55
Tensões e Deformações em Corpos Deformáveis Resistência dos Materiais

3 - TEC 04099 - Tensoes e Deformacoes Em Corpos Deformaveis

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: 3 - TEC 04099 - Tensoes e Deformacoes Em Corpos Deformaveis

Tensões e Deformações em Corpos Deformáveis

Resistência dos Materiais

Page 2: 3 - TEC 04099 - Tensoes e Deformacoes Em Corpos Deformaveis

CONCEITO DE TENSÃO

• O principal objetivo do estudo da resistência

dos materiais é proporcionar ao futuro

engenheiro os meios para dimensionar

máquinas e estruturas sujeitas a

solicitações estáticas e dinâmicas.

• O dimensionamento de estruturas envolve a

determinação de tensões e deformações.

Page 3: 3 - TEC 04099 - Tensoes e Deformacoes Em Corpos Deformaveis

TENSÕES NORMAIS

A

P

A

Fmed

A

0lim

• Tensão normal num ponto:

• A distribuição real de tensões normais é

estaticamente indeterminada.

Page 4: 3 - TEC 04099 - Tensoes e Deformacoes Em Corpos Deformaveis

CARREGAMENTO CONCÊNTRICO E EXCÊNTRICO

• Distribuição de tensões não uniforme.

• Distribuição de tensões uniforme na seção.

N

Page 5: 3 - TEC 04099 - Tensoes e Deformacoes Em Corpos Deformaveis

TENSÕES TANGENCIAIS

• As forças P e P’ são aplicadas

transversalmente ao membro AB.

A

Vmed• A tensão tangencial média é:

• As forças internas correspondentes que

actuam no plano da secção C designam-se

por esforços cortantes.

• A distribuição de tensões tangenciais pode ser

assumida como uniforme.

V

Page 6: 3 - TEC 04099 - Tensoes e Deformacoes Em Corpos Deformaveis

TENSÕES TANGENCIAIS

A

F

A

Vmed

Corte simples

A

F

A

V

2med

Corte duplo

V

V

V

Page 7: 3 - TEC 04099 - Tensoes e Deformacoes Em Corpos Deformaveis

TENSÕES TANGENCIAIS - EXEMPLOS

262

2 m104912

mm25

rA

MPa102m10491

N105026

3

,

A

VmedC

MPa7.40m10491

kN2026,

A

VmedA

V

V

V

Page 8: 3 - TEC 04099 - Tensoes e Deformacoes Em Corpos Deformaveis

TENSÕES NORMAL E TANGENCIAL

N

V

Page 9: 3 - TEC 04099 - Tensoes e Deformacoes Em Corpos Deformaveis

EXERCÍCIO RESOLVIDO 1

Page 10: 3 - TEC 04099 - Tensoes e Deformacoes Em Corpos Deformaveis
Page 11: 3 - TEC 04099 - Tensoes e Deformacoes Em Corpos Deformaveis

cossin

cos

sin

cos

cos

cos

00

2

00

A

P

A

P

A

V

A

P

A

P

A

N

• As tensões normal e tangencial médias

no plano oblíquo ao eixo são:

TENSÕES NUM PLANO OBLÍQUO AO EIXO

sincos PVPN

• Componentes normal e tangencial da

carga P no plano oblíquo.

N

Page 12: 3 - TEC 04099 - Tensoes e Deformacoes Em Corpos Deformaveis

• A tensão normal máxima ocorre para = 0º:

00

m A

P

• A tensão tangencial máxima ocorre para

= + 45o:

00 2

45cos45sinA

P

A

Pm

TENSÕESMÁXIMAS

cossincos0

2

0 A

P

A

P

• As tensões normal e tangencial num plano

oblíquo a um eixo são expressas por:

Page 13: 3 - TEC 04099 - Tensoes e Deformacoes Em Corpos Deformaveis

TENSÕES PARA UM CASO DE CARREGAMENTO QUALQUER

• Considerando um corpo onde estão

aplicadas várias forças vamos

estudar as condições de tensões

num ponto Q do interior do corpo.

A

V

A

V

A

N

x

z

Axz

x

y

Axy

x

Ax

limlim

lim

00

0

• As componentes de tensão são

definidas por:

ΔN x ΔN x

Page 14: 3 - TEC 04099 - Tensoes e Deformacoes Em Corpos Deformaveis

• Componentes de tensão no ponto Q.

• Condições de equilíbrio:

0

0

zyx

zyx

MMM

FFF

yxxy

yxxyz aAaAM

0

• Considerando:

ESTADO DE TENSÃO NUM PONTO

• As 6 componentes de tensão x ,y,z e xy,

yz, xz são suficientes para definir o estado

de tensão.

similarmente yz =zy e zx = xz

Page 15: 3 - TEC 04099 - Tensoes e Deformacoes Em Corpos Deformaveis

DEFORMAÇÃO ESPECÍFICA

S

S'S.méd

S

S'Slim

AB

S)1(S´

Alongamento:

Distorção:

´

ABnt

AC

lim2

Page 16: 3 - TEC 04099 - Tensoes e Deformacoes Em Corpos Deformaveis

COMPONENTES CARTESIANAS DAS DEFORMAÇÕES ESPECÍFICAS

S)1(S´

Comprimentos aproximados dos lados do paralelogramo:

y)1(y y´ z)1(z z

´ x)1(x x´

Ângulos aproximados entre os lados:

zx2

yz2

xy2

Alongamentos causam variação do volume do elemento.

Distorções causam variação na forma do elemento.

Page 17: 3 - TEC 04099 - Tensoes e Deformacoes Em Corpos Deformaveis

EXERCÍCIO RESOLVIDO 2

250 mm

Uma placa retangular é deformada conforme indicado pela forma tracejada

mostrada na figura (a). Considerando que na configuração deformada as

linhas horizontais da placa permanecem horizontais e não variam o seu

comprimento, determine:

a) o alongamento ao longo do lado AB;

b) a distorção da placa relativamente aos eixos x e y.

Page 18: 3 - TEC 04099 - Tensoes e Deformacoes Em Corpos Deformaveis

a) De acordo com a figura b), vem:

b) De acordo com a figura c), vem:

Page 19: 3 - TEC 04099 - Tensoes e Deformacoes Em Corpos Deformaveis

Introdução:

Vários tipos de propriedades são importantes na prática do projeto :

• Econômicas

• Mecânicas

• Superficiais

• Fabricação

• Físicas

• Microestruturais

• Estéticas

PROPRIEDADES DOS MATERIAIS

Page 20: 3 - TEC 04099 - Tensoes e Deformacoes Em Corpos Deformaveis

PreçoCustos Financeiros

Valor de Mercado

Incentivos Fiscais

DisponibilidadeFornecedores Alternativos

Materiais com Propriedades Equivalentes

Atualização TecnológicaCiência e Tecnologia Evoluem Rapidamente!

Necessário Estudo Permanente

PROPRIEDADES ECONÔMICAS

Page 21: 3 - TEC 04099 - Tensoes e Deformacoes Em Corpos Deformaveis

Resistência dos materiais

Dureza (HV, HB, HR)

Escoamento(σY)

Ruptura (σrot.)

Fadiga (S - N)

Fluência (temperatura, tempo)

Flexão, Esmagamento, Corte, Delaminagem, Desgaste, etc.

Rigidez: (quanto o material deflecte sob carga) E, , G

Tenacidade: Energia absorvida durante a propagação de fendas.

Ductilidade: Capacidade do material sofrer deformações plásticas.

PROPRIEDADES MECÂNICAS

Page 22: 3 - TEC 04099 - Tensoes e Deformacoes Em Corpos Deformaveis

Corrosão

Fricção

Desgaste

Abrasão

Adesão

Erosão

Revestimento

Adesão ou Colagem

PROPRIEDADES SUPERFICIAIS

Page 23: 3 - TEC 04099 - Tensoes e Deformacoes Em Corpos Deformaveis

Usinagem

Soldagem

Colagem

Fundição

Conformação

Acabamento

PROPRIEDADES DE FABRICAÇÃO

Page 24: 3 - TEC 04099 - Tensoes e Deformacoes Em Corpos Deformaveis

Elétricas

Resistência, Piezoeletricidade e Termoeletricidade

MagnéticasPermeabilidade

ÓpticasCor, Transparência, Refração, Absorção

TérmicasCondutibilidade, Expansão

Reatividade Química

PROPRIEDADES FÍSICAS E QUIMICAS

Page 25: 3 - TEC 04099 - Tensoes e Deformacoes Em Corpos Deformaveis

Tipo (cristalina, cadeias, amorfa)

Cristalização (CFC, CCC, HC, ...)

Defeitos (vazios)

Fases

Solubilidade

Tratamentos Térmicos

Tratamentos Mecânicos

PROPRIEDADES MICROESTRUTURAIS

Page 26: 3 - TEC 04099 - Tensoes e Deformacoes Em Corpos Deformaveis

PROPRIEDADES MECÂNICAS

Page 27: 3 - TEC 04099 - Tensoes e Deformacoes Em Corpos Deformaveis

Propriedades Mecânicas dos Metais

• Como os metais são materiais estruturais, o conhecimento de suas propriedades

mecânicas é fundamental para prever o seu comportamento sob solicitação.

• Um grande número de propriedades pode ser derivado de um único tipo de

ensaio, o ensaio de tração.

No ensaio de tração, um material é tracionado e deforma-se até a ruptura. Mede-se

o valor da força e da extensão a cada instante, e gera-se uma curva tensão -

extensão.

Page 28: 3 - TEC 04099 - Tensoes e Deformacoes Em Corpos Deformaveis

Tensão e Extensão

ExtensãoL

NormalTensãoA

P

L

A

P

A

P

2

2

LL

A

P

2

2

Page 29: 3 - TEC 04099 - Tensoes e Deformacoes Em Corpos Deformaveis

Corpo de prova

Gage

Length

Célula de Carga

Tração

Diagrama Tensão - Extensão

Alongamento (mm)

0 2 3 4 510

50

100

Ca

rga

(1

03 N

)

0

250

500

Extensão, (mm/mm)

Ten

são,

(MP

a)

0 0.04 0.05 0.08 0.100.02

Normalização para

eliminar influência

da geometria da

amostra

Page 30: 3 - TEC 04099 - Tensoes e Deformacoes Em Corpos Deformaveis

Curva Tensão - Extensão

• Normalização

= P/A0 onde P é a carga e A0 é a seção reta do corpo de prova.

= (L-L0)/L0 onde L é o comprimento para uma dada carga e L0 é o comprimento original

• A curva pode ser dividida em duas regiões:

Região elástica

é proporcional a => = E.onde E = módulo de Young

A deformação é reversível.

Ligações atómicas são alongadas mas não se rompem.

Região plástica

não é linearmente proporcional a .

A deformação é quase toda não reversível.

Ligações atómicas são alongadas e rompem-se.

Page 31: 3 - TEC 04099 - Tensoes e Deformacoes Em Corpos Deformaveis

Curva Tensão - Extensão

Ten

são, σ

(MP

a)

0 0.04 0.05 0.08 0.100.02

0

250

500

Extensão, ε (mm/mm)

Plástica

Elástica

Fractura

Como não existe um limite claro entre as regiões

elástica e plástica, define-se o limite de cedência,

como a tensão que, após a libertação da carga, causa

uma pequena deformação residual de 0.2%.

O Módulo de Young, E, (ou módulo de

elasticidade) é dado pela derivada da curva na

região linear.

0 0.004 0.005 0.008 0.0100.002

Extensão, (mm/mm)

Limite de cedência

Page 32: 3 - TEC 04099 - Tensoes e Deformacoes Em Corpos Deformaveis

DIAGRAMA TENSÃO - EXTENSÃO: MATERIAIS DÚCTEIS

Page 33: 3 - TEC 04099 - Tensoes e Deformacoes Em Corpos Deformaveis

DIAGRAMA TENSÃO - EXTENSÃO: MATERIAIS FRÁGEIS

Page 34: 3 - TEC 04099 - Tensoes e Deformacoes Em Corpos Deformaveis

MÓDULO DE ELASTICIDADE OU MÓDULO DE

YOUNG

= E

Lei de Hooke:

Page 35: 3 - TEC 04099 - Tensoes e Deformacoes Em Corpos Deformaveis

DIAGRAMA TENSÃO - EXTENSÃO: REGIMES ELÁSTICO E PLÁSTICO

Rotura

Page 36: 3 - TEC 04099 - Tensoes e Deformacoes Em Corpos Deformaveis

Exercício resolvido 1

= E. = E.L/L0 => L = L0/E

E é obtido de uma tabela ECu = 11.0 x 104 MPa

Assim: L = 276 . 305/11.0 x 104 =0.76 mm

Uma peça de cobre de 305 mm é tracionada com uma tensão de 276 MPa. Se a

deformação é totalmente elástica, qual será o alongamento ?

Page 37: 3 - TEC 04099 - Tensoes e Deformacoes Em Corpos Deformaveis

Estricção e limite de resistênciaT

ensã

o,

Estricção

Extensão,

Limite de

resistência

A partir do limite de resistência

começa a ocorrer uma estricção no

provete. A tensão concentra-se nesta

região, levando à rotura.

Page 38: 3 - TEC 04099 - Tensoes e Deformacoes Em Corpos Deformaveis

Dutibilidade

• Dutibilidade é uma medida da extensão da deformação que ocorre até a fratura.

• Dutibilidade pode ser definida como:

Alongamento percentual % AL = 100 x (Lf - L0)/L0

onde Lf é o alongamento na fratura

uma fracção substancial da deformação concentra-se na estricção, o que faz com

que a % AL dependa do comprimento do provete. Assim o valor de L0 deve ser

citado.

Redução de área percentual %AR = 100 x(A0 - Af)/A0

onde A0 e Af se referem à área da secção recta original e na fractura.

Independente de A0 e L0 e em geral de AL%

Page 39: 3 - TEC 04099 - Tensoes e Deformacoes Em Corpos Deformaveis

Resiliência

• Resiliência é a capacidade que o material possui de absorver energia elástica

sob tração e devolvê-la quando relaxado.

Área sob a curva dada pelo limite de cedência e pela extensão na cedência.

Módulo de resiliência Ur = d com limites de 0 a y

Na região linear Ur =yy /2 =y(y /E)/2 = y2/2E

Assim, materiais de alta resiliência possuem alto limite de cedência e baixo

módulo de elasticidade.

Estes materiais seriam ideais para uso em molas.

Page 40: 3 - TEC 04099 - Tensoes e Deformacoes Em Corpos Deformaveis

Tenacidade

• Tenacidade (toughness) é a capacidade que o material possui de absorver energia

mecânica até a fratura.

Área sob a curva até a fratura

Dúctil

Frágil

Extensão,

Ten

são

,

O material frágil tem maior limite de

cedência e maior limite de resistência.

No entanto, tem menor tenacidade

devido à falta de dutilidade (a área sob a

curva correspondente é muito menor).

Page 41: 3 - TEC 04099 - Tensoes e Deformacoes Em Corpos Deformaveis

Resumo da curva e Propriedades

Região elástica (deformação reversível) e região plástica (deformação quase toda

irreversível).

Módulo de Young ou módulo de elasticidade => derivada da curva na região elástica

(linear).

Limite de cedência (yield strength) => define a transição entre regiões elástica e plástica

=> tensão que, libertada, gera uma deformação residual de 0.2 %.

Limite de resistência (tensile strength) => tensão máxima na curva de engenharia.

Ductilidade => medida da deformabilidade do material

Resiliência => medida da capacidade de absorver e devolver energia mecânica => área

sob a região linear.

Tenacidade (toughness) => medida da capacidade de absorver energia mecânica até a

fractura => área sob a curva até a fractura.

Page 42: 3 - TEC 04099 - Tensoes e Deformacoes Em Corpos Deformaveis

A curva real

A curva obtida experimentalmente é

denominada curva - ε de engenharia.

Esta curva passa por um máximo de tensão,

parecendo indicar que, a partir deste valor, o

material se torna mais fraco, o que não é verdade.

Isto, na verdade, é uma consequência da

estricção, que concentra o esforço numa área

menor.

Pode-se corrigir este efeito levando em conta a

diminuição de área, gerando assim a curva

real.

Curva real

Fractura

Fractura

Curva σ - ε de engenharia

Page 43: 3 - TEC 04099 - Tensoes e Deformacoes Em Corpos Deformaveis

Coeficiente de Poisson

• Quando ocorre alongamento ao longo de uma direcção, ocorre contração

no plano perpendicular.

• A Relação entre as deformações é dada pelo coeficiente de Poisson .

= - y / x = - z / x o sinal de menos apenas indica que uma

extensão gera uma contracção e vice-versa.

Os valores de para diversos metais estão entre 0.25 e 0.35.

Page 44: 3 - TEC 04099 - Tensoes e Deformacoes Em Corpos Deformaveis

• Para uma barra sujeita a carregamento axial:

0 zyx

xE

• O alongamento na direcção ox é acompanhado

da contracção nas outras direcções.

Assumindo o material como isotrópico tem-se:

0 zy

• O coeficiente de Poisson é definido por:

x

z

x

y

alLongitudin Extensão

lTransversa Extensão

Coeficiente de Poisson

Page 45: 3 - TEC 04099 - Tensoes e Deformacoes Em Corpos Deformaveis

Exercício resolvido 2

z = d/d0 = -2.5 x10-3 /10 = -2.5 x10-4

x = - z/-2.5 x10-4 / 0.35 = 7.14 x10-4

= E. x = 10.1 MPa x 7.14 x10-4 = 7211 Pa

F = A0 = d02/4 = 7211 x (10-2)2/4 = 5820 N

Um cilindro de latão com diâmetro de 10 mm é tracionado ao longo do seu eixo.

Qual é a força necessária para causar uma mudança de 2.5 µm no diâmetro, no

regime elástico ?

Page 46: 3 - TEC 04099 - Tensoes e Deformacoes Em Corpos Deformaveis

Distorção

• Uma tensão tangencial causa uma distorção de forma análoga a uma tração.

Tensão tangencial

= F/A0 onde A0 é a área paralela à aplicação da força.

Distorção

= tan = y/z0 onde é o ângulo de deformação

• Módulo de distorção G

= G

Page 47: 3 - TEC 04099 - Tensoes e Deformacoes Em Corpos Deformaveis

• Um elemento cúbico sujeito a tensões

tangenciais deforma-se num rombóide. A

distorção correspondente é quantificada em

termos da alteração dos ângulos:

xyxy f

• Lei de Hooke: (Pequenas deformações)

zxzxyzyzxyxy GGG

G é o módulo de distorção.

Distorção

Page 48: 3 - TEC 04099 - Tensoes e Deformacoes Em Corpos Deformaveis

G

Diagrama Tensão tangencial - Distorção

Com base num ensaio de torção obtêm-se os valores de tensão tangencial e respectivos valores de

distorção. Representando num gráfico os sucessivos valores obtidos no ensaio chega-se ao diagrama

Tensão tangencial - Distorção para o material em consideração.

O diagrama Tensão - Distorção é idêntico ao diagrama Tensão - Extensão obtido a partir de um ensaio

de tracção. No entanto os valores obtidos para a tensão tangencial de cedência, tensão tangencial de

rotura etc. de um dado material, são aproximadamente metade dos valores correspondentes à tracção.

][rad

p

p

p U r

r

U

][MPa

Muitos dos materiais utilizados em engenharia

têm um comportamento elástico linear e assim a

Lei de Hooke para tensões tangenciais pode ser

escrita:

Page 49: 3 - TEC 04099 - Tensoes e Deformacoes Em Corpos Deformaveis

RELAÇÃO ENTRE E, , E G

12

EG

Page 50: 3 - TEC 04099 - Tensoes e Deformacoes Em Corpos Deformaveis

Exercício resolvido 3

Um bloco retangular de um material comum módulo de distorção G = 620 MPa é colado

a duas placas rígidas horizontais. A placa inferior é fixa, enquanto a placa superior é

submetida a uma força horizontal P. Sabendo que a placa superior se desloca 1 mm

sob ação da força, determine:

a) a distorção média no material;

b) a força P que atua na placa superior.

200 mm

60 mm

50 mm

Page 51: 3 - TEC 04099 - Tensoes e Deformacoes Em Corpos Deformaveis

radmm50

mmxyxyxy 020.0

1tan

xyxy G

6 6 6 3

212,4.10 . 200.10 .60.10 148,8.10 148,8xy

NP A m m N kN

m

1 mm

50 mm

Solução

a) Distorção média no material

b) Força P atuante na placa superior

MPaG xyxy 4,1202,0*620

Page 52: 3 - TEC 04099 - Tensoes e Deformacoes Em Corpos Deformaveis

• Num elemento sujeito a um carregamento multiaxial, as

componentes de extensão resultam das componentes de tensão

por aplicação do princípio da sobreposição. As condições de

aplicação do método são:

1) Cada efeito é diretamente proporcional à carga que o produziu

(as tensões não excedem o limite de proporcionalidade do

material).

2) As deformações causadas por qualquer dos carregamentos é

pequena e não afeta as condições de aplicação dos outros

carregamentos.

EEE

EEE

EEE

zyxz

zyxy

zyxx

• Tem-se:

Carregamento Triaxial - Lei de Hooke Generalizada

Page 53: 3 - TEC 04099 - Tensoes e Deformacoes Em Corpos Deformaveis

Fratura

O processo de fratura é normalmente súbito e catastrófico, podendo gerar grandes

acidentes.

Envolve duas etapas: formação de fenda e propagação.

Pode assumir dois modos: dútil e frágil.

Page 54: 3 - TEC 04099 - Tensoes e Deformacoes Em Corpos Deformaveis

Fratura dútil e frágil

• Fratura dútil

o material deforma-se substancialmente antes de fraturar.

O processo desenvolve-se de forma relativamente lenta à medida que a fissura

se propaga.

Este tipo de fissura é denominado estável porque ela pára de se propagar a

menos que haja uma aumento da tensão aplicada no material.

Page 55: 3 - TEC 04099 - Tensoes e Deformacoes Em Corpos Deformaveis

Fratura frágil

O material deforma-se pouco, antes de fraturar.

O processo de propagação da fissura pode ser muito veloz, gerando situações

catastróficas.

A partir de um certo ponto, a fissura é dita instável porque se propagará mesmo

sem aumento da tensão aplicada sobre o material.

Fratura