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Divisão de Ensino de Química da Sociedade Brasileira de Química (ED/SBQ) Dpto de Química da Universidade Federal de Santa Catarina (QMC/UFSC) XVIII Encontro Nacional de Ensino de Química (XVIII ENEQ) Florianópolis, SC, Brasil 25 a 28 de julho de 2016. História da Ciência no Ensino HC A HISTÓRIA DA QUÍMICA NAS ESCOLAS PARCEIRAS DO PIBID QUÍMICA DA UFVJM Angélica Oliveira de Araújo (PQ)*, Maria Luiza Silva Camilo (IC) [email protected] Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM.) Campus JK - Diamantina/MG Rodovia MGT 367 - Km 583, nº 5000, Alto da Jacuba CEP 39100-000 Palavras-Chave: História da Ciência, Ensino de Química, Pibid, Educação Básica. Resumo: No Programa Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência (PIBID) do curso presencial de Química da UFVJM o emprego da História da Ciência no ensino não está sendo discutido. Diante disto Este trabalho teve por objetivo: avaliar as concepções de bolsistas de iniciação a docência e supervisores sobre a inclusão da História da Ciência na abordagem do conhecimento químico e como utilizam esse assunto na educação básica. Foi aplicado um questionário aos bolsistas de iniciação a docência e supervisores do PIBID Química da UFVJM. Alguns participantes da pesquisa apresentaram concepções inadequadas a respeito do emprego da História da Ciência no ensino. Além disso, consideraram abordagem da História da Ciência como o simples fato de mencionar o cientista, sua ideia ou descoberta. Com os resultados obtidos, concluiu-se que discussões a respeito da História da Ciência deverão ser incluídas na pauta do PIBID. 1. INTRODUÇÃO O modelo tradicional de ensino esteve presente durante muito tempo no cenário educacional sem ser contestado. Neste sistema, os alunos são vistos como sujeitos passivos que prestam atenção ao que é dito pelo professor sem poder interagir, nem expor suas opiniões. O docente é considerado como o único detentor do conhecimento e está preocupado apenas em passar o conteúdo que lhe é solicitado. Isto prejudica o aprendizado, pois, na maioria das vezes, os alunos decoram a matéria sem ao menos buscar justificativas para o estudo desta (OLIVEIRA, 2006). Atualmente, busca-se a modernização e melhoria da qualidade do ensino através de programas voltados para a formação inicial e continuada de professores. Neste campo, surgiu o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID). Este é desenvolvido nos cursos de licenciatura com o objetivo de formar professores que adotem uma forma de ensino baseada na cidadania. Nesta perspectiva, o licenciando deverá entender que a construção do conhecimento ocorre por meio de diálogo entre professor e aluno. Além disto, que os conhecimentos adquiridos em aulas de Ciências podem ser utilizados para interpretar problemas do cotidiano. No PIBID - Química da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), bolsistas e supervisores atuam no contexto escolar desenvolvendo estratégias diferenciadas de ensino para facilitar o aprendizado dos alunos. Uma destas é a abordagem de diversos assuntos da atualidade. Por outro lado, não são abordados assuntos relacionados à forma como a Ciência se desenvolveu ao longo do tempo ou isto é visto de modo muito resumido. Chassot (2004) ressalta a importância da História da Ciência para a aprendizagem: Conhecer a ciência tem demonstrado ser uma enorme aventura intelectual. Conhecer sua história constitui, muitas vezes, um gostoso garimpar nos rascunhos do passado, vendo o quanto cada civilização se desenvolveu até um

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Divisão de Ensino de Química da Sociedade Brasileira de Química (ED/SBQ) Dpto de Química da Universidade Federal de Santa Catarina (QMC/UFSC)

XVIII Encontro Nacional de Ensino de Química (XVIII ENEQ) Florianópolis, SC, Brasil – 25 a 28 de julho de 2016.

História da Ciência no Ensino HC

A HISTÓRIA DA QUÍMICA NAS ESCOLAS PARCEIRAS DO PIBID – QUÍMICA DA UFVJM

Angélica Oliveira de Araújo (PQ)*, Maria Luiza Silva Camilo (IC)

[email protected]

Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM.) Campus JK - Diamantina/MG

Rodovia MGT 367 - Km 583, nº 5000, Alto da Jacuba CEP 39100-000 Palavras-Chave: História da Ciência, Ensino de Química, Pibid, Educação Básica. Resumo: No Programa Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência (PIBID) do curso presencial de Química da UFVJM o emprego da História da Ciência no ensino não está sendo discutido. Diante disto Este trabalho teve por objetivo: avaliar as concepções de bolsistas de iniciação a docência e supervisores sobre a inclusão da História da Ciência na abordagem do conhecimento químico e como utilizam esse assunto na educação básica. Foi aplicado um questionário aos bolsistas de iniciação a docência e supervisores do PIBID Química da UFVJM. Alguns participantes da pesquisa apresentaram concepções inadequadas a respeito do emprego da História da Ciência no ensino. Além disso, consideraram abordagem da História da Ciência como o simples fato de mencionar o cientista, sua ideia ou descoberta. Com os resultados obtidos, concluiu-se que discussões a respeito da História da Ciência deverão ser incluídas na pauta do PIBID.

1. INTRODUÇÃO

O modelo tradicional de ensino esteve presente durante muito tempo no cenário educacional sem ser contestado. Neste sistema, os alunos são vistos como sujeitos passivos que prestam atenção ao que é dito pelo professor sem poder interagir, nem expor suas opiniões. O docente é considerado como o único detentor do conhecimento e está preocupado apenas em passar o conteúdo que lhe é solicitado. Isto prejudica o aprendizado, pois, na maioria das vezes, os alunos decoram a matéria sem ao menos buscar justificativas para o estudo desta (OLIVEIRA, 2006).

Atualmente, busca-se a modernização e melhoria da qualidade do ensino através de programas voltados para a formação inicial e continuada de professores. Neste campo, surgiu o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID). Este é desenvolvido nos cursos de licenciatura com o objetivo de formar professores que adotem uma forma de ensino baseada na cidadania. Nesta perspectiva, o licenciando deverá entender que a construção do conhecimento ocorre por meio de diálogo entre professor e aluno. Além disto, que os conhecimentos adquiridos em aulas de Ciências podem ser utilizados para interpretar problemas do cotidiano.

No PIBID - Química da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), bolsistas e supervisores atuam no contexto escolar desenvolvendo estratégias diferenciadas de ensino para facilitar o aprendizado dos alunos. Uma destas é a abordagem de diversos assuntos da atualidade. Por outro lado, não são abordados assuntos relacionados à forma como a Ciência se desenvolveu ao longo do tempo ou isto é visto de modo muito resumido.

Chassot (2004) ressalta a importância da História da Ciência para a aprendizagem:

Conhecer a ciência tem demonstrado ser uma enorme aventura intelectual. Conhecer sua história constitui, muitas vezes, um gostoso garimpar nos rascunhos do passado, vendo o quanto cada civilização se desenvolveu até um

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determinado estágio para poder enfrentar os desafios da natureza. Hoje, da mesma maneira que para os nossos ancestrais, a ciência está sempre presente. A tecnologia envolvida na construção de uma faca de pedra polida foi tão desafiadora quanto à inteligência posta a serviço do desenvolvimento de um supercomputador no final do século XX. (CHASSOT, 2004, p.9)

A importância de abordar a História da Química é apresentada nos Parâmetros

Curriculares Nacionais de Ciências da Natureza, Matemática e suas tecnologias (PCN). Segundo o PCN+, é importante que a Química seja apresentada em sua construção histórica. Neste caso, não se trata de ensinar de modo simplista quais os acontecimentos que se sucederam ao longo da história. Esta abordagem deve mostrar como ocorreu a modificação das opiniões sobre a composição da matéria e os diferentes contextos em que estes acontecimentos históricos da ciência se sucederam (BRASIL, 2002).

Para que os objetivos propostos pelo PCN+ sejam alcançados no ambiente escolar, é necessário que o docente consiga analisar, do ponto de vista crítico, os diferentes materiais de História da Ciência. A partir disto, saiba empregar de maneira satisfatória o conhecimento disponível nestes recursos em sala de aula (PORTO, 2010).

Problemas relacionados à História da Ciência tem sido encontrados em livros didáticos. Um destes foi verificado por Vidal (2009) que, ao analisar a história da Ciência em alguns livros didáticos aprovados pelo Programa Nacional do Livro Didático para o Ensino Médio (PNLEM 2007), encontrou uma abordagem na qual descobertas científicas são apenas citadas. Segundo este autor, não se pode desconsiderar o conhecimento referente à história da Ciência presente nos materiais estudados porque este pode influenciar a visão da disciplina que os alunos constroem em seu processo de aprendizagem.

Diante do que foi exposto, o trabalho teve por objetivo analisar as concepções de bolsistas de iniciação a docência e supervisores do PIBID sobre a inclusão da História da Ciência na abordagem do conhecimento químico e como utilizam este assunto na educação básica.

2. REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 O PIBID

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB/96) instituiu a idéia de que a educação básica deve promover no educando o exercício da cidadania (BRASIL, 2016). Desde a divulgação desta Lei, surgiram estratégias para que este princípio seja alcançado. Uma destas é investir na qualidade da formação de professores através de iniciativas como o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência (PIBID). Este programa é de responsabilidade da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e insere alunos dos cursos de licenciatura no contexto das escolas públicas.

Os licenciados, o coordenador institucional, o coordenador de área e o supervisor compõem o PIBID e recebem bolsas para realizarem o seu trabalho. O coordenador institucional é o professor responsável pelo acompanhamento do planejamento, da organização e das atividades de iniciação a docência que constam no projeto de sua universidade, garantindo a qualidade deste. O coordenador de área tem a função de orientar, acompanhar e avaliar os bolsistas de iniciação a docência de sua área, além de fiscalizar o trabalho nas escolas. O supervisor é professor da escola e

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tem a função de acompanhar e supervisionar as atividades dos bolsistas de iniciação a docência (BRASIL, 2010).

Na Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) o PIBID se iniciou no ano de 2008, com quatro cursos de licenciatura participantes sendo: Matemática (Campus Mucuri em Teófilo Otoni – MG); Biologia, Educação Física e Química (Diamantina – MG). Aos poucos outros cursos foram sendo inseridos e, atualmente, a UFVJM conta com quatorze sub-projetos1 . Vale ressaltar também que, no ano de 2014, licenciaturas da modalidade a distância foram contempladas (Física, Matemática e Química)2.

Os integrantes de cada subprojeto se reúnem regularmente para discutirem assuntos relacionados às metodologias de ensino e recursos utilizados para desenvolvimento do trabalho no contexto escolar. Além disto, a respeito dos efeitos que estes têm gerado. Eles utilizam as instruções presentes nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN+), segundo sua área de atuação, para orientarem sua forma de trabalho1.

O PCN+ é um documento estudado nos cursos de licenciatura e por professores da educação básica. Apresenta estratégias para facilitar o trabalho escolar, objetivando a inserção das melhorias educacionais definidas pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB/ 96) (BRASIL, 2002).

O PIBID do curso presencial de Química atende cinco escolas em Diamantina. No ensino a distância, o PIBID atua em quatro escolas mineiras situadas nas cidades de Januária, Almenara, Nanuque e Taiobeiras. Nestas duas modalidades, os bolsistas de iniciação a docência utilizam de diferentes recursos para desenvolverem o seu trabalho. Pode-se destacar o uso de vídeos, experimentos, textos, jogos e tecnologias de informação e comunicação (TICS). Estes complementam o assunto presente no livro didático que é trabalhado pelo professor em sala de aula2.

O PIBID tem por propósito o ensino com qualidade, assegurando melhorias na região onde se instala. PIBID e educação de qualidade são sinônimos dentro do contexto de ensino. Assegurar a manutenção deste programa e seu aperfeiçoamento é tarefa indispensável.

2.2 A HISTÓRIA DA QUÍMICA NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR E DO ESTUDANTE DO ENSINO MÉDIO

As diferentes formas como a História da Química vem sendo inserida nos

cursos de licenciatura e na educação básica, bem como os resultados dessa inclusão é algo discutido em muitos países (PORTO, 2010). Cabe ao professor refletir sobre o modo de abordar história da Ciência no Ensino Médio e os recursos que serão utilizados. Além de buscar um entendimento adequado sobre o assunto, pois uma discussão incorreta no contexto escolar pode gerar visões distorcidas da Ciência (VIANA, 2007).

Abordagens simplificadas da História da Química vêm ocorrendo no Brasil desde a década de 30. Neste período o enfoque foi dado a uma ciência que se desenvolveu ao longo da história de forma linear, acumulativa e com o apoio de

1 PIBID-Programa Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência. Disponível em:

<http://www.ufvjm.edu.br/prograd/pibid.html>Acesso em: 22 fev. 2016.

2 PIBID Química UFVJM. Disponível em:< http://www.pibidquimicaufvjm.com.br/>Acesso em: 22 fev. 2016.

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grandes nomes ou “gênios” (PORTO, 2010). Neste caso, a teoria predominante é ensinada no contexto educacional levando o discente a encará-la como verdade absoluta. Ela é mostrada juntamente com o conceito científico que a antecedeu, apenas para seguir um percurso, mas, não são discutidas controvérsias entre essas idéias (CARNEIRO ; GASTAL, 2005). Este tipo de abordagem possibilita criar o entendimento no discente de que apenas um experimento realizado em um determinado período pode abater uma teoria (VIDAL, 2009).

É muito comum em licenciaturas e na Educação Básica a visão da ciência apenas pelo lado das teorias vencedoras de embates científicos. Essa abordagem gera problemas ao mostrar apenas teorias que venceram e os cientistas renomados, acabando por reforçar o caráter dogmático da ciência, contribuindo ainda mais para o estereótipo dos cientistas e da visão deturpada de como a ciência funciona. (ALLCHIN, 2004). Para Allchin essa abordagem deturpa a noção da Natureza da Ciência e faz com que os alunos tenham uma visão errada da História, restringindo o conhecimento científico a uma visão pseudo-história.

Outra concepção que vigora ainda hoje entre alguns profissionais do ensino é a de que: a Ciência se desenvolveu pela aplicação de um método científico único, que parte da observação e termina em um invento ou um descobrimento. Vale ressaltar que esta forma positivista de se apresentar a história da Ciência já foi amplamente criticada por Thomas Kuhn, contribuindo assim para que fosse repensada (MARQUES, 2010). Físico e professor de História da Ciência, Kuhn apresentou também críticas à abordagem linear da evolução da Ciência e à neutralidade científica (OKI, 2004).

Algumas pessoas acham suficiente trabalhar História da Ciência apenas citando o responsável por uma descoberta científica e a data em que a mesma ocorreu. Segundo Martins (1993), isso possibilita o desenvolvimento da concepção de que a História da Ciência teve início a partir de acontecimentos marcantes onde cada alteração histórica ocorreu em uma data determinada e um fato não depende dos demais, podendo ser estudado isoladamente. Para Vidal (2009), esse tipo de abordagem não fornece artifícios para que professores e alunos entendam ciências, controvérsias e visões inadequadas do conhecimento científico que surgiram ao longo do tempo.

O modo como a História da Ciência vem sendo mostrada no contexto educacional, esta pode deixar transparecer a visão de que os cientistas são seres loucos que vivem isolados do mundo a sua volta (POPPOLINO, 2013). Foi realizada uma pesquisa com estudantes do Ensino Médio de uma escola particular a fim de investigar as suas visões sobre o modo de agir dos cientistas. Verificou-se que os discentes os encararam como seres que trabalham de modo individual, não interagindo com o cotidiano e nem trocando informações com a comunidade científica para uma melhor aceitação do conhecimento. Além disso, foi mencionado apenas o papel de indivíduos do sexo masculino no fazer científico (KOSMINSKY; GIORDAN, 2002).

De acordo com o PCN+ (BRASIL, 2002) e as Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de Química, a História da Ciência deve ser trabalhada de forma mais abrangente. Esta última enfatiza que o licenciado deve “reconhecer a Química como uma construção humana e compreender os aspectos históricos de sua produção e suas relações com o contexto cultural, socioeconômico e político”. Além de apresentar um ponto de vista crítico no que diz respeito à natureza do conhecimento químico e também a função social da ciência, entendendo o artifício histórico-social de sua formação. Considera-se que a História da Química deve compor os currículos de formação de professores de modo a possibilitar que este a aplique da melhor forma possível dentro do contexto escolar (BRASIL, Parecer, 2016).

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Para Matthews (1995), a compreensão da História da Ciência melhora a formação do professor contribuindo para o desenvolvimento de uma bagagem de conhecimento mais rica e autêntica. Possibilita tornar as aulas de Ciências mais investigativas de modo a desenvolver o pensamento crítico, permitindo uma maior compreensão e humanização. De acordo com Vidal (2009), nesta estratégia de humanização o aluno se interessa pelo conhecimento ao entender que cientistas não são “gênios” mas, seres comuns dedicados, com sentimentos e imperfeições.

Segundo o PCN+, é importante apresentar a Química em seu contexto histórico e as idéias defendidas em relação à constituição da matéria ao longo de diversos períodos. Nesta idéia de contextualização deve ser abordada a evolução da Ciência em meio à sociedade, política, economia, época e possíveis implicações que esses aspectos tiveram sobre esse desenvolvimento (BRASIL, 2002).

Deste modo, a Química deixa de ser vista como ciência neutra, pronta e acabada, reduzida a nomes e fórmulas. Os conceitos relacionados a esta disciplina serão aprendidos e poderão ser empregados para solucionar diversos problemas do cotidiano. Segundo Oki (2006) é o conhecimento de erros e acertos, das controvérsias existentes por trás das opiniões dos cientistas ao longo da história e a informação sobre as mudanças sofridas pelo conhecimento científico que mostrarão ao aluno que a ciência não é uma verdade absoluta.

A questão da História da Ciência relacionada a seu contexto de formação possibilita rever o conceito, reconhecer a raiz do problema, como surgem os questionamentos, as hipóteses, os apoios experimentais e o descarte das hipóteses. Além disso, saber por que uma ideia foi substituída por outra depois de análises e trocas de informações em uma comunidade de cientistas. Permite a reconstrução do conteúdo ressaltando a importância cultural e material da Ciência para a sociedade da época em que se desenvolveu. Possibilita a inovação das práticas pedagógicas e permite avaliar e refletir sobre as atitudes e valores dos personagens que tiveram participação na ciência nos diversos períodos da história, estabelecendo uma comparação destes mesmos parâmetros com os dos cientistas do momento (CHAVES; SANTOS; CARNEIRO, 2014).

Diante dos benefícios e riscos que uma abordagem inadequada sobre a história no ensino pode ocasionar, é necessário capacitar o futuro professor para que analise criticamente recursos didáticos disponíveis (PORTO, 2010). 3. METODOLOGIA

Elaborou-se um questionário baseado no trabalho de Machado (2015). Este foi

aplicado a 21 bolsistas e 4 supervisores que estavam presentes na última reunião do

PIBID do curso presencial de Química no ano de 2015. A tabela 1 mostra o tema de cada questão.

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Tabela 1: Assuntos tratados no questionário

Questão Assunto

1 Se é supervisor ou bolsista.

2 Importância de inserir a História da Ciência durante o Ensino de Química no Ensino Médio.

3 Importância de na abordagem do conhecimento químico no contexto escolar não apenas citar exemplos de idéias ou descobertas científicas.

4 Importância de mostrar ao aluno que as grandes descobertas da ciência não são resultado do trabalho individual de grandes “gênios.”

5 Importância de mostrar aos alunos que as grandes descobertas da ciência não ocorreram em datas específicas.

6 Concorda que existem problemas com as abordagens de História da Ciência nos livros didáticos.

7 Importância atribuída pelo bolsista PIBID da inserção da História da Química no Ensino Médio.

8 Investigação sobre se a História da Química está sendo trabalhada nas escolas parceiras do PIBID e como isso vem ocorrendo.

A questão 1 foi de natureza fechada. Nas questões 2,3,4,5 e 6 fez-se algumas

afirmativas aos participantes. Por meio de uma escala Likert eles puderam julgá-las. Além disso ficou reservado um espaço para que argumentassem sobre a escolha feita. Já a questão 7 foi de natureza aberta. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Sobre a questão 2, a maioria dos bolsistas de iniciação a docência concordaram que é importante abordar a História da Ciência no Ensino Médio. Em relação aos supervisores, a metade concordou e a outra metade concordou parcialmente (Figura 1).

Figura 1. Concepções dos participantes sobre abordar a História da Ciência no Ensino Médio.

Por meio da questão 7, os participantes puderam explicar o papel que atribuem à inserção da História da Química no Ensino Médio. Selecionou-se as respostas que mais condizem com o que foi apresentado na literatura por Oki (2006) e nos PCN+, Brasil (2002) sobre a possível importância de se inserir a História da Química no Ensino Médio:

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“É importante para que o aluno não entenda o conhecimento como pronto e acabado” (BOLSISTA 1).

“Para uma melhor compreensão de como as regras, os postulados, fórmulas e métodos que estão sendo usados hoje foram desenvolvidos’’(BOLSISTA 2). A figura 2 fornece concepções apresentadas pelos bolsistas e supervisores

sobre as afirmativas presentes nas questões 3, 4, 5 e 6:

(1) (2)

(3) (4) Figura 2. Concepções dos participantes sobre a inclusão da História da Ciência no Ensino Médio.

Alguns participantes concordaram com as afirmativas 1, 2 e 3, que estão

incorretas. Como apresentado na literatura por Martins (1993), Vidal (2009) e Poppolino (2013) este tipo de abordagem da História da Ciência no contexto escolar pode fazer com que o aluno tenha um entendimento inadequado sobre o que é Ciência e, consequentemente, no aprendizado, de Ciências. Pode-se inferir que os participantes que concordaram com essas afirmativas podem estar trazendo este entendimento da sua educação Básica, se presenciaram este tipo de abordagem por meio de seus professores ou ainda pelo contato com o próprio livro didático.

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Alguns participantes justificaram a afirmativa 1 que durante a abordagem do conhecimento químico no contexto escolar não deve-se apenas citar exemplos de idéias ou descobertas científicas:

“As ideias dos cientistas não devem apenas ser citadas e sim explicadas” (BOLSISTA 3).

“É importante mostrar aos alunos os problemas encontrados pelos cientistas nas suas descobertas” (BOLSISTAS 4).

“É importante mostrar para os alunos o contexto social da época” (BOLSISTA 5).

“É importante mostrar aos alunos os insucessos e limitações para se chegar a uma descoberta” (BOLSISTA 6). Essas concepções dos participantes sobre modo como a História da Ciência

deve ser abordada está condizente com o que foi apresentado na literatura pelos PCN+( BRASIL ,2002), por Oki (2006) e por Chaves, Santos e Carneiro (2014). Porém em uma abordagem eficiente todos esses entendimentos dos bolsistas devem estar presentes.

Um participante que não concordou com a afirmativa 2, de que é importante mostrar aos alunos que as grandes descobertas da Ciência são resultado do trabalho individual de grandes “gênios”, apresentou a seguinte resposta para justificar sua opinião:

“Deve-se ressaltar que os cientistas não trabalham individualmente, o trabalho de um ajuda a complementar o do outro’’(BOLSISTA 3). Esta ideia condiz com o que foi apresentado por Chaves, Santos e Carneiro

(2014) que consideram o papel da comunidade científica ou do grupo de cientistas. Como já mostrado na literatura por Vidal (2009), é preciso estar atento a questão de que os personagens da história são seres comuns e não gênios.

Alguns participantes justificaram sua posição em relação à afirmativa de que existem problemas com a abordagem de História da Ciência em livros didáticos:

“Quando tem algo sobre a História da Ciência nos livros didáticos é muito superficial” (SUPERVISOR 2).

“Somente os modelos atômicos apresentam abordagem histórica no livro didático, no mais, não há’’(BOLSISTA 7).

Como já apresentado na literatura, por Vidal (2009) e Mota e Cleophas (2015), problemas com a História da Ciência tem sido relatados em livros didáticos de Química e um deles é a abordagem superficial. Contrariando o que foi falado pelo bolsista 7, é possível encontrar em livros didáticos outros assuntos além da história dos modelos atômicos. Vidal (2009), por exemplo, menciona a história da tabela periódica, o trabalho dos alquimistas, etc.

Sobre a questão 8 no que diz respeito à realização de atividades sobre a História da Química nas escolas parceiras do PIBID, a resposta da maioria dos bolsistas e supervisores foi afirmativa (Figura 3).

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Figura 3. Participantes que já utilizaram a História da Ciência no Ensino Médio

Sobre esta questão alguns participantes justificaram sua resposta respostas no

que diz respeito ao que foi desenvolvido:

‘‘Aos alunos são entregues caixas fechadas contendo diferentes objetos dentro. Estes têm de manuseá-las para descobrirem o formato dos objetos. Após desenharem em uma folha a figura do objeto, a caixa é então aberta. E então é explicado os modelos propostos por Leucipo, Demócrito, Dalton, Thompson, Rutherford e Bohr’’ (BOLSISTA 7).

“Foi distribuído para os alunos caixas com um material específico dentro dela com o objetivo de falar dos modelos atômicos e relacionar cada modelo com seus cientistas e realizações feitas ”(BOLSISTA 8).

“Na atividade, os alunos tinham caixinhas com objetos desconhecidos dentro e deveriam propor um modelo para o que estava dentro da caixa sem abri-la (BOLSISTA 1).” Pelas respostas fornecidas pelos participantes percebe-se que eles consideram

abordar História da Ciência como o simples fato de falar dos modelos, dos filósofos ou cientistas e suas realizações.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com o presente trabalho observou-se que alguns bolsistas de iniciação a docência e supervisores apresentaram concepções inadequadas a respeito da forma como a História da Química deve ser inserida no ensino. Entre estas a de que, para abordar a História da Ciência, basta apenas citar exemplos de idéias ou descobertas. Estas concepções dos participantes podem ter sido trazidas com eles desde a educação básica por meio do discurso de seus professores ou pelo contato com o livro didático. Isto será passado para frente se não for discutido. A maioria deles afirmou já ter desenvolvido alguma atividade sobre o assunto em sala. Porém, em suas justificativas, notou-se que consideram abordagem histórica o simples fato de mencionar os modelos atômicos e os cientistas envolvidos.

A inserção dos fatos históricos ligados à Química no contexto escolar facilita o entendimento da disciplina Química. Isto acontece quando considera-se o contexto de desenvolvimento da ideia, os erros que contribuíram para o descarte de teorias, a troca de informações entre a comunidade científica, o trabalho em grupo, as características pessoais de um cientista e os episódios de sua história. Assim, o aluno entenderá que a Química pode ser explorada por todos desde que se dediquem.

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Mostrar a dimensão humana do trabalho científico contribui para motivar os alunos. No PIBID faz-se necessário inserir discussões sobre a importância da inserção da História da Ciência, dos tipos de abordagens e de atividades que podem ser desenvolvidas na Educação Básica para que os participantes construam concepções adequadas sobre o uso da História da Ciência e conheçam os problemas que podem trazer os materiais didáticos. Desse modo o assunto poderá ser empregado no contexto escolar de uma forma mais significativa e eficaz. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALLCHIN, D. Pseudohistory and pseudoscience. Science & Education, 13: 179-195, 2004. BRASIL, Ciências da Natureza; DA NATUREZA, Ciências. Matemática e suas Tecnologias. PCN+ Ensino Médio: orientações educacionais complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília, 2002. BRASIL. Decreto n. 7.219, de 24 de junho de 2010. Dispõe sobre o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID e dá outras providências. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, Seção 1, p. 4-5. 25 jun. 2010. BRASIL. Lei n. 9394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Disponível em < http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/lei9394_ldbn1.pdf>. Acesso em: 21 fev.2016. BRASIL. Parecer nº1303, de 6 de novembro de 2001. Dispõe sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de química. Disponível em:< http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CES1303.pdf> Acesso em: 9 jan. de 2016.

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Divisão de Ensino de Química da Sociedade Brasileira de Química (ED/SBQ) Dpto de Química da Universidade Federal de Santa Catarina (QMC/UFSC)

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VIDAL, Paulo Henrique Oliveira. A História da Ciência nos livros didáticos de química do PNLEM 2007. 2009. 104 p. Dissertação (Mestrado em Ensino de Ciências) - Institutos de Química; Instituto de Física; Instituto de Biociências; Instituto de Matemática e Estatística, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009. VIDAL, Paulo Henrique Oliveira; PORTO, Paulo Alves. A História da Ciência nos livros didáticos de química do PNLEM 2007. Ciência & Educação, v. 18, n. 2, p. 291-308, 2012.