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O casamento da filha de Mourão na capital é marcado por glamour Social Presidente da FPF explica como vai pagar dívida de R$ 57 milhões Univale Moradores de Caratinga clamam por segurança Violência CARTAS LANÇADAS Ano 1 Nº 2 Setembro - Outubro 2012

2ª edição

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Revista Conceito edição 2

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O casamento da filha de Mourão na capital é marcado por glamour

SocialPresidente da FPF explica como vai pagar dívida de R$ 57 milhões

UnivaleMoradores de Caratinga clamam por segurança

Violência

CARTAS LANÇADAS

Ano 1 Nº 2 Setembro - Outubro 2012

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3Setembro/outubro 2012conceito

Bianco Cunha é formado em Comunicação Social pela UFJF e é pós-graduado em Marketing. Tem experiência de trabalho na Rússia e atualmente tra-balha na Orquestra Sinfônica Brasileira.

Artista notável nos mais variados campos de ex-pressão. É pintora,escultora, escri-tora, documen-tarista, cineasta, inventora. Clores é plural.

Psicólogo, pes-quisador e mestre em Psicologia pela UFES e membro do Comitê de Ética em Pesquisa na cidade de Barreiras-BA.

Formado em Filosofia pelo Se-minário São José e em Pedagogia pela UFMG. É diretor da empresa Dialétika e coordenador técnico de cursos de capacitação do Sicoob em 8 estados.

Jornalista, especia-lista em Comunica-ção Empresarial e mestre em Ensino Superior. Consultora de etiqueta há uma década, ministra cursos e palestras e é autora do site elegantesempre.com.br

BIANCO CUNHA RICARDO BRUM CLORES LAGE IGOR MADEIRA INOCÊNCIO MAGELA

JANAÍNA DEPINÉ

Conheça nossos

Colaboradores

Mestre em Direito pela UGF/RJ, especialista em Direito Empresarial e em Gestão Estratégica de Cooperativas. Professor Universitário.

Jornalista valadarense, radicada nos EUA há 12 anos. For-mada pela Boston University como tradutora e intér-prete em 2009, é proprietária da empresa Mass Translations.

Graduado em Gas-tronomia pela Está-cio de Sá, Lucas Del Peloso já chefiou grandes empresas como o Grupo Porcão e o La Isla. Atualmente esta à frente das criações do Restaurante Villa Roberti, em BH.

Repórter especial da Rede Record. Foi locutor de rádio nos EUA, editor-chefe do jornal Hoje em Dia e repórter da Rede Globo. Ganhador do Prêmio Ayrton Senna e Imprensa Embratel.

Formada em Comunicação Social pela UFJF. Cursou parte da graduação na Universidade de Salamanca, na Espanha, e é ex-empresária júnior. Hoje é trainee de Marketing na BRMalls.

JOSÉ FRANCISCO JULIANA TEDESCO LUCAS PELOSO LUIZ GUSTAVO (BILÓ) TAINÁ COSTA

Adriana Portugal é graduada em Direito pela Faculdade Milton Campos, pós-graduada em Direito do Trabalho pelo Unicentro Newton Paiva, presi-dente do Grupo da Fraternidade Martha Figner e diretora do Instituto Nosso Lar

ADRIANA PORTUGAL

Bacharel em Direito pela UFES. Especia-lista em Direito Civil e Processual Civil pela Unesc e em Direito Tributário pelo IBET. Sócio da Brum & Advoga-dos e membro do Conselho Seccional da OAB-ES.

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4Setembro/outubro 2012conceito

conceitoUm novo contexto em notícias

DIRETORIA

Diretor-presidenteGetúlio Miranda

Diretoria ExecutivaDileymárcio de Carvalho – MG 6697JPSonia Augusta Miranda

REDAÇÃO

Jornalista ResponsávelAndré Manteufel – MTb MG-10456

EstagiárioGeorge Gonçalves

FOTOGRAFIAPierry AiresRamalho DiasHelena Leão (colaboração)

EDITORIA DE ARTE

DiagramaçãoAndressa Tameirão – MG-14994JP

Designer GráficoCarlos Faria

Projeto GráficoAndressa Tameirão

Revista Conceito Ltda. CNPJ: 16.671.290/0001-35Endereço: Rua Olegário Maciel, 569 Esplanada - CEP: 35010-200Governador Valadares-MGSite: www.conceitorevista.comEmail: [email protected]: (33) 9989-4092 / 9968-7171As opiniões emitidas pelos colaboradores no conteúdo desta revista são de inteira responsabilidade dos autores.

Contato Comercial:(33) 9968-7171

E-mail: [email protected]

EditorialNo momento em que esta edição da REVISTA CON-

CEITO chega às mãos dos primeiros leitores, o Brasil res-pira com ansiedade a iminência de mais uma eleição muni-cipal. Moradores dos 5.564 municípios de todo o país terão a cidadania testada e atestada no dia 7 de outubro, depois de três longos meses de inundações de santinhos, cavaletes, horários eleitorais na TV e no rádio, além daquelas inserções intermináveis no intervalo da novela e do futebol.

Mas o clima eleitoral está longe de ser uma exclusivida-de do povo tupiniquim. Paralelamente, os Estados Unidos aguardam seu limiar presidencial, marcado para o dia 6 de novembro. Entre os dois países, uma diferença abismal. Por lá, a democracia já amadurecida permitiu transfor-mar as disputas eleitorais em megaeventos, nos quais os espetáculos pirotécnicos, os balões coloridos e os discursos divertidos e provocativos, nada convenientes, são apenas algumas atrações de um pacote que chama a atenção de milhões de patriotas.

Já no país das urnas high-tech, tudo é tratado de forma a evitar que algo tão sério se transforme em entretenimento. O cenário por aqui é mais preto-e-branco: os showmícios são proibidos, as propagandas são mais contidas e os candidatos assustadoramente sem carisma. Tudo vai na contramão da fama irrefutável dos brasileiros de serem mais alegres, espe-cialmente em época de carnaval ou de Copa do Mundo.

Definitivamente, e por mais que se insista no contrário, o brasileiro em geral não gosta mesmo de política. Entre os estadunidenses, por sua vez, este é um tema enraizado, que se entrelaça com a própria história da colonização e das lutas pela independência norte-americana. No Brasil, os movi-mentos pela Independência por muito tempo foram mina-

dos, enquanto o povo, alheio e passivo aos acontecimentos, continuava a enviar o quinto do ouro a Portugal.

Por isso os discursos políticos nos dois países também são dicotômicos. Nos EUA, repetem-se, eleição após elei-ção, velhos e efusivos debates sobre igualdade, harmonia entre os povos e abertura comercial com outros países, além das promessas de luta pela paz mundial. Por aqui, as pro-postas são menos robustas e globalizadas: emprego, distri-buição de renda, construção de casas populares e propostas que fazem o candidato parecer um Robin Hood aos olhos dos eleitores menos abastados.

Mas o político “super-heroi” apenas camufla uma rea-lidade cruel. Levantamento feito pela ONG Contas Aber-tas, divulgado pela Revista Veja em meados de agosto, dá conta de que a propaganda política custou nada menos do que R$ 4 bilhões aos cofres da União nos últimos dez anos. Os gastos vieram em forma de compensações fiscais às emissoras de rádio e TV, que são obrigadas a ceder suas grades para o horário gratuito. Além disso, apenas os 192 candidatos a prefeito das 26 capitais brasileiras iniciaram as campanhas deste ano projetando, juntos, gastos que so-mam mais de R$ 1,2 bilhão.

É certo que, financeiramente, estamos muito longe dos 2,5 bilhões de dólares previstos para o pleito norte-america-no de agora. Mas basta uma olhadela no PIB e nos desafios sociais dos dois países para concluirmos qual nação, afinal de contas, gasta mais com campanhas. Os foguetórios exagera-dos de Obama e Mitt Romney ainda representam menos do que os santinhos e cavaletes dos nossos candidatos a prefeito e a vereador. O bom senso, por aqui, ainda não caminha em consonância com a realidade.

IMPRESSÃOGráfica Del ReyBelo Horizonte-MG

TIRAGEM2.000 exemplares - Gov. Valadares500 exemplares - Caratinga

Periodicidade mensal

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5Setembro/outubro 2012conceito

Índice

PARRILLA

COM A PALAVRA

GLAMOUR

DIA C DE COOPERAR

7

6

36

14

SUCESSÃO EMPRESARIAL 12

OS MANSOS HERDARÃO A TERRA 16

COMPARTILHAMENTO NAS REDES 18

QUEM SERÁ O PREFEITO? 19AOS ÓRFÃOS DE BATMAN

TUDO CABE NA MOCHILA

AS LEIS SÃO PARA TODOS

AADORT

22

30

42

70

COLUNA JOVEM 26

ETIQUETA NO INSTAGRAM

EXPEDIÇÃO ONÇA-PINTADA

44

54

CASAMENTO CRISTIANE MOURÃO

DEIXAR PARA ÚLTIMA HORA?

O TAMANHO DA CRIATIVIDADE

33

46

60

DUDU FRAGA

AMERICAN CONNECTION

49

63

LE POSTICHE

HOSPITAL SÃO LUCAS

INEVITÁVEL INDIGNAÇÃO

40

65

52

Moradores de Caratinga estão preocupados com segurança

no município

47Líderes religiosos buscam

explicações para populariza-ção de novas religiões

57Comida japonesa faz sucesso em Valadares e Coelho Diniz

inova no atendimento

68

Francisco Silvestre revela medidas para solucionar crise

financeira da Univale

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6Setembro/outubro 2012conceito

Pior cego é aqueleque não quer ver

Por Wellington Braga

E-mail: [email protected]

Estamos em plena campanha eleitoral. Já ouvi algu-mas propostas e possíveis soluções apresentadas pe-los nossos políticos candidatos aos cargos deste ano

(prefeito e vereadores). Entre discursos cada vez mais pareci-dos, os temas que mais se repetem quando apontados os pro-blemas de Governador Valadares e da nossa população (no caso, os eleitores) são: saúde, indústria, educação e empregos.

Diante disso, me cabe lembrar que a “indústria da saú-de” em Governador Valadares vai muito bem, embora possa melhorar. É inegável a nossa posição de referência regional com consultórios médicos e profissionais do mais alto nível, clínicas muito bem equipadas e conceituadas e excelentes hospitais como o Hospital de Olhos, Nossa Senhora das Graças, São Lucas, São Vicente, Santa Terezinha, Munici-pal e o Bom Samaritano. Realizamos procedimentos de alta complexidade, e temos o único hospital do Leste de Minas que recebeu, recentemente, o título Acreditado Pleno, conce-dido pela ONA – Organização Nacional de Acreditação. E ainda temos em processo de construção um grande hospital da Unimed/GV e em processo de licitação um Hospital Re-gional do mais alto nível.

Aí falam: “estamos precisando de indústria”. E eu digo: “estamos precisando é de reconhecer e valorizar nossas in-dústrias, que trabalham incansavelmente para o desenvolvi-mento, geração de empregos e impostos para a nossa Vala-dares”. Elas são muitas e muito importantes. Que o diga a FIEMG Regional Rio Doce. Na área de laticínios, temos a quase centenária Barbosa & Marques, a Cooperativa, a LBR com a Cia Ibituruna de Alimentos e, em breve, receberemos o Laticínio Bela Vista. Temos o Frigorífico Mafrial que vai de vento em popa, a Santher, a Massas Periquito, a ABC, a Baterias Tudor, a Baterias Rayon, a indústria moveleira com grandes marcas, a importante indústria de confecções, as indústrias de cerâmica, a de construção civil – que está em ritmo bastante acelerado –, a de panificação, a de estruturas metálicas, de refrigerante, de Catuaba, de cachaça. Enfim, o setor é amplo, bem estruturado, e merece todo nosso reco-

nhecimento e nosso respeito.E o ensino? Governador Valadares conta com diver-

sos colégios tradicionais, presentes em nossa comunidade há muitas décadas, como Ibituruna, Imaculada, Lourdinas, Presbiteriano, Clóvis, Vieira Cabral, Escola Adventista, Co-légio Tiradentes, Colégio Estadual e uma grande rede de es-colas municipais, e tantos outros, aos quais se juntaram numa leva mais nova e de igual qualidade, como Genoma e diversos cursos de pré-vestibular, de treinamento para concursos, es-colas de idiomas, escolas técnicas como Eteit, Sebrae, IFET (Instituto Federal de Minas Gerais) e outros. No ensino superior, temos a Fadivale (Faculdades de Direito), FAGV (Faculdade de Administração) a Unipac, o Pitágoras, a UAB (Universidade Aberta do Brasil) e a recém-chegada Univer-sidade Federal, além da nossa Univale.

Pois é justamente o avanço e a efervescência contínua das áreas da saúde, da indústria, do ensino e de outros signifi-cativos setores, como da agropecuária e de serviços, que faz girar a economia, movimentando o nosso ativo e importante comércio. É o que mantém viva e pulsante a nossa cidade.

Sou nascido em Peçanha. Virei valadarense por op-ção e reconhecimento, pois recebi, com muita alegria, o Título de Cidadão. Tenho um orgulho danado de ser desta cidade. Os políticos e nós, cidadãos, precisamos reconhecer que temos muitos, mas muitos mesmo bons médicos, bons hospitais, boas clínicas, boas escolas, boas indústrias, bons professores, boas faculdades, boas pesso-as e um excelente e ativo comércio.

Acredito que quando soubermos e, principalmente, quando reconhecermos o muito que de bom temos nesta cidade que todos dizemos amar, talvez seja, aí sim, a hora de buscarmos mais para se juntar a nós.

Este é apenas um conceito!

Wellington Braga é engenheiro civil, empresário, produtor rural e presidente da Associação Comercial de Governador Valadares

com a palavra

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7Setembro/outubro 2012conceito

Talvez pouca gente saiba, mas o bom e velho churrasco de domingo é fruto de um avanço gastronômico, a partir do “domínio do fogo”. Esse processo funda-

mental para nossa evolução aconteceu na Era Paleolítica. Os humanos dessa época, conhecidos como homens da caverna, viviam sob constante ameaça tanto da natureza quanto dos grandes predadores e animais de grande porte.

Em meio ao quadro de adversidade, os pré-históricos desenvolveram suas primeiras armas de caça com pedras las-cadas. O homem, então, passou a assar sua caça, percebendo que o processo deixava a carne mais macia. Daí pra frente, nossa alimentação nunca mais foi a mesma.

O churrasco propriamente dito surgiu no sec. XVII na Região dos Pampas, primeira grande área de criação de gado da América do Sul. O território abrange o estado do Rio Grande do Sul, parte da Argentina e Uruguai. Os gaúchos, como eram chamados os vaqueiros dessas regiões, criaram o churrasco assando a carne com a lenha disponível e o próprio sal que alimentavam as reses.

Já a Parrilla é um modo de preparo de carnes típico do Uruguai e da Argentina. O processo é muito parecido com o tradicional churrasco brasileiro, à exceção de alguns cui-dados adicionais.

Primeiramente a carne nunca deve ser espetada, pois ao furá-la com o espeto perde-se parte do valoroso suco interno. Na Parrilla as carnes são cortadas em tiras e dispostas so-bre uma grelha. Outro ponto fundamental para o sucesso da Parrilla é o calor. A carne não deve entrar em contato direto com o fogo, mas ser assada no calor gerado pelas brasas do carvão ou lenha. A grelha deve ficar posicionada a aproxi-madamente 10cm de altura das brasas. Por fim, o terceiro e primordial fator que diferencia a Parrilla do churrasco co-mum são os cortes e o tempero. O contra-filé é o corte pre-dominante, sendo extraído dele os cortes: Bife Chorizo, Bife Ancho e Prime Rib. Essas carnes não devem ser marinadas, mas sim temperadas segundos antes de ir para a grelha ape-nas com sal grosso ou sal refinado aromatizado com pimenta do reino. O que se busca na Parrilla é o verdadeiro sabor da carne e não temperos agressivos que roubem a suculência e o sabor original.

Por Lucas PelosoE-mail: [email protected]

O Bife Chorizo ao Chimichurri é uma das receitas mais tra-dicionais da Parrilla e o procedimento é simples. Anote:

Bife Chorizo ao Chimichurri

Ingredientes:Uma peça de contra-filé argentino ou maturado100g de sal refinadoUma colher de café de pimenta do reino branca moída na hora.

Preparo:1. Misture o sal refinado com a pimenta branca e passe para

um saleiro. Reserve.2. Corte o contra-filé em bifes grossos e altos, de aproximada-

mente 300g.3. Acenda a churrasqueira como de costume e aguarde todo o

fogo ser extinto, sobrando apenas as brasas. Em seguida, disponha a grelha a uma altura aproximada de 10cm das brasas.

4. Tempere a carne a gosto com o sal reservado e leve à grelha. Com o auxílio de um pegador, vire a carne até o ponto de preferência. Sirva com molho chimichurri, cujo preparo segue abaixo.

Molho Chimichurri

Ingredientes:½ cebola1 molho de salsinha2 dentes de alho 1 ramo pequeno de alecrim1 colher de sopa de orégano1 colher de café de pimenta calabresa2 limões1 colher de café de sal200 ml de azeite

Preparo:Pique todos os ingredientes o menor possível e passe-os para uma

vasilha junto com a pimenta calabresa e o orégano. Acrescente o sal. Em seguida, o suco dos dois limões e o azeite. Misture bem e deixe tampado na geladeira por 24h antes de servir.

bon vivant

Parrilla,o churrasco chique dos hermanos

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8Setembro/outubro 2012conceito

Francisco Silvestrebola da vez

A nova esperança da Univale

Dispor de duas horas e dez minutos de um dia da semana com Francisco Silvestre Júnior não é tarefa fácil. Aliás, neste momento é um privilégio para poucos. Afinal, o empresário é um homem definitivamente ocupado: não bastasse ser sócio-pre-sidente de três empresas consolidadas em Governador Valadares, uma delas as Baterias Raiom, ele ainda encontra tempo tam-bém para participar ativamente da direção da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) e da Associação Comercial.

Para ter acesso ao presidente da FPF, a segunda ins-tituição que mais emprega no município, atrás apenas da própria Prefeitura, o agendamento só foi possível na fábrica de baterias de motocicletas, no Distrito Industrial. A marca, aliás, é motivo de orgulho do empresário. “A Raiom foi um divisor de águas na minha vida profissional”, define. Criada em 1996, a empresa começou produzindo 500 baterias por mês, mas hoje alcança 2.500 por dia. Segundo Silvestre, a Raiom já emplaca 12% do mercado nacional. A performance se transformou em prestígio. De modo que no dia 30 de ju-

Por André Manteufel Dileymárcio de Carvalho Sonia Augusta Miranda

nho deste ano foi ele o escolhido para salvar a Universidade Vale do Rio Doce (Univale) de uma crise sem precedentes, cuja dívida está orçada em R$ 57 milhões. Por isso boa par-te da sua rotina agora acontece na sede da FPF, onde enca-ra inúmeras reuniões diárias que o atual momento requer.

Todo o trabalho de um presidente da mantenedora da Univale é voluntário, e Francisco Silvestre precisou manter uma agenda rigorosa com os negócios. Aliás, disciplina foi sempre a máxima de sua vida. Começou a trabalhar ainda cedo. Foi engraxate, vendeu picolé, trabalhou em açougue e no Saae. Mas conseguiu estudar e formar-se em Química pelo antigo MIT. Foi professor da Eteit e do próprio curso superior de Química da Univale.

O segredo do sucesso? Muito trabalho. Agora, paralelo aos ofícios como empresário, vice-presidente da Fiemg e diretor da ACGV, Sindicato da Alimentação, Crediriodoce e membro da maçonaria, o perfil conciliador e metódico o colocou frente a frente com o desafio da FPF: reverter o caos vivido por uma das maiores instituições de ensino superior do Estado.

Fotos: Sonia Augusta Miranda

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9Setembro/outubro 2012conceito

Revista ConCeito - Como surgiu a decisão de ser o senhor o novo presidente da FPF?Francisco Silvestre - Há mais de um ano eu participei do conselho anterior, e um grupo da cidade achava que devia haver mudança, porque da forma como estava sendo conduzido dificil-mente nós teríamos bons resultados. Eu relutei muito em participar porque é um desafio mui-to grande, é uma instituição complexa e temos muitas obrigações, são muitas atividades que a gente já tem. Então relutei muito tempo em não participar. Chegou uma hora em que realmente eu vi que precisava participar porque, dentro do contexto, talvez fosse eu naquele momento que tivesse condição de ser um elo de transição para um novo mandato. Então acabei aceitando. Hoje estou à frente do Conselho Diretor e, com certe-za, o desafio é maior do que a gente imaginava.

RC - Qual Univale o senhor conhece hoje que não conhecia antes, estando ‘apenas’ no Conselho?FS - Sem entrar no mérito, a Univale nunca teve como princípio a transparência. A transparência era um pouco turva. Por ter apenas uma reunião mensal, tinha muito poucas informações. As in-formações vinham muito truncadas. No final do ano agora, em 2011, é que houve algumas infor-mações que me chocaram. A questão do endivi-damento, que foi muito e que era extremamente alto. Nos últimos quatro, cinco anos, cresceu ver-tiginosamente. O passivo trabalhista, que nós não tínhamos conhecimento do todo, praticamen-te veio quase que o dobro. Então muitas coisas, muitas informações, nós não tínhamos. No caso da EAD, o Ensino à Distância, não sabíamos nada do que se passava.

RC - Em números, é possível dizer hoje qual a dí-vida da Univale?FS - Em números totais, a Univale deve hoje 57 milhões de reais. Isso dividido em torno de 32 mi-lhões de reais em passivo trabalhista, entre execu-ção e em fase de recursos; em torno de 17 milhões de banco; e o restante de professores. Tem dois meses - maio e junho - que não foram pagos; e outros fornecedores, inclusive da EAD, e dos gas-tos comuns de manutenção – água, luz, telefone – compõem o custo fixo de uma empresa.

RC - E como pagar isso hoje?FS - Se nós não tivermos um alongamento da dívida pelos bancos e uma repactuação dos em-préstimos bancários que foram feitos, é impos-sível pagar. E nós estamos fazendo exatamente

isso. Nós suspendemos os pagamentos dos ban-cos, que eram em torno de 800 mil reais mensais.

RC - E com um faturamento de quanto?FS - Com um faturamento de aproximadamente R$ 2,8 milhões. Ou nós pagávamos os bancos, ou pagávamos os professores. E nosso compromisso era pagar os professores.

RC - O senhor já regularizou o pagamento desde a entrada na Fundação...FS - Sim. No mês de julho nós conseguimos pa-gar todos os funcionários que recebiam até 1,6 mil reais. O mês de julho, que foi pago em agosto, nós conseguimos pagar certinho, em duas etapas. No início, 73%, e no final de agosto, completamos o pagamento. E o pagamento de agosto nós paga-mos integralmente, no dia 4 de setembro. Então dentro da nossa gestão, nós estamos rigorosamen-te em dia com os professores.

RC - E o que representa a folha de pagamento dos funcionários hoje?FS - Infelizmente é um valor altíssimo, que in-viabiliza a instituição. A folha de pagamento hoje é em torno de 86% das nossas receitas. Ela com-promete a nossa receita de forma que é impossí-vel pagar todos os fornecedores. Então temos um déficit operacional que infelizmente já vem de al-gum tempo, e que nós não temos outra forma de contê-lo se não tivermos a coragem de enfrentar isso de frente.

RC - E como é a negociação com os bancos até o momento?FS - Nós, hoje, se fôssemos pagar, seria em tor-no de 800 mil reais. Nós estamos colocando para os bancos que vamos pagar e que queremos pagar, mas que tem de ser dentro da nossa ca-pacidade. Nós temos tido uma ótima recepção. O Banco Itaú já fez uma proposta bem próxima daquilo que nós queremos. O Santander tam-bém já sinalizou que está disposto a fazer essa negociação. O Banco do Brasil e a AC Credi também já sinalizaram. Então falta ajustarmos os valores. Mas para ajustar esses valores, preci-samos colocar para os bancos um valor que nós efetivamente possamos cumprir. Não queremos falar com eles que vamos fazer isso mas daqui a seis meses estar revendo tudo isso. É um des-gaste muito grande e isso desestabiliza a relação e desestabiliza a instituição. Os funcionários fi-cam inseguros com relação ao salário e isso con-tamina a instituição.

Em núme-ros totais, a Univale deve hoje 57 milhões de reais. Isso divi-dido em torno de 32 milhões de reais em passivo trabalhista, entre exe-cução e em fase de re-cursos; em torno de 17 milhões de banco; e o restante de professores.

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10Setembro/outubro 2012conceito

RC - Hoje a única receita da Univale é a mensalidade dos alu-nos. Como mexer então nessa folha para garantir a sustentabili-dade na Universidade?FS - Nós vamos precisar de muita sabedoria pra equalizar isso. Obviamente nós não temos como aumentar a receita. Nós temos duas vezes no ano a oportunidade de captar alunos. E nossa re-ceita é a captação de alunos. Então nos resta otimizar o máximo do que nós temos e, se preciso, também cortar os desperdícios. É uma situação extremamente grave e, se não fizermos isso, não vamos conseguir equacionar a situação.

RC - Fala-se muito na estrutura da Univale, o fato de ter dois campi, a própria estrutura horizontal do Campus Dois, no Bairro Universitário, a estrutura de pessoal. Tem prazo pra li-dar com essa parte?FS - Nós estamos reestruturando a parte física da instituição. Nós vamos desativar o P-4, onde fica o gabinete da Presidên-cia, onde fica a biblioteca, e vamos lá até 15 de novembro. Te-mos um prazo dado ao nosso pessoal de infraestrutura para transferir tudo para o Campus Dois. E criar uma estrutura para que o pessoal da Eteit se mude para onde é a fisioterapia. E o Campus Um, onde está o Direito, a Administração e a Ci-ências Contábeis, vamos apertar, melhorar, armar uma forma de caber todos ali pra que a gente reduza o máximo em despesa com pessoal, segurança, limpeza, energia, que é caríssima na instituição... nós temos um custo de energia em torno de 150 mil reais mês. É um custo estratosférico. Temos de reduzir isso. E dentro do Campus Dois fazer um remanejamento de forma a utilizar todo esse pessoal que está fora lá dentro. Fazer um trabalho criterioso, rigoroso, sobre a necessidade que todo esse pessoal técnico administrativo, criar uma condição de que os professores que têm dedicação integral possam dar o maior número de aulas. Otimizar o máximo isso, porque temos uma quantidade em valor que impacta realmente na folha de pa-gamentos. São as pessoas que têm os maiores salários e que realmente uma pequena quantidade faz uma diferença muito grande. Terceirizar alguns serviços que reduzam as despesas. Enfim, nós temos que buscar as situações mais adequadas para o momento. Obviamente tentando não ferir os direitos de nin-guém, não criar um ambiente de caça às bruxas, que não é o nosso interesse. Nós precisamos de criar condições para fazer essa transição da forma mais serena possível, de forma mais equilibrada possível.

RC - Existem exemplos bem-sucedidos dos centros universitá-rios em cidades vizinhas, como a própria Unileste, em Ipatinga, que hoje não gostaria de ser universidade. Em Belo Horizonte, a UNI-BH, que é centro universitário, também não quer ser uni-versidade pelo custo que isso gera em razão das titulações exi-gidas pelo Ministério da Educação. A Fundação Percival Far-quhar cogita isso para a Univale?FS - Isso não é um ponto de estudo nosso. Nós vemos que, realmente, para a universidade é extremamente oneroso o cus-to de ser universidade, mas foi uma opção que a instituição

fez. Para ser universidade, tem que ter professores mestres, doutores, tem que ter números disso. Tem que ter professo-res com dedicação integral. Enfim, existem várias obrigações que os centros universitários não têm. E é claro que eles levam vantagem em relação a uma universidade como a nossa. Eles não têm um custo com professores doutores como nós temos. Agora, também nós temos um potencial de ampliar o nosso número de alunos também por causa dos nossos doutores. São cursos altamente qualificados, o custo é diferenciado... enfim, o que temos de fazer é equilibrar isso. Nós temos de ter um número de doutores que a universidade concorde em pagar. Nós não podemos ter um número de pesquisas, de doutores e mestres que a Fundação não tenha condições de pagar. Há de se haver uma equação de forma que atenda às duas situações: tenhamos a universidade plena, com professores qualificados,

Nós não podemos ter um número de pesquisas, de doutores e mestres que a Fundação não tenha con-dições de pagar.

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11Setembro/outubro 2012conceito

mas que tenhamos as nossas despesas dentro da nossa receita.

RC - o que existe de fato, então, para quitar a dívida da Uni-vale?FS - Se nós quisermos quitar as dívidas trabalhistas, teremos de vender patrimônio. Uma área que nós temos entre a Uni-vale e o CEU [Centro Esportivo Universitário, localizado próximo à área da Expoleste], no Campus Dois, já foi avalia-da. Nós encomendamos um estudo profissional, e é possível fazer um parcelamento da área em 590 lotes de 300 metros quadrados. Esses terrenos seriam dados aos professores nos processos trabalhistas. Já nos reunimos com o Sinpro [Sindi-cato dos Professores] e eles aceitaram a sugestão. Já enviamos para o juiz trabalhista daqui de Valadares e isso deve ser en-caminhado para decisão em Belo Horizonte. É a nossa saída para pagar as dívidas com todos.

RC - Mas e a possibilidade do leilão?FS - Se a justiça colocar em leilão essa área, não conseguiríamos nem 20 milhões de reais. Com o parcelamento, teríamos mais de R$ 50 milhões. Já existem empreendedores que construiriam o loteamento. A maioria dos professores quer. E os recursos or-ganizariam a vida da universidade e ainda pagaríamos todas as dívidas.

RC - A Univale, então, passa a ser do tamanho que precisa ser?FS - A Univale do tamanho que é nos custa muito caro. E essa área que nós estamos disponibilizando não vai prejudicar em nada o funcionamento da universidade. Nós temos de ter uma estrutura que consigamos manter e que seja ao mesmo tempo funcional para o serviço de qualidade e garantia de atendimento a todos os cursos.

RC - O senhor chegou a mencionar a Educação à Distância, que era a grande aposta da direção anterior, inclusive em termos de receitas. É no que o senhor acredita?FS - O projeto da EAD da graduação dificilmente a gente vê possibilidade de ele seguir. Porque gastou-se o que não esta-va previsto. Havia uma promessa de emendas parlamentarias que nunca vieram. Agora estamos estudando a possibilidade de uma parceria para cursos técnicos, em que entramos com a participação apenas por sermos universidade. Um investidor assumiria toda a estrutura. Só assim poderíamos ter educação à distância. Mas temos outros projetos, como cursos de quali-ficação, que a universidade pode oferecer. Tudo está em avalia-

ção. As definições saem até o final do ano. Fato é que só assim poderíamos ter alguma coisa, porque não temos dinheiro para investir na EAD.

RC - Quanto à saída da professora Ana Angélica da reitoria, um ano antes do fim do mandato. Afinal, ela pediu exoneração ou foi exonerada?FS - O pedido veio da reitora. Ela achou que já tinha dado sua contribuição e preferiu exonerar-se do cargo. E nós acatamos.

RC - Qual foi a estratégia para a escolha do Doutor Gilson Fon-seca? Seria uma tentativa de reverter o distanciamento existente entre a FPF e a Univale?FS - Infelizmente nos últimos anos tem tido essa distância en-tre a administração da FPF e da Univale. Com o Dr. Gilson, nós não vamos ter isso. Ele tem total apoio da Fundação e reúne todas as condições. Foi professor, foi coordenador dos cursos de Direito, foi coordenador de área. Terá autonomia para compor sua equipe e saberá como fazer. Ele é secretário da FPF e participa de todas as nossas reuniões. Sabe como estamos trabalhando. E, academicamente, é profundo conhe-cedor do dia a dia da Univale. Vamos fazer um trabalho a qua-tro mãos. A Fundação não pode estar longe de suas mantidas, como a Univale, a TV e a Eteit. Precisamos ter uma cumpli-cidade entre nós. Neste momento, ou todos estamos juntos ou não dá para seguir.

RC - Fala-se que, antes, os conselheiros da FPF não tinham participação direta nas decisões. O senhor já esteve no outro con-selho. Mudou alguma coisa desde que assumiu?FS - Nossa preocupação é que haja o máximo de transpa-rência. Hoje escancaramos todas as informações. Todos os conselheiros sabem o que está acontecendo. Qualquer conse-lheiro que for perguntado saberá responder o que passa den-tro da Fundação. E a gente não consegue trabalhar sozinho. Antes as reuniões eram mensais, agora são semanais. E o que faz a diferença é a pessoa se sentir parte e não apenas contar como conselheiro. Esse Conselho tem pessoas da mais alta qualificação. A gente, às vezes, começa uma reunião no início da noite e vamos até uma, duas horas da manhã. Todos os assuntos são esgotados. Fora os encontros que nesse primeiro momento precisam ser feitos, às vezes até duas, três vezes na semana. Estou muito satisfeito! Todos os conselheiros têm dado sua contribuição. E por isso vamos chegar lá na frente, com a Univale saneada.

Nossa preocupação é que haja o máximo de transparência. Hoje escancaramos todas as informações. Todos os conse-lheiros sabem o que está acontecendo. “

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12Setembro/outubro 2012conceito

Tenho trabalhado, nos últimos anos, com muita intensidade em processos de su-cessão nas empresas familiares. E, re-

centemente, dois fatos me fizeram refletir sobre a questão ‘tempo’.

Ao iniciar um trabalho de assessoria em uma empresa familiar com trinta anos de existência, deparei-me com a pré-aprovação de uma regra que obrigava todos os sócios a se afastarem da gestão quando atingirem 65 anos de idade.

Em uma primeira análise, nada há de contro-verso na regra, principalmente considerando que

a mesma estava sendo proposta pelos próprios fundadores e que a mesma não deixa de ser usual. Ocorre, entretanto, que o acionista controlador, detentor de 65% do capital, é o sócio mais velho, hoje com 59 anos de idade. E pior, em virtude de conflitos latentes entre aos minoritários, ele é, sem dúvida alguma, o pilar fundamental de sus-tentação daquela sociedade. Sua saída da gestão colocaria a continuidade do negócio em absoluto risco, já que até a presente data não existe qual-quer discussão no tocante a sucessão.

O segundo evento que me fez refletir sobre o

Por Ricardo BrumE-mail: [email protected]

colaborador

O tempo e o processo de

sucessão empresarial

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13Setembro/outubro 2012conceito

tempo neste processo foi a matéria do periódico Exame apre-sentando a encruzilhada em que se encontra Abílio Diniz, atu-al controlador do Grupo Pão de Açúcar. A revista ressalta que, em 2005, Abílio Diniz alienou participação ao grupo francês Casino, com a assinatura de acordo de acionistas afirmando que a transferência do controle na gestão seria feita em 22 de junho de 2012.

Veja que tanto em um caso quanto em outro foram criadas regras determinando a transferência da gestão após 7 anos de sua implementação. Deve-se então refletir sobre os casos.

Não é possível determinar o que se passava na cabeça do controlador do Pão de Açúcar quando firmou o pacto em 2005, mas pela forma que luta para não ceder o controle, é de se imaginar que ele considerou que encontraria, como está tentando fazer agora, um meio de não cedê-lo.

Já no caso da empresa familiar enfocada, pode-se afirmar com absoluta convicção que a data da transferência parecia tão distante que deixou de ser efetivamente considerada, dei-xou de se fazer uma reflexão no sentido de que 7 anos sim-plesmente voam.

A verdade é que nas sucessões, o fator tempo precisa sempre ser considerado, e sempre com a observação de que estes proces-sos são longos e precisam ser pensados com antecedência.

Processo de sucessão é sempre um procedimento que implica mudanças culturais. Essas mudanças culturais não são aplicadas por simples desejo e vontade de um ou outro fundador. Dependem da participação de todos aqueles que serão sucedidos, bem como de todos aqueles que pretendem suceder.

O sonho de todos que serão sucedidos é que, por obra do divino, os sucessores se preparem, recebam o treinamen-to adequado, passem as experiências necessárias a comple-mentar sua formação acadêmica, de maneira que um belo dia a decisão de sucessão seja de tal forma clara que não cause qualquer dúvida, desconforto ou solução de continuidade.

Mas dificilmente esse sonho se realiza. Dificilmente a su-cessão é um processo simples, sem dor, sem divergências. O processo de sucessão tem que ser pensado, discutido, criado para ocorrer permanentemente. As empresas devem pensar em formar os sucessores, em preparar aqueles que estão em posição de suceder para eventuais ocorrências não previstas, e para aquelas que podem ser previstas.

Quando se fala em projetos empresariais, 10 anos pode ser considerado um longo período de tempo. Quando se fala em projetos de sucessão empresarial, isso não é verdade. Por mais que ao se estabelecer a data ela possa parecer distan-te, formar um sucessor e criar uma estabilidade para que a empresa se beneficie deste processo leva anos. Normalmente décadas. Por isso a existência do programa de sucessão deve-ria ser contínua.

Desta forma só posso imaginar que, tanto no caso do Pão de Açúcar quanto no de nossa pequena empresa familiar, ao se estabelecer as regras, foi esquecida a máxima: o tempo re-almente passa. E rápido.

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14Setembro/outubro 2012conceito

Isso é cooperação! Com o objetivo de divul-gar o cooperativismo e estimular o desenvol-vimento escolar e a inclusão social através do

esporte, o dia 1º de setembro foi a data escolhida para uma série de ações sociais promovidas em conjunto em Governador Valadares. A Praça dos Pioneiros foi o lugar escolhido para as diversas atividades oferecidas gratuitamente à população.

O Dia C de Cooperar, é claro, contou com a participação de diversas cooperativas do municí-pio: Coopauto, Cooperativa Agropecuária Vale do Rio Doce, Coovatrans, Sicoob AC Credi, Si-coob Crediriodoce, Unicred e Unimed, além da Universidade Vale do Rio Doce. Todas se uni-ram com o objetivo de promover a responsabili-dade social, beneficiando, gratuitamente, as mais de cinco mil pessoas que passaram pelo local.

O resultado não poderia ter sido mais im-pressionante: foram 125 casamentos oficiali-zados, em meio a espaços também dedicados a cidadania, arte, cultura, lazer, saúde, esporte, beleza, meio ambiente e a educação. E por que não? Foi a chance de promover projetos que acontecem paralelamente ao Dia C, como o Projeto CoopArte Sicoob AC Credi e Projeto CoopEsportes Bolinha Cidadã Sicoob AC Cre-di, além da palestra de nutrição infantil “Sabor e Saber”. Descrever o Dia C na sua essência é algo ainda difícil. O evento proporciona a chance de desenvolver nas pessoas a consciência do vo-luntariado, a solidariedade e a cooperação. Este é um momento especial de levar os princípios co-operativistas a toda comunidade na qual estamos inseridos.

ação socialCooperativas promovem

Por Sonia Augusta Miranda

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15Setembro/outubro 2012conceito

Dr. Murilo Reis Gomes Lima, Dr. Rimack Antônio Rosa Almeida, Silas Dias Costa, Cantídio Ferreira e Celso Mol

Parte da equipe de organização do evento

Dr. Manoel Arcísio Rocha Araújo, Dr. Carlos Eduardo de Miranda Pimentel e Dr. Rimack Antônio Rosa Almeida

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16Setembro/outubro 2012conceito

Vinte e três horas, cinquenta e nove minu-tos. Apreensão total. Afinal, estamos no dia 31 de dezembro de 1999, e a gera-

ção do momento cresceu ouvindo: “1000 passa-rá e 2000 não chegará”. Olhava o mar calmo de Conceição da Barra, Município do litoral Norte do Espírito Santo e meditava acerca dos suicídios coletivos, dos desregramentos cometidos, dos perdões pedidos, das confissões e arrependimen-tos, tudo em nome do fim do mundo.

Contagem regressiva e... tudo continua igual. Chega o venturoso ano 2000, abrindo as portas de um novo século, novo milênio, contrariando como doutras vezes, as certeiras previsões capazes de ceifar vidas e redirecionar outras.

Estamos em 2012 e, uma vez mais, o fantas-ma do final do mundo volta a assombrar mentes que abandonam a razão. Previsões catastróficas são anunciadas para dezembro, assinalando o “fi-nal do mundo” com base em interpretações feitas por alguns estudiosos da cultura Maia.

Contrariando tais previsões, outros estudio-

sos afirmam, categoricamente, que não há qual-quer indício de final dos tempos.

Certo é que não poderia ser diferente. JE-SUS, o Espírito mais perfeito que já pisou no planeta Terra, escolhido por Deus para ser o Guia e Modelo para a humanidade terrena (L.E. 625), inaugura a Era do Amor, estabelecendo que amar a Deus sobre todas as coisas e ao pró-ximo como a si mesmo, resume toda sua lei (Mt, 22:37-40), e afirma que o planeta Terra será her-dado pelos mansos (Mt. 5,5).

Percorrendo as vias iluminadas do Antigo Testamento somos informados que “...aqueles que esperam no Senhor herdarão a Terra” (Sl 37:9); que “os retos habitarão a terra, e os ínte-gros permanecerão nela” (Pv 2:21).

Atualmente somos mais de 190 milhões de brasileiros, segundo Censo realizado pelo IBGE em 2010 e, segundo o Censo, 87% desta popu-lação é Cristã. Ou seja, somos aproximadamente 165 milhões de brasileiros que cremos no Cristo.

Se cremos, em maioria, no Cristo, igual-

colaborador

herdarão a TerraOs mansos

Por Adriana PortugalE-mail: [email protected]

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17Setembro/outubro 2012conceito

Não existem motivos para pré-ocupa-ção com o futuro. Mas é necessá-rio que nos ocupemos do presente. Querendo herdar a terra, o ca-minho é o de nos tornar-mos mansos, segundo asseverou o Cristo.

“mente queremos herdar a Terra. Por consequ-ência, nossa razão não nos permite imaginar que Deus, a inteligência suprema e causa pri-meira de todas as coisas (LE,1) destrua a habi-tação de 190 milhões de filhos teus.

Jesus, nosso Mestre, nos diz que nós, pais aqui na terra, quando um filho pede um pão, não damos uma pedra e quando nos pede um peixe, não damos uma serpente (Lc 11:11) e isto, por-que somos maus. Imaginemos, pois, o Pai celes-tial, todo Bondade, todo Justiça, todo Perfeição.

Não existem motivos para pré-ocupação com o futuro. Mas é necessário que nos ocupemos do presente. Querendo herdar a terra, querendo nela permanecer, o caminho é o de nos tornar-mos mansos, segundo asseverou o Cristo.

Mas como nos tornar mansos? O que nos compete fazer para adquirir essa mansuetude. Je-sus disse que Ele é o caminho, a verdade e a vida e que ninguém iria ao Pai senão por Ele (Jo 14:6).

Jesus não só disse que é o caminho, como dei-xou o mapa com sinalizações perfeitas e em exce-lente estado para a utilização de todos aqueles que se interessarem por adquirir a mansuetude. Num texto como este não seria possível abarcar todo o mapa, mencionar todas as placas, os sinais mas po-demos nos aventurar em trilhas curtas.

Buscas a mansuetude? Perdoa. Esta placa Jesus levantou a Pedro, nela constando a orien-tação de que deveria perdoar o irmão, não se ele pecasse até sete vezes, mas até setenta vezes sete vezes (Mt 18:21-22).

Queres ser manso? Escolha a melhor parte. Esta faixa Jesus estendeu a Marta, quando este-

ve em casa desta. Maria, sua irmã, sentou-se aos pés de Jesus e pôs-se a ouvi-lo enquanto Marta estava preocupada com os afazeres domésticos e incomodada com a postura da irmã que não a ajudava. Jesus, então, admoesta-a: “...Marta, Marta, estás ansiosa e afadigada com muitas coisas, mas uma só é necessária; e Maria esco-lheu a boa parte, a qual não lhe será tirada. (Lc 10:41-42).

Reconcilie com seu adversário, não resista ao mal, ao contrário, ofereça a outra face, ame os seus inimigos... são caminhos pormenorizados, constantes do mapa que encontramos no capítu-lo 5 do Evangelho de Mateus.

Certo é que já passamos do período em que os ensinamentos do Mestre eram para ser conhe-cidos, decorados e repetidos nas praças públicas. Hoje, cabe-nos sentir estes ensinamentos e fazê--los escoar por nós através das ações.

O Mestre dos Mestres afirmou: “Se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as fizer-des” (Jo, 13:17) e Allan Kardec, o Codificador da Doutrina dos Espíritos, asseverou que “reco-nhece-se o verdadeiro espírita pela sua transfor-mação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más” (E.S.E, XVII, 4).

Ação no bem é a palavra de ordem e todo aquele que se diz Cristão deve empreender esfor-ços para a vivência dos postulados deixados pelo Cristo. Semeie bondade, espalhe mansuetude, seja indulgente, benevolente, perdoe.

Mas e se o mundo acabar amanhã? Con-tinue a semear. O espírito é imortal e muitas moradas há na casa do Pai.

Os mansos

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18Setembro/outubro 2012conceito

Por Bianco CunhaE-mail: [email protected]

colaborador

compartilhandoO que você está

em sua rede social?

Arnaldo Jabor, Veríssimo, Cecília Meirel-les e Caio F. Abreu. Quem trabalha ou usa as redes sociais para se relacionar

com amigos e conhecidos, certamente já esbar-rou em algum texto supostamente assinado por algum destes nomes. A função “compartilhar” do Facebook repete um movimento que teve seu auge na década de 2000: as correntes de e-mail.

Se você possui uma conta ativa de e-mails provavelmente já recebeu vídeos, imagens e textos, normalmente polêmicos, assinados por pessoas públicas. Do presidente dos Estados Unidos a Romário, cada um teve o seu momen-to de desabafo na internet. A estratégia hoje é repetida na maior rede social do mundo, o Face-book, e, muitas vezes, com sucesso.

Numa entrevista concedida à revista “Play-boy”, o escritor Luís Fernando Veríssimo che-gou a dizer que, “de cada cinco textos atribuídos a mim na internet, ao menos quatro não fui eu que escrevi”. Arnaldo Jabor também falou sobre os inúmeros textos de sua “autoria” que circulam pela internet: “Não dá mais. Todo dia surge na in-ternet uma nova besteira, com dezenas de e-mails me elogiando pelo que eu não fiz”, diz o cronista.

Recentemente, o próprio Facebook foi alvo das mensagens que se espalham pela rede. Um texto que circulou nas primeiras semanas de se-tembro de 2012 mencionou uma possível falha na

privacidade dos dados dos usuários do Facebook, fruto da abertura do capital da empresa.

O texto compartilhado mencionava ainda o governo dos Estados Unidos e uma possível pu-nição ao uso indevido das informações. A men-sagem não passou de um Hoax, ou uma corrente que espalhou um boato falso. Na tradução lite-ral, um verdadeiro “embuste”.

O ponto importante é que este tipo de men-sagem tem um objetivo e atende a uma finali-dade, sendo política, ideológica ou até mesmo maliciosa. O compartilhamento é um dos prin-cipais fatores que causam a infecção por vírus dos computadores domésticos. Uma mensagem do presidente Obama, que a princípio pode ser muito chamativa, pode carregar junto um “cava-lo de tróia”, ou, simplificando, um aplicativo que irá infectar o seu PC. Para ter um pouco de dor de cabeça basta um clique!

Claro que você, leitor da REVISTA CON-CEITO, não precisa ficar “neurótico” com cada mensagem recebida ou compartilhada. Porém, é sempre bom estar atento à procedência do e--mail e ao conteúdo que está sendo distribuí-do. Parece uma conversa antiga e até um pouco “inocente”, mas não custa nada prevenir. Afinal de contas, depois de apertar o botão “share” no seu perfil, você também se torna responsável pelo que está sendo compartilhado.

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19Setembro/outubro 2012conceito

Cinco concorrentes, a maioria deles em condições reais de comemorar a vitória nas urnas. Não, não estamos falando

nem de São Paulo nem do Rio de Janeiro nem de Belo Horizonte, onde o universo de candi-datos a prefeito é naturalmente maior. O cená-rio em questão é Governador Valadares, onde há muitos anos não se viam tantos postulantes, dando indícios de que a disputa no dia 7 de outubro promete mesmo pegar fogo.

Das tentativas até a confirmação das cha-pas, em julho, foram meses de balões de en-saio, negociações e nomes que ficaram pelo caminho, sem força ou interesse suficiente de alavancar uma candidatura.

Mas agora, a poucos dias do pleito que vai definir o prefeito da maior cidade do leste de Minas para os próximos quatro anos, fica a espe-culação: quem será o escolhido pela maioria dos

199.692 eleitores aptos a votar no município?Diante do cenário de incertezas, amplifica-

das por supostas pesquisas eleitorais que não passaram de boatos por falta de registro ou por embargos judiciais das chapas adversárias, o melhor a fazer é comparar concorrente por concorrente para escolher o voto. Por isso, a ReviSta ConCeito resolveu entrar na disputa e trouxe à tona as propostas de cada candidato em duas áreas consideradas mais importantes para o município. O levanta-mento foi feito com base num questionário--padrão, enviado simultaneamente a todas as assessorias de campanha. Além disso, foram solicitadas duas ou mais fotos do candidato, desde que uma delas fosse a oficial. Todas as candidaturas atenderam ao nosso convite, e o resultado você confere agora, em ordem alfa-bética dos candidatos.

política

Quem será o prefeito?

Campanha mais acirrada dos últimos anos promete levar eleitores às urnas ainda indecisos sobre quem escolher para a

Prefeitura de Valadares

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20Setembro/outubro 2012conceito

QUEM é QUEM?Nome da chapa: a cidade tem jeito! (pdt)

candidato a prefeito: andré Luiz coelho merlo (pdt)Número: 12

* data de nascimento: 25/11/1965* Local: Governador Valadares

* Formação: engenheiro mecânico* tempo de filiação ao pdt: 1 ano

por que é candidato: pela minha indignação em ver minha cidade tão mal administrada ao longo dos últimos 25 anos, e por acreditar

que posso contribuir para mudar esta realidade.

candidato a vice-prefeito: josé Geraldo Lemos prata (pdt)* data de nascimento: 12/11/1954

* Local: manhuaçu (mG)* Formação: Formado em odontologia e administração de empresas. especialização em comunicação institucional e empresarial e em

Gestão do patrimônio artístico e cultural.

* tempo de filiação ao pdt: 4 anos

por que é candidato: por acre-ditar que Valadares tem jeito, e que para dar jeito em nossa ci-dade, é preciso que todos nós nos unamos em um projeto que vise tão somente o seu desenvolvimento.

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21Setembro/outubro 2012conceito

QUEM é QUEM?Nome da coLiGação: para o bem de VaLada-res (psdb, prtb, ptb, dem, pp, pr, psc, ptc, phs, ptdob, prp)

candidato a prefeito: augusto barbosa da silva pereira (psdb)Número: 45* data de nascimento: 03/04/1953* Local: itambacuri (mG)* Formação: médico pediatra* tempo de filiação ao psdb: 1 anopor que é candidato: porque estou me preparando há 20 anos para ser prefeito desta cidade. conheço as dificuldades da população valadarense, principalmente no que tange a saúde, e acredito que assim posso ajudar a mudar essa situação.

candidato a vice-prefeito: euclydes marcos pettersen Neto (prtb)* data de nascimento: 15/08/1984

* Local: Governador Valadares* Formação: estudante de di-reito pela Fadivale* tempo de filiação ao prtb: 1 anopor que é candidato: conheci a vida pública através do meu avô que foi o primeiro pre-feito de tumiritinga, e sei que através do meu trabalho posso atingir muitas pessoas e transformar realidades.

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22Setembro/outubro 2012conceito

QUEM é QUEM?Nome da coLiGação: coraGem pra seGuir mudaNdo

(pt, pmdb, prb, pcdob, pV, psd e ppL)

candidata a prefeita: elisa maria costa (pt)Número: 13

* data de nascimento: 28/02/1958* Local: joão Neiva (es)

* Formação: engenheira civil* tempo de filiação ao pt: 32 anos

por que é candidata: Quero dar seguimento às transformações que estão mudando significativamente a vida de cada cidadão e cidadã de nossa Valadares. para isso, contarei com a experiência e o com-

promisso do meu vice-prefeito ronaldo perim.

candidato a vice-prefeito: ronaldo perim (pmdb)* data de nascimento: 24/08/1940

* Local: castelo (es)* Formação: superior incompleto

* tempo de filiação ao pmdb: 42 anos

por que é candidato: elisa re-colocou Valadares no caminho do desenvolvimento, após anos e anos de estagnação. e mais: as-sim como eu, elisa trabalha para todos, mas prioriza os que mais precisam. então, a um chamado da

elisa eu disse sim.

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23Setembro/outubro 2012conceito

Nome da coLiGação: bLoco de esQuerda sociaLista - bes (pcb e psoL)

candidato a prefeito: josé rodrigues araújo (jó) (pcb)Número: 21* data de nascimento: 22/09/1959* Local: alto do santa helena (Governador Valadares)* Formação: bacharel em direito* tempo de filiação ao pcb: 27 anospor que é candidato: É uma tarefa partidária decidida pelos par-tidos pcb e psoL e militantes sociais.

candidato a vice-prefeito: charles anderson Germano Flávio (pcb)* data de nascimento: 17/06/1974* Local: Governador Valadares* Formação: tecnólogo em análise e desenvolvimento de sistemas* tempo de filiação ao pcb: 12 anos

por que é candidato: acredi-to que a mudança que queremos acontece somente quando se toma atitude, além da tarefa partidária, a falta de pessoas com propostas simples, boas e honestas no cenário político.

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24Setembro/outubro 2012conceito

QUEM é QUEM?Nome da coLiGação: experiêNcia pra reNoVar

(psL, ptN, pps, psdc, pmN e psb)

candidato a prefeito: rui moreira de carvalho (psb)Número: 40

* data de nascimento: 02/03/1942* Local: caratinga (mG)

* Formação: médico obstetra e ginecologista* tempo de filiação ao psb: 3 anos

por que é candidato: Valadares merece respeito. infelizmente com o passar dos anos isso não tem acontecido. Quando fui prefeito, fizemos uma cidade feliz. por isso estou voltando, e voltando pra

mudar.

candidato a vice-prefeito: Lierte soares júnior (pmN)* data de nascimento: 04/11/1979

* Local: Governador Valadares

* Formação: Formado em direito, teologia e em inglês. especia-lização em política pela esG e pós-graduando em administração

pública.* tempo de filiação ao pmN: 5

anospor que é candidato: Na posição de vice, acredito que posso aju-dar o rui a gerar a mudança que

a nossa cidade precisa.

Page 25: 2ª edição

25Setembro/outubro 2012conceito

André Merlo

Doutor Augusto

Elisa Costa

PROPOSTAS

PARA

EDUCAÇÃO

A primeira coisa que precisamos arrumar é a Escola de Tem-po Integral. Vamos aumentar gradativamente o número de salas de aula, construindo-as e aparelhando-as com qualidade, até elimi-narmos todos os espaços improvisados e inadequados para as aulas e também para a prática de atividades esportivas e culturais. Vamos padronizar a merenda escolar de forma que todas as escolas tenham acesso à mesma qualidade nutricional. Para os professores, vamos ajustar os salários às jornadas de trabalho e proporcionar melhores condições de trabalho, com direito a alimentação e descanso neces-sários para o bom desenvolvimento do trabalho.

Na educação infantil, vamos implantar o Projeto “Creche Soli-dária”, que vai dar qualificação, infraestrutura e remuneração para mães da própria comunidade para cuidar de crianças de zero e três anos, em ambientes sadios, como solução alternativa para atender as que não conseguiram vaga para seus filhos nas creches. Vamos ainda promover a ca-pacitação profissional de jovens com deficiência através de parcerias público-privadas e ampliar a capacidade física e o número de profissionais qualificados para melhor atender a demanda do CRAEDI – Centro de Referência e Apoio a Educação Inclusiva. Nossas principais ações na educação incluem ainda construir o prédio da Biblioteca Pública, cujas obras estão paralisadas há mais de 10 anos, e manter bibliotecas funcionando em todas as escolas.

A Educação será prioridade em nosso governo. Não tem saúde de qualidade sem educação. Não existe turismo, meio ambiente, nada disso, se não tiver educação de qualidade tanto para os alunos quanto para os professores. A Escola de Tempo Integral precisa ser revista, mas não pode acabar. Ela precisa funcionar num ambiente que ofereça bem-estar a todas as pessoas que freqüentam o espaço. Queremos continuar o projeto da Escola de Tempo Integral re-solvendo problemas cruciais como a falta de estrutura para receber todos os alunos em turno integral e principalmente a desvalorização do professor. Faremos isso aumentando o investimento do orça-mento do município em Educação de 25% para 28%. Também va-

mos promover uma participação mais ativa da sociedade nas escolas e valorizar as escolas pela meritocracia. As que apresentarem melhores resultados serão beneficia-das, assim como os seus funcionários.

Transformar Valadares numa cidade universitária, reafirman-do seu caráter de polo educacional. Vamos construir sete novas creches, duas das quais iniciando as obras ainda este ano, para ampliar as vagas da educação infantil. Já temos garantidos os re-cursos para reformar e adequar todos os prédios escolares da rede municipal às exigências da escola de formação e tempo integral. Também vamos criar o plano específico de cargos e salários para os profissionais do setor, consolidando o projeto da educação de tempo integral.

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26Setembro/outubro 2012conceito

Jó Rodrigues

Rui Moreira

Na sombra da publicidade o que se vê é mais propaganda que ações. Aulas são ministradas em lugares inadequados tais como: sala de aula com condições precárias, sala de professores, e bibliote-ca. Os conteúdos e as grades curriculares estão fora da realidade dos alunos e professores. Funcionários estão desestimulados e sendo, não muito raro agredidos fisicamente e moralmente. Professores e funcionários apresentam alto índice de estresse devido a carga ho-rária e condições de trabalho desestimulante. Isso acontece devido a insatisfação salarial e pedagógica de funcionários, somado uma rede física insuficiente e a falta de uma escola voltada para a comu-nidade. Propomos corrigir a distorção da escola de tempo integral,

levando em consideração professores e funcionários; elaborar plano de carreira unificado para professores e funcionários com progressão por tempo de serviço; au-tonomia da comunidade para o seu projeto pedagógico, adequando a sua realidade; lutar para expansão da rede estadual de ensino; criar e fortalecer os cursos preparatórios comunitários, dando oportunidade aos alunos da rede pública a ingressar em um curso superior; criação de cursos públicos superiores; criar o Conselho Popular de Educação independente e deliberativo.

Hoje Valadares é uma cidade universitária. A pergunta é: os nossos alunos das escolas municipais estarão preparados para in-gressar numa universidade? Se nós não os prepararmos nas esco-las públicas, não dermos igualdade de competitividade na escola, como ele vai ingressar numa faculdade? Então, começaremos pela escola em tempo integral, que é importante mas não está prepa-rada para tal. Não existe infraestrutura adequada. Ela tem que ser melhorada. Por exemplo, tem que ter aula de inglês, mas não apenas como obrigação curricular. O aluno tem que sair falando e escrevendo fluentemente o inglês das escolas municipais. Te-mos que formar cidadãos em igualdade de condições de brigar

por vagas em faculdades e também no mercado de trabalho. Vamos implantar, além da grade curricular, laboratórios digitais e espaços para a prática de esportes entre outras atividades.

Além disso, temos que olhar com carinho para os nossos professores, que estão desmotiva-dos para o trabalho. É preciso dar condições dignas de trabalho. Salários compatíveis, cursos de atualização. Eu, sendo prefeito, vou fazer escola de tempo integral do jeito que ela tem que ser feita. Por que vou fazer isso? Porque quando fui prefeito, nós investimos 45% na educação. Então nós sabemos fazer.

PROPOSTAS

PARA

EDUCAÇÃO

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27Setembro/outubro 2012conceito

PROPOSTAS

PARA

SAÚDE

hAndré Merlo

Doutor Augusto

Elisa Costa

Tenho a proposta de fazer uma reforma e ampliação do pronto--socorro adulto para melhorar o atendimento de urgência e emergên-cia no HM. Na outra ponta do sistema, temos que estruturar, apa-relhar e garantir a presença de profissionais suficientes nos postos de saúde e os PSF’s, para que a população possa ter atenção básica de qualidade nos bairros. E para tal, precisamos de remunerar dignamen-te os profissionais de saúde, revendo o plano de cargos e salários. Além disso, vamos implantar o Programa “Remédio em Casa” com entrega mensal de medicamentos a pacientes de baixa renda que fazem uso contínuo de remédios, evitando seu deslocamento até a Policlínica. Vamos criar a “Central de Exames e Cirurgias” para reduzir o tempo

de espera dos pacientes e informar o sistema de consultas, para criar os prontuários eletrônicos. E também vamos construir pelo menos mais uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento), e cobrar e fiscalizar junto ao Governo Estadual a construção do Hospital Regional. Nosso projeto para me-lhorar a saúde pública na cidade inclui ainda mutirão de cirurgias, programas de combate à dengue e uma ação integrada com as secretarias de Educação e Assistência Social para a implantação de projetos de educação e prevenção a partir da infância, entre outras ações.

O primeiro passo é melhorar o atendimento nos postos de saú-de nos bairros, porque o resultado de um atendimento ineficiente é a sobrecarga do Hospital Municipal, que hoje já tem que dar conta de atender a toda região. Como medida imediata, vamos abrir as Unida-des Básicas de Saúde em locais estratégicos aos finais de semana para desafogar o Hospital. Vamos ainda construir mais 20 Estratégias de Saúde da Família para dar mais força à saúde preventiva e ultrapassar a marca de 70% de alcance da população, que é o proposto como meta pelo Ministério da Saúde. E o mais importante: valorizar o profissio-nal da saúde para que ele queira trabalhar para o município e também para que nós não soframos com a carência de profissionais capacitados

nessa área. O mais importante é dizer que já garantimos a construção do novo Hospital Regional, que vai ser feito pelo Governo do Estado, independente da minha eleição.

Vamos continuar investindo para expandir e melhorar a assistência à saúde. Vamos concluir as cinco novas Unidades Básicas de Saúde, nos bairros Conjunto SIR, Fraternidade/São Cristóvão, Atalaia/Azte-ca, Carapina e Jardim do Trevo, e dar continuidade ao programa de reforma e melhoria de todas as demais unidades de saúde; ampliar a cobertura da Estratégia Saúde da Família para 70%, com a implanta-ção de 14 novas equipes; vamos diminuir o tempo para realização dos exames; implantar o Centro de Atenção Psicossocial para tratamento de usuários de álcool e drogas (Caps Ad 24 horas), disponibilizando 15 leitos, e o Caps Infantil-Crianças e Adolescente, em parceria com o Ministério da Saúde; implantar o SAMU Regional; colocar a UPA 24h da região da Ibituruna em funcionamento; transformar o Hos-

pital Municipal em Hospital Universitário Federal, em convênio com a UFJF; realizar mutirões de cirurgias eletivas em fila de espera, em convênio com o Ministério da Saúde; e vamos consolidar os serviços de alta complexidade em trauma-ortopedia e cirurgia neurológica.

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28Setembro/outubro 2012conceito

Jó Rodrigues

Rui Moreira

Iniciaremos com o fortalecimento do conselho popular de saúde, tornando independente e deliberativo. A política de saúde aplicada em nossa cidade, como em todo país, incentiva a expan-são dos planos de saúde privados, fazendo com que a chamada nova classe média aderisse a saúde privada, livrando os governan-tes da pressão por uma saúde publica de qualidade. Os instru-mentos usados para garantir a adesão dos planos privados foi o pouco investimento na expansão, manutenção e reequipamento dos hospitais, postos de saúde, baixos salários dos profissionais de saúde, além de uma intensa campanha ideológica de ataque e de-preciação da saúde publica, alimentada pela grande mídia. Temos

como meta o funcionamento integral dos postos de saúde, qualifi-cando os existentes, e a valorização dos profissionais de saúde. Na nossa proposta a saúde está indissociavelmente ligada a salário, habitação, saneamento básico e educação. No entanto, esperamos que a construção de um Hospital Regional em Governador Valadares não seja mais uma falsa promessa de campanha, e que concretize o que muito irá contribuir para a qualidade de saúde pública com nossa cidade.

Um dos maiores problemas da nossa cidade é a situação do Hospital Municipal, que vive superlotado e sem condições de atender bem a nossa população. Tudo bem que o grande fluxo de pacientes de outras cidades colabora para essa situação, mas não é isso que faz o atendimento ser insatisfatório. A falta de uma estrutura mínima nos postos de saúde faz com que muitos valada-renses procurem o hospital quando poderiam ser bem atendidos nos postos. O que pretendemos é que os postos tenham médicos, enfermeiros, profissionais de saúde atendendo em todos os senti-dos a nossa população. É preciso fazer a construção de Unidades Básicas de Saúde e implantar no mínimo mais 30 PSFs. Quando fui prefeito, nós conseguimos dar uma saúde de qualidade, prin-

cipalmente para a população carente. Agora, com mais recursos, poderemos fazer muito mais.

PROPOSTAS

PARA

SAÚDE

h

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29Setembro/outubro 2012conceito

Por Dileymárcio de Carvalho

Seremos nós órfãos do Batman? Lógico que ainda estou à procura de uma miniatura, quase em tamanho real dele. Só serve aci-

ma de um metro de altura. Mas ainda repercute o fim(?) da trilogia de Christopher Nolan. O diretor pode mesmo ficar na história como quem colocou fim na figura emblemática das histórias em qua-drinhos para toda uma geração. E aí me desculpe os leitores, eu me incluo também. Por isso, a busca pela réplica do Batman.

Quem não viu no cinema precisa ter uma có-pia em casa para preservar, mostrar para os filhos. Para assistir mesmo quantas vezes quiser. Logo no início as cenas sombrias e escuras nos arrebatam: si-nal de algo que se vai concluir. E, olha, não quero ir na psicanálise para uma avaliação do que pode nos impactar esse “mítico personagem real” para muitos.

Mas como na vida, a escuridão do início do filme parece passar porque a história, naquele momento real, exige de nós “vivenciarmos” o pre-sente oferecido na tela. E, como nos dias atuais, a vida corre. Parece ter pressa. Nolan escolhe um “olhar narrativizante” sob o ritmo do mundo: as cenas são grandes, filmadas em IMAX e nos dão a sensação de tudo poder ver ao mesmo tempo. É o falso controle nos oferecido por um olhar onipresente da mídia.

Confesso: como fã do Batman, estava curioso para ver Bane, o novo vilão. E olha: não quis nem mesmo ver qualquer trailer do filme, não sei se pelo anúncio do fim ou mesmo por achar que não teria um vilão a altura. E aqui há de se pensar nos desa-fios da vida. Os enfrentamentos das histórias que a nós são reais. Em poucos segundos Bane (Tom Hardy) mostra a que veio: a vida é mesmo dura. São enfrentamentos – é real. Sem um contexto, Bane se apresenta com máscara. Comanda um se-questro. É o anúncio da realidade. E tudo acontece em um voo onde pessoas são descartadas.

Um corte quase que abrupto já nos leva ao co-missário de polícia (Gary Oldman), com uma acu-

sação contra Batman. Passagem de tempo e já na tradicional mansão do bilionário Bruce Wayne, o local aparece como esse “esconderijo” da vida. É o Batman em seu estado real? Mais uma vez, Alfred (Michael Caine) é a voz não só paterna do Bat-man, mas a possibilidade de “reorganização” das emoções para o herói.

Difícil para nosso Batman. São perdas da vida, perdas da história. Uma prisão no presente que pode não chegar a ser uma depressão, mas um viver sobre outras perspectivas. Mesmo que essas não sejam as mais felizes. Um viver em luto?

E olha que a vida se apresenta para o herói com a Mulher-Gato (Anne Hathaway). Desperta, mas não move ainda Batman. Sua sensualidade é uma análise à parte do contexto, o que faz a história con-tinuar escura e em sombras. Batcaverna que nada! A escuridão e a narrativa se dá nos esgotos de Gotham. Esta toda negra, à espera do pior: uma destruição antecedida por uma grande crise financeira e moral.

O confronto nos remete a um olhar da psi-canálise. O vilão faz vir à realidade o menino que nasceu numa prisão. Viveu e viu o quê? Ele conse-gue sair, mas não de sua mente, e as lembranças da escuridão são transformadas em ódio e vingança. A força do vilão.

Bom, até aqui penso que já está de bom tama-nho. Mas vale dizer que o “Cavaleiro das Trevas” é também um grito na história atual em que da fraqueza é possível existir superação e um agir co-letivo. Talvez um meio discurso cristão em que se pode acreditar na salvação do mundo.

Nem preciso dizer que a trilogia de Christo-pher Nolan é impressionante. E se uma lenda nunca morre, estou crendo para acreditar no que virou frase dos possíveis órfãos de Batman. Ele não morreu.

Aos órfãos de Batman:

uma lenda nunca morre!

pensamento cultural

Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge Título Original (The Dark Knight Rises), 2012

Direção: Christopher Nolan

Foto divulgação: Warner Bros

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30Setembro/outubro 2012conceito

Por Tainá CostaEmail: [email protected]

Viajar é uma das poucas coisas que pode agradar a gregos e troianos. Quem não gosta de conhecer lugares novos, dife-

rentes, bonitos, sair um pouco da rotina e se dar ao luxo de passar alguns dias apenas curtindo a at-mosfera, experimentando pratos típicos e tirando fotos na tentativa de eternizar os momentos?

Mas se viajar é bom, fazer as malas pode ser um problema. Principalmente se a pessoa em questão for uma mulher. É sempre um drama fazer tudo caber dentro da mala. Se você só puder levar uma mala pequena, então, vira um problemão. A viagem já começa com aquele sentimento de que “eu podia ter trazido aquele casaco preto também”.

Eu tive a oportunidade de sumir no mundo. Foram 20 dias ininterruptos viajando. E nesse tempo todo, tudo o que eu precisava coube dentro de uma mochila de 40 litros. Com o agravante de que era inverno e roupas de inverno ocupam muito espaço. Uma grande e prática lição de desapego às coisas materiais. Você só leva o que realmente vai precisar. E só compra o que é realmente necessário ou o que você realmente quer.

Se eu pude sobreviver 20 dias só com as coisas que estavam dentro da minha mochila, por que não seria possível viver um mês? Um ano? Ou até o res-to da vida? Lógico que a minha bota, por exemplo, voltou desgastada e meu casaco branco nunca mais vai ser branco. Mas isso a gente pode ir substituin-do no caminho.

Eu não preciso de 20 casacos e 30 pares de sapato. Um de cada já resolve o meu problema. Tudo bem que eu apareço com praticamente a

mesma roupa em todas as fotos. Mas e daí? O importante são os lugares que eu fui, as histó-rias pra contar, as experiências e as coisas que eu aprendi. Comparado a isso, a roupa que eu estava usando não é nada.

Antes de ir, confesso que eu estava com medo. Medo de alguma coisa dar errado, de eu ficar com vontade de voltar pra casa. Eram muitos aeropor-tos, trens, cidades e pessoas diferentes. Muito tem-po longe do conforto da minha cama e sujeita às mais diferentes culinárias nas refeições. Lógico que alguma coisa ia dar errado. E, de fato, nem tudo saiu exatamente como planejado. Mas deu tudo certo. No fim das contas consegui ir a todos os lu-gares planejados.

E era tanta novidade, tantos lugares incríveis e pessoas legais, que não fiquei com vontade de voltar pra casa. E o mais importante: minha saú-de permaneceu em perfeito estado, mesmo com a alimentação por vezes inadequada e dias inteiros andando no frio, na neve ou na chuva.

Foram 7 países (sei lá quantas cidades), 8 ae-roportos, 10 estações de trem e 4 rodoviárias. Isso sem contar as inúmeras viagens de metrô e ônibus urbano e os muitos quilômetros andados a pé, com ou sem a mochila nas costas. Lugares incríveis, lín-guas ininteligíveis, vários perrengues. Aventuras e histórias pra contar.

Voltei com a sensação de que posso ir para qualquer lugar do mundo que consigo me virar. Descobri que o mundo nem é tão grande assim. E que eu poderia passar o resto da minha vida viajan-do. Eu e minha mochila!

mochila

Tudo cabe dentro da

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31Setembro/outubro 2012conceito

Larissa LeiteModa

É primaverafd

Wabson AmorimQuem anda inventando muita moda é o designer Wadson Amorim. O jovem tem o dom da estamparia. E olha que produzir estampa de bom gosto não é fácil! Mas isso ele tira de letra. No momento, passa por um momento mais intimista da sua carreira e só tem cabeça e olhos para sua marca Amoor. Afinal, quem não deseja muito Amoor nessa vida?

A estação das flores chegou! E elas não morrem nunca. Para a coleção Primavera/Verão 2013 elas vêm nos tons flúor, em tamanhos gigantescos, no meio de muitas folhagens e estampas figurativas. Ideais pra serem usadas nos vestidos longos cheios de movimento, macacões e vestidos de cintura marcada do tipo lady like dos anos 1950. É a hora de incorporar a camponesa, pegar sua cesta (ops, sua bolsa!), ir para o mercado colher suas flores e transformar seu guarda-roupas num belo jardim!

jovem

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32Setembro 2012conceito

Depois de uma temporada na University of Califórnia, em Irvine (EUA), o talentoso Nério Júnior, diretor do Sesc Governador Valadares, está a todo vapor, pronto para implantar os conceitos internacionais mais inovadores de atendimento de qualidade e excelência na prestação de serviços no Sistema Fecomércio Minas, Sesc, Senac e sindicatos. Com isso, somam-se mais pontos para ele, que é um profissional nota 10!

Em Belo Horizonte está a médica Amanda Zanon Resende. A jovem tem dedicado grande parte do seu tempo para voltar a

Governador Valadares tinindo. Atualmente trabalha no Hospital Santa Helena e recentemente foi aprovada num concurso da

Prefeitura de Belo Horizonte. Governador Valadares e região esperam ansiosas pelos seus cuidados médicos.

São vários os casais que quebram a cabeça pensando em como, onde e, enfim, quando realizar o noivado. Realmente é um momento muito importante na vida a dois. E, por isso, deve ser comemorado com bastante sintonia entre os futuros pombinhos. No caso do casal Simone Colen e Daniel Sabino, aconteceu o seguinte: surpresa! Daniel resolveu pedir Simone em casamento durante o show numa boate. Foi lá, subiu no palco, pegou o microfone, chamou Simone, discursou e fez a pergunta tradicional. Pedido super original para um casal divertidíssimo. Já o casal Mariana Peres e Henrique Maia preferiram comemorar o momento no dia do aniversário dela. Bem a cara deles. Noivado com os familiares e amigos mais íntimos. Ambos os casamentos são para o ano que vem, na Catedral de Santo Antônio. O negócio é assim mesmo: celebre de acordo com o seu estilo e de sua cara metade.

Saúde

Educação

A hora do noivado

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33Setembro/outubro 2012conceito

Casamento casamentos

Cristiane e SebastiãoE tudo aconteceu na Casa Bernardi, em Belo Horizonte. Cristiane, vestida com grife francesa, tornou a noite do dia 15 de setembro memorável para o noivo Sebastião e para todos os seus convidados. Desde a organização do cerimonial ao making da noiva, tudo estava deslumbrante. E como já era esperado, os pais dos noivos posaram impecáveis. Ela, filha de Sandra e José Bonifácio Mourão, e ele, de Diva e Sebastião Lago de Souza.E a relação de convidados foi pra lá de especial. Destaque para o governador do Estado Antonio Anastasia; Gilvan de Pinho Tavares, presidente do Cruzeiro; o ex-jogador do Atlético e atual deputado Marques; a chefe de gabinete da Assembleia Legislativa de Minas, Margarete Gelmini e Alvarez; o desembargador do Tribunal de Justiça de Minas Gerais Eduardo Mariné da Cunha e Mércia; o deputado estadual Sebastião Costa e a esposa Cristina; os irmãos de Mourão: Marcos, Geraldo Magela, Gensemar, José Fernando e Geralda; os irmãos de Sandra: Wisnar Mourão e a esposa Ana Rita, juntamente com Mariana e a mãe Leontina. Os irmãos de Cristiane: Aline com o marido Helio Humberto, Sergio com a esposa Cídia; os pajens Caio Mário, José Bonifácio Neto, Sofia e Arthur. Valadarenses lá também estavam: Afrânio Chaves e Sonia; Dr. José Lucca e Penha; Heloísa Lucca e Ailton; Cláudia Starling, Alcyr Nascimento e Adriana Bicalho; Genserico Barroso e Maria Luiza; a locomotiva Luíza Barbosa, Rhaianna Miranda, Lumumba, Walter Teixeira e Marilene Esteves.

Fotos: Helena Leão

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34Setembro/outubro 2012conceito

1 - Cristiane, Sebastião, Sandra, Antonio Anastasia e Bonifácio Mourão

2 - Sonia Miranda, dep. estadual Marques e Margarete Gelmini

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35Setembro/outubro 2012conceito

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36Setembro/outubro 2012conceito

Sonia Miranda

Com uma proposta jornalística bem definida, sem se afastar do compromisso social, a REVISTA CONCEITO reuniu empresários, publicitários e amigos para, juntos,

brindarmos a 1ª edição histórica deste novo veículo de comunicação de Valadares. O evento, na Dom Pedro Choperia, mostrou à sociedade um projeto ousado, que traz à

cidade e região uma revista num formato moderno e com linguagem simples, além de assuntos diversificados e atualizados.

E num momento tão importante, não poderíamos deixar de celebrar presenças marcantes. Dentre elas: Alexandre Coelho e Ana Angélica; Francisco Silvestre e Tânia; Marral Lages e Dani; Wellington Braga; Adolfo Campos e Lena Trindade; Adilson e Vilma Trindade; George Simões e Fátima; Marcos Wagner e Adriana; Clausio Reis e

Débora; Celso Mol; Clores Lage; Carmem Pina e Sabrina e Cantidio Ferreira.

glamour

Lançamento da Revista

conceito

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37Setembro/outubro 2012conceito

1 - Anfitriões da noite: Dileymárcio de Carvalho e Sonia Miranda 2 - Carmen e Marcelo Moreira 3 - Danieli e André Manteufel 4 - Zé Vicente

5 - David Camilo e Flávia 6 - Aminy Anny, George Gonçalves e Priscila 7 - Brenda Dias e Vilma 8 - George Wagner e Francisco 9 - Getúlio

Miranda, Geraldo Almeida e Saleth 10 - Adriano e Hérika Sendas 11 - As irmãs Marilze Augusta, Sonia e Wilma

Legenda das fotos:

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38Setembro/outubro 2012conceito

12 - Equipe da Revista Conceito 13- Sinara Neves 14- André Rocha e Carla 15 - Celso Mol e Ana Angélica 16 - Walquíria Melo e Débora Gomes

17 - Tânia Silvestre, Katia Lengruber, Ulisses e Vanessa 18 - Empresário Giovanni Pinto, Kamila, Procurador Federal Jean Paulo de Lima e esposa,

e Dileymárcio de Carvalho

Legenda das fotos:

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39Setembro/outubro 2012conceito

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19 - Marral Lages e Daniela 20 - Liliane Ambrosio e Rodrigo 21 - Marcos Wagner e Geraldo Almeida 22 - Cantídio Ferreira 23 - Viviane e Pierry

24 - Andressa Tameirão, Sabrina e Carmen Pina 25 - Sayonara Calhau e Adolfo Campos 26 - Samuel Sabbagh e Luciana 27 - Marilze Augusta e

Francisco 28 - Empresário Bruno Lima e Gabriela Lima 29 - Clores Lage 29 - Wellington Braga

Legenda das fotos:

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40Setembro/outubro 2012conceito

Le Postiche é referência em acessórios, não só para viagens

TOP OF MIND

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41Setembro/outubro 2012conceito

Você entra na loja para comprar uma mala. Tem em mente o tamanho e a cor. Quanto ao estilo, deixa para es-colher ali mesmo, no momento da compra. Quem sabe algo mais despojado? Afinal, você está de férias! Mas basta pas-sar o olho pelas prateleiras da le Postiche para descobrir que a loja também vende mochilas, cintos e outros aces-sórios. Não resiste. Além da mala de viagem, decide levar uma bolsa e um cinto de presente para uma amiga que faz aniversário na semana.

A história é simples e se repete corriqueiramente no in-terior da le Postiche de Governador Valadares. O segmento de atuação da marca é tão atrativo que fica difícil não com-prar. Uma infinidade de produtos para viagem desperta o interesse do consumidor, sobretudo do sexo feminino. Tan-to que a rede, focada nesse público, divide seu mix de pro-dutos pensando nas diversas fases da mulher. Na loja você encontra seções como: Filhos, Casual, Fitness e Festa. Le Postiche também é referência em soluções para presentes para todas as idades. E o melhor de tudo: os preços agra-dam a todos os bolsos.

A loja chegou em Valadares há um ano. Uma opção acertada de investimento, feita pelo empresário Altino

Martins, que veio do Espírito Santo. A boa localização da cidade e o grande potencial comercial da região, segundo ele, foram os principais motivos da escolha. A liberdade dada pela rede a quem decide investir na marca também despertou o espírito empreendedor de Altino. “Ao contrá-rio da maioria das franquias, a le Postiche trabalha com o sistema de licenciamento. A principal diferença é a auto-nomia na gestão da loja, que no caso do licenciamento é maior”, explica.

A rede nasceu em 1978 no interior de São Paulo. Desde então, vem alcançando cada vez maior expressividade no mercado pela qualidade dos produtos e pelo design, alinha-do às principais tendências de moda. Atualmente são 2.200 lojas espalhadas pelo Brasil.

Para aquecer as vendas, a rede conta com diversas promo-ções pensadas estrategicamente para o ano. Em outubro, o Bazar le Postiche promete movimentar ainda mais o volume de vendas. Os preços despencam, tornando o momento tão forte na rede que, segundo Altino, supera o Dia das Mães no volume de vendas, perdendo apenas para o Natal. Com os feriados típicos desta época, nada melhor então do que dar uma passadinha na loja, comprar uma mala e ir viajar!

Entrar na loja Le Postiche pode causar surpresa em muita gente: no mix de produtos, estão bolsas, óculos, relógios e bijouterias, além, é claro, das mais variadas malas de viagem. Além da qualidade dos produtos, que já chamam a atenção do consumidor, há motivos extras para visitar a loja no mês de outubro: o Bazar Le Postiche oferece promoções que vão deixar os visitantes de queixo caído.

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42Setembro/outubro 2012conceito

Por José Francisco JúniorE-mail: [email protected]

colaborador

são para todos?As LEIS

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43Setembro/outubro 2012conceito

A visão do povo, em geral, é a de que as leis são complicadas, os processos usam uma linguagem que é quase um código secre-

to, os juízes são elitistas e vivem enfurnados em seus gabinetes inacessíveis. Em outras palavras: o Poder Judiciário não se mostra ao povo.

Andando pelas ruas das cidades (metrópo-les ou do interior), no campo, em qualquer lugar, podemos observar o grau de conheci-mento que os cidadãos têm do Direito, das leis, dos deveres. Mais do que isso, percebe-se o quanto desse conhecimento é praticado no nosso dia a dia.

Estamos sempre e tão envolvidos com os nossos afazeres diários (trabalho, escola, la-zer, fé, entre outros) e não inserimos neles, na maioria das vezes, a valoração moral de cada um. Quantas não são as vezes em que fazemos alguma coisa de forma mecânica, porque a fa-zemos todos os dias? Não conseguimos enxer-gar o alcance das consequências do simples ato de atravessar uma rua, com a pressa que nos é peculiar nos dias de hoje. Ou de dirigir um veículo pelas estradas, avenidas... Ou de com-prar uma mercadoria em uma ou outra loja... ou ainda de escorraçar o mendigo ou a criança a nos pedir.

Vemos ou temos notícia das portarias lota-das dos hospitais públicos sem o devido aten-dimento aos menos favorecidos, que, por sua vez, também se acomodam.

Diariamente a mídia nos traz as manchetes de rebeliões em presídios, em estabelecimentos que deveriam oportunizar aos menores infra-tores a sua ressocialização. Chegam-nos ao co-nhecimento as falcatruas, a corrupção, os furtos e as ações totalmente contrárias aos princípios gerais da moral, da decência e do Direito, pra-ticados por aqueles que deveriam dar exemplo de integridade e honestidade: políticos, gover-nantes, juízes, pastores religiosos...

É muito comum, também, encontrarmos empresários (ou pessoas físicas) que se utilizam dos espaços públicos como se fossem seus: co-locam mesas e cadeiras de seus restaurantes nas calçadas, obstruindo a passagem de pedestres. Outros colocam cones em frente às lojas para que ninguém estacione, mas somente eles ou

seus clientes.Recentemente temos visto reformas em

lojas, escolas (inclusive estaduais), prédios re-sidenciais e/ou comerciais em que, ao se refor-mar a calçada, simplesmente bloqueiam todo o passeio, obrigando os pedestres (muitas vezes crianças, como no caso das escolas) a usarem a pista que é dos veículos, com elevado risco de atropelamento. Isso aconteceu, por exemplo, com a reforma do passeio da Escola Nélson de Sena, no Centro da Cidade, onde os estudan-tes, por mais de três semanas, tiveram de andar no meio das movimentadas ruas Afonso Pena, Barão do Rio Branco e Bárbara Heliodora. E as autoridades nenhuma providência tomaram.

Seguindo esse mau exemplo, outros em-presários e condomínios têm feito o mesmo, sem a menor cerimônia.

Tais fatos têm influenciado o povo, que se vê descrente de seus próprios representantes e passa a concluir que aqueles valores morais realmente não são importantes. Isso é mau. Muito mau! Daí a necessidade de se resgatar os princípios mais elementares da convivência: o respeito à vida e à propriedade alheias. Mas isso só é possível se cada cidadão se conscien-tizar de suas responsabilidades, direitos e de-veres e, principalmente, cobrar das autoridades as providências para garantir os direitos dos cidadãos, ao mesmo tempo em que fiscalize para que todos cumpram com seus deveres e obrigações.

De fato, parece que as leis não foram feitas para todos...

Estamos sempre e tão envolvidos com os nos-sos afazeres diários e não inseri-mos neles, na maioria das vezes, a valoração moral de cada um. Quantas não são as vezes em que fazemos alguma coi-sa de forma mecânica, porque a fa-zemos todos os dias?

“As leis são como teias de aranha: aprisionam os pequenos, e os animais grandes as arrebentam e escapam”. (Sólon, Grécia Antiga)

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44Setembro/outubro 2012conceito

Por Janaína DepinéE-mail: [email protected]

colaborador

Etiqueta no

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45Setembro/outubro 2012conceito

O aplicativo do momento conquistou uma legião de fãs, ainda mais depois que foi disponibilizado para usuários Android. Mais gente usando e mais gafes a

todo o tempo. Se você gosta desse aplicativo, mas não quer se tornar um Instachato, veja algumas dicas valiosas:

1) Seu insta, suas fotosNada de publicar fotos que não são suas ou imagens da

Internet. A graça do Instagram é justamente você fotografar, botar efeito e ponto final.

2) Zero profissionalismoA diversão do aplicativo é você conseguir a melhor foto

do celular usando aquele monte de filtros. Se você usar uma câmera profissional para depois jogar um #nofilter vai humi-lhar os usuários.

3) Diga não ao delayO Insta vem de instantâneo. Então, não me venha postar

fotos do que você fez no verão passado.

4) Moça do tempoQue coisa chata ficar mostrando a página com a previsão

do tempo onde você está. Gente, todo mundo pode acessar o climatempo e descobrir isso do sofá de casa! Muito mais interessante uma foto de você sob uma garoa, neve ou sol de rachar mamona e uma legenda criativa.

5) Frases de efeitoSua vida parece ter saído dos textos de Caio Fernando

de Abreu e Clarisse Lispector? Que bom! Nesse caso o apli-cativo recomendado para você é o Tumblr. Vá e seja feliz por lá! No Instagram queremos imagens na tela, comandante Amilton!

6) ah, não floode!Se você envia várias fotos o dia inteiro, das duas uma: ou

está desempregado ou desocupado. Péssimo sinal em qual-quer um dos casos. Evite inundar (daí a palavra flood) com excesso de postagens.

7) Segura a hashtagAs hashtags ajudam a organizar as fotos e facilitam a pes-

quisa de usuários interessados no tema. Só isso! Não precisa exagerar com umas 10 hashtags ou mais para cada foto #não-pirenahasthag.

8) Lugar de menu é no restauranteSe você não é um chef ou dono de restaurante, nos poupe

das fotos do seu almoço. A não ser que seja algo tão exótico que valha o compartilhamento. Para todos os outros casos, existe o Foodspotting, um aplicativo para gente como você que gosta de “gordices”.

9) ego mode onVocê é linda, sensual e seus looks arrasam. Parabéns! Que

tal deixar essas observações para o espelho? Certamente seus seguidores não querem um book seu. Evite montagens com várias fotos de si mesma, especialmente no espelho, no ba-nheiro, fazendo bico de pato ou mostrando a língua.

10) Seu filho seu tesouroAh, criança dá cada foto linda! Concordo. Mas postar

uma dezena de fotos do seu filho por dia já é demais. Caso para o Conselho Tutelar, tamanha a superexposição.

11) Diga não ao merchanFicar colocando foto de produto e preço não é tema para

o Instagram. Bem como flyer, anúncio e propaganda. Não faça spam.

12) DespoluaNa carona do Instagram vieram vários aplicativos que

prometem borda recheada de catupiry, lacinhos e corações. Tem gente que acha que está num filme do Star Trek e quer colocar todos os efeitos possíveis. Não seja “a loka” dos efei-tos, por favor!

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46Setembro/outubro 2012conceito

Por Igor MadeiraE-mail: igormadeira.wordpress.com

Cientificamente, o comportamento de deixar para a última hora é descrito como “procrastinação”; e boa parte de

nós considera esse fenômeno como algo inerente a cultura, uma espécie de brasilidade. Embora os estudos apontem que procrastinar seja um com-portamento tipicamente cultural (o que justifica-ria o comportamento do brasileiro), a raiz desse problema deve ser examinada.

Geralmente, deixamos para a última hora as tarefas que nos causam desconfortos ou excesso de trabalho, como por exemplo lavar talheres, declarar Imposto de Renda, fazer monografias etc. Quando precisamos realizar algum tipo de tarefa dispendiosa, qualquer atividade paralela já é motivo para abandonarmos o que deveria ser realizado (esse é um dos motivos pelos quais as redes sociais se tornaram um prato cheio para os procrastinadores, não é verdade?).

Embora o comportamento de procrastinar nos traga alívio imediato (pela não realização da tarefa dispendiosa), em longo prazo poderá tra-zer sérias consequências, como por exemplo, a realização de um trabalho mal feito, notas baixas na escola ou na universidade, estresse, irritação, horas de sono perdidas etc.

Você pode estar se perguntando: esse com-portamento ocorre em todas as pessoas? Há for-mas e/ou meios de evitá-las?

Há três princípios que talvez possam ajudá-lo

na difícil tarefa: em primeiro lugar, é importante reconhecer que todos nós procrastinamos, pois tendemos a adiar as tarefas que nos incomodam. Em segundo lugar, é preciso verificar a ocorrên-cia da procrastinação (se ela ocorre sempre ou de vez em quando) e se interfere diretamente nos relacionamentos sociais e na saúde (você vive adiando compromissos sociais ou horas de sono para dar conta das tarefas atrasadas?). Em tercei-ro lugar, não basta somente o auto-diagnóstico. É preciso agir (ou procurar ajuda terapêutica) para evitar as consequências da procrastinação.

Uma das formas de ação é escolher tarefas que nos geram prazer, pois tendemos a realizá--las de melhor maneira. Porém nem sempre fa-zemos somente o que gostamos, e quando isso ocorre é necessário planejar como essas tarefas serão executadas. Um dos princípios é dividir a tarefa dispendiosa em pequenos passos até que toda a atividade seja realizada, evitando desgas-tes. Outra solução é separar horários (criar roti-nas) para a realização da tarefa e não deixar que nenhuma atividade concorrente interfira na sua atividade, como separar um horário diário para os estudos ou para praticar atividades físicas. Caso a procrastinação interfira diretamente nos seus relacionamentos sociais, a dica é procurar um bom terapeuta para a criação de um plano de atividades com o objetivo de minimizar os efei-tos do comportamento procrastinador.

Deixar para Um comportamento tipicamente brasileiro?

última horacolaborador

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47Setembro/outubro 2012conceito

Andar pelas ruas de Caratinga exige dos pedestres e motoristas mais do que atenção no trânsito. Os olhares preci-

sam ser desconfiados. Nas esquinas, no comér-cio e até na praça principal da cidade, um lugar projetado para o descanso, não é difícil encon-trar quem esteja bem atento aos perigos que rondam os cerca de 85 mil moradores, como indica o Censo 2010 do IBGE. Nos números que engordam as estatísticas do município, destacam-se a violência doméstica e, é claro, o tráfico de drogas e a violência no trânsito.

De janeiro a agosto de 2012, o Corpo de Bombeiros registrou, por exemplo, 71 acidentes envolvendo motociclistas. Segundo o coman-dante da corporação, Raimundo Dias, este é o tipo de ocorrência mais comum nas 20 cidades atendidas na região. “Muitos acidentes pode-riam ser evitados se os condutores fossem mais

prudentes no trânsito”, lembra.Ao todo são 12 profissionais efetivos e 30

voluntários. O trabalho, praticamente feito com o esforço de pessoas que decidiram ajudar gratuitamente, está ameaçado por dificuldades financeiras. As despesas da corporação somam R$ 25 mil mensais, mas os investimentos dos órgãos públicos são de apenas R$ 10 mil. O dé-ficit mensal de 15 mil tem suas consequências: os funcionários já chegaram a ficar três meses sem receber.

Mesmo assim, o comandante assegura que o trabalho não vai parar. “Vamos inclusive fazer um evento em outubro para angariar fundos e quitar todas as dívidas da corporação”. E acres-centa: “O apoio financeiro dos poderes público e privado poderia ser maior”. A prefeitura desti-na à corporação o dinheiro do “Faixa Azul”, das cobranças do estacionamento de vias públicas.

Caratinga pede por mais

Medo da violência deixa de ser característica apenas dos grandes centros e chega a Caratinga, para preocupação dos moradores

segurança

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48Setembro/outubro 2012conceito

E, em se tratando de segurança pública, ninguém melhor que os próprios moradores para avaliar a situação pela qual passa o município. A alternativa da população para driblar os riscos de assaltos ou outros tipos de violência é dos mais variados, bem como as opiniões. A Revista Conceito foi às ruas para ouvir o que alguns têm a dizer sobre o tema:

Acho que o policiamento nas ruas é fra-co. Eu ando até um pouco preocupado. Não dá para confiar em qualquer um.

Tive que colocar um alarme na minha loja. Sem ele, com certeza estaria mais pre-ocupado. Agora estou pensando num sistema de câmeras para re-forçar a seguran-ça. Já invadiram a loja uma vez, não quero que isso se repita.

Na minha opinião, uma das soluções para o problema da violência é investir no público jovem, com atividades de lazer e recreação . Não só em Cara-tinga, mas também nos distritos vizinhos. Isso vai retirar grande parte desse público de risco das ruas.

Gleidson oliveira, representante comercial

Leonardo Costa, comerciante

vanessa nonato, servidora pública

O que pensam os moradores?

Combate à criminalidade

Se no trânsito a atenção deve ser maior entre os moto-ciclistas, quando se fala em criminalidade os jovens mere-cem um cuidado especial. O delegado de Homicídios da 2ª Delegacia Regional de Caratinga, Fernando Lima, destaca o aumento no número de ocorrências relacionadas ao tráfico de drogas. “Na maioria dos casos há envolvimento de adoles-centes, sobretudo com apreensão de crack”.

Fernando alerta para a relação entre o tráfico e o número de homicídios. Segundo ele, a criminalidade cobra um preço alto aos envolvidos. “Por isso a interação entre as polícias civil e militar é indispensável. A Militar respondendo pelas ações preventivas, e a Civil pela parte investigativa”, explica.

A parceria aumentou depois de um projeto lançado pelo Governo de Minas que busca somar forças entre as diferentes linhas de atuação no âmbito da segurança pública. “Com esse diálogo entre as polícias e o Corpo de Bombeiros, é possível relacionar os dados e ter uma visão mais completa da situação de criminalidade em Caratinga”, completa Fernando.

Na Polícia Militar, ações preventivas, como o Progra-ma de Erradicação das Drogas (Proerd), ajudam a diminuir o número de adolescentes envolvidos com o tráfico. Outra iniciativa que deu certo foi a implantação do Posto de Poli-ciamento Comunitário, que atende à região do Bairro Santa Cruz, considerado pela população um dos mais violentos de Caratinga.

O prefeito de Caratinga, João Bosco Pessine, reconhece que o combate à criminalidade envolve uma série de ações que, em muito, dependem do poder público. “A segurança pública não pode ser tratada apenas com medidas repres-sivas e de vigilância. Precisamos de um sistema integrado, que envolve atividades de prevenção e orientação, garantia à educação de qualidade para todos, saúde, assistência social e oportunidade de uma vida digna”, sugere.

O prefeito, que deixa o cargo no fim do ano, lembra que mais um passo foi dado na melhoria da segurança na cidade. “Este ano concretizamos a doação de um terreno da prefeitu-ra para a construção do Centro de Internação para Menores Infratores, cuja pedra fundamental já foi lançada”.

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Dudu Fragasociedade caratinga

O jovem casal Polianne Alves e Ednilson Soares ainda em clima de lua-de-mel. O enlace na Cidade das Palmeiras não deixou a desejar em relação às melhores festas dos grandes centros. Luxo total!

Dia D para Paola Eliziario e Roberto Guedes. Paola teve produção visual assinada pelo coiffeur Rogério Frade e esbanjou beleza e elegância pelo salão.

Fotos: Roberta Paiva

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O mês de outubro na Cidade das Palmeiras será marcado por dois enlaces matrimoniais. No dia 12, sexta-feira, os noivos Mayara Zavagli e Breno Xavier sobem no altar da Catedral de São João Batista, e no dia 13, sábado, é a vez dos noivos Yáscara Gomes e Bernardo Damião.

O médico oftalmologista Dr. Mário Bomfim esteve circulando pela metrópole paulista, onde defendeu sua tese de doutorado na Universidade Federal de São Paulo. O tema apresentado pelo jovem médico foi o uso da placenta na área de oftalmologia.

No dia 27 de outubro, sábado, estarei comemorando os meus 18 anos de colunismo social. Uma tarde pra lá de agradável com gente bonita, boa música, degustação e homenagens. Day Party Barbecue acontecerá na Fazendinha do Flávio Pena (Morada do Lago), a partir das 12h.

A Loja Maçônica Caratinga Livre comemorou 100 anos de fundação. A data foi festejada durante jantar no salão social do América Futebol Clube e marcada por homenagens a autoridades e personalidades que contribuem para o crescimento da nossa cidade.

Bodas

Em Sampa

Day Party

100 Anos

Retalhos

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O broto Luiza Carraro durante a comemoração dos seus 15 anos. Na foto ela aparece ao lado dos pais Carlos Carraro, diretor do Jornal A Semana, e Rosely Moura. O debut reuniu um forte time da nossa sociedade no salão Styllos.

Álbum de família: os noivos Bruna Sabadine e Bruno Leite com as irmãs dela, Carine e Cláudia Sabadine, durante a festa que comemorou o enlace.

As gêmeas Anamaria e Mariana Gomes, durante a big festa que festejou a chegada dos 15 anos. Foi um momento para ficar na

história. Tudo muito perfeito, desde a decoração luxuosa, buffet refinado

e homenagens às debutantes. As gêmeas são filhas do casal Alessandra

e Amadeu Gomes.

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Por Inocêncio MagelaE-mail: [email protected]

colaborador

perplexidade e a inevitável

indignação

A necessária convivência com a Há 18 anos colhi em minhas bateias uma pe-

dra preciosa: um artigo assinado por José Cas-tello, intitulado “A Cultura da Razão Cínica”. Chamou-me tanta atenção que me aguçou o olhar e minhas observações nessa direção. Mais recentemente deparei-me com alguns fatos que não me contiveram em minha tranquilidade e, além da perplexidade, causaram-me profun-da indignação. O primeiro deles levou-me à constatação de que a Cultura da Razão Cínica encontra-se entre os melhores, mesmo em nível internacional.

Todos tem conhecimento do que se passa na Síria. O fato raro de insurreição, ocorrido no Egito de forma vitoriosa, disseminou no Orien-te Médio a crença da possibilidade em todo o Oriente Próximo e Médio. Em decorrência, chegou à Síria. Nela o processo foi se alastrando de maneira que se formaram dois lados: o lado das tropas oficiais e o lado dos insurretos. Com o passar do tempo, o processo vem se consoli-dando como guerra civil. Diante dessa realidade a comunidade internacional, ou melhor dizendo, a ONU, não conseguindo obter nem da China nem da Rússia o consentimento de decidir pela intervenção naquela realidade pela chamada Força de Paz, tomou em diferentes momentos a inútil iniciativa de promover um pacto de paz, temporária ou definitiva. Ora, qualquer leigo

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num assunto como esse pode compreender que as mágoas e os sentimentos, gerados pelos milhares de mortos ocasionados pelo governo da Síria, não permitiriam uma regressão ao es-tágio anterior de falsa pacificação.

Afora as mortes causadas, existem os senti-mentos recalcados de revolta relacionados aos anos de repressão e autoritarismo por Bashar al Assad, que por sua vez, cego, não percebe que a realidade não permite retorno. Onde está o cinismo? Ele se encontra no faz-de-conta de que a ONU acredita na possibilidade de um retorno ao estágio da pacificação entre Bashar al Assad e ativistas. Como? Enviando embai-xadores para propor um tratado de pacificação entre as partes, tais como o não menos que emissário da ONU e da Liga Árabe, o Sr. Kofi Annan, ex-secretário geral da ONU.

A pergunta que faço é: Acreditaria ele que os insurretos baixariam as armas e esqueceriam a dor e a revolta de tantas mortes? Cheira-me à hipocrisia e ao faz-de-conta. Mas acontece que a Cultura da Razão Cínica não é privilégio in-ternacional.

Nas últimas semanas assisto a uma iniciativa do SBT, conduzida pelo jornalista Carlos Nasci-mento, caracterizado por ser uma atração esca-neada de outro programa formatado pela BBC, “The Greats”, que elege a personalidade que fez mais pela nação e que por isso se destacou.

Foram apresentados os 100 mais votados, por um processo que o SBT admite como de-mocrático. Desses 100, para não gastar mais espaço com tudo o que ocorreu, segundo sua metodologia democrática, 12 foram os fina-listas desse processo. É nesse momento que a Cultura da Razão Cínica se impõe e faz com que os níveis de audiência se sobreponham à mais deslavada metodologia democrática, que me impõe perplexidade e indignação.

Ao final de uma etapa do processo, final-mente foram caracterizadas as seguintes perso-nalidades que entrariam em “confronto”:

Eliminatória 1: Chico Xavier x Ayrton SennaEliminatória 2: Santos Dumont x Juscelino

KubistcheckEliminatória 3: Princesa Isabel x Getúlio

VargasSe eu perguntasse ao leitor, na comparação que

eu apresento, quais preferências apresentaria ele nas seguintes perguntas, o que responderia?

— Entre seu pai e sua mãe, você tem prefe-rências?

— Entre seu filho e sua filha, com quem

você fica?O leitor poderá constatar a impossibilidade

da escolha, por tratarem-se de alternativas de alto valor, sem que se tenha a necessidade de fazer uma escolha ou uma exclusão. Indo dire-to ao assunto, o primeiro confronto, que por acaso assisti e que me causou estranheza, per-plexidade e indignação, foi, ainda na primeira etapa, uma decisão entre Irmã Dulce e Chico Xavier. Aumentaram o meu desapontamento os embaixadores que representaram cada um dos confrontantes (aos olhos do SBT), tendo como defensor de Irmã Dulce um padre do qual se espera bom senso e discernimento. Da parte de Chico Xavier comparece uma autori-dade sobre sua personalidade, que também o expõe ao ridículo da competição.

Meus caros leitores, Irmã Dulce e Chico Xavier se notabilizaram pela caridade, pela co-operação, pela generosidade e pela prática do bem. Como decidir entre um e outro? Como preferenciar um ao outro? Como preterir um ao outro? Sugiro a vocês que não se atenham apenas a essa dupla, mas examinem as demais que se confrontaram e verifiquem se é justo de-cidir por uma.

A metodologia, o critério e o processo se-letivo supostamente democrático justificam a ganância pela audiência, atropelam e execram o patrimônio mais valioso da nação brasileira.

Registro minha estupefação, perplexidade, indignação e rejeição ao que fizeram com nossas persona-lidades mais queridas.

Meus ca-ros leitores, Irmã Dulce e Chico Xa-vier se no-tabilizaram pela cari-dade, pela cooperação, pela genero-sidade e pela prática do bem. Como decidir entre um e outro? Como pre-ferenciar um ao outro? Como pre-terir um ao outro?

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colaborador

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Mineiro que se preza já tem fama de pre-cavido. Cercado de jacarés, piranhas e antas então, nem se fala... O receio dos perigos es-condidos no pantanal selvagem estava estam-pado no rosto de cada um da nossa equipe de reportagem.

Chegamos a Cuiabá e imediatamente nos deslocamos até Cáceres cientes de que os próxi-mos dias seriam de muitas aventuras e desafios numa missão histórica: capturar uma onça pin-tada, o maior e mais temido felino do Brasil, e depois mostrar o flagrante, pela primeira vez, na televisão brasileira.

Além da nossa própria segurança e extrema atenção com as recomendações para que ne-nhum imprevisto atrapalhasse nossos planos, ainda tínhamos que torcer para que a fera, de fato, aparecesse e caísse na armadilha.

Num dos muitos pontos movimentados de pesca, entramos numa lancha do Institu-to Ambiental Chico Mendes e descemos por inesquecíveis 4 horas as fascinantes corrente-

zas do Rio Paraguai, que de tão belo e impo-nente inspirou diversos artistas na composição de canções formidáveis. Estar na fonte dos poetas era mais um dos raros privilégios que minha profissão proporciona.

Ali, a bordo, entre um solavanco e outro, longe do barulho do trânsito, do corre-corre, dos prédios, a inexplorada paisagem encantadora contrasta com o frenético ritmo do homem ur-bano. O cenário deslumbrante impõe a reflexão sobre o que estamos fazendo com nós mesmos e com as próximas gerações. Deus criou tudo com tanto capricho. E o homem impiedoso não valoriza a obra divina.

Depois de um dia inteiro de viagem, che-gamos ao barco hotel, que em plena região ala-gada oferecia infraestrutura semelhante a que qualquer concorrente em terra firme. Comida boa, ar condicionado, banho quente com direito a prosas infinitas com os nativos e visitas ines-peradas, como a sucuri que logo nas primeiras noites subiu pelos fios do congelador e apareceu

Por Luiz Gustavo (Biló)E-mail: [email protected]

Equipe da Record em busca de um dos animais mais belos da fauna brasileira: eles, literalmente, cutucaram onça com vara curta

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do nada na sala onde passamos o tempo jogando disputadas partidas de buraco.

Sem televisão ou internet e com apenas um celular com sinal, a fila para falar com as famílias era inevitável. Re-féns da tecnologia como vivemos hoje, pode até parecer um sofrimento ficar quase que incomunicável. Mas aquela paz imensa me fez descansar da pressão da vida moderna e enxergar que o que é bom mesmo costuma ser de graça: admirar o pôr-do-sol, conversar por horas com os amigos, observar o movimento das águas, dos pássaros. Se você pen-sou “há quanto tempo não faço isso...”, bem-vindo à lista dos que ainda não descobriram que menos é mais...

Durante o dia, nos deslocávamos de barco para as mui-tas ilhotas da região. Ali, pacientemente, biólogos e veteri-nários da equipe montaram oito armadilhas num raio de dois quilômetros ao redor do barco hotel. Mais uma vez, fiquei com imenso orgulho de conhecer novos profissionais abnegados que, em meio ao mar de lama e corrupção que assolam nosso país, perseveram como idealistas na penosa luta em defesa do meio ambiente.

No meio do mato, longe de tudo e de todos, esses bra-sileiros são cidadãos valentes e imensamente dispostos a honrar cada tostão dos contribuintes que lhes pagam. É um ofício que exige sacrifício físico, paciência e conhe-cimento. Sem receber hora extra, vale refeição ou vale transporte, esses trabalhadores desempenham uma ativi-dade que esconde na mata, mas de imenso valor coletivo. Raramente alguém vê o que eles fazem. Mas todos podem usufruir dos benefícios.

Na sexta noite, as 19h30, o alarme tocou e uma das ar-madilhas disparou. Entramos rápido no barco. Era preciso ser rápido para evitar o sofrimento do animal capturado. Há relatos nos Estados Unidos de onças que morderam e arran-caram a própria pata na tentativa de escapar da emboscada.

Vinte minutos depois, estávamos de frente para a mata de onde veio o ruído sonoro. A escuridão da noite fez o medo avançar. Dentro da selva vinha o som temeroso de que algo se mexia. Um dos biólogos, sentado na parte de trás do barco, jogou a lanterna na floresta. E lá estava uma onça enorme e enfurecida por ser capturada.

Aproximamos devagar. Tínhamos que fazer silêncio para a fera não ficar ainda mais estressada. A orientação era deixar o foco de luz o tempo todo nos olhos da onça. Sem ilumina-ção, o felino enxerga no escuro. Mas nós, não...

Dardos e anestésicos estavam prontos. Um dos veteriná-rios foi se aproximando até conseguir mirar no alvo e dispa-rar. Um tiro certeiro! Lentamente, o animal foi perdendo o equilíbrio até tombar de vez em sono profundo. Literalmen-te, cutucamos a onça com a vara curta. A falta de reação foi o sinal de que podíamos nos aproximar.

Só em zoológico tinha visto um predador assim, no pró-prio habitat. Tinha marcas e feridas pelo corpo inteiro. Sinais das lutas pela sobrevivência diária no Pantanal, onde a onça tem apenas um predador: o homem.

Pacientemente, a equipe pesou e mediu a fera: 99 quilos, dois metros e meio. Pelos dentes amarelados e grandes, a idade foi estimada em sete anos. Por causa do físico privile-giado, ali mesmo, no meio do breu e do nada, a onça ganhou um apelido: Anderson Silva.

Um colar tecnológico agora monitora cada passo de An-derson desde aquele dia. A equipe quer saber mais sobre a espécie: quanto anda por dia, por onde e por que, quais áreas prefere etc. Os resultados vão ajudar no desenvolvimento de projetos de preservação.

A onça é um símbolo nacional e está na boca do povo. Quem não conhece expressões como “é lá que a onça bebe água”, “ami-go da onça”, etc.? É tão valorizada que está na nota de R$ 50,00. Cabe no bolso, sem sair do imaginário popular.

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Um Brasil cada vez mais aberto a novas

culturasPor George Gonçalves Ronalt Lessa

DIVERSIDADE RELIGIOSA

Quando o Brasil foi descoberto, há exatos 512 anos, a cultura européia, enraizada no catolicismo sediado em Roma, levou a expansão da religião mais popular do planeta aos países do Novo Mundo. Por aqui, o resultado foram os séculos de tradição católica, passada de geração em geração, sob a convicção cultural de que o império dos papas perduraria até o fim dos tempos. Mas as novas tecnologias derrubaram o que parecia certo, e hoje, alimentadas pela mídia, as religiões antes secundárias ganharam peso, mas, ao mesmo tempo, falta de identidade: enquanto os evangélicos se ramificam nas mais variadas versões da crença a Deus, a Igreja Católica tenta se reafirmar num cenário cada vez mais aberto a novidades. até então condenáveis pela sociedade.

especial

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Nos templos cada vez mais lotados, a demonstração da fé encanta. A adoração a Deus, cuja denominação e princípios se diferem conforme a religião, venceu a barreira do tempo, do consumismo desenfreado e até das descobertas científi-cas. E hoje, em pleno século 21, está em alta. Multiplica-se o número de pessoas ligadas às mais diferentes crenças, des-crenças e pontos de vista que buscam um encontro pessoal ou comunitário com o Criador. Novas religiões pipocam de tempos em tempos, enquanto a energia revigorada nos tem-plos é testemunhada todos os dias. Todos empenhados na preparação espiritual para a agitada rotina dos dias, com a certeza de um futuro melhor.

Essa realidade aguçou nosso faro jornalístico, e Concei-to foi buscar respostas que permitam compreender de onde vem – e para onde está indo – a fé dos religiosos de Valadares. O município é um campo extenso nesta área. Estima-se que estejam espalhados no lugar milhares de templos religiosos das mais diversas crenças. Por isso, ninguém melhor do que as lideranças religiosas para fazerem um raio-X do perfil dos valadarenses no contexto religioso.

Antes de tudo, porém, há um prelúdio para nortear qualquer debate. Uma pesquisa divulgada este ano pelo Ins-tituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que o domínio católico em todo o país vem perdendo força (veja os gráficos). Em outras palavras, a proporção entre os fiéis da maior religião do mundo e os evangélicos diminuiu, e o país caminha para uma igualdade religiosa, deixando para trás séculos de tradição.

Mas será que Valadares segue a tendência nacional?Na opinião do pároco da Catedral de Santo Antônio,

padre Francisco Vidal, a resposta é “não”. Segundo ele, os fiéis valadarenses caminham no rumo inverso. “As paró-quias da Diocese permanecem cheias. Na Catedral, temos um público de 5 mil pessoas durante as missas dos fins de semana”, defende. Vidal vai além: para ele, não houve dimi-

Tudo o que puder ser feito, com ou sem tecnologia, deve ser feito para o anúncio do Evangelho. (...) É cada vez mais comum pessoas em busca de prosperidade, e não do sacrifício. Preocupam-se em ter, e não em ser.

Pastor Horácio Perim, Comunidade da Graça

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nuição no número de católicos, mas a entrada de católicos não-praticantes nas igrejas protestantes.

“A Igreja sempre teve consciência de que o número de pessoas que realmente praticava a religião era menor”, explica o pároco. Isso porque, na avaliação dele, a religião sediada em Roma era vista por muita gente como uma tradição, uma herança dos antepassados. Dessa característica surgiu o cos-tume de muitas pessoas de se declararem católicas, mesmo sem frequentar a igreja aos domingos ou seguir os preceitos atribuídos a ela. O padre ainda critica a chamada teologia da prosperidade, apregoada em algumas igrejas protestantes que pregam o sucesso financeiro como resposta de Deus aos esforços humanos.

Já o pastor da Igreja Batista Sebastião Arsênio atribui o avanço da igreja protestante, em grande parte, à populariza-ção da música gospel, trazendo à tona o sucesso das bandas religiosas. Ele lembra que artistas que caíram no gosto dos brasileiros arrastam cada vez mais multidões. Mesmo diante dos dados, o pastor faz uma ressalva. “Muita gente se declara evangélica, mas não segue a religião verdadeiramente”.

Mídia e religião

E se em tempos modernos conectar-se é uma estratégia de sucesso, sobretudo através das redes sociais, o ambiente religioso, qualquer que seja a crença, aproveitou-se da expan-são da internet para também se expor. Popularizar produtos e serviços, aliás, se transformou em nicho empresarial, e hoje há no mercado especialistas em assessoria de mídia.

O jornalista e publicitário Ricardo Gomes é gerente comer-cial de uma empresa especializada em comunicação católica. O empreendimento surgiu em Governador Valadares há dois anos, a partir da necessidade de implantar uma comunicação interna e externa entre as paróquias. “A igreja acompanha todas as novidades tecnológicas e as utiliza na evangelização”, explica.

A empresa também cria peças publicitárias para divul-gar eventos. O resultado, ainda recente, começa a aparecer: o serviço que começou pequeno, restrito apenas a Valadares, já tem clientes até fora do Estado. A parceria firmada com uma editora católica, com sede em São Paulo, também ajuda a expandir o mercado. O uso da mídia em favor da religião é uma das características da igreja na pós-modernidade.

Já o pastor da Comunidade da Graça, Horácio Perim, avalia: “Tudo o que puder ser feito, com ou sem tecnologia, deve ser feito para o anúncio do Evangelho”. A Comunidade, segundo o pastor, é uma igreja em células. Os membros são divididos em pequenos grupos de partilha para vivenciar as propostas evangélicas.

Pastor Horácio diz também que a palavra “igreja”, no contexto bíblico, não está ligada a instituições, mas a pessoas. Um dos desafios da contemporaneidade, avalia, é justamen-te desmitificar a Teologia da Prosperidade. “É cada vez mais comum pessoas em busca de prosperidade, e não do sacrifício. Preocupam-se em ter, e não em ser”, sustenta.

De fato, as religiões tornaram-se verdadeiros produtos cujo objeto de consumo é o encontro com Deus. E pode se sair melhor a igreja que tiver melhores estratégias de comuni-cação para trazer os fiéis para dentro dos templos.

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Por Clores de Andrade LageE-mail: [email protected]

Criação não tem limite. Cos-tumo dizer que o poder cria-tivo é infinito e ainda é de

graça. Nos anos 90 resolvi inovar. Pen-sei: porque ficar limitada à tela plana? Decidi ousar e dar movimento às telas. Criei a Movitela, uma fábrica de telas com movimentos côncavos e convexos. Patenteei a ideia. E até os dias de hoje inúmeras pessoas ao redor do mundo copiam o produto. No início, eu fica-va chateada com os plágios, mas hoje encaro o fato com naturalidade e até com certo orgulho. Pensando bem, ninguém copia o que é feio. E, en-quanto isso, me ocupo em criar no-vas formas de arte.

Em abril deste ano, participei da Artexpo 2012, em Nova York. Alegrei meus olhos, alimentei a alma, che-guei inspirada e com uma enorme vontade de amplificar a dimensão

das esculturas e dar um acaba-mento em laca e tinta automo-tiva. Afinal, qual é o tamanho da criatividade? Na verdade é sem tamanho, sem limite. Por

isso, nessa nova fase como artista

criei esculturas de até 2 metros de altura. Quis inovar, surpreender, dando mais grandiosidade ao que é belo, nobre, simples e natural.

arte sustentável

Sabe aqueles troncos retorcidos, raízes e restos de árvores desprezados lá no pasto, nas margens dos rios e córregos? Misturados com outros materiais, eles viram obras de arte. Pen-sando bem, intuição faz parte da vida do artista pra dar formas inimagináveis a objetos ainda mais surpreendentes.

No auge dos meus 6.9, sou inovadora em tudo o que faço. Preciso criar dia a dia pra me sentir mais viva. A vida pede talentos, arte e cul-tura. Eu preciso disso. Todo artista precisa. E precisa também de valorização e investimento para a criatividade aflorar e seu trabalho poder ser visto, lembrado e reconhecido.

É daí que nasce meu próximo desafio; mais do que isso, sonho. Tenho o desejo imenso de conseguir um museu de arte contemporânea, com salas de exposições no centro da cidade. Gostaria que fosse sobre a Praça dos Pioneiros, em um nível superior com estrutura de ferro e vidro, sem afetar o projeto atual. O Museu de Arte Contemporânea seria integrado ao jardim

colaborador

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O tamanhoda

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existente para que natureza e arte convivessem harmoniosamente, como deve ser.

O museu atenderia às escolas, educadores e visitantes. Ele teria uma rampa ou um mini ele-vador, possibilitando acessibilidade a todos os públicos, incluindo pessoas com necessidades especiais. Neste momento, deposito as minhas esperanças em algumas empresas e/ou políticos com sensibilidade artística para concretizar um sonho que não é só o meu. Um mundo melhor começa com bons investimentos na arte, na cul-tura e na educação. Se nós tivéssemos esse espa-ço, até nossa economia seria mais promissora. Muitos profissionais da decoração compram

O tamanhoobras de arte nas grandes capitais talvez por não terem um local onde ver e comprar as obras dos artistas locais. Esse espaço certamente serviria de incentivo para os artistas ousarem e fazerem a diferença. Com isso, grandes exposições na-cionais e internacionais poderiam acontecer em Valadares, dando visibilidade não só aos artis-tas, mas à cidade e à região.

Nosso futuro depende do que fazemos e pensamos hoje. Mas o mais importante é rein-ventarmos todos os dias. Quem tiver interesse em conhecer minhas telas e esculturas em tama-nho surreal podem visitar meu ateliê.

Contato: 9102.6050

Nosso fu-turo depen-de do que fazemos e pensamos hoje, mas o mais im-portante é reinventar-mos todos os dias.

Esculturas da

artista Clores Lage

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Liderança:a arte de transformar pessoas

O título desta matéria reserva uma questão importante para qualquer pessoa. Quer mudar o mundo? Comece por si mesmo! E a frase ganha ainda mais sentido no contexto da liderança pesso-al. No mundo dos negócios, gestores de destaque são aqueles que conseguem liderar suas equipes a partir de uma motivação perene e consolidada. Mais: não só na vivência empresarial, mas em qualquer papel de liderança.

Um bom começo passa pela realidade de vida pessoal. Um líder despreparado, que sequer conse-gue governar a própria vida, ao invés de desenvol-ver a equipe pode fazê-la fracassar. A consequên-cia, em muitos casos, pode custar o sucesso de um projeto vital para a empresa.

Na literatura empresarial, vários autores defendem técnicas de liderança como fórmula secreta da tão sonhada liderança. Mas nenhuma é tão efetiva quanto a construção de um pro-jeto de vida que contempla as particularidades da pessoa, dentro de um auto-conhecimento maduro e responsável. Cada um lidera de uma forma, e o importante é saber como aprimorar as qualidades e vencer as limitações.

Um projeto inovador, nascido no Chile, tem

alcançado excelentes resultados no desenvolvi-mento de líderes. A Condor Blanco tem repre-sentantes em 40 cidades de 12 países. Cerca de 500 mil pessoas já conheceram a organização através dos cursos ministrados em fins de se-mana. O projeto se baseia numa estrutura que contempla o amor próprio e o poder pessoal. O objetivo é formar líderes com autonomia e auto-confiança nas ações e decisões.

Nas disputadas cadeiras do curso estão gesto-res, gerentes, diretores, líderes e liderados. Uma das grandes contribuições da Condor Blanco é a elaboração do projeto de vida pessoal, com ob-jetivos a curto, médio e longo prazo. O médico ortopedista Eduardo Siqueira é um dos que re-comendam o curso. “Gostei tanto que, depois do módulo I, fiz o II também, em Valadares. Este ano fui a Fortaleza para o terceiro módulo do curso e agora estou me preparando para ir ao Chile, fazer o quarto e último módulo”, conta.

“No consultório preciso lidar o tempo todo com pessoas. O curso estimulou minha liderança interior. Afinal, todos somos líderes”.

O contato em Valadares é 8806-9502 ou 9197-7778.

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63Setembro/outubro 2012conceito

Por Juliana TedescoE-mail: [email protected]

colaborador

Foram treze dias, 6.600 milhas (10560 km) e vinte e um estados. Uma viagem incrível com lindas paisagens e história pra contar!

Assim foi minha experiência na boleia de um ca-minhão, cruzando os Estados Unidos de costa a costa. A curiosidade em saber como é a vida de um caminhoneiro aqui na América deu um sabor diferente a essa aventura que começou em Boston (Massachusetts) e foi até São Francisco, na Cali-fórnia. Minhas restrições em viajar numa carreta não eram poucas porque no Brasil o fator segu-rança nas estradas deixa muito a desejar. Depois, o preconceito: mulher na boleia de uma carreta? Como seriam as paradas, os banheiros e o descan-

so? Algumas respostas vieram logo que entrei no caminhão, muito bem equipado com microondas, geladeira e camas confortáveis. Esse cenário foi fundamental pra eu relaxar e aproveitar ao máxi-mo essa minha aventura.

A malha rodoviária dos Estados Unidos é a mais extensa e uma das mais seguras do mundo. Com seus mais de 6 milhões de quilômetros de rodovias pavimentadas, os setores privado e do governo dão ao motorista toda a condição de fa-zer da logística um dos negócios mais rentáveis na terra do Tio Sam. Cerca de um quarto das cargas transportadas nos Estados Unidos são feitas por caminhões.

Aventura em

18 rodas

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As primeiras horas de viagem foram de adaptação. Mesmo sendo o carona, algumas regras são essenciais para um bom an-damento, pois essas carretas modernas são computadorizadas, e apertar um botão errado pode acabar em problema.

Depois de quatro horas de viagem é chegada a hora da pri-meira parada técnica: abastecer, comer e usar o banheiro. A orga-nização dessas paradas de apoio aos carreteiros é surpreendente. A limpeza é a ordem! Quiosques de alimentação são vistoriados regularmente e o café é feito de hora em hora. Os banheiros, um caso à parte. Minha esperança era encontrar algo razoável e limpo, mas o que encontrei superou minhas expectativas. Lim-peza, higiene e sempre um toque a mais no banheiro feminino, e os chuveiros em sua maioria de granito ou mármore. Alguns equipados até com banheira de hidromassagem. O valor para o uso dessas instalações? Geralmente um banho custa em torno de US$12 dólares, mas os motoristas contam com a ajuda do cartão fidelidade das cadeias de postos de abastecimento. Dependendo dos créditos adquiridos através do diesel consumido, o banho e tantas outras coisas mais podem sair de graça, e alguns motoristas passam o ano inteiro sem pagar em dinheiro para usufruir de toda essa estrutura.

O paraibano/carioca Rinaldo Gonçalves, há 26 anos nos Es-tados Unidos, 18 deles dirigindo caminhão, hoje tem sua própria companhia de transporte. “No início comecei a trabalhar numa grande companhia de mudanças, a Clark & Reed. Lá eu aprendi praticamente tudo. Viajava por todos os Estados Unidos e com isso fui aprendendo e assimilando tudo o que precisava. Ao final de dez anos já estava preparado para andar com as próprias per-nas e montei minha empresa”. A vida solitária das estradas não é fácil, afirma Gonçalves: “Muitos entram no ramo e não se dão conta de que a vida na estrada é você e você, e com menos de um ano mudam de profissão por não conseguirem trabalhar a questão da solidão e das saudades da família. Mesmo com toda a tecnologia e telefone celular, não é possível estar ao telefone o tempo todo. O melhor a fazer é colocar uma boa música e pensar na vida. As pessoas são atraídas pelo lado financeiro, mas não sabem o que as espera do lado de cá. É muita solidão e responsa-bilidade. É preciso, além de tudo, ser organizado. Não dá pra sair correndo. Tudo é dentro de um cronograma. As cargas tem data, local e hora para ser entregues. É extremamente organizado”.

Organizada também é a segurança para esses profissionais.

Na maioria das rodovias, a cada 30 milhas (48 km), aproxima-damente, existe uma parada de apoio, que além da infraestrutura oferece também estacionamento para caminhões, onde os moto-ristas descansam a qualquer hora do dia.

“Se der sono, eu paro o caminhão, fecho as cortinas, faço mi-nha cama e durmo confortavelmente. Navego na internet WiFi e ainda vejo alguns programas de TV”, continua Gonçalves.

As balanças eletrônicas também estão por toda a parte. É uma forma encontrada pelos governos estaduais de controlar o peso permitido para cada carreta. Elas podem ser um pesadelo na vida do motorista. Os caminhões passam por um radar que faz a primeira triagem, e todos devem passar pela balança. Cabines eletrônicas checam os pesos geral e individual de todos os eixos. Se corretos, o caminhão é liberado. Mas se algo errado é detec-tado, o motorista é convidado a apresentar toda a documentção necessária.

“Quando o motorista não é experiente ou não sabe repartir o peso, ele se enrola todo. Já vi casos do motorista deixar a carreta e voltar pra casa de avião. Não tem argumento com eles. Se algo estiver errado com a carga, você fica aqui o tempo que for pre-ciso até consertar. Aqui não dá para dar jeitinho. Eu mesmo já passei um dia inteiro parado numa área de descanso por excesso de peso na parte dianteira e percebi que poderia ter problemas com a fiscalização. Quase no fim do dia, quando vi que ligaram o letreiro “balança fechada”, liguei o caminhão e continuei minha viagem. Nessas horas a experiência conta muito. Outro dia assisti a uma reportagem falando sobre caminhoneiros no Brasil e per-cebi o quanto meus colegas ainda são prejudicados lá. O governo brasileiro precisa fazer alguma coisa para reforçar a segurança. O motorista vive com um medo constante e isso pra mim é falta de respeito. Eu aqui não sou um simples caminhoneiro, eu sou um motorista profissional e a diferença é muito grande”, finaliza Rinaldo.

Profissionalismo à parte, minha aventura tinha endereço cer-to do outro lado da Costa Oeste, e a cada estado cruzado, belezas e diferenças geográficas separadas por curtas distâncias. O mar de sal no estado de Utah, o pôr-do-sol em Nevada e as montanhas ainda com neve no norte da Califónia. Paisagens lindas no click de uma turista, repórter, carona e companheira de viagem. Em algum momento dessa incrível aventura, meu desejo era continu-ar na estrada e não mais parar.

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Quando o assunto é saúde, todo cuidado é pouco. Por via das dúvidas, é sempre bom visitar o médico com frequência e fazer regularmente um check-up. Mas também é importante estar pre-parado para os imprevistos. Quando o problema requer um tratamento mais complexo, então, a receita é uma só: ser atendido num bom hospital. Mas como saber se a instituição realmente presta um serviço de qualidade?

Uma entidade não-governamental propõe-se a facilitar o trabalho de quem precisa do serviço. A ONA – Organização Nacional de Acreditação – busca implementar em todo território nacional um padrão de excelência na prestação dos servi-ços médicos. A ideia é melhorar gradativamente a qualidade da assistência à saúde.

Uma equipe avalia toda a estrutura do hospital desde a recepção, passando pelas salas de cirurgia, até o setor administrativo. Depois de uma análise crítica do trabalho, é determinado se o local rece-berá ou não o título de Acreditação Hospitalar, uma espécie de selo de qualidade.

A certificação concedida pela ONA é um privilégio para poucos. Aliás, pouquíssimos! Em todo o Brasil, apenas 161 hospitais tem o título. Em Minas, são 29. O São Lucas foi o pioneiro na região do Vale do Rio Doce, conquistando no começo do segundo semestre de 2012 o ní-vel 2 da certificação, relativo à gestão integrada dos processos de qualidade. Com isso, ele agora integra a disputada lista de referências do ramo

hospitalar brasileiro, como Acreditado Pleno.“Isso significa que estamos em conformidade

com os mais altos padrões de segurança e qualida-de do Brasil”, explica a enfermeira responsável pelo setor de qualidade do São Lucas, Cristina Ramos. E ela completa: “Para o paciente, é a garantia de que o Hospital figura entre os melhores do país na totalidade dos serviços prestados”.

O certificado vale por dois anos. Após esse pe-ríodo, a comissão avaliadora retornará à instituição para outra análise dos serviços. “Estamos somando esforços para, na próxima visita da ONA, alcançar o nível 3 da certificação, que representa a gestão em excelência”, ressalta Cristina.

E, para Cristina, o bom resultado na avalia-ção pode ser explicado pelo empenho do corpo de funcionários, que preza pela qualidade. “A certificação depende do comprometimento de todos os colaboradores com a instituição. Cada um tem papel fundamental no bom andamento dos nossos serviços, e, por isso, é responsável por essa vitória”.

A diretora do Hospital Heloísa Lucca vê no resultado uma resposta ao trabalho de referência que é desempenhado na instituição. “Esse título obtido representa para o hospital o reconhecimen-to pelo trabalho coeso e integrado, realizado pelo corpo clínico, equipe assistencial e profissionais da área administrativa. Representa ainda o reconheci-mento e credibilidade da instituição no segmento de saúde”, comemora.

Hospital São Lucas

Hospital é o primeiro com título no Vale do Rio Doce. Em Minas, são apenas 29

recebe certificação hospitalar de renome nacional

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Festa reúne personalidades

1 - Heloisa Lucca, Antônio Victor Lucca e Dra. Deise Rios 2 - Djalma Perobelli, Dr. José Lucca e Dr. Francisco Vieira Simões 3 - Dr. Eduardo

Neves, Dra. Poliana Junqueira, Dr. Érico Ribeiro e Esposa 4 - Sra. Penha Lucca e Dr. José Lucca 5 - Dr. Danilo Viana e Pier Angely 6 - Celso Gama

e Aline Gama 7 - Deputado Helio Gomes e Bruniely 8 - Dr. Rômulo César Leite e esposa 9 - Dr. Luiz Claro Pitanga, Dr. José Lucca, Heloisa

Lucca, Dr. Francisco Duarte Vieira e Dr. Francisco Vieira Simões.

Legenda das fotos:

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67Setembro/outubro 2012conceito

para celebrar conquista

10 - Equipe Hospital São Lucas 11 - Dr. José Lucca e Heloisa Lucca 12 - Dr. José Lucca 13 - Dr. José Salomé e Lêda 14 - Guilherme Olinto e

Esposa 15 - Juiz Dr. José Arnóbio, Dr. José Lucca e Dr. Francisco Vieira Simões

Legenda das fotos:

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O gosto exótico e inconfundível da comida japonesa atravessou oceanos. Em Governador Valadares, bem longe do azul do mar e de sua infinidade de peixes, há quem não abra mão de se deliciar com a variedade desses sabores, todos acompanhados da elegância de uma tradição milenar. O costume ajuda a engrossar o cardá-pio brasileiro que, por si só, é feito de diversida-des dos quatro cantos do mundo.

Os brasileiros, aliás, incorporaram ao sabor oriental novas combinações, com direito até à

comida japonesa

Coelho Diniz é referência em

em Valadares

empreendedor

inclusão de algumas frutas típicas da terra. Ao invés da combinação simples e tradicional do maki – a alga recheada com arroz e peixe – e do sushi, aquela ‘bolinha’ de arroz coberta por uma fatia de salmão, os especialistas neste tipo de preparo literalmente reinventaram o prato: é possível agregar fatias de manga, de cereja, de cereja e de outras iguarias que dão um gosto à parte.

O resultado é um consumidor eclético, que gosta de misturar o tradicional ao inovador. E

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Os con-sumidores criam uma verdadeira afinidade com o sushi-man. Algo inusitado, mas que tem muito a ver com a hos-pitalidade japonesa.

“é de olho nesse interesse dos apreciadores que empresários do ramo de alimentação querem, cada vez mais, aguçar as expectativas do curioso e exigente paladar de seus clientes. Até os super-mercados resolveram investir no setor. Na rede Coelho Diniz, tradicionalmente conhecida pela qualidade dos produtos, a comida que tem recei-ta direto do Japão ganhou espaço privilegiado.

E a impressão de quem passa por lá é que já virou até ponto de encontro. De forma que uma das cenas mais curiosas é a fidelidade dos clien-tes. Os consumidores criam uma verdadeira afinidade com o sushiman. Algo inusitado, mas que tem muito a ver com a hospitalidade japo-nesa. Renato Deolindo, 24 anos, aprendeu a arte em Belo Horizonte. Ele fez um curso que durou 70 dias e trouxe da capital mineira as principais tendências e novidades do mercado. Junto com outros dois profissionais da culinária nipônica, atende no setor de comida japonesa do Coelho Diniz da Rua Sete de Setembro.

O jovem diz ter decidido investir na pro-

fissão por ser um mercado promissor. “Além de ser diferente, é saudável e chama a atenção das pessoas. A própria palavra sushi significa “co-mer peixe de forma feliz’”, esclarece.

Olhando qualquer um dos mais de 70 pra-tos que Renato praticamente desenha, fica mais fácil entender por que cada um deles caiu no gosto dos valadarenses. “São pessoas de todas as idades e classes sociais comprando comida japonesa. Todo mundo quer provar, mesmo que seja por curiosidade”, completa.

A psicóloga Danieli Ferreira confirma a paixão especial pela cozinha japonesa. Frequen-tadora assídua do local instalado no Coelho Diniz, ela conta que não consegue ficar muito tempo sem degustar as iguarias. “Pelo menos uma vez por mês eu e meu marido temos de dar uma passadinha aqui. A comida japonesa é diferente das outras porque é muito leve, saudá-vel, mas ao mesmo tempo com um sabor único”, descreve. “Com o toque brasileiro, sem dúvida o que já era bom ficou ainda melhor”, conclui.

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Pedimos uma pequena licença neste espaço tão importante só pra dizer que entendemos bem o

valor da palavra caridade. Não aquela promocional, feita para ser exibida e não para ajudar quem

precisa, mas aquela feita com amor e pureza de espírito. E reconhecemos tanto o trabalho das

entidades assistenciais de Valadares que decidimos doar uma página de cada edição para o

altruísmo. Esta é a primeira delas. A REVISTA CONCEITO promove aqueles que promovem a vida.

A AADORT é uma organização não gover-namental, sem fins lucrativos, e tem por objetivo prestar assistência às pessoas com doença renal e transplantadas em tratamento médico que este-jam em situação de vulnerabilidade social.

A entidade foi fundada em Governador Va-ladares em setembro de 2007, abrindo filiais nos municípios de Divinópolis em junho de 2008; Ipatinga, em junho de 2009; e Pará de Minas, em outubro do mesmo ano.

A instituição tem como prioridade suprir as necessidades básicas de cerca de 450 famí-lias cadastradas através de cestas de alimen-tos, materiais de limpeza e higiene pessoal, suplemento alimentar, cadeiras de rodas e de banho, fraldas geriátricas e medicamentos não fornecidos pela rede pública de saúde, dentre outras demandas dos usuários que lutam por melhores qualidades de vida.

Todos os benefícios concedidos são acompa-nhados pelo Setor de Serviço Social da entidade, que, além de avaliar as condições socioeconômi-cas dos assistidos, orienta e encaminha-os à rede social de cada município.

Outro propósito da entidade é a conscienti-zação da sociedade sobre a prevenção da doença renal. Só assim poderemos reduzir os números cada vez maiores de morte e de pessoas em he-modiálise e diálise.

De acordo com o último Censo da Socie-dade Brasileira de Nefrologia, existem mais de 90 mil brasileiros em diálise, sendo 90% deles em hemodiálise, com um custo anual de dois bilhões de reais. Na última década, houve um aumento de mais de 100% no número de pa-cientes em diálise.

Em seus estágios avançados, a doença renal crônica está relacionada ao aumento de inter-nações hospitalares, mortalidade cardiovascular, grande impacto na qualidade de vida e elevados custos para a saúde pública. Por isso é tão impor-tante a conscientização sobre essa doença.

conceito

Em Valadares, a AADORT está localizada na Ave-nida Minas Gerais, 1.143, Bairro Nossa Senhora das Graças. O telefone para contato é o (33) 3276-2913.

Serviço:

Associação de Assistência aos Doentes Renais e

Transplantados

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