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Prof. Brando CONHECIMENTOS GERAIS & ATUALIDADES 1 CONHECIMENTOS GERAIS Prof. Brando E-mail: [email protected] Colaborador do site da folha dirigida (elabora- ção de artigos e comentarista do chat de “C. Gerais & Atualidades” para concursos). Em Fortaleza, é professor de diversos cursos preparatórios, entre eles: Curso Referencial, Tiradentes Concursos, entre outros. POLÍTICA AMÉRICA Crise política norte americana 2010-2012 “Não há bem que se sempre dure. . .” A imagem construída em redor do presidente Barack Obama, co- meçou a ruir um ano depois do inicio do seu mandato, o "Yes, we can. . .", já não é o mesmo! A obamania, se chocou com a dura realidade de uma crise econômica mundial e a maior onda de desemprego em solo norte- americano, desde a grande depressão de 1929. A estratégia de Bush, continuada no essencial por Obama, de deter o declínio norte-americano através da “guerra contra o terrorismo” fracassou em restaurar a hegemonia inquestionável – reforçada frente o desapa- recimento da União Soviética – da que gozou os Estados Unidos. Este declínio se aprofundou com o estouro da crise econômica que deu lugar a pior recessão desde a crise da década de 1930. Ainda que o recente assassinato de Bin Laden conjunturalmente fortaleça a posição norte- americana, a longo prazo este efeito não tem bases sólidas. Bin Laden e a crise de hegemonia norte-americana O anúncio do assassinato de Bin Laden tem para os Estados Unidos um grande valor simbólico ainda que dificilmente possa traduzir-se com a mesma força em suas implicações práticas, começando pelo fato de que o papel de Bin Laden no planejamento e execução das operações concretas da al-Qaeda é praticamente nulo, não só por seus quase 10 anos de isolamento, como pela própria característica da Al-Qaeda como organiza- ção descentralizada, com ramificações no Paquistão, na Península Arábica e no Magreb africano que funcionam com autonomia. A operação que matou Bin Laden colocou em evi- dência as profundas contradições da política externa norte-americana, agudizadas com o fracasso estratégico da guerra no Iraque. O Paquistão, principal aliado dos Estados Unidos na guerra do Afeganistão, mostrou mais uma vez que tem um jogo duplo. Apesar do governo de Asif Ali Zardari ser profundamente pró-imperialista, e que durante uma década o país recebeu dos Estados Unidos entre 1 e 3 bilhões de dólares anuais para “combater o terrorismo”, o exército e o serviço de inteligência paquis- tanês (ISI) mantêm uma relação histórica com os talibãs afegãos e de fato, protegeram Bin Laden. Esta relação com os talibãs tem a ver com os interesses nacionais do Paquistão que busca melhorar sua posição regional, somando o Afeganistão a sua zona de influencia, e con- trapor o peso da Índia, seu rival histórico. O governo paquistanês, que vem se esforçando pa- ra demonstrar seu compromisso com a “guerra contra o terrorismo”, enfrenta agora uma situação muito difícil. No plano interno, sua colaboração com Washington que transformou o país em base de operações militares nor- te-americana, é profundamente impopular e alimenta as ações de diversos grupos islâmicos. No plano externo, o governo de Obama está exigindo-lhe respostas sobre o papel da ISI no acobertamento de Bin Laden e várias vozes do establishment político pedem o corte da abun- dante ajuda econômica, vital para o presidente Zardari. Apesar destas contradições Obama necessita da colabo- ração do Paquistão para sua estratégia de retirada do Afeganistão que consiste em reduzir a presença militar, colocar no eixo as ações de contra-insurgência e nego- ciar com os setores moderados dos talibãs sua integra- ção ao governo afegão. Este plano foi anunciado for- malmente em fevereiro pela própria Secretária de Estado Hillary Clinton e já há negociações em curso. O Tea Party Um movimento denominado “Tea Party”, que prega essencialmente a responsabilidade fiscal e menos buro- cracia da máquina pública, tomou conta dos EUA. Oba- ma levou o dinheiro, mas com um desgaste de imagem que pode inviabilizar sua candidatura à reeleição presi- dencial em 2012. Obama errou ao não entender que o caminho mais curto e transparente da administração pública traz consigo o corte de gastos e não apenas a ampliação de benefícios, mesmo que para os setores mais necessitados. A arte de equilibrar populismo e pragmatismo faz o grande líder. Processo sucessório norte-americano Os norte-americanos vão escolher daqui a um ano o presidente que vai governar o país entre 2013 e 2016. Por mais distante que a eleição geral possa parecer, o

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CONHECIMENTOS GERAIS Prof. Brando

E-mail: [email protected] Colaborador do site da folha dirigida (elabora-

ção de artigos e comentarista do chat de “C. Gerais & Atualidades” para concursos). Em Fortaleza, é professor de diversos cursos preparatórios, entre eles: Curso Referencial, Tiradentes Concursos, entre outros.

POLÍTICA AMÉRICA Crise política norte americana 2010-2012

“Não há bem que se sempre dure. . .” A imagem

construída em redor do presidente Barack Obama, co-meçou a ruir um ano depois do inicio do seu mandato, o "Yes, we can. . .", já não é o mesmo! A obamania, se chocou com a dura realidade de uma crise econômica mundial e a maior onda de desemprego em solo norte-americano, desde a grande depressão de 1929.

A estratégia de Bush, continuada no essencial por Obama, de deter o declínio norte-americano através da “guerra contra o terrorismo” fracassou em restaurar a hegemonia inquestionável – reforçada frente o desapa-recimento da União Soviética – da que gozou os Estados Unidos.

Este declínio se aprofundou com o estouro da crise econômica que deu lugar a pior recessão desde a crise da década de 1930. Ainda que o recente assassinato de Bin Laden conjunturalmente fortaleça a posição norte-americana, a longo prazo este efeito não tem bases sólidas.

Bin Laden e a crise de hegemonia norte-americana

O anúncio do assassinato de Bin Laden tem para

os Estados Unidos um grande valor simbólico ainda que dificilmente possa traduzir-se com a mesma força em

suas implicações práticas, começando pelo fato de que o papel de Bin Laden no planejamento e execução das operações concretas da al-Qaeda é praticamente nulo, não só por seus quase 10 anos de isolamento, como pela própria característica da Al-Qaeda como organiza-ção descentralizada, com ramificações no Paquistão, na Península Arábica e no Magreb africano que funcionam com autonomia.

A operação que matou Bin Laden colocou em evi-dência as profundas contradições da política externa norte-americana, agudizadas com o fracasso estratégico da guerra no Iraque. O Paquistão, principal aliado dos Estados Unidos na guerra do Afeganistão, mostrou mais uma vez que tem um jogo duplo. Apesar do governo de Asif Ali Zardari ser profundamente pró-imperialista, e que durante uma década o país recebeu dos Estados Unidos entre 1 e 3 bilhões de dólares anuais para “combater o terrorismo”, o exército e o serviço de inteligência paquis-tanês (ISI) mantêm uma relação histórica com os talibãs afegãos e de fato, protegeram Bin Laden. Esta relação com os talibãs tem a ver com os interesses nacionais do Paquistão que busca melhorar sua posição regional, somando o Afeganistão a sua zona de influencia, e con-trapor o peso da Índia, seu rival histórico.

O governo paquistanês, que vem se esforçando pa-ra demonstrar seu compromisso com a “guerra contra o terrorismo”, enfrenta agora uma situação muito difícil. No plano interno, sua colaboração com Washington que transformou o país em base de operações militares nor-te-americana, é profundamente impopular e alimenta as ações de diversos grupos islâmicos. No plano externo, o governo de Obama está exigindo-lhe respostas sobre o papel da ISI no acobertamento de Bin Laden e várias vozes do establishment político pedem o corte da abun-dante ajuda econômica, vital para o presidente Zardari. Apesar destas contradições Obama necessita da colabo-ração do Paquistão para sua estratégia de retirada do Afeganistão que consiste em reduzir a presença militar, colocar no eixo as ações de contra-insurgência e nego-ciar com os setores moderados dos talibãs sua integra-ção ao governo afegão. Este plano foi anunciado for-malmente em fevereiro pela própria Secretária de Estado Hillary Clinton e já há negociações em curso.

O Tea Party

Um movimento denominado “Tea Party”, que prega

essencialmente a responsabilidade fiscal e menos buro-cracia da máquina pública, tomou conta dos EUA. Oba-ma levou o dinheiro, mas com um desgaste de imagem que pode inviabilizar sua candidatura à reeleição presi-dencial em 2012. Obama errou ao não entender que o caminho mais curto e transparente da administração pública traz consigo o corte de gastos e não apenas a ampliação de benefícios, mesmo que para os setores mais necessitados. A arte de equilibrar populismo e pragmatismo faz o grande líder.

Processo sucessório norte-americano

Os norte-americanos vão escolher daqui a um ano o presidente que vai governar o país entre 2013 e 2016. Por mais distante que a eleição geral possa parecer, o

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país já vive clima de disputa política. Enquanto o presi-dente Barack Obama já oficializou sua campanha à ree-leição, os republicanos passam por uma disputa interna para definir quem vai ser o candidato que vai enfrentar o democrata nas urnas em 6 de novembro de 2012. Após começar seu governo com aprovação de mais de 60% dos norte-americanos, Barack Obama viu sua populari-dade despencar ao longo do seu mandato como presi-dente dos Estados Unidos. Pesquisas indicam que a continuação da crise econômica e o desemprego que atinge mais de 9% da população do país são os princi-pais motivos para Obama ter perdido apoio. Apesar de Obama ter visto sua popularidade cair progressivamente ao longo do seu governo, as pesquisas de intenção de voto para presidente realizadas até um ano antes das eleições dão vantagem para o atual presidente que bus-ca a reeleição. A continuação da crise econômica inicia-da em 2008 deve ser o tema central da disputa eleitoral.

Prévias republicanas

A definição do candidato republicano à Presidência

será feita em uma eleição interna do partido, chamadas de primárias, ou prévias. O partido vai realizar eleições em cada estado do país ao longo do primeiro semestre de 2012. Cada estado tem uma regra própria para definir o vencedor das primárias. O Partido Republicano tem seis principais pré-candidatos à Presidência, que vão disputa a partir de janeiro as eleições primárias. Herman Cain, Rick Perry e Mitt Romney vêm se consolidando como principais nomes na disputa. A ex-candidata a vice-presidente Sarah Palin anunciou em outubro que não se candidataria em 2012. O magnata Donald Trump e o ex-pré-candidato Mike Huckabee também desistiram da disputa.

Entenda o processo eleitoral norteamericano

O longo processo eleitoral para a Presidência da

República nos Estados Unidos inicia-se quando um polí-tico declara ao partido sua intenção de participar do processo de indicação do candidato. Em geral esse postulante a candidato monta um comitê, onde testa suas chances na disputa e, após a inscrição na agência federal reguladora FEC (Federal Election Comission), poderá iniciar a arrecadação de fundos para a sua cam-panha eleitoral. Declarada formalmente sua intenção de participar da indicação, poderá então dar início à campa-nha. Normalmente, a campanha se inicia pelos Estados considerados cruciais para a disputa. O processo de indicação dos candidatos não está incluído na Constitui-ção, ficando a cargo dos Estados e dos regulamentos dos próprios partidos políticos.

Durante a temporada das eleições primárias, que se inicia em janeiro e se estende até junho, os candida-tos dos dois principais partidos políticos – Democrata e Republicano – lutam para obter a indicação para concor-rer à eleição para Presidente da República. Nesse pro-cedimento, os eleitores dos 50 Estados escolhem dele-gados partidários, que apoiarão um determinado candi-dato. Para a escolha desses delegados os Estados utili-zam-se de eleições primárias ou caucus (prévias), que diferem em seus procedimentos.

Nos caucus, os eleitores reúnem-se em casas, es-colas ou outros edifícios públicos, localizados em diver-sos distritos pelo território do Estado. Lá, em meio a discussões sobre os candidatos e temas eleitorais, ele-gem os delegados para as convenções dos condados. Essas convenções, por sua vez, elegem delegados para as convenções estaduais, de onde sairão os delegados nacionais. Grande parte das primárias é realizada após o dia 5 de fevereiro, até o início de março, no dia em que se convencionou denominar de "Super Terça-Feira". Nesses dias são realizadas primárias num grande núme-ro de Estados, de diversas regiões do país e com perfis econômicos e sociais diferenciados. Para os candidatos à corrida presidencial norte-americana, a "Super Terça" representa o primeiro teste eleitoral nacional.

A VENEZUELA DE HUGO CHÁVEZ

Chávez ganha direito a reeleição ilimitada em refe-rendo na Venezuela.

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, conse-guiu uma vitória importante para seu governo no refe-rendo realizado para obter o direito à reeleição ilimitada no país. Presidente há dez anos, Chávez deve voltar a concorrer em 2012, ao término de seu atual mandato. Com mais de 95% das urnas apuradas no país, o CNE (Conselho Nacional Eleitoral) divulgou que o “sim” ao referendo teve mais de 54% dos votos. O “não” ficou com pouco mais de 45%, o que garante a vitória ao go-verno. “Abrimos hoje as portas do futuro. Após votar, Chávez, 54, afirmou que seu destino político dependia

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do dia de hoje. “Hoje nas mesas eleitorais o meu destino político está sendo decidido, para mim como ser humano é importante, eu peço a Deus que todo o processo ter-mine bem”, afirmou o presidente, segundo o jornal vene-zuelano “El Nacional”.

Oposição

Embora tenha reconhecido a vitória de Chávez, a oposição criticou a divulgação dos resultados antes do fim da apuração dos votos. Políticos oposicionistas exigi-ram o respeito à proibição sobre a divulgação de resulta-dos antes de um boletim oficial. “Esperamos que o resul-tado final seja dado pelo CNE”, pediu o representante do partido opositor Primero Justicia, Juan Carlos Caldera. Jornais como o “El Nacional” e o “El Universal” já noticia-vam a liderança de Chávez pouco após o fechamento das urnas. Os opositores afirmam que a emenda que atenta contra o princípio da alternância, consagrado na Constituição, e lembram que a reeleição sem limites já foi rejeitada em um referendo em 2007. Em dezembro de 2007, um referendo que também colocou a mesma ques-tão para os venezuelanos foi rejeitado no país. Mudanças

Com a modificação de cinco artigos da Constituição de 1999 aprovada, ficam eliminados os limites de man-datos existentes para o presidente e todos os cargos majoritários. Na presidência desde fevereiro de 1999, Chávez já é o mandatário há mais tempo no poder na América Latina. O seu atual mandato de seis anos só termina no início de 2013, quando terá completado 14 anos à frente da Venezuela. A Carta Magna limitava a no máximo dois mandatos presidenciais consecutivos, o que significa que Chávez deve abandonar o poder ao fim de 2012. Entre as principais preocupações do presidente estão os efeitos da crise econômica na Venezuela. CRISE VENEZUELA-COLÔMBIA

Não é de hoje, que o projeto bolivariano da Vene-zuela tem gerado conflitos entre os vizinhos, que nem sempre comungam ou são simpáticos aos ideais do “socialismo do século XXI” defendidos por Hugo Chávez. O histórico é longo. Em 1998 ao ser eleito, Chávez inicia o processo de nacionalização dos recursos naturais da Venezuela. Em 2002, ao sofrer uma tentativa de golpe e ficar sumido por 72 horas, viu nisso a mão do neolibera-lismo norte-americano e seu plano Colômbia.

Entrou em conflito diplomático com a Guiana, na

tentativa de reaver, o território de Essequibo, uma ques-tão de litígio nunca resolvida com aquele país. Entretan-to, é bom frisar que a região de contenda com a Guiana, representa 65% da área territorial do país. O Brasil tam-bém não escapou de ressentimentos políticos, ao entrar no MERCOSUL em 2006, já na condição de membro –

mas ainda sem poder de voto e veto, gerou um conflito de ordem econômica na reunião de cúpula energética da América do Sul em 2007, quando questionou os motivos reais do programa de etanol brasileiro. Incentivador do bolivarianismo, Chávez acaba por cercar-se muitas ve-zes de grupos, partidos e pessoas que colocam a Vene-zuela na linha de tiro da democracia pregada pelos nor-te-americanos e seus aliados políticos, entre eles, a Colômbia.

A FARC, que em 2008, libertou alguns reféns como um gesto de “desagravo ao líder das forças bolivaria-nas”, ou seja, Chávez. E tem contando muitas vezes com a simpatia do mesmo, que não os define como narcoguerrilheiros e sim, como revolucionários. Países simpáticos ao bolivarianismo, como Equador, Cuba, Nicarágua, e até mesmo Honduras, nesse último caso, isso foi um dos motivos que acabaram por proporcionar a destituição do então presidente Manuel Zelaya.

A mais recente bravata da Venezuela, foi o rompi-mento em 2010das relações diplomáticas com a Colôm-bia. Isso, claro não foi um fato isolado, as relações entre os dois países tem se deteriorado ao longo do mandato de Álvaro Uribe, mas com novo presidente uma nova perspectiva se avizinha. Os presidentes da Colômbia, Juan Manuel Santos, e da Venezuela, Hugo Chávez reataram relações diplomáticas após uma reunião ontem em Santa Marta, na Colômbia. O líder venezuelano havia rompido os laços com o governo do então presidente Álvaro Uribe em 22 de julho, após ser acusado na Orga-nização dos Estados Americanos (OEA) de abrigar guer-rilheiros das Forças Armadas Revolucionários da Colôm-bia.

Eleições 2012- Venezuela

O governador Henrique Capriles foi escolhido em

primárias na Venezuela para ser o candidato da oposi-ção na próxima eleição para presidente do país. Ele vai tentar impedir a reeleição pela terceira vez consecutiva do presidente Hugo Chávez. Henrique Capriles Radons-ki, 39, governador do Estado de Miranda, venceu as inéditas primárias da oposição na Venezuela e enfrenta-rá Hugo Chávez nas eleições presidenciais de 7 de ou-tubro (2012), segundo fontes de sua campanha. Filiado ao centro-direitista Primeiro Justiça, Capriles, pertencen-te a duas tradicionais famílias de empresários, será o candidato da MUD (Mesa de Unidade), a coalizão oposi-cionista que reúne quase 20 legendas. Não houve sur-presas.

O governador do segundo Estado mais populoso da Venezuela, favorito em todas as pesquisas de opinião, venceu de Pablo Pérez, governador de Zulia, berço da indústria petroleira. Mais de 18 milhões de venezuelanos estavam aptos a votar as primárias foram abertas, e os dirigentes oposicionistas esperavam reunir entre 10% e 15% do eleitorado total. Não houve incidentes graves durante a jornada, organizada pelo CNE (Conselho Na-cional Eleitoral) e contou com o tradicional esquema de

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segurança das Forças Armadas. Os militares, sob críti-cas da oposição, e o órgão eleitoral, controlado por sim-páticos ao chavismo, foram elogiados pelos opositores. Em muitos centros em Caracas e no interior houve lon-gas filas. Um dos motivos foi a redução do número de locais de votação: de 12 mil para 3, 7 mil.

Reformas políticas em Cuba

No âmbito político, o congresso delegou ao Comitê

Central a tarefa de reestruturar todo o sistema adminis-trativo e eleitoral. A idéia é corrigir distorções que preju-dicam o funcionamento da máquina administrativa, hoje engessada pela necessidade de aprovação por comitês populares em quase todas as medidas práticas. Em seu informe feito na abertura do congresso, Raúl disse que os gestores devem ter mais poder para tomar suas deci-sões sem a necessidade de submetê-las às instâncias de poder popular. Além disso ele defendeu limitar o tem-po de poder em cargos políticos e administrativos a dois mandatos de cinco anos. Raúl e seu irmão, Fidel, co-mandam Cuba há 52 anos.

Novos dirigentes

O congresso também elegeu os novos integrantes do Comitê Central que vai se reunir na manhã desta terça-feira para escolher o próximo Escritório Político do PC. A expectativa é quanto ao nome que vai suceder Fidel Castro na secretaria do partido. Desde sua funda-ção, a primeira e segunda secretarias, estão nas mãos de Fidel e Raúl, respectivamente. Aos 84 anos, o ex-presidente renunciou à direção do Partido Comunista Cubano (PCC), no qual não deseja ocupar cargo algum, segundo confirmou o próprio.

Fidel, primeiro-secretário do partido (máximo cargo da organização) desde sua fundação em 1965, cedera a direção a seu irmão em 2006 por motivos de saúde. O ex-presidente explica que sugeriu que Raúl o excluísse da lista de candidatos ao Comitê Central porque, "já por seus anos e sua saúde, não poderia emprestar muitos serviços ao Partido". Com a saída de Fidel, está aberta a vaga de número 2 da ilha. Quatro nomes são citados por analistas políticos como possíveis candidatos. Ramón Machado Ventura e Esteban Lazo Hernández são vistos como representantes do continuísmo enquanto Mariano Murillo e Lázaro Esposito representariam a renovação do ambiente político cubano.

Economia.

Cuba está desvalorizando em cerca de 8% a sua

moeda paralela, o peso conversível, utilizada principal-

mente por turistas e por companhias estrangeiras, como parte dos esforços para reavivar a sua economia. A moeda agora passa a ter paridade com o dólar, mas seguirá valendo 24 pesos convencionais. O peso segue sendo a moeda de fato de Cuba e é a moeda usada para pagar os salários dos cubanos, ainda que muitos mora-dores já façam inúmeras transações em pesos conversí-veis, dentro do sistema do país que utiliza simultanea-mente as duas moedas. A desvalorização, que é a pri-meira mudança no sistema de câmbio do país em seis anos, chega no momento em que o governo de Cuba está adotando medidas para reduzir o papel do Estado na economia e estimulando a iniciativa privada. Em se-tembro de 2010, foi anunciado que 1 milhão de funcioná-rios públicos do país perderiam seus cargos, mas agora acredita-se que as demissões não ocorrerão tão rapida-mente quanto se esperava de início.

As reformas, no entanto não mencionam o fim da Libreta ou de uma maior liberdade de expressão, existin-do ainda no país, a pena capital, os presos de consciên-cia e um forte controle dos meios de produção, além da mídia. O melhor representante desse controle está na existência do Jornal Granma. Que publica ou veta, de-pendendo do bel prazer dos irmãos Castro.

Principais mudanças econômicas

Comercialização de moradias, o que significa a volta da propriedade privada à ilha.

A compra de mais de um automóvel também se-rá permitida.

Eliminação de um milhão de empregos no setor público.

Viagens ao exterior também serão facilitadas. Autorização da abertura de pequenos negócios.

Eleições no Peru

Ao fim de uma eleição polarizada, em que os peru-

anos escolherem o que chamavam de "mal menor", o candidato nacionalista Ollanta Humala foi eleito o novo presidente do Peru no último dia 5 de junho (2011). Ele venceu a conservadora Keiko Fujimori com uma diferen-ça de apenas 1, 5 ponto porcentual. Agora, o presidente empossado tem pela frente o desafio de unir um país dividido, com quase metade da população apoiando sua rival nas urnas. Essa foi considerada a eleição presiden-cial mais polarizada e apertada da história peruana. Ambos os candidatos que disputavam a presidência possuíam um passado comprometedor que dividiu a preferência do eleitorado. Keiko Fujimori é filha do ex-presidente Alberto Fujimori.

Ele cumpre 25 anos de prisão por crimes de cor-rupção, enriquecimento ilícito e violação dos direitos humanos. Fujimori foi eleito em 1990 e dois anos depois deu um "autogolpe". O regime fujimorista foi marcado pelo autoritarismo e por escândalos políticos. Já o candi-dato de centro-esquerda, Ollanta Humala, tem um pas-sado de radicalismo político. Seu pai, o advogado Isaac Humala, é fundador do Movimento Etnocacerista, que defende o nacionalismo étnico.

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Repercussões econômicas da eleição de Humala. Os mercados peruanos reagiram mal à vitória de

Humala. A Bolsa de Valores de Lima teve queda de 12, 45% no dia seguinte ao pleito. O temor era de uma inter-venção econômica que afetasse o setor privado, sobre-tudo no ramo de mineração, uma das principais ativida-des econômicas no país. Para reverter a rejeição dos eleitores, o candidato eleito moderou as propostas de nacionalização de áreas da economia peruana no final da campanha. Ele também procurou desvincular sua imagem do presidente venezuelano Hugo Chávez. De acordo com pesquisas, a proximidade com Chávez era o principal motivo de os peruanos desconfia-rem do nacionalista. O Peru teve, portanto, uma difícil escolha nas urnas.

30 anos da Guerra das Malvinas

"Lutaremos semanas, meses e anos, mas jamais

renunciaremos a soberania das ilhas". Gen. Leopoldo Galtieri.

Acreditavam os dirigentes argentinos que a recon-quista das Ilhas Malvinas, ocupadas pela Inglaterra des-de 1833, seria uma façanha capaz de dar popularidade ao governo Galtieri, que também se mostrava incapaz de solucionar a crise econômica e social em ascensão des-de 1976. O governo Galtieri supunha que teria a cobertu-ra incondicional dos EUA, onde o presidente Reagan, em sua cruzada anticomunista, tinha o apoio da ditadura militar argentina. O aniversário de 30 anos da Guerra das Malvinas reacendeu a memória de um conflito que divide até hoje argentinos e britânicos. Em fevereiro (2012), o governo argentino pediu a reabertura de nego-ciações sobre a soberania das ilhas e acusou o Reino Unido de militarizar a área após o envio de um navio britânico.

A campanha pela retomada das negociações ga-nhou o apoio do argentino Adolfo Pérez Esquivel, que lidera um documento assinado por um grupo de seis prêmios Nobel da Paz. Já o Reino Unido, onde o arqui-pélago é conhecido como Falklands, prepara uma co-memoração discreta para lembrar as três décadas em que venceu o conflito. A guerra começou em 2 de abril de 1982 após a Argentina invadir o arquipélago que considera sua extensão territorial histórica. O país en-tende que, ao se tornar independente em 1822, passou também a controlar as ilhas, que pertenciam aos espa-nhóis. Já os britânicos afirmam que dominam a região desde 1833, quando ocuparam e colonizaram o arquipé-lago.

No final de abril de 1982, 28 mil soldados em 100 navios chegaram ao arquipélago para defender seus 1. 800 habitantes, considerados por Thatcher parte da

“tradição e reserva britânica”. A Argentina contava com uma tropa com 12 mil soldados nas ilhas e cerca de 40 navios. No dia 2 de maio, os britânicos afundaram o navio argentino General Belgrano, matando todos os 326 tripulantes. Dois dias depois, a embarcação britânica HMS Sheffield foi atingida por um míssil Exocet e afun-dou deixando 20 mortos.

A guerra, que durou 75 dias, só acabou em 14 de junho, com a rendição dos argentinos. Ao todo, 258 britânicos e 649 argentinos morreram no conflito. As relações diplomáticas entre o Reino Unido e a Argentina só foram retomadas em 1990, mas ainda há rusgas. Desde então, o governo argentino mantém uma reivindi-cação pacífica das ilhas, mas o Reino Unido diz que a soberania do território não está em negociação.

Em histórica aparição no Comitê Especial de Des-colonização da ONU em Nova York, a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, pediu para a Grã-Bretanha negociar a soberania das Malvinas (Falkland, para o britânicos). O pedido contrasta com o que querem os representantes das ilhas, que também discursaram on-tem na ONU. Eles afirmam que ninguém, a não ser os próprios ilhéus, pode determinar o destino do território, que tem de relativa autonomia, que inclui o pagamento de impostos e gastos públicos. Londres não se manifes-tou, mas apoia a delegação de kelpers, como são cha-mados os habitantes das Malvinas.

"Queremos apenas que os britânicos se sentem pa-ra dialogar", disse Cristina, que usou como exemplo o diálogo secreto, nos anos 70, durante a presidência de Juan Domingo Perón, que propôs um condomínio entre Londres e Buenos Áires para administrar as ilhas. Cristi-na adotou um tom duro com os britânicos e questionou a soberania das Malvinas com frases de efeito. "Londres fica a 14 mil quilômetros das ilhas. Eu sou de Rio Galle-gos, que fica a apenas 400 quilômetros. Consigo ver as aves que partem das Malvinas. Elas vão até o Equador, não até a Grã-Bretanha. " Entre os apoiadores a causa das Ilhas Malvinas, estão Hugo Chávez, Evo Morales e os irmãos Castro, que consideram uma questão de sobe-rania, não apenas para a Argentina, mas para toda a América Latina. O posicionamento brasileiro, embora favoreça a Argentina, ainda se mantem dentro de um tom moderado e aberto a uma saída diplomática.

Crise no Paraguai

A grande crise política que atingiu o Paraguai no

mês de junho (2012), resultando no impeachment do presidente Fernando Lugo promovido pela Câmara dos Deputados, tem sua origem em um confronto armado em Curuguaty, 250 km a nordeste de Assunção, que causou a morte de trabalhadores sem-terra e de policiais durante a desocupação de uma fazenda. Após o confronto arma-do na fazenda em Curuguaty no dia 15 de junho, os oposicionistas responsabilizaram Lugo pela morte das 17 pessoas. Em seguida, o Partido Liberal Radical Autênti-co, que apoiava o presidente, abandonou o governo e

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agravou a crise política no país. De acordo com a ata de acusação, "o mau desempenho de suas funções aparece em sua atitude de desprezo pelo direito e pelas institui-ções republicanas, minando os cimentos do Estado So-cial de Direito proclamado em nossa Carta Magna".

O processo de impeachment aconteceu de forma extremamente rápida. Sua votação, na Câmara, aconte-ceu no dia 21 de junho, resultando na aprovação por 76 votos a 1 – até mesmo parlamentares que integravam partidos da coalizão do governo votaram contra Lugo. Três se abstiveram. No mesmo dia, à tarde, o Senado definiu as regras do processo.

A crise paraguaia embora tenha explodido em 2012, é resultado de um processo de ingerências e infe-lizes decisões, muitas delas a revelia da consideração de que o presidente não possuía maioria partidária, nem no senado e nem no congresso. Associe-se ainda a confli-tos de terras, conflitos políticos energéticos com o Brasil, não custa lembra a reavaliação das tarifas de Itaipu e o golpe de misericórdia a questão mal e não resolvida dos “brasiguaios”, o resultado, o caos.

Paraguai adotou o sistema presidencial, mas, no ar-tigo 225 de sua Constituição, escolheu instrumento exis-tente no sistema parlamentar para afastar presidentes que: Tenham mau desempenho, cometam crimes contra o Poder Público, cometam crimes comuns.

Como resultado direto da crise no Paraguai, algu-

mas medidas preventivas pelos países integrantes do Mercosul e Unasul foram tomadas, entre elas:

O Paraguai também foi temporariamente sus-penso das reuniões do Mercosul e da Unasul.

Venezuela suspendeu as exportações de petró-leo da sua estatal petrolífera, a PDVSA, para o Paraguai.

Protocolo de Ushuaia, assinado em 1998, obri-ga os integrantes do bloco a manterem gover-nos democráticos.

OEA e o Paraguai

O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, afirmou que o impeachment do presidente destituído do Paraguai, Fernando Lugo, é o produto de uma "profunda crise institucional" entre o Executivo e o Legislativo. Após a destituição de Lugo, o secretário visitou o Paraguai e países vizinhos. "Para impedir que o evento (destituição de Fernando Lugo) gere mais consequências negativas é preciso rever quatro aspectos da crise, entre eles, que o juízo político (impeachment) é o resultado de uma

profunda crise política institucional entre o poder Execu-tivo e Legislativo", disse Insulza a partir da sede da OEA em Washington, EUA.

Prerrogativa

"Do ponto de vista jurídico é complexo, o impeach-ment é uma prerrogativa do Congresso, da Câmara dos Deputados que acusou o presidente Lugo de prevarica-ção, o que deixava uma vaga do cargo que assumiu o vice-presidente (Federico Franco), conforme estipulado da Constituição", no entanto, "a velocidade foi muito infeliz e deu uma aura de ilegitimidade no processo (…).

Equador concede asilo político a Julian Assange

O governo do Equador informou nesta quinta-feira

(16/08/2012) que concedeu asilo ao fundador do Wikile-aks, o australiano Julian Assange. O ministro de Rela-ções Exteriores do país sul-americano, Ricardo Patiño, informou em entrevista coletiva que a decisão está ba-seada no direito internacional e considera que a vida de Assange corre perigo se ele for extraditado aos Estados Unidos.

O fundador do WikiLeaks acredita que se entregue a autoridades americanas pela Justiça sueca. Nos EUA, ele poderia ser julgado por crimes de espionagem por ter divulgado milhares de documentos secretos de Washing-ton. O Equador levou em conta 11 pontos para tomar a decisão de conceder o asilo, entre elas o perigo da inte-gridade de Assange e seu papel na divulgação de milha-res de informações secretas. Patiño exaltou a luta pelos direitos humanos travada pelo WikiLeaks, uma vez que o portal tornou público uma série de violações no Afeganis-tão e no Iraque, e criticou os países envolvidos no em-bróglio (Reino Unido, EUA e Suécia). Nenhum dos três países deu garantias sobre o futuro de Assange ou quis negociar a situação do australiano.

O governo britânico, sugere uso de lei que permite invasão de embaixada. As leis britânicas permitem revo-gar o status diplomático de uma embaixada para prender Assange dentro da representação do Equador.

De acordo com a lei britânica, se pode enviar uma notificação e com uma semana de antecedência antes de entrar na sede, e a embaixada não terá proteção diplomática.

Assange é suspeito de estuprar uma voluntária do portal, na Suécia, em 2010, e de abusar sexualmente de outra. Em maio, a Suprema Corte do Reino Unido con-firmou a extradição do ativista australiano à Suécia. Sem mais nenhuma possibilidade de recorrer à decisão judici-al, Julian Assange buscou refúgio na embaixada equato-riana, onde está hospedado desde 19 de junho.

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Operação Monte Carlo

As relações do empresário de jogos ilegais Carlos

Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com políticos, servidores públicos e empresários serão inves-tigadas por uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquéri-to) no Congresso Nacional. O empresário foi preso no dia 29 de fevereiro, durante a Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, que desarticulou organização que explo-rava máquinas de caça-níqueis no Estado de Goiás. O contraventor, apontado pela PF como chefe do grupo, ficou conhecido com o caso Waldomiro Diniz, o ex-assessor de José Dirceu na Casa Civil, considerado o primeiro escândalo do governo Lula, em 2004.

Cachoeira é suspeito de vários crimes, entre os quais corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e contrabando. Entre as relações do empresário que serão investigadas está sua ligação com o senador Demóstenes Torres (sem partido, ex-DEM). Interceptações telefônicas feitas com autorização judicial indicam que o parlamentar atuava no Congresso em favor de Cachoeira. Outras gravações revelaram o en-volvimento de servidores públicos do Incra e de funcio-nários dos governos estaduais de Goiás e do Distrito Federal.

29. fev: A Polícia Federal prende o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, durante a Operação Monte Carlo, que desarticulou organização que explorava máquinas de caça-níqueis no Estado de Goiás. Foram 82 mandados judiciais, sendo 37 manda-dos de busca e apreensão, além de 35 mandados de prisão e 10 ordens de condução coercitiva em cinco Estados.

03. mar: Grampos da Polícia Federal durante a Operação Monte Carlo revelam a ligação entre Carlinhos Cachoeira e políticos de Goiás, incluindo o governador Marconi Perillo (PSDB) e o senador Demóstenes Torres (DEM).

12. mar: O líder do PSOL na Câmara, deputado Chico Alencar (RJ), entrega à corregedoria da Casa pedido de investigação sobre as relações de parlamenta-res com Carlinhos Cachoeira.

16. mar: Relatório do Ministério Público Federal mostra que Carlinhos Cachoeira entregou telefones habilitados nos Estados Unidos (para supostamente evitar grampos, o que não aconteceu) a políticos, inclu-indo Demóstenes Torres (que admitiu à Folha ter recebi-do o aparelho) e Cláudio Monteiro, chefe de gabinete do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), que negou. O objetivo, segundo o Ministério Público, seria dificultar eventuais investigações.

29. mar: O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Ricardo Lewandowski determina, a pedido da Procuradoria Geral da República, a quebra de sigilo bancário de Demóstenes Torres.

10. abr: A Câmara e o Senado fecham acordo para instalar CPI mista sobre o caso Cachoeira, horas depois de o Conselho de Ética do Senado acolher pedi-do do PSOL e abrir processo contra Demóstenes Torres por quebra de decoro parlamentar. No Distrito Federal, Cláudio Monteiro deixou o cargo de chefe de gabinete do governo distrital após a revelação de gravações em que duas pessoas discutem um suposto pagamento de pro-pina a Monteiro relacionado a contratos do governo do DF.

Cassação de Demostenes Torres

A República brasileira, é relativamente jovem, con-

siderando que o golpe republicano, foi idealizado pelos monarquistas no final do século dezenove (1891) e teve e tem sua imagem constantemente arranhada, pra não dizer achicalhada, com sucessivos casos de corrupção. Mas se engana quem imagina que isso é algo recente, o grande Rui Barbosa, há muito já se indignara com tal situação.

Não tenho para onde ir pois amo este meu chão, vibro ao ouvir meu Hino e jamais usei a minha Bandeira para enxugar o meu suor ou enrolar

meu corpona pecaminosa manifestação de nacio-nalidade. Ao lado da vergonha de mim, tenho tanta pena de ti, povo brasileiro! “De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a

desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos

maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto”.

Ruy Barbosa

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Demóstenes Torres (sem partido-GO) teve seu mandato cassado após votação secreta realizada nesta quarta-feira no Senado. Cinquenta e seis senadores votaram a favor da cassação do mandato por quebra de decoro parlamentar, 19 votaram contra e houve cinco abstenções. Ele teve o mandato cassado por conta da sua relação com o contraventor Carlinhos Cachoeira. É a segunda vez na história do Senado que ocorre uma cassação de mandato, a primeira foi a de Luiz Estevão (PMDB-DF), em junho de 2000. Com a decisão desta tarde, Demóstenes Torres não poderá disputar eleições até 2027. Durante a defesa, Demóstenes alegou inocên-cia, dizendo que era vítima de boatos divulgados pela imprensa.

Julgamento do Mensalão 2012

Daí se há de observar que os homens devem ser

mimados ou aniquilados, porque, se é verdade que po-dem vingar-se das ofensas leves, das grandes não po-dem: por isso, a ofensa que se fizer a um homem deverá ser de tal ordem que não se tema a vingança. O prínci-pe, Maquiavel, Nicolau. p. 10, 2a edição. São Paulo, Martins Fontes, 1996.

Desde o dia 2 de agosto(2012), o Supremo Tribunal Federal (STF) julga o caso do mensalão, o maior pro-cesso político já analisado pela Corte. Os 11 ministros definirão se houve esquema de corrupção e compra de apoio para o governo no primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, e caso afirmativo, quais foram os respon-sáveis pelos delitos.

A grandiosidade do caso pode ser medida por seus números: são 38 réus, cerca de 500 testemunhas e mais de 50 mil páginas de autos. A expectativa é que o julga-mento se estenda por dois meses, enquanto a maioria dos processos que passam pelo Tribunal dificilmente ultrapassa três dias de trabalho.

2005: O então deputado Roberto Jefferson, pre-sidente do PTB, cita o termo "Mensalão" ao expor um esquema de corrupção dentro dos correios. Instauranda a CPI em junho, promove a queda do homem forte do governo Lula, José Dirceu, ministro chefe da casa civil. Em setembro do mesmo ano, Roberto Jefferson é cas-sado e o processo arquivado.

2006: Pedro Correa, então presidente do PP é cassado, como desdobramento do esquema do mensa-lão. Durante nove meses a CPI dos correios, parece atuante, mas é encerrada em abril de 2006, pedindo o indiciamento de mais de 100 pessoas.

2007: Em agosto, começa o julgamento do mensalão. O STF acata acusação e indicia 40 envolvidos no esquema.

2008: O secretário geral do PT, Silvio Pereira, entra em acordo com o Ministério Público e estranha-mente, deixa de ser réu no processo que o arrolava.

2011: Ministro Joaquim Barbosa relator do pro-cesso, dá por encerrado a fase de reunião de provas e o processo chega a fase final, o julgamento. Em dezem-bro, depois de concluido o processo de apreciação do caso, Joaquim Barbosa, encaminha o processo ao revi-sor, o ministro Ricardo Lewandowski.

2012: Junho, os ministros marcam o julgamento para inicio de Agosto do corrente ano. No dia 26 de ju-nho, o ministro Lewandowski, libera o processo para julgamento. Em 02 de agosto, começa o processo de julgamento do esquema do mensalão.

Embora o julgamento do mensalão que se arrasta por longos 7 anos, seja uma peça chave pra transparên-cia do Governo Dilma, há um risco real, de mais uma vez, virar um grande rodízio de pizzas, isso porque, existe a possibilidade da prescrição do julgamento.

O desmembramento do processo do mensalão, se acatado pelo STF, poderá causar a prescrição. Este processo só está chegando a seu julgamento porque ficou concentrado no STF, se este processo estivesse por aí, estaria passível de prescrição, com todo o tipo de manobra que possa ser feita.

A possível manobra dos advogados e implicados em desmembrar os julgamentos de todos os casos em etapas, visa ganhar tempo e esvaziar o tema, que tem repercutido de forma negativa junto a sociedade brasilei-ra, que verdadeiramente, não acredita na punição dos culpados.

EUROPA

Eleições na França O que há muito se suspeitava na França agora es-

tá cristalino. Ninguém mais esconde, no meio político, que as eleições presidenciais na França serão uma es-pécie de plebiscito: ser contra ou a favor de Nicolas Sarkozy, candidato à reeleição pela União por um Movi-mento Popular (UMP, centro-direita). 43 milhões de elei-tores inscritos e portanto aptos a votar vão às urnas na França "metropolitana" e em seus territórios além-mar para responder se querem ou não conceder mais cinco anos ao atual locatário do Palácio do Eliseu, eleito pela primeira vez em 2007.

À exceção do candidato centrista François Bayrou, líder do Movimento Democrático (Modem), todos os demais oito aspirantes ao Eliseu usam, em maior ou menor grau, o "anti-sarkosysme" como discurso de cam-panha. A rejeição no meio político, é claro, reverbera a impopularidade ex-presidente, que reúne apenas 36% de avaliações positivas, contra 64% de descontentes, de acordo com pesquisa realizada pelo instituto Ifop. Para efeitos de comparação, seu primeiro-ministro, François Fillon, tem 51% de apoio. Ou seja: não é o governo Sar-

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kozy o mais rejeitado; É o presidente em si o mal-amado. Por essas e outras razões, as eleições se transformaram em um verdadeiro referendo.

Eleição de Hollande

O candidato socialista François Hollande foi eleito

presidente da França, depois de Nicolas Sarkozy, atual presidente francês, ter reconhecido a derrota no pleito. "Neste 6 de maio(2012), os franceses escolheram a mudança para me levar à presidência". "Prometo ser o presidente de todos. Há apenas uma França, uma na-ção, unida para o mesmo destino. Todos na França terão os mesmos direitos e as mesmas obrigações”, afirmou Hollande, que disse sentir profunda gratidão por todos que votaram nele.

Rússia

Com 98, 4% dos votos apurados, o primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Putin, declarou vitória nas eleições presidenciais russas. De acordo com a Comis-são Eleitoral Central (CEC), o homem forte da Rússia obtém 63, 9% dos votos, quase 43 milhões. Com este resultado, Putin, que já exerceu o cargo de presidente entre 2000 e 2008, seria o ganhador do pleito no primei-ro turno. A vitória é questionada por seus rivais, que consideram a eleição presidencial russa um roubo. Mas a eleição, que reconduziu Putim ao Kremlin para um mandato de seis anos, está sendo questionada por ob-servadores internacionais.

O chefe da organização para a segurança e coope-ração na Europa, Tonino Picula, disse que toda eleição tem resultado incerto, menos na Rússia. Segundo ele, faltou competição de fato. Teria sido um pleito de cartas marcadas. A denúncia dá mais munição à oposição russa, que apontou vários casos do chamado 'voto car-rossel'- eleitores que votam várias vezes em diferentes seções ou pelo correio. Vladimir Putin venceu com ampla maioria de votos, mas o resultado das urnas não con-venceu todos os russos.

ÁFRICA

Os militares da Guiné-Bissau assumiram o controle

da capital tiroteio e o silenciamento das estações de rádio. Não é claro quem eram os participantes diretos no tiroteio e o Hospital Simão Mendes não registou a entra-

da de mortos ou feridos, até ao fim da noite. Desconhe-ce-se o paradeiro de Carlos Gomes Júnior, até recente-mente Primeiro-ministro e vencedor da primeira volta das eleições presidenciais de 18 de Março(2012), assim como o do Presidente interino, Raimundo Pereira.

Após o tiroteio, que semeou o pânico na cidade, os militares tomaram o controle das ruas da capital, incluin-do a Rua dos Combatentes da Pátria, onde reside Carlos Gomes Júnior (e se localiza a embaixada de Angola) assim como o quarteirão da Presidência da República. As embaixadas estão cercadas pelos militares, mas o embaixador português, citado pela agência Lusa, disse que "ninguém foi incomodado". O golpe foi desencadea-do após uma conferência de Imprensa de Kumba Ialá, candidato derrotado no primeiro turno das presidenciais, em que este insistia que não haveria campanha para o segundo turno, marcada pela CNE para 29 de Abril.

Os militares, chefiados pelo Chefe do Estado Maior, António Indjai, apoiaram, desde o início, a revolta dos candidatos derrotados contra Carlos Gomes Júnior, assim como a pressão para a retirada dos militares an-golanos, que a hierarquia castrense responsabilizava por interferência nos assuntos guineenses. Os angolanos deram guarida a Carlos Gomes Júnior numa recente sublevação militar.

Sudão do Sul

O Sudão reconheceu a República do Sudão do Sul,

na véspera da independência da mais nova nação do mundo. O Sudão do Sul votou em janeiro pela separação do Sudão, com quem esteve em guerra durante déca-das. "A República do Sudão anuncia que reconhece a República do Sudão do Sul como Estado independente, segundo as fronteiras de 1º de janeiro de 1956", decla-rou à televisão estatal o ministro de Assuntos Presiden-cias, Bakri Hasan Saleh.

Vencer algumas das piores estatísticas sociais do mundo é tarefa árdua, mas a burocracia da criação do Estado é o primeiro empecilho. Sem indústria própria, o novo país precisou encomendar da China centenas de bandeiras de seis cores (antigo emblema do Exército de Libertação do Povo do Sudão-SPLA, na sigla em inglês). Por falta de tempo, o país ainda não terá moeda própria. Até que o desenho da nova moeda seja finalizado, o Sudão do Sul manterá a libra sudanesa, herança do sistema financeiro de Cartum, capital do norte.

A boa nova é que o embargo dos Estados Unidos e da União Europeia contra o atual Sudão (acusado de patrocinar terroristas) não se aplicará ao novo país. É um voto de confiança da comunidade internacional para atrair os investidores externos. A ONU, desde 2005, com a assinatura dos termos de um acordo de paz com o norte, apoia a criação do novo Estado, mas a sala da Assembléia Geral não tem lugar para festejar a indepen-dência.

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Não há assento para mais um país. Técnicos da ONU estão agora estudando onde criar novas instala-ções no fórum em Nova York, EUA. Na internet, o Sudão usa o domínio ". sd", a ex-União Soviética (USSR) ficou com o ". su" e o Sudão do Sul quer o ". ss". No entanto, o país não deve obtê-lo porque a sigla faz referência à SS ("Schutzstaffel"), a polícia nazista. Para construir a capi-tal planejada, o governo tem um projeto arquitetônico ousado, inspirado nas formas de um rinoceronte.

Comunidade dos Países de Língua Portuguesa - CPLP

Integrada por Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-

Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe, a CPLP foi estabelecida em julho de 1996, na I Conferên-cia de Chefes de Estado e de Governo dos Países de Língua Portuguesa, em Lisboa (“Cimeira Constitutiva”). Na sequência de sua independência, em 2002, Timor-Leste tornou-se o oitavo Estado Membro da Comunida-de.

A proposta de criação da CPLP remonta ao primei-ro encontro realizado entre Chefes de Estado e de Go-verno de língua portuguesa, em novembro de 1989, em São Luís do Maranhão, sob iniciativa do Presidente José Sarney, tendo recebido igualmente forte impulso do Embaixador José Aparecido de Oliveira, na primeira metade dos anos 1990. Durante o Encontro de Cúpula no Maranhão, foi decidida a criação do Instituto Interna-cional da Língua Portuguesa (IILP), com sede na Cidade da Praia, Cabo Verde. Considerado o “embrião” da Co-munidade, o IILP foi, em 2005, integrado formalmente à Organização como principal espaço de coordenação para a promoção e difusão da língua portuguesa. Para a institucionalização da CPLP, contribui, igualmente, a atuação, na primeira metade dos anos 1990, do Embai-xador José Aparecido de Oliveira, grande entusiasta da idéia de uma CPLP no período em que foi Embaixador do Brasil em Portugal.

A CPLP constitui foro privilegiado para o aprofun-damento das relações entre seus Membros, que se be-neficiam de laços históricos, étnicos e culturais comuns. Baseada no princípio da solidariedade, a Comunidade concentra suas ações em três objetivos gerais: a concer-tação político-diplomática; a cooperação em todos os domínios; e a promoção e difusão da língua portuguesa. No âmbito da concertação política, destacam-se a coor-denação de posições nos foros multilaterais, bem como a cooperação na área eleitoral, inclusive por meio de missões conjuntas de observadores nas eleições dos Estados membros.

No tocante à cooperação técnica, vale sublinhar que os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), juntamente com Timor-Leste são, atualmente, os principais recipiendários da cooperação prestada pelo Brasil, a qual tem priorizado a capacitação nas áreas de

formação profissional, segurança alimentar, agricultura, saúde e fortalecimento institucional, entre outras. No tocante à promoção e difusão de Língua Portuguesa, vale destacar o processo de adoção, em 2010, do Plano de Ação de Brasília para a Promoção, a Difusão e a Projeção da Língua Portuguesa.

Embora Todas as decisões sejam tomadas por consenso, existe a seguinte composição deliberativa:

A Conferência de Chefes de Estado e Governo (com reuniões bianuais).

O Conselho de Ministros dos Negócios Estran-geiros e das Relações Exteriores (com reuniões anuais).

Comitê de Concertação Permanente (CCP, com reuniões mensais).

ÁSIA

Os rumores sobre a saúde debilitada de Kim Jong-il, que de tempos em tempos ganhavam força, chegaram ao fim, o governante do país morreu. O ditador, de 69 anos, já tinha sofrido um derrame, em 2008. Fontes afirmam que ele estava em estado de apoplexia há al-guns meses. Segundo um comunicado norte-coreano publicado pela agência de notícias sul-coreana Yonhap, Kim teve um ataque cardíaco durante uma viagem e morreu por causa de "fadiga mental e física".

No mesmo dia do anúncio de sua morte, a Coreia

do Norte testou um míssil de curto alcance na costa leste. De acordo com a Yonhap, uma autoridade do governo sul-coreano disse não acreditar que haja uma relação entre o lançamento e a morte de Kim. O míssil caiu no mar. O anúncio da morte do ditador, que gover-nou o país com mão de ferro por 17 anos, foi transmitido pela TV estatal com um pronunciamento emocionado de uma apresentadora vestida de preto: “Nosso grande líder morreu”. Chamado no país de Querido Líder, o ditador - que recebeu o comando da Coreia do Norte de seu pai, já havia escolhido o mais novo de seus três filhos, Kim Jong-un, para sucedê-lo. Kim Jong-un é o grande suces-sor e líder do partido (dos Trabalhadores), das Forças Armadas e do povo”. Mas há desconfianças sobre o futuro político do país comunista, que há anos vive uma séria crise econômica, que incluem uma situação de carência alimentar severa, além de fortes tensões com os Estados Unidos, a Coreia do Sul e o Japão, países que Kim Jong-il já ameaçou atacar.

A morte de Kim Jong-il, considerado um líder exóti-co, mas que vinha dando muita dor de cabeça ao ociden-te por seu programa nuclear, pode amenizar ou agravar a situação no país comunista, que busca ter armas nu-cleares e sofre um embargo econômico liderado pelos EUA. O sucessor, Kim Jong-un, nasceu no final de 1983 ou começo de 84 e foi educado em Berna, na Suíça. Sua juventude sempre foi considerada uma barreira à sua ascensão, numa sociedade que tradicionalmente preza a experiência dos mais velhos. No ano passado, porém,

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com menos de 30 anos de idade ele foi nomeado gene-ral de quatro estrelas e vice-presidente da Comissão Militar Central do Partido dos Trabalhadores.

China

O partido comunista chinês, comemora seu nona-gésimo aniversário, o partido continua mais forte do que nunca, presidindo sobre uma China, como ele, cada vez mais poderosa. O domínio do PC se estende por todos os aspectos da vida na China. A organização não tolera diferenças de opinião e mantém o controle por meio de um sistema que usa a força para suprimir os que discor-dam de sua linha. Para alguns, isso não pode continuar, e o partido vai ter de se transformar se quiser sobreviver. Mas a liderança parece estar atenta à necessidade de modernização constante para que possa se adaptar aos novos tempos.

A cada três anos, integrantes do alto escalão do partido fazem três meses de treinamento em escolas desse tipo. A ideia é assegurar que eles entendam as novas filosofias da organização. Após o curso, retornam aos seus postos e colocam em prática as novas propos-tas. O partido anunciou, recentemente, que supervisiona-ria as eleições organizadas para selecionar autoridades de governos regionais. O objetivo, segundo o partido, era assegurar "eleições justas".

Repressão

A China vive hoje um dos momentos de maior re-pressão a dissidentes políticos dos últimos anos. Este é o aspecto mais sombrio do controle exercido pelo partido sobre a sociedade. Sob o comando do partido, o governo chinês gasta hoje mais dinheiro com segurança interna do que na defesa nacional, prendendo tibetanos, militan-tes pró-democracia e pessoas retiradas à força de suas casas para projetos de desenvolvimento, qualquer um que contrarie a lei. Recentemente, o governo enviou a chamada Polícia Armada do Povo, que atua sob o co-mando do Exército chinês, para subjugar um movimento de dissidentes na Mongólia, no norte, e revoltas de tra-balhadores imigrantes no sul. Isto não quer dizer que o Partido Comunista não esteja disposto a mudar. A orga-nização sobreviveu por tanto tempo justamente pela capacidade de adaptação. Trinta anos atrás, o PC chinês começou a adotar o capitalismo, uma transformação que resultou em uma prosperidade econômica que, prova-velmente, fará da China, em meados desse século, o país mais rico do mundo.

Eleições no Timor Leste

O ex-comandante das Forças Armadas Taur Matan Ruak foi eleito presidente de Timor Leste, e terá pela frente a tarefa de dirigir esta jovem nação asiática devas-tada por décadas de conflitos e da qual os capacetes azuis da ONU se retirarão no fim do ano. Taur Matan Ruak obteve 61, 23% dos votos no segundo turno da eleição. O ex-presidente do Parlamento Francisco Guter-res, conhecido como Lu Olo, recebeu 38, 77% de votos. A participação foi de 73%. O atual presidente e prêmio Nobel da Paz, José Ramos Horta, ficou na terceira posi-ção no primeiro turno e não disputou o segundo turno. Depois de várias décadas de violência, os habitantes da percela oriental de Timor foram às urnas na esperança de uma paz duradoura na hora de eleger o sucessor de Ramos-Horta. A eleição presidencial, seguida das legis-lativas de 7 de julho, foi a segunda desde a independên-cia, ocorrida em maio de 2002, deste minúsculo país de 1, 1 milhão de habitantes, em sua maioria católicos. Ruak e Guterres viveram durante anos na selva, no

comando da guerrilha contra as tropas indonésias que invadiram o país depois da retirada da potência colonial portuguesa, em 1975. Mais de um quarto da população foi dizimado no conflito até 1999.

Taur Matan Ruak, conhecido como "TMR", foi co-

mandante das Forças de Defesa de Timor Leste (Falin-til), o braço armado da Fretilin. Desde então, jamais deixou de vestir o uniforme, liderando as Forças Arma-das até 2011. As Nações Unidas recomendaram em um relatório que TMR fosse acusado por um suposto tráfico de armas durante os episódios de violência de 2006, quando Timor esteve à beira da guerra civil. Apoiado pelo CNRT, o partido de centro-esquerda do atual pri-meiro-ministro Xanana Gusmão, Taur Matan Ruak não foi afetado pelas acusações de corrupção contra o go-verno: a ministra da Justiça foi recentemente suspensa após a abertura de uma investigação contra ela. "Lu Olo", de 57 anos, era apoiado pelo agora partido Frente Revolucionária de Timor Leste, que mantém algum pres-tígio entre a população por ter comandado os combates contra os indonésios.

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

Com relação à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e a questões a ela relaciona-das, julgue (C ou E) os próximos itens. (IrBr/2012)

01. Um dos primeiros passos para a formação da CPLP foi dado com a criação do Instituto Internacional da Língua Portuguesa.

02. É permitido a país cujo idioma oficial não seja a lín-gua portuguesa participar da CPLP na condição de observador associado.

03. Nas reuniões que antecederam a formação da CPLP, processo que se estendeu por algumas décadas, di-ferentes governos brasileiros marcaram posição con-trária à criação dessa comunidade.

04. A cooperação entre os Estados-membros da CPLP não se restringe à seara política, abrangendo vários outros domínios, como saúde, ciência e tecnologia, cultura e desporto.

Acerca das relações Brasil-África durante o governo

Lula, julgue (C ou E) os itens que se seguem. (Ir-Br/2012)

05. Embora o comércio entre o Brasil e a África tenha aumentado exponencialmente nesse período, o Brasil registrou déficit nessa relação comercial, em decor-rência da política de substituição competitiva de im-portações, que outorga preferências comerciais a pa-íses africanos.

06. Nesse período, além de ter investido recursos da Agência Brasileira de Cooperação na África, o gover-no brasileiro perdoou dívidas de diversos países afri-canos.

Julgue os seguintes itens, relativos a atuali-dades no

âmbito internacional. (STM/2011) 07. Em razão das reformas econômicas implantadas

recentementepelo governo de Cuba, reduziu-se o número autorizado de profissões na iniciativa privada

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no país e, consequentemente, aumentou-se o núme-ro de funcionários no setor estatal da economia.

08. Na Convenção sobre Mudança Climática, realizada recentemente em Cancun, estabeleceu-se a criação de um Fundo Verde do Clima, a fim de ajudar os paí-ses pobres a lidar com as mudanças climáticas.

09. Na esfera do direito internacional, entrou em vigor, em dezembro de 2010, a União dos Países Sul-Americanos, cujos países-membros, a partir do esta-belecimento dessa instituição, deixaram, automati-camente, de pertencer à Organização dos Estados Americanos.

“No próximo domingo, o atentado terrorista às torres

gêmeas do World Trade Center, em Nova York, e a outros alvos nos Estados Unidos completa 10 anos. O ataque mudou a história do país e mar-cou o mundo todo. Em 11 de setembro de 2001, dois aviões sequestrados por terroristas da Al Qaeda foram jogados contra as torres gêmeas. Outra aeronave caiu no prédio do Pentágono, em Washington DC. Um quarto avião foi derrubado em uma cidade do estado da Pensilvânia. Ele ia em direção a Washington, mas caiu quando os passageiros e a tripulação tentaram dominar os terroristas e retomar o controle. Quase três mil pessoas morreram nos ataques. Quem tinha ida-de suficiente para se dar conta do impacto daque-le acontecimento ainda hoje consegue se lembrar de onde estava quando recebeu a notícia. Com a ajuda da cobertura ao vivo da imprensa interna-cional, as cenas da tragédia ganharam o mundo e chocaram até os que não eram exatamente fãs dos EUA. ”(Disponível em: <http: //exame. abril. com. br/Acesso em: 3 set. 2011).

10. A imprensa tem divulgado muitas notícias acerca

dos atentados terroristas, nos Estados Unidos, há dez anos. O governo norte-americano vem to-mando medidas no sentido de evitar que novos ataques aconteçam. Sobre esses ataques, pode-mos afirmar que:

a)Foram planejados por Saddam Hussein, notável inimi-go dos Estados Unidos, que se aliou à rede terrorista Al Qaeda.

b)No dia 11 de setembro de 2001, dois aviões foram jogados sobre o principal símbolo religioso dos norte- americanos, o World Trade Center, lugar que estava repleto de pessoas em oração.

c)O ódio da Al Qaeda aos Estados Unidos se justifica, em grande parte, devido à perseguição norte-americana ao Estado de Israel.

d)Os atentados de 11 de setembro mudaram a forma de os norte-americanos se comporta-rem, desencade-ando uma verdadeira caça aos comunistas.

e)Os atentados de 11 de setembro mostraram ao mundo a vulnerabilidade dos Estados Unidos e despertaram nos norte-americanos um sentimento de ódio a Osa-ma Bin Laden, culminando com sua morte, em Isla-mabad, capital do Paquistão, em maio de 2011.

No final de outubro, o governo norteamericano to-

mou uma decisão surpreendente. Em um relatório recheado de elogios, o Departamento do Interior autorizou o retorno da empresa British Petroleum aos trabalhos de perfuração nas águas profundas do golfo do México. BARBOZA, M. De volta ao local do crime. Revista IstoÉ. São Paulo: Três, ano 35, n. 2191, nov. 2011, p. 118. Adaptado.

11. A decisão estadunidense é considerada surpre-endente porque foi tomada após o seguinte fato provocado, em abril de 2010, pela empresa men-cionada: (CEF/2012)

a)Sonegação progressiva de impostos federais. b)Ameaça de abandonar suas atividades nos EUA. c)Fusão com grandes empresas do setor ambiental. d)Vazamento marítimo de óleo em larga escala. e)Demissão em massa de trabalhadores do setor petro-

leiro. O presidente norte-coreano Kim Jong-un comprome-

teu-se com negociadores estrangeiros a suspen-der o programa de enriquecimento de urânio, os testes nucleares e os lançamentos de mísseis de longa distância. Também consentiu a inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica que visitem os prédios onde há atividades nucleares. Revista Veja. São Paulo: Abril. ed. 2259, ano 45, n. 10, mar. 2012, p. 76. Adaptado.

12. Esse comprometimento nortecoreano tem como contrapartida estrangeira o recebimento de: (CEF/2012)

a)Alimentos enviados pelos Estados Unidos b)Armamentos convencionais cedidos por Israel. c)Commodities procedentes de países do Mercosul. d)Ajuda humanitária proveniente das Nações Unidas. e)Investimentos externos diretos oriundos da União Eu-

ropeia. No Brasil, a crise da dívida externa e as políticas

liberais que se seguiram à estabilização dos anos 90 encerraram uma longa trajetória de crescimen-to industrial e criaram as bases para o retrocesso da indústria de transformação. A participação da indústria no PIB caiu de 35, 8% em 1984 para 15, 3% em 2011. BELLUZZO, L; ALMEIDA, J. Como re-cuperar o vigor. Revista CartaCapital, São Paulo: Confiança, ano XVII, n. 687, mar. 2012, p. 38.

13. A redução da participação industrial descrita assemelha-se àquela do país que mais se desin-dustrializou com a globalização atual. Qual é esse país?(CEF-superior/2012)

a)República Sul-africana. b)República da Alemanha. c)República da Coreia do Sul. d)Estados Unidos da América. e)República Popular da China. O mundo não vai acabar em 2012. “Que pena!”, dirão

os cínicos. Mas, para aqueles que são, em varia-dos graus, mais otimistas, 2012 será um ano de atos de equilibrismo. A Primavera Árabe vai tor-nar-se outro verão. SUU KYI, A. Um senso de equi-líbrio. The economist/Revista Carta Capital, São Pau-lo: Confiança. O mundo em 2012, n. 677, jan. /fev. 2012, p. 86.

14. A expressão Primavera Árabe, empregada no texto, refere-se aos levantes políticos de 2011 o-corridos majoritariamente no: (CEF-superior/2012)

a)Norte da África. b)Sudeste da África. c)Sudeste da Ásia. d)Nordeste da Ásia. e)Centro-sul da Europa.

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Prof. Brando CONHECIMENTOS GERAIS & ATUALIDADES

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O candidato nacionalista Ollanta Humala venceu a conservadora Keiko Fujimori e foi eleito o novo presidente desse país, de acordo com resultados oficiais divulgados já na madrugada de segunda-feira. Com mais de 85% das urnas apuradas, Hu-mala conquistou cerca de 51, 5% dos votos, en-quanto Keiko somou aproximadamente 48, 5%. A vantagem sobre sua rival foi bem mais estreita do que previsto segundo uma contagem rápida dos votos feita por amostragem (3%) e ainda menor do que indicavam as pesquisas de boca de urna, que estimaram a diferença em 5%. (www. estadao. com. br, 06. 06. 2011. Adaptado)

15. A notícia refere-se: a)À Venezuela. b)Ao Paraguai. c)Ao México. d)Ao Peru. e)À Bolívia. 16. “Nas lojas oficiais, o cubano pode comprar pro-

dutos básicos como leite, pão, frango e açúcar, em quantidades limitadas e, segundo alguns, in-suficiente para o consumo. Nas outras lojas, que também pertencem ao gover-no, encontra quase tudo o que se vê no comér-cio capitalista. Para que o turista não se esqueça de que está, afinal, num país comunista que não participa integral-mente do sistema financeiro internacional, há sempre lembretes aqui e ali. Euros são bem vin-dos, dólares são proibidos no comércio e só po-dem ser trocados nos hotéis, e cartões de crédi-tos nem sempre funcionam. ”Fonte: http: // www1. folha. uol. com. br/folha/BBC/ acessado em 13 de agosto de 2011.

Com base na reportagem acima, é correto afirmar que o turismo em Cuba: (Pref. Itu-SP/2011)

a)Colabora para que os cubanos se sintam excluí-dos dentro de seu próprio país.

b)Contribui para aumentar o acesso de cubanos aos serviços ligados ao turismo.

c)Permite que cubanos possam chegar aos territórios turísticos de forma livre.

d)Incentiva o contato entre cubanos e estrangeiros que vão à ilha.

e)Contribui para a sensação de integração econô-mica que existe desde o início do regime comunista, em 1959.

Com cerca de 11, 4 milhões de habitantes e pouco

mais de 110 mil quilômetros quadrados, Cuba de-ve adotar um modelo econômico similar ao chi-nês, expandindo as parcerias já existentes com empresas privadas e públicas de países capitalis-tas. Ao mesmo tempo, tentará encontrar uma forma de manter as conquistas sociais adquiridas no decorrer dos 49 anos em que Fidel se manteve no poder, principalmente nas áreas de educação e saúde. Se depender do presidente americano George W. Bush, continuará a enfrentar o embar-go eco-nômico imposto em 1962, em represália às expropriações de propriedades de americanos na ilha. ―Estou falando de eleições livres e justas, não dessas eleições manipuladas que os irmãos Castro tentam impor como uma de-mocracia ver-dadeira, disse Bush em Ruanda, na África. Revista Isto É. 27 fevereiro 2008, n. 1999, v. 31, p. 77.

17. O congelamento das relações políticas e econô-micas entre EUA e CUBA resultou das seguintes questões, exceto. (Pol. Civil-MG/2008).

a)Da nacionalização das empresas de serviços públicos: luz, gás, telefones, ferrovias etc. , impedindo as inter-venções norteamericanas em vários setores da eco-nomia.

b)Da tutela política imposta, em virtude da Emenda Platt, que reforçava a subordinação econômica aos capita-listas norteamericanos.

c)Da existência em Havana de um pólo de desen-volvimento industrial acentuado que tolhia e limitava o mercado de consumo interno estrangeiro, sobretu-do o norte americano.

d)Da política reformista do governo revolucioná-rio, bus-cando fazer de Cuba uma nação não dependente e a aproximação com a extinta com a extinta URSS, em busca de ajuda militar, técnica, financeira, econômica e diplomática.

e)Da política econômica de Cuba ainda é um grande reflexo do contexto da guerra fria ou seja, uma eco-nomia de transição.

18. O mais recente escândalo político de Brasília tem

como personagem central o empresário goiano Carlos Augusto Ramos, o “Carlinhos Cachoeira”.

Sobre tal assunto, avalie as seguintes afirmativas: (PM. Altos-PI/2012)

I. Na operação “Monte Carlo”, levada a frente pela Polí-cia Federal, as ligações grampeadas acabaram por mostrar uma ligação do contraventor com o Senador goiano Demóstenes Torres, que, uma vez acuado, prontamente se afastou de seu cargo no Congresso Nacional.

II. A ligação obscura com Cachoeira, levou Demóstenes Torres a ser alvo de inquérito junto ao Supremo Tri-bunal Federal (STF), perder a liderança do seu parti-do (PSOL, do qual pediu, posteriormente, para sair), responder processo no Conselho de Ética e Discipli-na do Senado Federal e ter seu sigilo bancário que-brado por ordem judicial.

III. Em 17 de abril de 2012, líderes partidários apresenta-ram requerimento de criação da Comissão Parlamen-tar de Inquérito (CPI) mista para investigar as rela-ções do contraventor Carlinhos Cachoeira com agen-tes públicos e privados, entre os quais parlamentares e empresários. Dois dias depois, o requerimento é li-do em sessão conjunta do Congresso, e a CPI é ofi-cialmente criada.

IV. Em 3 de maio de 2012, o relator da denúncia contra Demóstenes no Conselho de Ética e Decoro Parla-mentar, senador Humberto Costa (PT-PE) pede aber-tura de processo disciplinar contra Demóstenes Tor-res, que resultou em sua cassação, poucos dias de-pois.

Dessa forma, podemos afirmar que: a)Somente os itens I e II estão corretos. b)Somente os itens III e IV estão corretos. c)Somente o item III está correto. d)Todos os itens estão corretos. e)Todos os itens estão incorretos. 19. O ano de 2012 tem sido um ano de importantes

mudanças no cenário político mundial, já que fi-guras importantes politicamente foram eleitas, enquanto outras caíram por meio de golpes ou crises. Desta forma, julgue os itens abaixo: (PM. Altos-PI/2012)

( )François Hollande foi eleito presidente da França.

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( )Taur Matan Ruak foi eleito presidente de Timor-Leste. ( )Vladimir Putin foi eleito presidente da Rússia. ( )Em 17 de fevereiro, Christian Wulff, presidente da

Suíça, apresenta a sua demissão. ( )Em 12 de abril, uma junta militar toma o poder em

golpe de estado na Guiné-Bissau. Desta forma, o correto preenchimento das lacunas

acima leva à seguinte sequência: a)V, V, V, F, V. b)V, F, V, F, V. c)V, V, F, F, V. d)F, V, V, F, F. e)V, V, V, F, F. 20. No dia 9 de dezembro de 2011, o mundo recebeu

a notícia da morte de Kim Jong-il, líder da Coreia do Norte. Esse país é conhecido internacional-mente por ser: (PMSC-SP/ 2012)

a)Celeiro da humanidade, pois apresenta grande produ-

ção de cereais, embora seu comércio seja restrito aos países aliados.

b)Grande produtor de petróleo e energia hidrelétrica, o que ameaça economicamente os interesses dos paí-ses do ocidente.

c)Aliado de países como Rússia e Índia, com pre-tensões militares e expansionistas sobre a China, sua antiga aliada na Guerra Fria.

d)Um dos candidatos a participar dos BRICs, pelo seu crescimento econômico nos últimos anos.

e)Pobre em recursos e possuir um governo ditatorial, frutos de seu isolamento do mundo ocidental.

Coreia do Norte lança foguete. (Folha. com, 12. 04.

2012) 21. EUA e Coreia do Sul, incomodados com o lança-

mento, denunciaram tratar-se de: (PM. Mauá-RJ/2012)

a)Arma nuclear que poderia atingir o vizinho sul-coreano. b)Foguete feito para captar imagens das instalações

militares da Coreia do Sul. c)Tentativa de desviar o foco de intensa mobiliza-ção

militar em terra. d)Teste disfarçado de míssil balístico de longo alcance. e)Satélite construído para a observação astronômica. O ministro de Minas e Energia do Brasil, Edison Lo-

bão, disse nesta terça-feira (26/06) que a crise ge-rada pelo impeachment de Fernando Lugo como presidente do Paraguai não afeta em nada a hi-drelétrica de Itaipu, que funciona "com toda nor-malidade". Lobão afirmou que as sanções que poderão ser aplicadas contra o Paraguai pelo Mercosul ou a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) não atingirão o povo do país nem modi-ficação o funcionamento da hidrelétrica binacio-nal. O ministro também descartou que o Paraguai possa deixar de vender ao Brasil a energia gerada por Itaipu e não consumida pelo país vizinho. http: //epocanegocios. globo. com/crise-no paraguai nao-afeta-itaipu. //acesso: 18/07/2012. Adaptado.

Baseado nos seus conhecimentos e considerando todas as múltiplas implicações do assunto pro-posto, julgue os itens subsequentes:

22. O processo que desencadeou o golpe militar no Paraguai, teve como consequência direta o fato de o presidente pertencer ao partido colorado, presente no poder paraguaio há 60 anos.

23. Embora aparentemente inconstitucional, o impeach-ment de Fernando Lugo, apresenta respaldo legal de acordo com a constituição vigente no país.

24. O Paraguai é membro permanente do Mercosul e de acordo com o regimento definido em 1998, todo go-verno não considerado democrático pode ser destitu-ído, ou por forças internas ou com apoio da OEA e da ONU.

25. As relações Brasil-Paraguai viveram várias crises, entre elas o sistema de tarifação de Itaipu, que bene-ficiou somente o Brasil, embora o contrato estabele-cido em 1973, determine exclusividade no forneci-mento de energia paraguaia para o Brasil.

26. O atual presidente Paraguaio Federico Franco, exer-cerá o governo interinamente até 2013, quando ocor-reram as novas eleições. Embora em crise, o novo presidente já conta com o reconhecimento de vários países, entre eles, o Brasil e a Venezuela.

27. As possíveis sanções mencionadas no texto, vão desde a suspensão do fornecimento de mercadorias e insumos, até a expulsão da OEA, Unasul e Merco-sul.

28. Umas das questões mais controversas dessa atual crise, é a velocidade em que o processo de afasta-mento foi votado, mostrando que o presidente não possui apoio majoritário no senado e nem no con-gresso.

29. A OEA, ainda não se pronunciou quanto a crise no país, pois o Paraguai permanece excluído da institui-ção desde a crise de 2008.

TEXTO I

"Transformarei a Argentina no aliado automático dos Estados Unidos. Preencherei o espaço interna-cional que o Brasil deixou livre por seu coquetis-mo em relação ao terceiro mundismo, o apoio a África Negra e a reticência em trabalhar com os Estados Unidos no continente. Como pagamento, os senhores sustentariam a minha presidência e enviariam capitais a Argentina e nos transforma-riam na capital do vice-reinado latino americano. " (Trecho de um pronunciamento do General Galti-eri, em novembro de 1981, nos Estados Unidos, um mês antes de se tornar presidente. CABRAL, A. e outros, Guerra Santa nas Malvinas, EMW Edito-res, p. 111)

TEXTO II

Os Estados Unidos acabaram apoiando a Inglaterra, ignorando o erro de cálculos de Galtieri, além de não cumprir os compromissos militares fixados pelo TIAR e OEA. AQUINO, Rubim Santos, História das sociedades americanas. p. 387, Editora Livro técnico, Rio de Janeiro, 1990.

Tendo como referência inicial os textos e conside-rando a abragência do tema, julgue as questões subsequentes.

30. Historicamente as ilhas Malvinas pertencem à Argen-tina, no entanto como resultado da Guerra Fria, es-sas ilhas foram incorporadas ao domínio inglês.

31. A OEA, citada no texto, corresponde a instituição jurídica/política máxima das Américas, somente ela pode intervir nos países latino americanos.

32. Recentemente o governo argentino tem questionado a soberania inglesa sobre as ilhas, o que o levou a um novo conflito diplomático com o governo inglês.

33. A importância das Ilhas Malvinas/Falklands para o governo britânico se refere a sua posição estratégica na América do Sul e o potencial petrolífero da região.

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34. O Brasil, bem como os demais países americanos apoiam o posicionamento político da Argentina em relação as ilhas, pois as mesmas, estão totalmente inseridas dentro de sua área territorial.

35. O governo do Presidente Lula foi palco de alguns

escândalos que envolvem petistas famosos. E meados de 2005, quatro colaboradores do gover-no federal e quadros do Partido dos Trabalhado-res envolveram-se no chamado Escandâlo do Mensalão.

Qual o nome dessas personalidades politicas? (PM. S. José dos Campos-Adaptada)

a)Silvio Ferreira, Delúbio Soares, Luiz Gushiken, José de Alencar.

b)Silvio Moreira, Delúbio Souza, Lúcio Gushiken, João Dirceu.

c)Silvio Pereira, Delúbio Soares, Luiz Gushiken, José Dirceu.

d)Silvio Pereira, Delúbio Soares, Luiz Antônio, José de Alencar.

e)Antonio Palocci, Luiz Gushiken, João Dirceu, Silvio Pereira.

Ban Ki-moon pede que Sudão e Sudão do Sul resol-

vam discordâncias via diálogo O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu neste

domingo (29) que o presidente do Sudão, Omar Hassan Ahmad Al-Bashir, e o presi-dente do Su-dão do Sul, Salva Kiir Mayardit, resolvam as dis-cordâncias entre os dois países via diálogos. Na cerimônia de abertura da 18ª Cúpula da União A-fricana (UA), BanKi-moon ressaltou que o Sudão e o Sudão do Sul encerraram a mais longa guerra civil do continente. Os líderes dos dois países devem agora resol-ver as questões pendentes. Na coletiva de imprensa depois da cerimônia, Ban indicou que a negociação do último dia 27 entre Al-Bashir e Mayardit, na cidade de Adis Abeba, capital da Etiópia, não chegou a um consenso. A disputa dos recursos de petróleo entre o Sudão e o Sudão do Sul está em estado de emergência, segundo o secretário-geral da ONU. Nesse caso, os líderes dos dois países devem concre-tizar as promessas do Acordo de Paz e a UA deve tomar medidas parar aumentar a confiança mútua entre os membros e a medição dos conflitos regionais. http: //portuguese. cri. cn/30/01/2012. Adaptado.

36. Considerando o texto, analise as assertivas abai-

xo. I. O Sudão do Sul é o mais novo país da África e do

mundo, conquistando sua independência em julho passado em um referendo realizado em 7 de feverei-ro de 2011, em que 98% da população aprovou a se-paração com o Sudão.

II. O Sudão do Sul realiza extração de petróleo, mas é uma das nações mais pobres do mundo.

III. A escassez de alimentos no Sudão e os confrontos com o Sudão do Sul levaram a migração de 500. 000 sudaneses para o Sudão do Sul.

IV. No Sudão predomina a religião muçulmana, enquanto que, no Sudão do Sul, predomina a religião cristã e animista.

É correto o que se afirma em: (Pref. Campinas/ 2012-Adaptada)

a)I, II e III, apenas. b)II, III e IV, apenas. c)I e IV, apenas.

d)I, II, III e IV. e)II e III.

O mensalão e a Satiagraha É motivo de júbilo para a sociedade brasileira e vitó-

ria do Estado o transcurso do atual julgamento realizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o denominado escândalo do mensalão, o-corrido em 2005, que está transcorrendo com to-tal publicidade e transparência, transmitido ao vi-vo por veículos da mídia nacional e internacional. Contudo, se o Estado democrático de direito do país e suas instituições públicas tiveram maturi-dade e altivez para apurar e julgar os crimes do mensalão; por outro lado, se subvertem silente-mente ante os ingentes crimes cometidos pelos serviços secretos nacionais contra o Estado bra-sileiro e a soberania nacional. Isso porque se o mensalão é reconhecidamente a mais grave con-tingência criminosa produzida pela política brasi-leira da era republicana; o festival de clandestini-dades patrocinadas pela Agência Brasileira de In-teligência (Abin) na Operação Satiagraha, em 2008, representa um dos mais graves crimes, co-metidos por serviços de inteligência contra o Es-tado constituído, da história contemporânea mundial. http: //www. jb. com. br/sociedade-aberta/ noticias/ 18/08/2012 o-mensalao-e-a-satiagraha/ (Com adaptações)

Tendo o texto acima como referência inicial e consi-

derando a dimensão do tema por ele abordado, julgue os itens seguintes.

37. Infere-se do texto que, no Brasil, os acordos políticos e até mesmo, tratados e convenções internacionais dos quais o país é signatário somente ganham eficá-cia jurídica após a aprovação, por parte do Congres-so Nacional, do ato praticado pelo Poder Executivo.

38. Tal como acontece no Brasil, nas democracias con-temporâneas a atuação dos grupos de pressão sobre os governos e os parlamentos é considerada perni-ciosa e potencialmente perigosa para a sobrevivência das instituições, razão pela qual tende a ser punida com rigor.

39. Os dois escândalos citados no texto, tiveram ampla colaboração da ABIN(agencia brasileira de inteligên-cia) e ficaram marcados pela enormidade de gram-pos ilegais, também denominado pela policia federal, como operação grampolândia.

40. O escândalo do mensalão consiste na comprovação pelo STF do pagamento de propina aos partidos da base governista para a aprovação de matérias do in-teresse do governo.

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ECONOMIA PRINCIPAIS BLOCOS ECONÔMICOS

ALADI - Associação Latino-Americana de Integração

Países-Membros: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba, Equador, México, Paraguai, Peru, Uru-guai e Venezuela. Criada em 1980, em substituição da antiga Associação Latino-Americana de Livre Comércio (ALALC) de 1960.

Objetivo: visa a concessão de preferências tarifá-rias e acordos regionais e de alcance parcial).

MERCOSUL - Mercado Comum do Sul

Países-Membros: Argentina, Brasil, Paraguai, U-

ruguai e Venezuela. Países-Associados: Bolívia, Chile, Colômbia, Peru

e Equador. Criado pelos: Tratado de Assunção (26/03/1991) e

o Protocolo de Ouro Preto (17/12/1994) tem como objeti-vo criar um mercado comum com livre circulação de bens, serviços e fatores produtivos, bem como a adoção de uma política externa comum, a coordenação de posi-ções conjuntas em foros internacionais, a formulação conjunta de políticas macroeconômicas e setoriais, e a harmonização das legislações nacionais.

Crise no Paraguai e o Mercosul

O presidente do Paraguai, Federico Franco, cogita promover um referendo para que a sociedade decida se o país deve ou não permanecer no Mercosul. O país foi suspenso do bloco em junho, depois que os líderes sul-americanos levantaram dúvidas sobre a destituição do então presidente Fernando Lugo do poder. Caso confir-mado, o referendo deve ocorrer em abril de 2013, duran-te as eleições majoritárias. O presidente disse que pre-tende revisar o acordo entre o Paraguai e o Brasil sobre o uso de energia gerada pela Usina Hidrelétrica de Itai-pu. paraguaios deixarão de “ceder” energia para o Brasil. As autoridades brasileiras reagiram, informando que há um acordo que deve ser respeitado e que para revisá-lo é necessário seguir uma série de trâmites. O governo brasileiro nega que a energia seja cedida pelo Paraguai e afirma que ela é comprada.

O grupo de alto nível da Unasul ratificou a suspen-são temporária do Paraguai. A decisão foi anunciada em Lima pelo presidente do grupo, Salomon Lerner, após um período de análises a partir de relatórios específicos enviados pelas embaixadas dos países que integram a Unasul. O grupo é formado por 12 países, um deles é o Paraguai, que está suspenso até abril de 2013. Os ou-tros integrantes são Bolívia, Colômbia, Equador, Peru, Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai, Venezuela, Chile, Guiana e Suriname. São países observadores o Panamá e o México.

Consequências da Crise

O Paraguai também foi temporariamente sus-penso das reuniões do Mercosul e da Unasul.

Venezuela suspendeu as exportações de petró-leo da sua estatal petrolífera, a PDVSA, para o Paraguai.

Protocolo de Ushuaia, assinado em 1998, obri-ga os integrantes do bloco a manterem governos demo-cráticos.

NAFTA - Acordo de Livre Comércio da América do Norte.

Países-Membros: Estados Unidos, Canadá e Mé-xico.

Iniciado em 1988 para ser um instrumento de inte-gração das economias da América do Norte. Tem como objetivo: construir, no prazo de quinze anos, uma zona de livre comércio com ampla abrangência, se possível, atraindo outros países do Continente Americano, regu-lando os investimentos, a propriedade intelectual e o comércio de bens e serviços nos países membros do bloco.

CAN - Comunidade Andina de Nações

Países-Membros: Bolívia, Colômbia, Equador, Pe-ru e Venezuela.

Criada em 1969, pelo Acordo de Cartagena. Os pa-íses membros junto ao Chile criaram uma União Adua-neira e Econômica para fazer restrições à entrada de capital estrangeiro, com base em estudos da Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL), órgão da ONU. Em 1973, o General Pinochet retirou o Chile do grupo, abrindo sua economia ao mercado externo, prin-cipalmente ao norte-americano. Em 2006, a Venezuela se desligou para tornar-se parceira do Mercosul, cujo processo de adesão encontra-se em andamento, embora já disponha do direito de voz nos plenários do Mercosul, enquanto aguarda a oficialização ao direito de voto. Entre seus objetivos hoje estão: criar um mercado co-mum.

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UNASUL – União das Nações Sul-Americanas

É uma comunidade formada por doze países sul-

americanos. Fazem parte da UNASUL os seguintes países: Argentina, Brasil, Uruguai, Paraguai, Bolívia, Colômbia, Equador, Peru, Chile, Guiana, Suriname e Venezuela.

Em 8 de dezembro de 2004, na cidade de Cuzco

(Peru) foi realizada a 3ª Reunião de Presidentes da Amé-rica do Sul. Nesta ocasião, foi redigido um documento (Declaração de Cuzco) que criou as bases para a UNA-SUL. O projeto criado nesta oportunidade ganhou o nome de CASA (Comunidade Sul-Americana de Na-ções). Em 2007, durante a 1ª Reunião Energética da América do Sul (realizada na Venezuela), o nome foi modificado para UNASUL. Entre seus principais objeti-vos da estão o de propiciar a integração entre os países da América do Sul. Esta integração ocorrerá nas áreas econômica, social e política. Dentro deste objetivo, espe-ra-se uma coordenação e cooperação maior nos seg-mentos de educação, cultura, infra-estrutura, energia, ciências e finanças.

Criação: em 23 de maio de 2008, em Brasília, re-presentantes dos doze países assinaram um tratado para a criação da UNASUL. Com este tratado, a UNA-SUL passa a ser um organismo internacional, deixando a fase de debates para entrar na criação prática de medi-das. Este tratado ainda precisa ser ratificado pelos con-gressos dos países membros.

A UNASUL terá três órgãos deliberativos: Conselho de Chefes de Estado e de Governo, Conselho de Minis-tros de Relações Exteriores e Conselho de Delegados. As reuniões de chefes de estados e de governo da U-NASUL ocorrerão uma vez por ano. Os encontros do Conselho de Ministros de Relações Exteriores ocorrerão semestralmente.

Outras propostas em discussão: Criação de um Conselho de Defesa da América

do Sul; Criação de um Parlamento único; Criação de uma moeda única; Criação de um banco central para a comunida-

de. A UNASUL conta hoje com oito conselhos ministe-

riais: I. Energia. II. Saúde. III. Defesa. IV. Infra-Estrutura e Planejamento. V. Desenvolvimento Social. VI. Problema Mundial das Drogas.

VII. Educação, Cultura, Ciência, Tecnologia e Inovação.

VIII. Economia e Finanças. A UNASUL conta ainda com dois Grupos de Traba-

lho: I. Integração Financeira (agora subordinado ao

Conselho de Economia e Finanças). II. Solução de Controvérsias em Matéria de In-

vestimentos, em cujo âmbito estuda-se a possibilidade de criar mecanismo de arbitragem, Centro de Assessoria Legal e código de conduta para membros de tribunais arbitrais.

ALBA – Aliança Bolivariana para as Américas

A Alternativa Bolivariana para as Américas tem co-

mo principal objetivo integrar diversos países da América Latina e também do Caribe, que tem como base a ideo-logia de Simón Bolívar, esse tem a intenção de ser uma alternativa em relação à ALCA (Área de Livre Comércio das Américas).

Atualmente a ALBA é formada pela Venezuela, Cu-ba, Bolívia, Nicarágua e Dominica, além do interesse de países como Equador e São Vicente e Granadinas de ingressar nesse bloco. Dentre outros objetivos da ALBA está ainda o de dar preferência às empresas pequenas e médias.

CARICOM - Comunidade do Caribe

Países-Membros: Antígua & Barbuda, Bahamas, Barbados, Belize, Dominica, Granada, Haiti, Jamaica, Santa Lúcia, São Cristóvão & Névis, São Vicente & Gra-nadinas, Suriname, Trinidad & Tobago.

Criado em 1973, pelo Tratado de Charguaramas, tendo como objetivo a cooperação econômica e política. Formado por ex-colônias de potências européias que, após a sua independência, para suprir limitações decor-rentes da sua nova condição e acelerar o seu processo de desenvolvimento econômico. Apresenta alguns dile-mas: 1º incrementar suas exportações para fora da zona integrada; 2º estabelecer os parâmetros de cooperação com os EUA. MCCA - Mercado Comum Centro-Americano

Países-Membros: Costa Rica, El Salvador, Gua-temala, Honduras, Nicarágua. Surgiu em 1960 para promover a paz na região afetada por conflitos bélicos.

Objetivos: formação de um mercado comum, zona de livre-comércio ou de uma união aduaneira. Há um grupo de trabalho para preparar o processo de constitui-ção da União Centro-Americana, nos mesmos moldes da União Européia.

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APEC - Cooperação Econômica Ásia-Pacífico

Países-Membros: Austrália, Brunei, Darussalam, Canadá, Indonésia, Japão, Malásia, Nova Zelândia, Filipinas, Cingapura, Coréia do Sul, Tailândia, EUA, China, Hong Kong, Taiwan, México, Papua Nova Guiné, Chile, Peru, Rússia e Vietnã. Fundado em 1989 para estabelecer a livre troca de mercadorias entre todos os países do grupo até 2020. Organismo para consulta e cooperação econômica, e para a promoção da abertura de mercados entre os países membros. Responde por cerca de metade do PIB e 40% do comércio mundial.

ASEAN - Associação de Nações do Sudeste Asiático

Países-Membros: Indonésia, Malásia, Filipinas, Cingapura e Tailândia, Brunei, Vietnã, Mianmar e Laos e Camboja. Criada em 1967 pelo Tratado de Bali. Tem como principal objetivo: assegurar a estabilidade política e acelerar o processo de desenvolvimento da região.

CEI - Comunidade dos Estados Independentes

Países-Membros: Armênia, Belarus, Cazaquistão, Federação Russa, Moldávia, Quirquistão, Tadjiquistão, Turcomenistão, Ucrânia, Uzbequestão, Geórgia e Azer-baidjão.

Criada em 1991 pelas repúblicas que formavam a antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Ficaram de fora apenas a Lituânia, Letônia e Estônia, que ingressaram na União Européia em 2004. A Comunidade prevê a centralização de Forças Armadas e o uso de uma moeda comum: o Rublo.

SADC - Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral

Países Membros: África do Sul, Angola, Botsuana, Lesoto, Malavi, Maurício, Moçambique, Namíbia, Repú-blica Democrática do Congo, Seicheles, Suazilândia, Tanzânia, Zâmbia e Zimbábue.

Criada em 1992 incentivar as relações comerciais entre seus membros. Objetivos primordiais desse bloco são o de criar um mercado comum, a médio prazo, se-guindo o modelo básico da União Européia e alguns aspectos do Mercosul Tem também o propósito de pro-mover esforços para estabelecer a paz e a segurança na conturbada região meridional africana.

UE – UNIÃO EUROPÉIA

A União Européia, anteriormente designada por Comunidade Econômica Européia (CEE), é uma organi-zação internacional constituída atualmente por 27 paí-ses-membros. Foi estabelecida com este nome pelo Tratado da União Européia (normalmente conhecido como Tratado de Maastricht) em 1992, mas muitos as-pectos desta união já existiam desde a década de 50. A União tem sedes em Bruxelas, Luxemburgo e Estrasbur-go.

A União Européia tem muitas facetas, sendo as mais importantes o mercado único europeu (ou seja, uma união aduaneira), uma moeda única (o euro, adota-do por 13 dos 27 países-membros) e políticas agrícolas, de pescas, comerciais e de transportes comuns. A União Européia desenvolve também várias iniciativas para a coordenação das atividades judiciais e de defesa dos países-membros.

O Tratado de Paris, assinado em 1951, estabele-cendo a Comunidade Européia do Carvão e do Aço, e os Tratados de Roma, assinados em 1957, instituindo a Comunidade Econômica Européia e a Comunidade Eu-ropéia da Energia Atômica (ou Euratom), foram assina-

dos por seis membros fundadores: Alemanha, Bélgica, França, Itália, Luxemburgo e Países Baixos.

Depois disto, a UE levou a cabo seis ampliações sucessivas: em 1973, Dinamarca, Irlanda e Reino Unido; em 1981, Grécia; em 1986, Portugal e Espanha; em 1995, Áustria, Finlândia e Suécia; em 2004, República Checa, Chipre, Eslováquia, Eslovênia, Estónia, Hungria, Letônia, Lituânia, Malta e Polônia; em 2007, Bulgária e Romênia.

Em 1972 e 1994, a Noruega assinou também trata-dos de adesão à União Europeia. No entanto, nas duas ocasiões, através de referendos, a população noruegue-sa rejeitou a adesão.

Evolução Histórica

O Tratado que institui a primeira Comunidade Eu-ropéia, a Comunidade Européia do Carvão e do Aço (CECA), foi assinado em Abril de 1951, abrindo as portas à Europa das realizações concretas. Seguir-se-iam ou-tras realizações, até se chegar à União Européia atual, que está se dirigindo ao Leste do continente, de que esteve demasiado tempo separado, com o colapso do socialismo e do COMECON.

No ano de 1954, devido ao sucesso conseguido pe-la criação da CECA, os 6 componentes desta instituição decidiram criar uma organização que zelaria pela defesa e proteção da Europa – CED (Comunidade Européia de Defesa). Entretanto, apesar de todos os esforços dedi-cados na construção deste órgão, ocorreu o seu fracas-so. A grande importância deste evento adveio exatamen-te de seu fracasso, vez que, a partir de então, os países passaram a adotar regras mais modestas e progressivas no intuito de aproximar os Estados europeus.

Ao entrar em vigor, em 1º de Novembro de 1993, o Tratado da União Européia, assinado em 7 de Fevereiro de 1992 em Maastricht, confere uma nova dimensão à integração européia. Contudo, o que os cidadãos recor-darão do Tratado de Maastricht será provavelmente a decisão que trouxe maior impacto prático à sua vida cotidiana: a realização da União Econômica e Monetária.

Desde 1º de Janeiro de 1999, a UEM reúne todos os países que cumpriram um determinado número de critérios econômicos destinados a garantir a sua boa gestão financeira e a assegurar a estabilidade futura da moeda única: o euro. Última etapa lógica da realização do mercado interno, a introdução da moeda única, pelas repercussões pessoais que traz para cada cidadão e pelas conseqüências econômicas e sociais de que se reveste, tem um alcance eminentemente político. Pode-se mesmo considerar que o euro será futuramente o símbolo mais concreto da União Européia.

Zona do Euro

Embora o euro, seja uma moeda considerada forte,

a Europa não é unânime na sua adoção. Sendo que

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existe a Zona do Euro, composta por países que substi-tuíram a partir de 2002, suas moedas nacionais pela moeda única da União Européia. São eles: Bélgica, Ale-manha, Grécia, Itália, Portugal, Finlândia, Eslovênia, Espanha, França, Irlanda, Luxemburgo, Países Baixos, Áustria, mais recentemente, em 2011, Lituânia ingressou na eurozona.

Porém, importantes países da UE, optaram por não adotarem o euro, entre esses mais importantes temos: Reino Unido, Dinamarca, Suécia, além dos países dos Leste europeu que ingressaram em 2004 e 2007 na U. E: Bulgária, Romênia, República Theca, Estônia, Letô-nia, Lituânia, Hungria. Além de Malta, Polônia e Chipre.

O significado do alargamento da União Européia (UE) para 27 países, concluído em 2007, pode ser avali-ado pelos seguintes números: a superfície do bloco foi ampliada em 25% e a população aumentou 20%, mas o PIB total cresceu somente 5%. Então, o centro de gravi-dade da política regional desloca-se para o leste. Atual-mente, um em cada três cidadãos da UE vive em regiões definidas como pobres, ou seja, com PIB per capita infe-rior a 75% do bloco. A renda per capita de Luxemburgo é sete vezes superior à da Romênia. Os sucessivos alar-gamentos aumentaram as disparidades socioeconômi-cas entre os países, bem como no interior de cada país.

A UE tem um enquadramento institucional único:

As grandes prioridades da UE são definidas pe-lo Conselho Europeu, que reúne dirigentes nacionais e da UE.

Os eurodeputados representam os cidadãos eu-ropeus no Parlamento Europeu e são por eles direta-mente eleitos.

Os interesses da UE no seu conjunto são de-fendidos pela Comissão Europeia, cujos membros são designados pelos governos nacionais.

Os países defendem os seus próprios interes-ses nacionais no Conselho da União Europeia.

Há três grandes instituições da UE envolvidas no processo legislativo:

O Parlamento Europeu, diretamente eleito, que representa os cidadãos da UE.

O Conselho da União Europeia, que representa os governos nacionais e cuja presidência é assumida rotativamente pelos Estados-Membros.

A Comissão Europeia, que vela pela defesa dos interesses da UE no seu todo.

Crise na U. E em 2010-2012

Pertencente a zona do euro O déficit no orçamento

grego, ou seja, a diferença entre o que o país gasta e o que arrecada, foi, em 2009, de 13, 6% do PIB, um dos índices mais altos da Europa e quatro vezes acima do tamanho permitido pelas regras da chamada zona do euro. Sua dívida está em torno de 300 bilhões de euros (o equivalente a US$ 400 bilhões ou R$ 700 bilhões).

A Comissão européia também revelou que a esti-mativa de que a zona do euro cresça 0, 9% em 2010, um crescimento maior do que o previsto no começo do ano, de 0, 7%. A economia portuguesa deve crescer 0, 5% após encolher 2, 7% no ano passado. O desempenho espanhol deve ser um pouco melhor do que o previsto anteriormente. Em vez da retração de 0, 6%, a economia da Espanha deve diminuir em 0, 4% em 2010, estima a Comissão Européia.

Existem temores de que a crise grega possa se es-palhar por outros países da zona do euro, incluindo Por-tugal e Espanha. A agência de cotação de risco Fitch disse que a classificação da dívida de Portugal pode ser rebaixada, o que tornaria mais difícil para o país conse-guir empréstimos externos. "Esta é a pior crise na Euro-pa em décadas e ninguém tem uma idéia clara de como vamos sair desta situação", diz o economista Julian Cal-low do banco Barclays.

Alemanha A proposta de pacote de ajuda à Grécia deve ser submetida a votação nos plenários do Parla-mento alemão, antes de seguir para sanção presidencial. A Alemanha está propondo colaborar com 22, 4 bilhões de euros (cerca de US$ 29, 3 bilhões) no pacote de cerca de 110 bilhões de euros (aproximadamente US$ 143 bilhões), que inclui a participação de outros países europeus e do FMI.

A chanceler alemã, Angela Merkel, defendeu o pa-cote no Parlamento, dizendo que a estabilidade e o futu-ro da zona do euro estão em risco. A maioria dos ale-mães é contra o pacote, que prevê que os cerca de 22, 4 bilhões de euros sejam destinados à Grécia entre 2010 e 2012.

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Crise Grega 2012

28, 2 mil milhões de euros é o valor dos prejuízos

registados, em 2011, pelos quatro maiores bancos gre-gos. Com a operação de troca da dívida helénica, Atenas impôs perdas de 74% aos credores privados. Os bancos contabilizaram-nas nos balanços do ano passado e no final a conta é elevada. O Alpha Bank perdeu 3, 8 mil milhões de euros. O Eurobank anuncia 5, 5 mil milhões, o National Bank, o maior banco do país, 12, 3 mil mi-lhões e o Banco do Pireu fala de 6, 6 mil milhões de euros.

Os bancos terão agora de recapitalizar-se até mea-dos de setembro para atingir os rácios de 9% exigidos pelo Banco Central da Grécia, mas a tarefa não é fácil. O governo ainda não terminou o quadro legal para o aces-so ao dinheiro europeu e a degradação económica e a subida do desemprego fizeram explodir a percentagem do crédito malparado para quase 15 por cento.

O novo presidente francês, o socialista François Hollande, lançou o debate sobre a retomada do cresci-mento e vem criticando a política de austeridade fiscal da Alemanha – discutirá pessoalmente o assunto com os líderes dos 26 outros países da União Europeia. Hollan-de defende o aumento de investimentos públicos para ampliar o consumo e estimular o crescimento. Mas tam-bém ressalta que o apoio ao crescimento deve se aliar à redução das dívidas dos países.

Hollande deverá criar tensões com a chanceler a-lemã, Angela Merkel, ao relançar as discussões sobre os eurobonds, ou seja, o lançamento de títulos de dívidas de todos os países da zona do euro em conjunto. Novos empréstimos não seriam mais contraídos por cada país e sim compartilhados entre os países europeus.

Na prática, a Alemanha pagaria pelos eurobonds, que associariam dívidas de países como a Grécia e a Espanha, taxas de juros mais altas do que as cobradas atualmente pelos títulos do país. Hollande afirma que a iniciativa é uma maneira de facilitar o financiamento de economias fragilizadas, um "princípio de solidariedade", mas a Alemanha teme que os eurobonds desestimulem os países a colocar suas finanças públicas em ordem.

OCDE

Os eurobonds defendidos pela França contam, por sua vez, com o apoio da Itália, Espanha, Portugal e Gré-cia, os países mais afetados pela crise. Mas a ideia ga-nhou um apoio de peso, o da Organização para Coope-ração e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

A OCDE afirma que os líderes europeus devem co-locar a questão do crescimento econômico no mesmo nível de prioridade da redução das dívidas. Segundo previsões da OCDE, a zona do euro deverá registrar uma leve recessão neste ano, com queda de 0, 1% do PIB. A instabilidade no bloco representa uma ameaça à economia mundial, diz a organização.

CRESCIMENTO ECONÔMICO CHINÊS

Em 2001, a China oficializou sua entrada no mundo

da globalização, ao ingressar de forma definitiva na Or-ganização Mundial do Comércio (OMC). Com um fabulo-so mercado potencial de mais de um bilhão de consumi-dores, o gigante oriental representava um dos mais ten-tadores e difíceis mercados internacionais, mas enfim abriu suas portas para o mundo. Com a economia globa-lizada, a China precisa atualmente criar 80 milhões de empregos e, ao mesmo tempo, assimilar o golpe que deverá arrasar setores inteiros defasados em relação à concorrência externa, como a indústria automobilística.

Já as indústrias têxteis, de calçados e de brinque-dos, deverão aumentar as exportações em 200%. A mão-de-obra barata é o grande chamariz para a entrada de capital externo. Na maioria das regiões da China, o salário, por exemplo, na linha de montagem é de menos de dois reais por hora.

Um operário brasileiro ganha quatro vezes mais. Um mexicano, seis vezes. Um americano não pega no batente por menos de um salário vinte vezes maior. Nessas condições, montar bases para exportar é um ótimo negócio. A China já responde por metade da pro-dução mundial de máquinas fotográficas. Três em cada dez aparelhos de ar condicionado e de TV produzidos são feitos lá. Mais de 25% das máquinas de lavar e 20% das geladeiras no mundo levam o selo “made in China”.

Crescimento em 2012

O PIB chinês deve crescer cerca de 9, 3% se con-solidando como o segundo maior mercado mundial, com previsão de um cenário positivo, superará o mercado norte americano até 2025.

A China reduziu para 7, 5% a meta de crescimento de seu Produto Interno Bruto (PIB) para 2012, contra o 9, 2% alcançado no ano passado, a fim de reorientar o modelo de desenvolvimento econômico para o consumo interno, de acordo com previsões do primeiro-ministro, Wen Jiabao.

Baixar 0, 5% na previsão de crescimento ajuda também a cumprir o Plano Quinquenal (até 2015) e fixa diretrizes para transformar o modelo econômico rumo a outro mais sustentável e eficaz.

Medidas

O governo tentará também deter o aumento do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), principal índice da inflação, em torno de 4% contra 5, 4% anualizado de 2011.

A China prever o aumento em 2012 o volume de importações e exportações em 10% para melhorar seu balanço de pagamentos.

Promoção de cortes de impostos e políticas pre-ferenciais para as pequenas e médias empresas e as

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dívidas dos Governos locais, área de risco para o siste-ma bancário chinês, serão vigiadas.

G-20 (maiores economias)

1. . África do Sul 2. . Alemanha 3. . Aráb. Saudi-ta 4. . Argentina 5. . Austrália 6. . Brasil 7. . Canadá

8. . China 9. . Coréia do Sul 10. . EUA 11. . França 12. . Índia 13. . Indonésia 14. . Itália

15. . Japão 16. . México 17. . Reino Uni-do 18. . Rússia 19. . Turquia. 20. . União Eu-ropéia (UE).

O G-20 (maiores economias) é um grupo formado pelos ministros de finanças e chefes dos bancos centrais das 19 maiores economias do mundo mais a União Eu-ropéia. Foi criado em 1999, após as sucessivas crises financeiras da década de 1990. Visa a favorecer a nego-ciação internacional, integrando o princípio de um diálo-go ampliado, levando em conta o peso econômico cres-cente de alguns países, que juntos compreendem 85% do produto nacional bruto mundial, 80% do comércio mundial (incluindo o comércio intra-UE) e dois terços da população mundial.

O G-20 é um fórum de cooperação e de consulta sobre assuntos do sistema financeiro internacional. Trata sobre estudos, opiniões, e promove a discussão entre os principais países emergentes no mercado industrial e de questões de política relacionadas com a promoção da estabilidade financeira internacional. Pretende abordar questões que vão além das responsabilidades de qual-quer organização.

Em 15 de novembro de 2008, pela primeira vez, os chefes de Estado ou de governo se reuniram ─ e não somente os ministros de finanças.

O G-20, que substituiu o G33 (que por sua vez ha-via substituído o G-22), foi criado na reunião de cúpula do G-7 em junho de 1999, mas estabelecido formalmen-te na reunião de ministros de finanças em 26 de setem-bro. A reunião inaugural ocorreu em 15 e 16 de dezem-bro do mesmo ano, em Berlim.

O Grupo dos 20 foi proposto como um novo fórum para cooperação e consulta nas matérias pertinentes ao sistema financeiro internacional. Estuda, revisa e promo-ve a discussão entre os principais países industriais e emergentes. É integrado pelos ministros de finanças e presidentes dos bancos centrais do G-7 e de outros 12 países chaves, além do Banco Central Europeu.

O objetivo primário do G-20 é discutir e desenvolver políticas de promoção do crescimento sustentado da economia global. Ele faz isto em parte pela promoção de política compatível com o Acordo de Crescimento Segu-rado do G-20 aprovado em 2004.

Este acordo realça uma variedade da política neoli-beral, inclusive:

A eliminação de restrições no movimento de ca-pital internacional.

Desregulação.

Condições de mercado de trabalho flexíveis. Privatização. Garantia de direitos de propriedade intelectual e

de outros direitos de propriedade privados. Criação de um clima de negócios que favoreça

a realização de investimentos estrangeiros dire-tos.

Liberalização do comércio global (pela OMC e por acordos bilaterais de comércio).

G-20 (países em desenvolvimento

1. . África do Sul 2. . Argentina 3. . Bolívia 4. . Brasil 5. . Chile 6. . China 7. . Cuba 8. . Egito

9. . Equador 10. . Filipinas 11. . Guatemala 12. . Índia 13. . Indonésia 14. . México 15. . Nigéria 16. . Paquistão

17. . Paraguai 18. . Peru 19. . Tailândia 20. . Tanzânia. 21. . Uruguai 22. . Venezuela. 23. . Zimbábue.

O G-20 (países em desenvolvimento) é um grupo de países em desenvolvimento criado em 20 de agosto de 2003, em Cancún, México, focado principalmente na atuação em agricultura, o tema central da Agenda de Desenvolvimento de Doha. Seus países-membros res-pondem por 60% da população mundial, 70% da popula-ção rural do mundo e 26% das exportações agrícolas mundiais.

O G-20 tem uma vasta e equilibrada representação geográfica, sendo atualmente integrado por 23 membros: 5 da África (África do Sul, Egito, Nigéria, Tanzânia e Zimbábue), 6 da Ásia (China, Filipinas, Índia, Indonésia, Paquistão e Tailândia) e 12 da América Latina (Argenti-na, Bolívia, Brasil, Chile, Cuba, Equador, Guatemala, México, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela).

Desde a sua constituição, o G-20 gerou grande in-teresse, criou expectativas e recebeu também críticas vindas diferentes direções. O Grupo nasceu com o obje-tivo de tentar, como de fato o fez, impedir um resultado predeterminado em Cancún e de abrir espaço para as negociações em agricultura. Naquela ocasião, o principal objetivo do Grupo foi defender resultados nas negocia-ções agrícolas que refletissem o nível de ambição do mandato de Doha e os interesses dos países em desen-volvimento. Para tanto, o Grupo adotou uma posição comum, circulada como documento oficial da OMC, antes e durante Cancún. Essa posição permanece como a plataforma central do Grupo.

Após a falta de resultados concretos no encontro de Cancún, o G-20 dedicou-se a intensas consultas técni-cas e políticas, visando a injetar dinamismo nas negocia-ções. O grupo promoveu, ainda, reuniões técnicas com vistas a discutir propostas específicas no contexto das negociações sobre a agricultura da OMC e a preparar documentos técnicos, em apoio à posição comum ado-tada pelo Grupo.

O G-20 consolidou-se como interlocutor essencial e reconhecido nas negociações agrícolas. A legitimidade do Grupo deve-se às seguintes razões:

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Importância dos seus membros na produção e comércio agrícolas, representando quase 60% da população mundial, 70% da população rural em todo o mundo e 26% das exportações agrí-colas mundiais;

Sua capacidade de traduzir os interesses dos países em desenvolvimento em propostas con-cretas e consistentes;

Sua habilidade em coordenar seus membros e interagir com outros grupos na OMC.

O poder de influência do G-20 foi confirmado na fa-se final das negociações que levaram ao acordo-quadro de julho passado. Graças aos esforços do G-20, o acor-do-quadro adotado reflete todos os objetivos negociado-res do Grupo na fase inicial de negociações da Rodada de Doha:

Ele respeita o mandato de Doha e seu nível de ambição;

Aponta para resultados positivos das negocia-ções de modalidades; ;

Representa, além disso, uma melhoria substan-tiva em relação ao texto submetido em Cancun, em todos os aspectos da negociação agrícola.

Durante as próximas negociações de modalidades, a meta é que o G-20 mantenha-se engajado nas negoci-ações, intensificando sua coordenação interna e seus esforços de interação com outros grupos, visando à promoção dos interesses dos países em desenvolvimen-to nas negociações agrícolas.

BRIC, agora são os BRICS

Os BRICs, acrônimo criado pelo economista do

Goldman Sachs, Jim O´Neill, para designar o grupo de países composto por Brasil, Rússia, Índia e China, são considerados os expoentes dos países em desenvolvi-mento. A razão disso está no porte dessas quatro na-ções. Com população em torno de 2, 8 bilhões de habi-tantes (45% da população mundial), PIB por volta de US$ 8 trilhões (13% do PIB mundial) e uma área de 38 milhões de km² (25% da área do planeta), os BRICs já têm peso significativo no quadro econômico mundial. No entanto, conforme projeção de O'Neill, é o ritmo de cres-cimento econômico desses países que deve ser levado em conta. Tal projeção indica que, em 2050, eles, em bloco, terão PIB superior ao dos Estados Unidos, da União Européia e, inclusive, do G7.

Muitos, porém, não acreditam que estes países ve-nham a formar um bloco econômico coeso. As diferen-ças entre eles são imensas. A China ainda vive sob sistema político ditatorial e a Rússia, embora permita a disputa eleitoral, está longe de ser considerada uma democracia.

A Índia, embora democrática, tem grandes proble-mas de disputa territorial com vizinhos e contínua tensão

entre os grupos étnicos que formam sua população. Dos quatro países, podemos dizer que o Brasil é o mais a-vançado institucionalmente. Temos um sistema demo-crático moderno e consolidado, e não enfrentamos pro-blemas com vizinhos e temos grande harmonia linguísti-ca, cultural e étnica.

No entanto, os quatro países não conseguiram fir-mar nenhum documento importante, a não ser a própria vontade de realizar reuniões periódicas. A disposição do governo brasileiro de substituir o dólar, moeda utilizada nas transações comerciais entre os membros do BRIC, pelas moedas locais, ainda não encontrou ressonância.

Os altos valores das reservas em dólares dos paí-ses (cerca de US$ 2, 8 trilhões) e a forte dependência das exportações para o mercado americano tornam difícil usar outra moeda no sistema de trocas e de reser-va de valor. Embora haja poucas chances de viabilizar o Bric como bloco econômico no jogo dos interesses mun-diais, a simples existência desta possibilidade coloca os quatro países membros como importantes atores no cenário internacional.

É certo que a governança mundial sofrerá importan-tes mudanças após o término da atual crise financeira internacional. Além da inclusão dos principais países emergentes, a pauta das decisões deve contemplar as questões do aquecimento global e do redesenho dos principais organismos internacionais, como a Organiza-ção das Nações Unidas, a Organização Mundial do Co-mércio e o FMI.

Convidada pela China, a África do Sul passou a in-tegrar o bloco político-diplomático. Não que esse país tenha as mesmas projeções de desenvolvimento eco-nômico dos demais membros. O convite se justifica pois foi uma maneira de inserir o continente africano no espa-ço constituído pelo bloco e porque a África do Sul exerce importante liderança regional.

Desde então, que este grupo passa a ser chamado de BRICS, com o "S", de South Africa, no final. É funda-mental concluir que este grupo, trone-se um bloco, ao mobilizar o esforço de união de países com tão grandes potencialidades, abre a perspectiva de uma importante alteração no equilíbrio de poder no mundo no futuro, com o fortalecimento dos emergentes diante das potências ocidentais tradicionais, que hoje já enfrentam fortes cri-ses econômicas, políticas e diplomáticas.

Objetivos:

Para promover o diálogo Sul-Sul, a cooperação e posições comuns sobre questões de importância inter-nacional.

Para promover o comércio e as oportunidades de investimento entre as três regiões das quais fazem parte.

Para promover a redução internacional da po-breza e desenvolvimento social. Pacote de incentivo ao crescimento industrial no Brasil.

O pacote de ajuda à indústria custará R$ 60, 4 bi-lhões para o governo em 2012. A quantia vem tanto de reduções de impostos quanto da ampliação do orçamen-to de linhas de crédito e de aportes do Tesouro Nacional a bancos oficiais. Redução de IPI sobre bens de investimento:

Extensão por mais 12 meses da redução de IPI sobre bens de capital, materiais de construção, cami-nhões e veículos comerciais leves.

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Redução gradual do prazo para devolução dos créditos do PIS-Pasep/Cofins sobre bens de capital:

-De 12 meses para apropriação imediata. Financiamento ao investimento.

Extensão do PSI até dezembro de 2012 (BNDES): Orçamento de R$ 75 bilhões. Mantidos focos em bens de capital, inovação,

exportação. Pro-Caminhoneiro.

TLC- Tratado de livre comércio. Os governos de Estados Unidos e Colômbia deram

início ao Tratado de Livre-Comércio (TLC) entre os dois países, uma aposta que permite a troca de milhares de produtos isentos de tarifas e marca o início de uma "nova era" na agenda bilateral.

A primeira troca comercial válida pelo TLC, assina-

do em 2006 e promulgado pelo presidente dos EUA, Barack Obama, em outubro do ano passado. O Repre-sentante de Comércio, o TLC aumentará as exportações de bens americanos à Colômbia em US$ 1, 1 bilhão.

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

Com referência a atualidades no âmbito nacional, julgue os itens subsecutivos. (STM/2011)

41. Entre os anos de 2003 e 2010, o Brasil melhorou sua posição na classificação do índice de desenvolvimen-to humano das Nações Unidas.

42. Entre os anos de 2003 e 2010, no grupo denominado BRIC, composto por: Brasil, Rússia, Índia e China, o crescimento médio do produto interno bruto brasileiro foi superado somente pelo chinês.

43. A carga tributária brasileira manteve-se praticamente inalterada em relação ao produto interno bruto nos úl-timos dez anos.

A China, principal motor da economia global, reduziu

sua meta de crescimento, o que não só derrubou as bolsas de valores pelo mundo, como trouxe preocupações para países como o Brasil, grande exportador de commodities. Com os Estados U-nidos da América, a Europa e o Japão em reces-são ou com crescimento fraco, a China não pode depender das exportações, devendo priorizar o mercado consumidor interno, segundo o primei-ro-ministro Wen Jiabao. Folha de S. Paulo, 3/3/2012, p. A12 (com adaptações).

Tendo o texto acima como referência inicial e consi-derando os múltiplos aspectos que ele suscita, bem como o cenário econômico mundial contem-porâneo, julgue os itens seguintes. (STJ/2012)

44. A União Europeia atravessa acentuada crise, que atinge sobretudo países como Grécia, Espanha e Portugal. O abandono do euro como moeda única por esses países foi decisão tomada no auge da crise

com o objetivo de tentar impedir o colapso das de-mais economias do bloco.

45. A reação do mercado financeiro mundial ao anúncio chinês, mencionada no texto, evidencia uma das principais características da economia globalizada dos dias de hoje, a interdependência e conexão ime-diata entre os fatos econômico-financeiros e os diver-sos agentes que atuam nesse âmbito, mundialmente.

46. Dar prioridade ao mercado interno, medida a ser adotada pelo governo chinês, de acordo com o texto, consiste em meta dificilmente alcançável, visto que a maior parte da mão de obra disponível na China ain-da se concentra na zona rural.

47. Em 2011, a China foi o principal destino das commo-dities exportadas pelo Brasil, que vendeu, ao país a-siático, especialmente, minério de ferro, soja e petró-leo.

Julgue os itens seguintes, acerca de noções de eco-

nomia. (Agente-PF/2012) 48. Uma política monetária restritiva só será eficaz medi-

ante controle da criação de moeda pelas autoridades monetárias.

49. Uma política fiscal que vise ao fomento do cresci-mento econômico e à geração de empregos deve contemplar medidas de redução dos gastos públicos e elevação da carga tributária.

Após dez horas de discussão madrugada adentro,

líderes europeus concordaram em endurecer o controle das contas públicas e em perder parte da autonomia financeira para tentar salvar o euro. Mas a discordância de um país, o Reino Unido, impede que haja mudanças nos tratados da União Europeia (UE). Essa divergência lança dúvidas sobre o futuro da integração europeia, tida como fundamental para enterrar de vez o passado de conflitos entre os países do continente. Folha de S. Paulo, 10/12/2011, p. A18 (com adaptações).

Tendo o texto acima como referência inicial e consi-derando as múltiplas implicações do tema por ele abordado, além de aspectos marcantes do mundo contemporâneo, julgue os itens seguintes. (MPE-PI/2012)

50. Com o intuito de sair da presente crise e assegurar o valor de sua moeda a UE adotou medidas para im-pedir que se repita, por exemplo, o que aconteceu com a Grécia, cujo déficit expandiu-se exagerada-mente, gerando uma dívida impagável.

51. As medidas adotadas pela UE assemelham-se a uma decisão brasileira que se mostrou decisiva para o equilíbrio orçamentário e o controle das contas pú-blicas: a Lei de Responsabilidade Fiscal.

52. O longo e difícil processo de construção histórica da UE teve início no pós-Segunda Guerra Mundial e busca, entre outros objetivos, superar as divergên-cias que levaram tantas vezes o Velho Mundo a di-versas guerras e oferecer ao bloco continental condi-ções de inserir-se vantajosamente na atual ordem econômica global.

53. O euro é a moeda adotada por todos os países que integram a UE e, para que haja mudanças nos trata-dos da UE, é necessária a aprovação unânime dos Estados que a integram.

A respeito da atual crise econômica global, julgue os

itens a seguir. (BASA/2012) 54. As medidas empregadas pelo governo da Grécia

para contornar seu endividamento incluem a demis-

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são de funcionários públicos, cortes de gastos públi-cos e a redução de direitos trabalhistas e do valor de aposentadorias.

55. Uma das causas da referida crise foi o fato de o mercado imobiliário norte-americano ter favorecido, por vários anos, a realização de empréstimos a clien-tes que não tinham condição de arcar com o paga-mento de suas dívidas.

56. Na Comunidade Europeia, os países que adotaram o euro passam por sérias dificuldades econômicas, en-quanto aqueles que não optaram pela moeda única conseguiram resistir aos efeitos da crise, como é o caso da Espanha.

57. Leia a notícia. A fabricante asiática Foxconn e suas clientes, Apple,

HP e Dell, falharam na tentativa de melhorar os padrões de trabalho para seus funcionários, de acordo com um grupo de ativistas de Hong Kong. O grupo Students & Scholars Against Corporate Misbehaviour (SACOM) afirma que, apesar das clientes terem prometido cooperar com a Fox-conn para melhorar os padrões de trabalho e tor-ná-los aceitáveis, muitos dos problemas persis-tem. A Apple é acusada de ter uma responsabili-dade especial sobre o caso devido a suas de-mandas de produção, pois a maior parte dos pro-dutos da empresa é montada nas fábricas da Foxconn de Shenzen, que é inteiramente dedica-da à produção de iPads. (http: //www. adrenaline. com. br/tecnologia/noticias//apple-e-foxconn-naoatingem-padroes-minimos-de qualidade- do-trabalho. html)

A forma de colaboração entre empresas, que aparece no conteúdo da notícia, é característica:

a)Do NAFTA, acordo de livre comércio assinado entre os Estados Unidos e a China que prevê o fornecimento, pelo primeiro, de novas tecnologias para o segundo, como forma de ampliar o mercado consumidor.

b)Da relação país desenvolvido x país subdesenvolvido, em que o desenvolvido fornece os capitais para que o subdesenvolvido torne-se industrializado e exporta-dor de mercadorias de maior valor.

c)Da Terceira Revolução Industrial, com a crescente separação entre as atividades de concepção do pro-duto, que exigem maiores investimentos, e produção industrial, em que se buscam os menores custos.

d)Do período da Guerra Fria, quando a China tornou-se um importante aliado dos Estados Unidos para barrar a expansão do comunismo na Ásia, recebendo, em troca, tecnologia e investimentos industriais.

e)Da fase do capitalismo industrial que predomina atu-almente, em que as empresas buscam sempre os menores custos de produção, mesmo que para isso precisem abandonar as vantagens comparativas.

58. A presente crise econômica que atinge alguns

países da União Européia, como a Grécia, Espa-nha e Portugal, está colocando em risco a solidez da moeda adotada por quase todos os países do bloco.

Essa moeda chama-se: (SEAD-AP/2012) a)peso. b)iene. c)euro. d)dólar. e)libra.

59. Considere o texto para responder à questão. (PM-SP/2012)

A Crise do Euro Desde que 2011 começou, mal se passou um mês

sem que fosse realizada uma conferência dos pa-íses europeus para tomar novas medidas pela salvação da zona do euro. [. . . ] A crise da dívida veio da periferia da zona do euro e atingiu o seu núcleo. Após a Grécia, Irlanda e Portugal, a Espa-nha, Itália e até a França agora precisam pagar ju-ros tão altos para vender seus títulos governa-mentais que não podem mais escapar da armadi-lha do endividamento massivo. [. . . ] Analistas descrevem esse fenômeno como uma “moção de desconfiança para toda a zona do euro”. Muitos especialistas não acreditam mais na sobrevivên-cia do euro na sua forma atual. [. . . ] O colapso da zona do euro teria consequências econômicas e sociais desastrosas. Mergulharia o continente em levantes sociais similares aos ocorridos durante a primeira metade do século passado. Nesse con-texto, as tensões nacionais na Europa estão au-mentando [. . . ]. (Peter Schwarz, World Socialist Web Site. Publicado por International Committee of the Fourth International (ICFI), 30/11/11. http: //www. wsws. Org /pt /2011 /nov2011/por2-n30. shtml. Aces-sado em 09. 06. 2012)

Sobre a crise europeia, assinale a alternativa correta. a)A crise está relacionada aos avanços das corporações

industriais e financeiras que fragilizam as economias mais dependentes da Europa.

b)A crise está localizada nos países que ingressaram recentemente na UE e que não conseguiram superar problemas socioeconômicos anteriores.

c)Trata-se de uma crise mundial, associada ao fato de os países europeus não superarem os antagonismos nacionais socialistas, que ressurgem sempre que a crise se intensifica.

d)A causa básica da crise é o endividamento da Europa, uma vez que a dívida média dos países da UE é con-sideravelmente maior que a dívida dos EUA e do Ja-pão.

e)Trata-se de uma crise financeira internacional do so-cialismo que, assim como atingiu os países da Co-munidade dos Estados Independentes (CEI) e os EUA no passado, age agora no continente Europeu.

60. Na conversa de uma hora e meia com o presiden-

te dos Estados Unidos, Barack Obama, na Casa Branca, nesta segunda-feira, 9 de abril, a presi-denta Dilma Rousseff voltou a criticar o “tsunami monetário”. (Estadão. com. br, 9. 04. 2012. Adapta-do)

O “tsunami monetário” a que a presidenta se referiu está relacionado: (CM. Mauá-RJ/2012)

a)Às consequências da crise econômica, que vem pro-vocando recessão em países desenvolvidos e emer-gentes.

b)À especulação no sistema financeiro, que tem provo-cado “ondas” de investimento que vão rapidamente de um país para outro.

c)À tentativa dos países desenvolvidos de cobrar taxas dos investimentos oriundos dos países emergentes.

d)À política econômica de alguns países desenvolvidos que leva à valorização das moedas dos países emer-gentes.

e)Ao aumento das barreiras alfandegárias e das práticas de protecionismo, o que diminui o comércio mundial.

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(IrBr/2010)Acerca da atual crise econômica interna-cional, julgue C ou E.

61. Além de envolver grandes bancos e o sistema finan-ceiro internacional, a crise atual tem sido considerada uma crise de paradigmas, em particular da certeza de que os mercados podem autorregular-se e recuperar o equilíbrio automaticamente, dispensando a inter-venção do Estado.

62. Diante da crise, as instituições de Bretton Woods não conseguiram propor soluções concretas por ocasião da reunião de Cúpula do G-20 realizada em Londres em 2009.

63. Como membro do G-20, o Brasil insistiu na necessi-dade de se prover a economia mundial com créditos para o desenvolvimento, incrementar a regulação fi-nanceira, desenvolver políticas anticíclicas e comba-ter os paraísos fiscais.

64. Apesar de discordar da resistência de países ricos em realizar reformas nos organismos multilaterais, como o FMI e o Banco Mundial, o Brasil comprou títu-los emitidos pelo Fundo em 2009.

65. (SEAD-AP/2012) Ao anunciar, nesta terça-feira,

um novo pacote de incentivos à economia, a pre-sidente Dilma Rousseff cobrou a redução dos ju-ros dos bancos privados. (Folha. com, 03. 04. 2012. Adaptado)

Um dos mecanismos que o governo encontrou para pressionar os bancos privados a reduzir os juros foi:

a)Conceder isenção fiscal aos bancos com juros baixos. b)Emprestar dinheiro a baixo custo para quem diminuís-

se os juros. c)Reduzir os juros nos bancos públicos. d)Diminuir os impostos que incidem sobre empréstimos

bancários. e)Oferecer recursos do BNDES para bancos que abai-

xassem os juros.

Centenas de pessoas prestaram a última homena-gem ao aposentado que se suicidou na quarta-feira, 04 de abril, no centro de Atenas. (Folha. com, 07. 04. 2012)

66. O suicídio do aposentado, em Atenas, pode ser considerado um ato político, pois tratava-se de um protesto contra: (SEAD-AP/2012)

a)O atual governo grego, envolvido em escândalos de corrupção.

b)O corte imposto às pensões dos aposentados pelo governo.

c)A decisão do governo grego de se retirar da União Europeia.

d)A política econômica imposta à Grécia, pois causará maior gasto ao Estado.

e)O massacre da população síria pelo governo ditatorial. Julgue (C ou E) os itens a seguir, relativos ao MER-

COSUL. (IrBr/2012) 67. O Parlamento do MERCOSUL permite a formação de

grupos políticos integrados por, pelo menos, 10% dos parlamentares se todos se originarem de um mesmo Estado-membro, ou compostos por, pelo menos, cin-co parlamentares, caso seus membros sejam oriun-dos de mais de um Estado-membro.

68. Ata de Buenos Aires, assinada por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai em 1990, fixou, para 1994, a for-mação de um mercado comum entre os quatro paí-ses.

69. São de responsabilidade do Grupo Mercado Comum, órgão superior do MERCOSUL, a direção do proces-so de integração dos Estados-membros e a tomada de decisões políticas.

70. O Programa MERCOSUL Social e Participativo, instituído, em 2008, por decreto do presidente Lula, assegura a livre circulação de trabalhadores e o e-xercício de suas atividades laborais nos Estados-membros, sem necessidade de vistos de trabalho.

71. (IrBr/2012) No que tange ao panorama atual do

comércio internacional do Brasil, assinale a op-ção correta.

a)As exportações brasileiras têm-se beneficiado do pre-ço dos produtos primários no mercado internacional, refletindo a demanda elevada dos EUA, China e paí-ses asiáticos em geral.

b)A balança comercial brasileira tem-se mostrado mar-cadamente superavitária, há vários anos, dada a di-versificação de mercados e da pauta exportadora, in-corporando equilibradamente produtos agrícolas, commodities, produtos industrializados e serviços.

c)As exportações de produtos manufaturados e semima-nufaturados têm perdido espaço na balança comerci-al brasileira desde os anos 90 do século XX, com consequente diminuição do valor correspondente a esses setores na balança comercial.

d)A crise econômica nos EUA e na Europa não tem afetado significativamente as exportações brasileiras a esses destinos, permanecendo os valores e volu-mes exportados em níveis semelhantes aos dos últi-mos três anos.

e)As recentes medidas do governo argentino, que im-põem restrições à compra de produtos importados, impactaram negativamente as exportações brasilei-ras ao país vizinho, o que contribuiu para gerar, pela primeira vez em muitos anos, déficit na balança co-mercial brasileira em relação aos países da América Latina.

O Brasil, que sempre se caracterizou pela existência,

em uma região ou em outra, de fronteira de povo-amento, viu, com o processo de industrialização do campo, o aparecimento de fronteiras de mo-dernização nas quais se verificaram profundas transformações socioespaciais. Ambos os tipos de fronteira suscitam novos centros de comercia-lização e beneficiamento de produção agrícola, de distribuição varejista e prestação de serviços ou, em muitos casos, de centros que já nascem como reservatórios de uma força de trabalho temporá-ria. R. L. Corrêa. Estudos sobre a rede urbana. Rio de Janeiro: Bertrand do Brasil, 2006, p. 323 (com a-daptações).

A partir das informações apresentadas no texto aci-ma, julgue (C ou E) os itens seguintes. (IrBr/2012)

72. A implantação, na região amazônica, de atividades

industriais e agrárias exploradas por empresas públi-cas e privadas exemplifica o processo de desenvol-vimento descrito no texto.

73. Dado o processo de industrialização do campo, re-sultante da modernização das técnicas e das rela-ções sociais de produção, a maior parte da força de trabalho da produção agrícola concentra-se nas grandes propriedades, o que reduz o índice de sub-emprego e atenua a baixa produtividade rural.

74. Sob o impacto da globalização, as transformações mencionadas no texto provocam uma menor diferen-

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ciação entre os centros urbanos, que passam a de-sempenhar as mesmas funções na rede urbana, ou seja, a de reservatórios de força de trabalho temporá-ria.

A respeito dos reflexos da crise econômica interna-

cional no Brasil, julgue os itens que se seguem. (PEFOCE/2012)

75. O Brasil, mesmo em face da crise, continuou a atrair investimentos estrangeiros, o que resultou em saldo positivo na balança comercial em 2011.

76. Em 2011, a crise europeia contribuiu para a deflação e a retração do produto interno bruto brasileiro.

77. No fim de 2011, a despeito da gravidade dessa crise, o Brasil superou a Grã-Bretanha, em termos econô-micos, tornando-se a sexta maior economia do mun-do.

78. A crise econômica internacional afetou negativamen-te a arrecadação de impostos brasileira, que foi a menor dos últimos dez anos.

79. A VI Cúpula das Américas, que terminou no dia

15 de abril, em Cartagena, evidenciou as diver-gências que persistem entre os latino-americanos e Washington. (Portal Terra, 16. 04. 2012. Adapta-do)

Uma das divergências está relacionada: (CM. Mauá-RJ/2012)

a)À possibilidade de Cuba voltar a participar dos encon-tros da cúpula.

b)À tentativa dos EUA de impor ao continente uma área de livre comércio.

c)Ao projeto da Venezuela de criar um Banco Central comum para toda a América.

d)À exigência da Bolívia de criminalizar a produção e o consumo da folha de coca.

e)À tentativa da Colômbia de abrir espaço para as FARC nos encontros da cúpula.

80. Tendo como foco principal a busca de soluções

para o problema de alguns estrangeiros que es-tão vivendo no Estado, com um maior número na cidade de Manaus a Assembléia Legislativa do Amazonas(ALEAM), realizou no dia 27. 02. 2012(segunda feira), uma audiência pública que contou com representantes de vários orgãos e entidades que estão envolvidos na questão.

Estamos falando dos: (P. M. Manaus-AM/2012) a)Angolanos. b)Nigerianos. c)Haitianos. d)Africanos. e)Asiáticos.

SOCIEDADE AUMENTO DO IDH DO BRASIL

O relatório do Desenvolvimento Humano 2011, di-

vulgado pelo Programa das Nações Unidas para o De-senvolvimento (PNUD), classifica o Brasil na 84ª posição entre 187 países avaliados pelo índice. O Índice de De-senvolvimento Humano (IDH) do Brasil em 2011 é de 0, 718 na escala que vai de 0 a 1. O índice é usado como referência da qualidade de vida e desenvolvimento sem se prender apenas em índices econômicos. O país com mais alto IDH em 2011 é a Noruega, que alcançou a marca de 0, 943. Os cinco primeiros colocados do ran-king são, pela ordem, Noruega, Austrália, Holanda, Es-tados Unidos e Nova Zelândia. Segundo o Pnud, o pior IDH entre os países avaliados é o da República Demo-crática do Congo, com índice 0, 286. Os cinco últimos são Chade, Moçambique, Burundi, Níger e República Democrática do Congo.

A metodologia usada pelo Pnud para definir o IDH

passou por mudanças desde o relatório divulgado em novembro de 2010. O índice que se baseia em dados como a expectativa de vida, a escolaridade, a expectati-va de escolaridade e a renda média mudou a fonte de alguns dos dados usados na comparação. A expectativa é ter os mais recentes dados comparáveis entre os dife-rentes países.

No ano passado, o Brasil aparecia classificado co-mo o 73º melhor IDH de 169 países, mas, segundo o Pnud, o país estaria em 85º em 2010, se fosse usada a nova metodologia. Desta forma, pode-se dizer que em 2011 o país ganhou uma posição no índice em relação ao ano anterior, ficando em 84º lugar. O Pnud não soube indicar o que motivou a mudança de classificação do Brasil. Mas, analisando os indicadores avaliados – ex-

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pectativa de vida, anos médios de escolaridade, anos esperados de escolaridade e renda nacional bruta per capita – dois tiveram mudanças: expectativa de vida e renda nacional bruta.

O Brasil aparece entre os países considerados de "Desenvolvimento Humano Elevado", a segunda melhor categoria do ranking, que tem 47 países com "Desenvol-vimento Humano Muito Elevado" (acima de IDH 0, 793), além de 47 de "Desenvolvimento Humano Médio" (entre 0, 522 e 0, 698) e 46 de "Desenvolvimento Humano Baixo" (abaixo de 0, 510). De acordo com os dados usa-dos no relatório, o rendimento anual dos brasileiros é de US$ 10. 162, e a expectativa de vida, de 73, 5 anos. A escolaridade é de 7, 2 anos de estudo, e a expectativa de vida escolar é de 13, 8 anos.

Evolução do IDH brasileiro

PNUD/2011

O cálculo de IDH alterou neste ano a fonte de in-formação sobre renda dos países. O dado agora passou a ser alinhado ao Relatório do Banco Mundial. O proble-ma é que o dado dessa fonte é mais antigo (de 2005) do que o usado no relatório IDH de 2010 (que era de 2008). Os números foram ajustados e a comparação possível é que passamos de uma renda nacional bruta per capita de US$ 9. 812, em 2010, para US$ 10. 162 em 2011.

No material divulgado pelo Pnud é possível compa-rar as tendências do IDH de todos os países por índice e por valor total desde 1980. O destaque no caso brasileiro é para a renda, que aumentou 40% no período. No mesmo tempo, a expectativa de vida aumentou em 11 anos; a média de anos de escolaridade aumentou em 4, 6 anos, mas o tempo esperado de escolaridade diminuiu.

CRIAÇÃO DA ROCINHA.

Em vez de barracos, uma vasta fazenda de gado: a

Quebra Cangalhas. Essa era a Rocinha nos séculos XVIII e XIX. No início do século XX, a fazenda foi loteada em várias chácaras. E eram essas chácaras que passa-ram a abastecer a feira livre da Praça Santos Dumont, na Gávea, criada pelo então prefeito Carlos Sampaio, em 1922.

Os compradores ficavam impressionados com a qualidade das frutas e dos legumes vendidos na feira. Os produtores diziam que eles vinham lá da sua “roci-nha”, e apontavam para o alto da Gávea. Daí o nome Rocinha. A favela, começou a surgiu em 1930 na parte baixa do morro, onde hoje estão o shopping Fashion Mall e o condomínio Village. Foi no início dos anos 1950, com a expansão de Ipanema e do Leblon, que a favela come-çou a subir o morro. Pessoas que vinham do Nordeste para trabalhar na construção civil e na prestação de serviços começaram a se instalar ali.

A partir de 1971, quando teve inicio a construção do Túnel Dois Irmãos, hoje Zuzu Angel, a expansão da Rocinha se intensificou. Com a abertura da Auto-Estrada Lagoa-Barra, em 1976, a parte baixa da favela foi destru-ída. Aos pés do Morro Dois Irmãos, o Vidigal foi, no pas-sado, um terreno do Mosteiro de São Bento. Por serviços prestados, a área foi doada ao major de milícias e cava-leiro da Ordem Imperial do Cruzeiro Miguel Nunes Vidi-gal, um dos homens mais influentes da cidade no século XIX.

Em 1886, o terreno foi comprado pelo engenheiro João Dantas, que pretendia construir no local o ponto de partida de uma linha férrea, que seguiria até o litoral sul fluminense. O projeto acabou não sendo concretizado, mas serviu de base para a construção da Avenida Nie-meyer, que liga o Leblon a São Conrado. Os primeiros barracos começaram a ser erguidos no Vidigal no início dos anos 1940. Na ocasião, a comunidade era conheci-da como Favela da Rampa da Avenida Niemeyer.

Como na Rocinha, foi na década de 50, com a ur-banização de Ipanema e do Leblon, que ocorreu a ex-plosão do Vidigal. A massa dos moradores era de nor-destinos que vieram para o Rio nessa época. Isso devido ao avanço do processo de industrialização do Sudeste, o êxodo rural e as sucessivas secas, que assolavam o Nordeste.

OPERAÇÃO CHOQUE DE PAZ

A operação Choque de Paz, que ocupou as favelas da Rocinha, do Vidigal e da Chácara do Céu na madru-gada, terminou com resultados modestos em prisões e apreensões. Foram presos quatro suspeitos e apreendi-do armamento pesado, 15 fuzis, uma submetralhadora, duas espingardas. A polícia também apreendeu 20 pisto-las, 20 rojões e três granadas e grande quantidade de munição.

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A operação resultou na apreensão de 112 quilos de

maconha, 80 tabletes da droga, 60 quilos de pasta base de cocaína, 145 trouxinhas de maconha e 14 tabletes de cocaína. Foram encontradas uma farda do Exército e uma camisa da Polícia Civil, além de material hospitalar e desmanteladas duas centrais clandestinas de TV a cabo. Cerca de 3 mil homens participaram da operação, que abre caminho para a instalação da 19ª Unidade de Polícia Pacificadora no Rio de Janeiro. Eles tiveram apoio de 6 blindados “Caveirão” da Polícia Militar, 18 blindados da Marinha, quatro helicópteros da PM e três da Polícia Civil. Da Polícia Militar foram cerca de mil homens, incluindo efetivos dos Batalhões de Operações Policiais Especiais (Bope) e de Polícia de Choque (BP-Choque), participaram diretamente da ocupação. Outros 1, 3 mil homens estão mobilizados no apoio à operação em diferentes pontos da cidade. Participaram ainda 194 Fuzileiros Navais, 160 agentes da Polícia Federal (PF), 46 agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e 186 policiais civis, além de 13 unidades de cães farejadores.

A Operação Choque de Paz teve apoio direto da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET-Rio), da Guarda Municipal e do Corpo de Bombeiros. O Hospital Miguel Couto, na Gávea, funcionou em esquema especi-al durante todo o domingo, para receber feridos de al-gum eventual confronto na ocupação da Rocinha. Ao contrário do que aconteceu na ocupação do Complexo do Alemão, há um ano, a ocupação da Rocinha e do Vidigal foi precedida de operações preparatórias.

Ao longo de duas semanas, as Polícias Militar, Ci-vil, Federal e Rodoviária Federal atacaram redutos de facções aliadas dos traficantes da Rocinha nas Zonas Norte e Oeste e em Niterói e Macaé, com o objetivo de desestruturar eventuais refúgios para os traficantes. Como resultado dessas operações, 8 bandidos foram mortos, 37 presos, entre eles 1 policial militar e 3 polici-ais civis – e sete menores apreendidos. Entre os detidos, estão os líderes de facções Antônio Francisco Bomfim Lopes, o “Nem”; Anderson Rosa Mendonça, o “Coelho”;

Varquia Garcia dos Santos, o “Carré”; Sandro Luis de Paula Amorim, o “Peixe”.

Grande quantidade de drogas foi capturada pela

Polícia Militar nessas operações, totalizando 3. 086 sa-colés de cocaína, 1. 519 pedras de crack, 355 papelotes de cocaína e 537 trouxinhas de maconha. Dois automó-veis e 8 motos também foram apreendidos, além de 46 armas (incluindo revólveres, pistolas, fuzis e submetra-lhadoras) e 10 granadas e 32 artefatos caseiros. O Bope descobriu mais 12 fuzis, uma metralhadora e uma gra-nada num tonel escondido na mata da Rocinha. Já a Polícia Civil apreendeu em operação na Rocinha 31 motos, 21 mil CDs e DVDs piratas, 4, 5 mil peças de vestuário, 100 pares de tênis e 1, 3 mil brinquedos que eram vendidos de forma irregular. Os policiais civis tam-bém encontraram rojões de artilharia antiaérea e rádios-transmissores.

A pacificação da Rocinha, que já foi conhecida co-mo a maior favela da América Latina (chegou a ter mais de 200 mil habitantes na década de 80), é tida como um passo fundamental do governo do Estado na área de segurança pública. Única comunidade da zona sul que ainda não tinha recebido uma UPP, a favela situada no Morro Dois Irmãos está localizada entre dois dos bairros mais nobres da capital fluminense: São Conrado e Gá-vea. Tal região possui um grande potencial turístico, e está na rota de investimentos visando à Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016.

A estratégia da Secretaria de Segurança também desarticula uma das facções criminosas atuantes no contexto do narcotráfico fluminense, os Amigos dos Amigos (ADA), que tinha na Rocinha o seu principal reduto e na figura de Antônio Bonfim Lopes, o Nem, o seu grande líder.

A UPP da Rocinha será a 19ª em toda a capital fluminense. O processo de pacificação, que começou pela comunidade do Santa Marta, em Botafogo, há três anos, e foi inspirado no modelo de segurança pública desenvolvido pelo governo de Medellín, na Colômbia, para acabar com os cartéis de drogas, é um dos princi-pais trunfos políticos do governo do Estado.

ADA

A ADA foi criada nas penitenciárias fluminenses

nos anos 90. Segundo a Polícia Civil do Rio de Janeiro, o grupo se aliou ao Terceiro Comando com o objetivo de diminuir a força do rival Comando Vermelho (CV). O fundador da ADA foi Ernaldo Pinto de Medeiros, o Uê. Ele era integrante do Comando Vermelho, mas acabou

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expulso da facção por ter matado o líder do grupo, co-nhecido como Orlando Jogador, em 1994.

Em 2002, Uê foi executado no Presídio de Bangu 1 por seu maior rival, o traficante carioca Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar. O assassinato ocorreu durante rebelião. Uê era ligado a Celso Luís Rodrigues, o Celsinho da Vila Vintém, e a José Carlos dos Reis Encina, o Escadinha. Ambos também eram líderes da ADA. Ainda segundo a Polícia Civil fluminense, Celsinho da Vila Vintém foi acusado de traidor e, a partir daí, hou-ve uma dissidência entre a ADA e o Terceiro Comando (TC). Outra liderança da ADA era o traficante Paulo César Silva dos Santos, o Linho. Há informações não confirmadas de que ele estaria morto ou - menos prová-vel - escondido em São Paulo. Em território paulista, a ADA se uniu ao TCC, criado em 2002 por César Augusto Roriz Silva, o Cesinha, na Penitenciária de Oswaldo Cruz. Cesinha foi um dos oito fundadores do PCC. Ele foi excluído do PCC em 2002 e acabou assassinado a golpes de estilete e de espeto de pau em 13 de agosto de 2006, na Penitenciária 1 de Avaré. Os integrantes do TCC em São Paulo cumprem pena na Penitenciária de Presidente Prudente, ao lado de detentos da ADA, e num presídio da cidade de Sorocaba. ADA comanda o tráfico de drogas nas favelas da Rocinha e do Vidigal, em algumas do Complexo do São Carlos, no Morro dos Macacos e no Complexo da Pedreira. E em mais algu-mas.

A Rocinha passou parcialmente para as mãos da facção em 2004. O ano que se seguiu foi marcado por invasões e trocas de chefia que culminaram com a morte de Eriomar Rodrigues Moreira, o Bem-Te-Vi, chefe do tráfico local que desertou do CV para o ADA. A partir daí, o traficante conhecido como Nem era o comandante em chefe da favela, até ser preso.

AUMENTO DA VIOLÊNCIA NO BRASIL

O histórico de 30 anos que atualmente disponibiliza o Sistema de Informações de Mortalidade do Ministério da Saúde podemos ver que o Brasil passou de 13. 910 homicídios em 1980 para 49. 932 em 2010, um aumento de 259% equivalente a 4, 4% de crescimento ao ano. Mas segundo os censos nacionais a população do país, também cresceu, embora de forma bem menos intensa. Passou de 119, 0 para 190, 7 milhões de habitantes, crescimento de 60, 3%.

Considerando a população, temos a evolução dos índices. Passamos de 11, 7 homicídios em 100 mil habi-tantes em 1980 para 26, 2 em 2010. Um aumento real de 124% no período ou 2, 7% ao ano. Uma segunda ques-tão que surge imediatamente é a evidente quebra na série histórica que se observa a partir de 2003. Até esse ano, as taxas de homicídio cresceram 4, 4% aa. Entre 2003 e 2010 o crescimento foi negativo: 1, 4% aa. Mais ainda, as quedas foram significativas só nos anos 2004 e 2005. A partir dessa data, os quantitativos apresentam oscilações, aumentando um ano, caindo outro, o que denota uma situação de equilíbrio instável. Tentar expli-car esses movimentos é um dos objetivos do presente estudo. Vários fatores concomitantes e complexos pare-cem intervir nessa explicação dessas quebras e oscila-ções a partir de 2003: políticas de desarmamento, planos e recursos federais e estratégias de enfrentamento de algumas UF parecem atuar concomitantemente, como tentaremos por em evidência nos diversos capítulos do presente estudo.

No total desses 30 anos o país já ultrapassou a ca-sa de um milhão de vítimas de homicídio. Os números são de tal magnitude que fica difícil construir uma ima-

gem mental para assimilar ou entender a sua significa-ção. Vemos que a média anual de mortes por homicídio no país supera, e em casos de forma avassaladora, o número de vítimas em muitos e conhecidos enfrenta-mentos armados no mundo. E não precisaríamos ir tão longe. Recentemente, foi publicado o Relatório sobre o Peso Mundial da Violência Armada. Tomando como base fontes consideradas altamente confiáveis, o Relató-rio constrói o quadro de mortes diretas em um total de 62 conflitos armados no mundo, registrados entre 2004 e 2007.

Mortalidades por unidades da federação

Nos 12 maiores conflitos, que representam 81, 4%

o total de mortes diretas, nos 4 anos foram vitimadas 169. 574 pessoas. Nesses mesmos 4 anos, no total os 62 conflitos, morrem 208. 349 pessoas. No Brasil, país sem disputas territoriais, guerras civis, enfrentamentos religiosos, raciais ou étnicos, morreram mais pessoas (192. 804) vítimas de homicídio, que nos 12 maiores conflitos armados no mundo.

Mais ainda, esse número de homicídios se encontra bem perto das mortes no total dos 62 conflitos armados registrados nesse relatório. E esses números não podem ser atribuídos às dimensões continentais do Brasil. Paí-ses com número de habitantes semelhante ao do Brasil, como Paquistão, com 185 mi habitantes, têm números e taxas bem menores que os nossos. E sem falar da Índia, também elencada, com 1. 214 milhões de habitantes.

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No primeiro período, que vai de 1980 até 1997, as capitais crescem com um ritmo de 4, 8% ao ano, superior aos índices do país como um todo, que cresce 4% ao ano. As taxas das capitais se distanciam visivel-mente das médias nacionais, deixando entender que seria nas capitais que radicam os focos impulsores da violência homicida no país.

No segundo período: 1997 a 2003, as taxas de crescimento das capitais praticamente estagnam (cres-cimento de 0, 1% ao ano), enquanto o país ainda man-têm um ritmo de 2, 2% ao ano, menor que na etapa anterior, mas ainda elevado, indicando uma mudança nos focos de crescimento da violência.

No terceiro período: de 2003 a 2010, as taxas das capitais caem significativamente (3, 7% ao ano). Mas as taxas do país também caem, com um ritmo bem menor: 1, 4% ao ano, com o que as taxas das UF e as das capitais tendem a se aproximar.

LEI DA PALMADA

O Projeto de Lei nº 7. 672/2010 encaminhado ao

Congresso Nacional pelo Presidente Lula pretende alte-rar a Lei 8069 de 1990, conhecida como Estatuto da Criança e do Adolescente. Com a alteração os castigos físicos e psicológicos contra crianças e adolescentes devem ser proibidos. A iniciativa partiu da Rede Não Bata, Eduque que acredita que toda criança tem o direito de crescer sem marcas da violência. O projeto de lei prevê a garantia do direito do menino e menina a ser educado e cuidado sem o uso de qualquer forma de violência, pois considera os castigos corporais ou trata-mento cruel e degradante como uma violação da integri-dade física e psíquica da criança e a do adolescente. Outras ações presentes na proposta são a atenção es-pecial aos adultos que tiverem dificuldade em encontrar formas não violentas no processo de educação e cuida-do de seus filhos.

Promoção de campanhas educativas. Inclusão da temática nos currículos escolares.

Formação continuada dos profissionais do Sistema de Garantia de Direitos.

Apoio e incentivo às práticas de resolução pací-ficas de conflitos.

A Lei da Palmada foi aprovada por unanimidade na Comissão Especial da Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (13/12/2011), com o objetivo de reforçar o controle da Justiça sobre casos de violência contra cri-anças e adolescentes.

A legislação que vigora atualmente, o ECA (Estatu-to da Criança e do Adolescente), menciona "maus-tratos", mas não especifica quais castigos não podem ser aplicados pelos pais ou responsáveis. A partir da aprovação, os parlamentares da Casa terão um prazo para se manifestem sobre a necessidade de votação em plenário.

Caso a votação pela comissão seja considerada conclusiva, o projeto irá diretamente para o Senado. O texto do projeto de lei 7. 672/2010 foi modificado pela relatora Teresa Surita (PMDB-RR), o termo "castigo

físico" foi substituído por "agressão física", o que não agradou os representantes dos direitos da criança e do adolescente e causou polêmica, adiando a apreciação. Após mais um dia de debate, firmou-se consenso em torno da expressão "castigo corporal". Houve um desta-que no texto para que a palavra "sofrimento" fosse su-primida da definição de castigo físico (ação de natureza disciplinar ou punitiva com o uso de força física que resulte em sofrimento ou lesão), mas a sugestão foi negada pela maioria dos deputados.

PREMIO NOBEL 2011

PAZ

A presidente da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf, a

militante pela paz Leymah Gbowee, também liberiana, e a ativista Tawakkul Karman, uma iemenita que se desta-cou na onda de manifestações da Primavera Árabe no Iêmen, foram escolhidas pelo comitê norueguês do No-bel.

Ellen Johnson Sirleaf (ao centro), de 72 anos, passou para a história ao se tornar, em 2005, a primeira mulher eleita chefe de estado no continente africano, em um país de quatro milhões de habitantes traumatizados por guerras civis que, de 1989 a 2003, deixaram 250. 000 mortos. Os conflitos destruíram a infra estrutura e a economia do país. "Desde sua posse em 2006, Ellen Johnson Sirleaf contribuiu para garantir a paz na Libéria, para promover o desenvolvimento econômico e social e para reforçar o lugar das mulheres na sociedade liberia-na", destacou o presidente do comitê norueguês.

Leymah Gbowee(a esquerda), "guerreira da paz", fundadora do movimento pacífico que contribuiu para terminar com a segunda guerra civil em 2003. Uma das mais memoráveis contribuições de Leymah à paz em seu país foi a idéia de convocar uma "greve de sexo". Lançada em 2002, essa iniciativa original levou as liberi-anas de todas as confissões religiosas a negar sexo aos homens até que cessassem os combates, o que obrigou Charles Taylor, ex-chefe de guerra convertido em presi-dente, a envolve-las nas negociações de paz. "Leymah Gbowee mobilizou e organizou as mulheres além das linhas de divisão étnica e religiosa para colocar um fim na uma longa guerra liberiana e garantir a participação das mulheres nas eleições", relembrou Jagland.

A terceira laureada, a iemenita Tawakkul Karman, também foi premiada pela luta pela inclusão da mulher no processo político - assim como na África, no Oriente Médio elas têm pouquíssima participação na tomada de decisões. Conforme o comitê, Tawakkul "teve papel preponderante na luta pelos direitos das mulheres, de-mocracia e paz no Iêmen, tanto antes como durante a Primavera Árabe". Tawakkul Karman é a primeira mulher árabe a receber o Nobel da Paz. Ativista que luta pela democratização dos países árabes. ".

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ECONOMIA

A. Sims(a esquerda) e Thomas J. Sargent e C-

hristopher (a direita), ganhadores do Nobel, provaram que não apenas o governo influencia a economia, como também é afetado por ela.

A Real Academia Sueca de Ciências anunciou que o prêmio Nobel de Economia 2011 será entregue a Thomas J. Sargent, da Universidade de Nova York, e Christopher A. Sims, da Universidade de Princeton, am-bos com 68 anos, por sua “pesquisa empírica sobre causa e efeito na macroeconomia”. Os estudos de Sar-gent e Sims contribuem para encontrar respostas a di-versas questões contemporâneas, num momento em que o mundo vive uma nova crise e os líderes vêem se às voltas com a necessidade de influir na atividade eco-nômica.

Como o PIB e a inflação são afetados por um tem-porário aumento dos juros e por um corte desta taxa?O que acontece se um banco central faz uma mudança permanente em sua meta de inflação ou quando um governo modifica seus objetivos de política fiscal?Os pesquisadores americanos, agraciados com o Nobel, debruçaram-se sobre essas e outras questões e desen-volveram métodos para respondê-las. Para isso, extraí-ram as relações causais (causa e efeito) entre política econômica e as diferentes variáveis macroeconômicas como o PIB, a inflação, o emprego e o investimento.

Os acadêmicos defendem que essas ocorrências (políticas econômicas e eventos macro) são geralmente relações bilaterais. Em outras palavras, ainda que o governo afete a economia, este também é afetado por ela. As expectativas futuras são os primeiros aspectos desta relação futura. O que o setor privado espera da atividade e das políticas econômicas influenciam suas decisões sobre salários, poupança e investimento.

Ao mesmo tempo, as decisões dos governos na economia são influenciadas pelas expectativas sobre o que fará a iniciativa privada no longo prazo. Os métodos de Sargent e Sims podem ser aplicados para identificar essas relações, além de explicar o importante papel das expectativas para um país. Isto torna possível averiguar os efeitos de medidas inesperadas por parte do poder público bem como mudanças nas políticas econômicas. Sargent e Sims realizaram suas pesquisas de modo independente, nos anos 1970 e 1980.

FÍSICA

Os cientistas norte-americanos Saul Perlmutter, (a

esquerda)Adam Riess (a direita)e Brian Schmidt (cen-tro)receberam o Nobel de física de 2011 por pesquisas que mostraram como a expansão do Universo está ace-lerando. Os estudos se basearam na observação da luz de supernovas, explosões que marcam o fim da vida de estrelas com muita massa. O anúncio foi feito pelo Insti-tuto Karolinska em Estocolmo, na Suécia. O fato de que

o Universo está se expandindo já era conhecido desde a década de 1920. O trio, no entanto, descobriu que essa expansão está acelerando e não desacelerando, como era anteriormente esperado. "A partir de seus estudos, eles descobriram que a taxa de expansão do Universo está acelerando. Essa conclusão veio como uma enorme surpresa para os cientistas", disseram os membros do comitê do Nobel.

Durante o anúncio, os apresentadores do prêmio mostraram que 95% da energia estimada no Universo não tem origem conhecida. "Consiste de objetos que nós não sabemos nada a respeito. Essa descoberta é um marco para os estudantes de cosmologia. "Sobre a ex-pansão, o comitê da premiação afirma que o Universo teria dobrado de tamanho nos últimos 5 bilhões de anos, mesma idade do nosso Sistema Solar.

Para demonstrar a rapidez do "crescimento", os premiados analisaram a luz de supernovas distantes e próximas. Para o comitê, as pesquisas realizadas pelo trio também mostram como equações da teoria da relati-vidade geral, a principal teoria desenvolvida pelo físico alemão Albert Einstein em 1915, estão corretas.

LITERATURA

O poeta sueco Tomas Tranströmer, de 80 anos,

foi laureado com o prêmio Nobel de Literatura 2011. Durante o anúncio da premiação, a Academia Sueca em Estocolmo afirmou que o escritor é capaz de promover um acesso fresco à realidade por meio "de suas imagens translúcidas e condensadas". A vitória de um poeta natu-ral de Estocolmo provocou furor na plateia que assistiu ao anúncio. Tranströmer desbancou a lista de favoritos das casas de apostas, que incluam nomes como o poeta sírio Adonis, o japonês Haruki Murakami, o australiano Les Murray, o polonês Adam Zagajewski e até o cantor e compositor americano Bob Dylan. "A maior parte da obra poética de Tranströmer está caracterizada pela econo-mia, de concreção e de metáforas expressivas", diz a nota da Academia sobre o poeta, psicólogo de formação.

Em suas últimas obras Tranströmer "tende a um formato ainda mais reduzido e a um grau ainda maior de concentração", explica o comunicado. Tomas Tranströmer nasceu em 1931 e começou na poesia aos 23 anos. Ele tem mais de 20 livros publicados. Dentre eles, Stigar e Dikter, nunca publicado no Brasil. Desde 1996, o Nobel de Literatura não contemplava um poeta lírico.

MEDICINA

O cientista canadense Ralph M. Steinman, laureado

com o prêmio Nobel de Medicina, foi um dos beneficia-

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dos pela descoberta que lhe rendeu a homenagem. O pesquisador foi premiado junto a Bruce A. Beutler e Jules A. Hoffmann por suas contribuições ao estudo do sistema imunológico humano. Os trabalhos dele e dos outros dois cientistas foram cruciais no desenvolvimento de novas vacinas contra doenças infecciosas, e de no-vas abordagens na luta contra o câncer - o que inclui as chamadas "vacinas terapêuticas", que estimulam o sis-tema imunológico a destruir tumores. Vítima de câncer no pâncreas, Steinman sobreviveu mais tempo do que o esperado pelos médicos justamente por causa de sua descoberta.

Em 1973, Steinman descobriu um novo tipo de cé-lulas, as dendríticas, e começou a investigar seu papel no sistema imunológico. O cientista canadense demons-trou que estas células possuíam uma capacidade única para ativar os linfócitos T, fundamentais na imunidade adaptativa e no desenvolvimento de uma memória imu-nológica contra diferentes substâncias. As pesquisas de Steinman apontaram para a importância das células dendríticas como um acessório único e importante no gatilho de várias respostas imunológicas, incluindo situa-ções clínicas como rejeições de enxerto, resistência a tumores, doenças autoimunes, infecções e AIDS.

Deste modo, Steinman conseguiu revelar como o sistema imunológico adaptativo é ativado e como se relaciona com a imunidade congênita. A notícia da morte do cientista pegou de surpresa os responsáveis pela premiação. Segundo nota da Universidade de Rockefel-ler, divulgada pouco após o anúncio do prêmio, ele mor-reu no último dia 30, aos 68 anos. "Ele foi diagnosticado com câncer de pâncreas há quatro anos, e a vida dele se prolongou graças à aplicação de uma imunoterapia à base de células dendríticas que ele mesmo criou", disse o comunicado. Desde 1974, porém, as regras da premi-ação impedem a concessão do título póstumo, a não ser que o agraciado morra no período transcorrido entre a concessão e a entrega do mesmo.

O Comitê Nobel para Medicina terá de decidir a maneira que o prêmio será entregue. "Acabamos de receber a informação. O que podemos fazer agora é apenas lamentar que ele não possa experimentar a ale-gria de vencer o prêmio", disse Göran Hansso, secretário do Comitê, n à agência de notícias sueca TT. "Não no-mearemos novos vencedores, esta é a nossa decisão. Como faremos na prática para entregar o prêmio é algo que teremos de investigar.

O cientista dividiria o prêmio de 1, 5 milhão de dóla-res (cerca de 2, 8 milhões de reais) com Beutler e Hoff-man. "Estudaremos as consequências práticas que isto terá durante os próximos dias junto com a Fundação Nobel", afirmou Hansson. O secretário admitiu que "em princípio" não é possível premiar quem já morreu. Ele indicou, contudo, que se trata de uma "situação única", já que Steinman perdeu a vida "horas antes de a decisão ser tomada".

FRANÇA E A PROIBIÇÃO DO VÉU MULÇUMANO.

Entrou em vigor nesta segunda-feira, (11/03/2011), na França, a lei que proíbe o uso de véus muçulmanos que cobrem todo o rosto em locais públicos. No primeiro dia em que a medida passou a valer, três mulheres fo-ram presas por A punição para quem descumprir essa norma é multa de 150 euros (US$ 215), aulas especiais de cidadania e registro de antecedentes penais. Além disso, pessoas que obrigarem as mulheres a usarem o véu estão sujeitas a punições mais duras: multa de 30 mil euros (US$ 43 mil) e até a um ano de prisão.

A proibição foi aprovada pelo Parlamento em se-tembro de 2010. A medida afeta mulheres que usam o niqab, véu que deixa somente um vão na região dos olhos, e a burca, que tem uma trama na região dos o-lhos, através da qual a mulher pode ver. O uso desses dois tipos de vestimenta muçulmana é bem pouco co-mum na França, pois os mais de 5 milhões de muçulma-nos do país são em sua maioria moderados. Estimativas oficiais apontam que cerca de 2 mil mulheres usam a vestimenta agora proibida no país.

Trata-se de uma grande lição de intolerância tra-

vestida de “libertação”. Afinal, o país apenas jogou para o âmbito do privado a suposta opressão das mulheres islâmicas. Em 11 de setembro de 2001, terroristas ex-plodiram o World Trade Center, em plena Manhattan, sem dó nem piedade. Em 11 de março de 2004, foi a vez de a Espanha chorar seus mortos. Coincidência ou não, aqui estamos, em mais um dia 11 polêmico para os islâ-micos. Passou a vigorar, na França, a proibição do uso da burca e do niqab, véu que cobre todo o rosto, deixan-do apenas um espaço para os olhos, em espaços públi-cos.

“Ajo em nome da dignidade da mulher”, disse o presidente Nicolas Sarkozy. “Esconder o rosto (…) colo-ca as pessoas em questão numa situação de exclusão e de inferioridade incompatível com os princípios de liber-dade, igualdade e fraternidade afirmados pela República Francesa”, completou o primeiro-ministro François Fillon. O discurso de ambos, assim como de muitos grupos feministas, é de libertação das mulheres, que seriam oprimidas por seus maridos e pelo Islã.

A iniciativa convenceu a sociedade, pois, segundo pesquisa realizada pelo Pew Global Attitudes Project, 82% dos franceses aprovam a proibição da burca e do niqab. Mas… será que os franceses perguntaram para as muçulmanas se a burca e o niqab são realmente uma imposição?Não era uma tarefa muito difícil: a estimativa é que apenas 2. 000 mulheres portem essa vestimenta no país. Imagino que França teria capacidade operacio-nal de contatar pelo menos 10% delas para uma sonda-gem inicial.

Como a resposta provavelmente seria a de que e-las querem usar a burca, os líderes franceses já tinham um discurso na ponta da língua: “Mesmo que essa práti-ca seja voluntária, ela não pode ser tolerada em qual-quer lugar público, dado o dano que provoca nas regras que permitem a vida em comunidade. É preciso garantir a dignidade da pessoa e a igualdade entre os sexos”, afirmou o governo, em uma mensagem ao Parlamento. De fato, trata-se de (mais) uma grande lição de intole-

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rância e autoritarismo travestida de “libertação”, algo bem Ocidental ultimamente. Afinal, ao impor a proibição da veste muçulmana, o país não resolve a questão, apenas joga para o âmbito do privado a suposta opres-são das mulheres islâmicas.

CRISE MUNDIAL DOS ALIMENTOS

A ONU adverte, sobre o risco de uma nova escala-

da dos preços dos alimentos, com consequências "muito perigosas" para 80 países, como o Sahel africano e o Haiti, apesar da reconstituição de reservas de grãos desde a crise alimentar de 2008.

Vivemos atualmente o começo de uma crise ali-mentar similar à de 2008, estamos diante de uma situa-ção muito tensa. Embora muitas reservas de grãos te-nham se restabelecido desde a última grande crise de 2008, o risco de crise ainda maior é iminente.

Cerca 80 países enfrentam um déficit alimentar e entre os mais expostos estão Burkina Faso, Mali, Mauri-tânia, Níger, Senegal, Chade, Somália e Haiti. Entre os 70 restantes estão países latino-americanos, como Nica-rágua e Honduras. O aumento dos preços das 'commodi-ties' agrícolas fragiliza países importadores com escas-sas reservas de divisas, como Moçambique, Afeganis-tão, Mongólia ou Coréia do Norte. A disparada dos pre-ços começou em agosto, particularmente os do milho e do trigo. O índice global de preços de produtos agrope-cuários de base (cereais, carne, açúcar, oleaginosas, lácteos) se situa atualmente no nível máximo desde que a FAO começou a elaborar este índice há 20 anos.

Esta carestia é "muito perigosa" para os países em vias de desenvolvimento e "não vejo nenhuma razão fundamental para que esta tendência se modifique nos próximos seis meses", disse Schutter.

As reservas de grãos, no entanto, foram reconstitu-ídas em 2008 e 2009. Os estoques de trigo passaram de 166, 19 milhões de toneladas em 2008/2009 para 196, 68 milhões um ano depois, segundo o ministério ameri-cano da Agricultura (USDA). Em 2010/12 prevê-se que cheguem a 176, 72 milhões de toneladas, apesar da seca e dos incêndios na Rússia e das inundações na Austrália.

"O mundo não está diante de uma situação de pe-núria", pois estas reservas são suficientes para atender à demanda mundial este ano (2010), de acordo com o relator da ONU.

A FAO indicou, ainda, que o preço do arroz, base alimentar na Ásia, caiu à metade do seu nível de 2007/2008. A FAO realiza todos os anos o Dia Mundial da Alimentação. Um dos objetivos deste evento é incen-

tivar a cooperação econômica e técnica entre países em desenvolvimento e os desenvolvidos a fim de promover o sentimento de solidariedade nacional e internacional na luta contra a fome, a desnutrição e a pobreza.

Preço dos alimentos: da crise à estabilidade é o tema escolhido para o Dia Mundial da Alimentação para esclarecer o assunto e o que pode ser feito para atenuar seu impacto sobre populações mais vulneráveis. A alta de preços dos alimentos representa uma séria ameaça para a segurança alimentar dos países em desenvolvi-mento e dos países menos desenvolvidos. As popula-ções carentes são as mais seriamente atingidas. De acordo com o Banco Mundial, entre 2010 e 2011, o au-mento do preço dos alimentos deixou quase 70 milhões de pessoas na pobreza extrema. Esta chamada da FAO tem a sua dimensão crítica ao propor a todos os povos e suas instituições a necessidade de uma analise das causas da variação nos preços dos alimentos para que se possam tomar medidas necessárias para reduzir suas consequências entre os membros mais fracos da socie-dade internacional.

PAC CONTRA A MISÉRIA ABSOLUTA

A ministra do Desenvolvimento Social, Tereza

Campello, lançou o "PAC contra miséria", programa que reunirá estratégias para erradicar a pobreza extrema no Brasil.

O combate à miséria, uma das principais promes-sas do discurso de posse da presidente, levará em conta programas de inclusão produtiva, a ampliação da rede de serviços e benefícios sociais já existentes, como oferta de saneamento básico, além de políticas voltadas à educação e saúde. Esse é o primeiro programa criado pelo recém-empossado governo dilmista.

Nos moldes do Programa de Aceleração do Cres-cimento(PAC), conjunto de obras de infra estrutura coor-denado pela então ministra Dilma e responsável por lçá-la à condição de presidenciável, o "PAC contra miséria" terá um comitê gestor e definirá metas e condições de monitoramento das políticas sociais. Entre as possibili-dades em estudo pelo governo, está o reajuste do pro-grama Bolsa Família e a busca de alternativas para que os atuais cadastrados possam ter condições de abrir mão dos recursos que recebem pelo benefício.

UNIÃO CIVIL DE PESSOAS DO MESMO SEXO NO BRASIL

A esmagadora maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu a união civil entre homossexuais, assegurando a esses casais os mesmos direitos dos casais heterossexuais. Dos onze ministros do STF, dez votaram a favor da tese. Apenas José Anto-nio Dias Toffoli, ex-advogado-geral da União e que atuou

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em um dos processos em pauta, não participou da dis-cussão por declarar-se impedido.

O voto decisivo foi do ex-presidente do Supremo Gilmar Mendes. Ele concordou com os colegas ao dizer que, mesmo sem menção, no texto constitucional, da união estável homossexual, os direitos civis de casais do mesmo sexo não podem ser negados. "O fato de a Constituição tratar da união entre homem e mulher não significa negativa à união entre pessoas do mesmo sexo. " Diante da falta de definição sobre o tema no Congres-so, Gilmar Mendes fez críticas à inércia de deputados e senadores, já que há um projeto em discussão na Casa, sem sucesso. "O que se pede é um modelo mínimo de proteção institucional para evitar a discriminação. Essa proteção deveria ser feita pelo próprio Congresso Nacio-nal. "

Fux foi o primeiro a se pronunciar, em plenário, na

retomada do julgamento de duas ações sobre o tema. Em sua fala, o ministro lembrou que apenas por precon-ceito e intolerância, abominados pela Constituição Fede-ral de 1988, sustenta-se que um casal homossexual não constitui uma família. "O homossexualismo é um traço da personalidade. Não é crime. Então, por que o homosse-xual não pode constituir uma família? Por força de duas questões abominadas pela Constituição Federal: a into-lerância e o preconceito", disse. "A união homoafetiva enquadra-se no conceito de família. A pretensão é que se confira juridicidade a essa união homoafetiva para que os homossexuais possam sair do segredo, sair do sigilo, vencer o ódio e a intolerância em nome da lei. "

SISTEMA DE COTAS NO BRASIL

É cada vez mais provável a hipótese de generaliza-ção de cotas raciais no funcionalismo público e no mer-cado de trabalho privado em geral. Porque não há ne-nhuma diferença de natureza entre cotas raciais nas universidades e cotas raciais no mercado de trabalho e no funcionalismo público. Os mesmos argumentos que serviram para justificar as cotas nas universidades po-dem justificar a extensão dessa política para o funciona-lismo público e para o mercado de trabalho privado. Esses serão os principais alvos das políticas racialistas nos próximos anos. Demétrio Magnoli

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, em 26

de abril (2012), que o sistema de cotas raciais em uni-versidades não contraria a Constituição brasileira. O resultado do julgamento sanciona a prática, adotada por instituições públicas de ensino superior, de manter re-servas de vagas para estudantes negros, pardos e ín-dios. O objetivo das cotas é corrigir injustiças históricas provocadas pela escravidão na sociedade brasileira. Um dos efeitos desse passado escravocrata é o fato de ne-

gros e índios terem menos oportunidades de acesso à educação superior e, consequentemente, ao mercado de trabalho.

Brasileiros brancos têm, em média, dois anos a mais de escolaridade do que negros e pardos, de acordo com dados de 2008 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi esse argumento, de que o siste-ma de cotas é uma forma de combater a herança escra-vagista do século 19, que prevaleceu entre os ministros do Supremo, cuja decisão foi unânime.

Eles julgaram uma ação proposta pelo DEM contra o sistema de cotas na UnB (Universidade de Brasília), adotado em 2004. A instituição reserva 20% das vagas para candidatos que se declarem negros ou pardos. O partido sustentou que a medida viola o princípio constitu-cional de igualdade e é discriminatória.

No Brasil, o sistema de cotas raciais não beneficia apenas negros, mas pardos e índios. Há ainda as cha-madas cotas sociais, para alunos vindos de escolas públicas e deficientes físicos, e cotas mistas, para estu-dantes negros que estudaram na rede pública de ensino, por exemplo. Para concorreram a essas vagas, os can-didatos devem assinar um termo autodeclarando a raça e, em algumas instituições, passar por entrevistas.

Universidades De qualquer forma, a decisão do STF deve exercer

pressão sobre universidades para que empreguem o sistema de cotas raciais. No Brasil, de um total de 59 universidades federais, 36 possuem alguma forma de ação afirmativa e, em 25 delas, reservas para negros, pardos e índios (42, 3% do total). A primeira universida-de a adotar as cotas foi a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), em 2002, por conta de uma lei estadu-al.

Uma pesquisa do IBGE apontou que, entre 1998 e 2008, o número de negros e pardos no ensino superior aumentou, mas que ainda é metade do número entre brancos. A porcentagem de jovens brancos com mais de 16 anos que haviam frequentado universidades em 2008 era de 60, 3% do total, enquanto o de negros e pardos era de 28, 7%. Em 1997, a diferença era de 33% para 7, 1%, respectivamente. O ensino superior é um retrato de desigualdades sociais e raciais. O modo como a socie-dade e o governo devem tratar a questão, seja como sistema de cotas raciais ou outra proposta, ainda não é consenso no país.

ABORTO ESTÁ ENTRE TEMAS POLÊMICOS

O presidente do Senado José Sarney já anunciou os senadores que tomarão parte na comissão especial que analisará o anteprojeto do novo Código Penal. Entre os titulares está o presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Família Brasileira, senador Magno Malta (PR/ES). Os demais integrantes são Aloysio Nunes Ferreira (PSDB/SP), Antonio Carlos Valadares (PSB/SE), Armando Monteiro (PTB/PE), Benedito de Lira (PP/AL), Clovis Fecury (DEM/MA), Eunício Oliveira (PMDB/CE), Jorge Viana (PT/AC), Pedro Taques (PDT/MT) e Ricardo Ferraço (PMDB/ES). O anteprojeto do novo Código Pe-nal foi elaborado por uma comissão de juristas presidida pelo ministro do STJ Gilson Dipp, e incluiu diversas mu-danças polêmicas, como a ampliação das possibilidades do aborto legal.

Nesse caso, além da permissão já vigente do pro-cedimento no caso de risco de vida da gestante, em caso de estupro e no caso de fetos anencéfalos, a pro-posta amplia a possibilidade de que ele seja realizado por vontade da gestante até a 12ª semana mediante

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atestado médico ou psicólogo de que a mulher não apre-senta condições psicológicas de arcar com a maternida-de. José Sarney (PMDB-AP) quer aprovar novo Código Penal até o fim do ano vigente. Sobre o anteprojeto, destacou que apesar de possuir pontos positivos, o texto ainda deve ser aperfeiçoado. Após ser aprovado no Senado, o projeto ainda ser apreciado pela Câmara dos Deputados.

AVANÇO DO CRACK/OXI

O avanço da dependência química no Brasil é as-sustador. E o crack, brutalmente devastador, ocupa o primeiro lugar no mapa da morte. Em mais de 3. 800 dos 5. 500 municípios brasileiros há graves problemas de segurança pública, saúde e assistência social decorren-tes do consumo do crack. Como lembrou recente editori-al do Estado, o consumo da droga já se disseminou por todas as regiões do País, expandindo-se dos grandes centros urbanos para as cidades de pequeno e de médio portes e até para zonas rurais. As estimativas mais con-servadoras são de que o consumo do crack leve cerca de 300 mil pessoas à morte nos próximos seis anos.

Essas informações foram divulgadas pela Confede-

ração Nacional de Municípios (CNM), com base num estudo de amplitude nacional. O Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc) divulgou em Bra-sília, o Relatório Mundial sobre Drogas de 2012, no qual estima que houve nos últimos anos uma redução do uso de cocaína na América do Sul. No período de 2009 a 2010, a prevalência caiu de 0, 9% para 0, 7% da popula-ção. O dado, no entanto, não é seguro, pois, entre outros motivos, não tem informação precisa sobre o consumo da droga no Brasil. “Percebe-se um aumento no consu-mo de cocaína no Brasil, mas a falta de dados novos para este país impede um melhor entendimento do im-pacto nas estimativas regionais”, descreve o relatório.

Segundo o representante do Unodc para o Brasil e Cone Sul, os dados disponíveis sobre o consumo da cocaína e seus derivados no país ainda são de 2005. “Nós não sabemos qual é a prevalência do consumo de crack e de cocaína no Brasil”, reconheceu. Uma das dificuldades para saber sobre o consumo é que ainda não há consolidação nacional dos dados das secretarias de Segurança dos estados, que também combatem o tráfico e consumo de drogas. A previsão do Ministério da Justiça é ter os dados consolidados no próximo trimes-tre.

Apesar da falta de informação, o Unodc atesta que houve aumento recente do consumo da cocaína no Bra-sil. “Embora não existam dados recentes sobre o uso de drogas ilícitas no Brasil, especialistas percebem um aumento no uso de cocaína em 2010”, assinala o relató-rio.

A explicação para o suposto aumento de consumo de drogas se dá pelo crescimento da renda em alguns estratos sociais e também pela a penetração do crack, que utiliza a pasta de coca, mais barata que a cocaína pura, na população mais pobre. Tornou-se bastante visível que as pessoas estão usando crack; e as pessoas que estão usando crack são dos grupos sociais de me-nor renda, que devem estar entrando no consumo de cocaína e de derivados.

O fenômeno do crack joga luz sobre uma popula-ção que já estava desassistida. Se observa um grupo que as políticas públicas não os atingem, de fato. Muitos dos usuários não têm documentos pessoais e nem ende-reço, o que dificulta o cadastramento para atendimento até mesmo em programas como o Bolsa Família. Para atingir essa população, o Ministério da Saúde tem feito convênios com estados e municípios para criar consultó-rios ambulantes que atendam à população na rua.

Além disso, o governo quer ampliar o número dos centros de Atenção Psicossocial (Caps), incluindo muni-cípios de menor porte. Atualmente, há cerca de 1, 8 mil Caps em funcionamento em todo o país. A falta da pre-sença do Estado propicia o consumo de drogas assim como a produção. É o que acontece no Afeganistão, Colômbia, Mianmar e Peru, onde as áreas de produção são áreas de instabilidade onde o Estado não tem muita influência ou influência alguma.

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

Julgue os itens que se seguem, relativos à atualidade brasileira. (BRB-DF/2011)

81. A presidenta Dilma Rousseff foi escolhida, pela Or-ganização das Nações Unidas, para fazer o discurso de abertura da sua Assembléia Geral anual, como reconhecimento da atuação das tropas do Brasil na Força de Paz da organização no Haiti.

82. De acordo com o coeficiente de Gini, a desigualdade entre os brasileiros no período de 2004 a 2009 dimi-nuiu.

83. A política nacional de combate ao consumo de en-torpecentes conseguiu restringir o consumo de crack aos grandes centros urbanos da região Sudeste.

84. De acordo com comparação do desempenho dos estudantes no ENEM de 2009 e 2010, houve queda na proporção de escolas públicas pertencentes ao grupo dos 25% melhores estabelecimentos de ensino médio do país.

Com referência aos dados do Censo 2010 divulgados

pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), julgue os itens subsequentes. (TJ-ES/2011)

85. No Censo de 2010, a classificação cor/raça fez parte não apenas dos questionários de amostra, como a-conteceu no Censo 2000, mas também do questioná-rio básico nacional.

86. Os dados divulgados pelo IBGE indicaram cresci-mento populacional superior ao que havia sido calcu-lado pelas projeções anteriores.

87. A partir de 2010, foram investigados os novos arran-jos familiares, como, por exemplo, agregados, convi-ventes ou cônjuges do mesmo sexo.

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Julgue os itens de 88 a 90, acerca de temas da atua-lidade. (CNPQ/2011)

88. A queda da taxa de fecundidade no Brasil deve-se essencialmente ao novo papel social que vem sendo desempenhado na sociedade pela mulher, que dei-xou de viver exclusivamente no seu núcleo familiar, ingressou no mercado de trabalho e passou a dispor de novos meios contraceptivos.

89. Apesar do envelhecimento da população, fenômeno que se caracteriza pelo declínio das taxas de mortali-dade e de fecundidade, não se verifica modificação na forma da pirâmide populacional no Brasil.

90. No Brasil, está aumentando o número de famílias sob a responsabilidade de mulheres. As causas des-se fenômeno social incluem fatores como a conquista de autonomia econômica e pessoal da mulher nas úl-timas décadas, facilitada pela sua crescente partici-pação no mercado de trabalho.

Acerca dos indicadores brasileiros contemporâneos

de desenvolvimento econômico e social e das desigualdades pessoais e espaciais de renda e de riqueza, julgue os itens seguintes. (AL-CE/2011)

91. No cálculo do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) são considerados indicadores culturais, de ren-da, de saúde, de impacto ambiental e de educação.

92. Nas economias, o índice de Gini próximo de 1 indica má distribuição da renda.

93. Normalmente, países em desenvolvimento possuem menores índices de desigualdade.

94. O PIB per capita é um bom indicador de distribuição de renda, principalmente para economias com fortes desigualdades de renda.

95. No Brasil, o imposto sobre bens e serviços tende a ser regressivo e o imposto sobre a renda, progressi-vo.

96. Supremo Tribunal Federal (STF) julgou ação que

questionou a constitucionalidade do sistema de cotas da UnB - Universidade de Brasília. (g1. glo-bo. com/ vestibular-e-educacao, 26/04/2012. Adapta-do)

Em relação ao fato noticiado, o STF decidiu que as políticas de cotas raciais nas universidades:

a)Contrariam a Constituição brasileira e deverão ser revogadas.

b)São constitucionais e devem permanecer em vigência. c)Serão válidas apenas nos municípios com maior per-

centual de população afrodescendente. d)Terão caráter experimental em todo o território nacio-

nal durante o período de cinco anos. e)Dependem da decisão de cada Unidade da Federação. Tramita no Senado um projeto que reserva 50% das

vagas em universidades federais para egressos de escolas públicas. A proposta pode até ser jus-ta, mas, se efetivada, representaria um golpe na excelência dessas instituições. (. . . ) Democrati-zar-se e manter a qualidade são objetivos até cer-to ponto contraditórios. Não que seja impossível conciliá-los, mas existe um número ótimo de alu-nos menos preparados que uma instituição pode incorporar antes de comprometer a qualidade. Um corte linear de 50% em todas as universida-des federais dificilmente é a melhor resposta. (Hé-lio Schwartsman. “Cotas e ilusões”. Folha de São Paulo, 09. 06. 2012)

97. O texto sugere que: (PM-SP/2012)

a)Instituir o sistema de cotas gera uma contradição entre a democratização das universidades federais e sua excelência.

b)Adotar um critério de mérito no ingresso é necessário para preservar a excelência no ensino superior públi-co federal.

c)Atribuir cotas para ingresso no ensino superior público estabelece privilégios eticamente injustificáveis.

d)Privilegiar alunos de escolas públicas nas universida-des federais instaura preconceitos contra alunos de escolas privadas.

e)Admitir cotas de alunos menos preparados como pro-posto é um imperativo ético de reparação de injusti-ças históricas.

Leia trecho do mais novo livro de Eduardo Galeano,

Los hijos de los dias. 26 de Outubro

Guerra a favor das drogas Depois de vinte balas de canhão e milhares e milha-

res de chineses mortos, cantou vitória a rainha Vitória: a China, que proibia as drogas, abriu suas portas para o ópio que os mercadores ingleses vendiam.

Enquanto ardiam os palácios imperiais, o príncipe Gong assinou a rendição, em 1860. Foi um triunfo da liberdade: a liberdade de comércio.

27 de Outubro Guerra contra as drogas

Em 1986, o presidente Ronald Reagan retomou a lança que Richard Nixon havia levantado alguns anos antes, e a guerra contra as drogas recebeu um impulso multimilionário. Desde então, aumen-taram os lucros dos narcotraficantes e dos gran-des bancos que lhes lavam o dinheiro; as drogas, mais concentradas, matam o dobro de pessoas que matavam; cada semana se inaugura uma no-va prisão nos Estados Unidos porque se multipli-cam os usuários na nação que mais usuários contém; Afeganistão, país invadido e ocupado pe-los Estados Unidos, passou a abastecer quase toda a heroína que o mundo compra; e a guerra contra as drogas, que fez da Colômbia uma gran-de base militar norte-americana, está convertendo o México num enlouquecido matadouro.

98. Com base no texto, pode-se inferir que: (PM-SP/2012)

a)Ao longo da história da humanidade, as drogas sempre foram proibidas.

b)A guerra contra as drogas tem trazido grandes prejuí-zos humanos e econômicos.

c)A Guerra do Ópio findou-se com a proibição do comér-cio de opioides.

d)Durante a guerra contra as drogas diminuiu o número de presídios e de usuários de drogas nos Estados Unidos.

e)México e Colômbia são os países que mais lucraram durante a guerra contra as drogas.

O Brasil apresenta péssima distribuição de renda,

apesar de estar entre os dez países mais ricos do mundo. Com relação a esse assunto, julgue os i-tens que se seguem. (STJ/2012)

99. O programa Bolsa Família é o principal responsável pela redução da desigualdade de rendimentos no Brasil.

100. O federalismo fiscal auxilia no combate a desi-gualdades regionais de renda, enquanto a competi-

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ção tributária horizontal, em regra, resulta na provi-são de bens públicos abaixo do nível ótimo.

101. O sistema tributário brasileiro, por ser progressivo, contribui para mitigar a má distribuição da renda.

Supremo Tribunal Federal (STF) julgou ação que

questionou a constitucionalidade do sistema de cotas da UnB - Universidade de Brasília. (g1. glo-bo. com/vestibular-educacao, 26/04/2012. Adaptado)

102. Em relação ao fato noticiado, o STF decidiu que as políticas de cotas raciais nas universidades: (FAMERP-SP/2012)

a)Contrariam a Constituição brasileira e deverão ser revogadas.

b)São constitucionais e devem permanecer em vigência. c)Serão válidas apenas nos municípios com maior per-

centual de população afrodescendente. d)Terão caráter experimental em todo o território nacio-

nal durante o período de cinco anos. e)Dependem da decisão de cada Unidade da Federação. Um dos métodos de comparação entre as nações

baseia-se na formulação de indicadores sociais. Dessa forma, é possível estabelecer níveis de in-vestimentos necessários para minimizar as dife-renças econômicas e sociais em escala global. O índice de desenvolvimento humano é o mais co-nhecido e pretende indicar como as nações es-tão-se desenvolvendo.

Acerca desse assunto, julgue os itens seguintes. (CFO-ES/2011)

103. Mais da metade dos países cujos índices de desen-volvimento humano (IDH) os colocam entre os mais pobres do mundo localizam-se na África Subsaaria-na.

104. Um dos maiores problemas no continente africano é o avanço da AIDS, cujas consequências, entre as quais a perda significativa de vidas, afetam negati-vamente o IDH e a composição da população eco-nomicamente ativa dos países.

Poucos países apresentam características tão diver-

sas quanto o Brasil. Tal diversidade comprova-se pelas mais variadas composições de paisagens, pelas diferentes culturas e pela variada miscige-nação de etnias.

Considerando a diversidade brasileira, julgue os

itens a seguir. (CFO-ES/2011) 105. Apesar de ter passado da 75ª para a 73ª a posição

no ranking do IDH em 2010, o Brasil ainda está entre os países com IDH elevado.

106. A região Centro-Oeste foi palco de grandes trans-formações territoriais nas últimas quatro décadas, a-lavancadas, em especial, pela expansão do agrone-gócio.

107. Na década de 90 do século passado, em razão de profunda reforma na legislação urbana brasileira, tor-nou-se obrigatória a elaboração de planos diretores municipais, o que resultou em metrópoles muito bem organizadas.

Além dos bandidos locais, quadrilhas organizadas de

outros estados migraram, sobretudo, para o Nor-deste, atraídas pelo aumento do poder aquisitivo da região, para fugir do endurecimento das polí-cias, principalmente a de São Paulo. Veja, 11/1/2012 (com adaptações).

Tendo como referência o fragmento de texto acima e os múltiplos aspectos a ele relacionados, julgue os itens subsecutivos, a respeito da violência no Brasil. (PEFOCE/2012)

108. A única unidade da Federação, fora do Nordeste, que reduziu a quantidade de homicídios entre 2000 e 2010 foi o estado de São Paulo.

109. Na região Nordeste, poucos estados reduziram o número de homicídios entre 2000 e 2010. Entre es-ses estados, inclui-se o Ceará.

110. A quantidade de homicídios ocorridos entre 2000 e 2010 aumentou em todas as regiões do país, exceto na região Sudeste.

111. Em 2010, a região Nordeste apresentou o maior número de homicídios, em termos absolutos, do país.

A discussão sobre o crack, iniciada na campanha

eleitoral de 2010, deverá ser um dos temas cen-trais nas disputas municipais de 2012 e, conse-quentemente, no debate político bra-sileiro.

Julgue os itens seguintes, relativos às implicações sociais do uso do crack no Brasil. (PEFOCE/2012)

112. A internação compulsória de usuários de crack, apesar de apoiada pela maioria da população, não é aplicada em razão de ter sido declarada inconstitu-cional pelo Supremo Tribunal Federal.

113. O crack deixou de ser uma droga consumida ape-nas por grupos sociais pobres e marginalizados e passou a ser utilizada por diversos segmentos soci-ais.

Os países que participam de uma nova Cúpula das

Américas abrigam as 32 cidades mais violentas do mundo. Esse dado terrível já seria suficiente para que o consumo e o tráfico de drogas esti-vessem no centro dos debates, uma vez que vio-lência e narcotráfico são irmãos siameses. Mas a questão das drogas só entrará nos salões da cú-pula pela porta late-ral.

O presidente da Guatemala, um dos países que estão se transformando em Estados fali-dos em conse-quência do narcotráfico, já anunciou que quer discutir o assunto a partir de um argumento imba-tível: a política atual, puramente repressiva, fra-cassou. Clóvis Rossi. Drogas, tema inescapável. In: Folha de S. Paulo, 12/ 4/2012, p. A14 (com adapta-ções).

Tendo o texto acima como referência e consi-derando a amplitude do tema por ele focalizado, julgue os itens que se seguem.

114. A Colômbia, país que sediou a Cúpula das Améri-cas em 2012, permanece em guerra civil, e o Estado vai sendo derrotado pelo conluio entre narcotrafican-tes, milícias e guerrilheiros das Forças Armadas Re-volucionárias da Colômbia, as FARCs, cada vez mais poderosas.

115. O montante de recursos movimentado pelo tráfico de drogas ilícitas em escala global faz dessa ativida-de um dos principais sustentáculos do crime organi-zado mundial e cria um poder econômico difícil de ser enfrentado por muitos Estados nacionais.

116. O governante citado no texto sugere que erradicar a produção, interditar o tráfico e criminalizar o consumo são decisões que, integrando a estratégia de guerra contra as drogas comandada por Washington, deram resultados pífios, razão pela qual o tema deveria ser discutido em profundidade na Cúpula das Américas.

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“A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Par-ticipativa (CDH) aprovou projeto de lei da senado-ra Marta Suplicy (PT-SP) que introduz no Código Civil a união estável entre casais homossexuais e a possibilidade da conversão dessa união em ca-samento civil”.

117. Sobre este tema, podemos afirmar corretamente todas as alternativas abaixo, exceto: (PM. Altos-PI/ 2012)

a)A proposta não interfere nos critérios adotados pelas igrejas para o casamento religioso.

b)O projeto de Marta Suplicy transforma em lei a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que em maio do ano passado reconheceu a união estável entre ho-mossexuais como unidade familiar.

c)No Brasil, atualmente, outras instituições que já reco-nhecem a união de casais do mesmo sexo, como o Supremo Tribunal Federal, a Receita Federal e o Ins-tituto Nacional do Seguro Social (INSS).

d)Se transformado em lei, o projeto eliminará dificulda-des de casais homossexuais para conseguir efetivar o casamento civil, já que, apesar da decisão do Su-premo Tribunal Federal, alguns juízes argumentam que não existe legislação sobre o assunto.

e)O reconhecimento da união estável homoafetiva não encontra respaldo em nenhuma legislação latino-americana, sendo que, caso o Projeto seja aprovado, o Brasil será o pioneiro no tema.

118. Aprovada, em abril de 2012, pelo Supremo Tri-

bunal Federal, esta decisão está envolta em gran-de polêmica. Trata-se da: (PM-SP/2012)

a)Descriminalização do aborto de anencéfalos. b)Criação de um piso salarial nacional para professores. c)Ampliação das áreas destinadas aos grupos indígenas. d)Redução da maioridade para menores criminosos. e)Ampliação do tempo de contribuição previdenciária. Com relação a fluxos migratórios, julgue os itens que

se seguem. (BASA/2012) 119. Por ser um dos poucos países imunes à crise atual,

o Japão continua atraindo imigrantes brasileiros. Em 2010, por exemplo, registrou-se o maior número de brasileiros nesse país.

120. Em 2011, verificou-se a redução do número total de

estrangeiros no Brasil, que refletiu a diminuição dos fluxos migratórios ocorrida em todo o mundo.

EDUCAÇÃO O verdadeiro analfabeto é aquele que sabe ler, mas não lê. Mario Quintana.

Para alguns educação é investimento, para outros é despesa, mas para o governo brasileiro, é uma tremenda dor de cabeça. Embora tenha apresentado melhorias consideráveis e importantes, ainda está muito distante de padrões aceitáveis que pelo menos o equiparem, as potências mundiais, mesmo entre as emergentes. A prova disso, é a avaliação do PISA.

PISA

O Pisa, sigla do Programme for International Stu-dent Assessment, que em português, foi traduzido como Programa Internacional de Avaliação de Alunos é um programa internacional de avaliação comparada, aplica-do a estudantes da 7ª série em diante, na faixa dos 15 anos, idade em que se pressupõe o término da escolari-dade básica obrigatória na maioria dos países. Esse

programa é desenvolvido e coordenado internacional-mente pela Organização para Cooperação e Desenvol-vimento Econômico (OCDE), havendo em cada país participante uma coordenação nacional. No Brasil, o Pisa é coordenado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pes-quisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

As avaliações do Pisa acontecem a cada três anos

e abrangem três áreas do conhecimento: Leitura, Mate-mática e Ciências, havendo, a cada edição do programa, maior ênfase em cada uma dessas áreas. Em 2000, o foco era na Leitura. Em 2003, Matemática; e em 2006, Ciências. O Pisa 2009 iniciou um novo ciclo do progra-ma, com a ênfase novamente recaindo sobre o domínio de Leitura. E em 2012 a ênfase será Matemática e em 2015, novamente Ciências.

Mudanças no PISA 2012

A próxima edição do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), que será realizada em 2012, acontecerá sob novos moldes. Isso porque está prevista a aplicação de uma prova eletrônica, diferente daquela em papel, para uma subamostra de 256 escolas brasilei-ras (a amostragem total da avaliação é de 25 mil alunos, o que envolve 902 escolas).

IDEB 2011

No ranking das redes de ensino estadual do Brasil, Alagoas teve, em 2011 e pela primeira vez na história, o pior Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) do país em todos os níveis de ensino: nos anos iniciais do fundamental (1º ao 5º ano), teve Ideb de 3, 4; nos anos finais (6º ao 9º ano), de 2, 5; já no ensino mé-dio, a pontuação média das escolas estaduais foi de 2, 6. Os dados mais recentes foram divulgados pelo Ministério da Educação na terça-feira (14) e mostram que as esco-las alagoanas, principalmente a partir do 6º ano do fun-damental, estão cada vez mais longe da meta estabele-cida pelo governo federal.

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O estado da Região Nordeste só conseguiu avan-

çar no Ideb do primeiro ciclo do fundamental, que subiu de 3, 3 para 3, 4. A meta para 2011, porém, era de 3, 7. No segundo ciclo, o Ideb caiu de 2, 7 para 2, 5, igualan-do o índice de seis anos antes, e ficando a 0, 4 da meta. O ensino médio viu seu Ideb cair de 2, 8 para 2, 6, mes-ma pontuação de quatro anos antes e também longe da meta para este nível, que era de 3, 1. Neste nível, Ala-goas teve, em 2005, resultados melhores que dez esta-dos, porém, acabou ficando para trás e, em 2011, foi superado por todos eles e assumiu a última colocação.

O Brasil superou as metas na educação propostas

pelo Ministério da Educação (MEC) para serem alcança-das em 2011 nos dois ciclos do ensino fundamental (de 1º ao 5º ano e do 6º ao 9º ano), mas apenas igualou a meta projetada para o ensino médio, de acordo com o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Mas os resultados são muito desiguais considerando municípios e escolas individualmente: 39% dos municí-pios e 44, 2% das escolas estão abaixo da meta.

A Prova Brasil avalia o desempenho de estudantes

em língua portuguesa e matemática no final dos ciclos do ensino fundamental, de 4ª série (5º ano) e 8ª série (9º ano), e no terceiro ano do ensino médio. Em 2011, os estudantes dos anos iniciais do ensino fundamental 4ª série (5º ano) - tiveram 5, 0 pontos. A meta era de 4, 6, um índice que o país já havia obtido na avaliação anteri-or, em 2009.

Região Norte:

Amazonas cresce no Norte Amazonas obteve crescimento no Ideb, passando

3, 5 em 2009 para 3, 8 em 2011, quando a meta era de 3, 2. O Ideb do Pará também cresceu, de 3, 4 para 3, 7, mais ficou abaixo da meta de 3, 8 pontos. O maior índice da região Norte é do Acre: 3, 2 pontos. O Ideb da região Norte é de 3, 8 pontos.

Região Sudeste:

Sudeste tem maior média A região com maior Ideb do país é a Sudeste, com

4, 5 pontos. São Paulo (4, 7), Minas Gerais (4, 6) e Rio de Janeiro (4, 2) superaram as suas metas, enquanto que o Espírito Santo (4, 2) ficou abaixo da meta projeta-da pelo MEC.

Região Sul:

Santa Catarina é destaque O Ideb da região Sul é de 4, 3, dentro da meta pro-

jetada. Santa Catarina, com 4, 9 pontos, obteve a maior média do pais. Sua meta era 4, 7 pontos. Rio Grande do Sul, com 4, 1 pontos, ficou abaixo da média, de 4, 3 pontos.

Centro Oeste:

Mato Grosso muito acima da meta No Centro-Oeste, o Mato Grosso obteve 4, 5 pon-

tos no final do ensino fundamental, superando em um ponto a meta de 3, 5. As demais unidades da federação (Goiás, Distrito Federal e Mato Grosso do Sul) também superaram suas metas. O Ideb de região foi de 4, 3 pon-tos.

Historicamente a Região Nordeste ainda apresenta os piores desempenhos do Brasil, embora alguns esta-dos tenham apresentando um crescimento expressivo, como o Ceará e a Bahia. Mas também é o Nordeste que se encontra o pior índice do Brasil, o Estado de Alagoas.

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Metas educacionais brasileiras.

Para alcançar a Educação que o Brasil precisa, fo-

ram definidas 5 Metas específicas, simples, compreensí-veis e focadas em resultados mensuráveis, que devem ser alcançadas até 7 de setembro de 2022: as Metas, acompanhadas de perto, servem como direcionamento para que todos os brasileiros participem e cobrem me-lhorias na Educação. Meta 1: Toda criança e jovem de 4 a 17 anos na esco-la.

A Meta 1 trata do atendimento a um direito bási-co: o acesso à Educação. Até o ano de 2022, 98% das crianças e jovens entre 4 e 17 anos devem estar matricu-lados e frequentando a escola. O objetivo é que cada estado também registre este percentual de atendimento. Meta 2: Toda criança plenamente alfabetizada até os 8 anos.

Até 2010, 80% ou mais, e até 2022, 100% das crianças deverão apresentar as habilidades básicas de leitura e escrita até o final da 2ª série ou 3º ano do Ensi-no Fundamental.

Garantir o direito de alfabetização na idade cor-reta a todas as crianças é um grande passo para o su-cesso escolar. Para verificar e acompanhar esse direito é necessário analisar dois tipos de informação: se a con-clusão da 2ª série ou do 3º ano ocorre na idade correta e qual foi a qualidade da alfabetização. O fluxo escolar pode ser calculado por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). No entanto, no Brasil, ainda não há um indicador nacional que permita medir o aprendizado da escrita e da leitura. Meta 3: Todo aluno com aprendizado adequado à sua série.

Até 2022, 70% ou mais dos alunos terão apren-dido o que é essencial para a sua série.

Então, 70% dos alunos da 4ª e 8ª séries ou do 5º e 9º anos do Ensino Fundamental e do 3º ano do Ensino Médio, no conjunto das redes pública e privada, deverão ter desempenhos superiores a respectivamente 200, 275 e 300 pontos na escala de português do Saeb, e superiores a 225, 300 e 350 pontos na escala de ma-temática. Meta 4: Todo jovem com Ensino Médio concluído até os 19 anos.

Até 2022, 95% ou mais dos jovens brasileiros de 16 anos deverão ter completado o Ensino Fundamen-tal e 90% ou mais dos jovens brasileiros de 19 anos deverão ter completado o Ensino Médio. Meta 5: Investimento em Educação ampliado e bem gerido.

Até 2010, mantendo até 2022, o investimento público em Educação Básica deverá ser de 5% ou mais do PIB.

Atualmente não há um indicador que possa ava-liar a gestão dos recursos da Educação como um todo, mas é possível acompanhar a evolução do investimento

público direto em Educação Básica do país como pro-porção do PIB (Produto Interno Bruto).

O ENEM

A nova proposta de ENEM, tenta aprimorar a avali-ação do desempenho acadêmico dos alunos do ensino médio e reestruturar a educação no país.

As principais mudanças são as seguintes: O Exame tem 180 questões de múltipla escolha di-

vididas em quatro áreas do conhecimento (ciências natu-rais e humanas, linguagens e matemática), além de uma redação. O exame abrangerá menos assuntos do que o vestibular, mas falta o MEC dizer o que vai ficar de fora. Cada instituição de Ensino decidirá a melhor maneira de usar esse novo instrumento. O MEC propõe dois mode-los. No primeiro, as universidades podem usar o resulta-do da prova como preferirem, inclusive fazendo uma segunda fase própria.

A outra opção é aderir ao Sistema de Seleção Uni-ficado. Neste caso, é necessário que o Enem seja a única etapa do processo seletivo. As vagas ficam dispo-níveis em um sistema eletrônico de inscrição, válido para todo o país. A quantificação e o sistema de pontuação também sofrerá uma enorme mudança, entre elas: O aluno receberá sua nota antes de se inscrever nos con-cursos das faculdades e poderá, ainda, consultar as médias dos demais candidatos à vaga que ele deseja. Isso será feito por meio do sistema on-line de inscrições, onde tais informações estarão abertas a consulta. Assim, o candidato passa a ter uma visão muito realista de suas chances no processo seletivo.

ENADE

O Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (ENADE), instituído pela Lei nº 10. 861, de 14 de abril de 2004 e regulamentado pela Portaria nº 603, de 7 de março de 2006, é parte integrante do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES), que com-preende três instrumentos: a Avaliação das Instituições, dos Cursos e dos Estudantes. O ENADE é um instru-mento destinado a avaliar o desempenho dos estudantes com relação:

Aos conteúdos programáticos previstos nas di-retrizes curriculares dos cursos de graduação.

Ao desenvolvimento de competências e habili-dades necessárias ao aprofundamento da for-mação geral e profissional.

Ao nível de atualização dos estudantes com re-ferência à realidade brasileira e mundial.

PNE 2012

Os líderes dos partidos na Câmara dos Deputados decidiram votar no dia 19 de setembro do corrente ano, o recurso contra a aprovação do Plano Nacional de Edu-cação (PNE). A ideia é fazer um debate amplo, com todos os parlamentares, o que se chamou de "comissão geral", um dia antes.

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Prof. Brando CONHECIMENTOS GERAIS & ATUALIDADES

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O PNE estabelece que o governo seja obrigado a aplicar na educação um valor equivalente a 10% dos recursos do Produto Interno Bruto (PIB). O plano foi aprovado numa comissão especial da Câmara em cará-ter definitivo no dia 26 de junho. A partir daí, a proposta iria para o Senado. No entanto, lideranças do governo entraram com um recurso para anular essa votação e fazer o plenário da Câmara analisar o tema.

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

As finalidades da educação superior contemporânea incluem formar diplomados nas diferentes áreas do conhecimento, que estejam aptos para inser-ção em setores profissionais e para a participa-ção no desenvolvimento da sociedade brasileira.

Com relação a esse assunto, julgue os itens que se seguem. (UNIPAMPA-RS/2009)

121. A educação superior abrange os seguintes cursos e programas: cursos sequenciais, cursos de gradua-ção, cursos de pós-graduação e cursos de extensão.

122. Na educação superior, o ano letivo regular indepen-de do ano civil e tem, no mínimo, duzentos dias de trabalhos acadêmicos.

“Dados do Índice de Desenvolvimento da Educação

Básica (IDEB) divulgados pelo Ministério da Edu-cação (MEC) em 5 de julho de 2010, mostram que, apesar da melhoria do país nos resultados, 24% dos municípios ficaram abaixo da meta estipulada para 2009. As notas se referem aos anos finais do Ensino Fundamental, que equivalem à 5ª à 8ª sé-rie (6º ao 9º ano). Nos anos iniciais, da 1ª à 4ª sé-rie (1º ao 5º ano), foram 15% das cidades. ”(Fer-nanda Nogueira, Nathália Duarte e Vanessa Fajardo do G1)

123. São informações que complementam o texto anterior, exceto:

a)Os dois fatores que são levados em conta no cálculo do IDEB são o rendimento escolar (taxas de aprova-ção, reprovação e abandono) e as médias de de-sempenho na Prova Brasil.

b)O IDEB é calculado ano a ano. c)A meta do governo federal para o país no ensino mé-

dio em 2021, é chegar a 5, 2, enquanto a nota média de países desenvolvidos já chega a 6.

d)O IDEB subiu para 4, 6 em 2009, enquanto a proposta para o período era de 4, 2, portanto o índice ultrapas-sou a meta.

e)Segundo especialistas em educação, a situação é preocupante, já que o ensino médio foi o ciclo educa-cional com pior desempenho no país, segundo os dados do IDEB.

Um teste realizado com 244. 836 crianças da primeira

série do ensino fundamental dá uma valiosa pista sobre os meios de produzir melhores alunos.

A imensa maioria dos que passaram pela pré-escola teve melhores notas em língua portuguesa. Dos que obtiveram ótimo, a nota máxima, como con-ceito, somente 10, 2% não tinham passado pela chamada educação infantil. Esse é apenas um de-talhe observado em um exame (SARESP) em que se avaliaram 4, 5 milhões de alunos paulistas, grande parte deles da rede estadual do ensino fundamental e médio. Atingiremos um novo está-gio de aprimoramento democrático quando nós, da mídia, dermos tantas páginas às mazelas da educação quanto damos à corrupção. Seremos um país de fato desenvolvido quando resultados

como o do SARESP produzirem emoção como os resultados futebolísticos. Pode não parecer, mas a habilidade de nossos aluno é mais importante do que a dos jogadores. Gilberto Dimenstein. A cor-rupção é muito pior do que se imagina. In: Folha de S. Paulo, 3/7/2005, C8 (com adaptações).

Tendo o texto acima como referência inicial e consi-

derando as múltiplas implicações da temática que ele aborda, julgue os itens seguintes. (MJ/2005)

124. Segundo o texto, os meios de comunicação estão garantindo grande destaque à educação, o que ajuda a explicar o salto qualitativo hoje verificado no siste-ma educacional brasileiro.

125. Uma das grandes conquistas do Brasil dos dias de hoje é a universalização do acesso às três etapas da educação básica: educação infantil, ensino funda-mental e ensino médio.

126. Infere-se do texto que, atualmente, há respaldo técnico para a afirmativa de que, quanto mais cedo a criança tiver acesso à educação, mais chances de ê-xito ela terá em sua trajetória escolar.

O número de formandos nos cursos que preparam

docentes para os primeiros anos da educação básica, como Pedagogia e Normal Superior, caiu pela metade em quatro anos, segundo os últimos dados do Censo do Ensino Superior, realizado anualmente pelo MEC. De 2005 a 2009, os alunos que concluíram essas graduações foram de 103 mil para 52 mil, o que comprova o desinteresse dos jovens pela carreira. Houve queda também do número de graduandos em cursos de licenciatu-ras, que preparam professores para atuar no en-sino médio e nos últimos anos do ensino funda-mental. O Estado de São Paulo, 02/02/2011, p. A14.

Tendo o texto acima como referência inicial e consi-derando aspectos marcantes da realidade social brasileira atual, principalmente aspectos referen-tes à educação, julgue os itens. (SEGER-ES / 2011)

127. O resultado da participação do Brasil em avaliações internacionais, tal como no PISA, em 2010, revelou que o país superou o quadro de desempenho ruim que apresentava no passado.

128. É consenso entre educadores e pesquisadores que o maior problema da educação brasileira, nos dias atuais, é a falta de prédios para o funcionamento re-gular das escolas, do que decorre a urgente necessi-dade de se proceder à construção, em larga escala, de escolas no Brasil, nas cidades e nas zonas rurais.

129. A educação básica, formada pela educação infantil e pelos ensinos fundamental e médio, segundo previ-são constitucional, é obrigatória, sendo gratuita nas escolas mantidas pelo poder público. Nas instituições privadas, a gratuidade abrange os que, comprova-damente, não possam arcar com os custos da anui-dade escolar.

130. Em geral, a baixa remuneração e as más condições de trabalho oferecidas aos professores são conside-radas fatores que inibem o ingresso na carreira do-cente, notadamente na rede pública.

131. O acelerado aumento da população brasileira, com o crescente número de filhos por família, deve acar-retar um aumento de matrículas nas séries iniciais da educação básica, e, consequentemente, agravar o problema da falta de professores, apontado no texto.

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CONHECIMENTOS GERAIS & ATUALIDADES Prof. Brando

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Considerando as políticas de avaliação educacional referentes à educação básica brasileira, julgue os próximos itens. (SEDUC-AM/2011)

132. A Prova Brasil é o exame realizado anualmente pelo Ministério da Educação para avaliar o desempe-nho dos estudantes que estão concluindo ou que já concluíram seus estudos no ensino médio público.

133. O Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica abrange estudantes das redes pública e pri-vada do país, em áreas rural e urbana, matriculados no quinto e no nono ano (quarta e oitava séries) do ensino fundamental e no terceiro ano do ensino mé-dio.

Julgue o item abaixo, referente à educação no con-

texto da modernidade. (SEDUC-AM/2011) 134. Na sociedade contemporânea, a inserção da escola

no contexto da modernidade implica, entre outros de-safios, o exercício habitual da democracia como prá-tica, o desenvolvimento de conteúdos relacionados à realidade cotidiana dos alunos e o envolvimento da comunidade em suas atividades.

[. . . ]a Unesco classifica o Brasil com Índice de De-

senvolvimento Educacional (IDE) médio, que ca-minha na direção certa, mas ainda precisa andar muito para alcançar o primeiro grupo dos países com bom nível de educação. (TACIRO; KANNO, 2011, p. 28).

135. Entre os problemas enfrentados pela educação no Brasil, está o baixo índice de matrícula no ensino fundamental e o alto índice de analfabetismo, sendo que os alunos do ensino médio têm apresentado ex-celente desempenho nos programas internacionais que avaliam o conhecimento e a capacidade de leitu-ra, e as desigualdades regionais na educação têm si-do praticamente inexistentes.

É reconhecido como mais eficiente programa social

do País em termo de redução de pobreza e da de-sigualdade. Contribui decisivamente para aprimo-rar o nível educacional entre as crianças mais pobres, uma vez que, para receberem o beneficio, os pais precisão manter seus filhos na escola.

136. Refere-se ao programa: (PM. Jijoca-CE/2012) a)Vale Educação. b)Bolsa Família. c)Bolsa Educação. d)Vale Social. e)Auxilio Desemprego. 137. Num país com passado escravista como o Bra-

sil, a situação social dos negros exige enfoques específicos. Nos últimos anos, a sociedade brasi-leira vem assistindo à multiplicação de iniciativas de indivíduos ou de grupos sociais voltadas para a reparação ou a garantia plena de direitos soci-ais dos negros. Em seu conjunto, essas iniciati-vas constituem: (BNDES / 2009)

a)Atos legislativos. b)Ações afirmativas. c)Coalizões institucionais. d)Reformas administrativas. e)Políticas assistencialistas. Para o professor Matias Spektor (. . . ) da Fundação

Getúlio Vargas, o vazamento dos mais de 250 mil documentos sigilosos produzidos pela diploma-cia dos EUA tem efeito pedagógico. “O vazamen-

to é educativo. O público tem acesso aos bastido-res da política internacional. ” (Folha de S. Paulo, 03. 12. 2010)

138. A divulgação dos documentos citados ocorreu por intermédio do site: (CFO-SP/2010)

a)Wikipédia. b)Google. c)WikiLeaks. d)Facebook. e)Twitter. Estudo oficial mostrou que um em cada quatro brasi-

leiros recebe o Bolsa Família. O programa atinge 45, 8 milhões de pessoas, considerando filhos, dependentes e cônjuges, correspondendo a 24, 2% da população de 189, 5 milhões de habitantes. Levantamento feito mostra que metade dos bene-ficiários diretos não trabalha. O dinheiro é repas-sado preferencialmente às mulheres.

O Globo, 29/12/2007, p. 3 (com adaptações). Tendo o texto acima como referência inicial e consi-

derando aspectos relevantes da realidade brasi-leira, julgue os itens de 139 a 148. (SEDUC-ES/2008)

139. O Bolsa Família é um programa de transferência de renda conduzido pelo governo federal.

140. Como política pública que presta auxílio financeiro a famílias carentes, estimulando-as a manterem seus filhos na escola, o Bolsa Família é a primeira iniciati-va do gênero que o Brasil conheceu.

141. Cerca de um quarto da população brasileira é bene-ficiária do Bolsa Família.

142. Por imposição legal, o Bolsa Família só repassa dinheiro para mulheres, como mostra o texto.

143. Segundo o texto, uma vez empregado, o beneficiá-rio da Bolsa Família perde o direito a esse benefício.

144. O Bolsa Família contribuiu significativamente para a erradicação do analfabetismo funcional no Brasil.

145. Embora em processo de redução, a desigualdade é característica histórica marcante da sociedade brasi-leira.

146. Ainda que tenha conseguido massificar seu sistema educacional, sobretudo no âmbito do ensino funda-mental, o Brasil encontra dificuldades para vencer a batalha da qualidade da educação.

147. Evasão e repetência são problemas que afetam seriamente a educação brasileira.

148. No Brasil, a escolaridade é obrigatória em todos os níveis que compõem a educação básica.

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TECNOLOGIA

PARTÍCULA DE DEUS Físicos nos Estados Unidos reportaram a descober-

ta de fortes indícios da existência do bóson de Higgs, conhecido como a "Partícula de Deus". Na teoria, o bó-son de Higgs confere massa às demais partículas e explica o surgimento da matéria. É a última peça que falta no modelo padrão da física.

As conclusões do Fermilab vêm de 10 anos de pesquisas com o Tevatron, um potente acelerador de partículas que iniciou suas atividades em 1985 e foi fechado no ano passado. "Desenvolvemos sofisticados programas de simulação e análise para identificar pa-drões similares ao bóson de Higgs. Ainda assim, é mais fácil buscar o rosto de um amigo em um estádio esporti-vo com 100.000 pessoas do que buscar uma eventual partícula de Higgs entre as bilhões de colisões".

Os resultados do Tevatron indicam que a partícula de Higgs, se é que existe, tem uma massa entre 115 e 135 gigaeletronvolts, em torno de 130 vezes a massa do próton. Baseado em dois experimentos, a equipe de de especialistas descobriu que há apenas uma chance em 550 de que o sinal encontrado seja meramente um aca-so estatístico.

BÓSON DE HIGGS

O bóson de Higgs é uma partícula subatômica pre-vista há quase 50 anos. Após décadas de procura, os físicos ainda não conseguiram nenhuma prova de que ela exista. O Higgs é importante porque a existência dele provaria que existe um campo invisível que permeia o universo. Sem o campo, ou algo parecido, nada do que conhecemos existiria. Os cientistas não esperam detec-tar o campo -- em vez disso, eles esperam encontrar uma pequena deformação nele, chamada bóson de Higgs.

O Grande Colisor de Hádrons

O LHC, o Grande Colisor de Hádrons, do CERN

(Centro Europeu de Pesquisa Nuclear), é considerado o maior acelerador de partículas do mundo. É nele onde os cientistas se esforçam em busca de descobertas e res-postas para as lacunas da física moderna. O LHC é uma estrutura subterrânea sob a fronteira franco-suíça, com 27 quilômetros de perímetro, enterrado 100 metros abai-xo do solo. Apesar de acontecerem outros experimentos no acelerador, o que mais chama atenção atualmente é a pesquisa relacionada ao Bóson de Higgs, também conhecido como Partícula de Deus.

O principal foco desse acelerador de partículas é obter dados sobre colisões de feixe de partículas em altíssimas velocidades.

REDES SOCIAIS NA INTERNET

Na Rede há o compartilhamento de idéias entre pessoas com interesses e objetivos comuns e também valores a serem compartilhados. Desse modo, um grupo de discussão é composto por pessoas que possuem identidades semelhantes. Redes sociais estão hoje insta-ladas principalmente na Internet devido esta possibilitar uma aceleração e vasto modo das idéias serem divulga-das e da integração de novos membros em busca de algo em comum. Redes Sociais na Internet são os rela-cionamentos entre as pessoas na comunicação através de computador. Esses sistemas funcionam pela intera-ção social, procurando conectar pessoas e proporcionar sua comunicação. Elas escolhem se querem conectar-se ou não, a alguém.

As entidades sociais geradas pela comunicação por intermédio do computador podem atuar também de for-ma a manter comunidades de suporte que, sem o uso do computador, não seriam possíveis porque são social-mente não aceitas. O conceito de laço social também denominado laço relacional, vem em oposição ao laço associativo, aquele relacionado apenas ao pertencer (a algum lugar, por exemplo). Os laços associativos são meras conexões formais, que independem de ato de vontade da pessoa, bem como de custo e investimento. Os laços sociais podem ser fortes e fracos. Laços fortes são assim denominados por que se realizam pela intimi-dade, pela aproximação e pela ideia intencional em criar e manter uma conexão entre duas pessoas. Os laços

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CONHECIMENTOS GERAIS & ATUALIDADES Prof. Brando

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fracos, por sua vez, demonstram relações esparsas, que não traduzem proximidade nem intimidade.

As interações sociais que se constroem na Internet (em weblogs, fotologs e no Orkut) tornam-se efetivamen-te laços fortes. Mensagens e declarações de amor, ami-zade e suporte ocorrem com frequência na Rede, dando demonstrações de intimidade. As Redes Sociais na In-ternet denominam-se também de “Redes Sociais Virtu-ais”, “que são os agrupamentos, por meio de softwares específicos (aplicativos Web 2. 0) que permitem a grava-ção de perfis, com dados e informações de caráter geral e específico, das mais diversas formas e tipos (textos, arquivos, imagens, fotos, vídeos, etc. )”, tornando-se possível o acesso e visualização por outras pessoas. Há também a formação de grupos por idéias afins, com ou sem autorização, e de espaços próprios para discus-sões, debates e apresentação de temas variados (comu-nidades, com seus fóruns).

TABLETS E SMARTPHONES

A chegada dos tablets e a popularização dos

smartphones está ampliando as possibilidades de negó-cios e lazer. No Brasil, essa evolução está sendo impul-sionada pelo aumento do consumo principalmente de smartphones e dos serviços de dados. “As indústrias estão pensando em como aproveitar da melhor forma as oportunidades de uso dos tablets e smartphones, seja para uso corporativo ou voltado ao consumidor final”.

No mundo corporativo, os departamentos de Tec-nologia da Informação (TI) terão trabalho reforçado, diante da necessidade de investir em adaptações e no-vos aplicativos gerenciais. Tanto os tablets como os smartphones ampliaram a mobilidade dos usuários, que acessam conteúdo corporativo ou a internet nos mais diversos locais e não precisam mais de um computador fixo para realizar essas operações.

Dificuldades técnicas

“No Brasil, o motor inicial do uso de tablets e smartphones acaba sendo por aplicativos de entreteni-mento”. Desse modo, as indústrias já começam a pensar em aplicativos “mais úteis para elas”. Há pouco tempo, a experiência de navegação na web era ruim nos dispositi-vos móveis. As telas eram pequenas e a conexão, lenta, argumentou. “Agora que os planos de dados não estão tão caros e os aparelhos melhoraram em termos de visualização gráfica, as pessoas estão vendo que seu uso não é só para leitura de e-mail. ”

Oportunidades trazidas pelos dispositivos móveis

Acompanhando as mudanças no padrão de uso da tecnologia, a operadora Claro detectou algumas tendên-

cias. O consumidor está mais interessado nas funciona-lidades dos dispositivos, como integração com Facebo-ok, Twiter e Flickr. Em contrapartida, a previsão de ven-das de PCs em 2011 e 2012 tende a cair em função do aumento de vendas de tablets.

A Ásia liderou o movimento de expansão de ven-das, partindo de um faturamento de US$ 18, 8 bilhões no primeiro trimestre de 2010 para US$ 37, 3 bilhões neste ano – expansão de 98%. A América Latina foi a segunda região que mais cresceu em termos percentuais (86%), saindo de US$ 3, 5 bilhões para US% 6, 5 bilhões. No Brasil, as vendas de smartphones se expandiram devido à queda de preços dos aparelhos e serviços de dados, o que está trazendo mais consumidores de tecnologia, segundo o gerente de estratégia de negócios em celula-res da LG.

Brasileiros fazem avanço rumo a carros a hidrogênio

Pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos,

da USP, fizeram avanços importantes rumo a veículo elétricos alimentados por hidrogênio.

A atual onda de carros elétricos fundamenta-se em dois tipos de tecnologias.

O primeiro tipo é formado pelos carros híbridos, que possuem motores elétricos, mas possuem também um pequeno motor a combustão, que pode ser usado para fornecer potência extra ou para gerar eletricidade para suprir as necessidades das baterias. O segundo tipo são os carros realmente elétricos, alimentados unicamente por baterias. O primeiro carro de corrida elétrico, por exemplo, é desse tipo. Mas há ainda um terceiro tipo, mais futurístico e mais promissor, e totalmente limpo, mas que ainda depende de vários desafios tecnológicos a serem vencidos.

São os carros a hidrogênio, cuja eletricidade para os motores elétricos não é fornecida primariamente por baterias, embora elas eventualmente continuem a existir, mas por células a combustível, por sua vez alimentadas a hidrogênio. Uma célula a combustível a hidrogênio consome o gás para gerar eletricidade, e emite apenas água como subproduto.

Catalisadores de terras raras

Um dos desafios a serem vencidos para viabilizar os veículos a hidrogênio é aumentar a eficiência e a durabilidade das células a combustível. E isso depende de catalisadores. "Os eletrodos, responsáveis por trans-formar hidrogênio gasoso em eletricidade, param de funcionar muito rapidamente, caso haja a presença de monóxido de carbono nesse processo. O material usado no catalisador é o óxido de cério (CeO2) dopado com cobre, ou seja, um átomo de cério na molécula de CeO2 é substituído por um átomo de cobre.

Isso criou um material que pode ser utilizado como catalisador para fazer a oxidação do monóxido de carbo-no (CO), transformando-o em CO2. O armazenamento do hidrogênio é um problema à parte para a viabilização dos veículos elétricos totalmente limpos. Seria impraticá-

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vel guardar o hidrogênio em tanques pressurizados, como se faz hoje com o gás natural. Por isto, as maiores apostas têm sido feitas em cima do armazenamento sólido de hidrogênio.

C&T – Brasil e China

Durante encontro entre a presidenta Dilma Rousseff e o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, no Rio+20, os governos do Brasil e da China elevaram o nível de sua parceria para “estratégica global”.

Na oportunidade, as autoridades também confirma-ram a decisão de ampliar os esforços conjuntos com vistas ao lançamento dos satélites sino-brasileiros de recursos terrestres Cbers-3, em 2012, e Cbers-4, em 2014, e concordaram quanto ao interesse em estimular o trabalho conjunto para a distribuição internacional dos dados daqueles satélites. O Instituto Nacional de Pes-quisas Espaciais (Inpe) é o responsável no Brasil pelo Programa Cbers. A parceria iniciada com a China há mais de 20 anos garantiu a ambos os países o domínio da tecnologia do sensoriamento remoto para observação da Terra. Com o Programa Cbers, o Inpe fomenta a inovação tecnológica no parque industrial brasileiro, através do desenvolvimento por empresas nacionais de subsistemas e equipamentos para os satélites.

Acordos

A presidente e o primeiro-ministro chinês assinaram acordos no âmbito do Plano Decenal de Cooperação 2012-2021, nas áreas de ciência, tecnologia, inovação, cooperação espacial, energia, mineração, infraestrutura, transporte, indústria, financeira, econômico-comercial, cultural, educacional e intercâmbio entre sociedades civis. As novas iniciativas conjuntas englobam segmen-tos como nanociência e nanotecnologia, meteorologia, meio ambiente, mudanças do clima, tecnologias do bambu, energias limpas, renováveis e economia verde, biotecnologia e tecnologias agrícolas, tecnologia da informação e das comunicações (TICs) e promoção do diálogo entre parques tecnológicos, com vistas a associ-ações entre pequenas e médias empresas de base tec-nológica de ambos os países.

A assinatura dos acordos estabelece a criação dos centros virtuais conjuntos Brasil-China de Satélites Me-teorológicos e de Biotecnologia, que poderão contemplar atividades de pesquisa conjunta em áreas como infor-mação meteorológica, alerta sobre desastres naturais, biomedicina, bioinformática e biomateriais. Criado em janeiro de 2009, o Centro China-Brasil é fruto de uma parceria da Coppe com a universidade de Tsinghua, principal universidade chinesa da área de tecnologia, com sede em Pequim, e inclui projetos em colaboração com outras instituições de ensino superior chinesas. O Centro tem como objetivo conciliar produção de energia e preservação dos recursos naturais. Desde a sua im-plantação, pesquisadores brasileiros e chineses vêm desenvolvendo projetos nas áreas de mudança climática; biocombustíveis; energia eólica; captura e armazena-mento de carbono e produção de óleo e gás em águas profundas.

Vacina contra a AIDS

O Comitê de Aconselhamento de Drogas Antirretro-

virais, que assessora a Food and Drug Administration (FDA), agência que regula os alimentos e os medica-mentos nos Estados Unidos, aprovou por 19 votos contra três a prescrição do Truvada para homens homossexu-ais HIV-negativos, e por 19 votos a dois (uma abstenção) receitar a droga para cônjuges não infectados cujos parceiros têm Aids.

O Truvada atualmente está disponível como trata-mento para soropositivos em combinação com outras drogas antirretrovirais e a FDA o aprovou em 2004. A fabricante de medicamentos Gilead Sciences Inc. , da Califórnia, apresentou uma solicitação para poder co-mercializá-lo com objetivos de prevenção. Resultados de estudos de referência publicados em 2010 demonstra-ram que a droga, fabricada pela Gilead Sciences, ajudou a repelir o HIV em homens homossexuais que adotam comportamentos de risco de 44% para quase 73%. Mas críticos observam que a pílula é cara, custa até US$ 14 mil ao ano (R$ 27 mil), e outros alertam que o teste clíni-co não representa as circunstâncias do mundo real e poderia provocar um aumento na prática de sexo sem proteção e em uma retomada nos casos de Aids.

Os dados usados provêm principalmente do Estudo de Prevenção do HIV iPrEx, pesquisa realizada entre julho de 2007 e dezembro de 2009 em seis países: Bra-sil, Equador, Peru, África do Sul, Tailândia e Estados Unidos. Os participantes foram selecionados ao acaso para tomar uma dose diária de Truvada, combinação de 200 miligramas de emtricitabina e 300 milligramas de tenofovir disoproxil fumaratoo, ou um placebo.

Aqueles que tomaram o novo medicamento com regularidade tiveram uma incidência quase 73% menor de infecções. Em todo o estudo, incluindo aqueles que não fizeram um uso tão seguido do Truvada, houve 44% menos infecções do que entre aqueles que tomaram o placebo. O método de ingestão do medicamento antes da potencial exposição ao HIV é denominado profilaxia pré-exposição (PrEP).

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

Os semicondutores são o ponto fraco da indústria brasileira de alta tecnologia. A produção local é muito limitada. No ano passado, foram importa-dos 5,1 bilhões de dólares em semicondutores, m crescimento de 14% em relação a 2010. Com o avanço dos mercados de computadores e de ce-lulares, e com a eletrônica sendo embarcada nos mais diversos tipos de equipamentos, a tendência é que essa conta só venha a aumentar. O Estado de S. Paulo, 15/1/2012, p. B12 (com adaptações).

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Tendo o texto acima como referência e considerando as características essenciais do atual estágio de desenvolvimento da economia mundial, julgue os itens de 149 a 153. (Policia Federal/2012)

149. O domínio do conhecimento mostra-se fundamental para a produção de riquezas e, ao impulsionar cons-tantes inovações tecnológicas, amplia a capacidade produtiva e ajuda a promover a ampliação dos mer-cados consumidores, em meio a um contexto de acir-rada competição em escala global.

150. A fragilidade do sistema educacional brasileiro, realidade confirmada por sucessivos testes de avali-ação interna e externa, impede que o país seja con-siderado emergente no cenário econômico mundial contemporâneo, apesar do reconhecimento geral de suas inegáveis potencialidades.

151. Apesar da privatização ocorrida na área das tele-comunicações e dos inegáveis avanços verificados no setor, o número de linhas de telefonia móvel no Brasil é insuficiente, se considerada a demanda a-presentada pelo mercado consumidor brasileiro, e muito inferior ao de linhas fixas.

152. Tal como o Brasil, a China não possui tecnologia que lhe permita produzir semicondutores, uma das razões pelas quais sua atuação no mercado mundial, embora relativamente expressiva, está bem aquém do esperado, atrás de Índia e Rússia.

153. Embora ocupe uma posição pouco relevante na pauta das exportações do país, o agronegócio brasi-leiro demonstra tendência de crescimento, e seu bom desempenho reflete a influência positiva exercida no setor pela EMBRAPA, sinônimo de elevado padrão de pesquisa científica na agropecuária.

“Hoje, 4 bilhões de pessoas têm celular, mas apenas

1, 5 bilhão acessam a internet. Em alguns anos, qualquer pessoa, não importa onde viva, partici-pará de redes sociais e usará ferramentas como o Twitter”.

Biz Stone. In: Veja, 21/03/2009. 154. A declaração cita o sistema que permite a publi-

cação, em tempo real, de mensagens curtas, chamado Twitter. Além da conectividade entre os seus usuários, o recurso tecnológico descrito apóia-se, principalmente, no aspecto da: (BNDES / 2009)

a)Espontaneidade. b)Solidariedade. c)Reversibilidade. d)Impessoalidade. e)Instantaneidade. 155. As últimas décadas do século XX assistiram a

uma revolução nos sistemas de produção e de trabalho. As opções abaixo apresentam algumas das conseqüências dessas mudanças, à exceção:

a)Da substituição do trabalho humano por robôs flexíveis e programados.

b)Da substituição, na ocupação da mão-de-obra, do setor de serviços pelo setor industrial.

c)Do comando de sistemas de produção por computado-res e programas sofisticados.

d)Da produção altamente concentrada combinada com uma flexível integração de empresas subcontratadas.

e)Do redimensionamento da escala de produção em função de mega-mercados ou mercados mundiais.

156. A censura política na internet está, em geral,

associada à atitude de países que pretendem:

I. . Resguardar suas culturas e valores nacionais, inibin-do o contato com culturas de outras nações.

II. . Controlar o acesso a informações sobre a situação política interna e a questão dos direitos humanos.

III. . Isolar suas economias dos efeitos perversos de um mercado globalizado.

Está correto o que se afirma em: a)I, apenas. b)II, apenas. c)I e II, apenas. d)III, apenas. e)I, II e III. 157. Serviços como o fotolog e o Orkut, tal qual ou-

tras ferramentas para mensagens instantâneas na Internet (MSN e ICQ), não devem ser lidos como sintomas de um mundo que a velocidade da co-municação e as tecnologias digitais teriam torna-do “pequeno”. Ligar-se em rede e “estreitar” o mundo é uma escolha, algo como uma camada adicional de sociabilidade disponível somente pa-ra alguns, e que também, somente para alguns, faz sentido acionar. Maria Isabel Mendes de Almeida e Fernanda Eugênio (orgs). Culturas Jovens: novos mapas do afeto, 2006.

Considere o texto acima e as três afirmações: I. As redes de comunicação propiciadas pela Internet

têm a propriedade da conectividade e, ao mesmo tempo, são suscetíveis de funcionar como instrumen-tos de integração e exclusão.

II. A revolução tecnológica pode consolidar as desigual-dades sociais e também aprofundá-las, produzindo um distanciamento cognitivo entre os que já convi-vem com ela e os que estão sem acesso a ela.

III. Nesse ambiente comunicacional, as fronteiras se relativizam e tem-se a possibilidade de adicionar, às noções de espaço e tempo tradicionais, uma nova noção de espaço: o ciberespaço.

Está correto o que se afirma em: a)I. b)II. c)I, II. d)II, III. e)I, II, III. A necessidade de comunicação é algo que está pre-

sente na vida do ser humano desde os tempos mais remotos. Trocar informações, registrar fa-tos, expressar idéias e emoções são fatores que contribuíram para a evolução das formas de o homem se comunicar. (Oliveira, 2011)

158. A acelerada evolução de novas tecnologias de comunicação determinou a uniformização das cultu-ras em escala mundial, porém o fato de essas tecno-logias, em virtude de seu alto custo, serem elitistas, criou, no campo das telecomunicações e da telefonia celular, uma grande população de excludentes, que a elas não têm acesso, nos países emergentes e sub-desenvolvidos.

“O Facebook em particular é a máquina de espiona-

gem mais apavorante que já foi inventada. Temos aí maior banco de dados sobre pessoas. . . tudo acessível pelos serviços de inteligência dos EUA. ” (Julian Assange)

159. O autor desta frase ficou internacionalmente conhecido por:

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Prof. Brando CONHECIMENTOS GERAIS & ATUALIDADES

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a)Criar a rede social Facebook com o brasileiro Eduardo Saverin, enquanto era estudante na Universidade de Harvard, nos EUA.

b)Empreender uma das maiores oposições na comuni-dade científica contra as redes de relacionamento via web.

c)Instituir e presidir a maior empresa de informática do planeta, a Apple, que inovou mais uma vez em 2010 com a criação do Ipod.

d)Presidir o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas, ONU, como representante dos EUA, membro titular deste organismo internacional.

e)Fundar o site WikiLeaks onde foram divulgados diver-sos documentos sigilosos das principais nações do planeta, principalmente dos EUA.

160. Analise as afirmativas correlatas: I. “Em 2010, os EUA se tornaram o primeiro país do

mundo a permitir pesquisas com células-tronco em-brionárias em seres humanos. ”

II. “O Brasil já permite pesquisas com células-tronco embrionárias desde 2008, mas apenas em animais, ou seja, não são permitidos experimentos em seres humanos. ”

Assinale a alternativa correta: (IBGE / 2011) a)Ambas as afirmativas estão incorretas. b)Apenas a afirmativa I está correta. c)As duas afirmativas estão parcialmente corretas. d)Apenas a afirmativa II está correta. e)Ambas as afirmativas estão corretas.

ENERGIA ENERGIAS NÃO-RENOVÁVEIS

As fontes de energia não-renováveis são finitas e esgotam-se (um poço de petróleo não pode ser enchido pois este combustível é resultado de milhões de anos de decomposição orgânica). Uma vez gasta não é possível usá-la de novo, por isso, o melhor é conservar e poupar ao máximo as formas de energia não-renovável.

Combustíveis Fósseis:

•Petróleo O petróleo é um combustível fóssil de grande im-

portância no nosso dia a dia. Existem muitos produtos que derivam do petróleo, como por exemplo, os fertili-zantes para as quintas, as roupas, a pasta de dentes, as garrafas e canetas de plástico. Quase todos os plásticos têm origem no petróleo. Nas refinarias o petróleo bruto é separado em vários produtos pelo aquecimento deste espesso combustível. Estes produtos são: a gasolina, o gasóleo, o combustível dos aviões, os óleos, etc. O pe-tróleo é armazenado em grandes tanques antes de ser distribuído pelo mundo. Pelas suas reservas concentra-das em poucos países, o petróleo é motivo de disputas econômicas e conflitos armados. Além disso, é uma das maiores fontes de poluição do ar. O Oriente Médio conti-nua a ser o principal protagonista na indústria do petró-leo.

A região ofusca o resto do mundo em termos de re-servas, garantindo sua proeminência no cenário político global. Só a Arábia Saudita possui 25% das reservas comprovadas no mundo. O Mar do Norte e o Canadá ainda possuem reservas significativas, mas de extração cara.

OPEP OPEP (Organização dos Países Exportadores de

Petróleo) é uma organização internacional de onze paí-ses em desenvolvimento, que são fortemente dependen-tes das receitas do petróleo como principal fonte de renda. A adesão é aberta a qualquer país que seja ex-portador líquido de petróleo substanciais e que partilha os ideais da Organização. Os membros atuais são a Argélia, Indonésia, Irã, Iraque, Kuwait, Líbia, Nigéria, Catar, Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos e Venezuela.

Uma vez que as receitas do petróleo são tão vitais para o desenvolvimento econômico dessas nações, que pretendem trazer estabilidade e harmonia para o merca-do de petróleo, ajustando sua produção de petróleo para ajudar a garantir um equilíbrio entre oferta e demanda. Duas vezes por ano, ou, mais frequentemente, se ne-cessário, os ministros de Petróleo e Energia dos mem-bros da Opep se reúnem para decidir sobre o nível da Organização de saída, e considerar se alguma ação para ajustar a saída é necessário, à luz da recente evolução do mercado e antecipadas de petróleo.

Os membros da OPEP coletivamente fornecem

cerca de 40 por cento da produção de petróleo do mun-do, e possuem mais de três quartos do total mundial reservas comprovadas de petróleo bruto.

A Organização dos Países Exportadores de Petró-leo (OPEP) é uma permanente, Organização intergover-namental, criado na Conferência de Bagdá, em setembro 10-14, 1960, pelo Irã, Iraque, Kuwait, Arábia Saudita e Venezuela. Aos cinco membros fundadores foram acres-cidos por oito outros membros: Catar (1961), Indonésia (1962), Líbia(1962), Emirados Árabes Unidos (1967), Argélia(1969), Nigéria(1971), Equador (1973-1992, re-tornando em 2007) e Gabão (1975-1994).

OPEP teve sua sede em Genebra, Suíça, nos pri-meiros cinco anos de sua existência. Este foi transferido para Viena, Áustria, em setembro 1, 1965. Objetivo da OPEP é de coordenar e unificar as políticas petrolíferas entre os países membros, a fim de garantir preços justos e estáveis para os produtores de petróleo, um eficiente, fornecimento econômica e regular de petróleo para os países consumidores e uma justa remuneração do capi-tal para os que investem na indústria.

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Venezuela supera a Arábia Saudita.

As reservas confirmadas de petróleo cru da Vene-zuela ultrapassaram em 2010 as da Arábia Saudita, segundo o relatório anual da Organização do Países Exportadores de Petróleo (Opep). De acordo com a agência de notícias Dow Jones, o documento indica que as reservas confirmadas da Venezuela chegaram a 296, 5 bilhões de barris em 2010, o que representa um cres-cimento de 40, 4% em relação ao ano anterior.

A Arábia Saudita, diz o mesmo estudo, tem reser-

vas de 264, 5 bilhões de barris. Não se sabe ainda se todas as descobertas de petróleo da Venezuela são economicamente viáveis. O levantamento confirma o anúncio feito pelo governo venezuelano em janeiro, dando conta de que essa marca já havia sido atingida. Houve aumento também nas reservas do Irã e do Iraque, que, junto com a Venezuela, defendem preços mais elevados para o petróleo no mercado internacional.

•Carvão O carvão é um combustível fóssil sólido, constituído

por restos de plantas que cresceram em pântanos enor-mes e quentes, durante o período carbônico. Ao morre-rem, as plantas caíram para os pântanos e foram enter-radas, bem fundo, na lama, formando uma camada com-pacta de vegetação em decomposição, chamada turfa.

Durante milhões de anos, o peso da lama sobreja-cente comprimiu a turfa até solidificar. Por fim, o calor e a pressão transformaram-na em carvão. A turfa é o que possui menor teor de carbono, a seguir vem a lignite, depois a hulha, que é o tipo mais abundante e mais consumido no mundo (por volta de 80% do total), e por fim a antracite, o mais puro (95% de carbono) mas tam-bém o mais raro, representando apenas cerca de 5% do consumo mundial.

Os maiores produtores mundiais atuais desse re-curso mineral são a China, os Estados Unidos, a Rússia, o Cazaquistão, a Índia, a Polônia, a Alemanha, a África do Sul e a Austrália. O carvão é o mais abundante com-bustível fóssil do mundo.

•Gás Natural O gás natural é um gás mais leve que o ar, sendo

menos poluente do que o carvão ou o petróleo. Este gás é altamente inflamável e encontra-se em reservatórios subterrâneos perto do petróleo. Desta forma é bombea-do e transportado de forma semelhante á do petróleo. O gás natural não tem odor nem pode ser visto, por isso, antes de ser canalizado por tubos até aos tanques de armazenamento, mistura-se um químico que lhe confere um forte odor parecido com ovos podres. Assim, é facil-mente identificada uma fuga de gás. O gás armazenado nos tanques é distribuído através de tubos até ás casas, fábricas e centrais elétricas servindo de combustível para produzir eletricidade.

A Argentina e a YPF

A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, anun-ciou que irá enviar um projeto de lei ao Congresso Na-cional determinando a nacionalização da petroleira YPF no país, filial da espanhola Repsol. A companhia, segun-

do a presidente, será declarada “de interesse público nacional”. De acordo com a presidente, 51% das ações da companhia passarão ao controle do governo federal, enquanto os outros 49% serão distribuídos entre as províncias.

A Repsol YPF é a líder no mercado de combustí-

veis na Argentina. Sua filial YPF, privatizada nos anos 1990, controla 52% da capacidade de refinamento do país e dispõe de uma rede de 1. 600 estações de servi-ços. O governo e as províncias produtoras de petróleo responsabilizam a empresa por não cumprir compromis-sos de investimento e dizem que isso obriga o país a importar grandes volumes de hidrocarbonetos.

Umas das principais críticas é que a Repsol-YPF “reduziu em 30%-35% sua produção de petróleo nos últimos anos e mais de 40% a de gás”, o que forçou a Argentina a aumentar em mais de US$ 9 bilhões as importações de hidrocarbonetos, segundo um documen-to das províncias. A Repsol YPF rejeita o argumento oficial e assegura que em 2012 deve investir 15 bilhões de pesos (US$ 3, 4 bilhões) no país. “O objetivo do go-verno é atingir o autoabastecimento de petróleo. Anali-samos cada uma das concessões e o cumprimento dos contratos.

Disputa

A intenção de nacionalizar a companhia já provoca-va tensão entre Espanha e Argentina. Segundo a Espa-nha, o ato seria uma “agressão à segurança jurídica” existente entre os países. ENERGIA NUCLEAR

Em apenas 30 anos, a energia nuclear aumentou a

sua participação na produção total de energia elétrica partindo de um valor extremamente pequeno, 0. 1%, para um valor substancial de 17%. Para se dar a pers-pectiva deste desenvolvimento importante a energia hidrelétrica cuja tecnologia vem sendo empregada há cerca de um século participa no balanço elétrico mundial com cerca de 18%, e as perspectivas de um aumento deste valor são limitadas a nível mundial, o que não é o caso da energia nuclear.

Durante os próximos dez anos o desenvolvimento da energia nucleoelétrica no mundo não se igualara ao

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grande crescimento das duas últimas décadas. As ra-zões para isto são várias e complexas. Cita-se inicial-mente um decréscimo da taxa de crescimento da energia elétrica nos países industrializados na última década em conseqüência da diminuição do crescimento econômico. É de se notar que mais de 80% da capacidade instalada em usinas nucleares no mundo está concentrada nos países da OCDE, e serão estes países que continuarão a ditar o crescimento da energia nuclear a nível mundial.

O acidente nuclear na usina de Fukushima

O acidente nuclear na usina de Fukushima, no Ja-

pão, e o consequente risco de um desastre ambiental e humano comparável apenas à explosão da usina de Chernobyl, em 1986, foi causado pela combinação de dois fatores prosaicos: falta de luz e falta de água. O que causou o acidente foram duas coisas: pane de eletrici-dade e falta de água, duas coisas muito comuns. Mas é preciso ponderar que isso foi causado por dois eventos naturais de violência atroz: um terremoto de alta magni-tude, incomparável em 150 anos, e um tsunami destrui-dor, que aliás entupiu os circuitos de resfriamento, que captam água do mar.

A verdade é banal: uma falta de eletricidade e um sistema de urgência que não funcionou. Foi a conjuga-ção dos eventos naturais(Tsunami e os tremores poste-riores) muito fortes que causaram as falhas que destruí-ram o grupo eletrógeno (a máquina que move o gerador de eletricidade). A Suíça decidiu pôr fim ao uso da energia nuclear.

A Suíça decidiu pôr fim ao uso da energia nuclear.

O governo anunciou que as cinco centrais nucleares do país serão desmanteladas de forma progressiva até 2034. A decisão era esperada após a crise na usina de

Fukushima, no Japão, afetada pelo terremoto seguido de tsunami de março. Poucos dias depois da tragédia, a ministra da Energia da Suíça, Doris Leuthard, havia anunciado a suspensão da construção de três centrais no país e adiantou que o governo voltaria a analisar o futuro da energia nuclear e das cinco usinas existentes.

A Suíça é um dos países europeus mais dependen-tes da energia nuclear, da qual retiram 40% de seu con-sumo. Embora o país tenha apenas um risco "moderado" de sofrer terremotos, algumas regiões, como a Basiléia, são mais propícias que outras. Segundo especialistas, os tremores na Suíça poderiam atingir 7 graus na escala Richter e provocar tsunamis nos grandes lagos suíços.

O primeiro reator a ser paralisado na Suíça será o de Beznau, no norte do país, em 2019. Foi justamente lá que mais de 20 mil pessoas se reuniram para protestas contra a energia nuclear em manifestação no domingo passado.

O abandono progressivo da energia nuclear vai custar aos suíços entre 2, 2 bilhões e 3, 8 bilhões de francos suíços (entre 1, 8 bilhão e 3, 1 bilhões de euros), segundo estimativas do governo. Para substituir o gran-de volume de energia que tiram das centrais nucleares, a Suíça planeja investir em fontes renováveis, como a hidrelétrica e a cogeração por calor, e centrais de gás de ciclo combinado. Desde o início da crise nuclear no Ja-pão, vários países europeus anunciaram revisões nas suas políticas de uso da energia nuclear. Na Alemanha, um referendo marcado para 6 de junho vai decidir os rumos da energia nuclear no país, enquanto a Itália, que tinha voltado a construir usinas em 2009, paralisou as obras e também fará uma consulta popular sobre a ques-tão.

Angra III

Com apenas 30% do seu território prospectado, o Brasil abriga atualmente a sexta maior reserva de urânio do mundo, estimada em 309 mil toneladas. Trata-se de uma quantidade suficiente para alimentar 32 usinas nucleares como Angra 3 durante toda sua vida útil, de acordo com estimativas da INB - Indústrias Nucleares do Brasil, única empresa responsável pelo beneficiamento do minério e pela fabricação do combustível nuclear no País. As maiores ocorrências do mineral estão localiza-das na Bahia e no Ceará, apresentando ainda importan-tes jazidas em Minas Gerais e no Paraná.

De todas as fontes térmicas comerciais atualmente disponíveis para a geração de energia elétrica em gran-de escala, o urânio se destaca por possuir o maior con-teúdo energético específico (60. 000kWh / Kg), conside-rando-se as usinas equipadas com reator do tipo PWR (à base de água leve pressurizada) como é o caso de An-gra 1 e 2 e, no futuro, de Angra 3.

No Brasil, a grande disponibilidade de urânio como combustível é um dos principais fatores a favor da cons-trução da usina de Angra 3, possibilitando a geração confiável de um tipo de energia ambientalmente limpa, que não libera CO2 ou quaisquer outros efluentes para a atmosfera. Outra grande vantagem é a localização estra-tégica da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, no município de Angra dos Reis, próxima aos grandes cen-tros consumidores: a 220km de São Paulo, 130km do Rio de Janeiro e 350km de Belo Horizonte.

Esta característica das usinas nucleares, que po-dem ser instaladas em regiões circunvizinhas a grandes pólos consumidores. Assim evitam a construção de ex-tensas linhas de transmissão entres os centros de gera-ção e consumo, minimizando a perda de energia na transmissão a longas distâncias.

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Custo da tarifa é competitivo Além de contribuir com as necessidades do Siste-

ma Elétrico Nacional para atender ao aumento da de-manda, a energia gerada pelas usinas da Central Nucle-ar de Angra dos Reis possibilita ao Brasil diversificar as fontes de sua matriz energética - estratégia governamen-tal e tendência verificada em todo o mundo, com maior nível de segurança no fornecimento. Outro aspecto rele-vante no tocante à geração nuclear é a competitividade que esta apresenta quando comparada com outras fon-tes térmicas. No caso de Angra 3, a tarifa balizadora projetada pelo MME – Ministério de Minas e Energia, em dezembro de 2008, era de cerca de R$ 148, 00/MWh, valor próximo dos R$ 146, 00/MWh apresentados pelas usinas térmicas vencedoras do leilão de “energia nova”, realizado pelo governo em setembro de 2008.

Segurança no abastecimento. O Plano Decenal de Expansão de Energia 2008-

2017, traçado pelo MME prevê Angra 3, a terceira usina da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, similar à Angra 2. A unidade terá uma potência bruta de 1. 405 MWe, sendo capaz de gerar cerca de 10, 9 milhões de MWh por , o equivalente a um terço do consumo do Estado do Rio de Janeiro. Para atender ao aumento da demanda por energia elétrica, estudos da Aneel – Agên-cia Nacional de Energia Elétrica, o País requer um in-cremento de geração entre 3. 000 MW e 4. 000 MW, em média, por ano, até 2015.

ENERGIAS RENOVÁVEIS

As energias renováveis, são formas de energia que após terem sido utilizadas podem ser utilizadas nova-mente. Estas energias são o resultado do aproveitamen-to de recursos naturais como o sol e o vento, ou de resí-duos como restos agrícolas ou lixo orgânico. Além de as matérias primas dessas fontes serem abundantes, utili-zá-las significa não esgotá-las. Estas são a energia: solar, hidroelétrica, eólica, geotérmica, da biomassa, das ondas, das marés, e a energia nuclear. Os recursos renováveis representam atualmente cerca de 20% do fornecimento total de energia no mundo.

Hidroelétrica

A energia hidrelétrica é a eletricidade produzida a-

través do movimento da água. Esta usa a energia cinéti-ca da água para produzir eletricidade. Normalmente constroem-se diques que param o curso da água acumu-lando-a num reservatório a que se chama barragem. Noutros casos, existem diques que não param o curso natural da água, mas obriga-a a passar pela turbina, fazendo-a girar de forma a produzir eletricidade.

Itaipu

A usina de Itaipu é, atualmente, a maior usina hi-drelétrica do mundo em geração de energia. Com 20 unidades geradoras e 14. 000 MW de potência instalada, fornece 16, 4% da energia consumida no Brasil e abas-tece 71, 3% do consumo paraguaio. Itaipu produziu em

2010 um total de 85. 970. 018 megawatts-hora (85, 97 milhões de MWh), o suficiente para suprir todo o consu-mo do Paraná durante três anos e sete meses. Ou en-tão, os três Estados da região Sul por um ano e dois meses. O mesmo volume ainda abasteceria a demanda de Portugal por energia elétrica durante um ano e oito meses. O recorde histórico de produção de energia ocor-reu em 2008, com a geração de 94. 684. 781 megawatts-hora (MWh). O recorde anterior foi em 2000, quando Itaipu gerou 93. 427. 598 MWh.

Três Gargantas

Concluída em 20 de maio de 2006, a Hidroelétrica

de Três Gargantas é a maior hidroelétrica do mundo. Construída no Rio Yangtzé (o maior Rio da China),

apresenta um fluxo irregular, com uma capacidade de geração total de 22. 500 MW (700MW x 32 turbo gerado-res). A usina é composta de 34 turbinas sendo 32 turbi-nas principais capacidade de geração de 700MW/20KV/50HZ e 2, com capacidade de 50 MW cada, para alimentação da infra estrutura da Usina. A represa, feita de concreto, com cerca de 2. 309 metros de comprimento e 101 metros de altura, sua parede possui 115 metros de espessura na base e 40 metros de espessura no topo.

As turbinas foram projetadas para trabalhar com al-tura de 80. 6 metros, aceitando altura máxima de 113 metros e mínima de 71 metros, com seu vertedouro em fluxo praticamente horizontal. Possui 23 galerias de dimensões de 7 por 9 metros com comportas ou válvulas que controlam sua vazão, e no final do vertedouro, existe um ressalto cuja finalidade é a de dissipação de energia.

O projeto teve investimentos na ordem de US$ 22, 5 bilhões, e é atualmente considerado o maior projeto de controle de água, no seu planejamento e execução fo-ram contratados cerca de 26 mil pessoas, incluindo pro-fissionais e especialistas do país e mão de obra externa (inclusive do Brasil). Junto com a Hidroelétrica, o gover-no chinês criou um novo modelo de desenvolvimento para as regiões circunvizinhas do complexo.

As empresas que são eleitas para realocação aca-bam gozando de crescimento em larga escala, pois ca-nalizam os investimentos que antes eram disputados com suas concorrentes, com boa parte dos investimen-tos utilizados na modernização dos processos e na reab-sorção de parte da mão-de-obra que ficou ociosa. Um dos grandes problemas da China como um todo, e parti-cularmente da Usina de Três Gargantas, é a poluição das suas águas, e o comprometimento da qualidade das do Yangtze na região do reservatório.

Segundo relatório da agência estatal de proteção ambiental da China, informa que 98% dos poluidores que despejam seus dejetos no rio não adotaram as medidas de limpeza exigidas, e 35% dos principais programas de tratamento de poluentes que deveriam ter sido implanta-dos pelo governo ainda não foram sequer iniciados. Esse cenário também é bastante perturbador para os operado-

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res do projeto, pois a qualidade das águas poderá com-prometer a vida útil das turbinas e também da barragem.

Usina Belo Monte

O projeto deverá ser instalado na região conhecida

como Volta Grande do Rio Xingu, no Pará, a Usina de Belo Monte deve ser a terceira maior do mundo em ca-pacidade instalada, atrás apenas das usinas de Três Gargantas, na China, e da binacional Itaipu, na fronteira do Brasil com o Paraguai. De acordo com o governo, a usina terá uma capacidade total instalada de 11. 233 megawatts (MW), mas com uma garantia assegurada de geração de 4. 571 MW, em média.

O custo total da obra deve ser de R$ 19 bilhões, o que torna o empreendimento o segundo mais custoso do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), atrás apenas do trem-bala entre São Paulo e Rio, orçado em R$ 34 bilhões.

A usina deve começar a operar em fevereiro de 2015, mas as obras devem ser finalizadas em 2019. Uma das grandes vantagens da usina de Belo Monte, de acordo com o governo, é o preço competitivo da energia produzida lá. O consórcio Norte Energia venceu o pre-gão ao oferecer o preço de R$ 78 pelo megawatt-hora (MWh) produzido em Belo Monte, um deságio de 6, 02% em relação ao teto que havia sido estabelecido pelo governo - que era de R$ 83 por MWh. Além disso, a construção de Belo Monte deve gerar 18 mil empregos diretos e 23 mil indiretos e deve ajudar a suprir a de-manda por energia do Brasil nos próximos anos, ao produzir eletricidade para suprir 26 milhões de pessoas com perfil de consumo elevado.

Entre os grupos contrários à instalação de Belo Monte estão ambientalistas, membros da Igreja Católica, representantes de povos indígenas e ribeirinhos e analis-tas independentes. Além disso, o Ministério Público Fe-deral ajuizou uma série de ações contra a construção da usina, apontando supostas irregularidades.

Entre os vários impactos ambientais que serão causados pela instalação de Belo Monte, destacam-se a redução drástica da oferta de água dessa região imensa, onde estão povos ribeirinhos, pescadores, duas terras indígenas, e dois municípios além de afetar a fauna e a flora da região. Além das questões ambientais, alguns críticos apontam que a usina de Belo Monte pode ser ineficiente em termos de produção de energia, às mu-danças de vazão no rio Xingu ao longo do ano.

Dependendo da estação do ano, a vazão do rio Xingu pode variar entre 800 metros cúbicos por segundo e 28 mil metros cúbicos por segundo, o que faria com que Belo Monte pudesse produzir apenas 39% da ener-gia a que tem potencial por sua capacidade instalada.

Biomassa Através da fotossíntese, as plantas capturam ener-

gia do sol e transformam em energia química. Esta ener-gia pode ser convertida em vária formas de energia ele-tricidade, combustível ou calor. As fontes orgânicas que são usadas para produzir energias usando este processo são chamadas de biomassa. A biomassa é o material que normalmente imaginamos como lixo. Existem três fontes energéticas de origem natural:

Biocombustíveis gasosos (biogás): tem origem nos efluentes agropecuários, da agroindústria e urbanos (lamas das estações de tratamento dos efluentes domésticos) e ainda nos aterros de resíduos sólidos urbanos. Este resulta da de-gradação biológica anaeróbia da matéria orgâ-nica contida nos resíduos anteriormente referi-dos e é constituído por uma mistura de metano (CH4) em percentagens que variam entre os 50% e os 70% sendo o restante essencialmente CO2.

Biodiesel: obtido principalmente a partir de óleos de colza ou girassol, por um processo químico chamado transesterificação.

Etanol: é o mais comum dos álcoois e caracteri-za-se por ser um composto orgânico, incolor, volátil, inflamável, solúvel em água, com cheiro e sabor característicos. Produzido a partir da fermentação de hidratos de carbono (açúcar, amido, celulose), com origem em culturas como a cana de açúcar ou por processos sintéticos.

Maremotriz

Os oceanos podem ser uma fonte de energia para iluminar as nossas casas e empresas. Neste momento, o aproveitamento da energia do mar é apenas experimen-tal e raro. A energia da deslocação das águas do mar é outra fonte de energia. Para a transformar são construí-dos diques que envolvem uma praia. Quando a maré enche a água entra e fica armazenada no dique, ao baixar a maré, a água sai pelo dique como em qualquer outra barragem. Para que este sistema funcione bem são necessárias marés e correntes fortes. Tem que ha-ver um aumento do nível da água de pelo menos 5, 5 metros da maré baixa para a maré alta. Existem poucos sítios no mundo onde se verifique tamanha mudança nas marés.

Geotérmica

A energia geotérmica existe desde que o nosso planeta foi criado. É a energia calorífica que vem da terra, resultando do fluxo de calor das camadas mais profundas, devido ao magma, e à radioatividade natural das rochas. Este recurso pode ser classificado em duas categorias: A água contida nos reservatórios subterrâ-neos é aquecida pelo magma, aquecendo e podendo até ferver, pois em termos médios a temperatura aumenta 1ºC por cada 32m que se avança em profundidade na crosta terrestre. Onde a água quente sobe até à superfí-cie terrestre em pequenos lagos são as chamadas fur-nas.

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Eólica

O vento tem origem nas diferenças de pressão

causadas pelo aquecimento diferencial da superfície terrestre, sendo influenciado por efeitos locais, como a orografia e a rugosidade do solo. Assim, o potencial energético a ele associado, varia não só em função das condições meteorológicas (intensidade e direção) mas também do local. A energia do vento faz girar turbinas, que por sua vez geram eletricidade.

Solar

O sol sempre foi uma fonte de energia. Quando se põe a roupa a secar está-se a usar o seu calor. As plan-tas usam o sol para produzir alimento, e os animais ali-mentam-se delas. A energia solar refere-se à utilização direta dos raios solares na produção de energia.

Fonte: Diário do Nordeste

MPX conecta usina solar de Tauá à rede elétrica na-cional

A MPX, empresa de energia do Grupo EBX, do empresário Eike Batista, conectou ao Sistema Elétrico Nacional a primeira usina solar de geração de energia em escala comercial do Brasil, a MPX Tauá (CE). O empreendimento entrou em testes e foi inaugurada no dia 30 de junho. Localizada no município de mesmo nome, no sertão do Ceará, a usina tem capacidade insta-lada inicial de 1 MW, o suficiente para abastecer 1, 5 mil famílias. Implantada com tecnologia estado da arte em painéis fotovoltaicos, a planta recebeu investimentos totais de cerca de R$ 10 milhões. O Banco Interamerica-no de Desenvolvimento (BID) apoiou a iniciativa inédita no país com aporte de US$ 700 mil.

O planejamento da MPX para a expansão da gera-ção solar está adiantado. A empresa já possui autoriza-ção da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e licença da Superintendência Estadual do Meio Ambiente do Ceará (SEMACE) para aumentar a capacidade da MPX Tauá até 5 MW. O projeto final concebido pela empresa para a planta de Tauá chega a 50 MW. Quando

essa potência for atingida, 77, 4 milhões de kWh serão injetados na rede elétrica brasileira anualmente. Hoje, a usina ocupa uma área de 12 mil metros quadrados e conta com 4. 680 painéis fotovoltaicos, que absorvem a luz do sol para transformação em energia elétrica.

Distante cerca de 360 quilômetros de Fortaleza, capital do Ceará, a MPX Tauá está conectada ao Siste-ma Interligado Nacional através de subestação da distri-buidora Coelce, a partir de uma linha de 13, 8 kV e 12 quilômetros de extensão. Os painéis de alta eficiência da usina solar foram fabricados pela empresa japonesa Kyocera, com experiência de mais de 30 anos no setor. A cidade de Tauá foi escolhida por seus ótimos índices de radiação solar ao longo de todo o ano, por se desta-car em infra estrutura e também por projetos pioneiros como o Cidade Digital, que oferece à população amplo acesso à internet.

ENERGIA BRASIL

Novas avaliações da Petrobras na Bacia de Santos podem elevar para até 46, 5 bilhões de barris as reser-vas de petróleo na região. A afirmação é de relatório do banco Credit Suisse, que aposta no projeto Carioca/Pão-de-Açúcar, um dos reservatórios abaixo da camada de sal que vem sendo testado pela Petrobras e seus parcei-ros. O relatório, assinado pelo analista Emerson Leite, indica que o projeto Carioca pode ter entre 12 bilhões e 24 bilhões de barris de petróleo.

Segundo dados geológicos os quais o banco teve acesso, a área fica em quatro blocos exploratórios con-cedidos pela Agência Nacional de Petróleo (ANP), ope-rados pela Petrobras com diferentes sócios.

Bacia de Santos pode ter 46, 5 bilhões de barris Novas avaliações da Petrobras na Bacia de Santos

podem elevar para até 46, 5 bilhões de barris as reser-vas de petróleo na região. A afirmação é de relatório do banco Credit Suisse, que aposta no projeto Carioca/Pão-de-Açúcar, um dos reservatórios abaixo da camada de sal que vem sendo testado pela Petrobras e seus parcei-ros. O relatório, assinado pelo analista Emerson Leite, indica que o projeto Carioca pode ter entre 12 bilhões e 24 bilhões de barris de petróleo. Segundo dados geoló-gicos aos quais o banco teve acesso, a área fica em quatro blocos exploratórios concedidos pela Agência Nacional de Petróleo (ANP), operados pela Petrobras com diferentes sócios. Caso a Petrobras confirme a

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extensão dos reservatórios, todas as empresas envolvi-das terão que negociar um novo consórcio, que englobe todas as concessões.

Nesse caso, quem não estiver disposto a bancar os altos custos de exploração ou produção abaixo da ca-mada de sal teria de vender sua participação, afirmou um executivo da Petrobras. A Petrobras tem como par-ceiras, nas áreas que englobam o projeto Carioca, as empresas Galp, Repsol, BG, Exxon e Amerada Hess. O técnico da estatal confirma que o Campo de Tupi, tam-bem localizado no Rio de Janeiro, hoje com 5 bilhões a 8 bilhões de barris, pode ser ultrapassado por outros proje-tos.

Bacia Tupi

Brasil retira primeiro óleo do pré-sal na Bacia de Santos Ancorado na profundidade de 2. 170 metros, a 290 quilômetros da costa, e capaz de extrair petróleo a seis mil metros de profundidade, o navio-plataforma Cidade de São Vicente, da Petrobras, será responsável pela produção do primeiro óleo da camada pré-sal da Bacia de Santos. O navio entra em operação neste 1º de maio com o início do Teste de Longa Duração (TLD) previsto para durar 15 meses.

Neste período, a Petrobras obterá informações de-

talhadas sobre o reservatório e as condições de produ-ção abaixo da camada do sal. O presidente da Repúbli-ca, Luiz Inácio Lula da Silva, participa da solenidade em comemoração à extração do primeiro óleo do pré-sal da Bacia de Santos. A área de Tupi é fundamental para que se conheça melhor o pré-sal da Bacia de Santos. Com capacidade máxima para processar 30 mil barris diários de óleo, a produção no navio-plataforma será realizada por meio de dois poços.

O TLD de Tupi permitirá que os profissionais envol-vidos obtenham amostras e informações detalhadas sobre as rochas carbonáticas que são as predominantes no pré-sal. A acumulação de Tupi está localizada no bloco BM-S-11, que tem como sócios a Petrobras (65% - Operadora), o BG Group (25%) e a Petrogal (10%).

Novo modelo de divisão dos Royalties/2011

O governo federal apresentou na quarta-feira (14/09/2011)uma proposta de divisão dos royalties do petróleo da camada pré-sal que favorecerão os estados não produtores do mineral. O documento, entregue aos senadores pelos ministro da Fazenda, Guido Mantega, e de Minas e Energia, Edison Lobão, é uma alternativa à chamada Emenda Ibsen, que prevê a distribuição iguali-tária dos royalties entre os estados. Na tentativa de a-gradar os estados não produtores do óleo, o governo prevê uma redução gradual entre os percentuais pagos à própria União e aos estados produtores. Caso a proposta seja aceita pelos parlamentares, já no ano que vem o

governo receberia um terço a menos do que arrecada hoje, abrindo mão de aproximadamente R$ 800 milhões.

Edison Lobão cobrou pressa no encaminhamento do tema. Mas o projeto enfrenta a rejeição dos estados produtores, em especial o Rio e Espírito Santo. Com a aprovação da iniciativa sugerida pelo Executivo, os mu-nicípios produtores da orla do Rio de Janeiro - os que mais deixarão de arrecadar - teriam em 2012 uma por-centagem de participação dos royalties reduzida dos atuais 26, 25% para 18%, chegando em 2020 a 6%. De acordo com as previsões, mesmo com um aumento considerável na produção, esses municípios receberão repasses estimados em R$ 1, 3 bilhão em 2020, contra R$ 2, 4 bi previstos para este ano.

A diferença de valores explica o empenho do go-vernador Sérgio Cabral (PMDB) para garantir a manu-tenção do sistema vigente. Para amenizar a insatisfação dos estados produtores, o governo pensa em aumentar a destinação de recursos. Uma das formas possíveis é ampliar o orçamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) naqueles estados. A proposta tam-bém não prevê alteração nas participações especiais, que são tributos cobrados nos campos com alta produti-vidade do óleo.

ETANOL

O Brasil é o país mais avançado, do ponto de vista

tecnológico, na produção e no uso do etanol como com-bustível, seguido pelos EUA e, em menor escala, pela Argentina, Quênia, Malawi e outros. A produção mundial de álcool aproxima-se dos 40 bilhões de litros, dos quais presume-se que até 25 bilhões de litros sejam utilizados para fins energéticos. O Brasil responde por 15 bilhões de litros deste total. O álcool é utilizado em mistura com gasolina no Brasil, EUA, UE, México, Índia, Argentina, Colômbia e, mais recentemente, no Japão. O uso exclu-sivo de álcool como combustível está concentrado no Brasil.

O álcool pode ser obtido de diversas formas de bi-omassa, sendo a cana-de-açúcar a realidade econômica atual. Investimentos portentosos estão sendo efetuados para viabilizar a produção de álcool a partir de celulose, sendo estimado que, em 2020, cerca de 30 bilhões de litros de álcool poderiam ser obtidos desta fonte, apenas nos EUA. O benefício ambiental associado ao uso de álcool é enorme, pois cerca de 2, 3 t de CO2 deixam de ser emitidas para cada tonelada de álcool combustível utilizado, sem considerar outras emissões, como o SO2.

A cana-de-açúcar é a segunda maior fonte de e-nergia renovável do Brasil com 12, 6% de participação

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na matriz energética atual, considerando-se o álcool combustível e a co-geração de eletricidade, a partir do bagaço. Dos 6 milhões de hectares, cerca de 85% da cana-de-açúcar produzida no Brasil está na Região Cen-tro-Sul (concentrada em São Paulo, com 60% da produ-ção) e os 15% restantes na região Norte-Nordeste.

Crise do Etanol 2011

O gargalo na oferta de etanol poderá abrir espaço

não apenas para a gasolina, mas também para o GNV. Diante das perspectivas de produção do pré-sal, a oferta de gás deverá crescer exponencialmente, favorecendo a adoção de políticas de incentivo à demanda no segmen-to veicular.

O gás veicular poderia ser uma alternativa para preencher o espaço na oferta de combustíveis para veí-culos leves ocasionado pelos problemas com o etanol. No entanto, apesar de ser o mais vantajoso em termos de rendimento, o abastecimento e o custo da adaptação para GNV ainda são entraves para a expansão do produ-to. Por conta desses gargalos, o GNV vem apresentando queda no consumo nos últimos cinco anos. Em 2010, a demanda caiu 5%. Para 2011, porém, a previsão é que a queda não seja tão acentuada. Já a EPE prevê que até 2015 a demanda do combustível cresça cerca de 17%, em uma média de 4% ao ano.

Gás natural- Capinzal do Norte -MA

A OGX Maranhão, intensificará a campanha explo-

ratória em Capinzal do Norte e Santo Antônio dos Lopes, municípios localizados na Bacia do Parnaíba, onde já foram descobertas reservas de gás. A empresa de Eike Batista acaba de receber, da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Sema), licenças prévias para perfuração (LPper) de dois novos poços exploratórios na região.

De acordo com o comunicado da OGX, já começa-ram as atividades de perfuração de poços exploratórios de petróleo e gás na Fazenda Gurujuba, em Santo Antô-nio dos Lopes, e na Fazenda Retiro, no município de Capinzal do Norte, abrangendo a área do bloco BT-PN-08, na Bacia do Parnaíba. A OGX responde hoje pela maior campanha exploratória privada de petróleo e gás natural no país, atuando como operadora em sete blocos na Bacia do Parnaíba, onde detém 70% de participação na região, que reúne um potencial de 15 trilhões de pés cúbicos de gás. Potencial que foi divulgado OGX desco-

briu reservas de gás natural após perfurar os prospectos Califórnia, na cidade de Capinzal do Norte e Fazenda São José, em Santo Antônio dos Lopes.

A empresa iniciou a perfuração do poço Bom Je-sus, no município de Lima Campos, também integrante da Bacia do Parnaíba, que continua em andamento. Até 2013, a OGX Maranhão pretende perfurar 15 poços na região. Pelo planejamento da OGX, até 2015 deverão ser perfurados 15 poços na Bacia do Parnaíba, onde a empresa possui sete blocos de exploração, abrangendo uma área de 21 mil km², em 39 municípios.

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

161. Observe a charge. (SEED-SP/2012)

A charge apresenta o monstro Godzilla (popularizado

em filmes japoneses) como a usina nuclear de Fukushima, para destacar que:

a)Os desastres nucleares em países desenvolvidos têm consequências locais, facilmente controladas por e-quipes especializadas.

b)A contaminação da fauna e da flora por resíduos ra-dioativos é a principal consequência dos acidentes em usinas nucleares.

c)A mídia exagera nas consequências de acidentes em usinas nucleares em razão do alarmismo criado por cientistas.

d)O acidente nuclear de Fukushima, no Japão, ocorreu em razão de desastres naturais imprevisíveis, como terremotos e tsunamis.

e)O uso da energia nuclear tem sido muito contestado em razão dos perigos que pode acarretar.

162. Em 2011, o Japão sofreu grandes perdas decor-

rentes de uma tragédia natural: enorme terremoto seguido de tsunami, onda gigante que assolou uma parte do litoral. Essa tragédia foi agravada na região de Fukushima, pois: (CBM-AC/2012)

a)Era a principal área de prospecção de petróleo. b)Destruiu o parque industrial e tecnológico da Honda. c)Danificou seriamente as estruturas de uma usina nu-

clear. d)No local funcionava a sede oficial do Imperador japo-

nês. e)Inviabilizou a ocorrência das Olimpíadas de 2012. 163. As energias eólica e solar são consideradas

fontes alternativas por serem renováveis, contra-pondo-se aos tipos de energia produzidos a partir da queima de combustíveis fósseis. No Brasil a-tual, o uso dessas energias alternativas indicadas pode ser, adequadamente, classificado como: (CEF / 2008)

a)Restritivo, em função das condições naturais gerais do país.

b)Predominante, quanto às unidades produtivas atendi-das.

c)Inexistente, tendo em vista os obstáculos jurídicos. d)Inviável, haja vista os históricos impasses tecnológi-

cos. e)Incipiente, quanto a sua efetiva produtividade.

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Considerando a questão energética e os aspectos

ambientais que envolvem as atividades econômi-cas contemporâneas. Julgue os itens seguintes. (PM-ES/2010)

164. A obtenção de energia de biomassa, de resíduos agrícolas, como bagaço de cana, foi abandonada de-vido aos altos custos e à pequena demanda.

165. Atualmente a questão ambiental situa-se entre os principais argumentos contrários ao projeto de cons-trução da hidrelétrica de Belo Monte no Pará.

166. Encontrar fontes de energia renováveis e limpa constitui, hoje, desafio de amplitude mundial.

167. A energia nuclear é, até hoje, um assunto polê-

mico. Dentre as críticas sobre a geração e a utili-zação, pode-se destacar:

a)A localização das usinas deve ser perto dos grandes centros urbanos, visando a uma melhor distribuição da energia, o que compromete a qualidade de vida dos habitantes devido à intensa poluição gerada pe-las chaminés.

b)O Brasil tem duas usinas nucleares construídas (Angra I e II), que geram grande quantidade de resíduos ra-dioativos estocados em depósitos provisórios, o que é alvo de críticas por parte de ambientalistas.

c)O primeiro acidente em usinas nucleares, foi o de Chernobyl. Antes, nenhum acidente havia sido regis-trado, mostrando que pouco se sabe sobre as causas dos acidentes bem como as conseqüências da libe-ração da radioatividade na atmosfera.

d)Para a obtenção da energia atômica utiliza-se o urânio, material difícil de ser extraído e raro de ser encontra-do. No Brasil, não há reservas exigindo a necessida-de de importação, encarecendo o processo energéti-co.

e)A produção de uma grande quantidade de gases tóxi-cos como o CFC, CO2 e CH4.

Sobre a energia atômica no mundo globalizado e no

Brasil, julgue os itens subsequentes. 168. Devido ao baixo custo de instalação, as usinas

nucleares estão se multiplicando em todos os conti-nentes.

169. Após a Segunda Guerra Mundial, grande parte dos investimentos na pesquisa atômica originou-se de in-teresses militares.

170. O átomo, a água, o vento, o petróleo e o biogás são fontes de energia renováveis.

171. O urânio é encontrado em quase todo o planeta, mas são poucos os países, como o Brasil, em que sua exploração tem viabilidade econômica.

172. As Regiões Norte e Sudeste do Brasil têm utilizado as usinas termonucleares em virtude da pouca dis-ponibilidade de recursos hídricos.

Tendo como referência inicial a imagem apresentada

acima, que mostra o desenvolvimento de uma ati-

vidade em uma carvoaria no Brasil, julgue os i-tens subseqüentes.

173. Inversamente ao que ocorre no Brasil, a biomassa é uma fonte de energia em desuso nos países mais in-dustrializados, que optaram pelas fontes convencio-nais de energia.

174. A imagem acima retrata problemas ambientais e sociais existentes no Brasil: destruição da cobertura vegetal e precárias condições de trabalho.

175. A utilização da biomassa na produção de carvão vegetal e do álcool não faz parte do sistema energé-tico brasileiro.

176. Segundo o jornal o Estado de S. Paulo, de

09/06/2011: “A Suíça deu ontem o primeiro passo concreto para abandonar a energia nuclear com a aprovação, pelos deputados do país, de um proje-to de lei do governo nesse sentido”. A mudança da política energética da Suíça tem origem no de-sastre com a central nuclear de Fukushima, no Japão, e acompanha a decisão já anunciada pela: (TJM-SP / 2011)

a)Alemanha. b)Inglaterra. c)Holanda. d)Itália. e)França. De olho no potencial de geração de empregos e ino-

vação em um momento em que o país enfrenta sucessivas crises econômicas e perde a liderança em diversos campos da pesquisa científica, o go-verno dos Estados Unidos da América (EUA) a-nunciou o lançamento do Plano Nacional de Bio-economia, com o qual pretende estimular o cres-cimento do setor de biotecnologia. O projeto in-clui de pesquisa e desenvolvimento de novas te-rapias e tratamentos médicos a biocombustíveis, passando por agricultura e inovações na manufa-tura que usem processos biológicos em substitu-ição a métodos industriais nocivos à saúde e ao meio ambiente. O Globo, 27/4/2012, p. 34 (com a-daptações).

Tendo o texto acima como referência inicial e consi-derando a abrangência da temática que ele focali-za, julgue os itens seguintes. (STJ/2012)

177. O baixo nível educacional e a falta de recursos para o investimento na pesquisa científica explicam a ine-xistência de projetos para a produção de biocombus-tíveis no Brasil.

178. O texto remete à economia sustentável, ou seja, à preocupação de investir no conhecimento de modo a promover o desenvolvimento sem degradar irrepara-velmente o meio ambiente.

179. Inovações tecnológicas são uma exigência da atual

economia globalizada, e os Estados que não conse-guem desenvolver tecnologias acabam por perder espaços nos mercados mundiais.

No início deste século, o Brasil passou por drástica

crise energética, o que obrigou toda sua popula-ção a racionar o consumo de energia elétrica. A geração de energia para um país de dimensão continental e, sobretudo, o planejamento de uso desse recurso são fundamentais. Por isso, há, a-tualmente, diferentes fontes energéticas sendo u-tilizadas e pesquisadas no país.

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A respeito dessas fontes de energia, julgue os itens que seguem. (PM-ES/2011)

180. O petróleo, fonte de energia renovável, é produzido no Brasil em larga escala, sob o monopólio da PE-TROBRAS desde a década de 40 do século XX. As suas principais bacias de exploração localizam-se no Ceará, em Sergipe, no Rio de Janeiro e no Rio Gran-de do Norte.

181. No Brasil, há rios caudalosos localizados em rele-vos de planalto e com desníveis suficientes para ge-rar energia, o que o faz detentor e usuário de vasto potencial hidrelétrico.

182. O Brasil produz energia nuclear desde a década de 70 do século XX, sendo esta a principal fonte de e-nergia geradora de eletricidade no estado do Rio de Janeiro, onde se localizam as usinas Angra I, II e III.

183. O álcool combustível (etanol), fonte renovável de energia, se desenvolveu no Brasil, em meados da década de 70 do século passado, como tecnologia al-ternativa ao petróleo, às custas de vultosos investi-mentos públicos.

184. Como alternativa aos combustíveis fósseis, o Brasil tem utilizado o biodísel, menos poluente que o petró-leo.

“Os recursos energéticos constituem um importante

subsídio à expansão do capital, integrando o ca-pital constante circulante. Nesse sentido, consti-tuem ingredientes centrais da geoeconomia e da geopolítica do capitalismo contemporâneo. O pe-tróleo representa papel proeminente dentro dessa matriz energética mundial, estando sempre em questão a ampliação do consumo e a capacidade de suporte das reservas petrolíferas existentes. A localização das suas principais reservas e estru-turas de escoamento em áreas de instabilidade política, bem como o fator concorrencial desafiam pesquisas e estudos acerca do descobrimento e ou desenvolvimento de outras fontes alternativas de energia”. (LINS, Hoyêdo N. Geoeconomia e geo-política dos recursos energéticos na primeira década do século XXI)

A respeito desses recursos energéticos, julgue os

itens que seguem. 185. As principais reservas de petróleo se encontram

localizadas no Oriente Médio, em especial no Golfo Pérsico. Esse fato vincula a Guerra do Golfo em 1990 com a energia, a geoeconomia, a geopolítica e a guerra no cenário mundial.

186. A atualidade registra mudanças na espacialidade da

acumulação de riqueza global, especialmente com o desempenho econômico da Índia e da China; isso re-percute no aumento e na intensificação de consumo de recursos energéticos.

187. O petróleo brasileiro da camada "pré-sal", fonte de intensas pesquisas geológicas, foi originado de mate-riais orgânicos depositados no subsolo oceânico, em terrenos magmáticos, ricos em hidrocarbonetos. Essa reserva de petróleo vai tornar o país autossuficiente em petróleo e gás natural.

188. A justificativa para o predomínio da matriz energéti-ca contemporânea remete ao fato de que ela não e-xige uma ampla e complexa infraestrutura, tampouco articulações de interesses diversos.

189. A Rússia exerce historicamente grande controle sobre as rotas de exportação dos recursos energéti-cos produzidos na Eurásia (Região do Cáucaso e Á-

sia Central), uma vez que partes do seu território fun-cionam como corredores em relação a ex-repúblicas soviéticas, tradicionais espaços de influência russa.

190. O ministro das Relações Exteriores da Espanha,

José Manuel García-Margallo, conclamou gover-nantes da Europa e de outras partes do mundo a tomarem ações concretas contra a Argentina (. . . ). Em declarações feitas na véspera de um encon-tro de chanceleres da União Europeia (UE) em Luxemburgo, García-Margallo disse que a Espa-nha pressionaria o bloco a retirar da Argentina o tratamento de parceiro comercial preferencial. A UE é o segundo mercado das exportações argen-tinas, atrás apenas do Mercosul. (economia. esta-dao. com. br/noticias, 22. 04. 2012)

O conflito noticiado entre os dois países foi motivado pelo fato de a: (FAMED-S. José do Rio Preto-SP/2012)

a)Argentina haver nacionalizado a YPF, empresa petrolí-fera espanhola.

b)Argentina haver ofendido a monarquia espanhola em declaração à imprensa.

c)Argentina ser contrária ao reconhecimento do Estado da Palestina.

d)Espanha não apoiar o ingresso da Argentina no Con-selho de Segurança da ONU.

e)Espanha ter apoiado a Inglaterra no conflito das Ilhas Malvinas.

191. Belo Monte será a segunda maior usina do País

e a terceira maior do mundo, depois de Itaipu e de Três Gargantas, na China. O projeto da hidrelétri-ca começou a ser desenvolvido nos anos 80 e foi reformulado várias vezes. Em 2001 a Justiça Fe-deral proibiu o Ibama de emitir o relatório de im-pacto ambiental da obra, frustrando a intenção do governo de licitar a usina em 2002. Ainda hoje o projeto enfrenta resistências de ambientalistas e do Ministério Público. (www. estadão. com. br/ a-cesso em 05/02/10)

Observe a matéria que trata de uma das mais preten-siosas obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento)e que esbarra no dilema desenvol-vimento-preservação ambiental. Assinale a cor-responde sua localização: (FGV-SP/2012)

a)a. b)b. c)c. d)d. e)e.

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RELAÇÕES INTERNACIONAIS A TNP e a Crise do Irã

As negociações deste mês entre o Irã e a comuni-

dade internacional podem ter resultados positivos se os "direitos nucleares" do país forem reconhecidos, afirmou o líder supremo da República Islâmica. Mas Washington afirmou que o Irã antes de mais nada precisa tornar seu programa nuclear compatível com o direito internacional e autorizar inspetores da ONU a visitar uma instalação militar onde o Ocidente suspeita que houve pesquisas relacionadas ao desenvolvimento de armas atômicas.

O Irã nega ter a intenção de desenvolver armas a-tômicas e insiste que seu programa nuclear está voltado exclusivamente para pesquisa e geração de eletricidade com fins civis. O país há anos sofre sanções da Organi-zação das Nações Unidas por sua insistência em enri-quecer urânio, processo que, dependendo do grau de pureza obtido, pode gerar material para alimentar reato-res nucleares civis ou bombas atômicas.

Teerã alega que, como membro do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP), pode desenvolver todo o ciclo do combustível nuclear, e que o sucesso das negociações depende do reconhecimento disso. Depois de inconclusivas reuniões em maio em Bagdá, uma nova rodada de discussões foi marcada para os dias 18 e 19 em Moscou, envolvendo o Irã e seis potências mundiais (Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Rússia e China, que são membros permanentes do Conselho de Segu-rança da ONU, mais a Alemanha).

"Espero que o P5+1 reconheça o direito nuclear inalienável do Irã dentro do marco do TNP, e que evite se colocar à parte", disse Ali Akbar Velayati, assessor do aiatolá Ali Khamenei.

Os Estados signatários deste Tratado, designados

a seguir como Partes do Tratado. Considerando a devas-tação que uma guerra nuclear traria a toda a humanida-de e, em conseqüência, a necessidade de empreender

todos os esforços para afastar o risco de tal guerra e de tomar medidas para resguardar a segurança dos povos.

Convencidos de que a proliferação de armas nucle-ares aumentaria consideravelmente o risco de uma guer-ra nuclear. De conformidade com as resoluções da As-sembléia-Geral que reclamam a conclusão de um acordo destinado a impedir maior disseminação de armas nu-cleares.

Comprometendo-se a cooperar para facilitar a apli-cação de salvaguardas pela Agência Internacional de Energia Atômica sobre as atividades nucleares pacíficas. Manifestando seu apoio à pesquisa, ao desenvolvimento e a outros esforços destinados a promover a aplicação, no âmbito do sistema de salvaguardas da Agência Inter-nacional de Energia Atômica, do princípio de salvaguar-dar de modo efetivo o trânsito de materiais fonte e físseis especiais, por meio do emprego, em certos pontos estra-tégicos, de instrumentos e outras técnicas.

Afirmando o princípio de que os benefícios das a-plicações pacíficas da tecnologia nuclear, inclusive quaisquer derivados tecnológicos que obtenham as po-tências nuclearmente armadas mediante o desenvolvi-mento de artefatos nucleares explosivos, devem ser postos, para fins pacíficos, à disposição de todas as Partes do Tratado, sejam elas Estados nuclearmente armados ou não.

Convencidos de que, na promoção deste princípio, todas as Partes têm o direito de participar no intercâmbio mais amplo possível de informações científicas e de contribuir, isoladamente ou em cooperação com outros Estados, para o desenvolvimento crescente das aplica-ções da energia nuclear para fins pacíficos. Declarando seu propósito de conseguir, no menor prazo possível, a cessação da corrida armamentista nuclear e de adotar medidas eficazes tendentes ao desarmamento nuclear.

Instando a cooperação de todos os Estados para a consecução desse objetivo. Recordando a determinação expressa pelas Partes no preâmbulo do Tratado de 1963, que proíbe testes com armas nucleares na atmos-fera, no espaço cósmico e sob a água, de procurar obter a cessação definitiva de todos os testes de armas nucle-ares e de prosseguir negociações com esse objetivo.

Desejando promover a diminuição da tensão inter-nacional e o fortalecimento da confiança entre os Esta-dos, de modo a facilitar a cessação da fabricação de armas nucleares, a liquidação de todos seus estoques existentes e a eliminação dos arsenais nacionais de armas nucleares e dos meios de seu lançamento, con-soante um Tratado de Desarmamento Geral e Completo, sob eficaz e estrito controle internacional.

Recordando que, de acordo com a Carta das Na-ções Unidas, os Estados devem abster-se, em suas relações internacionais, da ameaça ou do uso da força contra a integridade territorial ou a independência política de qualquer Estado, ou agir de qualquer outra maneira contrária aos Propósitos das Nações Unidas, e que o estabelecimento e a manutenção da paz e segurança internacionais devem ser promovidos com o menor des-vio possível dos recursos humanos e econômicos mun-diais para armamentos.

Convieram no seguinte: Artigo I Cada Estado nuclearmente armado, Parte deste

Tratado, compromete-se a não transferir, para qualquer recipiendário, armas nucleares ou outros artefatos explo-sivos nucleares, assim como o controle, direto ou indire-to, sobre tais armas ou artefatos explosivos e, sob forma alguma assistir, encorajar ou induzir qualquer Estado

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não-nuclearmente armado a fabricar, ou por outros mei-os adquirir armas nucleares ou outros artefatos explosi-vos nucleares, ou obter controle sobre tais armas ou artefatos explosivos nucleares.

Artigo II Cada Estado não-nuclearmente armado, Parte

deste Tratado, compromete-se a não receber a transfe-rência, de qualquer fornecedor, de armas nucleares ou outros artefatos explosivos nucleares, ou o controle, direto ou indireto, sobre tais armas ou artefatos explosi-vos; a não fabricar, ou por outros meios adquirir armas nucleares ou outros artefatos explosivos nucleares, e a não procurar ou receber qualquer assistência para a fabricação de armas nucleares ou outros artefatos explo-sivos nucleares.

GLOBALIZAÇÃO

No decorrer do século XX três grandes projetos de liderança da globalização conflitaram-se entre si: o co-munista; o da contrarrevolução nazi-fascista e o projeto liberal-capitalista. Num primeiro momento ocorreu a aliança entre o liberalismo e o comunismo (em 1941-45) para a autodefesa e destruição do nazi-fascismo. Num segundo momento os EUA e a URSS, se desentendem gerando a Guerra Fria, onde o liberalismo norte-americano rivalizou-se com o comunismo soviético numa guerra ideológica mundial e numa competição armamen-tista e tecnológica que quase levou a humanidade a uma catástrofe. Com a política da glasnost e da perestroika a Guerra Fria encerrou-se e os Estados Unidos proclama-ram-se vencedores. O momento símbolo disto foi à der-rubada do Muro de Berlim ocorrida em novembro de 1989, acompanhada da retirada das tropas soviéticas da Alemanha reunificada e seguida pela dissolução da URSS em 1991.

A China “comunista”, por sua vez, que desde os anos 70 adotara as reformas visando sua modernização, abriu-se em várias zonas econômicas especiais (ZEEs) para a implantação de indústrias multinacionais. Desde então só restou hegemonia no moderno sistema mundial (a economia-mundo capitalista), não havendo nenhuma outra barreira a antepor-se à globalização. Chegamos desta forma a situação presente onde sobreviveu uma só superpotência mundial: os Estados Unidos. Com condi-ções operacionais de realizar intervenções militares em qualquer canto do planeta (Kuwait-91, Haiti-94, Somália-96, Bósnia-97, etc. ). Enquanto na segunda fase da glo-balização vivia-se na esfera da libra esterlina, agora é a era do dólar, enquanto que o idioma inglês tornou-se a língua universal por excelência. Pode-se até afirmar que a globalização recente seria uma espécie de “americani-zação” do mundo.

O Brasil e a Globalização

O Brasil e os demais Estados latino-americanos nasceram da decomposição dos velhos impérios coloni-ais ibéricos, e se mantiveram durante o século XIX na condição de periferia política do sistema interestatal europeu e como laboratório de experimentação do impe-rialismo de livre-comércio concebido pela economia política clássica e liderado pela Inglaterra. A partir da segunda metade do século XIX, entretanto, no momento em que os países europeus optaram por uma solução colonial para seus domínios africanos e asiáticos, a A-mérica Latina permaneceu formalmente independente, ainda quando submetida ao capital financeiro inglês e à divisão internacional do trabalho.

Situado à margem do dinamismo produzido pela competição geopolítica, própria das grandes potências

do núcleo central do sistema interestatal. Do ponto de vista estritamente econômico, foi uma economia primá-rio-exportadora até a crise mundial de 1929, seguindo uma trajetória de crescimento e modernização restrita às suas atividades ligadas à exportação, submetendo-se inteiramente às regras e políticas liberais impostas pelo padrão-ouro. A configuração do padrão-libra, liderado pela Inglaterra, permitiu que o Brasil crescesse até os anos 30, liderado pela exportação de alimentos e a des-peito da instabilidade produzida pelo seu balanço de pagamentos. Isto foi possível graças à complementari-dade entre a economia brasileira e a economia mundial liderada pela Inglaterra e graças, sobretudo, à integração do país com as finanças inglesas que permitiram que o país obtivesse, nas fases recessivas do ciclo, o financi-amento externo indispensável para evitar crises mais agudas no balanço de pagamentos, como a que levou o país à moratória em 1897. A resposta às crises dos anos 30, derivadas em grande parte do desmonte do padrão-ouro, da retração do comércio mundial e da queda nos preços das commodities, obrigou o Brasil a um processo inicial, quase espontâneo, de “substituição de importa-ções” e a um protecionismo pragmático, visando enfren-tar o problema da escassez de divisas.

Este processo impulsionou a industrialização brasi-leira, mas a substituição de importações espontâneas enfrentou limites claros e imediatos, e a continuidade do desenvolvimento só foi possível quando a restrição ex-terna deu origem, a partir de 1937/38, a um projeto de industrialização liderado pelo Estado e voltado para o mercado interno.

No “período desenvolvimentista”, o Brasil manteve uma das mais elevadas taxas médias de crescimento mundial. A extensão da presença do Estado nessa estra-tégia de desenvolvimento criou a falsa idéia de um Esta-do forte ou “prussiano” que nunca existiu no Brasil, como tampouco existiu um projeto nacionalista agressivo de criação de um sistema econômico nacional. Na década de 70, este quadro sofre uma modificação importante graças à grande disponibilidade de liquidez internacional, que permitiu o afrouxamento da restrição externa, em termos absolutos. A abundância de crédito privado para os países em desenvolvimento permitiu uma aceleração das taxas de crescimento, e, no caso do Brasil, permitiu que ele avançasse no processo de industrialização inici-ado nos anos 50/60, complementando sua matriz indus-trial com a produção de bens de capital e dos insumos necessários ao funcionamento da economia.

A contrapartida deste processo foi um endividamen-to externo que foi além das possibilidades do balanço de pagamentos, sendo responsável em grande medida pelo estrangulamento do crescimento, no momento em que a economia brasileira foi submetida – no final dos anos 70 e início dos 80 – a quatro choques fatais: elevação das taxas de juros internacionais; recessão na economia mundial, deterioração dos termos de troca; e interrupção do financiamento externo depois da moratória mexicana.

Foram estes os principais fatores que submeteram a economia brasileira a uma severa crise do balanço de pagamentos e que obrigaram os governos da década de 80 a fazer uma política de promoção ativa das exporta-ções e de controle das importações, para dar conta dos serviços da dívida externa. Como conseqüência, o país viveu uma recessão seguida de redução de sua taxa média de crescimento, ao que se somaram várias desva-lorizações cambiais e a aceleração da inflação.

O projeto desenvolvimentista brasileiro de industria-lização jamais esteve associado a qualquer idéia de potência. Mas pelo menos em dois momentos, durante as mudanças geopolíticas mundiais, que ocorreram nas

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décadas de 1930 e 1970, Vargas e Geisel tentaram definir uma política externa relativamente autônoma com relação aos Estados Unidos, e no caso de Geisel, so-nhando com a criação de uma “potência intermediária” regional. Mas durante a década de 1990, a nova estraté-gia liberal de integração do governo brasileiro apostou no fim das fronteiras nacionais e no nascimento de uma nova sociedade civil e política internacional ou global. Seu diagnóstico era simples: a globalização era um fato novo, promissor e irrecusável que impunha uma política de abertura e interdependência irrestrita, como único caminho de defesa dos interesses nacionais, num mun-do onde já não existiriam mais fronteiras nem ideologias. Na prática, promoveram uma transnacionalização radical da estrutura produtiva e dos centros de decisão brasilei-ros, provocando uma fragilização do Estado e da eco-nomia brasileira, que ficaram ainda mais dependentes do capital privado internacional e do apoio do governo nor-te-americano, sobretudo nas situações de crise.

CONFLITOS MUNDIAIS

A construção dos Estados modernos, embora tenha

separado muitas etnias, não conseguiu impedir a sua sobrevivência.

EUROPA

Irlanda: É o que acontece, por exemplo, na Irlanda do Norte

(Ulster), dominada a séculos pelo Reino Unido. Os pro-testantes (maioria do povo irlandês, 58%), controlam o governo, ocupam todos os postos políticos e querem a unificação com a Coroa Britânica. A minoria católica (42%) quer a integração com a Irlanda (Eire), país de maioria católica.

País Basco: Localizados entre a Espanha e a França, os sepa-

ratistas bascos, organizados no ETA (Pátria Basca e Liberdade), lutam pela independência do país Basco.

Kosovo: Aumento de migrações forçadas ou por necessida-

de econômica, formando grupos estrangeiros dentro de diversos países. Por exemplo, em Kosovo, na Iugoslávia, 90% da população era composta por albaneses, em 1997. Com a dissolução da Iugoslávia – país multiétnico que tem hegemonia dos sérvios –, na década de 90 eclodiram diversos conflitos, lutas pela independência e

pela separação envolvendo as seis repúblicas e duas regiões autônomas (Kosovo, Voivodina) que compunham esse país.

Federação Russa:

Na Federação Russa ocorrem diversos conflitos ét-nicos, como por exemplo nas repúblicas da Chechênia e do Daguestão, ambas de maioria muçulmana. Separatis-tas exigem a formação de um Estado islâmico indepen-dente.

Repúblicas do Caucáso: O povo da Ossétia do Sul (maioria de origem persa) tem lutado por sua indepen-dência desde que seu território foi dividido entre a Rússia e a Geórgia. Na Abkházia (maioria muçulmana), separa-tistas lutam para se tornar independentes da Geórgia.

ÁSIA

Curdos: Considerada a maior etnia sem Estado do mundo,

os curdos, que ocupam territórios da Turquia, do Iraque, da Síria, do Irã e da Armênia, lutam pela formação do Estado Curdo, o Curdistão.

Afeganistão: No Afeganistão, a guerra entre etnias levou ao

poder o Taleban (milícia sunita de etnia patane), que implantou o regime fundamentalista islâmico.

Obama e o Afeganistão

Dentro do contexto da Guerra Fria, os norte-

americanos apoiaram as milícias afegãs contra os rus-sos, no intuito de minar a influência comunista na região. Após a saída dos soviéticos, a milícia que outrora aliada passa a condição de inimiga, entre eles a Taleban. Anos mais tarde, os norte-americanos sofrem o atentado WTC, que lança o mundo numa nova guerra ao terrorismo internacional, capitaneado pelo governo Bush, o que culminou com a invasão do Afeganistão em 2002 e do Iraque em 2003.

Em 2004, num processo eleitoral no mínimo suspei-to é eleito, Hamid Karzai, que realiza um governo pró-EUA. No ano de 2009, Karzai, é reeleito presidente no Afeganistão e enfrenta uma dura retaliação do Taleban e não mais conta com o apoio outrora mais presente norte-americano na gestão Bush. No governo Obama, o país recebe 21 mil soldados norte-americanos para dá supor-te a "guerra justa", citada no discurso do recebimento do nobel da paz, do presidente Obama.

Novos planos dos EUA para o Afeganistão Existem muitas diferenças entre o Iraque e o Afe-

ganistão, mas os dois países se parecem em um aspec-to crítico. Em ambos, os “bandidos”, os jihadistas violen-tos, estão perdendo. E, também em ambos, ainda não está claro se os “mocinhos” revelar-se-ão de fato bons indivíduos. E a grande questão enfrentada pela equipe

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de Obama nos dois países é: deveríamos nos preocupar com isso? Deveríamos nos preocupar com o fato de esses países serem governados por líderes decentes ou por elementos que parecem figurantes de “Os Sopra-nos”, traficantes e ladrões de petróleo, contanto que nós pudéssemos simplesmente bater em retirada ? Mas neste estágio nós temos que nos preocupar, e eis aqui por que.

A equipe de Obama apresentou uma nova estraté-gia: nós temos que derrotar o Taleban no Afeganistão se quisermos manter a Al Qaeda sob controle lá e no Pa-quistão e a única forma de fazer isso é erradicando-os das cidades e nomeando policiais, juízes e burocratas afegãos decentes ou seja, com uma boa governança, após a retirada do Taleban.

A idéia de Obama é que, até certo ponto, o idealis-mo é o novo realismo no Afeganistão: para protegermos os nossos interesses centrais, para atingirmos até mes-mo as nossas metas limitadas de esmagarmos a Al Qa-eda e os seus aliados, nós temos que fazer algo que pareça muito idealista, fornecer uma melhor governança aos afegãos. Thomas L. Friedman, New York Times.

Governo Hamid Karzai

Rabbani foi morto terça-feira(22/09/2011)em sua

casa por um bombista suicida que levava explosivos escondidos no turbante. Mohammad Zahir, diretor de investigação criminal da polícia de Cabul, explicou na ocasião que o bombista entrou na residência de Rabba-ni, em Cabul, ao princípio da noite e acionou os explosi-vos.

Rabbani, de etnia tajique, foi um dos líderes da re-sistência à invasão soviética do Afeganistão nos anos 1980. Presidente entre 1992 e 1996, foi deposto e expul-so de Cabul pelos talibãs, passando a liderar a Aliança do Norte até à intervenção militar liderada pelos Estados Unidos que em 2002 pôs fim ao regime talibã. Atualmen-te presidia ao Conselho para a Paz, criado pelo governo afegão em outubro de 2010 para estabelecer contacto com os talibãs com vista a uma solução política para o conflito. A tentativa de diálogo foi recusada pelos talibãs, que exigem a retirada prévia do país dos 130 mil milita-res estrangeiros.

Morte de Osama bin Laden O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama,

confirmou em pronunciamento na TV a morte de Osama bin Laden, líder da rede terrorista da al-Qaeda, respon-sável pelos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001 nos EUA, que mataram cerca de 3. 000 pessoas. De acordo com Obama, a morte foi consequência de uma ação de inteligência do Exército norte-americano em parceria com o governo do Paquistão, que localizou o terrorista, que tinha entre 53 e 54 anos.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama,

confirmou em pronunciamento na TV a morte de Osama bin Laden, líder da rede terrorista da al-Qaeda, respon-sável pelos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001 nos EUA, que mataram cerca de 3. 000 pessoas. De acordo com Obama, a morte foi consequência de uma ação de inteligência do Exército norte-americano em parceria com o governo do Paquistão, que localizou o terrorista, que tinha entre 53 e 54 anos. O diretor da CIA, Leon Panetta, disse que a rede terrorista da al-Qaeda deve "quase certamente" tentar vingar a morte de Osama bin Laden.

A operação, sigilosa, foi executada por um coman-do especializado da Marinha dos EUA. Um pequeno grupo de soldados conseguiu matar Bin Laden em uma fortaleza na cidade de Abbotabad, próximo a Islamabad, capital paquistanesa. A operação foi feita exclusivamente pelas forças americanas, segundo a chancelaria paquis-

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tanesa. Um funcionário dos EUA argumentou que isso ocorreu para preservar o sigilo necessário à operação.

"Assim existe na natureza humana três causas

principais de disputa: competição, desconfiança e glória. A competição impulsiona os homens a atacarem para lograr algum benefício, a desconfiança garante-lhes a segurança e a glória, a reputação. A primeira causa leva ao homens a utilizarem a violência para se apossar do pessoal, da esposa, dos filhos, do gado de outros ho-mens; a segunda leva a usar a violência para defender esses bens; a terceira os faz recorrer à força por motivos insignificantes, como uma palavra, um sorriso de escár-nio, uma opinião diferente da sua ou qualquer outro sinal de subestima direta de sua pessoa, ou se reflita sobre seus amigos, sua nação, sua profissão ou o nome de sua família. "

Leviatã, ou matéria, forma, poder de um estado e-clesiástico civil, HOBBES, Thomas; São Paulo, Marin Claret, 2009. pág. 95.

Barack Obama entrará para a história mundial co-mo: "o homem que matou o fascínora!”Além do fato de ser o primeiro afroamericano que governa a maior eco-nomia do mundo, país este, que tem um legado de ra-cismo sem precedentes. Enquanto isso, o movimento Tea Party cresce e os grupos de WASP (White Anglo-Saxon Prostestant)retomam seu fôlego, se fez necessá-ria uma ação que o destaca-se novamente.

Dez anos e milhões de dólares, culminaram na morte de um homem, Osama bin Landen, , mulçumano, iemenita do sul, rico, fanático(ou idealista?). A morte desse homem não criará um mito? Há morte sem cor-po?Talvez tal qual a hidra de Lerna, ao decepar uma cabeça, nasçam outras no lugar, só o tempo dirá se abateram um homem ou criaram um mártir.

Procurado havia pelo menos dez anos pelos EUA, Bin Laden era considerado o mentor dos atentados de 11 de Setembro de 2001, que derrubaram as Torres Gêmeas em Nova York, atingiram o Pentágono e deixa-ram cerca de 3. 000 mortos. Os ataques levaram à inva-são do Iraque e do Afeganistão por tropas lideradas pelos EUA, no que ficou conhecido como "guerra ao terror".

O secretário-geral da OTAN, Anders Rogh Ras-mussen, disse nesta segunda que a atuação da Aliança Militar no Afeganistão prosseguirá, mesmo após a morte de Bin Laden. O terrorista também era conhecido por ataques a alvos norte-americanos na África e no Oriente Médio na década de 1990.

Caxemira:

Pela posse de territórios e por redefinição de fron-teiras, como por exemplo na Caxemira (maioria de religi-ão muçulmana), que foi incorporada à Índia em 1947 e posteriormente dividida entre a China, a Índia (maioria de religião hindu) e o Paquistão (maioria muçulmana). Es-ses dois países têm realizado testes nucleares na área. A população da Caxemira indiana quer a reunificação como o Paquistão.

Ao final da Segunda Guerra Mundial foram se de-

senvolveram negociações entre os representantes do Partido do Congresso e o governo inglês. Ao mesmo tempo ampliavam-se os conflitos internos entre hindus e muçulmanos e os massacres de ambos os lados se tornaram comuns. Na impossibilidade de manter a uni-dade política, mas percebendo a chance de preservar seus interesses econômicos na Índia, desde que evitado um conflito interno de grandes proporções, os ingleses propuseram a divisão da região em dois países: Índia e Paquistão (ocidental e oriental).

Milhões de pessoas foram forçadas a deixar suas casas e cidades e a vivenciar um longo processo de migração, de um país para outro, num processo onde os saques e ataques às populações minoritárias foram uma constante. Neste contexto é que encontramos o proble-ma que envolve a Caxemira, região ao norte da Índia, que faz fronteira com o Paquistão, região na qual os líderes políticos aderiram à Índia, porém, onde a maioria da população é muçulmana. A região é vista como ponto estratégico desde a Guerra Fria, pois faz fronteira com o Tadjisquistão, então parte da União Soviética. Para a Índia, preservar o território sobre seu controle, implicou ainda em inibir outros possíveis movimentos separatis-tas, movimentos que normalmente utilizam a religião como elemento de mobilização das populações. Desde a independência e a formação dos Estados da Índia e do Paquistão separadamente, a região foi palco de conflitos envolvendo os muçulmanos, cerca de 80% da popula-ção, e os governantes hindus, entre 1948 e 49.

Os rebelados tiveram apoio do governo do Paquis-tão e após a mediação da ONU a região foi dividida em duas partes, uma sobre influência paquistanesa e outra submetida ao governo indiano.

Em 1962 a Índia foi derrotada pela China e perdeu parte do território da Caxemira, acentuando as divergên-cias com o Paquistão, que mantinha relações amistosas com a China. A tentativa paquistanesa de apoiar um levante interno na Caxemira somente terminou com a mediação da ONU, em 1965. Seis anos depois, a Índia apoiou o movimento de independência de Bengala, pro-víncia paquistanesa, que adotou o nome de República de Bangladesh, após a derrota do Paquistão. As dispu-tas com nas quais a Índia se envolveu, internas e exter-nas, serviram de justificativa para o desenvolvimento tecnológico bélico e, em 1974, o país realizou seu pri-meiro teste nuclear.

A década de 80 foi marcada pelo crescimento do fundamentalismo muçulmano, fortalecendo o movimento separatista da Caxemira, tanto por parte de grupos que surgiram na região, como de outros que se desenvolve-ram no Paquistão. Dessa maneira formaram-se grupos guerrilheiros que passaram a lutar pela independência, e que receberam apoio externo. Nos anos 90 os conflitos se intensificaram, envolvendo os guerrilheiros muçulma-

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nos, incluindo homens de diversas nacionalidades que se deslocaram para combater na região, e o exército indiano, também fortalecido pelo fundamentalismo hindu, refletindo uma situação de conflitos étnicos e religiosos generalizada.

As tensões internas caracterizadas por movimentos separatistas fizeram com que o país vivesse um proces-so constante de militarização, agravando a situação de miséria da população. O Paquistão sentindo-se provoca-do, também desenvolveu tecnologia nuclear e realizou testes em 1988. Atualmente a Índia controla dois terços da região e acusa o Paquistão de treinar e armar os separatistas.

Questão Árabe-Israelense:

Gaza era parte da Palestina quando o território es-

tava sob administração britânica, em um mandato garan-tido pela Liga das Nações, após a 1ª Guerra Mundial. Em combates depois que Israel declarou sua independência, em 1948, o Egito capturou a Faixa de Gaza. Refugiados palestinos das cidades costeiras do norte se abrigaram lá. Esses refugiados, ou seus descendentes, ainda vivem em campos da Organização das Nações Unidas (ONU) em Gaza. Israel conquistou o território na guerra de 1967 e posteriormente deslocou cerca de 8 mil colonos israe-lenses para lá. No entanto, todos os colonos e soldados israelenses deixaram a Faixa de Gaza em 2005.

A Faixa de Gaza tem uma população de 1, 5 milhão de pessoas, das quais 33% (cerca de 490 mil) são clas-sificadas como refugiados. O território tem 40 km de comprimento e cerca de 6 km a 12 km de largura. Depois da retirada israelense em 2005, a Autoridade Palestina assumiu o controle de Gaza. A Autoridade Palestina é formada principalmente por nacionalistas palestinos seculares do partido Fatah que, ao contrário do Hamas, acredita ser possível um acordo definitivo com Israel sobre uma solução que inclua dois Estados - Israel e Palestina. Em janeiro de 2006, o Hamas venceu eleições parlamentares nos territórios palestinos e formou um governo na Faixa de Gaza e na Cisjordânia.

Um governo de união nacional entre o Hamas e o Fatah foi formado em março de 2007. No entanto, o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, que é um líder do Fatah eleito diretamente em um pleito anterior, dissolveu o governo. Em junho de 2007, ale-gando que forças do Fatah estavam planejando um gol-pe, o Hamas assumiu o controle da Faixa de Gaza à força. A Cisjordânia, porém, permaneceu sob o controle do Fatah. O Hamas foi boicotado pela comunidade inter-

nacional, que exige que o grupo renuncie à violência e reconheça Israel.

Criação do Estado Palestino

O presidente da Autoridade Nacional Palestina,

Mahmoud Abbas, formalizou na Assembleia Geral da ONU, seu pedido em favor da criação de um estado palestino nas fronteiras pré-1967: formado pelos territó-rios de Cisjordânia e Gaza, tendo Jerusalém Oriental como capital. Os palestinos reivindicam ainda seu reco-nhecimento como membro da organização internacional, hoje com status de "entidade observadora" e sem direito a voto nas Nações Unidas. As chances de a proposta ser aprovada são quase nulas. A decisão precisa passar pelos 15 membros do Conselho de Segurança das Na-ções Unidas, no qual Estados Unidos, China, Rússia, França e Grã-Bretanha têm poder de veto, e o presiden-te americano já adiantou que usará o recurso.

Em seu discurso Barack Obama reafirmou a posi-ção como aliado de Israel, paradoxalmente ao discurso da presidente brasileira, Dilma Rousseff, que apoiou a criação de um estado palestino. Obama insistiu na ne-cessidade de um acordo de paz antes que seja reconhe-cida uma nova nação, e reforçou que não existem "ata-lhos" para se chegar a um acordo. Afinados com os americanos também no discurso, os israelenses insistem em dar continuidade às negociações, que teve poucos avanços até o momento e estão travadas há quase um ano. "Seríamos os primeiros a reconhecer a Palestina, desde que tal decisão fosse alcançada na mesa do diá-logo que gostaríamos de retomar", destaca Jonathan Peled, porta-voz de Israel nas Nações Unidas.

Os Estados Unidos anunciaram que vão deixar de depositar fundos para a Unesco, após a agência da ONU ter admitido a Palestina como membro pleno.

Washington se opõe ao pedido palestino de uma

cadeira na ONU sob o argumento de que isso não ajuda-ria nos esforços de reviver as negociações de paz com Israel, que sofreram colapso no ano passado. O financi-

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amento americano equivale a pouco mais de 20% das verbas totais da Unesco.

Membro pleno

A agência cultural da Organização das Nações U-nidas concedeu o status de membro total aos palestinos no órgão, em uma votação que pode impulsionar a tenta-tiva da nação de ser reconhecida como Estado perante a ONU. A Unesco é a primeira agência da ONU em que os palestinos buscaram integração como membro total desde que o presidente palestino, Mahmoud Abbas, entrou com o pedido de uma cadeira na ONU, em 23 de setembro de 2011.

A adesão foi aprovada por 107 votos a favor, 52 abstenções e 14 contra. EUA, Canadá e Alemanha vota-ram contra. Brasil, Rússia, China, Índia, África do Sul e França, entre outros, votaram a favor. O Reino Unido se absteve. O governo brasileiro, em nota do Itamaraty, parabenizou os palestinos. Os Estados Unidos já haviam dito que vetariam a reivindicação palestina na ONU e também de outros órgãos da ONU. AMÉRICA

Haiti

No dia 01 de junho do ano de 2004 após uma reu-

nião do Conselho de Segurança das Nações Unidas que violava uma vez mais as regras do direito internacional, iniciava oficialmente uma nova ocupação militar no Haiti. Coincidentemente, o Conselho encarregou as forças armadas brasileiras de coordenar esta ocupação.

As sucessivas crises A sociedade haitiana vive três graves crises estrutu-

rais. A crise ambiental, a crise agrária e a crise política. O meio rural haitiano, como todo o país, é muito pobre. 65% da população de aproximadamente nove milhões é camponesa e vive extremas dificuldades. Primeiramente, o meio rural vivencia o problema da terra. A maioria dos camponeses tem pouquíssima terra e na maioria dos casos não possuem nenhuma qualidade de titulação e regra para seu uso. Há, portanto, um natural desinteres-se pelo uso e pela conservação da mesma. Por outro lado, a crise ambiental se agrava cada vez mais devido ao uso intensivo de tecnologias nocivas ao meio ambien-te e ao consumo intensivo de carvão que é utilizado em 70% das cozinhas do país. Em todo o território restam apenas 3% de cobertura florestal nativa. Além disso, o país vive uma crise econômica muito grave.

Em 1970 o país produzia praticamente 90% de sua demanda alimentar. Atualmente importa-se cerca de 55% de todos os gêneros alimentícios consumidos. Vale dizer, por último, que a instabilidade política no Haiti não é algo recente. A explicação básica para esse fenômeno está na história contemporânea do país, para não reto-mar à época da independência de 1804 e a guerra con-tra o exército de Napoleão. Vamos olhar rapidamente

para os últimos cem anos. De 1915 a 1934 uma ocupa-ção militar norte americana gerou enormes batalhas de resistência contra o estrangeiro invasor. De 1957 a 1986 uma ditadura militar absolutamente comandada pelos Estados Unidos calou as vozes haitianas. O sobrenome “Duvalier” (Jean Jacques Duvalier e seu filho Jean Claud Duvalier governaram Haiti nesse período) não podia nem se quer ser pronunciado em público.

O temor era enorme. 30 mil comunistas foram mor-tos. 10 mil por ano foi a mídia. Em setembro de 1991, após a queda do legítimo presidente eleito por um forte movimento de massas, Jean Bertran Aristides, um golpe militar violentíssimo efetivado por militares dos Estados Unidos calou o país por mais 3 anos. Em 1994 uma segunda ocupação militar norte americana se instalou no país. Fala-se em quatro mil mortos mais 12 mil militantes sociais induzidos a migrarem para os Estados Unidos.

A Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti

A última ocupação militar efetivada a partir do golpe de Estado que derrubou uma vez mais o governo de Jean Bertran Aristides é comandada pelo Brasil. A Mis-são das Nações Unidas para a estabilização do Haiti MINUSTAH, é formada por 36 países. No entanto a presença massiva, na formação do contingente de apro-ximadamente sete mil militares, é latino-americana.

Teoricamente a MINUSTAH se baseia em quatro pilares:

Estabilizar o país. Pacificar e desarmar grupos guerrilheiros e re-

beldes. Promover eleições livres e informadas. Formar o desenvolvimento institucional e eco-

nômico do Haiti. Nos primeiros dois anos de ocupação militar a MI-

NUSTAH realmente se confrontou com grupos armados e de sequestradores que se escondiam em bairros po-bres e representavam de fato uma ameaça à sociedade. Esses grupos foram eliminados ou presos. A MINUSTAH cumpria um de seus papéis. Estabilizar o país frente às ameaças das “gangues”.

O volume de gastos e a extensão da missão brasilei-ra no Haiti também têm pouca ressonância no Con-gresso.

A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Na-cional do Senado dedicou neste ano quatro sessões para discutir a entrada de haitianos em território brasilei-ro, mas nenhuma para a missão militar. No último dia 26 de abril, quando o ministro da Defesa, Celso Amorim, compareceu à comissão, a palavra Haiti sequer foi men-cionada. Na comissão, não se cogita a retirada das tro-pas brasileiras.

“A posição nossa [da comissão] é de que, nquanto for preciso, e isso depende do Haiti e da ONU, nós va-mos continuar lá”, disse o senador Cristovam Buarque (PDT-DF). “Os custos que eu vejo são muito menores do que os custos para o Brasil se afirmar como um país que

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não volta as costas para outro país em necessidade”, disse.

Cerca de 6 mil haitianos entraram no Brasil ilegal-mente desde 2010 pelas fronteiras do Acre e do Amazo-nas.

Saída gradual A retirada das forças de paz deve ocorrer gradual-

mente, para entregar o controle do Haiti a seu próprio governo de maneira coordenada, com a segurança soci-al no país já havia sido consolidada. O objetivo inicial é reduzir as tropas para o número de soldados brasileiros que estavam no país antes do terremoto de janeiro de 2010.

Após o tremor, cerca de 900 militares brasileiros ex-tras foram enviados ao país. Entre o efetivo brasileiro que deixará o Haiti, não estarão membros do batalhão de Engenharia, que têm atuado na reconstrução de pon-tes, poços artesianos e produção de energia, entre ou-tras obras emergenciais.

Primavera Árabe

Há mais de um ano do início da revolta que ficou

conhecida como “Primavera Árabe”, o Oriente Médio e o norte da África ainda navegam num mar de incertezas quando o assunto em questão é o futuro. Revoltas e protestos continuam a pulsar em países como Síria, Iêmen e Egito. Em outras regiões, como a Líbia, a situa-ção é ainda mais tensa, com uma guerra que deixa como única certeza a elevação na contagem diária do número de mortos.

A “Primavera Árabe” teve início em 17 de dezembro de 2010, quando um jovem vendedor ateou fogo ao próprio corpo para protestar contra o confisco de suas mercadorias na Tunísia. O ato desesperador desenca-deou uma avalanche de manifestações por melhores condições de vida no país. O presidente Zine El Abidin Ben Ali não resistiu e deixou o poder após 23 anos.

O exemplo tunisiano foi copiado por outras nações. “Utilizamos o termo ‘despertar’para definir os aconteci-mentos no mundo árabe”, explica o professor em direito internacional Salem Nasser, da Fundação Getúlio Var-gas. “Os povos árabes parecem estar saindo de um

estado de letargia e impotência para reclamar outro modo de organizar a vida social e política de seus paí-ses”, complementa o especialista em Oriente Médio.

Os egípcios “despertaram” em 25 de janeiro e inici-aram uma onda de manifestações contra o regime de Hosni Mubarak, que desde 1981 governava o país. O destaque desta revolta ficou por conta da utilização de redes sociais, como Facebook e Twitter. O governo do ditador tentou de tudo para ficar no comando, como barrar a utilização da internet e entrar em confronto con-tra os manifestantes (cerca de 850 pessoas foram mor-tas). Porém, ele teve de entregar o poder em 11 de feve-reiro.

Diferente da Tunísia, os egípcios não se contenta-ram apenas com a queda de Mubarak. A população ainda vai às ruas para pressionar as autoridades a pro-moverem mais reformas, incluindo no Exército. Eleições devem acontecer ainda este ano. “A saída de Mubarak foi só o início do processo de mudança. Provavelmente, assistiremos a uma queda de braço entre os que pedem mudanças substanciais e a correção de injustiças históri-cas e as forças que querem gerenciar as mudanças de modo a preservar seu próprio poder”.

Kadhafi e a “juventude drogada” A revolta chegou à Líbia em 15 de fevereiro e con-

tou com suas particularidades. O coronel Muamar Ka-dhafi, no poder desde 1969, apresentou-se como um homem exótico e propenso a esmagar sua própria popu-lação, ou “juventude drogada”, como ele mesmo classifi-cou. Com um poder bélico menor, os rebeldes começa-ram a sofrer um massacre. Isso fez com que Washing-ton, Paris e Londres respondessem com uma ofensiva, em 19 de março, após um aval da ONU. Kadhafi recuou e uma guerra se instalou no país.

A OTAN assumiu o comando da ofensiva posteri-ormente, mas ainda não foi capaz de tirar Kadhafi do poder. Apesar de alguns países já reconhecerem o ór-gão político dos rebeldes, o coronel afirma que não irá se render e os conflitos prosseguem. O número de mortos é incerto, mas deve passar de 15 mil.

Especialistas não sabem afirmar o tempo que a ba-talha ainda irá durar. “Essa é uma previsão difícil de fazer. Pessoalmente, penso que uma solução tardará a chegar à Líbia. Contribuirão para isso a determinação de Kadhafi em levar as coisas às últimas consequências e os grandes interesses em disputa, tanto entre os atores internos quanto entre os que estão intervindo”, analisa o professor da FGV.

Fúria em outros países Jordânia, Argélia e Bahrein também sofreram com

a onda de protestos, mas a tensão nessas regiões dimi-nuiu nos últimos meses após o anúncio de reformas pelos governos. No Iêmen, os protestos começaram ainda em janeiro. No poder há 33 anos, Ali Abdullah Saleh foi “expulso” do país em 3 de junho após atentado contra o palácio presidencial, que deixou 11 mortos e mais de 120 feridos. Saleh foi hospitalizado na Arábia Saudita e recentemente apareceu em vídeo com o rosto queimado.

Outro país que registrou altos índices de repressão por parte do governo foi a Síria. No poder desde 2000, Bashar Assad chegou a levantar o estado de emergên-cia, que estava em vigor desde 1963. Os manifestantes, porém, prosseguiram com os protestos, que segundo a ONU já deixaram mais de 1200 mortos. O país é o que vive o clima mais tenso atualmente ao lado da Líbia.

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“Na Síria, a situação é em tudo diferente daquela do Egito”. “Alguns elementos levam a pensar que o go-verno de Bashar Assad sobreviverá, ou ao menos resisti-rá por um bom tempo. Ele tem o apoio de parcela impor-tante da população, ou porque é visto como garantia de estabilidade, ou porque goza de uma confiança na sua pessoa e na sua intenção de reformar profundamente o regime. Nesse sentido, ele é tido por alguns como um reformador que não conseguiu transformar o regime por causa de resistências de outras forças do governo; em outras palavras, apesar da concentração de poder e do caráter autoritário do regime, o presidente não pode tudo. ”

Legado da primavera. Uma pergunta que tem intrigado muitos estudiosos

é sobre o futuro da “Primavera Árabe”. É certo que o movimento não conta com a mesma força que mostrou entre janeiro e abril. No entanto, o desejo por mudanças ainda está presente em muitas nações. Apesar do fim da primavera na região, o sentimento despertado pela revo-lução continua vivo, como explica o professor. “O movi-mento é inevitável, mas pode sofrer pausas e retroces-sos. Uma primavera não pode durar para sempre, mas os efeitos do despertar se farão sentir nas próximas estações.”

Queda do Regime de Kadaffi.

Depois de quatro décadas, o regime de Muamar

Kadafi está próximo do fim na Líbia. Com apoio militar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), em menos de uma semana os rebeldes chegaram à capital, Trípoli, e tomaram o quartel-general do ditador. A dis-cussão atual é sobre o nome do sucessor. Há seis me-ses, teve início os conflitos entre rebeldes e governo há seis meses, momento em que manifestações pró-democracia se espalharam pela África do Norte e o Ori-ente Médio. A chamada "primavera árabe", derrubou dois presidentes, na Tunísia e no Egito. Houve repressão aos levantes em outros países, como Síria, Iêmen e Bahrein. Há 41 anos no poder, Muamar Kadafi, resistiu às revol-tas usando as Forças Armadas contra a população e impedindo o avanço das tropas rebeldes que controla-vam Benghazi, segunda maior cidade líbia.

O cenário mudou a partir de 17 de março, a iminên-cia de derrotar os opositores, quando a Resolução 1973, foi aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU, de-cretando decretou zona de exclusão aérea e autorizando o emprego de "todas as medidas necessárias" na defesa dos civis. Com isso, os aviões líbios foram proibidos de decolarem e bombardearem as forças rebeldes. O que permitiu a interferência militar da OTAN.

Ataques com alvos dos governos foram iniciados dois dias depois da resolução, por meio de uma coalizão liderada por EUA, Grã-Bretanha e França. O envio de armas por parte da OTAN para os rebeldes facilitou a tomada de cidades e o avanço até Trípoli. Em 23 de agosto eles entraram na capital. A maior vitória foi a

conquista do complexo de Bab al-Aziziya, moradia de Kadafi.

Muammar Gaddafi está há 41 anos no poder, é o mais longevo entre os líderes árabes. Agora, discute-se a formação de um governo de transição. O maior temor é que ocorra situação semelhante ao Iraque, onde, passa-dos oito anos da queda de Saddam Hussein, a democra-cia é instável.

A Líbia é o quarto maior produtor de petróleo da Á-

frica, depois de Nigéria, Argélia e Angola. As reservas estimadas em 42 bilhões de barris são três vezes supe-riores a do Brasil, 14 bilhões de barris. A maior parte da produção é exportada para a Europa. Apesar do poten-cial econômico, baixa população, 6, 5 milhões de habi-tantes (equivalente à população do Rio de Janeiro), e o maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da África, um terço do país vive na pobreza e a taxa de desemprego chega a 30%.

Após um golpe de Estado que derrubou a monar-quia, Kadafi assumiu o poder em 1º. de setembro de 1969. Sendo acusado em 40 anos por atentados terroris-tas. Nos últimos anos, manobras políticas o reaproxima-ram do Ocidente. O desafio, agora, é constituir um go-verno de transição em um país sem partidos políticos, Constituição e tradição democrática.

Há o risco de uma guerra civil ou de vinganças con-tra simpatizantes de Kadafi(o que comprometeria a legi-timidade do novo governo). Para controlar os rebeldes é necessário uma liderança política, que pode sair do Con-selho de Transição Nacional (CTN), formado pelos revol-tosos em Benghazi.

Entre os candidatos mais cotados está Mustafa Ab-dul Jalil, ex-ministro da Justiça de Gaddafi e presidente do CTN. Ele prometeu eleições livres no prazo de oito meses. Mas no próprio conselho há facções divergentes, tanto religiosas quanto seculares, o que aumenta as incertezas quanto ao futuro do país.

Kaddafi - A espada do Islã "Quando a terra abalar-se em seu estrondo, e

vomitar seus fardos, e o povo perguntar O que há de errado com ela? Nesse dia a terra contará sua histó-ria (. . . ) Nesse dia os homens divididos, acorreram para suas obras. Então, o que tiver feito um átomo de bem o verá. O que tiver feito um átomo de mal o verá. (Essencial do Alcorão, vs. 1-8; pág. 178. )

"A linguagem do ódio não se submete facilmen-te a acordos." (Benjamin Barber)

Longos, sofridos e sangrentos 42 anos se passa-ram para que o ódio, a revolta e a violência invertessem os papéis na Líbia. Durante todo esse tempo, Muammar Kaddafi, governou a Líbia como se ela fosse seu quintal. Mas como é possível manter-se tanto tempo no poder? Porque só agora esse ódio inverteu a situação no país?

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As raízes estão alicerçadas nos ecos finais da Guerra Fria. Por mais estranho que possa parecer, Kad-dafi, se diplomou no socialismo russo, claro, socialismo a sua maneira, mas socialismo. Um golpe o colocou no poder, um golpe o derrubou. Encontrado num esgoto, roto, cansado, sujo e instantes depois da sua captura, morto.

A morte de Kaddafi não encerra e muito menos me-lhora o barril de pólvora que eclodiu no Magreb e no Oriente Médio. Mas deixa um aviso indelével: Nada dura para sempre! Os ditadores que ainda resistem, já não dormem tão placidamente, mas ainda falta muito para podermos falar de uma democracia associada ao Islã, pelo menos, nos moldes cristãos ocidentais.

E agora pra onde caminha a Líbia? E o petróleo, quem administra? E a OTAN, o que fazia lá? A derrota e morte de Kaddafi não silencia seu regime, apenas lhe confere uma pausa. A democracia ainda é um sonho distante para a Primavera árabe.

Síria

Após a queda de Kadafi, as atenções se voltam à

Síria, onde continuam os protestos contra Bashar al-Assad. Estima-se que 2. 200 pessoas tenham sido mor-tas pelo governo desde o início dos levantes em março. Diferente da Líbia, não houve divisões internas no go-verno sírio, e os opositores do regime são incapazes de lutar contra o Exército sem apoio militar da OTAN. A despeito disso, a ONU ainda não votou sanções ou in-tervenção militar para impedir o massacre da população. A primavera árabe, parece, deve perdurar por mais esta-ções.

Desde 2011, os conflitos no Estado Sírio na gestão do atual presidente Bashar AL-Assad, que está no poder desde 2000, após a morte de seu pai Hafez AL-Assad, que governou o país durante 29 anos. Com a mudança de governo, se instalou um grande clima de otimismo por parte da população, de que o novo governante implan-tasse reformas no país e abrisse a economia, entretanto, a repressão contra a oposição e os meios midiáticos continuaram muito semelhantes aos do governo anterior. Segundo Danny Zahreddine, chefe do departamento de Relações Internacionais da PUC Minas, Bashar não conseguiu implementar mudanças significativas devido a uma forte rede contrária a avanços, que sustenta o go-verno desde os tempos de Hafez.

Nesse contexto, a população insatisfeita saiu às ru-as para pedir mais democracia e liberdade. À princípio, os protestos não eram associados diretamente à queda de Assad mas, por conseqüência da atitude violenta das tropas sírias, que abriram fogo contra os manifestantes desarmados, a oposição passou a exigir a queda do atual presidente. Frente à ameaça da oposição e às revoltas que derrubaram alguns governos na região, o então presidente fez declarações prometendo acelerar

as reformas, mas devido à lentidão no cumprimento das mesmas e embalados com o clima de tensão, as mani-festações continuaram se espalhando pelo país e o go-verno passou a usar as forças para reprimir e prender os rebeldes.

Um dos motivos pelo qual Assad ainda se mantém no poder reside na “forte rede de apoio em torno dele”, pois embora haja manifestações contra o governo, Ba-shar continua a ser apoiado por grande parte da popula-ção Síria.

O papel da comunidade internacional nessa pro-blemática, é acabar com o conflito que já se estende a anos, em prol da segurança da população porém, os “avanços” só começaram a aparecer depois de muitas negociações. A Liga Árabe já tentou por muitas vezes encontrar soluções para o conflito na região, mas conti-nua sendo relutante em punir qualquer país membro, levando em consideração que não é do seu interesse um desequilíbrio ou desafeto com um desses países. Em relação à Síria, a Liga, com o apoio do Conselho de Segurança da ONU, havia proposto que Bashar cedesse os poderes ao vice-presidente Farouk al-Sharaa, que formaria um governo transitório, na tentativa de amenizar o caos no país.

A proposta então sugerida foi desaprovada pela Rússia, que sempre foi o maior obstáculo para com os acordos sugeridos pela Liga. Com base nisso, devo destacar que o interesse da Rússia em não apoiar certas propostas em relação ao governo da Síria, parte direta-mente do fato de Moscou ter uma importante base naval em Tartus. Após muitas rejeições, a Rússia resolveu dar um passo em prol do “bem comum” e votar no Conselho de Segurança da ONU a favor do envio de um grupo internacional de observadores que supervisione o ces-sar-fogo, proposta mediada pelo ex-secretário-geral das Nações Unidas Kofi Annan. Apesar do acordo estabele-cido, recentemente o Exército sírio e os rebeldes se enfrentaram pela primeira vez desde o inicio do mesmo, o que confirmou o ceticismo dos Estados Unidos quanto ao grau de comprometimento da Síria em relação ao tratado.

A população síria continua lutando por mudanças significativas em seu país, em prol de avanços no siste-ma de governo e por uma maior liberdade política, mes-mo que isso signifique prosseguir com o uso da violência e consequentemente sofrer com a repressão do governo. Segundo Hobsbawn, “O que une (os países árabes) é um descontentamento comum e forças de mobilização comuns: uma classe média modernizadora, sobretudo jovem, estudantes e, principalmente, uma tecnologia que permite que hoje seja muito mais fácil mobilizar os pro-testos”. Muitos têm opiniões divergentes sobre um su-posto fim aos conflitos, mas o mais sensato segundo Zahreddine, é que “mais cedo ou mais tarde haverá uma mudança, que seja por meio de uma transição negociada ou com a derrubada do presidente Bashar al Assad. FARC

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O guerrilheiro José Benito Cabrera, conhecido co-mo "Fabián Ramírez" e membro do alto comando das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), afirmou que o grupo quer "acabar" com os conflitos no país. "Devemos acabar com essa guerra chegando a um acordo entre o governo e a guerrilha. Sem ódio, sem vantagens, cedendo, olhando quem tem razão", comen-tou Cabrera. Ele destacou, porém, que não é fácil encer-rar os conflitos. "Não é dizer: 'entreguem as armas, pa-rem de atacar lugares e a força pública'. Não, não é assim. Para acabar com a guerra, tem que acabar com as causas que a originaram", disse o guerrilheiro.

De acordo com Cabrera, é a "classe política" que "não quer" implantar a paz. "Os soldados, suboficiais e oficiais de baixa patente sabem que não temos que nos enfrentar mais. Mas seus altos chefes, seus superiores, não permitem que esse negócio acabe, pois, senão, acaba o dinheiro para eles". José Benito Cabrera foi negociador das Farc durante as fracassadas tentativas de diálogo com o governo de Andrés Pastrana (1998-2002). Em 2010, autoridades colombianas acreditaram que ele havia morrido em um bombardeiro.

Ações da FARC 2012

O correspondente do canal France 24 Roméo Lan-glois, 35 anos, foi libertado pelas Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), no Departamento de Caquetá (sudoeste do país).

A captura pôs à prova não só a promessa da guerri-

lha de abandonar o sequestro civil, como também as práticas adotadas na cobertura jornalística do conflito colombiano. Logo após ser libertado, Langlois disse à imprensa na cidade de San Isidro que nunca foi acorren-tado ou mal tratado pela guerrilha. O jornalista, no entan-to, acusou as Farc e o governo de tentarem usar o inci-dente politicamente. O repórter também falou que é preciso continuar cobrindo o conflito.

Para historiador com laços com as Farc, guerrilha está em 'renovação'EUA pedem que Farc libertem jorna-lista francês sequestrado. A missão humanitária de res-gate foi comandada pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), e teve a participação de um represen-tante do governo francês, Jean-Baptiste Chavin, e da ex-senadora colombiana Piedad Córdoba, diretora da ONG Colombianos e Colombianas por la Paz. O jornalista foi entregue pela guerrilha à missão. As operações militares na região foram suspensas por 36 horas para facilitar o resgate.

Europa

Judeus não eram o alvo inicial do atirador de Toulouse, revela polícia francesa

Ataque à escola judaica foi “improvisado”. O professor e as três crianças que foram mortas na

última segunda-feira (19/03/2012) em um colégio judaico da cidade de Toulouse, na França, poderiam ainda estar vivas se não fosse por um desencontro do atirador Mo-hamed Merah com um dos seus verdadeiros alvos: um soldado do exército francês. Segundo apuração do jornal

britânico The Guardian, surgiu neste fim de semana a informação de que Merah, antes de ser executado em seu apartamento, confessou aos policiais que falhou em assassinar o último dos quatro militares que estavam em sua lista e foi obrigado a massacrar os alunos de Tou-louse como “improviso”.

Ele já havia atirado contra três soldados franceses

que haviam servido no Afeganistão quando percebeu que sua quarta vítima havia saído de casa mais cedo do que o previsto. Surpreendido, ele dirigiu sua moto para o Liceu Ozar Hatorah, onde alvejou três crianças com menos de dez anos que estavam aguardando pelo ôni-bus escolar. A polícia prendeu na última quarta-feira (21/03) o irmão mais velho de Merah e sua cunhada para que pudessem ser interrogados por oficiais anti-terrorismo do país. Abdelkader alegou não ter motivado seu irmão em momento algum, mas se disse “orgulhoso” dos feitos de Toulouse.

A comunidade muçulmana na França recebeu a no-tícia da identidade do assassino com consternação. Os casos de ódio e xenofobia tem aumentado emt todo o mundo, especialmente na Europa, e particularmente na França. As leis aprovadas naquele país que determina-ram que era crime o uso das vestes das mulçumanas. A estranheza do fato está no histórico sociopolítico da França e ainda há de se considerar, que o país se cons-titui em um Democrático e Laico. O atentado em Toulou-se pode desencadear uma nova de anti-islamismo no país.

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

17 de dezembro de 2011, A data marca o primei-ro aniversário do movimento que ficou conhecido como Primavera Árabe, uma onda de revoltas que se espalhou pelo Oriente Médio e norte da África. Em meados de dezembro, o saldo era de quatro ditado-res a menos. (http: //www. estadao. com. br/noticias/ Adaptado) 192. Em outubro de 2011, um desses ditadores (Mu-

amar Kadafi) foi morto por opositores que trava-ram, ao longo de meses, uma violenta guerra ci-vil: (PM-SP/2012)

a)No Egito. b)Na Líbia. c)Na Tunísia. d)No Marrocos. e)Na Nigéria. 193. A questão está relacionada ao mapa e às afir-

mações a seguir. (PM-SP/2012)

I. A região apresenta grande importância geopolítica pelo

fato de se manter sem conflitos ou lutas pelo poder.

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II. Em grande parte dos países da região predomina a cultura árabe e a religião muçulmana.

III. Entre os países da região, um deles foi criado no pós-Segunda Guerra, fato que gerou insatisfação entre os demais.

Está correto somente o que se afirma em: a)I. b)I e II. c)I e III. d)II. e)II e III. 194. Os dois mais sangrentos conflitos no Egito nos

últimos 15 meses foram: (Senado Federal/2012) a)A queda do ditador Hosni Mubarak e o confronto em

Port Said após uma partida de futebol. b)A queda do ditador Muammar Khadafi e o confronto no

Cairo após uma partida de futebol. c)A queda do ditador Hosni Mubarak e o confronto no

Cairo após uma partida de futebol. d)A queda do ditador Muammar Khadafi e o confronto

em Port Said após uma partida de futebol. e)A queda do ditador Bashar al Assad e o confronto

entre civis e militares no Cairo, após a sua morte. 195. Os conflitos constantes no Oriente Médio e ago-

ra deflagrados também no norte da África geram grande preocupação e temor internacional, prin-cipalmente no que se refere ao mercado financei-ro, diante da possibilidade de: (PM Porto Velho-RR/2012)

a)Acarretar o envolvimento das principais nações do planeta em lados opostos, dando início a uma tercei-ra grande guerra mundial.

b)Causar quedas significativas nas bolsas de valores asiáticas, atingindo em “efeito dominó” os demais continentes de modo a agravar a crise já existente.

c)Destruição das principais áreas produtoras de minério de ferro do planeta, causando falências generaliza-das nas diversas indústrias que necessitam desta matéria-prima.

d)Fechamento dos canais que liberam o trânsito dos navios oriundos da Europa e América do Norte ao Oceano Pacífico e mercados asiáticos.

e)Gerar uma nova crise do petróleo, como as desenca-deadas na década de 1970, quando ocorreram a guerra de Yom Kippur e a Revolução Iraniana.

De maioria xiita, o país é governado pelo Rei Hamad,

pertencente à dinastia sunita. Os manifestantes pleiteiam reformas democráticas, a queda do go-verno e condenam a disputa do GP de F-1 en-quanto os conflitos não cessarem. A repressão contra os protestos é violenta, com denúncias de mortes e de violação de direitos humanos. Dize-res como “Parem de correr sobre nosso sangue” em pinturas nos muros e mensagens na internet, representam a insatisfação dos manifestantes com a realização da prova. (globoesporte. globo. com/ motor/ formula-1/noticia, 19. 04. 2012)

196. A notícia refere-se: (FAMED-S. José do Rio Preto-SP/2012)

a)Á Líbia. b)À Turquia. c)Ao Iêmen. d)Ao Bahrein. e)Ao Marrocos.

Considerando a atualidade mundial, julgue os itens de 197 e 198. (BRB/2011)

197. Por ser a China o país com a maior reserva em moedas internacionais do mundo, Hu Jintao foi eleito diretor-geral do Fundo Monetário Internacional, em substituição ao francês Dominique Strauss-Khan.

198. Os governos da França e da Inglaterra foram favo-ráveis à ação militar estrangeira contra o governo lí-bio de Muammar Kadhafi.

Com relação às revoltas recentes no mundo árabe e

às mudanças na geopolítica do Oriente Médio e do norte da África, julgue os itens que se seguem. (SEDUC-AM / 2011)

199. Repreensões e sanções impostas pelas nações ocidentais pressionaram os líderes da Tunísia e do Egito que, após as manifestações por democracia, fo-ram depostos.

200. As revoltas recentes no mundo árabe têm como agente motivador os fortes protestos ocorridos em 2009 decorrentes das fraudes eleitorais no Irã.

201. Na Líbia, atual foco de manifestações, Kadhafi, em discurso à televisão estatal, responsabilizou a oposi-ção líbia reprimida pelos levantes populares.

202. As recentes mobilizações populares ocorridas no mundo árabe refletem o binômio exclusão soci-al/miséria associado à perpetuidade de ditaduras multidecadais.

203. Líder terrorista assassinado em maio de 2011 no

Paquistão. Figurava na lista dos fugitivos mais procurados pelo FBI: (SSP-SP / 2011)

a)Sadam Hussein. b)Ayman Al-Zawahiri. c)“Unabomber” (Theodore John Kaczynski). d)Osama bin Laden. 204. No dia 1º de maio de 2011, o presidente dos EUA

discursou afirmando ter matado o Terrorista O-sama bin Laden. Sobre Osama bin Laden, assina-le a alternativa correta. (MP-SP / 2011)

a)Bin Laden que era paquistanês, foi morto em uma mansão na cidade de Abbottabad, próxima a Riad, capital da Árabia Saudita.

b)A morte de Osama encerra a luta contra o terrorismo global.

c)A operação que matou o terrorista, contou com apoio logístico do governo paquistanês que é colaborador histórico do governo norte americano.

d)Osama bin Laden foi morto no dia 01 de maio de 2011 por forças especiais da Marinha dos Estados Unidos. Ele estava escondido em uma cidade próxima a Isl-mabad, capital do Paquistão.

205. Muammar Gaddafi é considerado um dos piores

ditadores do mundo. Ele não hesitou em usar Forças Armadas em repressão aos protestos ini-ciados em fevereiro de 2011. Em relação ao dita-dor descrito anteriormente, assinale a alternativa correta. (MP-SP / 2011)

a)Diz respeito ao comandante supremo da Tunísia, no poder após golpe militar (apoiado pela antiga URSS) na década de 1970.

b)Gaddafi está há 41 anos exercendo, de forma tirana e ditatorial, o poder na Líbia.

c)Mesmo após a repressão, o povo egípcio conseguiu derrubar Gaddafi do poder e hoje o Egito é governa-do por uma equipe de transição até as novas elei-ções, marcadas para novembro de 2011.

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d)Alçado de forma democrática ao poder na década de 1980, Gaddafi vem, através de sucessivas reelei-ções, mantendo-se no poder, algo que é considerado pelos analistas internacionais, uma forma velada de ditadura.

Duas questões marcaram os primeiros meses de

2003. Por um lado, a mobilização militar e diplomática dos

Estados Unidos da América (EUA) e do Reino U-nido para invadir o Iraque. Por outro, a retórica do regime da Coréia do Norte em torno de seu pro-grama nuclear. A evolução das duas questões deixou a impressão de que possuir um programa de desenvolvimento de armas nucleares teria e-feito de dissuasão contra agressões armadas ex-ternas. Essa falsa conclusão se devia ao fato de o Iraque, que não possuía armas nucleares, ter sido alvo de ameaças de invasão — e ter sido de fato invadido, enquanto a Coréia do Norte, que dizia ter desenvolvido armas nucleares, não sofreu se-quer ameaças de invasão. Ou seja, a proliferação nuclear passou aparentemente a ter bônus. Nizar Messari. A crença da paz pela bomba atômica. In: Jornal do Brasil, 6/10/2003, p. A11 (com adaptações).

A partir do texto acima e considerando aspectos marcantes da política internacional contemporâ-nea, julgue os itens seguintes. (IBAMA/2004)

206. A decisão norteamericana de invadir o país de Sad-dam Hussein, derrubando-o do poder, embora possa ter sido motivada por fatores diversos, inscreve-se no conjunto de ações de política externa desenvolvidas por Washington após os atentados de 11 de setem-bro de 2001.

207. Sob George W. Bush, a ação internacional dos EUA, conquanto firme e disposta a não fazer conces-sões, está embasada no respeito ao multilateralismo e na observância às determinações do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (O-NU).

208. A existência, ainda hoje, de dois Estados na penín-sula coreana é reflexo de antiga ferida ainda aberta, isto é, de um dos mais graves embates internacionais ocorridos na primeira metade dos anos 50, em plena vigência da Guerra Fria.

209. Um dos poucos regimes autodefinidos como comu-nista ainda de pé, a Coréia do Norte se mantém firme devido aos excelentes índices econômicos que apre-senta, o que praticamente lhe permite a auto-suficiência.

210. Reino Unido, França e Alemanha foram os mais importantes Estados da União Européia a apoiarem a invasão do Iraque pelos EUA. A diferença do tipo de apoio é que apenas os ingleses enviaram tropas para os locais de combate.

211. Bastaram alguns meses de ocupação norte-americana no Iraque para que se comprovasse a e-xistência do arsenal com armas de destruição em massa que o regime de Saddam Hussein escondera dos inspetores internacionais e que fora o motivo principal da invasão dos EUA ao país.

212. Não foram poucos os analistas, diplomatas e profis-sionais das relações internacionais que enxergaram na decisão soviética e norte-americana de assinar um tratado de não-proliferação de armas nucleares uma opção estratégica para congelar o poder bélico em mãos das superpotências.

213. Seguindo a linha de raciocínio esboçada no texto, é correto afirmar que em áreas de tensão pronunciada,

como a que abriga Índia e Paquistão, a posse de ar-mas nucleares por países inimigos acabou por criar um equilíbrio de forças que afastou, na prática, a possibilidade de conflito entre eles.

214. A América Latina, provavelmente em função do poderio e dos interesses da Argentina e do Brasil, re-cusou-se a assinar tratado para livrar a região, sobre-tudo o Atlântico Sul, da corrida nuclear.

215. Com relação ao Tratado de Não Proliferação

Nuclear (TNP) e ao Tratado para a Proibição Completa dos Testes Nucleares (CTBT), assinale a opção correta. (IrBr/2012)

a)O Irã, diferentemente do Brasil, recusou-se a adotar o Protocolo Adicional do TNP, por considerá-lo instru-mento para franquear suas instalações nucleares aos inspetores da Agência Internacional de Energia Atô-mica (AIEA).

b)Israel e Irã não estão impedidos de realizar testes nucleares, visto que ambos não são signatários do CTBT.

c)O TNP não inclui o Irã, que se opôs às regras de ins-peção estabelecidas ao país, nem a Coreia do Norte, que anunciou sua retirada do tratado em 2003.

d)O Brasil é signatário original tanto do TNP quanto do CTBT.

e)Israel não é signatário do TNP. O Brasil volta a ser membro temporário do Conselho

de Segurança da ONU. E e ocupará a cadeira (que hoje pertence ao México) a partir de janeiro de 2004. A candidatura brasileira foi endossada por unanimidade pelo grupo regional da ONU que re-úne os países da América Latina (GRULAC). Para o diretor do Centro de Estudos Latino-Americanos da Universidade da Califórnia, o a-poio dos países do GRULAC à indicação brasilei-ra mostra o peso do país na América Latina. “A-credito que muitos desses países sintam que o Brasil pode ser uma voz importante no Conselho de Segurança. O país tem exercido uma real lide-rança na região e oferece alternativas diplomáti-cas concretas quando há situações complica-das”, disse. Folha de S. Paulo, 23/10/2003, p. A14 (com adaptações).

A partir do texto acima, julgue os itens que se se-guem, relativos à política externa brasileira, ao contexto latino-americano e ao papel da ONU, com alguns de seus principais organismos na po-lítica internacional contemporânea. (IBAMA/2004)

216. A ONU foi criada no imediato pós-Segunda Guerra Mundial, tendo entre seus principais objetivos zelar pela paz e pela segurança internacionais e promover o desenvolvimento dos povos.

217. A sede da ONU é Washington, nos EUA, e seus integrantes estão divididos em dois blocos: o de Es-tados independentes, que participam de todas as ati-vidades em igualdade de condições, e o de colônias em vias de conquistar sua independência.

218. Em síntese, o Conselho de Segurança da ONU é o órgão responsável pela manutenção da paz e pela segurança internacional.

219. Entre permanentes e temporários, o Conselho de Segurança é formado por quinze membros e não há diferenças acentuadas entre eles, de modo que, nas decisões, todos têm direito a voz e a voto.

Historicamente, o mundo insistiu em ignorar o Haiti e

sua grandeza.

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Ao embargo político e intelectual secular, como defi-nir de outra forma o ostracismo ao qual foi rele-gado o Haiti após sua vitoriosa revolução que culminou com sua independência em 1804? su-cederam-se intervenções e ocupações que sem-pre procuraram negar aos haitianos o sentimento do orgulho dos seus feitos; e, por fim, o golpe de misericórdia, a imposição de uma agenda ditada pela Guerra Fria, que, entre os anos 1950 e 1980, destruiu o Estado haitiano, fragilizou suas institu-ições, criminalizou os movimentos sociais e arre-bentou seu sistema econômico. Não foi a interfe-rência americana que destruiu o plantio de milho e interrompeu as conexões existentes entre o camponês, os fornos e os consumidores? Ou ou-tra intervenção que promoveu a eliminação do porco crioulo, base econômica de famílias? Ou o embargo internacional que promoveu o golpe fi-nal nas reservas florestais impondo o uso indis-criminado de carvão vegetal?Diante da fúria da natureza não cabe outro sentimento que o de uma frustração que deita raízes numa história profun-da e que subitamente pode ganhar cor: o mundo dos brancos nos destruiu; o mundo dos brancos diz que quer fazer alguma coisa, mas o que faz, além de nutrir seus telejornais com fotos miserá-veis que só fazem alimentar a satisfação autocen-trada dos países ditos ocidentais? (Omar Ribeiro Thomaz, “O Haiti já estava de joelhos, agora está prostrado”, Folha de S. Paulo, 14. 01. 2010. Adapta-do)

220. A partir do texto, é correto concluir que: (CFO-SP/2012)

a)A história do Haiti está marcada por profundas e cruéis interferências externas.

b)A “fúria da natureza” (isto é, o terremoto no Haiti) fez surgir um sentimento de compaixão entre diferentes etnias.

c)A interferência externa contribuiu para elevar o Estado Haitiano e o orgulho de seu povo.

d)O Haiti não teve um passado do qual os haitianos podem se orgulhar.

e)O plantio do milho e a criação de porco crioulo salva-ram o Haiti de uma catástrofe.

221. Os monitores da ONU chegaram à Síria para

supervisionar um frágil cessar-fogo, mas a situa-ção no país ainda não mudou muito: a violência ainda continua e a população teme pela seguran-ça. (BBC Brasil, 17. 04. 2012)

O cessar-fogo a que o texto se refere foi estabelecido entre: (CM. Mauá-RJ/2012)

a)O governo sírio e os terroristas da Al Qaeda. b)A Síria e Israel. c)O governo sírio e as forças de oposição. d)A Síria e os EUA. e)O governo sírio e a minoria xiita. Leia a notícia publicada em 20 de novembro de 2011. A morte de Muamar Kadafi e a conquista da cidade

de Sirte eram os marcos que o Conselho Nacional de Transição (CNT)esperava para declarar a “Lí-bia livre”. Nesta quinta-feira, conforme as fotos e vídeos do corpo ensanguentado se espalhavam pela internet, as comemorações tomavam conta de Sirte e da capital Trípoli. Bandeiras do novo regime eram sacudidas e grande parte da popula-ção saía às ruas para festejar. (http: //veja. abril.

com. br/multimidia/galeria-fotos/ comemoracoes-da-morte-de-kadafi. Adaptado)

222. A morte a que a notícia faz referência é parte de

um processo conhecido como Primavera Árabe e caracterizado pela(o): (PMSC/2012)

a)Crise entre diferentes grupos étnicos nos países ára-bes.

b)Luta contra a opressão das ditaduras árabes. c)Libertação dos palestinos com relação aos árabes. d)Conflito político armado entre árabes e israelenses. e)Ocidentalização dos padrões da cultura árabe. 223. Em março de 2012, dois fatos marcaram a im-

prensa nacional e internacional: o atentado con-tra crianças em uma escola judaica de Toulouse, França, e a prisão de dois organizadores de um site nazista, em Brasília, pela polícia federal brasi-leira.

Os dois fatos preocupam o mundo na atualidade, pois apresentam um problema grave em comum: (PMSC/2012)

a)A prática da intolerância. b)A desigualdade social. c)O fanatismo religioso. d)A crise econômica. e)O descontrole da internet. Com relação à atualidade internacional, julgue os

seguintes itens. (AL-CE/2011) 224. Os EUA cortaram sua contribuição financeira à

Organização das Nações Unidas para Educação e Cultura, em resposta à aceitação da Palestina como membro pleno dessa agência da ONU.

225. Em recente encontro do G-20, realizado em Can-nes, ficou decidida a reformulação do FMI e do Con-selho de Segurança da ONU, de modo que, em am-bos, os países emergentes tenham maior representa-tividade.

226. A força-tarefa marítima da missão de paz que a ONU mantém no Líbano é comandada por contra-almirante brasileiro.

227. O Oriente Médio tem sido foco de inúmeros

conflitos nas últimas décadas. Assinale a alternativa que indica um dos motivos do

recente acirramento das tensões entre o governo de Israel e do Irã. (UFFS/2012)

a)O Irã acusa o governo israelense de ter se apossado dos planos de construção da primeira usina nuclear iraniana.

b)As autoridades de Teerã acusam o governo israelense de assassinar os principais cientistas envolvidos no projeto nuclear iraniano, bem como de planejar a morte do Xá Mohammad Rheza Pahlevi.

c)Os Estados Unidos ameaçaram atacar Israel caso o governo daquele país concretize suas ameaças de destruir as instalações nucleares iranianas.

d)Israel ameaça desencadear um ataque ao Irã a quem acusa de querer se dotar de uma bomba atômica.

e)A Guarda Revolucionária, braço armado do governo iraniano, comandou um ataque a diversos lugares santos judaicos, entre os quais, o Kotel em Jerusa-lém Oriental.

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Os recentes distúrbios nas regiões magrebinas e do vale do Nilo recolocaram o Oriente Médio no cen-tro da agenda internacional. À primeira vista, a compreensão do cenário é simples: cansados da opressão das ditaduras, em grande parte pró-Ocidente, os árabes ousaram desafiá-las. Carta Capital na Escola. mar. / 2011 , p. 26(com adapta-ções).

Tendo como referência o texto acima, julgue os pró-ximos itens, a respeito das revoltas populares no Oriente Médio. (EBC/2011)

228. Em alguns países monárquicos, as tensões políti-cas resultam do fato de a maioria da população ser xiita e a família real e a elite serem sunitas.

229. O presidente egípcio Hosni Mubarak tentou manter-se no poder até a realização de eleições presidenci-ais, mas acabou deposto pelas Forças Armadas.

230. Uma das consequências das revoltas no norte da África foi a fuga de milhares de pessoas para a Euro-pa, o que provocou crise humanitária.

231. O primeiro regime autoritário destituído no norte da África foi o da Argélia. A queda desse regime ocorreu após manifestação popular organizada por meio das redes sociais na Internet.

232. Na guerra civil travada na Líbia, a posição do

governo brasileiro, em 2011, foi de apoio: (AL-ES/2011)

a)Político aos rebeldes, por lutarem contra uma ditadura. b)Militar ao governo líbio instalado em Trípoli, por ser

reconhecido pela ONU. c)Ao cumprimento da resolução do Conselho de Segu-

rança da ONU que autorizou o uso da força, por ou-tros países, para proteger a população civil líbia de ataques militares.

d)Á resolução da ONU que condenou a ação de aviões de combate franceses e ingleses para impor zonas de exclusão aérea sobre as cidades líbias.

e)Ao desembarque de tropas norte-americanas para pacificar o nordeste líbio.

MEIO AMBIENTE & ECOLOGIA

Era uma vez. . . O Ártico

Como o Ártico se converteu em preocupação da o-pinião pública mundial recentemente, falta muito para

compreender a verdadeira natureza e magnitude das mudanças que o estão afetando. Os recursos biológicos do Ártico, tanto terrestres quanto marinhos, são especi-almente vulneráveis. A mineração, o petróleo e a cons-trução de oleodutos causam impactos que podem ser avaliados e regulados. Mas os impactos da mudança climática têm sua origem fora do Ártico, estão além do controle do Canadá e de outras nações, e exigem um grau de cooperação internacional sem precedentes. Os testes científicos deixam claro que o Ártico é particular-mente suscetível a estes impactos e pode se converter em uma fonte deles.

O derretimento dos gelos permanentes pode liberar grandes quantidades de metano, o que, por sua vez, contribuirá para o aquecimento global. Inclusive peque-nas mudanças na temperatura podem provocar migra-ções tanto de espécies marinhas quanto terrestres, afe-tando outras. Atraiu muito a atenção a grave situação dos ursos polares diante da redução dos bancos de gelo que são seu hábitat.

Estima-se que as extinções que a mudança climáti-ca é capaz de provocar podem alcançar um terço de todas as espécies, incluindo plantas, vertebrados, fungos e micróbios, todos que estão no Ártico. Embora possa-mos ver com satisfação a quantidade de novos parques nacionais e áreas protegidas que há em nosso Ártico, agora alertamos que se deve ir mais longe e adotar um enfoque mais completo e radical para a conservação das espécies.

A mudança climática nos obriga a fazer complica-das compensações entre os custos e os benefícios da conservação de recursos biológicos em relação à explo-ração de recursos. A declaração do Canadá também tem o mérito de deixar clara a necessidade de fortalecer os mecanismos existentes para a governança da região, particularmente o Conselho Ártico.

Embora confirme o aumento potencial em matéria de desacordos e conflitos, e particularmente de desafios às reivindicações canadenses de soberania, também sugere que estas situações podem ser manejadas pacifi-camente com os mecanismos existentes. De todo modo devemos nos preparar para um crescente número e uma intensidade maior dos conflitos, na medida em que o valor potencial dos recursos do Ártico vai sendo de mais e mais competição, e outras nações reivindiquem o direi-to de passagem por suas águas.

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL O termo desenvolvimento sustentável está em tudo

que é lugar. Nos relatórios das empresas, no discurso dos ambientalistas, nas teses científicas. É o novo para-digma para uma infinidade de discussões econômicas, políticas, ambientalistas e sociológicas.

Uma das definições mais usadas para desenvolvi-mento sustentável é o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades atuais da população, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. Ou seja, a idéia é crescer sem destruir o am-biente e esgotar os recursos naturais.

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Essa definição, no entanto, é considerada limitada por alguns cientistas já que não aborda outros aspectos como o político e o social. Para entender melhor o que é desenvolvimento sustentável é necessário conhecer um pouco da história de como foi entendido o desenvolvi-mento anteriormente, como surgiu o termo, as formas como ele pode ser medido e as teorias que ajudaram a criar a expressão.

Nascido da consciência ambiental

Desde meados do século XIX, a palavra progresso veio a resumir a forma de pensar e agir economicamente na sociedade contemporânea. Era o início da Revolução Industrial. O pensamento positivista, cujo o principal mentor foi o sociólogo Augusto Comte, perpassa por essa postura. O progresso foi considerado a principal forma de desenvolvimento, regendo o mundo capitalista e também moldando parte das políticas dos países que adotaram o socialismo real. Na prática, significou criar fábricas e mais fábricas, incentivar o consumo, construir infraestrutura para tal e descobrir as formas eficientes de explorar matéria-prima, retirando-a de todas as formas. Esses pressupostos foram adotados com voracidade pelas mais diversas sociedades. O resultado disso foi um impacto ambiental negativo nunca antes visto na Terra. Os problemas decorrentes são materializados por ques-tões como o aquecimento global, efeito estufa, chuva ácida, poluição do solo e dos rios, inversão térmica, extinção de animais, entre outros.

Desenvolvimento, então, era associado ao progres-so a qualquer custo. A mudança de paradigma começou a ser formulada com a constatação pelos cientistas dos problemas e o início das discussões de alternativas que surgiram na baila do movimento pacifista, embrião do movimento ecologista, dos anos 60 tanto nos Estados Unidos quanto na Europa.

Oficialmente, essa nova visão apareceu, pela pri-meira vez, na Primeira Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, em Estocolmo, Suécia, em 1972. Em 1987, a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento das Nações Unidas adotou o conceito no famoso relatório Brundtland, que discutia o futuro comum dos habitantes da Terra. Duran-te a Eco-92, Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, ocorrida no Rio de Janeiro (Brasil), o conceito tornou-se princípio fundamental e parâmetro para a Agenda 21, uma série de metas, apro-vadas pelos mais de 160 países participantes. Em 2002, Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, chamada também de Rio+10, ocorrida em Johanesburgo (África de Sul), ampliou ainda mais a discussão em cima do que seria o “tripé da sustentabilidade”.

A imagem do tripé da sustentabilidade (ou triple bottom) é perfeita para entender a sustentabilidade. No tripé estão contidos os aspectos econômicos, ambientais e sociais.

HISTÓRICO DAS QUESTÕES AMBIENTAIS

1972: Publicação do Relatório “Os Limites do Cres-cimento” pelo Clube de Roma.

1972: Conferência de Estocolmo (Suécia – 113 paí-ses).

Discussão do desenvolvimento ambiental e do conceito de ecodesenvolvimento.

Criação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e da Declaração da ONU sobre o Ambiente Humano.

1975: Congresso de Belgrado – A Carta de Belgra-do estabelece as metas e princípios da Educação Ambi-ental.

1975: Criação do Programa Internacional de Edu-cação Ambiental (PIEA).

1976: Congresso de Educação Ambiental no Con-go-Brazzaville (África), reconhece que a pobreza é o maior problema ambiental.

1982: Conferência de Nairóbi, no Quênia (África), na qual, contudo, não houve uma definição de uma polí-tica global para o meio ambiente.

1987: Divulgação do Relatório “Nosso Futuro Co-mum” da Comissão Brundtland.

1989: Declaração de Haia, preparatório da Rio-92, aponta a importância da cooperação internacional nas questões ambientais.

1992: Conferência das Nações Unidas Sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento no Rio de Janeiro (chama-da de Rio-92 ou Eco-92).

Criação da Agenda 21 – Subscrita por 170 paí-ses (resultante dos debates oficiais);

Tratado de Educação Ambiental para Socieda-des Sustentáveis e Responsabilidade Global;

Compromissos da Rio-92: Carta do Rio Sobre Desenvolvimento e Meio Ambiente, Convenção das Mudanças Climáticas e Convenção da Bio-diversidade.

1995: Conferência Mundial do Clima – Berlim. 1997: Ocorreu a Rio+5 (Reunião do setor não-

governamental para avaliar avanços após a Rio-92, principalmente a Agenda 21).

1997: Seção Especial da ONU nos Estados Unidos para avaliar os avanços da Rio-92 (19ª Assembléia da ONU / Tema: Meio Ambiente).

1997: Protocolo de Kyoto para diminuição da emis-são dos gases intensificadores do efeito estufa.

2002: Cúpula Mundial de Desenvolvimento Susten-tável (também chamada de Rio+10) – Joanesburgo (Áfri-ca do Sul).

Apresentação das Agendas 21 Nacionais e aná-lise dos avanços ocorridos.

Discussão sobre aquecimento global e o uso dos OGMs.

2005: O Protocolo de Kyoto entrou em vigor em 16 de fevereiro de 2005, passando a ser um Tratado, com mais de 160 países signatários.

HISTÓRICO DAS COPs

COP é a sigla para a Conferência das Partes da “Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudan-ça do Clima”.

COP-1 / 1995 (Berlim, Alemanha) A primeira conferência iniciou o processo de nego-

ciação de metas e prazos específicos para a redução de emissões de gases de efeito estufa pelos países desen-volvidos. É sugerida a constituição de um Protocolo.

COP-2 / 1996 (Genebra, Suíça) Foi durante a COP-2 que as Partes decidiram pela

criação de obrigações legais de metas de redução por meio da Declaração de Genebra. Um importante passo foi dado referente a apoio financeiro: foi decidido que os países em desenvolvimento poderiam solicitar à Confe-rência das Partes apoio financeiro para o desenvolvi-mento de programas de redução de emissões, com re-cursos do Fundo Global para o Meio Ambiente.

COP-3 / 1997 (Kyoto, Japão) A terceira Conferência das Partes foi marcada pela

adoção do Protocolo de Kyoto, que estabelece metas de

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redução de gases de efeito estufa para os países desen-volvidos, chamados “Países do Anexo I”. De modo geral, as metas seriam de 5, 2% das emissões de 1990.

COP-4 / 1998 (Buenos Aires, Argentina) A COP-4 centrou esforços para ratificar e imple-

mentar as medidas do Protocolo de Kyoto. Foi o chama-do Plano de Ação de Buenos, que levou para o debate internacional um programa de metas que levaram em consideração a análise de impactos da mudança do clima e alternativas de compensação, mecanismos fi-nanciadores, etc.

COP-5 / 1999 (Bonn, Alemanha) O destaque da COP-5 foi a implementação do Pla-

no de Ações de Buenos Aires, mas também o início das discussões sobre o uso da terra e gestão de florestas.

COP-6 / 2000 (Haia, Holanda) Começam a surgir impasses mais acentuados entre

as Partes e as negociações são suspensas pela falta de acordo entre, especificamente, a União Européia e os Estados Unidos, em assuntos relacionados ao Mecanis-mos de Desenvolvimento Limpo (MDLs), ao mercado de carbono (sumidouros de carbono) e ao financiamento para os países em desenvolvimento.

COP-7 / 2001 (Marrakech, Marrocos) As negociações são retomadas, porém, com a saí-

da dos Estados Unidos do Protocolo de Kyoto sob a alegação de que os custos para a redução de emissões seriam muito elevados para a economia americana. Os EUA também contestaram a inexistência de metas para os países em desenvolvimento.

COP-8 / 2002 (Nova Delhi, Índia) O ano de 2002 também foi marcado pela Cúpula

Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio +10), encontro que influenciou a discussão durante a COP-8 sobre o estabelecimento de metas para uso de fontes renováveis na matriz energética dos países.

COP-9 / 2003 (Milão, Itália) A COP-9 teve como centro dos debates a regula-

mentação do mercado de carbono (sumidouros de car-bono) no âmbito do Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDLs).

COP-10 / 2004 (Buenos Aires, Argentina) As Partes aprovam as regras para a implementação

do Protocolo de Kyoto e discutiram a regulamentação de projetos de MDLs de pequena escala de reflorestamen-to/florestamento, o período pós-Kyoto e a necessidade de metas mais rigorosas.

COP-11 / 2005 (Montreal, Canadá) Primeira conferência realizada após a entrada em

vigor do Protocolo de Kyoto. Pela primeira vez, a ques-tão das emissões oriundas do desmatamento e degrada-ção (REDD) é aceita oficialmente nas discussões no âmbito da Convenção.

COP-12 / 2006 (Nairóbi, África) Financiamento de projetos de adaptação para paí-

ses em desenvolvimento e a revisão do Protocolo de Kyoto foram os destaques da COP-12. O governo brasi-leiro propõe oficialmente a criação de um mecanismo que promova efetivamente a redução de emissões de gases de efeito estufa oriundas do desmatamento (REDD) em países em desenvolvimento.

COP-13 / 2007 (Bali, Indonésia) Nessa reunião, foi criado o Bali Action Plan (Mapa

do Caminho de Bali), no qual os países passam a ter prazo até dezembro de 2009 para elaborar os passos posteriores à expiração do primeiro período do Protocolo de Kyoto (2012). A COP-13 estabeleceu compromissos mensuráveis, verificáveis e reportáveis para a redução

de emissões causadas por desmatamento das florestas tropicais.

COP-14 / 2008 (Poznan, Polônia) O encontro de Poznan ficou como um meio termo

político entre a COP-13 e a expectativa pela COP-15, tendo em vista o cenário político mundial, com a eleição do presidente americano Barack Obama.

COP-15 / 2009 (Copenhagen, Dinamarca). O encontro era considerado o mais importante da

história recente dos acordos multilaterais ambientais, pois tinha por objetivo estabelecer o tratado que substitu-iria o Protocolo de Kyoto, que vence em 2012.

Uma atmosfera de expectativa envolveu a COP-15, não só por sua importância, mas pelo contexto da dis-cussão mundial sobre as mudanças climáticas. Apare-cem aí questões como o impasse entre países desenvol-vidos e em desenvolvimento para se estabelecer metas de redução de emissões e as bases para um esforço global de mitigação e adaptação; os oito anos do gover-no Bush, que se recusou a participar das discussões e do esforço mundial de combate à mudança do clima; a chegada de Barack Obama ao poder nos EUA, prome-tendo uma nova postura; os recentes estudos científicos, muitos deles respaldados pelo IPCC, e econômicos, com destaque para o Relatório Stern.

Contudo, a COP-15 terminou sem grandes avanços em torno de um acordo climático global. No entanto, deixou abertos os trilhos de negociação e ainda conse-guiu evoluir em temas de importância para os países em desenvolvimento, como a discussão sobre um mecanis-mo de REDD (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação).

Ao final do evento, a ONU “tomou nota” do Acordo de Copenhague, que reconhece a necessidade de limitar o aumento da temperatura global para não subir mais de 2º C. Em relação a financiamento, os países desenvolvi-dos se comprometeram a fornecer US$ 30 bilhões entre 2010 e 2012 e que tem como objetivo mobilizar US$ 100 bilhões por ano em 2020, ambos os recursos para ações de mitigação e adaptação em países em desenvolvimen-to.

COP-16 / 2010 (Cancún, México) A Conferência de Cancún ocorreu após o fracasso

verificado em 2009, na COP-15, onde a presença de mais de 150 chefes de Estado e de Governo não foi suficiente para que se chegasse a um entendimento sobre a redução das emissões de gases de efeito estufa. A conferência de 2009 resultou apenas em um acordo mínimo, concluído e assinado às pressas por vinte che-fes de Estado que se comprometeram a limitar, de ma-neira voluntária, o aquecimento global a 2º C, sem, con-tudo especificarem os meios para atingir essa meta.

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Para o enontro de Cancún esperava-se obter maior

envolvimento dos países emergentes, já que, na primeira fase pelo protocolo de Kyoto, que se encerra em 2012, aqueles países não se comprometeram a reduzir as suas emissões. De fato, desde que o protocolo foi firmado, apenas a União Europeia instituiu uma legislação vincu-lativa para a redução de emissões, contemplando inclu-sivamente obrigações em longo prazo, posteriores a 2020.

Já a Bolívia desde o início da reunião mostrou-se inflexível e protagonizou algumas das discussões mais calorosas da reunião, foi o único país sul-americano a não aceitar o pacote acordado para combater o aqueci-mento global no mundo e já comunicou que vai recorrer à Corte Internacional de Justiça por entender que as regras da ONU foram desrespeitadas.

Resultados obtidos

Os 194 países que participam da COP-16 fecharam um acordo modesto que, entre outras medidas, prevê:

A criação de um “Fundo Verde”, a partir de 2020, para ajudar os países emergentes a im-plementarem medidas de combate das mudan-ças climáticas e será administrado pela ONU, tendo o Banco Mundial como tesoureiro interino. A verba poderá chegar a US$ 100 bilhões, até 2020.

O estabelecimento do mecanismo de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação (REDD) garantirá que países tropicais, que pre-servem e mantenham suas florestas em pé, se-jam compensadas financeiramente pelos países desenvolvidos, pois contribuem para evitar o aquecimento do planeta. Trata-se de uma medi-da barata e eficaz já que o desmatamento res-ponde por 15% das emissões globais.

Um novo limite de temperatura: reconhece a necessidade de cortar as emissões para evitar o aumento da temperatura além de 2ºC e sugere a revisão dessa meta com vistas à redução para 1, 5ºC.

Também com o apoio dos países desenvolvi-dos, deverão ser criados Centros de Tecnolo-gia de Clima para incentivar a criação de tecno-logias limpas que possam ser aplicadas pelos países em desenvolvimento.

Garantias de que não haverá um espaço entre o primeiro e o segundo períodos do Protocolo de Kyoto. Entretanto, fica adiada por mais um ano a criação de um mecanismo legal para forçar países como Estados Unidos e China a reduzi-rem suas emissões de gases intensificadores do efeito estufa.

A formulação de um tratado climático global tem esbarrado em impasses provocados por Estados Unidos, China, Índia e Japão, entre outros países. O Japão des-tacou que não vai se comprometer com uma segunda fase do Protocolo de Kyoto (a partir de 2012) a menos que outros grandes emissores de gases causadores do efeito estufa concordem, por meio de um acordo legal-mente vinculante, em reduzir suas respectivas emissões.

Os Estados Unidos assinaram, mas nunca ratifica-ram o Protocolo de Kyoto, e avisam que não vão concor-dar com cortes obrigatórios, exceto se China e outras economias em rápido crescimento também limitarem suas emissões. Diplomatas, no entanto, disseram espe-rar que as discussões em Cancún possam abrir caminho para um tratado legalmente vinculante em 2011, quando

será realizada a próxima cúpula sobre o clima, em Dur-ban, na África do Sul.

IPCC

O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Cli-máticas (IPCC, na sigla em inglês) é um órgão composto por delegações de 130 governos para prover avaliações regulares sobre a mudança climática. Nasceu em 1988, da percepção de que a ação humana poderia estar exer-cendo uma forte influência sobre o clima do planeta e de que é necessário acompanhar esse processo.

Desde então, o IPCC tem publicado diversos do-cumentos e pareceres técnicos. O primeiro Relatório de Avaliação sobre o Meio Ambiente (Assessment Report, ou simplesmente AR) foi publicado em 1990 e reuniu argumentos em favor da criação da Convenção do Qua-dro das Nações Unidas para Mudanças do Clima (UNFCC, na sigla em inglês), a instância em que os governo negociam políticas referentes à mudança climá-tica.

O segundo relatório do IPCC foi publicado em 1995 e acrescentou ainda mais elementos às discussões que resultaram na adoção do Protocolo de Kyoto dois anos depois, graças ao trabalho da UNFCC. O terceiro relató-rio do IPCC foi publicado em 2001. Em 2007, o grupo está publicando seu quarto grande relatório.

Desde o primeiro relatório, o trabalho do IPCC é publicado em quatro etapas e é produzido por três gru-pos de trabalho:

O primeiro grupo é responsável pelo primeiro capítulo, que reúne evidências científicas de que a mudança climática se deve à ação do homem (neste ano, foi publicado em fevereiro);

O segundo trata das conseqüências da mudan-ça climática para o meio ambiente e para a saú-de humana;

O terceiro estuda maneiras de combater a mu-dança climática e prover alternativas de adapta-ção das populações;

O quarto capítulo sintetiza as conclusões dos anteriores.

É importante notar que o IPCC não realiza pesqui-sas científicas, mas avalia as investigações existentes. Os diversos governos envolvidos recebem rascunhos dos estudos com meses de antecedência, para que façam comentários, sugiram mudanças ou aportem no-vos dados aos textos.

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China pode passar EUA em emissões per capita em 2017

A liberação de CO2 do país já ultrapassa a da Fran-ça e da Espanha e segundo especialista, isso pode signi-ficar que as ações para mitigação das emissões não estão sendo rápidas o suficiente para lidar com mudan-ças climáticas. Apesar de ser o maior emissor de gases do efeito estufa (GEEs) do mundo, a China ainda está longe de ser o país que mais libera carbono por habitan-te, tendo uma emissão per capita menor que a média européia e mais de 50% menor que a norte-americana. Mas um novo estudo indica que essa situação poderá mudar, e bem mais cedo do que se imagina: até 2017, a China poderá ultrapassar os EUA e se tornar o maior emissor de CO2 per capita do mundo.

A pesquisa, conduzida pela Agência Holandesa de Avaliação Ambiental e pelo Centro Comum de Investiga-ção da União Européia e patrocinada pela Comissão Européia, mostra que, atualmente, as emissões per capita da China já são maiores que as de países como a França e da Espanha, e se igualam às do Reino Unido, devendo ultrapassar estas últimas em 2012.

“Devido ao seu rápido desenvolvimento econômico, as emissões per capita na China estão se aproximando dos níveis comuns nos países industrializados. Se as tendências atuais nas emissões da China e dos países industrializados, incluindo os EUA, continuarem por mais sete anos, a China ultrapassará os EUA até 2017 como o maior emissor per capita entre os 25 maiores países emissores”.

Nos últimos 20 anos, a liberação de dióxido de car-bono aumentou em 45%, e foi impulsionada principal-mente pelos países emergentes. “O crescimento contí-nuo nas nações em desenvolvimento e a recuperação econômica nos países industrializados são as principais razões para um recorde de 5, 8% no aumento das emis-sões globais de CO2 em 2010, chegando a um máximo absoluto de 33 bilhões de toneladas”.

Neste cenário, a China teve um papel fundamental, pois suas emissões aumentaram drasticamente, ao con-trário, por exemplo, das europeias, que diminuíram em média 7% neste período. Para se ter uma idéia, em 2000, as emissões chinesas eram de apenas 2, 9 tone-ladas anuais por pessoa. Atualmente, enquanto a libera-ção de CO2 da França é de 5, 9 toneladas anuais per capita, a da China já chega a 6, 8 toneladas.

Isso ocorreu graças a estímulos financeiros cada vez maiores à economia chinesa, que acabaram por aumentar a demanda de energia no país. Em 2010, por exemplo, a geração de energia da China, alimentada principalmente por fontes fósseis, aumentou 11, 6%. Por isso, alguns especialistas acreditam essa tendência fará com que o país tenha que aceitar receber um tratamento diferente das outras nações emergentes em relação às mudanças climáticas. “A China não quer reconhecer que não é apenas ‘mais um país em desenvolvimento’, mas à medida que suas emissões totais e per capita aumen-tam, é inevitável que a nação terá que ter um grau maior de responsabilidade tanto internamente como no cenário internacional”, afirmou Michael Jacobs, ex-assessor especial para mudanças climáticas de Gordon Brown, ex-primeiro-ministro britânico.

Mas Jacobs admite que o país tem criado medidas para mitigar suas emissões de carbono, como a constru-ção de novas instalações eólicas, de 28 usinas de ener-gia nuclear e do aumento da capacidade hidrelétrica. “A China começou a tomar atitudes agressivas para reduzir o aumento de suas emissões. O que permanece em dúvida é se essas mudanças estão acontecendo em um

ritmo suficiente para compensar o aumento das emis-sões”.

O que a análise não considera é que o boom da produção industrial chinesa e a redução das emissões européias aconteceram em parte devido às regras mais rígidas da União Européia contra a poluição de carbono, que acabaram por estimular a transferência de muitas empresas e fábricas da Europa para países em desen-volvimento, como a China, mais permissivos. Além disso, nem todos concordam que a China possa chegar a ser o maior emissor per capita do mundo. Jiang Kejun, do Instituto de Pesquisa em Energia da China, acredita que as previsões do estudo estão erradas, pois não conside-ram apropriadamente as ações que o país já tomou para diminuir sua liberação de carbono.

“A suposição de que a China atingirá os EUA em base per capita até 2017 não leva em conta os impactos do Plano Quinquenal recente e dos investimentos massi-vos em tecnologias renováveis, que diminuirão os índi-ces de crescimento das emissões da China em relação aos EUA”, justificou Jiang. Ainda assim, os autores do relatório parecem acreditar que tanto os esforços chine-ses quanto os europeus não estão acompanhando o crescimento das emissões de CO2.

“O aumento da eficiência energética, a energia nu-clear e as contribuições crescentes das energias renová-veis ainda não podem compensar o aumento da deman-da global por energia e transporte. Isso ilustra o grande esforço ainda necessário para mitigar as mudanças climáticas”.

A 17ª Conferência das Partes da Convenção-

Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. Realizada em Durban de 28 de novembro a 9 de dezem-bro de 2011, é o fórum multilateral mais amplo (com 195 países) para discutir e adotar medidas contra o aqueci-mento global.

O principal objetivo de Durban, era a renovação de Kyoto. Entretanto apresentou pouco avançao nas ques-tões inerentes ao clima e a emissão de GEE. O Protoco-lo de Kyoto, assinado em 1997 e que entrou em vigor em 2005, estabeleceu compromissos legalmente vinculati-vos de redução de emissões de gases do efeito estufa para 37 países desenvolvidos e a União Europeia. O acordo não foi ratificado pelos Estados Unidos e não obriga que China, Índia e Brasil o cumpram por serem economias emergentes.

O Protocolo expiraria no final de 2012 e os negoci-adores estudam um segundo período de compromisso que sirva de transição para um novo acordo internacional juridicamente vinculativo. Os países em desenvolvimento consideram imprescindível que as economias ocidentais ratifiquem esse segundo período de compromisso do Protocolo, enquanto Rússia, Japão e Canadá anuncia-ram que não renovarão o tratado enquanto seus concor-rentes comerciais, China, Índia e Estados Unidos não assumirem compromissos similares.

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A capitalização do Fundo Verde para o Clima O Comitê de Transição, estabelecido por mandato

da cúpula de Cancún e formado por especialistas de diferentes âmbitos, trabalhou durante este ano no de-senvolvimento dos mecanismos do Fundo Verde. As desavenças sobre as fontes de financiamento, a forma de acesso aos fundos, a participação da iniciativa priva-da e as ações que poderiam se beneficiar desses recur-sos acabaram impedindo um acordo a mais de um mês antes da reunião de Durban, com a recusa dos EUA e da Arábia Saudita em assinar o texto.

Os negociadores devem resolver suas diferenças para conseguir liberar as contribuições econômicas ne-cessárias e estimular as economias em desenvolvimento a adotar compromissos. Os cientistas situam o limite máximo de aquecimento global em 2 graus centígrados sobre a temperatura anterior à era industrial como o ponto de não retorno antes que as consequências da mudança climática possam se tornar fatais. Para conse-guir esse objetivo, os países devem analisar como redu-zir ainda mais a emissão de gases causadores do aque-cimento global.

Os países voltarão a se reunir no Catar (COP-18) ao final de 2012. Antes, porém esse tema foi discutido na RIO+20, reunião realizada no Brasil, no corrente a-no(2012). No entanto, caso não se acerte em Durban um segundo período de compromisso do Protocolo de Kyo-to, ele expirará em 2012, invalidando o único acordo de vínculo legal para a redução de emissões de gases de efeito estufa.

Rio+20

O documento que chega aos chefes de estado lan-

ça um processo intergovernamental para estabelecer os ODS. O processo vai ser conduzido pela Assembléia-Geral das Nações Unidas com o objetivo de serem ado-tados a partir de 2015, quando termina a data para os Objetivos do Milênio. Não ficaram definidas metas nem temas para os ODS.

O documento afirma que um quadro técnico cientí-fico deverá ser formado para trabalhar nos ODS. O esta-belecimento desses objetivos é uma das expectativas da presidente Dilma Rousseff, que, na quarta-feira, deverá pedir aos chefes de estado que tenham ação efetiva contra a pobreza. Dilma acredita que um dos resultados concretos da Rio+20 será o estabelecimento dessas metas.

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

(ODS), que provavelmente vão se basear e se sobrepor à atual rodada de objetivos conhecidos como Metas de Desenvolvimento do Milênio, que membros da ONU concordaram em buscar até pelo menos 2015.

A proposta do G-77+China, grupo integrado pelo Brasil, de estabelecimento de um fundo de 30 bilhões de dólares para fomentar ações sustentáveis, foi abatida

logo no início das discussões, na semana passada. Em vez disso, o texto estabelece que os países desenvolvi-dos se comprometem a aumentar a ajuda a países me-nos desenvolvidos (PMDs). A criação de um fundo para a promoção do desenvolvimento sustentável foi adiada para 2014 e, por enquanto, não há evolução sobre trans-ferência tecnológica.

Princípios

Uma das principais batalhas do Grupo composto pelo G-77, a inclusão do texto do Princípio das Respon-sabilidades comuns, mas diferenciadas, segundo a qual os países desenvolvidos concordam em pagar a maior parte da conta pela degradação ambiental, é citado duas vezes no documento aprovado. Aparece destacado na parte que trata da reafirmação dos princípios da Rio 92 e no parágrafo 191, que trata de mudança climática.

A Rio+20, realizada em junho de 2012, no Brasil deverá ser um grande divisor de águas, mas não dá maneira que os ambientalistas esperavam. Consideran-do que a reforma do código florestal brasileiro, para muitos foi um retrocesso, se o país tem dificuldade em gerir sua própria casa, avalie então uma proposta em escala mundial.

Entretanto, algum objetivos foram estipulados, entre eles:

Combustiveis fósseis: A eliminação gradual de subsídios para combustíveis fósseis até 2020 iria reduzir a demanda de energia global em 5 por cento e as emissões de dióxido de carbono em quase 6 por cento, segundo a Agência In-ternacional de Energia.

Oceanos: O texto se comprometeu a "tomar medidas para reduzir a incidência e os impactos da poluição nos ecossistemas marinhos, inclusi-ve através da implementação efetiva de con-venções relevantes adotadas no âmbito da Or-ganização Marítima Internacional".

Economia verde: Termo que em síntese signi-fica revolucionar setores da indústria e dos mer-cados para estabelecer padrões que não esgo-tem o meio ambiente, sai da conferência tão in-definida quanto entrou. Ficou decidido que a economia verde deve ser uma “ferramenta no contexto da eliminação da pobreza e do desen-volvimento sustentável”. Mas os 19 parágrafos que tratam da nova economia não definem ca-minhos para a adoção.

Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma): Outro resultado da cúpula foi reforçar o Pnuma, programa internacional que coordena as atividades ambientais da ONU, em uma agência com poderes iguais a outros órgãos da ONU, como a Organização Mundial da Saúde.

CÓDIGO FLORESTAL BRASILEIRO

Ora, a verdadeira democracia só se pode esta-

belecer pela participação do próprio povo e não atra-vés da atividade desses substitutos. As assembléias

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parlamentares excluem as massas do exercício do poder e, ao usurparem a soberania popular em seu proveito, tornam-se uma barreira legal entre o povo e o poder. Tudo quanto resta ao povo é aquela aparên-cia de democracia ilustrada pelas longas filas de eleitores vindo para depositar na urna o seu boletim de voto. As assembléias parlamentares, QATHAFI, Muammar. O livro Verde, P. 7.

A aprovação do novo código florestal brasileiro, re-presentou um retrocesso nos avanços políticos e socio-ambientais que o país vinha realizando. Representou também um novo desgaste do apoio da presidente Dil-ma, que se viu "aparentemente" traída, embora ainda lhe reste o veto, e é nesse veto, que a esperança de muitos ambientalistas, nacionais e internacionais tem residido, ora mais forte, ora pífia, mas ainda esperança.

Modelo Atual

Reserva Legal: É a área de mata nativa que deve

ser preservada dentro da propriedade. De acordo com o texto aprovado na Câmara:

Amazônia Legal corresponde a 80% da proprie-dade.

35% no cerrado. 20% em outras regiões. Áreas de Preservação Permanente (APPs): São lo-

cais vulneráveis, como beira de rios, topo de morros e encostas, que não podem ser desmatados. Atualmente, produtores devem recompor 30 metros de mata ciliar para rios com até 10 metros de largura.

Conversão de Multas: Produtores rurais com pro-priedade de até 4 módulos fiscais, autuados até julho de 2008, poderiam converter multas com reflorestamento, de acordo com o texto aprovado pela Câmara.

Pequenos Produtores: De acordo com a Agência Senado, a pequena propriedade ou posse rural familiar poderá manter cultivos e outras atividades de baixo im-pacto ambiental em Áreas de Preservação Permanente (APPs) e de reserva legal, desde que o imóvel esteja inscrito no Cadastro Ambiental Rural (CAR) e que as atividades sejam declaradas ao órgão ambiental. O re-gistro da reserva legal no CAR será gratuito para as unidades rurais familiares.

Nova proposta

Vetos de Dilma e o Novo código. A medida visa a esclarecer dúvidas deixadas pelos

vetos e as 32 alterações de texto feitas por Dilma. Entre as regras mais polêmicas, está o retirada da proposta que abriria margem a anistia a desmatadores: fica obri-gatória a suspensão imediata das atividades em Área de Reserva Legal desmatada irregularmente após julho de 2008. Também é prevista a criação e mobilização de incentivos jurídicos e econômicos para fomentar a pre-servação e a recuperação da vegetação nativa.

A MP é, na verdade, um complemento do que foi vetado ou alterado no Código. No entanto, a medida ainda pode ser derrubada ou modificada no Congresso.

Mudanças para o agricultor

Estão mantidos mecanismos de apoio ao grande produtor que deverá fazer a recomposição de reservas legais e Áreas de Preservação Permanentes (APP). "Para ter acesso a esse benefício, o agricultor terá de fazer o CAR (Cadastro Ambiental Rural), terá de se ade-quar à política ambiental em cinco anos", explicou a ministra Izabella. Ela explicou que quando o proprietário que tiver área a recompor se inscrever no Cadastro Am-biental Rural, a multa por desmatamento é suspensa e só será convertida quando comprovada a restauração.

A presidente cortou também o trecho da proposta que veio do Senado que isentava as propriedades urba-nas de manter APP, com exceção de matas ciliares. No texto da Câmara, as APPs só eram aplicadas às proprie-dades rurais. Mantêm-se as APPs definidas no Código Florestal nas áreas urbanas e rurais.

A recomposição de matas ciliares para pequenas propriedades não vai variar de acordo com a largura do rio. A faixa a ser recomposta varia de 5 m a 15 m, se-gundo o tamanho da propriedade. Para grandes áreas de terra, com mais de quatro módulos, margeadas com rio mais largos que 10 m, a faixa de mata ciliar poderá chegar a 100 m.

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Áreas próximas ao mar O texto diz que as áreas litorâneas (apicuns e sal-

gados) podem ser utilizados em atividades de carcinicul-tura (cultivo de crustáceos) e salinas, desde que dê sal-vaguarda à integridade dos manguezais, recolhimento, tratamento e disposição adequados dos efluentes e resíduos. A licença ambiental será de cinco anos, reno-vável apenas se o empreendedor cumprir as exigências da legislação ambiental e do próprio licenciamento, me-diante comprovação anual inclusive por mídia fotográfi-ca.

Descanso dos solos

A prática de interrupção de atividades ou usos agrí-colas, pecuários ou silviculturais, chamada de pousio, fica estabelecida por no máximo cinco anos, em até 25% da área produtiva da propriedade ou posse, para possibi-litar a recuperação da capacidade de uso ou da estrutura física do solo. Sendo assim, a área não será considerada como terra abandonada, mas como área de pousio.

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

233. Em 1988, o programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e a Organização Meteo-rológica Mundial (OMM) criaram o Painel Intergo-vernamental sobre Mudança do Clima (IPCC). O IPCC estuda as razões do aquecimento global e as consequentes mudanças climáticas dele de-correntes, assim como propõe soluções para o problema. Recentemente, o relatório divulgado pelo IPCC foi pouco animador. Cerca de 2. 500 ci-entistas, dos 130 países que participaram do pai-nel, constataram que:

a)A temperatura do Ártico diminuiu quase nove vezes menos que a elevação da taxa média de pluviosidade global nos últimos 100 anos.

b)Uma diminuição significativa de temperatura tem sido observada no leste e norte da América do Sul, princi-palmente na área de abrangência da floresta Amazô-nica.

c)Secas menos longas e menos intensas têm sido ob-servadas em áreas cada vez maiores, principalmente em regiões tropicais e subtropicais.

d)Dias frios, noites frias e geadas estão se tornando menos frequentes, enquanto as ondas de calor têm se tornado mais frequentes nos últimos 50 anos.

e)As influências humanas no aquecimento global são negáveis e não provocam alterações em outros as-pectos do clima como aquecimento da água oceânica e a intensidade dos ventos.

234. A 16ª Conferência das Partes da Convenção do

Clima da ONU (COP-16), realizada no final de 2010, em Cancún (México), alcançou tímido avan-ço com a criação do “Fundo Verde”, que tem co-mo objetivo: (IBGE / 2011)

a)Levantar recursos para financiar as organizações não governamentais – ONGs, voltadas à defesa do meio ambiente no mundo.

b)Administrar a ajuda que os países desenvolvidos se comprometeram a fornecer em Copenhague às na-ções em desenvolvimento para fazer frente à mudan-ça climática.

c)Financiar projetos de proteção ambiental e combate ao aquecimento global às nações pobres exclusivamen-te da África.

d)Angariar fundos para serem investidos a partir de 2100 no combate aos malefícios do aquecimento global.

e)Reunir as 194 nações participantes num novo sistema de especulação financeira que terá o compromisso de apoiar o desenvolvimento sustentável.

235. Ao final da 16ª Conferência das Partes da Con-

venção do Clima da ONU (COP-16), em Cancún (México), apenas um país sul-americano, dentre os 194 participantes, se opôs aos compromissos aprovados no México por considerá-los insufici-entes. Trata-se: (IBGE / 2011)

a)Costa Rica. b)Bolívia. c)México. d)Panamá. e)Estados Unidos da América. “O Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazô-

nia (Imazon) divulgou dados que demonstram o crescimento do desmatamento na região amazô-nica em dezembro do ano passado em compara-ção ao mesmo mês do ano anterior. Foi registra-do desmatamento de 175 km² de floresta em de-zembro de 2010. As hidrelétricas do rio Madeira são potenciais responsáveis pelo desmatamento da Amazônia e que deveria existir uma fiscaliza-ção mais forte na área. A marca de florestas de-gradadas (parcialmente destruídas) é de 541 km² em dezembro e 376 km² em janeiro, apresentando aumento em relação ao mesmo período em anos anteriores. A emissão de carbono advinda das a-tividades de desmatamento é de aproximadamen-te 13, 9 milhões de toneladas. Mais uma vez, Rondônia, Mato Grosso e Amazonas, respectiva-mente, figuram nos três primeiros lugares no au-mento da porcentagem de desmatamento. ”IPAM, com informações da Folha de São Paulo.

Tendo como referencia inicial o texto e considerando as suas múltiplas implicações, julgue os itens a seguir.

236. O desmatamento na Amazônia segue tendência de redução, tendo sido registrado um recorde em 2010, quando foi estimado o menor índice desde 1988.

237. Já não são considerados altos os índices de des-matamentos dos estados do Mato Grosso e Pará, onde em função da pecuária, já se registraram os mais alarmantes índices.

238. Para conter ainda mais o desmatamento na região da Amazônia, o governo federal vetou todos os proje-tos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Que previam a execução de obras em áreas de floresta.

As populações mais pobres do planeta sentirão os

efeitos mais devastadores das mudanças climáti-cas e do consumo de países ricos em um mundo com sete bilhões de habitantes, de acordo com o Fundo de População das Nações Unidas (UNF-PA). O alerta foi dado durante o lançamento do Relatório da Situação da População Mundial 2011, documento por meio do qual a entidade conclama a comunidade internacional a brigar pela redução do consumo excessivo e das emissões de gases de efeito estufa. O Globo, 27/10/2011, p. 38 (com adaptações).

Considerando o texto acima, bem como as múltiplas implicações do tema por ele abordado, julgue os itens seguintes. (TJ-RR/2012)

239. A conclamação feita no relatório citado no texto visa assegurar o equilíbrio da natureza que sustenta a vi-

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da e o atendimento das necessidades de bilhões de pessoas.

240. A emissão demasiada de gases poluentes originou um fenômeno inédito na natureza, o efeito estufa.

241. Os efeitos do desequilíbrio ambiental e do consumo desenfreado atingirão homogeneamente o planeta, igualando países desenvolvidos e não desenvolvidos como alvos de um mesmo problema.

242. A Organização das Nações Unidas trata não ape-nas de questões relacionadas à política e à seguran-ça mundial, mas também se volta, entre outros, para assuntos referentes à educação, à cultura, à agricul-tura e ao meio ambiente.

Em tempo de crise, empresas de setores como açú-

car e álcool, papel e celulose estão tirando parti-do de resíduos do processo produtivo para pro-duzir energia. Com isso, resolvem ao mesmo tempo um problema ambiental, a des-tinação dos resíduos, reduzem a conta de energia elétrica e ampliam o uso de fontes renováveis, como a bi-omassa. Já há empresas transformando as cal-deiras de suas fábricas em flexíveis, funcionando com vários combus-tíveis alternativos. No setor de açúcar e álcool, começam a surgir projetos de aproveitamento para fins energéticos da vinhaça, resíduo do processo de produção do etanol, rico em nutriente, mas que é considerado um dos maiores problemas ambientais do setor. O Estado de S. Paulo, 4/2/2009, p. B14 (com adaptações).

Tendo o texto acima como referência inicial e consi-derando a abrangência do tema por ele tratado, além do quadro ambiental do mundo contempo-râneo, julgue os itens de 243 a 257. (FHS-SE/2012)

243. A questão ambiental assume, de forma crescente, posição de destaque na agenda do mundo contem-porâneo.

244. O conceito de sustentabilidade baseia-se na pro-moção do desenvolvimento preservando-se as condi-ções de vida desta e das futuras gerações.

245. O petróleo, por ser altamente poluidor, deixou de ser a fonte energética básica do sistema produtivo contemporâneo.

246. Produzido em grande quantidade, o lixo tornou-se grave problema ambiental e, sob vários aspectos, passou a ser visto como questão de saúde pública.

247. A coleta seletiva de lixo disseminou-se pelo Brasil afora e, hoje, é adotada integralmente pelos municí-pios do país.

248. O Brasil é grande produtor de álcool combustí-vel, que impulsiona parte considerável de sua frota de ve-ículos.

249. Diferentemente das caldeiras flexíveis citadas no texto, o Brasil ainda não consegue produzir motores de automóveis que funcionem com mais de um tipo de combustível.

250. Uma das vantagens do etanol apontada no texto é que sua produção não gera resíduos prejudiciais ao meio ambiente.

251. Os exemplos de produção de energia alternativa citados no texto geram lucros econômicos e ambien-tais.

252. Jazidas de petróleo são fontes de energia renová-veis, ao contrário da biomassa.

253. Água e saneamento de qualidade são fatores de diminuição da taxa de mortalidade infantil e de redu-ção de internações hospitalares.

254. Esgotos domésticos, efluentes industriais e uso intensivo de insumos químicos na agricultura são fa-tores de contaminação da água.

255. Por ter pouca oferta de água doce, o Brasil é um dos países que mais corre risco de racionamento dessa substância.

256. Em algumas regiões do planeta, está diminuindo a quantidade de água doce que pode ser usada para consumo humano.

257. Devido à conscientização dos povos e dos gover-nos, na atualidade, o problema do aquecimento glo-bal está deixando de existir.

A controversa reforma no Código Florestal, em dis-

cussão no Congresso Nacional, foi, finalmente, votada no dia 25/5/2011 na Câmara dos Deputa-dos.

A respeito desse assunto, julgue os itens a seguir. (EBC/2011)

258. Na votação do Código Florestal, foi rejeitada a e-menda que liberava as plantações e os pastos for-mados em áreas de preservação permanentes antes de julho de 2008, decisão que desagradou os ruralis-tas.

259. No projeto do Código Florestal aprovado, foi abolida a exigência de reserva legal nas propriedades rurais, independentemente do tamanho delas.

260. Juntamente com o Código Florestal, foi aprovada emenda que proíbe os estados, os municípios e o Distrito Federal de legislarem a respeito de meio am-biente.

Promovida pela Organização das Nações Unidas

(ONU), a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, realizada de 13 a 22 de junho de 2012, na cidade do Rio de Janeiro, deve nortear a agenda do desenvolvi-mento sustentável para as próximas décadas.

A respeito dessa conferência, marco fundamental das discussões a respeito de meio ambiente, jul-gue os próximos itens. (BASA/2012)

261. A Rio+20 contou apenas com a presença de repre-sentantes oficiais de Estados-membros da ONU, ine-xistindo participação do setor privado ou da comuni-dade científica mundial.

262. Um dos aspectos que atraíram a atenção global para a Rio+20 foi o fato de ela ter sido a primeira con-ferência de âmbito internacional promovida pela ONU para tratar do meio ambiente desde 1992.

263. A Rio+20 é assim conhecida porque marca os vinte anos de realização da Conferência das Nações Uni-das sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, tam-bém conhecida como Eco-92.

A redução das emissões de CO2 é um compromisso

com o qual todos os países asseguram estar en-volvidos. Na prática, porém, a promessa está lon-ge da realidade. Estudo recente ressalta que, em 2010, a liberação de gases de efeito estufa atingiu o nível recorde de 10 bilhões de toneladas de CO2 — 5, 9% a mais que em 2009. Os dados são alar-mantes, mas não o suficiente para levar chefes de Estado e governo a Durban, sede da 17. ª Confe-rência do Clima. O Globo, 6/12/2011, p. 35 (com adaptações).

Tendo o texto acima como referência inicial, julgue os itens consecutivos. (MPE-PI/2012)

264. O êxito da campanha mundial em favor do desen-volvimento sustentável pode ser mensurado por al-

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gumas vitórias significativas, como, por exemplo, a redução da produção e do consumo de plástico em escala universal.

265. O aquecimento global é considerado atualmente um problema de dimensão preocupante por envolver mudanças climáticas que afetam a vida no planeta.

266. Em decorrência da poluição atmosférica, que atin-giu níveis bastante elevados, as posições e os inte-resses de especialistas, organizações sociais e políti-cos em geral convergiram nos últimos anos.

267. A China, por possuir um desenvolvimento econômi-co que se baseia na agricultura orgânica e na indus-trialização tecnologicamente avançada, é um dos pa-íses que menos emitem CO2 na atmosfera.

268. Além de contar com o Programa das Nações Uni-das para o Meio Ambiente, a Organização das Na-ções Unidas tem-se notabilizado por organizar gran-des conferências mundiais voltadas para as questões ambientais e para a promoção do desenvolvimento sustentável.

269. A Conferência da ONU realizada no Brasil em junho de 2012, denominada de Rio + 20 foi palco de uma grande diversidade de atividades – políti-cas, culturais, sociais e ambientais. O Brasil foi o foco do mundo durante o evento que discutiu questões relacionadas diretamente com o seguin-te tema: (PM-AC/2012)

a)Organização da Copa do Mundo. b)Treinamento das forças armadas. c)Liberdade religiosa na educação. d)Desenvolvimento sustentável. e)Aumento dos ataques terroristas. 270. Na conferência Rio+20, um dos principais pon-

tos de discussão e de acordos tratou: (SEED-SP/2012)

a)Do fim dos conflitos que separam países desenvolvi-dos e subdesenvolvidos.

b)Da expansão das empresas estatais voltadas para a proteção do meio ambiente.

c)Da nova postura do governo dos Estados Unidos sobre a preservação ambiental.

d)Dos lucros crescentes obtidos pelas empresas que praticam a reciclagem.

e)Da incorporação da noção de desenvolvimento susten-tável na esfera econômica.

271. Observe a charge. (SEED-SP/2012)

(http: //t0. gstatic. com/images?) A mensagem transmitida pela charge destaca que o

novo Código Florestal: a)Apresenta brechas que permitem a expansão de ativi-

dades como a pecuária, resultando em mais desma-tamento.

b)Pode forçar os pecuaristas a buscar os países vizi-nhos, que oferecem menos restrições à atividade de criação de gado.

c)Estabelece um equilíbrio entre a preservação das flo-restas e a expansão das áreas voltadas para a pecu-ária.

d)É capaz de contentar tanto madeireiros e pecuaristas como entidades que atuam na defesa do meio ambi-ente.

e)È um grande obstáculo para o crescimento da ativida-de pecuária no país, ao privilegiar a proteção das flo-restas.

As religiões e o meio ambiente

“Tudo o que vive e se move será alimento para vós. Da mesma forma que lhes dei as plantas, agora dou-lhes tudo. ”Gênesis (9: 3).

Essa passagem da Bíblia tem sido interpretada como uma visão antropocêntrica, profundamente anti-ambientalista, do judeo-cristianismo, que contras-ta com a visão budista e hinduísta do mundo, que ensina que os seres humanos devem viver em harmonia com a natureza. Alguns cristãos têm tentado atenuar a frase do Gênesis, explicando que a intenção do Senhor sempre foi a de prote-ger a biodiversidade, como quando ordenou a Noé que levasse na Arca um casal de cada criatu-ra viva, para que sobrevivessem ao dilúvio.

Esta podia ser uma questão secundária ou 10 mil anos atrás, quando a população mundial era de alguns milhões de habitantes, mas passou a ser uma questão central nos dias de hoje, em que e-xistem sobre a Terra mais de 6 bilhões de seres humanos. A ação do homem sobre a natureza a-tualmente é comparável, em força destrutiva, à das forças geológicas, como terremotos, erup-ções vulcânicas, inundações e tempestades, e es-tamos até provocando o aquecimento do planeta, com conseqüências imprevisíveis sobre a vida como a conhecemos. O uso e o abuso da nature-za pelo homem põem hoje em risco sua própria sobrevivência. José Goldemberg. O Estado de São Paulo. Editorial Espaço Aberto, caderno A, 17/ 5/ 2005, p. 2(com adaptações).

Tendo o texto acima como referência inicial e consi-derando a amplitude do tema que ele aborda, jul-gue os itens subseqüentes. (IBAMA/2006)

272. A expressão “proteger a biodiversidade” pode ser entendida, entre outras implicações, como uma forma de se promover o desenvolvimento econômico e so-cial duradouro sem, contudo, destruir o patrimônio natural das nações, ou seja, respeitando-se a nature-za e as especificidades de cada região.

273. A Agenda 21, resultante da Conferência das Na-ções Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimen-to, realizada no Rio de Janeiro, em 1992, pode ser definida como uma espécie de cartilha elaborada pe-la comunidade internacional ante a imperiosa neces-sidade de fazer frente à tensa relação entre a espécie humana e a natureza.

274. A força destrutiva da ação do homem sobre a natu-reza é hoje comparável à força geológica de terremo-tos, erupções vulcânicas, inundações e tempestades; que tem, como nós, conseqüências imprevisíveis so-bre o aquecimento do planeta na vida que conhece-mos.

275. Há nítida convergência entre o atual conceito de desenvolvimento sustentável e a noção de progresso que, a partir da Revolução Industrial, sustentou a

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modernização e o crescimento econômico ao longo do século XIX e de boa parte do século XX.

276. A Conferência de Estocolmo, realizada em junho de 1972, é considerada um marco histórico por ter de-flagrado um novo tipo de consciência em relação à vida no planeta, a começar pela formulação e cres-cente adensamento de conceitos como o de meio ambiente e de desenvolvimento sustentável.

277. De acordo com a argumentação do texto, a prote-ção à biodiversidade tornou-se uma questão central a partir do impacto que as ações de bilhões de habitan-tes causam sobre a natureza.

278. A despeito dos inúmeros óbices políticos e dos conflitantes interesses econômicos, é correto afirmar que os temas relativos ao meio ambiente, ao se tor-narem atualmente cruciais para a humanidade, trans-formaram-se em questões globais e, como tal, passa-ram a ocupar lugar de destaque na política externa dos Estados e na agenda de organismos multilate-rais.

279. Ao longo da história, não faltam exemplos de explo-ração inadequada dos recursos naturais. Nos dias de hoje, há o caso conhecido de avançado processo de desertificação, não raro determinado pela expansão da fronteira agrícola sobre áreas florestais e pelo cor-te indiscriminado de árvores.

280. De maneira geral, nos países pobres ou em desen-volvimento, onde vive a minoria, mas fundamental-mente pobre, da população do planeta, a questão do desenvolvimento é central e prioritária e, no mais das vezes, este se dá de maneira predatória, voltada para o lucro imediato, o que acaba por comprometer sua sustentabilidade.

GABARITO 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10

V V F V F V F V F E

11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

D D D A D A C C A E

21 22 23 24 25 26 27 28 29 30

A F V F F F V V F V

31 32 33 34 35 36 37 38 39 40

F V V V A D V V F V

41 42 43 44 45 46 47 48 49 50

V F F F V F V V F V

51 52 53 54 55 56 57 58 59 60

V V F V V F C C D A

61 62 63 64 65 66 67 68 69 70

V V V V C B V F V F

71 72 73 74 75 76 77 78 79 80

B V F F V F V F B C

81 82 83 84 85 86 87 88 89 90

F V F V V F V V F V

91 92 93 94 95 96 97 98 99 100

F V F F F A E B V V

101 102 103 104 105 106 107 108 109 110

F B V V V V F F V F

111 112 113 114 115 116 117 118 119 120

V V V F V V A A F F

121 122 123 124 125 126 127 128 129 130

V V E F F V V V F V

131 132 133 134 135 136 137 138 139 140

F F F V F B B C V F

141 142 143 144 145 146 147 148 149 150

V F F F V V V V V F

151 152 153 154 155 156 157 158 159 160

F F V E B B E E E A

161 162 163 164 165 166 167 168 169 170

B C E F V V B F V F

171 172 173 174 175 176 177 178 179 180

F F F V F A F V V F

181 182 183 184 185 186 187 188 189 190

V F V F V V F F V A

191 192 193 194 195 196 197 198 199 200

A B E C E D F V V F

201 202 203 204 205 206 207 208 209 210

V V D D B V V F F F

211 212 213 214 215 216 217 218 219 220

F V V F E V F V F A

221 222 223 224 225 226 227 228 229 230

C B A V F V D V V F

231 232 233 234 235 236 237 238 239 240

F C D E B F F F V F

241 242 243 244 245 246 247 248 249 250

F V V V F V F V F F

251 252 253 254 255 256 257 258 259 260

V F V V F V F V F F

261 262 262 264 265 266 267 268 269 270

F F V F V F F V D E

271 272 273 274 275 276 277 278 279 280

A V V F F V V V V F

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