68
Editorial ....................................................................................................................................................................................................................................... 65 Artigos Originais: A Importância da Fisioterapia no Tratamento das Disfunções da Atm .............................................................................................................. 66 Neila L. de A. Mourão; Vandré T. de Mesquita Treinamento Com Exercícios Calistênicos Funcionais Em Indivíduos Idosos Hipertensos ............................................................................. 70 João R. Silva; Patrícia M. D. Zácaro Comparação dos Tipos de Pé Classif icados por Determinadas Formas de Avaliação Clínica .................................................................. 76 Juliana L. R. Cantalino; Hércules M. Mattos Estudo do Efeito da Utilização Simultânea da Crioterapia e do Tens nos Pacientes Portadores de Lombalgia ........................... 82 Rosangela da S. Ribeiro; Terezinha V. Monteiro; Ana Paula de V. Abdon Os Efeitos Vasculares do Equilibrador Neuro Muscular sobre a Atividade Autonômica do Tronco Simpático da Coluna Torácica .............................................................................................................................................................................................................................................. 88 Fabrício de Souza; Michelle K. Alves; Fábio N. Mileto; Aderbal S. A. Júnior Efeitos da Hidroterapia em Pacientes Idosos com Osteoartrose de Joelhos ................................................................................................... 93 Lívia F. Queiroz; Alessandra S. Da Rosa; Rogério F. F. Padilha; Paulo De T. C. De Carvalho Estudo Comparativo entre Três Formas de Alongamento: Ativo, Passivo e Facilitação Neuroproprioceptiva ................................... 97 Alessandra S. da Rosa; Rogério F. F. Padilha; Paulo de T. C. de Carvalho; Cinthia C. Mossini Análise do Volume Corrente em Pacientes sob Ventilação Mecânica Invasiva Submetidos a Técnicas de Alongamento e Re-equilíbrio Torácico ............................................................................................................................................................................................................................ 108 Baldomero A. K. da Silva; Carolina M. Fialkowski; Cristina Vincensi, Daniel M. Pereira; Paulo de T. C. de Carvalho Obtenção do Índice de Fadiga por Fotogrametria de Atletas Femininas no Teste do Salto com Contra-Movimento e a Utilização dos Braços .............................................................................................................................................................................................................................. 112 Allison G. Braz, Igor A. Braz, Luis F. M. Neto, José Cláudio J. Filho, Egberto Munin Evolução do Equilíbrio Funcional de Pacientes com Doença de Parkinson Submetidos à Fisioterapia em Grupo ................... 116 Reis NL, Pereira JDAS, Oliveira TLR, Gazzola JM, Bofi TC, Carvalho AC Revisão Bibliográfica: Terapia Manual na Síndrome de Imobilidade no LeitoManual ............................................................................................................................ 120 Leandro R. dos Santos Estudo de Caso: Aplicação da Terapia de Liberação Posicional em Paciente com Lombalgia Crônica de Origem Mecânica .................................... 125 Aline Silva e Moura Normas de Publicação ........................................................................................................................................................................................................................ 129 SUMÁRIO

2006_Analise Volume Corrente Em Pacientes ... Re_equilibrio Toracico

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  • Editorial ....................................................................................................................................................................................................................................... 65

    Artigos Originais:A Importncia da Fisioterapia no Tratamento das Disfunes da Atm .............................................................................................................. 66Neila L. de A. Mouro; Vandr T. de Mesquita

    Treinamento Com Exerccios Calistnicos Funcionais Em Indivduos Idosos Hipertensos ............................................................................. 70Joo R. Silva; Patrcia M. D. Zcaro

    Comparao dos Tipos de P Classif icados por Determinadas Formas de Avaliao Clnica .................................................................. 76Juliana L. R. Cantalino; Hrcules M. Mattos

    Estudo do Efeito da Utilizao Simultnea da Crioterapia e do Tens nos Pacientes Portadores de Lombalgia ........................... 82 Rosangela da S. Ribeiro; Terezinha V. Monteiro; Ana Paula de V. Abdon

    Os Efeitos Vasculares do Equilibrador Neuro Muscular sobre a Atividade Autonmica do Tronco Simptico da Coluna Torcica .............................................................................................................................................................................................................................................. 88Fabrcio de Souza; Michelle K. Alves; Fbio N. Mileto; Aderbal S. A. Jnior

    Efeitos da Hidroterapia em Pacientes Idosos com Osteoartrose de Joelhos ................................................................................................... 93Lvia F. Queiroz; Alessandra S. Da Rosa; Rogrio F. F. Padilha; Paulo De T. C. De Carvalho

    Estudo Comparativo entre Trs Formas de Alongamento: Ativo, Passivo e Facilitao Neuroproprioceptiva ................................... 97Alessandra S. da Rosa; Rogrio F. F. Padilha; Paulo de T. C. de Carvalho; Cinthia C. Mossini

    Anlise do Volume Corrente em Pacientes sob Ventilao Mecnica Invasiva Submetidos a Tcnicas de Alongamento e Re-equilbrio Torcico ............................................................................................................................................................................................................................ 108Baldomero A. K. da Silva; Carolina M. Fialkowski; Cristina Vincensi, Daniel M. Pereira; Paulo de T. C. de Carvalho

    Obteno do ndice de Fadiga por Fotogrametria de Atletas Femininas no Teste do Salto com Contra-Movimento e a Utilizao dos Braos .............................................................................................................................................................................................................................. 112Allison G. Braz, Igor A. Braz, Luis F. M. Neto, Jos Cludio J. Filho, Egberto Munin

    Evoluo do Equilbrio Funcional de Pacientes com Doena de Parkinson Submetidos Fisioterapia em Grupo ................... 116Reis NL, Pereira JDAS, Oliveira TLR, Gazzola JM, Bofi TC, Carvalho AC

    Reviso Bibliogrf ica:Terapia Manual na Sndrome de Imobilidade no LeitoManual ............................................................................................................................ 120Leandro R. dos Santos

    Estudo de Caso:Aplicao da Terapia de Liberao Posicional em Paciente com Lombalgia Crnica de Origem Mecnica .................................... 125Aline Silva e Moura

    Normas de Publicao ........................................................................................................................................................................................................................ 129

    SUMRIO

  • Responsabilidade Editorial

    ESCOLA DE TERAPIA MANUAL E POSTURAL S/S LTDACNPJ n 03.059.875/0001-57 - Insc. Estadual: Isento

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    A Revista Terapia Manual uma publicao trimestral destinada a fisioterapeutas e acadmicos de fisioterapia e reas afins. A distribuio feita em mbito nacional e possui uma tiragem trimestral de 5.000 exemplares, informando e estimulando a publicao de trabalhos cientficos na rea da Terapia Manual e Postural.

    Direo Executiva: Afonso Shiguemi Inoue SalgadoArte e Produo Grfica: Marcos Juliano de Lima Calo

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    Editor ChefeProf. Dr. Lus Vicente Franco de Oliveira

    Fisioterapeuta Mestre em Educao pela Universidade de Ribeiro Preto - UNAERP - SP Doutor em Cincias da Sade pela Universidade de Braslia - UnB - DF Professor pesquisador do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento IP&D da Universidade do Vale do Paraba - UniVap - So Jos dos Campos - SP.

    Editores AssociadosProf. Pierre Bisschop Fisioterapeuta - Blgica Diplomado em Medicina Ortopdica de Cyriax - Lecture Snior Secretrio da OMI - Orthopaedic Medicine Interna-

    tional - Blgica Professor da Escola de Terapia Manual e Postural - Brasil.Prof. Khelaf Kerkour Fisioterapeuta - Frana Ps-graduado pela Escola Superior de Ps-Graduao Bois Larris - Paris - Frana Presidente da Associao Sua dos Fisioterapeutas.

    Franois Soulier Fisioterapeuta - Frana Terapia Manual (Frana) Dgito acupuntura (Frana) Osteopatia Sydney (Austrlia) Activator Methods (Hawai e Phoenix 1 e 2 Nveis USA) Activator Methods - Advanced Proficiency Rating Examina-tion (Seattle USA) MicroKinesitherapie (Frana) Mtodos de Posturologia e reflexologia.

    Conselho Cientfico

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    Prof. Dr. Claudia Santos Mestre em Cincias da Sade pela UnB - DF Doutora em Cincias da Sade pela UnB - DF Professora pesquisadora do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento IP&D da Universidade do Vale do Paraba UNIVAP Fisioterapeuta - So Jos dos Campos - SP.

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    Prof. Dr. Edson Sanfice Andr Doutor em Neurocincias pela USP - SP Fisioterapeuta - Blumenau - SC.

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    Prof. Maryane Marim-Dinkins Especialista em Terapia Manual pela University of St. Augustine Florida EUA Mestre em Cincias de Sade pela University of St. Augustine - Florida - EUA Fisioterapeuta da Clinica Mayo - Jacksonville - Florida - EUA

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    Prof. Dr. Paulo de Tarso Camillo de Carvalho Mestre em Bioengenharia - USP - So Carlos - SP Doutor em Ortopedia, Traumatologia e Reabilitao - FMRP/USP - Ribeiro Preto - SP Professor Pesquisar da Universidade para o Desenvolvimento do Estado e Regio do Pantanal - UNIDERP Fisioterapeuta - Campo Grande - MS

    Prof. Dr. Renata Amadei Nicolau Mestre em Engenharia Biomdica pela Universidade do Vale do Paraba - UNIVAP - SP Doutora em Cincias Mdicas pela Universitat Roviri i Vigili - Rus/Espanha Doutora em Engenharia Biomdica pela UNIVAP - SP Professora e pesquisadora do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento IP&D da Universidade do Vale do Paraba UNIVAP - Odontloga - So Jos dos Campos - SP

    Prof. Dr. Renato Amaro Zngaro Doutor em Thermoluminescence Laser pela Universit ds Sciences et Techniques du Languedoc - Frana Ps-Doctor em Espectroscopia Laser pelo Massachusetts Institute of Technology - MIT/EUA Professor pesquisador do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento IP&D da Universidade do Vale do Paraba - UniVap - So Jos dos Campos - SP Engenheiro Eletrnico - So Jos dos Campos - SP.

    Prof. Dr. Roberto Srgio Tavares Canto Mestre e Doutor em Cirurgia Geral na Faculdade de Medicina de Ribeiro Preto - USP Ps-Doutorado pela Universidade de Liverpool - Inglaterra Professor pesquisador do Centro Universitrio UNITRI - MG Mdico Ortopedista - Uberlndia - MG.

    Dr. Sandra Regina Alouche Doutora em Neurocincias e Comportamento Humano pela USP - SP Fisioterapeuta - So Paulo - SP.

    Prof. Dr. Sandro Luz de C. Matos Mestre e Doutor em Neurologia pela UNIFESP Professor pesquisador da Universidade Bandeirante de So Paulo UNIBAN - SP Mdico - So Paulo - SP.

    Prof. Dr. Srgio Swain Mller Mestre e Doutor em Cirurgia - UNESP - Botucatu - SP Professor e Doutor do Departamento de Cirurgia e Ortopedia da UNESP - Botucatu - SP Mdico - Botucatu - SP.

    Prof. Dr. Thas de Lima Resende Mestre em Cincias da Sade pela Universidade de Manchester - Inglaterra Doutora em Cincias da Sade pela PUC - RS Fisioterapeuta - Porto Alegre - RS.

    Prof. Dr. Vera Lcia Israel Mestre e Doutora em Educao Especial pela UFSCar - SP Professora pesquisadora da Pontifcia Universidade Catlica do Paran - PUC - PR Fisioterapeuta - Curitiba - PR.

    Prof. Dr. Wilson Luiz Przysiezny Doutor em Engenharia de Produo na rea de Ergonomia pela UFSC - SC Professor da Escola de Terapia Manual e Postural Fisioterapeuta - Brusque - SC.

    V. 04 - N.16 - Abril/Junho 2006 - ISSN 1667-5937

  • EditorialEm outubro de 2005 criada a A.F.B - Associao de Fisioterapeutas do Brasil, uma associao civil, sem fins

    lucrativos representativa dos Fisioterapeutas que atuam na rea da Fisioterapia em todo o territrio nacional.Dentre as suas finalidades destacamos a contribuio na soluo dos problemas sociais, sanitrios e legais de nosso

    pas e de nossa profisso, promovendo a unio dos Fisioterapeutas e a defesa dos seus justos interesses. A entidade tambm buscar a promoo do desenvolvimento cientfico e tecnolgico da Fisioterapia e o aperfeioamento da forma-o do Fisioterapeuta. Diante da importncia e nobreza de tal proposta, abrimos espao para que o seu atual presiden-te se manifeste.

    Luis Vicente Franco de OliveiraEditor Chefe

    No dia 08 de outubro de 2005, na Plenria do XVI Congresso Brasileiro de Fisioterapia (XVI COBRAF), criou-se a Associao de Fi-sioterapeutas do Brasil (AFB), na presena da Dra. Brenda J. Myers, secretria geral da World Confederation of Physical Therapy (WCPT), Dra. Mabel Yvone Espinel Gonzalez, presidente da Confederao Latino Americana de Fisioterapia e Kinesiologia (CLAFK), Dr. Alxis Selios da Associacin de Fisioterapeutas do Uruguai e Membro do Comit Executivo da South American Region (WCPT-Sar). A presena destes representantes reforou a responsabilidade da associao brasileira.

    Em plenria histrica, calorosa e com diferentes opinies que engrandeceram o processo e obrigam a AFB a um trabalho ainda mais srio daquele que se objetivava. Cada fisioterapeuta tem o direito de ter uma profisso digna, bem remunerada e em condies salubres de trabalho. Para tanto convidamos os colegas a participarem da AFB para que juntos possamos organizar e criar uma associao nacional que represente os Fisioterapeutas no Brasil e no mundo.

    Em setembro de 2006, na Colmbia, ser solicitado o credenciamento da AFB como associao representante dos fi-sioterapeutas brasileiros na Amrica Latina junto CLAFK e, em junho de 2007 em Vancouver-Canad receber a cre-dencial de representantes oficiais do Brasil na WCPT.

    A associao objetiva cooperar com o desenvolvimento da fisioterapia; Estimular a prtica e educao da fisiotera-pia em alto nvel; Realizar a comunicao e a troca de informaes, incluindo a organizao de congressos nacionais, es-taduais e internacionais para fisioterapeutas; Organizar a criao e desenvolvimento de associaes estaduais e as re-presentativas das reas de atuao da fisioterapia no Brasil; Representar os fisioterapeutas do Brasil junto WCPT e a CLAFK; Debater os problemas polticos e sociais que afetam a sade pblica nacional; Orientar o pblico na procura de melhor assistncia Fisioteraputica; Contribuir para a soluo dos problemas que acometem a profisso; Unir os Fisiote-rapeutas e defender seus justos interesses; Exigir o cumprimento dos preceitos ticos e legais da categoria.

    O sucesso do XVI COBRAF (Congresso Brasileiro de Fisioterapia) realizado em So Paulo nos incentivou a propor a I Edio do INTERCOBRAF, a ser realizado no Mendes Convention, em Santos - SP, nos dias 12, 13 e 14 de outubro de 2006. Este evento est sendo organizado pela Associao de Fisioterapeutas do Brasil AFB com o apoio dos CREFITOs e de diversas Faculdades e Univer-sidades.

    O I INTERCOBRAF ter como objetivo incentivar a participao de fisioterapeutas clnicos e pesquisadores em destaque no Brasil a estender seus conhecimentos aos profissionais e alunos de graduao em Fisioterapia. J temos mais de 900 trabalhos submetidos a avaliadores doutores de diversas universidades brasileiras. As avaliaes sero realizadas eletronicamente no prprio site da AFB.

    Na era em que a humanidade se prepara para viver mais de cem anos, a fisioterapia tem um papel de destaque na manuteno dessa vida saudvel com bem estar.

    Ao mesmo tempo, a fisioterapia tambm se prepara para ajudar a curar ou aliviar os sofrimentos impostos pelas epi-demias modernas, como a HIV/AIDS, cncer e doenas cardiovasculares, artrites, diabetes, inabilidades e doenas re-lacionadas com o fumo e insnia.

    No COBRAF/2007 teremos mais uma vez a oportunidade de conhecer os principais resultados e ferramentas desen-volvidas pelos pesquisadores para habilitar os fisioterapeutas a enfrentar com maestria esses grandes desafios. O ob-jetivo proporcionar uma viso cientfica e clnica de mtodos ou tcnicas.

    O XVII COBRAF (Congresso Brasileiro de Fisioterapia) que ser realizado no Palcio das Convenes do Anhembi de 10 a 12 de outubro de 2007, promovido pela AFB, ser o maior evento da fisioterapia de 2007 e conta com o apoio dos CREFITOs das principais instituies de ensino, associaes cientficas e agncias de fomento pesquisa (FAPESP, CNPq, CAPES, FINEP).

    O Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional do Estado de So Paulo estabeleceu o PRMIO CREFITO-3 PARA O DESENVOLVIMENTO DAS CINCIAS NA REA DA FISIOTERAPIA de 10 mil reais, a ser distribudos entre os 3 melhores trabalhos inscritos no XVII COBRAF.

    Os Professores Dra. Amlia Pasqual Marques (Presidente do Congresso), Dra. Tnia de Ftima Salvini (Presidente do Comit Cientfico Nacional) Dr. Gil Lcio Almeida (Presidente do Comit Cientfico Internacional) e diversos professores e fisioterapeutas de todo o territrio brasileiro tm trabalhado para mais uma vez podermos apresentar os resultados de nossos esforos em clnicas, consultrios e laboratrios de pesquisas.

    Um abrao a todos

    Prof. Dr. Augusto Cesinando de CarvalhoPresidente da Associao de Fisioterapeutas

  • 66

    Terapia Manual 2006; v. 4 (16):

    * Artigo Recebido em Dez/2005 e Aprovado em Jan/2006.

    1Fisioterapeuta graduada pela Universidade de Fortaleza (UNIFOR)2Odontlogo graduado pela Universidade Gama Filho(U.G.F.- RJ).Mestre em Odontologia com concentrao em Clnicas Odontolgicas pela Universidade Potiguar(UNP.-RN).

    Endereo para correspondncia: Neila Lvia de Andrade MouroRua Stnio Gomes, 981, Jardim das Oliveiras 60.821-450 Fortaleza-CE.E-mail: [email protected]

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    Artigo Original

    A Importncia da Fisioterapia no Tratamento das Disfunes da AtmThe Importance of Physical Therapy in Treatment of Tmd Dysfunctions

    Neila L. de A. Mouro 1, Vandr T. de Mesquita2

    Resumo - O estudo tem por objetivo destacar a importncia da fisioterapia no tratamento das disfunes da articu-lao temporomandibular, assim como os benefcios alcanados com o tratamento. A amostra foi composta por qua-tro participantes (trs do sexo feminino e um do sexo masculino), com idade mdia de 24 anos, j com diagnstico de disfuno temporomandibular. Foram avaliados atravs da aplicao de um questionrio antes e aps o tratamen-to fisioterpico, onde destacou-se a sintomatologia principal e se houve benefcio ao final do tratamento. Os resulta-dos mostraram reduo ou mesmo ausncia dos sintomas aps a atuao da fisioterapia. Observa-se, portanto, que o tratamento foi eficiente e contribuiu para melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

    Palavras-chave: Fisioterapia; tratamento; disfuno temporomandibular.

    Abstract - The aim of this study was to detach the importance of physical therapy in treatment of temporomandi-bular articulation dysfunctions, so how benefit reached with treatment. The sample was composed of 04 participants (03 female and 01 male), with average age of 24 years old, already with diagnostic of temporomandibular dysfunc-tion. Was evaluated across of questionnaire application first and after of treatment physical therapy, where detached the principal symptoms and if was benefit the end of treatment. The results showed reduction or same abserce of symptoms after the physical therapy actuate. We observed, therefore, that the treatment was efficient and contribu-ted for improve quality of life from the patients.

    Keywords: physical therapy; treatment; temporomandibular dysfunction.

    INTRODUO

    A articulao temporoman-di-bular (ATM) caracterizada pela unio da mandbula, em ambos os lados com os ossos temporais(1). Ela faz parte do sistema estoma-togntico, que por sua vez abran-ge tambm componentes esquele-tais (maxila e mandbula), arcadas dentrias, tecidos moles (glndu-las salivares, suprimento nervoso e vascular) e msculos(2).

    Os movimentos permitidos pela ATM so os de protuso, retruso e lateralizao da mandbula, bem como a abertura e fechamento da boca3. uma estrutura extrema-mente importante, pois sua fun-o est diretamente relacionada

    com todo um contexto que envolve a comunicao entre pessoas, ex-presso emocional, a alimentao, que so fatores que interferem na qualidade devida do indivduo(4,5,6).

    Assim, uma desarmonia da es-trutura e funo do sistema esto-matogntico pode dar origem a uma disfuno da ATM. Sinais e sintomas como dores na cabea e pescoo, movimentos mandibu-lares limitados e/ou sons na ATM, dor facial, alteraes na cavidade oral, ouvidos ou nariz podem ser vistos em pacientes com disfuno temporomandibular(7).

    As desordens sofridas pela ATM podem ser classificadas em desar-

    ranjos internos, intrnsecos da ar-ticulao, e externos ou dos ms-culos da mastigao8. A etiologia dessas desordens est relacionada a diversos fatores, como m oclu-so, inflamao por trauma, doen-as sistmicas, transtornos inter-nos do disco, hipomobilidade ou hi-permobilidade articular, disfuno da articulao adjacente (cervical), disfuno muscular, desgastes s-seos, estresse emocional, entre outros.

    importante ressaltar que a dor e disfuno localizada no comple-xo bucal e maxilofacial so queixas que afligem quase 20% da popula-o dos pases ocidentais(9). A dor

  • 67

    Terapia Manual 2006; v. 4 (16): 552-557

    usualmente localizada em reas relacionadas com ATM e msculos mastigatrios. Ocorre quando os msculos so contrados forada-mente, mas torna-se um estmu-lo constante e ento a contrao se torna contnua(7). Cada vez que um msculo se encurta, ele apro-xima suas extremidades e desloca os ossos sobre os quais ele se in-sere, assim, as articulaes se blo-queiam e o corpo se deforma(10,11). Acredita-se, portanto, que o espas-mo dos msculos da mastigao o principal responsvel pela sinto-matologia dolorosa na disfuno da ATM e pode ser desencadeado por distenso, contrao ou fadiga muscular, correspondendo a 80% das causas da disfuno temporo-mandibular (DTM)(12).

    O tratamento dessas disfun-es, at bem pouco tempo res-trito ao mdico ortopedista e aos odontlogos, tem crescido bastan-te, abrangendo tambm fisiotera-peutas, fonoaudilogos e em al-guns casos o acompanhamento do psiclogo. A essa equipe multidis-ciplinar cabe o papel de realizarem juntos o diagnstico e o tratamen-to adequado de tais alteraes.

    A fisioterapia atua no trata-mento reversvel, tentando devol-ver a funo da articulao com-prometida. Para isso, necessita de uma avaliao precisa, engloban-do o indivduo como todo, mas fo-calizando-o para os sinais e sinto-mas apresentados na DTM. Exerc-cios de relaxamento ou de adapta-o para a funo muscular tm se mostrados efetivos na reduo de distrbios funcionais dos msculos e para distender os msculos ab-dutores(7).

    O presente estudo teve como objetivo destacar a importncia da fisioterapia no tratamento das dis-funes da ATM, bem como os be-nefcios alcanados com o trata-mento.

    METODOLOGIA

    A amostra foi composta por quatro sujeitos. Sendo trs do sexo feminino e um do sexo masculino, com idades entre 18 e 30 anos.

    O estudo foi realizado no Cen-

    tro de Fisioterapia do Hospital Rita do Vale Rgo em Reriutaba-CE.

    Em primeiro momento, os indi-vduos da amostra receberam uma explicao de como seria realiza-do o estudo e aps concordarem em participar, assinaram um termo de consentimento livre e esclare-cido de acordo com a Resoluo CNS 196/96 para pesquisas com seres humanos13. Os indivduos foram submetidos a uma avaliao antes e aps o tratamento fisiote-rpico, lembrando que todos eles foram encaminhados fisioterapia por odontlogos, j com diagnsti-co da disfuno da ATM.

    A primeira avaliao consistia em observar os principais sinais e sintomas revelados nos casos de DTM, como dor, movimentao da ATM, contratura muscular, crepita-es ou estalidos no nvel da ATM, desordens oclusais e relao da DTM com a postura. Foi realizada atravs de um questionrio, com 10 questes abertas e de fcil en-tendimento.

    Terminada a primeira avalia-o, os pacientes foram encami-nhados ao tratamento fisioterpi-co, que se utilizava de tcnicas de terapia manual com finalidade de reagrupar os msculos comprome-tidos e devolver a funcionalidade da ATM. O tratamento foi realizado duas vezes por semana ao longo de cinco semanas.

    As principais tcnicas de tera-pia manual utilizadas visaram li-berao muscular. Manobras libe-ratrias como do msculo frontal com deslizamento inferior utilizan-do os dedos indicadores; msculo temporal com movimentos circu-lares usando os dedos indicador e mdio; msculo corrugador do su-perclio com elevao do mesmo, realizando deslizamento superior e inferior com o dedo indicador e po-legar; msculos masseter e buci-nador com movimentos circulares e de deslizamento sempre no sen-tido descendente com os dedos in-dicador e mdio, eram feitas com durao de 30 segundos cada(14).

    Exerccios de relaxamento mus-cular como movimentos circulares e descendentes com os dedos indi-

    cador e mdio da ATM em direo ao msculo orbicular do lbio supe-rior; ATM em direo comissura labial; ATM em direo ao mento, com durao de 30 segundos cada. Liberao do sulco nasolabial com dedos indicador e mdio fazendo abertura e elevao do mesmo; li-berao do masseter, com os mes-mos dedos fazendo deslizamento e rolamento para cima at sentir um relaxamento do msculo, em torno de 1 minuto cada(14).

    Aps a liberao muscular foram realizadas manobras para descom-primir a ATM. A manobra de Aber-tura do Palato para ganho de espa-o articular no caso de desgaste do disco, fazia-se com o polegar sobre os molares inferiores pressionando no sentido caudal, enquanto que o mento era tracionado no sentido ceflico. Para descomprimir a ATM unilateral fazia-se a manobra de trao da mandbula, que tinha a mesma pegada anterior, sendo que o polegar fica por dentro dos mola-res inferiores. Ento, o polegar re-alizava uma trao no sentido late-ral enquanto que a mandbula era tracionada para o lado medial(14).

    Para finalizar o tratamento, tra-balhou-se tambm a coluna cervi-cal devido ntima relao mus-cular. Foi realizado a pompage do pescoo, em que uma das mos apoiava-se no occipital e a outra no mento, fazendo uma trao na ca-bea do paciente, mantida por trs segundos e relaxada lentamen-te, com cinco repeties, e alon-gamentos laterais da cabea, le-vando-a lateralmente para ambos os lados, alongamentos dos exten-sores da cabea, levando-a em di-reo ao peito, aproximadamen-te vinte segundos cada. Com esses exerccios a musculatura da colu-na cervical ficaria relaxada, livre de encurtamentos, evitando-se a m postura15. Ao final das cinco se-manas de tratamento, os pacientes foram submetidos segunda ava-liao, na qual observamos os sin-tomas da DTM ps-tratamento e verificamos a viabilidade das tc-nicas aplicadas. Para tanto, res-ponderam ao mesmo question-rio da primeira avaliao acresci-

    Neila L. de A. Mouro 1, Vandr T. de Mesquita2

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    do das questes de nmeros 11 (Aps quantas sesses de fisiote-rapia comeou a observar a me-lhora dos sintomas?), 12 (Quanto sua vida melhorou depois do tra-tamento fisioterpico para DTM?) e 13 (Acha o tratamento fisioterpico importante para problemas de dis-funes da ATM?).

    RESULTADOS

    Na primeira avaliao verifica-mos que todos os indivduos apre-sentavam, s vezes, dor ao repou-so na regio da ATM. Ao movimen-to de abrir a boca, trs referiram dor constantemente, enquanto que apenas um s sente dor s vezes. O mesmo ocorreu para a questo de dor ao mastigar alimentos, trs sentem dor constantemente e um sente somente s vezes.

    A dor na face foi referida pelos quatro pacientes, mas somente unilateral. Tambm foi observada, a face mais rgida em um dos lados pelos quatro indivduos. A regio do pescoo foi tambm local de re-ferncia de dor, sendo que dois pa-cientes a sentem bastante e os ou-tros dois sentem dor no muito in-tensa. E, em relao com a colu-na cervical, dois sujeitos referi-ram observar um pouco a cabea frente do corpo, um referiu est muito anteriorizada e, apenas um no observou anteriorizao algu-ma da cabea.

    No movimento da abertura da boca, um indivduo referiu est um pouco limitada e, os outros trs referiram bastante limitao para esse movimento. Ao tentar realizar a lateralizao da mandbula, um consegue realiz-la com pouca li-mitao, dois a fazem com maior limitao e somente um no con-segue faz-la. Estalidos ou crepi-taes ao abrir ou fechar a boca foram verificados, s vezes, pelos quatro pacientes.

    Na segunda avaliao, aps as cinco semanas de tratamento fisio-terpico, os quatro indivduos no relataram sentir dor ao repouso na regio da ATM. Dos trs que sen-tiam dor constantemente ao mo-vimento de abrir a boca, dois re-lataram ainda sentir dor s vezes,

    enquanto um no mais a sentiu. O outro que s sentia dor s vezes, ao repouso, tambm relatou no mais a sentir. O mesmo ocorreu na mastigao, dois referiram dor ocasional ao mastigar, e dois no referiram dor.

    A dor sentida na regio da face foi abolida, como tambm a rigi-dez da hemiface. Apenas um pa-ciente relatou sentir um pouco de dor na regio do pescoo (coluna cervical). Sobre a anteriorizao da cabea, trs pacientes afirma-ram no observar mais a anteriori-zao, enquanto um paciente rela-tou que a cabea ainda se encontra um pouco frente do corpo.

    Ao movimento de abertura da boca, dois indivduos relataram normalidade e dois indivduos afir-maram ter um pouco de limitao para realiz-lo. Para movimentar a mandbula para um dos lados (la-teralizao), um paciente relatou conseguir fazer o movimento nor-malmente, dois pacientes relata-ram pouca limitao para realiz-lo e um paciente, grande limitao.

    Os sons de estalidos ou crepi-taes continuaram sendo obser-vados, s vezes, pelos sujeitos da amostra.

    Em relao ao resultado do tra-tamento fisioterpico, dois afirma-ram observar a melhora dos sinto-mas a partir da terceira sesso e dois relataram essa observao a partir da quinta sesso de trata-mento. Todos os sujeitos afirma-ram grande melhora na qualidade de vida aps o tratamento fisiote-rpico, tambm revelaram grande importncia deste tratamento para disfunes da ATM.

    DISCUSSOA diferena significativa encon-

    trada neste estudo com relao dor sentida na regio da ATM, seja em repouso ou em movimen-to dessa articulao, nos mostra o papel decisivo do tratamento fisio-terpico na promoo da sade e na qualidade de vida dos pacien-tes que sofrem com disfunes da ATM. Isso porque, em geral, tem sido relatado que entre 70 a 80% de todos os pacientes com disfun-

    o temporomandibular experi-mentam dor(7).

    Observa-se tambm que h uma relao da DTM com a muscu-latura mastigatria, uma vez que todos os indivduos da pesquisa afirmaram sentir dor e rigidez em um dos lados da face. A sndrome dor miofacial um fenmeno psi-cofisiolgico que tem no espasmo dos msculos da mastigao seu fator etiolgico primrio(9).

    As complexas interaes anat-micas e biomecnicas entre o sis-tema estomatogntico e a rea da cabea e pescoo permitiram uma relao entre DTM e postura. A ati-vidade aumentada da musculatura mastigatria interfere nos mscu-los chamados de contra apoio (es-ternocleidomastoideo, trapzio) le-vando ao encurtamento dos ms-culos posteriores do pescoo e alongamento dos anteriores, acar-retando em uma projeo anterior da cabea(10).

    Os participantes do estudo de-monstraram alteraes na posio da cabea, bem como a sensao de dor na regio cervical. Por isso, foi importante combinar tratamen-to de DTM com postura para con-seguir uma melhor harmonia do corpo.

    A percepo da melhora dos sintomas foi apontada pelos pa-cientes, pouco tempo depois do incio do tratamento fisioterpico, o que nos faz entender como re-sultado satisfatrio. Podendo tam-bm ser percebido na melhoria de vida dos pacientes e a relao desse bem-estar com o tratamento fisioterpico, visto por todos eles ser muito importante.

    Baseando-se nas teorias de globalidade do homem, observa-mos que poderia haver uma re-lao entre a hiperatividade dos msculos da mastigao e a postu-ra corporal, havendo a possibilida-de de incluir o tratamento postural aos demais j realizados, na me-lhora da sintomatologia geral(16-20).

    CONCLUSO

    Neste estudo, analisamos a im-portncia da fisioterapia no trata-mento das disfunes da articula-

    A Importncia da Fisioterapia no Tratamento das Disfunes da Atm

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    o temporomandibular. Para isso foi preciso conhecer um pouco mais sobre essa articulao, suas possveis disfunes e a sintoma-tologia, podendo assim direcionar um tratamento adequado.

    O programa de tratamento rea-lizado, de acordo com a metodolo-gia empregada, mostrou-se efetivo e promoveu melhora clnica e fun-cional dos sujeitos. Cumpre ressal-

    tar que a atuao de uma equipe multidisciplinar fundamental para se obter resultados positivos, pro-movendo uma qualidade de vida melhor para essas pessoas.

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    Artigo Original

    Treinamento Com Exerccios Calistnicos Func iona is Em Ind i v duos Idosos HipertensosTraining With Functional Callisthenic Exercises In Senior Individuals With Hypertension

    Joo R. Silva1; Patrcia M. D. Zcaro2

    * Artigo Recebido em Jan2006 e Aprovado em Mar/2006.

    1 Curso Ps - Graduao em Cincias Biolgicas da UNIVAP. 2 Professora Doutora do Curso Ps - Graduao em Cincias Biolgicas da UNIVAP.

    Endereo para correspondncia: Joo Roberto Silva Rua Cidade Bento Gonalves, 343 Palmeiras de So Jos So Jos dos Campos - Cep: 12327-865 E-mail: [email protected]

    Resumo - O envelhecimento um processo biolgico natural e irreversvel, marcado por alteraes fisiolgicas que tornam o organismo mais vulnervel. Os efeitos gerados por estas alteraes podem ser minimizados e ou retarda-dos com qualidade de vida. Essa qualidade pode ser alcanada tambm atravs da prtica regular de atividade fsica. O trabalho com o idoso um exerccio continuo de tcnica e habilidade que exige conhecimentos apurados dos as-pectos fsicos e cognitivos do ser humano. Dessa forma, o presente estudo avaliou 18 idosos hipertensos de ambos os sexos, submetidos a um programa de exerccios calistnicos funcionais, e obter dados em relao ao perfil bioqu-mico (glbulos vermelhos, leuccitos, plaquetas, colesterol total e triglicrides) e o pico de torque isocintico (60/s) nos movimentos de flexo e extenso do joelho de ambos os membros. Os resultados obtidos mostram um aumento no pico de torque apenas para a varivel flexo. Na extenso, os resultados no foram significativos. Na anlise do hemograma os resultados mostram uma diminuio estatisticamente significativa na quantidade de plaquetas exis-tentes no sangue no apresentando alteraes significativas nos demais parmetros analisados. Dessa forma, obser-va-se que o protocolo de exerccios calistnicos funcionais utilizado no presente estudo, mesmo sendo de baixa in-tensidade trouxe benefcios aos idosos hipertensos, apresentando aumento significativo somente para a varivel fle-xo de joelhos nos membros inferiores. Tambm podemos concluir que idosos hipertensos que praticam atividades fsicas e utilizam medicamentos dirios no seu tratamento devem ter um acompanhamento mais cuidadoso na exe-cuo dessa rotina.

    Palavras-chave: Idosos; hipertenso; exerccios calistnicos.

    Abstract - The aging is a natural and irreversible biological process, marked by physiologic alterations that turn more vulnerable organism. The effects generated by these alterations can be minimized and or retarded with life quality. That quality can also be reached through the regular practice of physical activity. The work with the senior is an exer-cise continues of technique and ability that it demands select knowledge of the human being physical and cognitive aspects. In that way, the present study evaluated 18 senior hypertensions of both sexes, submitted the a program of exercises functional calisthenics, and to obtain date in relation to the biochemical profile (red globules, leucocytes, plaques, total cholesterol and triglycerides) and the peak torque isokinetic (60/s) in the flexors movements and ex-tension of the knee of both members. The obtained results just show an increase in the peak torque the variable fle-xors. In the extension, the results were not significant. In the it analyzes of the blood count the results show a de-crease significant statistical in the amount of existent plaques in the blood not introducing significant alterations us other analyzed parameters. In that way, it is observed that the protocol of exercises functional callisthenic used in the present study, same being of low intensity brought benefits to the hypertensive senior, presenting significant in-crease only for the variable flexors of knees in the inferior members. We can also end that hypertensive senior that practice physical activities and they use daily medicines in treatment should have a more careful attendance in the execution of that routine.

    Keywords: Aged; hypertension; callisthenic exercises.

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    INTRODUO

    Assim como qualquer ser vivo, o ser humano regido por um ciclo de vida. Desde o seu nascimento at sua morte so vrias as etapas que atravessa, sendo que, o enve-lhecimento uma delas.

    Ao atingirmos a terceira idade no h como negar que o corpo envelhece. um processo natu-ral e irreversvel no qual se inicia a degenerao gradual do organis-mo ocorrendo modificaes qumi-cas que alteram o funcionamento de rgos, cartilagens, membra-nas celulares, ossos e o surgimen-to mais freqente de doenas(1).

    Quando a pessoa atinge a ter-ceira idade constatamos que no aparelho motor, as articulaes so menos flexveis, sua agilidade torna-se menor, os msculos co-meam aperder seus tnus e fora, os ossos comeam a descalcificar pela falta de fixao do clcio, a pele se enruga perdendo a sua su-avidade(2,3).

    Muitos so os mtodos e meios existentes para tornar a vida de uma pessoa idosa mais positiva e atraente. Uma perspectiva consi-dervel para atuar de forma sau-dvel e motivadora durante a fase da terceira idade a prtica de exerccios fsicos regulares.

    A atividade fsica regular na ter-ceira idade, melhora a qualidade e a expectativa de vida, porm deve ser precedido de uma avaliao mdica e constar de exerccios f-sicos aerbicos, de fora muscular, de flexibilidade e de equilbrio(4).

    Portanto, pode-se montar um programa de treinamento com exerccios fsicos adequados, fun-cionais e dirigidos, mesmo que o idoso seja portador de alguma pa-tologia, objetivando com isso obter qualidade de vida.

    Observamos que uma camada considervel de pessoas que che-gam a terceira idade portadora de hipertenso arterial. Esta pato-logia altera a presso arterial ele-vando-a a nveis acima das mdias consideradas normais(5,6).

    Para esses casos necessrio conhecer em que nvel o indivduo que portador da hipertenso ar-

    terial est classificado. Assim, com as informaes necessrias pos-svel montar um programa de trei-namento adequado e sem riscos ao idoso hipertenso.

    O Brasil hoje possui uma popu-lao, que segundo as expectativas dos estudiosos, ser nos prximos anos um dos maiores contingentes mundiais na faixa etria da tercei-ra idade(7).

    Procurar estudar mtodos de trabalho para melhorar as condi-es de vida dos idosos, pesqui-sar o funcionamento do organismo e aumentar a expectativa de vida desses indivduos, capacitar profis-sionais que atuam com essa faixa etria sem dvida o principal ca-minho que uma sociedade lcida e comprometida com o desenvolvi-mento tende a atingir.

    METODOLOGIA

    Foram avaliados 18 indivdu-os idosos de ambos os sexos, com idade mdia de 69,27 7,91anos, que pertencem comunidade do Bairro Jardim Morumbi em So Jos dos Campos / SP, e fazem parte do Grupo da Terceira Idade Sorrindo Para Vida, assistido pela Unidade Bsica de Sade do res-pectivo bairro. Todos os idosos do grupo realizam atividades fsicas como parte de um programa da Secretaria Municipal de Esportes e Lazer da cidade.

    Para critrios de incluso:- estar na faixa etria igual ou

    maior a sessenta anos, como pre-coniza a Organizao Mundial de Sade para a terceira idade;

    - ser portador da patologia hi-pertenso, possuir PAS (presso arterial sistlica) maior que 140 mmHg e PAD (presso arterial diastlica) maior que 90 mmHg8, diagnosticado pelo medico da Uni-dade Bsica de Sade do bairro;

    - ser hipertenso at a classifi-cao leve, estgio 01 (159mmHg/99mmHg);

    - ser membro do grupo da ter-ceira idade Sorrindo Para Vida e com pronturio mdico na Unidade Bsica de Sade;

    - ter regularidade nas aulas com freqncia de trs vezes por

    semana;- utilizar os medicamentos Cap-

    topril 25 mg e Hidroclorotiazida 25 mg.

    No programa de treinamento foram trabalhados grandes grupos musculares dos membros supe-riores, membros inferiores, regio cervical e tronco, atravs de exer-ccios calistnicos funcionais, onde o individuo utilizou o peso do pr-prio corpo como resistncia duran-te a execuo dos mesmos.

    O grupo realizou o treinamento no perodo de dezesseis semanas, sendo que, as primeiras quatro se-manas foram utilizadas para adap-tao dos idosos aos procedimen-tos nos exerccios.

    A sesso de treinamento com os idosos foi dividida em trs par-tes, sendo aquecimento com dura-o de 10 minutos, realizao dos exerccios calistnicos com durao de 45 minutos e relaxamento com durao de 5 minutos. A estrat-gia utilizada foi montar um circuito aps o aquecimento, com estaes de exerccios calistnicos especfi-cos e definidos.

    Para a obteno dos dados re-ferentes performance muscular, foi utilizado o Dinammetro Isoci-ntico Computadorizado BIODEX.

    O teste no modo isocintico concntrico foi realizado com ve-locidade de 60/s de flexo/ex-tenso do joelho unilateral9,10 rela-ta ser uma velocidade confivel e precisa para este tipo de avaliao muscular.

    Foi realizada uma srie alter-nando os membros inferiores e entre cada srie foi respeitado um intervalo de 2 minutos11.

    Exames laboratoriais foram re-alizados no VALECLIN, Laborat-rio de Analises Clnicas de So Jos dos Campos / SP.

    Os voluntrios foram submeti-dos a uma coleta de 10 ml de san-gue por funcionrios treinados, qualificados e habituados tecnica-mente para esse procedimento.

    Com a amostra sangunea foi realizada analise para o Eritrogra-ma (numero de glbulos verme-lhos), Leucograma (nmero de glbulos brancos), Plaquetograma

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    (nmero de plaquetas), Colesterol Total e Triglicrides.

    RESULTADOS

    Para a avaliao dos dados foi utilizado o teste pareado de Wilco-xon, sendo que o ndice de signifi-cncia foi considerado para valores de p 0.05.

    O eritrograma, leucograma, colesterol total e triglicrides no apresentaram significancia estatis-tica.

    J o plaquetograma conforme a Tabela 1 mostra os resultados onde observa-se uma diminuio estatisticamente significativa (p = 0,03) para o nmero de plaquetas no grupo de idosos, comparando-se o teste e o reteste.

    Para pico de torque os resulta-dos mostram que na variavel ex-tenso no ocorreu mudanas sig-nificativas em ambos membros in-feriores.

    No membro inferior direito, a Tabela 2 e a Figura 1 mostram um aumento estatisticamente signifi-cativo na flexo (p = 0,005), suge-rindo aumento de fora.

    Da mesma forma para o mem-bro inferior esquerdo, a Tabela 3 e a Figura 2 mostram aumento esta-tisticamente significativo, somente para a flexo (p= 0,002).

    DISCUSSO

    No presente estudo nenhuma alterao na quantidade de glbu-los vermelhos foi encontrada. Su-gere-se que o protocolo de exerc-cios fsicos aplicado possa justificar essa ausncia de alterao, pois os mesmos eram de baixa intensi-dade, tendo em vista que o grupo avaliado era composto por indiv-duos idosos, enquanto que a litera-tura mostra alterao com grupos de caractersticas diferentes desta.

    Assim como no houve alte-rao na quantidade de glbulos verme-lhos observados no presen-te estudo, o mesmo foi encontrado em relao aos leuccitos. Poden-do tambm sugerir que a intensi-dade do protocolo de exerccios f-sicos aplicado possa ter sido pre-ponderante nessa resposta.

    As plaquetas tm funo na co-

    agulao sangunea, atuando nas respostas imunes como os proces-sos inflamatrios. O exerccio fsi-co pode induzir uma resposta infla-matria, que promove o aumento na quantidade de plaquetas no or-ganismo(12).

    Por outro lado, a reduo na quantidade de plaquetas no san-gue tambm pode ser influenciada pela fase menstrual13 ou na pseu-dotrombocitopenia(14). Plaquetope-nia e Trobocitopenia so patologias

    associadas a sangramento nasal, bucal e erupes cutneas.

    No presente estudo, o grupo de idosos avaliados apresentou uma diminuio significativa (p= 0,03) no nmero de plaquetas no san-gue, e estes faziam uso do medi-camento Captopril. especificado que este medicamento, usado por indivduos hipertensos, pode pro-vocar a reduo do nmero de pla-quetas(15).

    A literatura aponta que um pro-

    Tabela 1 - Valores da anlise estatstica do Plaquetograma, referentes ao numero de plaquetas (mm3 ) presentes no sangue.

    IDOSOSVOLUNTRIOS

    Plaquetas (mm3) TESTE

    Plaquetas (mm3) RETESTE

    AJGS 152.000 114.000PSM 203.000 196.000LS 309.000 260.000AP 304.000 306.000BVA 225.000 206.000RL 225.000 219.000JTS 147.000 186.000FVC 223.000 223.000TMG 157.000 137.000RSO 252.000 229.000BGF 158.000 168.000ALS 287.000 269.000HTRC 195.000 172.000MLS 288.000 286.000EOR 216.000 226.000GCD 221.000 213.000ECSS 234.000 191.000AGS 215.000 212.000Mdia SD 222.84 50.85 211.84 48.93*

    p = 0,03, comparando-se a mdia do nmero de plaquetas entre o teste e o reteste.

    Tabela 2 - Valores da anlise estatstica do Pico de Torque flexo e extenso do Membro Inferior Direito.

    TESTE RETESTEIDOSOSVOLUNTRIOS

    Extenso 60/s

    Flexo60/s

    Extenso60/s

    Flexo60/s

    AP 132,9 -58 101 -67,8AJGS 113,8 -75,1 86,8 -82,4AGS 86,2 -51,3 92,6 -49,6BGF 103,3 -62,6 106,2 -63,9BVA 147,9 -73,6 128,8 -88,3EOR 89 -51,5 108,8 -72FVC 102,6 -41,4 104,5 -55,5HTRC 69,3 -31,7 70,9 -49MLS 118,2 -57,4 69,8 -57PSM 103,5 -55,7 98,3 -66,3RSO 94,8 -50,4 92,1 -50,6TMG 60,3 -32,8 84,1 -44,3LS* --- --- --- ---RL* --- --- --- ---JTS* --- --- --- ---ALS* --- --- --- ---GCD* --- --- --- ---ECSS* --- --- --- ---Mdia SD 101,8

    24,7-53,4 13,7 95,3

    16,5-63,06 13,8**

    * No realizou o teste.** p = 0,005, comparando-se a flexo entre o teste e o reteste.

    Treinamento com Exerccios Calistnicos Funcionais em Indivduos Idosos Hipertensos

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    grama de exerccios fsicos regula-res tem influencia psicolgica be-nfica preservando a funo cog-nitiva, proporcionando alvio aos sintomas de depresso e autocon-trole. Observa-se que no neces-sariamente exista uma interfern-cia de marcadores fisiolgicos tra-dicionais de performance e aptido fsica, mas mesmo assim promo-

    ve melhora da capacidade funcio-nal, reduzindo o risco de doenas e melhorando a sade.

    O grupo de idosos avaliado no presente estudo apresentou ntida evoluo em relao ao compor-tamento (humor), da postura na execuo dos exerccios e na mo-tivao, dentre outros. Parmetros estes que no foram objeto de es-

    tudo, mas apresentaram-se rele-vantes para o esclarecimento de muitas respostas observadas no perfil bioqumico, por exemplo.

    A fora, atravs do Pico de Tor-que, tambm foi avaliada neste es-tudo na flexo e extenso do jo-elho nos membros direito e es-querdo. Existe um estudo11,(16), que aponta que este tipo de avaliao isocintica comumente utilizada para avaliar performance muscu-lar no idoso e recomendado para comparar dados normativos.

    O presente estudo utilizou a ve-locidade angular de 60/s para a avaliao das variveis flexo e ex-tenso do joelho nos membros in-feriores, prtica tambm utilizada em estudos que se mostram como a mais adequada para este tipo de protocolo por no gerar risco a in-tegridade fsica dos idosos, quer em termos cardiovasculares, mus-culares e da articulao do joe-lho(17,18).

    O mtodo de avaliao isocin-tica para mensurar o Pico de Tor-que usado comumente em gru-pos experimentais compostos por pessoas idosas(11,19).

    No presente estudo apenas o parmetro flexo apresentou au-mento estatisticamente significa-tivo tanto para o membro inferior direito (p= 0,005) quanto para o esquerdo (p= 0,002). A extenso no mostrou diferena significati-va entre o teste e o reteste. Este aumento no Pico de Torque para a flexo demonstra que houve ganho de fora. E este ganho de fora observado apenas na flexo pode estar relacionado diretamente ao protocolo de exerccios calistnicos funcionais aleatoriamente selecio-nados para o programa. Observa-se que dentre cinco exerccios, trs so voltados para o trabalho de fle-xo de membros inferiores.

    Estudo com protocolos de exer-ccios de baixa intensidade, como o tai chi chuan, por exemplo, apli-cados em indivduos idosos, mos-tram-se eficientes tambm no au-mento de fora para membros in-feriores, tanto na flexo quanto na extenso20.

    Apesar do protocolo de exer-

    Tabela 3 - Valores da anlise estatstica do Pico de Torque flexo e extenso do Membro Inferior Esquerdo.

    TESTE RETESTE

    IDOSOSVOLUNTRIOS

    Extenso 60 s

    Flexo60 s

    Extenso60 s

    Flexo60 s

    AP 123,9 -70,4 137,1 -81,4AJGS 101,3 -64,3 110,6 -80,3AGS 83,1 -37,6 85,7 -51,1BVA 156,1 -76,5 139,4 -84,8BGF 83,1 -37,6 117,6 -75,7EOR 107,9 -52,5 121,8 -72,4FVC 85,8 -44,9 111,9 -60,9HTRC 73,9 -31,6 80,8 -53MLS 124,5 -54,6 78,1 -67,4PSM 103,3 -48 98,7 -61RSO 67,4 -37,2 70,8 -45,3TMG 80,4 -36,5 86,5 -45,6LS* --- --- --- ---RL* --- --- --- ---JTS* --- --- --- ---ALS* --- --- --- ---GCD* --- --- --- ---ECSS* --- --- --- ---Mdia SD 99,2 25,7 -49,3

    14,6103,2 23,2

    -64,9 14,1**

    * No realizou o teste.** p = 0,002 , comparando-se a flexo entre o teste e o reteste.

    101,8295,33

    53,4663,06

    0

    20

    40

    60

    80

    100

    120

    Teste Reteste

    Torq

    ue e

    m V

    alor

    es A

    bsol

    utos

    -(Mn)

    ExtensoFlexo

    Figura 1 - Grfico de comparao das mdias referente ao movimento de flexo e extenso no Dinammetro Isocintico realizado pelo membro inferior direito.v

    Joo R. Silva1; Patrcia M. D. Zcaro2

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    Terapia Manual 2006; v. 4 (16):

    ccios calistnicos aplicado tam-bm ter sido considerado de baixa intensidade, apresentou aumen-to significativo de fora apenas na flexo. Essa diferena nos resul-tados pode ter sido em virtude do perodo de durao do treinamen-to, tendo sido menor no presente

    estudo quando comparado lite-ratura.

    De um modo geral, parece claro que o idoso, mesmo apre-sentando hipertenso, apresen-ta plenas condies para a prtica de atividade fsica regular, a qual pode e traz benefcios, como o au-

    Figura 2 - Grfico de comparao das mdias referente ao movimento de flexo e extenso no Dinammetro Isocintico realizado pelo membro inferior esquerdo.

    99,23 103,25

    49,31

    64,91

    0

    20

    40

    60

    80

    100

    120

    Teste Reteste

    Torq

    ue e

    m V

    alor

    es A

    bsol

    utos

    -(Mn)

    ExtensoFlexo

    mento de fora na flexo observa-do. Esses dados confirmam o fato de que o sedentarismo na terceira idade pode gerar complicaes ex-pressivas, diminuindo a qualidade de vida e consequentemente a ex-pectativa de vida.

    CONCLUSO

    O programa de exerccios fsi-cos de baixa intensidade, aplica-do pode ter sido o responsvel pela ausncia de alterao observadas no eritrograma, leucograma, co-lesterol total e triglicrides.

    A diminuio significativa ob-servada no plaquetograma pode ter ocorrido em conseqncia ao uso do medicamento Captopril para indivduos hipertensos, ca-racterstico do grupo experimental deste estudo.

    O aumento do Pico de Torque observado somente para a flexo de ambos os membros inferiores pode estar relacionado ao perodo de tempo no qual o protocolo de trei-namento foi imposto. Mostrando-se menor, quando comparando a traba-lhos que obtiveram alterao tam-bm no parmetro extenso.

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    Terapia Manual 2006; v. 4 (16):

    Artigo Original

    Comparao dos Tipos de P Classif icados por Determinadas Formas de Avaliao ClnicaComparison of the Types of Foot Classif ied by Determined Forms of Clinical Evaluation

    Juliana L. R. Cantalino1; Hrcules M. Mattos2

    * Artigo Recebido em Fev/2006 e Aprovado em Mar/2006.

    1Fisioterapeuta graduada pela Universidade Catlica do Salvador (UCSal)2Fisioterapeuta, professor do curso de ps-graduao em Terapia Manual e Postural/CESUMAR, mestre em bioengenharia pela Universidade do Vale do Paraba (UNIVAP).

    Endereo para correspondncia:Juliana Leal Ribeiro Cantalino Rua Jd. Joo XXIII, 196, ap 21, Boa Vista de Brotas, Cep: 40240-310, Salvador, BA.E-mail: [email protected]

    Resumo - Trata-se de uma pesquisa quantitativa, descritiva, que tem por objetivo comparar os resultados apresen-tados, quanto aos tipos de p, atravs de trs formas de avaliao clnica: plantigrafia, podoscpio e baropodome-tria. Foi realizada uma amostra de convenincia, na qual fizeram parte indivduos voluntrios, de ambos os sexos, com idade entre 20 e 30 anos. A coleta de dados foi realizada entre os meses de outubro e novembro de 2006, em uma Clnica em Londrina, Paran. Para coleta dos dados foram utilizados um baropodmetro, plantgrafo e podosc-pio, atravs dos quais se obteve as impresses plantares dos indivduos, que foram analisadas e classificadas utili-zando-se do mesmo mtodo. A concordncia nos exames foi estimada atravs da medida estatstica Kappa pondera-do. Participaram da pesquisa 28 indivduos, o que corresponde a 56 ps. No exame realizado tanto pela plantigrafia quanto pelo podoscpio foram encontrados p cavo, normal, plano tipo 1 e tipo 2. Na baropodometria, s foram en-contrados p cavo, plano tipo1 e tipo 2. A concordncia observada entre o podoscpio e a plantigrafia foi considera-da como moderada. A plantigrafia e a baropodometria apresentaram uma concordncia sem significncia estatstica. Entre o podoscpio e a baropodometria houve uma leve concordncia. Um meio confivel para avaliar as disfunes dos ps e a eficcia dos mtodos de tratamento um importante passo para uma melhora global dos cuidados com o p. Por isso deve se ter um cuidado com o uso do mtodo adequado para cada objetivo da avaliao.

    Palavras-chave: p; deformidades do p; p plano; instrumentao.

    Abstract - A quantitative descriptive research was conduted in order to compare the presented results, all that foot types classification, through three forms of clinical evaluation: plantigraphy, podoscopy and baropodometry. A sam-ple of convenience was carried through, in which they had been part voluntary individuals, man and woman, with age between 20 and 30 years. Data were colected between October and November of 2006, in a Clinic, Londrina, Para-n. The footprint was gotten with the use of baropodometry, plantigraphy and podoscopy and it analyzed and clas-sified using itself of the same method. The agreement in the examinations was appraised through the measure wei-ghed Kappa statistics. 28 individuals had participated of the research, what it corresponds the 56 feet. In the exa-mination the plantigrafia as much as the podoscpio had been found concave foot, normal foot, flat foot type 1 and type 2. In the baropodometry, they had been only found concave foot, flat foot tipo1 and type 2. The agreement ob-served between the podoscopic and the plantigraphy was considered as moderate. The plantigraphy and the baropo-dometry had presented an agreement without significance statistics. Between the podoscopy and the baropodometry it had a light agreement. A trustworthy way to evaluate the disfunes of the feet and the effectiveness of the tre-atment methods is an important step for a global improvement of the cares with the foot. Therefore a care with the use of the method adjusted for each objective of the evaluation must be had.

    Keywords: foot; foot deformities; flatfoot; instrumentation.

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    INTRODUO

    O p um elemento importan-te para a estrutura corporal, princi-palmente para o sistema postural. A planta dos ps rica em recepto-res cutneos, exteroceptivos e pro-prioceptivos, que os torna um cap-tor ou adaptador podal; com isso, no nvel dos ps, diferentes infor-maes podem intervir(1). Segundo Bricot(1), o p pode ser respons-vel pelo desequilbrio postural que sua patologia provoca; se ajustar aos desequilbrios vindos de estru-turas suprajacentes a ele, sendo ele ento uma vtima. Ou pode se apresentar com um elemen-to misto, tendo ao mesmo tempo uma vertente causativa e outra adaptativa. Os ps so o suporte final do sistema postural e o meio de unio com o solo; tem com isso que se adaptar s irregularidades vindas do prprio corpo ou do meio externo(1).

    Juntamente com o tornoze-lo, o p deve combinar flexibilida-de com estabilidade, pois quando uma pessoa fica na postura est-tica, em ortostase, o p deve pro-porcionar uma base de apoio es-tvel para equilibrar e sustentar o corpo, com mnimo esforo mus-cular. Durante a fase da marcha, o p deve funcionar como uma ala-vanca rgida durante a fase de im-pulso, fazendo tambm a absor-o de choques durante a fase do choque do calcanhar. Tambm pre-cisam ter a flexibilidade necessria para adaptar-se a terrenos irregu-lares(2, 3).

    Pelo menos 80% da populao geral tm alteraes nos ps que podem muitas vezes, ser corrigidas atravs de uma avaliao adequa-da(3). necessrio com isso saber se os ps esto sofrendo ou geran-do alteraes e realizar uma avalia-o criteriosa(4). A clnica a etapa primordial do diagnstico, mas existem algumas tcnicas comple-mentares que podem ser utilizadas para corroborar com o mesmo(1). O estudo das impresses planta-res permite o diagnstico de dife-rentes patologias que acometem a estrutura podal, tais como p cavo, p plano, dentre outras; este estu-

    do igualmente necessrio na re-alizao da mensurao das rte-ses plantares ou palmilhas ortop-dicas(1).

    Anatomicamente, o p se divide em quatro partes(1): artelhos, re-presentados pelos dedos; antep, formado pelos cinco metatarsia-nos, que funciona como alavanca durante a fase da marcha; medio-p, composto pelo navicular, trs cuneiformes e cubide, que fun-ciona como segmento para absor-o de choques, desempenhando a funo chave na sustentao do arco longitudinal medial; e retro-p, constitudo pelo calcneo, que proporciona estabilidade durante a fase da marcha na qual ocorre o contato do calcanhar com o solo e funciona como brao de alavanca para o tendo de Aquiles durante a flexo plantar do p(2).

    Utilizando-se das impresses plantares, Oliveira(5), traa linhas para identificar as regies anat-micas do p. Inicialmente acha-se o ponto mdio transversal da regio do retrop e traa-se uma linha (L1) com auxlio de uma rgua convencional at o segun-do interdgito. Depois so traadas mais duas linhas paralelas a L1: a primeira (L2), tocando a borda me-dial e a outra (L3) a borda lateral (L4) do antep. distncia, em mi-lmetros, entre L2 e L3 correspon-de largura do antep. Posterior-mente, so traadas duas linhas perpendiculares a L1, uma tocan-do no ponto mais extremo do re-trop (L4) e a outra no ponto mais extremo do antep (L5), excluindo os dedos. No ponto mdio entre L4 e L5 traamos uma outra reta per-pendicular a L1 que corresponde ao mediop.

    A estrutura do p sustentada por trs arcos plantares que repou-sam sobre trs pontos de apoio, primeiro e quinto metatarsiano e o calcneo(2,6). O arco longitudi-nal medial longo e alto, compos-to pelo calcneo, tlus, navicular, cuneiforme medial e os trs meta-tarsais mediais(6). O arco longitudi-nal lateral, formado pelo calcneo, cubide, quarto e quinto metatar-sal(6), mais baixo e mais rgido

    que o arco longitudinal medial(2). O arco transversal, na altura do me-diop mais alto medial do que la-teralmente(6); este se origina nas cabeas dos metatarsianos e per-manece presente at o ponto em que desaparece ao nvel do calc-neo. Os arcos plantares promovem flexibilidade e sustentao do p e funcionam como elementos de ab-soro de choques, amortecedores e dissipadores de foras de reao do solo(2,6).

    A harmonia entre as estrutu-ras sseas do p, juntamente com os ligamentos e msculos pro-movem estabilidade e flexibilida-de dos arcos plantares(7,8). A falha na integridade articular ou de par-tes moles resultar em disfunes do p(8). Quanto s estruturas dos arcos plantares, o p pode ser clas-sificado em normal, plano e cavo. No p normal os dois arcos mediais devem ser simtricos tanto na lar-gura quanto no comprimento. O p plano caracteriza-se por um acha-tamento do arco longitudinal me-dial(2). O p cavo caracterizado por um aumento do arco longitu-dinal medial. Esse tipo de defor-midade resulta num p rgido com muito pouca capacidade de amor-tecer choques e adaptar-se aos es-foros(3).

    Alguns estudos utilizam-se das mensuraes das regies do p para classific-lo em normal, plano ou cavo(9,2). No p normal a largu-ra da impresso plantar do medio-p corresponde a 1/3 da largura da impresso plantar do antep. No p cavo, a largura da impresso plan-tar do mediop menor que 1/3 da medida do antep. O p plano pode ser grau 1, quando o mediop maior que 1/3 do antep; grau 2, com o mediop maior que 1/2 do antep; grau 3, com o mediop maior que a largura do antep; no grau 4 ocorre um abaulamento da borda medial, surgindo uma ima-gem semilunar.

    Existem alguns equipamentos que fornecem informaes para classificar o tipo de p. Dentre eles temos a plantigrafia, o podoscpio e a baropodometria.

    A plantigrafia a impresso

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    grafada em papel das superfcies plantares dos ps com a carga do peso corporal(10-12). O podoscpio apresenta uma superfcie de vidro acima de um espelho que reflete a imagem plantar no momento em que os ps se posicionam sobre o vidro(13). Podemos notar como se distribui o peso do corpo, se h ou no reas de hiperpresso, que aparecem como pontos mais cla-ros na imagem plantar dos ps, di-ferenciando os ps planos dos ps cavos(14,11). A baropodometria uma tcnica posturogrfica de re-gistro, utilizada no diagnstico e avaliao da presso plantar, tanto em posio esttica, de repouso, como de movimento, de deambu-lao, que registra pontos de pres-so exercidos pelo corpo(10). Se-gundo Neto(10), a baropodometria faz parte de um conjunto de recur-sos diagnsticos de que o fisiote-rapeuta dispe e que no pode ser esquecido.

    importante identificarmos se h diferena entre os resultados emitidos, quanto aos tipos de p, atravs da avaliao das impres-ses plantares, determinadas pelo plantgrado, podoscpio e baropo-dmetro, para que seja possvel ter confiabilidade no uso de deter-minados aparelhos de avaliao e com isso realiz-la de forma ade-quada, mediante a importncia dos ps para a estrutura corporal.

    O objetivo deste trabalho comparar, partindo das questes supracitadas, os resultados apre-sentados, quanto aos tipos de p, atravs de trs formas de avalia-o clnica: plantigrafia, podosc-pio e baropodometria.

    METODOLOGIA

    Trata-se de uma pesquisa quantitativa, descritiva, realiza-da com fisioterapeutas do curso de especializao em Terapia Manual e Postural da Escola de Terapia Ma-nual e Postural, Londrina, Paran. Aprovada pelo Comit Permanente de tica em Pesquisa do CESUMAR - Centro Universitrio de Maring - (COPEC), em setembro de 2006.

    Foi realizada uma amostra de convenincia, na qual fizeram parte

    indivduos voluntrios, de ambos os sexos, com idade entre 20 e 30 anos. Foram excludos do estudo, indivduos com quadro lgico, dis-funes vestibulares e neurolgi-cas com o objetivo de evitar inter-ferncias no posicionamento dos sujeitos durante a realizao do exame.

    Para a realizao da pesqui-sa foi confeccionado um termo de consentimento livre e esclarecido, de acordo com os aspectos ticos da Pesquisa Envolvendo Seres Hu-manos, concebidos na resoluo 196/96 pelo Conselho Nacional de Sade. Foi garantido aos sujeitos da pesquisa o sigilo que os asse-gura a privacidade, a confiabilidade dos dados, assim como o direito de recusar a entrevista em qualquer momento da realizao desta.

    A coleta de dados foi realiza-da entre os meses de outubro e novembro de 2006, na Clnica da Coluna Vertebral, Londrina, Para-n. A fim de maximizar a qualida-de dos dados obtidos foi realizado um teste piloto com fisioterapeu-tas que no estavam realizando o curso de especializao em Terapia Manual e Postural e que no apre-sentavam quadro lgico, disfun-es vestibulares e neurolgicas.

    Foram utilizados para cole-ta dos dados, um baropodmetro, formado por uma plataforma de fora composta por 1600 captado-res capacitivos, de 90 x 75 cm, co-nectada a um cabo de computador que utiliza o software FootChecker 3.1, apropriado para visualizao das informaes colhidas, que per-mite uma anlise estabilomtrica, da descarga de presso e tempo de contato do p com o solo em po-

    sio ereta esttica ou dinmica, com uma freqncia amostral de 50 Hz. Um podoscpio, constitu-do por um tampo de acrlico com base de fibra de vidro e iluminao interna. Um plantgrado, constitu-do por uma estrutura de feltro, na qual se coloca tinta, que em con-tato com o papel grava as impres-ses plantares. E Foi utilizada tam-bm uma mquina digital, com a finalidade de registrar as imagens produzidas pelo podoscpio.

    Primeiro foi realizado a planti-grafia, sendo solicitado que o in-divduo, descalo, relaxado, pi-sasse com um dos ps na super-fcie do equipamento e retirasse-o em seguida, sendo repetido o pro-cedimento com o outro p. Poste-riormente, foi utilizado o podosc-pio, no qual o paciente posiciona-va-se sobre a superfcie de acrlico do aparelho, descalo, permanecia olhando para frente, com os bra-os ao longo do corpo, em posio confortvel, relaxada e com a boca entre aberta. Nesse momento foi fotografado, com uma mquina di-gital, o reflexo no espelho das im-presses plantares. Por fim foi re-alizado a baropodometria, na qual o indivduo se posicionava como no exame anterior, durante 30 se-gundos, tempo em que o programa do equipamento faz a captao da imagem da superfcie plantar.

    Para a anlise dos dados foram realizadas, inicialmente, a delimi-tao e mensurao das regies do p nas impresses das superfcies plantares, de acordo com os pa-rmetros apresentados por Olivei-ra(5), em ambos os exames. Poste-riormente foi produzido um banco de dados no programa Microsoft

    Tabela 1 Interpretao de valores da estatstica Kappa.

    Values of Kappa Interpretation

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    Excel 2002 com os dados obtidos anteriormente, onde foram reali-zadas as correes dos dados di-gitados com o objetivo de eliminar possveis erros de digitao ou in-consistncia dos mesmos. Foi rea-lizado uma anlise descritiva dos dados atravs dos softwares EPI INFO 6.0 e R 2.2.0(15), com a finali-dade de identificar as caractersti-cas gerais e especficas da amos-tra estudada e a classificao dos tipos de p em normal, plano (grau 1, grau 2, grau 3 e grau 4) ou cavo (grau 1, grau 2 e grau 3)(9,2).

    A concordncia nos exames foi estimada atravs da medi-da estatstica Kappa ponderado. Foram considerados como estatis-ticamente significantes testes (H0: Kappa=0; H1: Kappa >0) com p-valor < 0,05, ou seja, com infe-riores a 5%. No caso de concor-dncia (Kappa0) utilizou-se a in-terpretao, conforme a Tabela 1.

    RESULTADOS

    Participaram da pesquisa 28 fi-sioterapeutas, o que correspon-de a 56 ps. Destes indivduos, 16 (57,1%) eram do sexo feminino e 12 (42,9%) do sexo masculino. A idade variou de 21 a 30 anos com mdia, moda e mediana iguais a 25. A mdia dos sujeitos da pes-quisa pesava 67 kg, apresentavam 1,68m de altura e usava calado de nmero 38.

    Dos ps analisados pelo podos-cpio e baropodometria, a maio-ria foi classificada como p cavo (69,6% e 73,2%, respectivamen-te). Pela plantigrafia a maioria dos ps (46,4%) foi classificada com plano tipo 1. No exame realizado tanto pela plantigrafia quanto pelo podoscpio foram encontrados p cavo, normal, plano tipo 1 e tipo 2.

    Na baropodometria, s foram en-contrados p cavo, plano tipo1 e tipo 2 (Tabela 2).

    A concordncia observada entre o podoscpio e a plantigrafia foi de 62,5%. Apresentando uma signifi-cncia estatstica (p-valor0,05).

    Entre o podoscpio e a baropo-dometria houve uma concordn-cia estatisticamente significante (p-valor

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    Terapia Manual 2006; v. 4 (16):

    Barros Filho e Lech(11), confir-ma que na observao podosc-pica em ortostse, pode-se notar qual a forma da superfcie plantar dos ps, diferenciando os ps pla-nos dos ps cavos, alm de como se distribui o peso do corpo, se h ou no reas de hiperpresso que aparecem como pontos mais claros e isqumicos na imagem plantar.

    Oliveira et al(25) tambm afirma que tem sido til para descrio cli-nica do p a avaliao da forma do p atravs de um podoscpio, mas revela como inadequado para uma avaliao seqencial ou para com-paraes realizadas por diferentes observadores. Porm outros auto-res j utilizam o podoscpio para classificao do tipo de p com re-gistro atravs de fotografia da ima-gem refletida da impresso plan-tar(11,26); assim com utilizado no presente estudo.

    Segundo Bellezani(10), a baropo-dometria, apesar de ser uma tc-nica bem divulgada, s muito re-centemente passou a ser utilizada com mais freqncia pelo fisiote-rapeuta como coadjuvante impor-tante de seu diagnstico cinesiol-gico funcional. Ainda existem pou-cas pesquisas utilizando a baropo-dometria para anlise da superfcie plantar do p.

    O mesmo autor compara o ba-ropodometro como um scanner de um computador. Descreve como uma tcnica posturogrfica de re-gistro, utilizada no diagnstico e avaliao da presso plantar, tanto em posio esttica, de repouso,

    como de movimento, de deambu-lao, que registra os pontos de presso exercidos pelo corpo(10).

    Figueiredo(27) descreve a baro-podo-metria como um mtodo de avaliao da distribuio do apoio plantar, possibilitando explorar as variaes dos pontos de apoio, vi-sando mensurar e comparar a dis-tribuio de foras nos ps, na po-sio em p, esttica ou na mar-cha.

    A baropodometria mais des-crita como equipamento para ava-liar a presso plantar(28). Porm existem alguns estudos que utili-zam as impresses plantares emiti-das pela baropodometria para clas-sificao dos tipos de ps(29,30).

    Alguns estudos j relacionam o calado com o diagrama anatmico e funcional do p; tendo como pro-posta da baropodometria a de es-tabelecer uma relao dessa repre-sentao grfica do p e adequ-lo ao calado(10).

    Porm, observa-se na presente pesquisa que a baropo-dometria no apresentou uma con-cordncia relevante em relao aos outros dois equipamentos utiliza-dos, pois estatisticamente foi clas-sificada como leve a concordncia em relao ao podoscpio e em re-lao a plantigrafia a concordncia no foi estatisticamente significati-va.

    CONSIDERAES FINAIS

    Era esperada a concordncia ao menos moderada entre os equi-pamentos utilizados, j que todos

    fornecem a impresso plantar dos ps e essas foram analisadas pelo mesmo mtodo. Porm no foi o que se evidenciou. Observou-se uma falta de concordncia entre as imagens das superfcies plantares dos ps emitidas pelos equipamen-tos utilizados.

    Um meio confivel para avaliar as disfunes dos ps e a eficcia dos mtodos de tratamento um importante passo para uma melho-ra global dos cuidados com o p. 25 Por isso deve se ter um cuida-do com o uso do mtodo adequado para cada objetivo da avaliao.

    Faz-se necessrio com isso um melhor estudo dos equipamentos, principalmente da baropodometria, pois foi a que menos apresentou concordncia e por ser um equipa-mento computadorizado que uti-liza-se de sensores para captar a imagem podal, podendo gerar com isso algumas controvrsias.

    Seria ideal que outros estudos fossem realizados, inicialmente evidenciando se h diferena entre as plataformas utilizadas pela ba-ropodometria em relao ao objeti-vo proposto. E saber se esse equi-pamento mesmo eficaz par clas-sificao dos tipos de ps.

    Esta pesquisa foi realizada com o propsito de chamar a ateno para os meios utilizados para diag-nosticar determinadas alteraes e atravs dele propor tratamen-tos. Pois um diagnstico equivoca-do pode gerar tratamentos equivo-cados.

    Comparao dos Tipos de P Classificados por Determinadas Formas de Avaliao Clnica

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    Terapia Manual 2006; v. 4 (16):

    Artigo Original

    Estudo do Efeito da Utilizao Simultnea da Crioterapia e do Tens nos Pacientes Portadores de LombalgiaStudy of the Effect of The Cryotherapy and Tens Simultaneous Utilization in Patients with Low Back Pain

    Rosangela da S. Ribeiro 1 ; Terezinha V. Monteiro2; Ana Paula de V. Abdon 3

    * Artigo recebido em Jan/2006 e aprovado em Fev/2006

    1 Fisioterapeuta, graduada pela Universidade de Fortaleza UNIFOR.2 Fisioterapeuta, Professora do Curso de Fisioterapia da Universidade de Fortaleza UNIFOR.3 Fisioterapeuta, Professora do Curso de Fisioterapia da Universidade de Fortaleza UNIFOR, Mestre em Fisiologia pela UECE CE.

    Endereo para correspondncia:Rosangela da Silva RibeiroRua: Desembargador Joo Firmino, 340 Bloco B Apto. 102 Montese Fortaleza CE. CEP: 60425-560 E-mail: [email protected]

    Resumo - A lombalgia a principal causa de afastamento do trabalho, perdendo apenas para as cefalias de tenso e os resfriados, gerando graves problemas scio-econmicos para o pas. No tratamento dessa patologia, a Fisiotera-pia pode utilizar a crioterapia que consiste na utilizao de gelo com a finalidade de obter uma analgesia; e o TENS que gera estmulo eltrico, de forma no invasiva, tendo tambm como finalidade a analgesia. A utilizao desses re-cursos de forma simultnea tem sido muito freqente em algumas clnicas, apresentando bons resultados no alvio da dor. Esta pesquisa teve como objetivo averiguar o afeito das duas modalidades juntas no tratamento da lombalgia. A metodologia utilizada foi do tipo experimental prospectiva, sendo selecionados 12 pacientes divididos em trs gru-pos, do sexo feminino, sem limite de idade e com diagnstico de lombalgia. Os protocolos, com durao de 30 min., consistiam na aplicao de TENS e crioterapia juntos no grupo C, e dos mesmos de forma isolada nos grupos A e B, sendo os trs seguidos de alongamentos. Os pacientes foram avaliados no incio e no final do tratamento, sendo sub-metidos a 8 atendimentos em dois dias da semana. Os dados mostraram que no grupo C no houve resposta clnica estatisticamente diferente em relao aos do grupo A e B nos parmetros clnicos colhidos na avaliao final. Esses resultados sugerem que a utilizao do TENS e da crioterapia juntos no potencializou os efeitos j obtidos com a aplicao isolada desses recursos, contudo, mais estudos devem ser realizados para elucidar esses achados.

    Palavras-chave: Estimulao Eltrica Nervosa Transcutnea; crioterapia; lombalgia.

    Abstract - The low back pain is the main cause of removal of the work, just losing for the tension migraines and the colds, generating serious problems social economical to the country. For the treatment of that pathology, the Physio-therapy can use the cryotherapy that consists of the use of ice with the purpose of obtaining an analgesia; and TENS that it generates electric incentive, in a no invasive way, also tends as purpose the analgesia. The use of those resour-ces in a simultaneous way has been very frequent in some clinics, presenting good results in the relief of the pain. This research had as objective discovers the efect of the two modalities committees in the treatment of the low back pain. The used methodology was of the prospective experimental type, being selected 12 patients divided in three groups, female, without limit of age and with low back pain diagnosis. The protocols, with duration of 30 min., they consisted of the application of TENS together with cryotherapy in the group C, and of the same in an isolated way in the groups A and B, being the three following by prolongations. The patients were appraised in the beginning and in the end of the treatment, being submitted to 8 services in two days of the week. The data showed that in the group C there was not answer clinical different statisticaly in relation to the of the group A and B in the clinical parameters picked in the final evaluation. Those results suggest that the use of the TENS together with cryotherapy it didnt po-tentiate the effects obtained already with the isolated application of those resources, however, more studies should be accomplished to elucidate those discoveries.

    Keywords: Transcutaneous Electric Nerve Stimulation; Cryotherapy; Low Back Pain.

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    INTRODUO

    A regio lombar o segmen-to da coluna vertebral que possui uma grande amplitude de movi-mentos em flexo e extenso, sua lateralizao limitada e a sua ro-tao muito pouca em todos os nveis das vrtebras lombares. Alm disso, a coluna lombar rece-be a maior carga do peso corpo-ral e por este motivo se constitui a sede principal de leses(1).

    Das algias que acometem a co-luna lombar, a mais freqente a lombalgia sendo denominada como qualquer dor na regio lom-bar, quer seja de origem vertebral, muscular ou ginecolgica que pode ser sbita, ou de incio insidio-so e com piora gradativa. Confor-me pesquisas realizadas, esta tem sido uma das patologias mais fre-qentes e que tem levado muitas pessoas a procurarem servio m-dico, perdendo apenas para as ce-falias de tenso e os resfriados, sendo a causa freqente de afasta-mentos do trabalho(2-4).

    Para o tratamento de tal pato-logia, a fisioterapia dispe de uma variedade de recursos ta