40
Universidade de São Paulo Escola Politécnica Departamento de Engenharia de Construção Civil DURABILIDADE DOS POLÍMEROS PCC 5726 – PRINCÍPIOS DA CIÊNCIA DOS MATERIAIS APLICADOS AOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO CIVIL Prof. Vahan Agopyan e Prof. Antonio Figueiredo Leila A. de Castro Motta Nelson Silkunas Antonio Rodolfo Júnior SÃO PAULO Maio de 2002

7.2 Polimeros - Apostila

Embed Size (px)

Citation preview

  • Universidade de So Paulo Escola Politcnica Departamento de Engenharia de Construo Civil

    DURABILIDADE DOS POLMEROS

    PCC 5726 PRINCPIOS DA CINCIA DOS MATERIAIS

    APLICADOS AOS MATERIAIS DE CONSTRUO CIVIL

    Prof. Vahan Agopyan e Prof. Antonio Figueiredo

    Leila A. de Castro Motta

    Nelson Silkunas

    Antonio Rodolfo Jnior

    SO PAULO Maio de 2002

  • Durabilidade de Polmeros 1

    1 INTRODUO

    1.1 Apresentao

    O trabalho apresenta os fundamentos principais das caractersticas e estrutura dos

    polmeros para uma melhor compreenso dos mecanismos de degradao e as principais

    formas de preveni-los. Faz-se ainda um breve relato das principais aplicaes dos

    polmeros como materiais de construo civil.

    Apresenta-se com mais detalhes os aspectos ligados durabilidade dos polmeros,

    que o enfoque principal do trabalho, tratando dos principais mecanismos de degradao

    e as formas mais eficazes de combat-los. So abordados tambm os aspectos de

    durabilidade para trs diferentes aplicaes dos polmeros na construo: uso em

    impermeabilizaes, como fibras de reforo para matrizes cimentcias e a utilizao geral

    do PVC. Finalmente faz-se uma anlise crtica de um artigo sobre a fotoestabilizao do

    PVC por pintura protetora.

    1.2 Os Polmeros na Construo Civil

    O setor da construo civil vem sofrendo uma srie de alteraes, tanto no sistema

    de produo da construo civil como no tipo de materiais utilizados, buscando o aumento

    da produtividade e a reduo de custos. Para atender s exigncias decorrentes das

    transformaes ocorridas no campo econmico, poltico, social e cultural do pas, as

    empresas vm recorrendo a novas estratgias de atuao, visando reduo de custos de

    produo e melhorias na qualidade dos produtos, especialmente quanto durabilidade.

    Quando se fala em polmeros ou plsticos, faz-se primeiramente associao a

    embalagens, brinquedos, entre outros. No entanto, quanto aplicao dos polmeros na

    construo civil, o conhecimento da sociedade ainda parcial, embora existam produtos

    utilizados h um bom tempo como canos de gua e esgoto em PVC, telhas plsticas,

    condutores eltricos e tintas, tambm h aqueles produtos como revestimentos externos e

    acsticos, calhas, janelas, dentre outros, recm lanados no mercado.

    Outros setores, como o alimentcio, o automobilstico e o de eletrodomsticos

    possuem maior tradio no mercado e uma maior escala de produo, quando

    comparados aos produtos polimricos da construo civil. Alm deste fator, h ainda um

    certo desconhecimento tanto por parte dos profissionais da construo como dos seus

  • Durabilidade de Polmeros 2

    clientes sobre a aplicao genrica dos polmeros no setor construtivo, considerando a

    expanso da produo de componentes em diversos sistemas do edifcio.

    Frente a isto, empresas produtoras de componentes polimricos para a construo

    civil, aliadas a instituies de pesquisa, tm adotado polticas de divulgao do emprego

    destes materiais atravs de eventos como encontros, simpsios, palestras tcnicas,

    publicaes de manuais e artigos, ressaltando vantagens como aumento da produtividade,

    condies de higiene da obra, menores custos de manuteno, maior segurana e melhor

    conforto termo-acstico. Alm disso, investimentos em pesquisas sobre a durabilidade,

    com uma vasta gama de informaes na literatura, contribuem para a maior aceitao e

    confiabilidade nos produtos.

    1.3 Objetivo

    O objetivo principal do trabalho apresentar os mais comuns meios de degradao

    dos polmeros descrevendo ainda os recursos principais para se evitar esta degradao,

    dando a estes materiais durabilidade compatvel para a sua aplicao na construo civil.

    1.4 Importncia

    A definio de durabilidade o assunto de diversas publicaes no meio cientfico.

    Segundo Pihlajavaara (1980), a seleo de um material para uso na construo civil um

    esforo, antes de qualquer coisa, no sentido de garantia de seu desempenho quanto a

    durabilidade.

    Frohnsdorff; Masters (1980) exploram detalhadamente o assunto, e definem

    durabilidade como sendo um atributo essencial da maioria dos materiais, caracterizada

    pelo desempenho seguro de uma estrutura ou parte de uma estrutura, para uma dada

    expectativa de vida til da mesma. No se pode esquecer que durabilidade no uma

    caracterstica absoluta de um dado componente, mas sim um atributo que depende da

    percepo das alteraes na qualidade do mesmo com o passar do tempo, e mesmo

    manter suas caractersticas dentro de limites de controle durante sua vida til esperada. A

    definio trazida por Pihlajavaara (1980) semelhante, reportando-se inclusive taxa de

    perda de propriedades, que deve ser lenta, de modo que a vida til do componente seja

    longa.

    Os autores definem ainda outro termo importante capacidade de servio

    (serviceability), que consiste da capacidade de um produto, conjunto, componente de

    construo civil ou construo cumprir com as funes para as quais foi designado e

  • Durabilidade de Polmeros 3

    construdo. Com base nesta definio, durabilidade pode ainda ser definida como a

    propriedade de um produto, conjunto, componente de construo civil ou construo

    manter sua capacidade de servio por um determinado perodo de tempo.

    No caso especfico dos materiais polimricos, por serem de histria mais recente

    em comparao com outros materiais tradicionais como o concreto, ao e as cermicas, a

    questo durabilidade de extrema importncia. Ter segurana que um determinado

    componente designado para utilizao em uma dada construo essencial para o

    projetista do mesmo; no caso dos materiais tradicionais muito de seu desempenho com

    relao durabilidade uma srie de ambientes conhecida, tendo-se experincia prvia

    de utilizao dos mesmos, o que permite sua especificao com relativa segurana quanto

    ao desempenho. No caso dos polmeros a experincia passada limitada, o que faz com

    que muitas vezes o projetista ou especificador dos materiais de construo civil optem por

    materiais tradicionais exatamente pela falta de experincia prvia e confiana em seu

    desempenho, o que justificado pela falta de dados em grande quantidade.

    Pihlajavaara (1980) aponta uma srie de motivos pelos quais uma melhor

    compreenso da durabilidade de componentes para construo civil necessria:

    (a) A durabilidade e o desempenho de materiais de construo civil so muitas vezes mal

    definidos e mal documentados, apesar de evolues recentes nestes assuntos;

    (b) A expectativa de vida til de materiais e componentes deve ser sempre correlacionada

    com as condies de uso reais;

    (c) A descrio dos fenmenos de deteriorao das propriedades com o passar do tempo

    devem ser expressos claramente;

    (d) Programas de manuteno das construes durante sua vida til devem ser

    especificados;

    (e) Necessidade de desenvolvimento de tcnicas de envelhecimento acelerado que

    apresentem correlao com as condies de uso real do componente;

    (f) Definio de critrios e limites claros para a capacidade de servio do componente,

    bem como sua classificao em ordem de importncia. Como por exemplo, alteraes

    na aparncia nem sempre significam que o componente perdeu sua capacidade de

    servio.

    1.5 Histrico

    O primeiro contato do homem com os polmeros deu-se atravs de materiais

    resinosos e graxas extradas ou refinadas, durante a Antigidade, com os egpcios e

    romanos que usavam esses elementos para carimbar, colar documentos e vedar

  • Durabilidade de Polmeros 4

    containers. Mas a histria do plstico realmente iniciou-se com a descoberta de

    numerosos materiais que atualmente so aplicados como tal no mundo inteiro. Dentre eles

    pode-se citar o estireno (monmero do poliestireno) em 1830; o primeiro isolamento da

    melamina (monmero), por Liebig1 em 1834; o cloreto de vinila (monmero do PVC) por

    Regnault2 em 1835 e o Pilister (polmero) por Berzelius3 em 1847. Contudo, estes

    materiais no foram explorados at a entrada do sculo XX.

    Em 1929, William Chalmers trabalhou num substituto do vidro, na Mc Gill

    Universidade de Montreal, onde conseguiu obter um material rgido e claro, tambm

    chamado polimetilmetacrilato. Esta substncia passou a ser adotada por empresas norte-

    americanas e inglesas, em 1934, como vidros sintticos para avies na Segunda Guerra

    Mundial.

    Os monmeros bsicos j eram conhecidos a quase um sculo, mas no se

    compreendia a sua natureza e o mecanismo de polimerizao. No entanto, era a poca do

    chamado Pick and Mix, que consistia em eleger alguns produtos qumicos e combin-los

    para ver o que ocorreria. Foi produzido ento, pela primeira vez o poliestireno, sendo que

    o monmero desta substncia j havia sido descoberto em 1830. Sete anos mais tarde

    Bayer descobriu o poliuretano, ao buscar um material comparvel ao nilon.

    O polietileno foi descoberto na Gr-Bretanha em 1933 e produzido industrialmente

    em 1939. Considerado um polmero de descoberta casual, foi responsvel pelo surgimento

    do radar durante a Segunda Guerra Mundial. Na mesma poca, em 1939, a Alemanha

    declarava independncia das importaes do restante da Europa atravs do

    desenvolvimento de suas indstrias de polmeros (plsticos), destacando-se o poliestireno

    e uma ampla gama de vinlicos e metacrilatos.

    A produo do PVC na Gr-Bretanha iniciou-se em 1940 e, nessa poca a indstria

    de polmeros j era avanada na prpria Gr-Bretanha e Alemanha. Os Estados Unidos

    atingiram uma grande produo de borracha sinttica entre 1942 e 1945, ano em que foi

    descoberto o polmero.

    Aps a Segunda Guerra Mundial, iniciou-se uma fase de calmaria devido ao novo

    direcionamento das indstrias em busca de novos materiais polimricos, pois at ento o

    primeiro passo era descobrir um novo material para depois investigar suas aplicaes.

    Porm, aps as agitaes comerciais devidas ltima guerra, passou-se a definir as

    propriedades desejadas para depois investigar o produto ideal (CHAVES, A. L. O.).

    1 Liebig, Baro Justus V. qumico alemo, famoso professor e investigador. 2 Regnault, Enrique V. fsico e qumico francs, n. em Aquisgrn (1810) e m. em Paris (1878), Frana. 3 Berzelius, Baro de J. J. qumico sueco.

  • Durabilidade de Polmeros 5

    2 FUNDAMENTOS

    2.1 Definies Principais

    Apresenta-se a seguir algumas definies importantes para facilitar a compreenso

    do leitor sobre os mecanismos de degradao e sua preveno.

    2.1.1 Monmeros

    So molculas ou compostos qumicos de massa molecular relativamente baixa

    que reagem entre elas ou com outros compostos similares para formar polmeros. Os

    monmeros possuem ligaes covalentes duplas ou triplas, geralmente ligando tomos de

    carbono. Estas molculas so ento consideradas insaturadas, porque uma ligao dupla

    pode ser rompida disponibilizando duas ligaes simples para conexes com outros

    tomos ou outros grupos de tomos em qualquer direo como ilustra a Figura 1.

    Figura 1: Ilustrao de alguns monmeros com seus respectivos meros.

    Cloreto de vinila

    Isobutileno

    Metil matacrilato

    Tetrafluoretino

  • Durabilidade de Polmeros 6

    2.1.2 Polmeros

    Um polmero uma macromolcula formada pela unio ou encadeamento de

    pequenas e simples unidades qumicas, os monmeros, constituindo um padro repetitivo.

    A repetio pode ser de forma linear, ramificada ou at mesmo resultar em uma estrutura

    tridimensional.

    2.1.3 Polimerizao

    a reao qumica atravs da qual os monmeros se transformam no polmero,

    o processo de unio dos monmeros transformando-os em meros, que ser a unidade

    repetitiva que aparecer na macromolcula. A polimerizao extremamente importante

    na definio das caractersticas mecnicas dos polmeros, ela controlada por parmetros

    do processo industrial, tais como temperatura, presso no reator, presena de

    catalizadores.

    Um importante parmetro o grau de polimerizao (GP) que o nmero mdio de

    unidades estruturais existentes nas macromolculas e pode ser definido como a razo

    entre o peso molecular mdio do polmero e o peso molecular do monmero que o

    originou. O alto grau de polimerizao indica incremento na resistncia mecnica e no

    mdulo de elasticidade do polmero.

    Existem dois principais processos de polimerizao: polmero formado pela adio

    de meros iguais e polmero formado por condensao atravs da reao de mais de um

    monmero, gerando sempre um sub produto.

    2.1.4 Homopolmeros e copolmeros

    O homopolmero um polmero resultante da polimerizao de uma espcie

    monomrica, sendo sua cadeia constituda por uma nica unidade estrutural respectiva.

    Exemplos: polietileno, poli (cloreto de vinila).

    O copolmero obtido pela polimerizao de duas ou mais espcies monomricas

    e como consequncia, a sua cadeia apresenta unidades estruturais resultantes desses

    monmeros. Neste caso existe uma maior possibilidade de produo de ligaes

    covalentes entre cadeias. So exemplos: copolmero acetato de vinila-acrilato de etila,

    copolmero de estireno-acrilato de butila.

  • Durabilidade de Polmeros 7

    2.1.5 Polmeros Termoplsticos

    Os polmeros termoplsticos podem ser amolecidos ou liqefeitos por aquecimento

    e endurecidos por resfriamento, repetidas vezes, sem perder as suas propriedades. As

    ligaes entre as cadeias dos termoplsticos so predominantemente secundrias, por

    isso quando aquecidos as ligaes secundrias so enfraquecidas pela vibrao das

    molculas, tornando os materiais plsticos, podendo ser remoldados. Alguns exemplos de

    termosplsticos so: polietileno, poliestireno, PVC, ABS (copolmero de acrilonitrila,

    butadieno e estireno), nylon, etc. A estrutura molecular linear ou ramificada.

    2.1.6 Polmeros Termofixos

    Os polmeros termofixos possuem ligaes covalentes entre as cadeias, a energia

    necessria para o rompimento destas ligaes muito alta e os polmeros so

    queimados antes de se transformarem em materiais moldveis, portanto no podem ser

    reciclados.

    O aquecimento usado para dar formato a uma pea, apenas uma vez, visto que,

    o mesmo no pode mais amolecer. Ao serem aquecidos os termofixos formam as ligaes

    cruzadas entre as cadeias lineares, criando uma estrutura de cadeia tridimensional estvel

    que impede um novo deslocamento das molculas do polmero. Com o aquecimento e

    presso, somente haver o rompimento da cadeia, resultando em degradao das

    propriedades.

    Alguns exemplos so as resinas fenlicas, melamnicas (revestimento) e

    alqudicas. Outros termorgidos, no entanto, no necessitam de aquecimento externo ou

    algum tipo de presso para serem produzidos, como o polister, poliuretano (pintura) e

    epxi (adesivos e pisos), que so normalmente moldados com componentes lquidos que

    podem reagir com alguns produtos qumicos temperatura ambiente, tornando-se mais

    rgidos.

    2.1.7 Elastmeros

    Elastmeros so os polmeros intermedirios. Eles apresentam um certo nmero

    de ligaes cruzadas. Sua caracterstica principal apresentarem uma grande capacidade

    de deformao elstica em temperatura ambiente. Possuem cadeias predominantes

    lineares com alguma reticulao. A grande capacidade de deformao dos elastmeros

    est associada configurao espiralada de suas cadeias polimricas.

  • Durabilidade de Polmeros 8

    Alguns exemplos de elastmeros so os silicones usados como selantes na

    construo civil e o policloropreno (neoprene) utilizado em pinturas, aparelhos de apoio e

    em impermeabilizaes.

    2.1.8 Aditivos

    Normalmente aditivos so substncias estranhas ao polmero, que se alojam entre

    as cadeias dificultando o empacotamento e, portanto, reduzindo a porcentagem de

    cristalinidade. Como exemplo, h os plastificantes que adicionados ao PVC reduzem a

    cristalinidade nominal de 10% para zero, mesmo para baixas concentraes (o PVC

    plastificado amorfo).

    Os aditivos so adicionados, sempre em pequenas quantidades, para a formao

    dos plsticos e modificam o comportamento bsico do polmero, melhorando alguns

    aspectos de interesse do desempenho dos plsticos. Os aditivos mais importantes so os

    plastificantes, que facilitam a moldagem dos componentes plsticos, e os estabilizantes,

    adicionados para reduzir o efeito dos agentes agressivos do meio, como a radiao Ultra-

    Violeta e o calor.

    2.1.9 Cargas

    As cargas so substncias, normalmente slidas, em que uma das suas funes

    diminuir o custo do produto final, reduzindo a quantidade de polmero empregado, elas

    tambm controlam outras propriedades como a dureza e a resistncia abraso. Estes

    constituintes tambm so chamados de substituintes de volume, pois h a introduo de

    uma carga de baixo custo no composto a ser transformado, dentro de certos limites que

    no alterem as propriedades do produto final e, assim, se torne uma vantagem econmica.

    As cargas so classificadas em granulares e fibrosas, sendo alguns exemplos de

    cargas granulares o carbonato de clcio, o p de amianto, a mica, a farinha de madeira, a

    casca de frutos, o negro de fumo e a borracha. Quanto as cargas fibrosas, podem ser

    citadas como exemplo as fibras de vidro, celulsicas e sintticas. No caso do negro de

    fumo a funo mltipla, pois, alm de ser um anti-oxidante, um estabilizante do plstico

    contra a radiao ultravioleta e utilizado tambm como carga.

  • Durabilidade de Polmeros 9

    2.1.10 Temperatura de transio vtrea

    A temperatura de transio vtrea (Tg) uma temperatura de transio que ocorre

    nas regies amorfas dos polmeros, isto , os polmeros amorfos apresentam

    comportamento fsico diferenciado conforme a temperatura esteja abaixo ou acima de uma

    faixa limite, denominada temperatura de transio vtrea.

    Tg geralmente definida como a temperatura abaixo da qual o movimento

    molecular da cadeia congelado (bloqueado). Acima dessa temperatura h energia

    suficientemente para permitir movimento e ondulaes na cadeia.

    Durante o resfriamento, Tg a mdia da faixa de temperatura em que as cadeias

    polimricas perdem a mobilidade, isto , as macromolculas polimricas no tm energia

    interna suficiente para deslocarem-se umas em relao s outras. Nessa fase

    (resfriamento), onde as mudanas ocorrem abaixo da Tg, um polmero amorfo que tem

    100% de suas regies afetadas por esse nvel de temperatura tende ser vtreo, duro,

    rgido e quebradio.

    Durante o aquecimento, Tg a mdia de faixa de temperatura a partir da qual as

    regies amorfas readquirem progressivamente a mobilidade, isto , em torno de 50 C os

    polmeros amorfos tornam-se borrachosos, moles e flexveis.

    Tg tambm conhecido como transio termodinmica de 2 ordem, havendo

    mudanas em propriedades dos polmeros como mdulo de elasticidade, coeficiente de

    expanso trmica, calor especfico, etc.

    2.2 Estrutura dos Polmeros

    2.2.1 Molculas Polimricas

    Os meros so as unidades repetitivas nas macromolculas dos polmeros. Esses

    compostos podem ser orgnicos ou inorgnicos e aparecem no estado slido, lquido ou

    gasoso. A Figura 2 ilustra alguns meros dos polmeros mais conhecidos.

  • Durabilidade de Polmeros 10

    Figura 2: Meros dos polmeros mais comuns

    2.2.2 Estrutura Molecular

    Dependendo da natureza qumica dos monmeros e da tcnica empregada para a

    polimerizao, os polmeros podem exibir diferentes tipos de arquiteturas. Os mais comuns

    so os de estrutura linear, ramificada ou em rede.

    2.2.2.1 Polmeros Lineares

    A Figura 3 ilustra o polietileno de alta densidade (HDPE), uma molcula de cadeia

    longa e linear, feita pela polimerizao do etileno, um composto cuja frmula estrutural

    CH2 = CH2 (ver Figura 2).

    Nos polmeros lineares a seqncia de monmeros contnua, seguindo em

    direo reta (linear), ou seja, a cadeia polimrica cresce em uma nica dimenso. Estes

    H

    H H

    H

    C C

    PE - Polietileno

    H

    H Cl

    H

    C C

    PVC Poli (cloreto de vinila)

    F

    F F

    F

    C C

    PTFE Poli (tetrafluoretino)

    H

    H CH3

    H

    C C

    PP Polipropileno

    H

    H

    H

    C C

    PS Poliestireno

    CH3

    H C

    H

    C C

    O

    CH3 O

    PMMA Poli (metil metacrilato)

    CH2

    OH

    CH2

    CH2

    Fenol formaldeido

    CH3

    CH3

    C O O

    O

    C

    Policarbonato

  • Durabilidade de Polmeros 11

    polmeros podem ser designados tanto termoplsticos como termoflexveis e so

    obtidos tanto por polimerizao em cadeia como por polimerizao em etapas.

    Figura 3: Ilustrao da estrutura linear da cadeia polimrica

    (http://www.quimica.matrix.com.br/artigos/polimeros.html, acesso em 08/05/2002)

    2.2.2.2 Polmeros Ramificados

    So aqueles que apresentam ramificaes partindo da sua cadeia principal,

    formando a configurao de galhos de rvore. Os polmeros ramificados no se agrupam

    em retculos cristalinos, como os lineares, e tm sua cristalinidade diminuda pela

    ramificao. Tambm podem ser obtidos por polimerizao em cadeia e por etapas.

    Figura 4: Ilustrao da estrutura ramificada da cadeia polimrica

    (http://www.quimica.matrix.com.br/artigos/polimeros.html, acesso em 08/05/2002)

  • Durabilidade de Polmeros 12

    2.2.2.3 Polmeros reticulados

    So estruturas tridimensionais que tm sua origem na ligao covalente das

    molculas lineares, em pontos que no so os seus extremos. O agente de ligao usado

    entre as cadeias e o mtodo de reticulao podem fazer com que elas variem em nmero

    e em comprimento. As condies especficas empregadas, tambm so importantes.

    Os polmeros tambm so chamados de reticulados quando o nmero de ligaes

    cruzadas entre as molculas suficientemente alto. Nesses polmeros as ligaes

    covalentes se desenvolvem nas trs direes do espao e, como resultado, tornam-se

    altamente insolveis e infusveis, e so denominados termofixos. As macromolculas, ao

    se fornecer energia sua estrutura tridimensional, exibem uma fraca mobilidade, devido

    coeso e rigidez dessa estrutura, conferidas pelas ligaes covalentes a presentes.

    medida que a energia aumenta, se destri a estrutura do polmero e ela no mais

    consegue reorganizar-se de forma a reestabelecer a sua estrutura inicial, isto , quando os

    termorrgidos so moldados uma vez, no podem voltar a ser aquecidos e adquirir nova

    forma.

    Figura 5: Ilustrao da estrutura reticulada da cadeia polimrica

    (http://www.quimica.matrix.com.br/artigos/polimeros.html, acesso em 08/05/2002)

    2.2.2.4 Polmeros Amorfos

    Os polmeros no estado amorfo so caracterizados por uma disposio

    desordenada das molculas, de formato irregular, no possuindo ordem estrutural em

    suas cadeias. Esse comportamento lembra visualmente uma poro de espaguete

    cozido, em razo das ondulaes e da irregularidade.

  • Durabilidade de Polmeros 13

    Nesse estado o polmero exibe elasticidade e flexibilidade, e o controle dessas

    caractersticas pode levar a uma enorme gama de aplicaes dos produtos polimricos.

    2.2.2.5 Polmeros Cristalinos

    Polmeros no estado cristalino so caracterizados pela disposio tridimensional

    ordenada e uma repetio regular das cadeias moleculares no espao. Molculas

    relativamente pequenas geralmente auxiliam na obteno de estruturas cristalinas mais

    perfeitas pois a cristalinidade dificultada pela forma geralmente alongada e pela grande

    flexibilidade das macromolculas. H que se considerar ainda que as ligaes entre

    molculas so secundrias e no direcionais.

    Ainda assim alguns polmeros, como o polietileno, apresentam estrutura

    parcialmente cristalina, isto ocorre porque as cadeias dobram-se de maneira organizada,

    formando uma espcie de feixes, como ilustra a Figura 6. medida que se aumenta o

    peso molecular torna-se difcil manter os altos graus de cristalinidade. Quanto maior a

    cristalinidade dos polmeros, aleatoriamente, maior sero a densidade, a rigidez e as

    resistncias mecnica, trmica e a solventes.

    Figura 6: Ilustrao de regies amorfas e cristalinas das cadeias polimricas

    (http://www.quimica.matrix.com.br/artigos/polimeros.html, acesso em 08/05/2002)

    2.3 Principais Caractersticas Termomecnicas

    O comportamento dos materiais plsticos face s solicitaes mecnicas

    freqentemente designado por viscoelstico. Isto significa que os plsticos tem

    caractersticas comuns aos slidos de Hooke e aos fluidos newtonianos. Como

    conseqncia da sua viscoelasticidade, o comportamento mecnico dos plsticos

    fortemente afetado pelo tempo de atuao das solicitaes, assim como pela temperatura.

    As propriedades trmicas dos polmeros so to importantes quanto as suas

    propriedades mecnicas. Ao contrrio dos metais, os polmeros so extremamente

    sensveis a mudanas de temperatura, e para serem observadas as propriedades

  • Durabilidade de Polmeros 14

    mecnicas, eltricas e qumicas dos polmeros, indispensvel o conhecimento da

    temperatura no qual tais valores foram obtidos.

    Os termoplsticos, em geral, tm baixa resistncia mecnica e mdulo de

    elasticidade em funo das ligaes secundrias entre molculas serem relativamente

    fracas. Eles apresentam ainda baixo peso especfico, so isolantes eltricos e resistentes

    corroso eletroltica. As ligaes secundrias no muito fortes tornam ainda os

    polmeros sensveis variao trmica e de fcil moldagem industrial de seus produtos,

    uma vez que a elevao da temperatura quebram as ligaes entre molculas.

    A altas temperaturas os polmeros termoplsticos apresentam o comportamento de

    um lquido viscoso, pois em temperatura elevada a atrao intermolecular fraca. Em

    temperaturas intermedirias a atrao entre as cadeias aumenta e eles passam a

    apresentar um comportamento visco-elstico, ou seja, sofrem deformao viscosa e

    elstica.

    Em temperaturas baixas, os termoplsticos comportam-se como slidos rgidos,

    apresentando ruptura frgil. A temperatura abaixo da qual eles apresentam este

    comportamento aquela chamada temperatura de transio vtrea para os temoplsticos

    amorfos, j referida anteriormente.

    Os plsticos cristalinos so menos sensveis ao da temperatura e apresentam

    maior densidade e resistncia mecnica do que os amorfos.

    Os elastmeros tm uma grande capacidade de deformao elstica em

    temperaturas ambientes devida configurao espiralada de suas cadeias polimricas.

    Eles apresentam tambm um certo nmero de ligaes cruzadas (reticulao), que

    controlada industrialmente pela reao com o enxofre, em um processo denominado

    vulcanizao. Esta reticulao governa as deformaes lentas, aumenta o mdulo de

    elasticidade, diminuindo tambm a resistncia a impactos pela menor capacidade de

    deformao total.

    As propriedades mecnicas dos termofixos so menos sensveis variao de

    temperatura por possurem ligaes covalentes, portanto mais fortes, entre as cadeias.

    Apresentam maior resistncia e maior mdulo de elasticidade, com isto menores

    deformaes, quando aquecidos apresentam comportamento plstico.

  • Durabilidade de Polmeros 15

    2.4 Principais Aplicaes dos Polmeros como Materiais de Construo

    As principais aplicaes dos polmeros so no-estruturais, ou seja, so usados

    predominantemente para acabamentos, encaixes, fechamentos, instalaes, formas, fibras

    para compsitos, sistemas de isolamento, sistemas geotcnicos, etc.

    O avano na tecnologia de processamento de polmeros tem contribudo para a

    modernizao da tecnologia de sistemas para a Construo Civil, e isto pode ser

    facilmente justificado em razo das caractersticas gerais apresentadas pelos polmeros

    tais como: a no corrosibilidade, baixa manuteno, altos valores de isolamento, baixo

    peso e fcil manipulao, tenacidade, fcil produo em massa de componentes, baixos

    custos para produtos padronizados, etc.

    Assim, ser feita uma breve ilustrao dos principais componentes construtivos e

    seus subsistemas, acentuando-se tambm os polmeros com os quais estes sistemas

    forma obtidos.

    2.4.1 Instalaes prediais de gua, esgoto sanitrio e guas pluviais

    Em instalaes prediais de gua, h uma utilizao cada vez maior dos seus

    componentes produzidos em polmeros, sendo o PVC (poli (cloreto de vinila)), o polmero

    mais utilizado para conduo ou manuseio de gua temperatura ambiente e, no caso de

    gua quente so indicadas as tubulaes de CPVC (poli (cloreto de vinila clorado)),

    semelhante ao PVC, porm com maior estabilidade em relao gua quente.

    Quanto instalao para esgoto, os rgos acessrios de polietileno e os tubos de

    PVC rgido substituram com igual aceitao os encanamentos anteriores produzidos em

    material metlico ou cermico. Tubulaes de polipropileno tambm podem ser utilizados

    para a conduo de gua e esgoto mesmo a temperaturas elevadas. As calhas, tubos e

    conexes de PVC so tambm largamente aplicados nas instalaes prediais de guas

    pluviais.

    2.4.2 Instalaes eltricas

    Dentre os componentes eltricos, podem ser citados os eletrodutos para passagem

    de fios e cabos, perfis para instalaes eltricas aparentes, fios e cabos com isolamento

    polimrico e componentes terminais da instalao como caixas, espelhos, tomadas,

    interruptores e outros.

  • Durabilidade de Polmeros 16

    Os polmeros utilizados na produo dos componentes eltricos so: o PVC que

    aplicado na produo de todos os componentes eltricos, o PS (poliestireno) aplicado com

    maior freqncia em cabos eltricos, PE (polietileno) e PP (polipropileno) em isolamento

    de cabos eltricos, PPO (polioxifenileno) em rels e interruptores e o PCTFE (poli

    (trifluorcloroetileno)) em diversos componentes para equipamentos eltricos.

    2.4.3 Fechamentos - Fachadas e Coberturas

    Atualmente, o PVC domina 50% do mercado de esquadrias na Europa e supera

    30% nos EUA, sendo que no Brasil permanece estacionado em 5%. Segundo os

    fabricantes de esquadrias de PVC a construo em geral levar ainda alguns anos para

    assimilar os benefcios desta tecnologia. So dois os motivos bsicos para essa demora:

    excesso de tradicionalismo e desconhecimento das principais vantagens da aplicao

    deste tipo de esquadria.

    Existem ainda diferentes tipos de portas, persianas, venezianas, divisrias e forros

    de PVC rgido com facilidade de limpeza, instalao e funcionamento.

    Para a fabricao de telhas utilizam-se diversos tipos de polmeros, tais como,

    telhas de PVC, telhas de fibra de vidro (material com fibras de vidro reforando um

    laminado de polister), telhas de polipropileno, telhas de acrlico (poli (metacrilato de

    metila)), coberturas de policarbonato, etc.

    2.4.4 Outros

    Existem ainda outros componentes polimricos utilizados na constrio civil como

    revestimento tais como:

    (g) Pisos vinlicos produzidos a partir do PVC;

    (h) Pisos constitudos de placas de PVC e fibras de carbono;

    (i) Pisos constitudos base de leo de linhaa, juta, cortias e resinas naturais com boas

    caractersticas de durabilidade, resistncia abrasiva e agentes qumicos;

    (j) Carpetes em placas base de PVC calandrado, com fibras de vidro e poliamida;

    (k) Pisos constitudos por camadas de resinas vinlicas e fibras de vidro;

    (l) Piso elevado monoltico de PVC;

    (m) Pisos laminados melamnicos compostos por resinas fenlicas e melamnicas,

    bastante resistentes ao calor,

    (n) Papel de parede de PVC, placas e laminas plsticas, laminados termofixos para

    revestimentos de paredes;

  • Durabilidade de Polmeros 17

    Encontra-se ainda no mercado polmeros utilizados como isolantes trmicos

    conhecidos como polmeros expandidos: poliestireno expandido e poliuretano. Ainda

    resinas usadas em selantes (resina de silicone), borrachas sintticas (neoprene), fibras

    para reforos de compsitos, tintas e vernizes, sistemas polimricos para geotecnia,

    revestimentos acsticos, grelhas para coleta de lquidos em pisos; lavatrios de

    poliestireno, etc.

    3 DURABILIDADE DOS POLMEROS - PRINCIPAIS FORMAS

    DE DEGRADAO E MEIOS DE PREVEN-LAS

    3.1 Introduo

    3.1.1 Degradao de polmeros

    O processo de degradao dos polmeros comumente associado ao contato do

    mesmo com agentes qumicos externos ou presentes no ambiente. Entretanto, conforme

    destacam Ross; Birley (1970), o processo de ciso das cadeias polimricas pode tambm

    estar associado s temperaturas incorrentes no processamento do material plstico

    durante a conformao do produto final ou componente.

    Os principais fatores de degradao dos materiais polimricos, notadamente

    aqueles de interesse para a construo civil, so a exposio radiao ultravioleta, os

    processos termoxidativos, a degradao por agentes biolgicos e o ataque por agentes

    qumicos, sendo que estes fatores no esto elencados em ordem de importncia. Neste

    trabalho no ser possvel tratar de todos estes fatores com a profundidade permitida pela

    vasta literatura disponvel sobre o tema, uma vez que a mesma usualmente focada em

    sistemas bastante especficos; entretanto, o objetivo dos autores trazer os principais

    conceitos a respeito destes fatores de degradao dos materiais polimricos, bem como

    as formas de seu controle.

    3.1.2 Avaliao e modelagem da durabilidade de materiais plsticos

    A degradao dos materiais plsticos frente aos agentes da natureza ocorre como

    resultado do ataque qumico e fsico pelo ambiente, normalmente atravs da combinao

    de uma srie de agentes de degradao cujos mecanismos so bastante variados. White;

  • Durabilidade de Polmeros 18

    Turnbull (1994) comentam como exemplo que a maioria dos materiais plsticos so

    sensveis ao intemperismo, processo no qual interagem a incidncia de radiao

    ultravioleta e o oxignio atmosfrico. As reaes qumicas envolvidas neste processo

    podem ser aceleradas pelo efeito da temperatura causada pelo aquecimento solar do

    componente, ou mesmo pela presena de tenses, tanto aplicadas sobre o mesmo,

    quanto residuais do processamento. Estes parmetros e suas interaes devem ser

    considerados caso se deseja avaliar de maneira ampla a durabilidade de um componente

    plstico destinado ao uso externo, incluindo-se construo civil.

    A avaliao pode ser realizada de acordo com uma srie de tcnicas, dentre as

    quais podem ser destacados os ensaios de exposio natural e acelerado. White; Turnbull

    (1994), entretanto, destacam que independente da tcnica, a complexidade dos processos

    degradativos dos polmeros limita a modelagem da taxa de degradao a sistemas

    especficos, de forma que as predies no podem ser generalizadas.

    3.1.2.1 Exposio natural

    Pode ser considerada a que mais se aproxima das condies reais de uso do

    componente, porm tem a desvantagem de que o perodo de exposio deve ser igual ou

    maior que a vida til requerida para que os resultados possam ser utilizados com

    confiana. Isto se torna impraticvel no caso de produtos cuja vida til seja longa, como

    por exemplo 50 anos. Uma possibilidade pode ser a exposio do componente a

    condies climticas mais severas que as realmente presentes no ambiente real de

    utilizao do componente; deste modo, possvel correlacionar a dose de irradiao entre

    os dois locais para estimar o coeficiente de acelerao da exposio natural (Andrady et al

    1998).

    As condies de exposio natural deve ser muito bem planejadas e controladas,

    uma vez que as variaes sazonais do clima em qualquer regio devem ser levadas em

    conta. No hemisfrio norte a exposio normalmente conduzida em painis montados

    em um ngulo de 45o voltados para o sul, de modo a otimizar o ciclo de insolao; no caso

    do hemisfrio sul a exposio com face para o norte. Para maximizar o efeito da

    insolao pode-se utilizar o artifcio de orientar o ngulo de montagem dos painis pela

    latitude da localizao, alm de girar o mesmo de modo a sempre ter o sol em ngulo

    direto sobre as amostras. importante manter controle sobre todos os parmetros

    envolvidos no local de exposio. Pfeifer (1980) comenta a respeito dos seguintes

    parmetros considerados importantes na avaliao da durabilidade de componentes

    plsticos destinados construo civil:

  • Durabilidade de Polmeros 19

    (a) Carga mecnica aplicada: a tenso aplicada sobre o componente deve ser a

    mesma que ocorre na situao real de aplicao do mesmo, uma vez que tenses

    mecnicas tm efeito considervel sobre o desempenho do material frente ao

    envelhecimento. Se possvel, a mesma combinao de tenses deve ser utilizada;

    (b) Condies de envelhecimento: devem ser considerados:

    i. Radiao comprimento de onda na regio do ultravioleta, irradiao

    espectral e total e durao do tempo de iluminao;

    ii. Temperatura do ar, da superfcie e interior do corpo prova, bem como

    o gradiente de temperatura ao longo do mesmo;

    iii. Umidade durao e quantidade de precipitao, natureza, pH, e

    presena de poluentes (impurezas);

    iv. Ar umidade relativa, concentrao de substncias agressivas (dixido

    de enxofre, cloretos, nitretos, oznio), porcentagem de poeira, velocidade e

    direo;

    v. Parasitas biolgicos.

    Normalmente este tipo de ensaio segue normas reconhecidas internacionalmente,

    dentre as quais podem ser destacadas a BS 2782 parte 5 mtodo 550A, ISO 4607 e

    ASTM D1435.

    3.1.2.2 Exposio acelerada

    O objetivo principal da utilizao de mtodos de envelhecimento acelerado

    permitir a predio do comportamento dos materiais e sua vida til, de maneira confivel,

    em curtos perodos de exposio. Halliwell;Gardiner (1994) destacam que so trs as

    principais razes de avaliao acelerada do envelhecimento de materiais plsticos:

    (a) Acelerar, porm reproduzir os efeitos da exposio ao intemperismo, em particular

    luz solar. Os efeitos desta exposio podem ser avaliados com o passar do

    tempo;

    (b) Para fins de controle de qualidade, de modo a verificar diferenas entre diferentes

    lotes de material;

    (c) Para avaliar produtos utilizando-se de procedimentos normalizados.

    Outra grande vantagem deste mtodo de avaliao a possibilidade de introduzir

    agentes diversos sobre o material durante o processo de envelhecimento, dentre os quais

    podem ser destacadas a temperatura, radiao ultravioleta (tipo, espectro), umidade,

    asperso de gua, poluentes, oxignio, tenses, dentre outros. Entretanto, estes fatores

    devem ser cuidadosamente controlados de modo a no criar dentro da cmara de

    envelhecimento condies irreais ou no existentes no exterior, o que poderia fazer

  • Durabilidade de Polmeros 20

    prevalecer mecanismos de degradao irrelevantes no uso real do produto, levando mal

    interpretao de resultados. Por exemplo, ciclos exagerados de asperso de gua podem

    levar a uma taxa irreal de lixiviao de compostos solveis, extraindo-os do material

    plstico e eventualmente provocando processos degenerativos em taxas muito superiores

    s efetivamente encontradas na natureza.

    Os mtodos de avaliao acelerada da durabilidade de materiais plsticos so

    vrios, nos quais varia-se principalmente a fonte de radiao ultravioleta, que pode ser

    baseada em duas tecnologias principais: lmpadas de arco de xennio, cujo espectro o

    que mais se assemelha com o espectro solar, e fluorescentes que, alm de possurem

    espectros bastante agressivos (e portanto grandes taxas de acelerao), so de relativo

    baixo custo. Os procedimentos so tambm normalizados, como por exemplo BS 2782

    parte 5 mtodo 540B, ISO 171, DIN 53384 e ASTM G53.

    3.1.2.3 Correlao entre exposio natural e acelerada

    White; Turnbull (1994) destacam que no existe uma definio formal para o termo

    correlao em envelhecimento. assumido que no existe na realidade correlao entre

    resultados de exposio ao intemperismo natural e acelerado na forma de relao

    quantitativa, mas sim observao de tendncias semelhantes. evidente que uma srie

    de mecanismos que ocorrem no processo de envelhecimento natural dos materiais no

    so reproduzidos nas condies aceleradas. Deste modo, ensaios de exposio ao

    intemperismo acelerado devem somente ser considerados como indicativo grosseiro do

    comportamento do material em condies de uso naturais, pemitindo a seleo de

    formulaes mais adequadas porm impossibilitando a predio da vida til do mesmo.

    Outra tendncia importante destacada por Andrady et al. (1998). Em funo das

    alteraes climticas sofridas pelo globo nos ltimos anos passa a ser importante o

    conhecimento da distribuio espectral da radiao solar, ou seja, a variao da proporo

    dos diferentes comprimentos de onda presentes no especto solar. Alm disso,

    importante passar a conhecer qual o comportamento dos materiais plsticos frente

    diferentes comprimentos de onda (dose-response characteristics), de modo a possibilitar a

    correta dosagem de agentes protetores adequados a cada material e aplicao.

  • Durabilidade de Polmeros 21

    3.2 Exposio Radiao Ultravioleta

    De acordo com Decker (1984), a maior parte dos polmeros disponveis

    comercialmente sofrem modificaes qumicas e fsicas quando expostos por perodos

    prolongados de tempo ao combinada da luz solar, oxignio atmosfrico, umidade e

    poluentes. A intensidade deste processo degradativo depende, basicamente, da presena

    de estruturas qumicas no polmero que possam interagir com a radiao. Polmeros que

    possuam em sua estrutura grupos carbonila ou aromticos, tais como os polmeros

    estirnicos, so caracterizados pela capacidade de absoro da radiao solar na faixa do

    ultravioleta (com comprimento de onda maior que 290nm na poro que atinge a

    superfcie da Terra), sendo portanto fotossensveis.

    Por outro lado, grande parte dos polmeros possuem em suas estruturas grupos

    qumicos capazes de absorver radiao ultravioleta de comprimento de onda capaz de

    atingir a superfcie da Terra, podendo sofrer reaes degradativas quando expostos luz

    solar. Isto se soma ao fato de que estes polmeros possuem contaminantes dispersos na

    massa, ou mesmo defeitos estruturais, os quais podem absorver ainda mais a radiao

    ultravioleta incidente e provocar o incio do processo de degradao.

    Conseqentemente, com o desenvolvimento dos polmeros sintticos fez-se

    necessrio o desenvolvimento de meios de prevenir, ou pelo menos reduzir, os efeitos

    deletrios da radiao solar, particularmente na regio do ultravioleta, sobre o material.

    Isto se consegue atravs da incorporao de uma srie de compostos qumicos no

    material, os quais so conhecidos como estabilizados de ultravioleta, os quais interferem

    com os processos fsicos e qumicos da degradao induzida pela luz.

    3.2.1 Espectro da radiao solar

    A radiao solar que atinge as camadas mais exteriores da atmosfera terrestre

    possui espectro contnuo entre 0,7 e 3.000 nm. Entretanto, ao passar pelas diversas

    camadas da atmosfera, somente uma parte deste espectro atinge a superfcie terrestre,

    notadamente acima de 290 300 nm (Gugumus 1990). A Tabela 1 mostra a distribuio

    espectral mdia da radiao solar que atinge a superfcie terrestre.

    Observa-se a partir destes dados que somente 6% da radiao incidente na

    superfcie terrestre encontra-se dentro da faixa do ultravioleta, sendo esta pequena poro

    do espectro solar a responsvel pelos processos degradativos sofridos pelos polmeros

    comerciais.

  • Durabilidade de Polmeros 22

    Tabela 1: Intensidade de radiao global (incidncia vertical) segundo Gugumus (1990b).

    Tipo de radiao Comprimento de onda

    (ll ), nm Intensidade,

    W/m2 Proporo, %

    Menor que 280 0 0

    280 a 320 5 0,5

    320 a 360 27 2,4

    UL

    TR

    A-

    VIO

    LE

    TA

    360 a 400 36 SS = 68 3,2 SS = 6,1%

    400 a 440 56 5,0

    440 a 480 73 6,5

    480 a 520 71 6,3

    520 a 560 65 5,8

    560 a 600 60 5,4

    600 a 640 61 5,5

    640 a 680 55 4,9

    680 a 720 52 4,6

    720 a 760 46 4,1

    VIS

    VE

    L

    760 a 800 41 SS = 580 3,7 SS = 51,8%

    800 a 1.000 156 13,9

    1.000 a 1.200 108 9,7

    PR

    X

    I-M

    O

    1.200 a 1.400 65 SS = 329 5,8 SS = 29,4%

    1.400 a 1.600 44 3,9

    1.600 a 1.800 29 2,6

    1.800 a 2.000 20 1,8

    2.000 a 2.500 35 3,1 INF

    RA

    VE

    RM

    EL

    HO

    DIS

    TA

    NT

    E

    2.500 a 3.000 15 SS = 143 1,3 SS = 12,7%

    3.2.2 Mecanismos de fotodegradao dos polmeros

    Os polmeros utilizados em aplicaes nas quais so expostos a radiao solar,

    dentre os quais aqueles utilizados na construo civil, podem ser divididos em trs grupos

    principais de acordo com sua sensibilidade fotodegredao de acordo com Halliwell;

    Gardiner (1994):

    (a) Polmeros altamente fotoestveis, os quais podem ser utilizados sem a

    incorporao de agentes protetores (ex. acrlicos);

    (b) Polmeros moderadamente fotoestveis, os quais podem eventualmente ser

    utilizados sem agentes protetores (ex. policarbonato); e

  • Durabilidade de Polmeros 23

    (c) Polmeros fotossensveis, os quais necessitam de extensiva fotoproteo para

    aplicaes de uso externo (ex. PVC).

    Gugumus (1990b) destaca que so dois os princpios bsicos que governam os

    processos de fotodegradao dos polmeros:

    (a) A luz incidente sobre o polmero pode ser refletida pela superfcie e difratada ou

    absorvida pela massa do mesmo. De acordo com a primeira lei da fotoqumica

    (Grottus-Draper), somente a poro da radiao efetivamente absorvida leva a

    transformaes fotoqumicas, ou seja, degradao.

    (b) A segunda lei da fotoqumica (Stark-Einstein), por sua vez, complementa o item

    anterior: o processo de absoro da radiao incidente quntico, ou seja,

    somente quantidades definidas de energia podem ser absorvidas pelos grupos

    sensveis.

    Estas duas leis permitem compreender nitidamente o processo de degradao

    fotoqumico dos polmeros, bem como fornecer meios para seu controle. Uma vez que o

    processo de absoro de radiao quntico, possvel determinar a energia associada

    ao comprimento de onda da radiao incidente pela lei de Planck:

    E = hn = hc/l [1]

    ou seja, a energia associada radiao proporcional ao produto da constante de Planck

    h pela freqncia n da radiao incidente, ou inversamente proporcional ao comprimento

    de onda l da radiao incidente (c, neste caso, a velocidade da luz no vcuo).

    possvel ainda correlacionar a mesma com a energia de ligao qumica entre os diversos

    tomos constituintes do material. A Tabela 2 traz alguns valores de comprimento de onda

    correlacionados com energias de ligaes comumente encontradas nos polmeros

    comerciais.

    Isto mostra que a radiao incidente na superfcie terrestre, de acordo com a

    Tabela 1, pode interferir com as ligaes qumicas existentes na maioria dos polmeros

    comerciais, induzindo deste modo processos fotodegradativos.

    Os processos-chave da fotodegradao dos polmeros so mostrados por Decker

    (1984), podendo ser resumidos em trs aspectos principais:

    (a) Absoro da luz, que leva formao de estados excitados nas molculas;

    (b) Reaes destes estados excitados, os quais possuem tempo de meia vida muito

    curto, estas reaes podem ser de diversos tipos:

    - Dissipao da energia na forma de calor e alvio dos estados excitados;

    - Fluorescncia (emisso da energia na forma de um fton);

    - Gerao de outros estados excitados;

    - Transferncia de energia para outra molcula;

  • Durabilidade de Polmeros 24

    - Dissociao em radicais livres, possivelmente com ciso de cadeia;

    - Fosforescncia.

    (c) Efeito do oxignio atmosfrico, uma vez que a instabilidade desta molcula leva

    formao de radicais livres pela absoro dos estados excitados.

    Tabela 2: Comparao de algumas energias de ligao covalente versus comprimentos de onda de correspondente quanta de energia (adaptado de Blaga 1980).

    Ligao qumica Energia de ligao

    (kcal/mol) Comprimento de onda (ll ) de quanta com

    mesma energia (nm)

    O-H 111 259

    C-F 105 272

    C=O 100 286

    C-H a 99 290

    N-H 93 306

    C-O 84 340

    C-C 83 342

    C-Cl 79 364

    C-N 70 410 a Valor tpico para ligao C-H, considerando-se grupos CH3 e CH2. Este valor depende

    fortemente das ligaes qumicas circundantes.

    Por conta disto, normalmente o processo de fotodegradao tratado como um

    processo foto-oxidativo, no qual as reaes qumicas envolvidas so semelhantes s

    tratadas no captulo especfico sobre antioxidantes.

    3.2.3 Efeitos da foto-oxidao dos polmeros

    Os efeitos do processo de foto-oxidao variam de polmero para polmero, porm,

    como no caso dos processos oxidativos, algumas manifestaes podem ser descritas

    como sendo comuns: descolorao (notadamente amarelamento), perda de brilho ou

    transparncia, chalking (afloramento superficial de cargas ou pigmentos) e fissurao

    superficial, com perda de uma srie de propriedades mecnicas, notadamente resistncia

    ao impacto e trao, em funo da fragilizao incorrente.

    3.2.4 Preveno da foto-oxidao

    O processo de foto-oxidao dos polmeros pode ser controlado atravs da

    incorporao de aditivos especficos para esta finalidade, conhecidos como estabilizadores

  • Durabilidade de Polmeros 25

    de ultravioleta. Os estabilizadores de ultravioleta so divididos em quatro classes

    principais, de acordo com o princpio de ao dos mesmos, que podem ser:

    Reduo da absoro de radiao ultravioleta pelos grupos cromforos, atravs da

    utilizao de absorvedores de ultravioleta, pertencentes a classes qumicas

    como as benzofenonas, os benzotriazis, os cinamatos e as oxanilidas. Estes

    aditivos so estveis e capazes de absorver a radiao ultravioleta e dissipa-la na

    forma de calor, sem prejuzo para a estrutura qumica do polmero.

    Reduo da taxa de iniciao da degradao atravs da desativao de estados

    excitados, o que pode ser conseguido via quenchers. Estes aditivos, pertencentes

    classe qumica dos complexos de nquel, so estveis e eficientes na absoro

    da energia dos estados excitados, dissipando-a na forma de calor, fluorescncia e

    fosforescncia.

    Interveno no processo de foto-oxidao, atravs da transformao dos

    hidroperxidos formados no processo de degradao em compostos mais estveis.

    Isto se consegue com os chamados decompositores de hidroperxidos,

    pertencentes s classes qumicas dos dialquiltiocarbamatos, tiobisfenolatos e

    dialquiltiofosfatos. A utilizao de antioxidantes secundrios em sinergia com

    absorvedores de ultravioleta ou quenchers normalmente se mostra efetiva.

    Captura dos radicais livres to logo so formados (radicais alquila ou perxi),

    atravs dos chamados captores de radicais livres (free radical scavengers), os

    quais so da mesma classe qumica dos antioxidantes: aminas estericamente

    impedidas (HALS).

    Deve-se tambm destacar que a proteo fotodegradao pode ser conseguida

    atravs da incorporao de pigmentos que absorvam ou reflitam a radiao incidente. Isto

    se d nos casos de produtos pigmentados com negro de fumo (preto) ou dixido de titnio

    (branco) o efeito fsico de barreira radiao conseguido com estes pigmentos, aliado

    utilizao de antioxidantes, permite que se consigam produtos com destacada resistncia

    fotodegradao.

    3.3 Oxidao dos Polmeros

    3.3.1 Fundamentos do processo de oxidao

    Todos os materiais polimricos, naturais ou sintticos, sofrem reaes com o

    oxignio (Gugumus 1990a). Os polmeros podem sofrer oxidao em diversas etapas de

    sua vida til, desde o processo de polimerizao e processamento, nos quais a oxidao

  • Durabilidade de Polmeros 26

    normalmente associada exposio a altas temperaturas, at sua aplicao final, seja na

    forma de componentes utilizados em ambientes aquecidos, como fios e cabos eltricos, ou

    expostos ao intemperismo, como revestimentos externos, esquadrias, tintas, dentre outros.

    A resistncia relativa dos polmeros oxidao funo principalmente de sua

    estrutura qumica, notadamente das ligaes qumicas existentes entre os tomos

    constituintes da cadeia polimrica. Por exemplo, polmeros de cadeias lineares como o

    poliestireno e o polimetilmetacrilato (acrlico) so relativamente resistentes oxidao;

    polmeros de cadeias ramificadas como os polietilenos e o polipropileno, por sua vez, so

    menos resistentes oxidao, particularmente pelo efeito da presena de carbonos

    tercirios (ligados a outros trs tomos de carbono), como ser visto mais adiante. J

    polmeros insaturados como alguns elastmeros ou termoplsticos como o ABS

    (acrilonitrila-butadieno-estireno) so bem mais sensveis a este processo. Outros fatores

    de influncia relativa oxidao so a presena de impurezas, tais como resduos

    catalticos do processo de polimerizao e morfologia (notadamente cristalinidade)

    (Gugumus 1990a).

    A oxidao dos polmeros um processo clssico regido por etapas principais:

    iniciao, propagao e terminao. A compreenso destes trs processos tem permitido

    a interferncia sobre os mesmos, atravs de aditivos conhecidos como antioxidantes, os

    quais possibilitam o controle do processo de oxidao.

    A etapa inicial ou iniciao caracteriza-se pela formao de radicais livres, em um

    processo ainda no totalmente elucidado, porm bastante explorado para a maior parte

    dos polmeros. Neste processo, por efeito da temperatura, um radical hidrognio (H)

    abstrado da cadeia polimrica, que tambm se torna um radical alquila:

    PH P + H [2]

    PH + O2 P + HO2 [3]

    Resduos catalticos Radicais livres [4]

    Deve-se entender a partir deste esquema que o tomo de hidrognio abstrado da

    macromolcula no aquele existente nas pontas das cadeias, mas sim qualquer tomo

    de hidrognio presente na mesma. A susceptibilidade da cadeia abstrao do

    hidrognio funo do tipo de ligao carbono-hidrognio existente. tomos de hidrognio

    ligados a carbonos tercirios so mais susceptveis abstrao que tomos ligados a

    carbonos secundrios e primrios, respectivamente. Face este fato, fica evidente que a

    abstrao de hidrognios de tomos de carbono no meio da cadeia mais fcil que no

    caso das pontas. A importncia deste fato ser compreendida na seqncia do

    mecanismo.

  • Durabilidade de Polmeros 27

    O processo de propagao, por sua vez, foi e estudado em detalhes para a

    maioria dos polmeros, uma vez que atravs da interferncia neste processo que se

    consegue o controle da oxidao. O mecanismo simplificado pode ser assim resumido:

    P + O2 PO2 [5]

    PO2 + PH POOH + P [6]

    A principal decorrncia destas duas reaes a ocorrncia de reaes de ciso de

    cadeia, segundo uma srie de mecanismos simplificados, uma vez que os radicais

    hidroperxi (PO2) formados so extremamente reativos:

    POOH PO + OH [7a]

    POOH + PH PO + P + H2O [7b]

    2 POOH PO + PO2 + H2O [8]

    PO + PH POH + P [9]

    OH + PH H2O + P [10]

    PO2 + PO2 PO + PO + O2 [11]

    Estas reaes de ciso de cadeia so as responsveis pela perda de propriedades

    mecnicas dos polmeros, uma vez que estas so diretamente proporcionais ao peso

    molecular mdio. Qualquer reao que provoque reduo do peso molecular mdio tem

    efeito deletrio direto sobre as propriedades mecnicas dos polmeros.

    Finalmente entende-se por terminao a reao responsvel pela auto-

    estabilizao dos radicais livres formados nas etapas de iniciao e terminao. Alguns

    exemplos podem ser mostrados nas equaes seguintes:

    PO2 + PO2 POOP + O2 [12]

    P + PO2 POOP [13]

    P + P P-P [14]

    O processo de iniciao e propagao pode ser melhor visualizado considerando-

    se o polmero polipropileno, comumente utilizado em uma srie de componentes para

    construo civil (ver Figura 7). O processo tem seqncia uma vez que persiste um macro-

    radical livre, e pode-se verificar que ocorreu ciso da cadeia.

  • Durabilidade de Polmeros 28

    Figura 7: Ilustrao do processo de iniciao e propagao da oxidao

    3.3.2 Efeitos da oxidao dos polmeros

    Tal como a sensibilidade relativa, os efeitos do processo de oxidao tambm

    variam de polmero para polmero, porm algumas manifestaes podem ser descritas

    como sendo comuns: discolorao (notadamente amarelamento), perda de brilho ou

    transparncia, chalking (afloramento superficial de cargas ou pigmentos) e fissurao

    superficial. Em paralelo, o polmero sofre perda de uma srie de propriedades mecnicas,

    notadamente resistncia ao impacto e trao, em funo da fragilizao incorrente.

    H C H 3 H C H 3 H C H 3 H C H 3

    C

    H

    C

    H

    C

    H

    C

    H

    C

    H

    C

    H

    C

    H

    C

    H

    + H

    I n i c i a o :

    P r o p a g a o :

    H C H 3 H C H 3 H C H 3 H C H 3

    C

    H

    C

    H

    C

    H

    C C

    H

    C

    H

    C

    H

    C

    H

    H C H 3 H C H 3 H C H 3 H C H 3

    C

    H

    C

    H

    C

    H

    C C

    H

    C

    H

    C

    H

    C

    H

    + O 2

    H C H 3 H C H 3 H C H 3 H C H 3

    C

    H

    C

    H

    C

    H

    C C

    H

    C

    H

    C

    H

    C

    H O

    H C H 3 H C H 3 H C H 3 H C H 3

    C

    H

    C

    H

    C

    H

    C C

    H

    C

    H

    C

    H

    C

    H O

    H C H 3 H C H 3 H C H 3 H C H 3

    C

    H

    C

    H

    C

    H

    C C

    H

    C

    H

    C

    H

    C

    H O H C H 3 H C H 3

    C

    H

    C

    H

    C

    H

    C

    O

    +

    +

    H C H 3 H C H 3

    C

    H

    C

    H

    C

    H

    C

    H

  • Durabilidade de Polmeros 29

    3.3.3 Preveno da oxidao

    O processo de oxidao dos polmeros pode ser controlado atravs da

    incorporao de aditivos especficos para esta finalidade, conhecidos como antioxidantes.

    Estes aditivos pertencem a uma srie de classes qumicas, porm seu princpio de ao,

    segundo Gugumus (1990a), interfere tanto na etapa de iniciao quanto na propagao,

    particularmente da ciso de cadeia.

    Podem ser distintos em duas classes principais:

    Antioxidantes primrios: so aditivos que interferem no processo de ciso de

    cadeia, notadamente no processo descrito pela equao [6]. Para tal, reagem rapidamente

    com os radicais alquila (P) e perxi (PO), impedindo o prosseguimento do processo de

    ciso de cadeia. Os grupos qumicos principais desta classe de antioxidantes so os

    ortofenis di-substitudos e as aminas secundrias estericamente impedidas (mais

    conhecidas pela abreviatura em ingls HALS), os quais so muito eficientes no processo

    de doao de radicais hidrognio para estabilizao tanto dos radicais alquila quanto

    perxi por combinao. Ambas as classes qumicas so disponveis no mercado sob uma

    ampla gama de marcas comerciais. O radical remanescente na molcula do antioxidante

    estabilizado por ressonncia, impedindo a propagao do processo de degradao

    oxidativa. O esquema da Figura 8 exemplifica este processo.

    Figura 8: Ilustrao da atuao de aditivos no impedimento da propagao do processo de ciso da cadeia

    PO2 + HO R POOH + O R

    (a) Estabilizao do macro-radical

    (b) Estabilizao do radical remanescente por ressonncia

    O R RO

  • Durabilidade de Polmeros 30

    Antioxidantes secundrios: estes aditivos, por sua vez, agem sobre os radicais

    hidroperxi (PO2), principais responsveis pela propagao o processo de oxidao dos

    polmeros. Exatamente por este motivo so tambm conhecidos como decompositores de

    hidroperxi, ou mesmo antioxidantes preventivos. As classes qumicas principais

    consistem dos chamados fosfitos e sulfitos orgnicos (notadamente tioteres), tambm

    disponveis no mercado sob um amplo espectro de marcas comerciais.

    importante ainda destacar que existe grande sinergia entre estas duas classes de

    antioxidantes, sendo os mesmos utilizados comumente em conjunto.

    3.4 Efeito da Temperatura

    difcil falar de um tipo de degradao sem mencionar outro, uma vez que a

    temperatura provoca excitao eletrnica e propenso oxidao.

    Existem substncias como o NBC (dibutilditiocarbeto de nquel) que absorve

    energia, se excita e depois relaxa por liberao de calor, no combinando com agentes

    agressivos quando est no seu estado excitado, como acontece com o carbono. A

    vantagem do NBC que ele tem longa durabilidade. Outras substncias absorvem

    energia, entretanto no sofrem 100% de relaxao via dissipao de calor e vo, com o

    tempo, tambm se degradando e atuam por sacrifcio s camadas polimricas inferiores,

    tendo, portanto, vida til limitada e exigindo mais manuteno.

    Outro efeito danoso da temperatura a volatizao dos plastificantes adicionados

    aos polmeros para aumentar a temperatura de transio vtrea, ou seja, numa mesma

    temperatura aumenta-se a plasticidade. As molculas de plastificante penetram entre as

    macromolculas (pois os plastificantes so molculas relativamente pequenas)

    enfraquecendo as foras de atrao de Van der Waals entre elas, permitindo o

    deslocamento entre elas, tendo como efeito macroscpico aumento da plasticidade.

    Porm elas sofrem volatizao com o aumento da temperatura alm de serem atacadas

    por microorganismos; resultado: fragilizao do material, penetrao de oxignio e

    conseqente quebra de macromolculas por oxidao.

  • Durabilidade de Polmeros 31

    3.5 Ao de Microrganismos

    3.5.1 Fundamentos do processo de biodeteriorao

    Os polmeros de maneira geral, tanto os naturais quanto os sintticos, so

    resistentes biodegradao aparentemente pelo fato dos microorganismos no serem

    aptos a assimila-los diretamente (Lorenz 1990). Os polmeros sintticos, quando sofrem

    algum tipo de biodeteriorao, na verdade so alguns de seus constituintes que sofrem o

    ataque, tais como plastificantes, utilizados por exemplo em formulaes de PVC flexvel,

    poliuretanos e em diversos elastmeros, sendo todas estas classes de polmeros de

    grande interesse para a Engenharia Civil.

    A literatura, de acordo ainda com Lorenz, afirma que o processo de biodegradao,

    biodeteriorao ou mesmo corroso biolgica baseada sempre no mesmo princpio

    qumico, que a ciso enzimtica de steres. A classe mais comum de plastificantes

    baseada exatamente em steres, o que faz com que este problema seja srio. Qualquer

    aditivo de baixo peso molecular incorporado ao polmero pode, em funo de variaes

    trmicas ou aplicao de tenso, ser forado a exsudar, ou seja, migrar para a superfcie.

    Nestas condies o risco do produto plstico sofrer biodeteriorao , obviamente,

    aumentado, fazendo-se com que alguns cuidados sejam tomados para evit-la.

    3.5.2 Formas de manifestao da biodeteriorao

    3.5.2.1 Manchamento

    O manchamento de produtos plsticos pela ao de microorganismos ocorre em

    funo da liberao de produtos do metabolismo dos microorganismos, comumente nas

    cores rosa, preta, cinza e amarela. Pode ainda ser causado pelo efeito da luz ou do

    oxignio sobre o plstico, sob efeito destes produtos metablicos. Deve-se destacar que o

    manchamento nem sempre vem acompanhado de queda de propriedades mecnicas do

    produto ou componente

    3.5.2.2 Desenvolvimento de odores

    Metablitos de microorganismos so fontes provveis de odor, eventualmente

    desagradvel, o qual no afeta necessariamente o desempenho mecnico do componente

    porm limita seu uso a depender da aplicao.

  • Durabilidade de Polmeros 32

    3.5.2.3 Efeitos sobre as propriedades eltricas

    A simples presena da colnia de microorganismos na superfcie do componente

    plstico pode afetar seu desempenho eltrico, alterando suas caractersticas de

    isolamento, por exemplo.

    3.5.2.4 Aumento do acmulo de sujeira

    O acmulo de sujeira em um componente plstico funo de sua rugosidade e

    aderncia superficial. A presena da colnia de microorganismos na superfcie do

    componente, normalmente associada migrao superficial de aditivos, piora estas

    caractersticas, levando a um efeito de maior acmulo de sujeira nem sua superfcie e

    afetando principalmente seu aspecto.

    3.5.2.5 Deteriorao de propriedades mecnicas

    Esta a conseqncia mais sria da degradao biolgica de componentes plsticos. Os

    efeitos da presena da colnia de microorganismos na superfcie do componente plstico

    podem variar desde o consumo de aditivos, desprotegendo o material dos efeitos

    deletrios da radiao ultravioleta e do oxignio, bem como surgimento de microfissuras

    que podem levar fragilizao do mesmo.

    3.5.2.6 Efeitos higinicos

    O crescimento de colnias de microorganismos na superfcie do componente

    plstico no leva somente a um aspecto ruim, como tambm cria o risco de suportar e

    dispersar agentes patognicos e infecciosos. Isto de especial interesse em produtos

    plsticos utilizados em ambientes estreis como cozinhas e salas hospitalares.

    3.5.3 Preveno da biodeteriorao

    So trs os fatores considerados por Lorenz (1990) na preveno da

    biodeteriorao, antes de qualquer considerao a respeito da bioestabilizao:

    (a) Composio do polmero utilizado (de modo a prevenir incompatibilidade e

    migrao superficial/exsudao), bem como processamento a incidncia de

    microdefeitos superficiais no produto moldado pode servir como base para a

    formao de colnias de microorganismos;

  • Durabilidade de Polmeros 33

    (b) Condies de instalao a preparao adequada do substrato, particularmente

    no caso de pisos e revestimentos de parede, bem como laminados para

    impermeabilizao de lajes, piscinas e cisternas, para citar alguns exemplos, um

    fator importantssimo na preveno da biodeteriorao. Uma vez que os polmeros

    em geral so impermeveis gua e a alguns gases, bem como isolantes

    trmicos, condies excelentes para a formao e crescimento de colnias de

    microorganismos podem ser fornecidas caso bons princpios de instalao dos

    componentes no sejam seguidos. Pode-se entender como bons princpios de

    instalao a preparao do substrato, limpeza, isolamento do meio circundante (do

    contato direto com o solo, por exemplo), dentre outras;

    (c) Hbitos do usurio apesar de estar fora do alcance da ao direta do fabricante

    do produto plstico, os hbitos do usurio no devem ser desconsiderados. A

    freqncia de limpeza, somente para citar um exemplo, um dos fatores que no

    pode ser desconsiderado.

    3.5.3.1 Bioestabilizao

    Biocidas ou bioestabilizantes podem ser genericamente definidos como

    substncias capazes de matar microorganismos, tais como bactrias, fungos e algas. A

    nomenclatura mais especfica separa os biocidas em bacteriostticos (inibem a formao

    de colnias de bactrias), bacteriocidas (matam bactrias), fungistticos (inibem a

    formao de colnias de fungos), fungicidas (matam fungos) e algicidas (matam algas).

    Os biocidas so utilizados principalmente em produtos flexveis de PVC, em funo

    da presena dos plastificantes e do leo de soja epoxidado, que em algumas aplicaes

    podem servir como alimento para as colnias de microorganismos. Produtos tpicos so

    laminados, alguns fios e cabos, gaxetas, mangueiras especiais, dentre outros. A

    ocorrncia de microorganismos nestes produtos, alm de causar deteriorao do aspecto,

    pode provocar a perda de propriedades mecnicas e da transparncia, por causa do

    consumo de parte dos aditivos como alimento. Entretanto, podem e so utilizados em uma

    srie de outros polmeros utilizados na construo civil, tais como em polietilenos,

    poliuretanos e adesivos em geral, notadamente aqueles baseados em silicone.

    Os biocidas utilizados em formulaes de polmeros podem ser fornecidos na forma

    de p ou pr-disperso em plastificantes ou solventes, ou ainda na forma lquida.

    Tipicamente utiliza-se derivados de arsnico como a 10,10-oxibisfenoxarsina (OBPA), n-

    triclorometil mercaptoftalamida (Folpet), 2-n-octil-4-isotiazolina-3-ona (octilinona ou

    Kathon) e n-triclorometil-mercapto-4-ciclohexeno-1,2-dicarboxiamida (Captan). Os aditivos

    biocidas devem apresentar uma srie de caractersticas para ser adequado (Lorenz 1990):

  • Durabilidade de Polmeros 34

    - Amplo espectro de atividade antimicrobial;

    - Efetividade mesmo a baixas concentraes;

    - No influenciar negativamente o desempenho do polmero a ser

    bioestabilizado, por exemplo: no causar discolorao nem formao de

    colorao indesejada;

    - Compatibilidade total com os demais aditivos utilizados na formulao do

    polmero (deve-se lembrar que nenhum polmero industrial utilizado sem a

    adio de ao menos pequenas quantidades de antioxidantes);

    - Iseno de efeitos colaterais ao produto ou componente, tais como formao

    de odor, corrosividade, irritao cutnea, dentre outros;

    - Estabilidade ao armazenamento;

    - Fcil aplicao;

    - Efetividade a longo prazo;

    - Baixa toxicidade ao homem e ao meio ambiente.

    Independente do biocida utilizado, deve-se ter especial ateno s condies

    ocupacionais de preparo e processamento do polmero, tais como utilizao de

    equipamentos de proteo individual e exausto, em virtude dos riscos de exposio de

    operadores s substncias. No caso do processamento deve-se ainda atentar para a

    temperatura, uma vez que os biocidas apresentam baixa estabilidade ao calor.

    Como alternativa, os biocidas podem ser aplicados posteriormente na superfcie do

    produto final, especialmente nos casos em que a temperatura ou as condies de

    processamento no permitem sua utilizao como componente da formulao, como por

    exemplo no caso de polmeros de engenharia como os policarbonatos, cujo

    processamento se d a temperaturas superiores a 280oC. Esta situao oferece proteo

    ao produto por prazos menores, porm podem ser suficientes nos casos em que a

    proteo deva ser por tempos limitados, como por exemplo durante o armazenamento e

    transporte apenas.

    3.6 Ao de solventes e produtos qumicos

    Os efeitos dos solventes sobre os polmeros no se limitam conhecida

    solubilizao, ou seja, separao efetiva das molculas e sua disperso em meio ao

    solvente. A utilizao de qualquer produto qumico na superfcie de componentes plsticos

    pode trazer uma srie de efeitos deletrios em seu desempenho, mesmo sem ocorrer este

    conhecido efeito.

  • Durabilidade de Polmeros 35

    Produtos de limpeza como detergentes e alguns hidrocarbonetos, solventes

    utilizados na composio de adesivos ou at mesmo componentes das argamassas,

    podem causar nos polmeros o fenmeno conhecido como environmental stress cracking,

    ou seja, microfissurao e fragilizao do componente por efeito do ataque qumico lento e

    gradativo de sua superfcie. Este efeito, segundo Billmeyer (1984), depende

    principalmente do par polmero/agente qumico, ou seja, da susceptibilidade do polmero

    ao ataque (funo de composio qumica, peso molecular, aditivao, dentre outros),

    bem como de tenses residuais decorrentes do processamento do mesmo para

    conformao do componente, as quais podem ser aliviadas atravs deste processo de

    microfissurao.

    A formao de microfissuras na superfcie do componente plstico levam, como

    ltima conseqncia, fragilizao do mesmo, em decorrncia da propagao de trincas

    ser facilitada. Esta fragilizao tem efeito direto sobre o desempenho do componente,

    forando muitas vezes sua substituio prematura.

    Infelizmente a margem de preveno destes efeitos deletrios so limitadas

    correta seleo do polmero para o meio de utilizao do componente plstico bem como

    orientao ao usurio sobre os agentes qumicos possveis de serem utilizados como meio

    de limpeza. Eventualmente podem ser aplicados na superfcie do polmero camadas

    protetoras, tais como tintas ou lacas, ou mesmo coextruso de outro polmero mais

    resistente quimicamente, porm estes casos so muitas vezes limitados tecnicamente ou

    economicamente.

    4 CASOS ESPECFICOS DE DEGRADAO DE POLMEROS

    4.1 Fibras Polimricas como Reforo para Matrizes Cimentcias

    O uso de fibras como reforo de materiais de construo foi inicialmente praticado

    pelos egpcios h 3.200 anos, no entanto, as primeiras fibras empregadas em escala

    comercial foram as fibras de amianto, no incio do sculo passado e, na dcada de 60

    apareceram as fibras de ao.

    A primeira tentativa de emprego das fibras polimricas ocorreu em 1965, por

    Goldfein, sendo atualmente as fibras de polipropileno as mais empregadas. No entanto,

    outros tipos de fibras polimricas podem ser citados como: nilon, polister, poliamida,

    polietileno, celulose e kevlar.

  • Durabilidade de Polmeros 55

    8 BIBLIOGRAFIA

    1) AGNELLI, J. A. M. Curso. Degradao e estabilizao de polmeros. So Carlos,

    Associao Brasileira de Polmeros, 1991.

    2) AGOPYAN, V. et al. Compsitos reforados com Fibras Plsticas para Construo

    Civil. In: II Encontro Tecnolgico de Sistemas Plsticos na Construo Civil.

    So Paulo, 1997.

    3) ALBANO, C.; REYES, J.; ICHAZO, M.; GONZLEZ, J.; BRITO, M. and MORONTA, D.

    Analysis of the mechanical, thermal and morphological behaviour of polypropylene

    compounds with sisal fibre and wood flour, irradiated with gamma rays. Polymer

    Degradation and Stability. V. 76, no. 2, pp. 191-203. 2002.

    4) ALCOCK, R. H. et al. Comtemporary Polymer Chemistry. Prentice Hall. New Jersey.

    1990.

    5) AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. Standard terminology of

    fire standards; ASTM E-176. Philadelphia, 1999.

    6) ANDRADY, A. L. et al. Effects of increased solar ultraviolet radiation on materials.

    Journal of Photochemistry and Photobiology B: Biology, Londres, v. 46, pp.

    96-103. 1998.

    7) BILLMEYER JR, F. W. Textbook of polymer science. 3. ed. Nova York: John Wiley

    & Sons, 1984.

    8) BLAGA, A. Deterioration mechanisms in weathering of plastic materials. Separata de:

    SEREDA, P. J.; LITVAN, G. G. (Ed.). Durability of Building Materials and

    Components, ASTM STP 691. Nova York: American Society for Testing and

    Materials, pp. 827-837. 1980.

    9) CHAVES, A. L. O. Os Polmeros Utilizados na Construo Civil e seus Subsdios.

    Dissertao de Mestrado. So Carlos. 1998.

    10) CROWDER, J. R. Some aspects of the durability of plastics in buildings. Separata de:

    SEREDA, P. J.; LITVAN, G. G. (Ed.). Durability of Building Materials and

  • Durabilidade de Polmeros 56

    Components, ASTM STP 691. Nova York: American Society for Testing and

    Materials, pp. 811-826. 1980.

    11) DECKER, C. Photostabilization of poly (vinyl chloride) by protective coatings. Journal

    of Vinyl & Additive Technology. V. 7, no. 4, pp. 235-243. Dezembro 2001.

    12) DECKER, C. Photodegradation of PVC. In: OWEN, E. D. (Ed.). Degradation and

    stabilization of PVC. Londres: Elsevier Applied Science Publishers, p. 81-136.

    1984.

    13) EURIN, P. et al. Durability studies on polymer materials used externally in building.

    Separata de: SEREDA, P. J.; LITVAN, G. G. (Ed.). Durability of Building

    Materials and Components, ASTM STP 691. Nova York: American Society for

    Testing and Materials, pp. 838-852. 1980.

    14) FRANCO, C. On the action of ozone on polyaniline. Polymer Degradation and

    Stability. V. 75, no. 1, pp. 93-98. 2002.

    15) FROHNSDORFF, G.; MASTERS, L. W. The meaning of durability and durability

    prediction. Separata de: SEREDA, P. J.; LITVAN, G. G. (Ed.). Durability of

    Building Materials and Components, ASTM STP 691. Nova York: American

    Society for Testing and Materials, pp. 17-30. 1980.

    16) GALLO, J. B.; AGNELLI, J. A. M. Reduo do risco de incndio em materiais

    polimricos. Revista do plstico reforado, 1999.

    17) GESENHUES, U and HOCKEN, J. TiO2 Pigment Structure and kinetics of PVC

    Weathering. Journal of Vinyl & Additive Technology. V. 6, no. 2, pp. 80-87. June

    2000.

    18) GOTHAM, K. V. Long-term durability. In: OGORKIEWICZ, R. M. (Ed.).

    Thermoplastics. Properties and design. Londres, John Wiley and Sons, pp. 51-

    67. 1974.

    19) GUGUMUS, F. Antioxidants. In: GCHTER, R; MLLER, H. (Ed.). Plastics additives

    handbook. Munique: Hanser, p. 1-104. 1990a.

    20) GUGUMUS, F. Light stabilizers. In: GCHTER, R; MLLER, H. (Ed.). Plastics

    additives handbook. Munique: Hanser. p. 129-270.1990b.

  • Durabilidade de Polmeros 57

    21) HAGNAUER, G. L.; GUTIERREZ, A. W. and KLEINMEYER, J. D. Durability

    assessment of polymer matrix composite materials. NDT & E International. V. 30,

    no. 5, pp. 325. Outubro 1997.

    22) HALLIWELL, S. M.; GARDINER, D. Artificial weathering procedures for plastics

    glazing materials. Construction and Building Materials, Londres, v. 8, n. 4, p.

    233-241, ago. 1994.

    23) HANNANT, D. J. Durability of polypropylene fibers in portland cement-based

    composites: eighteen years of data. Cement and Concrete Research. V.28, no.

    12, pp. 1809-1817. Dezembro 1998

    24) LORENZ, J. Biostabilizers. In: GCHTER, R; MLLER, H. (Ed.). Plastics additives

    handbook. Munique: Hanser, p. 791-810. 1990.

    25) MANO, E. B. Polmeros como Materiais de Engenharia. Ed. Edgard Blcher. So

    Paulo, 2000.

    26) McCRUM, N. G. et al. Principles of Polymer Engineering. Oxford Science

    Publications. Oxford, 1997.

    27) OWEN, E.D. Degradation and stabilisation of PVC. Londres: Elsevier Applied

    Science Publishers, 1984.

    28) PFEIFER, H. Development of testing techniques for aging of plastics in buildings due

    to natural and artificial weathering. Separata de: SEREDA, P. J.; LITVAN, G. G.

    (Ed.). Durability of Building Materials and Components, ASTM STP 691. Nova

    York: American Society for Testing and Materials, pp. 863-873. 1980.

    29) PIHLAJAVAARA, S. E. Background and principles of long-term performance of

    building materials. Separata de: SEREDA, P. J.; LITVAN, G. G. (Ed.). Durability of

    Building Materials and Components, ASTM STP 691. Nova York: American

    Society for Testing and Materials, pp. 5-16. 1980.

    30) PRIYADARSI De, CHATTOPADHYAY, S.; MADRAS, G. and SATHYANARAYANA, D.

    N. Kinetics of thermal degradation of vinyl polyperoxides in solution. Polymer

    Degradation and Stability. V. 76, no. 1, pp. 161-170. 2002.

    31) REICHMANIS, E. et al. Irradiation of Polymeric Materials. In: ACS Symposium series

    527. Washington DC, 1993.

  • Durabilidade de Polmeros 58

    32) RODOLFO JR., A. NUNES, L. R.; ORMANJI, W. Tecnologia do PVC. So Paulo: Pr

    Editores Associados/Braskem, 2002.

    33) ROSS, G.; BIRLEY, A. W. Miscellaneous chemical properties. In: OGORKIEWICZ, R.

    M. (Ed.). Thermoplastics. Properties and design. Londres: John Wiley and Sons,

    p. 161-170. 1974.

    34) RUTKOWSKA, M.; KRASOWSKA, K.; HEIMOWSKA, A.; STEINKA, I. and JANIK, H.

    Degradation of polyurethanes in sea water. Polymer Degradation and Stability.

    V. 76, no. 2, pp. 233-239. 2002.

    35) SCOTT, G. Mechanisms of Polymer Degradation. Elsevier Applied Scince. London.

    1990.

    36) TRIKEM. Sistemas em PVC para construo civil. So Paulo. 1 CD-ROM. 1999.

    37) UEMOTO K., AGOPYAN V. Durabilidade de Revestimentos a Base de Polmeros. In:

    Workshop Durabilidade das Construes. So Leopoldo, p. 55-63. Julho/1997.

    38) VAIDERGORIN, E. Y. L. Durabilidade de plsticos na construo. In II Simpsio

    Nacional de Materiais de Construo. Outubro/1988.

    39) WHITE, J. R.; TURNBULL, A. Review. Weathering of polymers: mechanisms of

    degradation and stabilization, testing strategies and modelling. Journal of

    Materials Science, Londres, v. 29, p. 584-613, 1994.

    40) WICKSON, E. J. (Ed.). Handbook of polyvinyl chloride formulating. Nova York:

    John Wiley & Sons, 1993.