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A NORMA JURÍDICA A NORMA JURÍDICA Parte I Parte I CONCEITO E CONCEITO E CARACTERISTICAS CARACTERISTICAS CEAP – CURSO DE DIREITO Disciplina: Introdução ao Direito Professor: Milton Correa Filho

A NORMA JURÍDICA Parte I CONCEITO E CARACTERISTICAS CEAP – CURSO DE DIREITO Disciplina: Introdução ao Direito Professor: Milton Correa Filho

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A NORMA JURÍDICAA NORMA JURÍDICA

Parte IParte ICONCEITO E CONCEITO E

CARACTERISTICASCARACTERISTICAS

CEAP – CURSO DE DIREITO

Disciplina: Introdução ao Direito

Professor: Milton Correa Filho

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1.1. GENESE DA NORMA JURIDICA GENESE DA NORMA JURIDICA - - ato declarado do poder que se ato declarado do poder que se

sujeita a prudência objetiva sujeita a prudência objetiva ((circunstâncias fatico-axiológicas) circunstâncias fatico-axiológicas) em que se encontram os em que se encontram os destinatários. destinatários. (Maria Helena Diniz)(Maria Helena Diniz)

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2. REALIDADE ÔNTICA DA NORMA2. REALIDADE ÔNTICA DA NORMA - - a norma juridica é um objeto a norma juridica é um objeto

cultral ecologico tendo por cultral ecologico tendo por substrato regular a conduta substrato regular a conduta humana em interferência humana em interferência intersubjetiva, e ainda busca intersubjetiva, e ainda busca realizar a justiça. realizar a justiça. (Maria Helena Diniz)(Maria Helena Diniz)

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3. CONCEITO ESSENCIAL 3. CONCEITO ESSENCIAL - - A NORMA JURIDICA é um A NORMA JURIDICA é um

objeto ideal, atemporal, objeto ideal, atemporal, independe da experiência e é independe da experiência e é neutro quanto ao valor, contem neutro quanto ao valor, contem notas universais e necessarias.notas universais e necessarias.

(Maria Helena Diniz)(Maria Helena Diniz)

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3. CONCEITO ESSENCIAL 3. CONCEITO ESSENCIAL - - A norma juridica é a A norma juridica é a coluna vertebral coluna vertebral

do corpo social. do corpo social. (Giorgio del Vecchio)(Giorgio del Vecchio)

- “- “É a proposição normativa garantida É a proposição normativa garantida pelo poder publico, visando garantir a pelo poder publico, visando garantir a ordem e a paz social.ordem e a paz social.

(Paulo Dourado de (Paulo Dourado de Gusmão)Gusmão)

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4. CARACTERÍSTICAS:4. CARACTERÍSTICAS:

1.1. BILATERALIDADE - a todo direito BILATERALIDADE - a todo direito corresponde um dever, uma obrigação, corresponde um dever, uma obrigação, em face do teor da norma.em face do teor da norma.Ex: Ex: Art. 483.(CLT) O empregado poderá considerar rescindido o contrato e pleitear a devida indenização quando: d) não cumprir o empregador com as obrigações d) não cumprir o empregador com as obrigações do contratodo contrato

Art.1º. (CCB) Toda pessoa é capaz de direitos e Art.1º. (CCB) Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil.deveres na ordem civil.

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4. CARACTERÍSTICAS:4. CARACTERÍSTICAS:

2. GENERALIDADE - O seu propósito é de 2. GENERALIDADE - O seu propósito é de estabelecer uma formula-padrão, de estabelecer uma formula-padrão, de conduta aplicada a qualquer membro da conduta aplicada a qualquer membro da sociedade humana.sociedade humana.Ex: Ex: Art. 5º. (CF-88) Todos são iguais perante a lei...I – homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações(...)II – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei.

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4. CARACTERÍSTICAS:4. CARACTERÍSTICAS:

3.3. ABSTRATIVIDADE – a norma estabelece ABSTRATIVIDADE – a norma estabelece uma ação ou ato-típico. A generalidade uma ação ou ato-típico. A generalidade da norma só pode ser alcançada pelo da norma só pode ser alcançada pelo processo da abstração processo da abstração (nota específica (nota específica nos direitos evoluidos, possibilitando a nos direitos evoluidos, possibilitando a flexibilidade da norma de direito moderno) flexibilidade da norma de direito moderno)

Paulo Dourado de Gusmão

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4. CARACTERÍSTICAS:4. CARACTERÍSTICAS:

4. IMPERATIVIDADE - é a nota da 4. IMPERATIVIDADE - é a nota da imperatividade que revela o gênero imperatividade que revela o gênero próximo da norma jurídica, incluindo-a próximo da norma jurídica, incluindo-a no grupo das normas que regulam o no grupo das normas que regulam o comportamento humano.comportamento humano.A natureza é a lei do ser (do que é) e a do A natureza é a lei do ser (do que é) e a do comportamento é a lei do dever ser (do agir)comportamento é a lei do dever ser (do agir)

Maria Helena Maria Helena DinizDiniz

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4. CARACTERÍSTICAS:4. CARACTERÍSTICAS:

5. COERCIBILIDADE – 5. COERCIBILIDADE – O Direito é a O Direito é a ordenação coercível da conduta humana ordenação coercível da conduta humana

(Antonio Bento Betioli)

*ordenação coercível significa que a FORÇA não é efetiva(coação), mas potencial, é força em potência(coerção).O direito dirige-se a seres dotados de liberdade que agem comandados pela vontade. Como é possível o direito ser violado, tem-se a possibilidade juridica da coação (potência, não ato).*A respeito do tema, a palestra do Des. Honildo Amaral de Melo Castro, por ocasião do Seminário Temático, sobre a Coercibilidade do Direito, em 2002.

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A NORMA JURÍDICAA NORMA JURÍDICAParte IIParte II

1.1. ClassificaçãoClassificação2.2. ValidadeValidade

CEAP – CURSO DE DIREITO

Disciplina: Introdução ao Direito

Professor: Milton Correa Filho

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1. CLASSIFICAÇÃO:1. CLASSIFICAÇÃO:

1.1. QUANTO A IMPERATIVIDADEQUANTO A IMPERATIVIDADE1.1. Normas de imperatividade absoluta – 1.1. Normas de imperatividade absoluta –

cogentes ou de ordem pública – são as cogentes ou de ordem pública – são as ordenam ou proibem alguma coisa de ordenam ou proibem alguma coisa de modo absoluto.modo absoluto.

1.2. Normas de imperatividade relativa – são 1.2. Normas de imperatividade relativa – são as normas que não ordenam nem proibem as normas que não ordenam nem proibem de modo absoluto de modo absoluto (permissivas, supletivas e impositiva)

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1. CLASSIFICAÇÃO:1. CLASSIFICAÇÃO:

2.2. QUANTO AO AUTORIZAMENTO: QUANTO AO AUTORIZAMENTO: 2.1. Normas mais que perfeitas: 2.1. Normas mais que perfeitas: permitem a permitem a

aplicação de duas sanções: nulidade e pena.aplicação de duas sanções: nulidade e pena.

2.2. Normas perfeitas: 2.2. Normas perfeitas: admite apenas a aplicação da admite apenas a aplicação da nulidade do ato. nulidade do ato.

2.3. Normas menos que perfeitas: 2.3. Normas menos que perfeitas: admite a admite a aplicação da multa ao violador, mas não a nulidade ou aplicação da multa ao violador, mas não a nulidade ou anulação do ato que as violou.anulação do ato que as violou.

2.4. Normas imperfeitas: 2.4. Normas imperfeitas: são aquelas que não são aquelas que não acarretam qualquer consequencia jurídica.acarretam qualquer consequencia jurídica.

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1. CLASSIFICAÇÃO:1. CLASSIFICAÇÃO:

3.3. QUANTO A HIERARQUIA: QUANTO A HIERARQUIA: 3.1. Normas Constitucionais3.1. Normas Constitucionais3.2. Leis Complementares3.2. Leis Complementares3.3. Leis Ordinárias,Delegadas, MPs, 3.3. Leis Ordinárias,Delegadas, MPs,

Decretos Legislativos e ResoluçõesDecretos Legislativos e Resoluções3.4. Decretos Regulamentares3.4. Decretos Regulamentares3.5. Normas Internas3.5. Normas Internas3.6. Normas Individuais3.6. Normas Individuais

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1. CLASSIFICAÇÃO:1. CLASSIFICAÇÃO:

4. QUANTO A SISTEMATIZAÇÃO: 4. QUANTO A SISTEMATIZAÇÃO:

4.1. NORMAS ESPARSAS: 4.1. NORMAS ESPARSAS: são editadas são editadas isoladamente (lei do salário família)isoladamente (lei do salário família)

4.2. NORMAS CODIFICADAS: 4.2. NORMAS CODIFICADAS: Código Civil, Código Código Civil, Código Penal, etc. ( *o código é uma lei única)Penal, etc. ( *o código é uma lei única)

4.3. NORMAS CONSOLIDADAS: 4.3. NORMAS CONSOLIDADAS: reunião de leis reunião de leis esparsas vigentes sobre determinado assunto: CLTesparsas vigentes sobre determinado assunto: CLT

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A VALIDADE DA NORMA A VALIDADE DA NORMA JURÍDICAJURÍDICA

1.1. VALIDADE FORMALVALIDADE FORMAL2.2. VALIDADE FÁTICAVALIDADE FÁTICA3.3. VALIDADE ÉTICAVALIDADE ÉTICA

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VALIDADE FORMALVALIDADE FORMALÉ uma qualidade da norma que exige:

a)– órgão competente;

b) - competência ratione materiae;

c) - observância do processo de elaboração.

OBSERVAÇÕES:• O inicio da vigência da lei da-se com a sua publicação no

Diário Oficial.

• O intervalo entre a data de sua publicação e sua entrada em vigor chama-se vocatio legis.

• O Brasil adotou o princípio da territorialidade moderada.

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VALIDADE FATICAVALIDADE FATICAA norma terá validade fática se tiver condições

concretas de produzir os seus efeitos.

A eficácia social seria a efetiva correspondência da norma ao querer coletivo ou dos comportamentos sociais ao seu conteúdo.

CONCLUSÃO: na doutrina dominante, a eficácia seria a ocorrência concreta dos fatos estabelecidos pela norma que condicionam a produção do efeito e a possibilidade de produzi-lo.

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VALIDADE ÉTICAVALIDADE ÉTICAA norma jurídica deve corresponder aos ideais e

aos sentimentos de justiça da comunidade que rege.É tão-somente o meio necessário para alcançar a finalidade de justiça almejada pela sociedade.

A norma não é um DEVER SER, mas um SER,visto que – sendo objeto cultural – tem por fim dirigir a atividade humana.

A norma é um SER DEVIDO, não um valor, pois este não é um objeto, mas sim uma qualidade desse objeto, e por isso lhe dá significado.

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A NORMA JURÍDICAA NORMA JURÍDICA

E a Teoria Pura do Direito E a Teoria Pura do Direito de Hans Kelsende Hans Kelsen

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A NORMA FUNDAMENTALA NORMA FUNDAMENTAL

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CEAP – CURSO DE DIREITO

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DEFINIÇÃO DENORMA FUNDAMENTALPARA KELSEN - recorre a linha recorre a linhasilogística e afirma que osilogística e afirma que ofundamento de uma norma sófundamento de uma norma sópode ser outra norma, umapode ser outra norma, umanorma superior.norma superior.

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CARACTERISTICAS DA NORMA FUNDAMENTAL:

a) – fator de pressuposição;b) - é meramente pensada, produto

da razão humana;

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CONCLUSÃO:

A Norma Fundamental Única é como um gigantesco tanque d´águacom bilhões de torneiras.

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Fonte: Norma Fundamental Única e Teoria do Direito de Kelsen. Ho,ar Paczkowski. ABDR.- Edityora Juruá- Curitiba, 2004.