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CURSO ON-LINE – REDAÇÃO OFICIAL E QUESTÕES DISCURSIVAS TÉCNICO - P/TCU PROFESSORA: JÚNIA ANDRADE www.pontodosconcursos.com.br Tribunal de Contas da União Técnico de Controle Externo Redação e Questões discursivas Aula demonstrativa - Profa. Júnia Andrade Olá pessoal, Como viram no título do material, nossas aulas se destinarão a atender o público inscrito para o cargo de nível médio do TCU – Técnico de Controle Externo (área: Apoio Técnico e Administrativo/ Especialidade: Técnica Administrativa). Embora a exigência escolar para esta especialidade seja de nível médio, o edital 2009 do TCU não deixou por menos: o candidato, além de se preparar para provas objetivas, deverá também passar por mais duas etapas discursivas. Sei que alguns de vocês leram o edital e já estão cientes de todas as informações acerca das provas; mesmo assim resumirei a seguir as etapas deste nosso concurso, comentando como será nosso trabalho. DE OLHO NO EDITAL Há dois grupos de provas discursivas no edital nº2 – TCU – ACE/TCE/2009: as provas P 3 e P 4 . O quadro a seguir reproduz exatamente as informações constantes no edital Prova Tipo de exercício Conteúdo Total de linhas Valor P3 Questão discursiva acerca dos conhecimentos constantes no subitem 18.6.1 do edital Conhecimentos básicos 10 10 pontos P4 Questão discursiva acerca dos conhecimentos do subitem 18.6.2 Conhecimentos específicos 10 10 pontos Redação de peça técnica acerca dos conhecimentos do subitem 18.6.2 30 20 pontos

62837149 48519586 Ponto Dos Concursos Redacao Oficial e Discursiva TCU 2009

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Tribunal de Contas da União Técnico de Controle Externo

Redação e Questões discursivas Aula demonstrativa - Profa. Júnia Andrade Olá pessoal, Como viram no título do material, nossas aulas se destinarão a atender o

público inscrito para o cargo de nível médio do TCU – Técnico de Controle

Externo (área: Apoio Técnico e Administrativo/ Especialidade: Técnica

Administrativa).

Embora a exigência escolar para esta especialidade seja de nível médio,

o edital 2009 do TCU não deixou por menos: o candidato, além de se preparar

para provas objetivas, deverá também passar por mais duas etapas

discursivas. Sei que alguns de vocês leram o edital e já estão cientes de todas

as informações acerca das provas; mesmo assim resumirei a seguir as etapas

deste nosso concurso, comentando como será nosso trabalho.

DE OLHO NO EDITAL

Há dois grupos de provas discursivas no edital nº2 – TCU –

ACE/TCE/2009: as provas P3 e P4. O quadro a seguir reproduz exatamente as

informações constantes no edital

Prova Tipo de exercício Conteúdo Total de linhas Valor P3 Questão discursiva acerca

dos conhecimentos constantes no subitem 18.6.1 do edital

Conhecimentos básicos 10

10 pontos

P4 Questão discursiva acerca dos conhecimentos do subitem 18.6.2

Conhecimentos específicos

10

10 pontos

Redação de peça técnica acerca dos conhecimentos do subitem 18.6.2

30

20 pontos

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A partir deste quadro, temos o seguinte: o somatório das provas

discursivas perfaz um total de 40 pontos, distribuídos pelas três provas do

conjunto P3 e P4. Os conhecimentos exigidos por tais provas advêm do

conteúdo programático em que consta

Conhecimentos Básicos: português, informática, atualidades, direito constitucional e controle externo.

Conhecimentos Específicos: redação oficial, direito administrativo e execução orçamentária e financeira. Quem acompanha sempre os editais do TCU, pôde perceber que as

disciplinas para TCE – Técnico de Controle Externo - não mudaram desde o

último edital, por isso nosso curso encontra apoio em duas provas anteriores

para TCE, elaboradas pelo Cespe. No edital de 2007, por exemplo, a banca

pediu também o mesmo quantitativo de questões discursivas, porém a

REDAÇÃO (P4) solicitava dissertação comum para falar também de algum

assunto de um dos subitens daquele edital.

O novo edital, em contrapartida, pede REDAÇÃO de expedientes –

redação oficial – tal como foi cobrado em edital anterior ao de 2007 (se não me

engano, no processo de seleção de 2005), em que se cobrou a elaboração de

um Ofício. Por isso, o edital de 2009 nada mais é do que um denominador

comum dos editais anteriores.

Assim como será o nosso trabalho? Nosso curso apresentará três fases

complementares entre si:

- ETAPA 01 - noções de texto escrito: princípios, modalidades textuais e

produção de redações. Nessa fase, o candidato será convidado a amadurecer

sua escrita para que haja adequação ao universo das provas discursivas do

Cespe. As aulas dessa fase constituem-se de teoria comum do texto

dissertativo e os alunos inscritos produzirão textos acerca de conhecimento

geral. Isso me permitirá identificar as falhas textuais de cada aluno e trabalhar

o texto de acordo com o estilo de escrita do aluno. É uma fase primária, porém

importante para desenharmos a fase de composição das questões discursivas.

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Por isso, os temas de redação abordarão questões antigas do Cespe e

questões de conhecimentos atualizados diversos. Vamos trabalhar nesta fase

com redações de 30 linhas no máximo.

- ETAPA 02 - síntese do texto: esta segunda fase aproveita os conhecimentos

que o aluno adquiriu na fase anterior para ajudá-lo a sintetizar o texto sem

macular seu conteúdo. É o momento em que redigiremos textos com no

máximo 10 linhas e isso, que parece ser um trabalho fácil, na verdade consiste

numa elaboração textual mais aprimorada, pois é preciso aprender técnicas de

resumo para se redigir um texto com bastante objetividade e precisão. Quando

chegarmos a essa etapa, será importante que o aluno disponha de

conhecimento bem sedimentado acerca dos conteúdos do edital, visto que os

temas oferecidos constarão de questões técnicas a fim de simularmos a prova

P3 e P4.

- ETAPA 03 - conceitos de redação oficial e confecção de expedientes: com os

conhecimentos obtidos na fase 01 e reafirmados na fase 02, iremos estudar

conceitos importantes de redação oficial e simular a confecção de textos como

ofício, parecer, comunicação interna etc.

Portanto, o curso que oferecemos visa exatamente preparar o candidato

tanto para a avaliação técnica dos conteúdos do seu texto quanto à expressão

textual de acordo com a modalidade padrão do português escrito.

Por isso, mais uma vez digo que o candidato deverá escrever todas as

propostas de redação que lhe forem oferecidas nas diferentes etapas do curso,

como também deverá estudar os tópicos propostos para a prova objetiva com

rigor, visto que o edital do TCU exige essa transversalidade de conhecimentos

de uma prova para outra.

Por fim, antes de iniciarmos nossa aula demonstrativa, solicito a todos

que leiam a programação do curso bem como a programação de envio e

correção de textos.

Calendário e Assunto das aulas

Aula 05/06/2009 Etapa Noções de texto: princípios textuais, tipologia textual,

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01 01 macroestrutura do texto dissertativo expositivo e do texto dissertativo argumentativo. Análise de texto.

Aula 02 Aula 03

09/06/2009

Etapa 01

Estrutura interna do texto: coesão e coerência, lógica argumentativa e defeitos textuais. Análise de texto.

17/06/2009 Etapa 02

Síntese textual, confecção de questões de conhecimento específico, posicionamento da banca. Análise de texto.

Aula 04

25/06/2009 Etapa 03

Redação Oficial: conceito dos expedientes e modelos

No curso, haverá quatro encontros teóricos, como explicita a tabela. A

primeira etapa conterá material provavelmente mais extenso do que o as

demais em razão de ser a etapa-base para a compreensão de estruturas

textuais a serem compartilhadas pelas outras. Entre as etapas, haverá

confecção de redações para cada uma delas. Portanto, atente-se para o

seguinte quadro de oferta de temas e entrega de textos.

Tipo de texto Data para envio*

Data para entrega* Quantidade de textos

Etapa 01/redação comum Até 12/06/2009 Dia 16/06/2009 1 por aluno Etapa 02/questão discursiva Até 19/06/2009 Dia 23/06/2009 3 por aluno Etapa 03/ redação oficial Até 30/06/2009 Dia 06/07/2009 2 por aluno Observações importantes ! 1º grupo:

♦ As propostas temáticas para desenvolvimento de textos serão enviadas durante o período das aulas. O aluno não precisa esperar a data de envio para entregar a redação, todavia não poderá ultrapassar em nenhuma hipótese o prazo máximo envio. Essa disciplina ajuda a manter a organização do curso.

♦ A Etapa 01 oferecerá diversos temas dissertativos comuns, dentre os quais o candidato selecionará somente UM para o envio.

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♦ A Etapa 02, mais pertinente ao concurso, permitirá que o aluno desenvolva TRÊS redações de no máximo 10 linhas.

♦ A Etapa 03, também pertinente ao concurso, permitirá a redação de DOIS expedientes por aluno.

Portanto, cada aluno do curso terá direito a enviar um total de SEIS

REDAÇÕES PARA A CORREÇÃO. Leia, por gentileza, agora o 2º grupo de

observações importantes:

2º grupo:

♦ Só serão corrigidas redações enviadas em Word.doc.

♦ As fontes preferenciais serão ARIAL ou TIMES NEW ROMAN (12).

♦ MUITO IMPORTANTE: ao entregar redações, o candidato deverá

reproduzir o tema escolhido na redação, colocar seu nome e o

quantitativo de linhas gasto na redação manuscrita. Jamais escreva

diretamente no Word, apenas passe a limpo, ok. Preciso do número

exato de linhas para calcular os pontos. O aluno que não informar

esse dado terá apenas a redação comentada, mas os pontos não

poderão ser calculados com exatidão.

♦ Afirmo que é possível haver atraso de um ou outro dia na devolução

dos textos. Isso ocorre, muito eventualmente, em razão do rigor

empregado no detalhamento da correção. Esse rigor é necessário

para nos aproximarmos bastante da avaliação feita pelo Cespe.

Bom, caro candidato, conhecidas a organização e as normas do curso,

vamos à nossa primeira aula.

Para começar nossas tarefas, antecipo para vocês algumas dicas

essenciais para quem escreve para o Cespe. Trata-se de uma série de

sugestões que devem ser praticadas na hora de redigir provas dissertativas de

concursos elaborados pela banca. Para os candidatos que forem dar

continuidade ao curso, será muito importante ter esta aula como o início de fato

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do nosso curso, pois os recursos apresentados aqui serão objeto de

composição dos quesitos para a avaliação das redações enviadas.

No mais, tenham uma boa aula, e eu encerro este bate-papo inicial me

apresentando brevemente. Meu nome é Júnia Andrade Viana, sou professora

de língua portuguesa e redação para concursos há cerca de dez anos. No

momento sigo lecionando em Minas Gerais, minha terra natal, e, quando não

estou escrevendo, atuo em diversas outras localidades fora do estado com

oficinas e palestras sobre redação. Aqui no Ponto dos Concursos lecionei

redação para os concursos da Abin/2008, do Senado Federal/2008 e estou

iniciando também a terceira turma de redação para o concurso da Polícia

Federal. Agora, vamos à aula!?

1. Preocupação com a estética Por que é necessário se preocupar com a estética do texto?

Muito simples, por três motivos que hoje são de substancial importância:

em primeiro lugar, porque, ao redigir, o correto é se preocupar com o

receptor do texto, o leitor. No nosso caso, precisamente, o examinador.

Quando fazemos redação, focamos nossa atenção em vários aspectos

exigidos pela banca, focamos atenção em nós mesmos – escritores -

mas nos esquecemos de quem está lendo, ou seja, esquecemos da

estética textual: fazemos períodos longos, inversões, produzimos frases

de efeito, usamos o que chamamos de “o melhor” do nosso vocábulário;

enfim, não facilitamos a vida do corretor, apenas damos trabalho a quem

terá pela frente leituras diárias sobre o mesmo tema.

Em segundo lugar, está a “feroz” concorrência com candidatos quase

“perfeitos” e, infelizmente ou felizmente, cada vez mais numerosos. A

concorrência nos concursos tornou-se mais rígida, e isso naturalmente

tem levado ao texto candidatos cada vez mais especializados. Quase

inexistem entre os mais bem preparados aqueles que cometam

infrações graves quanto à norma gramatical padrão. Desse modo, uma

SUGESTÕES DE QUE NÃO PODEMOS NOS ESQUECER AO REDIGIR

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punição sobre “erros” gramaticais não surte mais tanto efeito para

caráter de eliminação num concurso público. Por isso, é comum as

bancas “apertarem” as avaliações em busca de erros mínimos, letras

mal redigidas ou outro detalhe qualquer. Não é à toa que o Cespe nem

acrescenta aspecto gramatical na perda de grandes quantitativos de

pontos. Geralmente os erros gramatical valem décimos no total dos

pontos estabelecido.

Por último, vale ressaltar que aspectos estéticos equivalem em média a

10% da nota total do exame discursivo, e, nesta maratona concurseira,

vale muito brigar por eles.

Para quem ainda não “pegou” toda a história, aí vai: a estética

compreende, pessoal, o que poderiamos chamar a “cara do texto”. Um texto

que se apresente com uma estética não muito aprazível pode acabar

influenciando algum examinador a fazer uma avaliação por empatia, fato que

poderia custar ao candidato algum sofrimento. Obviamente, as bancas

procuram sempre meios objetivos de estabelecer julgamentos, mas humano é

humano não é?! Melhor não “atirar no escuro” na hora de redigir e caprichar na

elaboração de um texto visivelmente “bonitinho”.

Mas o que seria um texto “bonitinho” para os padrões da banca?

Os primeiros itens que a banca avaliará no seu texto serão estes:

legibilidade, paragrafação e margem. O equilíbrio desses itens pode significar

ganhos acima de 10% dos pontos de um texto. Então, para as redações

ficarem “bonitinhas”, ou seja, conseguirem nota nos quesitos mencionados,

vale notar o seguinte:

Observem a redação de suas letras. Como o exame é altamente

exigente, procurem dar forma correta ao til (~), deixar clara a existência

do acento agudo (´), pois acentos curtos dão impressão de que o

candidato está inseguro quanto à acentuação; lembrem-se de que o “j”

ainda tem pingo e o “o” deve ser bem fechado para que não seja

confundido com o “a”.

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Obs.: o til, famosa “cobrinha”, fica sobre a primeira letra do conjunto de vogais.

Ex.: irmão, pão. Já o trema, se você esquecê-lo, menos mal, as regras atuais já

declararam o fim dos pontinhos sobre o “u”, por isso podemos escrever sem

medo “conseqüência”, “tranquilo” etc. E, se colocarmos o trema, também não

haverá problema, pois as bancas deverão desconsiderar preferências

ortográficas até 2012.

Se a letra cursiva não ajudar, redijam livremente, sem medo, com letra

de forma. Apenas destaquem as letras maiúsculas para não haver

qualquer julgamento inesperado da banca. Não redijam com letra muito

pequena tampouco com letra demasiadamente grande; façam o que

lhes é natural, embora legível, pois, se sua letra é grande ou pequena,

haverá naturalmente no texto uma linearidade na escrita total da

redação, o que não ocorre quando damos uma personalidade diferente

para nossa letra.

Tabulem bem os parágrafos e os mantenham sempre num mesmo

espaçamento. Também escrevam até o final da linha, aproveitando bem

o papel, para que o texto se torne aprazível à primeira vista.

Não façam de modo algum parágrafos longos. Pensem no leitor em

primeiro lugar. Nas redações propostas pelo Cespe, por exemplo, na

folha em o candidato desenvolverá sua redação, há marcas

acinzentadas à esquerda da folha sobre o número de linhas. Tais

marcas podem ser usadas para vocês orientarem seus textos quanto ao

tamanho dos parágrafos, uma vez que tais marcas ocorrem de cinco em

cinco linhas. Não há necessidade de obedecê-las rigidamente (escrever

sempre cinco linhas por parágrafos), mas as marcas servem de alerta

para quem “fala” demais em redação. Seis linhas por parágrafo é o

suficiente para redações que exigem, em sua totalidade, o mínimo de 20

linhas e o máximo de 30 linhas.

Se dividir sílabas no final de uma frase, antes da mudança de linhas,

faça-o com um traço à frente da palavra, nunca abaixo da última letra.

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2. Emprego do Título: uso ou não ?

Embora muito se fale em não dar título à redação (vejam que não há nada disso expresso no edital), não há histórico de nenhum candidato

que, tendo dado o título ao seu texto, tenha sido punido exatamente por

isso. O título é parte textual que pode servir como uma espécie de

tópico, anunciando o que há na redação. Cada um de vocês poderá

optar pelo que lhes convier; assim, podem ou não empregar título na

redação. Mas atenção! Não grifem o título, não o coloquem sob aspas, tampouco o terminem com ponto final. Recomendo também não saltar espaço entre título e corpo textual, visto que é bom escrever as 30 linhas!

3. Topicalize!

Faz bem ao texto que informações importantes apareçam logo. Por

isso, não percam tempo falando de generalizações sobre o assunto

solicitado; escrevam com objetividade. Se tiverem que assumir uma

posição diante de um tema polêmico, façam isso logo na abertura.

4. Não misturem pessoas verbais ou pronominais no texto.

Escrever em 3ª pessoa ou na 1ª pessoa do plural é bom, mas deve-se

escolher uma única pessoa para ser aplicada ao longo do texto.

Recomendo a 1ª do plural, pois com ela vocês não correm tanto risco

de permutar as pessoas verbais, sem perceberam o equívoco.

5. Organização ao argumentar. Evitem misturar argumentos. Cada motivo que tiverem para defender

o ponto de vista deve ser explicado com clareza e organização num

único parágrafo. Por isso, separe para 30 linhas três argumentos

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bons para serem trabalhados de modo organizado no

desenvolvimento do texto.

6. Como começar bem e terminar bem?

Muito fácil: com o máximo de objetividade e simplicidade que puder.

A dissertação é um texto técnico e, por essa razão, exige dos

candidatos objetividade e clareza em suas exposições. Com disse

anteriormente, não se pode fazer rodeios na introdução para

resguardar o assunto central; é preciso ir diretamente a ele. A

conclusão, por outro lado, é a confirmação das ideias do texto; ela

funciona, portanto, como um espaço para reafirmar posições

anteriormente mencionadas. Não usem a conclusão para fazer

fechos “românticos” ou “futuristas”, sejam “frios e calculistas” com as

palavras na dissertação.

7. Aspas: nunca grife palavras numa redação! Não use asteriscos!

Se quisermos chamar a atenção do leitor sobre um uso fora dos

padrões de determinado vocábulo, usaremos o sinal de aspas (“”). As

aspas podem ser usadas para se empregarem vocábulos

estrangeiros, gírias, coloquialismos e neologismos (palavras

inventadas). Também usamos aspas quando queremos dar à palavra

um sentido figurado e quando fazemos a citação exata de algum

outro texto.

8. O valor das sentenças: evite a criação de frases vagas,

sensacionalistas.

Há frases que não informam nada, apenas repetem o que já é de

conhecimento geral; outras são simplesmente falsas no que diz

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respeito ao caráter informativo, situações quando as pessoas

escrevem, por exemplo: “a tecnologia está melhorando cada vez

mais nossa vida” ou “os brasileiros estão cansados de tanta

corrupção.” Situações assim ocorrem, principalmente, quando o tema

chega a ser muito polêmico ou tende a certa subjetividade.

9. Vocabulário bom é...?

Simples e conciso. Nos concursos, é comum a presença de jargões

tipicamente comuns ao meio jurídico (ex.: outrossim, destarte,

ademais, morosidade, etc.); como são comuns, tornam-se repetitivos

de redação para redação. Não que seu emprego esteja errado, mas

é bom ser original. Devemos lembrar também que precisamos ser

claros em nossas exposições, por isso “gastar o verbo” só para

impressionar costuma custar caro nas provas.

10. Coloquialismos e clichês. Só sob aspas e, mesmo assim, devem ser evitados. Coloquialismos

e clichês referem-se a expressões desgastadas pelo uso popular.

Por não representarem a novidade esperada num texto informativo,

apenas empobrecem a articulação de ideias.

11. Períodos - cuidado com composições extensas.

Como a CLAREZA e a OBJETIVIDADE são critérios do texto, o

encurtamento do período e a preferência pela ordem direta na frase

facilitam ao leitor a compreensão das informações.

12. Parágrafos: uma preocupação além da estética.

O tamanho dos parágrafos pode ser calculado pelo total de linhas

empreendidas no texto. Não é uma rigidez, mas faz bem para a

aparência do texto a manutenção de parágrafos mais ou menos do

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mesmo tamanho. Parágrafos com quatro, cinco ou seis linhas não são extensos e costumam comportar boa divisão quanto à formação de períodos curtos ou quanto ao aspecto de coerência de idéias. Tamanho mediano de parágrafos evita também a

construção de ideias vagas, estas que podem se originar pelo seu

excessivo encurtamento ou pela sua excessiva extensão.

13. Gerúndio – na dúvida melhor não arriscar.

Por falta de conhecimento gramatical e por influência de

coloquialismos, costumamos não empregar bem o gerúndio (-ndo).

Por isso, na insegurança, evitem usá-lo. Prefiram trabalhar com

infinitivo.

14. Tabulação

Procurem dar um espaço bem visível a seus parágrafos. Alguns se

esquecem de fazer isso e começam seus parágrafos muito próximos

à margem esquerda.

15. Misto de tipologias textuais

Tenha cuidado para não ficar narrando – contando, por exemplo,

como aconteceu determinado fato – nem ficar descrevendo. Às

vezes outros tipos textuais interferem na dissertação que estamos

escrevendo, o que é natural, visto ser difícil existir um texto de

tipologia pura. Todavia narrações e descrições não podem ocupar

um parágrafo inteiro numa redação para concurso público, em razão

da exigência quase exclusiva de que se cumpra o propósito

redacional.

16. Elementos anafóricos

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Durante o processo de escrita devemos sempre primar pela unidade

textual. Desse modo, é bom nos valer de elementos gramaticais

responsáveis pela coesão para dar ao nosso texto fluxo no

encadeamento das idéias. Por exemplo: os pronomes esse, essa,

isso, disso deveriam ser empregados com mais freqüência no texto,

pois são os responsáveis pela retomada das idéias.

17. Modalizadores fazem muito bem ao texto.

Há expressões que atenuam verdades ou evitam que determinadas

frases tornem-se, sem que queiramos, incoerências em nossos

textos. Para tanto devemos evitar expressões que trazem rigidez ao texto, tais como certamente, sempre, sem dúvida, com certeza,

somente, só, todos, apenas. Ao afirmamos algo que não saberemos

se será confirmado ou se existe de fato, é melhor usarmos

expressões que sugestionam: possivelmente, talvez, seria, daria,

resultaria, é possível, pode ocorrer, na maioria dos casos, em quase

todas as situações, um bom número de..., etc.

18. Evitem usar:

- enumerações longas e muito diversificadas.

Ex.: ...é preciso que os candidatos invistam em saúde, educação,

melhoria da segurança, emprego e transporte.

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Sugiro...

... é preciso que os candidatos invistam em áreas importantes, tais como educação e emprego.

Vejam que na “sugestão” restringi-me a enumerar apenas “educação” e

“desemprego”. Usei o conectivo de comparação “tais como”, que deixa implícita

a idéia de existirem mais áreas para investimento, e ative-me a enumerar

fatores que podem referendar uma ligação direta, talvez uma causa e efeito:

educação emprego.

- palavras de significado muito vago.

Ex.: ...há diversas coisas que influenciam o comportamento de quem

mora nas grandes cidades...

Sugiro...

...há diversos fatores que influenciam o comportamento de quem mora nas grandes cidades...

É lógico que a palavra “fatores” é um tanto subjetiva, mas é mais formal

que o coloquialismo “coisas”.

- pronome “onde”.

Ex.: ...estas ONG´s vêm promovendo encontros onde são debatidos

temas sociais ligados à miséria...

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Sugiro...

...estas ONG´s vêm promovendo encontros em que são debatidos temas sociais ligados à miséria...

O pronome “onde” é empregado para remissão a lugar. Como

“encontros” são eventos, e não lugares, melhor não empregar “onde”.

- evocações.

Ex.: ...portanto, se você deseja uma sociedade mais humana, deve lutar

para que nossa juventude possa trilhar caminhos seguros...

A sentença acima, como um todo está repleta de problemas, mas vale

ressaltar a evocação ao leitor. Se o texto é dissertativo, sua função é

informar ou convencer o leitor, e, por essa razão, deve ser feito com o

máximo de racionalidade possível. Assim, o emprego de vocativos como

“você”, “caro leitor”, bem como o emprego de verbos no imperativo, foge

ao propósito textual da dissertação.

- redundâncias.

Ex.: ...através da promoção de uma aliança forte que una a sociedade e

os governantes. Assim, o combate à violência terá efeito se a prática

estratégica do estado, juntamente com a colaboração de todos nós, tiver

como proposta sanar as causas do problema...

Sugiro...

...através da promoção de uma aliança forte entre a sociedade e os governantes. Assim, o combate à violência terá efeito se a prática estratégica do estado, com a colaboração de todos, tiver como proposta sanar as causas do problema...

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Toda aliança é um união, por isso cortei “que una”. Havia também outra

redundância “juntamente com”. Melhor escrever apenas “com”.

- cacofonias (mau som).

Ex.: “Alma minha gentil...” (mau som: maminha)

“Por cada brasileiro...” (mau som: porcada)

Para auxiliá-lo na compreensão de como são corrigidos os textos pelo

Cespe, em alguns blocos de aula farei análise de uma redação.

A análise abordará dois pontos importantes: destaque para os

problemas do texto e sugestões de melhoria.

A redação que analisaremos a seguir pertence ao concurso do

IBAMA/2009. O concurso foi realizado este ano pelo Cespe e, como podemos

ver, solicitou prova discursiva.

Obviamente, é natural que você não disponha dos conhecimentos

específicos exigidos na proposta temática, mas creio que entenderá muito bem

como o candidato, infelizmente, conseguiu apenas 1,82 num total de 10 pontos.

O nome do candidato será omitido em resguardo aos seus direitos, por isso

será identificado apenas por um codinome, ok. Vejamos, então:

No caderno C cujos exames eram pertinentes a quem prestaria concurso

para Analista Ambiental, o Cespe propôs para um texto dissertativo o seguinte

tema:

A ALOCAÇÃO NEGOCIADA DA ÁGUA NO CONTEXTO DA POLÍTICA NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS Em seu texto aborde, necessariamente, os seguintes aspectos relacionados à alocação negociada:

o conceito e objetivos; o relação com a política nacional de recursos hídricos; o forma de execução (descrição das etapas do ciclo da alocação); o participação do poder público na alocação pactuada.

ANÁLISE DE TEXTO

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Para tentar cumprir a proposta, o candidato redigiu o seguinte:

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Analisemos, então, o texto parte a parte: 1. A ausência do título → como eu havia dito anteriormente, o

candidato é livre para empregar ou não o título, salvo quando a banca o

exigir a presença do título ou negá-la. Nesse caso, naturalmente,

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devemos seguir a exigência da prova. Como na prova do IBAMA não

havia restrições, fica livre o emprego ou não do título no texto.

2. Diagramação → corresponde à estética do texto. Perceba que o

candidato se esforça para cumprir bem este quesito que pode consumir

até 10% do total da avaliação proposta pelo Cespe. Na redação, o

candidato optou por parágrafos não muito longos, pois compôs cada um

mais ou menos do mesmo tamanho, o que ajuda no que chamamos de

“primeira impressão” (a redação estando bem dividida traz impressão de

organização de ideias e boa distribuição dos assuntos); também optou o

candidato por escrever em letra de forma a fim de contribuir com a

clareza exigida num componente da DIAGRAMAÇÃO, a clareza.

3. Conteúdo → a proposta temática apresenta é um clássico textual do

Cespe que, infelizmente, muita gente erra bastante ao escrever. Trata-

se de uma proposta temática central que exige também abordagem de

aspectos obrigatórios que estão subjacentes ao tema principal. Quando

a banca propõe esse tipo de redação, muita gente se esquece de falar

organizadamente sobre cada um dos tópicos e se apega ao tema

central. Com efeito, as notas são sempre uma má notícia. Por isso, a

banca adora esse modelo composto por TEMA CENTRAL + ASPECTOS

NECESSÁRIOS. E foi exatamente a má abordagem que retirou do

concurso nosso candidato. Entendamos por quê: a. Para tornar visível e objetiva a resposta, cada aspecto deveria

ocupar um parágrafo na ordem como foram propostos pela banca.

Isso envolve três princípios importantes de todo texto:

OBJETIVIDADE, CLAREZA E ORGANIZAÇÃO. Assim, ao ler a

redação, a banca provavelmente procurou ler os “conceitos e

objetivos da ALOCAÇÃO NEGOCIADA DA ÁGUA”. Conferindo o que

o candidato escreve no primeiro parágrafo:

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Observe que o candidato até traz o conceito de “Alocação

negociada...”, todavia se atrapalha na exposição dos objetivos.

Sugestão:

A Alocação negociada da água é o desvio ou transferência, a partir de

autorização do poder público, de determinada quantidade de água,

proveniente de rio, lago ou de fonte de outra natureza. O objetivo dessa

alocação seria o uso particular ou coletivo da água transferida.

A despeito de estar correta ou não a resposta, minha preocupação aqui

é aproveitar o que o candidato escreveu e demonstrar como é importante

manter a uma organização no processo de confecção textual. Como o primeiro

quesito citou duas vertentes – conceito e objetivo -, proponho a formulação de

dois períodos, compondo um único parágrafo a fim de serem explicitadas as

duas vertentes separadamente em cada período.

b. O segundo parágrafo poderia trazer o segundo aspecto, relação com

a política nacional de recursos hídricos. Candidato, a palavra

“relação” indica que você deverá falar de no mínimo dois assuntos ao

mesmo tempo, e não, de um elemento só. Ao ler “relação”, devemos

pura e simplesmente relacionar. Vamos ver o que encontramos na

redação:

Nessa passagem, esperada para expor a relação de que falamos, o

candidato constrói dois períodos distintos. A ação de quebrar o parágrafo em

dois períodos é uma boa, pois se evita a formação de períodos extensos. Mas,

infelizmente, nosso candidato não abordou a relação solicitada, mas destinou a

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cada período a explicação de assuntos isolados. Mais uma vez, não foi

cumprida outra exigência da banca. Vamos à terceira exigência:

c. No penúltimo aspecto, a banca pediu para que o candidato

abordasse o seguinte: forma de execução (descrição das etapas do

ciclo da alocação). Nessa passagem, a banca toca um ponto técnico

da redação: pede uma descrição. Descrever é caracterizar as tais

etapas; é, por exemplo, hierarquizar as “etapas do ciclo”. Vamos

conferir o que o candidato fez:

O candidato até ensaia uma possível descrição, mas seu texto não

possui detalhamento das etapas e o modo como ele começou essa

passagem, com a conjunção “para”, expõe muito mais um objetivo, uma

finalidade, do que uma descrição. O ideal seria “as etapas são tais e

tais...”. Tudo bem ao “pé da letra”. Mais uma vez, há prejuízo na

pontuação, pois a exposição do assunto foi considerada “razoável”.

Vamos ao último quesito para ver se nosso candidato se salvou:

d. O último aspecto trata da participação do poder público na alocação

pactuada. Preste muita atenção no que foi proposto, palavra a

palavra, agora confira o que o candidato escreveu:

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Veja que o candidato aborda o assunto solicitado, mas a análise do

espelho de notas mostrou que o candidato conseguiu apenas 0,40

em 2,0 pontos atribuídos a esse aspecto. Duas falhas provavelmente

apareceram nessa passagem: o candidato cita a iniciativa privada e,

em nenhum momento, isso lhe solicitado. Num concurso temos que

primar pela objetividade e tratar com exclusividade de apenas um

assunto. Outro motivo falho pode estar na exposição do assunto feito

de modo tangencial, pouco abrangente.

4. Gramática → os erros gramaticais em si apresentam pouca

valoração no texto. No quantitativo de pontuação específica para falhas

que dizem respeito à aplicação das regras do português padrão, há

apenas decréscimos de pontos que são contabilizados na fórmula de

cálculo exposta em cada edital. No Cespe, 90% dos pontos são dados

ao tratamento temático, este comentado por mim com o nome de

“conteúdo”. Mas vale saber que problemas gramaticais sérios podem

afetar a progressão textual e a clareza das ideias. Na redação analisada,

vimos que nosso candidato comente algumas infrações como inserção

de acento indicativo de crase diante de verbo (“à partir”) e erro de

colocação pronominal (“...como a iniciativa privada, se faz...”), só para

enumerar alguns.

Por fim, espero que você tenha aprendido bastante na aula de hoje

sobre princípios textuais e sobre as avaliações do Cespe. Agora ficou claro por

que a redação do nosso candidato (que aparentava ter um bom texto e ter

respondido o tema) ficou com apenas cerca de 20% do valor total da prova?

Bom, espero que tenha gostado e aí vai meu convite para que possamos

intercambiar nossos conhecimentos aqui no Ponto dos Concursos.

Lembro que o curso, por conter correção de redações, limita as

inscrições ao número máximo de 100 alunos.

No mais, um forte abraço e até a aula 01.

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Júnia Andrade Viana.

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Tribunal de Contas da União Técnico de Controle Externo

Redação e Questões discursivas Aula 01 - Profa. Júnia Andrade Olá pessoal,

Saúdo a todos que vão estudar conosco. Na aula de hoje, vamos

estudar alguns elementos imprescindíveis para a composição de provas

discursivas. Trata-se da noss aula-base, importante para a compreensão das

demais, pois a ideia é aproximar vocês do que uma banca como o Cespe

espera das redações que lê.

Sei que no edital do TCU nos pedirá dois textos com o máximo de 10

linhas e uma prova final, composição de peça técnica, com o máximo de 30

linhas; todavia, antes de partirmos diretamente para tais etapas, é preciso

melhorar o conceito que temos de texto para depois cumprir essa ideia-embrião

em textos de complexidade maior, tais como a elaboração de extensões curtas

e a elaboração, por exemplo, de relatórios.

Em algumas passagens deste material, conversarei com vocês como se

estivesse falando de uma redação comum, aquelas de no máximo 30 linhas,

cuja proposta temática advém de conhecimentos gerais. Não quero que se

preocupem, pois a ideia inicial é essa.

Entao, vamos à aula de hoje.

Noções de texto

1. Os princípios do bom texto

Como sabemos, alguns pontos são importantes para a confecção de

textos de excelência nos concursos públicos. Esses pontos ressaltam a boa

comunicabilidade que os textos devem ter, e ser comunicativo é ser

CLARO. Esse é um dos valores mais prezados pelas bancas nos últimos

temos.

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Outro valor-princípio que deve ser observado é a OBJETIVIDADE. E,

neste curso para o TCU, ela é de imprescindível destaque, na medida em

que redigiremos textos de pequena extensão nas provas P3 e P4. Por isso,

guardem aí, por enquanto, OBJETIVIDADE, não percam essa palavra de

vista, vou cobrá-la nas redações que vocês fizerem.

Depois da objetividade, eu destacaria outro fator responsável pela

aquisição da maior “fatia” de pontos da redação: a ORGANIZAÇÃO. E, junto

com este quesito, incluo a LEGIBILIDADE.

Então, para não perdermos tempo, compreendamos o seguinte:

a. FALTA DE CLAREZA

O Cespe acusa constante dois pontos que geram falta de clareza:

escolha de palavras “difíceis”, sentido raro; construção de períodos

longos com elementos gramaticais invertidos.

Por isso, minha gente, nada, nada de querer impressionar o

examinador. Sempre deixe seu vocabulário às claras, a ideia é

mostrar a resposta da proposta temática; não, escondê-la. Mas

vocabulário simples não quer dizer chulo. Há expressões que, de

tão desgastadas pelo uso popular, não cabem num texto objetivo.

Procure redigir períodos curtos e na ordem direta: é preciso saber

usar ponto final para pôr fim à verborragia (falatório). A

comunicação deve ser simples, direta e curta. Procure também

não construir ideias muito fragmentadas.

b. FALTA DE OBJETIVIDADE

É o motivo mais comum de reprovação entre os bons do concurso.

Parece estranho, mas é isso mesmo que vocês estão lendo, “entre os

bons”. Quem não sabe escrever é reprovado “de cara” por motivos

diversos; mas há os que julgavam escrever bem, até que um dia veio a

notícia ruim, “reprovado”. Isso pode acontecer, porque muita gente boa

perde tempo fazendo digressões (ficam filosofando, gastando o verbo no

texto). É obrigatório ser objetivo! Pecou neste quesito, está fora do

concurso! A banca propôs “X” coisas, diga “X” coisas.

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O que quero dizer? Quando a banca propuser um tema qualquer, vá

direto ao assunto. Jamais faça introduções gerais sobre o tema. A

introdução deve trazer o mais importante: sua resposta acerca da

proposta temática, seu posicionamento.

Por isso, grife palavras que compõem o tema. Você não deve

copiar o tema todo, mas deve extrair palavras dele para começar

seu texto. Também vale observar que a cada parágrafo será

preciso reavivar termos componentes do tema para o examinador

sentir que você o tempo inteiro falou do assunto proposto.

Não empregue em sua redação frases ou ideias que não estejam

intimamente ligadas à proposta temática.

c. DESORDEM

Há textos em que se impera a desordem, e, pior, o candidato nem

imagina que sua redação está desordenada.

Para escrever bem, é preciso planejar. Se não planejamos, não

saberemos aonde exatamente queremos chegar. Não saberemos

dosar a linhas que podemos aproveitar para conseguir mais

pontos. Por isso, antes de começar a redigir, ponha em esquema

o que quer escrever na introdução e no desenvolvimento. Mais

adiante, você lerá como se faz para executar esse planejamento,

ok.

d. LEGIBILIDADE

Em conjunto com a questão margem, a legibilidade é um quesito de

peso à primeira vista. 10% dos pontos são dedicados ao que o Cespe vê

quando “bate o olho” no que você escreveu: estou falando mesmo da

primeira impressão. O examinador observa a letra, observa as margens,

e atribui a elas uma nota compreendida entre 00 e 10% do valor da

redação.

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Então, se não tenho letra boa, escrevo em letra de forma.

Observo a confecção dos meus parágrafos, pois devo dar a todos

eles um tamanho mais ou menos linear.

Observo minhas margens: evito o ziguezague que muita gente faz

quando chega à margem direita. Evito o excesso de quebras

silábicas nesta margem; se empregá-las, trabalho com duas ou

três quebras, no máximo.

Deixo a tabulação do meu parágrafo bastante visível para que a

banca veja com clareza que dei ao texto o espaço necessário

para confeccionar parágrafos.

Por fim, se desejamos fazer textos de excelência nos concursos,

devemos aplicar com fidelidade tais princípios ao texto que vamos redigir. A

redação nada mais é do que uma atividade que deve ser disciplinada a fim de

que ferramentas eficazes, após a aplicação do que é básico, possam surgir

para enriquecer o texto.

Conselho final: abandone a complicação em prol da simplicidade da

escrita!

2. Tipologias ou modalidades textuais

Falarei rapidamente sobre esse assunto, visto que a modalidade que

mais empregaremos na resolução das questões bem como na apresentação da

peça técnica será a dissertação. Logicamente, em meio às propostas

temáticas, cobrarei de vocês aplicações típicas de outras modalidades, como a

descrição. Haverá nas aulas seguintes um anexo para tratar exclusivamente

desse assunto.

Há modalidades textuais básicas: dissertação, narração e descrição. Por

enquanto, resumidamente, podemos dizer que

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Narração é um relato de ações que se transformaram no tempo.

O passado, concretizado no texto, muitas vezes pelas formas

verbais pretéritas e/ou pelos adjuntos adverbais de tempo

(elementos temporais, como datas, por exemplo) produz a

dinamicidade com que os fatos vão desenrolando. É exemplo de

narração a produção de textos literários, tais como contos e

romances; de modo mais técnico, é narrativo um relatório, que

pode também ser parte componente de um parecer.

Exemplo:

Texto 1

“Perguntei a meu filho, que é filho de imigrantes italianos, e vive na

Califórnia, se não seria melhor vir passar um tempo aqui. Falei-lhe sobre o

risco de novos atentados terroristas, do uso dos arsenais nucleares. Ele me

disse que ama o Brasil, e se nossa terra vier a correr algum perigo ele re-

tornará. Mas foi para a América do Norte em busca de oportunidades de

aperfeiçoamento e independência financeira. Queria uma vida mais segura, um

lugar onde pudesse criar seus filhos sem medo. Conseguiu as suas

oportunidades, aproveitou-as. Agora não está mais seguro.”

Texto 2

“Theodor Adorno, filósofo e sociólogo alemão, projetou-se como um dos

críticos mais ácidos dos modernos meios de comunicação de massa. Ao exilar-

se nos Estados Unidos, entre 1938 e 1946, percebeu que a mídia não se

voltava apenas para suprir as horas de lazer ou dar informações aos seus

ouvintes ou espectadores, mas fazia parte do que ele chamou de indústria

cultural.” Comentário: vejam que, tanto no texto 1 quanto no texto 2, há predominância

de verbos no pretérito perfeito. Há também destaque para uma clara

circunstância de tempo, presente no texto 2. Essas marcações são aspectos de

predominância narrativa num texto.

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Descrição: caracterização estática de pessoas, objetos, lugares e imagens.

A descrição se compõe lingüisticamente de expressões que não produzem

dinamismo no texto. Há num texto descritivo, normalmente, um bom número

de adjetivos de caráter objetivo e subjetivo. Um texto descritivo pode ser

fruto de uma recriação de imagem testemunhada, imaginada ou, de fato,

vivenciada pelo redator.

Exemplo:

Texto 3

“Era uma vidinha monótona sem perspectivas: medíocre emprego numa

empresa, as conversas inconseqüentes com os amigos, o trânsito

congestionado. Mas aí ele voltava para casa e podia, enfim, viver uma aventura.

Na Internet, claro. Navegador infatigável, percorrera um território humano

desconhecido e às vezes inquietante, até encontrá-la, primeiro em uma sala

de bate-papo, depois em mensagens privadas. Conhecia-a apenas por Solly

(Solitária?) e pouco sabia de sua vida. Mas eram, sim, almas-irmãs.

Partilhavam os mesmos gostos, as mesmas inquietudes, as mesmas secretas

aspirações. E ficavam horas trocando mensagens.”

Comentário: no texto 3, os elementos em negrito, adjetivos e verbos

flexionados no pretérito imperfeito, evidenciam a não existência de movimento

textual, ou seja, a constante mudança de ações provocada por suas

personagens. Há apenas a intenção de caracterizá-las em seu ambiente, por

isso a passagem é descritiva.

Como as tipologias, narrativa e descritiva, não correspondem neste

momento ao nosso foco, passaremos a uma análise mais detalhada do tipo

dissertativo. Certamente, a modalidade com a qual iremos trabalhar no dia do

concurso.

DISSERTAÇÃO

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A dissertação tem como intenção primeira o ato de explicar, esclarecer,

informar sobre determinado assunto, fato que dá ao texto dissertativo um

caráter informativo, expositivo. Por outro lado, há textos dissertativos cuja

função se centraliza no convencimento do leitor, na medida em que procuram

persuadi-lo sobre determinado ponto-de-vista que se propõe para a análise de

um fato.

1. Textos expositivos são motivados por dissertações cuja finalidade

consiste em mostrar algo, no máximo explicar esse algo. Nesse tipo de

texto não se toma nenhuma posição sobre a tese.

2. Textos argumentativos, solicitados em sua maioria pelos exames,

revestem-se de estratégias de persuasão. Sua finalidade é provar ao

leitor a possibilidade de concretude daquilo que seu autor se propôs a

defender ou a atacar. Mas, atenção, textos argumentativos também são

também informativos. Primeiramente, abordaremos a estrutura da modalidade mais solicitada

numa prova de redação: a dissertação argumentativa. Saibamos antes que

toda estrutura textual dissertativa se divide em três grandes partes

comunicantes.

Macroestrutura → divisão básica em três partes comunicantes: a. Introdução b. Desenvolvimento argumentativo c. Conclusão

Todo texto dissertativo se norteia por diversos princípios e, entre eles,

está o da unicidade textual. O que isso quer dizer? Quer dizer que todas as

partes do texto concorrem para um único fim, defender e atestar a tese

proposta na sua introdução, portanto suas grandes partes são comunicantes. É

a essas passagens que bancas atribuem valores altos.

Como vamos discutir as partes comunicantes com mais calma ao longo

do curso, tomemos um rápido conhecimento de suas funções no estudo da

macroestrutura argumentativa.

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MACROESTRUTURA DO TEXTO ARGUMENTATIVO

A atividade textual pode ser conceituada a partir de três aspectos:

motivação, finalidade e realização, diz isso a linguista Ingedore Koch, um dos

maiores nomes brasileiros na área textual. Koch vê o texto como um “espelho

das atividades humanas”, por isso estabelecer metas para a confecção do texto

pode “encurtar o caminho” e diminuir a angústia de se atingir um resultado. Na

opinião da linguista, assim como desenvolvemos nossas ações socioculturais,

o texto deve ser programado a partir dos seguintes caminhos:

a. O reconhecimento da existência de uma necessidade/interesse. b. O estabelecimento de uma finalidade. c. A construção de um plano individual de atividade. d. A realização.

É da análise desses caminhos que nasce o rascunho: momento em que

traçamos nosso texto. O rascunho é ponto zero de tudo. Muitos começam a

rascunhar sem saber exatamente o objetivo que querem atingir. Outros

simplesmente o abandonarão com a desculpa de não “se perder tempo”.

Saber rascunhar é a prova de que estou seguro para redigir. Não se

começa um rascunho sem projeção. Ele existe para que possamos praticar o

terceiro plano da atividade textual: construir nosso plano individual de atividade.

No rascunho, devemos ter sempre em mente a elaboração de questões-chave

para que saibamos exatamente aonde queremos chegar.

Mas para elaborarmos um bom rascunho, devemos antes saber ler,

compreender bem, a proposta temática. Vamos, então, entender um pouco as

propostas temáticas feitas pelas bancas:

1º tipo de proposta: a argumentativa

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Conforme já apresentei, dissertar é explicar, analisar algum fato de

modo objetivo para que se comunique o novo, ou seja, uma informação acerca

do fato analisado. A dissertação argumentativa acrescenta a essa explicação

uma defesa de um ponto de vista.

Reconhecemos uma proposta temática para a produção de redação

dissertativo-argumentativa quando a banca nos pede, por exemplo, para que

respondamos alguma pergunta que nos exija a escolha de um ponto-de-vista.

Por exemplo, no concurso para provimentos de vagas na Polícia Rodoviária

Federal, o Cespe solicitou, a partir de alguns textos-base, que o candidato

respondesse o seguinte:

“O principal problema das megalópoles é a superpopulação?”

A partir da proposta, sugiro que programem no rascunho respostas a estas

duas perguntas:

I. Qual é a minha posição sobre o tema? II. Quais são as minhas estratégias para garantir a validade do meu

posicionamento? (escolha três bons argumentos)

Às vezes uma proposta argumentativa tem como base textos ou frases-

modelo, cujo conteúdo semântico a banca nos oferece para que possamos

contestar ou atestar.

Não importa o modo como a banca irá nos pedir uma argumentação,

sugiro que você use sempre o esquema de perguntas e respostas para

amadurecer suas estratégias ainda no rascunho.

Rascunhando (suposto exercício) com base na elaboração de perguntas:

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I. Posicionamento - Acho realmente que o principal

problema das megalópoles é a superpopulação.

II. Argumentos - Por quê?

1º argumento de defesa: o aumento populacional é maior e mais

rápido se comparado ao crescimento infra-estrutural de uma cidade.

2º argumento de defesa: com o aumento populacional há, por

conseqüência, aumento da miséria.

3º argumento de defesa: como a miséria cresce mais rápido do que

a contenção político-social dela, o crescimento da violência é sua

conseqüência imediata.

Mas propor respostas às perguntas significa muito mais do que

simplesmente querer solucioná-las. É preciso, sobretudo, saber escolher

respostas contundentes, de modo que o leitor-corretor não possa questionar a

veracidade do que se apresenta. É necessário, por isso, que saibamos

reconhecer o valor do processo argumentativo.

O PROCESSO ARGUMENTATIVO

  Saber argumentar é produzir enunciados com boa fundamentação. Em

outras palavras, argumentar é aproximar a linguagem do teor técnico-científico,

fator que conseqüentemente gera maior valorização para aqueles argumentos

pautados em dados técnicos, em exemplos fatuais e na extração de

informações de especialistas sobre o assunto a ser defendido.

Na ausência do dado técnico, exemplos ou percentuais sobre o assunto,

por assim dizer, o poder de persuasão do leitor ficará a cargo da influência

indutiva que o redator fará de seu próprio discurso. Este deverá ser organizado

em aspectos metódicos de clareza, objetividade e transparência de

informações, para que se evitem aquelas famosas perdas labirínticas

discursivas, típicas de quem não depreendeu a proposta temática ou não sabe

o que fazer com ela.

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Saber argumentar, portanto, é colocar em comunicação todas as partes

do todo redacional. Para que entendamos a validade desse processo,

retomemos de modo global a macroestrutura da dissertação.

Como já vimos, todo texto dissertativo pode ser divido em três grandes

partes, o que não significa exatamente três grandes parágrafos. São partes que

possuem características específicas que, se respeitadas, auxiliam na

linearidade da leitura.

A introdução, por exemplo, é a parte da redação da qual se espera a

abordagem temática e o posicionamento imediato com relação a esta. Não é

obrigatório, mas a introdução pode também conter uma síntese dos

argumentos que desenvolveremos nos parágrafos seguintes.

O desenvolvimento é a segunda parte. Nela se encontram, de

preferência separados em parágrafos distintos, os diversos argumentos de

defesa do nosso posicionamento. Os argumentos devem ser elaborados com o

máximo de atenção, pois valem em torno de 60% dos pontos do Espelho.

A conclusão é a retomada sintetizada do que dissemos ao longo da

redação. Nela não há mais espaço para continuarmos a nossa defesa com

novos argumentos. A conclusão é o encerramento, momento em que apenas

ratificamos nossa postura quanto à proposta.

Não sei se você percebeu, mas o texto parece apresentar certa

repetição, pois tudo se remete ao primeiro parágrafo, ou melhor, à tese.

Essa repetição, que se chama recurso anafórico, faz bem àquele princípio

importante: a unidade textual.

Num texto, o bom encadeamento das idéias decorre de uma boa

comunicação entre frases, períodos e parágrafos, razão pela qual alguns

recursos de coesão, tais como conjunções e pronomes, devem ser bem

empregados para garantir que o texto não se transforme numa colagem de

frases e parágrafos sem estreitamento de intenções entre si. O esquema a

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seguir pode começar a auxiliar os que não conseguem começar uma redação

com tranqüilidade:

Esqueleto do texto para 30 linhas:

1º parágrafo: posicionamento sobre o tema + síntese (arg. 1 + arg. 2 + arg.3)

2° parágrafo: desenvolvimento do argumento 1

3° parágrafo: desenvolvimento do argumento 2

4° parágrafo: desenvolvimento do argumento 3

5° parágrafo: conjunção conclusiva + ratificação da introdução.

Esqueleto do texto para 10 linhas:

1º parágrafo: posicionamento sobre o tema seguido imediatamente de um ou

dois argumentos.

2° parágrafo: conjunção conclusiva + ratificação dos assuntos do parágrafo

01.

Elaborar o segundo esquema, por incrível que possa parecer, pode dar

mais trabalho do que o primeiro; por isso, partiremos da construção de

redações com base no primeiro esquema para, depois, chegar à nossa tarefa

final: construir textos menores.

Nos comentários do anexo desta aula, veremos a concretização desses

esquemas com base na análise de duas redações.

O PARÁGRAFO DE INTRODUÇÃO

Se você tem dificuldades para esboçar uma introdução, tente seguir esta

dica:

Primeiro: tente parafrasear o tema – copiá-lo com outras palavras. Em seguida,

dê seu posicionamento sobre o assunto. Por fim sintetize dois ou três motivos

que servirão nas futuras linhas do texto para defender seu posicionamento.

Ex.: CESPE/2008 - “O principal problema das megalópoles é a

superpopulação?

Veja a introdução feita com base no texto acima e comentada em negrito

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Uma superpopulação pode trazer sérios problemas para uma cidade

(paráfrase + posicionamento). Um deles é a dificuldade de se planejar o

espaço urbano na mesma velocidade com que cresce a população. O outro

diz respeito à miséria e à violência que aumentam em função de um

crescimento populacional desordenado (argumentos).

Não importa o modo como você fará sua introdução. O importante é que

dois aspectos sejam observados com muito cuidado:

- Primeiramente, num concurso, em razão da necessidade de objetividade, não

aconselho que se faça a elaboração de introduções com informação

generalizada, visto que a banca exige apenas o cumprimento do que foi

proposto. Por isso, vá direto ao assunto.

- Em segundo, não copie o tema. Parafrasear é se remeter à idéia levantada

pelo tema, a partir de novas palavras ou a partir de palavras isoladas do próprio

tema. Logicamente, alguns vocábulos se repetem, mas isso é natural porque

são as palavras-chave da proposta temática, e é bom que elas apareçam

mesmo.

Na aula 02, oferecerei novos modelos introdutórios. Gosto desse modelo

por ser básico, sem invenções e, conseqüentemente, com menores riscos de

haver incoerência. Por isso, sugiro que nas primeiras redações pratiquem esse

modelo.

OS PARÁGRAFOS DA ARGUMENTAÇÃO

Como já expressei, saber argumentar é produzir enunciados com

fundamentação convincente.

Há inúmeros modos de se fazer uma defesa coerente da tese. Platão e

Fiorin, em obra clássica sobre ao assunto, apresentam um conjunto de quatro

recursos argumentativos que podem aumentar o poder de persuasão. Dentre

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estes destaco dois que julgo serem importantes para o emprego nas redações

de concursos:

a. O argumento de autoridade: ocorre quando apoiamos nosso

enunciado numa afirmação de uma autoridade notória sobre o assunto.

b. A comprovação (prova concreta): a verdade que apresentamos ganha

mais consistência quando a ela somamos dados que confirmem sua

validade (números, percentuais em geral, resultados de pesquisa).

À tipologia argumentativa de Platão e Fiorin, eu acrescentaria outros

dois argumentos:

c. O argumento histórico: a história documental, se bem empregada,

pode oferecer-nos boa sustentação argumentativa.

d. A exemplificação: exemplos notoriamente conhecidos e bem

explicados também podem auxiliar-nos no propósito de persuasão.

Como exemplo dessa aplicação de argumentos, postei um trecho de

uma dissertação cujos argumentos baseiam-se em informações técnicas. Na

leitura, observem como o candidato empregou um vocabulário simples e fortes

argumentos de persuasão, elementos facilitam a leitura por torná-la menos

subjetiva e dão respaldo à tese que enuncia o “rápido crescimento da

violência”. Vejam que o redator se valeu de três tipos de argumentos – o de prova concreta, o de autoridade e o de exemplificação.

Esclareço, porém, que não é preciso adotar para cada defesa uma

tipologia de argumentos. Vocês podem trabalhar com dois tipos ou com um,

por exemplo, mesmo que venham distribuir seu desenvolvimento dissertativo

em quatro parágrafos de convencimento.

Mas, antes, reconheço que argumentos consensuais, baseados no

nosso conhecimento prévio, também são apontados como eficazes nos

manuais de redação. Aqui, não os abordarei em virtude do caráter técnico

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imposto ao texto. Este mesmo caráter técnico tem trazido cada vez mais rigidez

nas correções das bancas, o que se comprova com a formação de Espelhos

avaliativos cada vez menos subjetivos.

Agora, vamos conferir o trecho de redação de que há pouco falei:

“A violência crescente no país Mesmo com o aumento do apelo da sociedade para se efetive o

combate à violência, esta vem crescendo assustadoramente (tese). As

campanhas da mídia e o surgimento de meios eficazes para o estabelecimento

de denúncia parecem ter pouco efeito sobre o aumento exponencial da

violência.

Nas capitais, São Paulo e Rio de Janeiro, onde se concentram 16% da

população brasileira, registraram-se em 2007 42% de mortes causadas por

arma de fogo. Este número demonstra claramente o crescimento da

criminalidade se comparado com o registro de 38%, apresentado no ano

anterior nestas capitais (argumento de prova concreta). Para a ONU – Organização das Nações Unidas -, o Brasil é o país que

mais “coleciona” mortes oriundas do uso de armas de fogo (argumento de autoridade). Infelizmente, nossa imagem, sustentada pela impressão de

sermos um país pacífico nos dias atuais, é manchada pela insistência dos

números da criminalidade urbana, o que parece demonstrar que convivemos

com uma guerra civil rotineira e difícil de ser combatida

Durante o período ditatorial instaurado na década de 60, parte

significativa da violência advinha das relações entre o poder dos que se valiam

da força do Estado e dos que não concordavam com a ideologia coronelista

que censurava a liberdade e os direitos civis da época (argumento histórico). Hoje, Estado e sociedade tentam, desarticuladamente, combater a violência

que, em sua maioria, “desce o morro” dos grandes centros urbanos e se

espalha por todo o país.”

Como vimos, o texto está cheio de provas argumentativas: números, fato

histórico e uma citação de ONU. Naturalmente, este não é o melhor texto que

li, há problemas em sua composição; ressalto, porém, que não houve para este

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candidato maiores dificuldades para obter bons pontos, pois a redação cumpre

a competência linguística destinada a esta modalidade.

Mas imagino que a esta altura você já deve estar se perguntado: “como

farei na hora da prova para conseguir argumentos fortes como uma prova

concreta ou uma citação de autoridade?”

Se essa é a dúvida, atente-se para estas sugestões:

1ª) O assunto “educação”, por exemplo, aplica-se a quase todos os temas

propostos. Por isso, guarde sempre alguma máxima extraída de uma

autoridade no assunto.

Ex.: “...os homens se educam em comunhão,...” (Paulo Freire)

Também procure sempre ter em mente algum número atualizado sobre

educação, pois eles também fortalecem argumentos que defendem variados

assuntos.

Ex.: segundo números apresentados pela Revista Época, “a taxa de

analfabetismo no Brasil é de 12,6%”.

Agora veja o efeito destes exemplos quando inseridos em textos cujo

tema não aborda diretamente o assunto “educação”:

Proposta temática:

FCC/TRF1/2006. Estamos numa época em que o culto às celebridades parece

ter tornado vergonhoso ser uma pessoa “comum”. O que não parece ocorrer a

ninguém é que, fora o foco da mídia, toda celebridade é uma pessoa comum, e

não há pessoa comum que não seja importante. A questão é reconhecermos,

dentro de nós, a medida de nossa real importância. Ser realmente importante é

ter importância para alguém, sobretudo para si mesmo.

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Escreva uma dissertação sobre o tema apresentado nesse texto, na qual você

argumentará para expor seu ponto de vista.

Numa sociedade, em que 12% da população ainda se encontra analfabeta,

não é de se estranhar que a mídia televisiva impute na maioria das pessoas a

filosofia mercadológica de “celebridade”. Como para a grande massa social

quase inexiste outra fonte de saber, os valores individuais são desconstuídos

em função da valorização, imposta pela mídia, de um padrão de

comportamento cultural

O número sobre educação não é a fundamentação central do assunto,

mas ele embasa a formulação do aspecto persuasivo do parágrafo, por torná-lo

mais convincente ao leitor.

A CONCLUSÃO

Quando terminamos a argumentação e damos início à conclusão, já não

podemos inserir novidades argumentativas. A conclusão indica que chegou o

momento de confirmarmos o que nos propusemos a dizer na introdução e isso

deve ser feito com a mesma objetividade empregada ao longo do texto. Por

essa razão, ficam de fora quaisquer máximas ou clichês subjetivos para

fechamento do raciocínio dissertativo.

Não há muito segredo em se fazer uma conclusão. A ela, como também

ao texto todo, basta a simplicidade. Assim, para concluir uma dissertação basta

iniciá-la com uma conjunção conclusiva, pois é este o papel desse tipo de

conclusão, e, em seguida, sintetizar as idéias do texto. Não invente assuntos

novos na conclusão e não dê a ela um caráter subjetivo, advindo de frases

feitas e outros clichês. Deixei um exemplo de modelo conclusivo:

“Portanto, é possível perceber que através de políticas públicas,

principalmente daquelas provenientes do poder judiciário, o objetivo de se

realizar a prestação jurisdicional democrática, justa e em tempo razoável será

alcançado. Para tanto, basta a implantação de medidas estruturais de cunho

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simplificativo a fim de que a função da justiça cumpra – efetivamente – seu

papel.” (C.S.)

Não conseguimos ver claramente o funcionamento do modelo, porque

precisamos do texto na íntegra, mas nos anexos que acompanharão as aulas

esclareço melhor como funcionam as partes comunicantes, já que nos anexos

faremos o laboratório das correções, por meio de análises e comentários sobre

redações de alunos.

Por hoje, é só. Revisando: na aula de hoje falamos sobre

Princípios como OBJETIVIDADE, CLAREZA, ORGANIZAÇÃO e

LEGIBILIDADE que devem nortear o texto.

Trouxemos um esboço de planejamento de textos, tanto para a

confecção de textos de 30 linhas quanto para a confecção de

textos de 10 linhas.

Estudamos as MODALIDADES textuais, mas demos força à

modalidade DISSERTATIVA, pois precisaremos bastante dela.

Então, caros alunos, aguardem na entrada desta semana próxima o

envio de anexos que contém redações analisadas à luz do que vimos, inclusive

redações já corrigidas pelo Cespe. Também seguirá no anexo 02 algumas

propostas temáticas para que todos possam desenvolver suas redações.

Grande abraço a todos, até a próxima.

Profa. Júnia Andrade

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Tribunal de Contas da União Técnico de Controle Externo

Redação e Questões discursivas Aula 02 - Profa. Júnia Andrade   Olá alunos, bom dia!

Fazendo rapidamente um retrospecto da nossa aula 01:

- estudamos as bases do bom texto - princípios como OBJETIVIDADE,

CLAREZA e ORGANIZAÇÃO.

- falamos brevemente sobre duas modalidades: a narração e a descrição.

Estas serão retomadas nas aulas 03 e 04, na medida das nossas necessidades

de desenvolvimento temático.

- falamos bastante da macroestrutura dos textos DISSERTATIVOS.

Enfim, esses foram os destaques da aula 01. E, como vocês já sabem, a

aula 02 abordará uma série de eventos que ocorrem no interior dos textos,

permitindo a comunicabilidade entre as ideias expressas nele, bem como

promoverão a manutenção da unidade textual.

Na verdade, vamos “mergulhar” um pouco no emaranhado de frases

internas aos parágrafos. Trata-se de um estudo entre a macroestrutura (a

grande organização textual) e a microestrutura (a aplicabilidade da

competência gramatical normativa).

Mas, antes de entrarmos na parte técnica desse assunto, vamos

entender um pouco mais por que é importante estudar as estruturas médias do

texto:

• Tudo numa redação chama a atenção das bancas. O professor-

examinador possui “olhos” treinados para ler o texto, assim como o

músico não deixa passar aos ouvidos um “imperceptível desafino”. Por

isso é bom ser detalhista quando se estuda redação.

• Há na língua, estruturas mínimas da frase capazes de alterar

significados e de promover “acidentes” na coerência das frases. Um

bom conhecimento de conjunções e do significado dos modos e dos

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PROFESSORA: JÚNIA ANDRADE tempos verbais amadurece a relação que o candidato tem com o texto,

o que evita os deslizes imperceptíveis a um “olho menos treinado”.

• O cuidado com a boa pontuação, não somente no sentido de saber

quando empregar ou não determinado tipo de sinal gráfico, mas

também no sentido de escolher o ritmo que se quer dar ao texto. Isso é

importante, pois prende a atenção do leitor sobre a informação

veiculada.

O cuidado com detalhes como esses ajuda no contorno das estruturas

ascendentes do texto: suas expressões, frases e parágrafos vão crescendo

modo interligado (coesão); a perfeita ligação entre essas pequenas partes é

ingrediente bem calculado para se atingir uma combinação básica e segura

entre tais elementos (coerência); e uma matemática simples se faz, pois, se

tudo está preso e está em harmonia de significados, tudo o que se escreve

provavelmente terá lógica.

Assim, nesse estudo, aprofundaremos a noção de texto, proporcionada pelo

diálogo entre as grandes estruturas ( introdução, desenvolvimento e conclusão)

para entender como esse diálogo se harmoniza a partir de pequenos

elementos gramaticais capazes de ligar um assunto a outro para proporcionar

lógica à cadeia discursiva. Estudaremos, então, nessa ordem: Coerência,

coesão e anáfora. Os assuntos topicalização e diagramação seguem no anexo

desta aula, que traz também comentários de redações corrigidas. Não fiquem

preocupados, não vou expô-los, apenas comentarei os textos ou passagens

deles para que todos possam visualizar o que podem ou não fazer na hora de

dissertar.

1. A COERÊNCIA TEXTUAL E AS PARTES DO TEXTO

Podemos dizer que há um princípio que rege o texto: a unidade. Um

bom texto, além de outras características que deve apresentar, é aquele cujas

partes se harmonizam em prol de um único propósito, comunicar sua

mensagem principal. A coerência é exatamente a preservação da unidade

textual.

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PROFESSORA: JÚNIA ANDRADE A coerência é a unidade do texto, em que as partes se completam, sem

gerar contradições

De acordo com o aspecto semântico, ou seja, o que podemos chamar de

sentido, a informação textual vai se complementado desde a relação do título

(se houver na redação) com o parágrafo introdutório e com a totalidade textual;

da tese textual com seus argumentos; da introdução com a conclusão ou dos

argumentos com a conclusão; de um período textual com seus períodos

vizinhos, de uma oração com outras orações e da totalidade de nossas

escolhas lexicais (vocabulário). O texto coerente e coeso é esse emaranhado

de relações, e não há como ser diferente.

Podemos dizer que a coerência tem seu início a partir da relação entre o tema proposto e a redação em si.

E é nesse ponto que começa um drama para muitos que não se

familiarizam com a produção de provas discursivas: depreender a proposta

temática e manter até o fim do texto essa depreensão.

Não é novidade, pois está claro no edital que fugir ao tema é anular

qualquer chance de obter pontos na redação. Motivos de fuga à proposta têm

origem variada, nervosismo, pressa, insegurança ou até mesmo o óbvio,... “não

sei falar sobre o assunto”. Porém esses fatores são condicionantes que

escapam ao texto. Hoje é praticamente unanimidade entre as bancas deixarem

textos-base que podem ajudar o redator, porque oferecem uma “luz” sobre o

tema. O Cespe, por exemplo, prefere oferecer ao candidato temas simples que,

mesmo sendo técnicos, são conceitos, caracterizações, etc. de assuntos de

conhecimento seguro do candidato. Mas essa simplicidade de oferta tem um

preço alto: ao se deparar com tema “fácil”, o candidato tende a errar mais, na

medida em que se sentirá livre para falar no texto “o que quiser”. O resultado

disso, você já deve estar imaginando. Por isso, é estudar redação, pois isso

significa disciplinar-se para escrever o necessário com clareza.

Mas voltando à história dos textos de apoio, aqueles que a banca nos

oferece de vez em quando para nos trazer inspiração: logicamente, em muitas

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PROFESSORA: JÚNIA ANDRADE provas vem expresso o enunciado que proíbe cópias de qualquer passagem

dos textos de apoio, mas ninguém pode alegar que terá que começar do nada.

Os textos de apoio dão “aquela mão” para atenuar a sensação de “deu branco”.

Se há esse apoio, por que, então, ainda se corre o risco de zerar uma redação

em concurso?

Vejo resposta na dificuldade que as pessoas têm para ler. Normalmente

muitos interpretam enunciados na íntegra em vez de se preocuparem com

pormenores da estrutura frasal. O que quero dizer é que mais se deduz o que

está escrito do que se entende de fato o que está ali na sentença proposta. Por

causa disso, alguns candidatos podem zerar a prova ou apresentar deficiências

argumentativas graves.

Exemplificam isso dois casos interessantes. Um deles, muito famoso,

ocorreu no vestibular, se não estou enganada, da Cândido Mendes: o tema

pedia para “falar sobre a importância do lazer”, mas cerca de 80% dos

candidatos entenderam “laser”.

No âmbito dos concursos atuais, muitos candidatos além de fugirem ao

tema, acabam escrevendo demais, ou seja, entrando em assuntos que a banca

nem sequer mencionou. Desse modo, algumas redações perdem muitos

pontos na abordagem temática porque extrapolam respostas e deixam a

informação importante deficiente de argumentos.

Nas avaliações da Cespe, essa abordagem tangencial pode custar um

alto valor às redações dos candidatos. Pois a distribuição dos pontos de

abordagem varia conforme a modalidade. Há três modos comuns de banca

sugerir seus temas:

- modalidade de exposição simples: ocorre quando a banca oferece uma

proposta temática única e pede apenas para os candidatos dissertarem sobre o

assunto.

- Modalidade de dissertação argumentativa: comum nas provas quando

a banca solicita ao candidato um posicionamento.

- Modalidade de exposição com tema único seguido de dois, três ou

quatro aspectos. Quando a banca expõe um tema que deve ser

complementado por aspectos. Chegamos a um modelo interessante, como

vocês já viram nas propostas temáticas do 1º anexo de redações. Esse modelo

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PROFESSORA: JÚNIA ANDRADE consome muitos pontos, em média, a depender do número de aspectos,

consome 60% da pontuação da abordagem temática.

Esses 60% são divididos, em geral, igualmente entre esses três ou

quatro aspectos. Por isso uma abordagem clara e pontual desses aspectos é

necessária para que o examinador perceba a clareza de exposição desses

elementos. Por outro lado, quando a banca não explicita o aspecto mencionado

em forma de assunto, elementos textuais passam a contar pontos na avaliação

da macroestrutura textual. É o que ocorre com os dois primeiros modelos

temáticos.

O primeiro desses elementos macrotextuais diz respeito à coerência; os

dois seguintes, à coesão. Naturalmente, neste último caso, também há

avaliação da coerência, mas neste ponto importa verbalmente como esta

coerência se manifestará. O conjunto coerência e coesão no Cespe é avaliado

com o nome de lógica do desenvolvimento argumentativo.

Então, pessoal, muita atenção ao assunto da aula 02, pois erros

cometidos nessa área textual significam exclusão do concurso.

Uma boa leitura da proposta temática é o início para o estabelecimento de uma corrente textual lógica e harmônica.

Por isso, sempre leiam a proposta temática, grifando palavras-chave.

Também se atentem para situações de proibição e de necessidade expostas

pela banca. Por fim, usem o rascunho para esboçar sua meta, seus objetivos

para que vocês saibam exatamente aonde querem chegar com seu texto.

1.1 TÍTULO E COERÊNCIA

Há pouco falamos sobre o caráter da unidade que um texto deve ter. Esse

caráter sempre será lembrado enquanto estivermos trabalhando com a

macroestrutura da dissertação – a introdução, o desenvolvimento e a

conclusão.

Começamos, num concurso, uma dissertação pelo título ou já no parágrafo

introdutório. Como já disse, isso fica a cargo da escolha de quem escreve, e já

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PROFESSORA: JÚNIA ANDRADE mostrei que não há mal algum em colocar título num texto ou simplesmente

não usá-lo. Gosto de lembrar que o título faz parte da contagem das linhas,

logo ele poderá ser usado estrategicamente a depender da situação de quem

escreve seu texto.

Usar um título é válido, se houver coerência entre ele e o texto. Às

vezes, encontramos matérias jornalísticas com títulos um tanto curiosos que

podem esconder textos surpreendentes, mas esse não é o caso da

dissertação.

Textos dissertativos exigem objetividade e racionalismo, por isso seus

títulos devem estar despidos dessa intenção criativa de tônus subjetivo. Sua

coerência em relação ao texto que escreve dar-se-á no momento em que a

apresentação do título possa adiantar algo do que está no conteúdo da

redação. Há falhas comuns, que podem acarretar perdas pequenas, decimais,

na apresentação de títulos. Os motivos seriam os seguintes:

Títulos incoerentes seriam os que - servem como convites falsos, diz-se algo diferente do que está no texto.- são extensos, aparentado ser mais um parágrafo. - estão grifados, estão sob aspas ou terminam em ponto final; são incoerentes com a exigência do edital. Tais títulos podem anular uma redação. - são vagos quanto ao significado.

Confira essas falhas no anexo desta aula. Mas voltamos à questão: “o

que faço, então, para dar à minha redação um título coerente?”

A resposta é a essa pergunta é simples: procure extrair do tema

palavras-chave que você possa aproveitar no título, de modo que estas já

adiantem o seu posicionamento quanto à proposta (isso principalmente no caso

de uma redação argumentativa). Dê um título curto e centralizado a seu texto,

não salte linha entre título e texto, em razão da contagem de linhas. Também

poderá figurar como título a elaboração de uma pergunta que deverá ser

respondida ao longo da redação.

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PROFESSORA: JÚNIA ANDRADE 1.2 PARÁGRAFO INTRODUTÓRIO E COERÊNCIA

O parágrafo de abertura de um texto, se bem escrito, poderá nortear a

leitura do corretor. Por isso, sua confecção deve ser feita de modo claro e

objetivo, procurando sempre expor a posição do candidato em relação ao tema

e sintetizar o que futuramente seguirá nas linhas do desenvolvimento textual.

Fatores diversos motivam a incoerência logo na introdução do texto, mas todos

com um ponto em comum: falta de objetividade. Posso dizer que é obrigatório ser objetivo quando se introduz um

texto. Não há floreios, exposições gerais sobre o assunto, apresentação de um

histórico sobre o tema, etc. Nada disso, substituirá o caráter racional da dissertação e sua conseqüente exigência de clareza e precisão. Um

parágrafo introdutório vago custará muito à nota final do candidato, pois haverá

em seu texto linhas de pouca representatividade para o cumprimento efetivo do

tema.

Meios de se fazer uma introdução podem ser variados, mas devemos, sobretudo, manter sempre a objetividade. A seguir, listo algumas

sugestões colhidas em alguns manuais que poderão servir para inspirá-los,

vejam quais irão proporcionar mais segurança na hora de redigir e trabalhem

bastante com eles:

1. Introdução básica ou comum: esse tipo de introdução consiste em

uma apresentação resumida da tese que se quer apresentar. Pode-se

parafrasear o tema e continuar a introdução com o seu posicionamento

particular sobre o mesmo.

2. Introdução básica com enumeração de argumentos: considero este

uma boa escolha, em virtude de se aproveitar em todas as partes da

redação a totalidade da proposta temática. Esse tipo de introdução

começa com a apresentação da tese, seguida de dois ou três

argumentos sintetizados. É importante frisar que ao se fazer esse tipo de

introdução, o candidato será obrigado a apresentar os argumentos

organizadamente desenvolvidos nos parágrafos seguintes, já que ele

preparou seu leitor para isso.

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PROFESSORA: JÚNIA ANDRADE 3. Introdução básica seguida de pergunta retórica: perguntas fazem

bem a um texto, desde que sejam bem formuladas. Elas servem para

orientar o leitor que, por sua vez, tende a buscar resposta textual para

ela. Um parágrafo de introdução pode ter uma ou várias perguntas para

serem respondidas ao longo do texto.

No anexo desta aula, acompanhe exemplos dessas formulações

introdutórias e também exemplos de incoerências cometidas por candidatos

na introdução de suas redações.

1.3 A COERÊNCIA E O DESENVOLVIMENTO DO TEXTO

Os parágrafos seguintes à introdução, conforme já vimos, portam o

conteúdo do desenrolar dissertativo. Neles estarão idéias concernentes à

explicação mais aprofundada do assunto abordado na introdução ou estarão

os meios mais eficazes de persuasão encontrados pelo candidato.

Porém, é nesse mesmo espaço que incoerências também podem surgir,

na medida em que, por descuido, um candidato produz argumentos que

podem destoar da tese que ele apresentou ou que podem causar entre si

relações de oposição mal formuladas.

É comum, quando estamos na defesa de alguma idéia, fazermos, por

exemplo, uma ressalva, para evitar que exponhamos nossas idéias com

radicalismo. Mas devemos saber de antemão que ressalvar é fazer uma

oposição leve a fim de que venhamos a reconhecer parcialmente a

importância do outro lado, não defendido por nós. Mas assim que

terminamos uma ressalva, devemos reforçar nossa idéia, considerando-a

melhor se comparada ao seu oposto. Vejam o exemplo:

“Embora o estado esteja constantemente tomando medidas para dirimir

a violência do dia-a-dia, estas não se mostram eficazes o suficiente para que

ganhem a confiança da sociedade. Seria preciso exigir das autoridades a

formulação de estratégias claramente planejadas para se conter, com

responsabilidade, parte das ações criminosas que assolam os grandes

centros urbanos.”

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PROFESSORA: JÚNIA ANDRADE Observando o exemplo, notamos que o redator, em seu posicionamento,

deixa claro que o Estado não consegue conter a violência nos grandes

centros. Todavia, o redator reconhece que existe certo controle, porém

precário. Por isso, abre essa ressalva apenas para se preparar

estrategicamente a fim de mostrar a pouca eficácia do controle estatal.

Aconselho àqueles ainda inseguros para a produção de redações que

escrevam com simplicidade, mesmo sem ressalvas, pois estas requerem do

candidato domínio de conjunções concessivas e da relação que os

parágrafos e períodos manterão com a própria ressalva.

1.4 A CONCLUSÃO E COERÊNCIA

A conclusão é parte do texto perigosa quanto à formulação de

incoerências. Infelizmente, muitas vezes, encontramos redações muito bem

escritas, cujas conclusões anulam todo um trabalho bem feito.

Erros graves assim são cometidos em virtude de fatores que vão desde

o emprego do conector errado na introdução da conclusão à radical

mudança de postura do candidato quanto ao tema, justamente no fim do

texto:

há redações que iniciam sua conclusão com a conjunção “contudo,...”. O problema é que esta conjunção tem valor de oposição, sua aplicação pode anular o que se disse antes. Há outras redações que finalizam o texto com uma pergunta para a qual não há resposta no próprio texto. Isso seria outra incoerência, porque a dissertação é um texto de caráter informativo, avesso, portanto, a digressões.

Para se fazer uma conclusão segura, é preciso usá-la apenas para ratificar

informações que já estavam presentes na introdução, já que a função do

parágrafo conclusivo é reafirmar a posição do redator diante do tema.

1.5 AS ESCOLHAS LEXICAIS E A COERÊNCIA

Fator sério que pode causar incoerência grave seria o mau emprego

vocabular. Há candidatos que, não dominando o sentido preciso de certas

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PROFESSORA: JÚNIA ANDRADE expressões da língua, empregam vocábulos incorretos ou impróprios no

contexto com que trabalham. Nos concursos, geralmente, o mau emprego de

expressões é causado pela desatenção ou pela ousadia. Vejam no exemplo

seguinte:

“...com a aplicação de leis mais rigorosas, a queda dos acidentes de trânsito

vem diminuído bastante...”

Perceberam o que o candidato escreveu? O que ele quis dizer é o

número dos acidentes no trânsito vem diminuindo, mas escreveu o contrário.

Cometeu o candidato, mesmo sem querer, uma grave incoerência.

Algumas conjunções, por falta do conhecimento de suas devidas

funções acarretam erro também quando mal empregadas. Caso famoso é o da

conjunção “posto que”. Esta conjunção tem valor concessivo, ou seja, é

empregada para se fazer oposição, por isso não pode servir para comportar

uma justificativa. Muitos, porém, associam suas idéias a situações como a

presente no primeiro exemplo:

“Exportamos mais posto que diversas medidas foram tomadas para dar

credibilidade aos nossos produtos.” (erro)

“Exportamos mais posto que diversas medidas não sejam tomadas para dar

credibilidade aos nossos produtos.” (correto)

Para evitarmos ciladas do próprio vocabulário, será de grande valia que

mantenhamos nossa postura de simplicidade quanto ao emprego vocabular.

Evitemos, portanto, expressões prontas, comuns, por exemplo, no campo do

Direito. Alguém certamente as usará com cuidado; outros, porém, por

modismo, e aí estará o perigo.

Também ressalto que o bom uso do vocabulário está na percepção dos

objetivos do texto e no reconhecimento do contexto do leitor. Ter um

conhecimento vasto do léxico não é suficiente para se escrever bem, o ideal é

que façamos comunicáveis e claros, se é esse o nosso objetivo.

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PROFESSORA: JÚNIA ANDRADE SUGESTÕES SUCINTAS PARA EVITAR INCOERÊNCIA – Defeitos textuais

Frases curtas: é sempre bom que cuidemos do tamanho da frase.

Frases longas comumente trazem erros e não manifestam clareza, por

isso prefira o encurtamento da frase. Exemplo:

“Alguns políticos são um exemplo de como utilizam seus discursos

persuasivos em busca de votos e quando atingem o poder esquecem as

promessas feitas em campanha e se envolvem em atos ilícitos

abandonando os eleitores que confiaram em suas palavras.” (frase

longa)

Sugestão de encurtamento:

Alguns políticos utilizam seus discursos persuasivos em busca de votos. No poder, abandonam as promessas feitas aos eleitores e se envolvem em atos ilícitos.

Ambigüidade: deve-se evitar uma possível formação de ambigüidade.

Nas frases curtas, ela praticamente não aparece; em contrapartida, nos

discursos longos, é bastante comum a existência de duplicidade de

sentido. Exemplo:

“...é opinião da maioria dos eleitores que muitos políticos, quando

eleitos, não se esforçam o suficiente para cumprir suas promessas e

amenizar suas necessidades mais urgentes.” (necessidades de quem?)

Sugestão: ...é opinião da maioria dos eleitores: muitos políticos, quando eleitos, não cumprem promessas e não amenizam os problemas da população. (retirei alguns vocábulos que por si já eram

ambíguos)

Vocabulário: já estudamos, ainda nesta lição, a importância de se

escrever com clareza. Todavia, existem alguns vocábulos do nosso uso

diário que podem ter significado diverso do que esperamos, por isso é

bom ficar atento. São exemplos:

- onde: uso restrito para referir-se a lugar; prefira “em que”.

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PROFESSORA: JÚNIA ANDRADE Ex.: houve um encontro onde se discutiu muito a respeito de ecologia.

Houve um encontro em que (no qual) se discutiu muito a respeito de ecologia. - através: como pressupõe a existência de um meio físico (ex.: através

da janela vigiava meu filho), prefira, em outras situações, a expressão

“por meio de”.

Ex.: através de obras sociais, o governo vem conseguindo apoio da

população. (errado)

Por meio de obras sociais, o governo vem conseguindo apoio da população. - dentre: empregado exclusivamente para destacar um ou mais

elementos de um grupo. Vejam a diferença do uso de dentre/entre

a. Dentre todos, ele saiu aprovado. (saiu apenas ele)

b. Ele está entre os aprovados. (ele é mais um dos aprovados)

- ao invés de/em vez de: usamos “ao invés de” quando coordenamos

elementos exatamente opostos. Já a expressão “em vez de” oferece

menos riscos, pois é usada para coordenar elementos diferentes, o que

não quer dizer que tenham que ser “opostos”. Confiram a diferença nos

exemplos:

a. Ao invés de continuar deitado, levante-se! (oposto) b. Em vez de exigirmos o cumprimento das promessas de campanha, esquecemos da necessária fiscalização dos atos governistas. - ir de encontro a/ir ao encontro de: significam exatamente o contrário

uma da outra. “Ir de encontro a” equivale a ir contra alguma coisa. “Ir ao

encontro de” é ser favorável a algo. Exemplo:

a. Sua decisão foi de encontro às nossas. (decisão contrária às

nossas)

b. Sua decisão foi ao encontro das nossas. (decisão favorável às

nossas)

- a princípio: quer dizer para início de conversa. Difere de “em princípio”,

que quer dizer “em tese”. Exemplo:

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PROFESSORA: JÚNIA ANDRADE a. A princípio, falaremos de verbo. (subentende-se: depois falaremos

de outro assunto)

b.Em princípio, atos como esses são condenáveis. (de acordo com

alguma lei)

- detento/presidiário: detento é quem está detido; presidiário é quem já

está condenado. Exemplo:

a. Houve rebeliões em grandes complexos prisionais cujos detentos

perderam suas vidas. (Mau emprego: e os presidiários?)

- em face de: não se usa “face a”. Ex.: em face da crise, muitos venderam suas ações. - juntamente com/junto com: ambas devem ser evitadas. Prefira apenas

“com”. Exemplo: a polícia juntamente com a sociedade... (redundância).

Prefira: a polícia e a sociedade... ou a polícia com a sociedade...

Para reforçar o assunto coerência, estudaremos os motivos da coesão.

Coerência e Coesão são aspectos textuais intimamente ligados que muitas

vezes são entendidos vulgarmente como sinônimos. O estudo da coesão nos

dará mais ferramentas para que possamos entender melhor a coerência entre

frases e períodos de um texto.

2. A COESÃO TEXTUAL E RECURSOS ANAFÓRICOS

De modo geral, podemos dizer que coesão é um mecanismo de junção

de partes do texto para que se formulem grandes cadeias coerentes quanto à

significação do enunciado.

Para a linguista Ingedore Koch, alguns mecanismos auxiliam na

promoção de estruturas coesas:

- a referência (pessoal, demonstrativa, comparativa);

- conjunção (aditiva, adversativa, causal, temporal, continuativa);

Vamos, então, à tradução desses mecanismos para a plena

convergência com nosso trabalho.

A REFERÊNCIA

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PROFESSORA: JÚNIA ANDRADE Os recursos coesivos de referência são aqueles que não podem ser

interpretados por si mesmos. Para entendermos o seu significado, devemos

ativar seu elemento de referência. É o que ocorre com os pronomes de um

modo geral. Exemplo:

“os servidores devem sempre manter a impessoalidade no exercício da

função pública. Para que esta seja desempenhada com rigor, deve também

haver retidão e ética nas ações públicas.”

Vejam que o pronome “esta” só esboça sentido se contextualizado, por

isso é um referencial. O uso de recursos coesivos feitos por meio de pronomes

é bastante comum e o conhecimento de suas possibilidades pode enriquecer a

formulação de parágrafos. Os demonstrativos, por exemplo, são elementos

coesivos de destaque. Todavia, muitos candidatos não usam esses remissivos

com segurança e, por essa razão, normalmente acabam cometendo pequenas

falhas de coesão.

Embora nesta aula ainda não estejamos estudando com profundidade

recursos gramaticais, aí vai uma dica importante para que corrijam uma falha

comum nas dissertações:

Pronomes isso, esse, essa são pronomes anafóricos, ou seja, recuperam idéia imediatamente anterior.

Exemplo: “...a distribuição de recursos de atendimento à população

carente, tal como o bolsa-família, tem garantido ao atual governo boa aceitação

popular. Isso, no momento, faz com que as críticas abertas ao governo sejam

cautelosas.”

É muito comum que candidatos usem “isto” em vez de “isso”. Porém o

pronome “isto”, quando anafórico, recupera apenas nomes isolados, enquanto

a ação de recuperar segmentos interpretativos inteiros se faz com “isso”.

AS CONJUNÇÕES E NEXOS TEXTUAIS

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PROFESSORA: JÚNIA ANDRADE Há conectores que, se bem usados, podem auxiliar a frase na

composição da lógica e do sentido textual. Mas para empregá-los é preciso

conhecê-los bem, a fim de que não surjam incoerências quanto à sua

aplicabilidade. Algumas conjunções, em razão do som ou da aparência gráfica,

podem representar ciladas.

Esse é o caso da conjunção “posto que”, novamente em exemplo.

Muitos a interpretam como conjunção causal, associando-a ao sentido de um

“porque”. Associação errada, pois “posto que” tem emprego concessivo, ou

seja, de leve oposição. Exemplo:

i. “não vou a festas, posto que dedico meu tempo livre aos estudos.” (uso

incorreto; aqui caberia “porque”)

ii. “não vou a festas, posto que tenha tempo para isso.” (uso correto; valor

semelhante a “embora”)

Os nexos textuais e as conjunções auxiliam o redator na exposição de

seus argumentos, pois demonstram para o leitor uma fluidez textual quanto à

organização argumentativa. Vejam o esquema a seguir, interessante para ser

aplicado em redações como as que iremos produzir no dia do concurso do

Senado:

Parágrafo de introdução: tese + síntese dos argumentos

Parágrafo de desenvolvimento: Em primeiro lugar, a princípio, por um lado,...

Parágrafo de desenvolvimento: Já em segundo, por outro lado, ...

Parágrafo de desenvolvimento: ...também, ...

Parágrafo de desenvolvimento: Além disso,...

Parágrafo de conclusão: Por conseguinte, portanto...

As expressões em negrito, os nexos, fazem transparecer a existência de

uma ligação clara entre parágrafos componentes do texto, por isso é bom usá-

las. Esses recursos coesivos podem ser substituídos por outros de igual valor;

vejam isso nas possibilidades a seguir:

CURSO ON-LINE – REDAÇÃO OFICIAL E QUESTÕES DISCURSIVAS TÉCNICO - P/TCU

PROFESSORA: JÚNIA ANDRADE - Em primeiro lugar: a princípio, num primeiro momento, primeiramente, por um

lado, etc.

- Em segundo lugar: além disso, além do mais, também, por outro lado, num

segundo momento, etc.

- Além disso: enfim, além do mais, Há ainda, por fim, etc.

- Por conseguinte: logo, por isso, portanto, assim, em suma, etc.

Há no anexo desta aula, redações que se valeram da organização por

nexos e por conjunções. Será possível, então, visualizar com mais clareza o

efeito desses organizadores textuais. Também está disponível um quadro com

as conjunções mais operadas em texto para que possam ser estudadas e

testadas como opção para variar o emprego coesivo desses conectores.

1. CONCLUSÃO

Fazendo um balanço do que vimos, nesta aula chamo a atenção de todos

para os seguintes aspectos:

- procurem ler cuidadosamente o enunciado das propostas temáticas para

que não cometam a mais séria das incoerências: interpretar erroneamente o

tema;

- se o Cespe propuser aspectos de emprego obrigatório, grife as palavras-

chave e empregue-as em seu texto. Para que haja uma lógica perfeita,

procure desenvolver esses aspectos em parágrafos separados;

- como seus argumentos e ou o desenvolvimento dos aspectos ficarão em

parágrafos separadamente organizados, procure empregar nexos textuais

ou conjunções no início de cada parágrafo para manter o aspecto coesivo

entre os assuntos;

- para evitar incoerências no âmbito frasal, procure redigir frases curtas,

com elementos sintáticos na ordem direta (ex.: sujeito + verbo +

complementos, +...) e use vocábulos simples. Não faça da língua um

ornamento!

No mais pessoal, não deixem de acompanhar os comentários nos

anexos de cada aula. Os anexos funcionam como nosso laboratório para

entender melhor o assunto. Se sentirem certo desconforto na finalização dos

CURSO ON-LINE – REDAÇÃO OFICIAL E QUESTÕES DISCURSIVAS TÉCNICO - P/TCU

PROFESSORA: JÚNIA ANDRADE anexos, não reparem, pois eles representam uma seqüência de exposições

diferentes que se complementam a cada assunto novo.

Pessoal, quanto ao assunto dos anexos, quero fazer um esclarecimento

importante: os anexos não fazem parte do corpo textual do curso. São artigos

que escrevo espontaneamente com o intuito de ajudá-los a melhorar os textos.

Jamais quero aqui causar qualquer tumulto e infelicidade a todos em razão de

os anexos não virem acoplados às aulas. Neste curso do TCU, a entrega de

redações quase coincide com as aulas em função do tempo que temos, e

esses anexos de que falo são produzidos, conforme em todos os cursos que fiz

aqui no Ponto, a partir de redações corrigidas de alunos. Após a leitura dos

textos, retiro trechos de redações, sem mencionar o nome dos alunos e os

comento para reafirmar e complementar aprendizados já obtidos aqui. Jamais

os deixaria sem os conhecimentos necessários para o enfretamento do

concurso. Leciono há dez anos, tenho vasta experiência na área e isso nunca

aconteceu.

No material anterior mencionei o fórum, mas o Ponto está com

problemas de envio, por isso peço que encaminhem suas dúvidas para o e-mail

[email protected]. Estou preparando uma lista de perguntas e respostas

todas, sem excluir elogios ou reclamações, simulando o fórum para enviar a

todos. A finalidade é sempre a mesma transparência e aprendizado. Por isso,

encaminhem suas dúvidas, independentemente do fórum.

Peço desculpas pelo aula 02 anterior, pois, sem querer enviei a aula

sem salvá-la, ou seja, no rascunho.

Grande abraço a todos!

Profa. Júnia

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Tribunal de Contas da União

Técnico de Controle Externo

Redação e Questões discursivas

Aula 03 - Profa. Júnia Andrade

Pessoal, bom dia.

Estamos no pós-primeira redação e no início realmente deste curso para

o TCU/TCE. Por que início? Porque nas primeiras aulas nos dedicamos ao

conhecimento da chamada grande estrutura do texto, bem como ao

funcionamento técnico dos parágrafos de um texto. Na verdade, as aulas

anteriores serviram para nos preparar para a fase que começa hoje: a

organização do texto segundo as provas P3 e P4.

Antes disso, vamos recapitular pontos importantes das aulas anteriores:

1 – sempre ler o tema com a caneta. Por quê? Para você se certificar do que

realmente está sendo pedido. Para conseguir diferenciar propostas em que a

banca diz

a) “Redija um texto dissertativo acerca do seguinte tema”:

de

b) “Redija um texto dissertativo, posicionando-se acerca da seguinte

frase...”

e de

c) “Redija um texto dissertativo a partir do seguinte tema...seu texto deverá,

necessariamente, trazer os seguintes aspectos....”

São as três formas de o Cespe enunciar a proposta temática. Vamos falar

disso hoje. Mas, peque a caneta e grife o que está sendo solicitado. Nas

redações de 10 linhas, isso é tarefa imprescindível.

2. Vimos também que informações importantes acerca da macroestrutura:

- Introdução do texto: recuperar o tema + tese (+ síntese dos argumentos).

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- desenvolvimento

- conclusão: retomada da tese + (resumo do texto)

3. Fechamos a última aula falando de “defeitos textuais”, lembram? Vamos

precisar saber mais sobre eles também na aula de hoje.

4. Lá no início das aulas 00 e 01, falamos sobre os tipos textuais:

- dissertação expositiva: explicação, esclarecimento de um fato, assunto.

- dissertação argumentativa: explicação, seguida de ponto de vista sobre o

assunto.

- narração: relato dinâmico de fatos que ocorrem na transformação do tempo.

- descrição: caracterização de pessoas, lugares, objetos, etc.

Preparadas as ferramentas, vamos ao trabalho:

Elaboração de textos de curta extensão

A primeira redação que desenvolvemos nos ensinou a conhecer o

funcionamento das partes do texto. Ela funcionou como um laboratório analítico

para que eu, a professora, pudesse conhecer o estilo da turma: se aluno X

escreve mais por coordenação ou aluno Y escreve mais por subordinação.

Não se tratava, portanto, de um teste para você, aluno. Tratou-se de um

teste para mim, uma ferramenta, por meio da qual poderei escolher o melhor

caminho para ajudá-lo a localizar seu estilo e escrever com mais precisão um

texto de curta extensão e de enunciado “cabuloso”.

Argumento 1

Argumento 2

Argumento 3

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Podem ver que, nesta etapa de correções, você terá oportunidade de

escrever mais textos. Portanto, se tirou nota ruim, não fique chateado, pois

ainda não estava valendo de fato para a gente ter uma noção do desempenho

no dia da prova do TCU. Se tirou nota boa, também não poderá relaxar ainda,

pois daqui pra frente as coisas mudam de conversa.

Por que é importante conhecer um estilo de escrita para textos de

pequena extensão? Porque o texto exige mais objetividade e clareza na

exposição e, ao mesmo tempo, exige mensuração perfeita dos assuntos que

deverão caber, com abordagem satisfatória, em 10 linhas no máximo.

Então, vamos estudar técnicas de resumo, em outras palavras, técnicas

de encurtamento frasal e manutenção de objetividade.

Coordenativo ou subordinativo?

São estilos de escrita: ou o sujeito é coordenativo ou é subordinativo. O

problema é que esses estilos variam bastante entre o comportamento do texto

falado ou do texto escrito. Quem nunca ouviu frases do tipo:

- tal professor tem material bom, mas a aula presencial...fica a dever.

- tal professor tem boa aula presencial, mas o material é fraquinho.

- fulano é tímido, mas escreve cada texto...

Comportamentos assim, antes de serem vistos como defeitos, são

estilos que variam ou persistem na pessoa no momento em que ela se

comunica: quer seja no plano do discurso falado, quer seja no escrito.

Algumas redações do curso eram muito prolixas, ou seja, os alunos

acabavam fazendo períodos longos, por vezes, num descuido, parágrafos

também longos. Senti nas correções a avidez em falar do assunto, em esgotá-

lo, em demonstrar conhecimento. Esse comportamento traduz a escrita

subordinativa, dependente mesmo, atraída pelo tema e, por vezes, traída por

ele.

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Na escrita subordinativa, tendemos a desobedecer limites temáticos, a falar

tudo o que sabemos e a, de vez em quando, inserirmos assuntos que não

estavam ali, solicitados no tema. Veja se você é possui uma escrita

subordinativa. As pistas são as seguintes;

a) O tema é abordado, mas você sente necessidade de explicar algo em

torno.

b) Sempre que começa um assunto, por exemplo, um aspecto do tema,

tende a não começar exatamente por ele. Em vez de abordá-lo na linha

1, aborda-o na linha 2.

c) Gosta de vírgulas. Uma escrita subordinativa é cheia de inversões, tem-

se a ideia de que a frase ficaria empobrecida se começasse na ordem

direta: SUJEITO + VERBO + COMPLEMENTOS.

d) Ao concluir o texto, resolve desenvolver mais um assunto, nem que seja

breve, uma coisinha que esqueceu...

Apontei isso na sua correção? Mesmo dando a você nota boa? Se pedir

para ser mais objetivo, sua escrita, meu amigo, é subordinativa. Trate de ler

esta aula toda com muito cuidado, pois para a prova P3 precisará de muita

disciplina para não extrapolar as 10 linhas – o que é, para quem andou

extrapolando as 30 linhas da redação, PROIBIDO!

Quanto ao coordenativo, não pense que este está a salvo. Dependendo

do coordenativo que você é, melhor ser disciplinado e subordinativo para a

P3. Na sua redação, você

a) Foi direto ao ponto. Leu o tema, e não viu outra coisa senão o próprio

tema.

b) Adora um ponto final, ou seja, mal chega à segunda linha e, ponto!

c) Não vê a hora de atingir o máximo ou, na pior das hipóteses, o

mínimo de linhas.

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d) Esquece de fazer a conclusão, afinal esgotou o tema, falou do último

aspecto,...acabou o assunto, ponto final!

Faz isso? Sua escrita é coordenativa. Econômico demais, terá de

aprender a escrever mais sobre o tema. Não apenas citar passagens. É

típico do coordenativo fazer enumerações sem explicar os termos, pois

afinal é necessário ganhar linhas para cumprir a redação.

Enquanto o subordinativo é empolgado, mesmo na ilusão, o

coordenativo, por vezes, é frustrado. Quantas vezes, ao longo de mais

de uma década de trabalho, aluno, coordenativo, chegou até mim e

disse “Júnia, trouxe essa redação, não ficou boa, mas queria que você

desse uma olhada...”. Esse é um típico coordenativo, ele já sabe que

está devendo linhas, devendo assunto, devendo...

Mas, além desses extremos, naturalmente, existem os meio-termos

subordinativos e coordenativos. Há quem seja um prolixo controlado,

desvia de vez em quando, mas salva o texto com passagens brilhantes;

há quem seja um coordenativo disciplinado, é objetivo ao falar do

assunto, sem macular o conteúdo. Este coordenativo não enfeita

palavras, não gosta de frases longas, não tem aquela mania de “mostrar

o que sabe”, diz o que é para ser dito e, ponto final! Com essas

características, melhor ser um coordenativo assim para a P3.

E é para chegarmos à qualidade desses meio-termos que vamos nos

preparar para a P3.

Primeiramente, vamos às dicas macroestruturais.

Sugestões macroestruturais para textos econômicos

Diante da prova P3, nosso primeiro procedimento será destacar termos

importantes no enunciado temático. Essa tarefa nos ajudará na projeção das

partes do texto que vamos escrever. Vejamos a questão 1 da prova do

TCU/TCE 2007:

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Entre  os  atos  da  administração  pública  relativos  à  despesa,  estão  aqueles relacionados  com  a  investidura  em  cargo  ou  emprego  público,  sobre  o  que  a Constituição  atribuiu  competência  específica  ao  Tribunal  de  Contas  da  União (TCU). Disserte, de forma sucinta, acerca dessa competência do TCU definida pela Constituição quanto aos atos de admissão de pessoal, enfocando, necessariamente, os seguintes questionamentos:  

Que atos estão subordinados à função fiscalizatória do TCU relativamente à admissão de pessoal? 

Qual  a  abrangência  da  atuação  do  TCU,  no  que  tange  aos  órgãos  da Administração direta e indireta federal, nos provimentos de cargos efetivos e em comissão? 

Há  possibilidade  da  apreciação  do  ato  de  admissão  de  pessoal  pela administração e pelo Poder Judiciário? 

Esperta, a banca traz tema provocativo. Para respondê-lo, grife,

primeiramente, palavras da proposta geral a fim de que você possa ter

certeza da modalidade escrita (veja meus destaques no cabeçalho da

questão). A banca pediu “disserte de forma sucinta”, então a modalidade é

apenas expositiva, basta explicar tudo com clareza.

Em 2º lugar, comece seu rascunho. Com dez linhas, fica difícil manter a

macroestrutura comum: introdução + argumentos 1, 2, 3 + conclusão. Por

isso, considerando também que dez linhas significam mais ou menos 3

linhas por parágrafo – é necessário esse equilíbrio!!! - , abandone qualquer

introdução geral e qualquer conclusão geral. Esta poderá ocorrer na última

linha, quando você escrever “Portanto,...” e recuperar o tema geral nele.

Exemplo de macroestrutura para esta questão:

Entre os atos da administração pública relativos à despesa, estão aqueles relacionados com a investidura em cargo ou emprego público, sobre o que a Constituição atribuiu competência específica ao Tribunal de Contas da União (TCU). Disserte, de forma sucinta, acerca dessa competência do TCU definida pela Constituição quanto aos atos de admissão de pessoal, enfocando, necessariamente, os seguintes questionamentos:

Que atos estão subordinados à função fiscalizatória do TCU relativamente à admissão de pessoal?

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Qual a abrangência da atuação do TCU, no que tange aos órgãos da Administração direta e indireta federal, nos provimentos de cargos efetivos e em comissão?

Há possibilidade da apreciação do ato de admissão de pessoal pela administração e pelo Poder Judiciário?

Trouxe o exercício novamente para ficar mais fácil visualizar...

1º§ Os atos subordinados à função fiscalizatória do Tribunal de Contas da União – TCU – são ....

2º§ É de abrangência da atuação do TCU fiscalizar, orientar....no que diz respeito à contratação de pessoal...Isso tanto na Administração direta e

indireta federal, pois...

3º§ Além do TCU, o Poder Judiciário poderá....Isso se encontra no artigo ...da Constituição que diz...Por isso, o texto constitucional define a

competência do TCU para ...

Para esse tipo de texto, sucinto, não há outro modo de responder à

proposta temática. Por isso, recomendo treino. Quem já quiser ir

experimentando a resolução desse tipo de questão, pode voltar aos temas

anteriores e refazê-los no espaço de dez linhas. Também poderão aguardar o

envio das propostas temáticas ajustadas para essa segunda etapa do

exercício.

Mas, se você escreve muito, e não está conseguindo estruturar seu

texto, fique atento às dicas microestruturais, pois estas o ajudarão a pensar o

tamanho de suas frases.

Sugestões microestruturais – como trabalhar a frase –

editoração

Se você se encontrar no perfil a seguir, terá que ler cuidadosamente toda a

aula 03.

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escrevo, mas não confio nos meus parágrafos, tenho a impressão de

que não comuniquei nada;

não sei encurtar frases, meus períodos ficam longos demais;

acostumei-me a certas expressões, não consigo usar outras;

quando releio meu texto, não me sinto seguro quanto ao que escrevi;

Se tudo isso ou parte disso aflige você, seja bem-vindo a esta parte do aula.

Ela não é remédio, mas ajuda bastante no afastamento dessa sensação de

insegurança quanto ao que se escreve. Para melhorar o texto, apresento

alguns detalhes para editorarmos a composição da frase e do parágrafo a fim

de que nossas redações estejam adequadas a princípios como

OBJETIVIDADE, CLAREZA E CONSIÇÃO.

ESTRUTURA DA FRASE

Nas primeiras aulas, uma de nossas preocupações era estender o tamanho

do texto para que chegássemos ao total de linhas ou ao mais próximo desse

total. Essa preocupação ainda deve ser mantida, pois quanto mais linhas

aproveitadas, mais pontos garantidos. E o problema agora é também o inverso:

fazer caber tudo em dez linhas.

No entanto, ansiosos por vencer o número de linhas, muitos candidatos

produzem parágrafos ou frases vazias, usam extensões lingüísticas cansativas

ou obscuras e veem suas idéias embolarem-se na confusão do parágrafo que

estão escrevendo. Todos atentos para as sugestões de melhoria da frase!

COMO MELHORAR A COMPOSIÇÃO DA FRASE

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Comecei a falar desse assunto na aula anterior e já antecipei algumas

dicas que vou recuperar, acrescentando outras. Porém dessa vez, farei isso

com exemplo das correções de redações.

1. Reduzir a extensão frasal

As frases sob aspas foram extraídas de diversas redações de alunos.

Seguindo cada uma, encontram-se as editorações:

- “O Tribunal de Contas da União – TCU – vêm destacando-se nos últimos anos, através do exercício de suas funções constitucionais. Entre elas destacamos o julgamento anual das contas dos responsáveis por recursos públicos, a publicidade dos mesmos, além do cumprimento de leis que muitas vezes podem ser esquecidas.”

Sugestão: - O Tribunal de Contas da União, dentre suas funções, destaca-se pelo julgamento anual das contas dos gestores públicos, pela publicidade dos atos e pelo cumprimento de leis. (bem resumido).

Quando terminar seu rascunho, corte todas as sobras que puder, deixe a

frase bem objetiva. Mas, se você escreve pouco, melhor fazer o contrário para

ganhar linhas.

Para retirar os excessos da frase ou estendê-la, é bom conhecer alguns

mecanismos:

1. Orações subordinadas devem dar lugar aos seus elementos nominais de

origem. Quando se escreve pouco, o movimento é ao contrário.

Ex.: O TCU – Tribunal de Contas da União, que é órgão fiscalizador e

controlador dos gastos públicos, originados dos proventos federais,...

Sugestão: O TCU – Tribunal de Contas da União, órgão fiscalizador e

controlador dos proventos federais,...

2. Opte por orações reduzidas, empregue mais o infinitivo e particípio. Evite

o gerúndio, pois este dá mostras de coloquialismo, principalmente

quando se quer abordar um efeito.

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Para que a sociedade cobre mudanças importantes por parte dos políticos...

Sugestão: para a sociedade cobrar dos políticos mudanças,....

outro exemplo:

“É importante que sejam realizadas obras de saneamento básico.”

Prefira É importante realizarmos obras de saneamento básico ou É importante a realização de obras de saneamento básico.

oração subordinada adverbial por uma reduzida ou por um advérbio:

“...foi preciso muito esforço para que nossa economia se mantivesse

estável...” Prefira foi preciso muito esforço para a estabilidade de nossa economia ou foi preciso muito esforço para estabilizar nossa economia.

a) Reduza as enumerações:

“...é preciso que haja investimento em diversos setores, na saúde, na

educação, na alimentação e na moradia desses jovens.”

Sugestão: ...é preciso que haja investimento, por exemplo, na saúde e na educação desses jovens.

O uso da expressão “por exemplo” nos faz pressupor que existam outros

complementos para a palavra investimento, não sendo, por essa razão,

necessário citar todos. Assim, limite suas enumerações, pois muita gente “boa”

gosta de enumerar muito para ganhar linhas no texto, procedimento que não

engana a banca! Também evite expressões como “outros mais”, “ e outros”,

essas expressões são vazias. Assim, se você empregou como pode citar duas

ações, duas qualidades, dois substantivos, que o restante já está implícito no

“como”.

b) Transforme locuções em palavras unitárias

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Nem é preciso falar o quanto o texto fica mais conciso, mais objetivo, com o

uso de expressões simples, não é?! O problema é que nos encontramos num

momento em que quase todo mundo resolveu, linguisticamente falando, usar

locuções, ou expressões extensas. Repare as sentenças a seguir e veja como

elas ficam “magrinhas” e mais claras quando eliminamos o excesso:

“...então, o governo passou a destinar o dinheiro para as

comunidades...” / ...o governo destinou o dinheiro...

“...alguns buscam reconhecer nessa medida...”/ alguns reconhecem nesse medida...

“...atos que vêm mantendo a organização da sociedade e do Estado...”/ atos que mantêm a organização social e estatal.

c) Evite a voz passiva:

Não é errado escrever sentenças em voz passiva, mas muitos autores

estão convictos da preferência pela estrutura de verbos na voz ativa. Isso

ocorre por dois motivos: na passiva, omite-se muitas vezes o praticante da

ação verbal, enquanto a ativa o expõe; também, na voz passiva do tipo

analítica, há presença de mais de um verbo, o que na ativa pode ser

simplificado. Confira:

“...foram muitas as mudanças feitas na lei,...”/ a lei mudou bastante...

Veja que no exemplo acima não fiz necessariamente uma transformação da

voz do verbo como apregoa a gramática, apenas simplifiquei a frase e

transformei a “lei” no agente do verbo.

d) Prefira especificar a generalizar.

É também bastante comum, como já disse, nas redações a construção de

sentença de aspecto generalizante. Vejo com freqüência expressões com “e

outros mais” e “e demais”, “etc....”. Se a banca exige objetividade, não

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podemos deixar pensamento em suspensão, não é bom que as informações

fiquem generalizadas. Por isso, precisar as informações traz firmeza para a

idéia que defendemos. Melhor, então, especificar a informação sempre que

puder. Por exemplo,

Há dois tipos de oração adjetiva, uma explicativa e uma restritiva.

Brevemente falando, a explicativa é introduzida por vírgula e a

restritiva não é introduzida por nenhum sinal de pontuação. Se esta é

a que restringe, obviamente aquela é a que generaliza. Então,

sempre que for preciso evitaremos a vírgula nas orações adjetivas,

pois, ao contrário do que se pensa, a vírgula nunca restringe, ela

generaliza. Exemplo:

“...especialistas, que lidam com adolescentes, estão preparados

para isso.” (fala-se nesse caso que todos os especialistas lidam com

adolescentes, por isso é melhor extrair as vírgulas)

Evite o uso de expressões como “...e outras”, “demais...”, “muitos

outros”, “outros mais”, etc. Reitero isso!

Não use a construção: “um certo” ou “uma certa”

Exemplo: “...procedeu à realização de uma certa tarefa...” (tanto o “uma”

quanto o “certa” dão idéia de generalização, por isso usa-se “um” ou

“certo”)

Não use reticências: o famoso “três pontinhos” não pode ser

empregado no texto dissertativo, já que este deve apresentar caráter

analítico-científico. As reticências deixam lacunas no texto para o

leitor imaginar, pensar sobre o que você escreveu. Imagine o

avaliador fazendo isso. Sem chance!

As perguntas: aproveitando o assunto “digressão do avaliador”, vou

falar das perguntas que se elaboram na dissertação. As perguntas do

texto são conhecidas com retóricas porque ajudam a prender a

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atenção de quem está lendo. Assim, as perguntas tornam-se

recursos interessantes e estratégicos. Mas temos que saber quando

empregá-las e como empregá-las. Empregaremos perguntas se

vamos realmente respondê-las. Não importa se você as empregará

no título, na introdução ou no desenvolvimento, o importante será

respondê-las. Então, nunca, mas nunca, deixe qualquer pergunta em aberto na redação, nem mesmo termine um texto com uma pergunta com o intuito de que o leitor irá refletir sobre o assunto.

Se for usar “etc.”: não há erro no emprego desta abreviação latina,

desde que feita apenas de acordo com as formas seguintes:

“...cresceram as reclamações, os extravios, etc.” ou “...cresceram

as reclamações, os extravios etc.”

Especificar o texto é aprender, por exemplo, a importância de se

trabalhar com artigos definidos (o, os, a, as), por isso evite

construções do tipo: “prefere-se abuso de poder a ética”, escreva

prefere-se o abuso do poder à ética.

e) Não escreva redundâncias.

Muitas vezes, por vício lingüístico, não percebemos e elas aparecem no

texto. A redundância, repetição de idéias, fica bem empregada quando

realmente transparecemos para o nosso leitor o desejo de reafirmar uma

explicação.

“Explicações não foram dadas nem à mídia nem ao governo nem à população.”

No entanto algumas redundâncias podem ser capazes de “tirar a beleza” do

texto, visto que às vezes são demasiadamente coloquiais:

“Estados têm promovido nova retomada de negociações para conter

suas dívidas com a União.”

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“Há alguns anos atrás, começamos a falar firmemente sobre

ecologia...”

“há um consenso geral de que instaurar a pena de morte significa...”

Cespe/PRF/2008. “A novidade do novo trabalho é a confluência de

outros eventos astronômicos, já anteriormente mencionados e ocorridos...”

Cespe/PRF/2008. “O mais fascinante da descoberta é que Homero

supostamente escreveu a Odisséia no final...”

f) Elimine o excesso de “quês”.

“O Brasil espera que as medidas que foram tomadas em Doha não

assustem ainda mais nosso mercado que se viu prejudicado pela

teimosia européia...”/O Brasil espera que as medidas tomadas em Doha não assustem mais nosso mercado, prejudicado pela teimosia européia...

g) Evite o duplo sentido – ambigüidade.

Há vários fatores que causam duplicidade de interpretações de uma frase.

Esses fatores vão do emprego de palavras com sentido dúbio à disposição de

elementos na ordem frasal:

Esse assunto é relevante. (é importante, ou não?)

Cespe/TJRJ/2008. “O advogado informou à empresa requerente que

sua decisão havia sido considerada pelo juiz.” (decisão de quem?)

A ambigüidade normalmente ocorre quando dispomos dois elementos

anteriores e depois tentamos falar de um deles, sem que façamos a coesão

correta. No exemplo, havia dois elementos anteriormente dispostos,

“advogado” e “empresa”, com um pronome possessivo tenta-se recuperar um

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deles, mas o pronome empregado não é o termo ideal para isso, pois pode se

referir a qualquer um dos nomes anteriores. Por isso, na suspeita de uma

duplicidade de sentido, refaça a frase.

h) Dispense todo tipo de clichê ou jargão.

Expressões desgastadas pelo uso comum empobrecem a leitura de um

bom texto.

“Batalhamos hoje para que nossos filhos tenham um bom futuro

amanhã.”

“...o que vem ocorrendo a nível de educação e saúde, no Brasil.”

“na colocação do filósofo, é possível notar a preocupação com...”

“...muitos jovens vão estar, com essa prática, mudando seu

comportamento.”

“...para não darmos de cara com a morosidade da justiça.”

Tais expressões são impróprias também porque não coadunam com o

propósito científico da dissertação. Mas, se teimar em usá-las, empregue sobre

a expressão o sinal de aspas (“...”) para evitar o rigor avaliativo da banca.

i) Promova o paralelismo frasal.

Executar paralelismo numa sentença é coordenar classes de palavras e

funções semelhantes e, até mesmo, significados pertencentes a um mesmo

campo. A ausência de paralelismo traz deselegância à frase em razão do

desconforto do que se lê. Observe as sugestões de equilíbrio frasal em

algumas sentenças sem paralelo:

“Há desconfiança de que especulações tenham causado a crise e

quando foi que ela realmente começou.”/Há desconfiança de que as

especulações tenham causado a crise e de quando ela realmente

começou.

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“preciso do seu livro emprestado e de que você me envie os

gabaritos.”/ preciso de que você me empreste seu livro e de que

me envie os gabaritos.

“seja na sala ou no quarto.”/ seja na sala seja no quarto.

j) Não se esqueça da coerência entre os termos frasais.

Infelizmente, nosso texto costuma ser flagrado com pequenas incoerências.

Por isso, é bom treinarmos bastante o texto a fim de ir eliminando a

possibilidade de escrevermos uma coisa pensando noutra. Como já estudamos

esse assunto, na aula 02, apresentarei dois rápidos exemplos que encontrei

durante a correção de textos, nesta semana:

“A educação é outro problema que enfrentamos. O repasse de

verbas para...”/ a “educação” não é um problema! Há problemas nela.

“...no momento em que o sistema financeiro abalou investidores...”/

não foi o “sistema financeiro” que causou abalos, foi a crise dele.

As infrações acima são pequenos erros, quase imperceptíveis, para

quem está escrevendo, mas bastante visíveis para quem está policiando as

redações.

k) Faça períodos menores. De novo!!!

Creio que já não preciso mais insistir neste ponto, mas ratifico: faça

períodos pequenos. Todos já sabemos o prejuízo que um período extenso

pode causar.

l) Cuidado com a fragmentação excessiva do período.

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Mas, quando você quiser retrair um pouco a extensão do seu período, fique

atento para não separar idéias que se complementam.

“Houve greve. Porque os funcionários queriam aumento salarial.”

(não se pode separar com ponto final ou ponto-e-vírgula idéia

inconclusa, por isso nunca tais pontuações antes de conjunções

causais – pois, porque, visto que, etc. – e da partícula “que”)

A CONSTRUÇÃO DO PARÁGRAFO

Já falei deste assunto, mas vou repeti-lo acrescentando algo mais, pois

sinto na redação de muitos a ausência de topicalização, importante instrumento

para se conseguir objetividade. Então, novamente:

O TÓPICO FRASAL

Numa das aulas anteriores e nas redações de alguns alunos, comentei

acerca da importância de topicalizar o que considerarmos mais importante na

redação. Aqui retomo isso. Topicalizar é colocar em primeiro plano a

informação nuclear, e a partir dela desenvolver idéias secundárias no texto.

A construção do parágrafo segue esse princípio. Para que ele fique bem

redigido, recomendo que se escreva na ordem direta o que há de principal a

ser informado e que depois se desenvolvam idéias complementares tanto para

explicar quanto para contrariar a informação topicalizada.

Para quem ainda apresenta dificuldades para fazer isso, recomendo

algumas formas de se pensar a construção do parágrafo a partir do tópico

frasal; assunto que denominarei “processos de decomposição”.

PROCESSOS DE DECOMPOSIÇÃO DO TÓPICO FRASAL

a) Fundamentação: consiste dar seguimento ao parágrafo, explicando o

tópico frasal.

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b) Exemplificação: pode seguir-se à explicação do tópico ou até mesmo

após o assunto nuclear. Trata-se de um processo no qual se toma

um modelo, restrito, para mostrar como atua a informação principal.

c) Oposição: consiste na criação de uma idéia que refute parcialmente

ou totalmente a informação-base, mas deve ser feita com total

coerência, preferencialmente usando-se conectores concessivos ou

adversativos.

Agora observe o entrosamento desses processos nos exemplos

seguintes:

“Muitas vozes têm se levantado em favor do endurecimento das penas, da manutenção ou ampliação da Lei dos Crimes Hediondos, da defesa da sociedade contra o crime, enfim, do que se convencionou chamar "doutrina da lei e da ordem", apostando em tais caminhos como forma de dissuadir novas práticas criminosas. Geralmente valem-se de argumentos retóricos e emocionais, raramente escorados em dados de realidade ou em estudos que apontem ser esse o melhor caminho a seguir. Essas vozes são oriundas da chamada mídia sensacionalista que apregoa constantemente a necessidade de se produzir um julgamento feroz sobre as ações culturalmente condenáveis. Na composição desse coro, destacam-se principalmente grupos de jovens de classe média, geralmente “bem informados”, que se valem da pouca leitura e do excesso de imagens para emitirem seus juízos de valor.”

Análise do parágrafo:

1. Tópico: Muitas vozes têm se levantado em favor do endurecimento das penas, da manutenção ou ampliação da Lei dos Crimes Hediondos, da defesa da sociedade contra o crime,...

2. Desenvolvimento por fundamentação explicativa: Geralmente valem-se de argumentos retóricos e emocionais, raramente escorados em dados de realidade ou em estudos que apontem ser esse o melhor caminho a seguir

3. Desenvolvimento por fundamentação explicativa: Essas vozes são oriundas da chamada mídia sensacionalista que apregoa constantemente a necessidade de se produzir um julgamento feroz sobre as ações culturalmente condenáveis.

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4. Desenvolvimento por exemplificação: Na composição desse coro, destacam-se principalmente grupos de jovens de classe média, geralmente “bem informados”, que se valem da pouca leitura e do excesso de imagens para emitirem seus juízos de valor.

Repare que o parágrafo analisado manteve o tempo todo o mesmo assunto

e o foi desenvolvendo por meio de explicações e, por fim, de um exemplo, ao

citar em meio “vozes” a presença de jovens de classe média. Agora vejamos

como se dá uma construção de parágrafo por oposição:

“Geralmente se valem de argumentos retóricos e emocionais, raramente

escorados em dados de realidade ou em estudos que apontem ser esse o

melhor caminho a seguir. Embora sedutora e aparentemente sintonizada com o

sentimento geral de indignação, tal corrente aponta para o caminho errado,

para o retorno ao direito penal vingativo e irracional, tão combatido pelo

iluminismo jurídico.”

Perceba que o segundo período opõe-se parcialmente às informações

do primeiro. Há uma breve consideração em relação ao que se afirma no

primeiro para, em seguida, manifestar a oposição após a vírgula.

Por fim, analisemos outro exemplo de oposição entre o desenvolvimento

do parágrafo e a informação topicalizada:

“As condições em que vivem os presos, em nossos cárceres superlotados,

deveriam assustar todos os que planejam se tornar delinqüentes. Mas a

criminalidade só vem aumentando, causando medo e perplexidade na

população.”

Nessa passagem não há após o primeiro período nenhuma

reconhecimento da validade da informação anterior. Quando isso não ocorre, a

oposição que se dá é radical e seu papel é refutar a informação topicalizada.

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Vale notar que a diferença entre esta oposição e a anterior está na

intencionalidade de se opor. A primeira, mais leve, modalizada, indica a

presença de uma ressalva; a segunda, mais radical, elimina qualquer

expectativa de concordância com o significado do tópico frasal. Recomendo, se

for empregar oposição, o uso da primeira.

Para finalizarmos o assunto, espero que tenham aprendido a uniformizar

as informações de suas frases, parágrafos e macroestruturas do texto do curto.

Percebam que, mesmo na construção do parágrafo, não se muda de assunto,

mantém-se sempre o diálogo, por meio de nexos coesivos, com a informação

anterior.

Por fim, topicalize sempre “puxando” o tema para dentro da frase logo de

“cara”.

Bom pessoal, na próxima seguem os anexos prometidos nas aulas

anteriores porque agora já tenho os textos de vocês. Também seguirão os

temas para a próxima etapa.

Abraços, Júnia

 

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Tribunal de Contas da União

Técnico de Controle Externo

Redação e Questões discursivas

Aula 04 - Profa. Júnia Andrade

  Olá pessoal,

Estamos chegando a fim de mais uma etapa de estudos. Nosso curso

encerra com o fito de abranger nesta aula orientações para a prova discursiva

P4 e também recuperar elementos importantes para a realização da prova

discursiva P3.

Bom, primeiramente, vou abrir a aula, espantando o “terror” que muitos

sentem diante de “redação de peça natureza técnica”. Garanto a todos que

escrever num limite de 10 linhas, conforme pede a P3 e o outro exercício

discursivo, dá muito mais trabalho do que escrever em 30 linhas.

Mas o que é uma redação de peça de natureza técnica? Trata-se de um

texto como qualquer outro, porém cujo tema versa sobre conhecimento

específico de uma área, no nosso caso Execução Orçamentária ou as

prerrogativas do D. Administrativo (em conformidade o edital de 2009).

Para redigir uma peça técnica, temos que cuidar mais uma vez daqueles

princípios do texto, recordam?! Pense na sua postura diante do texto ao

lembrar estes princípios:

1. OBJETIVIDADE: como se trata de um texto que envolve conhecimentos

específicos da área, é natural que eu queira demonstrar o que sei sobre

o assunto. Mas, tenho que ser estritamente OBJETIVO e escrever

apenas o que foi proposto no tema.

2. CLARO: como domino os conhecimentos específicos da área almejada,

minha tendência é repetir tudo o que sei com a linguagem que eu

adquiri, aprendendo, por exemplo, Execução Orçamentária. Não posso

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fazer isso! É muito importante fechar todas as lacunas técnicas,

empregar vocabulário simples, decodificar siglas antes de empregá-las.

Preciso muito ter em mente a ideia do leitor médio; meu texto precisa

comunicar, não esconder informações nem “inflamar” meu ego.

3. ORGANIZAÇÃO: antes de dar início à escrita, se a banca não propuser

aqueles “aspectos” subjacentes ao tema, tenho que calcular o que quero

falar e como quero falar. Afinal, um texto com assunto técnico merece

precisão nas palavras e clareza de exposição.

4. COMUNICABILIDADE: pessoal, esse critério é importantíssimo. Trata-se

de um aspecto que, poderíamos dizer, elimina 7 em cada 10 alunos nas

provas discursivas do TCU. Na correção das redações com limite de 10

linhas, houve claramente remissão a este problema na maioria das

redações, pois, dentre os que escolheram assunto técnico para redigir, a

maioria teria sido reprovada na redação P3. Para evitar que isso ocorra,

em textos técnicos devemos falar com precisão o que sabemos, mas

também devermos ser organizados para não incorrermos no erro de

estarmos reproduzindo a resposta certa com as palavras erradas.

Sejamos CLAROS!

5. MODALIDADE: creio que seja este um dos itens que tanto preocupa a

maioria de vocês. Um texto técnico pode ser produzido em diversas

modalidades (expositiva, argumentativa, narrativa e descritiva), assim

como qualquer texto. O que define a modalidade é modo como a banca

propõe o tema. Não há temor quanto a isso, se vocês prestarem atenção

ao modo de propor o texto e, a partir disso, responder exatamente o que

propôs a banca; a modalidade virá naturalmente para quem lê com

precisão e responde o necessário. Além disso, numa única redação, por

intermédio do tema, escrevemos variadas modalidades ao longo do

texto e, simplesmente, não percebemos isso. Afinal, as modalidades não

são puras, são predominantes.

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6. FORMA: este é o item que, na minha crença, mais preocupa os alunos.

Será redação comum? Será redação oficial? Nada de preocupações!

Um texto técnico, como qualquer texto, pode ser uma simples redação

(o que mais acontece no Cespe) ou a redação de um expediente (ofício,

relatório ou parecer, por exemplo). Nem acredito que os expedientes

oficiais sejam solicitados, mas, precavidos, vamos estudar esse assunto,

o que, para desassombrar a maioria, é trabalho dos mais fáceis de

serem desenvolvidos.

Bom para espantar o medo, que tal começarmos analisando uma

redação de peça técnica?

Análise de texto

Há alguns meses, um candidato me procurou, por e-mail e depois por

telefone, muito nervoso. Reproduzindo aqui um pouquinho das palavras dele,

ele estava muito revoltado porque havia feito uma prova técnica de um assunto

que ele dominava bastante, tinha certeza de que havia respondido tudo certo e

a banca o desclassificou do concurso por 0,12 ponto (em 10,00 ele conseguiu

apenas 4,88). Brigou, brigou, achou um absurdo a correção do Cespe.

Para tranquilizá-lo, pedi a redação e o espelho de notas. Embora, por

experiência, já estivesse imaginando o que aconteceu, pois são sempre os

mesmos problemas a desclassificarem candidatos, prometi analisar a redação

e ajudá-lo num “possível” recurso.

Vamos acompanhar, então, o raciocínio da banca na hora de ler o texto.

Primeiramente, apresento a vocês a proposta temática da prova. Os assuntos

técnicos são pertinentes à disciplina Contabilidade:

SEFAZ/ES/2008/CESPE

A falta de contabilização das receitas operacionais e não‐operacionais das pessoas jurídicas, conhecida como omissão de receitas, pode ser detectada de diversos modos. Alguns deles estão expressamente mencionados nas legislações tributárias, caracterizando, até mesmo, a hipótese de presunção da omissão. 

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Um dos casos mais conhecidos é o do chamado passivo fictício.  

Considerando que o texto acima tem caráter unicamente motivador, redija um texto dissertativo acerca do tema 

A omissão de receitas e o passivo fictício.

Ao elaborar seu texto, aborde, necessariamente, os seguintes aspectos: 

caracterização do passivo fictício e da presunção de omissão de receita;

a relação entre a existência de passivo fictício e o saldo da conta caixa;

importância da identificação da natureza das receitas omitidas e os respectivos efeitos em face de diferentes tipos de tributos incidentes sobre as mesmas.

Eu sei que muitos de vocês leram e, se não conhecem contabilidade, assim

como eu, não entenderam muita coisa, certo?! Figuramos como o leitor médio,

aquele que não entende muito ou nada sobre o tema e vai assistir a uma aula

sobre o assunto (tenha em mente sua primeira aula num preparatório para

concursos de assuntos que fugiram ou fogem ao seu conhecimento – isso é um

bom exercício para se compreender “peça técnica”).

A partir do tema, qual é a nossa preocupação?

1º - Descobrir a modalidade (exposição, argumentação, descrição ou

narração). Grifando a proposta, temos:

...redija um texto dissertativo acerca do tema 

O que é isso? O modelo dissertativo expositivo, lembram-se dele? Aparece em

quase todas as provas do Cespe. É a modalidade preferida da banca.

2º - Como começar o texto com essa modalidade?

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Tudo muito simples. Vejam que a banca deu um tema central seguido de

aspectos que necessariamente devem aparecer na redação, ok? Isso nós já

estudamos muito aqui no curso.

3º - Como devem aparecer esses aspectos?

Com ORGANIZAÇÃO, OBJETIVIDADE e CLAREZA. Retomamos o

tema central logo na INTRODUÇÃO, podemos acrescentar a ele os aspectos

de modo resumido.

Dedicamos na ordem do que foi pedido um parágrafo para cada aspecto.

Os aspectos devem topicalizar os parágrafos, pois isso ajuda o leitor médio a

perceber que você realmente está explicando um dos itens da sua “aula

inaugural”. Detalhe interessante: teremos que empregar termos presentes nos

aspectos, do jeito que eles estão ali, escritos. Isso traz CLAREZA e

OBJEVIDADE, porque, imaginemos uma pessoa que não sabe o que é

“passivo fictício”, ou que, pelo menos, desconhece o termo; se empregarmos

um sinônimo, sem sequer fazermos menção ao termo proposto, essa pessoa

chegaria ao final da aula e nos perguntaria: “professor, o senhor não explicou o

que é passivo fictício”. Concordam comigo?!

Então, retomando...

INTRODUÇÃO: trazer o tema geral para a primeira linha + (se possível, resumo

dos aspectos).

DESENVOLVIMENTO: começar cada parágrafo a partir de um aspecto em

separado. Explicá-lo com clareza e se, possível, até exemplificá-lo.

CONCLUSÃO: conjunção conclusiva + resumo do texto.

Difícil? Isso é novidade? Claro que não, já viram isso em todas as

etapas do curso. Agora, antes de analisar o que fez nosso candidato, vejamos

mais uma ferramenta interessante: a compreensão do espelho de notas para

uma peça técnica formada por tema + aspectos:

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Os itens avaliados são

Estrutura (letra, margem, parágrafo) 1,00

Macroestrutura

1. aspecto 1 3,00

2. aspecto 2 3,00

3. aspecto 3 3,00

Observação: nem sempre os aspectos apresentam valor igual. Há

provas em que um aspecto vale mais do que o outro. Mas isso, a gente só vai

ficar sabendo no dia em que a banca liberar para consulta as notas provisórias.

Agora, sim, a redação:

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1. LEGIBILIDADE, RESPEITO ÀS MARGENS E PARAGRAFAÇÃO: o

candidato cumpre muito bem essa parte: os parágrafos apresentam

tamanhos mais ou menos iguais, a letra ajuda e ele se esforça para

caprichar na margem direita.

2. INTRODUÇÃO:

Redação 01

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A Modalidade era expositiva, certo? E o que é expor? É explicar.

O texto: começa lamentando “Infelizmente”...Lamentar é apresentar opinião. O

texto não é opinativo (argumentativo), é apenas expositivo (análise técnica, fria

e calculista). Agora peguem uma caneta ou um lápis, e procurem nessa

introdução as palavras do tema: A omissão de receitas e o passivo fictício.

Encontraram? Eu, não. Lembrem-se nada de sinônimos, pois o leitor-

médio não sabe o assunto.

Conclusão: introdução perdida.

Seguindo para a análise da Macroestrutura, abordagem temática,

organização, clareza ao expor o assunto em tela, domínio do tema: em outras

palavras:

DESENVOLVIMENTO DO TEMA PELOS SEUS ASPECTOS

CARACTERIZAÇÃO DO PASSIVO FICTÍCIO E DA PRESUNÇÃO DE

OMISSÃO DE RECEITA: vocês encontraram “passivo fictício”? Está lá na 3ª

linha, mas deveria estar na 1ª. Vocês encontraram “presunção de omissão da

receita”? eu, não. Em outras palavras, ele respondeu metade da questão.

Guardem isso!!!

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O CORRETO: a banca pediu “caracterização” de um e de outro. O que isso? É

DESCREVER. Organizadamente, com clareza se responde um num período

(falei período; não, parágrafo); responde-se outro no período seguinte, tudo

com clareza, sem TECNICISMO, certo pessoal? DESCREVER é caracterizar

nos seus pormenores, mas de MODO A RESPEITAR A LINGUAGEM DO

LEITOR MÉDIO!!!

ASPECTO 02:

A RELAÇÃO ENTRE A EXISTÊNCIA DE PASSIVO FICTÍCIO E O SALDO DA

CONTA CAIXA: agora a banca pediu uma relação. O que é uma relação?

Vamos compreender daqui a pouco. Mas, procurem “passivo fictício” e “saldo

da conta caixa”. Achei só “O saldo da conta caixa”. Metade!!! Guardem isso!!!

O CORRETO: relacionar é pôr dois ou mais assuntos em confronto; pode-se

numa relação apontar oposição entre os assuntos, ideia de cause e

conseqüência, comparação, etc. Relacionar não é falar de um e de outro, é

falar dos termos confrontados. Caso os assuntos não tenham sido citados

anteriormente, pode-se, antes da relação, explicá-los para depois relacioná-los.

Mas isso dependerá de espaço, pois o parágrafo não pode ficar muito extenso,

e a prioridade era relacionar.

IMPORTÂNCIA DA IDENTIFICAÇÃO DA NATUREZA DAS RECEITAS

OMITIDAS E OS RESPECTIVOS EFEITOS EM FACE DE DIFERENTES

TIPOS DE TRIBUTOS INCIDENTES SOBRE AS MESMAS: quanto a esse

último aspecto, apesar de ameaçar dissertar sobre “a natureza das receitas

omitidas, no penúltimo parágrafo, o candidato não “toca” substancialmente na

questão da “importância”, apresentada em primeiro plano da pergunta. Ao

contrário disso, fala sobre a importância da fiscalização, deixando apenas

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implícita sua intenção de abordar o aspecto exigido. Sem fôlego, sobra-lhe o

encerramento do texto, passagem em que não pode mais dissertar aspectos,

mas apenas resumi-los. Para piorar, ao concluir o texto ele traz uma conjunção

concessiva, cuja função é criar oposição às informações anteriores. Tristeza

para o “nosso candidato”: o que ele tentou responder, acabou de negar

parcialmente não conclusão.

CORRETO: seria expor o assunto conforme solicitado e, ao fazer conclusão, o

correto seria não empregar conjunções de valor contrastante, pois já não se

pode escrever novidades na conclusão; o correto é resumir tecnicamente o

texto.

Balanço da análise

Pessoal, viram o que é para ser feito? Principalmente, viram o que não

se pode fazer? Agora a gente vai conferir como ficou o espelho de notas dessa

redação:

ASPECTOS MACROESTRUTURAIS - Discursiva - Auditor Fiscal da Receita Estadual

Quesito avaliado Faixa de valor Nota

1 Apresentação e estruturação textual (legibilidade, respeito às margens, paragrafação)

0,00 a 1,00 1,00

2 Desenvolvimento do tema

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2.1 Caracterização do passivo fictício e da presunção de omissão de receita

0,00 a 3,00 1,80

2.2 A relação entre a existência de passivo fictício e o saldo da conta caixa

0,00 a 3,00 1,80

2.3 A importância da identificação da natureza das receitas omitidas e os respectivos efeitos em face de diferentes tipos de tributos incidentes sobre as mesmas

0,00 a 3,00 0,60

1. Vejam o quesito 1 – Apresentação e estrutura textual – vale um 1,00

ponto, conforme vimos a redação estava “bonitinha”, ganhou 1,00 ponto.

2. Desenvolvimento do tema:

- recordem que os dois primeiros quesitos dessa área ficaram mais ou

menos pela metade? Vejam a nota para cada um: 1,80 em 3,00.

Praticamente, metade.

- E o último aspecto? A conclusão não o contradisse? Veja o que

aconteceu: 0.60 em 3.00 pontos.

Caros alunos, as notas advêm de uma análise muito objetiva. Por isso,

mais do que saber o que dizer, é preciso saber como dizer. O “como” é

fundamental.

Na correção dos textos da prova P3, de todos os alunos inscritos no

curso, apenas 03 não precisaram reescrever seus textos ou alguns de seus

textos. A maioria cometeu falhas idênticas às da redação acima. As redações

de vocês não tiveram nota. A meta não era essa. A finalidade do curso, até

pelo seu $$$, suadinho, é conseguir excelência nas provas discursivas, então

não nos importa se conseguiremos 6 ou 6,5; importa pensarmos em alcançar o

total; já que a certeza da excelência na nota é a garantia da tranquilidade

necessária para o candidato operar seu texto.

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    12 

 

Diante do que expus, vou separar o material de hoje em dois blocos:

este, o mais importante, para a P4; e outro, com os modelos de expedientes.

Mas tudo segue hoje ainda para vocês. O que quero é que redijam dois ou

mais textos diferentes. Um sairá desta aula; dois da aula de expedientes (quero

um relatório e um ofício). Quero muita atenção a esta aula, releiam estas linhas

quantas vezes forem necessárias, certo?!

Não se preocupem com os prazos, se necessário vou pedir para

reescreverem a redação até que ela atinja o ponto ideal para a aquisição de

boa nota.

Ainda hoje, antes das 17 horas, envio para vocês a aula de expedientes

e os temas de ambas as partes para redigirem seus últimos textos.

Até mais, Júnia

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Tribunal de Contas da União

Técnico de Controle Externo

Redação e Questões discursivas

Aula 05 - Profa. Júnia Andrade

Parte 2: redação oficial e peça técnica

Olá pessoal,

Esta aula estava prevista para ocorrer juntamente com a anterior. Mas

quis fazer o módulo separadamente do anterior por dois motivos: primeiro

porque “quebro um galhinho” de vocês em dois ou três itens da prova objetiva

de português, já que apresento conceitos e deixo com todos uns exercícios

comentados e o que o Cespe mais exige acerca de redação oficial; em

segundo, porque, para fins de precaução, aprender como inserir um texto

comum na moldura dos expedientes oficiais.

Como um estudo é base para outro, vamos entender primeiramente a

parte teórica disso. O que vocês irão ler no primeiro bloco são definições e

diagramações de redação oficial. Já o segundo bloco traz “tarefa” para casa:

aprender a redigir os textos de acordo com o formato dos expedientes. Então,

partamos para o bloco 01:

Bloco 01 – Teoria dos Expedientes

Parte da comunicação que estudaremos a seguir é baseada no Manual

da Presidência da República. Todavia o manual não traz especificações acerca

de algumas peças como relatório e parecer, por exemplo. Mas, nem por isso,

tais peças deixaram de ser cobradas em prova, uma vez que há teóricos da

língua que disponibilizaram obras para o estudo técnico dos textos oficiais. Um

deles Othon Moacyr Garcia, eminente estudioso da comunicação moderna e

inspirador de muitas questões de prova.

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      2 

 

Sugiro, para a primeira parte do bloco 01, ter atenção especial aos

conceitos de ofício e de memorando, pois foram muito explorados pelo Cespe

nas provas anteriores. E, para a segunda parte do mesmo bloco, sugiro prestar

atenção às regras de composição da introdução dos expedientes do padrão

ofício, bem como para os “fechos”, ok.

Sem mais palavras, vamos à aula.

Parte 1: conceito e princípios

Redação Oficial 1. conceito

Como sabemos, no âmbito das diversas instituições, órgãos públicos,

prestadores de serviço público, ainda que sem remuneração, etc., são

produzidos números incontáveis de textos. Falados ou escritos, extensos ou

curtos, os textos públicos deveriam em tese seguir padrões de comunicação.

Afinal, os servidores e demais prestadores de serviço estão lidando com o que

não é só seu, mas também do outro.

Assim, nasceu a proposta de se fazer um Manual de textos. A ideia do

Estado era unificar ou, pelo menos, minorar disparidades comunicativas

existentes entre os mais diversos setores da vida pública.

O poder executivo, então, propôs em texto-lei recomendações,

investidas de princípios comuns ao exercício público, para a redação de atos

normativos ou de comunicações oriundas das ramificações administradas por

este poder.

A partir disso, está o conceito de que precisamos para entender

Redação Oficial:

“pode-se dizer que redação oficial é a maneira pela qual o Poder Público redige atos normativos e comunicações.” (Manual de Redação Oficial da Presidência da República)

2. Características da redação oficial

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- O que é Redação Oficial?

♦ É importante saber que a Redação Oficial possui uma série de

princípios e características que visam deixar as comunicações públicas

inteligíveis, organizadas, objetivas, impessoais e claras.

♦ Tais características e princípios são importantes para que se evitem, por

exemplo, dubiedade na leitura de documentos e textos públicos. Por

isso, nos textos oficiais deve imperar a clareza, e não, o linguajar

retórico com que sempre nos deparamos quando lemos alguma

comunicação pública.

♦ Para que os textos públicos mantenham suas linhas com boa

comunicação, imperam-se neles princípios a impessoalidade, a padronização (uniformidade), a clareza, a formalidade, a concisão e a objetividade.

a. PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE

Em linhas gerais, este princípio é importantíssimo porque no âmbito das

repartições públicas, tudo o que é redigido deve ser feito com distanciamento.

A ideia é prestar um serviço sem redigir frases ou expressões que denotem

juízo de valor, elogios ou críticas. Além disso, a impessoalidade deve

predominar para que se evitem vícios por parte do servidor que possui alguma

informação privilegiada, já que este deve ter cuidado para não prejudicar ou

facilitar interesses particulares.

Se você ler hoje um texto público qualquer, provavelmente encontrará

frases do tipo:

Quem comunica? É Sempre o SERVIÇO PÚBLICO

Quem é o destinatário? Os CIDADÃOS ou outro ÓRGÃO PÚBLICO

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“Aproveito a oportunidade para desejar a V. Exa. meus votos de estima

e consideração”

ou

“Solicitamos, então, ao nobre Deputado que entre em contato com a

Comissão...”

As normas de Redação Oficial condenam atitudes postas em texto

como as que foram supracitadas, pois os “votos de estima e consideração” e o

“nobre Deputado” ferem o princípio da impessoalidade.

Tais atitudes verbais, infelizmente por desconhecimento do correto,

podem até existir na prática, mas destoam da tese disposta das normas oficiais

de redação. Assim, nas provas de concursos, frases como as que citamos são

consideradas incorretas do ponto de vista da Redação Oficial.

Outra questão importante para se destacar é a presença de verbos e

pronomes flexionados em primeira pessoa. O Manual de Redação é claro ao

afirmar três vezes que é preciso haver “ausência de impressões individuais”, visto que toda comunicação pública deve ser feita “em nome do Serviço Público” (guarde isso, costuma cair em prova). Por isso, os textos

não devem ser redigidos na primeira pessoa, salvo em caso de comunicação

estritamente pessoal.

No Cespe: para tentar confundir os candidatos, a banca apresenta, de

vez em quando, textos escritos na primeira pessoa do plural. Quando

tiver que julgar o texto por tal pessoa, o aluno pode considerá-lo correto,

na medida em que o plural inclui escrevente e leitor, o que torna o texto

não-particular. Ok!

Por fim, a impessoalidade consiste em tratar o destinatário de forma

Homogênea e impessoal.

b. PRINCÍPIO DA CONCISÃO E DA CLAREZA

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Não raro, como dissemos, nas repartições públicas predomina-se o vício

lingüístico da falta de objetividade. Tradicionalmente, as pessoas mostram-se

acostumadas ao entendimento de que texto bem escrito é texto composto de

frases longas, de palavras raras e, no âmbito da prestação de serviços, de

termos técnicos e demasiadamente jurídicos.

Mas, precisamos reconhecer que tais práticas são realmente vícios.

Destinado à comunicabilidade, o expediente público deve conter frases curtas e na ordem direta; é dever do redator optar por vocábulos simples

que tornem a leitura do texto acessível ao cidadão. Não se trata, como diz o

Manual, de ferir o texto com a retirada de expressões técnicas de importância;

tornar o texto conciso é deixá-lo economicamente comunicável, ou seja, dar

fim a redundâncias, falar pouco, mas falar bem.

Alguns vícios, como os seguintes, atrapalham a clareza e a concisão dos

textos:

O uso constante de jargão burocrático;

Exemplo: outrossim, ressalta-se a morosidade in loco.

O emprego de siglas ou abreviações sem prévio esclarecimento;

Exemplo: ...advém das regras presentes no CTN.

O excesso de adjetivações;

Exemplo: ...vivemos uma tradição de valores incomensuráveis,

pouco mutáveis, relevantes para uma minoria, antagônicos, ...

As inversões frasais;

Exemplo: À Secretaria Municipal de Saúde, em nome do atual

Secretário Municipal de Saúde, sob responsabilidade desta

Prefeitura, foi enviado...

O coloquialismo (popularização do discurso) e as conotações

(discurso figurado).

Exemplo: ...para o encontro primaveril de nossos membros, vamos

estar enviando os convites com antecedência de...

Por fim, o respeito ao padrão gramatical da língua, a manutenção da

objetividade comunicativa, a impessoalidade e a padronização de expedientes

contribuirão para que um texto se apresente conciso e claro.

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c. PRINCÍPIO DA PADRONIZAÇÃO OU UNIFORMIDADE No Manual de Redação Oficial da Presidência da República, emprega-

se constantemente o termo “padronização”. Nós, aqui, para efeito de provas de

concursos, entenderemos os dois termos como sinônimos.

Como vimos, as comunicações oficiais devem ser claras e objetivas, não

é!? Para que isso ocorra, é necessário também que haja preocupação com a

forma, afinal são muitos os tipos de textos confeccionados na rotina do serviço

público.

Infelizmente, nosso Serviço Público, em sua maioria não se atenta para o

quão relevante é ter, no país, expedientes padronizados. Repare, por exemplo,

que certas repartições públicas, além de redigirem ofícios com padrões

peculiares à escolha de cada uma, não sabem também o real significado do

nome deste expediente e chamam todos os textos, não importando seu

destino, de ofício.

Com a intenção de uniformizar a confecção de textos, o Manual de

Redação esclarece que as comunicações devem padronizar a apresentação a

partir, por exemplo, do uso de papéis uniformes e de diagramação padronizada

do texto.

Daqui a pouco, falaremos mais detalhadamente da padronização dos

expedientes. Por enquanto, abordaremos, ainda dentro deste assunto, uma

uniformização importante, sempre cobrada em prova: a linguagem dos atos e comunicações oficiais.

A linguagem aplicada aos expedientes deve-se à finalidade dos textos

públicos. Os atos e as comunicações oficiais regulam o funcionamento de toda

a Administração Pública, a vida dos administrados, bem como significam, em

sentido amplo, atendimento ao bem público. Sendo assim, gírias e

regionalismos linguísticos não devem ser empregados em textos que partem

de órgãos públicos federais.

Todo cidadão brasileiro deve ser atendido, por meio das correspondências

oficiais, com respeitabilidade e clareza. Por isso, faz-se necessária a

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comunicação embasada em linguagem obediente às normas gramaticais do

português do Brasil.

d. PRINCÍPIO DA FORMALIDADE Embora aqui estejamos tratando esse princípio em separado, assim como

os demais ele é complementar aos princípios de que já falamos.

O fator que explica a formalidade é o mesmo que explica a padronização

dos expedientes: “sendo a administração federal una, é natural que as

comunicações que expede sigam um mesmo padrão”. A formalidade, portanto,

não se aplica somente em conhecer as formas pronominais ou vocativas de tratamento; significa respeito ao destinatário, polidez e urbanidade

dedicada à apresentação dos textos.

Mas, a partir deste princípio, vamos depreender regras ou sugestões

importantes para a aplicação das formas de tratamento.

Vocativos e pronomes de tratamento

Em razão do distanciamento, necessário à impessoalidade, o

destinatário é evocado em expediente público a partir de expressões formais e

uniformes que mantêm entre ele e o redator o respeito e a polidez. Os

pronomes de tratamento existem nos expedientes públicos para a manutenção

desse respeito.

Tradicionalmente, empregamos os pronomes de tratamento do seguinte

modo:

a) Se nos referimos diretamente a um destinatário, empregamos a forma

“Vossa”: Vossa Excelência aceita um café? (a autoridade está presente

e a ela é dirigida a frase).

b) Se nos referimos indiretamente a uma pessoa comum ou autoridade,

empregamos “Sua”: Sua Excelência discursará hoje à noite. (a

autoridade em questão não é o destinatário da comunicação, mas é a

pessoa de quem se fala na frase.)

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No Cespe: quando a banca expuser um aposto, explicando quem é a autoridade ou a pessoa da frase, usaremos “Sua”; quando isso não ocorrer, usaremos qualquer forma (“Sua...” ou “Vossa...”), já que não há “pistas” para se fazer uma escolha clara. Repare o exemplo:

Sua Santidade, o Papa, celebrou missa em homenagem aos povos.

Peço a Vossa Senhoria que esqueça o ocorrido e dê

prosseguimento à palestra.

Compreendido? Vamos recapitular: no primeiro caso, a palavra “Papa”

entrega o pronome a ser redigido, isso porque, se estivéssemos falando

diretamente com o Papa, não iríamos nos referir a ele ressaltando sua

ocupação sociorreligiosa, não é?! Por isso, o aparecimento do “cargo” ou do

“nome” nos indica que deveremos empregar a forma distanciada “Sua...”.

Ainda sobre o emprego dos pronomes, outra questão deve ser

apreciada, em razão do largo aparecimento em provas: a concordância verbal

e nominal que será feita com o emprego das formas de tratamento.

Apesar da palavra “Vossa...” lembrar um pronome de segunda pessoa,

os verbos e demais pronomes da frase que devam concordar com tal expressão, devem se escritos em 3ª pessoa. Confira:

Peço a Vossa Excelência que entregue seus relatórios ainda

hoje. (forma correta)

Peço a Vossa Excelência que entregais vossos relatórios ainda

hoje. (forma incorreta)

Entendida esta primeira parte, vamos agora estudar o emprego

tradicional dos pronomes de tratamento. Empregamos

Vossa Excelência tradicionalmente se aplica às autoridades públicas ou

a quem se deve manifestar o devido respeito. As autoridades abaixo

ilustram esse uso:

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Poder 

Executivo 

Presidente da República 

Vice‐presidente da República 

Ministro de Estado 

Governadores e seus Vices 

Oficiais‐Generais das Forças Armadas 

Embaixadores  

Secretários‐Executivos de Ministérios  

Secretários de Estado dos Governos Estaduais. 

Prefeitos Municipais 

Chefias Superiores, Advogado da União, Chefia da CGU* 

*Controladoria Geral da União

Poder 

Legislativo 

 

Deputados Federais e Senadores 

Ministros do TCU – Tribunal de Contas da União 

Deputados Estaduais e Distritais 

Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais 

Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais 

Poder 

Judiciário 

Ministros dos Tribunais Superiores 

Membros dos Tribunais 

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  Juízes  

Auditores da Justiça Militar 

Vossa Senhoria é forma pronominal atribuída às demais autoridades e

a particulares. No entendimento do renomado professor Celso Cunha, é forma

aplicada a funcionários públicos graduados, a oficiais até coronel e a pessoas

renomadas (conhecidas publicamente). Para efeito de concursos, a forma

também se aplica aos cargos de chefia comum, gerência e direção.

Para autoridades universitárias e eclesiásticas, o Manual da Presidência

também traz as formas pronominais. Portanto, Vossa Magnificência é

pronome empregado em comunicações dirigidas a reitores de universidades.

Já as autoridades eclesiásticas apresentam forma pronominal concernente à

hierarquia ocupada por determinada autoridade. Assim, temos o seguinte

quadro:

Vossa Santidade Papa

Vossa Eminência ou Vossa

Eminência Reverendíssima

Cardeais

Vossa Excelência Reverendíssima Arcebispos e Bispos

Vossa Reverendíssima ou Vossa

senhoria Reverendíssima

Monsenhores, Cônegos e Superiores

Religiosos.

Vossa Reverência Sacerdotes, clérigos e demais

religiosos.

Se estiver com dificuldades para memorizar as formas pronominais

eclesiásticas, perceba que elas seguem uma hierarquia de autoridade:

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REVERÊNCIA SENHORIA EXCELÊNCIA EMINÊNCIA

SANTIDADE

REVI SENTANDO MEU EX EM SANTOS.

Além dos pronomes de tratamento, é possível se referir a todas as

autoridades citadas por meio de vocativos. Para quem demonstra insegurança

quanto ao assunto, esclarecemos que pronomes ou vocativos são formas de se

tratar uma autoridade ou um particular, isso significa que podemos empregar

tanto uma forma quanto outra. O que é importante mesmo é saber os detalhes

deste emprego, por exemplo:

dia, costuma-se ev

seguinte forma: “Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito...”. Apesar da

forma respeitosa, o emprego do vocativo encontra-se incorreto na medida em

que o Manual de Redação Oficial da Presidência da República explicita que o

“Excelentíssimo Senhor” é empregado para se evocar Chefes de Poder, o que na escala do nosso modelo Administrativo corresponde ao posto presidencial. Assim, “Excelentíssimos Senhores seriam, por exemplo:

- Excelentíssimo Senhor Presidente da República

- Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional

- Excelentíssimo Senhor Presidente da Caixa Econômica

Juízes, Ministros, Senadores, Governadores etc. são autoridades evocadas pela forma não menos respeitosa “Senhor”:

-Senhor Senador

Excelentíssimo Senhor Exclusivo para Chefes de Poder

Senhor Demais autoridades

Santíssimo Padre Papa

Magnífico Reitor Reitor

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-Senhor Juiz

- Senhor Ministro.

Obs: Não confunda Vossa Excelência com Excelentíssimo Senhor! Vossa Excelência é de uso mais abrangente que Excelentíssimo Senhor. Na dúvida, releia esta aula, ok.

Outra questão que vale saber sobre o emprego das formas de

tratamento diz respeito à composição do endereçamento. Este nunca será

feito com a forma Vossa..., mas, sim, com a forma Sua..., e a composição do

endereço do destinatário faz-se das seguintes formas:

 

Também devemos saber algumas informações importantes:

Digníssimo (DD): está em desuso, pois, segundo o Manual, a

dignidade é pressuposto para que se ocupe qualquer cargo público, o

que é ilustrado também pelo Decreto 1.171, o Código de Ética do

Servidor Público Civil Federal.

Ilustríssimo: deu lugar à forma simplificada “Senhor”.

Doutor: atenção! Cuidado, pois doutor não é forma de tratamento, é

título acadêmico que deve ser empregado em comunicações dirigidas a pessoas que concluíram o curso universitário de doutorado.

Finalzinho da aula de hoje: vamos ler o quadro sinóptico das abreviaturas

das formas de tratamento por nós estudadas:

A Sua Excelência o Senhor 

Deputado Fulano de Tal 

Deputado Federal 

00000‐000 – Brasília. DF 

Sem crase! Forma de tratamento 

Cargo + nome 

Cargo ocupado ou localidade 

 

Endereço 

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Abreviatura   Tratamento  

V. Exa. ou V. Ex.ª  Vossa Excelentíssima 

V. Sa. Ou V. S.ª  Vossa Senhoria 

V. Mag.ª  Vossa Magnificência 

V. S.  Vossa Santidade 

V. Ema. ou V. Em.ª  Vossa Eminência 

V. Ex.a Rev.ma  Vossa Excelência Reverendíssima 

V. Rev.a ou V. Rev.ma  Vossa Reverência ou Vossa 

Reverendíssima 

Parte 2 – tipos de expedientes e diagramação do Padrão ofício

1. O Padrão Ofício

Três tipos de correspondência compõem o padrão ofício: o ofício,

propriamente dito, o aviso e o memorando. Tais comunicações possuem

finalidades diferentes e, ao mesmo tempo, semelhança formal.

a. Ofício: é correspondência cujo fim é tratar de assuntos variados

tanto no âmbito oficial quanto em assuntos particulares.

- Características: trata de assuntos oficiais ou particulares que sejam

externos ao órgão em que atua o assinante do texto.

- Resumindo: detalhado e externo.

b. Aviso: faz o mesmo papel do ofício, com uma diferença: o Aviso é expedido exclusivamente por Ministros de Estado. Em outras

palavras, um Ministro envia para outro Ministro um Aviso, ok. Se o

Ministro enviar comunicação para o Presidente da República, esta

não será um Aviso; será, por exemplo, um ofício.

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c. Memorando: também conhecido como comunicação interna (C.I.).

Trata de assuntos oficiais internos.

- características: interno e sucinto.

Lembre-se: os documentos do Padrão Ofício são semelhantes na forma

e diferem-se quanto à finalidade.

Vale notar que, quando estudarmos a diagramação, devemos lembrar

que o memorando é resumido, o que implica perda de detalhes nesta estrutura.

Já o ofício e o aviso trazem forma tão semelhantes que poderíamos dizer

“iguais”.

Agora, pessoal, seguirá uma lista de correspondências importantes

também, mas estas não fazem parte do padrão ofício, ou seja, são de emprego

mais restrito. Mas, devem ser estudadas também.

d. Exposição de Motivos: é um tipo de “prestação de contas”, trocada de

hierarquia inferior para superior. No Manual, trata-se de expedientes

enviados por Ministros ao Presidente da República ou ao Vice-Presidente.

O que nesse caso justifica ações como prestação de informações à

autoridade superior, proposta de medidas ou para solicitação de

apreciação de projeto de ato normativo. Quando o assunto envolver mais

de um Ministério, diz o Manual ser necessário o acolhimento das

assinaturas de todos os Ministros envolvidos. Nesse caso, a exposição é

conhecida como interministerial. A estrutura de uma Exposição de Motivos

segue o modelo Padrão-ofício. e. Mensagem: segundo o Manual da Presidência, “é o instrumento de

comunicação oficial entre os Chefes dos Poderes Públicos”. Vale lembrar

que os Chefes administrativos, hierarquicamente, são os ocupantes de

cargos presidenciais. Ex.: da República, do Congresso, etc. f. Telegrama: obviamente, corresponde a toda comunicação expedida por

meio de telegrafia, telex e outros instrumentos similares. Todavia, tal

comunicação é considerada defasada e dispendiosa, sendo usada

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apenas quando a comunicação não puder ocorrer por e-mail ou por outra

forma mais rápida. Sua estrutura não segue padrões rígidos. g. Fax: também considerado forma defasada em razão do advento da

internet. É usado para o envio de cópias de documentos ou de

comunicações prementes. Vale saber que para fins de arquivamento

deve-se arquivar uma versão fotocopiada, em função da fácil deterioração

do material típico de um fax. h. Correio eletrônico: hoje, por seu baixo custo e agilidade, o e-mail

transformou-se na melhor opção para a troca de expedientes. A estrutura

do e-mail é flexível, mas a linguagem, vale lembrar, deve ser padrão. Da

letra “i” em diante, vamos compreender a função e as características de

alguns expedientes que não constam no Manual de Redação Oficial da

Presidência da República, mas que já foram cobrados em provas por

serem empregados no dia a dia da prestação do serviço público. i. Relatório: não consta no Manual oficial, mas vem nas provas por ser

meio de expediente administrativo. Trata-se de um texto que engloba as

modalidades textuais narrativa e descritiva. No relatório não se opina,

apenas se relatam os fatos testemunhados. São formas textuais muito

comuns nas áreas de segurança e fiscalização. j. Parecer: forma que também não consta no Manual, mas já foi cobrada

em prova: o parecer é composto de relatório, fundamentação teórica,

seguido de conclusão técnica. Jamais na prova julgue Certo se a banca

disser que o no parecer há uma opinião pessoal sobre os fatos. No

parecer há opinião técnica. k. Ata: documento administrativo, típico de sessões, assembleias. Na ata se

expõem todas as decisões da sessão. Seu texto não contém espaços em

branco, portanto não apresenta tabulação para parágrafos, também não

pode ser rasurada e deve ser lavrada em livro próprio. Se houver erros

numa ata, admite-se a chamada correção “em tempo”, com a qual se

empregam expressões como “digo”, “isto é”, “ou melhor”, etc., para se

corrigir erros pertinentes ao uso da língua.

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l. Requerimento: texto empregado se fazer uma solicitação, requerer algo

a que se julga ser de direito. O requerimento traz características

importantes, tais como Nome do requerente (quem pede) em CAIXA ALTA (letras maiúsculas,

seguido em letras normais das qualificações do requerente (formação,

endereço, estado civil, por exemplo). Se o requerente for servidor público, não se apresentam, por respeito à

impessoalidade, qualificações pessoais. Nesse caso, após o nome do

requerente-servidor, virá em letras normais o nome do cargo ocupado

pelo requerente. Ainda se o requerente for servidor, o pedido feito pelo servidor deverá vir

com fundamentação de base legal, ou seja, um servidor não pode

simplesmente pedir e pronto, ele deverá fundamentar seu pedido em

amparo legal destinado a seus atos. O requerimento se conclui com o pedido de deferimento (aceitação ou

atenção), feito pelo requerente. m. Procuração: documento com o qual se dá poderes a alguém para decidir

em nome de outrem. n. Declaração: muito semelhante aos expedientes atestado e certidão. Ato

comum com o qual se alega algo em favor de outra pessoa. Essa

alegação pode ser falada ou escrita e segue a mesma estrutura de um

atestado. No dia a dia do servidor, recomenda-se a confecção de

atestados ou de certidões em função da legitimação firmada por escrito, o

que garante a prestação idônea do serviço. o. Atestado: expediente semelhante à declaração. Todavia é sempre

firmado por escrito e serve para atestar um fato em favor de outra pessoa. p. Certidão: a finalidade é semelhante à do atestado e `a da declaração.

Mas, ao contrário destes atos, a certidão tem como fim de tornar certos

fatos ou atos considerados permanentes. O atestado e a declaração

afirmar eventos transitórios.

diagramação do padrão ofício

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Pessoal, esta parte é um pouco chata, mas de suma importância para as

provas de 2009. Vamos agora entender como se estruturam os textos do

padrão ofício:

O Padrão Ofício

Diagramação única para três tipos de expedientes oficiais: o aviso, o ofício e o memorando. Tais documentos possuem finalidades diferentes, mas assemelham-se quanto ao aspecto formal.

Partes do documento no Padrão Ofício

a) tipo e número do expediente, seguido da sigla do órgão que o expede (margem esquerda)

Exemplos:

Mem. 114/2004-TJMG Aviso 114/2005-TJMG Of. 114/2005-TJMG

b) local e data em que foi assinado, por extenso, com alinhamento à direita – ATENÇÂO: único elemento disposto à direita, tem caído bastante em prova.

Exemplo:

Brasília, 15 de março de 1991.

c) assunto: resumo do teor do documento (margem esquerda)

Exemplos:

Assunto: Solicitações de afastamento de funcionários em 2004.

d) destinatário: o nome e o cargo da pessoa a quem é dirigida a comunicação. No caso do ofício deve ser incluído também o endereço. (margem esquerda)

e) texto: nos casos em que não for de mero encaminhamento de documentos, o expediente deve conter a seguinte estrutura:

f) fecho: centro direita. Pessoal, atenção, hoje só há dois tipos de fechos:

Respeitosamente, empregado para destinatário cuja hierarquia é superior à do emissor.

Atenciosamente, empregado para destinatário de quaisquer cargos, salvo os de hierarquia superior.

g) assinatura do autor da comunicação; e

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      18 

 

h) identificação do signatário (empregar abaixo da assinatura: nome e cargo ocupado).

Formas de diagramação

1. Fonte do texto: Times New Roman tamanho 12 para o texto; 11 para as

citações e 10 para as notas de rodapé.

2. Espaçamento: entre linhas emprega-se espaço simples; entre

parágrafos, 1 linha (espaço conhecido como 6 pontos).

3. Margens: a esquerda deve possuir 3 cm; já a direita deve possuir 1,5

cm.

4. Espaçamento para iniciar parágrafo: além dos 3 cm da margem

esquerda, devem-se tabular mais 2,5 cm para o espaço de abertura do

parágrafo.

5. Para os documentos que forem redigidos no verso, emprega-se o efeito

espelho, ou seja, a inversão das margens, a que tinha 3 cm fica com 1,5

cm, compreendeu? Mas atenção! Só podem ser redigidos no verso o

ofício, o memorando e os anexos (cuidado, você não leu “aviso”, leu

“anexos).

Bom pessoal,

Para que vocês não fiquem perdidos, oriento: em 2009, acerca da

diagramação cobrou-se em muitas provas como se inicia um ofício. Por isso ,

atentem-se para o seguinte:

1. Na diagramação do ofício, tudo vem escrito à margem esquerda. Apenas

local e data vêm supracitado à direita. Exemplo:

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Of.: 015/2009/SRF 

 

Rio de Janeiro, 05 de maio de 2009. 

 

 

Assunto: metas fiscais 

A Sua Excelência o Senhor 

Fulano  de Tal 

Secretaria da Receita Federal 

00.000‐000 – Brasília ‐ DF 

Conselho: guardem as disposições desse quadrinho!!!

2. O fecho no padrão ofício é rígido, devendo seguir estritamente ao que

está apontado abaixo. Mude apenas o Atenciosamente para

Respeitosamente, empregado para envio de expedientes à autoridade

superior a quem escreve ou assina do texto. Exemplo:

Atenciosamente,  

Fulano de tal

Fulano de tal  

Auditor Fiscal da Receita Federal 

Também aconselho guardar esse quadrinho, ok.

Agora pessoal, vamos ver umas peculiaridades do Memorando as quais

destoam um pouco do ofício:

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      20 

 

1. Memorando ou Comunicação Interna: segue o padrão ofício, com a

diferença de que o seu destinatário deve ser mencionado pelo cargo que

ocupa. Então, pessoal, por questões de economia, no memorando não

se emprega o endereço do destinatário conforme faríamos num ofício ou

num aviso.

Exemplo:

Ao Sr. Chefe de Recursos Humanos

Agora, pessoal, a questão é a seguinte: como o assunto é muito

cansativo para se ler teoricamente, vou deixar os exercícios e comentar os

pormenores no gabarito. Creio que assim daremos mais agilidade aos nossos

estudos.

Bons estudos! Aí vão os exercícios:

Exercícios

Bloco 01  

Teste rápido!

Julgue C (certo) ou E (errado) para as assertivas a seguir:

1. Segundo o princípio da Impessoalidade, é preciso usar verbos e pronomes somente em 3ª pessoa.

2. A impessoalidade, a concisão e o bom paralelismo são ingredientes para uma boa redação oficial.

3. A correção se traduz pelo respeito ao padrão culto da língua, ou seja, às normas gramaticais, que têm por finalidade codificar o uso idiomático, dele induzindo, por seleção, classificação e sistematização, as formas representativas do ideal de expressão correta.

4. A objetividade textual se traduz mediante linguagem direta, sem rodeios ou empolação.

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5. A clareza facilita a percepção rápida das idéias expostas no texto. Para isso, recomenda-se o período longo, a parcimônia na adjetivação, a ausência de ambigüidade e a ordem inversa do conteúdo oracional.

6. A concisão consiste em dizer muito com poucas palavras, eliminando-se as palavras supérfluas.

7. Para compor endereçamento correto, o exemplo a seguir encontra-se correto:

À Sua Excelência, o Senhor ANDRÉ DAMACENO VALADARES

Deputado Federal

Câmara dos Deputados

Brasília. DF

8. O Secretário da Educação do Estado de São Paulo, em nota, dirigiu-se ao Governador do Estado comunicando uma decisão tomada por sua secretaria. Em sua comunicação, empregou o vocativo Exmo. Sr. Governador. Procedeu incorretamente o Secretário na medida em que usou tratamento inadequado.

9. As formas Senhor e V. Exa. podem ser empregadas para se dirigir a Ministro de Estado.

10. João Henrique Basílio é chefe de uma secretaria da Administração Federal, recebeu expediente público via e-mail que continha a seguinte abertura:

Of.: 049/2007/SPB­DF  

Brasília, 22 de abril de 2007.  Ao DD. Senhor, João H. Basílio,    Venho mui respeitosamente convidá­lo em nome... 

 

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Há incorreção na abertura do expediente em razão exclusiva da forma de tratamento empregada no vocativo.

11. O segmento frasal a seguir foi extraído de um expediente público e encontra-se em consonância com os princípios normativos da Redação Oficial: “Em resposta ao Ofício 14/2006/DRPF, esclarecemos que até o dia 21/04/2006 haviam 27 (vinte e sete) pedidos de transferência deste departamento de Polícia.”

12. No conteúdo de uma petição, havia a seguinte frase: Importante ressaltar que, no momento da colisão, o veículo .... estava sendo dirigido por ...., que trafegava no mesmo sentido e, em alta velocidade, desrespeitando as mais comezinhas regras de trânsito, bem ainda agindo com imperícia, imprudência e negligência. Este trecho da petição encontra-se em consonância com os princípios da Redação Oficial.

13. Impessoalidade, clareza, concisão, formalidade, uniformidade e o uso do padrão culto da linguagem deverão ser características norteadoras da redação de um documento oficial, a fim de produzir-se um texto transparente e inteligível para todo o conjunto de cidadãos.

14. O Manual de Redação da Presidência da República é o documento que regulamenta as normas de redação de atos e comunicações oficiais.

15. Respeito e impessoalidade pedem o uso de formas diretas e objetivas. Mas há expressões de uso consagrado que podem servir de abertura na introdução das comunicações oficiais, tais como “Venho por meio desta”, “Tenho a honra de" ou "Cumpre-me informar que".

16. Não se concebe que um ato normativo de qualquer natureza seja redigido de forma obscura, que dificulte ou impossibilite sua compreensão. A transparência do sentido dos atos normativos, bem como sua inteligibilidade, são requisitos do próprio Estado de Direito: é inaceitável que um texto legal não seja entendido pelos cidadãos. A publicidade implica, pois, necessariamente, clareza e concisão.

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17. A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer pela escrita. Para que haja comunicação, são necessários: a) alguém que comunique, b) algo a ser comunicado, e c) alguém que receba essa comunicação. No caso da redação oficial, quem comunica é sempre o Serviço Público (este ou aquele Ministério, Secretaria, Departamento, Divisão, Serviço, Seção); o que se comunica é sempre algum assunto relativo às atribuições do órgão que comunica; o destinatário dessa comunicação é sempre o público.

18. Os destinatários de um expediente público são sempre tratados de forma homogênea e impessoal.

19. No expediente público, o jargão burocrático, como todo jargão, deve ser evitado, pois terá sempre sua compreensão limitada.

20. Os pronomes de tratamento levam a concordância para a terceira pessoa.

21. O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas aos Chefes de Poder é Excelentíssimo Senhor, seguido do cargo respectivo.

22. Doutor é forma de tratamento empregada apenas para os que concluíram curso universitário de doutorado.

23. “Vimos solicitar a V. Exa. que não demore enviar cópia de vossos títulos para serem anexados ao Of.: 14/2008/SGA...” Essa passagem encontra-se em consonância com os princípios da redação oficial.

24. No envelope, o endereçamento deve ser feito como tratamento Sua Excelência, e não Vossa Excelência, por exemplo.

25. Apuro técnico, precisão e simplicidade são elementos importantes na linguagem emprega em documentos públicos.

Respostas comentadas

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1. E. Pode ser em 3ª pessoa ou em 1ª do plural. 2. C. Vide parte 1 da aula. 3. C. Vide princípios textuais. A correção é fator que facilita a clareza e

torna o texto inteligível a todos os cidadãos. 4. C. A objetividade auxilia a economia textual. 5. E. A clareza se encontra na ordem direta da frase e nos períodos

simples e curtos. 6. C. princípio da economia linguística. 7. E. Não ocorre crase diante de pronomes de tratamento, e o nome do

destinatário vem abaixo da forma de tratamento. 8. C. Exmo. Sr. é forma empregada apenas para Presidentes. 9. C. V. Exa. é pronome empregado para se dirigir a autoridades públicas;

Senhor é vocativo para autoridades em geral. 10. E. É sempre bom ficar atento a termos radicais, como “exclusiva”; no

trecho do ofício mencionado contém três erros: emprego da forma desgastada DD (Digníssimo), emprego de primeira pessoa do singular em expediente oficial, emprego de arcaísmo linguístico (“mui”).

11. E. Há no ofício problemas de correção, pois o verbo haver, significando existir, deve ser empregado no singular. Atenção! Conhecimentos gramaticais podem ser cobrados nas questões de Redação Oficial.

12. E. Num texto oficial não se pode fazer juízo de valor, por isso o adjetivo “comezinhas”, que quer dizer fáceis, familiares, encontra-se inapropriado para um texto público.

13. C. Vide os princípios textuais. 14. C. O Manual é o texto-base para os expedientes dos órgãos federais. 15. E. Tais expressões são linguisticamente viciosas, pois são jargões

burocráticos e estão em 1ª pessoa do singular, o que significa particularidade textual.

16. C. Vide os princípios textuais. 17. E. No final: o destinatário é o público ou outro órgão público. 18. C. Vide princípios textuais. 19. C. Vide princípios textuais. 20. C. Apesar de se referirem a uma segunda pessoa do discurso, a

concordância com os pronomes de tratamento deve ser feita em 3ª pessoa.

21. C. Vide 2ª parte da aula. 22. E. Doutor não é forma de tratamento! É título. Reveja a 2ª parte da aula. 23. E. O correto é ...enviar cópia de seus títulos... 24. C. Vide 2ª parte da aula. 25. E. O apuro técnico pode limitar o entendimento da comunicação, o

correto é emprego de vocábulos simples e diretos.

Bloco 02  

Teste rápido!

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Julgue C (certo) ou E (errado) para as assertivas a seguir:

1. Adagri 2009 cargo 1. Considerando as normas que regem a redação oficial, julgue os próximos itens.

a. No caso de o destinatário de expediente oficial ser uma alta autoridade do Poder Executivo, Legislativo ou Judiciário, o remetente, quando a ele se dirigir, deve empregar o pronome de tratamento Vossa Excelência.

b. No serviço público, o expediente ofício é o principal meio de comunicação interna, ou interdepartamental.

2. Antaq 2009 cargo 1. Acerca da redação de documentos oficiais, julgue os itens que se seguem.

a. Respeitam-se as normas relativas à redação de documentos oficiais ao se finalizar um atestado ou uma declaração da maneira apresentada a seguir.

Atenciosamente,

(assinatura)

Fulano de Tal

Brasília, 15 de março de 2009

b. Desrespeitam-se as exigências de clareza, objetividade e obediência às regras gramaticais ao se apresentar o seguinte parágrafo no início de um relatório, em um órgão público.

1. APRESENTAÇÃO 

Ao apresentar este relatório, os resultados parciais da Ouvidoria realizada durante os meses de Outubro e Novembro de 2008, ano em que visamos a melhorias no atendimento dos usuários e na eficiência nos procedimentos internos graças às restrições orçamentárias oriundas de financiamento para as áreas‐fins. 

3. Antaq 2009 cargo 12

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Ofício n.º 111/2009/ATN 

 

Senhor Secretário Executivo, 

 

1.       Em atendimento a seu ofício de 22 de janeiro de 2008, informamos já ter sido autorizada a circulação de embarcações do mencionado calado no rio Tal e‐Tal. 

(...) 

Considerando que o texto apresentado acima seja parte de um ofício, julgue os itens seguintes, com relação à elaboração de documentos oficiais.

a. Para que o exemplo de documento acima respeite as regras do padrão oficial no que se refere aos elementos constitutivos e à sua disposição em um ofício, será necessário escrever o local e a data de emissão na linha abaixo da identificação, com alinhamento junto à margem direita.

b. O vocativo do documento — “Senhor Secretário Executivo” — e a forma de tratamento — “seu ofício” — respeitam a correção gramatical e o formato do documento.

c. A linguagem empregada no início do texto — “Em atendimento” — não é adequada ao padrão de um ofício porque desrespeita as regras gramaticais da língua portuguesa.

Texto para a questão 4

(...)

O relatório destaca que a proporção de assalariadas subiu de 41,8% para 46,4% nos últimos dez anos. Ao mesmo tempo, houve queda no emprego vulnerável (sem proteção social e direitos trabalhistas), de 56,1% para 51,7%. Apesar disso, o universo de mulheres nessas condições continua superando o dos homens. 

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4. BB.2008.1. Na redação de documento oficial, como um relatório ou ata, por exemplo, o parágrafo final do texto respeitaria o registro formal da língua se assim fosse escrito: O relatório destaca a proporção de assalariadas terem subido de quarenta e um vírgula oito porcento para quarenta e seis ponto quatro porcento.

 

Texto para a questão 05

 

Oficio n.º 15/XXXXX/2008 

 

Brasília, 30 de abril de 2008 

 

Prezado Senhor José Joaquim da Silva Xavier, 

DD. Diretor do Banco do Brasil: 

1. Comunicamos que a partir desta data nosso banco de dados digitalizados estará acessível para consultas vinte e quatro horas por dia. 

2. Solicitamos que sejam feitos agendamentos, afim de processar com maior agilidade os atendimentos. 

5. BB. 2008.2. Considerando o texto acima como o início de um ofício, julgue o item a seguir.

a. A redação do ofício acima está de acordo com as normas que regem a correspondência oficial.

6. BB.2008.3. O final de um relatório sobre o tema do texto respeitaria a norma culta e as normas de redação de documentos oficiais se fosse assim redigido:

Ante do exposto, recomenda‐se as instituições financeiras esforços conjuntos no sentido de manter a rentabilidade de seus clientes. 

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Brasília, 30 de abril de 2008 

Respeitosamente, 

Maria Silva Pedro Pereira João Souza

Conselheiros

7. CEHAP/PB/2008. Assinale a opção correta quanto ao emprego do vocativo no documento oficial indicado.

a) ATESTADO

Senhores,

Atendendo à solicitação de XXXXX, atesto para os devidos fins (...)

b) RELATÓRIO

Senhor Ministro,

Em atendimento à designação de Vossa Excelência, a Comissão de Inquérito Administrativo (...)

c) PARECER

Digníssimos Senhores Membros do Conselho,

José José de José,

João João de João,

e Pedro Pedro de Pedro.

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Em atendimento à designação desse Conselho, a Comissão de Inquérito Administrativo emite o seguinte Parecer: (...)

d) OFÍCIO

Senhor Dr. Pedro Silva,

DD. Chefe de Gabinete do Governo do Estado da Paraíba,

Em atendimento

8. CEHAP/PB/2008. Superior. Instruções para criação e extinção de cargos nas repartições públicas do estado da Paraíba. Com alterações introduzidas pelas resoluções n.º 1.111/2000, 2.222/2000 e 3.333/2000, e pela lei n.º 10.000/2007.

Para que a ementa de resolução acima respeite as normas de redação de documentos oficiais, é necessário

a) tornar o texto mais claro, usando verbos em lugar de “Instruções” e “alterações”, por exemplo.

b) inserir uma vírgula depois de “cargos” e retirar a vírgula depois de “3.333/2000”, para que sejam respeitadas as regras gramaticais.

c) escrever “estado”, “resoluções” e “lei” com iniciais maiúsculas, para atender à padronização e à uniformidade.

d) conferir ao texto clareza e objetividade, escrevendo o termo “pelas resoluções” no singular.

Texto para questão 9:

(...)

Tem cabido ao Poder Judiciário, no dia-a-dia, estabelecer o equilíbrio complexo que a Constituição, ao longo de suas páginas, recomendou. O texto constitucional lista uma série expressiva de direitos e garantias fundamentais e, ao mesmo tempo, fixa muitas restrições a eles.

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      30 

 

“É livre a manifestação do pensamento”, diz a Carta, acrescentando: “sendo vedado o anonimato”. Mais: “a casa é asilo inviolável do indivíduo”, “salvo em caso de flagrante delito” ou “por determinação judicial.”

Felipe Recondo e Laura Diniz. O Estado de S. Paulo, 2/10/2008 (com adaptações).

9. CTI. Superior. 2008. Devido à seleção lexical, o penúltimo parágrafo do texto é inadequado para compor uma correspondência oficial.(obs: o texto começa do citado parágrafo).

10. DPRF.2008.4. Considerando as prescrições relativas às comunicações oficiais, assinale a opção correta.

a) Os três tipos de expedientes que seguem o padrão ofício —exposição de motivos, aviso e ofício — têm a mesma finalidade e se diferenciam apenas por sua extensão e pelo detalhamento das informações neles contidas.

b) Diferentemente da ata, a exposição de motivos deve, obrigatoriamente, conter, no máximo, duas idéias por parágrafo.

c) Caso haja grande distanciamento hierárquico entre o signatário e o destinatário de uma comunicação oficial, recomenda-se o emprego do fecho “Mui respeitosamente”.

d) Em todas as comunicações oficiais, os pronomes possessivos que se refiram a pronomes de tratamento são sempre os da terceira pessoa. Por exemplo, o segmento correto é “Vossa Senhoria nomeará seu substituto”, e não, “Vossa Senhoria nomeará vosso substituto”.

e) Com o intuito de uniformização do emprego de pronomes de tratamento nos vocativos das comunicações oficiais, foi estabelecido como regra o emprego dos pronomes de tratamento Excelentíssimo Senhor e Excelentíssima Senhora, excetuando-se os casos em que tal comunicação se dirija ao papa ou ao reitor de uma universidade.

Texto para questão 11:

ORGANISMO INTERNACIONAL — PROJETO 111BBB222 — SELECIONA PROFISSIONAL 

 

Edital n.º 00 / 2008 

 

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Publicação de 02 (dois) perfis para contratação de profissionais na modalidade por “Produto”, cujos postos estão disponíveis para os interessados na Internet: 

www.saude.gov.br/svs, pelo período de 28 de junho a 6 de julho de 2008.  

(...) 

Em atenção às disposições do Decreto n.º 5.151, de 22 de julho de 2004, informamos que estas contratações serão efetuadas mediante processo seletivo simplificado (análise de curriculum e entrevista). 

É VEDADA a contratação, a qualquer título, de servidores ativos da administração pública federal, estadual, do Distrito Federal ou municipal, direta ou indireta, bem como de empregados de suas subsidiárias e controladas, no âmbito dos projetos de cooperação técnica internacional. 

(...) 

Maria Maria de Maria 

 

11. Hemobrás – 2008. Cargo 21. A partir do exemplo acima, julgue os itens que se seguem, a respeito da elaboração de documentos oficiais.

a. Para respeitar a impessoalidade necessária a documentos oficiais, a expressão verbal “SELECIONA PROFISSIONAL”, no título, deve ser substituída por seleção de pessoal.

b. O uso do pronome “cujos” (l.2) desrespeita o nível de formalidade do documento e as regras gramaticais do padrão culto da língua; por isso, para manter a clareza e objetividade do texto, respeitando as relações de sentido entre as orações, é recomendável substituir esse pronome por e os.

c. Em respeito à clareza e objetividade que devem caracterizar todos os documentos oficiais, informações entre parênteses, como em “(análise de curriculum e entrevista)” (l.7), não são adequadas a um edital e devem ser suprimidas.

d. Abaixo da identificação do signatário — que, em documento para circulação pública, pode prescindir de assinatura — deve ser acrescentada a identificação do cargo.

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      32 

 

e. A identificação do documento, “Edital n.o 00/2008”, por seqüência numérica, é semelhante à identificação de um ofício, que teria a seguinte

apresentação: Ofício n.o 222/2008.

f. Comparando-se a esse exemplo, o fecho de um documento do padrão ofício deve apresentar, acima da assinatura e da identificação do emitente, o local (cidade) e a data do documento.

Texto para a questão 12:

Ata da Primeira Sessão Ordinária do Conselho de XYZW do ano 2007. Aos vinte e seis dias do mês de fevereiro, digo, março, do ano dois mil e oito às vinte horas na Sala de Reuniões da XXX realizou‐se a 435.ª sessão do Conselho de XYZW. Estiveram presentes os Conselheiros: ZZZ, YYY, WWW, XXX. A Presidente, RRR, declarou aberta a Sessão. O Secretário TTT fez a leitura da Ata da Sessão anterior, que, submetida à apreciação do Plenário, foi aprovada por unanimidade. (...) Sendo só o que havia em pauta o Presidente agradeceu a presença dos Vereadores e visitantes, marcou outra Sessão Ordinária para o dia cinco de abril do ano em curso e declarou encerrada a sessão. Para constar, eu TTT — Secretário, subscrevo a presente Ata, que, após ser lida, foi submetida à apreciação do Plenário. 

12. Hemobrás – 2008. Cargo 21. Julgue os seguintes itens, a respeito da redação de documentos oficiais, tendo como exemplo o fragmento de ata acima.

a. Para não haver dúvidas ou falsificações, recomenda-se, em atas, a escrita de números por extenso, como em “vinte e seis dias” (l.2).

b. Como um texto de ata deve ser contínuo e isento de rasuras, a correção “digo, março” (l.3) atende às normas de elaboração do documento.

c. A ausência de vírgulas separando data e local da reunião desrespeita as regras gramaticais da norma culta e, por isso, a correção do documento exige a inserção de vírgulas depois de “dois mil e oito” (l.3), depois de “XXX” (l.4) e depois de “pauta” (l.10).

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      33 

 

d. Como em qualquer outro documento oficial, a única assinatura obrigatória na ata é a do responsável pelas informações, o presidente da sessão; por isso, o final deveria ser assim escrito: Para constar, esta ata será lavrada por mim, TTT, Secretário, e assinada pela Presidente, RRR.

Respostas comentadas:

1. A. Certo, trata-se de tratamento típico destinado a tais autoridades. B. Errado, o Ofício é tipicamente externo.

2. A. Errado. A diagramação tradicional estabelece que no fecho após o nome deve aparecer o cargo. A data deve ser supracitada e situar-se na margem direita. B. correto. Vale lembrar que o relatório não é documento tipificado pelo padrão ofício. Por isso, em sua introdução, assim como na do Parecer, é comum a apresentação ou ementa cuja função é resumir o assunto detalhado no texto. É comum também a data aparecer no final do documento, ao contrário do que especifica o padrão ofício. Formas não padronizadas pela redação oficial não possuem estrutura fixa.

3. A. certo. Cuidado com as sutilezas do Cespe, pois foi apenas questionado se a inserção da data à margem direita formalizaria o documento, ok. Isso está correto. B. Certo. Senhor é forma geral para tratar qualquer autoridade. C. Errado. O emprego de tal expressão não fere à gramática normativa porque não é vício nem contém erros.

4. Errado. A redação oficial tem por princípio a economia, por isso a opção por escrever os percentuais em algarismos seria a melhor saída para o texto.

5. A. Errado. A forma DD. (Digníssimo) está em desuso. Há outros erros como o emprego de “prezado” que traz pessoalidade ao texto, emprego não condizente com os princípios das comunicações oficiais. Há que se notar também a infração gramatical “afim”, o correto seria “a fim”, pois se solicita uma finalidade.

6. Errado. Há erro na regência em “Ante do exposto”, o que fere as normas da redação oficial, esta que exige emprego da língua padrão em seus textos. Há também falha na identificação dos assinantes, na medida em que não houve exposição dos nomes e esparsa exposição dos cargos ocupados.

7. A opção correta é a opção “b”. A. Incorreção no atestado, pois feriu-se à impessoalidade a partir do

emprego da 1ª pessoa do singular. Lembre-se: o Cespe aceita a 1ª pessoa do plural, ok, pois o plural transmite impessoalidade também.

B. Correta.

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C. Errada. Está em desuso “Digníssimos” D. Errada. Está em desuso DD. – Digníssimo.

8. A opção correta é “C”. Além do Manual de Redação Oficial da Presidência da República, o Manual do Senado também lista o atendimento à padronização em maiúsculo das letras iniciais das palavras citadas. A. Errada. Empregar verbo em lugar de substantivo é ato opcional a

depender da estrutura frasal. B. Errada. Os termos a que o exercício se refere, tanto para introdução

como para retirada de vírgulas, são, sintaticamente, adjuntos adverbiais para os quais não há obrigatoriedade de inserção ou de retirada de vírgulas. Há apenas recomendações de inserção de vírgulas em adjuntos adverbais de longa extensão ou deslocados do final da oração.

C. Correta. D. Errada, pois foram citadas várias resoluções.

9. Errado. O texto possui linguagem padrão e apresenta clareza, portanto poderia compor parte e texto oficial

10. Opção correta: “d”. Os pronomes de tratamento fazem concordância verbal ou nominal em 3ª pessoa; não, em 2ª. A. Errado. Tais expedientes possuem finalidades diferentes. Sua

estrutura é que é similar. B. Errado. Por questões de organização e clareza, qualquer documento

deve trazer assunto único por parágrafo. C. Errado. Só existem dois fechos – Atenciosamente e

Respeitosamente -, sendo o primeiro de largo emprego e o último empregado apenas para se dirigir a ocupante de cargo superior ao do emissor.

D. Correta. E. Errada. Absurda. Exmo. Sr. é vocativo e deve ser empregado aos

Chefes de Pode – presidentes. 11. A. Errada. Como ambas estariam corretas em respeito à norma padrão

da língua, melhor seria empregarmos a mais econômica. B. Errada. O emprego do pronome cujo encontra-se em respeito aos preceitos gramaticais. C. Errada. Como um edital é expediente de alcance democrático e contém informações de interesse geral, o detalhamento é primordial. D. Correto. Documentos de extensão Pública, como editais, não precisam trazer assinatura, mas devem conter a identificação de um responsável por eles. E. Errado. Falta a sigla do órgão expedidor na composição do documento. F. Errado. Local e data situam-se na margem direita supracitada.

12. A. Correto. Todo detalhe que visa à legitimação das verdades de um texto público podem ser empregados. B. Correto. Na Ata pode haver correção “em tempo”, mas apenas para fins gramaticais.

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C. Correto. Como são elementos distintos, devem estar separados por vírgula. D. Errada. A ata deve trazer a assinatura de todos os partícipes da reunião: de quem a presidiu, de quem a escreveu – o secretário de ata – e dos participantes – interessados nos acordos e testemunhas dos atos.

 

Bloco 02 - teoria dos expedientes para redação

Agora vamos voltar ao assunto redação – prova P4. Havia dito a vocês

que provavelmente o Cespe solicitará uma redação técnica de estrutura

comum, conforme mostrei a todos na análise daquele texto da aula 04 que

versava sobre assunto da área contábil.

Precavidos, vamos entender a confecção de peças técnicas com dentro

de uma comunicação oficial.

1. OFÍCIO:

Se a banca pedir um ofício, não precisa passar mal. O ofício, gente, nada

mais é do que uma “carta” endereçada a alguém. Porém no serviço público

Carta se chama Ofício. E o que há dentro de um ofício? Qualquer coisa,

qualquer assunto. Quem nos dará isso será a proposta temática.

A banca dará a você uma situação X e indicará para quem vai o Ofício

(DESTINATÁRIO). O único cuidado que se deve ter é, ao abrir o ofício, na

hora de tratar esse destinatário e ao fechar o ofício, na hora de fazer o

fecho.

O que devemos fazer então? Retomando o mapinha do início de um Ofício:

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Of.: 015/2009/SRF

Rio de Janeiro, 05 de maio de 2009.

Assunto: metas fiscais

A Sua Excelência o Senhor

Fulano de Tal

Secretaria da Receita Federal

00.000-000 – Brasília - DF

Na margem esquerda, você pode criar, inventar mesmo, um NÚMERO, um

ANO, uma SIGLA. Se banca disse que o emissor pertence ao TCU,

empregue TCU.

Solte uma linha, na margem direita, invente: local e data.

Solte uma linha, na margem esquerda, poste o ASSUNTO (resuminho do

ofício/ título dele)

Solte uma linha, ainda na margem esquerda, poste o endereçamento (você

pode inventar o endereço)

Acabou!

Agora, solte uma linha e comece seu ofício (em outras palavras, sua

redação). Quando você mudar de assunto, mude de parágrafo!!! Igualzinho

ao que você faz numa redação comum.

Mas, agora, a partir do 2º parágrafo, você deverá colocar um número (2,3

4,...). Este número fica coladinho à margem esquerda, solte espaço para o

parágrafo e redija seu texto.

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Terminou a redação? Faça o Fecho. Solte uma linha, escreva

(Respeitosamente, ...se o destinatário fictício for seu superior;

Atenciosamente, ...se o destinatário foi outra pessoa da qual o emissor não

seja subordinado).

Copie então o modelo do mapinha abaixo:

Atenciosamente,  

Fulano de tal Fulano de tal  

Auditor Fiscal da Receita Federal 

Atenção!!! Cuidado para na prova, haver a assertiva: não assine seu texto.

Se houver isso, faça como o modelo, escreva FULANO DE TAL, ok.

2. RELATÓRIO: tudo muito tranquilo. O relatório é um texto narrativo com

passagens descritivas. Como se trata de uma correspondência,

solicitada por alguém, em geral simula-se um superior do signatário,

basta abrir o texto com uma pequena ementa:

EMENTA: relatório 022/2009/TCU, solicitado pelo Auditor ...Fulano de

tal, apresenta balanço das ações de fiscalização e inspeção do TCU

realizadas entre os períodos...

Quando você terminar a EMENTA – que é um resumo do que vem no

texto -, comece a redigir o que a banca propôs no tema. Lembre-se de

numerar os parágrafos a partir do 2º parágrafo.

Antes de terminar o relatório, reveja a proposta temática para saber se a

banca pediu seu posicionamento acerca dos fatos que ela apresentou?

Se pediu, comece uma conclusão mais ou menos similar a esta:

Portanto, recomendamos que ....

Terminou a conclusão? Faça o fecho. Como o modelo proposto. Ah, não

se esqueça de datar o relatório. Neste caso, a data pode ficar

supracitada, como no Ofício, ou no Fecho.

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Pessoal, Parecer é o mesmo que relatório com conclusão de

recomendação, conforme vimos há pouco. Se banca, não pedir

conclusão, apenas termine de narrar e faça o fecho, ok.

Agora, vamos praticar sem medo; se errarem, vou corrigir e

expedir de volta para vocês corrigirem o erro e prometo rever os textos.

Grande abraço a todos e espero que tenham gostado do curso, a

despeito dos infelizes atrasos. Quanto aos temas, vou organizá-los com

carinho, pois só falta formatá-los e enviar uns modelos para vocês.

Estenderei o prazo de envio de redações até o dia 08. No dia 10

fechamos tudo, correção e dúvidas. Quem enviar os textos ainda no fim

de semana, já poderá vê-los na segunda, ok.

Muito boa sorte!!! Júnia

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Tribunal de Contas da União Técnico de Controle Externo

Redação e Questões discursivas Anexo 01 – temas para elaboração de redação Introdução

Eis nosso primeiro bloco de temas. Na aula demonstrativa deste curso, disse a vocês que nosso primeiro trabalho temático consistiria numa avaliação do todo textual. Essa avaliação abrange os seguintes pontos:

♦ trabalhar neste momento inicial com o texto tamanho padrão – nas

redações de concursos. Confecção de textos com o máximo de 30 linhas manuscritas e o mínimo de 20;

♦ identificar na avaliação dos alunos a aplicação de princípios textuais (em especial a OBJETIVIDADE, CLAREZA E ORGANIZAÇÃO);

♦ identificar estilos de escrita: subordinação e coordenação frasais. A fim de estimular o aluno a produzir textos eficazes que não excedam o limite de seu estilo peculiar (isso pode ajudar o candidato a se sentir confortável ao escrever no dia do concurso);

♦ propor ao aluno o direito/dever da revisão técnica do seu texto.

Os temas que seguem abordam questões técnicas mescladas, em parte, a conhecimentos gerais que tangenciam os conteúdos básicos e específicos do edital do TCU/2009 – cargo 4. A boa redação, escolhida a partir dos temas seguintes, requererá do aluno, conforme disposto na aula demonstrativa, os seguintes comportamentos:

a. conhecimento teórico acerca de D. Administrativo, Orçamento e finanças

públicas, D. Constitucional (com base no edital), noções de Controle Externo e leitura de acontecimentos atuais (atualidades);

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b. estudo do tema escolhido. Estude! Jamais faça redação com o que tem na cabeça. Não existe texto automático. Existe preparo. No dia do exame você terá lido muitos assuntos diferentes, que lhe propiciaram, por exemplo, aquisição vocabular técnica e estrutura sintática diferenciada;

c. concentração. Simule o dia da prova, marque tempo (cerca de 1:30h) entre a escrita do rascunho e o término do texto passado a limpo (manuscrito);

d. evite o excesso de tecnicismo. Busque sempre a simplificação da linguagem. Mesmo que não possa fazer isso, acrescente ao que está falando exemplos claros, extraídos da mídia, de dispositivo legal, de juristas, de pesquisas, etc.

e. Não construa parágrafos longos: mínimo de 4 linhas/máximo de 6 linhas.

Envio de redações – instruções:

♦ Textos em Word – fonte arial/12 – digitados. Não envie textos em PDF nem escaneados.

♦ As redações deverão ser enviadas para o e-mail: [email protected]

♦ Prazo de envio: em razão do atraso de um dia desta proposta, acrescenta-se um dia no prazo de envio (até 13/06).

♦ Devolução dos textos: entre os dias 15 e 16/06. ♦ Atencão: o quadro a seguir deve ser preenchido e colado no cabeçalho –

topo da redação. Nome do candidato Quantidade de linhas*  Tema escolhido Tempo investido    

*quantidade de linhas efetivamente escritas no texto manuscrito.

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Todos os temas abaixo envolvem duas modalidades que deverão ser identificadas pelo candidato.

a. Dissertação expositiva: a banca não solicita posicionamento, mas devem-se abordar todos os componentes do tema com clareza. Se a redação solicitar, além do tema, a inclusão de aspectos obrigatórios, organize cada aspecto num parágrafo diferenciado. Exemplo de organização com três aspectos: Tese: retomada do tema mais resumo dos aspectos. Desenvolvimento: aspecto 1 Desenvolvimento: aspecto 2 Desenvolvimento: aspecto 3 Conclusão: resumo do texto e reafirmação da tese. Exemplo de organização com dois aspectos: Tese: retomada do tema mais resumo dos aspectos. Desenvolvimento: aspecto 1 Desenvolvimento: aspecto 2 Desenvolvimento: relação entre aspecto 1 e 2. Conclusão: resumo do texto e reafirmação da tese. Exemplo de organização com tema único – crie seus próprios argumentos agora! Tese: retomada do tema + ponto de vista + síntese dos argumentos Desenvolvimento: argumento 1 Desenvolvimento: argumento 2 Desenvolvimento: argumento 3 ou síntese de 1 e 2 Conclusão: resumo do texto e reafirmação do ponto de vista.

Os candidatos não são obrigados a seguir as propostas acima. As formas de organização apresentadas são sugestões para facilitar o seguinte: a

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leitura do examinador, diminuir tempo de organização de ideias, manter a lógica dos argumentos bem como, a unidade textual. Escolha somente uma proposta para envio. As demais propostas poderão ser reaproveitadas para a segunda etapa de correções. Por fim, caso algum aluno queira enviar texto com proposta diferente das apresentadas, poderá fazê-lo, desde que apresente a proposta preterida.

********

Propostas temáticas Produza um texto dissertativo a partir do seguinte tema: Gastos públicos: excessos de gestão ou aumento do atendimento à demanda social? Seu texto deverá, necessariamente, trazer os seguintes aspectos:

1. Os impactos da crise econômica e os efeitos dos gastos públicos na economia brasileira.

2. Expansão dos gastos públicos e eficiência administrativa. 3. O anseio da sociedade para uma melhor gestão dos gastos públicos.

 

Produza um texto dissertativo a partir do seguinte tema: TCU: aliado social para a eficiência administrativa do Estado. Seu texto deverá, necessariamente, trazer os seguintes aspectos:

1. A obrigatoriedade dos gestores públicos acerca da prestação de contas dos atos administrativos sob sua conduta.

2. Dispositivos legais que visam à uniformização da prestação de contas públicas. 3. Publicidade e moralidade na manutenção dos recursos públicos.

Tema 1 

Tema 2 

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Produza um texto dissertativo a partir do seguinte tema: O aperfeiçoamento dos sistemas organizacionais mediante as mutações de uma economia globalizada. Seu texto deverá, necessariamente, trazer os seguintes aspectos:

1. Reaparelhamento constante do Estado e exigências da economia global. 2. Ações para transformar o país numa economia competitiva no plano

internacional. 3. O papel da renovação do quadro de agentes públicos na melhoria das funções

inistrativo-politicas do país.

 

Produza um texto dissertativo para responder à seguinte proposta: Atuando no campo de suas atribuições constituídas, o TCU vem empreendendo com eficácia e transparência meios de desburocratizar e tornar mais fáceis e ágeis os processos de fiscalização que são de sua competência e de prestação de contas à sociedade?   Acerca da sentença abaixo, produza um texto dissertativo: Um monitoramento imperfeito das atividades regulatórias e de controle faz perpetuar as feridas de uma gestão pública historicamente desinformada e impune em seu texto, aborde, necessariamente, os seguintes aspectos:

1. O conhecimento de legislação acerca de direitos e deveres dos agentes públicos no Brasil.

2. O respeito ao direito dos administrados. 3. A consonância entre a participação social e os órgãos de controle para os

exercícios de fiscalização dos bens públicos.

 

Leia o texto a seguir:

Tema 3 

Tema 4 

Tema 5 

Tema 6 

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Há alguns meses e semanas, o TCU apurou diversas irregularidades no uso dos proventos públicos. Dentre estas, destacaram-se na mídia o uso indevido de passagens aéreas por parlamentares e aquisição de bolsas de estudos custeadas pelo governo por quem realmente não precisava do auxílio. No caso das passagens, muitos deputados se prontificaram a devolver o dinheiro; no caso das bolsas, o TCU providenciará a obrigatoriedade de ressarcimento ao erário. Com base no texto acima e acerca da sentença abaixo, produza um texto dissertativo, observando seu ponto de vista acerca da seguinte frase: Algumas ações não se tornam puras ou curáveis quando apenas se redime do erro nelas imputado.

Produza um texto dissertativo, posicionando-se acerca da seguinte sentença; A modernização dos procedimentos públicos garante a celeridade na prestação de serviços em resposta aos anseios do bem comum.

Mário Dirienzo, na abertura de uma de suas obras, apresenta sob seu ponto de vista

teórico os seguintes conceitos:

i. A ética não é feita para anjos, mas para homens, ou seja, a ética supõe a finitude humana: imperfeição, a destruição. Pressupõe, todavia, o impulso em direção da perfeição e da conservação da vida.

ii. Lei, o que significa tal termo? Ordenamento que rege a conduta dos homens ou indica a regularidade de fenômenos naturais. As leis, portanto, são genéricas.

Com base nas informações supracitadas e nos seus conhecimentos sobre ética e

legalidade, produza um texto dissertativo no qual você discorrerá sobre a importância

da transitoriedade das leis embasa no valor de uma ética renovada.

Tema 7 

Tema 8 

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Produza um texto dissertativo no qual você exporá seu ponto de vista sobre o

seguinte tema:

Nos últimos anos, as CPIs tem se projetado aos olhos da opinião pública mais como um palco para o exibicionismo de políticos ávidos por espaço na mídia do que num ambiente de investigação séria. (Soares – Divinópolis/MG)

Produza um texto dissertativo que discuta o seguinte tema:

O favorecimento dos vínculos de parentesco nas relações de trabalho ou emprego público: uma ferida aberta na política brasileira. Em seu texto, aborde, de modo objetivo, necessariamente, os seguintes aspectos: - o combate ao nepotismo e o fortalecimento da República. - o conflito entre o Estado Patriarcal e as limitações do espaço público, causado pelo Nepotismo. - A Constituição de 88 e as formas legais de ingresso no Serviço Público.

Tema 9 

Tema 10 

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Tribunal de Contas da União Técnico de Controle Externo

Redação e Questões discursivas Anexo 02 – temas para elaboração das redações de nº 2 Introdução Caros alunos,

Esta nossa segunda compilação de temas se divide em dois blocos para

atender as exigências da prova P3, descritas no item 6.4.1 do edital do nosso

concurso (TCU/2009, edital nº 1). Segundo o citado item, a prova P3 consta de

uma redação acerca de assuntos que envolvam os conhecimentos básicos

listados neste edital.

De posse disso, separei para vocês uma lista de temas que oscila entre

as disciplinas Controle Externo e Atualidades, da qual vocês elegerão até 3

temas para redigirem seus textos.

Para a confecção de textos dessa nova etapa, atentem-se para os

seguintes pontos que cumpriremos a fim de agilizar a correção dos textos e

garantir-lhes a qualidade:

1º - redijam textos em Word; 2º - redijam os três textos num único documento que deverá constatar o

cabeçalho oferecido a seguir;

3º - explicitem o número do tema;

4º - o total de linhas por redação é de apenas dez;

5º - tentem redigir o mínimo de sete linhas;

São 20 Propostas temáticas Os temas a seguir foram extraídos de provas do Cespe e de outras

bancas que realizaram concursos contendo prova de redação recente (exceção

do tema 1 e 17, mais antigos). A opção por introduzir temas de variedade

temática decorre da precaução a uma eventualidade de exigência no dia do

exame.

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Orientação para redigir Há tipologias variadas na exposição dos temas, por isso, lembre-se do

seguinte:

1. Textos dissertativos argumentativos = pedem posicionamento ou

ponto de vista SEJA OBJETIVO, POSICIONE-SE LOGO NA 1ª

LINHA.

2. Textos dissertativos expositivos = não pedem posicionamento, mas

FIXE OBJETIVAMENTE NO TEMA E NOS ASPECTOS (SE

HOUVER).

3. Escreva sempre com CLAREZA, OBJETIVIDADE E ORGANIZAÇÃO.

4. RETOME SEMPRE O TEMA E ESCREVA FRASES NA ORDEM

DIRETA DA ORAÇÃO.

5. PERÍODOS SEMPRE PEQUENOS.

Devolução dos textos corrigidos: dia 23/06/2009. Vocês poderão enviar

textos até o dia 21/06/2009 (prorroguei o prazo) para recebê-los no dia

23/06. O envio a partir do dia 22/06 poderá acarretar demora de 48

horas na devolução do texto. Ressalto a possibilidade de atraso de

algum texto, por detalhes de correção, mas fiquem tranquilos, pois nossa

preocupação será sempre com a qualidade das redações. Se alguém

não receber seus textos, entre em contato por e-mail

([email protected]), pois o fórum ainda está indisponível.

   TCU/TCE/2007. Entre os atos da administração pública relativos à despesa, estão aqueles relacionados com a investidura em cargo ou emprego público, sobre o que a  Constituição  atribuiu  competência  específica  ao  Tribunal  de  Contas  da  União (TCU). Disserte, de forma sucinta, acerca dessa competência do TCU definida pela Constituição quanto aos atos de admissão de pessoal, enfocando, necessariamente, os seguintes questionamentos:  

Tema 1 

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Que atos estão subordinados à função fiscalizatória do TCU relativamente à admissão de pessoal? 

Qual  a  abrangência  da  atuação  do  TCU,  no  que  tange  aos  órgãos  da Administração direta e indireta federal, nos provimentos de cargos efetivos e em comissão? 

Há  possibilidade  da  apreciação  do  ato  de  admissão  de  pessoal  pela administração e pelo Poder Judiciário? 

    TCU/TCE/2007.  Em  um  texto  dissertativo,  conceitue  e  diferencie  a  anulação  e  a revogação dos atos administrativos.      O  Tribunal  de  Contas  da  União  (TCU)  é  um  tribunal  administrativo.  Entre  seus procedimentos  clássicos,  Julga  as  contas  de  administradores  públicos  e  demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos federais, bem como as contas de qualquer pessoa que der causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário  federal. Para se somar a essas competências  típicas do controle, mais recentemente o TCU elencou novas funções. Disserte sobre as competências que foram acrescidas às tarefas  clássicas do TCU, no que diz respeito necessariamente a   

Acompanhamento e fiscalização dos processos de desestatização.  Decisão sobre representações contra irregularidades em licitações.   

    Produza um texto dissertativo com posicionamento pessoal acerca do seguinte texto:  Controle,  como  função  do  Estado,  exige,  assim  como  o  regime  democrático,  um  grau  de desenvolvimento  da  sociedade  e  dos  agentes  da Administração  para  alcançar  seu  escopo, evoluindo de modo permanente, como num ciclo de realimentação constante: democracia – controle – democracia .(Mello filho)      Acerca  da  natureza  e  da  competência  dos  atos  da  Corte  de  Contas,  produza  um  texto dissertativo, posicionando‐se a partir da sentença doutrinária:  

Tema 2 

Tema 3 

Tema 4 

Tema 5 

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PROFESSORA: JÚNIA ANDRADE  “o Tribunal de Contas é órgão auxiliar e de orientação do Poder Legislativo, embora a ele não subordinado, praticando atos de natureza administrativa, concernentes, basicamente à fiscalização”.     Em um texto dissertativo, conceito Controle Externo, abordando, necessariamente, o papel da  sociedade,  a  responsabilidade  dos  gestores  públicos  e  parceria  da  TCU  com  outros órgãos tipicamente fiscalizadores.      Produza um texto dissertativo acerca do seguinte tema:  As ações do TCU para a garantia democrática e lícita da Assistência Social e para o auxílio à proteção do meio ambiente.   

   

Segundo o Regimento Interno do TCU, no âmbito da apreciação do processo fiscalizatório, cabe ao relator ou tribunal uma série de ações corretivas ou instrutivas. Considerando tais incumbências do relator ou do tribunal, aponte de modo sucinto as decisões especificadas em lei para os casos de    

Não apuramento de transgressão;  Erros de natureza meramente formal;  Verificação de ação antieconômica ou ilegal; 

    A respeito dos  instrumentos de fiscalização, provenientes de dispositivo  legal  interno do TCU, discorra, de modo sucinto, sobre as ações de Levantamento, Auditoria e Inspeção.     Disserte,  de  modo  objetivo  e  claro,  sobre  as  prerrogativas  asseguradas  em  lei  para  a execução de fiscalização realizada para a função especifica de controle externo.     Inúmeras têm sido as ações para se tentar salvar o planeta  no que concerne à qualidade de loco habitável, humano e cooperativo. Dentre essas inúmeras ações, a assinatura, ainda que pouco consensual, de documentos internacionais, tais como a Agenda 21, o Protocolo de  Kyoto;  o  enfoque midiático  constante  sobre  desmatamentos  na  Amazônia  e  sobre  a importância de se reciclar, algumas vêm apresentando uma mudança, ainda que tímida, na consciência das pessoas.  

Tema 6 

Tema 7 

Tema 8 

Tema 9 

Tema 10 

Tema 11 

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PROFESSORA: JÚNIA ANDRADE   Tendo  o  texto  acima  como  instrumento  meramente  motivador,  disserte,  expondo  seu ponto de vista, acerca da seguinte questão:   Uma mudança global na concepção de consumo capitalista da classe média, em especifico, seria o melhor caminho para se obter qualidade de vida de modo geral?      O levantamento Mapa da Violência: os Jovens da América Latina indicou que o Brasil ocupa o quinto lugar entre os países do continente com maior número de homicídios de jovens. A pesquisa  indicou  ainda  que  o  Brasil  também  ostenta  um  dos  mais  altos  índices  de vitimização  juvenil do mundo, o que significa que a taxa de homicídios entre os  jovens é bem maior do que entre os não‐jovens. Nesse quesito, o país aparece em terceiro lugar no ranque,  atrás  apenas de Porto Rico  e Venezuela.  Traduzindo  em números:  entre 1994 e 2005, a taxa de homicídio total no Brasil passou de 20,2 para 25,2 mortes para cada 100 mil habitantes. No mesmo período, esse índice, apenas entre os jovens, subiu de 34,9 para 51,6 homicídios. 

Família Cristã, fev./2009, p. 19 (com adaptações).  Anatel 2008. Considerando que o  texto acima  tem caráter unicamente motivador,  redija um texto dissertativo acerca do seguinte tema.  

A TRAGÉDIA DA VIOLÊNCIA E OS JOVENS  

Ao elaborar seu texto, aborde, necessariamente, os seguintes aspectos:  

violência como característica do mundo contemporâneo;  drogas ilícitas, álcool, trânsito e violência;  oportunidades  educacionais,  culturais  e  profissionais:  caminho  para  reduzir  a violência juvenil. 

    Redija um texto dissertativo argumentativo acerca do seguinte tema:  O  fim da exigência de um diploma não pode ser visto erroneamente como prejuízos a uma carreira.   Em seu texto, empregue necessariamente os seguintes aspectos:  

evidencias plurais na relação ensino e mercado trazidas pela globalização;  o elemento ético na atuação profissional;  a transitoriedade do mercado e os desafios da educação; 

    

Tema 13 

Tema 14 

Tema 15 

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PROFESSORA: JÚNIA ANDRADE  Redija  um  texto  dissertativo  acerca  da  importância  do  comprometimento  político  e econômico  com  os  recursos  públicos.  Em  seu  texto  aborde  sucintamente  os  seguintes aspectos:  

A postura do Estado brasileiro mediante a crise financeira internacional;  A eficácia, a moralidade e o comprometimento ético na Administração Federal;  A  importância das ações de controle as contas públicas para o enfrentamento da crise financeira. 

    Produza um texto dissertativo acerca do seguinte tema:  O grande número de CPI´s criadas nos últimos anos, a presença constante na mídia das ações de  fiscalização e das ações da Polícia Federal representam no país um período desenfreado de denuncismo ou uma transição para a fertilidade ética?      “redija um texto dissertativo, posicionando‐se acerca das vantagens de utilização da tecnologia  na  educação,  em  um  contexto  sociocultural  em  que  é  elevado  o número de analfabetos.  UnB  /CESPE  –aplicação 30/5/2004  –  cargo Papiloscopista Policial Federal.     “No Brasil mais de 40.000 pessoas perdem a vida anualmente em acidentes de transito, porém acredita-se que estes números são maiores, pois as estatísticas são falhas.” (fonte: Unesp) Com base na sentença supracitada, produza um texto dissertativo, apontado as causas dessa mazela brasileira e, também, propondo medidas eficientes para que tal estatística possa ser reduzida.     Redija um texto expondo suas idéias a respeito do tema abaixo, em linguagem clara, correta e sucinta: Nem sempre a realidade brasileira é perfeitamente apreendida pela leitura que fazemos do que nos rodeia. Segundo alguns, o país está em franco progresso, reparando seus problemas sociais, com estabilidade econômica e redução da taxa de desemprego. Outros, porém, apresentam esse mesmo país como socialmente caótico, mal administrado e dominado pelos interesses das elites. Mas, afinal, qual é o verdadeiro Brasil em que vivemos?    

Tema 16 

Tema 17 

Tema 18 

Tema 20 

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Tribunal de Contas da União

Técnico de Controle Externo

Redação e Questões discursivas

Anexo 03 – temas para elaboração das redações de nº 2

Introdução

Olá pessoal,

Na aula 01 do curso, mencionei a entrada de anexos que

complementariam o conteúdo. Esclareço que a presença desses artigos serve

apenas para todos verificarem como funcionam as correções nos concursos e

como foram as redações que fizeram.

O anexo funciona como uma espécie de resumo-apoio para dar mais

uma força a vocês nesta caminhada para conseguirem a vaga almejada no

serviço público.

1º ponto do anexo: Balanço da primeira correção

Na aula 03 esclareci uns pormenores da 1ª correção: sua finalidade para

que passemos para a próxima etapa.

Ao corrigi os textos de vocês, preocupou-me, portanto,

o reconhecimento da modalidade textual – dissertação expositiva

ou argumentativa.

A distribuição de parágrafos – introdução, desenvolvimento e

conclusão.

E a compreensão do tema.

Disso, destaco o seguinte:

a. Todos os alunos que escreveram souberam identificar o ponto central

temático.

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b. Já o reconhecimento da modalidade oscilou bastante: houve alunos que

não perceberam a exigência de texto argumentativo (o que nos cobra

um posicionamento sobre o assunto) e, por isso, redigiram textos

meramente informativos.

c. A compreensão sobre o papel das partes do texto também não foi posta

em texto por alguns alunos; por exemplo: algumas pessoas misturaram

seus argumentos ao longo da redação, outras, não fizeram conclusão do

texto.

Mas, aí vem a notícia complicadora, um percentual alto de alunos

conseguiu mais de 90% dos pontos. E o que isso revela? Revela o que minha

experiência na área já demonstrava: concursos como o do TCU atraem

candidatos fortes e decididos; as pessoas geralmente já possuem um

conhecimento prévio do tema solicitado, quase não possuem erros gramaticais

e, para minha surpresa, quase não apresentam perdas estilísticas (aquela

maneira de se escrever melhor, cada vez melhor), ou seja, muitos dominam as

estruturas da escrita com precisão.

Isso complica a vida de todos, porque, num concurso como o do TCU, a

banca, ao perceber o desempenho forte dos candidatos na primeira leva de

correções, tende a tornar mais exigente sua análise. É quando, então, o

detalhe textual significará a vaga.

Mas, e você que não foi bem? Preste atenção: hoje vai bem em concurso

quem é disciplinado para escrever. Não é preciso ser escritor nato; é preciso

ter organização, prestar bastante atenção ao que está sendo pedido e ser

preciso no tratamento do assunto em tela.

Mas, você que conseguiu bons pontos na nota da primeira correção não

poderá se descuidar, na medida em que um erro de introdução pode pôr a

perder suas boas linhas. O que está valendo mesmo é a correção nº 02. É, por

ela, que vocês terão instrumentos mais detalhados para julgar se o texto está

pronto para ser aprovado.

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Então, vamos falar dos problemas em geral dos textos:

1º - falta de objetividade para começar um texto.

Seja o máximo que puder objetivo! Se tiver dificuldades para tal, atente-se para

análise dos exemplos de introdução a seguir, feitos com base no tema de nº 2:

Introdução 01

Introdução 02

Introdução 03

Tema 2: Produza um texto dissertativo a partir do seguinte tema: 

TCU: aliado social para a eficiência administrativa do Estado.  

Seu texto deverá, necessariamente, trazer os seguintes aspectos: 

1. A obrigatoriedade dos gestores públicos acerca da prestação de contas dos atos administrativos sob sua conduta. 

2. Dispositivos legais que visam à uniformização da prestação de contas públicas. 3. Publicidade e moralidade na manutenção dos recursos públicos.  

 

  O  Tribunal  de  contas  da União  (TCU)  é  competente  aliado  social  para  que  nossa Administração Pública seja cada vez mais eficiente.    Isso porque este  tribunal, dentre suas competências, orienta e fiscaliza a prestação de contas dos atos de nossos gestores públicos; sempre  o  faz  por meio  de  dispositivos  legais  para  padronizar  tais  prestações  de  contas.  Fator  esse  que  coaduna  com  os  princípios  legais  que  regem  o  manuseio  dos  recursos públicos.  

O  Tribunal  de  Contas  da  União  (TCU)  atua  como  representante  da  sociedade  na fiscalização da aplicação dos recursos públicos. O texto constitucional e a legislação ordinária obrigam os gestores públicos a prestarem contas dos  recursos utilizados. Essa prestação é uniformizada por meio de atos normativos expedidos pelos órgãos competentes. A atuação administrativa deve ser conduzida pelos princípios da moralidade e da publicidade. 

A sociedade e o governo têm interesses comuns no que tange à busca por melhores serviços  públicos  e  a  eficiência  na  prestação  desses.  Ambos  visam  dispor  de  serviços  de qualidade  a  um  menor  custo  possível.  Nesse  intuito,  nem  sempre  os  objetivos  são alcançados  em  virtude  das  escolhas  individuais  dos  administradores.  Diante  disso,  faz‐se necessário  um  controle  da  Administração  no  dispêndio  dos  recursos.  Esse  controle  é exercido pelo Congresso Nacional com o auxílio do Tribunal de Contas da União – TCU. 

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Consegue, aí, descobrir qual dos três fez a melhor introdução e por quê?

Vamos à análise de um a um com base no tema proposto:

Aluno 1 – introdução 1

Abordagem temática – vamos “picotar a introdução”:

Tema geral:

TCU: aliado social para a eficiência administrativa do Estado.  

O Tribunal de contas da União (TCU) é competente aliado social para que nossa Administração 

Pública seja cada vez mais eficiente. 

Ponto bom – de cara: bastante objetivo, recuperou palavras do tema, modificando-as

levemente para não copiar integralmente. Muito bom! 

ISSO porque este tribunal, dentre suas competências, orienta e fiscaliza a prestação de contas 

dos  atos  de  nossos  gestores  públicos;  sempre O  faz  por meio  de  dispositivos  legais  para 

padronizar TAIS prestações de contas.   

Ponto muito bom – aproveitou dois aspectos, de modo ordenado, já na introdução,

veja os grifos no texto dele e compare-os com os aspectos extraídos a seguir:

1. A obrigatoriedade dos gestores públicos acerca da prestação de contas dos atos administrativos sob sua conduta. 

2. Dispositivos legais que visam à uniformização da prestação de contas públicas. 

  O  Tribunal  de  contas  da União  (TCU)  é  competente  aliado  social  para  que  nossa Administração Pública seja cada vez mais eficiente.    Isso porque este  tribunal, dentre suas competências, orienta e fiscaliza a prestação de contas dos atos de nossos gestores públicos; sempre  o  faz  por meio  de  dispositivos  legais  para  padronizar  tais  prestações  de  contas.  Fator  esse  que  coaduna  com  os  princípios  legais  que  regem  o  manuseio  dos  recursos públicos.  

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Perfeito! Veja que o candidato não só postou os aspectos, mas deu a eles coesão.

Reveja os termos em CAIXA ALTA. Vamos para o trecho final:

Fator ESSE que coaduna com os princípios legais que regem o manuseio dos recursos públicos.  

3. Publicidade e moralidade na manutenção dos recursos públicos.  

Veja que novamente, antes de terminar a introdução, o candidato retoma termos do

último aspecto e o coloca em questão mais uma vez o elemento coesivo.

Por experiência e pelos inúmeros resultados de alunos que orientei para

concursos, uma introdução nesses moldes é demasiado significativa; por quê?

- ela facilita a leitura do examinador na busca por pelo cumprimento da

proposta temática.

- Possui economia vocabular, porquanto se vale apenas de termos que

interessam ao texto.

- Organiza já na introdução o caminho ser seguido no desenvolvimento, o que

significa manutenção constante de uma lógica argumentativa.

E entre os candidatos das introduções 02 e 03? Quem ainda se saiu

melhor? Agora já temos elementos suficientes para julgar sem muito esforço.

Basta reler e comparar as duas novamente:

Introdução 02

Introdução 03

O  Tribunal  de  Contas  da  União  (TCU)  atua  como  representante  da  sociedade  na fiscalização da aplicação dos recursos públicos. O texto constitucional e a legislação ordinária obrigam os gestores públicos a prestarem contas dos  recursos utilizados. Essa prestação é uniformizada por meio de atos normativos expedidos pelos órgãos competentes. A atuação administrativa deve ser conduzida pelos princípios da moralidade e da publicidade. 

A sociedade e o governo têm interesses comuns no que tange à busca por melhores serviços  públicos  e  a  eficiência  na  prestação  desses.  Ambos  visam  dispor  de  serviços  de qualidade  a  um  menor  custo  possível.  Nesse  intuito,  nem  sempre  os  objetivos  são alcançados  em  virtude  das  escolhas  individuais  dos  administradores.  Diante  disso,  faz‐se necessário  um  controle  da  Administração  no  dispêndio  dos  recursos.  Esse  controle  é exercido pelo Congresso Nacional com o auxílio do Tribunal de Contas da União – TCU. 

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02 começa melhor que 03, pois o assunto é o TCU e o texto começa do

TCU.

02 começa melhor que 03, pois aborda a questão dos gestores públicos,

presente no aspecto temático 01. A introdução 03 só vai abordar esse

termo no terceiro período.

02 começa melhor que 03, porque fala da “prestação de contas”,

aspecto 02. A introdução de 03 não traz esse assunto com clareza.

02 começa melhor que 03, porque fala da “Moralidade” e da

“Publicidade” abertamente, até melhor que 01.

Mas, por que 02 não é melhor que 01? Porque faltou um temperinho

muito avaliado: a coesão. A introdução 02 traz os aspectos separados por

ponto final e pronto. A introdução 01, além de abordar os aspectos, procura

ligá-los por meio de PRONOMES, dando ao texto uma lógica coesiva. Nesse

ponto, até 03 fez melhor que 02. Reveja o texto.

Aproveitando que falei da introdução das redações, vamos falar da

“conclusão”. Durante as aulas do curso, em especial, a aula 01, expliquei o

funcionamento de cada parte da dissertação. Mas, na análise dos textos,

verifiquei que alguns alunos esqueceram conceitos e, simplesmente, voltaram

à estaca zero: procederam a uma escrita automática, sem técnica. Foi, então,

que surgiram “conclusões” que não eram bem “conclusões”.

As redações nos concursos passam por uma avaliação que pressupõe

critérios de objetividade. Por incrível que pareça, é quase uma matemática. Os

examinadores avaliam, por exemplo, a estética do texto, a introdução, o

desenrolar dos argumentos e confirmam tudo na conclusão.

Perceberam o que eu acabei de dizer? “Confirmam tudo na conclusão”.

E é isso mesmo. A conclusão de um texto de caráter dissertativo é a passagem

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do texto que confirma, de modo resumido, as informações anteriores. Por isso

e em respeito ao caráter técnico da redação, é válido anunciá-la para facilitar o

olhar atento do examinador. Tudo o que for preciso, para deixar claros os

procedimentos do texto dissertativo, deverá ser empregado pelo candidato.

Assim, anuncie para seu examinador a conclusão. Ao terminar o

desenvolvimento da redação, empregue uma conjunção conclusiva – cuja

finalidade é somente esta – num parágrafo final e termine o texto, confirmando

aquele seu posicionamento claro, lá da introdução, acrescido de uma pequena

síntese de passagens do texto.

Evite a introdução de assuntos novos no texto; evite também a

confecção de frases subjetivas – aquelas mais ou menos românticas que

gostamos de usar para encerrar nossas redações. A conclusão deve manter

uma linguagem objetiva para ratificar suas ideias, dar certeza ao leitor acerca

de sua exposição.

Guarde para empregar na conclusão, quatro conjunções coordenativas

conclusivas “de brinde”: portanto, por conseguinte, logo, por isso.

Vamos observar e analisar algumas conclusões dos colegas:

Conclusão 01

Portanto,  a  atuação  que  cabe  ao  TCU  permite  afirmar  ser  ele  um representante  do  interesse  público.  Como  se  percebe,  ao  Tribunal  referido compete  julgar  as  contas  dos  administradores  públicos  e  uniformizar  os procedimentos  de  prestação  de  contas.  Além  disso,  é  indispensável  seja  dada publicidade  aos  atos  administrativos  praticados.  Todo  esse  contexto  embasa  o princípio que deve reger a atuação administrativa, o da moralidade.  

Conclusão 02

Um  importante  aliado  da  sociedade,  que  cumpre  suas  competências constitucionais  e  legais,  tornando‐as  públicas  e  acessíveis  a  todos  que  se interessarem. 

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Entre as conclusões, a presença da conjunção conclusiva faz um recorte

mais preciso na progressão textual, indicando o encerramento do assunto. Veja

que entre 01 e 02, este, apesar de aparentemente mais econômico, não supre

aspectos importantes da coesão textual, pois o leitor se pergunta “quem é um

importante aliado da sociedade?”

Num texto que exija objetividade e clareza, não se pode deixar

elementos subentendidos. É preciso mostrá-los e, até, reiterá-los sempre que

possível.

Percebam que a conclusão 01 retoma a introdução (corresponde à de nº

02) para reafirmá-la.

Enfim, quis falar de introdução e conclusão porque são duas áreas de

confecção escrita sempre deficientes. Quanto ao desenvolvimento do texto,

falei bastante sobre ele no anexo 02 e na aula 03, portanto organizem suas

redações com carinho e disciplina sempre.

Mas, voltando ao assunto dos detalhes, aí seguem outros lembretes

importantes, pois já foram explorados em aulas deste curso:

Diagramação do texto

Cuide você mesmo do seu texto manuscrito. Ele é de responsabilidade

sua. Por isso, avalie sua letra, veja se é legível mesmo, todos nós

sabemos se temos uma letra adequada a um leitor desconhecido ou

não. Se a letra cursiva não for aquela boa letra, escreva em letra de

forma, mas seja organizado e claro.

Tabule bem seus parágrafos, deixe-os visíveis para o examinador.

Cuide das margens. Principalmente a da direita, pois sempre nos

esquecemos dela. Tente não ficar separando sílabas o tempo todo e

evite aquele ziguezague que algumas pessoas fazem para evitar a

separação das sílabas. Se tiver que separar, separe-as, mas o “tracinho”

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é um hífen, portanto deve ser empregado na frente da palavra

fracionada, nunca embaixo da letra. Exemplo: imedi-

Errou?! Não rasure. No máximo dê um risco simples sobre a palavra e

escreva outra em seguida. Se quiser, poderá empregar expressões

retificadoras, intercaladas por vírgula, Exemplo: as manifetações, ou

melhor, as manifestações...

Se quiser dar título, poderá fazê-lo. Mas deixe-o centralizado. Não solte

linhas entre o título e o texto, pois a banca não conta esta linha para a

pontuação. Não pontue o título, não coloque aspas, não grife!

Deixe seus parágrafos mais ou menos do mesmo tamanho. Nada de

parágrafo minúsculo tampouco de parágrafo enorme (este muito

menos).

Aprenda a usar o ponto final. Isso permite ao leitor empreender um ritmo

menos cansativo à sua leitura. Também evita erros causados por

distanciamento entre termos sintáticos, tais como o sujeito e verbo.

A boa diagramação vale 10% dos pontos, portanto seja carinhoso com

seu texto. Quero ver todos os conhecimentos aplicados nas redações da

segunda correção; certo, pessoal?

Grande abraço e até a próxima, Júnia

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Redação e Questões discursivas

Anexo de temas para P4

Pessoal, aqui estão os primeiros temas para composição de textos. O tema é Execução Orçamentária. Como o assunto é bastante técnico, não se esqueçam de escrever com CLAREZA e, se possível, sempre EXEMPLIFICAR algum assunto demasiadamente técnico. Os textos que ainda tiverem característica técnica, serão devolvidos para reescritura. Um segundo bloco abordará peça de expediente com o assunto extraído de D. Administrativo.

Tema 1

A Lei de Responsabilidade Fiscal e o ajustamento da Administração Pública

- responsabilidade fiscal e transparência nos gastos públicos

- diferencie Ciclo orçamentário e exercício financeiro.

- a importância das ações planejadas.

Tema 2

A história orçamento brasileiro passou por diversas etapas. Houve o tempo da barganha em que e o dinheiro saía a depender do tamanho do grito político. Houve também o tempo em que a política orçamentária tinha como critérios os resultados. Até que alguém teve a ideia de modenizar essa história...

Tendo o texto como motivador, faça uma dissertação acerca do seguinte tema:

As vantagens do orçamento-programa para a eficácia do planejamento das ações do governo.

Tema 3

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Acerca da REALIZAÇÃO DA DESPESA PÚBLICA, produza um texto que aborde necessariamente os seguintes aspectos:

- conceitue sucintamente ato de empenho, liquidação e pagamento.

- Há possibilidade de fornecimento de adiantamento de pagamento a, por exemplo, empresa prestadora de serviço a órgão público? Que dispositivo legal trata disso?

- moralidade, eficiência e ética no cumprimento das ações de despesa pública.

Tema 4

TCU/TCE/2007. Redija um texto dissertativo acerca do tema a seguir. PAPEL E VANTAGENS DO SUBSISTEMA DE CONTAS A PAGAR E A RECEBER Tema 5 Produza um texto dissertativo acerca do seguinte tema:

Modernizações no controle dos gastos públicos Em seu texto, aborde necessariamente os seguintes aspectos: - a eficiência de mecanismos atuais para evitar o desvio de verbas públicas; - a relevância das contratações de pessoal técnico para a composição do funcionalismo dos setores orçamentários. - uma nova cultura gerencial dos gastos públicos e o exercício da cidadania.

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Redação e Questões discursivas

Anexo de temas para P4 – redação oficial

Pessoal, como disse a todos, não creio que o Cespe realmente pedirá que confeccionem um texto no formato de expediente, os motivos para isso seriam muitos, mas, também como disse no correr do curso, por motivos de precaução, não custa tentar. A seguir sugiro alguns temas para confeccionarem seus textos, há também alguns exemplos de formato para orientá-los na composição.

Tema 1

Tício Soares é servidor há pouco mais de três. Apesar de aprovado em concurso, o que por exigência de disciplinas constantes em edital, deveria dispor de conhecimentos pertinentes ao elenco de exigências da Adm. Pública. Todavia, o servidor, na dúvida quanto a alguns assuntos rotineiros, escreve para outro servidor mais experiente e capacitado, solicitando alguns esclarecimentos listados a seguir:

-ele que maiores esclarecimentos sobre tipos de licitação e como proceder ao julgamento acerca destes tipos;

- também quer saber com precisão acerta de possibilidade de inexigibilidade de licitação.

Pondo-se na condição de servidor e de emitente das respostas a Tício, envie-lhe um ofício de no mínimo 20 e no máximo 30 linhas, esclarecendo-lhe sucintamente as dúvidas. Seu ofício deve atentar-se para os seguintes pontos:

- emitente: servidor hierarquicamente superior ao destinatário.

- identificar o documento em resposta a um enviado por Tício.

Tema 2

Um funcionário de empresa pública federal escreve ao TCU solicitando informações acerca de disposições gerais de fiscalização de atos e contratos feitos pela Corte de Contas. Sua preocupação centra-se no pouco conhecimento que tem a respeito dos instrumentos de fiscalização.

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Em ofício, esclareça-lhe os pontos de dúvida com base nas linhas do Regimento do TCU.

Tema 3

Supondo-se ser um TCE, considere as seguintes situações presenciadas por você e praticadas por um colega de serviço:

1. Há dias, o suposto colega telefonou para uma empresa XY informando a existência de irregularidade na prestação de serviço feita por esta empresa a uma Instituição de Ensino Superior. Fez isso com base em relatório de auditoria do qual tinha conhecimento.

2. O mesmo colega enviou informativos via-correio eletrônico com partes da análise que corria em relatório ainda não concluído por outro servidor.

A postura do servidor fez que um superior hierárquico lhe solicitasse relatório com disposições acerca do testemunhado. Produza um relatório seguido de conclusão prévia que aponte sucintamente as falhas, com base em dispositivo legal, cometidas pelo colega. Em seu relatório ficcionalize dias, horas e demais situações que julgar importantes para circunstanciar os fatos.

Observações

No ofício proceda do seguinte modo:

OF: 023/2009/TCU

Brasília, 07 de julho de 2009.

Destinatário

Assunto:

Não esqueça o fecho!!!

Atenciosamente ou respeitosamente,

Assinatura

Nome

Cargo

No relatório procedo do seguinte modo

data

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Apresentação ou Ementa: apresente um resuminho do relatório

Narre os fatos

Encerre: fecho.