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UNIVERSIDADE SALVADOR – UNIFACS Departamento de Engenharia e Arquitetura Curso: Engenharia Mecânica Disciplina: Materiais Cerâmicos e Poliméricos Professor: Wagner Pachekoski POLÍMEROS DE ENGENHARIA Evangivaldo de Souza Campos Flávio Coelho da Silva Silva Leandro Cavalcante Rios José Mota de Araújo Júnior

Relatorio Polimeros de Engenharia

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UNIVERSIDADE SALVADOR – UNIFACSDepartamento de Engenharia e Arquitetura

Curso: Engenharia MecânicaDisciplina: Materiais Cerâmicos e Poliméricos

Professor: Wagner Pachekoski

POLÍMEROS DE ENGENHARIA

Evangivaldo de Souza CamposFlávio Coelho da Silva Silva

Leandro Cavalcante RiosJosé Mota de Araújo Júnior

Salvador2010

Evangivaldo de Souza CamposFlávio Coelho da Silva Silva

Leandro Cavalcante RiosJosé Mota de Araújo Júnior

POLÍMEROS DE ENGENHARIA

Trabalho apresentado como requisito parcial de avaliação para a disciplina Materiais Cerâmicos e Poliméricos do curso de Engenharia Mecânica da Universidade Salvador – UNIFACS.

Professor: Wagner Pachekoski.

Salvador2010

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Exemplos de monômeros..........................................................................................9

Figura 2: Estrutura do náilon 6.6 e náilon 6...........................................................................13

Figura 3: Aplicações de poliamidas alifáticas........................................................................13

Figura 4: Estrutura do policarbonato......................................................................................15

Figura 5: Aplicações dos policarbonatos................................................................................16

Figura 6: Estrutura do Kevlar.................................................................................................17

Figura 7: Aplicações do Kevlar..............................................................................................18

Figura 8: Estrutura do PEUAPM...........................................................................................19

Figura 9: Aplicações do PEUAPM........................................................................................20

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Polímeros e suas aplicações.................................................................................10

LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES

PA6 Poliamida Alifática 6

PA6. 6 Poliamida Alifática 6.6

PC Policarbonato

PE Polietileno

PEUAPM Polietileno de Ultra-alto Peso Molecular

PP Polipropileno

PVC Poli (cloreto de vinila)

UAPM Ultra-alto Peso Molecular

UNIFACS Universidade Salvador

SUMÁRIO

1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 8

2 INTRODUÇÃO AOS POLÍMEROS...................................................................8

2.1 Histórico..................................................................................................................8

2.2 Características..........................................................................................................8

2.3 Aplicações..............................................................................................................10

3 POLÍMEROS DE ENGENHARIA....................................................................10

3.1 Plásticos de Engenharia de uso geral ................................................................11

3.1.1 Poliamidas Alifáticas (PA6 e PA6.6)..................................................................11

3.1.1.1 Introdução..............................................................................................................11

3.1.1.2 Histórico.................................................................................................................12

3.1.1.3 Estrutura.................................................................................................................12

3.1.1.4 Propriedades..........................................................................................................13

3.1.1.5 Aplicações..............................................................................................................13

3.1.2 Policarbonato.......................................................................................................14

3.1.2.1 Introdução.............................................................................................................14

3.1.2.2 Histórico................................................................................................................14

3.1.2.3 Estrutura................................................................................................................14

3.1.2.4 Propriedades..........................................................................................................15

3.1.2.5 Aplicações..............................................................................................................15

3.2 Plásticos de Engenharia de uso especial............................................................16

3.2.1 Kevlar...................................................................................................................16

3.2.1.1 Introdução..............................................................................................................16

3.2.1.2 Histórico................................................................................................................16

3.2.1.3 Estrutura.................................................................................................................17

3.2.1.4 Propriedades..........................................................................................................17

3.2.1.5 Aplicações..............................................................................................................18

3.3 Polímeros Avançados...........................................................................................18

3.3.1 Polietileno Ultra-alto Peso Molecular................................................................19

3.3.1.1 Introdução..............................................................................................................19

3.3.1.2 Estrutura.................................................................................................................19

3.3.1.3 Propriedades..........................................................................................................19

3.3.1.4 Aplicações..............................................................................................................20

3.4 Outros Polímeros e Aplicações...........................................................................20

4 CONCLUSÃO.....................................................................................................21

5 REFERÊNCIAS.................................................................................................22

1 OBJETIVOS

O conhecimento sobre as características, as propriedades e as aplicações dos

materiais poliméricos é fundamental ao engenheiro. Os polímeros são usados em uma ampla

variedade de aplicações, desde materiais de construção até o processamento de

microeletrônicos. Dessa forma, a escolha e o emprego do material correto irão contribuir para a

qualidade e eficiência do produto.

Desse modo, o principal objetivo do presente trabalho é apresentar alguns aspectos

relacionados aos principais polímeros de engenharia. Serão abordados alguns plásticos de

engenharia de uso geral e uso especial, devido a sua grande aplicabilidade no dia a dia, além

dos polímeros avançados, em especial o polietileno UAPM. Visando facilitar o estudo, serão

apresentadas, além de suas características, a estrutura, principais propriedades e aplicações

dessa classe de materiais.

2 INTRODUÇÃO AOS POLÍMEROS

2.1 Histórico

Por volta de 1000 a.C. os chineses haviam descoberto o verniz extraído de uma

árvore (Rhus vernicflua). Este era aplicado sob a forma de revestimentos impermeáveis e

duráveis e seria usado em móveis domésticos até à década de 1950. Desde então houve

inúmeras descobertas, como: Âmbar (79 a.C.), Chifre (0 a.C.), Gutta-percha (800), Borracha

Natural (1550), entre outros.

Até a descoberta propriamente dita de um polímero e/ou formações sintéticas do

mesmo passaram-se anos e tentativas. Surgiu em 1839 a vulcanização, processo que consiste na

adição de enxofre à borracha natura, de modo a torná-la mais forte e resistente. Este processo

viabilizou o seu uso como importante material de engenharia. Foi assim descoberto o

Poliestireno, o primeiro polímero a ser sintetizado.

2.2 Características

Os polímeros são moléculas grandes com muitas unidades de repetição. A palavra tem

origem grega representada por polí para muitos e mero para partes. Já o monômero é a

unidade de repetição de um polímero. O polímero é uma molécula, um grupo de átomos com

enlaces, ligações, covalentes. Quando monômeros reagem entre si, eles formam uma cadeia

longa e essa reação que forma a cadeia longa é chamada polimerização.

Poli(cloreto de vinila) Polietileno Polipropileno (PVC) (PE) (PP)

Figura 1: Exemplos de monômeros

Definições:

a) Monômero:

Composto químico cuja polimerização irá gerar uma cadeia de polímero.

b) Homopolímero:

Macromolécula derivada de um único tipo de monômero.

c) Copolímero:

Macromolécula contendo dois ou mais tipos de monômeros em sua estrutura.

d) Termoplástico:

Polímero que amolece e pode fluir quando aquecido. Quando resfriado ele endurece e mantém

a forma que lhe é imposta. O aquecimento e o resfriamento podem ser repetidos muitas vezes.

e) Termofixo:

Polímero que não pode ser dissolvido ou aquecido até altas temperaturas de forma a permitir

deformação contínua. Os termoplásticos se tornam termofixos através de crosslinks

(ramificações).

2.3 Aplicações

As aplicações dos polímeros são as mais diversas, fazendo parte de nosso cotidiano. A

Tabela 1 mostra vários tipos de polímeros e suas principais aplicações.

Tabela 1 – Polímeros e suas aplicações

Polímero AplicaçõesABS Partes automotivasKevlar Roupas anti-chamasNylon Fibras, roupas, carpetesPHEMA Rins artificiaisPoliacetato de vinila RevestimentosPoli (ácido glicólico) Uso medicinal na reconstituição de ossos e

cartilagensPoliacriloamida Lentes de contatoPolicarbonato Lentes oftálmicasPolicloropreno Adesivos, freios, gaxetasPolidimetil siloxano Detetores contra explosivosPoliester Embalagens, filmes, roupasPoliestireno Embalagens, utensílios domésticos, isolantes

térmicosPolietileno Embalagens, filmes, utensílios e peças diversasPolietileno tereftalato EmbalagensPolimetil metacrilato Tintas, balcões, vitraisPolipropileno Embalagens, utensílios, peças diversas, tapetesPolisopreno BorrachasPoliuretano Espumas, roupas isolantesPVC Tubos e conexõesSBR Pneus, calçados, adesivosTeflon Antiaderente

3 POLÍMEROS DE ENGENHARIA

Compreendem os polímeros que possuem alta estabilidade em aplicações onde podem

sofrer esforços mecânicos, térmicos, elétricos, químicos ou ambientais, como em engrenagens,

roscas, cabos e etc.

3.1 Plásticos de Engenharia de uso geral

Os plásticos de engenharia de uso geral são conhecidos a algum tempo sendo que

alguns já são produzidos em larga escala há mais de vinte anos. O primeiro desses materiais, o

poliacetal, possui características excepcionais para certas aplicações e até hoje não foram

superadas.

Os plásticos de engenharia apresentam módulo elástico elevado a temperaturas

relativamente altas, com ampla oportunidade de substituição dos materiais tradicionais, pelos

seguintes motivos: peso reduzido, comparados a cerâmicas e metais; facilidade de fabricação e

processamento; eliminação de tratamento anti-corrosivo; alta resistência ao impacto; bom

isolamento elétrico; menor custo energético de fabricação e transformação; e custo de

acabamento reduzido.

Todos os plásticos de engenharia são termoplásticos, Isto é, são polímeros não-

reticulados cuja fusibilidade permite um fácil processamento. Todos apresentam uma boa

resistência mecânica, com módulo alto, quer dizer, são rígidos à temperatura ambiente e sua

estrutura permite ordenação interna, que se reflete na cristalinidade e conseqüentemente, no

esforço das propriedades mecânicas e resistência a reagentes químicos e solventes.

3.1.1 Poliamidas Alifáticas (PA6, PA6.6)

3.1.1.1 Introdução

As poliamidas (PA) se destacam, dentre os plásticos de engenharia, pois se caracterizam

por suas ótimas propriedades mecânicas, e outras qualidades, como: resistência ao tempo, alta

temperatura de fusão, alta resistência a fadiga e boa resistência ao impacto.

Assim como os polímeros em geral, a poliamida substituiu o metal com vantagens, pois

é mais leve e dispensa trabalho de usinagem. A área de aplicações dos diversos tipos de

poliamidas é bastante ampla, apresentando diversidade de aplicações de engenharia não só na

indústria automobilística, mas também nas indústrias de eletroeletrônica, indústrias de

construção, de moveis, engenharia mecânica leve e de precisão.

3.1.1.2 Histórico

O desenvolvimento inicial das poliamidas, ou comumente chamado de náilon –

derivado do inglês nylon – se deve principalmente ao trabalho de W. H. Carothers e seus

colaboradores nos Estados Unidos, que sintetizaram a primeira poliamida náilon 6.6 em 1935, a

partir da policondensação de hexametileno diamina com ácido adípico. A produção comercial

para aplicação de fibras têxteis foi iniciada pela Dupont em 1940, enquanto o plástico para

moldagem, apesar de ser produzido em 1941 tornou-se popular em 1950.

Os náilons PA6 e PA6. 6, juntos são responsáveis pela maior parte das poliamidas, que

quando aplicadas em peças plásticas correspondem a 12% da produção total. Esses tipos de

poliamidas, reforçadas com fibras de vidro, são considerados os principais termoplásticos de

engenharia, principalmente nos Estados Unidos, correspondendo a 30% do consumo total dos

termoplásticos.

3.1.1.3 Estrutura

As poliamidas alifáticas, tais como os náilons 6 e 6.6, são polímeros lineares, e , desse

modo, termoplásticos. Ocorre a cristalização com alta atração intermolecular, pois contém

grupos amida polares (CONH) espaçados regularmente. A combinação de alta atração

intercadeias, nas zonas cristalinas e flexibilidade nas zonas amorfas, fazem com que esses

polímeros sejam tenazes acima de suas temperaturas de transição vítrea.

A estrutura cristalina depende do arranjo das cadeias moleculares. Se o arranjo foi

altamente ordenado tridimensionalmente, o polímero tem um alto grau de cristalinidade. A

influência do grau de cristalinidade das poliamidas é marcante nas propriedades físicas do

material, onde, por exemplo, ocorre um aumento no módulo de elasticidade, dureza e

resistência a abrasão e diminuição da tenacidade e resistência ao impacto.

Figura 2: Estrutura do náilon 6.6 e náilon 6

3.1.1.4 Propriedades

A principal característica dos náilons está em sua excelente resistência a abrasão e

autolubrificação, principalmente em moldados com auto grau de cristalinidade, o que induz alta

dureza superficial. As poliamidas 6 e 6.6 apresentam excepcional resistência aos

hidrocarbonetos, porém, devido a sua natureza polar cristalina, são atacadas por ácidos

minerais, de acordo com o tipo de náilon.

Além disso, as poliamidas alifáticas em geral, possuem boa resistência mecânica, baixo

coeficiente de atrito, além de absorverem água e alguns outros líquidos. A presença da água

funciona como plastificante no polímero, separando as cadeias moleculares e diminuindo a

cristalinidade, devido à natureza higroscópica das ligações hidrogênio que se transformam em

hidroxila.

3.1.1.5 Aplicações

As poliamidas alifáticas geralmente são aplicadas na indústria de transportes e em

outras situações. Exemplos de aplicações: mancais, engrenagens, cames, buchas, cabos e

revestimentos para fios e cabos, engrenagens para limpadores de parabrisas.

Figura 3: Aplicações de poliamidas alifáticas

3.1.2 Policarbonato

3.1.2.1 Introdução

Os policarbonatos (PC) são poliésteres lineares, derivados da reação do ácido

carbônicos com compostos di-hidroxilados aromáticos ou alifáticos, que em razão da presença

dos grupos carbonatos –O.CO.O –recebem a denominação de policarbonatos.

Este termoplástico de engenharia tem se tornado muito conhecido por ser

transparente como o vidro e resistente como o aço. Possui a mais alta tenacidade e é um dos

mais versáteis dentre os plásticos de engenharia. O policarbonato combina muito das

características desejáveis dos metais e dos vidros, aliadas ao fácil processamento dos

termoplásticos e às propriedades de longo prazo dos termofíxos.

3.1.2.2 Histórico

Os Policarbonatos foram obtidos pela primeira vez em 1930 por W. H. Carothers e F.J.

Natta, que prepararam diversos policarbonatos alifáticos, os quais não chegaram a ser

comercialmente importantes por se hidrolisarem facilmente e por apresentarem baixa

temperatura de fusão.

O policarbonato vem sendo amplamente utilizado na indústria automobilística,

eletroeletrônica, de embalagens, médica, etc. Por essa razão, nos últimos anos houve um

aumento considerável dos tipos de PC comerciais disponíveis. No Brasil, o único fabricante de

PC é a Policarbonatos do Brasil S.A. (Camaçari-Ba) que utiliza tecnologia da Idemitsu. Sua

marca registrada é o Durolon.

3.1.2.3 Estrutura

O fato dos grupos benzênicos estarem diretamente na cadeia principal, torna a

molécula muito rígida, fazendo com que o policarbonato tenha uma estrutura amorfa, uma

baixa contração na moldagem e seja transparente. A cadeia polimérica do policarbonato é

simétrica, o que lhe confere boas propriedades dielétricas através de uma longa faixa de

freqüência.

Figura 4: Estrutura do policarbonato

3.1.2.4 Propriedades

Os policarbonatos apresentam grande resistência ao calor, retardância à chama mesmo

sem aditivos específicos e excelentes propriedades elétricas. Apresenta ainda a vantagem de ser

refratário às manchas, como as de café, chá, tintas de escrever e batom. Não é atacado por

roedores, impede a penetração de fungos e bactérias e resiste a ação dos ácidos humínicos.

Alem disso, os policarbonatos possuem boa estabilidade dimensional, ductilidade, baixa

absorção de água e semelhança ao vidro, porem altamente resistente ao impacto. Todas essas

propriedades do policarbonato sugerem a sua ampla utilização nas indústrias: alimentícia,

farmacêutica, de bebidas e de cosméticos.

3.1.2.5 Aplicação

Cerca de 50% da produção de policarbonato está voltada para as aplicações nas

indústrias eletro-eletrônicos. Os recobrimentos para relês e outros materiais elétricos requerem

ao mesmo tempo um bom isolamento, dureza, transparência, resistência à chama e duração,

conjuntos de propriedades que são encontrados somente nos policarbonatos.

O policarbonato encontra aplicações como plástico de engenharia, também em outros

segmentos industriais, tais como, construção civil e equipamentos de segurança, computadores,

comunicações, iluminação e automobilística. Substitui metais com menor custo e maior

flexibilidade de desenho e substitui os vidros, pela sua excelente transparência e resistência ao

impacto numa ampla faixa de temperatura.

Podemos citar ainda como exemplos de aplicações os faróis e as carcaças de

lanternas para carros, visores, refletores, blocos de telefonia, capacetes de segurança, janelas de

segurança, discos compactos (CD’s), solados de calçados, dentre outros.

Figura 5: Aplicações do policarbonato

3.2 Plásticos de Engenharia de uso especial

No final da década de 70, começaram a surgir os plásticos de engenharia de

uso especial, ou plásticos de alto desempenho, cujas estruturas foram planejadas de modo a

apresentar, em grau superlativo, as propriedades dos plásticos de engenharia de uso geral, além

de algumas características adicionais, de grande importância tecnológica.

3.2.1 Kevlar (Poliamida Aromática)

3.2.1.1 Introdução

Kevlar foi a primeira fibra orgânica, com resistência à tração e módulo de elasticidade

suficiente para ser usado em compósitos avançados. Originalmente desenvolvido como um

substituto para o aço dos pneus radiais, Kevlar é usado agora em uma ampla gama de

aplicações.

3.2.1.2 Histórico

A cientista americana Stephanie Kwolek, no ano de 1965, na busca por um material com

a resistência térmica do amianto e rigidez da fibra de vidro, acabou por descobrir um novo

polímero. Como se sabe, as balas são feitas em aço e a velocidade que atingem ao serem

lançadas, as tornam fatais. O Kevlar surgiu para mudar esta história: com a chegada dos coletes

à prova de bala, o aço que era imbatível, se tornou frágil.

3.2.1.3 Estrutura

O Kevlar é um polímero muito cristalino e os anéis fenila de cadeias adjacentes

empilham-se uns nos topos dos outros de forma fácil e simples, deixando-o assim um polímero

ainda mais cristalino e com fibras ainda mais fortes.

Uma simples cadeia de polimérica de Kevlar pode ter desde 5 até milhões de segmentos

ligados juntos. Cada segmento de Kevlar ou monômero é uma unidade química que contem 14

átomos de carbono, 2 átomos nitrogênio e 10 de hidrogênio.

Figura 6: Estrutura do Kevlar

3.2.1.4 Propriedades

Possui uma estrutura de cadeia molecular excepcionalmente rígida, oferecendo

incomparável resistência à tração, a impactos e com estabilidade térmica diferenciada para

temperaturas que variam de –40ºC a 130ºC. Entre suas propriedades estão incluídas: Alta

relação peso/resistência mecânica (Ex: 5 vezes mais forte do que o aço em uma base igual do

peso); durabilidade incomparável; excelente resistência à fadiga e ao desgaste; incomparável

resistência a impactos; não é eletricamente condutiva, não oferecendo interferência eletro-

magnético, a ondas de rádio ou a qualquer tipo de instrumentação; é resistente a corrosão, pois

é inerte e não corrói em presença de produtos químicos, como solventes, lubrificantes,

detergentes e água do mar; é resistente à chama e ao calor.

Em resumo, o kevlar é insolúvel, imune a ataque químico, resistente ao fogo, flexível

e leve. Essencialmente há dois tipos de fibras: Kevlar 29 e Kevlar 49.

A Kevlar 29 é a fibra como se obtém de sua fabricação. Usa-se tipicamente como

reforço, por suas boas propriedades mecânicas, como em tecidos. Entre suas aplicações está a

fabricação de cabos, roupa resistente (uniformes de proteção) ou coletes a prova de balas.

A Kevlar 49 é utilizada em junção com outra resina, formando um material

composto. As fibras de Kevlar 49 são tratadas superficialmente para favorecer a união com a

resina, sendo aplicados em equipamentos para esforços extremos, reforços em barcos militares

a indústria aeronáutica, aviões, satélites de comunicações, capacetes para motos, dentre outros.

3.2.1.5 Aplicações

A fibra Kevlar é usada em serviços de reforço estrutural, aplicada em uma variedade de

estruturas, sejam de pontes, edificações ou de indústrias necessitam serviços de reforço ou de

recuperação estrutural motivadas por problemas de corrosão nas armaduras, erros ou

modificação de projeto ou, simplesmente, por alteração nas cargas atuantes.

Essa fibra de aramida especial é usada também para a confecção de escudos militares,

coletes à prova de bala, capacetes militares, raquete de tênis, roupas espaciais, em carros de

corrida, em vestuários de proteção individual contra corte, abrasão e calor excessivo.

Figura 7: Aplicações do Kevlar

Colete à prova de bala Aplicações em luvas e capacetes para motociclismo Usado como reforço estrutural

em pontes.

3.3 Polímeros Avançados

São polímeros que possuem seus processos de obtenção e formação mais elaborados a

fim de melhorar o seu desempenho em favor das propriedades mecânicas, químicas e térmicas.

3.3.1 Polietileno de Ultra-Alto Peso Molecular (PEUAPM)

3.3.1.1 Introdução

O polietileno linear é produzido normalmente em massa molares numa faixa de 200 000

a 500 000 g/mol, podendo se maior. O polietileno com massas molares de três a seis milhões

denomina-se Polietileno de Ultra-Alto Peso Molecular (PEUAPM) e pode ser utilizado para a

confecção de fibras com alta resistência.

Devido a sua alta massa molar, O PEUAPM apresenta elevada viscosidade no estado

fundido e seu índice de fluidez se aproxima de zero, sendo impossível processá-lo pelos

métodos convencionais de injeção, sopro ou extrusão. Os métodos de fabricação aplicados são

os de compressão por termoprensagem, ou extrusão por pistão, através dos quais são obtidos

chapas, blocos e tarugos semi-acabados para posterior acabamento por usinagem.

3.3.1.2 Estrutura

O PEUAPM é um polietileno linear, sua molécula é uma cadeia longa de átomos de

carbono e os átomos de hidrogênio unidos a cada átomo de carbono. Sua obtenção é a partir do

monômero etileno.

Figura 8: Estrutura do PEUAPM

3.3.1.3 Propriedades

Quando transformado em peças plásticas, o PEUAPM apresenta um conjunto próprio de

características, que o faz superior aos outros termoplásticos em termos de resistência à abrasão,

resistência à fratura por impacto, resistência ao tensofissuramento, resistência química,

resistência à corrosão, alta dureza, baixíssimo coeficiente de atrito, autolubrificação, absorção

de ruídos e não absorção de água.

3.3.1.4 Aplicações

Quando transformado em peças plásticas, o PEUAPM apresenta um conjunto próprio de

características, que o faz superior aos outros termoplásticos em termos de resistência à abrasão,

resistência à fratura por impacto, resistência ao tensofissuramento, resistência química,

resistência à corrosão, alta dureza, baixíssimo coeficiente de atrito, autolubrificação, absorção

de ruídos e não absorção de água.

Figura 9: Aplicações do PEUAPM

3.4 Outros Polímeros e Aplicações

Entre os polímeros de engenharia existem diversos tipos e diversas aplicações. Dos

polímeros não citados anteriormente podemos mencionar alguns, como as fibras e os

elastômeros. Todos eles podem ter aplicações diversas, desde revestimentos e adesivos a filmes

e espumas.

No caso dos revestimentos, o objetivo é proteger o item em questão e dar melhor

aparência ao mesmo. Já os adesivos têm como meta unir as superfícies de dois materiais

sólidos. Outra aplicação é o filme, que pode ser sintetizado com espessuras muito finas e ser

utilizado como embalagens para produtos alimentícios ou têxteis. Por fim as espumas,

materiais mais comuns para nós; tanto os materiais termoplásticos quanto os termofixos são

usados como espumas e suas utilizações vão de almofadas em automóveis e mobílias a

embalagens e isolantes térmicos.

4 CONCLUSÃO

A análise de estrutura, características, propriedades e aplicações de alguns polímeros de

engenharia revelam sua grande influência sobre o avanço tecnológico. A procura por materiais,

cada vez mais, perfeitos, com combinações únicas e propriedades desejáveis tornou-se um dos

principais objetivos na área de ciência e engenharia de materiais poliméricos.

Dessa forma, a elaboração do presente trabalho comprovou a importância sobre o

estudo das principais características dos polímeros de engenharia, fundamental para o

conhecimento do profissional de engenharia.

5 REFERÊNCIAS

WIEBECK, Hélio; HARADA, Júlio. Plásticos de engenharia. São Paulo: Artliber, 2005.

MANO, Eloisa Biasotto. Polimeros como materiais de engenharia. Sao Paulo: Edgard Blucher, 1996.

CALLISTER, William D.,. . Ciência e engenharia de materiais: uma introdução. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2002.

A Brief History of Kevlar, disponível em <http://composite.about.com/od/aboutcompositesplastics/l/aa050597.htm>. Acesso em: 07 mai. 2010.

ALVES, Liria. Polímero a Prova de bala. Brasil Escola. Disponível em <http://www.brasilescola.com/quimica/polimero-prova-bala.htm>. Acesso em 07 mai. 2010

J. Stoffer, H. Collier, M. Van De Mark, J. Kokorudz. Introdução aos Polímeros. Disponível em <http://www.polymerchemistryhypertext.com/Introdu%C3%A7%C3%A3oAosPol%C3%ADmeros.htm>. Acesso em 08 mai. 2010.

Esteves. Fernanda. A Evolução dos Materiais Poliméricos ao Longo do Tempo. Disponível em <http://educa.fc.up.pt/ficheiros/fichas/650/historia%20dos%20pol%EDmeros.pdf>. Acesso em 08 mai. 2010.

Felipetto, Eder. Processamento de Polímeros. Tifnet. Disponível em <http://www.tifnet.com.br/disciplinas/polimeros_aula_01.pdf>. Acesso em 08 de mai. 2010.