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INV.URG-GE.00-IT.4001-(P) Página: 9/1077 Revisão: 3 Data: 05/07/10 2.1 PROCESSOS E ATRIBUTOS DO MEIO FÍSICO 2.1.1 Geologia A bacia do rio Uruguai está assentada em derrames basálticos da Formação Serra Geral. Subordinadamente ocorrem depósitos de sedimentos conglomeráticos e arenitos diversos dispostos em discordâncias erosivas (formações sedimentares de origem eólica da Formação Botucatu). O trecho estudado se situa no extremo sul da bacia do Paraná (Brasil) ou Chaco-Paranaense (Argentina), a qual foi formada em uma depressão intercratônica preenchida por sedimentos e rochas vulcânicas de idade pós-devoniana, localizada entre o arco de Assunção e o escudo do Rio Grande do Sul. Sobre essas estruturas se depositaram sedimentos desde o Devoniano até o Permiano. Durante o período Juro-Cretáceo ocorreram os grandes derrames de lavas basálticas de tipo fissural (Formação Serra Geral, no Brasil, ou Miembro Posadas, na Argentina). Ocorrem também intercalações de arenitos eólicos (Formação Botucatu no Brasil; Arenitos Misiones, no Paraguai; Arenitos Taquarembó, no Uruguai; e Formações Curuzú Quatiá e Solari, na Argentina). A espessura deste conjunto de rochas vulcânicas e sedimentares ultrapassa 5.000 metros no Brasil. O soerguimento desta depressão durante o Terciário provocou uma intensa erosão com o desenvolvimento de uma ampla rede de drenagem, cujos principais coletores foram o rio Paraná, no centro da bacia, e o rio Uruguai em sua margem oriental. Como consequência, a sedimentação subsequente foi restringida a esporádicos depósitos cenozóicos, descontínuos ou de pequena espessura. A sedimentação mais recente (quaternária) ocorre nos leitos atuais dos grandes rios e é constituída por argilas, siltes, areias e cascalhos, sob a forma de aluviões. Os estudos geológicos realizados nesta etapa de inventário tiveram como objetivo gerar um mapa de unidades geológicas a partir da informação e cartografia disponível. Utilizaram-se planos geológicos do Brasil e da Argentina em escalas 1:500.000 a 1:1.000.000. O mapa INV.URG-GE.77-MP.4002, Tomo 21, apresenta as principais estruturas geológicas da área de estudo. 2.1.1.1 Litologias e Unidades Geológicas A Formação Serra Geral constitui a unidade litológica dominante do trecho limítrofe da bacia, aflorando maciçamente no trecho norte, enquanto que no sul se apresenta em forma de afloramentos esparsos na região. De modo geral apresenta-se quase sempre acompanhada de uma cobertura sedimentar de espessura variável. Distinguem-se dois tipos texturais principais de basaltos: os densos e os vesículo- amigdaloidais. Comumente entre eles se intercalam arenitos em cunhas ou bolsões, com ou sem metamorfismo térmico, além de brechas basálticas. A alteração dos minerais do basalto pode produzir materiais do tipo expansivo do grupo da montmorillonita, em especial a nontronita, com importantes implicações para a engenharia.

2.1 PROCESSOS E ATRIBUTOS DO MEIO FÍSICO · ocorrência de um prolongado processo de subsidência que, em seu final, entrou em fase de inversão, permitindo a ação dos agentes

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INV.URG-GE.00-IT.4001-(P)

Página: 9/1077 Revisão: 3 Data: 05/07/10

2.1 PROCESSOS E ATRIBUTOS DO MEIO FÍSICO

2.1.1 Geologia

A bacia do rio Uruguai está assentada em derrames basálticos da Formação Serra Geral. Subordinadamente ocorrem depósitos de sedimentos conglomeráticos e arenitos diversos dispostos em discordâncias erosivas (formações sedimentares de origem eólica da Formação Botucatu).

O trecho estudado se situa no extremo sul da bacia do Paraná (Brasil) ou Chaco-Paranaense (Argentina), a qual foi formada em uma depressão intercratônica preenchida por sedimentos e rochas vulcânicas de idade pós-devoniana, localizada entre o arco de Assunção e o escudo do Rio Grande do Sul.

Sobre essas estruturas se depositaram sedimentos desde o Devoniano até o Permiano. Durante o período Juro-Cretáceo ocorreram os grandes derrames de lavas basálticas de tipo fissural (Formação Serra Geral, no Brasil, ou Miembro Posadas, na Argentina). Ocorrem também intercalações de arenitos eólicos (Formação Botucatu no Brasil; Arenitos Misiones, no Paraguai; Arenitos Taquarembó, no Uruguai; e Formações Curuzú Quatiá e Solari, na Argentina). A espessura deste conjunto de rochas vulcânicas e sedimentares ultrapassa 5.000 metros no Brasil.

O soerguimento desta depressão durante o Terciário provocou uma intensa erosão com o desenvolvimento de uma ampla rede de drenagem, cujos principais coletores foram o rio Paraná, no centro da bacia, e o rio Uruguai em sua margem oriental. Como consequência, a sedimentação subsequente foi restringida a esporádicos depósitos cenozóicos, descontínuos ou de pequena espessura. A sedimentação mais recente (quaternária) ocorre nos leitos atuais dos grandes rios e é constituída por argilas, siltes, areias e cascalhos, sob a forma de aluviões.

Os estudos geológicos realizados nesta etapa de inventário tiveram como objetivo gerar um mapa de unidades geológicas a partir da informação e cartografia disponível. Utilizaram-se planos geológicos do Brasil e da Argentina em escalas 1:500.000 a 1:1.000.000. O mapa INV.URG-GE.77-MP.4002, Tomo 21, apresenta as principais estruturas geológicas da área de estudo.

2.1.1.1 Litologias e Unidades Geológicas

A Formação Serra Geral constitui a unidade litológica dominante do trecho limítrofe da bacia, aflorando maciçamente no trecho norte, enquanto que no sul se apresenta em forma de afloramentos esparsos na região. De modo geral apresenta-se quase sempre acompanhada de uma cobertura sedimentar de espessura variável.

Distinguem-se dois tipos texturais principais de basaltos: os densos e os vesículo-amigdaloidais. Comumente entre eles se intercalam arenitos em cunhas ou bolsões, com ou sem metamorfismo térmico, além de brechas basálticas.

A alteração dos minerais do basalto pode produzir materiais do tipo expansivo do grupo da montmorillonita, em especial a nontronita, com importantes implicações para a engenharia.

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O sílex amorfo, que também se observa nos basaltos preenchendo fissuras ou vesículas, pode apresentar elevada reatividade com os álcalis do cimento.

Os arenitos intercalados, às vezes quartzíticos, possuem estratificação cruzada com textura média a grosseira.

A Formação Fray Bentos aflora no trecho inferior do rio Uruguai (região de San Pedro) e é constituída por argilas calcíferas e margas de cor rosa, com presença também de arenitos, loess e limonitas.

A Formação Ituzaingó é composta de areias e arenitos friáveis de cor ocre com lentes argilosas de cor verde cinzenta e amarelada. É frequente a laminação diagonal e cruzada. Aflora na região de San Pedro e pode apresentar espessuras de 12 a 15 metros.

A Formação Pampiana constitui uma das rochas matriz dos solos do trecho inferior. São constituídas por areias siltosas e silte argilosos, com nódulos de manganês. As areias são predominantemente quartzíticas com pouca mica, cujas espessuras não superam os 5 metros.

A Formação Misiones corresponde em geral aos solos residuais e/ou transportados de constituição silto-argilosa a argilo-siltosa de coloração avermelhada com concreções lateríticas. As espessuras maiores se encontram afastadas do curso fluvial, podendo chegar a 16 metros.

Tectônica

A Bacia do Paraná, em seu extremo SO, apresenta uma complexa fossa tectônica entre dois núcleos antigos na qual se depositou, no Paleozóico Inferior e até o final do Cretáceo, uma potente sequência de sedimentos e derrames de lava. A presença deste conjunto indica a ocorrência de um prolongado processo de subsidência que, em seu final, entrou em fase de inversão, permitindo a ação dos agentes de erosão e o afloramento de todas as formações.

Todo esse conjunto apresenta uma pequena inclinação, em torno de 5º, com direção SSO.

Os alinhamentos mais representativos apresentam orientações N30ºE e N20ºO a N56ºO, e controlam em grande parte o curso do rio Uruguai.

Durante os trabalhos de campo efetuados nesta etapa não foi possível detectar estas estruturas nas zonas dos eixos, devido à persistente cobertura de solo. Tal detalhamento é fundamental para a evolução dos estudos dos futuros empreendimentos.

2.1.1.2 Sismicidade

A área de estudo é tectonicamente estável desde o ponto de vista sismológico, já que é tipicamente uma zona intraplaca.

Foram registrados no mapa geológico os epicentros de sismos históricos registrados na área de estudo, os quais surgem de dados históricos e de catálogos de fontes tais como: Barrocal et al. (1984), Boletim Sísmico Brasileiro, Observatorio de La Plata e ISC (Centro Sismológico Internacional).

Os erros destes pontos mostrados no mapa variam entre 30 e 100 quilômetros.

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Página: 11/1077 Revisão: 3 Data: 05/07/10

O INPRES (Instituto Nacional de Prevención Sísmica da Argentina) qualifica a área como de Coeficiente Sísmico Zonal igual a zero (Co = 0).

Na bibliografia mundial há casos citados de sismos induzidos por formação de grandes represas, por isso em projetos de magnitude são considerados Sismos Básicos de Projeto, como coeficientes de segurança do projeto diante destes eventos.

2.1.1.3 Recursos Minerais

A área de estudo apresenta explorações de recursos minerais entre os que merecem ser citados:

- Minerais pesados, gemas, metais, gesso, concentrações aluminosas e de ferro, asbestos, materiais para construção, basaltos, rípio, areias, argilas para cerâmica, solos (para tijolos, telhas, etc.) mármores e caliças, e hidrocarbonetos, gás e carvão mineral, sendo que estas últimas explorações não se encontram nas proximidades do rio Uruguai.

Entre as proximidades do rio Uruguai, as principais explorações estão na margem esquerda (Brasil) em Porto Lucena, na margem direita (Argentina) em Itacaruaré (fábrica de tijolos) e na zona entre Oberá e Santa Rita (canteira de basaltos, Cantera Ibarra). Também na margem direita encontra-se outra exploração, nas proximidades de Santa Maria.

Em nível de inventário não se registraram explorações industriais de importância na área próxima ao rio Uruguai. Sem embargo, há ocorrências na área de estudo como um todo. Sobre o território brasileiro existem abundantes autorizações de buscas, exploração e atividades em curso na área da bacia, inclusive as de menor escala junto a licenças gestadas e a outorgar. Em território argentino as explorações mineiras são de terceira a quarta ordem de importância.

2.1.2 Geomorfologia

Os estudos geomorfológicos realizados na área caracterizaram as geoformas presentes, os relevos e suas vinculações com as litologias aflorantes ou subjacentes, as coberturas detríticas, aluvionais, a dinâmica fluvial da área, além de determinar os processos de acumulação ou dissecção atuantes.

Também foram estudados os condicionantes morfotectônicos a fim de que, em conjunto com as geoformas e relevos, facilitassem a caracterização da estabilidade das encostas, a suscetibilidade à erosão e as áreas de maior risco de permeabilidade.

Como característica geomorfológica geral tem-se a presença de planos estruturais horizontais ou sub-horizontais que aumentam em altitude de sul a norte. Cada um destes níveis corresponde às superfícies dos derramamentos basálticos dominantes na área e, em menor grau, aos níveis sedimentares de origem eólica interestratificados.

Essa configuração morfoestrutural dá lugar a duas regiões geomorfológicas principais, uma a sul e outra a norte, separadas por uma área intermediária de transição.

Genericamente a região pode ser assim descrita:

Região sul: relevo de colinas baixas, separadas por sistemas fluviais com fundo de vales largos. Distinguem-se dois níveis de altitudes horizontais. Predomínio dos processos de degradação/deposição sobre os processos de degradação/erosão.

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Região norte: relevo abrupto integrado por uma sucessão de planaltos e colinas irregulares, definindo três ou mais níveis de altitude horizontais. Predomínio dos processos de degradação/erosão sobre os processos de agradação/acumulação.

Região central: zona de transição onde as características são intermediárias entre as regiões sul e norte.

Os diferentes níveis de altitude estão cobertos por solo, sobretudo na região sul. Na região norte afloram bancos resistentes que definem planícies estruturais.

Essas características se vinculam com as estruturas presentes e têm regulado a evolução da paisagem juntamente com as características climáticas atuantes na área, potencializando os processos morfológicos, tais como: intemperismo, ação fluvial e, principalmente, remoção de massa. No mapa INV.URG-GE.77-MP.4003, Tomo 21, são apresentadas as unidades geomorfológicas presentes na área de estudo.

a) Unidades morfológicas

− Domínio de Morros e Serras baixas;

− Domínio de Colinas amplas e suaves;

− Domínio de Colinas dissecadas e Morros baixos;

− Planaltos e Chapadas baixas;

− Escarpas estruturais erosivas;

− Superfícies aplainadas, retocadas ou degradadas;

− Planícies fluviais ou fluviolacustres.

As primeiras três unidades (Domínio de Morros e Serras baixas, Domínio de Colinas amplas e suaves e Domínio de Colinas dissecadas e Morros baixos) conformam a maior parte superior e ocidental da bacia.

Os Planaltos e Chapadas baixas e Escarpas estruturais erosivas aparecem na parte mais ocidental da bacia e ocupando superfícies menores

As Superfícies aplanadas, retocadas ou degradadas e as Planícies fluviais ou fluviolacustres conformam a parte inferior e oriental da bacia, e todas as planícies fluviais da rede de drenagem da região.

Os distintos níveis de altitude estão cobertos de solo, sobretudo na região sul, enquanto que na região norte surgem bancos resistentes que definem planícies estruturais.

b) Processos Atuantes e Regiões

Desde o ponto de vista dos processos erosivos e de deposição pode ser dito que existem três áreas diferenciadas na bacia:

- Região sul: relevo de colinas baixas, separadas por sistemas fluviais com fundo de vales largos. Distinguem-se dois níveis de altitude horizontais desde Monte Caseros a Colonia e Garabi – Garruchos, excetuando a região da planície elevada de Apóstoles.

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Característica: Predomínio dos processos de agradação / depositação sobre os processos de degradação / erosão.

- Região norte : relevo abrupto integrado por uma sucessão de chapadas e colinas irregulares, que definem três ou mais níveis de altitudes horizontais. Zona desde Concepción de la Sierra até os Saltos do Moconá, incluindo a planície elevada de Apóstoles.

Característica: Predomínio dos processos de degradação / erosão sobre os processos de agradação / acumulação.

- Região central : zona de transição onde as características são intermediárias entre as regiões sul e norte. Zona entre Garruchos e Azara e áreas contíguas.

- Regiões fluviais : as superfícies aplainadas, retocadas ou degradadas e as planícies fluviais ocupam as margens dos cursos fluviais de toda a área de estudo.

Característica: Processos de dissecção, redes de drenagem e acumulação- agradação.

- Regiões de embasamento metamórfico e unidades roc hosas: aparecem na parte ocidental brasileira da área de estudo. São unidades de idade pré- cambriana, paleozóica e mesozóica.

O caráter geomórfico geral está dado, então, por: 1) chão dos vales, 2) colinas e 3) chapadas, que se vinculam com as estruturas presentes, que tem regulado a evolução da paisagem com as características climáticas (áreas subtropicais), e que atuaram potencializando os processos morfológicos atuantes, tais como meteorização, ação fluvial e remoção em massa principalmente.

2.1.2.2 Dinâmica Superficial

Além dos processos de erosão – deposição descrita e atuante na área, a bacia de estudo do rio Uruguai está submetida a processos erosivos potencializados pela ocupação e uso da terra.

Há um maior efeito dos processos de lavagem em manto diante das chuvas torrenciais e processos de remoção em massa em taludes, devido ao efeito dos desmontes e cultivos realizados nas pendentes de morros e colinas nestas áreas. Isto produz a saturação de algumas redes menores de drenagem e afluência de maior material sedimentário nas depressões inter-colinas e nos cursos fluviais, com sua consequente influência nos processos de maior transporte e deposição / sedimentação em toda a bacia.

Este efeito é marcadamente maior sobre a margem esquerda do rio Uruguai, em território brasileiro, que sobre as áreas de margem direita, na Argentina.

2.1.3 Erodibilidade

Com base nas estruturas geológicas e feições geomorfológicas que ocorrem na área de estudo foram definidas categorias quanto à suscetibilidade a erosão dos solos, de acordo a resistência e contribuição do material clástico existente.

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Permeabilidade

Os estudos tiveram como objetivo estabelecer com critério geológico-geotécnico, áreas de diferente permeabilidade, definindo a mesma como a capacidade de permitir o fluxo de água através de si e dependendo disto, infiltrar-se nos materiais presentes ou escorrer superficialmente.

Determinaram-se, então, 5 categorias de permeabilidade:

Muito alta: Depósitos Atuais, do Terciário e do Quaternário. Conglomerados, areias, finos inconsolidados.

Alta: Depósitos Atuais, do Terciário e do Quaternário. Conglomerados, areias, finos inconsolidados com menor grau de alteração que a classe Muito Alta.

Média: Depósitos Pleistocênicos e Holocênicos (Quaternário) pouco consolidados.

Baixa: Derramamentos de lavas basálticas, arenitos quartzíticos intercalados e embasamento metamórfico de idades Pré-cambriana a Cretácea com algum grau de fratura e alteração.

Muito baixa: Derramamentos de lavas basálticas, arenitos quartzíticos intercalados e embasamento metamórfico de idades Pré-cambriana a Cretácea.

Estabilidade

Foram estudadas as características das unidades geológicas presentes em interação com as características físicas do meio e a ação antropogênica, a fim de determinar na bacia de estudo áreas estáveis e instáveis. Foram definidas duas classes:

Áreas instáveis: áreas de superfícies menores nas ribeiras dos rios principais e afluentes importantes e zonas de taludes empinados com movimentos de reptação em massa. São áreas com capacidade de acomodamentos diante de flutuações da represa, por mecanismos de embebimento, geração de tensões intersticiais e redução dos ângulos de fricção e coesão dos materiais que as compõem.

São as áreas menores dos taludes em Planaltos e Chapadas baixas e Escarpas estruturais erosivas que estão distantes das represas, e as áreas de Superfícies aplanadas, retocadas ou degradadas e Planícies fluviais ou fluviolacustres nas margens dos cursos fluviais.

Áreas estáveis: o resto da bacia. Abrange as chapadas, os relevos de colinas, os planaltos, morros, colinas e depressões amplas.

São as áreas maiores da bacia (caracterizados como os Domínios de Morros e Serras baixas, Domínios de Colinas amplas e suaves e os Domínios de Colinas dissecadas e Morros baixos e Planaltos e Chapadas baixas).

Os estudos realizados foram orientados para definir categorias em relação a resistência a erosão e aporte de material clástico, a partir das unidades geológicas presentes na área de estudo. No mapa INV.URG-GE.77.MP-4006, Tomo 21, são apresentadas as categorias estabelecidas de acordo com os seguintes critérios:

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Muito alta: Sedimentos inconsolidados do Quaternário e áreas de cursos e planícies fluviais de toda a bacia, mesmo entre áreas rochosas pré-cambrianas e paleozóicas.

Alta: Sedimentos inconsolidados do Quaternário e áreas de cursos e planícies fluviais de toda a bacia, mesmo entre áreas rochosas pré-cambrianas e paleozóicas. Difere da anterior por possuir um menor grau de alteração.

Alta média: Sedimentos inconsolidados do Quaternário e Terciário e planícies fluviais, mesmo entre áreas rochosas pré-cambrianas e paleozóicas.

Média alta: Sedimentos inconsolidados do Quaternário e Terciário

Média: Sedimentos medianamente consolidados e unidades rochosas com alta fratura e alteração.

Média baixa: Unidades rochosas com pouca alteração e sedimentos de diversos tipos cimentados com carbonatos, sílice, etc.

Baixa média: Unidades rochosas desde o pré-cambriano até o Cretáceo. Basaltos, arenitos e rochas metamórficas com pouco grau de alteração.

Baixa: Unidades rochosas desde o pré-cambriano até o Cretáceo. Basaltos, arenitos e rochas metamórficas inalteradas e sem fratura evidente.

2.1.4 Solos e Capacidade de Uso

2.1.4.1 Solos

a) Introdução

A pedologia é uma ciência relativamente recente que tenta diferenciar regionalmente e descrever as características dos diferentes solos, descrevendo as características morfológicas, físico-químicas, hidrológicas e mineralógicas das diferentes camadas que se estendem sobre o material original. Desde seus início têm-se consolidado diferentes metodologias de classificação que não permitem correlacionar as categorias.

O estudo de solo foi realizado pelo Instituto Nacional de Tecnología Agropecuaria (INTA), da Argentina, e, para tanto, foram consideradas as classificações de solos adotadas na Argentina e no Brasil.

Para a classificação de solos da Argentina, o INTA considerou os alinhamentos do sistema americano conhecido como SOIL Taxonomy (SSS-USDA 1975), entendendo que este sistema permitia caracterizar com propriedade os solos deste país.

No caso do Brasil, as classificações internacionais não resultavam úteis, uma vez que se verifica uma predominância de solos desenvolvidos em condições de clima tropical e não temperado e, por isto, os brasileiros tiveram que desenvolver um sistema próprio de classificação.

b) Classificação de solos da área do projeto

O sistema americano conhecido como SOIL Taxonomy (SSS-USDA 1975) apresenta um modelo de relações genéticas entre os solos e está estruturado em um esquema hierárquico de 6 categorias.

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As categorias superiores possuem poucas divisões definidas em termos gerais e amplos por meio de umas poucas características diferenciadoras, nas categorias inferiores há um grande número de divisões.

De maior a menor nível de generalização, as categorias do SOIL TAXONOMY são Ordem, Subordem, grande Grupo, Subgrupo, Família e Série. As Ordens são dez, cujos caracteres diferem de acordo com o tipo e a intensidade com que têm atuado os processos de formação. Cada ordem se divide por sua vez em 10 subordens que se distinguem entre si com base naquelas propriedades que exercem maior controle sobre os processos de formação dominantes na atualidade (clima, material original e atividade biológica são exemplos deste tipo de controle), os Grandes Grupos, dentro de cada subordem, estão definidos por propriedades dos solos que proporcionam uma influência adicional sobre os processos genéticos atuantes. Estes grandes grupos se dividem, por sua vez, em Subgrupos cujas propriedades representam desvios dentro do que se considera o conceito central do grande Grupo. Como divisões dentro do subgrupo se encontram a Família e a Série, que definem características mais específicas.

No Atlas de solos realizado pelo INTA em escala 1:500.000 em sua versão digital foram identificadas classes até o nível de Subgrupo.

As propriedades selecionadas para caracterizar os diferentes Subgrupos foram: drenagem, salinidade, sodicidade, risco e características de erosão, profundidade do solo, classes texturais, pedregosidade e rochosidade, perigo de alagamento e inundação, fertilidade natural, acidez, teor de alumínio intercambiável e conteúdo de plintita.

A classificação americana tem tido várias aproximações. O levantamento da Argentina foi realizado atendendo os critérios da 7ª aproximação americana.

O sistema brasileiro de classificação se baseia, fundamentalmente, nos atributos morfopedogênicos, que são os indicadores dos processos de formação do solo. Apresenta também um sistema hierárquico (que, ao contrário do sistema americano, é descendente) e é aberto, habilitando a incorporação de novas classes de solos à medida que vão se relevando. Encontra-se na atualidade no estágio de 4ª aproximação (Ordem, Subordem, grande Grupo e Subgrupo).

Os solos são classificados com base no horizonte diagnóstico de superfície (A chernozêmico, A proeminente, etc.) e de sub-superfície (considerando neste caso o horizonte B: B latossólico, B textural, etc.).

O sistema americano também descreve o horizonte diagnóstico de superfície e o de sub-superfície, mas o horizonte de superfície (epipedon: mólico, úmbrico, ócrico, etc.) não é equivalente ao horizonte A descrito pelo sistema brasileiro.

Os limites de solos do Brasil foram digitalizados do mapa de solos compilado pelo DERMA no ano 2002, em escala 1:1.000.000, com base em cartas levantadas pelo IBGE, v33 de 1986. Cada uma das classes, ou associações de classes identificadas, foi tomada da mesma fonte.

Em 2005, a Embrapa publicou uma versão atualizada do Sistema de Classificação de solos do Brasil (com 4ª grau de aproximação) na qual algumas categorias da classificação anterior foram trocadas e no caso dos Alissolos a classe foi suprimida. A nova classificação conta com 13 ordens e 44 subordens.

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No Quadro 2.1.4.1-1, são apresentadas as mudanças produzidas.

Quadro 2.1.4.1-1. Comparação da classificação de so los da EMBRAPA (BR) em 1999 e 2005

EMBRAPA 1999 EMBRAPA 2005

ALISSOLOS

A. Crômicos

A. Hipocrômicos

Classe extinta

ARGISSOLOS

A. Acinzentados

A. Amarelos

A. Vermelhos

A. Vermelho-Amarelos

ARGISSOLOS

A. Bruno-acizentados

A. Acizentados

A. Amarelos

A. Vermelhos

A. Vermelho-Amarelos

CAMBISSOLOS

C. Hísticos

C. Húmicos

C. Háplicos

CAMBISSOLOS

C. Hísticos C. Húmicos

C. Flúvicos

C. Háplicos

CHERNOSSOLOS

C. Rêndizicos

C. Ebânicos

C. Argilúvicos

C. Háplicos

CHERNOSSOLOS

C. Rêndizicos

C. Ebânicos

C. Argilúvicos

C. Háplicos

ESPODOSSOLOS

E. Cárbicos

E. Ferrocárbicos

ESPODOSSOLOS

E. Humilúvicos

E. Ferrihumilúvicos

E. Ferrilúvicos

GLEISSOLOS

G. Tiomórficos

G. Sálicos

G. Melânicos

G. Háplicos

GLEISSOLOS

G. Tiomórficos

G. Sálicos

G. Melânicos

G. Háplicos

LATOSSOLOS

L. Brunos

L. Acinzentados

L. Amarelos

L. Vermelhos

L. Vermelho-amarelos

LATOSSOLOS

L. Brunos

L. Acinzentados

L. Amarelos

L. Vermelhos

L. Vermelho-amarelos

LUVISSOLOS

L. Crômico

L. Hipocrômicos

LUVISSOLOS

L. Crômico

L. Háplicos

PLANOSSOLOS

P. Nátricos

P. Hidromórficos

P. Háplicos

PLANOSSOLOS

P. Nátricos

P. Háplicos

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EMBRAPA 1999 EMBRAPA 2005

PLINTOSSOLOS

P. Pétricos

P. Argilúvicos

P. Háplicos

PLINTOSSOLOS

P. Pétricos

P. Argilúvicos

P. Háplicos

VERTISSOLOS

V. Hidromórficos

V. Ebânicos

V. Cromados

VERTISSOLOS

V. Hidromórficos

V. Ebânicos

V. Cromados

14 ORDENS

44 SUBORDENS

13 ORDENS

44 SUBORDENS

O Quadro 2.1.4.1-2 mostra as correlações entre a nova versão e as classificações anteriores usadas pela EMBRAPA.

Quadro 2.1.4.1-2. Correlação entre Classificações d e Solos Usadas pela EMBRAPA (BR)

Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (2005) Classificações anteriormente usadas na Embrapa Solos

ARGISSOLOS

RUBROZEM, PODZÓLICO BRUNO-ACINZENTADO DISTRÓFICO ou ÁLICO, PODZÓLICO VERMELHO-AMARELO DISTRÓFICO ou ÁLICO. Ta, e alguns PODZÓLICOS VERMELHO-AMARELOS DISTRÓFICOS ou ÁLICOS Tb (com limite mínimo de valor T de 20 cmolc/kg de argila). PODZÓLICO VERMELHO-AMARELO Tb, pequena parte de TERRA ROXA ESTRUTURADA, de TERRA ROXA ESTRUTURADA SIMILAR, de TERRA BRUNA ESTRUTURADA e de TERRA BRUNA ESTRUTURADA SIMILAR, com gradiente textural necessário para B textural, em qualquer caso Eutróficos, Distróficos ou Álicos, e mais recentemente o PODZÓLICO VERMELHO-ESCURO Tb com B textural e PODZÓLICO AMARELO.

CAMBISSOLOS

CAMISSOLOS EUTRÓFICOS, DISTRÓFICOS e ÁLICOS Ta e Tb. Exceto os com horizonte A chernozêmico e B incipiente EUTRÓFICOS Ta. CAMBISSOLOS EUTRÓFICOS, DISTRÓFICOS e ÁLICOS Ta e Tb. Exceto os com horizonte A chernozêmico e B incipiente EUTRÓFICOS Ta.

CHERNOSSOLOS BRUNIZEM, RENDZINA, BRUNIZEM AVERMELHADO e BRUNIZEM HIDROMÓRFICO.

ESPODOSSOLOS PODZOL, inclusive PODZOL HIDROMÓRFICO.

GLEISSOLOS GLEI POUCO HÚMICO, GLEI HÚMICO, parte do HIDROMÓRFICO CINZENTO (sem mudança textural abrupta), GLEI TIOMÓRFICO e SOLONCHAK com horizonte glei.

LATOSSOLOS LATOSSOLOS, excetuadas algumas modalidades anteriormente identificadas, como LATOSSOLOS PLÍNTICOS.

LUVISSOLOS BRUNO NÃO CÁLCICO, PODZÓLICO VERMELHO-AMARELO EUTRÓFICO Ta, PODZÓLICO BRUNO-ACINZENTADO EUTRÓFICO, e os PODZÓLICOS VERMELHO-ESCUROS EUTRÓFICOS Ta.

NEOSSOLOS LITOSSOLOS, SOLOS LITÓLICOS, REGOSSOLOS, SOLOS ALUVIAIS e AREIAS QUARTZOSAS (Distróficas, Marinhas e Hidromórficas).

NITOSSOLOS

TERRA ROXA ESTRUTURADA, TERRA ROXA ESTRUTURADA SIMILAR, TERRA BRUNA ESTRUTURADA, TERRA BRUNA ESTRUTURADA SIMILAR e alguns PODZÓICOS VERMELHO ESCUROS Tb e alguns PODZÓLICOS VERMELHO-AMARELOS Tb.

ORGANOSSOLOS SOLOS ORGÂNICOS, SOLOS SEMI-ORGÂNICOS, SOLOS TIOMÓRFICOS TURFOSOS e parte dos SOLOS LITÓLICOS TURFOSOS como horizonte hístico com 30 cm ou mais de espessura.

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Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (2005) Classificações anteriormente usadas na Embrapa Solos

PLANOSSOLOS PLANOSSOLOS, SOLONETZ-SOLODIZADO e HIDROMÓRFICOS CINZENTOS que apresentam mudança textural abrupta.

PLINTOSSOLOS LATERITAS HIDROMÓRFICAS, parte dos PODZÓLICOS PLÍNTICOS, parte dos GLEI HÚMICO e GLEICO POUCO HÚMICO PLÍNTICOS e alguns dos possíveis LATOSSOLOS PLÍNTICOS.

VERTISSOLOS VERTISSOLOS, inclusive os hidromórficos.

Em uma tentativa de correlacionar ambos os sistemas, no mesmo manual do sistema de classificação EMBRAPA 2005, descrevem-se os diferentes tipos de solo, de acordo com a classificação brasileira e seu equivalente aproximado dentro da classificação americana e da FAO, os que se sintetizam no Quadro 2.1.4.1-3.

Não obstante, esta aproximação é só em nível de Ordens, ou seja, o primeiro nível dos seis estabelecidos na classificação de Soil Taxonomy.

Quadro 2.1.4.1-3. Correlação entre os Sistemas de C lassificação de Solos

SiBCS FAO FAO-WRB SOIL TAXONOMY

Neossolos ---- ----- Entisols

(Neossolos Quartzarênicos)

Arenosols Arenosols (Quartzipsamments)

(Neossolos Regolíticos) Regosols Regosols (Psamments)

(Neossolos Litólicos) Leptosols Leptosols (Lithic... Orthents)

(Lithic... Psamments)

(Neossolos flúvicos) Fluvisols Fluvisols (Fluvents)

Vertissolos Vertisols Vertisols Vertisols

Cambissolos Cambisols Cambisols Inceptisols

Chernossolos Chernozems

Kastanozems

Phaeozems

Greyzems

Chernozems

Kastanozems

Phaeozems

-----

----

Molisols (apenas os Ta)

--------

Luvissolos Luvisols Luvisols Alfisols, aridisols (Argids)

Argissolos Acrisols

Luxisols

Alisols

Acrisols

Lixisols

Alisols

Ultisols

Oxisols (Kandic)

Latossolos Ferralsols Ferralsols Oxisols

Espodossolos Podzols Podzols Spodosols

Planossolos Planosols Planosols Alfisols

(Planossolos Nátricos) Solonetz Solonetz Natr (ust-ud) alf

(Planossolos Háplicos) Planosols Planosols Albaquults, albaqualfs, plinthaqu (alf-ept-ox-ult)

Plintossolos Plinthosols Plinthosols Subgrupos Plinthic (várias classes de Oxisols, Ultisols, Alfisols, Entisols, inceptisols)

Gleissolos Gleysols Gleysols Entisols (Aqu-alf-and-ent-ept)

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SiBCS FAO FAO-WRB SOIL TAXONOMY

(Gleissolos Sálicos) Solonchaks Solonchaks Aridisols, entisols (Aqu-sulfa-hydra-salic)

Organossolos Histosols Histosols Histosols

Nitossolos Nitisols

Lixisols

Alisols

Nitisols

Lixisols

Alisols

Ultisols, Oxisols (Kandic), Alfisols

Não classificados no Brasil ----

Anthrosols

Andosols

----

Gypsisols

Calcisols

Cryosols

Anthrosols

Andosols

Umbrisols

Gypsisols

Durisols

Calcisols

Gelisols

----

Andisols

----

Vários subgrupos de Aridisols

Vários Grandes Grupos Dura de Alfisols, Andisols, Aridisols, Inceptisols, etc.

Vários subgrupos de Vertisols, Molisols, Inceptisols, Alfisols, etc.

Também há antecedentes de tentativas de relacionar os sistemas de classificação de solos, como, por exemplo, no estudo de Viabilidade do projeto Garabi de 1987, onde a partir de estudos de solos, propuseram-se, como aproximações, algumas relações entre as classificações do Brasil e Argentina.

O INTA entendeu que não há informação suficiente para estabelecer relações entre os níveis de classificação considerando-se os diferentes alcances, critérios e requerimentos próprios de cada país, que fundamentaram ditas classificações e que se delinearam nos pontos anteriores.

Pelo exposto, o mapa de pedologia (INV.URG.-GE.77-MP.4005, do Tomo 21) é apresentado para os distintos tipos de solos com suas respectivas denominações de origem.

Distinto foi o caso na descrição da Capacidade de uso da Terra, onde embora também se difira na definição das categorias, as mesmas são de estrutura mais simples, o que tem permitido uma aproximação entre ambas, e que fica refletido no capítulo correspondente.

c) Solos Lado Argentino

A descrição de solos do lado argentino foi tomada do Atlas de Suelos de la República Argentina, realizado pelo INTA em escala 1:500.000, no âmbito do projeto PNUD Arg 85/019, e publicado em 1990 em versão impressa. Os limites das diferentes unidades foram tomados da versão digital realizada pelo INTA, em 1996. Estes limites foram postos sobre informação de satélite (imagens Landsat e RADAR), adequando e corrigindo seu registro espacial para uma melhor localização e desenho de rios, lagunas, serranias, etc.

A classificação de solos do INTA foi realizada seguindo os alinhamentos do sistema americano conhecido como SOIL Taxonomy (SSS-USDA 1975) descrito anteriormente.

Dentro da área em estudo foram identificadas, na província de Misiones, as seguintes unidades de solos em nível de Ordenes: Alfissolos, Entissolos, Molissolos e Ultissolos.

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Província de Misiones

A Alfissolos

Udalfes

AQ Rodudalfes

A principal característica destes solos é a de apresentar um horizonte argílico de cor vermelha escura (hue dominante de 2,5 YR). Sua drenagem é de boa a moderada, são muito profundos e de boa fertilidade natural.

Apresentam uma sequência de horizontes A1, B1t, B 2 t, B3 t e C. O horizonte A1, é ócrico (por cor), argiloso; o B2t é argílico, levemente textural, argiloso, com de iluviação visíveis, com estrutura moderada a forte e de cor vermelha escura. O horizonte C apresenta restos de basalto temporizado, envolvido na fração terra fina de cor vermelha escura, e seu teto se define entre 150 e 200 cm de profundidade.

Localizam-se na região de relevo fortemente ondulado, no espaço que separa o Pediplano do Paraná da região montanhosa. Também é identificado nos estriamentos da chapada preservada ao rio Uruguai.

Sua geomorfologia está caracterizada pela presença de colinas com cumes suaves e pendentes de 5 a 10%. Sua principal restrição é a suscetibilidade à erosão hídrica, com limitações moderadas para cultivos comuns e aptos para espécies perenes. O uso atual é florestal e agrícola, em pequenas superfícies.

• AQ-2. – Associação de solos Rodudalfes (50%) em colinas; Rodualfes, moderadamente profundos (30%) em colinas e meias colinas; Hapludoles ênticos (20%) em escarpas a vias de água.

• AQ-5. – Associação de solos Rodudalfes (40%) em zonas de pendentes; Kandiudultes ródicos (30%) em colinas e meias colinas; Eutrocreptes dístricos (20%) em sopés de pendentes a vias de água; Afloramento Rochoso (10%) em setores de cúspide de escarpa.

AQ Rodudalfes moderadamente profundos

Estes solos se apresentam na região de relevo fortemente ondulado a colinado, no degrau que separa o pediplano do Paraná da região montanhosa. Dentro desta se localizam nas proximidades de Alem e, em menor proporção, na região de zonas, fundamentalmente sobre o Paraná, ademais se localizam no sul da província, na chapada preservada e seus contrafortes. Suas características estão fortemente influenciadas por sua geomorfologia, colinas e meias colinas com pendentes curtas de 8 a 15% e a erosão hídrica. Além disso, apresentam-se setores coluviais sub-recentes, algo estabilizados, com pendentes maiores a 10% associados a escarpas com solos pedregosos.

A sequência de horizontes desta fase dos Rodudalfes é A1, B1, B2t, Cr e R. Os horizontes diagnósticos são: um epipedon ócrito (por cor) franco argiloso e um B2t argílico de cor vermelha escura, argiloso, com estrutura moderada a forte com sinais de iluviação e concreções de ferro, escassas a abundantes, na parte inferior do perfil se destaca a ação do escorrimento do tipo sub-

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superficial, médio a rápido que corre sobre o horizonte R, por breves lapsos coincidentes com as chuvas. O horizonte Cr contém fragmentos de basalto em decomposição que ocupam até 60% da matriz e seu teto aparece entre 50 e 150 cm de profundidade.

A fase moderadamente profunda dos Rodudalfes se define assim devido ao teto do horizonte Cr normalmente não superar 100 cm medidos desde a superfície. São solos moderadamente bem drenados e bem providos de nutrientes com escorrimento médio a rápido.

Por suas limitações de profundidade e suscetibilidade à erosão hídrica são aptos para florestamento, já que as raízes podem penetrar. Apresentam severas limitações por elevado gradiente e erosão hídrica para uma produção adequada e sustentada de cultivos anuais; são moderadamente aptos para cultivos perenes adaptados à zona, em função da espessura do solum.

A fase moderadamente profunda dos Rodudalfes se apresenta como dominante na unidade cartográfica AQ-3 e se encontra associada nas unidades AQ-2, Mjen-6, Mjen-29, UTrd-4, UTrd-7 e UVrd-1, em todos os casos como componente subordinado.

• AQ-3. – Associação de Rodudalfes, moderadamente profundos (50%) em colinas e meias colinas; Etrocreptes dístricos (30%) em ladeiras e sopé de ladeiras a vias de água, Kandiudultes ródicos (20%) em colinas e meias colinas.

AQ Rodudalfes severamente erodidos

Esta fase dos Rodudalfes se caracteriza pela ausência do horizonte A devido aos efeitos da erosão hídrica. Frequentemente a sequência de horizontes é B1, B2t e R, o B1 é franco argilo arenoso, o B2t argílico, é argilo arenoso, de cor parda avermelhada escura, fortemente estruturado e com evidencias de iluviação. Na capa R o basalto é dominante e se encontra em processo de edafização, seu teto normalmente não supera 50 cm de profundidade. São bem drenados, ácidos, com cascalhos grossos e finos da superfície.

Localizam-se na região de relevo montanhoso do sul de Misiones, no departamento de Alem, ocupando as pendentes desgastadas por erosão hídrica.

Apresentam limitações muito severas para a produção sustentada de cultivos comuns e perenes adaptados à zona, sua melhor utilização é para florestamento em função de seu estado de degradação atual.

A fase severamente erodida dos Rodudalfes se associa como componente subordinado na unidade cartográfica MJen-31.

AL Kandiudalfes

Alrd Kandiudalfes ródicos

A característica principal destes solos é a de apresentar um horizonte Kandico de cor vermelha escura e com muito pouco contraste de cor entre os estados úmido e seco.

São bem drenados, sumamente profundos, ácidos com boas condições físicas para o desenvolvimento radical, de mediana a alta fertilidade química.

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A sequência de horizontes mais comum é A1, B1t, B2t, B3t, Cr e R. O horizonte A1 é argiloso ócrito (pois frequentemente não cumpre os requisitos de cor para um epipedon mólico), com uma espessura que varia de acordo a seu grau de erosão hídrica atual – entre 10 e 25 cm. No caso de perfis com um A1 superficial lhe continua frequentemente um horizonte A3 mais estruturado e compacto. Após o A1 se apresenta um B1t levemente textural, com sinal de iluviação na matriz, o B2t argiloso Kandico reflete com exatidão as características deste horizonte rico em argilas de baixa atividade, com um CIC menor a 16 Cmol (+) Kg-1 argila e um CIC efetivo menor a 12 Cmol (+) Kg -1 argila (soma de bases mais alumínio intercambiável). Apresenta vernizes de iluviação e estruturas em forma de bloco moderadas a fortes, e escassas concreções de ferro: os limites com os sub-horizontes são graduais e sua permeabilidade é moderada.

Estes solos estão amplamente distribuídos na região do pediplano parcialmente disectado do vale do Paraná e na zona de “campos” ou pediplano parcialmente disectado sem vegetação arbórea, que engloba todo o sul de Misiones e penetra na província de Corrientes, conformando o conjunto de solos denominados “terra vermelha”. Sua geomorfologia é a de colinas com pendentes médias de 3 a 8% e são muito suscetíveis à erosão hídrica.

Apresentam muito boas condições para cultivos perenes como erva mate, chá, Tung e cítricos (localizado nas proximidades de Montecarlo) e para florestamento.

Os Kandiudalfes ródicos são dominantes na unidade cartográfica AXrd-1, e se associam nas unidades Byrd-3, UTrd-5 e UGtc-1, em todos os casos como componente subordinado.

Além disso, foram caracterizados solos moderadamente profundos com a mesma sequência de horizonte. O B2t pode apresentar escassos fragmentos de basalto em decomposição e cristalino. O B3 argiloso moderadamente estruturado apresenta fragmentos de basalto que aumentam sua proporção no horizonte Cr, também argiloso e com uma quantidade de cascalhos grossos, seixos e pedras que podem ocupar 50% da matriz; frequentemente o basalto está em decomposição, é poroso, quebradiço de cor vermelha amarelada e com argila vermelha escura.

O horizonte R apresenta dominância de pedras e seixos sobre os cascalhos.

A característica distintiva é que o teto do horizonte Cr está entre 150 e 200 cm, constituindo, assim, a fase moderadamente profunda dos Kandiudalfes ródicos do pediplano do Paraná, que tem uma espessura de solum muito superior a 2,5 m.

São bem drenados, fortemente ácidos, de moderada permeabilidade e bem providos de nutrientes.

Estes solos se localizam na região de relevo fortemente ondulado a colinado, com predomínio no setor norte da província, nas bacias do Uruguai e San Antonio. Além disso, apresentam-se na região de relevo montanhoso fortemente e nos contrafortes da chapada, preservada em todos os casos por uma forte influência por erosão passada e atual.

Apresentam-se em meias colinas com pendentes curtas de até 10% e em áreas inclinadas de setores coluviais sub-recentes modelados por erosão hídrica; justamente sua principal limitação é a suscetibilidade à erosão hídrica, o uso florestal é sua melhor aptidão, enquanto apresenta severas limitações para os cultivos comuns e são moderadamente aptos para cultivos perenes.

• Alrd-1. – Associação de solos Kandiudalfes ródicos (60%) em colinas; Distrocreptes líticos (20%) em setores de colina e sopés de colina; Haplacueptes húmicos (20%) em vales estreitos entre colinas.

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• Alrd-5. – Associação de solos Kandiudalfes ródicos moderadamente profundos (50%) em colinas e meias colinas; Rodudalfes (20%) em pendentes; Udortentes típicos (20%) em setores escarpados; Afloramento rochoso (10%) em setores de cúspide de escarpa.

AM Kanhapludalfes

AMrd Kanhapludalfes ródicos

A sequência de horizontes característica deste Subgrupo é: A1, B1, B2t, B3t, Cr e R. Os horizontes diagnósticos são: um epipedon ócrito (por cor), argiloso e um horizonte Kandico B2t, argiloso com sinais de iluviação, moderadamente estruturado, em forma de bloco e com 10 / 20% da matriz ocupada por cascalhos grossos e seixos de basalto pouco meteorizados. Este horizonte não supera 40 cm de espessura e através de um B3t argiloso, passa-se a um Cr da mesma textura e 40 a 60% da matriz ocupada por cascalhos e seixos de basalto meteorizado. O teto da capa R se denota ao redor de 100 cm e apresenta mais de 80% da matriz ocupada por cascalhos e seixos. Este Subgrupo se particulariza pela presença de um horizonte Kandico de cor vermelha escura e de um contato paralítico que se manifesta antes de 150 cm de profundidade.

São solos bem drenados, moderadamente profundos, muito fortemente ácidos e de permeabilidade moderada. O desenvolvimento do sistema radical está limitado pela profundidade ao basalto.

Estão localizados na região de relevo fortemente ondulado a colinado, no setor oriental de Misiones, correspondente ao vale do rio Uruguai, desde as cercanias do Moconá, até um pouco mais ao sul de San Javier. Também se apresenta na região de relevo montanhoso fortemente, pertencente à bacia do arroio Soberbio e afluentes. Ocupa posições de meias colinas, com pendentes médias e curtas de 8 a 12%.

Devido a suas limitações por gradientes, profundidade, suscetibilidade à erosão hídrica, a produção de cultivos comuns e perenes da zona se apresenta severamente restringida. Em troca, sua aptidão é boa para a atividade florestal.

Os Kanhapludalfes ródicos são dominantes nas unidades cartográficas que levam o símbolo AMrd e se associam nas unidades EOtc-3 e UTrd-2 como componente subordinado.

• AMrd -1. Associação Kanhapludalfes ródicos (40%) em meias colinas com pendente de 8 – 12%; Kandiudultes ródicos (30%) em colinas e meias colinas com pendentes de 5 a 8%; Udortentes típicos (20%) em setores escarpados; afloramentos rochosos (10%) em setores de cúspide de escarpa.

• AMrd-2. Associação de solos Kanhapludalfes ródicos (30%) meias colinas com pendentes de 5 a 8%; Hapludoles ênticos (30%) em setores escarpados a vias de água com afloramento rochoso; Kandiudultes ródicos (20%) em colinas e meias colinas com pendentes de 5 a 8%; Kanhapludalfes ródicos (20%) em pendentes.

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E ENTISSOLOS

Ortentes

EO Udortentes

EOtc Udortentes típicos

Estes solos amplamente distribuídos na região de relevo montanhoso apresentam uma sequência de horizonte A1, A/C, Cr e R. O A1 franco argiloso a argiloso, é superficial de cor parda avermelhada escura ócrito e com brita e cascalhos finos de basalto. O A/C de 15 a 40 cm de espessura apresenta de 30 a 60% da matriz ocupada por cascalhos grossos e finos, brita e em menor proporção seixos de basalto em estado de decomposição, de cor vermelha amarelada cuja porcentagem aumenta em profundidade.

A capa R frequentemente apresenta seu teto entre 50 e 100 cm da superfície, e sua característica distintiva é a de evidenciar até 90% da matriz pedras seixos e cascalhos em estado de decomposição quebradiços, pelo qual não constitui um contato lítico; esta característica os separa dos Udortentes líticos.

São bem drenados de escorrimento rápido, superficiais, moderadamente profundos e muito bem providos de bases devido à intensa meteorização do basalto.

Apresentam-se na região de relevo montanhoso intensamente, na de relevo fortemente ondulado ou colinado, e como inclusão na chapada preservada.

Estes solos predominam nas pendentes de escarpas de cerros e de colinas a cursos de água, com gradientes de 20 a 40%.

Por suas graves limitações são inaptos para cultivos comuns sob lavoura convencional, não obstante, utilizam-se pequenas superfícies em agricultura de subsistência com tração a sangue. No caso de que a selva subtropical nativa esteja degradada por desmontagem excessiva são aptos para florestar com pinhos, devido ao alto grau de fratura do basalto. Por último, definem-se como não aptos para espécies perenes como erva mate e chá.

Os Udortentes típicos são dominantes nas unidades cartográficas que levam o símbolo EOtc e se associam nas unidades Alrd-2, Alrd-3, Alrd-4 e Alrd-5: AMrd-1; MJen-29, UTrd-1, UTrd-2 e UTrd-6 e UTtc-1. Em todos os casos são dados como componente subordinado.

• EOtc-3. Associação de Urdontentes típicos (50%) em setores escarpados a vias de água; Kanhapludalfes ródicos (20%) em meias colinas com pendentes de 5 a 8%; Kandiudultes ródicos (20%) em colinas e meias colinas com pendentes de 5 a 8%; afloramento Rochoso (10%) em pendentes.

• EOtc-4. Associação de solos Urdontentes típicos (50%) em setores escarpados e cerros com afloramentos rochosos; Hapludoles ênticos (20%) em setores escarpados e cerros com afloramentos rochosos; Eutrocreptes dístricos (20%) em ladeiras e sopé de ladeiras a vias de água; Kandiudalfes ródicos moderadamente profundos (20%) em setores coluviais fortemente ondulados e em zonas de pendentes.

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M MOLISSOLOS

Acuoles

MC Argiacuoles

MCve Argiacuoles vérticos

A sequência de horizontes destes solos de vales aluviais é: A, A3, B2t e B3t; suas características principais se definem pela presença de um epipedon mólico, argiloso e um horizonte B2t argílico, argiloso, com moteados precisos e características vérticas com abundantes vernizes de fricção e conteúdos de argila superiores a 35 % em sub-horizontes que totalizam mais de 50 cm de espessura.

São imperfeitamente drenados, inundáveis, de condições físicas adversas para uma exploração normal das raízes.

Localizam-se exclusivamente na região dos Vales Secundários com depósitos aluviais e integram complexos de solos, tanto no norte (departamento Iguazú), como no sul da província, onde são mais frequentes, constituindo setores baixos, inundáveis e alagáveis, como é o caso do arroio Garupá.

Devido às graves limitações por excesso de umidade, somente são aptos para pecuária extensiva sobre campo natural e eventualmente para cultivos especiais como o arroz.

Os Argiacuoles vérticos são dominantes na unidade cartográfica MCve-4 e se associam como componente subordinado na unidade MCab-3.

• MCve-4. – Argiacuoles vérticos (30%) em baixos; Argiacuoles típicos (30%) em planos com pendentes muito suaves; Albaqualfes vérticos (30%) em planos com pendentes muito suaves. Afloramento rochoso (10%).

Udoles

MJ Hapludoles

MJen Hapludoles ênticos

Estes solos predominam na região de Relevo Montanhoso Fortemente e se caracterizam por apresentar-se em setores escarpados ou inclinados, com pendentes dominantes de 20 a 40%. Sua evolução edafogenética é incipiente e somente se manifesta através dos processos de humificação – mineralização da matéria orgânica. Tratam-se de processos dinâmicos em ambientes de Selva Subtropical, que têm derivado na formação de um horizonte órgano – mineral- epipedon mólico, como uma característica diagnóstica.

A sequência de horizontes mais frequentes é: O1/O2, A1, A/C e R. Os horizontes orgânicos constituídos por restos de folhagem em distintos estados de decomposição apresentam uma espessura variável que normalmente não supera 10 cm, e podem estar presentes em setores de selva muito degradada. Este subgrupo se caracteriza por ter epipedon mólico (A1 e A/C) geralmente de textura franca, pardo avermelhado escuro com fragmentos de basalto em decomposição e ausência de um horizonte B câmbico. A pedregosidade manifesta-se desde a superfície e se incrementa na matriz do horizonte A/C, até ocupar mais de 90% do horizonte R;

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este fato define um contato paralítico, frequentemente localizado entre 50 e 100 cm de profundidade. Este material é fraturado, quebradiço e facilmente penetrado por raízes de diversas espécies da floresta nativa, como também por florestais implantados como os pinhos.

São solos bem drenados, superficiais a moderadamente profundos, com muito alta dotação de nutrientes, por causa da meteorização do Basalto com a conseguinte liberação de elementos alcalino – térreos. Sua pedregosidade é severa e evidenciam muito alta suscetibilidade à erosão hídrica.

Apresentam-se principalmente na Região de Relevo montanhoso; em setores colinados da região de relevo fortemente ondulado e finalmente em escarpas a cursos de água da zona do rio Paraná.

Apresentam muito graves limitações devido à forte pendente e pedregosidade. Só são aptos para a exploração racional da selva nativa, manejo que inclui o rápido reflorestamento com pinhos em razão do perigo de deterioro do recurso por erosão hídrica se estiver desprovido de sua flora protetora ou nativa.

Os Hapludoles ênticos são dominantes em todas as unidades cartográficas que levam o símbolo MJen e se associam às unidades AQ-2, AMrd-2 e EOTC-4, como componente subordinado. Por último, participam como inclusão na unidade cartográfica UTrd-5.

• MJen-6. Associação de solos Hapludoles ênticos (70%) em setores escarpados; Rodudalfes moderadamente profundos (30%) em depósitos coluviais fortemente ondulados.

• MJen -8. Associação de solos Hapludoles ênticos (70%) em setores escarpados com afloramentos rochosos; afloramento rochoso (30%), em setores de cúspide de escarpa.

• MJen-29. Hapludoles ênticos (40%) em setores escarpados, cerros com afloramentos rochosos; Udortentes típicos (20%) em setores escarpados e cerros com afloramento rochoso; Eutrocreptes dístricos (20%) em sopé de ladeiras a vias de água; Rodudalfes moderadamente profundos (20%) em depósitos coluviais fortemente ondulados e em pendentes.

• MJen-31. Complexo de solos composto por Hapludoles ênticos (60%) em colinas com pendentes curtas; Rodudalfes, severamente erodidos (20%) em pendentes; Hapludalfes líticos (10%) em setores escarpados; afloramentos rochosos (10%) em setores de cúspide de escarpas.

U ULTISSOLOS

Humultes

UG Kandihumultes

UGtc Kandihumultes típicos

Correspondem ao conjunto de solos denominados “terra vermelha” com uma sequência de horizontes: Ap, A12, B2t. O horizonte A é ócrico, argiloso, bem provido de matéria orgânica, pardo avermelhado escuro. O B2t argiloso, bem desenvolvido, cumpre com os requisitos de um horizonte Kándico, isto é, incremento de argila e capacidade de intercâmbio catiônico menor de 16 cmol (+) Kg¹ de argila.

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São sumamente profundos, bem drenados, de cor vermelha intensa, com boas condições físicas para o desenvolvimento do sistema radical, ligeira a fortemente ácidos e de mediana fertilidade.

Sua limitação principal para a produção de cultivos comuns é o perigo de erosão hídrica, pelo qual é conveniente encarar práticas de manejo tendentes a prevenir dito risco. São muito aptos para cultivos perenes como erva mate, chá e florestais. O uso atual é agrícola, florestal e pecuário.

Localizam-se principalmente no Pediplano parcialmente, sem vegetação arbórea (zona de campos) e na região de relevo fortemente ondulado –setor sul- mais degradado por erosão hídrica. Em sua geomorfologia participam colinas cupuliformes, com pendentes de 3 a 8%.

Os Kandihumultes típicos são dominantes nas unidades cartográficas que levam o símbolo UGtc e se associam na unidade cartográfica POum-1 como componente subordinado.

• UGtc-1. – Associação de solos Kandihumultes típicos (50%) em colinas; Kandiudalfes ródicos (30%) em colinas; Distrocreptes líticos (20%) em setores de meia colina a sopé de colina.

• UGtc-3. – Associação de Kandihumultes típicos (40%) em colinas; Distrocreptes líticos (20%) em setores de meia colina a sopé de colina; Hapludoles líticos (20%) em colinas aplanadas e setores escarpados; Argiacuoles típicos (10%) em colinas aplanadas; afloramento rochoso (10%) em colinas aplanadas.

Udultes

UT Kandiudultes ródicos

UTrd Kandiudultes ródicos

Integram o grupo de solos denominados “Terra vermelha”, e cobrem uma importante superfície da província. A sequência de horizontes mais característica é: A1, B1, B2 e B3. O A1 é um epipedon ócrico, argiloso, frequentemente com menos de 50% de saturação com bases. O horizonte B é Kándico ou argílico, com uma CIC menor de 16 cmol (+) Kg¯ ¹ de argilas e uma CIC efetiva menor de 12 cmol (+)Kg-¹ de argila (soma de bases mais alumínio), na maior parte de sua espessura; sua textura é argilosa, com incrementos graduais com a profundidade, fato que em alguns casos permite definir horizontes levemente texturais. São moderadamente estruturados, de cor vermelha a vermelha escura em todo o perfil, e frequentemente mais friáveis em profundidade.

São bem drenados, sumamente profundos, muito fortemente ácidos e com valores de alumínio intercambiável em profundidade que às vezes superam 2 meq%. Possuem baixa dotação em nutrientes e boas condições físicas para o desenvolvimento do sistema radical.

São dominantes no Pediplano parcialmente e na Chapada Central Preservada, ademais, acompanham outros solos nas regiões: Contrafortes da Chapada e Pré-montanhosa, na zona do vale do rio Uruguai, em posição de colinas com 3 a 8% de pendente, principalmente médias.

Sua limitação mais destacada em função da pendente é a moderada a severa suscetibilidade à erosão hídrica, o que associado à fertilidade natural baixa, restringe a escolha de cultivos comuns, requerendo em todos os casos práticas de conservação dos solos para prevenir deteriorações por erosão hídrica. Apresentam boa aptidão para cultivos perenes adaptados

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como erva mate, chá e tung, com moderada incorporação de insumos (fertilizantes e emendas) e são muito aptos para o florestamento.

Os Kandiudultes ródicos são dominantes em todas as unidades cartográficas que levam o símbolo UTrd e se associam nas unidades: AQ-3, AQ-5, AMrd-1, AMrd-2, EOtc-3 e EUtc-2, como componente subordinado.

• UTrd-2. – Associação de solos Kandiudultes ródicos (50%) em colinas e meias colinas com pendentes de 5 a 8%; Kanhapludalfes ródicos (20%) em meias colinas com pendentes de 5 a 8%; Hapludoxes ródicos (20%) em colinas altas; Udortentes típicos e afloramento rochoso (10%) em escarpas a vias de água.

• UTrd-4. – Associação de solos Kandiudultes ródicos (60%) em colinas e meias colinas; Rodudalfes moderadamente profundos (25%) em pendentes de 3 a 10%; Hapludoxes ródicos (10%) em cumes de colinas; Afloramento Rochoso (5%) em sopé de pendentes.

• UTrd-5. – Associação de solos Kandiudultes ródicos (50%) em colinas e meias colinas; Kandiudalfes ródicos (40%) em colinas; Hapludoles ênticos (10%) em escarpas a vias de água.

• UTrd-6. – Complexo de solos de Kandiudultes ródicos (50%) em colinas e meias colinas com pendentes de 5 a 8%; Hapludoxes ródicos (30%) em cumes colinas; Udortentes típicos e afloramento rochoso (10%) em áreas inclinadas a vias de água; Kanhapludultes ródicos (10%) em meias colinas e pendentes de 8 a 12%.

• UTrd-7. – Complexo de solos de Kandiudultes ródicos (40%) em colinas e meias colinas; Rodudalfes (30%) moderadamente profundo em pendentes; Argiudoles típicos (20%) em setores colinados; Hapludoles líticos (10%) em setores colinados.

UV Kanhapludultes

UVrd: Kanhapludultes ródicos

Estes solos se localizam principalmente na região dos contrafortes da chapada central preservada e, em menor proporção, como inclusões nas unidades cartográficas onde predominam os solos vermelhos profundos da região da chapada e a planície suavemente ondulada com afloramento rochoso. Sua posição mais frequente é a das meias colinas com pendentes de 5 a 12% e moderada a severa suscetibilidade à erosão hídrica.

São solos bem drenados moderadamente profundos a profundos, fortemente ácidos de mediana fertilidade química e o desenvolvimento radical está em relação à profundidade a que se encontre o contato paralítico.

Estes solos de cor vermelha se caracterizam por estar afetados por erosão hídrica, circunstância que determina um perfil com menos de 150 cm. Até o basalto parcialmente descomposto.

A sequência de horizontes é A1, B1, B2, Cr. O A1 é ócrito argiloso. O horizonte B2 é Kándico, argiloso moderadamente estruturado e evidencia um contato paralítico (horizonte Cr), frequentemente dentro dos 150 cm desde a superfície. Estas duas últimas características e sua cor vermelha escura definem este subgrupo. Se não se realizarem práticas de conservação para atenuar os efeitos da erosão hídrica podem apresentar severas a muito severas limitações para a produção sustentada de cultivos comuns. Sua vocação principal é a florestal e são moderadamente aptos para cultivos perenes.

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Os Kanhapludultes ródicos são dominantes em todas as unidades cartográficas que levam o símbolo UVrd e se associam nas unidades AMrd-2, Mali-2, UTrd-1 e UTrd-6 como componente subordinado.

• UVrd-1. – Associação de solos Kanhapludultes ródicos (50%) em relevo ondulado e colinas; Rodudalfes moderadamente profundos (30%) em colinas e meias colinas; Udortentes líticos (10%) em setores colinados a cursos de água; afloramento rochoso (10%) em setores de cúspide de escarpa.

• UVrd-2. – Associação de solos Kanhapludultes ródicos (50%) em meias colinas; Kandiudalfes ródicos moderadamente profundos (30%) em setores coluviais fortemente ondulado colinas e meias colinas; Eutrocreptes dístricos (15%) em ladeiras e sopé de ladeiras a vias de água; afloramento rochoso (5%) em setores de cúspide de escarpas.

Província de Corrientes

Na província de Corrientes, dentro da área em estudo, foram identificadas as seguintes unidades de solos a nível de Ordens: Alfissolos, Entissolos, Molissolos, Inceptissolos e Ultissolos.

A ALFISSOLOS

Aqualfes

AF Ocraqualfes

AFae Ocraqualfes aéricos

Apresentam uma sequência de horizontes A1, 2B3t e C. O A1 é ócrico e de cores claras, franco a franco limoso; o B2t é argílico, fortemente estruturado e com moteados ferruginosos abundantes e precisos. São moderadamente profundos, muito fortemente ácidos, imperfeitamente drenados e de lenta permeabilidade.

Localizam-se em planícies de relevo subnormal, inundáveis, o que favorece a gênesis e posterior presença de rasgos hidromórficos no perfil. É destacável a manifestação de erosão reticular (malezal).

Localizam-se na região dos Malezales do Iby-baí e em menor proporção na região de Colinas y Llanuras del Noreste.

Apresentam limitações que os restringem para a realização de cultivos comuns; seu uso atual é a pecuária extensiva sobre campo natural e em menor proporção o cultivo do arroz.

Os Ocraqualfes aéricos são dominantes na unidade cartográfica AFae-1, e se associam nas unidades AEgl-6, Aprd-2, APrd-3, Idea-4 e UGtc – 2 como componente subordinado.

• Afae-1.- Associação de Ocraqualfes aéricos (60%), em planos com água quase permanente; Haplacuentes aéricos (30%) em plano hidromórfico e Natraqualfes típicos (10%), em planos de terraço com vegetação arbórea.

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AFaerum Ocraqualfes aérico úmbricos

Apresentam uma sequência de horizontes A1, B2t e B3t. O A1 é ócrico, areno franco, escuro a muito escuro e úmido, detalhe que o diferencia dos aéricos, com menos de 50% de saturação de base. O B2t é argílico, franco argiloso arenoso, fortemente ácido e de permeabilidade lenta.

Localizam-se em planícies de relevo subnormal inundáveis e com moderada erosão de tipo reticular (malezal). Localizam-se na região dos Malezales do Iby-baí na região Oriental ou Planície de Erosão.

Apresentam limitações que os restringem para a realização de cultivos comuns; seu uso atual é a pecuária extensiva sobre campo natural e em menor proporção o cultivo do arroz.

Os Ocraqualfes aéricos úmbricos são dominantes na unidade AFaeum – 1 e se encontram associados na unidade EB: ag-1 como componente subordinado.

• AFaeum-1. – Ocraualfes aéricos úmbricos (50%) e Glosaqualfes típicos (30%) em plano hidromórfico com malezales; Humacueptes fluvacuênticos (20%) em planícies com hidromorfismo acentuado com malezales.

Udalfes

AP Paleudalfes

APrd Paleudalfes ródicos

Este subgrupo apresenta uma sequência de horizontes A1, B1t, B2t B3t. O horizonte A1 é ócrico, areno franco a franco arenoso. Destaca-se pelo B2t (argílico) de cor vermelha com escassa diferença entre estado seco e úmido, tem grande espessura e textura franco argilo arenosa. São profundos, bem drenados, com boas condições para o desenvolvimento das raízes e fortemente ácidos.

Localizam-se nos Albardones de las Terrazas del río Uruguay, Rio Aguapey e nos pseudo albardões da depressão do Iberá, com pendentes de 1 e 3%, o que os faz moderadamente suscetíveis à erosão hídrica.

Seu uso atual é agrícola, florestal e pecuário, com escassas limitações –erosão- para os cultivos comuns, pelo qual é aconselhável a adoção de práticas de manejo conservacionista para frear o processo e preservar o recurso.

Os Paleudalfes ródicos são dominantes em todas as unidades cartográficas que levam o símbolo APrd e se associam às unidades APtc-1 e EC:ag-1, como componente subordinado.

• APrd-1. – Associação de solos de Paleudalfes ródicos (50%) em colinas; Paleudultes plínticos (30%) em setores de meia colina e baixa; Udipsamentes tapto árgicos (20%) em colinas.

• APrd-2. – Associação de Paleudalfes ródicos (40%) e Paleudalfes típicos em Albardões; Ocraqualfes aéricos (30%) em planícies com hidromorfismo acentuado.

• APrd-3. – Associação de Paleudalfes ródicos (40%), Rodudalfes em Albardões e Ocraqualfes aéricos (30%) em planícies com hidromorfismo acentuado.

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APtc Paleudalfes típicos

O horizonte A1 é ócrico, franco arenoso; o horizonte B2t é argílico, franco argiloso arenoso, bem desenvolvido e de cor vermelha. São profundos, bem drenados, com boas condições físicas para o desenvolvimento radical e fortemente ácidos. A sequência de horizontes que apresentam é: A1, B1, B2t, B3t e C.

Localizam-se nos albardões em forma de colinas dos rios Aguapié e Uruguai, com pendentes de 3 a 10%, o que os faz de moderada a severamente suscetíveis à erosão hídrica. Pertencem às regiões naturais das Terrazas del río Uruguay e das Colinas y Llanuras del Noreste.

Devido aos fortes gradientes acima mencionados, apresentam severas limitações para a produção de cultivos anuais comuns pela alta suscetibilidade à erosão hídrica. São em troca muito aptos para cultivos perenes florestais.

Os Paleudalfes típicos são dominantes nas unidades cartográficas que levam o símbolo APtc, e estão associados às unidades APrd-2 como componente subordinado.

• APtc-1 - Associação Paleudalfes típicos (40%) e Paleudalfes ródicos (30%) em albardões, Haplacueptes aéricos (30%) em planícies com hidromorfismo acentuado.

• APtc-2 - Associação de solos Paleudalfes típicos (40%), Hapludultes psamênticos (30%) e Hapludoles líticos (30%) localizados em albardões.

AQ Rodudalfes

AQ Rodudalfes

Este grande Grupo, do qual até a hoje não se conhecem Subgrupos, apresenta uma sequência de horizontes Ap, A12, A13, B1 e B2t. O horizonte A1 é areno franco, ócrico e de 50cm de espessura, o B2t, de cor vermelha, é franco argilo arenoso (argílico) e bem desenvolvido. São solos profundos, bem drenados, com boas condições físicas para o desenvolvimento radical e fortemente ácidos em profundidade.

Localizam-se em colinas fortemente onduladas associadas com afloramentos de arenitos e basaltos na subregião Tres Cerros, dentro da região de Malezales do Iby-Baí e em albardõe dos terraços do rio Uruguai.

Devido à posição que ocupam na paisagem apresentam moderada a severa suscetibilidade à erosão hídrica, pelo qual têm sérias limitações para a produção de cultivos anuais comuns; são aptos para cultivos perenes e muito aptos para florestais, o uso atual pecuário extensivo é o predominante.

Os Rodudalfes são dominantes em todas as unidades que levam o símbolo AQ e se associam na unidade APrd-3 como componente subordinado.

• AQ-1. – Associação de Rodudalfes (60%) em setores escarpados; Afloramento rochoso (40%) de arenito e basalto.

• AQ-4. – Associação de Rodudalfes (40%); Hapludalfes tapto árgicos (30%); Hapludoles líticos (30%) em albardões.

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E ENTISSOLOS

Acuentes

EB Fluvacuentes

EB:ag Fluvacuentes tapto árgicos.

Apresentam uma sequência de horizontes A1, A/C e IIB2t. O A1 é franco arenoso de 50 cm de espessura. O IIB2t (argílico) evidencia uma descontinuidade litológica e é franco argilo arenoso a argiloso bem desenvolvido. São imperfeitamente drenados, fortemente ácidos, com capa freática suspendida, próxima à superfície.

Estão localizados na região natural dos Malezales do Iby-Baí ocupando as planícies de relevo subnormal, com escorrimento lento, inundáveis e hidromorfismo acentuado.

Têm muito graves limitações para a produção de cultivos comuns; seu uso atual é pecuária extensiva sobre campo natural.

Os Fluvacuentes tapto árticos são dominantes em todas as unidades cartográficas que levam o símbolo EB:ag, e se associam na unidade MIac-14 como componente subordinado.

• EB:ag-1 – Associação de Fluvacuentes tapto árgicos (40%) em planícies com hidromorfismo acentuado; Ocraqualfes aéricos úmbricos (30%) em planos hidromórficos com malezal; Paleudultes psamênticos (30%) no albardão do Aguapey.

EC Haplacuentes

EC:ag Haplacuentes tapto árticos

Apresentam uma sequência de horizontes A1, A/C e IIB2t. O material sobreposto ao horizonte argílico enterrado é areno franco a franco arenoso e de 60 a 80cm de espessura, com moteados abundantes e concreções de ferro-manganês, o qual denota a ação de uma capa freática pendurada que flutua muito próximo da superfície. O horizonte IIB2t que evidencia uma descontinuidade litológica é argilo arenoso a argiloso, de baixa permeabilidade e em alguns casos com plintitas na matriz. São imperfeitamente drenados, moderadamente profundos e fortemente ácidos.

Localizam-se em planícies de relevo subnormal, inundáveis, localizadas no terraço do rio Uruguai e na região dos Malezales do Iby-Baí.

Não são aptos para cultivos devido a suas limitações por excesso de umidade. Aptos para pecuária extensiva.

• ECag-1- Associação de Haplacuentes tapto árticos (50%) em planícies com hidromorfismo acentuado; Paleudalfes ródicos (30%) Albardão; Hapludoles líticos (20%) em albardão.

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I INCEPTISSOLOS

Acueptes

ID Haplacueptes

IDae Haplacueptes aéricos

O horizonte A1 é ócrico e está bem provido de matéria orgânica. O B2g é câmbico, franco argilo arenoso e moderadamente estruturado; o IICA é franco argilo arenoso, com plintitas de cor vermelha. A sequência de horizontes que apresenta é A1, B1, B2g e IICA.

São superficiais e fortemente ácidos, com altos teores de alumínio intercambiável da superfície, e imperfeitamente drenados. Destaca-se a presença de uma camada de água pendurada que favorece a formação de moteados em todo o perfil. Estes solos são um pouco melhor drenados que os Haplacueptes típicos.

Localizam-se nas planícies de relevo subnormal, com escorrimento lento, inundáveis; localizados na região dos Malezales do Iby-Baí, nas Colinas e Planícies Onduladas do Nordeste e no vale aluvial do rio Aguapey.

Apresentam muito graves limitações para cultivos comuns; utilizam-se em pecuária extensiva sobre campo natural e prévia sistematização, e florestamento com pinhos em menor proporção.

Os Haplacueptes aéricos são solos dominantes em todas as unidades cartográficas com símbolos Idae; enquanto que nas unidades APtc-1 e APmo-1, associam-se como componentes.

• IDae-2 – Associação de Haplacueptes aéricos (60%) em planícies com hidromorfismo acentuado; Humacueptes fluvacuênticos (40%) em planos hidromórficos com malezales.

• IDae-3. – Associação de Haplacueptes aéricos (40%) e Humacueptes cumúlicos (40%) em planícies com hidromorfismo acentuado; Humacueptes fluvacuentes (20%) em planos hidromórficos com malezales.

• IDae-4. – Associação de Haplacueptes aéricos (40%) em planícies com hidromorfismo acentuado; Humacueptes fluvacuênticos (30%) em plano hidromórfico com malezales; Ocraqualfes aéricos (30%) em plano hidromórfico.

• IDae-5. – Haplacueptes aéricos (40%) em planícies com hidromorfismo acentuado; Paleacuultes aéricos (30%) em planos hidromórficos com malezales; Kandihumultes típicos (30%) em colinas cupuliformes.

M MOLISSOLOS

Alboles

MA Argialboles

MAax Argialboles argiácuicos

Apresentam uma sequência de horizontes A1, A2,IIB1t, B2t e C. O horizonte A1 é mólico, argilo limoso a argiloso; o horizonte A2 é álbico (cor claro), franco argiloso limoso a franco argiloso; o

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IIB1t (descontinuidade) argilo limoso, é transicional ao IIB2t argiloso (argílico), sem mudança textural abrupta e com marcados sinais de hidromorfismo.

São imperfeitamente drenados, moderadamente profundos e muito fortemente ácidos.

Localizam-se em planícies de relevo subnormal, inundáveis, com evidencias de hidromorfismo acentuado e sinais de erosão reticular (malezal); localizados no vale aluvial do rio Aguapey e na planície Sub-côncava da grande Região Sedimentar Ocidental.

Apresentam muito graves limitações para a produção de cultivos pelas deficiências de drenagem assinaladas e somente se utilizam para pecuária extensiva sobre campo natural.

Os Argialboles argiácuicos são dominantes na unidade cartográfica MAax-5 e se associam como componentes subordinados na unidade AAtc-8.

• MAax-5. – Complexo de Argialboles argiácuicos (40%); Humacueptes fluvacuênticos (30%); Ocracuultes aéricos (10%); Outros solos e superfícies inundáveis (20%). Este complexo se encontra no vale aluvial do rio Aguapey e afluentes.

Acuoles

MC Argiacuoles

MCve Argiacuoles vérticos

São solos que se caracterizam por ter uma elevada porcentagem de argilas expansíveis e fendas largas e profundas na maioria dos anos. Por outra parte são pobremente drenados, moderadamente profundos, muito inundáveis e alagáveis, com presença de britas em todo o perfil.

Têm uma sequência de horizontes A1, B1t, B2t, Bs e C. O horizonte A1 é mólico, argilo limoso, o B2t argílico, é argiloso, fortemente estruturado com abundantes vernizes de fricção entre os agregados e muito lenta permeabilidade.

Localizam-se nos vales aluviais dos rios Mocoretá e Miriñay.

Devido a suas muito graves limitações por perigo de inundação são utilizados para pecuária extensiva e conservação da fauna silvestre.

Os Argiacuoles vérticos são dominantes em todas as unidades cartográficas que levam o símbolo MCve.

• MCve – 2. – Complexo de Argiacuoles vérticos (40%); Haplacuoles típicos (20%); Halacueptes típicos (10%); Outros solos e superfícies alagadas (30%). Estes solos se encontram no vale aluvial do rio Miriñay e afluentes.

MF Haplacuoles

MFve Haplacuoles vérticos

Localizam-se nos vales aluviais dos rios Mocoretá, Guayquiraró e Uruguai.

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Apresentam uma sequência de horizontes A1, A/C, C1ca, C2ca e C3g. O horizonte A1 é mólico, argiloso limoso; os horizontes C1ca e C2ca, também argilo limosos apresentam, quando estão secos, fendas e abundantes concreções de carbonato cálcico e forte reação na massa.

São solos pobremente drenados, inundáveis, com a camada de água que flutua próxima à superfície; superficiais a moderadamente profundos e moderadamente alcalinos.

Devido a suas muito graves limitações de drenagem não são aptos para a produção de cultivos comuns. Utilizam-se para pecuária extensiva sobre campo natural.

Os Haplacuoles vérticos são dominantes nas unidades cartográficas que levam o símbolo MFve e se associam como componente subordinado na unidade MCve-3.

• MFve-5. – Complexo composto por Haplacuoles vérticos (40%) e outros solos e superfícies alagadas (60%). Localizam-se no Vale aluvial do rio Uruguai e afluentes.

MI Argiudoles

MI Argiudoles ácuicos

São os Argiudoles que se caracterizam basicamente pela presença de moteados de ferro dentro dos primeiros 40 cm do solo e uma capa freática a pouca profundidade durante parte do ano. Apresentam uma sequência de horizontes A1, B1t, B2t, B3t e C. O Horizonte A1 é mólico, franco a franco arenoso; o B2t é franco argiloso arenoso a argiloso (argílico); moderada a fortemente estruturado e o B3t geralmente tem concreções de carbonato de cálcio.

São moderadamente bem drenados, moderadamente profundos a profundos, bem providos de nutrientes e com leves sinais de saturação hídrica no perfil.

Localizam-se principalmente em albardões e setores com pendentes suaves localizados na região de Albardón y Planicies y Depresiones, nas Cuchillas Mesopotámicas e nos Malezales de Iby-Baí.

Apresentam moderadas limitações para a produção de cultivos comuns dadas pelo perigo de erosão hídrica, pelo qual é aconselhável a implementação de medidas conservacionistas a fim de preservar o recurso.

Seu uso é agrícola e pecuário, em campos naturais.

Os Argiudoles ácuicos são dominantes em todas as unidades cartográficas que levam o símbolo MIac, e se associa como componente subordinado às unidades EEsp-3, MIve-5 e MIve-13.

• MIac-14. – Associação de Argiudoles acuícos (40%) em setores altos; Ocraqualfes típicos (30%) e Fluvacuentes tapto ártico (30%) o planícies com hidromorfismo acentuado.

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U ULTISSOLOS

Humultes

UG Kandihumultes

UGtc Kandihumultes típicos

Estes solos, conhecidos comumente como “terra vermelha”, caracterizam-se pelos seguintes rasgos e propriedades: o horizonte A (ócrico) é argiloso, bem provido de matéria orgânica, pardo avermelhado escuro, o B2t argiloso, bem desenvolvido, cumpre com os requisitos para ser um horizonte kándico, isto é: incremento de argila e capacidade de intercâmbio catiônico, efetiva menor de 16 cmol (+) por quilo de argila e capacidade de intercâmbio catiônico menor de 12 cmol (+) por quilo de argila. Apresentam uma sequência de horizontes Ap, A12, B2t.

São solos muito profundos, bem drenados, de cor vermelha intensa, com boas condições físicas para o desenvolvimento radicular, ligeira a fortemente ácidos e de mediana fertilidade.

Localizam-se em colinas cupuliformes de relevo ondulado da região das Colinas e Planícies Onduladas do Nordeste, sendo um dos solos mais representativos desta região.

Sua limitação principal para a produção de cultivos comuns é o perigo de erosão hídrica, pelo qual é conveniente encarar práticas de manejo para prevenir dito risco; são muito aptos para cultivos perenes (erva mate e chá) e para florestais. O uso atual é agrícola, florestal e pecuário.

Os Kandihumultes típicos são dominantes nas unidades cartográficas que levam o símbolo UGtc.

• UGtc-1. – Associação de Kandihumultes típicos (50%) em colinas; Kandiudalfes ródicos (30%) em colinas; Distrocreptes líticos (20%) em setores de meia colina a sopé de colina.

• UGtc-2. – Associação de solos Kandihumultes típicos (50%) em colinas; Haplacueptes húmicos (30%) em vales entre colinas; Ocraqualfes aéricos (20%) em planos tendidos.

d) Solos Lado Brasileiro

A classificação de Solos se tornou em uma prioridade nacional no Brasil a partir dos anos 70. Por esta razão, as classificações evoluíram desde estruturas muito simples (nome do solo e textura), até o número 34 da série IBGE, em 1987, com uma classificação mais evoluída contendo novos parâmetros de classificação. Alguns solos trocaram inclusive de nome nas diferentes atualizações (ex: Laterita hidromórfica passou a ser Plintossolo, etc).

A descrição dos solos do setor brasileiro dentro da área em estudo, tomada para este relatório, baseia-se no trabalho de MOSER (1990), com adaptação da EMBRAPA (1999).

Os limites de solos foram digitalizados do mapa de solos compilado por DERMA, no ano 2002, em escala 1:1.000.000, com base nas cartas levantadas pelo IBGE, v33 de 1986. Uma vez apoiado sobre informação de satélite (Landsat e Radar) os limites foram corrigidos para um melhor registro sobre os planos dos rios, que mostravam deslocamento na localização real. Também se procedeu a ajustar os limites naquelas áreas onde as mudanças edafológicas estão fortemente condicionadas pelo relevo. Para isso, utilizou-se informação do satélite radar SRTM (pixel 90m) a partir do qual se realizou um mapa de pendentes, identificando as ordens que diferenciam os solos

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planos dos suavemente ondulados, os ondulados e os muito ondulados, que permitiram uma melhor determinação dos limites de solos e suas limitantes para usos agrícolas.

Na base de dados se gerou um campo com a identificação da classe de solos, por suas siglas, tomadas da versão de DERMA.

Cada uma das classes ou associações de classes identificadas no mapa foi descrita no relatório ao final do texto em que se mencionam as características gerais da classe dominante.

Naquelas unidades de solos em que dominam associações, descrevem-se primeiro os solos que ocupam a maior superfície, ou no caso de ter superfícies equivalentes, aqueles que são mais importantes por sua aptidão de uso em agricultura.

Os solos foram classificados com base em seu horizonte diagnóstico de superfície (A chernozêmico, A proeminente, etc) e por seu horizonte diagnóstico de sub-superfície (B latossolico, B textural, etc).

Os solos foram definidos como eutróficos se apresentam saturação por bases maior de 50%, para diferenciá-los dos distróficos que apresentam uma saturação por bases menor a 50%, e dos álicos onde a saturação por alumínio é maior a 50%.

Utiliza-se a abreviatura Ta para argila de alta atividade e Tb para argila de baixa atividade.

As unidades de solo diferenciados dentro da área em estudo são:

Latossolo Vermelho-Escuro e Latossolo Vermelho Escu ro Húmico (Latossolos)

São solos com horizonte B latossólico, não hidromórficos, com baixa capacidade de permuta de cátions, baixa relação textural B/A, baixos conteúdos de silte e alto grau de intemperismo. Apresentam coloração tipicamente avermelhada nas matizes 2,5YR e 10YR. A textura pode variar desde média até muito argilosa e, mais comumente, tem como material de origem o arenito, siltito, folhelho, argilito, gnaisse e granito; daí derivando os menores teores totais de Fe2O3 que apresentam, geralmente entre 8-18,0%.Ocorrem esparsamente em quase toda a Região Sul, nas Unidades de Relevo Planalto da Campanha Gaúcha, Planalto das Araucárias e Patamares da Bacia do Paraná, predominantemente, em relevo suave ondulado. Geralmente são álicos e distróficos, mas podem ser encontradas áreas de eutróficos, principalmente, quando se desenvolvem de rocha calcária ou de arenitos com cimentação calcária. Quando de textura média, geralmente são bastante profundos e permeáveis e a estruturação no horizonte A é relativamente pobre. Por isso, quando intensivamente cultivados, apresentam alta suscetibilidade à erosão hídrica, com a formação de sulcos profundos que rapidamente evoluem em voçorocas, quando do mau uso. As práticas conservacionistas de suporte, tais como preparo e plantio em contorno, cultivos em faixas e terraceamento, aliadas à manutenção da cobertura vegetal permanente, adubação verde, rotação de culturas e a manutenção e/ou incremento dos teores de matéria orgânica, são indispensáveis para o manejo mais racional desses solos. Estas recomendações aplicam-se também, quando possuem textura mais argilosa embora, nesse caso, apresentem uma resistência natural um pouco maior aos agentes erosivos.

Como a maioria apresenta baixa fertilidade natural, com elevados teores de alumínio trocável, a calagem constitui prática indispensável para a melhoria de suas características químicas. São muito utilizados para o cultivo de soja, trigo, feijão, batatinha, além de pastagens e reflorestamento.

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Observa-se, atualmente, uma intensa degradação física destes solos, dado o alto grau de revolvimento a que são submetidos no seu preparo, aumentando sua suscetibilidade à erosão hídrica.

A vegetação primária dominante sobre estes solos é a Floresta Estacional Decidual, Floresta Ombrófila Mista e Savana.

Quando tem como característica teores de carbono orgânico superiores a 1,0% a 1 m de profundidade, textura argilosa, CTC mais alta na superfície, diminuindo com a profundidade, tem-se, então, o Latossolo Vermelho Escuro Húmico. São encontrados nos Municípios de Carazinho, Santa Bárbara do Sul e Palmeiras das Missões, principalmente.

• LEa1: Latossolo Vermelho-Escuro álico. A moderado e proeminente, textura média, relevo suave ondulado.

• LEa2: Latosolo Vermelho-Escuro álico. A proeminente e moderado, textura argilosa e Latossolo Vermelho-Escuro álico. A moderado e proeminente, textura média, relevo suave ondulado.

• Lea3: Latossolo Vermelho-Escuro álico. A moderado e proeminente, textura média, Latossolo Vermelho-Escuro álico. A moderado e proeminente, textura argilosa e Podzólico Vermelho-Alico, Tb A moderado e proeminente, textura arenosa média, relevo suave ondulado.

• LEHa: Latossolo Vermelho-Escuro Húmico álico, textura argilosa e Latossolo Vermelho-Escuro álico. A proeminente, textura argilosa, relevo suave ondulado.

Latossolo Roxo (Latossolos)

Compreende solos minerais com horizonte B latossólico, não hidromórficos, desenvolvidos de rochas eruptivas básicas, com teores de Fe2O3 superiores a 18,0%. Apresentam colorações tipicamente avermelhadas, dentro dos matizes 2,5YR e 10R e textura argilosa ou muito argilosa dentro do perfil. A transição entre os horizontes é geralmente gradual a difusa, tornando a diferenciação difícil de ser visualizada, a não ser nos húmicos, onde as diferenças entre os horizontes A e B são mais perceptíveis.

Diferenciam-se dos Latossolos Vermelho-Escuros argilosos por apresentarem mais altos teores de Fe2O3 e pela forte atração ao ímã. Estão sob vegetação primária do tipo Floresta Estacional Decidual e Floresta Ombrófila Mista e Savana.

Ocorrem, geralmente, nas áreas mais conservadas de relevo suave ondulado e em menor extensão no ondulado, fato que, aliado às suas excelentes propriedades físicas (boa estrutura e porosidade total elevada), os qualifica como solos de boa potencialidade agrícola, apesar de quase sempre apresentarem baixa fertilidade natural.

São altamente friáveis quando úmidos, com estrutura forte muito pequena granular, conhecida como "pó-de-café", podendo apresentar estrutura fraca a moderadamente desenvolvida. As boas características físicas naturais destes solos induzem, geralmente, a uma utilização agrícola bastante intensiva, pois são muito profundos e ocorrem em áreas facilmente mecanizáveis. Entretanto, devido a sua textura argilosa, o uso de máquinas pesadas e as práticas de preparo convencionais com revolvimento intensivo do solo, na maioria das vezes fora do teor adequado de umidade, têm provocando uma rápida degradação física dos mesmos. É comum a formação de crostas superficiais e camadas compactas subsuperficiais,

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entre 10 e 20 cm de profundidade, que conduzem a sérias perdas de solo por erosão hídrica. São utilizados com soja, trigo, cevada, centeio e aveia, principalmente.

A principal limitação ao uso agrícola destes solos é a baixa fertilidade natural que apresentam. A prática de calagem e as adubações, notadamente com fósforo e potássio, são imprescindíveis para a manutenção de altos níveis de produtividade, visto que na sua condição natural são ácidos e muito pobres em bases e fósforo, além de apresentarem nula ou muito baixa reserva de nutrientes essenciais às plantas. Eventualmente podem ocorrer perfis eutróficos.

Localizam-se nas Unidades de Relevo Planalto das Araucárias e Planalto Central da Bacia do Paraná.

• LRd1: Latossolo Roxo distrófico. A moderado e proeminente, textura multo argilosa, relevo suave ondulado. Terra Roxa Estruturada eutrófica e distrófica. A moderado, textura muito argilosa, relevo ondulado.

• LRd2: Latossolo Roxo distrófico e álico. A moderado e proeminente, textura muito argilosa, e Terra Bruna Estruturada intermediária para Terra Roxa Estruturada distrófica. A moderado e proeminente, textura multo argilosa, relevo suave ondulado.

• LRd4: Latossolo Roxo distrófico e álico. A moderado a proeminente, textura muito Argiloso e Terra Roxa Estruturada Latossólica álica. A moderada e proeminente, textura multo argilosa, relevo suave ondulado e ondulado.

Terra Roxa Estruturada (Nitossolos)

Representa solos com horizonte B textural, não hidromórficos, desenvolvidos de rochas eruptivas básicas, com teores de Fe2O3 sempre iguais ou superiores a 15,0%. São solos com profundidade entre 100 e 200 cm, com textura argilosa ou muito argilosa e relação textural inferior a 1,5. Apesar disso, são enquadrados no grupamento de solos com B textural, pois possuem cerosidade de moderada a forte em quantidade pelo menos comum ano horizonte B. O horizonte A possui entre 20 e 40 cm de espessura, cores vermelho-escuras e estrutura geralmente granular ou em blocos, pequena a muito pequena. O horizonte B apresenta coloração avermelhada nos matizes 2,5YR e 10YR, com estrutura em blocos subangulares ou angulares moderada a fortemente desenvolvida, normalmente com cerosidade forte abundante e argila de atividade baixa. Sua fertilidade natural é variável e são utilizados, principalmente, com soja, trigo, milho, feijão e pastagem. Ocorrem principalmente em relevo ondulado e forte ondulado, nas Unidades de Relevo Planalto da Campanha Gaúcha e Planalto das Araucárias, sob vegetação de Floresta Estacional Decidual, Floresta Ombrófila Mista e Savana.

• TRe1: Terra Roxa Estruturada eutrófica A moderado e chernozémico textura muito argilosa, relevo suave ondulado.

• TRe2: Terra Roxa Estruturada eutrófica A moderado e chernozémico textura muito argilosa, relevo suave ondulado e ondulado e Plintossolo distrófico e eutrófico Ta e Tb A moderado textura média cascalhenta/argilosa cascalhente e média cascalhenta/argilosa relevo plano e suave ondulado.

• TRe3: Terra Roxa Estruturada eutrófica A moderado e chernozémico textura muito argilosa e Terra Roxa Estruturada Latossólica distrófica A moderado textura muito argilosa, relevo suave ondulado e ondulado

• TRe4: Terra Roxa Estruturada eutrófica A moderado e chernozémico textura muito argilosa, relevo ondulado e Solos Litólicos eutróficos A chernozémico e moderado

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textura média cascalhenta e média fase pedregosa substrato basalto, relevo ondulado e forte ondulado.

Podzólico Bruno-Acinzentado Planossólico (Luvissolo s)

Compreende solos minerais, com horizonte B textural, argila de atividade alta e concentração de argila relativamente acentuada no horizonte subsuperficial, sendo marcante a diferenciação entre os horizontes. Podem apresentar ou não mudança textural abrupta, além disso, têm morfologia e feições de hidromorfísmo semelhante as dos Planossolos, diferindo destes por apresentar o topo do horizonte B mais escurecido, cores brunas, bruno-amareladas ou bruno-acinzentadas mais vivas e estrutura menos desenvolvida.

A sequência de horizontes é do tipo A, Bt e C e a profundidade do solo é em torno de 1 m, com horizonte A moderado ou proeminente de textura média ou arenosa, podendo ou não apresentar horizonte A2. O horizonte B textural apresenta estrutura forte ou moderada, média e pequena em blocos subangulares e textura argilosa ou média, sendo os teores de silte usualmente elevados.

É moderado ou imperfeitamente drenado, refletindo-se na presença de gleização em parte ou todo o horizonte B.

Situam-se nas Unidades de Relevo Depressões Periféricas da Bacia do Paraná e Planícies dos Rios Jacuí-Ibicuí, ocorrendo normalmente em relevo suave ondulado e plano, ocasionalmente ondulado, numa posição intermediária entre os Planossolos e os Podzólicos Vermelho-escuros.

A vegetação primária sobre estes solos é a Floresta Estacional Decidual. Parte destes solos é derivada de siltitos e arenitos da Formação Rosário do Sul, do Triássico, constituindo a maior parte da área. Nestes, os valores da soma de bases são mais baixos e os teores de alumínio trocável, normalmente elevados, mesmo nos solos eutróficos.

As principais limitações para o uso agrícola destes solos referem-se a má drenagem e as suas propriedades físicas, bem como a baixa fertilidade natural em algumas áreas. São bastante suscetíveis à erosão, o que é evidenciado pela ocorrência de voçorocas na área, necessitando de práticas conservacionistas adequadas quando utilizados com culturas anuais.

Grande parte destes solos é utilizada com pastagens, podendo também dar bons resultados quando cultivados com soja, milho e sorgo. Observam-se também na área cultivos de fumo.

• PBPe2: Podzólico Bruno-Acinzentado Planossólico eutrófico. Ta A moderado e proeminente, textura média/argilosa e média e Planossolo eutrófico Ta A moderado, textura média/argilosa, relevo suave ondulado e plano.

• PBPe4: Podzólico Bruno-Acinzentado Planossólico eutrófico Ta A moderado e proeminente textura média/argilosa e média, Podzólico Vermelho-escuro distrófico Tb A moderado textura média/argilosa, relevo suave ondulado e ondulado e Planossolo eutrófico Ta A moderado, textura média/argilosa, relevo plano e suave ondulado.

• PBPe5: Podzólico Bruno-Acinzentado Planossólico eutrófico e distrófico Ta A moderado textura média/argilosa e Podzólico Vermelho-Escuro álico e distrófico Tb abrúptico e não abrúptico A moderado textura arenosa/argilosa e média/argilosa, relevo suave ondulado e ondulado.

• PBPa1- Podzólico Bruno-Acinzentado Planossólico eutrófico. Ta A moderado e proeminente, textura média/argilosa a media, relevo suave ondulado a ondulado.

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• PBPa3: Podzólico Bruno-Acinzentado Planossólico álico e distrófico Ta A moderado e proeminente textura média/argilosa. Planossolo eutrófico Ta A moderado textura média/argilosa e arenosa/argilosa, relevo suave ondulado e plano e Podzólico Vermelho-Amarelo álico Tb Plíntico A moderado textura média/argilosa, relevo suave ondulado.

Podzólico Vermelho-Escuro (Argissolos)

Compreende solos minerais, não hidromórficos, caracterizados pela presença de um horizonte B textural de coloração vermelho-escura, bruno-avermelhada, bruno-avermelhado-escura e até vermelho-amarelada, principalmente nos matizes 10R e 2,5YR e menos comumente no matiz 5YR (matizes mais vermelhos).

Possuem, em geral, um horizonte A do tipo moderado, embora possam apresentar um horizonte A do tipo proeminente ou mesmo chernozêmico.

A maioria deles possui argila de atividade baixa no horizonte B, cuja fração argila tem quase o predomínio da caulinita e óxidos. A hematita é o óxido de ferro predominante, responsável pela coloração avermelhada dos solos desta classe.

Na classe proposta admite-se a ocorrência de perfis eutróficos, distróficos ou álicos, embora apresentem, na maioria dos casos, caráter distrófico ou álico.

A textura é muito variável e alguns solos apresentam acentuado incremento de argila em profundidade (modalidades abrúpticas), sendo a transição nestes casos geralmente clara ou abrupta, enquanto que, em outros, o incremento é muito pequeno, particularmente nos perfis mais argilosos, devendo nestes casos o solo satisfazer os requisitos quanto à presença de cerosidade para ser enquadrado na classe; nestes a transição é menos evidente.

Desenvolve-se a partir de materiais de origens diversas, exceto de rochas básicas ou ultrabásicas. Devido a este fato, os teores totais de óxidos de ferro (Fe2O3) situam-se entre 5 e 15,0%, e nunca superiores ao último valor.

Ocorrem em áreas de relevo desde suave ondulado até forte ondulado, nas Unidades de Relevo do Planalto das Araucárias e Depressões Periféricas da Bacia do Paraná e, em geral, são bastante suscetíveis à erosão, devido à presença do horizonte B textural.

Tem como vegetação primária a Floresta Estacional Decidual, a Savana e a Estepe. Sua fertilidade natural é baixa, com baixos valores de soma e saturação de bases, e com quantidade de alumínio elevada. A calagem e a adubação são fatores indispensáveis para a obtenção de boas produções. São utilizados principalmente com pastagens, soja, trigo, milho, feijão, arroz e reflorestamento.

• PEa1: Podzólico Vermelho-Escuro álico TbA proeminente textura argilosa/muito argilosa e média/argilosa e Solos Litólicos distróficos e álicos A proeminente textura média substrato riodacitos relevo suave ondulado e ondulado.

• PEa5: Podzólico Vermelho-Escuro álico e distrófico Tb abrúptico e não abrúptico A moderado textura arenosa /argilosa e média/argilosa, relevo suave ondulado.

• PEa8: Podzólico Vermelho-Escuro álico e distrófico Tb abrúptico e não abrúptico A moderado textura arenosa/argilosa e média/argilosa e Latossolo Vermelho- Escuro álico A moderado textura média relevo suave ondulado.

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• PEa9: Podzólico Vermelho-Escuro álico e distrófico Tb abrúptico e não abrúptico A moderado textura arenosa/argilosa e média/argilosa, Podzólico Bruno- Acinzentado Planossólico álico Ta A moderado textura média/argilosa e PodzólicoVermelho Amarelo álico Tb plíntico A moderado textura média/argilosa relevo suave ondulado

• PEa10: Podzólico Vermelho-Escuro álico e distrófico Tb abrúptico e não abrúptico A moderado textura arenosa/argilosa e média/argilosa, Solos litólicos eutróficos A chernozémico textura média, sustrato basalto, relevo suave ondulado e ondulado e Vertissolo A chernozémico, textura argilosa, relevo plano.

• PEa11: Podzólico Vermelho-Escuro álico e distrófico Tb abrúptico A moderado textura arenosa/argilosa, Podzólico Vermelho-Amarelo álico Tb A moderado textura arenosa/média relevo ondulado e Solos Litólicos eutróficos e distróficos A chernozémico e moderado textura média fase pedregosa substrato basalto e arenito relevo ondulado e forte ondulado.

• PEd4: Podzólico Vermelho-Escuro distrófico e eutrófico Tb abrúptico A moderado textura média/argilosa, relevo suave ondulado.

Podzólico Vermelho-Amarelo (Alissolos)

São solos minerais, não hidromórficos, pouco profundos a profundos (50-200 cm), caracterizados pela presença de um horizonte B textural de coloração vermelho-amarelada nos matizes 5YR, 7,5YR ou 10YR.

Normalmente possuem um horizonte A moderado, de cor clara, reflexo da perda de argila e materiais corantes para o horizonte B.

O horizonte B geralmente apresenta acúmulo significativo de argila, acompanhado ou não de cerosidade. A relação textural na maioria dos casos é superior a 1,5 e, quando estes valores são menores, o solo deve necessariamente apresentar cerosidade pelo menos moderada e comum para ser enquadrado na classe. Normalmente apresentam transições claras ou abruptas entre os horizontes A e B, com cores claras no A e colorações mais vivas no B. Quanto à textura, apresentam inúmeras variações: arenosa/média, arenosa/argilosa, média/argilosa ou mesmo textura argilosa no A e B. Neste último caso, a transição é menos clara e a relação textural mais baixa.

Dependendo do material de origem podem apresentar cascalho ao longo do perfil. Da mesma forma, a fertilidade natural é muito variável, admitindo-se nesta classe a ocorrência de perfis álicos, distróficos e eutróficos. A grande maioria deles, entretanto, é distrófico ou álico, apresentando quase sempre argila de atividade baixa (Tb).

Estes solos podem-se desenvolver de diferentes materiais de origem, porém, são sempre pobres em ferro. Nunca se desenvolvem, portanto, sobre rochas básicas (basalto, por exemplo). Este fato é responsável pelos baixos teores totais de óxidos de ferro que apresentam, cujos valores situam-se normalmente na faixa de 5 a 10,0% de Fe2O3. Ocorrem em áreas de relevo desde o suave ondulado até o forte ondulado nas Unidades de Relevo Patamares da Bacia do Paraná e Planalto Sul-Rio-Grandense, sob vegetação de Floresta Estacional Decidual e Semidecidual e Savana.

São utilizados, principalmente, como pastagens e culturas de subsistência. Quando apresentam mudança textural abrupta (dobro de argila no B em relação ao A), recebem a denominação de Podzólico Vermelho-amarelo Abrúptico. Estas variedades são extremamente suscetíveis à erosão hídrica, devido ao fato de que a água, ao percolar de forma relativamente

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fácil no horizonte superficial, encontrando logo abaixo um horizonte naturalmente adensado, tem sua velocidade de infiltração drasticamente diminuída. Há assim, uma rápida saturação dos poros no horizonte superficial, aumento da lâmina de água na superfície, com consequente aumento do escorrimento superficial e dos riscos de erosão, normalmente nas áreas mais declivosas, onde estes solos ocorrem. Este fato é normalmente agravado pelo baixo índice de agregação no horizonte A que apresentam.

• PVa2: Podzólico Vermelho-Amarelo álico Tb A moderado textura arenosa/média, relevo suave ondulado.

• PVa4: Podzólico Vermelho-Amarelo álico Tb abrúptico plíntico A moderado textura arenosa/argilosa e arenosa/média e Podzólico Vermelho-Escuro álico Tb A moderado textura média/argilosa, relevo suave ondulado.

• PVd4: Podzólico Vermelho-Amarelo distrófico. Tb plíntico A moderado textura média/argilosa, e Podzólico Vermelho-Amarelo distrófico Tb A moderado, textura média/argilosa, relevo suave ondulado e ondulado.

• PVd8: Podzólico Vermelho-Amarelo distrófico e álico Tb cascalhento A moderado textura média/argilosa e Cambissolo distrófico Tb A moderado textura argilosa e média cascalhenta, relevo suave ondulado e ondulado

• PVd13: Podzólico Vermelho-Amarelo distrófico e eutrófico Tb A proeminente e moderado textura média cascalhenta/argilosa, Podzólico Bruno-Acinzentado eutrófico e distrófico Tb e Ta A moderado textura média/argilosa e Brunizém Avermelhado textura média/argilosa e argilosa, relevo ondulado.

Brunizém Avermelhado (Chernossolos )

Compreende solos minerais, não hidromórficos, sempre com A chernozêmico e horizonte B textural com argila de atividade alta e eutróficos ao longo do perfil. São constituídos geralmente por perfis pouco profundos (50-100 cm) apresentando pedras à superfície e/ou misturadas à massa de solo.

O horizonte A normalmente apresenta uma espessura de 25-40 cm, e o horizonte B, de coloração avermelhada, varia de 30-60 cm.

O horizonte A chernozêmico, de coloração mais escura que o B e com estrutura geralmente granular, distingue-se nitidamente do horizonte B, onde há um maior acúmulo de argila e a estrutura é em blocos angulares ou subangulares, fortemente desenvolvida, sendo a cerosidade usualmente bem expressa. Apresentam no topo deste horizonte (B1) muitas rachaduras quando o perfil está seco.

São solos de fertilidade natural muito elevada, com altos valores de pH e nulos ou muito baixos teores de alumínio trocável. A soma das bases (S) no horizonte A geralmente supera os 10 meq/100 g de solo, sendo estes valores no horizonte B ainda mais elevados.

Desenvolvem-se quase sempre de rochas básicas, ígneas ou não, ricas em cálcio e magnésio, ou de rochas sedimentares que apresentam lentes ou intercalações de calcário.

Apesar da ótima fertilidade natural que possuem, estes solos comumente apresentam sérias restrições para uso agrícola, devido ao fato de quase sempre ocorrerem em relevo forte ondulado, serem muito pedregosos e apresentarem perfis com pouca profundidade. Estas características constituem fatores de restrição ou mesmo de impedimento ao uso de

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maquinaria agrícola e, além disso, tornam os solos muito suscetíveis à erosão hídrica, quando cultivados.

Ocorrem nas Unidades de Relevo Planalto das Araucárias e Patamares da Bacia do Paraná e estão sob vegetação primária de Floresta Ombrófila Mista e Floresta Estacional Decidual.

No Estado também são encontrados em relevo plano nas várzeas dos rios Taquari, Caí, Três Forquilhas, apresentando, neste caso, perfis mais profundos derivados de material alúvio-coluvionar proveniente do basalto das áreas adjacentes. É comum a ocorrência de um macrorelevo típico, formado por pequenas elevações entrecortadas por vales de drenagem. São áreas intensamente utilizadas com cultivos anuais como trigo, milho, feijão e alfafa, além da pecuária leiteira.

• BV2: Brunizém Avermelhado textura média/argilosa e Solos Litólicos eutróficos chernozémico e moderado textura média substrato xistos e migmatito, relevo suave ondulado e ondulado.

• BV4: Brunizém Avermelhado textura média/argilosa, Solos Litólicos eutróficos A Chermozémico e moderado textura média substrato xistos e migmatito relevo ondulado e forte ondulado e Afloramentos de Rocha.

Brunizém Vértico (Chernossolos)

Representam solos minerais, não hidromórficos, com horizontes A chernozêmico assente sobre horizonte B textural ou câmbico, com argila de atividade alta. São solos sempre eutróficos, com valores muito elevados de soma e saturação em bases, sendo praticamente nulos os teores de alumínio trocável.

Distinguem-se da classe dos Vertissolos por apresentarem nítido desenvolvimento do horizonte B, boa diferenciação de cor entre os horizontes, principalmente com o solo seco, e/ou evidencias de podzolização mostradas através do gradiente textural e/ou expressão de cerosidade. No entanto, a presença de slickensides e a alta capacidade de expansão e contração, resultante do predomínio de argilo-minerais do grupo 2:1, na massa do solo, são fatores que os distinguem como uma classe intermediária com aqueles.

Apresentam sequência de horizontes do tipo A, Bt e C ou A, (B) e C, com estrutura granular ou em blocos subangulares no horizonte A. O horizonte B apresenta textura argilosa ou muito argilosa, sendo a estrutura normalmente em blocos subangulares moderada a fortemente desenvolvida.

São solos moderadamente drenados, de coloração bruno-escura ou bruno- acizentada muito escura, sendo derivados de diferentes litologias e sob vegetação de Savana e Estepe. São encontradas nas Unidades de Relevo Planalto da Campanha Gaúcha e Planície dos rios Jacuí-Ibicuí e, quando desenvolvidos sobre o basalto, situam-se em relevo plano ou suave ondulado.

É comum a presença de concreções de carbonato de cálcio principalmente na porção inferior do horizonte B ou no C.

Na sua grande maioria são utilizados com pastagens naturais e cultivadas, em pequena escala com culturas de sorgo, milho e trigo, e arroz irrigado nas áreas de relevo plano.

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Quando o material de origem é constituído por siltitos, argilitos e folhelhos, que podem apresentar camadas calcíferas intercaladas aos sedimentos, estão situadas em áreas de relevo suave ondulado ou ondulado.

De maneira geral, os solos desta classe são de ótima fertilidade natural; no entanto, apresentam propriedades físicas adversas ao uso, principalmente com cultivos anuais. Sua alta densidade aparente, baixa porosidade e alto grau de expansão volumétrica, notadamente no horizonte subsuperficial, tornando-os pouco permeáveis, muito plásticos e pegajosos, quando molhados, e muito duros, quando secos, dificultam o manejo.

Exigem um ponto ótimo de umidade para serem trabalhados, devendo-se evitar o uso de maquinaria pesada. A utilização de práticas conservacionistas adequadas e a manutenção ou incremento do teor de matéria orgânica são igualmente práticas muito recomendáveis nestes solos.

• BT1: Brunizém Vértico cálcico, textura argilosa e média/argilosa, relevo plano e suave ondulado.

• BT2: Brunizém Vértico e não Vértico cálcico e não cálcico textura média/argilosa e argilosa relevo suave ondulado.

• BT3: Brunizém Vértico cálcico textura argilosa e média/argilosa e Planossolo eutrófico Ta A chernozémico e moderado, textura média/argilosa, relevo plano.

• BT4: Brunizém Vértico cálcico, textura argilosa e média/argilosa e Vertissolo A chernozémico, textura argilosa e muito argilosa, relevo plano e suave ondulado.

• BT5: Brunizém Vértico cálcico, textura argilosa e média/argilosa, relevo plano e suave ondulado e solos Litólicos eutróficos A chernozémico, textura média, substrato basalto, relevo suave ondulado.

• BT7: Brunizém Vértico cálcico e não cálcico textura média/argilosa e argilosa e Solos litólicos eutróficos A moderado e chernozémico textura média e argilosa substrato folhelhos, relevo ondulado a suave ondulado.

• BT8: Brunizém Vértico e não Vértico textura argilosa e média/argilosa e Podzólico Bruno-Acinzentado Planossólico eutrófico Ta A moderado textura média/argilosa relevo suave ondulado.

Planossolo (Planossolos)

São solos típicos de áreas baixas, onde o relevo permite excesso de água permanente ou temporário, ocasionando fenômenos de redução que resultam no desenvolvimento de perfis com cores cinzentas indicativas de gleização.

Uma característica marcante destes solos é a presença de horizonte superficial aluvial de textura arenosa ou média, que contrasta abrupticamente com o horizonte subjacente B, de elevada concentração de argila.

Em geral, são solos mal ou imperfeitamente drenados, com sequência de horizonte A, Bt e C. O horizonte A é do tipo moderado, quase sempre apresentando A2. O horizonte B usualmente tem argila de atividade alta.

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São derivados de sedimentos aluvionares referentes ao período Quaternário, principalmente provenientes de arenitos e siltitos e situam-se na Unidade de Relevo Planície dos rios Jacuí-Ibicuí.

Como variação, foram constatados perfis com horizontes A muito espessos e com saturação em bases na superfície, sendo usualmente distróficos. No horizonte B esses valores são muito elevados, com a saturação em bases chegando, por vezes, a atingir 100%.

A principal limitação ao uso agrícola destes solos diz respeito a sua má drenagem, dificultando o manejo pelo excesso de umidade. Vêm sendo adequadamente utilizados com arroz irrigado, com pastagens, observando-se, igualmente, cultivos de soja em áreas de melhor drenagem.

Estão sob vegetação de Floresta Estacional Decidual e Savana.

• PLe1: Planossolo eutrófico Ta A moderado textura arenosa/média e média/argilosa, relevo plano.

• PLe2: Planossolo eutrófico Ta A moderado textura arenosa/média e média/argilosa, e Gleissolo eutrófico Ta A moderado textura média e argilosa, relevo plano

Planossolo Solódico (Planossolos)

São solos de características físicas e morfológicas semelhantes aos da classe dos Planossolos. Diferem quimicamente por apresentar saturação com sódio trocável com valores compreendidos entre 6 e 15,0% no horizonte B e/ou C.

Derivam-se de sedimentos lacustres, aluviais e de arenitos arcoseanos mal consolidados do Quaternário e ocorrem na Unidade de Relevo Planície Gaúcha e estão sob vegetação de Formações Pioneiras.

Grande parte dos perfis analisados evidenciou a presença do caráter solódico em profundidade, geralmente no horizonte B e/ou C, feição esta que provavelmente não constitui, em muitos casos, fator restritivo ao desenvolvimento das culturas neles instaladas. Além disso, a ocorrência de Planossolos não solódicos igualmente justifica a intensa utilização destes solos com arroz irrigado, ou mesmo soja em rotação com pastagens, já a algumas décadas.

Não foi utilizada a terminologia "eutrófico" pelo fato de todos os perfis amostrados mostrarem valores de saturação de bases superiores a 50,0%.

A má drenagem e os valores relativamente baixos de soma de bases na superfície constituem os principais fatores limitantes ao uso agrícola destes solos, sendo o manejo dificultado pelo excesso de umidade que normalmente apresentam. As adubações normais de manutenção são indispensáveis. A utilização atual destes solos, com arroz irrigado em rotação com pastagens é aconselhada, tendo em vista, além de outros fatores, a manutenção dos níveis de matéria orgânica, que naturalmente já são baixos.

• PLS1: Planossolo Solódico Ta A moderado textura arenosa/média e média/argilosa e Planossolo eutróficoTa A moderado textura arenosa/média e média/argilosa, relevo plano.

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Planossolo Vértico (Planossolos)

São solos cujas características morfológicas assemelham-se aos planossolos anteriormente descritos.

Apresentam sequência de horizonte A, Bt e C, colorações bruno-escuras, bruno-acinzentadas muito escuras, sendo o horizonte A do tipo chernozêmico ou moderado, normalmente de textura média.

O horizonte Bt é de textura argilosa ou muito argilosa, estrutura prismática composta de blocos subangulares e angulares moderada a fortemente desenvolvida, muito plástico e muito pegajoso, sendo comum a presença de slickensides em sua porção inferior, daí sua caracterização como vértico.

Geralmente, estes solos possuem alta soma de bases, com valores acima de 20mE/100 g de solo no horizonte B, onde o cálcio contribui com mais de 80%. Podem ou não apresentar concentrações de carbonato de cálcio neste horizonte e/ou no C, e estas, quando presentes, caracterizam os solos cálcicos.

São encontradas na Unidade de Relevo Depressões Periféricas da Bacia do Paraná, nas proximidades de Bagé e Dom Pedrito, em altitudes de 100 a 250 m, sob vegetação do tipo Estepe. São originados de arenitos finos, siltitos argilosos e folhelhos e também de siltitos arenosos com ocasionais intercalções calcíferas.

Estes solos, apesar das boas características químicas lhes conferir alta fertilidade natural, apresentam sérias limitações devido às más propriedades físicas e à drenagem imperfeita.

Apesar de ocuparem áreas de relevo plano e suave ondulado, a estruturação relativamente pobre no horizonte A, aliada a baixa permeabilidade do B, torna estes solos propícios à erosão, quando cultivados.

O trabalho mecânico é bastante dificultado, dados os seus elevados índices de contração e expansão, tornando-se muito plásticos e pegajosos quando molhados, e muito duros quando secos.

A utilização mais apropriada para estes solos é com pastagens. Os campos geralmente apresentam cobertura com gramíneas e leguminosas de ótima qualidade. Eventualmente, poderão ser cultivados com culturas anuais (milho, trigo, sorgo, arroz).

• PLV1: Planossolo Vértico cálcico e não cálcico A chernozémico e moderado textura média/argilosa, relevo suave ondulado e plano

Plintossolos Háplicos

Os Plintossolos compreendem solos minerais formados sob condições de restrição à percolação de água, sujeitos ao efeito temporário de excesso de umidade de modo geral, imperfeitamente ou mal drenados. Os Plintossolos incluem os solos das classes Solos Concrecionários, Lateritas Hidromórficas, Latossolos Concrecionários, entre outros, da classificação anterior. No caso da ocorrência no Planalto da Campanha, estão associados ao substrato de basalto, rocha rica em ferro.

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Esses solos se caracterizam pela presença de horizonte plíntico ou de plintita em quantidade igual ou superior a 15% e espessura de pelo menos 15 cm. Nos Plintossolos o horizonte plíntico ou litoplíntico se inicia dentro de 40 cm, ou de 20 cm quando imediatamente abaixo de horizontes A ou E, abaixo de horizontes de coloração pálida ou variegada.

Plintita é uma mistura de argila, pobre em carbono orgânico e rica em ferro e alumínio, com quartzo e outros materiais, em cores mosqueadas vermelhas, vermelho-amareladas e vermelho-escuras, de consistência macia quando úmida.

Petroplíntita é a plintita que foi desidrata em grau irreversível, a qual se transforma em material duro, devido à recristalização dos compostos de ferro.

Plintossolos Háplicos são tipificados pela ausência de petroplíntita.

Nas extensas áreas planas a suavemente onduladas em colinas de pequena amplitude e vertentes retilíneas, o uso se dá com pastagem nativa.

Na porção sudoeste, ocorrem Plintossolos Háplicos, textura média / argilosa, relevo plano, que são cultivados extensivamente com arroz irrigado por inundação.

• PTd1: Plintossolo distrófico e eutrófico Ta e Tb cascalhento A moderado textura média/argilosa, relevo plano.

• PTd2: Plintossolo distrófico e eutrófico Ta e Tb cascalhento A moderado textura média/argilosa relevo plano e suave ondulado a Planossolo eutrófico Ta A moderado textura média/argilosa, relevo plano.

Cambissolo (Cambissolos)

As principais características destes solos são a presença de horizonte B incipiente e o baixo gradiente textural entre os horizontes.

São solos minerais, não hidromórficos, de coloração bruno-avermelhada, com sequência de horizontes A, B e C.

Podem apresentar horizonte A moderado, proeminente ou chernozêmico. O horizonte B tem estrutura fraca ou moderadamente desenvolvidas em blocos subangulares, textura muito argilosa a média, sendo comumente elevados os teores de silte. A presença de cascalhos ou mosqueados neste horizonte pode ou não ser verificada.

Ocorrem ao nível de dominância ou subdominância em regiões fisiográficas distintas, mas no Rio Grande do Sul encontram-se na região do Alto Uruguai, na Unidade de Relevo Planalto das Araucárias.

No Rio Grande do Sul estão sob vegetação de Floresta Estacional Decidual. Quando derivados de sedimentos aluvionares e coluvionares, ocorrem em relevo plano e suave ondulado das várzeas dos rios. Neste caso, são solos pouco profundos e profundos, distróficos ou eutróficos, argila de atividade alta a baixa e podem apresentar restrições de drenagem após 60 cm de profundidade.

A produção agrícola nestes solos é bem diversificada, destacando-se culturas de feijão, milho, trigo, soja, fumo, arroz, batatinha, mandioca e banana.

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Os Cambissolos derivados de basalto ocorrem na porção mais dissecada do relevo, normalmente em relevo forte ondulado e montanhoso. São normalmente pouco profundos, eutróficos ao longo do perfil, com elevados valores da soma de bases. Têm no relevo, pedregosidade e pequena profundidade dos perfis as principais limitações ao uso agrícola. Práticas simples de manejo são utilizadas no preparo destes solos; é comum na área o uso de tração animal.

São intensamente utilizados com cultivos anuais e perenes, bem como diversificados, em nível de pequenas propriedades rurais, dada à intensa colonização ali instalada.

Num cultivo racional seriam necessárias práticas conservacionistas sofisticadas, estando sua melhor utilização relacionada ao reflorestamento.

São encontrados ainda Cambissolos derivados de rochas do Pré-Cambriano. Estes solos são rasos ou pouco profundos, com horizonte A proeminente ou moderado, de baixa fertilidade natural, quase sempre apresentando textura cascalhenta. Apresentam fortes limitações ao uso, devido à presença de afloramentos de rocha e/ou pedregosidade e sua localização em áreas de relevo muito dissecado. São quase que exclusivamente utilizados como pastagens naturais, ou não utilizados. Em pequena escala são usados com cultivos anuais, principalmente nas áreas de colônia, ao nível de pequenas propriedades rurais.

• Ce1: Cambissolo eutrófico Ta gleico A chernozémico e moderado, textura média/argilosa, relevo suave ondulado e plano.

• Ce2: Associação Complexa de Cambissolo eutrófico e distrófico Ta e Tb A chernozémico e moderado textura argilosa fase pedregosa com Solos Litólicos eutróficos A chernozémico textura média e argilosa fase pedregosa substrato basalto, relevo forte ondulado e montanhoso e Terra Roxa Estruturada eutrófica e distrófica A chernozémico e moderado, textura muito argilosa, fase pedregosa e não pedregosa, relevo forte ondulado.

Areias Quartzosas Hidromórficas Húmicas (Neossolos)

Compreendem solos imperfeitamente a mal drenados, essencialmente quartzosos e de textura arenosa, derivados de sedimentos arenosos do Holoceno. Apresentam sequências de horizontes A e C. O horizonte A, de aproximadamente 30 cm de espessura, tem teores de carbono superiores a 5,0 %. Segue-se o horizonte C de cores acinzentadas ou bruno-amareladas nos matizes 5YR a 10 YR, geralmente com mosqueados.

São solos profundos a medianamente profundos que apresentam lençol freático próximo a superfície, conferindo-lhes características de hidromorfismo.

Os altos teores de carbono orgânico no horizonte A proporcionam alta capacidade de troca de cátions na parte superficial, sendo a mesma baixa no horizonte C. Apresentam baixa fertilidade natural com pequenos valores de saturação e soma de bases e elevados teores de alumínio trocável.

São encontrados na Unidade de Relevo Planícies Descontínuas, sob Vegetação Pioneira de Influência Marinha, com pastagem nativa muito pobre, acarretando baixa lotação com pecuária de corte.

As propriedades químicas e físicas destes solos limitam o seu aproveitamento com culturas anuais, sendo recomendada sua utilização com reflorestamento, além da pastagem natural,

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tendo em vista a possibilidade de alagamentos constantes e a baixa capacidade de retenção de nutrientes.

• AQd1: Areias Quartzosas distróficas A moderado e Planossolo eutrófico Ta A moderado textura arenosa/média, relevo plano.

Vertissolo (Vertissolos)

Compreende solos minerais que apresentam pronunciadas mudanças em volume decorrente da variação do teor de umidade, fendas profundas (1 cm de largura até uma profundidade de 50 cm), em alguma época do ano, nas regiões onde há pelo menos algum período seco, presença de superfície fricção ou slickensides decorrente da movimentação da massa de solo, microrelevo gilgaie agregados estruturais cuneiformes que são inclinados e formam um ângulo com a horizontal.

Suas propriedades de contração e fendilhamento, quando secos, e expansão, quando úmidos, são devidas ao predomínio de argila do tipo 2:1, com dominância de montmorilonita, seguida da vermiculita.

Apresentam sequência de horizontes do tipo A e C ou A, B/C ou ainda A, A/C e C, com horizonte A do tipo chernozêmico.

São solos de alta saturação e soma de bases com elevados teores de cálcio e magnésio, sendo constatados muitos perfis com concreções de carbonatos de cálcio no horizonte C.

São em geral de coloração preta ou bruno-acinzentado-escura no matiz 10YR. Na Unidade de Relevo Planalto da Campanha Gaúcha ocorrem em relevo plano nas áreas deprimidas ou ao longo dos cursos de água, sendo derivados do basalto. Nas depressões do rio Ibicuí são desenvolvidos de argilitos, siltitos e folhelhos ocupando áreas de relevo plano até ondulado. As áreas de maior ocorrência localizam-se ao sul de Bagé e estão sob vegetação de Savana e Estepe.

São solos difíceis de serem trabalhados, pois são muito duros quando secos, formando torrões compactos, e muito plásticos e muito pegajosos, quando molhados, aderindo aos implementos agrícolas. Necessitam de um estado ótimo de umidade para serem arados. São moderadamente sujeitos à erosão, requerendo cuidados de conservação quando cultivados.

A maior parte destes solos é utilizada com pastagens naturais de boa qualidade e em menor escala com culturas de trigo, sorgo e milho. Observam-se cultivos de arroz em algumas áreas planas.

• V1: Vertissolo cálcico A chernozémico textura argilosa e muito argilosa, relevo plano.

• V3: Vertissolo cálcico e não cálcico A chernozémico textura argilosa e muito argilosa e Solos Litólicos eutróficos A chernozémico e moderado textura média substrato basalto, relevo plano e suave ondulado.

Solos Litólicos (Neossolos)

Compreende solos pouco desenvolvidos, rasos, e que possuem o horizonte A diretamente assentado sobre a rocha ou sobre um pequeno horizonte C, geralmente com muito material de rocha em decomposição.

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Apresentam-se bem a acentuadamente drenados e com características morfológicas, físicas e químicas muito variáveis em função do material originário, ocorrendo nas Unidades de Relevo Planalto da Campanha Gaúcha, Planalto das Araucárias, Patamares da Bacia do Paraná e Planalto Sul-Rio-Grandense. Quando derivados de basalto possuem alta fertilidade natural devido aos valores de soma e saturação em bases, e aos teores muito baixos de alumínio trocável.

Podem ocorrer em áreas de relevo suave ondulado ou ondulado, como, por exemplo, na Unidade de Relevo Planalto da Campanha Gaúcha, sob vegetação de Savana, Estepe, Floresta Ombrófila Mista e Floresta Estacional Decidual.

A principal utilização destes solos é com pastagem natural, em nível de grandes propriedades rurais. Suas principais limitações dizem respeito à profundidade dos perfis e à presença de pedras e/ou afloramento de rocha em alguns locais. O melhoramento das pastagens, com a introdução de leguminosas de inverno, constitui prática bastante recomendável, tendo em vista as boas propriedades químicas destes solos.

Igualmente podem ocorrer em áreas de relevo ondulado ou montanhoso. Nestas áreas de vegetação originalmente florestal, desenvolveu-se intensa colonização em nível de pequenas propriedades rurais, sendo o manejo do solo feito de maneira bastante rudimentar devido à forte limitação do relevo e à alta pedregosidade. A5, a1 eutróficos y V1 apesar destes fatores limitantes, são intensamente utilizados com culturas bastante diversificadas, como milho, feijão, frutíferas e outras. Este fato decorre, principalmente, das boas propriedades químicas destes solos e da estrutura de posse efetiva da terra da região.

Derivados de folhelho, siltitos, argilitos e rochas cristalinas, encontram-se Solos Litólicos de média e alta fertilidade natural, sempre inferior a dos derivados de basalto, em relevo forte ondulado ou montanhoso, de textura argilosa, silitosa ou média.

Quando derivados de arenito, possuem cor que varia de preta a bruno-avermelhado-escura, textura arenosa ou média, baixa fertilidade natural e normalmente utilizados com pastagem.

Os Solos Litólicos Húmicos possuem, em geral, mais de 4,0% de carbono orgânico, baixa fertilidade natural e altos teores de alumínio trocável. Se derivados de rochas vulcânicas ácidas, situam-se em relevo suave ondulado ou ondulado, com altitude em torno de 1100 m, e sob vegetação de Savana. Quando se tem como material de origem, arenitos, folhelhos e siltitos podem ocorrer em relevo desde ondulados até montanhosos.

• Rd2: Solos Litólicos distróficos A proeminente textura média e argilosa fase pedregosa e não pedregosa substrato riodacitos relevo ondulado e suave ondulado.

• Rd4: Solos Litólicos distróficos A moderado textura média cascalhenta substrato migmatito relevo ondulado e forte ondulado e Afloramentos de Rocha.

• Rd5: Solos Litólicos distróficos A proeminente textura média substrato riolito, Cambissolo distrófico Tb A proeminente textura argilosa e Podzólico Vermelho Amarelo distrófico Tb A moderado e proeminente textura média/argilosa e média cascalhenta/argilosa, relevo suave ondulado.

• Rd6: Associação Complexa de Solos Litólicos distróficos A moderado textura média cascalhenta substrato migmatito com Cambissolo distrófico Tb A moderado textura media cascalhenta e argilosa cascalhenta e Podzólico Vermelho-Amarelo distrófico Tb cascalhento A moderado textura média/argilosa, relevo ondulado e suave ondulado.

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• Re1: Solos Litólicos eutróficos cálcicos A chernozémico textura média cascalhenta substrato basalto, relevo suave ondulado.

• Re2: Solos Litólicos eutróficos A chernozémico textura média cascalhenta e média fase pedregosa e não pedregosa substrato basalto, relevo suave ondulado.

• Re3: Solos Litólicos eutróficos A chernozémico textura média cascalhenta e média fase pedregosa, substrato basalto, relevo ondulado.

• Re4: Solos Litólicos eutróficos A chernozémico textura média cascalhenta e média fase pedregosa, substrato basalto, relevo forte ondulado e ondulado.

• Re5: Solos Litólicos eutróficos A moderado textura média cascalhenta substrato andesito e Podzólico Vermelho-Amarelo distrófico Tb A moderado textura média cascalhenta/argilosa, relevo forte ondulado e ondulado.

• Re6: Solos Litólicos eutróficos A chernozémico textura média cascalhenta e média fase pedregosa e não pedregosa substrato basalto e Vertissolo A chernozémico textura argilosa, relevo suave ondulado e plano.

• Re7: Solos Litólicos eutróficos A chernozémico textura média cascalhenta e média fase pedregosa e não pedregosa substrato basalto e Brunizém Vértico cálcico e não cálcico, textura argilosa, relevo suave ondulado.

• Re8: Solos Litólicos eutróficos A chernozémico textura média cascalhenta e média fase pedregosa e não pedregosa substrato basalto e Brunizém, textura argilosa, relevo ondulado.

• Re9: Solos Litólicos eutróficos A chernozémico textura média cascalhenta e média fase pedregosa e não pedregosa substrato basalto e Brunizém Vértico cálcico e não cálcico, textura argilosa, relevo ondulado.

• Re10: Litólicos eutróficos A chernozémico textura média cascalhenta e média fase pedregosa e não pedregosa substrato basalto e Terra Roxa Estruturada eutrófica A moderado e chernozémico textura muito argilosa, relevo ondulado e forte ondulado.

• Re11: Litólicos eutróficos A chernozémico textura média cascalhenta fase pedregosa substrato basalto, relevo ondulado e suave ondulado e Afloramentos de Rocha.

• Re19: Associação Complexa de Solos Litólicos eutróficos A chernozémico e moderado textura média cascalhenta e média fase pedregosa substrato basalto com Podzólico Vermelho-Escuro distrófico Tb abrúptico A moderado, textura arenosa/argilosa relevo suave ondulado e Vertissolo A chernozémico textura argilosa, relevo plano.

• Re20: Associação Complexa de Solos Litólicos eutróficos A chernozémico e moderado textura média cascalhenta e média fase pedregosa substrato basalto com Cambissolo eutrófico Tb e Ta A moderado e chernozémico textura argilosa e média fase pedregosa e Brunizém Avermelhado, textura média/argilosa e argilosa fase pedregosa, relevo forte ondulado.

• Re21: Associação Complexa de Solos Litólicos eutróficos A moderado textura média cascalhenta substrato xistos com Cambissolo zólico Vermelho-Amarelho distrófico e eutrófico Tb cascalhento A moderado, textura média/argilosa, relevo ondulado e suave ondulado.

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Gleissolos eutrófico (Gleissolos Háplicos)

Foram reconhecidas fases húmicas e pouco húmicas diferenciando-se a última da primera pela espessura do horizonte superficial, menor e com menor teor de carbono orgânico, no primeiro caso. A sequência do horizonte A e Cg, pode apresentar um horizonte Bg incipiente. O horizonte Glei deve estar no máximo a 60 cm da superfície. Apresentam argila de atividade alta, são eutróficos, textura argilosa, horizonte A chernozênico a moderado e encontram-se em relevo plano.

São utilizados para pastagens e para cultivo de arroz irrigado.

• Ge: Gleissolo eutrófico Ta A chernozémico e moderado, textura argilosa e Gleissolo Húmico eutrófico Ta A chernozémico textura argilosa, relevo plano.

2.1.4.2 Capacidade de Uso da Terra

a) Introdução

A avaliação das terras para usos agrários tem como propósito predizer seu comportamento ou aptidão para diferentes alternativas de uso, em um contexto de produção sustentada e sem deterioração dos recursos naturais.

Para a avaliação das terras do lado argentino foi seguido o sistema de classificação utilizado pelo Serviço de Conservação de Solos dos Estados Unidos (1961). Este constitui um sistema qualitativo que persegue, fundamentalmente, objetivos de uso conservacionista das terras agrícolas, utilizando-se três categorias: Classe, Subclasse e Unidade de Capacidade de Uso.

Pela escala de reconhecimento realizada pelo INTA, só se aplicaram para o agrupamento as categorias de Classe e Subclasse.

As Classes indicam os graus de limitações para o desenvolvimento dos cultivos e as Subclasses indicam os tipos de limitações que apresenta cada Classe.

A mais ampla categoria desta classificação localiza todos os solos em 8 classes de capacidade de uso. Os riscos de dano do solo, ou as limitações para seu uso, aumentam progressivamente da classe I à VIII.

Os solos das 4 primeiras classes são capazes de produzir cultivos lavrados comuns e pastagens artificiais, assim como árvores florestais, ou dedicar-se a campos naturais de pastoreio.

Os solos das classes V a VII são capazes de produzir unicamente vegetação natural adaptada. Alguns solos das classes V e VI também são capazes de produzir cultivos especiais, como certos frutais e ornamentais, e até cultivos de lavoura, sempre que se apliquem sistemas muito intensivos e práticas complexas de conservação do solo e da água.

Os solos de classe VIII não produzem o suficiente para que se justifique sua exploração desde o ponto de vista econômico.

Nas subclasses de capacidade se reconhecem 4 classes de limitações:

• Risco de erosão, caracterizado pelo símbolo (e); • Risco de excesso de umidade (w); • Limitações próprias do solo na zona de atividade radical (s); • Limitações climáticas (c).

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Esta classificação se pratica considerando especialmente a capacidade dos solos de produzir cultivos lavrados comuns e pastagens artificiais sem deterioração do solo em um período prolongado de tempo.

Caso desejar expressar a aptidão dos solos para outras finalidades (pastagens naturais ou árvores florestais, por exemplo) deve-se recorrer a outros sistemas de classificação.

A classificação da aptidão dos solos pode sofrer mudanças com o tempo por avanços em matéria de tecnologia dos cultivos (genética de sementes ou técnicas de manejo).

b) Caracterização da Capacidade de Usos das Terras da Área de Influência

No mapa de solos, tanto do lado argentino, como do brasileiro, foi agregado um campo onde se define a aptidão de uso, atento às limitações por hidromorfismo, risco de erosão, pedregosidade, profundidade efetiva, etc.

Onde as mudanças edafológicas e limitantes para usos agrícolas estão fortemente condicionados pelo relevo, têm-se identificado as pendentes que diferenciam os solos planos (0% a 2%) a suavemente ondulados (de 2% a 6%), dos ondulados (6% a 13%), ou os muito ondulados (13% a 25%), utilizando informação do satélite radar SRTM (pixel 90m).

c) Margem Esquerda (Brasil)

Do lado brasileiro foram identificadas as seguintes Classes e Subclasses de capacidade de uso:

CLASSE II

São terras que têm limitações moderadas para seu uso. Estão sujeitas a riscos moderados de esgotamento, mas são terras boas que podem ser cultivadas, com práticas especiais de conservação de solos, de fácil execução, para produção segura e permanente de colheitas entre médias e elevadas de cultivos anuais adaptados à região.

Subclasse IIe

São terras produtivas com relevo suavemente ondulado, oferecendo ligeiro a moderado risco de erosão (pendentes de 2 a 6%).

Foi classificada como pertencente a esta subclasse:

• Tre1 - “Terra Roxa” estruturada eutrófica, relevo suavemente ondulado.

CLASSE III

São terras que, quando se cultivam sem cuidados especiais, estão sujeitas a severos riscos de empobrecimento, principalmente no caso de cultivos anuais. Requerem medidas intensas e complexas de conservação do solo, a fim de poder ser cultivadas segura e permanentemente, com produção média e elevada de culturas anuais adaptadas.

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Subclasse IIIe

Terras com pendentes moderadas (6 a 13%), relevo suavemente ondulado e ondulado, com escorrimento rápido, com riscos severos de erosão sob cultivos intensivos, podendo apresentar erosão laminar moderada e / ou sulcos superficiais e rasgos frequentemente, ou solos muito erodíveis como aqueles com mudança textural abrupta.

Foram classificados como pertencentes a esta subclasse:

Associações de “Terra Roxa” estruturada eutrófica, relevo suavemente ondulado com outros solos:

• TRe2 - com Plintossolo eutrófico e distrófico relevo suavemente ondulado; • TRe3 - com “Terra Roxa” estruturada latossólica distrófica relevo suavemente ondulado

e ondulado; • BV2 - Brunizém Avermelhado relevo suavemente ondulado e ondulado.

Subclasse IIIes

Terras com dois tipos de limitações em graus semelhantes aos descritos precedentemente.

Foram classificados como pertencentes a esta subclasse:

• LEa 1, 2 e 3 - e LEHa -Latossolo Vermelho Escuro álico e associações com outros solos menores, com relevo suavemente ondulado e solos Latossolo Vermelho escuro húmico álico em relevo suavemente ondulado;

• PVa2 - Podzólico Vermelho amarelado álico, relevo suavemente ondulado; • PEa1 - Podzólico vermelho-escuro álico, relevo suavemente ondulado; • LRd 1, 2 e 4 - Latossolo “Roxo” distrófico com relevo suavemente ondulado e ondulado

e suas associações com outros solos menores.

Subclasse IIIw

Terras praticamente planas com limitações moderadas por excessos de água, mas sem riscos frequentes de inundações. A drenagem é possível, mas de manutenção complexa.

CLASSE IV

São terras que têm riscos ou limitações permanentes e muito severas quando são usadas para cultivos anuais. Podem ter fertilidade natural boa ou razoável, mas não são indicadas para cultivos intensivos e contínuos.

Frequentemente devem ser mantidas com pastagens, mas podem ser suficientemente boas para certos cultivos ocasionais (na proporção de um ano de cultivo para cada quatro ou seis de pastagem), ou para alguns cultivos anuais, mas com cuidados muito especiais.

Estas terras podem caracterizar-se pelos seguintes aspectos: pendente escarpada; erosão severa; obstáculos físicos, como pedregosidade ou drenagem muito deficiente; baixa produtividade; e outras condições que as fazem impróprias para o cultivo moto-mecanizado regular.

Foram identificadas as seguintes subclasses:

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Subclasse IVe

Terras severamente limitadas por riscos de erosão para cultivos intensivos, geralmente com pendentes acentuadas (13 – 25%) com escorrimento muito rápido, podendo apresentar erosão em sulcos superficiais muito frequentes, em sulcos rasgos frequentes, em sulcos profundos ocasionalmente.

Foi classificada como pertencentes a esta subclasse:

• TRe 4 - “Terra Roxa” estruturada eutrófica pedregosa, relevo ondulado e fortemente ondulado associado com solos litólicos ou associados com latossolos vermelhos fase pedregosa.

Subclasse IVs

Terras praticamente planas ou suavemente onduladas, com fertilidade muito baixa (caráter álico) ou limitadas por profundidade efetiva média ou drenagem interna moderada ou pobre, ou dificuldade de preparação do solo devido à presença de pedras ou de argilas expansivas (caráter vértico).

Foram classificados como pertencentes a esta subclasse:

• BT 1, 2, 3, 4, 5, 7 e 8 - Brunizém Vértico relevo suavemente ondulado e plano e associações com outros solos menores;

• Ce 1 - Cambissolo Eutrófico, relevo suave ondulado e plano;

• Re 1, 2, 6, 7, 19 - Solos Litólicos Eutróficos "cascaIhentos" relevo plano e suavemente ondulado.

Subclasse IVes

Terras que além das restrições acima descritas apresentam escassa capacidade de retenção de água, associada ao problema de fertilidade.

Foram classificadas como pertencentes a esta subclasse:

• AQd1 - Áreas quartzosas distróficas e álicas com relevo suavemente ondulado ou plano;

• PVa4 - Podzólico vermelho amarelo álico abrúptico plíntico, relevo suavemente ondulado;

• PVd 4,13 - Podzólico vermelho amarelo distrófico em associação com outros solos, relevo suavemente ondulado e ondulado;

• PEa 5, 8, 9, 10, 11 y PEd4 - Podzólico vermelho-escuro álico e distrófico, Tb abrúptico, relevo suavemente ondulado.

Subclasse IVw

Solos úmidos de difícil drenagem, dificultando trabalhos de moto-mecanização e ademais, com outra limitação adicional, tal como risco de inundação ocasional, que impede um cultivo contínuo.

Foram classificados como pertencentes a esta subclasse:

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• PTd 1 e 2 - Plintossolo distrófico e eutrófico “cascalhento” relevo plano;

• PLe 1, 2 - PLS1, PLV1– Planossolos eutróficos, solódicos e vérticos, relevo plano;

• PBPe 2, 4, 5, PBPa3 - Solos Podzólicos vermelho-amarelado planossólicos eutróficos e álicos, relevo plano a suavemente ondulado;

• V1,V3 - Vertissolo cálcico, relevo plano

• Ge - Glei eutrófico relevo plano em associação com glei húmico, relevo plano.

Classe V

Os solos desta classe não apresentam problemas de erosão, mas encerram outras limitações não corrigíveis que restringem seu uso à produção de pastagens e árvores florestais, podendo ser aproveitados também como campos naturais de pastoreio ou para a conservação da fauna silvestre. Os solos desta classe apresentam limitações que restringem a variedade de plantas que podem ser produzidas e impossibilitam as labores próprias dos cultivos lavrados. Ocupam terrenos quase planos, mas contêm excessiva umidade, sofrem frequentes inundações por cursos de água, são pedregosos, oferecem limitações climáticas ou apresentam uma combinação de alguns destes inconvenientes.

CLASSE VI

Terras não aptas para cultivos anuais, embora possam ser usadas para a produção de certos cultivos permanentes úteis, como: pastagens, florestamentos e alguns cultivos permanentes protetores do solo, adequadamente manejados.

Normalmente as limitações que apresentam, estão em função da excessiva pendente ou escassa profundidade dos solos, ou presença de pedras impedindo o emprego de máquinas agrícolas.

Foi identificada a Subclasse:

Subclasse VIe

Terras que com pastagem são medianamente suscetíveis à erosão, com relevo fortemente ondulado e pendentes acentuadas (de 25 a 45%) favorecendo o escorrimento moderado a severo, severas dificuldades à moto-mecanização, com risco de erosão que pode chegar a muito severo; presença de erosão em sulcos rasgos muito frequentes ou sulcos profundos frequentes.

Foram classificados como pertencentes a esta subclasse:

• Rd 2, 6 - Solos Litólicos Distróficos, relevo ondulado e suavemente ondulado;

• Re 3, 4, 5, 8, 9, 10, 11, 20, 21 - Solos Litólicos Eutróficos "cascalhento", relevo ondulado e fortemente ondulado;

• Ce 2 - Cambissolo Eutrófico pedregoso, relevo fortemente ondulado;

• BV4 - Brunizém avermelhados associados a solos Litólicos eutróficos, relevo ondulado e fortemente ondulado com afloramentos de rocha.

Subclasse VIs

Estão limitados fortemente pela profundidade dos solos.

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• Rd 5 - Solos Litólicos Distróficos relevo suavemente ondulado.

Subclasse VI es

As limitações de profundidade e risco de erosão o fazem desaconselhável para usos agrícolas.

• PVd8: Podzólico vermelho-amarelo distrófico e álico Tb “cascalhento”. Associado com Cambissolo distrófico relevo ondulado;

• Rd4: Solos Litólicos distróficos substrato migmatito relevo fortemente ondulado.

d) Margem Direita (Argentina)

Classe II

São terras que têm limitações moderadas para seu uso. Estão sujeitas a riscos moderados de esgotamento, mas são terras boas que podem ser cultivadas, com práticas especiais de conservação de solos, de fácil execução, para produção segura e permanente de colheitas entre médias e elevadas de cultivos anuais adaptados à região.

Subclasse IIe

Unidade UGTc1

Solos em zona de “campos”.

Limitações: perigo de erosão hídrica.

Usos = o perigo de erosão hídrica é a limitante principal para a produção de cultivos comuns, pelo qual se recomendam as práticas de manejo convenientes para prevenir ou minimizar este risco. São muito aptos para cultivos perenes (erva mate, chá) e florestais.

Atualmente se encontram em uso agrícola, pecuário e florestal.

• Kandihumultes (colina) 50% -IIe

• Kandiudalfes (colina) 30% -IIe

• Distrocreptes (meia colina a sopé de colina) 20% - Vs

UTrd-5

Solos na Chapada Misionera

• Kandiudultes ródicos em colinas e meias colinas 50% IIe

• Kandiudalfes ródicos em colinas 40% IIe

• Hapludoles ênticos em escarpas a vias de água 10% VIes

Alrd-1

Zonas de relevo fortemente ondulado

• Kandiudalfes ródicos em colinas 60% IIe

• Distrocreptes líticos em setores de colina e sopés de colina 20% Vs

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• Haplacueptes húmicos em vales estreitos entre colinas. 20% VIw

Subclasse IIe associada com IIIes

Unidade UTrd-2

• Kandiudultes ródicos em colinas e meias colinas com pendentes de 5 a 8% 50% IIe

• Kanhapludalfes ródicos em meias colinas com pendentes de 5 a 8% 20% IVe

• Hapludoxes ródicos em colinas altas 20% IIIes

• Udortentes típicos e afloramento rochoso em escarpas a vias de água 10% VIes

UTrd-4

• Kandiudultes ródicos em colinas e meias colinas 60% IIe

• Rodudalfes moderadamente profundos em pendentes de 3 a 10% 25% IIIe

• Hapludoxes ródicos em cumes de colinas 10% IIes

• Afloramento Rochoso em sopé de pendentes 5% VIIIs

Unidade UTrd6

Solos da “chapada misionera”

Sua principal limitação, em função da pendente, é sua suscetibilidade à erosão hídrica.

O perigo de erosão e a baixa fertilidade natural destes solos restringem a escolha de cultivos comuns. Adaptam-se bem os cultivos perenes (chá, erva, tung) e são muito aptos para florestamento.

• Kandiudultes ródicos - colina e meia colina 50% - IIe

• Hapludoxes ródicos - cumes de colinas 30%-IIles

• Udortentes típicos e afloramento rochoso - Área inclinada a curso de água 10% - VIes

• Kanhapludultes ródicos - meia colina (pend. 8 a 12%) 10% - IIle

Unidade UTrd7

Limitações relacionadas com perigo de erosão hídrica:

• Kandiudultes (colina e meia colina) 40% IIe

• Rodudalfes profundos (pendentes) 30% IIle

• Argiudoles (colinas) 20% IVes

• Hapludoles (colinas) 10% VIIes

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Unidade APrd

Albardões do Uruguai e do Aguapey

APrd-1

• Paleudalfes ródicos - em colinas 50% IIe

• Paleudultes plínticos - em setores de meia colina e baixo 30%IIIe

• Udipsamentes tapto árgicos - em colinas 20% IVs

CLASSE III

São terras que, quando se cultivam sem cuidados especiais, estão sujeitas a severos riscos de empobrecimento, principalmente no caso de cultivos anuais. Requerem medidas intensas e complexas de conservação do solo, a fim de poder ser cultivadas segura e permanentemente, com produção média e elevada de culturas anuais adaptadas.

Subclasse IIIe e IIIes

Alrd-5

Zona de relevo fortemente ondulado

• Kandiudalfes ródicos moderadamente profundos em colinas e meias colinas 50% IIIe

• Rodudalfes em pendentes 20% IIIe

• Udortentes típicos em setores escarpados 20% VIes

• Afloramento rochoso em setores de cúspide de escarpa 10% VIIIs

UVrd-1

Solos da Chapada central misionera

• Kanhapludultes ródicos em relevo ondulado e colinas 50% IIIIe

• Rodudalfes moderadamente profundos em colinas e médias colinas 30% IVe

• Udortentes líticos em setores de colinas a cursos de água 10% VIIes

• Afloramento Rochoso em setores de cúspide de escarpa 10% VIIIs

UVrd-2

• Kanhapludultes ródicos em meias colinas 50% IIIe

• Kandiudalfes ródicos moderadamente profundos em setores coluviales fortemente ondulado colinas e meias colinas 30% IVe

• Eutrocreptes dístricos em ladeiras e sopé de ladeiras a vias de água 15% VIes

• Afloramento Rochoso em setores de cúspide de escarpas 5% VIIIs

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APtc-2

Albardões do rio Aguapey

• Paleudalfes típicos - em albardões 40% IIIe

• Hapludultes psamênticos – em albardões 30% IIIe

• Hapludoles líticos- localizados - em albardões. 30% Vw

APrd-2

Albardões do Uruguai e do Aguapey

• Paleudalfes ródicos - albardão 40% IIIe

• Paleudalfes típicos - em Albardões 30% IIIe

• Ocraqualfes aéricos - em planícies com hidromorfismo acentuado 30% Vw

APrd-3

Albardões do Uruguai

• Paleudalfes ródicos- albardão 40% IIIe

• Rodudalfes em Albardões 30% IIIes

• Ocraqualfes aéricos em planícies com hidromorfismo acentuado 30% Vw

APtc-1

Albardão do rio Aguapey

• Paleudalfes típicos - em albardões 40% IIIes

• Paleudalfes ródicos - em albardões 30% IIe

• Haplacueptes aéricos - em planícies com hidromorfismo acentuado 30% Vw

AQ-1

Setores fortemente ondulados com afloramentos de arenitos e basalto em albardões do rio Uruguai.

• Rodudalfes - em setores escarpados 60% IIIe

• Afloramento rochoso de arenito e basalto 40% VIIIs

AQ-4

• Rodudalfes - albardão 40% IIIes

• Hapludalfes tapto árgicos - albardão 30% IIIes

• Hapludoles líticos - em albardões 30% Vs

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Página: 63/1077 Revisão: 3 Data: 05/07/10

AQ2

Localizam-se nos contrafortes da Chapada Preservada em direção ao rio Uruguai.

• Rodudalfes em colinas 50% IIIe

• Rodudalfes, moderadamente profundos em colinas e meias colinas 30% IVe

• Hapludoles ênticos em escarpas a vias de água 20% VIIe

AQ-5.

• Rodudalfes em zonas de pendentes 40% IIIe

• Kandiudultes ródicos em colinas e meias colinas 30% IIe

• Eutrocreptes dístricos em sopés de pendentes a vias de água 20% VIes

• Afloramento Rochoso em setores de cúspide de escarpa 10% VIIIs

Subclasse IIe associada a Vs e Vw

Unidade UGtc3

Zona de “campos”

Dentro desta associação, os solos Kandihumultes apresentam risco de erosão hídrica, outros componentes (Distrocreptes, Hapludoles) encontram como limitação a escassa profundidade para o desenvolvimento das raízes, assim como os afloramentos rochosos que existem dentro desta unidade. Os Argiacuoles apresentam dificuldades de drenagem.

Usos = Solo aptos para uso agrícola os Kandihumultes e o resto (60% do total da unidade), não aptos para a agricultura.

• Kandihumultes (colinas) 40% - IIe

• Distrocreptes (meia colina e sopé de colina) 20% - Vs

• Hapludoles líticos (colinas aplanada e escarpas) 20% - VIIs

• Argiacuoles típicos (colina aplanada) 10% - Vw

• Afloramento de rocha (colina aplanada) 10% - VIIIs

Subclasse IIe associada a VIw

Unidade UGtc2

• Kandihumultes (colina) 50% IIe

• Haplacueptes húmicos (vales entre colinas) 30% VIw

• Ocraqualfes aéricos (planos tendidos) 20% VIs

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Subclasse IIIw associada a VIw

MIac-14.

• Argiudoles áquicos - em setores altos 40% IIIw

• Ocraqualfes típicos - em planos hidromórficos 30%VIw

• Fluvacuentes tapto ártico - em planícies com hidromorfismo acentuado 30%VIw

CLASSE IV

São terras que têm riscos ou limitações permanentes e muito severas quando são usadas para cultivos anuais. Podem ter fertilidade natural boa ou razoável, mas não são indicadas para cultivos intensivos e contínuos.

Frequentemente devem de ser mantidas com pastagens, mas podem ser suficientemente boas para certos cultivos ocasionais (na proporção de um ano de cultivo para cada quatro ou seis de pastagem), ou para alguns cultivos anuais, mas com cuidados muito especiais.

Estas terras podem se caracterizar pelos seguintes aspectos: pendente escarpada; erosão severa; obstáculos físicos; como pedregosidade ou drenagem muito deficiente; baixa produtividade; e outras condições que as fazem impróprias para o cultivo moto-mecanizado regular.

Subclasse Ive

AQ3

Localizam-se nos contrafortes da Chapada Preservada em direção ao rio Uruguai, relevo fortemente ondulado.

• Rodudalfes em colinas 50% IVe

• Eutrocreptes dístricos em sopés de pendentes a vias de água 30% VIes

• Kandiudultes ródicos em colinas e meias colinas 20%IIe

Unidade AMrd 1 e 2

Apresenta-se em relevo fortemente ondulado a colinado do leste de Misiones

Limitações: pendentes, profundidade efetiva, suscetibilidade à erosão hídrica.

Uso = Boa aptidão para a atividade florestal. A produção de cultivos comuns e perenes se apresenta severamente restringida.

AMrd1

• Kanhapludalfes ródicos (em meia colina, pend. 8 a 12%) 40% IVe

• Kandiudultes ródicos (colinas e meia colina) 30% IIe

• Udortentes típicos (setores escarpados) 20% IVes

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• Afloramento rochosos 10% VIIIs

AMrd2

• Kanhapludalfes ródicos (em meia colina, pend. 5 a 8%) 30% - IVe

• Hapludoles ênticos (setores escarpados, pedregosos) 30% - VIIes

• Kandiudultes ródicos (colinas e meia colina) 20% - II e

• Kanhapludultes (pendentes) 20% - IVe

Classe V

Os solos desta classe não apresentam problemas de erosão, mas encerram outras limitações não corrigíveis que restringem seu uso à produção de pastagens e árvores florestais, podendo ser aproveitados também como campos naturais de pastoreio ou para a conservação da fauna silvestre. Os solos desta classe apresentam limitações que restringem a variedade de plantas que podem ser produzidas e impossibilitam as labores próprias dos cultivos lavrados. Ocupam terrenos quase planos, mas contêm excessiva umidade, sofrem frequentes inundações por cursos de água, são pedregosos, oferecem limitações climáticas ou apresentam uma combinação de alguns destes inconvenientes.

Subclasse Vw associado com IIIe

ECag-1

• Haplacuentes tapto árticos em planícies com hidromorfismo acentuado 50%Vw

• Paleudalfes ródicos em albardão 30%IIIe

• Hapludoles líticos em albardão 20%IVs

Subclasse Vw

Unidade AFae-1

Localizam-se na região de “Malezales” em planícies subnormais inundáveis. Solos hidromórficos, fortemente ácidos.

• Ocraqualfes aéricos Planície inundável 60% Vw

• Haplaquantes aéricos Planos hidromórficos 30% Vw

• Natraqualfes típicos Plano de terraço 10% VIs

Unidade AFaeum-1

• Ocraqualfes aéricos úmbricos - Plano hidromórfico 60% Vw

• Glosaqualfes típicos - Plano hidromórfico inundável 30% VIw

• Humacueptes fluvacuênticos - Plano hidromórfico 20% VIw

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EB-ag1

Zona de “malezales”

• Fluvacuentes tapto árgicos - em planícies com hidromorfismo acentuado 40% Vw

• Ocraqualfes aéricos úmbricos - em planos hidromórficos com malezal 30% Vw

• Paleudultes psamênticos - no albardão do Aguapey 30% IIIe

IDae-2

• Haplacueptes aéricos - em planícies com hidromorfismo acentuado 60% Vw

• Humacueptes fluvacuenticos - em planos hidromórficos com malezales 40% VIw

IDae-3

• Haplacueptes aéricos - em planos hidromórficos 40% Vw

• Humacueptes cumúlicos - em planícies com hidromorfismo acentuado 40% Vs

• Humacueptes fluvacuentes - em planos hidromórficos com malezales 20% VIws

IDae-4

• Haplacueptes aéricos - em planícies com hidromorfismo acentuado 40% Vw

• Humacueptes fluvacuênticos - em plano hidromórfico com malezales 30% VIw

• Ocraqualfes aéricos - em plano hidromórfico 30% VIs

IDae-5

• .Haplacueptes aéricos - em planícies com hidromorfismo acentuado 40% Vw

• Paleacuultes aéricos - em planos hidromórficos com malezales 30% VIw

• Kandihumultes típicos - em colinas cupuliformes 30% IIe

CLASSE VI

Terras não aptas para cultivos anuais, embora possam ser usadas para a produção de certos cultivos permanentes úteis, como: pastagens, florestamentos e alguns cultivos permanentes protetores do solo, adequadamente manejados.

Normalmente as limitações que apresentam estão em função da excessiva pendente ou escassa profundidade dos solos, ou presença de pedras, impedindo o emprego de máquinas agrícolas.

Foi identificada a Subclasse:

Subclasse VIes

Unidade EOtc-3

Predominam em região de relevo montanhoso

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• Urdontentes típicos em setores escarpados a vias de água 50% VIes

• Kanhapludalfes ródicos em meias colinas com pendentes de 5 a 8% 20% IVe

• Kandiudultes ródicos em colinas e meias colinas com pendentes de 5 a 8% 20% Iie

• Afloramento Rochoso em pendentes 10% VIIIs

Unidade MJen-31

Predominam em região de relevo montanhoso

• Hapludoles ênticos – colinas com pendentes curtas 60% VIes

• Rodudalfes, severamente erodidos – pendentes 20% IVes

• Hapludoles líticos – escarpas 10% VIIes

• Afloramentos rochosos – cúspide de escarpas 10% VIIIs

Unidade MJen6

• Hapludoles ênticos – escarpa 70% VIes

• Rodudalfes moderadamente profundos – Depósitos coluviais 30% IVes

Subclasse VIw

Maax5

Este complexo se encontra no vale aluvial do rio Aguapey e afluentes

• Argialboles argiácuicos 40% VIw

• Humacueptes fluvacuênticos 30% VIw

• Ocracuultes aéricos 10% IVs

• Outros solos e superfícies inundáveis 20% VIIIw

Subclasse VIws

Unidade MCve4

Solos relacionados com depósitos aluviais em vales

Suas limitações estão relacionadas com o excesso de umidade, o qual determina condições adversas para o normal desenvolvimento do sistema radical.

Usos = solo aptos para pecuária extensiva sobre campo natural. Poderiam ser utilizados para cultivos especiais como o arroz.

• Argiacuoles vérticos – baixos 30% VIws

• Argiacuoles – pendentes muito suaves 30% Vw

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• Albaqualfes vérticos – pendentes muito suaves 30% VIws

• Afloramento rochoso 10% VIIIs

Classe VII

Os solos desta classe apresentam limitações muito graves que os fazem inadequados para o trabalho e seu uso fica reduzido quase exclusivamente ao pastoreio, em alguns casos a florestamento ou conservação da fauna silvestre. As condições físicas e/ou químicas dos solos desta classe são tais que não se justifica aplicar melhorias aos pastos naturais.

Subclasse VIIes

EOtc-4

Predominam na região de relevo montanhoso

• Urdontentes típicos em setores escarpados e cerros com afloramentos rochosos 50% VIIes

• Hapludoles ênticos em setores escarpados e cerros com afloramentos rochosos 20% VIIes

• Eutrocreptes dístricos em ladeiras e sopé de ladeiras a vias de água 20% VIes

• Kandiudalfes ródicos moderadamente profundos em setores coluviais fortemente ondulados e em zonas de pendentes 20% IIIe

Unidade MJen 8

Predominam na região de relevo montanhoso. Suas limitações estão relacionadas com a alta suscetibilidade à erosão hídrica e à severa pedregosidade.

Uso = solos são aptos para a exploração racional da selva nativa, aconselhando-se o rápido reflorestamento.

• Hapludoles ênticos - Escarpa, cerros com afloramentos rochosos 70% VIles

• Afloramentos rochoso – setores de cúspide de escarpas 30% VIIIs

Unidade MJen29

• Hapludoles ênticos – escarpa 40% VIIes

• Udortentes típicos - escarpa e cerros com afloramentos 20% VIIes

• Eutrocreptes dístricos - sopé de ladeiras pedregosas 20% VIes

• Rodudalfes – Depósitos coluviais 20% IVes

Subclasse VIIw

MFve-5

Localizam-se no Vale aluvial do rio Uruguai e afluentes.

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• Haplacuoles vérticos 40% VIIw

• Outros solos e superfícies inundadas 60% VIIIw

MCve – 2

Estes solos se encontram no vale aluvial do rio Miriñay e afluentes.

• Argiacuoles vérticos 40% VIIw

• Haplacuoles típicos 20% VIw

• Halacueptes típicos 10% VIIws

• Outros solos e superfícies inundadas 30% VIIIw

2.1.5 Clima

O clima que registra a área de estudo é de fundamental importância para o estudo de obras hidráulicas. As obras dependem da disponibilidade de vazão no rio, e por sua parte, isso depende da precipitação. Consequentemente, os fatores climáticos são relevantes nesta análise, e, por isso, busca-se determinar os padrões de: precipitação, temperatura, pressão atmosférica, circulação geral, ventos, evaporação, insolação, umidade relativa, tensão de vapor, e radiação global, para atingir uma boa compreensão do balanço hídrico e, em definitivo, da disponibilidade hídrica e as vazões extremas previstas nas estações de medição dos rios na área de estudo.

Em toda a região, a circulação atmosférica é controlada pelos sistemas de massas de ar tropicais e polares, e dos fenômenos resultantes do choque das mesmas, que é a frente polar que percorre regularmente o cone Sul de América.

Na área de estudo, a maior parte da chuva é originada em nuvens ou sistemas convectivos, com precipitação intensa em forma de enxurrada com atividade elétrica e ventos intensos. Um sistema convectivo de grande importância nesta bacia é o denominado sistema Convectivo de Meso Escala (MCS). Seu raio característico pode ser da ordem de 200 km, podendo produzir precipitações superiores a 200 mm em poucas horas. Os sistemas convectivos de Meso Escala produzem chuvas intensas sobre superfícies de até 50.000 km2. Estas chuvas são responsáveis pela principal contribuição do ciclo hidrológico na bacia, gerando hidrogramas com picos pronunciados de vazão, que escorrem sobre os mantos de antigos derrames basálticos talhados pela erosão hídrica, criando rápidos, saltos e restingas que definem o perfil longitudinal e os perfis transversais do rio.

2.1.5.1 Caracterização Fisiográfica e Hidroclimátic a

O rio Uruguai forma parte da bacia do Prata, uma das mais extensas do mundo. Integram esta bacia os rios Paraná, Paraguai, Uruguai e seus afluentes. A união dos rios Paraná e Uruguai formam o estuário denominado rio da Prata, onde o Paraná desemboca em um delta em constante crescimento, produto dos sedimentos que aportam principalmente dos rios Paraguai e Bermejo. A bacia do Prata drena áreas do Brasil, Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai, como pode ser observado na Figura 2.1.5.1-1.

O rio Paraná, com uma área de drenagem de perto de 1.500.000 km2, possui cerca de 4.900 km de extensão, constituindo parte da fronteira entre o Brasil e Paraguai, e entre este país e a Argentina. No trecho da fronteira entre o Brasil e Paraguai foi implantado o aproveitamento

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hidrelétrico binacional de Itaipu, e no trecho entre Argentina e Paraguai, o aproveitamento hidrelétrico binacional de Yacyretá.

O rio Paraguai, com uma área de drenagem de perto de 1.100.000 km2, possui uma longitude total de 2.600 km, e em seu trecho alto e médio constitui fronteira entre o Brasil e a Bolívia, e entre o Brasil e o Paraguai. Em seu trecho de jusante banha a cidade de Assunção, capital do Paraguai, e forma a fronteira entre este país e a Argentina, até desembocar no rio Paraná, na ilha do Cerrito ao norte da cidade de Corrientes.

O rio Uruguai possui uma extensão da ordem de 1.600 km, drenando uma área ao redor de 307.000 km2, e seus principais afluentes são os rios Pelotas e Canoas, que nascem aproximadamente a 65 km a oeste da costa do Atlântico. Seu maior afluente é o rio Negro, cuja sub-bacia está totalmente situada em território uruguaio.

O trecho médio do curso do rio Uruguai, destacado na Figura 2.1.5.1-2, forma a fronteira entre Brasil e Argentina, que se inicia na desembocadura de seu afluente pela margem direita, o rio Pepirí Guaçu, o qual dá continuidade à linha de fronteira entre Brasil e Argentina. Em seu curso inferior, logo após receber o rio Quaraí (Quareim), fronteira entre Brasil e Uruguai, o rio Uruguai passa a constituir fronteira entre Argentina e Uruguai. Nesse trecho se encontra implantado o aproveitamento hidrelétrico binacional Salto Grande.

Figura 2.1.5.1-1. Localização da Bacia do Prata

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Figura 2.1.5.1-2. Detalhe do Trecho de Fronteira en tre a Argentina e o Brasil

Os principais afluentes do rio Uruguai são os rios Aguapey, Miriñay, Mocoretá e Gualeguaychú, na Argentina, o rio Negro, no Uruguai, e os rios Ibicuí, Chapecó, Apuaê e Passo Fundo, no Brasil.

O rio Uruguai tem sua bacia situada em zonas que recebem uma precipitação de 2.000 mm ao ano. Foi observado que o escoamento superficial é de 620 mm ao ano. Isso equivale a aproximadamente 31% das chuvas. O regime do rio é muito variável, são identificados dois períodos de inundações separados pelos meses menos chuvosos de janeiro e agosto. A descarga média de longo período do rio Uruguai, em Concórdia, desde 1931 a 2005, foi de 4.839 m3/s, para uma área de drenagem de 239.000 km2.

Em 1983, produziu-se em todo o curso do rio, a vazão máxima anual registrada em um ano, com o dobro da vazão média anual em todas as bacias. O armazenamento natural da bacia do Uruguai é muito menor que no caso da bacia do Paraná. Como é de se esperar, o regime de seca no Uruguai é severo. A pior seca ocorreu em 1917, quando foi registrado 15% da vazão média anual em Concórdia, constituindo o ano mais pobre do registro disponível.

Desde o ponto de vista geológico, o trecho internacional do rio Uruguai pode ser dividido em dois segmentos: o primeiro, a montante, abrangendo a porção norte do estado do Rio Grande do Sul no Brasil, toda a província de Misiones e o setor oriental da província de Corrientes, na Argentina, é uma Região Planáltica (a Chapada Misionera), profundamente entalhada pelo rio Uruguai, que corre conforme direção geral SO, formando numerosos meandros com um forte controle estrutural da drenagem. O entalhe forma vales profundos em “V”, com desníveis topográficos que alcançam valores de 200 m a 300 m e que, à medida que avança em direção a sua foz, apresenta um relevo mais suavizado. Esse entalhe também se reflete nos afluentes, o que provoca a dissecação do altiplano, formando um relevo de serras.

No segmento de jusante, compreendido pela porção sul do estado do Rio Grande do Sul, no Brasil, e pela província de Corrientes, na Argentina, observa-se uma transição a uma superfície de planície inferior, com alto grau de desflorestamento e, junto às drenagens, por uma

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morfologia em formação com dinâmica ativa. Do lado argentino predomina a Zona Ribeirinha do rio Uruguai e, de forma localizada, a Planície de Apóstoles. Destacam-se como aspectos fisiográficos mais importante, os “Esteros del Iberá”, constituídos por um complexo de pequenas drenagens, riachos, lagos e estuários e áreas alagadas ou pântanos, que se projetam diagonalmente desde Ituzaingó até as nascentes de rio Corrientes, com uma longitude aproximada de 200 km e largura de 65 km. Em geral, o relevo se apresenta suavemente ondulado com direção NE-SO.

Sob o aspecto fito-geográfico e faunístico, a área em estudo se destaca por estar inserida em dois importantes biomas: a Pampa, ao sul, associado às sub-bacias dos rios Ibicuí (Brasil) e Aguapeí (Argentina); e a Mata Atlântica que é uma zona florestal que é dominante na região norte em porções de topografia elevada, ligadas à sub-bacia do rio Ijuí.

A bacia e a rede de drenagem e afluentes ao rio Uruguai foram definidas com base nas imagens Landsat de ano 2000 publicados pela NASA. Para definir as divisórias de bacia foi utilizada a altimetria SRTM (Shuttle Radar Topography Mission).

2.1.5.2 Classificação Climática

A classificação climática de Koppen, de 1953, baseia-se nos limites climáticos de certas formações vegetais. Define os climas pelos valores médios anuais e mensais das temperaturas e as precipitações. Com estes critérios diferencia vários grupos e subgrupos climáticos, que são identificados mediante um código de letras.

De acordo com a classificação de Koppen, a região da bacia corresponde à Zona Fundamental: C, de clima temperado, onde a temperatura do mês mais frio oscila entre -3º e 18º C. Adicionalmente, qualifica-se como Tipo Fundamental: Cf, clima temperado, com chuvas em todas as estações. Quanto a variedades específicas é do tipo: Cfa (clima subtropical), onde a temperatura do mês mais quente é superior a 22º C; ou Cfb (clima temperado), onde a temperatura do mês mais quente é menor a 22º C.

Na Figura 2.1.5.2-1 é indicada a classificação de Köppen em um mapa mundial, onde se observa que a bacia do rio Uruguai registra um clima temperado denominado Cfb.

As nascentes do rio Uruguai correspondem à região mais fria do Brasil, a região das serras catarinense e do Rio Grande do Sul. As temperaturas mais baixas ocorrem no período de junho a agosto, e as mais altas de dezembro a fevereiro. A amplitude média de variação das temperaturas é proporcional à distância ao litoral Atlântico, sendo maior, por exemplo, em Xanxerê (12,9 ºC) do que em Lages (10,1 ºC).

Por outro lado, as amplitudes observadas nas isotermas de julho são menores que as observadas em janeiro, dado que o inverno é o fator predominante na posição dos sistemas anticiclônicos, de modo que diminui a importância de outros fatores, como a continentalidade e a altura.

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Figura 2.1.5.2-1. Clasificação climática mundial Kö ppen-Geiger

Fonte: http://gpcc.dwd.de/koeppen.geiger.vu-wien.ac.at. Atualizado com temperatura CRU TS 2.1 e dados de precipitação VASClimO v1.1 desde 1951 a 2000. Versão Abril 2006. Resolução 0,5 graus lat/lon. Climas principais: A – Tropical; B – Seco; C – Temperado; D – Continental; E – Polar e de Alta Montanha. Precipitações: W – Desértico; S – Savânico; f – Muito Úmido; s – Verão Seco; w – Inverno Seco; m – de Monções. Temperatura: h – Desértico Quente; k – Desértico Frio; a – Verão caloroso; b – Verão Quente; c – Verão Fresco; d – Muito Frio; F – Polar; T - Tundra.

2.1.5.3 Principais Elementos da Caracterização Clim ática

Os dados empregados neste estudo foram obtidos das estações meteorológicas operadas por: Servicio Meteorológico Nacional (SMN) e o Instituto Nacional de Tecnología Agropecuaria (INTA) da Argentina; e o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) do Brasil. As estações estão apresentadas no desenho INV.URG-GE.77-DE.4001.

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Desenho INV.URG-GE.77-DE.4001

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Para o estudo de precipitação também foram utilizados dados obtidos das estações pluviométricas e meteorológicas operadas pela Agência Nacional de Águas do Brasil (ANA) e a Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) do Brasil.

Em geral, na maioria das estações dispõe-se de registros desde o ano 1970.

A seguir é apresentada uma caracterização dos seguintes parâmetros climáticos: precipitação, temperatura, vento, evaporação, insolação, umidade relativa, tensão de vapor e radiação global.

a) Precipitação

A precipitação média anual da bacia, para o período 1971-2007, varia desde 1.800 mm na zona alta da bacia (Joaçaba, Sananduva), até valores de 1.550 mm na zona baixa (San Pedro, Paso de los Libres), com valores máximos ao redor de 1.900 mm na zona central da bacia (Paso do Novo, Passo do Sarmento).

Os períodos mais chuvosos correspondem aos meses de abril, no outono, e outubro, na primavera.

O seguinte quadro apresenta os valores de precipitações médias mensais e totais anuais nas estações da zona de estudo no período 1971 a 2008.

Quadro 2.1.5.3-1. Precipitação Média Mensal nas Est ações da Área de Estudo

ESTAÇÃO PRECIPITAÇÃO MÉDIA MENSAL [mm]

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Total Anual

BR Joaçaba * 166,5 164,1 128,5 122,8 135,0 130,8 133,8 121,7 158,5 205,9 148,5 160,3 1.776

BR Sananduva * 170,8 148,8 126,0 131,1 154,5 150,4 164,2 143,2 173,6 204,7 159,8 144,2 1.871

BR Alto Uruguai * 141,5 141,5 120,8 140,4 129,6 119,4 111,9 115,3 141,6 204,7 127,7 140,3 1.635

BR Porto Lucena * 148,0 145,6 116,9 174,4 135,4 121,5 102,9 115,6 136,1 200,3 141,8 151,9 1.690

BR Chapada * 139,3 141,6 129,1 136,0 155,5 146,0 148,2 128,1 163,3 211,1 173,6 161,9 1.834

BR Passo Viola * 156,1 139,3 132,6 186,6 152,2 168,3 132,4 139,2 149,8 210,8 170,7 144,8 1.883

BR Passo do Sarmento * 164,6 151,1 166,9 209,4 141,6 151,5 126,5 128,3 146,4 207,7 171,5 157,9 1.923

BR Passo do Novo * 150,8 129,3 108,0 169,8 144,2 147,3 123,7 123,9 145,5 206,8 160,6 144,9 1.755

BR Jaguari * 156,3 144,2 148,4 184,0 148,4 132,5 151,3 115,7 164,2 184,3 158,1 126,3 1.814

BR Cachoeira Sta Cecília * 134,5 134,7 146,2 190,5 136,9 126,7 108,3 87,8 129,7 175,9 144,9 120,2 1.636

BR Manoel Viana * 122,8 138,9 146,8 168,7 132,3 115,4 122,5 88,8 129,9 175,4 162,2 111,0 1.615

BR Itaqui * 142,2 143,3 163,9 187,8 127,8 106,7 85,8 78,2 120,7 168,9 145,2 126,6 1.597

BR Passo Mariano Pinto * 150,8 141,0 164,3 191,4 136,0 116,7 119,0 90,3 135,2 171,7 147,8 126,9 1.691

BR Plano Alto * 132,7 148,7 154,8 184,3 119,0 104,7 95,6 86,7 119,8 183,3 137,1 111,7 1.578

BR Fazenda Encerra * 116,4 155,2 125,2 157,6 130,7 98,1 99,9 78,9 108,4 146,6 131,3 127,4 1.476

AR Mercedes INTA ** 136,5 159,4 176,0 197,0 98,3 76,4 55,3 57,0 83,0 143,9 154,5 120,3 1.458

AR Paso de los Libres INTA ** 136,3 159,4 155,0 193,1 125,4 100,7 83,1 73,8 107,5 162,2 138,6 119,8 1.555

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ESTAÇÃO PRECIPITAÇÃO MÉDIA MENSAL [mm]

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Total Anual

AR Monte Caseros INTA ** 149,0 154,1 146,8 174,8 102,5 88,6 74,2 67,8 100,4 150,0 138,8 132,1 1.479

AR Posadas *** 172,4 146,4 151,0 176,0 135,0 135,1 94,2 76,5 139,1 212,7 172,9 178,4 1.790

AR Paso de los Libres *** 136,8 158,2 160,7 199,1 124,1 102,6 81,2 74,0 109,8 162,5 143,0 119,7 1.572

AR Monte Caseros *** 147,7 161,1 151,8 183,9 103,9 92,2 73,4 68,0 102,0 147,2 145,0 135,0 1.511

AR Iguazú *** 182,9 145,1 129,6 155,6 179,5 151,5 107,2 107,2 153,3 214,7 180,9 160,2 1.868

AR Curuzú Cuatiá *** 109,5 131,1 140,9 189,1 80,3 82,9 68,2 45,4 92,4 143,4 170,3 107,2 1.361

Fonte: *Agência Nacional de Águas de Brasil (ANA) e Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) do Brasil. ** Instituto Nacional de Tecnología Agropecuaria (INTA) da Argentina. *** Servicio Meteorológico Nacional (SMN) da Argentina.

O gráfico apresenta os histogramas de precipitação média mensal para a estação Porto Lucena, operada pela ANA.

Gráfico 2.1.5.3-1. Histograma de Precipitação Média Mensal em Porto Lucena

0

50

100

150

200

250

ENE FEB MAR ABR MAY JUN JUL AGO SET OCT NOV DIC

Pre

cipi

taçã

o (m

m)

Periodo 1971-2008

No desenho INV.URG-GE.77-DE.4002 é possível visualizar a espacialização dos dados de precipitação na área de estudo.

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Desenho INV.URG-GE.77 DE.4002

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b) Temperatura

Os valores de temperaturas médias mensais do período 1971 a 2007 são refletidas no quadro a seguir.

Quadro 2.1.5.3-2. Temperatura Média Mensal nas Esta ções da Área de Estudo – 1971 a 2007

ESTAÇÃO TEMPERATURA MÉDIA MENSAL [ºC]

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Média Anual Bernardo de Yrigoyen 23,6 23,0 22,7 20,2 16,4 15,7 15,0 17,5 17,8 20,3 21,4 22,9 19,7

Posadas 27,3 26,6 25,6 22,3 18,8 17,2 16,9 18,4 19,7 22,5 24,1 26,3 22,2

Paso de los Libres 26,4 25,4 24,0 20,3 16,8 14,6 14,2 15,7 17,2 20,3 22,3 25,0 20,2

Monte Caseros 26,5 25,3 23,9 20,1 16,7 14,4 14,0 15,5 17,0 20,2 22,2 24,9 20,0

Iguazú 26,1 25,8 25,0 21,5 18,1 16,7 16,6 18,2 19,8 22,3 23,8 25,3 21,6

Curuzú Cuatiá 19,6 18,4 17,2 14,4 11,7 10,3 9,8 11,3 12,4 14,8 16,5 18,6 14,6

Oberá INTA 26,3 25,4 24,4 21,2 17,6 16,2 16,3 17,4 18,7 21,5 23,1 25,4 21,1

Cerro Azul INTA 26,4 25,5 24,7 21,3 18,0 16,3 16,4 17,8 19,0 21,6 23,1 25,4 21,3

Mercedes INTA 26,3 24,9 23,6 20,1 16,6 14,2 14,0 15,5 17,1 20,0 22,3 24,9 20,0

Fonte: Servicio Meteorológico Nacional (SMN), Instituto Nacional de Tecnología Agropecuaria (INTA) da Argentina e Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) do Brasil.

A temperatura média da bacia ronda 20 ºC, sendo que as temperaturas mais elevadas correspondem aos meses de verão, quando se alcançam valores médios de 27,3 ºC em Posadas, diminuindo levemente ao sul.

Como exemplo, é apresentada a distribuição de temperaturas médias, máximas absolutas, mínimas absolutas, máximas médias e mínimas médias para a estação Paso de los Libres.

Gráfico 2.1.5.3-2. Distribuição das Temperaturas na Estação de Paso de los Libres

0

5

10

15

20

25

30

35

40

ENE FEB MAR ABR MAY JUN JUL AGO SET OCT NOV DIC

Tem

pera

tura

[C

º]

T Media Mensual Periodo 1971-2007 T Max Media Mensual Periodo 1971-2007 T Max Absolutas Periodo 1971-2007

T Min Media Mensual Periodo 1971-2007 T Min Absoluta Periodo 1971-2007

Fonte: Servicio Meteorológico Nacional (SMN), Instituto Nacional de Tecnología Agropecuaria (INTA) da Argentina e Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) do Brasil.

No desenho INV.URG-GE.77-DE.4003 é possível visualizar a espacialização dos dados de temperatura na área de estudo.

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Desenho INV.URG-GE.77-DE.4003

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c) Pressão Atmosférica, Circulação Geral e Ventos

O desenvolvimento do tempo na bacia do rio Uruguai está regido por três centros: os anticiclones subtropicais do Pacífico e do Atlântico, com posições médias ao redor de 30° de latitude sul, e a baixa pressão do Noroeste Argentino. Deve-se ter presente que isto se refere à circulação nas camadas inferiores da atmosfera em contato com a superfície; a maiores alturas, a direção do vento é geralmente distinta e a velocidade é maior. As pressões atmosféricas médias são indicadas no quadro a seguir.

Quadro 2.1.5.3-3. Pressão Atmosférica Média

Pressão Atmosférica [hPa] Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Média

Anual SANTA CATARINA

83883 Chapecó 935,0 938,0 936,4 938,2 939,0 940,4 940,7 939,7 939,1 937,1 935,3 934,6 937,6

83897 Florianópolis 1.010,5 1.011,1 1.012,4 1.014,5 1.015,7 1.017,0 1.018,1 1.017,3 1.016,7 1.014,8 1.012,1 1.010,9 1.014,2

83872 Indaial 1.004,1 1.004,5 1.005,5 1.004,7 1.008,5 1.010,0 1.011,3 1.010,3 1.010,3 1.007,8 1.005,5 1.004,2 1.003,0

83864 Porto União 924,3 925,0 925,8 927,6 928,4 929,4 930,3 929,0 928,4 926,3 925,2 923,9 927,0

83920 São Joaquim 661,8 862,8 863,0 8,3.8 863,8 864,0 864,7 864,1 864,0 882,6 861,5 861,0 883,1 RIO GRANDE DO SUL

83980 Bagé 985,8 986,8 986,5 990,2 991,2 992,0 961,8 992,0 991,5 989,6 987,4 986,1 986,9

83919 Bom Jesus 896,4 897,5 868,4 899,2 899,5 899,7 899,7 899,7 899,7 897,5 896,6 895,9 895,9

83942 Caxias do Sul 925,5 926,3 927,9 928,9 929,5 930,4 930,8 929,9 929,9 927,7 926,0 925,6 928,1

83964 Encruz. Do Sul 963,1 964,2 965,4 956,9 942,7 968,1 969,0 968,2 968,2 964,7 963,2 963,1 963,9

83881 Iraí 981,7 982,3 868,7 956,9 987,6 988,9 989,7 987,8 986,5 984,4 982,3 981,4 985,2

83914 Passo Fundo 934,8 935,6 936,7 936,2 939,2 939,9 940,4 939,3 938,7 936,9 935,1 934,4 937,4

83967 Porto Alegre 1.007,6 1.008,5 1.010,2 1.012,2 1.013,6 1.014,7 1.015,5 1.014,4 1.013,6 1.011,3 1.009,0 1.007,7 1.011,5

83836 Santa Maria 997,3 998,4 1.000,2 1.002,3 1.003,4 1.004,2 1.005,1 1.004,0 1.003,4 1.000,9 997,7 996,3 1.001,1

83997 Sta. Vit Palmar 1.008,4 1.009,3 1.010,9 1.012,5 1.013,1 1.013,9 1.014,8 1.014,9 1.014,7 1.012,5 1.010,2 1.008,7 1.012,0

83907 São L. Gonzaga 980,2 983,0 964,4 986,3 967,8 989,0 989,3 987,9 987,3 985,1 983,3 982,0 985,5

83948 Torres 1.008,6 1.009,3 1.010,7 1.012,7 1.013,9 1.014,9 1.015,9 1.015,0 1.014,5 1.012,3 1.009,9 1.008,6 1.012,2

Fonte: Normais Climatológicas 1961-1990, Ministério da Agricultura do Brasil.

Estes três centros trocam sua intensidade e localização durante o decorrer do ano, dado que as zonas de pressão oscilam ao Norte e ao Sul, seguindo o movimento aparente do sol. No inverno os anticiclones oceânicos têm uma posição mais ao Norte e uma pressão mais alta; muitas vezes o anticiclone atlântico é reforçado pela passagem de anticiclones frios migratórios originados na região sub-antártica que estacionam sobre o Uruguai e o sul do Brasil. A depressão térmica está mais desenvolvida no verão e se debilita consideravelmente durante o inverno, ficando só um talvegue de baixa pressão ou desaparecendo completamente.

No verão, a baixa térmica continental está centrada ao redor de 25° S e 64° O, sobre o terreno relativamente alto e seco a leste dos Andes. A câmara de alta pressão sobre o leste do Pacífico Sul está centrada ao redor de 32° S e 90° O, enquanto que a do oeste do Atlântico Sul se localiza a uma latitude de 23° S, como pode ser visto no campo médio de pressão atmosférica ao nível do mar para os meses de verão na figura seguinte.

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Figura 2.1.5.3-1. Pressão Atmosférica Média ao Níve l do Mar (hPa) para os Meses de Verão

No campo médio correspondente aos meses de inverno, cuja distribuição espacial é observada na seguinte figura, as duas câmaras anticiclônicas se localizam, aproximadamente, na mesma latitude, ao redor de 25° S e se apresenta um alta térmica continental, de pouca extensão, centrada em 35° S e 65° O.

Nas camadas inferiores da atmosfera, o anticiclone atlântico produz ventos do setor norte-nordeste sobre a parte brasileira da bacia e sobre o Uruguai. Durante o verão, a circulação é modificada por efeito da baixa térmica, girando os ventos ao redor desta no sentido horário.

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Figura 2.1.5.3-2. Pressão Atmosférica Média ao Níve l do Mar (hPa) para os Meses de Inverno

No inverno, a circulação muda um pouco pela presença dos anticiclones frios já mencionados. O anticiclone pacífico, por sua parte, produz ventos do setor Sul sobre o litoral ocidental do continente. A extensa área de baixa pressão do noroeste argentino constitui uma verdadeira singularidade.

Em janeiro, devido ao forte aquecimento do solo em um relevo acidentado, as pressões são inferiores às da zona equatorial, e isto faz com que o ar quente e úmido de origem amazônico flua a esta zona.

A cordilheira dos Andes, com uma elevação média de mais de 4.000 m ao norte de 35° S constitui um obstáculo extraordinário que separa completamente as regiões do Pacífico e do Atlântico da troposfera baixa e média.

Mais acima, na troposfera alta, predomina a corrente dos oestes, com uma concentração de velocidades máximas na corrente de jato (o “jet stream”), entre 8 e 10 km de altitude. Esta corrente, que pode alcançar velocidades de mais de 150 km/h, encontra-se, em média, no verão sobre 45° S e no inverno sobre 25° S. A natur eza das distintas massas de ar mobilizadas pelos centros de ação determina as grandes regiões climáticas. As principais massas de ar são: a massa de ar tropical marítima, a massa de ar tropical continental, e massa de ar equatorial continental e a massa de ar subpolar.

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A massa de ar tropical marítima é originada nos centros anticiclônicos oceânicos, em particular no do Atlântico, que se desenvolve sobre uma superfície de temperatura praticamente homogênea. A subsidência característica das camadas baixas dos anticiclones produz uma concentração de calor e umidade nestes níveis, resultando um gradiente térmico vertical muito instável. No inverno, quando esta massa é forçada a ascender pela presença de uma frente fria, ela produz precipitações. No verão, pela debilitação e deslocamento ao sul do anticiclone, a massa fica geralmente fora de sua influência e produzem-se enxurradas vespertinas locais, em parte devido à influência ciclônica da baixa térmica. A massa tropical marítima do Pacífico tem efeito sobre a bacia do Prata somente no verão quando, às vezes, transpõe a parte mais austral dos Andes, de menor elevação.

A massa de ar tropical continental praticamente existe só no verão. Origina-se na estreita zona baixa, quente e árida, a leste da cordilheira e ao sul do trópico. Devido à presença da baixa térmica, sua circulação é ciclônica nas camadas inferiores e anticiclônicas por cima de 2.000 m, devido ao anticiclone térmico que se forma por cima da depressão. Esta massa é instável, mas não se formam nuvens por seu escasso conteúdo de umidade. A perda de calor por irradiação nas noites é importante, resultando uma grande amplitude térmica diária.

A massa de ar equatorial continental se forma no verão, sobre a bacia do Amazonas e todo o interior quente do continente ao norte do trópico de Capricórnio. É muito quente, úmida e instável, originando enxurradas vespertinas diárias. Esta massa é menos quente e mais úmida que a tropical continental.

A massa de ar subpolar é originada na região sub-antártica, sobre os dois oceanos, onde o mar se congela no inverno. O conteúdo de vapor de água é baixo, mas se distribui bem na vertical. Esta massa se instabiliza facilmente quando se desloca sobre uma superfície mais quente ou quando entra em uma circulação ciclônica.

A frente polar atlântica tem uma orientação quase zonal, com uma posição média em 35° S no inverno e 40° no verão. Sobre ele se desenvolve uma série de ciclones, formando frentes quentes, frias e ocluídas. Os ciclones se propagam em direção geral ao sudeste. Ao final de uma família de ciclones, a frente fria avança junto com um anticiclone frio ao anticiclone atlântico, em cujo campo frontolítico se dissolve.

Nestes avanços cíclicos, a frente atravessa grandes extensões da bacia, podendo chegar até as planícies amazônicas da Bolívia e a o Planalto de Mato Grosso. Com o avanço da frente fria, o ar tropical ascende sobre o polar, esfriando-se e condensando o vapor de água, originando nuvens convectivas e estratiformes que produzem, em geral, enxurradas ou precipitações menos intensas, mas mais estendidas.

Em média, são produzidas entre 70 e 80 passagens anuais de frentes frias sobre o sul da bacia. Em alguns casos, a frente fria estaciona na zona mais ao norte alcançada e logo retrocede, convertendo-se em uma frente quente. Estas frentes são menos definidas que as frias e, em geral, produzem nuvens estratiformes e precipitações persistentes, de pouca intensidade, sobre áreas extensas.

Os padrões de circulação de massas de ar e as precipitações resultantes sofrem modificações significativas devido às anomalias da temperatura da superfície dos oceanos Pacífico e Atlântico. Ver exemplo do mês de julho de 2009, indicado na figura a seguir Ref.Boletim climático set-out 2009, INMET.

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Figura 2.1.5.3-3. Anomalia Mensal da Temperatura da Superfície dos Oceanos Pacífico e Atlântico, Julho de 2009

Fonte: NOAA-CDC:UFPel-CPPMet, no Boletim Climático set-out 2009, INMET.

O Quadro seguinte resume os valores de ventos máximos registrados no período 1971-2007.

Quadro 2.1.5.3-4. Ventos Máximos nas Estações da Ár ea de Estudo

ESTAÇÃO VENTOS MÁXIMOS [Km/h]

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Mercedes INTA 27,0 64,0 56,0 31,0 62,0 60,0 57,0 65,0 64,0 50,0 35,0 59,0 Posadas 120,0 111,0 122,0 111,0 91,0 93,0 104,0 104,0 120,0 135,0 130,0 115,0 Paso de los Libres 100,0 120,0 120,0 139,0 111,0 111,0 93,0 98,0 159,0 148,0 107,0 120,0 Monte Caseros 126,0 145,0 133,0 126,0 122,0 85,0 126,0 126,0 148,0 145,0 145,0 145,0 Iguazú 85,0 89,0 91,0 83,0 89,0 82,0 82,0 96,0 93,0 96,0 93,0 82,0 Curuzú Cuatiá 69,0 93,0 76,0 82,0 69,0 56,0 69,0 74,0 82,0 82,0 74,0 93,0 Bernardo de Yrigoyen 107,0 83,0 91,0 107,0 96,0 111,0 111,0 91,0 107,0 120,0 96,0 107,0

Fonte: Servicio Meteorológico Nacional (SMN) e Instituto Nacional de Tecnología Agropecuaria (INTA) da Argentina.

Os gráficos seguintes ilustram sobre os valores máximos alcançados pelo vento e a distribuição das frequências do vento em Monte Caseros.

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Gráfico 2.1.5.3-3. Ventos Máximos na Estação Monte Caseros

0

20

40

60

80

100

120

140

160

ENE FEB MAR ABR MAY JUN JUL AGO SEP OCT NOV DIC

Vel

ocid

ade

[km

/h]

Periodo1971 - 2007

Fonte: Servicio Meteorológico Nacional (SMN) e Instituto Nacional de Tecnología Agropecuaria (INTA) da Argentina.

Gráfico 2.1.5.3-4 – Diagrama de Frequência Relativa (%) da Direção do Vento Estação Monte Caseros, Período 1939-2007

0

2

4

6

8

10

12

N

NNE

NE

ENE

E

ESE

SE

SSE

S

SSW

SW

WSW

W

WNW

NW

NNW

Fonte: Servicio Meteorológico Nacional (SMN) e Instituto Nacional de Tecnología Agropecuaria (INTA) de Argentina.

No desenho INV.URG-GE.77-DE.4004 é possível visualizar as informações de ventos para a área de estudo.

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Desenho INV.URG-GE.77-DE.4004

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d) Evaporação

A maior evaporação é produzida durante os meses de verão, com os meses de maior temperatura e insolação, alcançando valores de 185,7 mm para o mês de janeiro, e 1335,9 mm anuais na estação Mercedes, operada pelo INTA.

Os valores de evaporação média mensal, no período 1971-2008, são resumidos no quadro seguinte:

Quadro 2.1.5.3-5. Evaporação Média Mensal nas Estaç ões da Área de Estudo

ESTAÇÃO EVAPORAÇÃO MÉDIA MENSAL [mm]

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Total Anual Cerro Azul INTA 169,3 134,4 120,7 81,5 53,5 49,1 51,3 73,3 89,5 121,0 144,7 169,5 1.257,9 Mercedes INTA 141,8 122,7 111,0 69,6 48,5 32,7 39,1 57,2 79,2 108,4 125,3 131,9 1.067,5 Paso de los Libres INTA 165,3 126,4 105,6 70,6 45,1 35,4 42,8 66,6 82,1 114,9 146,3 151,2 1.152,1 Monte Caseros INTA 170,4 131,4 106,6 68,3 44,7 30,9 41,3 60,5 84,0 120,0 138,8 166,3 1.163,3 Bella Vista 162,5 137,2 117,6 85,3 70,4 53,0 62,5 74,9 97,8 130,0 151,6 164,0 1.306,9 Paso de los Libres 145,1 115,8 108,8 71,2 52,1 41,1 43,8 63,0 75,9 103,7 124,8 145,4 1.090,8 Cerro Azul 167,0 135,2 125,4 88,8 66,8 53,3 66,3 81,4 100,1 133,4 153,8 173,3 1.344,7 Paso de la Patria 162,2 125,8 116,9 88,1 64,4 49,9 57,2 72,9 92,5 134,1 147,2 163,8 1.275,1 Mercedes 185,7 138,8 122,3 86,9 62,5 45,3 57,2 72,3 95,9 128,3 148,3 192,5 1.335,9

Fonte: Servicio Meteorológico Nacional (SMN) e Instituto Nacional de Tecnología Agropecuaria (INTA) da Argentina.

Gráfico 2.1.5.3-5 – Evaporação Média Mensal na Esta ção Cerro Azul

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

ENE FEB MAR ABR MAY JUN JUL AGO SEP OCT NOV DIC

Eva

pora

ção

[mm

]

Periodo 1971-2008

Fonte: Servicio Meteorológico Nacional (SMN) e Instituto Nacional de Tecnología Agropecuaria (INTA) de Argentina.

No desenho INV.URG-GE.77-DE.4005 é possível visualizar as informações sobre evaporação na área de estudo.

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Desenho INV.URG-GE.77-DE.4005

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e) Insolação

A insolação é máxima nos meses de novembro, dezembro e janeiro, e o valor mínimo é constatado no mês de julho.

Os dados sobre horas de insolação mensal do período 1971 – 2008 são resumidos no quadro seguinte.

Quadro 2.1.5.3-6. Insolação Média Mensal nas Estaçõ es na Área de Estudo

ESTAÇÃO INSOLAÇÃO MÉDIA MENSAL[h]

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Total Anual

Cerro Azul INTA 261,9 224,3 226,1 188,9 189,6 141,1 175,8 174,3 180,9 214,3 250,5 271,4 2.499,1 Mercedes INTA 269,4 224,1 222,5 182,9 186,9 151,2 173,5 187,3 190,8 215,2 245,7 267,6 2.517,1 Paso de los Libres INTA

216,2 193,2 170,9 157,8 147,8 109,6 135,8 150,7 129,3 174,4 211,8 207,5 2.005,1

Monte Caseros INTA

280,1 236,2 236,5 189,7 178,7 141,8 166,1 178,3 189,3 227,6 255,1 275,4 2.554,6

Fonte: Instituto Nacional de Tecnología Agropecuaria (INTA) da Argentina.

Gráfico 2.1.5.3-6. Insolação Média Mensal na Estaçã o Mercedes

0

50

100

150

200

250

300

ENE FEB MAR ABR MAY JUN JUL AGO SEP OCT NOV DIC

Inso

laçã

o [h

]

Periodo 1971-2008

Fonte: Servicio Meteorológico Nacional (SMN) e Instituto Nacional de Tecnología Agropecuaria (INTA) da Argentina.

As informações sobre insolação e umidade relativa estão apresentadas no desenho INV.URG-GE.77-DE.4006.

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Desenho INV.URG-GE.77 DE.4006

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f) Umidade Relativa

A umidade relativa apresenta um comportamento inverso ao observado para a temperatura, posto que a umidade é inversamente proporcional à pressão de saturação de vapor, que, por sua parte, é diretamente proporcional à temperatura. Os meses de inverno são os de maior umidade relativa.

Os valores médios mensais de umidade relativa do período 1971 – 2008 são apresentados a seguir.

Quadro 2.1.5.3-7. Umidade Relativa nas Estações da Área de Estudo

ESTAÇÃO UMIDADE RELATIVA [%]

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Média Anual

Oberá INTA 68,7 71,3 71,7 75,0 77,4 77,7 74,3 72,2 69,4 68,4 66,7 65,6 71,5 Cerro Azul INTA 67,8 72,3 72,7 75,1 76,7 78,4 73,8 69,5 68,7 68,7 65,6 64,7 71,2 Mercedes INTA 68,5 72,4 73,8 75,4 76,1 77,3 75,5 72,9 72,0 71,3 70,6 67,5 72,8 Paso de los Libres INTA 64,5 69,6 68,0 75,8 78,2 80,2 78,3 73,7 69,9 69,5 65,0 61,8 71,2 Monte Caseros INTA 65,2 70,5 68,9 76,5 78,6 79,8 77,6 73,2 70,4 69,7 66,2 63,2 71,7 Posadas 69,1 72,6 74,0 76,4 77,8 78,9 75,1 71,5 69,9 69,7 67,2 66,6 72,4 Iguazú 75,8 78,2 78,7 81,9 84,9 86,3 82,4 78,5 75,5 74,7 73,2 74,4 78,7 Bernardo de Yrigoyen 75,3 76,7 75,1 77,5 77,5 76,4 72,4 65,3 69,2 72,1 70,4 71,4 73,3

Fonte: Servicio Meteorológico Nacional (SMN) e Instituto Nacional de Tecnología Agropecuaria (INTA) da Argentina.

Exemplo da distribuição ao longo do ano, dos valores médios de umidade relativa na estação Monte Caseros, operada pelo INTA.

Gráfico 2.1.5.3-7. Umidade Relativa Média Mensal na Estação Monte Caseros

0

10

20

30

40

50

60

70

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90

ENE FEB MAR ABR MAY JUN JUL AGO SEP OCT NOV DIC

[%]

Periodo 1971-2008

Fonte: Instituto Nacional de Tecnología Agropecuaria (INTA) de Argentina.

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g) Tensão de Vapor

A tensão de vapor registra seus valores máximos nos meses de janeiro, fevereiro e março e o trimestre com os valores mais baixos nos meses de junho, julho e agosto.

Gráfico 2.1.5.3-8. Tensão de Vapor na Estação Cerro Azul

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

ENE FEB MAR ABR MAY JUN JUL AGO SEP OCT NOV DIC

Ten

sión

de

Vap

or [m

b]

Periodo 1971-2008

Fonte: Servicio Meteorológico Nacional (SMN) e Instituto Nacional de Tecnología Agropecuaria (INTA) da Argentina.

h) Radiação Global

A radiação global quantifica a contribuição de energia solar à terra. Este parâmetro é o principal responsável da evaporação, consequentemente, sua distribuição anual é similar à da evaporação.

Gráfico 2.1.5.3-9. Radiação Global na Estação Cerro Azul

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

ENE FEB MAR ABR MAY JUN JUL AGO SEP OCT NOV DIC

Rad

iaçã

o [m

j/m2 ]

Periodo 1971-2008

Fonte: Servicio Meteorológico Nacional (SMN) e Instituto Nacional de Tecnología Agropecuaria (INTA) da Argentina.

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2.1.5.4 Balanço Hídrico

Em nível anual e com o clima atual, o balanço hídrico é positivo nas estações de referência analisadas. O balanço positivo se encontra na ordem de 350 a 420 mm, conforme apresentado no Quadro a seguir.

Quadro 2.1.5.4-1. Balanço Hídrico nas Estações da Á rea de Estudo

Dados de Precipitação da Estação

Dados de Evaporação da Estação

Parâmetro Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez TOTAL ANUAL

Monte Caseros

Paso de los Libres

Precipitação: 147,7 161,1 151,8 183,9 103,9 92,2 73,4 68,0 102,0 147,2 145,0 135,0 1511,1 Evaporação: 145,1 115,8 108,8 71,2 52,1 41,1 43,8 63,0 75,9 103,7 124,8 145,4 1090,8

Balanço: 2,6 45,3 43,0 112,7 51,8 51,0 29,6 5,0 26,1 43,5 20,2 -10,4 420,3

Garruchos Cerro Azul Precipitação: 141,4 126,9 143,6 210,8 109,3 128,6 108,1 83,6 148,1 221,2 142,9 136,1 1700,6 Evaporação: 167,0 135,2 125,4 88,8 66,8 53,3 66,3 81,4 100,1 133,4 153,8 173,3 1344,7

Balanço: -25,6 -8,3 18,2 122,0 42,5 75,3 41,9 2,3 48,1 87,8 -10,9 -37,2 355,9

Porto Lucena Cerro Azul

Precipitação: 148,0 145,6 116,9 174,4 135,4 121,5 102,9 115,6 136,1 200,3 141,8 151,9 1690,4 Evaporação: 167,0 135,2 125,4 88,8 66,8 53,3 66,3 81,4 100,1 133,4 153,8 173,3 1344,7

Balanço: -19,0 10,4 -8,5 85,7 68,7 68,2 36,7 34,2 36,0 66,9 -12,1 -21,4 345,7

Fonte: Servicio Meteorológico Nacional (SMN), Instituto Nacional de Tecnología Agropecuaria (INTA) da Argentina e Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) do Brasil.

2.1.5.5 Disponibilidade Hídrica

A disponibilidade hídrica total é variável entre a estação El Soberbio, onde registra uma vazão média anual de 2.284 m3/s, em Garruchos 2.857 m3/s, e na estação Paso de los Libres alcança um valor de 4462 m3/s. No Quadro seguinte são indicadas as áreas de drenagem, progressivas do leito principal e a vazão média mensal medido nas principais estações de referência do trecho em estudo.

Quadro 2.1.5.5-1. Vazões Médias nas Estações da Med ição

Estação El Soberbio Porto Lucena San Javier Garruchos Paso de los Libres

Área de drenagem [km2] 84.346 95.951 97.405 116.790 191.490

Progressiva [km] 1.159 973 969 869 584

QMM medida 1931/2007 [m3/s] 2.284 2.331 2.367 2.857 4.462

Fonte: Servicio Meteorológico Nacional (SMN), Instituto Nacional de Tecnología Agropecuaria (INTA) da Argentina e Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) do Brasil.