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UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS - UNISINOS CENTRO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS A DIFÍCIL MANUTENÇÃO DO SISTEMA 5S’S NAS ORGANIZAÇÕES ALBANO ENRIQUE MAYER Curso de Administração de Empresas – Ênfase em Recursos Humanos Professor Orientador: Carlos Alberto Diehl São Leopoldo, dezembro de 1998

A DIFÍCIL MANUTENÇÃO DO SISTEMA 5S’S NAS …professor.unisinos.br/cd/Tc/TCC AlbanoMayer.pdf · “O 5S, ou programa 5S, como é mais conhecido, é um conjunto de cinco conceitos

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UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS - UNISINOS

CENTRO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS

A DIFÍCIL MANUTENÇÃO DO SISTEMA 5S’S NAS ORGANIZAÇÕES

ALBANO ENRIQUE MAYER

Curso de Administração de Empresas – Ênfase em Recursos Humanos

Professor Orientador: Carlos Alberto Diehl

São Leopoldo, dezembro de 1998

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a todos aqueles que nos momentos difíceis de Universidade,

contribuíram para a formação deste amigo, em especial:

a minha amada esposa, Adriana, que deve ter sofrido com a minha

ausência, mas mesmo assim continuou firme e apostou no marido;

aos meus queridos pais, Albano e Clair, pelo esforço de não me

deixarem desistir nunca, e servirem sempre de amigos além de pais;

aos meus grandes irmãos, Beto e Fábio e aos melhores de todos

amigos Luiz, Pedrão e Marcelo;

ao meu orientador, Carlos Dielh, que topou um grande empreitada,

com escassez de tempo e muita dedicação.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ......................................................................................... 06

2. OBJETIVOS ............................................................................................... 09

2.1 Objetivo Geral ...................................................................................... 09

2.2 Objetivos Específicos ............................................................................ 09

3. METODOLOGIA....................................................................................... 10

4. HISTÓRICO............................................................................................... 11

5. CONCEITUAÇÃO..................................................................................... 14

5.1 Conceito de Sistema 5S´s...................................................................... 14

5.2 Conceito de Senso ................................................................................. 16

5.3 Conceito do Senso de Utilização (Seiri) .............................................. 16

5.4 Conceito do Senso de Organização (Seiton) ....................................... 17

5.5 Conceito do Senso de Limpeza (Seitoh)............................................... 19

5.6 Conceito do Senso de Conservação, Padronização, Asseio, Saúde

(Seiketsu) ............................................................................................. 20

5.7 Senso de autodisciplina (Shitsuke) ...................................................... 22

6. PESQUISAS................................................................................................ 24

6.1 Pesquisa de organizações com termo de adesão ao PGQP –

Programa Gaúcho de Qualidade e Produtividade, situadas no Vale

4

do Rio dos Sinos e que possuem, possuíram ou não o Sistema

5S´s ....................................................................................................... 24

6.2 Pesquisa com o objetivo de encontrar as causas da difícil

manutenção dos Sistema 5S´s nas organizações. ............................... 26

7. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS PESQUISADOS ........ 28

7.1 - Questão 2 - Qual o número de funcionários? ................................... 28

7.2 - Questão 3 - A sua organização tem ou teve sistema 5S’s ou

similares, implantados ? .................................................................. 29

7.3 - Questão 4 - Como denominam o sistema? ........................................ 30

7.4 - Questão 5 - Possui comitê de quantas pessoas? ................................ 31

7.5 - Questões 6 e 7 - Quais os setores dos membros do comitê: e Quais

os níveis de responsabilidade das pessoas envolvidas no comitê:

Supervisor, Gerente, Diretor e Operacional .................................. 32

7.6 - Questão 8 - Sua organização obteve sucesso na primeira

tentativa? ......................................................................................... 33

7.7 - Questão 9 - A sua organização implantou 5S´s vinculado a algo

maior................................................................................................. 35

7.8 - Questão 10 - A sua organização ao implantar os 5S´s possui

objetivos claros? Quais:................................................................... 37

7.9 - Questão 11 - Qual a duração do treinamento dos

funcionários? ................................................................................... 39

7.10 - Questão 12 - Houve um dia “D”?, Se não o que foi utilizado

como início do processo? ................................................................. 41

7.11 - Questão 13 – Há quanto tempo está implantado o Sistema

5S´s?.................................................................................................. 42

7.12 - Questão 14 - Quanto tempo foi a preparação até o dia “D”? ........ 43

7.13 - Questão 15 - Qual foi a duração do dia “D” .................................. 45

7.14 - Questão 16 - Houve parada total da empresa? ............................... 46

7.15 - Questão 17 - Quantos funcionários participaram do dia “D” ....... 47

7.16 - Questão 18 - O dia “D” foi remunerado? ....................................... 47

5

7.17 - Questão 19 – Qual dia da semana ocorreu? ................................... 49

7.18 - Questão 20 – Houveram outros dias “D”? ..................................... 50

7.19 - Questão 21 – Após o dia “D” foi utilizado algum sistema de

manutenção? ................................................................................... 52

7.20 - Questão 22 – Quais os investimentos em reconhecimento? ........... 56

7.21 - Questão 23 – A sua empresa acredita ter atingido o resultado

desejado? ......................................................................................... 58

7.22 - Questão 24 – A que você atribui a difícil manutenção do Sistema

5S´s na sua organização?................................................................. 59

7.23 - Questão 25 – A sua empresa obteve ganhos com a implantação

do Sistema 5S’s?............................................................................... 63

7.24 - Questão 26 – Houveram resultados financeiros alcançados com

os 5S´s? Quais e quanto? ................................................................. 66

8. LIMITAÇÕES DESTE TRABALHO ....................................................... 67

9. CONCLUSÃO ............................................................................................ 69

10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................... 73

11. ANEXOS ................................................................................................... 74

6

1. INTRODUÇÃO

“Somente quando os empregados se sentirem orgulhosos por terem construído um local de trabalho digno e se dispuserem a melhorá-lo continuamente, ter-se-á compreendido a verdadeira essência dos 5S’s.”

(Silva 1994 , p. 17)

Desde o final da década de 60, algumas organizações brasileiras já iniciavam

seus processos de administração participativa, algumas através dos CCQ´s, outras por

planos de sugestões, “kambam”, JIT, ou outros sub-sistemas da Qualidade Total. A

qualidade tornou-se o direcionador de diversas organizações. Mesmo sabendo-se que a

Qualidade Total é algo que possivelmente não será alcançado na íntegra, as

organizações que entram neste processo, não mais poderão deixar de revitalizá-lo

constantemente através de novas metas e desafios.

Muitos sistemas de gestão ao iniciar sofrem com um mal muito parecido: a

descontinuidade. Esta é muitas vezes involuntária por parte da organização, mas

causada pela resistência natural do ser humano às mudanças. Porém, na conjuntura em

que se está inserido, não se pode resistir à aplicação de ferramentas tão utilizadas pela

concorrência neste mundo globalizado. Segundo LOBOS (1997 p. 88) “... nos próximos

anos, cerca de 1,2 bilhão de trabalhadores do Terceiro Mundo estará produzindo bens

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para o mercado mundial. Seu salário médio é inferior a US$ 3 por dia. Na Europa e

nos EUA, há 250 milhões de trabalhadores ganhando, em média, US$ 85 diários.”.

Não se tem escolha. As ferramentas de gestão trazidas para as organizações

devem ser implementadas e o povo deve usufruir de seus benefícios.

Embora não seja novidade, uma pergunta se faz necessária – Porquê as

organizações tem dificuldades para dar continuidade ao Sistema 5S´s? Tendo em

vista o que elas sofrem para implementar, investindo em consultorias para promover a

mudança cultural, trabalhando arduamente para buscar qualidade e produtividade e por

muitas vezes sacrificando as pessoas que as formam. Mesmo assim os sistemas

implementados caem por terra. A manutenção destes sistemas parece muito mais árdua

que a sua implementação, porém algumas organizações se destacam e conseguem.

Não se anseia solucionar o problema das organizações que implementaram o

sistema 5S´s e não conseguiram mantê-lo, porém seria muito satisfatório se algumas

organizações aprendessem com este trabalho e antes de iniciar o processo de

implementação, tomassem cuidado com algumas premissas básicas já conhecidas e

outras conclusões daqui advindas.

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2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Identificar as dificuldades na manutenção do Sistema 5S’s nas organizações.

Fazem parte da amostra pesquisada, as organizações com termo de adesão ao PGQP –

Programa Gaúcho de Qualidade e Produtividade, no Vale do Rio dos Sinos.

2.2 Objetivos Específicos

♦ Identificar no Vale do Rio dos Sinos as organizações com Termo de Adesão

ao PGQP, que possuem ou possuíram o Sistema 5S’s implementado;

♦ Identificar possíveis vínculos do Sistema 5S´s com outras ações da

organização;

♦ Identificar de que forma algumas organizações podem obter maior sucesso

na manutenção do Sistema 5S’s;

♦ Descrever os obstáculos encontrados que prejudicam a continuidade do

Sistema 5S’s;

♦ Compilar os dados da pesquisa e indicar opções de caminhos para a

manutenção do Sistema 5S’s.

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3. METODOLOGIA

A metodologia a ser utilizada para elaboração deste trabalho, será baseada em

pesquisa de mercado quantitativa e qualitativa, pesquisa bibliográfica e relato de

experiências na implementação e manutenção do Sistema 5S’s.

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4. HISTÓRICO

“Só praticando os 5S´s é que realmente os entenderá. Não há caminhos mais curtos aos entendimento. Não há atalhos. Há apenas muito trabalho. O único entendimento possível é fruto da ação.”

OSADA (1992, p.18) Durante algum tempo muitas organizações investiram tempo e dinheiro na

busca de uma melhor qualidade de vida dos seus colaboradores, partindo nas poucas

palavras do mestre Kaoru Ishikawa – “...pode-se começar varrendo...” . Estas

organizações foram direcionadas por um movimento iniciado no Japão por volta da

década de 1950, conhecido por nós no mundo ocidental como Sistema 5S´s ou ainda

“Housekeeping”.

Alguns consultores costumam dizer que o Sistema 5S´s surgiu no Brasil em

meados da década de 80, com um sistema chamado de Programa SOL - Segurança

Organização e Limpeza. Este, para sua época teve ainda mais resistência, não tendo

muita repercussão. Em 1991 o sistema 5S´s foi lançado formalmente no Brasil, sendo

reconhecida a sua importância na criação de um ambiente com qualidade, produzindo

conseqüências visíveis no aumento da auto-estima, no respeito ao semelhante, no

respeito ao meio ambiente e no crescimento pessoal.

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No livro “5S – O Ambiente da Qualidade”, SILVA (1994, p.51) encontra-se o

seguinte histórico:

“No Japão, o sistema ou programa 5S foi formalizado no ambiente empresarial no início da década de 50, apesar de sua longa existência informal como fundamento da educação moral daquele país. Segundo Masao Umeda, um destacado líder da Qualidade no Japão, o 5S foi introduzido nas empresas japonesas para “acabar com o trabalho forçado”. O sistema foi redescoberto em países como Taiwan e Cingapura, na década de 80, como excelente maneira de se comunicar, pronta e eficazmente, a idéia de qualidade como um hábito, e não como um mero ato. Esses países, após pesquisarem a fundo a essência da qualidade e da produtividade no Japão, concluíram que o 5S está na base da pirâmide. Essa conclusão não foi imediata, pois foi necessário pesquisar além das aparências.”

Pode-se encontrar em alguns autores1, com as traduções descritas no quadro

abaixo:

Em Japonês Em Inglês Em português

1º. Seiri; Sorting Utilização ou Descarte

2º. Seiton; Systematyzing Organização ou Ordenação

3º. Seisoh Sweeping Limpeza

4º. Seiketsu Sanitizing Conservação, Asseio, Padronização, Saúde, Higiene ou ainda Segurança

5º. Shitsuke Self-Disciplining Autodisciplina ou Ordem

Quadro 1 – Conceitos dos 5S´s

Porém, recomenda-se ter cuidado pois apenas a sua tradução literal não dá o

real significado para este Sistema. Deve-se considerar sempre a cultura da organização,

seus hábitos e suas necessidades.

1 HIRANO, Hiroyuki(1994); LAPA, Reginaldo Pereira(1998); OSADA, Takashi(1995); RIBEIRO, Haroldo(1994); SILVA, João Martins da(1996).

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É conveniente ressaltar que no Japão não se tratam apenas de 5S´s, para estes já

são 9S´s, os outros 4 seriam:

Em Japonês Em Inglês Em português

6º. Shikaki Steadily Firmeza

7º. Shitsukoku Stickingly Dedicação

8º. Seisho Stating Sonourously Relato com ênfase

9º. Seido Simultaneous Actio Ação Simultânea

LAPA (1998, p. 2 e 3)

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5. CONCEITUAÇÃO

Para que se possa entender um pouco do significado do Sistema 5S´s, se

utilizará conceitos criados por algumas organizações gaúchas e autores diversos,

adequados a sua cultura ou ao mercado.

5.1 Conceito de Sistema 5S´s

No livro “Praticando os 5 sensos” (LAPA,1998, p.1), pode-se verificar o

seguinte:

“O 5S, ou programa 5S, como é mais conhecido, é um conjunto de cinco conceitos simples que, ao serem praticados, são capazes de modificar o seu humor, o seu ambiente de trabalho, a maneira de conduzir as suas atividades rotineiras e suas atitudes.”

Outras definições encontradas sobre o Sistema 5S´s podem ser vistas a seguir

no Quadro 2 – Conceitos do Sistema 5S´s:

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Fonte Conceito

Apostila da AGQ – (1998, p.3)

“É um conjunto de MUDANÇAS COMPORTAMENTAIS, fundamentado no COMPROMETIMENTO das PESSOAS, que

combinando suas ações profissionais e pessoais, criam um AMBIENTE COM QUALIDADE para a prática do

TRABALHO.”

Apostila da Gerdau S/A - Sapucaia

“São atitudes que envolvem sensos de utilização, organização, limpeza, asseio, e autodisciplina, permitindo

criar na empresa um ambiente com qualidade para a prática do trabalho.”

Apostila Indústria de Calçados Myrabel Ltda. – Sapiranga

“É um processo de integração, que através de cinco etapas busca um novo aprendizado, proporcionando um melhor

ambiente de trabalho e qualidade de vida.”

Apostila Demuth Máquinas Industriais

Ltda. – Novo Hamburgo

“É um sistema de mudanças comportamentais que permite criar um ambiente limpo, organizado e saudável, para maior

satisfação de todos.”

Segundo o trabalho de conclusão de

Lima, Maria Cristina Bohnenberger (São

Leopoldo)

“O 5S´s é uma filosofia que visa mudar atitudes das pessoas no que diz respeito a limpeza e organização do seu setor de

trabalho, e outros ambientes que ela se encontrar.”

Quadro 2 – Conceitos do Sistema 5S´s

Acredita-se que o Sistema 5S´s seja um processo de mudança onde toda a

organização, coopera de forma consciente e busca promover mudanças de hábitos.

Pode-se vê-lo como a busca de um ambiente saudável para todos os integrantes do meio

onde é implementado, sendo de trabalho ou não.

O que se recomenda lembrar, é de desenvolvê-lo também no ambiente social

das pessoas. Para que o Sistema de 5S´s não se limite apenas ao ambiente de trabalho,

mas possa ser estendido à outros ambientes e com isso promover uma mudança cultural.

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O foco do Sistema 5S´s, pode-se dizer que é abrangente e visa melhorar a qualidade de

vida dos participantes.

5.2 Conceito de Senso

Segundo o dicionário Aurélio, a palavra senso, significa: “faculdade de

apreciar, de julgar, de sentir; sentido, juízo”, ou ainda no livro Praticando os 5 Sensos

(LAPA 1998, p. 2), “exercitar a capacidade de apreciar, julgar e entender ou ainda

“aplicação correta da razão para julgar ou raciocinar em cada caso particular”. Na

verdade deve-se despertar nas pessoas um juízo claro para a utilização, organização,

limpeza, conservação e autodisciplina.

5.3 Conceito do Senso de Utilização (Seiri)

O livro “5S – O Ambiente da Qualidade”, SILVA (1994, p.15) apresenta o

seguinte conceito,

“Senso de utilização – Em sentido restrito, para facilitar as primeiras ações, refere-se à identificação, classificação e remanejamento dos recursos que não são úteis ao fim desejado. Em sentido amplo refere-se à eliminação de tarefas desnecessárias; excesso de burocracia e desperdícios de recursos em geral. Inclui, também, a correta utilização dos equipamentos visando aumentar a sua vida útil. Sabemos que o desperdício no Brasil assume cifras astronômicas; entretanto, existe um tipo de desperdício fundamental e impossível de ser quantificado: o desperdício de talentos. Desenvolver o senso de utilização implica decretar guerra contra todos os tipos de desperdício”

Pode-se encontrar como definição do Senso de Utilização, estas descritas no

Quadro 3 – Conceitos do Senso de Utilização.

16

Fonte Conceito

OSADA, (1992, p.27)

“...Distinguir o necessário do desnecessário...,para livrar-se do desnecessário.”

Apostila da Gerdau S/A. – Sapucaia

“Definir os materiais essenciais no local de trabalho e descartar os desnecessários.”

Apostila da Caixa Econômica Federal –

Porto Alegre

“Refere-se ao descarte de objetos e dados que não são úteis ao fim desejado. Desenvolver esse senso é decretar guerra

contra o desperdício.”

Apostila da Gráfica e Editora La Salle –

Canoas

“Separar e manter no local somente os materiais necessários ao trabalho, descartando o que for desnecessário.”

Apostila da Via Uno – Novo Hamburgo “Separar os itens necessários dos desnecessários”

Quadro 3 – Conceitos do Senso de Utilização

O que pode-se precisar no senso de utilização é a premissa pela manutenção

apenas do necessário, descartar ou eliminar o desnecessário e reduzir o desperdício.

Sempre que pratica-se o senso de utilização, deve-se avaliar bem o que está sendo

eliminado, não se pode deixar-se levar pelo afã de fazer o descarte e eliminar algo que

poderá ser útil no futuro.

5.4 Conceito do Senso de Organização (Seiton)

No livro “5S – O Ambiente da Qualidade”, SILVA (1996, p.35) encontra-se o

seguinte conceito:

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“Em sentido amplo significa: ´utilizar os recursos disponíveis, com bom senso e equilíbrio, evitando ociosidade e carências”. Esse conceito coincide com a postura básica prevalecente na Alemanha, Japão e outros países desenvolvidos. O aproveitamento da inteligência humana, de forma ampla, é o fator primário para utilização dos recursos materiais disponíveis localmente ou adquiridos de outros países. Essa postura exige, evidentemente, boa saúde mental e autodisciplina.’

‘Em sentido restrito, para possibilitar ação imediata, significa: ‘manter, no ambiente considerado, somente os recursos necessários’ Cada organização cria uma frase curta e esclarecedora para expressar esse conceito restrito, levando-se em consideração a capacidade de absorção imediata da totalidade dos seus colaboradores.’”

Encontra-se ainda outras definições para o Senso de Organização que podem

esclarecer o seus objetivos, seguem no Quadro 4 – Conceitos do Senso de Organização:

Fonte Conceito

LAPA (1998, p.5) “É definir locais apropriados e critérios para estocar,

guardar ou dispor materiais,...de modo a facilitar a procura... Popularmente significa :”Cada coisa no seu devido lugar.””

Apostila da AGQ – (1998, p.8)

“Separar e MANTER no local somente os materiais, máquinas e equipamentos NECESSÁRIOS ao trabalho,

descartando ou eliminando os desnecessários.”

Apostila Ind. de Calçados Myrabel Ltda.– Sapiranga

“É definir locais adequados e a forma correta para a guarda de materiais úteis, tornando o acesso rápido e fácil, ao

material desejado.”

Apostila da Demuth Maq. Ind. Ltda. – Novo Hamburgo

“Guardar materiais necessários em local de acesso rápido e fácil.”

Apostila da FEEVALE – Novo

Hamburgo

“É a definição de local adequado para materiais e equipamentos, com acesso fácil, rápido e no tempo certo”

Quadro 4 – Conceitos do Senso de Organização

18

O senso de organização, pode resumir-se em uma única expressão, “acesso fácil

e rápido”, acessar de forma fácil, sem despender tempo removendo entulhos ou

desbravando uma informação. Localizar as coisas da forma mais rápida possível,

destinando a estas um local definitivo, identificado e padronizado.

5.5 Conceito do Senso de Limpeza (Seitoh)

No livro “5S – O Ambiente da Qualidade”, SILVA (1994, p.16) apresenta o

seguinte conceito:

“Senso de limpeza – Cada pessoa deve limpar a sua própria área de trabalho e, sobretudo, ser conscientizada para as vantagens de não sujar. Visa, principalmente, à criação e manutenção de um ambiente físico agradável. No sentido japonês do termo, o conceito estende-se à limpeza das falhas humanas que são laváveis, isto é, aquelas não muito graves. Ao executar-se a limpeza cuidadosa dos equipamentos, cuida-se, de fato, de sua conservação. Outro aspecto importante desse senso é o ataque sistemático às fontes de sujeira, o que contribui para a eliminação das fontes de poluição que afetam não só o produto e os empregados, mas também os vizinhos da empresa.”

Pode-se consultar alguns conceitos de limpeza, também utilizados, no Quadro 5

– Conceitos do Senso de Limpeza, a seguir:

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Fonte Conceito

OSADA (1992, p.115)

“Limpar significa muito mais do que manter as coisas limpas. é mais uma filosofia, um compromisso de se responsabilizar por todos aspectos das coisas que você usa e garantir que

sejam mantidas em perfeitas condições."

Apostila da UNIMED – Vale

dos Sinos

“O senso de limpeza deixa o ambiente de trabalho muito mais agradável e contribui para a conservação da empresa.”

Apostila da Multiclínica Saúde – Novo Hamburgo

“Consiste basicamente em manter o local de trabalho bem limpo.”

Apostila da Ind. de Calçados Rosa-Lete Ltda. – Sapiranga

“Conservar limpa e organizada sua área e os locais de uso comum. Assumir esta atitude na saúde e na higiene pessoal”

Apostila da Via Uno – Novo Hamburgo

“Praticar a limpeza de forma natural e rotineira, eliminando as causas da sujeira.”

Quadro 5 – Conceitos do Senso de Limpeza

O senso de limpeza deve ser muito mais abrangente do que apenas limpar uma

máquina ou o ambiente onde o indivíduo está inserido, deve-se eliminar possíveis

causas da sujeira, para que não retornem posteriormente.

5.6 Conceito do Senso de Conservação, Padronização, Asseio, Saúde...

(Seiketsu)

No livro Praticando os 5 sensos de LAPA (1998, p.6) encontra-se um conceito

interessante, ele traduz como asseio o 4º S, da seguinte forma:

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“...significa criar condições favoráveis a saúde física e mental, garantir ambiente não agressivo e livre de agentes poluentes, manter boas condições sanitárias nas áreas comuns (lavatórios, banheiros, cozinha, restaurante etc.), zelar pela higiene pessoal e cuidar para que as informações e comunicados sejam claros, de fácil leitura e compreensão. Significa ainda ter comportamento ético, promover um ambiente saudável nas relações interpessoais, sejam sociais, familiares ou profissionais, cultivando um clima de respeito mútuo nas diversas relações.”

Os conceitos do senso de conservação são bastante genéricos, a seguir pode-se verificar

alguns deles no Quadro 6 – Conceitos do Senso de Conservação:

Fonte Conceito

Para OSADA, (1992, p.31)

“Na linguagem dos 5S´s, padronizar significa manter a organização, a arrumação e a limpeza contínua e

constantemente. Como tal, abrange tanto a limpeza pessoal quanto limpeza do ambiente.”

Apostila das Lojas Arno – Caxias

“Conservar limpa e organizada sua área de trabalho, garantindo as condições às pessoas, equipamentos e

materiais de uso comum; proporcionando assim um ambiente saudável.”

Apostila da Gráfica e Editora La Salle –

Canoas

“Garantir as condições favoráveis ao trabalho às pessoas, máquinas, materiais e locais de uso comum.”

Apostila da UNISINOS – São

Leopoldo

“Manter as coisas organizadas, arrumadas e limpas, incluindo os aspectos relacionados a poluição.”

Apostila da Cia Novo Hamburgo de

Seguros

“Consiste em manter as condições de trabalho físicas e mentais favoráveis a saúde.”

Quadro 6 – Conceitos do Senso de Conservação

Pode-se Considerar o 4º senso, “seiketsu”, como um “coringa” das

organizações. Elas utilizam-se da diversidade da tradução, para acrescentar o que mais

21

se adequa com a sua realidade ou necessidade, como cuidados com a saúde, melhoria da

padronização, atenção a segurança, e outros. Este senso, é o que mais facilmente pode

ser ajustado à cultura da organização que o está implementado, devido a sua

flexibilidade.

5.7 Conceito do Senso de autodisciplina (Shitsuke)

Do livro “5S – O Ambiente da Qualidade”, SILVA (1994, p.56), que diz o

seguinte:

“O “Aurélio” não registra a palavra autodisciplina, mas ela pode ser encontrada em dicionários da língua inglesa com o significado de “autodomínio, controle sobre si mesmo”. Portanto, ela pode ser associada ao mais alto grau de desenvolvimento atingido pelo ser humano, capacitando-o a comunicar-se consigo mesmo e com o semelhante, de forma cooperativa “ter todas as pessoas comprometidas com o cumprimento dos padrões técnicos e éticos e com a melhoria contínua em nível pessoal e organizacional”.”

Para que se possa entender bem o conceito do senso de autodisciplina, seguem

alguns, no Quadro 7 – Conceitos do Senso de Autodisciplina, ainda utilizados:

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Fonte Conceito

Para LAPA (1998, p.6)

“Ter senso de Autodisciplina é desenvolver o hábito de observar e seguir normas, regras, procedimentos, atender especificações, sejam elas escritas ou informais. Este hábito é o resultado do exercício da força mental, moral e física. Poderia ainda ser

traduzido como desenvolver o “querer de fato”, “ter vontade de”, “se predispor a”.

Apostila da Gerdau S/A. – Sapucaia “Praticar naturalmente os 4S anteriores.”

Apostila da Demuth Máq. Ind. Ltda. – Novo Hamburgo

“Praticar com naturalidade os procedimentos dos sensos anteriores.”

Apostila das Lojas Arno – Caxias

“Consolidar os princípios básicos de cada senso, tornando-os um hábito. “Fazer sempre e melhor”.”

Apostila da Ind. de Calç. Myrabel Ltda.

– Sapiranga

“É consolidar os princípios básicos das etapas de utilização, organização, limpeza e conservação, tornando habitual o

cumprimento das normas no ambiente de trabalho. é fazendo naturalmente e correto.”

Quadro 7 – Conceitos do Senso de Autodisciplina

O senso de autodisciplina, é a coroação do cumprimento das normas

estabelecidas pelos 5S´s ou pela organização. Executado de maneira espontânea,

atrelando os conceitos de 5S´s ou as normas da organização, juntamente aos valores

desenvolvidos na mente dos integrantes, e, como valor, fluir no dia a dia naturalmente.

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6. PESQUISAS

6.1 Pesquisa de organizações com termo de adesão ao PGQP – Programa

Gaúcho de Qualidade e Produtividade, situadas no Vale do Rio dos Sinos e que

possuem, possuíram ou o não Sistema 5S´s.

O PGQP – Programa Gaúcho de Qualidade e Produtividade, é um movimento

pela disseminação dos conceitos da Qualidade ou como consta no Manual de Avaliação

Nível 1 de 1998:

“... foi lançado em outubro de 1992, com objetivo de estimular, articular e promover ações visando tornar competitivos os produtos e serviços das organizações do RS, através da melhoria da qualidade e produtividade. A estratégia de ação do PGQP, contida no documento básico, propõe o desenvolvimento de atividades/projetos orientados pela Comissão Estadual da Qualidade e Produtividade, encaminhado pela Coordenação Executiva e operacionalizados no âmbito dos Comitês Gerais, Comitês Setoriais e Regionais, com objetivo de atingir os padrões internacionais. Sua missão: Promover a disseminação do uso das ferramentas e conceitos da Qualidade Total no Estado do Rio Grande do Sul como forma de atingir resultados das organizações e realização das pessoas.”

Para uma organização tornar-se membra do PGQP, não é necessário fazer

nenhuma forma de pagamento. Ela apenas deverá assinar um termo de adesão, onde

compromete-se a dar um treinamento sobre Gestão Pela Qualidade Total, a todo o seu

24

nível gerencial e desenvolver algo de Gestão Pela da Qualidade Total na sua

organização.

O PGQP considera como Vale do Rio dos Sinos, as cidades de Novo

Hamburgo, Campo Bom, Sapiranga, Nova Hartz, Ararica, Estância Velha, Ivoti, Dois

Irmãos e Morro Reuter.

Tendo em vista que muitos autores2 incentivam o início de um Sistema de

Qualidade pelo Sistema 5S´s, acreditava-se que as organizações que se propuseram a

iniciar um Sistema de Qualidade, teriam utilizado o 5S´s, como início do processo.

Inicia-se a primeira pesquisa realizada, de contato telefônico com todas as organizações

que possuem termo de adesão no PGQP – Vale do Rio dos Sinos. Pergunta-se o

seguinte:

♦ A sua organização possui implantado, o sistema 5S´s ou similares?

A resposta a esta questão era monitorada em uma tabela, conforme ANEXO 1.

A surpresa decorrente da pesquisa foi que 56% das organizações, conforme o gráfico 1 -

Empresas Membras do PGQP com 5S´s, já passaram pela implementação de um

sistema 5S´s, sendo que do total 12%, implantou o Sistema 5S´s, mas não conseguiu

mantê-lo. E 44% das organizações pesquisadas nunca implementou um Sistema de 5S´s

ou similares, o que não indica, mas faz refletir se realmente elas possuem Sistema de

Gestão Pela Qualidade Total implementado. Esta primeira pesquisa, decorrente de duas

semanas contatos telefônicos, resultou em uma margem de erro de 2,2%.

2 Consultores, palestrantes, professores, etc.

25

Empresas Membras do PGQP com 5S´s

44%44%

12%

TEMTEVENÃO TEM

Gráfico 1

6.2 Pesquisa com o objetivo de encontrar as causas da difícil manutenção

dos Sistema 5S´s nas organizações.

Para a execução da segunda pesquisa, escolheu-se aleatoriamente, através de

sorteio, 24 organizações das 95 da pesquisa anterior que possuem o Sistema de 5S´s

implementado, e ainda 10 das 25 organizações que possuíram Sistema de 5S´s

implementado e por algum motivo, que procurou-se diagnosticar através da pesquisa,

não teve continuidade.

Esta pesquisa era composta de 26 questões, algumas objetivas e outras subjetivas,

procurando abranger as fases da implementação do Sistema, que conforme o manual do

Sistema 5S´s da AGQ, (1998, p. 14), tem a seguinte seqüência:

1º. Sensibilização da Direção;

2º. Formação do Comitê;

3º. Divulgação;

4º. Treinamento;

5º. Dia “D”;

26

6º. Auditoria;

7º. Reconhecimento;

8º. Promoção;

9º. Reavaliação do Plano.

A pesquisa poderá ser encontrada como ANEXO 2 deste trabalho.

27

7. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS PESQUISADOS

As respostas encontradas serão analisadas, logo após a exposição e comentários

sobre a pergunta feita na pesquisa.

7.1 - Questão 2 - Qual o número de funcionários?

Tinha objetivo de identificar o tamanho da organizações pesquisadas.

7.2 - Questão 3 - A sua organização tem ou teve sistema 5S’s ou similares,

implantados ?

Fazia referência a primeira pesquisa feita, ou seja, questionava novamente se a

organização tinha, teve, ou não teve, Sistema 5S´s ou similares implantado.

Para que os dados destas duas questões fiquem mais claros, tornou-se

interessante cruzá-los.

Pode-se identificar no gráfico 2 – Organizações COM 5S´s, que as organizações

pesquisadas, com Sistema 5S´s implantado, eram formadas por 29% de organizações

pequenas, 38% de organizações médias e 33% de organizações de grande porte. O

critério utilizado para definir o tamanho das organizações é o mesmo que o SEBRAE

28

utiliza, ou seja, até 100 funcionários pequena, de 101 a 500 média e de 501 para cima

grande.

Dentro destas questões ainda deve-se identificar as organizações que possuíam

o Sistema implantado e não possuem mais. Estas eram formadas por 40% de

organizações de médio porte, 60% organizações pequeno porte e 0% de organizações de

grande porte, conforme o gráfico 3 – Organizações que TINHAM 5S´s. Isto não

significa que não existam organizações de grande porte que não possuam mais

implantados o Sistema 5S´s, e sim que estas não fazem parte da amostra aleatória.

Para visualizar graficamente as organizações pesquisadas, na segunda pesquisa,

tem-se que 29 % destas organizações já tiveram Sistema 5S´s e 71% das organizações

Organizações COM 5S´s

33%

38%29% Pequena

Média

Grande

Gráfico 2

Organizações QUE TINHAM 5S´s

40%

60%

Pequena

Média

Grande

Gráfico 3

29

ainda tem o Sistema em andamento. Pode-se verificar estes dados no gráfico 4 –

Organizações Pesquisadas COM Sistema 5S´s.

7.3 - Questão 4 - Como denominam o sistema?

O que se conseguiu identificar na pesquisa, foi que 33% das organizações com

Sistema 5S´s implantado, possuíam nomes peculiares, adotados para a sua cultura, e os

outros 67%, adotaram nomes já tradicionais, como Programa 5S´s ou De Olho3.

Nas organizações que já não tinham o Sistema em andamento, identifica-se

apenas 10% com nomes direcionado para as suas peculiaridades. As demais tinham

nomes já utilizados.

7.4 - Questão 5 - Possui comitê de quantas pessoas?

Esta pergunta visava identificar a formação de um comitê e a quantidade de

pessoas e sua composição. Segundo o manual dos Sistema de 5S´s da AGQ, (1998

p.14), a formação de um comitê tem como objetivo: “concentrar o planejamento e

operacionalização do sistema em um determinado grupo.”. O que se conseguiu

identificar, nas organizações que ainda mantêm o Sistema 5S´s, é que existe uma

tendência, ao aumentar o número de pessoas da organização, proporcionalmente se

Organizações Pesquisadas COM Sistema 5S´s

71%

29%Tem

Teve

Gráfico 4

30

reduz o número de pessoas do comitê, ou seja em uma organização pequena, conforme

dados do SEBRAE, o número de pessoas do comitê oscila entre 6,38% a 17, 39%, da

organização e em uma organização de grande porte o número de pessoas do comitê vai

de 0,36% a 2,86%, pode-se constatar estes dados no Quadro 8 – Percentual de Pessoas

no Comitê de 5S´s, abaixo:

Pessoas no comitê (% de func. da organização) Pequenas oscilam entre 6,38% e 17,39%

Médias oscilam entre 1,43% e 4,00%

Grandes oscilam entre 0,36% e 2,86%

Quadro 8 – Percentual de Pessoas no Comitê de 5S´s – TEM

A tendências nas organizações que tinham o Sistema implementado, demonstra

apenas uma discrepância nas pequenas organizações, que se utilizaram de mais pessoas

nos seus comitês, o que não garantiu a sua continuidade. Pode-se verificar estes dados

no Quadro 9 – Percentual de Pessoas no Comitê de 5S´s, abaixo:

Pessoas no comitê (% de func. da organização) Pequenas oscilam entre 15,00% e 44,44%

Médias oscilam entre 1,00% e 2,78%

Grandes NPA4

Quadro 9 – Percentual de Pessoas no Comitê de 5S´s – TEVE

Pode-se verificar também que apenas 4,16% dentre as organizações que tem o

sistema em andamento, da amostra pesquisada, não possuem comitê. Já nas

organizações que não tem mais o Sistema 5S´s em andamento, 30% destas nunca

3 De Olho na Qualidade, Programa do SEBRAE 4 NPA - Não Participou da Amostra

31

tiveram um comitê de implementação do sistema. O que indica um possível

descomprometimento com o mesmo.

7.5 - Questões 6 e 7 - Quais os setores dos membros do comitê: e Quais os

níveis de responsabilidade das pessoas envolvidas no comitê: Supervisor, Gerente,

Diretor e Operacional

Estas questões, foram inseridas no intuito de diagnosticar qual a importância dada no

início do processo de implantação do Sistema 5S´s, tendo em vista que segundo CAMPOS

(1992, P.177), “A implantação do TQC é de responsabilidade indelegável do presidente da

empresa.” procurou-se medir se este e sua equipe, realmente tiveram envolvimento, com o

desenvolvimento do Sistema 5S´s.

Constatou-se que nas organizações que tem e tiveram Sistema 5S´s, houve

participação da maioria dos setores da organização no comitê, ainda nas organizações com

Sistema 5S´s, pode-se constatar que 75% das organizações tem no seu comitê de implantação

pessoas do níveis de direção e supervisão, conforme o gráfico 5 – Participação no Comitê de

5S´s Empresas que TEM. Porém, o que chama a atenção é a alta participação de pessoas de

nível gerencial e direção nas organizações que tiveram Sistema 5S´s, 88%, conforme o gráfico

6 - Participação no Comitê de 5S´s Empresas que TIVERAM.

Participação no comitê de 5S´s Empresas que TEM

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Gerência e Direção

Supervisão

Opercaional

Gráfico 5

Participação no comitê de 5S´s Empresas que TIVERAM

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Gerência e Direção

Supervisão

Opercaional

Gráfico 6

32

Estes dados, indicam que ambos os tipos de organizações, comprometeram os

seus níveis mais importantes com o Sistema. Mas da mesma forma estes dados não

demonstram um diferencial entre as organizações que tem e tiveram Sistema 5S´s. Não

se pode com isto, relacionar está questão com a dificuldade da manutenção do Sistema.

7.6 - Questão 8 - Sua organização obteve sucesso na primeira tentativa?

A pergunta visava verificar se as organizações tinham tentado implantar o

Sistema 5S´s mais de uma vez, e quais as causas deste insucesso. Das organizações que

ainda possuem Sistema 5S´s em andamento, pode-se identificar que 25% delas não

conseguiram implantar na primeira tentativa, conforme gráfico 7 – Organizações com

Sucesso na 1ª Tentativa – TEM, e nas organizações que não possuem mais, identifica-se

que 40% delas não conseguiu na primeira vez, conforme gráfico 8 - Organizações com

Sucesso na 1ª Tentativa – TEVE.

Organizações com Sucesso na 1ª Tentativa - TEM

25%25%75%

SUCESSO INCUSESSO

Gráfico 7

Organizações com Sucesso na 1ª Tentativa - TEVE

40%40%60%

SUCESSO INSUCESSO

Gráfico 8

33

O interessante é que se constata que 100% das organizações que tem Sistema

5S´s implantado e não teve sucesso na primeira tentativa, acredita que a falta de

objetivos claros, a falta de treinamento e a falta de uma estrutura para manutenção do

sistema foram as causas deste não ter se mantido. Consideram pouco relevante o

comprometimento da alta administração e desconsideram como possível causa a falta de

um sistema de manutenção. Ver gráfico 9 – Causas do Insucesso na 1ª Tentativa - TEM.

Já para as organizações que tiveram sistema 5S´s implantado, e não obtiveram

sucesso na primeira tentativa, ver gráfico 10 – Causas do Insucesso na 1ª Tentativa -

TEVE, pode-se verificar um tendência em que 50% delas apontam para a falta de

objetivos claros, a falta de uma estrutura para manutenção e a falta de um sistema de

manutenção e 75%, atribuem à falta de treinamento de seus colaboradores.

As mesmas organizações que alegaram a falta de treinamento como causa do

insucesso na primeira tentativa, destinaram de 3 a 8 horas ao treinamento em Sistema

5S´s, para os seus colaboradores, conforme a questão 12 da pesquisa.

O que chama a atenção, é que as organizações que tem Sistema 5S´s

implantado, acreditam que a falta de comprometimento da alta administração não foi

relevante para o insucesso na primeira tentativa, o que contrasta com diversos autores,

como FORNASIER (1993, p.95), “Dificuldade na implantação propriamente dita ...

falta de comprometimento da alta e/ou média gerência.” ou ainda LAPA (1998, p.17)

“...é fundamental que a decisão de implantação parta do mais alto nível de autoridade

da organização. ...será vazia se não houver comprometimento com o programa, ...Este

comprometimento precisa ser traduzido em ações práticas, visíveis em compreensíveis

para o público literato.”

34

Ressalta-se ainda duas observações obtidas na pesquisa, uma acredita que o

insucesso foi devido a uma consultoria errada e outras duas a dificuldade de mudança

das organizações.

Causas do Insucesso na 1ª Tentativa - TEM

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Desc. Adm.

F.Obj.Claros

F.Estrut.

F.Trein.

F.S.Manut.

Gráfico 9

Causas do Insucesso na 1ª Tentativa - TEVE

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Desc. Adm.F.Obj.ClarosF.Estrut.F.Trein.F.S.Manut.

Gráfico 10

35

7.7 - Questão 9 - A sua organização implantou 5S´s vinculado a algo

maior?

Aqui buscava-se identificar se o Sistema 5S´s se vincula algum Sistema maior.

Tendo em vista que RIBEIRO(1994, P.35), na tabela com a evolução do Sistema 5S´s,

afirma “...a partir de 1994 o Sistema 5S´s estava vinculado as ferramentas do TQC5 e

TPM6”.

O que se conseguiu constatar, só reforça a posição do autor supra citado.

Setenta das organizações implantou o Sistema 5S´s vinculado ao Sistema de Qualidade

Total, 17% Planejamento Estratégico e 8% outros. Ver Gráfico 11 – Vínculo dos 5S´s –

TEM. É importante mencionar que 16,66% das organizações pesquisadas, implantaram

o Sistema de 5S´s com intuito da certificação, o que pode indicar uma certa falta de foco

na implantação.

O que LAPA (1998, p.XVI) coloca, é que: o 5S é capaz de provocar alterações

no ambiente organizacional, contribuindo bastante para aumentar o nível de

satisfação daqueles que provocam a qualidade dos processos e dos produtos: as

pessoas.”

Tendo em vista que a certificação ISO, significa que a organização realmente

cumpre os padrões a que se propõe. O Sistema 5S´s, pode até dar o embasamento a

padronização dos processos, mas não deve ser a única ferramenta utilizada para a busca

da certificação.

5 Controle da Qualidade Total 6 Manutenção da Produtividade Total

36

Pode-se constatar que as organizações que tiveram, também vão ao encontro do

que RIBEIRO coloca, vinculando o Sistema 5S´s ao TQC. Ver gráfico 12 – Vínculo do

Sistema 5S´s - TEVE.

7.8 - Questão 10 - A sua organização ao implantar os 5S´s possui objetivos

claros? Quais:

LAPA (1998, p.15) menciona que: “Mesmo as coisas aparentemente simples,

precisam ser sistematizadas e planejadas.” Para que se possa planejar, deve-se saber

onde se quer chegar, ou seja, quais os objetivos a atingir. Cor isso identificou-se nas

organizações que tem Sistema 5S´s que apenas 8,33%, não possuíam objetivos claros

para implantarem o Sistema.

Vincúlo dos 5S´s - TEM

17%8%75%

OUTROS

PLANEJAMENTOESTRATÉGICOQUALIDADETOTAL

Gráfico 11

Vincúlo dos 5S´s - TEVE

10%10%

80%

CERTIFICAÇÃO

POR SUGESTÃO

QUALIDADETOTAL

Gráfico 12

37

Segundo Silva (1996 p.23) “...o 5S dever ser implementado com o objetivo

específico de melhorar as condições de trabalho e criar o “ambiente da qualidade”...”,

este conceito foi colocado na pesquisa com intenção de testar a sua importância, e

constatou-se que 70,83% das organizações que possuem Sistema 5S´s tinham como

objetivo de melhorar as condições de trabalho e criar um ambiente da Qualidade, e

ainda:

♦ Produtividade (1);

♦ Centralizar estoque (1);

♦ Conscientização (3);

♦ Criar um ambiente saudável para uma vida melhor (1);

♦ Diminuir movimento na fábrica (1);

♦ Envolver todos funcionários num processo de mudança para a consciência

para a qualidade tornando este processo uma ferramenta rentável para

empresa e seus colaboradores (1).

Já para as organizações que tiveram Sistema 5S´s, a realidade muda: 20% não

possuíam objetivos claros, o que pode indicar uma tendência a descontinuidade. A

maioria possuía objetivos claros. O que deve-se ressaltar é que 87,5% das organizações

que possuíam, vão ao encontro de SILVA(1996, p.23) e colocaram como objetivo de

melhorar as condições de trabalho e criar um ambiente da Qualidade, mas ainda

colocaram itens como:

♦ Melhorar todo o processo (1);

♦ oferecendo condições para o aumento da qualidade e produtividade (1);

♦ Organização (1);

38

♦ Organização em geral específica do laboratório (1);

♦ Qualidade p/ o cliente e meio ambiente (1);

♦ Redução de tempo-tarefa (1);

♦ Redução desperdício (2);

♦ Rentabilidade (1);

♦ Resultados p/ empresa / Parcerias c/ fornecedores (1);

♦ Satisfação do Cliente (1).

7.9 - Questão 11 - Qual a duração do treinamento dos funcionários? Educar as pessoas para o Sistema é algo de suma importância e conforme

LAPA (1998 p. 21) “ Não importa o meio que você venha a escolher. O importante é

que seja precedido de um “treinamento nos conceitos”, de tal forma que as pessoas

possam assimilar os conceitos que estão sendo demonstrados.”.

Verificou-se o quanto de treinamento, com relação aos 5S´s, foi dado aos

colaboradores, antes do dia “D”. Constatou-se que a grande maioria das organizações

que tem o Sistema implantado, deram treinamento entre 3 e 8 horas, o que chama a

atenção pois o que usualmente se utiliza7 é o que veio logo após, treinamento de 1 a 2

horas. Ver gráfico 13 – Total de Horas de Treinamento em 5S's - TEM.

Já nas organizações que tiveram o Sistema 5S´s, os percentuais são bem

interessantes: 50% das organizações investiu de 3 horas para mais em treinamento dos

seus funcionários, e 30% não sabem o quanto foi dado, o que pode-se constatar uma

7 Segundo palestrante Pedro Roberto Blos Sobrinho (1998)

39

falta de controle por parte destas organizações. Ver gráfico 14 - Total de Horas de

Treinamento em 5S's - TEVE.

Este dado contrasta diretamente com o que diz CAMPOS (1992, p.41) “O

Controle da qualidade total, é um modelo gerencial centrado no controle do

processo...O objetivo deste controle é garantir a qualidade do “seu produto” para o

seu cliente externo ou interno.”, De que forma o setor de treinamento destas

organizações pode ter qualidade se nem ao menos sabe o quanto de tempo se investe na

educação de seus colaboradores?

O que não indica que as organizações perderam a manutenção do Sistema 5S´s

pela falta de treinamento dos funcionários. Mas pode-se verificar claramente um

tendência a falta de controle, onde 30% das organizações pesquisadas, não tinham

controles básicos da área de Qualidade.

Total de Horas de Treinamento em 5 S's - TEM

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

não sabe < 1 1-2 3-8 > 8

Gráfico 13

Total de Horas de Treinamento em 5 S's - TEVE

0%

10%

20%

30%

40%

50%

não sabe < 1 1-2 3-8 > 8

Gráfico 14

40

7.10 - Questão 12 - Houve um dia “D”?, Se não o que foi utilizado como

início do processo?

Aqui tem-se início de uma série de perguntas sobre o dia “D”, para isto

menciona-se o conceito que a AGQ (1998, p. 16) coloca para o dia “D”: “É um

conjunto de ações criadas para a prática do sistema 5S´s.” , ou ainda como disse

RIBEIRO (1994, P.59), “...um dia festivo, em que as pessoas, num mutirão

organizado, descartam o que for inútil, e fazem uma limpeza geral no ambiente de

trabalho....” . Ou seja o dia “D” será o dia do marco da mudança, o dia em que busca-se

deixar “o velho desorganizado” para trás, e trazer a tona o novo, limpo e útil.

Nesta questão, o que constata-se claramente nas organizações que têm Sistema

5S´s, são as poucas que não se preocupam com o marco da mudança, ou seja, 8,3% que

consideram como início do sistema o Treinamento. Também é importante mencionar

que um é que 75% das organizações utilizam como marco inicial o dia “D”, e as outras

se utilizam de outros momentos, como reuniões, gincanas ou ainda etapas. (Gráfico 15 -

Método utilizado para Início do Processo de 5S's - TEM).

Método utilizado para Início do Processo de 5 S's - TEM

4,2%

4,2%

8,3%

75,0%

8,3%

DIA "D"REUNIÃOGINCANAFASESTREINAMENTO

Gráfico 15

41

Quanto as organizações que possuíam o Sistema, não é muito diferente. 90%

das organizações o fizeram, o restante, 10%, limitou-se a uma reunião, veja o gráfico 16

- Método utilizado para Início do Processo de 5S's - TEVE.

7.11 - Questão 13 - Há quanto tempo está implantado o Sistema 5S´s?

Nesta questão a idéia era fazer um comparativo com as organizações que

tiveram e as que tem, tentando verificar o tempo de duração dos sistemas e a época em

que mais se implantou. Conseguiu-se identificar que nas organizações que tem o

Sistema em andamento, já o possuem a bastante tempo, ou seja, 75% das organizações

já mantém o sistema em andamento a mais de 2 anos, um tempo considerável para a

manutenção de um Sistema. Ver o tempo de implantação no gráfico 17- Ano de

Implantação do Sistema 5S´s - TEM.

Nas empresas que tiveram, os dados ficam muito parecidos. É importante

ressaltar que aqui deveria ter-se feito uma pergunta mais completa e questionado o

tempo de duração do Sistema, no entanto isto não foi feito prejudicando uma conclusão

Método utilizado para Início do Processo de 5 S's - TEVE

10%

90%

DIA "D"REUNIÃO

Gráfico 16

42

desta questão. Contudo pode-se conferir a seguir os dados mencionados (gráfico 18 –

Ano de Implantação do Sistema 5S´s).

7.12 - Questão 14 - Quanto tempo foi a preparação até o dia “D”?

No artigo escrito por RIBEIRO (1999, p.38), o autor nos diz o seguinte:

“Ter pressa na execução: Querer mudar drasticamente a cultura da organização e das pessoas é uma tentativa que não obtém efeitos duradouros. Portanto, acreditar que em três ou quatro meses o 5S estará implantado é não reconhecer as particularidades e limitações das pessoas. Hábitos resultantes de vários anos de vida não são rapidamente modificados”.

Não existe um padrão de duração da preparação de um dia “D”, isto é algo que

se adapta a cultura da organização, ao seu tempo de absorção as mudanças. Porém como

enfatiza RIBEIRO, “não se obtém efeitos duradouros em três ou quatro meses”. O que

constatou-se, é que mais de 40% das organizações com Sistema 5S´s, realizaram a

A no d e im pla nta ç ã o d o S is te m a 5 S ´s - T E M

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

19 94 199 5 199 6 1 99 7 19 98 19 99

1 99 4

1 99 5

1 99 6

1 99 7

1 99 8

1 99 9

Gráfico 17

A n o d e im p lan ta ção d o S istem a 5S ´s - T E V E

00 ,0 5

0 ,10 ,1 5

0 ,20 ,2 5

0 ,30 ,3 5

1 9 9 4 1 9 9 5 1 9 9 6 1 9 9 7 1 9 9 8 1 9 9 9

199 4199 5199 6199 7199 8199 9

Gráfico 18

43

implantação em até 2 meses. Pode ser extremamente difícil modificar a atitude das

pessoas tão rapidamente, concordando com RIBEIRO. Porém não pode-se esquecer que

isto é apenas o início do processo de mudança. Ver gráfico 19 - Tempo de Preparação

para o Dia "D" – TEM.

A realidade das empresas que tiveram Sistema de 5S´s, ainda é pior em relação

ao tempo de preparação para a implantação. 33% implantam o Sistema em menos de 1

mês, o que pode significar que não foi estudado e adaptado conforme a cultura da

organização. Pode-se constatar também que outros 33% , aplicaram de 3 a 6 meses para

trabalhar o início da implantação. Ver Gráfico 20 - Tempo de Preparação para o Dia

"D" – TEVE

Pode-se estimar com este conjunto de informações, que uma melhor preparação

da organização, pode ser um diferencial na hora de manter o Sistema 5s´s em

andamento.

Tempo de Preparação para o Dia "D" - TEM

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

< 1 MÊS 1 - 2 MESES 3 - 6 MESES 7 - 12 MESES NÃO SABE

Gráfico 19

Tempo de Preparação para o Dia "D" - TEVE

0,0%5,0%

10,0%15,0%20,0%25,0%30,0%35,0%

< 1 MÊS 1 - 2 MESES 3 - 6 MESES 7 - 12 MESES NÃO SABE

Gráfico 20

44

7.13 - Questão 15 - Qual foi a duração do dia “D”

Procurou-se aqui verificar quanto as organizações envolveram algum de seu

tempo de trabalho com a implantação do Sistema. As proporções realmente são

interessantes, nas organizações que possuem Sistema 5S´s, 67% delas envolveram 8

horas do seu dia de trabalho na implantação do Sistema 5S´s. Nas organizações que

tiveram 5S´s implantados os números das empresas que investiram 8 horas ou mais

também são 67%. O único o diferencial aqui, é que algumas destas utilizaram até bem

mais do que 8 horas para inicio da implantação do Sistema 5S´s. Ver gráficos 21 –

Duração do Dia “D” – TEM e 22 - Duração do Dia “D” – TEVE.

00 ,10 ,20 ,30 ,40 ,50 ,60 ,7

21 H

OR

AS

10 H

OR

AS

8 H

OR

AS

4 H

OR

AS

Até

3,5

HO

RA

S

Dis

trib

uído

s du

rant

e a

sem

ana

D u r a ç ã o d o D ia " D " - T E M

Gráfico 21

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

21 H

OR

AS

10 H

OR

AS

8 H

OR

AS

4 H

OR

AS

3,5

HO

RA

S

Dis

trib

uído

sdu

rant

e a

sem

ana

Duração do Dia "D" - TEVE

Gráfico 22

45

7.14 - Questão 16 - Houve parada total da empresa?

Esta pergunta é continuidade da questão anterior, a intenção desta questão era

verificar o tipo de envolvimento da organização com o Sistema. Porém como os dados

da questão anterior, não mostram uma diferença significativa, entre as que tem e

tiveram o Sistema implantado. Pode-se constatar que das organizações que tem Sistema

5S´s, 72% tiveram parada total no dia “D”, e nas organizações que tiveram, este número

apenas baixa para 67%. Sendo esta também uma diferença pouco significativa, não traz

conclusões claras. Ver gráficos 23 – Parada Total da Empresa no dia "D" - TEM e 24 –

Parada Total da Empresa no dia "D" – TEVE.

Parada Total da Empresa no dia "D" - TEM

28%28%72% SIMNÃO

Gráfico 23

Parada Total da Empresa no dia "D" - TEVE

67% 33% 33% SIMNÃO

Gráfico 24

46

7.15 - Questão 17 - Quantos funcionários participaram do dia “D”

Esta questão também diz respeito ao dia “D”. Tendo em vista que a participação

neste dia em muitas organizações é voluntária, medir a participação em um momento de

início do processo de mudança, demonstra o comprometimento dos integrantes da

organização com o processo de mudança. Por isso a pergunta que chega aos seguintes

dados:

Participação Total Participação Parcial Não Sabe

Tem Sistema 5S´s 83,33% 11,11% 5,56%

Teve Sistema 5S´s 55,55% 33,33% 11,12%

Tabela 10 – Percentual de Participação nas Organizações que tiveram dia “D”.

O que se constata aqui é uma alta mobilização das organizações, que mantém o

Sistema implantado, para a participação de seus colaboradores no dia “D”. Os dados

mostram uma tendência de que a participação no dia “D”, pode ser decisiva para a

manutenção do Sistema 5S´s.

7.16 - Questão 18 - O dia “D” foi remunerado?

Esta pergunta visava verificar se as organizações remuneraram os seus

colaboradores para desenvolverem as ações do dia “D”. O que constatou-se é que 55%

das organizações que tiveram sucesso na implantação, remuneraram seus colaboradores,

mas 28% não, e ainda 17% destas não conhecem os dados, pois não os controlaram. Ver

Gráfico 25 - Remuneração do Dia “D” – TEM.

47

Já nas organizações que tiveram o Sistema implantado, pode-se constatar que

89% delas remuneraram o dia “D”, e 11% não. Este dado não indica, mas parece

demonstrar um comprometimento da direção com a implantação do Sistema. Ver

Gráfico 25 - Remuneração do Dia “D” – TEVE.

Fazia parte da pergunta, também a forma de remuneração do dia “D”. Dai uma

variação interessante, 100% das organizações que tem Sistema de 5S´s, fizeram dia “D”

em horário de expediente diferente das organizações que já não tem mais o Sistema

implantado, em que apenas 37,5% fizeram em horário de expediente, 50% a empresa

pagou hora extra e 12,5% a remuneração foi através de compensação de horas. Ver

gráfico 27 – Forma de Remuneração do dia “D”.

Remuneração do dia "D" - TEM

55%28%

17%Remunerado

Não remunerado

Não sabem

Gráfico 25

Remuneração do dia "D" - TEVE

89%

11%

Não remunerado

Remunerado

Gráfico 26

48

Este indica uma tendência onde as organizações que executam o seu dia “D” em

horário de expediente e o remuneram normalmente, tem mais possibilidades de dar

continuidade ao Sistema.

Pode-se questionar a forma de remuneração das organizações que tiveram, pois

apenas 37,5% executam em horário de expediente, o restante remunerou com horas

extras e compensação, horário além do trabalhado normalmente. Daqui pode-se

verificar duas coisas: Será mesmo que existe comprometimento da alta administração

quando fazem o dia “D” depois do expediente? e ainda, É motivador para os

colaboradores trabalhar além de seus horário normal?

Talvez estes dados sejam o que tenham garantido a continuidade do Sistema nas

organizações anteriores.

Forma de Remuneração do Dia "D"

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Hor

aEx

pedi

ente

Hor

aEx

pedi

ente

Hor

a Ex

tra

Com

pens

açâo

Empresas que tiveram

Empresas que tem

Gráfico 27

49

7.17 - Questão 19 – Qual dia da semana ocorreu?

Na questão 18, desejava-se identificar qual dia da semana que ocorreu o dia

“D”, para confirmar se as empresas realmente param de produzir para praticar o início

do Sistema 5S´s nas suas organizações.

O que identificou-se nas organizações pesquisadas e que ainda mantém o

Sistema em andamento, e o que acredita-se ser de importância relevante, é que a grande

maioria das organizações, 56%, fizeram a sua parada durante os dias de trabalho, e

ainda 44% fez sua parada no sábado, conforme o gráfico 28 – Dias que as empresas

pararam para o dia “D”.

Um dado que faltou na pesquisa foi o questionamento se sábado era um dia

normal de trabalho nestas organizações ou não. Com o cruzamento de questões da

pesquisa, conseguiu-se constatar, que 63% das organizações que fizeram o seu dia “D”

em um sábado, não remuneraram por este trabalho. O que reforça que o Sistema 5S´s

deve ser adaptado a cultura das organizações em que será inserido, para que possa se

desenvolver como valor para os colaboradores da organização.

Dias que as empresas pararam para o dia "D" - TEM

44%

11%

6%

39%

SábadosextaSegundaDecorrer da Semana

Gráfico 28

50

Nas organizações que tiveram o Sistema implantado, pode-se constatar que 56%

fizeram em sábado, 22% durante a semana ou na segunda. Confirma-se o que se verificou na

questão anterior, pode não ser o melhor caminho realizar o dia “D” fora do horário de

expediente da organização. Ver gráfico 29 – Dias que as empresas pararam para o dia “D”.

Porém o que constata-se novamente, é a falta de controles pois 22% das organizações

não sabia o dia que este teria acontecido. O que relata JURAN (1991, p.224) é que “Controle

da qualidade é o processo regulador por meio do qual medimos o desempenho real da

qualidade, comparando-o com os objetivos da qualidade...” de que forma se pode conseguir

verificar, se o Sistema de Qualidade está dando resultados, se não conseguimos manter

controles básicos como tempo destinado para determinadas ações da qualidade.

7.18 - Questão 20 – Houveram outros dias “D”?

Quando perguntou-se se haviam tido outros dias “D”, era objetivo constatar se

as organizações revitalizavam o seu Sistema 5S´s com esta promoção. 72% das

organizações que tem Sistema 5S´s em andamento, não se utilizaram desta forma de

promoção para a manutenção do Sistema em suas organizações. Um dado que é trazido

novamente é a falta de controle das organizações, das pesquisadas, uma não sabia se

Dias que as empresas pararam para o dia "D" - TEVE

11%

11%

22%

56%

SábadoSegundaDecorrer da Semananão sabe

Gráfico 29

51

havia ou não tido novamente um dia “D” em sua organização. Ver Gráfico 30 –

Houveram Outros Dias “D” - TEM.

Nas organizações que não tem mais o Sistema 5S´s presente no seu dia a dia,

verificamos que 22% chegaram a praticar o dia “D” por mais uma vez e 78% também

não se utilizaram desta forma de manutenção dos Sistema. Ver gráfico 31 – Houveram

outros dias “D” - TEVE

Houveram outros dias “D”? - TEM

72%

6%

22%Sim

Não

Não sabe

Gráfico 30

Houveram outros dias “D”? - TEVE

22%

78%

Sim

Não

Gráfico 31

52

7.19 - Questão 21 – Após o dia “D” foi utilizado algum sistema de

manutenção?

( ) Não (vai para questão 22) ( ) Sim, qual(is ( ) Sistema de Avaliação ( ) Visitas a outras empresas ( ) Gincana ( ) Visitas de outras empresas ( ) Palestras ( ) Semana da Qualidade ( ) Casos de outras empresas ( ) Dia da Qualidade ( ) Divulgação dos resultados ( )__________________ ( ) Retreinamento

Segundo RIBEIRO (1999, p.35), “A maioria das organizações consegue chegar

com sucesso até o dia de lançamento. Passado esse dia, o programa esfria até ser esquecido

(ou lembrado que esqueceram dele!?).A organização não tem plano para a manutenção do

programa.”

É vital para que o Sistema 5S´s se desenvolva na organização, que esta crie um

Sistema para a garantia da sua manutenção. O que não significa que isto ocorrerá

somente por auditorias, devem haver outros meios.

Neste primeiro momento só procura-se identificar se as organizações tinham ou

não um sistema de manutenção desenvolvido, ver gráfico 32 – Após o Dia “D” foi

utilizado algum Sistema de Manutenção?

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Empresas ComsSistema

Empresas queTiveram

Empresas queTiveram

Após o dia “D” foi utilizado algum sistema de manutenção?

SIM

SIM

O

Gráfico 32

53

O que podemos concluir aqui, é que 100% das organizações que mantém o

Sistema 5S´s em andamento, tem também um Sistema de manutenção. Nas

organizações que tinham, apenas 60% destas desenvolveu um sistema de manutenção, e

40% delas não criaram nada que garantisse a continuidade do sistema 5S´s. Aqui

estima-se qual uma das principais causas do insucesso a falta de manutenção.

Ainda buscou-se, dentro da questão da manutenção, as formas que as

organizações utilizaram para manter o moral dos colaboradores elevado e conduzir o

Sistema 5S´s. Na questão 21 os pesquisados escolheriam entre:

��Sistema de Avaliação;

��Gincana;

��Palestras;

��Casos de outras empresas;

��Divulgação dos resultados;

��Retreinamento;

��Visitas a outras empresas;

��Visitas de outras empresas;

��Semana da Qualidade;

��Dia da Qualidade;

��Outros.

Pode-se concluir que 96% das organizações pesquisadas, praticam como forma

de manutenção o Sistema de Avaliação ou Auditorias, que segundo LAPA (1998, p.73),

“tem o objetivo de detectar desvios, levantar problemas, os quais devem ser encarados

como oportunidades para a melhoria” ou ainda segundo SILVA (1996, P.151), “ Este

procedimento tem a seguinte finalidade: promover a integração e a comunicação entre

as pessoas; gerar um clima de ajuda mútua; identificar possibilidades de melhoria;

divulgar as realizações das pessoas; gerar um ambiente de competição sadia; dar

54

sustentação ao sistema.” Existe uma tendência de esta ser a principal preocupação para

com a difícil manutenção do Sistema 5S´s.

Verifica-se também que 88% da organizações utilizam a divulgação dos

resultados do Sistema para mantê-lo funcionando, e 75% pratica a visita a outras

empresas como uma forma para a manutenção. Ver gráfico 33 – Opções para a

manutenção do Sistema 5S´s - TEM.

O que encontrou-se na pesquisa além dos dados sugeridos, é que algumas

organizações ainda utilizam:

♦ Prêmio anual;

♦ Participação nos Resultados;

♦ Integração de novos funcionários;

♦ Escolhem um momento durante o ano para dar treinamentos;

♦ Treinamentos;

Opções Para a Manutenção do Sistema 5S´s - TEM

0% 20% 40% 60% 80% 100%

Dia da Qualidade

Reuniões

Gincana

Semana Qualidade

Cases

Retrinamento

Palestras

Visitas de outras empresas

Visitas a outras empresas

Divulgação Resultados

Sistema de Avaliação

Gráfico 33

55

♦ Reuniões - que pela sua alta incidência consta no gráfico 33 – Opções

para a manutenção do Sistema 5S´s - TEM.

Nas organizações que não possuem mais um Sistema de 5S´s implantado, e que

utilizaram alguma forma de manutenção. Pode-se identificar que para manter o sistema

em andamento se utilizaram principalmente de palestras, 100%. Ainda, Sistema de

Avaliação, Divulgação dos resultados e Visitas a outras empresas ficaram com o mesmo

percentual, 83% de utilização. Ver gráfico 34 – Opções para a manutenção do Sistema

5S´s - TEVE.

O que ainda conseguiu-se identificar como forma de manutenção do sistema nas

organizações que tiveram o Sistema 5S´s implementado, foram:

♦ Sistema de Organização e Reorganização Semanal;

Opções Para a Manutenção do Sistema 5S´s - TEVE

0% 20% 40% 60% 80% 100%

Semana Qualidade

Gincana

Retrinamento

Visitas de outras empresas

Dia da Qualidade

Cases

Sistema de Avaliação

Divulgação Resultados

Visitas a outras empresas

Palestras

Gráfico 34

56

♦ Oficinas da Qualidade;

♦ Reuniões.

Pode indicar uma falta de empenho das organizações que fracassaram com a

manutenção do Sistema 5S´s, pois não se utilizaram de meios conhecidos para a

manutenção do sistema.

7.20 - Questão 22 – Quais os investimentos em reconhecimento?

A resposta a esta questão poderia ser: nenhum; coletivo ou individual. Além

disso ainda questionava o valor deste reconhecimento e sua periodicidade.

Segundo o manual do Sistema 5S´s da AGQ, (1998, p.22), o reconhecimento “é

a de valorização dos destaques”. Está questão visava verificar se as empresas investem

em reconhecimento pelo desempenho no Sistema 5S’s e quais as formas que isso pode

ser executado.

O que constatou-se nas empresas pesquisadas que possuem o Sistema 5S´s em

andamento, é que 33,33% não investem no reconhecimento do desempenho de seus

colaboradores no que diz respeito aos 5S´s, apenas 67% o faz. Porém para LAPA (1998,

p.89), “É importante para o sucesso do programa que haja alguma forma de

reconhecimento ao esforços e conquistas das equipes.”. Será mesmo necessário

reconhecer para manter o Sistema em funcionamento. Ver Gráfico 35 – A sua

organização investe em reconhecimento - TEM.

Já as empresas que tiveram o Sistema 5S´s, podemos identificar que o dado é o

exatamente inverso, 33% destas organizações teve alguma forma de reconhecimento e

57

67% não teve, o que reforça o que diz LAPA (1998, p.89), é importante haver o

reconhecimento, se não houver, o Sistema tende a desmoronar. Pode ser esta, uma das

causas do Sistema 5S´s não ter prosperado nas organizações pesquisadas. Ver gráfico 36

– A sua organização investe em reconhecimento - TEVE.

O que se conseguiu constatar também é a diversidade de reconhecimentos

utilizados, troféus, camisetas, almoço, churrasco, bonificação de horas, participação nos

resultados, bônus de melhoria para o setor, rancho e brindes variados. O que também

não está claro para as organizações é o que é um reconhecimento coletivo e individual,

tendo em vista que as resposta vieram muito confusas a este respeito.

A sua organização investe em Reconhecimento - TEM

33%67% Não

Sim

Gráfico 35

A sua organização investe em Reconhecimento - TEVE

67%33%

Não

Sim

Gráfico 36

58

Os valores do reconhecimento também oscilam muito, desde uma participação

anual nos resultados de R$120.000,00 para 280 funcionários, o que corresponde a uma

remuneração individual de R$420,00. Até R$6.120,00 anuais para 2800 funcionários o

que corresponde a uma remuneração individual de R$2,20.

7.21 - Questão 23 – A sua empresa acredita ter atingido o resultado

desejado?

Esta questão visava verificar se organização realmente atingir os objetivos

traçados no início do sistema e se estava satisfeita com as opções que fez. Nas

organizações que tem o Sistema 5S´s em andamento, podemos verificar que 87% delas

alcançou o resultado desejado no início do processo. Ver gráfico 37 – A sua

organização alcançou o resultado desejado? - TEM

A sua organização alcançou o resultado desejado? - TEM

13%

87%

Sim

Não

Gráfico 37

A sua organização alcançou o resultado desejado - TEVE

30%

70%

Sim

Não

Gráfico 38

59

Já nas organizações que tiveram o sistema implementado, 30% delas não

atingiram os objetivos desejados. Porém o que parece ser interessante é que mesmo não

conseguindo manter o Sistema 5S´s em andamento, 70% das organizações acreditam ter

atingido os objetivos propostos para o Sistema. Ver gráfico 38 – A sua organização

alcançou o resultado desejado? - TEVE.

7.22 - Questão 24 – A que você atribui a difícil manutenção do Sistema 5S´s

na sua organização?

Esta questão tinha como objetivo, verificar o que, segundo FORNASIER,

(1992, p.95) “Dificuldade na implantação propriamente dita ... falta de

comprometimento da alta e/ou média gerência.”, é um das principais causas das

descontinuidade dos Sistemas da Qualidade.

O que as organizações apontaram como as principais causas da difícil

manutenção do Sistema 5S´s nas organizações foram:

♦ Falta de Comprometimento dos Funcionários., 67% das organizações;

♦ Falta de Criatividade no Sistema de Manutenção , 46% das organizações;

♦ Falta de Treinamento, 42% das organizações.

Ver gráfico 39 – A que você atribuí a difícil manutenção do Sistema 5S´s da

sua organização – TEM.

Dentre as organizações que mantém o Sistema em andamento, o

descomprometimento da alta administração ficou em 5º lugar, o que constata-se que

para estas organizações pesquisadas, esta não é mais uma das causas principais.

60

Nas organizações que tem os Sistema 5S´s em andamento, ainda podemos

identificar mais algumas causas da difícil manutenção do Sistema 5S´s:

��Falta de continuidade no programa de qualidade; (1)

��Falta de conscientização da alta administração; (1)

��Acúmulo de funções; (1)

��Falta de reconhecimento externo; (1)

��Alta rotatividade; (1)

��Dificuldade de Comunicação; (1)

��Cultura da Empresa x Cultura Comunidade; (1)

A que você atribui a difícil manutenção do Sistema 5S´s na sua organização - TEM

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70%

Falta de ReconhecimentoPúblico

Muita Burocracia

Falta de Estrutura

Falta de Investimentos.

Falta de Obj.Claros

Falta de Medição

Descomprometimento da AltaAdministração

Falta de Reconhecimento(Premiação)

Falta de Treinamento

Falta de Criatividade noSistema de Manutenção

Falta de Comprometimento dosFuncionários.

Gráfico 39

61

��Pouca divulgação do assunto; (1)

��Constante desafio de atingir o maior desenvolvimento; (1)

��Descomprometimento da gerência e supervisão; (2)

��Disponibilidade de tempo da alta administração; (2)

��Relaxamento ao alcançar uma boa pontuação na avaliação; (1)

��Fatores externos - acúmulo de produção; (1)

��Excessiva mudança de lay-out na empresa; (2)

��Falta de flexibilidade das pessoas para mudar a cultura; (1)

��Falta de formação básicas do empregados; (1)

��Dificuldades na avaliação, complexo de identificar problemas de outras

áreas. (1)

Já as organizações que não conseguiram manter o seu Sistema 5S´s, não

comungam exatamente da mesma opinião. Acreditam que as principais causas da difícil

manutenção sejam:

♦ Muita Burocracia, para 80% dos pesquisados;

♦ Falta de Comprometimento dos Funcionários, para 70% dos pesquisados;

♦ Falta de Treinamento, para 70% dos pesquisados;

♦ Falta de Investimentos, para 70% dos pesquisados;

♦ Falta de Reconhecimento Público, para 70% dos pesquisados.

As organizações que tiveram o Sistema e não o tem mais, levantaram um dado

realmente preciso, o excesso de burocracia na manutenção do Sistema 5S´s, segundo

LAPA (1998, p.XV) “... o poder mágico reside na simplicidade...”, os 5S´s são muito

62

simples. Infelizmente temos o mal hábito de para não perder os controles torná-los cada

vez mais difíceis, daí a burocratização.

.

Encontramos ainda como outras causas levantadas pelas organizações que não

tem mais o Sistema 5S´s implantado, o seguinte:

��Dificuldade na mudança comportamental;

��Difícil de adaptar Qualidade Total para escolas;

��Realidade da empresa, crise, que foi vendida.

Ver gráfico 40 – A que você atribuí a difícil manutenção do Sistema 5S´s

da sua organização – TEVE.

A que você atribui a difícil manutenção do Sistema 5S´s na sua organização - TEVE

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90%

Falta de Medição

Falta de Estrutura

Falta de Obj.Claros

Descomprometimento da AltaAdministração

Falta de Reconhecimento(Premiação)

Falta de Criativade no Sistema deManutenção

Falta de Reconhecimento Público

Falta de Investimentos.

Falta de Treinamento

Falta de Comprometimento dosFuncionários.

Muita Burocracia

Gráfico 40

63

O que pode-se identificar em ambos pesquisados, é o descomprometimento dos

funcionários e a falta de treinamento, poderia-se associar as duas coisas, tendo em vista

que o comprometimento poderá surgir com o conhecimento daquilo que é proposto.

7.23 - Questão 25 – A sua empresa obteve ganhos com a implantação do

Sistema 5S’s?

( ) Não ( ) Sim Quais:

( ) Financeiros ( ) Melhoria da Qualidade de Vida ( ) Melhoria da Moral ( ) _______________

Perguntou-se isto para verificar se realmente o Sistema 5S´s traz resultado para

a organização ou não. O que pode-se identificar nas organizações que possuem Sistema

5S´s, é que 96% das organizações pesquisadas acreditam ter obtido ganhos com a

implementação do Sistema 5S´s na sua organização. Apenas 4% das organizações

pesquisadas não acredita ter obtido ganhos com a implementação do Sistema. Ver

gráfico 41 – A sua empresa obteve ganho com a implantação do Sistema 5S´s - TEM.

Verificou-se também nas organizações, onde é que elas tiveram os ganhos com

a implantação do Sistema, daí constatou-se que 88% delas obteve resultados com

A sua empresa obteve ganhos com a implantação do Sistema 5S’s - TEM

96%

4% não

sim

Gráfico 41

64

relação a Melhoria da Qualidade de Vida dos seus colaboradores, 66% com a Melhoria

da Moral e 43% acreditam que os ganhos foram Financeiros. Ver gráfico 42 – Sua

empresa obteve ganhos com a implantação do Sistema 5S´s - TEM.

Além dos dados acima citados, as organizações pesquisadas acreditam que

tiveram ganhos em:

��Melhoria do ambiente de trabalho; (1)

��Conhecimento; (1)

��Organização; (2)

��Produtividade; (2)

��Disciplina; (2)

��Redução de custos água/Energia/telefone; (2)

��Redução gastos; (1)

��Qualidade do Produto; (1)

��Redução desperdício; (2)

0,0%

30,0%

60,0%

90,0%

Melhor Qualidade deVida

Melhor Moral Financeiros.

A sua empresa obteve ganhos com a implantação do Sistema 5S’s - TEM

Gráfico 42

65

��Melhoria do Ambiente de Trabalho; (1)

��Melhoria do Lay-out; (1)

��Maior comprometimento com o setor; (1)

��Maior participação; (1)

��Espaço Físico; (2)

��Maior integração entre os funcionários. (1)

Nas organizações que já não possuem mais o Sistema implantado, podemos

verificar que 80% delas afirma ter tido ganhos com a implantação do Sistema 5S´s, em

Melhoria da Qualidade de Vida dos seus colaboradores e com a Melhoria da Moral.

Porém nenhuma delas afirmou ter tido ganhos financeiros com o Sistema. É iportante

ressaltar que estas organizações não medem estes ganhos. Ver gráfico 43 – A sua

empresa obteve ganhos com a implantação do Sistema 5S´s - TEVE.

As organizações que tiveram o sistema implementado ainda afirmaram ter tido

ganho em:

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

Melhor Qualidade deVida

Melhor Moral Financeiros.

A sua empresa obteve ganhos com a implantação do Sistema 5S’s - TEVE

Gráfico 43

66

��Eficiência e rapidez;

��Diminuição de estoques;

��Melhoria do Relacionamento Interpessoal

��Redução desperdício.

7.24 - Questão 26 – Houveram resultados financeiros alcançados com os

5S´s? Quais e quanto?

A questão 26, tornaria-se redundante em relação a anterior, mas o intuito aqui

era de verificar se as organizações conseguem, de alguma forma, medir aquilo que

conquistam com o Sistema 5S´s.

Apenas uma organização dentre todas as pesquisadas apresentou dados. Esta faz

parte das organizações que tem o Sistema em andamento. Afirmou ter tido uma redução

de 40% em Energia Elétrica e 65% em Telefone durante 4 anos de Sistema implantado.

As outras organizações, tanto as que tem como as que tinham, o sistema

apresentaram o seguinte:

��Venda de máquinas velhas; (2)

��Não foi mensurado; (20)

��Difícil de ser mensurado; (4)

��Redução do desperdício; (12)

��Maior produtividade; (2)

��Redução de custo; (1)

��Redução custo material para produção; (1)

��Melhorou o produto; (1)

67

��Melhorou o faturamento; (1)

��Aproveitamento de recursos existentes. (1)

68

8. LIMITAÇÕES DESTE TRABALHO

Tinha-se como objetivo inicial deste trabalho, realizar duas pesquisas

quantitativas, a primeira que dizia respeito ao total de organizações, membros do PGQP

do Vale do Rio dos Sinos. Nesta, verificou-se o número de organizações que têm,

tiveram ou nunca desenvolveram o Sistema 5S´s ou similares. Está pesquisa após 2

semanas de ligações telefônicas, foi concluída com margem de erro de 2,20%. A grande

dificuldade encontrada nela, foram os contatos com as pessoas certas. As organizações

não tem bem definidas suas responsabilidades claramente; não sabem quais as suas

competências.

Já a população da segunda pesquisa, formou-se do resultado da primeira. As

organizações que a compunham tinham ou tem Sistema 5S´s implantados. Nesta

pesquisa, o levantamento dos dados das organizações que tem os Sistema em

andamento, foi mais fácil, embora algumas alegassem falta de tempo para responder

estas pareciam mais interessadas no Sistema.

Nas organizações que tiveram o Sistema implantado, a pesquisa foi muito

difícil, algumas dificultavam para responder e outras até se negaram em fazê-lo. O que

realmente parecia, é que estavam tentando esconder os dados, devido ao seu fracasso.

69

No início pareceu fácil realizar duas pesquisas quantitativas, mas devido ao

andamento da segunda pesquisa, optou-se por mantê-la como qualitativa e observar as

tendências que estes dados nos demonstravam.

É importante também ressaltar que a falta de literatura, absoluta sobre o assunto

abordado, prejudicou as análises comparativas. Foram encontrados apenas seis livros

que tratam especificamente do assunto Sistema 5S´s. Em sua maioria tratam da sua

implantação. Os que abordam sobre manutenção, parte que considera-se mais difícil,

destinaram para esta apenas algumas poucas páginas.

70

9. CONCLUSÃO

Mesmo com o fantasma da globalização assombrando as organizações do Vale

dos Sinos, elas ainda se demoram a responder as necessidades de mudança imposta pelo

mercado e não se adaptam aos novos Sistemas de Gestão pela Qualidade Total, que já

levou o Rio Grande do Sul a ser primeiro estado brasileiro a preocupar-se com isso.

Este trabalho serviu claramente para identificar as organizações, membras do

PGQP, do Vale do Rio dos Sinos que possuíam o Sistema 5S´s implantados, dado que

será utilizado pelos membros que coordenam este comitê.

Possibilitou também verificar os possíveis vínculos dos Sistema 5S´s, que na

sua maioria, são com a Qualidade Total e alguns com Planejamento Estratégico.

É importante mencionar que não existem fórmulas mágicas, para a manutenção

do Sistema 5S´s, o que existem são idéias que organizações põem em prática, de acordo

com a sua realidade, estas podem ser encontradas no capítulo 7.19 - questão 21.

Destacou-se a Participação de Resultados como um diferencial interessante de

reconhecimento e forma de manutenção. Algumas organizações já têm vinculado o

Sistema 5S´s a este e com isso mantê-lo.

71

Ainda foram encontrados diversos obstáculos que prejudicam a continuidade do

Sistema. Encontram-se estes dados no capítulo 7.22 - Questão 24. O que surpreendeu

neste item, foi que a maioria das organizações atribuí a difícil manutenção ao

descomprometimento dos funcionários, não mais ao descomprometimento da alta

administração como afirmam diversos autores e consultores em Qualidade.

Durante o desenvolvimento deste trabalho, outros dados surpreenderam. Um

deles foi o baixo número de organizações, que mesmo comprometidas com o PGQP, em

desenvolver algo de Gestão pela Qualidade Total, não desenvolveram nem ao menos o

Sistema 5S´s para fomentar a cultura da mudança.

Outro dado foi o alto número de pequenas organizações com o sistema iniciado.

Parece muito mais difícil para as pequenas empresas iniciarem o Sistema.

Também chamou a atenção que muitas organizações não conseguem da

primeira vez, o que parece ser um consolo para as organizações que não conseguiram

manter o Sistema.

Aparentava-se que as organizações ao iniciar o Sistema não traçavam

claramente os seus objetivos, e ao início deste trabalho, também acreditava que está

seria um das causas principais da falta de manutenção.

Algo que leva a reflexão também, foi o tempo de duração dos treinamentos no

Sistema 5S´s. Muitas organizações investiram muito tempo, 8 horas, e dinheiro em

treinamento como diferencial para a manutenção do Sistema e não conseguiram mantê-

lo.

72

A grande maioria das organizações pesquisadas também tem pressa na

implantação, pouco mais de 20%, do total de organizações pesquisadas, implantaram os

seus sistema até o dia “D” em menos de 6 meses. Muito pouco tempo.

Outro dado que, que parece ser interessante, é que o dia “D” deve ser adaptado

a realidade da organização. O dia, a hora, na Sexta, no Sábado, remunerado ou não. As

organizações tem que se preocupar em ser justa com as pessoas que estarão se

envolvendo neste processo de mudança, e fazer com que o Sistema 5S´s na organização

faça parte do trabalho de cada um.

Durante o tempo que se desenvolveu este trabalho, um dado serviu para a

modificar algo que um consultor havia ouvido dentro de uma organização: “as

organizações fizerem outro dia “D”, erraram no primeiro. O dia “D”, é um só”. Não

se pode mais concordar com isso, embora das organizações pesquisadas, poucas

refizeram o dia “D”, acredita-se ser importante utilizar esta ferramenta para a

manutenção do Sistema 5S´s.

Outro dado que leva a reflexão, foi o reconhecimento aplicado pelas

organizações, onde uma grande faixa das organizações que mantém o Sistema, não

aplicam reconhecimento algum. Não posso afirmar que isso implicará ou não na

continuidade do Sistema nestas organizações. Para isso ter-se-á que refazer esta

pesquisa daqui a algum tempo.

É muito importante ressaltar a falta de controles encontrado nas organizações

pesquisadas, por diversos momentos neste trabalho encontramos a falta de dados nas

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organizações. A sua maioria absoluta, não conseguiu mensurar os ganhos com os

Sistema 5S´s, verificar cap. 7.23, e uma boa parte das organizações não mantém

controles relativos ao Sistema de Qualidade, como podemos verificar nos capítulos: 7.9,

7.12, 7.15, 7.16, 7.18, 7.20 e 7.26.

Mais uma vez ressalta-se o que diz CAMPOS (1992, p.41) “...O objetivo deste

controle é garantir a qualidade... ...para o seu cliente externo ou interno.”, e ainda

JURAN (1991, p.224) é que “Controle da qualidade é o processo regulador por meio

do qual medimos o desempenho real da qualidade...”

Como pode-se querer o apoio dos empresários, se eles não conseguem ver onde

estão investindo o seu capital, em algo que se “acha” que dá resultados?

Devemos medir mais mensurar os resultado, o que não se mede, não se

gerencia, já disse um mestre da qualidade.

Este trabalho trouxe ganhos excepcionais para a minha vida profissional, tendo

em vista que trabalho nesta área há 5 anos. Acredito ter alcançado os objetivos a que me

propus, mesmo com as dificuldades encontradas e espero sinceramente poder ajudar as

organizações a ganhar com os investimentos neste sub-sistema.

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10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1 CAMPOS, Vicente Falconi. TQC: Controle da qualidade total (no estilo

Japonês). 5.ed. Belo Horizonte : Fundação Christiano Ottoni, 1992. 229p. 2 FORNASIER Neto, João. RS: Visão para a Qualidade Ainda não é Total. 1ed. Rio

Grande do Sul : Excelência Editora Ltda., 1993. 3 HIRANO, Hiroyuki. 5S na prática. 1.ed. São Paulo : Instituto IMAN, 1994. 199p. 4 JURAN, J.M. Controle de Qualidade. 4 ed. São Paulo : Makron, McGraw-Hill,

1991. 5 LAPA, Reginaldo Pedreira. Praticando os 5 sensos. 1 ed. Rio de Janeiro :

Qualitymark, 1998. 6 LIMA, Maria C. Bohnenberg. Implantação da Filosofia 5S´s. TC, 1996. 7 LOBOS, Júlio. Pensando Global: Fatos e Dados. São Paulo : Instituto da

Qualidade, 1997. 8 OLIVEIRA, José Roberto Cerqueira. Aspectos Humanos dos 5 Sensos. 1. ed. Rio

de Janeiro : Qualitymark, 1997. 96p. 9 OSADA,Takashi. Housekeeping, 5S´s: Seiri, Seiton, Seiso, Seiketsu, Shitsuke.

2.ed. São Paulo : Instituto IMAN, 1995. 212p. 10 POLÍGRAFO DA AGQ - Associação Gaúcha para a Qualidade – Sistema 5S´s.

Novo Hamburgo : 1998. 11 _____. Sistema da Qualidade. Novo Hamburgo : 1998. 12 SILVA, João Martins da. O ambiente da qualidade na prática. 2.ed. Belo

Horizonte : Fundação Christiano Ottoni, 1996. 260p.

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13 ____. O ambiente da qualidade na prática. 3.ed. Belo Horizonte : Fundação Christiano Ottoni, 1994. 160p.

14 RIBEIRO, Haroldo. A base para a qualidade total 5S. 7 ed. Bahia: Casa da

Qualidade, 1994. 15 ____. Casos de Fracasso do Programa 5S´s. Controle da Qualidade : Ed. Banas,

março de 1999.

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11. ANEXOS