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A AVALIAÇÃO COMO AÇÃO E INTERVENÇÃO NO ENSINO/APRENDIZAGEM
SIGNIFICATIVO EM CIÊNCIAS
Autora: Vanda dos Santos Viais1
Orientadora: Shalimar Calegari Zanatta2
RESUMO
O presente texto objetiva expor os estudos, as ações e as investigações referentes à diferentes metodologias empregadas durante o processo da avaliação e, assim, correlacionar com a aprendizagem efetiva do aluno. Os objetivos que nos conduziram para esta investigação foi a baixa eficiência relacionada ao processo da avaliação. Os educandos apresentam uma enorme ansiedade por tirar nota, e, independente do seu valor, não apresentam um aprendizado significativo, em função disto, a questão: ensinar-aprender-avaliar deve ser repensada e correlacionada. Para o desenvolvimento do trabalho, optou-se por uma pesquisa teórico-prática, onde utilizou-se pesquisa bibliográfica como fundamento teórico que permitiu a criação e aplicação da experimentação de novos meios para a efetivação de uma avaliação diversificada no processo ensino-aprendizagem em ciências, tendo em vista a coerência entre o discurso e o fazer efetivo em sala de aula. O tema abordado foi o conteúdo de ciências, especificamente composição físico-química do Sol e produção de energia, tendo como público alvo os alunos de 6ª série (7º ano) do Ensino Fundamental. A partir das análises dos dados coletados concluiu-se que a concepção de avaliação no ensino de ciências é uma tarefa bastante complexa, mas que é plenamente possível torná-la uma aliada do processo ensino-aprendizagem, que tem como principal função diagnosticar o desenvolvimento do processo de construção do conhecimento dos educandos na obtenção de uma aprendizagem significativa. Não se trata aqui de um único modelo de avaliação que possa ser apontado como eficiente, mas os resultados obtidos apontam as cabíveis mudanças de atitudes e de paradigmas sobre o formato da avaliação que atualmente vem sendo empregada nas escolas públicas do Paraná.
Palavras-chave: Processo ensino-aprendizagem; avaliação; aprendizagem significativa.
1 INTRODUÇÃO
O presente trabalho aborda a avaliação, na disciplina de ciências, como
ação que intervém no processo ensino-aprendizagem do estudante, para que haja a
1 Especialização em Didática e Metodologia de Ensino, Graduada em Ciências de 1º Grau –
Habilitação em Matemática, Col. Est. Humberto de Alencar Castelo Branco – E.F.M., professora. 2 Doutorado em Física do Estado Sólido, graduada em Física, FAFIPA, professora.
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compreensão do real significado dos conteúdos escolares, visando uma
aprendizagem significativa para a vida. Foi desenvolvido a partir de estudos,
produção didático-pedagógica e implementação com alunos na escola. Tais estudos,
ações e reflexões foram proporcionadas através de um programa de formação
continuada para professores das escolas públicas do Paraná. Trata-se do PDE -
Programa de Desenvolvimento Educacional, o qual tem por objetivo qualificar o
professor através de estudos teóricos e experiências vivenciadas, com a intenção de
buscar alternativas que superem problemas da escola em que atua e da educação
paranaense, identificados na elaboração do Projeto de Intervenção Pedagógica.
No exercício da docência percebe-se nos educandos uma ansiedade com a
avaliação, uma preocupação em tirar nota, o que leva ao questionamento: até que
ponto a avaliação hoje exercida está contribuindo para a construção do
conhecimento? “Para se tornar uma prática realmente nova, seria necessário,
entretanto, que a avaliação formativa fosse a regra e se integrasse a um dispositivo
de pedagogia diferenciada”. (PERRENOUD, 1999, p. 14). Pensando assim, a
avaliação deve ser vista como um instrumento diferenciado na prática pedagógica
capaz de regular a ação docente para um ensino-aprendizagem eficaz.
Construir uma prática de avaliação capaz de superar o modelo hoje vigente,
deve impulsionar, acima de tudo, uma aprendizagem significativa, que leve o aluno a
tomar consciência do próprio processo de aprendizagem, qual seja: intervir no
processo ensino-aprendizagem do estudante, para que ele compreenda o real
significado dos conteúdos científicos escolares e do objeto de estudo de ciências e,
assim possibilitá-lo avançar nesse processo. (PARANÁ, 2008). Prática esta que
também permita constituir autonomia ao educando, para que ele possa se apropriar
de conhecimentos e habilidades para poder atuar como sujeito crítico dentro da
sociedade em que vive. (LUCKESI, 2005).
No entanto, é explícito que a elaboração de uma teoria de avaliação
democrática e eficiente ainda constitui-se em fase inicial. Com o objetivo de
contribuir para a construção dessa nova prática de avaliação, buscou-se por meio de
um projeto de intervenção pedagógica na escola, implementar a avaliação como
ação e intervenção no ensino e aprendizagem significativo em ciências para os
alunos da 6ª série (7º ano) do Colégio Estadual Humberto de Alencar Castelo
Branco – E.F.M., Guairaçá-Pr, através de uma avaliação diagnóstica e diversificada,
que pode ser significativa na apropriação de conhecimento por parte dos educandos.
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Buscou-se o desenvolvimento de estratégias/metodologias/avaliações de ensino que
efetivamente envolveram os alunos num processo de mudança conceitual em sala
de aula, baseando-se em estudos que preocupam-se sistematicamente com uma
melhor compreensão dos “erros” dos alunos por um confronto de questões
relacionadas ao conhecimento científico. (Diniz, 2009).
Para o desenvolvimento do projeto, optou-se por uma pesquisa teórico-
prática, onde utilizou-se pesquisa bibliográfica como fundamento teórico que
permitiu a criação e aplicação da experimentação de novos meios para a efetivação
de uma avaliação diversificada no processo ensino-aprendizagem em ciências,
tendo em vista a coerência entre o discurso e o fazer efetivo em sala de aula.
Após pesquisa bibliográfica e análise dos diferentes tipos de avaliação, o
primeiro passo para a implementação do projeto de intervenção, foi o de realizar,
junto com um grupo de quinze alunos, uma pesquisa de como funciona o processo
avaliativo na escola em diversas disciplinas, através de questionário investigativo,
que levou o aluno a refletir e expor seus anseios e suas expectativas em relação à
prática atual da avaliação realizada em sua escola, citando sugestões argumentadas
que oportunizam uma nova prática avaliativa. A partir da coleta de dados, foi
trabalhado, com os mesmos alunos os conteúdos estruturantes de Astronomia,
Matéria e Energia como conteúdos específicos: Compreensão dos movimentos
planetários, composição físico-química do Sol e produção de energia, onde buscou-
se a diversidade de instrumentos na avaliação do conteúdo, garantindo aos alunos
oportunidades diferenciadas de apropriação do conhecimento. Após e durante a
implementação do projeto, foram coletados e analisados dados para a produção
deste artigo sobre a avaliação no ensino de ciências.
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 A AVALIAÇÃO NO ENSINO DE CIÊNCIAS
A educação escolar como agente de socialização na qual os educandos
vivenciam um sistema institucionalizado de diferenciação com base no pleno
exercício da cidadania, tem como função social garantir o acesso ao conhecimento
historicamente acumulado pela humanidade e proporcionar os direitos à igualdade e
à liberdade. (BRASIL, 2010). E, sendo o professor um representante dos modelos e
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valores "universais", deve garantir a todos os alunos uma "igualdade de partida" e
"oportunidades reais" para que estes demonstrem seus conhecimentos prévios e
revelem seus avanços em direção ao saber sistematizado. Assim, educar está além
de transmitir e adquirir conhecimentos.
A prática da educação, hoje, se realiza dentro de um modelo de sociedade e
de homem que se quer formar. É por meio dela que os educandos recebem os
valores culturais e transformam os princípios sociais de cada comunidade. Portanto,
para romper os limites de ideologias dominantes, se faz necessária a reflexão sobre
o sentido e valor da educação. “[...] temos de necessariamente [...] colocar a
avaliação escolar a serviço de uma pedagogia que entenda e esteja preocupada
com a educação como mecanismo de transformação social”. (LUCKESI, 2005,
p.28).
A avaliação, tal como hoje é produzida e deve ser praticada nas escolas,
tem-se mostrado como articuladora essencial na organização e regulação da prática
docente. Ela é parte integrante do processo ensino-aprendizagem e exige
dedicação, atualização, aprimoramento e habilidade de observação por parte dos
educadores e profissionais da educação. Acreditar em um processo avaliativo mais
eficaz significa ao docente comprometer-se com pedagogias diferenciadas sem se
desvincular da análise lúcida das práticas e do sistema, pois não há mudanças
significativas que não esteja apoiada em uma visão realista das restrições e das
contradições do sistema educativo. (PERRENOUD, 1999).
Considerando que uma aprendizagem significativa ocorre quando a nova
informação apoia-se em conceitos pré-existentes adquiridos pelo aluno, ou seja, no
conhecimento que ele traz para a escola do seu cotidiano, o professor deve agir
como mediador, visando despertar interesse no educando, a partir dos conceitos
adquiridos na interação com o meio em que vive para depois estabelecer relações
cada vez mais complexas e abstratas para com o contexto de ciências.
(HOFFMANN, 1998).
Estabelecer metas para seu trabalho docente é uma característica da ação
educativa, que pressupõe objetivos.
E como ensinar e aprender são processos intimamente relacionados, à medida que o professor prevê os objetivos do seu ensino, está, também, propondo os objetivos a serem alcançados pelos alunos como resultado da aprendizagem. (HAYDT, 1991, p. 20).
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Assim, a avaliação, no âmbito da educação, deve ser entendida como
instrumento para estimular o interesse e motivar o aluno para maior esforço e
aproveitamento. Nesse sentido, ressaltamos que a ação primordial da avaliação
desempenha uma função energizante, à medida que serve de incentivo ao estudo.
(HAYDT, 1991). Contudo, cabe ao educador, saber definir e interpretar os diferentes
modelos de avaliação.
Ressaltamos aqui, três modalidades de avaliação, segundo Haydt (1991),
relacionadas ao processo ensino-aprendizagem: diagnóstica, formativa e somativa,
baseando-se num estudo clássico sobre a avaliação do currículo feita por Michael
Scriven, conceitos estes difundidos a partir da obra de Bloom, Hastings e Madaus.
Ainda sob o ponto de vista da autora citada no parágrafo acima, podemos
ressaltar que: a avaliação diagnóstica deve ser realizada no início de um curso,
período letivo ou unidade de ensino com a função de constatar se os alunos
apresentam ou não os conhecimentos e habilidades imprescindíveis para as novas
aprendizagens e, ainda, caracterizar eventuais problemas de aprendizagem e
identificar suas possíveis causas, numa tentativa de saná-los. A avaliação formativa
é realizada durante todo o decorrer do período letivo; com função de orientadora e
controladora da aprendizagem, tem o intuito de verificar os resultados alcançados
pelos alunos durante o desenvolvimento das atividades, visando determinar o
avanço gradativo de cada etapa da instrução, proporcionando ao aluno o
conhecimento de seus erros e acertos e incentivando-o para um estudo sistemático,
tendo efeitos altamente positivos e evitando as tensões que usualmente a avaliação
causa, à medida que também permite ao professor detectar e identificar deficiências
na forma de ensinar, possibilitando reformulações em sua prática pedagógica. A
avaliação somativa é realizada ao final de um curso, período letivo ou unidade de
ensino; com função classificatória, consiste em classificar os alunos de acordo com
níveis de aproveitamento previamente estabelecidos, objetivando a promoção para a
série seguinte ou de um grau para o outro.
Vale ressaltar que, a partir do estudo sobre as modalidades da avaliação,
uma não é pior, nem melhor que a outra, elas apenas têm objetivos diferentes.
A avaliação, portanto, sendo parte de um processo maior, deve ser usada tanto no sentido de um acompanhamento do desenvolvimento do estudante, como no sentido de uma apreciação final sobre o que este estudante pôde obter em um determinado período, sempre com vistas a planejar ações educativas futuras. (BRASIL, 2008, p. 20).
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Ainda sobre essa questão na perspectiva de uma avaliação que alinha-se
com a proposta de uma escola mais democrática, inclusiva, que considera as
infinitas possibilidades de aprendizagem dos estudantes, no ensino de ciências,
[...], o ideal é que a avaliação seja uma ferramenta através da qual seja possível fazer uma análise do trabalho realizado por turma e professor e uma retomada nos aspectos que tenham ficado confusos ou deixando ainda a desejar. (BERRUTTI, 2005, p. 70 ).
A avaliação, na atualidade tem se mostrado insuficiente na obtenção de um
ensino-aprendizagem de qualidade, tampouco em ciências. Muito comum é o aluno
articular a questão da avaliação com a questão do erro, da culpa e do castigo na
prática escolar, tornando-a “um instrumento de ameaça e disciplinamento da
personalidade do educando”. (LUCKESI, 2005, p. 58). Assim, o insucesso e o erro
acrescidos de culpa e castigo impossibilitam o avanço no caminho da aprendizagem.
Para o autor, a avaliação na prática escolar tem significado diferente.
De fato, a avaliação da aprendizagem deveria servir de suporte para a qualificação daquilo que acontece com o educando, diante dos objetivos que se têm, de tal modo que se pudesse verificar como agir para ajudá-lo a alcançar o que procura. A avaliação não deveria ser fonte de decisão sobre o castigo, mas de decisão sobre os caminhos do crescimento sadio e feliz. (LUCKESI, 2005, p. 58).
A avaliação do rendimento escolar, em uma nova visão, deve tornar-se um
instrumento mediador na construção do conhecimento fazendo-se presente em
todas as etapas relacionadas à aprendizagem dos alunos. A avaliação entraria como
uma mediadora nesse processo, “[...] a ação avaliativa, enquanto mediação, não
está ao final do processo, mas pretende se fazer presente entre uma tarefa do aluno
e a etapa posterior de construção, por ele, de um saber enriquecido,
complementado”. (HOFFMANN, 1998, p.159). A ideia é justamente perseguir o
envolvimento do aluno, instigar sua curiosidade e seu comprometimento sobre o
objeto de estudo, em particular, os conteúdos de ciências. Assim, professores e
alunos estariam juntos, refletindo sobre seus avanços e dificuldades, procurando
sanar problemas e buscando aperfeiçoamento para ambos.
Cabe ao professor manter uma relação dialógica educador/educando para a
construção do conhecimento, haja vista que a prática avaliativa diferenciada exige
compreender que a aprendizagem pressupõe experiências vividas pelos alunos e
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diferentes modos de pensar.
A perspectiva de avaliação mediadora pretende, essencialmente, opor-se ao modelo do “transmitir - verificar - registrar” e evoluir no sentido de uma ação reflexiva e desafiadora do educador em termos de contribuir, elucidar, favorecer a troca de idéias entre e com seus alunos, num movimento de superação do saber transmitido a uma produção de saber enriquecido, construído a partir da compreensão dos fenômenos estudados. Ação, movimento, provocação, na tentativa de reciprocidade intelectual entre os elementos da ação educativa. Professor e aluno buscando coordenar seus pontos de vista, trocando idéias, reorganizando-as. (HOFFMANN, 1998, p.146).
Assim, o professor como mediador, estaria junto com o aluno, reorganizando
o conhecimento, pela ação e reflexão, em direção a um saber sistematizado,
carregado de significados e compreensão.
No entanto, para colocar em prática uma avaliação formativa e mediadora, é
importante a utilização de uma parceria com a avaliação diagnóstica, que permitirá
ao professor o conhecimento da realidade e condição preliminar para o
planejamento: a determinação de objetivos, a seleção dos conceitos a serem
aprendidos e os procedimentos metodológicos empregados no início de cada
conteúdo. A avaliação diagnóstica é indispensável à qualidade do processo de
ensino e aprendizagem, pois:
[...] possibilita ao sistema de ensino verificar como está atingindo os seus objetivos. [...] O professor, [...] verificar o quanto o seu trabalho está sendo eficiente e que desvios está tendo. O aluno, [...] estar permanentemente descobrindo em que nível de aprendizagem se encontra, dentro de sua atividade escolar, adquirindo consciência do seu limite e das necessidades de avanço. (LUCKESI, 2005, p. 83).
E assim, possibilitar o redirecionamento de ações futuras.
Luckesi (2005) defende que a avaliação deva ser modificada, em sua
utilização, de classificatória para diagnóstica, servindo de instrumento de
compreensão do estágio em que o aluno se encontra, favorecendo ações para a
melhoria no seu processo de aprendizagem e não um instrumento de aprovação ou
reprovação:
Esta forma de entender, propor e realizar a avaliação da aprendizagem exige que ela seja um instrumento auxiliar da aprendizagem e não um instrumento de aprovação ou reprovação dos alunos. Este é o princípio básico e fundamental para que ela venha a ser diagnóstica. Assim como é constitutivo do diagnóstico médico estar preocupado com a melhoria de saúde do cliente, também é constitutivo da avaliação da aprendizagem estar
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atentamente preocupada com o crescimento do educando. Caso contrário, nunca será diagnóstica. (LUCKESI, 2005, p. 82).
Dessa forma, fica evidente que a avaliação é parte integrante e
indispensável a toda e qualquer prática pedagógica relacionada ao processo ensino-
aprendizagem. Porém, a prática da avaliação não se deve resumir ao ato de verificar
conhecimentos e atribuir uma nota, com o objetivo único de classificar o aluno para a
progressão ou retenção em determinada série, curso ou disciplina, e em especial na
disciplina de ciências.
2.2 DA TEORIA À PRÁTICA
Cada um de nós, seres humanos, herdamos características físicas gravadas
em nosso código genético; porém, um aluno ao chegar à sala de aula, além de seu
código genético, traz consigo uma herança cultural, social e emocional que é única
de cada ser e consequência de uma série de ações relacionadas às experiências do
dia a dia.
Segundo Loch (2006), estudos baseados em pressupostos trazidos por
Wallon, Piaget, Freire e Vygotsky, cada pessoa é um ser único e original, traz
consigo diferentes experiências, histórias de vida, conhecimentos, possibilidades e
limitações tornando a sala de aula o espaço da diferença e da heterogeneidade, o
que potencializa o professor para a ação social. A partir daí a qualidade da avaliação
passa a ter uma relação com a capacidade de diálogo ao indagar, investigar e refletir
sobre os percursos na construção do conhecimento, permitindo, assim, a criação de
meios que contribuam para a superação de limites e dificuldades encontradas no
processo do ensino e aprendizagem.
Na concepção da autora:
A avaliação, em seu sentido amplo, apresenta-se como atividade essencialmente humana associada à experiência cotidiana [...]. Ela faz parte do nosso dia-a-dia e muitas vezes determina o nosso modo de ser ou agir. (LOCH, 2006, p. 49).
Isso significa que somos hoje o que vivemos e constituímos a partir das
ações realizadas e incorporadas através de reflexões, questionamentos e desafios.
Relacionar os conteúdos de ciências com o contexto social vivenciado pelos
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alunos é uma tarefa de extrema necessidade para uma aprendizagem significativa.
Portanto, esse artigo, que traz uma visão de avaliação diagnóstica, formativa
e diversificada, é resultado de um trabalho desenvolvido a partir dos conteúdos
estruturantes de Astronomia, Matéria e Energia, contidos na Diretriz Curricular da
Educação Básica de Ciências, envolvendo temas relacionados à composição físico-
química do Sol bem como sua interferência na manutenção da vida na Terra,
levando em consideração a imensa influência que o Sol acarreta em nossas vidas e,
procurando entendê-lo como astro pertencente a um Universo, uma Galáxia e a um
Sistema Planetário no qual, nós seres vivos, acompanhamos esse astro no espaço e
dele dependemos para sobreviver, assim como toda a natureza.
A partir de temas relacionados à composição do Sol, produção de energia e
a importância dessa energia para a vida na Terra, foram desenvolvidos estudos e
avaliações compostas por diferentes ferramentas que possibilitaram aos alunos uma
visão crítica do conhecimento e uma mudança de atitude em sua prática no dia a
dia.
O ponto de partida para o desenvolvimento deste projeto foi a busca de uma
resposta para uma problemática diagnosticada pela comunidade escolar. Observa-
se uma enorme inquietação entre professores e pedagogos das escolas públicas
sobre o que ensinar e aprender, que práticas educativas privilegiar nas escolas e
como realizar a avaliação no processo ensino-aprendizagem, uma vez que o tema
“avaliação” tem sido assunto de discussão em reuniões pedagógicas e conselhos de
classe, sempre com ênfase na aprendizagem efetiva dos educandos.
Das reflexões surgiram os estudos sobre a avaliação como ação e
intervenção no ensino-aprendizagem significativo em ciências, a produção didático-
pedagógica, articulada a diferentes instrumentos de avaliação, e a implementação
na escola.
Várias ações foram desenvolvidas durante a implementação na escola, tais
como:
A divulgação do projeto de intervenção pedagógica na escola e
do material didático-pedagógico para os profissionais da
educação durante a semana pedagógica. Com o objetivo de
apresentar o material pesquisado e produzido através deste trabalho
a todos os profissionais da educação da escola de implementação, a
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divulgação foi realizada através da exposição do projeto de
intervenção pedagógica na escola e da produção didático-
pedagógica, utilizando-se como recurso o projetor e arquivo em
Power Point, destacando os principais pontos da fundamentação
teórica, os objetivos e a metodologia a ser utilizada no
desenvolvimento da implementação.
A seleção dos alunos que participaram da implementação do
projeto na escola. Com o objetivo de obter alunos para a
implementação do projeto na escola, o mesmo foi apresentado aos
educandos de forma expositiva, dando ênfase ao tema de estudo, a
sua importância e as metodologias que seriam utilizadas para o
desenvolvimento do mesmo. A seleção dos alunos se deu de forma
espontânea e democrática, respeitando os critérios da disponibilidade
de horário e espaço físico, adequando de modo a oportunizar a
participação de todos.
O desenvolvimento do material didático-pedagógico –
implementação do projeto na escola. Com o objetivo de colocar em
prática o estudo e a produção didático-pedagógica, inicialmente foi
aplicado, aos alunos da 6ª série (7º ano) do Colégio Estadual
Humberto de Alencar Castelo Branco – E.F.M., um questionário
investigativo para levantar dados referentes aos anseios e
dificuldades que os alunos apresentam em relação à avaliação do
rendimento escolar. Em seguida, a partir dos conteúdos “composição
físico-química do Sol” e “produção e utilização de energia”, foram
trabalhadas atividades de forma variada e diversificada, utilizando-se
de avaliação diagnóstica de conteúdo, leituras, interpretações e
produções de pequenos textos, seminários e resolução de atividades
impressas coletivas e individuais, pesquisas online, vídeos, trabalho
de campo, experimento, jogo, música e observações com coleta de
dados, na intenção de despertar no aluno o interesse pela descoberta
do conhecimento, no que diz respeito ao Sol como fonte primária de
energia para a manutenção da vida na Terra, fotossíntese, cadeia e
teia alimentar. Após a implementação do projeto, foi aplicada uma
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autoavaliação, a qual forneceu dados sobre o aprendizado do aluno
durante todo o trabalho de execução, bem como para a conclusão
deste artigo. Para desenvolvimento das atividades utilizou-se o
laboratório de informática da escola, materiais do laboratório de
ciências, sala de aula, TV pendrive, data show, a praça municipal,
canetas, cartolinas, régua, lápis de cor, materiais impressos entre
outros. A aplicação do questionário sobre a avaliação do rendimento
escolar, da autoavaliação e de todo o material contido na produção
didático-pedagógica, para os alunos selecionados no projeto, ocorreu
em contra-turno.
A avaliação do projeto – estudo e análise comparativa dos
resultados obtidos na aplicação das atividades no decorrer da
implementação do projeto. Com o objetivo de analisar os resultados
obtidos na implementação do projeto e levantar dados para a
produção deste Artigo Científico, foi feita a análise e comparação do
questionário aplicado aos alunos no início da implementação do
projeto com a autoavaliação feita pelos mesmos ao final do trabalho e
com os resultados obtidos no desenvolvimento de cada atividade
realizada no decorrer da implementação.
A socialização do projeto na escola – apresentação dos
resultados obtidos na implementação do projeto na escola para
os profissionais da educação. Com o objetivo de expor os
resultados da implementação do projeto aos profissionais da
educação na escola de implementação, os resultados da
implementação do projeto de intervenção pedagógica na escola foram
compartilhados com os professores, pedagogos e demais
funcionários da escola através de reunião pedagógica, dando ênfase
no desenvolvimento das atividades, nos resultados obtidos e nas
dificuldades encontradas.
Após a apresentação do projeto aos educandos da 6ª série “A” ( 7º ano ) do
ensino fundamental, o mesmo foi implementado com a participação de 15 alunos.
Ao dar início ao desenvolvimento do material didático-pedagógico na escola,
que realizou-se em contra-turno, surgiram, neste momento, algumas dificuldades,
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como a falta de espaço para acomodar os alunos, uma vez que a escola é pequena
e compartilhava outros projetos em contra-turno; dificuldade esta, que foi sanada
através de um cronograma montado pela equipe pedagógica, com a distribuição da
carga horária dos projetos em andamento com a disponibilidade de espaço físico na
escola. Outra dificuldade encontrada foi relacionada ao acesso à internet nos
computadores do Paraná Digital; a internet é lenta e não foi possível a instalação do
programa “Stellarium” (parte integrante do projeto) nos computadores da escola,
sendo necessário o uso do projetor multimídia, o que limitou a curiosidade do aluno
e marcou a primeira dificuldade para a implementação do material didático-
pedagógico. Os demais materiais utilizados no desenvolvimento das atividades
foram adquiridos durante a implementação do projeto, pela professora.
A aceitação e participação dos alunos nas atividades desenvolvidas se deu
de maneira satisfatória e ocorreu dentro do cronograma planejado. Houve interesse
e entusiasmo no decorrer das atividades propostas, porém, alguns alunos
apresentaram dificuldades em relatar e expor suas ideias, necessitando de apoio e
retomada de conteúdo, o que nos leva a repensar a prática avaliativa como forma de
conduzir o aluno ao conhecimento, ofertando uma diversidade de instrumentos na
avaliação e garantindo, assim, oportunidades diferenciadas de apropriação do
conhecimento.
Diante de todo o estudo, da prática, da coleta e análise de dados foi possível
chegar nos seguintes resultados:
Os alunos quando indagados quanto ao conceito e importância da avaliação
realizada trimestralmente em todas as disciplinas, foram unânimes em dizer que a
avaliação é um ato importante no processo ensino-aprendizagem capaz de
esclarecer se houve ou não aprendizado, bem como forma do professor conhecer os
alunos para intervir no processo.
Ao serem questionados quanto ao conceito da avaliação no cotidiano de
sala de aula, as respostas foram inúmeras, porém sempre voltadas para o sentido
da aprendizagem, como: “Quando sou avaliado eu vejo que estou aprendendo.”; “Eu
vejo a avaliação importante porque o professor tá vendo se nós estamos
aprendendo.”; “Eu vejo que eu me avalio porque se eu acerto eu vejo que estudei
bastante, que sou capaz.”; “Eu acho que a avaliação é importante porque ela vai
ajudar o professor a conhecer o aluno.”; “Para ver a melhoração do aluno na sala de
aula e também para o aluno se auto conhecer.”; “Eu vejo a avaliação para o aluno se
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favorecer.”. Analisando as respostas dos alunos, percebeu-se que a avaliação é
uma prática constante no cotidiano de sala e que os alunos sentem a necessidade
da avaliação realizada no processo ensino-aprendizagem para que eles possam,
também, se autoavaliarem, e a partir daí, saberem o nível de conhecimento a que se
encontram.
Ao serem indagados quanto à diversidade de instrumentos de avaliação ao
qual são submetidos, percebe-se que há uma variedade de práticas avaliativas,
como seminários, pesquisas, trabalhos em grupo e outros, porém com prevalência
da “prova escrita individual”, o que limita a capacidade de expressão dos alunos.
Ao demonstrarem seus sentimentos e anseios em relação à avaliação, 56%
(cinquenta e seis por cento) dos alunos afirmaram sentir-se “nervosos” ao serem
avaliados, pois mesmo que estudaram acham que não vão conseguir “tirar nota”.
O alunos foram indagados com o seguinte questionamento:
Ao ser avaliado, como você se sente?
Fonte: Vanda dos Santos Viais
Nervoso, pois mesmo que estudou acha que não vai conseguir;
Tranquilo, pois sempre consegue resolver as atividades avaliativas;
Com medo, pois sabe que vai ser reprimido pelos pais se não tirar boa nota;
Outros sentimentos.
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Quando se trata do item “como gostaria de ser avaliado” 44% (quarenta e
quatro por cento) dos alunos demonstraram ter segurança nas avaliações
desenvolvidas em grupos e com consultas em material de apoio, associadas ao
acompanhamento do desempenho geral do aluno em sala de aula e nos trabalhos
extra-classe.
O questionamento foi o seguinte:
Como você gostaria de ser avaliado pelo seu professor?
Fonte: Vanda dos Santos Viais
Trabalho em grupo e com consultas em material de apoio, associado ao desempenho do aluno em sala de aula e em tarefas extra-classes;
Prova escrita em grupo;
Prova com consulta em material de apoio;
Outras avaliações.
Com esses resultados em mãos, optou-se pelo desenvolvimento de uma
variedade de metodologias e estratégias associadas a instrumentos que permitissem
a avaliação do desempenho do aluno sem a necessidade da aplicação da “prova
escrita”.
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Com a autoavaliação realizada ao final da implementação, onde 100% dos
alunos afirmaram terem conseguido entender o conteúdo e mudar os conceitos pré-
existentes que tinham sobre o assunto, mesmo sem estudar para “provas escritas”,
e que houve mudança em suas maneiras de pensar, interpretar e agir sobre o
mundo a partir dos estudos realizados, foi possível concluir que há aprendizagem
significativa mesmo quando os alunos não são submetidos às “provas
escritas”; vale ressaltar que, durante todo o desenvolvimento das atividades, foram
utilizadas diversas práticas avaliativas como mecanismo regulador do processo
ensino-aprendizagem.
Paralelo à implementação do projeto, realizou-se por meio de ambiente
virtual, o GTR – Grupo de Trabalho em Rede, junto à um grupo de professores da
disciplina de ciências da Rede Pública Estadual de Educação do Paraná, que teve
por finalidade a troca de ideias, experiências e sugestões de enriquecimento para a
implementação deste projeto.
Foi um período muito especial, onde os professores participantes do curso
tiveram a oportunidade de conhecer e opinar sobre os materiais (projeto de
intervenção pedagógica e material didático-pedagógico) produzidos a partir do tema
“avaliação no ensino de ciências”. Houve discussões sobre o assunto, troca de
experiências e foram inúmeras as contribuições feitas por eles que enriqueceram o
projeto e mereceram destaque.
Através deste estudo percebe-se que angústias e inquietações sobre a atual
prática avaliativa são também vivenciadas por outros professores comprometidos
com um ensino-aprendizagem efetivo em ciências. É na troca de experiências e
ideias que há um enriquecimento no conhecimento e fortalecimento na ação
pedagógica do professor.
Em todos os relatos dos professores cursistas, percebe-se o interesse e a
preocupação que demonstram em superar os desafios relacionados à avaliação
escolar, o qual exige mudanças na forma de pensar e agir do professor perante o
processo de ensino-aprendizagem de seus alunos.
Tais mudanças requer muito estudo, análises, reflexões, troca de
experiências, comparações e ações. Para isso, o professor precisa estar disposto a
repensar sua prática e buscar a inovação, procurando corrigir falhas e reformulando
planejamentos.
Com relação à avaliação, Melchior (2001, p. 43) pensa assim:
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[...] é um dos componentes da ação pedagógica ou do fazer docente e, como tal, ela deve ser coerente e estar inter-relacionada com os demais componentes. [...] é um instrumento que serve para o professor ajustar sua atuação nos processos de ensino e de aprendizagem, reforçando os conteúdos que ainda não são de domínio dos alunos e realizando as adaptações curriculares necessárias.
Assim, a avaliação está, intrinsecamente, relacionada à prática pedagógica
na ação educativa, requer muito estudo, dedicação e atitude de mudanças.
Percebeu-se essa força de vontade nos professores cursistas do GTR.
Por meio da troca de experiência, proporcionada pelo GTR, ficou evidente o
interesse pela necessidade de mudanças, observou-se que a avaliação tem sido
uma preocupação constante dos professores das escolas públicas e merece
destaque no processo ensino aprendizagem efetivo. São fatos marcantes as
problemáticas que envolvem o processo avaliativo e a ele associa-se o progresso
alcançado pelos alunos refletido na eficácia do processo ensino-aprendizagem.
Muitas vezes associa-se o termo avaliação a outros como: provas, exames,
verificação da aprendizagem, sucesso, fracasso, aprovação ou reprovação. Porém o
que pretendeu-se valorizar através do GTR, foi o envolvimento e comprometimento
cada vez maior do professor com uma avaliação formativa, contínua e mediadora
que seja capaz de desempenhar um papel de reguladora no processo ensino-
aprendizagem.
A qualificação, o aperfeiçoamento, a atualização, a troca de experiências e o
desejo de vencer são princípios fundamentais para que ocorram as mudanças de
paradigmas e consequentemente mudanças na prática educativa, considerando que
a avaliação deva ser contínua e atuar como parte integrante do processo ensino-
aprendizagem. Exige que o educador se dedique, procurando atualizar-se e
propondo metodologias diferenciadas, considerando todos os momentos e formas
possíveis de manifestação de aprendizagem. Desta forma a avaliação se torna um
instrumento orientador da prática pedagógica que possibilita rever os pontos
positivos e negativos e a partir deles dar novo rumo ao processo.
Sendo assim, o que deve ser repensado em relação à avaliação, acima de
qualquer perspectiva de mudança, é rever a função que ela exerce na escola.
Enquanto a avaliação privilegiar a ação classificatória, sendo realizada apenas para
dar nota ao aluno, ela não favorece a reestruturação do processo ensino-
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aprendizagem significativo. Portanto, “em cada etapa, os resultados devem ser
sempre provisórios e as mudanças serem consideradas na análise final. [...] A nota é
uma conseqüência da avaliação, não a razão de sua existência”. (MELCHIOR, 2001,
P. 65-66).
Pensando assim, a avaliação só tem sentido com o objetivo de diagnosticar
o nível de evolução no desenvolvimento do educando e apontar os fatores que estão
impossibilitando o sucesso, para redirecionar a prática pedagógica para as etapas
seguintes do processo, pois, só se pode afirmar que houve ensino efetivo,
observando-se a aprendizagem e é nesse momento que entra o papel da avaliação,
a qual é parte integrante e fundamental no processo ensino-aprendizagem.
3 CONCLUSÃO
Tendo em vista a enorme dificuldade em avaliar o rendimento escolar de
nossos alunos, foi por meio do projeto de intervenção pedagógica na escola,
contemplado a partir dos estudos desenvolvidos no Programa de Desenvolvimento
Educacional – PDE, que foram realizadas pesquisas sobre a avaliação no ensino de
ciências em busca de uma educação integradora que colocasse a reflexão e a ação
como intervenção no processo ensino-aprendizagem, uma vez que é através da
avaliação que o professor adquire subsídios para nortear sua prática pedagógica e
tomar decisões a respeito do processo educativo que envolve professor e aluno no
acesso ao conhecimento. (PARANÁ, 2010).
Uma avaliação, enquanto ação reguladora no processo ensino-
aprendizagem, requer uma visão, não somente de formas e instrumentos de
avaliação, mas uma visão ampla que envolve questões éticas, sociais, psicológicas
e educacionais. Ao se tratar da avaliação, questiona-se: O que ensinar? Para que
ensinar? Como ensinar? Para quem ensinar? Questões estas que devem estar
presentes no planejamento e desenvolvimento das ações educativas relacionadas à
prática pedagógica no processo ensino-aprendizagem.
Desta forma a prática avaliativa em ciências deve ir além da verificação da
aprendizagem ou do nível de classificação de conhecimento do educando. A
trajetória a ser percorrida depende da evolução do processo e ambas podem sofrer
modificações no decorrer do percurso como ato de intervenção para uma
aprendizagem efetiva.
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Se no passado a escola tinha por função “transmitir conhecimento”, hoje
busca-se o “aprender significativo, consciente” capaz de tornar o aluno um
protagonista na construção do saber. Sendo assim, a avaliação inativa sua eficiência
quando objetiva apenas a “classificação”, mas torna-se efetiva quando é abordada
com a intenção de “controlar”, “regular”, “mediar” o processo ensino-aprendizagem.
Percebe-se nos professores o anseio pela mudança e o desejo pelo
sucesso. Porém, tais perspectivas exigem estudos teóricos, preparo técnico e,
consequentemente, tempo (hora-atividade) suficiente para que o professor possa
acompanhar com detalhes o desempenho dos alunos, para que, em cima dos “erros”
e “acertos” possa aplicar novas metodologias/avaliações que dão sequência ao
ensino, rumo à uma aprendizagem significativa. Vale ressaltar, ainda, que o número
de alunos por turma, o espaço físico, os materiais didático-pedagógicos, o apoio da
equipe pedagógica, da direção, dos pais e essencialmente a “vontade de aprender”
dos alunos são fatos ponderadamente significativos para se obter sucesso neste
processo.
Contudo, refletir sobre a evolução do processo de avaliação e buscar
alternativas de mudanças, colocando-as em prática, é o primeiro dos caminhos a ser
percorrido em busca de um ensino-aprendizagem efetivo e, é justamente este o
ponto relevante do tema estudado. Por essa razão, a avaliação educacional deve
ser tema obrigatório de reflexão nas escolas, com objetivo de alicerçar a formação e
o trabalho do professor, pois só a partir de uma mudança do pensar e fazer
avaliativo, da efetiva conciliação entre teoria e prática, é que poderá ser inserida
como ato no Projeto Político Pedagógico da instituição, na Proposta Pedagógica
Curricular e por fim, no Plano de Trabalho Docente.
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