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O PatriotaColégio Stella Maris Inglaterra, 1812
DestaquesAumento populacional
página 2
Futuro Trabalhista
página 2
Porque os operários se
revoltam
página 3
Aumenta a população,
aumentam as revoltas.
Pesquisas afirmam que o
crescente aumento populacional
vem agravando as revoltas
trabalhistas, pelo fato de grande
parte da população em
crescimento ser da classe
operária.
Página 2
Téoricos acreditam em
conquistam trabalhistas.
Téoricos afirmam que em umfuturo próximo a classe operáriapode estar mais organizada.
Página 2
Operários justificam seus
desagrados
Entrevista exclusiva com um
trabalhador de uma fábrica
textil, explicando o porquê de
tantas revoltas e greves pela
parte trabalhista.
Página 3
Charge de dois artesões quebrando as máquinas de uma fábrica.
Governo institui nova lei para deter
os "quebradores de máquinas"
Nessa semana o governo inglês
estabeleceu uma nova lei que pune com a
morte quem ousa destruir as máquinas
das fabricas, e pretendem enviar mais
forças armadas para acabar com a
insurreição.
Essa lei partiu de um movimento de
revolta, feito por artesões qualificados
que estão descontentes com suas
habilidades sendo comprometidas pela
expansão do uso de máquinas, sendo
assim eles invadem as fábricas e as
quebram. Os artesões, com o apoio da
população pobre, camponeses e
comerciantes locais, exigem a proibição
da maquinofatura como uma forma de
garantir seus trabalhos e
consequentemente suas rendas. O
movimento está sendo comumente
chamando de “A Revolta de Ludismo”
por ser supostamente liderado por Ned
Ludd.
Devido esse movimento estar se
espalhando por toda Inglaterra o governo,
surpreendido pela grandiosidade, enviou
seu exército com o intuito de conter a
revolta, visto que não foi suficiente o
governo sentiu a necessidade de conter a
todo custo os “quebradores de máquinas”,
estabelecendo assim essa nova lei. Porém
essa iniciativa não propõe acordo algum
com os artesões, caso estes pretendam
deixar o movimento pacificamente.
Sendo assim, será que essa atitude em vez
de controlar os trabalhadores não
provocará mais fúria e revolta?
Newsletter HeaderPage 2
Aumenta a população, aumentam as revoltasPesquisas afirmam que a população
inglesa vem crescendo rapidamente,
sendo que mais da metade desta
pertence à classe operária.
O governo inglês e os donos das
fábricas afirmam que esse aumento
dos operários traz diversos
benefícios, pois aumenta a
produtividade da fábrica e
consequentemente a exportação dos
produtos, trazendo lucros para
ambas as partes. Porém a intensa
exploração da mão de obra servil
está causando revoltas e greves por
parte dos trabalhadores. Estes estão
começando a reivindicar seus
direitos e a cobrança por um
aumento de salário é constante.
A baixo segue duas entrevistas a
respeito da nova lei, a primeira com o
artesão Albert Evans, um dos
“quebradores de máquinas” e a segunda
com Richard Clyton, dono da fábrica
têxtil Rathele, localizada em Bolton.
11 .. EEnnttrreevviissttaaddoorr:: Idade? Casado?
Filhos?
AAllbbeerrtt:: 42 anos. Sim, cinco filhos.
22 .. EE:: Por que decidiu entrar no
movimento?
AA:: Porque eu concordo que as máquinas
estão tomando o lugar do trabalhador e
nos deixando sem emprego e sem
dinheiro.
33 .. EE:: Você vê benefícios próprios na
situação?
AA:: Na verdade não há um benefício
concreto para os artesões, é mais uma
garantia de nosso trabalho. Desde que as
máquinas surgiram, as pessoas que
compravam mercadorias com a gente
passou a comprar as mercadorias da
fábrica e se a gente não vende, a gente
não come.
44.. EE:: Vocês estão com medo da nova lei
criada pelo governo?
AA:: Não, já lutamos recentemente com o
exército e ganhamos. Preferimos morrer
lutando a deixarem acabar com nossas
habilidades.
55 .. EE:: Então vocês pretendem continuar
com o movimento?
AA:: Com toda certeza. Agora que
começamos, temos que terminar. Já
passamos por muito e se tivermos que
lutar mais, assim será.
________________________________
11 .. EEnnttrreevviissttaaddoorr:: Idade? Casado?
Filhos?
RRiicchhaarrdd:: 34 anos. Não. Sim, um filho.
22 .. EE:: Quais medidas vocês pretendem
tomar para evitar os quebradores de
máquinas?
RR:: Quase todos os donos das fábricas,
juntamente com o governo inglês, estão
reforçando os serviços armados perto
das portas das fábricas.
33 .. EE:: O apoio que os quebradores estão
recebendo da classe mais pobre e de
outros comerciantes locais atrapalha a
fábrica ou é indiferente?
RR:: Com certeza atrapalha quanto mais
gente destruindo as máquinas, pior é,
mais danos são causados e mais dinheiro
temos que investir para restaurar as
máquinas.
44.. EE:: Você já pensou em fechar as portas
da fábrica?
RR:: Ando pensando muito nisso
ultimamente. Com os quebradores se
aproximando de Bolton com toda a
fúria, penso que o melhor jeito de detê-
los é fechando as portas, já que até o
exército eles conseguiram vencer.
55 .. EE:: Mas você acredita que essa nova
lei criada conterá o movimento e
colocará um fim de vez no ludismo?
RR:: Eu acredito sim na lei, e espero que
ela funcione como planejado, porque
assim, com certeza os quebradores se
sentirão intimidados e controlarão as
coisas até não houver mais, assim espero
eu.
Baseados nos fatos ocorridos até hoje,
teóricos ingleses acreditam que daqui
alguns anos os trabalhadores estarão
mais organizados e focados em seus
objetivos, podendo conseguir os direitos
que tanto almejam.
Para a sustentação do sistema
trabalhista os donos das fábricas podem
chegar a perder seus privilégios em cima
da exploração. Pois as pesquisas revelam
que os trabalhadores, já não contentes
com os resultados das revoltas, irão
começar a se organizar sindicalmente,
reivindicando seus direitos, assim
podendo conquistar melhores condições
de trabalho, como: a diminuição da
carga horária e restrição da idade para o
inicio e o fim trabalhista.
Teóricos acreditam em conquistas trabalhistas
Issue 1 Page 3
Operários justificam seus desagrados
O jornal O Patriota entrevistou um dos
operários da fábrica têxtil Wather,
localizada em Manchester, com o
intuito de ver a visão trabalhista e suas
insatisfações, tentando entender o
porquê de tantas revoltas.
11 .. EEnnttrreevviissttaaddoorr:: Nome? Idade?
Casado? Filhos?
WWiilllliiaamm:: William Cooper. 50 anos.
Sim. Seis filhos.
22 .. EE:: Quais condições de trabalho te
deixa tão descontente?
WW:: Veja bem, com os meus 50 anos já
não ganho a mesma quantia, meu
salário reduziu quase pela metade e a
tendência é piorar. Meus dois filhos de
10 anos e minha filha de 16 ganham
ainda menos que eu. Tenho dois bebês
de colo e minha mulher não trabalha, a
renda da minha família é muito baixa,
tem dia que vamos dormir com as
barrigas vazias. Essa coisa de o salário
ser menor para idosos, mulheres e
crianças é um absurdo, porque mesmo
assim somos submetidos à mesma
jornada excessiva de trabalho,
trabalhamos 16 horas por dia em
condições desumanas e que põem em
risco nossa segurança todo o tempo.
Tinha um filho com 22 anos, era a
maior renda da família, mas ele morreu
dentro da fábrica afogado e ninguém o
ajudou. Além de estarmos expostos a
todo tipo de coisa ruim dentro da
fábrica, também estamos desprotegidos
em nossa própria casa, a qual não passa
de 5m². O bairro em que vivo com a
minha família é deplorável, as ruas são
fedidas, sujas e todo dia acontece
alguma coisa horrível, como alguém
matar alguém. E tudo isso é culpa dos
donos das fábricas que recusam a
aumentar nosso salário. E depois ainda
nos perguntam por que nos revoltamos
e fazemos greves.
33 .. EE:: Quando estão em greve, como
vocês trabalhadores sobrevivem sem a
mínima renda que lhe era disposta?
WW:: Na verdade não sobrevivemos
direito. Já vi vários companheiros de
trabalho ou até vizinhos morrerem de
fome durante uma greve, por isso nunca
conseguimos passar de um mês. Minha
família e muitas outras pegam pão fiado
na mercearia do bairro, mas mesmo
assim chega uma hora que os donos não
querem nos dar mais e somos obrigados
a voltar ao trabalho.
44.. EE:: Não passa pela sua cabeça deixar
as revoltas e adquirir um acordo
pacificamente com os patrões?
WW:: Já passou algumas vezes, mais aí
me lembro de tudo o que sofremos
dentro daquelas fábricas deploráveis e
penso que um dia essa situação precisa
mudar e se nós, trabalhadores, não
fizermos nada, não irá mudar.
55 .. EE:: Por todas as decisões tomadas, até
agora, tanto dos donos das fábricas
quanto de vocês, você acha que essa
revolta vai acabar benéfica para qual
lado?
WW:: Nós trabalhadores já exigimos
melhores condições de trabalho antes
da chegada das maquinas, meus
antepassados participaram de
movimentos, desde 1720, conhecidos
como União dos Entalhadores de
Londres, onde o trabalho ainda era
manual e artesanal, e até hoje
trabalhamos com baixos salários e
submetidos a péssimas condições.
Depois da chegada das máquinas, a
revolta ficou maior, enquanto os
patrões e o governo criavam leis
antissindicais. Então passamos a nos
reconhecer como um grupo social, que
merecia seus direitos. Ou seja, a muito
tempo que lutamos por nossos direitos,
e os chefes e o governo resistem e
sempre dão um jeito de continuar com a
exploração. Eles têm poder econômico,
mas nós temos um poder social. Então
pode ser que demore mais ainda, mas
sei que não poderão sustentar essa
situação tão adiante, um dia chegará
nossa vez, pois nós somos a base do
capital deles.
Crianças trabalhando em máquinas. A imagem mostra a exploração da mão de obra dentro das fábricas.
Carta de opiniãoNo ponto de vista do jornal O
Patriota, as manifestaçõespopulares, feitas recentemente, sãomuitíssimo justificadas, mesmo nãoterem sido iniciadas pelostrabalhadores em si. Pois não édigno que estes custem a vida paraengordar os bolsos da burguesia,ainda mais nas condições precáriasem que trabalham, sem terem omínimo de direitos, principalmentepelo fato de correrem riscos de vida24 horas por dia dentro dasfábricas.
Entretanto devido todas asdecisões tomadas de ambas aspartes até agora poderá nãoacontecer uma solução pacíficapara nenhum dos lados envolvidos,e assim o povo injustiçado terá quelutar mais fortemente por seusdireitos. Com isso o governo e osdonos das fábricas cada vez maispressionarão os trabalhadores,causando mais fúria e
descontentamentos, sendo assim, oproblema só tende a se agravar atéquando for tomada uma decisãosignificativa que conseguirá conteras revoltas. Todavia tanto os donosdas fábricas e o governo quanto ostrabalhadores sairão afetados, nãohavendo, infelizmente, vitórias esoluções imediatas. Mas o jornal OPatriota crê que o povo já esta comseu objetivo mais que formado enão desistirão tão fácil, pois nessestempos de luta os trabalhadores jápassaram por muitas situaçõesdifíceis que poderiam ter ostornando desistentes e mesmoassim continuaram a seguir emfrente, tendo consciência que a vozpopular tem sim algum poder,mesmo que mínimo. SegundoCharles Chaplin “a persistência é ocaminho do êxito”, ou seja, se ostrabalhadores persistirem na lutaconseguirão suas tão merecidasconquistas.
Jornal O PatriotaDouglas FuziGabriela CasalKaroline Silva2º ano AHistóriaProfessor Diego
"O caminho da vida pode ser o
da liberdade e da beleza,
porém nos extraviamos. A
cobiça envenou a alma dos
homens. . . levantou no mundo
as muralhas do ódio. . . e tem-
nos feito marchar a passo de
ganso para a miséria e
morticínios. Criamos a época
da velocidade, mas nos
sentimos enclausurados dentro
dela. A máquina, que produz
abundância, tem-nos deixado
em penúria. Nossos
conhecimentos fizeram-nos
céticos; nossa inteligência,
empedernidos e cruéis.
Pensamos em demasia e
sentimos bem pouco. Mais do
que de máquinas, precisamos
de humanidade. Mais do que de
inteligência, precisamos de
afeição e doçura. Sem essas
virtudes, a vida será de
violência e tudo será perdido. "
Charles Chaplin
JornalOPatriota