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RESUMO DAS COMUNICAÇÕES 45º CONGRESSO PARANAENSE DE CARDIOLOGIA CURITIBA - PR Sociedade Brasileira de Cardiologia • ISSN-0066-782X Volume 111, Nº 3, Suplemento 4, Setembro 2018

45º ConGResso PaRanaense de CaRdioLoGiapublicacoes.cardiol.br/portal/abc/portugues/2018/v11103/... · 2019-10-02 · REVISTA DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA - Publicada desde

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Resumo das ComuniCações

45º ConGResso PaRanaense de CaRdioLoGia

CuRitiba - PR

Sociedade Brasileira de Cardiologia • ISSN-0066-782X

Volume 111, Nº 3, Suplemento 4, Setembro 2018

REVISTA DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA - Publicada desde 1948

Brasil

Aguinaldo Figueiredo de Freitas Junior – Universidade Federal de Goiás (UFG), Goiânia GO – Brasil

Alfredo José Mansur – Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), São Paulo, SP – Brasil

Aloir Queiroz de Araújo Sobrinho – Instituto de Cardiologia do Espírito Santo, Vitória, ES – Brasil

Amanda Guerra de Moraes Rego Sousa – Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia/Fundação Adib Jatene (IDPC/FAJ), São Paulo, SP – Brasil

Ana Clara Tude Rodrigues – Hospital das Clinicas da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), São Paulo, SP – Brasil

André Labrunie – Hospital do Coração de Londrina (HCL), Londrina, PR – Brasil

Andrei Carvalho Sposito – Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, SP – Brasil

Angelo Amato Vincenzo de Paola – Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, SP – Brasil

Antonio Augusto Barbosa Lopes – Instituto do Coração Incor Hc Fmusp (INCOR), São Paulo, SP – Brasil

Antonio Carlos de Camargo Carvalho – Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, SP – Brasil

Antônio Carlos Palandri Chagas – Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP – Brasil

Antonio Carlos Pereira Barretto – Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP – Brasil

Antonio Cláudio Lucas da Nóbrega – Universidade Federal Fluminense (UFF), Rio de Janeiro, RJ – Brasil

Antonio de Padua Mansur – Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), São Paulo, SP – Brasil

Ari Timerman (SP) – Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia (IDPC), São Paulo, SP – Brasil

Armênio Costa Guimarães – Liga Bahiana de Hipertensão e Aterosclerose, Salvador, BA – Brasil

Ayrton Pires Brandão – Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, RJ – Brasil

Beatriz Matsubara – Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP), São Paulo, SP – Brasil

Brivaldo Markman Filho – Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife, PE – Brasil

Bruno Caramelli – Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP – Brasil

Carisi A. Polanczyk – Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, RS – Brasil

Carlos Eduardo Rochitte – Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina (INCOR HCFMUSP), São Paulo, SP – Brasil

Carlos Eduardo Suaide Silva – Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP – Brasil

Carlos Vicente Serrano Júnior – Instituto do Coração (InCor HCFMUSP), São Paulo, SP – Brasil

Celso Amodeo – Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia/Fundação Adib Jatene (IDPC/FAJ), São Paulo, SP – Brasil

Charles Mady – Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP – Brasil

Claudio Gil Soares de Araujo – Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, RJ – Brasil

Cláudio Tinoco Mesquita – Universidade Federal Fluminense (UFF), Rio de Janeiro, RJ – Brasil

Cleonice Carvalho C. Mota – Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG – Brasil

Clerio Francisco de Azevedo Filho – Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, RJ – Brasil

Dalton Bertolim Précoma – Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC/PR), Curitiba, PR – Brasil

Dário C. Sobral Filho – Universidade de Pernambuco (UPE), Recife, PE – Brasil

Décio Mion Junior – Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), São Paulo, SP – Brasil

Denilson Campos de Albuquerque – Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, RJ – Brasil

Djair Brindeiro Filho – Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife, PE – Brasil

Domingo M. Braile – Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), São Paulo, SP – Brasil

Edmar Atik – Hospital Sírio Libanês (HSL), São Paulo, SP – Brasil

Emilio Hideyuki Moriguchi – Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Porto Alegre, RS – Brasil

Enio Buffolo – Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, SP – Brasil

Eulógio E. Martinez Filho – Instituto do Coração (InCor), São Paulo, SP – Brasil

Evandro Tinoco Mesquita – Universidade Federal Fluminense (UFF), Rio de Janeiro, RJ – Brasil

Expedito E. Ribeiro da Silva – Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP – Brasil

Fábio Vilas Boas Pinto – Secretaria Estadual da Saúde da Bahia (SESAB), Salvador, BA – Brasil

Fernando Bacal – Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP – Brasil

Diretor CientíficoDalton Bertolim Précoma

Editor-ChefeCarlos Eduardo Rochitte

Coeditor InternacionalJoão Lima

Editores Associados

Cardiologia ClínicaGláucia Maria Moraes de Oliveira

Cardiologia Cirúrgica

Tirone David

Cardiologia Intervencionista

Pedro A. Lemos

Cardiologia Pediátrica/Congênitas

Ieda Biscegli Jatene

Arritmias/Marca-passo

Mauricio Scanavacca

Métodos Diagnósticos Não-InvasivosJoão Luiz Cavalcante

Pesquisa Básica ou ExperimentalMarina Politi Okoshi

Epidemiologia/EstatísticaMarcio Sommer Bittencourt

Hipertensão ArterialPaulo Cesar B. V. Jardim

Ergometria, Exercício e Reabilitação CardíacaRicardo Stein

Primeiro Editor (1948-1953)† Jairo Ramos

www.arquivosonline.com.br

Conselho Editorial

Flávio D. Fuchs – Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, RS – Brasil

Francisco Antonio Helfenstein Fonseca – Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, SP – Brasil

Gilson Soares Feitosa – Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP), Salvador, BA – Brasil

Glaucia Maria M. de Oliveira – Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, RJ – Brasil

Hans Fernando R. Dohmann, AMIL – ASSIST. MEDICA INTERNACIONAL LTDA., Rio de Janeiro, RJ – Brasil

Humberto Villacorta Junior – Universidade Federal Fluminense (UFF), Rio de Janeiro, RJ – Brasil

Ines Lessa – Universidade Federal da Bahia (UFBA), Salvador, BA – Brasil

Iran Castro – Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul (IC/FUC), Porto Alegre, RS – Brasil

Jarbas Jakson Dinkhuysen – Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia/Fundação Adib Jatene (IDPC/FAJ), São Paulo, SP – Brasil

João Pimenta – Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (IAMSPE), São Paulo, SP – Brasil

Jorge Ilha Guimarães – Fundação Universitária de Cardiologia (IC FUC), Porto Alegre, RS – Brasil

José Antonio Franchini Ramires – Instituto do Coração Incor Hc Fmusp (INCOR), São Paulo, SP – Brasil

José Augusto Soares Barreto Filho – Universidade Federal de Sergipe, Aracaju, SE – Brasil

José Carlos Nicolau – Instituto do Coração (InCor), São Paulo, SP – Brasil

José Lázaro de Andrade – Hospital Sírio Libanês, São Paulo, SP – Brasil

José Péricles Esteves – Hospital Português, Salvador, BA – Brasil

Leonardo A. M. Zornoff – Faculdade de Medicina de Botucatu Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP), Botucatu, SP – Brasil

Leopoldo Soares Piegas – Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia/Fundação Adib Jatene (IDPC/FAJ) São Paulo, SP – Brasil

Lucia Campos Pellanda – Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), Porto Alegre, RS – Brasil

Luís Eduardo Paim Rohde – Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, RS – Brasil

Luís Cláudio Lemos Correia – Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP), Salvador, BA – Brasil

Luiz A. Machado César – Fundação Universidade Regional de Blumenau (FURB), Blumenau, SC – Brasil

Luiz Alberto Piva e Mattos – Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia (IDPC), São Paulo, SP – Brasil

Marcia Melo Barbosa – Hospital Socor, Belo Horizonte, MG – Brasil

Marcus Vinícius Bolívar Malachias – Faculdade Ciências Médicas MG (FCMMG), Belo Horizonte, MG – Brasil

Maria da Consolação V. Moreira – Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG – Brasil

Mario S. S. de Azeredo Coutinho – Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópilis, SC – Brasil

Maurício Ibrahim Scanavacca – Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP – Brasil

Max Grinberg – Instituto do Coração do Hcfmusp (INCOR), São Paulo, SP – Brasil

Michel Batlouni – Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia (IDPC), São Paulo, SP – Brasil

Murilo Foppa – Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Porto Alegre, RS – Brasil

Nadine O. Clausell – Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, RS – Brasil

Orlando Campos Filho – Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, SP – Brasil

Otávio Rizzi Coelho – Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, SP – Brasil

Otoni Moreira Gomes – Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG – Brasil

Paulo Andrade Lotufo – Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP – Brasil

Paulo Cesar B. V. Jardim – Universidade Federal de Goiás (UFG), Brasília, DF – Brasil

Paulo J. F. Tucci – Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, SP – Brasil

Paulo R. A. Caramori – Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Porto Alegre, RS – Brasil

Paulo Roberto B. Évora – Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP – Brasil

Paulo Roberto S. Brofman – Instituto Carlos Chagas (FIOCRUZ/PR), Curitiba, PR – Brasil

Pedro A. Lemos – Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HCFMUSP), São Paulo, SP – Brasil

Protásio Lemos da Luz – Instituto do Coração do Hcfmusp (INCOR), São Paulo, SP – Brasil

Reinaldo B. Bestetti – Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP), Ribeirão Preto, SP – Brasil

Renato A. K. Kalil – Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul (IC/FUC), Porto Alegre, RS – Brasil

Ricardo Stein – Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS), Porto Alegre, RS – Brasil

Salvador Rassi – Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás (FM/GO), Goiânia, GO – Brasil

Sandra da Silva Mattos – Real Hospital Português de Beneficência em Pernambuco, Recife, PE – Brasil

Sandra Fuchs – Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, RS – Brasil

Sergio Timerman – Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (INCOR HC FMUSP), São Paulo, SP – Brasil

Silvio Henrique Barberato – Cardioeco Centro de Diagnóstico Cardiovascular (CARDIOECO), Curitiba, PR – Brasil

Tales de Carvalho – Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), Florianópolis, SC – Brasil

Vera D. Aiello – Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da (FMUSP, INCOR), São Paulo, SP – Brasil

Walter José Gomes – Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, SP – Brasil

Weimar K. S. B. de Souza – Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás (FMUFG), Goiânia, GO – Brasil

William Azem Chalela – Instituto do Coração (INCOR HCFMUSP), São Paulo, SP – Brasil

Wilson Mathias Junior – Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), São Paulo, SP – Brasil

Exterior

Adelino F. Leite-Moreira – Universidade do Porto, Porto – Portugal

Alan Maisel – Long Island University, Nova York – Estados Unidos

Aldo P. Maggioni – ANMCO Research Center, Florença – Itália

Ana Isabel Venâncio Oliveira Galrinho – Hospital Santa Marta, Lisboa – Portugal

Ana Maria Ferreira Neves Abreu – Hospital Santa Marta, Lisboa – Portugal

Ana Teresa Timóteo – Hospital Santa Marta, Lisboa – Portugal

Cândida Fonseca – Universidade Nova de Lisboa, Lisboa – Portugal

Fausto Pinto – Universidade de Lisboa, Lisboa – Portugal

Hugo Grancelli – Instituto de Cardiología del Hospital Español de Buenos Aires – Argentina

James de Lemos – Parkland Memorial Hospital, Texas – Estados Unidos

João A. Lima, Johns – Johns Hopkins Hospital, Baltimore – Estados Unidos

John G. F. Cleland – Imperial College London, Londres – Inglaterra

Jorge Ferreira – Hospital de Santa Cruz, Carnaxide – Portugal

Manuel de Jesus Antunes – Centro Hospitalar de Coimbra, Coimbra – Portugal

Marco Alves da Costa – Centro Hospitalar de Coimbra, Coimbra – Portugal

Maria João Soares Vidigal Teixeira Ferreira – Universidade de Coimbra, Coimbra – Portugal

Maria Pilar Tornos – Hospital Quirónsalud Barcelona, Barcelona – Espanha

Nuno Bettencourt – Universidade do Porto, Porto – Portugal

Pedro Brugada – Universiteit Brussel, Brussels – Bélgica

Peter A. McCullough – Baylor Heart and Vascular Institute, Texas – Estados Unidos

Peter Libby – Brigham and Women's Hospital, Boston – Estados Unidos

Piero Anversa – University of Parma, Parma – Itália

Roberto José Palma dos Reis – Hospital Polido Valente, Lisboa – Portugal

SBC/DA – Maria Cristina de Oliveira Izar

SBC/DCC – João Luiz Fernandes Petriz

SBC/DCC/CP – Andressa Mussi Soares

SBC/DCM – Marildes Luiza de Castro

SBC/DECAGE – Elizabeth da Rosa Duarte

SBC/DEIC – Salvador Rassi

SBC/DERC – Tales de Carvalho

SBC/DFCVR – Antoinette Oliveira Blackman

SBC/DHA – Rui Manuel dos Santos Povoa

SBC/DIC – Marcelo Luiz Campos Vieira

SBCCV – Rui Manuel de Sousa S. Antunes de Almeida

SOBRAC – Jose Carlos Moura Jorge

SBHCI – Viviana de Mello Guzzo Lemke

DCC/GAPO – Pedro Silvio Farsky

DERC/GECESP – Antonio Carlos Avanza Jr

DERC/GECN – Rafael Willain Lopes

DERC/GERCPM – Mauricio Milani

DCC/GECETI – Luiz Bezerra Neto

DCC/GECO – Roberto Kalil Filho

DEIC/GEICPED – Estela Azeka

DCC/GEMCA – Roberto Esporcatte

DEIC/GEMIC – Fabio Fernandes

DCC/GERTC – Juliano de Lara Fernandes

DEIC/GETAC – Silvia Moreira Ayub Ferreira

Presidente

Oscar Pereira Dutra

Vice-Presidente

José Wanderley Neto

Diretor Científico

Dalton Bertolim Précoma

Diretor Financeiro

Denilson Campos de Albuquerque

Diretor Administrativo

Wolney de Andrade Martins

Diretor de Relações Governamentais

José Carlos Quinaglia e Silva

Diretor de Tecnologia da Informação

Miguel Antônio Moretti

Diretor de Comunicação

Romeu Sergio Meneghelo

Diretor de Pesquisa

Fernando Bacal

Diretor de Qualidade Assistencial

Evandro Tinoco Mesquita

Diretor de Departamentos Especializados

Audes Diógenes de Magalhães Feitosa

Diretor de Relação com Estaduais e Regionais

Weimar Kunz Sebba Barroso de Souza

Diretor de Promoção de Saúde Cardiovascular – SBC/Funcor

Fernando Augusto Alves da Costa

Editor-Chefe dos Arquivos Brasileiros de Cardiologia

Carlos Eduardo Rochitte

Editor-Chefe do International Journal of Cardiovascular Sciences

Claudio Tinoco Mesquita

Presidentes das Soc. Estaduais e RegionaisSBC/AL – Edvaldo Ferreira Xavier Júnior

SBC/AM – João Marcos Bemfica Barbosa Ferreira

SBC/BA – Emerson Costa Porto

SBC/CE – Maria Tereza Sá Leitão Ramos Borges

SBC/DF – Ederaldo Brandão Leite

SBC/ES – Fatima Cristina Monteiro Pedroti

SBC/GO – Gilson Cassem Ramos

SBC/MA – Aldryn Nunes Castro

SBC/MG – Carlos Eduardo de Souza Miranda

SBC/MS – Christiano Henrique Souza Pereira

SBC/MT – Roberto Candia

SBC/NNE – Maria Alayde Mendonca da Silva

SBC/PA – Moacyr Magno Palmeira

SBC/PB – Fátima Elizabeth Fonseca de Oliveira Negri

SBC/PE – Audes Diógenes de Magalhães Feitosa

SBC/PI – Luiza Magna de Sá Cardoso Jung Batista

SBC/PR – João Vicente Vitola

SBC/RN – Sebastião Vieira de Freitas Filho

SBC/SC – Wálmore Pereira de Siqueira Junior

SBC/SE – Sheyla Cristina Tonheiro Ferro da Silva

SBC/TO – Wallace André Pedro da Silva

SOCERGS – Daniel Souto Silveira

SOCERJ – Andréa Araujo Brandão

SOCERON – Fernanda Dettmann

SOCESP – José Francisco Kerr Saraiva

Sociedade Brasileira de Cardiologia

Presidentes dos Departamentos Especializados e Grupos de Estudos

Volume 111, Nº 3, Suplemento 4, Setembro 2018Indexação: ISI (Thomson Scientific), Cumulated Index Medicus (NLM),

SCOPUS, MEDLINE, EMBASE, LILACS, SciELO, PubMed

Produção Gráfica e DiagramaçãoSBC - Tecnologia da Informação e

ComunicaçãoNúcleo Interno de Design

Os anúncios veiculados nesta edição são de exclusiva responsabilidade dos anunciantes, assim como os conceitos emitidos em artigos assinados são de

exclusiva responsabilidade de seus autores, não refletindo necessariamente a opinião da SBC.

Material de distribuição exclusiva à classe médica. Os Arquivos Brasileiros de Cardiologia não se responsabilizam pelo acesso indevido a seu conteúdo e que contrarie a determinação em atendimento à Resolução da Diretoria Colegiada

(RDC) nº 96/08 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que atualiza o regulamento técnico sobre Propaganda, Publicidade, Promoção e informação de Medicamentos. Segundo o artigo 27 da insígnia, "a propaganda ou publicidade de medicamentos de venda sob prescrição deve ser restrita, única e exclusivamente, aos profissionais de saúde habilitados a prescrever ou dispensar tais produtos (...)".

Garantindo o acesso universal, o conteúdo científico do periódico continua disponível para acesso gratuito e integral a todos os interessados no endereço:

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Tel.: (21) 3478-2700

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Departamento ComercialTelefone: (11) 3411-5500

e-mail: [email protected]

Produção EditorialSBC - Tecnologia da Informação e

ComunicaçãoNúcleo Interno de Publicações

Resumo das Comunicações

45º CONGRESSO PARANAENSE DE CARDIOLOGIA

CURITIBA - PR

MENSAGENS DOS PRESIDENTES

Prezados colegas,

Convido a todos para que reservem em suas agendas os dias 27 e 28 de julho de 2018 para estarem conosco em Curitiba para uma confraternização especial.

Estamos organizando com bastante carinho o Congresso Paranaense de Cardiologia, principal evento anual de nossa sociedade. Estamos trabalhando em uma programação cientifica especialmente desenhada para as dúvidas do dia a dia e apresentações adicionais de palestrantes locais, nacionais e internacionais para aprofundamento em vários temas. Teremos um congresso de alto nível cientifico em um ambiente descontraído aonde o congressista estará próximo esclarecendo duvidas diretamente com expoentes da cardiologia nacional e mundial.

Nossa programação social também será especial: incluirá um jantar de confraternização em Santa Felicidade sem custo adicional para todos os congressistas.

A diretoria está imbuída de objetivos que visam o fortalecimento da nossa entidade, da valorização do profissional cardiologista e de uma aproximação com a comunidade e lideranças governamentais para juntos possamos montar estratégias que visam a redução da mortalidade cardiovascular em nossa região.

A participação da comunidade médica e dos cardiologistas em nosso congresso ajudará para que alcancemos nossos objetivos engrandecendo nossa sociedade.

Contamos com a presença de cada um de vocês !!

Abraços

João V. VítolaPresidente, Sociedade Paranaense de Cardiologia, 2018-2019

Quero agradecer o honroso convite de presidir este XLV Congresso Paranaense de Cardiologia.

Estamos preparando um evento para que todos os colegas possam aproveitar ao máximo as palestras e atualizações na nossa especialidade e teremos a participação de convidados de expressão no mundo cardiológico. Queremos que neste Congresso ocorra a participação vibrante de todos os entusiastas da Cardiologia inclusive os estudantes de medicina (através das Ligas de Cardiologia).

Nossa equipe está empenhada em oferecer as mais recentes atualizações científicas como também mostrar o dia a dia do consultório médico com resposta curtas para grandes questões.

Prepare-se, agende-se, a cidade pode ser fria neste período, mas nossos corações estarão quentes para recebê-los.

Um abraço fraterno a todos.

Luiz Antonio Fruet BettiniPresidente do XLV Congresso Paranaense de Cardiologia.

Arq Bras Cardiol: 111(3 supl. 4)1-44

TEMAS LIVRES - 00/00/0000APRESENTAÇÃO ORAL

P 001PREDITORES DE TEMPO DE INTERNAMENTO E MORTALIDADE NO INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO COM SUPRADESNÍVEL DE ST

SIBELE SAUZEM MILANO (HOSPITAL DE CLÍNICAS - UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ), ORLANDO VICTORINO DE MOURA JÚNIOR (HOSPITAL DE CLÍNICAS - UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ), ARTHUR AUGUSTO SOUZA BORDIN (HOSPITAL DE CLÍNICAS - UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ), GUSTAVO LENCI MARQUES (DEPARTAMENTO DE MEDICINA INTERNA, HOSPITAL DE CLÍNICAS - UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ)

Introdução: Diversas variáveis têm sido utilizadas para prever a evolução e orientar o tratamento dos pacientes que sofreram infarto agudo do miocárdio com supradesnível do segmento ST (IAMCST). Objetivos: Correlacionar características clínicas com tempo de internamento e mortalidade intra-hospitalar em pacientes com IAMCST. Delineamento: Foi realizado um estudo de coorte histórica com 118 pacientes admitidos com IAMCST. Métodos: Os indivíduos foram analisados quanto ao sexo, idade, tabagismo, etilismo, presença de diabetes mellitus e hipertensão arterial, índice de massa corporal, proteína C-reativa ultrassensível (PCR-us) na admissão hospitalar e realização de intervenção coronária percutânea. Assim, o desfecho clínico foi avaliado. Resultados: Dos 118 pacientes, 20 foram a óbito durante a hospitalização. Foram observados níveis mais altos de PCR-us nos pacientes que morreram em comparação aos que sobreviveram (p=0,001). Os pacientes que foram a óbito também apresentavam idade mais avançada (p=0,003). A análise multivariada mostrou que o risco de óbito está associado a maiores níveis de PCR-us (odds ratio a cada acréscimo em uma unidade no PCR-us=1,15, p=0,0017) e a indivíduos com idade mais avançada (odds ratio a cada aumento de um ano na idade=1,06, p=0,003). Assim, cada acréscimo em uma unidade no nível de PCR-us faz o risco de óbito intra-hospitalar crescer em 15, após ajuste para os fatores de risco estabelecidos. Tal-qualmente, cada aumento de um ano na idade do paciente faz com que o risco de morte cresça em 6,6. Foi observado também que o tempo de internamento foi maior nos indivíduos com 60 anos de idade ou mais (p=0,011) e naqueles que não realizaram intervenção coronária percutânea (p=0,001). Conclusões: Foi encontrada uma associação forte entre os níveis de PCR-us obtida na admissão e mortalidade intra-hospitalar pós-IAMCST. Isso sugere que níveis de PCR-us podem medir a resposta inflamatória à isquemia miocárdica, predizendo risco de óbito em pacientes que sofreram IAMCST.

P 003FIBROELASTOMA PAPILÍFERO: RELATO DE CASO

JULIA SMÂNIA CARVALHO RAMOS (PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ - PUCPR), LUIZ HENRIQUE DE OLIVEIRA (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ - UFPR), LUIS OTÁVIO ZATORRA (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ - UFPR), SIBELE SAUZEM MILANO (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ - UFPR), JULIANA MONTALVÃO MOTTA (HOSPITAL DE CLÍNICAS/UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ - UFPR), ROBSON FERNANDO GARCIA DE LIMA (HOSPITAL DE CLÍNICAS/UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ - UFPR)

Introdução: O fibroelastoma papilífero é a segunda neoplasia cardíaca benigna mais comum, acometendo especialmente as valvas aórtica e mitral. As apresentações clínicas mais comuns são os fenômenos embólicos, angina, insuficiência cardíaca, síncope e morte súbita. Entretanto, a maioria dos casos é diagnosticada como achados incidentais em ecocardiografias. Objetivo: Descrever caso de paciente com fibroelastoma papilífero.8232, Delineamento: Relato de caso. Resultados: Paciente feminina, 51 anos, apresentou em ecocardiograma transtorácico realizado de rotina, para acompanhamento de esclerodermia, imagem hiperecogênica ovalada, móvel, medindo 11x9mm, sugestiva de fibroelastoma, que causava diminuição da coaptação das cúspides mitrais. O exame também evidenciou refluxo importante em valva mitral, hipertrofia excêntrica de ventrículo esquerdo com disfunção diastólica grau II, aumento moderado de átrio esquerdo, aumento discreto de câmaras direitas e pressão sistólica da artéria pulmonar estimada de 55 mmHg. A paciente referia quadro de dispneia aos grandes esforços de início há um ano, apresentando hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus tipo 2, dois episódios prévios de trombose venosa profunda em membro inferior direito e carga tabágica de 26 anos/maço. À ausculta cardíaca, sopro sistólico 2+/6 em foco mitral. Ausculta pulmonar com murmúrio vesicular reduzido bilateralmente com sibilos discretos. Cateterismo cardíaco não mostrou lesões obstrutivas. Pela presença de insuficiência mitral grave secundária ao fibroelastoma, a paciente foi encaminhada para cirurgia de troca de valva mitral. Conclusões: Apesar de raras, as complicações associadas aos fibroelastomas papilíferos são graves. Nos casos sintomáticos, os tumores devem ser ressecados ou tratados com anticoagulação oral prolongada. Já na conduta diante de casos assintomáticos com achados incidentais, há controvérsias. É proposto que nestes casos, o tamanho tumoral superior a 10 mm, a localização em câmaras esquerdas e a presença de mobilidade (maior preditor para embolia) indiquem a necessidade de ressecção cirúrgica. A cirurgia é curativa, com prognóstico excelente e recorrência tumoral incomum após a ressecção.

P 002MIOCARDIOPATIA DE TAKOTSUBO EM PACIENTE DE 40 ANOS: RELATO DE CASO

LUIZA ANDRIOLO (CENTRO UNIVERSITÁRIO FUNDAÇÃO ASSIS GURGACZ), YASMIM ARIEL DELEVATTI (CENTRO UNIVERSITÁRIO FUNDAÇÃO ASSIS GURGACZ), KLEITON MARCOS DE OLIVEIRA (CENTRO UNIVERSITÁRIO FUNDAÇÃO ASSIS GURGACZ), PATRICIA MIZUNO (CENTRO UNIVERSITÁRIO FUNDAÇÃO ASSIS GURGACZ)

INTRODUÇÃO: MINOCA é o termo usado para infarto agudo do miocárdio (IAM) sem obstrução das artérias coronárias, e a principal causa é a miocardiopatia de Takotsubo (MCT), a qual é caracterizada pela disfunção sistólica abrupta e transitória do ventrículo esquerdo, na ausência de doença coronariana originária de aterosclerose. Epidemiologicamente é mais comum em mulheres após a menopausa. Acredita-se que o mecanismo fisiopatológico esteja relacionado ao excesso de catecolaminas, estrógeno e hiperatividade do sistema nervoso simpático. DELINEAMENTO: Estudo observacional descritivo: relato de caso. OBJETIVO: Evidenciar a relevância da patologia, a qual deve ser aventada na suspeita de IAM sem obstrução das artérias coronárias. PACIENTES E MÉTODOS: Análise de caso de MCT através de prontuário eletrônico . RELATO DO CASO: M.S.S, feminino, 42 anos, com queixa de dor torácica de inicio após esforço físico, associado a parestesia em membro superior esquerdo, sem outros sintomas associados e sem achados dignos de nota ao exame físico. Na admissão foi realizado eletrocardiograma que apresentou alterações difusas da repolarização ventricular, e enzimas cardíacas, com troponina inicialmente de 0,050, e em seu seguimento apresentando valor de 4,79 e 15. Paciente foi então submetida ao protocolo de Infarto Agudo do Miocárdio sem supra desnivelamento do segmento ST e solicitado cinecoronariografia (CATE), a qual não apresentou lesões obstrutivas. Após exames, foi interrogado diagnóstico de MINOCA e solicitado ressonância magnética. O exame demonstrou alterações de contratilidade segmentar do tipo balonamento apical que correlacionado com um quadro clínico e CATE foi confirmada hipótese de Miocardiopatia de Takotsubo. RESULTADOS: Alguns dados foram conflitantes em relação a descrição do caso e a literatura, exemplo a idade da paciente, porém outros aspectos como a não detecção de obstrução coronariana são compatíveis com a MCT. CONCLUSÃO: A MCT é uma síndrome incomum mas que deve ser aventada em casos de IAM sem lesões obstrutivas ao CATE.

P 004ANÁLISE CARDÍACA DE RATOS SUBMETIDOS A EXPOSIÇÃO CRÔNICA DO HERBICIDA ÁCIDO DICLOROFENÓXIACÉTICO (2,4-D)

LAÍS DE OLIVEIRA SANTOS PEREIRA (UNIVERSIDADE DO OESTE PAULISTA), DYOVANA GOMES PINHEIRO (UNIVERSIDADE DO OESTE PAULISTA), GEOVANA LETÍCIA FERNANDES DE OLIVEIRA (UNIVERSIDADE DO OESTE PAULISTA), STÉFANI NOBREGA PERRUD (UNIVERSIDADE DO OESTE PAULISTA), LUANA VICTORIA DAMACENA (UNIVERSIDADE DO OESTE PAULISTA), RAISSA DE OLIVEIRA MANTOVANI (UNIVERSIDADE DO OESTE PAULISTA), GISELE ALBORGUETTI NAI (UNIVERSIDADE DO OESTE PAULISTA), FRANCIS LOPES PACAGNELLI (UNIVERSIDADE DO OESTE PAULISTA)

Introdução: O Brasil é o maior consumidor de agrotóxico no mundo. O herbicida ácido diclorofenoxiacético (2,4-D) está entre os utilizados no país em colheitas de cana-de-açúcar, sendo que, a sua ingestão por meio de alimentos contaminados pode promover danos cardiovasculares. Objetivo: Avaliar o uso oral de baixa e alta concentração do herbicida 2,4-D no coração de ratos submetidos à exposição crônica, por meio de análise estrutural e bioquímica cardíaca. Métodos: 30 ratos Wistar albinos machos, divididos em 3 grupos: GCO-grupo controle oral (n=10), receberam ração pulverizada com água destilada, GBCO- grupo de baixa concentração oral (n=10), ração pulverizada com pesticida 3,71 x 10³ gramas de ingrediente alvo por hectare (g.i.a/há) e GACO- grupo de alta concentração oral (n=10), ração pulverizada com pesticida 9,28 x 10³ g.i.a/há. A exposição da ração foi de aproximadamente 15 minutos. Os animais foram expostos durante 6 meses e então eutanasiados, o coração dissecado e pesados: átrios, ventrículo esquerdo e ventrículo direito. O comprimento da tíbia foi utilizado como normalizador. O sangue foi coletado por punção cardíaca e a CK-MB avaliada. Análise estatística: a normalidade dos dados pelo teste Shapiro-Wilk, dados paramétricos ANOVA seguido de Tukey, dados não paramétricos Kruskal-Wallis seguido do pós teste de Dunns, (p0,05). Resultados: não houve hipertrofia atrial (GCO= 0,01 ± 0,003. vs. GBCO= 0,02 ± 0,007. vs. BACO= 0,02 ± 0,006. p0.05), ventricular direita (GCO= 0,04 ± 0,008 . vs. GBCO= 0,05 ± 0,007. vs. GACO= 0,05 ± 0,006 p0.05) e esquerda (GCO= 0,22 ± 0,017.vs. GBCO= 0,22 ± 0,01vs. BACO= 0,23 ± 0,015. p0.05). Em relação a dosagem da CK-MB não houve aumento significativo desta enzima GCO= 521,8± 203,7 vs. GBCO= 737,9 ± 670,5 vs. GACO 417,3 ± 151,8, p0.05). Conclusão: o herbicida 2,4-D não promoveu alterações estruturais anatômicas e lesão cardíaca significativas nas concentrações avaliadas.

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P 005CONHECIMENTO DE ESTUDANTES DA ÁREA DE SAÚDE EM SUPORTE BÁSICO DE VIDA EM INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR DE CURITIBA

LAISLA FERNANDES DE NOGUEIRA ROSA (FACULDADES PEQUENO PRÍNCIPE), JHEINNY MAYARA CAIMI (FACULDADES PEQUENO PRÍNCIPE), LÍVIA PACHECO GONÇALVEZ (FACULDADES PEQUENO PRÍNCIPE), MARIANA XAVIER E SILVA (FACULDADES PEQUENO PRÍNCIPE)

Introdução: Estima-se que no Brasil ocorram 200.000 paradas cardiorrespiratórias (PCR) ao ano. As taxas de morbidade e mortalidade estão relacionadas ao reconhecimento precoce e a qualidade do atendimento. Com o conhecimento em suporte básico de vida (SBV), é possível identificar precocemente uma PCR e realizar manobras simples de ressuscitação cardiopulmonar salvando vidas. Objetivo: Evidenciar o conhecimento dos estudantes da área da saúde de uma instituição de ensino superior sobre SBV. Delineamento: Análise de um questionário sobre SBV. Pacientes e Métodos: Discentes da área da saúde de todos os cursos e períodos vigentes na instituição de ensino superior selecionada. Estudo do tipo transversal com abordagem quantitativa, realizado através da análise dos dados epidemiológicos e aplicação de questionário. Resultados: A amostra analisada continha 545 graduandos com idade média de 22 ± 5 anos. Do total de entrevistados houve prevalência do sexo feminino (78,9), do curso de Medicina (41,8), 1 º período (17,1) e que já participaram de um treinamento de reanimação cardiopulmonar (RCP) (52,7). Na análise do questionário, o qual continha 25 questões, a média de acertos foi de 14 questões (56,41). Quando questionados sobre qual seria o primeiro passo ao encontrar uma pessoa inconsciente no chão, obteve-se (28,1) de respostas corretas. Quanto à realização da manobra para facilitar a respiração apenas (12,7) acertaram. Sobre o uso do DEA (18,9) marcaram a alternativa correta e (16) sabiam como proceder quando a ajuda chegasse. Conclusões: Os resultados reforçam a necessidade do ensino em SBV aos estudantes da área da saúde, visto que uma parcela significativa de acadêmicos não possuía completo entendimento dos tópicos abordados retirados do SBV e não conheciam a fundamentação das etapas, e reforçam também a importância do incentivo pelas instituições de ensino superior a iniciativas de divulgação do SBV, como seminários, congressos, ligas acadêmicas, palestras e projetos de extensão.

P 007A OBESIDADE COMO FATOR DE RISCO PARA DOENÇAS CARDIOVASCULARES: REVISÂO INTEGRATIVA

MARIA DO CARMO LISBOA (PUCPR), ANA CRISTINA DE OLIVEIRA VALLE (PUCPR), MARIA LEONI VALLE (PUCPR), MARILIN HOHL (PUCPR), MARIA HELOISA MADRUGA CHAVES (PUCPR)

Identificação: A obesidade vem se tornando uma epidemia global. Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, 1,1 bilhões de adultos e 10 de crianças do mundo apresentam sobrepeso ou obesidade, sendo considerada como um fator de risco independente para doença arterial coronariana (DAC). A aterosclerose se caracteriza por processos inflamatórios em nível celular e molecular, na qual as reações encontram-se intensificadas em obesos. Objetivo: Relacionar os fatores de risco dos indivíduos obesos com a DAC. Delineamento: Revisão integrativa. Método: A coleta de dados foi realizada por meio das bases de dados Scielo, Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), Organização Pan Americana de Saúde (OPAS) e Organização Mundial de Saúde (OMS). Science Direct, Redalyc, Researchgate, no período entre 2007 a 2017. Artigos na íntegra, em português e inglês. Foram utilizados os descritores em Ciências da Saúde (DeCS): “Doenças Cardiovasculares”, “Fatores de Risco”, “Aterosclerose”, “Fatores de Risco Cardiovascular”. Obteve-se uma amostra de 139 artigos. Resultados: A obesidade esteve associada a fatores de risco para doenças ateroscleróticas, tais como: hipertensão arterial (66), sedentarismo (40), tabagismo (28), dislipidemia (27), diabetes mellitus (25), hábitos alimentares inadequados (18) e estresse (5). Conclusão: Os resultados demonstraram que a obesidade está claramente associada com o perfil de risco desfavorável para a DAC. A obesidade é um fator de risco para a ocorrência de eventos cardiovasculares (CV), especialmente a DAC, independentemente da idade, pressão arterial sistólica, níveis de colesterol e tabagismo. Entre os fatores de risco CV identificados neste estudo encontraram-se os fatores modificáveis e não modificáveis. Enfatiza-se que a obesidade requer medidas de intervenção alimentar e de exercícios físicos, a fim de amenizar e contornar os malefícios provocados por estilos de vida pouco saudáveis.

P 006VOLUME DE LÍQUIDO EXCESSIVO: CARACTERÍSTICAS DEFINIDORAS OBSERVÁVEIS EM IDOSOS COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA

MARILIN HOHL (PUCPR), MARIA HELOISA MADRUGA CHAVES (PUCPR), MARIA DO CARMO LISBOA (PUCPR), EZIA MARIA CORRADI (PUCPR), IZABELLE CRISTINE BRAZ DA SILVA (PUCPR)

Introdução: O diagnóstico de enfermagem (DE) volume de líquidos excessivo é definido pela NANDA como a “retenção aumentada de líquidos isotônicos” e apresenta como características definidoras: dispnéia, edema, ganho de peso num curto período, ingestão maior que a eliminação, oligúria, distensão da veia jugular entre outras. Além do desconforto e dificuldades geradas pelo edema, é importante salientar que durante o sono, esse edema é reabsorvido, assim levando à hipervolemia sistêmica e pulmonar, gerando a congestão pulmonar e surgimento da dispneia paroxística noturna. Objetivo: identificar as características definidoras do diagnóstico de enfermagem Volume de líquidos excessivo, em idosos com Insuficiência Cardíaca (IC) atendidos ambulatorialmente. Delineamento: Estudo exploratório, descritivo com abordagem quantitativa, aprovado pelo CEP PUCPR parecer nº 799.047. Pacientes e Métodos: Os dados foram coletados por meio da entrevista estruturada, aplicado a 30 idosos com IC de um Centro Ambulatorial Acadêmico de Curitiba-PR. Resultados: A maioria dos idosos tinha idade entre 60 a 65 anos (54), masculino (73), branco (87), casado (64), aposentado (60), ensino fundamental incompleto (40) e dois salários mínimos (34). As características definidoras mais expressivas foram: nictúria (64), edema nos tornozelos e nos pés (57), dispneia (53) e ingesta hídrica excessiva (47). Conclusões: Conforme os dados levantados, observa-se a necessidade de prestar atendimento a esses idosos no intuito de fortalecer, a importância da mudança do estilo de vida para a prática de hábitos saudáveis, a identificação e restrição dos fatores de risco, o autocuidado e a união da família no manejo de ações educativas no processo de reabilitação, visando a redução de futuras complicações. Assim, se faz necessário a proposição de intervenções educativas, utilizando-se da Consulta de Enfermagem, como instrumento de tecnologia leve, possibilitando melhorias na adesão ao tratamento do controle de ingestão de líquidos.

P 008DISFUNÇÃO DE PRÓTESE BIOLÓGICA COMO CAUSA DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA DESCOMPENSADA: RELATO DE CASO

KERLI DREIER KUPAS (FPP), ARTHUR REMOR (UP), MARIA FERNANDA DE AGUIAR SOARES (FPP), LEONARDO SANDRI (UP), ALFREDO LÍRIO DA CRUZ (UP), GABRIELA BIANCA MANFREDINI (UP), ISABELA PRESSE DONASAN (PUC-PR), GABRIELA SIMÔNI PERES ANDRADE (UFPR), RAFAEL MASSAHARU MIYAZIMA (UFPR), EDUARDO LEAL ADAM (UFPR)

Introdução: Diariamente centenas de pacientes buscam pronto-atendimentos por insuficiência cardíaca descompensada. Apesar da má aderência medicamentosa e dietética representarem as principais causas, outras etiologias de descompensação devem ser lembradas.Objetivo: Descrever caso de insuficiência cardíaca descompensada por disfunção de prótese colocada há 10 anos.Delineamento: Relato de caso.Resultados: Paciente masculino, 79 anos, hipertenso, busca pronto-atendimento por dispnéia progressiva (NYHA III), ortopnéia e dispnéia paroxística noturna há quatro meses. O paciente foi internado apresentando, cinco dias após a admissão, piora da dispnéia e da função renal. Há 10 anos, foi submetido à cirurgia de troca de valva aórtica, tendo sido utilizada prótese biológica por dupla lesão detectada no pré-operatório de aneurismectomia de aorta abdominal. Ao exame físico, bulhas rítmicas, normofonéticas, sopro sistólico ejetivo +++/6 em foco aórtico com irradiação para fúrcula/tricúspide/mitral, sopro protomesodiastólico em foco aórtico acessório ++/6 sem irradiação, ausculta pulmonar com crepitantes bibasais. Radiografia de tórax com sinais de congestão pulmonar. Ecocardiograma apontou aumento de câmaras direitas, aumento importante de átrio esquerdo, hipertrofia do ventrículo esquerdo sem sinais de dilatação, fração de ejeção de 48 e estenose moderada e regurgitação grave da prótese biológica aórtica. Cateterismo não mostrou lesões coronarianas significativas. Ultrassonografia de abdome mostrou hepatomegalia e ascite. Quadro foi interpretado como insuficiência cardíaca descompensada secundária à disfunção de prótese. O paciente foi submetido à nova cirurgia de troca valvar, apresentando boa evolução após o procedimento, recebendo alta em classe funcional NYHA I.Conclusões: O caso aqui relatado vai de encontro com estudos sobre valvas biológicas que apontam que, em cerca de 10 anos, a disfunção da prótese torna necessária a nova troca valvar e demonstra a necessidade de expertise do médico plantonista em pronto-atendimento na detecção das diversas etiologias de descompensação de insuficiência cardíaca.

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P 009UM CASO RARO DE MIXOMA ATRIAL

VANESSA WANDEUR MIERZWA (HOSPITAL NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS), ANDRÉ DAVID (HOSPITAL NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS), ROBERTA TURINI (HOSPITAL NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS), PEDRO HENRIQUE BARBOSA DANIEL (HOSPITAL NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS), RICARDO BRANCHER (HOSPITAL NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS), ANDRÉ OLESKO (HOSPITAL NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS), ROBERTO GOMES DE CARVALHO (HOSPITAL NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS), REMULO JOSÉ RAUEN JÚNIOR (HOSPITAL NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS), GABRIEL SALLER OTTOBONI (HOSPITAL NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS), VINÍCIUS NESI CAVICCHIOLI (HOSPITAL NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS)

INTRODUÇÃO: A neoplasia primária cardíaca é rara, sendo o Mixoma Atrial o mais comum. Esse tumor acomete frequentemente o átrio esquerdo e sua sintomatologia irá depender da localização anatômica e do tamanho da massa, podendo gerar sinais sugestivos de obstrução de válvula mitral e manifestações embólicas, além do quadro constitucional como febre e perda de peso. O tratamento é cirúrgico, através da ressecção do tumor. OBJETIVO: Revisão bibliográfica e descrição de um caso raro de Mixoma Atrial. METODOLOGIA E DELINEAMENTO: Análise retrospectiva de prontuário médico e revisão de artigos científicos.RESULTADOS: Feminino, 39 anos, admitida em hospital particular de Curitiba – PR em março de 2018, para investigação de síncope. Refere que há 01 mês iniciou quadro de síncope sem pródromo, com duração de cerca de um minuto, desencadeada durante a realização de atividade física e estresse emocional. Paciente com história prévia de transtorno de humor e tabagismo, em uso de Topiramato e Escitalopram. Durante internamento, realizou Ecocardiograma Transtorácico, que evidenciou a presença de massa de 7 cm, em átrio esquerdo, pediculado no septo interatrial, com obstrução da via de entrada. Achado sugestivo de Mixoma Atrial. Ventrículo esquerdo dilatado e com hipertrofia concêntrica. Átrio esquerdo com índice volumétrico de 44 ml e fração de ejeção preservada. Realizado cateterismo cardíaco que não constatou presença de lesões em coronárias. Mediante sintomas de baixo débito, optado por ressecção de Mixoma Atrial Esquerdo através de incisão em átrio direito e posterior sutura primária do septo. Procedimento ocorreu sem intercorrências, com alta hospitalar no quinto pós-operatório. Confirmado o diagnóstico por análise patológica. No segundo mês pós –operatório, apresenta- se assintomática. CONCLUSÃO: Embora raro, o Mixoma Atrial pode estar associado a grande morbimortalidade, assim diante de pacientes jovens com sintomas cardiovasculares e sem diagnóstico prévio de cardiomiopatias estruturas, essa doença deve fazer parte do diagnóstico diferencial.

P 011RELAÇÃO ENTRE OBESIDADE E RISCO CARDIOVASCULAR EM MULHERES COM DIABETES MELLITUS

BETINA HARMEL (UFPR), ANANDA GIOVANA CABRAL SILVA (UFPR), ALISSON MEDEIROS (UFPR), MARCIA REGINA MESSAGGI GOMES DIAS (UFPR)

Introdução: A doença cardiovascular (DCV) é a principal causa de mortalidade entre pacientes com diabetes mellitus (DM). A DCV em pacientes com DM está duas a quatro vezes aumentada, comparada aos não diabéticos. O índice de massa corporal (IMC) permite avaliar a obesidade e tem sido utilizado na estratificação do risco cardiovascular, principalmente em mulheres. Objetivo: Identificar o risco cardiovascular em mulheres diabéticas por meio da medida da circunferência abdominal. Delineamento: Estudo transversal observacional analítico. Pacientes e métodos: Estudo realizado com 18 mulheres diabéticas que realizavam acompanhamento para monitoramento do DM no Serviço de Endocrinologia e Metabologia do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (SEMPR). Aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, sob o parecer de Nº: 2.192.983. Para a classificação do risco cardiovascular foram utilizadas as Diretrizes Brasileiras de Obesidade da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica, que tem como referência o ponto de corte de 88 cm para mulheres. Para a classificação do peso foi considerado o IMC, calculado pela divisão do peso, em quilos, pela altura, em metros, ao quadrado, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. Resultados: 78,57 (n=11) estavam com risco cardiovascular, 50 (n=7) com obesidade grau I e 42,86 (n=6) apresentam sobrepeso. Conclusão: O elevado número de pacientes com risco cardiovascular evidencia o quanto as DCV estão presentes em portadoras de DM, principalmente naquelas que apresentavam sobrepeso/obesidade, e com isso, torna nítida a necessidade de intervenções que visem à promoção da saúde, especialmente no quesito de alimentação e atividade física, para redução de peso e consequentemente do risco cardiovascular.

P 010PERICARDITE APÓS RADIOTERAPIA POR CITOMEGALOVÍRUS

VANESSA WANDEUR MIERZWA (HOSPITAL NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS), ANDRÉ DAVID (HOSPITAL NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS), ROBERTA TURINI (HOSPITAL NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS), ANDRÉ OLESKO (HOSPITAL NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS), RICARDO BRANCHER (HOSPITAL NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS), PEDRO HENRIQUE BARBOSA DANIEL (HOSPITAL NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS), ROBERTO GOMES DE CARVALHO (HOSPITAL NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS), REMULO JOSÉ RAUEN JÚNIOR (HOSPITAL NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS), GABRIEL SALLER OTTOBONI (HOSPITAL NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS), VINÍCIUS NESI CAVICCHIOLI (HOSPITAL NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS)

INTRODUÇÃO: Existe uma ampla gama de doenças do pericárdio, dentro delas, o derrame pericárdico é a manifestação clínica mais comum. O Pericárdio é acometido mais frequentemente por infecções virais, seguida de infecções bacterianas e fúngicas, pós-radioterapia e autoimunes. Sua sintomatologia pode variar desde uma forma assintomática até graves casos, como o tamponamento cardíaco. OBJETIVO: Descrever um caso de manifestação atípica de derrame pericárdico após radioterapia causada por citomegalovírus. METODOLOGIA E DELINEAMENTO: Análise retrospectiva de prontuário médico e revisão de artigos científicos.RESULTADOS: Masculino,65 anos, admitido em hospital privado de Curitiba – PR em maio de 2018, com história prévia de neoplasia de mama tratada com radioterapia, em remissão há 03 anos. Há 05 meses apresentou prostração e febre por 2 semanas, motivo pelo qual procurou infectologista que diagnosticou infecção aguda por Citomegalovírus. Após recuperação do quadro, há 04 meses iniciou com dispneia ao moderados esforços e edema de membros inferiores. Durante internamento, realizou Ecocardiograma Transtorácico, que evidenciou volumoso derrame com 30 mm e pericárdio com 5,7 mm de espessura. Na Ressonância Cardíaca foi constatado derrame pericárdico severo com realce global no pericárdio nas sequências T1 pós- contraste e ausência de realce tardio. Devido à grande probabilidade de recidiva de derrame, optado pela pericardiectomia. Drenagem transoperatória de 1500 ml de líquido claro. A análise do líquido demonstrou baixa celularidade, com predomínio linfocitário, negativo para bactéria ou tuberculose em culturas. Pericárdio com 6 mm de espessura com aspecto patológico, todavia em biópsia descartado neoplasia. Mediante achado, foi confirmado o diagnóstico de pericardite pós-radioterapia por citomegalovírus. CONCLUSÃO: Em casos atípicos, mesmo derrame pericárdico severo, pode apresentar-se oligoassintomático. Portanto, o tratamento cirúrgico deve ser individualizado, visto que tanta a falta como o excesso de tratamento pode ser nocivo ao paciente.

P 012INVESTIGAÇÃO DE MIOCARDITE EM PACIENTE FEMININA JOVEM: RELATO DE CASO

GABRIELA BIANCA MANFREDINI (UP), GABRIELA SIMÔNI PERES ANDRADE (UFPR), ISABELA PRESSE DONASAN (PUC-PR), ANA PAULA ROSA ISQUIERDO (UFPR), KERLI DREIER KUPAS (FPP), ARTHUR REMOR (UP), MARIA FERNANDA DE AGUIAR SOARES (FPP), LEONARDO SANDRI (UP), ALFREDO LÍRIO DA CRUZ (UP), RAFAEL MASSAHARU MIYAZIMA (UFPR)

Introdução: As miocardites representam um desafio diagnóstico, tanto pela clínica diversificada, quanto pela falta de padronização de exames e critérios diagnósticos. Ensaios clínicos revelam que há uma incidência de quase 10 em pacientes com insuficiência cardíaca inexplicada. Objetivo: Descrever caso de paciente jovem feminina com insuficiência cardíaca secundária a miocardite. Delineamento: Relato de caso. Resultados: Paciente feminina, 37 anos, com bendopneia, dor torácica ventilatório dependente e dispneia classe funcional III de caráter progressivo de início há seis meses. Negou ortopneia e dispneia paroxística noturna. Foi realizada ecocardiograma, que evidenciou aumento moderado de átrio esquerdo, câmaras direitas normais, pressão sistólica da artéria pulmonar de 48 mmHg, movimento septal anômalo, hipertrofia difusa de ventrículo esquerdo com fração de ejeção de 21. Tomografia de tórax mostrou opacidade em vidro fosco difusas em ambos os pulmões, compatível com bronquiolite obliterante. Ressonância magnética cardíaca evidenciou disfunção ventricular esquerda importante e fibrose miocárdica em septo basal. Frente ao quadro de insuficiência cardíaca de fração de ejeção reduzida sem causa identificada, foi realizada biópsia miocárdica, que mostrou fibras musculares em processo degenerativo e áreas de espaçamento entre as fibras, sendo este preenchido por tecido conjuntivo frouxo, com discreto infiltrado inflamatório linfocitário. A insuficiência cardíaca foi considerada secundária à miocardite subaguda e ainda há alterações pulmonares sem diagnóstico. Foi realizado tratamento clínico de suporte e a paciente segue em acompanhamento cardiológico.Conclusões: Em razão de sua grande variedade de apresentação clínica inicial, o diagnóstico de miocardite pode ser difícil. Em quadros de insuficiência cardíaca inexplicada de início recente, pode estar indicada a biópsia miocárdica para afastar miocardite, a qual é uma das grandes responsáveis pelas mortes súbitas que ocorrem em adultos jovens com menos de 40 anos de idade.

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P 013ENDOCARDITE INFECCIOSA EM GESTANTE

VANESSA WANDEUR MIERZWA (HOSPITAL NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS), ALEXANDRE ALESSI (HOSPITAL NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS), ANDRÉ DAVID (HOSPITAL NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS), ROBERTA TURINI (HOSPITAL NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS), PEDRO HENRIQUE BARBOSA DANIEL (HOSPITAL NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS), RICARDO BRANCHER (HOSPITAL NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS ), ROBERTO GOMES DE CARVALHO (HOSPITAL NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS ), REMULO JOSÉ RAUEN JUNIOR (HOSPITAL NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS ), GABRIEL SALLER OTTOBONI (HOSPITAL NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS ), VINÍCIUS NESI CAVICCHIOLI (HOSPITAL NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS )

INTRODUÇÃO: A Endocardite Infecciosa (EI) é uma doença de prevalência variável, que pode manifestar-se através de fenômenos embólicos e imunológicos, febre e sinais de insuficiência cardíaca. Possui etiologia bacteriana, sendo Staphylococcus e Streptococcus os microrganismos comumente isolados. O diagnóstico é baseado nos critérios de Duke e um dos pilares do tratamento é a antibioticoterapia, o qual dependerá da presença de valva nativa ou prótese e culturas, além de cirurgia cardíaca, em casos selecionados.OBJETIVO: Descrever um caso de EI de evolução grave em paciente gestante.METODOLOGIA E DELINEAMENTO: Descrição clínica, laboratorial, de tratamento cirúrgico deste caso e revisão de artigos científicos.RESULTADOS: Gestante (Idade Gestacional de 17 semanas), 33 anos, previamente hígida, refere que há 03 semanas iniciou prostração, febre e dispneia aos moderados esforços. Atendida em hospital privado – Paraná, em maio de 2018, devido a piora dos sintoma e foi internada com a hipótese diagnóstica de Pneumonia. Após um dia de internamento, paciente evolui com edema agudo de pulmão e choque cardiogênico, ao Ecocardiograma Transtorácico foi demonstrado imagem sugestiva de rotura de cordoalha tendínea, prolapso da cúspide anterior e regurgitação excêntrica posterior importante em valva mitral, além de ecos móveis na extremidade distal da cúspide anterior, medindo 8,8x2,6 mm, sugestivo de vegetação. Antibióticoterapia foi iniciada com Ampicilina e Oxacilina e no mesmo dia foi submetida de emergência a troca de valva mitral por prótese biológica, com utilização de circulação extracorpórea normotérmica, evitando oscilações pressóricas e drogas com efeito deletério ao feto. No segundo dia pós-operatório foi realizado Ultrassonografia Fetal, a qual demonstrou gestação viável, fluxos vasculares placentários dentro da normalidade. Paciente e feto apresentaram boa evolução, completando tratamento antibiótico recomendado, aguardando melhor momento para o parto, conforme indicações obstétricasCONCLUSÃO: O diagnóstico precoce em casos complicados de EI são de extrema importância pois permite um tratamento rápido e eficaz, e no caso apresentado, possibilitou a viabilidade da gestação.

P 015EVOLUÇÃO CLÍNICA DE PACIENTES COM LESÕES DE TRONCO DE CORONÁRIA ESQUERDA NÃO-PROTEGIDO SUBMETIDOS A ANGIOPLASTIA CORONÁRIA COM IMPLANTE DE STENTS FARMACOLÓGICOS - SEGUIMENTO DE 5 ANOS

VINICIUS SHIBATA FERRARI (HOSPITAL CARDIOLÓGICO COSTANTINI), LUZIEL ANDREI KIRCHNER (HOSPITAL CARDIOLÓGICO COSTANTINI), COSTANTINO ROBERTO COSTANTINI (HOSPITAL CARDIOLÓGICO COSTANTINI), COSTANTINO ORTIZ COSTANTINI (HOSPITAL CARDIOLÓGICO COSTANTINI), SERGIO GUSTAVO TARBINE (HOSPITAL CARDIOLÓGICO COSTANTINI), MARCELO FREITAS SANTOS (HOSPITAL CARDIOLÓGICO COSTANTINI), DANIEL ANIBAL ZANUTTINI (HOSPITAL CARDIOLÓGICO COSTANTINI), RAFAEL MICHEL DE MACEDO (HOSPITAL CARDIOLÓGICO COSTANTINI), ALEX HIRO GONDO (HOSPITAL CARDIOLÓGICO COSTANTINI), ANDRE FERNANDES DALLANORA (HOSPITAL CARDIOLÓGICO COSTANTINI)

Introdução: O tratamento da lesão em Tronco de coronária esquerda (TCE) ainda persiste como desafio. O seguimento tardio de pacientes submetidos a intervenção coronária percutânea (ICP) ainda traz resultados conflitantes. Ademais, poucos estudos exigem a otimização do implante do stent com ultrassom intracoronário (USIC). Neste cenário, surge a proposta deste estudo em analisar os dados de ICP otimizada em TCE em um centro de referencia cardiológica.Objetivo: Avaliar a frequência de eventos cardíacos adversos maiores (ECAM) em até 5 anos de pacientes submetidos a ICP em TCE com utilização do USIC.Métodos: Foram selecionados pacientes submetidos a ICP em TCE com seguimento mínimo de 5 anos. Durante esse período foram avaliados as taxas de Eventos Cardíacos Adversos Maiores (ECAM): Infarto agudo do miocárdio (IAM), acidente vascular encefálico (AVC), morte por qualquer causa e necessidade de nova revascularização. Após, os dados foram compilados e analisados por método estatístico a fim de evidenciar possíveis preditores de eventos.Resultados: A taxa de ECAM após seguimento de 5 anos foi de 17,12. Na avaliação isolada: morte por qualquer causa: 5,47, IAM: 3,42, AVC: 0,68, Taxa de revascularização do vaso alvo (TVR): 12,32, Taxa de revascularização da lesão alvo (TLR): 9,58 e cirurgia de revascularização miocárdica (CRM): 2,73. Lesões localizadas em bifurcação que envolveram a artéria circunflexa (CX) tiveram maiores taxas de eventos. Angina estável foi a apresentação clínica que se correlacionou com menores taxas de ECAM. A avaliação da geração do stent utilizado não demonstrou diferença estatística, porem os stents de 1ª geração tiveram maiores índices de TVR e TLR.Conclusão: A ICP otimizada em TCE não protegido neste estudo se mostrou segura e eficaz na evolução tardia uma vez que apresentou taxas de ECAM inferiores aos demonstrados na literatura. Os dados levantados reforçam a importância da utilização do USIC para realização deste procedimento.

P 014AVANÇO CIRÚRGICO: A SUBSTITUIÇÃO DA TÉCNICA CONVENCIONAL PELA CIRURGIA MINIMAMENTE INVASIVA

ISABELA OLDONI (FPP), KERLI DREIER KUPAS (FPP)

Introdução: Observa-se que nos últimos anos, têm-se utilizado acessos alternativos, tais como implante percutâneo ou transapical de valva aórtica e dispositivos endovasculares, refletindo a popularidade da cirurgia cardíaca minimamente invasiva. Entretanto, sabe-se que a esternotomia mediana ainda é o acesso tradicional para tratamento cirúrgico das doenças do coração.Objetivo: Identificar quais os diferentes resultados e aspectos do uso da cirurgia minimamente invasiva videoassistida e da técnica convencional para o tratamento da valva aórtica.Delineamento: Revisão de literatura.Métodos: Por meio das bases de dados PubMed, Scielo e LILACS, usamos os critérios de inclusão - estudos realizados com mais de 10 pacientes e estudos prospectivos - e critérios de exclusão - estudos com operações realizadas em diferentes instituições - obtivemos 5 artigos para a realização desse trabalho. Resultados: Há duas cirurgias usadas para o tratamento da valva aórtica, a técnica convencional – amplamente utilizada - e a cirurgia minimamente invasiva videoassistida ou toracotomia minimamente invasiva (TMI) – que está ganhando espaço por ser efetiva para tratamento de coronárias. A cirurgia minimamente invasiva tem como fundamento reduzir o acesso realizado, pois a instalação da circulação extracorpórea é imprescindível e independente da técnica cirúrgica escolhida. A TMI minimiza as incisões, o trauma cirúrgico, a perda sanguínea, o uso de hemoderivados, o risco de infecções, o período de recuperação pós-operatória e é mais aceita no quesito estético. Pode ser realizada por incisão em T invertido ou em H, facilitando a exposição a todas as valvas cardíacas, o que não acontece na técnica tradicional.Conclusões: Apesar da cirurgia tradicional para a valva aórtica ser efetiva, a cirurgia minimamente invasiva não altera a mortalidade e morbidade, sendo considerada tão segura quanto a técnica tradicional, além de superar em muitos quesitos. Assim, permanece na preferência do paciente ou na experiência da equipe cirúrgica o uso do método.

P 016FOLLOW-UP DOS PACIENTES SUBMETIDOS À IMPLANTE VALVAR AÓRTICO PERCUTÂNEO (IVAP) EM UM HOSPITAL CARDIOLÓGICO DE CURITIBA

ANDRE FERNANDES DALLANORA (HOSPITAL CARDIOLÓGICO COSTANTINI), LUZIEL ANDREI KIRCHNER (HOSPITAL CARDIOLÓGICO COSTANTINI), COSTANTINO ORTIZ COSTANTINI (HOSPITAL CARDIOLÓGICO COSTANTINI), COSTANTINO ROBERTO COSTANTINI (HOSPITAL CARDIOLÓGICO COSTANTINI), SERGIO GUSTAVO TARBINE (HOSPITAL CARDIOLÓGICO COSTANTINI), MARCELO FREITAS SANTOS (HOSPITAL CARDIOLÓGICO COSTANTINI), DANIEL ANIBAL ZANUTTINI (HOSPITAL CARDIOLÓGICO COSTANTINI), RENAN DENADAI TURCI (HOSPITAL CARDIOLÓGICO COSTANTINI), RAFAEL MICHEL DE MACEDO (HOSPITAL CARDIOLÓGICO COSTANTINI), VINICIUS SHIBATA FERRARI (HOSPITAL CARDIOLÓGICO COSTANTINI)

Introdução: A estenose aórtica caracteriza-se como a doença valvar cardíaca adquirida mais comum entre a população geral e aumenta sua prevalência com a idade. O implante valvar aórtico percutâneo (IVAP) pode ser usado como alternativa ao procedimento cirúrgico em pacientes de alto risco. Objetivos: Avaliar desfecho combinado e independente entre morte, acidente vascular cerebral e infarto agudo do miocárdio nos primeiros 30 dias após IVAP e até 1 ano de evolução. Métodos: Estudo retrospectivo de casos de implante de válvula aórtica por cateter entre outubro de 2010 e março de 2017. Análise de variáveis clínicas e do procedimento, correlacionando com mortalidade intra-hospitalar e de 1 ano. Adotado p0,05 como significativo.Resultados: Foram avaliados 49 pacientes com doença valvar aórtica severa de etiologia degenerativa. A amostra se caracterizava por pacientes idosos, hipertensos, coronariopatas, dislipidêmicos, Quando avaliadas as médias dos escores de risco percebe-se que as comorbidades contribuíram para a tomada de decisão para indicação do procedimento, Notou-se uma reversão do processo de remodelamento cardíaco com significativa redução da espessura da parede posterior do ventrículo esquerdo e do septo interventricular pós procedimento, Apresentou um aumento na incidência de refluxo valvar moderado no pós procedimento, porém sem interferir nos desfechos maiores dos pacientes envolvidos, Notou-se um baixo índice de complicações relacionadas ao procedimento, porém destaca-se uma taxa mais elevada relacionada à complicação do acesso vascular, Dentre os eventos cardiovasculares maiores (ECAM) avaliados no período hospitalar, com 30 dias e até um ano o de maior freqüência foi a morte não cardíaca, Os ECAM em até 30 dias do procedimento foi de 10,2, compatível com o descrito na literatura.Conclusão: Os resultados evidenciaram o benefício potencial do procedimento. O IVAP consiste em um método terapêutico seguro e de grande relevância para portadores de estenose aórtica de alto risco cirúrgico, anteriormente mantidos em tratamento clínico.

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Resumos Temas Livres

P 017ASSOCIAÇÃO ENTRE FRAÇÃO DE EJEÇÃO DO VENTRÍCULO ESQUERDO E ESTÁGIO DA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA

MIGUEL IBRAIM ABBOUD HANNA SOBRINHO (HC - UFPR), RENAN DENADAI TURCI (HC - UFPR), TIAGO AUGUSTO ZWIERZIKOWSKI (HC - UFPR), ANDERSON ULBRICH (UFPR), JULYANA ZANINELLI MAIOLINO (HC -UFPR)

Introdução: A insuficiência cardíaca (IC) é uma síndrome clínica complexa que pode resultar de qualquer transtorno cardíaco que gere perfusão sistêmica inadequada às necessidades fisiológicas. A etiologia é diversa, sendo a via final comum da maioria das afecções crônicas que acometem o coração.

Objetivo: No presente estudo visamos conhecer o perfil epidemiológico dos pacientes do ambulatório de IC do Hospital de Clínicas da UFPR. Junto a isso, procuramos estabelecer correlações e associações estatísticas entre os fatores levantados.

Delineamento: Foram analisados, de forma retrospectiva e analítica, dados de consultas realizadas entre dezembro de 2014 e julho de 2015 do ambulatório supracitado. Os dados foram coletados ao longo dos anos de 2016 e 2017, e trabalhados durante o segundo semestre de 2017

Pacientes e métodos: Foram incluídos no estudo 108 pacientes, já previamente diagnosticados com IC, sendo computados seus parâmetros mais recentes no período. A análise estatística foi realizada por meio de teste de normalidade, descritiva, associação, correlação, regressão logística e curva ROC.

Resultados: A etiologia mais prevalente no grupo foi a isquêmica (28,7) em ambos os sexos. A cada 10 pacientes, 6 encontravam-se no estágio C de evolução da IC e um terço encontrava-se na classe funcional III segundo a NYHA (New York Heart Association). A FEVE (Fração de ejeção do ventrículo esquerdo) demonstrou-se predominantemente reduzida (40). A FEVE reduzida demonstrou uma razão de chance de 3 vezes maior de apresentar estágios avançados (C e D) sendo ponto de corte na curva ROC o valor de 37 na FEVE.

Conclusão: Os pacientes portadores de insuficiência cardíaca do ambulatório em questão com fração de ejeção do ventrículo esquerdo menor que 40 apresentaram três vezes mais chance de se encontrar em estágios mais avançados da doença.

P 019ANÁLISE CRÍTICA, CLÍNICA E EPIDEMIOLÓGICA DE PACIENTES SUBMETIDOS AO TESTE ERGOMÉTRICO EM HOSPITAL TERCIÁRIO DE CURITIBA – PR.

LARISSA OLIMPIO DE LIMA DUARTE (UNIVERSIDADE POSITIVO), LETÍCIA LEVANDOSKI BIANCHINI (UNIVERSIDADE POSITIVO), ANDRÉ LUIS DAVID (HOSPITAL NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS), CRISTINA TERUMY OKAMOTO (UNIVERSIDADE POSITIVO)

Introdução: A Doença Cardiovascular (DCV) é responsável por 30 dos óbitos no Brasil. Dentre os fatores de risco para DCV existem fatores modificáveis e não modificáveis. Considera-se modificável: tabagismo, elevação do LDL colesterol ou níveis baixos de HDL colesterol, obesidade, diabetes mellitus (DM) e hipertensão arterial (HAS). O teste ergométrico (TE) pode ser utilizado no diagnóstico das DCVs, sendo útil na determinação prognóstica, na avaliação da resposta terapêutica, na avaliação da tolerância ao esforço e de sintomas compatíveis com arritmias ao exercício. É um exame não invasivo, reprodutível, que avalia o comportamento do sistema cardiovascular frente ao exercício físico, sob monitorização clínica, eletrocardiográfica e hemodinâmica. Objetivo: Avaliar o perfil clínico e epidemiológico de pacientes que realizaram TE em hospital terciário. Além de confrontar, os testes alterados (que apresentaram arritmias complexas e/ou alterações isquêmicas do segmento ST), com os fatores de risco e dados epidemiológicos. Delineamento: Estudo transversal e descritivo. Pacientes e Métodos: Análise de dados secundários baseado na revisão de 1820 prontuários e laudos de TE realizados em hospital terciário, no período entre 01/01/2016 e 31/12/2016. Resultados: Do total de pacientes, 53,1 eram do sexo feminino e 46,9 do sexo masculino. Dos 1820, 128 foram positivos para o teste. Os fatores de risco para DCV com significância estatística (p0,05) foram: Obesidade/sobrepeso, dislipidemia e HAS. A partir da medida de análise estatística, odds ratio (OR) expressa através do IC95, obtiveram associação positiva para o desfecho as variáveis dislipidemia (OR 2,07, IC95 1,38 – 3,10) e HAS (OR 1,97, IC95 1,37 – 2,84). Conclusão: Os fatores de risco com significância para positividade do TE foram: dislipidemia e HAS, evidenciando que os fatores de risco modificáveis foram os que mostraram relevância para o desfecho TE alterado. Portanto, ressalta-se a importância do médico generalista e especialista atentar para esses fatores na prática clínica diária.

P 018CORRELAÇÃO DE TESTES FUNCIONAIS E DA ANGIOTOMOGRAFIA CORONÁRIA NA PONTE MIOCÁRDICA

LARISSA MARIA VOSGERAU (FACULDADE EVANGÉLICA DO PARANÁ - FEPAR), FERNANDO BERMUDEZ KUBRUSLY (INSTITUTO DENTON COOLEY DE PESQUISA - IDC), MIGUEL MORITA FERNANDES SILVA (CLÍNICA QUANTA DIAGNÓSTICO E TERAPIA), MARCELLO ZAPPAROLI (CLÍNICA QUANTA DIAGNÓSTICO E TERAPIA), CAMILA APARECIDA MORAES MARQUES (INSTITUTO DENTON COOLEY DE PESQUISA - IDC), RODRIGO JULIO CERCI (CLÍNICA QUANTA DIAGNÓSTICO E TERAPIA), LUIZ FERNANDO KUBRUSLY (FACULDADE EVANGÉLICA DO PARANÁ - FEPAR)

Introdução: A ponte miocárdica (PM) é uma anomalia congênita das artérias coronárias, em que esta atravessa a porção intramural do miocárdio, sofrendo compressão durante a sístole. Apesar da maior perfusão coronariana ocorrer durante a diástole, a PM pode gerar isquemia miocárdica e levar a complicações, como arritmias, infarto agudo do miocárdio e morte súbita. Objetivo: Relacionar a ponte miocárdica, diagnosticada através de angiotomografia coronária, com isquemia miocárdica, evidenciada por testes funcionais (teste ergométrico e cintilografia miocárdica) positivos para isquemia. Delineamento: Estudo prospectivo não randomizado. Pacientes e Métodos: Estudo realizado através de pacientes que realizaram angiotomografia coronária de outubro de 2016 a fevereiro de 2018. Foram excluídos pacientes com doença coronariana prévia, com obstrução coronária maior que 50 e sem prova funcional. Um total de 779 pacientes foi avaliado. Realizou-se regressão logística multivariada para determinar o valor preditivo da PM para isquemia em testes funcionais (TF), ajustado para as seguintes variáveis: idade, sexo, hipertensão arterial sistêmica (HAS), diabetes mellitus (DM), dislipidemia, história familiar, sedentarismo e aterosclerose. Resultados: Na população avaliada, 585 pacientes apresentavam teste funcional positivo e 194 negativo. Dos 779 pacientes, 135 (17,3) apresentaram PM à angiotomografia, sendo 109 com TF positivo e 26 com TF negativo (p valor 0,095). Os pacientes com PM e TF positivo representaram 18,6 dos pacientes isquêmicos. Nos pacientes com TF positivo, 344 (58,8) eram mulheres (p valor 0,0001), 327 (55,9) apresentavam HAS (p valor 0,420), 120 (20,6) possuíam DM (p valor 0,278), 242 (41,4) possuíam dislipidemia (p valor 0,038), 354 eram sedentários (p valor 0,142) e 309 (52,8) apresentaram aterosclerose (p valor 0,150). Na análise multivariada apenas o sexo feminino (OR 2,15 [IC95 1,52-3,02]) foi considerado preditor de isquemia miocárdica em TF. Conclusão: A PM esteve presente em aproximadamente um quinto dos casos isquêmicos. Estatisticamente não foi considerada como preditora de testes funcionais positivos.

P 020PREVALÊNCIA DE FIBRILAÇÃO ATRIAL EM PACIENTES PORTADORES DE MARCAPASSO

JORGE FELIPE DO LAGO PEREIRA DOS SANTOS (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA), MARIO AUGUSTO CRAY DA COSTA (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA), ELISE SOUZA DOS SANTOS REIS (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA)

Introdução – O marcapasso é um dispositivo utilizado no tratamento de diversas alterações do rítmico cardíaco, permitindo ainda o contínuo monitoramento da atividade elétrica, registrando a ocorrência de eventos arrítmicos. Uma das arritmias mais frequentes após a implantação do dispositivo é a fibrilação atrial (FA), fator de risco importante para eventos embólicos. A frequência dessa arritmia nos portadores de marcapasso ainda não foi amplamente estudada. Objetivos – Pretende-se avaliar a incidência, prevalência, e preditores da ocorrência de FA nesses indivíduos. Delineamento, pacientes e métodos – Foi realizado um estudo de coorte mista com 143 pacientes em acompanhamento semestral do marcapasso, sem FA prévia, e coletados dados clínicos do prontuário e da telemetria do dispositivo. Para cálculo dos preditores em variáveis categóricas, foram utilizados os testes de Fisher e qui-quadrado, e para variáveis contínuas, o teste de Mann-Whitney. A amostra foi composta por 79 (55) homens, a idade mediana foi de 73 anos, com acompanhamento mediano de 48 meses. Resultados – Ao término do estudo, 38 pacientes apresentavam FA, resultando em uma prevalência de 26,5. A incidência anual em pacientes após o procedimento de implantação do marcapasso foi de 4,66. Destes, 26 (68) eram homens, representando um risco relativo de 1,89 (p0,05, teste do qui-quadrado) para desenvolvimento de FA. Dentre as comorbidades analisadas, outro fator que guarda importante correlação com o risco de FA foram as doenças da tireoide. Pacientes com hipotireoidismo apresentaram um risco relativo de 2,29 (p0,01, teste do qui-quadrado) para ocorrência de FA, enquanto o hipertireoidismo esteve associado a um risco 3,2 vezes maior (p0,0001, teste exato de Fisher). Conclusões – A partir dessas observações, pode-se traçar um perfil dos pacientes em maior risco de desenvolvimento de fibrilação atrial com o uso do dispositivo, garantindo-se o monitoramento adequado e as condutas para prevenir possíveis complicações embólicas

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Resumos Temas Livres

P 021INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO E ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL NA HIPERTENSÃO ARTERIAL: UMA COMPARAÇÃO ENTRE AS REGIÕES NORDESTE E SUL

DANIELA REMONTTI (UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ), GUSTAVO PESSOA PINTO (UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ), RAQUEL PEREIRA FRANKLIN THOMÁZ (UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ), JOSÉ LUCAS MARTINS COSTA (UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ), ARTUR COSTA CRUZ (UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ), NATHALIA PAIVA FERRANTE (UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ), IGOR AUGUSTO FARIA DE OLIVEIRA VELOSO (UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ)

Introdução: Segundo o Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VlGITEL), o número de pessoas com hipertensão arterial (HA) aumentou 14,2 de 2006 a 2016. Atingindo mais de um quarto da população brasileira, essa comorbidade configura questão de saúde pública, principalmente, devido à relação que mantém com doenças cardiovasculares - destaque nas causas de morte no Brasil. Nesse contexto, duas das complicações mais frequentes da HA são o infarto agudo do miocárdio (IAM) e o acidente vascular cerebral (AVC).Objetivo: O presente estudo propõe-se a comparar as regiões Nordeste e Sul acerca de duas complicações da hipertensão arterial: o IAM e o AVC.Delineamento: Trata-se de um estudo ecológico exploratório de múltiplos grupos e base populacional.Método: Os dados foram obtidos por meio do Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabéticos (HIPERDIA), presente no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Selecionando o período de janeiro de 2012 a março de 2013, analisou-se cada estado das regiões Nordeste e Sul com relação aos quadros de IAM e AVC, separadamente, em hipertensos. Então, calculou-se a porcentagem nas regiões, visando a encontrar a proporção de casos em cada uma para comparar.Resultados: Constatou-se, na região Nordeste, que 2,83 dos pacientes diagnosticados com hipertensão foram acometidos por IAM e 5,18 por AVC. Já na região Sul, 5,82 e 5,48 dos hipertensos, respectivamente, apresentaram quadro de IAM e AVC.Conclusões: A região Sul apresentou taxas mais elevadas das complicações, sendo a diferença entre regiões mais exacerbada no AVC - aproximadamente 105,65 - e mais sutil no IAM, onde foi cerca de 5,8. Esse contraste pode estar atrelado ao estilo de vida e às limitações de cada região, à subnotificação ou a ambos fatores, sendo necessário pesquisas longitudinais que pretendam avaliar tal questão.

P 023PARÂMETROS NUTRICIONAIS DE NIPODESCENDENTES RESIDENTES EM CURITIBA, PR

CAROLINE SALTON (UNIVERSIDADE POSITIVO), PAULO VICTOR GOMES MODANESE (HOSPITAL DE CLÍNICAS/ UFPR), THAIS REGINA MEZZOMO (UNIVERSIDADE POSITIVO), JESSICA ALVES DE PAULA (HOSPITAL DE CLÍNICAS/ UFPR), DÉBORA KANEGAE TADANO (HOSPITAL DE CLÍNICAS/ UFPR), LYS MARY BILESKI CÂNDIDO (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ)

Introdução: O afastamento da cultura oriental japonesa tem modificado o habito alimentar de japoneses residentes no Brasil, observando maior consumo de alimentos fontes de carboidratos refinados e alimentos fonte de gordura saturada em detrimento à alimentação rica hortaliças e peixes marinhos, fonte já bem estabelecida na literatura de ômega-3. A alteração do hábito alimentar modifica o estado nutricional dos indivíduos, aumentando o risco de desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). Nesse contexto, este estudo teve o objetivo de avaliar o estado nutricional de nipodescendentes residentes em Curitiba, PR.Métodos: Estudo transversal com uma população japonesa e/ou descendente. A população foi composta por associados ou parentes japoneses do Clube Nikkei de Curitiba, PR, maiores de 18 anos. A avaliação do estado nutricional foi realizada por meio de avaliação antropométrica de peso (kg), estatura (m), índice de massa corporal (IMC) (kg/m2) e circunferência abdominal (CA) (cm). O IMC e a CA foram classificados conforme as Diretrizes Brasileiras de Obesidade (ABESO, 2016), considerando o sexo e a etnia (japonesa). Os resultados foram descritos por mensuração de tendência central e dispersão.Resultados: A amostra foi composta por 105 participantes, sendo 33,3 (n=35) indivíduos do sexo masculino e 66,7 (n=70) do sexo feminino com idade de 51,3±6,7 anos. Observou-se peso de 66,9±12,3 kg, estatura de 1,64 ± 0,05 m, IMC de 25,84±1,16 kg/m2 e CA de 89,25±4,76 cm. Ainda, verificou-se que 8 (n=8) apresentaram baixo peso, 55 (n=57) apresentaram eutrofia, 29 (n=30) sobrepeso e 13 (n= 13) obesidade, segundo o IMC e, 53,5 (n=56) dos indivíduos apresentaram risco aumentado para doença cardiovascular segundo a CA.Conclusão: O estado nutricional da população japonesa avaliada é predominantemente de eutrofia segundo o IMC mas com risco aumentado para doença cardiovascular segundo a CA. A gordura visceral associa-se à DCNT e necessita de tratamento por equipe de saúde.

P 022CONSUMO ALIMENTAR DE NIPODESCENDENTES RESIDENTES EM CURITIBA, PR

CAROLINE SALTON (UNIVERSIDADE POSITIVO), PAULO VICTOR GOMES MODANESE (HOSPITAL DE CLÍNICAS/ UFPR), THAIS REGINA MEZZOMO (UNIVERSIDADE POSITIVO), JESSICA ALVES DE PAULA (HOSPITAL DE CLÍNICAS/ UFPR), DÉBORA KANEGAE TADANO (HOSPITAL DE CLÍNICAS/ UFPR), LYS MARY BILESKI CÂNDIDO (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ)

Introdução: O Paraná concentra a segunda maior comunidade japonesa do país. Considerando que a mudança no modelo alimentar e a transição nutricional têm sido relatadas em diversas populações e a cozinha traduz a cultura e reflete a civilização de um povo, este estudo teve o objetivo de conhecer o consumo alimentar de nipodescendentes residentes em Curitiba, PR.

Métodos: Estudo transversal com população japonesa e/ou descendente. A população foi composta por associados ou parentes japoneses do Clube Nikkei de Curitiba, PR, maiores de 18 anos. A avaliação do consumo alimentar foi realizada por meio de um Questionário de Frequência Alimentar (QFA) desenvolvido e validado para a população japonesa. Os resultados foram comparados com a Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose (2017) e descritos por mensuração de tendência central e dispersão.

Resultados: A amostra foi composta por 105 participantes, sendo 33,3 (n=35) indivíduos do sexo masculino e 66,7 (n=70) do sexo feminino com média de idade de 51,3 ± 6,7 anos. De acordo com o QFA verificou-se consumo energético médio de 2597,2 ± 593,8 kcal, 58,4 ± 15,5 de carboidratos, 16,8 ± 4,3 de proteínas, 24,8 ± 6,7 de lipídios totais, 11,0 ± 1,9 de gorduras saturadas, 8,7 ± 2,0 de gordura monoinsaturada, 6,2 ± 1,5 de gordura poli-insaturada, 303,8 ± 53,1g de colesterol, 1,5 ± 0,4 g de ômega-3 e 32,8 ± 4,6g de fibras.

Conclusão: O consumo alimentar da população japonesa avaliada foi normoglicídica, hiperproteica, hipolipídica com elevado consumo de gorduras saturadas, baixo consumo de gorduras monoinsaturadas, adequado percentual de gordura poli-insaturada com adequado consumo de gorduras do tipo ômega-3 e fibras. O excesso de gordura saturada na alimentação, associada com outros estilos de vida predispõem os indivíduos a riscos cardiovasculares.

P 024INFLUÊNCIA DO ÍNDICE HEMODINÂMICO AGUDO NA MORTALIDADE INTRA-HOSPITALAR DE PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA: INSIGHTS DO REGISTRO BREATHE.

LUKA DAVID LECHINEWSKI (SANTA CASA DE CURITIBA-PR), RENATA T CASTRO (UFRJ), ALAN HOMERO (PUC-PR), FERNANDO BACAL (DEIC-SBC), SALVADOR RASSI (DEIC-SBC), DIRCEU ALMEIDA (DEIC-SBC), DENILSON ALBUQUERQUE (DEIC-SBC), CRISTINA PELEGRINO BAENA (PUC-PR), LUIS ROHDE (DEIC-SBC), LIDIA Z. MOURA (PUC-PR)

Introdução: Apesar de frequência cardíaca (FC) controlada e pressão de pulso (PP) elevada serem associados a melhores desfechos em pacientes com insuficiência cardíaca (IC) crônica estável, o impacto prognóstico da resposta hemodinâmica ao estresse agudo é desconhecido. Objetivo: Estudar FC e PP à admissão hospitalar como preditores de mortalidade hospitalar.Delineamento: Estudo observacional baseado no 1º Registro Brasileiro de IC (BREATHE) desenvolvido em 51 centros, de fevereiro de 2011 a dezembro de 2012. Pacientes e Métodos: Avaliados dados de pacientes admitidos com IC descompensada necessitando hospitalização, divididos em 2 grupos: os que faleceram durante a internação (óbito intra-hospitalar) e os que receberam alta (alta hospitalar). Dados clínicos e demográficos foram comparados com T-teste ou qui-quadrado. Desenvolveu-se um Índice Hemodinâmico Agudo (AHI=FCxPP/1000) cujo ponto de corte para predizer mortalidade foi calculado baseado em análise de curva ROC . Modelos de regressão múltipla incluíram variáveis com significância estatística na análise univariada. Resultados: BREATHE incluiu 1263 pacientes [idade= 64±16 anos, fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE)=39±17, 40.5 homens] com taxa de mortalidade intra-hospitalar de 12,9. AHI foi considerado anormal se 8804, 3.4 bpm.mmHg e pacientes do grupo óbito intra-hospitalar apresentaram menores valores (3.7±1.9 vs. 4.3±2.1 bpm.mmHg, p0,001). Não houve diferença significativa de idade, gênero, diabetes, doença renal crônica, doença arterial coronária e FEVE na admissão entre os 2 grupos (p 0.05 for all).Conclusões: O AHI, na avaliação da resposta hemodinâmica ao estresse agudo, comportou-se como um fator prognóstico independente não invasivo em pacientes com IC descompensada.

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Resumos Temas Livres

P 025PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO DE SERVIDORES HIPERTENSOS EM UMA UNIVERSIDADE PÚBLICA PARANAENSE

SABRINA ROQUETTE (UEM), BEATRIZ MEDEIROS GURGEL (UEM), LETÍCIA DE OLIVEIRA RAPOSO (UEM), JULIANA CRIVOI FIORI (UEM), GIOVANA FIDELIS CONTI (UEM), GUILHERME GALERANI MOSSINI (UEM), IARA DE MATOS LESSA (UEM), BEATRIZ HIROMI ISHIKAWA (UEM), IDALINA DIAIR REGLA CAROLINO (UEM), SÉRGIO SEIJI YAMADA (UEM)

INTRODUÇÃO. Hipertensão arterial atinge 32,5 dos adultos e mais de 60 dos idosos, contribuindo em 50 das mortes por doença cardiovascular. Isso evidencia a importância do diagnóstico precoce e controle dos níveis pressóricos elevados, prevenindo futuras complicações sistêmicas. OBJETIVOS. Identificar perfil clínico-epidemiológico dos servidores hipertensos numa universidade pública do Paraná. DELINEAMENTO. Estudo observacional descritivo, quantitativo, transversal e retrospectivo (Janeiro/2013-Dezembro/2016), com dados de um Projeto de Extensão. PACIENTES E MÉTODOS. Determinou-se amostragem de 44 dos 218 servidores selecionados (21,3), pelos critérios de elegibilidade: maiores de 18, com vínculo empregatício na universidade, que se diziam hipertensos. Variáveis consideradas: idade, gênero, escolaridade, Pressão Arterial Sistólica (PAS), Pressão Arterial Diastólica (PAD), Índice de Massa Corporal (IMC), entre outras. Os dados foram sistematizados em Microsoft Excel® e submetidos a uma análise descritiva no RStudio®. O tamanho reduzido da amostra foi uma limitação do estudo. RESULTADOS. Avaliaram-se 44 servidores hipertensos, sendo que 25 apresentaram níveis pressóricos elevados durante entrevista. A média da PAS foi de 132,1 mmHg, já a da PAD 98,2 mmHg. A maioria eram mulheres (61,3), em média 50,6 anos. Ao todo, tabagistas totalizaram 29,5. Do nível de escolaridade, 72 tinham ensino superior completo e 50 pós-graduação. Das variáveis contínuas, média de quadril e cintura corresponderam, respectivamente, a 110,3 e 96,3 cm, enquanto IMC indicou sobrepeso (28,9Kg/m²). Quantificando a prática de exercícios físicos, determinou-se média de 1,2h/semana. CONCLUSÕES. Apesar do alto grau de instrução dos servidores hipertensos, identificaram-se níveis pressóricos elevados em 25, indicando HA não-controlada, apontando possivelmente para tratamento inadequado ou falta de adesão deste. Outras variáveis não corresponderam ao esperado: IMC e prática de exercícios físicos, que quando adequados, são aliados ao tratamento medicamentoso. Portanto, observou-se necessária conscientização dos hipertensos sobre cuidados no controle dos níveis pressóricos, incluindo acompanhamento médico adequado.

P 027ESTUDO DESCRITIVO SOBRE TRATAMENTO E CONTROLE DA HIPERTENSÃO ARTERIAL EM SERVIDORES DE UMA UNIVERSIDADE DO PARANÁ

BEATRIZ MEDEIROS GURGEL (UEM), JULIANA CRIVOI FIORI (UEM), SABRINA ROQUETTE (UEM), LETÍCIA DE OLIVEIRA RAPOSO (UEM), GIOVANA FIDELIS CONTI (UEM), GUILHERME GALERANI MOSSINI (UEM), IARA DE MATOS LESSA (UEM), BEATRIZ HIROMI ISHIKAWA (UEM), IDALINA DIAIR REGLA CAROLINO (UEM), SÉRGIO SEIJI YAMADA (UEM)

INTRODUÇÃO: Hipertensão arterial afeta 36 milhões (32,5) de brasileiros e contribui com 50 dos óbitos por cardiovasculopatias. Recomenda-se uma associação de medidas medicamentosas e não farmacológicas como tratamento. No entanto, muitos indivíduos não aderem completamente, apresentando um controle inadequado de sua pressão arterial sistêmica (PAS), como mostrou um estudo com 918 adultos, no Sul do país, no qual a terapêutica apenas medicamentosa não reduziu a pressão (140mmHg) em 30,1 do pacientes.OBJETIVOS:Descrever as variáveis clínicas associadas com o tratamento de servidores hipertensos de uma universidade pública.DELINEAMENTO: Estudo observacional descritivo, quantitativo, transversal e retrospectivo (01/2013 à 12/2016).PACIENTES E MÉTODOS: Preencheu-se questionários de 218 servidores. Os dados foram transferidos para o Microsoft Excel® e analisados descritivamente pelo RStudio®. Incluiu-se indivíduos 18 anos, de ambos sexos e o tamanho reduzido da amostra foi uma limitação. RESULTADOS: Dos 218 entrevistados, 74,3 se declaram normotensos e 20,1 hipertensos. Dentre estes, 68,2 tratam apenas com medicamento, 9,1 não tratam, 6,8 utilizam medicamentos, exercício físico e dieta, o restante combina uma ou duas modalidades de tratamento. No primeiro grupo, 23,3 apresentam PAS 139mmHg, média de idade (MI) 51,3 anos, 76,6, ensino superior completo (ESC) e o IMC médio (IMCm) de 28,1. Nos que associam o medicamento com exercício e dieta, 33,3 possuem PAS 139mmHg, MI 53 anos e todos possuem ESC, média de horas de atividade física foi duas horas/semana e IMCm 29,3. Dos que não tratam, 50 possui PAS 139mmHg, IM 48,5 anos, 75 apresenta ESC e IMCm 39,4.CONCLUSÃO: Mesmo com alto grau de escolaridade, a maioria dos servidores ignora os benefícios conhecidos da dieta e do exercício físico no controle da hipertensão. Ainda, há uma parcela que não trata, apresentando valores altos de PAS. Portanto, mostra-se importante conscientizar sobre a importância do tratamento, bem como estabelecer ferramentas de triagem para detecção e acompanhamento da pressão arterial na população.

P 026IMPORTÂNCIA DA AFERIÇÃO DE PRESSÃO ARTERIAL EM INDIVÍDUOS NORMOTENSOS

JULIANA CRIVOI FIORI (UEM), BEATRIZ MEDEIROS GURGEL (UEM), SABRINA ROQUETTE (UEM), LETÍCIA DE OLIVEIRA RAPOSO (UEM), GIOVANA FIDELIS CONTI (UEM), GUILHERME GALERANI MOSSINI (UEM), IARA DE MATOS LESSA (UEM), BEATRIZ HIROMI ISHIKAWA (UEM), IDALINA DIAR REGLA CAROLINO (UEM), SÉRGIO SEIJI YAMADA (UEM)

INTRODUÇÃO: Os níveis pressóricos elevados normalmente não são acompanhados de sintomas, portanto é importante a triagem da população, por meio da aferição regular da Pressão Arterial (PA). Isso devido à estreita associação entre alterações da PA e aumento da mortalidade, além de eventos adversos como parada cardíaca ou internação não planejada em UTI. OBJETIVOS: Descrever as variáveis clínicas em estudo com servidores normotensos de uma Instituição de Ensino Superior.DELINEAMENTO: Estudo observacional descritivo, quantitativo, transversal e retrospectivo (Janeiro/2013-Dezembro/2016), com dados de um Projeto de Extensão. PACIENTES E MÉTODOS: Como critérios de elegibilidade: servidores públicos, maiores de 18, vinculados à Instituição, selecionou-se amostra de 218 pessoas. As seguintes variáveis foram consideradas: idade, gênero, Pressão Arterial Sistólica (PAS), Pressão Arterial Diastólica (PAD), Índice de Massa Corporal (IMC), entre outras. Os dados foram organizados no Microsoft Excel® e analisados no RStudio®.RESULTADOS: Foram entrevistados 218 servidores, em média com 46 anos. Desse 162 (74,3) se diziam normotensos, sendo 122 (75,3) mulheres e 40 (24,7) homens. Quanto à PAS avaliada, o resultado foi 114,9 mmHg e PAD 85,6 mmHg. 5 dos normotensos apresentaram níveis pressóricos elevados com PAS superior a 139 mmHg. Dentre os dados antropométricos, o IMC médio foi 24,4 Kg/m², enquanto medidas de quadril e cintura corresponderam respectivamente a 102,6 e 85,6 cm. Quanto ao nível de ensino, dividiram-se em 41 com superior completo e 67 com pós-graduação. CONCLUSÕES: Constatou-se que apesar de diagnosticados como não-hipertensos, 5 apresentaram níveis pressóricos elevados durante entrevista. Mesmo sem possuir diagnóstico de HAS, a PA pode apresentar-se esporadicamente elevada, o que justifica a necessidade de triagem. É importante, por isso, realizar outras aferições em momentos distintos, além do acompanhamento médico para monitorar níveis pressóricos do paciente e prevenir futuras comorbidades na HAS, como doenças cardiovasculares.

P 028RELAÇÃO ENTRE RISCO CARDIOVASCULAR E ESTADO NUTRICIONAL EM MULHERES COM DIABETES MELLITUS

BETINA HARMEL (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ)

Introdução: A doença cardiovascular (DCV) é a principal causa de mortalidade entre pacientes com Diabetes Mellitus (DM). A DCV em pacientes com DM está duas a quatro vezes aumentada, comparada aos não diabéticos. O índice de massa corporal (IMC) permite avaliar a obesidade e tem sido utilizado na estratificação do risco cardiovascular, principalmente em mulheres. Objetivo: Identificar o risco cardiovascular em mulheres diabéticas por meio da medida da circunferência abdominal. Delineamento: Estudo transversal observacional analítico. Pacientes e métodos: Estudo realizado com 18 mulheres diabéticas que realizavam acompanhamento para monitoramento do DM no Serviço de Endocrinologia e Metabologia do Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos do HC UFPR, sob o parecer de Nº: 2.192.983. Para a classificação do risco cardiovascular foram utilizadas as Diretrizes Brasileiras de Obesidade da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO), que tem como referência o ponto de corte de 88 cm para mulheres. Para a classificação do peso foi considerado o IMC, calculado pela divisão do peso, em quilos, pela altura, em metros, ao quadrado, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. Resultados: 78,57 (n=11) apresentavam risco para desenvolvimento de DCV, 50 (n=7) com obesidade grau I e 42,86 (n=6) apresentam sobrepeso. Conclusão: O elevado número de pacientes com risco cardiovascular evidencia o quanto as DCV estão presentes em portadoras de DM, principalmente naquelas que apresentavam sobrepeso/obesidade, e com isso, torna nítida a necessidade de intervenções que visem à promoção da saúde, especialmente no quesito de alimentação e atividade física, para redução de peso e consequentemente do risco cardiovascular.

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P 029IMPORTÂNCIA DO TILT TEST NA INVESTIGAÇÃO DE SÍNCOPE: SÍNDROME DO QT LONGO DESMASCARADA EM PACIENTE COM EPILEPSIA (HÁ CORRELAÇÃO COM SÍNCOPE NEUROCARDIOGÊNICA ?)

TATIANA SANTOS CAUS (CENTRO MÉDICO FAVALORO), SÉRGIO LÚCIO CAUS (CENTRO MÉDICO FAVALORO)

INTRODUÇÃO: A Síndrome do QT longo manifesta-se clinicamente como síncope cardíaca e morte súbita causadas por taquicardia ventricular polimórfica - torsade de pointes (TdP). Desencadeada pelo estresse físico ou emocional e, menos frequentemente, durante sono. Mais de 500 mutações associadas à SQTL foram descritas em 10 genes diferentes. As síncopes são mais frequentes em pacientes com idade inferior a 20 anos e são mais comuns no sexo femininoCASO CLÍNICO: SRM, 32 anos, feminina, com períodos de síncopes convulsivas na infância (por volta dos 8 anos). Tratada como epilepsia. Encaminhada pelo neurologista para realização de Tilt Test, uma vez que mantinha tais episódios, mesmo em uso de Fenobarbital e Hidantal.TILT TABLE TEST: Iniciado exame com a paciente assintomática. Aos 20 minutos de estresse ortostático, apresentou sintomas/sinais prodrômicos evoluindo com síncope neurocardiogênica tipo mista. Feita manobra de trendelenburg, com recuperação completa do colapso hemodinâmico. Após 2 minutos, em decúbito dorsal horizontal, apresentou palpitações taquicárdicas e nova síncope. Ao monitor, apresentava-se em taquicardia ventricular polimórfica (TdP). Iniciada manobra de ressuscitação cardiopulmonar, com recuperação dos sinais vitais após 30 segundos.DISCUSSÃO: Evidenciamos QTc acima de 460 ms em todos os eletrocardiogramas. Pós evento vasovagal: QTc 580 ms. Pré PCR: QTc 611 ms. Tdp foi desencadeada por uma extrassístole ventricular com intervalo de acoplamento curto, provavelmente exacerbado pelo tônus vagal. Medicada com beta bloqueador e submetida à implante de CDI. (anticonvulsivantes interrompidos). Após 1 mês, telemetria: 8 episódios de TV polimórficas e Fibrilações Ventriculares (com choques do CDI). Após 2 meses: QTc: 450 ms. CONCLUSÃO: O tilt test ajudou a definir um diagnóstico de Síndrome de QT longo mal interpretado como epilepsia. Há relatos que a Síndrome do QT longo pode ter correlação com síncope neurocardiogênica. Usava medicações que prolongam o QT, podendo ser gatilhos do evento ocorrido.

P 031PREDITORES ELETROCARDIOGRÁFICOS E RESPOSTA ECOCARDIOGRÁFICA A TERAPIA DE RESSINCRONIZAÇÃO CARDÍACA: O USO DE UM RIGOROSO CRITÉRIO DE BLOQUEIO DE RAMO ESQUERDO

MAURICIO MONTEMEZZO (MCGILL UNIVERSITY HEALTH CENTRE, MONTREAL , CANADA), AHMED ALTURKI (MCGILL UNIVERSITY HEALTH CENTRE, MONTREAL , CANADA), ALEXIUS HADJIS (MCGILL UNIVERSITY HEALTH CENTRE, MONTREAL , CANADA), RICARDO PROIETTI (CARDIOLOGY DEPARTMENT, LUIGI SACCO HOSPITAL, MILAN, ITALY,), VIDAL ESSEBAG (MCGILL UNIVERSITY HEALTH CENTRE, MONTREAL , CANADA)

Introdução: A terapia de ressincronização cardíaca (TRC) tem reduzido morbidade e mortalidade em pacientes com insuficiência cardíaca (IC) com fração de ejeção diminuída. A eficácia é maior em pacientes com bloqueio de ramo esquerdo (BRE). O objetivo desse estudo foi o de determinar se rigorosos critérios para BRE predizem uma melhor resposta na TRC.Métodos: Pacientes com IC com fração de ejeção reduzida que receberam implante de TRC na Mcgill University em Montreal no Canadá no período de 2013 a 2014 foram incluídos. Os pacientes foram divididos em 3 grupos baseados pela morfologia do QRS. Rigoroso BRE foi definido como entalhe no meio do QRS em duas das seguintes derivações (DI,aVL,V1,V2,V5,V6) QRS maior que 140ms nos homens e maior que 130ms nas mulheres em adicional dos convencionais critérios para BRE, definidos como QS ou rS na derivação V1 e uma onda R monofásica sem a presença de onda Q na derivação DI, V6. Para o BRE convencional, o QRS precisava ser maior que 120ms. No grupo 1 foram incluídos os pacientes com rigoroso BRE. No grupo 2 os pacientes com convencional BRE e no grupo 3 os pacientes sem BRE. O objetivo primário foi o de alteração na duração do QRS após o implante do CRT e o objetivo secundário foi o de mudança na fração de ejeção e correlação entre a mudança na duração do QRS e na fração de ejeção. Resultados: Nos avaliamos 250 pacientes, 52 foram alocados no grupo 1, 27 foram alocados no grupo 2 e 21 foram locados no grupo 3. A média de alteração na duração do QRS foi de 20,9±12,4, +6,7±19,4 e +17±26,5 nos grupos 1,2 e 3 respectivamente. Rigoroso padrão BRE demonstrou uma melhora na duração do QRS comparado com o convencional BRE (P0,0001) e naquelas sem BRE (p0,0001). A média de mudança na fração de ejeção foi de +19.5±10.2, +5.3±12.6 e +2.8±9.0, nos grupos 1,2 e 3 respectivamente, com rigoroso BRE demonstrando uma melhora na fração de ejeção comparada com o convencional padrão de BRE (p= 0,0001) e naqueles sem BRE (p0,0001). Existiu uma moderada correlação negativa entre as mudanças na duração do QRS e fração de ejeção (coeficiente de correlação = -0,48, p0,0001).Conclusão: Rigoroso BRE demonstrou uma melhora no tamanho do QRS e na fração de ejeção comparado com o convencional critério para BRE nos pacientes com IC e fração de ejeção diminuída que receberam TRC.

P 030INFLUÊNCIA DO MOMENTO DO DIAGNÓSTICO DE CARDIOPATIA CONGÊNITA GRAVE NO PROGNÓSTICO NEONATAL

CRISTIANE BINOTTO (HOSPITAL PEQUENO PRÍNCIPE), LISSANDRO SANTOS (UNIVERSIDADE POSITIVO), LUCA SETOGUTTE (UNIVERSIDADE POSITIVO), JEFFERSON AUGUSTINHO (UNIVERSIDADE POSITIVO), IAN SUCKOW (UNIVERSIDADE POSITIVO), GABRIELA MAISTRO (UNIVERSIDADE POSITIVO)

Introdução: Cardiopatias congênitas críticas (CCC) são aquelas consideradas ducto dependente ao nascimento, onde o fechamento ou estreitamento do canal arterial podem levar a óbito neonatal.Objetivo: Avaliar a influência do momento do diagnóstico da CCC no prognóstico pós-natal e a importância do conhecimento e abordagem dessa situação pelos médicos que realizam o atendimento das gestantes.Delineamento: Coorte prospectivo.Pacientes e métodos: recém-natos até o período pós-natal com CCC internados em um hospital de referência. Foram usados dados de prontuário analisando: sobrevida em 90 dias, tipo de cardiopatia, procedimentos realizados e tempo de internação.Resultados: Foram avaliadas 23 crianças com CCC, sendo destas 56,5 tiveram diagnóstico no período pré-natal e 43,4 após o nascimento. 69,5 estavam vivos em 30 dias, sendo que 76,9 daqueles com diagnostico pré-natal sobreviveram após 30 dias. Os tipos de cardiopatia mais encontrados foram comunicação interventricular (30,4) e persistência do canal arterial (34,7), enquanto as CCC mais observadas foram Transposição de grandes artérias (21,7) e síndrome de hipoplasia do coração esquerdo (26). 73,9 dos pacientes foram submetidos à cirurgia. 15,3 dos pacientes no grupo com diagnóstico pré-natal eram prematuros, contra 10 no grupo com diagnóstico pós-natal. As complicações mais comuns foram PCR (26), crises convulsivas (21,7) e transfusão (21,7). Grande parte daqueles com diagnóstico pré-natal internaram mais precocemente (46,1 internados com 24 horas ou menos de vida) enquanto os com diagnostico pós-natal foram internados mais tardiamente (10 internado em 24 horas ou menos de vida). Conclusão: A sobrevida global em 30 dias foi de 69,5. As crianças com diagnóstico no pré-natal apresentaram um maior índice de sobrevida e índices de internamento mais precoce, reforçando a necessidade do rastreamento preciso das cardiopatias congênitas no período pré-natal e o conhecimento da importância do diagnóstico precoce por parte dos médicos envolvidos com o acompanhamento inicial da gestante.

P 032RELATO CLÍNICO: SÍNDROME DE KARTAGENER

NATAN COSTA (HOSPITAL BENEFICÊNCIA PORTUGUESA DE SÃO PAULO), RAPHAEL MOREIRA (HOSPITAL BENEFICÊNCIA PORTUGUESA DE SÃO PAULO), LETICIA PACIELLO (HOSPITAL BENEFICÊNCIA PORTUGUESA DE SÃO PAULO), DANIELA GOMES (HOSPITAL BENEFICÊNCIA PORTUGUESA DE SÃO PAULO)

L.M.A, 81 ANOS, MASCULINO, HIPERTENSO, ENCAMINHADO PARA O AMBULATORIO DE CARDIOGERIATRIA POR DOR TORÁCICA A DIREITA CCS III, PACIENTE EM ACOMPANHAMENTO COM A PNEUMOLOGIA, APRESENTA QUADROS RECORRENTES DE PNEUMONIA. AO EXAME FISICO AUSCULTA CARDÍACA A DIRETIA. SOLICITADO RX DE TORAX QUE EVIDENCIOU DEXTROCARDIA, ECG COM DISTURBIO DE CONDUÇÃO INTRAVENTRICULAR E ECOCARDIOGRAMA COM FEVE DE 40 COM COMPROMETIMENTO SEGMENTAR DO VE E HIPERTENSÃO PULMONAR. OPTADO POR REALIZAR CINEANGIOCORONARIOGRAFIA QUE EVIDENCIOU SITUS INVERSUS COM DEXTROCARDIA, CIRCULACAO CORONARIA COM OBSTRUCAO TRIARTERIAL, ACD: LESAO 50 ½ MEDIO, ADP: LESAO 90 1/3 PROXIMAL, AVPD: IRREGULARIDADES, ADA: LESAO 90 1/3 MEDIO, ACX LESAO 90 1/3 DISTAL, RMG1 80 OSTIO, RMG2 RMG3: 90 OSTIO. VE COM ACINESIA INFERIOR (SEGMENTO APICAL) E HIPOCINESIA MODERADA DAS DEMAIS PAREDES. SITUS INVERSUS TOTALIS. A SÍNDROME DE KARTAGENER É UM SUBGRUPO DA DISCINESIA CILIAR PRIMÁRIA, CAUSADA POR UMA DOENÇA AUTOSSÔMICA RECESSIVA RARA E APRESENTA-SE NA TRÍADE COMPOSTA POR PANSINUSITE CRÔNICA, BRONQUIECTASIAS E SITUS INVERSUS COM DEXTROCARDIA, FOI DESCRITA INICIALMENTE POR SIEWERT, EM 1904, E ESTABELECIDA POR KARTAGENER EM 1933 QUE CARACTERIZOU A TRÍADE DE SITUS INVERSUS, BRONQUIECTASIA E SINUSOPATIA CRÔNICA COMO UMA ENTIDADE CLÍNICO-PATOLÓGICA DISTINTA. EM 1970, AFZELIUS DESCREVEU A IMOTILIDADE CILIAR NA INFERTILIDADE MASCULINA EM INDIVÍDUOS QUE APRESENTAVAM A TRÍADE. A CONFIRMAÇÃO DIAGNÓSTICA É DADA PELA OBTENÇÃO DOS EXAMES PARA VERIFICAÇÃO DA MOVIMENTAÇÃO CILIAR ATRAVÉS DA MICROSCOPIA ELETRÔNICA E DO EXAME DA SACARINA, PELA OBTENÇÃO DE AMOSTRAS DE ESPERMATOZOIDES.

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P 033A INCORPORAÇÃO DA FORÇA DE PREENSÃO MANUAL AO ESCORE DE GRACE MELHORA SUA PERFORMANCE NA PREDIÇÃO DE RISCO CARDIOVASCULAR NO PERÍODO DE 30 DIAS APÓS A ADMISSÃO HOSPITALAR.

BRUNA FRANCO NOGUEIRA (FMB - UNESP - FACULDADE DE MEDICINA DE BOTUCATU), PATRÍCIA GOMES FERREIRA NETTO (FMB - UNESP - FACULDADE DE MEDICINA DE BOTUCATU), CAROLINE MAZETO PUPO DA SILVEIRA (FMB - UNESP - FACULDADE DE MEDICINA DE BOTUCATU), FABRICIO MOREIRA REIS (FMB - UNESP - FACULDADE DE MEDICINA DE BOTUCATU), LÍVIA BEATRIZ SANTOS LIMONTA (FMB - UNESP - FACULDADE DE MEDICINA DE BOTUCATU), MARCELO DE OLIVEIRA CAMARGO (FMB - UNESP - FACULDADE DE MEDICINA DE BOTUCATU), SILMÉIA GARCIA ZANATI BAZAN (FMB - UNESP - FACULDADE DE MEDICINA DE BOTUCATU), LEONARDO ANTONIO MAMEDE ZORNOFF (FMB - UNESP - FACULDADE DE MEDICINA DE BOTUCATU), BERTHA FURLAN POLEGATO (FMB - UNESP - FACULDADE DE MEDICINA DE BOTUCATU), MARCOS FERREIRA MINICUCCI (FMB - UNESP - FACULDADE DE MEDICINA DE BOTUCATU)

Introdução: A síndrome coronariana aguda sem supradesnivelamento do segmento ST (SCASSST) é responsável por grande parte das hospitalizações, morbidade e mortalidade no mundo. Diversos estudos sugerem que escores de risco são ferramentas importantes no manejo das SCASSST e que aperfeiçoamento dos mesmos é fundamental. A literatura tem mostrado correlação entre força muscular, fatores de risco cardiovasculares e mortalidade. É sabido que o teste de força de preensão manual (FPM) é preditor de estado geral de força de fácil aplicabilidade, pouco estudado nas síndromes coronarianas agudas.Objetivo: Analisar se a incorporação da FPM ao escore de Grace, por meio do escore Grace/FPM, melhora sua performance na predição de risco do desfecho combinado morte, recorrência de angina ou infarto e acidente vascular cerebral (AVC) no período intra-hospitalar e os mesmos desfechos adicionados à re-hospitalização em 30 dias após a admissão hospitalar, nos pacientes com SCASSST. Delineamento: Estudo prospectivo e observacional com pacientes admitidos com SCASSST com idade maior ou igual a 18 anos durante 6 meses. Pacientes e métodos: Na admissão, calculado o escore de Grace, realizado teste de FPM em até 72h da admissão e coletados dados demográficos e clínicos. Realizadas análises uni e multivariadas e construída a curva ROC. O nível de significância adotado foi de 5.Resultados: Avaliados 73 pacientes de julho de 2017 a janeiro de 2018. Na análise univariada apenas o índice Grace/FPM foi associado com o desfecho combinado em 30 dias (p=0,026), mantendo sua significância após regressão logística multivariada (p=0,042). O escore de Grace não apresentou diferença significativa entre os grupos. No período intra-hospitalar, não houve diferença entre os grupos. Conclusão: Para populações menores e no período de 30 dias após a admissão hospitalar, o índice Grace/FPM se mostrou superior ao Grace na predição de risco de morte, recorrência de angina ou infarto, re-hospitalização e AVC.

P 035ATERECTOMIA ROTACIONAL TRANSLUMINAL PERCUTÂNEA O USO SOBRE LESÕES CALCIFICADAS NA ATUALIDADE: BASEADAS NOS ESTUDOS CARAT E STRATAS.

ANDERSON HENRIQUE PERES DA COSTA (INTERVCARD PROCEDIMENTOS MÉDICOS), MARCOS HERTZ (INTERVCARD PROCEDIMENTOS MÉDICOS), ALEXANDRE ARRAES BARACHO DA SILVA (INTERVCARD PROCEDIMENTOS MÉDICOS), DÉCIO JOSÉ DO NASCIMENTO (INTERVCARD PROCEDIMENTOS MÉDICOS), ALINE DE OLIVEIRA MÖCKEL (INTERVCARD PROCEDIMENTOS MÉDICOS), GISELE CRISTINA SOARES RODRIGUES (INTERVCARD PROCEDIMENTOS MÉDICOS), LUIZ AUGUSTO LAVALLE (INTERVCARD PROCEDIMENTOS MÉDICOS), RUBENS ZENÓBIO DARWICH (INTERVCARD PROCEDIMENTOS MÉDICOS)

Introdução: O envelhecimento da população trouxe desafios ao tratamento na cardiologia invasiva. Lesões calcificadas dificultam a abordagem intervencionista. O mecanismo aterectomia rotacional transluminal percutâneo (PTRA), torna-se uma técnica importante. Baseados em estudos pregressos (STRATAS, CARAT) objetivo é trazer evidências de segurança e eficiência, sobre a evolução imediata e tardia à respeito de eventos cardiovasculares adversos maiores e menores. Métodos: Estudo retrospectivo e unicêntrico. Pacientes foram submetidos a técnica de PTRA. Critérios de inclusão: Lesões complexas, ampla calcificação, Score Syntax intermediário e elevado, tentativa ou não de tratamento percutâneo prévio. Critérios de exclusão: Risco de vida ou = 01 ano ou enfermidade neurológica, oncológica graves, com disfunção vascular periférica importante. Período de 02/2014 ainda em andamento. Eventos maiores: óbito, IAM ou nova revascularização do vaso8208,alvo, sangramento importante, AVE. Eventos menores: Dissecções, perfurações coronarianas e sangramentos menores. Resultados: Foram submetidos à aterectomia 15 pacientes de 75 ± 26,9 anos. Fatores de riscos:80 , 87HAS, 54 DM, 81 dislipidêmicos, 7 tabagistas, 33 ex-tabagistas, 13 obesos, 13 sobrepeso. Houveram 02 que realizaram 2 intervenções, 20 realizaram tentativa prévia de tratamento percutânea. Média de stents Farmacológicos 1,67 ± 0,88 unidades/pct. Média relação oliva/vaso de 0,52 ± 0,08, da velocidade de rotação 175.625 rpm ± 11.087. Internação média 2 ± 7,32 dias. Um paciente com hematoma sem complicações maiores. Tempo de acompanhamento pregresso com mediana 13,1 ± 4,32 meses. Eventos imediatos maiores e tardios não foram encontrados, 03 óbitos de causa não cardíacas. Discussões: Estudo demonstra elevada taxa de sucesso parte da experiência da equipe médica e da técnica do PTRA. Não evidenciamos eventos maiores e menores, os óbitos citados são relacionados a causa não cardíacas. Os resultados norteiam a um procedimento invasivo mais seguro em casos complexos, evidenciando que há possibilidade de alcançar o tratamento efetivo, mas é necessário prosseguimento do trabalho.

P 034EVOLUÇÃO CLÍNICA DE PACIENTES OPERADOS POR COARCTAÇÃO DE AORTA

JOAQUIM BARRETO (UNICAMP), JULIANA RODA (PUCCAMP), CARLOS WUSTEMBERG GERMANO (UNICAMP), ANA PAULA DAMIANO (UNICAMP), THIAGO QUINAGLIA (UNICAMP)

Introdução: A coarctação de aorta corresponde à 8 das cardiopatias congênitas e associa-se à elevada morbimortalidade. A correção cirúrgica precoce é mandatória para boa evolução clínica do paciente. Entretanto, essa meta segue desafiada pela elevada taxa de subdiagnóstico da doença. Objetivo. Identificar as variáveis clínicas presentes ao diagnóstico, bem como sua evolução pós-operatória. Métodos: Coorte retrospectiva de pacientes operados por coarctação de aorta no Hospital das Clínicas da UNICAMP. Teste t de student foi aplicado na comparação de variáveis contínuas e, qui-quadrado, de categóricas. Valores de p0,05 foram significativos. Resultados: Dados de 72 pacientes, 57 homens, foram registrados. A idade a cirurgia e o seguimento foram de 5,7±8,3 e 11,1±8,7 anos, respectivamente. Ao diagnóstico, os achados clínicos mais frequentes foram sopro sistólico (87) e ausência de pulsos de membros inferiores (50). A principal malformação associada foi valva aórtica bicúspide (33). Em não-recoarctados, a cirurgia reduziu o número de pacientes sintomáticos (60 vs. 5, p0.01) e em uso de anti-hipertensivos (60 vs. 38, p0.05). Em contraste, os 27 dos pacientes que recoarctaram tiveram pior evolução clínica (67 e 80 eram sintomáticos e em uso de anti-hipertensivos em última consulta, respectivamente). Os pacientes que apresentavam valva aórtica bicúspide associada eram mais sintomáticos em última consulta, em comparação aqueles com coarctação isolada (38 e 17, respectivamente, p0.01). Conclusões: Sopro sistólico e ausência de pulso de membros inferiores devem orientar investigação de coarctação de aorta. Valva aórtica bicúspide é a principal malformação associada e relaciona-se a pior prognóstico. A recoarctação compromete o benefício terapêutico da cirurgia em até um terço dos pacientes, sendo necessário seguimento periódico vitalício com ecocardiografia após correção cirúrgica.

P 036DISSECÇÃO DE AORTA ASCENDENTE EM PACIENTE DE ALTO RISCO - OPERAÇÃO VS TRATAMENTO CLÍNICO

MARIA CAROLINA ARAÚJO DOS SANTOS GIFFHORN (HOSPITAL NOSSA SENHORA DO PILAR E CLÍNICA CARDIOLÓGICA GIFFHORN), HÉLCIO GIFFHORN (HOSPITAL NOSSA SENHORA DO PILAR E CLÍNICA CARDIOLÓGICA GIFFHORN)

1.INTRODUÇÃO - REVISÃO DA LITERATURA: A dissecção de aorta ascendente (DAA) apresenta como tratamento convencional a cirurgia, mas, em casos de alto risco, estes pacientes podem beneficiar-se do tratamento endovascular. Idade, disfunções severas (renal, pulmonar, cardíaca) podem ser consideradas de alto risco cirúrgico e/ou anestésico. (1) Patologias aórticas acima da junção-sinotubular e que não apresentem valva aórtica insuficiente podem ser tratadas ainda que o consenso não exista. 2. OBJETIVO DO TRABALHO: Rever dois casos em que a DAA apresentou-se em pacientes de alto risco operatório e a revisão da estratégia clínica adotada.3. DELINEAMENTO: Revisão retrospectiva de casos. 4. MATERIAL/MÉTODOS: CASO 1. Paciente MPSG, 73 anos, fem., admitida na UTI com dor torácica intensa e irradiando para dorso. HAS, DM, ATC prévia com dissecção coronária. Ecocardiograma (ECO) com sinais de DAA tipo Stanford A (54 mm), confirmado pela angiotomografia (presença de hematoma intramural com extravasamento ao pericárdio). Indicado endoprótese em aorta ascendente (EAA). CASO 2. Paciente AFU, 95 anos, fem., admitida na UTI com quadro de hemoptise. HMP: FA, TVP. ECO com sinais de DAA tipo Stanford A (41 mm), VAo calcificada. Angiotomografia de tórax (12.04.18) evidenciou TEP com infarto pulmonar. 5. RESULTADOS: CASO 1. Durante o procedimento de implante da EAA Valiant R 40 mm (21.03.18) , a paciente apresentou FV, revertida. Após o implante, ocorreu choque cardiogênico não reversível às manobras de reanimação. Caso 2. A DAA foi um achado de exame em paciente com TEP. Pela idade, familiares contra-indicaram arteriografia aórtica e a paciente foi de alta hospitalar com tratamento clínico.6. CONCLUSÕES: Em DAA com presença de hemopericárdio, indicou-se formalmente o tratamento operatório com EAA. Não se relatou complicações no momento do procedimento. No caso 2, a idade foi fator primordial para a manutenção do tratamento clínico e a não investigação posterior.Na DAA, a mortalidade é de 1/hora, a mortalidade clínica é de 60 vs 30 nas cirurgias. (2,3,4). Em DAA Stanford tipo A, em pacientes de alto risco, mais casos são necessários para se definir o manejo clínico mais adequado.

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P 037EXPECTATIVA CLÍNICA PÓS-HIPOTERMIA TERAPÊUTICA APÓS PARADA CARDÍACA

HÉLCIO GIFFHORN (HOSPITAL NOSSA SENHORA DO PILAR), FABIANA WEFFORT CAPRILHONE (HOSPITAL NOSSA SENHORA DO PILAR), ANDREA CHROMIEC (HOSPITAL NOSSA SENHORA DO PILAR), DANIELA PAVIN (HOSPITAL NOSSA SENHORA DO PILAR), ELISA BANA (HOSPITAL NOSSA SENHORA DO PILAR), NICOLE BASSANEZI (HOSPITAL NOSSA SENHORA DO PILAR)

FUNDAMENTO: A hipotermia terapêutica pós-parada cardíaca (HTPPC) apresenta indicação em parada cardíaca (PC) que apresente ritmos passíveis de cardioversão. A HTPPC apresenta certas restrições de indicação clínica e na sua avaliação posterior, efeitos colaterais (como exemplo pneumonias) ainda são comuns. Indica-se primordialmente a HTPPC para a neuroproteção, ainda qua a sobrevida não mude. O tempo para início deve ser o mais precoce possível, verificando-se que não haja retorno à consciência. (1,2,3) OBJETIVO: O objetivo deste trabalho foi o de avaliar os resultados e a expectativa clínica de pacientes submetidos a HTPPC intra-hospitalar.DELINEAMENTO: Estudo retrospectivo, observacional.PACIENTE / MÉTODOS: No período entre dezembro/2016 a fevereiro/2018, 05 pacientes entraram em protocolo de HTPPC (04 masc.), idade média de 65.6 anos. 02 PC foram extra-hospitalares (20), sendo 01 assistolia e outro fibrilação ventricular. A fibrilação ventricular ocorreu em 03 (60). Após consentimento informado, iniciou-se a HTPPC.RESULTADOS: O tempo médio de HTPPC foi de 18.2h. Em 3 a técnica de esfriamento foi somente de superfície, 01 com uso de manta térmica e 01 esfriamento combinado de soro gelado e superfície. O caso 2 apresentou febre e crise convulsiva durante a HTPPC. 04 ( 80) completaram o ciclo do protocolo, 03 (60 ) receberam alta da UTI e 02 hospitalar (40). Ocorreu um óbito durante o protocolo, 02 após (choque misto após 24h do reaquecimento e outro 46 dias após a PC).CONCLUSÕES: A HTPPC pode ser utilizada com segurança em casos de PC. A PC de causa cardíaca apresenta resultados mais favoráveis à terapêutica. A sobrevida com o benefício da HTPPC ainda está a definir o seu papel, mas visando a neuroproteção, os resultados são mais favoráveis. Pacientes com PC com problemas hematológicos, doença terminal e que recobram a consciência, não entraram em protocolo de HTPPC.

P 039O TRATAMENTO CIRÚRGICO DO CANAL ARTERIAL EM PREMATUROS NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL, A EXPERIÊNCIA DE UM SERVIÇO DE CURITIBA.

LUANA GRANDO (FACULDADES PEQUENO PRÍNCIPE), MATHEUS EMÍLIO LUERSEN WOLFF (FACULDADES PEQUENO PRÍNCIPE), MARIA CECÍLIA KNOLL FARAH (FACULDADES PEQUENO PRÍNCIPE)

Fundamento/Racional/Introdução: a persistência do canal arterial (PCA) é comum em recém nascidos prematuros (RNP) e está relacionada com o aumento de diversas morbidades como: doença da membrana hialina (DMH) e enterocolite necrotizante (NEC), assim como o aumento da mortalidade desses pacientes. Hoje, embora haja vista muitas pesquisas, ainda permanecem dúvidas sobre o melhor tratamento: medicamentoso, cirúrgico apenas ou medicamentoso e cirúrgico combinados. Objetivo: identificar o perfil e a evolução clínica dos RNP submetidos ao tratamento para fechamento do canal arterial: cirúrgico apenas ou associado ao medicamentoso. Assim como analisar as morbidades, complicações pós-operatórias e o desfecho final do paciente. Delineamento: estudo observacional transversal com análise em prontuários médicos. Foram analisados 693 prontuários nos últimos cinco anos, de 2013 à 2017.Pacientes e métodos: foram selecionados prontuários de 21 RNP submetidos à cirurgia de fechamento do canal arterial (CFCA) na unidade de terapia intensiva neonatal de um hospital pediátrico de Curitiba. O tratamento foi dividido em somente cirúrgico (grupo 1) ou tratamento medicamentoso com anti-inflamatório não esteroidal (AINE) antes da cirurgia (grupo 2). Resultados: dos pacientes, 6 trataram a PCA apenas com cirurgia e 15 fizeram tratamento medicamentoso pré-cirúrgico. A idade gestacional média foi de 27 semanas. Todos os pacientes que apresentaram NEC pertenciam ao grupo 2, assim como mais de 90 dos que apresentaram DMH, ademais, os dois RNP que foram a óbito faziam parte desse grupo. Além disso, os RNP com menor média de idade no dia da cirurgia manifestaram maior número de complicações pós-operatórias.Conclusões: o tratamento medicamentoso no pré-operatório apontou tendência em resultar na elevação da morbidade, principalmente DMH e NEC. A pesquisa também mostrou que idades menores no dia da cirurgia estiveram associadas a maior número de complicações no pós-operatório.

P 038LESÃO DE TRONCO EM ARTÉRIA CORONÁRIA ESQUERDA - EVOLUÇÃO IMEDIATA PÓS-PROCEDIMENTOS DE ANGIOPLASTIA EM UTI

MARIA CAROLINA ARAÚJO DOS SANTOS GIFFHORN (HOSPITAL NOSSA SENHORA DO PILAR E CLÍNICA CARDIOLÓGICA GIFFHORN), HÉLCIO GIFFHORN (HOSPITAL NOSSA SENHORA DO PILAR E CLÍNICA CARDIOLÓGICA GIFFHORN)

1. INTRODUÇÃO: REVISÃO DA LITERATURA - A presença da lesão em tronco da coronária esquerda (LTCE) representa um complexo em que mesmo a pura identificação da lesão anatômica é difícil. Métodos como a avaliação do fluxo de reserva ou a ecografia intravascular são necessários além da avaliação anatômica. (1)Os pacientes com LTCE apresentam fatores determinantes de sobrevida ou mortalidade como a idade e a função do ventrículo esquerdo. (2) 2. OBJETIVO DO TRABALHO: O objetivo deste trabalho foi o de avaliar a evolução pós-operatória de pacientes submetidos a tratamento coronariano com a presença de LTCE.3. DELINEAMENTO: Trabalho retrospectivo, observacional.4. MATERIAL/MÉTODOS: No período entre março/2015 e fevereiro/2018, 13 pacientes foram admitidos na UTI (08 masculinos) foram a tratamento (clínico ou intervencionista), apresentando LTCE. Em 06 o tronco da coronária esquerda (TCE) estava protegido (48.15). 02 apresentaram choque cardiogênico antes ATC com LTCE não protegido (20). Em 03 casos, procedimentos eletivos foram realizados (25.07).5. RESULTADOS: Das ATC realizadas, somente uma foi isoladamente realizada em TCE (7.8), em nove (65.23), no TCE e em artérias DA ou CX. Houve um caso de lesão tronco equivalente.No POI de ATC com envolvimento de LTCE, 03 (25.07) desenvolveram choque cardiogênico (CC). 01 necessitou de suporte mecânico (BIAo) (7.8). 05 apresentaram IRA renal (38.46). Um paciente apresentou PCR antes da ATC e outro no POI (15.38 ). Houve um óbito no caso em que houve IAM CSST, CC e o TCE não estava protegido. Um caso apresentou dissecção espontânea no TCE, optado por tratamento clínico (7.8). 6. CONCLUSÕES: Procedimentos de ATC em LTCE são descritos desde 1985 (Stertzer ecol.). O termo protegido refere-se a pelo menos um vaso suprindo o sistema esquerdo. Nesta série, o choque cardiogênico foi a complicação mais frequente com um óbito. A operação de revascularização do miocárdio não foi realizada. A ATC de LTCE mostrou resultados imediatos promissores.

P 040FLUXO LENTO CORONARIANO

MARIA CAROLINA ARAÚJO DOS SANTOS GIFFHORN (HOSPITAL NOSSA SENHORA DO PILAR LTDA. CLÍNICA CARDIOLÓGICA GIFFHORN LTDA.), HÉLCIO GIFFHORN (HOSPITAL NOSSA SENHORA DO PILAR LTDA. CLÍNICA CARDIOLÓGICA GIFFHORN LTDA.), ENIO EDUARDO GUERIOS (HOSPITAL NOSSA SENHORA DO PILAR LTDA. CLÍNICA CARDIOLÓGICA GIFFHORN LTDA.), PAULO MAURÍCIO PIA DE ANDRADE (HOSPITAL NOSSA SENHORA DO PILAR LTDA. CLÍNICA CARDIOLÓGICA GIFFHORN LTDA.), DANIELA PAVIN (HOSPITAL NOSSA SENHORA DO PILAR LTDA. CLÍNICA CARDIOLÓGICA GIFFHORN LTDA.)

INTRODUÇÃO - REVISÃO DA LITERATURA - O diagnóstico de fluxo lento coronariano (FLC) somente é realizado após um evento isquêmico coronariano em que a cineangiocoronariografia é realizada. Foi descrita primeiramente em 1972, e a sua exata fisiopatologia é desconhecida. Correlaciona-se com disfunção endotelial e obstruções coronarianas 50 não devem ser consideradas FLC. (1,2,3).OBJETIVO DO TRABALHO: O objetivo deste trabalho é o de rever a apresentação clínica e angiográfica do FLC em nosso serviço.DELINEAMENTO: Estudo prospectivo.MATERIAL/MÉTODOS: No período de novembro/2015 a maio/2018, 04 pacientes apresentaram-se na UTI com FLC. 04 femininos (50). Idade média de 67.5 anos. Quadro clínico de apresentação foi de dor torácica (75) e palpitações. Um paciente tinha marca-passo endocavitário (doença de Chagas) e outro BRE no ECG. HAS em 03 casos (75 ).Indicou-se estudo hemodinâmico nos 04 casos, porque a apresentação inicial foi de angina instável (AI) ou de IAM SSST (100). RESULTADOS: O estudo hemodinâmico revelou FLC em 4 casos. Em 03 a artéria CD (75) e em 02 as artérias DA e CX. A lentificação estava presente em 03 vasos (75 ). O VE estava hipertrófico em 03 (75 ). Em 01 havia hipocinesia difusa moderada (doença de Chagas), a FE calculada média foi de 73.25. A visualização de placas ateroscleróticas ocorreu em 01 caso. Não foram relatados espasmos ou dissecções coronarianas. Não houve óbitos. CONCLUSÕES: O FLC apresenta-se comumente como uma síndrome coronariana e o seu diagnóstico preciso ocorre após estudo hemodinâmico. A administração de antiagregantes plaquetários é necessária. Não houve casos de re-estudo coronariano. Nenhum dos casos foi relacionado ao uso de drogas ilícitas.

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Resumos Temas Livres

P 041AVALIAÇÃO INICIAL DE ECOCARDIOGRAFIA REALIZADA NA UTI UTILIZANDO O PROTOCOLO FADE

HÉLCIO GIFFHORN (HOSPITAL NOSSA SENHORA DO PILAR LTDA. CLÍNICA CARDIOLÓGICA GIFFHORN LTDA.), MARIA CAROLINA ARAÚJO DOS SANTOS GIFFHRON (HOSPITAL NOSSA SENHORA DO PILAR LTDA. CLÍNICA CARDIOLÓGICA GIFFHORN LTDA.), LISE O. BOCCHINO (HOSPITAL NOSSA SENHORA DO PILAR LTDA. CLÍNICA CARDIOLÓGICA GIFFHORN LTDA.)

FUNDAMENTO: A utilização da ecocardiografia a beira do leito (EBL) constitui-se em uma importante ferramenta de uso fácil, portátil e rápido de aprendizado. Há programas de treinamento de EBL que variam de 15 a 150 exames. Em casos de emergência, a utilização de um protocolo focado em avaliação para o diagnóstico (FADE), pode ser útil em pacientes críticos, orientando a administração de volume, aminas vasoativas e a confirmação diagnóstica de PCR.

OBJETIVO: O objetivo deste trabalho foi o de avaliar a experiência inicial na utilização da EBL na UTI, com o protocolo FADE e a ecocardiografia de rotina (ER).

DELINEAMENTO: Estudo prospectivo, comparativo.

PACIENTE / MÉTODOS: 08 pacientes realizaram a EBL através de um aparelho portátil (Vscan ® - GE). 05 femininos (62.5 ), idade média: 54 anos. Em 04, o diagnóstico clínico na UTI foi sepse (50) e 03 AVC isquêmico. Em 01, a EBL em POI de revascularização do miocárdio. O protocolo FADE avalia : derrame pericárdico, função ventricular( FVen), veia cava inferior e a atividade elétrica cardíaca (AEC). Não havia conhecimento prévio da ER na realização do FADE.

RESULTADOS: Na avaliação de derrame pericárdico, houve 62.5 resultados concordantes (EBL vs ER). Para as avaliações da FVe , 37.5. Para a avaliação isolada do VE, 50 . Nas comparações de resultados entre VD e VCI, não foram possíveis (não haviam dados similares). Na avaliação da AEC concordância de 100. Não foram considerados comparativamente os resultados qualitativos: discretos ou moderados. Naquele exame realizado em urgência, POI de RM, concordância entre EBL e a ER.

CONCLUSÕES: A EBL pode ser realizada com o objetivo proposto de FADE. Não são possíveis mais dados pela limitação técnica do aparelho. Mais exames são necessários para a rotina da técnica. Dificuldades quanto a janelas (apical ou paraesternal esquerdas) foram similares nos dois métodos empregados.

P 043RELATO DE CASO: CARDIOMIOPATIA ARRITMOGÊNICA DO VENTRÍCULO DIREITO EM HOSPITAL ESCOLA EM CURITIBA, PARANÁ

MARIANA DE MOURA DE SOUZA (UFPR), MIGUEL IBRAIN ABOUD HANNA SOBRINHO (UFPR)

INTRODUÇÃO: Doença caracterizada por substituição progressiva dos miócitos por tecido fibroadiposo1–3. Prevalência: 1:2000-1:5000 e etiologia genética1. História natural – fase inicial assintomática e seguida da fase elétrica com arritmias sintomáticas, sendo a taquicardia ventricular mais comum2. Evolução para insuficiência cardíaca do VD e biventricular com cardiomiopatia dilatada2. Diagnóstico feito por Critérios contendo características estruturais, histológicas, eletrocardiográficas, arrítmicas e história familiar2. Tratamento visa reduzir a mortalidade, prevenir a Morte Súbita Cardíaca e a progressão da doença, bem como melhorar os sintomas e qualidade de vida1. OBJETIVOS: Reportar o relato de um caso de CAVD diagnosticado e manejado em Hospital Escola em Curitiba, Paraná.MÉTODOS: Análise de prontuário e laudos de Eletrocardiograma, Ecocardiograma e AngioTomografia Computadorizada.RESULTADOS E CONCLUSÃO: Masculino, 22 anos. Apresenta durante partida de futebol náusea, vômito, dispneia, sudorese e palpitações. Admitido em Hospital Escola com sonolência, sudorese e sinais de hipoperfusão. ECG com taquicardia ventricular monomórfica sustentada com padrão de ramo esquerdo e complexo QRS negativo em parede inferior, FC = 240 bpm, PA = 75x53 mmHg. Feita cardioversão elétrica com 150J, revertendo o ritmo para sinusal e iniciado Amiodarona 900mg/24h injetável. ECG pós cardioversão: ritmo sinusal. FC = 63 bpm. Desvio do eixo para direita e inversão de onda T em V1, V2 e V3.ECOTT: VE não dilatado, com boa função sistólica global e FEVE = 66. Átrios preservados. VD pouco aumentado e hipocontrátil.AngioTC: Função sistólica do VD com disfunção discreta, pequenas dilatações aneurismáticas em parede livre e áreas de discinesia na via de saída do VD.História de cardiopatia e morte súbita na família negativa.Diagnóstico confirmado por 3 critérios maiores. Seguiu para colocação de CDI. Mau prognóstico devido a iniciação dos sintomas nessa idade.REFERÊNCIAS: 1. Pilichou, K. et al. Arrhythmogenic cardiomyopathy. 2016.2. Marcus, F. I. et al. Diagnosis of arrhythmogenic right ventricular cardiomyopathy/dysplasia. 2010.3. Ellinor, P. T. et al. Arrhythmogenic Right Ventricular Cardiomyopathy. 2010

P 042EMBOLIZAÇÃO DE PRÓTESES ENDOVASCULARES APÓS IMPLANTE EM CARDIOPATIAS CONGÊNITAS - RELATO DE CASOS.

HÉLCIO GIFFHORN (HOSPITAL NOSSA SENHORA DO PILAR LTDA. CLÍNICA CARDIOLÓGICA GIFFHORN LTDA.), DANIELA PAVIN (HOSPITAL NOSSA SENHORA DO PILAR LTDA. CLÍNICA CARDIOLÓGICA GIFFHORN LTDA.), MARIA CAROLINA ARAÚJO DOS SANTOS GIFFHORN (HOSPITAL NOSSA SENHORA DO PILAR LTDA. CLÍNICA CARDIOLÓGICA GIFFHORN LTDA.)

FUNDAMENTO: A embolização de prótese endovasculares após implante de dispositivos, em cardiopatias congênitas, é raro. Há mais casos na literatura de ‘stents’ coronários. A retirada pode ser percutânea (utilizando-se fórceps, guias, cateteres balão ou guias em laço) ou cirúrgica. (1) A embolização pode ocorrer mais comumente no trans ou POI imediato.OBJETIVO: O objetivo deste trabalho é o de descrever dois casos em que ocorreu embolização precoce dos dispositivos e a conduta adotada.DELINEAMENTO: Estudo retrospectivo, relato de casos.PACIENTE / MÉTODOS: Caso 1. Paciente masc. 38 anos, portador de DSA (FO), com fluxo E-D importante, ausência de outras cardiopatias congênitas. Realizou-se oclusão do DSA (FO) com prótese Occlutech R , n.35, com controle de ecocardiograma transesofágico (ETE) e teste de microbolhas (06.10.2016). Observou-se a oclusão do defeito no transoperatório.Caso 2. Paciente fem., 30 anos, portadora de PDA, em POT de oclusão de DSA. Realizou-se oclusão do PDA com prótese LePu PDA R 8x6 (18.05.2017) , com ausência de ‘shunt‘ residual pós-implante à arteriografia de controle à ETT durante o procedimento.RESULTADOS: Caso 1. Paciente apresentou palpitações e mal-estar 24 h após o procedimento. A prótese havia se deslocado para o arco aórtico junto à origem do tronco braquicefálico, sendo a mesma retirada com cateter tipo ‘laço´ por via arterial. Implantada nova endoprótese (n.33) com sucesso e realizado novo controle POI com ecocardio TT com oclusão total do defeito. Caso 2. Paciente evoluiu no trans-operatório com embolização da endoprótese para a artéria femoral esquerda. Tentado retirada com procedimento percutâneo, sem sucesso. Submetida a retirada por via cirúrgica aberta com sucesso. CONCLUSÕES: A embolização de dispositivos endovasculares é rara, e, há a necessidade de re-intervenção precoce para a retirada do dispositivo. A via de acesso pode ser percutânea ou cirúrgica.Nestes dois casos relatados houve sucesso nos procedimentos de re-intervenção para a retirada das endopróteses.

P 044INTERAÇÕES CARDIO-HEPÁTICAS NA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA

HÉLCIO GIFFHORN (HOSPITAL NOSSA SENHORA DO PILAR E CLÍNICA CARDIOLÓGICA GIFFHORN), MARIA CAROLINA ARAÚJO DOS SANTOS GIFFHORN (HOSPITAL NOSSA SENHORA DO PILAR E CLÍNICA CARDIOLÓGICA GIFFHORN), DANIELA PAVIN (HOSPITAL NOSSA SENHORA DO PILAR E CLÍNICA CARDIOLÓGICA GIFFHORN), LISE OLIVEIRA BOCCHINO (HOSPITAL NOSSA SENHORA DO PILAR E CLÍNICA CARDIOLÓGICA GIFFHORN)

INTRODUÇÃO: O avanço da disfunção da insuficiência cardíaca (IC) leva a comprometimento das funções renal e hepática. A fisiopatologia e o claro impacto clínico ainda não estão claramente definidos. A congestão sistêmica está mais relacionada à coletase e sinais de hipoperfusão à citólise.Na manifestação aguda da IC, a interação cardio-hepato-renal (SCHR) se faz mais presente. O diagnóstico se faz com a avaliação de anormalidades da função hepática como elevação da gama GT, fosfatase alcalina e bilirrubinas. (1,2). OBJETIVO DO TRABALHO: O objetivo deste trabalho é o de avaliar os casos de IC que apresentam-se com disfunção hepática associada, excluindo-se os relacionados a outras patologias (litíase, alcoólica, medicamentos).DELINEAMENTO: Estudo observacional, retrospectivo.MATERIAL/MÉTODOS: No período de janeiro a maio/2018, 10 pacientes internaram com quadro de IC na UTI. 06 masculinos (60), idade média: 78.8 anos. Todos evoluíram com disfunção do VE pós-IAM. Em 03, NYHA III (40 ). A fração de ejeção do VE estava reduzida em 6 (60) e normal em 01(10). RESULTADOS: Todos apresentavam disfunção renal (100), mas 02 apresentaram disfunção hepática associada. Estavam em NYHA IV, apresentando elevações de transaminases, bilirrubinas e anormalidades do TAP. Necessitaram suporte com aminas vasoativas (dobutamina) e não utilizaram a hemodiálise. Dos 10 casos, 03 óbitos (30 ), 01 com SCHR.CONCLUSÕES: Observou-se que nos 02 casos observados, a SCHR foi transitória, havendo normalidade com a compensação cardíaca. Na fase de apresentação aguda, em pacientes NYHA IV, 50 tinham comprometimento hepático. A literatura ainda é incipiente para a evolução destes casos.

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Resumos Temas Livres

P 045AVALIAÇÃO DO RISCO CARDIOVASCULAR, ESTADO NUTRICIONAL E CONTROLE GLICÊMICO EM PACIENTES DIABÉTICOS

ANANDA GIOVANA CABRAL SILVA (UFPR), BETINA HARMEL (UFPR), ALISSON MEDEIROS (UFPR), MARCIA REGINA MESSAGGI GOMES DIAS (UFPR)

Introdução: Diabetes Mellitus (DM) é uma doença crônica de grande preocupação na saúde pública, visto suas taxas de complicações, contribuindo assim para o desenvolvimento de diversas patologias cardiovasculares, sendo estas as principais causas de mortalidade entre os diabéticos. Objetivo: Avaliar o risco cardiovascular, estado nutricional e controle glicêmico em pacientes diabéticos. Metodologia: Utilizou-se de questionário estruturado para coleta de dados socioeconômicos e relativos ao DM. Realizou-se aferição de peso e estatura para posterior cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC), determinando o estado nutricional (EN), e aferição de circunferência abdominal (CA), circunferência do quadril (CQ) e relação cintura e quadril (RC/Q) para determinação do risco cardiovascular (RCV). Resultados: Participaram do estudo 124 pacientes com DM, predominantemente do sexo feminino (64), com idade média de 46,1±18,96 anos, em sua maioria casado (41) e renda familiar média de R$ 2,7±1,80 salários mínimo nacional vigente. A maioria (48) relatou escolaridade como superior completo ou médio completo, não tabagistas (96) e não etilistas (89). Observou-se predominância do DM tipo 1 (67), com diagnóstico há 13,65±11,48 anos, usuários de insulina como tratamento farmacológico (48,39). Em relação ao EN, constatou-se ainda elevadas taxas de pacientes com sobrepeso e obesidade (58), com média total de 26,82±4,99 kg/m² para IMC. Ao avaliarmos o controle glicêmico, 79,8 dos indivíduos apresentaram glicemia elevada e 84,7, obtiveram hemoglobina glicada acima dos níveis preconizados. Quanto ao RCV, 45,53 apresentaram risco elevado, através da CA (93,03±15,85 cm) e, 48,36 através da RC/Q (0,91±0,12 cm). Salienta-se ainda que 37,10 já apresentavam DCV. Conclusão: Vê-se com o estudo, elevado número de indivíduos diabéticos obesos, com descontrole glicêmico e elevado RCV, contribuindo desta forma, com o aumento das complicações do DM e a mortalidade precoce de diabéticos.

P 047FATORES DE RISCO PARA INJÚRIA RENAL AGUDA NO PERIOPERATÓRIO DE CIRURGIA CARDÍACA EM UM HOSPITAL DE REFERÊNCIA EM PONTA GROSSA.

MÁRIO AUGUSTO CRAY DA COSTA (UEPG), STELLA KUCHLER (UEPG), ADRIANA FÁTIMA MENEGAT SCHUINSKI (UEPG), ELISE SOUZA DOS SANTOS REIS (UEPG), VANESSA CAROLINA BOTTA (UEPG), MATHIAS AUGUSTO RAMOS LIMA (UEPG)

A alta complexidade da cirurgia cardíaca acarreta em diversos tipos de complicações pós-operatórias, sendo a mais prevalente a lesão renal aguda (LRA). A prevalência de lesão renal aguda associada a cirurgia cardíaca (LRA-ACC) varia de 5 a 42 dos pacientes submetidos a tais procedimentos. Afim de diminuir a incidência deste desfecho e o consequente aumento da morbimortalidade dos pacientes, é necessário que os fatores de risco associados sejam bem delineados. Através do atual estudo, visou-se definir o perfil do paciente atingido pela LRA-ACC e seus fatores de risco, em um hospital de referência em Ponta Grossa. Foram incluídos os pacientes que se submeteram a cirurgia cardíaca no período de janeiro de 2011 a dezembro de 2017, excluindo-se aqueles que estavam em diálise ou que evoluíram para óbito no transoperatório ou pós-operatório imediato. O estudo resultou em uma amostra de 544 pacientes, dos quais 162 (29,8) apresentaram algum grau de LRA-ACC. Destes, 117 (72,2) (p=0.005) eram homens, a média de idade entre os acometidos foi de 63,42 anos, enquanto entre aqueles com função renal sem alteração foi de 58,02 (p0.0001). O peso (p=0.035) e IMC (p0.0001) também se mostraram significativamente diferentes entre os grupos. Os procedimentos cirúrgicos valvares (p=0.007) ou em aorta torácica (p=0.017) acarretaram maior incidência de LRA, assim como o uso de circulação extracorpórea (p=0.012) e respectivo tempo (p=0.0001), período de clampeio aórtico (p=.0029), utilização de drogas vasoativas no pós-operatório (p=0.043), função renal pré-operatória (p0.0001), presença de diabetes (p=0.006) e escore NYHA (0.032). Pode ser observado que diversos fatores intrínsecos ao paciente são considerados de risco para LRA-ACC enquanto outros são associados à cirurgia cardíaca propriamente dita, desta forma é possível predizer quais indivíduos apresentam maior chance de desenvolver a complicação e assim utilizar-se de medidas profiláticas para a LRA, melhorando o desfecho desses pacientes.

P 046COMPLICAÇÕES EM CORREÇÃO DE COMUNICAÇÃO INTERATRIAL COM PRÓTESE AMPLATZER

MELISSA TAMARA MATEUS DA SILVA (UNICESUMAR), ALEXANDRA FREIRE PUPIM (UNICESUMAR), DANIELLE HORING GRUBERT (UNICESUMAR), ELIS CRISTIANE PILGER (UNICESUMAR), RAFAELLA BIGOTTO E SILVA (UNICESUMAR), FÁBIO PEIXOTO GANASSIN (UNICESUMAR)

INTRODUÇÃO: A Comunicação Interatrial (CIA) é uma doença congênita, mais prevalente em mulheres. Seu principal tipo é o ostium secudum (OS), que ocorre por um mal fechamento do septo primum, e tem localização superior quando comparado ao ostium primum. A prótese de Amplatzer é a mais utilizada para o fechamento desse tipo de cardiopatia, entretanto diversas complicações podem ocorrer após sua implantação. RELATO: Mulher, 55 anos, com dispneia há 10 anos e diagnóstico pregresso de CIA OS, em tratamento clínico até então por não desejar uma cirurgia aberta. Encaminhada em março de 2016 para avaliação e tratamento percutâneo. O ecocardiograma transesofágico mostrava CIA OS com 28 mm e sobrecarga de átrio direito. Foi realizado cateterismo cardíaco pré-procedimento evidenciando CIA com shunt significativo e procedeu-se com fechamento percutâneo com prótese Amplatzer (36 mm) em abril de 2016. RESULTADO: Após o procedimento a paciente evoluiu com taquicardia juncional, dor torácica tipo queimação, derrame pericárdico leve/moderado, sem sinais de tamponamento e prótese bem posicionada, sem shunts. Iniciou-se o tratamento das complicações, com melhora sintomatológica e redução do derrame. Posteriormente evidenciou-se melhorar do quadro geral. DISCUSSÃO. Em CIAs grandes (30 mm diâmetro) a colocação de próteses de fechamento podem gerar maiores complicações. Embolização, arritmias supraventriculares transitórias podem surgir nas primeiras semanas pós-procedimento. O derrame pericárdico ou pleural é relativamente comum, e mesmo quando não requer drenagem, ele aumenta a morbidade pós-operatória. Reações de hipersensibilidade ao níquel são frequentes e desencadeiam complicações inflamatórias sistêmicas. CONCLUSÃO. O risco de complicações pós fechamento de CIA pela prótese Amplatzer, relaciona-se de maneira diretamente proporcional com o diâmetro da prótese, assim como com a presença de hipersensibilidade ao material constituinte da prótese. São mais frequentes nos primeiros três meses e são geralmente reversíveis. No caso da paciente, houve complicações, principalmente pelo tamanho da prótese, mas tais problemas foram resolvidos.

P 048JANELA AORTO-PULMONAR: UM RELATO DE CASO

MARIA EMÍLIA RIBEIRO DOS SANTOS (FACULDADES PEQUENO PRÍNCIPE), DEISE NAJI GOMES KRISTOCHIK (FACULDADES PEQUENO PRÍNCIPE), JOSÉ RUBENS ALCANTARA MADUREIRA (), MARIA CECÍLIA KNOLL FARAH (FACULDADES PEQUENO PRÍNCIPE)

Introdução: A janela aorto-pulmonar (JAP), descrita pela primeira vez por Elliotson, em 1830¹, é uma anomalia cardíaca rara, caracterizada pela existência de uma comunicação entre aorta ascendente e artéria pulmonar, na presença de valvas semilunares separadas². A prevalência varia de 0,2 a 0,4 dentre todas as cardiopatias congênitas³. É dividida em três tipos, sendo o tipo I o mais encontrado4. Objetivo: Relatar um caso de janela aorto-pulmonar tipo I com correção cirúrgica total realizada na idade de um ano, que demonstrou bom resultado. Delineamento: A JAP apresenta-se precocemente por insuficiência cardíaca e, em sua evolução natural, evolui com hiperfluxo pulmonar e hipertensão pulmonar. Ao divulgar a apresentação clínica dessa cardiopatia, pretende-se alertar cardiologistas e pediatras para o diagnóstico precoce e tratamento adequado. Trata-se de análise descritiva de um caso clínico com revisão do prontuário e exames de imagem, atendido em um hospital pediátrico de referência. Pacientes e métodos: Paciente masculino, R.M., 1 ano 5 meses e 27 dias, nascido de parto cesárea sem intercorrências. Iniciou os sintomas nos primeiros meses de vida com cansaço durante as mamadas, sudorese e dispneia ao choro. Ao exame físico, observou-se desenvolvimento pondero-estatural e neuropsicomotor normais, acianose, mucosas hipocoradas e pulsos periféricos presentes. Em tórax, presença de murmúrio vesicular universalmente audível sem ruídos adventícios e expansibilidade adequada. Na ausculta cardíaca, presença de sopro sistólico do tipo regurgitativo 3+/4+. Foi realizado eletrocardiograma, radiografia de tórax, estudo hemodinâmico e ecocardiograma, que demonstraram a presença de JAP de aproximadamente 10 mm, com necessidade de intervenção. A correção cirúrgica foi realizada com retalho de pericárdio bovino por abordagem transaórtica, com bom resultado. Conclusões: A hipótese de janela aorto-pulmonar deve ser lembrada em lactentes com sintomas de insuficiência cardíaca e hiperfluxo pulmonar, principalmente na presença de sopro sistólico no bordo esternal esquerdo.

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Resumos Temas Livres

P 049ASSOCIACAO ENTRE ESTRESSE NO TRABALHO E DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA OBSTRUTIVA

RAFAELA DENEKA ZILIOTTO (PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ), OTÁVIA SALUM RIBEIRO (PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ), LARA LUIZA SILVELLO PEREIRA (PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ), ANA PAULA WELLER GARCIA (PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ), PEDRO HENRIQUE RAMOS PRADO (QUANTA DIAGNÓSTICO E TERAPIA), JOÃO VICENTE VITOLA (QUANTA DIAGNÓSTICO E TERAPIA), RODRIGO JÚLIO CERCÍ (QUANTA DIAGNÓSTICO E TERAPIA), MIGUEL MORITA FERNADES-SILVA (QUANTA DIAGNÓSTICO E TERAPIA), ODILSON MARCOS SILVESTRE ()

Introdução: O estresse pode ser considerado um fator de risco para essas doenças do sistema cardiovascular, tendo em vista que a resposta adaptativa ao estresse envolve aumento da pressão arterial e alterações no equilíbrio do sistema autonômico. Entretanto, a associação entre estresse no trabalho e risco de doenças cardiovasculares é controversa.Objetivo: Avaliar a associação entre estresse no trabalho e doença aterosclerotica coronária (DAC) obstrutiva em pacientes encaminhados para investigação de doença coronária com exames de imagem.Método: Indivíduos encaminhados para Angiotomografia coronariana ou Cintilografia de miocárdio foram avaliados quanto ao nível de estresse no trabalho( Job Strain) por um questionário validado para classificar o paciente em passivo, ativo, baixo Job Strain ou elevado Job Strain segundo o modelo de demanda e controle de Karasek. O desfecho foi definido por presença de aterosclerose obstrutiva de 50 em pelo menos uma coronária ou presença de isquemia miocárdica em qualquer território da cintilografia de perfusão miocárdica. Foram excluídos pacientes que estavam desempregados, aposentados ou afastados do trabalho por invalidez.Resultados: Nós avaliamos 110 pacientes e foi observado alto Job Strain em 31 (28,1) pacientes. Os pacientes com elevado Job Strain eram mais jovens (48 ± 8 vs 54 ± 10 anos, p=0,006), mais provavelmente mulheres (52 vs 30, p=0,037), e apresentavam mais dor torácica atípica (39 vs 18 p=0,045) do que aqueles sem elevado Job Strain. Não houve diferença significativa na prevalência de doença arterial coronária obstrutiva entre os pacientes classificados com elevado Job Strain e os demais pacientes ( 10 vs 14, p=0,75),mesmo após ajuste para idade, sexo e presença de dor atípica em analise de regressão logística multivariada( Odds Ratio=1,53, Intervalo de confiança 95 0,33-7,20)Conclusão: Não houve associação entre elevado estresse no trabalho e DAC obstrutiva.

P 051CAPACIDADE FUNCIONAL É MAIOR EM REGIOÕES COM MAIOR WALKABILITY

ANA PAULA WELLER GARCIA (PUCPR), RODRIGO CERCI (QUANTA), LARA LUIZA SILVELLO PEREIRA (PUCPR), OTÁVIA SALUM RIBEIRO (PUCPR), RAFAELA DENEKA ZILIOTTO (PUCPR), ADRIANO AKIRA FERREIRA AKINO (PUCPR), CRISTINA PELLEGRINO BAENA (PUCPR), PEDRO HENRIQUE RAMOS PRADO (QUANTA), JOÃO VITOLA (QUANTA), MIGUEL MORITA FERNANDES SILVA (PUCPR)

Introdução: Walkability se refere a locais favoráveis ao hábito de caminhar. Indivíduos que moram em locais com elevada Walkability são mais propensos a prática de atividade física. No entanto, é incerto se a Walkability está associada a capacidade funcional, um importante fator prognóstico de doenças cardiovasculares.Objetivos: Investigar a associação entre Walkability e capacidade funcional de pacientes submetidos a cintilografia do miocárdio com estresse físico. Métodos: Nós avaliamos 17895 pacientes submetidos a cintilografia de perfusão miocárdica com teste em esteira. A variável de exposição foi um escore de Walkability, que combina conectividade de ruas, densidade residencial, uso misto do solo e densidade comercial de ruas no setor censitário do endereço de residência de cada participante. O desfecho foi a capacidade funcional estimada pelo teste ergométrico em percentual do predito para idade e sexo. Os participantes foram divididos em tercis do escore de walkability, representando baixa, média e alta walkability.Resultados: Comparado a regiões de baixa e média Walkability, aquelas de alta Walkability era composta de indivíduos eram mais velhos (59 ± 12 vs 60 ± 12 vs 61 ± 12, p0,001), com menor proporção de mulheres (47 vs 47 vs 45, p=0,009), menos sedentários (72 vs 71 vs 70, p=0,005) e menos tabagistas ( 10 vs 9 vs 8, p=0,032). A capacidade funcional foi ligeiramente mais elevada nas regiões de alta Walkability (134 ± 29 vs 134 ± 28 vs 136 ± 29, p0,001, para baixa, média e alta Walkability respectivamente). Esta associação persistiu após ajuste para índice de massa corpórea, história de hipertensão, diabetes, dislipidemia, história familiar de doença coronária, tabagismo, sedentarismo e evento cardiovascular prévio na análise de regressão multivariada (Coeficiente Beta=1,16, p0,001).Conclusão: Walkability foi independentemente associada a capacidade funcional ligeiramente na população. Se isto resulta em melhor sobrevida é incerto.

P 050ASSOCIAÇÃO ENTRE RADIOTERAPIA TORÁCICA E CALCIFICAÇÕES CORONÁRIAS EM MULHERES COM CÂNCER DE MAMA

AMANDA DE NADAI COSTA (HOSPITAL SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE CURITIBA), BARBARA LOUISE FLORES (PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ), VICTOR AUGUSTO FÁVERO (PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ), DIOGO TRAUB KORMANN (UNIVERSIDADE POSITIVO), PEDRO HENRIQUE RAMOS PRADO (QUANTA DIAGNÓSTICO NUCLEAR), JOÃO VÍTOLA (QUANTA DIAGNÓSTICO NUCLEAR), RODRIGO JULIO CERCI (QUANTA DIAGNÓSTICO NUCLEAR), MIGUEL MORITA FERNANDES-SILVA (QUANTA DIAGNÓSTICO NUCLEAR)

Introdução: Mulheres que sobreviveram ao câncer de mama tem maior risco de doença cardíaca isquêmica, e isto tem sido atribuído aos efeitos da irradiação torácica nas artérias coronárias. No entanto, o efeito da radioterapia torácica na progressão da aterosclerose é controverso, especialmente com as técnicas mais recentes de proteção cardíaca.Objetivo: Avaliar a associação entre a radioterapia no tórax e a presença de calcificações coronárias em mulheres com história de câncer de mama.Métodos: Foram avaliadas 266 mulheres com câncer de mama submetidas ao exame de Positron Emission Tomography/Computed Tomography (PET-CT) entre 2014 e 2018. A história de exposição a radioterapia foi informada pelas pacientes no momento do exame. O desfecho foi a presença de calcificações nas artérias coronárias, avaliada pelas imagens do PET-CT de maneira visual semiquantitativa e classificada em ausente, moderada, discreta e importante. Os dados foram analisados através de teste exato de Fisher. O nível de significância foi p0.05.Resultados: Das 266 mulheres avaliadas, 133 (50) haviam sido submetidas a radioterapia torácica. A idade média (56 ± 12 vs 53 ± 14, p=0.06), história de hipertensão arterial (24 vs 22, p=0.31), diabetes mellitus (5 vs 4, p=0.88), dislipidemia (7 vs 7, p=0.2) e a presença de calcificações coronárias (24 vs 26, p=0.41) foram semelhantes entre as mulheres com e sem história de radioterapia torácica, respectivamente. A presença de calcificação coronariana classificada como importante também não apresentou diferença estatisticamente significativa entre os grupos (2 vs 5, p=0.41).Conclusão: A radioterapia torácica em pacientes com câncer de mama não foi associada à presença de calcificação coronária ao PET-CT. Isto sugere que o aumento do risco de doença cardíaca isquêmica após a radioterapia pode decorrer de mecanismos sem relação com a progressão acelerada da aterosclerose.

P 052DIA INTERDISCIPLINAR DA COAGULAÇÃO: ANALISE DE PROFILAXIA PARA TROMBOEMBOLISMO VENOSO DE 153 PACIENTES EM PÓS OPERATÓRIO DE CIRURGIA CARDÍACA.

RAPHAEL MOREIRA (HOSPITAL BENEFICÊNCIA PORTUGUESA DE SÃO PAULO), NATAN COSTA (HOSPITAL BENEFICÊNCIA PORTUGUESA DE SÃO PAULO)

Introdução: Tromboembolismo venoso (TEV) após cirurgia de revascularização cardíaca, em suas manifestações clinicas como embolia pulmonar (EP) e trombose venosa profunda (TVP), é uma complicação que traz consigo alta morbidade e mortalidade. A incidência de TVP pós-cirurgia cardíaca é de até 15 a 20 e a incidência de EP é de cerca de 0,5 a 4, embora muitos destes possam ocorrer após a alta e muitos podem ser dificilmente detectados clinicamente. Isto é semelhante à incidência de pacientes submetidos a cirurgia geral alto risco. A TEV varia dependendo da profilaxia no pós-operatório, da presença de cateteres venosos centrais de longa permanência nas extremidades e da deambulação precoce.

Metodologia: Estudo transversal realizado em um Hospital terciário de São Paulo, com 153 pacientes que se encontram internados em pós operatório de cirurgia cardíaca. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e a coleta de dados foi realizada em um único dia através de formulário próprio, pré aplicado pelos pesquisadores. Os dados foram armazenados e analisados em programa Microsolft Excel.

Resultados: Foram estudados 153 pacientes, sendo 60,13 do sexo masculino e com uma media de idade de 63,54 ± 12,86 anos. A profilaxia para TEV ocorreu em 77,77 dos pacientes. Dos 153 pacientes, 73,21 estavam com profilaxia medicamentosa, dos quais 47,71 receberam heparina de Baixo Peso Molecular, 18,30 receberam Heparina Não-Fracionada e 7,18 receberam outras prevenções medicamentosas. Receberam profilaxia mecânica 10,45 dos pacientes.

Conclusão: A profilaxia para TEV no pós operatório de cirurgia cardíaca da nossa instituição ocorreu em cerca de 78 dos pacientes, demonstrando assim uma boa aderência aos protocolos de profilaxia, com dados superiores aos da literatura.

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P 053ESTÁ A QUALIDADE DE VIDA RELACIONADA À ADESÃO AO TRATAMENTO MEDICAMENTOSO EM HIPERTENSOS?

ANA CLÁUDIA MERCHAN GIAXA (SOCIEDADE PARANAENSE DE CARDIOLOGIA - DEMP), ELOISA DIAS ABBOUD HANNA (SOCIEDADE PARANAENSE DE CARDIOLOGIA - DEMP), GISANE BIACCHI GOMES (SOCIEDADE PARANAENSE DE CARDIOLOGIA - DEMP), MARA REGINA CILIÃO (SOCIEDADE PARANAENSE DE CARDIOLOGIA - DEMP), RITA DE CÁSSIA DE OLIVEIRA MUNHOZ MIRANDA (SOCIEDADE PARANAENSE DE CARDIOLOGIA - DEMP), VIVIAN FREITAS REZENDE BENTO (SOCIEDADE PARANAENSE DE CARDIOLOGIA - DEMP)

FUNDAMENTO A Hipertensão arterial é uma doença sistêmica multifatorial, crônico-degenerativa e fator de risco para doenças cardiovasculares.Exige adaptação do paciente ao tratamento proposto. A Psicologia pode contribuir para comportamentos de adesão relacionados à terapia medicamentosa e mudanças no estilo de vida. OBJETIVO Descrever a relação da qualidade de vida vinculada à adesão ao tratamento em pacientes hipertensos. DELINEAMENTO Revisão narrativa. RESULTADOS Souza, Borges e Moreira (2016) identificaram numa metanálise brasileira sobre tratamento não farmacológico(intervenção educativa) e farmacológico, um decréscimo do domínio mental (média= -0,96, IC95 -3,10–1,17, p = 0,38), um incremento no físico (média=3,59,IC95 1,22–5,95, p = 0,003) e na qualidade de vida (média=8,26,IC95 4,99–11,53, p 0,00001) no grupo de intervenção educativa sem tratamento farmacológico. Por outro lado, no grupo com intervenção farmacológica houve incremento em todas médias desde domínio mental (média=7,49,IC95 5,65–9,33, p 0,00001), físico (média=10,76,IC95 8,69–12,83,p 0,00001) e na qualidade de vida (média=9,75,IC95 7,99–11,51, p = 0,00001). A qualidade de vida foi medida pelo controle da pressão sistólica e diastólica. Os questionários utilizados foram o Questionário de Qualidade de vida (SF-36 e versão SF-12) e Escalas de bem-estar geral, psicológico, físico e de stress. CONCLUSÃO.Observou-se que o tratamento não farmacológico teve a média aumentada em 2,45 pontos (IC95 1,02–3,87, p 0,0008). Em contrapartida, no tratamento farmacológico há um incremento maior, em relação ao não farmacológico, com aumento de 9,24 pontos na média (IC95 8,16–10,33, p 0,00001). Estes resultados sugerem que a Psicologia pode intervir como coadjuvante no tratamento de hipertensos, no sentido de ajudá-los a dimensionarem a cronicidade da doença, da necessidade do tratamento regular e multifatorial, reforçar o uso medicamentoso e conscientização da necessária mudança do estilo de vida. Considerando as Diretrizes de Prevenção de Doenças Cardiovasculares (2014), mais pacientes precisarão ser tratados farmacologicamente.

P 055HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA: COMO PROMOVER E AUMENTAR A ADESÃO DO PACIENTE AO TRATAMENTO?

VIVIAN FREITAS REZENDE BENTO (), MARA REGINA CILIÃO (), GISANE BIACCHI GOMES (), ANA CLÁUDIA MERCHAN GIAXA (), ELOISA DIAS ABBOUD HANNA (), RITA DE CÁSSIA DE OLIVEIRA MUNHOZ MIRANDA ()

FUNDAMENTO: A hipertensão arterial sistêmica (HAS) acomete 25,6 da população adulta brasileira segundo dados do VIGITEL Brasil de 2016. Está associada diretamente com a doença cardiovascular, que é a principal causa de mortalidade na população brasileira. Cerca de 16 a 50 dos pacientes abandonam a medicação anti-hipertensiva no primeiro ano de uso, sendo portanto uma doença de difícil controle em virtude da baixa adesão dos pacientes ao tratamento. OBJETIVO: Conhecer estratégias para aumento e manutenção da adesão dos pacientes com HAS ao tratamento. DELINEAMENTO: Revisão Narrativa. RESULTADOS: A) Individualização do tratamento por meio do conhecimento dos fatores individuais interferentes na adesão, relacionados ao paciente, doença, tratamento, cuidador, equipe e sistema de saúde. B) Estratificação de risco (Escala de Morisky-Green). C) Educação e Conscientização quanto a doença e tratamento (individual, palestras, grupos, materiais educativos). D) Capacitação do paciente e cuidador para a execução do cuidado e autocuidado (treinamento contínuo). E) Construção de plano de cuidados de forma participativa (profissional, paciente e cuidador). F) inclusão do paciente em um programa assistencial multidisciplinar (diferentes enfoques). G) Monitoração telefônica (dúvidas, suporte terapêutico e vínculo). H) Monitoração residencial de pressão arterial (controle da HAS e intervenção precoce). I) Inclusão do cuidador no processo terapêutico (suporte emocional e terapêutico). CONCLUSÃO: Muitas são as estratégias citadas na literatura que aumentam e promovem a manutenção da adesão do paciente ao tratamento. A adesão tem íntima relação com a aceitação da doença e cronicidade, estas obtidas por meio do conhecimento adquirido no processo de educação/conscientização/capacitação. Neste processo, a concordância do paciente com as orientações se dá por meio de sua inclusão na construção do plano de cuidados, sendo este participante ativo e diretamente envolvido no processo decisório. Estas estratégias tem portanto como cerne o conhecimento do paciente como Ser integral e seu papel - responsabilidade no processo terapêutico.

P 054ENFERMAGEM EM SERVIÇOS DE HEMODINÂMICA - CARACTERÍSTICAS DA ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA ASSISTÊNCIA DE PACIENTES COM DOENÇAS CORONARIANAS NO BRASIL: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

VIVIAN FREITAS REZENDE BENTO (), MARIA DO CARMO LISBOA (PUCPR), MARIA HELOISA MADRUGA CHAVES (PUCPR)

FUNDAMENTO: A atuação do enfermeiro em Serviço de Hemodinâmica (SH) tem aumentado nos últimos anos. Entretanto, estudos que demonstrem as características da atuação de enfermagem nestes serviços, bem como sua padronização ainda são escassos. OBJETIVO: Conhecer as características da atuação do enfermeiro em SH em território brasileiro. DELINEAMENTO: Revisão integrativa de literatura. RESULTADOS: Foram encontrados nas bases de dados 1766 artigos. Selecionados para leitura integral 75. Incluídos: 15 artigos. Período de 1982 a 2017. Artigos: produções da região Sul 46,6 (7), Sudeste 40,0 (6) e Nordeste 13,3 (2). Vinculação Acadêmica: Não relatado 20,0 (3) , Graduação 20,0 (3), Residência 13,3 (2), Mestrado 33,3 (5), Doutorado 13,3 (2). Amostra: 780 pacientes, 257 enfermeiros, 1 SH e 1 fonte secundária (200 prontuários). Dos enfermeiros: tempo de hemodinâmica 1 a 6 anos, tempo de formação 2 a 12 anos, 90,0 do gênero feminino e 58,7 não realizaram treinamento. Conteúdo: 20,0 (3) Diagnóstico de enfermagem/abordagem psicossocial com destaque dificuldade para definição dos diagnósticos pelos enfermeiros. Em 53,3(8) Atividades do enfermeiro como gerenciador de recursos humanos e materiais, A prescrição de enfermagem e Assistência direta ao paciente (perioperatória). Dificuldades na atuação 66,6 (10): Falta de conhecimento específico de hemodinâmica e radiologia, Falta de programa de educação permanente, Falta de especialização em hemodinâmica e angiologia, Literatura escassa, Quadro de pessoal insuficiente, Sobrecarga de trabalho e Estresse. CONCLUSÃO: Percebemos a necessidade de melhor estruturação dos SH, no que diz respeito a formação específica, programas de educação continuada e adequação de quadro de pessoal. A atuação da enfermagem em SH é relativamente nova e a produção científica ainda regionalizada, todavia estas muito importantes para a elaboração e execução de uma assistência especializada, sistematizada e humanizada. Maiores estudos, com maior rigor metodológico são necessários para a caracterização da atuação do enfermeiro nestes serviços, bem como de suas necessidades.

P 056DOENÇA HEPÁTICA GORDUROSA NÃO ALCOÓLICA E A REPERCUSSÃO CARDIOVASCULAR

MARA REGINA CILIÃO (), GISANE BIACCHI GOMES (), VIVIAN FREITAS REZENDE BENTO (), ANA CLÁUDIA MERCHAN GIAXA (), ELOISA DIAS ABBOUD HANNA (), RITA DE CÁSSIA DE OLIVEIRA MUNHOZ MIRANDA ()

FUNDAMENTO A Doença Hepática Gordurosa Não Alcoólica (DHGNA) é a forma mais simples da doença inflamatória hepática crônica, com acúmulo de triglicerídeos nos hepatócitos e potencial evolutivo. Os portadores são frequentemente dislipidêmicos, hipertensos, obesos, intolerantes à glicose ou diabéticos, portadores de Síndrome Metabólica e consequentemente com risco aumentado de Doença Cardiovascular. OBJETIVO Conhecer a prevalência da DHGNA e a repercussão cardiovascular, considerando a população mundial e brasileira. DELINEAMENTO Revisão de literatura narrativa. Os descritores utilizados foram: esteatose hepática, doença cardiovascular, prevalência. As bases de dados PubMed, Google Acadêmico, Scielo, Lilacs, DataSus e Sociedade Brasileira de Hepatologia. As buscas foram realizadas no período de 2010 a 2018. RESULTADOS A prevalência da DHGNA vêm aumentando no mundo, sendo considerada a mais prevalente das doenças hepáticas crônicas da atualidade. Esta patologia sinaliza o desenvolvimento de doenças sistêmicas graves, associada a um aumento de morbimortalidade. Representa entre 20 a 30 no mundo e 20 no Brasil, sendo uma das doenças mais comuns no ocidente. A grande importância da DHGNA é o seu potencial evolutivo para formas inflamatórias fibrosantes e potencialmente para cirrose hepática e até mesmo carcinoma hepatocelular. A DHGNA é considerada uma manifestação da doença metabólica, e sua prevalência eleva-se substancialmente com o aumento do índice de massa corporal (IMC) e a presença de diabetes mellitus presente em 70 com esteatose. Assim, IMC 35 e diabetes mellitus são considerados fatores de risco da evolução de esteato-hepatite para cirrose. Diversos estudos indicaram que a DHGNA pode ser um marcador mediador precoce de aterosclerose. CONCLUSÃO A DHGNA se associa com ganho ponderal e sedentarismo. Atividade Física associada a Dieta Balanceada isenta de alimentos com alto índice glicêmico, restrita em ácidos graxos saturados e elevado teor de probióticos, podem auxiliar na prevenção da DHGNA. Ressaltamos também que o controle das patologias associadas auxiliam no tratamento.

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P 057HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA: PREVALÊNCIA E TRATAMENTO EM IDOSOS EM INTUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA

CARLOS EDUARDO BRONZEL DUBAY (INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA DE IDOSOS, CARMO DO PARNAÍBA - MG), GISLAINE MICHEL MARIN (INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA DE IDOSOS, CARMO DO PARNAÍBA - MG), JAQUELINI TIRAPELLE AYUB RIBEIRO (INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA DE IDOSOS, CARMO DO PARNAÍBA - MG), PEDRO WAGNER RAMOS JÚNIOR (INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA DE IDOSOS, CARMO DO PARNAÍBA - MG), DANIEL LUIZ CARDOSO LIMA (INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA DE IDOSOS, CARMO DO PARNAÍBA - MG), POLYANNA DELOURDES SALES DE ALMEIDA (INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA DE IDOSOS, CARMO DO PARNAÍBA - MG), GUSTAVO LIRA LEITE (INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA DE IDOSOS, CARMO DO PARNAÍBA - MG), JULIANA LEITE MASSUDA (INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA DE IDOSOS, CARMO DO PARNAÍBA - MG), CLEBER HENRIQUE DA SILVA (INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA DE IDOSOS, CARMO DO PARNAÍBA - MG), LEONARDO DANIEL BARBOSA (INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA DE IDOSOS, CARMO DO PARNAÍBA - MG)

O envelhecimento da população vem acompanhado do aumento das doenças crônicas, como a hipertensão arterial sistêmica (HAS). Objetivo deste estudo é avaliar a prevalência e classes de medicamentos para HAS prescritos em uma instituição de longa permanência de idosos (ILPI) filantrópica na cidade de Carmo do Parnaíba - MG, com média de idade de 75,4 anos e com 60,5 do sexo feminino.Estudo transversal, onde foram analisados os prontuários de todos os internos com idade igual ou maior que 60 anos, no mês de dezembro de 2016, totalizando 38 elegíveis. Foi encontrado uma prevalência de 60,5, 23 idosos, com diagnóstico de HAS, sendo 9 (39,1) do sexo masculino e 14 (60,9) do sexo feminino do total de hipertensos, com média de uso de 1,82 medicamentos por paciente, variando de 0 e 4 medicações. As medicações prescritas foram, por classes: IECA: Captopril 7 (18,4), Enalapril 3 (7,8), BRA: Losartana 4 (10,5), BCC: Nifedipina 1 (2,6), Diuréticos: Furosemida 12 (31,5), Hidroclorotiazida 7 (18,4) e Espironolactona 4 (10,5), Beta-bloqueadores: Atenolol 2 (5,2), Carvedilol e Propanolol 1 (2,6).A prevalência de HAS encontrada neste estudo é compatível com os trabalhos anteriores no Brasil, onde cerca de 60 da população acima de 60 anos tem HAS. Em relação as medicações utilizadas, pelo caráter filantrópico da instituição, os mais utilizados foram os distribuídos através da farmácia popular ou farmácia da prefeitura da cidade. O alto uso de diurético, notadamente a Furosemida, pode ser explicada pela maior prevalência de insuficiências cardíaca e renal nessa população, pesar de estar entre os medicamentos não indicados para idosos.

P 059ABORDAGEM MULTIPROFISSIONAL EM UM PACIENTE COM SÍNDROME CARDIORRENAL: RELATO DE CASO

ANGÉLICA ZANETTINI (UPF), MARISA CARRETTA (HOSPITAL DA CIDADE), GABRIELA STOCHERO (UPF), JULIANE CHRISTOFARI DA SILVA (UPF), SANDRA BIASUZ (HOSPITAL DA CIDADE)

Fundamento: A alteração da função renal nos pacientes com Insuficiência Cardíaca (ICC) descompensada é frequente, e está associada a alta morbimortalidade. Essa interação entre coração e rim é conhecida como Síndrome Cardiorrenal (SCR) onde a alteração primaria em um órgão resulta em disfunção secundária e prejuízo do outro. Objetivo: Descrever o caso da patologia de SCR associada à ICC descompensada com uma abordagem multiprofissional em saúde. Delineamento: estudo retrospectivo, descritivo, tipo relato de caso.Paciente e Método: Paciente feminina, 66 anos, fumante passiva há 32 anos, em acompanhamento médico regular. História de doenças pregressas de Hipertensão Arterial Sistêmica, Acidente Vascular Cerebral há 13 anos, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, ICC, Fibrilação Atrial Crônica e Diabetes Melittus. Procurou um serviço de emergência devido à dificuldade respiratória, fraqueza, vertigem e mal-estar. Diagnosticada com pneumonia, progrediu com piora clínica, apresentando quadros de hiperglicemia e hiponatremia. O serviço de nefrologia conclui o diagnóstico de SCR. Laboratorialmente encontrava-se em disfunção renal, com níveis elevados de ureia, ácido úrico e creatinina, além de níveis baixos de hemácias, hematócritos e hemoglobina. A radiografia de tórax apresentou área cardíaca aumentada, presença de infiltrados, pulmões hiperinsulflados e áreas de consolidação. O eletrocardiograma apresenta ausência de onda P, sugestivo de Fibrilação Atrial.Resultados: O seguimento do tratamento deu-se pela aplicação do plano terapêutico integrado através da utilização dos conceitos da clínica ampliada, incluindo os cuidados integrais de enfermagem, como a monitorização, avaliação e condutas multiparamétricas, assim como o acompanhamento psicológico, com o objetivo de ofertar um espaço de continência por meio de escuta terapêutica e a avaliação farmacêutica, com a reconciliação medicamentosa.Conclusão: Houve uma estabilização do quadro clínico com controle da função renal e da ICC, progredindo assim, para alta hospitalar efetivada através da transição do cuidado multiprofissional.

P 058PRESENÇA DE HAS, TABAGISMO E/OU ALTERAÇÕES DE IMC EM PARTICIPANTE DE UMA FEIRA DE SAÚDE ALUSIVA AO DIA NACIONAL DE PREVENÇÃO E COMBATE A HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA

JULIANE CHRISTOFARI DA SILVA (UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO ), ANGÉLICA ZANETTINI (UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO), JULIANA NUNES FERREIRA (UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO), AMANDA SACHETTI (HOSPITAL DA CIDADE)

Introdução:Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é uma condição multifatorial caracterizada por elevação sustentada dos níveis pressóricos. Sendo, frequentemente agravada pela associação com outros fatores de risco como dislipidemia, obesidade e diabetes mellitus. Objetivo:identificar características da população participante de um evento de prevenção cardiovascular com relação a HAS. Métodos: estudo do tipo transversal, quantitativo e descritivo, foram avaliados 113 indivíduos de ambos os sexos, que buscaram um evento de prevenção à saúde cardiovascular promovido por um hospital de grande porte do norte do estado do Rio Grande do Sul. Realizou-se cálculo do índice de massa corporal e aferição da pressão arterial, além de questionamentos quanto saúde cardiovascular prévia, histórico de saúde, hábitos de vida e uso de medicamentos. Estes dados foram registados num questionário padrão desenvolvido pelos organizadores do evento. Os portadores de fatores de risco, evidenciados pela equipe multiprofissional foram encaminhados para o teste de colesterol e abordagem médica. Resultados: a amostral total foi de 113 participantes, destes, 80 (70,8) do sexo feminino e 33 (29,2) do sexo masculino, com média de idade de 53,8 anos. Dentre estes, 46 (61,3)relataram ter diagnostico médico de HAS e estar em tratamento vigente. Relacionado ao uso do tabaco 8 (7,2) eram tabagistas ativos, 25 (22,5) ex-tabagistas e 78 (70,3) nunca fizeram uso. Já com relação ao IMC, 53 (46,9) participantes apresentavam sobrepeso, 27 (23,9) obesidade grau I, 20 (17,7) peso normal, 9 (8) obesidade grau II e 4 (3,5) obesidade grau III. Do total, 39 (35,1) participantes necessitaram receber orientações com a equipe médica. Conclusão: nesta feira de saúde participaram principalmente mulheres adultas, portadoras de HAS e sobrepeso, porém em sua maioria não tabagistas. Sabe-se que a prevenção primária representa um grande desafio para os profissionais da saúde, prevenir e detectar fatores de risco precocemente são formas efetivas de evitar as complicações decorrentes da HAS.

P 060FICHA DE AVALIAÇÃO MULTIPROFISSIONAL PRÉ CIRURGIA CARDÍACA: UMA FERRAMENTA CONDUTORA DO CUIDADO

ANGÉLICA ZANETTINI (UPF), MARISA CARRETTA (HOSPITAL DA CIDADE), GABRIELA STOCHERO (UPF), ISABEL CRISTINA REINHEIMER (UPF), JULIANE CHRISTOFARI DA SILVA (UPF)

Introdução: A avaliação multidimensional pré-operatória da Cirurgia Cardíaca (CC) prediz condições que determinam o sucesso operatório. Para tal, faz-se necessário o uso sistematizado de ferramentas protocoladas institucionalmente. Objetivo: discorrer sobre a aplicabilidade clínica de uma ficha de avaliação multiprofissional no pré-operatório na especialidade de CC.Delineamento: estudo descritivo, qualitativo realizado através de uma ficha de avaliação pré-operatória. O modelo de ficha foi criado por uma equipe multiprofissional envolvida no processo do cuidado ao paciente de cirurgia cardíaca. Teve sua proposta oriunda da percepção da necessidade de se utilizar uma ferramenta de avaliação específica para esta especialidade. Inclui as áreas da Enfermagem, Psicologia, Fisioterapia e Farmácia.Pacientes e Método: este modelo de avaliação é preenchida de forma dirigida e automatizada, apresentando a possibilidade de adaptações profissionais conforme as necessidades visualizadas. Os campos foram ordenados visando abranger o raciocínio clínico multiprofissional. Esta ficha inclui um interrogatório sistematizado de antecedentes de morbidade. Posteriormente é realizado exame físico, diagnósticos prioritários, avaliação medicamentosa e escuta qualificada, a fim de avaliar as condições orgânicas e psíquicas. A aplicabilidade da ficha se concretiza ao se tornar a ferramenta condutora de oferta ao paciente de esclarecimentos sobre o procedimento, riscos e benefícios, assim como evitar possíveis agravos relacionados a condições pré-existentes. Resultados: possibilita a equipe multiprofissional avaliar o estado do paciente, suas reais necessidades e planejar os cuidados trans e pós-operatórios de forma individualizada, buscando um atendimento assertivo, tanto para o paciente quanto para familiares. Sendo notório que após a avaliação, os pacientes demostraram menos ansiedade e mais segurança, pois se estabelece uma relação de confiança paciente- equipe.Conclusões: frente as evidências, é inquestionável a valia deste processo sistematizado, uma vez que ele promove a aproximação da equipe com o paciente e família e corrobora com a qualificação do atendimento prestado e a positiva experiência vivida pelo paciente.

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Resumos Temas Livres

P 061IMPRESSÃO DE PROTÓTIPO TRIDIMENSIONAL (P3D) DE CORAÇÃO PARA APLICAÇÃO NA CARDIOLOGIA PEDIÁTRICA. UMA EXPERIÊNCIA INICIAL.

MAIRA LEVORATO BASSO (HOSPITAL PEQUENO PRÍNCIPE), JULIA DULLIUS OLIVEIRA (FACULDADES PEQUENO PRÍNCIPE), LETICIA CARLOTA BONATTO (FACULDADES PEQUENO PRÍNCIPE), RAUL CARNEIRO NETO (ONIOM 3D - HOSPITAL PEQUENO PRÍNCIPE), NEY HOFFMANN ( ONIOM 3D - HOSPITAL PEQUENO PRÍNCIPE), KATRIN MOBIUS GEBRAN ( FACULDADES PEQUENO PRÍNCIPE), ALESSANDRA MOBIUS GEBRAN (FACULDADES PEQUENO PRÍNCIPE), MOACIR PAULO BOZZA (), MARIA CECILIA KNOLL FARAH (FACULDADES PEQUENO PRÍNCIPE)

Introdução: A impressão P3D é uma tecnologia que se desenvolve rapidamente na medicina. Estudos recentes mostram sua grande aplicabilidade na cardiologia pediátrica.Objetivo: Pretende-se realizar a impressão de P3D de corações a partir de imagens de arquivo de angiotomografia cardíaca (ATC) como experiência inicial.Delineamento: A maioria das cardiopatias congênitas são suficientemente esclarecidas com exames de imagem, porém considera-se que o P3D propicie uma vivência adicional ao demonstrar, sob diversas perspectivas, as estruturas cardíacas e suas relações espaciais.Pacientes e Métodos: Foram selecionados duas imagens de cardiopatias: 1) Atresia pulmonar com comunicação interventricular (APu+CIV) e colaterais sistêmico pulmonares. 2) Hipoplasia do coração esquerdo (SHCE). A impressão foi realizada a partir de um conjunto de dados de imagens de arquivo de angiotomografia cardíaca (ATC) , tratados em software específico, Slic3r e impresso com tecnologia FDM em 0,2mm de espessura de camada, no equipamento ZMorph VX/E. Foi realizado breve revisão de literatura para comparar os resultados aos encontrados na literatura.Resultados: Ao comparar as imagens da ATC com a impressão dos P3D foi verificado a compatibilidade deste com a anatomia demostrada na ATC, acrescentando a vivência da observação nas três dimensões, que no formato de uma escultura permitiu a avaliação de detalhes importantes da anatomia sob diversas perspectivas. No caso 1 foi possível entender a relação espacial entre as artérias colaterais sistêmico pulmonares e os ramos pulmonares. No caso 2 foi importante visualizar o grau de hipoplasia da aorta ascendente e a presença de estenose do ramo pulmonar, além de suas relações espaciais.Conclusões: A realização do P3D cardíaco é viável em nosso meio e pode ser uma ferramenta útil auxiliando o clínico e a equipe cirúrgica na decisão terapêutica,o aprendizado do aluno no ensino médico da graduação, especialização e pós graduação, no treinamento de habilidades cirúrgicas, e no esclarecimento aos pais sobre a cardiopatia da criança.

P 063CÁLCIO DIETÉTICO E SUPLEMENTADO E RISCO DE EVENTOS CARDIOVASCULARES

GISANE BIACCHI GOMES (), MARA REGINA CILIÃO (), ANA CLÁUDIA MERCHAN GIAXA (), ELOISA DIAS ABBOUD HANNA (), RITA DE CÁSSIA OLIVEIRA MUNHOZ MIRANDA (), VIVIAN FREITAS REZENDE BENTO ()

FUNDAMENTO O cálcio participa na contração miocárdica, nas funções neuromusculares, atua na coagulação sanguínea associado à vitamina K, no equilíbrio com o fósforo, coordena ações do sódio e potássio, promove a permeabilidade da membrana ao se ligar a proteínas e a fosfolipídeos, participa na formação estrutural dos ossos e dentes, e, em algumas células, como as adrenais, é responsável pela secreção de hormônios. Está relacionado com a redução da massa adiposa no sobrepeso e na obesidade e a efeitos na pressão arterial. Ainda que integre tantas funções importantes, o cálcio participa no mecanismo da aterosclerose. OBJETIVO Verificar se a ingestão de cálcio dietético e suplementado está relacionada ao aumento do risco de eventos cardiovasculares. DELINEAMENTO Revisão de literatura narrativa. RESULTADOS A ingestão de cálcio está associada a efeitos benéficos em relação à hipertensão arterial, à doença vascular e ao acidente vascular cerebral, demonstrados por vários estudos prospectivos de coorte. Em uma revisão de quatro ensaios randomizados, não houve diferença estatisticamente significativa no risco de eventos cardiovasculares ou mortalidade entre os grupos que receberam suplementos de cálcio na dose diária de 400mg a 1600mg ou que receberam associação de cálcio e de vitamina D em comparação com o grupo placebo. CONCLUSÃO A Sociedade Americana de Cardiologia Preventiva sugere que a ingestão diária menor que 2500 mg de cálcio na dieta ou suplementado, não eleva o risco cardiovascular. A recomendação da ingestão na dieta é de 1000 mg a 1500 mg ao dia e, portanto, uma suplementação não superior a 500 mg ao dia parece ser segura, especialmente em indivíduos com baixa ingestão. O Instituto de Medicina nos Estados Unidos ressalta que a ausência de influência no risco cardiovascular não deve incentivar a suplementação excessiva deste mineral. Portanto, fontes dietéticas de cálcio são preferíveis aos suplementos, até que mais estudos sejam realizados.

P 062USO DE REDES BAYESIANAS NA CARDIOLOGIA: QUAL É O PANORAMA ATUAL NA AMÉRICA DO SUL?

ELOISA DIAS ABBOUD HANNA (DEMP), ANA CLAUDIA MERCHAN GIAXA (DEMP), GISANE BIACCHI GOMES (DEMP), MARA REGINA CILIAO (DEMP), RITA DE CASSIA OLIVEIRA MUNHOZ MIRANDA (DEMP), VIVIAN FREITAS REZENDE BENTO (DEMP)

FUNDAMENTO: A Rede Bayesiana (RB) é um método probabilístico que trabalha com conhecimento incerto e incompleto por meio da Teoria da Probabilidade Bayesiana, utilizando o conhecimento do especialista para representa-lo de forma computacional. OBJETIVO: Conhecer o uso da RB na área da cardiologia na América do Sul. DELINEAMENTO: Revisão narrativa. RESULTADOS: Cirurgia Cardíaca (CC): Estudo realizado no Brasil (2011), para avaliar o uso de RB para eleição da ventilação mecânica no pós operatório de CC, concluiu que a RB pode selecionar as variáveis essenciais a serem avaliadas, agilizar o atendimento e ser apoio na tomada de decisão para eleição da modalidade ventilatória e parâmetros ventilatórios. Na Síndrome coronariana aguda (SCA), estudo realizado na Colômbia (2015), para avaliar o desempenho das RB no diagnóstico, demonstrou rendimento aceitável, com sensibilidade 62, especificidade 86 e valor preditivo de 87, sobretudo em casos em que o eletrocardiograma e os biomarcadores são negativos. Em Cardiopediatria, trabalho de revisão brasileiro (2011), realizado com o intuito de avaliar o uso da arquitetura de RB em cardiopatias pediátricas (CP), demonstrou que esta é eficiente como um campo de estudo para diagnóstico de CP. Na atenção primária (AP) estudo realizado no Perú (2015), com o objetivo de desenvolver um sistema especializado para apoiar especialistas da AP no diagnóstico de Tetralogia de Fallot, demonstrou que o uso de RB é muito útil, sobretudo em locais onde não hajam cardiopediatras, dando diagnóstico preciso e ágil. CONCLUSÃO: As RB estão sendo amplamente utilizadas nas diferentes áreas da cardiologia na América do Sul, orientando práticas médicas, auxiliando na tomada de decisões e agilizando o atendimento. Além disso ela provê aos profissionais conhecimento de especialistas, fazendo uma união entre a medicina baseada em evidências e a inteligência artificial.

P 064COMPARAÇÃO DO CONSUMO DE OXIGÊNIO DO MIOCÁRDIO NA RECUPERAÇÃO DE UMA SESSÃO DE NORDIC WALKING E CAMINHADA CONVENCIONAL: ESTUDO PILOTO

JANAINE FERNANDA DA SILVA (UNOESTE), GIOVANA ROTA COLLEGIO (UNOESTE), GABRIELA CAROLINE RODRIGUES SILVA (UNOESTE), FERNANDO SOARES PIQUIONE (UNOESTE), YGOR DELÍCIO ALBERT (UNOESTE), ANA LAURA RICCI VITOR (UNESP), ERCY MARA CIPULO RAMOS (UNESP), FRANCIS LOPES PACAGNELLI (UNOESTE), ANA PAULA COELHO FIGUEIRA FREIRE (UNOESTE)

Introdução: Nordic Walking é uma categoria de caminhada com auxílio de um par de bastões. Exercício físico provoca respostas fisiológicas devido ao aumento do consumo de oxigênio pelo miocárdio decorrente da ativação do metabolismo celular de diversos sistemas. Uma investigação acerca da resposta do consumo de oxigênio pelo miocárdio agudamente ao exercício em cardiopatas se faz necessária para determinar a modalidade de caminhada que demanda maior consumo de oxigênio pelo músculo cardíaco. Objetivo: Comparar consumo de oxigênio pelo miocárdio frente ao Nordic Walking e caminhada convencional. Delineamento: Estudo clínico randomizado piloto. Pacientes e métodos: A amostra foi composta por 6 pacientes infartados, sendo 66.6 homens, que fizeram ou não revascularização do miocárdio, com média de idade de 63.5±8.4. Os indivíduos foram divididos aleatoriamente em 2 grupos (GNW n=3, GC n=3). Passaram por uma avaliação inicial e uma sessão de adaptação para o GNW. Foi coletada a frequência cardíaca (FC), pressão arterial (PA) e duplo produto (DP) no repouso, imediatamente após finalização e após 10 minutos de recuperação. Foi realizada análise descritiva dos dados. Resultados: As comparações das variações do primeiro momento analisado (imediatamente após e 10 minutos de recuperação) de DP, FC, PAS e PAD foram: GNW= -3790±-3910.37 VS GC= -2870±619.45 para DP. Para FC: GNW= -21±-11.16bpm VS GC= -12.66±5.48bpm. Para PAS GNW= 123.33±-11.55mmHg VS GC= -16.66±15.27mmHg. E para PAD: GNW= 3.33±0mmHg VS GC= 0±10mmHg. Já as variações do segundo momento analisado (repouso inicial e 10 minutos de recuperação) foram: GNW= 54334±-325.98 VS GC= 1526.67±583.83 para DP. Para FC: GNW= 1O±0.1bpm VS GC= 33±2.83bpm. Para PAS: GNW= -3.34±-5.78mmHg VS GC= -3.33±-5.77mmHg. E para PAD: GNW= 0±0mmHg VS GC= 10±0mmHg. Conclusão: O GNW resultou em maior variação de todos os parâmetros hemodinâmicos no primeiro momento analisado, enquanto no segundo momento, o GC variou mais na FC e PAD.

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P 065COMPARAÇÃO DA PERCEPÇÃO DE ESFORÇO NA RECUPERAÇÃO DE UMA SESSÃO DE NORDIC WALKING E CAMINHADA CONVENCIONAL EM CARDIOPATAS: ESTUDO PILOTO

GIOVANA ROTA COLLEGIO (UNOESTE), JANAINE FERNANDA DA SILVA (UNOESTE), GABRIELA CAROLINE RODRIGUES SILVA (UNOESTE), FERNANDO SOARES PIQUIONE (UNOESTE), YGOR DELÍCIO ALBERT (UNOESTE), ANA LAURA RICCI VITOR (UNESP), ERCY MARA CIPULO RAMOS (UNESP), FRANCIS LOPES PACAGNELLI (UNOESTE), ANA PAULA COELHO FIGUEIRA FREIRE (UNOESTE)

Introdução: Uma das principais causas de óbito no mundo são doenças cardiovasculares. Exercícios aeróbicos são benéficos para cardiopatas. Nordic Walking é considerado uma modalidade de exercício aeróbico utilizando um par de bastões, envolvendo tronco e membros superiores. No exercício acontecem adaptações fisiológicas decorrentes da sobrecarga cardíaca e ativação do metabolismo celular sistêmico, ocasionando mudanças nos parâmetros hemodinâmicos. Essa resposta em cardiopatas diferencia-se de indivíduos saudáveis, fazendo-se necessária uma investigação das adaptações de forma aguda frente a modalidade Nordic Walking e possíveis diferenças quando comparadas a caminhada convencional. Objetivo: Comparar parâmetros hemodinâmicos agudamente frente ao Nordic Walking e caminhada convencional. Delineamento: Estudo clínico randomizado piloto. Pacientes e métodos: 6 pacientes foram inclusos (infartados, revascularizados ou não), com média de idade de 63.5±8.4 (66.6 homens). Os indivíduos foram aleatorizados em 2 grupos (GNW n=3, GC n=3). Foi realizada avaliação inicial e uma sessão de adaptação para o GNW. Foi coletado o nível de esforço pela escala de Borg, frequência respiratória (FR) e saturação de oxigênio (SpO2) no repouso, imediatamente após o exercício e aos 10 minutos de recuperação. Foi realizada análise descritiva dos da¬¬¬¬dos. Resultados: As comparações das variações do primeiro momento analisado (imediatamente após e 10 minutos de recuperação) de Borg, FR e SpO2 foram: GNW= -5±-2.95 VS GC= -3.34±0.52 para Borg. Para FR: GNW= -1±-2.95rpm VS GC= -5.66±-2.08rpm. E para SpO2 GNW= -0.67±0.15 VS GC= -0.66±-0.52. Já as variações do segundo momento (repouso inicial e 10 minutos de recuperação) foram: GNW= 0.33±-0.43 VS GC= 0.66±-0.21 para Borg. Para FR: GNW= -1.33±0.57rpm VS GC= -2.66±2.24rpm. E para SpO2 GNW= -0.67±1.15 VS GC= 0±-0.73. Conclusão: A percepção de esforço variou mais no primeiro momento no GNW, no segundo momento o GC variou mais. FR obteve maior variação no GC em ambos momentos. E SpO2 variou mais nos dois momentos no GNW.

P 067CIRURGIA CARDIACA MINIMAMENTE INVASIVA E TRATAMENTO PERCUTÂNEO EM CARDIOPATIA CONGÊNITA NO ADULTO

JERONIMO FORTUNATO JUNIOR (HOSPITAL DA CRUZ VERMELHA- PR), JOAO HENRIQUE VIEIRA PEDROSO (HOSPITAL DA CRUZ VERMELHA- PR), LEONARDO ANDRE MENEGATTI (HOSPITAL DA CRUZ VERMELHA- PR), ANDERSON HENRIQUE PERES (HOSPITAL DA CRUZ VERMELHA- PR), ADRIELLY BATISTA DE JESUS BOLSI (HOSPITAL DA CRUZ VERMELHA- PR), LUIZ AUGUSTO LAVALLE (HOSPITAL DA CRUZ VERMELHA- PR), TAMMY TIEMY OTA (HOSPITAL DA CRUZ VERMELHA- PR), MARIO AUGUSTO MARIANO (HOSPITAL DA CRUZ VERMELHA- PR), CLAUDIO MENDES VOICHCOSKI (HOSPITAL DA CRUZ VERMELHA- PR), RUBENS ZENÓBIO DARWICH (HOSPITAL DA CRUZ VERMELHA- PR)

Introdução: A correção da cardiopatia congênita no adulto encontra na cirurgia cardíaca minimamente invasiva(CCMI) e nos procedimentos percutâneos(PP) uma alternativa segura para tratamento intervencionista, quando comparamos a esternotomia mediana convencional. Objetivo: Neste relato retrospectivo reunimos todos os casos de intervenção por CCMI e por PP e relatamos os resultados comparando a complexidade das patologias e evolução pós-operatórias dos procedimentos alternativos. Material e Métodos: 93 pacientes de CC sofreram intervenção e foram divididos em: G1(48 pacientes)submetidos a CCMI e G2(45 pacientes)submetidos a implante de prótese percutanea. Em G1 69 eram femininos e idade média de 35,3+-14,7 anos, em G2 84 femininos e 41,9+-16,7 anos . Em G1 foram:36 casos de CIA ostium secundum(OS),4 tipo seio venoso,2 Canal atrio-ventricular parcial e 2 forame oval patente(FOP) e 6 casos de CIV. Em G1 a dimensão do orifício nos OS variou de 4 a 29 mm (17,4+_6,0 mm).Em G2 56 FOP e 44 OS com dimensão variando de 2 a 15 mm ( 4,0+_3,4 mm). Resultado: Houve sucesso primario em todos os casos de g1(100) e em 44/45 pacientes de G2(97,2). O tempo de internamento hospitalar foi de 2,8+-1,1 dia em G1 e 2,5+-0,5 dias em G2. Um paciente de G1 necessitou reoperação tardia(2 anos após) por recidiva de CIA e houve 1 caso de re-intervenção percutânea em G2. Conclusão: Ambos os procedimentos, alternativos a esternotomia mediana, obtiveram resultados excelentes com mínimas complicações e alta hospitalar precoce. A CCMI foi utilizada em procedimentos mais complexos quando comparado a técnica percutânea e mesmo com intervenções mais invasivas não associou-se a maiores complicações. A CCMI e os PP são opções a técnica convencional e devem sempre ser considerados em casos de correção de cardiopatia congênita.

P 066TERAPIA ASSISTIDA POR ANIMAIS NA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA

GISANE BIACCHI GOMES ()

FUNDAMENTO Na Terapia Asssistida por Animais (TAA), o vínculo é parte integrante do tratamento, promovendo mudanças fisiológicas durante as interações entre animais e humanos. A TAA promove diminuição da ansiedade, do isolamento e do medo de procedimentos médicos, melhorias na interação social, na comunicação e na estimulação sensorial. OBJETIVO Determinar se durante as visitas hospitalares utilizando a TAA ocorre modificação nas medidas hemodinâmicas, nos níveis neuro-hormonais e a influência na ansiedade em pacientes com insuficiência cardíaca. DELINEAMENTO Revisão de literatura narrativa. RESULTADOS Em vários estudos com hipertensos e normotensos, a TAA produziu reduções na pressão arterial, na frequência cardíaca e aumento na temperatura periférica da pele. Em uma estudo longitudinal, foi utilizado um delineamento experimental em três grupos de indivíduos hospitalizados com insuficiência cardíaca, com medidas repetidas, em 76 pacientes. Um grupo de pacientes, recebeu a TAA através de visitas hospitalares de 12 minutos, outro grupo de pacientes recebeu visitas hospitalares de 12 minutos de voluntário sem cão, e o grupo controle recebeu cuidados habituais. Comparados ao grupo controle, o grupo de TAA teve significativamente maiores reduções na pressão sistólica da artéria pulmonar durante e após intervenção e na pressão capilar pulmonar durante e após intervenção. Comparado com o grupo voluntário sem cão, a TAA teve significativamente maiores reduções nos níveis de epinefrina durante e após intervenção e na norepinefrina durante e após a intervenção. A TAA após a intervenção, teve maior decréscimo em relação ao valor basal no escore da soma de ansiedade em comparação com os grupos voluntários sem cão e grupo controle. CONCLUSÃO A TAA influenciou favoravelmente as pressões cardiopulmonares, os neuro-hormônios e a ansiedade em pacientes hospitalizados com insuficiência cardíaca. Embora os resultados da TAA tenham demonstrado benefícios, esta é uma terapêutica pouco utilizada em nosso meio e que necessita de mais divulgação e estudos controlados.

P 068AVALIAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA DE MULHERES SOBREVIVENTES AO CÂNCER DE MAMA

ELAINE THAINÁ AZEVEDO (FISIOTERAPEUTA GRADUADA PELA FACULDADE GUAIRACÁ, GUARAPUAVA-PR), PAMELA TAINA LICOVISKI (ACADÊMICA DE FISIOTERAPIA NA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE (UNICENTRO), GUARAPUAVA-PR), FLÁVIA IVANSKI (ACADÊMICA DE FISIOTERAPIA NA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE (UNICENTRO), GUARAPUAVA-PR), LETYCIA TOCAIA GABRIEL (ACADÊMICA DE FISIOTERAPIA NA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE (UNICENTRO), GUARAPUAVA-PR), MARIANA SAORI BARBOZA SAKATA (ACADÊMICA DE FISIOTERAPIA NA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE (UNICENTRO), GUARAPUAVA-PR), MARCOS VINICIUS SOARES MARTINS (PROFESSOR MESTRE DO DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA, UNICENTRO, GUARAPUAVA-PR), HILANA RICKLI FIUZA MARTINS (PROFESSORA MESTRE DO DEPARTAMENTO DE FISIOTERAPIA, UNICENTRO, GUARAPUAVA-PR)

Introdução:Os sistemas fisiológicos necessários para sustentar a função física como os sistemas cardiopulmonar e musculoesquelético são prejudicados em sobreviventes de câncer (CA) de mama, quando comparados com mulheres da mesma faixa etária. Objetivo: Avaliar a distancia percorrida no teste de caminhada de 6 minutos (TC6min) por mulheres sobreviventes ao CA de mama e comparar com os valores de distancia predita (DP)e o valor inferior de normalidade no teste.Delineamento e Métodos: Série de casos de cinco mulheres (47,6± 10,1 anos), sedentárias, com tempo médio de pós-operatório por mastectomia radical de 2,6±1,51 anos, foram avaliadas pelo TC6min. Ao sinal de partida, começaram a caminhar o mais rapidamente possível, sem correr, em linha reta ao longo de um corredor com solo plano e percurso de 30 metros de comprimento. As participantes relataram seu esforço a cada duas voltas completas no teste por meio da escala de Borg. Foram utilizadas as seguintes formulas para a determinação da distancia predita: DP = (2.11 x altura cm) - (2.29x peso Kg) - (5.78 x idade) + 667m. Ainda da distancia predita foi subtraído 139m para obter o limite inferior de normalidade. Para análise dos dados foi realizada análise descritiva com média e desvio padrão. Resultados: A distancia percorrida foi de 489,6±90,03 m, a distancia predita foi de 569,36±61,75 m e o limite inferior de normalidade foi de 430,36±61,75 m. Quando analisada a distância percorrida e comparada com a distância predita foi verificado que as participantes percorreram uma distância menor do que a predita, mas, a distância percorrida foi maior do que o limite inferior de normalidade para o teste. Conclusão:Mulheres que passaram pelo tratamento do câncer de mama apresentaram redução de 14 na capacidade cardiorrespiratória. Dessa forma, as repercussões do tratamento do câncer de mama podem acarretar em prejuízo na capacidade aeróbica.

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P 069O EFEITO DA ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DOS SINTOMAS SECUNDÁRIOS A SINDROME CORONARIANA AGUDA.

RITA DE CÁSSIA MUNHOZ MIRANDA (DEMP-SBCPR), GISANE BIANCHINI GOMES (DEMP-SBCPR), VIVIAN REZENDE BENTO (DEMP-SBCPR), ELOISA DIAS ABOUD HANNA (DEMP-SBCPR), ANA CLAUDIA MERCHAN GIAXA (DEMP-SBCPR), MARA CILIÃO (DEMP-SBCPR)

FUNDAMENTAÇÃO: O alto risco de morbimortalidade subseqüente à manifestação da cardiopatia isquêmica torna fundamental a instituição de regimes preventivos efetivos como parte do manejo geral de pacientes coronariopatas. Após um evento isquêmico a ocorrência de sintomas secundários como angina, arritmias e ansiedade reduzem a adesão dos pacientes ao exercício físico. O tratamento medicamentoso é dispendioso. A acupuntura é uma opção de tratamento barata e com menos efeitos colaterais.OBJETIVO: Pesquisar o efeito do uso da acupuntura no tratamento de sintomas cardiovasculares como a angina, arritmias e ansiedade.DELINEAMENTO: Realizamos uma revisão narrativa sobre acupuntura como tratamento adjuvante para a ansiedade, arritmias e angina.RESULTADOS: Estudos demonstram que durante uma sessão de acupuntura ocorre a liberação de mediadores químicos como serotonina, acetilcolina, dentre outros, e supõe-se que haja relação com à ativação endógena do óxido nítrico (NO), regulando os tônus vasculares e, por conseguinte, na reduzindo a angina, sendo considerada para esta ação mais eficaz que a nifedipina e a isosorbida.(Pinho 2006)No tratamento da ansiedade, uma inserção de agulha pode estimula a formação reticular o hipotálamo e o sistema límbico, controlando este sintoma. No tratamento das arritmias foram encontradas apenas atenuações em animais(Rodrigues 2012), não havendo até o momento evidência da eficácia da acupuntura no tratamento das arritmias em humanos.CONCLUSÃO: Existem evidências da eficácia da acupuntura no tratamento dos sintomas secundários as síndromes isquêmicas, porém são necessárias maiores pesquisas da aplicação da acupuntura em doenças crônicas, principalmente nas coronariopatias.

P 071USO DA REALIDADE VIRTUAL IMERSIVA NA REABILITAÇÃO CARDIOVASCULAR EM PACIENTE VALVULOPATA – RELATO DE CASO

MARIA CAROLINA LINS DE SOUZA (UNIVERSIDADE DO OESTE PAULISTA - UNOESTE), BEATRIZ RIGONATO DOS SANTOS (UNIVERSIDADE DO OESTE PAULISTA - UNOESTE), CAMILLA SILVA BERBERT (UNIVERSIDADE DO OESTE PAULISTA - UNOESTE), CLÁUDIO SPINOLA NAJAS (UNIVERSIDADE DO OESTE PAULISTA - UNOESTE), ANA CLARA CAMPAGNOLO GONÇALVES TOLEDO (UNIVERSIDADE DO OESTE PAULISTA - UNOESTE), ANA PAULA COELHO FIGUEIRA FREIRE (UNIVERSIDADE DO OESTE PAULISTA - UNOESTE), MARGARET ASSAD CAVALCANTE (UNIVERSIDADE DO OESTE PAULISTA - UNOESTE), FRANCIS LOPES PACAGNELLI (UNIVERSIDADE DO OESTE PAULISTA - UNOESTE)

Introdução: As doenças cardiovasculares estão entre as principais causas de morte no mundo, entre elas as valvulopatias, possuído causas infecciosas e degenerativas como principais etiologias. A realidade virtual imersiva é uma proposta inovadora que possibilita a melhora funcional de forma mais atrativa na reabilitação cardiovascular. Objetivo: Avaliar os parâmetros cardiovasculares em paciente valvulopata submetida à reabilitação cardiovascular convencional associada à realidade virtual imersiva. Relato de caso: Mulher, 54 anos, portadora de insuficiência aórtica e hipertensão arterial sistêmica controlada, inclusa em programa de reabilitação cardiovascular há um ano, realizando treinamento aeróbico convencional (TC) com 30 minutos totais de condicionamento em bicicleta ergométrica, com intensidade de treinamento de 60 da frequência cardíaca de reserva, sendo os 5 minutos iniciais e finais de aquecimento e desaquecimento. No protocolo do estudo, realizou sessão de TC e sessão utilizando óculos de realidade virtual imersiva (TRV) com uso do programa VR Traffic Bike Racer. Os parâmetros de pressão arterial sistólica e diastólica (PAS/PAD), frequência cardíaca (FC) e duplo produto (DP) foram avaliados no repouso, durante o treinamento e na recuperação, após 15 minutos do treinamento. Resultados: Os parâmetros do TC no repouso obtidos: PAS/PAD= 150/90 mmHg, FC= 86 bpm e DP= 12900 bpm.mmHg, durante o treinamento: PAS/PAD= 170/90 mmHg, FC= 112 bpm e DP= 19040 bpm.mmHg, e na recuperação: PAS/PAD= 150/90 mmHg, FC= 91 bpm e DP= 13650 bpm.mmHg. Na sessão de TRV os parâmetros obtidos em repouso: PAS/PAD= 130/80 mmHg, FC= 84 bpm e DP= 10920 bpm.mmHg, durante o treinamento: PAS/PAD= 160/100 mmHg, FC= 118 bpm e DP= 18880 bpm.mmHg, e na recuperação PAS/PAD= 140/100 mmHg, FC= 84 bpm e DP= 11760 bpm.mmHg. Conclusão: Exercícios realizados com protocolos de treinamento aeróbico convencional e treinamento com uso de realidade virtual imersiva promoveram ajustes cardiovasculares semelhantes dentro de um programa de reabilitação cardiovascular.

P 070ALTERAÇÕES PRESSÓRICAS EM IDOSAS HIPERTENSAS DURANTE SESSÕES DE PILATES.

RITA DE CÁSSIA MUNHOZ MIRANDA (DEMP-SBCPR), GISANE BIANCHINI GOMES (DEMP-SBCPR), VIVIAN REZENDE BENTO (DEMP-SBCPR), ELOISA DIAS ABOUD HANNA (DEMP-SBCPR), ANA CLAUDIA MERCHAN GIAXA (DEMP-SBCPR), MARA CILIÃO (DEMP-SBCPR)

Fundamentação: O Pilates é um método de treinamento resistido que se baseia em seis princípios: concentração, contração, ativação dos músculos do centro de gravidade do corpo, fluidez e precisão dos movimentos. Segundo as diretrizes de reabilitação cardíaca de 2014 é indicado na terceira e quarta fase da reabilitação de coronariopatas e de pessoas portadoras de fatores de risco para coronariopatia. Objetivo: Pesquisar os efeitos do treinamento pelo método Pilatos em hipertensos controlados. Delineamento: Foi realizada uma revisão narrativa sobre as alterações pressóricas após uma sessão de Pilates. Resultado: Na análise de sete artigos de uma metanálise (Junges 2015), observou que em um programa de Pilates aplicado a senhoras idosas durante um período de três semanas em sessões de quarenta e cinco minutos, houve uma redução significativa da pressão sistólica. Não foram percebidas reduções significativas na pressão diastólica. Conclusão: Hipotetiza-se que as técnicas de respiração utilizadas no Pilates promovem o relaxamento do organismo refletindo na pressão arterial. Além disso, através da prática de exercício físico de resistência e força como o Pilates, ocorre um aumento da força de ejeção do sangue na parede vascular gerando maior capacidade de produção de óxido nítrico no endotélio, proporcionando um efeito vasodilatador na circulação arterial. (Menezes 2017). Apesar de o método pilates ter sido desenvolvido em 1920, ainda existem poucas pesquisas dos seus efeitos na reabilitação de hipertensos, considera-se, portanto, que são necessários mais estudos de intervenção com o Pilates em indivíduos hipertensos e com outros fatores de risco para coronariopatias.

P 072SÍNDROME DE BOERHAAVE: UM DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE DOR TORÁCICA NA SALA DE EMERGÊNCIA

JULIANA MONTALVÃO (HCPR), ANA PAULA SBALQUEIRO (HOSPITAL E MATERNIDADE SAO JOSÉ DOS PINHAIS)

Cerca de 80 dos pacientes que se encontram nas unidades de emergência com diagnóstico de dor torácica possuem etiologia não cardíaca, que incluem uma grande variedade de doenças. Síndrome coronariana aguda, dissecção de aorta, tromboembolismo pulmonar, pneumotórax hipertensivo, ruptura esofágica com mediastinite, são condições em que o atraso no diagnóstico e na conduta terapêutica aumenta a mortalidade. A ruptura esofágica espontânea também conhecida com Síndrome de Boerhaave é uma causa incomum de dor torácica que pode causar sintomas idênticos aos de doenças cardíaca, e está associada à alta morbimortalidade se não diagnosticada e tratada precocemente. As perfurações esofágicas são raras, com incidência de 3 por 1.000.000 por ano, sendo que apenas 15 dessas são espontâneas.

RELATO DE CASO. Masculino, 37 anos, foi admitido no Pronto Socorro de um Hospital da região metropolitana de Curitiba, com dor torácica retroesternal com 20 minutos de evolução, de forte intensidade, associado a um episódio de vômito de conteúdo alimentar com pequena quantidade de sangue vivo. A dor iniciou ao repouso, sem relação com estresse físico, pior após o vômito, irradiada para região dorsal à esquerda. Admitido taquipneico, Sat O2 90-94 AA, afebril, extremidades frias, não tolerava decúbito dorsal devido a piora da dor, sudoréico e agitado. Ausculta cardíaca normal e pulmonar com murmúrio vesicular pouco reduzido em hemitórax esquerdo, abdômen doloroso em região epigástrica, sem irritação peritoneal. ECG inicial normal e radiografia de tórax com alterações inespecíficas, rota cardíaca negativa e leucocitose. Evoluiu com piora dos sintomas. Tomografia de tórax demonstrou pneumomediastino com provável laceração esofágica. Iniciado ceftriaxona e metronidazol EV e transferido para um Hospital de Curitiba com serviço de cirurgia torácica. O tempo de inicio dos sintomas até o início do tratamento é crucial para uma boa evolução do paciente com perfuração esofágica.

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P 073VALVA AÓRTICA QUADRICÚSPIDE – RELATO DE CASO E REVISÃO DA LITERATURA

ANA PAULA NOBREGA (HOSPITA BENEFICENCIA PORTUGUESA), AMARILDO ALMEIDA (HOSPITAL BENEFICENCIA PORTUGUESA), ANDRE GASPAROTO (HOSPITA BENEFICENCIA PORTUGUESA)

Válvula aórtica quadricúspide é uma malformação congênita rara. Existe , aproximadamente, 200 casos descritos na literatura, sendo a maioria em adultos, durante a quinta e sexta década de vida. O ecocardiograma é o método diagnóstico mais utilizado na detecção da morfologia valvar, seguido de cirurgia, necropsia e aortografia. Insuficiência da valva foi a disfunção mais encontrada. Troca de valva aórtica foi o procedimento mais aceito nos trabalhos. Pacientes com valva aórtica quadricúspide devem ser criteriosamente avaliados, pois pode estar associado com outras malformações cardíacas. Esse relato de caso é de uma paciente de 39 anos, sexo feminino, que procurou atendimento ambulatorial, com sintomas de dispneia. O ecocardiograma mostrou valva aórtica quadricúspide, com insuficiência moderada/severa. Realizado troca de valva aórtica, sem intercorrências.

P 075CIRURGIA BARIÁTRICA NO TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA

MARA REGINA CILIÃO (), GISANE BIACCHI GOMES ()

FUNDAMENTO Aproximadamente 1,5 bilhão de pessoas em todo mundo apresentam sobrepeso ou obesidade, resultando em um aumento da morbidade, mortalidade prematura por doenças cardiovasculares, diabetes mellitus, câncer, distúrbios musculoesqueléticos. A Cirurgia Bariátrica (CB) tem sido indicada como tratamento à obesidade para pacientes com Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) pois está diretamente relacionada com os fatores de risco cardiovasculares. OBJETIVO Verificar se a Cirurgia Bariátrica interfere nos níveis pressóricos no indivíduo com Hipertensão Arterial Sistêmica. DELINEAMENTO Revisão de literatura narrativa. RESULTADOS Foi realizada uma pesquisa no Hospital do Coração em São Paulo, que avaliou 100 hipertensos com Índice de Massa Corpórea de 39,9 kg/m² divididos em dois grupos medicados para HAS. Metade do grupo submetido à CB mantiveram os medicamentos, enquanto o restante do grupo combinou medicamentos com orientação nutricional. Um ano depois, 51 dos pacientes submetidos à CB voltaram a exibir níveis normais de pressão arterial e a medicação foi suspensa. Em outro estudo randomizado com hipertensos, a pressão arterial média diminuiu de 98,5 ± 0,78 para 92,3 ± 1,76 e 93,1 ± 0,92 mmHg em 1 e 2 semanas após a CB, respectivamente. CONCLUSÃO A HAS é um fator de risco para doenças cardíacas, atinge 35 da população brasileira e é comum em obesos. A CB leva à remissão de várias comorbidades relacionadas à obesidade, incluindo a HAS. Esses dados demonstram que a diminuição significativa da pressão arterial média ocorre dentro de 2 semanas após a CB e foi concluído que a CB foi mais eficaz do que os medicamentos na HAS de difícil controle. A perda de peso corporal, prática de atividades físicas, mudanças nos hábitos alimentares e o acompanhamento por equipe multiprofissional, são condutas eficazes no manejo da HAS. Estudos futuros são necessários para investigar os mecanismos independentes de peso na redução da pressão arterial após a CB.

P 074TRATAMENTO DE ANEURISMA DA AORTA INFRA-RENAL ROTO: ANÁLISE RETROSPECTIVA DA ABORDAGEM ENDOVASCULAR VERSUS CIRURGIA ABERTA.

WILSON NKUNDUMUKIZA (HOSPITAL DA CRUZ VERMELHA - FILIAL DO ESTADO DO PARANÁ), JEFERSON ROBERTO SESCA (HOSPITAL DA CRUZ VERMELHA - FILIAL DO ESTADO DO PARANÁ), RUBENS ZENÓBIO DARWICH (HOSPITAL DA CRUZ VERMELHA - FILIAL DO ESTADO DO PARANÁ), JERÔNIMO ANTÔNIO FORTUNATO (HOSPITAL DA CRUZ VERMELHA - FILIAL DO ESTADO DO PARANÁ)

Tratamento de Aneurisma da Aorta infra-renal Roto: Análise retrospectiva da abordagem endovascular versus cirurgia aberta.AutoresWilson NkundumukizaJefferson Roberto Sesca, Rubens Zenóbio Darwich Jeronimo Antônio Fortunato JuniorIntrodução: O aneurisma da aorta abdominal roto (AAAr) é uma emergência cirúrgica. O reparo endovascular (REV) tem sido preferido pelos benefícios de curto-prazo. A maioria dos estudos observacionais revela uma vantagem na sobrevida imediata, porém os ensaios clínicos randomizados não suportam estes resultados. Esta revisão tem por objetivo comparar os resultados de REV com os de cirurgia aberta.Pacientes e Métodos: As variáveis epidemiológicas, internação hospitalar e sobrevida dos pacientes submetidos à cirurgia aberta e REV de AAAr foram analisados retrospectivamente via prontuário médico no período entre 01/01/2010 e 01/05/ 2018. Foram destacados o período de internação hospitalar e sobrevida no período de 30 dias.Resultados: 14 pacientes com diagnóstico de AAAr e instabilidade hemodinâmica foram submetidos ao tratamento de AAAr, sendo 7 para REV e 7 para cirurgia aberta, A idade média no grupo de cirurgia aberta foi de 78,6 e 78,4 no grupo REV, foram10 homens e 4 mulheres, Todos eram hipertensos e tabagistas, O diâmetro de aneurisma variou entre 42 mm até 110 mm no seu eixo transversal e 61mm até 90 mm no eixo longitudinal, Foi feito implante de prótese aórtica bifurcada ou enxerto de dacron, O tempo médio de internamento em UTI/enfermaria no grupo de REV foi de 5 e 8,6 dias, e 4,5 e 8,5 dias no grupo de cirurgia aberta, A taxa de óbito em 30 dias foi de 14,2 no grupo REV e 57,1 no grupo da cirurgia aberta. Conclusões: O perfil e os resultados a curto prazo encontrados nesta revisão são compatíveis aos da literatura atual e confirmam o REV do AAAr como método seguro e recomendado em instituições experientes e infraestrutura adequada.

P 076SÍNDROME DE HEYDE, UM RELATO DE CASO

MARCELO DE OLIVEIRA CAMARGO (FACULDADE DE MEDICINA DE BOTUCATU ), MARCIA TEREZINHA TARDIVO (FACULDADE DE MEDICINA DE BOTUCATU ), BRUNA FRANCO NOGUEIRA (FACULDADE DE MEDICINA DE BOTUCATU), LIVIA SANTOS LIMONTA (FACULDADE DE MEDICINA DE BOTUCATU), PATRICIA GOMES FERREIRA NETO (FACULDADE DE MEDICINA DE BOTUCATU), FABRICIO MOREIRA REIS (FACULDADE DE MEDICINA DE BOTUCATU), THIAGO VIEIRA RODRIGUES (FACULDADE DE MEDICINA DE BOTUCATU), RENATO TEIXEIRA (FACULDADE DE MEDICINA DE BOTUCATU)

Introdução: A associação entre estenose aórtica e sangramento gastrointestinal devido a mal formações vasculares, conhecida como Síndrome de Heyde, foi descrita inicialmente em 1958 por Edward Heyde. A fisiopatologia se baseia em uma coagulopatia adquirida conhecida como síndrome de Von de Willebrand tipo 2A, secundária a passagem do sangue pela valva estenótica.Relato do Caso:Paciente sexo masculino, 63 anos, aposentado, deu entrada no serviço de emergência devido a acidente vascular cerebral. Foi submetido a ecocardiograma evidenciando estenose aórtica moderada/importante com AVA (área valvar aórtica) 0,9 cm2 e G méd (gradiente médio) 36mmhg. O paciente negava sintomas cardiovasculares. Durante a internação, iniciou quadro de melena, com queda de níveis hematimétricos, foi submetido a investigação com endoscopia digestiva alta (EDA) e colonoscopia. Sem lesões sugestivas de sangramento. Realizado cintilografia que evidenciou sangramento intermitente intestinal e enteroscopia que evidenciou ectasia vascular de 3mm, no do duodeno, com sangramento ativo. Realizada clipagem metálica. Observadas também, em área de jejuno, lesões sugestivas de malformação arteriovenosa, sem sangramento ativo, sendo realizada em todas as lesões tratamento com termocoagulação com plasma de argônio, sem intercorrências. O paciente evoluiu bem sem novos episódios de sangramento intestinal e recebeu alta hospitalar. A princípio foi mantido tratamento clínico da valvopatia devido a lesão valvar moderada/grave e paciente assintomático do ponto de vista cardiovascular. Cerca de 11 meses após o quadro incial, o paciente evoluiu com quadro clínico de insuficiência cardíaca e em novo ecocardiograma realizado, evidenciou-se estenose aórtica grave com padrão de baixo fluxo e baixo gradiente ( AVA 0,6 cm2 e G Méd 35,5 mmhg), sendo optado pela indicação do tratamento cirúrgico para troca valvar aórtica.Conclusão: O tratamento definitivo para a Síndrome de Heyde, além da localização dos pontos de sangramento e cauterização, consiste na troca valvar, com conseqüente resolução da coagulopatia adquirida.

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P 077COMUNICAÇÃO INTERVENTRICULAR (CIV) PÓS INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO (IAM): UM RELATO DE CASO DE INCOMUM E POTENCIALMENTE GRAVE

MARCUS FIGUEIREDO BRODBECK (), ANDERSON DE REZENDE (), ELIS CRISTINA MARQUES (), ANA CAROLINA RIBAS PAIVA ()

Introdução Em aproximadamente 70 dos casos de ruptura do septo interventricular, o infarto é anterior (septal apical), sendo o restante de parede inferior (base do septo), geralmente ocorrendo na margem entre o miocárdio não acometido e o necrótico. Os fatores de risco para tal acometimento são: doença arterial coronariana, lesão miocárdica extensa, circulação colateral limitada, primeiro episódio de IAM e infarto de ventrículo direito. A incidência de IAM complicado com CIV encontra-se em torno de 0,3 a 5, sendo a mortalidade estimada em 60. A reperfusão do vaso ocluído previne esta complicação, além de ser considerado como tratamento conjunto quando já instalada a CIV. ObjetivosDescrever quadro clínico raro e seu importante reconhecimento e tratamento, tendo em vista seus divergentes potenciais desfechos.DelineamentoRelato de caso e revisão bibliográfica respectiva.Paciente e Método F.L.F., 61 anos, hipertenso, tabagista, obeso e em uso irregular das medicações de uso contínuo. Paciente procura atendimento hospitalar por dor torácica de início há 02 horas da admissão. Ao exame físico apresentava-se hipotenso, taquicárdico, com sinais de congestão pulmonar e sopro holo-sistólico em bordo esternal esquerdo.ResultadosAo eletrocardiograma admissional observou-se supradesnivelamento de ST em DII, DIII e AVF, sendo então submetido a cateterismo cardíaco, que evidenciou lesão oclusiva em segmento distal de artéria coronária direita, a qual foi angioplastada com stent, e complicação mecânica CIV. Optou-se por realizar de imediato a correção cirúrgica da CIV, com necessidade de nova intervenção aberta após visualização de permanência da CIV em ecocardiograma transesofágico. Evolui no pós operatório tardio em acompanhamento com acompanhamento ambulatorial.

P 079OCLUSÃO PERCUTÂNEA DE FÍSTULA CORONÁRIA PULMONAR ORIGINADA DO TRONCO DE CORONÁRIA ESQUERDA

LUZIEL ANDREI KIRCHNER (HOSPITAL CARDIOLÓGICO COSTANTINI), COSTANTINO ROBERTO COSTANTINI (HOSPITAL CARDIOLÓGICO COSTANTINI), JOSÉ BRENO SOUZA FILHO (HOSPITAL CARDIOLÓGICO COSTANTINI), COSTANTINO ORTIZ COSTANTINI (HOSPITAL CARDIOLÓGICO COSTANTINI), MARCELO FREITAS SANTOS (HOSPITAL CARDIOLÓGICO COSTANTINI), DANIEL ANIBAL ZANUTTINI (HOSPITAL CARDIOLÓGICO COSTANTINI), JOÃO CARLOS FOLADOR (HOSPITAL CARDIOLÓGICO COSTANTINI), MÁRCIO MORENO LUIZE (HOSPITAL CARDIOLÓGICO COSTANTINI), RAFAEL MICHEL DE MACEDO (HOSPITAL CARDIOLÓGICO COSTANTINI)

Introdução: A fístula de artéria coronária pode ter origem congênita ou consequente a processos traumáticos/inflamatórios. Na grande maioria é proveniente da coronária direita. Sua drenagem mais frequente (90) são as câmaras direitas, seguindo por: Ventrículo direito, artéria pulmonar, átrio direito e seio coronário. Sua clínica é variável, e está diretamente relacionada a magnitude do fluxo, podendo ser assintomática ou apresentar-se como isquemia miocárdica ou insuficiência cardíaca congestiva. Exame físico mostra sopro contínuo que resulta do gradiente de pressão entre os sistemas arterial e venoso. Seu diagnóstico pode ser realizado por meio de ecocardiograma bidimensional, porem a cinecoronariografia é que orienta a conduta clínica ou cirúrgica. O tratamento cirúrgico, deve ser considerado dependendo da localização e do débito da fístula. Caso Clínico: Homem, 56 anos, tabagista, dislipidêmico, sem coronariopatia prévia. Realizou ecocardiograma sob estresse farmacológico sugestivo de isquemia por dor torácica no pico de estresse sem alteração de contratilidade miocárdica. Encaminhado para cineangiocoronariografia, evidenciada fístula coronária pulmonar com origem a partir do tronco de coronária esquerda (TCE) sem lesões coronárias ateroscleróticas. Realizada cateterização seletiva da fistula através do TCE e liberado uma substância embólica líquida não adesiva composta por copolímero EVOH (álcool etileno e vinil) que é dissolvido em DMSO (sulfóxido de dimetil) o qual emboliza após contato com o sangue. Após o procedimento, paciente manteve estável, sem sinais de embolização distal e foi encaminhado à Unidade de Terapia Intensiva. Após 4 dias de internamento, recebeu alta hospitalar. Em consulta de rotina, 2 semanas após o procedimento, manteve-se assintomático. Conclusão: Ainda não existem dados a longo prazo de pacientes submetidos a este tipo de tratamento e não sabemos qual a possibilidade de recorrência da fístula neste caso, no entanto o encerramento percutâneo de fístula coronária mostrou ser um procedimento seguro como método terapêutico minimamente invasivo.

P 078INSUFICIÊNCIA CARDÍACA NA ENDOMIOCARDIOFIBROSE: UM RELATO DE CASO

MARCUS FIGUEIREDO BRODBECK (HOSPITAL CRUZ VERMELHA), ANDERSON DE REZENDE (HOSPITAL CRUZ VERMELHA), ELIS CRISTINA MARQUES (HOSPITAL CRUZ VERMELHA), ANA CAROLINA RIBAS PAIVA (HOSPITAL CRUZ VERMELHA)

Introdução A endomiocardiofibrose (EMF) é uma forma específica de miocardiopatia de padrão restritivo de etiologia desconhecida, prevalente em países subdesenvolvidos. Afeta ambos sexos igualmente. É progressiva e irreversível. Caracteriza-se por espessamento fibroso e rigidez do endocárdio e miocárdio que impedem o enchimento diastólico de um ou ambos ventrículos. Cerca de 50 dos casos é idiopática e outros 50 resultam de distúrbios clínicos específicos, sendo o mais comum a infiltração relacionada à amiloidose. A característica clássica dessa doença é a obliteração fibrótica do ápice do ventrículo afetado. O achado fisiopatológico principal é a disfunção diastólica, sendo desempenho cardíaco sistólico normal ou discretamente reduzido. Sintomas variam conforme ventrículo envolvido. O prognóstico em geral é grave e a ressecção cirúrgica da lesão é indicada aos pacientes com insuficiência cardíaca (IC) refratária ao tratamento clínico, em classe funcional III e IV.Objetivos8232,Relatar caso de uma paciente portadora de doença cardíaca incomum.DelineamentoEstudo descritivo (relato de caso) e revisão bibliográfica.Paciente e MétodoFeminino, 63 anos, com queixa de dispneia aos moderados esforços de início ha aproximadamente 06 meses, com intensificação recente. Iniciada então investigação clínica para tal sintomatologia.Resultados8232,Ao eletrocardiograma inicial evidenciou-se sinais sugestivos de isquemia subepicárdica, já no ecocardiograma transtorácico observou-se obliteração e acinesia de ápice com fração de ejeção levemente diminuída (48 pelo método de Simpson) e disfunção diastólica grau I. Foi descartada coronariopatia epicárdica obstrutiva com a realização de cineangiocoronariografia. A partir do diagnóstico estabelecido, iniciaram-se as medidas para tratamento IC, bem como seguimento ambulatorial com evolução satisfatória até o presente momento.

P 080OCLUSÃO PERCUTÂNEA DE FÍSTULA INTRACARDÍACA ORIGINADA DE COMPLICAÇÃO PÓS CIRÚRGICA

LUZIEL ANDREI KIRCHNER (HOSPITAL CARDIOLÓGICO COSTANTINI), COSTANTINO ROBERTO COSTANTINI (HOSPITAL CARDIOLÓGICO COSTANTINI), SANTIAGO RAUL ARRIETA (HOSPITAL CARDIOLÓGICO COSTANTINI), COSTANTINO ORTIZ COSTANTINI (HOSPITAL CARDIOLÓGICO COSTANTINI), MARCELO FREITAS SANTOS (HOSPITAL CARDIOLÓGICO COSTANTINI), SÉRGIO GUSTAVO TARBINE (HOSPITAL CARDIOLÓGICO COSTANTINI), DANIEL ANIBAL ZANUTTINI (HOSPITAL CARDIOLÓGICO COSTANTINI), JOÃO CARLOS FOLADOR (HOSPITAL CARDIOLÓGICO COSTANTINI), MÁRCIO MORENO LUIZE (HOSPITAL CARDIOLÓGICO COSTANTINI), RAFAEL MICHEL DE MACEDO (HOSPITAL CARDIOLÓGICO COSTANTINI)

Introdução: A fístula intracardíaca que comunica cavidades cardíacas, artéria pulmonar ou seio coronário é considerada muito rara, pode ser congênita ou, na maioria das vezes, secundária a processos traumáticos ou inflamatórios. Sua clínica é variável, desde assintomática até apresentar-se como isquemia miocárdica ou insuficiência cardíaca congestiva. Seu diagnóstico é feito pela cinecoronariografia o qual orienta a conduta clínica ou cirúrgica. A intervenção cirúrgica deve ser sempre considerada dependendo da localização e do débito da fístula. As complicações mais frequentes são insuficiência cardíaca e angina.Caso Clínico: Homem, 59 anos, dislipidêmico, sem coronariopatia, história de troca valva mitral (03/2017) por prótese biológica nº 29 Carpentier devido a insuficiência valvar. Necessidade de reintervenção após uma semana devido a leak perivalvar com ressutura da porção posterior da prótese. No entanto, ainda que dispneico, manteve investigação, inicialmente, com ecocardiograma transesofágico demonstrando valva mitral com má coaptação dos folhetos, refluxo moderado, sem refluxo paravalvar. Átrio esquerdo aumentado (63mm-67,7ml/m²) e na imagem 3D da ecocardiografia foi evidenciado fístula intracardíaca. Indicado ressonância cardíaca que confirmou presença da Fístula entre a parede posterior do átrio esquerdo junto à prótese e o seio venoso coronariano, com dimensões de 12x9mm e com enchimento retrógrado e dilatação do seio venoso, assim como presença de jato de contraste para o interior do átrio direito pela desembocadura do seio venoso (com repercussão hemodinâmica). Indicado tratamento corretivo percutâneo, realizado punção do septo interatrial e implantado Oclusor PDA Occlutech 14/18. Paciente permaneceu internado por 3 dias após fechamento de fístula e recebeu alta com Aspirina, Clopidogrel e segue em acompanhamento ambulatorial.Conclusão: O correto diagnóstico da presença de fístula cardíaca, bem como a definição terapêutica é essencial para melhora clínica do paciente. A oclusão percutânea parece ser o tratamento seguro, embora seguimento a longo prazo seja necessário para verificar-se o real índice de recorrência.

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P 081RUPTURA DE PAREDE LIVRE DE VENTRÍCULO ESQUERDO - UMA COMPLICAÇÃO RARA PÓS INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO.

LUZIEL ANDREI KIRCHNER (HOSPITAL CARDIOLÓGICO COSTANTINI), COSTANTINO ROBERTO COSTANTINI (HOSPITAL CARDIOLÓGICO COSTANTINI), COSTANTINO ORTIZ COSTANTINI (HOSPITAL CARDIOLÓGICO COSTANTINI), GUSTAVO REIS MARQUES (HOSPITAL CARDIOLÓGICO COSTANTINI), LUCAS EDUARDO ZEN (HOSPITAL CARDIOLÓGICO COSTANTINI), MARCO ANTONIO MUNOZ SINGI (HOSPITAL CARDIOLÓGICO COSTANTINI), VINICIUS NICOLAU WOITOWICZ (HOSPITAL CARDIOLÓGICO COSTANTINI), TALES ALMEIDA STRUECKER (HOSPITAL CARDIOLÓGICO COSTANTINI), LUCAS WENGRAT MUNCHEN (HOSPITAL CARDIOLÓGICO COSTANTINI), BRUNO VICENTE GOMES CASTRO (HOSPITAL CARDIOLÓGICO COSTANTINI)

Introdução: A ruptura da parede livre do ventrículo esquerdo (RPLVE) é uma complicação rara que atinge até 4 dos pacientes acometidos por infarto agudo do miocárdio (IAM) e pode ocorrer até 2 semanas do evento. Mais comum em infarto anterior ou lateral e normalmente acontece na junção da área acometida com a área sadia. Os principais fatores de risco são ausência de circulação colateral ou sem história prévia de angina, elevado pico enzimático (CKMB acima de 150 UI/L), elevação do segmento ST ou onda Q no eletrocardiograma inicial, idade maior 70 anos, terapia fibrinolítica tardiamente ao inicio dos sintomas e sexo feminino. Estabilização hemodinâmica inicial pode ser realizada com administração de fluidos, vasopressores, pericardiocentese e balão intra-aórtico. Tratamento definitivo consiste no reparo cirúrgico imediato.Caso Clínico: Feminino, 62 anos, hígida, atendida inicialmente em outro nosocômio devido dor torácica atípica, realizado ECG sem alterações sugestivas de isquemia e liberada com anti-inflamatório. No dia seguinte procurou nosso serviço devido intensificação da dor torácica que passou a ter características anginosas associado a ECG demostrando supradesnivelamento do segmento ST 1mm em parede lateral e septal. Encaminhada a cineangiocoronariografia sendo identificado acinesia antero-lateral e ínfero-apical com a artéria descendente anterior ocluída no seu terço médio, a qual foi recanalizada porem com fluxo lento. Ainda na sala de hemodinâmica, paciente evoluiu com náuseas, hipotensão e taquicardia não responsiva a droga vasoativa. Descartada perfuração coronariana, realizado pericardiocentese devido presença de tamponamento cardíaco com alto débito e nova ventriculografia que confirmou RPLVE da área infartada, encaminhada imediatamente ao centro cirúrgico, porem sem condições de saída de CEC sendo constatado óbito em sala.Conclusão: A RPLVE é a mais grave complicação do IAM, com elevada morbimortalidade, a qual deve ter suspeita clinica e confirmação diagnóstica o mais rápido possível a fim de instituir o correto tratamento cirúrgico.

P 083RELATO DE CASO: HIPERTENSÃO PULMONAR IDIOPÁTICA GRAVE

LUISI MARIA MEZZOMO (UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ), NIVAM RODRIGUES DA SILVA JUNIOR (UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ), ALANA CARLA BIAZUS (UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ)

Introdução: A Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP) e769, uma síndrome fatal que acarreta o aumento da resistência vascular na pequena circulação, elevando a pressão na circulação pulmonar. Pacientes com queixa de dispneia aos esforços, dor precordial, síncope e sinais de insuficiência cardíaca direita sem causa evidente devem ser avaliados para HAP. A Hipertensão Arterial Pulmonar Idiopática (HAPI) trata-se de um diagnóstico de exclusão, uma vez que não tem causa identificável. Sua prevalência é maior em mulheres de meia idade.Descrição do caso: Paciente M.J., feminina, 37 anos, tabagista, iniciou com síncopes aos esforços há 29 anos, evoluindo com piora progressiva há 4 anos, associada à dispneia aos mínimos esforços, tosse seca, dor precordial, dispneia paroxística noturna (DPN), edema de membros inferiores e perda ponderal. O raio x de tórax demonstrou aorta alongada e volume cardíaco aumentado, prova de função pulmonar não apresentou alteração e Ecocardiograma Transesofágico evidenciou HAP, pressão sistólica da artéria pulmonar de 90 mmHg e sobrecarga de câmaras direitas. Apresentava ritmo sinusal e onda P pulmonale ao eletrocardiograma e os exames laboratoriais não demonstraram alterações de CKMB, CK, PCR, VHS, Fator Reumatoide e FAN, assim como Troponina I, anti HIV e VDRL não foram reagentes. Cateterismo direito com teste de vasorreatividade constatou HAP grave sem resposta ao vasodilatador. A terapêutica instituída com Anlodipino e Sildenafila não apresentou resposta satisfatória, ocorrendo somente com uso de Bosentana 125 mg. Evoluiu com melhora e estabilidade hemodinâmica, recebendo alta após 15 dias. Atualmente persiste com DPN. Conclusão: A HAPI constitui-se de uma patologia sem cura, em que as medidas melhoram a sintomática, no entanto não alteram o curso da doença. O tratamento inclui limitação de atividade física e uso de bloqueadores de canais de cálcio, inibidores da fosfodiesterase 5, antagonistas da endotelina e análogos da prostaciclina, além de diuréticos em casos de hipervolemia.

P 082OCLUSÃO PERCUTÂNEA DE LEAK PARAVALVAR MITRAL POR VIA RETRÓGRADA, COM AUXÍLIO DE ECOCARDIOGRAFIA 2D

GISLAINE MICHEL MARIN (HOSPITAL BENEFICÊNCIA PORTUGUESA DE SÃO PAULO), DÉCIO SALVADORI JUNIOR (HOSPITAL BENEFICÊNCIA PORTUGUESA DE SÃO PAULO), FERNANDO MATHEUS (HOSPITAL BENEFICÊNCIA PORTUGUESA DE SÃO PAULO), DANIEL LUIZ CARDOSO LIMA (HOSPITAL BENEFICÊNCIA PORTUGUESA DE SÃO PAULO), POLYANNA DELOURDES SALES DE ALMEIDA (HOSPITAL BENEFICÊNCIA PORTUGUESA DE SÃO PAULO), GUSTAVO LIRA LEITE (HOSPITAL BENEFICÊNCIA PORTUGUESA DE SÃO PAULO), JULIANA LEITE MASSUDA (HOSPITAL BENEFICÊNCIA PORTUGUESA DE SÃO PAULO), CLEBER HENRIQUE DA SILVA (HOSPITAL BENEFICÊNCIA PORTUGUESA DE SÃO PAULO), CARLOS EDUARDO BRONZEL DUBAY (HOSPITAL BENEFICÊNCIA PORTUGUESA DE SÃO PAULO), SADY FORMIGA DE SOUZA NAVARRO (HOSPITAL BENEFICENCIA PORTUGUESA)

Trata-se do relato de caso de paciente do sexo feminino, com histórico de febre reumática, hipertensão arterial e já submetida a três intervenções cirúrgicas para troca valvar mitral por próteses biológicas. Apesar no tratamento clínico otimizado, referia dispneia progressiva e aos pequenos esforços, classe funcional III (NYHA). Notava-se insuficiência mitral importante ao exame clínico. Posteriormente, o achado foi confirmada pelo ecocardiograma transesofágico (ETE), tendo como causa um refluxo peri-protético importante em região ântero-lateral. Paciente recusava submeter-se a nova intervenção cirúrgica, sendo o tratamento percutâneo uma opção alternativa. Guiado pelo ETE, sem auxílio da tecnologia 3D, foram realizadas múltiplas tentativas para acessar o leak paravalvar por via percutânea anterógrada, com cateter JR diagnóstico 6F e corda-guia 0,035 hidrofílica, sem sucesso. Realizada revisão de tática de acesso, foi optado, então, por punção da artéria femoral esquerda, com introdutor 6F, seguida de tentativa de acesso ao leak por via retrógrada, utilizando os mesmos materiais, com sucesso. Após cruzamento com corda-guia hidrofílica longa para o átrio esquerdo, foi empregado cateter laço de 10 mm para capturar a corda e a colocar dentro da bainha transeptal, usada como guia para avanço da prótese. Optou-se pelo Plug Vascular II (St. Jude Medical) de 08 x 04 mm, implantado com sucesso e sem intercorrências. Na revisão de controle, intra-procedimento, após o implante da prótese, restava refluxo peri-protético mínimo, aceitável. Após 30 dias da alta hospitalar, paciente apresentava-se totalmente assintomática. Ao ecocardiograma transtorácico não se evidenciava refluxo peri-protético, gradiente transmitral de 6 mmHg e fração de ejeção do ventrículo esquerdo de 69 .

P 084FÍSTULA CORONÁRIA CAVITÁRIA COMO RARA CAUSA DE ANGINA

DEBORA ALMEIDA (HOSPITAL BENEFICÊNCIA PORTUGUESA DE SÃO PAULO), RAPHAEL MOREIRA (HOSPITAL BENEFICÊNCIA PORTUGUESA DE SÃO PAULO), NATAN COSTA (HOSPITAL BENEFICÊNCIA PORTUGUESA DE SÃO PAULO), DANIELA GOMES (HOSPITAL BENEFICÊNCIA PORTUGUESA DE SÃO PAULO), LETICIA DA SILVA (HOSPITAL BENEFICÊNCIA PORTUGUESA DE SÃO PAULO)

A.J.A.S, 82 anos, hipertensa e dislipidêmica, evolui há 4 anos com precordialgia progressiva e dispneia aos esforços. Procurou atendimento médico por piora recente dos sintomas. Exame físico sem alteração, ECG com sobrecarga ventricular esquerda, atraso final de condução e área inativa antero-septal. Submetida a cintilografia de perfusão miocárdica que evidenciou: FEVE 59, estudo de perfusão miocárdica sem alterações significativas e resposta eletrocardiográfica não conclusiva para isquemia miocárdica devido á sobrecarga ventricular esquerda. Iniciado tratamento clínico a paciente apresentou melhora da dispneia, porém manteve a precordialgia, sendo solicitado cineangiocoronariografia que evidenciou circulação coronária sem lesões obstrutiva e presença de microfístulas coronário cavitárias, originadas da coronária esquerda e coronária direita. Após otimização do tratamento clínico a paciente apresenta boa evolução clínica com melhora dos sintomas. Discussão: Fístula coronária é uma anomalia congênita ou adquirida, de ocorrência incomum(0,2),sendo diagnosticada na proporção de 1:500 estudos cinecoronariográficos. É caracterizada por comunicação anormal entre uma artéria coronária e uma câmara cardíaca ou à artéria pulmonar, ocorrendo através da persistência dos sinusóides embrionários no miocárdio. Dependendo da magnitude do roubo coronário podem ocorrer alterações hemodinâmicas significativas. Quando as fístulas drenam para as cavidades direitas podem provocar sopro contínuo com hiperfluxo pulmonar imitando uma cardiopatia com shunt esquerdo-direito e podendo levar o paciente à insuficiência cardíaca. Já as fístulas que drenam para o ventrículo esquerdo, provavelmente, por se esvaziarem em uma cavidade de maior pressão, não apresentam sopro ou apresentam sopro apenas na diástole, funcionando com um padrão semelhante ao da insuficiência aórtica. Na grande maioria dos casos, as fístulas não causam qualquer sintoma. São descritos, entretanto, casos evoluindo com endocardite infecciosa, insuficiência cardíaca e isquemia miocárdica provocada pelo roubo coronário. Já foram descritos até mesmo casos de infarto do miocárdio, porém, quadros de angina de peito são pouco comuns. O tratamento é controverso e depende dos sintomas.

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P 085USO DO CRACK E SUA RELAÇÃO COM INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO: UM RELATO DE CASO

MARCUS FIGUEIREDO BRODBECK (HOSPITAL CRUZ VERMELHA), ELIS CRISTINA MARQUES (HOSPITAL CRUZ VERMELHA), ANA CAROLINA RIBAS PAIVA (HOSPITAL CRUZ VERMELHA), ANDERSON DE REZENDE (HOSPITAL CRUZ VERMELHA)

INTRODUCAO: A cocaína, alcalóide extraído das folhas da Erythroxylon coca, é historicamente usada por nativos na América do Sul desde a época pré-colombiana para aliviar fadiga, fome, sede e causar sensação de bem-estar. Os efeitos e complicações cardiovasculares mais comuns são: síndrome coronariana aguda (SCA), cardiomiopatias, miocardites, arritmias e endocardites. Seu aumento do consumo ocorre na forma de base livre ou pasta base (crack), o que permite a substancias ser fumada. A droga faz parte do grupo das etiologias não ateroscleroticas das SCA. A maioria dos indivíduos acometidos é homem jovem, tabagista e sem outros fatores de risco para doença cardiovascular. Estima-se que doses entre 200g e 2000g de cocaína por qualquer via possam causar infarto agudo do miocárdio (IAM). OBJETIVO: Descrever caso clinico de paciente jovem usuário de droga ilícita (crack) que evolui com IAM com supradesnivelamento do segmento ST.DELINEAMENTOEstudo observacional, descritivo, relato de caso.METODO: Informacoes obtidas de prontuário, dados clínicos, métodos gráficos, exames de imagem/laboratoriais, hemodinaimico, e entrevista com paciente ,PACIENTE: Paciente masculino, V.R.M, 33a, com história de dependência cruzada de crack , álcool e tabaco com 9 anos de evolução aproximadamente. Sem historia de outras comorbidades e uso de medicação. Trabalhava como auxiliar de almoxarifado , sedentário.RESULTADO: Paciente proveniente da rede de urgência , onde recebeu primeiras medidas para SCA. Dá entrada no em hospital terciario onde realiza-se cineangiocornariografia que evidencia: artéria descende anterior ocluida em 100 da sua porção distal com presença de trombo intracoronario e trajeto intramiocardico em terço médio com moderada constricacao à sistole. Outras lesões: circunflexa 20 em seu estio, primeiro marginal com 90 também ostial. Ventrículo esquerdo com acinesia apical. Optado por tratamento clinico devido a longo tempo de evolução do quadro clinico. Paciente permaneceu em consulta ambulatorial onde acompanhava por quadro de cariomiopatia isquemica com fração reduzida, onde permaneceu até abandonar tratamento.

P 087ORIGEM ANÓMALA DAS ARTÉRIAS DESCENDENTE ANTERIOR E CIRCUNFLEXA

ANDERSON DE REZENDE (HUEC), ELIS CRISTINA MARQUES (), ANA CAROLINA RIBAS PAIVA (), MARCUS FIGUEIREDO BRODBECK (), RONALDO DA ROCHA LOURES BUENO (HUEC), RUBENS ZENÓBIO DARWICH (HUEC), ALINE DE OLIVEIRA MOCKEL (HUEC), KATIA ELAYNE PIFER (HUEC), LUIZ AUGUSTO LAVALLE (HUEC), ANDERSON HENRIQUE PERES DA COSTA (HUEC)

IntroduçãoA variabilidade anatômica das artérias coronárias constitui um desafio na cardiologia, sendo rara a apresentação da coronária esquerda com origem no tronco da artéria pulmonar. Estima-se que sua incidência seja de aproximadamente um caso para cada 300.000 nascimentos vivos. A mortalidade é de 85 durante os primeiros anos de vida, porém alguns pacientes podem ter o seu diagnóstico realizado somente na vida adulta. Relatamos um caso apresentado no serviço de hemodinâmica, onde demonstrou a origem da artéria coronária esquerda no troco da artéria pulmonar com os óstios da coronária circunflexa separa da coronária descendente anterior.ObjetivosDescrever variabilidade anatômica de anomalia de origem da artéria coronária esquerda, demonstrando seu impacto e mortalidade.DelineamentoRelato de caso e revisão bibliográfica.

P 086ENDOCARDITE FÚNGICA SUB-AGUDA DE VALVA TRICÚSPIDE E PULMONAR: RELATO DE CASO

BRUNO MARINI (IRMANDADE SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE ARARAS), PEDRO DIRCEU ORTOLANI (IRMANDADE SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE ARARAS), JULIANO CUSTÓDIO VALENTE (HOSPITAL TOTALCOR), KARIME DIAS FRANCO DA SILVEIRA (IRMANDADE SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE ARARAS), LETICIA DIAS FRANCO DA SILVEIRA (UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO), VANESSA RODRIGUES (IRMANDADE SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE ARARAS), MAYRA PERARO JORGE (IRMANDADE SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE ARARAS)

INTRODUÇÃO: A endocardite infecciosa(EI) acomete geralmente a valva mitral seguida da aórtica. Infecções da valva tricúspide(VT) e valva pulmonar(VP) são raras e ocorrem mais em usuários de drogas endovenosas e como complicação de cateter venoso profundo. A EI pode ser classificada em aguda ou subaguda, sendo a primeira mais grave e com alta morbimortalidade. As manifestações clínicas são inespecíficas, sendo a febre a mais comum. O diagnóstico é baseado nos critérios de Duke, que considera achados clínicos, laboratoriais e ecocardiográficos. O tratamento cirúrgico não possui indicações clínicas absolutas, sendo considerado em pacientes que evoluem com disfunção valvar severa(DVS), vegetações acima de 10 mm de diâmetros, entre outras. DESCRIÇÃO DO CASO: J.A.A., masculino, 64 anos, diabético e ex-tabagista, dispneico com piora progressiva e febre intermitente há 3 meses. Em uso de antibióticos para infecção pulmonar neste período, melhora da febre durante o uso e recorrência após o término. Ao exame: frequência cardíaca 110 batimentos/minuto, sopro sistólico foco tricúspide 3+/6+, sopro diastólico foco pulmonar. Edema bilateral 3+/4+ de membros inferiores. Solicitados HMC e ecocardiograma transesofágico que evidenciou imagem algodonosa móvel, de 15 milímetros, aderida à VT, insuficiência de VT importante, imagem algodonosa móvel, aderida a VP, sugestivas de vegetações. Iniciado tratamento empírico com Oxacilina. HMC positiva para Candida não albicans, iniciado Micafungina. Considerando os dados acima, o paciente foi submetido a cirurgia cardíaca para dupla troca valvar por próteses biológicas. O pós-operatório seguiu sem intercorrências, permanecendo internado até completar 6 semanas de anti-fúngico. Acompanhamento ambulatorial: ecocardiograma transtorácico com próteses biológicas tricúspide e pulmonar normo-funcionantes. CONCLUSÃO: Caso raro de EI fúngica sub-aguda, com acometimento valvar tricúspide e pulmonar, em paciente sem condição predisponente conhecida. O sucesso do caso se deu pelo início precoce do antibiótico empírico, ajuste do tratamento guiado por hemoculturas e, eminentemente, pela cirurgia de dupla troca valvar.

P 088HEMATOMA HEPÁTICO APÓS TERAPÊUTICA COM RIVAROXABANA

MARIANA FUGANTI DE SOUZA (HOSPITAL E MATERNIDADE SÃO JOSÉ DOS PINHAIS), KAROLINE BATISTI RIATO NAVARRO (HOSPITAL E MATERNIDADE SÃO JOSÉ DOS PINHAIS), ANA PAULA NORBERTO SBALQUEIRO (HOSPITAL E MATERNIDADE SÃO JOSÉ DOS PINHAIS)

Introdução: O tromboembolismo venoso (TEV) é a terceira causa de morte cardiovascular no mundo e apresenta como manifestação mais grave o tromboembolismo pulmonar (TEP). Como opção terapêutica encontra-se os novos anticoagulantes orais (NACO), que têm como alvo os fatores de coagulação Xa e II.Relato de Caso: Paciente feminina, 45 anos, previamente hígida, apresentou em 08/09/17 fratura trimaleolar em tornozelo esquerdo por queda do mesmo nível, sendo realizada correção cirúrgica após quatro dias. Na data de 20/09/17 a paciente deu entrada em pronto socorro hospitalar devida dispneia, evoluindo com parada cardiorrespiratória, porém com ressuscitação cardiopulmonar eficaz. Após estabilização, foi diagnosticado TEP agudo bilateral através de angiotomografia, sendo iniciado tratamento com enoxaparina. Em 01/10/17, com exames laboratoriais e radiológicos sem alterações, foi optado por substituir terapêutica por rivaroxabana. No sexto dia em uso do medicamento, a paciente apresentou aumento de gama GT, fosfatase alcalina e transaminases. Ultrassom abdominal demonstrou volumosa imagem ovalada heterogênea em topografia hepática, sendo confirmado e caracterizado como hematoma hepático através de ressonância magnética. A paciente manteve-se assintomática em relação à lesão hepática, optando-se por tratamento conservador e substituição da rivaroxabana por enoxaparina, durante internamento. Na alta hospitalar prescreveu-se apixabana, com redução gradual do hematoma em quatro meses de acompanhamento radiológico.Discussão: O anticoagulante rivaroxabana inibe diretamente o fator X ativado (Xa). É aprovado principalmente para uso na prevenção primária e secundária de TEV, tratamento de TVP e TEP. Vários ensaios clínicos avaliaram a segurança e eficácia deste fármaco. Todavia a monitorização da atividade sérica dos NACO não pode ser feita com precisão com os testes de coagulação atualmente disponíveis.Conclusão: O tratamento com NACO mostra-se promissor devida comodidade posológica, eficácia e segurança. Porém, ressalta-se que apresentam pouco tempo de uso, carecendo experiência em populações reais, com múltiplas comorbidades e suscetíveis a seus efeitos adversos.

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P 089RELATO DE CASO CRISS CROSS HEART - DESCRIÇÃO ANATOMO-FISIOLÓGICA COM ENFOQUE DIAGNÓSTICO

JULIANA DE ANDRADE FRONCHETTI (FACULDADE EVANGÉLICA DO PARANÁ ), JEAN MARCELO FERREIRA DA SILVA (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ )

Introdução: Criss-Cross Heart é uma anomalia congênita rara, com incidência de 8 por 1.000.000 nascidos vivos, tendo pouco mais que 150 relatos na literatura. É caracterizada pela rotação da conexão atrio-ventricular e o entrecruzamento dos fluxos de entrada dos ventrículos. Costuma estar associada a outros defeitos congênitos, com apresentação clínica variada. O diagnóstico é feito pelo exame ecocardiográfico, no período fetal ou neonatal precoce, de modo a orientar o manejo perinatal e o acompanhamento da doença. Descrição do caso: Gestante 36 anos (gestaVII, paraV, abortoI) gestação de feto único com 37 semanas, pré-natal incompleto, apresentou Doença Específica Hipertensiva da Gestação, realizou parto vaginal cefálico, de um recém nascido, masculino, com 4.020g , que apresentou asfixia perinatal (apgar 3/7/8) e desconforto respiratório grave. Encaminhado para UTI neonatal onde foi realizado ecocardiograma transtorácico imediato. Realizou-se o diagnóstico de cardiopatia congênita com fluxo pulmonar dependente do canal arterial. O situs era sólitus com levocardia, tendo uma conexão atrioventricular discordante tipo Criss-Cross Heart e atresia da valva pulmonar. Apresentava também Comunicação Interatrial tipo óstio secundum, Comunicação Interventricular perimembranosa ampla e canal arterial pérvio e alongado. Recebeu prostaciclina para manutenção da perviedade do canal arterial até realização do tratamento cirúrgico paliativo, uma anastomose sistêmico-pulmonar modificada. Conclusão: Malformação cardíaca rara com vários defeitos congênitos associados e fluxo pulmonar dependente do canal arterial. O exame ecocardiográfico precoce teve papel fundamental na definição anatômica da cardiopatia, na análise dos fluxos intracardíacos, e no manejo adequado dessa cardiopatia congênita.

P 091CARDIOMIOPATIA DE TAKOTSUBO - SÉRIE DE CASOS

MARIO AUGUSTO MARIANO (HOSPITAL DA CRUZ VERMELHA FILIAL PARANÁ), ANDERSON HENRIQUE PERES DA COSTA (CENTRO DE ESTUDO E PESQUISA EM SAÚDE CARDIOVASCULAR), RUBENS ZENÓBIO DARWICH (CENTRO DE ESTUDO E PESQUISA EM SAÚDE CARDIOVASCULAR), LUIZ AUGUSTO LAVALLE (CENTRO DE ESTUDO E PESQUISA EM SAÚDE CARDIOVASCULAR), ALINE DE OLIVEIRA MÖCKEL (CENTRO DE ESTUDO E PESQUISA EM SAÚDE CARDIOVASCULAR), ADRIELLY BATISTA DE JESUS BOLSI (HOSPITAL DA CRUZ VERMELHA FILIAL PARANÁ), CLÁUDIO MENDES VOICHCOSKI (HOSPITAL DA CRUZ VERMELHA FILIAL PARANÁ), MARIANA KLEIS FELTRIN (HOSPITAL DA CRUZ VERMELHA FILIAL PARANÁ), ALEXANDRE GUSTAVO FERREIRA DE ARAUJO (HOSPITAL DA CRUZ VERMELHA FILIAL PARANÁ), TAMMY TIEMY OTA (HOSPITAL DA CRUZ VERMELHA FILIAL PARANÁ)

Introdução: Cardiomiopatia de Takotsubo: Evento desencadeado pelo gatilho agudo de estresse emocional ou físico. Em maioria (80-90) mulheres, idade média 61 e 76 anos. A patologia simula quadro de síndrome coronariana aguda (SCA), com precordialgia, elevação do segmento ST, marcadores necróticos e insuficiência cardíaca (IC). Acomete ventrículo esquerdo (VE), causando hipocinesia, acinesia ou discinesia transitória nas porções média e apical, hipercinesia porção basal, visualizados na cineangiocoronariografia, ausência de lesões coronarianas obstrutivas. O tratamento resume-se ao suporte clínico para IC e a função ventricular recupera-se em poucas semanas. Objetivo: Descrever fatores desencadeantes de Takotsubo em pacientes atendidos no SUS, acompanhamento e desfecho.Delineamento: Fatores predisponentes para Takotsubo. Confirmação com cineangiocoronariografia e acompanhamento da fração de ejeção do VE (FEVE) através do ecocardiograma (ECOTT), seus sinais/sintomas e complicações, em comparação com dados da literatura.Métodos: Retrospectivo, descritivo, unicêntrico. Analisados 5 pacientes. Ínicio setembro/2013 em andamento. Critérios de inclusão: Pacientes com SCA encaminhados ao pronto atendimento. Excluídos pacientes com fatores de risco de doença coronariana crônica e periférica, com FEVE reduzida pregressa, insuficiência renal crônica.Resultados: Mulheres brancas (100), idade média 61.2 anos, desvio padrão (21.76), hipertensas (100), estresse emocional como desencadeante (20), estresse físico (40), sem fator desencadeante (40), internação média (4 dias), mediana de acompanhamento ambulatorial (82 dias), 100 realizaram cineangiocoronariografia, 80 apresentaram Takotsubo clássico e 20 invertido, ECOTT realizado em 80 das pacientes, 50 apresentaram FE reduzida. Reavaliação com ECOTT mostrou aumento da FEVE em 80.Discussões: A cardiomiopatia de Takotsubo ocorre em 1,2 dos casos de SCA acometendo, em geral, mulheres na pós-menopausa. Caracteriza-se por alteração transitória e reversível da contratilidade do VE, desencadeado por estresse emocional ou físico. Encontramos 6000 pacientes diagnosticados com SCA atendidos no PA, sendo que destes 0.08 apresentaram Takotsubo, que em análise com a literatura representa média inferior de eventos.

P 090ORIGEM ANÔMALA DA ARTÉRIA CORONÁRIA ESQUERDA A PARTIR DO TRONCO PULMONAR - SÍNDROME DE BLAND-WHITE-GARLAND.

MARIANA KLEIS FELTRIN (HOSPITAL DA CRUZ VERMELHA FILIAL PARANÁ), ANDERSON HENRIQUE PERES DA COSTA (CENTRO DE ESTUDO E PESQUISA EM SAÚDE CARDIOVASCULAR), ALINE DE OLIVEIRA MÖCKEL (CENTRO DE ESTUDO E PESQUISA EM SAÚDE CARDIOVASCULAR), RUBENS ZENÓBIO DARWICH (CENTRO DE ESTUDO E PESQUISA EM SAÚDE CARDIOVASCULAR), ADRIELLY BATISTA DE JESUS BOLSI (HOSPITAL DA CRUZ VERMELHA FILIAL PARANÁ), CLÁUDIO MENDES VOICHCOSKI (HOSPITAL DA CRUZ VERMELHA FILIAL PARANÁ), ALEXANDRE GUSTAVO FERREIRA DE ARAUJO (HOSPITAL DA CRUZ VERMELHA FILIAL PARANÁ), MARIO AUGUSTO MARIANO (HOSPITAL DA CRUZ VERMELHA FILIAL PARANÁ), TAMMY TIEMY OTA (HOSPITAL DA CRUZ VERMELHA FILIAL PARANÁ), LUIZ AUGUSTO LAVALLE (CENTRO DE ESTUDO E PESQUISA EM SAÚDE CARDIOVASCULAR)

INTRODUÇÃO: A origem da artéria coronária a partir do tronco pulmonar constitui uma grave anomalia, com manifestações geralmente nas primeiras semanas de vida e com alta mortalidade se não houver tratamento. Esta anomalia leva à isquemia miocárdica devido ao fenômeno de roubo pulmonar-coronário por redirecionamento do fluxo do sistema de alta pressão da coronária direita para o sistema de baixa pressão pulmonar. Há relatos desta síndrome em adultos por desenvolvimento de colaterais. As opções de abordagem cirúrgica são: reimplante da artéria coronária esquerda anômala diretamente na aorta, ligadura da artéria coronária esquerda no nível de origem, revascularização com enxerto venoso ou artéria mamária interna, e cirurgia do túnel intrapulmonar (Takeuchi).OBJETIVO: Relatar o caso de um paciente adulto com origem anômala da artéria coronária esquerda a partir do tronco pulmonar.MÉTODO: As informações foram obtidas por meio de revisão do prontuário, exames complementares e revisão da literatura.RELATO DO CASO: Paciente do sexo masculino, 66 anos, apresenta dispnéia aos grandes esforços, encaminhado para avaliar necessidade de correção cirúrgica após realizar cateterismo cardíaco evidenciando anomalia congênita. Nega comorbidades e cirurgias prévias. Exames prévios: teste ergométrico sugestivo de isquemia. Holter apenas com extrassístoles ventriculares. Ecocardiograma com ventrículo esquerdo de dimensões, mobilidade segmentar e função sistólica normais, átrio esquerdo pouco aumentado. Eletrocardiograma sinusal. Cintilografia com moderada hipoperfusão transitória na parede anterior do ventrículo esquerdo e função normal. Solicitado angiotomografia de coronárias: tronco da coronária esquerda com origem na parede posterior do tronco da artéria pulmonar e extensa rede de circulação colateral: Coronária Direita para Descendente Anterior, Circunflexa e Diagonal. Sem evidencia de estenose. CONCLUSÕES: Considerando que o paciente se encontra assintomático e sem repercussão clínica, a conduta expectante sob contínua monitorização clínica é a melhor alternativa terapêutica no momento.

P 092CISTO PERICÁRDICO VOLUMOSO EM PACIENTE COM SINTOMA SECUNDÁRIO A COMPRESSÃO DE ESTRUTURA ADJACENTE - UM RELATO DE CASO.

TAMMY TIEMY OTA (HOSPITAL DA CRUZ VERMELHA FILIAL PARANÁ), RUBENS ZENÓBIO DARWICH (CENTRO DE ESTUDO E PESQUISA EM SAÚDE CARDIOVASCULAR), LUIZ AUGUSTO LAVALLE (CENTRO DE ESTUDO E PESQUISA EM SAÚDE CARDIOVASCULAR), ADRIELLY BATISTA DE JESUS BOLSI (HOSPITAL DA CRUZ VERMELHA FILIAL PARANÁ), CLÁUDIO MENDES VOICHCOSKI (HOSPITAL DA CRUZ VERMELHA FILIAL PARANÁ), MARIO AUGUSTO MARIANO (HOSPITAL DA CRUZ VERMELHA FILIAL PARANÁ), ALEXANDRE GUSTAVO FERREIRA DE ARAUJO (HOSPITAL DA CRUZ VERMELHA FILIAL PARANÁ), MARIANA KLEIS FELTRIN (HOSPITAL DA CRUZ VERMELHA FILIAL PARANÁ), ANDERSON HENRIQUE PERES DA COSTA (CENTRO DE ESTUDO E PESQUISA EM SAÚDE CARDIOVASCULAR), ALINE DE OLIVEIRA MÖCKEL (CENTRO DE ESTUDO E PESQUISA EM SAÚDE CARDIOVASCULAR)

Introdução: Os cistos pericárdicos são massas benignas de incidência rara, de 1:100.000. Compreendem 7 das massas pericárdicas e 33 dos cistos mediastinais. A maior parte dos casos são congênitos e a fisiopatologia de sua formação não é bem elucidada, sendo que alguns autores sugerem que são causados pela falha na fusão de uma das lacunas mesenquimais que formam o saco pericárdico. Dos raros casos adquiridos, a etiologia pode ser reumática, inflamatória, granulomatosa, traumática (geralmente pós cirurgia cardíaca). A maioria dos casos de cisto pericárdico é descoberto incidentalmente, pois 60-75 dos pacientes são assintomáticos. Os sintomas geralmente surgem quando há compressão de estruturas adjacentes e pode se apresentar com tosse crônica, dor ou sensação de compressão torácica, dispneia ou disfagia. Menos comumente pode se apresentar com arritmias cardíacas, infecções recorrentes de trato respiratório, morte súbita. O diagnóstico pode ser suspeitado por Radiografa de Tórax, porém o melhor exame para sua identificação é a Tomografia Computadorizada. Ecocardiografia pode ser utilizada, porém como a janela de visualização é restrita, pode não diagnosticar os cistos com localização atípica.Objetivo: Apresentar caso raro de cisto pericárdico em paciente do sexo feminino, de 49 anos, com compressão de esôfago causando disfagiaMétodo: Avaliação clínica e com exames de imagem da paciente descrita, com posterior revisão de seu prontuário e de literaturaConclusão: Os cistos pericárdicos são em sua maioria benignos, porém, como no caso descrito, pode eventualmente causar complicações como compressão de estruturas adjacentes. O manejo do cisto pericárdico pode se dar através do acompanhamento periódico com exames de imagem, aspiração ou injeção com substâncias esclerosantes via percutânea ou tratamento cirúrgico. No caso descrito, a paciente será avaliada com novo exame de imagem para avaliar possibilidade de tratamento cirúrgico devido sintomas.

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P 093ESTENOSE MITRAL ESTÁGIO B POR VALVOPATIA REUMÁTICA: RELATO DE CASO

LUIZA MARIA DIAS ABBOUD HANNA (FACULDADES PEQUENO PRINCIPE), MAYARA CAMILA PICININI (DEPARTAMENTO DE MEDICINA INTERNA, HOSPITAL DE CLÍNICAS/UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ), BRUNA LOISE MAYER (DEPARTAMENTO DE MEDICINA INTERNA, HOSPITAL DE CLÍNICAS/UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ), SIBELE SAUZEM MILANO (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ), GIOVANA MEMARI PAVANELLI (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ), PAULA DOS SANTOS FERREIRA (UNIVERSIDADE POSITIVO), LEILA CAROLINE SOUZA REIS (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ), MARIA FERNANDA DE AGUIAR SOARES (FACULDADES PEQUENO PRINCIPE), THAINÁ SCHLICKMANN (PUC PR)

Introdução: O manejo de pacientes portadores de doença valvar deve ser individualizado conforme evidências científicas atualizadas.Objetivo: Descrever caso de paciente portadora de valvopatia reumática com sopro intenso, alterações cardíacas estruturais, mas sem recomendação cirúrgica.Delineamento: Relato de caso.Resultados: Paciente feminina, 53 anos, com dor retroesternal em pontada e de forte intensidade, com duração de 90 minutos e melhora ao repouso. Há um ano, iniciou quadro de dispneia a moderados esforços e ortopneia esporádica. Portadora de valvopatia reumática com comissurotomia há 20 anos. Ao exame físico: bulhas hiperfonéticas, sopro sistólico 4+/4 em todos os focos, ausência de edema periférico, jugulares não ingurgitadas. Enzimas cardíacas normais, eletrocardiograma com hipertrofia ventricular esquerda, ecocardiograma com aumento de câmaras esquerdas, função sistólica preservada, dupla lesão mitral (estenose leve – área valvar de 2 cm2 - e refluxo moderado) e refluxo valvar aórtico importante. Cateterismo evidenciou regurgitação aórtica leve a moderada. Optou-se pela manutenção do acompanhamento cardiológico e não realização da troca valvar cirúrgica.Conclusões: Valvopatias secundárias à doença reumática são heterogêneas, portanto, a necessidade de intervenção cirúrgica dependerá do estágio da doença. O caso relatado apresentava estenose mitral estágio B pela American Heart Association (AHA), que indica cirurgia somente em estenose grave. Quanto à insuficiência mitral, é indicada a troca valvar para regurgitação severa com sintomatologia ou disfunção sistólica. A paciente apresentava insuficiência não severa, e sua sintomatologia poderia decorrer de outro fator, não havendo indicação cirúrgica. O cateterismo apontou insuficiência aórtica leve à moderada e, conforme a AHA e a European Society of Cardiology, a troca valvar é recomendada em casos graves. O caso evidencia a dificuldade do manejo das valvopatias pela complexidade de sua apresentação clínica. Portanto, as condutas devem ser embasadas cientificamente de acordo com as recomendações de diretrizes atualizadas

P 095GESTANTE COM MÚLTIPLAS MALFORMAÇÕES CARDÍACAS E VALVA MITRAL ÚNICA: RELATO DE CASO

MIGUEL IBRAIM ABBOUD HANNA SOBRINHO (HC - UFPR), RENAN DENADAI TURCI (HC - UFPR), TIAGO AUGUSTO ZWIERZIKOWSKI (HC - UFPR)

Em pacientes com cardiopatias congênitas complexas, a gestação pode estar associada a um elevado risco de complicações para a gestante e para o feto, independente da condição clínica estável ou não no momento do parto. Em uma gestação nesses casos, tanto o obstetra quanto o cardiologista são responsáveis pelo bem-estar da mãe e do filho.Paciente feminina, 22 anos, admitida no ambulatório de obstetrícia do HC-UFPR, após encaminhamento da unidade de saúde por gravidez de alto risco. Gestante, relata que sente dispneia e cansaço aos moderados esforços.Ao exame cardíaco, batimento do ventrículo direito visível e palpável, impulsões sistólicas da artéria pulmonar visível e palpável, frêmito sistólico percebido nas regiões apical e no foco pulmonar. Ritmo regular em dois tempos, hiperfonese do componente pulmonar da segunda bulha e sopro de 4 a 5+/6 holossistólico audíveis em toda região precordial e na região dorsal. Sopro meso e telessistólico de 4+/6 nos focos pulmonar e aórtico acessório. Ecocardiografia de 11/04/2017 concluiu “Defeito do septo atrioventricular total, dupla via de saída do ventrículo direito, com aorta anterior, não relacionada com a CIV e pulmonar posterior com estenose moderada, insuficiência moderada de valva atrioventricular, função preservada. A valva mitral única apresenta regurgitação moderada e gradiente máximo de 103 mmHg, a comunicação interventricular é ampla com extensão trabecular de 16 mm.´Internamento em 08/05/2017 por óbito fetal intra-útero (26 semanas), optado por indução do trabalho de parto com uso de Misoprostol. Seguiu para parto transpélvico pesando 400 g. O caso relatado demonstra uma gestante com sete malformações cardíacas, sendo a valva mitral única descrita apenas em 11 ocasiões na literatura. Apesar da apresentação clínica estável, os exames demonstraram repercussões hemodinâmicas severas, podendo levá-la a óbito durante a gestação ou até mesmo durante o trabalho de parto.

P 094CASO DE FÍSTULA DE CORONÁRIA CIRCUNFLEXA PARA ARTÉRIA PULMONAR PROMOVENDO ROUBO DE FLUXO - UM RELATO DE CASO.

ALEXANDRE GUSTAVO FERREIRA DE ARAUJO (HOSPITAL DA CRUZ VERMELHA FILIAL PARANÁ), ANDERSON HENRIQUE PERES DA COSTA (CENTRO DE ESTUDO E PESQUISA EM SAÚDE CARDIOVASCULAR), RUBENS ZENÓBIO DARWICH (CENTRO DE ESTUDO E PESQUISA EM SAÚDE CARDIOVASCULAR), LUIZ AUGUSTO LAVALLE (CENTRO DE ESTUDO E PESQUISA EM SAÚDE CARDIOVASCULAR), ADRIELLY BATISTA DE JESUS BOLSI (HOSPITAL DA CRUZ VERMELHA FILIAL PARANÁ), MARIO AUGUSTO MARIANO (HOSPITAL DA CRUZ VERMELHA FILIAL PARANÁ), CLÁUDIO MENDES VOICHCOSKI (HOSPITAL DA CRUZ VERMELHA FILIAL PARANÁ), MARIANA KLEIS FELTRIN (HOSPITAL DA CRUZ VERMELHA FILIAL PARANÁ), TAMMY TIEMY OTA (HOSPITAL DA CRUZ VERMELHA FILIAL PARANÁ), ALINE DE OLIVEIRA MÖCKEL (CENTRO DE ESTUDO E PESQUISA EM SAÚDE CARDIOVASCULAR)

INTRODUÇÃO: Fístula coronária é uma comunicação anormal entre o sistema coronariano e câmaras cardíacas ou vasos torácicos maiores. A prevalência é estimada em 0,002, correspondendo a 0,1 das anomalias coronarianas. Cerca de 55 originam-se da artéria coronária direita e o restante da coronária esquerda, 90 drenam para câmaras cardíacas direitas, veias cavas ou artéria pulmonar. As manifestações clínicas dependem da magnitude do shunt, podendo ocorrer insuficiência cardíaca e sinais de doença isquêmica por roubo de fluxo. O exame padrão ouro padrão para o diagnóstico é a coronariografia, embora técnicas de imagem menos invasivas sejam bastante utilizadas. Terapêutica é indicada quando há repercussão hemodinâmica e o fechamento percutâneo por embolização é o método de escolha.OBJETIVO: Descrever apresentação clínica de caso raro de malformação de coronária.DELINEAMENTO/CASO: Paciente masculino, 61 anos, encaminhado por alterações dinâmicas em eletrocardiograma sugestivas de isquemia. Ecocardiograma mostrava hipocinesia anterior e apical, fração de ejeção preservada. História de tabagismo pesado de longa data, sem comorbidades associadas. Optou-se por estudo coronariográfico, o qual não mostrou lesões obstrutivas, porém observou-se fístula de artéria circunflexa para artéria pulmonar a qual promovia roubo de fluxo e explicava as alterações eletrocardiográficas prévias. Em retorno ambulatorial pós alta foi abordado a possibilidades de tratamento: percutâneo ou conservador. Avaliando os riscos e benefícios indicamos conduta expectante, pelo risco de trombose retrógrada em caso de intervenção.MÉTODO: Relato retrospectivo, feito com informações de prontuário médico. RESULTADOS/CONCLUSÃO: Trata se de caso raro de fístula de coronária circunflexa para artéria pulmonar diagnosticado durante investigação de isquemia. Apesar de a literatura indicar tratamento percutâneo nos casos em que há repercussão hemodinâmica, optou se pela não abordagem, visto que o desfecho poderia ser catastrófico em caso de complicação trombótica.

P 096CARDIOMIOPATIA DILATADA: UM RELATO DE CASO

CÁSSIO MARQUES PERLIN (UFPR- CAMPUS TOLEDO), KENNY REGINA LEHMANN (UFPR- CAMPUS TOLEDO)

Introdução: Paciente do sexo feminino, branco, 49 anos. Nega tabagismo e etilismo com relato de apendicectomia no ano de 2015. Em 2016 começou a apresentar cansaço progressivo ao esforço, dor em hipocôndrio direito, sudorese fria e dispneia noturna. Procura serviço hospitalar onde é internada para avaliação. Solicitado colangioressonância magnética com evidência de colelitíase. Foi requerido pela cardiologia exames laboratoriais, cateterismo cardíaco e ecocardiograma. Como resultados, obteve-se: BNP(1.519 pg/ml), Trypanossoma cruzi não reagente, hiperuricemia, hipocalemia, CK-MB normal, troponina I não reagente, hiperbilirrubinemia, FAN negativo, HDL colesterol baixo, AST/ALT normal, GGT e fosfatase alcalina normais. Na Cinecoronariografia não observou-se coronariopatia obstrutiva mas sim dilatações de grau importante das câmaras esquerdas, dilatação moderada do átrio direito, ventrículo esquerdo com hipertrofia excêntrica com sinais de redução da função diastólica e da função contrátil sistólica em presença de movimentação septal anômala. Observou-se também insuficiência da valva mitral de grau moderado, insuficiência aórtica discreta, insuficiência moderada da valva tricúspide e hipertensão pulmonar de grau moderado. Paciente apresentou melhora da congestão pulmonar e dispneia noturna entretanto foi encaminhado ao Instituto do Coração na cidade de São Paulo onde mantém seguimento ambulatorial. Instituída terapia medicamentosa com carvedilol 25mg (2/dia), espironolactona 25mg (1/dia), furosemida 40mg (1/dia), digoxina 0,25 mg (1/dia), losartana 50mg (2/dia) e warfarina 2,5 mg ao dia para evitar eventos tromboembólicos. Nesse momento o paciente está estável, com peso adequado e afastado de atividades laborais. Discussão: Cardiomiopatia dilatada é um termo descritivo para um grupo de doenças com variadas etiologias caracterizadas por dilatação ventricular com disfunção contrátil, mais frequente no ventrículo esquerdo, podendo acometer ambos os ventrículos. Estudos demonstram que a sua principal causa é idiopática (47), miocardite (12), doença coronariana (11) e outras causas (30). Na avaliação destes pacientes predominam os sintomas de insuficiência cardíaca esquerda com dispneia progressiva e eventualmente ortopnéia e dispnéia paroxística noturna.

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P 097CONTROLE AMBULATORIAL DE HIPERTRIGLICERIDEMIA FAMILIAR COM INIBIDORES DA PCSK9

CAROLINE SABATINI LUEDERS (CARDIOLOGIA HC), EMILTON LIMA JR. (CARDIOLOGIA HC), ARTHUR NASCIMENTO MOURA (CARDIOLOGIA HC), ALVARO AUGUSTO VERDANA (CARDIOLOGIA HC)

Hipertrigliceridemia é definida como concentração anormal de triglicerideos no sangue e tem sido associada a aterosclerose, mesmo na ausência de hipercolesterolemia. Também associado a pancreatite em concentrações excessivas. Sendo ainda um desafio terapêutico quando sua etiologia é familiar, presente em 29 dos homens e 13 das mulheres adultas.Paciente 34anos, HAS, DM, obesidade, depressão, esteatose hepática com diagnóstico de hipertrigliciredemia familiar em 2005 já em uso de sinvastatina e ciprofibrato. Com história de pancreatite em 2012 em decorrência de uma hipertrigliciredemia de 8.000. Após encaminhamento ao ambulatorio de dislipidemia em um hospital terciário no mês de abril de 2016 com diagnóstico de hipertrigliciredemia familiar, devido triglicerideos de 4.598mg/dL, é substituido a estatina para Rosuvastatina 40mg/dia e trocado ciprofibrato para fenofibrato. Em maio de 2017 foi otimizado a dose de rosuvastatina para 60mg/dia, adicionado ezetimibe 10mg/dia, mantido fenofibrato 200mg/dia e iniciado tratamento com Evolucumabe 150mg, SC, a cada 15 dias, na ocasião paciente mantinha triglicerídeos(TG) 5680mg/dL, colesterol total(CT) 705mg/dL, TGO: 68U/L, TGP: 60U/L. Após 6 meses de tratamento paciente retorna em seguimetno ambulatorial com TG: 3.719mg/dL, TGO: 30U/L, TGP:52U/L, CT:597mg/dL. E após 1 ano de tratamento paciente apresenta TG: 2.130mg/dL, TGO:13U/L, TGP 13U/L, CT:276mg/dL. Conclui-se que pacientes com hipertrigliceridemia familiar, mesmo em doses otimizadas Estatinas, Fibratos e Ezetimibe, podem beneficiar-se da adição de inibidor de PCSK9 Evolucumabe. Reduções próximas a 50 dos valores basais de colesterol total e triglicerídeos foram evidenciadas na paciente supracitada.

P 099RELATO DE CASO: MIOPERICARDITE COM PROGRESSÃO ELETROCARDIOGRÁFICA

PEDRO WAGNER RAMOS JUNIOR (HOSPITAL GERAL DE VILA NOVA CACHOEIRINHA), SADI FORMIGA DE SOUZA NAVARRO (HOSPITAL GERAL DE VILA NOVA CACHOEIRINHA), GISLAINE MICHEL MARIN (HOSPITAL GERAL DE VILA NOVA CACHOEIRINHA), JAQUELINI TIRAPELLE AYUB RIBEIRO (HOSPITAL GERAL DE VILA NOVA CACHOEIRINHA), DANIEL LUIZ CARDOSO LIMA (HOSPITAL GERAL DE VILA NOVA CACHOEIRINHA), CARLOS EDUARDO BRONZEL DUBAY (HOSPITAL GERAL DE VILA NOVA CACHOEIRINHA), POLYANNA DELOURDES SALES DE ALMEIDA (HOSPITAL GERAL DE VILA NOVA CACHOEIRINHA), GUSTAVO LIRA LEITE (HOSPITAL GERAL DE VILA NOVA CACHOEIRINHA), JULIANA LEITE MASSUDA (HOSPITAL GERAL DE VILA NOVA CACHOEIRINHA), LEONARDO DANIEL BARBOSA (HOSPITAL GERAL DE VILA NOVA CACHOEIRINHA)

As miopericardites possuem uma variada apresentação clínica, o que torna difícil avaliação da incidência quando associado a baixa realização de biópsia endomiocárdica e falta de critérios histológicos específicos. As infecções virais são sua principal causa, porém também podem ser desencadeadas por reações de hipersensibilidade, doenças sistêmicas, doenças autoimunes e fármacos. Seu diagnóstico não deve ser baseado somente em critérios clínicos, devido a isso lança-se mão da realização de biopsia endomiocárdica, ressonância magnética, sorologias, etc. O tratamento das miopericardites visa a eliminação do fator causal da patologia e evitar a progressão da lesão cardíaca. Comumente utilizam-se antivirais, imunossupressores e drogas responsáveis pela modulação o Sistema Renina-Angiotensina-Aldosterona.As Miopericardites possuem um prognóstico bastante variado de acordo com sua forma. Os pacientes são acompanhados subsequentemente a partir de exames de imagem, como a Ressonância Magnética, afim de avaliar alterações inflamatórias e estruturais.As manifestações clínicas da Miopericardite são bastante variáveis, desde episódios de síncope a um quadro de dor precordial mimetizando doença coronariana. Foi relatado um caso, FFO, Masculino, 36 anos, previamente hígido, iniciou quadro de dor precordial após musculação. Refere dor ventilatório-dependente, com piora em decúbito lateral esquerdo e a digito-pressão, localizada, sem irradiação, sem história de náusea ou vômito. Deu entrada em Pronto-Socorro no dia 04 de Fevereiro de 2018 com o quadro relatado acima há 24 horas, realizado eletrocardiograma na admissão sem quaisquer alterações. Iniciado protocolo para Síndrome Coronariana Aguda.

P 098USO DA REALIDADE VIRTUAL IMERSIVA NA REABILITAÇÃO DE PACIENTE HIPERTENSO: RELATO DE CASO

GRAZIELLE OLIVEIRA VASSORELLI (UNIVERSIDADE DO OESTE PAULISTA - UNOESTE), BEATRIZ RIGONATO DOS SANTOS (UNIVERSIDADE DO OESTE PAULISTA - UNOESTE), CAMILLA SILVA BERBERT (UNIVERSIDADE DO OESTE PAULISTA - UNOESTE), ANA PAULA COELHO FIGUEIRA FREIRE (UNIVERSIDADE DO OESTE PAULISTA - UNOESTE), ANA CLARA CAMPAGNOLO GONÇALVES TOLEDO (UNIVERSIDADE DO OESTE PAULISTA - UNOESTE), CLAUDIO SPINOLA NAJAS (UNIVERSIDADE DO OESTE PAULISTA - UNOESTE), FRANCIS LOPES PACAGNELLI (UNIVERSIDADE DO OESTE PAULISTA - UNOESTE)

Fundamento: A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é um importante fator de risco para desenvolvimento de doenças cardiovasculares, sendo essas as principais causas de morte no mundo. Novas estratégias terapêuticas como a realidade virtual tem sido indicadas nessa condição. Entretanto, é importante conhecer sobre a segurança cardiovascular na utilização desses recursos. Objetivo: Avaliar os parâmetros cardiovasculares em paciente hipertenso submetido à reabilitação convencional associada à realidade virtual imersiva. Relato de caso: Homem, 59 anos, hipertenso e diabético, realiza reabilitação cardíaca há um ano em que o treinamento aeróbico convencional (TC) é realizado em bicicleta ergométrica, sendo 5 minutos iniciais e finais para aquecimento e 20 minutos de condicionamento com intensidade moderada (60 da frequência cardíaca de reserva). O paciente foi submetido a uma sessão de TC e outra sessão nas mesmas condições usando óculos de realidade virtual imersiva (TRV) com o programa VR Traffic Bike Racer. A pressão arterial, frequência cardíaca e duplo produto foram avaliados no repouso, durante o treinamento e na recuperação, 15 minutos do término da sessão. Resultados: Os parâmetros cardiovasculares no TC no repouso inicial foram: PAS= 120 mmHg, PAD= 80 mmHg, FC 64= bpm e DP= 7680 bpm.mmHg, durante o treinamento: PAS= 130 mmHg, PAD= 90 mmHg, FC= 90 bpm e DP= 11700 bpm.mmHg e na recuperação: PAS= 130 mmHg, PAD= 90 mmHg, FC= 68 bpm e DP= 8840 bpm.mmHg. Na sessão de TRV os parâmetros foram: repouso inicial PAS= 120 mmHg, PAD= 80 mmHg, FC= 68 bpm e DP= 8160 bpm.mmHg, durante o treinamento: PAS= 120 mmHg, PAD= 80 mmHg, FC= 101 bpm e DP= 12120 bpm.mmHg e na recuperação PAS= 120 mmHg, PAD 80 mmHg, FC= 73 bpm e DP= 8760 bpm.mmHg. Conclusão: A utilização da realidade virtual imersiva durante uma sessão de reabilitação cardíaca promoveu ajustes cardiovasculares semelhantes aos observados na reabilitação convencional.

P 100DERRAME PERICÁRDICO VOLUMOSO SECUNDÁRIO A HIPOTIROIDISMO EM PACIENTE COM DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA GRAVE

YASMIN PADILHA (CENTRO UNIVERSITÁRIO DA FUNDAÇÃO ASSIS GURGACZ), RAFAEL HILLEBRAND FRANZON (CENTRO UNIVERSITÁRIO DA FUNDAÇÃO ASSIS GURGACZ), RITA FRANCISCA LOPES DE LIMA (CENTRO UNIVERSITÁRIO DA FUNDAÇÃO ASSIS GURGACZ), RUI MANUEL DE SOUZA SEQUEIRA ANTUNES ALMEIDA (CENTRO UNIVERSITÁRIO DA FUNDAÇÃO ASSIS GURGACZ)

FUNDAMENTO: A dispneia pode estar presente em derrames pericárdicos volumosos que ocorrem por acúmulo anormal de fluido entre as membranas que envolvem o coração, denominado pericárdio. Além disso, a dispneia pode ser considerada como equivalente anginoso na doença arterial coronariana devido a congestão pulmonar por disfunção diastólica e/ou sistólica do ventrículo esquerdo durante a isquemia. Os grupos de pacientes de maior probabilidade para esse sintoma de equivalente são: mulheres, diabéticos, idosos, pacientes com insuficiência renal crônica ou pós-transplante cardíaco. RELATO DE CASO: J.V, 65 anos, feminino, procedente Cascavel-PR, hipertensa em uso regular de losartana 50 mg/dia. Em primeira consulta apresentava dispneia classe II/III (NYHA), evoluindo em 6 meses com piora progressiva desse sintoma. Exames laboratoriais: 80 mUI/ml de hormônio estimulante da tireoide (TSH) e níveis inferiores a 0,10 ng/ml de tiroxina livre, confirmando hipotireoidismo primário. Investigação laboratorial afastou outras etiologias. Apresentou radiografia de tórax com aumento importante da área cardíaca e eletrocardiograma com complexos QRS com baixa voltagem em todas as derivações. Ecocardiograma demonstrou derrame pericárdico volumoso, sem apresentar tamponamento. Iniciou-se Levotiroxina 25mcg com aumento progressivo de dose tendo resolução completa dos sintomas e do derrame pericárdico em 4 meses. Paciente seguiu acompanhamento ambulatorial e durante 1 ano permaneceu assintomática, quando novamente retornou com sintomas de dispneia aos esforços. Novo TSH: 2,0 mUI/ml e Ecocardiograma normal. Então, foi aventada a hipótese da dispnéia como equivalente anginoso e solicitado Teste Ergométrico, sendo positivo eletrocardiograficamente para isquemia miocárdica. Instituído tratamento farmacológico para doença coronariana e encaminhada paciente para cineangiocoronariografia mostrando lesões ateroscleróticas coronarianas triarteriais graves. Indicado cirurgia de revascularização miocárdica com excelente evolução clínica, permanecendo paciente assintomática. CONCLUSÃO: Anamnese em cardiologia é de suma importância para o diagnóstico e tratamento precoce, sendo importante estar atento ao sintoma de dispneia, que pode tanto ser devido a pericardiopatias quanto a doença coronariana.

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P 101LEVOSIMENDAN NA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA DESCOMPENSADA - RELATO DE CASO

ANGÉLICA FONSECA NORIEGA (UNIÃO DAS FACULDADES DOS GRANDES LAGOS), STHEFANIE ANGELO ARANTES (UNIÃO DAS FACULDADES DOS GRANDES LAGOS), CHRISTIANO ROBERTO BARROS (HOSPITAL ESTADUAL DE BAURU ), CAROLINA APARECIDA PEREIRA (UNIÃO DAS FACULDADES DOS GRANDES LAGOS), KAROLINE ALVES DE FREITAS (UNIÃO DAS FACULDADES DOS GRANDES LAGOS), MAYRA RIBEIRO PEDRO (HOSPITAL ESTADUAL DE BAURU ), IZABELA SINARA SILVA ALVES (HOSPITAL ESTADUAL DE BAURU ), TAMIRES ASSIS GAMBARATTO (UNIÃO DAS FACULDADES DOS GRANDES LAGOS)

Introdução: Insuficiência cardíaca (IC) resulta do comprometimento estrutural ou funcional do enchimento ou ejeção ventricular. É via efetora comum da história natural de doenças, como: hipertensão arterial sistêmica e doença arterial coronariana. A insuficiência cardíaca descompensada (ICD) é bastante prevalente e tem alta mortalidade. O tratamento baseia-se em diuréticos e vasodilatadores. Inotrópicos positivos são indicados se hipoperfusão periférica, usualmente Dobutamina. O Levosimendan, por sensibilizar os miofilamentos ao cálcio é inotrópico positivo, e ainda é caracterizado por vasodilatação coronariana e periférica, através da abertura dos canais de potássio sensíveis ao trifosfato de adenosina. Atualmente seu uso é controverso na literatura. Objetivo: Relatar um caso de ICD com melhora clínica 24h após uso de Levosimendan. Delineamento: Relato de caso. Pacientes e Métodos: J.M., 72 anos, amarelo, masculino, portador de IC crônica grave, doença renal crônica, fibrilação atrial e cardiopatia isquêmica. Referia dispneia aos pequenos esforços e adinamia progressiva na admissão hospitalar. Foi internado em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), por instabilidade hemodinâmica (bradicardia e hipotensão) e piora da função renal, onde utilizou Dobutamina e Dopamina. Após 9 dias, por refratariedade, usou Levosimendan na dose de 0,1µg/kg/min por 24h, sem ataque, de acordo com o que é recomendado pelo estudo SURVIVE para redução de efeitos colaterais. Resultados: Apresentou eminente melhora e controle sintomatológico. Evoluiu com alta para enfermaria em 24 horas, e alta hospitalar em 48 horas. Não apresentava alterações laboratoriais significativas, exceto a creatinina, que variou de 2,6 mg/dL (admissão) para 1,4 mg/dL (alta). Posteriormente, não houve reinternações. Conclusões: Novos relatos auxiliariam na constatação das melhores situações para o uso do Levosimendan, visto que a literatura não apresenta evidências consistentes de superioridade do seu uso, quando comparado ao placebo e a outros medicamentos, na redução da mortalidade.

P 103DESOBSTRUÇÃO INEFICAZ DE VIAS AÉREAS EM IDOSOS COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA

MARIA DO CARMO LISBOA (PUCPR), MARIA HELOISA MADRUGA CHAVES (PUCPR), MARILIN HOHL (PUCPR)

Introdução: Insuficiência cardíaca (IC) caracteriza-se por anormalidades da função do ventrículo esquerdo, regulação neurormonal, seguida por intolerância ao esforço, redução da longevidade e retenção de fluídos. Destaca-se a importância da identificação de diagnósticos de enfermagem (DE) respiratórios em pacientes portadores de IC em seguimento ambulatorial. NANDA define o DE desobstrução ineficaz de vias aéreas como a incapacidade de eliminar secreções ou obstruções do trato respiratório para manter a via aérea desobstruída. Objetivo: Identificar as características definidoras (CD) observáveis do DE desobstrução ineficaz das vias aéreas apresentados pelos idosos com IC em seguimento ambulatorial. Delineamento: Trata-se de um estudo exploratório, descritivo com abordagem quantitativa. Aprovado pelo CEP PUCPR parecer nº799.047. Pacientes e métodos: Os dados foram coletados por meio da entrevista estruturada e submetidos à análise descritiva. Foram entrevistados 30 idosos em seguimento ambulatorial.Resultados: A Média de idade foi entre 60 a 65 anos (54), sexo masculino (73). As CD observadas foram: inquietação (53), dispnéia (53), dispnéia: mínimos esforços (50), moderados esforços (37), intensos esforços (13), tosse seca (59) e tosse produtiva (41). Conclusões: As características definidoras do DE desobstrução ineficaz de vias aéreas, apresentadas pelos idosos com IC, representam fenômenos de enfermagem prioritários por afetarem diretamente a oxigenação tissular. Assim, problemas de saúde que acometem os processos de oxigenação tecidual, demandam intervenções de enfermagem rápidas e resolutivas. Recomenda-se, estudos futuros a fim determinar de forma acurada o grau de comprometimento respiratório do idoso com IC ambulatorial.

P 102RELATO DE CASO - HIPOTERMIA COM ALTERAÇÕES CARDÍACAS E ELETROCARDIOGRÁFICAS, ONDAS J DE OSBORN, EM MORADOR DE RUA NA CIDADE DE CURITIBA.

LAISLA FERNANDES DE NOGUEIRA ROSA (), LUANA GRANDO (), TALLULAH SPINA TENSINI (), WILTON FRANCISCO GOMES (), MANOELA MARIO MARTIN (), PAULO JOSÉ LORENZONI ()

Introdução: Hipotermia é definida como temperatura central corporal abaixo de 35ºC. Classificada em leve (35 a 34ºC), moderada (30 a 34ºC), e grave (30ºC). Epidemiologicamente, é mais comum em homens, crianças, etilistas, moradores de rua, principalmente de regiões frias, como a região sul. Quadros moderados e graves podem cursar com arritmias, como fibrilação atrial ou bradicardia juncional, cujo sinal eletrocardiográfico é a onda J de Osborn. Objetivo: Relatar um caso de hipotermia associado a alterações clássicas eletrocardiográficas. Delineamento: Relato de caso sobre alterações corporais associadas à hipotermia. Pacientes e Método: Dados do prontuário de um único paciente, masculino, 43 anos e morador de rua. Resultados: Em 02/05/2011 o serviço de emergência foi acionado para verificação de óbito de um homem encontrado irresponsivo, sem pulso palpável e com temperatura corporal inaferível por termômetro digital. A admissão: FC: 40 bpm detectável ao cardioscópio e FR: 5 ipm. Foi realizada intubação orotraqueal e administradas duas ampolas de glicose 50 via endovenosa. O ECG inicial constava: Bradicardia sinusal, FC 37 bpm, alargamento final do complexo QRS, com entalhe, sugerindo padrão de ´onda J´ ou ´onda O de Osborn´, e prolongamento do intervalo QT (QT corrigido= 471 mseg). Foi administrada uma ampola de atropina, realizado aquecido com cobertores e hidratação com soro fisiológico 0,9 endovenoso aquecido. Após aquecimento houve melhora no ECG: Ritmo sinusal, FC 50 bpm, melhora significativa do padrão do QRS, com quase desaparecimento da Onda J. Ao fim do dia, o paciente foi extubado, passou a respirar espontaneamente, com visível melhora clínica. Conclusões: A hipotermia moderada a grave está relacionada a incidência de arritmias, e sua evolução pode ser potencialmente fatal. O tratamento inclui aquecimento do paciente com cobertores e transporte para ambiente aquecido. O uso de antiarrítmicos é fundamental para a reversão do quadro e sua eficácia é dependente da temperatura.

P 104USO DA PRESSÃO POSITIVA CONTÍNUA NAS VIAS AÉREAS PARA PREVENÇÃO DE EVENTOS CARDIOVASCULARES DECORRENTES DA APNEIA DO SONO

MILCA RAYSSA DO NASCIMENTO (HUC/PUCPR), EMELLY DA CRUZ OSPEDAL (HUC/PUCPR), PAULA CHRISTINA MULLER MAINGUÉ (HSCC/PUCPR), MARIA LEONOR VIANNA (HSCC/PUCPR), ANDREA PIRES MULLER (HSCC/PUCPR)

Introdução: a pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP) é efetiva no tratamento de pacientes com apneia de sono (AS), a qual está associada ao risco aumentado de eventos cardiovasculares (EC). Objetivo: descrever os efeitos do CPAP na prevenção ou redução do risco de EC. Delineamento: revisão integrativa. Métodos: realizado busca de artigos disponíveis, nas bases de dados PubMed, Medline e Lilacs, com descritores pressão positiva contínua nas vias aéreas, doença cardiovascular, prevenção, síndrome da apneia do sono, no idioma português e inglês, entre os anos 2013 e 2018. Foram encontrados 8 estudos, 3 excluídos após leitura do resumo, sendo selecionado para análise 5 artigos. Resultados: com relação aos resultados, os desfechos positivos quanto ao uso de CPAP em apneia obstrutiva do sono (AOS), foram a redução da taxa de progressão da doença cardiovascular relacionado a apneia, através do impedimento do aumento da molécula de adesão intercelular e vascular, aumento da sobrevida, promoção da melhora na qualidade de vida, redução do ronco e sonolência diurna, contudo, seu uso é incapaz de prevenir EC, quando comparado a outras formas de tratamento para AOS. Constatou-se também que em um estudo comparando o uso tradicional do CPAP e do CPAP combinado com telemedicina, não houve diferenças ou efeitos na redução da pressão arterial e risco cardiovascular. Além disso, outro artigo apontou que o CPAP é incapaz de reduzir marcadores de risco para fibrilação atrial e morte súbita cardíaca no eletrocardiograma de AOS minimamente sintomática. Conclusões: a utilização do CPAP é capaz de melhorar a qualidade de vida e a sobrevida, além de impedir fatores metabólicos que influenciam na progressão da doença cardiovascular. Entretanto, é incapaz de prevenir EC, o que sugere a necessidade de estudos clínicos controlados para averiguar a sua efetividade na prevenção de EC.

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P 105ASPECTOS DA RESPOSTA IMUNE E INFLAMATÓRIA NA CARDIOPATIA REUMÁTICA

LUIZA GABRIELA ZAIN (UNAERP - UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO), ANA FLÁVIA SALVADOR (UNAERP - UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO), RENATA DELLALIBERA-JOVILIANO (UNAERP - UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO)

INTRODUÇÃO: A cardiopatia reumática se associa à reinfecções pelo Streptocococos beta-hemolítico do grupo A (GAS), que geram principalmente distúrbios valvares e disfunção cardíaca. OBJETIVO E DELINEAMENTO: Contextualização dos aspectos autoimune e inflamatórios associados ás doenças cardiovasculares desencadeadas pela febre reumática (FR). PACIENTES E MÉTODOS: Através de uma revisão sistemática na literatura este trabalho foi realizado abordando a relação da infecção estreptocócica com imunidade do hospedeiro capaz de promover a cardiopatia reumática em pacientes acometidos por esta patologia. RESULTADOS: Diferentes estudos vêm sugerindo que o mecanismo autoimune da FR está relacionado à reação cruzada de anticorpos entre elementos do GAS e a miosina cardíaca humana. Linfócitos T que realizaram a reação cruzada com a proteína cardíaca M5 foram isolados nas válvulas de portadores da cardite. A sequência mimética entre a proteína M e a miosina cardíaca leva à disseminação de epítopos e a progressão da patologia. Anticorpos antimiosina cardíaca mostraram reconhecer a laminina tecidual valvar, além de formar anticorpos anticolágeno. A repetida exposição à proteína M do GAS leva à expansão clonal do linfócito TCD4+ e ao aumento de anticorpos que realizaram a reação cruzada com a miosina cardíaca, superando um limiar crítico suficiente para quebrar a tolerância periférica, o que promove a formação de altas concentrações de citocinas pró-inflamatórias padrão TH1 e TH17 (IL-12/IL-23p40 e IL-17) que favorecem a cardiopatia reumática. Diferentes citocinas como IL-17, IL-6, IL-23, IFN-gama, TNF-alfa, IL-4, TGF-beta quando ativadas permitem recrutamento células inflamatórias e distúrbios cardiovasculares. Assim, a inibição da expressão de TIMP-4 no átrio acontece devido a expressão de TGF-beta1, que tem um papel vital no remodelamento da matriz extracelular e na síntese colágena promovendo a fibrose atrial. CONCLUSÕES: Mediante ao exposto, este estudo permite uma abordagem atualizada dos mecanismos autoimunes e inflamatórios que estão implicados com a etiopatogenia dos distúrbios cardíacos associados a FR.

P 107A EFICÁCIA DO TREINAMENTO MUSCULAR RESPIRATÓRIO EM INDIVÍDUOS COM DOENÇAS CARDIOVASCULARES

EMELLY DA CRUZ OSPEDAL (HUC/PUCPR), MILCA RAYSSA DO NASCIMENTO (HUC/PUCPR), PAULA CHRISTINA MULLER MAINGUÉ (HSCC/PUCPR), MARIA LEONOR VIANNA (HSCC/PUCPR), ANDREA PIRES MULLER (HSCC/PUCPR)

Introdução: Existem diversos fatores que podem comprometer a capacidade ventilatória da população, indivíduos com alterações cardiovasculares se tornam predispostos a desenvolver complicações pulmonares interferindo na sua funcionalidade e qualidade de vida (QV). A fisioterapia respiratória tem sido requisitada com o intuito de reverter ou minimizar tal quadro sendo uma das condutas terapêuticas o treinamento muscular respiratório (TMR) que pode ser útil no restabelecimento da função pulmonar. Objetivo: Identificar a relevância do TMR em pacientes com doenças cardiovasculares. Delineamento: uma revisão integrativa Métodos: realizado busca de artigos disponíveis nas bases de dados Lilacs e Pubmed, com os descritores treinamento muscular respiratório, exercícios respiratórios, doenças cardiovasculares, no idioma português, inglês e espanhol, entre 2013 à 2018. Encontrados 73 estudos, 60 excluídos após leitura do resumo, selecionado para análise 8 artigos. Resultados: Após análise foi evidenciado resultados positivos do TMR no sistema respiratório na maioria dos estudos com incremento da pressão inspiratória máxima, melhora na capacidade vital forçada (CVF), volume expiratório forcado no primeiro segundo (VEF1), pico de fluxo, dispneia e VO2 máxima, porém, os estudos não relatam alterações na pressão expiratória máxima. No sistema cardíaco observou-se aumento do debito cardíaco e na fração de ejeção. Além disso, um estudo demostrou que é o TMR é seguro, pois durante o protocolo não foi observado alterações no eletrocardiograma e na pressão arterial. No que se refere à capacidade funcional, constatou-se uma melhora no teste de caminha de 6 minutos e na força muscular de quadríceps. Com relação à qualidade de vida apenas um estudo relata que não houve melhora na população estudada. Conclusões: O TMR demonstrou positivo em relação ao incremento da capacidade cardiorrespiratória e funcional, além de não produzir risco cardíacos e hemodinâmicos aos pacientes, demostrando ser um tratamento relevante para este publico como alvo terapêutico.

P 106ANEMIA HEMOLÍTICA EM PACIENTE COM VALVOPATIA REUMÁTICA E GAMOPATIA MONOCLONAL : RELATO DE CASO

RAFAEL MASSAHARU MIYAZIMA (HOSPITAL DE CLÍNICAS - UFPR), JEFERSON ZANOVELLI NALEVAIKO (HOSPITAL DE CLÍNICAS - UFPR), GUSTAVO AKIO BRAND TASHIMA (HOSPITAL DE CLÍNICAS - UFPR), JULIANA MONTALVÃO MOTTA (HOSPITAL DE CLÍNICAS - UFPR), ARTHUR NASCIMENTO DE MOURA (HOSPITAL DE CLÍNICAS - UFPR), ROBSON FERNANDO GARCIA DE LIMA (HOSPITAL DE CLÍNICAS - UFPR), AYRTON LANGMAN BARUTH (HOSPITAL DE CLÍNICAS - UFPR), RHAYLA GOMES MENEGUIN (HOSPITAL DE CLÍNICAS - UFPR), GUSTAVO LENCI MARQUES (HOSPITAL DE CLÍNICAS - UFPR), EDUARDO LEAL ADAM (HOSPITAL DE CLÍNICAS - UFPR)

Introdução: A regurgitação perivalvar ocorre em aproximadamente 20 dos casos de troca de valva mitral, sendo a maioria dos pacientes assintomáticos. Porém, as regurgitações significativas podem causar insuficiência cardíaca e hemólise. Descrição do caso: Paciente feminina, 47 anos, portadora de valvopatia reumática, submetida a múltiplas abordagens cirúrgicas (aos 19, 27 e 34 anos), na última, realizadas trocas valvares mitral e aórtica por próteses mecânicas. Há 2 anos, passou a apresentar anemia hemolítica e hemoglobinúria, sendo suspeitado de hemólise relacionada à prótese valvar. Entretanto, o ecocardiograma transesofágico (TE) demonstrou próteses normofuncionantes. A eletroforese de proteínas revelou pico monoclonal de gamaglobulinas, com proteína de Bence Jones na urina e disfunção renal, com clearence estimado de creatinina de 29ml/min/1,73m². Pela possibilidade de mieloma múltiplo, realizada biópsia de medula óssea, a qual descartou tal hipótese, por apresentar a menos de 10 de plasmócitos. A biópsia renal demonstrou deposição de hemossiderina, sugerindo hemólise intravascular crônica. Realizado novo ecocardiograma TE, o qual evidenciou um jato perivalvar mitral excêntrico posterior, de difícil visualização, com refluxo importante e prótese aórtica normofuncionante. Confirmado o diagnóstico de hemólise por regurgitação mitral periprotética e atribuído o pico monoclonal à gamopatia monoclonal de significado indeterminado. Indicada cirurgia para correção da disfunção valvar. Realizada a troca da valva mitral por nova prótese mecânica com bom resultado e resolução do quadro de hemólise. Conclusões: Em pacientes com próteses valvares, o aparecimento de hemólise e anemia deve levar sempre levar a suspeita de hemólise relacionada a prótese. Porém, este diagnóstico foi desafiador devido aos surgimento 11 anos após a cirurgia, presença de duas valvas mecânicas e do seu caráter excêntrico que tornaram o refluxo de difícil detecção, além da presença de anemia com pico monoclonal de gamaglobulinas e disfunção renal, os quais tornaram obrigatória a exclusão de mieloma múltiplo.

P 108INTERRUPÇÃO DE GRAVIDEZ EM GESTANTE COM CARDIOMIOPATIA HIPERTRÓFICA: RELATO DE CASO

MARJORIE BERTOLINO MEZZAROBA (FACULDADES PEQUENO PRÍNCIPE), LUIZA MARIA DIAS ABBOUD HANNA (FACULDADES PEQUENO PRÍNCIPE), ISABELA PRESSE DONASAN (PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ), EDUARDO CORRÊA TREVIZAN (FACULDADES PEQUENO PRÍNCIPE), LAFAIATE BARBOZA DA CRUZ (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ), SIBELE SAUZEM MILANO (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ), GIOVANA MEMARI PAVANELLI (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ), PEDRO HENRIQUE DE ABREU DA SILVA (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ), ALFREDO LÍRIO DA CRUZ (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ), MIGUEL IBRAIM ABBOUD HANNA SOBRINHO (HOSPITAL DE CLÍNICAS/ UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ)

Introdução: Cardiomiopatia hipertrófica (CMH) é a doença cardíaca genética mais comum e raramente representa contraindicação para a gestação.Objetivo: Apresentar fatores de risco, abordagem e possíveis complicações da cardiomiopatia hipertrófica em gestantes.Delineamento: Relato de caso.Relato de caso: Paciente de 23 anos, com 40 semanas de gestação, apresentou dispneia ao repouso com piora ao decúbito dorsal há uma semana. Portadora de taquicardia ventricular não sustentada em uso de cardiodesfibrilador implantável, devido à morte súbita de seis familiares. Ao exame físico, bulhas arrítmicas normofonéticas sem sopros, pressão arterial de 110/70 mmHg, membros inferiores sem edema. Ecocardiograma apontou hipertrofia septal assimétrica sem obstrução significativa da via de saída do ventrículo esquerdo, função sistólica normal, disfunção diastólica grau II, átrio esquerdo dilatado e pressão sistólica em artéria pulmonar estimada de 46 mmHg. Dado o surgimento de sintomatologia associada a cardiopatia, foi optado pela interrupção da gestação. Paciente foi submetida á cesárea, sem intercorrências.Conclusões: O risco da CMH na gestação é aumentado em mulheres sintomáticas ou com arritmias antes da gravidez, naquelas com obstrução da via de saída do ventrículo esquerdo e história familiar de morte súbita. Nessas pacientes, podem ocorrer complicações, como insuficiência cardíaca congestiva, taquiarritmias e síncope, podendo haver vantagem em antecipar o parto. Gestantes com CMH e disfunção diastólica, como a desse relato, podem evoluir com congestão pulmonar e edema agudo de pulmão especialmente no terceiro trimestre de gestação. Nestes casos, é recomendação da European Society of Cardiology que o parto seja intra-hospitalar e agendado. A gestante relatada apresentava arritmia antes da gravidez e história familiar de morte súbita, o que, juntamente com o surgimento de sintomatologia no terceiro trimestre de gestação, culminou com a indicação de antecipação do parto. A paciente deste relato também apresentava hipertensão pulmonar, o que corroborou para a decisão da conduta.

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P 109FUNÇÃO VENTRICULAR ESQUERDA APÓS CIRURGIA DE TROCA OU PLASTIA DA VALVA AÓRTICA

ALLINSON LIDEMBERG RIBEIRO (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA), VANESSA ALANA PIZATO (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA), MÁRIO AUGUSTO CRAY DA COSTA (NIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA), ELISE SOUZA DOS SANTOS REIS (NIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA), MARCELO DERBLI SCHAFRANSKI (NIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA), RICARDO GOMES ZANETTI (NIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA)

Introdução: Diversas entidades nosológicas culminam em alterações na função ventricular esquerda, resultando em alterações na fração ejeção do ventrículo esquerdo. Dentre elas, as valvopatias (estenose e insuficiência) aórticas têm grande importância. Objetivos: O objetivo principal foi analisar a evolução da função ventricular esquerda após a cirurgia de valva aórtica (troca ou plastia), utilizando como parâmetro a fração de ejeção (FE). E analisar se a melhora é mais significativa em pacientes submetidos à cirurgia com FE reduzida ou mais elevada. Delineamento: Trata-se de um estudo analítico-observacional prospectivo do tipo caso-controle. Método e pacientes: Foram selecionados 102 pacientes submetidos à cirurgia de valva aórtica, no serviço de cirurgia cardiovascular do Hospital Santa Casa da Misericórdia de Ponta Grossa-PR, os quais faziam acompanhamento no ambulatório. O estudo avaliou as variáveis através da comparação entre o ecocardiograma pré-operatório com dois ecocardiogramas pós-operatórios (um precoce e um tardio). Na análise estatística, toda a amostra foi testada para normalidade com Kolmogorov-Smirnov. Na análise univariada categórica foram utilizados: teste qui-quadrado e coeficiente de Kendall’s Tau. Para variáveis contínuas, o teste de t-student. E para análise multivariada, regressão logística com curva ROC. Resultados: A FE pré-operatória apresentou associação inversa com a FE pós-operatória. Da amostral total, 55,88 dos pacientes apresentaram melhora significativa da FE após a cirurgia (p0,0001). Dentre os pacientes que melhoraram, a média de melhora foi de 12,96 (p=0,0063). Os pacientes que apresentaram maior índice de melhora foram aqueles com FE pré-operatória 8804,63, com especificidade de 91,11. E FE pré-operatória 8805,69 obteve 91,23 de sensibilidade para piora. Conclusão: A FE pré-operatória está intimamente associada com a evolução da FE pós-operatória. Os pacientes que realizam a cirurgia valvar com a FE elevada (8805,69), possuem grandes chances de apresentar piora da fração de ejeção no pós-operatório, enquanto que FE reduzida apresenta maior percentual de melhora.

P 111ENDOCARDITE INFECCIOSA APOS PROCEDIMENTO CIRURGICO AMBULATORIAL RELACIONADA A CARDIOPATIA DE BAIXO RISCO RISCO PARA ENDOCARDITE - RELATO DE CASO

JOAO BOCARDI VILLAR (UNINGA), MARCELO MELLER GARCEZ (UNINGA), LUCAS KENJI SAKAI (UNINGA), ANA CELIA AMARAL ALVES (UNINGA), JULIANO CEZAR PICOTTI (UNINGA)

Introdução: Endocardite infecciosa é uma afecção grave que resulta usualmente da invasão de microorganismos em tecido endocárdico ou material protético do coração. Existem alguns fatores como a realização de procedimentos cirúrgicos que podem resultar em bacteremia com consequente risco de desenvolvimento de endocardite, tais intervenções em indivíduos portadores de anormalidades cardíacas consideradas de alto risco para a enfermidade, devem receber profilaxia antibiótica. Diretrizes recentes tornaram mais restritivas as indicações de profilaxia de endocardite, a recomendando para pacientes com próteses valvares, história prévia de endocardite ou com cardiopatia congênita cianótica ou que tenha sido reparada com material protético. Descrição do caso: Paciente masculino, 48 anos, sem antecedentes cardiológicos, procurou unidade de pronto atendimento com queixa de falta de ar aos pequenos esforços associada à febre, calafrios, e mal-estar geral de início há 3 dias, sem melhora. Relato de tratamento odontológico com extração dentária há cerca de 10 dias sem uso recente de antibiótico. Ao exame físico da admissão apresentava-se em regular estado geral, taquipneico, taquicárdico, com ritmo cardíaco regular e sopro em foco aórtico à ausculta cardíaca. Durante a internação foi submetido ao ecocardiograma transtorácico que evidenciou vegetação aderida à valva aórtica bivalvulada e regurgitação aórtica importante, recebeu terapia antibiótica por 30 dias sendo então submetido à troca valvar. Conclusão: O caso relatado demonstra um caso de endocardite possivelmente relacionado a um procedimento odontológico prévio, visto não ter sido identificado nenhum outro fator desencadeante de bacteremia . O paciente em questão desconhecia o diagnóstico no momento do procedimento e caso conhecesse, de acordo com as atuais recomendações de diretrizes, a realização de profilaxia não seria obrigatória, em virtude de valva aórtica bivalvulada não se tratar de condição de alto risco para endocardite, o que nos leva a refletir se a profilaxia antibiótica deve ser mesmo restringida como vem ocorrendo recentemente.

P 110FUNÇÃO VENTRICULAR ESQUERDA APÓS CIRURGIA DE TROCA OU PLASTIA DA VALVA MITRAL

ALLINSON LIDEMBERG RIBEIRO (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA), VANESSA ALANA PIZATO (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA), MÁRIO AUGUSTO CRAY DA COSTA (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA), ELISE SOUZA DOS SANTOS REIS (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA), MARCELO DERBLI SCHAFRANSKI (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA), RICARDO GOMES ZANETTI (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA)

Introdução: Diversas condições podem resultar em disfunções ventriculares, entre elas, as valvopatias mitrais – tanto a insuficiência quanto a estenose. Podendo, ambas, serem corrigidas através da cirurgia de troca ou plastia valvar. Objetivo: Determinar fatores pré-operatórios associados à melhora ou à piora da fração de ejeção (FE) pós-operatória de pacientes submetidos à troca ou plastia da valva mitral. Delineamento: Trata-se de uma análise observacional prospectiva do tipo caso-controle. Pacientes e Métodos: Foram selecionados 95 pacientes submetidos à plastia ou troca de valva mitral e que estavam em acompanhamento no ambulatório de Cirurgia Cardiovascular do Hospital Santa Casa da Misericórdia de Ponta Grossa-PR. Foi comparada a fração de ejeção pré-operatória com a FE pós-operatória do último ecocardiograma realizado após a cirurgia, com média de tempo de 55 meses. A amostral total foi dividida em dois subgrupos: G1 composto pelos que melhoraram a FE e G2 composto pelos que apresentaram piora. Resultados: No geral, a média da FE caiu de 62 no pré-operatório para 60 no pós-operatório, mas sem diferença estatística. Porém, no grupo submetido à troca valvar houve piora significativa da FE média de 64,9 para 60,8 (p=0,0125). Os pacientes operados por estenose mitral também apresentaram redução significativa da FE de 65,5 para 59,9 (p=0,0492), bem como os pacientes com maiores frações de ejeção no pré-operatório (60), que apresentaram queda significativa da FE média de 70,42 para 64,53 após a cirurgia (p0,0001). Por outro lado as variáveis relacionadas com a melhora da função ventricular no pós-operatório foram sexo masculino (OR=2,66 e p=0,05) e valvuloplastia (OR=3,6 e p=0,0448). Conclusões: A FE média piorou no pós-operatório dos pacientes submetidos à cirurgia de valva mitral por estenose mitral, nos pacientes submetidos à troca valvar e nos pacientes que tinham FE60 no pré-operatório e melhorou nos pacientes do sexo masculino e nas valvuloplastias.

P 112ESTENOSE AÓRTICA SUBVALVAR: APRESENTAÇÃO INCOMUM DE DOENÇA RARA

ÉDER QUEVEDO (CONSÓRCIO INTERMUNICIPAL DE SAÚDE COSTA OESTE DO PARANÁ - CISCOPAR), ALLAN LEON GOLFETO PEREIRA (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ - CAMPUS TOLEDO), KAMILA DANUBIA MURARA (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ - CAMPUS TOLEDO), LAÉRCIO RAFAEL SILVA PALTANIN (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ - CAMPUS TOLEDO), NATHAN HENRIQUE WEIZENMANN (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ - CAMPUS TOLEDO), CECÍLIA SUSIN OSÓRIO (UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL - UFRGS), ANA PAULA SUSIN OSÓRIO (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ - CAMPUS TOLEDO)

Introdução: A estenose aórtica subvalvar é uma condição clínica rara em adultos, resultante de uma obstrução na via de saída do ventrículo esquerdo (VSVE). Pode ser causada por diversas alterações anatômicas, que variam desde uma discreta membrana fibrosa, forma mais comum, a um longo túnel fibromuscular. Manifesta-se mais frequentemente na primeira década de vida, de forma isolada ou em associação com outras cardiopatias congênitas. Descrição do Caso: Paciente de 63 anos, feminina, encaminhada ao ambulatório de Cardiologia para avaliação pré-operatória de cirurgia oftalmológica. Encontrava-se assintomática. Apresentava, ao exame físico, sopro holossistólico, +3/+4, com epicentro em foco aórtico e irradiação para o pescoço. Eletrocardiograma em ritmo sinusal, com sinais de sobrecarga do ventrículo esquerdo (VE). Realizado ecocardiograma transtorácico, o qual mostrou estenose subvalvar aórtica fixa por presença de membrana subaórtica em VSVE, com velocidade máxima de fluxo de 4,19 m/s e gradiente médio de 40 mmHg. A válvula aórtica era tricúspide, com sinais de esclerose e mobilidade preservada dos folhetos, e havia regurgitação aórtica de grau leve. A função sistólica do VE era normal e não havia evidência de outras anomalias congênitas associadas. Como a paciente encontrava-se sem sintomas cardiovasculares e sem limitação para a realização de suas atividades habituais, optou-se por seguimento clínico, com ecocardiograma semestral.Conclusões: Os pacientes com estenose subvalvar aórtica podem ser assintomáticos, como no caso em questão, ou apresentar graus variados de sintomas, como dispneia ao esforços, dor torácica e síncope. As indicações de tratamento cirúrgico ainda são controversas, porém de modo geral indica-se intervenção na presença de sintomas e em casos de gradiente na VSVE maior que 50 mmHg, disfunção sistólica do VE ou regurgitação aórtica progressiva. Embora a cirurgia seja eficaz no alívio da obstrução na VSVE, ainda há uma alta de recorrência da doença, com taxas de reoperação variando de 6 até 30.

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Resumos Temas Livres

P 113SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA HEMODINÂMICA: RELATO DE EXPERIÊNCIA

ISANA REGINA BUENO CANTO (HOSPITAL SÃO VICENTE), FRANCIELI BISINELLI (HOSPITAL SÃO VICENTE), ALITHEIA KARLA DA SILVA (HOSPITAL SÃO VICENTE)

FUNDAMENTO. Conforme Resolução do COFEN 358/2009 Art. 1º O Processo de Enfermagem deve ser realizado, de modo deliberado e sistemático, em todos os ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem.A SAE(Sistematização da Assistência de Enfermagem) ou o PE(Processo de Enfermagem) é a organização e execução do processo de Enfermagem, com visão holística e etapas inter-relacionadas, As etapas do processo são: Histórico, Diagnóstico, Planejamento, Implementação e Evolução de Enfermagem.OBJETIVOS: Evidenciar a importância da sistematização de enfermagem na unidade hemodinâmica, proporcionando segurança e qualidade no atendimento.DELINEAMENTO.Pesquisa descritiva biliográfica e documental com uso de formulário de consulta de enfermagem ,como instrumento norteador para o planejamento do cuidado.PACIENTES E MÉTODOS: A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica e documental sobre adequação e a implementação da Sistematização da Assistência de Enfermagem na Hemodinâmica,para pacientes ambulatoriais e internados.A consulta de enfermagem é realizada por agendamento telefônico, contemplando dados do paciente a ser submetido a procedimento hemodinâmico ou terapêutico,o histórico termina no dia do procedimento com o exame físico do paciente,antes e após o exame , ao ser encaminhado á sala de Observação, onde será realizado o curativo.É realizada prescrição e Evolução de enfermagem no Sistema. RESULTADOS:A utilização da SAE na Hemodinâmica favorece a análise dos dados, identificando o perfil dos pacientes e refletindo na manutenção de dois indicadores da Unidade: indicação da via de acesso e orientações realizadas e seguidas pelos pacientes.CONCLUSÕES: Constatamos que o uso da Sistematização da Assistência, propicia organização, e prevenção de eventos indesejados, focando na segurança do paciente, cumprindo o objetivo da Hemodinâmica, realizar procedimento na área de cardiologia e radiologia intervencionista, com equipe prontamente qualificada, garantindo aos clientes uma assistência de qualidade com ênfase no cuidado humanizado.

P 115COR PULMONALE SECUNDÁRIO AO USO DE COCAÍNA - RELATO DE CASO

ANA KARYN EHRENFRIED DE FREITAS (HOSPITAL SANTA CASA DE CURITIBA - PR), DANIELLY MARISA WAGNER (HOSPITAL SANTA CASA DE CURITIBA - PR), MARIANA YURI NAKAMURA (HOSPITAL SANTA CASA DE CURITIBA - PR), PEDRO GOULART BERRO (HOSPITAL SANTA CASA DE CURITIBA - PR), RODRIGO LEITE ALBANEZ (HOSPITAL SANTA CASA DE CURITIBA - PR), RODRIGO RODRIGUES DA SILVA (HOSPITAL SANTA CASA DE CURITIBA - PR), VINICIUS ORO POPP (HOSPITAL SANTA CASA DE CURITIBA - PR), FRANCISCO MAIA DA SILVA (HOSPITAL SANTA CASA DE CURITIBA - PR)

Introdução: O uso crônico de cocaína tem sido relacionado como fator de risco para o desenvolvimento de hipertensão arterial pulmonar (HAP), porém as evidências são limitadas. Há poucos casos relatados na literatura, porém nesses casos, não foi possível identificar outra causa associada a HAP. Apresentamos um caso de um paciente usuário de cocaína que apresentou HAP grave com evolução para cor pulmonale, sem outros fatores relacionados. Descrição do caso: Homem, 27 anos, de entrada no hospital com queixa de dispneia importante de início há 15 dias e piora nos últimos 4 dias, associada a edema de membros inferiores (MMII). Relatava uso de maconha há 7 anos e cocaína há 3 anos. Negava doenças prévias. Ao exame, apresentava cianose perioral, jugulares ingurgitadas, ausculta com crepitantes bilaterais em bases pulmonares, edema de MMII e sopro sistólico 5+/6+ em foco tricúspide. Ao ecocardiograma apresentava ventrículo direito aumentado (44mm) e hipertrofiado, refluxo importante funcional de valva tricúspide e pressão sistólica da artéria pulmonar (PSAP) de 148mmHg, sem outras alterações. Solicitado angiotomografia de tórax, sem sinais de tromboembolismo. Solicitado exames laboratoriais para investigação de outras causas de HAP, todos negativos. Realizado cateterismo direito que confirmou HAP. Iniciado sildenafil e encaminhado o paciente para o ambulatório especializado para iniciar vasodilatadores mais específicos. Conclusão: A HAP é uma doença grave e potencialmente fatal que pode ter várias causas. O manejo inicial dessa condição exige ampla investigação para determinar a etiologia e, nesse caso, todas as possíveis causas conhecidas foram descartadas. É conhecido que a cocaína pode alterar a vasculatura arterial pulmonar, sendo a responsável pela HAP. Reconhecer essa ligação é essencial, já que a gravidade está diretamente relacionada a sobrevida e retirar o fator causador é o principal fator do tratamento.

P 114PERFIL DE PACIENTES DO SERVIÇO DE HEMODINÂMICA BASEADO NA CONSULTA DE ENFERMAGEM

ISANA REGINA CANTO (HOSPITAL SÃO VICENTE), FRANCIELI BISINELLI SANTANA (HOSPITAL SÃO VICENTE), ALITHEIA KARLA DA SILVA (HOSPITAL SÃO VICENTE)

FUNDAMENTO: A consulta de enfermagem é um instrumento facilitador do processo para identificar o perfil do paciente a ser submetido a procedimento hemodinâmico, não apenas as características físicas, como as psicológicas e sociais, que devem ser observadas e monitoradas na tomada de decisão nas orientações prestadas antes do procedimento. Para Venturi (2016), a monitorização na hemodinâmica deve ser executada rigorosamente pelo enfermeiro para prestar um cuidado de enfermagem apropriado. O enfermeiro é importante no manejo das informações na unidade de hemodinâmica, identificando e prevendo eventos indesejados, preservando assim a segurança do paciente e do procedimento.OBJETIVOS: Identificar o perfil dos pacientes ambulatoriais atendidos na unidade de hemodinâmica através da consulta de enfermagem.DELINEAMENTO. Pesquisa descritiva bibliográfica e documental com uso de formulário de consulta de enfermagem ,como instrumento norteador para o planejamento do cuidado.Através do formulário preenchido na consulta de enfermagem, foram analisados os dados para identificar o perfil do paciente atendido na hemodinâmica.PACIENTES E MÉTODOS: A metodologia utilizada foi pesquisa quantitativa retrospectiva, através do levantamento de dados da consulta de enfermagem de pacientes ambulatoriais, submetidos a procedimentos hemodinâmicos entre os anos 2015 a 2016 em um hospital referência na cidade de Curitiba.RESULTADOS: Observou-se as principais doenças de base citadas pelos pacientes, que também são fatores de risco, tais como: hipertensão arterial, diabetes, insuficiência renal crônica, transplantes, neoplasias, procedimentos hemodinâmicos realizados anteriormente, revascularização do miocárdio prévia, tabagista, etilista, alergias. Constatou-se que ao delinear o perfil do paciente previne-se os riscos de possíveis complicações e consequentemente, orientar o preparo de forma adequada, para realização do procedimento hemodinâmico com segurança.

P 116OCLUSÃO DA VEIA CENTRAL DA RETINA PÓS-CIRURGIA CARDÍACA: RELATO DE CASO

ANA KARYN EHRENFRIED DE FREITAS (HOSPITAL SANTA CASA DE CURITIBA - PR), DANIELLY MARISA WAGNER (HOSPITAL SANTA CASA DE CURITIBA - PR), MARIANA YURI NAKAMURA (HOSPITAL SANTA CASA DE CURITIBA - PR), PEDRO GOULART BERRO (HOSPITAL SANTA CASA DE CURITIBA - PR), RODRIGO LEITE ALBANEZ (HOSPITAL SANTA CASA DE CURITIBA - PR), RODRIGO RODRIGUES DA SILVA (HOSPITAL SANTA CASA DE CURITIBA - PR), FRANCISCO MAIA DA SILVA (HOSPITAL SANTA CASA DE CURITIBA - PR)

Introdução: A oclusão da veia central da retina (OVCR) é uma desordem vascular retiniana que causa perda da visão, sendo a segunda causa mais comum de diminuição da acuidade visual (atrás somente da diabetes). A patogênese da OVCR trombótica não está clara, mas a relação desta com o uso de circulação extracorpórea (CEC) durante cirurgias cardíacas tem sido recentemente documentada. Apresentamos um caso de uma paciente que evoluiu no pós-operatório imediato de troca valvar mitral com perda da visão do olho esquerdo por OVCR. Caso clínico: Mulher, 49 anos, admitida na enfermaria com quadro de dispneia importante relacionada a insuficiência mitral grave secundária a doença valvar reumática. Indicada cirurgia de troca valvar mitral, realizada no 7º dia de internamento, sem intercorrências no intra-operatório, sendo realizada troca valvar com 60 minutos sob CEC. Já no pós-operatório imediato, a paciente apresentou diminuição da acuidade visual, que permaneceu após mais de 48 horas. Devido à permanência do quadro, foi solicitada avaliação da oftalmologia que confirmou presença de hemorragia em região macular da retina, alteração compatível com OCVR. Após alta hospitalar, paciente encaminhada para o ambulatório de oftalmologia para exames mais específicos para decisão de qual melhor opção terapêutica para o caso. Conclusão: A relação entre OVCR e o uso de circulação extracorpórea já vem sendo reconhecida pelos oftalmologistas, especialmente pelo fato de que a CEC pode predispor a ativação da cascata de anticoagulação e a formação de microêmbolos, responsáveis pela alteração vascular descrita. Apesar de já aceita como possível complicação, atualmente, há somente 3 casos descritos na literatura de OVCR secundária a cirurgia cardíaca com CEC. A importância desse trabalho se dá justamente em reforçar a possibilidade desta complicação e chamar a atenção para o reconhecimento do quadro, permitindo um manejo mais rápido, com melhor prognóstico para a recuperação da acuidade visual.

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Resumos Temas Livres

P 117RARO CASO DE ENDOCARDITE INFECCIOSA POR CORYNEBACTERIUM EM VALVA PROTÉTICA

ANA KARYN EHRENFRIED DE FREITAS (HOSPITAL SANTA CASA DE CURITIBA - PR), DANIELLY MARISA WAGNER (HOSPITAL SANTA CASA DE CURITIBA - PR), MARIANA YURI NAKAMURA (HOSPITAL SANTA CASA DE CURITIBA - PR), PEDRO GOULART BERRO (HOSPITAL SANTA CASA DE CURITIBA - PR), RODRIGO LEITE ALBANEZ (HOSPITAL SANTA CASA DE CURITIBA - PR), RODRIGO RODRIGUES DA SILVA (HOSPITAL SANTA CASA DE CURITIBA - PR), FRANCISCO MAIA DA SILVA (HOSPITAL SANTA CASA DE CURITIBA - PR)

Introdução: A infecção causada pelos bacilos do gênero Corynebacterium tem se tornado cada vez mais rara devido aos programas de imunização existentes. Embora a presença de uma valva protética seja um fator de risco importante para a ocorrência de endocardite infecciosa (EI), a infecção desta pelo Corynebacterium é extremamente rara e associada a alta mortalidade. Apresentamos um caso de EI de evolução rápida causada por esse bacilo. Caso clínico: Mulher, 65 anos, com história de troca valvar mitral há 18 anos, deu entrada na emergência com quadro de febre há um dia e dispneia importante com necessidade de ventilação não-invasiva. Ecocardiograma transtorácico mostrava vegetação na valva protética de 13mm, causando restrição da abertura valvar. Além disso, exames laboratoriais mostravam indícios de infecção grave. Paciente levada a UTI e iniciado antiobioticoterapia imediata, porém no segundo dia de internamento, a paciente apresentou piora importante do quadro, com piora da dispneia e indícios de septicemia, sendo optado por cirurgia de troca valvar de emergência. A paciente evoluiu bem no pós-operatório, permanecendo internada para término do tratamento. Cultura do material retirado mostrou crescimento de Corynebacterium, apontado como agente etiológico neste caso. Conclusão: A endocardite por Corynebacterium é extremamente rara, contando com poucos relatos de caso na literatura. De maneira geral, apresenta evolução rápida, agressiva e com altíssima mortalidade. Não há sinais clínicos específicos que identifiquem esse agente, de modo que é essencial monitorar o paciente em todos os casos de EI de valva protética e reconhecer o momento exato de intervir. Além disso, uma vez que casos de EI por Corynebacterium são graves e com evolução rápida, esse trabalho é importante para alertar sobre essa possibilidade e, assim, evitar desfechos desfavoráveis.

P 119UM RARO CASO DE CISTICERCOSE DISSEMINADA, COM COMPROMETIMENTO CARDÍACO ASSOCIADO

GEORGES SILVA (HOSPITAL DE CLÍNICAS - UFPR), MARIANA OLIVEIRA (HOSPITAL DE CLÍNICAS - UFPR), GABRIELLA TANSINI (HOSPITAL DE CLÍNICAS - UFPR), HÉLIO TEIVE (HOSPITAL DE CLÍNICAS - UFPR), FRANCISCO GERMINIANI (HOSPITAL DE CLÍNICAS - UFPR), PAULO MARQUETI (HOSPITAL DE CLÍNICAS - UFPR), GUSTAVO LENCI (HOSPITAL DE CLÍNICAS - UFPR)

Introdução: A cisticercose é uma doença que habitualmente se apresenta em sua forma neurológica, com histórico relatado pelo paciente de cefaleia, crises convulsivas ou outras manifestações. Porém, quando na forma disseminada, a apresentação clínica é muito vasta, tornando o diagnóstico difícil. Relatamos o caso de uma paciente com cisticercose na forma disseminada, que envolve, além do sistema neurológico, os sistemas cardiovascular e musculoesquelético

Relato de caso: Homem, 70 anos. Admitido no serviço com queixa de declínio cognitivo e episódios de tontura, pré-síncope e síncope eventuais. Paciente já com histórico, desde 2012, de diagnóstico de neurocisticercose durante investigação de cefaleia crônica, com histórico de tratamento prévio com albendazol 400mg uma vez por semana por 2 semanas. No exame físico inicial, paciente apresentava múltiplos nódulos envolvendo couro cabeludo, face, pescoço, membros superiores e inferiores. Durante avaliação de queixas de tontura, paciente submetido a estudo com eletrocardiografia, sem maiores alterações, e ecocardiografia, cujo resultado acusou provável presença de cisticerco em septo interventricular, medindo 0,5cm, e outro em parede de ventrículo direito, sem comprometimento da função ventricular. Paciente foi posteriormente submetido à estudo com Ressonância Magnética de corpo inteiro, evidenciando cisticercose disseminada. O tratamento com drogas anti-helmínticas foi contraindicado pelo risco de reação inflamatória sistêmica, com risco de anafilaxia e óbito.

Conclusão: Cisticercose é uma zoonose com distribuição mundial, mais prevalente em áreas de clima tropical, cuja forma sistêmica é reservada para um número pequeno de casos. O comprometimento disseminado orgânico é incomum, sendo a forma cardíaca assintomática ocorrendo por volta de 5 dos casos.

P 118INSUFICIÊNCIA TRICÚSPIDE COM ETIOLOGIA INCOMUM EM PACIENTE TRANSPLANTADO HEPÁTICO

GEORGES SILVA (HOSPITAL DE CLÍNICAS - UFPR), LEANDRO VASCONCELOS (HOSPITAL DE CLÍNICAS - UFPR), BRUNA FORNAZARI (HOSPITAL DE CLÍNICAS - UFPR), MAYARA PICININI (HOSPITAL DE CLÍNICAS - UFPR), BRUNA MAYER (HOSPITAL DE CLÍNICAS - UFPR), MARIANA OLIVEIRA (HOSPITAL DE CLÍNICAS - UFPR), CAROLINE LUEDERS (HOSPITAL DE CLÍNICAS - UFPR), FABIO NAVARRO (HOSPITAL DE CLÍNICAS - UFPR), EDUARDO ADAM (HOSPITAL DE CLÍNICAS - UFPR), PAULO MARQUETI (HOSPITAL DE CLÍNICAS - UFPR)

Introdução: A insuficiência tricúspide (IT) ocorre frequentemente como consequência da hipertensão pulmonar. A IT primária é menos comum, e suas principais etiologias são a doença reumática, a anomalia de Ebstein e a síndrome carcinoide. Relatamos aqui um caso de IT primária relacionada a manipulação de câmaras cardíacas direitas.

Relato: Homem de 21 anos, com diagnóstico prévio de cirrose criptogênica, submetido a transplante hepático aos 14 anos. Apresentou estenose da veia cava inferior, com necessidade de angioplastia com colocação de stent logo após o transplante. Durante a angioplastia, houve embolização do stent para átrio direito, com necessidade de retirada através de procedimento endovascular. 7 anos após, internou com quadro de flutter atrial, sendo submetido a cardioversão elétrica. O eletrocardiograma apresentava bloqueio de ramo direito e o ecocardiograma mostrou dilatação de câmaras cardíacas direitas, disfunção discreta do ventrículo direito (VD) e insuficiência tricúspide importante. O cateterismo cardíaco direito mostrou pressão normal em artéria pulmonar e a ressonância magnética não demonstrou fibrose ou outros sinais de cardiopatias primárias envolvendo o VD. Indicada cirurgia para correção da IT, cuja etiologia foi atribuída à lesão iatrogênica durante o procedimento endovascular para retirada de stent em átrio direito anos antes. Realizada plástica valvar tricúspide sem intercorrências.

Conclusão: A lesão iatrogênica deve ser lembrada como etiologia possível de IT primária em pacientes com manipulação endovascular de câmaras cardíacas direitas. Ocorre mais frequentemente após manipulação de eletrodos de marcapassos e biópsias endomiocárdicas de repetição em pacientes transplantados cardíacos. No caso aqui apresentado, o diagnóstico etiológico só foi possível após serem afastadas outras causas de IT primária e secundária, além da análise cuidadosa da história clínica.

P 120ENDOCARDITE INFECCIOSA EM VALVA PROTÉTICA NO CONTEXTO DE ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO HEMORRÁGICO: QUANDO OPERAR?

GEORGES SILVA (HOSPITAL DE CLÍNICAS - UFPR), REBECCA STIVAL (HOSPITAL DE CLÍNICAS - UFPR), LEANDRO VASCONCELOS (HOSPITAL DE CLÍNICAS - UFPR), BRUNA MAYER (HOSPITAL DE CLÍNICAS - UFPR), CAROLINE LUEDERS (HOSPITAL DE CLÍNICAS - UFPR), MARIANA OLIVEIRA (HOSPITAL DE CLÍNICAS - UFPR), MAYARA PICININI (HOSPITAL DE CLÍNICAS - UFPR), GUSTAVO PIMENTEL (HOSPITAL DE CLÍNICAS - UFPR), EDUARDO ADAM (HOSPITAL DE CLÍNICAS - UFPR), PAULO MARQUETI (HOSPITAL DE CLÍNICAS - UFPR)

Introdução: Complicações neurológicas ocorrem em até um terço dos casos de endocardite infeciosa (EI), geralmente como consequência de eventos embólicos, agregando alta morbimortalidade aos pacientes. No caso do sangramento intracraniano, o prognóstico neurológico é reservado e as diretrizes atuais recomendam que o tratamento cirúrgico da EI, quando indicado, ocorra pelo menos um mês após o evento neurológico devido ao risco de deterioração neurológica. Relatamos um caso de paciente com endocardite infecciosa em valva protética, com acidente vascular encefálico recente e discutir o melhor momento para cirurgia cardíaca. Relato de Caso: Paciente masculino de 54 anos com história de febre reumática e troca valvar mitral e aórtica por próteses mecânicas há 17 anos. Internado com queixa de febre, evolução de 8 dias. As hemoculturas foram positivas para Streptococcus viridans e o ecocardiograma mostrou vegetação de 0,68x1cm na prótese mitral, associada a refluxo central moderado. No 13° dia de tratamento com ceftriaxona, o paciente apresentou diplopia e rebaixamento do nível de consciência. Diagnosticado acidente vascular encefálico hemorrágico (AVEh) em ponte e mesencéfalo, sem indicação de drenagem cirúrgica. Evoluiu com edema agudo de pulmão e necessidade de ventilação mecânica. Novo ecocardiograma evidenciou regurgitação mitral periprotética importante. Apesar do AVEh recente, foi optado pelo tratamento cirúrgico da endocardite precocemente devido à insuficiência cardíaca associada à disfunção da prótese. O paciente foi submetido a retroca mitral por prótese metálica e plastia de tricúspide no 9° dia após o AVEh. No pós-operatório apresentou melhora clínica, sem novos eventos cardiovasculares ou neurológicos. A tomografia de crânio realizada no 4° pós-operatório mostrou reabsorção do sangramento intracraniano. Conclusão: Apesar da recomendação para que se aguardem 30 dias após hemorragia intracraniana para a realização da cirurgia cardíaca em pacientes com endocardite infecciosa, casos selecionados podem se beneficiar de intervenção mais precoce após análise criteriosa dos riscos e benefícios

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Resumos Temas Livres

P 121CORRELAÇÃO EVOLUTIVA ENTRE O STRAIN LONGITUDINAL GLOBAL E A ANÁLISE ECOCARDIOGRÁFICA BIDIMENSIONAL NA CARDIOMIOPATIA DE TAKOTSUBO

GEORGES SILVA (HOSPITAL DE CLÍNICAS - UFPR), BRUNO VIANA (HOSPITAL DE CLÍNICAS - UFPR), JOAO MUNCINELLI (HOSPITAL DE CLÍNICAS - UFPR), ANDRE CANTERI (HOSPITAL DE CLÍNICAS - UFPR), EDUARDO ADAM (HOSPITAL DE CLÍNICAS - UFPR), GUSTAVO MARQUES (HOSPITAL DE CLÍNICAS - UFPR), PAULO MARQUETI (HOSPITAL DE CLÍNICAS - UFPR)

Introdução: A cardiomiopatia de Takotsubo é caracterizada pela disfunção sistólica transitória, geralmente regional, simulando infarto agudo do miocárdio, na ausência de coronariopatia obstrutiva significativa. Habitualmente, a sua evolução é favorável e a recuperação da fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) ocorre em até 4 a 8 semanas. O strain longitudinal global (SLG), obtido com a técnica ecocardiográfica de speckle tracking, permite uma avaliação mais sensível da função sistólica ventricular, mostrando alterações não observadas com a análise isolada da FEVE.

Relato do caso: Mulher de 49 anos, portadora de câncer de colo uterino estadio clínico IIB e enterectomia segmentar com ileostomia terminal decorrente de enterite actínica.. Internada por choque hipovolêmico decorrente de alto débito no estoma ileal. Foi iniciado suporte hemodinâmico com cristaloides endovenosos, noradrenalina e vasopressina. Evoluiu com dor torácica típica, alteração dinâmica do segmento ST na eletrocardiografia ( Inversão de Onda T de V1 a V4 ) e elevação de troponina (0,09 ng/mL para 0,68 ng/ml após 3 horas. A coronariografia invasiva excluiu coronariopatia obstrutiva, e a ventriculografia demonstrou acinesia dos segmentos apicais do ventrículo esquerdo, sugestiva de Takotsubo. O ecocardiograma foi realizado no terceiro dia após a admissão e repetido após uma e duas semanas.

A evolução dos parâmetros ecocardiográficos encontra-se sumarizada na Tabela 1. Apesar da melhora inicial da FEVE na primeira semana, foram observadas ainda alterações no SLG e na função diastólica, sugerindo recuperação incompleta da função ventricular. Na segunda semana, observou-se normalização do SLG e da função diastólica, caracterizando recuperação adicional do ventrículo esquerdo.

Conclusão: Embora a maior parte dos pacientes com cardiomiopatia de Takotsubo apresente melhora da FEVE, alterações na função sistólica detectadas pelo SLG e na função diastólica podem persistir por mais tempo. Pouco se sabe sobre o valor prognóstico desses achados nessa população.

P 123UMA PACIENTE SOBREVIVENTE A DUPLA OCLUSÃO CORONARIANA AGUDA

ÁLVARO AUGUSTO VEDANA FILHO (HC-UFPR), ARTHUR NASCIMENTO DE MOURA (HC-UFPR), GUSTAVO AKIO BRAND TASHIMA (HC-UFPR), JULIANA MONTALVÃO MOTTA (HC-UFPR), JEFERSON ZANOVELLI NALEVAIKO (HC-UFPR), ROBSON FERNANDO GARCIA DE LIMA (HC-UFPR), RAFAEL MASSAHARU MIYAZIMA (HC-UFPR), RODRIGO SFREDO KRUGER (HC-UFPR), EDUARDO LEAL ADAM (HC-UFPR), PAULO ROBERTO CRUZ MARQUETTI (HC-UFPR)

INTRODUÇÃOO infarto agudo do miocárdio ocasionado pela oclusão simultânea de duas artérias coronárias distintas, não contíguas, é uma condição extremamente rara. É descrito em poucos relatos e possui prognóstico clínico desfavorável. Seu manejo é desafiador e sua suspeição clínica geralmente é tardia.

RELATO DE CASOPaciente de 62 anos, com história prévia de hipertensão arterial sistêmica, doença pulmonar obstrutiva crônica dependente de oxigênio domiciliar e tabagista ativa. Apresentou quadro súbito de dispneia, dor torácica tipo aperto, irradiada para dorso. O eletrocardiograma (ECG) revelou supradesnível de segmento ST nas derivações V3 a V6, D2, D3 e aVF. No laboratório de hemodinâmica apresentou lesão de 80 em terço médio de coronária direita (CD) e lesão de 50 com trombo em terço médio da artéria Descendente Anterior (DA) (tipo-IV). Procedeu à angioplastia com stent de DA, atribuída como lesão culpada. Após angioplastia não houve melhora significativa da dor e nem redução do supradesnível de segmento ST ao ECG. Retornou ao laboratório de hemodinâmica para novo cateterismo, que demonstrou lesão aguda de 99 em terço médio de CD, associada a imagem compatível com trombo. Prontamente, realizou angioplastia com stent no local da lesão. No seguimento evoluiu bem e recebeu alta hospitalar em bom estado clínico.

CONCLUSÃOA dupla trombose de dois vasos coronarianos distintos é relatada em 1.7 a 4.8 de todas as angioplastias primárias. O grupo de maior risco para sua incidência são homens (85), tabagistas, dislipidêmicos. Oclusão aguda de DA e CD é a apresentação angiográfica mais comum (49). Exige manejo imediato pela alta incidência de arritmias complexas, insuficiência cardíaca aguda e mortalidade precoce. A evolução favorável do caso reportado atribuiu-se ao diagnóstico precoce e intervenção imediata.

P 122DISSECÇÃO AÓRTICA AGUDA EM PACIENTE JOVEM SEM COMORBIDADES OU HISTÓRICO FAMILIAR

GEORGES SILVA (HOSPITAL SUGISAWA), DIEGO SILVA (HOSPITAL SUGISAWA), ADRIANO MAGAJEVSKI (HOSPITAL SUGISAWA), DOUGLAS SHMIDT (HOSPITAL SUGISAWA), GEORGE DA ROSA (HOSPITAL SUGISAWA)

Introdução: As síndromes aórticas agudas são situações clínicas que apresentam um espectro de apresentação clínica vasto, e muitas vezes são desapercebidas até pelos médicos cardiologistas mais experientes, sobretudo em pacientes sem fatores de risco. O caso em questão demonstra um fato semelhante.

Relato de caso: Homem, 27 anos, previamente hígido, sem histórico familiar para doenças cardiovasculares, sem fenótipo para doenças do colágeno a exemplo do Marfan, iniciou quadro de dor torácica em pontada, retroesternal, com parestesia de membro superior esquerdo, sem fator desencadeante, sem piora no esforço. Avaliado em pronto-socorro e liberado após exames simples. Após 3 dias, evoluiu subitamente com dispneia, tosse e hemoptise. No 4° dia de apresentação clínica, procurou o pronto-socorro de nosso serviço, e na avaliação apresentava-se taquidispnéico, taquicárdico, com insaturação arterial periférica, alteração na medida da pressão arterial entre os dois membros superiores, e sopro holodiastólico em foco aórtico. Optado por realizar angiotomografia de aorta, e ecocardiografia transtorácica, que evidenciaram dissecção em raiz de aorta até aorta ascendente, com insuficiência aórtica moderada a importante, dilatação de ventrículo esquerdo e átrio esquerdo. Optado por cirurgia de emergência, sendo proposta cirurgia de Bentall. Paciente com boa evolução clínica, tendo recebido alta após 2 semanas de internamento

Conclusão: No caso em questão, até mesmo após a segunda passagem pelo P.S., a apresentação clínica não totalmente típica porém gerou alertas à equipe assistente, com achados no exame físico mais clássicos e rápida intervenção diante de uma grande probabilidade de desfecho grave.

P 124O IMPACTO NA IDENTIFICAÇÃO CORRETA DA PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA NOS DIFERENTES GRAUS DE ESCOLARIDADE

PATRÍCIA FREITAG FERREIRA (CENTRO UNIVERSITÁRIO FAG), CASSIANA TOMAZONI (CENTRO UNIVERSITÁRIO FAG), FRANCILAYNE MORETTO (CENTRO UNIVERSITÁRIO FAG), LAURA GOMES FLORES (CENTRO UNIVERSITÁRIO FAG), EVANDRO LUIS QUEIROZ FLORES (CENTRO UNIVERSITÁRIO FAG), RODRIGO NICACIO SANTA CRUZ (CENTRO UNIVERSITÁRIO FAG), RUI MANUEL DE SOUZA E ANTUNES DE ALMEIDA ( RUI MANUEL DE SOUZA E. ANTUNES DE ALMEIDA )

INTRODUÇÃO: Aproximadamente 90 das vítimas de uma parada cardiorrespiratória (PCR) vão a óbito antes de chegarem á unidade de saúde. Com o treinamento de leigos acerca de uma reanimação cardiopulmonar de qualidade, o atendimento ao paciente com PCR torna-se mais rápido e eficiente, reduzindo possíveis sequelas e aumentando a sobrevida.OBJETIVO: Comparar o impacto do treinamento de leigos sobre identificação de uma PCR e o acionamento correto do SAMU nos diferentes graus de escolaridade. DELINEAMENTO: Estudo descritivo exploratórioMÉTODO: Estudo aprovado pelo Comitê de ética e pesquisa da Instituição, com amostra composta por população do ensino fundamental (EF), médio (EM) e superior (ES) de Cascavel-PR em 2017.Os dados foram coletados através de formulário contendo as variáveis respondidas pelos participantes antes e após o treinamento, computados em planilha eletrônica do Microsoft Excel 2010 e analisados por estatística simples, com distribuição de frequência absoluta e relativa. RESULTADOS: Dos 628 participantes, 16,7 faziam parte do EF, 41,4 do EM e 41,8 do ES. Previamente ao treinamento 20,95 do EF, 18,1 do EM e 21,3 doES reconheciam corretamente uma PCR, valores que alteraram-se para 97,14, 94,6 e 95,7, respectivamente, após o treinamento.Quanto aqueles que sabiam o número do SAMU, antes do treinamento representavam 27,61 no grupo do EF, 63,07 no EM e 82,5 no ES. Após o treinamento, alterou-se para 99,04, 95,58 e 98,8, respectivamente, nesses mesmos grupos.Nota-se que, inicialmente, o ES se destacava em reconhecer uma PCR e contatar corretamente SAMU, ao passo que posterior ao treinamento, o EF se tornou o grupo mais preparado em ambas variáveis.CONCLUSÃO: A partir de um treinamento adequado, o grau de escolaridade não interfere no manejo de uma PCR. Logo, um melhor desfecho será alcançado com a disseminação universal dos preceitos do suporte básico de vida.

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Resumos Temas Livres

P 125INVESTIGAÇÃO FAMILIAR E PREVENÇÃO PRIMÁRIA NA SÍNDROME DE BRUGADA: RELATO DE CASO

BRUNO SCRAMIM (HCOR), TARCÍSIO MOURA (HCOR), BRUNO BARRETO (HCOR), RAFAEL PIRES (HCOR), REYNALDO NETO (HCOR), VICTORIA RIBAS (ULTRAMED)

Introdução: A síndrome de Brugada (SB) é um canalopatia autossômica dominante considerada responsável por até 20 das mortes súbitas cardíacas do coração normal. É caracterizada por alterações eletrocardiográficas nas derivações V1 e V2 sendo diagnosticada em pacientes com elevação do segmento ST com morfologia tipo 1 2 mm em pelo menos 1 derivação que ocorrem espontaneamente ou após teste provocativo com drogas antiarrítmicas da classe I. Mudanças estruturais foram relatadas além do papel das variantes genéticas, causando mutações do canal de sódio que proporcionam aumento de gradiente de voltagem e risco de fibrilação ventricular. Abordagem terapêuticaa e preventiva ainda é objeto de controvérsia na literatura.

Relato de caso: Paciente C.D.J.J., masculino, 24 anos, proveniente da cidade de ITU, branco, procura o serviço por quadro pré síncope. Sem comorbidades associadas, apresenta história familiar positiva para SB, onde o pai e tio iniciaram investigação em outro serviço. O eletrocardiograma (ECG) inicial mostrava-se sem alterações. Investigado com ecocardiograma transtorácico, teste ergométrico e ressonância magnética de coração sendo todos normais. Pelo histórico familiar de SB e os sintomas do paciente foi indicado estudo eletrofisiológico (EEF) para definição diagnóstica. Durante o EEF, foi avaliada estabilidade ventricular, sem nenhuma indução de arritmias. No final, realizado teste farmacológico com Ajmalina (73mg), demonstrando supradesnivelamento do ponto J em V1 e V2, maior que 2mm, com padrão de Brugada tipo I. Considerado os dados da história clínica e familiar (pré-síncopes com antecedente de Brugada na família) com o resultado do EEF (ECG com padrão de Brugada tipo I), indicado implante de CDI bicameral. No mesmo internamento, feito implante de CDI, tendo alta hospitalar após 2 dias sem medicações.

Conclusões: Relatamos a importância da história familiar na suspeita de SB e sua investigação no contexto do EEF, como definição diagnóstica, avaliação da doença e indicação na prevenção primária de morte súbita.

P 127SÍNDROME DE WELLENS: RELATO DE CASO

BRUNO SCRAMIM (HCOR), TARCÍSIO MOURA (HCOR), BRUNO BARRETO (HCOR), RAFAEL PIRES (HCOR), REYNALDO NETO (HCOR), VICTORIA RIBAS (ULTRAMED)

Introdução: A Síndrome de Wellens (SW), segue as seguintes características: 1. Ondas T bifásicas ou profundamente invertidas nas derivações V2 e V3 ou ocasionalmente em V1 – V2 – V5 – V6, 2. Enzimas cardíacas normais ou minimamente elevadas, 3. Segmento ST normal ou minimamente elevado ( 1mm), 4. Sem perda da progressão de ondas R em derivações precordiais, 5. Ausência de ondas Q patológicas, 6. Dor torácica anginosa. Estas características sugerem não só doença arterial coronariana, e sim lesão grave em terço proximal da artéria descendente anterior.

Relato de Caso: Paciente de 59 anos, caucasiano, hipertenso, dislipidêmico, tabagista e portador de gota, com angioplastia prévia de 2002, procurou atendimento com quadro de dor torácica provavelmente anginosa. Exame físico sem alterações. O ECG apresentava onda T profundas em V1 e V2 com extrassístole ventricular isolada. Curva enzimática normal. Após internado, foi realizado cateterismo cardíaco que mostrou a artéria descendente anterior com lesão suboclusiva em terço proximal para médio, um segundo diagonal com lesão 80 em terço proximal, artéria circunflexa com lesão de 85 em terço proximal e coronária direita com lesão de 85 em terço proximal para médio. Na ventriculografia foi observado hipocinesia discreta da parede anterior e função contrátil preservada. Apesar da provável artéria culpada pelo evento ser a descendente anterior, o cateterismo mostrava-se multiarterial, sendo então encaminhado para revascularização miocárdica cirúrgica. Feito a cirurgia, evoluiu sem intercorrências tendo alta hospitalar após 5 dias da do ato cirúrgico com receita, atestado e orientações específicas.

Conclusão: Os pacientes com quadro clínico sugestivo e alteração eletrocardiográfica específica da SW, devem ter seu diagnóstico feito precocemente e sua conduta rapidamente instituída. Neste caso, o paciente apresentou um padrão típico da síndrome, ratificando assim sua relação com a lesão crítica em artéria descendente anterior, no seu terço proximal.

P 126SÍNDROME DE WOLFF PARKINSON WHITE: RELATO DE CASO

BRUNO SCRAMIM (HCOR), TARCÍSIO MOURA (HCOR), BRUNO BARRETO (HCOR), RAFAEL PIRES (HCOR), REYNALDO NETO (HCOR), VICTORIA RIBAS (ULTRAMED)

Introdução: Síndrome de Wolff-Parkinson-White (SWPW) é caracterizada por despolarização ventricular precoce durante condução do estímulo elétrico atrioventricular (AV) através de uma ou mais vias acessórias. Intervalo P-R curto, alargamento do complexo QRS devido onda delta são seus achados eletrocardiográficos. Ocorrendo em adultos saudáveis propensos a ataques de taquicardia supraventricular, a síndrome é a mais frequente do grupo das de pré-excitações sendo uma possível causa de morte súbita, que pode variar de 0,1 a 0,56 ao ano.

Relato do caso: A.S.A., feminino, 36 anos, proveniente de Roraima, branca, em 2015 procurou consulta referindo que há muitos anos apresentava episódios de taquicardia esporádicas e rápidas, que estavam aumentando progressivamente. Eletrocardiograma (ECG) de um dos episódios evidenciava uma taquicardia de QRS largo com frequência cardíaca de 200 e o ECG posterior a reversão com padrão normal. Solicitado exames para o retorno, porém perdeu seguimento, retornando somente em 2017, por novos episódios de taquicardia sustentada, revertida após vômitos. Irmão com morte súbita aos 38 anos também influenciou no retorno. Indicado estudo eletrofisiológico, observando que a condução atrioventricular se processa somente pelas vias normais, no sentido AV. No sentido ventrículo-atrial, observou-se condução pelas vias normais e também através de um feixe anômalo rápido. Feito mapeamento, onde o local eficaz para a ablação seria a região anterolateral esquerda ao anel mitral. Com as aplicações termocontroladas, observado bloqueio do feixe. A mesma foi de alta 2 dias após o procedimento, sem medicações.

Conclusões: Relatamos o caso de uma paciente com SWPW, com risco de morte súbita devido à alta frequência da taquicardia clínica bem como o papel do estudo eletrofisiológico na avaliação do feixe anômalo, além da possibilidade de ablação do mesmo com alta taxa de sucesso.

P 128ECTASIA DE ARTÉRIA CORONÁRIA ESQUERDA EM PACIENTE COM ANGINA INSTÁVEL – RELATO DE CASO

ELIS CRISTIANE PILGER (UNICESUMAR), RAFAELLA BIGOTTO E SILVA (UNICESUMAR), MELISSA TAMARA MATEUS DA SILVA (UNICESUMAR), ALEXANDRA FREIRE PUPIM (UNICESUMAR), DANIELLE HORING GRUBERT (UNICESUMAR), FÁBIO PEIXOTO GANASSIN (UNICESUMAR)

Fundamentos: A ectasia de artéria coronária (EAC) é definida como dilatação coronariana anormal focal ou difusa, excedendo em 1,5 vezes o diâmetro do seu segmento adjacente normal. O tratamento da EAC visa prevenir a formação de trombos e infarto agudo do miocárdio (IAM). Há controvérsias sobre o tratamento efetivo para EAC por insuficiência de evidências clínicas, atualmente feito com combinação de antiagregantes e anticoagulantes. Várias medicações, intervenções percutâneas ou cirúrgicas são aceitas para o manejo desses pacientes, devido à associação com doença arterial coronariana (DAC).

Relato do caso: Homem, 73 anos, deu entrada no Pronto Socorro em janeiro de 2017 com dor torácica típica, eletrocardiograma apresentando supra de ST de parede anterior extensa, com 2 horas de evolução. Referia hipertensão arterial e diabetes. Ao cateterismo, foi constatado ventrículo esquerdo com acinesia de parede anterior, ectasia no tronco da coronária esquerda(TCE), descendente anterior(DA) e cincunflexa(CX), com oclusão total em óstio de DA por trombo gigante. Realizada angioplastia com balão na DA, e restituição do fluxo coronário TIMI 3, sem implante de stent devido ao grande calibre do vaso. Fez uso de AAS, Clopidogrel e Apixaban por 3 meses, sendo então suspenso o Clopidogrel. Permaneceu assintomático até outubro de 2017, quando referiu dor torácica aos esforços. Solicitado novo cateterismo e após 18h da suspensão do Apixaban, apresentou novo IAM com SST com oclusão de DA em óstio por trombo gigante. Optou-se pela angioplastia por balão, sem sucesso, resultando fluxo TIMI 0. O ecocardiograma revelou acinesia de parede anterior e fração de ejeção de 40. Atualmente permanece assintomático em uso de AAS e Apixaban.

Conclusão: A EAC resulta da interação de mecanismos que levam à remodelação excessiva de segmentos dos vasos. Atualmente inexistem diretrizes para o tratamento da EAC, sendo manejada semelhantemente à DAC. São necessários estudos para aprofundar o manejo dessa afecção.

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Resumos Temas Livres

P 129PREVALÊNCIA DA SÍNDROME DE BURNOUT EM CARDIOLOGISTAS DO PARANÁ: EMERGENCIALISTAS DIFEREM DE NÃO-EMERGENCIALISTAS?

GIOVANA MEMARI PAVANELLI (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ), GABRIELLA UEHARO PEREIRA (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ), VIVIANE FLUMIGNAN ZÉTOLA (COMPLEXO HOSPITAL DE CLÍNICAS)

INTRODUÇÃO: A Síndrome de Burnout (SB) é uma resposta psicológica relacionada à profissão, caracterizada por exaustão emocional (EE), despersonalização (DE) e redução da realização pessoal (RP). Estudos recentes demonstram que médicos atuantes em emergência e cuidados intensivos são um grupo de maior risco. Devido ao caráter de emergência na especialidade, o qual mantém o cardiologista no hospital para o manejo de eventos agudos específicos (como o IAM), a investigação da SB é fundamental.

OBJETIVO: Comparar a prevalência de SB em cardiologistas emergencialistas e não emergencialistas.

DELINEAMENTO: Estudo observacional, transversal, com abordagem quantitativa.

PACIENTES E MÉTODOS: Estudo realizado com 76 cardiologistas do Paraná. Foi usado para coleta o questionário on-line auto aplicável Maslach Burnout Inventory - Human Services Survey, avaliando três os aspectos da SB. A especialidade foi dividida em emergencialistas (CE) e não emergencialistas (CNE). Foram então acrescentadas perguntas sobre gênero, idade, região de trabalho e área de atuação.

RESULTADOS: 48,7 da amostra apresentava critérios para SB, predominando entre os homens (73) e os CE (59,5). Em relação ao EE, ambos os grupos, CE e CNE, apresentaram grau mediano, tendo as mulheres níveis menores. No quesito RP, ambos os grupos apresentaram grau mediano, embora os homens do grupo CE apresentaram grau elevado. Dentre os CE, a média de DE foi mediana, sendo maior nas mulheres. Já nos CNE, a média foi baixa, apresentando as mulheres valores menores que os homens. A idade apresentou relação inversamente proporcional com a DE e o EE, e foi diretamente proporcional à RP.

CONCLUSÕES: A SB é frequente nos cardiologistas do Paraná, compatível com a literatura que relata ser uma das principais especialidades médicas envolvidas nesse contexto. O atendimento na emergência parece não apresentar diferença quando comparado ao cardiologista que não atende nesses serviços.

P 131RELATO DE CASO: DISSECÇÃO ESPONTÂNEA DE ARTÉRIA DESCENDENTE ANTERIOR, ASSINTOMÁTICO, REALIZADO TRATAMENTO CLÍNICO COM SUCESSO

GABRIEL ANDREY RICCI (DISCENTE DE MEDICINA - UNIÃO DAS FACULDADES DOS GRANDES LAGOS), BRUNA BASAGLIA (DISCENTE DE MEDICINA - UNIÃO DAS FACULDADES DOS GRANDES LAGOS), MARINA BRAGHETO OLIVEIRA (MÉDICA GRADUADA PELA FACULDADE DE MEDICINA DE RIO PRETO), CASSIO HENRIQUE MENDES (DISCENTE DE MEDICINA DA PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CURITIBA), YURI DA SILVA BRASIL (MÉDICO DA SANTA CASA DE ARARAQUARA), PEDRO WAGNER RAMOS JUNIOR (DOCENTE MÉDICO DA UNIÃO DAS FACULDADES DOS GRANDES LAGOS)

A dissecção coronária espontânea é causa rara de eventos cardiovasculares e pode se apresentar como síndrome coronariana aguda, com ou sem supradesnivelamento do ST, insuficiência cardíaca aguda ou até morte súbita, geralmente por envolvimento do tronco de coronária esquerda. A suspeita de um quadro de dissecção coronária espontânea parte de sua apresentação clínica e etiologia, mesmo assim considera-se bastante subdiagnosticada, o que torna difícil o estudo do comportamento e conduta frente a patologia. O objetivo do trabalho é relatar um caso de dissecção espontânea de artéria descendente anterior assintomática em exame de rotina, optado por tratamento clínico.Paciente L.C.R., sexo masculino, 55 anos, portador de hipertensão arterial sistêmica, dislipidemia, doença carotídea, hipotireoidismo, depressão e sequela de Acidente Vascular Cerebral isquêmico com dificuldade de deambulação, Em 2013, devido a quadro de AVC isquêmico, realizou Ecodopplercardiograma de Carótidas, sendo observado obstrução da Artéria Carótida Interna Direita. Nesse mesmo ano, foi feito uma Cintilografia do Miocárdio sem presença de isquemia. Em janeiro de 2018 a Cintilografia Miocárdica apresentou área de isquemia que não apresentava anteriormente, Feito no mesmo período o Cateterismo Cardíaco, onde apresentou-se com lesão de 40 no terço médio da Artéria Descendente Anterior e imagem de dissecção longitudinal da mesma artéria. Como o paciente apresentava estabilidade clínica e hemodinâmica, assintomático, com dissecção limitada, e característica uniarterial, lançou-se mão da estratégia conservadora. Após 4 meses de tratamento conservador o paciente ainda se apresenta assintomático. Dados observacionais indicaram cura angiográfica de lesões de dissecção de artéria coronária na maioria dos pacientes (70-97) que foram seletivamente reestudados semanas a meses após os episódios de manejo conservador.

P 130INSUFICIÊNCIA CARDÍACA DE ALTO DÉBITO SECUNDÁRIA À FÍSTULA ARTÉRIO-VENOSA, UM RELATO DE CASO

TAYNARA NABOZNY RODRIGUES DA SILVA (SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE CURITIBA), VANESSA BORDIN (SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE CURITIBA), CAROLINA PERIN MAIA DA SILVA (SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE CURITIBA), PAULO RICARDO FRANCIOZI DE GOIS (SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE CURITIBA)

Introdução: Associada a doenças sistêmicas, a insuficiência cardíaca de alto débito (ICAD) é definida como sinais e sintomas de insuficiência cardíaca associados ao débito cardíaco maior ou igual a 8L/min ou um índice cardíaco superior a 3,9L/min/m². Decorrente da redução da resistência vascular periférica compensada por taquicardia, a presença de uma fistula artéria-venosa (FAV) sistêmica é uma rara causa de ICAD. A FAV adquirida tem por etiologia mais frequente a rotura de aneurismas ateroscleróticos, sendo os traumas penetrantes responsáveis por menos de 20. Relato de caso: Masculino, 68 anos, hipertenso, diabético há 5 anos, com história de infarto do miocárdio há 4 anos. Relatava trauma por projéteis de arma de fogo em região poplítea direita há dez anos, mantido em tratamento conservador. Iniciou há um ano com edema de membros inferiores, dispneia e ortopneia, com piora progressiva há dois meses. À admissão, apresentava-se dispneico ao repouso, com crepitantes pulmonares até terços médios e massa pulsátil em região poplítea direita, com frêmito e sopro. O eletrocardiograma era de fibrilação atrial de baixa resposta ventricular. Ao ecocardiograma apresentava ventrículo esquerdo aumentado com função sistólica global e segmentar normais, refluxo tricúspide importante com pressão sistólica da artéria pulmonar de 83mmHg, e câmaras direitas aumentadas, com função sistólica preservada. No cateterismo cardíaco o índice cardíaco era de 4L/min/m² e o débito cardíaco de 8 L/min. Apresentava lesões coronarianas em artérias circunflexa distal de 80 e em descendente anterior média de 70. Ao ecodoppler foi evidenciado FAV na origem da artéria tibial anterior e tronco tíbio-fibular, confirmada por arteriografia, realizando-se o diagnóstico de ICAD, secundária a FAV traumática. Foi submetido à correção cirúrgica da FAV, com melhora clínica, recebendo alta em classe funcional I. Conclusão: O alto débito cardíaco é encontrado em uma minoria dos pacientes com IC, tendo alta mortalidade e várias etiologias, leva ao remodelamento ventricular excêntrico, maior ativação do peptídeo natriurético, maiores pressões de enchimento ventricular, hipertensão pulmonar e diminuição da resistência vascular sistêmica, sendo que o uso de terapia vasodilatadora pode agravar o quadro. Assim, é de fundamental importância o reconhecimento da ICAD em pacientes com IC de fração de ejeção normal, pois a correção da causa é o tratamento de escolha, com melhora significativa dos sintomas

P 132IMPLANTE DE MARCAPASSO BIFOCAL: RELATO DE CASO

BRUNO BARRETO (HCOR), TARCÍSIO MOURA (HCOR), BRUNO SCRAMIM (HCOR), RAFAEL PIRES (HCOR), REYNALDO NETO (HCOR)

Introdução: A estimulação cardíaca é um método que estimula o ápice do ventrículo direito (VD) com o objetivo manutenção da frequência cardíaca. Entretanto, apesar do enorme benefício no controle da frequência cardíaca, essa estimulação pode causar ou piorar os sinais e sintomas da insuficiência cardíaca (IC). O implante do MP com dois eletrodos em ventrículo direito (método bifocal) é uma alternativa para melhorar o rendimento hemodinâmico e estreitamento do QRS de pacientes com miocardiopatia dilatada. A técnica para o implante segue a metodologia dos implantes de marcapassos bicamerais convencionais. Assim, o primeiro eletrodo é posicionado em ponta do VD enquanto o segundo eletrodo em região do septo interventricular do VD. Nos casos que não são localizados em região septal, o implante é feito em via de saída do VD. Com a estimulação em locais distintos do VD, observou-se a correção na ativação dos músculos papilares, resultando em melhor fechamento da valva mitral e menor regurgitação. Consequentemente traz benefícios na qualidade de vida desses pacientes.

Relato de caso: APC, masculino, 71 anos, proveniente de São Paulo-SP, portador de fibrilação atrial de alta resposta ventricular e IC com fração de ejeção 42, sem tolerância ao uso de antiarrítmicos, devido a períodos de bradicardia. Em março de 2013, optado pela ablação AV e implante de MP bifocal (septo de VD e ponta de VD), no objetivo no controle da frequência e sincronização cardíaca. Após 30 dias de procedimento cirúrgico, observa-se melhora importante dos sintomas. Em última consulta, paciente assintomático, com ecocardiograma atual mostrando fração de ejeção de 74.

Conclusão: a estimulação cardíaca bifocal proporciona sincronismo cardíaco, melhorando o debito cardíaco, e consequentemente a função ventricular. Tornou-se um importante método para pacientes miocardiopatas e fração de ejeção reduzida.

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Resumos Temas Livres

P 133CAUSA RARA DE SÍNDROME DE EINSENMENGER: UM RELATO DE CASO

LAURA VILELA PAZZINI (UPF), ELIAS SATO (HSVP), TOBIAS SATO (HSVP), DIEGO SPILLMANN (HSVP), BRUNA BONAMIGO THOME (UPF), ISABELLE FAYAD PANTAROTTO SANCHES (UPF), ANTONIO DEJAIR ACOSTA PAZZINI (HAC)

A Sindrome de eisenmenger (SE) é caracterizada por obstrução vascular pulmonar que se desenvolve em consequência de um shunt esquerda-direta preexistente, de maneira que as pressões arteriais pulmonares se aproximam das pressões sistêmicas. O tamanho do shunt, assim como o tipo do defeito, interatrial ou interventricular determinam o risco para o desenvolvimento da síndrome. A indicação de intervenção é afim de prevenir complicações. O tratamento é a correção cirúrgica do defeito antes da síndrome se perpetuar, porém, como forma de terapia de ponte, o manejo clínico com oxigenoterapia, uso de antagonistas do receptor da endotelina e inibidores da fosfodiesterase podem ser usados.

O objetivo deste estudo é relatar o caso de SE causada por uma comunicação interatrial.

Relato: Feminino, 56 anos, história prévia de hipertensão arterial sistêmica, obesidade, admitida por dor em região epigástrica e hipocôndrio esquerdo, acompanhada de distensão abdominal progressiva, edema de membros inferiores (MI), tosse produtiva com secreção hialina e hemoptise, diagnosticada com cisto hidático hepático sendo indicado procedimento cirúrgico. Em avaliação cardiológica pré-operatória, apresentou quadro de insuficiência cardíaca (IC) descompensada, além de baqueteamento digital. Contra-indicado o procedimento para elucidação diagnóstica e compensação do quadro. Foi realizado ajuste de terapia para IC com inibidor da enzima conversora da angiotensina II, furosemida intravenosa e espironolactona. Solicitado ECG de repouso e ecocardiograma transtorácico, o qual constatou comunicação interatrial tipo “ostium secundum”, disfunção sistólica biventricular de grau importante e derrame pericárdico volumoso. Apesar do tratamento otimizado e tentativa de compensação da IC, progrediu para insuficiência respiratória e choque cardiogênico, evoluindo a óbito.

P 135SINDROME DE TAKOTSUBO: UM RELATO DE CASO

LAURA VILELA PAZZINI (UPF), ELIAS SATO DE ALMEIDA (HSVP), TOBIAS SATO DE ALMEIDA (HSVP), GUILHERME VOGT (HSVP), BRUNA BONAMIGO THOME (UPF), ISABELLE FAYAD PANTAROTTO SANCHES (UPF), DIEGO SPILMANN (HSVP), NICOLE PUCCI (HSVP), HELOISA POLI (HSVP), GIULIA DAMBRÓS MALACARNE (UPF)

Cardiomiopatia adrenérgica, também chamada de síndrome de takotsubo (ST) é uma patologia caracterizada por disfunção transitória do ventrículo esquerdo (VE), mimetizando a síndrome coronariana aguda (SCA). Essa condição é frequentemente descrita em mulheres pós-menopausa, secundária a episódios de estresse e é caracterizada por dor torácica típica, alterações eletrocardiográficas e aumento de enzimas marcadoras de necrose miocárdica sem coronariopatia obstrutiva à cineangiocoronariografia. Os mecanismos patogênicos incluem estimulação simpática exagerada, excesso de catecolaminas e disfunção microvascular. O tratamento é conservador, com resolução do estresse e uso de betabloqueadores, inibidores de enzima conversora da angiotensina, diuréticos, aspirina e anticoagulação, quando necessário. Tipicamente, os pacientes recuperam a função do VE dentro de semanas, porém, alguns desenvolvem complicações agudas (insuficiência cardíaca e choque) e necessitam de terapia intensiva. O objetivo desse trabalho é relatar o caso de ST.Relato: Feminino, 62 anos, encaminhada por dor torácica retroesternal em aperto, de forte intensidade, progressiva, início há 12 horas após estresse emocional e história familiar de mãe que faleceu por IAM precocemente. Realizado eletrocardiograma em cidade de origem que constatou corrente de lesão subendocárdica anterior e lateral e iniciado manejo medicamentoso para SCA, apresentando melhora parcial do quadro clínico. Ao exame físico, mucosas hipocoradas 2+/4+ e perfusão periférica diminuída. Na admissão da paciente, repetiu-se eletrocardiograma que apresentou alteração dinâmica com isquemia subepicárdica anterior e lateral e marcadores de necrose miocárdica elevados. Paciente foi encaminhada a cinecoronariografia diagnóstica imediata a qual evidenciou VE com acinesia ântero-apical, apical e ínfero-apical, FE 32 e ausência de coronariopatia obstrutiva. Ecocardiograma com disfunção sistólica segmentar do VE, compatível com ST. Inciado tratamento medicamentoso otimizado com beta-bloqueador, IECA, Antogonista da aldosterona, diurético e benzodiazepínicos com ótima evolução. Retorno ambulatorial com novo ecocardiograma em 6 semanas com normalização da função do VE.

P 134PERSISTÊNCIA DA VEIA CAVA SUPERIOR ESQUERDA E SUAS IMPLICAÇÕES NO PROCEDIMENTO: RELATO DE CASO

TARCÍSIO MOURA (HCOR), BRUNO SCRAMIM (HCOR), BRUNO BARRETO (HCOR), RAFAEL PIRES (HCOR), REYNALDO NETO (HCOR)

Introdução: A persistência da veia cava superior esquerda (PVCSE) é uma patologia rara e por vezes encontrada no intra-operatório de implante de marca-passo definitivo, o que pode tornar o procedimento mais demorado e difícil tecnicamente.

Caso clínico: W.B.R.F, 61 anos, branca, sexo feminino, referindo bradicardia associado a síncope desde a infância. Relata ser portadora da síndrome de apneia obstrutiva do sono. Há 3 meses realizou holter 24hs que evidenciou pausas significativas (8 pausas maiores de 2,5s). Com o uso do CPAP noturno houve melhora da qualidade do sono e redução das pausas no holter 24hs. Ao exame físico apresentava bradicardica importante (frequência cardíaca 39bpm) e no eletrocardiograma uma bradicardia sinusal associado a ritmo juncional . Encaminhada ao estudo eletrofisiológico que evidenciou o ritmo inicial com bradicardia sinusal severa (FC=38bpm), observando-se pausas espontâneas. Apresentou automatismo sinusal extremamente reduzido (TRNSc: 28.900 ms) assim como a condução sino-atrial (TCSA: 3.250 ms), diagnosticada com doença do nó sinusal avançada. No dia 04/04/2017, foi submetida ao implante de marcapasso bicameral definitivo. Durante a introdução dos eletrodos sob radioscopia foi identificado anomalia anatômica constituído pela veia cava superior persistente, sendo confirmado através de venografia no intraoperatorio. Com isso foi colocado o eletrodo através da veia mencionada que drenava para seio coronário e em seguida átrio direito.

Conclusão: A PVCSE, apesar de rara, é uma anomalia que pode trazer dificuldades ao procedimento cirúrgico, porém não contra-indica o mesmo, devendo ser investigada sempre que possível antes do implante.

P 136CARDIOMIOPATIA ARRITMOGÊNICA DO VENTRÍCULO DIREITO: RELATO DE CASO

RAFAEL MASSAHARU MIYAZIMA (HOSPITAL DE CLÍNICAS - UFPR), JULIANA MONTALVÃO MOTTA (HOSPITAL DE CLÍNICAS - UFPR), JEFERSON ZANOVELLI NALEVAIKO (HOSPITAL DE CLÍNICAS - UFPR), MARIANA DE CÁSSIA SILVA DE OLIVEIRA (HOSPITAL DE CLÍNICAS - UFPR), FELIPE LUIS SILVA ROSA (HOSPITAL DE CLÍNICAS - UFPR), JULIANA CRISTINA VIEIRA GMACK (HOSPITAL DE CLÍNICAS - UFPR), RODRIGO SFREDO KRUGER (HOSPITAL DE CLÍNICAS - UFPR), TIAGO AUGUSTO MAGALHÃES (HOSPITAL DE CLÍNICAS - UFPR), EDUARDO LEAL ADAM (HOSPITAL DE CLÍNICAS - UFPR), PAULO ROBERTO CRUZ MARQUETTI (HOSPITAL DE CLÍNICAS - UFPR)

Introdução: A cardiomiopatia arritmogênica do ventrículo direito (CAVD) é uma cardiopatia hereditária progressiva caracterizada pela substituição de miocárdio por tecido fibrogorduroso com predisposição a taquiarritmias instáveis e risco de morte súbita.Objetivo: Relatar caso de paciente jovem com episódio de taquicardia ventricular instável e detecção de achados típicos de CAVD em tomografia cardíaca.Resultados:Paciente masculino, 22 anos, jogador amador de futebol, que durante uma partida apresentou dispneia súbita, sudorese e palpitações. Apresenta história de estenose aórtica supravalvar corrigida cirurgicamente aos três anos de idade. Na chegada apresentava frequência cardíaca de 240 batimentos por minuto, pressão arterial inaudível e rebaixamento do nível de consciência. Durante a preparação para a cardioversão elétrica foi possível a realização do eletrocardiograma (ECG), que evidenciou taquicardia ventricular (TV) monomórfica com morfologia de bloqueio de ramo esquerdo e eixo para cima (Figura 1). Submetido a cardioversão elétrica sincronizada, sendo restaurada a estabilidade clínica e o ritmo sinusal. O ECG após o procedimento mostrou inversão de ondas T em V1 e V2 e onda épsilon em V1. Solicitada angiotomografia de artérias coronárias devido à possibilidade de doença isquêmica relacionada à cirurgia supravalvar aórtica (em virtude da proximadade dos óstio coronarianos). Não evidenciada coronariopatia, porém observou-se dilatação, hipocontratilidade e a presença de formações aneurismáticas do ventrículo direito (Figura 2). A ressonância magnética cardíaca confirmou os achados tomográficos sugestivos de CAVD (Figura 3). Por fim, o paciente foi submetido ao implante de cardioversor-desfibrilador implantável sem intercorrências.Conclusão: A tomografia cardíaca, embora não faça parte dos critérios diagnósticos da CAVD, permite a avaliação morfológica do ventrículo direito. No caso aqui apresentado, seus achados foram altamente sugestivos de CAVD, sendo posteriormente confirmados pela ressonância magnética.

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P 137CARDIOMIOPATIA E FLUTTER ATRIAL COMO CONSEQUÊNCIA DE DISTROFIA MIOTÔNICA: UM RELATO DE CASO

LAURA VILELA PAZZINI (UPF), ELIAS SATO DE ALMEIDA (HSVP), TOBIAS SATO DE ALMEIDA (HSVP), NICOLE PUCCI (HSVP), BRUNA BONAMIGO THOMÉ (UPF), ISABELLE FAYAD PANTAROTTO SANCHES (UPF), HELOISA TODESCHINI FRANCESCON (UPF), DIEGO SPILMANN (HSVP), GUILHERME VOGT (HSVP), HELOISA POLI (HSVP)

A distrofia miotônica (DM) tipo 1 ou doença de Steinert é a distrofia muscular mais comum em adultos, ocorre devido aumento em gene, localizado no cromossomo 19, por mais de 50 repetição de 3 bases: citosina, timina e guanina, sendo a quantidade de repetições relacionada com a gravidade da doença. O acometimento cardíaco ocorre em 80 dos pacientes e costuma preceder as manifestações musculoesqueléticas, podendo apresentar distúrbios da condução cardíaca, além de taquiarritmias, cardiomiopatia (CP) e insuficiência cardíaca (IC). A síncope, além de multifatorial, também pode ser critério de mau prognóstico e merece uma investigação mais detalhada.

Caso: Feminino, 11 anos, encaminhada por episódios de síncope, precedidos por tontura, palpitações taquicárdicas e dor torácica, sem relação com esforço, além de astenia aos moderados esforços. Realizado investigação adicional com ecocardiograma que constatou disfunção sistólica moderada do VE, FE 42. Ao exame físico taquicárdica e ritmo irregularmente irregular. Eletrocardiograma com flutter atrial atípico com condução átrio-ventricular variável e atraso final de condução. Iniciou-se tratamento para IC e demais investigações etiológicas. Com o histórico de astenia muscular, solicitou-se avaliação neurológica, que diagnosticaram como DM como causa do todo o quadro. Realizado ablação do flutter atrial com melhora da IC com o controle do ritmo e frequência. Além disso, mantido tratamento para IC e seguimento com a neurologia.

P 139MIOCARDITE AGUDA: PAPEL FUNDAMENTAL DA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA CARDÍACA

ALLAN LEON GOLFETO PEREIRA (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ - CAMPUS TOLEDO), KAMILA DANUBIA MURARA (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ - CAMPUS TOLEDO), LAERCIO RAFAEL SILVA PALTANIN (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ - CAMPUS TOLEDO), NATHAN HENRIQUE WEIZENMANN (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ - CAMPUS TOLEDO), ÉDER QUEVEDO (CLÍNICA INTENSICOR - TOLEDO), ANA PAULA SUSIN OSÓRIO (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ - CAMPUS TOLEDO), LEANDRO SHIGUERU IKUTA UEDA (FACULDADE ASSIS GURGACZ - FAG)

Introdução: A miocardite aguda é uma inflamação miocárdica, caracterizada por infiltrados inflamatórios, com necrose ou degeneração de miócitos, na ausência de isquemia, podendo ser de origem infecciosa ou não. Possui apresentação clínica variável, desde subclínica até morte súbita como única manifestação, exigindo alto grau de suspeição para seu adequado diagnóstico.

Descrição do caso: Paciente 21 anos, masculino, previamente hígido, com dor torácica retroesternal de forte intensidade, com evolução de 12 horas. Histórico de infecção de vias aéreas superiores na última semana. Estável hemodinamicamente na admissão, sem alterações significativas ao exame físico. Eletrocardiograma em ritmo sinusal e com alterações inespecíficas. Exames laboratoriais mostraram elevação importante dos marcadores de necrose miocárdica - CK-MB 80 ng/mL (valor de referência 5 ng/mL) e troponina I quantitativa 13,4 ng/mL (valor de referência 0,05 ng/mL), além de elevação de marcadores de resposta inflamatória e leucocitose com desvio à esquerda. Ecocardiograma inicial dentro da normalidade. Iniciado manejo clínico com analgesia e medidas de suporte. Prosseguiu-se investigação com ressonância nuclear magnética (RNM), que evidenciou áreas de realce tardio não coronário subepicárdico em toda parede ínfero-lateral, bem como realce tardio de padrão não coronário mesocárdico em parede septal apical, sugestivas de fibrose miocárdica. Assim, corroborou-se o diagnóstico de miocardite aguda. Paciente teve boa evolução, sem sinais de insuficiência cardíaca, recebendo alta assintomático.

Conclusões: Esse caso mostra uma das manifestações clínicas da miocardite – a dor torácica, encontrada em 32 dos casos e que pode simular um quadro de síndrome coronariana aguda. Nessas situações, a RNM tem papel fundamental na elucidação diagnóstica, através da avaliação de edema e da técnica do realce tardio, capaz de indicar áreas de fibrose que acometem as regiões mesocárdica e epicárdica, poupando endocárdio. Ainda, o realce tardio também atua como marcador prognóstico, já que seu achado indica maior mortalidade, independente dos sintomas clínicos.

P 138DISPLASIA ARRITMOGÊNICA DO VENTRICULO DIREITO: UM RELATO DE CASO

LAURA VILELA PAZZINI (UPF), ELIAS SATO DE ALMEIDA (HSVP), TOBIAS SATO DE ALMEIDA (HSVP), HELOISA POLI (HSVP), BRUNA BONAMIGO THOMÉ (UPF), ISABELLE FAYAD PANTAROTTO SANCHES (UPF), LUCAS VILELA GALLINA (HOSPITAL CAJURU), NICOLE PUCCI (HSVP), GUILHERME VOGT (HSVP), DIEGO SPILMANN (HSVP)

Displasia arritmogênica do ventrículo direito (DAVD) é uma patologia caracterizada por arritmias ventriculares e substituição fibrogordurosa do miocárdio que causam dilatação do VD. Está mais provavelmente relacionada à disfunção desmossômica quando submetida a estresse mecânico, com descolamento de miócitos e morte celular. 30 tem relação genética, sendo mais comum entre indivíduos de 10 a 50 anos de idade e é importante causa de morte súbita cardíaca em adultos jovens. O objetivo desse trabalho é relatar o caso de DAVD em paciente jovem com história familiar positiva.

Caso: Masculino, 45 anos, encaminhado por palpitações taquicárdicas intermitentes, tonturas, mal estar geral e dispneia aos médios esforços. Historia familiar de pai com DAVD que faleceu por morte súbita antes dos 55 anos. Realizado ecocardiografia transesofágica que demonstrou VD com aumento do diâmetro interno, hipocinesia de paredes e importante redução da função sistólica. Apresentou também episódios sincopais precedidos de palpitações taquicárdicas e fibrilação atrial de alta resposta ventricular controlada com amiodarona. Realizou-se estudo eletrofisiológico com indução de taquicardia ventricular monomórfica e ressonância magnética cardíaca que demonstrou sinais de fibrose na parede do VD, alteração segmentar da contratilidade parede livre do VD e FEVD 43, além de cateterismo direito com imagens saculares e de trabeculações na via de saída e parede livre do VD e aspecto angiográfico sugestivo de DAVD. Realizado implante de cardioversor-desfibrilador implantável para prevenção primária/secundária.

P 140INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO EM PACIENTE DE 30 ANOS: UM RELATO DE CASO.

LAURA VILELA PAZZINI (UPF), ELIAS SATO DE ALMEIDA (HSVP), TOBIAS SATO DE ALMEIDA (HSVP), GUILHERME VOGT (HSVP), BRUNA BONAMIGO THOMÉ (UPF), ISABELLE FAYAD PANTAROTTO SANCHES (UPF), DIEGO SPILMANN (HSVP), NICOLE PUCCI (HSVP), HELOISA POLI (HSVP), DEJAIR ANTONIO PAZZINI (HMEG)

A ocorrência de infarto agudo do miocárdio (IAM) em jovens é relativamente incomum e o quadro é atípico. Dentre os estudos, não houve consenso na definição da faixa etária para considerar o paciente jovem, informalmente sendo estabelecida idade inferior a 45 anos. Os fatores com maior relevância são: tabagismo, uso de anticoncepcional oral, sexo masculino, obesidade e síndrome metabólica. Ademais, uso de drogas ilícitas, estresse cotidiano, baixo nível sócio-econômico, abuso de bebidas energéticas e esteróides anabolizantes também estão relacionados. Dentre as causas não ateroscleróticas, destacam-se os defeitos de coagulação, espasmo coronariano e ponte miocárdica. Os fatores independentes de prognóstico desfavoráveis são a função ventricular esquerda e fração de ejeção (FE) inferior a 45 em pacientes jovens pós-IAM.

O objetivo desse trabalho é relatar o caso de IAM em paciente jovem, com fatores de risco associados. Masculino, 30 anos, admitido por dor torácica em aperto de início há 2 horas, irradiada para membro superior esquerdo, náusea e sudorese. História prévia de hipertensão (HAS), diabetes mellitus tipo 2 (DM 2), obesidade e tabagismo, além de história familiar de mãe com doença arterial coronariana precoce. Ao exame físico, palidez, sudorese, pressão arterial 150/110 e frequência cardíaca 100 BPM. À realização do eletrocardiograma, o paciente apresentou corrente de lesão subepicárdica na parede anterior e lateral. Nos exames laboratoriais, marcadores de necrose miocárdica elevados. A cineangiocoronariografia revelou ventrículo esquerdo hipocinético em região anterior, com FE 50, artéria coronária descendente anterior (ADA) apresentou lesão grave proximal com grande quantidade de trombos intra-luminal. Foi realizada tromboaspiração e implante de stent farmacológico em ADA proximal.

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P 141ANORMALIDADE DE CONDUÇÃO CARDÍACA DE NATUREZA CONGÊNITA RARA - DOIS RELATOS DE CASO

LAURA VILELA PAZZINI (UPF), ELIAS SATO DE ALMEIDA (HSVP), TOBIAS SATO DE ALMEIDA (HSVP), NICOLE PUCCI (HSVP), BRUNA BONAMIGO THOMÉ (UPF), NATHALIA REGINA PAVAN (UPF), MICHELLE ZANNON BOCK (UPF), JOSÉ BASILEU CAON REOLÃO (HSVP), IGOR PAZ AUGUSTIN (UPF), GABRIEL AUGUSTO TONIN (UPF)

Bloqueio Atrioventricular (BAV) é uma anormalidade de condução com atraso ou interrupção da transmissão dos impulsos elétricos atriais para os ventrículos e bradicardia. BAV terceiro grau ou BAV total é quando nenhum impulso atrial é conduzido para os ventrículos, havendo dissociação AV total, sendo normalmente adquirido. O BAVT congênito (BAVTC) é patologia rara (1/22000 nascidos) e pode ocorrer por anticorpos autoimunes, anormalidades estruturais por cardiopatias congênitas ou ser idiopático .O objetivo do trabalho é relatar dois casos de BAVTC em jovens previamente hígidos, condição rara, na qual há maior risco de intolerância ao exercício, insuficiência cardíaca e morte súbita (MS).

Primeiro paciente17 anos, masculino, quadro gripal há 3dias. Nega febre, síncope ou dispneia. ECG revela BAVT e ritmo juncional acelerado. Em investigação, solicitou-se: Ecocardiograma que constatou função sistólica normal, função diastólica não avaliada por arritmia, dissociação AV e ritmo juncional, Raio-x Tórax com aumento de VD e AD, Holter 24h evidenciou arritmia ventricular ectópica rara, BAVT permanente e BRDI e sorologia para Chagas e anticorpos autoimunes não reagentes.Segundo paciente, 17 anos, masculino, dor torácica tipo D há 3 dias, negava outros sintomas, previamente hígido. Ao exame físico desdobramento de B1 e sopro sistólico em foco mitral 2/4+. Realizou ECG que constatou alteração compatível com BAVT.

Os dois pacientes foram encaminhados para investigação etiológica, a partir da qual excluiu-se causas imunes e estruturais, concluindo diagnóstico de BAVTC idiopático para ambos os casos.

Embora a maioria dos BAVTC têm diagnóstico na infância recebendo tratamento, há raros casos diagnosticados tardiamente. Somente com diagnóstico pode-se prevenir progressão para IC e MS, dessa forma é imprescindível que em jovens com bradicardia e intolerância ao exercício, pré sincope ou síncope considere-se BAVTC como possível diagnóstico.

TL 01AVALIAÇÃO DA ANSIEDADE CARDÍACA EM UM PROGRAMA DE REABILITAÇÃO CARDIOVASCULAR MULTIPROFISSIONAL

ANGÉLICA ZANETTINI (UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO), LEONARDO CALEGARI (UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO), GABRIELA STOCHERO (UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO), ISABEL CRISTINA REINHEIMER (UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO), BRUNA SORENSEN (UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO), JULIANA NUNES FERREIRA (UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO), CARLOS LUIS PEREIRA BIN (UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL)

FUNDAMENTO: A ansiedade cardíaca (AC) está relacionada com o medo de sensações e estímulos relacionados ao coração. Pacientes submetidos à cirurgia de revascularização do miocárdio (CRM) e a angioplastia coronariana podem apresentar níveis elevados de ansiedade e uma abordagem dos aspectos comportamentais pode facilitar a adesão ao tratamento e o prognóstico.OBJETIVO: Avaliar os níveis de AC entre pacientes pós-CRM e pós-angioplastia ingressantes em um programa de reabilitação cardiovascular. PACIENTES: Foram entrevistados 19 pacientes divididos em um grupo com 12 integrantes pós-CRM, com idade média de 63 ± 8 anos (41 mulheres) e outro grupo com 7 integrantes pós-angioplastia, com idade média de 58 ± 8 anos (58 mulheres). MÉTODOS: A versão brasileira do Questionário de Ansiedade Cardíaca consiste de uma escala de 14 itens, as respostas podem variar de 0 (nunca) 1 (raramente), 2 (às vezes), 3 (frequentemente), 4 (sempre). Quanto maior o valor da pontuação maior são os níveis de AC. Estudo transversal, aprovado pelo CEP-UPF parecer nº 2.283.773. RESULTADOS: Não houve diferença significativa para os níveis de ansiedade entre o grupo pós-CRM e pós-angioplastia (27,2 ± 8,2 vs 29,5 ± 9,6, P =0,6), respectivamente. A análise da subescala relacionada ao medo e hipervigilância não revelou diferenças significativas entre o grupo pós-CRM e pós-angioplastia (16,2 ± 6,8 vs 19,7 ± 8,5, P = 0,37), respectivamente, bem como a subescala relacionada à evitação não revelou diferenças significativas entre o grupo pós-CRM e pós-angioplastia (11 ± 2,8 vs 9,8± 4,4, P = 0,55), respectivamente. CONCLUSÕES: Os níveis de ansiedade cardíaca foram semelhantes entre os grupos pós-CRM e pós-angioplastia. O apoio multiprofissional dos pacientes com coronariopatias deve abordar aspectos psicológicos além da capacidade funcional e os medos e angústias com o coração, devem ser monitorados pela equipe da reabilitação cardiovascular.

P 142HEMATOMA ESPONTÂNEO DE RETO ABDOMINAL EM PACIENTE COM IAMSSST: UM RELATO DE CASO

GISELE MAROCHI DE MORAES (PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ), FERNANDA DE ANGELIS MORANDI OMETTO (PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ), AMANDA DE NADAI COSTA (HOSPITAL SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE CURITIBA), RICARDO BAUMGARTEN (HOSPITAL SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE CURITIBA), PEDRO GOULART BERRO (HOSPITAL SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE CURITIBA), TAIANA EMILIO CHECCHIA (HOSPITAL SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE CURITIBA), CAROLINA STOLL (HOSPITAL SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE CURITIBA)

INTRODUÇÃO: O hematoma espontâneo de reto abdominal é uma condição rara, associada com uso de anticoagulantes e trauma abdominal, que cursa principalmente com dor abdominal.RELATO DE CASO: Paciente de 62 anos, caucasiano, masculino, hipertenso, diabético, dislipidêmico, coronariopata, foi admitido em serviço de emergência com quadro de Infarto Agudo do Miocárdio sem Supra de ST. No segundo dia de internamento evoluiu com piora da função renal e congestão pulmonar, com necessidade de inotrópico e diurético, postergando o cateterismo cardíaco. O ecocardiograma evidenciou hipocinesia difusa e FE 30. No quinto dia, apresentou piora súbita, evoluindo com instabilidade hemodinâmica, choque e dor abdominal inespecífica sem sinais de peritonite. ECG sem novas alterações. Sem evidência de sepse ou exteriorização de sangramento. Solicitados novos exames laboratoriais, porém pela instabilidade iminente e suspeita de choque cardiogênico, encaminhado ao cateterismo cardíaco com urgência, com plano de revascularização percutânea se possível. Cineangiografia com lesões em terço médio de circunflexa e distal de coronária direita. Angioplastia de circunflexa realizada com dificuldades técnicas, com fluxo final TIMI 2, sendo optado por iniciar inibidor da glicoproteína IIb/IIIIa (IGPIIb/IIIa). Evoluiu na sequência com piora da instabilidade hemodinâmica e queda progressiva da hemoglobina. Tomografia de abdome indicou hematoma extenso em reto abdominal e íleo-psoas ipsilateral ao local de punção arterial. Suspendidos então anticoagulantes e IGPIIb/IIIa. DISCUSSÃO: O hematoma espontâneo de reto abdominal é uma condição clinica rara com mortalidade estimada em 4, porém chega a 25 se em vigência de anticoagulantes. Não há associação bem estabelecida na literatura entre este hematoma e a punção do cateterismo. Neste paciente relatado, a presença dor abdominal e instabilidade hemodinâmica prévias à cineangiocoronariografia, assim como a ausência de coronariopatia grave, levam à interpretação de que o choque apresentado era de etiologia hemorrágica/hipovolêmica, e que a administração de IGPIIb/IIIa corroborou para piora clínica e hemodinâmica deste paciente.

TL 02CORRELAÇÃO ENTRE DISTÂNCIA PERCORRIDA NO TESTE DE CAMINHADA DE 6 MINUTOS E VELOCIDADE DA MARCHA EM IDOSAS DA COMUNIDADE

LUANA SANTOS LIMA (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO OESTE - UNICENTRO), GABRIEL BELLO (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO OESTE - UNICENTRO), MARCOS VINICIUS SOARES MARTINS (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO OESTE - UNICENTRO, FACULDADE GUAIRACÁ), HILANA RICKLI FIUZA MARTINS (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO OESTE - UNICENTRO, FACULDADE GUAIRACÁ)

Introdução: A população idosa é considerada um grupo de risco para desenvolvimento de doenças crônicas e redução no desempenho físico. O teste de velocidade da marcha (VM) tem a capacidade de sugerir aumento do risco de hospitalizações, piora do estado de saúde e risco de mortalidade, além de ser parâmetro necessário para diagnóstico da sarcopenia. O teste de caminhada de 6 minutos (TC6min) tem sido relacionado com atributos funcionais importantes. Diminuição na distancia percorrida está correlacionada com dificuldade na realização de atividades instrumentais da vida diária e força e potencia dos membros inferiores. Objetivo: Correlacionar a distância percorrida no TC6min e a velocidade da marcha de idosas da comunidade. Delineamento e Métodos: Estudo transversal. Vinte e uma idosas (68,86±4,09 anos), realizaram o TC6min, em um trajeto de 25 metros durante 6 minutos. Foram registrados o numero de vezes que percorreram o trajeto, o que definiu a distancia percorrida (DP) enquanto a distancia predita (DPt) foi definida pela equação de Enright Sherrill. A VM, em m/s foi avaliada pelo teste de caminhada de 10 metros. Foi realizada análise descritiva com média e desvio padrão e correlação entre TC6min e TC10 metros com o coeficiente de Spearman. Resultados: Das 21 idosas, 52,4 apresentaram DP abaixo da DPt e 47,6 apresentaram DP acima da DPt. A DP foi de 431,45±120,14 metros e a DPt foi de 428,61±47,11 metros. A média da VM foi de 1,52±0,20 m/s. Foi encontrada correlação moderada positiva e significativa (r=0,67, p=0,001) entre TC6min e VM. Conclusão: Em idosas da comunidade, quanto maior a distância percorrida no TC6min maior foi a capacidade do exercício que repercutiu na capacidade funcional, em maior velocidade da marcha. Maior capacidade do exercício permite melhor desempenho de atividades instrumentais da vida diária e minimiza risco de hospitalizações, piora do estado de saúde e mortalidade.

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TL 03RELATO DE CASO - IAM NO ATLETA

MARIO MARIANO (HOSPITAL DA CRUZ VERMELHA), ADRIELLY BOLSI (HOSPITAL DA CRUZ VERMELHA), ALEXANDRE ARAUJO (HOSPITAL DA CRUZ VERMELHA), ANDRÉ SILVA (UNIVERSIDADE POSITIVO), BRUNO HIRT (UNIVERSIDADE POSITIVO), CLAUDIO VOICHCOSKI (HOSPITAL DA CRUZ VERMELHA), FILIPE SILVA (UNIVERSIDADE POSITIVO), LISSANDRO SANTOS (UNIVERSIDADE POSITIVO), MARIANA FELTRIN (HOSPITAL DA CRUZ VERMELHA), TAMMY OTA (HOSPITAL DA CRUZ VERMELHA)

Introdução: Quando nos deparamos com casos de infarto agudo do miocárdio (IAM) ou de morte súbita cardíaca em pacientes jovens, saudáveis, praticantes assíduos ou profissionais de exercícios físicos, percebemos que os parâmetros para doenças cardiovasculares vão muito além dos exercícios e vida saudável. As causas mais prevalentes de IAM ou morte súbita cardíaca em atletas, de até 35 anos, não são completamente diferentes das dos sedentários, sendo elas a cardiomiopatia hipertrófica, anomalias coronárias congênitas e miocardites. Nos Estados Unidos, a incidência de morte súbita cardíaca vinculada a exercícios físicos é de 0,75 homens e 0,13 mulheres para cada 100.000 atletas jovens. Objetivos: discutir prevenção, riscos, causas e tratamento de doenças cardiovasculares em indivíduos atletas, saudáveis e, aparentemente, sem risco cardiovascular a partir de um caso.Delineamento: Estudo de casoPacientes e Métodos: paciente do sexo feminino, 27 anos, branca, atleta, sem comorbidades, com queixa de dorsalgia em pontadas de moderada intensidade em período da manhã, inicialmente isolada, mas que evoluiu com irradiação para tórax e MSD após 12h de evolução. Resultados: Realizado ECG e análise de enzimas cardíacas, apresentou supradesnivelamento de ST em V3 persistente durante rota e enzimas cardíacas em aumento progressivo. Após transferência para centro com hemodinâmica, estudo apresentou lesão oclusiva de caráter agudo em terço médio da artéria descendente anterior, realizando-se intervenção percutânea com implantação de stent farmacológico e tratamento clínico com dupla antiagregação plaquetária, betabloqueador, IECA, estatina, recebendo alta após 9 dias de internação.Conclusões: Pacientes desportistas de alto rendimento frequentemente sofrem IAM ou morte súbita ainda que não apresentem previamente risco cardiovascular evidente e façam prevenção cardiovascular adequada. Nesse prisma, é necessário desenvolver uma rotina mais efetiva de rastreamento de doença arterial coronariana e/ou miocardiopatia isquêmica.

TL 05AVALIAÇÃO DAS FREQUÊNCIAS CARDÍACAS DE PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA AGUDA – SUBANÁLISE DO ESTUDO BREATHE

ALAN HOMERO DOS SANTOS (PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ), LIDIA ANA ZYTYNSKI MOURA (IRMANDADE SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE CURITIBA), LUKA DAVID LECHINEWSKI (IRMANDADE SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE CURITIBA), CRISTINA PELLEGRINO BAENA (PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ), HENRIQUE MOSTIACK GUIMARAES (PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ), DIRCEU RODRIGUES ALMEIDA (HOSPITAL DO CORAÇÃO HCOR), RICARDO MOURILHE ROCHA (HOSPITAL DO CORAÇÃO HCOR), OTÁVIO BERWANGER (HOSPITAL DO CORAÇÃO HCOR), DENILSON CAMPOS DE ALBUQUERQUE ( HOSPITAL DO CORAÇÃO HCOR), HÉLIO PENNA GUIMARÃES (HOSPITAL DO CORAÇÃO HCOR)

Fundamento: Insuficiência Cardíaca (IC) é a principal causa de internação por doença cardiovascular no Brasil. O registro BREATHE é o primeiro registro multicêntrico brasileiro de IC e revelou elevada taxa de mortalidade ao final de seguimento (39,5).Objetivos: Analisar a correlação da Frequência Cardíaca (FC) com a mortalidade dos pacientes acometidos pela IC, utilizando-se dados do registro BREATHE.Delineamento: O delineamento estabelecido foi um estudo multicêntrico observacional (registro) com seguimento longitudinal de 12 meses.Paciente e Métodos: Foram incluídos 1.261 pacientes de todo o país, admitidos em qualquer centro participante do BREATHE durante o período de fevereiro de 2011 a dezembro de 2012. Os métodos de registro e os critérios de inclusão e exclusão foram definidos pelo BREATHE, sendo que as variáveis categóricas foram analisadas pelo teste X² de Pearson e as variáveis continuas foram analisadas pelo método ANOVA.Resultados: Foram avaliados 1148 pacientes (92,2 do total da amostra inicial). Analisamos a FC como um fator independente de prognóstico, visando sugerir uma faixa de FC ideal para metas terapêuticas. Os pacientes foram reagrupados em intervalos de FC, sendo estes 61bpm, 61-80 bpm, 81-100 bpm, 101-120 bpm e 120bpm. Através de regressão logística tomou-se como referência o intervalo 61 bpm e o comparou com os demais. A chance de paciente com FC basal no intervalo de 81-100 bpm morrer em até 12 meses foi cerca de 38 menor quando comparado com um paciente com FC 61 bpm (p = 0,042). Pacientes com FC basal entre 101-120 bpm e 120 bpm apresentaram mortalidade reduzida em 44 (p = 0,027) e 63 (p = 0,003), respectivamente. Considerações finais: Nesta subanálise do Registro BREATHE observou-se maior prevalência de óbito em pacientes com FC basal menor, sendo este um achado contraditório em relação a literatura médica internacional e destoante de estudos similares ao BREATHE.

TL 04INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDICO SECUNDÁRIO A VALVA AÓRTICA BICÚSPIDE

ARTHUR NASCIMENTO DE MOURA (HOSPITAL DE CLÍNICAS DO PARANÁ), ÁLVARO AUGUSTO VEDANA FILHO (HOSPITAL DE CLÍNICAS DO PARANÁ), GUSTAVO AKIO BRAND TASHIMA (HOSPITAL DE CLÍNICAS DO PARANÁ), JULIANA MONTALVÃO MOTTA (HOSPITAL DE CLÍNICAS DO PARANÁ), VIVIEN RITCHIE BITTENCOURT (HOSPITAL DE CLÍNICAS DO PARANÁ), RAFAEL MASSAHARU MIYAZIMA (HOSPITAL DE CLÍNICAS DO PARANÁ), EDUARDO LEAL ADAM (HOSPITAL DE CLÍNICAS DO PARANÁ), PAULO ROBERTO CRUZ MARQUETTI (HOSPITAL DE CLÍNICAS DO PARANÁ), RODRIGO SFREDO KRUGER (HOSPITAL DE CLÍNICAS DO PARANÁ), GEORGE RONALD SONCINI DA ROSA (HOSPITAL DE CLÍNICAS DO PARANÁ)

INTRODUÇÃOA valva aórtica bicúspide (VAB) está associada a diversas complicações, como estenose e insuficiência valvar, dilatação da aorta ascendente e endocardite infecciosa. Relatamos aqui um caso de infarto agudo do miocárdio (IAM) relacionado a presença de grande calcificação movél em folheto coronariano direito de uma paciente com VAB.RELATO DE CASOPaciente de 54 anos, sem doenças conhecidas, apresentou quadro súbito de dor precordial em repouso, dispneia e sudorese. O eletrocardiograma realizado 2 horas após o início dos sintomas revelou supradesnível do segmento ST em DII, DIII e avF (Figura 1). Encaminhada para a realização de angioplastia primária, porém a coronariografia invasiva revelou ausência de doença arterial coronária. A dosagem seriada de troponina demonstrou curva típica de IAM, com pico de 13.944 pg/mL. No ecocardiograma, observada hipocinesia de parede inferior, além de uma VAB com estenose importante (gradiente médio de 53mmHg, área valvar de 0,6cm2) e uma imagem filamentar móvel de 16mm, aderida à face aórtica da valva, próxima ao óstio da artéria coronária direita (Figura 2). Não foram encontrados achados sugestivos de endocardite infecciosa na avaliação clínica e as hemoculturas foram negativas. A paciente foi submetida a cirurgia de troca valvar aórtica por prótese mecânica sem intercorrências. No intra-operatório, os achados ecocardiográficos foram confirmados e a análise anátomo-patológica da lesão móvel foi compatível com calcificação, sem achados infecciosos ou neoplásicos (Figura 3).CONCLUSÃOO IAM é uma complicação pouco frequente na história natural da VAB. A embolização de fragmentos de cálcio para a circulação coronária seria um mecanismo fisiopatológico possível. Consideramos também, a possibilidade de oclusão transitória do óstio coronariano, pelas dimensões da calcificação, sua grande mobilidade e íntima relação espacial com a origem da coronária direita.

TL 06DOES AGE MATTER FOR THE ASSOCIATION BETWEEN POSITIVE FAMILY HISTORY FOR PREMATURE CORONARY ARTERY DISEASE AND ELEVATED CORONARY CALCIUM SCORE?

DIOGO KORMANN (QUANTA DIAGNÓSTICO E TERAPIA), RODRIGO CERCI (QUANTA DIAGNÓSTICO E TERAPIA), MARCELLO ZAPPAROLI (QUANTA DIAGNÓSTICO E TERAPIA), LUIZ ANTONIO FRUET BETTINI (QUANTA DIAGNÓSTICO E TERAPIA), PEDRO HENRIQUE RAMOS PRADO (QUANTA DIAGNÓSTICO E TERAPIA), JOÃO VITOLA (QUANTA DIAGNÓSTICO E TERAPIA), MIGUEL MORITA FERNANDES-SILVA (QUANTA DIAGNÓSTICO E TERAPIA)

Background: Family history (FH) for premature coronary artery disease (CAD) increases the risk of coronary artery disease. However, it is uncertain if the association between FH and cardiovascular risk attenuates with ageing.

Objective: We investigated if the association between FH for premature CAD and coronary artery calcium (CAC) scores differs according to age.

Methods and Results: We evaluated 3187 individuals without known CAD referred to 128-slice multi-detector computed tomography to measure CAC scores ageing 18 to 92 years. Positive FH was defined as first-degree relatives with early onset CAD (men8804,55 years, women8804,65 years). High CAC scores were defined as higher than 100 Agatston or above the 75th percentile for age and sex. The participants were divided in three age categories: 50, 50-70 and 70 years old. Overall, participants with positive FH (n=759) were younger (56±12 vs 60±13) and more frequently women (54 vs 48) than those with negative FH. After adjustment for age, sex, body mass index, smoking status, hypertension, diabetes mellitus, dyslipidemia and sedentary lifestyle, positive FH was independently associated with high CAC and this association was similar across the three age categories [50 years: OR 1.59 (95 CI 1.03-2.46), 50-70 years: OR 1.48 (95 CI 1.17-1.86), 70 years: OR 1.65 (95 CI 1.01-2.71), p for age-interaction=0.95].

Conclusion: Positive FH for premature CAD was associated with high CAC, independently of other risk factors, and this association was similar between younger and older individuals.

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TL 07ASSOCIAÇÃO DE RENDA E ESCOLARIDADE SOBRE DESFECHOS CARDIOVASCULARES APÓS INFARTO DO MIOCÁRDIO COM SUPRADESNIVELAMENTO DO SEGMENTO ST

JOAQUIM BARRETO (LABORATÓRIO DE BIOLOGIA VASCULAR E ATEROSCLEROSE (ATEROLAB), FCM/UNICAMP), LUIZ SERGIO CARVALHO (LABORATÓRIO DE BIOLOGIA VASCULAR E ATEROSCLEROSE (ATEROLAB), FCM/UNICAMP)

Introdução. A redução dos índices de mortalidade após eventos isquêmicos cardíacos afeta em diferentes proporções os extratos sociais. É plausível que baixa renda familiar e escolaridade relacionem-se a maior mortalidade pós-infarto, possivelmente pela maior dificuldade de acesso a cuidados médicos, menor adesão terapêutica e sobreposição de fatores de risco. Objetivo. Avaliar a associação entre renda e escolaridade com os desfechos clínicos cardiovasculares em pacientes após infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST (IAMCSST). Métodos. Foram estudados pacientes da coorte Brasília Heart Study (BHS), admitidos consecutivamente no Hospital de Base do Distrito Federal com diagnóstico de IAMCSST. Resultados são apresentados como media±DP. Os grupos foram separados conforme quartis de escolaridade e pela mediana da renda familiar (US$600). As medias foram comparados por teste t de student ou ANOVA para variáveis contínuas, e por qui-quadrado para variáveis categóricas. A incidência de desfechos cardiovasculares duros (morte súbita, infarto fatal e infarto não fatal) em 48 meses foi comparada por Kaplan-Meyer e regressões de Cox ajustadas para gênero e idade. Correlação de Pearson foi aplicada. Valores de p0.05 foram considerados significativos. Resultados. Um total de 542 indivíduos foram avaliados. O grupo de menor renda teve maior taxa de eventos (14,6 vs. 4.8, p0,001). A razão de chances (OR) foi de 3,7 (IC 95: 1.78-7.73, p0,001) na análise não-ajustada e de 3,06 (IC 95:1,46-6,42, p0,003) após ajuste por gênero e idade. Não houve diferença significativa na taxa de eventos entre os quartis de escolaridade (p=0.38). A renda se associou a maior distância domicílio-hospital (R=0,71), que se relacionou de forma independente com mortalidade e re-infarto (5,1 vs. 14,3, p=0,03), com OR de 2.87 (CI 95:1.02-8.09, p0,05). Conclusão. Níveis mais baixos de renda familiar, mas não de escolaridade, estão associados a piores desfechos cardiovasculares após infarto do miocárdio.

TL 09ASSOCIAÇÃO ENTRE WALKABILITY NA VIZINHANÇA E ATEROSCLEROSE SUBCLÍNICA

LARA LUIZA SILVELLO PEREIRA (PUCPR), RODRIGO CERCI (QUANTA DIAGNOSTICO E TERAPIA), ANA PAULA WELLER GARCIA (PUCPR), RAFAELA DENEKA ZILIOTTO (PUCPR), OTAVIA SALUM RIBEIRO (PUCPR), PEDRO HENRIQUE RAMOS PRADO (QUANTA DIAGNOSTICO E TERAPIA), ADRIANO AKIRA FERREIRA AKINO (QUANTA DIAGNOSTICO E TERAPIA), CRISTINA PELLEGRINO BAENA (PUCPR), JOÃO VITOLA (QUANTA DIAGNOSTICO E TERAPIA), MIGUEL MORITA FERNANDES SILVA (QUANTA DIAGNOSTICO E TERAPIA )

Introdução: O termo em inglês walkability se refere a locais estruturados que permitem a caminhada de seus moradores, os quais ficam mais propensos a realizar atividade física na vida diária, fator protetor de doença cardiovascular (DCV). No entanto, é incerto se a walkability está associada a menor risco cardiovascular de seus moradores. Objetivo: Investigar a associação entre walkability e aterosclerose coronariana subclínica em indivíduos submetidos à angiotomografia de coronárias.Métodos: Realizamos um estudo transversal de indivíduos assintomáticos submetidos à angiotomografia de coronárias, com idade acima de 18 anos, sem história prévia de infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral ou revascularização miocárdica. A variável de exposição foi um escore de walkability, que combina conectividade de ruas, densidade residencial, uso misto do solo e densidade comercial de ruas no setor censitário do endereço de residência de cada participante. Os participantes foram divididos em três grupos, conforme os tercis do escore de walkability, representando baixa, média e alta walkability. A variável de desfecho foi a presença de aterosclerose na angiotomografia de coronárias.Resultados: Nós avaliamos 1224 indivíduos, em que aqueles que moravam em locais de menor walkability eram mais jovens (55 ± 12 vs 58 ± 13 vs 58 ± 14, p = 0.028) e tinham maior índice de massa corporal (IMC) (27.7 ± 5.0 vs 27.3 ± 4.3 vs 27.0 ± 4.7, p = 0.029) em comparação com os tercis mais elevados. A prevalência de aterosclerose subclínica foi semelhante entre os três tercis de walkability (55 vs 59 vs 57, p = 0.46), mesmo após ajuste para idade, sexo, IMC, hipertensão arterial, dislipidemia, história familiar de doença coronária e tabagismo em análise de regressão logística multivariada (p = 0,69).Conclusão: Entre indivíduos encaminhados à angiotomografia de coronárias, a maior walkability da região da residência não foi associada a menor prevalência de aterosclerose subclínica.

TL 08INFLUÊNCIA DO SEXO FEMININO NO DIAGNÓSTICO DE ISQUEMIA MIOCÁRDICA EM TESTES FUNCIONAIS: ESTUDO PROSPECTIVO

LARISSA MARIA VOSGERAU (FACULDADE EVANGÉLICA DO PARANÁ - FEPAR), FERNANDO BERMUDEZ KUBRUSLY (INSTITUTO DENTON COOLEY DE PESQUISA - IDC), MIGUEL MORITA FERNANDES SILVA (CLÍNICA QUANTA DIAGNÓSTICO E TERAPIA), MARCELLO ZAPPAROLI (CLÍNICA QUANTA DIAGNÓSTICO E TERAPIA), CAMILA APARECIDA MORAES MARQUES (INSTITUTO DENTON COOLEY DE PESQUISA - IDC), RODRIGO JULIO CERCI (CLÍNICA QUANTA DIAGNÓSTICO E TERAPIA), LUIZ FERNANDO KUBRUSLY (FACULDADE EVANGÉLICA DO PARANÁ - FEPAR)

Introdução: O teste ergométrico e a cintilografia miocárdica são métodos diagnósticos utilizados para avaliação funcional cardíaca e detecção de isquemia miocárdica. Em mulheres, a depressão do segmento ST em teste ergométrico apresenta menor especificidade, por um efeito digoxina-símile do estrógeno, uma menor voltagem de eletrocardiograma e uma maior ocorrência de alterações da linha de base. Em cintilografia miocárdica, a maior prevalência de disfunção coronária microvascular sem doença arterial coronariana (DAC) obstrutiva em mulheres pode reduzir sua especificidade para DAC. Objetivo: Avaliar a influência do sexo feminino no diagnóstico de isquemia miocárdica em testes funcionais (teste ergométrico e cintilografia miocárdica). Delineamento: Estudo prospectivo não randomizado. Pacientes e métodos: Estudo realizado através de pacientes encaminhados para realização de angiotomografia coronária de outubro de 2016 a fevereiro de 2018. Foram excluídos pacientes com DAC prévia, com obstrução coronária maior que 50 e sem prova funcional. Um total de 779 pacientes foi avaliado. Realizou-se regressão logística multivariada para determinar o valor preditivo do sexo feminino para isquemia em testes funcionais (TF), ajustado para as variáveis: idade, hipertensão arterial sistêmica (HAS), ponte miocárdica (PM), diabetes mellitus (DM), dislipidemia, sedentarismo e aterosclerose. Resultados: Na amostra, 585 pacientes apresentavam TF positivo e 194 negativo. Dos pacientes do sexo feminino 344 apresentavam TF positivo e 76 negativo (p valor 0,0001). Nos pacientes com TF positivo, 327 (55,9) apresentavam HAS (p valor 0,420), 109 (18,6) apresentavam PM (p valor 0,095), 120 (20,6) possuíam DM (p valor 0,278), 242 (41,4) possuíam dislipidemia (p valor 0,038), 354 eram sedentários (p valor 0,142) e 309 (52,8) apresentavam aterosclerose (p valor 0,150). Na análise multivariada o sexo feminino (OR 2,15 [IC95 1,52-3,02]) foi considerado preditor de isquemia miocárdica em TF. Conclusões: Neste estudo, o sexo feminino foi considerado preditor de isquemia miocárdica em testes funcionais, apresentando-se como fator de risco para um teste alterado.

TL 10HDL PRESERVA ATIVIDADE DO COMPLEXO I MITOCONDRIAL DURANTE LESÃO DE REPERFUSÃO MIOCÁRDICA

JOAQUIM BARRETO (LABORATÓRIO DE BIOLOGIA VASCULAR E ATEROSCLEROSE (ATEROLAB), FCM/UNICAMP), ISABELLA BONILHA (LABORATÓRIO DE BIOLOGIA VASCULAR E ATEROSCLEROSE (ATEROLAB), FCM/UNICAMP ), ESTELA BUSANELLO (LABORATÓRIO DE BIOENERGÉTICA, FCM/UNICAMP), ANA CAROLINA MARQUES (LABORATÓRIO DE BIOENERGÉTICA, FCM/UNICAMP ), JOSÉ CARLOS LIMA (LABORATÓRIO DE BIOLOGIA VASCULAR E ATEROSCLEROSE (ATEROLAB), FCM/UNICAMP ), VITOR WILSON VIRGINIO (LABORATÓRIO DE BIOLOGIA VASCULAR E ATEROSCLEROSE (ATEROLAB), FCM/UNICAMP ), MICHELLY SANTANA (LABORATÓRIO DE BIOLOGIA VASCULAR E ATEROSCLEROSE (ATEROLAB), FCM/UNICAMP), ORLANDO PETRUCCI (LABORATÓRIO DE ISQUEMIA E REPERFUSÃO MIOCÁRDICA (LIRM), FCM/UNICAMP), ANIBAL VERCESI (LABORATÓRIO DE BIOENERGÉTICA, FCM/UNICAMP), ANDREI CARVALHO SPOSITO (LABORATÓRIO DE BIOLOGIA VASCULAR E ATEROSCLEROSE (ATEROLAB), FCM/UNICAMP)

Fundamentos. O uso do HDL durante os minutos iniciais de reperfusão reduz a área final de infarto em diferentes modelos experimentais. Um mecanismo possível proposto são os elementos carreados pela HDL que podem modular os fenômenos mitocondriais, favorecendo a integridade da organela e a ativação de vias não-transcricionais de sobrevivência. Objetivos. Investigar a modulação da atividade mitocondrial no condicionamento isquêmico mediado pela HDL. Métodos. HDL foi isolado por método de gradiente de ultracentrifugação, a partir de sangue coletado de voluntários saudáveis. Corações isolados de ratos Wistar foram inseridos em sistema Langendorff, com 35 minutos de isquemia regional e 90 minutos de reperfusão. HDL (200ug/mL) ou controle (PBS) foram infundidos nos primeiros 7 minutos de reperfusão. A área sob risco de isquemia delimitada pelo azul de Evans foi submetida a respirometria de alta-resolução e avaliação da atividade do complexo I. A viabilidade mitocondrial das amostras foi testada pela atividade da citrato sintase. Os valores são apresentados como média±DP. O teste t de student foi usado para comparação das médias. Valor p0,05 foi considerado estatisticamente significativo. Resultados. Um total de 6 amostras tratadas com HDL ou PBS foram analisadas. O tratamento com HDL diminuiu em 30 a área de infarto (p=0,002) e gerou menor resistência coronariana (144±30 Vs. 98±14 mmHg/mL, p=0,003) em relação ao controle. A taxa de consumo de O2 estimulado por ADP e a atividade de complexo I foram superiores no grupo HDL (33±6 vs. 7±2pmol/s.mg e 14,2 vs. 7,1mOD, respectivamente, p0.05), em relação ao controle. A viabilidade mitocondrial das amostras tratadas foi semelhante entre os grupos (1,0±0,8 e 1,3±0,8, ns). Conclusão. O condicionamento pós-isquêmico utilizando o HDL de indivíduos saudáveis parece preservar a atividade do complexo I mitocondrial. Isto pode ser traduzido em melhor recuperação miocárdica durante o período tardio de reperfusão.

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TL 11TREINAMENTO INTERVALADO DE ALTA INTENSIDADE MELHORA A FUNÇÃO MIOCÁRDICA: ESTUDO EXPERIMENTAL

GIOVANA ROTA COLLEGIO (UNOESTE), FRANCILENE LIMA AGOSTINHO DE SOUZA (UNOESTE), NATÁLIA ZAMBERLAN FERREIRA (UNOESTE), THAOAN BRUNO MARIANO (UNOESTE), MARGARETE JARDINETE DE OLIVEIRA (UNOESTE), INÊS CRISTINA GIOMETTI (UNOESTE), KATASHI OKOSHI (UNESP BOTUCATU ), DYOVANA GOMES PINHEIRO (UNOESTE), ANDREO FERNANDO AGUIAR (UNOPAR), FRANCIS LOPES PACAGNELLI (UNOESTE )

Introdução: a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é um grave problema de saúde pública, pode levar à hipertrofia concêntrica e insuficiência cardíaca, considerada maior preditora de morbimortalidade cardiovascular. O Treinamento Intervalado de Alta Intensidade (HIIT) é uma conduta que pode ser indicada para hipertensos, entretanto, para nosso conhecimento, não há estudos que avaliaram o HIIT na função miocárdica de ratos com HAS. Objetivo: avaliar em ratos espontaneamente hipertensos (SHR) submetidos ao HIIT, o controle pressórico e a função miocárdica por meio da análise do músculo papilar isolado. Delineamento: estudo experimental. Métodos: estudo aprovado pelo Comitê de Ética em Uso de Animais (1167-2016). Foram utilizados 20 ratos SHR divididos em dois grupos: sedentários (SHR-SED, n=9) e com treinamento HIIT (SHR-HIIT, n=11), e ratos Wistar Kyoto no grupo controle (WKY, n=6), com 12 meses. Realizou-se um teste de esforço incremental máximo em esteira para graduar a intensidade do exercício. O HIIT foi executado cinco vezes por semana, durante oito semanas, com 95 da velocidade máxima por quatro minutos, intercalados com 65 da velocidade máxima por três minutos, repetidos por cinco vezes, com aumento gradativo do número de repetições e ajuste de carga. Antes e após o HIIT, a pressão arterial (PA) foi aferida por pletismografia. A função contrátil intrínseca miocárdica foi realizada pela análise do músculo papilar isolado do ventrículo esquerdo. Para comparação entre os grupos foi utilizado ANOVA seguido de Tukey ou Kruskal-Wallis e Dunn’s (p0.05). Resultados: o HIIT diminuiu a variação da PAS (SHR-SED=916,12.05 vs. SHR-HIIT=916,-4.34, p=0.005) e reduziu a tensão de repouso do músculo papilar (WKY=0.77 ± 0.216, SHR-SED=1.26 ± 0.20, SHR-HITT=0.67 ± 0.23, p=0.0001). Conclusão: o HIIT promoveu diminuição da variação da PA e restabeleceu a função diastólica, o que demonstra que pode ser uma conduta não farmacológica indicada quando já ocorre disfunção diastólica ocasionada pela HAS.

TL 12MODELO DE HIPERTENSÃO ARTERIAL PULMONAR INDUZIDA POR MONOCROTALINA: PROTOCOLO EXPERIMENTAL EM RATOS

AUTORES AUTORES AUTORES AUTORES AUTORES AUTORES AUTORES AUTORES AUTORES

LUIZ FERNANDO KUBRUSLY (FACULDADE EVANGÉLICA DO PARANÁ (FEPAR)/HOSPITAL UNIVERSITÁRIO EVANGÉLICO DE CURITIBA (HUEC)), FERNANDO BERMUDEZ KUBRUSLY (FACULDADE EVANGÉLICA DO PARANÁ (FEPAR)/HOSPITAL UNIVERSITÁRIO EVANGÉLICO DE CURITIBA (HUEC)), DOUGLAS MESADRI GEWEHR (FACULDADE EVANGÉLICA DO PARANÁ (FEPAR)), ANDRESSA DE SOUZA BERTOLDI (FACULDADE EVANGÉLICA DO PARANÁ (FEPAR)), GABRIEL D´AVILA BRAUN (FACULDADE EVANGÉLICA DO PARANÁ (FEPAR)), GABRIEL ANTÔNIO COLTRO (FACULDADE EVANGÉLICA DO PARANÁ (FEPAR)), GABRIELA RODRIGUES SALGUEIRO (FACULDADE EVANGÉLICA DO PARANÁ (FEPAR)), HELOISA IACOMO VIEIRA (FACULDADE EVANGÉLICA DO PARANÁ (FEPAR)), PAOLA CARDOSO PRETO (PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ (PUC-PR)), LUIZ MARTINS COLLAÇO (FACULDADE EVANGÉLICA DO PARANÁ (FEPAR))

INTRODUÇÃO: A hipertensão arterial pulmonar (HAP) é uma situação clínica grave e progressiva, caracterizada por vasoconstrição pulmonar, trombose in situ e remodelamento vascular, podendo levar a Cor pulmonale e morte prematura. Apesar da gravidade, os modelos experimentais de indução de HAP em animais são escassos e cursam com muitos efeitos adversos, impossibilitando um manejo terapêutico adequado. OBJETIVO: Desenvolver e implementar um protocolo experimental de hipertensão arterial pulmonar em ratos tratados com monocrotalina (MTC). MÉTODOS: Foram utilizados 50 ratos machos Wistar divididos em 4 grupos, sendo um controle. Os 3 grupos restantes foram submetidos a inoculação de MCT (60mg/kg IP) e ficaram sob o efeito da substância por 15, 30 e 37 dias. RESULTADOS: Verificou-se o aparecimento gradativo de sinais de doença pulmonar, os quais se tornaram mais evidentes nos grupos 37 dias e autópsia. A análise ponderal mostrou uma diminuição do ganho de peso à medida que os ratos ficaram mais tempo expostos a MCT. Observou-se um aumento progressivo do peso relativo pulmonar e cardíaco, relacionado a congestão pulmonar e hipertrofia ventricular direita, respectivamente. Verificou-se um aumento progressivo da congestão pulmonar quanto maior o tempo de exposição à MCT, com repercussões hemodinâmicas visíveis no momento da eutanásia. Os ratos enquadrados no grupo autópsia apresentavam eventos vasculares generalizados. A análise histológica mostrou hipertrofia da camada média na coloração HE, de forma mais discreta no grupo 37 dias e de moderada-acentuada nos grupos 15 e 30 dias, acompanhado de lesão intimal, exsudato alveolar, espessamento de paredes alveolares e edema perivascular. CONCLUSÃO: A MTC possui alta toxicidade pulmonar e sistêmica, é de fácil obtenção, administração e manipulação, apresenta baixa mortalidade, desde que os animais sejam mantidos por um período de curto à médio prazo sob ação da substância, e efetiva para o estabelecimento de HAP.

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ÍNDICE REMISSIVOPOR AUTOR E Nº DO TEMA

ANDRÉ OLESKO - P009, P010 ANDRÉ SILVA - TL-03 ANDRESSA DE SOUZA BERTOLDI - TL-12 ANGÉLICA FONSECA NORIEGA - P101 ANGÉLICA ZANETTINI - P058, P059, P060, TL-01 ANIBAL VERCESI - TL-10 ANTONIO DEJAIR ACOSTA PAZZINI - P133 ARTHUR AUGUSTO SOUZA BORDIN - P001 ARTHUR NASCIMENTO DE MOURA - P106, P123, TL-04, P097 ARTHUR REMOR - P008, P012 ARTUR COSTA CRUZ - P021 AYRTON LANGMAN BARUTH - P106

B BARBARA LOUISE FLORES - P050 BEATRIZ HIROMI ISHIKAWA - P025, P026, P027 BEATRIZ MEDEIROS GURGEL - P025, P026 P027 BEATRIZ RIGONATO DOS SANTOS - P071, P098 BERTHA FURLAN POLEGATO - P033 BETINA HARMEL - P011, P028, P045 BRUNA BASAGLIA - P131 BRUNA BONAMIGO THOME - P133, P135, P137, P138, P140, P141 BRUNA FORNAZARI - P118 BRUNA FRANCO NOGUEIRA - P033, P076 BRUNA LOISE MAYER - P093 BRUNA MAYER - P118, P120 BRUNA SORENSEN - TL-01 BRUNO BARRETO - P125, P126, P127, P132, P134 BRUNO HIRT - TL-03 BRUNO MARINI - P086 BRUNO SCRAMIM - P125, P126, P127, P132, P134 BRUNO VIANA - P121 BRUNO VICENTE GOMES CASTRO - P081

C CAMILA APARECIDA MORAES MARQUES - P018, TL-08 CAMILLA SILVA BERBERT - P071, P098 CARLOS EDUARDO BRONZEL DUBAY - P057, P082, P099 CARLOS LUIS PEREIRA BIN - TL-01 CARLOS WUSTEMBERG GERMANO - P034 CAROLINA APARECIDA PEREIRA - P101 CAROLINA PERIN MAIA DA SILVA - P130 CAROLINA STOLL - P142 CAROLINE LUEDERS - P118, P120 CAROLINE MAZETO PUPO DA SILVEIRA - P033 CAROLINE SABATINI LUEDERS - P097 CAROLINE SALTON - P022, P023 CASSIANA TOMAZONI - P124 CASSIO HENRIQUE MENDES - P131 CÁSSIO MARQUES PERLIN - P096 CECÍLIA SUSIN OSÓRIO - P112 CHRISTIANO ROBERTO BARROS - P101 CLAUDIO MENDES VOICHCOSKI - P067, P090, P091, P092, P094 CLÁUDIO SPINOLA NAJAS - P071, P098 CLAUDIO VOICHCOSKI - TL-03 CLEBER HENRIQUE DA SILVA - P057, P082 COSTANTINO ORTIZ COSTANTINI - P015, P016, P079, P080, P081 COSTANTINO ROBERTO COSTANTINI - P015, P016, P079 P080, P081 CRISTIANE BINOTTO - P030 CRISTINA PELEGRINO BAENA - P024, P051, TL-05, TL-09 CRISTINA TERUMY OKAMOTO - P019

AADRIANA FÁTIMA MENEGAT SCHUINSKI - P047 ADRIANO AKIRA FERREIRA AKINO - P051, TL-09 ADRIANO MAGAJEVSKI - P122 ADRIELLY BATISTA DE JESUS BOLSI - P067, P090, P091, P092, P094 ADRIELLY BOLSI - TL-03 AHMED ALTURKI - P031 ALANA CARLA BIAZUS - P083 ALAN HOMERO DOS SANTOS - TL-05 ALAN HOMERO - P024 ALESSANDRA MOBIUS GEBRAN - P061 ALEXANDRA FREIRE PUPIM - P046, P128 ALEXANDRE ALESSI - P013 ALEXANDRE ARAUJO - TL-03 ALEXANDRE ARRAES BARACHO DA SILVA - P035 ALEXANDRE GUSTAVO FERREIRA DE ARAUJO - P090, P091, P092, P094 ALEX HIRO GONDO - P015 ALEXIUS HADJIS - P031 ALFREDO LÍRIO DA CRUZ - P008, P012, P108 ALINE DE OLIVEIRA MÖCKEL - P035, P087, P090, P091, P092, P094 ALISSON MEDEIROS - P011, P045 ALITHEIA KARLA DA SILVA - P113, P114 ALLAN LEON GOLFETO PEREIRA - P112, P139 ALLINSON LIDEMBERG RIBEIRO - P109, P110 ÁLVARO AUGUSTO VEDANA FILHO - P123, TL-04 ALVARO AUGUSTO VERDANA - P097 AMANDA DE NADAI COSTA - P050, P142 AMANDA SACHETTI - P058 AMARILDO ALMEIDA - P073 ANA CAROLINA MARQUES - TL-10 ANA CAROLINA RIBAS PAIVA - P077, P078, P085, P087 ANA CELIA AMARAL ALVES - P111 ANA CLARA CAMPAGNOLO GONÇALVES TOLEDO - P071, P098 ANA CLÁUDIA MERCHAN GIAXA - P053, P055, P056, P062, P063, P069, P070 ANA CRISTINA DE OLIVEIRA VALLE - P007 ANA FLÁVIA SALVADOR - P105 ANA KARYN EHRENFRIED DE FREITAS - P115, P116, P117 ANA LAURA RICCI VITOR - P064, P065 ANANDA GIOVANA CABRAL SILVA - P011, P045 ANA PAULA COELHO FIGUEIRA FREIRE - P064, P065, P071, P098 ANA PAULA DAMIANO - P034 ANA PAULA NOBREGA - P073 ANA PAULA NORBERTO SBALQUEIRO - P088 ANA PAULA ROSA ISQUIERDO - P012 ANA PAULA SBALQUEIRO - P072 ANA PAULA SUSIN OSÓRIO - P112, P139 ANA PAULA WELLER GARCIA - P049, P051, TL-09 ANDERSON DE REZENDE - P077, P078, P085, P087 ANDERSON HENRIQUE PERES DA COSTA - P035, P087, P090, P091, P092, P094 ANDERSON HENRIQUE PERES - P067 ANDERSON ULBRICH - P017 ANDREA CHROMIEC - P037 ANDREA PIRES MULLER - P104, P107 ANDRE CANTERI - P121 ANDRÉ DAVID - P009, P010, P013 ANDRE FERNANDES DALLANORA - P015, P016 ANDRE GASPAROTO - P073 ANDREI CARVALHO SPOSITO - TL-10 ANDRÉ LUIS DAVID - P019 ANDREO FERNANDO AGUIAR - TL-11

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ÍNDICE REMISSIVOPOR AUTOR E Nº DO TEMA

D DANIELA GOMES - P032, P084 DANIEL ANIBAL ZANUTTINI - P015, P016, P079, P080 DANIELA PAVIN - P037, P040, P042, P044 DANIELA REMONTTI - P021 DANIELLE HORING GRUBERT - P046, P128 DANIEL LUIZ CARDOSO LIMA - P057, P082, P099 DANIELLY MARISA WAGNER - P115, P116, P117 DEBORA ALMEIDA - P084 DÉBORA KANEGAE TADANO - P022, P023 DÉCIO JOSÉ DO NASCIMENTO - P035 DÉCIO SALVADORI JUNIOR - P082 DEISE NAJI GOMES KRISTOCHIK - P048 DEJAIR ANTONIO PAZZINI - P140 DENILSON ALBUQUERQUE - P024 DENILSON CAMPOS DE ALBUQUERQUE - TL-05 DIEGO SILVA - P122 DIEGO SPILLMANN - P133, P135, P137, P138, P140 DIOGO KORMANN - TL-06 DIOGO TRAUB KORMANN - P050 DIRCEU ALMEIDA - P024 DIRCEU RODRIGUES ALMEIDA - TL-05 DOUGLAS MESADRI GEWEHR - TL-12 DOUGLAS SHMIDT - P122 DYOVANA GOMES PINHEIRO - P004, TL-11

EÉDER QUEVEDO - P112, P139 EDUARDO ADAM - P118, P120, P121 EDUARDO CORRÊA TREVIZAN - P108 EDUARDO LEAL ADAM - P008, P106, P123 P136, TL-04 ELAINE THAINÁ AZEVEDO - P068 ELIAS SATO DE ALMEIDA - P135, P137, P138, P140 P141 ELIAS SATO - P133 ELISA BANA - P037 ELIS CRISTIANE PILGER - P046, P128 ELIS CRISTINA MARQUES - P077, P078, P085, P087 ELISE SOUZA DOS SANTOS REIS - P020, P047, P109, P110 ELOISA DIAS ABBOUD HANNA - P053, P055, P056, P062 P063, P069, P070 EMELLY DA CRUZ OSPEDAL - P104, P107 EMILTON LIMA JR. - P097 ENIO EDUARDO GUERIOS - P040 ERCY MARA CIPULO RAMOS - P064, P065 ESTELA BUSANELLO - TL-10 EVANDRO LUIS QUEIROZ FLORES - P124 EZIA MARIA CORRADI - P006

F FABIANA WEFFORT CAPRILHONE - P037 FABIO NAVARRO - P118 FÁBIO PEIXOTO GANASSIN - P046, P128 FABRICIO MOREIRA REIS - P033, P076 FELIPE LUIS SILVA ROSA - P136 FERNANDA DE ANGELIS MORANDI OMETTO - P142 FERNANDO BACAL - P024 FERNANDO BERMUDEZ KUBRUSLY - P018, TL-08, TL-12 FERNANDO MATHEUS - P082 FERNANDO SOARES PIQUIONE - P064, P065 FLÁVIA IVANSKI - P068 FILIPE SILVA - TL-03 FRANCIELI BISINELLI - P113 FRANCIELI BISINELLI SANTANA - P114 FRANCILAYNE MORETTO - P124

FRANCILENE LIMA AGOSTINHO DE SOUZA - TL-11 FRANCISCO GERMINIANI - P119 FRANCISCO MAIA DA SILVA - P115, P116, P117 FRANCIS LOPES PACAGNELLI - P004, P064, P065, P071 P098, TL-11

G GABRIELA BIANCA MANFREDINI - P008, P012 GABRIELA CAROLINE RODRIGUES SILVA - P064, P065 GABRIELA MAISTRO - P030 GABRIEL ANDREY RICCI - P131 GABRIEL ANTÔNIO COLTRO - TL-12 GABRIELA RODRIGUES SALGUEIRO - TL-12 GABRIELA SIMÔNI PERES ANDRADE - P008, P012 GABRIELA STOCHERO - P059, P060, TL-01 GABRIEL AUGUSTO TONIN - P141 GABRIEL BELLO - TL-01 GABRIEL D´AVILA BRAUN - TL-12 GABRIELLA TANSINI - P119 GABRIELLA UEHARO PEREIRA - P129 GABRIEL SALLER OTTOBONI - P009, P010, P013 GEORGE DA ROSA - P122 GEORGE RONALD SONCINI DA ROSA - TL-04 GEORGES SILVA - P118, P119, P120, P121, P122 GEOVANA LETÍCIA FERNANDES DE OLIVEIRA - P004 GIOVANA FIDELIS CONTI - P025, P026, P027 GIOVANA MEMARI PAVANELLI - P093, P108, P129 GIOVANA ROTA COLLEGIO - P064, P065, TL-11 GISANE BIACCHI GOMES - P053, P055, P056, P062, P063 P066, P075, P069, P070 GISELE ALBORGUETTI NAI - P004 GISELE CRISTINA SOARES RODRIGUES - P035 GISELE MAROCHI DE MORAES - P142 GISLAINE MICHEL MARIN - P057, P082, P099 GIULIA DAMBRÓS MALACARNE - P135 GRAZIELLE OLIVEIRA VASSORELLI - P098 GUILHERME GALERANI MOSSINI - P025, P026, P027 GUILHERME VOGT - P135, P137, P138, P140 GUSTAVO AKIO BRAND TASHIMA - P106, P123, TL-04 GUSTAVO LENCI MARQUES - P001, P106 GUSTAVO LENCI - P119 GUSTAVO LIRA LEITE - P057, P082, P099 GUSTAVO MARQUES - P121 GUSTAVO PESSOA PINTO - P021 GUSTAVO PIMENTEL - P120 GUSTAVO REIS MARQUES - P081

H HÉLCIO GIFFHORN - P036, P037, P038, P040, P041 P042, P044 HÉLIO PENNA GUIMARÃES - TL-05 HÉLIO TEIVE - P119 HELOISA IACOMO VIEIRA - TL-12 HELOISA POLI - P135, P13, P138, P140 HELOISA TODESCHINI FRANCESCON - P137 HENRIQUE MOSTIACK GUIMARAES - TL-05 HILANA RICKLI FIUZA MARTINS - P068, TL-02

IIAN SUCKOW - P030 IARA DE MATOS LESSA - P025, P026, P027 IDALINA DIAIR REGLA CAROLINO - P025, P027, P026 IGOR AUGUSTO FARIA DE OLIVEIRA VELOSO - P021 IGOR PAZ AUGUSTIN - P141 INÊS CRISTINA GIOMETTI - TL-11 ISABELA OLDONI - P014 ISABELA PRESSE DONASAN - P008, P012, P108

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ÍNDICE REMISSIVOPOR AUTOR E Nº DO TEMA

ISABEL CRISTINA REINHEIMER - P060, TL-01 ISABELLA BONILHA - TL-10 ISABELLE FAYAD PANTAROTTO SANCHES - P133, P135, P137 P138, P140 ISANA REGINA BUENO CANTO - P113, P114 IZABELA SINARA SILVA ALVES - P101 IZABELLE CRISTINE BRAZ DA SILVA - P006

J JANAINE FERNANDA DA SILVA - P064, P065 JAQUELINI TIRAPELLE AYUB RIBEIRO - P057, P099 JEAN MARCELO FERREIRA DA SILVA - P089 JEFERSON ROBERTO SESCA - P074 JEFERSON ZANOVELLI NALEVAIKO - P106, P123, P136 JEFFERSON AUGUSTINHO - P030 JERÔNIMO ANTÔNIO FORTUNATO - P074 JERONIMO FORTUNATO JUNIOR - P067 JESSICA ALVES DE PAULA - P022, P023 JHEINNY MAYARA CAIMI - P005 JOAO BOCARDI VILLAR - P111 JOÃO CARLOS FOLADOR - P079, P080 JOAO HENRIQUE VIEIRA PEDROSO - P067 JOAO MUNCINELLI - P121 JOÃO VICENTE VITOLA - P049 JOÃO VÍTOLA - P050, P051, TL-06, TL-09 JOAQUIM BARRETO - P034, TL-07, TL-10 JORGE FELIPE DO LAGO PEREIRA DOS SANTOS - P020 JOSÉ BASILEU CAON REOLÃO - P141 JOSÉ BRENO SOUZA FILHO - P079 JOSÉ CARLOS LIMA - TL-10 JOSÉ LUCAS MARTINS COSTA - P021 JOSÉ RUBENS ALCANTARA MADUREIRA - P048 JULIA DULLIUS OLIVEIRA - P061 JULIANA CRISTINA VIEIRA GMACK - P136 JULIANA CRIVOI FIORI - P025, P026, P027 JULIANA DE ANDRADE FRONCHETTI - P089 JULIANA LEITE MASSUDA - P057, P082, P099 JULIANA MONTALVÃO MOTTA - P003, P106, P123, P136, TL-04, P072 JULIANA NUNES FERREIRA - P058, TL-01 JULIANA RODA - P034 JULIANE CHRISTOFARI DA SILVA - P058, P059, P060 JULIANO CEZAR PICOTTI - P111 JULIANO CUSTÓDIO VALENTE - P086 JULIA SMÂNIA CARVALHO RAMOS - P003 JULYANA ZANINELLI MAIOLINO - P017

K KAMILA DANUBIA MURARA - P112, P139 KARIME DIAS FRANCO DA SILVEIRA - P086 KAROLINE ALVES DE FREITAS - P101 KAROLINE BATISTI RIATO NAVARRO - P088 KATASHI OKOSHI - TL-11 KATIA ELAYNE PIFER - P087 KATRIN MOBIUS GEBRAN - P061 KENNY REGINA LEHMANN - P096 KERLI DREIER KUPAS - P008, P012, P014 KLEITON MARCOS DE OLIVEIRA - P002

LLAÉRCIO RAFAEL SILVA PALTANIN - P112, P139 LAFAIATE BARBOZA DA CRUZ - P108 LAÍS DE OLIVEIRA SANTOS PEREIRA - P004 LAISLA FERNANDES DE NOGUEIRA ROSA - P005, P102 LARA LUIZA SILVELLO PEREIRA - P049, P051, TL-09 LARISSA MARIA VOSGERAU - P018, TL-08 LARISSA OLIMPIO DE LIMA DUARTE - P019

LAURA GOMES FLORES - P124 LAURA VILELA PAZZINI - P133, P135, P137, P138, P140, P141 LEANDRO SHIGUERU IKUTA UEDA - P139 LEANDRO VASCONCELOS - P118, P120 LEILA CAROLINE SOUZA REIS - P093 LEONARDO ANDRE MENEGATTI - P067 LEONARDO ANTONIO MAMEDE ZORNOFF - P033 LEONARDO CALEGARI - TL-01 LEONARDO DANIEL BARBOSA - P057, P099 LEONARDO SANDRI - P008, P012 LETICIA CARLOTA BONATTO - P061 LETICIA DA SILVA - P084 LETÍCIA DE OLIVEIRA RAPOSO - P025, P026, P027 LETICIA DIAS FRANCO DA SILVEIRA - P086 LETÍCIA LEVANDOSKI BIANCHINI - P019 LETICIA PACIELLO - P032 LETYCIA TOCAIA GABRIEL - P068 LIDIA ANA ZYTYNSKI MOURA - TL-05 LIDIA Z. MOURA - P024 LISE OLIVEIRA BOCCHINO - P041, P044 LISSANDRO SANTOS - P030, TL-03 LÍVIA BEATRIZ SANTOS LIMONTA - P033 LÍVIA PACHECO GONÇALVEZ - P005 LIVIA SANTOS LIMONTA - P076 LUANA GRANDO - P039, P102 LUANA SANTOS LIMA - TL-02 LUANA VICTORIA DAMACENA - P004 LUCAS EDUARDO ZEN - P081 LUCA SETOGUTTE - P030 LUCAS KENJI SAKAI - P111 LUCAS VILELA GALLINA - P138 LUCAS WENGRAT MUNCHEN - P081 LUISI MARIA MEZZOMO - P083 LUIS OTÁVIO ZATORRA - P003 LUIS ROHDE - P024 LUIZA ANDRIOLO - P002 LUIZA GABRIELA ZAIN - P105 LUIZA MARIA DIAS ABBOUD HANNA - P093, P108 LUIZ ANTONIO FRUET BETTINI - TL-06 LUIZ AUGUSTO LAVALLE - P035, P067, P087, P090, P091, P092, P094 LUIZ FERNANDO KUBRUSLY - P018, TL-08, TL-12 LUIZ HENRIQUE DE OLIVEIRA - P003 LUIZ MARTINS COLLAÇO - TL-12 LUIZ SERGIO CARVALHO - TL-07 LUKA DAVID LECHINEWSKI - P024, TL-05 LUZIEL ANDREI KIRCHNER - P015, P016, P079, P080, P081 LYS MARY BILESKI CÂNDIDO - P022, P023

M MAIRA LEVORATO BASSO - P061 MANOELA MARIO MARTIN - P102 MARA CILIÃO - P069, P070 MARA REGINA CILIÃO - P053, P055, P056, P062, P063, P075 MARCELLO ZAPPAROLI - P018, TL-06, TL-08 MARCELO DE OLIVEIRA CAMARGO - P033, P076 MARCELO DERBLI SCHAFRANSKI - P109, P110 MARCELO FREITAS SANTOS - P015, P016, P079, P080 MARCELO MELLER GARCEZ - P111 MARCIA REGINA MESSAGGI GOMES DIAS - P011, P045 MARCIA TEREZINHA TARDIVO - P076 MÁRCIO MORENO LUIZE - P079, P080 MARCO ANTONIO MUNOZ SINGI - P081 MARCOS FERREIRA MINICUCCI - P033 MARCOS HERTZ - P035 MARCOS VINICIUS SOARES MARTINS - P068, TL-02 MARCUS FIGUEIREDO BRODBECK - P077, P078, P085, P087 MARGARET ASSAD CAVALCANTE - P071

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ÍNDICE REMISSIVOPOR AUTOR E Nº DO TEMA

MARGARETE JARDINETE DE OLIVEIRA - TL-11 MARIA CAROLINA ARAÚJO DOS SANTOS GIFFHORN - P036, P038, P040, P042, P044, P041 MARIA CAROLINA LINS DE SOUZA - P071 MARIA CECÍLIA KNOLL FARAH - P039, P048, P061 MARIA DO CARMO LISBOA - P006, P007, P054, P103 MARIA EMÍLIA RIBEIRO DOS SANTOS - P048 MARIA FERNANDA DE AGUIAR SOARES - P008, P012, P093 MARIA HELOISA MADRUGA CHAVES - P006, P007, P054, P103 MARIA LEONI VALLE - P007 MARIA LEONOR VIANNA - P104, P107 MARIANA DE CÁSSIA SILVA DE OLIVEIRA - P136 MARIANA DE MOURA DE SOUZA - P043 MARIANA FELTRIN - TL-03 MARIANA FUGANTI DE SOUZA - P088 MARIANA KLEIS FELTRIN - P090, P091, P092, P094 MARIANA OLIVEIRA - P118, P119, P120 MARIANA SAORI BARBOZA SAKATA - P068 MARIANA XAVIER E SILVA - P005 MARIANA YURI NAKAMURA - P115, P116, P117 MARILIN HOHL - P006, P007, P103 MARINA BRAGHETO OLIVEIRA - P131 MARIO AUGUSTO CRAY DA COSTA - P020, P047, P109, P110 MARIO AUGUSTO MARIANO - P067, P090, P09, P092, P094 MARIO MARIANO - TL-03 MARISA CARRETTA - P059, P060 MARJORIE BERTOLINO MEZZAROBA - P108 MATHEUS EMÍLIO LUERSEN WOLFF - P039 MATHIAS AUGUSTO RAMOS LIMA - P047 MAURICIO MONTEMEZZO - P031 MAYARA CAMILA PICININI - P093 MAYARA PICININI - P118, P120 MAYRA PERARO JORGE - P086 MAYRA RIBEIRO PEDRO - P101 MELISSA TAMARA MATEUS DA SILVA - P046, P128 MICHELLE ZANNON BOCK - P141 MICHELLY SANTANA - TL-10 MIGUEL IBRAIM ABBOUD HANNA SOBRINHO - P017, P095 P108, P043 MIGUEL MORITA FERNADES SILVA - P049, P018, P050, P051 TL-06, TL-08, TL-09 MILCA RAYSSA DO NASCIMENTO - P104, P107 MOACIR PAULO BOZZA - P061

NNATÁLIA ZAMBERLAN FERREIRA - TL-11 NATAN COSTA - P032, P052, P084 NATHALIA PAIVA FERRANTE - P021 NATHALIA REGINA PAVAN - P141 NATHAN HENRIQUE WEIZENMANN - P112, P139 NEY HOFFMANN - P061 NICOLE BASSANEZI - P037 NICOLE PUCCI - P135, P137, P138, P140, P141 NIVAM RODRIGUES DA SILVA JUNIOR - P083

OODILSON MARCOS SILVESTRE - P049 ORLANDO PETRUCCI - TL-10 ORLANDO VICTORINO DE MOURA JÚNIOR - P001 OTÁVIA SALUM RIBEIRO - P049, P051, TL-09 OTÁVIO BERWANGER - TL-05

PPAMELA TAINA LICOVISKI - P068 PAOLA CARDOSO PRETO - TL-12 PATRÍCIA FREITAG FERREIRA - P124

PATRICIA GOMES FERREIRA NETO - P076 PATRÍCIA GOMES FERREIRA NETTO - P033 PATRICIA MIZUNO - P002 PAULA CHRISTINA MULLER MAINGUÉ - P104, P107 PAULA DOS SANTOS FERREIRA - P093 PAULO JOSÉ LORENZONI - P102 PAULO MARQUETI - P118, P119, P120, P121 PAULO MAURÍCIO PIA DE ANDRADE - P040 PAULO RICARDO FRANCIOZI DE GOIS - P130 PAULO ROBERTO CRUZ MARQUETTI - P123, P136, TL-04 PAULO VICTOR GOMES MODANESE - P022, P023 PEDRO DIRCEU ORTOLANI - P086 PEDRO GOULART BERRO - P115, P116, P117, P142 PEDRO HENRIQUE BARBOSA DANIEL - P009, P010, P013 PEDRO HENRIQUE DE ABREU DA SILVA - P108 PEDRO HENRIQUE RAMOS PRADO - P049, P050, P051, TL-06, TL-09 PEDRO WAGNER RAMOS JÚNIOR - P057, P099, P131 POLYANNA DELOURDES SALES DE ALMEIDA - P057, P082, P099

RRAFAELA DENEKA ZILIOTTO - P049, P051, TL-09 RAFAEL HILLEBRAND FRANZON - P100 RAFAELLA BIGOTTO E SILVA - P046, P128 RAFAEL MASSAHARU MIYAZIMA - P008, P012, P106, P123, P136, TL-04 RAFAEL MICHEL DE MACEDO - P015, P016, P079, P080 RAFAEL PIRES - P125, P126, P127, P132, P134 RAISSA DE OLIVEIRA MANTOVANI - P004 RAPHAEL MOREIRA - P032, P052, P084 RAQUEL PEREIRA FRANKLIN THOMÁZ - P021 RAUL CARNEIRO NETO - P061 REBECCA STIVAL - P120 REMULO JOSÉ RAUEN JÚNIOR - P009, P010, P013 RENAN DENADAI TURCI - P016, P017, P095 RENATA DELLALIBERA JOVILIANO - P105 RENATA T CASTRO - P024 RENATO TEIXEIRA - P076 REYNALDO NETO - P125, P126, P127, P132, P134 RHAYLA GOMES MENEGUIN - P106 RICARDO BAUMGARTEN - P142 RICARDO BRANCHER - P009, P010, P013 RICARDO GOMES ZANETTI - P109, P110 RICARDO MOURILHE ROCHA - TL-05 RICARDO PROIETTI - P031 RITA DE CÁSSIA DE OLIVEIRA MUNHOZ MIRANDA - P053, P055, P056, P069, P070, P062, P063 RITA FRANCISCA LOPES DE LIMA - P100 ROBERTA TURINI - P009, P010, P013 ROBERTO GOMES DE CARVALHO - P009, P010, P013 ROBSON FERNANDO GARCIA DE LIMA - P003, P106, P123 RODRIGO CERCI - P051, TL-06, TL-09 RODRIGO JULIO CERCI - P018, P049, P050, TL-08 RODRIGO LEITE ALBANEZ - P115, P116, P117 RODRIGO NICACIO SANTA CRUZ - P124 RODRIGO RODRIGUES DA SILVA - P115, P116, P117 RODRIGO SFREDO KRUGER - P123, P136, TL-04 RONALDO DA ROCHA LOURES BUENO - P087 RUBENS ZENÓBIO DARWICH - P035, P067, P074, P087, P090, P091, P092, P094 RUI MANUEL DE SOUZA E ANTUNES DE ALMEIDA - P124 RUI MANUEL DE SOUZA SEQUEIRA ANTUNES ALMEIDA - P100

SSABRINA ROQUETTE - P025, P026, P027 SADI FORMIGA DE SOUZA NAVARRO - P099, P082 SALVADOR RASSI - P024

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ÍNDICE REMISSIVOPOR AUTOR E Nº DO TEMA

SANDRA BIASUZ - P059 SANTIAGO RAUL ARRIETA - P080 SERGIO GUSTAVO TARBINE - P015, P016, P080 SÉRGIO LÚCIO CAUS - P029 SÉRGIO SEIJI YAMADA - P025, P026, P027 SIBELE SAUZEM MILANO - P001, P003, P093, P108 SILMÉIA GARCIA ZANATI BAZAN - P033 STÉFANI NOBREGA PERRUD - P004 STELLA KUCHLER - P047 STHEFANIE ANGELO ARANTES - P101

TTAIANA EMILIO CHECCHIA - P142 TALES ALMEIDA STRUECKER - P081 TALLULAH SPINA TENSINI - P102 TAMIRES ASSIS GAMBARATTO - P101 TAMMY OTA - TL-03 TAMMY TIEMY OTA - P067, P090, P091, P092, P094 TARCÍSIO MOURA - P125, P126, P127, P132, P134 TATIANA SANTOS CAUS - P029 TAYNARA NABOZNY RODRIGUES DA SILVA - P130 THAINÁ SCHLICKMANN - P093 THAIS REGINA MEZZOMO - P022, P023 THAOAN BRUNO MARIANO - TL-11 THIAGO QUINAGLIA - P034 THIAGO VIEIRA RODRIGUES - P076 TIAGO AUGUSTO MAGALHÃES - P136 TIAGO AUGUSTO ZWIERZIKOWSKI - P017, P095 TOBIAS SATO DE ALMEIDA - P135, P137, P138, P140, P141 TOBIAS SATO - P133

VVANESSA ALANA PIZATO - P109, P110 VANESSA BORDIN - P130 VANESSA CAROLINA BOTTA - P047 VANESSA RODRIGUES - P086 VANESSA WANDEUR MIERZWA - P009, P010, P013 VICTOR AUGUSTO FÁVERO - P050 VICTORIA RIBAS - P125, P126, P127 VIDAL ESSEBAG - P031 VINÍCIUS NESI CAVICCHIOLI - P009, P010, P013 VINICIUS NICOLAU WOITOWICZ - P081 VINICIUS ORO POPP - P115 VINICIUS SHIBATA FERRARI - P015, P016 VITOR WILSON VIRGINIO - TL-10 VIVIANE FLUMIGNAN ZÉTOLA - P129 VIVIAN FREITAS REZENDE BENTO - P053, P054, P055, P056 P062, P063 VIVIAN REZENDE BENTO - P069, P070 VIVIEN RITCHIE BITTENCOURT - TL-04

WWILSON NKUNDUMUKIZA - P074 WILTON FRANCISCO GOMES - P102

YYASMIM ARIEL DELEVATTI - P002 YASMIN PADILHA - P100 YGOR DELÍCIO ALBERT - P064, P065 YURI DA SILVA BRASIL - P131

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