24/04/20121Mito, Mística e Espiritismo TÍTULO DA PALESTRA Sérgio Biagi Gregório Mito, Mística e Espiritismo

24/04/2012 1Mito, Mística e Espiritismo

TÍTULO DA PALESTRA

Sérgio Biagi GregórioSérgio Biagi Gregório

Mito, Mística

e

Espiritismo

Misto, Mística e EspiritismoIntrodução

24/04/2012 Mito, Mística e Espiritismo 2

O que se entende por mito?

O que é a mística?

Como tratar esses assuntos dentro da ótica espírita?

Misto, Mística e EspiritismoConceito


Do grego mythos significa discurso, narrativa, boato, legenda, fábula, apólogo.

Sentido profundo: Sentido profundo: descrições religiosas antigas, que expressam os modelos, os arquétipos da ação humana através dos atos originários dos "deuses" nos diversos campos.

Sentido pejorativoSentido pejorativo: uma narração fabulosa e fictícia, contrária à verdade. Nesse sentido, "mito" equivale a engano, falsidade.

• Mito



Do grego mystica, de myo, "eu fecho" os olhos, para me ensimesmar no meu íntimo.

Sentido profundoSentido profundo: ao contrário do conhecimento objetivante, base da ciência empírica e racional, as vivências místicas são uma forma de experiência psicológica, puramente subjetiva, por intuição ou "vidência espiritual", de natureza afetiva-extática, irracional.

Na Teologia Católica, as palavras misticismo, mística e mistério evocam a idéia de alguma coisa de secreto, que escapa mais ou menos à razão clara e não pode ser claramente divulgado ou expresso.

S. Tomás define-o como "uma vista simples e afetuosa de Deus ou da coisas divinas". (Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira)

Sentido figuradoSentido figurado: dedicação passional aos mitos.

• Mística



Do grego fábula, lenda significa conjunto de mitos.

Sentido profundoSentido profundo: originariamente era o estudo sistemático dos mitos, que significavam uma narrativa fantasiosa da genealogia e dos feitos das divindades do politeísmo registrados nas teogonias.

Sentido figuradoSentido figurado: aos poucos, o termo se foi carregando de novos sentidos, entre os quais notamos os mais importantes:

1.º) explicações populares, espontâneasexplicações populares, espontâneas, isto é, não racionais, nem científicas dos fenômenos do mundo físico e social.

2.º) a projeção, muitas vezes dramatizada, das grandes aspirações a projeção, muitas vezes dramatizada, das grandes aspirações do grupodo grupo. Assim, um povo oprimido pela fome, cria mitos sobre uma era dourada de fartura e de paz. (Pequena Enciclopédia de Moral e Civismo)

• Mitologia

Misto, Mística e EspiritismoConsiderações Iniciais


No Extremo OrienteExtremo Oriente, o caos primordial era concebido como um ovoovo.

Os onze primeiros onze primeiros capítulos do "Gênesis" apresentam a criação do homem de forma mítica.

No processo histórico, há o arcabouço dos feitos dos deuses gregos, egípcios, romanos etc.

A explicação científica explicação científica dos mitos começa com o antropólogo inglês Friedrich Max Müller (1823-1900) que considera os mitos como descrição poética de fatos da natureza (tempestades, terremotos etc.).

Na RenascençaRenascença, Voltaire escreveu o seu Édipo (1718) para denunciar, por alusão, o poder do clero na França.

No século XIXséculo XIX, a mitologia grega não foi esquecida, mas um só de seus mitos parece ter ocupado a imaginação dos poetas: o de PrometeuPrometeu, símbolo da rebelião, que é uma das características do século.

No século XXséculo XX, registra-se surpreendente ressurreição dos enredos e personagens mitológicas gregas. (Enciclopédia Mirador Internacional)

Misto, Mística e EspiritismoSentido Profundo


Hugo de São Vitor distinguia cinco graus ascéticos:

primeiro, lectiolectio ou doutrina;

segundo, a santa meditaçãosanta meditação;

terceiro, a oraçãooração;

quarto, a operaçãooperação;

quinto, a contemplaçãocontemplação.

Em França, no século XVII, funda-se o Oratório, uma instituição religiosa, cujo objetivo era não uma Doutrina Comum mas uma tendência comum para a vida interior e mística, concedendo aos seus adeptos a liberdade mais completa de reverenciar Deus. (Mendonça, 1975)

• O Retiro do Mundo Marca o Modo de Vida dos Religiosas

Misto, Mística e EspiritismoSentido Profundo


Pode ser verificada pesquisando a biografia dos grandes pensadores.

O filósofo SócratesSócrates que viveu no século V a.C. teve seu insightinsight depois de uma visita que fizera ao Oráculo de DelfosOráculo de Delfos, quando, a partir daí, passou a ensinar o conteúdo da autoconsciência do homem.

René Descartes René Descartes (1596-1650) teve sonhossonhos que lhe indicaram sua missão divina: construir o método para a nova ciênciaconstruir o método para a nova ciência.

O íntimo da maioria dos grandes pensadores mostra essa relação com o divino.

• Iluminação Súbita

Misto, Mística e EspiritismoSentido Figurado


Em termos filosóficos e políticosfilosóficos e políticos, podemos lembrar do existencialismo, do marxismo e do liberalismo.

O existencialismoexistencialismo, por exemplo, atribui um valor absoluto à existência, quando a concebe em uma única vida, de 60, 70 anos, negligenciando a hipótese das vidas passadasvidas passadas.

O marxismomarxismo convida-nos a construir a justiça plena e igualitária entre todos os homens, tendo por instrumento a luta de classes. Esquecem-se os seus propagadores de que somos desiguaisdesiguais, necessitando níveis de renda desiguais.

O liberalismoliberalismo prega a liberdade, identificando-a com a espontaneidade; deixa tudo a gosto da subjetividadesubjetividade de cada consciência.

• Mitos Filosóficos e Políticos

Misto, Mística e EspiritismoSentido Figurado


Na atualidade, somos impelidos ao enriquecimentoenriquecimento e à obtenção de posição de destaque; caso não o consigamos, somos desprezados pelos detentores da riqueza.

O sexualismosexualismo, uma reação contra o puritanismo de outrora, trouxe o sexo desenfreado.

A obtenção da culturacultura transforma-se em mito quando transferimos as potências divinas para o exercício da inteligência humana.

Na religiãoreligião o que se vê é uma vasta idolatria, que deturpa os sentimentos mais nobres da mística verdadeira. (Lima, 1956)

• Prática dos Mitos Modernos

Misto, Mística e EspiritismoEspiritismo


Segundo a BíbliaBíblia, Deus, do pó da terra, forma o primeiro homem - Adão -, sopra-lhe as narinas e lhe dá vida. Retira-lhe uma de suas costelas e cria a Eva...

De acordo com o EspiritismoEspiritismo, o simbolismo bíblico pode ser interpretado da seguinte maneira:

o pópó da terra da terra é a matéria, o corpo humano;

o soprosopro é o Espírito.

Quer dizer, para que um corpo humano tenha vida, ele deve ser animado por um Espírito.

• Mito da Criação



O EspiritismoEspiritismo foi concebido dentro de uma ótica positiva, ou seja, baseado na observação e na constatação científica dos fatos espíritas.

Nesse sentido, a estrutura dos seus princípios fundamentais não contém mitos não contém mitos e nem dogmas.e nem dogmas.

• Pensamento Racional



O MitoMito do Mentordo Mentor: quando aceitamos passivamente as determinações dos nossos mentores , sem o cuidado de analisar a mensagem.

O Mito do Trabalho ForteMito do Trabalho Forte: quando nos deixamos governar pela ilusão, aceitando que tal trabalho espiritual resolveria melhor o nosso problema.

O Mito do Desenvolvimento MediúnicoMito do Desenvolvimento Mediúnico: quando confundimos fundo mediúnico com mediunidade a ser desenvolvida.

O Mito da Pureza DoutrináriaMito da Pureza Doutrinária: quando só consultamos os livros da codificação, criamos um viés em nosso pensamento.

• Mitos Criados pelos Espíritas

Misto, Mística e EspiritismoConclusão


Esperamos que a discussão dessas ideias possa abrir a nossa mente para uma melhor disposição de ânimo em ver o Espiritismo como ele é e não como gostaríamos que fosse.

Deixando de lado a comodidade, podemos nos libertar dos mitos e, paralelamente, adquirir uma vasta cultura espírita.

Misto, Mística e EspiritismoBibliografia Consultada


ÁVILA, F. B. de S.J. Pequena Enciclopédia de Moral e Civismo. Rio de Janeiro, M.E.C., 1967.Enciclopédia Mirador Internacional. São Paulo, Encyclopaedia Britannica, 1987.Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira. Lisboa/Rio de Janeiro, Editorial Enciclopédia, s.d. p.IDÍGORAS, J. L. Vocabulário Teológico para a América Latina. São Paulo, Edições Paulinas, 1983.KARDEC, A. A Gênese - Os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo. 17. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1976.LIMA, A. A. O Existencialismo e Outros Mitos do Nosso Tempo. 2. ed., Rio de Janeiro, Agir, 1956 (Obras Completas XVIII) MENDONÇA, E. P. O Socratismo Cristão e as Origens da Metafísica Moderna. São Paulo, Convívio, 1975.Texto em HTMLhttp://www.sergiobiagigregorio.com.br/palestra/mito-mistica-e-espiritismo.htm

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