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‘IFES – INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL BIOTECNOLOGIA AMBIENTAL SIMONE DANTAS MÔRO RESENHA DO ARTIGO: Biopolímeros, Polímeros Biodegradáveis e Polímeros Verdes. Os autores Brito, Agrawal, Araújo e Mélo redigiram o artigo sobre biopolímeros por meio de revisão bibliográfica, com o intuito de divulgar a respeito destes produtos de menor impacto ambiental se comparados aos materiais poliméricos não biodegradáveis. Na introdução recebeu destaque o fato do consumo intenso de produtos plásticos ao longo dos anos produzir grande quantidade de resíduos acumulando-se principalmente nos aterros gerando, portanto, problemas ambientais. Os biopolímeros foram definidos no artigo como polímeros produzidos a partir de matérias-primas de fontes renováveis, como: milho, cana-de-açúcar, celulose, quitina, e outras. E o que os torna bastante interessantes frente aos polímeros obtidos do petróleo é o fator preponderante de serem biodegradáveis. Entretanto apresentam algumas limitações quanto à dificuldade de processo e uso como produto final. Assim, tornam-se muito importantes os estudos relacionados de modo a modificar o processamento e uso dos biopolímeros.

4. Biopolimeros, polimeros biodegradáveis e polímeros verdes

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‘IFES – INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL

BIOTECNOLOGIA AMBIENTAL

SIMONE DANTAS MÔRO

RESENHA DO ARTIGO: Biopolímeros, Polímeros Biodegradáveis e

Polímeros Verdes.

Os autores Brito, Agrawal, Araújo e Mélo redigiram o artigo sobre biopolímeros

por meio de revisão bibliográfica, com o intuito de divulgar a respeito destes

produtos de menor impacto ambiental se comparados aos materiais

poliméricos não biodegradáveis.

Na introdução recebeu destaque o fato do consumo intenso de produtos

plásticos ao longo dos anos produzir grande quantidade de resíduos

acumulando-se principalmente nos aterros gerando, portanto, problemas

ambientais.

Os biopolímeros foram definidos no artigo como polímeros produzidos a partir

de matérias-primas de fontes renováveis, como: milho, cana-de-açúcar,

celulose, quitina, e outras. E o que os torna bastante interessantes frente aos

polímeros obtidos do petróleo é o fator preponderante de serem

biodegradáveis. Entretanto apresentam algumas limitações quanto à

dificuldade de processo e uso como produto final. Assim, tornam-se muito

importantes os estudos relacionados de modo a modificar o processamento e

uso dos biopolímeros.

Já os polímeros biodegradáveis são, segundo os autores, polímeros nos quais

a degradação resulta da ação de micro-organismos de ocorrência natural como

bactérias, fungos e algas, podendo ser consumidos em semanas ou meses sob

condições favoráveis de biodegradação, e podem ser de fontes naturais ou

sintetizados por bactérias, porém os mais atrativos são os obtidos por fontes

renováveis.

Os polímeros verdes são assim denominados, conforme conta no artigo, para

se referirem a polímeros que durante sua síntese, processamento, ou

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degradação produzem menor impacto ambiental que os polímeros

convencionais.

Vale ressaltar, de tudo o que foi exposto sobre os polímeros verdes, a

informação de que a produção dos mesmos absorve CO2 da atmosfera, e para

cada tonelada de polietileno verde produzido, uma média de 2,5 toneladas de

dióxido de carbono é removida da atmosfera, ao invés de 2,5 toneladas de CO2

liberadas por um polietileno produzido a partir de matéria-prima fóssil.

Em um tópico específico foi abordado o tema sustentabilidade, onde os

biopolímeros, polímeros verdes e polímeros biodegradáveis se enquadram,

pois como já mencionado geram menor impacto ambiental, econômico e social.

Dentre as aplicações no mercado brasileiro foram citados os seguimentos de

embalagens de alimentos, sacolas, filmes para agricultura e produtos de

consumo.

Explicações detalhadas dos processos de degradação (biodegradação,

compostagem, oxo-biodegradação) dos biopolímeros foram descritas de

maneira a expor o quanto eles diferem dos polímeros obtidos do petróleo. A

oxo-biodegradação foi desenvolvida na Inglaterra e ocorre em polímeros que

contém aditivos capazes de acelerar sua degradação oxidativa na presença de

luz e calor, tais aditivos podem ser: ferro, níquel ou cobalto.

Apesar de muitos cientistas defenderem o uso dos plásticos oxo-

biodegradáveis, alguns afirmam que ao se degradar estes plásticos não

desaparecem na natureza e sim se fragmentam podendo causar riscos

ambientais sérios, contaminando os lençóis freáticos e plantas.

São detalhados os processos de obtenção dos principais biopolímeros

produzidos no Brasil, dentre os quais o polímeros de amido (PA) proveniente

de matérias-primas como o milho, a mandioca, a batata ou o trigo, e após

retirado desses grãos e tubérculos passa por um processo químico de

desestabilização e rearranjo da cadeia de moléculas, formando um material

“plástico”. Já os polilactatos (PLA) são produzidos a partir do ácido láctico feito

por bactérias. Um caldo “açucarado” de fontes como melaço, açúcar de

beterrada ou soro de leite, recebe bactérias que fermentam o líquido e

produzem ácido láctico, transformado em plástico por meio de processos

químicos. E um terceiro biopolímero é o polihidroxialcanoato (PHA) produzido

por bactérias que se alimentam de cana-de-açúcar, milho e óleo vegetal. Num

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biorreator, sob determinadas condições químicas, as bactérias alimentadas

fabricam polímeros, que ficam armazenados em suas células. Estes são muito

utilizados na área médica.

O artigo tem o intuito maior de agregar conhecimentos no que tange o assunto

referente aos materiais poliméricos de mais rápida degradação e provenientes

de fontes alternativas aos combustíveis fósseis, exemplificando o quanto é

importante sua aplicação em virtude do menor impacto que causam.

Os biopolímeros são realmente, com base em tudo o que foi exposto, uma das

principais alternativas aos materiais plásticos derivados do petróleo. Entretanto,

o maior obstáculo ao crescimento do mercado é o preço, pois para que o custo

reduza é necessário escala maior de produção e disponibilidade grande de

matéria-prima. Em virtude disso, atualmente, no Brasil o bioplástico mais

promissor é o derivado do milho, dadas as tradicionais lavouras com potencial

de crescimento existentes.

É importante, portanto, maiores investimentos nesta área tão relevante do

ponto de vista ambiental, e que pode contribuir bastante para redução de

impactos negativos significativos.