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A GESTÃO DE PESSOAS COM FOCO NO
ENGAJAMENTO ORGANIZACIONAL
DOS COLABORADORES DE UMA
EMPRESA BANCÁRIA.
Alexandre Pinto Neto
(UFPB)
Lucinaldo dos Santos Rodrigues
(UFPB)
Elton Oliveira de Moura
(UFPB)
Paloma Priscila Bispo Batista
(UFPB)
Resumo Esse estudo tem como objetivo discutir aspectos ligados ao
engajamento organizacional dos indivíduos de uma empresa bancária
do setor privado sob a ótica da gestão de pessoas. Esse trabalho se
justifica em decorrência do engajamento dos collaboradores ser um
fator importante no crescimento e no aumento de competitividade das
organizações. Em nível gerencial, essa função poderá ancorar a
produção de novos conhecimentos e habilidades que o mercado exige
do cargo. Em termos metodológicos, no estudo foi utilizada pesquisa
quanti-qualitativa analisada por intermédio da técnica de análise de
conteúdo, cujos sujeitos inseridos na investigação foram os gerentes de
uma agência bancária privada. Os resultados apontaram que a função
da gestão de pessoas e do engajamento organizacional dos indivíduos
é evidenciada em termos de relevância na percepção dos entrevistados,
na mediada que o cargo exige. Os apontamentos gerados pelos
entrevistados apontam que os resultados do engajamento dos
indivíduos, por meio do desempenho de papéis proporcionam um
fortalecimento de parceria entre o colaborador e a organização.
Palavras-chaves: Engajamento, gestão de pessoas, colaboradores
20, 21 e 22 de junho de 2013
ISSN 1984-9354
IX CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 20, 21 e 22 de junho de 2013
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1 Introdução
Nota-se, que toda organização depende, de uma forma ou de outra, do desempenho
humano para se tornar mais competitiva. Por esse motivo, desenvolve e organiza um modo de
atuação sobre o comportamento que se convencionou chamar de modelo de gestão de pessoas.
A gestão de recursos humanos ou de pessoas é uma das áreas que mais tem sofrido
mudanças e transformações nas últimas décadas. A gestão de pessoas tem sido responsável
pela excelência de organizações bem-sucedidas e pelo aporte de capital intelectual que
simboliza, mais do que tudo, a importância do fator humano em plena era do conhecimento.
Entretanto, ao analisar a história dos modelos de gestão, acredita-se que, em geral, eles
se articulam em torno de alguns conceitos-chave que determinam sua forma de operação e a
maneira pela qual direcionam as relações organizacionais nas empresas, como também, com
seus colaboradores através do engajamento organizacional dos mesmos.
No entanto, um dos grandes desafios das organizações é descortinar prováveis
indicadores que sinalizem até que ponto seus colaboradores (indivíduos) estão engajados (ou
não) com a proposta organizacional, ou o que essas organizações podem fazer hoje para que
isto aconteça amanhã (RODRIGUES, 2003).
Assim, a base científica orientadora da identificação de perfis e performances e
indivíduos que são considerados engajados com a organização a qual pertencem, fundamenta-
se na teoria de gestão de pessoas, como forma de descortinar prováveis indicadores de
engajamento organizacional dentro do entendimento da organização como um ente cognitivo
e do conhecimento como uma construção cognitiva que leva a um processo/produto.
No desenvolvimento deste presente trabalho, a ser descrito nas etapas que se seguem,
o estudo dos indicadores do engajamento organizacional dos indivíduos é ancorado como
tópico das estruturas de gestão de pessoas, relacionado à dimensão organizacional dos
indivíduos.
Parte-se do pressuposto de que esses indicadores podem ser evidenciados por meio de
processos cognitivos (e. g. inteligência, aprendizagem, competência, capacidade, experiência,
criatividade, motivação, liderança e socialização), onde o desenvolvimento de papéis
desempenhados pelos colaboradores suporta os indicadores do engajamento organizacional
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dos indivíduos porque permite a articulação do conhecimento e da experiência na
organização.
2 Gestão de Pessoas
As organizações procuram a cada dia buscar novos planos para alcançar produtos de
ótimos atributos, com boa infiltração de mercado e com clientes satisfeitos e fiéis. Dentre as
estratégias usadas para se chegar a esse objetivo, destaca-se a gestão de pessoas, que age
como fator diferenciador e competitivo.
Na busca pela qualidade, alguns fatores motivam as pessoas a se comprometerem mais
com a organização, os quais devem ser identificados e conhecidos pela liderança. Uma vez
conhecida às forças do comportamento humano relacionado ao gerenciamento pela qualidade,
caberá ao líder examinar como essas forças dificultam ou promovem a obtenção de alta
qualidade, estabelecendo as ações gerenciais precisas para canalizar essas forças
comportamentais em direções construtivas.
Desta forma, Chiavenato (1999) ressalta que a gestão de pessoas é uma área sensível à
mentalidade que predomina nas organizações. Ela é contingencial e situacional, pois depende
de vários aspectos como a cultura que existe em cada organização, a estrutura organizacional
adotada, as características do contexto ambiental, o negócio da organização, a tecnologia
utilizada, os processos internos e uma infinidade de outras variáveis importantes.
Já Bittencourt (2004), destaca que a gestão de pessoas é fundamental para o
desenvolvimento do conhecimento, do talento e do conhecimento humano disponível na
empresa. Assim, as habilidades pessoais devem ser maximizadas para se reverterem em
recursos e investimentos com bons resultados.
A partir disto, as organizações precisam reconhecer a necessidade de se tornarem mais
conscientes e atentas aos seus funcionários. Notadamente, verifica-se nas organizações a
tendência para reconhecer o empregado como parceiro, pois o funcionário é na verdade, o
parceiro mais íntimo da organização (GIL, 2001).
Empresas que esperam ser bem sucedidas buscam otimizar seus recursos, inclusive, e,
principalmente otimizar o trabalho dos colaboradores, e isso se reflete em todos os aspectos
organizacionais, até mesmo na cultura da organização. De nada adianta as instalações físicas,
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os equipamentos de última geração e os recursos financeiros, sejam necessários para as
organizações, as pessoas se tornaram a essência da empresa (MILKOVICH, 2000). Existe
uma relação e mútua dependência, na qual os benefícios devem ser recíprocos
(CHIAVENATO, 1999a).
O papel da área de gestão de pessoas, tradicionalmente, restrito a uma atuação
administrativa evoluiu e, conforme Domênico (1996), permite por meio de suas políticas,
ligar suas funções às necessidades do mercado.
Desta forma, dependendo da maneira como são tratados, os colaboradores trabalham
com mais entusiasmo e devem ser consideradas como elementos principais para se atingir a
eficácia organizacional. Portanto, gerir pessoas não é somente delegar tarefas, mas também
recompensar, desenvolver e motivar.
2.1 Objetivos da Gestão de Pessoas
Hoje, com a enorme quantidade de informações disponíveis, é necessário tempo para
identificá-las, processá-las, analisá-las. Portanto, os executivos precisam descobrir um meio
de escolher entre milhares de informações, aquelas importantes para ajudá-los a estabelecer
suas metas, tomar as decisões e avaliar o progresso. O planejamento de gestão de pessoas faz
isso, tanto formalmente quanto informalmente, em todos os níveis da organização, de maneira
contínua.
Os administradores de recursos humanos trabalham com executivos, subordinados e
outros empregados para planejar futuras contingências, e escolher informações relevantes para
suas previsões e estabelecimento de objetivos, tomam decisões e então avaliam os resultados
(MILKOVICH, BONDREAU, 2000). Desta forma o planejamento deve criar o elo entre as
condições externas à organização e as condições do quadro de pessoal com as decisões sobre
as ações.
De acordo com Chiavenato (1997) o planejamento é um processo que começa com a
determinação de objetivos, define estratégias, políticas e detalha planos para consegui-los;
estabelece um sistema de decisão e inclui uma revisão dos objetivos para alimentar um novo
ciclo de planificação.
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Já para Cobra (1991), o planejamento pode ser compreendido como uma ação
administrativa visando prever o futuro ambiente e os desafios que uma organização deverá
enfrentar, definindo as decisões cruciais para o direcionamento dos negócios.
A gestão de pessoas precisa estar totalmente acoplada à organização, sendo o
planejamento um meio de integrar empregados e executivos na tomada de decisões em que
ambas irão ver melhores resultados. Segundo Milkovich e Bondreau (2000), o planejamento
deve ligar as ações às conseqüências, sem um plano, você não pode saber se está caminhando
na direção certa.
Desse modo, um bom plano de gestão de pessoas mostra visivelmente quais as ações
se relacionam com transformação nas pessoas e como essas transformações se relacionam
com os objetivos da empresa.
2.2 Processos da Gestão de Pessoas
2.2.1 Recrutamento de Pessoas
O processo de gestão de pessoas começa através do recrutamento. A fala de um
programa de recrutamento e seleção que maximize as probabilidades da adequação entre a
pessoa e o trabalho constitui-se em um dos fatores principais para explicar o fato da
insatisfação por parte do funcionário na execução das suas atividades proposta pela empresa.
Desta forma, o trabalho de recrutamento se torna cada vez mais importante, pois um processo
falho acarreta uma demanda maior em outros processos, e conseqüentemente mais tempo e
recursos gastos.
No entanto, antigamente as empresas simplesmente preenchiam vagas existentes
contratando profissionais sem as qualificações necessárias e conseqüentemente com custo
mais baixo, utilizando-se das vias mais tradicionais de recrutamento e obedecendo aos limites
salariais estipulados (MICHAELS et al. 2002).
Hoje a realidade exige novas formas de recrutamento, pois a concorrência por
profissionais qualificados, que sejam o diferencial da empresa, aumentou. As empresas devem
despertar nas pessoas o desejo de trabalhar nelas (BERNARDI, 2003).
O processo de recrutamento precisa “atrair’ profissionais bem capacitados, ou seja, a
empresa precisa ser alvo de desejo por parte dos profissionais do mercado, deve atrair um
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contingente suficiente de candidatos para abastecer adequadamente o processo de seleção que
será realizado na sequência (LUCENA, 1992).
Contudo, o processo de recrutamento (MARRAS, 2002), as quais podem ser
subdivididas em diversas maneiras, tais como: recrutamento dentro da empresa, por
recomendações de outros funcionários, agências de emprego, associações profissionais,
anúncios na internet e jornais, headhunters – caça talentos – entre outros. Cabe ao profissional
responsável pelo recrutamento definir qual a melhor forma de realizá-lo, levando em conta as
políticas da empresa e principalmente o perfil do candidato (GIL, 2001).
2.2.2 Seleção de Pessoas
Completando o recrutamento dos candidatos, a próxima etapa é a da seleção, que
implica uma comparação e uma escolha, feita através das características requeridas pelo
cargo. Segundo Robbins (2002), o objetivo da seleção é adequar características individuais e
pessoais aos requisitos do trabalho.
A alocação correta das pessoas nos cargos requer uma perfeita adequação entre dois
fatores mutáveis: as características dos cargos e as características das pessoas que irão ocupá-
los. Para uma melhor análise do perfil do cargo, é necessário identificar quais são as
competências fundamentais para aquela posição. Competências são as habilidades, os
conhecimentos e as características pessoais que distinguem os profissionais em termos de
desempenho e valor agregado para uma organização (RABAGLIO, 2001).
O fato de que estas pessoas conhecem suas pretensões salariais e, as vezes, até suas
pretensões profissionais não significa que elas percebam outras tendências pessoais, tais
como: tolerância a tarefas rotineiras (ou não rotineiras), necessidade de estimação social ou
status, atuação em situações críticas, dentre outras. Tais aspectos também são importantes na
previsão do desempenho e devem ser levados em conta pelo individuo e pela empresa, no
momento e decidir sobre o preenchimento e determinado cargo.
Concluindo, a seleção seria o processo de administração de gestão de pessoas por meio
da qual a empresa procura satisfazer suas necessidades de recursos humanos, escolhendo
aqueles que melhor ocupariam determinado cargo na organização, com base em uma
avaliação de suas características pessoais (conhecimentos e habilidades) e de suas motivações.
2.2.3 Processo de Capacitação
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O processo de capacitação profissional une as necessidades das empresas com a
necessidade e busca individual dos profissionais, visando treinar e desenvolver
constantemente os funcionários. Pode-se determinar apenas uma diferença entre esses dois
processos, que é a questão do tempo. O treinamento é um ato intencional de fornecer os meios
para possibilitar a aprendizagem. Aprendizagem é um fenômeno que surge dentro do
indivíduo como resultado dos esforços desse mesmo indivíduo (BOOG, 1999). Assim, a
aprendizagem é uma mudança no comportamento que ocorre no dia a dia e em todas as
pessoas. O treinamento deve simplesmente tentar orientar essas experiências de aprendizagem
num sentido positivo, a fim de que as pessoas em todos os níveis da empresa possam
desenvolver seus conhecimentos e habilidades que beneficiarão a eles mesmos. Logo Boog
(1999, p. 210) afirma que:
O treinamento é um processo educacional, através do qual as pessoas adquirem
conhecimentos, atitudes e habilidades em função de objetivos preestabelecidos. Nas
organizações o treinamento é voltado para a transmissão de conhecimentos
específicos ao ambiente de trabalho, às tarefas desempenhadas pelo funcionário.
Segundo Boog (1999), os principais objetivos do treinamento são:
1 Preparar as pessoas para a execução imediata das diversas tarefas peculiares à
organização;
2 Porporcionar oportunidades para o contínuo desenvolvimento pessoal, não apenas
para seus cargos atuais, mas também para outras funções que o mesmo possa
desempenhar;
3 Mudar a atitude das pessoas, com várias finalidades, entre as quais criar um clima
de satisfação entre funcionários, aumentar-lhes a motivação e torná-los mais
receptivos às mudanças.
Deve-se lembrar que funcionários competentes não permanecem assim para sempre.
As habilidades se deterioram e podem tornar-se obsoletas. O treinamento pode incluir tudo, de
ensinar leitura básica até cursos avançados, específicos de cada área (ROBBINS, 2002).
Com a mudança de informações e perfil do profissional, torna-se necessário o
treinamento e desenvolvimento interno do funcionário, para que o mesmo possa se adequar
constantemente à empresa.
2.3 As Mudanças e Transformações na Função de Recursos Humanos
Com o crescimento no mercado mundial e do surgimento das três eras no século XX-
industrialização clássica, neoclássica e era da informação – originaram diversas abordagens,
para uma melhor gestão empresarial. No decorrer destas três eras surgiram três etapas
distintas na área de pessoas: pessoal/relação industrial, recurso humano e gestão de pessoas.
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2.3.1 Pessoal
Na chegada do modelo de administração clássica surgem os velhos departamentos de
pessoal e, posteriormente, os de relações industriais. As atividades do departamento pessoal,
data de épocas bem remotas, pois desde quando a humanidade inventou o trabalho, já se
registrava atividades de admissão, controle e demissão do pessoal.
Conforme Chiavenato (2004), o departamento de pessoal eram órgãos destinados a
fazer cumprir as exigências legais com respeito ao emprego. O seu surgimento teve início
com a especialização vertical que ocorreu quando as organizações verificaram a necessidade
de aumentar a qualidade da supervisão ou chefia acrescentando mais níveis hierárquicos na
estrutura.
A especialização vertical caracteriza-se sempre pelo crescimento vertical do
organograma, isto é, pelo aumento do número de níveis hierárquicos. Pouco mais adiante
surge o departamento de relações industriais que tinha basicamente a mesma função, coma
uma outra tarefa que era o relacionamento dos sindicatos e comissão interna dos
departamentos pessoal com as organizações, restringindo as relações burocráticas e racionais
guiadas pela cúpula sobre como proceder. Nesta etapa as pessoas são consideradas apêndices
das máquinas e meras fornecedoras de esforço físico muscular, predominando o conceito de
mão-de-obra.
2.3.2 Recursos Humanos
A nomenclatura recursos humanos surge com a industrialização neoclássica, passando
a substituir os antigos departamentos de relações industriais, e a desenvolver funções
operacionais e táticas como órgãos prestadores de serviços especializados. Assim, o
departamento de recursos humanos de uma empresa tem como finalidade escolher quem seja
qualificado para trabalhar para a empresa diante de uma série de candidatos.
Na gestão organizacional, é chamado recurso humano ao conjunto dos empregados ou
dos colaboradores das organizações. Mas o mais frequente deve chamar-se assim à função
que ocupa para adquirir, desenvolver, usar e reter os colaboradores da organização. O objetivo
básico que persegue a função de recursos humanos (RH) com estas tarefas é alinhar as
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políticas de RH com a estratégia da organização, que reservará para implantar a estratégia
através dos povos.
2.3.3 Gestão de Pessoas
Com as mudanças nas condições objetivas de trabalho surgiu a necessidade de novas
políticas de pessoal, exigindo da área de recursos humanos novas competências, a fim de
assumir um papel estratégico na gestão das organizações. É assim que, a polêmica concepção
de homem como recurso, aos poucos, passa a ceder lugar as novas experiências e propostas na
gestão de pessoas (DUTRA, 2002).
Posicionando-se muito distante dos níveis operacionais, os profissionais da
administração de recursos humanos (ARH) raramente conseguiam das respostas rápidas e
precisas às necessidades daqueles que faziam uso do seu serviço. O novo ambiente
empresarial, caracterizado por profundas mudanças e pela necessidade de respostas cada vez
mais ágeis, trouxe mudanças no perfil de gestores e de colaboradores que as empresas
esperavam encontrar. Elas deram início a um processo de reestruturação da área, enxugaram
seus quadros e introduziram a atividade de consultoria interna. A ideia era tornar os gestores
menos dependentes da ARH, fazendo com que eles próprios assumissem a responsabilidade
pela gestão do seu pessoal, ao mesmo tempo em que se desenvolvia o perfil multifuncional do
profissional de ARH, responsável pelos diversos sub-sistemas e atuando mais próximo dos
setores operacionais, que se tornaram clientes internos.
Durante os anos 90, as experiências prosseguiram trazendo novos focos de atenção.
Com o predomínio das altas tecnologias de produção e informação e a necessidade de
competir por mercados internacionais, o tema educação e formação profissional ganhou
destaque entre os empresários, que reconheceram a necessidade dos empregados de saber ler,
interpretar a realidade, expressar-se adequadamente, lidar com conceitos científicos e
matemáticos abstratos, trabalhar em grupos, entender e usufruir as tecnologias.
Uma nova concepção de gestão de pessoa foi formulada e novos métodos foram
introduzidos, colocando em jogo assuntos como cultura e comprometimento organizacional,
relacionados à subjetividade e ao sentido do trabalho, tornando mais difícil à resistência e a
ação coletiva dos trabalhadores.
Nesse contexto, a educação corporativa cumpre dois objetivos, em primeiro lugar
desenvolver conhecimentos especialmente vinculados aos negócios da empresa, em função da
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rápida obsolescência dos mesmos, em segundo lugar, desenvolver uma cultura de
aprendizagem, ou seja, a consciência de que as pessoas devem investir continuamente em suas
capacitações.
2.4 Os Novos Papéis da Gestão de Pessoas
Com várias transformações em todo mundo, o setor de recursos humanos vem
passando por profundas mudanças nos últimos tempos. Neste novo cenário o setor de recursos
humanos vem assumindo vários papéis. Eles devem desempenhar papeis operacionais e ao
mesmo tempo estratégicos.
Neste sentido, Ulrich (1998), salienta que, para criar valor e obter resultados, a área de
recursos humanos deve focalizar não apenas as atividades ou o trabalho a ser feito, mas as
metas e resultados para, a partir daí, estabelecer os papéis e atividades dos parceiros da
organização.
Desta forma, os profissionais da área de recursos humanos precisam aprender a ser
estratégicos e operacionais ao mesmo tempo, focalizando o longo e curto prazo.
Assim, Ulrich (1998), define quatro papéis fundamentais na área de recursos humanos:
1 – Administração de estratégia de recursos humanos:
como RH pode ajudar a impulsionar a estratégia
organizacional;
2 – Administração de infra-estrutura da empresa: como
o RH pode oferecer uma base de serviços à organização
para ajudá-la a ser eficiente e eficaz;
3 – Administração da contribuição dos funcionários,
transformando-se em agentes empreendedores,
parceiros e fornecedores para a organização.
4 – Administração da transformação e mudança: como
RH pode ajudar na criação de uma organização criativa,
renovadora e inovadora.
2.5 Administração de Talentos Humanos e do Capital Intelectual
Afirma Stewart (1998, p. 47):
Na era do capital intelectual, as partes mais valiosas
desses trabalhos tornaram-se essencialmente tarefas
humanas: sentir, julgar, criar, desenvolver
relacionamentos. Longe de estar alienados das
ferramentas de seu ofício e do fruto de seu trabalho, o
trabalhador do conhecimento os leva consigo, com seu
cérebro.
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O capital intelectual é ressaltado como um adjacente de dados, que acrescentar valor
aos produtos ou serviços, por meio da aplicação da inteligência, e não pelo capital monetário
empregado. Representando a soma do conhecimento de todos propiciando uma vantagem
competitiva (STEWART, 1998).
Na atualidade o capital intelectual apresenta-se como uma ferramenta de diferenciação
no mercado competitivo, já a teoria que trata sobre o capital intelectual não é recente, porém,
apresenta-se incorporada ao longo dos anos na história empresarial, sob a forma de bom
senso. A economia do conhecimento constitui-se em investir-se em capital humano e em
informática (EDVINSSON; MALONE, 1998)
Com o capital humano apresenta-se: o conhecimento, a experiência, a inovação e a
habilidade das pessoas em realizar as tarefas cotidianas, estendendo-se aos valores, à cultura e
a filosofia da organização. Não podendo ser de propriedade da empresa (EDVINSSON;
MALONE, 1998).
Já o capital estrutural inclui os equipamentos de informática, os softwares, os bancos
de dados, as patentes e as marcas registradas, além de representar o relacionamento com os
clientes, fato que o distingue-se do capital humano, pois pode ser possuído, sendo desta
forma, negociado.
A importância do capital intelectual reside no fato que é um ativo intangível, portanto,
não é visto expresso nos balanços patrimoniais. Uma das dificuldades em apontar o real valor
atribuído ao capital intelectual é o fato de não poder ser visualizado os retornos e seu
investimento, não se consegue ver os ganhos gerados pelo cérebro (STEWART, 1998).
De alguma maneira, o capital intelectual está ganhando espaço nas organizações, e o
seu valor sendo reconhecido na comunidade empresarial, levando a instaurar-se um equilíbrio,
mensurando o valor institucional sob nova perspectiva (EDVINSSON; MALONE, 1998).
Nesse contexto, Stewart (1998) defende a idéia que é preciso minimizar as tarefas
burocráticas, inúteis e as competições internas para que seja liberado o capital humano que
existe nas organizações. Usá-lo de forma eficiente, estimulando as trocas de informação,
permitir que as pessoas falem, tornar o conhecimento privado em público. Os autores
referenciados consideram que para a maioria das empresas, torna-se um desafio encontrar
talentos e identificá-los com ativos, que realmente agreguem valor, pois as habilidades que
permeiam a organização apresentam-se sob diversas formas e são manifestadas de diferentes
maneiras.
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O trabalho em equipe e o compartilhamento das idéias tornam mais valiosa a tarefa
mais do que aquela realizada sozinha e este valor agregado ao resultado é de propriedade da
organização, cujo valor intelectual é altamente relevante para a empresa.
Os recursos utilizados se restringem hoje ao banco de dados com muitas informações
de qualidade, entretanto, o tratamento dado ao capital intelectual e a criação de mecanismos
efetivos de disseminação de conhecimento para a sociedade e, em particular para as empresas,
não tem atendido às demandas por informação e conhecimento tecnológico.
O capital intelectual deve ser cultivado no ambiente organizacional. Na visão da
gestão estratégica das empresas o pensamento deverá estar fortalecido pela necessidade de
administrar-se bem com os recursos humanos (KIRSCHNER; WAH,2000).
2.6 O Engajamento Organizacional dos Colaboradores
A fim de viabilizar o engajamento dos indivíduos a organização deve valorizar a
subjetividade das percepções de seus colaboradores. Contemplando as distintas percepções
dos indivíduos, haverá o entendimento do elo indivíduo – organização.
Segundo Schomberger (1985), para se efetivar o engajamento dos indivíduos no
trabalho é indispensável que a concepção desses indivíduos seja próxima de execução. Para
que os indivíduos possam executar várias tarefas relacionadas à fabricação de um
produto/serviço é necessário que eles tenham uma formação flexível, contendo noções que
abranjam a realidade específica do seu trabalho, mas, sobretudo, que eles se sintam como
parte desse produto/serviço final.
Na medida em que o indivíduo tem uma maior compreensão dos objetivos da
organização mais compreenderá o caminho que a organização quer que ele percorra. Nesta
dispersão, há uma melhor definição do papel que o indivíduo desempenha na condição de
colaborador organizacional.
Assim, para que haja um melhor engajamento do indivíduo na organização este tem
que desenvolver uma contrapartida, ou seja, tem que se tornar colaboradores bem informados
dos acontecimentos ao seu redor. Este processo de informação contínuo é estabelecido através
do diálogo, da troca de e-mails, de circular dentre outras maneiras. Sendo, portanto a
comunicação um processo cognitivo que facilita o engajamento organizacional do indivíduo.
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Porém, é necessário que a organização provenha mecanismos apropriados para tal
engajamento. As condições que visam promover um melhor engajamento têm como
orientação, os pressupostos da gestão do conhecimento, respeitando o seguinte ciclo:
1. Abertura para dialogo entre os indivíduos e os dirigentes;
2. Abertura para a exposição de ideias e sugestões;
3. Compatibilidade de objetivos entre indivíduos e organização;
4. Avaliação do desempenho do indivíduo, que segundo Katz e Kahn (1978), é
também através do desempenho que o indivíduo desenvolve crenças e atitudes sobre o
que ele deve ou não fazer dentro de seu papel;
5. Rede de relacionamentos, que é composta por um conjunto de ligações
dinâmicas entre os diversos membros da organização, onde esses indivíduos estão
engajados em troca de conhecimento e estratégia deliberada quanto ao valor e ao
serviço;
6. Compartilhamento de conhecimento, que para Nonaka e takeuchi (1997),
acontece quando o indivíduo compartilha conhecimentos dentro de uma dinâmica de
trocas voluntárias e estratégicas.
O engajamento organizacional depende, em grande parte, do processo de gestão do
conhecimento, pois é através da gestão do conhecimento que os processos cognitivos podem
ser contextualizados.
3 Procedimentos Metodológicos
Notadamente, a metodologia pode ser entendida como um conjunto de procedimentos,
abordagens e técnicas utilizados pela ciência para resolver um determinado problema de
pesquisa.
Quanto ao método, esse estudo de caso foi desenvolvido em nível exploratório e
descritivo, com base na abordagem quanti-qualitativa de pesquisa e tendo como orientação a
classificação conceitual apresentada por Vergara (2006). Assim, quanto aos fins foi utilizada a
pesquisa exploratória e descritiva, quanto aos meios foi realizada uma pesquisa bibliográfica,
privilegiando a revisão em acervos acadêmico-científicos, tais como: livros, artigos
publicados em periódicos, dentre outros recursos que ofereçam um melhor embasamento ao
estudo.
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Entre os principais métodos de investigação, optou-se pelo estudo exploratório que
segundo Munhoz (1994) visa diagnosticar um problema de forma mais precisa, podendo
compreender a formulação da questão, com a discussão sobre as diferentes hipóteses, a partir
do que se estabeleceram os caminhos para uma investigação mais procurada e tentativamente
mais conclusiva.
Outra classificação da pesquisa adotada foi na perspectiva bibliográfica e de campo.
Conforme Vergara (2006), a pesquisa bibliográfica por ser um estudo estruturado e
fundamentado em livros científicos, revistas científicas, redes eletrônicas, entre outras fontes,
fundamentam-se teoricamente a pesquisa. E, de campo por procurar investigar um fenômeno
como tal, em um campo de pesquisa selecionado.
Quanto ao universo, a pesquisa contou com a participação, por adesão voluntário e
acessibilidade, de quatro gerentes de uma agência bancária privada que exercem os seguintes
cargos de gerência: gerente de relacionamentos, gerente de empresa, gerente de plataforma de
pessoa jurídica e gerente de operações. Esse contingente corresponde à 50% do universo da
pesquisa em termos de representatividade.
Esse estudo é caracterizado como pesquisa empírica tendo como método de
procedimento, o estudo de caso. De acordo com Bruyne et al (1997), o estudo de caso é uma
análise intensiva, empreendida numa única ou em algumas organizações reais e reúne
informações tão numerosas e tão detalhadas quanto possível com vistas em aprender a
totalidade de uma situação. O instrumento e a técnica utilizados na pesquisa foram o
questionário e a entrevista, respectivamente, que segundo Gil (1999) se constitui em um meio
rápido e barato de observação e informação, além do questionário também garantir o
anonimato das respostas.
Nesse sentido foi utilizada a técnica de análise de conteúdo onde, segundo as
orientações de Flick (2004), são percorridos três procedimentos para lidar com o texto, como
sendo: codificação axial, codificação aberta e codificação seletiva. Desse modo, a codificação
permite uma comparação dos fenômenos, casos e conceitos encontrados na pesquisa.
4 Apresentação e Discussão dos Resultados
Em termos de resultados, inicialmente, para caracterizar o perfil dos pesquisados,
quanto ao gênero constatou-se que 75% dos pesquisados são masculinos. Mostrando assim,
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que nesse tipo de cargo, ou seja, gerente de banco, os homens ainda são maioria. No que se
refere a faixa etária de idade, a pesquisa mostrou que 75% dos entrevistados estão na faixa
etária dos 28 a 40 anos e 25% acima de 40 anos. Quanto à escolaridade, 100% dos
entrevistados possuem o nível superior, onde 50% desses tem curso de pós-graduação em
nível de MBA. Com relação ao tempo de serviço, 25% dos entrevistados tem entre 10 e 15
anos e 25% tem 16 a 20 anos. A tabela 1 ilustra esse resultado.
Tabela 1 Perfil dos pesquisados
Variável/Indicador Percentual (%)
Gênero
Masculino 75
Feminino 25
Total 100
Faixa etária
28 a 40 anos 75
Acima de 40 anos 25
Total 100
Escolaridade Nível superior 100
Total 100
Pós-graduação MBA 50
Total 100
Tempo de serviço
10 a 15 anos 25
16 a 20 anos 75
Total 100
Fonte: Pesquisa de campo (2013)
Com respeito aos resultados das entrevistas tratados a partir da técnica de análise do
conteúdo a seguir serão mostradas as categorias que emergiram no estudo. Com o intuito de
facilitar o entendimento desses resultados, foram elaborados quadros, onde se procurou
agrupar os núcleos de sentido em forma de categorias e ocorrência. Cabe lembrar que o
número das ocorrências não tem relação com o total da amostra da pesquisa.
Desse modo, quando argüidos sobre a experiência profissional, os sujeitos apontaram
a seguinte categoria: cargo que ocupa e contratação para o cargo.
Quadro 1 Relação entre experiência profissional e cargo ocupado
Núcleo de
sentido Categoria
Ocorrências
(unidades de
análise)
Número de
ocorrências
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Descrição da
experiência em
relação ao cargo
Cargo que
ocupa
Gerentes de
relacionamentos 01
Gerente de empresa 01
Gerente de
plataforma jurídica 01
Gerente de
operações 01
Contratação
para o
cargo
Através do processo
de seleção para o
cargo de gerente
03
Ascensão pela
experiência anterior 03
Fonte: Pesquisador do cargo (2013)
Por intermédio dos resultados percebeu-se que a situação exposta “entrei na empresa
através do processo de seleção para o cargo de gerente” foi a mais enfatizada entre as outras
ocorrências encontradas. Demonstrando que a empresa tem uma preocupação em buscar no
mercado, através do processo de seleção, indivíduos cada vez mais capacitados.
Em relação ao processo de contratação, todos os sujeitos pesquisados responderam que
é realizado através de seleção, conforme os seguintes discursos:
“...O banco terceiriza os serviços de uma empresa que faz recrutamento e seleção de
pessoal...”
“...Como há uma preocupação muito séria na área de contratação de novos
funcionários para o banco, há uma empresa que faz esse processo de seleção...”
Dentro da visão externalizada pelos entrevistados, a empresa também busca no
mercado, indivíduos competentes na área de gerência.
No que tange ao treinamento, todos foram unânimes ao afirmar que existe uma política
de treinamento na empresa, onde os entrevistados apontaram as seguintes categorias:
crescimento pessoal, aumento das competências e papéis profissionais.
Quadro 2 – Percepção de utilidade do treinamento gerencial
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Núcleo de
sentido Categoria
Ocorrências (unidades de
análise)
Número de
ocorrências
Utilidade do
treinamento
gerencial
Crescimento
pessoal
Melhora as habilidades,
aumento da autoestima
profissional. Mais seguro
nas decisões
04
Melhor desempenho no
cargo. Facilitador nas
tarefas. Cumprimento de
metas
03
Treinamento
de gerente
como algo
positivo para a
empresa
Retorno do conhecimento.
Criação de novos produtos
e serviços
04
Fonte: Pesquisa de campo (2013)
Quanto à visão externalizada pelos entrevistados, quanto a categoria do núcleo do
sentido do treinamento dos gerentes por parte da empresa pesquisada, os gerentes
externalizaram os seguintes discursos:
“...Claro. Como meu cargo é um cargo estratégico para o banco, (...) aquilo que
aprendi no treinamento vai ser muito útil para a empresa...”
É importante citar que necessidades de treinamento para a alavancagem da carreira dos
gerentes, é algo que os pesquisados apontaram como muito importante.
Quando argüidos se os entrevistados levaria tarefas não concluídas na empresa para
casa, os entrevistados se dividiram, alguns costumam levá-las afirmando “que as vezes,
quando necessito concluir algumas tarefas importantes que não faz parte do cotidiano das
minhas tarefas”, outros não levam afirmando “tento fazer o possível para terminar minhas
tarefas no meu trabalho”.
No que se refere ao fato dos entrevistados cometerem erros no exercício das suas
funções, foram apontadas as seguintes categorias: com os erros também se aprende, procuram
estar atentos.
Quadro 3 – Percepção do erro na execução das tarefas
Núcleo de
sentido Categoria
Ocorrências (unidades de
análise)
Número de
ocorrências
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Percepção dos
erros na
execução das
tarefas
Com os erros
também se
aprende
Se a gente erra e é
penalizado por isso, com
certeza vamos procurar ter
mais atenção no que
estamos fazendo
03
Procura estar
atento
Retorno do conhecimento.
Criação de novos produtos
e serviços
04
Fonte: Pesquisa de campo (2013)
No que se as críticas feitas pelos colegas de trabalho, foram obtidos os seguintes
discursos:
“...Sim. Pois é uma forma de melhorar o trabalho e também de incentivo...”.
“...Desde que sejam críticas construtivas, por que não aceitá-las...”.
Com esses discursos, os sujeitos pesquisados demonstraram que estão abertos as
críticas com relação ao desenvolvimento, desde que as mesmas sejam construtivas, ou seja,
ajude-os no aprimoramento das suas tarefas.
No que se refere ao tirar dúvidas de determinada tarefa, foram obtidos os seguintes
discursos, onde 75% dos entrevistados afirmam “...que sempre buscam a opinião dos colegas
mais experientes...” e 25% afirmaram buscar “consulta das normas da instituição...”
Quanto ao trabalho em equipe, foram relatados os seguintes discursos:
“...Sim. Porque o trabalho em equipe é a melhor forma de alcançar bons resultados...”.
“...Com a competição cada vez mais acirrada entre as empresas, o trabalho em equipe
é estratégico para a empresa que trabalho...”.
Contudo, o trabalho em equipe é importante para os pesquisados, por ser um trabalho
onde uni-se idéias e experiências com o intuito de tornar sua empresa cada vez mais
competitiva.
Quanto ao sentimento de motivação com o trabalho exercido, todos responderam que
“sim”, porém surgiram vários discursos:
“...transparência por parte da empresa...”
“...ter oportunidade de crescimento profissional...”
“...ter seu trabalho reconhecido e não receber baixos salários...”
“...gosto de prestar serviço à sociedade...”
Desse modo, a fonte de motivação externalizadas pelos gerentes pesquisados vai além
dos valores extrísicos, ou seja, financeiros.
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Quanto ao engajamento, dos sujeitos de pesquisa foram externalizadas as suas
opiniões e elencadas nas seguintes categorias: satisfação, empenho e motivação, transparência
do relacionamento indivíduo-organização, reconhecimento do trabalho, quando o indivíduo se
sente parte da empresa.
Quadro 4 – Engajamento do indivíduo
Núcleo de
sentido Categoria
Ocorrências (unidades de
análise)
Número de
ocorrências
Engajamento
Organizacional
Satisfação,
empenho e
motivação
Acredito que o
engajamento só é
concretizado, quando o
profissional se empenha
com o seu trabalho visando
o progresso da empresa.
03
Reconhecimento
do trabalho
Quando os colegas e os
clientes elogiam o trabalho,
me motivo mais a trabalhar
melhor e sem erros.
04
Transparência do
relacionamento
indivíduo-
organização
O engajamento do
colaborador em relação ao
seu trabalho, surge por
meio da transparência do
relacionamento indivíduo-
organização.
03
Fonte: Pesquisa de campo (2013)
Para melhor compreensão do conteúdo do quadro 4 sobre o engajamento dos
indivíduos as justificativas apontadas por grande parte dos entrevistados foram que esse
engajamento acontece quando os colaboradores tem consciência sobre a satisfação, empenho,
motivação, reconhecimento do trabalho e transparência do relacionamento indivíduo-
organização, para que aconteça de fato este engajamento.
No geral, os sujeitos de pesquisa foram conscienciosos em destacar o surgimento
natural do engajamento organizacional dos indivíduos com na clareza dos seguintes discursos:
“...Se ele já tem consciência de tudo que a empresa quer, o que deve ser feito pra
alcançar os objetivos. Então fica mais fácil dele se engajar, se superar em termos de
capacidades, e até fazendo um trabalho melhor...”.
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“...Surge. até porque, é um grande problema hoje. As empresas não fazem acordos de
forma clara de relacionamento com seus funcionários. Às vezes colocam umas coisas que, na
verdade, não vai ser aquilo ali..., entendeu...”.
Desse modo, o conceito de engajamento organizacional foi vistos pelos entrevistados
com algo que deve ser atrelado à participação. Assim, conforme os discursos sobre o
engajamento dos sujeitos pesquisados, observa-se que todos os entrevistados tem
compromisso com a empresa que trabalham, através do seu nível de engajamento atrelado aos
conhecimentos relacionados à gestão de pessoas.
5 Considerações Finais
O presente estudo teve como objetivo maior à identificação do engajamento dos
colaboradores de uma agência bancária privada, segundo a percepção da gestão de pessoas.
No qual se procurou compreender o conjunto de ações que integradas condizem a um novo
conceito articulado, com base na literatura e na realidade estudada.
Portanto, esse trabalho ressaltou a questão das percepções individuais sobre
engajamento organizacional e assuntos (e.g seleção e treinamento), ligados à gestão de
pessoas que se referem aos indivíduos sob a condição de participantes da organização.
No que tange aos gerentes pesquisados, foi evidenciado que tanto o engajamento como
os aspectos ligados a gestão de pessoas, se transformam em uma estratégia competitiva para a
empresa da qual fazem parte.
É importante salientar a contribuição do trabalho de campo (pesquisa), por permitir o
avanço teórico do tema pesquisado por meio da interação entre o pesquisador e os sujeitos de
pesquisa, que foram mantidos sólidos laços de intercâmbio no processo de geração de novos
conhecimentos através da teoria com a prática estudada.
Em nível de constatação final, entendem que o engajamento organizacional dos
indivíduos, surgem no cenário do trabalho como um meio de alavancar as competências,
habilidades e experiências profissionais desses indivíduos, quando a organização demonstra
transparência e valoriza os seus colaboradores, no sentido de ouvir os indivíduos no
fortalecimento do individuo-organização.
6 Referências
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