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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FISIOLÓGICAS CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE Polyana Lima Meireles Dalpiaz A Influência dos Hormônios Sexuais no Balanço entre as Citocinas Pró-Inflamatórias e Anti- Inflamatórias em Machos e Fêmeas SHR, Após o Tratamento com Enalapril. VITÓRIA 2011

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FISIOLÓGICAS

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

Polyana Lima Meireles Dalpiaz

A Influência dos Hormônios Sexuais no Balanço entre as Citocinas Pró-Inflamatórias e Anti-

Inflamatórias em Machos e Fêmeas SHR, Após o Tratamento com Enalapril.

VITÓRIA

2011

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A Influência dos Hormônios Sexuais no Balanço entre as Citocinas Pró-Inflamatórias e Anti-

Inflamatórias em Machos e Fêmeas SHR, Após o Tratamento com Enalapril.

POLYANA LIMA MEIRELES DALPIAZ

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Fisiológicas do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Espírito Santo, para obtenção do grau de Mestre em Ciências Fisiológicas.

Aprovada em 16 de Dezembro de 2011 por:

---------------------------------------------------------------------------

Profa. Dr a. Nazaré Souza Bissoli - Orientadora, UFES

---------------------------------------------------------------------------

Profa. Dra. Margareth Ribeiro Moyses - Co-orientadora, UFES

---------------------------------------------------------------------------

Profa. Dr a. Sonia Alves Gouvea, UFES

---------------------------------------------------------------------------

Profa. Dr a. Ana Raquel S. de Medeiros Garcia, IFES

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___________________________________________________

Dalpiaz, Polyana Lima Meireles

A Influência dos Hormônios Sexuais no Balanço entre as

Citocinas Pró-Inflamatórias e Anti-Inflamatórias em Machos e

Fêmeas SHR, Após o Tratamento com Enalapril

Vitoria - 2011.

xii, 70p (UFES, M. Sc., Ciências Fisiológicas, 2011)

Orientadora: Profa. Dr a. Nazaré Souza Bissoli

Co-orientadora: Profa. Dra. Margareth Ribeiro Moyses

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Espírito

Santo, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-

Graduação em Ciências Fisiológicas.

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DEDICATÓRIA

Á Meus Pais, as raízes; onde tudo começou.

Ao Adair, a terra firme, fértil, onde tudo floresce.

Aos meus irmãos, o equilíbrio dos galhos e a sombra para o descanso.

Ao Arthur e a Ana e os meus sobrinhos, as minhas sementes. A esperança de renovação.

Me torno uma árvore forte a cada dia, por que tenho vocês como elemento da minha existência.

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AGRADECIMENTOS

Á Deus e a Nossa Senhora da Penha que estão ao meu lado em todos os

momentos, escolhendo os meus caminhos, e me preparando para segui-los.

Á minha orientadora e incentivadora, Profa. Dra. Nazaré de Souza Bissoli, ‘mãe

cientifica’ de todos seus alunos, exemplo de pessoa e de profissional. Obrigada

por me ajudar transpor mais etapa da minha vida, por caminhar de mãos dadas

comigo, esperar o meu ritmo com paciência e me ensinar os primeiros passos

da ciência.

Ao Profa. Dra Margareth Ribeiro Moyses pelo carinho, confiança, disponibilidade

e atenção.

A Profa. Dra.Adriana Carmona e seu Aluno Marcio Alves, por ter me recebido

em seu laboratório de enzimologia -USP e com toda paciência e disposição me

ajudaram nas dosagens da ECA.

Ao Prof. Dr. Dalton Vassalo e a Profa. Dra Alessandra S. Padilha por disporem o

uso do pletismógrafo e pela companhia nestes longos dias.

A Profa. Dra Elenice Moreira Lemos pela ajuda nas dosagens das citocinas.

Ao Prof. Dr. Henrique e sua ex-aluna Renata Tiradentes por terem me acolhido

e aberto não só a portas do seu laboratório, mas os horizontes para novas

perspectivas para minha vida acadêmica.

As alunas de iniciação científica, Glauciene J. de Souza e Lara Nascimento

Gusmão, pelos sábados, domingos, feriados de parceria nos experimentos.

Aos amigos do laboratório Ana Raquel, Phablo, Karine, Tadeu, Elaine, Marcos,

Antonio e em especial Aline, Isabela pela parceria, amizade, incentivo. Na

medida do tempo, da necessidade, da solicitação, todos, uns mais, outros

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menos, uns fisicamente outros intelectualmente, outros de todas as formas e

intensidades, participaram deste resultado.

Ao Edson dias pelo convívio, amizade e apoio técnico no laboratório.

A todos os demais professores, alunos e funcionários do PPGCF pelo convívio,

auxílio e companheirismo.

Se tiverdes fé do tamanho de um grão de mostarda, direis a

este monte: Passa daqui para acolá, e ele passará. E Nada vos

será impossível" (Mt 17.20).

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SUMARIO

PAGINAS

Lista de Figura e Tabelas ...................................................................................... 9

Lista de Abreviaturas....... ...................................................................................... 10

INTRODUÇÃO........................................................................................................ 13

1.1 Doenças Cardiovasculares e Citocinas............................................................. 14

1.2 Citocinas............................................................................................................ 15

1.2.1 IL-6, TNF- e IL-10 .......................................................................................... 17

1.3 SRA e hormônios sexuais.................................................................................. 21

2 OBJETIVOS.......................................................................................................... 24

2.1 Objetivo Geral.................................................................................................... 25

2.2 Objetivos Específicos......................................................................................... 25

3 MATERIAIS E MÉTODOS.................................................................................... 26

3.1 Animais Experimentais...................................................................................... 27

3.2 Grupos Experimentais....................................................................................... 27

3.3 Protocolo experimental..................................................................................... 28

3.4 Registro da Pressão Sistólica (PAS) ................................................................ 29

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3.5 Ovariectomia...................................................................................................... 30

3.6 Orquidectomia .................................................................................................. 31

3.7 Tratamento com inibidor da Enzima Conversora de Angiotensina.................... 33

3.8 Determinação fase do ciclo estral..................................................................... 33

3.9 Coleta de sangue para determinação da concentração das citocinas e da ECA............................................................................................................................. 36

3.10 Análise dos Níveis Séricos de IL-6 ,IL-10 e TNF-α .......................................... 36

3.11 Análise da atividade da ECA plasmática.............................................................. 37

3.12 Análise Estatística.............................................................................................. 38

4- RESULTADOS....................................................................................................... 39

4.1. Verificação do peso corporal inicial e final..................................................... 40

4.2 Verificação da PAS.............................................................................................. 40

4.3 Atividade da Enzima Conversora de Angiotensina ........................................ 42

4.4 IL-6....................................................................................................................... 43

4.5 TNF-α..................................................................................................................... 44

4.6 IL-10...................................................................................................................... 45

4.7 Razão IL-10/ TNF-α ......................................................................................... 46

4.8 Razão entre as citocinas IL-10/ IL-6.................................................................... 47

5- DISCUSSÃO........................................................................................................ 49

5.1 Diferenças sexuais no desenvolvimento da hipertensão.................................. 49

5.2 Diferenças sexuais nos níveis plasmáticos de citocinas e os efeitos do Enalapril 51

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5.3 Diferenças entre os sexos no Balanço Citocinas............................................ 54

6- CONCLUSÃO........................................................................................................ 56

7- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................. 57

LISTA DE FIGURAS E TABELAS PAGINA

Figura 1: Resposta pró-inflamatória via NFkB, ativada pela Ang II e inibida pelo Quinalapril e outros IECAs................................................. 22

Figura 2: Organograma do protocolo experimental............................ 29

Figura 3: Fotografia da técnica de execução da ovariectomia............ 30

Figura 4: Desenho técnica de execução da orquidectomia................. 32

Figura 5: Fotografia do posicionamento da rata para realização da coleta do lavado vaginal...................................................................... 34

Figura 6: Lâmina com esfregaço vaginal- Fase Metaestro.................. 34

Figura 7: ilustração das fases do ciclo estral detectada através do esfregaço vaginal................................................................................. 35

Figura 8: Representação da PAS em mmHg e da variação do percentual de queda. .......................................................................... 41

Figura 9: Valores dos níveis de atividade da ECA. ............................. 42

Figura 10: Valores dos níveis séricos de IL-6...................................... 43

Figura 11: Valores dos níveis séricos de TNF-α. .............................. 44

Figura 12: Valores dos níveis séricos de IL-10.................................... 45

Figura 13: Razão de IL-10/TNF-α. ..................................................... 46

Figura 14: Razão de IL-10/TNF-α. ...................................................... 47

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Tabela 1: Valores do peso corporal inicial e final............................................ 40

LISTA DE ABREVIATURAS

AFU Unidades arbitrarias de fluorescência

Ang II Angiotensina II

CEF Castrada tratada com enalapril Fêmea

CEM Castrado tratado com enalapril Macho

CSF Fatores Estimulador de Colônias

CVF Castrada tratada com veiculo Fêmea

CVM Castrado tratado com veiculo Macho

DCNT Doenças crônicas não transmissíveis

DCVs. Doenças cardiovasculares

ECA Enzima conversora de angiotensina

IECA Inibidor da enzima conversora de angiotensina

IFN Interferons

IL Interleucinas

NK Células natural killers

OVX Ovariectomia

PAS Pressão Arterial Sistólica

PCR Proteina c reativa

SEF Sham tratada com enalapril Fêmea

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SEM Sham tratado com enalapril Macho

SVM Sham tratado com veiculo Macho

SHR Rato Espontaneamente Hipertenso

SRA Sistema renina angiotensina

SVF Sham tratada com veiculo Femea

Th. Linfócitos T auxiliares

TNF Fator de Necrose Tumoral RESUMO A Influência dos Hormônios Sexuais no Balanço entre as Citocinas Pró-inflamatórias e Anti-Inflamatórias em Machos e Fêmeas SHR, Após o Tratamento com Enalapril. Introdução: A angiotensina II, peptídeo formado a partir da ação da enzima conversora da angiotensina (ECA) sobre a angiotensina I, é um dos principais mediadores do sistema renina-angiotensina (SRA) e além de ter efeitos hemodinâmicos, está envolvida em eventos chaves do processo inflamatório. A utilização dos inibidores da ECA, além de benefícios hemodinâmicos, está associado a efeitos antiinflamatórios, entretanto, ainda não está claro se os IECAs possuem ação benéfica sobre o equilíbrio entre as citocinas pró e antiinflamatórias e se hormônios podem interferir nesta relação. Assim, este estudo foi desenhado para investigar em ratos SHR, machos e fêmeas, castrados e não castrados, o potencial benéfico dos inibidores da ECA nos níveis séricos dos biomarcadores inflamatórios, IL-10, IL-6, e TNF-α, uma vez que estas citocinas desempenham papéis importantes na patogênese de doenças inflamatórias. Objetivo: Avaliar a influência do gênero no efeito do enalapril sobre os níveis séricos das citocinas pró-inflamatórias (IL-6 e TNF-α) e antiinflamatória (IL-10) em ratos SHR. Metodologia: Ratos SHR, adultos, ambos os sexos, com 12 semanas, peso de 150 ± 8 g (fêmeas) e 230 ± 10g (machos), foram separados em 8 grupos experimentais (n=7) sendo: Fêmeas e Machos 1) SHAM + tratamento com veiculo, 2) SHAM + tratamento com Enalapril, 3)Castração + tratamento com Enalapril, 4)Castração + tratamento com veiculo. O tratamento por gavagem com Maleato de Enalapril (10mg/Kg/dia), foi iniciado após 21 dias da castração e teve duração de 4 semanas. Os animais do grupo Sham foram submetidos à cirurgia fictícia e os animais do grupo castrado, sofreram ovariectomia e orquidectomia bilateral, machos e fêmeas respectivamente. Foram analisadas a atividade da ECA plasmática as citocinas IL-10, IL-6, e TNF-α. Nivel de significância: p<0,05. Resultados: O enalapril reduziu e igualou a PAS e a atividade da ECA em todos os grupos tratados, observamos dimorfismo sexual nos níveis plasmáticos de IL-

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10, TNF-α e IL-6 nos grupos sham, com valores maiores nas fêmeas. A retirada dos hormônios sexuais fez desaparecerem a diferença entre machos e fêmeas em relação ao citocinas inflamatórias e inverteu o padrão de resposta, ou seja, os machos tiveram aumento e as fêmeas redução de IL-10. Nos machos tanto a castração quanto o tratamento com enalapril aumentaram a IL-10 e reduziram a ECA. O tratamento com enalapril aumentou a IL-10 em todos os grupos tratados, dessa forma melhorou o balanço pró e antiinflamatório, independente do gênero. Conclusão: A neutralização das ações da angiotensina II por inibidores da ECA em SHR pode exercer efeitos antiinflamatórios e anti-hipertensivos, independentemente do sexo, mas dependente dos hormônios sexuais para reduzir citocinas pró-inflamatórias. Palavras-chave: Citocinas, dimorfismo sexual, enalapril, inflamação, ECA. ABSTRACT

The influence of sex hormones in the balance between pro-inflammatory and Anti-Inflammatory in male and female SHR, after treatment with enalapril. Introduction: Angiotensin II, a peptide formed from the action of angiotensin converting enzyme (ACE) on angiotensin I, is a primary mediator of the renin-angiotensin system (RAS) and in addition to hemodynamic effects, is involved in key events the inflammatory process. The use of ACE inhibitors, apart from hemodynamic benefits, is associated with anti-inflammatory effects, however, still unclear whether ACE inhibitors have beneficial effects on the balance between pro-and anti-inflammatory cytokines and hormones can interfere with this relationship. Thus, this study was designed to investigate in SHR rats, males and females, castrated and intact, the potential benefit of ACE inhibitors on serum levels of inflammatory biomarkers, IL-10, IL-6 and TNF-α, since that these cytokines play important roles in the pathogenesis of inflammatory diseases. Objective: To evaluate the influence of gender on the effect of enalapril on serum levels of proinflammatory cytokines (IL-6 and TNF-α) and antiinflammatory (IL-10) in SHR rats. Methods: SHR, adults, both sexes, with 12 weeks, weight 150 ± 8 g (females) and 230 ± 10 g (males), were separated into eight experimental groups (n = 7) are: Males and Females 1) SHAM + Treatment with vehicle, 2) SHAM + treatment with enalapril, 3) castration + treatment with enalapril, 4) castration + treatment with vehicle. Treatment by gavage with enalapril (10mg/kg/day) was started after 21 days of castration and lasted 4 weeks. Sham group animals underwent sham surgery group and the castrated animals, underwent bilateral ovariectomy and orchidectomy, males and females respectively. We analyzed the plasma ACE activity of the cytokines IL-10, IL-6 and TNF-α. Level of significance: p <0.05. Results: Enalapril reduced SBP and ACE activity in all treated groups, we observed sexual dimorphism in plasma levels of IL-10, TNF-α and IL-6 in the sham groups, with higher values in females. The withdrawal of sex hormones made disappear the difference between males and females in relation to inflammatory cytokines and reversed the pattern of response. Enalapril

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treatment increased IL-10 in all treated groups, thus improving the balance pro-and anti-inflammatory, regardless of gender. Conclusion: The neutralization of the actions of angiotensin II by ACE inhibitors in SHR may exert anti-inflammatory and anti-hypertensives, regardless of sex, but dependent on sex hormones to reduce pro-inflammatory cytokines. Keywords: Cytokines, sexual dimorphism, enalapril, inflammation, ACE.

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1 - INTRODUÇÃO

1-INTRODUÇÃO

Componentes da resposta inflamatória são ativados em diversas doenças

cardiovasculares (Nickenig & Harrison, 2002; Savoia & Schiffrin, 2007) e

também em situação de deficiência de estrogênio (Kamada, 2001). Entre os

numerosos mediadores envolvidos nesta resposta inflamatória, citocinas pró-

inflamatórias exercem ações adversas que podem agravar o curso da

doença (Mehra e cols, 2005). Por outro lado, estudos demonstram que o

aumento de Angiotensina II (Ang II) está diretamente envolvido na hipertrofia

e proliferação celular, estresse oxidativo e resposta inflamatória (Dinh e cols.,

2001; Ferrario & Strawn, 2006), além de seus efeitos hemodinâmicos bem

definidos. Além disso, os inibidores da ECA possuem efeitos anti-

inflamatórios em pacientes com hipertensão arterial ou insuficiência cardíaca

congestiva (Ma e cols., 2010; Vijayaraghavan & Deedwania e cols., 2011).

Assim, estudos que avaliem a interação de citocinas, SRA e hormônios

sexuais em animais hipertensos podem contribuir para elucidar os possíveis

mecanismos pelos quais os inibidores da ECA exercem seus efeitos

imunomoduladores.

1.1 Doenças Cardiovasculares e Citocinas

O grupo das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) compreende

majoritariamente doenças cardiovasculares, diabetes, câncer e doenças

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respiratórias crônicas. Muitas doenças deste grupo têm fatores de risco

comuns, e demandam por assistência continuada de serviços e ônus

progressivo, na razão direta do envelhecimento dos indivíduos e da população.

No Brasil, segundo dados de 2009 do Sistema de Informação de Mortalidade,

as DCNT concentram 72% do total de óbitos, percentual que representa mais

de 742 mil mortes por ano. As que mais matam são as doenças

cardiovasculares (31,3%), o câncer (16,2%), as doenças respiratórias crônicas

(5,8%) e o diabetes mellitus (5,2%) (http://www.saude.gov.br).

Nos últimos anos, tem-se considerado o papel da inflamação subclínica na

progressão das doenças cardiovasculares (DCV) (Suliman & Stenvinkel,

2008; Mehra e cols., 2005). A inflamação é um processo fisiológico em

resposta a diferentes estímulos como infecções, alterações físico-químicas

ou danos traumáticos. A resposta inflamatória necessita ser precisamente

regulada, uma vez que deficiências ou excessos dessa resposta estão

diretamente relacionados com mortalidade e a morbidade (Tracey, 2002).

Uma grande variedade de doenças cardíacas tem sido associada à

inflamação e a modulação de citocinas. Estas incluem hipertensão,

aterosclerose, infarto agudo miocárdio, lesão de reperfusão cardíaca,

miocardite, rejeição do enxerto, sepse associada à disfunção cardíaca e

insuficiência cardíaca crônica (ICC) (Mehra e cols., 2005). As citocinas são

conhecidas por sofrerem “up-regulation” em pacientes com ICC e têm sido

implicadas na fisiopatologia desta doença. As citocinas são moléculas que

interligam, amplificam e propagam a resposta imune inata e adaptativa,

estão envolvidas em recrutar células para áreas de inflamação, estimulando

sua divisão, proliferação e diferenciação. A ação das citocinas sobre o

sistema cardiovascular está bem assentada em bases experimentais que

demonstram promoção de inflamação, disfunção endotelial, coagulação

intravascular, geração de radicais livres, perda gradativa de massa muscular

e intolerância ao exercício, entre outros efeitos ( Adamopoulos e cols., 2001;

Mann, 2002).

1.2 Citocinas

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As citocinas são um grande grupo de proteínas reguladoras de baixo peso

molecular (15-30 kDa), que incluem, interleucinas (IL), Fatores de Necrose

Tumoral (TNF), Interferons (IFN), Fatores Estimulador de Colônias (CSF),

Fator Transformador de Crescimento (TGF), e as Quimiocinas. São

produzidas por diferentes células do sistema imunológico, como os

monócitos, macrófagos, células T ativadas, células B, células natural killer

(NK) e fibroblastos (Sprague & Khalil, 2009; Mehra e cols., 2005), e outras

células, fibroblastos, plaquetas, endotélio, músculo liso vascular (Torre-

Amione e cols.,2005;). Para exercer seus efeitos biológicos, as citocinas

ligam-se a receptores específicos na membrana da célula alvo e agem de

forma autócrina, parácrina e justacrina, ou seja, estimulam as células que as

produzem, as células adjacentes, ou ainda intervêm diretamente por meio da

interação célula-célula, respectivamente. Além disso, uma única citocina,

dependendo do tipo de célula, do tempo de liberação e da quantidade de

receptores no tecido, pode agir em diversos tipos de células e assim produzir

múltiplas respostas biológicas (pleiotropia) (Hirano,1999). Estas ações

podem ser sinérgicas, quando a associação de duas citocinas amplifica a

sua atividade como, por exemplo: IL-12 e IL-18, TNF-α IFN-y, antagônica,

quando suas atividades se opõem , IL-10 e TNF-α, (Bolger et al, 2002) ou

ainda pode ser redundante, quando diferentes citocinas possuem um mesmo

efeito sobre determinado tipo celular ,como a IL-6 e o TNF-α, (Tedgui &

Mallat,2006; Sprague & Khalil, 2009).

As citocinas podem ser classificadas de diversas formas, uma das mais

comuns é quanto a sua fonte celular, linfócitos T auxiliares (Th).

Classificadas em tipo Th-1 e tipo Th-2. As citocinas Th-1, como IL-2, IFN-γ, e

TNF-α, são principalmente pró-inflamatórias promovem a ativação de

macrófagos, células NK, neutrófilos, linfócitos citotóxicos, ampliam a

resposta imunológica celular e podem exacerbar o quadro em algumas

doenças como a aterosclerose (Calcagni & Elenkov, 2006; Sprague & Khalil,

2009; Mehra e cols.; 2005). As citocinas tipo Th-2, como a IL-4, IL-5, IL-6, IL-

10, são predominantemente anti-inflamatórias e tem o efeito de

contrabalançar a resposta pró-inflamatória por meio da diminuição das

citocinas pró-inflamatórias e da supressão da ativação de monócitos

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(Dinarello, 2000; Calcagni & Elenkov, 2006; Sprague & Khalil, 2009). Apesar

da IL-6 ser classificada como uma citocina tipo Th2, ela apresenta caráter

dual e demostra ter efeitos variáveis (Kleemann e cols. 2008) devido a sua

capacidade de estimular e ser estimulada por outras citocinas,

principalmente a IL-1 e o TNF-α (Huber e cols. 1999) Os dois tipos de

resposta não agem isoladamente, dependem do tempo de liberação de

citocinas, da presença de fatores sinérgicos ou concorrentes, da densidade

de receptores de citocinas, da capacidade de resposta para cada citocina. O

equilíbrio na produção das citocinas do tipo Th1 e Th2 é essencial para

manter a homeostase no sistema imunológico e seu desequilíbrio está

envolvido na patogênese de muitas doenças humanas, como alergia e

doenças autoimunes, doenças infecciosas e septicemia, aterosclerose,

obesidade de tipo visceral, síndrome metabólica (Cizza e cols, 2001).

1.3 IL-6, TNF- e IL-10

Como descrito acima, a IL-6 e o TNF-α apresentam propriedades pró-

inflamatórias e pró-aterogênicas, enquanto a IL-10 tem papel fundamental na

supressão dessa resposta inflamatória. Assim, o balanço desses marcadores

biológicos pode vir a ser uma ferramenta benéfica no diagnóstico, tratamento e

prevenção de eventos vasculares (Ferrario & Strawn, 2006), por isso essas

citocinas tornaram-se objetos do nosso estudo.

Interleucina-6

A IL-6 é uma citocina multifuncional, sintetizada por monócitos, células

endoteliais, fibroblastos e outras células, em resposta a microrganismos e

também à estimulação por outras citocinas, principalmente interleucina-1

(IL-1) e TNF-α ( Heinrich & Andus, 1990). Constitui importante marcador

inflamatório por regular a resposta imune, as reações de fase aguda e a

principal citocina pró-coagulante, pois determina a produção e a elevação

das concentrações plasmáticas de fibrinogênio e em especial, da proteína C

reativa (PCR), por estimular a síntese no fígado destas proteínas (Willerson

& Ridker, 2004; Yudkin e cols.; 1999). Embora, ainda não haja consenso

sobre métodos de dosagem e valores de referência para a IL-6, sabe-se que

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ela é normalmente é expressa em níveis baixos, exceto durante infecção,

trauma ou outros fatores estressores. Entre os vários fatores que regulam a

expressão do gene da IL-6, estão o estrogênio e a testosterona (Ershler &

Keller, 2000).

Na Síndrome Metabólica (SM), o aumento da IL-6 se correlaciona, de forma

dependente da obesidade, com aumento da glicemia, circunferência da cintura,

níveis séricos de triglicerídeos e de HDL-colesterol, pressão sistólica, pressão

diastólica e a obesidade (Volp e cols, 2008). Em homens aparentemente

saudáveis, níveis elevados de IL-6 estão associados ao risco aumentado de

futuras isquemias miocárdicas (Ridker e cols, 2000). Na Insuficiência cardíaca,

na aterosclerose, na hipertrofia cardíaca (Haugen e cols., 2008), os níveis

periféricos da IL- 6 e expressão miocárdica do mRNA, desta citocina e de seu

receptor estão aumentados de forma significativa e quanto mais elevada, pior

a gravidade da doença, apresentando duas vezes mais o risco de óbito em 24

meses (Rauchhaus e cols,. 2000). Desta forma, os níveis desta citocina podem

predizer morbidade em pessoas saudáveis e mortalidade em pessoas que já

apresentaram algum evento cardiovascular (Francisco e cols., 2006).

Fator de Necrose Tumoral-α

Classicamente, o TNF-α é descrito como uma citocina versátil que altera o

remodelamento tecidual, a permeabilidade da barreira de células epiteliais,

promove ativação de macrófagos e recrutamento de infiltrados inflamatórios,

além de amplificar as respostas de moléculas de adesão. É produzido, não

apenas por células do sistema imune como os macrófagos e mastócitos, mas

também por outras células como a músculo liso e do tecido adiposo (Sprague &

Khalil, 2009). Atua, preferencialmente, por meio de dois receptores da família

de receptores de TNF-α, o TNF-R1 de 55 kDa, e o TNF-R2 de 75 kDa. A

ligação do TNF-α a esses receptores induz a transdução do sinal intracelular

que pode resultar na ativação de diferentes eventos como regulação da

apoptose, indução de genes de resposta imediata e ativação da transcrição de

genes de resposta inflamatória, inclusive genes codificadores de outras

citocinas como IL-1β, IL-6 e IL-10 (Hotamisligil, 2003).

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O TNF-α, assim como a IL-6, é mediador central da resposta de fase aguda da

resposta imune, pois também determina a produção e a elevação das

concentrações plasmáticas de fibrinogênio, inibidor do ativador de

plasminogênio-1 (PAI-1) e, em especial, da PCR (Francisco e cols, 2006;

Willerson & Ridker, 2004; Yudkin e cols, 1999). Desempenha papel importante

na fisiopatologia, em uma variedade de infecções e doenças inflamatórias,

como a artrite reumatóide, asma, choque séptico, febre hemorrágica, caquexia,

resistência insulínica relacionada à obesidade e grande variedade de tumores

(Beutler & Cerami, 1988) e hipertensão (Agarwal e cols., 2009). No infarto do

miocárdio, por meio de diversos efeitos em quase todos os tipos celulares

envolvidos na lesão cardíaca, o TNF-α é capaz de suprimir a contratilidade

cardíaca, aumentar apoptose dos cardiomiócitos (Engel e cols., 2004),

estimular a expressão de outras citocinas pró-inflamatórias, quimiocinas e

moléculas de adesão por leucócitos e células endoteliais, além de regular

metabolismo da matriz extracelular, reduzindo a síntese de colágeno,

aumentando as Metalloproteinases de Matrix e a atividade em fibroblastos

cardíacos (Siwik e cols., 2000).

Interleucina-10

Foi originalmente descrita como um fator de inibição da síntese de citocina

devido a sua capacidade de inibir a produção de citocinas pró-inflamatórias por

meio dos macrófagos e das células Th1. A IL-10, hoje é reconhecida como uma

das mais importantes citocinas anti-inflamatórias e anti-aterogênicas (Wang e

cols., 2009;Kaur e cols., 2009). Além de inibir a proliferação das células Th1, a

IL-10 estimula a proliferação das células Th2 e a ativação de células NK

(Thompson et cols. 1991). Como já descrito, as células Th1 são facilitadoras de

uma resposta imunológica pró-inflamatória, pois secretam interleucina IL-1β, IL-

2, IL-12, interferon-γ e o TNF-α, e as células Th2 por secretarem as citocinas

IL-4, IL -6, IL -10 e IL -13 contribuem para uma resposta anti-inflamatória

(Lakoski e cols., 2008; Kaur e cols., 2009). Assim a IL-10, além de facilitar o

desenvolvimento de respostas das células Th2, é capaz de diminuir a função

citolítica e secretora de citocinas por Th1, constituindo componente chave em

muitos aspectos da resposta imune (Moore e cols.,2001). Do mesmo modo, a

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redução da produção de IL-10 pode estar associada a uma maior

suscetibilidade a doenças infecciosas e a verificação da redução do nível sérico

de IL-10, não é apenas um biomarcador de aumento do risco de eventos

cardiovasculares como também é indicativo de mau prognóstico (Kleemann e

cols., 2008; Tziakas e cols., 2003). Em pacientes com síndrome coronariana

aguda, baixos níveis séricos de IL-10, estão associados com a instabilidade da

placa aterosclerótica e altos níveis demonstraram diminuição do risco (Tziakas

e cols., 2003).

A IL-10 também pode agir como um antagonista do TNF-α, contrabalançando

os efeitos adversos desta citocina pró-inflamatória (Dhingra e cols. 2007),

sendo um componente de neutralização da inflamação, uma vez que reduz a

duração e a magnitude do processo (Kaur e cols., 2006;2009). Ambas citocinas

são fundamentais para o equilíbrio entre as células Th1/Th2, no qual o

desequilíbrio está criticamente envolvido em várias infecções (Yndestad e cols.,

2007). A diminuição de IL-10 ou o aumento na proporção de TNF-α parecem

estar correlacionados com lesões ateroscleróticas, angina instável, síndrome

coronariana aguda, atopias e tumores. (Fearon & Locksley, 1996). No coração

o desequilíbrio entre estas duas citocinas pode resultar em resposta

inflamatória e assim promover papel patogênico na progressão das doenças

cardiovasculares (Kaur e cols., 2009; Yndestad e cols, 2007).

Vários mecanismos têm sido propostos para explicar a maneira pela qual a IL-

10 inibe a síntese das citocinas pró-inflamatórias. (Schottelius e cols, 1999).

Uma das mais estudadas é a inibição do fator de transcrição nuclear NFkB

(Wang e cols., 1995; Fernández & Kaski, 2002). O NFk-b é um fator de

transcrição que regula diversas substâncias pró-inflamatórias e pode ser

ativado por múltiplos estímulos, como hipóxia, espécies reativas de oxigênio,

endotoxinas bacteriana, citocinas, entre outros (Valen e cols, 2001; Henke e

cols., 2007). O tecido miocárdico de pacientes com IC de diversas etiologias

exibe aumento da expressão dessa molécula e dos genes que ela regula, como

por exemplo, à síntese do TNF-α, moléculas de adesão leucocitária e de

metaloproteinases. Já foi demonstrado que muitos tipos celulares em cultura,

como células endoteliais, macrófagos, leucócitos e cardiomiócitos, respondem

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a alguns estímulos de citocinas com a síntese de NFk-b em um padrão de

retroalimentação positiva que perpetua a própria ativação inflamatória (Valen e

cols., 2001). Quando não estimulado, o fator NF-kB encontra-se no citoplasma

ligado a uma proteína inibitória: o IkB. Esse complexo impede a translocação

do NF-kB para o núcleo. Assim, a fosforilação e a degradação do IkB são

necessárias para que ocorra a translocação. Vários estímulos levam à

fosforilação do IkB, que é fundamental para sua degradação. A proteína IkB

fosforilada recebe a adição de ubiquitina, pela ação da ubiquitina ligase, sendo

em seguida degradada pelo complexo proteossoma 26S. Isso resulta na

liberação do NF-kB. O desmembramento do complexo IkB/NF-kB permite o

transporte do NF-kB para o núcleo, com consequente ligação desse nos genes

junto à região promotora, levando a um aumento na expressão do gene alvo

(Schottelius e cols.,1999; Baldwin, 1996). Na sepse, o estímulo com LPS

fosforila o IkB e promove a translocação do NF-kB para o núcleo onde ele vai

estimular a produção de citocinas pró-inflamatórias. A implicação desse fator

de transcrição como alvo terapêutico decorre da enorme quantidade de genes

que sofrem regulação pelo fator NF-kB, e participam de vários processos

celulares, tais como desenvolvimento, plasticidade, morte e defesa celular e

consequentemente também estão implicados em doenças como aterosclerose,

asma, artrite, câncer, distrofia muscular, infarto e infecções virais (Kumar e

cols., 2004). Segundo Schottelius e cols.,1999, a IL-10 bloqueia a degradação

IkBα e assim inibe a translocação nuclear do NF-kB e consequentemente sua

atividade. Assim, muitos de seus efeitos antiinflamatórios podem ser por meio

desse mecanismo (Savoia & Schiffrin, 2007; Raines e cols, 2004).

1.4 SRA e hormônios sexuais.

Estudos demonstram que o aumento de Ang II, peptídeo formado a partir da

ação da enzima conversora da angiotensina (ECA) sobre a angiotensina I, um

dos principais mediadores do SRA, está diretamente envolvido no crescimento,

na proliferação celular, no estresse oxidativo e na resposta inflamatória (Dinh e

cols., 2001; Ferrario & Strawn, 2006, Graninger e cols., 2004; Ruiz-Ortega e

cols., 2001) por meio da ativação do NF-kB (Brasier e cols., 2000, Hall e cols.

2006). Assim, além de seus efeitos hemodinâmicos, o foco tornou-se o

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entendimento da Ang II como modulador da inflamação. Ang II aumenta a

permeabilidade vascular, recruta células inflamatórias para o tecido, e ativa

diretamente a infiltração de células imunes competentes (Suzuki e cols. 2003) e

media o processo pró-inflamatório, promovendo a geração de citocinas e

radicais livres (Ruiz-Ortega e cols, 2001). Por outro lado, pesquisa recente

também descreve que citocinas, como a IL-10, pode limitar o estresse oxidativo

e a disfunção vascular mediada pela Ang II e promover um efeito protetor na

parede vascular (Didion e cols., 2009).

Os inibidores da ECA são eficazes em reduzir a pressão arterial e regredir a

hipertrofia ventricular esquerda tanto em humanos com hipertensão essencial,

quanto em modelos animais de hipertensão arterial, como o SHR (Vapaatalo e

cols, 2000; Uggere e cols., 2000). Adicionalmente, podem reverter o aumento

na produção de superóxido e a ativação do sistema NF-kB, reduzir a elevada

expressão de citocinas pró-inflamatórias, em aortas de ratos (Gonzalez e cols,

2000) e em modelo de aterosclerose em coelhos (Hernandez-Presa e

cols,1997) e bloquear a ativação do NF-kB em pulmões de ratos Sprague-

Dawley, após o tratamento com um inibidor da ECA (He e cols., 2007). O

bloqueio do NFkB pelo IECA representado na figura 1 (Egido & Ruiz-Ortega,

2007).

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Sabe-se que os hormônios sexuais são capazes de modular a ação de

citocinas e do SRA, e que as diferenças na produção de citocinas na

suscetibilidade a doenças podem ser devido a diferenças de gênero (Cutolo

cols., 1996; Tamir cols., 2002, Katzenellenbogen e cols., 1990). Nas células

vasculares do musculo liso, em humanos, o estrogênio inibe a expressão da IL

-1, e IL-6, demonstrando os efeitos de anti-inflamatórios do estrogênio. Estudos

in vitro, demonstram evidência que a testosterona pode suprimir a expressão

de citocinas pró-inflamatórias como o TNF-α, IL-1ß e IL-6 (D'Agostino e cols.,

1999) e potencializar a expressão de antiinflamatórias como a citocina IL-10

(Bebo e cols., 1999). Em ratos hipertensos a atividade da ECA é maior em

machos do que em fêmeas (Pendergrass e cols., 2008) e administração de

estrogênio em fêmeas ovariectomizadas transgênicas (mRen2)27 diminui a

atividade da ECA no plasma, rim e aorta (Brosnihan e cols., 1997). Diferenças

entre machos e fêmeas em relação aos outros componentes do SRA, como a

concentração de Ang II (Miller e cols., 1999; Pollock, 2007) e o

Figura 1 Resposta pró-inflamatória via NFkB, ativada pela Ang II e inibida pelo Quinalapril e outros IECAs. Anti-inflammatory Actions of Quinapril. Egido & Ruiz-Ortega Cardiovasc Drugs Ther (2007).

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angiotensinogênio (Danser e cols., 1999; Yanes e cols., 2009) também são

encontradas.

A medição das citocinas pode ser uma ferramenta benéfica no diagnóstico,

tratamento e prevenção de eventos vasculares, além de ser importante na

determinação da eficácia de agentes antiinflamatórios usados na doença

vascular, monitorando os componentes da via inflamatória e fornecendo

informações importantes sobre a gravidade e progressão das DCVs.

Além disso, embora os inibidores da ECA tenham revelado efeitos

antiinflamatórios inclusive em pacientes com hipertensão arterial ou

insuficiência cardíaca congestiva (Ma e cols., 2010; Vijayaraghavan &

Deedwania e cols., 2011), ainda não está claro sua ação sobre o equilíbrio

entre as citocinas pró e antiinflamatórias.

Assim, este estudo foi desenhado para investigar em ratos SHR, machos e

fêmeas, o potencial benéfico dos inibidores da ECA nos níveis séricos dos

biomarcadores inflamatórios, IL-10, IL-6, e TNF-α, uma vez que os mesmos

desempenham papéis importantes na patogênese de doenças inflamatórias.

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2- OBJETIVOS

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

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Avaliar a influência do gênero no efeito do enalapril sobre os níveis séricos

das citocinas pró-inflamatórias (IL-6 e TNF-α) e anti-inflamatória (IL-10) em

ratos SHR.

2.2 Objetivos Específicos

Determinar os efeitos do tratamento com enalapril sobre:

• O peso corporal de ratos SHR, machos e fêmeas, castrados e não

castrados.

• PAS de ratos SHR, machos e fêmeas, castrados e não castrados.

• Atividade plasmática da enzima conversora de angiotensina (ECA)

em ratos SHR, machos e fêmeas, castrados e não castrados.

• Balanço de citocinas pró-inflamatórias e anti-inflamatória (IL-10/

TNF- α e IL-10/ IL-6).

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3-MATERIAIS E MÉTODOS

3 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 Animais Experimentais

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Todos os procedimentos experimentais adotados obedeceram às normas

estabelecidas pelo Comitê de Ética no Uso de Animais da Universidade

Federal do Espírito Santo (UFES), aprovados sob o n° 023/2009. Foram

utilizados ratos espontaneamente hipertensos (SHR) adultos, ambos os sexos,

com 12 semanas de idade, peso inicial de 150 ± 8 g (fêmeas) e 230 ± 10g

(machos), provenientes do Biotério da UFES. Esses animais foram mantidos

em ambiente, temperatura (20-24ºC) e luz controlada. Ciclo claro-escuro de 12

horas. Todos os animais receberam água e ração de modo irrestrito.

3.2 Grupos Experimentais

Os animais foram separados em 8 grupos experimentais, n= 7, sendo:

Fêmeas:

1. Sham tratada com veiculo veículo (SVF)

2. Sham tratada com enalapril fêmea (SEF)

3. Castrada tratada com veiculo (CVF)

4. Castrada tratada com enalapril (CEF)

Machos:

1. Sham tratado com veiculo macho (SVM)

2. Sham tratado com enalapril macho (SEM)

3. Castrado tratado com veiculo (CVM)

4. Castrado tratado com enalapril (CEM)

3.3 Protocolo experimental

1° semana do protocolo (11 semanas de idade)

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• Aclimatação

• Determinação da PAS por pletismografia

2° semana do protocolo (12 semanas de idade)

• Determinação da PAS por pletismografia

• Verificação do peso corporal

• Execução da técnica de Orquidectomia e Ovariectomia nos

animais, com exceção dos animais SHAM, no quais se realizou

cirurgia fictícia.

3° e 4° semana do protocolo (13 e 14 semanas de idade)

• Verificação do peso corporal

5°, 6°, 7°, 8° semana do protocolo (15 16,17e18 semanas de idade)

• Verificação do peso corporal e cálculo da dose a ser administrada nos

animais tratados com maleato de enalapril. Os animais tratados com

veiculo receberam água.

7° semana do protocolo, grupo de fêmeas sham (Fêmeas - 18 semanas de

idade)

• Determinação e acompanhamento da fase do ciclo estral

8 ° semana do protocolo (19 semanas de idade)

• Medida da PAS por pletismografia

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• Determinação e acompanhamento da fase do ciclo estral

• Coleta, centrifugação e armazenagem do soro e plasma para

posterior análise dos níveis séricos das citocinas (IL-6,IL-10,TNF-α)

Figura 2: Organograma do protocolo experimental

3.4 Registro da Pressão Sistólica (PAS)

Para determinação da PAS foi utilizado o método de Pletismografia de cauda,

fabricado pela II TC Life Science Inc (Woodland Hills, CA, EUA). Os ratos foram

acondicionados em um tubo cilíndrico de acrílico, no qual a região proximal da

cauda se encaixava a um manguito de borracha ligado ao esfigmomanômetro

para insuflar e desinsuflar automaticamente em intervalos fixos de

aproximadamente 40 segundos. Próximo ao manguito estava acoplado um

transdutor de pulso (sensor) que captava os sinais a serem enviados e

registrados no computador. O experimento só teve início após um período de

aclimatação, onde os animais por três vezes, em dias diferentes, por dez

minutos, foram submetidos à mesma situação de medida da PAS. Este

procedimento tem o objetivo de adaptá-los a situação de medida, para que ele

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se movimente a menor quantidade de vezes possível durante o registro. A

pressão arterial foi medida pelo menos cinco vezes para cada animal.

3.5 Ovariectomia

A ovariectomia foi realizada bilateralmente sob anestesia com cloral

hidratado 10% (Vetec Química Fina LTDA, RJ Brasil). A cirurgia consistiu de

uma incisão perpendicular de 1 a 1,5 cm na pele entre a última costela e a

coxa, a 1 cm da linha mediana, seguida de uma outra incisão perpendicular

na camada muscular para abertura da cavidade peritoneal, como

demonstrado na figura 3. Posteriormente, foi realizada ligadura da tuba

uterina e remoção dos ovários. A cavidade peritoneal foi então suturada e

limpa e ao final do procedimento os animais receberam 0,1 ml por 100 g de

peso do antibiótico Enrofloxacina 2,5% (Flotril ® Shering- Plough) por via

intramuscular e em seguida recolocados em gaiolas individuais. No grupo

SHAM foi realizada uma cirurgia fictícia de ovariectomia, a fim de estabelecer

parâmetros semelhantes em todos os animais deste estudo.

3.6 Orquidectomia

Figura 3: Fotografia da técnica de

execução da ovariectomia.

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A orquidectomia foi realizada sob anestesia com cloral hidratado 10% (Vetec

Química Fina LTDA, RJ Brasil). A cirurgia consistiu em uma incisão

perpendicular de 0,5 a 1,0 cm no tegumento e celular subcutâneo da bolsa

escrotal, rompendo a cavidade escrotal, em seguida realizou-se outra incisão

na camada muscular até atingir a túnica vaginallis. Os testículos foram

expostos por compressão e uma ligadura feita em torno do cordão

espermático para posterior remoção das gônadas, como demonstrado na

figura 4 (A-J). Ao final do procedimento os animais receberam 0,1 ml por 100

g de peso do antibiótico Enrofloxacina 2,5% (Flotril ® Shering- Plough) em

seguida recolocados em gaiolas individuais. No grupo SHAM foi realizada

uma cirurgia fictícia de orquidectomia, a fim de estabelecer parâmetros

semelhantes em todos os animais deste estudo.

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A

Figura 4: desenho técnica de execução da orquidectomia. Prof. Dr.

Norberto G. Cairasco, Fisiologia, FMRP, USP

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3.7 Tratamento com inibidor da Enzima Conversora de Angiotensina

Os animais SHR, após 21 dias de castração ou cirurgia fictícia (SHAM), foram

submetidos ao tratamento diário com maleato de enalapril (10 mg/kg/dia ) , um

inibidor da enzima conversora da angiotensina (IECA) durante 4 semanas nos

machos e devido a fase do ciclo estral ,as fêmeas sham 4 semanas ±2 dias. O

tratamento foi administrado por gavagem intragástrica. Para tanto, os animais

foram pesados semanalmente para ajuste da dose.

3.8 Determinação fase do ciclo estral

O ciclo estral da rata com duração de 4 ou 5 dias é caracterizado por 4 fases,

proestro, estro, metaestro e diestro, que foram monitoradas por meio da

técnica de esfregaço vaginal , na qual o posicionamento da rata esta

demonstrado na figura 5. Através da observação a fresco de três tipos

celulares, Células Nucleadas, Epiteliais e Leucócitos, é possível a

determinação da fase do ciclo, como demonstrado nas figuras 6 e 7. O fluido

vaginal foi coletado através de micro pipetas plásticas contendo 0,1 mL de

solução salina (NaCl 0,9%) em seguida transferido para lâminas de vidro e

sobrepostos com lamínulas para posterior observação em microscópio ótico

com lente objetivas de 10x e 40 x de aumento. Este procedimento foi realizado

diariamente, durante 7 a 10 dias, entre 8:00 e 10:00 hs da manhã ( Becker

2005, Marcondes ,2002) . Utilizaram-se no experimento somente ratas com

ciclos estrais regulares, e o sacrifício sempre no proestro.

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Figura 6: Lâmina com esfregaço vaginal- Fase Metaestro.

Figura 5: Fotografia do posicionamento da rata para

realização da coleta do lavado vaginal.

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Figura 7: ilustra as fases do ciclo estral detectada através do esfregaço vaginal em microscópio ótico com um aumento de 40 vezes.

A- Metaestro ou Diestro I- caracterizada por um pouco das 3 células. (Células Nucleadas, Epiteliais e Leucócitos).

B- Diestro II- caracterizada por infiltrado leucocitário

C- Proestro – caracterizada por presença predominante de células nucleadas

D- Estro – caracterizada por presença predominante de células epiteliais.

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3.9 Coleta de sangue para determinação da concentração das citocinas e

da atividade da enzima conversora de angiotensina.

Um dia após a segunda medida da PAS, os animais foram decapitados, sem

anestesia, e aproximadamente 8 ml de sangue foi coletado em 2 alíquotas de

aproximadamente 4 ml cada. Uma em tubos vazios para obtenção soro para

dosagem das citocinas e outra em tubo heparinizado para dosagem da

atividade da enzima conversora de angiotensina. As amostras de soro e

plasma foram centrifugadas a 4°C, a 1000g por 15 minutos, em seguida

armazenadas a -80°C até o momento das dosagens.

3.10 Análise dos Níveis Séricos de IL-6 ,IL-10 e TNF-α pela técnica ELISA

(Enzyme Linked ImmunoSorbent Assay)

Os níveis das citocinas pró-inflamatórias Interleucina 6 (IL-6) e Fator de

Necrose Tumoral Alfa (TNF-α), e o da citocina anti-inflamatória Interleucina 10

(IL-10) foram determinados através do método de Enzyme Linked Immuno

Sorbent Assay (ELISA) por meio de kits da Invitrogen-BioSource International

(Camarillo, CA) em parceria com o Núcleo de Doenças Infecciosas (NDI) da

Universidade Federal do Espírito Santo - UFES em amostras de soro dos

animais. A técnica se baseia no método sanduíche. Amostras de soro

armazenadas a -80°C foram previamente descongeladas e colocadas em

placas individuais sensibilizadas com anticorpo específico para interleucina IL-

6, IL-10 e outra para TNF-α de rato. As amostras, incluindo os padrões de

conteúdos conhecidos de IL-6, IL-10 e TNF-α e espécimes controle foram

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pipetados para os diferentes poços, seguidos da adição de um segundo

anticorpo monoclonal conjugado. Após esta etapa seguiu-se o período de

incubação por 2 horas. Durante a primeira incubação a IL-6, IL-10 e o TNF-α se

ligam simultaneamente ao anticorpo imobilizado (captação) em um sítio, e ao

segundo anticorpo conjugado (adicionado) em um segundo sítio. Após a

remoção do excesso de segundo anticorpo por 4 sucessivas lavagens, a

estreptavidina-peroxidase (enzima) foi adicionada. Esta se liga ao anticorpo

conjugado para completar os quatro membros do sanduíche. Após uma nova

incubação por 30 minutos e novamente 4 sucessivas lavagens para remoção

de todas as enzimas não ligadas, uma solução substrato (cromógeno) foi

adicionada e que reage com a enzima para produção de cor (azul). A

intensidade do produto colorido é diretamente proporcional à concentração das

citocinas presentes. O procedimento do ELISA foi realizado para duplicatas das

amostras e padrões, sendo realizada a média entre as absorbâncias a partir da

leitura realizada através do aparelho Dynex Technologies – analisador

automático de ELISA, em comprimento de onda de 450nm. Para correções de

diluições sofridas durante o procedimento, as médias foram multiplicadas por 2,

obtendo-se o valor real da absorbância.

3.11 Análise da atividade da ECA plasmática (espectrofotofluorimetria)

Protocolo para a determinação da atividade da ECA

O ensaio, para a medida da atividade proteolítica da enzima conversora de

angiotensina I (ECA-I), empregou o substrato Abz_FRK(Dnp)P-OH, ideal para

os estudos em cinéticas enzimáticas e para a análise da atividade somática

dos domínios C e N da ECA-I. Os ensaios foram realizados diretamente em

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Espectroflorímetro (TECAN GENios) de microplaca automático equipado com

controlador de temperatura e shaker, placa de 96 poços de poliestireno preta.

As amostras de plasma foram descongeladas em gelo. Em cada poço da

microplaca, foi colocada 20 µl de amostra de plasma do grupo pretendido, em

seguida adicionou-se a mistura do tampão de ensaio (12,1 g de Tris.Base, 2,92

g de NaCl em 1 litro de água deionizada, o pH 7,0 ajustado com HCl) e 10 Μm

de Abz-FRK (dnp)P-OH .Gravou-se o aumento da fluorescência com excitação

- λex: 320nm e emissão λem: 420 nm, com a temperatura de 37ºC e agitação

constante. A atividade da Eca foi expressa em AFU (unidades arbitrarias de

fluorescência) (Carmona e cols., 2006).

3.12 Análise Estatística

Os dados estão expressos como média ± erro padrão da média (EPM), N

experimental de cinco animais para interleucinas e 7 para PAS. As diferenças

estatísticas entre os grupos foram determinadas por análise de variância

(ANOVA) de duas vias para os fatores tratamento e sexo, com medidas

repetidas, seguida de teste de comparação de médias (post hoc) de Fisher.

Todos os resultados foram avaliados através do software GB-Stat School Pak

®. Valores de p menores ou iguais a 0,05 foram considerados significativos.

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40

5 - RESULTADOS

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GRUPOS Peso inicial Peso Final

(g) (g)

SVM 232 ± 8* 278 ± 4 * SVF 158 ± 4 187 ± 3 SEM 224 ± 5* 264 ± 7 * SEF 152 ± 5 183 ± 4 CVM 239 ± 6* 280 ± 6 * CVF 153 ± 3 217 ± 5 + CEM 236 ± 3* 264 ± 5* CEF 157 ± 5 216 ± 3 +

4- RESULTADOS

4.1. Verificação do peso corporal inicial e final.

Na tabela 1 está representado o peso corporal dos animais experimentais que

foi medido no início e ao final do tratamento. No início do estudo não há

diferença do peso corporal entre os grupos do mesmo sexo analisados.

Comparando fêmeas ovariectomizadas com fêmeas SHAM, houve aumento no

peso corporal final, diferentemente do macho que não houve diferença quando

comparado aos outros grupos do mesmo sexo. Tanto o peso inicial, quanto o

peso final foram diferentes entre os sexos.

Tabela 1: Valores do peso corporal nos grupos Sham Veículo Macho (SVM), Sham Veículo Fêmea (SVF), Sham + Enalapril Macho (SEM), Sham + Enalapril Fêmea (SEF), Castrados + Veiculo Macho (CVM), Castrados + Veiculo Fêmea (CVF), Castrados + Enalapril Macho (CEM) e Castrados + Enalapril Fêmea (CEF).

Os valores foram apresentados com média ± EPM. *p<0,05 quando comparado á fêmea do mesmo grupo, + p<0,05 quando comparado ao grupo SV do mesmo sexo.

4.2 Verificação da PAS

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Ao inicio do protocolo experimental, a PAS inicial dos machos se apresentou

diferente das fêmeas, entretanto, não houve diferença entre os grupos do

mesmo sexo (machos 219 ± 5 mmHg e fêmeas 177 ± 3 mmHg, p <0,05). Ao

final do período experimental, como representado na Figura 8 (Painel A e B)

observamos a diferença sexual nos níveis de PAS entre os animais do grupo

Sham Veiculo (SV machos: 222 ± 5 mmHg, SV fêmeas: 188 ± 3,6mmHg).

Como esperado, o tratamento com enalapril não só foi capaz de reduzir a PAS,

em ambos os sexos, como também as igualou (SE machos: 153 ± 5 mmHg, SE

fêmeas: 152 ± 2 mmHg) e fêmeas (152 mmHg). O percentual de queda nos

machos foi de -31%, enquanto nas fêmeas foi de -19%. A castração em ambos

os sexos, manteve a PAS a níveis semelhantes aos dos animais Sham Veículo

(CVM: 221 ± 3 mmHg, CVF: 192 ± 2 mmHg). O tratamento com enalapril em

ratos castrados, da mesma forma que no grupo sham veiculo, reduziu e igualou

a PAS (CEM: 148 ± 4 mmHg; -33%/ CEF: 139 ± 3 mmHg; -25%)

desaparecendo a diferença entre o sexos.

Figura 8: (Painel A e B). Representação da PAS em mmHg (A) e da variação do percentual de queda (B) da PAS dos grupos Sham Veículo (SV), Sham + Enalapril (SE), Castrado + Veiculo (CV), Castrado + Enalapril (CE). Os valores foram apresentados com média ± EPM. * p< 0,05 vs fêmea do mesmo grupo ; + p< 0,05 vs animal sham veiculo ; # p< 0,05 vs animal do mesmo sexo castrado.

100

125

150

175

200

225

250

SV SE CV CE

* *

+ ++#

+#

PAS (mmHg)

-35-30-25-20-15-10-5051015

SE CV CE

*+

+

*+#

MACHO

FEMEA

+#

delta PAS (%)

A B

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43

4.3 Atividade da Enzima Conversora de Angiotensina

Na Figura 09 observamos a diferença sexual na atividade da ECA no grupo

Sham, com o macho apresentando o maior valor (SV machos: 1500 ± 131 ± 1,2

UAF; SV fêmeas: 1234 ± 80 UAF). O tratamento com enalapril foi eficiente em

reduzir a atividade da ECA. A castração nos machos promoveu diminuição na

atividade da ECA plasmática, enquanto na fêmea não houve alteração em

relação ao grupo SVM (CVM: 790 ± 58 UAF, CVF: 1161 ± 39 UAF). O

tratamento com enalapril foi efetivo em ambos os grupos, castrados e não

castrados. (SEM: 59 ± 20 UAF; SEF: 21 ± 4 UAF; CEM: 8 ± 5 UAF; CEF: 32 ± 3

UAF).

0306090700

950

1200

1450

1700

+

* +

+ + #

SV SE CV CE

+

*

+ #

MACHO

FEMEA

ECA/ UAF

Figura 9: Valores dos níveis de atividade da ECA nos grupos Sham Veiculo (SV), Sham Enalapril (SE), Castrado Veiculo (CV), Castrado Enalapril (CE). Os valores foram apresentados com média ± EPM. * p< 0,05 vs fêmea do mesmo grupo ; + p< 0,05 vs animais do mesmo sexo, do grupo SV; # p< 0,05 vs animais do mesmo sexo do grupo CV.

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4.4 IL-6

Na figura 10 estão demonstrados os resultados referentes à dosagem da

citocina IL-6. Pode se observar dimorfismo sexual entre os animais do

grupo Sham Veiculo, (SVM: 7,2 ± 0,2 pg/ml; SVF: 10,31± 0,2 pg/ml). O

tratamento com enalapril, a castração e as duas intervenções

associadas, reduziram e igualaram os níveis desta citocina em ambos os

sexos (SEM: 3.31 ± 0.9 pg/ml; SEF: 3.46 ± 0.2 pg/ml e CVM: 4,2 ± 0,23

pg/ml; CVF: 4,07 ± 0,6 pg/ml, CEM: 5,9 ± 0.4 pg/ml e CEM: 5,5 ± 0,6

pg/ml).

2

6

10

14

SV SE CV CE

+

*

++

+

++

MACHO

FEMEA

IL-6 (pg/ml)

Figura 10: Valores dos níveis séricos de IL-6 nos grupos Sham Veiculo (SV), Sham Enalapril (SE), Castrado Veiculo (CV), Castrado Enalapril (CE). Os valores foram apresentados com média ± EPM. * p< 0,05 vs fêmea do mesmo grupo ; + p< 0,05 vs a animais do mesmo sexo, do grupo SV.

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4.5 TNF-α

Em relação à citocina pró-inflamatória TNF-α, como representado na figura 11,

observamos que no grupo Sham veiculo, as fêmeas apresentaram maiores

valores desta citocina que os machos (SVM: 12,76 ± 1.02 pg/ml; SVF: 16,30 ±

1,6 pg/ml). Nos machos, não foi observada mudança em nenhum dos grupos

estudados (SEM: 14,06 ± 0,49 pg/ml; CVM 12,7 ± 1,0 pg/ml; CEM: 14,2 ± 1,2

pg/ml). Diferentemente do grupo de fêmeas, nos quais tanto o tratamento com

enalapril quanto a castração, reduziram as concentrações desta citocina (SEF:

13,0 ± 1,2 pg/ml; CVF: 10,9 ± 0,8 pg/ml; CEF: 12,7 ± 1,6 pg/ml).

3

7

11

15

19

SV SE CV CE

+*

MACHO

FEMEA+ +

TN

F-α

(p

g/m

l)

Figura 11: Valores dos níveis séricos de TNF-α nos grupos Sham Veiculo (SV),

Sham Enalapril (SE), Castrado Veiculo (CV), Castrado Enalapril (CE). Os

valores foram apresentados com média ± EPM. * p< 0,05 vs fêmea do mesmo

grupo; + p< 0,05 vs grupo sham veiculo do mesmo sexo

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46

4.6 IL-10

Conforme figura12, demonstramos dimorfismo sexual nas concentrações sérica

de IL-10 observadas entre o grupo Sham Veiculo (SVM: 12,8 ± 1,2 pg/ml, SVF:

16,4 ± 1,1 pg/ml) e também entre o grupo Castrado Veiculo (CVM: 15,3 ± 2,1

pg/ml, CVF: 8,9 ± 0,9 pg/ml). Ainda nesta figura, observamos que o tratamento

com enalapril no grupo Sham, em ambos os sexos, foi capaz de aumentar as

concentrações de IL-10. (SEM: 19,2 ± 3,1 pg/ml, SEF: 23,5 ± 1,8 pg/ml),

diferentemente do grupo castrado tratado, que somente os machos

apresentaram diferença quando comparado ao sham veículo e este tratamento

eliminou a diferença de gênero (CEM: 19,8 ± 0,7 pg/ml, CEF: 20,1 ± 1,8 pg/ml).

5

9

13

17

21

25

SV SE CV CE

+

+

*

+

*

+#+ MACHO

FEMEA

IL-10 (pg/ml)

Figura 12: Valores dos níveis séricos de IL-10 nos grupos Sham Veiculo (SV), Sham Enalapril (SE), Castrado Veiculo (CV), Castrado Enalapril (CE). Os valores foram apresentados com média ± EPM. * p< 0,05 vs fêmea do mesmo

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47

grupo; + p< 0,05 vs animais do mesmo sexo, do grupo SV ; # p< 0,05 vs animais mesmo sexo, do grupo CV.

4.7 Razão IL-10/ TNF-α

A razão entre a citocina anti-inflamatória IL-10 e a pró- inflamatória TNF-

α está demonstrada na figura 13 . No grupo Sham Veiculo, não foi

observado diferença entre os sexos na razão destas citocinas (SV

macho: 0,96 ± 0,02 pg/ml; SV fêmea: 1,03 ± 0,05 pg/ml). O tratamento

com enalapril, independente do sexo, foi efetivo em aumentar esta razão

em machos e fêmeas castradas (CEM: 1,4 ± 0,09 pg/ml; CEF: 1,6 ± 0,9

pg/ml) e não castrados (SE macho: 1,3± 0,1 pg/ml; SE fêmea: 1,7 ± 0,08

pg/ml). Quando comparado ao grupo sham veiculo, a castração

provocou resposta inversa entre os gêneros, enquanto nos machos

aumentou , nas fêmeas reduziu (CV macho: 1,2 ± 0,1 pg/ml; CV fêmea:

0,8 ± 0,4 pg/ml).

0.0

0.4

0.8

1.2

1.6

2.0

SV SE CV CE

+

+

+#

+*+*

+

MACHO

FEMEA

RAZÃO IL-10/TNF- αα αα

Figura 13: Razão de IL-10/TNF-α nos grupos Sham Veiculo (SV), Sham Enalapril (SE),

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Castrado Veiculo (CV), Castrado Enalapril (CE). Os valores foram apresentados com

média ± EPM. * p< 0,05 vs fêmea do mesmo grupo; + p< 0,05 vs animais do mesmo sexo,

do grupo SV ; # p< 0,05 vs animais mesmo sexo, do grupo CV.

4.8 Razão entre as citocinas IL-10/ IL-6

Na figura 14 está demonstrada a razão entre a citocina anti-inflamatória IL-10

e a pró- inflamatória IL-6. No grupo Sham Veiculo, observamos similaridade

entre os sexos na razão destas citocinas (SVM: 1,7 ± 0,1 pg/ml; SVF: 1,60 ±

0,15 pg/ml). O tratamento com enalapril manteve a similaridade entre os

gêneros e assim como na razão de IL-10/ TNF-α também foi efetivo em

aumentar este balanço, independente do gênero, tanto nos animais castrados

(CEM: 3,4 ± 0,3 pg/ml; CEF: 3,7 ± 0,2 pg/ml), quanto nos animais não

castrados (SEM: 5,8 ± 0,6 pg/ml; SEF: 6,6 ± 0,6 pg/ml). Quanto à castração,

nos machos, promoveu aumento neste balanço (CVM: 3,5 ± 0,5 pg/ml), e não

se alterou nas fêmeas (CVF: 2,3 ± 0,3 pg/ml).

0

2

4

6

8

10

SV SE CV CE

MACHO

FEMEA

+

+

+

+

+

IL-10/IL-6

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Figura 14: Razão de IL-10/TNF-α nos grupos Sham Veiculo (SV), Sham Enalapril (SE), Castrado Veiculo (CV), Castrado Enalapril (CE). Os valores foram apresentados com média ± EPM. * p< 0,05 vs fêmea do mesmo grupo; + p< 0,05 vs animais do mesmo sexo, do grupo SV.

5 - DISCUSSÃO

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50

5- DISCUSSÃO

Neste estudo, foi observado dimorfismo sexual nos níveis plasmáticos das

citocinas IL-6,TNF-α e IL-10 de ratos SHR. Os valores dessas citocinas foram

maiores nas fêmeas e a castração alterou esse padrão. Além disso, nós

demonstramos pela primeira vez que os hormônios sexuais podem modular

diretamente o balanço de citocinas, bem como o enalapril foi capaz de

modificar os níveis de IL-6 e IL-10 nos animais machos e fêmeas hipertensos, e

os níveis plasmáticos de TNF-α, somente nas fêmeas. Nos animais castrados,

o enalapril aumentou IL-10, mas não foi capaz de alterar as concentrações de

citocinas pró-inflamatórias. Enalapril melhorou o equilíbrio entre as citocinas

pró- e antiinflamatória em ambos os sexos, com exceção dos machos

castrados.

5.1 Diferenças sexuais no desenvolvimento da hipertensão

Estudos sugerem que as diferenças sexuais no desenvolvimento da

hipertensão sejam por exacerbação dos andrógenos nos machos e /ou devido

à proteção dada pelo estrogênio nas fêmeas (Reckelhoff e cols., 2001, Izumi, e

cols., 2007; McGuire e cols.,2007). Nossos resultados são semelhantes aos

demonstrados por Woods e cols. 2010, que a castração não reduziu a pressão

arterial, demonstrando que a remoção dos hormônios sexuais nestes animais,

não foi capaz de mudar o curso da hipertensão. A não alteração na PAS, pode

estar relacionada a elevada PAS inicial de nossos animais, bem como a idade

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em que os mesmos foram castrados. Além disso, a gênese e controle da

hipertensão são multifatoriais (Armani e cols., 2011), assim, a remoção de um

desses fatores não necessariamente levaria a mudanças na PAS, como o

observado por estudos em nosso laboratório, no qual a denervação renal em

ratos SHR, também não reduziu a pressão arterial média (Andrade e cols.,

2010).

A castração nos machos reduziu 47,3% da atividade da ECA, sem alterar nas

fêmeas, permanecendo a diferença sexual. Estes resultados confirmam dados

anteriores que demonstraram que ratos machos hipertensos têm maior

atividade da ECA plasmática do que as fêmeas (Pendergrass e cols., 2008) e

em humanos normotensos (Zapater e cols., 2004). Apesar de pesquisadores

mostrarem que a atividade da ECA pode ser regulada pelo estrogênio (Lim e

cols., 2002), neste estudo, não encontramos redução na atividade da ECA

após a ovariectomia. Seltzer e cols., (1992) demonstrou que a administração

de estrogênio a ratas ovariectomizadas reduziu a atividade da ECA na hipófise

anterior, mas nenhuma mudança na atividade da ECA circulante ou da hipófise

foi detectado com o ciclo estral normal, sugerindo que atenuação da atividade

da ECA ocorre apenas após exposição crônica ao estrogênio em doses

maiores que as concentrações endógenas.

Em relação ao IECA, o tratamento com enalapril por 4 semanas, reduziu a PAS

e a atividade da ECA em todos os grupos, ou seja, machos e fêmeas,

castrados e não castrados, eliminando qualquer diferença de gênero nos níveis

destes parâmetros entre os grupos, demonstrando que o desenvolvimento de

hipertensão em SHR é mediada, pelo menos em parte, pela SRA.

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5.2 Diferenças sexuais nos níveis plasmáticos decitocinas e os efeitos do

Enalapril

Neste estudo observamos dimorfismo sexual nos níveis plasmáticos de IL-6,

TNF-α e IL-10 e esses valores se apresentaram maior nas fêmeas. Após a

castração, a citocinas pró-inflamatórias, IL-6, tornou-se similar entre os sexos e

oTNF-α e a IL-10 diminuíram nas fêmeas. A castração aboliu a diferença

sexual da IL-6 e o TNF- α e inverteu o padrão da IL-10, ou seja, o macho

apresentou concentrações maiores que na fêmea. O estrogênio parece ter

dupla ação sobre a polarização da resposta imune que depende da

concentração deste esteroide, podendo potenciar tanto a produção de citocinas

Th1(IL-1, IFN) quanto de citocinas Th2 (IL-10, Il-6). Assim, baixos níveis de

estrógenos exógenos podem favorecer uma resposta pró-inflamatória do tipo

Th1 (IL-1, IFN), enquanto altas doses de estrógenos podem sustentar uma

resposta Th2 por aumentar a produção de IL-4, IL-10 e IL-6 (Nicot, 2009,

Gilmore e cols.,1997; Correale e cols.,1998) e diminuir a secreção de TNF-α a

partir de células imunes (Nicot, 2009). Esta última observação em relação ao

TNF-α parece diferir dos nossos resultados, já que a OVX reduziu esta citocina,

entretanto, a relação do estrogênio com as concentrações destas citocinas é

complexa, uma vez que existem estudos que demonstram desde a falta de

ação estrogênica nos níveis circulantes destas citocinas (Sharma e cols., 2008,

Rogers e cols.,1998,Zanger e cols.,2000, Keller e cols., 2001),a respostas

estimulatórias da síntese de TNF-α, e IL-6 (D'Agostino e cols.,1999 , Gregory e

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53

cols., 2000, Kawasaki e cols., 2000), ou até respostas inibitórias (Kireev e

cols., 2010). Além disso, torna-se difícil comparar os resultados por causa das

grandes diferenças metodológicas (diferenças de espécie, tipo de célula, o

tempo após OVX, concentrações de estrogênio, ou condições de cultura) entre

esses estudos e o nosso estudo, que foi realizado em fêmeas com

concentrações fisiológicas de estrogênio, por isso, a coleta sanguínea do grupo

sham ocorreu na fase do proestro, fase de maior concentração do estrogênio

endógeno, uma vez que o nível de indução desses marcadores inflamatórios

pode variar significativamente em função estágio do ciclo estral (Sundaye cols.,

2006; Nicot, 2009).

Alternativamente, o estrogênio pode mudar a sua resposta de supressão ou de

estimulação, dependendo do contexto individual celular. Por exemplo,

experimentos in vivo, em ratos saudáveis a secreção de IL-6 por monócitos foi

inibida pelo estrogênio, mas a inibição foi revertida quando a função imune foi

ativada (Gregory e cols., 2000) ou estudo in vitro que mostram que o estradiol

na concentração de 1-10 nM inibe a produção TNF-α induzida por

lipopolissacarídeo (LPS) em células mononucleares do sangue periférico ,mas

é estimulante, na ausência de LPS (Asai e cols., 2001),ilustrando a importância

do contexto celular.Assim, mostramos que houve uma redução nos valores de

03 citocinas estudadas em ratos OVX comparado aos valores encontrados na

fase de proestro, diferente de outros estudos que têm reposição hormonal com

doses baixas ou altas de estrogênio. Este resultado demonstra que o

estrogênio endógeno pode ser o fator principal nessas mudanças, uma vez que

a ovariectomia não alterou a ECA ou a PAS.

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54

Diferença entre os sexos foi observada pela castração em relação à IL-10.

Enquanto na femea a IL-10 diminuiu, o macho mostrou aumento desta citocina,

mantendo a diferença entre os sexos. Nos machos, a atividade da ECA foi

reduzida e a IL-10 e a razão de IL-10/TNF-α aumentou nos grupos sham

enalapril, castrado veiculo, e castrado enalapril. A capacidade da IL-10 em

neutralizar as ações do TNF-a, são bem conhecidas (Dhingra e cols. 2007;

Bolger e cols, 2002),que pode ser um dos fators de não termos observado

mudança nas concentrações individuais do TNF-α. Em trabalhos anteriores,

enalapril foi capaz de produzir um aumento nos níveis plasmáticos de IL-10 em

pacientes com doença arterial coronariana e hipertensão arterial (Schieffer e

cols.; 2004) e em machos SHR (Miguel-Carrasco e cols., 2010).

Em relação a IL-6, nos machos, a redução dos hormônios sexuais foi

fundamental para a diminuição desta citocina. Resultados de Wang e cols.

(2005) apontam que o bloqueio dos receptores de testosterona com a

flutamida, ou castração em machos Sprague-Dawley melhora a função

miocárdica após isquemia-reperfusão aguda, por uma diminuição do TNF-α, IL-

1β e IL-6. No nosso estudo, o enalapril também reduziu IL-6 em machos e

fêmeas. Em ratos Wistar machos, uma única dose de enalapril após infusão

intravenosa de Ang II suprimiu IL-6 no rim (Niimi e cols.; 2002).Na ausência dos

hormônios sexuais, o enalapril não foi capaz de alterar as concentrações de

citocinas pró-inflamatórias, demonstrando a interação entre esses hormônios e

enalapril.

Embora os mecanismos subjacentes ao papel dos inibidores da ECA sobre a

síntese de citocinas não sejam bem compreendidos, eles têm sido

tradicionalmente atribuída à inibição da formação de Ang II (Schindler e cols.,

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1995, Papapetropoulos e cols.; 1996). Os efeitos benéficos dos inibidores da

ECA em modular a células do sistema imunológico pode ser ao menos em

parte, atribuível à prevenção de eventos decorrentes da formação de Ang II e,

consequentemente, a regulação de várias genes relacionados ao NF-kB,

citocinas, quimiocinas, moléculas de adesão, NO sintase e outros fatores, que

estão envolvidos na patogênese da lesão vascular inflamatória e hipertensão

(Ferrario & Strawn e cols., 2006, Miguel-Carrasco e cols., 2010).

5.3 Diferenças entre os sexos no Balanço Citocinas

O TNF-α está elevado em algumas doenças cardíacas, incluindo miocardite,

infarto agudo do miocárdio, angina instável (Kaur e cols., 2006a,b; Levine e

cols., 1990; Torre-Amione e cols., 2005). A IL-10 inibe e antagoniza a produção

de várias citocinas pró-inflamatórias, incluindo TNF- α (Bolger e cols., 2002).

Adicionalmente, estas duas citocinas são fundamentais para o equilíbrio entre

as células Th1/Th2, o que demonstra a importância de estudar o equilíbrio

destas citocinas.Sobre os nossos resultados, a castração nos machos não

alterou o equilíbrio IL-10/TNF-α, contudo, em fêmeas castradas quando

comparada ao grupo sham, observamos que esta relação está com valor

abaixo de 1,devido a grande diminuição da IL-10, menor redução do TNF-α,

assim a IL-10pode não oferecer proteção contra o TNF- α , e desta forma

predominar os efeitos inflamatórios do TNF- α (Kaur e cols., 2009), reforçando

a importância do estrogênio endógeno no controle das DCV.O tratamento com

enalapril aumentou o balanço IL-10/TNF-α em todos os grupos tratados (exceto

no grupo macho castrado), principalmente, pelo aumento da IL-10. A diferença

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entre os sexos foi observada na presença de enalapril, devido a maior

proporção nas fêmeas do que nos machos.

Embora, não tenhamos encontrado estudos relacionando o tratamento com

inibidores da ECA, dimorfismo sexual e os níveis de citocinas em SHR, nossos

resultados são consistentes com vários estudos que demonstraram,em

diferentes modelos experimentais, semelhante capacidade dos IECA em

modular as citocinas (Wee cols.,2002;Niimi e cols., 2002; Miguel Carrasco e

cols., 2010;Krysiak e cols., 2008). O efeito do enalapril em aumentar o balanço

de IL-10/TNF-αpode ser protetor sobre o SCV, como demonstrado em estudo

com macho Sprague-Dawley após infarto do miocárdio, que o Losartan

melhorou a função cardíaca associada ao maior balanço de IL-10/TNF-α (Kaur

e cols., 2006a ; b), reduzindo os efeitos deletérios do TNF-αem relação a sua

ação de gerar espécies reativas de oxigênio ROS (Dhingra a cols.,

2007). Sobre a razão IL-6/IL10 não observamos diferença de gênero entre os

grupos, somente diferenças individuais como anteriormente descrito. Na

presença de hormônios sexuais o tratamento com enalapril aumentou esta

relação em ambos os sexos, devido ao aumento de IL-10 e redução das

concentrações de IL-6.

O equilíbrio entre a IL-6/IL-10 pode, eventualmente, constituir perfil prognóstico

de aterogenicidade (Ferrario&Strawn, 2006). Em homens aparentemente

saudáveis, níveis elevados de IL-6 estão associados ao risco de infarto do

miocárdio. Estudo de Taniguchi e cols. (1999) observou que em pacientes que

não sobreviveram a síndrome da resposta inflamatória sistêmica apresentaram

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diminuição nesta razão (IL-6/IL-10), confirmando a importância do equilíbrio ser

maior que 1, e portanto favorecendo as ações anti-inflamatórias de IL-10 .

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6-CONCLUSÃO

6- CONCLUSÃO

Este estudo fornece evidências de que em machos e fêmeas SHR, existe

diferença entre os sexos nos níveis de citocinas pró-inflamatórias e

antiinflamatórias; os efeitos da castração causados na concentração de

citocinas independem dos níveis da pressão arterial em ambos os sexos, uma

vez que a castração não alterou o PAS. O enalapril aumentou IL-10 em todos

os grupos tratados dessa forma melhorou o balanço pró e anti-inflamatório,

independente do gênero.

Assim, a neutralização das ações da Ang II por inibidores da ECA em SHR

pode exercer efeitos anti-inflamatórios e anti-hipertensivos, independentemente

do sexo, mas dependente dos hormônios sexuais para reduzir citocinas pró-

inflamatórias.

Se o dimorfismo sexual em relação as citocinas, demonstrados neste estudo,

existem em pacientes hipertensos e se o efeito do IECA em modificá-las pode

ou não determinar relevância clinica é uma questão a ser considerada em

estudos futuros.

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