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  • MARCUS CAVALCANTE

    GEOGRAFIA DO BRASIL

    TEORIA 100 QUESTES DE PROVAS DE CONCURSOS GABARITADAS

    Teoria e Seleo das Questes: Prof. Marcus Cavalcante

    Organizao e Diagramao: Mariane dos Reis

    1 Edio DEZ 2012

    TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. vedada a reproduo total ou parcial deste material, por qualquer meio ou pro-cesso. A violao de direitos autorais punvel como crime, com pena de priso e multa (art. 184 e pargrafos do Cdigo Penal), conjuntamente com busca e apreenso e indenizaes diversas (arts. 101 a 110 da Lei n 9.610, de 19/02/98 Lei dos Direitos Autorais).

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  • SUMRIO 1. CARACTERSTICAS DO RELEVO, HIDROGRAFIA, CLIMA E VEGETAO .................................. 05

    Questes de Provas de Concursos .................................................................................................................................. 15

    2. A DINMICA DEMOGRFICA DA POPULAO BRASILEIRA ....................................................... 21 Questes de Provas de Concursos .................................................................................................................................. 28

    3. APROVEITAMENTO ECONMICO DO ESPAO BRASILEIRO E FONTES DE ENERGIA.............. 31 Questes de Provas de Concursos .................................................................................................................................. 40

    4. O PROCESSO DE INDUSTRIALIZAO .......................................................................................... 44 Questes de Provas de Concursos .................................................................................................................................. 46

    5. CONTRASTES REGIONAIS: Complexos Centro-Sul, Nordestino e Amaznico. ....................................... 48 Questes de Provas de Concursos .................................................................................................................................. 58

    6. RELAES COMERCIAIS E MEIOS DE TRANSPORTE .................................................................. 61 Questes de Provas de Concursos .................................................................................................................................. 65

    7. A QUESTO URBANA E A QUESTO AGRRIA............................................................................ 66 Questes de Provas de Concursos .................................................................................................................................. 68

    8. O HOMEM E O MEIO AMBIENTE...................................................................................................... 69 Questes de Provas de Concursos .................................................................................................................................. 79

    FONTES DE CONSULTA ................................................................................................................... 82

    GABARITOS ....................................................................................................................................... 83

  • Geografia do Brasil Teoria e Questes por Tpicos Prof. Marcus Cavalcante

    GEOGRAFIA DO BRASIL

    1 CARACTERSTICAS DO RELEVO, HIDROGRAFIA, CLIMA E VEGETAO.

    Caracterizao do Espao Brasileiro

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    Extenso Territorial

    A rea territorial brasileira de 8.547.403,5 km2. Posi-o do Brasil:

    f Na Amrica do Sul: 1 lugar, seguido por Argen-tina (2.780.272 km2), Peru (1.285.216 km2), Co-lmbia (1.141.748 km2) e Bolvia (1.095.581 km2).

    f Na Amrica: 3 lugar, depois do Canad (9.970.610 km2) e Estados Unidos (9.372.614 km2).

    f No Mundo: 5 lugar, depois da Rssia (17.075.400 km2), Canad (9.970.610 km2), China (9.571.300 km2) e Estados Unidos (9.372.614 km2).

    Suas dimenses territoriais caracterizam o Brasil como

    um pas continental, uma vez que seu territrio ocupa:

    f 1,6% da superfcie do globo terrestre; f 6 das terras emersas do planeta; f 20,8% da superfcie do continente americano; f 47,7% da rea territorial sul-americana.

    Localizao Geogrfica e Limites

    O Brasil localiza-se no hemisfrio ocidental, em longi-tudes a oeste do meridiano inicial de Greenwich, ou se-ja, entre os meridianos 3447'30" e 7359'32" a oeste de Greenwich. Situado entre os paralelos de 516'20" de lati-tude norte e 3344'42" de latitude sul, cortado ao norte pelo Equador e, ao sul, pelo Trpico de Capricrnio, si-tuando-se, portanto, cerca de 90% de seu territrio no hemisfrio sul.

    Integrante do continente americano, o Brasil situa-se na poro centro-oriental da Amrica do Sul. O Brasil banhado a leste pelo Oceano Atlntico, possui vrias ilhas ocenicas, destacando-se as de Fernando de Noronha, Abrolhos e Trindade. Ao norte, a oeste e ao sul limita-se com todos os pases do continente sul-americano, exce-tuando-se o Chile e o Equador.

    O territrio brasileiro possui terras em trs dos quatro

    hemisfrios terrestre: norte, sul e oeste. A linha do Equador atravessa o norte do territrio onde 7% do territrio est localizado no hemisfrio setentrional e 93% no hemisfrio meridional.

    Os estados do Mato Grosso do Sul, Paran e So

    Paulo so cortados pelo trpico de Capricrnio (2327).

    Os limites territoriais (permetro) brasileiro abrangem 23.086 km, limitando-se em 7.048 km, com o Oceano A-tlntico, ou seja 31,9% de sua linha divisria e 15.719 km com pases vizinhos. reas limtrofes:

    f Ao Norte: Guiana Francesa, Repblica da Guia-na, Suriname e Venezuela.

    f A Noroeste: Colmbia. f A Oeste: Bolvia e Peru. f A Sudoeste: Argentina e Paraguai. f Ao Sul: Uruguai. f A Nordeste, Leste e Sudeste: Oceano Atlnti-

    co.

  • Geografia do Brasil Teoria e Questes por Tpicos Prof. Marcus Cavalcante Durante muitos anos o pas adotou esses quatro fu-

    sos diferentes, entretanto, em 2008, foi aprovada, pelo presidente Luiz Incio Lula da Silva, uma lei proposta pe-lo senador Tio Viana (PT AC) para reduzir um fuso ho-rrio na regio Norte. Nesse sentido, o extremo oeste do territrio brasileiro (localizado a -75 Oeste do Meridiano de Greenwich) teve seu horrio adiantado em uma ho-ra, estabelecendo o mesmo horrio do fuso -60. Essa medida teve como principal objetivo adequar os hor-rios dos programas televisivos exibidos em rede nacional.

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    Pontos Extremos

    Os pontos extremos do Brasil so: f Setentrional (norte): a nascente do Rio Ail, no

    monte Cabura, Roraima, fronteira com a Gui-ana, a 516' de latitude norte.

    f Meridional (sul): uma das curvas do Arroio Chu, Rio Grande do Sul, fronteira com o Uruguai, a 3344' de latitude sul.

    f Oriental (leste): Ponta do Seixas, na Paraba, a 3447' de longitude oeste

    f Ocidental (oeste): as nascentes do Rio Moa, na serra de Contamana ou do Divisor, Acre, fron-teira com o Peru, a 7359' de longitude oeste.

    Fusos Horrios do Brasil Os fusos horrios foram criados por meio de uma re-

    unio de 24 pases, em 1884, na cidade de Washington. Nessa ocasio, estabeleceram-se 24 fusos de uma hora, tendo como referncia o tempo em que o planeta Terra leva para dar uma volta completa em torno do seu pr-prio eixo, aproximadamente 24 horas (23 horas, 56 minu-tos e 4 segundos). Nesse sentido, a partir da diviso da circunferncia da Terra (360) por 24, obtm-se a medida de cada fuso horrio (15). Sendo 15 = 1hora e 1 = 4 minu-tos.

    O Meridiano de Greenwich o marco inicial (0). Con-

    forme se desloca para leste ou oeste de Greenwich, os fu-sos so alterados. Partindo do princpio de que a Terra gira de oeste para leste, os fusos a leste de Greenwich tm as horas adiantadas (+). J os fusos situados a oeste tm as horas atrasadas (-) em relao hora de Greenwich.

    O Brasil apresenta grande extenso territorial. No

    sentido leste-oeste, o pas possui 4.319,4 quilmetros, fato que proporciona a existncia de quatro fusos horrios distintos no Brasil.

    Veja como era e como ficou o fuso horrio do Brasil

    em relao ao horrio de Braslia.

    A alterao no fuso horrio brasileiro

    A lei altera os fusos nos estados do Amazonas, Acre

    e Par. Pelas novas regras, todas as cidades do Acre e do Amazonas passaro a ter uma hora a menos em re-lao ao horrio de Braslia, que prevalece na maior parte do Pas.

    Dois deles esto na parte continental do pas e um

    est na poro das ilhas ocenicas. Por estarem locali-zados totalmente no hemisfrio ocidental, isto , a oeste do Meridiano de Greenwich, todos os fusos horrios do Brasil esto atrasados em relao hora desse meridia-no. Observe o quadro abaixo:

    Horas atra-sadas em relao

    Greenwich

    Abrangncia dos fusos Hora em relao Braslia

    - 2 horas

    Compreende as ilhas de Fernando de Noro-nha, Trindade, Martin Vaz, Penedos de So Pedro e So Paulo e o Atol das Rocas.

    + 1 hora

    - 3 horas

    Abrange os estados da regio Nordeste, Sudes-te, Sul, alm do Distrito Federal, Gois, Tocan-tins, Amap e o Par.

    Horrio oficial

    brasileiro

    - 4 horas

    Compreende os esta-dos de Roraima, Ron-dnia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Amazonas e Acre.

    - 1 hora

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    Formao do Espao Brasileiro

    Relevo I ESTRUTURA GEOLGICA

    O territrio brasileiro, de um modo geral, constitu-do de estruturas geolgicas muito antigas, apresentan-do, tambm, bacias de sedimentao recente. Essas bacias recentes datam do tercirio e quaternrio (Ce-nozico 865 milhes de anos) e correspondem aos terre-nos do Pantanal Mato-grossense, parte da bacia Ama-znica e trechos do litoral nordeste e sul do pas. O res-tante do territrio tem idades geolgicas que vo do Pa-leozico ao Mesozico (o que significa entre 570 milhes e 225 milhes de anos), para as grandes reas sedimen-tares, e ao pr-cambriano (acima de 570 milhes de anos), para os terrenos cristalinos.

    As estruturas e formaes rochosas so antigas, mas

    as formas de relevo so recentes, decorrentes do des-gaste erosivo. Grande parte das rochas e estruturas do relevo brasileiro so anteriores atual configurao do continente sul-americano, que passou a ter o formato atual depois do levantamento da cordilheira dos Andes, a partir do Mesozico. Podemos identificar trs grandes unidades geomorfolgicas que refletem sua gnese: os planaltos, as depresses e as plancies.

    As bacias sedimentares ocupam cerca de 64% da

    rea total do territrio brasileiro. So divididas em gran-des e pequenas bacias, que se formaram nas eras Pale-ozica, Mesozica e Cenozica.

    No Brasil, as reas cristalinas (escudos) ocupam cer-ca de 36% do territrio, tendo sido formada em pocas muito antigas (pr-cambrianas). Os terrenos arqueozicos correspondem a 32%, e os proterozicos a 4% da rea total do pas. Nos terrenos da Era Proterozica, esto as riquezas minerais do Brasil (ferro, mangans, bauxita, ou-ro, entre outros). Portanto, o Complexo Cristalino da Era Cenozica constitudo por rochas magmticas (grani-to) e metamrficas (gnaisse). II AGENTES DO RELEVO

    1. Internos ou endgenos Processos estruturais que atuam do interior para o exterior: tectonismo, vulcanismo e balos ssmicos.

    a) Tectonismo O movimento das placas tec-tnicas traz, em sua dinmica, resultados que podem ser observados na superfcie. Os terremotos, o vulcanismo, as rochas dobra-das e falhadas so exemplos claros de que toda a crosta esteve submetida a tais esfor-os e que eles continuam atuando at os dias de hoje. Esses movimentos so denomi-nados tectnicos.

    b) Abalo Ssmico - Terremoto ou abalo ssmico uma vibrao da superfcie terrestre pro-duzida por foras naturais situadas no interi-or da crosta a profundidades variveis. Os de grande intensidade so produzidos pela

    ruptura de grandes massas de rochas situa-das a profundidades que vo desde 50 at 900km.

    c) Vulcanismo A crosta terrestre formada por Placas Tectnicas de composies dis-tintas, que esto constantemente em movi-mento, produzindo instabilidades na crosta e grande atividade vulcnica. Os diferentes limites entre estas placas geram processos tectnicos distintos, cada um responsvel por um processo vulcnico, que por sua vez demarcam os grandes acidentes da litosfe-ra. A localizao destas linhas de vulces classificada em funo dos movimentos ge-rados pelo deslocamento destas placas, e baseado neste contexto de placas tectni-cas.

    2. Externos ou exgenos Processos esculturais que

    atuam externamente, modificando as paisagens, como o intemperismo, a ao das guas, do ven-to, do mar, do gelo e dos seres vivos entre outros.

    a) Intemperismo o conjunto de processos qumicos (realizam-se em presena da gua e dependem da ao de decomposio da gua juntamente com o CO2 dissolvido e, em alguns casos, cidos orgnicos formados pela decomposio de resduos de vege-tais) fsicos (ao da gua, do vento, do ca-lor, do frio) que provoca o desgaste e a de-composio das rochas e inclusive biolgi-cos (destruio ou desagregao do relevo pelos vegetais).

    Observao no podemos esquecer tambm da prpria ao antrpica, onde a ao do homem acelera o processo de desgaste do re-levo, provocando impactos como a eroso e o assoreamento de lagos e rios. Ou mesmo a con-taminao do relevo e solos com o lanamento de materiais pesados no mesmo.

    III TIPOS DE SOLO

    1. Aluvial grupo de solo azonal, constitudo de detri-tos e sedimentos que foram arrancados de outras reas mais altas e depositados em zonas mais baixas. Todavia, o mesmo s passar a classifica-o de solo quando sofrer edaficao do mesmo

    2. Eluvial depsito ou simples capa de detritos re-sultantes da desintegrao da rocha matriz. O termo eluvio ou eluvio o oposto do material transportado pelas guas.

    3. Orgnico Formado de decomposio de ma-terial orgnico com sedimentos, sendo encon-trados com mais freqncia em reas equatori-ais.

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    IV CLASSIFICAO DO RELEVO BRASILEIRO

    As classificaes do relevo brasileiro divises do terri-trio em grandes unidades baseiam-se em diferentes critrios, que refletem o estgio de conhecimento -poca de sua elaborao e a orientao metodolgica utilizada por seus autores.

    A primeira classificao brasileira, que identifica oito

    unidades de relevo, elaborada, nos anos 40, por Arol-do de Azevedo. Em 1958 substituda pela tipologia de Aziz AbSber, que acrescenta duas novas unidades de relevo.

    Segundo Aziz AbSber os planaltos so predomi-

    nantes no relevo brasileiro. As regies entre 201 e 1.200 m acima do nvel do mar correspondem a 4.976.145 km, ou 58,46% do territrio. Existem dois planaltos predomi-nantes no Brasil: o Planalto das Guianas e o Planalto Bra-sileiro. As regies acima de 1.200 m de altura represen-tam apenas 0,54% da superfcie do pas, ou 42.267 km2. As plancies do Pantanal, Costeira e as terras baixas da Amaznia ocupam os restantes 41% do territrio. Predo-minam no Brasil as altitudes modestas, sendo que 93% do territrio esto a menos de 900 m de altitude.

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    Uma das classificaes mais recentes (1995), a de

    Jurandyr L. S. Ross, do Departamento de Geografia da USP. Seu trabalho baseado no projeto Radambrasil, um le-vantamento realizado entre 1970 e 1985 que fotografou o solo brasileiro com um equipamento especial de radar instalado num avio. Ross considera 28 unidades de re-levo, divididas em planaltos, plancies e depresses.

    Pico da Neblina

    f Planaltos So formas de relevo elevadas, com

    altitudes superiores a 300 metros. Podem ser en-contradas em qualquer tipo de estrutura geol-gica. Nas bacias sedimentares, os planaltos se ca-racterizam pela formao de escarpas em reas de fronteira com as depresses. Formam tambm as chapadas, extensas superfcies planas de gran-de altitude. Com 3.014 metros, o pico da Nebli-na o ponto mais alto do relevo brasileiro.

    f Plancies So unidades de relevo geologica-mente muito recentes. uma superfcie extre-mamente plana, sua formao ocorre em virtu-de da sucessiva depresso de material de ori-gem marinha, lacustre ou fluvial em reas pla-

    nas. Normalmente, esto localizadas prximas do litoral ou dos cursos dos grandes rios e lagoas, como, por exemplo, as plancies da lagoa dos Patos e da lagoa Mirim, no litoral do Rio Grande do Sul.

    f Depresses So reas rebaixadas em conse-quncia da eroso, que se formam entre as ba-cias sedimentares e os escudos cristalinos. Algu-mas das depresses localizadas s margens de bacias sedimentares so chamadas depresses marginais ou perifricas. Elas esto presentes em grande nmero no territrio brasileiro e so de va-riados tipos, como a depresso da Amaznia Oci-dental (terrenos em torno de 200 metros de alti-tude).

    Clima

    O clima formado pelo conjunto de todos os fen-menos climticos. J o tempo o estado momentneo do clima, ou seja, o clima em dado momento.

    Elementos Climticos so aqueles que compem o

    clima: temperatura, presso e umidade. Fatores Climticos so aqueles que modificam o

    clima e seus componentes (elementos). So eles: altitude, latitude, continentalidade, maritimidade, relevo, vegeta-o, hidrografia e correntes martimas.

    O extenso territrio brasileiro, a diversidade de for-mas de relevo, a altitude e dinmica das correntes e massas de ar, possibilitam uma grande diversidade de climas no Brasil. Atravessado na regio norte pela Linha do Equador e ao sul pelo Trpico de Capricrnio, o Brasil est situado, na maior parte do territrio, nas zonas de latitudes baixas chamadas de zona intertropical nas quais prevalecem os climas quentes e midos, com temperaturas mdias em torno de 20 C.

    O clima brasileiro apresenta grandes variaes lo-

    cais que so percebidas atravs de mudanas na tem-peratura, nas chuvas e na umidade. Essas variaes o-correm devido a vrios fatores como latitude, altitude, continentalidade, maritimidade, influncia de correntes martimas, vegetao, entre outras.

    Para classificar um clima, devemos considerar os ele-

    mentos climticos como a temperatura, a umidade, as mas-sas de ar, a presso atmosfrica, correntes martimas e ven-tos, entre muitas outras caractersticas. A classificao mais utilizada para os diferentes tipos de clima do Brasil asse-melha-se a criada pelo estudioso Arthur Strahler, que se baseia na origem, natureza e movimentao das cor-rentes e massas de ar. I MASSAS DE AR

    As massas de ar so pores individualizadas do ar

    atmosfrico que trazem em suas caractersticas e propri-edades, as condies gerais do tempo dos locais onde se formam.

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    O deslocamento das massas provocado pela dife-rena de presso e temperatura entre as diversas reas da superfcie. Portanto, as massas de ar esto geralmente associadas a sistemas de baixa e alta presso. As reas de baixa presso so receptoras de ventos e com gran-de instabilidade atmosfrica caracterizada por grande nebulosidade e precipitao elevada. J as reas de alta presso tendem a ter menor temperatura e so disperso-ras de ventos, portanto tem em sua caracterstica no ter nebulosidade e possuir estabilidade atmosfrica.

    Observe o mapa abaixo das massas de ar que atu-

    am no territrio brasileiro:

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    1. Massa Equatorial Atlntica (MEA) quente e -mida.

    2. Massa Equatorial Continental (MEC) quente e mida.

    3. Massa Tropical Atlntica (MTA) quente e mi-da.

    4. Massa Polar Atlntica (MPA) fria e mida. 5. Massa Tropical Continental (MTC) quente e se-ca.

    Durante os meses de vero, as massas de ar que ex-

    pandem sua atuao sobre o Brasil central a MEC e a MTA, levando chuva associada com a alta temperatura, constituindo os ventos alsios de Nordeste.

    Nos meses de inverno, devido a inexistncia de uma

    rea de baixa presso no Chaco permite com que o an-ticiclone do atlntico sul e da Argentina invadam o Bra-sil. Essa rea influenciada pelos alsios de Sudeste, on-de massas de ar deslocam-se das reas de alta presso (MPA), derrubando a temperatura no Brasil central. A MPA quando chega com intensidade, pode levar baixa tem-peratura para a regio Amaznica, formando a friagem no oeste da Amaznia. A mesma MPA ocasiona chuvas no litoral e precipitao de neve e geada na parte cen-tral da regio sul.

    II CLASSIFICAO CLIMTICA BRASILEIRA

    1. Equatorial A Amaznia apresenta o predomnio do clima equa-

    torial. Trata-se de um clima quente e mido. Regio de baixa latitude apresenta mdias trmicas mensais ele-vadas que variam de 24 C a 27 C.

    A amplitude trmica anual, isto , as diferenas de temperaturas entre as mdias dos meses mais quentes e mais frios, bastante baixa (oscilaes inferiores a 2C); os ndices pluviomtricos so extremamente elevados, de 1500 a 2500 mm ao ano, chegando a atingir 4 000 mm; o perodo de estiagens bastante curto em algu-mas reas. A regio marcada por chuvas o ano todo.

    A massa de ar Equatorial continental (MEC) res-ponsvel pela dinmica do clima em quase toda a re-gio. Somente na poro ocidental a frente fria (Polar Atlntica) atinge a Amaznia durante o inverno, ocasio-nando uma queda de temperatura denominada fria-gem.

    A massa de ar Equatorial atlntica (MEA) exerce al-guma influncia somente em reas litorneas (AP e PA). As precipitaes que ocorrem nessa regio so exem-plos de chuvas de conveco, resultantes do movimen-to ascendente do ar carregado de umidade; essas cor-rentes de ar ascendentes so conseqncias do encon-tro dos ventos alsios (convergncia dos alsios).

    2. Tropical AtlnticoPresente, principalmente, nas regies litorneas do

    Sudeste, apresenta grande influncia da umidade vinda do Oceano Atlntico. As temperaturas so elevadas no vero (podendo atingir at 40C) e amenas no inverno (mdia de 20 C). Em funo da umidade trazida pelo oceano, costuma chover muito nestas reas.

    No litoral, sobretudo no norte de So Paulo, a pluvio-sidade elevadssima, conseqncia da presena da serra do Mar, que barra a umidade vinda do Atlntico (chuvas orogrficas ou de relevo). Em Itapanha, litoral de So Paulo, foi registrado o maior total anual de chu-vas (4 514 mm).

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    3. Tropical de Altitude

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    Ocorre principalmente nas regies serranas do Espiri-to Santo, Rio de Janeiro e Serra da Mantiqueira. As tem-peraturas mdias variam de 15 a 21 C. As chuvas de ve-ro so intensas e no inverno sofre a influncia das mas-sas de ar frias vindas pelo Oceano Atlntico.

    No inverno, as mdias trmicas so mais baixas, por influncia da altitude e da massa de ar Polar Atlntica (MPA).

    4. Tropical Semi-mido O clima apresenta estaes do ano bem definidas,

    uma bastante chuvosa (vero) e outra seca (inverno); as mdias trmicas so elevadas, oscilando entre 20 C a 28 C e os ndices pluviomtricos variam em torno de 1 500 mm.

    5. Tropical Semi-ridoPresente, principalmente, no serto nordestino, ca-

    racteriza-se pela baixa umidade e pouqussima quanti-dade de chuvas. As temperaturas so altas durante quase todo o ano.

    um tipo de clima tropical, portanto, quente, mais prximo do rido (seco); as mdias de chuvas anuais so inferiores a 1 000 mm (Cabaceiras, PB 278 mm, mais baixa do Brasil), concentradas num curto perodo (trs meses do ano) chuvas de outono-inverno. A longa estao seca bastante quente, com estiagens acen-tuadas.

    A baixa e irregular quantidade de chuvas pode ser explicada pela situao da regio em relao circu-lao atmosfrica (massas de ar), relevo, geologia, etc.

    Trata-se de uma rea de encontro ou ponto final de quatro sistemas atmosfricos: as massas de ar MEC, MTA, MEA e MPA. Quando essas massas de ar atingem a regi-o, j perderam grande parte de sua umidade.

    6. Subtropical Predominante no sul do Brasil, caracteriza-se por ve-

    res quentes e midos e invernos frios e secos. Chove muito nos meses de novembro maro. O ndice pluvi-omtrico anual de, aproximadamente, 2000 mm. As temperaturas mdias ficam em torno de 20 C. Recebe influncia, principalmente no inverno, das massas de ar frias vindas da Antrtida.

    Forte influncia da MPA principalmente no outono e no inverno, quando responsvel pela formao de geadas, quedas de neve em So Joaquim (SC), Gra-mado (RS) e So Jos dos Ausentes (RS), chuvas frontais e reduo acentuada de temperatura.

    As vegetaes de campos e de araucrias associ-am-se a este tipo de clima.

    Vegetao I ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

    A vegetao o conjugado de uma srie de fato-res, sendo resultado direto dos condicionantes do clima e da composio do relevo.

    O Brasil detm da maior biodiversidade, destacando

    algumas formaes florestais como uma das mais exu-berantes do mundo. Porm, no temos somente pontos positivos, agregamos ainda pontos negativos nessa esta-tstica. Os exemplos que seguem referem-se a uma pre-ocupao de mbito internacional, onde ndices preo-cupantes associados a descaso por parte das autorida-des e pela expanso da agropecuria levam a minimi-zao de grande parte de nossos biomas.

    A Mata Atlntica, por exemplo, considerada a ve-

    getao mais destruda do Brasil e do mundo, com desmatamento aproximado em 95% de sua formao original. Citamos ainda no Brasil o Cerrado, com cerca de quase 70% de desflorestamento, e a Caatinga, que vem sofrendo atualmente com processo de desertifica-o ocasionado pelo pisoteio do gado.

    1. Floresta Amaznica

    A floresta ocupa quase 5 milhes de km2 do territrio

    brasileiro e avana sobre outros oito pases (Bolvia, Co-lmbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suri-name, e Venezuela). a maior e mais rica floresta equa-torial (ou tropical) do mundo.

    Apresenta as seguintes caractersticas: f Vegetao latifoliada: de folhas largas. f perene: permanentemente verde. f heterognea: constituda de vrias espcies.

  • Geografia do Brasil Teoria e Questes por Tpicos Prof. Marcus Cavalcante f densa: fechada. f higrfila: vrias espcies vivem em ambien-

    tes midos. f A vegetao que forma a floresta amaznica

    divide-se em trs tipos: as matas de terra firme; as matas de igap; e as matas de vrzea.

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    Nas matas de terra firme encontram-se as r-vores mais altas, como a castanheira-do-par e o caucho (de onde se extrai o ltex), que podem alcanar 60 a 65 metros de altura. Em certos locais as copas dessas rvores se jun-tam e barram a passagem da luz, tornando o interior da floresta escuro, mal ventilado e -mido.

    As matas de igap so encontradas nos terre-nos mais baixos, prximos aos rios e permanen-temente alagados. Nessas regies as rvores podem alcanar 20 metros de altura mas, em sua maioria, tm 2 a 3 metros. Sua ramificao baixa e densa, de difcil penetrao. A vit-ria-rgia o exemplo mais famoso deste tipo de vegetao de vrzea da floresta Amaz-nica.

    As matas de vrzea so encontradas em meio s matas de terra firme e de igap. Sua com-posio varia de acordo com a maior ou me-nor proximidade dos rios, mas comum en-contrar-se na regio das matas de vrzea, r-vores de grande porte como a seringueira, palmeiras e o jatob.

    2. Mata Atlntica

    A Mata Atlntica estende-se do Rio Grande do Nor-

    te ao rio Grande do Sul, alargando na poro central do Brasil. Semelhante ao que ocorre com a Floresta Amaz-nica, a Mata Atlntica rene formaes vegetais diversi-ficadas e heterogneas.

    Nas costas da Serra do Mar e em vrias ilhas perto da costa de So Paulo (Parque da Serra do Mar e Par-que Estadual da Ilha do Cardoso, por exemplo) a Mata Atlntica se caracteriza por ser sempre verde e densa. As rvores possuem alturas que variam de 15 a 40m. Nes-sas regies se desenvolve uma grande variedade de e-pfitas (bromlias), samambaias e palmeiras.

    A oeste, na direo da Bacia do Paran, as rvores possuem uma altura mdia entre 25 a 30m. Algumas r-vores perdem as folhas no inverno e h presena de samambaias e bromlias, alm de cips. Ao Sul do Brasil, a Mata Atlntica caracteriza-se principalmente pela presena da Araucria angustifolia, em grandes pores do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Alm disso, a Mata Atlntica completada pelas restingas (se iniciam perto das praias e avanam para o interior) e mangues (situam-se no encontro dos rios com o mar).

    3. Mata da Araucria

    A Mata das Araucrias, ao contrrio da Floresta Ama-

    znica, constitui uma formao aberta, homognea, que permite facilmente a extrao de madeiras (chamadas duras), as Araucrias, constituem a nossa nica floresta subtropical, ou temperada quente. Essa formao a floresta mais desmatada em nosso pas quando da insta-lao dos imigrantes europeus para construo de suas casas. Entretanto, foi a zona pioneira em reflorestamen-to. Alm do pinheiro-do-paran (Araucria angustifolia) que predominante, existem outras espcies de pinhei-ros, alm de gramneas e samambaias.

    Sendo uma floresta subtropical mista, com ocorrn-cia do pinheiro (Araucria angustifolia), esto associados a esta, outras espcies, como cedro, canela, imbua, cavi-na, erva-mate, etc.

    Sendo uma floresta homognea, de fcil penetra-o e localizada prximo a grandes mercados consumido-res, a mata dos pinhais tem sido muito explorada eco-nomicamente no pas, atendendo tanto ao mercado interno (papel e madeira) como s exportaes, sendo o estado do Paran o maior produtor desta madeira de boa qualidade.

    4. Mata dos Cocais

    Babau Carnaba

  • Geografia do Brasil Teoria e Questes por Tpicos Prof. Marcus Cavalcante A mata dos cocais uma formao vegetal tpica

    da rea de transio entre a regio norte e nordeste brasileira e que ocupa uma faixa que se estende pelos Estados do Maranho e Piau, mas tambm podem ser encontradas formaes tpicas da mata de cocais em outros estados como Tocantins, Cear e Bahia.

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    Localizada bem no meio de dois importantes biomas brasileiros, a mata de cocais, faz a transio entre a ca-atinga, tpica do nordeste, a floresta amaznica, tpica da regio norte, e o cerrado, mais ao sul.

    A rvore smbolo da mata de cocais o babau, mas tambm so encontrados, em menor quantidade, o buriti, a carnaba (da qual extrada uma cera), e a oiticica. No extrato mais baixo da mata de cocais, po-demos encontrar uma grande variedade de arbustos e plantas de menor porte.

    O babau, tambm chamado de baguau ou coco-de-macaco, uma planta da famlia das palmeiras. Po-de atingir at 20 metros de altura com folhas de at 8 me-tros. Uma nica arvora capaz de produzir at 2.000 fru-tos por ano cada um contendo de 3 a 4 sementes olea-ginosas que, devido alta concentrao de matrias graxas (leos usados na indstria alimentcia e cosmti-ca), so a principal fonte de renda das famlias locais.

    S no Estado do Maranho estima-se que mais de 300 mil famlias vivam do extrativismo do babau que, na maioria dos lugares, ainda tm suas amndoas extra-das de forma rudimentar: mulheres e crianas se encar-regam de colher os cachos carregados de frutos e de-pois quebrar os frutos extremamente duros. A quebradei-ra, como chamada a pessoa encarregada de que-brar os frutos para extrair as amndoas (geralmente cri-anas), apia o fruto sob o fio de um machado e depois de golpe-lo vrias vezes com um pedao de pau, fi-nalmente extra o precioso fruto.

    At mesmo as folhas do babau so aproveitadas para a confeco de artesanato, como cestos, abanos, esteiras, peneiras, e at mesmo portas e janelas. Do co-co se extrai etanol, metanol, coque, carvo e gases com-bustveis. A casca pode ser usada para repelir insetos quan-do queimada. Enfim, a mata de cocais fornece condi-es de subsistncia para diversas famlias do meio-norte e Tocantins.

    5. Cerrado

    Cerrado um bioma que ocupa cerca de 22% do

    territrio nacional, abrangendo os estados de Minas Ge-rais, Mato Grosso, Gois, partes menores em So Paulo, Paran, Maranho, Piau e pequenas manchas no Ama-zonas, Roraima, Paran e Rondnia.

    A fisionomia caracterstica desta regio constituda por arvores e arbustos tortuosos, geralmente espaados e que tem entre 3 e 10m de altura.

    As rvores e arbustos apresentam tambm troncos de cortia espessa e folhas coriceas.

    O solo do cerrado em geral antigo, intemperizado, cido, profundo e possui alta concentrao de alumnio que causa toxidez s plantas, inibindo o seu crescimento e levando-o a apresentar semelhanas com a caatinga. Sendo assim devemos associar a fisionomia semi-rida da vegetao do cerrado no deficincia de gua - uma vez que suas razes chegam 18m de comprimen-to para alcanar o lenol fretico e suprir a necessidade hdrica durante a estao seca - mas sim ao solo, que no possui os nutrientes necessrios sntese de prote-nas.

    Degradao

    O Cerrado foi ocupado durante dcadas para pe-curia extensiva. Somente a partir da dcada de 70 ini-ciou-se no Brasil a ocupao efetiva do Cerrado, que visava a plantao de monoculturas como a soja para exportao. Incentivada pelo governo federal, tal ocu-pao foi realizada sem a ordem necessria, o que cau-sou e causa ainda hoje problemas na biodiversidade do Cerrado.

    Com a ampliao dos trabalhos agrcolas - como a implantao de grandes fazendas destinadas moder-na produo agrcola e a insero de novas tecnologias de forma descontrolada - esse bioma tem sofrido enor-mes danos: desmatamento das rvores originais, eroso, contaminao do lenol fretico pelo uso de agrotxi-cos, queimadas, assoreamento de rios pela destruio da mata ciliar que deixa de reter sujeiras, etc. A degra-dao em geral, causa alteraes irreversveis no bio-ma, que vai perdendo suas caractersticas originais. E para tornar a situao mais crtica, os rgos governa-mentais no tomam medidas enrgicas para frear a o-cupao desordenada que at hoje vem correndo.

    Portanto necessrio que o homem perceba que est pondo em risco a sobrevivncia das futuras gera-es, por isso importante comear a pensar o seu atu-al conceito de explorao, para que os recursos naturais tenham a sua utilizao aliada a reserva ambiental.

    6. Caatinga

    A Caatinga estende-se por todo interior do nordeste

    oriental, chegando ao sul do Piau e a norte de Minas Gerais. O cenrio rido uma descrio da Caatinga - que na lngua indgena quer dizer Mata Branca - durante o perodo prolongado de seca correspondente ao in-verno.

  • Geografia do Brasil Teoria e Questes por Tpicos Prof. Marcus Cavalcante Sua vegetao constituda por arbustos tortuosos

    que perdem as folhas na estao seca, cactceas e bromeliceas, e por vegetao rasteira que surge na estao chuvosa. Temos como exemplo da vegetao arbustiva a Aroeira, o Juazeiro, com porte arbreo em condies favorveis de solo. Como cactceas temos o xiquexique, o xiquexique do serto e o mandacaru. E como bromelicea temos o caro.

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    7. Campos

    Os campos localizam-se principalmente no sul do

    Brasil. A Campanha Gacha constituda por uma su-perfcie plana e igual que, por causa da sua enorme ex-tenso e seu aspecto uniforme, apresenta uma vegeta-o montona, constituda basicamente por gramneas (10 a 50cm de altura), formando um tapete que recobre o relevo suave (coxilhas).

    As rvores so quase ausentes desse sistema e as espcies herbceas (arbustos ou gramneas) que exis-tem na regio, podem aparecer em tufos dispersos, dei-xando exposto e desprotegido o solo, que recebe da vegetao umidade, e uma importante quantidade de matria orgnica, pois muito pobre de nutrientes. As-sim as razes das espcies no so muito profundas.

    Degradao

    O principal problema ambiental da campanha ga-cha, vem sendo o processo de desertificao. Esse processo consiste na reduo da vegetao e da ca-pacidade produtiva do solo. Isto ocorre geralmente em reas de clima rido, mas nas pradarias est associado a ao antrpica. O uso de maquinrio pesado para plantaes de soja e arroz, que revolvem a parte superi-or do solo mas compacta os extratos inferiores, dificul-tam a penetrao de gua, do ar e das razes das plan-tas.

    Alm da mecanizao, a pecuria de bovinos e o-vinos tambm est associada a desertificao da Cam-panha Gacha. Ao pastar, o gado pisoteia a vegeta-o e provoca a compactao dos horizontes mais pro-fundos do solo. Sendo assim, o brotamento das plantas dificultado e a ao dos ventos contribui para a propa-gao da areia.

    8. Mangues

    So comuns nas reas litorneas, mais sujeitas s mars e gua salobra, especialmente nas desembo-caduras dos rios que desguam no oceano Atlntico. Suas espcies tpicas so os vegetais com razes areas, que possuem alto teor de sais. Os solos onde se desen-volve esse tipo de plantas so alagados, movedios e pouco arejados. II DOMNIOS MORFOCLIMTICOS

    A associao dos diferentes tipos de composies naturais, como solo, relevo, hidrografia, vegetao e clima, determinaram a criao dos diferentes Domnios Morfo-climticos, organizado pelo professor Aziz N. Ab Sber. Tal mapa refere-se rea de abrangncia de cada par-ticularidade natural do nosso pas, sendo:

    1. Domnio Amaznico; 2. Domnio do Cerrado; 3. Domnio de Mares de Morro; 4. Domnio da Caatinga; 5. Domnio da Araucria; 6. Domnio das Pradarias. Alm dos seis Domnios, temos ainda uma rea par-

    ticular que chamamos de Faixa de Transio, onde a estru-tura do domnio no se faz nessa regio.

    Hidrografia

    A poro de gua na Terra permanece estvel desde o inicio da formao de nosso planeta ou mesmo o choque de cometa trazendo gelo para o nosso mundo. A gua encontra-se distribuda em 97,5% nos oceanos, 1,8% nas calotas e nas geleiras, e o restante, 0,7% nos la-gos, rios e reservatrios subterrneos. Consta ainda que toda essa gua forme o ciclo hidrolgico, responsvel pela renovao da prpria gua na Terra. I RIOS

    Veias hdricas resultante de lenis subterrneos, do derretimento de neve (alguns rios Amaznicos) ou guas das chuvas. O curso dos rios variado, percorrendo ca-minhos e diferentes distancias, desde sua nascente (ca-beceira) at sua foz, que pode ser em Delta (quando o

  • Geografia do Brasil Teoria e Questes por Tpicos Prof. Marcus Cavalcante rio carrega sedimentos at o seu curso final, formando ilhas) ou em esturio (quando o rio se comunica em seu trecho final de forma direta com o oceano, sem formar ilhas).

    Seu trecho pode ser entendido da seguinte maneira: f curso superior o local da nascente dos rios. f curso mdio o responsvel pela parte m-

    dia, destacando um menor ndice de eroso do que no curso superior.

    f curso inferior ou curso baixo, onde predomina o acumulo de sedimentos.

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    Os rios se organizam em grande reas denominadas

    bacias hidrogrficas, onde um rio principal e seus afluen-tes drenam um conjunto de terras por eles cortadas.

    Sendo assim, o Brasil apresenta grande complexida-

    de, destacando, por conta do relevo, a grande riqueza em rios e grande pobreza em concentrao lacustre, desaguando de forma direta ou indireta no Oceano A-tlntico, onde alguns aparecem na forma de delta (rio Parnaba e o Amazonas que possuem foz mista).

    A altimetria do relevo brasileiro predominantemen-

    te de planalto, sendo assim predominam rios de planalto como o rio So Francisco, o rio Paran e o rio Tocantins. Naturalmente de plancie, temos o rio Paraguai e o rio Amazonas. No territrio brasileiro predominam rios exor-ricos e perenes. II BACIAS HIDROGRFICAS BRASILEIRAS

    1. Bacia Amaznica a de maior superfcie de gua do mundo e a

    nossa maior bacia hidrogrfica. O rio Amazonas, com 7.075 km de extenso, tem mais de sete mil afluentes, sendo o segundo do planeta em comprimento e o pri-meiro em vazo de gua (100 mil m3 por segundo). Nasce no planalto de La Raya, no Peru, com o nome de Vilcanota, e ao longo de seu percurso recebe ainda os nomes de Ucaiali, Urubanda e Maraon. J em territrio brasileiro recebe primeiramente o nome de Solimes, para, a partir da confluncia com o rio Negro, prximo cidade de Manaus, capital do estado do Amazonas, vir a ser chamado de rio Amazonas. Embora seja uma ba-

    cia de plancie, com 23 mil km navegveis, a bacia A-maznica possui tambm grande potencial hidreltrico.

    Durante algumas pocas do ano acontece o fen-meno da pororoca, quando a mar alta encontra com as guas fluviais. A grande diversidade hdrica local influi na vida do homem amaznico, como nas comunicaes, transportes, alimentao e produo, onde grande par-te da populao reside nas regies ribeirinhas. O rio Amazonas recebe um regime de gua proveniente das chuvas e de derretimento de neve (nival).

    2. Bacia do Tocantins-Araguaia

    considerada a maior bacia hidrogrfica genuina-mente brasileira (totalmente em territrio brasileiro). Seu principal rio o Tocantins, que nasce no estado de Goi-s, recebe o Araguaia e segue rumo sua foz no Golfo Amaznico, no estado do Par. Aproveitando seu po-tencial hidreltrico, nele se encontra a usina de Tucuru, localizada no estado do Par, que abastece grande parte da regio Norte e o Projeto Carajs.

    Essa bacia drena importante regio de produo agrcola no Brasil central.

    Destaca-se ainda a formao da ilha do Bananal, sendo a maior ilha fluvial do mundo.

    3. Bacia do So Francisco a segunda bacia totalmente brasileira em exten-

    so, e apresenta o maior rio genuinamente brasileiro que empresta o nome a esta Bacia. O rio So Francisco tem vrios apelidos conhecidos pelo sertanejo, dentre eles:

    f Nilo brasileiro lembrando o rio africano por passar por reas de clima semi-rido, tropical e ter o sentido sul norte.

    f Velho Chico apelido carinhoso. f Rio dos Currais foi muito utilizado para o

    transporte do gado. f Rio da Unidade Nacional maior rio genuina-

    mente brasileiro. f Rio da Integrao Nacional por unir a regio

    Sudeste ao Nordeste.

    O rio So Francisco nasce na Serra da canastra em Minas Gerais e percorre um longo trecho planltico. De-pois de atravessar terras de Minas Gerais, Bahia, Per-nambuco, Alagoas e Sergipe, desemboca no oceano Atlntico. O seu principal rio, o So Francisco, a nica fonte de gua da regio semi-rida do Nordeste brasilei-ro. Com potencial hidreltrico razovel, possui importan-te usina no estado da Bahia, chamada Paulo Afonso. Apesar de ser um rio de Planalto, tem 2 mil km naveg-veis entre as cidades de Pirapora no estado de Minas Gerais e Juazeiro no estado da Bahia.

    As maiores preocupaes acerca do So Francisco quanto a questo ambiental, pois o alto grau de polu-io de suas guas e a transposio do prprio rio, pre-ocupa ambientalistas locais e todo o Brasil.

    O rio So Francisco est no centro de uma polmica provocada por um projeto que se constitui, basicamen-te, no uso das guas desse rio para a perenizao de outros rios e audes da regio Nordeste, de forma que estes tenham gua durante a seca. A discusso existe

  • Geografia do Brasil Teoria e Questes por Tpicos Prof. Marcus Cavalcante porque h controvrsias sobre os impactos ambientais que o projeto pode provocar e, acima de tudo, h di-vergncias entre os estados que seriam beneficiados pe-lo projeto (Piau, Rio Grande do Norte, Paraba, Cear e Pernambuco) e os que o consideram uma ameaa para a prpria existncia do rio (Bahia, Alagoas e Sergipe).

    A hidrovia Tiet-Paran se destaca no transporte de cargas, pessoas, veculos, gros, lcool e acar, for-mando importante eixo econmico no MERCOSUL.

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    4. Bacia do Prata formada pelas bacias dos rios Paran, Paraguai e

    Uruguai, que nascem no Brasil e vo posteriormente for-mar o rio da Prata na divisa da Argentina com o Uruguai.

    Observao A juno das bacias do Paraguai, do

    Paran e Uruguai forma a bacia Platina, com uma ex-tenso aproximada de 1.320.000 km2.

    4.1. Bacia do Paran a segunda maior bacia e a de

    maior aproveitamento hidreltrico do pas. Isso porque, alm de atravessar uma rea de planalto, banha as mais importantes regies industriais do pas: o Sudeste e o Sul. Seu principal rio, o Paran, formado pela juno dos rios Grande e Paranaba. O rio Paran tem grande potencial hidreltrico, o que propiciou a construo da usina de Itaipu na fronteira com o Paraguai. Apesar de ser uma bacia de planalto, a bacia do Paran possui uma hidrovia, a Tiet-Paran, que ter um importante papel para a economia regional quando estiver total-mente integrada.

    Localizada no planalto Meridional, com declive apro-ximado de 200 metros, possibilitando em um grande apro-veitamento hidroeltrico, destacando as Usinas de Fur-nas, Barra Bonita, Promisso, Jupi, Rosana, Ilha Solteira, Itaipu e outras. O rio Paran ainda faz divisa entre So Paulo e Mato Grosso do Sul, So Paulo e Paran, entro o Brasil e o Paraguai e entre o Paraguai e a Argentina.

    4.2. Bacia do Paraguai a nossa maior bacia tipica-

    mente de plancie, fazendo fronteira entre o Brasil (MS) e Bolvia, atravessando a plancie do pantanal mato-grossense de norte a sul. Sua navegao no total-mente aproveitada devido grande quantidade de meandros presente no rio e a sua pequena profundida-de. Mesmo assim temos o escoamento de minrios de ferro e mangans do Macio do Urucum em Corumb no Mato Grosso do Sul. A hidrovia Paraguai-Paran pode acarretar em um grande impacto ambiental para o Pantanal, devido mudana no fluxo da vazo do Rio Paraguai.

    Seu rio principal, o Paraguai, nasce no Brasil e atravessa terras paraguaias e argentinas. Suas cheias so respon-sveis pela paisagem do Pantanal Mato-Grossense. Fa-vorvel navegao, faz a ligao do Paraguai com o Oceano Atlntico.

    4.3. Bacia do Uruguai Formam-se a partir da juno

    dos rios Canoas e Pelotas, respectivamente nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Seu trecho planltico, sendo aproveitado para a produo hidrel-trica.

    O rio Uruguai o menor dos formadores da bacia Platina. Originado pela juno dos rios Canoas e Pelotas, nasce no Brasil e drena terras brasileiras, uruguaias e ar-gentinas, desembocando no esturio do Prata. Seu cur-so superior predominantemente planltico, com gran-de potencial hidreltrico, que, no entanto, pouco a-proveitado.

    QUESTES DE PROVAS DE CONCURSOS 1. [Tc. Jud. Aux.-(NM)-TJ-SC/2010-TJ-SC].(Q.36) Sobre a caracterizao do espao brasileiro em relao sua posi-o geogrfica e extenso, todas as alternativas abaixo esto corretas, EXCETO:

    a) Em relao aos quatro hemisfrios da Terra, devido sua grande extenso territorial, o Brasil s no possui terras no hemisfrio oriental. b) Pela sua grande extenso norte-sul, o Brasil o nico pas do mundo cortado ao norte pelo Equador (0), e pelo Trpico de Capricrnio (2327), ao sul. c) O Brasil ocupa o equivalente a 47% do territrio sul-americano, localizando-se em sua poro centro-oriental. d) O Brasil est localizado totalmente no hemisfrio ocidental. e) Por ser um pas de grande extenso norte-sul, o territrio brasileiro possui oficialmente, quatro horrios diferentes.

  • Geografia do Brasil Teoria e Questes por Tpicos Prof. Marcus Cavalcante

    2. [Anal. Adm.-(NS)-TJ-SC/2009-TJ-SC].(Q.66) Sobre o ter-ritrio brasileiro, sua localizao geogrfica e sua organi-zao poltica-territorial, todas as alternativas esto cor-retas, EXCETO: a) O Brasil uma repblica federativa formada por 27 unidades sendo, 26 estados e um Distrito Federal. b) A diviso poltica do territrio brasileiro tem mudado no decorrer do tempo, assim at a Constituio de 1988 existia no Brasil a denominao de Territrio Federal. c) Os Territrios Federais eram divises internas do pas administradas diretamente pelo governo federal. d) Na diviso poltica-administrativa do Brasil, em 1988 extinto o Territrio Federal de Fernando de Noronha, que passa a fazer parte do Estado de Pernambuco. e) O Brasil ocupa a poro centro-ocidental da Amrica do Sul, portanto, apresenta fronteiras com quase todos os pases sul-americanos exceto, o Chile e Equador. 3. [Anal. Jurdico-(NS)-TJ-SC/2009-TJ-SC].(Q.16) Paisagem, o que isto? tudo aquilo que a vista alcana. - Milton Santos. O territrio brasileiro devido sua grande extenso nor-te-sul e leste-oeste, apresenta uma diversidade de pai-sagens naturais. Sobre as paisagens naturais do Brasil e suas principais ca-ractersticas, assinale as afirmativas corretas. I. Dentre as caractersticas climticas do Brasil destaca-se que nenhum clima brasileiro, com exceo do semi-rido do serto nordestino, possui uma estao seca bem definida.

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    II. A Floresta Latifoliada mida de Encosta, tambm de-nominada Mata Atlntica, est diretamente relaciona-da ocorrncia de um clima mais mido, sob influncia martima e condicionada pela presena das serras lito-rneas do Brasil, onde ocorre elevada nebulosidade e chuvas orogrficas.

    III. Dentre as bacias hidrogrficas brasileiras, a do Nor-deste a nica que possui rios temporrios ou intermi-tentes. Como exemplo de rio temporrio destaca-se o rio Parnaba, na divisa do Maranho e Piau. IV. A paisagem geomorfolgica brasileira formada, predominantemente, por terrenos Cenozicos Tercirios, possuindo um perfil topogrfico com reduzidos desgas-tes erosivos. Assinale a alternativa correta: a) Somente a afirmativa I est correta. b) Somente a afirmativa II est correta. c) As afirmativas I e II esto corretas. d) As afirmativas I, II e III esto corretas. e) Todas esto corretas.

    4. [Soldado-(CPM)-(T1)-PM-BA/2007-FCC].(Q.36) Considere o mapa abaixo.

    (Graa M.L.Ferreira. Atlas geogrfico: espao mundial. So Paulo: Moderna, 2005. p.10, adaptado)

    Assinale a alternativa que apresenta as condies natu-rais predominantes na rea destacada do mapa.

    Relevo predominante

    Aspectos climato-botnicos

    a) Plancies e terras baixas Clima semi-rido b) Planaltos e chapadas do

    rio Paraba Clima tropical cer-rado

    c) Depresso sertaneja e do So Francisco

    Clima semi-rido caatinga

    d) Plancies e tabuleiros Clima semi-rido caatinga

    e) Planaltos e serras do leste-sudeste

    Clima tropical cer-rado

    5. [Tc. Jud. Aux.-(NM)-TJ-SC/2010-TJ-SC].(Q.37) As paisagens naturais de uma regio resultam das interaes entre os seus elementos como relevo, geologia, clima, hidrografia e vegetao. Com relao ao quadro climato-botnico brasileiro e sua rea de ocorrncia, identifique a nica associao FALSA: a) Clima: subtropical => vegetao: campos => rea: sudoeste do Rio Grande do Sul. b) Clima: semi-rido => vegetao: caatinga => rea de ocorrncia: ao sul do Trpico de Capricrnio. c) Clima: tropical mido => vegetao: mata Atlntica => rea: costa oriental do pas. d) Clima: tropical sub-mido => vegetao: cerrados => rea:centro do pas. e) Clima: equatorial => Vegetao: floresta amaznica => rea: parte setentrional do pas.

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    GABARITOS (100 QUESTES)

    1 CARACTERSTICAS DO RELEVO, HIDROGRAFIA, CLIMA E VEGETAO.

    1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 E E B C B B C D E E B C D D D C E E C E E C A B

    2 A DINMICA DEMOGRFICA DA POPULAO BRASILEIRA.

    1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 D D A A D B B C B D E

    3 APROVEITAMENTO ECONMICO DO ESPAO BRASILEIRO E FONTES DE ENERGIA.

    1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 B C E A A C B A A A C C D E B A C E E C C E C B D C 23 24 B C

    4 O PROCESSO DE INDUSTRIALIZAO.

    1 2 3 4 5 6 7 8 D B B E D E C A

    5 CONTRASTES REGIONAIS: Complexos Centro-Sul, Nordestino e Amaznico.

    1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 D E C D A C D A E C C

    6 RELAES COMERCIAIS E MEIOS DE TRANSPORTE.

    1 2 3 A A E

    7 A QUESTO URBANA E A QUESTO AGRRIA.

    1 2 C C E E B

    8 O HOMEM E O MEIO AMBIENTE.

    1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 D D E E C B B C C E C D E A B A E

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