2012-1964-OG-310312

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OGLOBORIO DE JANEIRO, SBADO, 31 DE MARO DE 2012 ANO LXXXVII No- 28.726 IRINEU MARINHO (1876-1925) ROBERTO MARINHO (1904-2003)O GLOBOOSEGUNDO CADERNOOPGINA 1 - Edio: 31/03/2012 - Impresso: 30/03/2012 23: 10 hoglobo.com.brAZUL MAGENTA AMARELO PRETOEdio Metropolitana Preo deste exemplar no Estado do Rio de Janeiro: R$ 2,50 Circulam com esta edio: Classificados, Segundo Caderno, Ela, Globinho, Prosa & Verso e caderno Esportes: 158 pginasTodososnovosPMsdoRiofaroestgionaRocinhaAt instalao da UPP, favela servir de treinamento para recrutasO Enquanto a Unidade de Polcia Pacificadora(UPP) no chega, a Rocinha ganhar status derea de Estgio Prtico-Operacional, servindode treinamento para todos os recrutas da PM,egressos do Centro de Formao e Aperfeioa-mento de Praas. Na prxima sexta-feira, a co-munidade a primeira em processo de paci-ficaoaenfrentardisputasentretraficantespor pontos de vendas de drogas, com sete as-sassinatos s neste trimestre ter o efetivode PMs dobrado, de 350 para 700, todos recm-formados. A estratgia de concentrar na Roci-nha os novos policiais, segundo o comando daPM, visa a agilizar ocombate aocrime na favela,a maior da Zona Sul do Rio. Segundo especia-listas ouvidos pelo GLOBO, por trs das resis-tncias do trfico est a disputa pelos mais lu-crativos pontos de venda de drogas do estado,com faturamento estimado em R$ 1 milho porms, no vazio deixado pela priso de Nem svsperas da ocupao. Pgina 16 eeditorial O momento de consolidar as UPPsO AsestatsticasdoInstitutodeSeguranaPblica (ISP) indicam um aumento de 31,1%nos registros de roubos de carros em feverei-ro, de 2011 para 2012. Na regio de Niteri, su-biu praticamente o dobro: 97%. Pgina 18O A partir de agora, a vistoria do licenciamen-to anual de veculos s poder ser agendadano Detran com as multas pagas. Pgina 19Roubo de carro aumenta 31%A convite do caderno, o diretor de TV e cineasta Luiz Fernando Carvalho reinterpreta graficamente o conto de fadas da Branca de Neve, em quea madrasta a atriz Fernanda Montenegro. Para a produo fotogrfica, foram quatro dias em um estdio entre alfinetes e metros de acetato.CHI CO.H I S T R I APelotelefoneSEGUNDOCADERNOSEGUNDOCADERNODEM hesitaem expulsarDemstenesO A situao do senador De-mstenes Torres (DEM-GO),flagrado fazendo lobby paraCarlinhosCachoeira, in-sustentvel em seu partido,que, no entanto, espera pe-dido de desfiliao para evi-tar expuls-lo. Pgina 3 eeditorial Ponto finalImportaode gasolinabate recordeO Com aumento da frota decarrosepreosmaisaltosnolcool,aPetrobrasestimportando 80 mil barris degasolina por dia, cifra recor-de. E vende aqui mais bara-to, com perda. Pgina 27TJ afasta juizque extinguiu17 aesO O Tribunal de Justia de-cidiu retirar de Itatiaia o juizFlvioPimenteldeLemosFilho. Omagistradoextin-guiu, sem analisar o mrito,17 das 23 aes contra umex-prefeito da cidade inves-tigado por improbidade ad-ministrativa. Pgina 9Agora, tiroteio da Copa entre Blatter eMiriam BelchiorCaderno EsportesMemriasda ditaduraRobert Logan, discpulo deMcLuhan, explica aldeia globalpara adolescentes na oca de umaescola da Zona Sul. Pgina 34Em entrevista exclusiva, Logan diz que o crebrohumano viciado em tinta e papel. Prosa & VersoApadrinhado por Banksy, o francsMr. Brainwash conquista o mundocom intervenes em obras de arte.Universo infantil do celebrado poetaManoel de Barros tema de espetculode dana que estreia hoje, no CCBB.Leandro PagliaroDivulgaoDivulgaoArquivo/1-4-1964Exposiodestaca papelpioneiro do Rio,segunda cidadedo mundo a tertelefone.Pgina 38Historiadoresanalisam relaespolticas, nasForas Armadas ena sociedade civil,que sustentarama represso.Santorum quase chamaObama de crioulo, masinterrompe a tempoPgina 37COMDIA GREGAEM GOIS!Demstenes nomomento mesmo daatrao pelo abismode cachoeiraLogoA PGINA MVELO homem deR$ 282 milhesOInvestigadopormovi-mentaodeR$282mi-lhes, Rogrio Vieira voltou rotina burocrtica no TRT-RJ, onde trabalha na seode protocolo. Ele disse queera scio da empresa citadanorelatriodoCoaf, masquedesconheceaorigemdo dinheiro. Pgina 9PROSA&VERSOPROSA&VERSONovo2 Sbado, 31 de maro de 2012OGLOBOOGLOBO PGINA 2 - Edio: 31/03/2012 - Impresso: 30/03/2012 22: 15 h PRETO/BRANCOPORDENTRODOGLOBOAtraso histricoAUTOCRTICANa primeira pgina deontem: Libertadores: Fluvence e garante vaga. OFluminense foi o primeirotime a garantir vaga na fasede mata mata da CopaLibertadores. Erro degrafia: falta do hfen. Certo:O Fluminense foi oprimeiro time a garantirvaga na fase de mata-matada Copa Libertadores.P. 10: Ser governo difcil. ...mas temmomentos que a gente ficacheio de alegrias...Mau uso do verbo ter eerro de regncia noemprego do relativo. Certo:...mas h momentos emque a gente fica cheio dealegrias... P. 11: Em SoPaulo, PV e PP devem sealiar a Serra. Serraconversou com Maluf, portelefone, na semana queantecedeu s prvias. Mauuso do acento grave. Certo:Serra conversou comMaluf, por telefone, nasemana que antecedeu asprvias. P. 14: STJadmite rever deciso sobreestupro. ...lembrou queas meninas j seprostituam antes do crimeocorrer. Combinaoinadequada. Certo:...lembrou que as meninasj se prostituam antesde o crime ocorrer.(Resumo da crtica internacoordenada pelo jornalista AluizioMaranho, distribuda todos os diasna Redao do GLOBO)Quandolanado,em2007,oProgra-madeAceleraodoCrescimento(PAC)tinhacomoumdosprinci-pais objetivos acabar com o atrasohistrico do pas na rea de sanea-mentopraticamentemetadedoBrasilnocontacomcoletadeesgoto, eosper-centuais so ainda mais nfimos quando sefalaemtratamento. Cincoanosdepoisdoincio do PAC 1, porm, poucas obras dessesetorforamconcludas.oqueOGLOBOmostra na edio de amanh, na editoria OPas, a partir de um levantamento feito porumaentidadequeacompanhaarea,comdados do Ministrio das Cidades.Com os dados da pesquisa dessa entida-de em mos, a reprter CAROLINA BENEVIDESfoi a algumas cidades do Estado do Rio que es-tocomobrasdoPACparalisadas, almdeconversarcomoresponsvel peloestudo.ALESSANDRA DUARTE levantou relatrios de fis-calizaes e auditorias do Tribunal de ContasdaUnio(TCU)sobreasobrasdoprogramafederal, e tambmanalisou dados de entidadesdo setor, como a que cuida das concession-rias estaduais de saneamento.Alm disso, correspondentes em Recife eFortalezabuscarampessoasquesofremcom a falta de saneamento em regies ondeas obras do PAC ainda no esto prontas.Aspessoasvivememsituaoprec-ria,masaindatmesperanadeumavidamelhor e de no morar mais ao lado de umvalo, conviver com o mau cheiro, insetos eratos. Vi famlias que tiveram de abandonarascasasporque, quandochovia, oesgotoinvadiaaresidnciacontaCarolinaBe-nevides. A dificuldade que o setor pblico no Bra-sil tem de montar e monitorar projetos de in-fraestrutura fica mais explcita no saneamen-to, uma rea que precisa, alm de volume derecursos, deumacompanhamentodelongoprazo completa Alessandra Duarte.Pedro KirilosCAROLINA BENEVIDES em rea sem saneamento em Duque de Caxias, na Baixada FluminenseO GLOBONA INTERNETaLeia a ntegra da colunaoglobo.com.brInvaso hacker nos bancos dedados de gigantes dos cartes NosEUA,ataquecolocouemriscoasinformaes de mais de 10 milhes de ti-tulares dos cartes de crdito das bandei-ras MasterCard e Visa.ECONOMIA, pgina 33Inea sobrevoar hoje supostamancha de leo em Arraial A mancha escura e com forte odor deleo, segundopescadoresdaRegiodos Lagos, teria 16km de extenso e es-t a 18km da costa. RIO, pgina 23nibus voltam s ruas naBaixada no fim de semana Segunda-feira os rodovirios faro no-vaassembleiaparadecidirosrumosdagreve,iniciadaanteontem,queparouosnibus de 20 municpios. RIO, pgina 25Bangu, lder da Taa Rio,luta contra o rebaixamento O Bangu vive de extremos no Carioca.Lder do Grupo B da Taa Rio, a equipe,que enfrenta o Fla amanh, luta contra orebaixamento. CADERNO ESPORTESPANORAMA ESPORTIVOA mudana que Rubens Lopesquer no Campeonato BrasileiroJORGE L. RODRIGUES E MAURCIO FONSECACandidato do PRI larga comofavorito em disputa mexicana No incio da campanha presidencial, En-rique Pea Nietolidera pesquisas. Opartido,que governou por 71 anos, est fora do po-der desde 2000. O MUNDO, pgina 37Greve nas usinas do PACpode acabar semana que vem Audincia de conciliao pode pr fimaoprotestoquejdurasemanasnasobras das grandes hidreltricas. Propos-tas vo a assembleias. ECONOMIA, pgina 28Casal morto em condomniode luxo em So Paulo A polcia suspeita que o mandante do cri-mesejaumex-sciodoempresrioNehe-mias Silva. Ele e a mulher foram torturadose mortos a facadas. O PAS, pgina 15Aps chacinas, Frana fechacerco a islamismo radical Numa megaoperao policial, 19 pessoasforamdetidasontememquatrocidadesfrancesas. Com elas, foram achadas armasde fogo e granadas. O MUNDO, pgina 36O cafofo das OsamaApol ci apaqui stanesafazaseguranadacasa, emIslamabad, ondeseacreditaqueestejamdetidasastrsmulheres de Osama bin Laden. No mais preciso relato sobre oparadeirodolderdaal-Qaeda,amaisjovemdelascontoucomo o terrorista se refugiou no Paquisto aps os atentadosde 11 de setembro de 2001. Semser incomodado no intervalode nove anos, Bin Laden morou em cinco casas diferentes eteve quatro filhos. O MUNDO, pgina 35Aamir Qureshi/AFPPANORAMAPOLTICOde BrasliaAs duas correntes O DEM est dividido quanto conduo do casodo senador Demstenes Torres (GO). Um grupo, ca-pitaneadopelolderdopartidonaCmara,depu-tado ACM Neto (BA), defende a expulso sumria.Outro,lideradopelopresidentedasigla,AgripinoMaia (RN), quer dar espao para Demstenes ten-tarsedefender. Porisso, areuniodaExecutiva,marcada para tera-feira, foi suspensa.Cativando o pblico internoE-mail para esta coluna: [email protected] PEGO pela Operao Caixa de Pandora, o ex-governador Jos Arruda (DF) durou 13 dias no DEM. Osenador Demstenes Torres (GO) segue no partido 27dias aps cair na Operao Monte Carlo.NO DEM ningum estranhou o fato de DemstenesTorres chamar Carlinhos Cachoeira de professor.Contam que ele tratava assim seus interlocutores.O ADVOGADO Antonio Carlos de Almeida Castro explicapor que pediu para Demstenes se calar: kafikianoque a PGR no tenha dado defesa o direito mnimo,bsico, de ter acesso s provas.UMA VERSO. O lder do PT no Senado, Walter Pinheiro (BA),esteve ontem com o ex-presidente Lula. Acompanhado pelosenador Jorge Viana (PT-AC), ambos conversaram durante duashoras com Lula. Bem-humorado com a volta da normalidade, oex-presidente tratou como lenda o noticirio sobre suainterferncia no governo Dilma: Fiquei cinco meses fora. A Dilmaresolveu tudo, trocou de lderes e de ministros. E eu no podianem falar, quanto mais interferir.Todo mundo devia trazer um letreiro na testa. Que pra gente saber: quem que presta e quem que nopresta Dunga, compositor de sambaOutro lado OpresidentedaCmara,MarcoMaia(PT-RS), escre-ve: Em momento algum, naminha interinidade na Presi-dncia da Repblica, falei afrase Este o meu momen-to, nem utilizei qualquer ex-pressoquepudesseinsi-nuar tal ideia.IntriganteTodos queremsaber quemo ministro citado pela Ope-rao Vega da Polcia Federal.Numa das pginas, diz: Resu-mo. Quenia - Kenia - Demisso- Senado- Caa s Bruxas - Fan-tasma - Z Vicente - Assessor -Ministro - 99619461.AmarradoLideranas do PT reclamamda demora de Fernando Had-dademmontar a coordenaode sua campanha. Dizem queele est receoso de propor no-meseenfrentarreaesnopartido.ReclamamqueHad-dad quer que Lula resolva.Dois estilosA primeira coisa que o ex-periente lder do governo naCmara, ArlindoChinaglia(PT-SP), fez foi dizer que no candidato a presidir a Ca-sa. JonovatoldernoSe-n a d o , E d u a r d o Br a g a(PMDB-AM), tem sido dbiosobre o tema.Acordo na biblioteca Aps a crise gerada pela demisso do editor daRevista de Histria da Biblioteca Nacional, LucianoFigueiredo, ficou decidido ontem que a Sociedade deAmigos da Biblioteca cuidar exclusivamente daadministrao da publicao, enquanto o conselhoeditorial passa a responder tanto pelo contedo comopela indicao do diretor de redao. O conselho foicontra a demisso de Figueiredo.DivulgaoILIMAR FRANCOcom Fernanda Krakovics, sucursais ecorrespondentesNa sesso em que a Cma-raaprovouaLei Geral daCopa, na quarta-feira, o lderdoPMDB, HenriqueAlves(RN), aproveitouparaven-der sua candidatura presi-dnciadaCasa. Elefoi v-rias vezes aplaudido, princi-palmente quando assumiu ocompromissodeque, umavezpresidentedaCasa, vaiacabarcomodesgastanteprocessodeliberaodasemendas. OOramentojeraparaserimpositivohmuito tempo, afirmou.Reagindo s acusaes defisiologismo, Alvesdisse:Emendanoconcessodo governo. direito nosso.Um deputado no s paravotarleis.Eletambmin-terlocutordesuasbaseseleitorais.hSbado, 31 de maro de 20122 Edio O GLOBO 3OPA SNhenhenhmJORGE BASTOS MORENOl de BrasliaAre baba!l Dilma desembarca hoje da n-dia.Ejtemreunionestedomingocomseus ministros.Sob medidal EmDemstenes Torres home-nageio Mestre Millr sobre opoltico prevaricador:Com o passado que tenho,aceito qualquer presente.Galhol Wilder Pedro Moraes, empre-srio da construo civil, osuplente que poder assumir oSenado se Demstenes renun-ciar.S que Moraes est preso nomesmo galho.Atualmente secretrio de In-fraestrutura de Gois, o su-plente foi scio de CarlinhosCachoeira.Hoje, Cachoeira e Moraes soinimigos viscerais.que ocontraventor estendeua sociedade, revelia do empre-srio, tomando-lheamulher,comquemhoje casado.Eventol Lula, que no bobo nemna-da, quer retornar triunfalmen-te poltica.E pretende faz-lo unindoMarta e Haddad na campanhaeleitoral em So Paulo.Teimosial Todo mundo fica paparican-do a Marta, na esperana deque ela apoie Haddad.Asenadora relutante far par-te da visita de Dilma a Obama,comoconvidadaespecialdaPresidncia da Repblica.No adianta esse salamale-que todo!A Marta quer um minist-rio s para ela.Apresentaol Transcrevo ao lado trechosde umdebate entre as deputa-das Cidinha Campos e Claris-sa Garotinho no plenrio daAssembleia Legislativa estasemana.Clarissa se refere colegacomo bruxa, e Cidinha, a elacomo trombadinha.Lista dos mortoslE Cidinha leu a lista:Aristteles, Antero deQuental, Camilo CasteloBranco, Florbela Espanca,Getulio Vargas, Hemingway,Judy Garland, e Maiakovski:Provavelmente, a trom-badinha do T03 nunca te-nha lido nada disso. Mriode S-Carneiro se suicidou;Pitgoras! Eu at lembrei.Pitgoras fez o Teorema doSistema Decimal: o quadra-do da hipotenusa. Ela vaiconfundir com o obtuso aoquadrado, que outra coi-sa: esse o pai dela!Tem ainda Santos Dumont,Stephen Wike, o idiota do S-crates, temTchaikovsky, temVirgnia Woolf.Para desgraa da Tromba-dinha do T03, eu sobrevivi.Se no, estaria a, inclume,falando o que quisesse, seachando bonitinha, de umafamlia que s tem prestadomaus servios populao,deixado um rastro de agoniapelo Estado do RJ.(a transcrio na ntegra,no blog Rdio do Moreno)Datasl Graas ao ex-ministro NelsonJobim, o 31 de Maro, anivers-riodogolpe, foi banidodocalen-drio deste pas democrtico.Sficamesmoo niverdaprodutora Paula Lavigne.Sil vous platl Por falar emcalendrio,quando Dilma pediu ao Eduar-do Paes a decretao de pontofacultativo nos trs dias daRio+20, Cabral quase desmai-ou com a resposta afirmativado prefeito: Depois a gente repe.Implorou o viajante: Faa, no! Meus dias emParis j so to curtos...RequisitoDilma insiste em botar donaLuiza, a doMagazine, noMinis-trio das Pequenas Empresas,que ainda est no papel. O PTquer Okamoto. Um deles argu-mentou: Ela no gosta de falar!E Dilma: Por isso mesmo.l Transcrio resumida e editada do debate entre as feras:SRA. CLARISSAGAROTINHO(...) Ofato que ela desres-peitosa mesmo. Chamouos meus irmos de pivetes e a mimdetrombadinha. Aqui, na Alerj, tema Bruxa do 506, apaixonadapeloSr. Cabral, querendofazer todas as vontades dele e perse-guindo os deputados de oposio.A SRA. CIDINHA CAMPOS (Pela ordem) No vou falar datrombadinha, mas do pai dela, o trombado. (...) A trombadi-nha...ASRA. CLARISSAGAROTINHOEunovouaqui ficar discutin-docompessoas insanas. Ela chama a todos de loucos. Loucoe in-sano quematenta contra a prpria vida. Fico comreceio de dis-cutir comela, e ela resolver cortar os pulsos novamente.A SRA. CIDINHA CAMPOS Sr. presidente, quem vai falaragora a Bruxa do 506, mas melhor ser a Bruxa do 506 doque a trombadinha do T03. (...) Eu era quase uma adolescen-te que, por amor, cortou os pulsos. As marcas ficam (estoaqui at hoje), mas o aprendizado tambm. E isso no quer di-zer que eu seja doida, porque os canalhas no se matam. Alis,os canalhas vivem muito. Portanto, na famlia Garotinho, issono vai acontecer.Bruxa do 506 x Trombadinha do T03Situao insustentvelDEM quer explicao de Demstenes sobre ligaes com contraventor, mas espera desfiliaoAcpuladoDEMconsideraasitu-ao do senador DemstenesTorres (GO) insustentvel den-tro do partido e quer que ele vao plenrio do Senado, j na segunda-feira, para explicar suas cada vez maiscomplicadas relaes com o contra-ventor Carlinhos Cachoeira. Dirigentesdemocratas consideramque, indepen-dentementedadefesajurdicaqueviera ser montada por seus advogados, asada menos traumtica seria Dems-tenes pedir logo a desfiliao do parti-do, evitando o processo de expulso,como aconteceu no caso do ex-gover-nador Jos Roberto Arruda (DF).Os colegas de partido de Demste-nes consideraram que sua situao seagravou muito ontem, com a divulga-o de dilogos entre ele e Cachoeira,divulgadospeloGLOBO. Mesmocaute-loso, o lder do DEM na Cmara, ACMNeto (BA), quando perguntado sobreasrevelaesquemostramqueosena-dor ps seu mandato a servio de Ca-choeira, respondeu: As revelaes trazidas pelo jor-nal OGLOBOagravamdemais a situ-ao do senador Demstenes, e, sena segunda-feira ele no for capazde apresentar uma defesa consis-tente e contundente, a situao deleno partido ficar insustentvel.O presidente nacional do DEM e l-derdabancadanoSenado, JosAgripino Maia (RN), tambm falouda gravidade das revelaes e co-brou a presena de Demstenes noplenrio para se explicar publica-mente a seus pares.Sograves e devemser esclareci-das. De posse das informaes das in-vestigaes, Demstenes tem que ir tribuna do Plenrio. No pode demo-rar. A Casa e o partido esperamas ex-plicaes. Ele se comprometeu emcarta enviada a todos os senadores etem o direito legtimo da defesa. Euacho que esse fim de semana sufici-enteparaqueelepreparesuasrespos-tas disse Agripino.Mas o advogado de Demstenes,Antonio Carlos de Almeida Castro,informou que eles s tiveramacessoa parte do processo que tramita noSupremo Tribunal Federal. Os apen-sos s sero liberados na segunda-feira. Ouseja, noh garantia de queele ter comose defender na tribunana prpria segunda-feira. Ontem, osenador no teria entrado emconta-to com dirigentes do partido depoisda divulgao de suas conversas.Alm da cobrana do prprio DEM,aumenta a presso de outros partidos.Em So Paulo, o presidente nacionaldo PT, Rui Falco, defendeu ontem acassao do mandato do senador De-mstenes Torres (DEM-GO) e avaliouque houve quebra de decoro parla-mentar no envolvimento do senadorcomCarlinhos Cachoeira.OConselhode tica, se chegar concluso de que houve falta de de-coro, e no meu entendimento esthavendo, a medida de punio acassao do mandato afirmouFalco, que acrescentou: Tudo in-dica, pelos depoimentos e pelas gra-vaes apresentadas, que h umarelao muito estreita entre o sena-dor e o empresrio. Se os fatos secomprovarem, preciso que hajamedidas legais cabveis.Os partidos tambmpressionamopresidente do Senado, Jos Sarney(PMDB-AP), para que indique j nasemana que vem, e no depois daPscoa, o novo presidente do Con-selho de tica do Senado. Diante doagravamento do caso, a lideranado PSOL cobrou de Sarney maior ce-leridade no andamento do processoimpetrado pelo partido contra De-mstenes no Conselho de tica.Sarney s marcou para o dia 10 deabril a reunio dos membros do con-selho para a eleio do novo presi-dente do colegiado. O lder do PSOLna Cmara, Chico Alencar (RJ), recla-mou de manobras protelatrias noSenado para esfriar o caso: uma falta de sintonia total dei-xar para depois da Pscoa, quando acada dia surgemdados mais estarre-cedores da ligao de Demstenescom Cachoeira. Essa atitude prote-latria no combina com a indigna-odopovoe scontribui para a mavaliao do Senado. preciso que o Senado Federaltome todas as providncias paraapurar logo essa denncia, que damaior gravidade reforou o lderdo PPS na Cmara, deputado Ru-bens Bueno (PR).O PSOL tambm est pedindo aopresidente da Cmara, Marco Maia(PT-RS), que requeira as informaessobre o envolvimento dos deputadosCarlos Leria (PSDB-GO) e Sandes Ju-nior (PP-GO) com Cachoeira. Os doisparlamentares aparecem nas investi-gaes da PF em conversas com ocontraventor ou seus auxiliares.Sobreovereador EliasJunior(PSOL-GO), que admitiu conhecer eter se reunido comCachoeira, ChicoAlencar o procurou ontem e exigiuque desse explicaes cabais. O ve-reador soltou nota desafiando queprovem qualquer ligao sua comCachoeira. nRoberto Stuckert Filho/4-8-2009AGRIPINO MAIA, direita, disse que o DEM e o Senado aguardam explicaes de Demstenes ( esquerda) e cobrou sua presena no plenrio j na segunda-feiraLIO DE LOBBYl BRASLIA. O escndalo que envolve o senador Dems-tenes Torres (DEM-GO) atinge emcheio o DEM, que en-frentar um duro teste nas eleies municipais desteano. Na avaliao de cientistas polticos ouvidos peloGLOBO, o partido no est morto mas ter que provarsua fora para sobreviver. Uma coisa dada como cer-ta, o DEM est numa saia-justa. A celeridade na defini-ododestinode Demstenes apontada comofunda-mental para que a legenda no desfalea.ParaocientistapolticoDavidFleischer (UnB), aatualcrise do DEM muito pior que a perda de parlamenta-res para o PSD, porque mancha a imagemdo partido.Agora, estotentandoconvencer Demstenes a sedesligar. Mas ocampeodaticaescorregounasarjeta.ODemstenes, nemparavereador achoquedariamais.Oproblema maior que ele era tido umdos senadoresmais contundentes em relao ao moralismo. Ele criti-cava todos os malfeitos, era tidocomoreserva moral doSenado, isso no se sustenta mais.Na mesma linha, o cientista social e professor daUniversidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Mar-cus AblioPereira afirma que oDEMter de se conten-tar em no estar no centro das atenes. Mas aindano o fim da legenda.Demstenes figura relevante nocontextopolti-co. Ele tinha essa bandeira contra a corrupo. maisum baque ao DEM, partido que vem se esvaziando.Mas no vejo como um prego no caixo do DEM, quevai continuar existindo de forma secundria.Pereira avalia que a rapidez do partido em tomaraes sobre as denncias ser vital.Seeles tomaremumadecisogil, deexpulsar oDe-mstenes, eles vo manter essa bandeira. Quanto maistempo eles demorarem, pior para o partido.Leonardo Barreto, cientista poltico da UnB, con-corda que a celeridade do partido ser fundamentalpara sua continuidade.Voctemumestrago, maspodetransformar essees-trago emcoisa positiva. Dizer: No fomos coniventes.Um partido cada vez mais frgilPara cientistas polticos, DEM arrisca sua existncia ao adiar punio a senadorMaria Lima, Cristiane Jungblute Gustavo [email protected] e SO PAULOAdriana [email protected] [email protected]: OGlobo PubDate: 31-03-2012 Zone: Nacional Edition: 2 Page: PAGINA_C User: Schinaid Time: 03-30-2012 22:54 Color: CMYK4 O PAS O GLOBO Sbado, 31 de maro de 2012MERVALPEREIRAl A comemorao da presidente Dilma, diretamenteda ndia, apontandoa aprovaoda Lei Geral da Copacomo uma prova de que a crise institucional entre oExecutivoe oLegislativosexistia na imprensa, po-de ser precipitada.Uma histria de conflitosH quem veja na rpida re-organizao dos partidos dacoalizogovernamental noodedo de uma coordenaoeficiente com a distribuiode verbas aos parlamentares,mas umrecadodoLegislativode que a crise s existe por-que a presidente Dilma nosabe lidar comseus aliados.Nunca a frase a crise via-jou, cunhada pelo ento se-nador Fernando HenriqueCardoso para criticar o pre-sidente Jos Sarney, foi tousada pelos parlamentares.As crises entreoLegislativoe o Executivo brasileiros es-to registradas na nossa His-tria, confronto que parecepermanente, desdeoImprio,talvez reforado pelas carac-tersticas parlamentaristas denossa Constituio de1988.Comotemoshistorica-mente um Executivo impe-rial e um Legislativo forte,o choque parece inevitvel.Como exemplos da forado Legislativo, alguns polti-cos apontam que nunca foipossvel ao Executivo impordecises ao Legislativo, e,sempre que isso foi tentado,umdos dois poderes acabousubmetido, ou o presidentecaiu (Getulio, Jnio, Collor)ou o Congresso foi fechado,como no regime militar.O cientista poltico SergioAbranches cunhou o termopresidencialismo de coaliza-o para caracterizar as ne-cessriasrelaesentreoExecutivo e o Legislativo, e ojurista Pontes de Miranda, noprimeirovolumedosCo-mentrios Constituio de1946, jchamavanossosiste-ma pluripartidrio de presi-dencialismo de codeciso,que herdramos da Europa edos Estados Unidos.Mas ambos imaginavamnegociaes polticas emtorno de programas parti-drios, e nofisiolgicas co-mo se registram hoje.O historiador Jos MurilodeCarvalho,daAcademiaBrasileira de Letras e profes-sor emrito da UFRJ, achaque, ao longo de nossa Hist-ria independente, as relaesentre Executivo e Legislativonunca foi unvoca, com alter-nncia entre hegemonia doExecutivo, hegemonia do Le-gislativo e diversos graus in-termedirios de conflito.OcientistapolticodaFundao Getulio Vargasdo Rio Octavio Amorim Ne-todiz que, dopontode vistahistrico, o novo arcabou-o institucional estabeleci-dopela Constituiode1988melhorouascondi-es gerais de efetividadedo Executivo, apesar de to-dos os defeitos da Carta.No toa, diz ele, o que setem observado desde 2006 isto , desde que Lula re-organizousuas relaescom os partidos para darconta da crise do mensalo so duras frices entrealiados eventualmente malcoordenados, e no neces-sariamente crises entre oExecutivo e o Legislativo.O historiador Marco An-tonioVilla, professordaUniversidade de So Carlos,diz que desde 1985 o Execu-tivo passou a comprar apoi-os no Legislativo, e por issoele chama esse modelo depresidencialismo de tran-sao, de negcios, e neg-cios nada republicanos.Para Jos Murilo de Car-valho, o Primeiro Reinado(1822-1831), graas aoPoderModerador da Constituioe ao carter autoritrio doimperador, foi de predom-nio do Executivo.NaRegncia(1831-1840),com governante eleito e semoPoder Moderador, oLegisla-tivo dominou a cena, a pontode levar Feij renncia.No Segundo Reinado(1840-1889), sobPedroII, ca-minhou-se lentamente paraoparlamentarismo, masainda debaixo da sombrado Poder Moderador.Na Primeira Repblica(1889-1930), o Executivo foiamplamente hegemnicofrente ao Legislativo. O fede-ralismo da nova Constituioconferiugrandepoder aos go-vernadores, mas a polticadosestadosdeCamposSales,substituta do Poder Modera-dor, fez com que o contrape-so dos estados se reduzisse auns cinco comos quais o pre-sidente tinha que negociar.J MarcoAntonioVilla achaque no Imprio no tivemosesse conflito entre Executivoe Legislativo, pois desde1847,com a criao da Presidnciado Conselho de Ministros, oprimeiro-ministro era sempredo partido majoritrio.Quando isso no ocorria, aCmara era dissolvida, e con-vocadas novas eleies, quedavam, inevitavelmente, mai-oria ao chefe do governo.Na Primeira Repblica, nasua opinio, no ocorreu estetipo de confronto entre Exe-cutivo e Legislativo, pois osparlamentares estavam sub-metidos ao chefe de governovia mandatrios estaduais.De1930 a1945, na definiodeJosMurilodeCarvalho, ti-vemos tempos revolucion-rios e autoritrios, o Con-gresso pouco mais fez do queelaborar a Constituio de1934, de curta vigncia.UmExecutivo forte ecentralizadordomouatmesmo os governadores,com o auxlio de um tercei-ropoder moderador, asForas Armadas.Marco Antonio Villa cha-ma de breve perodo de-mocrtico(peronomu-cho) o de 34-37, quandoressalta que Getulio gover-nou como quis, principal-mente aps a revolta comu-nista de novembro.Aprovoude tudo, at queos parlamentares autorizas-sem a priso dos prprioscolegas, comenta Villa.Para Jos Murilo de Carva-lho, as coisas comearam defato a mudar a partir de 1945,quando a relao entre osdois poderes passou a serconflituosaeinstvel at1964.Aditadura (1964-1985) reim-plantou o predomnio de Exe-cutivo, voltando o conflitoaps a Constituio de 1988.Portanto, analisa Jos Murilo,com a exceo da Regncia edos perodos democrticosps-1945, a regra foi o predo-mnio do Executivo, com ousempoder moderador.O cientista poltico OctavioAmorimNetodizque, desdeaqueda do Estado Novo em1945, as relaes entre Execu-tivo e Legislativo no Brasil fo-ram marcadas, at recente-mente, por grandes crises.Basta lembrar que quasetodos os presidentes queno conseguiram formar oumanter uma maioria parla-mentar no lograram termi-nar seus mandatos.Lula, em 2003-2006, a pri-meira exceo, lembra Amo-rimNeto. Aindaassim, oanode 2005 se caracterizou poruma grave crise poltica cujaorigemse encontra na m or-ganizao da base de apoiodo chefe de Estado na Cma-ra dos Deputados e que qua-se o levou lona. (Continuaamanh)E-mail para esta coluna: [email protected] DUPLA SENA: As dezenassorteadasnoconcurso1.059 foram 07, 27, 37, 40,45 e 49 (primeiro sorteio)e14, 26, 29, 34, 42 e 43 (se-gundo sorteio).l QUINA: As dezenas sorte-adas no concurso 2.861foram 05, 17, 39, 58 e 69.l LOTOFCIL: As dezenassorteadasnoconcurso733 foram 01, 04, 05, 06,07, 08, 11, 12, 14, 16, 18, 19,20, 22 e 24. O leitor deve checar os resultados tambm em agncias oficiais e no site da CEF porque, comos horrios de fechamento do jornal, os nmeros aqui publicados, divulgados sempre no fimdanoite pela CEF, podem eventualmente estar defasados.l BRASLIA. O senador Demste-nes Torres (DEM-GO) no foi onico parlamentar fisgado emconversas comprometedorascom Carlos Augusto Ramos, oCarlinhos Cachoeira, e outros in-tegrantesdaorganizaoqueco-mandaaexploraoilegal dem-quinas caa-nqueis em Gois.Os deputados Carlos Leria(PSDB-GO) e Sandes Jnior (PP-GO) tambmforamflagrados pe-la Polcia Federal ao longo de2009 em nebulosas transaescomchefes da suposta organiza-o criminosa de Cachoeira.Em trechos de dilogos obti-dos pelo GLOBO, Leria cobrade Wladimir Garcez, um dosprincipais operadores de Ca-choeira, o depsito de deter-minada quantia de dinheiro.As conversas so truncadas.Mas, a partir da anlise do con-junto das informaes, a pol-cia diz o grupo fala sobre licita-es e outros negcios de inte-resse direto de Cachoeira. Eu liguei pro rapaz l, falouque s fizeram um depsito da-quele l, entendeu. De cinco...Podia verificar isso a ? pedeLerria emlinguagemcifrada. No, foi feito ontem o ou-tro, viu ? responde Garcez.OdeputadonoentendeeGar-cez tenta explicar de forma vela-da o depsito do dinheiro naconta indicada pelo deputado.Foi feito ontemo outro... foi(sic) feito os dois acrescenta.Depois desta e de outras con-versas, Garcez informa ao tesou-reiroda organizaode Cachoei-ra os dados da empresa e daconta corrente onde deveroserdepositados R$100 mil, diz rela-trio que o procurador-geral daRepblica, Roberto Gurgel envi-ou ao Supremo Tribunal Federal(STF). Garcez foi um dos presosnaOperaoMonteCarlo, nofimdo ms passado. Ele apontadocomo o brao direito da organi-zao criminosa de Cachoeira.Ocontraventor tambmnegocia com o deputado San-des Jnior. O negcio no andou na-da. Eu te falei que o treml nosai queixa-se Cachoeira. O negcio j est no de-partamento jurdico pra for-matar o edital e fazer concor-rncia pblica. T muito maisadiantado do que voc possaimaginar responde Sandes.Ah ? T bomdiz Carli-nhos Cachoeira.VocrecebeulnaADI. Elesderamvrios cheques. melhordividir doque noreceber. At ofinal desse ano diz Sandes. U, foi bom ento, u. En-to voc tem que repartir co-migo, que eu fiz voc receber finaliza o contraventor. nEnto voc tem que repartircomigo, que eu fiz voc receberAlm de Demstenes, Cachoeira tambm negociava com dois deputadosLERIA: negociao com um operador de CachoeiraJailton de [email protected] DE LOBBYDivulgao/Cmara dos DeputadosSANDES JR.: contraventor cobrou dele diviso de dinheirol BRASLIA. Apresentado em 2002 pelo ex-se-nador Maguito Vilella (PMDB-GO), o projetode lei 7.228 revelador sobre o interesse deCarlos Cachoeira em manter fiis aliados noCongresso. Aproposio, citada nas conver-sas telefnicas interceptadas pela Polcia Fe-deral entre Cachoeira e o senador Demste-nes Torres (DEM-GO), aparentemente tratada proibio do jogo de bingo no Brasil. En-tretanto, guarda umartigo que daria liberda-de ao contraventor para atuar com desen-voltura no mercado de loterias oficiais.Numa s tacada, a proposta de Vilella, atu-al prefeito de Aparecida de Goinia (GO),tornaria crime a explorao do jogo de bin-go, mas permitiria aos estados e ao DistritoFederal criaremsuas prprias loterias, ativi-dade hoje restrita Unio.O flanco para a explorao at do jogo dobicho ficou patente no relatrio na Comis-so de Defesa do Consumidor da Cmara,produzido pelo ex-deputado Luiz Bitten-court (PMDB-GO). O texto foi redigido emabril de 2004: Aprevalecer esta inteno, osestados e o Distrito Federal poderiam, a seucritrio, regular e autorizar quaisquer tiposde jogos, em concorrncia com os da Unio,podendo, inclusive, legalizar jogos que se en-contram hoje na clandestinidade, como ocaso do denominado jogo do bicho.Cinco anos depois, em dilogos gravadosem 2009 e revelados pelo GLOBO na quinta-feira, Cachoeira pede a Demstenes paraacompanhar a tramitao do projeto na C-mara. Nas conversas, o senador promete in-terceder para tentar a aprovao do texto.Demstenes alerta o contraventor sobre aproibio dos bingos, o primeiro artigo: En-to, inclusive te pega, n?Mas Cachoeira avisa que h a permissopara regularizao de loterias estaduais, jus-tamente onde o contraventor acreditava quepoderia regularizar sua atividade.Emabril de 2004, Luiz Bittencourt apresen-tou relatrio suprimindo o artigo que dariaaos estados o direito de explorar loterias es-taduais. Porm, seu parecer foi rejeitado pe-lo ex-deputado Inaldo Leito (PP-PB), que re-latou a matria na Comisso de Constituioe Justia (CCJ), em dezembro de 2004. Destaforma, reabriu espao para os estados explo-raremloterias, o que interessava a CarlinhosCachoeira. Esta foi a redao encaminhada Mesa Diretora da Cmara, que at hoje man-tma proposta na gaveta. Oque o contraven-tor preso pela PF queria de Demstenes Tor-res, em 2009, era a aprovao deste projeto.Um projeto de lei sob medidaRoberto [email protected] de bingo era s fachada para beneficiar CachoeiraCachoeira: O negcio no andou nada.Eu te falei que o trem l no saiSandes: Antes de ir para Braslia,passei l. O negcio j est noDepartamento Jurdico pra formataro edital e fazer concorrncia pblica.T muito mais adiantado do que vocpossa imaginarConversa emcdigo24deabril de2009O deputado Sandes Jnior (PP-GO) e Carlinhos Cachoeira conversam em cdigo sobreuma licitao e um determinado parecer num departamento jurdico de um rgopblico em Braslia. Depois marcam encontro para conversar pessoalmenteCaEuSapaDeCachoeira: Ah ? T bom. Ento, na hora que vocchegar, voc me liga pr gente encontrar.Sandes: Voc recebeu l na ADI. Eles deram vrioscheques. melhor dividir do que no receber. At ofinal desse ano...Cachoeira: U, foi bom ento, u. Ento voc temque repartir comigo, que eu que fiz voc receber.1 3452Product: OGlobo PubDate: 31-03-2012 Zone: Nacional Edition: 1 Page: PAGINA_D User: Schinaid Time: 03-30-2012 21:59 Color: CMYKhSbado, 31 de maro de 2012 O GLOBO O PAS5Product: OGlobo PubDate: 31-03-2012 Zone: Nacional Edition: 1 Page: PAGINA_E User: Schinaid Time: 03-30-2012 20:12 Color: CMYK6 Sbado, 31 de maro de 2012OGLOBOOPI NI ONORGANI ZAESGLOB0Presidente: Roberto Irineu MarinhoVice-Presidentes: Joo Roberto Marinho Jos Roberto MarinhoOGLOBO publicado pela Infoglobo Comunicao e Participaes S.A.Diretor-Geral: Marcello MoraesDiretor de Redao e Editor Responsvel: Ascnio SelemeEditores Executivos: Luiz Antnio Novaes,Paulo Motta, Pedro Doria e Silvia FonsecaEditores - O Pas: Fernanda da Escssia; Rio: Adriana Oliveira;Economia: Cristina Alves; O Mundo: Sandra Cohen;Esportes: Antonio Nascimento; Segundo Caderno: Isabel De Luca;Imagem: Ricardo Mello; Fotografia: Alexandre Sassaki;Cincia/Sade: Ana Lucia Azevedo; Arte: Lo Tavejnhansky;Opinio: Aluzio MaranhoRua Irineu Marinho 35 - Cidade Nova - Rio de Janeiro, RJCEP 20.230-901 Tel.: (21) 2534-5000 Fax: (21) 2534-5535Impresso: Rod. Washington Luiz 3.000 - Duque de Caxias, RJCEP 25.085-000 Tel.: (21) 2534-5000AGNCI AOGLOBODENOT CI ASVenda de noticirio:(21) 2534-5656Banco de imagens:(21) 2534-5777Pesquisa:(21) 2534-5779Atendimento ao estudante:(21) 2524-5610PRI NC PI OSEDI TORI AI SDASORGANI ZAESGLOBOhttp://glo.bo/pri_editPUBLI CI DADENoticirio: (21) 2534-4310Classificados: (21) 2534-4333Jornais de Bairro:(21) 2534-4355Missas, religiosos e fnebres:(21) 2534-4333-- Planto nos fins de semanae feriados: (21) 2534-5501Loja: Rua Irineu Marinho 35,Cidade NovaInternational sales:Multimedia, Inc. 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Preo:o dobro do de capa atualASSI NATURAAtendimento ao assinanteRio de Janeiro e principaiscapitais: 4002-5300Demais localidades:0800-0218433 Segunda asexta: das 6h30m s 19h Sbados, domingos e feriados:das 7h s 12hAssinatura mensal com dbitoautomtico no carto decrdito, ou dbito em contacorrente (preo de segunda adomingo) RJ/MG/ES:Normal: R$ 82,33Promocional: R$ 62,90Arevelaode que oinatacvel sena-dor Demstenes Torres (DEM-GO)recebeupresentes caros dobichei-ro Carlinhos Cachoeira levou a sepensar como um poltico com a imagem doparlamentar, crtico duro de corruptos eaticos em geral, teria se aproximado docontraventor. Pode ter sido que nas fun-es de promotor e secretrio de Seguran-a em Gois exercidas pelo poltico os doistenham se cruzado e surgido uma improv-vel amizade.J seria algo a manchar a ficha do senador.Mas oque seria divulgadodepois pulverizariadevez afolhacorridadeDemstenes, apontode Jos Agripino Maia, novo lder do DEM noSenado, postoa que teve de renunciar, deuaocolegagoianooprazodestefimdesemanapa-raelepreparar adefesa, aser feitaomaiscedopossvel noplenriodoSenado. Nosertare-fa fcil. Os desdobramentos do escndalo fa-zem o senador descer a ladeira rumo ao des-crdito absoluto. E a cada revelao de con-versas mantidas entre ele e o bicheiro, retira-da das mais de 300 gravaes feitas pela Pol-cia Federal, fica indesmentvel que o relacio-namento entre os dois ultrapas-sou de lguas o simples campoda simpatia pessoal o que jseria inadmissvel, repita-se. Osenador agia em Braslia, e noapenas no Congresso, como re-presentante do bicheiro.Inexiste registro de casoocorrido nos pores do po-der de to deslavado lobby asoldo de negcios escusos. Eenvolvendo algum do altoescalo na hierarquia de umdos poderes da Repblica.Dilogos mantidos entredoutor, Demstenes, e professor, Ca-choeira, revelados ontem pelo GLOBO,do a medida da profundidade do relacio-namento, digamos, profissional entreeles.Emabril emaiode2009aduplatratoudeas-suntos-chave para os negcios do bicheiro.Num deles, fica evidente que osenador trabalha para Cachoei-ra junto ao Tribunal de Justiade Gois e faz contato com o de-sembargador Alan Sebastio deSena, devidoa umprocessocon-tra policiais de interesse de Car-linhos.Sena,aosedefender,alertou que contrariara o bichei-ro ao manter a condenao dosrus.O senador tambm fez lobbyao rastrear um projeto de lei naCmaracontrrioaointeressedoamigo. Em trs conversas sobreo projeto, Demstenes alerta a Cachoeira queo contedo da lei o prejudica. Obicheiro esta-va otimista, pois o projeto regulamentaria jo-gosnosestadosacontravenotemhtem-pos este objetivo , mas o prestativo senadorlhe chama a ateno para a criminalizao dajogatina fora da lei. Entende-se que o projetoacaba com o tratamento do bicho como con-traveno e o enquadra como crime.At a demisso de funcionrios fantasmasno gabinete de Demstenes devido a umacaa s bruxas assunto entre Demste-nes e Carlinhos Cachoeira. O DEM tem razoao querer explicaes, rapidamente, do sena-dor. Assimcomose entende por que Cachoei-ra foi generoso ao presentear Demstenes eeste pediu ao parceiro o pagamento de pelomenos uma viagemde txi-areo.Os advogados do senador tm esperanadedesqualificar as gravaes comoprovas ju-diciais. Pois, alegam, o parlamentar foi apa-nhado em grampos feitos para Cachoeira. In-vestigar umsenador scomaliberaodoSu-premo. possvel. Mas a carreira poltica deDemstenes recebeu umponto final.Ponto final para Demstenes TorresAdvogadosacham possvelinocent-lo;como poltico eleno tem futuroNa Rocinha ocupada por foras polici-aisdesdenovembro, passoinicial pa-ra a futura implantao de uma Uni-dade de Polcia Pacificadora, seispessoas foram assassinadas nos ltimos dias,inclusive um lder comunitrio, grupos rivaisde traficantes ensaiamescaramuas visando areacender a violncia que por longos anosmarcoua subjugaoda comunidade por qua-drilhas do crime organizado.No Alemo, j pacificado e em movimentostticos para a instalao das primeiras das oi-to UPPs que l ficaro sediadas, num proces-so que dever ser concludo at o meio desteano, bandidos que lograramescapar docercode novembro de 2010 usam crianas paraatravessar drogas e armas para dentro docomplexo de favelas. Na Mangueira, sede deuma UPP, traficantes se tornaram ostensivoscabos eleitorais na eleio para renovar a di-retoria da escola de samba local. Estes exem-plos esto longe de arranhar o sucesso deuma poltica de segurana centrada na manu-tenode tropas da PMpara assegurar a paci-ficao de comunidades. Soepisdios promovidos por cri-minosos que, residualmente,tentam resistir inexorvel re-tomada de favelas para a cida-dania. AsUPPssoumpassode-cisivo, para asfixiar o comrciodedrogas, masseriairresponsa-bilidadeatribuir-lhes opoder deacabar de vez como trfico.Mas, se soadministrveis, es-sas escaramuas nas comunida-des tambmprecisamser avalia-das comnecessrio olho crtico.Elas indicamque h ns a seremdesatados emreas pacificadas ousobcontro-le das UPPs. E reclamam procedimentos deavaliaofundamentais paraofuturodoproje-to de unidades pacificadoras.Enquantooresgate das grandes favelas queacabaramde sair dosubjugodocrime organi-zado no estiver consolidado, desaconselhvel abrirnovasfrentes de UPPs. O estado notem condies, por ora, de am-pliar omapadeintervenes. Fa-z-lo neste momento, sem quecontenciosos pontuais estejamequacionados, implicaria trazerpara o programa de pacificaoo indesejvel fantasma do retro-cesso. Devem-se avaliar correta-mente a hora de avanar e o mo-mentodecimentar posies. Cri-adoem2008, oprogramadeUPPs prev a implantao de 40unidades at 2014, com o emprego de 12 milpoliciais (atualmente, o contingente mobiliza-dodequase4mil PMs, em19unidades). Situ-aes emergenciais, como, por exemplo, a ne-cessidade de enfrentar o terrorismo que ema-nava do Alemo, obrigaram o governo a cor-tar etapas. No ocasoatualmente. Oprojetoestbemadministrado, mas precisoinvestirno seu aperfeioamento, principalmente noadestramento das tropas. Melhor superar es-te momento de estabilizao de conquistas,para depois, ento, voltar-se agenda de am-pliao das unidades.O momento de consolidar as UPPsEscaramuas emMangueira,Rocinha eAlemo acendemsinal de alertaAs comemoraes do golpede 64 ganharam um alentoeste ano. O pattico para-bns pra voc no 31 de mar-o, data inaugural da ditadura mili-tar, andava quase inaudvel na caser-na, quando ganhou umreforo de pe-so. Dessa vez, o Brasil inteiro ouviros nostlgicos dos anos de chumbo graas ex-guer-rilheira Dilma Rous-seff.No final dos anos70, quando o regi-me autoritrio che-gava ao seu ltimocaptulo, o generalJoo Figueiredo as-sumiu a Presidn-cia da Repblicacom um inesquec-vel bradodemo-crtico: avisouqueiaprenderearrebentarquemfossecontraaabertura poltica. Figueiredo fez es-cola. Na polmica sobre a Comissoda Verdade, Dilma Rousseff botoupa-ra quebrar, em nome da democracia.A presidente do governo popularmandou amordaar militares da re-serva que criticaramduas de suas mi-nistras. As auxiliares de Dilma havi-am defendido a revogao da Lei daAnistia o pacto nacional para a sa-da da ditadura. Os militares contrari-ados publicaramummanifesto de re-pdio no site do Clube Militar. Dilmamandou o Exrcito apagar o texto eenquadrou os militares como insu-bordinados. Quem for contra a Co-missoda Verdade, ela prende e arre-benta (ou pelo menos censura).Era o que faltava para ressuscitarpela atriz Norma Bengell numa fotoda Passeata dos CemMil, em1968, di-vulgada por sua campanha. Oque se-ria dela sem a ditadura?Dilma no teria sido eleita nemqualquer outro afilhado revolucion-rio de Lula se os companheiros domensalo tivessem sido punidos. Aliestava, para quem quisesse ver, aconverso de um partido e de umacausa libertria em sistema de per-petuao no poder, a partir de umplanejado assalto ao Estado. Trans-corridos quase sete anos, essa frau-de poltica sem precedentes perma-nece misteriosamente no colo do Su-premo Tribunal Federal, prestes a su-mir domapa pela extinodoproces-so.A a Justia brasileira ter legaliza-do as palavras do general Lula: Omensalo no existiu. Haver umaComisso da Verdade para desenter-rar ocrime dos heris da resistncia?Enquanto o mito no se desman-cha, as vtimas profissionais da dita-dura vo fazendo o seu p de meia.Na srie de revolues ministeriais,os comunistas se destacaram parti-lhando o dinheiro do Esporte entreas ONGs amigas do PCdoB. Aimpren-sa burguesa bombardeou essa distri-buio de renda e o ministro caiu,mas a companheira Dilma manteve ocargo com a agremiao. Em comu-nismo que est ganhando no se me-xe (ainda mais em vspera de Copado Mundo).Assim como o ex-guerrilheiro Fer-nando Pimentel, que uniu foras coma amiga Dilma e se tornou umprspe-ro consultor, muitos companheirosvivero em paz sob a anistia do men-salo. Essa, ningum revoga.de armas Dilma Rousseff. Em meios tramoias, a mstica da resistncia ditadura estava intacta.A virtude de mulher-coragem, ex-refm dos militares, levou Dilma lon-ge. Candidata a presidente, transfor-mou em ministra da Casa Civil a obs-cura companheira Erenice Guerra,tambm ungida pela mstica da mili-tncia de esquerda. Enquanto Ereni-ce caa por trfico de influncia, des-cobria-se que Dilma se fizera passartoridade moral foi usada no poder?De vrias formas algumas delasno contabilizadas. Quando estou-rou o escndalo do mensalo, Del-bio Soares, ento poderoso tesourei-ro do PT, negou o flagrante com con-vico: uma conspirao da direi-ta contra o governo popular. O ex-guerrilheiro Jos Dirceu, apontadocomo chefe da quadrilha, caiu emdesgraa, mas fez sua sucessora naCasa Civil: a querida companheiraas almas penadas leais ao golpe de64. Autoritarismo vitamina paraelas. Mas ser a favor do regime mili-tar tambm no pode. O governo deesquerda aceita o pensamento de di-reita, desde que ningum o manifes-te. A democracia popular tem dono:ame-a ou deixe-a.Foi com esse esprito que um ban-do de militantes de partidos filiadosao poder central foi para a porta doClubeMilitar, noCentro do Rio. Ldentroocorria umahomenagemaomo-vimento de marode64.Doladodefora, em defesa dosdireitos humanos eda verdade, os ma-nifestantes fecha-ram a Avenida RioBranconamarra.Atiraram ovos con-tra seguranas doprdio, incendia-ram cartazes e tentaram agredir mili-tares que saamdoevento, provocan-do a reao da polcia que tentavaproteg-los e transformando a Cine-lndia em praa de guerra. Um showde democracia.A Comisso da Verdade pretendeinvestigar os crimes cometidos peladireita no poder. O pas no podemesmo dormir tranquilo sobre cer-tos disparates, como a verso militarde que Vladimir Herzog se suicidouna cela do DOI-Codi. umescrnio. Oproblema dessa reviso que no seencontrar a verdade no passadosemsaber onde ela anda nopresente.Hoje o Brasil governado pela es-querda. E a esquerda combateu a di-tadura, defendendo a democracia, aliberdade e os pobres. Como essa au-Revoguem a anistia (do mensalo)Depois de 7 anos,essa fraude polticaest no STF, prestesa sumir por extinodo processoMarceloGUILHERME FIUZAGUILHERME FIUZA jornalista.CORREONo editorial de ontem Fundo dosservidores beneficiar todos, noest correta a informao de que acontribuio dos servidores ser de7,5% e a da Unio, 8,5%. Elas serosempre paritrias at este limite.Product: OGlobo PubDate: 31-03-2012 Zone: Nacional Edition: 1 Page: PAGINA_F User: Schinaid Time: 03-30-2012 21:29 Color: KhSbado, 31 de maro de 2012 OPINIO7OGLOBONa quinta-feira, ocorreu a quar-ta cpula dos lderes dosBrics (Brasil, Rssia, ndia,China e frica do Sul) em No-va Dehli. O encontro teve grande re-percusso internacional. O FinancialTimes, por exemplo, publicou ontemreportagem de primeira pgina sob ottulo Brics pedem mais poder noFMI. OWashington Post destacou aoposio dos Brics retrica de aomilitar contra o Ir e a Sria.Na Declarao de Dehli, que for-maliza os resultados da cpula, osBrics trataram extensamente de te-mas econmicos e financeiros. Indica-rama sua insatisfaocomofunciona-mento do Banco Mundial e do FMI,acolheram positivamente os dois can-didatos de pases em desenvolvimen-to presidncia do Banco Mundial, einiciaram a discusso de um possvelnovo Banco de Desenvolvimento parafinanciar projetos nos Brics e em ou-tros pases em desenvolvimento, en-tre diversos outros temas.Os lderes dos Brics expressaram,por exemplo, preocupao com o rit-mo lento das reformas das cotas e dagovernana do FMI e enfatizaramqueos esforos em andamento para au-mentar a capacidade de emprstimodo Fundo somente sero bem-sucedi-dos se houver confiana de que todosos membros da instituio esto ver-dadeiramente empenhados em refor-m-la (ntegra em www.itama-raty.gov.br).ADeclaraode Dehli foi forte, e atcontundenteemcertosaspectos,mas h muita controvrsia sobre ore-al significado dos Brics. Os crticos ecticos sustentam que o agrupamen-to artificial, mais emblema ou siglado que realidade poltica. Apontampara as enormes diferenas entre osintegrantes e duvidam de que os cin-co pases possam, de fato, atuar deforma coordenada. Tigre de papel,dizem alguns. inegvel que as dificuldades decoordenao dos Brics so conside-rveis.Sou testemunha, pois tenho partici-pado, desde 2008, desse processo nombito do FMI e do G-20. Quando che-guei a Washington, em 2007, os Bricsno existiamcomo realidade poltica.Na poca, era realmente uma mera si-gla (inventada por umeconomista doGoldman Sachs).Na diretoria do FMI e no G-20, a atu-ao conjunta dos quatro pases (africa doSul sse juntouaogrupoem2011) comeouem2008, por iniciativada Rssia. Aprimeira cpula dos lde-res realizou-se em Yekaterinburgo,na Rssia, em 2009.Os Brics tm altos e baixos, mo-mentos de proximidade e de distn-cia, mas uma coisa certa: esta temsido a nossa principal aliana desde2008, pelo menos no que se refere aG-20 e FMI.O diretor-executivo da Rssia noFMI, que est aqui h 20 anos, disseem seminrio recente na BrookingsInstitution, em Washington, que osurgimento dos Brics foi a maior mu-dana na governana do FMI desde asua chegada diretoria da institui-o. Possoconfirmar. De fato, a nossaatuao conjunta tem sido uma ala-vanca importante em vrios temasestratgicos.Oque os Brics tmemcomum, paraalm de todas as diferenas, funda-mentalmente oseguinte: sopases demercado emergente de grande dimen-so econmica, geogrfica e populaci-onal. Por isso mesmo, todos eles tmcapacidade de atuar com autonomiaem relao s potncias ocidentais EUA e Europa. Isso vale sobretudo pa-ra os quatro integrantes originais dogrupo, mas, creio, que crescentemen-te tambm para a frica do Sul.O chanceler Antonio Patriota acer-touemcheio, nomeuentender,quando comparou a coordenaoentre os Brics nossa aproximaocom os EUA no incio do sculo XX,poca do Baro do Rio Branco. Umgrande legado do baro, disse Patri-ota, a capacidade de apreensodas mudanas. Na poca emque o di-namismo econmico e o eixo de po-der mudavam da Europa para os Es-tados Unidos, ele teve a capacidadede estabelecer uma boa relao comos EUA. Transferindo para hoje, omovimento equivalente a coorde-nao com os Brics.O baro eos BricsPAULO NOGUEIRA BATISTA JR.PAULO NOGUEIRA BATISTA JR. economista e diretor-executivo pelo Brasile mais oito pases no Fundo MonetrioInternacional, mas expressa os seuspontos de vista em carter pessoal. E-mail:[email protected]: @paulonbjr.No dia em que saiu aqui o artigo Oclube dos gnios mortos, sobreHeleno de Freitas, Raul Seixas eChico Anysio, juntou-se ao grupoMillr Fernandes, tornando o cu mais di-vertido e inteligente, e a Terra mais burra esem graa. Alguns falaram em mau humorde algum l de cima, mas eu prefiro falarem egosmo divino, alis, compreensvel.Quem no gostaria de ter a seu lado esses eoutros que partiram? O consolo, uma esp-cie de compensao, foi o jorro de esperan-a lanado pelo neurocientista Miguel Nico-lelis na mesma semana, ao afirmar que oBrasil sempre foi o pas de umfuturo que ja-mais chegava. Agora, a face radiante. Elerecebeu o prmio principal do Faz Diferen-a, que rene a cada ano pessoas e iniciati-vas que mais se destacaram no pas.Eleito Personalidade do Ano de 2011 porsuas pesquisas com o objetivo de levar pes-soas com paralisia a andar pela fora damente, Nicolelis foi o ltimo a discursar, ba-seando seu entusiasmo no no prprio tra-balho, mas no que tinha visto e ouvido alidos personagens que compuseram a maiscomovente das edies do prmio, com aplateia vrias vezes aplaudindo de p. Etambm a de maior diversidade social. Lestavam o homem mais rico do pas, EikeBatista, o presidente de uma poderosa mon-tadora de caminhes e o milionrio Neymar(na pessoa do pai), ao lado de jovens de ori-gempobre, como o quilombola Damio San-tos, do serto goiano, ou como Tio, o cata-dor de lixo que virou celebridade. Ou entocomoGetulioFidelis, coordenador docursopr-vestibular Invest, relembrando a nicavez que estivera naquele hotel h noveanos, como office-boy. O momento de re-denomoral ocorreucoma premiaodostenentes da PMDisraeli Gomes e Ronald Ca-dar, por terem recusado o suborno de R$ 1milho de um traficante.Grande novidade foi a trplice premiaoda cincia. Alm do principal homenageado,foram contemplados os cientistas StevensRehen e Denise Pires Carvalho. Ele e suaequipe pela produode metade de toda a ci-ncia de clulas-tronco embrionrias do pa-s. Ela e sua equipe por teremfeito avanar otratamento para os que sofrem problemasgraves de tireoide. A cultura contou com v-rios representantes. Julia Bacha, pelo seu ci-nema, que ajuda a promover a paz noOrienteMdio. talo Moriconi pelo esforo de aproxi-mar literatura e grande pblico. Cordel En-cantadopor levar para a TVa cultura nordes-tina. Antonio Bernardo pelos 30 anos comodesigner de joias. Carlos Saldanha no foi e aarara Blu aproveitou para reclamar o prmiopara ela. Criolo foi representado pelos pais.Como surpresa, umminishowde Tiago Abra-vanel. Ou de Tim Maia?Foi esse desfile de realizaes que empol-gou Nicoleli. Quando ele afirma que o Bra-sil deixoude ser tristes trpicos, noh co-mo no concordar. Desde que no se olhepara Braslia.ZUENIR VENTURAA face radianteQuando chegava a dura, ma-landro saa com esta: Ih!Sujou geral. Aproveitem,nostlgicos, pois a partirde agora, malandro que malan-dro no paga pra ver, levanta acamisa e diz: T limpo, doutor!De lei eleitoral, a Ficha Limpa ca-minha pra ser o marco de uma no-va maneira de fazer poltica nopas. Para alm de barrar candi-daturas de polticos sujos e en-cardidos, a lei da Ficha Limpa es-t servindo de modelo para vri-as iniciativas em outras esferasda vida pblica.Recentemente, aAssembleiaLegislativa de So Paulo aprovoua regra da Ficha Limpa para todosos cargos comissionados nos po-deres Executivo, Legislativo e Ju-dicirio do estado, inclusive Mi-nistrio Pblico, Defensoria e atuniversidades. Comisso, SoPaulo passa a integrar um grupodemais 12estadosbrasileirosque j aprovaram emendas s su-as constituies estaduais nosmoldes da Lei da Ficha Limpa.Soeles: Amazonas, Amap,Distrito Federal, Esprito Santo,Minas Gerais, Mato Grosso, MatoGrosso do Sul, Pernambuco, Pi-au, Paran, Santa Catarina e RiodeJaneiro. MasaFichaLimpatambm tem progredido nos mu-nicpios e no Poder Judicirio.Pelo lado municipal, para almde 40 cmaras que j esto discu-tindo a adoo da lei, as princi-pais capitais do pas j aprova-ram suas legislaes, como SoPaulo, Belo Horizonte, Rio de Ja-neiro, PortoAlegre, ManauseAracaju.No mbito do Judicirio, o CNJest estudando uma proposta deresoluo que estende para to-dos os tribunais do pas a proibi-odedesignaodepessoasatingidas pela Lei da Ficha Limpapara funes ou cargos de confi-ana. E o TSE acaba de aprovar re-soluo que exige a aprovaodas contas eleitorais para a ob-tenodoprprioregistrodecandidatura.A moralidade e a transparnciapblicas estocaminhandoapassos largos como exigncia deuma nova maneira de se fazer po-ltica no Brasil. Trata-se de umca-minho sem volta, como apontam20 milhes de cidados eleitoresque no aceitaram a alegao c-nica da governabilidade com abase alugada do Congresso Na-cional. Enfim, podemos dizer queo Brasil est se cansando da ma-landragem. Pois, malandro de-mais se atrapalha! E Man quemduvida.LimpougeralJORGE MARANHOJORGE MARANHO diretor doInstituto de Cultura de Cidadania AVoz do Cidado. Email:[email protected] GLOBONA INTERNETOPINIO Leia mais artigosoglobo.com.br/opinioAprendi que devemos ser dire-tos quando desejamos comu-nicar e minimizar interpreta-esequivocadas. Tambmaprendi que, se desejarmos reter aateno do leitor, em meio a tantascoisas interessantes e estmulos, nstemos que encantar j no primeiropargrafo. Como eu no sou jornalis-ta e nem escritor, resta-me pedir quevoc tenha um pouco de pacincia eno desista de ler este artigo at o fi-nal, sinceramenteprecisodesuaateno.A reportagem Como feita a frau-de em licitaes de sade pblica,veiculada pela TV Globo no progra-ma Fantstico do dia 18 de maro,teve muitos desdobramentos. Paraquem no viu vale um resumo. O re-prter Eduardo Faustini, autorizadopor mim, e sem o conhecimento daReitoria, por dois meses utilizou umasala do Instituto de Pediatria da Uni-versidade Federal do Rio de Janeiropara produzir a matria. Passando-sepor gestor de compras, convidou utilizando critrios que desconheo vrias empresas para participarde licitaes emergenciais. Foi umDeus nos acuda, choveramofertas depropinas, e fomos apresentados auma nova definio de tica de dei-xar qualquer pessoa, de princpio, es-tarrecida. Ficou claro que as leis vi-gentes impedem que tenhamos agili-dade na gesto pblica, porm noevitam, de forma alguma, que gesto-res desonestos se locupletem semdeixar rastros. Eu protejo o meu cli-ente e o meu cliente me protege, as-sim que eu fao e ensino aos meus fi-lhos, um deles falou com a maiortranquilidade do mundo e dentro datica do mercado.Preciso deixar claro quatro pontos:l Os funcionrios do Instituto de Pe-diatria da UFRJ no compactuam comprticas escusas;lO Instituto de Pediatria da UFRJ,por deciso do diretor e do vice, fran-queou uma sala para realizao dareportagem. Emmomentoalgumhouve, por parte do nosso Instituto,denncia ou indicao de empresaspara a pseudoconcorrncia;lO reitor da UFRJ, professor Car-los Levi, embora comunicado que amatria iria ao ar no sbado, dia17 demaro, apenas no domingo noite que assistiu reportagem;lAs empresas citadas na matriano fornecem para a UFRJ.A indignao tomou conta de todasas pessoas, o Ministrio Pblico, Mi-nistrio da Educao, Defensoria P-blica, Polcia Federal, entidades declasse, sociedades organizadas,OAB-RJ, cidados comuns, governa-dores e prefeitos e, at mesmo, a Pre-sidncia da Repblica (presidenteDilma e o vice-presidente Michel Te-mer) manifestaram suas insatisfa-es.Vale ressaltar que concordamosemceder o espao para a reportagemobjetivando a esclarecer um roubode cento e vinte mil reais (R$120.000)ocorrido emjulho de 2011e denuncia-do para a Polcia Federal e Auditoriada UFRJ na mesma poca. Seis mesesaps, sem nenhuma resposta, fomosdominados pela angstia da espera evimosnaimprensa, reconhecida-mente o quarto poder, a sada para oimpasse. Logramosxito, apenastrs dias aps a veiculao da mat-ria soubemos que a Polcia Federal,de forma brilhante, tinha desvenda-do o crime e identificado o culpado. Aferramenta por ns utilizada acabourevelando outra mazela: a corrupoinstitucionalizada, uma ferida infec-tada, ftida, necrosada, que no cica-triza.Perdoem-me os que nos criticam,no temos que pedir desculpas portermos permitido que a reportagemfosse feita, quem tem que se descul-par e se justificar so as pessoas quepraticam e/ou compactuam com acorrupo e atos ilcitos e fazem le-sa-ptria.Finalizando, a minha leitura que aUniversidade Federal do Rio de Ja-neiro, atravs do Instituto de Pedia-tria-UFRJ, saiu fortalecida deste epi-sdio marcante ao permitir que talreportagem fosse feita. At porqueno compactuar com a corrupo uma das melhores formas de exercercidadania. Quem rouba da sade ma-ta pessoas.Quem rouba da sade, mataEDMILSON MIGOWSKIEDMILSON MIGOWSKI diretor doInstituto de Pediatria da UniversidadeFederal do Rio de Janeiro.CavalcanteAquase fatalidade, hoje, da vit-ria de Mitt Romney entre os re-publicanos, nos Estados Uni-dos, , ao mesmo tempo, a dainrcia do status quase consumado.Desaparecem os consensos das po-larizaes, tal como os centros per-manecem num tdio insupervel, e oprprio jogo do Partido Democrata,frenteaosrednecks,continuanoacontecendo.O mesmo anticlmax parece ador-mecer a candidatura Obama. Certodasua vitria, praticamente no se apro-veita das contradies do outro ladopara, de vez, dar o passo adiante quelhe permitiu a federalizao dos ser-vios de sade e umcomeo de redis-tribuio da renda pelo aumento dafiscalidade dos super-ricos.Esbateram-se, tambm, as confron-taes no mundo mediterrneo. oavano do prprio fundamentalis-mo, gerado pelo paradoxo da Prima-vera rabe e pela regresso poltica,vinda das eleies democrticas,com o que se v, por exemplo, numterritrio inesperado, como o turco,o avano da torna ao vu, bem comodo fortalecimento da rigidez do siste-ma, eliminando as condies para apossvel abertura a um federalismocurdo.Da mesma forma, e ao contrrio dasesperanas de h um ano, perde ter-reno a perspectiva internacional des-ta nova ordem na regio, atentando,sobretudo, ao consenso sobre a into-lerabilidade da violncia e o julga-mento desses crimes pelo TribunalPenal Internacional. Saif Kadafi, o fi-lho do ditador lbio, ser definitiva-mentejulgadonoprpriopas,e,dentro da perspectiva do ajuste decontas, cada vez mais ameaado dosconflitos tribais emergentes no terri-trio.Da dinmica inercial destes anticl-max, muitos veem, at, o prprio des-barato nacional da Lbia, e ir nesseseparatismo crescente entre a Cire-naica e a Tripolitnia. o perigo deuma mesma desagregao latente, eque j levou os EUA a manter transi-es de fachada com o governo de Sa-leh, no Imen.De toda forma, no emergiram no-vas lideranas ntidas na Primaverarabe, no post-scriptum lamentveldo anticlmax. APraa Tahrir, smbolodo futuro, no se enche mais, frente aochoco governo militar egpcio, semagenda para o dia seguinte.O peso da inrciaCANDIDO MENDES DE ALMEIDACANDIDO MENDES DE ALMEIDA integrante do do Conselho das NaesUnidas para a Aliana das Civilizaes.Product: OGlobo PubDate: 31-03-2012 Zone: Nacional Edition: 1 Page: PAGINA_G User: Schinaid Time: 03-30-2012 21:04 Color: K8 OPINIO Sbado,31 de maro de 2012OGLOBOO GLOBO acolhe opinies sobre todos os temas.Reserva-se, no entanto, o direito de rejeitar acusa-esinsultuosasoudesacompanhadasdedocu-mentao. Tambm no sero publicados elogiosou agradecimentos pessoais. Devido s limitaesdeespao, serfeitaumaseleodascartasequando no forem suficientemente concisas, seropublicados os trechos mais relevantes.As cartas devem ser dirigidas seo Cartas dosLeitores (OGLOBO-Rua IrineuMarinho 35, CEP20.233.900), pelo fax 2534-5535 ou pelo [email protected]. S sero levadas emcontacartas comnome completo, endereo e telefone pa-ra contato, mesmo quando enviadas por e-mail.DOS LEITORESPelo e-mail, pelo site do GLOBO, por celular e por carta, este um espao aberto para a expresso do leitorN A I N T E R N E T E N O C E L U L A RCurioso ser observar o posicionamentodo Senado e dos senadores num possveljulgamentode Demstenes Torres, por faltade decoro. Inmeros senadores, que nopossuem currculos, mas folhas corridas, eque tm enorme influncia nas decises enas habituais chantagens do Senado paraampliar seus tentculos no governo, faroparte do jri. Qual ser o veredicto?JOS PAULO DE O. ALVESRioA questo do senador Demstenes Tor-res no pode ser tratada como um caso iso-lado de falta de carter. Alm desse aspec-to, existe umoutro, que umsistema eleito-ral onde, para se ter condies de disputaruma eleio, o custo comea na casa do mi-lho. Como funcionrios pblicos podem,em regra, ter ou manter relaes com pes-soas capazes de doar esses valores? Qual arazo de ser parlamentar, gastar alguns mi-lhes para isso e receber por ms R$ 20 mil?Portanto, temos uma sistema hipcrita,mais do que polticos sem carter.MARCOS DA SILVA NEVESRioSe os fatos relacionados ao caso Dems-tenes/Carlinhos Cachoeira, ainda em fasede apurao, so julgados extremamentegraves peloprprioJos Sarney, presidentedo Senado, de se imaginar o tamanho dasprovveis irregularidades apontadas. Hajaestmago para suportar tudo isso.DALTON GONALVES COELHOCachoeiro de Itapemirim, ESDepois de fartas demonstraes do en-volvimento do senador Demstenes Torrescom o contraventor Carlinhos Cachoeiraem explcitos atos de corrupo, o espera-do, como sempre ocorre, a renncia destesenhor e o arquivamento do processo. Istofeito, aps oito anos, ele pode retornar co-moficha limpa e fica tudocomoantes. Deve-ria haver uma ao judicial pblica contraeste cidado, por danos morais, danos ma-teriais, formao de quadrilha e falsidadeideolgica, j que desrespeitou aqueles quenele confiaram, levouvantagens financeirasque de uma forma ou outra vieram de sone-gao de impostos, associou-se a contra-ventor em benefcio prprio, alm de men-tir. Deveria ser preso, alm de devolver tu-do que recebeu ilicitamente, acrescido dejuros e correo monetria.JOO CARLOS CARVALHO DA SILVABarra do Pira, RJApesar de pertencer a um partido queno me cheira muito bem, o senador De-mstenes Torres conseguiu me enganar di-reitinho. Com aquele seu jeito srio, sisu-do e at caxias em excesso, fez-me acredi-tar que era um dos raros polticos com lisu-ra e livre de envolvimento com falcatruas.Mas, pelo que est sendo divulgado, que-brei a cara. Acada dia, vai aumentandomaisa desconfiana com o poltico brasileiro.HABIB SAGUIAH NETOMaratazes, ESHoje o Demstenes. Nome grego, masesprito brasileiro. Ontem foi Sarney. Ante-ontem, sua filha. Antes, seu genro. Mas, on-tem, tambmfoi o Pimentel. E antes o Nasci-mento. Tivemos tambm a dinastia dos co-munistas. Lembram do Orlando Silva? Nes-ta guerra no se salva ningum. Todos socorruptos, ou, no mnimo, coniventes. E ospartidos, o que fazem? Nada! Ningum acu-sa ningum. S esperando a vez, na gangor-ra da roubalheira, para chegarem ao poder.E o povo, fica merc desses corruptos,eternamente? Que tal tentar o parlamenta-rismo? Seria um crivo contra tudo isso.EUZEBIO SIMES TORRESRioAs fortes suspeitas de irregularidades en-volvendo o senador Demstenes Torres sreforam o que a maioria j sabe: h tantosinocentes nomeiopolticoquantonas torci-das organizadas de futebol. umtoma l dc to evidente, onde a troca de favores pre-domina, que o Brasil precisa mudar, urgen-temente, suas leis e esta cultura, antes queseja tarde. Se j no for. Algumas das de-cises dos rgos corregedores tm dadomargem para que se cometam crimes, poisa impunidade, bem como a imunidade par-lamentar, incentivamesta prtica. A Justiaprecisa investigar bem tudo que se refere aqualquer suposto desvio do senador goia-no, de umpartido que se conclama de opo-sioaoque est errado, sobriscode odis-curso moralista e necessrio da pr-pria presidente Dilma Rousseff fazer gua.JOO DIRENNAQuissam, RJA divulgao das conversas entre Carli-nhos Cachoeira e Demstenes Torres certa-mente deixa o senador goiano em situaodelicada, independentemente de as escutasiniciais teremsido obtidas de maneira ilegalpela Polcia Federal. Uma coisa a situaojurdica. Outra a poltica. Neste segundoaspecto, vai ser difcil livrar Demstenes dedura punio. Em relao ao seu partido, oDEM, fica a dvida sobre como agir, vistoque a expulso do ex-governador do DF Jo-s RobertoArruda, que poderia ser vista pe-lo eleitorado como prova de que o partidoage corretamente quando um dos seus apanhado em falcatruas, no foi entendidapelo eleitorado como algo positivo.THOMAZ ALBUQUERQUERioOgrande paladino da Justia claro, ou-trora; agora, o dono da Cachoeira da cor-rupo que nos assola com surpresas desa-gradveis deve sair rapidinho do Senado.Apenas fica claro que quando se trata detramoia da oposio at o procurador-geral rpido. Pena que esse procedimento noseja o mesmo quando se trata de compa-nheiros do PT, como Pimentel. Lamentvel!ANTONIO JOS G. MARQUESSo Paulo, SPSegundo a PF, o senador-doutor Dems-tenes Torres mais um dos polticos brasi-leiros que no resistirams tentaes do di-nheiro fcil do professor Carlinhos Ca-choeira. uma pena, pois a trajetria do se-nador havia criado na sociedade a expecta-tiva de ser ele um homem do bem, atento atodos os desvios de conduta de seus pares edo prprio governo, a quem se opunha. De-pois de mais essa decepo, a sociedadepassa a ter justificadas desconfianas sobreeventuais arautos da moral parlamentar. Oj minsculo partido dos polticos ticoscontinua definhando.PAULO FREDERICO SORIANO DOBBINRioGolpe e contragolpeDia 29 de maro assistimos a mais umademonstrao da democracia da esquer-da festiva, aquela que elogia o regime de Cu-ba. O Clube Militar programou palestra econvidou dois civis e um militar da reservapara falar sobre a contrarrevoluode1964.Os democratas fizeram de tudo para im-pedir e constranger (ovos, tomate e tinta)aqueles que foram assistir s brilhantes pa-lestras, numa demonstrao de como agemquando so contrariados os seus interes-ses. A maioria dos manifestantes nem tinhanascido naquela poca e no se deu ao tra-balho de ler jornais e revistas da poca.SYLVIO GOMESRioSomente torturadores, de fato ou poten-ciais, podem comemorar a tortura; nazis-tas, o nazismo; fascistas, o fascismo, e as-sim por diante. Por analogia, os militaresque insistememcelebrar o golpe de 64 seri-am, portanto, admiradores de regimes dita-toriais. Resta uma dvida: eles exaltariamoutras ditaduras, como a de Cuba, Coreiado Norte e China? Ou entendem que, paraser elogivel, o ditador tem que ser obriga-toriamente militar e nascido no Brasil, ouseja, que ditaduras so aceitas e louvveissomente quandogenuinamente brasileiras?VLADIMIR MOREYRA DUARTEMiguel Pereira, RJApaz conquistada noBrasil h 27 anos es-t dando lugar ao conflito, motivado porprovocaes desnecessrias. De um lado, acriao da Comisso da Verdade, as mani-festaes de ocupantes de altos cargos nogoverno contra a Lei da Anistia e a tentativade indiciamento de ex-agentes da repressopelo Ministrio Pblico fazemtisnar o ambi-ente. Do outro, em resposta, os clubes mili-tares protestamcontra a comissoe oficiaisda reserva assinam um manifesto e soameaados de punio. Dentro desse qua-dro, o Clube Militar marcou uma palestraalusiva ao 31 de maro. Entretanto, um gru-po de pessoas se aglomerou frente do pr-dio e provocou os participantes, com pala-vras de ordem e ofensas pessoais. Em con-sequncia, deu-se oprimeirograve confron-to, aps mais de trs dcadas de paz. Esta-mos andando para frente ou para trs?PAULO MARCUS SAMPAIO ELOYResende, RJPedindo licena e tomando de emprsti-mo a charge de ontem do Chico Caruso, oBrasil cada vez mais empobrece intelectual-mente. Aps perdas irreparveis como Chi-co Anysio e, agora, Millr Fernandes, o pasmergulha numa defasagem que vai de en-contro aos discursos do Clube Militar doRio e ao lobby de cada dia dos polticos. On-de j se viu comemorar o golpe de 1964? De-vemos ter conscincia que a populao, poca, aceitou e queria a implantao da di-tadura, mas tambm a de se realar que ascircunstncias eramoutras e que a socieda-de aprendeu umpouco. Resguardemos nos-sa sanidade e inteligente contra a corrup-o e o interesse individual.PEDRO BEJA AGUIARRio inconcebvel que novos agitadores ten-tem desestabilizar a democracia que todosdesejamos ver implantada definitivamenteemnosso pas, voltando a usar prticas vio-lentas como as que deram origem ao movi-mento de 1964 (comearam as agitaespor volta de 1961). No adianta agredir aspessoas que foram a uma reunio pacficano Clube Militar (instituio privada), poiselas tm, como todos, o direito livre mani-festao de suas ideias. Quem viveu a dca-da de 60, como eu, deve manifestar-se e exi-gir respeito e obedincia aos acordos legaisfirmados para encerrar, poca, de lado alado, as atitudes provocativas. Assim, foiassinada a Lei da Anistia.OSMANY MAGALHES LACERDARioA violncia e o desejo de vingana, ex-presses cristalinas da falta de conheci-mento do que seja democracia, ficaram evi-denciados nos manifestantes em frente aoClube Militar. Cada vez com mais frequn-cia, surgem indcios de instabilidade insti-tucional no pas, devido ao de eternosinconformados com as derrotas do passa-do, que, agora, tentam reabrir ultrapassa-das dissenses ideolgicas, com evidenteesprito revanchista, a despeito dos preju-zos que possam causar sociedade brasi-leira. Se quiseremsaber a verdade que se in-timem os dois lados.MARIZA CARDOSO SANTIAGORioIndependentemente de posies polti-cas e ideolgicas, o que no se pode tolerarnuma democracia a inibio pela foraou pela intimidao do direito de cadaumse manifestar, dentro dos limites da lei eda ordem. O mesmo direito dos que se opu-nham comemorao do 31 de maro, emfrente ao Clube Militar, na ltima quinta-fei-ra, o direito de militares e civis que com-pareceram sede da entidade para cultuaromovimentoque marcoua Histria dopas.As pessoas que, como eu, ali estavamforamimpedidas de sair do clube, s logrando fa-z-lo sob escolta da Polcia Militar, sendoduramente ofendidas entrada e sada doprdio, pelos manifestantes, ao melhor esti-lo fascista. Seria esta a democracia por quedizem ter lutado?ANTONIO JOO MAGIOLI RIBEIRORioAes do STJEm duas decises do Superior Tribunalde Justia, na mesma semana, assistimos amais um enfraquecimento das legislaes,beneficiando malfeitores: a punio crimi-nal para embriagados ao volante foi esvazi-ada e o ato sexual com menores de 14 anosnemsempre pode ser considerado estupro.J no basta a violncia que essas jovensvm sofrendo devido desigualdade sociale pela falta de polticas pblicas de prote-o? Sodecises que emnada servemparabeneficiar a populao, cada vez mais avil-tada com desmandos e maus exemplos dosgovernantes e daqueles que deveriam zelarpela tica e pelo cumprimento das leis.VERA LUCIA DE S B. PEREIRANiteri, RJAteno, intocveis cabeas togadas deBraslia. Neste infeliz Brasil, at mesmo asprostitutas aposentadas, com muitos anosde estrada, possuemoinalienvel direitodever o seu algoz estuprador atrs das grades.Imaginem crianas desvalidas e desampa-radas por nossa cruel sociedade.OSCAR B. POSSOLLORioO senador deveriadevolver tudoque recebeuilicitamente, comjuros e correo-Joo Carlos Carvalho da Silva inconcebvelque tentemdesestabilizar ademocracia quetodos desejamos-Osmany Magalhes LacerdaRepudio veemente essa deciso. Este pas no tem lei. Quem aquimanda o corporativismo. As duas vezes em que fui fazer acupunturacom mdico, sa pior do que entrei. Hoje, quem faz acupuntura emmim minha fisioterapeuta, que uma mestra no assunto. Artrite,arritmia, dores lombares, somente ela me tirou. Ronald Wigg................................................................................................................................................................COMENTRIOApenas mdicos podem realizar acupuntura.......................................................................No TwitterDeu zebra! (@GilvanNunes)RT @JornalOGlobo: Senador De-mstenes usou o cargo para bene-ficiar bicheiro.Ser mais barato que iPad.(@lucianofariasrj)RT @JornalOGlobo: Google terloja on-line para vender seu tablet.Por isso que t R$ 5 o quilo.(@Eder_motta)RT @JornalOGlobo: Polcia identi-fica dois suspeitos de matar Fei-jo, lder comunitrio da Rocinha.Relaxa, Flashmob de Macarena!(@_LeoncioM)RT @JornalOGlobo: 43 mil traba-lhadores cruzam os braos emquatro hidreltricas do PAC.twitter.com/jornaloglobo.............................................................................No Facebookwww.facebook.com/jornalogloboQueremos mais atos e menospalavras em tudo o que se relacio-na ao Brasil. De Kadu Gaspar, sobre adeclarao do presidente da Fifa, Joseph Blatter,para quem o Brasil precisa falar menos e fazermais para a Copa de 2014.Sou f do futebol dele, mas hoje,realmente, ele parece sem vonta-de de jogar... De Nando Arajo, sobre aatual fase de Ronaldinho Gacho no Flamengo.Senador Demstenes, quando fui informado pela sua assessoria quetexto de minha autoria seria incorporado ao relatrio final da CPI doapago areo, fiquei satisfeito, pois se tratava de umrelatrio de auto-ria de umsrio e combativo senador da Repblica. Hoje, quando leio onoticirio e sou surpreendido por notcias de: trfico de influncia emfavor de umpersonagemcomo Carlinhos Cachoeira; possvel negocia-ta como mesmo personagem; pedido de apoio poltico a Renan Calhei-ros, a Jos Sarney e outras coisas mais, sinto uma profunda tristeza.EmTropa de Elite II, umfilme que deve ter sido do agrado do antigoDemstenes, o coronel Nascimento afirma que a polcia do Rio temque acabar. Comtodos os escndalos de corrupoe falta de tica, euposso afirmar: esses polticos tm que acabar.MARCELO HECKSHERBraslia, DFLio de lobbyINSTALADAS PARA evitar a travessiaperigosa de pedestres, grades queseparam as duas pistas sentidoJacarepagu da Avenida Ayrton Senna, naBarra da Tijuca, foram arrancadas porvndalos, como mostra Diego Bellizzi. Asuspeita maior recai sobre mototaxistas,que usam o local como atalho" para aLinha Amarela, de acordo com aSubprefeitura da Barra e de Jacarepagu.O rgo prometeu intensificar afiscalizao. O leitor afirma ainda quemotoristas de van se aproveitam dasituao para pegar passageiros nocanteiro central da via. A grade serrecolocada em at duas semanas,segundo a Secretaria municipal deConservao. A Guarda Municipal disseque vai enviar uma equipe para verificar seh parada irregular de vans. oglobo.com.br/participe...............................................................................................................................................................................................................................................Foto de Diego Bellizzi.........................................................................No Google+http://bit.ly/jornalogloboEssa sujeira nunca vai ter fim.As pessoas no tm mais car-ter, humanidade e respeito.Tudo isso foi para o fundo dopoo. Perdi a esperana de umBrasil melhor. Sinto muito emfalar isso, mas no momento ssinto desgosto pela poltica. De Sandra Maciel, aps a revelao de que osenador Demstenes Torres (DEM-GO) fazialobby para o bicheiro Carlinhos Cachoeira.CORREODiferentemente do publicadona revista Rio Show e no Segun-do Caderno, a pea Drummondde verdade, em cartaz no Mi-drash Centro Cultural, no tersesso hoje, s 21h. O cancela-mento da apresentao s foidivulgado aps o fechamentodas edies.Product: OGlobo PubDate: 31-03-2012 Zone: Nacional Edition: 1 Page: PAGINA_H User: Schinaid Time: 03-30-2012 21:28 Color: CMYKl A partir de segunda-feira, ojuiz Flvio Pimentel de LemosFilho no dar mais expedien-te da Vara nica de Itatiaia, ci-dade do Vale do Paraba a 183quilmetros da capital. Ematopublicado no Dirio Oficial, oTribunal de Justia do Rio deJaneiro formalizar a substi-tuio do magistrado. Repor-tagem publicada pelo GLOBO,no domingo passado, sobre obaixonmerodecondena-es no estado em casos decorrupo, revelouquePi-mentel valeu-se de tese jurdi-ca duvidosa para julgar extin-tas, sem anlise do mrito, 17das 23 aes de improbidademovidas pelo Ministrio Pbli-co contra o ex-prefeito de Itati-aia Almir Dumay (1997-2004).Pimentel o segundo juiz ci-tado na reportagema perder ocomando de uma vara judicial.Na segunda-feira passada, orgo Especial do Tribunal deJustiadoRiodecidiu, porunanimidade, instaurar pro-cesso administrativo discipli-nar e afastar o juiz Rafael deOliveira Fonseca, titular da Va-ra nica da Comarca de Man-garatiba. Na condio de juizde Itagua, ele teria absolvidoem tempo recorde o prefeitoda cidade, Carlos BusattoJni-or, o Charlinho, que respondiapela contratao ilegal de umjornal. Para apressar o proces-so, o juiz chegou a mandar umoficial ao MP fora do expedien-te e negou pedidos de produ-o de provas apresentadospelos promotores.Flvio Pimentel, que era juizsubstituto emItatiaia e perma-necer frente da1+ Vara Cvelde Volta Redonda, disse queafastamento foi providencia-do a seu pedido. Avara de Vol-ta Redonda foi inspecionadana quinta-feira pela Correge-doria do Conselho Nacional deJustia (CNJ). Disse ao presidente do TJ(Manoel AlbertoRebelodosSantos) quequeriasair paraqueele pudesse apurar se houve ir-regularidade. Noqueroseracusado de limpar as provas.O juiz reconheceu que podeter usadouma tese question-vel para extinguir os proces-sos contra o ex-prefeito de Ita-tiaia, mas garante que agiu porconvico e no para favore-cer um poltico amigo: O CNJ no pode me imporuma convico jurdica. Ama-nh ou depois, ele vai quererjulgar os meus casos. Essa im-posio acaba com o estadode direito. Se h erro, que a mi-nha deciso seja reformadanas instncias de recurso.No caso de Pimentel, o CNJapura se o juiz usou critriosdiferentes para julgar polticosda regio onde atua. A Corre-gedoria est no Rio, desde se-gunda-feira, para cumprir tam-bm uma inspeo extraordi-nria. O presidente do TJ, de-sembargador Manuel Alberto,informou que a equipe do CNJrecebeu ontem os dados refe-rente s folhas de pagamentode desembargadores, juzes eserventurios da Justia, numtotal de 16 mil pessoas. A ins-peo em campo deveria ter-minar ontem, mas o Conselhoresolveu ampli-la por maisuma semana para cumprir to-dos os objetivos. nTJ afasta de Itatiaia juiz que arquivou processosFlvio Pimentel extinguiu, sem julgar o mrito, 17 das 23 aes de improbidade contra ex-prefeito da cidadeChico [email protected], 31 de maro de 2012 O GLOBO O PAS9l ApontadonumrelatriodoConselhode Controle de Atividades Financeiras(Coaf) como responsvel por 16 movi-mentaes financeiras atpicas no va-lor total de R$ 282,9 milhes em2002, oservidor do Tribunal Regional do Tra-balho do Rio (TRT-RJ) Rogrio Figuei-redoVieira, de 51anos, est de volta aotrabalhodesde oinciodeste ms. Viei-ra est lotado na Seo de ProtocoloIntegrado, que funciona no prdio dotribunal da Rua do Lavradio, no Cen-tro. Ele ficou afastado do servio, ale-gando problemas de sade depois queo caso ganhou repercusso, em feve-reiro. Agora, ele tenta levar uma vidanormal.Arepartioonde Vieira d expedien-te responsvel por coordenar o servi-odedistribuiodeprocessosedepe-ties iniciais protocoladas por advo-gados ou pelas partes envolvidas emaes. Apesar deser concursadoparaafunodeanalista, queexigenvel supe-rior, oservidor faz atividades burocrti-cas, incluindo atendimento ao pblico.Os vencimentos para quem tem este ti-pode escolaridade variamde R$ 6 mil aR$10 mil, semcontar os benefcios.Vieira conversou com O GLOBOontem. Na primeira entrevista apsa divulgao de seu nome no casonorelatrioprodu-zidopeloCoaf ape-dido do ConselhoNacional de Justi-a (CNJ) e divulga-doemjaneiro.OConselho no re-velouonomedeVieira. APolcia Fe-deral do Rio, queabriu inqurito pa-ra investigar a par-ticipao do servi-dor no caso, con-firmou se tratardeste servidor.J o TRT-RJabriu sindicnciapara apurar se Vi-eira donodasempresas citadasem denncias doMinistrio PblicoFederal, como aMixTrade, do ramo de informtica eque atuava com importao e exporta-o de eletrnicos. O prazo do tribunalpara a concluso do caso termina naprxima sexta-feira. A participao defuncionrios pblicos na gesto de em-presas privadas proibida pela lei queregulamenta otrabalhodos servidores.Se for punido, Vieira pode ser demitido.Vieira ingressou no TRT-RJ em 1993na gesto do desembargador Jos Ma-ria de Mello Porto, assassinado em2006. Vieira era concursado do TRT doEsprito Santo. Em1998, ele foi cedido Cmara dos Deputados para o gabinetedo ento deputado Jorge Wilson. Em2003, Vieira trabalhoucomoex-deputa-do Carlos Rodrigues, o Bispo Rodri-gues. No ano seguinte, o servidor foipreso, no Rio, pela Polcia Civil do Para-n. Ele era suspeito de ter desviado,comsecretrios municipais daquele es-tado, R$16,8 milhes da Companhia Es-tadual de Energia paranaense (Copel).O servidor ficou apenas dois dias pre-so. Em2007, ele retornou ao TRT-RJ.Quemsoos depositantes (das mo-vimentaes)?Queempresassoessas?Eu era scio de uma empresa de presta-ode servio, mas eunoatuava comogerente. Agora, se esse dinheiro atpi-co, nosei. Eunousaria nada irregular.Daqui a pouco, vou ter que andar comseguranas porquepodemachar queeuestou comesses milhes ressaltou.Ontem, na sede principal do TRT-RJ,na Avenida Presidente Antnio Carlos,no Centro, o corregedor-geral do Tribu-nal Superior do Trabalho (TST), minis-tro Antnio Jos de Barros Levenha-gen, criticou o Coaf: Foi uma informao (das movi-mentaes financeiras) inapropriada,divulgada inadvertidamente afirmouLevenhagen, que concluiu ontem umainspeo de rotina no tribunal.das operaes financeiras atpicas,ele afirmou desconhecer as movi-mentaes. Estou esperando ser notificado.Se isso aconteceu em 2002, por que oCoaf divulgou isso agora? No presteidepoimento para a Polcia Federal enempara o tribunal. No sei do que setrata. Estou esperando me chamarempara eu falar disse Vieira.Os R$ 282,9 milhes esto descritosDos milhes no banco rotina de um burocrataCssio [email protected] por movimentar R$ 282 milhes, funcionrio do TRT do Rio volta ao trabalho como distribuidor de processosCsso BrunoVIEIRA: No sei do que se trata. Estou esperando chamaremSiga a Cyrela nas redes sociais:Product: OGlobo PubDate: 31-03-2012 Zone: Nacional Edition: 1 Page: PAGINA_I User: Schinaid Time: 03-30-2012 22:12 Color: CMYKl BRASLIA E SOPAULO. A forne-cedora de lanchas-patrulha pa-ra o Ministrio da Pesca, a Inte-ch Boating, doou para o comitfinanceiro da campanha do PTde Santa Catarina, em 2010, R$150 mil no mesmo dia em quepassou a ser fiel depositria deseis dos 28 equipamentos com-prados de forma irregular. Aempresa ficou com a guardadas seis lanchas, adquiridas pe-lo ministrio apesar de o rgonoter atribuiodefiscalizar apesca ilegal, porque no haviasequer definio do local ondedeveriamser entregues.Ao detalhar irregularidades nalicitao e no planejamento dascompras, o Tribunal de Contasda Unio afirmou que apenastrs lanchas estavam em opera-onosegundosemestredoanopassado. A Intech Boating deSanta Catarina, estado do ex-mi-nistro Altemir Gregolin, citadona auditoria como um dos res-ponsveis pelas compras irregu-lares. Em entrevista ao jornal OEstado de So Paulo, o proprie-trio da empresa, Jos AntnioGalzio Neto, afirmou que o pedi-do de doao teria partido doprprioministrio, quedespejouR$ 31 milhes nos cofres da em-presa, entre 2009 e 2011, de acor-docomdadosdoPortal daTransparncia. Parte dos paga-mentos ocorreu depois que aatual ministra de Relaes Insti-tucionais, Ideli Salvatti, assumiuo Ministrio da Pesca, em 2011.Salvatti disputou e perdeu a elei-o para o governo de Santa Ca-tarina, em2010.Ontem, ao falar ao GLOBO, Jo-s Antnio Galzio Neto negouque tenha partido do ministrioo pedido, mas admite que foiprocuradopeloPTparafazer do-ao eleitoral, por seus negcioscomo governo.Em So Paulo, Ideli Salvatti senegou a comentar o fato:Umbeijo no corao dis-se ela ao encerrar sua participa-o no seminrio GovernanaMetropolitana - Desafios, Ten-dncias e Perspectivas, realiza-do pelo Instituto Lula em SoPaulo, e sair sem falar com a im-prensa, mesmoprometendoquedaria entrevistaMais cedo, emnota, a ministranegou qualquer tipo de relaocom a Intech Boating. A Secreta-ria de Relaes Institucionais(SRI) sustentou que os recursosno foram para a campanha deIdeli, mesmo que a maior partedo dinheiro utilizado na corridaao governo do estado tenha sa-do do comit financeiro do PT.Aindaalegaqueocontratofoi as-sinado em 2009, quando Ideliexercia mandato no Senado.A doao de R$ 150 mil ocor-reu em 13 de setembro de 2010,data emque o Ministrio da Pes-ca assinou com a fornecedora otermodecompromissoparaquea mesma mantivesse no depsi-to seis das 28 lanchas. Em10 dedezembro de 2010, outro termodecompromissofoi assinadopa-raqueaempresaficassecomou-tras10lanchas, todasjcontrata-das e com regular fluxo de paga-mento.Emnota, oMinistrioda Pescano comentou se h ou no rela-o entre a doao ao PT e oscontratos com a empresa. Afir-maaindaqueas28lanchasestocomdestinao, sendoque11de-las foram repassadas, em parce-ria, Marinha. nFornecedora da Pesca doou a comit do PTNo ano em que Ideli disputou governo de SC, partido pediu R$ 150 mil a empresa que tinha contrato com ministrioMichel FilhoPAULO OKAMOTO E IDELI em seminrio realizado pelo Instituto Lula em SP: ministra no falou do caso10 O PAS O GLOBO Sbado, 31 de maro de 2012l O CASO do troca-troca entre o Ministrio daPesca e um estaleiro que financiou a campanhaeleitoral do PT de Santa Catarina, revelado pelojornal O Estado de S.Paulo, uma daquelashistrias de manual.TUDO DENTRO da lei, mas a manobra pareceumprimor demodelodecomosejogaaticanalata do lixo.A HISTRIA se desenrola em trs atos. No pri-meiro, na eleio seguinte encomenda de bar-cos feita pelo ministrio, a empresa executouuma doao ao comit eleitoral do PT de SantaCatarina, frao do partido dona da pasta.A OPERAO seguiu rebuscada. No segundoato, o comit, com o dinheiro, financiou, entreoutras, a campanha de Ideli Salvatti ao gover-no do estado. No terceiro, o grande final: Ideli,derrotada, nomeada por Dilma ministra daPesca e, no cargo, manda pagar as ltimasprestaes da encomenda feita ao financiadorpoltico. Tudo dentro da lei. Coisa de mestre.OPI NI ODE MESTRECORPO CORPO AJOS ANTNIO GALZIO NETOl SOPAULO. JosAntnioGa-lzio Neto, dono da Intech Bo-ating, admite que doouR$150mil para oPTemSa