A AVALIAÇÃO DIAGNOSTICA NO ENSINO DE FÍSICA

Suelen Tatiane Yamane Instituto Superior de Educação Auxilium ISE sukitaty@hotmail.com

O professor de Física quando se depara com uma sala no primeiro ano do Ensino Médio a sua maior dificuldade é buscar meios que o auxiliem a exercer uma pratica de qualidade. A avaliação diagnostica no ensino de Física tem por finalidade averiguar os conhecimentos prévios que cada aluno possui, bem como suas dificuldades e seus anseios a respeito da disciplina. Porém esta avaliação diagnostica não deve ser um instrumento para classificar os

alunos entre o mais forte ou mais fraco e sim um instrumento de investigação para traçar objetivos coletivos e individuais adequados, para que todos alunos tenham acesso ao ensino de Física com qualidade. Diagnostico.conhecimentos.objetivos

Sabe-se que o aluno que ingressa no primeiro ano do Ensino Médio, carrega consigo conhecimentos prévios, que o auxiliará na aprendizagem de Física, assim sendo, não se pode ignorar que cada aluno possui experiências e conhecimentos diferentes, pois, esta diferença decorre das mutuas oportunidades de aprendizagem que cada indivíduo recebeu até o presente momento. Portanto o professor que receber estes alunos deverá dar continuidade aos conteúdos, de modo a proporcionar oportunidades de aprendizagens de qualidade para que todos, não se importando com a igualdade ou homogeneidade em sala de aula, mas que todos possuam o conhecimento suficiente para ser aplicado nas mais diversas situações do dia-a-dia.

Para saber qual será o seu ponto de partida, metodologia a ser usada, que habilidades despertar, que conteúdos aplicar, o professor deverá avaliar cada aluno e assim traçar metas, objetivos educacionais, o perfil de conhecimento de cada aluno e o que há de incomum entre eles.

A avaliação que o professor irá aplicar em seus alunos, não tem caráter de promoção ou avaliação da capacidade mental, mas sim diagnosticar os conhecimentos prévios que cada aluno possui, para ser aplicado nas aulas de Física. O professor, também poderá traçar um diagnostico superficial de possíveis falhas pedagógicas e dificuldades físicas, mentais e emocionais, que poderão ser analisadas mais profundamente no decorrer do ano letivo.

A avaliação investigativa inicial instrumentalizará o professor para que possa pôr em pratica seu planejamento de forma adequada às características de seus alunos. Esse é o momento em que o professor vai se informar sobre o que o aluno já sabe sobre determinado conteúdo para, a partir daí, estruturar sua programação definindo os conteúdos e o nível de profundidade em que devem ser abordados. [1]

A avaliação diagnostica deve ser um momento para o aluno demonstrar os seus conhecimentos, para tanto os alunos devem ter ciência do objetivo da avaliação, mas esta ciência indica ter tranqüilidade e oportunidade de expor ser conhecimentos sem ter medo ou vergonha, na realidade a avaliação diagnostica terá valor simbólico apenas para o professor, mas para o aluno deve ser apenas mais uma oportunidade de aprendizagem, a

oportunidade ideal para tirar reformular o conceito de avaliação que eles possuem, afinal para o aluno toda avaliação tem caráter de promoção ou avaliação das capacidades mentais, o que não é função da avaliação diagnostica, este é o momento para os alunos deixarem de sofrer antecipadamente, esta avaliação deve fazer bem ao aluno, para que o mesmo possa iniciar o ano letivo com a sua auto-estima elevado, pois já sabemos que quando estamos de bem com a vida, tudo fica mais produtivo.

A avaliação diagnostica não deve frustrar ou pressionar os alunos para que consigam bons resultados, esta visão negativa sobre avaliação pode ser explicada por Luckesi.

Pais, sistema de ensino, profissionais da educação, professores e alunos, todos têm suas atenções centradas na promoção, ou não, do estudante... os estudantes estão sempre na expectativa de virem a ser aprovados ou reprovados... Esses fatos não se dão por acaso. Tal pratica já estavam inscritas nas pedagogias do século XVI e XVII, no processo de emergência e cristalização da sociedade burguesa, e perduram ainda hoje. [2]

A partir do momento em que o professor proporcionou aos alunos a oportunidade de transformar a visão negativa sobre avaliação em visão positiva, este é o momento de se preocupar com a elaboração da avaliação, assim sendo, o professor deverá considerar que os alunos devam ter adquirido conhecimento de conteúdos mínimos, proporcionados pelos professores dos anos anteriores, afinal é um direito garantido pela Lei de Diretrizes e bases da Educação Nacional (LDB).

Título III Art. 4º O dever do Estado com a educação Escolar pública será efetivado mediante a garantia de: IX

padrões mínimos de qualidade de ensino, definidos como a variedade e quantidade mínimas, por aluno, de insumos indispensáveis ao desenvolvimento to do processo de ensino-aprendizagem. [3]

Este direito também é assegurado pela Constituição. Capítulo III Da Educação, da cultura e do desporto Seção I Da

educação Art. 210. Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de maneira a assegurar formação básica comum e respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais e regionais. [4]

E para auxiliar na pratica das leis, já citadas, o Ministério da Educação (MEC) proporcionou aos professores os Parâmetros Curriculares Nacionais, os chamados PCN s, para a seguinte finalidade:

Os PCN s procuram anunciar que, respeitadas as diversidades culturais, regionais, éticas, religiosas e políticas que atravessam uma sociedade múltipla, a educação possa atuar no processo de construção da cidadania, tendo como princípio atingir o ideal de uma crescente igualdade de direitos entre os cidadãos. [5]

Portanto, os PCN s são uma referência nacional para o ensino, afinal poderão ser utilizados como base na elaboração do projeto educativo e na programação das atividades de ensino aprendizagem em sala de aula.

Considerando os PCN s, uma ferramenta para que o professor proporcione uma educação de qualidade, os mesmos oferecem propostas de conteúdos mínimos, assim se fizermos uma retrospectiva escolar do seu aluno, ela já concluiu o ensino fundamental e esta ingressando no ensino médio, logicamente, deverá possuir o conhecimento dos conteúdos mínimos propostos pelo PCN s, portando a base de conteúdos para investigação do professor na avaliação são os conteúdos propostos pelo PCN s.

Como os alunos no ensino fundamental não têm aulas de Física na sua grade curricular, o professor deverá enfocar os conteúdos mínimos nas áreas de exatas e biológicas, que correspondem a matemática e ciências/biologia. Considerar que os conteúdos mínimos a serem avaliados na avaliação diagnostica devem estar relacionados com as praticas futuras nas aulas de Física.

... a avaliação das aprendizagens só pode acontecer se for relacionada com as oportunidades oferecidas, isto é, analisando as adequações das situações didáticas propostas aos conhecimentos prévios dos alunos e aos desafios que estão em condições de enfrentar. [6]

Ao fazer as considerações para elaborar a avaliação diagnostica, o professor deverá levar em conta que poderá ter alunos que já tenham algum conhecimento sobre o ensino de Física, o que não se pode desconsiderar na elaboração da avaliação itens que tenham conteúdos propriamente do ensino de Física.

Depois, que elaborar a avaliação diagnostica analisa-la para avaliar se a avaliação esta de acordo com sua proposta, se não vai assustar os alunos e se vai alcançar seus objetivos. Ter criterioridade ao elaborar e analisar, pois uma falha pode deixar o seu trabalho um fracasso.

Quando estiver aplicando a avaliação diagnostica, observar o desenvolvimento dos alunos, a avaliação não será apenas escrita, será também de atitudes, observar as dificuldades, não dar respostas prontas quando houver dúvidas, questiona-los, para que elaborem suas próprias respostas.

Ao corrigir a prova, analise a avaliação do seu aluno, não crie barreiras de preconceito ou antecipação de pensamento sobre ele, a avaliação tem por finalidade diagnosticar os conhecimentos prévios do mesmo. Portanto, avaliação diagnostica é:

O instrumento de tomada de consciência de suas conquistas, dificuldades e possibilidades para reorganização de seu investimento na tarefa de aprender. Para a escola, possibilita definir prioridades e localizar quais aspectos das ações educacionais demandam maior apoio .[7]

Portanto, somente através de uma avaliação diagnostica elaborada com consciência da sua finalidade terá efetivo valor para o ensino de Física, pois o professor poderá acompanhar o desenvolvimento do seu aluno ao longo do processo de aprendizagem do ensino de Física. Realizar uma pratica docente de qualidade e oferecer oportunidades de aprendizagem a todos os alunos, partindo dos conhecimentos prévios que os mesmos possuem.

[1] BRASIL, Ministério da Educação. Secretaria da Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais : 1ª a 4ª série Introdução. Brasília: MEC/SEF, 1997. V.1.

[2] LUCKESI, Cipriano C. Avaliação da Aprendizagem Escolar. São Paulo: Cortez, 2001.

[3] Lei Federal nº 9394/96 Estabelece as Diretrizes e bases da Educação Nacional.

[4] Constituição da República Federativa do Brasil Promulgada em 5 de outubro de 1988.

[5] BRASIL, Ministério da Educação. Secretaria da Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais : 1ª a 4ª série Introdução. Brasília: MEC/SEF, 1997. V.1.

[6] BRASIL, Ministério da Educação. Secretaria da Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais : 1ª a 4ª série Introdução. Brasília: MEC/SEF, 1997. V.1.

[7] BRASIL, Ministério da Educação. Secretaria da Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais : 1ª a 4ª série Introdução. Brasília: MEC/SEF, 1997. V.1.

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