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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE SÃO PAULO
SEGUNDO TRIBUNAL DE ALÇADA CIVIL
lia. Câmara
AGRAVO DE INSTRUMENTO No. 668749-00 /3
Comarca de SÃO PAULO - FORO REGIONAL DE SANTO AMARO
AGVTE MARIA IGNEZ CARDOSO HAUY
AGVDO R REID CONSTRUÇÕES LTDA
A C Ó R D Ã O
Vistos, os juizes Tribunal de o relatório fazendo parte
relatados e discutidos estes autos, desta turma julgadora do Segundo Alçada Civil, de conformidade com e o voto do relator, que ficam integrante deste julgado, nesta data,
deram provimento ao recurso, por votação unânime.
Turma Julgadora da lia. Câmara JUIZ RELATOR 2o Juiz 3o Juiz Juiz Presidente
Data do julgamento
CLOVIS CASTELO MELO BUENO CARLOS RUSSO MENDES GOMES
18/12/00
CLOVI Jui
ZASTELO Lelator
PODER JUDICIÁRIO
SÃO PAULO
SEGUNDO TRIBUNAL DE ALÇADA CIVIL
AGRAVO DE INSTRUMENTO N° 668749-0/3
COMARCA : SÃO PAULO - F. R. DE SANTO AMARO - 6. V. CÍVEL
AGRAVANTE : MARIA IGNEZ CARDOSO HAUY
AGRAVADO : R. REID CONSTRUÇÕES LTDA.
Ementa:
CARGA DOS AUTOS - PRORROGAÇÃO DO PRAZO DE
DEVOLUÇÃO - DOENÇA DO ADVOGADO
IMPOSSIBILIDADE DE LOCOMOÇÃO - JUSTA CAUSA
CARACTERIZADA. Súbita enfermidade que acomete
único causídico, advogando em causa própria e que se
encontra fora do Estado, impedindo-o de se locomover e
de proceder à devolução dos autos em cartório, caracteriza
justa causa e força maior a possibilitar a prorrogação do
prazo de vistas dos autos (artigos 183, § 1o , do CPC).
V O T O N° 4570
Agravo de instrumento tirado nos autos de ação de
cobrança de honorários advocatícios, em fase de execução, contra
decisão (fls. 07) que indeferiu o pedido de prorrogação de vista dos autos
pela exeqüente por mais noventa dias do prazo, determinando sua
cobrança. Sustenta a agravante que o fato de encontrar-se em Brasília,
efetuando o levantamento das transações realizadas entre a ré-agravad
e a CEF, e tendo sido acometida, subitamente, de tabirintopatia, além
configurar motivo impeditivo para a devolução dos autos no prafco,
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AGRAVO DE INSTRUMENTO N° 668749-0/3
constitui justa causa para a prorrogação da carga do processo por mais
noventa dias.
Recurso processado, decorrendo "in albis" o prazo
para resposta.
É o relatório.
Ao que se depreende dos elementos contidos nos
autos, a agravante, em causa própria, ajuizou ação de cobrança de
honorários de profissional liberal em face de R. Reid Construções, tendo a
demanda sido julgada procedente, estando em fase de liquidação de
sentença por artigos. Objetivando fazer o levantamento de todas as
transações efetuadas pela ré junto à Caixa Econômica Federal, a
agravante dirigiu-se à cidade de Brasília, onde adoeceu, repentinamente,
ficando impossibilitada de efetuar a devolução pessoal dos autos do
processo perante a 6a Vara Cível do Foro Regional de Santo Amaro -
Comarca de São Paulo. Insurge-se a agravante contra a decisão (fls. 07)
que, indeferindo o pedido de prorrogação de prazo de vistas dos autos,
com carga, por mais noventa dias (fls. 09), determinou a cobrança dos
mesmos.
Nos termos do artigo 7o da Lei n. 8.906 de 04 de
julho de 1994, são direitos do advogado: "XV - ter vista dos processos
judiciais ou administrativos de qualquer natureza, em cartório ou na
repartição competente, ou retirá-los pelos prazos legais", estabelecendo,
também, o artigo 195 da lei processual que: "o advogado deve restituir os
autos no prazo legal (...)". A propósito, o inciso II, do artigo 40 do estatuto'
processual dispõe que: "o advogado tem direito de requerer, corpo
procurador, vista dos autos de qualquer processo pelo prazo de cinco (5)
dias". /
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Contudo, no caso "sub judice", por razões de
problemas de saúde (labirintopatia), consoante atestado médico acostado
a fls. 10, a agravante-credora encontra-se incapacitada por noventa dias
para o exercício de suas atividades profissionais, estando, também,
impossibilitada de locomover-se por qualquer meio de transporte.
Considerando-se que a agravante encontra-se em Brasília, para onde se
dirigiu a trabalho e onde subitamente foi acometida do referido problema
de saúde, resta caracterizada a justa causa que impossibilitou a
devolução dos autos em cartório perante a 6a Vara Cível do Foro Regional
de Santo Amaro - Comarca de São Paulo. Por outro lado, a prorrogação
do prazo de vista dos autos, por mais noventa dias, nenhum prejuízo
acarretará à parte adversa, eis que a agravante é a credora no processo
de cobrança, ora em fase de liquidação por artigos.
A propósito, ao teor do § 1 o do artigo 183: "reputa-se
justa causa o evento imprevisto, alheio à vontade da parte e que a
impediu de praticar o ato por si ou por mandatário". E a enfermidade do
da agravante, que advoga em causa própria, constitui evento imprevisto,
que se insere no supracitado dispositivo processual.
É bem verdade que a advogada poderia,
perfeitamente, ter procedido à devolução dos autos por outro meio, não
havendo a necessidade de que o fizesse pessoalmente. Contudo, na
hipótese "sub judice", em atenção ao princípio constitucional do acesso à
justiça, e considerando as peculiaridades do caso concreto, em que q
agravante advoga em causa própria, não tendo constituído outro
causídico para a defesa de seus interesses, inexistmdo
substabelecimento, e ante a ausência de prejuízo à parte adversa, reputo
justa a causa argüida pela recorrente. /
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Desta forma, acolhe-se a insurgencia recursal para
admitir a prorrogação do prazo de vista dos autos, fora de cartório, por
noventa dias, a contar da data em que a agravante noticiou a
impossibilidade de realização do ato judicial (fls. 09).
Ante o exposto, dá-se provimento ao agravo.