Polimeros Industria da Defesa

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polimeros industria da defesa

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  • Polmeros e Compsitos de Matriz

    Polimrica para a Indstria da Defesa

    Mestrado Integrado em Engenharia Mecnica

    Materiais no Metlicos

    Ano Letivo 2015/2016

    Trabalho Realizado Por:

    Fbio Andr Martins Fernandes em11178

    Joo Pedro Ribeiro Correia em12221

    Docente Responsvel:

    Prof. Antnio Torres Marques

  • 2 2015 MNM

    ndice ndice de Figuras ........................................................................................................................... 3

    1. Introduo ............................................................................................................................. 4

    1.1. Objetivos ....................................................................................................................... 4

    1.2. Os Polmeros ................................................................................................................. 4

    1.2.1. Polmeros Termoplsticos ..................................................................................... 4

    1.2.2. Polmeros Termoendurecveis ............................................................................... 5

    1.2.3. Elastmeros ........................................................................................................... 5

    1.3. Os compsitos ............................................................................................................... 5

    2. Processos de fabrico .............................................................................................................. 7

    2.1. Extruso dos plsticos ................................................................................................... 7

    2.1.1. Introduo ............................................................................................................. 7

    2.1.2. Processo ................................................................................................................ 7

    2.1.3. Diferentes tipos de extruso. ................................................................................ 8

    2.2. Termoformao ........................................................................................................... 11

    2.2.1. Introduo ........................................................................................................... 11

    2.2.2. Processo .............................................................................................................. 11

    2.2.3. Diferentes tcnicas .............................................................................................. 12

    3 Aplicaes ............................................................................................................................ 14

    3.1 Coletes de proteo .................................................................................................... 14

    3.1.1 Requisitos ............................................................................................................ 14

    3.1.2 Historia ................................................................................................................ 14

    3.1.3 PPD-T, Kevlar ..................................................................................................... 16

    3.1.4 UHMPE, Dyneema ou Spectra ......................................................................... 17

    3.2 Protees Visuais ........................................................................................................ 17

    3.2.1 Policarbonato (PC) ............................................................................................... 17

    3.2.2 Requisitos ............................................................................................................ 18

    3.2.3 Viseiras de capacetes .......................................................................................... 19

    3.2.4 Vidros prova de bala ......................................................................................... 19

    3.3 Veculo areo no tripulado (Drone) .......................................................................... 20

    3.3.1. Requisitos ............................................................................................................ 20

    3.3.2. Historia ................................................................................................................ 21

    3.3.3. Fibra de carbono reforado ................................................................................. 21

    4 Concluso ............................................................................................................................ 23

    5 Referncias .......................................................................................................................... 24

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    ndice de Figuras

    Figura 1 - Os tipos de polmeros: Termoplstico, Elastmero e Termoendurecvel ..................... 5

    Figura 2 - Exemplo esquemtico de um material compsito. ...................................................... 6

    Figura 3 - Exemplo de uma estrutura sandwich ............................................................................ 6

    Figura 4 - Esquema de um processo de extruso(3) ..................................................................... 7

    Figura 5 - Fieira de co-extruso(5) ................................................................................................ 8

    Figura 6 - Etapas de moldao por sopro ...................................................................................... 8

    Figura 7 - Exemplo de extruso para revestimento de cabos(6) .................................................. 9

    Figura 8 - Esquema de extruso por enchimento ......................................................................... 9

    Figura 9 - Etapas da calandragem ............................................................................................... 10

    Figura 10 - Etapas da termoformao ......................................................................................... 11

    Figura 11 - Comparao entre moldes ........................................................................................ 12

    Figura 12 - Termoformao a vcuo ........................................................................................... 12

    Figura 13 - Termoformao mecnica ........................................................................................ 13

    Figura 14 - Estrutura qumica do policarbonato ......................................................................... 18

    Figura 15 - Evoluo dos capacetes de proteo ........................................................................ 19

    Figura 16 - Outros exemplos de aplicaes com caractersticas e processos de fabrico

    semelhantes ao das viseiras. ....................................................................................................... 19

    Figura 17 - Esquematizao de um vidro prova de bala .......................................................... 19

    Figura 18 - MQ-9 Reaper usado pelos Estados Unidos ............................................................... 21

    Figura 19 - malha de fibra de carbono ........................................................................................ 22

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    1. Introduo

    1.1. Objetivos

    Com este trabalho prtico pretendemos essencialmente dar a conhecer vrios tipos de

    polmeros e compsitos de matriz polimrica, assim como as suas diversas aplicaes, utilizados

    na indstria da defesa. Vamos abordar tambm o porqu da escolha de alguns materiais em

    detrimento de outros em diversas aplicaes, baseando a nossa justificao nas propriedades

    fsicas e qumicas dos materiais.

    1.2. Os Polmeros

    Os polmeros so macromolculas formadas a partir de unidades estruturais menores, os

    monmeros. Os monmeros so molculas de baixa massa molecular que a partir de reaes

    de polimerizao geram macromolculas polimricas.

    Podem dividir-se em dois grupos, os polmeros naturais, que residem em organismos

    animais ou vegetais, como por exemplo as protenas, os polissacardeos e o latex, e os polmeros

    sintticos, que so aqueles que iram ser abordados neste trabalho.

    Dentro dos polmeros sintticos existe trs grandes grupos: os Termoplsticos, os

    Termoendurecveis e os Elastmeros.(1)

    1.2.1. Polmeros Termoplsticos

    Constitudos por estruturas de longas cadeias moleculares relativamente lineares e emaranhadas. So mais fceis de moldar a temperaturas mais elevadas que os restantes polmeros e conseguem manter a estrutura no arrefecimento. (2)

    Exemplos de termoplsticos:

    Policarbonato

    Aplicaes: Cds, garrafas, recipientes para filtros, componentes de interiores de avies, coberturas translcidas, divisrias, vitrinas, etc.(1, 2)

    Poliuretano

    Aplicaes: Esquadrias, chapas, revestimentos, molduras, filmes, estofamento de automveis, em mveis, isolamento trmico em roupas impermeveis, isolamento em refrigeradores industriais e domsticos, polias e correias.(1, 2)

    PVC - Policloreto de vinilo ou cloreto de polivinila

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    1.2.2. Polmeros Termoendurecveis

    So geralmente constitudos por molculas pequenas, largamente reticuladas. O calor causa um endurecimento destes polmeros, e tambm faz com que no possam ser reciclveis. So polmeros rgidos e fortes, mas como consequncia, so tambm um material frgil.(1, 2)

    Exemplos de termoendurecveis:

    Baquelite

    Aplicaes: usada em tomadas, telefones antigos e no embutimento de amostras metalogrficas.

    Polister

    Aplicaes: usado em carrocerias, caixas d'gua, piscinas, dentre outros, na forma de plstico reforado (fiberglass).

    1.2.3. Elastmeros

    Capaz de sofrer grandes deformaes que so reversveis temperatura ambiente, pois so compostos por cadeias moleculares que vibram e se movem livremente. Reciclagem deste composto muito complicada. (1, 2)

    Exemplos de elastmeros:

    Polisopreno Bunas S

    Aplicaes: pneus, cmaras-de-ar, vedaes, mangueiras de borracha.

    Figura 1 - Os tipos de polmeros: Termoplstico, Elastmero e Termoendurecvel

    1.3. Os compsitos Os compsitos so materiais obtidos artificialmente atravs da combinao de materiais

    diferentes. Este tipo de material tem aplicaes nas mais diversas reas desde produtos

    utilizados no nosso quotidiano at produtos de alta tecnologia.

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    Os materiais presentes num material compsito podem ser classificados como material

    matriz e material de reforo.(1, 3)

    O material matriz o responsvel por conferir estrutura ao material compsito,

    preenchendo assim espaos vazios entre os materiais de reforo, garantindo que estes

    ltimos mantm as suas posies. As matrizes podem ser de material metlico,

    cermico ou polimerico

    O material de reforo o responsvel principal por conferir as propriedades mecnicas,

    eletromagnticas ou qumicas do material compsito.

    Figura 3 - Exemplo de uma estrutura sandwich

    Figura 2 - Exemplo esquemtico de um material compsito.

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    2. Processos de fabrico

    2.1. Extruso dos plsticos

    2.1.1. Introduo A extruso de plsticos um processo que permite fabricar produtos de plstico a partir de

    matria-prima sob a forma de gros. Neste mtodo a matria-prima passa por uma linha de

    produo at obtermos um produto final.(3, 4)

    Este mtodo de produo utilizado na maior parte das vezes para produzir perfis e tubos, e

    permite processar todos os tipos de polmeros sintticos falados anteriormente.

    2.1.2. Processo O processo de extruso de plsticos consiste fazer passar sob a ao de presso um material

    atravs de um orifcio com a forma desejada, de modo a que o material adquira uma seco

    transversal igual do orifcio.(3, 4)

    Figura 4 - Esquema de um processo de extruso(3)

    Este processo consiste essencialmente em trs fases principais: a alimentao, a compresso e

    injeo.(3)

    Alimentao: o material transportado do alimentador, atravs da fora exercida pela

    rosca, e aquecido para facilitar o seu transporte pela rosca de extruso.

    Compresso: o dimetro da rosca vai aumentar ao longo do seu comprimento para

    permitir uma maior compresso de modo a garantir a inexistncia de ar retido no meio

    do material. O dimetro e a forma das roscas varia conforme o polmero que queremos

    extrudir;

    Injeo: o material expelido e obrigado a passar pelo orifcio de sada de modo a obter

    o perfil desejado.

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    2.1.3. Diferentes tipos de extruso.

    2.1.3.1. Coextruso

    O processamento de polmeros por coextruso permite a combinao de materiais polimricos

    de forma simultnea, que combina de forma aditiva as propriedades dos materiais constituintes.

    Este processo quando aplicado com uma fieira de extruso capaz de combinar os diferentes

    materiais, permite a obteno de produtos difceis ou at impossveis de produzir de outra

    forma. Este processo utilizado para a produo de cabos de cores diferentes para a eletricidade

    ou para perfis de peas flexveis e rgidas. Em geral, uma extrudora principal cuida do

    revestimento interno, enquanto uma coextrudora acompanha o processo alimentando o

    revestimento externo.(5)

    Figura 5 - Fieira de co-extruso(5)

    2.1.3.2. Moldao por sopro

    Este processo, inspirado no processo muito antigo de moldao de vidro pelo sopro, permite

    obter peas como tanques, cilindros, garrafas e pequenos recipientes. Tem como principal

    vantagem a produo de pejas sem emendas ou juntas.

    Consiste num tubo de termoplstico semi-fundido (tambm chamado de prison), que preso

    entre duas partes de um molde, e ento inflado ar para o tubo at o material preencher as

    cavidades devido ao efeito da presso. Depois de entrar em contacto no molde, o corpo

    solidifica adquirindo a forma do molde.(3)

    Figura 6 - Etapas de moldao por sopro

  • 9 2015 MNM

    2.1.3.3. Extruso para revestimento de cabos

    Este processo tem como principal objetivo realizar o revestimento de cabos metlicos com

    polmeros, de modo a garantir o isolamento do cabo. Tambm pode ser aplicado para obter

    cabos de fibra tica.(6)

    Este processo comea com um aquecimento do cabo metlico a ser isolado, para garantir que o

    polmero plastificado adira ao material do cabo. Aps a aplicao do revestimento o cabo

    arrefecido, ao ar ou recorrendo a gua, e est pronto para ser enrolado numa bobina.(6)

    Figura 7 - Exemplo de extruso para revestimento de cabos(6)

    2.1.3.4. Extruso por enchimento

    Neste processo, a extrusora acoplada a uma matriz anelar, normalmente virada para cima, o

    tubo extrudido verticalmente enquanto inflado com ar. Este processo muito utilizado na

    produo de embalagens e sacos do lixo.(3)

    Figura 8 - Esquema de extruso por enchimento

  • 10 2015 MNM

    2.1.3.5. Calandragem

    A calandragem consiste num processo contnuo em que um polmero extrudido e forado a

    passar entre vrios cilindros aquecidos (calandras). O nmeros de cilindros varia conforme o

    polmero a utilizar, o acabamento superficial desejado, a tecnologia aplicada, entre outros

    fatores. O PVC (policloreto de vinil) o plstico de maior produo por calandragem.(3)

    Figura 9 - Etapas da calandragem

  • 11 2015 MNM

    2.2. Termoformao

    2.2.1. Introduo

    A Termoformao de plsticos um mtodo de produo amplamente utilizado. um

    processo rpido, de baixo custo inicial e com uma elevada simplicidade. O seu princpio

    bsico da termoformao, uma operao realizada em folhas de polmero para as

    tornar em produtos acabados, tais como, embalagens, canoas, etc.(4)

    Na indstria de defesa, as viseiras de proteo dos capacetes, ou ainda os cockpits dos

    helicpteros em policarbonato podem ser produzidos por este processo. Sendo estas

    ltimas peas de tamanho significativo, a vantagem da termoformao, que o

    polmero no sofre tanto cisalhamento durante a moldao como o que acontece na

    injeo. As cadeias de polmero no se orientam e as excelentes propriedades ticas do

    policarbonato no so alteradas.

    2.2.2. Processo

    Aquecimento: Uma folha ou placa de termoplstico aquecida.

    Perodo de deformao: Subida do molde - Aps a temperatura de amolecimento ser

    atingida, a folha pressionada contra o molde.

    Perodo de deformao: O polmero adere ao molde - O polmero adquire a forma do

    molde.

    Arrefecimento

    Libertao e acabamento: retirada a pea do molde e so feitos os acabamentos

    necessrios.

    Figura 10 - Etapas da termoformao

  • 12 2015 MNM

    2.2.3. Diferentes tcnicas

    2.2.3.1 Formao macho (molde positivo) ou fmea (molde negativo)

    2.2.3.2 Formao com pr-formao

    Pode ser realizada a vcuo ou mecanicamente.

    Na termoformao a vcuo, a placa termoplstica presa nas bordas de um molde e

    aquecida at amolecer. O ar da cavidade do molde removido por uma bomba de

    suco. Ao ser criado vcuo na parte inferior, a presso atmosfrica acima da placa fora

    a mesma contra o molde, e deste modo adquire a sua forma.

    Figura 12 - Termoformao a vcuo

    Figura 11 - Comparao entre moldes

  • 13 2015 MNM

    Na termoformao mecnica, aps o aquecimento, a placa prensada entre um

    molde macho e uma fmea montados sobre uma prensa. O molde mantido

    fechado at ser atingida a forma pretendida. Este um processo mais caro que

    os anteriores pois so necessrios dois moldes na sua utilizao.

    Figura 13 - Termoformao mecnica

  • 14 2015 MNM

    3 Aplicaes

    3.1 Coletes de proteo

    3.1.1 Requisitos A proteo dos soldados e foras policiais uma das maiores preocupaes e um dos grandes

    alvos da pesquisa na indstria de defesa. A maior fonte de proteo utilizada so os coletes de

    proteo.(7, 8)

    A fim de puderem ser utilizados e garantir uma maior proteo estes tero de:

    Ser prova de bala e bem como prova de estilhaos;

    Ser leves para permitir a melhor mobilidade possvel aos soldados;

    Manter as propriedades do colete independentemente das condies

    meteorolgicas no local.

    3.1.2 Historia

    3.1.2.1 Passado Primeira Guerra Mundial (1914-1918)

    Os pases participantes na Primeira Guerra Mundial comearam a guerra sem qualquer tentativa

    de fornecer aos soldados uma armadura de proteo. Foi com o aumento da necessidade de

    proteger suas tropas que os governos comearam investigaes em vista a proteo dos

    soldados.

    Os Estados Unidos Da Amrica desenvolveram uma armadura (Brewster Body Shield) capaz de

    parar balas a uma velocidade de 820 m/s. Era constituda por uma liga de ao com elementos

    de liga de crmio e nquel, que por consequncia era uma armadura muito pesada (18 Kg) e

    volumosa.

    Todos os pases tentaram desenvolver armaduras para proteger as suas tropas em combate,

    mas nunca eram prticas devido ao seu peso excessivo.(7)

  • 15 2015 MNM

    Figura 14 - tropas americanas a usar o Brewster Body Shield

    No ps-primeira guerra, grupos criminosos nos Estados Unidos comearam a usar roupas

    acolchoadas de algodo, esta era uma forma mais barata e tambm menos pesada que

    conseguia parar projteis a uma velocidade de 300 m/s. Para contrariar a estes avanos dos

    criminosos, o FBI comeou a usar novas armas capazes de perfurar estes coletes, tornando-os

    ineficazes.(7)

    Segunda Guerra Mundial

    Desde o incio desta guerra que so feitos esforos para proteger os soldados mas estas

    investigaes no conseguem acompanhar o desenvolvimento das munies, que so cada vez

    mais potentes. O nico tipo de proteo que foi realmente eficaz foi desenvolvido por uma

    empresa Britnica, para ser usado pela Fora Area. Este era um colete prova de estilhaos

    que no servia para parar balas a alta velocidade e era feito em tecido de nylon.(7)

    Ps-Segunda Guerra Mundial - 1980

    Durante a Guerra da Coreia os Estados Unidos desenvolveram um colete feito de fibras de

    plstico reforado tecido num colete de nylon. Diz-se que o colete era capaz de parar balas de 7

    mm e teve tambm uma melhoria significativa em relao ao peso.

    Em 1969 a American Body Armor fundada e comea a produzir uma combinao patenteada

    de nylon coberto com vrias placas de ao. Este colete foi produzido pela Smith & Wesson e foi

    o primeiro a ser usado em larga escala pelas foras policiais.

    Na dcada de 70, a empresa DuPont apresenta um componente de fibras sintticas que vai

    revolucionar este mercado, o Kevlar. At que no ano de 1975 o fundador da American Body

    Armor produz um colete feito de Kevlar, era constitudo por 15 camadas deste novo material e

    uma placa de ao ao nvel do corao para uma maior proteo nessa rea.(7)

    1980-Presente

    Desde a descoberta feita pela DuPont que novas empresas tentam replicar e produzir novas

    fibras para aplicar em coletes de proteo, e tambm com aplicaes em inmeras outras reas.

  • 16 2015 MNM

    Esta fibras so mais resistentes e mais leves que o ao e passaram assim a ocupar um lugar de

    destaque no que aos coletes de proteo diz respeito.(7)

    3.1.2.2 Presente Atualmente, os coletes tm como objetivo proteger o trax, abdmen e as costas

    contras projteis balsticos ou estilhaos provenientes de granadas. So feitos

    principalmente de Kevlar, sendo tambm possvel a colocao de placas de metal ou

    cermica em stios estratgicos para permitir parar projteis disparados por armas de

    calibre superior. Esta soluo aumenta em parte o peso do colete.(7)

    Materiais usados:

    Famlia das fibras de aramida;

    Fibras de polietileno de ultra alto peso molecular, UHMWPE;

    3.1.2.3 Futuro No futuro existem diversos desafios para ultrapassar, e conseguir assim uma melhor proteo.

    Em primeiro lugar a descoberta de novos materiais mais eficazes e mais leves pode ajudar no

    desenvolvimento desta indstria. tambm necessrio arranjar uma forma eficaz de aumentar

    a rea de proteo oferecida pelos coletes que no prejudique os movimentos ao utilizador nem

    aumente o peso deste.

    3.1.3 PPD-T, Kevlar

    Ilustrao 1 - Estrutura molecular do Kevlar

    O poli (p-fenileno-tereftalamida) ou (PPD-T) um polmero termoplstico pertencente famlia

    das fibras de aramida. Este polmero encontra-se disponvel comercialmente sob o nome

    Kevlar(8)

    Vantagens

  • 17 2015 MNM

    Boa resistncia trao

    Baixa densidade

    Dilatao trmica nula

    Absorve as vibraes

    Excelente resistncia ao choque e a fadiga

    Desvantagens

    Preo elevado

    M resistncia

    Maqunagem difcil

    Baixa resistncia presso

    3.1.4 UHMPE, Dyneema ou Spectra O polietileno de ultra alto peso molecular um polietileno de elevada densidade, caracterizado

    por uma excelente resistncia abraso e ao impacto. Devido ao seu elevado peso molecular,

    apresenta um ndice de fluidez muito baixo, o que faz com que a sua moldao seja difcil.

    As cadeias de UHMWPE so extremamente longas, na ordem de vrios milhes de meros. Como

    resultado, um material muito resistente, apresentando atualmente a maior resistncia ao

    choque de entre os materiais termoplsticos. tambm altamente resistente a produtos

    qumicos corrosivos, tem um baixo coeficiente de atrito e absorve pouca humidade. So auto-

    lubrificantes e altamente resistentes abraso, podendo em algumas formas, ser at 15 vezes

    mais resistente abraso que o ao.

    Apesar destas vantagens, o UHMWPE tem uma resistncia trmica muito mais baixa do que

    outras fibras de alta resistncia. O seu ponto de fuso a cerca de 130C sendo que a sua

    utilizao no aconselhvel a temperaturas superiores a 80 100 C durante largos perodos

    de tempo.(9, 10)

    3.2 Protees Visuais

    As protees visuais so todo o tipo de ferramentas capazes de proteger a integridade fsica de

    um utilizador com necessidade de ver atravs da mesma. uma ferramenta essencial para

    condutores de automveis com vidros prova de bala, pilotos de avies cujo vidro envolvente

    do cockpit tem de resistir a embates de aves, bem como a viseira de um capacete de polcia que

    tambm tem de resistir a impactos. O componente responsvel por estas caractersticas o

    policarbonato (PC), que como veremos adiante tem propriedades excelentes neste tipo de

    aplicaes.

    3.2.1 Policarbonato (PC)

    Os policarbonatos so um tipo de polmeros de cadeia longa formados por grupos funcionais

    unidos por grupos de carbonato, como podemos ver na figura seguinte:

  • 18 2015 MNM

    Figura 14 - Estrutura qumica do policarbonato

    Tem como caracterstica principal o facto de serem moldados quando aquecidos, chamados por

    isso termoplsticos e so usados amplamente hoje em dia nas mais diversas reas.

    O policarbonato apresenta uma densidade de 1,20 [/3], cristalinidade muito baixa,

    incolor e transparente. altamente resistente ao impacto devido sua estabilidade

    dimensional, e relativamente boa resistncia chama. (11)

    Vantagens:

    Estabilidade dimensional;

    Resistncia ao impacto;

    Estabilidade trmica;

    Isolante;

    Elevada dureza temperatura ambiente.

    Desvantagens:

    Perca significativa de propriedades acima dos 60C;

    Propicio a formar microcracks;

    Baixa resistncia aos riscos;

    Devido a estas propriedades um plstico com muita utilidade na engenharia. O seu preo varia

    entre os 3,3 e 4 /kg.(12)

    3.2.2 Requisitos Para ser realmente uma mais-valia na rea da proteo visual, estas aplicaes tm cumprir

    certos requisitos e caractersticas, tais como:

    Ser transparente para garantir uma boa viso;

    Absorver choque de impactos de modo a proteger o utilizador;

    Ser leve para permitir mobilidade;

    Possibilidade de conferir formas necessrias.

  • 19 2015 MNM

    3.2.3 Viseiras de capacetes Uma das principais aplicaes na rea das protees visuais so as viseiras dos capacetes, em

    especfico neste trabalho vai ser abordado os capacetes de polcia de choque. Desde os tempos

    medievais que os soldados eram equipados com este tipo de protees, inicialmente feitas de

    ferro com pequenos orifcios (elmos) que permitiam ver atravs deles.(13)

    Com a evoluo dos tempos, esses elmos, que inicialmente eram feitos de ferro hoje em dia so

    feitos de materiais compsitos, e a sua viseira feita em policarbonato bastante espesso.

    O processo de termoformao (abordado no capitulo 2.2) hoje em dia usado amplamente para

    a produo deste tipo de viseiras, pois permite obter formas complexas (curvas) de maneira

    simples, rpida e econmica.

    De referir tambm que este processo tambm utilizado na produo de outro tipo de

    equipamento relacionado com a industria da defesa como por exemplo, escudos anti-motim,

    cockpit de avies de guerra, etc

    Figura 16 - Outros exemplos de aplicaes com caractersticas e processos de fabrico semelhantes ao das viseiras.

    O futuro deste tipo de equipamentos passa pelo desenvolvimento de novos materiais capazes

    de oferecer ainda mais resistncia e um peso especfico mais baixo de maneira a aumentar a

    segurana do utilizador, bem como aumentar a sua mobilidade/conforto na utilizao do

    equipamento.

    3.2.4 Vidros prova de bala Os vidros prova de bala so uma das grandes aplicaes onde o policarbonato tem muita

    utilidade. Estes vidros caracterizam-se por serem muito resistentes a impactos balsticos de alta

    Figura 15 - Evoluo dos capacetes de proteo

    Camada de vidro

    Policarbonato

  • 20 2015 MNM

    velocidade, serem transparentes e desta forma garantir a proteo dos ocupantes de veculos

    de transporte de chefes de estado, celebridades e pessoas muito importantes.(14)

    Os vidros prova de bala so normalmente construdos usando varias camadas de

    policarbonato, termoplsticos e camadas de vidro dispostas alternadamente. O nmero de

    camadas (espessura final) varia conforme o calibre das balas que for projetado para

    suportar.(11)

    Este tipo de vidros, depois de pronto sujeito a testes, onde so disparadas balas de diferentes

    calibres a distancias definidas pelos testes, e tendo em conta o resultado dos testes, o ser

    aprovado para certo grau de blindagem. A produo de vidros prova de bala sujeita a

    legislao de modo a controlar o seu processo de fabrico e qualidade.(15)

    Existem enumeras empresas dedicadas produo deste tipo de produto devido demanda

    nos dias de hoje, de entre todas as empresas podemos destacar as principais, com o nome

    comercial do seu vidro balstico:(16)

    MAKROCLEAR - produzido pela Arla Plast;

    ArmoMax - produzido pela Propex;

    TUFFAK - produzido pela Alro Plastic;

    LEXAN - produzido pela Sabic;

    SENTRYGLAS produzido pela DuPont.

    Hoje em dia o exercito dos E.U.A est a desenvolver uma nova classe de armaduras

    transparentes tendo por base o Oxinitrido de Aluminio (ALON aluminum oxynitride) para uso

    em camadas externas em blindagens. No futuro este tipo de produto prev-se que venha a

    substituir o tradicional vidro prova de bala com camadas Vidro/Policarbonato, porque para

    alem de ter uma resistncia maior a impactos balsticos, oferece um peso mais baixo, podendo

    assim diminuir os custos de operaes de veculos blindados.(16)

    3.3 Veculo areo no tripulado (Drone)

    3.3.1. Requisitos Os Drones so veculos areos no tripulados que podem ter diversas aplicaes, quer em

    aplicaes civis, quer na indstria da defesa. Foi esta ltima quem desenvolveu esta tecnologia

    devido a necessidade crescente de entrar em territrio inimigo sem ser visualizado, e tambm

    para no ocorrer o perigo de perdas humanas. Assim necessrio que:

  • 21 2015 MNM

    Os veculos sejam leves para ter uma maior autonomia.

    Resistentes a condies meteorolgicas adversas.

    Resistente a quedas.

    3.3.2. Historia Os veculos no tripulados comearam a ser desenvolvidos em 1916. O primeiro aparelho teve

    o nome de Sopwith AT e foi desenvolvido pela British Royal Flying Corps durante a 1 guerra

    mundial. Inicialmente estes aparelhos tinham muitas limitaes quer a nvel tecnolgico, quer a

    nvel de materiais utilizados no seu processo de fabrico, devido a terem estruturas muito

    pesadas construdas maioritariamente por ligas de ao ou de alumnio.(17, 18)

    Figura 18 - MQ-9 Reaper usado pelos Estados Unidos

    O desenvolvimento desta tecnologia cresceu exponencialmente, e at ao presente houve

    inmeros desenvolvimentos. Para se ultrapassar os problemas relacionados com o peso destes

    veculos, a resposta natural foi a utilizao de polmeros compsitos. Atualmente estes

    aparelhos tm uma autonomia muito mais elevada, e so muito mais resistentes s condies

    adversas que encontram em terreno inimigo. O principal material compsito utilizado a fibra

    de carbono reforado.(17, 18)

    3.3.3. Fibra de carbono reforado

  • 22 2015 MNM

    Figura 19 - malha de fibra de carbono

    A fibra de carbono reforado um polmero compsito com uma matriz de resina polimrica.

    Caratersticas:

    Alta proporo resistncia-peso

    Resistncia elevada

    Resistncia ao desgaste

    Rigidez elevada

    Mdulo de elasticidade elevado

    Preo elevado

  • 23 2015 MNM

    4 Concluso

    Nos dias de hoje a indstria da defesa e os polmeros e compsitos de matriz polimrica esto

    em constante evoluo. Por isso, no futuro expectvel que estas duas reas estejam ainda

    mais relacionadas, de modo a ser encontradas solues cada vez mais viveis para suprimir as

    deficincias ainda presentes na indstria da defesa.

    Sendo a indstria da defesa uma rea com especificaes muito elevadas para os seus produtos

    e aplicaes, prova que os materiais polimricos e compsitos que so utilizados nesta rea,

    conseguem responder com sucesso s demandas desta rea substituindo materiais como por

    exemplo, os metais que como do conhecimento geral apresentam propriedades de resistncia

    muito elevadas, mas em contrapartida um preo elevado. Isto acontece devido capacidade de

    os materiais polmeros apresentarem propriedades mecnicas comparveis dos metais e em

    certos casos at superior.

    A indstria da defesa uma rea com elevado investimento financeiro, por parte de governos

    que se preocupam ativamente em proteger os seus cidados, sendo que este investimento ir

    permitir desenvolver materiais cada vez mais evoludos.

  • 24 2015 MNM

    5 Referncias 1. Bourban PE. Matriaux composites matrice organique: constituants, procds, proprits: Presses polytechniques et universitaires romandes; 2004. 2. Wikipedia. Polymer https://en.wikipedia.org/wiki/Polymer2015 [cited 2015 15 de Dezembro]. 3. UFRGS. Processamento de Polmeros - Universidade Federal do Rio Grande do Sul http://www.ufrgs.br/lapol/processamento/: Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2015 [cited 2015 15 de Dezembro]. 4. Intrapls. Plastico - o processo produtivo. In: Intrapls, editor. http://www.intraplas.pt/aprender/processo.asp. p. 1. 5. Alves TF. Estudo sobre co-extrusao de polimeros fundidos. Guimares: Universidade do Minho; 2013. 6. Santos JNd. Condutores e cabos de energia. [Apresentaao]. In press 2005. 7. Wikipedia. Bulletproof vest https://en.wikipedia.org/wiki/Bulletproof_vest2015 [cited 2015 15 de dezembro]. 8. DuPont. DuPont http://www.dupont.com/2015 [cited 2015 15 de Dezembro]. 9. DSM. Dyneema Fiber http://www.dsm.com/products/dyneema/en_GB/product-technologies/fiber.html2015 [cited 2015 15 de dezembro]. 10. Honeywell. Spectra https://www.honeywell-spectra.com/2015 [cited 2015 14 de Dezembro]. 11. Wikipedia. https://pt.wikipedia.org/wiki/Policarbonato2015 [cited 2015 19/12/2015]. 12. Design G. CES Edupack. 2015. 13. Wikipedia. Visor https://en.wikipedia.org/wiki/Visor: Wikipedia; 2015 [cited 2015 15 de dezembro]. 14. Corporation TA. Texas Armoring Corporation http://www.texasarmoring.com/2015 [cited 2015 15 de dezembro]. 15. Infoescola. Vidro Blindado http://www.infoescola.com/curiosidades/vidro-blindado/ [cited 2015 19/12/2015]. 16. Wikipedia. Bulletproof glass https://en.wikipedia.org/wiki/Bulletproof_glass2015 [cited 2015 19/12/2015]. 17. World C. The outlook for unmanned aircraft http://www.compositesworld.com/articles/the-outlook-for-unmanned-aircraft2015 [cited 2015 12 de dezembro]. 18. World C. The Limit For Composites-intensive UAVs

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