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A Outra Face Dos Milagres

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Livro Evangélico

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    NDICE

    Prefcio 3

    1 Deus ou amuleto? 4

    Quando a lmpada de Deus se apaga 5Quando Deus se torna apenas um amuleto 5A gerao de Davi 7O exemplo de Moiss 10Restaurando o Tabernculo de Davi 11

    2 Feitos e Caminhos 12

    O propsito dos feitos de Deus 13O ciclo progressivo 14O Caminho 183 O Propsito do Milagre 19O milagre tem uma mensagem 19Correspondendo com o milagre 20A no-correspondncia produz juzo 21

    4 O Simples e o Extraordinrio 24

    O caso de Naam 26A voz mansa e suave 30

    5 Alianados com Cristo 31

    Comer a carne e beber o sangue 32Alto nvel de compromisso 32Experimentando mais de Deus 34No ano em que morreu o rei Uzias 35O que Uzias simboliza 36Como Uzias vem a morrer 37

    Concluso 39

    Um chamado ao arrependimento 39

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    PrefcioH uma nova gerao do povo de Deus crescendo com uma viso deformada dosmilagres de Deus. No por escolha prpria e sim pela ausncia de ensino econfrontao proftica quanto ao procedimento atual da Igreja. Esta a razo pelaqual este livro foi escrito.

    Durante muito tempo a Igreja do Senhor Jesus esteve aqum do que lhe dedireito, e no chegou a provar muito do poder de Deus; depois, sob o derramar doEsprito Santo a Igreja comeou a experimentar uma restaurao, e os donsespirituais foram se tornando cada vez mais evidentes, bem como o ensino da f eda nossa posio em Cristo Jesus.

    Louvo a Deus pelo legado de f que minha gerao recebeu, sendo desafiada aconfiar em Deus e apropriar-se de tudo quanto Cristo conquistou por ns na cruzdo Calvrio. No quero desmotivar algum em relao aos milagres, pois Deusainda o mesmo e no deixou (nem deixar) de oper-los no meio do seu povo. Setirarmos os milagres da pregao do evangelho, vamos descaracteriz-locompletamente. O que quero chamar sua ateno para o "outro lado da histria"que no tem sido compreendida e nem ensinada pela igreja em geral.

    hora de considerar e refletir o que Deus est dizendo e voltarmos ao modelobblico, seno nos tornaremos uma gerao movida por uma busca interesseira edistorcida de Deus, o que resultar na perda do avivamento que est por vir.

    Abra seu corao em meditao e orao sobre as pores bblicas compartilhadase deixe-se ser ministrado pelo Senhor!

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    1 Deus ou amuleto?A perspectiva errada da pregao dos milagres tende a fazer de Deus um amuletona vida dos necessitados. Deus de fato pode todas as coisas e faz maravilhas, mas preciso cuidado com as nfases erradas das pregaes certas.

    Sabe, eu creio na Palavra de Deus. Creio na Bblia toda, at na capa! Paulodeclarou aos corntios que "quantas forem as promessas feitas por Deus, tantas tmem Cristo o 'sim'. Assim, por meio dele, o 'Amm' pronunciado por ns para a glriade Deus" (II Co.1:21 - NVI). Cada promessa que Deus tem feito em sua Palavra Igreja, para hoje.

    Creio na f que se expressa por meio da confisso, pois confessar a palavra bblico. Creio em falar montanha; ou seja, dar ordens aos seus problemas. Creioque a cura para hoje e foi conquistada por Cristo para cada um de ns. Asprimeiras revelaes de Deus que recebi nas Escrituras envolviam exatamenteestes assuntos, e eles se tornaram a minha maior nfase quando comecei a pregar.No abri mo destas verdades bblicas, portanto sinto-me vontade para falartudo o que est neste livro.

    O que condeno a crena daqueles que confundem dar ordem ao seu problemacom dar ordens a Deus! No posso ficar indiferente diante de nfases que estofazendo de Deus nada alm de um amuleto, um talism poderoso que resolve osproblemas de qualquer um que o "use" em contradio com os princpios que Elemesmo j ensinou.

    A igreja que ajudo a pastorear nasceu debaixo de um mover de milagres doSenhor, portanto, sempre tivemos pessoas que vinham atrs de ns no porqueestivessem interessadas em Deus, mas sim em resolver os seus prpriosproblemas. No entanto, isto nunca nos incomodou pelo fato de que vamos nestabusca uma excelente oportunidade para despert-las para buscarem ao Senhor.Mas com o passar do tempo vimos que se no cuidssemos daquilo queenfatizvamos, ns mesmos estaramos levando as pessoas ao enfoque errado.

    Lembro-me de um senhor que me procurou porque ouviu falar que orvamos comos enfermos e muitos deles eram curados. Ele marcou um horrio de atendimento,e quando comeamos a conversar ele me disse que queria que eu orasse para queDeus o curasse de um problema de impotncia sexual, pois ele vinha passandovergonha com a "mulherada".

    A expresso coletiva adotada por ele me chocou, e perguntei se ele era casado. Elerespondeu afirmativamente, mas alegou que h oito anos no dormia com aesposa no mesmo quarto e que no tinham nenhum contato fsico. No me contive,e lhe falei: - "O senhor casado, vive em adultrio e prostituio, e quer que eu orea Deus para que Ele o abenoe de modo que suas relaes pecaminosas nofalhem?"

    E Ele descaradamente insistiu que eu orasse! Abri a Bblia e comecei a mostrar-lheo que Deus dizia da sua situao; mostrei-lhe que se no se arrependesse suaalma se perderia, e que Deus jamais o curaria para lhe dar o empurro final ao

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    inferno. Ameacei-o dizendo que ia pedir a Deus para que o tornassedefinitivamente impotente, e ele assustou-se, mas no quis entregar sua vida aCristo e nunca mais me procurou.

    A partir de ento, comecei a refletir em como muitas vezes temos falhado nasnfases de nossa pregao, e tudo o que escrevi neste livro veio a mim como umacorreo de Deus. Oro para que estas verdades toquem to fortemente o seucorao como tem tocado o meu.

    Quando a lmpada de Deus se apagaA gerao de Eli deixou a lmpada de Deus se apagar no Tabernculo. Deus haviaordenando aos filhos de Aro que dessem manuteno diria ao candelabro,sempre repondo o leo, para que a lmpada no se apagasse nunca. Mas osacerdcio se tornou relapso.

    O povo passou a distanciar-se de Deus e naqueles dias a lmpada veio aapagar-se. O escritor de I Samuel declara que o Senhor chamou ao meninoSamuel...

    "...antes de ter-se apagado a lmpada do Senhor"

    I Samuel 3:3.

    O candelabro fala do Esprito Santo de Deus. Esta figura fica claramentecomprovada em duas outras pores da Bblia: no captulo quatro de Zacarias,quando o profeta tem uma viso do candelabro e o Senhor aplica-a ao EspritoSanto, dizendo: "no por fora nem por poder, mas pelo meu Esprito, diz o Senhordos Exrcitos (Zc.4:6). Tambm em I Tessalonicenses 5:19 quando o apstolo Paulofala que no devemos "apagar" o Esprito, o que uma aluso ao candelabro noTabernculo de Moiss que nunca deveria se apagar.

    Ora, se o candelabro figura do Esprito Santo e seu agir na igreja, e esta geraode Eli permitiu que ele se apagasse, ento estamos diante de um fato: esta geraoperdeu o mover de Deus. Como diz a Escritura: "Estas coisas aconteceram a elescomo exemplos e foram escritas como advertncia para ns, sobre quem tem chegadoo fim dos tempos". (I Co.10:11 - NVI).

    No captulo seguinte, lemos que a arca de Deus foi tomada, e foi dito: Icabode -que significa: foi-se a glria de Israel. Esta foi uma gerao que perdeu a presenado Senhor. Eles se esfriaram a tal ponto, que os sacerdotes se envolviam emprostituio na porta do templo de Deus!

    Esta gerao de Eli um exemplo a no ser seguido, pois pecaram terrivelmentecontra o Senhor e Deus os julgou.

    Quando Deus se torna apenas um amuletoE qual foi o motivo desta gerao ter perdido a presena de Deus? Onde elesfalharam?

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    Em fazer da presena do Senhor to somente um amuleto. No buscavam aoSenhor para o adorar. Quase ningum mais ia a Sil, onde estava o templo. Aspessoas no estavam interessadas em ir casa do Senhor e buscar sua face, nemtampouco em louv-lo, mas na hora do aperto quiseram fazer da presena de Deusum amuleto que resolveria seus problemas. Israel saiu batalha e foi derrotadopelos filisteus (I Sm.4:1-3). Com medo de serem novamente derrotados, mandarambuscar a arca de Deus e a trouxeram ao campo de batalha:

    "Mandou, pois, o povo trazer de Silo a arca do Senhor dos Exrcitos, entronizadoentre os querubins; os dois filhos de Eli, Hofni e Finias, estavam ali com a arcada aliana de Deus.

    Sucedeu que, vindo a arca da aliana do Senhor ao arraial, rompeu todo o Israelem grandes brados e ressoou a terra. Ouvindo os filisteus a voz do jbilo,disseram: Que voz de grande jbilo esta no arraial dos hebreus? Ento souberamque a arca do Senhor era vinda ao arraial.

    E se atemorizaram os filisteus e disseram: Os deuses vieram ao arraial. E diziammais: Ai de ns! que tal jamais sucedeu antes.

    Ai de ns! quem nos livrar das mos destes grandiosos deuses? So os deusesque feriram aos egpcios com toda sorte de pragas no deserto."

    I Samuel 4:4-8.

    Note que at os filisteus ficaram com medo da arca, pois eles, na condio degentios pagos, tambm acreditavam na fora dos amuletos. E isto mostra que osfilhos de Israel j haviam adotado esta forma mundana de pensar.

    Para esta gerao dos filhos de Israel, Deus j no era o Criador e Sustentador detodas as coisas; j no era o Salvador de seu povo; j no era aquele que dignode honra e glria. Seu templo estava abandonado em Sil; as pessoas j no iam sua presena para reverenci-Lo e declararem seu amor, confiana e dependncia.Deus se tornara para aquela gerao algo a ser lembrado apenas na hora danecessidade. Mesmo na hora da necessidade os israelitas no buscaram apresena do Senhor; apenas "mandaram buscar" a arca, pois os que fazem deDeus um "resolve-tudo" nem sequer se do ao luxo de busc-Lo. Querem que Elevenha resolver seus problemas sem que faam o mnimo de esforo!

    Sei disto muito bem na minha experincia pastoral. H aqueles que no seimportam em buscar a presena do Senhor; quando os convidamos para os cultosnunca podem, mas basta enfrentarem alguma situao difcil e j esto ligandopara saber se podemos ir orar com eles (e de preferncia em suas casas). Quandoos chamamos para cultuar ao Senhor e render-lhe glria, no querem; masquando os negcios vo mal, querem que vamos orar em seu trabalho! Outros,descaradamente dizem: - "Pastor, o senhor sabe que eu no sou muito de ir igreja, mas por favor ore por mim"...

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    Nossa gerao precisa aprender a temer e amar ao Senhor, em vez de querertrat-Lo como empregado. A gerao de Eli no buscou ao Senhor, antes fez d'Eleapenas um "resolvedor de encrencas", e por isto perderam sua presena:

    "Ento pelejaram os filisteus; Israel foi derrotado, e cada um fugiu para a suatenda; foi grande a derrota, pois caram de Israel trinta mil homens de p.

    Foi tomada a arca de Deus, e mortos os dois filhos de Eli, Hofni e Finias."

    I Samuel 4:10,11.

    Eles perderam a presena do Senhor! Esta perda foi algo to terrvel, que a nora deEli sofreu mais com ela do que com a morte do sogro e do marido.

    "Estando a sua nora, a mulher de Finias, grvida, e prximo o parto, ouvindoestas novas, de que a arca de Deus fora tomada, e de que seu sogro e seu maridomorreram, encurvou-se e deu luz; porquanto as dores lhe sobrevieram.

    Ao expirar disseram as mulheres que a assistiam: No temas, pois tiveste um filho.Ela porm no respondeu e nem fez caso disso.

    Mas chamou ao menino Icabode, dizendo: Foi-se a glria de Israel. Isto ela disse,porque a arca de Deus fora tomada, e por causa de seu sogro e seu marido.

    E falou mais: Foi-se a glria de Israel, pois foi tomada a arca de Deus."

    I Samuel 4:19-22.

    Em nossos dias a Igreja vive este perigo. Estamos deixando de adorar ao Senhorpelo que ele , e estamos buscando-O somente pelo que ele faz.

    Isto nos faz parecer com os seguidores de Satans! O diabo no tem seguidorespelo que ele , pois ele nada ! As pessoas pactuam com ele e o servem em troca dealgo; querem fama, fortuna, etc. e pagam com sua alma por isso, mas no vem napessoa do diabo nada atrativo, apenas em sua proposta.

    E qual o modelo bblico daqueles que servem a Deus? J declarou depois quesua mulher lhe pediu que amaldioasse seu Deus e morresse: - "Ainda que Ele memate, eu o louvarei"! Aleluia! de gente assim que o reino de Deus necessita hoje -pessoas que aprendam a buscar a Deus pelo que Ele , e no s pelo que Ele faz.Isto no quer dizer que no podemos buscar o que Deus faz, e sim que nodevemos esquecer o que Ele e nem jamais perder esta nfase!

    A gerao de DaviHouve uma gerao que se distinguiu totalmente da gerao de Eli; foi a geraodo rei Davi. Quando falamos de Davi, a primeira coisa que nos vem mente olouvor.

    Diferente da gerao que falhou perdendo a presena do Senhor (a arca da alianasimbolizava a presena de Deus), Davi fez tudo para resgat-la. Em seus dias a

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    arca voltou para Israel. Davi representa aqueles que sabem buscar e adorar aDeus pelo que Ele . Ele j vinha experimentando o que Deus faz; matara um leoe um urso porque o Senhor estava com ele (I Sm.17:34-37); matara Golias, ogigante, porque o Senhor estava com ele; vencera os seus inimigos na guerraporque o Senhor era com ele.

    Mas mesmo experimentando o que Deus faz, Davi sabia que o relacionamento comDeus mais do que isto, pois o Senhor no um simples amuleto a ser usado nahora dos problemas. Ele o Criador de todas as coisas, o Senhor, o Deus sublimee excelente, o Pai Celeste, amoroso e cheio de benignidade. Ele digno de honra,glria e adorao. Merece todo culto, reverncia e devoo.

    Davi foi chamado "um homem segundo o corao de Deus", pois agradou ocorao de Deus com suas atitudes. Isto no quer dizer que ele tenha sido perfeito.Ao contrrio, a Bblia nos mostra com clareza suas falhas e erros. Ao cham-lo de"um homem segundo o corao de Deus", as Escrituras mostram que eleconseguiu captar algo que Deus queria para aquela gerao.

    Davi no apenas conseguiu conquistar os seus inimigos apropriando-se da terraprometida (que nunca foi ocupada em sua totalidade), como introduziu oministrio de louvor e msica no Tabernculo. Quando lemos os Salmos,percebemos que Davi no tinha uma nfase depositada s no que Deus faz, masprincipalmente no que Ele .

    Davi foi, antes de tudo, um adorador. Quando adoeceu o primeiro filho queBate-Seba lhe deu, ele buscou o que Deus podia fazer - a cura. Mas isto noaconteceu, pois o casal estava colhendo as consequncias de seu pecado.Contudo, quando a criana veio a morrer, Davi no se revoltou contra Deus e nemmesmo entrou em luto.

    A Bblia diz que ele encerrou seu jejum, comeu, lavou-se, mudou de vestes, e foiadorar ao Senhor no Tabernculo (II Sm.12:20). Porque ele fez isto? Muitos teriamse revoltado porque Deus no havia feito o que fora pedido. Mas Davi sabia queantes de olhar para o que Deus faz, ele devia olhar para o que Deus . E comoDeus justo, e no erra nunca, no havia porque question-Lo. Neste momentodificlimo de sua vida, Davi foi adorar, reconhecer o que Deus e exalt-Lo porisso.

    Que diferena da gerao de Eli, que s tratou a presena de Deus como umamuleto! A forma como Davi se portou ao trazer de volta a arca do Senhor revelacomo estes princpios estavam corretos em seu corao:

    "Ento avisaram a Davi, dizendo: O Senhor abenoou a casa de Obede-Edom etudo quanto tem, por amor arca de Deus; foi, pois, Davi, e, com alegria, fez subira arca de Deus da casa de Obede-Edom, cidade de Davi.

    Sucedeu que, quando os que levavam a arca do Senhor tinham dado seis passos,sacrificava ele bois e carneiros cevados.

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    Davi danava com todas as suas foras diante do Senhor; e estava cingido dumaestola sacerdotal de linho.

    Assim Davi, com todo Israel, fez subir a arca do Senhor, com jbilo, e ao som detrombetas.

    Introduziram a arca do Senhor, e puseram-na no seu lugar, na tenda que lhearmara Davi; e este trouxe holocaustos e ofertas pacficas perante o Senhor.

    Tendo Davi trazido holocaustos e ofertas pacficas, abenoou o povo em nome doSenhor dos Exrcitos.

    E repartiu a todo o povo, e a toda a multido de Israel, assim a homens como amulheres, a cada um, um bolo de po, um bom pedao de carne e passas. Entose retirou todo o povo, cada um para sua casa."

    II Samuel 6:12-15,17-19.

    Observe este detalhe: a cada seis passos, um sacrifcio! Quanto tempo duraria estaprocisso? Davi no estava preocupado com o tempo ou qualquer outra coisa, elequeria exaltar a Deus com todo o seu corao e com as suas foras.

    Este foi um dia de festa para todo o povo. Ofertaram ao Senhor, cantaram,danaram e comeram, pois a presena do Senhor estava com eles! Davi conseguiucomunicar grande parte daquele povo a importncia de reverenciar e cultuar aDeus com alegria, pois o Senhor merecedor de todo o louvor.

    Ele violou as leis da etiqueta real, se descobriu diante do povo danando ejubilando, o que no agradou Mical sua esposa. Quando Davi chegou em casa, elao criticou, pois ela era daquele grupo que se interessa s no que Deus faz e no noque Deus ; mas no chegou a ver o que Deus podia lhe fazer: ficou estril at odia de sua morte:

    "Ao entrar a arca do Senhor na cidade de Davi, Mical, filha de Saul, estavaolhando pela janela, e, vendo o rei Davi, que ia saltando e danando diante doSenhor, o desprezou no seu corao.

    Voltando Davi para abenoar a sua casa, Mical, a filha de Saul, saiu aencontrar-se com ele, e lhe disse: Que bela figura fez o rei de Israel,descobrindo-se hoje aos olhos das servas de seus servos, como sem pejo sedescobre um vadio qualquer!

    Disse, porm, Davi a Mical: Perante o Senhor que me escolheu a mim antes do quea teu pai, e a toda a sua casa, mandando-me que fosse chefe sobre o povo doSenhor, sobre Israel, perante o Senhor me tenho alegrado.

    Ainda mais desprezvel me farei, e me humilharei aos meus olhos; quanto sservas, de quem falaste, delas serei honrado.

    Mical, filha de Saul, no teve filhos, at o dia de sua morte."

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    II Samuel 6:16,20-23.

    Vemos em Davi algum que no se preocupava s consigo mesmo, mas colocava oSenhor frente. Todas as suas atitudes mostram que, diferentemente da geraode Eli, tratava ao Senhor como Deus e no como um amuleto!

    E quem aprende a forma correta de se achegar a Deus certamente ser algummarcado por aquilo que Deus faz, pois a reverncia ao Senhor o meio pelo qualprovaremos milagres e manifestaes maiores.

    J hora de a Igreja entender que estamos nos achegando a Deus quandoadoramos e no apenas "nos preparando para a receber a Palavra". A msica noculto para o louvor e adorao daquele que Digno. No mero entretenimento.Tanto na celebrao coletiva como na devoo pessoal, temos uma das maioreschaves para a manifestao do poder de Deus em nossas vidas.

    hora de reaprendermos a honrar ao Senhor por causa do que Ele , e aquilo quefaz ser uma consequncia natural! No h como adorar ao Senhor e deixar deprovar a sua ao em nossas vidas. Tiago falou sobre isto:

    "Chegai-vos a Deus e ele se chegar a vs outros."

    Tiago 4:8a.

    medida que nos aproximamos do Senhor em amor e exaltao, sua presenatambm vem ao nosso encontro. E os milagres vo acontecer quando temos apresena do Senhor conosco. At quando no esperamos!

    O exemplo de MoissHouve uma ocasio em que o povo de Israel pecou gravemente contra o Senhor, aponto de Deus declarar que no mais andaria com eles, e enviaria o seu anjo paraos acompanhar no caminho. Foi quando fizeram o bezerro de ouro para adorardeclarando que o bezerro quem os tirara do Egito. E isto depois de tudo o queDeus fizera por eles! Veja o que Deus disse:

    "Disse o Senhor a Moiss: Vai, sobe daqui, tu e o povo que tiraste da terra do Egitopara a terra a respeito da qual jurei a Abrao, Isaque e a Jac, dizendo: tuadescendncia a darei.

    Enviarei o Anjo diante de ti; lanarei fora os cananeus, os amorreus, os heteus, osferezeus, os heveus e os jebuseus.

    Sobe para uma terra que mana leite e mel; eu no subirei no meio de ti, porque spovo de dura cerviz, para que te no consuma eu pelo caminho."

    xodo 33:1-3

    Deus declarou a Moiss que para no destruir aquele povo rebelde, Ele no subiriacom eles. Mas no iria desampar-los, pois declarou que o Anjo iria com eles, para

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    lhes dar vitria e livramento dos inimigos. Em suma: eles teriam os feitos de Deusmas no a sua presena.

    E veja o que Moiss respondeu ao Senhor:

    "Disse Moiss ao Senhor: Tu me dizes: Faze subir a este povo, porm no me destea saber a quem hs de enviar comigo; contudo disseste: Conheo-te pelo teu nome,tambm achaste graa aos meus olhos.

    Agora, pois, se achei graa aos teus olhos, rogo-te que me faas saber nestemomento o teu caminho, para que eu te conhea, e ache graa aos teus olhos; econsidera que esta nao teu povo.

    Respondeu-lhe: A minha presena ir contigo, e eu te darei descanso.

    Ento lhe respondeu Moiss: Se a tua presena no vai comigo, ento no nosfaas subir deste lugar."

    xodo 33:12-15.

    Moiss foi um homem que conheceu a Deus. E quem chega a conhecer de fato aDeus, no troca a sua presena por nada! Ele estava dizendo ao Senhor que o queimportava no era se eles teriam o que Deus pode fazer, mas sim o que Deus , ouseja, sua presena com eles!

    Provavelmente muitos lderes de hoje se contentariam com a proposta de ter o queDeus faz sem necessariamente provar a sua presena. Mas um lder de verdade,um homem com um corao tomado pelos princpios espirituais corretos,entenderia que na verdade se tratava de uma prova e no de uma proposta.

    Deus no quer se distanciar de seu povo. A Bblia inteira mostra o Senhorbuscando seu povo para se relacionar com ele. Ele quer que desfrutemos de suapresena muito mais do que qualquer um de ns possa desej-la. Ele nos ama etem prazer em nossas vidas.

    tempo de corresponder a esse to intenso amor divino e buscar a sua presenamais do que tudo. Precisamos dos milagres e dos feitos de Deus como nuncaantes; h uma humanidade sofrida necessitando do poder de Deus em operao,mas nada, absolutamente nada justifica a troca de valores inegociveis. Nopodemos mudar a ordem, seno nos tornaremos como a gerao de Eli quedeclarou: "Icabode - foi-se a glria de Israel!"

    Restaurando o Tabernculo de DaviDeus est chamando a sua Noiva restaurao da adorao e devoo verdadeira,que honra ao Senhor pelo que Ele . J hora de aprendermos com a gerao deDavi que soube colocar o Senhor frente de tudo, e no deixou de experimentar oque Deus faz; foi uma gerao vitoriosa e conquistadora.

    O louvor apaixonado e festivo, totalmente desinteressado de recompensas que Daviinseriu na vida do Tabernculo, tem se perdido. E Deus quer resgat-lo na Igreja.

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    A primeira gerao apostlica entendeu isto; veja o que Tiago disse no Conclio deJerusalm:

    "Conferem com isto as palavras dos profetas, como est escrito: Cumpridas estascousas, voltarei e reedificarei o tabernculo cado de Davi; e, levantando-o dassuas runas, restaur-lo-ei, para que os demais homens busquem o Senhor, etodos os gentios sobre os quais tem sido invocado o meu nome, diz o Senhor quefaz estas cousas conhecidas desde sculos."

    Atos 15:15-18.

    Note que Deus prometeu restaurar o Tabernculo de Davi. A busca dos homenstem se tornado muito utilitarista e mercenria. Neste texto, o Senhor disse quefaria isto para que os demais homens - os gentios - pudessem busc-Lo! Mas amaioria dos cristos de hoje j nem sabe o que isto! Deus quer que Obusquemos. Isto diferente de buscar UMA BENO. diferente de fazercampanha de no sei quantas semanas para ver se a vida dura melhora. diferente de quase tudo que praticamos hoje; buscar a Deus pelo que Ele , e nofazer dele um amuleto para a hora do aperto!

    Restauremos a busca verdadeira, que se importa com a presena de Deus e no scom o que podemos receber dele. Aprendamos a estar com Deus em comunho edevoo, e no deixaremos de provar o que ELE PODE FAZER. E nem tampoucodeixaremos de ter sua PRESENA conosco.

    Escolhendo a presena, tambm ficamos com o que Deus faz; mas escolhendo oque Ele faz, perderemos a sua presena...

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    2 Feitos e CaminhosNo captulo anterior, falamos do corao correto de Moiss em relao a Deus esua presena. Mas infelizmente o mesmo no pode ser dito da gerao de israelitasque saiu do Egito e foi liderada por ele. Eles s se preocuparam com o que Deuspodia fazer, e no em como agrad-Lo. No h nada de errado com os milagres;tudo o que Deus faz bom. O errado querer pegar o que Deus faz e desprezar oque Ele espera de ns. No temos o direito de querer apenas a parte que nosinteressa. E esta gerao foi assim:

    "Assim, pois, como diz o Esprito Santo: Hoje, se ouvirdes a sua voz, noendureais os vossos coraes como foi na provocao no dia da tentao nodeserto, onde vossos pais me tentaram, pondo-me prova, e viram as minhasobras por quarenta anos. Por isso me indignei contra essa gerao, e disse: Estessempre erram no corao; eles tambm no conheceram os meus caminhos."

    Hebreus 3:7-10.

    Observe estas duas frases: "viram as minhas obras por quarenta anos" e "noconheceram os meus caminhos". Elas definem o que foi esta gerao. Um povo queviu as obras de Deus - seus feitos e milagres - mas no chegou a conhecer ocaminho que Ele tinha para eles. Isto puro desperdcio! Deus declarou que elesno entrariam em seu descanso, porque rejeitar os caminhos de Deus no coisade pouca monta!

    No captulo anterior falamos sobre aqueles que enfatizam o que Deus faz e seesquecem do que Ele . Neste captulo quero falar dos que reconhecem e vem oque Ele faz, mas no chegam a conhecer os seus caminhos - o plano Dele parasuas vidas.

    Ver milagres acontecerem no tudo. Aquela gerao que saiu do Egito certamentefoi a gerao que mais viu a manifestao de milagres em todos os tempos. Viramos sinais e pragas sobre o Egito. Viram o Mar Vermelho se abrir diante deles, edepois afogar os egpcios que os perseguiam. Foram guiados quarenta anos poruma coluna de nuvem de dia e por uma coluna de fogo de noite. Viram gua sairda rocha.

    Comeram o man, o po do cu, por quarenta anos. Todos os dias quando selevantavam, Deus estava com eles. Suas vestes no se envelheceram, nemtampouco as suas sandlias. Foram guardados e curados de enfermidades. ViramDeus enviar uma "chuva" de codornizes quando queriam comer carne. Viram aterra engolir os rebeldes que se levantaram contra Moiss. Viram o Monte Sinaitremer e fumegar por causa da glria de Deus ali manifestada. Viram a vara deAro florescer.

    Esta gerao viu TANTO da parte de Deus! Nunca antes e nem depois uma geraoviu o Senhor fazer tantas coisas, mas isto no tudo. preciso corresponder comDeus e sua vontade, e trilhar seus caminhos.

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    A diferena entre a atitude de Moiss e a deste povo muito grande. Davi, movidopelo Esprito Santo definiu precisamente esta diferena:

    "Manifestou os seus caminhos a Moiss, e os seus feitos, aos filhos de Israel."

    Salmo 103:7.

    Enquanto Moiss recebia o conhecimento e a compreenso dos caminhos doSenhor, o povo de Israel chegou a conhecer apenas os feitos de Deus, ou seja, osmilagres.

    No estou de forma alguma desmerecendo os feitos, pois falar contra eles falarcontra o Deus que os fez. Creio nos milagres e precisamos deles mais do quenunca. Mas a presena deles em nossas igrejas no deve nos roubar da progressonatural que Deus espera: que aps experimentarmos os seus feitos, andemos emseus caminhos. Ver milagres no justifica deixar de lado os caminhos do Senhor.

    Os dez leprosos que foram a Jesus viram o que Deus pode fazer; todos foramcurados. Mas somente um deles compreendeu que havia um caminho a serseguido (Lc.17:11-19). Muita gente v em Deus apenas a oportunidade de receberalgo; querem os seus feitos, mas no chegam a conhecer os seus caminhos.

    O propsito dos feitos de DeusDeus faz. Ele opera milagres, faz maravilhas, atende oraes, age poderosamenteem favor dos homens. Mas porque Ele faz? Qual o propsito dos seus feitos? Opropsito dos feitos de Deus revelar o caminho. Deus nos atrai mediante seusfeitos, e quando chegamos a Ele, nos mostra o seu caminho. Os feitos divinos noapenas atraem aqueles que foram diretamente tocados, mas servem para apontaro caminho a outros tambm:

    "Seja Deus gracioso para conosco, e nos abenoe, e faa resplandecer sobre ns oteu rosto, para que se conhea na terra o teu caminho; em todas as naes a tuasalvao."

    Salmo 67:1-2.

    Observe que quando o salmista ora pedindo a beno do Senhor (Deus fazendoalgo em seu favor), ele justifica que isto faria o seu caminho conhecido.

    No ministrio de Jesus vemos isto acontecendo. Seus milagres atraam a multido,e ento Jesus ensinava a esta multido os caminhos de Deus. As pessoas vinhamatrs dos milagres, do que Jesus podia fazer por elas. Ele as curava, mas sempreensinava que havia algo mais. No devemos deixar de pregar e operar os milagres.O que no podemos deixar de dizer s pessoas que h algo mais. Cristo deixoueste exemplo:

    "Grandes multides o acompanhavam, e ele, voltando-se, lhes disse: Se algumvem a mim, e no aborrece a seu pai, e me, e mulher, e filhos, e irmos, e irms,e ainda a sua prpria vida, no pode ser meu discpulo.

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    E qualquer que no tomar a sua cruz, e vier aps mim, no pode ser meudiscpulo."

    Lucas 14:25-27.

    s vezes, quando enfatizamos os caminhos, vemos pessoas descompromissadas seafastarem, mas isto no fracasso, caso contrrio Jesus teria fracassado, pois istoaconteceu com Ele tambm. Joo nos narra que quando Cristo comeou a ensinarsobre compromisso, muitos disseram: - "Duro este discurso, quem o pode ouvir?"e o abandonaram (Jo.6:60,66). Certas pessoas no querem os caminhos, s osfeitos de Deus.

    Precisamos ensinar e proclamar as duas coisas juntas. Este outro lado damensagem dos milagres tem sido deixado de lado, e no podemos aceitar isto. lgico que mesmo pregando os caminhos, teremos aqueles que s querem os feitos.No estou dizendo que mudaremos todas as pessoas com esta nfase. Semprehaver aqueles que, despeito do ensino que recebem, se recusam a andar noscaminhos do Senhor. Mas temos que fazer nossa parte.

    Lembro-me de certa ocasio, no incio de meu ministrio, em que fui convidado apregar numa pequena igreja de um bairro de Campinas, So Paulo. Falei sobre opoder de Deus e o que Ele poderia fazer por cada um de ns. Enquanto pregava,um homem em p na porta me encarava com um semblante de desaprovao; eleno entrou e nem tampouco se sentou, mas no foi embora, ficou at o fim damensagem.

    Concluda a pregao, chamei frente aqueles que queriam receber imposio demos e orao por cura, e este homem veio com os demais que queriam sercurados pelo Senhor. A julgar por seu comportamento, imaginei que no fossecristo, portanto, a primeira coisa que lhe perguntei antes de orar foi se ele jhavia entregado sua vida a Cristo. Ele respondeu que no e comecei a falar sobre aimportncia deste ato, mas fui interrompido pelo homem dizendo que no queriaentregar sua vida a Jesus.

    Instei com ele, alegando que talvez ele no houvesse entendido bem o que istosignificava, mas ele me interrompeu de novo e disse que no era necessrio euperder tempo com ele, pois no mudaria sua deciso. Perguntei-lhe mais uma vezpara me certificar do que ele dizia: - "Voc no quer mesmo entregar sua vida aCristo?" E ele disse: - "No". E tornei a perguntar-lhe: - "E voc quer que Jesus tecure mesmo assim?" Ele me retornou: - "Eu sei que se voc orar comigo eu sereicurado mesmo assim".

    Ento impus minhas mos sobre ele e declarei: - "Que isto te seja para juzoperante Deus! S curado em nome de Jesus". E o homem foi embora, curado, enunca mais voltou.

    Aprendi com este episdio (que nunca mais esqueci) que no h como deixar dehaver este tipo de gente. Contudo, no por causa destes que deixaremos deensinar aos demais. O caminho tem que ser apresentado e sua mensagem comprovada pelos feitos, mas o propsito de Deus que cada um chegue a

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    conhecer seus caminhos. Sem os caminhos, os prprios feitos perdem sua razode ser!

    O ciclo progressivoOs feitos apresentam os caminhos. Sempre ser nesta ordem: primeiro os feitos,depois os caminhos. O profeta Isaas tambm falou sobre isto:

    "Fortalecei as mos frouxas, e firmai os joelhos vacilantes.

    Dizei aos desalentados de corao: Sede fortes, no temais. Eis o vosso Deus. Avingana vem, a retribuio de Deus; ele vem e vos salvar.

    Ento se abriro os olhos dos cegos, e se desimpediro os ouvidos dos surdos; oscoxos saltaro como cervos, e a lngua dos mudos cantar; pois guasarrebentaro no deserto e ribeiros no ermo.

    A areia esbraseada se transformar em lagos, e a terra sedenta em mananciais deguas; onde outrora viviam os chacais crescer a erva com canas e juncos.

    E ali haver bom caminho, caminho que se chamar o Caminho Santo; o imundono passar por ele, ser somente para seu povo; quem quer que por ele caminheno errar, nem mesmo o louco."

    Isaas 35:3-8.

    Esta uma profecia messinica, ou seja, fala de Jesus. Ela aponta para oministrio glorioso de sinais e milagres exercido por Jesus Cristo. Mas no fala sde seus feitos; antes, mostra que estes feitos milagrosos viriam apresentando ocaminho de Deus para o seu povo, chamado Caminho Santo. Esta ordem sempreser vista na Bblia, seja de modo explcito ou implcito.

    O Senhor Jesus declarou que no dia do juzo alguns lhe diro: "Senhor, Senhor!porventura no temos ns profetizado em teu nome, e em teu nome no expelimosdemnios, e em teu nome no fizemos muitos milagres?" - alegando que viveram osfeitos de Deus em suas vidas, mas o Senhor lhes responder explicitamente:"Nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade" (Mt.7:22,23).

    Vemos neste texto mais uma vez o princpio de que experimentar o que Deus fazsem aceitar o seu caminho no resolve. O problema no so as manifestaesespirituais de cura, libertao e profecia, elas so importantssimas ao Evangelho.A questo que muitos acham que ver o mover milagroso do Senhor lhes d odireito de viverem como quiserem, mas no assim! Jesus disse que quem rejeitao caminho de Deus para sua vida (que um caminho de santificao e submisso vontade do Senhor) tambm ser rejeitado por Ele.

    Os feitos apresentam o caminho. E o caminho, se seguido, produzir umamanifestao dos feitos de Deus maior ainda! um ciclo progressivo. Os feitosmostram o caminho, que gera mais feitos. Quando uma igreja comea em qualquerlocalidade, h uma graa de Deus para que os seus feitos aconteam.

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    Como disse algum, quando Deus libera esta graa tudo parece funcionar; atmesmo se o pregador der um espirro capaz que algum seja batizado no EspritoSanto! Mas depois de estabelecida a igreja, e claramente mostrado o caminho, seno houver correspondncia os milagres diminuiro cada vez mais e podem atmesmo chegar a cessar, pois para que o ciclo continue, o caminho tem que serseguido depois que os feitos o apresentaram.

    A pregao do evangelho seguida de milagres. Ao comissionar seus discpulospara pregarem, Cristo declarou que os sinais seguiriam queles que cressem; eentre eles, mencionou a cura e a libertao de demnios. Estes feitos devem seguira mensagem do evangelho, pois testificam a ressureio de Cristo. Quando osapstolos saram em obedincia Grande Comisso, o Senhor cooperou com eles:

    "E eles, tendo partido, pregaram em toda parte, cooperando com eles o Senhor, econfirmando a palavra por meio de sinais que se seguiam."

    Marcos 16:20.

    No podemos deixar os sinais de fora, pois eles tm o seu lugar. Mas precisamosentender que eles no vo estar em plena operao como temos ansiado, se ostirarmos do seu devido lugar.

    E qual o seu lugar?

    Seguindo a pregao do evangelho, ou seja, APRESENTANDO O CAMINHO!

    Mas temos insistido em nossas pregaes, oraes e apelos de f em nossasigrejas, pela evidncia dos milagres mesmo quando o caminho no est sendoseguido!

    Quando um povo que viu milagres ao ser-lhe apresentado o caminho, deixa decorresponder com Deus, est impedindo que o ciclo progressivo tenha o seu lugar.Pois a nica coisa que pode produzir sinais maiores a correspondncia com ocaminho de Deus.

    Observe no livro de Atos e veja como a igreja de Jerusalm correspondeu com ocaminho que lhes foi apresentado depois de sinais marcantes como o ocorrido emPentecostes e a cura do paraltico na porta do templo. E porque a ordem devida foiseguida (que : feitos, caminhos, e ento mais feitos ainda), sinais maiores tiveramseu lugar:

    "E perseveravam na doutrina dos apstolos e na comunho, no partir do po e nasoraes.

    Em cada alma havia temor; e muitos prodgios e sinais eram feitos por intermdiodos apstolos."

    Atos 2:42,43.

    Veja que a multido atrada pelo sinal do dia de Pentecostes seguiu o caminho: "eperseveravam na doutrina dos apstolos..." Ao passar a andar na Palavra, em

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    orao, em comunho com Deus e os irmos, eles estavam trilhando o caminhoproposto; e por corresponderem com o caminho, viram mais do que o sinal inicialdas lnguas, entraram numa verdadeira exploso de milagres!

    Na ocasio da cura do coxo porta do templo, muitas pessoas foram alcanadas;o nmero dos discpulos subiu a quase cinco mil. Estes tambm passaram atrilhar o caminho e o resultado no foi outro seno mais milagres:

    "Da multido dos que creram era um o corao e a alma. Ningum consideraexclusivamente sua nem uma das coisas que possua; tudo, porm, lhes eracomum.

    Com grande poder os apstolos davam o testemunho da ressurreio do SenhorJesus, e em todos eles havia abundante graa."

    Atos 4:32,33.

    "Muitos sinais e prodgios eram feitos entre o povo, pelas mos dos apstolos...

    E crescia mais e mais a multido de crentes, tanto homens como mulheres,agregados ao Senhor, a ponto de levarem os enfermos at pelas ruas e oscolocarem sobre leitos e macas, para que, ao passar Pedro, ao menos a suasombra se projetasse nalguns deles.

    Aflua tambm muita gente das cidades vizinhas a Jerusalm, levando doentes eatormentados de espritos imundos, os quais eram todos curados."

    Atos 5:12a,14-16.

    Vemos este ciclo progressivo acontecendo tambm a feso, mediante o ministriodo apstolo Paulo.

    Quando o apstolo Paulo chegou em feso e comeou a pregar o evangelho, ossinais estavam acompanhando-o. No primeiro batismo que realizou, foram todosbatizados no Esprito Santo e profetizaram (At.19:5,6). Os sinais estavamindicando o caminho.

    Paulo continua pregando na sinagoga, mas no existe correspondncia por parteda maioria do povo, e nada mais parece ter acontecido nos prximos trs meses.Ento Paulo chama os comprometidos COM O CAMINHO e investe em suas vidaspara firm-los ainda mais:

    "Durante trs meses Paulo frequentou a sinagoga, onde falava ousadamente,dissertando e persuadindo, com respeito ao reino de Deus.

    Visto que alguns deles se mostravam empedernidos e descrentes, falando mal doCaminho diante da multido, Paulo, apartando-se deles, separou os discpulos,passando a discorrer diariamente na escola de Tirano."

    Atos 19:8

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    Durante dois anos este grupo foi diariamente ministrado, e a correspondnciadeles para com o caminho gerou o ciclo progressivo de milagres, e eles entraramnuma dimenso aparentemente indita tanto para eles como para o apstoloPaulo. A Bblia chama de milagres "EXTRAORDINRIOS" o que este grupo deirmos de feso passou a experimentar e, com isto define dois tipos de milagres: oordinrio e o extraordinrio.

    Milagre ordinrio aquele que pertence ao cotidiano da igreja e das pregaes.Trata-se daquele tipo de manifestao que mais frequente e comum. H, porm,um outro nvel de manifestao do sobrenatural que classificada como incomum,ocasional. Lucas, inspirado pelo Esprito Santo a chamou de milagreextraordinrio. No aquele tipo de milagre que se v com frequncia, est numnvel mais elevado, por assim dizer. O ciclo progressivo de milagres em feso oslevou a esta dimenso depois do compromisso com o caminho:

    "E Deus, pelas mos de Paulo, fazia milagres extraordinrios, a ponto de levaremaos enfermos lenos e aventais do seu uso pessoal, diante dos quais asenfermidades fugiam das suas vtimas e os espritos malignos se retiravam."

    Atos 19:11,12.

    Se conscientizarmos a Igreja do Senhor em nossos dias a voltar-se para Deus emcompromisso genuno e verdadeiro com o caminho, entraremos numa dimensoainda maior de milagres. Muitas curas, milagres, libertaes e manifestaes dopoder de Deus tem sido provadas na igreja brasileira e tambm ao redor domundo. Mas no podemos parar por aqui.

    Seno, alm de desperdiarmos o mover de Deus, ainda impediremos os milagresextraordinrios de terem seu lugar em nosso meio. Vivemos um momento delicado.Nunca tivemos tanto da manifestao dos feitos de Deus como atualmente. Poroutro lado, nunca estivemos to perto de perder uma visitao de Deus comoestamos agora. Devemos orar muito e mudar nossa nfase; assim - e somenteassim - provaremos mais do poder do Senhor.

    Como declara John Walker em seu livro "A Histria Que No Foi Contada", no havivamento sem reforma. As duas coisas andam juntas. No podemos escolher oavivamento (os milagres) e rejeitar a reforma (a mudana de nfase e valoresacerca deles).

    Todo genuno avivamento no curso da histria tem trazido estes dois elementos e,em nossos dias, no ser diferente. Para que de fato tenhamos um avivamento - oque trar milagres ainda maiores - necessitamos de reforma. Se queremos entrarnuma dimenso maior do mover do Esprito Santo em nossos dias, teremos quereprogramar a mentalidade do povo mediante ensino e confronto, mediante umareformulao do que temos promovido em nossos plpitos.

    tempo de ouvir a voz do Senhor chamando-nos para uma nova nfase, para queo ciclo dos milagres no seja interrompido e a visitao do Senhor no seja perdidaem nossa gerao.

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    O CaminhoO cristianismo foi chamado nos primeiros anos da igreja de "o Caminho". Aalegoria do caminho mostra algumas verdades acerca do que precisamos rever emnossos dias. Quero destacar trs destas verdades simples que esto sendoesquecidas.

    Em primeiro lugar, o caminho um lugar de movimento. Isto fala de noestagnarmos em determinado ponto da vida crist, mas avanarmos sempre. Ocaminhar indica tambm uma constncia, tem um ritmo que geralmente semantm.

    Em segundo lugar, ele fala de transio de um lugar para outro. Na vida crist notemos meio termo; ou estamos saindo das trevas e avanando para luz ouvice-versa. Ou estamos nos santificando ou estamos nos contaminando. Portanto,fala de mudana.

    Em terceiro lugar, algo demarcado. Voc no anda por onde quer, mas pela trilhafeita. Tanto os pregadores como a multido precisa entender que no temos odireito de procurar agradar a ns mesmos ou aos outros mudando valores eprincpios. Ou estamos no caminho e seguimos a trilha j feita pelo prprio Deusou ento estamos fora do caminho. No h como fazer o prprio caminho; ouandamos no de Deus ou estamos fora.

    3 O Propsito do MilagreDeus um Deus de milagres. O evangelho traz em si a marca do milagroso e dosobrenatural. Ao mostrar a outra face dos milagres que a igreja no tem ensinado,no quero de forma alguma parecer estar desmerecendo o importante papel dosmilagres. Antes, quero convid-lo a compreender tudo o que envolve o movermilagroso, porque daremos contas a Deus de toda manifestao que temosexperimentado hoje.

    A igreja de nossos dias est se acostumando a ver o sobrenatural. Os milagresesto se tornando to freqentes, que j no esto produzindo temor de Deus eoutros resultados que deveriam estar presentes quando Deus opera. Estamosdeixando passar desapercebido que Deus tem propsitos em tudo o que faz,inclusive em seus milagres. Nada do que o Senhor faz em vo. Isto deveria fazercom que nos questionssemos: "Qual o propsito dos milagres? Por que Deus osrealiza?"

    Geralmente associamos os milagres a uma resposta de orao ou ao suprimentosobrenatural de alguma necessidade. Estamos sempre enfocando a NECESSIDADEde quem o recebeu, como se o milagre fosse apenas Deus resolvendo problemas.Mas o milagre mais do que isto. Todo milagre tem um propsito. Sua finalidadeno apenas mudar uma condio ou circunstncia. Ele visa mais do que isto. Opropsito do milagre comunicar uma mensagem e produzir uma correspondnciamaior para com Deus da parte de quem o recebe.

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    Neste captulo queremos expor a fundamentao bblica destas verdades.

    O milagre tem uma mensagemTodo milagre tem uma mensagem. Ele fala algo. Deus o usa para nos levar acorresponder com Ele. Quando Deus opera milagres em nossas vidas, no esperaapenas que RECEBAMOS o milagre mas, tambm, que entendamos o que Ele estfazendo e falando. Precisamos entender este princpio!

    Os milagres precisam ser compreendidos. Os evangelhos nos ensinam muita coisaa este respeito. Veja o que Marcos disse:

    "porque no haviam compreendido o milagre dos pes, antes o seu corao estavaendurecido."

    Marcos 6:52.

    Deus no queria apenas saciar a fome do povo quando Jesus multiplicou os pes.Ele queria falar algo, transmitir uma mensagem. por isso que os milagres sotambm chamados sinais. O apstolo Joo, em seu evangelho, se refere aosmilagres de Jesus como sinais; ele fala isto no comeo, quando diz que Cristo deuincio aos seus milagres (Jo.2:11), e fala isto tambm no fim, quando declara queJesus operou muitos outros sinais alm daqueles que ele mesmo havia narrado(Jo.20:30,31).

    A definio bsica de "sinal" que encontramos no dicionrio Aurlio : "Aquilo queserve de advertncia ou possibilita conhecer, reconhecer ou prever alguma coisa".Em outras palavras, o sinal uma mensagem. Portanto, todo milagre fala algo. Eesta mensagem sempre est ligada a correspondncia que tal pessoa deverapresentar a Deus a partir de ento.

    Quando Jesus curou aquele paraltico no Tanque de Betesda, no s lhe concedeuum privilgio, mas colocou-o debaixo de responsabilidade. Aquele homem teria quecorresponder com Deus num novo nvel. E isto foi identificado na mensagem queacompanhou o milagre:

    "Mais tarde Jesus o encontrou no templo e lhe disse: olha que j ests curado; nopeques mais, para que no te suceda coisa pior."

    Joo 5:14.

    Note que Jesus deixou bem claro a expectativa de uma correspondncia maior:"no peques mais". E tambm deixou claro que a no-correspondncia daquelehomem com o que ele recebera o deixaria sujeito a juzo: "para que no te sucedacoisa pior".

    Correspondendo com o milagreAprendi este princpio considerando a vida de Ezequias, um homem que viu umadas maiores intervenes de Deus a nvel pessoal descrita na Bblia.

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    "Naqueles dias Ezequias adoeceu duma enfermidade mortal; veio ter com ele oprofeta Isaas, filho de Amoz, e lhe disse: Assim diz o Senhor: Pe em ordem a tuacasa, porque morrers, e no vivers.

    Ento virou Ezequias o rosto para a parede, e orou ao Senhor. E disse: Lembra-te,Senhor, peo-te, de que andei diante de ti com fidelidade, em inteireza de corao,e fiz o que era reto aos teus olhos; e chorou muitssimo.

    Ento veio a palavra do Senhor a Isaas, dizendo: Vai, e dize a Ezequias: Assim dizo Senhor, o Deus de Davi teu pai: Ouvi a tua orao, e vi as tuas lgrimas;acrescentarei, pois, aos teus dias quinze anos.

    Livrar-te-ei das mos do rei da Assria, a ti, e a esta cidade, e defenderei estacidade.

    Ser-te- isto da parte do Senhor como sinal de que ele cumprir esta palavra quefalou:

    Eis que farei retroceder dez graus a sombra lanada pelo sol declinante no relgiode Acaz. Assim retrocedeu o sol os dez graus que j havia declinado."

    Isaas 38:1-8.

    Nunca houve um milagre como este nem antes e nem depois de Ezequias! Josuviu o Sol parar, mas Ezequias o viu voltar o seu percurso! Esta foi uma tremendademonstrao do poder de Deus. E tambm do seu amor para com os homens.

    Ezequias viu o que homem nenhum viu. Ele iria morrer, mas Deus o curou e lheconcedeu mais quinze anos de vida. S isto j seria motivo suficiente para que elecorrespondesse com Deus num nvel ainda maior. Mas o curioso que o rei nofez isto. No colocou em ordem sua casa como Deus lhe havia mandado, e seusltimos dias foram os piores que ele viveu. E a Bblia se pronuncia assim acercada atitude de Ezequias:

    "Naqueles dias adoeceu Ezequias mortalmente, ento orou ao Senhor, que falou elhe deu um sinal.

    Mas no correspondeu Ezequias aos benefcios que lhe foram feitos, pois o seucorao se exaltou. Pelo que houve grande ira contra ele, e contra Jud eJerusalm."

    II Crnicas 32:24,25.

    Observe atentamente a expresso "mas no correspondeu Ezequias aos benefciosque lhe foram feitos". Quando Deus opera um milagre em nossa vida, passamos aestar num grau de responsabilidade maior. A quem muito for dado, muito serexigido. Receber um milagre de Deus no apenas um privilgio, mas umaRESPONSABILIDADE.

    Este texto nos revela que cada vez que algum prova uma interveno milagrosa deDeus dever corresponder no nvel em que Deus agiu em sua vida. O que Deus fez

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    por Ezequias exigia que ele no fosse mais o mesmo; a partir de ento ele deveriacorresponder ainda mais com o Senhor.

    Quando um milagre acontece, passamos a ser "devedores" ao Senhor. No queDeus faa barganha, dando-nos o milagre que necessitamos em troca de algo, masporque cada vez que algum presencia mais da glria de Deus passa a estardebaixo de uma maior responsabilidade em corresponder com o que experimentouda parte dele.

    E em nossos dias, semelhana de Ezequias, muitos esto recebendo milagrestremendos de Deus sem compreender que h uma responsabilidade maior a partirde ento. Esta a outra face dos milagres. A face no ensinada, no compreendidae talvez nem sonhada por parte daqueles que pleiteam uma interveno divina emsuas vidas.

    Penso muito acerca daqueles dez leprosos que foram ao encontro de Jesusbuscando cura (Lc.17:11-19). Dos dez, s um correspondeu ao que Deus lhe fez.Por isso recebeu, tambm, salvao! Muitas vezes nossa atitude diante do que oSenhor nos fez parece dizer a Ele que nada foi feito alm da obrigao. Noentendemos ainda que corresponder no s manifestar gratido, mas se deixartrabalhar por Deus. abrir o corao e a vida e dedicar-se ainda mais ao Senhor.

    A partir deste ponto de vista, fica ainda mais claro porque Deus cobrou quelagerao que saiu do Egito por terem visto as suas obras mas no terem chegado aconhecer os seus caminhos.

    necessrio corresponder com Deus naquilo que Ele nos faz. Quanto maior for asua manifestao nas nossas vidas, maior ser a nossa responsabilidade para comEle.

    A no-correspondncia produz juzoPercebemos a questo do juzo sobre quem no corresponde ao que Deus faz noapenas nestas palavras de Jesus, mas naquilo que foi dito acerca de Ezequias:"Pelo que houve grande ira contra ele, e contra Jud e Jerusalm." (II Cr.32:24,25). Ano-correspondncia de Ezequias aos benefcios que o Senhor lhe fez produziujuzo. Esta uma lei espiritual no reino de Deus.

    Aquela gerao de israelitas que saiu do Egito e jamais chegou a entrar em Canaque o diga! Depois de infamarem a terra prometida com o relato da maioria dosespias, a ira de Deus se acendeu a ponto de Ele querer destruir o povo:

    "Disse o Senhor a Moiss: At quando me provocar este povo, e at quando nocrero em mim, a despeito de todos os sinais que fiz no meio deles?

    Com pestilncia o ferirei, e o deserdarei; e farei de ti povo maior e mais forte doque este."

    Nmeros 14:11,12.

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    Note que Deus esperava uma correspondncia maior depois de ter operado tantosSINAIS no meio deste povo. E a no-correspondncia dos israelitas produz juzo; oSenhor queria destru-los, e fazer de Moiss (descendente de Abrao) uma grandenao. Mas Moiss intercede em favor do povo e suplica a misericrdia divina(Nm.14:13-19), e o Senhor o ouve e perdoa o povo em vez de destru-lo.

    Contudo, o juzo no foi retirado, pois a retido de Deus no lhe permite violar osprincpios que Ele mesmo estabeleceu. E ao sustentar o juzo sobre os que nocorresponderam consigo, Deus enfatiza o quanto eles haviam visto dos seusmilagres:

    "Tornou-lhe o Senhor: Segundo a tua palavra eu lhe perdoei.

    Porm to certo como eu vivo, e como toda terra se encher da glria do Senhor,nenhum dos homens que, tendo visto a minha glria e os prodgios que fiz no Egitoe no deserto, e todavia me puseram prova j dez vezes e no obedeceram minha voz, nenhum deles ver a terra que com juramento prometi a seus pais,sim, nenhum daqueles que me desprezaram a ver.

    Neste deserto cairo os vossos cadveres, como tambm todos os que de vs foramcontados segundo o censo, de vinte anos para cima, os que dentre vs contra mimmurmurastes; no entrareis na terra, pela qual jurei que vos faria habitar nela,salvo Calebe, filho de Jefon, e Josu, filho de Num."

    Nmeros 14:20-23, 29-30.

    Estes homens viram sinais e milagres como nenhuma outra gerao, mas nocompreenderam a mensagem, o que os sinais lhe falavam. Atravs destes milagresoperados no Egito e no deserto (foram tipos diferentes de milagres em cada lugar, eo Senhor enfatizou o que eles viram nos dois lugares), Deus estava lhes dizendo:"Vocs no precisam temer nada, basta confiar em mim.

    Eu estou cuidando de vocs e quero lhes dar a posse desta terra. No necessrioter medo dos inimigos pois sempre serei eu e no vocs quem os vencer". Maseles no creram em Deus. No creram mesmo diante dos sinais poderosos queviram, e desprezaram no s o que Deus havia feito, mas tambm o que Ele lhesestava falando! E o juzo os alcanou, como alcanar a todos os que nocorresponderem ao que o Senhor estava operando.

    O Senhor Jesus tambm falou sobre este princpio aos que desprezaram os seusmilagres:

    "Passou, ento, Jesus a increpar as cidades nas quais ele operara numerososmilagres, pelo fato de no terem se arrependido.

    Ai de ti, Corazim! ai de ti, Betsaida! porque se em Tiro e em Sidom se tivessemoperado os milagres que em vs se fizeram, h muito que elas se teriamarrependido com pano de saco e cinza.

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    E contudo vos digo: No dia do juzo haver menos rigor para Tiro e Sidom, do quepara vs outros.

    Tu, Cafarnaum, elevar-te-s, porventura, at o cu? Descers at ao inferno;porque se em Sodoma se tivessem operado os milagres que em ti se fizeram, teriaela permanecido at ao dia de hoje.

    Digo-vos, porm, que menos rigor haver no dia do juzo para com a terra deSodoma, do que para contigo".

    Mateus 11:20-24.

    A falta de arrependimento, quebrantamento e gratido diante dos milagres - umamanifestao do poder de Deus - o que estamos chamando deno-correspondncia. E ela produz juzo divino! Cristo declarou que at mesmoSodoma com toda a sua corrupo moral e espiritual teria se arrependido diantede seus milagres, mas aquelas cidades no corresponderam aos benefcios que lheforam feitos. Portanto, o juzo ser maior para essas cidades.

    Isto deveria nos incomodar, pois em nossos dias no tem sido nada diferente. Aatual gerao tem visto o poder do Senhor, mas no tem correspondidoprocurando conhecer os seus caminhos. Estamos pecando semelhana dagerao de Eli e estamos fazendo da presena de Deus apenas um amuleto; eporque as coisas esto "dando certo" continuamos seguindo em frente, semnenhuma mudana, sem corresponder mais com Deus. E ainda no tomamosconhecimento de que estamos atraindo sobre ns juzo divino.

    As coisas no podem continuar como esto. Seno, em vez de vermos a mo doSenhor estendida para abenoar, v-la-emos estendida para julgar! preciso umamudana de pensamento e atitude. Os milagres nos pertencem, mas devem serrecebidos da forma correta, produzindo correspondncia para com o que Deus estfazendo.

    Receber um milagre no apenas um privilgio, e sim uma responsabilidade, poisa no-correspondncia com o milagre trar juzo sobre nossas vidas.

    Seguir a Jesus mais do que o que tem sido pregado por a. compromisso firmequando no se v um milagre, e compromisso ainda mais firme depois de t-lovisto!

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    4 O Simples e o ExtraordinrioH muitos anos atrs ouvi uma palavra proftica que me impressionou. Dizia: "Aminha Igreja est no tanque de Betesda". Esta frase me pegou de jeito por dentro.No consegui esquec-la e nem me livrar dela; e quando fui meditar no textobblico que descreve o episdio, fui ainda mais impactado. Percebi o significadodela, que poderia ser interpretada assim: "A Igreja est distrada, esperando amanifestao do anjo que vir mover as guas, e no percebe a presena doSenhor diante dela".

    Permita-me compartilhar com voc o que o Senhor me ensinou ento:

    "Passadas estas cousas, havia uma festa dos judeus, e Jesus subiu paraJerusalm.

    Ora, existe ali, junto porta das ovelhas, um tanque, chamado em hebraicoBetesda, o qual tem cinco pavilhes.

    Nestes jazia uma multido de enfermos, cegos, coxos, paralticos [esperando quese movesse a gua. Porquanto um anjo descia em certo tempo, agitando-a; e oprimeiro que entrava no tanque, uma vez agitada a gua, sarava de qualquerdoena que tivesse].

    Estava ali um homem, enfermo havia trinta e oito anos.

    Jesus, vendo-o deitado e sabendo que estava assim havia muito tempo,perguntou-lhe: Queres ser curado?

    Respondeu-lhe o enfermo: Senhor, no tenho ningum que me ponha no tanque,quando a gua agitada; enquanto eu vou, desce outro antes de mim.

    Ento lhe disse Jesus: Levanta-te, toma o teu leito e anda. Imediatamente ohomem se viu curado e, tomando o leito, se ps a andar. E aquele dia era sbado"

    Joo 5:1-9.

    Esta a histria de como doentes com enfermidades de todo gnero desperdiarama chance de serem curados por Jesus. Penso que a palavra proftica que foi dadanaquela reunio em que estive, est mais atualizada do que nunca! Enquanto aspessoas esto com os olhos levantados, esperando o anjo que vir agitar as guas,Jesus anda no meio delas e elas nem percebem.

    Ao falar sobre o simples e o extraordinrio, no me refiro ao tipo de milagre queest em questo mas, sim, forma de receb-lo. O milagre que Jesus fez a estehomem est na categoria dos extraordinrios; no vemos paralticos sendo curadostodos os dias! No entanto, a forma de receber o milagre que foi simples.

    As outras pessoas estavam esperando o anjo agitar a gua, que uma formaextraordinria de receber um milagre; nunca se ouviu falar nisto antes e nemdepois destes dias; e mesmo nesta poca, o anjo s vinha de tempos em tempos.

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    Mas ao prenderem-se expectativa do extraordinrio apenas, perderam o moversimples de Deus.

    Porque chamo a presena de Jesus de "mover simples" de Deus? Porque no havianada de espetacular nele como homem. Ele era semelhante aos demais. Suachegada naquele tanque no foi estrondosa, nem teve participao dos anjos. Paraos desapercebidos, talvez fosse nada mais do que outro enfermo.

    No sabiam que quem ali chegara era Aquele que vinha curando os enfermos emtodos os lugares. No sabiam que nenhum dos que foram a Ele deixou de recebero milagre, pois Ele curava a todos. Sua presena ali foi uma manifestao simplesde Deus.

    Embora de tempos em tempos Deus nos deixe provar o mover extraordinrio, noquer que percamos o simples. O mover simples de Deus a presena de Jesusconosco diariamente. Seja num culto, num momento de orao pessoal, andandona rua, podemos desfrutar da presena do Senhor Jesus sempre, qualquer hora.

    Mas o extraordinrio, o espetacular no est disponvel sempre. H cultos ereunies onde os dons do Esprito se manifestam de forma tremenda; os enfermosso curados, os milagres acontecem, e nada parece ser impossvel. S que nemsempre as reunies so assim. Se dependermos s de como sero as reunies,podemos levar muito tempo at receber algo, ou talvez nem chegar a receber.

    No sei por quanto tempo aquele homem que Jesus curou esperou naqueletanque. Ele j estava paraltico h quase quarenta anos, mas no sei quantotempo esteve em Betesda. Mas sei de uma coisa, se Jesus no o tivesse curado,talvez ele nunca chegaria a receber seu milagre, pois como ele mesmo disse,enquanto ele descia gua, outro passava frente dele.

    tempo de conhecermos e provarmos a presena do Senhor Jesus ao nosso lado.Ele disse: "Estarei convosco todos os dias at a consumao dos sculos". Ele faloua Joo na ilha de Patmos que aquele que anda no meio dos candeeiros (asigrejas); Ele sempre est conosco. Na verdade Ele vive dentro de cada pessoa quej nasceu de novo (Ef.3:17; Cl.1:27).

    Temos a tendncia de endeusar os canais por meios dos quais os milagres sooperados. A maioria dos cristos parece confiar mais num ministrio renomado doque no prprio Senhor Jesus, pois se no houverem "grandes homens de Deus"nas reunies parece impossvel acontecer qualquer milagre. Temos errado nisto; oSenhor quer que confiemos n'Ele de todo o nosso corao.

    Meses atrs, li um artigo de Harold Walker na revista Impacto que exemplifica bemesta confuso que fazemos; ele falava sobre o que importantes veculos deinformao tem comentado acerca do poder da orao, e de como ns, cristos,no nos apercebemos do erro que estas afirmaes geram.

    E comenta: "Existe uma grande diferena entre crer na orao e crer em Deus.Segundo a f crist, no a orao que cura ou resolve a situao, mas sim Deusque ouve a orao e atende. Usando um exemplo bem simples: quando ligamos para

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    um mdico vir cuidar de um parente, no o telefone que cura nosso querido e sim omdico que foi chamado por meio dele."

    Penso que temos cometido a mesma confuso em relao a quem cura. No so ospastores, evangelistas, nem homem algum. o Senhor Jesus que cura! Algumasigrejas insistem em que seus obreiros devem se apresentar diante das pessoascomo verdadeiros super-homens, como quem "faz e acontece" para impression-lasa fim de que voltem sempre ali para serem ajudadas pelos fortes homens de Deus.Gosto de ver gente sabendo exercer autoridade espiritual contra os poderes dastrevas, mas no gosto desta filosofia barata. Em vez de ensinarmos as pessoas areceberem de Jesus estamos ensinando-as a dependerem dos homens, como se asoluo estivesse em nossas mos!

    Daremos contas a Deus por no ensinarmos as pessoas a orar, e sim adependerem das nossas oraes. Daremos contas a Deus por ensinarmos que acura, a libertao, a beno, ou qualquer outra coisa, s vir ao fim de setesemanas de campanha (quando as ofertas e freqncia da igreja aumentarem).Daremos contas a Deus por sempre darmos o peixe em vez de ensinarmos apescar. Daremos contas a Deus por no ensinarmos a maturidade aos cristos etermos ficado manipulando a sua f!

    O Senhor Jesus quer que ensinemos as pessoas a receber d'Ele mesmo quandonada espetacular estiver acontecendo, mas para mudar os vcios que ns mesmoscolocamos na igreja, ser necessrio uma verdadeira reforma, pois as pessoasaprenderam a jogar este jogo.

    O caso de NaamEste foi o problema de Naam, o srio. A Bblia nos conta que este homem ficouleproso. Tinha ele uma moa israelita cativa, servindo em sua casa, que comentoua possibilidade de ser ele curado pelo profeta Eliseu (II Re.5:1-14). To logo soubehaver uma esperana, dirigiu-se a Israel. Quando ele chegou ao rei de Israel comuma carta de seu rei, solicitando sua cura, este se desesperou achando ser umatrama para produzir guerra entre os dois pases, pois Naam era nada menos queministro da guerra! Mas Eliseu mandou cham-lo afim de que Naam soubesseque havia profeta em Israel; contudo, nem lhe saiu ao encontro, mandou seu servodando as instrues de como ser curado:

    "Veio, pois, Naam com os seus cavalos, e os seus carros, e parou porta da casade Eliseu.

    Ento Eliseu lhe mandou um mensageiro, dizendo: Vai, lava-te sete vezes noJordo, e a tua carne ficar restaurada, e ficars limpo."

    II Re.5:9,10.

    Este homem, oficial do rei da Sria, estava acostumado pompa. Quando chegou aIsrael dirigiu-se, em primeiro lugar, ao palcio do rei. E quando chega com toda asua comitiva, porta da casa do profeta, ele nem sequer sai para atend-lo! Vocimagina como reagiria no lugar deste homem? A Bblia diz que ele se indignou

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    contra o homem de Deus, pois tinha toda uma expectativa de COMO deveriaacontecer o milagre, e Eliseu simplificou demais a coisa:

    "Naam, porm, muito se indignou e se foi, dizendo: Pensava eu que ele sairia a tercomigo, por-se-ia de p, invocaria o nome do Senhor, seu Deus, moveria a mosobre o lugar da lepra e restauraria o leproso.

    No so, porventura, Abana e Farfar, rios de Damasco, melhores do que todas asguas de Israel? No poderia eu lavar-me neles e ficaria limpo? E voltou-se e foicom indignao."

    II Reis 5:11,12.

    Sabe, as pessoas criam em sua prpria imaginao certos mitos de como osmilagres devem acontecer. Esperam uma atmosfera mstica, especial, com rituais eprticas que tenham "cara de milagre". Mas embora isto seja visto em algunsmilagres da Bblia, Deus no opera sempre assim.

    H momentos em que o agir milagroso de Deus ser to simples que talvez nem seperceba a dimenso do que Ele est nos oferecendo. Naam quase perdeu o seumilagre por esta atitude. Ele queria o extraordinrio, o espetacular. Mas Deus veioao seu encontro de maneira simples, e se no fosse por seus imediatos insistirem,ele teria permanecido doente.

    "Ento, se chegaram a ele seus oficiais e lhe disseram: Meu pai, se te houvessedito o profeta alguma coisa difcil, acaso no a farias? Quanto mais, j que apenaste disse: Lava-te e ficars limpo.

    Ento, desceu e mergulhou no Jordo sete vezes, consoante a palavra do homemde Deus; e a sua carne se tornou como a carne duma criana, e ficou limpo."

    II Reis 5:13,14

    Este homem tinha toda uma expectativa de como deveria acontecer o milagre, eDeus agiu de modo bem diferente! Ele j estava desistindo porque achou simplesdemais o que o profeta Eliseu lhe havia pedido. Note que o problema no era porser difcil, mas por ser fcil! Chega a ser irnico, mas muitas vezes o que nosimpede de receber o milagre de Deus nossa dificuldade de entender e penetrar amanifestao simples de Deus. como no tanque de Betesda, nos distramosachando que somente por meio do espetacular que receberemos, e perdemos osimples.

    Naam queria o extraordinrio e chegou a ponto de descartar o simples. Se nofosse a insistncia de seus oficiais, ele teria ficado leproso todo o restante de suavida! Gosto do raciocnio dos seus homens: "se o profeta pedisse algo difcil, vocno faria? Ento porque no faz o simples?" A idia dos pagadores de promessa,daqueles que se sacrificam em prol de algo que tenham pedido, tem influenciadonossa maneira de pensar. No entendemos bem o que a graa de Deus, achamossempre que temos de pagar pelo milagre, e pagar caro. por isso que as igrejas

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    que muito enfatizam o que Deus pode fazer, acabam relacionando o querecebemos de Deus com o quanto damos em ofertas.

    Temos uma mentalidade que precisa ser mudada! As pessoas acham que o milagres vem por um meio extraordinrio, mas Deus quer que entendamos o simples!

    Me di a alma ver as campanhas que se fazem em muitas igrejas para se levarpedidos de orao Israel, como se o LUGAR onde se ora fosse mais importante doque o NOME e a pessoa A QUEM oramos. Isto um absurdo! Deus ouve umaorao porque feita a Ele em f e em nome de Jesus, no porque feita numlugar histrico!

    Quero ir um pouco alm. Os cristos vivem chamando Israel de terra santa, mas oque ser que a Bblia diz a respeito disto? Sabemos que h relatos histricos decomo Deus agiu nesta terra no passado; coisas gloriosas aconteceram ali. Htambm promessas tremendas envolvendo o futuro, o que acontecer naquelelugar. Mas entre o passado e o futuro, no presente, na nossa poca crist, o que sediz daquele lugar? No livro do Apocalipse, h um texto que fala das duastestemunhas, e o lugar onde morrero:

    "...na praa da cidade que, espiritualmente, se chama Sodoma e Egito, ondetambm o seu Senhor foi crucificado."

    Apocalipse 11:8.

    A meno do lugar onde Cristo foi crucificado deixa claro que se trata deJerusalm. E espiritualmente chamada de Sodoma e Egito, que no demonstramnada de sagrado!

    Israel no solo santo. Santo o solo volta da sara ardente, mas s porqueDeus est presente! uma terra com histria e com promessas, mas no h nadade diferente para fazer com que uma orao seja respondida! Deus to poderosoem Israel como o no Brasil. Ele Deus em todos os lugares e responde oraesem todos os lugares! Ento porque levar pedidos de orao a Israel? Porque noassimilamos o ensino bblico da interveno divina de modo simples. Dou graas aDeus porque temos experimentado milagres em nossa igreja, mas sou ainda maisagradecido a Deus porque os milagres no acontecem s em nossa igreja!

    Mas alm da falta de entendimento existe tambm a explorao desta expectativado extraordinrio. Os pregadores e igrejas sabem que o povo, em sua maioria,espera que os milagres se manifestem desta forma, ento promovem ainda maisesta mentalidade, que em muitas situaes acaba se tornando at mesmolucrativa...

    Precisamos aprender a nos mover em f e nos princpios que Deus instituiu.Esperar somente pelo extraordinrio vai nos roubar muitas benos divinas. OSenhor pode lhe curar sem que nenhum pregador famoso imponha as mos sobrevoc. Voc pode receber seu milagre sem ter que viajar longas distncias numaverdadeira romaria atrs dos "abenoados" que lhe ajudaro. Voc pode tocar emDeus em qualquer lugar e hora, de forma bem simples.

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    O extraordinrio tem o seu lugar na vida crist, mas no a nica forma por meioda qual Deus opera, nem tampouco a mais freqente. Precisamos compreender edesfrutar da manifestao simples de Deus.

    semelhana de Naam, se a proposta de interveno milagrosa no seguir opadro convencional da mentalidade da maioria das igrejas, ento a descartamos.Mas Deus est nos chamando a depender totalmente d'Ele e de sua Palavra.

    Um nvel de f mais excelente

    Este o mais elevado nvel de f, conforme o ensino de Jesus:

    "Tendo entrado em Cafarnaum, apresentou-se-lhe um centurio, implorando:

    Senhor, o meu criado jaz em casa, de cama, paraltico, sofrendo horrivelmente.

    Jesus lhe disse: Eu irei cur-lo.

    Mas o centurio respondeu: Senhor, no sou digno que entres em minha casa;mas apenas manda com uma palavra, e o meu rapaz ser curado.

    Pois eu tambm sou homem sujeito autoridade, tenho soldados s minhasordens e digo a este: vai, e ele vai; e a outro: vem, e ele vem; e ao meu servo: fazeisto, e ele o faz.

    Ouvindo isto, admirou-se Jesus e disse aos que o seguiam: Em verdade vos afirmoque nem mesmo em Israel achei f como esta."

    Mateus 8:5-10.

    Cristo menciona no ter visto "f como esta" nem mesmo em Israel - onde o povoconhecia mais acerca de Deus e seu agir do que os demais povos da terra. H algoacerca da f que deve ser destacado aqui. Outras verses traduzem esta frasecomo: "Nem em Israel encontrei TAMANHA f", mostrando que se trata de um nvelde f mais elevado. Jesus est dizendo que encontrou neste homem uma fexcelente, que deve ser imitada.

    E a f que este centurio exerceu foi na Palavra do Senhor Jesus. Diferente deNaam, que achava que o milagre s aconteceria na presena do profeta (que elenem mesmo chegou a ver), este homem diz a Jesus que nem mesmo era necessarioir sua casa, bastava dar uma palavra de ordem distncia e o milagre ocorreria.Ele no queria nada extraordinrio. O simples era suficiente. Pois sua f noestava depositada no MEIO pelo qual o milagre ocorreria, e sim em sua FONTE.

    A maioria de ns s liberaria a f para o milagre se o Senhor Jesus Cristo viessepessoalmente resolver o problema. No caso deste homem, Cristo se ofereceu parair sua casa e o centurio disse que no era necessrio, pois sua palavra tinhapoder para, mesmo distncia, produzir cura. Esta f ganhou a admirao doSenhor e, se queremos exercer um nvel de f que o agrade s seguir o exemplodeste centurio.

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    Tenho ouvido muita gente ensinando sobre "os pontos de contato" para a f. Soigrejas e pregadores que esto sempre entregando ao povo sabonetinhosperfumados, chaves para abrirem portas, rosas para espalharem o perfume daRosa de Sarom, vidrinhos com leo de Israel, pedras para derrubarem seusgigantes, etc. No consigo entender de onde tiram a idia de que necessrio um"ponto de contato" (ou algo visvel) para as pessoas apoiarem sua f, quando adefinio bblica de f justamente esta: "Ora, a f a certeza das cousas que seesperam, a convico de fatos que se no vem" (Hb.11:1).

    Estamos saindo do caminho e criamos desculpas para justificar isto! As pessoasquerem que se lhes alimente o anseio pelo mstico, pelo espetacular. E em vez deconduzirmos os cristos maturidade, acabamos entrando em seu jogo infantil deincredulidade.

    A palavra de Deus digna de confiana. Devemos ensinar igreja que podemosreceber o milagre to somente por confiarmos naquilo que o Senhor tem dito emsua Palavra. Aquele centurio romano fez isto; reconheceu o poder e a autoridadeda palavra de Jesus. Achou desnecessrio apoiar sua f em qualquer outra coisaque no fosse a palavra de Cristo, e por isto foi elogiado pelo prprio Senhor. hora de a igreja de Jesus compreender que este nvel de f s ser desenvolvidopelo ensino contnuo do poder da Palavra de Deus, da fidelidade do Senhor e da fque se apia no que Deus diz.

    Assim, no apenas veremos os milagres acontecendo mas, tambm, agradaremosao Senhor!

    A voz mansa e suaveAo falar da confiana na Palavra de Deus, refiro-me s Sagradas Escrituras. Ocenturio romano confiou na palavra dos lbios de Jesus, e ns devemos confiarnas Palavras de Jesus que temos recebido por meio da Bblia. Alguns confiariamtotalmente na voz de Deus se Ele aparecesse para lhes falar; se houvesse algoextraordinrio em sua voz. Mas na maioria das vezes a manifestao de sua vozser simples, no extraordinria.

    A experincia de Elias no monte Horebe nos mostra isto:

    "Disse-lhe Deus: Sai e pe-te neste monte perante o Senhor. Eis que passava oSenhor; e um grande e forte vento fendia os montes e despedaava as penhasdiante do Senhor, porm o Senhor no estava no vento; depois do vento, umterremoto, mas o Senhor no estava no terremoto; depois do terremoto, um fogo,mas o Senhor no estava no fogo; e, depois do fogo, um cicio tranqilo e suave.

    Ouvindo-o [o cicio tranqilo e suave] Elias, envolveu o rosto no seu manto e,saindo, ps-se entrada da caverna. eis que lhe veio uma voz e lhe disse: Quefazes aqui, Elias?"

    I Reis 19:11-13.

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    A voz (e presena) de Deus no estava no vento, nem no terremoto, nem no fogo,mas no cicio tranqilo e suave. A voz do Senhor no se manifestou ao profeta noextraordinrio ou espetacular, mas de modo simples. Uma voz mansa e suave. APalavra de Deus no precisa chegar ns de forma espetacular para que creiamosnela; na simplicidade das Escrituras est todo o poder para que nosso milagreacontea. Basta liberar a f simples na Palavra.

    Alguns querem que Deus lhes fale por meio de sonhos, profecia ou vises paraento crer. Mas se a Bblia j diz algo a respeito do que necessitamos, isso osuficiente para apoiarmos nossa f e recebermos o milagre.

    O extraordinrio pode acontecer conosco. Mas o simples nos pertence, bastausufru-lo. Alimente-se da Palavra de Deus. Creia nela de corao e reivindique emf o que lhe pertence. Saiba que o milagre est perto de voc, ao seu alcance,mesmo que nada espetacular lhe suceda. Tal qual aquele homem no tanque deSilo, ou Naam mergulhando no Jordo; tal qual o centurio romano, ou Elias nacaverna, o simples pode ser sua maneira de receber o que voc tem buscado emDeus!

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    5 Alianados com CristoJesus vinha operando sinais extraordinrios no meio do povo. Isto atraa amultido: "e grande multido continuava a segu-lo, porque vira os sinaismiraculosos que ele havia operado nos doentes."

    (Jo.6:2). Os milagres sempre so atraentes!

    Logo a seguir, as Escrituras relatam outro grandioso milagre de Cristo, amultiplicao dos pes. Mas os milagres comearam a ser vistos e recebidos deforma errada pelo povo. Os milagres em si nunca so errados, eles so de Deus!Mas a postura que assumimos diante deles pode estar certa ou errada.

    J falamos sobre o erro de querermos usar a presena de Deus como um amuleto;sobre a diferena entre os feitos e os caminhos de Deus; sobre o propsito dosmilagres e o juzo da rejeio. Em cada captulo vimos princpios que devem regernossa postura diante do mover milagroso de Deus. Podemos estar errados diantede uma manifestao de Deus que totalmente correta.

    Muitas pessoas acham que se Deus est operando milagres porque estejaaprovando tudo o que fazem, mas no. H igrejas que acham que os sinais quetm visto um aval sobre tudo o que fazem, mas no! Cristo estava operandomuitos milagres no meio dos judeus, mas reprovando a atitude deles. Observe:

    "Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: Vs me procurais noporque vistes sinais, mas porque comestes dos pes e vos fartastes."

    Joo 6:26

    Em outras palavras, Jesus lhes dizia: "vocs me seguiram, no por terem visto umsinal de Deus e crido (recebendo sua mensagem), mas por terem tirado proveitodisto". Talvez algum questione: mas ser que Jesus no multiplicou os pesjustamente para saciar a fome do povo? No. Foi por mais do que isto. A Bbliachamou isto de um sinal, uma mensagem de Deus. O Senhor queria lhes oferecerum testemunho do cuidado, do amor de Deus por eles, mas o povo no queria amensagem.

    Era uma atitude egosta, onde pensavam apenas no que iam lucrar com o que Eleestava fazendo. Ento Jesus muda a nfase do seu ensino e comea a falar decompromisso com Ele.

    Em todo o captulo seis de Joo, temos esta nfase. No basta apenas provar osmilagres de Jesus, temos que nos comprometer com Ele. Temos que nos alianarcom Ele. Aps falar que a multido estava indo atrs de si apenas com interessena comida, no material, o Mestre enfatiza a necessidade de buscar o espiritual emprimeiro lugar:

    "Trabalhai, no pela comida que perece, mas pela que subsiste para a vida eterna,a qual o Filho do homem vos dar; porque Deus, o Pai, o confirmou com o seuselo."

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    Joo 6:27

    Muito mais do que ir ao Senhor para receber as coisas materiais, devemos ir a Elebuscando a vida eterna, o relacionamento com o Senhor. Depois de falar sobrebuscar a comida espiritual, Jesus passa a declarar que Ele o po da vida. Elefalava de si mesmo, de o buscarmos como sustento divino!

    Comer a carne e beber o sangueNos vinte e quatro versculos seguintes a esta primeira afirmao, Jesus fala de sicomo o Po da Vida, o Po que desceu do cu. Ento passa a falar sobre comersua carne e beber o seu sangue. Muitas pessoas no entendem este texto; achamque Jesus falava simblicamente sobre a Ceia, mas o contrrio; a Ceia quesimboliza o que Jesus estava falando:

    "Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: Se no comerdes acarne do Filho do homem e no beberdes o seu sangue, no tendes vida em vsmesmos.

    Quem comer a minha carne e beber o meu sangue tem a vida eterna, e eu oressuscitarei no ltimo dia.

    Pois a minha carne verdadeira comida e o meu sangue verdadeira bebida.

    Quem comer a minha carne e beber o meu sangue, permanece em mim e eu nele."

    Joo 6:53-56

    Se Jesus no falava simbolicamente da Ceia, do que Ele falava ento? De aliana.E a Ceia simbolizava esta aliana. Os orientais conheciam muito bem este tipo dealiana, a chamada "aliana de sangue". Era o mais sagrado nvel de aliana quealgum podia contrair, e era irrevogvel. Tudo o que era de um passava a ser dooutro e vice-versa. E lgico que eles no comiam ou bebiam literalmente a carnee o sangue, mas faziam rituais que simbolizavam isto. Tratava-se de uma alianaque significava mistura de vidas.

    Quando Abrao e Melquisedeque se encontraram, fizeram este tipo de aliana.Melquisedeque abenoou a Abrao, e lhe trouxe po e vinho (Gn.14:18). Nocomeram a carne um do outro, e nem beberam o sangue um do outro literalmente,mas o fizeram simbolicamente atravs do po e do vinho, dando a entender comisto que misturavam suas vidas.

    Alto nvel de compromissoEra exatamente disto que Jesus vinha falando. Compromisso. Aliana. Ele diziaaos que o seguiam que eles no podiam vir atrs dele s com o interesse dereceber os milagres sem desenvolver um relacionamento de compromisso consigo.

    Infelizmente, o que as igrejas hoje mais esto praticando o contrrio. Usamos omover milagroso de forma errada. Pregamos os milagres e no falamos quase nada

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    sobre compromisso. Nossa nfase e postura diante dos milagres est errada. Masporque temos feito isto? Porque pregar compromisso e aliana com Cristo no dibope. No atrai as multides. Pelo contrrio, afasta muita gente que s quercomer o po e se saciar, mas no quer andar com Jesus dia aps dia, tomando asua cruz e negando-se a si mesmo.

    Quando Jesus Cristo comeou a falar sobre comer sua carne e beber o seusangue, muitos no gostaram. Eles no queriam este nvel de compromisso, pois altssimo! O preo do compromisso proposto por Jesus alto e exige dedicao. Ea reao de muitos foi a indignao e o voltar as costas ao Senhor:

    "Muitos dos seus discpulos, tendo ouvido tais palavras, disseram: Duro estediscurso, quem o pode ouvir?

    vista disso, muitos dos seus discpulos o abandonaram e j no andavam comele."

    Joo 6:60 e 66.

    Por que voltaram atrs e deixaram de seguir a Jesus?

    Porque no queriam este nvel de compromisso. S queriam usufruir os milagres,no estavam verdadeiramente ligados ao Senhor. Jesus se entristeceu com isto econfrontou at mesmo os doze que com Ele caminhavam:

    "Ento perguntou Jesus aos doze: Porventura quereis tambm vs outrosretirar-vos?

    Respondeu-lhe Simo Pedro: Senhor, para quem iremos? tu tens as palavras davida eterna; e ns temos crido e conhecido que tu s o Santo de Deus"

    Joo 6:67-69.

    Podemos dizer que o que de fato Jesus estava falando aos doze, era: "Agora quetodos vocs entendem o que eu realmente espero de quem me segue, em termos decompromisso, no querem mudar de idia como os outros que me deixaram?"

    Mas estes homens tinham convico de que era justamente este nvel decompromisso que queriam. O apstolo Pedro no disse a Jesus: "Para ondeiremos, s o Senhor opera milagres". No, ele no estava com sua nfase nosmilagres e nem na comida material, mas na espiritual. Ele declara: "S tu tens aspalavras de vida eterna, e isto que tem nos atrado a ti. E isto que nos manterligado a ti!" Aleluia! Se em todos ns houvesse este nvel de compromisso... Quemdera toda a igreja compreendesse hoje o significado de aliana, de compromissocom Cristo! Ento j no mais mercadejaramos os milagres com intuto de enchernossos sales de culto.

    Veja bem, no sou contra os sales de cultos cheios. Deus quer que cresamos.Ele ama os perdidos e quer v-los salvos. H alguns que falam contra ocrescimento da igreja, dizendo: "De nada adianta quantidade sem qualidade". Noconcordo com isto, pois uma igreja que no cresce, est doente e no tem

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    qualidade. No existe qualidade num grupo que no ganha almas, que no faznovos discpulos. Isto no ser jamais qualidade!

    Eu daria outro nome, eu chamaria de "clube", de "panela", de muitas outrascoisas, menos de uma igreja saudvel. A qualidade no vem embutida no peixeque pescamos, ela algo que se trabalha nas vidas depois, com discipulado,pastoreamento e ensino. Prefiro ter uma grande igreja "sem qualidade" comodiriam alguns, do que uma pequena igreja "de qualidade", que no cresce.

    O crescimento deve ser a meta de toda igreja. Porm, no a qualquer preo. Nopodemos comprometer a mensagem para crescer. Os milagres atraem as pessoas,e so uma excelente ferramenta no crescimento da igreja. Mas no podemos omitiro compromisso com Cristo. Devemos proclamar isto diante de cada milagre.

    O mover milagroso tem que estar presente e nos ajudar a crescer, pois mostra spessoas que o Senhor est em nosso meio. Mas devemos anunciar a elas o outrolado dos milagres. Que Deus no um talism. Que o milagre apresenta ocaminho a ser trilhado. Que o milagre tem um propsito e uma mensagem. Quedevemos estar alianados com Cristo, buscando o alimento espiritual e no apenasquerendo us-lo para ter uma vida material melhor.

    Os milagres atraem os homens a Deus, mas o que os faz ficar diante de Deus ocompromisso, a aliana com o Senhor. Que Deus nos ajude a assimilar e apregoarestas verdades!

    Experimentando mais de DeusJ vimos no captulo dois que o caminho para um mover milagroso maior entendermos a forma correta de nos relacionarmos com Deus. Tenho aprendidoum princpio importante com Deus acerca disto no captulo seis de Isaas, ondelemos acerca de uma fortssima experincia dele com Deus. A vida crist progressiva (Pv.4:18) e Deus quer que provemos cada vez mais de sua presena.Esta experincia de Isaas foi um momento em sua vida onde ele galgou um degraua mais no seu relacionamento com Deus.

    "No ano da morte do rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublimetrono, e as abas de suas vestes enchiam o templo.

    Serafins estavam por cima dele; cada um tinha seis asas: com duas cobria o rosto,com duas cobria os seus ps e com duas voava.

    E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, santo, santo o Senhor dosExrcitos; toda a terra est cheia da sua glria.

    As bases do limiar moveram-se voz do que clamava, e a casa se encheu defumaa.

    Ento disse eu: Ai de mim! Estou perdido! porque sou homem de lbios impuros,habito no meio dum povo de impuros lbios, e os meus olhos viram o Rei, oSenhor dos Exrcitos!

  • A outra face dos milagres Luciano Subir

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    Ento um dos serafins voou para mim trazendo na mo uma brasa viva, que tirarado altar com uma tenaz; com a brasa tocou a minha boca, e disse: Eis que elatocou os teus lbios; a tua iniquidade foi tirada, e perdoado o teu pacado.

    Depois disto ouvi a voz do Senhor que dizia: A quem enviarei, e quem h de ir porns? Disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim."

    Isaas 6:1-8

    O impacto no profeta foi tamanho que ele declarou ser um homem de lbiosimpuros no meio de um povo de impuros lbios. S que quando lemos os cincocaptulos anteriores de seu livro, vemos uma forte mensagem contra o pecado. Noenxergamos este Isaas de lbios impuros que ele descreve, apenas o Isaas"profeta". Mas quando provamos mais de Deus passamos a enxergar o quantoainda precisamos do Senhor e de seu tratamento em nossas vidas.

    Todos prec