48519586 Ponto Dos Concursos Redacao Oficial e Discursiva TCU 2009

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Tribunal de Contas da UnioTcnico de Controle Externo

Redao e Questes discursivasAula demonstrativa - Profa. Jnia Andrade

Ol pessoal,Como viram no ttulo do material, nossas aulas se destinaro a atender o pblico inscrito para o cargo de nvel mdio do TCU Tcnico de Controle Externo (rea: Apoio Tcnico e Administrativo/ Especialidade: Tcnica Administrativa). Embora a exigncia escolar para esta especialidade seja de nvel mdio, o edital 2009 do TCU no deixou por menos: o candidato, alm de se preparar para provas objetivas, dever tambm passar por mais duas etapas discursivas. Sei que alguns de vocs leram o edital e j esto cientes de todas as informaes acerca das provas; mesmo assim resumirei a seguir as etapas deste nosso concurso, comentando como ser nosso trabalho. DE OLHO NO EDITAL H dois grupos de provas discursivas no edital n2 TCU ACE/TCE/2009: as provas P3 e P4. O quadro a seguir reproduz exatamente as informaes constantes no edital Prova P3 Tipo de exerccio Questo discursiva acerca dos conhecimentos constantes no subitem 18.6.1 do edital Questo discursiva acerca dos conhecimentos do subitem 18.6.2 Contedo Conhecimentos bsicos Total de linhas 10 Valor 10 pontos

P4

Conhecimentos especficos

10 pontos 10

Redao de pea tcnica acerca dos conhecimentos 30 do subitem 18.6.2 www.pontodosconcursos.com.br

20 pontos

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A partir deste quadro, temos o seguinte: o somatrio das provas discursivas perfaz um total de 40 pontos, distribudos pelas trs provas do conjunto P3 e P4. Os conhecimentos exigidos por tais provas advm do contedo programtico em que consta Conhecimentos Bsicos: portugus, informtica, atualidades, direito constitucional e controle externo. Conhecimentos Especficos: redao oficial, direito administrativo e execuo oramentria e financeira. Quem acompanha sempre os editais do TCU, pde perceber que as disciplinas para TCE Tcnico de Controle Externo - no mudaram desde o ltimo edital, por isso nosso curso encontra apoio em duas provas anteriores para TCE, elaboradas pelo Cespe. No edital de 2007, por exemplo, a banca pediu tambm o mesmo quantitativo de questes discursivas, porm a REDAO (P4) solicitava dissertao comum para falar tambm de algum assunto de um dos subitens daquele edital. O novo edital, em contrapartida, pede REDAO de expedientes redao oficial tal como foi cobrado em edital anterior ao de 2007 (se no me engano, no processo de seleo de 2005), em que se cobrou a elaborao de um Ofcio. Por isso, o edital de 2009 nada mais do que um denominador comum dos editais anteriores. Assim como ser o nosso trabalho? Nosso curso apresentar trs fases complementares entre si: - ETAPA 01 - noes de texto escrito: princpios, modalidades textuais e produo de redaes. Nessa fase, o candidato ser convidado a amadurecer sua escrita para que haja adequao ao universo das provas discursivas do Cespe. As aulas dessa fase constituem-se de teoria comum do texto dissertativo e os alunos inscritos produziro textos acerca de conhecimento geral. Isso me permitir identificar as falhas textuais de cada aluno e trabalhar o texto de acordo com o estilo de escrita do aluno. uma fase primria, porm importante para desenharmos a fase de composio das questes discursivas.2

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Por isso, os temas de redao abordaro questes antigas do Cespe e questes de conhecimentos atualizados diversos. Vamos trabalhar nesta fase com redaes de 30 linhas no mximo. - ETAPA 02 - sntese do texto: esta segunda fase aproveita os conhecimentos que o aluno adquiriu na fase anterior para ajud-lo a sintetizar o texto sem macular seu contedo. o momento em que redigiremos textos com no mximo 10 linhas e isso, que parece ser um trabalho fcil, na verdade consiste numa elaborao textual mais aprimorada, pois preciso aprender tcnicas de resumo para se redigir um texto com bastante objetividade e preciso. Quando chegarmos a essa etapa, ser importante que o aluno disponha de conhecimento bem sedimentado acerca dos contedos do edital, visto que os temas oferecidos constaro de questes tcnicas a fim de simularmos a prova P3 e P4. - ETAPA 03 - conceitos de redao oficial e confeco de expedientes: com os conhecimentos obtidos na fase 01 e reafirmados na fase 02, iremos estudar conceitos importantes de redao oficial e simular a confeco de textos como ofcio, parecer, comunicao interna etc. Portanto, o curso que oferecemos visa exatamente preparar o candidato tanto para a avaliao tcnica dos contedos do seu texto quanto expresso textual de acordo com a modalidade padro do portugus escrito. Por isso, mais uma vez digo que o candidato dever escrever todas as propostas de redao que lhe forem oferecidas nas diferentes etapas do curso, como tambm dever estudar os tpicos propostos para a prova objetiva com rigor, visto que o edital do TCU exige essa transversalidade de conhecimentos de uma prova para outra. Por fim, antes de iniciarmos nossa aula demonstrativa, solicito a todos que leiam a programao do curso bem como a programao de envio e correo de textos.

Calendrio e Assunto das aulas Aula 05/06/2009 Etapa Noes de texto: princpios textuais, tipologia textual,3

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01

01

macroestrutura do texto dissertativo expositivo e do texto dissertativo argumentativo. Anlise de texto.

Aula 02 Aula 03 Aula 04

09/06/2009 Etapa 01 17/06/2009 Etapa 02 25/06/2009 Etapa 03

Estrutura interna do texto: coeso e coerncia, lgica argumentativa e defeitos textuais. Anlise de texto. Sntese textual, confeco de questes de conhecimento especfico, posicionamento da banca. Anlise de texto. Redao Oficial: conceito dos expedientes e modelos

No curso, haver quatro encontros tericos, como explicita a tabela. A primeira etapa conter material provavelmente mais extenso do que o as demais em razo de ser a etapa-base para a compreenso de estruturas textuais a serem compartilhadas pelas outras. Entre as etapas, haver confeco de redaes para cada uma delas. Portanto, atente-se para o seguinte quadro de oferta de temas e entrega de textos.Tipo de texto Etapa 01/redao comum Etapa 02/questo discursiva Etapa 03/ redao oficial Data para envio* At 12/06/2009 At 19/06/2009 At 30/06/2009 Data para entrega* Dia 16/06/2009 Dia 23/06/2009 Dia 06/07/2009 Quantidade de textos 1 por aluno 3 por aluno 2 por aluno

Observaes importantes ! 1 grupo: As propostas temticas para desenvolvimento de textos sero enviadas durante o perodo das aulas. O aluno no precisa esperar a data de envio para entregar a redao, todavia no poder ultrapassar em nenhuma hiptese o prazo mximo envio. Essa disciplina ajuda a manter a organizao do curso. A Etapa 01 oferecer diversos temas dissertativos comuns, dentre os quais o candidato selecionar somente UM para o envio.4

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A Etapa 02, mais pertinente ao concurso, permitir que o aluno desenvolva TRS redaes de no mximo 10 linhas. A Etapa 03, tambm pertinente ao concurso, permitir a redao de DOIS expedientes por aluno. Portanto, cada aluno do curso ter direito a enviar um total de SEIS REDAES PARA A CORREO. Leia, por gentileza, agora o 2 grupo de observaes importantes: 2 grupo: S sero corrigidas redaes enviadas em Word.doc. As fontes preferenciais sero ARIAL ou TIMES NEW ROMAN (12). MUITO IMPORTANTE: ao entregar redaes, o candidato dever reproduzir o tema escolhido na redao, colocar seu nome e o quantitativo de linhas gasto na redao manuscrita. Jamais escreva diretamente no Word, apenas passe a limpo, ok. Preciso do nmero exato de linhas para calcular os pontos. O aluno que no informar esse dado ter apenas a redao comentada, mas os pontos no podero ser calculados com exatido. Afirmo que possvel haver atraso de um ou outro dia na devoluo dos textos. Isso ocorre, muito eventualmente, em razo do rigor empregado no detalhamento da correo. Esse rigor necessrio para nos aproximarmos bastante da avaliao feita pelo Cespe. Bom, caro candidato, conhecidas a organizao e as normas do curso, vamos nossa primeira aula. Para comear nossas tarefas, antecipo para vocs algumas dicas essenciais para quem escreve para o Cespe. Trata-se de uma srie de sugestes que devem ser praticadas na hora de redigir provas dissertativas de concursos elaborados pela banca. Para os candidatos que forem dar continuidade ao curso, ser muito importante ter esta aula como o incio de fato

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do nosso curso, pois os recursos apresentados aqui sero objeto de composio dos quesitos para a avaliao das redaes enviadas. No mais, tenham uma boa aula, e eu encerro este bate-papo inicial me apresentando brevemente. Meu nome Jnia Andrade Viana, sou professora de lngua portuguesa e redao para concursos h cerca de dez anos. No momento sigo lecionando em Minas Gerais, minha terra natal, e, quando no estou escrevendo, atuo em diversas outras localidades fora do estado com oficinas e palestras sobre redao. Aqui no Ponto dos Concursos lecionei redao para os concursos da Abin/2008, do Senado Federal/2008 e estou iniciando tambm a terceira turma de redao para o concurso da Polcia Federal. Agora, vamos aula!?

SUGESTES DE QUE NO PODEMOS NOS ESQUECER AO REDIGIR 1. Preocupao com a esttica Por que necessrio se preocupar com a esttica do texto? Muito simples, por trs motivos que hoje so de substancial importncia: em primeiro lugar, porque, ao redigir, o correto se preocupar com o receptor do texto, o leitor. No nosso caso, precisamente, o examinador. Quando fazemos redao, focamos nossa ateno em vrios aspectos exigidos pela banca, focamos ateno em ns mesmos escritores mas nos esquecemos de quem est lendo, ou seja, esquecemos da esttica textual: fazemos perodos longos, inverses, produzimos frases de efeito, usamos o que chamamos de o melhor do nosso vocbulrio; enfim, no facilitamos a vida do corretor, apenas damos trabalho a quem ter pela frente leituras dirias sobre o mesmo tema. Em segundo lugar, est a feroz concorrncia com candidatos quase perfeitos e, infelizmente ou felizmente, cada vez mais numerosos. A concorrncia nos concursos tornou-se mais rgida, e isso naturalmente tem levado ao texto candidatos cada vez mais especializados. Quase inexistem entre os mais bem preparados aqueles que cometam infraes graves quanto norma gramatical padro. Desse modo, uma6

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punio sobre erros gramaticais no surte mais tanto efeito para carter de eliminao num concurso pblico. Por isso, comum as bancas apertarem as avaliaes em busca de erros mnimos, letras mal redigidas ou outro detalhe qualquer. No toa que o Cespe nem acrescenta aspecto gramatical na perda de grandes quantitativos de pontos. Geralmente os erros gramatical valem dcimos no total dos pontos estabelecido. Por ltimo, vale ressaltar que aspectos estticos equivalem em mdia a 10% da nota total do exame discursivo, e, nesta maratona concurseira, vale muito brigar por eles. Para quem ainda no pegou toda a histria, a vai: a esttica compreende, pessoal, o que poderiamos chamar a cara do texto. Um texto que se apresente com uma esttica no muito aprazvel pode acabar influenciando algum examinador a fazer uma avaliao por empatia, fato que poderia custar ao candidato algum sofrimento. Obviamente, as bancas procuram sempre meios objetivos de estabelecer julgamentos, mas humano humano no ?! Melhor no atirar no escuro na hora de redigir e caprichar na elaborao de um texto visivelmente bonitinho. Mas o que seria um texto bonitinho para os padres da banca? Os primeiros itens que a banca avaliar no seu texto sero estes: legibilidade, paragrafao e margem. O equilbrio desses itens pode significar ganhos acima de 10% dos pontos de um texto. Ento, vale notar o seguinte: Observem a redao de suas letras. Como o exame altamente exigente, procurem dar forma correta ao til (~), deixar clara a existncia do acento agudo (), pois acentos curtos do impresso de que o candidato est inseguro quanto acentuao; lembrem-se de que o j ainda tem pingo e o o deve ser bem fechado para que no seja confundido com o a.7

para as redaes

ficarem bonitinhas, ou seja, conseguirem nota nos quesitos mencionados,

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Obs.: o til, famosa cobrinha, fica sobre a primeira letra do conjunto de vogais. Ex.: irmo, po. J o trema, se voc esquec-lo, menos mal, as regras atuais j declararam o fim dos pontinhos sobre o u, por isso podemos escrever sem medo conseqncia, tranquilo etc. E, se colocarmos o trema, tambm no haver problema, pois as bancas devero desconsiderar preferncias ortogrficas at 2012. Se a letra cursiva no ajudar, redijam livremente, sem medo, com letra de forma. Apenas destaquem as letras maisculas para no haver qualquer julgamento inesperado da banca. No redijam com letra muito pequena tampouco com letra demasiadamente grande; faam o que lhes natural, embora legvel, pois, se sua letra grande ou pequena, haver naturalmente no texto uma linearidade na escrita total da redao, o que no ocorre quando damos uma personalidade diferente para nossa letra. Tabulem bem os pargrafos e os mantenham sempre num mesmo espaamento. Tambm escrevam at o final da linha, aproveitando bem o papel, para que o texto se torne aprazvel primeira vista. No faam de modo algum pargrafos longos. Pensem no leitor em primeiro lugar. Nas redaes propostas pelo Cespe, por exemplo, na folha em o candidato desenvolver sua redao, h marcas acinzentadas esquerda da folha sobre o nmero de linhas. Tais marcas podem ser usadas para vocs orientarem seus textos quanto ao tamanho dos pargrafos, uma vez que tais marcas ocorrem de cinco em cinco linhas. No h necessidade de obedec-las rigidamente (escrever sempre cinco linhas por pargrafos), mas as marcas servem de alerta para quem fala demais em redao. Seis linhas por pargrafo o suficiente para redaes que exigem, em sua totalidade, o mnimo de 20 linhas e o mximo de 30 linhas. Se dividir slabas no final de uma frase, antes da mudana de linhas, faa-o com um trao frente da palavra, nunca abaixo da ltima letra.8

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2. Emprego do Ttulo: uso ou no ? Embora muito se fale em no dar ttulo redao (vejam que no h nada disso expresso no edital), no h histrico de nenhum candidato que, tendo dado o ttulo ao seu texto, tenha sido punido exatamente por isso. O ttulo parte textual que pode servir como uma espcie de tpico, anunciando o que h na redao. Cada um de vocs poder optar pelo que lhes convier; assim, podem ou no empregar ttulo na redao. Mas ateno! No grifem o ttulo, no o coloquem sob aspas, tampouco o terminem com ponto final. Recomendo tambm no saltar espao entre ttulo e corpo textual, visto que bom escrever as 30 linhas!

3. Topicalize! Faz bem ao texto que informaes importantes apaream logo. Por isso, no percam tempo falando de generalizaes sobre o assunto solicitado; escrevam com objetividade. Se tiverem que assumir uma posio diante de um tema polmico, faam isso logo na abertura. 4. No misturem pessoas verbais ou pronominais no texto. Escrever em 3 pessoa ou na 1 pessoa do plural bom, mas deve-se escolher uma nica pessoa para ser aplicada ao longo do texto. Recomendo a 1 do plural, pois com ela vocs no correm tanto risco de permutar as pessoas verbais, sem perceberam o equvoco. 5. Organizao ao argumentar. Evitem misturar argumentos. Cada motivo que tiverem para defender o ponto de vista deve ser explicado com clareza e organizao num nico pargrafo. Por isso, separe para 30 linhas trs argumentos

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bons

para

serem

trabalhados

de

modo

organizado

no

desenvolvimento do texto. 6. Como comear bem e terminar bem? Muito fcil: com o mximo de objetividade e simplicidade que puder. A dissertao um texto tcnico e, por essa razo, exige dos candidatos objetividade e clareza em suas exposies. Com disse anteriormente, no se pode fazer rodeios na introduo para resguardar o assunto central; preciso ir diretamente a ele. A concluso, por outro lado, a confirmao das ideias do texto; ela funciona, portanto, como um espao para reafirmar posies anteriormente mencionadas. No usem a concluso para fazer fechos romnticos ou futuristas, sejam frios e calculistas com as palavras na dissertao.

7. Aspas: nunca grife palavras numa redao! No use asteriscos! Se quisermos chamar a ateno do leitor sobre um uso fora dos padres de determinado vocbulo, usaremos o sinal de aspas (). As aspas podem ser grias, usadas para se e empregarem neologismos vocbulos (palavras estrangeiros, coloquialismos

inventadas). Tambm usamos aspas quando queremos dar palavra um sentido figurado e quando fazemos a citao exata de algum outro texto. 8. O valor das sentenas: evite a criao de frases vagas, sensacionalistas. H frases que no informam nada, apenas repetem o que j de conhecimento geral; outras so simplesmente falsas no que diz10

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respeito ao carter informativo, situaes quando as pessoas escrevem, por exemplo: a tecnologia est melhorando cada vez mais nossa vida ou os brasileiros esto cansados de tanta corrupo. Situaes assim ocorrem, principalmente, quando o tema chega a ser muito polmico ou tende a certa subjetividade. 9. Vocabulrio bom ...? Simples e conciso. Nos concursos, comum a presena de jarges tipicamente comuns ao meio jurdico (ex.: outrossim, destarte, ademais, morosidade, etc.); como so comuns, tornam-se repetitivos de redao para redao. No que seu emprego esteja errado, mas bom ser original. Devemos lembrar tambm que precisamos ser claros em nossas exposies, por isso gastar o verbo s para impressionar costuma custar caro nas provas.

10. Coloquialismos e clichs. S sob aspas e, mesmo assim, devem ser evitados. Coloquialismos e clichs referem-se a expresses desgastadas pelo uso popular. Por no representarem a novidade esperada num texto informativo, apenas empobrecem a articulao de ideias. 11. Perodos - cuidado com composies extensas. Como a CLAREZA e a OBJETIVIDADE so critrios do texto, o encurtamento do perodo e a preferncia pela ordem direta na frase facilitam ao leitor a compreenso das informaes. 12. Pargrafos: uma preocupao alm da esttica. O tamanho dos pargrafos pode ser calculado pelo total de linhas empreendidas no texto. No uma rigidez, mas faz bem para a aparncia do texto a manuteno de pargrafos mais ou menos do11

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mesmo tamanho. Pargrafos com quatro, cinco ou seis linhas no so extensos e costumam comportar boa diviso quanto formao de perodos curtos ou quanto ao aspecto de coerncia de idias. Tamanho mediano de pargrafos evita tambm a construo de ideias vagas, estas que podem se originar pelo seu excessivo encurtamento ou pela sua excessiva extenso. 13. Gerndio na dvida melhor no arriscar. Por falta de conhecimento gramatical e por influncia de

coloquialismos, costumamos no empregar bem o gerndio (-ndo). Por isso, na insegurana, evitem us-lo. Prefiram trabalhar com infinitivo. 14. Tabulao Procurem dar um espao bem visvel a seus pargrafos. Alguns se esquecem de fazer isso e comeam seus pargrafos muito prximos margem esquerda.

15. Misto de tipologias textuais Tenha cuidado para no ficar narrando contando, por exemplo, como aconteceu determinado fato nem ficar descrevendo. s vezes outros tipos textuais interferem na dissertao que estamos escrevendo, o que natural, visto ser difcil existir um texto de tipologia pura. Todavia narraes e descries no podem ocupar um pargrafo inteiro numa redao para concurso pblico, em razo da exigncia quase exclusiva de que se cumpra o propsito redacional. 16. Elementos anafricos12

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Durante o processo de escrita devemos sempre primar pela unidade textual. Desse modo, bom nos valer de elementos gramaticais responsveis pela coeso para dar ao nosso texto fluxo no encadeamento das idias. Por exemplo: os pronomes esse, essa, isso, disso deveriam ser empregados com mais freqncia no texto, pois so os responsveis pela retomada das idias. 17. Modalizadores fazem muito bem ao texto. H expresses que atenuam verdades ou evitam que determinadas frases tornem-se, sem que queiramos, incoerncias em nossos textos. Para tanto devemos evitar expresses que trazem rigidez ao texto, tais como certamente, sempre, sem dvida, com certeza, somente, s, todos, apenas. Ao afirmamos algo que no saberemos se ser confirmado ou se existe de fato, melhor usarmos expresses que sugestionam: possivelmente, talvez, seria, daria, resultaria, possvel, pode ocorrer, na maioria dos casos, em quase todas as situaes, um bom nmero de..., etc.

18. Evitem usar: - enumeraes longas e muito diversificadas.

Ex.: ... preciso que os candidatos invistam em sade, educao, melhoria da segurana, emprego e transporte.

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Sugiro... ... preciso que os candidatos invistam em reas importantes, tais como educao e emprego.

Vejam que na sugesto restringi-me a enumerar apenas educao e desemprego. Usei o conectivo de comparao tais como, que deixa implcita a idia de existirem mais reas para investimento, e ative-me a enumerar fatores que podem referendar uma ligao direta, talvez uma causa e efeito: educao emprego.

- palavras de significado muito vago.

Ex.: ...h diversas coisas que influenciam o comportamento de quem mora nas grandes cidades...

Sugiro... ...h diversos fatores que influenciam o comportamento de quem mora nas grandes cidades...

lgico que a palavra fatores um tanto subjetiva, mas mais formal que o coloquialismo coisas. - pronome onde. Ex.: ...estas ONGs vm promovendo encontros onde so debatidos temas sociais ligados misria...

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Sugiro... ...estas ONGs vm promovendo encontros em que so debatidos temas sociais ligados misria...

O pronome onde empregado para remisso a lugar. Como encontros so eventos, e no lugares, melhor no empregar onde. - evocaes. Ex.: ...portanto, se voc deseja uma sociedade mais humana, deve lutar para que nossa juventude possa trilhar caminhos seguros... A sentena acima, como um todo est repleta de problemas, mas vale ressaltar a evocao ao leitor. Se o texto dissertativo, sua funo informar ou convencer o leitor, e, por essa razo, deve ser feito com o mximo de racionalidade possvel. Assim, o emprego de vocativos como voc, caro leitor, bem como o emprego de verbos no imperativo, foge ao propsito textual da dissertao. - redundncias. Ex.: ...atravs da promoo de uma aliana forte que una a sociedade e os governantes. Assim, o combate violncia ter efeito se a prtica estratgica do estado, juntamente com a colaborao de todos ns, tiver como proposta sanar as causas do problema...

Sugiro... ...atravs da promoo de uma aliana forte entre a sociedade e os governantes. Assim, o combate violncia ter efeito se a prtica estratgica do estado, com a colaborao de todos, tiver como proposta sanar as causas do problema...

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Toda aliana um unio, por isso cortei que una. Havia tambm outra redundncia juntamente com. Melhor escrever apenas com. - cacofonias (mau som). Ex.: Alma minha gentil... (mau som: maminha) Por cada brasileiro... (mau som: porcada) ANLISE DE TEXTO Para auxili-lo na compreenso de como so corrigidos os textos pelo Cespe, em alguns blocos de aula farei anlise de uma redao. A anlise abordar dois pontos importantes: destaque para os problemas do texto e sugestes de melhoria. A redao que analisaremos a seguir pertence ao concurso do IBAMA/2009. O concurso foi realizado este ano pelo Cespe e, como podemos ver, solicitou prova discursiva. Obviamente, natural que voc no disponha dos conhecimentos especficos exigidos na proposta temtica, mas creio que entender muito bem como o candidato, infelizmente, conseguiu apenas 1,82 num total de 10 pontos. O nome do candidato ser omitido em resguardo aos seus direitos, por isso ser identificado apenas por um codinome, ok. Vejamos, ento: No caderno C cujos exames eram pertinentes a quem prestaria concurso para Analista Ambiental, o Cespe props para um texto dissertativo o seguinte tema:A ALOCAO NEGOCIADA DA GUA NO CONTEXTO DA POLTICA NACIONAL DE RECURSOS HDRICOS Em seu texto aborde, necessariamente, os seguintes aspectos relacionados alocao negociada: o o o o conceito e objetivos; relao com a poltica nacional de recursos hdricos; forma de execuo (descrio das etapas do ciclo da alocao); participao do poder pblico na alocao pactuada. 16

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Para tentar cumprir a proposta, o candidato redigiu o seguinte:

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Analisemos, ento, o texto parte a parte:

1. A ausncia do ttulo

como eu havia dito anteriormente, o

candidato livre para empregar ou no o ttulo, salvo quando a banca o exigir a presena do ttulo ou neg-la. Nesse caso, naturalmente,18

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devemos seguir a exigncia da prova. Como na prova do IBAMA no havia restries, fica livre o emprego ou no do ttulo no texto.

2. Diagramao

corresponde esttica do texto. Perceba que o

candidato se esfora para cumprir bem este quesito que pode consumir at 10% do total da avaliao proposta pelo Cespe. Na redao, o candidato optou por pargrafos no muito longos, pois comps cada um mais ou menos do mesmo tamanho, o que ajuda no que chamamos de primeira impresso (a redao estando bem dividida traz impresso de organizao de ideias e boa distribuio dos assuntos); tambm optou o candidato por escrever em letra de forma a fim de contribuir com a clareza exigida num componente da DIAGRAMAO, a clareza.

3. Contedo

a proposta temtica apresenta um clssico textual do

Cespe que, infelizmente, muita gente erra bastante ao escrever. Tratase de uma proposta temtica central que exige tambm abordagem de aspectos obrigatrios que esto subjacentes ao tema principal. Quando a banca prope esse tipo de redao, muita gente se esquece de falar organizadamente sobre cada um dos tpicos e se apega ao tema central. Com efeito, as notas so sempre uma m notcia. Por isso, a banca adora esse modelo composto por TEMA CENTRAL + ASPECTOS NECESSRIOS. E foi exatamente a m abordagem que retirou do concurso nosso candidato. Entendamos por qu: a. Para tornar visvel e objetiva a resposta, cada aspecto deveria ocupar um pargrafo na ordem como foram propostos pela banca. Isso envolve trs princpios importantes de todo texto: OBJETIVIDADE, CLAREZA E ORGANIZAO. Assim, ao ler a redao, a banca provavelmente procurou ler os conceitos e objetivos da ALOCAO NEGOCIADA DA GUA. Conferindo o que o candidato escreve no primeiro pargrafo:

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Observe que o candidato at traz o conceito de Alocao negociada..., todavia se atrapalha na exposio dos objetivos. Sugesto: A Alocao negociada da gua o desvio ou transferncia, a partir de autorizao do poder pblico, de determinada quantidade de gua, proveniente de rio, lago ou de fonte de outra natureza. O objetivo dessa alocao seria o uso particular ou coletivo da gua transferida.

A despeito de estar correta ou no a resposta, minha preocupao aqui aproveitar o que o candidato escreveu e demonstrar como importante manter a uma organizao no processo de confeco textual. Como o primeiro quesito citou duas vertentes conceito e objetivo -, proponho a formulao de dois perodos, compondo um nico pargrafo a fim de serem explicitadas as duas vertentes separadamente em cada perodo. b. O segundo pargrafo poderia trazer o segundo aspecto, relao coma poltica nacional de recursos hdricos. Candidato, a palavra

relao indica que voc dever falar de no mnimo dois assuntos ao mesmo tempo, e no, de um elemento s. Ao ler relao, devemos pura e simplesmente relacionar. Vamos ver o que encontramos na redao:

Nessa passagem, esperada para expor a relao de que falamos, o candidato constri dois perodos distintos. A ao de quebrar o pargrafo em dois perodos uma boa, pois se evita a formao de perodos extensos. Mas, infelizmente, nosso candidato no abordou a relao solicitada, mas destinou a20

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cada perodo a explicao de assuntos isolados. Mais uma vez, no foi cumprida outra exigncia da banca. Vamos terceira exigncia: c. No penltimo aspecto, a banca pediu para que o candidato abordasse o seguinte: forma de execuo (descrio das etapas dociclo da alocao). Nessa passagem, a banca toca um ponto tcnico

da redao: pede uma descrio. Descrever caracterizar as tais etapas; , por exemplo, hierarquizar as etapas do ciclo. Vamos conferir o que o candidato fez:

O candidato at ensaia uma possvel descrio, mas seu texto no possui detalhamento das etapas e o modo como ele comeou essa passagem, com a conjuno para, expe muito mais um objetivo, uma finalidade, do que uma descrio. O ideal seria as etapas so tais e tais.... Tudo bem ao p da letra. Mais uma vez, h prejuzo na pontuao, pois a exposio do assunto foi considerada razovel. Vamos ao ltimo quesito para ver se nosso candidato se salvou: d. O ltimo aspecto trata da participao do poder pblico na alocaopactuada. Preste muita ateno no que foi proposto, palavra a

palavra, agora confira o que o candidato escreveu:

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Veja que o candidato aborda o assunto solicitado, mas a anlise do espelho de notas mostrou que o candidato conseguiu apenas 0,40 em 2,0 pontos atribudos a esse aspecto. Duas falhas provavelmente apareceram nessa passagem: o candidato cita a iniciativa privada e, em nenhum momento, isso lhe solicitado. Num concurso temos que primar pela objetividade e tratar com exclusividade de apenas um assunto. Outro motivo falho pode estar na exposio do assunto feito de modo tangencial, pouco abrangente.

4. Gramtica

os erros gramaticais em si apresentam pouca

valorao no texto. No quantitativo de pontuao especfica para falhas que dizem respeito aplicao das regras do portugus padro, h apenas decrscimos de pontos que so contabilizados na frmula de clculo exposta em cada edital. No Cespe, 90% dos pontos so dados ao tratamento temtico, este comentado por mim com o nome de contedo. Mas vale saber que problemas gramaticais srios podem afetar a progresso textual e a clareza das ideias. Na redao analisada, vimos que nosso candidato comente algumas infraes como insero de acento indicativo de crase diante de verbo ( partir) e erro de colocao pronominal (...como a iniciativa privada, se faz...), s para enumerar alguns. Por fim, espero que voc tenha aprendido bastante na aula de hoje sobre princpios textuais e sobre as avaliaes do Cespe. Agora ficou claro por que a redao do nosso candidato (que aparentava ter um bom texto e ter respondido o tema) ficou com apenas cerca de 20% do valor total da prova? Bom, espero que tenha gostado e a vai meu convite para que possamos intercambiar nossos conhecimentos aqui no Ponto dos Concursos. Lembro que o curso, por conter correo de redaes, limita as inscries ao nmero mximo de 100 alunos. No mais, um forte abrao e at a aula 01.22

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Jnia Andrade Viana.

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Tribunal de Contas da UnioTcnico de Controle Externo

Redao e Questes discursivasAula 01 - Profa. Jnia Andrade Ol pessoal,

Sado a todos que vo estudar conosco. Na aula de hoje, vamos estudar alguns elementos imprescindveis para a composio de provas discursivas. Trata-se da noss aula-base, importante para a compreenso das demais, pois a ideia aproximar vocs do que uma banca como o Cespe espera das redaes que l. Sei que no edital do TCU nos pedir dois textos com o mximo de 10 linhas e uma prova final, composio de pea tcnica, com o mximo de 30 linhas; todavia, antes de partirmos diretamente para tais etapas, preciso melhorar o conceito que temos de texto para depois cumprir essa ideia-embrio em textos de complexidade maior, tais como a elaborao de extenses curtas e a elaborao, por exemplo, de relatrios. Em algumas passagens deste material, conversarei com vocs como se estivesse falando de uma redao comum, aquelas de no mximo 30 linhas, cuja proposta temtica advm de conhecimentos gerais. No quero que se preocupem, pois a ideia inicial essa. Entao, vamos aula de hoje.

Noes de texto1. Os princpios do bom texto

Como sabemos, alguns pontos so importantes para a confeco de textos de excelncia nos concursos pblicos. Esses pontos ressaltam a boa comunicabilidade que os textos devem ter, e ser comunicativo ser CLARO. Esse um dos valores mais prezados pelas bancas nos ltimos temos.1

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Outro valor-princpio que deve ser observado a OBJETIVIDADE. E, neste curso para o TCU, ela de imprescindvel destaque, na medida em que redigiremos textos de pequena extenso nas provas P3 e P4. Por isso, guardem a, por enquanto, OBJETIVIDADE, no percam essa palavra de vista, vou cobr-la nas redaes que vocs fizerem. Depois da objetividade, eu destacaria outro fator responsvel pela aquisio da maior fatia de pontos da redao: a ORGANIZAO. E, junto com este quesito, incluo a LEGIBILIDADE. Ento, para no perdermos tempo, compreendamos o seguinte:

a. FALTA DE CLAREZA O Cespe acusa constante dois pontos que geram falta de clareza: escolha de palavras difceis, sentido raro; construo de perodos longos com elementos gramaticais invertidos. Por isso, minha gente, nada, nada de querer impressionar o examinador. Sempre deixe seu vocabulrio s claras, a ideia mostrar a resposta da proposta temtica; no, escond-la. Mas vocabulrio simples no quer dizer chulo. H expresses que, de to desgastadas pelo uso popular, no cabem num texto objetivo. Procure redigir perodos curtos e na ordem direta: preciso saber usar ponto final para pr fim verborragia (falatrio). A comunicao deve ser simples, direta e curta. Procure tambm no construir ideias muito fragmentadas.

b. FALTA DE OBJETIVIDADE o motivo mais comum de reprovao entre os bons do concurso. Parece estranho, mas isso mesmo que vocs esto lendo, entre os bons. Quem no sabe escrever reprovado de cara por motivos diversos; mas h os que julgavam escrever bem, at que um dia veio a notcia ruim, reprovado. Isso pode acontecer, porque muita gente boa perde tempo fazendo digresses (ficam filosofando, gastando o verbo no texto). obrigatrio ser objetivo! Pecou neste quesito, est fora do concurso! A banca props X coisas, diga X coisas.2

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O que quero dizer? Quando a banca propuser um tema qualquer, v direto ao assunto. Jamais faa introdues gerais sobre o tema. A introduo deve trazer o mais importante: sua resposta acerca da proposta temtica, seu posicionamento.

Por isso, grife palavras que compem o tema. Voc no deve copiar o tema todo, mas deve extrair palavras dele para comear seu texto. Tambm vale observar que a cada pargrafo ser preciso reavivar termos componentes do tema para o examinador sentir que voc o tempo inteiro falou do assunto proposto. No empregue em sua redao frases ou ideias que no estejam intimamente ligadas proposta temtica.

c. DESORDEM H textos em que se impera a desordem, e, pior, o candidato nem imagina que sua redao est desordenada.

Para escrever bem, preciso planejar. Se no planejamos, no saberemos aonde exatamente queremos chegar. No saberemos dosar a linhas que podemos aproveitar para conseguir mais pontos. Por isso, antes de comear a redigir, ponha em esquema o que quer escrever na introduo e no desenvolvimento. Mais adiante, voc ler como se faz para executar esse planejamento, ok.

d. LEGIBILIDADE

Em conjunto com a questo margem, a legibilidade um quesito de peso primeira vista. 10% dos pontos so dedicados ao que o Cespe v quando bate o olho no que voc escreveu: estou falando mesmo da primeira impresso. O examinador observa a letra, observa as margens, e atribui a elas uma nota compreendida entre 00 e 10% do valor da redao.3

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Ento, se no tenho letra boa, escrevo em letra de forma. Observo a confeco dos meus pargrafos, pois devo dar a todos eles um tamanho mais ou menos linear. Observo minhas margens: evito o ziguezague que muita gente faz quando chega margem direita. Evito o excesso de quebras silbicas nesta margem; se empreg-las, trabalho com duas ou trs quebras, no mximo. Deixo a tabulao do meu pargrafo bastante visvel para que a banca veja com clareza que dei ao texto o espao necessrio para confeccionar pargrafos.

Por fim, se desejamos fazer textos de excelncia nos concursos, devemos aplicar com fidelidade tais princpios ao texto que vamos redigir. A redao nada mais do que uma atividade que deve ser disciplinada a fim de que ferramentas eficazes, aps a aplicao do que bsico, possam surgir para enriquecer o texto.

Conselho final: abandone a complicao em prol da simplicidade da escrita!2. Tipologias ou modalidades textuais

Falarei rapidamente sobre esse assunto, visto que a modalidade que mais empregaremos na resoluo das questes bem como na apresentao da pea tcnica ser a dissertao. Logicamente, em meio s propostas temticas, cobrarei de vocs aplicaes tpicas de outras modalidades, como a descrio. Haver nas aulas seguintes um anexo para tratar exclusivamente desse assunto. H modalidades textuais bsicas: dissertao, narrao e descrio. Por enquanto, resumidamente, podemos dizer que

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Narrao um relato de aes que se transformaram no tempo. O passado, concretizado no texto, muitas vezes pelas formas verbais pretritas e/ou pelos adjuntos adverbais de tempo (elementos temporais, como datas, por exemplo) produz a dinamicidade com que os fatos vo desenrolando. exemplo de narrao a produo de textos literrios, tais como contos e romances; de modo mais tcnico, narrativo um relatrio, que pode tambm ser parte componente de um parecer.

Exemplo: Texto 1 Perguntei a meu filho, que filho de imigrantes italianos, e vive na Califrnia, se no seria melhor vir passar um tempo aqui. Falei-lhe sobre o risco de novos atentados terroristas, do uso dos arsenais nucleares. Ele me disse que ama o Brasil, e se nossa terra vier a correr algum perigo ele retornar. Mas foi para a Amrica do Norte em busca de oportunidades de aperfeioamento e independncia financeira. Queria uma vida mais segura, um lugar onde pudesse criar seus filhos sem medo. Conseguiu as suas oportunidades, aproveitou-as. Agora no est mais seguro.

Texto 2 Theodor Adorno, filsofo e socilogo alemo, projetou-se como um dos crticos mais cidos dos modernos meios de comunicao de massa. Ao exilarse nos Estados Unidos, entre 1938 e 1946, percebeu que a mdia no se voltava apenas para suprir as horas de lazer ou dar informaes aos seus ouvintes ou espectadores, mas fazia parte do que ele chamou de indstria cultural. Comentrio: vejam que, tanto no texto 1 quanto no texto 2, h predominncia de verbos no pretrito perfeito. H tambm destaque para uma clara circunstncia de tempo, presente no texto 2. Essas marcaes so aspectos de predominncia narrativa num texto.

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Descrio: caracterizao esttica de pessoas, objetos, lugares e imagens. A descrio se compe lingisticamente de expresses que no produzem dinamismo no texto. H num texto descritivo, normalmente, um bom nmero de adjetivos de carter objetivo e subjetivo. Um texto descritivo pode ser fruto de uma recriao de imagem testemunhada, imaginada ou, de fato, vivenciada pelo redator. Exemplo: Texto 3 Era uma vidinha montona sem perspectivas: medocre emprego numa empresa, as conversas inconseqentes com os amigos, o trnsito congestionado. Mas a ele voltava para casa e podia, enfim, viver uma aventura. Na Internet, claro. Navegador infatigvel, percorrera um territrio humano desconhecido e s vezes inquietante, at encontr-la, primeiro em uma sala de bate-papo, depois em mensagens privadas. Conhecia-a apenas por Solly (Solitria?) e pouco sabia de sua vida. Mas eram, sim, almas-irms. Partilhavam os mesmos gostos, as mesmas inquietudes, as mesmas secretas aspiraes. E ficavam horas trocando mensagens. Comentrio: no texto 3, os elementos em negrito, adjetivos e verbos flexionados no pretrito imperfeito, evidenciam a no existncia de movimento textual, ou seja, a constante mudana de aes provocada por suas personagens. H apenas a inteno de caracteriz-las em seu ambiente, por isso a passagem descritiva.

Como as tipologias, narrativa e descritiva, no correspondem neste momento ao nosso foco, passaremos a uma anlise mais detalhada do tipo dissertativo. Certamente, a modalidade com a qual iremos trabalhar no dia do concurso.

DISSERTAO

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A dissertao tem como inteno primeira o ato de explicar, esclarecer, informar sobre determinado assunto, fato que d ao texto dissertativo um carter informativo, expositivo. Por outro lado, h textos dissertativos cuja funo se centraliza no convencimento do leitor, na medida em que procuram persuadi-lo sobre determinado ponto-de-vista que se prope para a anlise de um fato. 1. Textos expositivos so motivados por dissertaes cuja finalidade consiste em mostrar algo, no mximo explicar esse algo. Nesse tipo de texto no se toma nenhuma posio sobre a tese. 2. Textos argumentativos, solicitados em sua maioria pelos exames, revestem-se de estratgias de persuaso. Sua finalidade provar ao leitor a possibilidade de concretude daquilo que seu autor se props a defender ou a atacar. Mas, ateno, textos argumentativos tambm so tambm informativos.

Primeiramente, abordaremos a estrutura da modalidade mais solicitada numa prova de redao: a dissertao argumentativa. Saibamos antes que toda estrutura textual dissertativa se divide em trs grandes partes comunicantes. Macroestrutura diviso bsica em trs partes comunicantes: a. Introduo b. Desenvolvimento argumentativo c. Concluso

Todo texto dissertativo se norteia por diversos princpios e, entre eles, est o da unicidade textual. O que isso quer dizer? Quer dizer que todas as partes do texto concorrem para um nico fim, defender e atestar a tese proposta na sua introduo, portanto suas grandes partes so comunicantes. a essas passagens que bancas atribuem valores altos. Como vamos discutir as partes comunicantes com mais calma ao longo do curso, tomemos um rpido conhecimento de suas funes no estudo da macroestrutura argumentativa.7

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MACROESTRUTURA DO TEXTO ARGUMENTATIVO

A atividade textual pode ser conceituada a partir de trs aspectos: motivao, finalidade e realizao, diz isso a linguista Ingedore Koch, um dos maiores nomes brasileiros na rea textual. Koch v o texto como um espelho das atividades humanas, por isso estabelecer metas para a confeco do texto pode encurtar o caminho e diminuir a angstia de se atingir um resultado. Na opinio da linguista, assim como desenvolvemos nossas aes socioculturais, o texto deve ser programado a partir dos seguintes caminhos: a. O reconhecimento da existncia de uma necessidade/interesse. b. O estabelecimento de uma finalidade. c. A construo de um plano individual de atividade. d. A realizao. da anlise desses caminhos que nasce o rascunho: momento em que traamos nosso texto. O rascunho ponto zero de tudo. Muitos comeam a rascunhar sem saber exatamente o objetivo que querem atingir. Outros simplesmente o abandonaro com a desculpa de no se perder tempo. Saber rascunhar a prova de que estou seguro para redigir. No se comea um rascunho sem projeo. Ele existe para que possamos praticar o terceiro plano da atividade textual: construir nosso plano individual de atividade. No rascunho, devemos ter sempre em mente a elaborao de questes-chave para que saibamos exatamente aonde queremos chegar. Mas para elaborarmos um bom rascunho, devemos antes saber ler, compreender bem, a proposta temtica. Vamos, ento, entender um pouco as propostas temticas feitas pelas bancas: 1 tipo de proposta: a argumentativa

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Conforme j apresentei, dissertar explicar, analisar algum fato de modo objetivo para que se comunique o novo, ou seja, uma informao acerca do fato analisado. A dissertao argumentativa acrescenta a essa explicao uma defesa de um ponto de vista. Reconhecemos uma proposta temtica para a produo de redao dissertativo-argumentativa quando a banca nos pede, por exemplo, para que respondamos alguma pergunta que nos exija a escolha de um ponto-de-vista. Por exemplo, no concurso para provimentos de vagas na Polcia Rodoviria Federal, o Cespe solicitou, a partir de alguns textos-base, que o candidato respondesse o seguinte: O principal problema das megalpoles a superpopulao? A partir da proposta, sugiro que programem no rascunho respostas a estas duas perguntas: I. Qual a minha posio sobre o tema? II. Quais so as minhas estratgias para garantir a validade do meu posicionamento? (escolha trs bons argumentos)

s vezes uma proposta argumentativa tem como base textos ou frasesmodelo, cujo contedo semntico a banca nos oferece para que possamos contestar ou atestar.

No importa o modo como a banca ir nos pedir uma argumentao, sugiro que voc use sempre o esquema de perguntas e respostas para amadurecer suas estratgias ainda no rascunho. Rascunhando (suposto exerccio) com base na elaborao de perguntas:

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I. Posicionamento

-

Acho

realmente

que

o

principal

problema das megalpoles a superpopulao. II. Argumentos - Por qu? 1 argumento de defesa: o aumento populacional maior e mais rpido se comparado ao crescimento infra-estrutural de uma cidade. 2 argumento de defesa: com o aumento populacional h, por conseqncia, aumento da misria. 3 argumento de defesa: como a misria cresce mais rpido do que a conteno poltico-social dela, o crescimento da violncia sua conseqncia imediata. Mas propor respostas s perguntas significa muito mais do que simplesmente querer solucion-las. preciso, sobretudo, saber escolher respostas contundentes, de modo que o leitor-corretor no possa questionar a veracidade do que se apresenta. necessrio, por isso, que saibamos reconhecer o valor do processo argumentativo. O PROCESSO ARGUMENTATIVO Saber argumentar produzir enunciados com boa fundamentao. Em

outras palavras, argumentar aproximar a linguagem do teor tcnico-cientfico, fator que conseqentemente gera maior valorizao para aqueles argumentos pautados em dados tcnicos, em exemplos fatuais e na extrao de informaes de especialistas sobre o assunto a ser defendido. Na ausncia do dado tcnico, exemplos ou percentuais sobre o assunto, por assim dizer, o poder de persuaso do leitor ficar a cargo da influncia indutiva que o redator far de seu prprio discurso. Este dever ser organizado em aspectos metdicos de clareza, objetividade e transparncia de informaes, para que se evitem aquelas famosas perdas labirnticas discursivas, tpicas de quem no depreendeu a proposta temtica ou no sabe o que fazer com ela.

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Saber argumentar, portanto, colocar em comunicao todas as partes do todo redacional. Para que entendamos a validade desse processo, retomemos de modo global a macroestrutura da dissertao. Como j vimos, todo texto dissertativo pode ser divido em trs grandes partes, o que no significa exatamente trs grandes pargrafos. So partes que possuem caractersticas especficas que, se respeitadas, auxiliam na linearidade da leitura. A introduo, por exemplo, a parte da redao da qual se espera a abordagem temtica e o posicionamento imediato com relao a esta. No obrigatrio, mas a introduo pode tambm conter uma sntese dos argumentos que desenvolveremos nos pargrafos seguintes. O desenvolvimento a segunda parte. Nela se encontram, de preferncia separados em pargrafos distintos, os diversos argumentos de defesa do nosso posicionamento. Os argumentos devem ser elaborados com o mximo de ateno, pois valem em torno de 60% dos pontos do Espelho. A concluso a retomada sintetizada do que dissemos ao longo da redao. Nela no h mais espao para continuarmos a nossa defesa com novos argumentos. A concluso o encerramento, momento em que apenas ratificamos nossa postura quanto proposta.

No sei se voc percebeu, mas o texto parece apresentar certa repetio, pois tudo se remete ao primeiro pargrafo, ou melhor, tese. Essa repetio, que se chama recurso anafrico, faz bem quele princpio importante: a unidade textual. Num texto, o bom encadeamento das idias decorre de uma boa comunicao entre frases, perodos e pargrafos, razo pela qual alguns recursos de coeso, tais como conjunes e pronomes, devem ser bem empregados para garantir que o texto no se transforme numa colagem de frases e pargrafos sem estreitamento de intenes entre si. O esquema a

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seguir pode comear a auxiliar os que no conseguem comear uma redao com tranqilidade: Esqueleto do texto para 30 linhas: 1 pargrafo: posicionamento sobre o tema + sntese (arg. 1 + arg. 2 + arg.3) 2 pargrafo: desenvolvimento do argumento 1 3 pargrafo: desenvolvimento do argumento 2 4 pargrafo: desenvolvimento do argumento 3 5 pargrafo: conjuno conclusiva + ratificao da introduo. Esqueleto do texto para 10 linhas: 1 pargrafo: posicionamento sobre o tema seguido imediatamente de um ou dois argumentos. 2 pargrafo: conjuno conclusiva + ratificao dos assuntos do pargrafo 01. Elaborar o segundo esquema, por incrvel que possa parecer, pode dar mais trabalho do que o primeiro; por isso, partiremos da construo de redaes com base no primeiro esquema para, depois, chegar nossa tarefa final: construir textos menores. Nos comentrios do anexo desta aula, veremos a concretizao desses esquemas com base na anlise de duas redaes. O PARGRAFO DE INTRODUO

Se voc tem dificuldades para esboar uma introduo, tente seguir esta dica:

Primeiro: tente parafrasear o tema copi-lo com outras palavras. Em seguida, d seu posicionamento sobre o assunto. Por fim sintetize dois ou trs motivos que serviro nas futuras linhas do texto para defender seu posicionamento. Ex.: CESPE/2008 O principal problema das megalpoles a

superpopulao? Veja a introduo feita com base no texto acima e comentada em negrito12

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Uma superpopulao pode trazer srios problemas para uma cidade (parfrase + posicionamento). Um deles a dificuldade de se planejar o espao urbano na mesma velocidade com que cresce a populao. O outro diz respeito misria e violncia que aumentam em funo de um crescimento populacional desordenado (argumentos). No importa o modo como voc far sua introduo. O importante que dois aspectos sejam observados com muito cuidado: - Primeiramente, num concurso, em razo da necessidade de objetividade, no aconselho que se faa a elaborao de introdues com informao generalizada, visto que a banca exige apenas o cumprimento do que foi proposto. Por isso, v direto ao assunto. - Em segundo, no copie o tema. Parafrasear se remeter idia levantada pelo tema, a partir de novas palavras ou a partir de palavras isoladas do prprio tema. Logicamente, alguns vocbulos se repetem, mas isso natural porque so as palavras-chave da proposta temtica, e bom que elas apaream mesmo. Na aula 02, oferecerei novos modelos introdutrios. Gosto desse modelo por ser bsico, sem invenes e, conseqentemente, com menores riscos de haver incoerncia. Por isso, sugiro que nas primeiras redaes pratiquem esse modelo. OS PARGRAFOS DA ARGUMENTAO

Como j expressei, saber argumentar produzir enunciados com fundamentao convincente. H inmeros modos de se fazer uma defesa coerente da tese. Plato e Fiorin, em obra clssica sobre ao assunto, apresentam um conjunto de quatro recursos argumentativos que podem aumentar o poder de persuaso. Dentre

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estes destaco dois que julgo serem importantes para o emprego nas redaes de concursos: a. O argumento de autoridade: ocorre quando apoiamos nosso enunciado numa afirmao de uma autoridade notria sobre o assunto. b. A comprovao (prova concreta): a verdade que apresentamos ganha mais consistncia quando a ela somamos dados que confirmem sua validade (nmeros, percentuais em geral, resultados de pesquisa).

tipologia argumentativa de Plato e Fiorin, eu acrescentaria outros dois argumentos: c. O argumento histrico: a histria documental, se bem empregada, pode oferecer-nos boa sustentao argumentativa. d. A exemplificao:

exemplos

notoriamente

conhecidos

e

bem

explicados tambm podem auxiliar-nos no propsito de persuaso.

Como exemplo dessa aplicao de argumentos, postei um trecho de uma dissertao cujos argumentos baseiam-se em informaes tcnicas. Na leitura, observem como o candidato empregou um vocabulrio simples e fortes argumentos de persuaso, elementos facilitam a leitura por torn-la menos subjetiva e do respaldo tese que enuncia o rpido crescimento da violncia. Vejam que o redator se valeu de trs tipos de argumentos o de prova concreta, o de autoridade e o de exemplificao. Esclareo, porm, que no preciso adotar para cada defesa uma tipologia de argumentos. Vocs podem trabalhar com dois tipos ou com um, por exemplo, mesmo que venham distribuir seu desenvolvimento dissertativo em quatro pargrafos de convencimento. Mas, antes, reconheo que argumentos consensuais, baseados no nosso conhecimento prvio, tambm so apontados como eficazes nos manuais de redao. Aqui, no os abordarei em virtude do carter tcnico14

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imposto ao texto. Este mesmo carter tcnico tem trazido cada vez mais rigidez nas correes das bancas, o que se comprova com a formao de Espelhos avaliativos cada vez menos subjetivos. Agora, vamos conferir o trecho de redao de que h pouco falei:

A violncia crescente no pas Mesmo com o aumento do apelo da sociedade para se efetive o combate violncia, esta vem crescendo assustadoramente (tese). As campanhas da mdia e o surgimento de meios eficazes para o estabelecimento de denncia parecem ter pouco efeito sobre o aumento exponencial da violncia. Nas capitais, So Paulo e Rio de Janeiro, onde se concentram 16% da populao brasileira, registraram-se em 2007 42% de mortes causadas por arma de fogo. Este nmero demonstra claramente o crescimento da criminalidade se comparado com o registro de 38%, apresentado no ano anterior nestas capitais (argumento de prova concreta). Para a ONU Organizao das Naes Unidas -, o Brasil o pas que mais coleciona mortes oriundas do uso de armas de fogo (argumento de autoridade). Infelizmente, nossa imagem, sustentada pela impresso de sermos um pas pacfico nos dias atuais, manchada pela insistncia dos nmeros da criminalidade urbana, o que parece demonstrar que convivemos com uma guerra civil rotineira e difcil de ser combatida Durante o perodo ditatorial instaurado na dcada de 60, parte significativa da violncia advinha das relaes entre o poder dos que se valiam da fora do Estado e dos que no concordavam com a ideologia coronelista que censurava a liberdade e os direitos civis da poca (argumento histrico). Hoje, Estado e sociedade tentam, desarticuladamente, combater a violncia que, em sua maioria, desce o morro dos grandes centros urbanos e se espalha por todo o pas.

Como vimos, o texto est cheio de provas argumentativas: nmeros, fato histrico e uma citao de ONU. Naturalmente, este no o melhor texto que li, h problemas em sua composio; ressalto, porm, que no houve para este15

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candidato maiores dificuldades para obter bons pontos, pois a redao cumpre a competncia lingustica destinada a esta modalidade. Mas imagino que a esta altura voc j deve estar se perguntado: como farei na hora da prova para conseguir argumentos fortes como uma prova concreta ou uma citao de autoridade?

Se essa a dvida, atente-se para estas sugestes:

1) O assunto educao, por exemplo, aplica-se a quase todos os temas propostos. Por isso, guarde sempre alguma mxima extrada de uma autoridade no assunto.

Ex.: ...os homens se educam em comunho,... (Paulo Freire)

Tambm procure sempre ter em mente algum nmero atualizado sobre educao, pois eles tambm fortalecem argumentos que defendem variados assuntos.

Ex.: segundo nmeros apresentados pela Revista poca, a taxa de analfabetismo no Brasil de 12,6%.

Agora veja o efeito destes exemplos quando inseridos em textos cujo tema no aborda diretamente o assunto educao:

Proposta temtica:

FCC/TRF1/2006. Estamos numa poca em que o culto s celebridades parece ter tornado vergonhoso ser uma pessoa comum. O que no parece ocorrer a ningum que, fora o foco da mdia, toda celebridade uma pessoa comum, e no h pessoa comum que no seja importante. A questo reconhecermos, dentro de ns, a medida de nossa real importncia. Ser realmente importante ter importncia para algum, sobretudo para si mesmo.

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Escreva uma dissertao sobre o tema apresentado nesse texto, na qual voc argumentar para expor seu ponto de vista.

Numa sociedade, em que 12% da populao ainda se encontra analfabeta, no de se estranhar que a mdia televisiva impute na maioria das pessoas a filosofia mercadolgica de celebridade. Como para a grande massa social quase inexiste outra fonte de saber, os valores individuais so desconstudos em funo da valorizao, imposta pela mdia, de um padro de comportamento cultural O nmero sobre educao no a fundamentao central do assunto, mas ele embasa a formulao do aspecto persuasivo do pargrafo, por torn-lo mais convincente ao leitor. A CONCLUSO

Quando terminamos a argumentao e damos incio concluso, j no podemos inserir novidades argumentativas. A concluso indica que chegou o momento de confirmarmos o que nos propusemos a dizer na introduo e isso deve ser feito com a mesma objetividade empregada ao longo do texto. Por essa razo, ficam de fora quaisquer mximas ou clichs subjetivos para fechamento do raciocnio dissertativo. No h muito segredo em se fazer uma concluso. A ela, como tambm ao texto todo, basta a simplicidade. Assim, para concluir uma dissertao basta inici-la com uma conjuno conclusiva, pois este o papel desse tipo de concluso, e, em seguida, sintetizar as idias do texto. No invente assuntos novos na concluso e no d a ela um carter subjetivo, advindo de frases feitas e outros clichs. Deixei um exemplo de modelo conclusivo:

Portanto, possvel perceber que atravs de polticas pblicas, principalmente daquelas provenientes do poder judicirio, o objetivo de se realizar a prestao jurisdicional democrtica, justa e em tempo razovel ser alcanado. Para tanto, basta a implantao de medidas estruturais de cunho17

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simplificativo a fim de que a funo da justia cumpra efetivamente seu papel. (C.S.)

No conseguimos ver claramente o funcionamento do modelo, porque precisamos do texto na ntegra, mas nos anexos que acompanharo as aulas esclareo melhor como funcionam as partes comunicantes, j que nos anexos faremos o laboratrio das correes, por meio de anlises e comentrios sobre redaes de alunos. Por hoje, s. Revisando: na aula de hoje falamos sobre

Princpios como OBJETIVIDADE, CLAREZA, ORGANIZAO e LEGIBILIDADE que devem nortear o texto. Trouxemos um esboo de planejamento de textos, tanto para a confeco de textos de 30 linhas quanto para a confeco de textos de 10 linhas. Estudamos as MODALIDADES textuais, mas demos fora modalidade DISSERTATIVA, pois precisaremos bastante dela. Ento, caros alunos, aguardem na entrada desta semana prxima o envio de anexos que contm redaes analisadas luz do que vimos, inclusive redaes j corrigidas pelo Cespe. Tambm seguir no anexo 02 algumas propostas temticas para que todos possam desenvolver suas redaes. Grande abrao a todos, at a prxima. Profa. Jnia Andrade

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Tribunal de Contas da UnioTcnico de Controle Externo

Redao e Questes discursivasAula 02 - Profa. Jnia Andrade

Ol alunos, bom dia!

Fazendo rapidamente um retrospecto da nossa aula 01: - estudamos as bases do bom texto - princpios como OBJETIVIDADE, CLAREZA e ORGANIZAO. - falamos brevemente sobre duas modalidades: a narrao e a descrio. Estas sero retomadas nas aulas 03 e 04, na medida das nossas necessidades de desenvolvimento temtico. - falamos bastante da macroestrutura dos textos DISSERTATIVOS. Enfim, esses foram os destaques da aula 01. E, como vocs j sabem, a aula 02 abordar uma srie de eventos que ocorrem no interior dos textos, permitindo a comunicabilidade entre as ideias expressas nele, bem como promovero a manuteno da unidade textual. Na verdade, vamos mergulhar um pouco no emaranhado de frases internas aos pargrafos. Trata-se de um estudo entre a macroestrutura (a grande organizao textual) e a microestrutura (a aplicabilidade da

competncia gramatical normativa). Mas, antes de entrarmos na parte tcnica desse assunto, vamos entender um pouco mais por que importante estudar as estruturas mdias do texto: Tudo numa redao chama a ateno das bancas. O professorexaminador possui olhos treinados para ler o texto, assim como o msico no deixa passar aos ouvidos um imperceptvel desafino. Por isso bom ser detalhista quando se estuda redao. H na lngua, estruturas mnimas da frase capazes de alterar significados e de promover acidentes na coerncia das frases. Um bom conhecimento de conjunes e do significado dos modos e dos1

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CURSO ON-LINE REDAO OFICIAL E QUESTES DISCURSIVAS TCNICO - P/TCU PROFESSORA: JNIA ANDRADE tempos verbais amadurece a relao que o candidato tem com o texto, o que evita os deslizes imperceptveis a um olho menos treinado. O cuidado com a boa pontuao, no somente no sentido de saber quando empregar ou no determinado tipo de sinal grfico, mas tambm no sentido de escolher o ritmo que se quer dar ao texto. Isso importante, pois prende a ateno do leitor sobre a informao veiculada.

O cuidado com detalhes como esses ajuda no contorno das estruturas ascendentes do texto: suas expresses, frases e pargrafos vo crescendo modo interligado (coeso); a perfeita ligao entre essas pequenas partes ingrediente bem calculado para se atingir uma combinao bsica e segura entre tais elementos (coerncia); e uma matemtica simples se faz, pois, se tudo est preso e est em harmonia de significados, tudo o que se escreve provavelmente ter lgica. Assim, nesse estudo, aprofundaremos a noo de texto, proporcionada pelo dilogo entre as grandes estruturas ( introduo, desenvolvimento e concluso) para entender como esse dilogo se harmoniza a partir de pequenos elementos gramaticais capazes de ligar um assunto a outro para proporcionar lgica cadeia discursiva. Estudaremos, ento, nessa ordem: Coerncia, coeso e anfora. Os assuntos topicalizao e diagramao seguem no anexo desta aula, que traz tambm comentrios de redaes corrigidas. No fiquem preocupados, no vou exp-los, apenas comentarei os textos ou passagens deles para que todos possam visualizar o que podem ou no fazer na hora de dissertar.

1. A COERNCIA TEXTUAL E AS PARTES DO TEXTOPodemos dizer que h um princpio que rege o texto: a unidade. Um bom texto, alm de outras caractersticas que deve apresentar, aquele cujas partes se harmonizam em prol de um nico propsito, comunicar sua mensagem principal. A coerncia exatamente a preservao da unidade textual.

CURSO ON-LINE REDAO OFICIAL E QUESTES DISCURSIVAS TCNICO - P/TCU PROFESSORA: JNIA ANDRADE A coerncia a unidade do texto, em que as partes se completam, sem gerar contradies

De acordo com o aspecto semntico, ou seja, o que podemos chamar de sentido, a informao textual vai se complementado desde a relao do ttulo (se houver na redao) com o pargrafo introdutrio e com a totalidade textual; da tese textual com seus argumentos; da introduo com a concluso ou dos argumentos com a concluso; de um perodo textual com seus perodos vizinhos, de uma orao com outras oraes e da totalidade de nossas escolhas lexicais (vocabulrio). O texto coerente e coeso esse emaranhado de relaes, e no h como ser diferente.

Podemos dizer que a coerncia tem seu incio a partir da relao entre o tema proposto e a redao em si.

E nesse ponto que comea um drama para muitos que no se familiarizam com a produo de provas discursivas: depreender a proposta temtica e manter at o fim do texto essa depreenso. No novidade, pois est claro no edital que fugir ao tema anular qualquer chance de obter pontos na redao. Motivos de fuga proposta tm origem variada, nervosismo, pressa, insegurana ou at mesmo o bvio,... no sei falar sobre o assunto. Porm esses fatores so condicionantes que escapam ao texto. Hoje praticamente unanimidade entre as bancas deixarem textos-base que podem ajudar o redator, porque oferecem uma luz sobre o tema. O Cespe, por exemplo, prefere oferecer ao candidato temas simples que, mesmo sendo tcnicos, so conceitos, caracterizaes, etc. de assuntos de conhecimento seguro do candidato. Mas essa simplicidade de oferta tem um preo alto: ao se deparar com tema fcil, o candidato tende a errar mais, na medida em que se sentir livre para falar no texto o que quiser. O resultado disso, voc j deve estar imaginando. Por isso, estudar redao, pois isso significa disciplinar-se para escrever o necessrio com clareza. Mas voltando histria dos textos de apoio, aqueles que a banca nos oferece de vez em quando para nos trazer inspirao: logicamente, em muitas

CURSO ON-LINE REDAO OFICIAL E QUESTES DISCURSIVAS TCNICO - P/TCU PROFESSORA: JNIA ANDRADE provas vem expresso o enunciado que probe cpias de qualquer passagem dos textos de apoio, mas ningum pode alegar que ter que comear do nada. Os textos de apoio do aquela mo para atenuar a sensao de deu branco. Se h esse apoio, por que, ento, ainda se corre o risco de zerar uma redao em concurso? Vejo resposta na dificuldade que as pessoas tm para ler. Normalmente muitos interpretam enunciados na ntegra em vez de se preocuparem com pormenores da estrutura frasal. O que quero dizer que mais se deduz o que est escrito do que se entende de fato o que est ali na sentena proposta. Por causa disso, alguns candidatos podem zerar a prova ou apresentar deficincias argumentativas graves. Exemplificam isso dois casos interessantes. Um deles, muito famoso, ocorreu no vestibular, se no estou enganada, da Cndido Mendes: o tema pedia para falar sobre a importncia do lazer, mas cerca de 80% dos candidatos entenderam laser. No mbito dos concursos atuais, muitos candidatos alm de fugirem ao tema, acabam escrevendo demais, ou seja, entrando em assuntos que a banca nem sequer mencionou. Desse modo, algumas redaes perdem muitos pontos na abordagem temtica porque extrapolam respostas e deixam a informao importante deficiente de argumentos. Nas avaliaes da Cespe, essa abordagem tangencial pode custar um alto valor s redaes dos candidatos. Pois a distribuio dos pontos de abordagem varia conforme a modalidade. H trs modos comuns de banca sugerir seus temas: - modalidade de exposio simples: ocorre quando a banca oferece uma proposta temtica nica e pede apenas para os candidatos dissertarem sobre o assunto. - Modalidade de dissertao argumentativa: comum nas provas quando a banca solicita ao candidato um posicionamento. - Modalidade de exposio com tema nico seguido de dois, trs ou quatro aspectos. Quando a banca expe um tema que deve ser complementado por aspectos. Chegamos a um modelo interessante, como vocs j viram nas propostas temticas do 1 anexo de redaes. Esse modelo

CURSO ON-LINE REDAO OFICIAL E QUESTES DISCURSIVAS TCNICO - P/TCU PROFESSORA: JNIA ANDRADE consome muitos pontos, em mdia, a depender do nmero de aspectos, consome 60% da pontuao da abordagem temtica. Esses 60% so divididos, em geral, igualmente entre esses trs ou quatro aspectos. Por isso uma abordagem clara e pontual desses aspectos necessria para que o examinador perceba a clareza de exposio desses elementos. Por outro lado, quando a banca no explicita o aspecto mencionado em forma de assunto, elementos textuais passam a contar pontos na avaliao da macroestrutura textual. o que ocorre com os dois primeiros modelos temticos. O primeiro desses elementos macrotextuais diz respeito coerncia; os dois seguintes, coeso. Naturalmente, neste ltimo caso, tambm h avaliao da coerncia, mas neste ponto importa verbalmente como esta coerncia se manifestar. O conjunto coerncia e coeso no Cespe avaliado com o nome de lgica do desenvolvimento argumentativo. Ento, pessoal, muita ateno ao assunto da aula 02, pois erros cometidos nessa rea textual significam excluso do concurso.

Uma boa leitura da proposta temtica o incio para o estabelecimento de uma corrente textual lgica e harmnica.

Por isso, sempre leiam a proposta temtica, grifando palavras-chave. Tambm se atentem para situaes de proibio e de necessidade expostas pela banca. Por fim, usem o rascunho para esboar sua meta, seus objetivos para que vocs saibam exatamente aonde querem chegar com seu texto.

1.1 TTULO E COERNCIA H pouco falamos sobre o carter da unidade que um texto deve ter. Esse carter sempre ser lembrado enquanto estivermos trabalhando com a macroestrutura da dissertao a introduo, o desenvolvimento e a concluso. Comeamos, num concurso, uma dissertao pelo ttulo ou j no pargrafo introdutrio. Como j disse, isso fica a cargo da escolha de quem escreve, e j

CURSO ON-LINE REDAO OFICIAL E QUESTES DISCURSIVAS TCNICO - P/TCU PROFESSORA: JNIA ANDRADE mostrei que no h mal algum em colocar ttulo num texto ou simplesmente no us-lo. Gosto de lembrar que o ttulo faz parte da contagem das linhas, logo ele poder ser usado estrategicamente a depender da situao de quem escreve seu texto. Usar um ttulo vlido, se houver coerncia entre ele e o texto. s vezes, encontramos matrias jornalsticas com ttulos um tanto curiosos que podem esconder textos surpreendentes, mas esse no o caso da dissertao. Textos dissertativos exigem objetividade e racionalismo, por isso seus ttulos devem estar despidos dessa inteno criativa de tnus subjetivo. Sua coerncia em relao ao texto que escreve dar-se- no momento em que a apresentao do ttulo possa adiantar algo do que est no contedo da redao. H falhas comuns, que podem acarretar perdas pequenas, decimais, na apresentao de ttulos. Os motivos seriam os seguintes:

Ttulos incoerentes seriam os que - servem como convites falsos, diz-se algo diferente do que est no texto. - so extensos, aparentado ser mais um pargrafo. - esto grifados, esto sob aspas ou terminam em ponto final; so incoerentes com a exigncia do edital. Tais ttulos podem anular uma redao. - so vagos quanto ao significado.

Confira essas falhas no anexo desta aula. Mas voltamos questo: o que fao, ento, para dar minha redao um ttulo coerente? A resposta a essa pergunta simples: procure extrair do tema palavras-chave que voc possa aproveitar no ttulo, de modo que estas j adiantem o seu posicionamento quanto proposta (isso principalmente no caso de uma redao argumentativa). D um ttulo curto e centralizado a seu texto, no salte linha entre ttulo e texto, em razo da contagem de linhas. Tambm poder figurar como ttulo a elaborao de uma pergunta que dever ser respondida ao longo da redao.

CURSO ON-LINE REDAO OFICIAL E QUESTES DISCURSIVAS TCNICO - P/TCU PROFESSORA: JNIA ANDRADE 1.2 PARGRAFO INTRODUTRIO E COERNCIA O pargrafo de abertura de um texto, se bem escrito, poder nortear a leitura do corretor. Por isso, sua confeco deve ser feita de modo claro e objetivo, procurando sempre expor a posio do candidato em relao ao tema e sintetizar o que futuramente seguir nas linhas do desenvolvimento textual. Fatores diversos motivam a incoerncia logo na introduo do texto, mas todos com um ponto em comum: falta de objetividade. Posso dizer que obrigatrio ser objetivo quando se introduz um texto. No h floreios, exposies gerais sobre o assunto, apresentao de um histrico sobre o tema, etc. Nada disso, substituir o carter racional da dissertao e sua conseqente exigncia de clareza e preciso. Um pargrafo introdutrio vago custar muito nota final do candidato, pois haver em seu texto linhas de pouca representatividade para o cumprimento efetivo do tema. Meios de se fazer uma introduo podem ser variados, mas devemos, sobretudo, manter sempre a objetividade. A seguir, listo algumas sugestes colhidas em alguns manuais que podero servir para inspir-los, vejam quais iro proporcionar mais segurana na hora de redigir e trabalhem bastante com eles: 1. Introduo bsica ou comum: esse tipo de introduo consiste em uma apresentao resumida da tese que se quer apresentar. Pode-se parafrasear o tema e continuar a introduo com o seu posicionamento particular sobre o mesmo. 2. Introduo bsica com enumerao de argumentos: considero este uma boa escolha, em virtude de se aproveitar em todas as partes da redao a totalidade da proposta temtica. Esse tipo de introduo comea com a apresentao da tese, seguida de dois ou trs argumentos sintetizados. importante frisar que ao se fazer esse tipo de introduo, o candidato ser obrigado a apresentar os argumentos organizadamente desenvolvidos nos pargrafos seguintes, j que ele preparou seu leitor para isso.

CURSO ON-LINE REDAO OFICIAL E QUESTES DISCURSIVAS TCNICO - P/TCU PROFESSORA: JNIA ANDRADE 3. Introduo bsica seguida de pergunta retrica: perguntas fazem bem a um texto, desde que sejam bem formuladas. Elas servem para orientar o leitor que, por sua vez, tende a buscar resposta textual para ela. Um pargrafo de introduo pode ter uma ou vrias perguntas para serem respondidas ao longo do texto. No anexo desta aula, acompanhe exemplos dessas formulaes introdutrias e tambm exemplos de incoerncias cometidas por candidatos na introduo de suas redaes.

1.3 A COERNCIA E O DESENVOLVIMENTO DO TEXTO Os pargrafos seguintes introduo, conforme j vimos, portam o contedo do desenrolar dissertativo. Neles estaro idias concernentes explicao mais aprofundada do assunto abordado na introduo ou estaro os meios mais eficazes de persuaso encontrados pelo candidato. Porm, nesse mesmo espao que incoerncias tambm podem surgir, na medida em que, por descuido, um candidato produz argumentos que podem destoar da tese que ele apresentou ou que podem causar entre si relaes de oposio mal formuladas. comum, quando estamos na defesa de alguma idia, fazermos, por exemplo, uma ressalva, para evitar que exponhamos nossas idias com radicalismo. Mas devemos saber de antemo que ressalvar fazer uma oposio leve a fim de que venhamos a reconhecer parcialmente a importncia do outro lado, no defendido por ns. Mas assim que terminamos uma ressalva, devemos reforar nossa idia, considerando-a melhor se comparada ao seu oposto. Vejam o exemplo: Embora o estado esteja constantemente tomando medidas para dirimir a violncia do dia-a-dia, estas no se mostram eficazes o suficiente para que ganhem a confiana da sociedade. Seria preciso exigir das autoridades a formulao de estratgias claramente planejadas para se conter, com responsabilidade, parte das aes criminosas que assolam os grandes centros urbanos.

CURSO ON-LINE REDAO OFICIAL E QUESTES DISCURSIVAS TCNICO - P/TCU PROFESSORA: JNIA ANDRADE Observando o exemplo, notamos que o redator, em seu posicionamento, deixa claro que o Estado no consegue conter a violncia nos grandes centros. Todavia, o redator reconhece que existe certo controle, porm precrio. Por isso, abre essa ressalva apenas para se preparar estrategicamente a fim de mostrar a pouca eficcia do controle estatal. Aconselho queles ainda inseguros para a produo de redaes que escrevam com simplicidade, mesmo sem ressalvas, pois estas requerem do candidato domnio de conjunes concessivas e da relao que os pargrafos e perodos mantero com a prpria ressalva.

1.4 A CONCLUSO E COERNCIA A concluso parte do texto perigosa quanto formulao de incoerncias. Infelizmente, muitas vezes, encontramos redaes muito bem escritas, cujas concluses anulam todo um trabalho bem feito. Erros graves assim so cometidos em virtude de fatores que vo desde o emprego do conector errado na introduo da concluso radical mudana de postura do candidato quanto ao tema, justamente no fim do texto: h redaes que iniciam sua concluso com a conjuno contudo,.... O problema que esta conjuno tem valor de oposio, sua aplicao pode anular o que se disse antes. H outras redaes que finalizam o texto com uma pergunta para a qual no h resposta no prprio texto. Isso seria outra incoerncia, porque a dissertao um texto de carter informativo, avesso, portanto, a digresses.

Para se fazer uma concluso segura, preciso us-la apenas para ratificar informaes que j estavam presentes na introduo, j que a funo do pargrafo conclusivo reafirmar a posio do redator diante do tema.

1.5 AS ESCOLHAS LEXICAIS E A COERNCIA Fator srio que pode causar incoerncia grave seria o mau emprego vocabular. H candidatos que, no dominando o sentido preciso de certas

CURSO ON-LINE REDAO OFICIAL E QUESTES DISCURSIVAS TCNICO - P/TCU PROFESSORA: JNIA ANDRADE expresses da lngua, empregam vocbulos incorretos ou imprprios no contexto com que trabalham. Nos concursos, geralmente, o mau emprego de expresses causado pela desateno ou pela ousadia. Vejam no exemplo seguinte:

...com a aplicao de leis mais rigorosas, a queda dos acidentes de trnsito vem diminudo bastante...

Perceberam o que o candidato escreveu? O que ele quis dizer o nmero dos acidentes no trnsito vem diminuindo, mas escreveu o contrrio. Cometeu o candidato, mesmo sem querer, uma grave incoerncia. Algumas conjunes, por falta do conhecimento de suas devidas funes acarretam erro tambm quando mal empregadas. Caso famoso o da conjuno posto que. Esta conjuno tem valor concessivo, ou seja, empregada para se fazer oposio, por isso no pode servir para comportar uma justificativa. Muitos, porm, associam suas idias a situaes como a presente no primeiro exemplo:

Exportamos mais posto que diversas medidas foram tomadas para dar credibilidade aos nossos produtos. (erro) Exportamos mais posto que diversas medidas no sejam tomadas para dar credibilidade aos nossos produtos. (correto)

Para evitarmos ciladas do prprio vocabulrio, ser de grande valia que mantenhamos nossa postura de simplicidade quanto ao emprego vocabular. Evitemos, portanto, expresses prontas, comuns, por exemplo, no campo do Direito. Algum certamente as usar com cuidado; outros, porm, por modismo, e a estar o perigo. Tambm ressalto que o bom uso do vocabulrio est na percepo dos objetivos do texto e no reconhecimento do contexto do leitor. Ter um conhecimento vasto do lxico no suficiente para se escrever bem, o ideal que faamos comunicveis e claros, se esse o nosso objetivo.

CURSO ON-LINE REDAO OFICIAL E QUESTES DISCURSIVAS TCNICO - P/TCU PROFESSORA: JNIA ANDRADE SUGESTES SUCINTAS PARA EVITAR INCOERNCIA Defeitos textuais

Frases curtas: sempre bom que cuidemos do tamanho da frase. Frases longas comumente trazem erros e no manifestam clareza, por isso prefira o encurtamento da frase. Exemplo: Alguns polticos so um exemplo de como utilizam seus discursos persuasivos em busca de votos e quando atingem o poder esquecem as promessas feitas em campanha e se envolvem em atos ilcitos abandonando os eleitores que confiaram em suas palavras. (frase longa)

Sugesto de encurtamento: Alguns polticos utilizam seus discursos persuasivos em busca de votos. No poder, abandonam as promessas feitas aos eleitores e se envolvem em atos ilcitos. Ambigidade: deve-se evitar uma possvel formao de ambigidade. Nas frases curtas, ela praticamente no aparece; em contrapartida, nos discursos longos, bastante comum a existncia de duplicidade de sentido. Exemplo: ... opinio da maioria dos eleitores que muitos polticos, quando eleitos, no se esforam o suficiente para cumprir suas promessas e amenizar suas necessidades mais urgentes. (necessidades de quem?)

Sugesto: ... opinio da maioria dos eleitores: muitos polticos, quando eleitos, no cumprem promessas e no amenizam os problemas da populao. (retirei alguns vocbulos que por si j eram ambguos) Vocabulrio: j estudamos, ainda nesta lio, a importncia de se escrever com clareza. Todavia, existem alguns vocbulos do nosso uso dirio que podem ter significado diverso do que esperamos, por isso bom ficar atento. So exemplos: - onde: uso restrito para referir-se a lugar; prefira em que.

CURSO ON-LINE REDAO OFICIAL E QUESTES DISCURSIVAS TCNICO - P/TCU PROFESSORA: JNIA ANDRADE Ex.: houve um encontro onde se discutiu muito a respeito de ecologia. Houve um encontro em que (no qual) se discutiu muito a respeito de ecologia. - atravs: como pressupe a existncia de um meio fsico (ex.: atravs da janela vigiava meu filho), prefira, em outras situaes, a expresso por meio de. Ex.: atravs de obras sociais, o governo vem conseguindo apoio da populao. (errado) Por meio de obras sociais, o governo vem conseguindo apoio da populao. - dentre: empregado exclusivamente para destacar um ou mais elementos de um grupo. Vejam a diferena do uso de dentre/entre a. Dentre todos, ele saiu aprovado. (saiu apenas ele) b. Ele est entre os aprovados. (ele mais um dos aprovados) - ao invs de/em vez de: usamos ao invs de quando coordenamos elementos exatamente opostos. J a expresso em vez de oferece menos riscos, pois usada para coordenar elementos diferentes, o que no quer dizer que tenham que ser opostos. Confiram a diferena nos exemplos: a. Ao invs de continuar deitado, levante-se! (oposto) b. Em vez de exigirmos o cumprimento das promessas de campanha, esquecemos da necessria fiscalizao dos atos governistas. - ir de encontro a/ir ao encontro de: significam exatamente o contrrio uma da outra. Ir de encontro a equivale a ir contra alguma coisa. Ir ao encontro de ser favorvel a algo. Exemplo: a. Sua deciso foi de encontro s nossas. (deciso contrria s nossas) b. Sua deciso foi ao encontro das nossas. (deciso favorvel s nossas) - a princpio: quer dizer para incio de conversa. Difere de em princpio, que quer dizer em tese. Exemplo:

CURSO ON-LINE REDAO OFICIAL E QUESTES DISCURSIVAS TCNICO - P/TCU PROFESSORA: JNIA ANDRADE a. A princpio, falaremos de verbo. (subentende-se: depois falaremos de outro assunto) b.Em princpio, atos como esses so condenveis. (de acordo com alguma lei) - detento/presidirio: detento quem est detido; presidirio quem j est condenado. Exemplo: a. Houve rebelies em grandes complexos prisionais cujos detentos perderam suas vidas. (Mau emprego: e os presidirios?) - em face de: no se usa face a. Ex.: em face da crise, muitos venderam suas aes. - juntamente com/junto com: ambas devem ser evitadas. Prefira apenas com. Exemplo: a polcia juntamente com a sociedade... (redundncia). Prefira: a polcia e a sociedade... ou a polcia com a sociedade... Para reforar o assunto coerncia, estudaremos os motivos da coeso. Coerncia e Coeso so aspectos textuais intimamente ligados que muitas vezes so entendidos vulgarmente como sinnimos. O estudo da coeso nos dar mais ferramentas para que possamos entender melhor a coerncia entre frases e perodos de um texto.

2. A COESO TEXTUAL E RECURSOS ANAFRICOSDe modo geral, podemos dizer que coeso um mecanismo de juno de partes do texto para que se formulem grandes cadeias coerentes quanto significao do enunciado. Para a linguista Ingedore Koch, alguns mecanismos auxiliam na promoo de estruturas coesas: - a referncia (pessoal, demonstrativa, comparativa); - conjuno (aditiva, adversativa, causal, temporal, continuativa); Vamos, ento, traduo desses mecanismos para a plena

convergncia com nosso trabalho.

A REFERNCIA

CURSO ON-LINE REDAO OFICIAL E QUESTES DISCURSIVAS TCNICO - P/TCU PROFESSORA: JNIA ANDRADE Os recursos coesivos de referncia so aqueles que no podem ser interpretados por si mesmos. Para entendermos o seu significado, devemos ativar seu elemento de referncia. o que ocorre com os pronomes de um modo geral. Exemplo:

os servidores devem sempre manter a impessoalidade no exerccio da funo pblica. Para que esta seja desempenhada com rigor, deve tambm haver retido e tica nas aes pblicas.

Vejam que o pronome esta s esboa sentido se contextualizado, por isso um referencial. O uso de recursos coesivos feitos por meio de pronomes bastante comum e o conhecimento de suas possibilidades pode enriquecer a formulao de pargrafos. Os demonstrativos, por exemplo, so elementos coesivos de destaque. Todavia, muitos candidatos no usam esses remissivos com segurana e, por essa razo, normalmente acabam cometendo pequenas falhas de coeso. Embora nesta aula ainda no estejamos estudando com profundidade recursos gramaticais, a vai uma dica importante para que corrijam uma falha comum nas dissertaes:

Pronomes isso, esse, essa so pronomes anafricos, ou seja, recuperam idia imediatamente anterior.

Exemplo: ...a distribuio de recursos de atendimento populao carente, tal como o bolsa-famlia, tem garantido ao atual governo boa aceitao popular. Isso, no momento, faz com que as crticas abertas ao governo sejam cautelosas. muito comum que candidatos usem isto em vez de isso. Porm o pronome isto, quando anafrico, recupera apenas nomes isolados, enquanto a ao de recuperar segmentos interpretativos inteiros se faz com isso.

AS CONJUNES E NEXOS TEXTUAIS

CURSO ON-LINE REDAO OFICIAL E QUESTES DISCURSIVAS TCNICO - P/TCU PROFESSORA: JNIA ANDRADE H conectores que, se bem usados, podem auxiliar a frase na composio da lgica e do sentido textual. Mas para empreg-los preciso conhec-los bem, a fim de que no surjam incoerncias quanto sua aplicabilidade. Algumas conjunes, em razo do som ou da aparncia grfica, podem representar