A DESNUTRIÇÃO COMO PARÂMETRO PARA INDUÇÃO DE UM MODELO DE ESTRESSE CRÔNICO MODERADO (Art. 170). Area de Conhecimento: Ciências Médicas e da Saúde

Edna Sorato Vitoreti Ballmann, BOLSISTA DO ARTIGO 170, Jucélia Jeremias Fortunato (Orientadora). Curso de Nutriçao, campus Tubarao.

Introdução

Em países subdesenvolvidos, a desnutrição infantil é encontrada com freqüência sob suas diversas formas, sendo um importante indicador das condições de saúde e da qualidade de vida de uma população.Algumas alterações, produzidas pela desnutrição, são mais evidentes, tais como a redução do peso corporal e determinadas alterações no desenvolvimento, como déficit de crescimento. No entanto, há outras alterações estruturais e funcionais que são mais sutis e ocorrem em determinados períodos de desenvolvimento acelerado do cérebro (SILVA; ALMEIDA, 2006). Do ponto de vista funcional, a desnutrição influencia em aspectos como a emoção, a motivação e a ansiedade, além de alterar processos envolvidos na memória e no processo cognitivo. Dentre as alterações estruturais, as principais referem-se ao menor número e tamanho de células cerebrais, assim como alterações na ramificação dendrítica e na camada de mielina dos neurônios. Várias regiões do cérebro são bastante afetadas pela desnutrição precoce.

ObjetivosInduzir um modelo de estresse crônico moderado a partir de uma dieta hipoproteica em ratos wistar.Avaliar os efeitos da desnutriçao no teste de anedonia de ratos wistar;Avaliar os efeitos da desnutriçao em parâmetros de depressao através do teste do nado forçadoComparar o peso médio corporal dos ratos tratados com uma dieta hipoproteica e normoproteica.

MetodologiaForam utilizados 45 ratos Wistar machos, adultos (45 dias), pesando entre 200 a 250g, provenientes do biotério da Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL. Os animais foram mantidos em temperatura controlada (22oC + 1) e alimento e água ad libitum. Os experimentos foram realizados após o período de (45 dias) dos animais.Os animais foram distribuídos em dois grupos experimentais e submetidos ao estímulo estressor: Grupo A: ratos jovens que receberão dieta hipoproteica (n = 15) – Grupo estressado;Grupo B: ratos jovens que receberão dieta normoproteíca – Grupo controle (n = 15).O estímulo estressor utilizado foi a privação de uma dieta normocalórica, por sete dias, durante oito semanas consecutivas. O registro do peso corporal foi analisado semanalmente. O teste do Nado Forçado consiste em dois dias de procedimentos no qual cada rato foi posto em um cilindro com água a 23º C e suficiente para o animal não conseguirem apoiar as patas no fundo. No primeiro dia, os ratos foram forçados a nadar 15 minutos. No segundo dia (24 horas após o teste cada animal foi novamente forçado a nadar durante 5 minutos). Foram avaliados os parâmetros de imobilidade, nos quais incluem-se imobilidade total ou movimentos para manter a cabeça fora da água sem intenção de escapar (PORSOLT et al., 1977).Após o período de tratamento, foram avaliado o comportamento anedônico dos animais induzido pela desnutrição. Após o período de oito semanas, foi aferido o consumo de comida doce pelos animais. Dez Froot Loops® (Kellogg’s® - cereal de trigo, milho e açúcar) . Os animais foram submetidos a cinco ensaios de 3 minutos cada, um por dia, para familiarizarem-se com a comida. Depois de serem habituados, os animais foram expostos a duas sessões de teste, 3 min. cada, quando o número de cereais ingeridos será medido). Estas avaliações foram feitas desde que a privação de alimento, o qual é usado em muitos testes comportamentais como um estímulo motivador, pode também ser um agente estressor. (KATZ et al., 1981).

Resultados

NADO FORÇADO TESTE ANEDONIA

ConclusõesEsse artigo mostrou as implicações da desnutrição protéica sobre alterações comportamentais de ratos wistar, após indução de um modelo de estresse crônico moderado. Nossos resultados mostraram que houve um aumento no tempo de imobilidade e uma diminuição no tempo de nado dos animais que receberam dieta hipoproteica, quando comparados com o grupo controle. As proteínas exercem papel de grande importância no ciclo vital do homem. Assim, o déficit de proteína pode afetar diretamente o desenvolvimento encefálico. Nossos resultados mostraram que a desnutrição protéica induzida nos animais experimentais foi capaz de provocar alterações comportamentais incluindo parâmetros de depressão, avaliados no TNF. Em países de terceiro mundo, a desnutrição protéica cresce anualmente em crianças, filhas de mães desnutridas e também em adultos. Com este estudo foi possível observar que a carência de proteínas na dieta e capaz de induzir, de forma significativa, alterações comportamentais em ratos Wistar, incluindo sintomas de depressao.

BibliografiaBIORVELL, H.R.S. Long terrn treatment of severe obesity:fuor vear fallow-up results of combined behaviouralmodification programme. BMJ, v.291, p.379-82, 1985. CALVASINA, Paola Gondim et al . "Birth weakness": cultural meanings of maternal impressions for infant health in Northeast Brazil. Cad. Saúde Pública,  Rio de Janeiro,  v. 23,  n. 2, 2007.  CORREA, A.F. Desnutrição protéico calórica e gestação. Respostas metabólicas ao exercício agudo em ratas. In: CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UNESP, 6., Guaratinguetá, 1994. p215. DONLY. D.G. & LEMON, P.W.R. Efect of exercise on protein utilization during pregnancy. Abstract. Cano J.Appl. Sport Sci., v.ll, p 11, 1986. FUJIOKA, A., FUJIOKA, T., ISHIDA, Y., MAEKAWA, T., NAKAMURA, S. Differential effects of prenatal stress on the morphological maturation of hippocampal neurons. Neuroscience 2006; 141:907-915. GOBA TTO, C. A. Alterações Metabólicas do Treinamento Físico em Ratos Previamente Desnutridos e Recuperados. Campinas: UNICAMP,1993. PORSOLT, R. D. et al. Depression: a new animal model sensitive to antidepressant treatments. Nature. v. 21, p. 266-730, 1977.  SILVA, Viviane Consiglio da; ALMEIDA, Sebastião de Sousa. Early protein malnutrition impairs social memory in adult rats. Rev. Nutr.,  Campinas,  v. 19,  n. 2, 2006.  WATERLOW, J.C., ALLEYNE, G.A.O. Má nutrição protéica em crianças: Evolução dos conhecimentos nos últimos dez anos. São Paulo, Pancast, 1974. 120p. 

Teste do Nado Forçado

0

50

100

150

200

250

300

350

Imobilidade Nado ClimbingsTe

mpo

(s)

normoproteica

hipoproteica

Anedonia

0

1

2

3

4

5

Primeira Segunda Terceira Quarta Quinta

Periodo

Cons

umo

de F

root

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s

normoproteica

hipoproteica