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1 CURSO DE ATMOSFERA EXPLOSIVA

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CURSO DE ATMOSFERA EXPLOSIVA

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Sumário 1. Natureza dos Materiais Inflamáveis ........................................................................................ 11

1.1 Triângulo do Fogo. ................................................................................................................ 11

2. Limites de Inflamabilidade ....................................................................................................... 12

2.1 Limite Inferior de Inflamabilidade (LII). .................................................................................. 12

2.2 Limite Superior de Inflamabilidade (LSI). .............................................................................. 12

2.3 MIE Menor Energia de Ignição .............................................................................................. 12

2.4 MIC Menor Corrente de Ignição ............................................................................................ 12

2.5 MSEG Máximo Gap, ou interstício, experimental seguro. .................................................... 12

2.6 Fontes de Ignição: ................................................................................................................. 14

3 Ponto de Fulgor ........................................................................................................................ 14

4. Temperatura de Ignição .......................................................................................................... 15

5. Enriquecimento de Oxigênio ................................................................................................... 16

5.1 O que é? ................................................................................................................................ 16

5.2 Riscos .................................................................................................................................... 16

6 Densidade Relativa .................................................................................................................. 17

7 Classificação de Áreas ............................................................................................................. 18

7.1 Zonas ..................................................................................................................................... 18

8 Agrupamento dos gases .......................................................................................................... 25

9 Classe de temperatura ............................................................................................................. 27

10 Grau de proteção ................................................................................................................... 29

11 Normas, Certificação e Marcação .......................................................................................... 31

11.1 Introdução:........................................................................................................................... 31

12 Processo de Certificação ....................................................................................................... 33

13 As Diretivas ATEX .................................................................................................................. 34

14 Comparação de IEC, Normas Europeias (CENELEC) e Normas Brasileiras. ....................... 35

15 Normas para seleção, instalação e manutenção ................................................................... 37

16 Símbolos de certificação internacionais ................................................................................. 38

17 Marcação de equipamentos ................................................................................................... 39

18 Marcação ATEX ..................................................................................................................... 40

19 Equipamentos à prova de explosão – Ex “d” ......................................................................... 42

19.1 Conceito: ............................................................................................................................. 42

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19.2 Temperatura ambiente ........................................................................................................ 43

19.3 Princípio operacional ........................................................................................................... 43

19.4 Requisitos de construção geral – Dimensão do interstício ................................................. 44

19.5 Juntas à prova de explosão ................................................................................................ 44

19.7 Entradas de cabos ou eletrodutos não utilizadas ............................................................... 48

19.8 Pré-compressão .................................................................................................................. 50

19.9 Pré-compressão em motores à prova de explosão ............................................................ 51

19.10 Entrada direta/indireta ....................................................................................................... 51

19.12 Modificação de invólucro à prova de explosão ................................................................. 52

19.13 Obstrução de caminho da chama ..................................................................................... 56

19. 14 Requisitos de Instalação .................................................................................................. 56

19.14 “A” Proteção contra intempéries ....................................................................................... 56

19.15 Métodos de graus de proteção (IP) ................................................................................... 58

20 Equipamento de segurança aumentada – Ex “e”................................................................... 58

20.1 Conceito e principais características do projeto.................................................................. 58

20.2 Temperatura ambiente ........................................................................................................ 60

20.3 Terminais de segurança aumentada ................................................................................... 61

20.4 Critérios de ensaio – Índice Comparativo de Resistência Superficial (ICRS) .................... 61

20.5 Tipos e classificação de terminais de segurança aumentada ............................................ 65

20.6 Estimativa de número de terminais ..................................................................................... 66

20.6.1 Limite de carga ............................................................................................................. 66

20.6.2 Limite térmico ............................................................................................................... 66

20.6.3 Máxima potência dissipada .......................................................................................... 66

20.6.4 Cálculo utilizando o “limite de carga” ............................................................................ 66

20.7 Requisitos de instalação, inspeção e manutenção. ............................................................ 69

20.8 Motores Ex “e” segurança aumentada ................................................................................ 70

20.9 Tempo tE .............................................................................................................................. 71

20.10 Limites de temperatura ...................................................................................................... 72

20.11 Característica de desligamento (desarme) de sobrecarga térmica .................................. 72

21 Equipamentos do tipo Ex “n” Não Acendível ......................................................................... 73

21.1 Conceito e principais características do projeto.................................................................. 73

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21.2 Definição.............................................................................................................................. 74

21.3 Condições ambientais ......................................................................................................... 74

21.4 Princípio............................................................................................................................... 74

21.5 Medidas de proteção adicionais .......................................................................................... 75

21.6 Equipamentos e circuitos de energia limitada..................................................................... 75

21.6.1 Equipamento de energia limitada: ................................................................................ 75

21.6.2 Circuito de energia limitada: ......................................................................................... 76

21.6.3 Dispositivo selado: ........................................................................................................ 76

21.7 Dispositivo de interrupção em invólucro ............................................................................. 76

21.7.1 Dispositivo hermeticamente selado: ............................................................................. 77

21.8 Dispositivo encapsulado ...................................................................................................... 77

21.9 Respiração restrita .............................................................................................................. 77

21.10 Pressurização “n” .............................................................................................................. 77

22 Equipamentos pressurizados – Ex “p” ................................................................................... 78

22.1 Conceito e medidas de controle .......................................................................................... 78

22.2 Introdução............................................................................................................................ 78

22.3 Princípio de funcionamento ................................................................................................. 80

22.4 Purga ................................................................................................................................... 81

22.5 Invólucros ............................................................................................................................ 81

22.6 Gás de proteção .................................................................................................................. 82

22.7 Tampas/portas do invólucro ................................................................................................ 82

22.8 Dispositivos de segurança/circuito de controle ................................................................... 83

22.9 Dutos ................................................................................................................................... 84

22.10 Arranjos de dutos .............................................................................................................. 85

22.11 Variações dos métodos e tipos de pressurização ............................................................ 86

22.11.1 Tipos de pressurização............................................................................................... 86

22.11.1.1 Pressurização estática ......................................................................................... 86

22.11.1.2 Pressurização com fluxo contínuo ....................................................................... 87

22.11.1.3 Pressurização com compensação de perda ........................................................ 87

22.11.1.4 Diluição contínua.................................................................................................. 88

22.11.2 Tipos e magnitude de liberação interna ..................................................................... 89

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22.12 Medidas a serem tomadas mediante perda de pressão e requisitos de instalação e

proteção. ...................................................................................................................................... 90

22.12.1 Ausência de fonte interna de liberação ...................................................................... 90

22.12.2 Presença de fonte interna de liberação ...................................................................... 91

22.12.3 Equipamentos elétricos montados externamente ...................................................... 91

22.13.4 Equipamentos energizados durante ausência de sobrepressão ............................... 92

22.14 Classificação de temperatura Pressurização do tipo px ou tipo py .................................. 94

22.14.1 Tipo de pressurização pz ........................................................................................... 94

22.14.2 Marcação .................................................................................................................... 94

23 Equipamentos intrinsecamente seguro – Ex “i” ..................................................................... 95

23.1 Conceito .............................................................................................................................. 95

23.2.1 A barreira Zener ............................................................................................................ 98

23.2.2 Operação de uma barreira Zener ............................................................................... 100

23.3 Categorias de IS ................................................................................................................ 101

23.4 Curvas de mínima corrente de ignição ............................................................................. 102

23.5 Circuitos resistivos ............................................................................................................ 102

23.6 Equipamentos simples ...................................................................................................... 104

23.7 Invólucros .......................................................................................................................... 105

23.8 Armazenamento de energia .............................................................................................. 105

23.9 Avaliação dos parâmetros dos cabos ............................................................................... 106

23.9.1 Indutância ................................................................................................................... 106

23.9.2 Capacitância ............................................................................................................... 109

23.10 Aterramento íntegro ........................................................................................................ 109

23.11 Isolamento galvânico ....................................................................................................... 111

23.12 Isolamento de relés/transformadores .............................................................................. 112

23.13 Isolamento de acoplador óptico/transformador ............................................................... 112

23.14 Instalação e inspeção do equipamento IS ...................................................................... 113

23.14.1 Requisitos de instalação para cabos ........................................................................ 113

23.14.2 Tamanho de condutores ........................................................................................... 114

23.14.3 Proteção mecânica ................................................................................................... 114

23.14.4 Segregação de circuitos IS e NIS ............................................................................. 114

23.14.4.1 Caneletas Separadas ............................................................................................ 115

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23.14.4.2 Canaletas Metálicas .............................................................................................. 115

23.14.4.3 Cabos Blindados .................................................................................................... 116

23.14.4.4 Amarração dos Cabos ........................................................................................... 116

23.14.4.5 Separação Mecânica ............................................................................................. 117

23.14.4.6 Multicabos .............................................................................................................. 117

23.14.4.7 MONTAGEM DE PAINÉIS .................................................................................... 118

24.14.4.8 Cuidados na montagem ........................................................................................ 119

23.14.5 Condutores não utilizados ............................................................................................ 119

23.14.6 Blindagem dos cabos (fio dreno) .............................................................................. 120

23.14.7 Tensão induzida ....................................................................................................... 120

23.14.8 Identificação dos cabos ............................................................................................ 120

23.14.8.1 Cabos de múltiplos condutores .......................................................................... 121

23.14.8.2 Requisitos de ensaio .......................................................................................... 121

23.14.8.3 Condição de falta (cabos multicondutores) ....................................................... 121

23.14.8.4 Distâncias de isolação ....................................................................................... 122

23.15 Instrumentos de testes (medição) ................................................................................... 123

24 Outros tipos de proteção ...................................................................................................... 129

24.1 Conceito e aplicação de tipos de proteção ....................................................................... 129

24.2 Imersão em óleo Ex “o” ..................................................................................................... 129

24.2.1 Definição ..................................................................................................................... 129

24.2.2 Princípio de operação ................................................................................................. 130

24.2.3 Construção ................................................................................................................. 130

24.3 Imersão em areia Ex”q” ..................................................................................................... 132

24.3.1 Definição ..................................................................................................................... 132

24.3.2 Princípio de operação ................................................................................................. 132

24.3.3 Construção ................................................................................................................. 133

24.4 Encapsulamento Ex “m” .................................................................................................... 135

24.4.1 Definição ..................................................................................................................... 135

24.4.2 Princípio de operação ................................................................................................. 136

24.4.3 Construção ................................................................................................................. 136

24.5 Proteção especial Ex “s” ................................................................................................... 137

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24.5.1 Princípio de operação ................................................................................................. 137

25 Métodos combinados (híbridos) de proteção ....................................................................... 138

25.1 Vantagens da combinação de tipos de proteção .............................................................. 138

25.2 Requisitos de instalação e inspeção ................................................................................. 139

25.2.1 Normas ....................................................................................................................... 140

25.3 Motores – Ex “de” .............................................................................................................. 140

25.3.1 Caixa de terminais de motor Ex “de” .......................................................................... 141

25.4 Luminárias – Ex “edq” ....................................................................................................... 142

25.5 Ex “emib” ........................................................................................................................... 143

25.6 Ex “pde” ............................................................................................................................. 143

25.7 Ex “pi" ................................................................................................................................ 144

26 Sistema de fiação ................................................................................................................. 145

26.1 Tipos de cabo .................................................................................................................... 145

26.2 Equipamentos fixos ........................................................................................................... 146

26.3 Equipamentos portáteis e transportáveis .......................................................................... 146

26.4 Cabos elastoméricos ......................................................................................................... 147

26.5 Deformação a frio .............................................................................................................. 148

26.6 Emendas de cabos ............................................................................................................ 149

26.7 Procedimentos para seleção e manutenção de prensa-cabos ......................................... 149

26.7.1 Requisitos para prensa-cabos .................................................................................... 149

26.7.2 Prensa-cabos para cabos com isolamento mineral ................................................... 149

26.7.3 Seleção de prensa-cabos ........................................................................................... 151

26.7.4 Manutenção do grau de proteção nas entradas de prensa-cabos ............................. 152

26.7.5 Seleção de prensa-cabos para equipamentos à prova de explosão ......................... 153

26.7.6 Prensa-cabos Tipo 501/453 Universal: Ex “d” IIC / Ex “e” II ...................................... 154

26.7.7 Instruções para montagem de prensa-cabo tipo 501/453/UNIV Ex “d” IIC/Ex “e” II IP66

............................................................................................................................................... 155

26.7.7.1 Notas: ................................................................................................................... 157

26.7.7.2 Listas de limitações .............................................................................................. 158

27.7.7.3 Acessórios ............................................................................................................ 158

26.7.8 Instruções de montagem de prensa-cabo tipo ICC 653/UNIV Exd IIC/Exe II IP66.... 159

26.7.8.1 Preparação do composto selante ........................................................................ 161

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26.7.8.2 Preparação dos fios dreno de cabos intrinsecamente seguros e de cabos de

instrumentação. .................................................................................................................. 164

26.7.9 Considerações finais .................................................................................................. 166

26.7.9.1 Lista de limitações:............................................................................................... 166

26.7.9.2 Acessórios: ........................................................................................................... 167

27 Eletrodutos ........................................................................................................................... 167

27.1 Seleção de eletroduto ....................................................................................................... 167

27.2 Vedação do eletroduto – unidades seladoras ................................................................... 168

28 Requisitos de aterramento, instalação e inspeção .............................................................. 168

28.1 Requisitos para cabo IS .................................................................................................... 168

28.2 Aterramento equipotencial ................................................................................................ 170

28.2.1 Explicação de termos ................................................................................................. 171

28.2.1.1 Condutores de aterramento elétrico ou de proteção dos circuitos ...................... 171

28.2.1.2 Equalização de potencial elétrico ........................................................................ 171

28.2.1.3 Partes condutoras expostas ................................................................................ 171

28.2.1.4 Partes condutoras estranhas ............................................................................... 171

28.3 Tipos de sistemas ............................................................................................................. 171

28.3.1 Sistema TN-S: ............................................................................................................ 171

28.3.2 Sistema TT: ................................................................................................................ 171

28.3.3 Sistema TN-C: ............................................................................................................ 172

28.3.4 Sistema TN-C-S: ......................................................................................................... 172

28.3.5 Sistema IT: .................................................................................................................. 172

28. 4 Classificação dos sistemas: ............................................................................................. 172

28.4.1 Primeira Letra T: ......................................................................................................... 172

28.4.2 Primeira Letra I: .......................................................................................................... 172

28.4.3 Segunda Letra T: ........................................................................................................ 172

28.4.4 Segunda Letra N: ........................................................................................................ 172

28.4.5 Terceira Letra S: ......................................................................................................... 173

28.4.6 Terceira Letra C: ......................................................................................................... 173

28.5 Configuração de aterramento do sistema TN-S................................................................ 173

28.6 Configuração de aterramento do sistema TT .................................................................... 174

28.7 Configuração de aterramento do sistema TN-C ............................................................... 174

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28.8 Configuração de aterramento do sistema TN-C-S ............................................................ 175

28.9 Configuração de aterramento do sistema IT ..................................................................... 176

28.10 Regulamentos e normas ................................................................................................. 177

29 Sistema de aterramento em áreas classificadas ................................................................. 177

29.1 Sistema do tipo TN ............................................................................................................ 177

29.2 Sistema tipo TT ................................................................................................................. 178

29.3 Sistema tipo IT .................................................................................................................. 178

28.10 Equalização de potencial ................................................................................................ 178

28.11 Área de seção transversal (seção) de condutor de aterramento .................................... 178

28.11.1 Cálculo ...................................................................................................................... 178

28.12 Área da seção do condutor de proteção do circuito (CPC) em relação ao condutor de

fase. ........................................................................................................................................... 179

28.13 Principais condutores de ligação equipotencial .............................................................. 180

29 Eletricidade estática ............................................................................................................. 182

30 Inspeção e manutenção em conformidade com a ABNT NBR IEC 60079-17 .................... 184

30.1 Importância da inspeção e manutenção. .......................................................................... 184

30.2 Qualificação do pessoal .................................................................................................... 184

30.3 Principais causas de deterioração de equipamentos ....................................................... 185

30.4 Equipamentos retirados de serviço ................................................................................... 186

30.5 Normas IEC ....................................................................................................................... 186

30.5.1 Inspeção Visual: ......................................................................................................... 187

30.5.2 Inspeção Apurada ....................................................................................................... 187

30.5.3 Inspeção Detalhada .................................................................................................... 187

30.6 Documentação .................................................................................................................. 187

30.7 Tipos de inspeções ........................................................................................................... 188

30.8 Cronogramas de inspeções .............................................................................................. 189

31 Fontes de ignição ................................................................................................................. 195

31.1 Tipos de fontes de ignição ................................................................................................ 195

31.1.1 Centelha Elétrica ........................................................................................................ 195

31.1.2 Superfícies quentes .................................................................................................... 196

31.1.3 Baterias ....................................................................................................................... 196

31.1.4 Atrito ............................................................................................................................ 196

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31.1.5 Eletricidade estática .................................................................................................... 197

31.1.6 Raios ........................................................................................................................... 197

31.1.7 Impacto ....................................................................................................................... 197

31.1.8 Reação pirofórica ........................................................................................................ 198

31.1.9 Radiofrequência .......................................................................................................... 198

31.1.10 Vibração .................................................................................................................... 198

32 Glossário .............................................................................................................................. 199

Referências ............................................................................................................................... 200

ANEXOS .................................................................................................................................... 202

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1. Natureza dos Materiais Inflamáveis

1.1 Triângulo do Fogo.

No triângulo do fogo estão representados os três elementos essenciais para que ocorra a

combustão.

Cada ponta do triângulo representa um desses elementos, que são:

Combustível: este pode estar em forma de gás, vapor, névoa ou poeira;

Oxigênio: suprimento abundante, já que existe aproximadamente 21% por volume no

ar;

Fonte de ignição: esta pode ser uma centelha, faísca, chama ou superfície quente etc.

Figura 1 - Triângulo de Fogo.

A combustão ocorrerá se todos os três elementos estiverem presentes, de uma ou outra forma;

se a mistura gás/ar estiver dentro de certos limites; e a fonte de ignição tiver energia suficiente.

A retirada de um elemento é suficiente para impedir a combustão, da mesma forma que o

isolamento ou a separação da fonte de ignição da mistura gás/ar. Essas são duas técnicas

empregadas em equipamentos para atmosferas explosivas. Outras técnicas de proteção

permite que os três elementos coexistam e assegura que a energia da fonte de ignição seja

mantida abaixo de valores específicos, ou permitem a ocorrência de uma explosão e a

restringem dentro de um invólucro. Essas técnicas serão abordadas nas várias seções deste

material.

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2. Limites de Inflamabilidade A combustão só ocorrerá se a mistura inflamável compreendendo combustível, na forma de

gás ou vapor, e o ar estiverem dentro de determinado limites. Esses limites são:

2.1 Limite Inferior de Inflamabilidade (LII).

Quando o percentual de gás, por volume, está abaixo deste limite, a mistura é muito pobre para

explodir, isto é, o combustível é insuficiente e/ou o ar e demasiado.

2.2 Limite Superior de Inflamabilidade (LSI).

Quando o percentual de gás, por volume está acima deste limite, a mistura é muito rica para

queimar, isto é, há ar insuficiente e/ou combustível demasiado.

A faixa entre o LII e o LSI é conhecida como faixa de inflamável ou faixa de inflamabilidade.

2.3 MIE Menor Energia de Ignição

É o ponto que requer menor energia para provocar a detonação MIE (Minimum Ignition

Energie), sendo também o ponto onde a explosão desenvolve maior pressão, ou seja, a

explosão é maior.

2.4 MIC Menor Corrente de Ignição

Menor valor de corrente elétrica que flui em uma chave no instante imediatamente anterior ao

instante em que tal chave se abre e que pode produzir fagulha capaz de iniciar a combustão da

atmosfera explosiva.

2.5 MSEG Máximo Gap, ou interstício, experimental seguro.

Fator determinante do grau de periculosidade

de uma mistura explosiva, o MESG é a

distância máxima indicada na figura 2

seguinte, na qual a combustão da mistura

contida na parte interior da câmara de

explosão não é propagada para a câmara

exterior, sendo que a ignição é causada por

um eletrodo, estando a mistura na proporção

ideal de explosão.

Figura 2 - Câmara de Explosão .

cx

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13

Para Gaps maiores que o MESG a detonação se propaga da câmara interior para a câmara

exterior.

Limite Superior de Inflamabilidade

(LSI)

Limite Inferior de Inflamabilidade

(LII)

Limite Inferior de Inflamabilidade (LII) Muito Fraca (combustível insuficiente)

Os limites de alguns materiais encontram-se na tabela 1

Substância Limite inferior

LII (vol %)

Melhor concentração

MIE (vol %)

Limite superior

LSI (vol %) ACETILENO 2,3 8,5 78 HIDROGÊNIO 4,0 27 77 GAS NATURAL 4,0 13,0 METANO 4,4 8,2 16,5 PROPANO 1,7 4,2 10,9 ETILENO 2,3 6,5 32,4

Tabela - 01.

Gases ou vapores diferentes possuem limites diferentes, e que quanto maior for a diferença

entre o LII e o LSI, conhecido como faixa de inflamabilidade, mais perigoso é o material. Uma

atmosfera explosiva (inflamável), portanto, só existe entre esses limites.

Obs.: A segurança operacional com misturas inflamáveis acima do LSI é possível

mas não é uma proposta prática. É mais prático operar abaixo do LII.

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2.6 Fontes de Ignição:

As fontes de ignição são muitas e variadas e incluem:

Arcos/centelhas elétricas Baterias

Faísca mecânicas Descargas de motores de combustão

Superfícies quentes Reação pirofórica

Atividade de soldagem Reação químicas

Cigarros Descargas atmosféricas

Descargas estáticas Impacto entre metais

3 Ponto de Fulgor

Ponto de fulgor é a temperatura mais baixa, na qual um líquido libera vapor suficiente para

formar uma mistura inflamável com o ar, que pode sofrer ignição ou ser incendiada por um

arco, faísca ou chama aberta.

O ponto de fulgor de um material dá uma indicação da rapidez com que o material vai incendiar

em temperaturas ambientes normais. A referência às tabelas de materiais inflamáveis na

Norma IEC 60079-20 (Anexo) revela que a materiais diferentes possuem diferentes pontos de

fulgor, que variam de muito abaixo de 00C.

Material Ponto de fulgor 00C

Propano -104

Etileno -120

Hidrogênio -256

Acetileno -82

Tabela - 02.

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15

Obs.: Materiais com elevados pontos de fulgor não devem ser ignorados como

um perigo potencial, já que a explosão a superfícies quentes pode permitir que

uma mistura inflamável formasse no local. Além disso, se um material inflamável

for descarregado na forma de jato de pressão, seu ponto de fulgor pode ser

reduzido.

O ponto de fulgor do querosene é de 360C. Observe na figura abaixo a seqüência de imagens

Figura 3 - Quantidade de Vapor liberado dependendo da temperatura.

4. Temperatura de Ignição

Temperatura de ignição é a temperatura mínima na qual um material inflamável vai queimar

espontaneamente.

Antes conhecida como temperatura de auto-ignição, é um importante parâmetro, já que muitos

processos industriais geram calor. Uma seleção cuidadosa de equipamentos elétricos irá

assegurar que a temperatura de superfície produzida pelo equipamento, indicada pela classe

de temperatura, não exceda a temperatura de ignição da atmosfera inflamável, que pode estar

presente em torno do equipamento.

Material Temperatura

de ignição 0C

Propano 455

Etileno 425

Hidrogênio 560

Acetileno 305

Tabela - 03.

Page 16: 88283061 Curso de Atmosfera Explosiva R2 Final Docx

16

5. Enriquecimento de Oxigênio

5.1 O que é?

O teor d oxigênio normal na atmosfera é cerca de 20,95%. Se um determinado local um valor

acima desde é considerado sendo enriquecido de oxigênio. Exemplo de onde o enriquecimento

de oxigênio pode ocorrer, as plantas de fabricação de gás; hospitais; e locais onde são

utilizados equipamentos de oxiacetileno.

5.2 Riscos

O enriquecimento de oxigênio apresenta três riscos distintos:

Ele pode baixar a temperatura de ignição de materiais inflamáveis:

Material

Ar Oxigênio aumentado

Temperatura de ignição 0C Temperatura de ignição 0C

Sulfeto de hidrogênio 260 220

Acetileno 305 296

Etano 512 506

O enriquecimento de oxigênio aumenta, de modo significativo, o Limite Superior de

Inflamabilidade (LSI) da maioria dos gases e vapores, desse modo amplificando a faixa

de inflamabilidade.

Material

Ar Oxigênio aumentado

LII% LSI% LII% LSI%

Metano 4,4 17,0 5,2 79,0

Propano 1,7 10,9 2,3 55,0

Hidrogênio 4,0 77,0 4,7 94,0

O enriquecimento de oxigênio de uma atmosfera inflamável permite que ela seja

incendiada com valores muitos baixos de energia.

Page 17: 88283061 Curso de Atmosfera Explosiva R2 Final Docx

17

Equipamentos adequados ao uso em atmosferas explosivas são ensaiados em

condições atmosféricas normais. Portanto, a segurança desses equipamentos em uma

atmosfera enriquecida de oxigênio não pode ser garantida devido à natureza

modificada da mistura inflamável.

6 Densidade Relativa

Se um material for liberado, é importante saber se ele subirá ou descerá na atmosfera, em

função de sua densidade. Os diferentes materiais inflamáveis são comparados ao ar e

recebem um número para indicar sua densidade relativa com o ar. Como o ar é a referência,

sua densidade relativa será 1, de modo que um material duas vezes mais pesado do que o ar,

sua densidade relativa será 2. Deste modo, materiais com densidade relativa menor do que a

unidades subirão na atmosfera, ao passo que os materiais com densidade maior do que a

unidade descerão.

Os materiais que sobem na atmosfera podem se acumular em espaços de teto, e os que

descem, como butano ou propano, podem se mover ao nível do solo sem dispensar. Esses

locais devem ser bem ventilados para evitar ignição devido a uma faísca ou um cigarro ao

chão.

Material Densidade relativa

do vapor

Hidrogênio 0,07

Metano GN 0,55

Acetileno 0,90

Etileno 0,97

Ar 1,00

Propano 1,56

Butano GLP 2,05

É importante saber o local onde o material inflamável ficará acumulado, visto que, de

posse desse conhecimento, é possível assegurar a localização correta dos detectores

de gás (quando existir) e que a ventilação será direcionada adequadamente.

Page 18: 88283061 Curso de Atmosfera Explosiva R2 Final Docx

18

7 Classificação de Áreas Uma área pode ser nomeada como classificada ou não classificada.

Área classificada: nesta área está presente, ou pode-se esperar que esteja presente,

uma atmosfera de gás, vapor ou névoa em quantidades que exigirão precauções

especiais para a construção, instalação e uso de equipamentos.

Área não classificada: é onde não se espera que uma atmosfera de gás explosivo

esteja presente em quantidades que exijam precauções especiais para a construção,

instalação e uso de equipamentos.

7.1 Zonas

Zoneamento é um meio de representar a frequência da ocorrência e da duração de uma

atmosfera de gás explosivo, com base na identificação e consideração de cada uma e de todas

as fontes de liberação nas determinadas áreas de uma instalação. Ele terá relevância e

simplificará a seleção do tipo de equipamentos para atmosferas explosivas que pode ser

usado. Portanto, as áreas classificadas são divididas em três zonas, que representam o risco

em termos de probabilidade, freqüência e duração de uma liberação.

As três zonas, como definido na ABNT NBR IEC 60079-10 – Equipamentos Elétricos para

Atmosferas Explosivas – Parte 10: Classificação de áreas são as seguintes:

CLASSIFICAÇÃO

EM ZONAS DESCRIÇÃO

ZONA 0 Área onde a atmosfera explosiva, formada por gases combustíveis, ocorre permanentemente ou

por longos períodos.

ZONA 1 Área onde a atmosfera explosiva, formada por gases combustíveis, provavelmente ocorra em

operação normal dos equipamentos.

ZONA 2 Área onde não é provável o aparecimento da atmosfera explosiva, formada por gases

combustíveis, em condições normais de operação, e se ocorrer são por curto período de tempo.

ZONA 10 Área onde a atmosfera explosiva, formada por poeiras combustíveis, ocorre permanentemente ou

por longos períodos.

ZONA 11 Área onde não é provável o aparecimento da atmosfera explosiva, formada por poeiras

combustíveis, em condições normais de operação, e se ocorrer são por curto período de tempo.

ZONA G Área onde a atmosfera explosiva, formada por substâncias analgésicas ou anticépticas m centros

cirúrgicos, ocorre permanentemente ou por longos períodos.

ZONA M

Área onde não é provável o aparecimento da atmosfera explosiva, formada por substâncias

analgésicas ou anticépticas e centros cirúrgicos, em condições normais de operação, e se ocorre

é por curto período de tempo.

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19

Embora não classificada nas normas, é geralmente aceito na industria que a duração

de uma liberação de gás, vapor ou névoa, em base anual (um ano compreende cerca

de 8.760 horas), para as diferentes zonas, e a seguinte:

Zona 2: 0 – 10 horas

Zona 1: 10 – 1.000 horas

Zona 0: Acima de 1.000 horas.

DE ACORDO COM AS BOAS PRÁTICAS DA INDÚSTRIA.

Representação gráfico-visual das zonas

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Exemplos retirados da norma ABNT NBR IEC 60079-10 – Classificação de Áreas.

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25

8 Agrupamento dos gases

No sistema IE, as classificações de grupo para indústrias de superfície e subterrânea

(mineração) são separadas. O grupo I é reservado para a industria de mineração e o Grupo II,

que é subdividido em IIA, IIB e IIC, para o uso das indústrias de superfície. Os gases

representativos para os subgrupos são mostrados a seguir.

Grupo

de gás

Gás

representativo

IMES

(mm)

Distância máxima

operacional (mm)

Mínima energia de

ignição (µJ)

I Metano (carburado) 1,17 0,5 280

IIA Propano 0,97 0,4 260

IIB Etileno 0,71 0,2 95

IIC Hidrogênio e Acetileno 0,5 0,1 20

Tabela - 07.

Dois métodos têm sido usado para agrupar esses materiais inflamáveis de acordo com o grupo

de risco que eles representam quando sofrem ignição.

Um método envolve a determinação da mínima energia que é capaz de causar a ignição dos

gases representativos. Os valores obtidos são relevantes para equipamentos intrinsecamente

seguros. Na tabela 7 pode ser visto ainda que, no Grupo II, o hidrogênio e o acetileno são os

que sofrem ignição mais facilmente e o propano é o de ignição mais difícil.

O outro método envolve testes utilizando, por exemplo, um invólucro à prova de explosão

especial, em forma de uma esfera de 8 litros, que está situado no interior de um invólucro

estanque ao gás. As duas metades da esfera têm flanges de 25mm de largura e um

mecanismo que permite ajustar a distância entre os flanges. Durante os testes, a área dentro e

fora da esfera é ocupada com um gás na sua concentração mais explosiva e, por meio de uma

vela de ignição, o gás no interior da esfera é incendiado. A distância máxima entre os flanges,

que impedia a ignição da mistura de gás/ar é chamada como Intertício Máximo Experimental

Seguro (IMES). Os valores para os gases representativos também são mostrados, na tabela 7.

MESG – Abertura que ocorre quando o equipamento sofre explosão interna ao invólucro.

Page 26: 88283061 Curso de Atmosfera Explosiva R2 Final Docx

26

Quanto mais explosivo é um gás, menor é o interstício entre os flanges;

Equipamentos que não são à prova de explosão ou de segurança intrínseca, que não

têm uma letra de subdivisão (A, B ou C) depois da marca do grupo II, podem ser

usados em qualquer das três subdivisões;

Equipamentos marcados por exemplo BR – Ex d II (C2H2 ) representam a fórmula

química ou nome de um material inflamável, e o equipamento marcado dessa forma

somente pode ser usado nesta área.

A marca de subdivisão de grupo é uma das condições importantes durante o processo de

seleção de equipamentos adequados ao uso em atmosferas explosivas. Por exemplo,

equipamentos marcados com IIA só poderá ser usados em áreas IIA (como o propano), isto é,

não podem ser utilizados em áreas IIB ou IIC. Equipamentos marcados com IIC podem ser

utilizados em todas as áreas.

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9 Classe de temperatura

Equipamentos elétricos aprovados devem ser selecionados com a devida consideração quanto

a temperatura de ignição do gás ou vapor inflamável que possa estar presente na área

classificada. Normalmente, os equipamentos serão marcados com uma das classes de

temperatura, Conforme NRB IEC 60079-14.

TEMPERATURA

DE SUPERFÍCIE Categoria IEC / Europa Categoria NEC / Americana

85ºC T6 T6

100ºC T5 T5

120ºC T4A

135ºC T4 T4

160ºC T3C

165ºC T3B

180ºC T3A

200ºC T3 T3

215ºC T2D

230ºC T2C

260ºC T2B

280ºC T2A

300ºC T2 T2

450ºC T1 T1

Tabela - 08.

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28

Na tabela 9, observa-se que a classe de temperatura está abaixo da temperatura de ignição do

material inflamável. Além disso, aas classes de temperatura são referenciadas em uma

classificação ambiente máxima de 40 0C. Por exemplo, um equipamento classificado T5, tendo

como referência uma temperatura ambiente de 40 0C, terá uma elevação máxima permitida de

60 0C. Para evitar violação da certificação do equipamento, a temperatura de referência deve

ser compatível com as temperaturas ambientes, e a elevação de temperaturas não deve ser

ultrapassada.

Uma outra consideração é que os equipamentos para uso em climas mais quentes, tipicamente

encontrados em países do Oriente Médio e Extremo Oriente, normalmente requerem

temperaturas de referência mais altas que 40 0C.

Material Temperatura

de ignição 0C

Classe de

temperatura

Metano 595 TI (450 0C)

Hidrogênio 560 T1 (450 0C)

Etileno 425 T2 (300 0C)

Cicloexano 259 T3 (200 0C)

Éter Dietila 170 T4 (135 0C)

Bissulfeto de Carbono 102 T5 (100 0C)

Nitrito de Etila 95 T6 (85 0C)

Tabela - 09.

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10 Grau de proteção Invólucros de equipamentos elétricos são classificados de acordo com a Norma ANBT NBR

IEC 60529 por sua capacidade de resistir à entrada de objetos sólidos e de água, por meio de

um sistema de números conhecido como o International Protection (IP) Code – Código de

Proteção Internacional (IP).

Este Código que nem sempre está marcado no equipamento, consiste das letras IP seguidas

por dois números. Exemplo IP56.

O primeiro número, na faixa de 0 – 6, indica o grau de proteção contra corpos sólidos, e quanto

mais alto o número, menor o objeto sólido que é impedido de entrar no invólucro. O zero (0)

indica “sem proteção” e o seis (6), que o equipamento é estanque a poeira.

O segundo número, variando de 0 – 8, identifica o nível de proteção contra água entrando no

invólucro, isto é, zero (0) indica não existe proteção e oito (8), que o equipamento pode resistir

à imersão em água a uma pressão especificada.

Page 30: 88283061 Curso de Atmosfera Explosiva R2 Final Docx

30

Objetos sólidos Água

1º Numeral Nível de proteção 2º Numeral Nível de proteção

0 Nenhuma proteção 0 Nenhuma proteção

1 Proteção contra objetos

maiores do que 50mm 1

Proteção contra gotas de água

caindo verticalmente

2 Proteção contra objetos

maiores do que 12mm 2

Proteção contra gotas de água

quando inclinado a 150

3 Proteção contra objetos

maiores do que 2,5mm 3

Proteção contra água

respingando até 600

4 Proteção contra objetos

maiores do que 1,0mm 4

Proteção contra água borrifada

de qualquer direção

5 Protegido contra poeira

5 Proteção contra jato de água

de qualquer direção

6 Estanque à poeira

6 Proteção contra mares

agitados – convés estanque

7

Proteção contra imersão em

água à profundidade de 1m e

por um tempo especificado.

8

Proteção contra imersão

indefinida em água a uma

profundidade especificada.

Tabela - 10.

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31

11 Normas, Certificação e Marcação

11.1 Introdução:

Existem muitas industrias envolvidas no processo de materiais perigosos, e essas incluem

usinas químicas, refinarias de petróleo, terminais de gás, e instalações offshore. Essas

indústrias dependem grandemente da energia elétrica para alimentar, por exemplo, a

iluminação, o aquecimento e as máquinas elétricas rotativas.

O uso seguro de energia elétrica em áreas classificadas dessas indústrias somente pode ser

atingidos se forem implantados métodos testados e comprovados de proteção, contra

explosão, e, nesse sentido, as autoridades envolvidas na elaboração de normas, ensaios e

certificação de equipamentos desempenham um papel muito importante.

Desde o começo da década de 1920, muitas normas têm evoluído como resultado de pesquisa

meticulosa, frequentemente gerada por incidentes como o desastre da mina de carvão de

Senghennydd em 1913, no qual 439 mineiros morreram. Na ocasião, a causa do acidente não

foi totalmente compreendida, mas, depois da investigação, descobriu-se que foi uma centelha

elétrica incendiando o metano presente na atmosfera. Outros desastres incluíram a Estação

Elevatória de Água de Abbeystead, na qual 14 pessoas perderam a vida, mais uma vez por

ignição elétrica de gás metano, Flexborough e mais recente Piper Alpha no Mar do Norte, com

167 vítimas.

A construção de equipamentos de acordo com as normas relevantes, em combinação com

ensaio por um organismo acreditado de terceira parte, irá garantir que o equipamento seja

adequado à sua finalidade específica.

Equipamentos para atmosferas explosivas podem ser construídos em conformidade com as

normas relevantes, mas a integridade do equipamento somente será preservado se o

mesmo for selecionado instalado e mantido de acordo com as recomendações do

fabricante.

Page 32: 88283061 Curso de Atmosfera Explosiva R2 Final Docx

32

A orientação nesse sentido é formada por uma série de cinco normas separadas,

harmonizadas, com base na série IEC 60079 de Normas Internacionais. Esses cinco

documentos se aplicam para equipamentos e sistemas instalados em áreas com presença de

atmosferas e cobrem:

( 1 ) Instalação do equipamento (ABNT IEC 60079-14);

( 2 ) Classificação de áreas perigosas (ABNT IEC 60079-10);

( 3 ) Inspeção e manutenção (ABNT IEC 60079-17);

( 4 ) Reparo de equipamento para atmosfera explosivas (ABNT IEC 60079-19);

( 5 ) Dados para gases inflamáveis (ABNT IEC 60079-20).

Essas novas normas constituem em estágio avançado no processo de harmonizar

globalmente as normas e padrões. No Brasil, as normas de fabricação e ensaio são

publicadas pela organização denominada ABNT (Associação Brasileira de Normas

Técnicas).

Cabe ao COBEI (Comitê Brasileiro de Eletricidade), a discussão, elaboração e divulgação

destas normas. Visando à harmonização global, este trabalho é conduzido tendo como

referência a International Electrotechnical Commission (IEC) – Coimissão Internacional

Eletrotécnica, que publica normas com esta finalidade.

Os projetos de equipamentos são avaliados e os protótipos ensaiados por organismos de

terceira parte acreditados pelo INMETRO (Instituto de Metrologia e Qualidade Industrial),

entre eles o Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (CEPEL), a União Certificadora (UC),

o Instituto de Eletrotécnica da Universidade de São Paulo (CERTUSP), o Underwriters

Laboratories do Brasil (UL-Br).

Desde 1992, portarias do Ministério do Desenvolvimento, Industriais e Comércio Exterior

vêm estabelecendo a obrigatoriedade da certificação dos equipamentos para atmosfera

explosivas no Brasil, sendo a mais recente a Portaria 083/2006, publicada pelo MDIC

(Ministério do Desenvolvimento Industrial e Comercial) em 04 de abril de 2006, quando foi

publicada em conjunto o RAC (Regulamento de Avaliação da Conformidade) de

equipamentos e acessórios para uso em atmosferas explosivas, para aplicação pelas

autoridades denominadas OCA (Organismo de Certificação Acreditados).

Page 33: 88283061 Curso de Atmosfera Explosiva R2 Final Docx

33

AS RAZÕES PARA CERTIFICAÇÃO DE PRODUTOS SÃO:

Demonstrar a qualidade do produto com relação à capacidade do equipamento de

funcionar, de modo seguro, em área classificada;

Otimizar a aceitabilidade do mercado, inspirando confiança nos setores envolvidos

na seleção, compra, instalação, operação e manutenção de produtos

aprovados/certificados;

Melhorar os procedimentos de controle de qualidade e segurança na fabricação e

construção.

12 Processo de Certificação

A Portaria do MDIC 083/2006 estabelece, em linhas gerais, que todo equipamento,

acessório ou sistema para uso em áreas com presença de atmosferas explosivas tem que

possuir certificação de conformidade válido no SBAC (Sistema Brasileiro de Avaliação da

Conformidade).

Afim de atender a esta portaria, os produtos devem satisfazer aos requisitos essenciais

especificados no respectivo RAC e seus anexos.

O processo de certificação em geral envolve a submissão de desenho do projeto do

equipamento proposto à autoridade de certificação. Se os desenhos estiverem em

conformidade com as normas relevantes, a autoridade irá solicitar um protótipo do

equipamento para que os ensaios, que normalmente são detalhados nas normas, possam

ser conduzidos.

Um relatório de certificação detalhado é detalhado é elaborado contendo resultados das

análises realizadas pelo OCA e pelos resultados dos ensaios realizados por um laboratório

de ensaio acreditado. Se todos os requisitos forem atendidos, o equipamento será

considerado na avaliação “Tipo”.

Complementarmente à avaliação “Tipo”, as instalações do fabricante a conformidade do

produto final com a avaliação de “Tipo”, e se satisfatórias, o fabricante receberá um

Certificado com validade de um a dois anos para fabricar o produto.

Ao final deste prazo de validade, as instalações do fabricante serão inspecionadas e as

amostras do produto ensaiadas, para assegurar que a produção do equipamento seja

consistente com o projeto original certificado e para garantir que a qualidade do produto

seja mantida de acordo com padrões aceitáveis.

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34

13 As Diretivas ATEX

As diretivas ATEX são um conjunto de regras que definem o processo de certificação. Na

Comunidade Europeia (CE), engloba a diretiva ATEX 95 (anteriormente chamada ATEX

100a) e a ATEX 137, que se tornaram mandatárias a partir de 30 de junho de 2003.

Semelhante ao processo no Brasil, a ATEX 95 trata do produto e a ATEX 137 trata de

requisitos ao usuário.

A ATEX 95 estabelece que todo equipamento novo (equipamento ou sistema de proteção)

para uso em atmosferas explosivas, para ser colocado no mercado da CE, tem que estar

em conformidade com a diretiva. A mesma regra se estende a todo equipamento importado

da comunidade, seja novo ou usado.

A fim de atender à diretiva ATEX, os produtos devem satisfazer aos requisitos essenciais

especificados nos anexos das diretivas, com relação ao risco inerente associado ao

produto para proteção das pessoas. Isto se aplica aos equipamentos elétricos e aos não

elétricos (mecânicos).

É definido como equipamento qualquer item que tenha uma inerente capacidade

de ignição ou, ainda que tenha uma potencial capacidade de ignição e desta forma

requer a inclusão de técnicas especiais de projeto e instalação, para impedir a

ignição de uma atmosfera que pode estar presente.

O equipamento pode também ter interfaces que estão localizadas em áreas classificadas,

mas que fazem parte de um sistema contra explosão. Sistemas de proteção incluem

extintores de chamas, válvulas de desligamento rápido e painéis de alívio de pressão,

instalados para limitar os danos ou impedir a difusão da exploração.

No Brasil a NR-10 (Norma Regulamentadora) estabelece que os empregadores

são obrigados minimamente a implementar os seguintes requisitos em locais de

trabalho:

Realizar uma avaliação de riscos onde substâncias perigosas estão ou podem

estar presente;

Eliminar ou reduzir os riscos tanto quanto é razoavelmente praticável;

Classificar os locais em uma área de trabalho, quando atmosferas explosivas

podem estar presentes, em áreas classificadas e não classificadas;

Ter estabelecido no local procedimentos/facilidades para lidar com acidentes,

incidentes ou emergências envolvendo substâncias perigosas na área de trabalho;

Page 35: 88283061 Curso de Atmosfera Explosiva R2 Final Docx

35

Prover informação apropriada e treinamento dos empregados para sua segurança,

relativamente a precauções que devem ser tomadas quando substâncias perigosas

estão presentes na área de trabalho, escrever instruções para ações a serem

tomadas pelos empregados e operações para um sistema de “permissão de

trabalho”;

Identificar claramente os conteúdos de reservatórios e tubulações;

Coordenar operações onde dois ou mais empregados dividem um local de trabalho

em que uma substância perigosa pode estar presente;

Providenciar a colocação de sinais de advertência em locais onde atmosferas

explosivas podem ocorrer;

Estabelecer um programa de manutenção.

14 Comparação de IEC, Normas Europeias (CENELEC) e Normas Brasileiras.

Antes das ligações mais estreitas entre a ABNT e a IEC, os equipamentos elétricos,

como à prova de explosão ou de segurança aumentada, entre outros, eram fabricados

em conformidade com a norma brasileira (NBR 9518, NBR 5363, NBR 9883, NBR

8447, NBR etc.). Equipamentos construídos e certificados de acordo com estas normas

podiam exibir a marca BR-Ex na etiqueta, o que indicava que o equipamento era para

atmosferas explosivas. Este termo não deve ser confundido com “a prova de explosão”,

pois são totalmente diferentes.

Devido às necessidades de mercado globalizado, a IEC tem buscado com seus países-

membros uma convergência para uso do texto IEC como referência para elaboração de

textos nacionais equivalentes.

No Brasil, esta convergência produz uma geração de novas normas identificadas como

ABNT NBR IEC 60079, em substituição às série NBR, que, na sua maioria, se

tornaram obsoletas em maio de 2004, conforme estabeleceu a norma do IMETRO NIE-

QUAL 096 em maio de 2002.

Na tabela a seguir, são apresentadas as normas NBR utilizadas na Portaria 176/2000,

as estabelecidas na Portaria em vigor 083/2006 e seus textos mais recentes da IEC.

Page 36: 88283061 Curso de Atmosfera Explosiva R2 Final Docx

36

Norma

INMETRO

NIE-DINQP 096

Norma INMETRO

NIE-DQUAL 096

(a partir de maio 2004)

PORTARIA

083:2006

de abril de 2006

Normas IEC

mais recentes

Tipo de

Proteção

NBR 9518:97 IEC 60079-0:98 IEC 60079-0:00 IEC 60079-0:08 Requisitos gerais

NBR 8601:84 IEC 60079-6:95 IEC 60079-6:95 IEC 60079-6:07 Imersão em óleo “o”

NBR 5420:90 IEC 60079-2:01 IEC 60079-2:01 IEC 60079-2:07 Equipamento pressurizado “p”

IEC 79-5:97 IEC 60079-5:97 IEC 60079-5:97 IEC 60079-5:07 Imersão em areia “q”

NBR 5363:98 NBR 5363:98

IEC 60079-1: +

Anexos C, D e E

da NBR 5363:98

IEC 60079-1:07 Invólucro à prova

de explosão “d”

NBR 9883:95 NBR 9883:95 IEC 60079-7:01 IEC 60079-7:06 Segurança aumentada “e”

NBR 8447:89 IEC 60079-11:99 IEC 60079-11:99 IEC 60079-11:09 Segurança intrínseca “i”

IEC 79-18:92 IEC 60079-18:92 IEC 60079-18:92 IEC 60079-18:08 Encapsulado “m”

IEC 60079-25:03 IEC 60079-25:09 Sistema de

segurança intrínseca “i”

IEC 79-15:87 IEC 60079-15:01 IEC 60079-15:01 IEC 60079-15:07 Tipo de proteção “n”

NBR 8370:98 NBR 8370:98 NBR NM IEC

60050-426:02 IEC 60050-426:02 Terminologia

NBR 6146:80

NBR 9884:87

IEC 60529:01

IEC 60034-5:01

ABNT NBR IEC

60529:2005

IEC 60034-5:01

IEC 60529:05

IEC 60034-5:01 Grau de proteção

NBR 10861:89 NBR 10861:89 IEC 60079-0:00

IEC 60079-1:01

IEC 60079-0:08

IEC 60079-1:07 Prensa-cabos

Page 37: 88283061 Curso de Atmosfera Explosiva R2 Final Docx

37

Normas referentes a áreas classificadas publicadas pela ABNT no período de outubro de 2009

a dezembro de 2009:

11/11/2009: NBR IEC 61241-4 – Equipamentos elétricos para utilização em presença

de poeira combustível – Parte 4: Tipo de proteção “pD”.

Estas parte da série ABNT NBR IEC 61241 fornece requisitos para projeto, construção,

ensaio e marcação de equipamentos elétricos para utilização em atmosferas de

poeiras combustíveis em que um gás de proteção (ar ou gás inerte) é mantido a uma

pressão acima da atmosfera externa, para prevenir a entrada de poeira que podem

levar à formação de uma mistura combustível, dentro de invólucros que não contem

uma fonte de poeira combustível.

12/11/2009: NBR IEC 60892-2 – Unidades Marítimas Fixas e Móveis – Instalações

Elétricas : NBR IEC 61892 – Parte 2: Projetos de Sistemas Elétricos.

Esta parte da Série ABN IEC 61892 prescreve condições para instalações elétricas em

unidades fixas e móveis utilizados na industria marítima de petróleo, com a finalidade

de perfuração, produção, processamento e armazenamento, incluindo oleodutos,

estações de bombeamento, estações de lançamento e recebimento de “pigs”, estações

de compressão e monobóias de ancoragem.

15 Normas para seleção, instalação e manutenção

Além das normas de especificação e ensaios mencionadas anteriormente, um conjunto

de normas fornece recomendações para a seleção, instalação e manutenção de

equipamentos para uso em atmosferas explosivas (com exceção de aplicações de

mineração ou processamento e fabricação de explosivos). A tabela abaixo, ilustra este

conjunto de normas. Em alguns casos, os textos para normas brasileiras ainda estão

em discussão.

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ABNT Nos./IEC Nos Equipamento elétrico para atmosferas explosivas

ABNT NBR IEC 60079-10:06 Equipamentos elétricos para atmosferas explosivas –

Parte 10: Classificação de áreas

ABNT NBR IEC 60079-14:09

Equipamentos elétricos para atmosferas explosivas –

Parte 14 : Instalações elétricas em áreas classificas

(exceto minas)

ABNT NBR IEC 60079-17:2009

Equipamentos elétricos para atmosferas explosivas –

parte 17: Inspeção e manutenção elétricas em áreas

classificadas (exceto minas)

IEC 60079-19:06 Explosive atmospheres – Part 19: Equipament repair,

overhaul and reclamation.

IEC TR 79-20:96

Eletrical apparatus for explosive atmospheres – Part 20:

Data for flammable gases and vapours relating to the

use of eletrical apparatus.

16 Símbolos de certificação internacionais

Os símbolos apresentado abaixo são usados para identificar os equipamentos

aprovados/certificados por autoridades europeias e americanas reconhecidas.

Page 39: 88283061 Curso de Atmosfera Explosiva R2 Final Docx

39

17 Marcação de equipamentos

Equipamentos certificados para determinado tipo de proteção e para uso em

atmosferas explosivas são obrigados a exibir as seguintes marcações:

Os símbolos BR-Ex;

O tipo de proteção usada, por exemplo: “d”, “e”, “nA” etc.;

O grupo de gás, por exemplo: IIA, IIB ou IIC, quando aplicável;

A classe de temperatura, por exemplo: T1, T2, etc.

Exemplos: BR-Ex d IIB T3 BR-Ex ia IICT5 BR-Ex e II T6

Nos equipamentos marcados com BR-Ex, como exemplos anteriores, pode-se dizer

que a marcação indica que o equipamento foi construído e aprovado de acordo com um

regulamento de certificação vigente. Adicionalmente, este equipamento é marcado com o

símbolo da autoridade de certificação OCA e também e também com a marca do organismo

acreditador do SBAC (Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade), o INMETRO.

Não havendo especificação da temperatura ambiente o equipamento pode

ser instalado como especificado no Brasil -200C + 400C

Page 40: 88283061 Curso de Atmosfera Explosiva R2 Final Docx

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Símbolos: BR-Ex, tipo de proteção, grupo do equipamento elétrico, classe de

temperatura e/ou temperatura máxima de superfície e marcação adicionais

exigidas pela norma especifica para o respectivo tipo de proteção.

Número do certificado, incluindo as letras “X” ou “U”, quando aplicável.

A letra “X” incida restrição especial informada no certificado;

A letra “U” indica incompleta – em relação a componentes que terão suas

especificações a partir do equipamento de uso.

18 Marcação ATEX

A ATEX representa a Diretiva 94/9/EC da União Europeia que especifica os novos

requisitos que os fabricantes de equipamentos para atmosfera explosivas devem cumprir.

Esses requisitos são amplos e vão além do escopo desta unidade, entretanto o que é

mais importante é a influência que a diretiva tem sobre a marcação de equipamentos

certificados na União Europeia.

A marcação exigida pela Diretriz EU 94/9/EC e apresentada na figura abaixo:

Page 41: 88283061 Curso de Atmosfera Explosiva R2 Final Docx

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Definições de categoria

Grupo II

Categoria

1

Nível muito elevado de proteção

Equipamentos com esta categoria de proteção podem ser usados

quando uma atmosfera explosiva estiver presente continuamente por

longos períodos, isto é, “Zona 0” ou “Zona 20”

Categoria

2

Nível muito elevado de proteção

Equipamentos com esta categoria de proteção podem ser usados

quando uma atmosfera explosiva tiver probabilidade de ocorrer em

operação normal, isto é, “Zona 1” ou “Zona 21”

Categoria

3

Os equipamentos com esta categoria de proteção podem ser usados

quando uma atmosfera explosiva não tem probabilidade de ocorrer,

ou, em ocorrendo, ser de curta duração, isto é, “Zona 2” ou “Zona

22”

Grupo I

Categoria

M1

Nível muito elevado de proteção

Equipamento pode ser operado na presença de uma atmosfera

explosiva

Categoria

M2

Nível muito elevado de proteção

Equipamento deve ser desenergizado na presença de uma

atmosfera explosiva.

O presa cabo só pode ser usado até 800C, se utilizar num local com

temperatura acima, deve-se utilizar um prensa-cabos especial.

Page 42: 88283061 Curso de Atmosfera Explosiva R2 Final Docx

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19 Equipamentos à prova de explosão – Ex “d”

19.1 Conceito:

“A prova de explosão” é um dos tipos originais de proteção contra explosão,

desenvolvidos para uso na indústria de mineração. Possui uma ampla gama de aplicações,

tipicamente caixa de ligação, luminárias, motores elétricos etc.

A letra “d” que simboliza este tipo de proteção, deriva da palavra alemã

druckfeste (kapselung), que se traduz aproximadamente por “estanque à

pressão” (invólucro vedado).

Equipamentos à prova de explosão, quando instalados corretamente no local

destinado, permitem que os componentes como, chaves, contatores, relés, etc., sejam

utilizados com segurança em áreas classificadas. O tipo de proteção “à prova de explosão” é o

único entre os Nov diferentes tipos de proteção contra explosão no qual uma explosão é

permitida. Esta explosão, deve ser contida pelo invólucro em função da construção robusta.

A norma de construção IEC 60079-1 define “à prova de explosão” como: Um

tipo de proteção no qual as partes que podem causar a ignição em uma

atmosfera explosiva são confinadas e podem suportar à pressão desenvolvida

durante uma explosão interna de uma mistura explosiva e que impeça a

transmissão da explosão ao redor do invólucro.

O Equipamento à prova de explosão – Ex “d” pode ser usado nas Zonas 1 e 2.

Page 43: 88283061 Curso de Atmosfera Explosiva R2 Final Docx

43

19.2 Temperatura ambiente

Invólucros à prova de explosão normalmente são projetados para uso em temperaturas

ambiente na faixa de -200C a + 400C, a menos que marcado de outra forma.

19.3 Princípio operacional

Invólucros à prova de explosão não são estanques a um gás ou vapor que entra no

invólucro onde, por exemplo, existem juntas ou entradas de cabos. Como esses invólucros são

projetados para conter componentes que constituem fontes de ignição, pode ocorrer a ignição

do gás ou do vapor, a pressão resultante da explosão pode atingir um valor por volta de 10.000

kPa (10 bar).

Desse modo, o invólucro deve ser suficientemente resistente para conter esta pressão

de explosão, e os comprimentos de junta e o interstício nas juntas e roscas de entradas de

cabo devem ser longas e estritas para refrigerar os gases/chamas quentes antes que elas

alcancem e causem a ignição de uma atmosfera que pode existir fora do invólucro.

Materiais típicos usados para construção de invólucros incluem ferro fundido e ligas de

alumínio, e quando a resistência à corrosão for necessária, bronze e aço inoxidável podem ser

usados. Materiais plásticos também são usados, mas requisitos específicos devem ser

observados. As normas especificam que não deve haver interstício intencional nas juntas

de tampa e que a rugosidade média Ra da superfície do caminho da chama não deve exceder

6,3µm.

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19.4 Requisitos de construção geral – Dimensão do interstício

Embora as normas especifique que não deverá haver interstício intencional nas juntas

do invólucro “à prova de explosão”, as folgas normalmente existem devido a métodos de

fabricação, tolerâncias e economia, mas não devem ser em excesso das dimensões

especificadas nas tabelas das respectivas normas para um determinado grupo.

Os fatores que influenciam a dimensão do interstício são:

A largura da junta O volume interno do invólucro

O grupo de gás O tipo de junta

Comprimento do interstício

19.5 Juntas à prova de explosão

Os diagramas a seguir mostram três tipos de juntas especificadas na Norma IEC

60079-1, para uso em equipamentos à prova de explosão.

As juntas de encaixe serão usadas nas tampas da caixa de ligação e nas passagem

de eixo de motores. Já as juntas roscadas, são usadas para juntas de tampas, prensa-cabos e

entradas de eletrodutos. Uma geometria adequada de caminho da chama é normalmente

obtida com um encaixe completo de cinco fios de roscas.

Esta norma permite o uso de juntas flangeadas na construção de

equipamentos para utilização em áreas sujeitas a atmosfera do grupo IIC que

contenham acetileno, desde que o interstício “I” seja = 0,04 mm e o

comprimento de junta “L” seja = 9,5 mm, mas o volume do invólucro não

exceda 500cm3.

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Junta de labirinto para eixos

19.6 Juntas à prova de explosão (outros exemplos)

Outras juntas, que não sejam aquelas das tampas, também são necessárias quando,

por exemplo, em eixo atuador passa pela parede de um invólucro, ou quando um prensa-cabos

ou eletroduto entra em um invólucro.

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Os requisitos de juntas para entradas de cabo e eletrodutos estão especificadas na IEC

60079-1 e se aplicam aos três subgrupos IIA, IIB e IIC.

Normalmente, entradas roscadas são utilizadas para prensa-cabos ou eletrodutos

entrando nos invólucros à prova de explosão.

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Volume

≤ 100 cm3 ≥ 100 cm3

Encaixe

de rosca

Comprimento

axial

Encaixe

de rosca

Comprimento

axial

≥ 5 fios

completos ≥ 5 mm

≥ 5 fios

completos ≥ 8 mm

19.7 Entradas de cabos ou eletrodutos não utilizadas

É importante que as entradas de cabos/eletrodutos não utilizadas em invólucros à

prova de explosão sejam fechadas com tampões apropriados, como especificado nas normas e

fornecidos pelo fabricante. Estes devem ser tampões metálicos e geralmente “certificados

como acessórios” – tampões plásticos não são aceitos – montados de forma que tenham

encaixados cinco fios completos. A norma de construção especifica tipos adequados, cujo

exemplo está na figura abaixo:

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Dimensões das juntas de expansão para Grupo I, IIA e IIB – IEC 60079-1

Dimensões das juntas de explosão para Grupo IIC – IEC 60079-1

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( 1 ) Juntas não são permitidas para misturas explosivas de acetileno e ar,

exceto se o interstício for = 0,04 mm para L = 9,5 mm até V = 500 cm3;

( 2 ) iT da parte cilíndrica deve ser aumentada para 0,20 se f < 0,5;

( 3 ) iT da parte cilíndrica deve ser aumentada para 0,25, se f < 0,5.

Obs.: Os valores de máximo interstício para fabricação foram arredondados de

acordo com a ISO 31-0.

19.8 Pré-compressão

Pré-compressão pode ocorrer como resultado da subdivisão do interior de um invólucro

à prova de explosão, o que impede o desenvolvimento natural de uma explosão.

Se uma mistura inflamável for comprimida antes da ignição, a explosão

resultante será consideravelmente maior do que se a mesma mistura fosse

incendiada à pressão atmosférica normal.

Uma explosão em um lado de um obstáculo pré-comprime a mistura inflamável no

outro lado, resultando em uma explosão secundária, que pode atingir uma pressão de explosão

cerca de três vezes a pressão da primeira explosão ou da explosão normal.

Os fabricantes, orientados pelas relevantes normas de construção, devem garantir que,

em qualquer seção transversal dentro de um invólucro, haja espaço livre adequado

(tipicamente 20 – 25% da seção transversal total) em torno de qualquer potencial obstrução,

que pode ser um grande componente ou um número de componentes. Isto irá assegurar que a

concentração de pressão seja mantida sob controle.

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19.9 Pré-compressão em motores à prova de explosão

Em máquinas elétricas rotativas, as seções com considerável volume livre,

normalmente, existem em cada extremidade dentro da carcaça principal da máquina. Essas

seções são conectadas pelo entreferro o estator e os núcleos do rotor. Na ilustração de uma

máquina à prova de explosão na figura abaixo, uma explosão na seção “1” deve ser impedida

de migrar e causar ignição da mistura inflamável na seção “2”, que terá sido pressurizada pela

explosão inicial. Desse modo, o entreferro atua como uma junta à prova de explosão.

19.10 Entrada direta/indireta

A seleção de prensa-cabos para equipamentos à prova de explosão é influenciada por

vários fatores, um deles sendo o método de entrada no equipamento. Existem dois métodos de

entrada, a saber, direto e indireto, cujos exemplos são mostrados nas figuras abaixo.

Entrada direta compreende uma câmara individual à prova de explosão, em cujo

interior os componentes como chaves, relés ou contatores podem ser instalados. O

equipamento à prova de explosão com entrada indireta possui duas câmaras separadas, uma

contendo somente terminais para conexão dos condutores de cabos ou eletrodutos de entrada.

A conexão aos componentes centelhantes no segundo compartimento é feita por meio de

buchas de passagem à prova de explosão que, passam pela interface à prova de explosão

entre os dois compartimentos.

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19.11 Proteção elétrica

Invólucros à prova de explosão são testados somente para verificar sua capacidade de

resistir às explosões de gás internas; eles não são capazes de resistir à energia que pode ser

liberada como resultado de um curto-circuito interno. Para evitar a invalidação da certificação, é

importante que seja utilizada uma proteção devidamente especificada/calibrada (por exemplo:

fusíveis e/ou disjuntores).

Dentro de condulete à prova de explosão só pode ter conexão próprias por

meio de bornes, não pode haver emendas protegidas por fitas isolantes.

19.12 Modificação de invólucro à prova de explosão

Invólucros à prova de explosão são normalmente fornecidos completos, com todos os

componentes internos montados e certificados como uma só unidade, por uma autoridade

certificadora (OCP). O procedimento levará em consideração o volume livre após todos os

componentes terem sido encaixados, a elevação de temperatura (determinada pela máxima

dissipação de potência), distâncias de escoamento e de isolação, e a máxima pressão

desenvolvida, como resultado de uma explosão interna utilizando uma mistura de gás/ar em

suas proporções mais explosivas.

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A certificação “sela” o projeto do equipamento, de modo que quaisquer

modificação não autorizada vão efetivamente invalidar a

aprovação/certificação; tais modificações irão alterar os resultados do ensaio

original registrados pela autoridade de ensaio/certificação.

Apresentamos, a seguir, os aspectos que devem ser observados para evitar a

invalidação da certificação.

Componentes de reposição devem ser exatamente os mesmos que os

componentes originais especificados, para evitar invalidar a certificação. Por

exemplo, um componente maior ou menor do que o original irá afetar a

geometria interna do invólucro. A pré-compressão é uma possibilidade se um

componente maior for inserido, o aumento de volume irá resultar em uma maior

pressão se montado um componente menor, como mostrado na figura abaixo:

Acrescentar componentes também é proibido devido à possibilidade de

aumento da pressão como resultado da pré-compressão.

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A retirada de componentes também deve ser evitada, já que isso vai

resultar em um aumento no volume interno livre. Os resultados do ensaio

original, antes da certificação, seriam comprometidos como resultado de uma

modificação desse tipo.

As ilustrações são para demonstração somente, e não devem ser

executadas.

A execução da rosca para montagem de prensa-cabos/eletrodutos

somente deve ser realizadas pelo fabricante do invólucro, ou seu

representante aprovado. As roscas das entradas devem ser compatíveis com

os prensa-cabos ou eletrodutos em termos de: tipo passo da rosca e tolerância

de folga, já que os caminhos da chama existem nesses pontos.

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O alinhamento correto da entrada roscada também é importante, visto que

o comprimento do caminho da chama em um lado será reduzido se o prensa-

cabo ou o eletroduto não for ajustado perpendicular à face do invólucro, como

mostrado na figura abaixo.

A resistência de um invólucro à prova de explosão pode ser prejudicada se o

número e o tamanho de entradas excederem os permitidos no projeto original,

certificado pela autoridade de ensaio. A conformidade com o projeto original é

essencial com relação ao número, tamanho e localização das entradas, para

garantir que o invólucro possa conter uma explosão interna.

Gaxetas só podem ser substituídas por outra do mesmo fabricante do

invólucro; elas não devem ser acrescentadas se não forem incluídas como

parte do projeto original.

O uso de selantes (vedações) não autorizados também deve ser evitados,

quando for necessário manter ou melhorar a classificação IP.

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19.13 Obstrução de caminho da chama

As normas de manutenção em geral recomendam que a obstrução das juntas de

invólucros à prova de explosão, particularmente aqueles com juntas flangeadas, deve ser

evitada. Esta recomendação também é dada na ABNT IEC 60079-14 – Instalação elétrica em

área classificadas (com exceção de minas).

Uma obstrução sólida como uma parede, estrutura de aço, eletroduto, braçadeiras,

cintas de proteção ou outros equipamentos elétricos etc., em locais próximos à abertura na

junta, podem, no caso de uma explosão interna, reduzir a eficiência do caminho da chama,

favorecendo com que a ignição do gás ou vapor externo possa ocorrer.

Onde “d” é a distância mínima entre o interstício da junta à prova de explosão e uma

obstrução, como especificado na ABNT NBR IEC 60079-14.

19. 14 Requisitos de Instalação

19.14 “A” Proteção contra intempéries

Equipamentos à prova de explosão devem ter um nível de proteção para atender às

condições ambientais nas quais o equipamento é instalado. Os equipamentos devem ter, como

parte do seu projeto aprovado, vedações ou gaxetas para impedir a entrada de água e/ou

poeira.

Quando condições ambientais forem extremas, pode ser necessário considerar outras

medidas, se isto for permitido após a consulta às normas relevantes, ou ao fabricante, ou

a outra autoridade.

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Essas medidas estão especificadas na ABNT NBR IEC 60079-14, a norma que dá

recomendações para a instalação de equipamentos elétricos em áreas classificadas. Este

documento especifica as limitações de uso para fita têxtil de graxa não endurecedora, como

detalhado a seguir, e graxa ou compostos que não curem.

Não usar teflon pois é inflamável

O uso de graxa não endurecedora nas superfícies usinadas das juntas tem duas

vantagens, visto que, além de fornecer um nível adicional de proteção, ela também inibe a

formação de oxidação nessas superfícies.

Graxas a base de silicone requerem consideração cuidadosa para evitar possíveis

danos aos elementos dos detectores de gás.

Para equipamentos à prova de explosão, as limitações para uso de titã não

endurecedora são especificada a seguir.

a) A fita não endurecedora pode ser aplicada em torno do caminho da chama do

equipamento, localizado em áreas classificadas do grupo IIA, utilizando um

recobrimento curto.

b) A norma ABNT NBR IEC 60079-14 recomenda que se busque conselho de

especialista quando considerar o uso de fita não endurecedora no equipamento

do grupo IIB ou IIC instalado em locais contendo gases ou vapor do grupo IIB.

A norma ABNT NBR IEC 60079-14 não mantém esta recomendação, mas

inclui notas para esclarecer as questão abordadas na norma.

Com relação ao uso de fita não endurecedora em equipamentos do grupo IIB a

ABNT NBR IEC 60079-14 permite seu uso, contanto que a folga do caminho

da chama não exceda 0,1 mm, independente do comprimento do caminho da

chama. Isto também se aplica a invólucros IIC utilizados em áreas IIB.

c) A fita endurecedora não deve ser usada em equipamentos do grupo IIC

instalados em locais contendo gases ou vapores do grupo IIC.

d) As superfícies usinadas de juntas flangeadas não devem ser pintadas. O

invólucro pode ser pintado depois da montagem.

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19.15 Métodos de graus de proteção (IP)

As figuras abaixo ilustram a localização das gaxetas ou anéis em O (O’rings) de

borracha, para assegurar alto grau de proteção. As gaxetas devem constituir uma parte

integrante do projeto original, isto é, elas podem ser acrescentadas posteriormente a um

invólucro fabricado sem gaxetas.

Se o furo do parafuso for aluído deve-se reabrir o furo com macho e colocar

parafuso maior, ou então lacrar o furo, ABNT NBR IEC 60079-17 / ABNT NBR

IEC 60079-19

20 Equipamento de segurança aumentada – Ex “e”

20.1 Conceito e principais características do projeto

O conceito de proteção “segurança aumentada” foi inventado na Alemanha, onde é

amplamente usado há muitos anos. Tornou-se popular no Brasil, principalmente porque possui

inúmeras vantagens para determinadas aplicações, em comparação com o método tradicional

“à prova de explosão”.

Os Estados Unidos têm tradicionalmente se baseado no uso de invólucros à prova de

explosão em áreas classificadas, e a perspectiva de usar um invólucro de segurança

aumentada, que não é projetado para resistir a uma explosão interna, como alternativa,

provavelmente tem sido encarada com um pouco de receio e desconfiança.

Este método de proteção possui um bom histórico de segurança e é compatível com os

métodos de proteção. A letra “e” que simboliza este método de proteção é derivada da frase

em alemão “Erhohte Sicherheit”, que se traduz grosseiramente em “segurança aumentada”.

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Aplicações típicas são: motores de indução, Acessórios de iluminação e caixas de

ligação. Observe na figura abaixo:

Observe, no quadro abaixo, as normas que regem esse método.

IEC 60079-7:2006 Eletrical apparatus for explosive atmospheres – Part 7:

Increased safety “e”

ABNT NBR IEC 60079-14:09 Equipamentos elétricos para atmosferas explosivas – Parte

14: Instalação elétrica em áreas classificadas (exceto minas)

ABNT NBR IEC 60079-

17:2009

Equipamento elétricos para atmosferas explosivas – Parte 17:

inspeção e manutenção de instalação elétricas em áreas

classificadas (exceto minas)

O método de segurança é um tipo de proteção no qual medidas adicionais são

tomas para prevenir a possibilidade de temperatura excessiva, arcos ou faíscas

ocorrem em partes internas ou externas do equipamento em operação normal.

O equipamento de segurança aumentada – Ex “e” pode ser usado nas Zonas 1

e 2

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60

20.2 Temperatura ambiente

Invólucros de segurança aumentada são normalmente projetados para uso em

temperatura ambiente na faixa de -200C a + 400C, a menos que marcados de outra forma.

Observe na figura abaixo:

A operação segura do equipamento de segurança aumentada depende da prevenção

de qualquer fonte de ignição, isto é, temperaturas de superfície excessivas, arcos ou

faíscas, que podem ser produzidos por partes internas ou externas do equipamento. Os

recursos de projeto especial são, portanto, incorporados ao equipamento pelo

fabricante e são os seguintes:

Invólucro mecanicamente forte, resistente a impactos – testado com uma

energia de impacto de 4 ou 7 joules, dependendo da aplicação;

Grau de proteção contra a entrada de objetos sólidos e água – no mínimo IP54;

Terminais fabricados de material isolante de alta qualidade;

Distância d escoamento e isolação especificada, incorporadas no projeto dos

terminais;

Dispositivo de travamento de terminais para assegurar que os condutores

permaneçam sem afrouxar ou torcer em serviço;

Redução da capacidade normal certificada de terminais;

Quantidade de terminais em um invólucro limitada por projeto de circuito;

Proteção de sobrecorrente de circuito.

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20.3 Terminais de segurança aumentada

Os terminais em um invólucro de segurança aumentada devem ser terminais

“certificados como componentes”. Eles serão fabricados de material de boa qualidade, com

melanina, poliamida e, para aplicações especiais, cerâmica. Esses materiais, que possuem boa

estabilidade térmica, são submetidos ao Índice Comparativo de Resistência Superficial

(ICRS) para determinar sua resistência ao escoamento.

Distância de isolação A menor distância através do ar entre dois condutores.

Distância de escoamento A menor distância entre dois condutores na superfície de um

material isolante.

Corrente de escoamento

A corrente de fuga que passa pela superfície contaminada de

um isolador entre terminais energizados, ou entre terminais e o

terra.

Índice Comparativo de

Resistência Superficial

O valor numérico de tensão máxima, em volts, à qual (um de

resistência superficial) o material isolante resiste, por exemplo,

a 100 gotas de eletrólito (normalmente solução de cloreto de

amônia em água destilada) gera uma trilha para passagem de

corrente (tracking).

20.4 Critérios de ensaio – Índice Comparativo de Resistência Superficial (ICRS)

Os critérios de ICRS são dados na tabela abaixo. Três categorias I, II e IIIa são

consideradas, sendo I o material de qualidade mais alta, que é submetido ao maior número de

gotas de eletrólito caindo entre os eletrodos de teste, e a tensão mais alta aplicada nos

eletrodos a partir da fonte de tensão variável. Cada material deve resistir ao número

especificado de gotas do eletrólito, na tensão especificada, para que seja aceito.

Deste modo, a combinação de materiais de alta qualidade e bom projeto, que incorpora

distâncias de escoamento e isolação especificadas, garante que os terminais de segurança

aumentada tenham uma resistência maior ao escoamento para prevenir centelhamento.

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Critérios de ensaio de ICRS do material

Categoria do

material ICRS

Tensão de ensaio

(V)

Número

de gotas

I >600 600 >100

II <600

>400 500 >50

IIIa <400

>175 175 >50

Observe a figura abaixo:

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Distância de escoamento e isolação

Distância de escoamento em função da tensão de trabalhos e ICRS do material

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64

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65

20.5 Tipos e classificação de terminais de segurança aumentada

Os terminais têm sua capacidade reduzida, de modo que a corrente máxima para

aplicação de segurança aumentada é próxima à metade daquela para aplicações industriais

padrão, como apresentamos na tabela abaixo.

Esta redução de capacidade, juntamente com outras considerações, assegura que as

temperaturas de superfície internas e externas sejam mantidas dentro dos limites prescritos. A

tabela abaixo mostra o tamanho máximo de condutor para cada tipo de terminal.

Tipo de terminal

Tamanho

do condutor

(mm)

Máxima corrente de segurança

aumentada

(A)

Máxima corrente

industrial

(A)

SAK 2,5 2,5 15 27

SAK 4 4 21 36

SAK 6 6 26 47

SAK 10 10 37 65

SAK 16 16 47 87

SAK 35 35 75 145

SAK 70 70 114 220

É essencial que os condutores estejam firmemente conectados aos terminais para

prevenir a ocorrência de faíscas como resultado de conexões frouxas. A figura abaixo mostra

como isto é efetuado.

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66

20.6 Estimativa de número de terminais

O número de terminais que podem ser instalados em um determinado tamanho de

invólucro é limitado. Vários métodos foram desenvolvidos pelos fabricantes para esta

finalidade, são eles:

20.6.1 Limite de carga

Método na qual a capacidade de cada terminal é especificada e o “fator do invólucro”,

representado pelo somatório das correntes, é determinado por ensaio. Quantidades permitidas

se obtêm dividindo-se o “limite de carga” pela corrente nominal certificada de um determinado

terminal.

20.6.2 Limite térmico

Normalmente utilizado para aplicações de alta corrente, neste método os invólucros e

os terminais recebem uma classificação de temperatura. Os invólucros normalmente serão

limitados a uma elevação de temperatura de 40K, para uma classificação de temperatura T6,

mas a temperatura para os terminais dependerá do tipo dos terminais, da corrente nominal e

do tamanho do invólucro no qual eles estão instalados. Isto envolve o uso de tabelas que são

fornecidas pelo fabricante. Quando a classificação térmica (K) do terminal tiver sido

estabelecida, ela é dividida pela classificação K para o invólucro, para dar o número de

terminais, de um determinado tipo, que podem ser instalados.

20.6.3 Máxima potência dissipada

Neste método, os invólucros recebem uma classificação de “dissipação de watts”, mas

a classificação dos terminais é determinada pelo uso de uma tabela exclusiva (fornecida pelo

fabricante) para o invólucro. Esta tabela fornece a “dissipação de Watts” do terminal,

considerando o tamanho dos condutores e a corrente de carga. O conteúdo do terminal é

determinado dividindo-se o valor de “dissipação de watts” pela quantidade de terminais no

invólucro.

20.6.4 Cálculo utilizando o “limite de carga”

O “limite de carga” será especificado no cálculo a seguir, e representa a soma de todas

as correntes de circuito que o invólucro é capaz de transportar sem exceder a classificação de

temperatura.

Desse modo, o número de terminais de um tipo que podem ser instalados em um

determinado é simplesmente o “limite de carga” dividido pela classificação de corrente de

segurança aumentada do tipo de terminal a ser usado, como demonstrado no seguinte cálculo:

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Limite de carga do invólucro = 600

Classificação do terminal SAK 2,5 Ex e = 15ª

Número de terminais SAK 2,5 =

=

= 40 terminais SAK 2,5

Observe nas figuras abaixo, modelos de conjuntos terminais.

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20.7 Requisitos de instalação, inspeção e manutenção.

É essencial que os invólucros de segurança aumentada sejam instalados e mantidos

em conformidade com as normas e código de práticas relevantes para cumprir com a

certificação. A lista, a seguir, especifica os principais pontos.

1. O conteúdo do invólucro não deve ser modificado sem consultar o fabricante.

2. Somente componentes especificamente aprovados devem ser montados no

invólucro.

3. Todos os parafusos terminais, usados e não usados, devem estar apertados.

4. O isolamento do condutor deve se estender em 1mm para o interior da parte de

metal do terminal.

5. Partições devem ser montadas em qualquer lado dos conjuntos de conexão

terminal.

6. Somente um condutor deve ser encaixado em cada lado terminal.

7. Um condutor simples, adicional, mínimo de 1,0mm2, pode ser conectado dentro

do mesmo terminal quando um conector de combinação for utilizado.

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8. Somente os condutores de uma mesma entrada de cabo podem compor um

feixe de cabos.

9. O isolamento dos cabos será adequado para uso, no mínimo, a 800C para uma

classe de temperatura T6.

10. As chapas de continuidade terra individuais dentro dos invólucros plásticos

devem ser elétricamente conectadas e utilizar para prender os prensa-cabos às

chapas de continuidade. Para furos passantes, arruelas metálicas serrilhadas

devem ser usadas entre a contraporca e a base do prensa-cabo.

11. Quando circuitos de segurança intrínseca e segurança aumentada ocuparem o

mesmo invólucro, os dois tipos de circuito devem ter, no mínimo, 50mm de

folga entre eles.

12. Deve haver uma folga adequada entre invólucros adjacentes para permitir a

instalação correta de cabos sobrepostos.

13. Todas as entradas de cabo não utilizadas devem ser fechadas com tampões

adequados.

14. Os documentos de certificação, aprovados ao equipamento, devem ser

consultados antes de perfurar os furos de entrada dos cabos.

15. Entradas de cabo ou entradas de eletrodutos devem garantir o grau de

proteção mínima de IP54.

16. Todas as conexões dos cabos e partes dos prensa-cabos devem estar

totalmente apertadas após a instalação.

20.8 Motores Ex “e” segurança aumentada

Esses motores são semelhantes, em aparência, aos motores industriais, e a inspeção

da placa de certificação/homologação normalmente é necessária para identificá-los.

Esses motores não são projetados para resistir a uma explosão interna. Desse modo,

possuem características de projeto especiais para prevenir arco, faíscas, centelhas e

temperaturas de superfície excessivas, ocorrendo internamente e externamente. As principais

características do projeto são:

Atenção especial à conectividade do entreferro e folga de todas as partes

rotativas;

Teste de impacto da carcaça do motor;

Elevação de temperatura de 100C abaixo do normal;

Limitação de temperatura de superfície T2 ou T3;

Conformidade com a característica tE;

Bloco terminal especial com distâncias de escoamento e isolação específicas e

dispositivos de travamento nos terminais;

Grau de proteção mínimo de acordo com o IP54.

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20.9 Tempo tE

Pode ser definido como “o tempo necessário para alcançar a temperatura limite, a partir

da temperatura alcançada em serviço normal, quando está circulando a corrente de partida IA

a uma temperatura ambiente máxima”.

No gráfico abaixo “AO” representa a máxima temperatura ambiente e “OB” representa

a temperatura atingida à máxima corrente nominal. Se o rotor travar como resultado de um

defeito ou falha, a temperatura se elevará rapidamente para “C”, como mostrado na parte 2 do

gráfico, que é menos do que a classe de temperatura do motor. O tempo necessário para

alcançar “C”, a partir de “B”, é conhecido como tempo tE, e em condições de falha, o dispositivo

de sobrecarga térmica no starter do motor deve desarmar ou desligar o motor nesse tempo.

Motores de segurança aumentada se destinam somente a serviços contínuo, isto é,

não são adequados para aplicações que exijam partidas e paradas frequentes e/ou tempos de

longa operação.

Determinação do tempo tE

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20.10 Limites de temperatura

A temperatura é limitada pela classe de temperatura selecionada ou pela temperatura

limite para classe de material isolante do enrolamento, onde:

A = Máxima temperatura ambiente:

B = Máxima temperatura à corrente nominal;

C = Temperatura de limitação;

θ = temperatura;

1 = elevação de temperatura à corrente nominal;

2 = Elevação da temperatura durante o ensaio de rotor bloqueado;

tE = Tempo a partir da temperatura máxima (B) à corrente nominal até a

temperatura de limitação (C).

20.11 Característica de desligamento (desarme) de sobrecarga térmica

A proteção de sobrecarga térmica será selecionada para adequação, de acordo com

sua característica de desligamento. O tempo tE e o coeficiente de corrente IA/IN influenciam a

seleção do dispositivo e são marcados na placa de identificação do motor. Observe o gráfico

abaixo:

IN = Corrente nominal do motor;

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IA = Corrente de rotor bloqueado;

Exemplo 1: IA/IN = 5 e tempo tE = 10 seg.

A característica do gráfico apresentado acima indica o desligamento do motor depois

de oito segundos, o que está dentro do tempo tE e, portanto é aceitável.

Exemplo 2: : IA/IN = 4,5 e tempo tE = 8 seg.

Para esses valores, o tempo de desligamento é de dez segundos, o que está fora do

tempo tE atribuído ao motor. Desse modo, este dispositivo de proteção de sobrecarga não é

adequado para os valores especificados.

21 Equipamentos do tipo Ex “n” Não Acendível

21.1 Conceito e principais características do projeto

Visto que a presença de um gás ou vapor inflamável é menos provável na zona 2, os

requisitos de construção para equipamentos elétrico utilizado nessas áreas não são tão rígidos

quanto os dos equipamentos usados na zona 1. Um tipo de proteção que se encaixa nesta

categoria é o equipamento tipo Ex “n”, que é basicamente semelhante ao equipamento do tipo

Ex “e”, de segurança aumentada, exceto que existe uma maior flexibilidade nos requisitos de

construção.

Em nível internacional, com a IEC 600079-15:2007 aprovada, este tipo de equipamento

é simbolizado pela letra “n” minúscula. Observe abaixo no quadro as normas que regem esse

capítulo:

IEC 60079-15:2001 Eletrical apparatus for explosive gas atmospheres – Part

15: Type of protection “n”

ABNT NBR IEC 60079-14:2009 Equipamentos elétricos para atmosferas explosivas – Parte

14: Instalação em áreas classificadas (exceto minas)

ABNT NBR IEC 60079-17:2009

Equipamentos elétricos para atmosferas explosivas – Parte

17: Inspeção e manutenção das instalações elétricas em

áreas classificadas (exceto minas)

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74

21.2 Definição

Uma definição para equipamentos elétricos com tipo “n” seria:

“Um tipo de proteção aplicada a um equipamento elétrico, de modo que, em operação

normal, ele não pode causar a ignição em atmosfera explosiva circundante e é improvável que

ocorra uma falha de causar ignição”.

O Equipamento do tipo Ex “n” só pode ser usado na zona 2.

21.3 Condições ambientais

O equipamento tipo “n” normalmente é projetado para uso em temperaturas ambientais

na faixa de -200C a + 400C, a menos que marcado de outra forma.

21.4 Princípio

Em áreas classificadas como zona 2, a presença de um gás ou vapor inflamável não é

provável, ou se estiver presente, sua duração será por curto período somente. Este fato

permite o uso de tipos mais simples de proteção, isto é, proteção tipo “n”.

Como afirmado anteriormente, a proteção do tipo “n” é semelhante, em conceito, à

segurança aumentada. Os requisitos de projeto para este tipo de proteção asseguram que, em

operação normal, as fontes de ignição em forma de temperaturas de superfície acima da classe

de temperatura, arcos ou faíscas sejam impedidas de ocorrer interna ou externamente.

Como os requisitos de projeto não são tão rígidos quanto os da proteção “e” segurança

aumentada, é possível, para o fabricante, instalar dentro do equipamento tipo “n” componentes

que produzem superfícies quentes, arcos ou faíscas, contanto que esses componentes tenham

métodos de proteção adicionais incorporados a eles. Esses tipos adicionais são descritos

posteriormente nesta unidade. Os principais recursos de projeto para equipamentos do tipo “n”

são os seguintes:

Invólucros e grades proteção de ventilador de motor, prensa-cabos etc.,

quando expostos a alto risco de danos mecânicos, têm resistência a um

impacto de 7,0 joules; quando expostos a um baixo risco de danos mecânicos,

têm resistência ao impacto de 3,5 joules;

Grau de proteção mínimo de IP54, quando em invólucro tiver partes

energizadas expostas internamente;

Uso de terminais certificados;

Terminais fabricados com material isolante de alta qualidade;

Distâncias de escoamento e isolamento especificadas no projeto dos terminais;

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Dispositivos de travamento de terminais, para assegurar que os condutores

não afrouxem ou sofram torção em serviço.

21.5 Medidas de proteção adicionais

Como mencionado anteriormente, os componentes que produzem arcos/faíscas ou

superfícies quentes podem ser instalados nos equipamentos de tipo “n”, contanto que medidas

de proteção adicionais sejam fornecidas. Essas serão explicadas a seguir.

21.6 Equipamentos e circuitos de energia limitada

A técnica de limitação de energia aplica os princípios de segurança intrínseca pelo uso

de componentes que são parte do circuito do equipamento, ou que estão fora do equipamento,

para impedir a ignição de atmosferas explosivas, garantindo que as tensões e correntes sejam

mantidas em níveis seguros, o que é sinônimo de proteção IS. A restrição de energia envolve o

uso do dispositivo limitador de energia associado e do equipamento de energia limitada,

quando ambas são entidades separadas, mas quando ambos estão contidos no mesmo

equipamento, o equipamento é conhecido como equipamento com energia limitada

autoprotegidos.

21.6.1 Equipamento de energia limitada:

Equipamento deste tipo utilizam diodos zener e resistores em série, para limitar a

corrente e tensão disponível: aos contatos centelhantes e componentes que armazenem

energia, dentro do equipamento de energia limitada, ou aos terminais de saída do equipamento

de energia limitada associado.

Quando o fornecimento de energia ao equipamento é feito através de um

transformador, uma tolerância de 10% deve ser utilizada, a menos que meios alternativos

permitam dispensar este requisito.

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21.6.2 Circuito de energia limitada:

A fim de garantir que este equipamento seja corretamente instalado, os fabricantes

devem especificar os valores máximos de tensão, corrente, potência, indutância, capacitância,

incluindo a indutância e capacitância dos cabos que podem ser conectados. Observe abaixo:

21.6.3 Dispositivo selado:

Dispositivo contendo componentes normalmente centelhantes ou superfícies quentes,

construídos de tal forma que não pode ser aberto em operação normal e no qual a selagem

efetivamente impede o acesso de uma atmosfera de gás ou vapor.

O volume interno livre deve ser menor que 100cm3.

21.7 Dispositivo de interrupção em invólucro

Esta técnica é usada, por exemplo, em suportes d lâmpadas de equipamentos do tipo

“n”. O exemplo a seguir mostra um típico suporte de lâmpada no qual existem dois conjuntos

de contatos. Um conjunto de contatos é encerrado no que é efetivamente um invólucro à prova

de explosão, no qual o volume interno livre não deve exceder 20cm3. Este invólucro é projetado

para resistir a uma explosão interna, e as limitações de tensão e corrente são,

respectivamente, 690V e 16A. Observe a figura abaixo.

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21.7.1 Dispositivo hermeticamente selado:

Dispositivo que impedem um gás ou vapor externo de ter acesso ao interior, vedando

as juntas por fusão. Por exemplo: soldagem, caldeamento, soldadura forte, ou fusão de vidro a

metal. O exemplo de vedação hermética a seguir é um relé Reed que compreende um conjunto

de contatos hermeticamente vedados dentro de um invólucro de vidro. Observe a figura abaixo:

21.8 Dispositivo encapsulado

O dispositivo, neste caso, é totalmente selado por um encapsulante, tipicamente resina

epóxi, para impedir o acesso de atmosfera de gás ou vapor a uma fonte de ignição interna. Do

composto encapsulante é requerido ter uma Temperatura de Operação Contínua (TOC) de 20K

acima da temperatura de operação e ser livre de bolhas de ar. O encapsulamento deve ter uma

espessura mínima de 3mm, ou não ter menos do que 1 mm se a área de superfície é menor

que 200mm2.

21.9 Respiração restrita

Uma técnica utilizada principalmente em acessórios de iluminação tipo “n”, nos quais a

entrada de um gás ou vapor inflamável é restrita por meio de boa vedação em todas as juntas

e entradas de cabo. Para equipamentos fornecidos com dispositivo para realizar ensaios de

rotina das propriedades restrita, o fabricante testará, para garantir que uma pressão de 300 Pa

(3 mbar) abaixo da pressão atmosférica não vai variar de mais do que 150 Pa (1,5 mbar) em

menos de três minutos. Este tipo de proteção é adequado para uso na zona 2 somente.

21.10 Pressurização “n”

Este método envolve pressurização de um invólucro, utilizando uma combinação de

purga com compensação de perdas, ou purga com pressurização estática.

Observe na tabela abaixo a subdivisão de equipamentos do tipo “n” e as respectivas

marcações.

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Variações de equipamentos do tipo “n” Marcação

Invólucro de respiração restrita nR

Equipamentos com energia limitada nL

Invólucro pressurizados simplificados nZ

Contatos de equipamentos centelhantes protegidos

por outro método que não nR, nL ou nZ nC

Equipamentos não centelhantes nA

22 Equipamentos pressurizados – Ex “p”

22.1 Conceito e medidas de controle

22.2 Introdução

A pressurização é uma técnica simples para fornecer proteção contra explosões. Se o

interior de um invólucro está a uma pressão acima da pressão externa, qualquer gás inflamável

em torno do invólucro será impedido de entrar. Os componentes que são fontes de ignição, ou

seja, que produzam fagulhas/centelhas ou superfícies quentes, são permitidos dentro do

invólucro e, claramente, a segurança depende da manutenção do gás de proteção. Observe a

figura abaixo:

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O gás de proteção é o meio que “segrega” o gás inflamável da fonte de

ignição, e sua presença continuada será por um sistema de

controle/monitoramento “à prova de falhas” aprovado/certificado. Uma

leve sobrepressão é geralmente adequada para manter uma operação

segura.

A norma IEC 60079-2 tem definido três tipos de pressurização px, py e pz, em torno

dos quais os requisitos na norma estão baseados. Alguns desses serão considerados nesta

unidade.

IEC 60079-2:2001 Eletrical apparatus for explosive gas atmospheres – Part

15: Type of protection “n”

ABNT NBR IEC 60079-14:2009 Equipamentos elétricos para atmosferas explosivas – Parte

14: Instalação em áreas classificadas (exceto minas)

ABNT NBR IEC 60079-17:2009

Equipamentos elétricos para atmosferas explosivas – Parte

17: Inspeção e manutenção das instalações elétricas em

áreas classificadas (exceto minas)

Pressurização é definida como a técnica de proteger contra a entrada de

atmosfera externa, que pode ser explosiva, em um invólucro, mantendo-

se o gás protetor em seu interior a uma pressão acima daquela da

atmosfera externa.

O equipamento pressurizado Ex “p” pode ser usado em zonas 1 e 2.

Observe a figura abaixo:

A pressurização possui ampla gama de aplicações, ou seja, pode fornecer proteção

contra explosões a diversos tipos de instrumentos ou equipamentos elétricos, não havendo

limite de tamanho. Exemplos: gabinete de transformadores/retificadores, console de perfuração

de petróleo, unidades de monitores de vídeo, equipamentos de análise de gás, salas de

controle, salas de comutadores e oficinas.

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80

Com relação a equipamentos à prova de explosão, e em particular

máquinas rotativas, há um limite máximo, acima do qual o manuseio

torna-se impraticável. Os fabricantes poderão superar essa dificuldade

pelo uso de um invólucro pressurizado. Uma máquina pressurizada seria

significativamente mais leve que uma máquina à prova de explosão da

mesma classificação.

22.3 Princípio de funcionamento

O principio de funcionamento envolve a elevação e a manutenção da pressão interna

do invólucro, em nível ligeiramente acima da pressão atmosférica externa. Isso garantirá que

quaisquer gases ou vapores inflamáveis, fora do invólucro, não penetrem no mesmo. A

sobrepressão mínima especificada nas normas é de 0,5 mbar ou 50 Pa, para os tipos px e py

e 0,25 mbar ou 25 Pa para o tipo pz. O gás de proteção usado para proporcionar a

sobrepressão, normalmente, é o ar, mas um gás inerte como o nitrogênio também pode ser

usado em determinadas ocasiões. Observe a figura abaixo:

Categorias (tipos) de pressurização:

px – reduz a classificação dentro do invólucro de zona 1 para não classificada;

py – reduz a classificação dentro do invólucro de zona 1 para zona 2;

pz – reduz a classificação dentro do invólucro de zona 2 para não classificada.

Observação: Os fabricantes devem indicar a máxima e mínima pressão de

pressurização para o invólucro, bem como a máxima taxa de perda que ocorre na

máxima pressão.

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22.4 Purga

Sempre, antes de ser energizado e após a perda de pressão, um sistema pressurizado

deverá evitar que o equipamento elétrico dentro do invólucro seja energizado antes do que é

conhecido como ciclo de “purga”. A purga envolve passar uma quantidade do gás de proteção

através do invólucro, por um período especificado, a fim de remover quaisquer gases

inflamáveis que possa ter penetrado no invólucro.

As normas especificam que a quantidade mínima do gás de proteção necessária para

atingir a purga adequada é equivalente a cinco vezes o volume interno do invólucro e da

tubulação associada.

A duração da purga será controlada por um cronômetro (manual ou automático) em

associação com um sensor de vazão no circuito do controle. Os fabricantes poderão,

entretanto, recomendar um número maior de trocas de ar. Os sistemas de grande porte que

estejam instalados no local exigirão testes para estabelecer a duração da purga necessária

para operação segura.

Caso ocorra perda de pressão durante a operação, o sistema de controle

deverá purga o invólucro novamente.

22.5 Invólucros

Nas normas, incluindo a IEC, é exigido um grau de proteção mínimo para invólucros

pressurizados de IP4X, mas nem todos os invólucros são adequados para pressurização. Um

invólucro pode possuir grau de proteção de acordo com o IP 54, porém a vedação da tampa,

por exemplo, é projetada para impedir a entrada de contaminantes e não para manter uma

sobrepressão dentro do invólucro.

Os invólucros deverão, portanto, ser adequadamente projetados, ou seja, ser

resistentes o suficiente para suportar testes de impacto e a sobrepressão interna com relação à

resistência das paredes. Devem possuir vedações de partes eficazes e corretamente

orientadas.

O invólucro e a tubulação deverão ser capazes de suportar, em operação

normal, uma sobrepressão equivalente a uma vez e meia a sobrepressão

de trabalho máxima declarada pelo fabricante. Alternativamente, o

invólucro deverá ser capaz de suportar a sobrepressão máxima obtida

quando todos os dutos de saída estão fechados. Em qualquer caso, a

sobrepressão mínima será de 2 mbar (200 Pa).

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22.6 Gás de proteção

O gás de proteção, que normalmente é o ar, excetuando-se certas aplicações, pode ser

um gás inerte, como o nitrogênio, ou outro gás adequado. Quando o gás de proteção é o ar,

ele pode ser fornecido por um ventilador, um compressor ou por um cilindro de

armazenamento.

O gás protetor deverá ser atóxico e estar livre de contaminantes, como umidade, óleo,

pós, fibras e produtos químicos, além de outros contaminantes que poderiam colocar em risco

a operação segura do sistema.

Normalmente, a temperatura do gás de proteção entrando no duto de entrada não

deverá exceder os 400C. Quando são necessárias temperaturas acima ou abaixo desse valor,

o invólucro pressurizado será marcado com essa temperatura. Quando for usado ar como gás

de proteção, seu teor de oxigênio não deverá ser superior àquele normalmente presente na

atmosfera, ou seja 20,90%.

Um fornecimento secundário de gás de proteção também é desejável

quando, em caso de perda de pressão, seria mais perigoso desenergizar

o equipamento elétrico dentro do invólucro.

Quando um gás inerte, como o nitrogênio, é usado como gás de proteção

e o pessoal pode obter acesso aos invólucros, é essencial que as

portas/tampas possuam etiquetas de alerta, já que há perigo de asfixia.

As portas também deverão possuir travas adequadas.

22.7 Tampas/portas do invólucro

Quando o interior de um invólucro pressurizado puder ser acessado por meio de

portas/tampas sem uso de ferramentas ou chaves, é necessário um intertravamento para

desenergizar automaticamente o fornecimento elétrico quando a porta/tampa for aberta, e

restaurar o fornecimento elétrico somente quando as portas/tampas forem fechadas e o

sistema purgado.

Portas/tampas requerem o uso de ferramentas ou chaves para abertura e

devem possuir a seguinte advertência: “NÃO ABRA QUANDO

ENERGIZADO”.

Quando um invólucro pressurizado contiver componentes que possuam

superfícies quentes ou seja capazes de armazenar energia, como, por

exemplo, os capacitores, as portas/tampas deverão exibir um aviso

mostrando retardo após o isolamento do fornecimento elétrico dos

componentes antes da abertura das portas/tampas.

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22.8 Dispositivos de segurança/circuito de controle

O nível de sobrepressão será monitorado por um sensor de pressão ou pressostato em

um local dentro do invólucro, que foi considerado por meio de ensaio ou experiência como

sendo o mais difícil de manter a sobrepressão, como, por exemplo, o ventilador de circulação

interna em uma máquina pressurizada. O ponto exato deverá ser especificado no invólucro ou

no certificado.

A vazão através do invólucro será monitorada por um sensor ou chave de vazão.

Também é desejável um monômetro, e deverá estar em um local de fácil leitura. Observe a

figura abaixo.

A tabela abaixo é baseada na IEC 60079-2 e especifica os dispositivos de segurança

requeridos pelo tipo de proteção.

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Critérios construtivos Tipo px Tipo py Tipo pz

Dispositivo de segurança para

detectar perda de mínima pressão

Sensor de pressão ou

pressostato Sensor de pressão

Indicador ou sensor de

pressão

Dispositivo de segurança para

verificar período de purga

Dispositivo de tempo,

sensor de pressão e

sensor de fluxo na saída

Indicador de tempo

e fluxo

Indicador de tempo e

fluxo

Dispositivo de segurança para

porta/tampa que requeiram uma

ferramenta para abrir.

Advertência Advertência Não há requesitos

Dispositivo de segurança para

porta/tampa que não necessita de

ferramenta para abrir.

Intertravamento (sem

partes internas quentes)

Advertência (sem

partes internas

quentes)

Advertência

Dispositivo de segurança para partes

internas quentes quando existe um

sistema de contenção

Alarme e parada do

fluxo de substância

inflamável

Não aplicável como

tipo de proteção,

uma vez que partes

internas quentes

não são permitidas.

Alarme (liberação normal

não é permitida).

Uma falha no regulador do gás de proteção poderá resultar em danos do

invólucro pressurizado devido à sobrepressão excessiva. Para evitar esse

risco, recomenda-se que seja instalada uma válvula de alívio de pressão.

A configuração da válvula de alívio deverá ser de 75% da sobrepressão

máxima segurada pelo fabricante.

22.9 Dutos

A entrada do duto de admissão deve estar posicionada em área não classificada

(exceto quando os cilindros forem o gás de proteção na instalação), sendo que esse local

deverá ser inspecionado, periodicamente, caso ocorram modificações de fábrica que possam

alterar sua classificação. É ideal que o duto de exaustão tenha uma saída em área não

classificada onde não haja fontes de ignição, mas poderá ser localizada em áreas classificada,

caso haja presença de um filtro de centelhas/partículas.

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Tabela – Condições que exigem o uso de filtros de partículas de ignição

Zona na qual está localizado

o duto de exaustão

Tipo de equipamento no interior do invólucro

A B

Zona 2 Obrigatório Não Obrigatório

Zona 1 Obrigatório* Obrigatório*

Obs.: A: equipamento que pode produzir centelhas ou partículas capazes de provocar ignição

em operação normal.

B: equipamento que não produz centelhas ou partículas capazes de provocar ignição em

operação normal.

* Um dispositivo para impedir a entrada rápida de um gás inflamável dentro do

invólucro, após perda de pressão, deverá ser instalado, caso a temperatura de superfície do

equipamento, dentro do invólucro tenha probabilidade de ser uma fonte de ignição.

É essencial que ambos os dutos, de entrada e saída, estejam dispostos

de maneira a não ser obstruídos e provocar restrição ao fluxo do gás de

proteção. Os dutos também deverão possuir resistência mecânica

adequada, estar localizados onde houver menor probabilidade de danos

acidentais e possuir proteção adequada contra corrosão.

Quando dutos de entrada ou saída passarem por área classificada, é necessário que

sejam livres de vazamento, caso haja a possibilidade de a pressão do gás protetor estar abaixo

da exigência mínima especificada pelas normas ou daquela enumerada pelo fabricante.

22.10 Arranjos de dutos

A densidade relativa do gás de proteção ao gás inflamável influencia a posição dos

dutos de entrada e de saída no invólucro. Isso acelera a taxa de deslocamento do gás

inflamável e assegura a purga eficiente do sistema.

Caso o gás/vapor inflamável seja mais leve que p gás de proteção, o duto de entrada

será posicionado na parte inferior do invólucro, e o duto de exaustão na parte superior.

Caso o gás/vapor inflamável seja mais pesado que o ar de proteção, as posições dos

dutos serão invertidas. Observe as figuras abaixo.

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22.11 Variações dos métodos e tipos de pressurização

22.11.1 Tipos de pressurização

Diversas variações dos sistemas pressurizados estão disponíveis. São elas:

Pressurização estática Pressurização com compensação de perda

Pressurização com fluxo contínuo Pressurização com distribuição contínua

22.11.1.1 Pressurização estática

Essa forma de pressurização possui aplicações limitadas e, portanto, não é

amplamente utilizada. A técnica envolve a pressurização e a vedação do invólucro em uma

área não classificada, antes de transportá-lo para uma área classificada. Claramente, a

vedação do invólucro deverá ser excelente para minimizar vazamentos, em vezes que a fonte

de gás seguro seja desconectada.

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22.11.1.2 Pressurização com fluxo contínuo

Nessa variante, a sobrepressão interna é mantida como resultado de fluxo contínuo do

gás de proteção através do invólucro. O gás de proteção, nesse caso, possui dupla finalidade:

além de manter a sobrepressão, também pode ser usado para esfriar partes quentes dentro do

invólucro, como tiristores ou os enrolamentos de uma máquina rotativa pressurizada.

A vazão do gás de proteção é definida em um nível que irá impedir que a temperatura

das partes quentes exceda a máxima temperatura de superfície, garantindo, dessa forma, que

o invólucro pressurizado opere na sua classe de temperatura. Observe a figura abaixo:

22.11.1.3 Pressurização com compensação de perda

Este método de pressurização é usado quando as juntas dos invólucros são vedados

de forma inadequada. O sistema de forma usual, com válvula de descarga do duto de exaustão

abertas, mas, após a conclusão, a descarga é fechada e o fluxo de gás de proteção é reduzido

para um nível suficiente para compensar os vazamentos que ocorrerem na vedações/juntas do

invólucro. Observe a figura abaixo:

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22.11.1.4 Diluição contínua

A análise de gases inflamáveis em uma plataforma marítima, por exemplo, poderá

ocorrer dentro de invólucros pressurizados. Uma amostra de gás será introduzida em um

analisador de gás e, após a análise, será expelido para o interior do invólucro pressurizado. O

gás de proteção, portanto, possui duas funções: além de manter a sobrepressão durante e

após a purga inicial, a taxa de fluxo do gás de proteção será ajustada para garantir que a

concentração da mistura gás/ar dentro do invólucro esteja muito baixa do limite inferir de

inflamabilidade (LII).

A purga poderá ser desconsiderada na zona 2, se a concentração de gás inflamável,

liberada dentro do invólucro, estiver consideravelmente abaixo do limite inferior de

inflamabilidade (ex.: 25% do LII). Poderão ser instalados detectores de gás para confirmar que

a atmosfera no interior do invólucro permaneça sem perigo. Observe a figura abaixo:

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22.11.2 Tipos e magnitude de liberação interna

A ação recomendada na ocorrência de perda de pressão em equipamentos

pressurizados usando diluição contínua é mais amplamente tratada Ana IEC 60079-2. As

recomendações estão listadas a seguir nas tabelas abaixo:

Liberação Normal

Nenhuma Sem liberação de gás ou vapor inflamável.

Limitada Uma liberação de gás ou vapor inflamável que se limita a um valor que pode

ser diluído a muito abaixo do limite inferior de inflamabilidade (LII).

Liberação Anormal

Limitada Uma liberação de gás ou vapor inflamável que se limita a um valor que pode

ser diluído a muito abaixo do limite inferior de inflamabilidade (LII).

Ilimitada Uma liberação de gás ou vapor inflamável que não se limita a um valor que

pode ser diluído a muito abaixo do limite inferior de inflamabilidade (LII).

Combinação de liberação

Combinação 1 Sem liberação normal. Liberação anormal limitada.

Combinação 2 Sem liberação normal. Liberação anormal limitada.

Combinação 3 Liberação normal limitada, liberação anormal limitada.

Combinação 4 Liberação normal limitada, liberação anormal limitada.

As combinações de liberação anteriores são aplicadas na tabela acima,

que especifica as medidas necessárias em caso de perda de pressão

dentro de um invólucro de diluição contínua.

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22.12 Medidas a serem tomadas mediante perda de pressão e requisitos de instalação e

proteção.

Algumas medidas deverão ser tomadas mediante a perda de pressão, como veremos a

seguir.

22.12.1 Ausência de fonte interna de liberação

A sobrepressão dentro do invólucro é monitorada por um pressostato/sensor de

pressão, e uma chave/sensor de vazão, localizada no duto de exaustão, é usada para

monitorar a vazão do gás de proteção através do invólucro. A perda de sobrepressão ou vazão

ativará um alarme ou desligará os componentes elétricos internos, e as medidas a serem

tomadas dependerão:

Da zona onde está localizado o sistema;

Do tipo de equipamento/componentes dentro do invólucro.

No caso de um sistema que não possui uma fonte interna de liberação e contém

equipamentos elétricos, a ABNT NBR IEC 60079-14 especifica as medidas a serem tomadas

no caso de perda de pressão, conforme tabela abaixo.

Classificação

da área

O invólucro contém

equipamento capaz de

produzir ignição

O invólucro contém equipamento que

não produz ignição em operação normal

Zona 1 Alarme e desligamento (b) Alarme (a)

Zona 2 Alarme (a) Pressurização interna desnecessária

(a) A operação do alarme requer uma ação imediata para restaurar a integridade do

sistema.

(b) Um fornecimento de gás de proteção alternativo deve estar disponível, e uma

condição mais perigosa pode ocorrer como resultado de um desligamento

automático.

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22.12.2 Presença de fonte interna de liberação

Observe na tabela abaixo as medidas a serem tomadas, no caso de presença de fonte

interna de liberação.

Combinação

Liberação interna

Classificação da área

Equipamento sem

qualquer fonte de

ignição Normal Anormal

1 Nenhum Limitado

Zona 1 Alarme

Zona 2 ou não classificada Medidas de proteção

desnecessária

2 Nenhum Ilimitado

Zona 1 Alarme

Zona 2 ou não classificada Medidas de proteção

desnecessária

3 Limitado Limitado Zona 1 e Zona 2 Alarme

4 Limitado Ilimitado Zona 1 e Zona 2 Alarme

22.12.3 Equipamentos elétricos montados externamente

Os equipamentos elétricos montados no exterior de invólucro pressurizado deverão ter

algum tipo de proteção contra explosões de acordo com a zona na qual o invólucro está

situada. Exemplos típicos são sensores ou chaves de vazão/pressão, que podem ser

equipamentos Ex “i”; caixas de ligação podem usar os tipos de proteção Ex “n”, Ex “d” ou Ex

“e”.

Esse requisito também se aplica ao motor do ventilador, bem como ao

seu demarrador, que fornece o fluxo de ar, a menos que estejam situados

em área não classificada. É preferível que o motor e o demarrador

estejam situados em área não classificada.

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22.13.4 Equipamentos energizados durante ausência de sobrepressão

Uma resistência de aquecimento pode ser usada em uma máquina elétrica rotativa

para impedir que as superfícies e a atmosfera internas tornem-se frias, evitando, assim, a

formação de unidade nos enrolamentos. Como o aquecedor estará energizado quando a

máquina estiver sem sobrepressão, é essencial que tenha um tipo de proteção para atmosferas

explosivas. Os acessórios, como iluminação de emergência, alarme, pressostato, diferencial

etc., que estejam instalados na sala de controle e precisem ser ou manterem-se energizados,

em caso de perda de sobrepressão, deverão ter um tipo de proteção normalizada.

Os solenoides para abertura dos exaustores do sistema de combate a

incêndio podem ser protegidos com o tipo de proteção Ex “d”. Alarmes,

sensores de vazão e sobrepressão poderão usar proteção IS. Invólucros

Ex “d” poderão ser usados como painéis de controle.

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Determinação do tipo de pressurização

Substâncias

inflamáveis dentro do

sistema de contenção

Classificaçã

o da área

externa

Invólucro contendo

equipamentos com

fonte de ignição

Invólucro não contém

fonte de ignição

Nenhum sistema de

contenção 1 Tipo px (a) Tipo py

Nenhum sistema de

contenção 2 Tipo pz

Nenhuma pressurização é

requerida

Gás/vapor 1 Tipo px (a) Tipo py

Gás/vapor 2

Tipo px (e o

equipamento com

fonte de ignição não

está localizado na

área de diluição)

Tipo py

Liquido 1 Tipo px (a)

(inerte) (b) Tipo py

Liquido 2 Tipo pz (inerte) (b) Nenhuma pressurização é

requerida (c)

Nota: Se a substância inflamável é um líquido, liberação normal nunca é permitida.

(a) Proteção do tipo px também é aplicável ao grupo I.

(b) O gás de proteção deve ser inerte se após o tipo de pressurização é indicado

“(inerte)”.

(c) Proteção por pressurização não é requerida desde que seja considerado não

provável que uma falta que causa a liberação de líquido ocorra

simultaneamente com uma falta no equipamento que irá gerar uma fonte de

ignição.

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22.14 Classificação de temperatura Pressurização do tipo px ou tipo py

A classificação de temperatura de equipamentos pressurizados é determinada de

acordo com a ABNT NBR IEC 600079-0, considerando-se o maior resultado de um dos

métodos a seguir:

1. A temperatura do ponto mais quente da superfície do invólucro;

2. A temperatura do ponto mais quente da superfície do equipamento, dentro do

invólucro, permanecendo energizado quando o invólucro estiver sem

sobrepressão. Um exemplo típico é uma resistência de aquecimento à prova

de explosão dentro de uma máquina pressurizada.

Com relação ao ponto 2, entretanto, a temperatura de superfície do equipamento

dentro do invólucro pode exceder a classe de temperatura do invólucro pressurizado se os

componentes atendem aos requisitos 5.3 da ABNT NBR IEC 600079-0, ou se o invólucro

pressurizado é marcado com o tempo requerido para o componente resfriar até a classe de

temperatura marcada. Isto pode ser alcançado pelos seguintes métodos:

a) As juntas do invólucro e seus dutos são capazes de impedir a entrada de um

gás inflamável em contato com as superfícies quentes antes que tenham

esfriado abaixo da Classe de Temperatura;

b) Pela introdução de um sistema de ventilação secundário;

c) Encapsulando-se as superfícies quentes ou encerrando-as em compartimentos

estanque aos gases.

22.14.1 Tipo de pressurização pz

Para este tipo de pressurização, o ponto da superfície externa mais quente será usado

para determinar a classe de temperatura do invólucro, mas os equipamentos com tipo de

proteção específica, que permanecem energizados na ausência de sobrepressão, também

devem ser levados em consideração para determinação da classe de temperatura.

22.14.2 Marcação

A norma IEC 600079-2 determina que o invólucro pressurizado deve ser marcado

como definido na ABNT NBR IEC 600079-0. A marcação do equipamento deverá ser visível e

conter as seguintes informações:

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Nome do fabricante;

Número de tipo do fabricante;

Número de série do fabricante;

O símbolo Ex “p”, seguido pelo tipo de pressurização, isto é, x, y ou z;

Símbolo do grupo de gás II;

Classe de temperatura,ou a temperatura máxima de superfície, ou ambas (ex.:

T3 ou 2000C ou 2000C e T3);

Nome ou sigla do OCP;

Número do certificado do organismo de certificação;

Volume livre interno, excluindo os dutos;

Gás de proteção (caso o gás usado não seja ar);

Quantidade mínima de gás de proteção necessária para a purgar o invólucro,

baseado na menor vazão de purga e no menor tempo de purga, e o tempo de

purga mínimo adicional por unidade de volume adicional de dutos;

Vazão mínima de gás de proteção;

A pressão de fornecimento mínima e máxima para pressurizar o sistema;

A máxima taxa de perda do invólucro pressurizado;

A temperatura ou faixa de temperatura do gás de proteção no duto de entrada;

Os pontos onde a pressurização deve ser monitorada.

Observação: A fim de assegurar a purga adequada do sistema, o usuário deverá

aumentar o volume do gás de proteção para compensar o volume adicional dos dutos.

23 Equipamentos intrinsecamente seguro – Ex “i”

23.1 Conceito

A segurança intrínseca é um tipo de proteção de equipamento para atmosferas

explosivas. É usada somente para aplicações de potência muito baixa, como por exemplo, os

circuitos de instrumentação e controle.

A IEC 60079-11 define um circuito intrinsecamente seguro como sendo aquele no qual

nenhuma centelha ou efeito térmico produzido nas condições de ensaio prescritas nesta norma

(que inclui operação normal e condições de falha especificadas) é capaz de causar ignição de

uma determinada atmosfera explosiva. Observe as normas no quadro abaixo:

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IEC 60079-11:1999 Eletrical apparatus for explosive gas

atmospheres – Part 11: Intrinsic safety “i”

IEC 60079-25:2005 Eletrical apparatus for explosive gas

atmospheres – Part 25: Intrinsecally safe

systems.

ABNT NBR IEC 60079-14:2009 Equipamentos elétricos para atmosferas

explosivas – Parte 14: Instalação em áreas

classificadas (exceto minas)

ABNT NBR IEC 60079-17:2009 Equipamentos elétricos para atmosferas

explosivas – Parte 17: Inspeção e

manutenção das instalações elétricas em

áreas classificadas (exceto minas)

O equipamento intrinsecamente seguro pode ser usado nas zonas 0, 1 e

2 (EX “ia”) e zonas 1 e 2 (Ex “ib”).

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23.2 Princípios básicos de segurança intrínseca

Os circuitos intrinsecamente seguros atingem um estado de segurança mantendo

níveis de energia muito baixos, de modo que não sejam produzidas superfícies aquecidas e

centelhas elétricas, e caso ocorram, não haverá energia suficiente para ignição de uma mistura

inflamável. Consegue-se isso, limitando-se a tensão e a corrente fornecidas ao equipamento na

área classificada. Para manter a segurança é fundamental importância que esses níveis de

tensão e corrente não sejam excedidos em condições normais ou até mesmo de falha.

Os parâmetros de circuito, ou seja, tensão, corrente, resistência, indutância e

capacitância, são fatores que precisam ser considerado durante o projeto de um circuito IS

(intrinsecamente seguro). A consulta às curvas de ignição, fornecidas na norma de construção

e reproduzida nesta unidade, e a aplicação de fatores de segurança apropriados garantirão que

os valores de segurança sejam estabelecidos para esses parâmetros durante a etapa de

projeto. Observe a figura abaixo:

Para garantir a quantidade de energia a ser utilizada na área classificada, precisamos

instalar, na área não classificada, um dispositivo de controle denominado “barreira”.

Um sistema IS, que geralmente compreende uma barreira em área não

classificada/área classificada, cabos, caixas de ligação e equipamentos em área classificada

(de campo), também deve ser projetado de modo a ser protegido contra a possibilidade de

ocorrerem determinadas falhas.

Em contraste com outros tipos de proteção, a segurança intrínseca é um

conceito de sistema que se aplica à sua totalidade e não somente a um

único item do sistema.

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A barreira geralmente localizada na área não classificada, conectada diretamente ao

equipamento na área classificada, é denominada como “equipamento associado”, e cada item

que compõe o sistema possuirá um certificado de conformidade. O equipamento associado

pode ser usado na área classificada, se a instalação estiver de acordo com outro tipo de

proteção para atmosferas explosivas, como, por exemplo, o tipo de proteção à prova de

explosão. Além disso, o sistema pode ser coberto por um certificado de sistema geral. A tensão

de alimentação que é conectada aos terminais NIS (não intrinsecamente seguro) do

equipamento associado não pode ser maior que a tensão máxima “Um”, marcada na placa do

equipamento associado.

A tensão operacional máxima recomendável para um equipamento na

área não classificada é de 250 Vrms. A corrente de curto-circuito

presumida da fonte de suprimento não deve exceder 1.500A.

As vantagens da segurança intrínseca são:

A possibilidade de manutenção em operação (energizado);

Eficiência de custos – não é exigida a utilização de invólucros complexos e

podem ser usadas fiações sem armadura;

Segurança – a baixa tensão não é prejudicial ao operador;

Pode ser usada nas áreas classificadas como Zona 0 (os equipamentos de

categoria “ia”).

23.2.1 A barreira Zener

As falhas que podem comprometer a segurança de sistemas de segurança intrínseca

são sobretensão ou sobrecorrente, a proteção contra essas condições é obtida pelo uso de

uma barreira, geralmente uma barreira Zener, cuja construção será considerada em termos de

seus componentes individuais.

A barreira, que é conectada entre os equipamentos da não classificada e da área

classificada, normalmente localiza-se na área não classificada e está situada tão próximo

quanto possível do limite da área classificada, mas pode estar localizada na área classificada

(ex.: caso esteja instalada em um invólucro à prova de explosão).

Uma barreira Zener simples possui três componentes principais: um resistor (1), um

diodo Zener (2) e um fusível (3), e todos devem possuir propriedades infalíveis, como mostrado

na figura abaixo:

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A infalibilidade, com relação ao resistor limitador de corrente (1), significa que a falha

será para um valor de resistência mais alto ao circuito aberto. Evidentemente, a falha em um

valor de resistência mais baixo ou curto-circuito permitiria que mais corrente fluísse no circuito

IS, o que é contrário ao conceito desse tipo de proteção.

A infalibilidade será satisfeita pelo uso de um resistor de película metálica, ou de fio, de

qualidade, e sua potência operacional não deverá exceder 2/3 de sua especificação máxima. O

próximo componente para consideração é o diodo Zener (2), cujo propósito é limitar a tensão

disponível para o equipamento na área classificada. O diodo Zener, como um item único, não é

considerado como sendo um componente infalível e também deverá ser operado a somente

2/3 de sua especificação máxima declarada.

Para que a infalibilidade seja satisfeita, exige-se que o diodo Zener falhe durante um

curto-circuito. A falha em uma resistência mais alta ou circuito aberto pode permitir que níveis

de tensão ultrapassem os limites seguros e invadam a área classificada.

O terceiro componente, um fusível (3), está localizado na extremidade de entrada (área

não classificada) da barreira Zener, sendo seu objetivo proteger os diodos Zener.

A infalibilidade do fusível é garantida pelo uso de um tipo de cerâmica preenchida com

areia, capaz de operar adequadamente mesmo quando exposto a uma corrente presumida de

falha de 4.000 A.

Um fusível desse tipo evita possível problema como ocorre com outros tipos de

fusíveis, quando eles operam provocando a vaporização, que pode permitir que o fusível

continue a funcionar como condutor.

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Conforme exigido pelas normas, o fusível é encapsulado juntamente com

os outros componentes da barreira para impedir sua substituição. O

reparo de barreira Zener não é permitido, mesmo pelo fabricante.

23.2.2 Operação de uma barreira Zener

No caso de um curto-circuito ocorre no equipamento na área classificada, ou na fiação

IS, o resistor de série na barreira Zener limitará a corrente do curto-circuito a um nível seguro,

de modo que seja mantida a integridade do sistema. Observe a figura abaixo:

Se uma tensão maior que a tensão máxima normal do sistema intrínseca invadir o

circuito nos terminais de entrada da barreira Zener, isso acionará o diodo Zener, e a corrente

de fuga resultante será desviada para a terra. A tensão excessiva é, portanto, impedida de

atingir o equipamento na área classificada. Observe na figura abaixo:

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23.3 Categorias de IS

Duas categorias de segurança intrínseca estão disponíveis, “ia” e “ib”, cujos níveis de

segurança dependem do número de falhas em consideração nos componentes.

A categoria “ib” manterá a segurança no caso da ocorrência de uma falha.

A categoria “ia” é necessária para manter a segurança caso ocorram duas

falhas simultâneas e consecutivas.

Observação: Evidentemente, para que a barreira Zener mantenha a segurança na

ocorrência de uma ou duas falhas, são necessários dois diodos Zener adicionais, visto

que são componentes passíveis de falhas. Observe na figura abaixo.

Sendo assim, o acréscimo de um diodo Zener, conectado em paralelo com o primeiro,

satisfará os requisitos de segurança intrínseca, categoria “ib”, em que a segurança é garantida

com uma falha. Um terceiro Zener conectado em paralelo com os outros dois satisfará as

condições para a segurança intrínseca, categoria “ia”, em que a segurança é garantida com

duas falhas. Observe a figura abaixo:

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É possível usar segurança intrínseca categoria “ib” nas zonas 1 e 2, mas

não na zona 0. É permitida segurança intrínseca categoria “ia” nas zonas

0, 1 e 2.

23.4 Curvas de mínima corrente de ignição

Já que é necessário limitar a tensão e a corrente em circuitos de segurança intrínseca

para garantir a segurança operacional, o projeto deverá se basear nas curvas de mínima

corrente de ignição, fornecidas pelas normas de construção e reproduzidas no gráfico 1. Os

gráficos 2 e 3 também ilustram as curvas para determinação da indutância e capacitância,

respectivamente.

23.5 Circuitos resistivos

Para um circuito puramente resistivo, se a tensão for conhecida, a corrente máxima do

circuito pode ser determinada pelo gráfico 1, o que possibilita a seleção correta da barreira.

Dessa forma, um circuito puramente resistivo para operação em área classificada com IIC,

assume que será usada uma barrira Zener de 28V e 310Ω.

Um fator de segurança de 10% deve ser aplicado à tensão desse dispositivo, devido ao

fato de que uma elevação de temperatura pode fazer variar a tensão de acionamento dos

diodos Zener. Aplicando-se o fator de 10% (1,1 x 28V = 30,8V) é produzido um valor de 30,8V,

que então é situado no eixo horizontal (voltagem) do gráfico 1.

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Movendo-se verticalmente desse ponto da curva IIC, e daí movendo-se

horizontalmente de um ponto de interseção com a curva na direção do eixo vertical (corrente),

vai dar uma corrente segura de 140mA. Um fator de segurança de 1,5 deverá ser aplicado a

esse valor, ou seja, 2/3 de 140mA é igual a 93,33mA.

Aplicando-se a lei de Ohm (28V/93,33mA = 300Ω que será a menor resistência

permitida para a barreira Zener), verificou-se a barreira de 28V, 310 Ω é adequada para

manutenção da integridade do circuito de segurança intrínseca em uma área IIC.

23.6 Equipamentos simples

A energia da centelha de um circuito IS, durante condições normais ou falha, será

insuficiente para provocar ignição de uma atmosfera explosiva. A introdução de uma chave,

que em operação normal produz centelhas e não dissipa energia, não altera a situação, e na

verdade, qualquer dispositivo que seja resistivo por natureza e não armazene energia pode ser

acrescentado ao circuito sem comprometer a integridade da segurança intrínseca.

Os dispositivos como esses são mencionados como equipamentos simples e não

necessitam certificação. Tais dispositivos passivos incluem chaves, caixas de ligação,

terminais, potenciômetros e dispositivos semicondutores simples.

Equipamentos simples também podem incluir fontes de energia armazenada, como,

por exemplo, capacitores e indutores, de parâmetros definidos, cujos valores devem ser

considerados durante o estágio de projetos de uma instalação IS.

Fontes de energia gerada, normalmente termopares e fotocélulas, também podem ser

descritas como equipamentos simples, contanto que não gerem mais de 1,5V – 100mA e

25mW. Qualquer capacitância ou indutância nesses dispositivos também devem ser

considerada durante o estágio de projeto de uma instalação.

Equipamentos simples meramente recebem uma classificação de

temperatura T4, mas caixas de ligação e chaves podem ser classificadas

como T6, porque não contêm componentes dissipadores de calor.

Como não é necessária a certificação de equipamentos simples, a

justificativa para sua utilização deverá ser incluída na documentação do

sistema.

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23.7 Invólucros

O grau de proteção mínimo para invólucros de circuitos IS é IP 20, mas as condições

ambientais podem exigir classificação mais alta.

23.8 Armazenamento de energia

Dispositivos de armazenamento de energia como indutores e capacitores, podem

prejudicar a segurança de um sistema IS. É possível armazenar nesses dispositivos durante

certo período, e em seguida liberar em um surto de maior amplitude na ocorrência, por

exemplo, de uma ruptura nos cabos IS, devido a uma falha ou uma desconexão nos terminais.

Isso pode ocorrer independente das restrições do projeto quanto à tensão e à corrente e

causar ignição de um gás inflamável circundante. É necessário, portanto, que sejam tomadas

medidas para combater esse problema durante a etapa de projeto.

Equipamentos de campo que possuam capacidade de armazenagem de energia, ou

seja, que possuam indutância e capacitância internas são denominados “não simples”. É

necessário que esses equipamentos sejam certificados.

Cabos, especialmente longos trechos entre a barreira e os equipamentos na área

classificada, terão indutância e capacitância distribuída consideráveis, que precisam ser

calculadas durante a etapa de projeto. A energia será armazenada neles em condições de

operação normal, mas será maior em condições de falha. A tensão determinará o parâmetro

predominante, ou seja, para uma tensão de cerca de 5V, a indutância será predominante

(porque a corrente poderá ser maior), mas a 28V, a capacitância será predominante.

Observação:

Quando somente equipamentos simples forem usados no campo, a indutância

e a capacitância presentes serão devidas somente aos cabos, e se os

percursos dos cabos forem curtos, esses parâmetros serão desprezíveis. Os

parâmetros para cabos de instrumentos comuns com cabos trançados ou

pares raramente excedem os valores a seguir:

Indutância 1µH/m

Capacitância (C) 100 pF/m

Relação de indutância/resistência (L/R) 30µH/Ω

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Quando equipamentos de campo apresentarem indutância e capacitância

consideráveis, é importante que a indutância e a capacitância combinadas dos

equipamentos de campo e os cabos não excedam os valores especificados

pelo fabricante da barreira.

23.9 Avaliação dos parâmetros dos cabos

23.9.1 Indutância

A indutância máxima dos cabos interconectados pode ser estabelecida a partir das

curvas do circuito, após primeiramente avaliar a corrente máxima da fonte. Suponhamos que

temos uma barreira com saída máxima de 28V e resistência de 300Ω, a corrente máxima da

fonte será: 28V/300Ω = 93,33mA.

Aplicando-se um fator de segurança de 1,5: 1,5 x 93,33mA = 140mA

A indutância máxima de segurança para os cabos interconectores, pressupondo uma

conexão a um “equipamento simples” na área classificada como IIC, deverá ser

aproximadamente 4,0mH. O valor é encontrado projetando-se verticalmente a partir de 140mA

no eixo da corrente, e em seguida horizontalmente na direção do eixo da indutância, a partir do

ponto de interseção na curva IIC. Observe o gráfico 2.

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109

23.9.2 Capacitância

Para circuitos capacitivos, o procedimento é exatamente o mesmo. É aplicado um fator

de segurança de 1,5 à tensão de 28V da barreira Zener, ou seja 1,5 x 28V = 42V.

Usando a curva IIC do gráfico, a capacitância máxima segura para os cabos de ligação,

pressupondo uma conexão a um “equipamento simples” na área classificada, deverá ser de,

aproximadamente, 0,08µF.

A comparação dos valores anteriores com os dados fornecidos pelo fabricante de cabo

vai estabelecer se o trecho do cabo de ligação é satisfatório. Observe o gráfico 3.

23.10 Aterramento íntegro

Um exclusivo cabo terra, de alta integridade, é um fator vital na manutenção da

segurança de circuitos IS, particularmente quando barreiras Zener são utilizadas. Barreiras

galvânicas, entretanto, operam em um princípio diferente que não requer um terra de alta

integridade, mas um aterramento pode ser utilizado, para supressão de interferência.

As barras de terra sobre as quais as barreiras Zener são montadas devem ser isoladas

da parte metálica adjacente e conectadas diretamente ao ponto terra íntegro, via condutores

terra separados. Dois cabos, cada um fixado em pontos separados em cada extremidade, são

normalmente utilizados para conectar o barramento de terra da barreira ao ponto terra íntegro,

para facilitar os testes de resistência do terra, os quais devem ser periodicamente realizados.

A resistência entre o barramento de terra da barra e o ponto de terra íntegro não deve

ser maior que 1Ω. Um valor de 0,1Ω não é impraticável.

O cabo terra deve ser isolado e o isolamento intacto ao longo de toda sua extensão, de

modo a evitar o contato com estruturas metálicas da instalação. Quando o risco de danos for

alto, deve-se providenciar proteção mecânica para os cabos.

Os condutores terra devem ter capacidade de suportar a máxima corrente de falta e

uma área de seção transversal adequada (mm2), através de:

Pelo menos dois condutores de cobre independentes de 1,5 mm2 (mínimo); ou

Pelo menos um condutor de cobre de 4mm2 (mínimo).

O circuito IS na área classificada deve estar apto a resistir ao teste de resistência de

isolamento de 500V com a terra.

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111

23.11 Isolamento galvânico

Embora as barreiras Zener tenham sido, e continuam a ser, amplamente utilizadas na

indústria, elas possuem as seguintes limitações particulares:

Um cabo terra exclusivo de alta integridade é necessário para correntes de

fuga da área classificada;

Uma conexão galvânica direta existe entre os circuitos da área classificada e

área não classificada, a qual tende a aplicar limitações de tensão e corrente de

curto-circuito ao sistema restante;

O equipamento da área classificada deve suportar um ensaio de isolamento de

500V para o terra.

Os dispositivos que superam estas dificuldades são barreiras de isolamento,

normalmente, relés, isoladores ópticos e transformadores.

A utilização de um trafo isolador para limitar o nível de curto-circuito é

recomendado.

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112

23.12 Isolamento de relés/transformadores

Na figura abaixo, o isolamento entre a área classificada e a área não classificada é

obtido através de um transformador, aprovado como componente de alta integridade e relé

aprovado como componente. O projeto desses dispositivos assegura que a invasão de alta

tesão ao circuito IS será impedida de atingir o equipamento na área classificada.

23.13 Isolamento de acoplador óptico/transformador

Este método inclui um isolador óptico certificado como componente e um transformador

aprovado como componente. A luz (ou raio infravermelho) emitida do LED, quando diretamente

polarizada, incide no fototransistor, o qual é protegido da luz externa como pode ser visto na

figura abaixo:

Page 113: 88283061 Curso de Atmosfera Explosiva R2 Final Docx

113

23.14 Instalação e inspeção do equipamento IS

Os equipamentos que compõem uma instalação IS, isto é, equipamento de campo,

equipamento associado e unidades de barreira, devem ser certificados como itens que foram

fabricados de acordo com as normas relevantes, apresentadas no quadro abaixo. Tais

equipamentos, incluindo cabos de interconexão, devem ser instalados de acordo com as

instruções do fabricante e conforme as recomendações da ABNT NBR IEC 60079-14:2009.

IEC 60079-11:1999 Eletrical apparatus for explosive gas

atmospheres – Part 11: Intrinsic safety “i”

IEC 60079-25:2005 Eletrical apparatus for explosive gas

atmospheres – Part 25: Intrinsecally safe

systems.

ABNT NBR IEC 60079-14:2009 Equipamentos elétricos para atmosferas

explosivas – Parte 14: Instalação em áreas

classificadas (exceto minas)

ABNT NBR IEC 60079-17:2009 Equipamentos elétricos para atmosferas

explosivas – Parte 17: Inspeção e

manutenção das instalações elétricas em

áreas classificadas (exceto minas)

23.14.1 Requisitos de instalação para cabos

Os condutores dos cabos IS devem ser separados com isolamento elastómérico ou

termoplástico, com espessura mínima de 0,3mm. Os cabos devem ser capazes de suportar

ensaios de tensão de 500 Vca ou 750 Vcc, entre condutores e a terra, condutores e a malha, e

entre malha e terra. Alternativamente, pode ser usado um cabo com isolamento mineral.

Os condutores dos cabos na área classificada, incluindo os terminais dos cabos

finamente trançados, não devem ter um diâmetro inferior a 0,1mm. A separação das pernas

dos cabos deve ser prevenida, por exemplo, pelo uso de terminais de pressão nas

extremidades do cabo.

Page 114: 88283061 Curso de Atmosfera Explosiva R2 Final Docx

114

Embora não seja uma exigência obrigatória, a cor indicada para os cabos IS e bornes

IS é azul-claro.

23.14.2 Tamanho de condutores

Os cabos devem operar dentro de classes de temperatura estabelecidas para o

sistema IS ao conduzir a corrente máxima durante condições de falha. A tabela abaixo

especifica a corrente máxima da área de seção transversal, em condutores de cobre, para

classificação de temperatura dentro da faixa de T1 – T4, de modo que os cabos possam operar

dentro de temperaturas estabelecidas para o sistema IS, conduzindo a máxima corrente

durante uma condição de falta.

Corrente máxima (A) 1,0 1,65 3,3 5,0 6,6 8,3

Seção mínima (mm2) 0,017 0,03 0,09 0,19 0,28 0,44

23.14.3 Proteção mecânica

Os cabos de interconexão de um circuito IS devem ter uma capa, ou revestimento

externo, para manter a integridade do sistema, isto é, para prevenir o contato com os cabos de

outros circuitos, ou com o terra, como resultado de dano, bem como assegurar que os

parâmetros do circuito, em termos de indutância e capacitância, não sejam excedidos.

Nos circuitos IS não é exigida armadura ou malha nos cabos para a proteção

mecânica, exceto em cabos de múltiplos condutores, na zona 0.

23.14.4 Segregação de circuitos IS e NIS

A separação de circuitos IS e NSI, seja em área classificada ou não classificada, é

importante para evitar a possibilidade de que voltagens maiores vindas dos circuitos NSI

invadem os circuitos IS. Isso pode ser obtido por dos seguintes métodos:

Separação adequada entre os cabos dos circuitos IS e os cabos dos circuitos

NIS;

Montando os cabos dos circuitos IS, de forma a proteger contra o risco de

danos mecânicos;

Utilizando cabos armados, armados, blindados ou com malhas para os

circuitos IS ou NIS.

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115

23.14.4.1 Caneletas Separadas

Os cabos SI podem ser separados dos cabos NSI, através de caneletas separadas.

Especialmente indicado para as fiações internas de gabinetes e armários de barreiras.

23.14.4.2 Canaletas Metálicas

As caneletas metálicas podem ser usadas para separar as fiações Si da NSI, desde que

devidamente aterradas no mesmo aterramento das estruturas metálicas das áreas

classificadas (não precisa ser o aterramento íntegro com impedância menor que 1Ω).

Normalmente indicado para as bandejas e leitos de cabos.

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23.14.4.3 Cabos Blindados

Quando a separação dos cabos em caneletas distintas não for prática, pode-se utilizar cabos

blindados com malha de terra devidamente aterrada no condutor equipotencial, no mesmo

ponto que o circuito SI do qual ele faz parte.

Caso haja necessidade de aterramento por razões funcionais em outros pontos, deve-se

utilizar capacitores cerâmicos inferiores a 1nF/1500V.

23.14.4.4 Amarração dos Cabos

Os cabos SI e NSI podem ser montados em uma mesma caneleta desde que separados com

uma distância superiores a 50 mm, devidamente amarrados.

Empregado normalmente em painéis com circuitos SI, onde seu encaminhamento através de

caneletas não é prático.

Page 117: 88283061 Curso de Atmosfera Explosiva R2 Final Docx

117

Observações:

Adicionalmente aos requisitos anteriores, um mesmo cabo não pode carregar

condutores de circuitos IS e NSI.

Quando os cabos IS e cabos de outros circuitos compartilharem o mesmo duto,

feixe ou bandeja, os dois tipos de circuitos devem ser separados por meio de

uma partição metálica isolada ou aterrada. A separação não é necessária se

cada cabo IS ou outro circuito forem armados, blindados ou metalicamente

revestidos.

A armação deve ser firmemente ligada ao terra equipotencial da instalação.

23.14.4.5 Separação Mecânica

A separação mecânica dos cabos SI dos NSI é uma forma simples e eficaz para a separação

dos circuitos.

Quando utiliza-se caneletas metálicas, deve-se aterrar junto as estruturas metálicas.

23.14.4.6 Multicabos

Cabo multivias com vários circuitos SI não deve ser usado em Zona 0, sem antes um estudo

das combinações das possíveis falhas. Cabos multivias fixo, com proteção externa adicional

contra danos mecânicos, somente circuitos SI (<60Vp)correndo em núcleos adjacentes, pode

ser considerado como não sujeito a falhas.

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23.14.4.7 MONTAGEM DE PAINÉIS

Em instalações elétricas com circuitos intrinsecamente seguros, aos terminais SI devem ser

efetivamente separados dos terminais NSI, como ilustra as figuras abaixo, onde no interior do

painel as fiações SI possuem canaleta própria.

A separação dos circuitos SI e NSI podem também ser efetivada por placas de separação

metálicas ou não, ou por uma distância maior que 50 mm.

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119

24.14.4.8 Cuidados na montagem

Além de um projeto apropriado cuidados adicionais devem ser observados nos painéis

intrinsecamente seguros, pois como ilustra a figura A onde por falta de amarração nos cabos,

uma falha pode ocorrer. Já na figura B a falta da placa de separação provocou a falha.

23.14.5 Condutores não utilizados

Quando cabos de múltiplos condutores têm um ou mais condutores não utilizados, um

dos seguintes métodos de terminação pode ser utilizado para manter a integridade da

instalação:

Conectados a terminais separados em ambas as extremidades, de modo que

os condutores estejam isolados um do outro e da terra;

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120

Conectados a um mesmo ponto de terra, se aplicável, como utilizado por

circuitos IS no mesmo cabo, tipicamente na barra de terra das barreiras Zener.

23.14.6 Blindagem dos cabos (fio dreno)

Quando os cabos de interconexão dos circuitos IS tiverem blindagem e proteção, ou

grupos de condutores com blindagem individual, exige-se que as blindagem sejam aterradas

em um ponto apenas, conforme especificado no diagrama elétrico da instalação, geralmente no

barramento de terra da barreira. Se, entretanto, o circuito IS é isolado da terra, a conexão da

blindagem ao sistema equipotencial deve ser feita em apenas um ponto.

As blindagens individuais de cada par ou perna devem ser isoladas uma da outra e,

antes da conexão das blindagens ao barramento de terra da barreira, um ensaio de resistência

de isolamento (RI) deve ser realizado entre as blindagens.

As leituras do ensaio não devem ser inferior a 1MΩ/km, quando medido em

500V a 200C para um minuto.

As blindagens gerais dos cabos devem ser isoladas da estrutura metálica

externa, isto é, bandeja do cabo etc.

23.14.7 Tensão induzida

Os circuitos IS devem ser instalados utilizando métodos que evitem a influência de

campos elétricos e magnéticos externos. Geralmente, tensão induzida nos cabos de ligação IS

não é provável, mas pode ocorrer se os cabos IS forem colocados paralelamente ou próximos

a cabos NSI unipolares (singelo) portando alta corrente, ou linhas de transmissão de potência.

Uma separação adequada entre os diferentes cabos separará essa dificuldade com uso de

blindagem e/ou armaduras.

23.14.8 Identificação dos cabos

A capa externa ou isolamento dos cabos de circuitos IS podem ser coloridos ou azul-

claros, para que possam ser facilmente identificadas como parte de circuito IS. No entanto,

para não causar confusão, cabo com cor azul-claro não deve ser utilizado para outros tipos de

circuitos que não sejam IS.

A identificação dos cabos IS não é necessária, se os cabos IS ou NSI fossem armados.

Quando circuitos IS e NSI dividem o mesmo invólucro, por exemplo, painéis de

medição e controle, equipamentos de distribuição etc., medidas apropriadas devem ser

implementadas na distinção entre os dois tipos de circuitos, para evitar confusão quando um

condutor de neutro na cor azul puder estar presente. Essas medidas são:

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121

Combinação dos condutores IS para uma cor azul-claro diferenciada;

Etiquetagem;

Arranjo com segregação de circuitos.

23.14.8.1 Cabos de múltiplos condutores

Mais de um circuito IS podem ser conduzido por um cabo multicondutores, mas

circuitos IS e NSI não devem ser instalados no mesmo cabo multicondutores.

A isolação do condutor deve ter espessura adequada, mas não menos do que 0,2mm,

e ser capaz de suportar um ensaio de tensão duas vezes a tensão nominal do circuito IS,

mas não menos do que 500 V.

23.14.8.2 Requisitos de ensaio

Cabos de multicondutores devem ser capazes de suportar os seguintes ensaios

dielétricos:

500 V eficaz (ou 750 Vcc), aplicado através de todos os condutores conectados

juntos e as blindagens e armaduras conectadas juntas;

Para cabos multicondutores, que não tenham blindagens por circuitos

individuais, deve ser aplicado 1.000 V eficaz (ou 1.500 Vcc) entre metade dos

condutores conectados juntos contra a outra metade dos condutores também

conectados juntos.

Observação:

O procedimento para realizar os ensaios citados anteriormente deve ser

conduzido conforme especificado na norma relevante ao tipo de cabo, mas se não

houver método especificado, os ensaios devem estar de acordo com 10.6 da IEC 60079-

11.

23.14.8.3 Condição de falta (cabos multicondutores)

O tipo de cabo multicondutor utilizado nas instalações IS terá influência nas falhas, se

houver, que devem ser levadas em consideração, a saber:

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Cabo tipo A: Se os circuitos IS são individualmente protegidos por blindagem,

com área de superfície de 60%, nenhuma falta entre circuitos deve ser levada

em consideração;

Cabo tipo B: Se o cabo é fixado e protegido contra danos mecânicos e

nenhum dos circuitos tem uma tensão máxima maior do que 60 V, nenhuma

falta entre circuitos deve ser levada em consideração;

Cabo tipo C: Para os cabos que não atendam aos requisitos dos cabos tipo A

e B, dois curtos-circuitos entre condutores e até quatro aberturar de circuitos,

simultaneamente, têm que ser consideradas. Nenhuma falta precisa ser

considerada, se todos os circuitos no cabo são idênticos e tenha sido utilizado

um fator de segurança de quatro vezes aquele requerido para categorias “ia”

ou “ib”.

Quando os cabos multicondutores não estão conforme os requisitos acima

especificados, o número de curto-circuito entre condutores e a abertura de circuitos

simultâneos não têm limites.

Quando um cabo de multicondutores, situado na zona 0, tiver mais de um circuito IS, é

essencial que nenhuma combinação de faltas entre os circuitos IS, no interior do cabo, cause

uma condição de falta de segurança. Uma isenção desse requisito se aplica quando:

O risco de dano mecânico ao cabo é mínimo ou quando o risco de dano é alto,

proteção adicional deve ser fornecida;

Os cabos são firmemente protegidos por uma armadura metálica em sua

extensão;

Cada circuito IS utiliza condutores adjacentes no cabo em toda sua extensão;

Nenhum dos circuitos IS pode operar durante condições normais ou de falta a

mais do que 60 V de pico;

Os condutores de cada circuito IS estiverem dentro de uma blindagem isolada

e aterrada como anteriormente apresentado.

Observação:

Condutores sem utilização devem ser conectados, ao cabo terra íntegro IS na

barreira e isolados nos outros pontos através da conexão a terminais, os quais são

identificados na documentação.

23.14.8.4 Distâncias de isolação

A distância de isolação entre partes condutivas de condutores, conectados a terminais,

e a terra ou outra parte condutiva, não deve ser menor que 3 mm.

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A distância de isolação entre partes condutivas de condutores de circuitos IS

diferentes, conectados a terminais, não devem ser menor do que 6 mm.

Quando circuitos IS e NSI ocupam o mesmo invólucro, deve existir separação

adequada entre os tipos de circuitos. Isto pode ser obtido por:

Distância de isolação entre os terminais IS e NSI. Os terminais e fiação devem

ser posicionados de modo que o contato entre os circuitos não sejam possíveis

de ocorrer, se um condutor de um dos circuitos desprendesse do terminal.

Um separador isolante ou um separador metálico aterrado, localizado entre ao

terminais IS e NSI. Os separadores devem alcançar 1,5 mm para o interior do

invólucro ou manter no mínimo 50 mm de distância de escoamento entre os

terminais em todas as direções em torno do separador.

Com relação a plantas ou instalações já existentes, as distâncias de isolação devem

estar de acordo com a tabela abaixo:

Tensão de

pico (V)

* Mínima isolação no ar entre os terminais

de circuitos separados e a terra

0-90 6 mm 4 mm

90-375 6 mm 6 mm

23.15 Instrumentos de testes (medição)

Instrumentos elétricos IS são disponíveis para teste nas instalações em presença de

atmosfera explosiva. Tais instrumentos têm parâmetros de saída que não ultrapassam 1,2 V –

0,1 A – 25 mW e não são capazes de armazenar mais do que 20 µJ de energia. Deve ser

lembrado, que existe a possibilidade de os parâmetros de indutância e capacitância serem

suficientemente grandes para modificar a energia da centelha produzida nos terminais do

instrumento de teste, causando a ignição da atmosfera explosiva presente. Medições na

presença de atmosfera explosiva, então, requerem cuidadosas considerações do circuito a ser

testado.

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DIPQ – Declaração de Importação de Pequenas Quantidades;

Lista de equipamentos e componentes importados que precisam ser

certificados no Brasil;

OCP – Organismo de Certificação de Produtos.

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129

24 Outros tipos de proteção

24.1 Conceito e aplicação de tipos de proteção

Neste texto, estudaremos os seguintes tipos de proteção: imersão em óleo Ex “o”,

imersão em areia Ex “q”, encapsulamento Ex “m” e proteção especial Ex “s”.

24.2 Imersão em óleo Ex “o”

Esse não é um método popular de proteção contra explosões, mas é usado para

transformadores de distribuição e painéis de manobras/chaveamento para serviços pesado.

Observe no quadro abaixo a norma para esse tipo de proteção.

IEC 60079-6:1995 Explosive atmospheres – Part 6: Equipment protection by oil

immersion “o”

24.2.1 Definição

É um tipo de proteção na qual o equipamento ou partes do equipamento elétrico estão

imersos em óleo, de forma que uma atmosfera explosiva, que pode estar acima do óleo ou fora

do invólucro, não possa sofrer ignição. Observe a figura abaixo:

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Esse tipo de proteção – imersão em óleo Ex “o” – pode ser utilizado nas zonas

1 e 2.

24.2.2 Princípio de operação

O nível de óleo é usado para cobrir completamente os componentes no interior de

equipamentos que produzam centelhas/faíscas ou superfícies quentes, durante as operações

normais, estabelecendo assim, com eficácia, uma barreira entre os componentes abaixo do

óleo e quaisquer gases inflamáveis que possa esta presente acima do óleo ou fora do

invólucro. Uma vantagem particular desse tipo de proteção é que a circulação do óleo,

por convecção, possibilita a refrigeração de pontos aquecidos.

Uma função do óleo é extinguir as centelhas que ocorrem nos contatos,

quando óleo mineral é usado, e um subproduto gerado nesse processo é a

produção de hidrogênio e acetileno. Essa condição era considerada

indesejável para equipamentos destinados a uso em áreas classificadas, o que

pode explicar por que, até recentemente, seu uso estava limitado à zona 2. As

normas revisadas, entretanto, possuem especificações mais restritas e esse

tipo de proteção agora é permitido na zona 1.

24.2.3 Construção

A norma de construção exige que um respiro seja instalado no equipamento, para

permitir a liberação dos gases inflamáveis produzidos durante a extinção das centelhas e,

dessa forma, evitar o acúmulo desses gases no espaço acima do óleo, ao mesmo tempo

evitando entrada de poeira ou umidade e, portanto, a contaminação do óleo.

O grau de proteção do invólucro deve ser no mínimo IP66.

Também é um requisito que o equipamento seja instalado com um medidor que possa

exibir os níveis máximos e mínimos de óleo, e que o equipamento seja instalado de forma que

o medidor possa ser lido facilmente enquanto o equipamento estiver em funcionamento.

No caso de quebra do visor, mesmo em seu ponto mais inferior, a altura mínima do

óleo remanescente não deve ser inferior a 25 mm acima dos componentes que produzem

centelhas/calor, após o vazamento de óleo nesse ponto.

A norma recomenda óleo minerais, novos, que atenda às especificações da IEC 60296

para líquidos de proteção, mas outros tipos poderão ser usados, como por exemplo, o óleo

isolante à base de silicone. Óleo de silicone tem como requisito atender às seguintes

propriedades:

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1. Um ponto de chama de, no mínimo, 3000C, de acordo com o método de ensaio

dado na IEC 60836;

2. Um ponto de fulgor de cerca de 2000C, de acordo com a ISO 2719;

3. Uma viscosidade cinética máxima de 100 cSt a 250C, de acordo com a ISO

3104;

4. Uma rigidez dielétrica mínima de 27 kV, de acordo com a IEC 60156;

5. Uma resistividade volumétrica mínima de 1.014 Ohm/cm3, de acordo com a

IEC 60247;

6. Um ponto de orvalho máximo de -300C, de acordo com a ISO 3016;

7. Um valor máximo de neutralização de acidez de 0,03 mg KOH/g, de acordo

com a IEC 60588-2;

8. Não cause a degradação das características dos materiais que terão contato

com o óleo.

A referência para a norma IEC 60588-2 é apenas para o método de ensaio e

não para permitir a utilização de materiais banidos pela legislação.

Uma placa indicando o volume mínimo e máximo do óleo deve estar visível,

considerando as variações à expansão/contração do líquido de proteção ao longo de toda a

faixa de temperatura ambiente.

É necessário que a temperatura de superfície livre do líquido de proteção seja 25 K

inferior ao ponto de fulgor mínimo especificado para o líquido de proteção.

Fechos externos e internos, indicadores de nível e partes para enchimento e drenagem

do líquido de proteção, incluindo bujões, devem ter medidas que impeçam de afrouxarem. Tais

medidas incluem:

Arruela de travamento;

Trava química das roscas;

Fixação das cabeças dos parafusos.

Observação:

Invólucros selados devem ser equipados com um dispositivo de alívio de

pressão, e invólucros não selados, com dispositivos de expansão, que incorpore um

mecanismo de desarme automático do fornecimento de eletricidade, caso haja detecção

de formação de gás no líquido de proteção, como resultado de falhas dentro do

invólucros. O mecanismo de desarme somente pode ser reiniciado manualmente.

Page 132: 88283061 Curso de Atmosfera Explosiva R2 Final Docx

132

24.3 Imersão em areia Ex”q”

O conceito de proteção contra explosão por imersão em areia não é amplamente

usado, e as aplicações típicas são, por exemplo, capacitores em itens de iluminação Ex “edq”

de segurança aumentada e equipamento de telecomunicações em alguns países europeus.

Observe no quando abaixo a norma para esse tipo de proteção.

ABNT NBR IEC 60079-5:2006 Equipamento elétrico para atmosferas

explosivas – Parte 5: imersão em areia “q”

24.3.1 Definição

É um tipo de proteção na qual o invólucro do equipamento elétrico é preenchido com

um material em estado finamente granulado, modo que, nas condições pretendidas de

funcionamento, qualquer centelha que ocorra no interior do invólucro de um equipamento

elétrico não produza ignição na atmosfera circundante. Nenhuma ignição será causada por

chama ou por temperatura excessiva nas superfícies do invólucro. Observe a figura abaixo:

Esse tipo de proteção – Imersão em areia Ex “q” – pode ser usado nas zonas

1 e 2.

24.3.2 Princípio de operação

O preenchimento que pode ser quartzo ou com outro material que seja de acordo com

os requisitos das normas relevantes, torna-se seguro com que é conhecido como “supressão

de propagação de chama”. É inevitável que um gás inflamável ou vapor possa permear os

grânulos e atingir as peças que produzem fagulhas/centelhas ou superfícies quentes. A

quantidade de gás ou vapor, entretanto, será muito pequena para sustentar uma explosão

dentro da areia inerte.

Page 133: 88283061 Curso de Atmosfera Explosiva R2 Final Docx

133

A profundidade dos grânulos é influenciada pelo valor e duração da corrente da

centelha, produzida pelos componentes dentro do material de preenchimento, sendo que os

ensaios especificados nas normas de construção possibilitam que seja estabelecida uma

correlação segura entre esses dois parâmetros. Esse tipo de proteção é conveniente para uso

em todos os gases ou vapores do grupo II.

24.3.3 Construção

O Grau de proteção mínimo para este tipo de proteção é IP54 (, mas equipamentos

construídos para o grau IP55 devem ser equipados com um respiro. Quando o uso previsto é

em local limpo e seco, o grau de proteção pode ser no mínimo IP 43, o que requer o

equipamento seja marcado com o símbolo “X”.

O invólucro, que contém o material de preenchimento, deve resistir, por um minuto, a

uma sobrepressão de 0,5 mbar (0,05 kPa) sem deflexão permanente das paredes em qualquer

direção de mais de 0,05 mm, e manter um nível mínimo de proteção de entrada de IP54.

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134

O tamanho dos grânulos do material de preenchimento, normalmente quartzo, deverá

estar de acordo com os limites de peneira especificado na norma ISSO 565. O limite superior

para os grãos pode ser alcançado utilizando uma peneira fabricada de tecido de fio metálico ou

uma chapa de metal perfurada com um tamanho nominal de perfuração de 1 mm. Para l o

limite inferior, um tecido de fio metálico com uma perfuração nominal de 0,5 mm pode ser

utilizado. O material de enchimento deve suportar um ensaio de rigidez dielétrica onde a

corrente de fuga não exceda 10-6A.

A distância de isolação mínima entre partes elétricas condutoras e componentes

isolados, ou a superfície interna da parede do invólucro, são dadas na tabela abaixo:

Tensão de operação U

V ca ou cc

Distância mínima

mm

U ≤ 275 5

275 < U ≤ 420 6

420 < U ≤ 550 8

550 < U ≤ 750 10

750 < U ≤ 1.000 14

1.000 < U ≤ 3.000 36

3.000 < U ≤ 6.000 60

6.000 < U ≤ 10.000 100

Relação da tensão de operação mínima a ser aplicada ao projeto

Componentes com volume livre menor que 3cm3, por exemplo, relés, que são

imersos em material de enchimento, devem ter distâncias mínimas de isolação

entre o componente e as partes internas do invólucro de acordo com a tabela

acima. Para volumes livres na faixa de 3 cm3 a 30 cm3, as distâncias

apresentadas na tabela acima se aplicam, porém nunca menos do que 15 mm.

Não são permitidos volumes livres maiores que 30cm3.

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135

24.4 Encapsulamento Ex “m”

O tipo de proteção encapsulamento é usado, principalmente, para itens menores dos

equipamentos, como bobinas, solenoides e componentes eletrônicos. Observe no quadro

abaixo as normas para esse tipo de proteção:

IEC 60079-18:2007

Eletrical apparatus for explosive gas

atmospheres – Part 18: Construction, test and

marking of protection encapsulation “m”

eletrical apparatus.

24.4.1 Definição

É um tipo de proteção na qual as peças poderiam causar ignição de uma atmosfera

explosiva, por centelhamento ou aquecimento estão imersas em um composto, de forma que

essa atmosfera explosiva não possa sofrer ignição, sob condições de operação e instalação.

Observe na figura abaixo:

Esse tipo de proteção – Encapsulamento Ex “m” – pode ser usado nas zonas

1 e 2.

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136

24.4.2 Princípio de operação

Com esse tipo de proteção, o encapsulante, normalmente um composto

termoendurecedor (de consolidação a quente), termoplástico, resina ou material elastomérico,

estabelece uma barreira total entre qualquer gás ou vapor inflamável circundante e a fonte de

ignição, dentro do composto.

24.4.3 Construção

As normas de construção estabelecem que o encapsulante deve estar livre de espaços

vazio; portanto esse tipo de proteção é inadequado quando os componentes possuem peças

móveis.

Componentes de tamanho muito reduzido, que possuem peças móveis, como um relé

Reed, podem ser protegidos por encapsulamento.

O equipamento encapsulado pode ser fabricado com um dos dois níveis de proteção,

isto é “ma” ou “mb". Contatos centelhantes, no entanto, não são permitidos no nível de

proteção “ma”. Encapsulamento com nível de proteção “ma” não deve ter tensão de operação

acima de 1 kV, bem como ser incapaz de causar a ignição durante:

Operação normal e condições de instalação;

Qualquer condição anormal especificada;

Condições de falha definida.

Encapsulamento com nível de proteção “mb” deve ser incapaz de causar ignição

durante:

Operação normal e condições de instalação;

Condições de falha definida.

O encapsulamento deve ser capaz de permanecer intacto durante as variações de

entrada elétrica na faixa de 90% a 110% do valor especificado e condições adversas de carga

e falhas elétricas internas.

O equipamento deve se manter seguro quando da ocorrência de uma falha interna

para o nível de proteção “mb” e duas falhas para o nível de proteção “ma”. Isto se aplica

para curto-circuito ocorrendo em qualquer componente, falha de qualquer componente ou uma

falha na placa de circuito impresso.

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137

As distâncias de isolação mínimas dentro do encapsulamento irão depender da

construção do equipamento, isto é, dentro de invólucro metálico que podem ser

fechados ou não, por todos os lados ou ter 100% da área de superfície livre.

Como estes requisitos são extensivos, a tabela abaixo mostra algumas das

distâncias aplicáveis para equipamentos com 100% de área de superfície livre.

Nível de proteção

ma mb

≥ 3 mm Superfície livre ≤ 2 cm2 ≥ 1 mm*

Superfície livre > 2 cm2 ≥ 3 mm*

* A profundidade do encapsulamento também é influenciada pela tensão nominal conforme

dado na tabela 1 da norma IEC.

24.5 Proteção especial Ex “s”

Um equipamento que não tenha atendido aos requisitos de uma norma de construção

específica terá sido certificado, adicionalmente, como “proteção especial Ex “s”, contanto que

tenha estabelecido que após exame detalhado do projeto e da realização de ensaio no

equipamento, ele foi capaz de operar com segurança dentro das condições para as quais foi

projetado. A “proteção especial” não está incluída na série IEC 60079, das normas

harmonizadas de construção, ou na série de normas de instalação, inspeção e manutenção

IEC 60079-14 e IEC 600749-17, respectivamente.

SFA 3009 Proteção especial

BS 5345: Parte 8

Requistos de instalação e manutenção para

aparelhos elétricos com proteção especial

tipo proteção “s”

Normas existentes (âmbito nacional do pais de origem)

A proteção especial Ex “s” pode ser usada nas zonas 0, 1 e 2

24.5.1 Princípio de operação

Os requisitos de construção desta norma, em termos de ensaios e de critérios de

aceitação, não pretendem ser específicos, a fim de permitir que uma ampla gama de projetos

seja considerada para certificação.

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138

Devido ao fato de que um equipamento pode ter um projeto não ortodoxo, a

experiência da equipe de ensaios interna desempenha um papel importante na elaboração de

ensaios apropriados e de critérios de aceitação.

“Proteção especial” não é uma opção fácil na obtenção da certificação no caso de

equipamentos que não atendam completamente aos requisitos de uma determinada norma, e

nem esse tipo de proteção é inferior a outros tipos mais populares de proteção contra

explosões. Na verdade, os ensaios realizados no equipamento apresentado para certificação

sob “proteção especial” são provavelmente mais rigorosos que os ensaios de outros tipos de

proteção.

Uma lanterna portátil é um exemplo típico de equipamento certificado sob “proteção

especial”. A realização de ensaios detalhados terá estabelecido que a construção é robusta o

suficiente para suportar um impacto específico sem causar, por exemplo, um curto circuito na

bateria, sendo improvável a quebra da lâmpada, seu bocal e a tampa de vidro.

Um requisito adicional é a abertura da lanterna, ou seja, para substituir a bateria,

somente será possível com a ajuda de uma ferramenta especial, que deverá ser guardada em

uma área não classificada.

Outro exemplo conhecido de equipamento certificado sob a “proteção especial Ex “s””

é uma moto-bomba de indução em caixa polifásica de 6,6 kV, onde o tipo de proteção “Ex”

depende basicamente de que o interior do motor esteja completamente preenchido com água.

Qualquer espaço livre dentro do motor é ocupado com água e, portanto, impede a entrada de

gás inflamável. É claramente imperativo que o motor permaneça completamente cheio de água

o tempo todo, e isso é assegurado por um tanque superior, para compensar a expansão devido

ao ciclo térmico. O motor, que aciona uma bomba, destina-se a uso na zona 1.

25 Métodos combinados (híbridos) de proteção

25.1 Vantagens da combinação de tipos de proteção

Os equipamentos elétricos podem ser fabricados com mais de um tipo de proteção Ex.

Esses equipamentos possuem tipos combinados de proteção, mas também podem ser

conhecidos como híbridos. Tal abordagem combina as melhores características de cada tipo

de proteção em um único equipamento visando à praticidade e economia. Observe a figura

abaixo:

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Uma caixa tradicional, com botoeira para uso em área classificada, consiste em um

invólucro à prova de explosão Ex “d”, equipado com uma chave industrial padrão. Uma

alternativa para esse arranjo é um invólucro Ex “e” segurança aumentada, com uma pequena

chave certificada como componente à prova de explosão Ex “d” em seu interior. Como a chave

produz centelhas na operação normal, ela claramente precisa ser à prova de explosão para

estar de acordo com o conceito de proteção de segurança aumentada. Esse equipamento será

marcado com Ex “ed" ou Ex “de”. Observe na figura abaixo:

As vantagens do esquema híbrido, discutido sobre o tipo à prova de explosão

tradicionais, são:

Menor peso e custo;

Sistema de vedação simples;

Grau de proteção mínimo IP54, mas pode chegar a IP.

25.2 Requisitos de instalação e inspeção

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140

25.2.1 Normas

É possível construir equipamentos híbridos usando qualquer combinação dos diversos

tipos de proteção para atmosferas explosivas. Portanto, tais equipamentos serão marcados

com as letras-símbolo e os números das normas de construção, relativas aos tipos de proteção

“Ex” utilizados. Provavelmente, a combinação mais comumente utilizada envolve os

equipamentos dos tipos “d” e “e”. Os equipamentos híbridos também devem ser instalados e

mantidos em conformidade com as normas relevantes. Observe um equipamento híbrido na

figura abaixo:

25.3 Motores – Ex “de”

Os fabricantes também produzem motores elétricos nos quais existem tipos

combinados de proteção.

O corpo principal do motor será Ex “d” à prova de explosão, e a caixa terminal será Ex

“e” segurança aumentada. Uma placa de terminais alternativa é provida em um motor desse

tipo para acomodar terminais especiais que são aparafusados na placa de terminais. Esses

são terminais híbridos, ou seja, eles empregam conceitos de Ex “d” à prova de explosão e de

Ex “e” segurança aumentada em sua construção. Observe na figura abaixo:

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141

25.3.1 Caixa de terminais de motor Ex “de”

Para atingir o nível necessário de grau de proteção, há gaxetas instaladas entre a caixa

de terminais e sua tampa, entre a placa de terminais e a caixa, entre a placa de prensa-cabos e

a caixa de terminais. De forma alguma, entretanto, deverá ser instalada uma gaxeta entre a

placa de terminais e a flange do motor, já que essa junta é um caminho da chama.

Deve ser enfatizado que, em alguns motores, a caixa de terminais de

segurança aumentada se parece muito com uma caixa à prova de explosão,

em termos de construção. Essa semelhança significa que há possibilidade de

as gaxetas poderem ser retiradas por pessoal que desconheça esse conceito.

Portanto, é importante que as placas de marcação sejam lidas antes que

qualquer trabalho seja executado. A retirada das gaxetas na tentativa de

devolver a caixa a seu status presumido, ou seja, à prova de explosão, seria

uma modificação não autorizada, que invalidaria a certificação. Observe a

figura abaixo:

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142

25.4 Luminárias – Ex “edq”

A luminária apresentada abaixo emprega três conceitos de proteção, ou seja,

segurança aumentada – tipo “e”, à prova de explosão – tipo “d” e imersão em areia – tipo

“q”. Esse tipo de equipamento é amplamente usado na indústria petroquímica.

Nessas luminárias, os circuitos incluem capacitores que são protegidos pelo

tipo de proteção, imerso em areia – tipo “q”. As chaves deverão ser de

construção, à prova de explosão – tipo “d”, e os terminais são do tipo “e” de

segurança aumentada.

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143

25.5 Ex “emib”

Um invólucro pode possuir um componente encapsulado em seu interior: Um exemplo

típico é um telefone para uso em áreas classificadas. O gabinete do telefone usaria proteção

tipo “e” de segurança aumentada, a maioria dos circuitos internos estaria intrinsecamente

segura – tipo “ib”, mas parte do circuito operaria a uma tensão mais alta e, portanto, seria

usado um encapsulamento do tipo “m”, para proteger essa parte do circuito. Os terminais

seriam do tipo “e” de segurança aumentada. Observe a figura abaixo:

25.6 Ex “pde”

Os invólucros que empregam o conceito de proteção pressurizada tipo “p” podem

possuir equipamentos internos que precisam permanecer energizados, na ausência de

sobrepressão. Tais equipamentos devem ser protegidos de acordo com a zona na qual o

invólucro está situado. Um exemplo típico é uma resistência de aquecimento anticondensação

de uma máquina pressurizada, que será energizada quando a mesma estiver ociosa.

Os equipamentos externos à máquina, ou seja, caixa de ligação, sensores de pressão

etc., também precisarão estar protegidos de acordo com a zona. Observe a figura abaixo:

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144

Já que os aquecedores anticondensação, normalmente estão energizados

enquanto a máquina está ociosa, deverão ser exibidos avisos sobre esse

perigo.

25.7 Ex “pi"

Os componentes de sistema IS que sejam marcados para indicar que devem ser

instalados em área não classificadas poderão ser usados em uma área classificada, se

instalados, por exemplo, em um invólucro pressurizado, conforme demonstrado na figura

abaixo:

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145

26 Sistema de fiação

26.1 Tipos de cabo

Os equipamentos elétricos podem ser instalados em áreas classificadas usando

condutores dentro de eletrodutos ou cabos com capas e armaduras metálicas ou não.

O uso de cabos é geralmente predominante, sendo um dos motivos a sua facilidade de

instalação quando comparada ao eletroduto.

Uma das desvantagens do uso de eletrodutos, particularmente em instalações

marítimas, é sua suscetibilidade à corrosão, devido a exposição à maresia. A deterioração à

corrosão pode ocorrer de modo relativamente rápido e, consequentemente, reduzir a

resistência do eletroduto. Isso é indesejável, particularmente, quando o eletroduto é o método

de entrada para um invólucro à prova de explosão, devido à possível incapacidade do

eletroduto de conter uma explosão interna em sua extensão entre o invólucro e o dispositivo de

selagem.

Um eletroduto corroído pode não atender aos requisitos de resistência a

impacto, essenciais para o uso com equipamentos de “segurança aumentada”.

Observe as normas sobre o sistema de fiação conforme quadro abaixo:

ABNT NBR IEC 60079-14:2009

Equipamentos elétricos para atmosfera explosivas – Parte

14: Instalação elétrica em áreas classificadas (exceto

minas)

ABNT NBR IEC 60079-17:2009

Equipamentos elétricos para atmosfera explosivas – Parte

17: Inspeção e manutenção de instalações elétricas em

áreas classificadas (exceto minas)

Esses sistemas de fiação (cabos) devem ser usados em zonas 1 e 2.

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26.2 Equipamentos fixos

Os cabos com materiais de isolamento termoplásticos, termofixo, elastomérico ou com

isolamento mineral podem ser usados em instalações fixas, não podendo ser utilizados em

equipamentos portáteis ou transportáveis. Os cabos normalmente usados na industria são do

tipo EPR/CSP. Cabos blindados com isolamento mineral (MIMS) também são apropriados para

uso em áreas classificadas, mas sua variação em alumínio requer considerações antes do uso.

Os condutores de alumínio só devem ser conectados a terminais adequados, devendo

ter seção transversal de, no mínimo, 16 mm2. Observe alguns exemplos de tipos de isolamento

de cabos no quadro abaixo:

Elastoméricos

Polietileno clorossulfonado CSP

Polietileno reticulado XPLE

Borracha de propileno e etileno EPR

Acetato de vinil etileno EVA

Borracha natural NR

Policloropreno PCP

Borracha de silicone SR

Termoplásticos

Polietileno PE

Polipropileno PP

Cloreto polivinil PCV

Tipos de isolamentos de cabos

26.3 Equipamentos portáteis e transportáveis

Equipamentos elétricos portáteis e transportáveis podem utilizar cabos com isolação de

policloropreno reforçado ou, alternativamente, com capa de material elastomérico sintético

equivalente, ou uma cobertura de borracha reforçada, ou fabricada de materiais de construção

igualmente robusta. A seção mínima para tais cabos é 1,00 mm2.

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Equipamentos elétricos portáteis com tensão nominal não excedendo 250V para o terra

e com corrente nominal não excedendo 6A podem utilizar cabos com cobertura de

policloroprene comum ou outra cobertura elastomérica sintética equivalente, ou com uma

cobertura de borracha reforçada, ou com uma construção igualmente robusta.

A cobertura de cabos flexíveis pode ser fabricada de:

Borracha comum;

Borracha reforçada;

Policloropreno comum;

Policloropreno reforçado;

Plástico com construção robusta, com a borracha reforçada.

26.4 Cabos elastoméricos

Cabos elastoméricos, compreendendo condutores isolados EPR, capas internas e

externas de CSP, são resistentes ao óleo e calor, sendo também retardadores de chama

(HOFR), com faixa de temperatura operacional entre 300C e 900C. Observe a figura abaixo:

Cabos especificados como “baixo nível de fumaça e vapores” (LSF – Low Smoke and

Fume) apresentam isolamento que não contém halogênios, Fe forma que a emissão de fumaça

e ácidos é minimizada em caso de incêndio.

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148

Os cabos também podem ser selecionados considerando suas propriedades de

resistência a fogo e/ou de retardação de chamas, sendo que duas normas são relevantes sob

este aspecto.

IEC 60331 ( Resistente a fogo): tests for eletric cables under fire conditions –

Circuit integrity. Suporta fogo por três horas

IEC 60332 (Retardante à chama): test on eletric and optical fibre cables under

fire conditions. Após o fogo ser retirado o cabo extingue-o

26.5 Deformação a frio

Determinados materiais empregados na fabricação do isolamento de cabos são

suscetíveis a uma condição normalmente chamada de deformação a frio, que pode ter um

efeito prejudicial sobre o tipo de proteção para atmosfera explosiva em questão. Esta condição

à temperatura ambiente e é causada por dispositivos de entrada que possuem anéis de

vedação de compressão e resulta no estrangulamento dessa parte do cabo afetada pela

vedação.

Recentes desenvolvimentos de fabricantes de prensa-cabos resultaram em novos

projetos, que podem reduzir os efeitos da deformação a frio pelo uso de vedações que aplicam

menor pressão ao isolamento do cabo, porém ainda mantêm a integridade do tipo de proteção

do equipamento.

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149

26.6 Emendas de cabos

Em área classificada, deve-se priorizar a instalação de lance contínuos de cabos sem

emendas nem interrupções. Emendas devem ser feitas somente utilizando-se métodos

apropriados, como, por exemplo, em um invólucro com o tipo de proteção adequada para a

zona de aplicação.

Quando as emendas estão expostas a esforços mecânicos, dispositivos com

composto de enchimento ou epóxi ou luva termo-contrátil, podem ser

instaladas de acordo com as instruções do fabricante. Qualquer que seja o

método utilizado, a emenda deve ser mecanicamente, eletricamente e

ambientalmente apropriada. A conexão dos condutores deve ser feita por

conectores de compressão, conectores de torção, soldagem a arco ou

brazagem. Soldagem é permitida, se os condutores a serem conectados são

mantidos juntos por um meio mecânico adequado e então soldados.

26.7 Procedimentos para seleção e manutenção de prensa-cabos

26.7.1 Requisitos para prensa-cabos

Os prensa-cabos devem ser selecionados de acordo com o métodos empregados de

proteção para atmosfera explosiva e com as condições ambientais.

As exigências para colocação de prensa-cabos incluem:

Fixar firmemente o cabo que entra no equipamento;

Manter o grau de proteção do equipamento;

Manter a continuidade de conexão terra entre o equipamento e qualquer

armadura no cabo;

Assegurar a contenção de uma explosão interna em equipamentos à prova de

explosão;

Manter a integridade de equipamentos de “respiração restrita”.

26.7.2 Prensa-cabos para cabos com isolamento mineral

Os prensa-cabos para uso com cabo MICC (Mineral Copper Cable – Cabo de cobre

isolado com Mineral), ou MIMS (Mineral Isulated Metal Sheath – Blindagem Metálica Isolada

com Mineral) para uso em áreas classificadas, serão identificados como Ex “d”. Este prensa-

cabo, contudo, pode ser usado como um meio de entrada para equipamentos de “segurança

aumentada” garantindo que uma vedação alternativa, Ex “e”, foi utilizada.

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Essa vedação é especialmente constituída para atender os requisitos de equipamentos

de “segurança aumentada”, conforme ilustrado pela figura abaixo.

Dificuldades podem ocorrer para se obter o grau de proteção desejado com prensa-

cabos. Para cabos MICC/MIMS, devido ao ressalto muito pequeno no corpo do prensa-cabo,

isso pode ser resolvido com uso de arruelas de plástico rígido fabricadas para esse fim.

Observe no esquema de montagem da vedação Ex “e” (parte inferior da figura

acima), que a luva terminal PTFE passa através dos furos da tampa curta.

Esse arranjo garante que as distâncias de escoamento e isolação sejam

mantidas dentro da vedação.

O composto utilizado dentro dessa montagem prevê a utilização da massa

epóxi preta não metálica doublebond 1536, cujo certificado de componente

para essa vedação contém condições de uso que devem ser observadas.

Entretanto, as especificações, normalmente, permitem o uso do mesmo

composto tanto para a aplicação Ex “d” quanto para a Ex “e”.

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26.7.3 Seleção de prensa-cabos

A seleção correta de cabos e prensa-cabos, particularmente para equipamentos à

prova de explosão, é muito importante, uma vez que há inúmeros fatores que podem

comprometer a integridade desse tipo de equipamento. Conforme previamente discutido, a

construção do cabo, o grau de proteção, a continuidade da conexão terra e a fixação do cabo,

entrando no equipamento, devem ser mantidos.

Uma consideração adicional é a ação eletrolítica causada pelo contato entre metais

diferentes, por exemplo, prensa-cabos de latão entrando em invólucros de alumínio, que

resulta no aumento da corrosão e degradação prematura dos prensa-cabos e entradas de

cabo.

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152

26.7.4 Manutenção do grau de proteção nas entradas de prensa-cabos

O prensa-cabos selecionados como meio de entrada em invólucro deve ser adequado

ao cabo utilizado, mantendo também o grau de proteção (IP) do invólucro. Por exemplo, com

relação a invólucros do tipo “e” ou “n”, o prensa-cabo deve manter um grau de proteção mínimo

IP54, sendo que, quando a parede do invólucro ou placa de prensa-cabo tiver uma espessura

abaixo de 6 mm, uma arruela de vedação será necessária entre o prensa-cabo e o invólucro

para manter este grau de proteção.

Quando a parede do invólucro ou placa do prensa-cabo tiver espessura maior que 6

mm e o prensa-cabo dor por meio de entrada roscada, o uso de uma arruela de vedação não é

considerado necessário para manter o IP54, a menos que um nível alto de grau de proteção

seja necessário.

Para invólucros à prova de explosão, uma arruela de vedação pode ser

montada entre o prensa-cabo e a parede do invólucro, para garantir o grau de

proteção, porém observando que o comprimento roscado é mantido no mínimo

8 mm e o número de rosca, completamente encaixada, é de no mínimo 5 mm.

A caixa tem que ser “a prova de explosão” para utilizar prensa-cabo de

barreira.

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153

26.7.5 Seleção de prensa-cabos para equipamentos à prova de explosão

Os prensa-cabos para utilização com invólucros à prova de explosão devem ser

selecionado seguindo o procedimento apresentado na ABNT NBR IEC 60079-14 e detalhado a

seguir:

(a) Dispositivos de entrada de cabos, que atenda aos requisitos da ABNT NBR

IEC 60079-1, certificado como parte do invólucro quando ensaiado com a

seção do cabo previsto para ser utilizado;

(b) Um dispositivo de entrada de cabo em que o anel de vedação é parte integral

da construção e utilizada com cabos de material termoplástico, termofixo ou

elastomérico. O cabo deve ser compacto e circular, ter isolação extrudada e o

enchimento, se existir, ser de material não higroscópico. A seleção do

dispositivo de entrada deve estar em conformidade com o esquema

apresentado abaixo;

(c) Cabo de isolação mineral, provido ou não de cobertura plástica com dispositivo

de entrada de cabos à prova de explosão;

(d) Dispositivo de selagem à prova de explosão (por exemplo, unidades seladoras

ou câmara de selagem) especificado na documentação do equipamento ou

possuindo certificação de componentes, empregando dispositivos de entrada

de cabos adequados aos cabos a ser utilizados. Os dispositivos de selagem,

tais como, unidades seladoras ou câmaras de selagem, devem ser

preenchidos por composto selante ou outros selos adequados que permitam a

selagem individual ao redor de cada condutor. Os dispositivos de selagem

devem ser instalados no ponto de entrada de cabos no equipamento;

(e) Dispositivos de entradas de cabos à prova de explosão que incorporam

composto selante que preenche os espaços entre os condutores individuais ou

outros arranjos de selagem equivalentes (tipo barreira);

(f) Outros meios que mantenham a integridade do invólucro à prova de explosão.

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26.7.6 Prensa-cabos Tipo 501/453 Universal: Ex “d” IIC / Ex “e” II

O prensa-cabo conforme figura abaixo, como dito anteriormente, pode ser utilizado com

cabos suscetíveis ao efeito “deformação a frio”, evitando o estrangulamento do isolamento

provocado pela força de compressão da vedação de alguns prensa-cabos.

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26.7.7 Instruções para montagem de prensa-cabo tipo 501/453/UNIV Ex “d” IIC/Ex “e” II IP66

Certificado: CEPEL –EX-063/2001X

Faixa de temperatura de funcionamento -600C a +800C

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A. Desencape o cabo de forma a adaptar-se ao equipamento, conforme exibido

anteriormente, e exponha a armadura/trança “I”.

I = 20mm para prensa-cabos de tamanho OS a C

I = 25mm para prensa-cabos de tamanho C2 a F

II = para adaptar-se ao equipamento.

Se necessário, instale um protetor de contato.

B. Puxe o cabo através do selo diafragma/pino-guia da armadura (4). A guia do

cabo pré-instalado (4.1) pode agora ser descartada. Caso necessário, o selo

diafragma pode ser solto para facilitar a instalação.

Estique a armadura/trança encoste na borda do cone da armadura. Posicione o

anel de fixação da armadura (3).

C. Instale a entrada (5) e posicione-a sobre o selo diafragma/pino-guia da

armadura (4).

Desloque o subconjunto (1) e (2) para cima na direção da entrada (5).

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D. Mantenha a entrada (5) em posição com chave de boca/chave inglesa para

evitar a rotação. Aperte manualmente a porca (2) na entrada (5) e gire mais ½

a ¾ de volta com uma chave de boca/chave inglesa.

Importante: Segure o cabo para evitar a sua torção.

Para facilitar as ligações no interior do invólucro, pode ser útil abrir a capa interna do

cabo conforme exibido anteriormente.

E. Desaperte a porca central (2) e inspecione visualmente se a armadura/trança

está devidamente presa entre o selo diafragma/pino-guia da armadura (4) e o

anel de fixação da armadura (3). Se a armadura/trança não estiver firme, repita

a montagem.

F. Volte a montar a porca (2) no componente de entrada (5) Aperte a porco

central (2) primeiro com a mão e depois com a chave inglesa/chave de boca,

rode a porca com uma chave sextavada (isto é, 1/6 de volta). Aperte a

contraporca (1) para fazer a vedação em torno do cabo e depois aperte mais

uma volta completa com chave inglesa/chave de boca. Certifique-se de que a

porca central (2) não rode quando apertar a contraporca (1).

26.7.7.1 Notas:

1. O anel de vedação desse prensa-cabo é instalado na montagem e não requer

nenhuma ação complementar. Instalar a capa protetora sobre o prensa-cabo,

se for preciso.

2. As dimensões limites do cabo estão marcadas no selo diafragma, no anel de

fixação e na contraporco.

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158

26.7.7.2 Listas de limitações

A. Quando utilizado com cabos trançados, os prensa-cabos servem apenas para

utilização com equipamentos fixos, cujo cabo deve ficar bem firme e ser preso

com grampo em outro local.

B. Esta família de prensa-cabo não serve para invólucros à prova de explosão (Ex

“d”), quando utilizado com gases do Grupo IIC com volume superior a 2 litros.

C. Este prensa-cabo trabalha na faixa de temperatura entre -600C e +800C.

D. É necessário criar uma vedação entre o equipamento e o prensa-cabo, de

modo a manter o grau de proteção adequado contra a entrada de poeira,

sólidos e água.

27.7.7.3 Acessórios

Antes de montar o prensa-cabo ou desencapar o conjunto, deve ser avaliado se há

necessidade de algum acessório para a montagem, tais como:

Protetor de contato, para maior proteção contra a corrosão;

Contraporca, para fixar o prensa-cabo na posição devida;

Arruela de vedação, para maior proteção da entrada do invólucro no prensa-

cabo;

Terminal de aterramento, para fornecer um ponto de ligação externo com a

armadura/trança;

Arruela dentada, para absorver quaisquer vibrações capazes de soltar a

contraporca ou conjunto do prensa-cabo.

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159

26.7.8 Instruções de montagem de prensa-cabo tipo ICC 653/UNIV Exd IIC/Exe II IP66

Certificado CEPEL-EX-065/2001X

Faixa de temperatura de funcionamento -600C a +800C

Page 160: 88283061 Curso de Atmosfera Explosiva R2 Final Docx

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A. Desencape o cabo de forma a adaptar-se ao equipamento, conforme exibido

anteriormente, e exponha a armadura/trança “I”.

I = 20mm para prensa-cabos de tamanho Os a A.

I = 25mm para prensa-cabos de tamanho B a C2.

I = 32mm para prensa-cabos de tamanho D a F.

II = para adaptar-se ao equipamento.

Se necessário, instale um isolamento termocontrátil. Ver notas relativas aos

fios dreno.

Page 161: 88283061 Curso de Atmosfera Explosiva R2 Final Docx

161

B. Puxe o cabo através do pino-guia da armadura (4) até a sua ponta na borda do

cone da armadura. Posicione o anel de fixação da armadura (3).

C. Retire o anel de moldagem (5) da entrada (6) posicione a entrada (6) e sobre o

pino-guia da armadura (4). Desloque os subconjuntos (1) e (2) para cima na

direção da entrada (6).

D. Com uma chave inglesa/chave de boca mantenha a entrada (6) na devida

posição, de modo a evitar a sua rotação. Aperte com a mão a porca central (2)

na entrada (6) e gire ½ a ¼ de volta com uma chave inglesa/chave de boca.

E. Desaperte a porca central (2) e verifique visualmente se a armadura/trança

ficou bem apertada entre o pino-guia da armadura (4) e o anel de fixação da

armadura (3). Se a armadura não estiver firme, repita a montagem.

F. Retire a entrada (6) e afaste os núcleos dos cabos para a penetração do

composto. Aplique-o entre os núcleos, como ilustrado. Consulte as notas que

se seguem, assim como a figura anterior relativamente à preparação do

composto.

26.7.8.1 Preparação do composto selante

Ao trabalhar com este material use luvas fornecidas. O composto selante é

acondicionado em uma embalagem com dois componentes, que devem ser misturados na

proporção de 1:1 até obter uma mistura de cor homogênea. O método mais eficaz para obter

uma mistura homogênea é trabalhar apertando e rolando o produto entre as mãos. Uma vez

misturado, o material deve ser utilizado no prazo de 30 minutos, quando começa a endurecer.

Page 162: 88283061 Curso de Atmosfera Explosiva R2 Final Docx

162

Até ser utilizado, o composto deve ficar sob temperatura ambiente não inferior a 200C.

A temperaturas mais baixas, ele se torna difícil de misturar. Se a mistura entrar em contato com

a pele, retire-a antes de curar com um produto de limpeza de mãos. Prepare somente a

quantidade necessária para consumo imediato.

Não se recomenda misturar e aplicar o composto em temperatura ambiente inferior a

40C, o que faz aumentar o período de cura.

G. Com todas as frestas e espaços vazios preenchidos, volte a juntar os

condutores e coloque mais composto em torno do exterior do aglomerado.

Uma os condutores com fita adesiva para não afetar a vedação do composto.

Passe o anel de borracha (5) sobre o pino-guia da armadura (4) e retire

qualquer excesso de composto da parte do anel de borracha (5) e da face de

união, conforme indicado.

H. Volte a colocar a entrada (6) sobre o anel de moldagem (5), certifique-se de

que o composto não cubra a extremidade (5).

I. Instale e aperte manualmente os subconjuntos (1) e (2) na entrada (6).

Page 163: 88283061 Curso de Atmosfera Explosiva R2 Final Docx

163

Nota importante: Os condutores não devem ser manuseados durante pelo

menos quatro horas.

J. Deixe o composto catalisar (consulte tabela de Tempos de Cura). Desaperte os

subconjuntos (1) e (2) a partir da entrada (6) para permitir a inspeção. O anel

de moldagem (5) pode ser removido para inspeção de forma a garantir que a

selagem tenha sido satisfatória.

Adicione mais composto, se necessário.

K. Volte a montar o anel de moldagem (5) e a entrada (6). Aperte com a mão os

subconjuntos (1) e (2) na entrada (6) e aperte mais meia volta com uma chave

de boca/chave inglesa. Aperte a contraporca (1) até formar uma vedação em

torno do cabo, em seguida aperte mais uma volta completa utilizando uma

chave de boca/inglesa.

Certifique-se também que a porca central (2) não de quando apertar a

contraporca. Certifique-se de que o selo de vedação seja empurrado para

baixo até a posição devida. Instale o protetor de contato sobre o prensa-cabo,

se aplicável.

As instruções a seguir constituem os vários métodos aprovados pela IEC para passar

fios dreno através da barreira de composto e devem ser acompanhadas, se possível, por

especificações de instalações de cabos.

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164

26.7.8.2 Preparação dos fios dreno de cabos intrinsecamente seguros e de cabos de

instrumentação.

1. Isolar fios drenos com tubo termocontrátil ou contração a frio.

1.1 Puxe a armadura/trança para trás e dobre-a em ângulos retos em relação à

capa interior.

1.2 Retire o filme e prenda nivelando com a capa exterior, expondo os fios dreno e

os condutores isolados. Corte mais 10mm da capa interior.

1.3 Passe um comprimento de 100mm de tubo termocontrátil ou de contração a frio

sobre o fio dreno, até encostar no filme; depois, faça o tubo contrair por igual

sobre o fio dreno para evitar a formação de bolhas de ar.

1.4 Para isolar a junção entre o filme e o tubo, pode-se utilizar um pedaço

adequada de tubo contrátil ou tubo expansível de neoprene com 10mm de

comprimento ou um pedaço de fita de PVC com 10mm de largura.

1.5 Após concluir as etapas 1.1 a 1.4 sobre cada fio dreno, coloque a

armadura/trança paralelamente ao cabo, se aplicável, depois siga a instrução

B.

2 Isolar fios dreno/blindagem com condutores isolados de fixação independente

ou ligação soldada.

2.1 Puxe a armadura/trança para trás e dobre-a em ângulo retos em relação à

capa interior.

2.2 Retire mais 15mm da capa interior ( ver figura abaixo parte (a)).

2.3 Solte um ou dois grupos de fios da blindagem e retire os restantes ( ver figura

abaixo parte (b)).

2.4 Enrole o grupo de fios num chicote e corte no comprimento de 15mm.

2.5 Crave um condutor isolado no chicote com uma ponteira isolada (ou ligação

soldada) adequada, deixando o bastante do condutor para permitir a ligação da

outra ponta ao terra do equipamento (( ver figura abaixo parte (c)).

Nota: deve haver no mínimo 10mm de composto em ambas as pontas da junta

cravada/soldada.

2.6 Para isolar a junta entre os fios de blindagem e o condutor isolado, coloque um

pedaço de fita de PVC sobre o metal que ficou exposto.

Page 165: 88283061 Curso de Atmosfera Explosiva R2 Final Docx

165

2.7 Após concluir as etapas 2.1 a 2.6 sobre cada fio dreno, coloque a

armadura/trança paralelamente ao cabo. Em seguida, execute a instrução B.

3 Isolar fios de blindagem com verniz ou tinta isolante.

3.1 Puxe a armadura/trança para trás e dobre-a em ângulos retos em relação à

capa interior.

3.2 Retire o filme e prenda nivelando com a capa interior, expondo os fios dreno e

os pares de condutores.

3.3 Corte mais 10mm da capa interior ( ver figura abaixo parte (a)).

3.4 Pulverize ou pinte os fios de dreno com verniz ou tinta isolante e deixe secar (

ver figura abaixo parte (b)).

3.5 Para isolar as extremidades do filme, pode ser utilizado um pedaço adequado

de tubo contrátil ou tubo expansível de neoprene com 10mm de comprimento

ou pedaço de fita de PVC com 10mm de largura ( ver figura abaixo parte (c)).

3.6 Após concluir as etapas 3.1 a 3.5 sobre cada fio dreno, coloque a

armadura/trança paralelamente ao cabo. Em seguida, execute a instrução B.

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166

26.7.9 Considerações finais

O composto pode ser prejudicado pela presença de alguns solventes. Existindo

a presença de vapores de solventes nas proximidades de prensa-cabo, poderá

ser necessário incluir precauções adicionais.

O composto cura com dureza Shore D de 85, quando pode ser manipulado.

Depois de totalmente curado, ele pode ser usado sob temperaturas entre -600C

e +800C.

26.7.9.1 Lista de limitações:

1. Quando utilizados com cabos trançados, os prensa-cabos tamanhos “Os” e “O”

servem apenas para utilização em equipamentos fixos, cujo cabo deve ficar

bem firme e ser preso com grampo em outro local para evitar puxões ou

torções.

2. O prensa-cabo trabalha na faixa de temperatura entre -600C e +800C.

3. É necessário criar uma vedação entre o equipamento e o prensa-cabo, de

modo a manter o grau de proteção adequado contra a entrada de poeira,

sólidos e água.

Page 167: 88283061 Curso de Atmosfera Explosiva R2 Final Docx

167

26.7.9.2 Acessórios:

Antes de montar o prensa-cabo ou desencapar o conjunto, deve ser avaliado se há

necessidade de algum adicional à montagem, tais como:

Capa protetora, para maior proteção contra corrosão.

Contraporca, para fixar o prensa-cabo na posição devida.

Arruela de vedação, para proteção da entrada do invólucro no prensa-cabo.

Terminal de aterramento, para fornecer um ponto de ligação externo com a

armadura/trança.

Arruela dentada, para absorver quaisquer vibrações capaz de soltar a

contraporca ou conjunto do prensa-cabo.

27 Eletrodutos O uso de eletrodutos em áreas classificadas requer cuidados especiais, principalmente

quando usado com invólucros à prova de explosão. Além de manter o grau de proteção (IP) de

um invólucro – isto se aplica a todos os tipos de proteção -, a integridade do invólucro deve ser

mantida, isto é, o eletroduto no percurso entre a parede do invólucro e o dispositivo de vedação

do eletroduto deve poder ainda resistir à força de uma explosão dentro do invólucro, de forma

que as chamas/gases quentes sejam impedidos de alcançar a atmosfera externa.

Quando dois invólucros à prova de explosão estiverem conectados através de um

eletroduto, as vedações devem ser encaixadas de forma a evitar que ocorra concentração de

pressão durante uma explosão interna.

Os dispositivos de vedação também são usados para impedir a migração de

gases de uma área classificada para outra, classificada ou não. Embora não

sejam totalmente estanques a gás, eles limitarão, a um nível aceitável, a

quantidade de gás que passa sob pressão atmosférica normal. Quando houver

probabilidade de pressões positivas ou negativas, as medidas apropriadas

devem ser implementadas.

As práticas de instalação apropriadas devem, portanto, ser observadas e isto

requer a observação das especificações e recomendações do fabricante

apresentadas na ABNT NBR IEC 60079-14.

27.1 Seleção de eletroduto

Eletrodutos usados em equipamentos para atmosferas explosivas serão os

recomendados pelo fabricante e selecionados dentre os seguintes:

Eletroduto roscado, de ferro galvanizado tipo pesado, com ou sem costura,

conforme ABNT NBR 5597;

Page 168: 88283061 Curso de Atmosfera Explosiva R2 Final Docx

168

Eletroduto flexível de construção metálica ou material composto, por exemplo,

eletroduto de metal com ferro de elastômero com classificação de resistência

mecânica pesada ou muito pesada, fabricado de acordo com a ISO 10807.

Observação:

O eletroduto entrando nos invólucros à prova de explosão deve ter, como

mínimo, cinco fios de roscas completamente rosqueadas.

27.2 Vedação do eletroduto – unidades seladoras

Unidades seladoras devem ser montadas no eletroduto quando o mesmo sair ou entrar

em uma área classificada.

Quando o eletroduto é utilizado em um invólucro à prova de explosão contendo uma

fonte de ignição, unidades seladoras devem ser montadas o mais próximo possível da

parede do invólucro, ou não mais do que 50mm da parede do invólucro, para limitar a pré-

compressão. Alternativamente, o fabricante pode montar uma unidade seladora no invólucro

como parte do projeto certificado do invólucro.

28 Requisitos de aterramento, instalação e inspeção

28.1 Requisitos para cabo IS

Os requisitos para cabos IS serão especificados na documentação de sistema. Os

cabos não precisam ser mecanicamente protegidos, uma vez que a energia em um circuito IS

está abaixo do que é necessário para causar a ignição de uma mistura inflamável, mesmo se

uma centelha for produzida em um cabo partido. Observe a figura abaixo.

Page 169: 88283061 Curso de Atmosfera Explosiva R2 Final Docx

169

1. Isolamento entre a SWA ou armadura.

2. Blindagem com fio dreno – normalmente aterrada somente em um ponto, que é

normalmente o terra da barreira (aterramento íntegro).

3. Condutores isolados individualmente.

4. SWA ou armadura (opcional) – normalmente aterrado em cada extremidade, e

em qualquer caixa de ligação de intervenção através dos prensa-cabos.

1. Barreira de segurança Zener.

2. Trilho de montagem da barreira/barramento de terra.

3. SWA/armadura conectado (aterrado) ao invólucro por meio de prensa-cabo.

Page 170: 88283061 Curso de Atmosfera Explosiva R2 Final Docx

170

4. Fio dreno conectado ao trilho de montagem da barreira/barramento de terra

íntegro.

5. Condutores de aterramento íntegro, conectado ao principal ponto de

aterramento usando:

a) dois condutores separados, de no mínimo 1,5mm2 (ABNT NBR IEC

60079-14); ou

b) um condutor individual de cobre, de no mínimo 4mm2 (ABNT NBR IEC

60079-14).

OBSERVAÇÃO: PERCUSO MAIOR REQUER CONDUTORES DE ÁREA DE

SEÇÃO TRANSVERSAL MAIOR, POR EXEMPLO 6mm2, 10mm2 ou 16mm2.

6. Caixa de ligação.

7. Prensa-cabos.

8. Caixa de ligação localmente à estrutura.

9. Fio dreno diretamente conectado.

10. Fio dreno terminado, porém não aterrado no equipamento de campo.

28.2 Aterramento equipotencial

As principais razões para o aterramento e equalização de potencial em instalações

elétricas são:

Eliminar a possibilidade de choque elétrico nos funcionários;

Permitir que dispositivos de proteção operem corretamente, de forma que a

duração de falha seja mantida a um mínimo;

Equalizar o potencial de tensão de componentes metálicos que normalmente

não conduzem corrente;

Escoar ou drenar a carga eletrostática da planta de processo devido ao

movimento de fluídos.

Em áreas classificadas, a eliminação de fontes de ignição é muito importante, e um

aterramento e uma equalização terão um papel importante. As falhas elétricas, se duradouras,

podem desenvolver um ponto no qual são produzidas temperaturas excessivas de superfície

e/ou arcos/centelhas.

ABNT NBR IEC 60079-17, tabela 1 – item B6, tabela 2 – itens B6 e B7 e tabela

3 – item B3, estabelece: deve-se tomar cuidado para assegurar que as

conexões de aterramento e de ligação de equalização de potencial em áreas

classificadas sejam mantidas em boas condições.

Page 171: 88283061 Curso de Atmosfera Explosiva R2 Final Docx

171

28.2.1 Explicação de termos

Vamos agora, conhecer o significado de alguns termos importantes para o

entendimento desse assunto.

28.2.1.1 Condutores de aterramento elétrico ou de proteção dos circuitos

São condutores instalados para fornecer um caminho de baixa impedância para a

corrente que flui, sob condições de falta, até a massa geral de terra. Normalmente, o CPC é

conectado diretamente a qualquer parte metálica do equipamento.

28.2.1.2 Equalização de potencial elétrico

São condutores instalados para estabelecer a continuidade entre as partes ou os

componentes metálicos adjacentes e a armadura de cabos separados, para assegurar que,

sob condições de falta, todos os componentes ou partes metálicas e blindagem de cabos

sejam mantidos no mesmo potencial.

28.2.1.3 Partes condutoras expostas

Essas partes incluem a parte de quadros de distribuição, invólucros, carcaças de motor

e tanques de transformadores.

28.2.1.4 Partes condutoras estranhas

É considerada parte condutora estranha uma parte metálica associada à planta. Como,

por exemplo, a tubulação, que pode ser tocadas junto com uma tampa metálica do quadro de

distribuição ou com a carcaça de um motor.

28.3 Tipos de sistemas

28.3.1 Sistema TN-S:

O sistema possui condutores de neutro de proteção separados.

28.3.2 Sistema TT:

Um sistema no qual um ponto de fonte de energia está diretamente aterrado, mas que

é eletricamente independente dos eletrodos. Usado para aterrar as partes condutoras expostas

da instalação elétrica.

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172

28.3.3 Sistema TN-C:

Um sistema no qual um único condutor serve tanto ao condutor neutro quanto ao

protetor em todo o sistema.

28.3.4 Sistema TN-C-S:

Um sistema no qual um único condutor serve como condutor protetor e neutro em parte

do sistema.

28.3.5 Sistema IT:

Um sistema no qual não existe conexão direta entre as partes vivas e o terra, porém as

partes condutoras da instalação elétricas são aterradas.

28. 4 Classificação dos sistemas:

Um sistema compreende um fornecimento elétrico ao qual uma instalação elétrica está

conectada.

A Primeira letra indica os arranjos do aterramento fornecido, em que:

28.4.1 Primeira Letra T:

Representa um sistema com um ou mais pontos de fornecimento diretamente

conectado ao aterramento;

28.4.2 Primeira Letra I:

Representa um sistema no qual o fornecimento não está aterrado, porém pode ser

através de uma impedância limitadora de falhas.

A Segunda letra indica os arranjos do aterramento da instalação, em que:

28.4.3 Segunda Letra T:

Representa as partes condutoras expostas da instalação conectadas diretamente ao

aterramento;

28.4.4 Segunda Letra N:

Representa as partes condutoras expostas da instalação diretamente conectadas ao

ponto de aterramento do sistema.

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173

A Terceira letra indica o condutor de aterramento do sistema, em que:

28.4.5 Terceira Letra S:

Representa condutores neutros e protetores separados;

28.4.6 Terceira Letra C:

Representa condutores neutros e protetores combinados em um único condutor.

28.5 Configuração de aterramento do sistema TN-S

Em geral, este método é usado quando o fornecimento elétrico ocorre através de cabos

subterrâneos, com revestimento e blindagem metálicos.

O terminal terra do consumidor será conectado ao condutor protetor das

concessionárias, que é o revestimento e blindagem metálica do cabo subterrâneo,

estabelecendo assim um caminho contínuo de volta ao ponto neutro do transformador de

fornecimento, que é aterrado. Observe a figura abaixo.

Page 174: 88283061 Curso de Atmosfera Explosiva R2 Final Docx

174

28.6 Configuração de aterramento do sistema TT

Em geral, este método é usado quando o fornecimento elétrico é feito através de cabos

aéreos, porém sem nenhum terminal terra fornecido pela concessionária.

Talvez o consumidor tenha que providenciar um eletrodo de terra a conexão dos

condutores protetores do circuito. Com este sistema, é recomendável que os consumidores

usem dispositivos de corrente residual, devido à dificuldade de se obter uma conexão terra

eficaz. Observe a figura abaixo:

28.7 Configuração de aterramento do sistema TN-C

Neste sistema, o mesmo condutor, talvez o condutor externo de um cabo concêntrico, é

usado tanto para condutor neutro quanto para condutor protetor de circuito (condutor PEN) em

todo o sistema.

Normalmente, é usado quando o fornecimento elétrico é feito por um transformador ou

conversor privado, isto é, quando não há nenhuma conexão elétrica entre o consumidor e a

concessionária, ou quando o fornecimento é provido por um gerador privado. Observe a figura

abaixo:

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175

28.8 Configuração de aterramento do sistema TN-C-S

A instalação das concessionárias utiliza um sistema TN-C no qual tanto o condutor

neutro quanto o condutor protetor são atendidos por um único condutor (PEN).

Se a instalação do consumidor, conectada ao sistema de fornecimento TN-C, emprega

um sistema TN-S, em geral os condutores protetores de circuito e os condutores neutros são

separados, então o sistema geral é conhecido como sistema TN-C-S.

A maioria das novas instalações usa este arranjo, que é denominado, pelas

concessionárias, sistema PME. Observe a figura abaixo.

Page 176: 88283061 Curso de Atmosfera Explosiva R2 Final Docx

176

28.9 Configuração de aterramento do sistema IT

Neste arranjo, o sistema pode não ter nenhuma conexão terra, ou pode estar

conectado ao terra através de uma impedância relativamente alta, cuja valor ôhmico dependerá

do nível ao qual as correntes de falhas serão limitadas.

A proteção neste método é dada por um relé que monitora qualquer corrente de fuga à

terra (50G), causada por falha no terra. Isso ativará um alarme sonoro ou visual, ou

desconectará o fornecimento elétrico. Observe a figura abaixo.

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177

28.10 Regulamentos e normas

Os requisitos para prática de aterramento podem ser encontrados nos documentos

apresentados no quadro abaixo:

ABNT NBR IEC 60079-14:2009

Equipamentos elétricos para atmosfera explosivas – Parte

14: Instalação elétrica em áreas classificadas (exceto

minas)

ABNT NBR IEC 60079-17:2009

Equipamentos elétricos para atmosfera explosivas – Parte

17: Inspeção e manutenção de instalações elétricas em

áreas classificadas (exceto minas)

Requisitos para prática de aterramento

29 Sistema de aterramento em áreas classificadas

A ABNT NBR IEC 60079-14 especifica as condições para os seguintes sistemas de

aterramento em áreas classificadas.

29.1 Sistema do tipo TN

Se for usado um sistema de aterramento do tipo TN, ele deve ser do tipo TN-S (com

condutos neutro N e condutor protetor PE separados) na área classificada, isto é, o condutor

neutro e o protetor não devem estar conectados juntos, nem combinados em um único

condutor, na área classificada.

Em qualquer ponto da transição do tipo TN-C para o tipo TN-S, o condutor protetor

deverá ser conectado ao sistema de ligação elétrica equipotencial na área não classificada.

O monitoramento de fuga entre o condutor neutro e o PE na área classificada também

é recomentado na norma. Observe na tabela abaixo, o tempo de desconexão para esse

sistema:

U0 t

120 0,8

220 a 277 0,4

400 0,2

Superior a 400 0,1

Tempo máximo de desconexão para sistemas TN

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178

Onde: U0 = Tensão Nominal em volts; t, em segundos

29.2 Sistema tipo TT

Se for um sistema de aterramento do tipo TT (terra separado para sistema de força e

partes condutoras expostas) na zona 1, este deve ser protegido por um dispositivo de corrente

residual (DR ou IR).

29.3 Sistema tipo IT

Se for um sistema de aterramento do tipo IT (neutro isolado do terra ou aterrado

através de uma impedância), um dispositivo de monitoramento de isolamento deve ser

providenciado para indicar a primeira falha do terra.

Com este sistema do tipo TT, pode haver necessidade de uma ligação elétrica

local, também conhecida como ligação elétrica equipotencial complementar.

Outras informações podem ser obtidas consultado a ABNT NBR 5410 e a IEC

60364-4-41.

28.10 Equalização de potencial

Para impedir que potências de tensão diferentes ocorram na parte metálica da planta

em áreas classificadas, será necessária a equalização de potencial. Isto se aplica aos sistemas

TN, TT e IT nos quais todas as partes condutoras expostas e externas devem ser conectadas

ao sistema de ligação equipotencial.

O sistema de ligação pode compreender condutores protetores, eletrodutos metálicos,

revestimentos metálicos de cabo, blindagem de fios de aço e peças metálicas de estruturas,

porém nenhum condutor neutro. A segurança das conexões deve ser assegurada através de

dispositivos que não possam ser afrouxados.

28.11 Área de seção transversal (seção) de condutor de aterramento

28.11.1 Cálculo

A área da seção transversal dos condutores de aterramento pode ser calculada usando

a seguinte fórmula da NBR 5410.

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179

Onde:

S – Área de seção transversal nominal do condutor de aterramento, em mm2.

I – Corrente de curto para falta de impedância desprezível que fluirá através do

dispositivo de proteção associado, em ampéres.

Obs.: 1. O efeito limitador de corrente da impedância do circito e a capacidade

de limitação do dispositivo de proteção serão levados em conta (I2t).

2. Uma consideração adicional é o aumento na resistência dos

condutores devido ao aumento de temperatura durante a ocorrência da

falha.

t – Tempo de operação do dispositivo de proteção quando submetido à corrente de

curto I, em segundos.

k – Fator que leva em conta a resistividade, coeficiente de temperatura e capacidade

de calor do material condutor e as temperaturas apropriadas iniciais e finais.

28.12 Área da seção do condutor de proteção do circuito (CPC) em relação ao condutor

de fase.

Alternativamente, a área de seção transversal do condutor protetor à área de seção

transversal do condutor da fase associado pode ser determinada considerando a tabela abaixo:

Área de seção do

condutor de fase

Área se seção mínima do condutor

protetor correspondente (Sp)

Se FOR do mesmo material

que o condutor fásico

Se NÂO FOR do mesmo

material que o condutor fásico

mm2 mm2 mm2

S ≤ 16 S 12

16 ≤ S ≤ 35 16 1162

S > 35 2 122

Área de seção mínima do condutor protetor em relação à área de seção do condutor de fase associado

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180

28.13 Principais condutores de ligação equipotencial

O condutor principal de ligação equipotencial em uma instalação, com exceção de um

sistema PME, deve ter uma área se seção transversal não inferior à metade da área de seção

transversal especificada para instalação do condutor de aterramento, e não inferior a 6mm2. Se

for usado um condutor de ligação de cobre, a área de seção transversal não precisa ser maior

que 25mm2 ou, quando outros metais forem usados, a área de seção transversal que ofereça

condutância será aplicável.

Em relação ao sistema PME, a seguir apresentamos detalhes dos requisitos

para o condutor principal de ligação equipotencial em relação ao condutor

neutro do fornecimento.

Área de seção transversal equivalente de

cobre do condutor neutro do fornecimento

Área mínima de seção transversal

equivalente de cobre do principal condutor

de ligação equipotencial

35mm2 ou menos 10mm2

Mais de 35mm2 até 50mm2 16mm2

Mais de 50 mm2 até 95mm2 25mm2

Mais de 95mm2 até 150mm2 35mm2

Mais de 150mm2 50mm2

Vamos investigar a situação com e sem o condutor de ligação entre o principal

condutor de terra e a massa ou terra do motor, quando ocorre falha entre uma

fase e o terra dentro do motor. Também se presumirá que o motor esteja

firmemente aparafusado à chapa de apoio, mas devido à sujeira, ferrugem ou

tinta, a resistência entre a base do motor e a chapa de apoio é de 1Ω.

Caso 1: Ausência de conexão à terra o condutor principal de aterramento e a massa ou

terra do motor.

Considere o circuito da figura abaixo, que compreende um motor, transformador e cabo

de interconexão. Somente para simplificar serão usados os seguintes valores de referência:

Rg = resistência de uma fase do gerado;

Rm = resistência de uma fase do motor;

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181

R = resistência entre a base do motor e a placa de apoio;

Vph = tensão de fase.

A tensão do motor e placa de apoio,

! " ! # $% 10,05 ! 0,1 ! 1 #240 200

Assim qualquer pessoa, de pé, próxima ao motor e tocando sua carcaça, levaria um

grande choque, especialmente se o piso estiver molhado, conforme ilustra figura abaixo:

Nenhuma ligação de terra conectada a massa do motor e o condutor principal de terra

Page 182: 88283061 Curso de Atmosfera Explosiva R2 Final Docx

182

Caso 2: Conexão entre o condutor principal de terra e a massa do motor.

A situação anterior é evitada com o aterramento e ligação elétrica adequados. Se o

condutor de ligação está ente a massa do motor e o terra principal, a resistência é de 1Ω entre

a base do motor, e a chapa de apoio é derivada em shunt, sendo que a resistência efetiva

neste ponto é significativamente reduzida. Da mesma forma, um condutor de ligação entre os

pés do motor e a chapa de apoio obteria o mesmo resultado, como representado na figura

abaixo:

Ligação de terra conectada entre a massa do motor e o condutor principal de terra

Assim sendo, é fundamental que os condutores terra tenham área de seção

transversal (CSA) suficiente para transportar possíveis correntes de fuga, que

podem ser muito altas, mas normalmente de curta duração, até que sejam

interrompidas pela proteção elétrica. Foi demonstrado que uma resistência de

contato de 1Ω pode resultar na presença de níveis perigosos de tensão. Para

evitar dificuldade, a impedância do circuito terra deve ser significativamente

inferior a 0,1Ω.

29 Eletricidade estática A eletricidade estática é mais do que capaz de causar a ignição de materiais

inflamáveis, e sua presença na indústria petroquímica representa um alto risco que deve ser

neutralizado aplicando-se as medidas apropriadas.

A passagem de óleo, gases ou poeira através de tubulações de processo e vasos de

contenção causa um acúmulo de carga estática, que emergem no exterior dos dutos e tanques

para estabelecer potenciais cuja magnitude pode constituir milhares de volts. Isto é inaceitável

em inaceitável em áreas classificadas, e pode ser eliminado assegurando-se que todo os

dutos, tanques etc.; estejam solidamente interligados e ligados ao terra principal.

Page 183: 88283061 Curso de Atmosfera Explosiva R2 Final Docx

183

A ligação elétrica nos flanges e conexões de dutos também pode reduzir o problema de

corrosão causada por cargas estáticas.

As cargas elétricas estáticas podem ser reduzidas, em muitos casos, da

seguinte forma:

- Reduzindo a vazão de líquidos nas tubulações;

- Adicionando compostos aos líquidos;

- Usando tubos fabricados a partir de materiais com alto teor de carbono.

Observe na tabela abaixo as recomendações para resistência de aterramento máxima

para o controle de eletricidade estática.

Tipo de

instalação

Classificação

de área

Resistência

máxima

recomendada

para o terra Ω

Comentários

Principal estrutura metálica da planta Zona 0, 1 e 2 10Ω O aterramento é normalmente inerente na

estrutura.

Grandes itens metálicos fixos da planta,

vasos de reação + silos de pó, etc. Zona 0, 1 e 2 10Ω

O aterramento é normalmente inerente na

estrutura. Ocasionalmente, os itens podem ser

montados em suportes não condutores e

conexões de aterramento especiais podem ser

necessárias.

Tubulações metálicas Zona 0, 1 e 2 10Ω

O aterramento é normalmente inerente na

estrutura. Conexões de aterramento especiais

podem ser necessárias em juntas se houver

dúvida de que o critério de 10Ω será atendido.

Itens metálicos transportáveis: tambores,

tanques etc. Zona 0, 1 e 2 10Ω

Conexões de aterramento especiais são

normalmente necessárias.

Planta metálica com elementos não

condutores: eixo rotativos, agitadores

etc.

Zona 0, 1 e 2 10Ω

Em caso especiais um limite de 100/1Ω pode ser

aceitável, mas em geral, se o critério de 1MΩ não

puder ser atendido, uma conexão terra especial

deve ser usada para obter uma resistência inferior

a 10Ω para o terra.

Itens não condutores com alta

resistência, com ou sem componentes

metálicos isolados, por ex. parafusos em

uma tubulação plástica

Zona 0, 1 e 2 10Ω

O risco geral de ignição eletrostática e o risco de

incêndio normalmente impedem o uso de

materiais não condutores, a não ser que possa

ser mostrado que acúmulo significativos de carga

não ocorrerão. Na ausência de acúmulo de carga,

o aterramento não é necessário nas áreas da

Zona 2.

Itens fabricados a partir de materiais

condutores ou antiestáticos. Zona 0, 1 e 2 1MΩ - 10MΩ

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184

30 Inspeção e manutenção em conformidade com a ABNT NBR IEC 60079-17

30.1 Importância da inspeção e manutenção.

Introdução:

Este capítulo abordará a inspeção e manutenção de equipamentos elétricos usados em

áreas classificadas conforme normas relevantes. Isso é muito importante porque, alem do risco

de dano mecânico aos equipamentos, há também o risco de degradação do equipamento,

devido a condições ambientais e outros fatores que podem afetar sua integridade, resultando

na ignição de algum gás ou vapor inflamável, em área classificada.

A inspeção dos equipamentos deverá ser realizada periodicamente para

possibilitar a detecção de possíveis falhas, com antecipação suficiente para

prevenir a ocorrência de paradas graves, reduzir tempos de paralisação e

perda de produção, bem como possíveis ferimentos ao pessoal. O programa

de manutenção, baseado no resultado de vistorias de inspeção, pode então ser

implementado, o que permitirá uma confiabilidade continuada e a operação

segura dos equipamentos.

O equipamento somente permanecerá aprovado/certificado se for mantido conforme as

recomendações fornecidas pelos fabricantes e a norma relevante. Veja essa norma no quadro

abaixo:

ABNT NBR IEC 60079-17:2009

Equipamentos elétricos para atmosfera

explosivas – Parte 17: Inspeção e

manutenção de instalações elétricas em

áreas classificadas (exceto minas)

30.2 Qualificação do pessoal

É essencial que o pessoal envolvido na seleção, instalação e manutenção dos

equipamentos para atmosfera explosivas em áreas classificadas possua um claro

entendimento quanto aos diversos tipos de proteção, práticas de instalação e normas, bem

como dos princípios gerais de classificação da área.

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185

Os fabricantes têm se esforçado para projetar e construir equipamentos de acordo com

as normas relevantes tendo sido ensaiado por organismo independente de terceira parte, a fim

de garantir a segurança dos equipamentos para uso em áreas classificadas. Todo esse esforço

terá sido em vão se o técnico de campo não possuir o conhecimento necessário para instalar

e/ou manter os equipamentos de acordo com as exigências do fabricante, as normas

relevantes e os códigos de práticas.

O pessoal que opera no local deve dispor de treinamento adequado e,

consequentemente, atualizações regulares.

O equipamento pode estar adequado ao uso em atmosfera explosiva no momento que

sai das instalações dos fabricantes, porém a maneira com que ele é posteriormente

manuseado, selecionado, instalado e mantido na sua segurança para uso em área classificada

e/ou para a permanência da certificação. O pessoal precisa estar consciente, por exemplo, das

consequências de uma base quebrada, em um motor à prova de explosão.

Equipamentos de segurança aumentada podem ter condições especiais de

uso, e a falha em cumpri-las reduzirá as margens de segurança e invalidará a

certificação. Além disso, a seleção incorreta do prensa-cabo no que diz

respeito, por exemplo, aos equipamentos à prova de explosão, afetará a

integridade desses equipamentos.

30.3 Principais causas de deterioração de equipamentos

Na ABNT NBR IEC 60079-17 estão relacionados os principais fatores que têm efeito

significativo na deteriorização dos equipamentos em áreas classificadas. Esses fatores são

relacionados a seguir:

Tendência a corrosão;

Exposição a produtos químicos ou solventes;

Probabilidade de acúmulo de poeira e sujeira;

Probabilidade de entrada de água;

Exposição a elevadas temperaturas ambientes;

Riscos de dano mecânico;

Exposição à vibração excessiva;

Treinamento e experiência do pessoal;

Probabilidade de modificações ou ajustes não autorizados;

Probabilidade de manutenção inadequada, como, por exemplo, em desacordo

com as recomendações do fabricante.

Page 186: 88283061 Curso de Atmosfera Explosiva R2 Final Docx

186

30.4 Equipamentos retirados de serviço

Quando é necessária a retirada do equipamento durante a manutenção, qualquer

condutor, exposto pela retirada do equipamento, deve ter sua segurança garantida por:

Terminação em invólucro adequado;

Isolação de todas as fontes de fornecimento de energia e isolado;

Isolação de todas as fontes de energia e aterrado.

Observação: Quando a intenção for a remoção permanente do equipamento, a

fiação associada deve ser Isolda de todas as fontes de

fornecimento de potência e terminada em um invólucro adequado

ou completamente removida.

30.5 Normas IEC

As Normas da Comissão Eletrotécnica Internacional (IEC, na sigla em inglês) relativas

a equipamentos para atmosferas explosivas, numericamente referenciadas na série 60079-XX,

têm sido publicadas desde o final da década de 1960. Essa norma, no entanto, não

acompanhava o ritmo dos avanços em tecnologia e, consequentemente, tendia a ficar

ultrapassada em relação às normas nacionais e europeias. Esforços foram feitos por vários

comitês dentro da IEC no sentido de reverter essa situação, a fim de realizar uma completa

revisão de suas normas. Existe igualmente uma maior cooperação entre a IEC e a CENELEC,

de modo que ao final suas respectivas normas concordem entre si.

No que diz respeito ao Brasil, o equipamento para atmosfera explosivas normalmente é

fabricado de acordo coma as normas nacionais harmonizadas.

As normas da IEC, no entanto, tendiam a não ser usadas para esse propósito; porém,

devido à tendência no sentindo da harmonização global de normas, na qual a IEC desempenha

papel importante, essa situação caminha para uma mudança.

Incentivando essa mudança, houve momentos nos quais os fabricantes foram

compelidos por grandes usuários de equipamentos, para atmosferas explosivas, a construir e

certificar os equipamentos de acordo com normas IEC. A certificação de tais equipamentos

passou a ser compulsória em 1992, através do INMETRO, que a partir de 1993 delegou aos

OCA )Organismos de Certificação Acreditados) a tarefa de certificar tais equipamentos.

Uma das normas que se tornou mais amplamente aceita é a IEC 60079-17, hoje

disponível no conjunto de normas ABNT. Essa norma compreende uma série de tabelas para

inspeção dos diversos métodos de proteção contra explosões. A tabela 1 é um cronograma de

inspeção, que relaciona as ares a serem inspecionadas para os tipos de equipamentos Ex “d”,

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187

Ex “e” e Ex “n”; as tabelas 2 e 3 são cronogramas para a inspeção de equipamentos

pressurizados Ex “p”, respectivamente. Essas tabelas estão no final desta unidade.

Par cada tipo de proteção para atmosfera explosiva, há três níveis especificados de

inspeção: visual, apurada e detalhada.

30.5.1 Inspeção Visual:

Inspeção que identifica, sem o uso de equipamentos ou ferramentas de acesso,

defeitos, que podem ser percebidos a olho nu, como por exemplo, parafusos faltando.

30.5.2 Inspeção Apurada

Inspeção que compreende aqueles aspectos incluídos em uma inspeção visual e que,

além disso, identifica defeitos como parafusos soltos, que se tornarão visíveis somente pelo

uso de equipamentos de acesso, do tipo escadas de degraus (onde necessário) e ferramentas.

As inspeções apuradas, normalmente, não exige que o invólucro seja aberto ou que a energia

do equipamento seja desligada.

30.5.3 Inspeção Detalhada

Inspeção que compreende os aspectos incluídos em uma inspeção apurada e que,

além disso, identifica que somente seriam visíveis pela abertura do invólucro e/ou utilização,

onde necessário de ferramentas e equipamentos de testes.

As programações de inspeção são um meio pelo qual as instalações elétricas

poderão ser sistematicamente avaliadas visando à instalação correta, bem

como aos efeitos de condições ambientais, tais como água, temperatura

ambiente, vibrações etc.

30.6 Documentação

É fundamental que toda a documentação necessária esteja disponível antes da

implantação de um cronograma de inspeção/manutenção. Esses documentos incluirão plano

de classificação de áreas da instalação e um inventário completo de todos os equipamentos da

área classificada instalados na mesma, incluindo sua localização e registro atualizados de

todas as tarefas anteriores de inspeções e manutenções realizadas. É de vital importância que

os documentos de certificação de cada equipamento para atmosfera explosivas estejam

disponíveis, de modo que o esclarecimento de quaisquer “condições especiais de instalação”

possa ser feito em uma data futura.

Page 188: 88283061 Curso de Atmosfera Explosiva R2 Final Docx

188

A manutenção de registros completos é, portanto, uma exigência fundamental

para operação segura de equipamentos elétricos em áreas classificadas. A

experiência tem demonstrado que alterações em equipamentos, bem como a

instalação de outros equipamentos em áreas classificadas, têm ocorrido em

instalações sem que essas ações tenham sido registradas na documentação

pertinente.

30.7 Tipos de inspeções

Três tipos de inspeção estão especificados na ABNT NBR IEC 60079-17.

Inspeção inicial;

Inspeção periódica;

Inspeção por amostragem.

Uma instalação, incluindo seus sistemas e equipamentos, deverá estar sujeita a uma

“inspeção inicial” antes de ser colocada em serviço, a fim de determinar a adequação dos tipos

de proteção selecionados a seus métodos de instalação. O grau de inspeção será detalhado

em conformidade com as tabelas 1, 2 e 3 da ABNT NBR IEC 60079-17, apresentadas no final

desta unidade.

Consequentemente, as inspeções periódicas deverão ser implementadas para

confirmar se a instalação está sendo mantida em uma condição adequada para uso continuado

na área classificada.

As inspeções periódicas poderão ser visuais ou apuradas,l e deverão ser realizadas em

intervalos regulares, influenciados pelas condições ambientais.

Dependendo do resultado de uma “inspeção visual/apurada”, uma “inspeção

detalhada” adicional poderá ser necessária. A experiência obtida em situações

semelhantes, no que diz respeito a equipamentos, usinas e ambientes, poderá

ser utilizada para determinar o cronograma de inspeções.

Os fatos que influenciam na frequência e no grau das inspeções periódicas são:

Tipo de equipamento;

Recomendações dos fabricantes;

Condições ambientais;

Setores de uso;

Resultados de inspeções anteriores.

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189

No entanto, recomenda-se que o intervalo entre “inspeções periódicas” não exceda a

três anos.”Inspeções por amostragem”, provisórias, poderão ser implementadas para ratificar

ou modificar a frequência de “inspeções periódicas”, podendo ser de grau “visual” ou “apurada”.

O fluxograma apresentado a seguir, ilustra como um típico programa de manutenção

poderá ser determinado e como os vários níveis de inspeção, seja “visual”, “apurada” ou

“detalhada”, poderão ser aplicados durante os diversos tipos de inspeção, ou seja, “inicial”,

“periódica” ou “por amostragem”.

Examina-se igualmente a frequência das instalações periódicas.

No fluxograma a seguir, o “IC” indica que equipamentos elétricos contêm

componentes capazes de ignição em operação normal. Componentes típicos

são chaves, contatores, relés etc., que produzem centelhas ou faíscas em seus

contatos, como por exemplo, resistências que possam produzir temperaturas

superficiais excessivas.

30.8 Cronogramas de inspeções

Os cronogramas de inspeção ilustrados nas tabelas 1, 2 e 3 relacionam-se aos

métodos de tipos de proteção “d”, “e”, “n”, “i”, e “p”, respectivamente.

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Planta nova Tipo: Inicial Determine um intervalo

provisório entre inspeções

Tipo: amostragem

Modifique ou confirme o

intervalo entre inspeções

Planta existente

Tipo: Periódica

Grupo A (Apurada)

O intervalo

entre inspeções

periódicas pode

ser aumentado?

O intervalo entre

inspeções já é de

três anos?

Aumente o intervalo entre

inspeções periódicas

Tipo: amostragem

Tipo: Periódica

Grupo A (Apurada) - IC*

V (visual) - não IC*

O intervalo

entre inspeções

periódicas pode

ser aumentado?

Realize uma auditoria de segurança para

recomendar um novo intervalo entre

inspeções periódicas.

Sim

Não

Sim

Sim

Não

Não

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* IC – Equipamento capaz de provocar centelhas e alta temperatura em condições

normais de operação, ou seja, onde componentes internos do equipamento produzem,

em condições normais de operação, arcos, centelhas ou temperaturas de superfície

capaz de causar ignição.

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193

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194

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31 Fontes de ignição

31.1 Tipos de fontes de ignição

Centelha elétrica;

Superfícies quentes;

Baterias;

Atrito;

Eletricidade estática;

Raios;

Impacto;

Reação pirofórica;

Radiofrequência;

Vibração.

31.1.1 Centelha Elétrica

Centelhas elétricas são basicamente provocadas pela abertura e fechamento de

contatos, como, por exemplo, chaves elétricas, contatores e relés. A ignição de uma mistura

inflamável, composta de hidrogênio e ar, exige somente 20 µJ, a energia resultante de um

intervalo com duração de 0,1 ms, em um circuito conduzindo 20mA em 10V.

Desse ponto de vista, torna-se claro que, para que os dispositivos desse tipo possam

operar com segurança, em uma área classificada, exige-se que os mesmos sejam instalados

em um invólucro à prova de explosão.

O nível de tensão influi na capacidade de ignição de uma centelha. Gases e vapores

inflamáveis são incendiados mais rapidamente em altas tensões do que em baixas, sendo esse

basicamente o motivo porque os circuitos IS raramente são destinados para uso acima de 30V.

A utilização de instrumentos de teste elétricos, normalmente e

testadores de resistência de isolamento, constitui uma fonte potencial

de arcos elétricos. Esses instrumentos somente deverão ser usados

sob circunstâncias controladas, ou seja, sob o controle de uma

autorização de trabalho e testes para assegurar as condições de

ausência de gases.

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31.1.2 Superfícies quentes

O fluxo de corrente através dos enrolamentos de um motor elétrico, por exemplo,

invariavelmente produz calor que aumentará a temperatura de superfície do motor. Se o motor

estiver excessivamente sobrecarregado e o dispositivo de sobrecarga térmica no starter,

estiver ajustada de forma incorreta, a temperatura de superfície do motor poderá ultrapassar,

em muito, a sua classe de temperatura.

O superaquecimento também pode ser provocado pelo bloqueio da entrada do

ventilador de resfriamento danificado ou pelo colapso de um mancal devido à falta de

lubrificação. Esse último pode aumentar drasticamente a temperatura de superfície local, para

um estado de “calor azul”, que equivale a uma temperatura em torno de 4300C, mais do que

suficiente para causar a ignição da maioria dos gases e vapores existentes nas instalações.

Outras fontes de calor são os dutos e maquinaria de processo, tubulações de

motor de combustão, tubos de descarga e lâmpadas.

31.1.3 Baterias

Independente do tamanho, as baterias consistem uma fonte potencial de ignição, já

que produzirão centelhas caso seus terminais entrem em curto-circuito. Uma corrente do tipo

1.000A pode ser gerada caso os terminais de baterias automotivas entrem em curto-circuito.

Existe também a complicação adicional de que hidrogênio e o oxigênio sejam liberados durante

o carregamento de baterias chumbo-ácido. Isso requer salas de baterias arejadas.

A certificação de instrumentos portáteis somente poderá permitir o uso em

áreas classificadas se forem movidos a baterias de baixa capacidade. Baterias

de alta capacidade não devem ser usadas, a menos que o fabricante autoriza.

A substituição de baterias somente deve ser realizadas em uma área não

classificada.

31.1.4 Atrito

As rodas abrasivas de esmerilhadoras portáteis são altamente capazes de produzir

faíscas, e as superfícies quentes produzem centelhas no local do ponto de contato da roda

abrasiva. A perfuração, com ferramentas portáteis, também pode gerar calor entre a broca de

perfuração e a peça de trabalho. Ferramentas elétricas, naturalmente, não devem ser utilizadas

em áreas classificadas, a menos que utilizadas sob condições rigidamente controladas, por

serem elas mesmas fontes de ignição.

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197

31.1.5 Eletricidade estática

A eletricidade estática normalmente é provocada por dois materiais isolantes em atrito.

Os elétrons dispersos nos átomos de um material são separados e transferidos para o

outro material, de modo que o material que perde elétrons torna-se carregado positivamente,

enquanto o outro material, que ganha elétrons, torna-se carregado negativamente. Essa

condição poderá permanecer por algum tempo, porque os materiais são isoladores e não

oferecem um caminho de retorno de condutividade para os elétrons.

Há exemplos registrados de roupas de náilon que, quando retiradas do corpo,

geram eletricidade estática suficiente para incendiar um gás ou vapor

inflamável.

Invólucros plásticos para uso em áreas classificadas normalmente apresentam

o aviso de que devem ser limpos usando um pano úmido para evitar a geração

de eletricidade estática.

O movimento de fluidos também pode gerar cargas eletrostáticas, sendo que

até 5.000V podem ser gerados no bocal de uma lata de aerossol. De forma

semelhante, 10.000V ou mais podem ser gerados no bico de um equipamento

de limpeza a vapor de alta pressão.

O aterramento de aeronaves impede a formação de cargas eletrostáticas, as

quais poderiam, caso contrário, incendiar o vapor do combustível de aviação.

31.1.6 Raios

O raio é um tipo de eletricidade estática provocada pelo movimento das nuvens. O ar

entre as nuvens, ou entre as nuvens e o solo, age como um isolador, permitindo a formação de

cargas, onde o resultado é a geração de tensões muito altas. No momento em que a tensão

atinge um ponto crítico, ocorre a ruptura do ar, sendo a energia repentinamente liberada na

forma de uma descarga elétrica.

Descargas elétricas serão prontamente descarregadas na direção do solo

através de uma construção metálica normal de uma instalação, porém gases

ou vapores inflamáveis podem ser incendiados por raios.

31.1.7 Impacto

A combinação de ferro ou aço oxidados e alumínio, e o impacto entre os dois, é uma

fonte provável de ignição, conhecida como ação de térmite, que pode produzir centelhas

capazes de incendiar um gás ou vapor inflamável.

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O uso de escadas de alumínio em áreas classificadas deverá ser evitado.

O uso de tinta de alumínio em áreas classificadas também exige cuidados.

31.1.8 Reação pirofórica

O sulfeto de hidrogênio (H2S), ou outros compostos de sulfeto, passado através de

tubulações de ferro, reagem com o ferro da tubulação para produzir sulfeto de ferro. O sulfeto

de ferro, quando exposto ao ar, oxida muito rapidamente e atinge temperaturas capazes de

incendiar um gás ou vapor inflamável. Esse fenômeno é conhecido como reação pirofórica, e

pode ser evitado umedecendo-se o sulfeto de ferro com água ou evitando seu contanto com o

ar.

31.1.9 Radiofrequência

O aumento do uso de telefones celulares que operam em frequências altas provocou

alguma preocupação. Tal preocupação foi revelada por uma grande companhia petrolífera, em

1993, no que diz respeito ao risco de usar telefones celulares em postos de gasolina.

Os postos de gasolina têm áreas de zona 1 em torno das bombas, devido à presença

de vapores de gasolina. A energia transmitida por um telefone celular, se usado nessas áreas,

poderia ser captada pela estrutura metálica, atingindo como uma antena, e produzir uma

centelha suficiente para incendiar o vapor de gasolina.

Outras fontes de radiofrequências são os transmissores de rádio e de televisão

e as instalações de radar.

No que diz respeito a instalações de radar, houve preocupação quanto à

possível combustão de gases inflamáveis no terminal de gás St. Fergus, no

noroeste da Escócia, causada por transmissão de radar, provenientes da

instalação de radar próxima em Crimond.

31.1.10 Vibração

A vibração é indesejável na medida em que provoca a deterioração prematura dos

equipamentos, caso se prolongue. Exemplos típicos são: desgastes crescentes em rolamentos,

afrouxamento de conexões elétricas, etc. A vibração também é conhecida como causa de

fadiga metálica do revestimento de cobre e condutores de cabo MICC (Mineral Copper Cable –

Cabo de cobre isolado com Mineral), ou MIMS (Mineral Isulated Metal Sheath – Blindagem

Metálica Isolada com Mineral) devido ao endurecimento de trabalho.

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199

32 Glossário

ATEX Conjunto de regras que definem o processo de certificação p/ equipamentos Ex na Comunidade Europeia

CE Certificação Europeia CEPEL Centro de Pesquisas de Energia Elétrica

CERTUSP Instituto de Eletrotécnica da Universidade de São Paulo

COBEI Comitê Brasileiro de Eletricidade

DIPQ Declaração de Importação de Pequenas Quantidades

IA Corrente de rotor bloqueado

ICRS Índice Comparativo de Resistência Superficial

IEC Comitê Internacional de Eletrotécnica

IN Corrente nominal do motor INMETRO Instituto de Metrologia e Qualidade Industrial

IP Code – Código de Proteção Internacional

IS Intrinsecamente Seguro

MDIC Ministério do Desenvolvimento Industrial e Comercial

NEC Comitê Americano de Eletricidade NSI Não Intrinsecamente Seguro

O’rings Junta de borracha utilizadas para vedações OCA Organismo de Certificação Acreditados

RAC Regulamento de Avaliação da Conformidade

SBAC Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade

tE Tempo necessário para alcançar a temperatura limite TOC Temperatura de Operação Contínua

UC União Certificadora

UL-Br Underwriters Laboratories do Brasil

Page 200: 88283061 Curso de Atmosfera Explosiva R2 Final Docx

200

Referências

BEGA et al. Instrumentação industrial. Editora Interciência. 2ª edição de 2003.

JORDÃO, Dácio de Miranda. Manual de instalações elétricas em industrias

químicas,petroquímicas e de petróleo: atmosferas explosivas. Editora Qualitymark 3ª

edição de 2002.

Normas

ANBT NBR IEC 60079-0:2008 Equipamentos elétricos para atmosfera explosiva – Parte 0:

Requisitos gerais.

ANBT NBR IEC 60079-5:2006 Equipamentos elétricos para atmosfera explosiva – Parte 5.

Imersão em areia “q”.

ANBT NBR IEC 60079-10:2009 Equipamentos elétricos para atmosfera explosiva – Parte 10

Classificação de áreas.

ANBT NBR IEC 60079-14:2009 Equipamentos elétricos para atmosfera explosiva – Parte 14

Instalações elétricas em área classificadas (exceto minas).

ANBT NBR IEC 60079-17:2009 Equipamentos elétricos para atmosfera explosiva – Parte 17

Inspeção e manutenção de instalação elétricas em áreas classificadas (exceto

minas).

ABNT NBR IEC 60529:2005. Graus de proteção para invólucros de equipamentos elétricos

(código IP).

ABNT NBR IEC 61241-0:2006. Equipamentos elétricos para utilização em presença de poeira

combustível – Parte 0: Requisitos gerais.

ABNT NBR IEC 61241-1:2006. Equipamentos elétricos para utilização em presença de poeira

combustível – Parte 1: Proteção por invólucros “tD”.

ABNT NBR IEC 60079-1:2009 Equipamentos elétricos para atmosfera explosiva – Parte 1: .à

prova de explosão “d”.

ABNT NBR IEC 60079-11:2009 Equipamentos elétricos para atmosfera explosiva – Parte 11:

.segurança intrínseca “i”.

ABNT NBR IEC 60079-15:2009 Equipamentos elétricos para atmosfera explosiva – Parte 15:

tipo de proteção “n”.

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ABNT NBR IEC 60079-18:2007 Equipamentos elétricos para atmosfera explosiva – Parte 18:

tipo de proteção “m”.

ABNT NBR IEC 60079-25:2009 Equipamentos elétricos para atmosfera explosiva – Parte 25:

Sistema Intrinsecamente Seguro.

ABNT NBR ISO 9001:2000. Sistemas de gestão da qualidade. Requisitos.

ABNT NBR NM IEC 60050-426:2002. Equipamentos elétricos para atmosferas explosivas.

Terminologia.

ABNT IEC-TR 60079-20:2008 Equipamentos elétricos para atmosferas explosivas – Parte 20:

Dados de gases ou vapores inflamáveis referentes à utilização de equipamentos

elétricos.

IEC 60034-5:2001. Rotating eletrical machines Part 5: Degees of protection provided by the

integral design rotating machines (IP Code)-Classification.

IEC 60079-2:2001. Explosive atmospheres – Part 2: Equipament protection by pressurized

enclosure “p”

IEC 60079-6:1995. Explosive atmospheres – Part 6: Equipament protection by oil immersion “o”

IEC 60079-7:2001. Explosive apparatus for explosive gas atmospheres – Part 7: Increased

safety “e”

IEC 60079-19:2006. Explosive atmospheres – Part 19: Equipament repair,overhaul and

reclamation.

IEC 60331:1999. Tests for electric cables under fire conditions – Circuit integrity.

IEC 60332:2004. Tests for electric and optical fibre cables under fire conditions.

IEC 61892-7:1997 . Mobile and fixed offshore units. Eletrical installations – Part 7: Hazardous

áreas.

Portarias

MTE – Portaria n0 598, de 07 de dezembro de 2004.

MTE – Portaria n0 126, de 03 de junho de 2005.

MTE – Portaria n0 62, de 05 de maio de 2006.

INMETRO / MDIC – Portaria n0 83, de 03 de abril de 2006.

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ANEXOS

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