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7/25/2019 2005ME_EvandroCatai.pdf
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Evandro Catai
ANLISE DOS EFEITOS DA RETRAO E
FLUNCIA EM VIGAS MISTAS
Dissertao apresentada Escola de Engenhariade So Carlos da Universidade de So Paulo,como parte dos requisitos para a obteno dottulo de Mestre em Engenharia de Estruturas
ORIENTADOR: Prof. Dr. Jos Jairo de Sles.
So Carlos
2005
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vi
SUMRIO.
RESUMO.................................................................................................................iv
ABSTRACT..............................................................................................................v
1- INTRODUO...................................................................................................01
2- SOLICITACOES EM PONTES..........................................................................02
2.1- Generalidades.................................................................................................02
2.2- Aes permanentes........................................................................................03
2.2.1- Peso prprio dos elementos estruturais.......................................................03
2.2.2- Peso prprio dos elementos no estruturais................................................03
2.2.3- Empuxo de terra...........................................................................................04
2.2.4- Foras de protenso....................................................................................06
2.2.5- Deformaes impostas: retrao, fluncia e deslocamento de apoio..........06
2.2.5.1- Retrao....................................................................................................06
2.2.5.2- Deformao lenta......................................................................................08
2.2.5.3- Deslocamento de apoio.............................................................................13
2.3- Aes variveis...............................................................................................13
2.3.1- Variao de temperatura..............................................................................13
2.3.2- Carga mvel em pontes rodovirias.............................................................142.3.3- Solicitaes no guarda-rodas e defensas centrais e extremas....................19
2.3.4- Carga mvel em pontes ferrovirias............................................................19
2.3.5- Impacto vertical Efeitos da ao dinmica................................................20
2.3.6- Fora centrfuga...........................................................................................24
2.3.7- Impacto lateral..............................................................................................25
2.3.8- Presso da gua em movimento..................................................................27
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vii
2.3.9- Fora longitudinal por frenagem ou acelerao...........................................28
2.3.10- Ao do vento............................................................................................29
2.3.11- Aes construtivas.....................................................................................302.3.12- Atrito nos apoios.........................................................................................30
2.3.13- Empuxo de terra provocado pela carga mvel...........................................30
2.4- Aes excepcionais.........................................................................................31
3- COMBINAO DAS AES............................................................................33
3.1- Generalidades.................................................................................................33
3.2- Estados limites................................................................................................33
3.2.1- Estados limites ltimos (E.L.U.)...................................................................34
3.2.2- Estados limites de servio (E.L.S.)...............................................................35
3.3- Aes..............................................................................................................36
3.3.1- Aes permanentes.....................................................................................37
3.3.2- Aes variveis............................................................................................37
3.3.3- Aes excepcionais......................................................................................37
3.4- Combinaes ltimas das aes.....................................................................38
3.4.1- Combinaes ltimas normais.....................................................................38
3.4.2- Combinaes ltimas especiais ou de construo......................................38
3.4.3- Combinaes ltimas excepcionais.............................................................39
3.5- Coeficientes de ponderao para combinaes ltimas.................................40
3.5.1- Coeficientes de ponderao para aes permanentes................................40
3.5.2- Coeficiente de ponderao para aes variveis........................................41
3.5.3- Coeficiente de ponderao para aes excepcionais..................................433.6- Fatores de combinao e de reduo.............................................................43
3.7- Fatores de reduo para a combinao freqente, aplicvel verificao da
fadiga...............................................................................................................44
3.8- Combinaes das aes em servio...............................................................45
3.8.1- Combinao quase-permanente de servio.................................................45
3.8.2- Combinaes freqentes de servio............................................................45
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viii
3.8.3- Combinaes raras de servio.....................................................................45
3.9- Valores a serem considerados na abertura de fissuras..................................46
4- SISTEMAS CONSTRUTIVOS PONTES EM VIGAS DE ALMA CHEIA........48
4.1- Generalidade...................................................................................................48
4.2- Caractersticas importantes.............................................................................50
4.3- Exemplos de estruturas de vigas de alma cheia.............................................51
4.4- Disposies construtivas atuais......................................................................53
4.4.1- Generalidades..............................................................................................53
4.4.2- Inovaes tecnolgicas dos sistemas em pontes mistas.............................54
5- TABULEIROS DE PONTES..............................................................................56
5.1- Generalidades.................................................................................................56
5.2- Tabuleiros em placa ortotrpica......................................................................57
5.2.1- Enrijecedores longitudinais..........................................................................58
5.2.2- Posicionamento dos enrijecedores longitudinais junto s vigas transversais
do tabuleiro...................................................................................................60
5.3- Tabuleiro em concreto armado.......................................................................61
5.4- Utilizao de grade de ao como tabuleiro.....................................................62
5.5- Tabuleiro em laje pr-moldada juntamente com o concreto
moldado in situ...............................................................................................63
6- CONECTORES DE CISALHAMENTO..............................................................65
6.1- Generalidades.................................................................................................65
6.2- Comportamento da ligao ao-concreto ao cisalhamento............................65
6.3- Tipos de conectores........................................................................................67
6.3.1- Conectores tipo pino com cabea (stud bolts).............................................67
6.3.2- Conectores em perfil U laminado.................................................................73
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ix
6.3.3- Conectores de cisalhamento com caractersticas rgidas............................74
6.3.4- Outros sistemas de ligao entre a laje de concreto e a viga de ao..........77
7- ESTUDOS DE VIGAS MISTAS CONSIDERANDO OS EFEITOS DA
RETRAO E FLUNCIA.................................................................................79
7.1- Generalidades.................................................................................................79
7.2- Largura efetiva................................................................................................80
7.3- Interao completa sees compactas........................................................85
7.4- Interao parcial sees no compactas.....................................................89
7.5- Resistncia ltima ao momento fletor em vigas mistas..................................90
7.6- Resistncia ltima ao cisalhamento, referente seo transversal...............94
7.7- Resistncia ltima ao cisalhamento, referente ligao ao/concreto...........99
7.8- Estado limite de servio (deslocamentos).....................................................104
7.9- Efeitos da retrao e fluncia em vigas mistas.............................................106
7.9.1- Generalidades............................................................................................106
7.9.2- Efeitos da retrao e fluncia em vigas mistas, procedimento
baseado por Djuric (1963)..........................................................................107
7.9.2.1- Propriedades da seo transversal.........................................................107
7.9.2.1.1- Para o tempo t = 0................................................................................107
7.9.2.1.2- Para o tempo t......................................................................................109
7.9.2.2- Distribuio de tenses...........................................................................112
7.9.2.2.1- Para o tempo t = 0................................................................................112
7.9.2.2.2- Para o tempo t......................................................................................115
7.9.3- Determinao dos formulrios das tenses em sees mistassegundo Dubas (1975) e Mason (1976).....................................................119
7.9.4- Consideraes a serem feitas na diferena de temperatura entre
ao/concreto em vigas simplesmente apoiadas.........................................124
7.9.5- Efeitos da retrao em vigas mistas, de acordo com
Dubas (1975) e Mason (1976)....................................................................126
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x
7.9.6- Efeitos da fluncia em vigas mistas, consideraes feitas por
Dubas (1975) e Mason (1976)....................................................................129
7.10- Exemplo numrico verificao das tenses.............................................1317.10.1- Propriedades da seo para t = 0, segundo Djuric (1963).......................132
7.10.2- Verificao se a seo compacta (AASHTO/1996)..............................133
7.10.3- Verificao das tenses na seo para t = 0, segundo
Djuric (1963).............................................................................................133
7.10.4- Propriedades da seo para t = :, segundo Djuric (1963).....................134
7.10.5- Verificao se a seo compacta, (AASHTO/1996).............................135
7.10.6- Verificao das tenses na seo para t = :, segundo
Djuric (1963)............................................................................................136
7.10.7- Verificao das tenses, segundo Mason (1976)....................................138
7.10.7.1- Caractersticas da seo.......................................................................138
7.10.7.1.1- Estagio inicial.....................................................................................138
7.10.7.1.2- Estagio final, considerando os efeitos da retrao e
fluncia...............................................................................................139
7.10.7.2- Determinao das tenses na seo, segundo Mason (1976).............141
7.10.8- Comparao dos resultados entre os dois mtodos, Mason e
Djuric........................................................................................................143
7.10.9- Determinao do Deslocamento..............................................................144
8- CONCLUSES E RECOMENDAES..........................................................147
9- REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS................................................................152
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minha me Araceli eao meu pai Paulo (in memorian)
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iii
AGRADECIMENTOS.
A Deus, pela sua grandeza e generosidade.
Ao Prof. Dr. Jos Jairo de Sales, pela orientao deste e principalmente pelorespeito e amizade.
Aos meus familiares que me incentivaram durante toda a trajetria deste trabalho.
A todos os colegas, professores e funcionrios do Departamento de Estrutura daEESC/USP, que direta ou indiretamente auxiliaram para a realizao destetrabalho.
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iv
RESUMO.
CATAI, E. (2005). Anlise dos efeitos da retrao e fluncia em vigas mistas.Dissertao (Mestrado) Escola de Engenharia de So Carlos, Universidade deSo Paulo, So Carlos, 2005.
Foram realizados estudos das aes e suas combinaes, que possam ocorrer
nas pontes; tambm foram apresentados as principais caractersticas das pontes
em vigas mistas e os tabuleiros utilizados, os conectores de cisalhamento que so
utilizados na ligao ao/concreto e os efeitos da retrao e fluncia das vigas
mistas.
No estudo desses efeitos realizou-se uma anlise elstica; a seo transversal foi
considerada idealizada e as tenses atuantes na seo mista foram obtidas
atravs do mtodo das tenses admissveis.Este procedimento foi baseado por Djuric (1963) posteriormente por Mason
(1976), considerando interao completa entre ao/concreto e o carregamento
sendo aplicado no tempo t=0 e no tempo t=:.
Verificou-se ao longo do tempo um aumento do deslocamento e uma
redistribuio de tenses na seo mista devido os efeitos da retrao e fluncia.
Palavras-chave: efeitos da retrao e fluncia, pontes em vigas mistas.
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2- Solicitaes em Pontes. 2
2- SOLICITAES EM PONTES.
2.1- Generalidades.
As aes atuantes em pontes so prescritas na norma NBR 7187 (2003) Projeto
de pontes de concreto armado de protendido - procedimento, e definidas da
seguinte maneira:
a) Aes permanentes:
Peso prprio dos elementos estruturais,
Peso prprio dos elementos no estruturais,
Empuxo de terra e de gua,
Foras de protenso,
Deformaes impostas: retrao, fluncia, deslocamento de apoio.
b) Aes variveis:
Variaes de temperatura,
Carga mvel: pontes rodovirias e ferrovirias, Solicitaes no guarda-rodas, defensas centrais e extremas,
Impacto vertical: efeitos da ao dinmica,
Fora centrfuga,
Impacto lateral,
Presso da gua em movimento,
Fora longitudinal: efeitos da frenagem e acelerao,
Ao do vento,
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2- Solicitaes em Pontes. 3
Aes construtivas,
Atrito nos apoios,
Empuxo de terra provocado por cargas mveis.
c) Aes excepcionais.
Choque de veculos em pilares,
Choque de embarcaes em pilares.
2.2- Aes permanentes.
2.2.1- Peso prprio dos elementos estruturais.
Em pontes metlicas a avaliao prvia do peso prprio da estrutura, segundo o
EUROCODE 1 (1996), a soma de todos os elementos individuais multiplicado
por 1,1 devido s ligaes.
Quanto ao concreto armado, especificamente o tabuleiro, o peso especfico
igual a 25 kN/m, um pr-dimensionamento realizado de maneira que seja
determinado seu peso prprio.
Caso este valor estimado seja 5% maior do que o peso prprio resultante do
dimensionamento definitivo, necessrio refazer os clculos das solicitaes.
2.2.2- Peso prprio dos elementos no estruturais.
Em caso de pontes rodovirias considera-se a pavimentao, com uma solicitaode 24kN/m3, e eventuais manutenes no pavimento com uma sobrecarga de
2kN/m2. Tambm deve considerar o peso prprio das defensas e guarda-rodas.
Em pontes ferrovirias so considerados os lastros ferrovirios com um peso
especfico aparente de 18 kN/m3. previsto que o lastro atinja o nvel superior dos
dormentes e que preencha os espaos limitados pelo guarda-lastro (figura 2.1).
Quanto aos trilhos e dormentes so consideradas solicitaes de 8 kN/m.
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2- Solicitaes em Pontes. 4
Considerar o lastro em todaa regio hachurada.
Figura 2.1- Seo transversal esquemtica de ponte ferroviria.
2.2.3- Empuxo de terra.
A determinao do empuxo de terra deve ser realizada atravs dos princpios da
Mecnica dos Solos, em funo de sua natureza (empuxo ativo e passivo),
inclinao do talude e a caracterstica do terreno.
Como simplificao a NBR 7187 (2003), admite-se que o solo no tenha coeso e
que no haja atrito do terreno com a estrutura, desde que esteja a favor da
segurana.
Deve ser considerado o peso especfico do solo mido igual a 18kN/m3 e o ngulo
de atrito interno seja no mximo de 30o, no considerando o efeito de impacto.
O empuxo ativo(Ea ) considerado em cortinas e encontros nas situaes mais
desfavorveis. Apenas permitindo levar em considerao o empuxo passivo
(Ep )em casos de cortinas atirantadas.
Na figura 2.2, temos as situaes que devem ser considerados os empuxos EaeEp, e desprezando o empuxo passivo Ep.
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2- Solicitaes em Pontes. 5
N.A.
Ea
EaE'p
Encontro
Ea
Ep
Pilar
ApoioApoio
Cortina atirantada
Tirante
Ea
Encontro
Figura 2.2- Consideraes de empuxos passivos e ativos nos diferentes elementos estruturais.
Em caso de pilares isoladosimplantados em taludes (figura 2.2), o empuxo ativo
sobre eles deve ser determinado de maneira que a ao do aterro sobre o pilar
seja dada por uma largura fictcia igual ao triplo da largura real do pilar (figura 2.3).
a 3a
Figura 2.3- Consideraes de empuxos em pilares isolados.
Em um grupo de pilares alinhados transversalmente; quando a largura fictcia
obtida de acordo com o critrio anteriormente adotado, for superior a distncia
transversal entre os eixos dos mesmos, a nova largura fictcia deve ser igual a:
Pilares externos, a largura fictcia deve ser igual a semidistncia entre eixos
acrescidas de 1,5 vezes a largura do pilar,
Pilares intermedirios, a largura fictcia deve ser igual a distncia entre
eixos.
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2- Solicitaes em Pontes. 6
Quanto ao empuxo dgua, deve-se considerar as condies mais desfavorveis,
com a devida avaliao dos nveis mximos e mnimos dos cursos dgua e do
lenol fretico.Convm lembrar a necessidade de se atentar para uma eventual ao de
subpresses em muros de arrimo e cortinas em toda a sua altura, bem como as
possveis obstrues da seo de vazo do curso dgua e suas consideraes
aos esforos solicitantes.
Para neutralizar os efeitos das presses hidrostticas, prevista uma camada
filtrante contnua face do solo a ser contido, associada a um sistema de drenos.
2.2.4- Foras de protenso.
No sero comentadas neste trabalho, mais detalhes na NBR 6118 (2002) e
bibliografias especializadas.
2.2.5- Deformaes impostas: retrao, fluncia e deslocamento de apoio.
2.2.5.1- Retrao.
A retrao a reduo de volume do concreto em conseqncia da perda de
gua, na ausncia de solicitaes externas.
As principias causas da retrao so:
Retrao qumica: provocada pelas contraes da gua quimicamente
combinada (An) durante a reao com o cimento,
Retrao decorrente da evaporao parcial da gua capilar: a perda de
gua adsorvida (Ae) atravs da evaporao,
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2- Solicitaes em Pontes. 7
Retrao por carbonatao: Ca(OH)2+ CO2CaCO3+ H2O
diminuio
de volume.
Os fatores que afetam a retrao podem ser:
Forma geomtrica da pea; quanto menor a espessura maior a retrao,
Idade do concreto; com o passar do tempo a retrao diminui devido ao
aumento da resistncia do concreto,
Fator gua cimento (a/c); quanto maior for este fator maior a retrao
devido a grande quantidade de gua a ser evaporada, proporcionando mais
capilaridade,
Composio qumica do cimento; a utilizao de cimentos mais resistentes
e de secagem rpida aumenta a retrao,
Quantidade de armadura; armaduras especficas ajudam a combater a
retrao,
Redutores de gua; diminui a retrao,
Processo de cura; hidratao constante aumenta a resistncia da pasta
diminuindo a retrao, conseqentemente combate a fissurao.
Os valores da deformao especfica de retrao cs(t ,t0) so mostrados na
tabela 2.1. Estes valores so relativos temperaturas do concreto entre 10 C a
20 C, entretanto pode-se admitir temperaturas entre 0 C a 40 C.
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2- Solicitaes em Pontes. 8
Alm disso, estes valores so vlidos a concretos plsticos e de cimento Portland
comum.
Tabela 2.1- Valores do coeficiente de retrao cs (t:,t0). Fonte: NBR 6118 (2002).
Umidade
Ambiente (%).
40 55 75 90
Espessura
Equivalente
2 Ac/u (cm).
20 60 20 60 20 60 20 60
t0 (dias) 5 -0,44 -0,39 -0,37 -0,33 -0,23 -0,21 -0,10 -0,09
t0 (dias) 30 -0,37 -0,38 -0,31 -0,31 -0,20 -0,20 -0,09 -0,09
cs (t:,t0)t0 (dias) 60 -0,32 -0,36 -0,27 -0,30 -0,17 -0,19 -0,08 -0,09
Sendo:
Ac: rea de concreto,
u : permetro da seo de concreto em contato com a atmosfera,
cs(t,t0) : deformao especfica de retrao.
2.2.5.2- Deformao lenta - Fluncia.
A fluncia caracterizada pelo aumento progressivo da deformao do concreto
na presena de solicitaes externas.
Ao atuar uma fora de compresso, inicialmente ocorre uma acomodao dos
cristais, se a fora permanecer ao longo do tempo, a gua capilar caminhar a
capilares mais finos, ocasionando tenses internas e provocando deformao
lenta.
Os fatores que afetam a fluncia em geral so os mesmos que afetam a retrao,
porm podem ser citados:
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2- Solicitaes em Pontes. 9
Presena de gua capilar,
Geometria da pea; quanto mais esbeltas, maiores sero os efeitos dafluncia,
Grau de exposio; em peas estruturais expostas ao meio ambiente,
maiores sero os efeitos da fluncia,
Variao de umidade; quanto maior for esta variao maior o efeito da
fluncia,
Idade do concreto; com o passar do tempo os efeitos da fluncia tendem a
estagnar (figura 2.4),
Condies de cura; uma cura adequada diminui os efeitos da fluncia,
Exposio em altas temperaturas; durante o perodo em que a estrutura
esta sendo carregada sob altas temperaturas, a fluncia pode ser
significativa,
Magnitudes das tenses; quanto maiores forem s tenses os efeitos da
fluncia devem ser maiores.
Quando aplicada uma fora em uma pea de concreto, ela se deforma em
conseqncia da acomodao dos cristais que a compem. Segundo a Lei deHooke, esta deformao proporcional carga aplicada, e a proporo indicada
pelo mdulo de elasticidade tambm conhecido como mdulo de Young.
Segundo a NBR6118 (2002), a deformao imediata pode ser calculada atravs
da equao:
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2- Solicitaes em Pontes. 10
c
cce
E
= (2.1)
Onde:
ce = deformao imediata do concreto,
c = tenso aplicada ao concreto (MPa),
cE = mdulo de elasticidade secante do concreto (MPa).
cic E85,0E = (2.2)
21
ckcif600.5E = (2.3)
Sendo:
ciE = mdulo de elasticidade inicial (MPa),
ckf = resistncia caracterstica do concreto compresso (MPa).
O fator de correo 0,85 o resultado de 0,75 x 1,20 x 0,95, e so obtidos atravs
de ensaio de curta durao e so especificados da seguinte maneira:
0,75: devido ao efeito Rsch, que corresponde a 75% da resistncia do
concreto,
1,20: efeito de maturidade do concreto, na qual aumenta em 20% a
resistncia do concreto,
0,95: considera a influncia da forma e dimenso dos corpos de prova.
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2- Solicitaes em Pontes. 11
Se o concreto for submetido a uma carga de longa durao, ele deformar-se
elasticamente no instante da aplicao da carga (t = 0). Com o decorrer do tempo
a deformao ir crescer de maneira assinttica at um valor limite (t
).
Figura 2.4 Deformaes em uma pea submetida a uma compresso constante.
t0= instante de aplicao de carga,
ce= deformao elstica instantnea (concrete, elastic),
cc= fluncia (concrete, creep),
cc, = parcela final da fluncia.
Ocorrendo um descarregamento da pea de concreto, parte da deformao
recuperada (recuperao elstica instantnea e retardada), enquanto que a
deformao lenta mantida como deformao residual, como pode ser observado
na figura 2.5.
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2- Solicitaes em Pontes. 12
Figura 2.5 Deformaes recuperveis e deformao residual.
e= recuperao elstica instantnea,
d= deformao elstica recupervel ou deformao elstica retardada,
f= deformao lenta permanente ou deformao residual.
De acordo com as definies tem-se: cc = d + f e a relao entre f/d
denominada de coeficiente de deformao lenta ou coeficiente de fluncia
(t,t0).
O coeficiente de deformao lenta influenciado principalmente pelos seguintes
fatores:
Idade do concreto no instante da aplicao da carga,
Influncia climtica, principalmente umidade,
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2- Solicitaes em Pontes. 13
Composio e resistncia do concreto.
Seus valores esto reproduzidos na tabela 2.2, e so relativos a temperaturasentre 10 a 20 C, entretanto pode ser admitida temperatura entre 0C a 40C.
Alm disso, estes valores so vlidos a concretos plsticos e de cimento Portland
comum.
Tabela 2.2- Valores do coeficiente de fluncia (t0,t). Fonte: NBR 6118 (2002).
Umidade
Ambiente (%).
40 55 75 90
EspessuraEquivalente
2 Ac/u (cm).
20 60 20 60 20 60 20 60
t0 (dias) 5 4,4 3,9 3,8 3,3 3,0 2,6 2,3 2,1
t0 (dias) 30 3,0 2,9 2,6 2,5 2,0 2,0 1,6 1,6(t0,t).
t0 (dias) 60 3,0 2,6 2,2 2,2 1,7 1,8 1,4 1,4
2.2.5.3- Deslocamento de apoio.
Quando houver a possibilidade de recalques de fundao, o ideal optar por uma
estrutura isosttica. Porm se as estruturas ficarem expostas ao efeito de
recalque, as mesmas devero ser estudadas de maneira adequada.
2.3- Aes variveis.
2.3.1- Variao de temperatura.
As estruturas mistas se deformam sob ao da variao de temperatura, segundo
um coeficiente de dilatao trmica que seja considerado de maneira conjunta
para o ao/concreto, e de acordo com Dubas (1975) pode ser igual a
T= 0,010 /C.
Analisando a estrutura como um todo, Dubas (1975) considera uma variao
extrema de temperatura na estrutura de ao de 30 C em relao mdia.
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Ao realizar um estudo do mximo momento fletor atravs da linha de influncia, o
veculo-tipo posicionado no tramo correspondente juntamente com as cargas Q
e Q, e em outras sees, onde estas cargas (sem o veculo) possam provocaraumento dos esforos como mostra a figura 2.7.
0 1
3
2 4 5 6
Q + Q' Q + Q' Q + Q' Q + Q'
VECULO+
Q e Q'
Figura 2.7- Momento fletor mximo na seo 3.
Para a escolha das cargas mveis a NBR 7188 (1984) divide as pontes
rodovirias em trs classes: 45, 30, 12.
Em cada uma das classes a norma prev um trem-tipo composto de um veculoque ocupa um retngulo de 3 x 6 metros (figura 2.6) onde atuam seis cargas para
as classes 45 e 30, e quatro cargas para a classe 12.
Os valores das cargas e as caractersticas dos veculos esto representados nas
tabelas seguintes.
Tabela 2.3 Cargas dos veculos. Fonte: NBR 7188 (1984).
Veculo. Carga uniformemente distribuda.
Peso total. Q Q
Classe
daspontes.
Tipo.kN tf kN/m
2 kgf/m2 kN/m2 kgf/m2Disposio dacarga.
45 45 450 45 5 500 3 300
30 30 300 30 5 500 3 300
12 12 120 12 4 400 3 300
Carga Q em toda
a pista.
Carga Q nos
passeios.
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2- Solicitaes em Pontes. 16
Tabela 2.4 Caractersticas dos veculos. Fonte: NBR 7188 (1984).
Unidade. Tipo 45. Tipo 30. Tipo 12.Quantidade deeixos. eixo 3 3 2Peso total doveculo. kN - tf 450 45 300 30 120 12Peso de cada rodaDianteira. kN - tf 75 7,5 50 5 20 2Peso de cada rodatraseira. kN - tf 75 7,5 50 5 40 4Peso de cada rodaintermediria. KN - tf 75 7,5 50 5
__________
Largura b1decada roda dianteira. m 0,50 0,40 0,20Largura b3decada roda traseira. m 0,50 0,40 0,30Largura b
2de
cada roda intermediria. m 0,50 0,40__________
Comprimento decontato de cada roda. m 0,20 0,20 0,20
rea de contatode cada roda . m2 0,20 x b 0,20 x b 0,20 x bDistncia entre oseixos. m 1,50 1,50 3,00Distncia entre oscentros de roda de cadaeixo.
m 2,00 2,00 2,00
A figura 2.8 apresenta um esboo do veculo tipo posicionado na estrutura.
contato da roda sobreo pavimento.
passeio
1,50
P1 P1
P1 = 75 kN
1,50
0,20
0,50
0,50
Ponte Classe 45.
1,50
1,50
P1 P1
P1 P1
2,0 0,50
P2P2P1P11,50
1,50
0,20
contato da roda sobreo pavimento.
0,40
passeio
contato da roda dianteira(P1), sobre o pavimento.
P2 = 40kN
P1 = 20kN
1,50
0, 2
0
0,30
0, 2
0
passeio
0,20
Ponte Classe 30.
1,50
1,50
P1
P1
0,50 2,0
P1
P1
0,50
Ponte Classe 12.
300
1,50
P1 P1
0,50 2,0 0,50
P1 = 50 kN
Q
Q'
Q
Q'
Q
Q'
Q = 5kN/mQ' = 3kN/m
Q = 5kN/mQ' = 3kN/m Q = 4kN/m
Q' = 3kN/m
contato da roda traseira(P2), sobre o pavimento.
Figura 2.8- Consideraes das cargas dos veculos. Fonte: NBR 7188 (1984), cotas em metros.
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Notas: A NBR 7188 (1984) estabelece que qualquer estrutura de transposiocom geometria, finalidade e carregamento por ela no prevista, a carga mveldeve ser fixada em instruo especial redigida pelo rgo com jurisdio sobre a
referida obra.Em particular as pontes utilizadas com certa freqncia por veculos especiaistransportando cargas de peso excepcional devem ser verificadas para o trem-tipotambm especial.Os parmetros deste trem-tipo e das condies de travessia devem ser atribudospelo rgo que tenha jurisdio sobre as referidas pontes.Com relao aos passeios a NBR 7188 (1984) estabelece que os mesmos devemser carregados com a carga Q sem considerar o efeito dinmico. Nos elementosestruturais que apiam estes passeios considera-se uma sobrecarga de 5 kN/m2,desprezando o efeito dinmico.
A AASHTO (1996) estabelece o carregamento em pontes rodovirias, em ummodelo de caminho ou carregamento uniformemente distribudo na faixa de
trfego, juntamente com uma carga concentrada em vos simplesmente apoiados
ou duas para vos contnuos.
H quatro classes de carregamentos, designadas por: H20, H15, HS20, HS15.
Caso existam outros tipos de carregamentos, os mesmos sero obtidos por
anlise prvia do seu peso correspondente para o caminho especfico, com o
correspondente carregamento na faixa de trfego.
Os caminhes - modelo determinados pela AASHTO (1996) esto apresentados
na figura 2.9.
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2- Solicitaes em Pontes. 18
P1 P1
P2P2
P1 P1
H15-44H20-44
HS15-44HS20-44
P2
P2
P2
P2
a
b bc
a = 0 4,25 m
b = 0 0,60 m
c = 0 1,82 m
c
b
cd
a = 4,25 9,15 m
b = 0 4,25 m
c = 0 0,60 m
d = 0 1,82 m
a
H15-44: P1 = 3000lbs. P2 = 12000lbs. H15(133kN).
H20-44: P1 = 4000lbs. P2 = 16000lbs. H20 (180kN).
HS15-44: P1 = 3000lbs. P2 = 12000lbs. HS15 (240kN).
HS20-44: P1 = 4000lbs. P2 = 16000lbs. HS20 (320kN).
Figura 2.9- Consideraes de veculos: Fonte: AASHTO (1996).
O espaamento varivel do HS-loading devido variabilidade no comprimento
dos caminhes, e para que sejam feitas anlises em vos contnuos, de maneira
que o seu posicionamento determine o mximo momento negativo.
Quanto ao carregamento uniformemente distribudo aplicado na faixa de trfego,
est representado na figura 2.10.
7 kN/m2,3kN/m
H15-44 e HS15-44
carga concentrada: 18000lbs p/ momentos(80kN) 26000lbs p/ cortantes(116kN)
9,3 kN/m3,1 kN/m
H20-44 e HS20-44
carga concentrada: 13500lbs p/ momentos (60kN) 19500lbs p/ cortante (87kN)
Figura 2.10- Consideraes de cargas distribudas. Fonte: AASHTO (1996).
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2- Solicitaes em Pontes. 19
Para a determinao da solicitao mxima em vos simplesmente apoiados ou
contnuos, o tipo de carregamento a ser adotado, seja carregamento
uniformemente distribudo ou o carregamento devido as cargas do caminho, seraquele que produzir maior solicitao na regio a ser verificada.
2.3.3- Solicitaes no guarda-rodas e defensas centrais e extremas.
O dimensionamentos deve ser feito considerando uma fora concentrada
horizontal de 60 kN aplicada na aresta superior sem considerar o efeito dinmico.
A figura 2.11 mostra a aplicao desta fora.
proteo paraveculos.
guarda-roda.60 kN
60 kN
Figura 2.11 Fora horizontal em defensas e guarda-rodas.
2.3.4- Carga mvel em pontes ferrovirias.
A NBR 7189 (1985) estabelece quatro trens-tipo:
TB360: ferrovias sujeitas a transporte de minrio de ferro e outros
carregamentos equivalentes,
TB270: ferrovias sujeitas a transporte de carga em geral,
TB240: verificao de estabilidade e projeto de reforo,
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2- Solicitaes em Pontes. 21
Ao analisar a expresso abaixo (vlida para rodovias e ferrovias), pode-se concluir
que medida que o vo aumentado a influncia dos efeitos dinmicos decresce,
em conseqncia do aumento da carga permanente G.
QGl 41
6,0
2,01
4,01
++
++= (Norma Francesa, apud Martinelli) (2.4)
Sendo:
L: vo em metros,
G: carga permanente,
Q: carga mvel mxima.
Tambm pode ser visto que a ao dinmica mais acentuada em pontes
metlicas do que em pontes de concreto (maior a carga permanente), e por outrolado constata-se que o efeito dinmico maior em pontes ferrovirias (maior
carga mvel) do que em pontes rodovirias.
De acordo com a NBR 7187 (2003) os coeficientes de impacto devem ser
determinados da seguinte maneira:
Para elementos estruturais de ponte rodoviria:
=1,40,007x L1,0 (2.5).
Para elementos estruturais de ponte ferroviria:
=0,001x(1600 60 x L1/2+ 2,25 x L) 1,20 (2.6).
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2- Solicitaes em Pontes. 22
Sendo L o vo terico do elemento carregado, qualquer que seja o sistema
estrutural, em metros. Em caso de vigas em balano, o valor de L a ser
empregado na expresso, corresponde a duas vezes o comprimento da mesma.
Em elementos contnuos, cada tramo ter seu coeficiente de impacto em funo
de seu respectivo vo terico. Em pontes rodovirias se os diferentes vos no
forem excessivamente desiguais Lmin/ Lmx0,7, o coeficiente de impacto poder
ser nico, enquanto que nas pontes ferrovirias necessrio considerar o impacto
vertical para cada vo.
O efeito dinmico pode ser desprezado nas pontes rodovirias, quando o vo for
maior ou igual a 57,14m.
Ao contrrio, em pontes ferrovirias nunca deixado de considerar o efeito
dinmico, sendo o coeficiente de impacto mnimo igual a = 1,2 para vos
maiores ou iguais a 169m.
A NBR 7187 (2003) permite utilizar tambm o coeficiente de impacto igual a 1, nas
seguintes situaes:
Na determinao do empuxo de terra provocado por cargas mveis, figura
2.13. Esta recomendao da norma em virtude da atenuao dos efeitos
dinmicos atravs do macio de terra.
k xq
k : cef. deempuxo
Figura 2.13- Empuxo de terra provocado pelas cargas mveis.
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a) Pontes ferrovirias destinadas a linhas de bitola larga (1,60m).
Raio 1200m: Fcentrfuga= 15% da carga mvel + impacto (2.8)
Raio > 1200m: Fcentrfuga= (18000 / Raio)% da carga mvel + impacto (2.9)
b) Pontes ferrovirias destinadas a linhas de bitola estreita (1,00m).
Raio 750m: Fcentrfuga= 10% da carga mvel + impacto (2.10)
Raio > 750m: Fcentrfuga= (7500 / Raio)% da carga mvel + impacto (2.11)
c) Pontes rodovirias.
Raio 300m: Fcentrfuga= 0,25 x Pv (peso do veculo-tipo) (2.12)
Raio > 300m: Fcentrfuga= (75/R) x Pv (peso do veculo-tipo) (2.13)
Para o dimensionamento das vigas principais, a fora centrfuga deve atuar no
centro de gravidade destas vigas juntamente com o momento aplicado (resultado
da multiplicao do brao de alavanca com a fora centrfuga).
Esta solicitao pode ser combatida por elementos estruturais denominados de
contraventamento, ou pela prpria laje do tabuleiro.
A fora centrfuga tambm deve ser considerada no dimensionamento dos
aparelhos de apoio e da infraestrutura.
2.3.7- Impacto lateral.
O impacto lateral considerado em pontes ferrovirias, visto que o trem possui
movimento no retilneo, e devido a presena de folgas entre o friso da rodas e o
trilho, ocorrem choques entre si.
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2- Solicitaes em Pontes. 26
Segundo a NBR 7187 (2003) este efeito representado por uma fora
concentrada no topo do trilho.
Ela deve ser posicionada na situao mais desfavorvel com uma intensidade de
20% da carga do eixo mais pesado da locomotiva. Os valores e o posicionamento
desta fora est mostrado na tabela e figura seguintes.
Tabela 2.6- Valores da fora devido ao impacto lateral.
TB 360 270 240 170
FH(kN) 72 54 48 34
dormente
necessita decontraventamento
trilhos
vigasmetlicas
o tabuleiro e o lastrogarantem o contraventamento
dormente
vigasmetlicas
Fh
trilhos
lastro
tabuleiro
Fh
Figura 2.15- Impacto lateral em pontes ferrovirias.
Caso a ponte seja curva o impacto lateral no superposto com a fora
centrfuga, devendo considerar a situao mais desfavorvel.
Em pontes com dormentes aplicados diretamente sobre os vigamentos, necessrio prever um adequado contraventamento. Caso possua vigamentos
sobre a laje mais a presena de um lastro, os mesmos auxiliaro no enrijecimento.
A considerao do impacto lateral tambm importante no dimensionamento da
infraestrutura e dos aparelhos de apoio.
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2- Solicitaes em Pontes. 27
2.3.8- Presso da gua em movimento.
Segundo a NBR 7187 (2003) a presso da gua em movimento que atua sobrepilares e elementos de fundaes, pode ser determinada atravs da expresso:
2
aVkp = (2.14)
Onde:
p: presso esttica equivalente, kN/m2,
Va a velocidade da gua em m/s,
K o coeficiente adimensional com valor igual a 0,34 para elementos com
seo transversal circular.
Para elementos de seo retangular, o valor de k representado na tabela 2.7.
Tabela 2.7 Valores de k em funo do ngulo de incidncia da gua a face do elemento.
ngulo de incidncia K
90 0,71
45 0,54
0 0
Em situaes intermedirias o valor de k deve ser obtido por interpolao linear.
comum que galhos e troncos de rvores sejam levados pelo rio, portanto esta
presso pode ser bem maior devido ao fato desse material se prender nos pilares.
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2- Solicitaes em Pontes. 28
Em situaes em que o efeito dinmico da gua seja importante, a NBR 7187
(2003) estabelece que o estudo destes efeitos seja fundamentado na teoria da
hidrodinmica.
2.3.9- Fora longitudinal por frenagem ou acelerao.
Em casos em que ocorra acelerao e/ou freadas bruscas sobre as pontes, pode
ocorrer sobre as mesmas foras longitudinais ao longo da ponte.
Geralmente o tabuleiro de concreto resiste bem as estes esforos, transmitindo-os
aos elementos de apoio, pilares e fundaes.
A norma NBR 7187 (2003) define as foras horizontais de frenagem e acelerao
da seguinte maneira:
a) Pontes ferrovirias:
Frenagem: 15% da carga mvel sem impacto,
Acelerao: 25% do peso total sobre os eixos motores (locomotiva).
b) Pontes rodovirias:
Tanto as foras de frenagem como as de acelerao so dadas as mesmas
consideraes, adotando-se o maior valor entre as duas alternativas:
5% do carregamento total do tabuleiro, com as cargas mveisuniformemente distribudas sem impacto excluindo o passeio,
30% do peso do veculo - tipo.
Notas: Essas foras longitudinais so sempre aplicadas na superfcie derolamento (pavimentao ou no topo do trilho).
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2- Solicitaes em Pontes. 32
durante a vida til da estrutura, mas que devem ser consideradas no projeto em
determinadas situaes.
A NBR 7187 (2003) considera como aes excepcionais choques de veculos e deembarcaes, e estabelece que os pilares passveis de serem atingidos devem
ser verificados a sua segurana.
dispensada esta verificao se for previsto em projeto, dispositivos capazes de
proteger a estrutura contra este tipo de acidente.
A norma alem DIN 1072 (1973), define foras horizontais de 1000 kN na direo
longitudinal e 500 kN na direo transversal de maneira no simultnea,
posicionadas a 1,20 m da superfcie de rolamento, tais aes so consideradas no
dimensionamento da infraestrutura.
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3- Combinao das Aes. 33
3- COMBINAO DAS AES.
3.1- Generalidades.
Considera-se quatro pontos bsicos na elaborao de um projeto estrutural:
Segurana,
Durabilidade,
Funcionalidade na utilizao,
Economia na construo e manuteno.
A NBR 8681 (2003) fixa condies exigveis na verificao das estruturas usuais,
estabelecendo definies e critrios de quantificao das aes e das resistncias
a serem consideradas no projeto de estruturas.
Os critrios de verificao da segurana e os de quantificao das aes, so
vlidos para as estruturas e peas estruturais construdas com qualquer dos
materiais empregados na construo civil.
3.2- Estados limites.
Estados limites so aqueles que quando atingidos, tornam a estrutura inutilizvel
ou as deixam incapaz de satisfazer as exigncias previstas para seu uso
adequado.
A NBR 8681 (2003) define dois estados limites, estados limites ltimos (ELU) e
estados limites de servio (ELS).
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3- Combinao das Aes. 35
probabilidade no desprezvel de atuao simultnea com a ao varivel
especial,
Aes variveis nas combinaes ltimas excepcionais: Quando existir a
ao excepcional deve ser considerado com seu valor representativo. As
demais aes variveis devem ser consideradas, com valores
correspondentes a uma probabilidade de atuao simultnea com a ao
varivel excepcional.
3.2.2- Estados limites de servio (ELS).
O estado limite de servio um estado que por sua ocorrncia, repetio e
durao causam efeitos estruturais que no respeitam as condies especificadas
para o uso normal da construo, ou que so indcios de comprometimento da
durabilidade da estrutura.
No perodo de vida til da estrutura, os estados limites de servio so os
seguintes:
Danos localizados que comprometem a durabilidade da estrutura,
Deformaes excessivas que afetam a utilizao normal da construo,
Vibrao excessiva,
Formao de fissuras,
Aberturas de fissuras,
Compresso excessiva,
Descompresso.
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3- Combinao das Aes. 36
Notas: Os dois ltimos estados limites de utilizao so considerados em peasestruturais em concreto protendido, que por sua vez no sero abordados, poisno fazem parte do contedo deste trabalho.
Os estados limites de servio decorrem de aes cujas combinaes podem ter
trs diferentes ordens de grandeza de permanncia na estrutura, que so:
Combinaes quase-permanentes: combinaes que podem atuar durante
grande parte do perodo de vida da estrutura, da ordem da metade deste
perodo. Estas combinaes so utilizadas na verificao de deformaes
(flechas) com relao aos esforos de flexo,
Combinaes freqentes: combinaes que se repetem muitas vezes
durante o perodo de vida da estrutura, da ordem de 105vezes em 50 anos,
ou que tenham durao total igual a uma parte no desprezvel desse
perodo, da ordem de 5%. Estas combinaes so utilizadas na verificao
de aberturas de fissuras,
Combinaes raras: combinaes que podem atuar no mximo algumas
horas durante o perodo de vida da estrutura. Estas combinaes so
utilizadas na verificao de formao de fissuras.
3.3- Aes.
Para o estabelecimento das regras de combinaes das aes, as mesmas so
classificadas segundo sua variabilidade no tempo, em trs categorias:
Aes permanentes diretas e indiretas,
Aes variveis normais e especiais,
Aes excepcionais.
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3- Combinao das Aes. 37
3.3.1- Aes permanentes.
Aes permanentes diretas: so considerados os pesos prprios dasestruturas e de todos os elementos construtivos permanentes, os pesos
prprios dos equipamentos e empuxos de terra.
Aes permanentes indiretas: so consideradas as aes de protenso, os
recalques de apoio, retrao e fluncia dos materiais.
3.3.2- Aes variveis.
So consideradas as cargas acidentais, cargas mveis, fora em decorrncia da
frenagem, impacto e centrfuga, efeitos do vento, variaes de temperatura, atrito
nos aparelhos de apoio, presses hidrostticas e hidrodinmicas.
Em funo de sua probabilidade de ocorrncia durante sua vida til, as aes
variveis so classificadas em normais e especiais.
Aes variveis normais: sua probabilidade de ocorrncia
suficientemente grande para que sejam obrigatoriamente consideradas no
projeto de estruturas.
Aes variveis especiais: compreendem as aes ssmicas e cargas. As
combinaes destas aes devem ser especificamente definidas para as
situaes especiais consideradas.
3.3.3- Aes excepcionais.
Consideram-se como excepcionais as aes decorrentes de exploses, choques
de veculos, incndios, enchentes ou sismos excepcionais.
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3- Combinao das Aes. 38
3.4- Combinaes ltimas das aes.
3.4.1- Combinaes ltimas normais.
Para as combinaes ltimas normais, o valor da ao de clculo pode ser
apresentado pela seguinte expresso:
)( ,2
0,1,
1
kQj
n
j
jkQqkGi
m
i
gid FFFF ==
++= (3.1)
Onde:
FGi,k:valor caracterstico das aes permanentes,
FQ1,k:valor caracterstico da ao varivel considerada como ao principal
na combinao,
FQj,k: valor caracterstico das demais aes variveis,
0j : fator de combinao que reduz as demais aes variveis,
gi: coeficientes de ponderao das aes permanentes,
q: coeficiente de ponderao das aes variveis.
3.4.2- Combinaes ltimas especiais ou de construo.
Para as combinaes ltimas especiais ou de construo, o valor da ao de
clculo pode ser apresentado pela seguinte expresso:
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3- Combinao das Aes. 40
Onde:
FQ,exc: o valor da ao transitria excepcional, os demais termos j foramdefinidos nos itens anteriores.
3.5- Coeficientes de ponderao para combinaes ltimas.
3.5.1- Coeficientes de ponderao para as aes permanentes.
Os coeficientes de ponderao g das aes permanentes majoram os valores
representativos destas aes que provocam efeitos desfavorveis, e minoram os
valores representativos daquela que provocam efeitos favorveis.
Para uma estrutura, dada a ao permanente, todas as suas parcelas so
ponderadas pelo mesmo coeficiente g, no se admitindo que algumas de suas
partes possam ser majoradas e outras minoradas.
Os coeficientes de ponderao g relativos s aes permanentes diretas, que
figuram nas combinaes ltimas, devem ser tomados com os valores bsicos
indicados a seguir:
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3- Combinao das Aes. 41
Tabela 3.1- Valores de gpara aes permanentes diretas consideradas separadamente.
Fonte: NBR 8681 (2003).
Efeito.Combinao. Tipo de ao.
Desfavorvel. Favorvel.Peso prprio deestrutura metlica. 1,25 1,0
Peso prprio deestruturas pr-moldadas.
1,30 1,0Normal.
Peso prprio deestruturas moldadasin loco.
1,35 1,0
Peso prprio deestrutura metlica. 1,15 1,0
Peso prprio deestruturas pr-moldadas.
1,20 1,0
Especial ou deconstruo.
Peso prprio de
estruturas moldadasin loco.
1,25 1,0
Peso prprio deestrutura metlica. 1,10 1,0
Peso prprio deestruturas pr-moldadas.
1,15 1,0Excepcional.
Peso prprio deestruturas moldadasin loco.
1,15 1,0
Tabela 3.2- Valores de gpara aes permanentes diretas agrupadas.
Fonte: NBR 8681 (2003).
Efeito.Combinaes. Tipos de estrutura.
Desfavorvel. Favorvel.
Grandes pontes1)
. 1,30 1,0Normal.
Pontes em geral2)
. 1,35 1,0
Grandes pontes1)
. 1,20 1,0Especial ou deconstruo. Pontes em geral
2). 1,25 1,0
Grandes pontes1)
. 1,10 1,0Excepcional.
Pontes em geral2)
. 1,15 1,0
1)Grandes pontes so aquelas em que o peso prprio da estrutura supera 75% da
totalidade das aes permanentes.
3.5.2- Coeficiente de ponderao para as aes variveis.
Os coeficientes de ponderao q das aes variveis, majoram os valores
representativos destas aes que provocam efeitos desfavorveis para a
segurana da estrutura.
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3- Combinao das Aes. 45
3.8- Combinaes das aes em servio.
Nas combinaes de servio so consideradas todas as aes permanentes,inclusive as deformaes impostas permanentes, e as aes variveis
correspondentes a cada um dos tipos de combinaes, de acordo com o que
indicado a seguir.
3.8.1- Combinao quase-permanente de servio.
Nas combinaes quase-permanentes de servio, todas as aes variveis so
consideradas com seus valores quase-permanentes 2FQk.
kQj
n
j
jkGi
m
i
utild FFF ,1
2,
1
, ==
+= (3.4)
3.8.2- Combinaes freqentes de servio.
Nas combinaes freqentes de servio, a ao varivel principal FQ1 tomada
com seu valor freqente 1FQ1,k, as demais aes variveis so tomadas com
seus valores quase-permanentes 2FQk.
kQj
n
j
jkQkGi
m
i
utild FFFF ,2
2,11,
1
, ==
++= (3.5)
3.8.3- Combinaes raras de servio.
Nas combinaes raras de servio, a ao varivel principal FQ1 tomada com
seu valor caracterstico FQ1,k, as demais aes so tomadas com seus valores
freqentes 1FQk.
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4- Sistemas Construtivos Pontes em Vigas de Alma Cheia. 49
Mesoestrutura: aparelho de apoio, pilar e encontro,
Infraestrutura: fundao.
Estas definies causam uma certa dvida, pois os elementos estruturais muitas
vezes atuam de maneira conjunta entre si.
Antes do advento da solda, eram utilizados rebites na construo de pontes em
vigas metlicas de alma cheia. As mesas eram formadas com a combinao de
chapas e cantoneiras, permitindo desta forma a ligao com a alma.
A utilizao da solda permitiu uma seo transversal bem mais simplificada,
consistindo em uma chapa formando a alma e ligada a esta, atravs da solda,
outras chapas no sentido transversal, consideradas como mesas.
As mesas da viga podem ser constitudas por mltiplas chapas mais esbeltas,
ligadas entre si por cordes de solda ou constituda por uma nica chapa mais
espessa.
H trinta - quarenta anos atrs, a utilizao de chapas espessas para compor a
mesa em vigas de grandes dimenses, acarretava problemas referentes qualidade do ao, pois esta tende a piorar a medida que a espessura da chapa
aumente, devido composio e tamanho dos cristais.
Por esta razo a combinao de chapas mais esbeltas, unidas por cordes de
solda era a soluo mais indicada. Porm era necessrio ficar atento presena
de grandes concentraes de tenses nas regies de solda.
Nos locais (prximos a mesa) em que as tenses de compresso ou de trao
existentes na alma so grandes, pode-se utilizar o recurso de aumentar aespessura da alma nessa regio, como mostrado na figura 4.1.
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4- Sistemas Construtivos Pontes em Vigas de Alma Cheia. 50
cantoneiras de mesa
a ) b )
chapa da alma
chapas da mesa
{
chapa nica
chapa da alma
chapas de reforo
c ) d )
chapas mltiplasde mesa
Figura 4.1 Sees transversais tpicas de vigas de alma cheia: a) rebitada, b) soldada, c)parte
rebitada e parte soldada, d) chapas soldadas. Fonte: O Connor (1975).
4.2- Caractersticas importantes.
Podem ser destacadas as principais caractersticas das pontes constitudas de
vigas de alma cheia como sendo:
As vigas de alma cheia possuem geometria simples, propiciando custos
relativamente mais baixos de fabricao. Em locais de solda, o projeto deve
permitir ao mximo o emprego de processos automticos e semi
automticos,
Uma das desvantagens seria o uso ineficiente do material localizado na
alma. O material empregado neste tipo de viga pode ser maior quando
comparado a uma trelia ou a uma estrutura em arco,
A simplicidade da seo contribui a baixos custos de manuteno,
Quanto ao dimensionamento da alma, pode-se optar entre uma alma
espessa com poucos enrijecedores ou uma alma esbelta com um nmero
maior de enrijecedores transversais.
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4- Sistemas Construtivos Pontes em Vigas de Alma Cheia. 51
Os momentos e os esforos cortantes variam ao longo do comprimento da
viga. usual variar do mesmo modo a sua altura, seja pelo encurvamento
contnuo da mesa inferior ou pelo uso de trechos de altura constantes commsulas curvas ou retas,
Pode-se usar aos mais resistentes em regies com esforos de flexo
mais elevados, e conseqentemente manter a simplicidade do projeto de
vigas de altura constantes, todavia esta uma soluo bastante onerosa
nos dias de hoje devido ao preo do ao,
Pode-se utilizar como superestrutura duas vigas principais com
espaamento maior entre elas, juntamente com um sistema auxiliar
(transversinas e/ou longarinas) suportando o tabuleiro, ou prever a
utilizao de vigas principais mltiplas com espaamentos menores entre
elas.
Vigas retas de alma cheia merecem ateno na flambagem das mesas e
alma, e tambm a estabilidade lateral.
4.3- Exemplos de estruturas de vigas de alma cheia.
Na Alemanha foi construda a ponte Wiesbaden-Schierstein (figura 4.2). A
superestrutura composta de vigas de alma cheia que serve de travessia do Rio
Reno sendo o vo principal com 205,10m, seu tabuleiro ortotrpico e
compreende uma faixa de trfego de 20m e dois passeios de 2,00m.A altura da viga varivel de 4,45 a 7,45m, correspondendo s relaes
vo/altura de 46 a 27,5; relaes estas referentes ao vo principal.
A espessura da alma de 12mm que consiste numa relao mxima
altura/espessura de 600.
O espaamento tpico dos enrijecedores longitudinais na regio de compresso
de 65,0cm. Estes enrijecedores esto solidarizados a alma, de maneira que possa
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4- Sistemas Construtivos Pontes em Vigas de Alma Cheia. 53
Os enrijecedores transversais esto a 2,40m nos vos menores e 2,30m no vo
principal.
A largura da mesa superior varia de 30 a 51cm e a mesa inferior de 60 a 82cm, asmesas mais espessas foram compostas de trs chapas mais finas soldadas entre
si.
20,70m 20,70m 20,70m 20,70m20,70m 58,20m 58,20m70,10m
2,08m 8,10m 0,80m
3,30m
5,60m
2,5 %28,0cm
Plano do Sistema
horzontalde contraventamento
5cm de asfalto sobre3,8cm de camada isolante
Figura 4.3- Ponte sobre o Rio Drau ustria (1967).
4.4- Disposies construtivas atuais.
4.4.1- Generalidades.
As pontes mistas podem ser adotadas praticamente em todas as tipologias de
pontes, sejam pontes em vigas de alma cheia, trelias, estaiadas e arcos, apenas
nas pontes pnseis a superestrutura construda totalmente metlica com o
tabuleiro ortotrpico.
As solues mistas tambm so utilizadas com sucesso em recuperaes e
reforos de pontes existentes.
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4- Sistemas Construtivos Pontes em Vigas de Alma Cheia. 55
A seo transversal teve uma grande evoluo, pois antigamente as sees eram
compostas de vrias vigas metlicas em sua maioria espaadas de 3 metros,
sobre as quais era executada a laje de concreto, e quase sempre formadas detramos isostticos de no mximo 30 metros.
Atualmente a seo transversal pode ser composta de duas vigas, com os
tabuleiros de largura entre 20 a 22 metros (Lamas/1999). Os vos das vigas so
maiores e quase sempre contnuos.
Segundo Lamas (1999), o emprego de vigas de perfil com duplo IIpermitiram uma
melhora da estabilidade lateral da superestrutura, uma maior eficcia aos esforos
de toro, utilizao de contraventamentos de 6 a 10 metros e o emprego de
tabuleiros de grande largura, reduzindo desta maneira o balano e o vo central
da seo transversal do tabuleiro.
Hoje possvel o uso de chapas espessas para as mesas inferiores, cerca de 150
mm com aos soldveis de gros finos, tornando as pontes de vigas de alma
cheia com uma tipologia mais simplificada, e conseqentemente mais
competitivas.
As solues de vigas de altura varivel so bastante utilizadas atualmente,
tornando uma soluo econmica aliada ao bom funcionamento aos momentosfletores e ao cortante, alm de fornecer uma esttica agradvel.
Quanto ao concreto utilizado no tabuleiro, existe no mercado concreto de alto
desempenho com baixa relao gua/cimento, proporcionando uma diminuio
dos efeitos da retrao e fluncia.
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5- Tabuleiros de Pontes. 56
5- TABULEIROS DE PONTES.
5.1- Generalidades.
Sobre os tabuleiros incidem as cargas de trfego, que so transferidas as vigas
principais e/ou secundrias, pilares e fundaes. Cabe ao tabuleiro, de maneira
conjunta com as vigas, a funo de resistir aos esforos de toro e de contribuir
com a estabilidade da superestrutura.
Podem ser destacados os seguintes tipos de tabuleiro:
Tabuleiros em placa ortotrpica,
Tabuleiros de concreto armado moldado in situ,
Tabuleiros formados com grade de ao,
Tabuleiros pr-moldados (concreto armado e/ou protendido).
A escolha do tipo de tabuleiro deve seguir os seguintes fatores:
Durabilidade,
Resistncia flexo devido a carregamentos verticais, Custo,
Peso prprio.
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5- Tabuleiros de Pontes. 57
5.2- Tabuleiros em placa ortotrpica.
Um dos mais conhecidos tabuleiros de pontes a placa ortotrpica, na qual todosos elementos que pertence ponte trabalham de maneira solidria entre si, como
mostra a figura 5.1.
camada de asfalto 1"
chapa de ao "
vigas principais duplo I
enrijecedores
vigas transversais do tabuleiro
Figura 5.1 Tabuleiros em placa ortotrpica. Fonte: Blodgett (1966).
Usualmente utiliza-se uma chapa de ao de espessura entre 12,5mm a 15mm
sobre toda a extenso da ponte, a mesma serve como mesa superior das vigas
principais e transversais do tabuleiro.
Junto chapa de ao so soldados enrijecedores no sentido longitudinal demaneira que seja aumentada sua rigidez nesta direo, alm de contribuir com a
resistncia a toro.
Tendo uma mesa superior em comum aos trs elementos (enrijecedores, vigas
principais e transversais), a eficincia ao carregamento pode ser maior.
Sobre esta chapa de ao, geralmente aplica-se uma camada de asfalto em torno
de 4cm de espessura, em situaes a no utilizao do concreto sobre a
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5- Tabuleiros de Pontes. 58
superfcie do tabuleiro, ocorre concentrao de tenses nas ligaes em solda
entre o enrijecedor e a placa de ao.
Em casos em que seja aplicada uma camada de concreto, a mesma oferece umamelhor distribuio de tenses junto ao tabuleiro eliminando estas concentraes
de tenses.
Com o emprego do tabuleiro ortotrpico, basicamente o peso prprio pode ser
reduzido metade quando comparado a outros sistemas estruturais.
Em contrapartida em pontes de pequenos e mdios vos, a utilizao deste
sistema invivel economicamente, sendo a soluo de pontes de estruturas
mistas mais aconselhvel.
5.2.1- Enrijecedores longitudinais.
Em projetos americanos os enrijecedores mais empregados em placa ortotrpica
esto representados na figura 5.2.
100mm
295mm
25
0mm
150mm
325mm
212
,5mm
enrijecedor contnuo
8mm
100mm
250
mm
14mm300mm
vigas transversais vigas transversais
r = 150mm
r30
0mm
312,5mm
r
r = 87,5mm
270
mm
vigas transversais
enrijecedor contnuo300mm
vigas transversais
vigas transversais162,5mm
8mm
22
5mm
325mm 12,5mm
Poplar Street - St.Louis
enrijecedores contnuose descontnuos.
Port Mann
Mannheim -
Ludwigshafen
AISC (1960)
Weser Porta
Duisburg-Homberg
enrijecedor descontnuo enrijecedor descontnuo
enrijecedor descontnuo
Figura 5.2 Tipos de enrijecedores empregados em tabuleiro ortotrpico. Fonte: Blodgett (1966).
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5- Tabuleiros de Pontes. 59
O detalhe da ligao do enrijecedor com a chapa de ao est mostrado na
figura 5.3.
br
bs
ts
tr
enrijecedor
chapa de ao do tabuleiro
70
chapa de ao 12,5mm
enrijecedor 8mm
Figura 5.3 Ligao do enrijecedor com a chapa de ao do tabuleiro. Fonte: Blodgett (1966).
Sendo:
tR: espessura da placa do tabuleiro,
tS : espessura do enrijecedor,
bR: largura da placa sem enrijecedor,
bS: comprimento do enrijecedor.
Outro tipo de enrijecedor o apresentado na figura 5.4, porm no apresenta a
mesma eficincia do que os enrijecedores com sees transversais fechadas,
onde estes permitem maiores vos do tabuleiro ortotrpico, maior eficincia na
distribuio transversal das cargas do trfego e de oferecer maior rigidez toro.
Figura 5.4 Enrijecedor aberto.
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5- Tabuleiros de Pontes. 60
5.2.2- Posicionamento dos enrijecedores longitudinais junto s vigas
transversais do tabuleiro.
H duas maneiras de detalhar a interseo dos enrijecedores longitudinais s
vigas transversais do tabuleiro, ver figura 5.5.
vigas transversais
do tabuleiro
C
C
enrijecedor
viga transversal
enrijecedor
CORTE CC
A) Enrijecedor Descontnuo.
B) Enrijecedor Contnuo.
enrijecedor
vigas transversais
do tabuleiro
C
C
viga transversal
CORTE CC
enrijecedor
Figura 5.5 Interseo dos enrijecedores longitudinais com as vigas transversais do tabuleiro.
Na figura 5.5A, o sistema empregado bastante comum na Europa. Os
enrijecedores no so contnuos, so seccionados, soldados adequadamente e
posicionados entre as vigas transversais do tabuleiro.
As envoltrias de tenses aplicadas nos enrijecedores devem ser transferidas
atravs das teias formadas pelas vigas transversais do tabuleiro com os
enrijecedores.
Este mtodo requer um grande nmero de solda, sendo duas soldas em cada
face da viga por enrijecedor.
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5- Tabuleiros de Pontes. 61
Um mtodo alternativo mostrado na figura 5.5B, onde o enrijecedor contnuo e
as vigas transversais do tabuleiro so seccionadas adequadamente para a
passagem dos enrijecedores.Neste caso o espaamento entre os enrijecedores pode ser maior do que o
anterior, a solda aplicada apenas uma vez na viga por enrijecedor,
proporcionando uma maior economia de solda.
5.3- Tabuleiro em concreto armado.
Muitas pontes so projetadas com tabuleiros de concreto armado, apoiados em
vigas. Estes tabuleiros devem ser ancorados s vigas por conectores, fazendo
com que o tabuleiro faa parte na resistncia aos esforos de flexo.
Esta soluo construtiva proporciona economia de ao em torno de 8% a 30%,
contribui no aumento da rigidez da ponte e permite que as vigas de ao tenham
alturas menores proporcionando uma melhor esttica da superestrutura.
O sistema construtivo apresentado na figura 5.6 composto de um tabuleiro de
concreto armado interligado por conectores s vigas principais, e de um
contraventamento para auxiliar na estabilidade e oferecer um aumento de
resistncia toro.
A utilizao de conectores pode ser qualquer um dos apresentados no item
conectores de cisalhamento.
vigas principaiscontraventamento
conectoreslaje de concreto
Figura 5.6 Tabuleiro de concreto apoiado em vigas metlicas.
Outro sistema construtivo utilizado como tabuleiro, quando a laje de concreto
apia-se em um sistema em grelha, como mostra a figura 5.7.
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5- Tabuleiros de Pontes. 62
Este sistema construtivo possui as mesmas particularidades j citadas
anteriormente.
vigas principais
vigas longitudinais do tabuleiro
vigas transversais do tabuleiro
laje de concreto armado
Figura 5.7 Tabuleiro de concreto apoiado em grelha. Fonte: Blodgett (1966).
5.4- Utilizao de grade de ao como tabuleiro.
No comum a utilizao da grade de ao como tabuleiro, contudo a mesma
proporciona:
a) Reduo do peso prprio do tabuleiro,
b) No h necessidade em se fazer um sistema de drenagem sofisticado,
c) No so exigidos escoramentos na execuo,
d) A grade de ao pode ser instalada facilmente, muitas vezes utiliza-se um
concreto leve sobre a mesma com a finalidade de protege-la contra a corroso.
A figura 5.8 mostra um tabuleiro com grade de ao, apoiada nas vigas principais e
transversais do tabuleiro.
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5- Tabuleiros de Pontes. 63
vigas principais
vigas longitudinais do tabuleiro
vigas transversais do tabuleiro
malha de ao
Figura 5.8 Grade de ao aplicada em tabuleiro.
As vigas transversais do tabuleiro so posicionadas abaixo da mesa superior das
vigas principais, de maneira que o posicionamento da grade de ao coincida com
as mesmas; utiliza-se solda na fixao desta grade com as vigas.
5.5- Tabuleiro em laje pr-moldada juntamente com o concreto moldado
in situ.
O tabuleiro pode ser construdo por elementos pr-moldados, onde os elementos
so posicionados longitudinalmente lado a lado, e preenchidos com concreto
(figura 5.9).
A figura seguinte mostra a construo deste tipo de tabuleiro, que dispensa a
utilizao de frmas e escoramento, j que as vigas pr-moldadas em seo T
invertidas servem como frma para o concreto moldado in situ.
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5- Tabuleiros de Pontes. 64
cabo de protenso transversal
at 1,10m
pr-moldado
concreto moldado
in situ
Figura 5.9- Laje macia - elementos em viga T e concreto moldado in situ.
Fonte: Leonhardt (1977).
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6- Conectores de Cisalhamento. 65
6- CONECTORES DE CISALHAMENTO.
6.1- Generalidades.
O comportamento das estruturas mistas fundamentado na ao conjunta entre a
viga de ao e o concreto armado moldado in loco, pr-moldado e/ou protendido.
Para que acontea essa interao, necessrio desenvolver na interface
ao/concreto uma ligao capaz de resistir s tenses tangenciais na superfcie
de contato entre os dois materiais, impedindo o seu deslocamento relativo.
A aderncia natural e o atrito no so levados em considerao no clculo,
portanto se faz necessria a utilizao de conectores de cisalhamento para resistir
a estes esforos cisalhantes gerados nesta interface, e impedir o deslizamento
relativo e a separao da viga de ao com a laje de concreto.Os conectores so classificados em flexveis e rgidos e sero mostrados a seguir.
6.2- Comportamento da ligao ao/concreto ao cisalhamento.
Ao analisar a deformao de uma viga mista simplesmente apoiada com
carregamento na vertical de cima para baixo, nota-se que a superfcie superior da
viga apresenta tenses de compresso (se encurta), enquanto que a superfcie
inferior est sujeita a tenses de trao (se alonga).
A ao mista se desenvolve quando os dois elementos estruturais so
interconectados de tal forma a se deformarem como se fosse um nico elemento.
A figura 6.1a e 6.1b mostra o comportamento da viga com e sem interao entre
os dois elementos.
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6- Conectores de Cisalhamento. 66
a) vigas fletidas sem ao mista. b) vigas fletidas com ao mista.
N N
M(viga)
M(viga)
e) interao parcial.
Ft (viga)
Fc(viga)
M(laje)
Ft (viga)
c) intero total.
Fc(laje)
L.N.(viga)
M(laje) Fc(laje)
L.N.(viga)
L.N. (laje)
L.N.(viga)
d) nenhuma interao.
escorregamento.
M(viga)
escorregamento.
L.N. (laje)M(laje)
Figura 6.1 Comparao de vigas fletidas com e sem interao e interao parcial.
Fonte: Queiroz (2000)
Quando os dois elementos estiverem interligados por conectores, desenvolvem-se
foras que tendem a encurtar a face superior (composta pela laje e mesa superior)e simultaneamente alongar a face inferior, correspondente a mesa inferior da viga.
Caso no exista deslizamento relativo entre as duas faces, pode-se considerar o
diagrama de deformaes apenas com uma linha neutra (figura 6.1c); definida
como interao completa, conhecida tambm como ao mista total.
Quando a ligao no for suficientemente rgida haver duas linhas neutras, sua
posio depende do grau de interao entre os dois materiais (figura 6.1d, 6.1e).
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6- Conectores de Cisalhamento. 67
O grau de interao entre o ao/concreto depende do nmero de conectores
presentes nesta interface. Se for permitido um pequeno deslizamento relativo
entre os dois materiais, surge a interao parcial, conhecida tambm como aomista parcial.
Alm das foras horizontais existentes na interface laje e viga, os conectores
esto sujeitos a cisalhamentos providos de cargas verticais, principalmente nas
regies de apoio que tendem a separar os dois elementos estruturais.
Segundo Johnson (1975) este cisalhamento vertical pode ser desconsiderado,
pois a resistncia dos conectores suficiente para resistir a estas aes.
O Eurocoude4 (1996), recomenda que seja considerado 1/10 das foras
cisalhantes para as foras de verticais.
6.3- Tipos de conectores.
6.3.1- Conectores tipo pino com cabea (stud bolts).
Os conectores tipo pino com cabea so os mais utilizados, por fornecer uma boaancoragem com o concreto impedindo o afastamento da laje com a viga, no
oferece interferncia com a armadura do tabuleiro e sua fixao bastante rpida
e econmica, todavia requer alta energia para que possa ser realizada a
soldagem. Seu formato est apresentado na figura 6.2.
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6- Conectores de Cisalhamento. 68
L = 4c, 5c
C
L
H T
Figura 6.2 Conectores tipo pino com cabea (stud bolts).
A tabela 6.1 apresenta as dimenses e tolerncias destes conectores.
Tabela 6.1 Dimenses dos conectores de cisalhamento. Fonte: AWS D1. 1-2000.
DIMETRO(C)
TOLERNCIADE COMPRIMENTO
(L)
DIMETRO DACABEA DOCONECTOR
(H)
ALTURADA CABEADO CONECTOR.
(T)Polegadas mm mm mm mm mm
5/8 15,9+0,00-0,25 1,6 31,7 0,4 7,1
3/4" 19,1+0,00-0,03 1,6 31,7 0,4 9,5
7/8 22,2+0,00-0,38 1,6 34,9 0,4 9,5
Existe uma relao entre o dimetro do conector e a espessura da chapa para
que solda utilizada no danifique o material-base, os valores esto mostrados na
tabela 6.2.
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6- Conectores de Cisalhamento. 69
Tabela 6.2 Espessuras mnimas de chapas de ao para solda em arco eltrico do conector.
Fonte: Nelson Stud Welding Process.
DIMETRO DO CONECTOR. ESPESSURA MNIMA DO
MATERIAL-BASE.
Polegadas mm mm
5/8 15,9 3,75
3/4" 19,1 4,75
7/8 22,2 6,30
Segundo Dubas (1975) na construo de pontes empregam-se principalmente
conectores com dimetro de 3/4" e 7/8, e para que a resistncia total destes
sejam alcanadas, a espessura da chapa na qual sero soldados, no deve ser
inferior a 40 % do dimetro do conector.
De acordo com Dubas (1975), os afastamentos entre os conectores podem ser:
Sentido longitudinal da viga: espaamento mnimo: 5d, espaamento
mximo: 50d,
Sentido transversal viga: espaamento mnimo: 4d (d: o dimetro do
conector).
Na tabela 6.3 temos as propriedades mecnicas dos conectores segundo
ASTM A-108.
Tabela 6.3 Propriedades mecnicas requeridas para aos de conectores.
Fonte: AWS D1. 1-2000.
Resistncia trao. 415 MPa
Limite de escoamento (0,2% offset). 345 MPa
Alongamento (% em 50mm). mnimo de 20%
Reduo de rea. mnimo de 50%
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6- Conectores de Cisalhamento. 71
Os posicionamentos dos conectores em frmas de ao devem obedecer s
prescries da figura 6.4,
min.50
bf
min.50
bf
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bf
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hf < 75
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hf < 75
hf < 75
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bf
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hf < 75
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dimenses em mmbf
Figura 6.4 Lajes de concreto com frma de ao incorporada. Fonte: NBR 8800 (1986).
A face inferior da cabea do pino deve estar acima da armadura da laje,
A espessura da chapa de ao onde so instalados os conectores deve ser
40% do dimetro do pino,
A distncia entre a face do conector e a extremidade da chapa no deve
ser inferior a 20mm,
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6- Conectores de Cisalhamento. 72
A espessura de concreto acima da frma de ao deve ser no mnimo
50mm,
O comprimento do pino acima da frma deve ser no mnimo 40mm,
O espaamento entre conectores em lajes de concreto com frmas de ao
incorporado de 4x (quatro vezes) o dimetro, nas direes longitudinais e
transversais, e o espaamento mximo igual a 8x (oito vezes) a
espessura total da laje,
O posicionamento dos conectores deve ser seguido conforme a figura 6.4.
Notas: No deve ser aplicada solda, em laje com frma de ao incorporada nasseguintes situaes:
Quando a chapa for revestida com pintura,
Quando a camada de zinco que reveste a pintura for superior a 375g/m2,
Se a frma de ao apresentar espessura dupla.
Quando isto ocorrer deve-se soldar os pinos atravs de furos pr-existentes nafrma.
Apesar das qualidades apontadas do conector tipo pino com cabea, quando
comparado com o conector Perfobond (desenvolvido na Alemanha por Saul,
1992); o mesmo possui baixa resistncia fadiga.
O conector Perfobond formado por chapas de ao S23 com 60mm de altura e
12mm de espessura, apresentam furos de 30mm de dimetro distanciados entre
si de 60mm.
Sua fixao junto viga metlica realizada atravs de solda e a capacidade
resistente de 1950 kN/m, e comparando sua capacidade resistente a fadiga com
os conectores tipo pino com cabea, equivale a 24 conectores/m de 18 mm ou
19 conectores/m de 22mm.
A figura 6.5 apresenta o formato do conector perfobond.
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6- Conectores de Cisalhamento. 73
60 60 60
60
303010
12
viga metlica unidades em mm.
conector perfobondA
A Corte AA
Figura 6.5- Conector Perfobond (Saul/1992).
6.3.2- Conectores em perfil U laminado.
Estes conectores so muito utilizados no Brasil e os mais conhecidos so:
mkgCmkgCmkgC /3.6"5;/4.5"4;/1.4"3
Na figura 6.6 apresenta o posicionamento destes conectores junto viga.
S S
lc
tftw tw
tftw
tf
Figura 6.6 Conectores de perfil U laminado.
Notas: Os conectores citados nos itens 6.3.1 e 6.3.2, so classificados comoflexveis, os mesmos oferecem um comportamento dctil na ligao ao/concreto.Este comportamento corresponde quando um conector aps ter atingido a suaresistncia mxima pode continuar a deformar-se, sem que ocorra uma rupturaabrupta, proporcionando que os conectores vizinhos absorvam as forascisalhantes atuantes, num processo de uniformizao da resistncia da conexo.
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6- Conectores de Cisalhamento. 74
Esta caracterstica permite espaar igualmente estes conectores, sem diminuir aresistncia mxima da conexo.Quanto ao dimensionamento dos conectores tipo pino com cabea e o conector
perfil U laminado apresentado no item 7, com as consideraes feitas pelaAASHTO (1996).
6.3.3- Conectores de cisalhamento com caractersticas rgidas.
Podem ser observados na figura 6.7 os conectores com caractersticas rgidas, na
qual no apresentam as mesmas propriedades do que os conectores com
comportamento dctil.
c) perfil em ala com barra chata d) perfil T em ala com barra chata.
a) perfil T composto de chapa.
Fp
Fp
Fp
Fp
Fg
FgFg
b) plaqueta soldada mesacombinada com ganchos.
Figura 6.7 Outros tipos de conectores. Fonte: Eurocode 4 (1996).
A figura 6.7 mostra conectores formados por plaquetas e perfis, soldados mesa
superior da viga de ao. So adicionados a eles ganchos ou alas, destinados a
aumentar a resistncia do conjunto e de certa forma oferecer uma ductilidade
ligao.
Para o dimensionamento dos conectores com caractersticas rgidas, so
consideradas duas foras:
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6- Conectores de Cisalhamento. 75
Contribuio devido presso na superfcie da plaqueta (Fp),
Contribuio devido resistncia do gancho e da ala (Fg)
A resistncia total (Fconector) do conector, segundo recomendaes da Norma
alem (DIN 1078, apud Mason), pode ser traduzida pela frmula:
ssdccconector SSF += , (6.1)
Onde:
dccp SF ,= (6.2)
ssg SF = (6.3)
A tenso admissvel compresso do concreto pode ser calculada pela frmula.
23
,
c
c
dcdc
S
S = (6.4)
As variveis envolvidas nas equaes sero:
Sc : rea projetada da plaqueta,
c,d: tenso admissvel do concreto a compresso,
Ss : seo de ao,
Sd : rea de espraiamento (figura 6.9),
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6- Conectores de Cisalhamento. 76
s: tenso admissvel nos ganchos e alas,
: fator de reduo, o qual deve ser tomado igual a 0,5 para ganchos e 0,7para o caso de alas,
c: tenso do concreto a compresso.
A figura 6.8 e 6.9 mostra as reas consideradas nas equaes acima.
Sd=2dSc
d
2d
Sc
d0
b0
Sd = boxdo
Figura 6.8- reas equivalentes. Fonte: Mason (1976).
O espaamento mnimo obedece o imperativo de se obter uma boa rea de
espraiamento Sd, definida na figura 6.9, exigindo-se Sd2Sc, para um ngulo de
espraiamento =1:5.
Figura 6.9- rea de espraiamento. Fonte: Mason (1976).
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6- Conectores de Cisalhamento. 77
O espaamento mximo entre conectores deve estar compreendido entre 2tsa 3ts
(ts= espessura da laje), a fim de garantir uma certa uniformidade de distribuio
dos esforos.
6.3.4- Outros sistemas de ligao entre a laje de concreto e a viga de ao.
Dentre os vrios sistemas de ligao, destacam-se os conectores em espiral
representados na figura 6.10.
db
S
Figura 6.10- Conector em espiral.
A carga admissvel correspondente solicitao esttica apresentada pela
equao:
43840 ckbu fdQ = (Blodgett) (6.5)
As variveis envolvidas sero:
Qu: capacidade do conector,
db: dimetro do conector espiral,
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6- Conectores de Cisalhamento. 78
fck: resistncia caracterstica do concreto a compresso.
Outro tipo de conector que vem ganhando popularidade na Europa o conectorda Hilti-HVB (figura 6.11). solidarizado atravs de fixadores a tiro, possuindo
vantagem em relao aos demais, de no utilizar energia eltrica para serem
instalados.
Conector Hilti HVB
Laje de concreto
Viga metlica
Figura 6.11 Conector da Hilti HVB.
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7- Estudos de vigas mistas considerando os efeitos da retrao e fluncia. 80
mista utilizado para resistir s cargas mveis, defensas e possveis
manutenes futuras do tabuleiro.
A escolha do processo construtivo, influncia as tenses que se desenvolvem em
ambos os materiais. Em pontes mistas o processo escorado pode ser utilizado,
pelo fato de que a limitao de tenses no perfil metlico pode ser um
condicionante em seu dimensionamento.
7.2- Largura efetiva da laje.
Em situaes em que o efeito shear lag se faz presente, as hipteses de sees
planas permanecerem planas, no so obedecidas. Este efeito corresponde a no
uniformidade das tenses axiais nas mesas na direo transversal (figura 7.1).
Figura 7.1- Tenses axiais no uniformes nas mesas, efeito shear lag.
A tenso maior sobre a viga e decresce a medida que vai se distanciando da
sua linha de centro. A largura efetiva pode ser obtida atravs da figura 7.2.
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7- Estudos de vigas mistas considerando os efeitos da retrao e fluncia. 83
L
1 de b1 / L
2 de b2 / L
b2
2b2
b1 b1
2b2
b2
1b1 1b1
Figura 7.4- Largura efe