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77 ÁGORA : revista de divulgação científica v. 16, n. 2(A), Número Especial: I Seminário Integrado de Pesquisa e Extensão Universitária A INTERDISCIPLINARIDADE NO CURSO DE RELAÇÕES PÚBLICAS - UNIVERSIDADE DO CONTESTADO - CAMPUS MAFRA/SC. EXPERIÊNCIA ENTRE AS DISCIPLINAS DE COMUNICAÇÃO INTEGRADA, TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO DIRIGIDA E PLANEJAMENTO EM RELAÇÕES PÚBLICAS. 1 Poliane Brandalize Gontarz 2 Clarice Rosangela Gomes 3 Marcela Kredens 4 Resumo: Este presente trabalho tem por objetivo propor uma reflexão aos professores do curso de Comunicação Social Habilitação em Relações Públicas das disciplinas de Técnicas de Comunicação Dirigida, Comunicação Integrada, Planejamento em Relações Públicas e também aos academicos, na sua dimensão de possibilidades da interdisciplinaridade entre as disciplinas, proporcionando ao acadêmico um trabalho prático e correspondente as atividades e funções previstas pela Resolução Normativa nº 43 que define as funções e atividades privativas dos profissionais de Relações Públicas, aprovada em 24 de agosto de 2002. Este estudo de caso foi baseado nas disicplinas ministradas no 5º periodo do Curso de Relações Públicas da Universidade do Contestado Campus Mafra/SC. Palavras-chave: Relações Públicas. Técnicas da Comunicação Dirigida. Comunicação Integrada. Planejamento em Relações Públicas. Interdisciplinaridade.

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    GORA : revista de divulgao cientfica

    v. 16, n. 2(A), Nmero Especial: I Seminrio Integrado de Pesquisa e Extenso Universitria

    A INTERDISCIPLINARIDADE NO CURSO DE RELAES PBLICAS - UNIVERSIDADE

    DO CONTESTADO - CAMPUS MAFRA/SC. EXPERINCIA ENTRE AS DISCIPLINAS DE

    COMUNICAO INTEGRADA, TCNICAS DE COMUNICAO DIRIGIDA E

    PLANEJAMENTO EM RELAES PBLICAS.1

    Poliane Brandalize Gontarz2

    Clarice Rosangela Gomes3

    Marcela Kredens4

    Resumo: Este presente trabalho tem por objetivo propor uma reflexo aos professores do curso de

    Comunicao Social Habilitao em Relaes Pblicas das disciplinas de Tcnicas de Comunicao Dirigida, Comunicao Integrada, Planejamento em Relaes Pblicas e tambm aos academicos, na

    sua dimenso de possibilidades da interdisciplinaridade entre as disciplinas, proporcionando ao

    acadmico um trabalho prtico e correspondente as atividades e funes previstas pela Resoluo

    Normativa n 43 que define as funes e atividades privativas dos profissionais de Relaes Pblicas,

    aprovada em 24 de agosto de 2002. Este estudo de caso foi baseado nas disicplinas ministradas no 5

    periodo do Curso de Relaes Pblicas da Universidade do Contestado Campus Mafra/SC.

    Palavras-chave: Relaes Pblicas. Tcnicas da Comunicao Dirigida. Comunicao Integrada.

    Planejamento em Relaes Pblicas. Interdisciplinaridade.

  • A interdisciplinaridade no curso de Relaes Pblicas - Universidade do Contestado - Campus Mafra/SC.

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    RELAES PBLICAS: ATIVIDADES E FUNES

    Relaes Pblicas uma das habilitaes da Comunicao Social, a definio de suas funes

    e atividades privativas como profissional, esto definidas conforme Resoluo Normativa de nmero

    43, aprovada pelo CONFERP (Conselho Federal de Profissionais de Relaes Pblicas) em 24 de

    agosto de 2002.

    A principal ferramenta de base para o profissional de Relaes Pblicas o estudo e

    classificao de seus pblicos de abrangencia e interesse, sejam estes internos, externos ou misto, de

    acordo com cada objetivo da organizao. Esta ponte de ligao entre pblicos e organizao funo

    especfica do profissional de Relaes Pblicas. Um estudo bem elaborado e profundo diante dos

    pblicos de uma organizao pode garantir a ela um grande avano em diversos aspectos:

    organizacionais, estratgicos entre outros.

    Dentre as aplicaes de conceitos e tcnicas previstas pelo Artigo 1, paragrafo 3 da Resoluo

    Normativa, encontra-se: Comunicao Estratgica, Dirigida e Integrada:

    1. Comunicao estratgica, com o objetivo de atingir de forma planificada os objetivos globais e os macro-objetivos para a organizao;

    2. Comunicao dirigida, com o objetivo de utilizar instrumentos para atingir pblicos segmentados por interesses comuns;

    3. Comunicao integrada, com o objetivo de garantir a unidade do processo de comunicao com a concorrncia dos vrios setores de uma organizao. (RESOLUO

    NORMATIVA, n 43, 24 de agosto de 2002)

    Ainda pela Resoluo Normativa, alguns conceitos so essenciais para o desenvolvimeno do

    trabalho do profissional de Relaes Pblicas, tais como: Comunicao Institucional, Corporativa,

    Organizacional, Pblica ou Cvica.

    O Profissional de Relaes Pblicas diante de suas atribuio, tem como base a pesquisa, seja

    esta quantitativa ou qualitativa, pesquisa de opinio, auditoria de opinio (Auditoria ou pesquisa de

    imagem, auditoria ou pesquisa de clima organizacional, auditoria ou pesquisa de perfil

    organizacional), aps a coleta de dados sobre o trabalho a ser desenvolvido, o seguinte passo o de

    diagnosticar e posteriormente prognosticar, quais atividades sero necessris para o bom andamento

    do plano, programa ou projeto de Relaes Pblicas.

    Como funes privativas da atividade profissional de Relaes Plicas disposta no artigo

    terceiro, novamente da Resoluo Normativa n 43 de 24 de agosto de 2002, tem-se: elaborar,

    coordenar, implantar, supervisionar e avaliar: o planejamento estratgico da comunicao, a

    comunicao corporativa, camanhas institucionais de informao, integrao, conscientizao e

    motivao dirigidas a pblico estratgico e informao da opinio pblica e em apoio a

    adminstrao, recursos humanos, marketing, vendas e negcios em geral. (RESOLUO

    NORMATIVA, n 43, 24 de agosto de 2002).

    Em especfico para a comunicao dirigida, comunicao integrada e planejamento em

    Relaes Pblicas e como sequencia do Artigo terceiro da Resoluo Normativa:

    Coordenar, implantar, supervisionar, avaliar, criar e produzir material que, em

    essncia, contenha carater institucional da organizao e se enquadre no escopo da

    comunicao organizacional e so conhecidos por newsletters e boletins

    informativos eletrnicos ou impressos, house-organs, jornais e revistas institucionais

  • Poliane Brandalize Gontarz, Clarice Rosangela Gomes, Marcela Kredens

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    de alcance interno ou externo, relatrios para acionistas, folhetos institucionais,

    informaes para imprensa, sugesto de pauta, balanos sociais, manuais de

    comunicao, murais e jornais murais.

    Elaborar planejamento para o relacionamento com a imprensa: a) definir estratgia

    de abordagem e aproximao; b) estabelecer programas completos de

    relacionamento; c) manter contato permanente e dar atendimento aos chamados e

    demandas; d) elaborar e distribuir informaes sobre a organizao, que digam

    respeito s suas aes, produtos, servios, fatos e acontecimentos ligados direta ou

    indiretamente a ela, na forma de sugestes de pauta, press releases e press kits,

    organizar e dirigir entrevistas e coletivas; e) criar e produzir manuais de atendimento

    e relacionamento com a imprensa; f) treinar dirigentes e executivos para o

    atendimento imprensa, dentro de padres de relacioamento, confina e

    credibilidade. (RESOLUO NORMATIVA, n 43, 24 de agosto de 2002).

    Para tanto verifica-se a posio e funo do Profissional de Relaes Pblicas diante da

    Comunicao Integrada, Comunicao Dirigida e tambm do Planejamento de Comunicao e em

    Relaes Pblicas. A interdisciplinaridade destas reas dentro do curso de graduao pode ser uma

    estratgia de qualificao e preparao do acadmico para o mercado de trabalho.

    COMUNICAO INTEGRADA

    A comunicao integrada compreendida pelo composto de comuicao, entre comunicao

    interna e adminstartiva, comunicao institucional e comunicao mercadolgica, para melhor

    visualizao e compreenso segue esquema abaixo proposto por KUNSCH 2003:

    Fonte: Kunsch 2003, p. 151

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    Experincia

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    Sabendo que a comunicao organizacional o processo que amplia dilogos entre instituio

    e seus pblicos de forma nica e institucional, a comunicao integrada promove uma ligao entre as

    formas de comunicao de uma organizao, tambm com o objetivo de unificar o discurso e

    linguagem de comunicao. Dentro das grandes reas do composto de comunicao integrada:

    comunicao interna e administrativa, comunicao institucional e comunicao mercadolgica, tem-

    se as atividades relacionadas a cada grande rea, atividades estratgias designadas aos pblicos alvos

    de cada ao proposta pela comunicao institucional, interna ou administrativa ou mercadolgica.

    Ainda para KUNSCH (2003) a comunicao integrada:

    Esta deve construir uma unidade harmoniosa, apesar das diferenas e das

    peculiaridades de cada rea e das respectivas subreas. A convergncia de todas as

    atividades, com base numa poltic global, claramente definida, e nos objetivos gerais

    da organizao, possibilitar aes estratgicas e tticas de comunicao mais

    pensada e trabalhadas com vistas na eficcia. (KUNSCH, 2003, p. 150)

    A comunicao integrada deve ser compreendida como filosofia de comunicao, uma

    orientao dos departamentos de comunicao para uma tomada de deciso, visando uma liguagem

    nica diante da comunicao, bem como seus valores, misso e viso da organizao.

    A relao entre o profissional de Relaes Pblicas diante da comunicao integrada, est no

    seu reconhecimento de pblicos e no gerenciamento das atividades comunicativas diante destes

    pblicos entrando assim em uma comunicao dirigida.

    COMUNICAO DIRIGIDA

    A comunicao dirigida uma das atividades e funes do profissional de Relaes Pblicas,

    aps a definio, segmentao e seleo do pblico-alvo, seleciona-se um veculo de comunicao e

    tambm a linguagem a ser utilizado por este de forma mais clara e precisa atingir este pblico

    selecionado.

    Primeiramente temos uma diviso entre veculos de comunicao massivos e veculos de

    comunicao dirigida. Os veculos de comunicao de massa so capazes de levar a um grande

    nmero de pessoas, rapidamente, uma mensagem, atingindo vrios pblicos ao mesmo tempo. Esto

    divididos em: Veculos escritos impressos (jornais e revistas), veculos orais (rdio e servio de auto-

    falante) e veculos audiovisuais: emissoras de televiso. J os veculos de comunicao dirigida, tm

    por finalidade transmitir ou conduzir informaes para estabelecer comunicao limitada, orientada e

    freqente com um nmero selecionado de pessoas homogneas e conhecidas (CESCA, 2006, p. 38).

    As divises destes veculos propostos por ANDRADE (1993) so: escritos, orais, aproximativos e

    auxiliares.

    Diante dos veculos de comunicao dirigido temos a contribuio de FORTES (2003) e

    CESCA (2006), conforme disposto na tabela comparativa a seguir, seguindo suas divises:

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    Veculos de Comunicao

    DIRIGIDA

    FORTES (2003) CESCA (2006)

    Veculos Escritos Informativos (Avisos; cartazes;

    comunicado de imprensa ou press-

    release; encarte; informe de reunies;

    insertos em barras; manifesto,

    declarao pblica ou carta aberta;

    sinalizao escrita; teaser; volante).

    Correspondncias (Carta; carto-postal;

    circular; memorando; oficio; telegrama;

    telex).

    Publicaes (Almanaque; boletim de

    difuso tcnica; boletim informativo;

    carta informativa ou newsletter;

    folhinha; jornal da empresa; jornal

    mural; magazine; mural; revista da

    empresa; relatrio pblico; balano

    social; anais; caderno; livros da

    empresa; programa; separata ou reprinte;

    lbum; apostila; cartilha; catlogo;

    digesto; folheto; opsculo; prospecto;

    revista de histrias em quadrinhos).

    Manuais (Manual de redao e estilo;

    manual de identidade visual; manual de

    instrues ou do usurio; manual de

    integrao ou de normas internas;

    manuais para recursos humanos; manual

    da organizao).

    Regulamentos (Sistema de sugestes;

    caixa de sugestes).

    Correspondncias: carta comercial;

    memorando; ofcio; circular;

    requerimento; telegrama; correio

    eletrnico; fax; barra de holerite; manual

    de integrao; quadro de avisos; jornal

    mural; cartaz/banner; caixa de sugestes;

    mala-direta; folheto, folder, panfleto,

    flyer, volante; teaser; press-release;

    boletim de empresa; jornal da empresa;

    revista da empresa; newsletter; relatrio

    pblico anual; relatrio social; livro de

    empresa.

    Veculos Orais Conversas pessoais; telefone; sistema de

    auto-falante e reunies (reunies

    informativas; reunies instrutivas;

    reunies questionadoras; reunies

    deliberativas; reunies dialticas).

    Reunies de informao ou discusso,

    congressos e convenes; Conferncias,

    conversas, entrevistas e discursos;

    Conferama (conferncia com

    dramatizao); Telefone,

    intercomunicadores, radiocomunicao e

    alto-falante.

    Veculos Auxiliares Recursos Visuais: Projetveis

    (equipamentos; episcpio; diascpio;

    epidiascpio; projetor cinematogrfico;

    cartazes; cartes relmpagos;

    cartograma; desenhos e ilustraes;

    diagramas; fluxogramas; fotografias;

    grficos; gravuras; histrias em

    quadrinhos; letreiros; mapas;

    organograma; flip chart; pintura; quebra-

    cabeas; tabelas); Simblicos

    (bandeiras; flmulas; ideografias;

    insgnia, emblema e divisa; logotipo;

    luzes; sinalizao visual);

    Tridimensionais (globos; hologramas;

    maquetes; modelos em escala);

    Expositores (quadros didticos; quadro

    de giz; quadro de tinta; quadro de

    velcro).

    Recursos Auditivos: alarmes; apitos;

    sinos; sirene; cd; digital audiotape;

    disco; fita magntica.

    Visuais: lbum seriado; diafilmes

    (sequncia de fotografias positivas

    dispostas em um filme para projeo.);

    desenho animado; grficos; marca;

    modelos em escala; quadro de velcro;

    bandeiras; diapositivos (imagem positiva

    em vidro ou pelcula para se observar por

    transparncia, ou por projeco);

    exposies; fotografias; mapas; pinturas;

    sinalizao; cartazes; diagramas; filmes;

    gravuras; logotipo; mural; quadro de giz;

    transparncia.

    Auditivos: Alarmes; Apitos; Discos;

    Fitas magnticas; Sirenes.

    Audiovisuais: Filmes sonorizados;

    Videocassete; Diafilme sonorizado;

    Seqncia sonorizada de diapositivo.

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    Recursos Audiovisuais: Eletrnicos

    (Apresentaes diretas do

    microcomputador; CD-ROM; Cinema

    Sonoro; diafilmes sonorizados; DVD

    vdeo e DVD-ROM; seqncia

    sonorizada de dispositivos; multiviso

    ou videowall; projetor de vdeo e

    multimdia; videocassete); Virtuais;

    Ativos e vivenciados (Exposio em

    geral; jogos; laboratrios; mostras;

    museus e pinacotecas; teatralizaes;

    teatro).

    Veculos Aproximativos Servio de prestao de informaes;

    visitas dirigidas; cesso de instalao de

    equipamentos; eventos excepcionais;

    extenso comunitria; patrocnios;

    promoo do turismo; programas de

    qualidade; negociao.

    Visitas; Praa de esportes, auditrio,

    biblioteca, museus, ambulatrios e

    outros logradouros, usados pelos

    pblicos; Acontecimentos especiais, tais

    como: inauguraes, datas cvicas,

    comemoraes e outros eventos

    congneres; Servios prestados

    comunidade, donativos, bolsas de estudo,

    concursos etc.

    Fonte: Gontarz (2009).

    Para um melhor aproveitamento das atividades de comunicao dirigida necessrio um bom

    planejamento de comunicao, com o objetivo de integrar a comunicao de forma organizacional.

    PLANEJAMENTO EM RELAES PBLICAS

    O planejamento algo fundamental para o sucesso de qualquer tipo de ao. Planejar significa

    no somente prever algumas situaes, mas tambm projetar o que pode acontecer ou mesmo prevenir

    ou antecipar alguma situao indesejada.

    O planejamento constitui um processo complexo e abrangente. Possui dimenses e

    caractersticas prprias, implica uma filosofia e polticas definidas e direcionado

    por princpios gerais e especficos. No algo solto e isolado de contextos. Est sempre vinculado a situaes e a realidade da vida de pessoas, grupos e das mais

    diversas organizaes e instituies da esfera pblica e privada. Acontece em nvel

    macro, quando orientado para paises e regies, e em nvel micro, quando se destina

    as organizaes individualizadas. (KUNSCH, 2003, p. 204)

    Planejamento no algo isolado, para relaes pblicas o planejamento est inserido em um

    contexto: Estratgico (atinge toda a organizao); Administrativo ou ttico (faz interao entre os

    meios estratgicos e operacionais) e Operacional (onde as aes acontecem efetivamente). Sendo o

    planejamento importante em todos os nveis, permitindo a organizao redimensionar suas aes

    previamente com cronograma, recursos, oramento etc.

    Para relaes pblicas o planejamento segue a seguinte ordem: 1. Identificao da realidade

    situacional; 2. Levantamento de informaes; 3. Anlise dos dados e construo de um diagnstico; 3.

    Identificao dos pblicos envolvidos; 4. Determinao de objetivos e metas; 5. Adoo de

    estratgias; 6. Previso de formas alternativas de ao; 7. Estabelecimento de aes necessrias; 8.

    Definio de recursos a serem alocados; 9. Fixao de tcnicas de controle; 10. Implantao do

    planejamento; 11. Avaliao dos resultados. (KUNSCH, 2003, p. 218)

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    As modalidades de instrumentos do planejamento so: planos, projetos e programas. Para

    Carvalho apud KUNSCH:

    O plano difere do projeto essencialmente no que se refere amplitude do objeto.

    Enquanto o plano procura reunir um conjunto de elementos de deciso necessrios

    para caracterizar racionalmente a conduta de um grupo humano ou de um conjunto

    de unidades de produo, o projeto objetiva o estudo mais racional dos recursos

    econmicos (escassos) para a produo de um bem ou de um servio em todos os

    detalhes econmicos e tcnicos. [...] O programa, no contexto do planejamento, seria

    o resultado final da fase (na prtica, cosubstanciado em documentos) de tomada de

    decises, tendo em vista o melhor uso dos recursos econmicos para atendimento

    das necessidades e aspiraes dos indivduos, grupos humanos ou unidades

    produtivas (empresas). (CARVALHO apud KUNSCH 2003, p. 222)

    Toda e qualquer ao pode ser minimizada suas possveis falhas diante de um planejamento.

    Um programa de ao bem estruturado pode conter em seu detalhamento o objetivo (o qu?); a

    justificativa (Por qu?); Estratgia (Como?); Aes (O que fazer?); Responsvel (Quem?); Data

    (Quando?); Local (Onde?); Recursos (Por que meios?). O instrumento de controle e avaliao das

    aes pode ser atravs do acompanhamento do cronograma previsto e executado.

    O CURSO DE COMUNICAO SOCIAL HABILITAO EM RELAES PBLICAS DA UNIVERSIDADE DO CONTESTADO CAMPUS MAFRA.

    A criao e formatao do Curso de Comunicao Social - Relaes Pblicas, visou

    expanso do mercado, procurando atender falta de profissionais na rea de comunicao junto s

    empresas da regio.

    O projeto do curso de Comunicao Social Relaes Pblicas da Universidade do Contestado Campus Mafra, iniciou em 2001, ofertando vagas para o 1 semestre de 2002, de acordo com a Autorizao do Ministrio da Educao - MEC.

    O curso de Comunicao Social tem como principal objetivo formar um profissional

    habilitado e preparado para administrar a comunicao institucional nas organizaes, harmonizando

    os interesses entre a organizao e seus diferentes pblicos, proporcionando ao aluno o instrumental

    terico-prtico, para que na sua atividade profissional, possa posicionar-se de um ponto de vista tico-

    poltico de acordo com as necessidades da sociedade contempornea. Trabalhando e enfrentando as

    constantes mudanas e alteraes sofridas no mercado de trabalho. Propondo uma integrao com a

    comunidade e sociedade, promovendo seu trabalho a fim de instituir o lado social e humanitrio.

    A Universidade do Contestado UnC, ciente de seu papel na comunidade e de sua responsabilidade como Instituio de Ensino Superior implantou o Curso de

    Comunicao Social Habilitao em Relaes Pblicas, seguindo as modernas linhas do pensamento pedaggico, pois sabe que o futuro da nossa nao depende de

    uma educao com qualidade.

    Neste perfil, a UnC, criou um Curso de Comunicao Social, com Habilitao em

    Relaes Pblicas, voltado formao de um profissional especialista e generalista

    com habilidades sociais e de comunicao.

    Assim sendo, um curso moldado na necessidade de entender as diferenas

    culturais, adaptado as tendncias da globalizao, com objetivo de buscar o

    equilbrio entre a modernidade tcnica e a modernidade tica. Alm disso, suas

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    caractersticas de ordem e organizao curricular voltam-se para formar

    profissionais aptos a desempenharem suas funes e a participarem na construo de

    uma sociedade melhor e mais justa, bem como ter como prioridade e razo de todo

    seu esforo formao do profissional competente. (Projeto Poltico Pedaggico Relaes Pblicas, 2004, p. 24)

    De acordo com os princpios e filosofias da Universidade do Contestado, temos o perfil de um

    profissional preocupado no s com o futuro profissional, mas tambm com o trabalho como cidado

    consciente e responsvel.

    A justificativa da implantao do curso baseia-se na ausncia do profissional de comunicao

    nas empresas e instituies da regio. A primeira Instituio de Ensino Superior a oferecer o Curso de

    Comunicao Social Habilitao em Relaes Pblicas foi a Universidade do Vale do Itaja - Univali, que formou a sua primeira turma em 2001. Est Instituio de Ensino Superior a faculdade

    mais prxima da regio a oferecer o curso.

    Para a realizao e efetivao da implantao do curso, foi necessrio e indispensvel firmar

    parcerias com a Associao Brasileira de Relaes Pblicas, Conselho Federal de Relaes Pblicas,

    Conselhos Regionais de Relaes Pblicas e outras Instituies de Ensino Superior que ofertam o

    curso de Comunicao Social Habilitao em Relaes Pblicas e outros cursos afins, como Jornalismo, Publicidade e Propaganda, Turismo, Administrao e Secretariado Executivo.

    Estas parcerias e convnios resultaram na proposta do Projeto Poltico Pedaggico e na matriz

    curricular do curso.

    Os currculos praticados nas escolas de comunicao do pas no podem ficar

    restritos a uma repetio constante e imutvel de alguns pressupostos tericos, j

    repassados pela ensima vez, sem qualquer reflexo mais profunda do seu real significado de sua ausncia. Por outro lado, a prtica no pode ficar restrita

    imitao da realidade que eventualmente os alunos de Relaes Pblicas iro

    encontrar na sua vida profissional. (Projeto Poltico Pedaggico Relaes Pblicas, 2004, p. 37)

    Atualmente o Curso de Comunicao Social Relaes Pblicas da Universidade do Contestado - Campus Mafra, trabalha com 2 (duas) matrizes curriculares: a atual e a de nova proposta

    desenvolvida pela coordenao o curso e j aprovada no CONSEPE1, que passou por algumas

    reformulaes visando a formao de um profissional apto a atender s necessidades do mercado. As

    alteraes proposta tiveram como base a lei 5.377/67 que regula a profisso e a Resoluo Normativa

    n 43 /2002 que define as funes e atividades dos profissionais de Relaes Pblicas, alm das

    alteraes sugeridas pela Comisso Verificadora na ocasio do Reconhecimento do curso em 2005.

    A atual e vigente matriz curricular do curso de Comunicao Social Habilitao em Relaes Pblicas da Universidade do Contestado Campus Mafra/SC, contempla na 5 fase ou perodo as disciplinas de Comunicao Integrada, Planejamento em Relaes Pblicas e Tcnicas da

    Comunicao Dirigida, alm de Relaes Pblicas Governamentais, Legislao e tica em Relaes

    Pblicas e Metodologia da Pesquisa em Comunicao Social.

    1 CONSEPE Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extenso. rgo mximo de aprovao da Universidade

    do Contestado.

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    CONSIDERAES FINAIS

    INTERDISCIPLINARIDADE O CASO PRTICO DA 5 FASE DO CURSO DE COMUNICAO SOCIAL HABILITAO EM RELAES PBLICAS, DA UNIVERSIDADE DO CONTESTADO CAMPUS MAFRA/SC

    Atualmente existem poucos estudos revelando a interdisciplinaridade nos cursos de

    comunicao e em especifico na habilitao de Relaes Pblicas, o que se sugere para que se

    desenvolvam mais trabalhos nesta rea a fim de socializao entre professores e acadmicos,

    proporcionando e preparando nossos alunos para um mercado de trabalho cada vez mais competitivo.

    A proposta aqui relatada pelas professoras pensa e repensa a sala de aula como um espao

    didtico pedaggico, porm de aplicao na pratica dos conceitos tericos. A superviso das

    professoras essencial neste processo em busca de uma participao mais efetiva de todos os alunos

    em integrao com as professoras e tambm com as organizaes envolvidas e selecionadas para a

    execuo e aplicao dos trabalhos.

    A disciplina de Planejamento em Relaes Pblicas, tem carga horria: 60 horas aula, e o

    seguinte ementrio: Planejamento como funo estratgica de relaes pblicas. Planejamento como

    sustentao de aes de comunicao entre a organizao e seus pblicos. Singularidades na utilizao

    do planejamento de comunicao para as organizaes polticas, empresariais e outras instituies. A

    principal bibliografia adota o livro Planejamento em Relaes Pblicas na Comunicao Integrada,

    de Margarida M. K. Kunch. O contedo ministrado para contemplar a ementa parte das principais

    teorias conceituais de planejamento estratgico, ttico e operacional; Relaes Pblicas nas

    organizaes: qual seu papel, atividades, funes e abrangncia; Planejamento de Relaes Pblicas

    em uma empresa real. Nesse momento da disciplina, aps os acadmicos definirem uma instituio

    cliente, os mesmos desenvolvero todas as etapas do planejamento: briefing, mapeamento de pblicos,

    pesquisa de clima organizacional, diagnstico, prognstico, programas e projetos que devero ser

    executados a partir do contedo das disciplinas de Comunicao integrada e Tcnicas de Comunicao

    Dirigida, conforme diagnosticado em cada instituio. Os programas de relaes pblicas executados

    nas organizaes clientes so de comunicao administrativa, interna, institucional e mercadolgica.

    Os principais projetos dentro dos programas de relaes pblicas so veculos de Comunicao

    dirigida: mural, release, reunies, folders, cartazes, eventos de integrao e treinamentos, e-mail,

    vdeos institucionais e padronizao do material administrativo e visual.

    A disciplina de tcnicas de comunicao dirigida tem a carga horria total de 60 horas, a

    ementa proposta : Comunicao dirigida e Relaes Pblicas.Tcnicas de administrao de

    comunicao dirigida. Comunicao empresarial. Comunicao escrita: manuais. Comunicao oral:

    tcnicas de reunio. Comunicao aproximativa: organizao e execuo de plano de visitas.

    Comunicao auxiliar: tcnicas e confeco de recursos visuais e audiovisuais. Administrao de

    congressos e convenes. Preparao e instalao de feiras e exposies. Acontecimentos especiais:

    cerimonial. A bibliografia bsica utilizada na disciplina : Comunicao Dirigida escrita na empresa.

    Teoria e prtica de Cleusa Gimenes Cesca; Relaes Pblicas: processo, funes, tecnologias e

    estratgias de Waldyr Gutierrez Fortes e Para entender relaes pblicas de Cndido Teobaldo de

    Andrade. O contedo das disciplina se d pelo processo terico de compreenso dos veculos de

    comunicao dirigida enquanto objetivo, finalidade e pblico a ser atingido, em seguida parte-se para

    a parte prtica de execuo e produo dos materiais de comunicao dirigida para as empresas

    selecionadas, aps levantamento de dados, anlise, diagnstico e prognstico, advindas da disciplina

    de planejamento em relaes pblicas.

  • A interdisciplinaridade no curso de Relaes Pblicas - Universidade do Contestado - Campus Mafra/SC.

    Experincia

    GORA : revista de divulgao cientfica

    v. 16, n. 2(A), Nmero Especial: I Seminrio Integrado de Pesquisa e Extenso Universitria

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    A disciplina de Comunicao Integrada tambm tem como carga horria 60 horas aula sua

    ementa se d por: A rea da comunicao e suas especializaes profissionais. As habilitaes

    regulamentadas: jornalismo, publicidade e propaganda, relaes pblicas, radialismo e cinema. A

    abrangncia e os limites da atuao do jornalista, do publicitrio e do relaes-pblicas, como

    profissional de comunicao. Os processos de comunicao institucional e a atuao integrada dos

    profissionais de comunicao. As aes de comunicao e a sua interdisciplinaridade com outras reas

    de conhecimento e outros campos: artstico, poltico, econmico. Anlise da produo de

    Comunicao. Sua bibliografia bsica adotada : Planejamento de relaes pblicas na comunicao

    integrada de Margarida Kunsch; Comunicao Empresarial, Comunicao Institucional: conceitos,

    estratgias, sistemas, estruturas, planejamento e tcnicas de Francisco Gaudncio Torquato; A Fora

    da Comunicao de Frank Conrado e Relaes Pblicas: funo Poltica de Roberto Porto Simes. A

    disciplina tambm revisa conceitos tericos de acordo com a ementa e aps analise tambm resultante

    da disciplina de Planejamento em Relaes Pblicas se d parte prtica da aplicao dos conceitos

    trabalhados em sala para as empresas selecionadas.

    A importncia dessa interdisciplinaridade bem como o envolvimento dos alunos percebido

    pelas professoras das disciplinas notado e se torna fator de incentivo aos acadmico buscar e realizar

    trabalhos prticos nas empresas locais, facilitndo assim a aplicao e desenvolvimento destes

    acadmicos no campo de estgio e projetos experimentais estgios supervisionados em relaes pblicas.

    REFERNCIAS

    ANDRADE, Cndido Teobaldo de. Para entender relaes pblicas. 4.ed. So Paulo: Loyola, 1993.

    CESCA, C. G. Gimenes. Comunicao dirigida escrita na empresa. Teoria e prtica. So Paulo:

    Summus, 1995.

    FORTES, Waldyr Gutierrez. Relaes pblicas: processo, funes, tecnologias e estratgias. So

    Paulo: Summus, 2003.

    KUNSCH. Margarida Maria Krohling. Planejamento de relaes pblicas na comunicao

    integrada. So Paulo: Summus, 2003.

    GONTARZ, Poliane Brandalize. Material didtico para aula. Disciplina de Tcnicas de

    Comunicao Dirigida. Curso de Comunicao Social Habilitao em Relaes Pblicas. Universidade do Contestado Campus Mafra/SC. 2009.

    PROJETO POLTICO PEDAGGICO. Projeto Poltico Pedaggico do Curso de Relaes

    Pblicas da Universidade do Contestado Campus Mafra. Mafra: Reviso 2004.

    PROJETO POLTICO PEDAGGICO. Projeto Poltico Pedaggico do Curso de Relaes

    Pblicas da Universidade do Contestado Campus Mafra. Mafra: Reviso 2008.

    RESOLUO NORMATIVA, n 43, 24 de agosto de 2002. Publicada no DOU - N 209 - Seo 1-

    Pginas: 190 a 191 Data: 28 /10/02. Disponvel em: http://www.conrerp2.org.br/index.php?

    pagina=resolucao-normativa-n-43. Acesso em: 16 de maro de 2009.

    1 Trabalho apresentado ao Intercom, na Diviso Temtica de Estudos Interdisciplinares da Comunicao, do X

    Congresso de Cincias da Comunicao na Regio Sul.

  • Poliane Brandalize Gontarz, Clarice Rosangela Gomes, Marcela Kredens

    87

    GORA : revista de divulgao cientfica

    v. 16, n. 2(A), Nmero Especial: I Seminrio Integrado de Pesquisa e Extenso Universitria

    2 Especialista em Gesto e Organizao de Eventos. Mestranda em Comunicao e Linguagens UTP/PR (2008).

    Coordenadora do Curso de Comunicao Social Habilitao em Relaes Pblicas da Universidade do Contestado Campus Mafra e Professora da disciplina Tcnicas da Comunicao Dirigida. CONRERP RS/SC 2419. 3 Especialista em Administrao e Marketing. Vice-coordenadora do curso de Comunicao Social Habilitao

    em Relaes Pblicas da Universidade do Contestado Campus Mafra e Professora da disciplina de Planejamento em Relaes Pblicas. CONRERP RS/SC 2025. 4 Especialista em Comunicao Empresarial. Professora Orientadora da Agncia Experimental de Relaes

    Pblicas, do Curso de Comunicao Social Habilitao em Relaes Pblicas da Universidade do Contestado Campus Mafra/SC e professora da disciplina de Comunicao Integrada no curso de Comunicao Social Habilitao em Relaes Pblicas da Universidade do Contestado Campus Mafra/SC. CONRERP RS/SC 2383.