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ADENILSON GIOVANINI POSICIONAMENTO PELO GNSS APLICADO AO GEORREFERENCIAMENTO DE IMÓVEIS RURAIS POSICIONAMENTO PELO GNSS APLICADO AO GEORREFERENCIAMENTO DE IMÓVEIS RURAIS O GUIA DEFINITIVO!

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ADENILSON GIOVANINI

POSICIONAMENTO PELO GNSS APLICADO AO

GEORREFERENCIAMENTODE IMÓVEIS RURAIS

POSICIONAMENTO PELO GNSS APLICADO AO

GEORREFERENCIAMENTODE IMÓVEIS RURAISO GUIA DEFINITIVO!

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SOBRE O AUTOR: ADENILSON

GIOVANINI

Meu nome é Adenilson Giovanini e

desde 2010 trabalho com Geotecnologias.

Entrei no curso técnico em

Geoprocessamento neste mesmo ano sendo

que no mês de maio de 2010 entrei em um projeto de mapeamento

da UFSM (Universidade Federal de Santa Maria) no qual fizemos o

mapeamento cadastral de toda a universidade com o uso de

Estações Totais.

Em 2011 entrei no curso superior de Geoprocessamento. Fiz

isso porque o mesmo diferentemente do curso técnico possibilitava,

entre outras coisas a realização de processos de

Georreferenciamento de Imóveis Rurais.

Confesso que sempre fui muito curioso e durante os anos de

2011, 2012 e 2013 normalmente passava os 3 turnos no colégio

politécnico da UFSM. Após o término do projeto de mapeamento da

universidade (SIG-UFSM) assumi a monitoria de Topografia e entrei

em um projeto de iniciação cientifica no qual produzi alguns artigos

científicos.

Além disso também trabalhei em um projeto de extensão que

criamos para ministrar treinamentos de Topografia.

Bom, como você deve ter percebido, nessa época eu vivi uma

imersão completa nas Geotecnologias. Quando não estava

estudando ou ministrando a monitoria da disciplina de Topografia,

estava aprendendo a trabalhar com os diferentes softwares da área.

Isso sem falar dos equipamentos (Estações Totais, Teodolitos, Níveis

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e receptores GNSS), como tinha acesso liberado aos mesmos

costumava ficar horas e horas mexendo neles.

Em 2013 acabei virando uma espécie de Topógrafo oficial da

universidade, isso porque como entendia bem do funcionamento dos

equipamentos, passei a ser chamado para fazer os trabalhos da

universidade que precisavam de levantamentos topográficos.

A regra era meio que, precisa de um levantamento topográfico,

lá no politécnico tem o monitor de Topografia que entende bem da

utilização dos diferentes equipamentos.

Isso foi bom, porque acabei trabalhando em vários projetos

para o pessoal do doutorado que precisavam fazer levantamentos

mas não sabiam utilizar os equipamentos.

Após o termino do curso superior as milhares de horas de

estudos geraram frutos sendo que muito mais do que apenas ser

convidado para ficar trabalhando na empresa na qual fiz o estágio,

recebi o convite para assumir os setores de Topografia e de

Licenciamento Ambiental da mesma.

Acabei trabalhando em uma infinidade de processos de

Georreferenciamento, Licenciamento Ambiental, mapeamentos e

trabalhos topográficos diversos então posso dizer que conheço bem

o dia a dia de um escritório da área.

Durante todos esses anos, eu sempre busquei maneiras mais

produtivas de conseguir realizar os serviços, por causa disso, os

meus mais de 7 anos de envolvimento, estudos, pesquisas e práticas

na área me levaram ao meu “trabalho definitivo”: eu sai da empresa

na qual trabalhava para me dedicar completamente ao ensino de

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Geotecnologias criando uma série de cursos totalmente baseados no

dia a dia dos escritórios da área.

Também possuo um canal no YouTube com mais de 200

vídeos e uma Página no Facebook que tem mais de 16.500 curtidas.

Este ebook que você está lendo é uma compilação do que você

precisa saber sobre posicionamento pelo GNSS aplicado ao

Georreferenciamento de Imóveis Rurais.

O mesmo tem como objetivo levar meus métodos e a minha

mensagem para o maior número possível de pessoas que sonham

em aprender a prestar serviços de Georreferenciamento de Imóveis

Rurais, pois eu realmente acredito que qualquer pessoa consegue

prestar serviços com grande velocidade destacando-se na empresa

na qual trabalha ou tendo um escritório de sucesso, desde que com

os conhecimentos e as técnicas certas.

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Sumário INTRODUÇÃO ....................................................................... 6

ENTENDENDO O MOTIVO DA EXISTÊNCIA DE

DIFERENTES TIPOS DE RECEPTORES GNSS ............................ 6

EXATIDÃO E ACURÁCIA ....................................................... 9

1° tipo: Receptores código C/A ......................................... 11

2° tipo: Receptores Cadastrais .......................................... 12

3° tipo: Receptores L1....................................................... 13

4° tipo: Receptores L1/L2 .................................................. 15

MÉTODOS DE POSICIONAMENTO PELO GNSS............... 15

Método estático ................................................................. 16

Método RTK ...................................................................... 18

Método Relativo Estático Rápido ...................................... 18

COMO OS DADOS SÃO OBTIDOS PELO RECEPTOR ...... 19

AJUSTAMENTO DOS DADOS ............................................. 21

RESUMO .............................................................................. 22

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INTRODUÇÃO

Existem tantos métodos de posicionamento pelo GNSS que

torna-se complicado saber que método utilizar não é mesmo?

Se você é um estudante da área, faz pouco tempo que está no

mercado de trabalho ou é da antiga geração, quando ainda não

existia o Posicionamento pelo GNSS provavelmente esteja tendo

sérios problemas para entender os diferentes métodos de

posicionamento pelo GNSS e quando utilizar os mesmos.

Mas não se preocupe meu amigo (e vocês também minhas

amigas... Não esqueci de vocês pouquíssimas guerreiras das

Geotecnologias) porque neste ebook irei mostrar os métodos de

posicionamento pelo GNSS que devem ser utilizados em processos

de Georreferenciamento de Imóveis Rurais.

Muito mais do que isso, irei mostrar os métodos que geram

maior produtividade e algumas sacadas extras de como evitar

problemas.

Porem antes de fazer isso eu preciso fazer uma introdução a

utilização da tecnologia GNSS e lhe mostrar os 4 tipos de receptores

existentes porque do contrário você terá dificuldades na aplicação

dos métodos de posicionamento pelo GNSS.

ENTENDENDO O MOTIVO DA EXISTÊNCIA DE DIFERENTES TIPOS DE RECEPTORES GNSS

Quando se fala em posicionamento pelo GNSS até parece que

as coisas foram feitas para tornar o nosso entendimento complicado

não é mesmo?

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Saiba que na realidade as coisas não são bem assim, que a

existência da complexidade normalmente está relacionada à

evolução tecnológica ou a busca de contornar os diferentes

problemas inerentes a área.

Por exemplo: Na área de cartografia existem diferentes data

(plural de datum) devido ao fato de que no início não existia o

posicionamento pelo GNSS sendo necessário que a cartografia se

adaptasse a evolução tecnológica.

Voltando-se para o posicionamento pelo GNSS a existência de

diferentes comprimentos de onda está relacionada as diferentes

aplicações possíveis. Dependendo do comprimento irá se adaptar

melhor a determinada aplicação.

Além disso quando fala-se em posicionamento pelo GNSS

existem muitas fontes de erros sendo que devido a existência destas

fontes de erros é que na obtenção de dados pelo GNSS não existe

exatidão e sim acurácia.

Isso significa que ao utilizar a tecnologia GNSS os dados

obtidos devem obedecer as exigências da legislação quanto a

acurácia para o serviço que você irá prestar.

O obedecimento da acurácia exigida pela legislação por sua

vês está diretamente relacionado ao tipo de receptor que você utiliza

uma vez que no posicionamento pelo GNSS são utilizados diferentes

comprimentos de onda.

O problema é que dependendo do(s) comprimento(s) de onda

rastreado(s) pelo receptor que você utilizar a campo, você corre o

risco de obter dados com a acurácia acima do que é exigido pela

legislação.

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Quando você for utilizar receptores GNSS sempre cuide isso,

qual a acurácia exigida pela legislação para o serviço que você irá

prestar e que comprimentos de onda o receptor que você utiliza

possui.

Sabendo o(s) comprimeto(s) de onda que o receptor que você

possui rastreia você saberá se o mesmo possibilita a obtenção de

dados com a acurácia desejada ou não.

Quanto aos comprimentos de onda que utilizam, os receptores

podem ser classificados em 3 tipos. São eles:

Código C/A, receptores L1 e receptores L1/L2.

Na realidade existe um quarto tipo de receptor que são os

receptores cadastrais porem os mesmos também utilizam o código

C/A.

Está difícil de entender?

):

Calma. Vou simplificar as coisas para você utilizando um

exemplo no qual irei lhe mostrar por que é necessário a existência de

diferentes comprimentos de onda.

.

Ex: João é Topógrafo e precisa fazer o levantamento do

perímetro de uma propriedade para um processo de

Georreferenciamento de Imóveis Rurais.

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Nesse levantamento ele irá levantar inclusive dados de alguns

vértices que estão dentro de uma mata densa. A mesma é uma mata

atlântica com uma altura média de mais de 10 metros.

A pergunta que fica é: qual tipo de receptor é mais indicado

para que o João efetue a obtenção de dados e qual método de

obtenção de dados ele deve utilizar?

Vamos analisar a situação e os diferentes tipos de

comprimentos de onda existentes vendo qual é o mais indicado para

nosso amigo João lembrando que existe uma acurácia determinada

pela legislação a qual o mesmo deve obedecer.

No nosso caso vamos dizer que a acurácia exigida pela

legislação é de um marco de perímetro (tipo M), 50 CM.

PS: Irei mostrar o exemplo e conforme abrir o mesmo informarei

as diferentes acurácias exigidas pela legislação e os diferentes

métodos de posicionamento pelos GNSS.

EXATIDÃO E ACURÁCIA

Antes de analisarmos qual receptor que o João deve utilizar

você precisa entender a diferença entre exatidão e acurácia.

Veja a imagem abaixo:

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A figura salienta bem a diferença aonde que utilizamos o termo

exatidão sempre que for possível obter um valor único e certeiro.

A exatidão seria nosso grande objetivo o posicionamento

pelo GNSS possui uma grande fonte de erros, são eles:

- Erros inerentes ao satélite;

-Erros inerentes a propagação do sinal;

- Erros inerentes ao receptor e;

Erros inerentes ao ponto sobre o qual o receptor está.

Devido a existência destas diferentes fontes de erros é

impossível alcançar a exatidão no posicionamento pelo GNSS.

Na pratica o que se faz é deixar o receptor rastrear uma série

de observações. Com o tratamento dos dados rastreados utilizando-

se modelos estocásticos se obtém um dado único. Este dado

(coordenadas x e y ou x, y e z dependendo do objetivo) deve estar

dentro da acurácia estabelecida pela legislação para o referido

levantamento.

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Voltando para a história do João, o que ele precisa é obter

coordenadas x e y com um método que possibilite uma acurácia

melhor que 50 CM ou seja, o mesmo deve utilizar um equipamento e

um método de obtenção de dados que possibilite isso.

Vamos analisar os diferentes tipos de receptores classificado

os mesmos quanto ao comprimentos de onda que utilizam e buscar

entender qual deles é o mais indicado para o João!

1° tipo: Receptores código C/A

Dentre os diferentes tipos de comprimentos de onda existentes

a primeira opção do João é utilizar um receptor código C/A. Vamos

analisar as características deste sinal e ver se o João pode utilizar

este receptor.

O código C/A possui um comprimento de onda de

aproximadamente 300 metros.

Um comprimento de ondas desse tamanho apresenta grandes

vantagens na obtenção de dados em locais de mata densa pois o

mesmo contorna facilmente a vegetação.

O problema é que a acurácia possibilitada por este

comprimento está na casa dos 3 metros. Lembre-se que nosso amigo

João precisa de uma acurácia melhor do que 50 cm centímetros logo

receptores código C/A também conhecidos como receptores

GARMIM por causa da marca não são apropriados para a realização

de trabalhos topográficos sendo que nosso amigo João não poderá

utilizar este tipo de receptor.

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A acurácia dos receptores código C/A torna estes

equipamentos ótimos para a realização de outros trabalhos como,

por exemplo, para levantamentos de áreas úteis de lavouras,

levantamentos de dados para processos de licenciamento ambiental

e roteirização que são trabalhos que não necessitam de grande

acurácia.

Trabalhos mais acurados não podem ser realizados com esse

tipo de receptor.

Como exemplos de trabalhos que não podem ser realizados

com receptores código C/A temos: Locação de marcos geodésicos,

topografia de estradas, topografia de minas, topografia de obras,

topografia cadastral etc.

Ressalto que nem mesmo os receptores do “tipo Garmim” que

recebem o sinal das constelações GLONASS e GPS podem ser

utilizados pois não adianta receber o sinal de 2 constelações e ambas

terem um comprimento de onda que não possibilita a obtenção de

dados com uma acurácia menor que 50 CM.

2° tipo: Receptores Cadastrais

Outro tipo de receptor existente são os receptores utilizados em

SIG e em cadastro técnico multifinalitário.

Na realidade estes receptores também utilizam o código C/A

podendo ou não serem acrescidos do correspondente código da

constelação GLONASS.

Os mesmos possuem algumas aplicações extras como, por

exemplo, um banco de dados utilizado para cadastro de informações

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de interesse e em alguns casos uma câmera fotográfica que

possibilita a obtenção de fotos com as coordenadas do ponto.

Perceba que nosso amigo João também não poderá utilizar

esse tipo de receptor pois a acurácia é a mesma, algo no entorno de

2,5 a 3 M.

3° tipo: Receptores L1

Nosso amigo João poderá utilizar receptores código L1 também

conhecido como receptor topográfico. Estes receptores conhecidos

como receptores Geodésicos possuem comprimento de onda de 24

cm o que possibilita a obtenção de uma acurácia melhor do que 50

cm.

Perceba que são receptores que podem ser utilizados para o

Georreferenciamento de Imóveis Rurais logo o nosso amigo

encontrou o primeiro tipo de receptor que pode utilizar.

Receptores L1 podem ser utilizados para a obtenção dos

diferentes dados necessários em processos de Georreferenciamento

como:

- Marcos de apoio básico cuja acurácia deve ser melhor do que

10 cm;

- Marcos de apoio imediato cuja acurácia deve ser melhor do

que 20 cm;

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- Marcos definidores de mudanças de ângulo no perímetro1 cuja

acurácia deve ser melhor do que 50 cm;

- Pontos do tipo P cuja acurácia deve ser melhor do que 3

metro;

- Pontos do tipo O cuja acurácia deve ser melhor do que 7

metros.

Receptores código L1 normalmente possuem 2 problemas:

O primeiro é que o comprimento de onda por ser de apenas 19

cm encontra dificuldades para atravessar matas fechadas com isso

nosso amigo João pode ter sérios problemas para efetuar a obtenção

de dados em locais de mata fechada.

O segundo problema deste tipo de receptor é que não

possibilita a utilização do método RTK2 pois e devido a isso deixam

a desejar no quesito velocidade de obtenção de dados.

O certo é que nosso amigo encontrará certas dificuldades para

obter os dados e talvez tenha até que abrir uma picada no entorno

de alguns vértices.

1 Tanto Marcos de apoio básico, imediato e marcos locados no perímetro são

classificados como do tipo M que significa materializado. 2 Não se preocupe por enquanto com os métodos de obtenção de dados, primeiramente

vamos entender bem os diferentes tipos de receptores existentes.

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4° tipo: Receptores L1/L2

O quarto tipo de receptor existente são os receptores código

L1/L2 que utilizam os comprimentos de onda:

- L1 com 19 centímetros e;

- L2 com 24 centímetros.

Este tipo de receptor também conhecido como receptor

Geodésico possibilita uma maior velocidade de obtenção de dados

pois possui 2 comprimentos de onda.

Outra grande vantagem é que por utilizar 2 comprimentos de

onda os receptores L1/L2 geram menos dificuldades na obtenção de

dados em locais de mata fechada.

Perceba que este tipo de receptor é o mais indicado para o

nosso amigo pois o mesmo além de possibilitar a obtenção de dados

com uma acurácia dentro do que a legislação exige ainda possibilita

uma maior velocidade de trabalho e fixa os dados3 com uma maior

facilidade.

MÉTODOS DE POSICIONAMENTO PELO GNSS

Agora que entendemos quais os diferentes tipos de receptores

GNSS e seus correspondentes comprimentos de onda utilizados

pelos mesmos vamos entender quais métodos de obtenção de dados

são os mais indicados para nosso amigo João utilizar nas mais

variadas situações.

3 Termo que significa que os dados chegaram a acurácia desejada.

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A primeira coisa que você precisa entender é que quanto mais

tempo o receptor ficar obtendo dados maior tende a ser a acurácia

obtida isso porque obterá mais observações de um maior número de

satélites.

Na realidade eu não irei mostrar todos os métodos de

posicionamento pelo GNSS mas sim apenas os que possibilitam uma

maior velocidade de trabalho afinal maior velocidade de trabalho

significa mais dinheiro no bolso não é mesmo?

Método estático

Este é o primeiro dos métodos de posicionamento pelo GNSS

indicados para serem utilizados no Georreferenciamento de Imóveis

Rurais.

Neste método nosso amigo João deve ligar o receptor e deixar

o mesmo parado sobre o ponto, rastreando os dados dos satélites

por pelo menos 20 minutos.

Perceba que o mesmo é um método demorado porém este

normalmente é o método de posicionamento pelo GNSS que

possibilita a obtenção de dados com melhor acurácia.

Na realidade se olharmos para as acurácias exigidas pela

legislação para os diferentes tipos de dados perceberemos que

existem métodos mais rápidos do que o estático porem os mesmos

não conseguem chegar a acurácias melhores do que 20 cm.

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Desta maneira iremos utilizar o Método Estático somente no

rastreamento de marcos de apoio básico4 e marcos de apoio

imediato5.

Relembrando que a acurácia exigida pela legislação é de 10 cm

para marcos de apoio básico e de 20 cm para marcos de apoio

imediato.

Então como nosso amigo João não irá utilizar estações totais,

somente um par de receptores GNSS o mesmo precisa locar apenas

o marco de apoio básico para o qual deve utilizar o método estático.

Lembre-se que conforme falei anteriormente, quanto mais

tempo nosso amigo deixar o GPS rastreando dados melhor será a

acurácia obtida.

Algo de praxe no rastreamento de dados em marcos de apoio

básico é deixar-se o receptor rastreando dados por pelo menos 4

horas.

Por causa disso normalmente divide-se os trabalhos em 2 dias

aonde que no primeiro dia loca-se o marco de apoio básico, instala-

se o receptor sobre o mesmo e enquanto este rastreia os dados

percorre-se o perímetro locando-se os marcos nos vértices do

mesmo.

4 Marco de apoio básico também conhecido como base é o marco no qual a base deve

ficar durante a obtenção dos dados do perímetro. 5 Marco de apoio imediato é utilizado somente quando parte da obtenção de dados é

realizada com o uso de estações totais. Este tipo de marco pode ser locado em qualquer lugar

da propriedade e do perímetro, inclusive em um dos vértices do mesmo.

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Método RTK

Este é o segundo tipo de método de posicionamento pelo

GNSS normalmente utilizado.

Devido as características do mesmo, ele não é indicado para

marcos de apoio básico e marcos de apoio imediato.

Por outro lado a grande vantagem deste tipo de receptor é que

o mesmo possibilita a obtenção de dados com uma grande

velocidade e o melhor, que esta acurácia é melhor do que 50 cm.

Acurácia exigida para os marcos do tipo M.

Este tempo normalmente é menor do que 1 minuto. Com isso

este é o método de posicionamento pelo GNSS mais indicado para

nosso amigo João utilizar na obtenção de dados do perímetro.

O mesmo pode utilizar este método tanto para pontos do tipo

M, como para pontos do tipo do tipo P e V.

Perceba que analisando as acurácias e o tempo de obtenção

de dados encontramos os métodos de posicionamento mais

indicados para nosso amigo João utilizar.

São eles: Método Estático nos pontos de apoio básico e

imediato e método RTK nos pontos do perímetro (tipos M, P e V).

Método Relativo Estático Rápido

Embora tenhamos encontrado os métodos mais indicados para

serem utilizados por nosso amigo João, o método RTK utiliza o sinal

de rádio na comunicação entre a base e o rover.

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O problema é que se existir um cerro entre a base e o rover o

sinal de rádio não vai chegar até o rover inviabilizando a utilização do

método RTK.

Nestes casos você precisa utilizar o método relativo estático

rápido no qual deve-se ficar com o receptor rastreando os dados dos

satélites por pelo menos 2 minutos.

Outra observação importante é que receptores L1 e inclusive

alguns receptores L1/L2 não possuem o método RTK. Nestes casos

você deve utilizar o método relativo estático rápido em todos os

pontos do perímetro (tipos M, P e V).

COMO OS DADOS SÃO OBTIDOS PELO RECEPTOR

Você deve ter percebido que por diversas vezes eu falei em

deixar o receptor obtendo dados por no mínimo determinado intervalo

de tempo. Isso se deve a maneira como os mesmos obtém os dados.

Basicamente deixar os receptor rastreando dados nada mais é

do que ativar o rastreamento e armazenamento de dados no cartão

de memória. Processo que normalmente envolve apertar 2 botões, o

primeiro para ligar o receptor e o segundo para rastrear os dados.

Feito isso é só deixar o mesmo rastreando dados pelo tempo

estipulado, por exemplo, no mínimo 2 minutos para o método relativo

estático rápido e 20 minutos para o método estático.

Na realidade o receptor não armazena os dados da posição do

satélite de maneira constante. Normalmente configura-se o receptor

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para que o mesmo rasteie os dados de tanto em tanto tempo. Para

isso se dá o nome de época.

Por exemplo: um receptor normalmente é configurado para

rastrear algo no entorno de 3 a 5 épocas por segundo, isso significa

que o mesmo irá armazenar 3 dados referentes a cada satélite a cada

segundo.

Ou seja, se você deixar o receptor rastreando dados a uma

velocidade de 3 épocas por segundo e rastrear dados por 2 minutos,

no final terá armazenado 360 observações.

Lembre-se que no início do ebook eu falei a respeito de

acurácia e precisão. Olhe para a imagem novamente:

Perceba que conforme o receptor vai armazenando

observações algumas destas observações estarão mais acuradas, já

outras não estarão tão acuradas.

Se você plotar estas observações em uma imagem perceberá

que terá um comportamento muito parecido com os da imagem

acurácia acima.

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AJUSTAMENTO DOS DADOS

As diferentes observações obtidas durante o rastreamento de

dados de um ponto, como mencionei acima terão diferentes

distancias em relação ao objetivo que é a exatidão.

Acontece que na utilização dos métodos estático e relativo

estático rápido as coisas não se resumem em simplesmente utilizar

o ponto mais acurado e desprezar os demais.

O que se faz é um tratamento estatístico dos dados com base

nas diferentes observações.

Imagine que é feito algo parecido com uma média dos pontos

porem que não é uma média e sim um ajustamento aonde que se

leva em consideração as variâncias e covariâncias dos dados.

Por causa disso nos métodos estático e relativo estático rápido

é necessário fazer-se o ajustamento dos dados.

Na realidade, se faz também um tratamento destes dados

aonde que se corrige uma série de erros ocorridos durante a

obtenção dos mesmos.

Para isso utiliza-se as efemérides que simplificando nada mais

são do que arquivos que relatam diferentes erros.

Existem 3 tipos de efemérides: Precisas, rápidas e transmitidas

aonde que normalmente utiliza-se as efemérides precisas ou as

efemérides rápidas6.

O método RTK diferentemente dos métodos estático e relativo

estático rápido possibilita a obtenção dos dados em tempo real, ou

6 Não entrei a fundo no assunto. Caso você deseje saber mais sobre efemérides procure

a literatura inerente. Aconselho a leitura do livro do professor Mônico.

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seja, no mesmo não é necessário fazer o ajustamento de dados

obtidos mas sim apenas a correção dos vetores formados entre o

ponto rastreado e a base.

RESUMO

Primeiramente eu peço desculpas se algum termo técnico não

foi bem explicado. Neste ebook eu procurei tornar as coisas simples,

o mais feijão com arroz possível. Isso porque muitas vezes é muito

melhor simplificar e explicar as coisas de uma maneira fácil de ser

entendida do que tentar explicar exatamente o que cada termo

técnico significa e não ser entendido.

Como você deve ter percebido para operar receptores é

necessário bastante conhecimento a respeito de posicionamento

pelo GNSS. Aconselho inclusive que você estude a fundo o mesmo

pois senão você será como um prédio com fundações fracas.

Segue um resumo com as principais conclusões deste ebook:

– Os receptores GNSS são classificados em 4 tipos: Código

C/A, cadastral, L1 também conhecido como topográfico e L1/L2

também conhecido como geodésico.

Os métodos de posicionamento pelo GNSS mais utilizados

para o Georreferenciamento de imóveis Rurais são: Relativo Estático

em marcos de apoio básico e em marcos de apoio imediato e RTK

em pontos dos tipos M, P e V.

Quando o receptor não possuir sinal RTK acoplado ou não

houver comunicação de rádio entre a base e o rover deve-se utilizar

o método Relativo estático rápido.

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Dica avançada: Aconselho que você sempre que pegue um

receptor o qual não havia operado ainda, que domine a utilização

destes 3 métodos de obtenção de dados pois do contrário corre o

risco de ir a campo e ter problemas.

Isso aconteceu comigo mesmo que certa vez peguei um

receptor novo e fui a campo sem saber utilizar o método relativo

estático rápido.

Infelizmente cheguei em um ponto no qual devido a existência

de um morro não havia comunicação via rádio da base com o rover.

Neste dia acabei tendo que dar uma série de chutes na esperança

de que um daqueles chutes desse certo. Para minha sorte um dos

chutes deu certo e consegui obter dados com o método relativo

estático rápido porem perceba que do contrário teria que voltar a

campo para obter os dados.

Por fim, caso queira conhecer mais do trabalho do meu trabalho

você pode visitar meu sites e demais canais em:

Site:

http://adenilsongiovanini.com.br/

Canal no youtube:

https://www.youtube.com/channel/UCe-

bR7ghiUOG2TxCSDx5VRw

Página no facebook:

https://www.facebook.com/otopografo/

Um grande abraço e bons estudos!

Adenilson Giovanini