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A Análise das Demonstrações Contábeis como Ferramenta Gerencial para Auxílio nos Processos de Tomada de Decisão 1 Introdução Costuma-se dizer que a Contabilidade é tão antiga quanto a origem do homem, afirma Marion (p. 32, 2002), o que é confirmado por Calderelli (1997), que, na definição de Contabilidade, na Enciclopédia Contábil e Comercial Brasileira, expõe que a sua origem se perde no tempo; [...], com a verificação feita em placas, tábuas, etc., encontradas nas escavações arqueológicas. Pelos achados, nota-se que a contabilidade consistia em simples anotações, a fim de evitar lapsos de memória, haja vista os textos egípcios, babilônicos, fenícios, gregos e romanos encontrados. (CALDERELLI, 1997, p. 171) Com o objetivo de controlar o patrimônio, o homem primitivo buscava organizar-se de maneira a contar (inventariar) seu rebanho, conforme relata Marion (2002, p. 21), afirmando que o homem, cuja natureza é ambiciosa, preocupava-se com o crescimento e a evolução do rebanho e de sua riqueza. Desde então, "foram pensadas e estudadas as várias formas de registrar os fatos contábeis que davam origem àqueles relatórios. {...} ... apurando a variação da riqueza e, por fim, imaginando as formas de registros contábeis." (MARION, 2003, p. 21). A partir desta preocupação, o homem, com sua ânsia em buscar um controle patrimonial e análise da evolução de sua riqueza, começou a utilizar-se de métodos os quais tornar- se-iam, com seus aperfeiçoamentos, os controles contábeis utilizados em épocas atuais. Com o passar dos anos, evoluindo historicamente, a Contabilidade requereu para si a responsabilidade do controle patrimonial e, para tanto, identifica todos os fatos e atos que possam ser mensurados, e os registra contabilmente. Através destes, são elaborados relatórios que demonstram a situação e variação do patrimônio controlado. As ferramentas de análise devem ser interpretadas e direcionadas para um enfoque gerencial buscando servir como base de informações para tomada de decisão dos gestores. As interpretações devem conter linguagem simplificada que possa fazer entender todos os usuários que tenham interesse na situação econômica da empresa. Quanto mais numerosas as informações mensuradas aos gestores, maior possibilidade de contribuir na maneira de fornecer resultados, possibilitando para a empresa uma maior competitividade com seus concorrentes, contribuindo para um melhor desenvolvimento e crescimento econômico da empresa. É preciso analisar, além da quantidade, e com atenção redobrada, a qualidade das informações, pois informação em quantidade exagerada pode não se tornar útil, e, sim, empecilho para agilidade na tomada de decisões. Por vezes, informações sucintas e objetivas são de maior valia, o que é possível quando o analista conhece a empresa, seus objetivos, suas perspectivas, ou seja, os aspectos necessários para saber como e o que constar na análise dos demonstrativos. O analista precisa saber como elaborar a análise das demonstrações contábeis, pois não é preciso apenas saber calcular os índices, mas também saber como interpretá-los, e adequá-los a cada empresa ou usuário específico visando a maximização da riqueza este estudo terá a finalidade de

A Análise Das Demonstrações Contábeis Como Ferramenta Gerencial Para Auxílio Nos Processos de Tomada de Decisão

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analise de demonstrativos; tomada de decisão;

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A Anlise das Demonstraes Contbeis como Ferramenta Gerencial para Auxlio nos Processos de Tomada de Deciso

1 IntroduoCostuma-se dizer que aContabilidade to antiga quanto a origem do homem, afirma Marion (p. 32, 2002), o que confirmado por Calderelli (1997), que, na definio deContabilidade,na Enciclopdia Contbil e Comercial Brasileira, expe que a sua origem se perde no tempo; [...], com a verificao feita em placas, tbuas, etc., encontradas nas escavaes arqueolgicas. Pelos achados, nota-se que acontabilidadeconsistia em simples anotaes, a fim de evitar lapsos de memria, haja vista os textos egpcios, babilnicos, fencios, gregos e romanos encontrados. (CALDERELLI, 1997, p. 171)Com o objetivo de controlar o patrimnio, o homem primitivo buscava organizar-se de maneira a contar (inventariar) seu rebanho, conforme relata Marion (2002, p. 21), afirmando que o homem, cuja natureza ambiciosa, preocupava-se com o crescimento e a evoluo do rebanho e de sua riqueza.Desde ento, "foram pensadas e estudadas as vrias formas de registrar os fatos contbeis que davam origem queles relatrios. {...} ... apurando a variao da riqueza e, por fim, imaginando as formas de registros contbeis." (MARION, 2003, p. 21). A partir desta preocupao, o homem, com sua nsia em buscar um controle patrimonial e anlise da evoluo de sua riqueza, comeou a utilizar-se de mtodos os quais tornar-se-iam, com seus aperfeioamentos, os controles contbeis utilizados em pocas atuais.Com o passar dos anos, evoluindo historicamente, aContabilidaderequereu para si a responsabilidade do controle patrimonial e, para tanto, identifica todos os fatos e atos que possam ser mensurados, e os registra contabilmente. Atravs destes, so elaborados relatrios que demonstram a situao e variao do patrimnio controlado.As ferramentas de anlise devem ser interpretadas e direcionadas para um enfoque gerencial buscando servir como base de informaes para tomada de deciso dos gestores. As interpretaes devem conter linguagem simplificada que possa fazer entender todos os usurios que tenham interesse na situao econmica da empresa.Quanto mais numerosas as informaes mensuradas aos gestores, maior possibilidade de contribuir na maneira de fornecer resultados, possibilitando para a empresa uma maior competitividade com seus concorrentes, contribuindo para um melhor desenvolvimento e crescimento econmico da empresa. preciso analisar, alm da quantidade, e com ateno redobrada, a qualidade das informaes, pois informao em quantidade exagerada pode no se tornar til, e, sim, empecilho para agilidade na tomada de decises. Por vezes, informaes sucintas e objetivas so de maior valia, o que possvel quando o analista conhece a empresa, seus objetivos, suas perspectivas, ou seja, os aspectos necessrios para saber como e o que constar na anlise dos demonstrativos. O analista precisa saber como elaborar a anlise das demonstraes contbeis, pois no preciso apenas saber calcular os ndices, mas tambm saber como interpret-los, e adequ-los a cada empresa ou usurio especfico visando a maximizao da riqueza este estudo ter a finalidade de analisar gerencialmente as demonstraes patrimoniais e financeiras da empresa, procurando levantar a maior quantidade de informaes com a maior qualidade possvel.

2 Dacontabilidade anlise das demonstraesConceitualmente, podemos definirContabilidadecomo:... a cincia que estuda e controla o patrimnio das entidades, mediante registro, demonstrao expositiva, confirmao, anlise e interpretao dos fatos nele ocorridos, com o fim de oferecer informaes sobre sua composio e suas variaes, bem como sobre os resultados econmicos decorrentes da gesto da riqueza patrimonial. (FRANCO, 1992, p. 22)As empresas, inseridas no mundo em suas transformaes, urgem obter informaes rpidas, precisas e objetivas acerca de sua situao financeira, patrimonial, econmica. Dentro do conceito acima descrito, aContabilidade um instrumento fundamental para auxiliar a administrao moderna, pois sua finalidade "estudar e controlar o patrimnio, para fornecer informaes sobre sua composio e variaes, bem como sobre os resultados econmicos decorrentes da gesto da riqueza patrimonial." (FRANCO, 1992, p. 20).Buscando atender esta necessidade, a anlise de balanos assume importncia significativa, sendo como "a arte de saber extrair relaes teis, para o objetivo econmico que tivermos em mente, dos relatrios contbeis tradicionais e de suas extenses e detalhamentos, se for o caso". Por isso, segundo Matarazzo (1998, p. 13), a anlise de balanos "comea onde termina o trabalho do contador", pois ele vai alm dos relatrios, traduzindo os dados obtidos em informaes acessveis aos administradores, auxiliando na tomada de decises, bem como aos demais usurios dacontabilidade.O Manual deContabilidadedas Sociedades por Aes (FIPECAFE, 2000, p. 42), conceitua usurio como sendo toda pessoa, fsica ou jurdica, que tenha interesse na avaliao da situao e do progresso de determinada entidade, podendo ser tanto internos - administradores, por exemplo -, quanto externos - como bancos, fornecedores, investidores, governo. A anlise ter interesses diversificados, podendo "atender a vrios objetivos diferentes; dependendo dos fins a que se destinam, as informaes devero apresentar um contedo e volume especficos. (...) Cada um deles (os usurios) procurar detalhes e concluses prprias e, muitas vezes, no coincidentes." (Assaf Neto, 1981, p. 71).SILVA (1995) diz que o instrumento de trabalho do analista a informao. Quanto melhor a qualidade da informao, mais eficaz ser o trabalho. Deste modo a quantidade e a qualidade de informaes reveladas na anlise de balano proporcionaro um melhor e mais fcil entendimento das demonstraes. Podendo ser realizados comparativos entre perodos como evoluo, previsto e realizado, transparecendo a situao e a performance da empresa.

3 Relatrios ContbeisUma organizao que no possua um sistema contbil que possa lhe fornecer as informaes necessrias, possivelmente no ter, de maneira transparente, comprovao de que est seguindo na direo desejada. Os fatos e atos realizados diariamente na entidade daro origem aos demonstrativos contbeis, os quais, segundo Marion (2002, p. 51), so "a exposio resumida e ordenada de dados recolhidos pela contabilidade". Franco (1992, p. 33) complementa com o conceito de que so "todas as informaes retiradas dos registros contbeis e apresentadas de forma expositiva, sinttica ou analtica, para fins de informao sobre o estado patrimonial e sobre as variaes, aumentativas ou diminutivas, por ele sofridas...". Ainda complementa, afirmando que seu objetivo o de "relatar s pessoas que se utilizam dacontabilidade(usurios dacontabilidade)os principais fatos registrados em um determinado perodo."De posse dos demonstrativos contbeis,tomaremos conhecimento dos resultados obtidos e de vrios outros dados da empresa. Por fim, atravs de uma anlise econmico-financeira das informaes, chegaremos a concluses mais consistentes sobre o real desempenho da empresa... (ASSAF NETO, 1981, p. 28).So estes demonstrativos que serviro de base para que o analista realize seu trabalho. Sendo assim, importante que se conheam quais so eles e as caractersticas de cada um dos demonstrativos utilizados na anlise, conforme descrito abaixo.Balano Patrimonial: o demonstrativo contbil que reflete, em um determinado momento, a situao financeira da empresa, com todos os seus bens e direitos, constantes no Ativo, assim como suas obrigaes perante os scios e terceiros, constantes no Passivo. Para o analista, "o balano servir como elemento de partida para o conhecimento retrospectivo da situao econmica e financeira de uma empresa, atravs das informaes contidas nos seus vrios grupos de contas". (ASSAF NETO, 1981, p. 28)Demonstrativo de Resultado do Exerccio - DRE: a demonstrao analtica das variaes do Patrimnio Lquido, causadas pela atividade da empresa, as quais ocorrem pela diferena entre receitas e despesas, retratando apenas o fluxo econmico e no o fluxo monetrio (fluxo de dinheiro). Para a Demonstrao de Resultado no importa se uma receita ou despesa tem reflexos em dinheiro, basta apenas que afete o Patrimnio Lquido.Demonstrao das Mutaes do Patrimnio Lquido - DMPL: Demonstra, de forma analtica, as variaes de todas as contas do Patrimnio Lquido. Iudcibus (1998, p. 59), afirma que todo acrscimo e diminuio do Patrimnio Lquido evidenciado atravs desta demonstrao, bem como da formao e utilizao das reservas (inclusive aquelas no originadas por lucro). Por esse motivo, o analista dever examin-la quando est analisando a entidade, pois a DMPL complementa os demais dados constantes no BP e naDRE.Demonstrao das origens e aplicaes de recursos - DOAR: Demonstra a variao do Capital Circulante Lquido, atravs dos itens no circulantes do Balano Patrimonial, ou seja, dos grupos Ativo Realizvel a Longo Prazo (RPL), Ativo Permanente (AP), Passivo Exigvel a Longo Prazo (ELP) e Patrimnio Lquido (PL). Como conceito de Capital Circulante Lquido - CCL, entende-se a folga financeira da empresa (MATARAZZO, 1998, p. 276), obtido entre a diferena entre o Ativo Circulante e o Passivo Circulante. Visa permitir a anlise do aspecto financeiro da empresa, tanto no que diz respeito ao movimento de investimentos e financiamentos quanto relativamente administrao da empresa sob o ngulo de obter e aplicar compativelmente os recursos.Notas Explicativas: Objetivando o aprimoramento da qualidade e quantidade de informaes que atendam as necessidades dos usurios das demonstraes contbeis em determinado momento, surgiram asnotas explicativas,que so informaes complementares s demonstraes contbeis, representando parte integrante das mesmas.

4 Tcnicas de Anlise das Demonstraes ContbeisDe posse dos demonstrativos contbeis, o analista ento dever aplicar as tcnicas de anlise, mtodos pelos quais so extrados ndices para melhor entender a situao patrimonial da entidade. Algumas das tcnicas mais utilizadas so as seguintes:1. Anlise Vertical e Horizontal:

Demonstram, em percentual, o valor de cada item se comparados ao total do demonstrativo, ou a um valor especfico, e sua variao no decorrer do tempo.

1.1 Anlise Vertical:

Permite determinar a participao relativa de cada conta no grupo total. A anlise vertical demonstra a estrutura econmico-financeira da empresa.A anlise vertical visa demonstrar ao analista, a proporo que representa cada conta em relao ao grupo contbil em que se encontra, ou como comumente mais utilizada, em relao ao total geral da demonstrao analisada.Objetivo:indica a importncia de cada conta em relao Demonstrao financeira em que a mesma figure, por meio da comparao, permitindo identificar os itens cujas propores esteja fora do normal;Para melhor entendermos esta sistemtica, vamos verificar uma anlise vertical da Demonstrao de Resultado do Exerccio, como segue:Este tipo de anlise verifica a participao de cada conta de Resultado em relao s vendas. Neste caso o valor das Vendas Lquidas corresponde a 100%.Demonstrao do Resultado da empresa Exemplo, Balano encerrado em 31 de Dezembro.DEMONSTRAO DO RESULTADO DO EXERCCIOCONTAS31.12.X131.12.X231.12.X3

VALORAVVALORAVVALORAV

Vendas Lquidas4.793.123100,04.425.866100,05.851.586100,0

Custo das Vendas3.621.53075,63.273.53074,04.218.67172,1

LUCRO BRUTO1.171.59324,41.152.33626,01.632.91527,9

Despesas Operacionais495.99310,3427.2259,6498.0258,5

Outros resultados Operacionais8.3940,117.5810,427.7770,5

LUCRO OPERACIONAL683.99414,2742.69216,81.162.66719,9

Receitas Financeiras10.8600,27.5620,15.9350,1

Despesas Financeiras284.3085,9442.81610,0863.29814,7

Resultado No-opercional1.0580,1----

LUCRO ANTES DA CONTRIB. SOCIAL E DO IMPORTO DE RENDA411.6048,6307.4386,9305.3045,3

Contribuio Social37.0440,827.6690,627.4770,5

Imposto de Renda102.9012,276.8591,776.3261,30

LUCRO LQUIDO271.6595,6202.9104,6201.5013,5

A apurao dos percentuais de anlise vertical (AV) se d da seguinte forma:Considerando o Custo das Vendas no ano de X1.4.793.123--------100%3.621.530 -------- XX=3.621.530x1004.793.123X = 75,56%Em nosso exemplo foi arredondado para 75,6% por demonstrar somente uma casa depois da vrgulaConcluso:Do quadro geral apresentado podemos chegar a algumas concluses, como segue:a) Os custos permaneceram relativamente estveisreduzindo de 75,6 em X1 para 72,1% em X3;b) o Lucro Bruto aumentou com a reduo dos custos;c) as despesas operacionais reduziram na proporo dos custos;d) o Lucro Operacional aumentou;e) as despesas financeira aumentaram sua participao de 5,9% em X1 para 14,7% em X3; ef) como conseqncia o Lucro antes dos impostos reduziu sua participao de 8.6% para 5,3% das vendas lquidas.Para as demais contas, o procedimento ser o mesmo.

1.2 Anlise Horizontal: Demonstra a evoluo das contas patrimoniais e de resultado dentro de uma srie de exerccios.Atravs desta tcnica possvel avaliar e acompanhar a evoluo das Receitas e das Despesas bem como dos investimentos realizados.A Anlise Horizontal (de Evoluo) das Demonstraes Contbeis, visamostrar a evoluo de cada conta (ou grupo de contas) em determinado perodo de tempos consecutivos.Objetivo: indica a evoluo das contas relacionadas nas demonstraes, efetuando comparaes entre si, facilitando o acompanhamento de cada item, em relao a um perodo anterior.A Anlise Horizontal dinmica, j que analisa a evoluo ou retrao dos componentes da demonstrao por meio das variaes percentuais.Para se processar a anlise Horizontal necessrio se estabelecer uma data-base que necessariamente no ser o primeiro da srie, podendo ser aquele escolhido pelos analistas, onde a empresa tenha atuado satisfatoriamente.

Exemplo:Contas20x120x2

Mercadorias Estoque584.000845.000

Duplicatas a Receber415.000573.500

Os valores em 20x1 so associados ao ndice 100Ento teremos:Mercadorias/Estoque:584.000--------100845.000 -------- XX = (845.000 x 100) / 584.000= 145Duplicatas a Receber:415.000--------100573.500 -------- XX = (573.500 x 100) /415.000 = 138Subtraindo-se do ndice de determinado perodo, o ndice 100 correspondente data-base, obtm-se a taxa percentual da variao no perodo.Mercadorias Estoques 145 100 = 45%Duplicatas a Receber138- 100 = 38%

Podemos tambm calcular a variao absoluta, e atravs dela determinar o crescimento da conta, como segue:Crescimento de Mercadorias Estoque:20x2845.00020x1584.000261.000=> variao absoluta584.000------100%261.000------XX = (261.000 x 100) / 415.000 = 38%Exemplo de Anlise HorizontalDEMONSTRAO DO RESULTADO DO EXERCCIOCONTAS31.12.X131.12.X231.12.X3

VALORAHVALORAHVALORAH

Vendas Lquidas4.793.1231004.425.86692,35.851.586122

Custo das Vendas3.621.5301003.273.53090,44.218.671116,5

LUCRO BRUTO1.171.5931001.152.33698,41.632.915139,4

Despesas Operacionais495.993100427.22586,1498.025100,4

Outros resultados Operacionais8.39410017.581209,427.777330,9

LUCRO OPERACIONAL683.994100742.692108,51.162.667170

Receitas Financeiras10.8601007.56269,65.93554,6

Despesas Financeiras284.308100442.816155,7863.298303,6

Resultado No-opercional1.058100----

LUCRO ANTES DA CONTRIB. SOCIAL E DO IMPORTO DE RENDA411.604100307.43874,7305.30474,2

Contribuio Social37.04410027.66974,727.47774,2

Imposto de Renda102.90110076.85974,776.32674,2

LUCRO LQUIDO271.659100202.91074,7201.50174,2

Concluso:a) As vendas lquidas reduziram em 7,7% em X2 e aumentaram 22% em X3;b) o custo reduziu 9,6% em X2 e aumentou16,5% em X3;c) o lucro bruto acompanhou as variaes reduziu 1,6% em X2 e aumentou 39,4% em X3;d) as despesas operacionaisreduziram 13,9% em X2 e praticamente no variaram em X3. (podemos concluir que a reduo nas despesas operacionais de X1 para X2 no foram s quantitativas, foram tambm qualitativas porque mesmo aumentando o faturamento as despesas no aumentaram na mesma proporo. A variao de reduo das vendas foi de 7,7% ao passo que a reduo das despesas operacionais foram 13,9%, a proporo de um para outro foi de 55,4%, com um aumento de 22% de X1 para X3 se a despesa variasse na mesma proporo da reduo de X1 para X2 (55,4%) deveria ficar em 12,9% quando foi de apenas 0,4%);e) os outros resultados operacionais tiveram uma variao positiva significativade 109,4% emX2 e 230,9% em X3 (seria importante constatar do que se tratam estes valores, pode ser uma nova fonte de renda para a empresa at mais lucrativa que a atividade fim);f) as receitas financeiras reduziram significativamente 30,4% em X2 e 45,4% em X3 ao passo que as despesas financeira aumentaram significativamente 55,7% em X2 e 203,6% em X3, (pode ser reflexo de uma forte variao cambial negativa em X2 e X3 situao que poderia ter sido contornada com uma poltica de trava de cmbio);g) os resultados no operacionais foram eventuais, haja visto que no se repetiram em anos posteriores;h) mesmo havendo um incremento nas vendas e uma melhor administrao das despesas operacionais o Lucro reduziu, podemos atribuir esta situao ao resultado financeiro;i) a proporo dos impostos, como fixa, ou seja, um percentual determinado sobre o resultado no altera os percentuais do Lucro Lquido.

Na execuo da Anlise das Demonstraes Financeiras importante que as anlises Vertical e Horizontal seja efetuadas em conjunto, pois s assim pode-se tirar concluses satisfatrias.A Anlise Vertical e a Anlise Horizontal devem ser interpretadas como uma s tcnica onde uma complementar a outra.

b.Anlise Atravs de ndices: traduzem os demonstrativos em ndices de estrutura, liquidez e rentabilidade, de maneira a entender como o patrimnio da entidade est estruturado, sua capacidade de pagamento, bem como o retorno do investimento.c.Prazos Mdios: representam a velocidade com que elementos patrimoniais de relevo se renovam durante um determinado perodo de tempo.d.Mtodo Fleuriet: reclassifica os demonstrativos em operacional e financeiro (no operacional) e, a partir da, analisa ndices de capital de giro, tesouraria, longo prazo, os quais daro dimenso da situao operacional e financeira da entidade.e.Alavancagem Financeira: indica o grau de lucratividade, positiva ou negativa, gerada pela utilizao de capitais de terceiros.f.Fator de Insolvncia de Kanitz: modelo que permite determinar previamente, com razovel grau de segurana, o grau de insolvncia, o qual tem por objetivo descobrir, nos demonstrativos das empresas, sinais de insolvncia.g.Valor Econmico Adicional (EVA): O EVA a medida do lucro econmico de uma empresa depois de descontado o custo de todo o capital empregado. Baseado na diferena entre a taxa de retorno sobre o capital investido e o custo desse capital. Essa diferena indica a qualidade ou eficincia com que o capital utilizado. importante lembrar que cada empresa trabalha de uma forma particular, com caractersticas prprias. Matarazzo (1998, p. 160), afirma que cada empresa uma espcie animal nica (...), no tem similar; cada uma tem sua forma de organizao de produo, de vendas, de pessoal e financeira prpria em funo do que depender sua capacidade de adaptao, sua sobrevivncia, seu crescimento ou sua prpria expanso.Os ndices de resultados devem considerar os mais diversos fatores da prpria empresa, como o perfil do administradores, as perspectivas da empresa, as polticas adotadas na entidade, as influncias dos ambientes interno e externo, entre outros. Por isso, na anlise, importante que se tenha conhecimento da empresa, pois no a simples varivel encontrada que ser por si s suficiente para que o analista consiga interpret-lo, pois preciso v-lo sob a luz das polticas da empresa, para ento afirmar a sua situao. Assaf Neto afirma que os ndices"devem ser manejados pra que se extraiam melhores concluses, de maneira comparativa, seja relacionando-os com os obtidos em outros perodos, ou com valores apresentados por outras empresas do mesmo setor e ramo de atividade." (ASSAF NETO, 1981, p. 121)

Para avaliar os ndices, Matarazzo (1998, p. 189) enumera trs maneiras:a.Avaliao Intrnseca de um ndice: uma avaliao grosseira, pois avalia os ndices pelo seu valor intrnseco, o que limitado e s deve ser usado quando no se dispem de ndices-padro proporcionado pela anlise de um conjunto de empresas.b.Comparao de ndices no tempo: a comparao dos ndices de uma empresa com os valores observados nos anos anteriores revela-se bastante til por mostrar tendncias seguidas pela empresa, permitindo ao analista formar uma opinio a respeito das diversas polticas da empresa, bem como as tendncias que esto sendo registradas. fundamental em qualquer avaliao em que os ndices sejam analisados conjuntamente.c.Comparao com padres: a avaliao de um ndice e a conceituao como timo, bom, satisfatrio, razovel ou deficiente s pode ser feita atravs da comparao com padres."Uma vez calculados os ndices e comparados com padres, pode-se, fazer primeiro uma avaliao individual de cada ndice, depois uma avaliao conjunta e, assim, avaliar-se a empresa e sua administrao." (MATARAZZO, 1998, p. 190) Lembrando sempre de analis-los pela tica das polticas da empresa.