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06 LÍNGUA PORTUGUESA Linguagens, Códigos e suas Tecnologias Professor Fábio Coelho ARTE RENASCENTISTA × ARTE BARROCA ARTE RENASCENTISTA Ocorrido entre os fins do século XIII e meados do século XVII, o Renascimento foi um período da história marcado por significativas mudanças culturais, ideológicas e científicas. De uma forma geral, podemos dizer que a principal característica deste movimento foi o humanismo. Desta forma, o homem passou a se enxergar não simplesmente como um observador do mundo criado por Deus, mas sim como a principal expressão do mesmo. Mesmo assim, não podemos dizer que o Renascimento foi uma ruptura brusca com os ideais da Idade Média, uma vez que as mudanças ocorridas neste período se iniciaram na Baixa Idade Média, com a ascensão da burguesia. A arte renascentista teve como temática principal o próprio ser humano e sua capacidade de avaliar o mundo ao seu redor. Tal característica envolveu a revalorização da cultura clássica e dos períodos de grande progresso científico escultural das civilizações grega e romana. Os artistas geralmente retratavam a figura humana, cultivando um conceito de beleza típico de tais civilizações. ARTE BARROCA A valorização das luzes, movimentos e santos: pontos fundamentais da arte barroca. O caráter transitório que marcou os primeiros tempos do período moderno é alvo de um amplo estudo que se esforça em considerar as permanências e transformações experimentadas neste período. A expansão marítima, o Renascimento, e a descoberta do Novo Mundo, as novas religiões protestantes e a consolidação do poder monárquico integram uma gama de acontecimentos complexos que irão reverberar nas diversas instâncias de ordem social, política e econômica. Na esfera artística, temos a ascensão de novos padrões estéticos que procuravam superar todo aquele rigor proveniente dos princípios de simetria e equilíbrio valorizados pelo Renascimento. Entre outras mudanças, percebemos o surgimento de pinturas e esculturas marcadas por formas retorcidas e tensas. A preocupação em reforçar o racionalismo e equilibrá-lo com as emoções perde campo para uma arte mais emotiva e cotidiana. Foi nessa tendência que a arte barroca ganhou espaço e passou a inaugurar um novo período na arte europeia, que já havia experimentado dos valores estabelecidos pela Renascença. Na chamada arte barroca, notamos uma preocupação menor com as formas e as linhas utilizadas na criação de uma pintura ou escultura. A valorização das cores e a contraposição de luzes e sombras tinham grande importância na demonstração dos gestos e estados de espírito do homem. Exercícios 1. Comparando, estilisticamente, as pinturas abaixo, é possível afirmar corretamente que: Quadro 1 Quadro 2 I. As duas imagens baseiam-se na Antiguidade Clássica (tomadas a partir da cultura e mitologia grega e romana); II. A imagem do Quadro 1 apresenta traços de pintura barroca: acentuado contraste de claro-escuro (expressão dos sentimentos); III. A imagem do Quadro 2 exemplifica, perfeitamente, a referência à Antiguidade Clássica greco-romana. Marque a alternativa correta. A) Apenas I é correta. B) Apenas II é correta. C) Apenas III é correta. D) Apenas I e II são corretas. E) Apenas II e III são corretas. Texto para responder à questão 2. Texto I CHÃO DE GIZ Eu desço dessa solidão Espalho coisas sobre Um Chão de Giz Há meros devaneios tolos A me torturar Fotografias recortadas Em jornais de folhas Amiúde! Eu vou te jogar Num pano de guardar confetes Eu vou te jogar Num pano de guardar confetes...

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  • n06LNGUA PORTUGUESA

    Linguagens, Cdigos e suas Tecnologias

    Professor Fbio Coelho

    ARTE RENASCENTISTA ARTE BARROCA

    ARTE RENASCENTISTA

    Ocorrido entre os ns do sculo XIII e meados do sculo XVII, o Renascimento foi um perodo da histria marcado por signi cativas mudanas culturais, ideolgicas e cient cas. De uma forma geral, podemos dizer que a principal caracterstica deste movimento foi o humanismo. Desta forma, o homem passou a se enxergar no simplesmente como um observador do mundo criado por Deus, mas sim como a principal expresso do mesmo.

    Mesmo assim, no podemos dizer que o Renascimento foi uma ruptura brusca com os ideais da Idade Mdia, uma vez que as mudanas ocorridas neste perodo se iniciaram na Baixa Idade Mdia, com a ascenso da burguesia. A arte renascentista teve como temtica principal o prprio ser humano e sua capacidade de avaliar o mundo ao seu redor. Tal caracterstica envolveu a revalorizao da cultura clssica e dos perodos de grande progresso cient co escultural das civilizaes grega e romana. Os artistas geralmente retratavam a gura humana, cultivando um conceito de beleza tpico de tais civilizaes.

    ARTE BARROCA

    A valorizao das luzes, movimentos e santos: pontos fundamentais da arte barroca.

    O carter transitrio que marcou os primeiros tempos do perodo moderno alvo de um amplo estudo que se esfora em considerar as permanncias e transformaes experimentadas neste perodo. A expanso martima, o Renascimento, e a descoberta do Novo Mundo, as novas religies protestantes e a consolidao do poder monrquico integram uma gama de acontecimentos complexos que iro reverberar nas diversas instncias de ordem social, poltica e econmica.

    Na esfera artstica, temos a ascenso de novos padres estticos que procuravam superar todo aquele rigor proveniente dos princpios de simetria e equilbrio valorizados pelo Renascimento. Entre outras mudanas, percebemos o surgimento de pinturas e esculturas marcadas por formas retorcidas e tensas. A preocupao em reforar o racionalismo e equilibr-lo com as emoes perde campo para uma arte mais emotiva e cotidiana.

    Foi nessa tendncia que a arte barroca ganhou espao e passou a inaugurar um novo perodo na arte europeia, que j havia experimentado dos valores estabelecidos pela Renascena. Na chamada arte barroca, notamos uma preocupao menor com as formas e as linhas utilizadas na criao de uma pintura ou escultura. A valorizao das cores e a contraposio de luzes e sombras tinham grande importncia na demonstrao dos gestos e estados de esprito do homem.

    Exerccios

    1. Comparando, estilisticamente, as pinturas abaixo, possvel a rmar corretamente que:

    Quadro 1 Quadro 2

    I. As duas imagens baseiam-se na Antiguidade Clssica (tomadas a partir da cultura e mitologia grega e romana);

    II. A imagem do Quadro 1 apresenta traos de pintura barroca: acentuado contraste de claro-escuro (expresso dos sentimentos);

    III. A imagem do Quadro 2 exempli ca, perfeitamente, a referncia Antiguidade Clssica greco-romana.

    Marque a alternativa correta.A) Apenas I correta. B) Apenas II correta.C) Apenas III correta. D) Apenas I e II so corretas.E) Apenas II e III so corretas.

    Texto para responder questo 2.

    Texto ICHO DE GIZ

    Eu deso dessa solidoEspalho coisas sobreUm Cho de GizH meros devaneios tolosA me torturarFotogra as recortadasEm jornais de folhasAmide!Eu vou te jogarNum pano de guardar confetesEu vou te jogarNum pano de guardar confetes...

  • FB NO ENEM2 FB NO ENEM2

    Linguagens, Cdigos e suas Tecnologias

    Disparo balas de canho intil, pois existeUm gro-vizirH tantas violetas velhasSem um colibriQueria usar quem sabeUma camisa de foraOu de vnusMas no vou gozar de nsApenas um cigarroNem vou lhe beijarGastando assim o meu batom...

    Agora pegoUm caminho, na lonaVou a nocaute outra vezPra sempre fui acorrentadoNo seu calcanharMeus vinte anos de boyThats over, baby!Freud explica...

    No vou me sujarFumando apenas um cigarroNem vou lhe beijarGastando assim o meu batomQuanto ao pano dos confetesJ passou meu carnavalE isso explica porque o sexo assunto popular...

    No mais, estou indo embora!No mais, estou indo embora!No mais, estou indo embora!No mais!...

    Z Ramalho.

    Texto IIPERSONAGEM

    Teu nome quase indiferente e nem teu rosto j me inquieta. A arte de amar exatamente a de se ser poeta.

    Para pensar em ti, me basta o prprio amor que por ti sinto: s a ideia, serena e casta, nutrida do enigma do instinto.

    O lugar da tua presena um deserto, entre variedades: mas nesse deserto que pensa o olhar de todas as saudades.

    Meus sonhos viajam rumos tristes e, no seu profundo universo, tu, sem forma e sem nome, existes, silncio, obscuro, disperso.

    Ceclia Meireles.

    2. possvel perceber traos estilsticos comuns entre a poesia de Ceclia Meireles, Personagem, e a msica Cho de giz, de Z Ramalho.

    Assinale a alternativa correta.A) A falta de clareza, apresentando sugestes ideolgicas.B) A objetividade na demonstrao do contedo.C) O misticismo e o espiritualismo: uma viagem ao mundo visvel

    e palpvel do ser humano.D) O sentimentalismo exarcebado, a musicalidade e a preciso na

    linguagem caracterizam os dois textos.E) No poema Personagem, v-se a de nio do lugar em que ela

    (a personagem) se encontra.

    3. Contrastando as caractersticas do Impressionismo com as do Expressionismo, tomando como referncia as imagens a seguir, correto a rmar que:

    Imagem 1 Imagem 2

    Anita Malfatti.

    A) A Imagem 1 revela deformao da imagem visual, demonstrando preferncia pelo pattico, estilo expressionista.

    B) A Imagem 2 apresenta mistura de cores tecnicamente, sem se tornar ptica.

    C) As imagens 1 e 2 exibem os efeitos pticos descobertos pela pesquisa fotogr ca, caracterstica impressionista.

    D) A objetividade na apresentao das duas imagens do consistncia na clareza fotogr ca.

    E) A imagem 1 exempli ca o Impressionismo.

    Texto III

    Cada qual sabe amar a seu modo; o modo, pouco importa; o essencial que saiba amar.

    Machado de Assis.

    Creia em si, mas no duvide sempre dos outros.Machado de Assis.

    Deus, para a felicidade do homem, inventou a f e o amor. O Diabo, invejoso, fez o homem confundir f com religio e amor com casamento.

    Machado de Assis.

    Lgrimas no so argumentos.Machado de Assis.

    No amigo aquele que alardeia a amizade: tra cante; a amizade sente-se, no se diz.

    Machado de Assis.

  • Linguagens, Cdigos e Suas Tecnologias

    FB NO ENEM 3

    Linguagens, Cdigos e suas Tecnologias

    No levante a espada sobre a cabea de quem te pediu perdo.

    Machado de Assis.

    No se ama duas vezes a mesma mulher.

    Machado de Assis.

    At cortar os prprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual o defeito que sustenta nosso edifcio inteiro.

    Clarice Lispector.

    Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que voc no conhece como eu mergulhei. No se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.

    Clarice Lispector.

    4. Analisando o contedo e o estilo psicolgico de autores de pocas to distintas possvel a rmar corretamente que:A) Machado de Assis mais prolixo e mais subjetivo que Clarice

    Lispector.B) V-se, claramente, que Clarice bem mais neossimbolista

    do que Machado de Assis, em se tratando de investigao psicolgica do ser humano.

    C) Machado de Assis demonstra universalismo temtico, Clarice Lispector, no.

    D) A conciso lingustica est bem presente nas frases de Clarice Lispector, de Machado de Assis, no.

    E) Os dois autores pessoalizaram a abordagem temtica.

    Texto IV

    Acordou sobressaltado. Pois no estava misturando as pessoas, desatinando? Talvez fosse efeito da cachaa. No era: tinha bebido um copo, um tanto assim, quatro dedos. Se lhe dessem tempo, contaria o que se passara.

    Ouviu o falatrio desconexo do bbado, caiu numa indeciso dolorosa. Ele tambm dizia palavras sem sentido, conversava toa. Mas irou-se com a comparao, deu marradas na parede. Era bruto, sim senhor, nunca havia aprendido, no sabia explicar-se. Estava preso por isso? Como era? Ento mete-se um homem na cadeia porque ele no sabe falar direito? Que mal fazia a brutalidade dele? Vivia trabalhando como um escravo. Desentupia o bebedouro, consertava as cercas, curava os animais aproveitava um casco de fazenda sem valor. Tudo em ordem, podiam ver. Tinha culpa de ser bruto? Quem tinha culpa?

    Se no fosse aquilo... Nem sabia. O o da ideia cresceu, engrossou e partiu-se. Difcil pensar.

    5. O fragmento transcrito acima corresponde ao momento em que o personagem Fabiano, aps ter sido preso e surrado injustamente pelo soldado amarelo, re ete sobre sua situao. A tcnica por meio da qual o narrador representa o uxo de conscincia do personagem a do:A) discurso direto.B) discurso indireto.C) discurso indireto livre.D) narrador personagem.E) narrador personagem protagonista.

    6.RIO 42

    Se a guerra for declaradaEm pleno domingo de carnavalVers que um lho no foge lutaBrasil, recrutaO teu pessoal

    Se a terra anda ameaadaDe se acabar numa exploso de salSe aliste, meu camaradaA gente vai salvar o nosso carnaval

    Vai ter batalha de bombardinoA colombina na Cruz VermelhaVai ter centelha na batucadaRajada de tamborimA melindrosa mandando balaO mestre-sala curvando a EuropaA tropa do general da bandaDanando o samba em Berlim

    Se a guerra for declaradaA rapaziada ganha na moralSe aliste, meu camaradaA gente vai salvar nosso carnaval

    Chico Buarque, 1985.

    Analisando a produo artstica da poca destacada na msica, ou seja, o seu contexto histrico-social, possvel a rmar corretamente que:I. poeta participante a quem o equilbrio artstico evita

    de enredar-se no transitrio, para dar dimenses mais duradouras viso dos problemas do seu tempo;

    II. em sua poesia encontra-se a palavra potica por excelncia, como entendiam os romnticos e parnasianos;

    III. sua poesia est impregnada de misticismo e otimismo;IV. uso do verso livre e da linguagem rica em intenes, em

    sutilezas e em sarcasmos.

    Assinale a alternativa correta.A) Apenas I correta.B) Apenas II correta.C) Apenas III correta.D) Apenas I e IV so corretas.E) I, II, III e IV so corretas.

    Texto VHOMENAGEM AO

    DIA INTERNACIONAL DA MULHERCuriosidade sobre a conscincia da mulher no sculo XX.

    A mulher tem alma ou no, e, nesse ltimo caso, ela deve ser classi cada como um animal domstico? Essa foi a grande questo que movimentou a Europa no ano de 585, durante o Conclio de Mcon. Por pequena maioria de votos, decidiu-se pela existncia de alma da mulher. A consequncia do fato que, na Europa Medieval, a mulher foi aceita como ser humano.

  • FB NO ENEM4 FB NO ENEM4

    Linguagens, Cdigos e suas Tecnologias

    OSG.: 69290/13 - 12/03/13Dig.: Thiago / Rev.: AM

    Na verdade, isso aocnteceu h mais de mil anos. Foi um longo caminho desse primeiro passo de reconhecimento da alma feminina at a atual legislao de igualdade de direitos, que s no nal do sculo passado, com o incio da era tecnolgica, movimento que, entre outros, nos levou ao atual conceito de parceira entre homem e mulher.

    Tambm a nvel cient co, as investigaes sobre dados biolgicos do corpo da alma permaneciam medievais at pouco tempo. Houve, cerca de 70 anos atrs, um debate cient co a respeito das habilidades intelectuais femininas e se estas eram su cientes para se permitir que elas estudassem nas universidades. O argumento apresentado era que a inteligncia feminina teria que ser menor, visto o peso de seu crebro ser menor que o do homem. Hoje, sabe-se que o peso ceflico no diz nada quanto quantidade de suas funes.

    No entanto, se por um lado a mulher desquali cada, por outro estimada. Nas culturas pr-crists, a mulher j era venerada, adorada, admirada como deusa e me. Poetas, msicos, pintores, atravs dos sculos, revelam a adorao do homem pelas manifestaes do feminino como me, amada, esposa e como aquele ser que tem ligao com o divino e a natureza.

    Assim, nos perguntamos: o que teria levado esses homens a apresentarem tais argumentos? Ser que o ser humano v na mulher uma coisa que no pertence a sua vida pessoal? Ser que as mulheres aceitam essas ideias?...

    Mais um ano comemoramos o Dia Internacional da Mulher 1993 cidads com direitos e deveres sociais. Mulheres que sentem, pensam e reagem aos fatos. Elas trazem no peito o desejo de atingir a igualdade sem preconceitos; a inteno de caminharem juntos, homens e mulheres, numa mesma direo: SER SIMPLESMENTE GENTE!

    Adaptado do texto de Hans Dieckmann.

    FB no Enem N 05 Professor: Alexmay Soares1 2 3 4 5C E C B D

    Anotaes