A imagem do mundo na estética de nosso século- Pensador sistêmico

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  • 8/3/2019 A imagem do mundo na esttica de nosso sculo- Pensador sistmico

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    CADERNOSDE

    ESTUDO

    -EDUCAAO MUSICALn6

    Belo Horizonte: AtravezIEM -UFMG /FEA , Fev/1997I -cadcrNOSdcESTlIdo:EDlIcAOllluSlcal6 - I

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    Hi.l.Koellreutter

    A IMAGEM DO MUNDO NA ESTTICADE NOSSO SCULO

    o nosso sculo, o sculo XX, transfor-mou radicalmente a imagem do mundo,evento este ainda no assimilado por umagrande parte da humanidade., Os conceitos tradicionais, dualistas, as

    contrariedades matria e energia, espaoe tempo, os conceitos de objetos isoladose independentes, de causa e efeito em queo efeito previsvel ou pressentido, per-deram seus significado. Tivemos queaprender que aquilo que chamamos denossa realidade (com "r" minsculo) no, de fato, nossa realidade. Tivemos queaprender que a nossa verdadeira Reali-dade (a com "R" maisculo) um univer-so dinmico e inseparvel, em que o ho-mem desempenha um papel importante edeterminante, influenciando continua-mente as propriedades desse mesmo uni-verso e tornando-se, cada vez mais, cons-ciente de que a verdade inacessvel aohomem.Em 1924, o fsico francs Louis de Bro-glie, compreendendo que a luz , ao mes-mo tempo, onda e corpscula, isto ,

    Exemplar datilografado com alteraesmanuscritas do prprio autor (09p.)

    energia e, ao mesmo tempo, matria,abriu caminho descoberta da naturezadupla das partculas do mundo micro fsi-co e revelou uma realidade, a nossa Reali-dade (com "R" maisculo), que transcen-de a linguagem e o raciocnio, unificandoos conceitos que, at agora, se afigura-vam opostos e irreconciliveis.A descoberta de Broglie e a formulaopelos fsicos Schrdinger e Heisenbergderrubaram uma lei, vlida no somente apartir da Renascena, mas, de fato: desdeos primeiros dias do pensar ocidental, re-presentado por Scrates e Plato. Refiro-me lei do dualismo, ou seja, modo depensar e raciocinar que tem por base aexistncia de conceitos duais ou contrri-os, interpretados como opostos e antag- >nicos, que se excluem mutuamente, assimcomo, por exemplo, belo e feio, bem emal, matria e esprito, mente e corpo,vida e morte, imanncia e transcendncia.Assim, tambm a msica e as artes tradici-onais em geral -reflexos da imagem vlidado mundo na poca em que surgiram, ou

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    melhor, produtos de nvel de conscinciapredominante em nossa cultura at o s-culo XX -basearam-se em conceitosopostos. Refiro-me msica e s artesdos estilos do barroco, do rococ, doclassicismo e do romantismo.

    . Ainda hoje, mais de setenta anos depoisda descoberta de Broglie, msica e apre-ciada, analisada e estudada em termos dosmodos maior e menor, contraponto e har-monia, consonncia e dissonncia, tempoforte e fraco, primeiro tema e segundotema, por exemplo.No entanto, medida que caminhamos,cada vez mais, para a descoberta do mun-do microfsico, do mundo infinitamentepequeno, em que as partculas so destru-tveis e ao mesmo tempo, indestrutveis,em que a matria , igualmente contnua edescontnua, animada e inanimada em queenergia e matria no passam de aspectosdiferentes de um mesmo fenmeno, todosesses conceitos clssicos, dualisticamenteopostos, so ultrapassados.Visando chegar a uma compreenso maisadequada dessa relao entre pares deconceitos clssicos, o fsico dinamarqus- Niels Bhor introduziu a noo da comple-taridade, ou seja, duas descries comple-mentares da mesma Realidade. Essa no-o de complementaridade tornou-se par-te essencial da maneira pela qual cientis-tas e artistas pensam hoje acerca da natu-reza. Niels Bohr, condecorado em reco-nhecimento pelas suas grandes contribui-es cincia e vida cultural dinamar-quesa, escolheu, para seu escudo de ar-mas, a inscrio "Contraria sunt comple-menta", ou seja, os contrrios so com-plementares.Uma vez que critrios, conceitos e valo-res se acham reduzidos ao papel subjeti-vo dos elementos da linguagem que um

    determinado compositor ou artista utiliza.ern uma obra para descrever a realidadedele -esttica e intelectual, naturalmente-,todas as obras de arte apresentam aspec-tos diferentes e, em ltima anlise, repre-sentam uma realidade, por assim dizer"mtica", ou seja, uma forma imaginati vade pensamento, oposta do pensamentoracional. Por\artijentendo uma atividadeque supe a criao de sensaes, emo-es e estados de esprito, em geral decarter esttico e, portanto, at um certoponto de carter mstico; -estados de es-prito mesclados com processos sensori-ais conscientes que proporcionam ao serhumano o conhecimento e a vivncia domundo exterior.o homem no pode desempenhar o papelde um observador objetivo, distanciado erelativamente passivo, porque torna-seforosamente envolvido em tudo que cria,mas tambm em tudo que aprecia e julga.Deste modo, a obra-de-arte deve ser con-siderada como apenas aproximada, neces-sariamente imprecisa e at paradoxal, tor-nando-se parte do mundo simblico deuma espcie de mito.Acontece que o contedo de uma obramusical p.e. nunca pode ser assimiladopela simples audio, mas sim, somenteatravs da plena participao, da partici-pao ativa e "co-criadora" por assim di-....zer, do ouvinte. Acontece que o contedode uma obra musical alcanado em umestado de conscincia, em que a individu-alidade do homem se dissolve em umaunidade indiferenciada, e em que o mundoreal, o mundo dos sentidos transcendi-do;Desse modo, a obra musical, assim comotoda a obra-de-arte, deveria ser conside-rada como manifestao do mundo sim-blico de um mito. Porque, como este,no subjetiva, nem objetiva, mas sim,

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    orujetiva. Manifestar-se misticamentesignifica revelar, simbolizar o real e o irre- .aI, o dito e o no-dito, som e silncio. tornar audvel o que a alma sentee vive. afirmao e depoimento. negao eafirmao, aceitao e recusa. Eu diria: O~ neste sentido deve ser considerado aobra-de-arte mais perfeita, mais ntegra emais completa que o homem jamais criou.Porque transcende o dualismo e integraos opostos em um todo. Porque fundeiminncia e transcendncia.

    ;.. No mito, o dito revela e valoriza o no-dito, e o no-dito revela e valoriza o dito.Na msica, de fato, o que soa no im-portante, quando no se levar em conside-rao aquilo que no soa. o som querevela e valoriza o silncio, e o silncioque revela e valoriza o som.O que, na msica moderna, se chama desilncio, no se deve confundir com apausa tradicional. Esta, tambm ausnciade som, no entanto, parte objetiva daestrutura formal, articulando e separandofrases e motivos. No meio de expres-so feito o silncio, o qual tem de servivido subjetivamente e interpretadocomo tal, causando expectativa e tenso.Assim como bem e mal, prazer e dor, vidae morte no constituem experincias ab-solutas que pertencem a categorias dife-rentes, mas, em vez disso, so simples-mente dois lados de uma mesma realida-de, partes extremas de nico todo, a est-tica da msica de nosso tempo considera-da tambm partes de um nico todo. A .conscincia de que todos os contrrios,aparentemente opostos, so partes com-plementares que formam um todo, de-vendo ser entendidas como tais, a idiafundamental da nova filosofia da arte. evidente que, nesse contexto, no seentende por silncio apenas a ausncia de

    som. Silncio, na esttica relativista doimpreciso e paradoxal, tambm ndicealto de redundncia, de elementos que serepetem, reverbao, simplicidade e aus-teridade, delineamento em lugar de defini-o, e, no por ltimo, mas principalmen-te, monotonia.Napoleo Bonaparte, respondendo a umapergunta, porque se identifica tanto como compositor italiano Giovanni Paisiello,cuja msica era considerada, naquele tem-po, por extremamente montona, escre-veu a seguinte citao: "Eu amo essa m-sica intensamente. Ela montona. verdade. Mas somente o que montono,comove a gente verdadeiramente" (finalda citao).

    Tudo que causa expectativa, serenidade,tranqilidade, reflexo intensa, concen-trao, equilbrio e estabilidade mental eemocional, silncio em termos de novaesttica. Tudo, enfim, que desvia a-aten-o do ouvinte. da vivncia daquilo queno soa, oferecendo espao para o espiri-tual se desenvolver.

    A esttica moderna abandona a distinotradicional entre som e silncio. Pois, osom no pode ser separado do espao,aparentemente vazio, em que ele ocorre.Da mesma forma como as partculas nopodem ser separadas do espao que ascircunda. o som -no podendo ser consideradocomo entidade isolada- que determina edefine a estrutura do espao do silncio.Porque tem que ser compreendido comocondensao parcial de um campo sonorocontnuo e omnipresente, presente portoda a parte. O silncio deve ser conside-rado como fundo gerador de todos ossons e suas interaes mtuas. O apareci-

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    mento e desaparecimento de sons, por seulado, deve compreendido como formas demovimento desse mesmo campo e, se qui-serem, de um holomovimento.A unificao dos conceitos, aparentemen-te opostos, som e silncio, na estticarelativista do impreciso e paradoxal, des-tri, forosamente, a noo tradicional de.~ signos musicais isolados. Os signos sono-ros da partitura tradicional, atravs daproduo musical dos ltimos trinta anos,dissolveram-se, cada vez mais, em pa-dres de probabilidade. Deixam de repre-sentar "padres" de som e de silncio,para representaram "probabilidade de in-terconexes."Uma anlise fenomenolgica de msica,tradicional ou moderna ou popular, mos-tra que os signos sonoros, em ltima ins-tncia, sempre careciam de sentido comoelementos isolados e sempre tinham queser entendidos como interconexes oucorrelaes entre vrios processos de per-cepo e julgamento. A nfase, no entan-to, na mudana de funo dos signos so-noros na partitura moderna e na transfor-mao dos mesmos em relaes e relacio-

    namentos sem dvida, ter implicaes delongo alcance na esttica e arte musicalcomo um todo; pois, representa uma revi-ravolta muito maior na sintaxe da lingua-gem musical do que a causada por dode-cafonismo ou serialismo, por exemplo,princpios estes estruturais, que deixaramintactos os fundamentos estticos dacomposio musical .- Esta filosofia, naturalmente, pressupeum novo intrprete da obra musical, umnovo ouvinte, um novo homem, no redu-zido a fragmentos, no dividido, livre doego, que no percebe partes, mas realiza eassimila a inteireza da existncia humana ,pelo esprito e intelecto, e o difono ante-rior origem, transluzindo o todo.

    Talvez tudo isso seja mito tambm: a uni-ficao de conceitos duais, que at agora,se afiguravam opostos e irreconciliveis,a unificao dos mesmos, tornando-seuma das caractersticas mais notveis deuma nova Realidade, para cuja conscienti-zao contribuem a esttica e a arte musi-cal de nosso tempo.

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    COMENTRIO

    ttulo : A po log ia d e h .j.a ) voc j pe rcebeu que seu re lg io de pu lso anda m a is len tam en te em san tos do que emcam pos de jo rdo? se voc j pe rcebeu isso , j repa rou tam bm que seu co rpo enve lhece m enosquando voc faz um a v iagem de av io pa ra o o rien te .b) m ilha res de estm ulos nos a tingem a todo ins tan te . fom os do tados de um creb ro que faz umre co rte d es se s e stm u lo s. percebem os fa ixas : no espec tro de co res , o que no vem os cham ado v _in fra ve rm e lh o e u ltra vio le ta ; no dos sons , o que no ouv im os, in fra -som e u ltra -som . em ns,hab i tua lmente , "o m ane jo de um fluxo con tnuo de in fo rm aes pode se r s im plificado , separando -se i n fo rmaes em p ea s m en ore s, ma is ma n e j v eis , e organ izando-as em u m s is te ma co ere n-te ". n os so c re bro "separa os e stm u lo s re ce bid os em ag regados , que so ento ro tu lados de'objetos ', e os organ iza em um m odo percep tua l de espao e t empo " . (1 )um a das m isses das m odalidades pe rcep tivas que se desenvo lve ram em nosso c reb ro "e rain te rp or-s e e ntre o est mulo e a re sp os ta p ara p erm itir a evo luo de ou tras respos tas que nofo ss em re fle xa s". (2 )a ') voc p rovave lm en te no pe rcebeu nada daqu ilo porque, em am bos os casos, seu re lg ioanda ria m a is devaga r em san tos e voc enve lhe rece ria m enos v ia jando de avio na razo dea lgu ns b ilio n sim os d e seg un do .c ) s m bo lo - do g rego sym e ba le in , lanar con jun tam en te .b ') no decorre r dos scu los fom os es tabe lecendo bo lhas d iscu rs ivas que se in terpem tantoen tre o es tm ulo e nossa pe rcepo , com o entre nossa pe rcepo e nossa re ao a o e stm ulo .essas bo lhas so , po rtan to , reco rtes da rea lidade que fis io log icam ente podem os percebe r -rea lidade es ta que j um reco rte de todo o espec tro do poss ve l fs ico . p ela s m in ha s co nta s,essas bo lhas d iscu rs ivas j so um a rep resen tao de te rce ira m o do rea l. que rea l? aque le quees t den tro de nossa fa ixa fis io log icam en te pe rcep tve l. en tre ou tras bo lhas esto as g randesa rqu ite tu ras s im b licas da hum an idade : a linguagem , o m ito , a a rte , a re lig io e (no espa lhe ... )a c i ncia . fica estabe lecido , p rov is riam en te , que nos re lac ionam os apenas sim b lica etangenc ia lm en te com o "rea l" (aq ue le l ... )

    ~c ') chuang tzu - filso fo tao sta ch ins do scu lo 1 1 1 a.c.g ertru de ste in - e sc rito ra e p oe tis a n orte -a m eric an a, 1874 - 1946.a + b) duas ques tes pertinen tes so : saber em que m ed ida ns nos de ixam os para lisa r po raque las bo lhas d iscu rs ivas e a t que ponto podem os transfo rm ar nossa pe rcepo a travs deum reconhec im en to som en te in te lec tua l de conce itos estranhos ao senso com um (eu ia d ize ro rd in rio ... ) ta is co mo o s d ivu lg ad os p ela fs ica m od ern a o u p or e sco la s eso t rica s: "a bi furcaod a r ea lid a de em suje i to e objeto o tra ba lh o d o in te le cto . quando no h ta l traba lho , a v ida umtodo com ple to , sem div iso den tro de la ". (3 ) a respos ta ao im passe va i se reve la r no pad ro denosso re lac ionam ento com o desconhecido : ou criam os um a nova bo lha ou , ao con tr rio ,

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    te nta mo s e sto ur -Ia . g era lm e nte n o a cre ditam os ser possve l sa ir da bo lha . de ixam os que e laope re por ns . "o o bje tivo d as p ala vra s tra nsm itir a s id ia s. quando es tas so ap reend idas , a sp a la vra s s o e sq ue cid as ". (4 ) ou , d ito de m ane ira um pouco m ais d ram tica : "a lin gu ag em co moco isa rea l n o im ita o nem de sons nem de co res nem de em oes ; e la um a rec reaointe lectual e no pode ex is tir nenhum a dv ida sob re isso ; e cont inuar a se r a ss im e nq ua nto ah um a n id ad e e xis tir '. (5 )h.] , tem a coragem de se con fron ta r com as questes bs icas que , de to bs icas, nem chegam aser perceb idas por ou tros. e la fa la do so lo sob nossos ps. h.j no rece ia em esa ia r respos tas,m esm o que prov is rias , m esm o que con trad it rias . h .]. tem o prazer sd ico e saudve l de ins tila ra dv ida . sua incom ple tude a grandeza de sua busca . o ve lho d itado dos nm ades no rte -a fricanos: a m eta o cam inho . h .j. ins is te em nos a le rta r que o so lo que crem os to firm e sob osnossos ps nada m ais que um pn tano -um a ou vria s daque la s b olh as d is cu rs iv as- e n os so spassos nem mesmo sero dados se no estive rm os pro fundam ente im budos de um anecess idade de busca e libe rao .

    um a de suas sabo rosas con trad ies a desva lo rizao dos parad igm as fs icos an te rio res teo ria da re la tiv idade e um a espc ie de o tim ism o em re lao s supos ies de nova fs ica , com ose estas pudessem por s i m esm as tr ansfo rm ar nossa percepo do m undo e a nossa produoa rts tic a d o s c ulo X X. h .j. e sta be le ce um neo-raciona lism o que con traposto a um a tendnc iade sup lan tao lg ica dos opostos. esta encon trada em uma es fe ra m stic a. e ss a e sp ec ula -o , a lis , sem pre fo i um te rreno f rtil pa ra seus de tra to res: os "bo lhas" de p lan to no cansamde fa la r em charla tan ism o. m as , apesar e m uito ac im a d isso a p len itude de h .j. a se reve la : emum discu rso a firm ativo e s im ultaneam ente instig an te ao que stiona mento . m isso cum prida paraque m que r com plem enta riza r os opos tos.no tas:(1) s za mos i, gza - tem po & espao - as d imen se s gm eas , ri o d e ja ne iro, jo rge zaha r ed it o r, 1988, p .42 .( 2) ib id em, p . 47 .(3 ) s uz uki, d .!. - v ive r a travs do zen , rio de jan eiro , zaha r e ditores , 1977, p . 10 1.(4 ) m erto n , thom as - a v ia de chuang tzu , pet rpo l is , ed i to ra vo zes , 1969 , p . 19 6.(5 ) ge rt ru de st e in , apud : b rockman , jo hn - e ins te in , ge r trude s te in , w it tgens te in e f rankens te in - re inven ta ndo o un ive rs o , s opau lo , co mp an hia d as le tra s, 19 88 , p . 99 .

    M a rc os M e s qu ita , C om pos ito r e P ro fessor C onvidado da Esco la de M sica da UFMG

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