sudeste são conhecidas por concentrarem renda e bons índices de desenvolvimento ao longo das

últimas décadas. Isso ocorreu historicamente, no caso do sudeste, pela concentração da plantação de café no litoral que

corresponde a Rio de Janeiro e São Paulo, que fez com que esses lugares fossem berço do investimento industrial urbano

e assim concentrasse as grandes metrópoles brasileiras. Para estudar as regiões que se destacam pela sua economia

diferenciada do restante do país, precisamos lembrar que ela está inserida na divisão regional pelo critério econômico na

região centro-sul. Para entender os fenômenos que ocorrem nessas regiões é necessário olhar para a história e para o

entorno.

O termo centro sul está ligado a uma divisão regional baseada no critério socioeconômico, conhecida como core

área. Essa divisão não respeita as fronteiras originalmente marcadas no mapa, incluindo as áreas mais desenvolvidas

economicamente do Sul, Sudeste e Centro Oeste. O litoral sul do brasil é de ocupação recente e foi amplamente ocupado

por migrantes europeus que viram no litoral sul do brasil uma oportunidade. Assim as características dessa localidade

como policultura, músicas, hábitos foram incorporados, tendo como exemplo instituições como o CTG, o centro de

tradição gaúcha e o Oktoberfest, festa de origem alemã que acontece em Blumenau.

O Sul tem a menor extensão territorial do Brasil, o que limitava o desenvolvimento agrícola. Podemos comparar

o tamanho inteiro do sul do Brasil com o tamanho de Minas Gerais. Possuindo um clima subtropical, teve tipos agrícolas

típicos de cereais como soja, trigo e cevada. Com a revolução verde e a modernização do campo não estávamos mais

restritos a condição climática. A modificação genética da semente da soja permitiu a expansão da fronteira da soja para o

Mato Grosso do Sul. Isso fez com que muitos Gaúchos comprassem grandes latifúndios nesse estado. Além da expansão

do domínio da soja, a política de JK e a construção de Brasília também estimularam o crescimento do Centro Sul. Outro

impacto do processo de modernização do campo foi a crise na agricultura que aumentou a concentração fundiária e o

desemprego rural. Houve então um fluxo migratório também dos pequenos agricultores e da mão de obra excedente do

campo. Essa migração também foi para a busca das ofertas de emprego nos polos urbano industriais que surgiam no

sudeste. Nesse período, grandes construtoras e empresas do setor imobiliário sulistas, como a Colonizadora Sinop S. A

construíram cidades no Mato Grosso como a Sinop, Vera, Santa Carmem e Cláudia afim de receber essa mão de obra

migrante. Podemos compreender então que o centro oeste é a segunda região mais urbanizada do Brasil por causa da

mecanização na produção da soja e da construção dessas cidades privadas, direcionando a produção da mão de obra para

o novo projeto de organização territorial brasileira.

A cidade considerada capital da agroindústria do Brasil é Ribeirão Preto no interior de São Paulo. A cidade de

São Paulo recebeu muito investimento industrial estrangeiro. Para falar da importância da região sudeste no complexo

centro sul temos que lembrar do pioneirismo industrial, com as indústrias de base do Getúlio Vargas. A exploração de

minérios com a Companhia Siderúrgica Nacional e a Vale, e o Petróleo da Petrobrás no Rio de Janeiro provocaram o

grande crescimento e a importância daquela região. A indústria de consumo é comum em Minas, no Rio de Janeiro mas

o maior destaque é São Paulo. O estado de São Paulo concentra também a Bovespa, o tecnopólos da Unicamp, um melhor

setor de serviços e comércio, concentra um grande número de migrantes, etc. Isto são fatores que demonstram a

importância da região na macrorregião Centro Sul.

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Geografia

Exercícios

1. Em 1967, o geógrafo Pedro Pinchas Geiger elaborou uma divisão regional do Brasil, criando as regiões

geoeconômicas. A principal particularidade dessa regionalização é o fato de ela não obedecer aos limites

territoriais das unidades federativas do país, pois

a) a preocupação do elaborador eram os limites naturais do país.

b) as divisas dos estados não coincidem com as dinâmicas econômicas.

c) foi realizada a partir de dados historiográficos da ocupação populacional.

d) as divisões regionais não eram muito bem definidas na época de sua elaboração.

e) os limites dos estados impediam uma análise integral do território

2.

(Atlas geografia escolar. Rio de Janeiro, IBGE, 2007)

Com base no mapa, a correlação mais significativa entre os níveis de hierarquia urbana e o grau de modernização

dos espaços agrícolas em todo o Brasil está indicada em:

a) espaços com menos centros urbanos / maior produção agrícola b) estados com as metrópoles nacionais / agricultura com maior mecanização c) áreas com maior urbanização / sistema agrícola menos intensivo em capital

d) regiões com rede urbana mais complexa / nível tecnológico da agricultura mais elevado

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Geografia

3.

Distribuição espacial da indústria no Brasil

IBGE: Atlas Geográfico Escolar 6ª ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2012, p. 136

Assinale a alternativa que indica corretamente as causas para a atual disposição industrial apresentada no mapa.

a) Desenvolvimento industrial têxtil na região Nordeste no século XIX. b) Herança das infraestruturas geradas pelo café na política industrial do Brasil durante o século XX. c) Guerra fiscal brasileira, que beneficiou os investidores da região Sul do Brasil. d) Resistência da região Centro-oeste do Brasil que se recusou a passar pela industrialização por sucessivas

vezes.

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Geografia

4.

(www.bugio.org.br)

A imagem retrata a araucária, árvore que faz parte de um importante bioma brasileiro que, no entanto, já foi

bastante degradado pela ocupação humana. Uma das formas de intervenção humana relacionada à degradação desse

bioma foi

a) o avanço do extrativismo de minerais metálicos voltados para a exportação na região Sudeste. b) a contínua ocupação agrícola intensiva de grãos na região Centro-Oeste do Brasil. c) o processo de desmatamento motivado pela expansão da atividade canavieira no Nordeste brasileiro. d) o avanço da indústria de papel e celulose a partir da exploração da madeira, extraída principalmente no Sul do

Brasil. e) o adensamento do processo de favelização sobre áreas da Serra do Mar na região Sudeste.

5. O movimento migratório no Brasil é significativo, principalmente em função do volume de pessoas que saem de

uma região com destino a outras regiões. Um desses movimentos ficou famoso nos anos 80, quando muitos

nordestinos deixaram a região Nordeste em direção ao Sudeste do Brasil. Segundo os dados do IBGE de 2000,

este processo continuou crescente no período seguinte, os anos 90, com um acréscimo de 7,6% nas migrações

deste mesmo fluxo. A Pesquisa de Padrão de Vida, feita pelo IBGE, em 1996, aponta que, entre os nordestinos

que chegam ao Sudeste, 48,6% exercem trabalhos manuais não qualificados, 18,5% são trabalhadores manuais

qualificados, enquanto 13,5%, embora não sejam trabalhadores manuais, se encontram em áreas que não exigem

formação profissional. O mesmo estudo indica também que esses migrantes possuem, em média, condição de vida

e nível educacional acima dos de seus conterrâneos e abaixo dos de cidadãos estáveis do Sudeste.

Disponível em: http://www.ibge.gov.br. Acesso em: 30 jul. 2009 (adaptado).

Com base nas informações contidas no texto, depreende-se que

a) o processo migratório foi desencadeado por ações de governo para viabilizar a produção industrial no Sudeste.

b) os governos estaduais do sudeste priorizam a qualificação da mão-de-obra migrante.

c) o processo de migração para o Sudeste contribui para o fenômeno conhecido como inchaço urbano.

d) as migrações para o sudeste desencadearam a valorização do trabalho manual, sobretudo na década de 80.

e) a falta de especialização dos migrantes é positiva para os empregadores, pois significa maior versatilidade

profissional.

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Geografia

6. Como uma alternativa à divisão regional adotada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o

geógrafo carioca Pedro Pinchas Geiger, na década de 1960, propôs uma regionalização que levava em consideração

aspectos geoeconômicos. Assim, o território brasileiro poderia ser dividido em três grandes regiões geoeconômicas

ou complexos regionais: Amazônia, Nordeste e Centro-Sul, como observado no mapa a seguir.

Sobre os complexos regionais brasileiros é correto afirmar, exceto:

a) O Centro-Sul corresponde à região geoeconômica mais antropizada, ou seja, com maior transformação

causada pela ação humana, sobretudo por ser a região mais urbanizada, com maior produção industrial e com

ocupação agropecuária mais intensiva do Brasil. b) O complexo regional do Nordeste é subdividido em quatro sub-regiões: Zona da Mata, Agreste, Sertão e Meio-

Norte, sendo que o Rio São Francisco corta três dessas sub-regiões. c) A maior parte dos fluxos de capitais, mercadorias, pessoas e informações no Brasil se concentra na Amazônia,

graças à expansão da fronteira agrícola para essa região. d) Essa classificação regional não obedece necessariamente às divisas dos estados. Alguns estados, como Mato

Grosso, Minas Gerais e Maranhão possuem seus territórios divididos entre regiões geoeconômicas diferentes.

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Geografia

7. Os mapas a seguir apresentam as duas divisões regionais utilizadas pelo Brasil, a Divisão Regional do IBGE e a

Divisão em Complexos Regionais Brasileiros.

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Geografia

Sobre essas duas regionalizações podemos afirmar que:

a) A divisão em Complexos Regionais tem como critério os limites político-administrativos que coincidem os

limites entre os estados. Não leva em conta questões de ordem socioeconômica.

b) A divisão em Grandes Regiões parte inicialmente do conceito de região geográfica, pois esse conceito era tido

como aquele que teria menos influência do papel da sociedade na construção do espaço geográfico.

c) A divisão em Grandes Regiões parte do conceito de região homogênea, pois assim poderia agrupar áreas

semelhantes em torno de um mesmo critério. Assim, seria possível propor uma análise de caráter regional

para o planejamento urbano.

d) A divisão em Complexos Regionais parte de critérios como o processo de formação histórico e econômico do

Brasil, associado à modernização brasileira, por meio de suas atividades produtivas.

8. Sobre as características do Centro-Sul brasileiro podemos afirmar que:

a) nos estados do Paraná e Santa Catarina, a monocultura extensiva é praticada em pequenas propriedades, o

que caracteriza a diversidade de grãos produzida pelos estados. b) as atividades industriais, ou secundárias, têm destaque principalmente no Mato Grosso, Mato Grosso do Sul,

Goiás e parte de Tocantins. c) os maiores centros urbano-industriais do Centro-Sul localizam-se nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro

e Minas Gerais, todos situados no Sudeste do Brasil. d) em toda a região Centro-Sul a ocupação do espaço geográfico ocorreu apenas pela expansão da monocultura

do café e pela industrialização a partir de São Paulo. e) as metrópoles de São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador são as de maior importância para a Região Centro-Sul

do país.

9. O Complexo Regional do Centro-Sul possui áreas que se individualizam em virtude do seu desenvolvimento

econômico. Associaram-se INCORRETAMENTE as unidades desse Complexo às suas respectivas atividades

econômicas em:

a) Porção sul de Goiás - cultivo de arroz e de soja.

b) Quadrilátero Ferrífero - exploração de minério de manganês.

c) Triângulo Mineiro - fabricação de automóveis e produtos químicos.

d) Norte do Rio de Janeiro e Espírito Santo - extração de petróleo.

10. A região Sul representa 6,5% do território nacional, possui 15% da população brasileira e faz parte do Complexo

Regional do Centro-Sul. Referindo-se a essa região, é correto afirmar que:

a) a grande propriedade e a monocultura transformaram essa área em um dos grandes esteios agrícolas do País. b) o meio ambiente subtropical favoreceu o povoamento especulativo como ocorreu na fachada atlântica do

País. c) a expansão da fronteira agrícola, nos últimos anos, aumentou sua produção agropecuária e sua participação

na economia nacional. d) a criação de uma significativa rede de transportes e a proximidade com o Sudeste contribuíram para o

desenvolvimento do seu parque industrial.

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Geografia

Gabarito

1. B

A regionalização é um fenômeno geográfico que traça limites no mapa a partir de um critério que precisa ser definido

por quem está regionalizando. No caso da dinâmica econômica, ela não obedece os limites impostos pela tradicional

divisão.

2. D O mapa demonstra que quanto mais completa a rede urbana, maior o nível tecnológico de agricultura. Isso porque a

rede urbana concentra capital e desenvolvimento tecnológico em relação as áreas não urbanizadas.

3. B

As primeiras áreas a serem urbanizadas com o projeto industrial foram as que já concentravam renda da produção de

café dá época do sistema escravocrata.

4. D

O Sul e as araucárias, também presentes em Minas Gerais, eram consideradas importantes fontes de extração de

celulose no Brasil.

5. C

o inchaço urbano ocorre quando um grande contingente populacional migra em busca de melhores condições de vida

para um determinado locus. No caso do sudeste, a urbanização não acompanhou a demanda dos que chegavam,

causando diversos transtornos urbanos.

6. C

Na divisão regional brasileira, a maior concentração dos fluxos de capitais, mercadorias, pessoas e informações

ocorre no Centro-Sul e não na Amazônia.

7. D

A divisão regional do Brasil em Complexos Regionais Geoeconômicos propostas pelo geógrafo Pedro Geiger utiliza

os critérios de formação histórica e econômica do Brail.

8. C

Os maiores centros urbanos do país estão localizados nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, que

fazem parte do Centro-Sul (complexo regional geoeconômico).

9. C

O Triângulo Mineiro não se caracteriza por uma produção automobilística. Destaca-se uma produção industrial

associada aos setores de alimentos, madeira, açúcar e álcool, fumo e de fertilizantes.

10. D

O desenvolvimento econômico da região Sul é entendido principalmente a partir de sua proximidade com o Sudeste

e pela existência de uma boa infraestrutura de transporte que também atende as necessidades do Mercosul.

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Geografia

Cartografia

Resumo

Cartografia

Localizar-se e orientar-se no espaço sempre foi uma preocupação do ser humano. Hoje, conseguimos fazer

isso como muito mais eficiência. Mas o que é cartografia? A cartografia é a ciência responsável por pensar,

elaborar e estudar os mapas.

Coordenadas geográficas

Conjunto de linhas imaginárias que cruzam o globo terrestre e permitem que qualquer ponto da superfície

terrestre seja localizado. Essa grade é composta por:

● Latitude: É um traçado perpendicular (horizontal) ao eixo de rotação da Terra. O paralelo ou latitude 0°

corresponde à Linha do Equador e divide o planeta nos Hemisférios Sul e Norte. A latitude, portanto, é a

medida de distância de um ponto ao Equador e, quanto mais distante desse paralelo, maior é o grau,

podendo chegar a 90°N ou 90°S.

● Longitude: É um traçado paralelo (vertical) ao eixo de rotação da Terra. O meridiano 0° é o Meridiano de

Greenwich, que divide a Terra nos Hemisférios Oeste (Ocidental) e Leste (Oriental). A longitude aumenta

à medida que se distancia do Meridiano de Greenwich, podendo alcançar os valores de 180°O e 180°L.

Fusos horários

O fuso horário é uma convenção que define o padrão de horas no mundo. Esse sistema de fusos representa a

mudança de hora à medida que se desloca de um fuso para outro. Ao se dividir os 360° da esfera terrestre por

24 horas (duração do movimento de rotação da Terra), se obtém como resultado 15°. Desse modo, cada fuso

possui 15° e cada um corresponde a 1 hora, totalizando 24 fusos.

Todas as regiões que se encontram dentro de um mesmo fuso possuem o mesmo horário. Porém, devido ao

fato dos fusos não considerarem as divisões político-administrativas, como países, cidades, estados, entre

outros, foram realizadas algumas adaptações para unificar o horário de uma mesma unidade político-

administrativa.

Escalas

Para a representação em um plano de uma estrutura de grandes dimensões como a Terra, é necessário que

exista uma relação entre as dimensões reais e as dimensões da representação no mapa.

● Escala numérica: 1:500.000 (1 centímetro no mapa equivale a 500.000 centímetros na realidade). A escala numérica é representada dessa forma e significa quantas vezes determinado mapa representa

uma redução da realidade.

● Escala pequena Quanto maior o denominador, menor é a escala. Isso significa que os elementos reais foram muito

reduzidos, o que ocorre quando são representadas áreas muito grandes. Ideal para representar um mapa

do mundo, de um país ou estado.

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Geografia

● Escala grande Quanto menor o denominador, maior é a escala. Isso significa que os elementos reais não foram muito

reduzidos, o que ocorre quando são representadas áreas pequenas.

Existe uma fórmula utilizada para descobrir a escala de um mapa, a distância real de uma área representada

ou a distância no mapa: a fórmula D= d x E (D - distância real; d - distância no mapa; E - escala).

Projeção cartográfica

As projeções cartográficas permitem representar a superfície esférica da Terra em um plano. Diferenciam-se

de acordo com a superfície de projeção:

● Cilíndrica: a Terra é envolvida por um cilindro de papel, em que são projetados os paralelos e os

meridianos. Depois de projetadas essas linhas imaginárias, o cilindro é aberto ao longo de um meridiano,

formando ângulos de 90° com os paralelos. Quanto mais distante do paralelo ou meridiano central, maior

é a distorção.

● Cônica: a Terra é representada sobre um plano em forma de cone, em que os paralelos formam círculos

concêntricos, ou seja, um dentro do outro. Os paralelos médios possuem a menor distorção.

● Azimutal (ou Plana): a Terra é representada a partir de um ponto de contato com a superfície de projeção.

Os paralelos formam círculos concêntricos e os meridianos formam linhas retas que se separam a partir

do ponto de contato. À medida que se afasta do ponto de contato, se aumenta a deformação.

A projeção cartográfica é uma tentativa de representar a Terra em um plano e sempre irá apresentar

distorções, podendo ser classificada em:

● Conforme: os ângulos são idênticos aos do globo terrestre. A forma dos continentes é representada sem

distorção, porém, há alteração do tamanho de suas áreas.

● Equivalente: as áreas se mantêm proporcionalmente idênticas, embora as formas estejam deformadas.

● Equidistante: as distâncias entre os pontos de um mapa são precisas.

● Afilática: não preserva as propriedades anteriores, porém, a distorção dos ângulos, das áreas e das

distâncias tende ao mínimo possível.

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Geografia

Cartografia temática

A cartografia temática busca trazer para os mapas dados qualitativos e quantitativos adquiridos pela

Geografia e outras ciências, expressando-os de forma gráfica. Existe a preocupação de apresentar os dados

com a precisão gráfica que cabe à cartografia básica, facilitando a tomada de decisões ao auxiliar na

compreensão dos temas (sociais e naturais) que compõem o espaço geográfico. A representação da

distribuição de recursos minerais e energéticos no Brasil e a distribuição da população no território brasileiro

são alguns dos temas apresentados pela cartografia temática.

Tecnologias aplicadas à cartografia

Cabe destacar o papel das novas tecnologias aplicadas à cartografia, como os satélites e o GPS. Esses

instrumentos possibilitam a coleta e o processamento de informações como nunca antes vistos.

● Sensoriamento Remoto: é a obtenção de imagens a partir de sensores acoplados nos satélites ou aviões.

É a captação e registro de imagens a longa distância. Podem ser obtidas imagens de florestas, cidades,

nuvens, entre outros.

● Sistema de Posicionamento Global (GPS): Desenvolvido na época da Guerra Fria, o GPS aponta com

precisão a localização de um objeto ou pessoa. Entre suas utilizações, se encontra o direcionamento em

ruas e rodovias, quando instalado em automóveis.

Quer assistir um QQD sobre o assunto e ainda baixar um mapa mental? Só clicar aqui :D

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Geografia

Exercícios

1.

QUEIROZ FILHO, A. P.; BIASI, M. Técnicas de cartografia. In: VENTURI, L. A. B. (Org.). Geografia: práticas de campo, laboratório

e sala de aula. São Paulo: Sarandi, 2011 (adaptado).

As figuras representam a distância real (D) entre duas residências e a distância proporcional (d) em

uma representação cartográfica, as quais permitem estabelecer relações espaciais entre o mapa e o

terreno. Para a ilustração apresentada, a escala numérica correta é

a) 1/50.

b) 1/5 000.

c) 1/50 000.

d) 1/80 000.

e) 1/80 000 000.

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Geografia

2. Abaixo é reproduzido um mapa-múndi na projeção de Mercator

(Adaptado de http://www.geog.ubc.ca/courses/geob370/notes/georeferencing/Rect_CoordsLect.html.)

É possível afirmar que, nesta projeção,

a) os meridianos e paralelos não se cruzam formando ângulos de 90°, o que promove um aumento

das massas continentais em latitudes elevadas.

b) os meridianos e paralelos se cruzam formando ângulos de 90°, o que distorce mais as porções

terrestres próximas aos polos e menos as porções próximas ao equador.

c) não há distorções nas massas continentais e oceanos em nenhuma latitude, possibilitando o uso

deste mapa para a navegação marítima até os dias atuais.

d) os meridianos e paralelos se cruzam formando ângulos perfeitos de 90°, o que possibilita a

representação da Terra sem deformações.

e) os meridianos e paralelos se cruzam formando ângulos de 90°, não há distorções nessa projeção,

pois ela apresenta uma propriedade afilática.

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Geografia

3.

WATTERSON, Bill. Calvin e Haroldo: Yukon ho! São Paulo: Conrad, 2008.

Na tirinha, Calvin e o tigre Haroldo usam um globo terrestre para orientar sua viagem da Califórnia, nos

Estados Unidos, para o território do Yukon, no extremo norte do Canadá. Considerando as áreas de

origem e destino da viagem pretendida, nota-se que o tigre comete um erro de interpretação no último

quadrinho.

Esse erro mostra que Haroldo não sabe que o globo terrestre é elaborado com base no seguinte

elemento da linguagem cartográfica:

a) escala pequena

b) projeção azimutal

c) técnica de anamorfose

d) convenção equidistante

e) sistema de coordenadas

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Geografia

4. Anamorfose é a transformação cartográfica espacial em que a forma dos objetos é distorcida, de forma a realçar o tema. A área das unidades espaciais às quais o tema se refere é alterada de forma proporcional ao respectivo valor.

GASPAR, A. J. Dicionário de ciências cartográficas. Lisboa: Lidei, 2004.

A técnica descrita foi aplicada na seguinte forma de representação do espaço:

a)

c)

e)

b)

d)

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Geografia

5.

Disponível em: www.unric.org. Acesso em: 9 ago. 2013.

A ONU faz referência a uma projeção cartográfica em seu logotipo. A figura que ilustra o modelo dessa

projeção é:

a) c) e)

b) d)

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Geografia

6.

Disponível em: www.nationalgeographic.com

Se uma imagem vale mais do que mil palavras, um mapa pode valer um milhão – mas cuidado. Todos

os mapas distorcem a realidade. (...) Todos os cartógrafos procuram retratar o complexo mundo

tridimensional em uma folha de papel ou em uma televisão ou tela de vídeo. Em resumo, o autor avisa,

todos os mapas precisam contar mentirinhas. MARK MONMONIER.

Traduzido de How to lie with maps. Chicago/London: The University of Chicago of Press, 1996.

Observe o planisfério acima, considerando as ressalvas presentes no texto. Para deslocar-se

sequencialmente, sem interrupções, pelos pontos A, B, C e D, percorrendo a menor distância física

possível em rotas por via aérea, as direções aproximadas a serem seguidas seriam:

a) Leste – Norte – Oeste

b) Oeste – Norte – Leste

c) Leste – Noroeste – Leste

d) Oeste – Noroeste – Oeste

e) Leste – Norte – Leste

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Geografia

7. As figuras abaixo foram construídas utilizando a projeção do tipo azimutal equidistante.

SENE, E. de; MOREIRA, J. C. Geografia geral e do Brasil: espaço geográfico e globalização. São Paulo: Scipione, 2003. P. 446.

Sobre esse tipo de projeção, podemos afirmar que

a) representa as áreas de latitudes médias e a conservação das formas e dos ângulos continentais.

b) mostra um mundo igual para as pessoas e as nações, apresentando, pois, um conteúdo político

e social.

c) conserva as formas das massas e a proporcionalidade dos diversos continentes.

d) representa distâncias e direções exatas a partir de um centro, revelando, dessa forma, um

conteúdo geopolítico.

e) distorce as áreas próximas ao centro e preserva a área dos continentes.

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Geografia

8.

Vox.com

É impossível representar, sem distorções, uma superfície esférica em um plano. A área e a forma são

atributos espaciais frequentemente alterados nos mapeamentos, conforme a projeção cartográfica

utilizada.

Na imagem, verifica-se a representação de uma mesma área circular ao longo dos paralelos e

meridianos, como a que ocorre na projeção cartográfica denominada:

a) Peters

b) Mercator

c) Robinson

d) Mollweide

e) Holzel

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Geografia

9.

Fonte: OLIVEIRA, C. Curso de cartografia moderna, 1998.

O mapa representa o Pão de Açúcar e o Morro da Urca, no Rio de Janeiro, utilizando, para tanto, as

chamadas curvas de nível. Essas linhas são traçadas de forma a indicar os pontos do relevo que

possuem a mesma:

a) declividade.

b) formação geológica.

c) altitude em relação ao nível do mar.

d) profundidade da camada superficial de solo.

e) amplitude térmica

10. Um executivo sempre viaja entre as cidades A e B, que estão localizadas em fusos horários distintos.

O tempo de duração da viagem de avião entre as duas cidades é de 6 horas. Ele sempre pega um voo

que sai de A às 15h e chega à cidade B às 18h (respectivos horários locais). Certo dia, ao chegar à

cidade B, soube que precisava estar de volta à cidade A, no máximo, até as 13h do dia seguinte (horário

local de A).

Para que o executivo chegue à cidade A no horário correto e admitindo que não haja atrasos, ele deve

pegar um voo saindo da cidade B, em horário local de B, no máximo à(s)

a) 16h.

b) 10h.

c) 7h.

d) 4h.

e) 1h.

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Geografia

Gabarito

1. C

Para resolver esta questão sobre escala deve-se primeiramente recordar da fórmula E = D/d, em que “E”

representa a escala que deseja-se descobrir, “D” a distância real de um ponto a outro e “d” a distância

entre um ponto a outro no mapa. Antes de resolver a fórmula é necessário colocar todas as medidas em

uma mesma medida de comprimento, neste caso, o milímetro. Ao substituir as letras pelos dados

apresentados tem-se E = 2.000.000/40 = 1:50 000.

2. B

Todas as projeções apresentam distorção de algum nível. A projeção de Mercator privilegia as regiões

de baixa latitude (apresentadas com menor distorção), em detrimento das médias e altas latitudes. Nela

os paralelos e meridianos se cruzam formando ângulos de 90º.

3. A

Esse uso de uma escala pequena foi exatamente o que o tigre Haroldo demonstrou desconhecer quando

afirmou que a viagem seria curta, ao observar a pequena distância do trajeto de sua viagem na

representação do globo terrestre. Se ele tivesse a noção de proporção que essa escala pequena envolve,

teria concluído que a viagem seria muito longa.

4. C

A anamorfose consiste em uma distorção proposital feita na área de uma determinada feição (continente,

país, município...) a partir de um dado numérico, distorcendo as áreas de acordo com esses valores. Por

isso a alternativa C corresponde a uma anamorfose.

5. A

O símbolo da ONU – Organização das Nações Unidas é uma representação baseada na projeção

azimutal do globo, no qual o plano tangencia o globo no polo.

6. A

É possível orientar-se corretamente entre os pontos assinalados no planisfério, deslocando-se pela

menor distância possível da seguinte forma: do ponto A ao ponto B, deve-se seguir para o leste, uma vez

que a Terra é uma esfera e atravessar o Oceano Pacífico é o menor caminho para ir do Japão à Costa

Oeste norte-americana; do ponto B ao ponto C, no norte canadense, a direção correta é a norte, seguindo

a linha do meridiano que passa entre os dois pontos e que converge para o Polo Norte; do ponto C ao

ponto D, pela direção oeste, apenas o Estreito de Behring separa o continente americano do asiático.

7. D

As representações cartográficas da questão são as mesmas, mudando apenas a centralidade do mapa.

Portanto, a mudança de centralidade representa uma opção geopolítica.

8. A

A projeção cilíndrica equivalente de Peters preserva a área dos continentes em detrimento da forma.

Conforme o texto indica, a área circular ao longo dos paralelos está mantida, mas a forma distorcida.

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Geografia

9. C

Trata-se de um mapa que representa nível ou altitude de um terreno ou do relevo de uma dada região,

representam a altitude acima do nível médio dos mares

10. D

Temos que a viagem demorou 6 horas, assim, quando a pessoa decolou às 15 h da cidade A, a hora na

cidade B era de 18 – 6 = 12 h. Assim, podemos perceber que, entre as cidades A e B, há diferença de fuso

horário de 3 horas. Assim, quando forem 13 h em A, serão 10 h em B, assim, para chegar na cidade A

nesse horário, ele teria que decolar às 4 h da cidade B, já que a viagem leva 6 h.