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PCNA-FÍSICA ELEMENTAR 35 4- APLICAÇÕES DAS LEIS DE NEWTON Vimos no Capitulo 3 que as três leis de Newton do movimento, o fundamento da mecânica clássica, podem ser formuladas de modo simples. Porém, as aplicações dessas leis em situações tais como um rebocador rebocando um navio mais pesado do que ele ou um avião fazendo uma curva acentuada requerem habilidades analíticas e técnicas para solução de problemas. Neste capítulo aprofundaremos as habilidades para a solução de problemas que você começou a aprender no capítulo anterior. Começamos com problemas envolvendo o equilíbrio, nos quais o corpo está ou em repouso ou movendo-se com velocidade vetorialmente constante. A seguir, generalizamos nossas técnicas para a solução de problemas que envolvem corpos que não estão em equilíbrio, para os quais precisamos considerar com exatidão as relações entre as forças e o movimento. Vamos ensinar como descrever e analisar as forças de contato entre corpos em repouso ou quando um corpo desliza sobre uma superfície. Finalmente, estudaremos o caso importante do movimento circular uniforme, no qual o corpo de desloca ao longo de uma circunferência com velocidade escalar constante. 4.1 OBJETIVOS DO CAPÍTULO Usar a primeira lei de Newton para resolver problemas referentes às forças que atuam sobre um corpo em equilíbrio. Usar a segunda lei de Newton para resolver problemas referentes às forças que atuam sobre um corpo em aceleração. Esclarecer a fórmula empírica para forças de atrito estático e de atrito cinético e aprender como resolver problemas que envolvem essas forças. Resolver problemas referentes às forças que atuam sobre um corpo que se move ao longo de uma trajetória circular com velocidade escalar uniforme. 4.2 APLICAÇÕES DA PRIMEIRA LEI DE NEWTON: PARTÍCULAS EM EQUILÍBRIO No capítulo 3, aprendemos que um corpo está em equilíbrio quando está em repouso ou em movimento retilíneo uniforme em um sistema de referência inercial. Uma lâmpada suspensa, uma ponte pênsil, um avião voando em linha reta e plana a uma velocidade escalar constante são todos exemplos de situações de equilíbrio. Nesta seção vamos considerar apenas o equilíbrio de corpos que podem ser modelados como partículas, ou seja, as dimensões dos corpos não são relevantes para os problemas que estamos resolvendo, isto é, dizer que podemos considerar todas as forças como sendo aplicadas em um mesmo ponto. O principio físico essencial é a primeira lei de Newton: quando uma partícula está em repouso ou em movimento retilíneo uniforme em um sistema de referencia inercial, a força resultante que atua sobre ela isto é, a soma vetorial de todas as forças que atuam sobre ela deve ser igual à zero: = (4.1) (partícula em equilíbrio, forma vetorial) Normalmente usaremos essa relação utilizando os componentes: =0 =0 =0 (4.2) (partícula em equilíbrio, forma de componentes) Esta seção é sobre o uso da primeira lei de Newton para resolver problemas envolvendo corpos em equilíbrio. Alguns deles podem parecer complicados, mas o importante é lembrar que todos esses problemas são resolvidos do mesmo modo. 4.3 APLICAÇÕES DA SEGUNDA LEI DE NEWTON: DINÂMICA DAS PARTÍCULAS Agora estamos preparados para discutir problemas de dinâmica. Nesses problemas, aplicamos a segunda lei de Newton para corpos sobre os quais a força resultante é diferente de zero e, portanto, não estão em equilíbrio; mas sim em aceleração. A força resultante sobre o corpo é igual ao produto da massa pela aceleração do corpo.

4- APLICAÇÕES DAS LEIS DE NEWTON 4.2 APLICAÇÕES DA ... de acordo com a segunda lei de Newton. Figura 4.2 –(a) A força normal F N é maior do que o peso da caixa, pois a caixa

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Page 1: 4- APLICAÇÕES DAS LEIS DE NEWTON 4.2 APLICAÇÕES DA ... de acordo com a segunda lei de Newton. Figura 4.2 –(a) A força normal F N é maior do que o peso da caixa, pois a caixa

PCNA-FÍSICA ELEMENTAR

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4- APLICAÇÕES DAS LEIS DE NEWTON

Vimos no Capitulo 3 que as três leis de Newton

do movimento, o fundamento da mecânica

clássica, podem ser formuladas de modo simples.

Porém, as aplicações dessas leis em situações

tais como um rebocador rebocando um navio

mais pesado do que ele ou um avião fazendo

uma curva acentuada requerem habilidades

analíticas e técnicas para solução de problemas.

Neste capítulo aprofundaremos as habilidades

para a solução de problemas que você começou

a aprender no capítulo anterior.

Começamos com problemas envolvendo o

equilíbrio, nos quais o corpo está ou em repouso

ou movendo-se com velocidade vetorialmente

constante. A seguir, generalizamos nossas

técnicas para a solução de problemas que

envolvem corpos que não estão em equilíbrio,

para os quais precisamos considerar com

exatidão as relações entre as forças e o

movimento. Vamos ensinar como descrever e

analisar as forças de contato entre corpos em

repouso ou quando um corpo desliza sobre uma

superfície. Finalmente, estudaremos o caso

importante do movimento circular uniforme, no

qual o corpo de desloca ao longo de uma

circunferência com velocidade escalar constante.

4.1 OBJETIVOS DO CAPÍTULO

Usar a primeira lei de Newton para resolver

problemas referentes às forças que atuam

sobre um corpo em equilíbrio.

Usar a segunda lei de Newton para resolver

problemas referentes às forças que atuam

sobre um corpo em aceleração.

Esclarecer a fórmula empírica para forças de

atrito estático e de atrito cinético e aprender

como resolver problemas que envolvem essas

forças.

Resolver problemas referentes às forças que

atuam sobre um corpo que se move ao longo

de uma trajetória circular com velocidade

escalar uniforme.

4.2 APLICAÇÕES DA PRIMEIRA LEI DE

NEWTON: PARTÍCULAS EM EQUILÍBRIO

No capítulo 3, aprendemos que um corpo está

em equilíbrio quando está em repouso ou em

movimento retilíneo uniforme em um sistema de

referência inercial. Uma lâmpada suspensa, uma

ponte pênsil, um avião voando em linha reta e

plana a uma velocidade escalar constante – são

todos exemplos de situações de equilíbrio. Nesta

seção vamos considerar apenas o equilíbrio de

corpos que podem ser modelados como

partículas, ou seja, as dimensões dos corpos não

são relevantes para os problemas que estamos

resolvendo, isto é, dizer que podemos considerar

todas as forças como sendo aplicadas em um

mesmo ponto. O principio físico essencial é a

primeira lei de Newton: quando uma partícula

está em repouso ou em movimento retilíneo

uniforme em um sistema de referencia inercial, a

força resultante que atua sobre ela – isto é, a

soma vetorial de todas as forças que atuam sobre

ela – deve ser igual à zero:

∑ �⃗⃗� = 𝟎 (4.1)

(partícula em equilíbrio, forma vetorial)

Normalmente usaremos essa relação

utilizando os componentes:

∑𝐹𝑥 = 0 ∑𝐹𝑦 = 0 ∑𝐹𝑧 = 0 (4.2)

(partícula em equilíbrio, forma de componentes)

Esta seção é sobre o uso da primeira lei de

Newton para resolver problemas envolvendo

corpos em equilíbrio. Alguns deles podem

parecer complicados, mas o importante é lembrar

que todos esses problemas são resolvidos do

mesmo modo.

4.3 APLICAÇÕES DA SEGUNDA LEI DE

NEWTON: DINÂMICA DAS PARTÍCULAS

Agora estamos preparados para discutir

problemas de dinâmica. Nesses problemas,

aplicamos a segunda lei de Newton para corpos

sobre os quais a força resultante é diferente de

zero e, portanto, não estão em equilíbrio; mas

sim em aceleração. A força resultante sobre o

corpo é igual ao produto da massa pela

aceleração do corpo.

Page 2: 4- APLICAÇÕES DAS LEIS DE NEWTON 4.2 APLICAÇÕES DA ... de acordo com a segunda lei de Newton. Figura 4.2 –(a) A força normal F N é maior do que o peso da caixa, pois a caixa

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∑ �⃗⃗� = 𝑚�⃗⃗� (4.3)

(partícula em equilíbrio, forma de componentes)

Normalmente usaremos essa relação na forma

de componentes:

∑𝐹𝑥 = 𝑚𝑎𝑥 ∑ 𝐹𝑦 = 𝑚𝑎𝑦 ∑𝐹𝑧 = 𝑚𝑎𝑧 (4.4)

(segunda lei de Newton, forma de componentes)

4.4 FORÇAS DE CONTATO

Em muitas situações, um objeto está em contato

com uma superfície, como, por exemplo, a

superfície de uma mesa. Por conta do contato, há

uma força agindo sobre o objeto. Esta seção

discute apenas uma componente desta força, a

componente que atua perpendicularmente

à superfície. A próxima seção discute a

componente que atua na direção paralela

à superfície. A componente perpendicular é

chamada de força normal.

4.4.1 FORÇA NORMAL

Figura 4.1 - Duas forças atuam sobre o bloco, o seu

peso W e a força normal FN exercida pela superfície

da mesa.

A Figura 4.1 mostra um bloco repousado sobre

uma mesa horizontal e identificam as duas forças

que agem sobre o bloco, o peso W e a força

normal FN. Para entender como um objeto

inanimado, como o tampo de uma mesa, pode

exercer uma força normal, pense no que ocorre

quando você senta sobre um colchão. Seu peso

faz com que as molas no colchão sejam

comprimidas. Em consequência disso, as molas

comprimidas exercem em você uma força para

cima (a força normal). De maneira semelhante, o

peso do bloco faz com que “molas atômicas”

invisíveis na superfície da mesa sejam

comprimidas, produzindo, assim, uma força

normal sobre o bloco.

A terceira lei de Newton tem um papel importante

relacionado com a força normal. Na Figura 4.1,

por exemplo, o bloco exerce uma força sobre a

mesa comprimido - a para baixo. Consistente

com a terceira lei, a mesa exerce uma força na

mesma direção, dirigida no sentido oposto, de

mesmo módulo sobre o bloco. Esta força de

reação é a força normal. O módulo da força

normal indica o grau de compressão mútua dos

dois objetos.

Se um objeto estiver em repouso sobre uma

superfície horizontal e não existirem forças

atuando na vertical, com exceção do peso do

objeto e da força normal, os módulos destas duas

forças são iguais; ou seja, FN = W. Esta é a

situação mostrada na Figura 4.1. O peso deve

ser contrabalançado pela força normal para que o

objeto permaneça em repouso sobre a mesa. Se

os módulos destas forças não fossem iguais,

haveria uma força resultante sobre o bloco, e o

bloco estaria acelerado para cima ou para baixo,

de acordo com a segunda lei de Newton.

Figura 4.2 – (a) A força normal FN é maior do que o

peso da caixa, pois a caixa está sendo pressionada

para baixo com uma força de 11 N. (b) A força normal

é menor do que o peso, pois a corda fornece uma

força de 11 N para cima que sustenta parcialmente a

caixa.

IMPORTANTE!

Todo corpo que não está em equilíbrio

sob a ação de uma ou mais forças está

acelerado, e a recíproca é verdadeira. Se

o corpo está acelerado é porque há uma

força resultante não nula atuando sobre

ele.

Page 3: 4- APLICAÇÕES DAS LEIS DE NEWTON 4.2 APLICAÇÕES DA ... de acordo com a segunda lei de Newton. Figura 4.2 –(a) A força normal F N é maior do que o peso da caixa, pois a caixa

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Se houver outras forças atuando na direção

vertical além de W e FN, os módulos da força

normal e do peso não são mais iguais. Na Figura

4.2.a, por exemplo, uma caixa cujo peso é de 15

N está sendo empurrado para baixo contra uma

mesa. A força de compressão possui um módulo

de 11 N. Assim, a força total para baixo exercida

sobre a caixa é de 26 N, e deve ser

contrabalançada pela força normal orientada para

cima para que a caixa permaneça em repouso.

Nesta situação, então, a força normal é de 26 N,

que é consideravelmente maior do que o peso da

caixa.

A Figura 4.2.b ilustra uma situação diferente.

Neste caso, a caixa está sendo puxada para cima

por uma corda que aplica uma força de 11 N. A

força resultante que age sobre a caixa devido ao

seu peso e a corda é de apenas 4 N. Não é difícil

imaginar o que aconteceria se a força aplicada

pela corda fosse aumenta para 15 N –

exatamente igual ao peso da caixa. Nesta

situação, a força normal se anularia. Na verdade,

a mesa poderia ser retirada, já que o bloco

estaria inteiramente sustentando pela corda. As

situações na Figura 4.2 são consistentes com a

ideia de que o módulo da força normal indica o

grau de compressão mútua de dois objetos.

Evidentemente, a caixa e a mesa se comprimem

mais fortemente na Figura 4.2.a do que na Figura

4.2.b.

4.4.2 FORÇAS DE ATRITO

O atrito é importante em muitos aspectos de

nossa vida cotidiana, ou seja, normalmente

pensamos o atrito como algo indesejável, mas o

atrito é necessário. O óleo no motor de um

automóvel minimiza o atrito entre as partes

móveis, porém, não fosse o atrito entre os pneus

do carro e o solo, não poderíamos dirigir um carro

e nem fazer curvas. O arraste do ar – a força de

atrito exercida pelo ar sobre um corpo que nele

se move – faz aumentar o consumo de

combustível de um carro, mas possibilita o uso de

paraquedas. Sem atrito, os pregos pulariam

facilmente, os bulbos das lâmpadas se

desenrolariam sem nenhum esforço e o hóquei

no gelo seria impraticável (Figura 4.3).

Figura 4.3 – A prática do hóquei no gelo depende

decisivamente do atrito entre os patins do jogador e o

gelo. Quando o atrito é muito elevado, o jogador se

locomove muito lentamente; quando o atrito é muito

pequeno, o jogador dificilmente evita sua queda.

O atrito é um fenômeno complexo, não

totalmente compreendido, que surge da atração

entre as moléculas de duas superfícies em

contato. A natureza desta atração é

eletromagnética – a mesma da ligação molecular

que mantém um objeto coeso. Esta força atrativa

de curto alcance se torna insignificante após

apenas alguns diâmetros moleculares.

Figura 4.4 – A área microscópica de contato entre a

caixa e o piso é apenas uma pequena fração da área

macroscópica da superfície do tampo da caixa. A área

microscópica é proporcional à força normal exercida

entre as superfícies. Se a caixa repousa sobre um de

seus lados, a área microscópica aumenta, mas a força

por unidade diminui, de forma que área microscópica

de contato não muda. Não importa se a caixa está de

pé ou deitada, a mesma força horizontal F aplicada é

necessária para mantê-la deslizando com rapidez

constante (PAUL A. TIPLER, GENE MOSCA, 2012).

Como mostrado na Figura 4.4, objetos comuns

que parecem lisos, e que sentimos como lisos

são ásperos em escala atômica (microscópica).

Isto ocorre mesmo quando as superfícies são

muito bem polidas. Quando as superfícies

entram em contato, elas se tocam apenas nas

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saliências, as chamadas asperezas, mostradas

na Figura 4.4. À medida que um bloco desliza

sobre um piso, ligações microscópicas se

formam e se rompem, e o numero total dessas

ligações é variável. Alisar as superfícies em

contato pode, na verdade, aumentar o atrito,

visto que mais moléculas se tornam aptas a

formar ligações; juntar duas superfícies lisas de

um mesmo metal pode produzir uma ‘solda a

frio’. Os óleos lubrificantes fazem diminuir o atrito

porque uma película de óleo se forma entre as

duas superfícies (como no caso do pistão e das

paredes do cilindro no motor de um carro),

impedido – as de entrar em contato efetivo.

ATRITO ESTÁTICO

Figura 4.5 - (PAUL A. TIPLER, GENE MOSCA, 2012).

Você aplica uma pequena força horizontal �⃗⃗�

(Figura 4.5) sobre uma grande caixa que esta

em repouso sobre o piso. A caixa pode não vir a

se mover perceptivelmente, porque a força de

atrito estático 𝒇𝒆 exercida pelo piso sobre a caixa

contrabalança a força que você aplica. Atrito

estático é a força de atrito que atua quando não

existe deslizamento entre as duas superfícies em

contato – é a força que evita que a caixa

escorregue. A força de atrito estático, em sentido

contraria a força aplicada sobre a caixa, pode

variar em magnitude de zero até um valor

máximo 𝑓𝑒 𝑚á𝑥, dependendo do seu empurrão.

Isto é, enquanto você empurra a caixa, a força

oposta de atrito estático vai aumentando para se

manter igual em magnitude à força aplicada, até

que a magnitude da força aplicada exceda o

valor máximo da força de atrito 𝑓𝑒 𝑚á𝑥. Dados

mostram que 𝑓𝑒 𝑚á𝑥 é proporcional à intensidade

das forças que pressionam as duas superfícies

uma contra outra. Isto é, 𝑓𝑒 𝑚á𝑥 é proporcional à

magnitude da força normal excedida por uma

superfície sobre a outra:

𝑓𝑒 𝑚á𝑥 = 𝜇𝑒𝐹𝑁 (4.5)

(módulo da força de atrito estático)

Onde a constante de proporcionalidade 𝜇𝑒 é o

coeficiente de atrito estático. Este coeficiente

depende dos materiais de que são feitas as

superfícies em contato e das temperaturas das

superfícies. Se você exerce uma força horizontal

com uma magnitude menor ou igual a 𝑓𝑒 𝑚á𝑥

sobre a caixa, a força de atrito estático irá justo

contrabalançar esta força horizontal o mínimo

que seja maior que 𝑓𝑒 𝑚á𝑥 sobre a caixa, então a

caixa começará a deslizar. Assim, podemos

escrever a equação (4.5) como:

𝑓𝑒 𝑚á𝑥 ≤ 𝜇𝑒𝐹𝑁 (4.6)

A orientação da força de atrito estático é tal que

ela se opõe a tendência de deslizamento da

caixa.

IMPORTANTE!

A equação (4.6) é uma desigualdade

porque a magnitude da força de atrito

estático varia de zero até 𝒇𝒆 𝒎á𝒙 .

IMPORTANTE!

Se a força horizontal que você exerce

sobre uma caixa aponta para esquerda,

então a força de atrito estático aponta

para a direita. A força de atrito estático

sempre se opõe à tendência de

deslizamento.

IMPORTANTE!

Lembre-se de que a equação (4.5) não é

uma equação vetorial porque 𝒇𝒆 e 𝑭𝑵 são

sempre perpendiculares. Em vez disso,

representa uma relação escalar entre os

módulos das duas forças.

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ATRITO CINÉTICO

Se você empurrar a caixa da Figura (4.5) com

suficiente vigor, ela deslizará sobre o piso.

Enquanto ela escorrega, o piso exerce uma força

de atrito cinético 𝒇𝒄 (também chamado de atrito

dinâmico, ou de deslizamento) que se opõe ao

movimento. Para manter a caixa deslizando com

velocidade constante, você deve exercer uma

força sobre a caixa igual em magnitude e oposta

em sentido à força de atrito cinético exercida pelo

piso. Assim como a magnitude da força de atrito

estático máxima, a magnitude de 𝑓𝑐 da força de

atrito cinético é proporcional à magnitude 𝑓𝑛 da

força normal exercida por uma superfície sobre a

outra:

𝑓𝑐 = 𝜇𝑐𝐹𝑁 (4.7)

Onde a constante de proporcionalidade 𝜇𝑐 é o

coeficiente de atrito cinético. Este coeficiente

depende dos materiais de que são feitas as

superfícies em contato e das temperaturas das

superfícies em contato. Diferentemente do atrito

estático, a força de atrito cinético é independente

da magnitude da força horizontal aplicada.

Experimentos mostram que 𝜇𝑐 é

aproximadamente constante para uma larga faixa

de valores de rapidez.

Figura 4.6 - (PAUL A. TIPLER, GENE MOSCA, 2012).

A Figura (4.6) mostra um gráfico da força

de atrito exercida sobre a caixa pelo piso em

função da força aplicada. A força de atrito

contrabalança a força aplicada até que a caixa

começa a deslizar, o que ocorre quando a força

aplicada excede a 𝜇𝑒𝐹𝑁 por uma quantidade

infinitesimal. Enquanto a caixa está deslizando, a

força de atrito permanece igual a 𝜇𝑐𝐹𝑁 . Para

quaisquer duas superfícies em contato, 𝜇𝑐 é

menor que 𝜇𝑒. Isto significa que você deve

empurrar com mais vigor para fazer com que a

caixa comece a deslizar, do que para mantê-la

deslizando com rapidez constante.

4.4.3 FORÇAS DE TRAÇÃO

Forças são frequentemente aplicadas por meio

de cabos ou cordas usados para puxar um

objeto. Por exemplo, a Figura (4.7.a) mostra uma

força 𝑻 sendo aplicada à extremidade direita de

uma corda presa a uma caixa. Cada partícula na

corda, por sua vez, aplica uma força a sua

vizinha. Consequentemente, a força é aplicada à

caixa, como mostra a Figura (4.7.b).

Figura 4.7 – (a) A força 𝑻 está sendo aplicada à

extremidade direita de uma corda. (b) a força é

IMPORTANTE!

Os pneus possuem ranhuras não para

aumentar o atrito, mas para deslocar e

redirecionar a água entre a superfície da

rodovia e o lado externo dos pneus. Muitos

carros de corrida usam pneus sem ranhuras,

porque correm em dias secos.

IMPORTANTE!

O atrito entre o pneu e o piso é

aproximadamente o mesmo, seja o pneu

largo ou estreito. O propósito da maior área

de contato é diminuir o aquecimento e o

desgaste.

Page 6: 4- APLICAÇÕES DAS LEIS DE NEWTON 4.2 APLICAÇÕES DA ... de acordo com a segunda lei de Newton. Figura 4.2 –(a) A força normal F N é maior do que o peso da caixa, pois a caixa

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transmitida para caixa. (c) Forças são aplicadas às

duas extremidades da corda. Estas forças possuem

mesmos módulos e direções opostas (mesma direção

e sentidos contrários), (CUTNELL & JOHNSON,

2012).

Em situações como a da Figura (4.7), dizemos

que “a força �⃗⃗� é aplicada na caixa por causa da

tração na corda”, significando que a tração e a

força aplicada à caixa possuem o mesmo

módulo. Entretanto, a palavra “tração” é

comumente usada para significar a tendência de

a corda ser esticada. Para ver a relação entre

estes dois usos da palavra “tração”, considere a

extremidade esquerda da corda, que aplica a

força �⃗⃗� à caixa. De acordo com a terceira lei de

Newton, a caixa aplica uma força de reação à

corda. A força de reação possui o mesmo módulo

e mesma direção que �⃗⃗� , mas sentido contrário.

Em outras palavras, uma força - �⃗⃗� atua na

extremidade esquerda da corda. Desta forma,

forças de mesmo módulo atuam em

extremidades opostas da corda, como na figura

4.7.c, e tendem esticá-la.

4.4.4 MASSA E PESO

O peso de um corpo é uma das forças mais

familiares que a Terra exerce sobre o corpo.

(Quando você estiver em outro planeta, seu peso

será a força gravitacional que o planeta exerce

sobre você.) infelizmente, os termos massa e

peso em geral são mal empregados e

considerados sinônimos em nossa conversação

cotidiana. É extremamente importante que você

saiba a diferença entre essas duas grandezas

físicas.

A massa caracteriza a propriedade da inercia de

um corpo. Por causa de sua massa, a louça fica

praticamente em repouso sobre a mesa quando

você puxa repentinamente a toalha. Quanto

maior a massa, maior a força necessária para

produzir uma dada aceleração; isso se reflete na

segunda lei de Newton, ∑ �⃗⃗� = 𝑚�⃗⃗� .

O peso de um corpo, por outro lado, é a força de

atração gravitacional exercida pela Terra sobre o

corpo. Massa e peso se relacionam: um corpo

que possui massa grande também possui peso

grande. É difícil lançar horizontalmente uma

pedra grande porque ela possui massa grande, e

é difícil levantá-la porque ela possui peso grande.

Qualquer corpo próximo da superfície da terra

que possua massa de 1 kg deve possuir um peso

igual a 9,8 N para que ele tenha a aceleração que

observamos quando o corpo está em queda livre.

Generalizando, qualquer corpo de massa m deve

possuir um peso com módulo 𝑃 dado por:

�⃗� = 𝑚𝑔 (4.7)

Logo, o módulo 𝑃 do peso de um corpo é

diretamente proporcional à sua massa 𝑚. o peso

de um corpo é uma força, uma grandeza vetorial,

de modo que podemos escrever a equação (4.7)

como uma equação vetorial (Figura 4.8):

Figura 4.8 – A relação entre massa e peso (SEARS &

ZEMANSKY, 2011).

�⃗⃗� = 𝑚�⃗⃗� (4.8)

Lembre-se de que �⃗⃗� é o módulo de �⃗⃗� , a

aceleração da gravidade, logo, g é sempre

positivo. Portanto, �⃗⃗� , dado pela Equação (4.7), é

o módulo do peso e também é sempre um

número positivo.

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4.5 DINÂMICA DO MOVIMENTO

CIRCULAR

Movimentos circulares são muito comuns na

natureza. As palhetas de um ventilador, um CD e

o pneu de um carro são apenas alguns exemplos

que fazem parte de nosso cotidiano. De uma

maneira geral podemos afirmar que uma partícula

está em movimento circular quando sua trajetória

é uma circunferência. Em situações onde o valor

numérico da velocidade permanece constante,

dizemos que o corpo descreve um Movimento

Circular Uniforme (MCU).

Quando uma partícula se desloca ao longo de

uma circunferência com velocidade escalar

constante, a aceleração da partícula é sempre

orientada para o centro do círculo (perpendicular

à velocidade instantânea). O módulo 𝑎𝑟𝑎𝑑 da

aceleração é constante, sendo dado em termos

da velocidade v e do raio R por:

𝑎𝑟𝑎𝑑 =𝑣²

𝑅 (4.8)

O índice inferior ‘rad’ é um lembrete de que a

aceleração da partícula é sempre orientada ao

longo da direção radial, para o centro do círculo e

perpendicular à velocidade instantânea.

Podemos também representar a aceleração

centrípeta, 𝑎𝑟𝑎𝑑, em termos do período 𝑇, o

tempo necessário para uma revolução:

𝑻 = 𝟐𝝅𝑹

𝒗 (4.9)

Em termos do período, 𝑎𝑟𝑎𝑑 é dada por:

𝑎𝑟𝑎𝑑 =4𝜋²𝑅

𝑇² (4.10)

O movimento circular uniforme, como qualquer

movimento de uma partícula, é governado pela

segunda lei de Newton. A aceleração da partícula

orientada para o centro deve ser produzida por

alguma força, ou diversas forças, tais que a soma

vetorial ∑ �⃗⃗� seja um vetor sempre orientado para

o centro do círculo (Figura 4.9). O módulo da

aceleração é constante, logo o módulo da força

resultante 𝑭𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 também é constante. Caso a

força para dentro deixe de atuar, a partícula é

expelida para fora do círculo descrevendo uma

linha reta tangente ao círculo (Figura 4.10).

Figura 4.9 – Em um movimento circular uniforme,

tanto a aceleração, como a força resultante são

orientadas para o centro do circulo (SEARS &

ZEMANSKY, 2011).

Figura 4.10 – O que acontece quando a força

orientada para o centro deixa de atuar sobre um

movimento circular? (SEARS & ZEMANSKY, 2011).

IMPORTANTE!

Lembre-se que o peso de um corpo atua

eternamente sobre o corpo,

independentemente de ele estar ou não em

queda livre. Quando um objeto de 10 kg

está em equilíbrio, suspenso por uma

corrente, sua aceleração é igual a zero.

Porem, seu peso, dado pela Equação (4.8),

continua puxando-o para baixo (Figura 4.8).

Nesse caso, a corrente exerce uma força

que puxa o objeto de baixo para cima. A

soma vetorial das forças é igual a zero,

mas o peso ainda atua.

Page 8: 4- APLICAÇÕES DAS LEIS DE NEWTON 4.2 APLICAÇÕES DA ... de acordo com a segunda lei de Newton. Figura 4.2 –(a) A força normal F N é maior do que o peso da caixa, pois a caixa

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42

O módulo da aceleração radial é dado por

𝑎𝑟𝑎𝑑 =𝑣²

𝑅, logo o módulo �⃗⃗� 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 da força

resultante sobre uma partícula de massa m em

um movimento circular uniforme é dado por:

�⃗⃗� 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑚𝑎𝑟𝑎𝑑 = 𝑚𝑣²

𝑅 (4.11)

O movimento circular uniforme pode ser

produzido por qualquer conjunto de forças, desde

que a força resultante ∑ �⃗⃗� seja sempre orientada

para o centro do círculo e possua módulo

constante. Note que o corpo não precisa se

mover em torno de um círculo completo: a

Equação (4.11) é valida para qualquer trajetória

que possa ser considerada como parte de um

arco circular.

EXERCÍCIOS

01. (HALLIDAY E RESNICK, 8ª Ed) Em um

cabo-de-guerra bidimensional, Alex, Charles e

Betty puxam horizontalmente um pneu de

automóvel nas orientações mostradas na vista

superior da figura abaixo. Apesar dos esforços da

trinca, o pneu permanece no mesmo lugar. Alex

puxa com a força 𝐹𝐴⃗⃗⃗⃗ de módulo 220N e Charles

puxa com uma força 𝐹𝐶⃗⃗⃗⃗ de módulo 170N.

Observe que a orientação de 𝐹𝐶⃗⃗⃗⃗ não é dada. Qual

é o módulo da força 𝐹𝐵⃗⃗⃗⃗ exercida por Betty?

02. (CUTNELL & JOHNSON, 6ª Ed) Um

alpinista, durante a travessia entre dois

penhascos, faz uma pausa para descansar. Ele

pesa 535N. Como mostrado no desenho, ele está

mais próximo do penhasco da esquerda do que

do penhasco da direita, isto faz com que a tração

no trecho à esquerda da alpinista seja diferente

da tração no trecho à sua direita. Determine as

trações na corda à esquerda e à direita da

alpinista.

03. (SEARS & ZEMANSKY, 12ª Ed) O motor de

um automóvel com peso ‘P’ está suspenso por

uma corrente que está ligada por um anel ‘O’ a

duas outras correntes, uma delas amarrada ao

teto e a outra presa na parede. Ache as tensões

nas três correntes em função de ‘P’ e despreze o

peso das correntes e do anel.

04. (MOYSÉS NUSSENZVEIG, 4ª Ed) O sistema

da figura está em equilíbrio. A distância “d” é de 1

m e o comprimento relaxado de cada uma das

duas molas iguais é de 0,5 m. A massa “m” de 1

kg faz descer o ponto “P” de uma distância h=15

cm e a massa das molas é desprezível. Calcule a

constante k das molas.

Dados: K=Força/Deformação da mola

IMPORTANTE!

A força centrípeta não é uma força real.

Este é meramente um nome que se dá para

a componente da força resultante que

aponta para o centro de curvatura da

trajetória. Assim como a força resultante, a

força centrípeta não está presente em um

diagrama de corpo livre. Apenas forças

reais pertencem a diagramas de corpo

livre.

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05. (MOYSÉS NUSSENZVEIG, 4ª Ed) Um

acrobata de 60 kg se equilibra no centro de uma

corda bamba de 20m de comprimento. O centro

desceu de 30 cm em relação às extremidades,

presas em suportes fixos. Qual é a tração em

cada metade da corda?

06. (SEARS & ZEMANSKY, 12ª Ed) Um carro de

1130 kg está seguro por um cabo leve, sobre

uma rampa muito lisa (sem atrito), como indicado

na figura. O cabo forma um ângulo de 31,0°

sobre a superfície da rampa, e a rampa ergue-se

25,0° acima da horizontal.

a) Desenhe um diagrama do corpo livre para o

carro.

b) Ache a tração no cabo.

c) Com que intensidade a superfície da rampa

empurra o carro?

07. (CUTNELL & JOHNSON, 6ª Ed) A viga ‘I’ de

aço do desenho possui um peso de 8,00 kN e

está sendo suspensa com velocidade constante.

Qual a tração em cada cabo às suas

extremidades?

08. (HALLIDAY E RESNICK, 8ª Ed) A figura

abaixo mostra um arranjo no quais quatro discos

estão suspensos por uma corda. A corda mais

comprida, do alto, passa por uma polia sem atrito

e exerce uma força de 98N sobre a parede à qual

está presa. As tensões nas cordas mais curtas

são T1=58,8N T2=49N T3=9,8N. Quais as massas

(a) do disco A, (b) do disco B, (c) do disco C e (d)

do disco D?

09. (MOYSÉS NUSSENZVEIG, 4ª Ed) No

sistema representado na figura, calcule as

Tensões nas cordas A e B a compressão na viga

C, desprezando as massas da viga e das cordas.

10. (MOYSÉS NUSSENZVEIG, 4ª Ed) O sistema

representado na figura está em equilíbrio.

Determine as tensões nos fios 1, 2 e 3 e o valor

do ângulo 𝜃.

11. (HALLIDAY E RESNICK, 9ª Ed) Se um

corpo-padrão de 1 kg tem uma aceleração de

2,00 m/s² a 20,0° com o semieixo positivo, quais

são (a) a componente x e (b) a componente y da

força resultante a que o corpo está submetido e

(c) qual é a força resultante em termos dos

vetores unitários? (trabalhando vetores no

contexto de força).

Page 10: 4- APLICAÇÕES DAS LEIS DE NEWTON 4.2 APLICAÇÕES DA ... de acordo com a segunda lei de Newton. Figura 4.2 –(a) A força normal F N é maior do que o peso da caixa, pois a caixa

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12. (HALLIDAY E RESNICK, 9ª Ed) Duas forças

horizontais agem sobre um bloco de madeira de

2 kg que pode deslizar sem atrito na bancada de

uma cozinha, situada em um plano xy. Uma das

forças é F1=3i+4j. Determine a aceleração do

bloco em termos dos vetores unitários se a outra

é: (a) F=-3i+(-4)j; (b) F=-3i+4j; (c) F=3i+(-

4)j.(obs.: todas as forças são dadas em Newtons)

(trabalhando vetores no contexto de força)

13. (HALLIDAY E RESNICK, 9ª Ed) Na figura

abaixo, três blocos conectados são puxados para

a direita sobre uma mesa horizontal sem atrito

por uma força de módulo T3=65N. Se m1=12kg,

m2=24kg e m3=31kg, calcule (a) o módulo da

aceleração do sistema, (b) a tração e T1(c) a

tração T2.

14. (HALLIDAY E RESNICK, 9ª Ed) A figura

abaixo mostra dois blocos ligados por uma corda

(de massa desprezível) que passa por uma polia

sem atrito (também de massa desprezível). O

conjunto é conhecido como máquina de Atwood.

Um bloco de massa m1=1,3kg; o outro tem massa

m2=2,8kg. Quais são (a) o módulo da aceleração

dos blocos e (b) a tração na corda?

15. (HALLIDAY E RESNICK, 9ª Ed) Um bloco de

massa m1 = 3,70 kg sobre um plano sem atrito

inclinado, de ângulo θ = 30,0º, está preso por

uma corda de massa desprezível, que passa por

uma polia de massa e atrito desprezíveis, a um

outro bloco de massa m2 = 2,30 kg. Quais são (a)

o módulo da aceleração de cada bloco, (b) a

orientação da aceleração do bloco que está

pendurado e (c) a tração da corda?

16. (HALLIDAY E RESNICK, 9ª Ed) A figura

abaixo mostra uma caixa de dinheiro sujo (m1=3

kg) sobre um plano inclinado sem atrito de ângulo

𝜃1=30°. A caixa está ligada por uma corda de

massa desprezível a uma caixa de dinheiro

lavado (m2=2 kg) situada sobre um plano sem

atrito de ângulo 𝜃2=60°. A polia não tem atrito e

tem massa desprezível. Calcule a tração da

corda.

17. (MOYSÉS NUSSENZVEIG, 4ª Ed) No

sistema da figura, m1 = 20 kg, m2 = 40 kg, m3 =

60 kg. Desprezando as massas das polias e dos

fios e o atrito, calcule a aceleração do sistema e

as tensões nos fios 1, 2, 3.

18. (HALLIDAY E RESNICK, 9ª Ed) A figura

abaixo mostra três blocos ligados por cordas que

passam por polias sem atrito. O bloco B está

sobre uma mesa sem atrito. As massas são mA =

6,00 kg, mB = 8,00 kg e mC = 10,0 kg. Quando os

blocos são liberados qual a tração na corda da

direita?

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19. (CUTNELL & JOHNSON, 6ª Ed) No desenho,

o peso do bloco sobre a mesa é de 422N e o

bloco pendurado tem peso de 185N. Ignorando

todos os efeitos de atrito e supondo que a

roldana não possui massa, determine: (a) a

aceleração dos dois blocos e (b) a tração no

cabo.

20. (HALLIDAY E RESNICK, 9ª Ed) Uma lata de

antioxidantes (m1 = 1,0 kg) sobre um plano

inclinado sem atrito esta ligado a uma lata de

apresuntado (m2 = 2,0 kg). A polia tem massa e

atrito desprezíveis. Uma força vertical para cima

de módulo 𝐹 ⃗⃗ ⃗= 6,0 N atua sobre a lata de

apresuntado, que tem uma aceleração para baixo

de 5,5 m/s2. Determine (a) a tração da corda e (b)

o ângulo 𝛽.

21. (MOYSÉS NUSSENZVEIG, 4ª Ed) No

sistema da figura, o bloco 1 tem massa 10 Kg e

seu coeficiente de atrito estático com o plano

inclinado é 0,5. Entre que valores mínimo e

máximo pode variar a massa m bloco 2 para que

o sistema permaneça em equilíbrio?

22. (HALLIDAY E RESNICK, 9ª Ed) O bloco B da

figura abaixo pesa 711N. O coeficiente de atrito

estático entre o bloco e a mesa é de 0,25; o

ângulo α é de 30°. Determine o peso máximo de

A para que o sistema permaneça em repouso.

23. (HALLIDAY E RESNICK, 9ª Ed) Os três

blocos da figura abaixo são liberados a partir do

repouso. Aceleram com um módulo de 0,500

m/s². O bloco 1 tem massa M, o bloco 2 tem

massa 2M e o bloco três tem massa 2M. Qual o

coeficiente de atrito cinético entre o bloco 2 e a

mesa?

24. (HALLIDAY E RESNICK, 9ª Ed) O bloco A da

figura abaixo Pesa 102N, e o bloco B pesa 32N.

Os coeficientes de atrito entre o bloco A e a

rampa são µe=0,56 e µc=0,25. O ângulo de

inclinação da rampa com a horizontal é de 40°.

Suponha que o eixo x é paralelo à rampa, com o

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sentido positivo para cima. Em termos de vetores

unitários, qual é a aceleração de A se A está

inicialmente (a) em repouso, (b) subindo a rampa

e (c) descendo a rampa?

25. (HALLIDAY E RESNICK, 9ª Ed) Um bloco de

3,5kg é empurrado ao longo de um piso

horizontal por uma força 𝐹 ⃗⃗ ⃗de módulo 15N que

faz um ângulo de 40° com a horizontal (figura

abaixo). O coeficiente de atrito cinético entre o

bloco e o piso é 0,25. Calcule (a) o módulo da

força de atrito que o piso exerce sobre o bloco e

(b) o módulo da aceleração do bloco.

26. (HALLIDAY E RESNICK, 9ª Ed) Um bloco de

4,1 kg é empurrado sobre o piso pela aplicação

de uma força horizontal constante de módulo

40N. A figura abaixo mostra a velocidade do

bloco v em função do tempo t quando o bloco se

desloca sobre o piso ao longo de um eixo x. A

escala vertical do gráfico é definida por vs=5 m/s.

Qual é o coeficiente de atrito cinético entre o

bloco e o piso?

27. (CUTNELL & JOHNSON, 6ª Ed) O desenho

mostra um caixote de 25,0 kg que inicialmente

está em repouso. Observe que a vista mostrada é

uma vista da parte de cima do caixote. Duas

forças, F1 e F2 são aplicadas ao caixote, e ele

começa a se mover. O coeficiente de atrito

cinético entre o caixote e o piso é µc = 0,35.

Determine o módulo e o sentido (em relação ao

eixo +x) da aceleração do caixote.

28. (CUTNELL & JOHNSON, 6ª Ed) Um caixote

de 225 kg repousa sobre uma superfície que está

inclinada de um ângulo de 20° acima da

horizontal. Uma força horizontal (módulo = 535 N

e paralela ao chão, não ao plano inclinado) é

necessária para dar início ao movimento de

descida do caixote no plano inclinado. Qual o

coeficiente de atrito estático entre o caixote e o

plano inclinado?

29. (PAUL A. TIPLER, GENE MOSCA, 6ª Ed)

Dois blocos ligados por um cordão como mostra

a figura abaixo, deslizam para baixo sobre um

plano inclinado de 10°. O bloco 1 tem a massa m1

= 0,80 kg e o bloco 2 tem massa m2 = 0,25 kg.

Ademais, os coeficientes de atrito cinético entre

os blocos e o plano são 0,30, para o bloco 1 e

0,20 para o bloco 2. Encontre (a) a magnitude da

aceleração dos blocos e (b) a tração no cordão.

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30. (HALLIDAY E RESNICK, 9ª Ed) Um caixote

de 68 kg é arrastado sobre um piso, puxado por

uma corda inclinada 15° acima da horizontal. (a)

Se o coeficiente de atrito estático é 0,50, qual é o

valor mínimo do módulo da força para que o

caixote comece a se mover? (b) se µc = 0,35,

qual é o módulo da aceleração do caixote?

31. (HALLIDAY E RESNICK, 9ª Ed) Suponha

que o coeficiente de atrito estático entre a estrada

e os pneus de um carro é 0,60 e não há

sustentação negativa. Que velocidade deixa o

carro na iminência de derrapar quando faz uma

curva não compensada com 30,5 m de raio?

32. (HALLIDAY E RESNICK, 9ª Ed) Qual o

menor raio de uma curva sem compensação

(plana) que permite um ciclista a 29 km/h faça a

curva sem derrapar se o coeficiente de atrito

estático* entre os pneus e a pista é de 0,32?

33. (HALLIDAY E RESNICK, 9ª Ed) Durante uma

corrida de trenós nas Olimpíadas de Inverno, a

equipe jamaicana fez uma curva de 7,6m de raio

com uma velocidade de 96,6 km/h. Qual foi a sua

aceleração em unidades de g?

34. (HALLIDAY E RESNICK, 9ª Ed) Na figura

abaixo, um carro passa com velocidade

constante por uma elevação circular e por uma

depressão circular de mesmo raio. No alto da

elevação a força exercida sobre o motorista pelo

assento do carro é zero. A massa do motorista é

de 70 kg. Qual é a força normal exercida pelo

motorista no banco quando ele passa pelo fundo

vale?

35. (HALLIDAY E RESNICK, 9ª Ed) Um avião

está voando em uma circunferência horizontal

com uma velocidade de 480 km/h(figura abaixo).

Se as asas estão inclinadas formando 40° com a

horizontal, qual é o raio da circunferência?

Suponha que a força necessária para manter

esse avião na trajetória resulte inteiramente de

uma “sustentação aerodinâmica” perpendicular à

superfície das asas.

36. (HALLIDAY E RESNICK, 9ª Ed) Um disco de

metal de massa m=1,5 kg descreve uma

circunferência de raio r = 20 cm sobre uma mesa

sem atrito, enquanto permanece ligado a um

cilindro de massa M=2,5 kg, pendurado por um

fio que passa no centro da mesa (figura abaixo).

Que velocidade do disco mantém o cilindro em

repouso?

37. (HALLIDAY E RESNICK, 9ª Ed) As curvas

das rodovias costumam ser compensadas

(inclinadas) para evitar que os carros derrapem.

Quando a estrada está seca a força de atrito

entre os pneus e o piso pode ser suficiente para

evitar derrapagens. Quando a pista está molhada

o coeficiente de atrito diminui e a compensação

se torna essencial. A figura abaixo mostra um

carro que se move com velocidade escalar

constante de 20 m/s em uma pista circular

compensada de raio 190 m. Se a força de atrito é

desprezível, qual o menor ângulo de inclinação

para o qual o carro não derrapa?

38. (HALLIDAY E RESNICK, 9ª Ed) Uma curva

circular compensada de uma rodovia foi

planejada para uma velocidade de 60 km/h. O

raio da curva é 200 m. Em um dia chuvoso, a

velocidade dos carros diminui para 40 km/h. Qual

é o menor coeficiente de atrito entre os pneus e a

estrada para que os carros façam a curva sem

derrapa?

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39. (HALLIDAY E RESNICK, 9ª Ed) Uma bola de

1,34 kg é ligada por meio de dois fios de massa

desprezível, cada um com comprimento L = 1,70

m, a uma haste vertical giratória. Os fios estão

amarrados à haste a uma distância d = 1,70 m

um do outro e estão esticados. A tração do fio de

cima é 35 N. determine (a) a tração do fio de

baixo; (b) o modulo da força resultante a que esta

sujeita a bola; (c) a velocidade escalar da bola;

(d) a direção da força resultante.

40. (MOYSÉS NUSSENZVEIG, 4ª Ed) O

coeficiente de atrito estático entre as roupas de

uma pessoa e a parede cilíndrica de uma

centrífuga de parque de diversões de 2 m de raio

é 0,5. Qual é a velocidade mínima da centrifuga

para que a pessoa permaneça colada à parede,

suspensa acima do chão?