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Dois de Julho: a Independência do Brasil na Bahia Guia do Educador, Referências e Glossário CIPÓ - Comunicação Interativa Oi Kabum! Salvador

A independência do Brasil na Bahia - Guia do Educador

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Um Guia Educativo sobre os eventos da independencia da Bahia, que culminou no dia 2 de julho de 1823.

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Page 1: A independência do Brasil na Bahia - Guia do Educador

Dois de Julho: a Independência

do Brasil na Bahia

Guia do Educador, Referências e Glossário

CIPÓ - Comunicação Interativa Oi Kabum! Salvador

Page 2: A independência do Brasil na Bahia - Guia do Educador

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO

CARTA AOS EDUCADORES

COMO UTILIZAR OS MATERIAISE CONTEÚDOS DO SITE E DVD - ROM

A METODOLOGIA DAEDUCAÇÃO PELA COMUNICAÇÃO

PESQUISA E ANÁLISE CRÍTICADE FONTES HISTÓRICAS

LINHAS DO TEMPO E OCONHECIMENTO HISTÓRICO

REPRESENTAÇÕESCARTOGRÁFICAS: OS MAPAS

OUTRAS CARTOGRAFIAS

GLOSSÁRIO

REFERÊNCIAS

HISTÓRIA E MEMÓRIA

UMA METODOLOGIA PARA LEITURA CRÍTICA DE IMAGENS

TRABALHANDO COM A LINGUAGEMAUDIOVISUAL EM PROJETOS EDUCATIVOS

FOTOGRAFIA, MEMÓRIA E NARRATIVAS

HISTÓRIA E IDENTIDADE:A PARTICIPAÇÃO POPULAR

O ÍNDIO NA CULTURA BRASILEIRA

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APRESENTAÇÃO

projeto Dois de Julho: a Independên-cia do Brasil na Bahia tem como obje-tivo contribuir para o registro e disse-minação de uma das mais importantes festas da cultura da Bahia, o Dois de

Julho, ampliando o compartilhamento dos múltiplos significados desta manifestação político-cultural.

Foi criado um conjunto de materiais: textos, foto-grafias, vídeos, ilustrações e animações, reunidos em um Site e em DVD-ROM, a serem disponibilizados ao público em geral, mas especialmente para utilização nas escolas e projetos socioeducativos. O site preza pela hipertextualidade, através de links internos e ex-ternos, se colocando como um espaço de construção e disseminação colaborativas. Todo o material está disponível para download e para livre utilização em processos educativos, desde que citada a fonte.

O trabalho foi desenvolvido pelo Núcleo de Pro-dução da Oi Kabum! Escola de Arte e Tecnologia de Salvador, através de uma equipe formada por 25 jo-vens e 10 profissionais. Durante seis meses, foram desenvolvidas investigações, filmagens, fotografias e entrevistas com historiadores e especialistas nos temas abordados. As pesquisas foram realizadas em Salvador e cidades do Recôncavo baiano.

Integrando os campos da cultura e da educação, o projeto pretende contribuir com a Lei 11.645/08, que inseriu os conteúdos de História e Culturas Afro-Bra-sileira e Indígena no currículo das escolas brasileiras, ao disponibilizar materiais multimídias sobre o Dois de Julho, que foram elaborados com linguagem ade-quada aos jovens. A festa é reconhecida pelo IPAC - Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural - como um patrimônio imaterial da cultura baiana.

O projeto foi contemplado pelo Edital Demanda Espontânea - 2011, do Fundo de Cultura da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, e foi desenvolvido pela ONG CIPÓ - Comunicação Interativa, que realiza o Pro-grama Oi Kabum! Escola de Arte e Tecnologia em par-ceria com o Oi Futuro.

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CARTA AOS EDUCADORES

aro Educador e Cara Educadora,

Este guia, parte do material do Dois de Julho: a Independência do Brasil na Bahia, foi criado para todos que dese-jem transitar pela História do Brasil e da Bahia, especialmente educadores,

através de um olhar pedagógico. Nele, são apresen-tadas sugestões de atividades, acompanhadas de textos complementares, referenciais conceituais, bibliográficos, visuais e audiovisuais, para funda-mentar as práticas sugeridas, permitir que os limites do que é oferecido possam ser ampliados e seja pos-sível aprofundar as pesquisas sobre o tema.

As sugestões de atividades podem ser trabalhadas tanto em processos educacionais do ensino formal - nas escolas e em articulação com os conteúdos cur-riculares -, como não formal - em programas educa-tivos desenvolvidos por projetos sociais. Podem ser adaptadas para crianças, adolescentes e jovens.

A temática do Dois de Julho: a Independência do Brasil na Bahia tem uma abrangência em relação à História Baiana e Brasileira e contempla as relações entre as três principais matrizes da formação do povo brasileiro: a africana, a indígena e a europeia. Assim, as possibilidades de utilização dos conteúdos, mate-riais e temáticas disponibilizados são amplas e permi-tem trilhar muitos caminhos. Ao mesmo tempo, estão em consonância com as demandas estabelecidas pela Lei 11.654/08 para o estudo e o ensino da História e da Cultura Afro-Brasileira e da História e Cultura In-dígena. Encontramos, neste conjunto de materiais, o resultado de uma pesquisa que mapeou eventos e manifestações com fortes laços com a cultura po-pular e, nesta dimensão, vincula-se a determinados setores da sociedade brasileira e baiana com raízes

fundadas na cultura afro-brasileira e indígena.A proposta do Guia é promover o diálogo entre o

conhecimento da História e as diversas linguagens e estratégias de percepção e interpretação do mundo. Assim, a História enquanto uma modalidade de lei-tura de mundo, das mais relevantes, se coloca como um catalisador para observações, análises e reflexões acerca de temas como Identidade, Cultura, Arte, So-ciedade, Comunicação, Espaço, Tempo e Memória e diversos outros ramos do conhecimento huma-no. Afinado com a compreensão da História como agente catalisador da leitura de mundo, o educador brasileiro Paulo Freire (1921-1997) acreditava que o entendimento histórico nos insere na História; por meio da compreensão do mundo somos sujeitos dos processos, com poder de interferir e não apenas nos adaptar aos acontecimentos. Freire propunha uma perspectiva de ação transformadora, ao conceber a História não apenas como um relato do passado, mas como referencial para realizações que podem repercutir no futuro. Assim é a proposta deste guia para educadores: sugerir ideias e ações, enquanto busca estimular a reflexão e o diálogo, a partir da concepção da História como uma passagem para o conhecimento crítico e contextualizado do mundo. Olhar para o passado, refletir sobre o presente e projetar para o futuro.

Esperamos que vocês, educadores e educadoras, sintam-se estimulados a colocar em prática as su-gestões apresentadas no Guia do Educador em suas salas de aula e que, neste encontro, possamos con-tribuir para uma formação crítica e reflexiva, desen-volvendo o sentido de cidadania e de participação social de crianças, adolescentes e jovens.

Bom trabalho a todos e todas!

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Textos temáticos ilustrados.

Vídeos: depoimentos, registros de eventos, festejos emanifestações culturais relacionados ao Dois de Julho.

Fotografias e ilustrações: a iconografia do Dois de Julho.

Animações: Mapa Animado das Batalhas e Lutas do Dois de Julho e panorâmica do cortejo.

Guia do Educador: textos complementares, suges-tões de atividades, referências e glossário.

Ao utilizar o conjunto de materiais disponibilizado, é importante buscar relacionar os conteúdos e as ati-vidades sugeridas com o contexto educativo onde se atua. Ao articular as propostas do Guia do Edu-cador e dos demais materiais desta coletânea, aos currículos e às ações desenvolvidas na escola ou no projeto educativo, o educador pode potencializar a reflexão e a discussão e ampliar os desdobramentos criativos dos dois contextos.

COMO UTILIZAR OS MATERIAIS E CONTEÚDOS DO SITE E DVD - ROM:NO SITE E NO DVD- ROM DOIS DE JULHO: A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL NA BAHIA VOCÊ VAI ENCONTRAR

ALGUMAS SUGESTÕES PARA UTILIZAR ESTES MATERIAIS DE MANEIRA SIGNIFICATIVA:

Antes de realizar as atividades, procure co-nhecer o site (ou DVD - ROM). Navegue em suas páginas, leia os textos temáticos, assista aos ví-deos e observe as foto-grafias. Reflita sobre seus conteúdos. Tente relacio-nar estes conteúdos aos planejamentos, assuntos e atividades abordados em suas aulas. Faça uma análise crítica e procure a melhor maneira de uti-lizar o material, de acordo com as suas necessidades e as dos educandos.

Com base nas refe-rências apresentadas, busque aprofundar suas pesquisas acerca dos temas relacionados ao Dois de Julho: a Inde-pendência do Brasil na Bahia. Busque também

novas referências!

Observe que as su-gestões do Guia do Educador são propos-tas abertas, que podem ser ampliadas e conec-tadas a outras propos-tas, de forma colabora-tiva e interdisciplinar. As atividades do Guia apresentam algumas possibilidades de inter-disciplinaridade, mas é possível buscar novas maneiras de articular áreas do conhecimento ou disciplinas e também de criar novas ativida-des a partir das suges-tões. São muitas opções: pesquisar e tratar da História da cidade e, ao mesmo tempo, discutir a problemática do meio ambiente, estudar con-teúdos de Geografia e

elaborar diversos gêne-ros de textos em Língua Portuguesa.

Ao trabalhar com os educandos, construam o percurso do conhecimen-to conjuntamente. Esti-mule o diálogo, provoque os educandos. Proble-matizem as propostas e conteúdos abordados. Ex-plorem o material e descu-bram juntos os múltiplos caminhos possíveis para aproveitar os conteúdos. Uma estratégia bastante interessante para atrair o interesse dos educandos e envolvê-los nas propostas, consiste em levantar os conhecimentos prévios da turma antes de apresentar as ideias de atividades e projetos.

Proponha trabalhos e

projetos em grupo. Con-vide outros educadores e, em parceria com os educandos, elaborem projetos multidisciplina-res, que envolvam vários setores de conhecimento e estimulem diversas ha-bilidades.

As sugestões de ati-vidades não estão dire-cionadas explicitamente para determinadas séries escolares ou faixas etá-rias dos educandos, mas são descritas de forma a permitir sua aplicação em diferentes contextos, oferecendo várias opções para seu desenvolvimen-to. Cabe a você, educador, analisar o grau de profun-didade que será conferi-do à atividade, de acordo com o público com o qual está trabalhando.

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A METODOLOGIA DA EDUCAÇÃO PELA COMUNICAÇÃO

organização não-governamental CIPÓ – Comunicação Interativa desenvolve em seus projetos uma metodologia de en-sino-aprendizagem em que os envolvi-dos participam ativamente da produção de peças de comunicação que, uma vez

disseminadas, geram novos processos de educação e de mobilização social. O objetivo é promover o de-senvolvimento do educando, de forma a contribuir para que ele se realize no âmbito pessoal, social e profissional, pautado na co-responsabilização e em valores éticos e humanitários. Um dos objetivos da Metodologia da Educação pela Comunicação é pro-mover a Comunicação para o Desenvolvimento, que acontece quando uma determinada comunidade ou território coloca todo o seu potencial comunicativo a serviço da promoção do desenvolvimento pessoal, social, político, econômico, cultural e ambiental de seus integrantes e de seu entorno. Fazer este tipo de comunicação é produzir mídias e utilizar tecnologias e espaços de informação para educar, informar, reu-nir, trocar experiências e empoderar pessoas. Neste sentido, a comunicação atua como potencializadora de ações voltadas para a promoção do desenvolvi-mento. A Educação pela Comunicação fundamenta-se nos seguintes princípios pedagógicos e metodo-lógicos:

O reconhecimento e fortalecimento da identi-dade dos educandos.

O estímulo à expressão de visões de mundo, sa-beres, experiências conhecimentos, ideias, valores e sentimentos, reconhecendo a diversidade.

O acesso aos conhecimentos elaborados pela hu-manidade, aos bens culturais, às informações e ou-tras experiências, de forma crítica e contextualizada.

O acesso aos meios de produção e dissemina-ção da comunicação e da cultura, como estratégias educativas, articuladas com a participação social e política.

As sugestões de atividades e ações propostas pelo material educativo do Dois de Julho: a Indepen-dência do Brasil na Bahia possuem esses princípios como bases para sua realização.

Cortejo do Dois de Julho: Fachada decorada com motivos patrióticos

e manifestação popular

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UMA METODOLOGIA PARA LEITURA CRÍTICA DE IMAGENS

s imagens são parte integrante do conte-údo do site e do DVD

– ROM Dois de Julho: a Independência do Brasil na Bahia. Os textos es-tão em articulação com as fotografias, os vídeos, animações e ilustrações. Tanto imagens como textos se combinam para contar a História do Dois de Julho, localizada em diversos momentos da linha do tempo.Algumas atividades utili-zam os produtos visuais e audiovisuais (fotogra-fias, vídeos, ilustrações e animações) como re-ferenciais para sua re-alização. Para apoiar a utilização destes mate-riais, sugerimos um bre-ve roteiro didático:

PrepararO educador deve assis-tir aos vídeos e às ani-mações e observar as fotografias com atenção antes e durante a reali-zação das atividades. As-sistir também aos filmes complementares suge-ridos, antes de exibi-los. Procurar anotar pontos relevantes do que for as-sistido e orientar os edu-candos para que façam o mesmo, posteriormente,

durante as atividades. O educador pode dar aos educandos orientações prévias acerca dos ob-jetivos da atividade para direcionar a observação ou deixar a observação livre e fazer as contex-tualizações depois. Antes de levar os textos para as turmas, lê-los e selecio-ná-los, de acordo com a série escolar e/ou faixa etária dos educandos.

Perceber e analisarAo observarem as imagens, analisá-las a partir de dife-rentes pontos de vista: os elementos, a composição, as texturas, a iluminação, as cores, o que está em primeiro plano e o que não está. Atentar também para outros aspectos como: época representada, per-sonagens, contexto social e histórico. Ao mesmo tempo, permitir que os es-pectadores deem vazão às manifestações mais senso-riais, expressando o que as imagens lhes transmitem em relação a sensações, emoções e pensamentos.

Provocar, refletire mediar

Propor uma discussão sobre que foi observado. Provocar com questiona-mentos. Relacionar com os conhecimentos pré-

vios e situações vividas pelos participantes e pro-curar estabelecer uma conexão com os temas discutidos. É importante permitir que os educan-dos tenham livre expres-são e possam manifestar pensamentos, reflexões, opiniões e emoções. É in-teressante que, durante estas primeiras discus-sões, as principais ideias sejam sistematizadas: o educador pode, ao me-diar as discussões, ir fa-zendo um inventário das colocações dos educan-dos, escrevendo no qua-dro ou em um flip chart.

ContextualizarApós estas discussões e reflexões mais livres, pro-curar embasar e contex-tualizar o que foi levanta-do: ler os textos sobre os temas abordados cons-tantes do material do Dois de Julho: a Independên-cia do Brasil na Bahia e pesquisar em publicações e sites, além de acessar os filmes e leituras sugeridos (ver referências).

Aprofundar e produzirPara tornar o processo mais consistente, a tur-ma pode eleger algum dos temas discutidos para que seja mais in-tensamente pesquisado

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e gerar um novo proje-to em diversas áreas do conhecimento. Pode ser um projeto artístico, inte-grando várias linguagens (dança, música, artes vi-suais, teatro); um projeto interdisciplinar; um pro-jeto de leitura e expressão oral e escrita e mesmo uma ação envolvendo a comunidade. As possibili-dades são inúmeras!

Observação:A ordem das ações pode ser al-terada, a depender dos plane-jamentos dos educadores e dos projetos desenvolvidos com os educandos. Por exemplo: é pos-sível começar pelas leituras e pesquisas e, depois, assistir aos vídeos e observar as fotos.

ALGUNS REFERENCIAIS PARA A LEITURA E ANÁLISE CRÍTICA DE IMAGENS

Embora existam mui-tas correntes que fun-damentam a leitura e análise de imagens, o conhecimento básico de algumas abordagens é essencial para realizar estes procedimentos em processos educati-vos:

A abordagem so-ciológica, antropoló-gica ou histórica: que analisa as imagens do ponto de vista do do-cumento de uma épo-ca, de um povo ou de

um contexto social.

A abordagem esté-tica: que se apoia em uma apreciação mais formal das imagens e que estimula a exterio-rização mais livre das emoções, sensações e ideias do espectador.

A abordagem semi-ótica: que busca anali-sar os aspectos formais (observação denotativa) associados às represen-tações simbólicas (ob-

servação conotativa).

Para saber Mais:DONDIS, D. A sintaxe da linguagem visual. São Pau-lo: Martins Fontes, 1991.HERNANDEZ, F. Cultura visual, mudança educativa e projeto de trabalho. Por-to Alegre: Artmed, 2000.JOLY, M. Introdução à aná-lise da imagem. São Paulo: Papirus, 1996.KELLNER, D. Lendo ima-gens criticamente: em direção a uma pedagogia pós-moderna.A ordem das ações pode ser al-

terada, a depender dos plane-jamentos dos educadores e dos projetos desenvolvidos com os educandos. Por exemplo: é pos-sível começar pelas leituras e pesquisas e, depois, assistir aos vídeos e observar as fotos.

cumento de uma épo-ca, de um povo ou de

associados às represen-tações simbólicas (ob-

pós-moderna.

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TRABALHANDO COM A LINGUAGEMAUDIOVISUAL EM PROJETOS EDUCATIVOS

odemos pensar que para trabalhar com tec-nologia é necessário ter um grande aparato técnico e profundos conhecimentos acerca do assunto. Na verdade, com o acesso que atualmente existe a câmeras portáteis e celulares que filmam, é possível trabalhar

ATIVIDADEPRODUZINDO UM AUDIOVISUAL

com a linguagem audiovisual e explorar os mais diversos temas e conteúdos de maneira lúdica e interessante. É certo que precisamos nos apropriar de algumas diretri-zes e metodologias para conceber um projeto educativo em audiovisual e realizá-lo. Vamos, então, apresentar um passo a passo básico para um projeto educativo na área.

Primeiramente, sen-sibilize os educandos para a linguagem de ví-deo. Apresente alguns gêneros: documentário, ficção, reportagem, ví-deo-clip. Mostre como são diferentes entre si, como cada um tem uma forma de tratar os temas. Mostre, também, que os filmes podem ter dura-ções diferentes: são lon-gas-metragens ou cur-tas-metragens.

Faça a exibição de um ou mais vídeos do site (ou DVD - ROM) Dois de Julho: a Independência do Brasil na Bahia. Os vídeos do Dois de Julho são documentários de curta metragem.

Apresente aos edu-candos uma introdução à técnica do audiovisu-al: perspectiva, ângulos, planos de enquadramen-to, fontes de iluminação (ver Box - Técnicas Bási-cas do Audiovisual).

Façam algumas expe-rimentações. É possível utilizar o celular ou câ-meras fotográficas que filmam, com um cartão de memória, mas a captação do som geralmente não é muito boa. As câmeras de filmagem tipo handy-cam – câmeras pequenas, amadoras ou semi-pro-fissionais, que podem ser digitais ou utilizar fitas para gravação -, também podem ser usadas e, às vezes, possuem uma cap-tação de som melhor. Se usarem celulares ou câ-meras fotográficas por-táteis, planejar para que o som seja colocado depois, na edição.

Defina com os educan-dos que tema será aborda-do. Pode ser, por exemplo, um míni-documentário sobre um personagem ou evento da História. Pode ser sobre um determinado lugar, abordando suas ca-racterísticas, sua história, seu povo e sua cultura.

Realizem pesquisas: nas bibliotecas da cidade, na internet, nos arquivos públicos. Procurem do-cumentos, gravuras, fo-tos e notícias de jornal.

Pode-se dividir a tur-ma em grupos e cada grupo pode realizar um pequeno vídeo com sub-temas com base no tema principal.

Após definirem o tema (chamado de ar-gumento na linguagem de vídeo), é hora de par-tir para a elaboração do roteiro. Se for um docu-mentário, ver quem será entrevistado, se vai ha-ver narração, elaborar as perguntas para a entre-vista. Se for ficção, criar a histórias, personagens, cenários e as falas.

Após o roteiro ficar pronto, é hora de gravar as cenas. É importante que cada um tenha uma função no processo de

gravação. Para isso, divi-dem-se as tarefas:

Quem vai produzir: quem vai trabalhar com a produção precisa marcar as entrevistas para o do-cumentário; organizar os objetos que vão ser usa-dos em cena; ver se é pre-ciso providenciar trans-porte, água e alimentação para os participantes; se os equipamentos estão em ordem (tudo isto com o apoio do educador).

Quem vai gravar: veri-ficar as câmeras - ver se há fitas (caso utilizem) ou cartão de memória; veri-ficar as baterias ou pilhas das câmeras; verificar a iluminação do local.

Se for um vídeo de fic-ção, definir quem serão os “atores”. É preciso, neste caso, fazer os ensaios an-tes de gravar, organizar figurinos, cenários, ma-quiagem. Observação: se decidirem fazer um fil-me de ficção, procurem pesquisar e conhecer as características do gênero.

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Quando todo o ma-terial estiver gravado, realizem a edição das cenas. Um elemento im-portante é a trilha sono-ra, que deve ser escolhida de acordo com o que foi gravado. Um programa de edição de vídeo sim-ples e fácil de trabalhar é o Movie Maker, no qual é possível manipular as imagens e os sons. Link para tutorial ensinan-do como utilizar o Movie Maker: http://www.youtube.com/watch?v=UYt24cLRBLo

Para marcar a culmi-nância do projeto, orga-nizem a exibição do vídeo ou vídeos para a comuni-dade escolar, quando po-dem acontecer debates sobre o tema. Pode-se, também, para aprofundar as reflexões, convidar es-pecialistas para falar so-bre o assunto dos vídeos.

Sugestão para pesquisa:é possível acessar e exi-bir uma série de filmes em curta-metragem no site Porta Curtas da Petrobras: http://portacurtas.org.br/.

Há ainda o site http://www.curtanaescola.org.br/, um projeto do Porta Curtas Petrobras que mo-biliza uma rede nacional colaborativa para o uso de curtas-metragens brasilei-ros em sala de aula.

TÉCNICAS BÁSICAS DO AUDIOVISUAL

Primeiro Plano

PRINCIPAIS PLANOS OU TOMADAS DE CENA

Plano geral Plano Americano

Plano Médio Plano Conjunto Plano Detalhe

PRINCIPAIS POSIÇÕES DE CâMERACâmera alta: olhando com a câmera de cima para baixo.

Câmera baixa: olhando com a câmera de baixo para cima.

Câmera subjetiva: como se a imagem do filme es-tivesse sendo vista pelos olhos do personagem.

A câmera pode, ainda, focalizar um personagem por sobre os ombros de outro personagem.

Luz principal: que pode ser frontal ou lateral. Quando frontal, acentua as sombras do objeto ou pessoa. A luz lateral suaviza os contornos.

FONTES DE LUZ

Luz secundária: pode ser usada para com-pensar uma iluminação frontal e diminuir as sombras.

Contraluz: também utilizada para suavizar a iluminação, sobretudo frontal, ou para criar silhuetas.

Para saber mais: ALMEIDA, Candido José Mendes de. O que é vídeo. São Paulo: Brasiliense, 1984 (Coleção Primeiros Passos, 137.MOLETTA, Alex. Criação de curta-metragem em vídeo digital: uma proposta para produções de baixo custo. São Paulo: Summus editorial, 2009. (Biblioteca fundamental de cinema; 3).Site onde são encontradas diversas informações sobre vídeo e cinema http://www.roteirodecinema.com.brBlog com dicas de como fazer filmes, destinado a amadores: http://cineastassemdiploma.blogspot.com.br/

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FOTOGRAFIA, MEMÓRIAE NARRATIVAS

“O poder de síntese da fotografia é fabulo-so. Ou seja, sintetiza tantas coisas ao mesmo tempo: a cultura da pessoa que está fotogra-fando, a ideologia, o momento histórico que a pessoa que está fotografando está vivendo, porque ela está sendo influenciada por on-tem e agora” Sebastião Salgado

s fotografias são um meio de expres-são artística e também um excelente testemunho de épocas. Desde que foi criada, no século XIX, a fotografia vem registrando pessoas, eventos, objetos, a natureza, paisagens, contribuindo para

uma documentação da humanidade e de sua ação so-bre o planeta.

Através do ato de fotografar, é possível compor nar-rativas diversas, que contam histórias e representam pontos de vista. A fotografia pode ter a função de dar suporte a análises da realidade e ser um agente provo-cador de reflexões e debates acerca de temas de várias naturezas, desde as mudanças ocorridas no seio de uma família até as alterações que sofrem as paisagens, natu-rais ou urbanas, fruto da ação da humanidade. Dentre estas possibilidades de abordagem, tanto para quem faz a fotografia, como para quem a observa, encontramos nestas imagens mais do que apenas o registro físico. Há também, na captação da imagem física, uma apreensão

que se situa no campo da cultura: o registro de um tempo, de um local e de pessoas traz consigo uma bagagem simbólica. Lucia Santaella e Winfried Nöth afirmam sobre a fotografia em seu livro Imagem: cognição, semiótica, mídia:

Embora seja fruto de uma conexão física, real, com o referente, sendo, portanto, um registro mais ou menos fiel de sua existência, a fotografia não é apenas física, mas também simbólica e mesmo convencional. A câmera não é uma simples máquina indiferente e neutra, mas sim dotada de uma certa inteligência, sendo resul-tado da aplicação de séculos de conhecimentos óticos, assim como físicos e químicos. Desse modo, embora o fotógrafo possa aparente-mente registrar qualquer coisa, ele, na realidade, só pode fotografar dentro dos limites daquilo que o aparelho permite. Dependendo, por exemplo, do tipo de objetiva escolhida, normal, grande angular, teleobjetiva ou uma panorâmica em olho-de-peixe, em cada uma delas tem-se um modo de transcrição do espaço radicalmente di-ferente. Enfim, aquilo que é registrado pela foto necessariamente obedece às leis de codificação da visualidade que estão inscritas na câmera. Isso sem mencionarmos os pontos de vista do fotógrafo, que são sempre histórica e cultural-mente convencionados (1999).

Sant’Amaro, Benjamim Mulock, 1861.

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ATIVIDADEO PASSADO E O PRESENTE ATRAVÉS DA LEITURA DE IMAGENS: PRODUÇÃO DE SENTIDOS

Realize com a turma a observação e análi-se das fotografi as do Dois de Julho: a Inde-pendência do Brasil na Bahia. Escolham um tema relacionado ao material para servir de base às refl exões sobre mudanças que ocorre-ram ao longo do tempo, por exemplo: as foto-grafi as que mostram o Cortejo do Dois de Ju-lho e as fotografi as que mostram os Caboclos podem servir de pro-vocação para discutir a trajetória e a ques-tão indígena ao longo do tempo. Busquem outras fotografi as so-bre o tema abordado e desenvolvam a obser-vação e a análise das imagens. A partir das fotografi as, é possível discutir vários assuntos - por exemplo: como, ao longo dos tempos, a população indígena foi afetada, primeiramen-te pela colonização e, posteriormente, pela industrialização, urba-nização e expansão da pecuária e da agricultu-ra em larga escala? Ou-tros temas relevantes para enriquecer as re-fl exões são: a polêmica relativa à propriedade de terras em territórios tradicionalmente indí-genas e a problemáti-ca ambiental, que pode ser contextualizada por meio da discussão so-bre questão indígena.

Dividam as etapas do projeto:

Escrevam a apre-sentação, justifi cando a escolha do tema e a im-portância da pesquisa.

Apontem os princi-pais objetivos.

Defi nam qual será o resultado fi nal: uma ex-posição fotográfi ca, um seminário, um fórum de debates ou uma coletâ-nea de textos?

Defi nam o passo a passo das ações e mon-tem um cronograma: fa-zer contato com pessoas que serão entrevistadas; realizar as entrevistas e pesquisas; produzir tex-tos sobre o assunto, fazer ou coletar as fotografi as e/ou gravuras; montar a exposição; organizar atividades complemen-tares, como seminários e fórum de debates.

Partam para a ação:

pesquisem os temas em diversas fontes: textos em revistas e livros; foto-grafi as, gravuras e vídeos. Leiam os textos do ma-terial do Dois de Julho: a Independência do Brasil na Bahia, especialmente os textos sobre o Corte-jo do Dois de Julho, sobre o Caboclo e a Participa-ção Popular. Realizem as entrevistas com os espe-cialistas, historiadores, e, se possível, sujeitos que estejam relacionados às problemáticas pesqui-sadas. Produzam textos originais. Dependendo do tema, realizem foto-grafi as e produzam a ex-posição do resultado.

As entrevistas devem ser orientadas pelo edu-cador. O ideal é que se-jam gravadas.

Ao montarem a expo-sição, realizem uma refl e-

xão sobre todo o processo, avaliando os resultados e se os objetivos foram al-cançados. Na exposição, além das fotografi as e ilus-trações, apresentem os relatos dos entrevistados e os textos produzidos pelos educandos sobre o tema pesquisado.

Um seminário com a participação dos sujeitos entrevistados para a pes-quisa e dos especialistas sobre o tema pode ajudar a disseminar e a aprofun-dar questões importantes.

Convidem a comuni-dade para a mostra foto-gráfi ca e para participar dos seminários e discus-sões.

Para saber mais: COSTA, Cristina. Educação, imagem e mídias. São Paulo: Cortez, 2005. Aprender e Ensinar com Textos, v. 12.

Carro do Caboclo pronto para o cortejo

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te pela colonização e, posteriormente, pela industrialização, urba-nização e expansão da pecuária e da agricultu-ra em larga escala? Ou-tros temas relevantes para enriquecer as re-fl exões são: a polêmica relativa à propriedade de terras em territórios tradicionalmente indí-genas e a problemáti-ca ambiental, que pode ser contextualizada por meio da discussão so-

Textos, v. 12.

Carro do Caboclo pronto para o cortejo

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HISTÓRIA E IDENTIDADE:A PARTICIPAÇÃO POPULAR

material do Dois de Julho: a Inde-pendência do Brasil na Bahia ofe-rece um rico material que apresenta um recorte da História relacionado a um importante evento da História do Brasil. Se observamos com aten-

ção, veremos que este recorte é como um resgate de uma narrativa que não entendemos profun-damente e sobre a qual não nos sentimos devi-damente apropriados, embora tenhamos ouvido falar durante nossos anos de estudo na escola. Talvez tenhamos até, em algum momento da vida, participado dos festejos dedicados anualmente ao Dois de Julho.

Não obstante os fatos históricos narrados nos livros remetam a heróis, os chamados “vultos da História” e a grandes feitos, os eventos do Dois de Julho na Bahia possuem componentes que estão conectados, também, com a participação popular. Os textos sobre Participação Popular e sobre os Personagens, partes do material do Dois de Julho: a Independência do Brasil na Bahia, apresentam, com destaque, figuras do povo que influenciaram nas lutas e nos rumos que tomou a nossa Histó-

ria. Entre estes personagens, pessoas comuns, mo-radoras de localidades atacadas por portugueses, além de religiosos, mulheres, soldados recrutados entre negros escravos e libertos, índios, pescado-res, marisqueiros, marisqueiras e outras participa-ções populares, tanto contra como ao lado dos por-tugueses. Esta abordagem, que tem na participação popular uma das bases para a compreensão da his-tória de um povo e de uma nação, reconhece a figu-ra do herói, mas se articula a uma perspectiva que busca estabelecer a importância da participação de sujeitos comuns e de grupos sociais e de suas lutas por transformações:

Mesmo sabendo que o Brasil não existiria sem seus he-róis, a reflexão sobre a forma como são construídos mi-tos e símbolos nacionais nos ajuda a repensar o papel dos indivíduos na História. As tramas históricas não podem ser entendidas como dependentes do destino de poucos, de façanhas ou vontades individuais, em que quase não se destaca a dimensão coletiva das lutas por mudanças ou a resistência exercida por grupos em defesa de seus direitos. (Heróis de Ocasião. Renilson Rosa Ribeiro, Revista de História, 2008 In http://www.revistadehistoria.com.br/secao/educacao/herois-de-ocasiao)

Óleo sobre tela: “Entrada do Exército Libertador em Salvador”, do pintor Pres-ciliano Silva, s/data.

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ATIVIDADEPERSONAGENS: PARTICIPAÇÃO POPULAR, OS HERÓIS E A HISTÓRIA

Após lerem os tex-tos sobre Participação Popular e Personagens do material do Dois de Julho, ressaltem as per-sonalidades descritas por meio de uma refl e-xão crítica, envolvendo alguns referenciais. Por exemplo, destaquem quais dos personagens apresentados no material do Dois de Julho: a Inde-pendência do Brasil na Bahia estão mais identi-fi cados com o tratamen-to que é dado aos heróis e “vultos” da História pe-los livros didáticos.

Destaquem também, no material do Dois de Ju-lho, os personagens que normalmente não rece-bem uma maior atenção nos textos e livros didá-ticos, como os persona-gens do povo, mulhe-res, soldados recrutados entre negros escravos e libertos, índios. Façam uma refl exão sobre a questão: por que algumas personalidades apare-cem como importantes e outras não? Quais as relações que se estabele-cem entre estas escolhas e visões de mundo e ide-ologias de determinados grupos sociais e contex-tos políticos?

Pesquisem outros eventos históricos re-levantes da História do Brasil, tentando iden-tifi car os personagens

cação estudada, a partir do evento ou eventos escolhidos, organizan-do: os personagens pes-quisados, a publicação analisada (de qual épo-ca), qual a abordagem dos textos destas publi-cações e uma resenha crítica contextualizando as pesquisas e análises. Para ajudar a contextua-lizar criticamente o con-teúdo analisado, estudar

importantes e também realizar a refl exão sobre o ponto de vista que é apresentado nas publi-cações sobre a História. Se possível, o educador pode trazer livros didá-ticos de História de dife-rentes épocas e de dife-rentes autores para que sejam traçados paralelos.

Criem quadros com-parativos de cada publi-

o panorama histórico da época da publicação.

Para Saber Mais: CABRINI, Conceição; Roberto Catelli JU-NIOR, Andrea MONTELLATO. Diversidade cultural e confl ito. Coleção História Temática, 2007.

MALERBA, Jurandir (org.). A independência brasileira: novas dimensões. Rio de Ja-neiro: Editora FGV, 2006.

MICELI, Paulo Celso. O mito do herói nacional. 5 ed. São Paulo: Contexto, 2007.

Viva o povo brasileiro (1984), de João Ubaldo Ribeiro. Romance histórico que conta a saga do povo brasileiro, com foco nas figuras populares, ao longo de quatro séculos, desde a che-gada dos holandeses na Bahia até a década de 1970.

SUGESTÃO DE LEITURA

lizar criticamente o con-teúdo analisado, estudar

Criem quadros com-parativos de cada publi-

mito do herói nacional. 5 ed. São Paulo: Contexto, 2007.

Viva o povo brasileiro (1984), de João Ubaldo Ribeiro. Romance histórico que conta a saga do povo brasileiro, com foco nas figuras populares, ao longo de quatro séculos, desde a che-gada dos holandeses na Bahia até a década de 1970.

SUGESTÃO DE LEITURA

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Participação popular no desfi le do Dois de Julho

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O ÍNDIO NA CULTURA BRASILEIRA

o lermos os textos Caboclo e Cabocla e Cortejo e ao assistirmos aos vídeos sobre os Caboclos do material do Dois de Julho: a Independência do Brasil na Bahia, pode-mos notar como a figura do Caboclo, re-presentado pela imagem de um indígena,

é o ponto central das comemorações do evento históri-co abordado. Esta relevância dada a este caboclo mítico demanda uma análise mais aprofundada do tema e de suas ramificações culturais, pois remetem a questões importantes da nossa História e da configuração social, política e mesmo econômica da sociedade brasileira.

Desde os primórdios do período colonial brasilei-ro, o índio tem sido foco de curiosidade, fascinação, análises e estudos. A Carta de Pero Vaz de Caminha a Dom Manuel, escrita em 1500, considerada o primei-ro documento e obra literária sobre a recém-desco-berta terra, que viria a se chamar Brasil, já alardeava, com deslumbramento, as características do povo en-contrado aqui. Caminha enaltecia qualidades como a ingenuidade, a simplicidade e a beleza dos indígenas:

Parece-me gente de tal inocência que, se nós entendêsse-mos a sua fala e eles a nossa, seriam logo cristãos, visto que não têm nem entendem crença alguma, segundo as aparências. E portanto se os degredados que aqui hão de ficar aprenderem bem a sua fala e os entenderem, não duvido que eles, segundo a santa tenção de Vossa Alteza, se farão cristãos e hão de crer na nossa santa fé, à qual praza a Nosso Senhor que os traga, porque certamente esta gente é boa e de bela simplicidade (Trecho da Carta de Pero Vaz de Caminha).

No século XIX, quando no Brasil já existia uma litera-tura com certa relevância, o índio passou a representar os ideais que eram buscados para definir o povo brasilei-ro. A literatura romântica tentava retratar o índio como herói nacional. Em romances, contos e poesias, o índio passou a ser descrito como possuidor de qualidades como a pureza, a coragem e a nobreza. São idealizações que remetem ao ideário iluminista de Jean-Jacques Rou-sseau, que defendia que o homem é bom em sua essên-cia, mas a sociedade o corrompe. Desse modo, o índio seria o ser perfeito para caracterizar esta teoria, já que não mantinha relações, em sua condição original, com a cultural europeia considerada “civilizada”. Além disso, colocar a figura do índio como herói nacional atendia a uma demanda de uma sociedade ainda escravocrata, após a independência de Portugal, que buscava se inserir no mercado internacional. Com este artifício, fazia es-quecer a condição servil do negro, que com seus braços alavancou a produção econômica do país. Segundo Ales-sandra da Silva Carneiro, em seu artigo Figurações do Ín-dio Romântico em Sousândrade e Gonçalves Dias:

O índio se tornou figura central na literatura porque o es-cravo representava o último escalão da sociedade, portanto não poderia ser tema e muito menos herói. Tocar no proble-ma da escravidão era vergonhoso, como expressou Joaquim Nabuco em crítica às referidas peças pseudo-abolicionistas de Alencar. (CARNEIRO, Alessandra da Silva. Figurações do índio romântico em Sousândrade e Gonçalves Dias In http://www.revistaeutomia.com.br/volumes/Ano2-Volu-me2/literaturaartigos/Figuracoes_do_indio_romantico_em_Sousandrade_e_Goncalves_Dias.pdf)

Cortejo do Dois de Julho em Salvador: Carro do Caboclo

O Caboclo: o termo possui várias acepções: nome dado ao mestiço do branco com o índio; termo que designa o caipira, não necessariamente mestiço, morador do interior do Brasil; na simbologia das comemorações do Dois de Julho, o caboclo significa tanto o mestiço de índio com branco, como, no decorrer do tempo, se relacionou à representação da entidade indígena que incorpora no Candomblé de Caboclo, na Umbanda e em manifesta-ções religiosas como o Batuque, o Catimbó e a Macumba.

FONTE: CÂMARA CASCUDO, Luís da. Antologia do Folclore Brasileiro. São Paulo: Global, 2002.

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Ao longo dos séculos, chegando ao século XXI, que visão temos dos povos indígenas? Em alguns as-pectos, continuamos com uma concepção fundada no olhar colonizador, que considera o índio como o ser inocente, ou mesmo ig-norante, uma “tábula rasa”, destituído de saber e cul-tura onde podem ser ins-critas as referências trazi-das por aqueles que detêm o “conhecimento elabora-do”. Ao mesmo tempo, vi-gora também uma imagem do índio bastante distante da figura do herói nacio-nal. Na verdade, podemos considerar que há um de-sinteresse sobre os povos indígenas e suas questões, sejam tradicionais ou con-temporâneas. São concep-ções que denotam, ainda hoje, após séculos, o pro-fundo desconhecimento que temos acerca dos po-vos e da cultura indígena e do valor de suas contribui-ções para o povo brasileiro e para a espécie humana.

Para saber mais: acesso à Carta de Pero Vaz

de Caminha http://www.domi-niopublico.gov.br/download/tex-to/bv000292.pdf

História da literatura brasileira: seus fundamentos econômicos, de Nelson Werneck Sodré. 5ª Ed. Ci-vilização Brasileira: RJ, 1969.

Jean-Jacques Rousseau (1712 - 1778) é um filósofo suíço, per-tencente à escola do Iluminis-mo, e que é considerado um dos precursores do Romantismo do século XIX. ROUSSEAU, Jean--Jacques. Do contrato social. São Paulo: Abril Cultural, 1978.

Ao discutirmos a figu-ra do índio na literatura romântica brasileira, é importante estabelecer uma articulação com a figura dos negros trazi-dos da África para serem escravizados no Brasil. É uma reflexão que remete à condição do povo ne-gro e à sua representa-ção no contexto da nação emergente. A literatura é uma das fontes para referenciais sobre a cul-tura e as concepções de uma época. O Roman-tismo tinha o idealismo como umas das suas ca-racterísticas. Esse ide-alismo tanto provocou o surgimento do ima-ginário do índio como representante nacional,

como também, estimu-lou a que algumas vozes se erguessem contra a escravidão, e alguns au-tores se manifestassem através de suas obras. Como Antônio Frederi-co de Castro Alves (1847 – 1971), que nasceu na Fazenda Cabaceira, per-tencente ao distrito de Curralinho, na freguesia de Muritiba, comarca de Cachoeira, no Recôncavo Baiano. Castro Alves se tornou um dos grandes poetas do Romantismo brasileiro. Sua obra foi um marco para a nossa literatura, pois enfatizou a dimensão das proble-máticas sociais do Brasil do século XIX, sobretu-do a questão da escra-

vidão sofrida pelos po-vos africanos que foram trazidos para cá. Ficou conhecido, principal-mente, por seus poemas abolicionistas, dentre eles, Os Escravos e o cé-lebre O Navio Negreiro, motivo pelo qual recebeu o título de “Poeta dos Es-cravos”. O poeta Castro Alves escreveu algumas obras em homenagem à Independência do Brasil na Bahia: “Ode ao Dois de Julho”, o poema “Ao Dois de Julho” e o soneto “Ao Dois de Julho”.Fonte: PEIXOTO, Afrâ-nio. Obras completas de Castro Alves: publicações póstumas e poesia inédi-ta. Rio de Janeiro: Livra-ria Francisco Alves, 1931.

A LITERATURA DO SÉCULO XIXE A ESCRAVIDÃO – O POETA BAIANO CASTRO ALVES

SUGESTÕES DE LEITURA

Literatura indianistado Século XIX

Romances: Iracema, O Gua-rani e Ubirajara, de José de AlencarPoema: I -Juca Pirama, de Gonçalves DiasBuscar as obras em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000292.pdf

Obras do século XX e XXI, de autores não indígenas, sobre índios e a cultura indígena

Quarup, de Antônio Callado.

São Paulo: Civilização Brasilei-ra, 1967. Romance ambientado no Brasil do Regime Militar e que tem parte de sua narrati-va acontecida no Xingu, entre os índios brasileiros. O livro foi adaptado para o cinema por Ruy Guerra (1989), com a grafia Kuarup no título.

Couro dos Espíritos, de Betty Mindlin. São Paulo: Senac, 2001. Livro que reúne his-tórias contadas pelos índios Gavião sobre suas tradições.

Literatura indígena contem-porânea – literatura produ-

zida por indígenas, que vem ganhando espaço nas editoras brasileiras, sobretudo a partir da Lei que torna obrigatórios os conteúdos indígenas nas escolas.Metade cara, metade másca-ra, de Eliane Potiguara. São Paulo: Global Editora, 2004. Obra infanto-juvenil que narra histórias de ancestralidade e identidade indígena.Todas as coisas são pequenas, de Daniel Munduruku. São Paulo: Arx, 2008. Literatura indígena que conta a jornada de um homem em busca de novos valores.

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ATIVIDADEA REPRESENTAÇÃO DO ÍNDIO NA LITERATURA E NA CULTURA BRASILEIRA

Estudem o contexto histórico do período Ro-mântico, abordando os aspectos sociais, cultu-rais, históricos, artísti-cos e literários.

Façam uma pesqui-sa sobre a literatura brasileira relacionada aos índios, procurem referências de diferen-tes períodos. É possível trabalhar com a produ-ção de várias épocas: a literatura produzida no século XIX e nos séculos XX e XXI (procurem co-nhecer a literatura con-temporânea produzida por indígenas).

Debatam sobre as

produções literárias das épocas estudadas. Considerem as diferen-ças entre elas: como é a abordagem dos temas? Qual a ênfase em deter-minadas característi-cas? Que problemáticas podem ser levantadas acerca das diferentes abordagens literárias em cada época? Quais as relações com o con-texto histórico de cada produção?

Outros referenciais são os filmes, de ficção e documentários, sobre a história dos índios e sua cultura (ver sugestões no Guia do Educador), que podem ser assisti-

dos, analisados e debati-dos em grupo.

Procurem, também, pesquisar e analisar como o índio é representado pela mídia contemporâ-nea, em jornais, revistas e nos programas de TV.

Após os estudos e as pesquisas, organizem um seminário em que cada grupo vai apresentar e contextualizar cada um dos aspectos pesquisados, por exemplo: o índio na literatura romântica bra-sileira (contexto histórico e político); a literatura in-dianista por não indígenas; a literatura indígena con-temporânea (temáticas e

formas de abordagem); o índio e as questões indíge-nas na mídia contemporâ-nea e outros temas.

Outra atividade in-teressante é organizar uma mostra multimídia com fotos, publicações – livros, revistas -, apre-sentações musicais e um festival de filmes sobre o tema, envolvendo toda a escola ou projeto social. Os filmes podem ser exi-bidos e, a cada exibição, ser promovido um deba-te entre os espectadores e organizadores. Na oca-sião, convidar historia-dores e pesquisadores da cultura indígena para que participem.

Cortejo do Dois de Julho em Salvador: Afoxé“Os Guaranis”

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SUGESTÕES DE FILMES

Xingu (2012). Direção: Cao Hambúrguer. Nacionalidade: brasileira. Duração: 1h e 42nin. Classificação: 12 anos. O longa-metragem conta a história dos três irmãos Villas-Bôas, Cláu-dio, Orlando e Leonardo, que se alistam na Expedição Ron-cador-Xingu e seguem em uma missão para desbravar o Brasil Central. O filme narra a luta dos irmãos para salvar tribos inteiras do extermínio e pela criação de um parque de pre-servação dos povos indígenas.Terra dos índios (1979). Diretor: Zelito Vianna. Nacionalidade: brasileira. Documentário que narra a saga dos cinco milhões de índios que ocupavam as ter-

ras colonizadas pelos portu-gueses antes de sua ocupação. A missão (1986). Diretor: Ro-land Joffé. Nacionalidade: in-glesa. Duração: 125 min. Classi-ficação: Longa-metragem que conta a história de um padre jesuíta espanhol que, ao che-gar à América do Sul, no século XVIII, tenta resgatar os indíge-nas do assédio dos portugue-ses, através da implantação do cristianismo e da conversão dos nativos.

Para saber mais: Análises sobre a imagem do índio no cine-ma brasileiro, pelo antropólogo Edgar Teodoro da Cunha, no site: http://www.mnemocine.com.br/

O NACIONALISMO E A LITERATURA MODERNISTA

O livro Macunaíma, o herói sem nenhum ca-ráter, escrito por Má-rio de Andrade em 1928, no clima do movimento modernista, conta a his-tória de um personagem identificado como a sín-tese do brasileiro – um índio. A obra coloca em cheque as concepções nacionalistas que foram moldadas a partir dos ideais românticos do sé-

culo XIX. Imprime outra noção de nacionalismo, ao desconstruir este-reótipos estabelecidos em relação ao indíge-na como representante nacional: um ser ingê-nuo, nobre, corajoso. Ao mesmo tempo, Mário de Andrade busca, nas raí-zes da cultura nacional, elementos como mitos indígenas e africanos, provérbios e ditos popu-

lares e lendas do folclore para compor um painel que tenta se aproxima de uma visão multicul-tural do Brasil.

Ver também o filme Macunaíma, de 1969, di-rigido por Joaquim Pedro de Andrade e tendo Gran-de Otelo no papel-título.

Para saber mais: da série Folha Explica, o livro Macuna-íma, de Noemi Jaffe. São Paulo: Publifolha, 2010.

osbrasisindigenas/edgar.htmSite do Projeto VNA com

produções audiovisuais realiza-das por indígenas: http://www.videonasaldeias.org.br/2009/index.php Segundo a apresenta-ção do projeto no site Vídeo nas Aldeias: “Criado em 1986, Vídeo nas Aldeias (VNA) é um projeto precursor na área da produção audiovisual indígena no Brasil. O objetivo do projeto foi, desde o início, apoiar as lutas dos povos indígenas para fortalecer suas identidades e seus patrimônios territoriais e culturais, por meio de recursos audiovisuais e de uma produção compartilhada com os povos indígenas com os quais o VNA trabalha.”

O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil, de Darcy Ribeiro. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

SUGESTÃO DE LEITURA

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A Cabocla em seu carro durante o

cortejo

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PESQUISA E ANÁLISE CRÍTICADE FONTES HISTÓRICAS

estudo da História tem no texto um de seus maiores e mais importantes referenciais. Nas pesquisas e estudos históricos são utilizados textos disser-tativos e analíticos, textos literários e documentos diversos como fontes.

Mas não basta apenas ler estes testemunhos da His-tória. É preciso também saber analisar e confrontar criticamente as informações e dados.

Um dos grandes problemas ao trabalharmos com textos sobre História, sobretudo os textos dos livros didáticos, é querer considerá-los como verdades ab-solutas, que não podem ser discutidas e confronta-das com outras fontes e posicionamentos. Uma das maneiras de realizar a leitura crítica é estabelecer o

confronto de fontes, buscando diferentes autores que falam sobre o tema. Não só tentar localizar documen-tos, como pesquisar notícias de jornais e textos lite-rários (romances, contos, crônicas) que contextuali-zam a época. Também temos como fontes preciosas as imagens – o texto não verbal, como, por exemplo: as pinturas nas cavernas pré-históricas; os murais das Antiguidades egípcia, romana, grega e outras; os afrescos da Idade Média e do Renascimento; os quadros e fotografias. É importante ter contato com diferentes pontos de vista e perceber que a História muitas vezes é contada sob determinados olhares, de acordo com os valores e convicções daquele que conta. Portanto, podemos encontrar contradições e várias versões do mesmo fato.

ATIVIDADEPESQUISA E ANÁLISE CRÍTICA DE FONTES HISTÓRICAS

Iniciem uma pesqui-sa sobre a História do Dois de Julho: a Inde-pendência do Brasil na Bahia, utilizando os tex-tos disponibilizados no site/DVD – ROM.

Leiam os textos sobre a História, sobre o Caboclo, sobre a Participação Po-pular e sobre os Persona-

gens Históricos. Utilizem, também, o Mapa Anima-do das Batalhas e Lutas do Dois de Julho e assis-tam aos vídeos temáticos sobre a História e sobre o Recôncavo baiano e a Ilha de Itaparica.

Procurem outras fontes sobre as perso-nalidades e os eventos

históricos. Utilizem as referências sugeridas neste material e outras. Pesquisem documentos, relatos históricos e ima-gens. Referenciais rele-vantes para a pesquisa histórica são também as produções artísticas: pinturas, murais, obje-tos, fotografias em mu-seus e exposições.

Comparem as infor-mações encontradas nas diferentes fontes. Loca-lizem o autor e a época do texto, documento ou imagem. Observem se-melhanças e diferenças. Produzam textos rela-cionando e discutindo os diferentes pontos de vista encontrados.

Ao final, realizem um debate envolvendo toda a turma. Questionamentos: por que encontrarmos di-ferenças entre alguns tex-tos, relatos e documentos? O que significam os pontos de vista diversos encon-trados, relacionados a um mesmo evento histórico?

Mural em azulejos de Udo Knoff, a partir do quadro “O Soldado Tambor”, de Antonio Parreiras, 1931.

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ATIVIDADEVIAGEM NO TEMPO - RECRIAÇÃO CRONOLÓGICA DOS EVENTOS DO DOIS DE JULHO

Com base no Mapa Ani-mado das Batalhas e Lu-tas do Dois de Julho, re-crie com os educandos os eventos apresentados, montando um ambiente onde os visitantes possam transitar pela “História”. Além do educador de His-tória, esta atividade pode contar com a participação dos educadores de Artes Visuais, para elaboração de réplicas de edificações, cenários e figurinos; edu-cadores de Teatro, para ensaiar os modelos vivos e os educandos que fa-rão a narração ao vivo; e de educadores da área de Matemática, que podem trabalhar conteúdos rela-cionados a escalas e siste-

mas métricos. Educadores de Língua Portuguesa po-dem apoiar a elaboração dos textos e roteiros da atividade.

Estudem no Mapa Ani-mado das Batalhas e Lutas do Dois de Julho os even-tos representados. Para aprofundar as pesquisas, leiam os textos História: a Independência do Bra-sil na Bahia e O Recônca-vo na Independência da Bahia. Assistam aos víde-os, sobretudo à Videoaula do professor e historiador Ubiratan Castro.

Façam esboços para a recriação dos principais eventos. Podem ser pro-

jetados vários elementos: painéis ilustrados, cená-rios, modelos das embar-cações, das edificações (como os fortes e os quar-téis) e mesmo persona-gens (que podem ser de-senhados nos painéis ou podem ser representados por pessoas caracteriza-das, durante as apresen-tações).

Utilizem papel metro, tintas, fitas adesivas, car-tolinas, papéis coloridos, além de aproveitar caixas de papelão, plástico, em-balagens diversas, garra-fas PET e outros materiais recicláveis para desenvol-ver e montar os cenários.

Organizem um espa-ço, uma sala ou, se hou-ver, um auditório, mon-tando cronologicamente as representações dos eventos históricos do Dois de Julho. Podem ser montados vários cená-rios, ordenados por da-tas, representando cada evento. Em cada um de-les, um texto explicativo e também um dos edu-candos, que falará sobre a cena apresentada para os visitantes.

A ideia é que os visi-tantes possam caminhar pela exposição e sintam-se envolvidos por cada situação mostrada, assim como os educandos.

SUGESTÕES DE FILMES

O corneteiro Lopes (2003). Nacionalidade: brasileira. Direção: Lázaro Farias. Duração: 21 min. Filme que narra a Independência do Brasil na Bahia, através da história do Corneteiro Lo-pes que, segundo contam, teve participação decisiva para o desfecho da Bata-

lha de Pirajá, em 8 e 9 de novembro de 1822.Hino ao 2 de julho (2010). Nacionalidade: brasi-leira. Duração: 10 mim. Documentário sobre o Dois de Julho, realizado a partir da apresenta-ção do Hino ao 2 de Ju-lho pela Orquestra do

Núcleo de Orquestras Jovens da Bahia (NEO-JIBA), no Teatro Castro Alves, através do projeto Direito à Cultura – Sim-bologias e Musicalida-des: um concerto para a juventude estudantil. Participação do histo-riador Ubiratan Castro.

Detalhe do quadro “O Soldado Tambor”, de

Antonio Parreiras, 1931 (à esquerda).

Maria Quitéria, deta-lhe da capa de Histó-ria da Bahia, de Luis

Henrique Tavares, 1979 (à direita).

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Page 21: A independência do Brasil na Bahia - Guia do Educador

ATIVIDADEESCREVA O SEU LIVRO DE HISTÓRIA: PRODUZINDO UM FANZINE

Ao pesquisar um tema, proponha aos educan-dos a criação do livro, ou livros, de História da tur-ma. Vocês podem fazer um livro com textos es-critos pelos educandos em forma de resenhas críticas, reportagens, tirinhas e histórias em quadrinhos (ver BOX). Podem incluir entrevis-tas com especialistas, pesquisadores e profes-sores. Podem, também, criar uma “revista” com textos sobre um tema da História em compa-ração com notícias da atualidade, realizando um estudo sobre even-tos passados da Histó-ria e as repercussões de

determinados eventos no presente. Esta ativi-dade permite trabalhar com a pesquisa e com diversos gêneros textu-ais. A profundidade da abordagem vai depen-der da série e da idade dos educandos. Ilustrem com fotografi as, dese-nhos e colagens. Segue o roteiro da atividade:

O primeiro passo é determinar com a turma sobre qual tema será fei-ta a pesquisa. De acordo com um tema geral, po-dem defi nir os subte-mas e os conteúdos que comporão as seções do fanzine: a apresentação ou editorial, as entrevis-

tas e os textos.

Em seguida, serão di-vididos os grupos e as ta-refas: quem vai escrever, quem vai ilustrar, quem fará a história em qua-drinhos, como será rea-lizada a pesquisa, quem vai fazer as entrevistas.

Ao reunir os conte-údos do fanzine, façam um primeiro esboço, de-fi nindo o tamanho dos textos e das imagens nas páginas. Vejam quantas páginas serão necessá-rias para compor a pu-blicação e planejem os elementos pré e pós-

-textuais: capa, sumário, nomes dos participantes e outras informações relevantes sobre a pu-blicação.

Quando o original fi -car pronto, é possível fa-zer cópias diretamente - se estiver em arquivo de computador - ou, se for feito à mão, digitalizar, passando para um com-putador em um scanner. Em seguida, fazer cópias e distribuir.Materiais: papéis - ofício e coloridos; lápis preto e de cor; canetas coloridas; re-vistas para recortar; cola; grampeador. Os textos podem ser escritos à mão ou digitados.

O QUE É UM FANZINE?

Um fanzine é uma pu-blicação alternativa e artesanal, que utiliza textos, desenho e cola-gens e pode ser copia-da para distribuição. O

termo surgiu do encon-tro das palavras fanatic e magazine (respectiva-mente fanático e revista em inglês). A expressão foi cunhada nos Estados

Unidos para designar as publicações artesanais, sobre os mais diversos temas, que começaram a aparecer nos anos 1940.

Para saber mais: Fanzine, Edgard Guimarães. Sé-rie Quiosque nº 2, 2ª ed. João Pessoa: Marca de Fanta-sia, 2005. Adquira o livro com a Marca de Fantasia ou consulte no acervo da Fanzinoteca Mutação no site: http://fanzinotecamutacao.blogspot.com.br/2010/02/livro-fanzine-autor-edgar-guimaraes.html

A Fanzinoteca Mutação é um projeto que integra o Prêmio de Interações Estéticas 2009 - residências artísticas em pon-tos de cultura - Funarte. O artista proponente foi Law Tissot - Ponto de Cultura Artestação - Rio Grande do Sul. Projeto premiado: Resgate das múltiplas linguagens do fanzine e suas relações com as poéticas visuais da arte-xerox.

Dois de Julho: a Independência do Brasil na Bahia Oi Kabum! Salvador 19

Page 22: A independência do Brasil na Bahia - Guia do Educador

COMO FAZER HISTÓRIASEM QUADRINHOS

Criem um roteiro da história: é o primei-ro passo para fazer sua história em quadrinho. Escrevam toda a histó-ria, definindo persona-gens, cenários e as situ-ações da história.

Planejem a quan-tidade de quadrinhos. Tentem definir quantas páginas haverá para os quadrinhos, por exem-plo: 12 quadrinhos: 2 páginas, 6 quadrinhos em cada uma. Para isso, pensem na disposição e no formato dos qua-drinhos e, a partir dis-so, calculem a quanti-dade de páginas. A este planejamento se dá o nome de diagramação. Diagramar é decidir a forma e o tamanho dos quadrinhos, lembrando que podem ter formatos

e tamanhos diferentes.

É importante come-çar a desenhar os qua-drinhos pelo texto dos personagens (que são os balões das falas). Os desenhos devem ser fei-tos depois. Isto evitará que as falas, se deixa-das para o final, fiquem apertadas e ilegíveis nos balões. Escrevam pri-meiro as letras antes de fazer o balão em torno das falas.

As letras não devem ser cursivas; usem sem-pre as letras maiúsculas, que devem ficar mais ou menos com o mesmo tamanho. Destaquem palavras importantes ou gritos com cores mais fortes, assim como usa-mos o NEGRITO (N) no computador.

Pesquisem com aten-ção em revistas em quadri-nhos como são desenhados os balões para pensamen-tos, gritos e falas.

Outro elemento im-portante são as onomato-peias, que aparecem nos quadrinhos representan-do os mais variados sons.

Adaptado do site: http://www.divertudo.com.br/qua-drinhos/quadrinhos-txt.html

Para saber mais, consulte os sites: http://www.divertudo.com.br/quadrinhos/quadri-nhos-txt.html

h t t p : // w w w. e d u c a d o r.brasilescola.com/sugestoes-pais-professores/como-cons-truir-historia-quadrinhos-com-os-alunos.html

http://pt.wikihow.com/fazer-historia-em-quadrinhos

http://pan.nied.unicamp.br/~hagaque/

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ATIVIDADEREVISTA DE CULTURA E ARTE – A BAHIA DO SÉCULO XIX

A partir da proposta do fanzine, é possível de-senvolver publicações de conteúdos e temas variados. Proponha aos educandos a criação de uma Revista Cultural sobre a Bahia. Com tex-tos, matérias, artigos e ilustrações com base em uma pesquisa sobre ou-tras épocas como, por exemplo, o século XIX, período da Independên-cia do Brasil e da Bahia.

Pesquisem como as revistas atuais são organi-zadas, principalmente re-vistas sobre cultura e arte. Observem como são os gêneros textuais: notícias, artigos, entrevistas, crô-nicas, charges, resenhas literárias, dicas de cultura, sinopses e críticas de fil-mes, livros, shows, peças e exposições.

Pesquisem revistas

os conflitos, como era o lazer, como eram os cos-tumes. Pesquisem se já existiam publicações es-pecializadas em cultura e arte no século XIX.

Façam o projeto edi-torial da revista: quantas páginas haverá na pu-blicação? Quais serão os textos e as ilustrações, que podem ser desenhos, fotografias ou colagens? É interessante se a revis-ta tiver a “cara” da época: reproduzir a estética das fotografias, das ilustrações e da tipografia (letras) usa-da nos textos. Não se es-queçam do texto de apre-sentação, do sumário e da ficha técnica, com o nome dos participantes.

Se for possível, façam cópias e distribuam os exemplares. Caso não seja possível copiar, a revista pode ser exibida

(ou jornais) da época es-colhida, neste caso, pu-blicações do século XIX. A estética e os temas de cada época variam bas-tante. Comparem as pu-blicações. Publicações antigas podem ser en-contradas em bibliotecas, arquivos públicos e em sites especializados (ver sugestões de pesquisa).

Pesquisem aconte-cimentos relevantes da época em relação à cultu-ra, à sociedade e às artes no século XIX na Bahia: pintores, escritores, mú-sicas da época, eventos e notícias.

Analisem o ambien-te e o contexto cultu-ral, buscando perceber, através das notícias e opiniões expressas por jornalistas e articulistas da época, como era a mentalidade, quais eram

em forma de mural, em lugar bem visível - uma revista-mural.

Pode também ser criado outro projeto de revista que tenha as matérias, os textos, as entrevistas, as reporta-gens, crônicas e rese-nhas sobre cultura e arte situados em nosso tem-po e tratando de temas atuais e relacionados ao universo dos jovens.

Sugestões para pesquisa sobre revistas e jornais do sé-culo XIX:

Arquivo Público do Esta-do de São Paulo, http://www.arquivoestado.sp.gov.br/memo-riaimprensa/ onde podem ser encontradas diversas publica-ções digitalizadas.

Site da Biblioteca Nacional, http://hemerotecadigital.bn.br/ com publicações digitalizadas de várias épocas.

A cidade do Salvador da Bahia nas primeiras décadas do séc. XIX (imagem retirada de Uma História da Cidade da Bahia, de Antonio Risério, ano 2000).

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ATIVIDADEELABORANDO LINHAS DO TEMPO

desenvolvimento de linhas do tempo é um recurso interessante para se articular eventos mediante perspectivas crono-lógicas e históricas. As linhas do tempo podem assumir muitas feições e podem

ter muitas formas: podem ser horizontais, verticais, em espiral; podem ser ilustradas ou não. O conteúdo deve ser estabelecido de acordo com o grau de conhe-cimentos e apropriação de quem as elabora, poden-do apresentar relações mais ou menos complexas de acordo com a série e a maturidade dos educandos.

A partir de uma linha do tempo, podemos situar cronologicamente um acontecimento e contextuali-zá-lo historicamente por meio dos processos sociais, culturais e políticos que o caracterizam. Por exemplo, ao representarmos os acontecimentos relativos à In-dependência do Brasil na Bahia, iremos determinar as datas de cada evento, ao mesmo tempo em que es-

tabeleceremos uma relação com o contexto e com a forma como este evento foi influenciado pelo passado e como influenciou os processos históricos que se se-guiram. Portanto, é importante aproveitar as linhas do tempo não apenas para localizar os eventos históricos, mas para estimular reflexões e discussões, ao buscar problematizar as situações estudadas por meio da concepção de que cada um de nós é um sujeito históri-co. Importantes relações e discussões podem ser pro-vocadas através da criação de linhas do tempo: o que é o tempo? Uma manifestação natural ou produção social e cultural? Quem são os principais personagens da História? São apenas as figuras heroicas e épicas do passado? Que lugar nós ocupamos na História? Qual o centro da civilização ocidental? Onde começa a His-tória de um povo, como o brasileiro, que vive, no ano de 2012, mais de 500 anos de colonização? Começou antes ou depois da colonização portuguesa?

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LINHAS DO TEMPO E OCONHECIMENTO HISTÓRICO

Pesquisem e anali-sem diversos exemplos de linha do tempo.

Primeiramente, ela-borem linhas do tempo considerando a história pessoal dos educan-dos. Pesquisem com as famílias momentos da trajetória de vida de cada um: a data e como foi o nascimento, datas de eventos importantes da infância, da juventu-de. As localizações dos

acontecimentos na linha do tempo podem ser-determinados por ano, mês e dia, a depender do evento. Aproveitem para discutir algumas temáti-cas, como as citadas no texto acima: nosso papel como sujeitos históri-cos, a relação entre as nossas histórias de vida pessoais e familiares e as histórias sociais e co-letivas. Os formatos de linha do tempo podem variar: sejam criativos!

Pensem em outras possibilidades de linhas do tempo: história do bairro, da escola ou pro-jeto social, ou da cida-de, pesquisando datas e acontecimentos.

Uma ideia estimu-lante consiste em rela-cionar acontecimentos da História da cidade, do estado, do país e do mundo a eventos da vida dos educandos: o que aconteceu no país no

dia, mês e ano de seu nascimento? Quais os eventos mundiais que marcaram a História no ano em que você nas-ceu? Quais as persona-lidades históricas que nasceram nas datas de aniversário de seus pais?

Para saber mais: página que apresenta linhas do tem-po sobre a História da Hu-manidade: www1.uol.com.br/bibliot/linhadotempo/

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HISTÓRIA E MEMÓRIA

istória e memória são duas categorias per-tencentes à ação humana que provocam muitas discussões. Embora ambas lidem com matérias relacionadas ao passado, operam em níveis e em condições dife-rentes. Para alguns autores, a História é

fruto de estudos e investigações sistemáticas, de docu-mentos, eventos e de análise crítica de discursos que acontecem a partir do distanciamento do historiador. Já a memória consideraria as vivências, sentimentos e testemunhos subjetivos das pessoas como referenciais para compreensão dos diversos contextos em que a vida social se desenrola. Além disso, a memória seria considerada como um saber que, ao ser transmitido

entre as gerações, preservaria as relações de convívio de grupos humanos, de qualquer natureza, atualizando e tornando presentes as práticas e os modos de ser e viver dos sujeitos. Portanto, embora possam ser, em de-terminados momentos e contextos, categorias comple-mentares, são formas diferenciadas de relacionamento com os eventos da vida.

Para Saber Mais: ARENDT, H. Entre o passado e o futuro. 4. ed. São Paulo: Perspectiva, 1997.

BITTENCOURT, C. (org.) O saber histórico na sala de aula. São Paulo: Contexto, 1997

POLLAK, M. Memória e identidade social. Estudos Históri-cos, v. 5, n.10, Rio de Janeiro, 1992.

Coleção Memória e História. São Paulo: Companhia das Le-trinhas - memórias de infância de diversos autores.

ATIVIDADE

Assistam aos vídeos do material do Dois de Julho: a Independên-cia do Brasil na Bahia, principalmente Cida-de Heroica: Cachoei-ra na Independência do Brasil, Histórias da Independência do

Analisem os depoi-mentos dos vídeos e as imagens apresentadas, observando qual o tema ou temas principais dos vídeos, sobre quais as-pectos da tradição os de-poentes se referem, qual o papel da memória e da

Brasil na Bahia e a Vi-deoaula do professor e historiador Ubiratan Castro. Leiam também os textos sobre a His-tória do Dois de Julho e sobre o Recôncavo na Independência da Bahia.

história em relação aos depoimentos dos vídeos.

Após as reflexões e discussões, propor aos educandos pesquisas que envolvam a relação de pre-sente/passado, tradição oral e história documental.

Praça da Igreja Matriz de Santo Amaro em dia de festa, segunda metade do séc. XIX. Autor desconhe-cido (imagem encontrada em Uma viagem à Bahia, Osvaldo Teixeira, 2011).

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ATIVIDADE

Desenvolvam um pro- jeto que pesquise a his-tória do bairro. Busquem com os familiares e mo-radores mais velhos, im-pressões sobre como era o bairro em seu tempo.

Criem um roteiro para entrevistar as pes-soas. Coloquem per-guntas sobre como era o bairro, como eram as construções, as condi-ções de vida e também sobre os costumes, as festas, as músicas da época e sobre o que mo-bilizava a participação dos moradores em torno de algum assunto coleti-vo, como o saneamento básico ou uma come-moração, por exemplo. Gravem ou anotem os depoimentos.

gar, de que forma acon-teceu esta ocupação; como era a região antes e depois da ocupação. Busquem conhecer as histórias sobre o bairro, tanto aquelas prove-nientes de documentos como aquelas contadas a partir das memórias dos moradores.

Pesquisem fotogra-fias e gravuras sobre o bairro, para ter algum registro visual da época. Fotografias e outras ima-gens antigas podem ser pesquisadas em bibliote-cas, arquivos públicos e na internet. Os morado-res e familiares também podem ter fotografias de outras épocas.

Organizem os de-

Façam também um registro fotográfico das pessoas entrevistadas e de imagens do bairro. As fotografias poderão ser usadas nos materiais que serão produzidos após as pesquisas, como um blog, cartazes ou um jor-nal.

Escrevam textos, articulando os depoi-mentos dos entrevista-dos e os resultados da pesquisa sobre as mo-dificações que aconte-ceram na sociedade e na comunidade nos últimos anos. Procurem apontar exemplos.

Pesquisem docu-mentos sobre o bairro. Tentem descobrir como foi a ocupação do lu-

poimentos e textos em cartazes ilustrados com as fotos e imagens atu-ais em comparação a de outras épocas. Outra opção é utilizar um pro-grama de apresentação no computador e mon-tar uma apresentação eletrônica com um da-tashow.

Baseando-se nos de-poimentos, textos e ima-gens façam uma análise comparativa entre as imagens mais antigas e as atuais e entre os de-poimentos dos entre-vistados falando sobre o passado e sobre pre-sente. O que mudou? O que permanece? O que tem de positivo ou ne-gativo no presente e no passado? Quais os mo-tivos dessas mudanças e quais as conseqüências? Qual a importância da memória para as pesso-as e para as comunida-des? Como vemos a glo-balização em relação às mudanças nos costumes e modos de viver locais?

Ao pensarem sobre o projeto, pensem tam-bém em formas de des-dobrar as pesquisas e as reflexões: um blog, um jornal ou um seminário na escola, envolvendo toda a comunidade es-colar e com a presença das pessoas que foram entrevistadas durante a pesquisa.

SUGESTÕES DE FILMES

Narradores de Javé (2003). Direção: Eliane Caffé. Duração: 100 min. Na-cionalidade: brasileira. O longa-metragem aborda a questão da chegada do progresso, em forma de uma hidrelétrica que inundará toda a pequena vila de Javé, expulsando seus moradores. Além da temática referente às mudanças do espaço,

por meio da interferên-cia do progresso tecno-lógico, o filme apresenta um drama bem-humora-do sobre a preservação da memória de uma co-munidade e sobre a his-tória oral.

Eu me lembro (2006). Direção: Edgar Navarro. Duração: 108 min. Na-

cionalidade: brasileira. 16 anos. Longa-metra-gem que conta a história de uma família de classe média baiana, entre os anos 50 e 70, através do olhar e da memória de um dos filhos da família. Ao mesmo tempo, tem como pano de fundo os eventos históricos das décadas que são repre-sentadas no filme.

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HISTÓRIA ORAL E HISTÓRIA DOCUMENTAL

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REPRESENTAÇÕES CARTOGRÁFICAS:OS MAPAS

epresentar visualmente o espaço sempre fez parte das produções da humanida-de. Os mapas podem ser encontrados na história dos povos desde os mais antigos tempos. Os estudiosos do tema conside-ram que os registros encontrados nas ca-vernas já seriam tentativas do ser huma-

no em localizar-se no espaço e no tempo. Registram-se mapas encontrados na Roma Antiga, na Grécia, na Me-sopotâmia e em civilizações pré-coloniais na América, como a Asteca, na região do México. Um dos achados mais antigos remonta à ancestral Babilônia: um mapa datado de 2.500 A.C, o mapa de Ga-Sur, esculpido em uma placa de argila. Os mapas antigos eram desenha-dos em murais, esculpidos na madeira, na argila e na pedra e pintados em peles de animais.

Os mapas representam de forma bidimensional o es-paço real tridimensional, utilizando escalas. Uma deri-vação dos mapas tradicionais são as maquetes, que saem da representação plana e tentam reproduzir, também em escala, os relevos da paisagem. A escala cria uma relação de proporção entre os componentes reais e a represen-tação que está circunscrita no mapa. Por exemplo: para se desenhar um mapa, convenciona-se que 1cm vai cor-responder a 1Km. Atualmente, utilizando-se programas de computador, é possível criar mapas bidimensionais, tridimensionais e, ainda, animados, ou seja, com movi-

mento. Para a leitura dos mapas, é preciso estabelecer convenções que, através de legendas, permitam enten-der o que cada símbolo do mapa significa.

Os mapas que nos são mais familiares são aqueles que representam o relevo, a hidrografia, o clima, a vegetação, as divisões políticas de cidades, estados e países, os ma-pas históricos, econômicos e demográficos. Porém, no mundo contemporâneo, os mapas não apenas represen-tam espaços geográficos, dados econômicos e aconteci-mentos históricos localizados em determinadas regiões do globo terrestre. Podemos conceber mapas sobre os mais diversos ramos do conhecimento e criar cartogra-fias a partir do imaginário, das subjetividades e das ela-borações conceituais da experiência humana.

Para Saber Mais: ALMEIDA, Rosângela Doin (org.). Novos Ru-mos da Cartografia Escolar: currículo, linguagem e tecnologia. Contexto: São Paulo, 2011.

Atlas Escolar Geográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, disponível em http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/atla-sescolar/index.shtm

Cartografia Escolar - Ano XXI Boletim 13 - Outubro 2011 In Série Salto para o futuro/TV Escola (MEC): http://tvbrasil.org.br/fotos/salto/series/17463213-Cartografia.pdf

Programas da TV Escola (MEC) sobre Cartografia Escolar - acesse o site: http://cartografiaescolar.blogspot.com.br/

SUGESTÕES DE FILMES

Rondon e a cartografia (2011), de Cacá de Souza. Documentário, 32 min. O filme conta a história do Marechal Cândido Rondon e sua contribuição para a cartografia brasileira e para a delimitação das frontei-ras nacionais.

1492: A Conquista do Pa-raíso (1992), Dirigido por Ridley Scott, ficção, 150 min. O filme conta a his-tória de Cristóvão Colom-bo, durante o período em que, com a convicção que a Terra era redonda, desco-briu, casualmente, em suas

navegações, o continente americano. Disponível para download (uso pedagógico) no Portal Dia-a-Dia Educa-ção em: http://www.diaa-dia.pr.gov.br/tvpendrive/modules/debaser/singlefile.php?id=20144

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ATIVIDADECARTOGRAFIA: SUGESTÕES PARA LEITURA CRÍTICA DE MAPAS

Observem os Mapas Históricos apresentados no material do site/DVD-ROM Dois de Julho: a In-dependência do Brasil na Bahia e o Mapa Animado das Batalhas e Lutas do Dois de Julho.

Procurem outros ma-pas históricos da Bahia no século XIX e também de diversas outras épocas e temáticas, em livros di-

região mapeada, a fon-te, a escala utilizada, as legendas, os símbolos e seus significados.

Observem as infor-mações que estão re-gistradas nos mapas e discutam sobre a épo-ca e contexto histórico onde estão inseridos. É possível abordar vários temas a partir da análi-se comparativa e crítica

dáticos, em bibliotecas e arquivos públicos e em si-tes. Façam comparações entre eles. Observem como é a representação gráfica de cada mapa e como são apresentadas as informações.

Identifiquem e ana-lisem: o tipo de mapa (quais as informações que está mapeando), o título, a data e qual a

dos mapas: ocupação de território, migrações, desenvolvimento eco-nômico, eventos políti-cos e sociais.

Ao final, criem um pai-nel comparativo entre os diferentes mapas traba-lhados, com colunas con-tendo cada item analisado, sistematizando as informa-ções e contextualizações realizadas pela turma.

ma maneira de trabalhar com mapas con-siste em pesquisar eventos históricos, lo-calizados em um determinado período e local, e representá-los graficamente em um mapa especialmente desenvol-

vido para dar destaque visual a cada evento. São os mapas ilustrados das trajetórias de personagens, in-dividuais e coletivas, dos artefatos envolvidos (em-barcações, veículos e construções) e das relações existentes entre os fatos destacados, o que pode ser feito por meio de diversas estratégias e recursos (como referência, ver Mapa Animado das Batalhas e Lutas do Dois de Julho).

Uma outra forma bastante criativa de trabalhar

com cartografia, se refere à criação de mapas que tenham como conteúdo outros gêneros de infor-mação, como mapeamentos literários, artísticos ou mesmo de outras categorias, mais subjetivas, como conceitos filosóficos ou sociológicos. Para essa abordagem, existe a possibilidade de se escolher uma obra literária, ou mesmo obras de um autor específico, e elaborar mapas que busquem repre-sentar graficamente (com imagens) as principais temáticas e conceitos da obra ou obras. Para cada conceito, tema ou ideia, criar relações com aciden-tes e referenciais geográficos, como rios, planícies, montanhas, vales, florestas, desertos, e elaborar mapas com estas representações visuais.

MAPAS CONCEITUAIS ATRAVÉS DE TEXTOS ESQUEMÁTICOS

Outra abordagem acerca de processos de mapeamento são os mapas conceituais, que estabelecem visualmente, por meio de esquemas textuais, relações entre conteú-dos e informações sobre qualquer tema estudado, au-xiliando em uma compreensão mais ampla e articulada

(ver link para Portal Klick Educação, logo abaixo).Para Saber Mais: sobre mapas conceituais - Portal

Klick Educação: atividades sugeridas – construa mapas conceituais: http://www.klickeducacao.com.br/conteu-do/pagina/ 0,6313,POR-648-,00.html

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OUTRAS CARTOGRAFIAS

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Após realizarem a pes-quisa sobre o tema es-colhido, aprofundem as reflexões em grupo para decidir que pontos ou conceitos serão destaca-dos no mapa ou mapas.

Se decidirem por ma-pear a obra literária de de-terminado autor, destacar trechos que se refiram aos principais conceitos abordados e desenvolvi-dos por ele e fazer uma leitura cuidadosa e crítica, observando os sentidos e referenciais.

Em seguida, pensem

em como representar visu-almente os conceitos des-tacados. Por exemplo, se a obra está situada em perí-odo histórico-literário cor-respondente ao Romantis-mo, podem ser observadas as características deste estilo literário, como o na-cionalismo, o pessimismo, a valorização das tradições populares, o egocentrismo e o individualismo. É possí-vel, então, elaborar mapas ilustrados com figuras que representem os concei-tos, mas também, em um trabalho mais complexo, em séries mais adiantadas, criar territórios imaginá-

rios, por meio de uma car-tografia que relacione os conceitos a acidentes na-turais: o pessimismo pode ser um vale e o individua-lismo ser representado por uma ilha. Ou acidentes ar-tificiais como cidades, vilas ou pontes.

É importante que, ao estudar o estilo literário de determinado autor e época, além da escolha do trecho da obra que ins-pirou e fundamentou as análises para o destaque de conceitos e caracte-rísticas, que o educando faça também uma análise

crítica sobre o trecho e os conceitos mapeados. Portanto, os mapas con-ceituais podem ser en-riquecidos por resenhas críticas produzidas pelos educandos, apresentan-do as descobertas e re-lações que estabeleceu para criar seus mapas.

Para a elaboração destas resenhas, esti-mular a busca por ou-tros referenciais para fundamentar os concei-tos, como livros e textos sobre filosofia, sociolo-gia e outras áreas do co-nhecimento.

SUGESTÕES DE LEITURA

Atlas da Experiência Humana: cartografia do mundo interior. São Paulo: Publifolha, 2004. Produzido por dois car-tógrafos holandeses, Jean Klare e Louise van Swaaij, o Atlas da Expe-riência Humana é com-posto por mapas que buscam traduzir, atra-

vés de referenciais ge-ográficos, as vivências e experiências dos seres humanos.

Dicionário de lugares imaginários. São Paulo: Companhia das Letras, 2003. Dicionário criado por Gianni Guadalupi e Alberto Manguel, que

descreve, com textos e ilustrações, lugares pertencentes a histórias ficcionais. Além da des-crição detalhada destes lugares, contendo várias informações, são apre-sentados mapas com acidentes geográficos e outros elementos exis-tentes nos locais.

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ATIVIDADEOUTRAS CARTOGRAFIAS

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GLOSSÁRIO

AfoxéGrupo animado pelo rit-mo do ijexá, acompanha-do de músicos que tocam instrumentos afro-baia-nos, principalmente de percussão. Os afoxés do cortejo do Dois de Julho são formados, principal-mente por figurações indígenas, ou de caboclos.

AlgazarraBarulho provocado por várias vozes ao mesmo tempo; gritaria.

ArrabaldesArredores de uma cidade.

BaionetaArma que tem uma par-te de metal perfurante presa a uma espingarda.

Batalhão dos PeriquitosÉ também conhecido por Batalhão dos Volun-tários do Príncipe. Tem esse nome por causa dos punhos e da gola verde, em seu uniforme, lembrando periquitos.

Batalhão Quebra-FerroGrupo que, durante o Cortejo do Dois de Julho, puxa o carro da Cabocla e do Caboclo.

CabocloO termo possui várias acepções: nome dado ao mestiço do branco com o índio; termo que designa o caipira, não necessaria-mente mestiço, morador do interior do Brasil; na simbologia das comemo-

rações do Dois de Julho, o caboclo significa tanto o mestiço de índio com branco, como, no decorrer do tempo, se relacionou à representação da entidade indígena que incorpora no Candomblé de Caboclo, na Umbanda e em manifesta-ções religiosas comoo Batuque, o Catimbóe a Macumba.

Câmara MunicipalOu câmara legislativa, é o órgão legislativo da administraçãodos municípios.

CanhoneiraNavio de pequenoporte, que levacanhões de guerra.

Carta RégiaDocumento oficialassinado por reis.

CharangaGrupo de músicos que tocam principalmente instrumentos de sopro. cortejo de músicos que fazem barulho.

Encourados de PedrãoGrupo de combatentes brasileiros formado por vaqueiros, criado por José Maria do Sacra-mento Brayner, um frei Pernambucano, que veio para Salvador em junho de 1817, após a participar da Revolução Pernambucana.

EstandarteBandeiras que represen-tam os batalhões de infan-

taria ou artilharia, agremia-ções religiosas ou figuras de santos em procissões.

Estrada das BoiadasEstrada que dava acesso a Salvador, atualmente a Avenida Lima e Silva, no bairro da Liberdade.

FanfarrasBandas de música, for-madas por instrumentos de sopro e percussão.

FlotilhaPequena frota de navios.

HermaMonumento feito a partir de um pilar de pedra quadrangular onde se colocar uma cabeça es-culpida, um busto ou uma representação da figura do homenageado (um retrato ou fotografia).

IrmandadesAssociação de devotos a um santo ou santa.

JugoDomínio, repressão.

Junta provisóriaGoverno exercido por um grupo de pessoas.

LirasGrupos musicaisou literários.

Mata-cabrasChamava-se a perse-guição dos portugueses aos negros que encon-travam pelas ruas.

Mata-marotosNegros que faziam em-

boscadas para surraros portugueses.MercenárioIndivíduos que se alistam em exércitos e se aliam a lutas por meio de paga-mento, sem estabelecer vínculos éticos, ideoló-gicos ou se submeter às regras militares.

MitoNarrativa de conteúdo simbólico, que dá ênfase fantástica a personagens e eventos, sejam reais ou imaginários.

MocambosHabitações dos escravos fugitivos nos quilombos.

Pessoas de santoAqueles que professam as religiões afro-brasi-leiras.

Quilombos Na época da escravidão, os quilombos eram locais onde os escravos fugiti-vos se escondiam. Atual-mente, ainda sobrevivem comunidades quilombo-las remanescente destes grupamentos.

Recôncavo BaianoRegião geográfica loca-lizada em torno da Baía de Todos os Santos, que comporta o litoral e tam-bém regiões do interior.

Te DeumHino litúrgico católico que dá graças e enaltece a Santíssima Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.

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Page 33: A independência do Brasil na Bahia - Guia do Educador

FICHA TÉCNICA

PROJETO DOIS DE JULHO - A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL NA BAHIA

COORDENAÇÃO GERALIsabel Gouvêa

PESQUISACoordenação de pesquisa e textos:Frede AbreuAssistente de pesquisa:Brenda Gomes

PRODUÇÃOCoordenação de produção:Jean CardosoProdução:André Luiz Ferreira

AUTORAÇÃO E DESIGN DO DVD-ROMFernando Krum

COMPUTAÇÃO GRÁFICAVinhetas e legendas animadas:Luciano RochaCoordenação de design das vinhetas:Fernando PJAnimadores:Luciano Rochae Renan Moraes Trilha Sonora Cortejo:“Hino ao 2 de Julho”pela Orquestra SinfônicaJuvenil 2 de Julho(NEOJIBA); arranjo de Fred Dantas; regência de Yuri Azevedo; voz de Tatau

ANIMAÇÃO “Batalhas e Lutas do Dois de Julho”

Coordenação: Maíra Moura MirandaAssistência:Tatiane LimaAnimadores:Maíra Moura Mirandae Tatiane LimaTrilha Sonora:Davi Cerqueirae Tilson SantanaRoteiro:Sandra LoureiroPesquisa iconográfica:Isabel GouvêaNarração:Raiane Vasconcelos

DESIGN GRÁFICO Coordenação etapa 1:Tiago Ribeiro Coordenação etapa 2 e Finalização:Fernando PJDesigners:Bianca Lessa, BrunoCerqueira, José Roberto Brito, Ludmila Cunha, Rafaela Santos, Rafael Leal, Silas Moraes

Ilustradores:Bianca Lessa, BrunoCerqueira, Leandro Mar-condes, Silas Moraes, Ta-tiane Lima e Tiago Ribeiro

FOTOGRAFIACoordenação:Elza MontalFotógrafos:Agnaldo Passos, Risonaldo Cruz, Amanda Paim, Elza Montal, Vaguiner BrásManipulação de imagens:Agnaldo Passos, Amanda Paim e Elza MontalFotos antigas:Acervo da FundaçãoGregório de Mattos

VÍDEOCoordenação:Bruno SaphiraCaptação de Imagens/Som:Diego Aguiar, JeanChagas, Raiane Vasconce-los, Wellington Castro Jr e Zaine RheinschmittEdição dos Vídeos:Mariela BritoEdição das Videoaulas:Tenille BezerraAssistentes de Edição:Diego Aguiar, Wellington Castro Jr, Zaine RheinschmittProdução:Laíse Teixeirae Zaine RheinschmittAnimação:Luciano RochaFinalização:Débora FreireTrilha Sonora:Baiana System,Bemba Trio e Radiola

WEBDESIGNCoordenação:Daniel CambuíWebdesigner:Silas Moraes

ORGANIZAÇÃO DECONTEÚDO E REVISÃOSandra Loureiro

DISSEMINAÇÃO Elaboração do Guia do Educador:Sandra LoureiroEducador Formador:Daiane SilvaMobilização e Monitoria:Bianca Lessa

e Brenda Gomes

AGRADECIMENTOSAos que contribuíram com o projeto e disponibilizaram publicações, vídeos e fotografias:Biblioteca Públicado Estado da BahiaFundação Gregório de MattosFundação Pedro CalmonHugo GuarilhaIGHB – Instituto Geográficoe Histórico da Bahia IPAC – Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da BahiaMilton MouraNEOJIBA e Frede DantasNeusa Machado de CarvalhoSolange CarybéUbiratan CastroWlamyra Albuquerque

OI KABUM! ESCOLA DE ARTEE TECNOLOGIA DE SALVADORCOORDENAÇÃO GERALIsabel Gouvêa

COORDENAÇÃO PEDAGÓGICASandra Loureiro

COORDENAÇÃO DO NÚCLEODE PRODUÇÃOJean Cardoso

COORDENAÇÃODO PELOURINHO DIGITALJuliana Machado

ÁREA DE OPORTUNIDADESAndré Luiz Ferreira

EDUCADORES

COMPUTAÇÃO GRÁFICAFábio Farani

DESIGN GRÁFICOFernando Figueiredo

FOTOGRAFIAElza Montal

VÍDEODanilo Scaldaferri

SER E CONVIVERDaiane SilvaKarina Rabinovitz

OFICINA DA PALAVRALucia Manisco

PROFISSIONAIS DE EDIÇÃOE EQUIPAMENTODébora FreireSara Oliveira

SECRETARIAIvânia Tupinambá

APOIO ADMINISTRATIVOCira SantosManoel LázaroSidney MonizValdeci Bispo

OI FUTURO

DIRETORIA EXECUTIVAOtávio Marques de AzevedoPedro Jereissati PRESIDENTEJosé Augusto da Gama Figueira VICE-PRESIDENTERoberto Terziani DIRETORIARafael Oliva PROJETOS E PROGRAMAS

Paola Scampini EDUCAÇÃO

OI KABUM! - COORDENAÇÃOMaria Fernanda TodeschiniHenrique Rodrigues EQUIPE EDUCAÇÃOCarla BrancoFernanda SarmentoMaria ClaraSobreira de Azevedo

ESTAGIÁRIASCatarina Caminada VannierIsabella Guimarães Rodriguez ASSESSORIA DE IMPRENSALetícia DuqueCarla MeneghiniLeilah AcciolyCIPÓ COMUNICAÇÃO INTERATIVA

COORDENAÇÃO EXECUTIVALuciano SimõesMelina Silveira

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃOFernanda Pimenta

ADMINISTRATIVO / FINANCEIROAntônio LimaJanusa SantosMário ArgolloSimone Bonfim