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FACULDADE BOA VIAGEM DEVRY BRASIL CENTRO DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO CPPA CURSO DE MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTÃO EMPRESARIAL - MPGE A INFLUÊNCIA DO VALOR PERCEBIDO, VALORES PESSOAIS E DO RISCO PERCEBIDO NA ESCOLHA DO CANAL DE COMPRA VIRTUAL PATRÍCIA CARNEIRO LINS DE NOVAES RECIFE, PE 2018

A INFLUÊNCIA DO VALOR PERCEBIDO, VALORES PESSOAIS … · PERCEBIDO NA ESCOLHA DO CANAL DE COMPRA VIRTUAL ... Ao meu marido, ... As últimas décadas permitiram ligar o mundo e dinamizar

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FACULDADE BOA VIAGEM – DEVRY BRASIL

CENTRO DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO – CPPA

CURSO DE MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTÃO EMPRESARIAL - MPGE

A INFLUÊNCIA DO VALOR PERCEBIDO, VALORES PESSOAIS E DO RISCO

PERCEBIDO NA ESCOLHA DO CANAL DE COMPRA VIRTUAL

PATRÍCIA CARNEIRO LINS DE NOVAES

RECIFE, PE

2018

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FACULDADE BOA VIAGEM — DeVry Brasil

MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTAO EMPRESARIAL

- MPGE -

CLASSIFICA§AO DE ACESSO A DISSERTA§OES

Considerando a natureza das informa9oes e compromissos assumidos com suas fontes, o acesso a disserta$ao do Mestrado Profissional em Gestao Empresarial - MPGE do Centro

de Pesquisa e Pos-Graduapao em Administra$ao — CPPA — da Faculdade Boa Viagem é definido em trés graus:

• Grau 1: livre (sem prejuizo das referéncias ordin rias em cita oes diretas e indiretas);

• Grau 2: com veda 3o a cfipias, no todo ou em parte, sendo, em consequéncia, restrita a eonsulta em ambientes de bibliotecas com saida controlada;

» Grau 3: apenas com autorizapao expressa do autor, por escrito, devendo, por isso, o texto, se confiado a bibliotecas que assegurem a restripao, ser mantido em local sob chave ou custfidia;

A classificagao desta dissertapao se encontra, abaixo, definida por scu autor.

Solicita-se aos depositérios e usuérios sua fiel observancia, afim de que se preservem as condipoes éticas e operacionais da pesquisa cientifica na Area de administrapao.

Titulo da Disserta$ao: ―A INFLUENCIA DO VALOR PERCEBIDO, VALORES PESSOAIS E DO RISCO PERCEBIDO NA ESCOLHA DO CANAL DE COMPRA VIRTUAL‖

Nome do(a) autor(a): Patricia Carneiro Lins de Novaes

Data da Aprovapao: 12 de setembro de 2017

Classifica$ao conforme especifica$5o acima:

Grau 1 x

Grau 2

Grau 3

Recife, 27 de fevereiro de 2018

Assinatura o(a) Autor(a)

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PATRÍCIA CARNEIRO LINS DE NOVAES

A INFLUÊNCIA DO VALOR PERCEBIDO, VALORES PESSOAIS E DO RISCO

PERCEBIDO NA ESCOLHA DO CANAL DE COMPRA VIRTUAL

Dissertação apresentada ao Mestrado Profissional em Gestão Empresarial do Centro de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração da Faculdade Boa Viagem – FBV para obtenção do grau de Mestre em Gestão Empresarial, sob a orientação do Prof. Dr. Marcus Augusto Vasconcelos Araújo.

RECIFE, PE

2018

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Catalogação na fonte - Biblioteca da Faculdade Boa Viagem | DeVry, Recife/PE

Ficha catalográfica elaborada pelo setor de processamento técnico da Biblioteca.

N935i Novaes, Patrícia Carneiro Lins de.

A influência do valor percebido, valores pessoais e do risco

percebido na escolha do canal de compra virtual / Patrícia

Carneiro Lins de Novaes. – Recife : DeVry | UniFBV, 2017.

101 f. : il.

Orientador(a): Marcus Augusto Vasconcelos Araújo.

Dissertação (Mestrado) Gestão Empresarial -- Faculdade

Boa Viagem - DeVry.

1. Valor percebido. 2. Valores pessoais. 3. Risco

percebido. 4. Varejo virtual. I. Título.

DISS

658[17.2]

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Dedico

Ao meu Marido Milton Jr.,

Aos meus pais Tadeu e Albertina

E a toda minha família.

Este trabalho não seria possível sem vocês!

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AGRADECIMENTOS

Agradeço aos meus pais, Tadeu e Albertina, por acreditarem em mim e pelo apoio que

sempre me deram. Ao meu marido, Milton Jr., pela paciência e apoio nesta jornada, sem sua

ajuda nada seria possível nessa jornada.

Ao Prof. Dr. Marcus Augusto Vasconcelos Araújo, por me escolher, desafiar e pela

paciência neste trajeto.

Aos amigos Humberto, Viviane e Fernando pela parceria, paciência e amizade, em

especial a Humberto, que atuou como meu co-orientador em todo o caminho, ele foi essencial,

assim como meu orientador, em cada uma das minhas vitórias.

Por fim, agradeço aos meus familiares, irmão, sogros, cunhadas, cunhados e sobrinhos,

pela paciência e compreensão de todas as minhas ausências.

A todos, minha eterna gratidão!

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“Determinação, coragem e autoconfiança

são fatores decisivos para o sucesso. Se

estamos possuídos por uma inabalável

determinação, conseguiremos superá-los.

Independentemente das circunstâncias

devemos ser sempre humildes, recatados e

despidos de orgulho”.

Dalai Lama

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RESUMO

Nos últimos anos, tem-se registrado a consolidação do varejo eletrônico como um importante

canal de vendas. Por meio da internet, o consumidor vem ampliando as alternativas de escolha

e o nível de controle em suas decisões de compra. Há poucas dúvidas de que a revolução

digital é uma das influências mais significativas sobre o comportamento do consumidor, é

difícil imaginar uma época em que e-mails, arquivos mp3, notebooks e smartphones não eram

parte da vida diária (SOLOMON, 2016). Uma das principais questões enfrentadas pelos

clientes é onde fazer compras, em termos de localização e tipos de loja, físicas ou virtuais.

Entender os consumidores e suas preferências e receios é importante para compreender o que

os atraem a shopping centers ou o que os fazem comprar através da internet. As fronteiras

que definem a linha de produtos que cada modelo varejista comercializa tornam-se cada vez

mais flexíveis, assim, muitos diferentes tipos de varejo vendem as mesmas categorias de

produtos. Os consumidores querem comprar bens e serviços de uma variedade de formatos de

varejo. Os profissionais de marketing bens sucedidos acreditam que é mais fácil modificar o

formato do varejo para adequá-los aos estilos de vida dos consumidores que mudar os estilos

e comportamento dos consumidores para adequá-los aos formatos existentes (BLACKWELL

et al.,2005). O propósito deste trabalho foi o de estudar a relação entre os valores pessoais e o

valor percebido para os consumidores de lojas virtuais, assim como a influência do risco

percebido em cada uma das dimensões estudadas. Como resultado final, foi identificada

diferença de valor percebido entre os consumidores de lojas virtuais e física, e que o risco

percebido é um importante obstáculo na consolidação do varejo virtual como canal de

compra.

Palavras chave: Valor percebido, Valores pessoais, Risco percebido, Varejo virtual.

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ABSTRACT In recent years, electronic retail consolidation has been recorded as an important sales

channel. Through the Internet, the consumer has expanded the choice of alternatives and the

level of control in their purchasing decisions. There is little doubt that the digital revolution is

one of the most significant influences on consumer behavior, it is hard to imagine a time when

e-mails, mp3 files, notebooks and smartphones were not part of everyday life (SOLOMON,

2016). One of the key issues facing customers is where to shop, in terms of location and store

types, physical or virtual. Understanding consumers and their preferences and fears is

important in understanding what attracts them to shopping malls or what makes them buy

through the internet. The boundaries that define the product line that each retailer model

markets become increasingly flexible, so many different types of retail sell the same

categories of products. Consumers want to buy goods and services from a variety of retail

formats. Successful marketers believe that it is easier to modify the format of retail to suit

consumers' lifestyles rather than changing consumer styles and behavior to suit existing

formats (Blackwell et al., 2005). The purpose of this study was to study the relationship

between personal values and perceived value for consumers of virtual stores, as well as the

influence of perceived risk in each of the dimensions studied. As a final result, perceived

value difference between virtual and physical store consumers was identified, and perceived

risk is an important obstacle in the consolidation of virtual retail as a shopping channel.

Keywords: Perceived value, Personal values, Perceived risk, Virtual retail.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1. Evolução compras on-line no Brasil........................................................ 28

Quadro 2. Dimensões do Valor Percebido............................................................... 34

Quadro 3. Escala de valores de Rokeach................................................................. 37

Quadro 4. Definições dos dez tipos de valores motivacionais................................. 38

Quadro 5. Itens constantes na lista de valores original............................................ 41

Quadro 6. Agrupamento das variáveis da escala LOV........................................... 41

Quadro 7. Agrupamento das variáveis da escala LOV........................................... 41

Quadro 8. Escalas utilizadas no instrumento de coleta de dados............................ 49

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Resumo de Hipóteses Testadas no Estudo............................................ 46

Tabela 2. Respondentes que já realizaram compras on-line.................................... 58

Tabela 3. Característica de Sexo da Amostra Pesquisada....................................... 59

Tabela 4. Escolaridade da Amostra Pesquisada...................................................... 59

Tabela 5. Estado Civil da Amostra Pesquisada....................................................... 59

Tabela 6. Mediana das questões de Valores Pessoais............................................. 60

Tabela 7. Mediana das questões qualidade do Valor Percebido............................. 61

Tabela 8. Mediana das questões Emocional do Valor Percebido........................... 61

Tabela 9. Mediana das questões Preço do Valor Percebido................................... 62

Tabela 10. Mediana das questões de Risco Percebido........................................... 63

Tabela 11. Confiabilidades calculadas do bloco Valores Pessoais........................... 64

Tabela 12. Confiabilidades calculadas do bloco Valor Percebido – Qualidade....... 65

Tabela 13. Confiabilidades calculadas do bloco Valor Percebido – Emocional...... 65

Tabela 14. Confiabilidades calculadas do bloco Valor Percebido – Preço.............. 65

Tabela 15. Confiabilidades calculadas do bloco Risco Percebido........................... 66

Tabela 16. Confiabilidades calculadas do bloco Risco Percebido – Riscos de

Satisfação................................................................................................................. 66

Tabela 17. Confiabilidades calculadas do bloco Risco Percebido – Riscos de

Futura Oportunidade Perdida ................................................................................. 67

Tabela 18. Confiabilidades calculadas do bloco Risco Percebido – Riscos

Psicológicos .......................................................................................................... 67

Tabela 19. Confiabilidades calculadas do bloco Risco Percebido – Riscos

Funcionais.............................................................................................................. 67

Tabela 20. Confiabilidades calculadas do bloco Risco Percebido – Riscos

Financeiros............................................................................................................. 68

Tabela 21. Confiabilidades calculadas do bloco Risco Percebido – Riscos de

Tempo..................................................................................................................... 68

Tabela 22. Confiabilidades calculadas do bloco Risco Percebido – Riscos Sociais 68

Tabela 23. Cargas Fatoriais dos elementos do bloco Valores Pessoais ................. 69

Tabela 24. Cargas Fatoriais dos elementos do bloco Valor Percebido ................... 70

Tabela 25. Cargas Fatoriais dos elementos do bloco Risco Percebido ................... 71

Tabela 26. Ajuste do Modelo da AFC do Valor Percebido e do Risco Percebido 73

Tabela 27. Coeficiente do Modelo de Regressão de Consumidores de Lojas

Virtuais.................................................................................................................... 74

Tabela 28. Grupo Loja Virtuais.............................................................................. 74

Tabela 29. Média do Risco Percebido..................................................................... 75

Tabela 30. Resultado Kruskal-Wallis...................................................................... 75

Tabela 31. Frequência de clientes do Grupo Lojas Virtuais.................................... 75

Tabela 32. Resumo de Hipóteses Suportadas e Não Suportadas no Estudo............ 76

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Processo de decisão do consumidor.............................................................. 23

Figura 2. Processo Simplificado de decisão de compra............................................... 25

Figura 3. Modelo Teórico Proposto............................................................................. 47

Figura 4: Modelo das Hipóteses Suportadas no Estudo.............................................. 77

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SUMÁRIO

I INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 11 1.1 OBJETIVOS DA PESQUISA ........................................................................................ 17

1.1.1 Objetivo Geral ...................................................................................................... 17

1.1.2 Objetivos Específicos .............................................................................................. 17

1. 2 JUSTIFICATIVA DO TEMA ........................................................................................ 17

II FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ..................................................................................... 22 2.1 PROCESSO DE DECISÃO DE COMPRA .................................................................. 22

2.2 LOJA FÍSICA E LOJAS ONLINE ................................................................................. 26

2.3 VAREJO MULTICANAL .............................................................................................. 29

2.4 VALOR PERCEBIDO PELO CONSUMIDOR ............................................................. 31

2.5 VALORES PESSOAIS DOS CONSUMIDORES ........................................................ 34

2.6 RISCO PERCEBIDO .................................................................................................... 42

2.7 HIPÓTESES E MODELO TEÓRICO PROPOSTO .................................................... 46

III PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ................................................................... 48 3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA ......................................................................... 48

3.1.1 Variáveis Pesquisas .................................................................................................. 49

3.1.2 População e amostra ............................................................................................... 50

3.1.3 Validação do Instrumento de Coleta de Dados ....................................................... 51

3.1.4 Pré-teste do Instrumento de Coleta de Dados .......................................................... 52

3.1.5 Coleta e Processamento dos Dados ......................................................................... 52

3.2 PROCEDIMENTOS PARA ANÁLISE DOS DADOS .................................................. 53

3.2.1 Dados Perdidos ........................................................................................................ 53

3.2.2 Observações Atípicas ............................................................................................... 54

3.2.3 Estatísticas Descritivas ............................................................................................ 54

3.2.4 Análise fatorial ......................................................................................................... 55

3.2.5 Regressão Logística ................................................................................................. 56

3.2.6 Teste de Kruskal Wallis ........................................................................................... 56

IV ANÁLISE DOS DADOS E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ................................... 58 4.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA ......................................................................... 58

4.2 ESTATÍSTICAS DESCRITIVAS DAS VARIÁVEIS .................................................... 60

4.3 CONFIABILIDADE DO INSTRUMENTO .................................................................. 64

4.4 ANÁLISE FATORIAL EXPLORATÓRIA .................................................................... 69

4.5 ANÁLISE FATORIAL CONFIRMATÓRIA .................................................................. 71

4.6 REGRESSÃO LOGÍSTICA ........................................................................................... 72

4.7 TESTE DE KRUSKAL-WALLIS .................................................................................. 74 4.8 AVALIAÇÃO DAS HIPÓTESES DO ESTUDO ........................................................... 75

V CONCLUSÃO ..................................................................................................................... 78 5.1 IMPLICAÇÕES GERENCIAIS E ACADÊMICAS ...................................................... 80

5.2 LIMITAÇÕES SUGESTÕES DE PESQUISAS FUTURAS ......................................... 80

REFERÊNCIAS...................................................................................................................... 82

APÊNDICE ............................................................................................................................. 95

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I INTRODUÇÃO

As últimas décadas permitiram ligar o mundo e dinamizar os mercados, intensificando

a competitividade existente, fazendo com que procurar informações, fazer compras, procurar

um produto de uma maneira cômoda, rápida e fácil, tornasse-se uma realidade, o espaço e o

tempo se tornaram quase insignificantes (ROHM; SWAMINATHAN, 2004; SARKAR, 2011;

YUSLIHASRI; DAUD, 2011).

Muitos analistas do varejo sustentam que o varejo sem loja se tornará a próxima

revolução no mesmo. Com a aceleração da tecnologia de comunicação e as mudanças no

estilo de vida dos consumidores, o potencial de crescimento para os varejos sem loja é

explosivo. A revolução digital é uma das influências mais significativas sobre o

comportamento do consumidor atualmente, é difícil imaginar uma época em que e-mails,

arquivos mp3, notebooks e smartphones não eram parte da vida diária (PARENTE, 2010;

SOLOMON, 2016).

A internet modificou os hábitos de compra dos consumidores, as compras on-line têm

sido o principal fator de evolução no setor de varejo. Pequenas startups vendem atualmente

para o mundo inteiro, enquanto algumas grandes cadeias de varejo enfrentam dificuldades

para integrar de forma plena as vendas on-line com a operações das lojas físicas. Muito mais

hábeis no uso da Internet para pesquisar, comparar e comprar e demandando acesso fácil e a

qualquer hora, os consumidores ficaram mais exigentes (PWC, 2016).

Os compradores estão vivenciando algumas modificações reais na maneira como

fazem compras. O número dos que estão dispostos a pesquisar e realizar compras em

shoppings caiu. Os lojistas estão sendo forçados pelos compradores a repensar seus negócios

e a oferecer aos clientes o que eles esperam na forma de serviços, variedade e assistência de

vendas. Atualmente, as opções não consistem apenas na loja da esquina e no agradável

empório de departamentos do centro da cidade. A mídia eletrônica interativa tem permitido

que qualquer pessoa vasculhe o mundo e faça pedidos à sua comodidade e conveniência.

(BLACKWELL; MINIARD; ENGEL, 2005).

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Lojistas e lojas físicas continuam persistindo por séculos, o que permite afirmar com

segurança que, independentemente dos aplicativos para dispositivos móveis, as lojas ainda

existirão da maneira como conhecidas, pelo menos nas próximas décadas. Muitos acreditavam

que a loja física se reduziria a um showrooming, onde o consumidor tocaria e sentiria o

produto para posteriormente comprá-lo on-line. Porém, embora a loja física possa muito bem

ser um showroom para tocar e sentir antes de comprar on-line, a loja on-line também é uma

espécie de showroom, em que os compradores pesquisam e comparam preços para comprar

mais tarde na loja física (TOTAL RETAIL, 2015).

O volume de vendas do varejo sem loja tende a aumentar. Programas de vendas pela

televisão, pelo catálogo, varejo pela internet, vendas porta a porta, as máquinas automáticas

de venda são exemplos de varejo sem loja que registram contínua expansão. De todos esses

sistemas sem loja, o varejo virtual é o de maior crescimento, os consumidores estão cada vez

mais confiantes e sentem segurança ao comprar pela internet. Em 2014, foram mais de 51,5

milhões de compradores únicos e de 10,2 milhões de novos entrantes, sendo responsáveis por

mais de 103,4 milhões de pedidos, com um tíquete médio de R$ 347,00. Com esse volume de

vendas, o Brasil já é o 10º maior mercado do mundo, sendo o único país da América Latina a

figurar no ranking dos dez maiores mercados de comércio eletrônico (PARENTE, 2010;

EPOCA NEGÓCIOS, 2014; PAGSEGURO, 2015).

Em uma pesquisa realizada pela Global Total Retail em 2015 com 19.000 participantes

globais e 1.000 brasileiros, referente a que os levava a comprar um produto em uma loja física

ao invés do varejo virtual, 60% responderam que poder ver, tocar e experimentar era um dos

principais diferenciais; 55% alegaram gostar de levar o produto no instante da compra,

resposta seguida por 31% que gosta da entrega mais rápida e 29% têm a garantia de

adequação do produto. Nesta mesma pesquisa, questionados sobre o hábito de showrooming,

onde se pesquisa em loja e compra on-line, 86% afirmaram fazer isto, porém 78% também

realizam o Web-rooming, que é o hábito de pesquisar on-line e comprar em lojas físicas.

(TOTAL RETAIL, 2015).

O ano de 2015 registrou as melhores taxas de satisfação dos e-consumidores no Brasil.

Essas melhorias nos serviços dos sites de comércio eletrônico colaboraram para aumentar a

confiança dos consumidores. Com isso, mesmo em um cenário desfavorável, foi registrado

um faturamento de R$ 44,4 bilhões, em 2016, o que representa um crescimento nominal de

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7,43%, se comparado a 2015, números esses que vão na contramão dos apresentados pelo

varejo brasileiro, que acumulou uma queda nas vendas de 6,2% em 2016. (EBIT, 2016; EBIT,

2017).

Ao desenvolver analogias entre o varejo virtual e o varejo com lojas, verifica-se que

muitos aspectos do varejo fisico encontram sua contrapartida no varejo virtual. A loja é

equivalente ao site. Ao visitar uma loja, vê-se sua fachada e decoração externa; no varejo

virtual, a home page é quem desperta a atenção. Da mesma forma que o consumidor percorre

os corredores de uma loja para procurar e selecionar produtos, na loja virtual, conecta-se pelas

home pages com os departamentos e descobre detalhes necessários sobre os produtos que lhe

interessam, assim como sobre as condições de pagamento, garantias e entregas. Enquanto

uma loja está localizada em um espaço geográfico, a loja virtual está localizada no espaço

cibernético. Da mesma forma que facilidades nas vias de acesso favorecem uma loja, no

varejo virtual, quanto mais links ela tiver em outros endereços da internet, tanto maior deverá

ser o número de consumidores que navegarão em seu site. Nas lojas de varejo físico existe

sempre um vendedor, um consultor de vendas à disposição para demonstrar e detalhar o

produto, auxiliar na comparação e incentivar a compra. Na Internet, esse trabalho fica por

conta da interface da loja, da descrição e das imagens do produto. (PARENTE, 2010).

Segundo Csapo, Cordeiro e Rocha (2007), o atendimento ao cliente e o entendimento

de suas necessidades são fatores determinantes no sucesso de um empreendimento virtual ou

real. Do mesmo modo que a loja real deve treinar toda a equipe de vendas, o site e seu

administrador devem estar preparados para fornecer o mais alto nível de satisfação dos

visitantes da loja virtual.

A experiência de compra em ambos os cenários também é extremamente peculiar. Em

um shopping, uma pessoa compara preços passando de loja em loja para coletar informações

do serviço/produto. Já no mundo online, o consumidor pode abrir na tela de seu computador

várias janelas e checar qual é a melhor oferta, tornando a comparação de preços mais fácil e

precisa no mundo virtual. Esta realidade pode ser vantajosa tanto para o comprador como para

o vendedor, que ao se empenhar em oferecer serviços e produtos de boa qualidade por preços

competitivos se tornará referência no mercado (ECOMMERCE BRASIL, 2015).

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Para Schiffman e Kanuk (2009), o estudo do comportamento do consumidor é o

estudo de como os indivíduos tomam decisões de gastar seus recursos disponíveis, sejam eles

tempo, dinheiro ou esforço, em itens relacionados ao consumo. O comportamento do

consumidor engloba o estudo sobre o que compram, por que compram, quando compram,

onde compram, com que frequência compram e com que frequência usam o que compram.

Esse estudo foca o construto onde compram. O que leva os consumidores a escolherem onde

vão comprar, quais as lojas e os canais de compra que são escolhidos de acordo com os seus

valores pessoais e o valor percebido.

Os valores podem ser definidos como os que as pessoas consideram importante na

vida e que motivam a sua ação no sentido de atingirem determinados estados, objetivos ou

metas desejadas, eles guiam a seleção e avaliação do comportamento individual impelindo

cada pessoa a agir em função das possíveis consequências nos seus valores mais importantes,

ainda que o impacto destes nas decisões individuais seja maioritariamente inconsciente

(FEATHER; NEWTON, 1982; SHELDON; ELLIOT, 1999; SAGIV; SCHWARTZ, 2000;

ECCLES; WIGFIELD, 2002; SCHWARTZ, 2006; EHRLICH, 2012).

Para Schwartz (2005), os valores pessoais estão intrinsicamente ligados à emoção e, de

forma inconsciente, geram padrões que direcionam a seleção e a capacidade de avaliação dos

indivíduos. Os valores apontam os aspectos primordiais da vida de cada indivíduo e como são

produzidos. Socialmente, os valores são o cerne da cultura (HOFSTEDE, 1980). Eles são

referências que as pessoas utilizam para julgar a si ou aos outros (NIQUE; ESPINOZA;

SILVA, 2003), ou mesmo para influenciar os valores, as atitudes e as ações de outras pessoas

(VINSON; SCOTT; LAMONT, 1977).

O conceito de valor percebido é multifacetado e complexo, podendo envolver diversos

aspectos da compra e consumo. Em um contexto mais amplo o valor percebido é definido

como o trade-off cognitivo feito pelo consumidor em relação a um produto ou serviço

(DODDS; MONROE; GREWAL, 1991), ou a percepção acerca das entradas e saídas

(OSTROM; IACOBUCCI, 1995). Zeithaml (1988), redefiniu o conceito do valor percebido

como uma percepção geral do consumidor em relação a utilidade do produto ou serviço,

baseando-se na percepção do que é recebido e do que é dado em troca.

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Neste contexto, a probabilidade de o consumidor ficar satisfeito e efetuar novas

compras dependem da oferta atender ou não suas expectativas. Buscando na definição e valor

para o cliente, Kotler (2005) tem como premissa que os consumidores comprarão da empresa

que, segundo a percepção deles, oferecer maior valor. O consumidor procura realizar suas

compras em locais que diminuam seu ônus e aumentem seu bônus, varejistas dos diversos

formatos devem adquirir conhecimento em relação ao que os seus consumidores percebem

como sacrifício ou benefício, para poderem ter estratégias de marketing para as demandas

existentes. Dois indivíduos podem estar sujeitos aos mesmos estímulos e às mesmas

condições, mas a maneira como cada um os reconhece, seleciona e interpreta é um processo

altamente individual baseado nas necessidades, valores e expectativas de cada pessoa seja, a

maneira como um determinado indivíduo percebe um produto ou uma loja faz com que ele

tenha uma determinada preferência de compra por determinado produto ou local, cada pessoa

tem uma maneira própria de atribuição de valor a algo que a interessa, a oferta de uma

empresa que o indivíduo considera para satisfazer suas necessidades e desejos contém, de

alguma maneira especial, algo de valor que só vale para esse indivíduo (SANTOS, 1997;

THANG; TAN, 2003; BISCOLA, 2005; SCHIFFMAN; KANUK, 2009).

Enquanto atitudes são muito concretas em relação a um certo objeto e comportamentos

desejados, os valores são abstratos, conectados a muitos objetos e menos concretos em relação

à previsão de comportamentos. Os indivíduos compram não só porque eles valorizam os itens

que eles compram ou consomem, mas também porque eles sentem prazer da própria

experiência de compra, e esta jornada de compras não é única, ela é mutável e sofre

influências regionais, demográficas e até do tipo de produto à venda. O diferencial

competitivo está cada vez mais na criação de experiências únicas de compras que fazem com

que os consumidores voltem, independente do canal (ROKEACH, 1973; HIRSCHMAN;

HOLBROOK, 1982; TOTAL RETAIL, 2015).

A Internet reduz e pode até mesmo eliminar as interações face-to-face, tornando

impossível para o consumidor do canal virtual se ater a aparência do interlocutor, sua maneira

de falar e seu comportamento, além da incapacidade de inspeção física do produto a ser

adquirido. Assim, o consumidor ao efetuar uma compra no canal virtual deve confiar no

varejista, tanto que o produto entregue tenha as mesmas especificações e qualidade do

produto comprado quanto em relação a entrega (HERNANDEZ, 2004).

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16

Amaral e Nique (2000), identificaram que, entre os principais benefícios percebidos

pelos consumidores ao utilizarem as lojas virtuais está a realização de compra a qualquer

hora, a economia de tempo e a ausência de deslocamento físico. Como limitação, além da

impossibilidade de experimentação, a insegurança é apresentada como um dos principais

entraves desse meio como canal de compra (HERNANDEZ, 2003; DA SILVA GOMESS et

al., 2012; SOLOMON, 2016). Algumas características intrínsecas no varejo online

contribuem para a percepção de risco deste canal, tais como: a dificuldade entre negócios

legítimos e ilegais na rede; o temor da perda de privacidade e furto de dados do cartão de

crédito ou problemas com a entrega (HERNANDEZ, 2003; ALVARES, 2004; KOVACS;

BARBOSA, 2005).

Assim, os consumidores possuem uma série de características que influenciam a sua

escolha e utilização de um canal específico ou de sortimentos, pode haver uma variedade de

objetivos que influenciem a utilização de um determinado canal, alguns dos quais podem ser

duradouros e outros gerados pelas condições situacionais, consumidores também possuem um

amplo conjunto de valores funcionais e de terminais que podem favorecer determinados

canais e desfavorecer ou até mesmo eliminar outros (GUTMAN, 1982;

BALASUBRAMANIAN; RAGHUNATHAN; MAHAJAN, 2005).

Este trabalho estudou como o consumidor se comporta na escolha de um canal de

compra, utilizando como base duas categorias de consumidores, os que realizam e os que não

realizam compras pela internet. Utilizando como base nestas duas categorias, busca-se

responder à questão: Qual a influência do valor percebido, valores pessoais e do risco

percebido na escolha do consumidor em utilizar o canal de compra virtual?

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1.1 OBJETIVOS DA PESQUISA

1.1.1 Objetivo Geral

Analisar a influência do valor percebido, valores pessoais e do risco percebido na

escolha do consumidor em utilizar o canal de compra virtual.

1.1.2 Objetivos Específicos

Identificar os valores pessoais dos consumidores de lojas virtuais;

Analisar a relação entre os valores pessoais e a escolha do canal de compra

virtual;

Avaliar a relação das dimensões do valor percebido com a escolha do canal

de compra virtual.

Analisar a influência do risco percebido na escolha do canal de compra

virtual.

1. 2 JUSTIFICATIVA DO TEMA

A criação de valor para o consumidor é discutida na literatura da administração e é

frequentemente parte da missão e objetivos das organizações, tendo sido vista como fator

crucial para o sucesso de longo prazo das organizações (SWEENEY; SOUTAR, 2001). As

empresas precisam se empenhar em compreender o comportamento dos consumidores,

especialmente em relação aos antecedentes que os levam a valorizar uma oferta acima das

demais, visto que estes ainda estão definindo sua própria abordagem de relacionamento com o

varejo, tanto on-line quanto na loja física. Eles querem que suas necessidades de pesquisa e

compras sejam atendidas com mais flexibilidade, eficiência, conveniência e prazer –

independente do canal utilizado. Consequentemente o varejo caminha para a integração dos

canais on-line e off-line, dando ao consumidor a oportunidade de escolher como deseja se

relacionar com o varejo (TOTAL RETAIL, 2015).

Uma das características importantes para compreender o processo de decisão de

compra dos consumidores é o entendimento de como é o elo entre os estímulos de marketing

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e a compra efetivamente realizada. Os consumidores compram por uma variedade de

objetivos, que vão desde unidades funcionais básicas, como saciar a fome, a motivações mais

complexas, tais como melhorar a autoestima, interagir com outras pessoas ou dissipar o tédio.

Além desses motivos conscientes, o comportamento de compra dos consumidores também é

influenciado por processos não-conscientes, como emoções, valores e experiências

(RATNESHWAR; HUFFMAN, 2000; DAWSON; BLOCH; RIDGWAY, 2002;

BALASUBRAMANIAN; RAGHUNATHAN; MAHAJAN 2005; SIVARAMAKRISHNAN;

FANG; ZAIYONG, 2007; CHARTRAND et al., 2008).

O mercado consumidor brasileiro vem atravessando profundas mudanças: aumenta o

poder de consumo fora das capitais, cidades do interior passam a ter importância comercial,

cresce a importância econômica das regiões Norte e Centro-Oeste, diminui a participação dos

jovens e aumenta a participação do segmento da terceira idade, a população mais velha adota

estilo de vida mais jovial, cresce o número de domicílios com uma só pessoa, melhora o

padrão educacional da população, aumenta o número de mulheres no mercado de trabalho,

consumidores prestam mais atenção à saúde, à alimentação e ao condicionamento físico.

(PARENTE, 2010).

Uma das questões chave enfrentadas pelos clientes é onde fazer compras, em termos

de localização e tipos de loja, físicas ou virtuais. Entender os consumidores e suas

preferências é importante para compreender o que os atrai à determinada loja ou canal de

compra. Segundo Gupta, Su e Zhiping (2004), a escolha do canal não é estática, mas muda

com o tempo, já que os consumidores migram de um canal para outro.

As compras multicanais é uma mudança de paradigma recente e está apenas

começando a captar a atenção de pesquisadores de consumo. É importante entender como os

consumidores utilizam os vários meios de comunicação e canais disponíveis. Assim, as

empresas poderão gerir as suas complementaridades e conflitos, gerando uma maior

confiança. (BABIN; DARDEN, GRIFFIN, 1994; KUMAR; VENKATESAN, 2005;

RANGASWAMY; VAN BRUGGEN, 2005; NESLIN et al., 2006; KONUS; VERHOEF;

NESLIN, 2008).

As expectativas dos consumidores, a evolução da tecnologia, a incerteza sobre os

negócios e a economia global, tudo isso torna o ambiente cada vez mais complicado para as

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empresas de varejo e consumo entenderem e reagirem às mudanças. Os varejistas entendem o

poder da informação e estão sabendo usá-la cada vez melhor, formando elos próximos entre

uma variedade de empresas para se tornarem parceiros do processo, unidos para estabelecer

um forte relacionamento com os consumidores. As empresas de produto de consumo evoluem

nesse ritmo e começam a criar seus próprios sites de comércio eletrônico para alcançar os

consumidores. Indústrias como Consul, Apple, Samsung, Nokia, Sony, Motorola realizam

vendas diretas para seus clientes finais, pulando assim, os varejistas (BLACKWELL;

MINIARD; ENGEL, 2005; PWC, 2016).

O surgimento e a expansão de grandes empresas de varejo virtual, como a

amazon.com e a adesão de grandes empresas brasileiras, como o Pão de Açúcar, indicam a

enorme importância que o varejo virtual deverá desempenhar nos próximos anos. A utilização

da internet pelas empresas representa uma forma de ampliação de seus canais de marketing

para o escoamento de produtos e serviços. A convergência destes dois fatores – a necessidade

dos consumidores e o interesse das empresas – sinaliza que o varejo virtual será utilizado

cada vez mais como forma de comercialização de bens e serviços, substituindo (ou

complementando) o varejo tradicional e físico por meio de lojas (PARENTE, 2010).

Ao analisar o número do mercado, as categorias de produtos mais vendidos no ano de

2016 em faturamento foram os produtos de eletrodomésticos, com 23%, seguidos por

celulares e smartphones, com 21%, eletrônicos 12,4% e informática representou 9,5% das

vendas. Assim, com o advento da internet, o processo de decisão de compra do consumidor se

tornou muito mais complexo. O acesso a sites de comércio eletrônico, fóruns, blogs e

comunidades focadas em discutir produtos e serviços possibilitam ao internauta conhecer

detalhadamente o que pretende adquirir por meio de diferentes percepções, o que pode, em

alguns casos, atrapalhar ou atrasar o processo de decisão. (IBOPE, 2015; EBIT, 2017).

Do ponto de vista prático, entender o comportamento do consumidor no meio digital,

fundamentado na análise do seu fluxo de navegação, torna-se um grande desafio para a

maioria das empresas e, certamente, é um ponto importante para um direcionamento mais

eficaz das estratégias de marketing. Da mesma forma, entender o que leva o consumidor a

preferir o varejo tradicional e qual os principais atrativos deste canal, além de orientar, ajuda

os varejistas na criação de estratégias e mudanças operacionais.

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O comércio eletrônico no Brasil apresentou crescimento elevado nos últimos anos e

demanda novas estratégias de marketing e práticas de gestão, que devem ser estruturadas a

partir do maior entendimento do consumidor eletrônico. Pouco esforço tem sido dedicado ao

mapeamento dos determinantes da decisão dos indivíduos de comprarem ou não utilizando

esse meio, ou seja, dos aspectos que levam os e-consumidores a comprarem pela Internet e

outros consumidores a não comprarem utilizando este canal. (CERIBELI; OLIVEIRA;

FELIPE, 2015).

Para Carvalho et al. (2012), o risco percebido é um dos grandes entraves para o

crescimento da Internet como canal de compra. Entender os motivos destas percepções, ajuda

tanto a empresa online quanto os varejistas multicanais. O entendimento do comportamento

do consumidor, preferências e suas percepções de risco ajudam as empresas a criarem novas

estratégias, criando diferenciais competitivos capazes de atrair novos consumidores. Em uma

época com a economia em recuperação, onde vender se tornou um grande desafio, deixar de

lado essa fatia de mercado pode fazer diferença no resultado final.

Do ponto de vista teórico, ainda há poucos estudos no Brasil abordando o

comportamento do consumidor, suas preferências por tipos de loja (varejo físico e varejo

virtual), assim como também há poucos estudos fazendo uma abordagem de cruzamento entre

valores pessoais e o valor percebido dos consumidores de lojas virtuais e a percepção de valor

em relação a este canal.

O objetivo desta dissertação é procurar compreender de que forma os consumidores

podem mudar os seus comportamentos, abordando os valores pessoais e percebido do

consumidor virtual e a percepção do risco dos consumidores em relação a este canal, além de

visar diminuir a lacuna existente entre esses três construtos, uma vez que diversos

pesquisadores reconhecem a importância de mais estudos tanto sobre o valor percebido,

valores pessoais dos consumidores e risco percebido (KAHLE; BEATTY; HOMER, 1986;

KAMAKURA; NOVAK, 1992; MCINTYRE; CLAXON; JONES, 1994; RAVALD;

GRÖNROOS, 1996; BURGESS; HARRIS, 1998; SWEENEY; SOUTAR; JOHNSON, 1999;

KOVACS; FARIAS, 2001; SWEENEY; SOUTAR, 2001; PETRICK, 2002; KOVACS;

ESPÍRITO SANTO, 2008).

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Assim, esse estudo busca contribuir com conhecimento sobre o processo de decisão de

compra do consumidor, baseando-se na sua percepção e na influência do risco na escolha do

canal virtual como seu principal canal de compra.

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.

II FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Nesta seção serão apresentadas as abordagens teóricas que suportam o tema e os

objetivos dessa pesquisa, como valor percebido pelo consumidor, valores pessoais dos

consumidores e a forma como tais construtos se situam em relação ao comportamento do

consumidor.

2.1 PROCESSO DE DECISÃO DE COMPRA

Uma compra é uma resposta a um problema. O consumidor percebe sua necessidade e

segue uma série de passos para satisfazê-la. Primeiro, o indivíduo reconhece sua carência.

Depois ele buscará informações, avaliará as alternativas e escolherá o produto, serviço ou

local da compra (SOLOMON, 2016). Para Schiffman e Kanuk (2009), o campo psicológico

afeta o processo de tomada de decisão dos consumidores e o modelo de processo decisório

que consiste em três estágios: reconhecimento da necessidade, busca de pré-compra e

avaliação das alternativas.

Em 1969, Howard e Sheth afirmaram que o comportamento de compra era a decisão

repetida em relação a escolha da marca e complementavam que esta decisão envolvia um

conjunto de motivos que seriam as marcas alternativas e os critérios de escolha pelos quais os

motivos e alternativas se combinavam. Gade (1980) defendeu que entender o comportamento

do consumidor significaria entender a relação entre consumidores e produtos. Em 1989,

Howard generaliza este conceito ao afirmar que o comportamento do consumidor é o estudo

de como e porquê os consumidores compram e consomem. Shiffman e Kanuk (2009),

ampliaram o conceito definindo o termo como o comportamento que os indivíduos

demonstram ao pesquisar, comprar, usar, avaliar e se dispor de produtos e serviços, cuja

expectativa é satisfazer suas necessidades. Solomon (2016) Mowen e Minor (2003) possuem

uma definição de comportamento de consumidor semelhante, acrescentando aos estudos

anteriores a experiência e ideias que satisfazem a necessidade do consumidor. Uma definição

mais ampla e resumida de Blackwell, Miniard, Engel (2005) trata esta área como um campo

de estudo focado nas atividades do consumidor.

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O modelo EBM, apresentado na figura 1, foi desenvolvido pelos professores

Blackwell, Miniard e Engel e buscou compreender o processo de decisão do consumidor de

forma mais ampla, analisando como os indivíduos ordenam os fatos e as influências para

tomar decisões que são lógicas e consistentes para eles, defendendo que os consumidores

normalmente passam por sete estágios maiores de tomada de decisão: reconhecimento da

necessidade, busca de informações, avaliação de alternativas pré-compra, compra, consumo,

avaliação pós-consumo e descarte. Com base na compreensão destes estágios, os profissionais

de marketing podem descobrir por que as pessoas compram ou não e o que fazer para que elas

comprem mais de um fornecedor específico. (BLACKWELL; MINIARD; ENGEL, 2005).

Figura 1. Processo de decisão do consumidor

Fonte: Blackwell, Miniard e Engel (2005, p. 73).

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O processo de escolha de uma loja ou canal específico envolve a combinação das

características do consumidor e da compra com as características da loja ou canal. Um

indivíduo pode utilizar diferentes valores para avaliar qual formato vai ao encontro das suas

necessidades, dependendo do tipo de compra, e compara as opções com base na forma como

percebe a performance desempenhada em cada um dos critérios. O mesmo ambiente de varejo

pode produzir resultados e sentimentos diferentes, dependendo dos objetivos do consumidor.

Por exemplo, uma loja cheia pode ser estimulante para o consumidor que procura

entretenimento, mas pode dar uma percepção de má qualidade no serviço ou nos produtos e

frustrar um consumidor que quer comprar um produto específico para atender a uma

necessidade imediata (BLACKWELL; MINIARD; ENGEL, 2005; PUCCINELLI et al,

2009).

Assim, ao interagir com um canal em particular, um consumidor pode se envolver em

uma variedade de comportamentos, tais como a procura de informações sobre o produto,

seleção de produtos, transações de compra, experimentar um serviço ou consumir um produto.

Também é possível que este consumidor se envolva em vários comportamentos pós-compra,

como a queixa, boca a boca positivo e reparar ou retornar uma compra (KUMAR;

VENKATESAN, 2005).

No estágio de avaliação, o consumidor cria preferências entre as marcas do conjunto e

escolha e também forma uma intenção de comprar as marcas preferidas. Ao formar essa

intenção de compra, ele pode passar por cinco sub decisões: decisão por marca, decisão por

revendedor, decisão por quantidade, decisão por ocasião e decisão por forma de pagamento

(KOTLER; KELLER, 2012).

Os consumidores tendem a escolher a loja online pertencente à mesma cadeia que sua

loja preferida, quando eles começam a realizar compras online. No início, os consumidores

estão menos familiarizados com o ambiente de compras online, levando-os a transferir as suas

preferências de loja off-line para este canal (DAWES; NENYCZ-THIEL, 2014). Como a

confiança é um fator determinante para compras online, o fato de uma loja online levar o

nome de uma loja física já visitada, aumenta a probabilidade desta loja ser escolhida pelo

consumidor que deseja utilizar este tipo o canal online. (GEFEN; KARAHANNA; STRAUB,

2003; VERHAGEN; VAN DOLEN, 2009).

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Figura 2. Processo Simplificado de decisão de compra

Fonte: Blackwell, Miniard e Engel (2005, p. 137).

Atualmente, os consumidores têm amplo acesso a dados como preço, características

técnicas e reputação de lojas e produtos, consequentemente esses consumidores cada vez mais

deixam de priorizar um canal e passam a escolher o que melhor o atende, de acordo com sua

necessidade, localização ou conveniência. Os consumidores não se preocupam com canais,

mas sim com sua experiência de compra, assim, para satisfazer seus clientes, as empresas

precisam conhecer a jornada do comprador e fazer com que todos os canais conversem entre

si. (E-BIT, 2016).

Com o rompimento da barreira entre os mundos on-line e off-line, o varejo deve

administrar os diferentes canais, fazendo com que dentro de uma mesma empresa ou marca,

um meio não vire concorrente de outro. A loja virtual deve saber qual foi a experiência do

cliente nas redes sociais, a central de vendas deve ter acesso às últimas compras realizadas e o

time de e-mail marketing precisa conhecer as listas de produtos que despertaram o interesse

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do cliente, seja nas lojas físicas ou virtuais. Para entender melhor o consumidor multicanal e

suas percepções, todos os canais necessitam ter uma única identificação do cliente e seu

comportamento. (E-BIT, 2016).

2.2 LOJA FÍSICA E LOJAS ONLINE

A chegada da Internet gerou a possibilidade de aumentar a velocidade das transações e

encurtar as distâncias entre organizações e clientes, ofertando opções de canais de compra

para suprir os desejos e necessidades dos consumidores. A Internet modificou a maneira como

os indivíduos se comunicam, trabalham, buscam informações e adquirem produtos.

(ANANDARAJAN; THOMPSON; SIMMERS, 2006; XAVIER, 2012).

Antes das lojas virtuais os consumidores precisavam se deslocar até uma loja física

para comprar determinado produto, hoje ao acessar o varejo online o consumidor pode obter o

produto desejado em casa. O e-commerce realizou uma mudança estrutural no varejo, as lojas

online apresentam a facilidade e a comodidade de realizar compras em qualquer horário e

local, além da simplicidade de obter informações em toda parte do mundo, sem sair de casa.

Enquanto no comércio tradicional o ponto de vendas é a loja física e a infraestrutura é fixa, o

comércio eletrônico se caracteriza pela venda de mercadorias e serviços através da internet,

permitindo que os consumidores analisem e efetuem compras e pagamentos da forma que

melhor atende suas necessidades (BORNIA; DONATEL; LORANDI, 2006; BOTELLHO et

al, 2011; MOREIRA, 2015).

A era digital alterou o conceito de tempo e espaço, já que as lojas virtuais podem estar

em qualquer parte do mundo, o e-commerce permite ultrapassar questões como dificuldade

em estacionar perto da loja física e esperar na fila para pagar. As empresas físicas possuem

limitações de abrangência territorial, enquanto as de comércio eletrônico podem se tornar

globais, sem exigir que os consumidores se desloquem até um ponto físico para realizar as

compras. (KOTLER; AMSTRONG, 2010; MISTRY; DHAVALE, 2011; KOTLER; KELLER,

2012).

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Uma das vantagens de se utilizar o comércio eletrônico é a economia de tempo e a

flexibilidade de horário. Além disso, quando os pontos de venda de determinados produtos

estão localizados a uma distância geográfica relativamente grande, ou quando os

consumidores não possuem condições de se locomover até o local de vendas, podem optar

pelo uso da Internet como forma de reduzir os obstáculos espaciais existentes. À medida que a

população percebe a conveniência, entende os instrumentos que sinalizam a segurança nas

transações ou a idoneidade dos varejistas e se familiariza com o universo online, um maior

número de pessoas passa a utilizar esse canal de comercialização. O ambiente de e-commerce

é extremamente competitivo, a confiança entre o consumidor e a empresa é um elemento

essencial para o crescimento das transações online (WOLFINBARGER; GILLY, 2001;

PEREA; DELLAERT; RUYTER, 2004; FANG, 2014).

Segundo o E-bit (2017), nos últimos dez anos, o número de pessoas que já realizaram

pelo menos uma compra on-line no Brasil cresceu. Em 2016, o número de consumidores

online chegou a 48 milhões de pessoas. Para Perea, Dellaert e Ruyter (2004), um dos

determinantes da escolha do consumidor pelo canal virtual é a utilidade percebida, que pode

ser entendida como a crença de que a Internet, quando utilizada como canal de compra,

otimiza o processo de aquisição de produtos ou serviços. Punj (2011), desmembra a utilidade

atribuída pelo consumidor ao comércio eletrônico em três crenças: (1) de que é possível obter

o melhor preço, (2) selecionar o melhor produto, e (3) economizar tempo no processo de

compra.

Em 2015, o número de pessoas que realizaram compras pela primeira vez em lojas

virtuais, ou seja se transformaram em e-consumidores foi de 9,1 milhões, um crescimento de

quase 5 milhões de consumidores em comparação com 2009, conforme apresentado no

quadro 1.

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Quadro 1. Evolução compras on-line no Brasil

Fonte: E-bit (2016) Informação.

As compras online podem ser motivadas por diversos fatores, como comodidade,

variedade de produtos, preço competitivo, rapidez e segurança, porém, também há a

preocupação na entrega do produto e a segurança das transações online. Em contramão as

lojas físicas atraem clientes que buscam contato direto com os funcionários, permitindo que

dúvidas e problemas sejam resolvidos de forma imediata. (WARD; BARNES, 2001;

KOTLER; KELLER, 2012; MOREIRA, 2015).

O conceito de risco percebido pelo consumidor em relação ao comércio eletrônico

possui múltiplas dimensões, tais como: financeira (caso o produto não seja entregue),

associada ao desempenho do produto ou serviço (características e funcionalidades que não

correspondem às anunciadas pela empresa), social, psicológica, temporal e de violação de

privacidade e segurança do usuário. Aspectos como intangibilidade, lacuna temporal entre

colocação do pedido e recebimento do produto e necessidade de fornecimento de dados

financeiros pessoais ajudam a aumentar o risco percebido, principalmente pelos que não são

habituados a realizar transações online (LEE; TURBAN, 2001; DE RUYTER; WETZALS;

KLEIJNEN, 2001; BART et al., 2005).

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Segundo Lee et al. (2011), a influência de grupos sociais se tornou bastante

significativa nos últimos anos, e que a mesma pode ser entendida como um processo no qual

determinados grupos influenciam atitudes a respeito do comércio eletrônico. Sendo assim, no

momento em que as atitudes positivas do consumidor a respeito do comércio eletrônico são

confirmadas pelas informações provenientes dos grupos de referência social ou quando suas

atitudes negativas são atenuadas, aquele estaria mais disposto a comprar pela Internet. Por

outro lado, quando as atitudes negativas do consumidor a respeito do comércio eletrônico são

confirmadas pelas informações provenientes dos grupos de referência social ou quando suas

atitudes positivas são atenuadas, aquele estaria menos disposto a comprar pela Internet (LEE

et al., 2011).

Não basta que o consumidor tenha confiança no modelo de compras online, mas que

haja confiança também nas empresas que operam via comércio eletrônico. Consequentemente

muitos varejistas, que tradicionalmente atuavam por meio de lojas físicas, passaram a

enxergar este mercado e operar também no comércio eletrônico, pois existe relação direta

entre a confiança que os consumidores depositam em um varejista que opera com lojas físicas

e a confiança que aqueles depositam no website do mesmo varejista (LEE; TURBAN, 2001;

HAHN; KIM, 2009; ROCA; GARCÍA; VEGA, 2009).

2.3 VAREJO MULTICANAL

O varejo multicanal se relaciona com os clientes os atendendo onde, quando e como

eles querem. Os padrões de compra, assim como as motivações e expectativas são diferentes

nos diversos canais de vendas que possuem atributos únicos que os distinguem e motivam o

consumidor em diferentes momentos. O varejo multicanal dá ao cliente a oportunidade de

obter o mesmo produto, de um mesmo varejista, por meio de múltiplos canais de compra.

Através do multicanal, o varejo dá um passo mais próximo ao cliente oferecendo opções e

entendendo suas expectativas, hábitos e atitudes. (PORTO, 2006; DIAS, 2014).

Na década de 1990, com o surgimento das empresas onlines, previa-se o

desaparecimento das lojas físicas. Entretanto, foi observado um movimento inverso: cada vez

mais empresas tradicionais do varejo físico estão se tornando multicanais, abrindo assim uma

alternativa paralela ao varejo tradicional e ganhando cada vez mais importância no ambiente

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de rápida mutação do varejo. A adição da alternativa online além de aumentar a satisfação e

fidelização do cliente, ajuda a reter os existentes e pode levar a um aumento das vendas em

cadeia e dos lucros (NESLIN et al., 2006; PORTO, 2006; SHANKAR; BATRA, 2009;

ZHANG et al., 2010; IGD, 2012; MULPURU et al., 2012; DAWES; NENYCZ-THIEL,

2014; CARINI et al., 2015; MELIS, 2015).

Os varejistas entraram para o multicanal de várias formas: comercialização via site

independente (Livraria Cultura, Saraiva), em alianças com varejistas puramente virtuais

(como a Amazon), aluguel de espaço em provedores de acesso e conteúdo (IG, MSN, UOL) e

com adesões aos chamados shopping centers virtuais (como o ShopFácil). Com esse passo, o

varejo tradicional iniciou uma luta contra os que atuavam somente na Internet, adotando

estratégias multicanais para atingir consumidores através das lojas físicas e das onlines,

abrindo múltiplas rotas de compra. Como consequência, tem cada vez se consolidado como

uma nova estratégia competitiva para os varejistas (PORTO, 2006).

Há uma tendência de varejos tradicionais desenvolverem seu canal de venda online

para se tornar multicanal. Porém, o movimento contrário também está acontecendo, varejistas

puramente online estão desenvolvendo lojas físicas ou estabelecendo parcerias com varejos

físicos para proporcionar uma experiência multicanal aos consumidores (HALZACK, 2014).

O relacionamento entre a loja física e a loja virtual é estreito. A primeira tem o efeito

de aumentar as vendas na segunda, o que faz com que redes de lojas já constituídas tenham

grande vantagem competitiva por serem referência para o consumidor, que, em consequência,

se sente mais confiante para comprar no respectivo site. Manter contato com os clientes

através de múltiplos canais pode servir para informá-los sobre os vários canais disponíveis

para a compra de produtos e, simultaneamente, reduzir o seu risco percebido de compra em

novos canais, além de ser uma boa ferramenta para reter clientes. (FOURNIER; MICK, 1999;

KUMAR; VENKATESAN, 2005; PORTO, 2006).

No Brasil, a experiência das empresas no mercado multicanal ainda é recente, porém é

possível imaginar que muitas empresas consolidadas entrem para o mundo virtual,

maximizando assim o valor de suas marcas em mercados de consumidores cada vez mais

informados e exigentes. O grande desafio da operação multicanal passa a ser a integração

entre os canais, de forma a explorar sinergias e atender melhor os clientes. Com a integração

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de canais, os varejistas conseguem realizar vendas cruzadas e ampliar o relacionamento com

os consumidores. A integração dos canais permite que os clientes comprem um produto online

e o retirem na loja, ou pesquisem e comprem na loja pelo canal online e catálogo, e troquem

ou devolvam em canais distintos. Os varejistas que conseguem sincronizar a experiência de

compra entre os canais, conseguem maior participação de mercado, recuperando o espaço

perdido para os Internet pure players (PORTO, 2006; DIAS, 2014).

Os consumidores esperam dos varejistas uma integração entre seus canais de venda e,

de acordo com Bezes (2013), canais de venda congruentes podem melhorar a imagem do

varejista. No entanto, as empresas que pretendem adicionar um canal on-line ou gerir clientes

através de múltiplos canais, devem sincronizar produto e informações de clientes através de

seus diversos canais. Cada vez mais as empresas percebem que os clientes mais valiosos são

os que se relacionam com a empresa por meio de múltiplos canais e estão expostos a vários

relacionamentos com marcas, produtos e serviços. Os compradores multicanais são mais leais

e mais rentáveis do que compradores de canal único, possivelmente porque eles estão cientes

de opções disponíveis para eles e compram produtos em meios que consideram mais

convenientes (CYR, 2001; STONE; HOBBS; KHALEELI, 2002; KUMAR; VENKATESAN,

2005; DIAS, 2014).

2.4 VALOR PERCEBIDO PELO CONSUMIDOR

A criação de valor é vista por muitos estudiosos como a chave para o sucesso a longo

prazo. Quando os varejistas satisfazem as necessidades dos consumidores, eles ficam em uma

posição mais forte em relação aos seus concorrentes. (SWEENEY; SOUTAR, 2001).

O valor percebido é definido como sendo a avaliação geral feita pelo consumidor

sobre a utilidade de um produto, baseada em percepções do que é recebido e o que é dado em

troca (ZEITHAML, 1988).

A compreensão, sob a perspectiva do cliente, do que significa valor na oferta de uma

empresa possibilita o enriquecimento, criação e aprimoramento de estratégias de marketing de

acordo com os valores identificados. Tipicamente os consumidores podem valorizar diversos

aspectos de uma troca, o que pode envolver um produto, marca, loja, ou interação com

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vendedores (FLINT; WOODRUFF; GARDIAL, 2002; VELUDO-DE-OLIVEIRA; IKEDA,

2005).

Ao adicionar maior valor aos produtos, as empresas tentam incrementar a satisfação

do consumidor de modo que ligações são feitas e a lealdade do cliente é obtida (RAVALD;

GRÖNROOS, 1996). Pesquisadores identificaram ainda que agregar valor é algo que vai além

de simplesmente melhorar a percepção de valor pelo dinheiro, passando também por aspectos

intangíveis e emocionais intrínsecos a cada indivíduo (CHERNATONY; HARRIS;

DALL'OLMO RILEY, 2000).

Nos estudos de Marketing, a palavra valor é geralmente associada ao contexto de

percepção, gerando o termo valor percebido (ZEITHAML, 1988). Para a autora, o valor

percebido está vinculado ao uso de algum produto (ou serviço); é percebido pelo cliente, o

que não necessariamente foi definido pelo fornecedor; e é a relação entre o que o cliente

recebe, que pode ser chamado de bônus e o que o cliente entrega para comprar, ou utilizar este

produto ou serviço, o que pode ser chamado de ônus.

Zeithaml (1988) criou um modelo que define e relaciona preço, qualidade percebida e

valor percebido. Esse modelo é muito aceito pelos diversos autores que abordaram o tema

valor percebido. Em seu estudo, a autora preocupa-se com o significado dos conceitos de

valor e qualidade, que são construtos distintos, mas muitas vezes não são diferenciados um do

outro.

O modelo de Zeithaml (1988) considera que o valor percebido é uma consequência de

atributos intrínsecos e extrínsecos, além de qualidade percebida e abstrações de alto nível. Os

atributos intrínsecos seriam prazer e valores pessoais do consumidor. Enquanto os atributos

extrínsecos abrangem marca do produto ou serviço, país de origem, varejista e o nível de

propaganda realizada, que definem a percepção de reputação da empresa. Zeithaml (1988)

ressalta que o valor é um conceito altamente pessoal e idiossincrático, reforçando a ideia de

que o valor percebido é um conceito de difícil mensuração e definição.

Alguns estudos incluem outros atributos além da qualidade e do preço, com o intuito

de aumentar a utilidade do construto valor percebido. Pode-se citar, a marca, nome da loja e

país de origem, como atributos extrínsecos (TEAS; AGARWAL, 2000; AGARWAL; TEAS,

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2001). O risco percebido como nível alto de abstração (SWEENEY; SOUTAR; JOHNSON,

1999; SNOJ; KORDA; MUMEL, 2004). Para fazer uma distinção entre qualidade, sacrifício e

risco é útil entender a qualidade e o sacrifício como indicadores de benefícios e custos

presentes para se adquirir um produto, respectivamente, e os riscos como indicadores de

potenciais benefícios e custos futuros (AGARWAL; TEAS, 1999).

Nessa linha de pensamento, o valor percebido é o resultado do trade-off do conjunto

de componentes técnicos, funcionais, temporais e espaciais de benefício e sacrifício

(HEINONEN, 2004), e tanto os bônus (aspectos positivos formadores do valor para o cliente)

quanto os ônus (aspectos negativos formadores do valor para o cliente) são percebidos pelos

clientes, constituindo-se de avaliações pessoais, idiossincráticas, e que variam bastante de

cliente para cliente (ZEITHAML, 1988; HOLBROOK, 1999; MCDOUGALL; LEVESQUE,

2000).

Além dos trabalhos que consideram o valor percebido como um trade-off entre o que é

dado e recebido, existe o trabalho de Holbrook (1999), no qual o autor considera valor um

benefício, sem vinculá-lo a um sacrifício.

Sweeney e Soutar desenvolveram uma escala de medição de valor percebido para uso

em relação a marcas de bens duráveis, podendo ser utilizada tanto antes quanto depois da

efetivação da compra, chamada de PERVAL, abreviação para Perceived Value. Os autores

argumentam que as dimensões do produto avaliadas antes ou depois da compra são as que

compõem o valor percebido, sendo elas: emocional, social, qualidade e preço. Deste modo, a

avaliação entre alternativas compreende a avaliação entre os valores percebidos totais das

alternativas (SWEENEY; SOUTAR, 2001).

Sweeney e Soutar (2001) afirmam que a única coisa que importa no novo mundo da

qualidade é entregar valor ao cliente e consideram inadequado tratar os atributos

confiabilidade, durabilidade e preço em uma mesma dimensão, uma vez que os dois primeiros

– confiabilidade e durabilidade – são tradicionalmente vistos como aspectos da qualidade.

Qualidade e preço são dimensões opostas de valor percebido, para autores como

Zeithaml (1988): qualidade como uma função positiva e preço como uma função negativa.

Tratar estes atributos em diferentes dimensões foi a principal contribuição do modelo e escala

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desenvolvidos por Sweeney e Soutar.

Segundo Sweeney e Soutar (2001), as dimensões de valor estão relacionadas entre si,

podendo surgir em uma mesma experiência de consumo mais de uma dimensão, o que vai na

contramão de alguns autores como Sheth, Newman e Gross (1991), que acreditam que as

dimensões operam de maneira independente.

Quadro 2. Dimensões do Valor Percebido

Valor Emocional Utilidade derivada dos sentimentos ou estados afetivos

que um produto gera

Valor Social Utilidade derivada da capacidade do produto de gerar

autoconceito social

Valor Funcional

(preço/valor pelo dinheiro)

Utilidade derivada da percepção de redução dos custos de

curto e longo prazo do produto

Valor Funcional

(qualidade/performance)

Utilidade gerada da qualidade percebida e performance

esperada do produto

Fonte: Sweeney e Soutar (2001, p. 211).

A partir das dimensões de valor expostas no quadro acima, os autores Sweeney e

Soutar (2001) criaram uma escala de mensuração do valor percebido chamada PERVAL. Essa

escala será a utilizada no estudo, para mensurar o construto de Valor Percebido.

2.5 VALORES PESSOAIS DOS CONSUMIDORES

O comportamento das pessoas é baseado na sua cultura, valores e atitudes.

Conhecendo-os, é possível entender como as pessoas agem. Os valores fazem parte da vida

cotidiana. A conduta de uma pessoa se deve aos seus valores, que podem incluir ou não ética

profissional, luxo ou simplicidade, humildade ou arrogância, ostentação ou discrição

(MARMITT, 2001).

Os valores pessoais constituem uma base teórica poderosa para compreender aspectos

particulares do comportamento do consumidor, vários autores defendem que os valores guiam

a maioria dos comportamentos. Segundo Rokeach (1973), as pessoas se comportam de acordo

com seus valores devido à necessidade de consistência entre valores e ações, Feather (1991)

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complementa que os valores têm efeitos a longo prazo no comportamento das pessoas, pois a

curto prazo eles influenciam os objetivos e a seleção de planos e ações relacionados com seus

objetivos, desempenhando, assim, um papel motivacional. Para alguns autores, como

Clawson e Vinson (1978) e Beatty et al. (1985), os valores podem igualar ou superar as

contribuições de atitudes, atributos do produto, estilos de vida ou aspectos demográficos no

estudo do comportamento dos consumidores. Kahle e Kennedy (1989) argumentaram que

uma melhor compreensão dos valores dos consumidores poderá conduzir a um melhor

entendimento do seu comportamento. Bardi e Schwartz (2003) e Schwartz (2005),

defenderam que o modo natural das pessoas obterem determinados valores que consideram

importante é através de um comportamento que expresse esses valores, que além de

representarem mentalmente os objetivos humanos básicos, são também a linguagem usada

para os expressar socialmente e, deste modo, podem representar os principais valores para a

vida humana. Sendo assim, uma vez que os valores guiam a maioria dos comportamentos,

influenciando muitas das decisões que as pessoas tomam no dia a dia, poderão também

influenciar a compra ou não de determinado produto, marca ou escolha por determinado canal

ou loja.

Os valores podem ser pessoais ou sociais. Valores sociais tratam da cultura, definem o

comportamento aceitável para uma sociedade ou grupo, enquanto os valores pessoais definem

o comportamento considerado norma para um indivíduo. Os valores pessoais refletem as

escolhas que um indivíduo faz de uma variedade de valores sociais ou sistemas de valores aos

quais o indivíduo é exposto. Muito além de simplesmente influenciar a etapa de

reconhecimento da necessidade, avaliação e escolha entre alternativas de uma pessoa, a

cultura oferece ordem, direção e orientação em todas as fases da solução dos problemas

humanos, por meio do fornecimento de métodos reais de satisfação das necessidades

psicológicas, pessoais e sociais de um indivíduo. Uma vez que a cultura é o somatório das

crenças, valores e costumes aprendidos pelas pessoas, os valores pessoais dos indivíduos

exercem também influência em todas as etapas do processo de decisão de compra, pois

influenciam o comportamento humano como um todo (BLACKWELL et al., 2005;

SCHIFFMAN; KANUK, 2009).

Os valores são uma das formas mais abstratas de conhecimento individual, amarrar um

produto, serviço ou ideia específica a um valor abstrato, aumenta a chance deste item ser

lembrado. Os seres humanos buscam desenvolver classificações abstratas de coisas para

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facilitar o processamento de informações. Como os valores pessoais representam as crenças

das pessoas sobre estados de existência desejáveis e sobre modos de comportamentos, eles

influenciam também a ideia de uma pessoa sobre qual o estado desejado das coisas, assim

como o modo como irão avaliar as opções disponíveis para a compra (BLACKWELL et al.,

2005).

Zografos e Allcroft (2007) consideram que as escolhas de consumo estão relacionadas

com o que a pessoa é ou com quem ela quer se identificar. Assim, os estilos de vida refletem

não somente as atitudes, mas também os valores relacionados aos comportamentos de

consumo, refletindo assim, as identidades sociais de um grupo.

Os fornecedores e varejistas devem descobrir como o produto, serviço ou ideia é

percebida no mercado. A informação sobre os valores dos consumidores pode ser importante a

este respeito, por exemplo, para segmentar o mercado de forma eficaz e posicionar o produto,

serviço ou ideia. Amarrar um produto a um valor pode aumentar o valor deste produto. A

política de preços também deve ser coerente com a posição do produto e o valor a ele

atribuído. Pessoas que valorizam a segurança podem desejar preços baixos, a fim de

economizar dinheiro para futuros problemas, e as pessoas que valorizam status podem preferir

preços elevados. (KAHLE; KENNEDY, 1989).

A aplicação da perspectiva dos valores pessoais para o marketing de produtos de

consumo pode ser classificada em duas perspectivas teóricas, uma macro representando a

visão sociológica e outra perspectiva micro representando a visão psicológica. A perspectiva

macro se refere às metodologias de survey padronizadas (ex.: VALS, LOV, RVS),

combinadas, muitas vezes, com um esquema de classificação que categoriza os respondentes

em grupos ou conglomerados. A perspectiva ―micro‖, baseada na teoria de meio-fim, enfoca

especificamente as ligações entre os atributos que existem nos produtos (os ―meios‖) e as

consequências para os consumidores providas pelos atributos e pelos valores pessoais (os

―fins‖), através de uma técnica chamada de escalada, chamada, em sua língua original, de

laddering (REYNOLDS; GUTMAN, 1988).

As pesquisas iniciais sobre os valores foram influenciadas em grande parte por Milton

Rokeach e a sua escala de valores de Rokeach (Rokeah Value Scale – RVS). Rokeach

acreditava que os valores podiam se relacionar com objetivos ou com formas de

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comportamento. Sua maior contribuição foi a definição de valores como crenças duradouras e

que um modo específico de conduta é pessoal ou socialmente preferível a modos opostos de

conduta. Para Rokeach, os valores se relacionavam tanto com os objetivos das pessoas quanto

com as formas de comportamento necessárias para alcançar os objetivos. Ele criou uma lista

com 36 valores universais, sendo 18 valores terminais e 18 valores instrumentais, conforme

apresentado no quadro 4 (BLACKWELL; MINIARD; ENGEL, 2005; XAVIER, 2006).

Quadro 3. Escala de valores de Rokeach

Terminal

(Estados Finais Desejáveis)

Instrumental

(Modos de Conduta)

Uma vida confortável Ambicioso

Uma vida excitante Mente aberta

Um sentimento de realização Capaz

O mundo em paz Alegre

O mundo de beleza Limpo

Igualdade Corajoso

Segurança familiar Magnânimo

Liberdade Honesto

Felicidade Imaginativo

Harmonia interior Independente

Amor maduro Intelectual

Segurança nacional Lógico

Prazer Amoroso

Salvação Obediente

Respeito próprio Educado

Reconhecimento social Responsável

Amizade verdadeira Autocontrolado

Sabedoria

Fonte: Rokeach, 1973.

A teoria de Schwartz propõe que os valores são objetivos transituacionais que atendem

ao interesse de indivíduos ou grupos e expressam um em cada dez tipos de valores ou

motivações universais, o que desafia a classificação de Rokeach de valores instrumentais e

terminais (BLACKWELL; MINIARD; ENGEL, 2005).

A teoria de Schwartz tem sido utilizada para predizer e explicar como os sistemas de

valores de uma sociedade como um todo se relacionam com várias atitudes e

comportamentos, como, por exemplo, a cooperação, a competição, o voto, a religiosidade e o

trabalho. Schwartz afirma que as dimensões culturais dos valores refletem as questões ou

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problemas básicos que as sociedades devem confrontar de modo a regular a atividade

humana. Os membros da sociedade reconhecem e comunicam a respeito desses problemas,

planejam respostas a eles e motivam uns aos outros a cooperarem entre si. Os valores são,

deste modo, o vocabulário dos objetivos socialmente aprovados utilizados para motivar a

ação, expressar e justificar as soluções escolhidas, conforme visto no quadro 5 (ROS,

SCHWARTZ e SURKISS, 1999).

Quadro 4. Definições dos dez tipos de valores motivacionais

Tipo de Valor Definição Valores Exemplares

Poder Status social e prestígio, controle ou

domínio sobre pessoas e recursos

Poder social, autoridade,

riqueza

Realização

Sucesso pessoal pela demonstração

de competência de acordo com os padrões sociais

Bem-sucedido, capaz, ambicioso

Hedonismo Prazer e gratificação sensual para

um indivíduo Prazer, diversão

Estimulação Excitação, novidade e desafio de vida

Desafiante, vida sem rotina, uma vida excitante

Autodirecionamento Pensamento e ação independentes,

criação, exploração

Criatividade, curiosidade,

liberdade

Universalismo

Compreensão, apreciação,

tolerância e proteção do bem-estar das pessoas e natureza

Cabeça aberta, justiça social,

igualdade, proteção para o ambiente

Benevolência

Preservação e aprimoramento do

bem-estar das pessoas com as quais

o indivíduo tem contato pessoal

frequente

Solícito, honesto, clemente

Tradição

Respeito, compromisso e aceitação

dos costumes e ideias oferecidos pela cultura tradicional ou pela

religião

Humilde, devotado, agradecido pelo que se tem na vida

Conformidade

Moderação de atos, inclinações e

impulsos que posam preocupar ou

causar danos a outros e violar as

expectativas sociais ou as normas

Cortesia, obediência, honradez

Segurança

Cuidado, harmonia e estabilidade

individual, social e de relacionamentos

Ordem social, limpeza

Fonte: Schwartz, 1982.

Segundo Parente (2010), diferentes consumidores apresentam diferentes estilos de

vida. Existem consumidores que apresentam um estilo de vida mais ativo e esportivo, outros

já são mais intelectuais e sedentários. Alguns estão motivados pelo prazer mundano, outros

pautam suas vidas por rigorosos princípios religiosos. Os estilos de vida representam o perfil

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comportamental do consumidor e estão apoiados em sua estrutura psicológica e fatores

demográficos e socioeconômicos. Os estilos de vida são manifestados pelas atividades,

interesses e opiniões dos consumidores.

Uma abordagem de estilo de vida amplamente utilizada é o Sistema de Valores e

Estilos de Vida (Values and Lifestyle System - VALS®) desenvolvido pela SRI International.

O programa original identifica nove estilos de vida. O problema é que a maioria dos

consumidores foi classificada dentro de duas categorias, reduzindo a importância das outras

categorias para os profissionais de marketing. Por isso, em 1989 foi formulado o VALS2®.

Esse sistema captura as atitudes e os valores dos consumidores a partir da medição do quanto

eles concordam ou discordam das afirmativas apresentadas. A forma como os consumidores

respondem leva à classificação das suas auto-orientações, ou seja, aos objetivos e

comportamentos aos quais eles aspiram. (BLACKWELL; MINIARD; ENGEL, 2005).

Segundo Blackwell et all, as orientações podem ser descritas como: (1) orientadas por

princípios; (2) orientadas pelo status; (3) orientadas pela ação.

Tal classificação está baseada na ideia de que as pessoas atravessam diversos estágios

de desenvolvimento, cada um deles afetando suas atitudes, comportamentos e necessidades

psicológicas. As pessoas passam de uma fase voltada para as necessidades (sobreviventes e

batalhadores), para estágios direcionados para o exterior (proprietários, imitadores e

realizadores), ou para os direcionados ao interior (egoístas, experimentadores, socialmente

conscientes), com uma pequena parcela atingindo um estágio de integração (KOTLER, 1994).

O principal problema deste método é que a maioria dos consumidores foi classificada

dentro de apenas duas categorias (―Realizadores‖ e Proprietários‖), reduzindo a importância

das outras categorias para os profissionais de marketing. Além disso, à medida que os

consumidores começam a concordar com os temas sociais medidos, os resultados se tornam

menos indicativos do comportamento (BLACKWELL; MINIARD; ENGEL, 2005).

Visando suprimir os principais problemas observados na primeira versão do VALS

(WINTERS, 1989), a SRI Consulting Business Intelligence, que atualmente não faz parte da

Stanford University, formulou o VALS2® (TOMANARI, 2003).

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Além da auto-orientação, a outra dimensão da tipologia do VALS2® inclui recursos

físicos, psicológicos, materiais e demográficos. Como resultado da aplicação do survey, o

VALS2® define oito categorias de estilos de vida: ―Realizadores‖, ―Satisfeitos‖, ―Crentes‖,

―Controladores‖, ―Esforçados‖, ―Experimentadores‖, ―Fazedores‖ e ―Lutadores‖.

Uma alternativa ao VALS® é a abordagem da Lista de Valores-LOV, desenvolvida

especificamente para o marketing. A LOV identifica nove segmentos de consumidores

baseados nos valores que eles endossam, relacionando cada valor a diferenças em suas

maneiras de consumir. Elaborada a partir da lista de valores terminais de Rokeach e da teoria

da hierarquia de valores de Maslow, a LOV foi utilizada pela primeira vez em uma pesquisa

feita com uma amostra probabilística de respondentes dos Estados Unidos em 1976, tendo

cada pesquisado indicado seus dois valores mais importantes a partir de uma lista de nove

(KAHLE; KENNEDY, 1989; SOLOMON, 2016).

A LOV provê uma solução para o problema de elaborar um ranking de 18 valores,

como é necessário para a RVS: uma lista reduzida de nove valores terminais é utilizada, o que

simplifica bastante o processo de preenchimento do questionário. Dois itens da LOV (valores

terminais de ―realização‖ e ―respeito próprio‖) são idênticos aos itens RVS, enquanto os

demais combinam diversos itens da RVS ou generalizam os seus itens especificamente

(KAMAKURA; NOVAK, 1992).

A escala LOV é considerada uma boa alternativa, tanto em relação à RVS quanto em

relação ao VALS. O uso da RVS ou do VALS parecem menos apropriados para a pesquisa em

mercados do que o uso da LOV devido aos seus melhores resultados e simplicidade de

aplicação (KAHLE; KENNEDY, 1989).

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Quadro 5. Itens constantes na lista de valores original

Pertencer a um grupo Excitação

Relações amigáveis Satisfação pessoal

Ser bem respeitado Diversão e prazer na vida

Segurança Amor próprio

Realização Pessoal

Fonte: Kahle; Kennedy, 1989.

Corfman, Lehman e Narayanna (1991) identificaram que os itens da LOV se

agrupavam em três grupos, conforme apresentado no quadro 6. Em outros estudos, Dohono,

Herche e Swenson (2003) encontraram agrupamentos diferentes, conforme pose ser

observado no quadro 7.

Quadro 6. Agrupamento das variáveis da escala LOV

Valores Sociaisser bem respeitado; pertencer a um grupo; segurança

Valores Orientados a

si Próprio satisfação pessoal; realização pessoal; amor próprio

Estimulaçãoexcitação; diversão

Fonte: Adaptado de Corfman, Lehman e Narayana (1991, p. 192).

Quadro 7. Agrupamento das variáveis da escala LOV

Valores de

"Achievement" satisfação pessoal; realização pessoal; amor próprio

Valores de

Relacionamentos

excitação; diversão e prazer na vida; relações amigáveis;

segurança; pertencer a um grupo

Fonte: Adaptado de Donoho, Herche e Swenson (2003, p. 58).

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Este estudo será feito a partir da perspectiva macro, uma vez que ela quantifica os

valores pessoais, o que possibilitará analisar as relações entre estes e cada dimensão do valor

percebido para os consumidores. Para a análise dos valores pessoais, será utilizado a Lista de

Valores-LOV, visto que essa é um instrumento de pesquisa abreviado e trabalha com valores

terminais, existindo evidências de que o relacionamento dos valores dos consumidores com

seus comportamentos está num nível mais abstrato do que os dos valores instrumentais. Por

fim, será utilizado o agrupamento das variáveis da escala LOV identificado no estudo de

Corfman, Lechman e Narayanna para a análise deste estudo (KAMAKURA; NOVAK, 1992).

2.6 RISCO PERCEBIDO

O conceito de risco percebido foi introduzido na literatura de marketing e

comportamento do consumidor por Raymond Bauer e seus associados da Havard Business

School, por meio do artigo Consumer behavior as risk-taking, na década de 60. Para Bauer

(1960) o risco percebido se baseia na ideia de que qualquer atividade de compra envolve

risco. Assim, qualquer ação do comprador é propensa a produzir consequências que ele não

pode antecipar com qualquer aproximação de certeza, sendo algumas delas, prováveis de

serem desagradáveis. Cox e Rich (1964) definiram esse construto como sendo a natureza e a

quantidade de risco percebido por um consumidor ao contemplar uma decisão de compra

específica. Peter e Ryan (1976) determinaram como tendência dos modelos formais de risco

percebido a descrição do construto como resultado do produto de uma incerteza de

perda/prejuízo e da consequência dessa perda/prejuízo. Anos depois, Assarael (1995) e Volle

(1995) continuaram a fazer menção aos mesmos dois componentes (incerteza e consequência)

em suas definições de risco percebido.

Segundo Solomon (2016) o risco percebido é a crença de que a compra de um produto

ou serviço, possa ter consequências negativas. Sitkin e Pablo (1992) consideram que o risco

percebido como uma característica das decisões nas quais exista a incerteza sobre as

consequências que possam ocorrer. Para Engel, Blackwell e Miniard (2005) o risco vai além

da incerteza em relação às consequências, sendo ele, assim, uma expectativa pessoal de que

uma perda possa ocorrer. Weber e Bottom (1989) comentam que as decisões de risco são

escolhas entre alternativas, onde pelo menos uma das possíveis consequências seja indesejada,

ou menos desejada que as outras, para que o risco exista.

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Para Schiffman e Kanuk (2009) o risco pode ser real, embora, os consumidores sejam

influenciados, apenas, pelos riscos que percebem. O real, ou objetivo, é o risco que existe de

fato, enquanto que o percebido, ou subjetivo, é o risco que um indivíduo percebe em

determinada situação (SITKIN; PABLO, 1992).

Rossini, Gouveia e Santos (2016) examinaram o efeito moderador do risco percebido

nas relações entre a percepção de outros consumidores (OCP) e a evitação e aproximação do

consumidor. Para estes autores as respostas que o consumidor dá à percepção de similaridade

em relação aos outros consumidores na hora da compra pode sofrer uma variação de acordo

com o risco ao qual ele está exposto na hora da compra. Para alguns autores, como por

exemplo, Brack e Benkestein (2014), o risco percebido é uma variável moderadora na relação

entre a percepção de similaridade entre os consumidores e as respostas que podem surgir

desta relação, como a avaliação positiva do serviço, a disponibilidade para interagir e o boca a

boca positivo. Ling et al. (2011) descobriram que a percepção de risco está positivamente

relacionada com a confiança online, e que esta está diretamente relacionada à intenção de

compra. Segundo Ling et al. (2011) o construto risco percebido é resultante de duas variáveis,

segurança e privacidade percebida. Portanto, quanto maior a segurança e a privacidade

percebidas pelo consumidor online, maior sua confiança no varejista. Da mesma forma, Mitra,

Reiss e Capella (1999) sugerem que o risco deve ser estudado como variável moderadora

entre influências que o consumidor sofre e intenções de comportamento que podem se seguir.

Laroche, Bergeron e Goutaland (2003) acrescentaram o papel do risco percebido como agente

influenciador no comportamento do consumidor, para eles serviços com alto grau de

intangibilidade a decisão de se aproximar ou evitar o encontro de serviços pode estar

diretamente ligado ao risco.

A literatura indica que os meios de compra levam a diferentes percepções de ricos. Isto

se deve ao fato que os diversos meios apresentam experiências singulares de compra, ainda

que os mesmos produtos e serviços possam ser adquiridos, ocasionando a percepção de

dimensões particulares de risco percebido (WOLFINBARGER; GILLY, 2003). Alguns

autores direcionaram suas pesquisas nesta linha de meios de compra como, Cox e Rich (1964)

que estudaram o risco percebido e a decisão de compra por telefone. Spence, Engel,

Blackwell (1970) compararam riscos percebidos nas compras realizadas pelos correios e as

efetuadas em lojas físicas, enquanto Mitchell (1998) analisou o risco percebido apenas no

varejo físico. Hawes e Lumpkin (1986) estudaram os níveis de risco percebido associados a

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seis diferentes meios de compra.

O comércio eletrônico desencadeia mais riscos na percepção do consumidor do que a

compra no varejo tradicional (TAN, 1999). Aspectos como intangibilidade, lacuna temporal

entre realização do pedido e recebimento do produto e necessidade de fornecimento de dados

financeiros pessoais, como dados sobre o cartão, reduzem o controle percebido pelo

consumidor e aumentam o risco percebido (LEE; TURBAN, 2001; RUYTER; WETZELS;

KLEIJNEN, 2001; HSU; CHIU, 2004). Cho e Lee (2006) define o risco percebido pelo

consumidor no varejo eletrônico como o grau em que o consumidor nota que os resultados de

uma transação online podem ser negativos, variando de acordo com variáveis situacionais e

individuais.

Segundo Farley (1986), alguns consumidores apresentam maior propensão a assumir

riscos e que graças à presença do hormônio testosterona, esse grupo tende a ser

predominantemente masculino. Seguindo essa mesma direção, os estudos realizados por

Vieira, Viana e Echeveste (1998) indicaram que as mulheres tendem a atribuir maior

importância aos fatores relacionados à confiança e segurança em situações de compra pela

internet.

Ling et al. (2011) avaliaram os impactos da tecnologia percebida e do risco percebido

na confiança dos consumidores aos varejistas on-line, bem como essa confiança estaria

relacionada à intenção de compra. Este estudo descobriu que a tecnologia percebida, assim

como a percepção de risco estão positivamente relacionadas à confiança on-line, e que a

confiança e a tecnologia estão positivamente relacionadas com a intenção de compra.

Segundo Ling et al. (2011) o construto risco percebido é resultante de duas variáveis,

segurança e privacidade percebida. Portanto, quanto maior a segurança e a privacidade

percebidas pelo consumidor online, maior sua confiança no varejista.

O risco percebido pelo consumidor em relação ao comércio eletrônico possui

múltiplas dimensões, tais como: financeira (risco de o produto não ser entregue), associada ao

desempenho do produto ou serviço (risco das características e funcionalidades não

corresponderem às anunciadas pela empresa), social, psicológica, temporal e de violação de

privacidade e segurança do usuário (SMITH; SIVAKUMAR, 2004; BART et al., 2005;

WINCH; JOYCE, 2006). Pode-se destacar nessa discussão de risco percebido, aspectos como

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o comportamento fraudulento no comércio eletrônico adquirirem importância. O crescente

número de fraudes online aumentou a necessidade de garantias de que as operações de

compra online são seguras (BELANCHE; CASALÓ; GUINALÍU, 2011). Os consumidores

receiam tanto que as empresas online utilizem indevidamente, vendam ou distribuam suas

informações pessoais, quanto que os seus dados sejam hackeados, bem como o medo de que o

número de cartão de crédito seja fraudado e de realizar o pagamento adiantado de um produto

sem a garantia de entrega (KOVACS; FARIAS, 2001; CHEN; BARNES, 2007; KOVACS;

ESPÍRITO SANTO, 2008).

As experiências anteriores dos indivíduos no comércio eletrônico podem aumentar ou

não a sua confiança no varejo virtual, já que experiências passadas bem-sucedidas reduzem o

risco associado e aumentam a confiança dos consumidores neste modelo de negócio

(BHATTACHERJEE, 2001; LEE; TURBAN, 2001). Deve-se considerar, também que, mesmo

aqueles que já vivenciaram experiências bem-sucedidas no comércio eletrônico, devido a não

haver interação face a face neste modelo de negócio, podem experimentar maior grau de

incerteza e risco percebido na adoção da internet como canal de compra (WU; CHEN, 2005).

Os indivíduos que percebem um maior grau de riscos em uma situação tendem a

utiliza estratégias de redução de risco (TAYLOR, 1974). Dentre as formas de redução de

risco, uma das utilizadas é a busca por informação. Uma das buscas por informação é o boca a

boca entre familiares e amigos, e pode ser realizado pessoalmente, em um encontro face a

face, ou por meio de uma das tecnologias de comunicações disponíveis, como telefone ou

internet (FARIAS; KOVACS, 2006). Outra estratégia utilizada pelos usuários é a de

realizarem compras unicamente em lojas da internet que apresentem idoneidade (KOVACS;

FARIAS, 2001). Essa questão da idoneidade está relacionada a ter também um respaldo no

mundo real. Os varejistas multicanais possibilitam um menor risco percebido pelos usuários,

visto que, qualquer problema que puderem ter com a transação de compra, os consumidores

teriam uma maior segurança percebida de entrar em contato ou visitar a empresa (FARIAS;

KOVACS, 2006). Caso a empresa realize negócios exclusivamente em ambiente digital, os

consumidores buscam por espaços para discussão/feedback nos websiters das empresas que

pretende realizar a compra ou por empresas provedoras de informação, no sentido de

estabelecer a confiança inicial em relação aos vendedores (FULLER; SERVA; BENAMATI,

2007; UTZ; MATZAT; SNIJDERS, 2009). Esses mecanismos que englobam feedback acerca

das lojas virtuais são conhecidos como sistema de reputação, no Brasil, os mais conhecidos

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são ebit.com.br e ReclameAqui.com.br (CASALÓ et al., 2012).

Sistemas de reputação agregam informações de consumidores acerca das experiências

obtidas, por meio das transações com empresas, as informações apresentadas são

compreendidas como um mecanismo para construção de confiança dos consumidores. Em

alguns casos, esses sistemas atuam, também, na verificação de determinados padrões ou

requerimentos considerados importantes para redução de riscos percebidos por parte dos

consumidores, por meio de aferição de selos e certificados para as empresas inseridas em seu

portfólio (PARK; BHATNAGAR; RAO, 2010; SWAMYNATHAN; ALMEROTH; ZHAO,

2010; EDELMAN, 2011).

Ling et al. (2011) descobriram que a percepção de risco está positivamente relacionada

com a confiança online, e que esta está diretamente relacionada à intenção de compra.

Segundo Ling et al. (2011) o construto risco percebido é resultante de duas variáveis,

segurança e privacidade percebida. Portanto, quanto maior a segurança e a privacidade

percebidas pelo consumidor online, maior sua confiança no varejista.

2.7 HIPÓTESES E MODELO TEÓRICO PROPOSTO

Tabela 1. Resumo de Hipóteses Testadas no Estudo

Hipótese

H1 Os va lores pessoais dos conmidores influenciam na escolha do canal fís ico ou vi rtual ;

H2 A dimensão Qual idade do va lor percebido influência na escolha do canal de compra fís ico ou vi rtual ;

H3 A dimensão Emocional do va lor percebido influência na escolha do canal de compra fís ico ou vi rtual ;

H4 A dimensãoPreço do va lor percebido influência na escolha do canal de compra fís ico ou vi rtual ;

H5O Risco Percebido pelo consumidor no canal vi rtual , influência a escolha des canal ou o fís ico como canal de

compra;

Fonte: Elaborado pelo autor.

Visando melhor compreensão dos objetivos da pesquisa, a Figura 4 apresenta o

modelo proposto, onde se trabalha com os valores pessoais dos consumidores na escolha do

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canal de compra e o valor percebido diante do canal percebido.

Figura 3. Modelo Teórico Proposto

H1

H2

H3

H4

H5

Valores Pessoais

Dimensão Qualidade

VP

Dimensão Emocional

VP

Dimensão Preço

VP

Risco Percebido

Canal Virtual

Canal de

Compra virtual

Fonte: Elaborado pelo autor.

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III PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A pesquisa é um processo de análise e interpretação de dados para responder a um

conjunto de questões formuladas (KOTHARI, 1985). Assim, neste capítulo serão

apresentados a descrição da metodologia da investigação, em especial a abordagem

processual, o método e o instrumento que auxiliarão nas respostas do problema de pesquisa.

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA

Este estudo foi de caráter descritivo, com a finalidade de descrever a situação-

problema da dissertação. Ainda neste sentido, de modo a operacionalizar a pesquisa de acordo

com seu problema proposto, foi realizado um corte transversal único para o levantamento dos

dados.

Segundo Gil (2010), as pesquisas descritivas têm como finalidade principal a

descrição das características de determinada população ou fenômeno, ou o estabelecimento de

relações entre variáveis. Uma de suas características mais significativas aparece na utilização

de técnicas padronizadas de coletas de dados. A pesquisa descritiva de natureza quantitativa

utiliza a coleta estruturada de dados de determinado número mínimo de respondentes,

tabulação, verificação das frequências e interações das variáveis pesquisadas (HAIR Jr et al.,

2009; MALHOTRA; BIRKS; WILLS, 2012).

Segundo Churchill Jr. (1999), as pesquisas descritivas normalmente são estruturadas

através de hipóteses, descritas em um modelo teórico. Para este autor a utilização do método

de levantamento (survey) com corte transversal é amplamente utilizado. No método survey

um questionário estruturado com perguntas padronizados em uma amostra da população, com

o objetivo de obter informações dos respondentes sobre os seus comportamentos, percepções,

intenções, motivações e características (HAIR JR. et al., 2009; MALHOTRA; BIRKS;

WILLS, 2012).

Esta pesquisa de caráter descritivo, teve como objetivo identificar como os valores

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pessoais e os valores percebidos dos consumidores interferem na escolha do canal de compra,

levando-se em consideração o risco percebido na hora da compra.

3.1.1 Variáveis Pesquisas

De acordo com o modelo teórico apresentado na Figura 4, três construtos serão

abordados neste estudo. Durante a revisão da literatura foram identificadas escalas adequadas

a este estudo, sendo já são consolidadas em pesquisas de marketing. No quadro 7 estão

apresentadas as variáveis pesquisadas através da survey, assim como os trabalhos que

serviram como referência para a criação do instrumento de pesquisa.

Quadro 8. Escalas utilizadas no instrumento de coleta de dados

Construtos Itens de Escala Bloco Item Escalas Utilizadas

VALORES PESSOAIS LOV_1 a 9 1 1;2;3;4;5;6;7;8 e 9

Kahle e Kennedy (1989); Xavier

(2006); Almeida (2010); Simões

e Oliveira (2012)

VALOR PERCEBIDOPERVAL_10 a

242

10;11;12;13;14;15;16;17;1

8;19;20;21;22;23;24

Sweeney e Soutar (2001); Xavier

(2006); Costa (2007)

RISCO PERCEBIDO RISCO_25 a 48 3

25;26;27;28;29;30;31;32;3

3;34;35;36;37;38;39;40;41;

42;43;44;45;46;47;48

Kovacs e Farias (2004)

Fonte: Elaborado pelo autor

Para a variável Valores Pessoais, foi utilizada a Lista de Valores (LOV), a escala

desenvolvida e validada por Kahle e Kennedy (1989), esta escala é usualmente utilizada no

Brasil, sendo utilizada por estudos que serviram como base para este estudo, como o de

Xavier (2006), Almeida (2010), Simões, Giraldi e Oliveira (2012). A análise do Valor

Percebido se deu a partir da escala PERVAL, desenvolvida por Sweeney e Soutar (2001), e

posteriormente utilizada nos estudos de Xavier (2006) e Costa (2007). Para a variável Risco

Percebido, foi utilizada a escala desenvolvida e validada por Kovacs e Farias (2001).

Como o objetivo deste estudo foi analisar o canal de compra virtual, uma questão foi

inclusa no instrumento de coleta de dados para separar em dois grupos os consumidores

pesquisados (varejo físico e varejo virtual). Desta forma foi possível analisar os valores

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pessoais, o valor percebido e o risco percebido do grupo de consumidores do canal virtual

sem inocorrências de erro. O instrumento de coleta foi finalizado com levantamento de

informações a fim de caracterizar o perfil dos entrevistados. O questionário elaborado para

esta pesquisa está disponível no Apêndice A.

3.1.2 População e amostra

Considerando que o objetivo do estudo era a escolha o Canal de compra virtual, este

estudo trabalhou com consumidores do varejo físico e do varejo online e fez a análise final

apenas com o grupo estudado. Assim sendo, não houve nenhuma restrição aos respondentes

da pesquisa, sendo esta aplicada de forma presencial e online.

Na amostragem não probabilística a seleção dos elementos da população depende em

parte do julgamento do pesquisador ou do entrevistador do campo, e a amostra por convencia

seleciona os membros da população mais acessíveis. Como os participantes da pesquisa não

foram escolhidos de forma aleatória, a amostra utilizada no estudo foi definida como não

probabilística e por conveniência.

O tamanho da amostra é um assunto que gera discussões por depender do tipo de

análise estatística do estudo, existindo ainda, alguns autores que discordam sobre o número de

respondentes a ser utilizado dentro de uma mesma análise estatística (FIGUEIREDO

DAMÁSIO, 2012). A questão do tamanho amostral em análise de agrupamento, segundo Hair

Jr et al. (2009) não se relaciona com quaisquer problemas de interferência estatística. A

amostra deve ser grande o bastante para adequadamente representar todos os grupos

relevantes da população estudada.

A primeira técnica que será utilizada será a de análise fatorial confirmatória, que

segundo Malhotra, Birks, Wills (2012) é um procedimento destinado à redução e ao resumo

de dados, permitindo o estudo das relações entre conjuntos de muitas variáveis inter-

relacionadas e as representando em alguns fatores fundamentais. A análise fatorial verificará a

dimensionalidade das variáveis dos construtos, valor pessoal e valor percebido, além de

identificar as dimensões latentes dos valores pessoais dos consumidores e as dimensões do

valor percebido pelos consumidores. Hair Jr. et al. (2009) indica que para o tamanho desta

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amostra, deve haver mais observações do que variáveis e que o menor tamanho absoluto deve

ser de 50 observações. Maximizando o número de observações por variável, o número ideal

estaria entre o mínimo de 5, podendo chegar até 10 observações. Desta forma, o tamanho

mínimo da amostra para estudo é de 50 observações.

A segunda técnica utilizada será a regressão logística, que segundo Hair Jr. et al.

(2009) é uma forma especializada de regressão que é formulada para prever e explicar uma

variável categórica binária. O objetivo desta técnica é prever ou explicar as bases para a

pertinência de cada objeto a um grupo através de um conjunto de variáveis independentes

selecionadas. Muitos estudos sugerem uma proporção de 20 observações para cada variável.

Desta forma, o tamanho mínimo da amostra para esta técnica neste estudo seria de 200

respondentes.

Por fim, na divisão dos grupos de consumidores para a análise do risco percebido, o

grupo de consumidores com percepção de alto risco apresentou um número baixo para a

regressão logística. Assim, a análise do risco percebido foi feita através do teste de Kruskal

Wallis, neste teste o número de respondentes deve ser no mínimo 5 por item no questionário,

versus 20 da regressão logística.

3.1.3 Validação do Instrumento de Coleta de Dados

Segundo Hair Jr. et al. (2009), a confiabilidade é uma avaliação do grau de

consistência entre múltiplas medidas de uma variável, o objetivo é garantir que as respostas

não sejam muito variadas durante períodos de tempo, de modo que uma medida tomada em

qualquer instante seja confiável. Uma forma de medir a confiabilidade é a consistência

interna, avaliando a consistência entre as variáveis em uma escala múltipla. A ideia da

consistência interna é que os itens ou indicadores individuais da escala devem medir o mesmo

construto, e assim serem altamente correlacionados.

Os fatores, assim como a escala, devem ser medidos como um todo, segundo Malhotra

(2001), a confiabilidade é o grau de resultados consistentes que uma escala produz quando se

fazem medições repetidas da característica.

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Este estudo utilizou o alfa de Crombach como coeficiente de confiabilidade para

avaliar a consistência da escala inteira. A medida de confiabilidade deste coeficiente varia de

0 a 1, sendo os valores de 0,60 a 0,70 considerados o limite inferior de aceitabilidade. (HAIR

JR et al., 2009).

Foram realizadas estatísticas descritivas e multivariadas nos dados obtidos através da

aplicação do instrumento de coleta de dados e tabulação dos resultados. Estatísticas

descritivas são aquelas que descrevem e caracterizam um conjunto de dados, sendo utilizadas

através de distribuições de frequência, medidas de tendência central, dispersão e variabilidade

dos dados (MALHOTRA; BIRKS; WILLS, 2012).

Estatísticas multivariadas são aqueles métodos que simultaneamente analisam medidas

múltiplas em cada indivíduo ou objeto sob análise (HAIR JR et al., 2009). Entre as diversas

técnicas multivariadas disponíveis, foram utilizadas neste trabalho a análise fatorial, índice

alfa de Cronbach e a análise da matriz de correlação com o uso do Coeficiente de Spearman.

3.1.4 Pré-teste do Instrumento de Coleta de Dados

Visando identificar possíveis problemas com o questionário foi realizada a etapa de

pré-teste com 20 respondentes. A coleta de dados foi realizada pessoalmente pelo pesquisador

com a intenção de orientar os respondentes e detectar possíveis alterações. Foram analisadas a

compreensão geral do texto, o tempo de resposta e a ordem das perguntas (HAIR JR. et al.,

2009).

O tempo médio para o preenchimento do questionário foi de 10 minutos. De forma

geral os respondentes não apresentaram dificuldades na compreensão das questões, não sendo

necessários ajustes no questionário.

3.1.5 Coleta e Processamento dos Dados

A coleta de dados é definida como o momento em que o pesquisador entra em contato

com os respondentes para que se possa entregar o questionário e realizar a pesquisa.

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Dado o tamanho da amostra, a forma de coleta de dados definida para esta pesquisa se

deu a partir de três formas: (1) o questionário foi entregue pelo próprio pesquisador em lojas

físicas, (2) utilização de alunos de pós-graduação dos cursos de Gestão e de Finanças; (3)

através de e-mail enviados para consumidores de lojas físicas e de lojas virtuais; (4) Pesquisa

online, com link disponibilizado através de redes sociais, como Facebook e LinkedIn e

enviado por WhatsApp para grupos com o perfil requerido.

Antes da análise dos dados coletados, as informações foram filtradas para localizar

dados omissos ou não respostas (missings), observações atípicas (outliers) e erros de

digitação.

3.2 PROCEDIMENTOS PARA ANÁLISE DOS DADOS

Estatísticas multivariadas são aqueles métodos que simultaneamente analisam

mediadas múltiplas em cada indivíduo ou objeto sob análise. Essas técnicas possibilitam que

o pesquisador tenha um grande poder analítico, porém exige maior responsabilidade

garantindo que a estrutura estatística e teórica na qual se baseiam esteja bem sustentada. Para

isso é necessário que os dados sejam examinados antes da aplicação de qualquer técnica

multivariada (HAIR JR et al., 2009).

Para que os dados fossem analisados, foi utilizada estatística descritiva multivariada de

dados, a partir da análise fatorial.

3.2.1 Dados Perdidos

Os dados perdidos (missings) são resultados de processos que podem ter sido

ocasionados pelo respondente, como a recusa em responder uma questão, ou eventos externos

aos respondentes, como erros de entradas de dados ou de coleta. Os impactos dos dados

perdidos na pesquisa podem ocasionar a redução do número de respondentes,

consequentemente o tamanho da amostra ou a possibilidade de viés estatístico a partir da

utilização de dados não aleatório (HAIR JR et al., 2009).

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O percentual aceitável de dados perdidos é em torno de 10%. Para que esses dados

sejam tratados é indicado um processo de quatro etapas: (1) determinar o tipo de dados

perdidos; (2) determinar a extensão dos dados perdidos; (3) diagnosticar a aleatoriedade dos

processos de perda de dados; e, (4) selecionar o método de atribuição. (HAIR JR et al., 2009).

Para este estudo foi utilizada a abordagem Expectation-Maximization (EM), utilizando

um método interativo de verossimilhança para estimar e atribuir dados perdidos, fazendo com

que os dados perdidos fossem substituídos pela média dos dados disponíveis.

3.2.2 Observações Atípicas

As observações atípicas contêm combinações únicas de características identificáveis,

podendo implicar em distorções de variâncias e das covariâncias entre os indicadores ou

variáveis (HAIR JR et al., 2009). Hair Jr. et al. (2009), propõe que as observações atípicas só

sejam eliminadas quando apresentarem valores fora da normalidade e não apresentarem as

observações da população estudada.

As observações atípicas podem ser divididas em quatro tipos: (1) erro de

procedimento, como erro na codificação de dados; (2) evento extraordinário; (3) observações

extraordinárias, na qual o pesquisador não possui uma explicação para o fato; (4) únicas em

sua combinação, observações com combinações incomuns que não possuem valores

particularmente altos (HAIR JR et al., 2009).

3.2.3 Estatísticas Descritivas

As estatísticas descritivas descrevem e caracterizam um conjunto de dados, são

utilizadas através de frequência, medidas de tendência central, dispersão e variabilidade de

dados (MALHOTRA; BIRKS; WILLS, 2012).

Através da análise univariada, a estatística descritiva possibilita a caracterização do

que é típico em um grupo, a indicação da variabilidade dos indivíduos e a verificação da

distribuição dos indivíduos em relação a determinadas variáveis (GIL, 2010). Para este estudo

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foram utilizadas a mediana (SVENSSON, 2001), para indicação da variabilidade dos

indivíduos e a frequência percentual (GIL, 2008), para a distribuição em relação a

determinadas variáveis.

3.2.4 Análise fatorial

Neste trabalho serão utilizadas a Análise Fatorial Exploratória e a Análise Fatorial

confirmatória. A análise fatorial exploratória é uma das primeiras técnicas multivariadas a ser

utilizada, pois permite a aplicação de outras técnicas multivariadas. A análise fatorial

confirmatória permite testar quão bem variáveis medidas representam os construtos.

Análise fatorial é um nome dado a um tipo de análise multivariada cujo principal

propósito é definir a estrutura subjacente da matriz de dados, se direcionando ao problema de

analisar a estrutura das correlações entre um grande número de variáveis, definindo estruturas

subjacentes denominados fatores. O principal objetivo desta técnica é definir a estrutura

inerente entre as variáveis na análise (HAIR JR et al., 2009).

Segundo Malhotra, Birks e Wills (2012), a análise fatorial é uma técnica de

interdependência, utilizada para reduzir ou resumir dados. Segundo o autor, esta técnica deve

ser utilizada para atingir um dos três objetivos: (1) identificar dimensões ou fatores que

expliquem as correlações de variáveis; (2) identificar um novo conjunto, menor, de variáveis

não-correlacionadas; e (3) identificar, em um conjunto maior, um conjunto menor de variáveis

que se destacam.

O propósito de se utilizar esta técnica foi o de identificar dimensões latentes do

conjunto de variáveis para que se identifique e mensure as dimensões de valores pessoais dos

consumidores, do valor percebido e do risco percebido pelos consumidores.

A análise fatorial confirmatória define quais variáveis estão relacionadas a construtos,

verificando se estas têm cargas fatoriais significantes (HAIR JR et al., 2009). A partir desta

técnica é possível verificar o ajuste entre os dados observados e um modelo construído a partir

da teoria (LÉON, 2011).

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O objetivo da utilização da Análise Fatorial Confirmatória neste estudo foi a validação

do instrumento de mensuração das variáveis estudadas.

3.2.5 Regressão Logística

Segundo Cramer (2002), os primeiros estudos que levaram ao atual estágio de

aplicação da regressão logística foram desenvolvidos no século XIX para descrever o

crescimento das populações. Para Kleinbaum, Kupper e Muller (1988) os modelos de

regressão constituem uma das ferramentas mais importantes na análise estatística de dados

quando se pretende modelar relações entre variáveis.

O modelo de regressão logística binária trata do quanto é provável que uma

observação pertença a cada grupo, estimando a probabilidade de uma observação pertencer a

um determinado grupo. O modelo de regressão logística é aplicado em diferentes áreas de

pesquisa de marketing, como por exemplo, para analisar satisfação e lealdade de diferentes

clientes (KEININGHAM, 2007), investigar como crenças influenciam as decisões de compra

dos consumidores (SMITH et al., 2010), avaliação de fatores que influenciam na tomada de

decisão de compra e sua preferência por produtos e serviços (ZANINI, 2007), dentre outros.

3.2.6 Teste de Kruskal Wallis

Segundo Hair Jr et al. (2009), uma das opções a ser utilizada quando o tamanho da

amostra é pequeno para determinada análise em um estudo de regressão logística pode-se

utilizar outras técnicas, complementado o estudo. Assim, buscou-se outro procedimento para

se trabalhar com a variável Risco Percebido, visto que o número de respondentes do grupo de

consumidores de lojas físicas era considerado baixo para a técnica de regressão logística.

O Teste de Kruskal-Wallis é um teste não paramétrico utilizado para comparar três ou

mais populações. Ele é usado para testar a hipótese nula de que todas as populações possuem

funções de distribuição iguais contra a hipótese alternativa de que menos duas das populações

possuem funções diferentes. Esse teste é uma alternativa à análise de variância. Neste teste o

número de respondentes deve ser no mínimo 5 por item no questionário (MALACRIDA;

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57

YANAMOTO, 2006; MARÔCO, 2011).

O teste de Kruskal-Walis (KW) é uma extensão do teste de Wilconxon-Man-Whitney e

acaba por ser mais potente do que a ANOVA quando se utilizam amostras pequenas com 5%

mais de indivíduos do que as amostras correspondentes (MARÔCO, 2011).

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58

IV ANÁLISE DOS DADOS E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Este capítulo trata das análises dos dados coletados a partir da survey. Serão

apresentadas as estatísticas, caracterizando a amostra. Posteriormente serão efetuadas as

análises multivariadas e testes estatísticos apresentando o resultado do estudo.

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA

A pesquisa foi operacionalizada através da utilização de um questionário estruturado,

aplicado entre os meses de fevereiro e abril de 2017 junto a consumidores de lojas de varejo

físicas e virtuais. Ao todo foram respondidos 378 questionários, sendo destes 306

consumidores do canal virtual.

A seguir serão apresentadas as tabelas que caracterizam a amostra em termos de

frequência relativas de compras on-line, sexo, renda, faixa etária.

A tabela 2 demonstra que 81% dos respondentes realizaram alguma compra online nos

últimos 12 meses, e 19% não realizaram compras apenas em lojas físicas.

Tabela 2. Respondentes que já realizaram compras on-line

Tipo Frequência Percentual

Sim 306 81,00%

Não 72 19,00%

Total 378 100,00%

Fonte: Coleta de dados (2017)

A distribuição dos participantes do levantamento por sexo é demonstrada na tabela 3.

66,1% foram mulheres e 33,6% foram homens, houve um não respondente que representou

0,3% desta amostra.

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Tabela 3. Característica de Sexo da Amostra Pesquisada

Sexo Frequência Percentual

Feminino 250 66,10%

Masculino 127 33,60%

Total 377 99,70%

Não Preenchidos 1 0,30%

Total 378 100,00%

Fonte: Coleta de dados (2017)

Dentre os participantes do levantamento 47,09% não responderam à questão relativa a

escolaridade. Dos respondentes (52,91%) 60,5% possuíam curso superior, 27,5% curso de

pós-graduação e 11% curso médio.

Tabela 4. Escolaridade da Amostra Pesquisada

Escolaridade Frequência Percentual

Médio 22 11,00%

Superior 121 60,50%

Pós-Graduação 55 27,50%

Total 198 99,00%

Não Preenchidos 2 1,00%

Total 200 100,00%

Fonte: Coleta de dados (2017)

Em relação ao estado civil dos respondentes 57,4% são casados e 28,3% são solteiros.

Tabela 5. Estado Civil da Amostra Pesquisada

Estado Cívil Frequência Percentual

Casado 217 57,40%

Solteiro 107 28,30%

Divorciado 29 7,70%

União Estável 18 4,80%

Viúvo 2 0,50%

Total 373 98,70%

Não Preenchidos 5 1,30%

Total 378 100,00%

Fonte: Coleta de dados (2017)

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60

4.2 ESTATÍSTICAS DESCRITIVAS DAS VARIÁVEIS

Neste tópico serão apresentadas as estatísticas descritivas que possibilitam caracterizar

as variáveis presentes no estudo.

Segundo Hair Jr. et al. (2009), a mediana é útil para a análise do comportamento de

efeito agregado das experiências aleatórias semelhantes e independentes, quando o número de

experiências é considerado válido para uma análise probabilística.

A variável Valores Pessoais dos consumidores obteve-se uma mediana igual a 6,00, em

uma escala de 7 pontos com variação entre ―Discordo Totalmente‖ (1) e ―Concordo

Totalmente‖ (7). O resultado da mediana das questões de Valores Pessoais está na tabela 6.

Tabela 6. Mediana das questões de Valores Pessoais.

Questão Mediana

Encontrar tranquilidade e paz na mente e fazer o melhor uso de suas

habilidades, independente da aceitação de outros indivíduos6,00

Sucesso pessoal naquilo que faz, através da demonstração de competência

- bem-sucedido, capaz, ambicioso, influente6,00

Orgulho de si mesmo e ter confiança nas próprias capacidades 7,00

Ser admirado pelos outros e receber conhecimento 6,00

Estar seguro e protegido de infortúnios e ataques; harmonia e estabilidade

da sociedade, dos relacionamentos e de si.6,00

Experimentar situações emocionantes ou estimulantes, novidade e desafio

na vida - ousada, uma vida variada, uma vida excitante.5,00

Busca independência, através de atividades esportivas e atividades de

diversão, conduz para uma vida prazerosa e feliz6,00

Ser aceito e necessário pelos amigos, família e comunidade 6,00

Manutenção de forte companheirismo e amizades próximas. 7,00

Fonte: Coleta de dados (2017)

O Valor Percebido foi estudado a partir de uma perspectiva multidimensional,

utilizando o Valor Percebido da Qualidade, o Valor Percebido Emocional e Valor Percebido do

Preço. Para a dimensão Qualidade a mediana das respostas foi de 6,00, em uma escala de 7

pontos com variação entre ―Discordo Totalmente‖ (1) e ―Concordo Totalmente‖ (7). O

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61

resultado da dimensão Qualidade está na tabela 7.

Tabela 7. Mediana das questões qualidade do Valor Percebido.

Questão Mediana

Tem qualidade consistente 6,00

É um bom site 6,00

Tem um padrão de qualidade aceitável. 6,00

Possui grande variedade de produtos 7,00

Possui boa reputação 7,00

Oferece conveniência na compra 6,00

Fonte: Coleta de dados (2017)

Para a dimensão Emocional obteve-se uma mediana igual a 5,00, em uma escala de 7

pontos com variação entre ―Discordo Totalmente‖ (1) e ―Concordo Totalmente‖ (7). Os

valores para a dimensão Emocional constam na tabela 8.

Tabela 8. Mediana das questões Emocional do Valor Percebido

Questão Mediana

Gosto muito de comprar em lojas on-line. 6,00

Tenho vontade de comprar em lojas on-line 6,00

Sinto-me relaxado ao comprar em lojas on-line 5,00

Faz com que me sinta bem navegar na internet e comprar em lojas

on-line5,00

Sinto prazer quando compro em lojas on-line 5,00

Fonte: Coleta de dados (2017)

Para a dimensão Preço a mediana das respostas foi 6,00. A escala de 7 pontos contou

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com a variação entre ―Discordo Totalmente‖ (1) e ―Concordo Totalmente‖ (7). Os valores

obtidos na pesquisa para a dimensão Preço estão na tabela 9.

Tabela 9. Mediana das questões de Preço do Valor Percebido

Questão Mediana

Produtos racionalmente precificados 6,00

Oferece valor pelo que é pago 6,00

Oferece bons produtos com preços justos 6,00

Preço competitivo 6,00

Fonte: Coleta de dados (2017)

Para a variável Risco Percebido, a mediana das respostas foi 4,00, em uma escala de 7

pontos com variação entre ―Discordo Totalmente‖ (1) e ―Concordo Totalmente‖ (7). Os

valores obtidos na pesquisa para a variável Risco Percebido constam na tabela 10.

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63

Tabela 10. Mediana das questões de Risco Percebido

Questão Mediana

De as mercadorias serem transportadas de forma inadequada 5,00

De as mercadorias sofrerem algum dano no transporte 5,00

De as mercadorias serem mal acondicionadas nas embalagens 5,00

Que as expectativas sejam frustradas 5,00

Não ficar satisfeito com a compra 5,00

Não gostar do produto comprado 5,00

Encontrar posteriormente um produto melhor fora da rede 5,00

Encontrar depois o mesmo produto com preço inferior fora da rede 5,00

Que o número de opções seja maior fora da rede 4,00

Sentir dificuldade de tomar decisões frente às várias opções 4,00

Arrepender-se de ter efetuado a compra 4,00

Comprometer a autoimagem caso não consiga efetuar a transição 3,00

Ser muito complicado o processo de compra 3,00

Não saber utilizar corretamente as ferramentas de execução 3,00

Que a empresa não efetue com eficiência todas as etapas 4,00

Interceptação de dados financeiros 6,00

Estar pagando mais caro 4,00

Não poder negociar os preços dos produtos 5,00

Que a empresa não cumpra com o prazo de entrega 6,00

Demorar muito tempo para efetuar trocas 6,00

Que o tempo de execução da compra seja mais longo 5,00

Divulgação dos dados pessoais do comprador 6,00

Julgamento negativo das outras pessoas 3,00

Perder oportunidade de estabelecer contatos interpessoais 4,00

Fonte: Coleta de dados (2017)

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64

4.3 CONFIABILIDADE DO INSTRUMENTO

A confiabilidade do instrumento foi estimada através da aplicação do Alfa de

Cronbach, que representa a correlação entre os itens que constituem cada construto e tem

grande aceitação, como ferramenta para a estimação da confiabilidade do questionário, no

meio acadêmico. Os valores de alfa de Cronbach acima de 0,6 são considerados satisfatórios e

acima de 0,7 demonstram boa consistência interna da escala (MALHOTRA, 2001; HAIR JR.

et al., 2009; DA HORA; MONTEIRO; ARICA, 2010).

Para o bloco que mediu a variável Valores Pessoais, obteve-se um alfa de Cronbach de

0,735. O valor acima do limite de 0,70 indica um entendimento dos respondentes em relação

aos itens do questionário. Os valores do alfa de Cronbach podem ser visualizados na tabela

11.

Tabela 11. Confiabilidades calculadas do bloco Valores Pessoais

Questão Alfa de Cronbach

se Retirado

Encontrar tranquilidade e paz na mente e fazer o melhor uso de suas

habilidades, independente da aceitação de outros indivíduos

0,730

Sucesso pessoal naquilo que faz, através da demonstração de competência

- bem-sucedido, capaz ambicioso, influente

0,711

Orgulho de si mesmo e ter confiança nas próprias capacidades. 0,703

Ser admirado pelos outros e receber conhecimento 0,703

Estar seguro e protegido de infortúnios e ataques; harmonia e estabilidade

da sociedade, dos relacionamentos e de si.

0,710

Experimentar situações emocionantes ou estimulantes, novidade e desafio

na vida - ousada, uma vida variada, uma vida excitante.

0,703

Busca independência, através de atividades esportivas e atividades de

diversão, conduz para uma vida prazerosa e feliz.

0,726

Ser aceito e necessário pelos amigos, família e comunidade. 0,700

Manutenção de forte companheirismo e amizades próximas. 0,712

Fonte: Coleta de dados (2017)

O bloco de questões relacionadas à variável Valor Percebido, neste estudo, foi

trabalhado em três dimensões, sendo elas as dimensões de Qualidade, Emocional e Preço.

Para a dimensão de Qualidade o alfa de Cronbach foi de 0,844. O alto valor encontrado indica

uma boa consistência interna do questionário. Na dimensão Emocional do Valor Percebido o

alfa de Cronbach foi de 0,917, um alto valor indicando a clareza e consistência interna do

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questionário. Em relação à dimensão Preço, o alfa de Cronbach foi de 0,892. O resultado das

dimensões do valor percebido deste estudo se apresentou satisfatório, considerando que as três

dimensões estudadas apresentaram valores acima de 0,70. Os valores do alfa de Cronbach

para as dimensões do Valor Percebido podem ser visualizados nas tabelas 12, 13 e 14.

Tabela 12. Confiabilidades calculadas do bloco Valor Percebido – Qualidade

Questão Alfa de Cronbach

se Retirado

Tem qualidade consistente. 0,793

É um bom site. 0,806

Tem um padrão de qualidade aceitável. 0,799

Possui grande variedade de produtos. 0,867

Possui boa reputação. 0,813

Oferece conveniência na compra. 0,825

Fonte: Coleta de dados (2017)

Tabela 13. Confiabilidades calculadas do bloco Valor Percebido – Emocional

Questão Alfa de Cronbach

se Retirado

Gosto muito de comprar em lojas on-line. 0,909

Tenho vontade de comprar em lojas on-line. 0,908

Sinto-me relaxado ao comprar em lojas on-line. 0,895

Faz com que me sinta bem navegar na internet e comprar em lojas on-line. 0,885

Sinto prazer quando compro em lojas on-line. 0,895

Fonte: Coleta de dados (2017)

Tabela 14. Confiabilidades calculadas do bloco Valor Percebido – Preço

Questão Alfa de Cronbach

se Retirado

Produtos racionalmente precificados. 0,875

Oferece valor pelo que é pago. 0,849

Oferece bons produtos com preços justos. 0,855

Preço competitivo. 0,864

Fonte: Coleta de dados (2017)

O bloco de questões da variável Risco Percebido foi dividido em sete dimensões para

a análise de confiabilidade do instrumento, sendo elas as dimensões de Riscos Físicos, Riscos

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de Satisfação, Riscos de futura oportunidade perdida, Riscos Psicológicos, Riscos Funcionais,

Riscos Financeiros, Riscos de tempo e Riscos Sociais.

Para a dimensão de Riscos Físicos o Alfa de Cronbach foi de 0,926, um alto valor

indicando a clareza e consistência interna do questionário. Na dimensão de Riscos de

Satisfação o Alfa de Cronbach foi de 0,888. A dimensão de Riscos de Futura Oportunidade

Perdida apresentou um alfa de Cronbach de 0,861, conforme apresentado nas tabelas 15, 16 e

17.

Tabela 15. Confiabilidades calculadas do bloco Risco Percebido – Riscos Físicos

Questão Alfa de Cronbach se Retirado

De as mercadorias serem transportadas de forma inadequada 0,892

De as mercadorias sofrerem algum dano no transporte 0,856

De as mercadorias serem mal acondicionadas nas embalagens 0,931

Fonte: Coleta de dados (2017)

Tabela 16. Confiabilidades calculadas do bloco Risco Percebido – Riscos de Satisfação

Questão Alfa de Cronbach se Retirado

Que as expectativas sejam frustradas 0,885

Não ficar satisfeito com a compra 0,772

Não gostar do produto comprado 0,860

Fonte: Coleta de dados (2017)

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Tabela 17. Confiabilidades calculadas do bloco Risco Percebido – Riscos de Futura

Oportunidade Perdida

Questão Alfa de Cronbach se Retirado

Encontrar posteriormente um produto melhor fora da rede 0,775

Encontrar depois o mesmo produto com preço inferior fora da rede 0,763

Que o número de opções seja maior fora da rede 0,876

Fonte: Coleta de dados (2017)

A dimensão de Riscos Psicológicos obteve um Alfa de Cronbach de 0,783, ficando

acima de 0,70, um resultado bastante satisfatório. Para a dimensão de Riscos Funcionais, o

Alfa de Cronbach foi de 0,809, resultado este também acima de 0,70, como os anteriores. Na

dimensão Riscos Financeiros, o resultado do Alfa de Cronbach foi de 0,747, apresentando um

dos itens desta dimensão com resultado inferior a 0,60. Os resultados para estas três

dimensões podem ser verificados abaixo, nas tabelas 18, 19 e 20.

Tabela 18. Confiabilidades calculadas do bloco Risco Percebido – Riscos Psicológicos

Questão Alfa de Cronbach se Retirado

Sentir dificuldade de tomar decisões frente às várias opções 0,682

Arrepender-se de ter efetuado a compra 0,684

Comprometer a autoimagem caso não consiga efetuar a transição 0,750

Fonte: Coleta de dados (2017)

Tabela 19. Confiabilidades calculadas do bloco Risco Percebido – Riscos Funcionais

Questão Alfa de Cronbach se Retirado

Ser muito complicado o processo de compra 0,665

Não saber utilizar corretamente as ferramentas de execução 0,675

Que a empresa não efetue com eficiência todas as etapas 0,850

Fonte: Coleta de dados (2017)

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Tabela 20. Confiabilidades calculadas do bloco Risco Percebido – Riscos Financeiros

Questão Alfa de Cronbach se Retirado

Interceptação de dados financeiros 0,732

Estar pagando mais caro 0,582

Não poder negociar os preços dos produtos 0,663

Fonte: Coleta de dados (2017)

Para a dimensão Riscos de Tempo o Alfa de Cronbach foi de 0,768. E finalmente na

dimensão Riscos Sociais o Alfa de Cronbach foi de 0,692, apresentando duas questões com

resultado abaixo de 0,60, conforme apresentado abaixo, nas tabelas 21 e 22.

Tabela 21. Confiabilidades calculadas do bloco Risco Percebido – Riscos de Tempo

Questão Alfa de Cronbach se Retirado

Que a empresa não cumpra com o prazo de entrega 0,642

Demorar muito tempo para efetuar trocas 0,656

Que o tempo de execução da compra seja mais longo 0,771

Fonte: Coleta de dados (2017)

Tabela 22. Confiabilidades calculadas do bloco Risco Percebido – Riscos Sociais

Questão Alfa de Cronbach se Retirado

Divulgação dos dados pessoais do comprador 0,772

Julgamento negativo das outras pessoas 0,487

Perder oportunidade de estabelecer contatos interpessoais 0,477

Fonte: Coleta de dados (2017)

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4.4 ANÁLISE FATORIAL EXPLORATÓRIA

As escalas utilizadas no estudo foram obtidas a partir de instrumentos já aplicados e

validados anteriormente (KAHLE; KENNEDY, 1988; SWEENEY; SOUTAR, 2001;

KOVACS; FARIAS, 2004; XAVIER, 2006; COSTA, 2007; ALMEIDA, 2010; SIMÕES;

GIRALDI; OLIVEIRA, 2012).

Conforme sugerido por Hair Jr. et al (2009), foi realizada uma análise fatorial

exploratória para verificar a dimensionalidade das questões. Hair Jr. et al (2009) e Malhotra

(2001), indicam que também sejam verificados o teste de esfericidade de Bartlett e os valores

da estatística KMO (Kaiser-Mayer-Olkin) para avaliar a qualidade do modelo gerado.

A variável Valores Pessoais foi avaliada a partir de um questionário desenvolvido por

Kahle e Kennedy (1989), composto por 9 itens. O número total de 378 respondentes supera o

valor sugerido por Hair Jr. et al. (2009), que fica entre 5 a 10 respondentes por item do

questionário. As cargas fatoriais obtidas ficaram acima de 0,60, valor proposto por Hair Jr et

al. (2009), o valor do teste KMO foi de 0,760 e o teste de esfericidade de Bartlett foi

significativo (p<0,001). A variância explicada por este fator único foi de 43,92%. Os valores

das cargas fatoriais para a variável Valores Pessoais podem ser observados na Tabela 23.

Tabela 23. Cargas Fatoriais dos elementos do bloco Valores Pessoais

Questão Fator

Sucesso pessoal naquilo que faz, através da demonstração de competência

- bem-sucedido, capaz ambicioso, influente

0,624

Orgulho de si mesmo e ter confiança nas próprias capacidades. 0,632

Ser admirado pelos outros e receber conhecimento 0,742

Experimentar situações emocionantes ou estimulantes, novidade e desafio

na vida - ousada, uma vida variada, uma vida excitante.

0,621

Ser aceito e necessário pelos amigos, família e comunidade. 0,686

Fonte: Coleta de dados (2017)

O Valor percebido foi estudado a partir de uma perspectiva multidimensional,

utilizando o questionário desenvolvido por Sweeney e Soutar (2001). Para a variável Valor

Percebido, os valores do teste estatístico KMO foi de 0,877 e o teste de esfericidade de

Bartlett foi significativo (p<0,001), verificou-se uma variância explicada de 69,66%. Os

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70

valores das cargas fatoriais, estão na tabela 24.

Tabela 24. Cargas Fatoriais dos elementos do bloco Valor Percebido

Questão Fator 1 Fator 2 Fator 3 Descrição

Tem qualidade consistente. 0,034 0,828 0,212 Qualidade

É um bom site. 0,066 0,799 0,178 Qualidade

Tem um padrão de qualidade aceitável. 0,096 0,817 0,200 Qualidade

Possui grande variedade de produtos. 0,114 0,537 0,004 Qualidade

Possui boa reputação. 0,097 0,792 0,117 Qualidade

Oferece conveniência na compra. 0,152 0,634 0,336 Qualidade

Gosto muito de comprar em lojas on-line. 0,763 0,222 0,251 Emocional

Tenho vontade de comprar em lojas on-line. 0,785 0,221 0,178 Emocional

Sinto-me relaxado ao comprar em lojas on-

line.

0,857 0,084 0,191 Emocional

Faz com que me sinta bem navegar na

internet e comprar em lojas on-line.

0,904 0,056 0,155 Emocional

Sinto prazer quando compro em lojas on-

line.

0,886 0,005 0,136 Emocional

Produtos racionalmente precificados. 0,270 0,204 0,771 Preço

Oferece valor pelo que é pago. 0,193 0,186 0,840 Preço

Oferece bons produtos com preços justos. 0,192 0,222 0,830 Preço

Preço competitivo. 0,172 0,166 0,838 Preço

Variância Explicada 25,14 % 23,81 % 20,71 % 69,66 %

Fonte: Coleta de dados (2017)

Finalmente, o Risco Percebido foi utilizado o questionário desenvolvido por Kovacs e

Farias (2004). Todas as cargas fatoriais obtidas ficaram acima de 0,60, o valor do teste KMO

foi de 0,928, o teste de esfericidade de Bartlett foi significativo (p<0,001) e a variância

explicada foi de 49,61%. Os valores das cargas fatoriais para a variável Risco Percebido

podem ser observados na Tabela 25.

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71

Tabela 25. Cargas Fatoriais dos elementos do bloco Risco Percebido

Questão Fator

De as mercadorias serem transportadas de forma inadequada 0,677

De as mercadorias sofrerem algum dano no transporte 0,746

De as mercadorias serem mal acondicionadas nas embalagens 0,711

Que as expectativas sejam frustradas 0,696

Não ficar satisfeito com a compra 0,774

Não gostar do produto comprado 0,755

Encontrar posteriormente um produto melhor fora da rede 0,734

Encontrar depois o mesmo produto com preço inferior fora da rede 0,751

Que o número de opções seja maior fora da rede 0,640

Arrepender-se de ter efetuado a compra 0,689

Que a empresa não efetue com eficiência todas as etapas 0,735

Interceptação de dados financeiros 0,680

Estar pagando mais caro 0,694

Não poder negociar os preços dos produtos 0,648

Que a empresa não cumpra com o prazo de entrega 0,730

Demorar muito tempo para efetuar trocas 0,659

Que o tempo de execução da compra seja mais longo 0,682

Divulgação dos dados pessoais do comprador 0,656

Fonte: Coleta de dados (2017)

4.5 ANÁLISE FATORIAL CONFIRMATÓRIA

A análise confirmatória é uma técnica de validade de construto que preconiza a

validade nomológica e que espera, a partir dos resultados da Análise Fatorial Exploratória,

que construtos se relacionem entre si (HAIR JR et al., 2009).

Essa técnica é útil para confirmar as ideias preconcebidas sobre a real estrutura dos

dados, e se baseia em suporte teórico ou em pesquisas anteriores, visando a confirmação das

hipóteses e avaliando o grau em que os dados satisfazem a estrutura esperada (HAIR JR et al.,

2009).

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72

Hair Jr et al. (2009) sugere a utilização dos seguintes índices para a Análise Fatorial

Confirmatória:

Qui-Quadrado (x²): Para rejeitar a Hipótese Nula;

CFI (Comparative Fit Index): Índice de ajustamento do modelo, espera-se

valores acima de 0,95;

NFI (Normed Fit Index): Índice de ajustamento do modelo, espera-se valores

acima de 0,95;

RMSEA (Root Mean Square Error of Approximation): Índice de ajustamento

do modelo, espera-se valores abaixo de 0,08;

gl (graus de liberdade): Quantidade de informações que os dados obtidos

fornecem do que é possível se utilizado para estimar os valores de parâmetros populacionais

desconhecidos, e calcular a variabilidade dessas estimativas. Esse valor é determinado pelo

número de observações constantes na amostra e o número de parâmetros do modelo.

Os valores das análises das variáveis valor percebido e risco percebido estão

disponíveis na Tabela 26.

Tabela 26. Ajuste do Modelo da AFC do Valor Percebido e do Risco Percebido

Questão Valor Percebido Risco Percebido Valores Esperados

Qui-Quadrado (x² ) 359,750 309,898 NE*

gl 87 104 NE*

CFI 0,924 0,952 ≥ 0,95

NFI 0,903 0,930 ≥ 0,95

RMSEA 0,091 0,073 ≤ 0,08

Fonte: Calculados pelo autor

4.6 REGRESSÃO LOGÍSTICA

Nesta seção serão estudadas as análises das relações entre as variáveis pesquisadas e a

confirmação das hipóteses do estudo. Para as relações entre as variáveis do estudo foi

utilizada a Regressão Logística, possibilitando a avaliação da relevância de cada variável

independente em relação às variáveis dependentes do estudo. A Regressão Logística

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73

possibilita o estudo estatístico nos casos em que não existem características paramétricas das

variáveis estudadas. (HAIR JR et al., 2009).

As variáveis presentes no estudo foram transformadas da escala original tipo Likert de

7 pontos, para escalas binárias. Os modelos de Regressão Logística foram gerados a partir do

método Stepwise Backward LR, de forma que o software estatístico utiliza um processo que

mantém apenas as variáveis independentes significantes no modelo (HAIR JR et al., 2009).

Seguindo como base o estudo de Corfman, Lehmann, Narayanan (1991), dos valores

pessoais da escala LOV foram agrupados em três grupos para a análise: Valores Sociais,

valores orientados a si próprio e Estimulação.

O valor explicativo da regressão foi 81,6. Os agrupamentos de valores sociais que

mostraram significâncias foram os de valores sociais, com grupos que valorizam a busca por

segurança e pertencer a um grupo, e os valores orientados a si próprio, que busca amor

próprio e satisfação pessoal, o que suporta a Hipótese H1. O agrupamento de estimulação, que

compõe os valores diversão e excitação, não apresentou significância, conforme apresentado

na tabela 20. Também é possível analisar nesta mesma tabela que a dimensão qualidade do

valor percebido possui um Odds Ratio de 2,128, indicando uma relação positiva, onde é

possível afirmar que consumidores que percebem a conveniência da compra, a variedade de

produtos e o padrão da qualidade de uma compra, como valor aumentam a chance de

realizarem compras em um canal virtual em 2,128 vezes, o que suporta a Hipótese H2. A

dimensão emocional está relacionada negativamente com o canal virtual, visto que possui um

Odds Ratio de 0,581, valor este abaixo de 1,00. Pode-se afirmar com base neste resultado, que

quem percebe o prazer da compra ou o relaxamento que comprar proporciona como valor,

reduz em 41,9% a chance de compra em um canal virtual, o que suporta a Hipótese H3.

Assim, as chances de se optar pela compra em lojas virtuais dobram caso o cliente tenha um

valor que percebe o benefício da qualidade e reduzem pela metade caso ele perceba o valor da

emoção na compra. O sacrifício do preço não gerou, neste estudo, nenhuma percepção para os

consumidores de lojas virtuais, o que refuta a Hipótese H4. Pode-se concluir que a preferência

por este canal está ligada à percepção de qualidade do site e dos produtos expostos e a própria

exposição dos mesmos. O Odds Ratio das mulheres em relação ao canal virtual é de 0,555,

por ser abaixo de 1,00, uma relação negativa, ou seja, a chance de mulheres não realizarem

compras no canal virtual é de 44,50%. Os valores da regressão logística para o grupo de

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consumidores de lojas virtuais estão disponíveis nas tabelas 27 e 28.

Tabela 27. Coeficientes do Modelo de Regressão de consumidores de lojas virtuais

B S.E Wald DF Sig. Exp (B)

VP - Sociais -0,723 0,315 5,253 1 0,022 0,485

VP - S i -0,557 0,315 3,122 1 0,077 0,573

Qualidade B 0,755 0,308 6,005 1 0,014 2,128

Emocional B -0,544 0,282 3,727 1 0,054 0,581

Mulheres -0,589 0,309 3,620 1 0,057 0,555

Const. -2,411 0,342 49,555 1 0,000 11,140

Fonte: Calculados pelo autor

Tabela 28. Grupo Loja virtuais

0 1

Step 4 0 7 64

1 5 300

Overall Percentage

Fonte: Calculados pelo autor

Canal Online9,9

98,4

81,6

Observed

Predicted

Canal OnlinePercentage Correct

4.7 TESTE DE KRUSKAL-WALLIS

Segundo Malacrida e Yanamoto (2006), o teste de Kruskal-Wallis tem as mesmas

propriedades de eficácia em relação ao teste ANOVA de fator único. Desse modo, o teste de

Kruskal-Wallis é uma alternativa não-paramétrica à análise de variância.

Conforme apresentado na tabela 29, pode-se afirmar que o grupo de consumidores de

lojas onlines percebem em menor risco o canal virtual do que o os consumidores de lojas

físicas. Sendo a Média do risco percebido para o canal virtual de 5,08 para os consumidores

de lojas físicas e de 4,07 para os consumidores de lojas onlines. Estes valores estão

estatisticamente suportados pelo teste de Kruskal-Wallis, como demonstrado na tabela 30.

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Tabela 29. Média do Risco Percebido

Canal N Média

RISCO Físico 71 5,08

On-line 306 4,07

Total 377

Fonte: Calculado pelo autor

Tabela 30. Resultado Kruskal-Wallis

RISCO

Chi-Square 31,001

df 1

Asymp. Sig 0,000

a.Kruskal-Wallis Test

b. Grouping Variable: Canal

Fonte: Calculado pelo autor

Dentre os clientes que costumam comprar em lojas virtuais, 65,7% tendem a perceber

este canal como de baixo risco, enquanto 36%, mesmo utilizando este canal para compra,

tendem a perceber o risco como alto, conforme apresentado na tabela 31.

Tabela 31. Frequência de clientes do Grupo Loja virtuais

Frequência PercentualPercentual

Val ido

Percentual

acumulado

Baixo Risco 195 63,7 63,7 63,7

Alto Risco 111 36,3 36,3 100

Total 306 100 100

Fonte: Calculado pelo autor

4.8 AVALIAÇÃO DAS HIPÓTESES DO ESTUDO

Para que haja uma melhor avaliação em trono das hipóteses da pesquisa, a Tabela 32

apresenta todas as hipóteses testadas no estudo. Esta tabela identifica quais relações

hipotetizadas foram suportadas ou refutadas, reunindo os construtos que compõem o presente

estudo, valores pessoais, as dimensões qualidade, preço e valor emocional, do valor percebido

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e o risco percebido.

Tabela 32. Resumo de Hipóteses Suportadas e Não Suportadas no Estudo

Hipótese

H1 Os va lores pessoais dos consumidores influenciam na escolha do canal fís ico ou vi rtual ; Suportada

H2 A dimensão Qual idade do va lor percebido influência na escolha do canal de compra fís ico ou vi rtual ; Suportada

H3 A dimensão Emocional do va lor percebido influência na escolha do canal de compra fís ico ou vi rtual ; Suportada

H4 A dimensãoPreço do va lor percebido influência na escolha do canal de compra fís ico ou vi rtual ; Refutada

H5O Risco Percebido pelo consumidor no canal vi rtual , influência a escolha des canal ou o fís ico como canal de

compra;Suportada

Fonte: Elaborado pelo autor

Após a descrição das Hipóteses suportadas por este estudo, e para que seja possível

sumarizar as relações entre as variáveis propostas, foi elaborada a Figura 5.

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Figura 4: Modelo das Hipóteses Suportadas no Estudo

H1

H2

H3

H5

Dimensão Qualidade

VP

Dimensão Emocional

VP

Risco Percebido

Canal Virtual

Canalde

Compra

Valores Pessoais

Fonte: Elaborado pelo autor.

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V CONCLUSÃO

A proposta deste estudo foi a de analisar a relação entre os valores pessoais dos

consumidores e o valor percebido na escolha do canal de compra e como o risco modera esta

relação.

Xavier (2006) foi um dos autores que estudou a relação entre os valores pessoais e o

valor percebido, utilizando as escalas LOV (KAHLE; KENNEDY, 1989) e Perval (2001),

(SWEENEY; SOUTAR, 2001). Kovacs e Farias (2004) identificaram as dimensões de riscos

percebidos na compra on-line por usuários da internet que já compraram e pelos que nunca

adquiriram produtos por este meio. Agarwal e Teas (2001) conduziram um estudo onde

relaciona o risco percebido e o valor percebido, Sweeney, Soutar e Johnson (1999), também

tentaram integrar este quadro, tendo proposto que os riscos percebidos mediavam a relação

entre qualidade percebida e valor percebido.

Um estudo de Gefen (2003) mostra que os consumidores que já compraram

anteriormente no varejo virtual têm a intenção de continuar a utilizar o mesmo site do

passado, independente da utilidade percebida e da facilidade de uso percebida. Para Gefen

(2003) a força do hábito dita as intenções comportamentais, independentemente de qualquer

avaliação racional. O que poderia fazer com que consumidores do varejo virtual tendessem a

não perceber os riscos, fazendo com que o hábito desse segurança a esses consumidores.

Carvalho et al. (2012) estudaram a perspectiva das compras pela internet sob uma

perspectiva de gênero e identificaram uma maior adesão a esse canal por parte dos homens.

Embora tenha se proposto a estudar os valores pessoais, o mesmo comportamento foi

confirmado neste estudo, onde resultou que as chances de mulheres comprarem no canal

físico é 82,2% maior do que realizarem compras no canal virtual. Assim, o varejo virtual deve

investir no público feminino, criando ações que gerem maior confiança, reduzindo assim, a

percepção do risco, para que este público adote este tipo de canal.

Este estudo identificou dois agrupamentos de valores para os consumidores do canal

virtual, os valores sociais, que valorizam a busca por segurança e os valores orientados a si

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próprio que busca a satisfação pessoal. Também foi possível identificar que consumidores que

têm o valor percebido voltado para a qualidade, ou seja, que percebem valor na conveniência

da compra, no padrão de qualidade e na variedade de produtos têm 212,80% de chance de

realizarem compras no canal virtual, enquanto que consumidores que percebem valor na

emoção, ou seja, no prazer e relaxamento que o ato de comprar proporciona, possuem 41,9%

de chance de não realizarem compras no canal virtual.

Curiosamente, a dimensão preço do valor percebido não foi suportada neste estudo, ou

seja, o preço não se apresentou como um fator para a decisão de escolha do canal de compra.

Também se verificou que 65,7% dos consumidores que já realizaram compras pela internet

tendem a perceber um menor grau o risco, o que justificaria a sua preferência pelo canal,

enquanto 34,30% embora percebam o risco como alto, adotam, talvez pelo hábito o canal

virtual como canal de compra.

Ceribeli, Oliveira e Felipe (2015) identificaram e categorizaram os antecedentes que

explicam a decisão dos consumidores em adotarem o canal virtual, eles constataram que estes

consumidores são movidos pela percepção de que este canal de compra otimiza os resultados

obtidos, propicia diversão e prazer, é seguro e não expõe grande risco pela disponibilidade de

tempo, distância geográfica envolvida na compra. Resultados estes em sintonia com alguns

dos resultados apresentados neste estudo, que identificou a baixa percepção de risco para os

consumidores deste canal, além da percepção da qualidade, fatos estes não apresentados aos

consumidores do canal físico.

O risco percebido é, portanto, apontado como um importante obstáculo para a

consolidação do varejo virtual, como canal de compra. Assim, a captação de novos

consumidores para o canal virtual irá depender da credibilidade das lojas e segurança dos

dados. As lojas multicanais possuem o canal virtual e o físico, e isto pode dar mais segurança

a estes consumidores que têm uma maior percepção ao risco. Segundo Dawes e Nenycz-Thiel

(2014), os consumidores ficam inclinados a escolherem lojas on-line pertencentes à mesma

cadeia off-line que costumam utilizar. Melis (2015) complementa que o maior risco percebido

do varejo virtual pode levar estes clientes a confiar em suas experiências de lojas físicas ao

escolher uma loja virtual pela primeira vez. Assim, o canal físico pode garantir a segurança

para o consumidor caso o produto não seja o esperado, em relação a troca e para alguns

consumidores a garantia de ter o face-to-face com a empresa caso haja alguma divergência ou

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até problemas com a compra, o que consequentemente pode reduzir o risco percebido.

5.1 IMPLICAÇÕES GERENCIAIS E ACADÊMICAS

A presente pesquisa teve o objetivo de analisar dois grupos de consumidores, a relação

entre os valores pessoais e percebido e a influência percebida do ressico percebido nesta

relação para cada um desses grupos. O referido contexto é pouco estudado, e a avaliação das

relações entre as diferentes variáveis gera maior entendimento sobre o tema, permitindo o

avanço científico na área de marketing e auxiliando as empresas do canal online a entender

suas limitações e barreiras para a conquista de novos consumidores.

Segundo Arggawal e Teas (2001), tanto o risco de desempenho quanto o risco

financeiro podem ser reduzidos (aumentando assim, o valor percebido), assim as empresas

têm um incentivo para aumentar as percepções de qualidade dos consumidores por meio da

marca, origem e preço e trabalhar questões de segurança no site para redução do risco

financeiro.

Este estudo visou fornecer subsídios para que as empresas que atuam ou que

pretendem atuar no canal virtual identifiquem o perfil dos seus consumidores, assim como os

obstáculos apresentados para captação de novos consumidores para este canal. As empresas

que atuam no varejo virtual devem entender os receios dos consumidores do varejo físico em

realizarem compras on-line e implementar formas de redução de riscos percebidos por seus

clientes em potencial. A adoção de medidas que garanta a proteção de todos os procedimentos

de um pedido eletrônico, desde o pagamento seguro até a entrega do produto corretamente e

sem avarias passa a ser um ponto crucial para captação de novos clientes para o varejo virtual,

já que o aumento do risco percebido está relacionado a uma menor probabilidade de

realizações de compras onlines, assim como uma restrição na comercialização a algumas

categorias de produtos.

5.2 LIMITAÇÕES SUGESTÕES DE PESQUISAS FUTURAS

Embora o estudo não tenha se limitado a uma região, grande parte dos respondentes

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residiam em Pernambuco. O estudo também não se ateve a uma determinada categoria de

produto, o que também poderia modificar o resultado do estudo.

Baseado nos resultados, visualiza-se como possibilidade de futuros estudos o

entendimento de como o hábito dos consumidores em realizar compras em determinado site,

conforme estudo de Gefen (2003), está ligado a fidelização e os riscos percebidos em relação

à mudança.

Sugere-se também, a inclusão de outros estados, para analisar como se comportam os

consumidores de cada região e as diferenças entre eles, quanto a divisão de categorias e tipos

de sites, e empresas multicanais. Além da inclusão de todas as dimensões do valor percebido

e uma análise por dimensão do risco percebido.

Finalmente, devido ao resultado deste estudo, assim como anteriores, relacionando o

risco percebido ao gênero, sugere-se tanto um estudo relacionando os valores pessoais de

homens e de mulheres consumidores do canal virtual, quanto outro relacionando os gêneros e

as dimensões do risco percebido para o canal virtual.

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APÊNDICE

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APÊNDICE 1. INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

Questão Filtro

Q1: Você realizou alguma compra na Internet nos últimos 12 meses?

1. ( ) Sim 0. ( ) Não

LOJA

(Clientes que não realizam compra pela internet)

Questão

Q2: Quais categorias de produtos você consideraria em comprar pela Internet?

1. ( ) Eletroeletrônicos 2. ( ) Eletro portáteis

3. ( ) Informática 4. ( ) Roupas

5. ( ) Sapatos 6. ( ) Livros

7. ( ) Cds/Dvds 8. ( ) Viagens

9. ( ) Brinquedo(artigos infantis) 10. ( ) Bazar (Utensílios para casa, cozinha)

Para responder as afirmações será utilizada uma escala de 1 a 7, onde o número 1 significa

que você discorda totalmente da afirmação e 7 que você concorda totalmente com a

afirmação. Marque com X cada resposta.

Responda as afirmações abaixo referente aos valores que você dá importância nas ações do

seu dia a dia.

Valores Pessoais.

Discordo

totalmente

Concordo

totalmente

Autor realização (encontrar tranquilidade e paz na mente e fazer o

melhor uso de suas habilidades, independente da aceitação de outros

indivíduos).

1 2 3 4 5 6 7

Sentimento de satisfação (sucesso pessoal naquilo que faz, através

da demonstração de competência – bem-sucedido, capaz ambicioso,

influente).

1 2 3 4 5 6 7

Respeito Próprio (orgulho de si mesmo e ter confiança nas próprias

capacidades).

1 2 3 4 5 6 7

Ser bem respeitado (ser admirado pelos outros e receber 1 2 3 4 5 6 7

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conhecimento).

Segurança (estar seguro e protegido de infortúnios e ataques;

harmonia e estabilidade da sociedade, dos relacionamentos e de si).

1 2 3 4 5 6 7

Excitação (experimentar situações emocionantes ou estimulantes,

novidade e desafio na vida – ousada, uma vida variada, uma vida

excitante).

1 2 3 4 5 6 7

Diversão e prazer na vida (busca independência, através de

atividades esportivas e atividades de diversão, conduz para uma

vida prazerosa e feliz).

1 2 3 4 5 6 7

Sentimento de pertencimento (ser aceito e necessário pelos amigos,

família e comunidade).

1 2 3 4 5 6 7

Relações calorosas com os outros (manutenção de forte

companheirismo e amizades próximas).

1 2 3 4 5 6 7

Imagine um item de alto valor agregado e responda às afirmações abaixo em relação a esta

compra na loja que você onde frequentemente as realiza.

Qualidade: nível de qualidade da loja com relação ao

desempenho.

Discordo

totalmente

Concordo

totalmente

Tem qualidade consistente 1 2 3 4 5 6 7

É uma boa loja. 1 2 3 4 5 6 7

Tem um padrão de qualidade aceitável. 1 2 3 4 5 6 7

Possui grande variedade de produtos 1 2 3 4 5 6 7

Possui boa reputação 1 2 3 4 5 6 7

Oferece Conveniência na compra 1 2 3 4 5 6 7

Emocional: características da loja que geram satisfação e prazer

em nível pessoal.

Discordo

totalmente

Concordo

totalmente

Gosto muito de comprar em loja. 1 2 3 4 5 6 7

Tenho vontade de comprar em lojas. 1 2 3 4 5 6 7

Sinto-me relaxado ao comprar em lojas. 1 2 3 4 5 6 7

Faz com que me sinta bem visitar e comprar em lojas. 1 2 3 4 5 6 7

Sinto prazer quando compro em lojas. 1 2 3 4 5 6 7

Preço: nível de retorno em benefícios pelo preço pago.

Discordo

totalmente

Concordo

totalmente

Produtos racionalmente precificados. 1 2 3 4 5 6 7

Oferece valor pelo que é pago. 1 2 3 4 5 6 7

Oferece bons produtos com preços justos. 1 2 3 4 5 6 7

Preço Competitivo. 1 2 3 4 5 6 7

Mantendo o mesmo item imaginado na questão anterior, responda as afirmações abaixo sobre

os riscos que você percebe que existe ao realizar a compra deste item pela Internet.

Riscos de se comprar na Internet.

Discordo

totalmente

Concordo

totalmente

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De as mercadorias serem transportadas de forma inadequada. 1 2 3 4 5 6 7

De as mercadorias sofrerem algum dano no transporte. 1 2 3 4 5 6 7

De as mercadorias serem mal acondicionadas nas embalagens. 1 2 3 4 5 6 7

Que as expectativas sejam frustradas. 1 2 3 4 5 6 7

Não ficar satisfeito com a compra. 1 2 3 4 5 6 7

Não gostar do produto comprado. 1 2 3 4 5 6 7

Encontrar posteriormente um produto melhor fora da rede. 1 2 3 4 5 6 7

Encontrar depois o mesmo produto com preço inferior fora da rede. 1 2 3 4 5 6 7

Que o número de opções seja maior fora da rede. 1 2 3 4 5 6 7

Sentir dificuldade de tomar decisões frente às várias opções. 1 2 3 4 5 6 7

Arrepender-se de ter efetuado a compra. 1 2 3 4 5 6 7

Comprometer a autoimagem caso não consiga efetuar a transição. 1 2 3 4 5 6 7

Ser muito complicado o processo de compra. 1 2 3 4 5 6 7

Não saber utilizar corretamente as ferramentas de execução. 1 2 3 4 5 6 7

Que a empresa não efetue com eficiência todas as etapas. 1 2 3 4 5 6 7

Interceptação de dados financeiros. 1 2 3 4 5 6 7

Estar pagando mais caro. 1 2 3 4 5 6 7

Não poder negociar os preços dos produtos. 1 2 3 4 5 6 7

Que a empresa não cumpra com o prazo de entrega. 1 2 3 4 5 6 7

Demorar muito tempo para efetuar trocas. 1 2 3 4 5 6 7

Que o tempo de execução da compra seja mais longo. 1 2 3 4 5 6 7

Divulgação dos dados pessoais do comprador. 1 2 3 4 5 6 7

Julgamento negativo das outras pessoas. 1 2 3 4 5 6 7

Perder oportunidade de estabelecer contatos interpessoais. 1 2 3 4 5 6 7

Qual o Item que você imaginou ao responder esse questionário?

Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino Idade:

Renda Familiar Mensal:

Número de Pessoas que moram na sua residência:

Estado civil: ( ) Solteiro(a) ( ) casado(a) ( ) Divorciado(a) ( ) Viúvo(a) ( )

União Estável

Cidade onde mora?

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INTERNET

(Clientes que costumam realizar compras pela internet)

Questão Classificatória

Q2: Quais categorias de produtos você já comprou pela Internet?

1. ( ) Eletroeletrônicos 2. ( ) Eletro portáteis

3. ( ) Informática 4. ( ) Roupas

5. ( ) Sapatos 6. ( ) Livros

7. ( ) Cds/Dvds 8. ( ) Viagens

9. ( ) Brinquedo(artigos infantis) 10. ( ) Bazar (Utensílios para casa, cozinha)

Para responder as afirmações será utilizada uma escala de 1 a 7, onde o número 1 significa

que você discorda totalmente da afirmação e 7 que você concorda totalmente com a

afirmação. Marque com X cada resposta.

Responda as afirmações abaixo referente aos valores que você dá importância nas ações do

seu dia a dia.

Valores Pessoais.

Discordo

totalmente

Concordo

totalmente

Autor realização (encontrar tranquilidade e paz na mente e fazer o

melhor uso de suas habilidades, independente da aceitação de outros

indivíduos).

1 2 3 4 5 6 7

Sentimento de satisfação (sucesso pessoal naquilo que faz, através

da demonstração de competência – bem-sucedido, capaz ambicioso,

influente).

1 2 3 4 5 6 7

Respeito Próprio (orgulho de si mesmo e ter confiança nas próprias

capacidades).

1 2 3 4 5 6 7

Ser bem respeitado (ser admirado pelos outros e receber

conhecimento).

1 2 3 4 5 6 7

Segurança (estar seguro e protegido de infortúnios e ataques;

harmonia e estabilidade da sociedade, dos relacionamentos e de si).

1 2 3 4 5 6 7

Excitação (experimentar situações emocionantes ou estimulantes,

novidade e desafio na vida – ousada, uma vida variada, uma vida

excitante).

1 2 3 4 5 6 7

Diversão e prazer na vida (busca independência, através de

atividades esportivas e atividades de diversão, conduz para uma

vida prazerosa e feliz).

1 2 3 4 5 6 7

Sentimento de pertencimento (ser aceito e necessário pelos amigos,

família e comunidade).

1 2 3 4 5 6 7

Relações calorosas com os outros (manutenção de forte

companheirismo e amizades próximas).

1 2 3 4 5 6 7

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Imaginando um item de alto valor agregado que você tenha comprado recentemente, via

internet, responda as afirmações abaixo em relação ao site que você frequentemente utiliza

para compra, ou utilizou para esta compra.

Qualidade: nível de qualidade da loja com relação ao

desempenho.

Discordo

totalmente

Concordo

totalmente

Tem qualidade consistente 1 2 3 4 5 6 7

É um bom site. 1 2 3 4 5 6 7

Tem um padrão de qualidade aceitável. 1 2 3 4 5 6 7

Possui grande variedade de produtos 1 2 3 4 5 6 7

Possui boa reputação 1 2 3 4 5 6 7

Oferece Conveniência na compra 1 2 3 4 5 6 7

Emocional: características da loja que geram satisfação e prazer

em nível pessoal.

Discordo

totalmente

Concordo

totalmente

Gosto muito de comprar em lojas on-line. 1 2 3 4 5 6 7

Tenho vontade de comprar em lojas on-line. 1 2 3 4 5 6 7

Sinto-me relaxado ao comprar em lojas on-line. 1 2 3 4 5 6 7

Faz com que me sinta bem navegar na internet e comprar em lojas

on-line.

1 2 3 4 5 6 7

Sinto prazer quando compro em lojas on-line. 1 2 3 4 5 6 7

Preço: nível de retorno em benefícios pelo preço pago.

Discordo

totalmente

Concordo

totalmente

Produtos racionalmente precificados. 1 2 3 4 5 6 7

Oferece valor pelo que é pago. 1 2 3 4 5 6 7

Oferece bons produtos com preços justos. 1 2 3 4 5 6 7

Preço Competitivo. 1 2 3 4 5 6 7

Responda as afirmações abaixo sobre os riscos que percebe ao realizar uma compra pela

Internet, considerando o mesmo item de alto valor agregado da questão anterior.

Riscos de se comprar na Internet.

Discordo

totalmente

Concordo

totalmente

De as mercadorias serem transportadas de forma inadequada. 1 2 3 4 5 6 7

De as mercadorias sofrerem algum dano no transporte. 1 2 3 4 5 6 7

De as mercadorias serem mal acondicionadas nas embalagens. 1 2 3 4 5 6 7

Que as expectativas sejam frustradas. 1 2 3 4 5 6 7

Não ficar satisfeito com a compra. 1 2 3 4 5 6 7

Não gostar do produto comprado. 1 2 3 4 5 6 7

Encontrar posteriormente um produto melhor fora da rede. 1 2 3 4 5 6 7

Encontrar depois o mesmo produto com preço inferior fora da rede. 1 2 3 4 5 6 7

Que o número de opções seja maior fora da rede. 1 2 3 4 5 6 7

Sentir dificuldade de tomar decisões frente às várias opções. 1 2 3 4 5 6 7

Page 105: A INFLUÊNCIA DO VALOR PERCEBIDO, VALORES PESSOAIS … · PERCEBIDO NA ESCOLHA DO CANAL DE COMPRA VIRTUAL ... Ao meu marido, ... As últimas décadas permitiram ligar o mundo e dinamizar

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Arrepender-se de ter efetuado a compra. 1 2 3 4 5 6 7

Comprometer a autoimagem caso não consiga efetuar a transição. 1 2 3 4 5 6 7

Ser muito complicado o processo de compra. 1 2 3 4 5 6 7

Não saber utilizar corretamente as ferramentas de execução. 1 2 3 4 5 6 7

Que a empresa não efetue com eficiência todas as etapas. 1 2 3 4 5 6 7

Interceptação de dados financeiros. 1 2 3 4 5 6 7

Estar pagando mais caro. 1 2 3 4 5 6 7

Não poder negociar os preços dos produtos. 1 2 3 4 5 6 7

Que a empresa não cumpra com o prazo de entrega. 1 2 3 4 5 6 7

Demorar muito tempo para efetuar trocas. 1 2 3 4 5 6 7

Que o tempo de execução da compra seja mais longo. 1 2 3 4 5 6 7

Divulgação dos dados pessoais do comprador. 1 2 3 4 5 6 7

Julgamento negativo das outras pessoas. 1 2 3 4 5 6 7

Perder oportunidade de estabelecer contatos interpessoais. 1 2 3 4 5 6 7

Qual o Item que você imaginou ao responder esse questionário?

Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino Idade:

Renda Familiar Mensal:

Número de Pessoas que moram na sua residência:

Estado civil: ( ) Solteiro(a) ( ) casado(a) ( ) Divorciado(a) ( ) Viúvo(a) ( )

União Estável

Cidade onde mora?