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BRUNA PAULA VIEIRA DE BRITO JULIANE FERREIRA MACIEL KELLY CRISTIANE CHRUN A PERCEPÇÃO DOS PROFESSORES DE ENSINO MÉDIO SOBRE BULLYING CURITIBA- PR 2012

A PERCEPÇÃO DOS PROFESSORES DE ENSINO MÉDIO SOBRE BULLYING · Como objetivos específicos, busca-se: observar o trabalho do professor sobre o bullying dentro de sala de aula; identificar

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BRUNA PAULA VIEIRA DE BRITO JULIANE FERREIRA MACIEL KELLY CRISTIANE CHRUN

A PERCEPÇÃO DOS PROFESSORES DE ENSINO MÉDIO SOBRE BULLYING

CURITIBA- PR 2012

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BRUNA PAULA VIEIRA DE BRITO

JULIANE FERREIRA MACIEL KELLY CRISTIANE CHRUN

A PERCEPÇÃO DOS PROFESSORES DE ENSINO MÉDIO

SOBRE BULLYING Trabalho de Conclusão de curso apresentado ao curso de Pedagogia da F A E C e n t r o U n i v e r s i t á r i o . Or ientadora: Mrª. Débora Pereira Claudino.

CURITIBA- PR 2012

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"Ensinar não é transmit ir

conhecimentos, mas criar as

possibilidades para a sua

própria produção ou a sua

construção.”

Paulo Freire

AGRADECIMENTOS

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Primeiramente a Deus, nosso porto seguro, que nos deu força de vontade e

coragem para continuarmos lutando pelos nossos sonhos, iluminando os nossos

caminhos, diante das dificuldades encontradas durante estes quatro anos, não nos

deixando desistir dos nossos objetivos e das nossas metas.

A nossa coordenadora Silvia Luan Lozza que nos acompanhou nestes anos

com muita dedicação e afeto. E com sua capacidade e empenho nos orientou e nos

incentivou a continuar nesta jornada acreditando e confiando no nosso potencial.

Agradecemos também a nossa orientadora Débora Pereira Claudino que com

sua paciência, delicadeza e dedicação soube - nos orientar no processo da nossa

pesquisa não nos deixando desamparadas, fazendo com que cada etapa fosse

prazerosa e significativa para nossa vida profissional.

A todos os nossos familiares que de alguma forma contribuíram diretamente e

indiretamente pela concretização desta pesquisa nos dando apoio e muita garra

para darmos continuidade na nossa formação. A vocês nosso muito obrigado por

terem feito parte desta caminhada tão importante para todas nós. Amamos vocês.

A todos os professores que durante estes quatro anos nos transmitiram seus

valiosos conhecimentos nos mostrando que a educação é a base fundamental para

todos os seres humanos.

E também agradecemos aos diretores por terem aberto as portas das escolas

para concretizarmos nossa pesquisa com os docentes.

Nossos sinceros agradecimentos para todos vocês que agora também fazem

parte das nossas vidas. Muito Obrigado!

DEDICATÓRIA

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RESUMO

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BRITO Bruna Paula Vieira, CHRUN Kelly Cristine, MACIEL Juliane Ferreira. A PERCEPÇÃO DOS PROFESSORES DE ENSINO MÉDIO SOBRE BULLYING.2012 p.36 . Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Pedagogia) – FAE Centro

Universitário. Curitiba, 2012.

Esta pesquisa apresenta como tema central a percepção dos professores de ensino

médio sobre bullying e tem como objetivo geral verificar as percepções que os

professores do ensino médio tem perante o bullying. Foi realizada uma pesquisa de

campo, em duas instituições de ensino uma da rede pública e outra da rede

particular, nas quais foram aplicados questionários com docentes que atuam no

ensino médio. No referencial teórico foram abordados os seguintes temas: A história

da educação durante o século XVI-XVIII, Educação nos dias atuais, O Bullying,

Cyberbulling,O papel da escola e dos pais diante do bullying.

A análise de dados foi realizado por meio de uma comparação de questionários

aplicadas, ressaltando a diferença entre as duas instituições. Com esses dados

percebe-se que os profissionais da educação não estão preparados para enfrentar

os casos de bullying que ocorrem nas instituições escolares.

Palavras – chaves: educação, bullying, cyberbulling

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ABSTRACTBRITO Bruna Paula Vieira, CHRUN Kelly Cristine, MACIEL Juliane Ferreira.

PERCEPTIONS OF SCHOOL TEACHERS ON BULLYING.2012 p.36. Work

completion of course (Undergraduate Education) - University Center FAE. Curitiba,

2012.This research has as its central theme the perception of high school teachers about

bullying and aims to verify the general perceptions that high school teachers have

towards bullying. We conducted a field study in two schools one in public and

another in private, in which questionnaires were administered to teachers who work

in high school. In the theoretical framework were discussed the following topics: The

history of education during the XVI-XVIII century, education nowadays, Bullying,

Cyberbulling, The role of schools and parents on bullying.Data analysis was performed by a comparison of questionnaires applied, highlighting

the difference between the two institutions. With these data it is clear that education

professionals are not prepared to face the cases of bullying occurring in schools.Key - words: education, bullying, cyberbulling

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .....................................................................................5

2 METODOLOGIA ..................................................................................7

2.1 Tipos de pesquisa............................................................................7

2.2 Técnica de amostragem....................................................................7

2.3 Sujeito de pesquisa...........................................................................7

2.4 Instrumento de coleta de dados........................................................8

2.5 Tratamento de análise de dados.......................................................8

3. REVISÃO BIBLIOGRAFICA.................................................................9

3.1 A história da educação durante o século XVI- XVIII...........................9

3.2 Processo educacional.........................................................................9

4. A EDUAÇÃO NOS DIAS ATUAIS........................................................12

4.1 A importância da educação................................................................12

4.2 O professor.........................................................................................13

5. O BULLYING........................................................................................15

5.1 O histórico do bullying........................................................................15

5.2 O conceito do bullying........................................................................16

5.3 Os protagonistas do bullying..............................................................17

5.4 Os expectadores do bullying..............................................................18

5.5 Cyberbullying......................................................................................18

7. O PAPEL DA ESCOLA E DOS PAIS DIANTE DO BULLYING............20

7.1 O papel da escola...............................................................................20

7.2 O papel da família...............................................................................21

8. Apêndice...............................................................................................22

9. ANEXO..................................................................................................23

9.1 Questionário........................................................................................23

10. REFERÊNCIAS...................................................................................24

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1. INTRODUÇÃO

De acordo com Chalita (2008), bullying é considerado uma agressão que

expõe a pessoa atingida, onde a fere com as piores humilhações, também é

considerado como uma negação de amizade, desrespeito com o próximo. Com isso

quem sofre bullying acaba se afastando dos seus entes queridos e até mesmo se

esconde por medo. O bullying não é somente uma atitude de agressão verbal mais

sim podendo ser uma agressão física, onde pode causar em suas vítimas

consequências que vão desde o âmbito emocional até na aprendizagem.

Segundo Fante (2005), foi em meados da década de 90 que algumas

brincadeiras passaram a ser denominadas como bullying. Os primeiros estudos

foram feitos pelo pesquisador e educador Dan Olweus da universidade de Bergen,

na Noruega. Passou a estudar algumas consequências que aconteceram com

pessoas que sofreram o bullying.

Nos últimos tempos, considera-se o bullying um ato de violência preocupante,

visto que ocorre diariamente no meio escolar, podendo ser entre professores e

alunos. É um fato que demonstra a insegurança pela instituição de ensino,

responsáveis pela parte educacional do aluno, que provoca inquietação aos

encarregados da educação e às vítimas desse ato.

Casos de bullying vêm sendo muito frequentes, tanto por parte de alunos-

alunos e professores-alunos. Chalita (2008), afirma que os estudos relacionados

com o bullying estão ficando cada vez mais presentes no contexto das escolas de

educação infantil, ensino fundamental e principalmente ensino médio.

O tema da presente pesquisa é: A percepção que os professores do

ensino médio tem a respeito do bullying. Esta pesquisa tem como objetivo geral

verificar as percepções que os professores do ensino médio tem perante ao bullying.

Como objetivos específicos, busca-se: observar o trabalho do professor sobre o

bullying dentro de sala de aula; identificar as estratégias que os docentes do ensino

médio tem a respeito do bullying nas escolas; pesquisar as dificuldades e facilidades

do professor ao trabalhar com o bullying com alunos de 14 anos a 17 anos.

Com este trabalho de conclusão de curso, pretende-se deixar clara a

importância de o professor conhecer as percepções que o bullying pode trazer para

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as suas vítimas, para assim prevenir e combater esse problema com alunos do

ensino médio.

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2. METODOLOGIA

2.1 Tipos de pesquisa

Segundo Oliveira (2000), o objetivo da pesquisa estabelece a compreensão

para os pesquisadores encontrarem respostas para suas indagações.

A metodologia científica aplicada para o embasamento teórico deste estudo é

a pesquisa exploratória e bibliográfica, visando perceber as atitudes dos docentes

pesquisados perante a temática bullying nas instituições de ensino.

De acordo com Oliveira (2000), a finalidade da pesquisa bibliográfica é

contribuir cientificamente para que o pesquisador encontre diferentes fontes para

solucionar o problema da pesquisa.

Para Gil (2009), a pesquisa exploratória é uma etapa de investigação informal

com o objetivo de proporcionar ao pesquisador uma familiaridade com o problema,

tornando-o claro e explicito, possibilitando uma reflexão flexível aos diversos estudos

relativos aos aspectos estudados. Os estudos exploratórios possibilitam ao

pesquisador, fazer o levantamento do fenômeno que deseja estudar de forma mais

detalhada e estruturada, proporcionando à obtenção de informação acerca de um

determinado produto. Na maioria dos casos, boa parte das pesquisas de campo

pode ser definida como pesquisa bibliográfica, desenvolvidas com base em material

já elaborado.

2.2 Técnicas de amostragem

Segundo Marconi e Lakatos (2008), o pesquisador não consegue encontrar a

resposta sozinho. Precisa da opinião de pessoas que estão exercendo na prática, e

assim influenciando a opinião dos demais.

A técnica de amostragem foi realizada em duas redes de ensino sendo uma

pública e outra particular, com sujeitos de pesquisa que estão em contato com os

discentes e que tenham interesse e disponibilidade ao estudo pesquisado.

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2.3 Sujeitos de pesquisa

O estudo foi elaborado com o apoio dos sujeitos de pesquisa, sendo eles

docentes de escola pública e particular do ensino médio. Localizadas no município

de Curitiba.

Quadro 1 – Figura de tabela de coletas de dados.

Fonte: Bruna, Juliane e Kelly.

2.4 Instrumentos de coleta de dados

Segundo Gil (2007), antes da realização do questionário é importante que o

pesquisado busque se familiarizar com as pessoas que irão responder o

questionário, pois a maioria desses pesquisados se sentem inseguros.

Para solucionar o problema da pesquisa, foram coletados dados por meio de

um questionário (em anexo 1) com dez perguntas. Onde foram entregues impresso

para que os docentes pesquisados pudessem responder. Por meio desse

instrumento de coleta de dados, tivemos novos recursos para solucionarmos o

problema.

2.5 Tratamento e análise de dados

Segundo Marconi e Lakatos (2008), com a análise o pesquisador consegue

obter vários dados para compreender melhor o assunto e encontrar as respostas

para as indagações da análise de dados. A análise de dados foi realizada de forma

qualitativa e descritiva, sendo o questionário o instrumento para coleta de dados e

realização da pesquisa.

FUNÇÃO ESCOLA FORMAÇÃO

DOCENTE 1

DOCENTE 2

DOCENTE 3

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Objetivo da análise é perceber e talvez prevenir os conflitos e os danos que o

bullying está causando na vida de muitos alunos, que se sentem a cada dia

ameaçados e constrangidos diante de um grupo de agressores, sendo ela física ou

verbal.

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3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 A história da educação durante o século XVI-XVIII

Ao longo da história a educação passou por várias transformações. Desde a

pré-história os homens das cavernas já utilizavam materiais pedagógicos, com suas

pedras desenhando símbolos. Esses instrumentos nada mais eram que materiais de

ensino.

Para Saviani (2007), na segunda metade do século XVI em Portugal, os

jesuítas passavam a controlar o ensino. E no final do século já possuíam vários

colégios em Coimbra, Lisboa, Évora, Porto, Braga, Bragança, Angra e Funchal.

Enquanto isso, os jesuítas continuavam a explorar cada vez mais as doutrinas

católicas. De acordo com Stephanou e Bastos (2004), os jesuítas empreenderam no

Brasil uma significativa obra missionária e evangelizadora, fazendo parte de novas

metodologias, na qual contava com o apoio do projeto Ratio Studiorum, que passou

a ser conhecido como pedagogia tradicional.

Segundo Ferreira (2004), a Companhia de Jesus também apostou claramente

na educação e na escola como forma de disciplinar a sociedade, com o objetivo de

mostrar as doutrinas católicas.

3.2 Processo educacional

De acordo com Ferreira (2004), as crianças do século XVI, desde muito

pequenas recebiam as primeiras impressões do pai. O qual tinha um papel

fundamental de começar o processo da educação conducente à criação de uma

autodisciplina que tinha em vista servir a conservação da honra familiar.

A criança nada mais era que cera mole, a que mãos hábeis podiam dar forma, pois, á nascença, o pequeno ser vinha praticamente despido de condicionalismo genéticos; a sua mente era uma folha branca apta a receber qualquer impressão (FERREIRA, 2004, p.64).

A pessoa, adulta ou criança, só era realmente importante na

sociedade quando inserida numa estratégia de formação católica, devendo ser

batizada. Pois somente assim a criança entrava no mundo dos fiéis recebendo a

graça de Deus.

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Conforme Stephanou e Bastos (2004), os meninos tinham uma educação

muito diferente das meninas. Sendo que era a mulher que educava a filha,

ensinando os preceitos da religião e tudo que envolvesse a atividade doméstica.

Enquanto isso o homem educava o filho, ensinando as virtudes cardeais. Pois só

assim a família podia, com eficácia, formar indivíduos autodisciplinados, obedientes

e virtuosos que a sociedade cada vez mais desejava.

De acordo com Paiva (2005), o saber só era relevante ou interessante na

medida em que servia à ordem teológico-filosófica legitimadora dos poderes

vigentes. Era missão do professor, propor aos alunos a oração cotidiana, a recitação

do terço, os sacramentos e ensinar os bons hábitos.

Para Ribeiro (2007), no início do século XIX, a organização da educação tinha

dificuldades em encontrar um grupo de pessoas, preparados para a função do

magistério. Surge nesse século o método lancasteriano, também conhecido como

ensino mútuo, no qual os melhores alunos eram investidos na função docente, com

regras predeterminadas, rigorosas e hierarquizados.

De acordo com Aranha (1998), enquanto o mestre da sala ficava em uma

cadeira alta supervisionando a classe, o monitor ensinava a um grupo de colegas.

[...] Com o tempo houve críticas do método mútuo, no qual tinha pouca

dedicação dos professores, falta de instalações físicas adequadas e a ausência de

fiscalização por parte das autoridades de ensino (SAVIANI, 2008, p.130).

No ano 1879, foi decretada a reforma Leôncio de Carvalho, que entendia que

muito havia a ser feito para imprimir um impulso à educação. Mantendo a

obrigatoriedade do ensino primário dos sete aos quatorzes anos; a assistência do

Estado aos alunos pobres; a organização da escola primária em dois graus com um

currículo enriquecido e com o serviço de inspeção (SAVIANI, 2008, p.136).

No final deste século, as mulheres começaram a ter oportunidades de

frequentar o ensino em nível secundário. Pois antigamente a maioria das mulheres

eram analfabetas. Apenas uma pequena parte do grupo feminino era

tradicionalmente preparado na família pelos pais e preceptores, limitando-se,

entretanto, às primeiras letras e ao aprendizado das prendas domésticas e de boas

maneiras (RIBEIRO, 2007, p.67).

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No decorrer dos anos, houve várias mudanças no processo de ensino. Hoje

os alunos não são mais vistos como tábuas rasas e sim como alunos que têm o

direito à educação, à cultura, ao esporte e ao lazer. Destaca-se no Estatuto da

Criança e do Adolescente no art,53:

[...] A criança e o adolescente tem direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho.

Com isso os alunos passaram a serem vistos como cidadãos de direitos e

deveres à uma educação de qualidade, conquistando um papel muito importante na

sociedade, sendo partícipes do processo de ensino e aprendizagem.

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4.Educação nos dias atuais

4.1 Importância da educação

De acordo com Johwan Oh, Basso, Oliveira (2011), a escola é um ambiente

muito importante para os discentes, na qual ocorre momentos significativos e

prazerosos proporcionando a construção da cidadania e assim constituindo uma

consciência global.

Segundo Machado e Siqueira (2009), a educação é fundamental para as

construções culturais e políticas do processo de socialização dos indivíduos perante

a sociedade, para que esses indivíduos garantam um ambiente afetivo de convívio

social. Stoltz (2011), afirma que quando os docentes passam o conhecimento para

os discentes, primeiramente precisam resgatar as suas vivências culturais, levando

o sujeito a refletir sobre o conhecimento científico.

De acordo com o ministério da educação, o ensino de hoje é visto como

direito de todos e dever do estado visando o desenvolvimento cognitivo no qual a

criança e o adolescente têm o direito e o dever de participar do processo

educacional, garantindo a todos um espaço adequado de ensino. DUTRA (2009).

Afirma o art. 205 da Constituição Federal de 1988 que:

Art. 205 – A educação, direito de todos e dever do estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

Segundo Freire (1994), o direito à educação não é visto somente para

aprender a ler e escrever, mas sim entender o mundo de uma maneira reflexiva.

Tornando um sujeito reflexivo questionador, crítico e desenvolvendo a autonomia.

Para Libâneo (2003), a educação de qualidade é aquela que a escola propõe

para todos os membros da instituição, conhecimento cognitivo, desenvolvimento de

capacidades e subsídios para aprender a pensar de modo reflexivo e sabendo viver

em conjunto com diversas personalidades.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), nº 9394 de 20 de

Dezembro de 1996, estabelece no Titulo III, o direito de todos a educação, consta no

art 4, que é dever do estado, garantir uma educação básica de qualidade para todas

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as crianças e adolescentes, inclusive aos que não tiveram oportunidade de estudar

na idade própria.

De acordo com Andrade (2003), a formação dos profissionais da educação

tem como ênfase formar, treinar e motivar recursos humanos para desempenhar

atividades de maneira responsável e reflexiva. Visando por um ensino de qualidade.

4.2 O Professor

Segundo Portella e Bridi (2008), a escola é um ambiente onde docentes e

discentes experimentam diferentes comportamentos afetivos: “alegria ao realizar

descobertas, tristezas nas dificuldades de ensinar e aprender, desconforto ao

descordar dos colegas”, esse é um conjunto de situações que todos os envolvidos

do ambiente escolar desenvolvem cognitivamente de forma negativa ou positiva no

decorrer do ano letivo.

Freire (1996), afirma que um bom professor é aquele que consegue, trazer

ao aluno assuntos significativos. Cada dia esse professor passa por diversos

desafios, uma dessas dificuldades é conseguir prender a atenção dos alunos de

maneira dinâmica e extrovertida para dentro da sala de aula, procurando envolver os

conhecimentos prévios do sujeito com o tema estudado.

De acordo com Portela e Bridi (2008), o professor do século XXI é visto como

mediador que tem conhecimentos riquíssimos, mais muitas vezes esse

conhecimento acaba não sendo passado para o aluno de maneira positiva, pois

alguns professores tem dificuldade de prender a atenção do educando, e assim a

aula perde o sentido, não havendo uma aprendizagem significativa para a vivência

do aluno. [...] Por esse motivo é importante que não só o aluno, mais também o

professor, seja avaliado, percebendo sua postura e sua metodologia, para que assim

aconteça uma aprendizagem inovadora (DEMO, 2004, p. 89).

Aos professores cabe a tarefa primordial de mediar a relação ensino- aprendizagem, utilizando-se para isso dos mais variados meios disponíveis na escola ou alcançados por sua livre iniciativa (MELO, 2011, p. 164).

Segundo Chalita (2008), o professor tem características importantes

para serem trabalhadas com seus alunos, de maneira prazerosa e inovadora,

garantindo uma aprendizagem significativa. Para que isso aconteça é importante

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que tudo que o professor passe para os alunos, também coloque em prática [...] Não

é possível que ele pregue a autonomia sem ser autônomo; que fale de liberdade

sem experimentar a conquista da independência que é o saber; que ele queira que

seu aluno seja feliz sem demonstrar afeto.

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5. O Bullying

5.1 Histórico do Bullying

Segundo Silva (2010), o bullying é um fenômeno muito antigo, que ocorre em

vários países. Este problema passou a ser um estudo de grande importância na

Suécia nos anos 70. Com isso a sociedade, demonstrou grande preocupação com

este tema polêmico, entre estudantes da adolescência sendo essa faixa etária a

mais afetada nas instituições escolares.

De acordo com Calhau (2010), os estudos sobre o bullying tiveram início nos

anos de 1970 por Dan Olweus, professor da universidade de Bergen, Noruega.

Nesse período ocorreram inúmeros suicídios com crianças nas escolas, chamando a

atenção do professor para o estudo do tema.

Tais estudos foram feitos de forma mais específica, e tinha por objetivo diferenciar a prática do bullying de possíveis brincadeiras de crianças, tais como, gozações ou relações de brincadeiras entre iguais (FANTE 2005, p.50).

Para Barro e Carvalho (2009), Dan Olweus realizou na Noruega uma

pesquisa sobre o tema com 130.000 estudantes, verificando nesse estudo a

participação dos alunos nos casos de bullying. Com a elaboração dessa pesquisa,

foi constatado que 15% dos entrevistados, já estavam envolvidos com o caso.

Após a pesquisa do professor Dan Olweus, a sociedade começou a se

preocupar muito mais com o comportamento agressivo desses adolescentes, dando

origem a uma campanha nacional antibullying. Após esta ação contra o bullying foi

reduzido 50% dos casos na instituição escolar. Outros países como o Reino Unido,

Espanha, Itália, Canadá, Portugal, Alemanha, Grécia e Grã-Bretanha perceberam os

resultados positivos e também promoveram campanha contra o bullying segundo

FANTE (2005).

De acordo com Chalita (2008), nos Estados Unidos o bullying é visto como

um fenômeno global. Segundo dados coletados pelo Centro Médico Infantil Nacional

Bear Facts, afirmam que 5.700.000 meninas e meninos, envolvidos em casos de

bullying, sendo 13% praticantes do bullying e 11% diz ter sofrido situações de

bullying no ambiente escolar.

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No Brasil o interesse pelos estudos do bullying é mais recente tendo início

nos anos de 2002 e 2003. Segundo os dados coletados pela ABRIPIA, o primeiro

estudo foi realizado pela Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção a

infância e juventude, esta pesquisa envolveu cerca de 5.875 estudantes sendo eles

alunos do 5º a 8º ano, constatando que aproximadamente 2.217 desses alunos de

escolas do Rio de Janeiro admitiram ter envolvimento em atos de bullying.

Desses 2.217 alunos, (50,5%) do sexo masculino e (49,5%) do sexo feminino

são autores do envolvimento com bullying. Essas agressões ocorrem principalmente

nas próprias salas de aula, com a porcentagem de (60,2%), durante o recreio

(16,1%) e no portão da escola, principalmente na saída tem o número de (15,9%). O

bullying ocorre em todas as escolas, independente de sua cultura, religião e poder

aquisitivo sendo elas públicas ou particulares (Silva, 2010, p. 113).

Conforme os estudos de Silva (2010), existe no Brasil um projeto de lei (nº

350, de 2007) do deputado estadual Paulo Alexandre Barbosa (PSDB-SP), no qual o

Poder Executivo passa a instituir o programa para combater o bullying. Atualmente

esse projeto aguarda votação na câmera legislativa de São Paulo.

Porém no Brasil ainda não existe uma lei federal contra o bullying, e sim um

projeto de lei que propõe uma campanha, familiarizando a sociedade com o

problema do bullying, para que assim ocorra ações de combate ao bullying

(RODRIGUES, 2012).

5.2 Conceito do Bullying

De acordo com Fante (2005), o bullying é uma palavra de origem inglesa,

adotada em muitos países para definir o desejo de maltratar uma outra pessoa e

deixá-la constrangida.

Se recorrermos ao dicionário, encontramos as seguintes traduções para a

palavra bully: indivíduo valentão, tirano, mandão, brigão. Já a expressão bullying é

vista como um conjunto de atitudes de violência física ou psicológica.

De acordo com Fante (2005), o bullying escolar ocorre por meio de insultos,

intimidações, apelidos, gozações que magoam profundamente a vítima, essas

agressões são ocorridas principalmente por um grupo de alunos, que são vistos

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como os valentões pelos seus colegas de classe. Essas ações agressivas podem

levar a vítima a uma depressão profunda, prejudicando até o seu ano letivo.

Para Neto (2007), as vantagens que o protagonista do bullying encontra para

ridicularizar a vítima, se dá pelo fato do agressor possuir algumas características,

tais como idade superior a da vítima, estrutura física e emocional mais equilibrada,

ter apoio dos demais amigos da classe, tais atributos fazem com que a vítima se

sinta coagida não encontrando subsídios para se defender das ofensas, seja elas

verbais ou morais.

Outra característica a ser observada é que os comportamentos de bullying

podem ocorrer de duas formas, direta utilizada com maior frequência entre

agressores meninos por meio de insultos, xingamentos, apelidos ofensivos,

comentários racistas e agressões físicas. E a forma indireta é mais comum entre as

meninas, tendo atitudes como fofocas, intrigas, rumores desagradáveis levando a

vítima ao isolamento social (CHALITA, 2008, p. 82 e 83).

5.3 Os protagonistas do bullying

De acordo com Calhau (2010), os protagonistas envolvidos na prática do

bullying podem se dividir em quatro pequenos grupos: agressores, vitimas,

espectadores passivos e vítimas agressoras.

O agressor é aquele que intimida os mais fracos, de ambos os sexos, um

indivíduo que manifesta pouca empatia, frequentemente é membro de uma família

desestruturada (CALHAU, 2010, p.9).

Para Neto (2004), o autor do bullying é tipicamente popular, tende a envolver-

se em uma variedade de comportamentos antissociais, tem uma personalidade

agressiva inclusive com os adultos, esse agressor vê sua agressividade como uma

qualidade.

Segundo Silva (2010), as vítimas típicas do bullying são os alunos que

apresentam pouca habilidade de socialização, são tímidas ou reservadas, isoladas,

inibidas e se sentem muitas vezes inferiores aos seus colegas.

Para Fante (2005), as vítimas muitas vezes sofrem caladas, geralmente são

inseguras e sentem receio de contar a um adulto a verdadeira razão pela qual se

esconde, com medo que algo pior possa acontecer, carregando a uma insegurança

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! 19

para o resto da vida. Essas situações de constrangimento, acarretam

consequências na fase adulta, prejudicando problemas de interação com outras

pessoas.

Segundo Silva (2010), as ações do bullying podem ocasionar diversas

doenças, sendo elas: ataques de ansiedade, anorexia, bulimia, fobia escolar, e

problemas de socialização. Muitas vezes esses conflitos levam a vítima ao suicídio.

5.4 Expectadores do bullying

Segundo Calhau (2010), os alunos denominados expectadores do bullying

são aqueles que não estão envolvidos diretamente nas agressões, mas que

presenciam as ações do bullying na sala de aula onde normalmente ficam calados

com medo de serem as próximas vítimas.

Para Silva (2010), podemos dividir os expectadores do bullying em três

grupos distintos, os passivos são aqueles que têm uma postura retraída por medo

de se tornar a próxima vítima; os ativos são os membros do grupo do agressor,

estando inclusos no grupo do agressor, apesar de não participarem ativamente do

ataque contra a vítima. Porém, manifesta dando apoio moral para o agressor,

deixando- o se sentir no poder; os neutros são os alunos que por vivenciarem na sua

comunidade atitudes de violência, não ficam comovidos com as situações de

bullying que ocorrem em seu meio social.

5.5. Cyberbulling

De acordo com Silva (2010), o surgimento do cyberbullying ocorre a partir da

utilização dos recursos modernos da tecnologia, por meio das novas formas de

comunicação, os praticantes do cyberbullying utilizam esses meios tecnológicos,

como um novo meio para agredir as vítimas.

Segundo Lisboa, Braga Ebert (2009), o cyberbullying; vem aumentando com

muita frequência em países desenvolvidos e subdesenvolvidos, devido ao aumento

do uso de celulares e internet por crianças e adolescentes.

Fante e Pedra (2008), afirmam que antigamente os jovens utilizavam a

tecnologia para trabalhos escolares e navegavam na internet por lazer. Hoje muitos

jovens utilizam a tecnologia para debochar e agredir virtualmente outros jovens,

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agravando cada vez mais os problemas do bullying, um problema que vem

crescendo justamente porque os jovens usam cada vez mais a tecnologia.

O cyberbullying é uma forma virtual de praticar o bullying onde vem preocupando especialistas, pais e educadores de todo o mundo, na sua prática onde são utilizadas as modernas ferramentas da internet e de outras

tecnologias. (FANTE E PEDRA 2008, p. 65)

De acordo com Calhau (2010), os praticantes do cyberbullying utilizam os

meios de comunicação como email, blogs, MSN,Orkut, Facebook, torpedos, abrindo

muitas vezes uma conta falsa (Fake), com o objetivo de espalhar e-mails

difamatórios contra as vítimas.

Para Fante e Pedra (2008), fotografias são tiradas com ou sem o

consentimento das vítimas, a maioria dessas imagens são alteradas por meio de

montagens constrangedoras, ofendendo a vítima com piadinhas e comentários

maldosos. Quando o agredido descobre as brincadeiras maldosas ao seu respeito já

é tarde demais, pois suas imagens já estão em rede mundial. Muitas vezes o

agressor invade o e-mail da vítima se passando por ela, para que assim a vítima

seja vista pelos outros como agressora, mas na verdade está sendo injustiçada.

Segundo o pesquisador Dan Olweus, os pais e professores devem estar

atentos aos vários aspectos comportamentais das crianças e dos adolescentes,

considerando os papéis que cada um pode desempenha em uma situação do

bullying escolar (SILVA 2010, p. 47)

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! 21

7. O papel da escola e dos pais diante do bullying

7.1 O papel da escola

Segundo Calhau (2010), o ensino no Brasil atualmente está passando por

uma fase muito difícil. Os alunos atuais não estão respeitando os limites dentro da

escola, pois alguns pais no início da infância dos filhos não trabalharam com eles o

respeito ao próximo, tendo uma visão que a educação é responsabilidade do

professor e da instituição de ensino.

De acordo com uma pesquisa realizada pela ABRIPIA no ano de 2003 as

maiorias das agressões de bullying acontecem na sala de aula com a presença do

professor. Com estes dados fica evidente o papel do professor e da escola diante do

bullying escolar. Segundo Silva (2010), o comportamento agressivo entre

adolescentes é um fenômeno que mais preocupa os pais e os professores, essa

agressividade acontece de forma física e verbal.

Fante e Pedra (2008), afirmam que a maioria das escolas não estão

preparadas para discutir a questão sobre o bullying, pois muitas vezes esses

profissionais da educação não tem o preparo adequado para solucionar esses

problemas. E por esse motivo acabam prejudicando ainda mais a esses casos. Pois

muitas vezes os próprios profissionais reproduzem o preconceito dentro da

instituição escolar, fazendo piadinhas, imitações e brincadeiras desagradáveis

constrangindo os alunos perante os colegas de classe.

Segundo Chalita (2008), cabe a escola perceber as necessidades e

encontrar recursos para ajudar os alunos no combate ao bullying. Por meio de aulas

específicas, temas transversais em diferentes disciplinas e com campanhas e

propostas que auxiliem no combate ao bullying.

Para Fante e Pedra (2008), é necessário que a instituição escolar conheça as

consequências do fenômeno bullying e proporcionando aos profissionais da

instituição, uma familiaridade com o problema que atualmente tem afetado todas as

escolas. Esses estudos podem ser realizados, por meio de capacitações e

estratégias preventivas, buscando repassar o problema do bullying para a

comunidade escolar. Para Chalita (2008), mais do que palestras e debates, é de

extrema importância construir coletivamente uma ação que fortaleça as virtudes e a

amizades dos integrantes envolvidos no processo educacional.

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! 22

7.2 O papel da família

De acordo com Silva (2010), cabe a família perceber as atitudes da criança e

do adolescente, em relação ao comportamento defensivo do sujeito, é muito

importante que os pais ou responsáveis desenvolvam um olhar atento no

comportamento do filho. Caso esse sujeito esteja se comportando de maneira

diferente aos dias anteriores, procurar ter uma conversa com esse adolescente para

descobrir quais motivos o levou a ter esse comportamento agressivo ou recuado.

Afirma Calhau (2010), que os pais ao tomar conhecimento de que seu filho

está sendo vítima de bullying, deve conversar de forma tranquila e sem cobrança,

tendo o cuidado de coletar qualquer informação sobre o caso, procurando passar

confiança e principalmente carinho para que assim a vítima se sinta segura e

tranquila em relatar as situações constrangedoras que tem passado na escola.

Segundo Chalita (2008), o elogio e o carinho afetivo fortalece a auto

confiança e autoestima da criança para que assim a mesma se sinta fortalecida e

não seja mais um alvo do bullying. É importante que os pais percebam qualquer

sinal diferente nos filhos mesmos os mais silenciosos que muitas vezes passam

despercebidos: o desinteresse pela escola, abandono dos estudos, medo da escola,

marcas da intimidação, sinais de isolamento e mudanças de comportamento.

Para Fante e Pedra (2008), é importante que os pais estejam sempre em

alerta evitando criticar e duvidar daquilo que a criança relatou, pois esse sujeito

procura encontrar segurança. Afirma Chalita (2008), que os pais devem sim ajudar

os filhos e passar o caso para os gestores da escola, não tendo receio de reclamar,

sugerir e exigir um comportamento adequado para seu filho. Caso a instituição

escolar não resolva o problema, a família deve buscar auxilio aos órgãos

competentes, Secretaria da Educação e o Ministério Público tomando cuidado para

não constrangir ainda mais a vítima.

Do amor nasce a relação de confiança, cumplicidade e responsabilidade com

a vida do outro. Quando a família abre mão desse aprendizado, abre também

espaço para a violência (CHALITA 2008, p. 168).

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8. APRESENTAÇÃO DE DADOS

As pesquisas foram realizadas por meio de questionários com 9 questões

objetivas e 1 discursiva tendo como ênfase a percepção do professor do ensino

médio perante o bullying para isso foi realizada a pesquisa com 49 docentes, sendo

18 do ensino particular e 31 da rede publica, localizados no município de Curitiba.

8.1

A coleta de dados foi realizada com 49 docentes tendo como objetivo responder as

10 questões fundamentais para analisar o problema a percepção do professor do

ensino médio perante o bulliyng.

A questão um teve como objetivo saber se os professores entrevistados conhecem o

significado de bulliyng.

!

Com base nos dados do gráfico acima percebe-se que ambos conhecem o

significado da palavra bullying.

8.1.2

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A questão dois teve como objetivo perceber se os docentes entrevistados já

presenciaram atos de bullying dentro da sua sala de aula.

!

Com base nos dados do gráfico acima percebe-se que atos de bullying são praticados com mais frequência na rede pública.

8.1.3

A questão três tem como objetivo saber se comportamentos inadequados como o bullying podem trazer consequências na vida dos discentes.

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! 25

!

Com base nos dados acima podemos perceber que ambos acham que praticas de

bullying podem gerar consequências na vida desses alunos.

8.1.4

A questão quatro tem como objetivo perceber se as atitudes dos docentes dentro da

sala de aula também podem gerar atos de bullying.

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! 26

!

Com base nos dados acima podemos perceber que não é somente alunos

que praticam bullying, professores também podem gerar chances para que estes

atos ocorram.

8.1.5

A questão cinco tem como objetivo perceber quem mais pratica atos bullying dentro

da sala de aula.

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! 27

!

Com base nos dados do gráfico acima podemos perceber que a maioria dos

professores da rede pública acham que ambos os sexos praticam bullying. Já a

grande demanda dos docentes da instituição particular afirmam que os meninos é o

que mais ocasionam bullying.

8.1.6

A questão seis tem como objetivo identificar os possíveis espaços da instituição

escolar onde mais acontece as praticas de bullying.

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! 28

!

Com base nos dados do gráfico acima

8.1.7

A questão sete tem como objetivo saber qual a agressão que mais deixa marcas na

vida da vitima que sofre com o bullying.

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!

Com base nos dados do gráfico acima podemos perceber que a grande demanda

dos docentes das duas instituições escolares afirmam que tanto a agressão física e

a moral ocasionam angustias e sofrimentos, deixando marcas na vida da vitima.

8.1.8

A questão oito tem como objetivo saber qual instituição

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! 30

!

Com base nos dados do gráfico acima podemos perceber que os casos de bullying

tem ocorrido nas duas instituições.

8.1.9

A questão nove tem como objetivo pesquisar se os docentes tiveram na sua vida

acadêmica algum conhecimento em relação ao tema bullying.

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! 31

!

Com base nos dados do gráfico acima podemos perceber que a grande demanda

dos docentes que atuam tanto na escola publica quanto na particular não tiveram

oportunidades de estudarem sobre o tema bullying na sua vida acadêmica. Pois é

um tema novo e somente agora está sendo discutido e abordado pelos profissionais

da educação.

8.1.10

Na questão dez tem como objetivo encontrar outras obras literárias além das citadas

na referência para aprimorar nossos conhecimentos e assim facilitar a busca de

novos livros para os futuros pesquisadores sobre este tema tão polêmico que traz

consequências na vida de uma pessoa.

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!

Com base nos dados apresentado no gráfico acima podemos perceber que a grande

maioria dos profissionais da educação tanto da escola particular quanto da rede

publica não mostram interesse em se aprimorar sobre o tema bullying.

9. Referências

ARANHA, Arruda Lucia Maria: História da educação. 1.ed. São Paulo 1989

ABRAPIA – Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à Adolescência. Disponível em:http://www.observatoriodainfancia.com.br/

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repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/10169/1/Um%20estudo%20sobre%20o

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script=sci_arttext&pid=S1983-34822009000100007&lng=pt&nrm=is, data de acesso:

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FANTE,Cleo, Pedra, José Augusto. Bullying escolar: perguntas e respostas. Porto Alegre, Artmed, 2008.

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História e memórias da educação no Brasil: Séculos XVI- XVIII. 3 .ed. Rio de

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10. APÊNDICE

Questionário

1. Você sabe o que significa bullying?

( ) Sim

( ) Não

2. Você já presenciou atos de bullying dentro da sala de aula ?

( ) Sim ( ) Não

3. Você acha que esse tipo de comportamento pode trazer consequências para os

alunos que sofrem bullying?

( ) Sim

( ) Não

4. Você acha que atitudes de alguns docentes, também podem gerar chances

para que casos de bullying ocorram dentro da sala de aula?

( ) Sim ( ) Não

5. .Em sua opinião quem mais pratica bullying na escola?

( ) menino

( ) menina

( ) ambos

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6. Em sua opinião qual o espaço da escola que tem mais chance do agressor

praticar o bullying?

( ) intervalo

( ) na saída

( )banheiro

( ) sala de aula

( ) nos corredores da escola

7. Em sua opinião qual a agressão que mais deixa marcas na vida de uma pessoa?

( ) agressão fisica

( ) agressão moral

( ) ambos

8. Em sua opinião qual instituição que mais sofre bullying?

( ) instituição pública

( ) instituição privada

( ) ambos

9. Na sua vida acadêmica já estudou alguma vez sobre o tema bullying?

( ) Sim ( ) Não

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10. Você ja leu ou conhece alguma obra literaria sobre o tema bullying? Se sim qual

o nome do livro?