29
A pobreza urbana em Portugal Imagem1, “o que todos vêem e ninguém quer ver, Londres.” Pedro Martins Coimbra, 2008

A pobreza urbana em Portugal - fe.uc.pt · Neste trabalho irei procurar dar uma definição de pobreza, ... irei abordar uma das consequências mais trágicas da pobreza na minha

Embed Size (px)

Citation preview

A pobreza urbana em Portugal

Imagem1, “o que todos vêem e ninguém quer ver, Londres.”

Pedro Martins Coimbra, 2008

O Horror de ser Pobre

Risco c'um traço (Um traço fino, sem azedume) Todos os que conheço, eu mesmo incluído. Para todos estes não me verão Nunca mais Olhar com azedume. O horror de ser pobre! Muitos gabavam-se que aguentariam, mas era ver- -lhes as caras alguns anos depois! Cheiros de latrina e papéis de parede podres Atiravam abaixo homens de peitaça larga como toiros. As couves aguadas Destroem planos que fazem forte um povo. Sem água de banho, solidão e tabaco Nada há que exigir. O desprezo do público Arruina o espinhaço. O pobre Nunca está sozinho. Estão todos sempre A espreitar-lhe pra o quarto. Abrem-lhe buracos No prato da comida. Não sabe pra onde há-de ir. O céu é o seu tecto, e chove-lhe lá pra dentro. A Terra enxota-o. O vento Não o conhece. A noite faz dele um aleijado. O dia Deixa-o nu. Nada é o dinheiro que se tem. Não salva ninguém. Mas nada ajuda Quem dinheiro não tem.

Bertold Brecht, in 'Lendas, Parábolas, Crónicas, Sátiras e outros Poemas'

Tradução de Paulo Quintela

Faculdade de Economia Universidade de Coimbra

Trabalho de Fontes de Informação Sociológica

Trabalho de avaliação contínua realizado no âmbito da unidade curricular de fontes de informação sociológica, do 1º ano de Sociologia, sob orientação do docente,

Paulo Peixoto.

Fonte imagem 1 da capa: www.olhares.com, autor Benjamim Vieira, Título: “o que todos vêem e ninguém quer ver. Londres.”

Pedro Emanuel Almeida Martins

Coimbra, 2008

Índice

1.Introdução................................................................................................. 1 2.Desenvolvimento 2.1. Estado das artes 2.1.1. Pobreza uma definição…………………………………..3 2.1.1.1. Outras dicotomias da pobreza ……………………..5 2.1.2. Pobreza nas áreas urbanas……………………………….6 2.1.3. Pobreza em números…………………………………….9 3.Exclusão social………………………………………………………….. 10 4.Políticas de combate à pobreza…………………………………………. 12 5.Etapas \ descrição do trabalho académico………………………………. 14 6.Avaliação de uma página da Internet…………………………………....16 7.Ficha de leitura de um artigo…………………………………………….17 8.Conclusão…………...………………………………………………...…19 9.Referências bibliográficas……………………………………………….20 Anexos Anexo A: Tabela 1, Instituto Nacional de Estatísticas Anexo B: Tabela 2, Instituto Nacional de Estatísticas Anexo C: Página da Internet de avaliação Anexo D: Texto de suporte de ficha de leitura

A Pobreza Urbana em Portugal

Fontes de Informação Sociológica 1

1.Introdução

A cidade ao longo dos tempos tem sofrido inúmeras alterações, não só em termos

dimensionais e demográficos, mas também no que toca a valores e atitudes do Ser Humano. O

próprio cidadão que vive na cidade mudou a sua visão da realidade, pois actualmente a

mentalidade Humana está mais vocacionada para o consumismo, justamente às inúmeras ofertas

da cidade de hoje; o que seria impensável nalguns anos atrás quando a principal preocupação das

pessoas era o trabalho.

Vivemos numa época em que, diariamente, somos confrontados com o ritmo acelerado de transformações sociais que fazem mudar, de modo por vezes quase imperceptível, os comportamentos, as mentalidades e as próprias necessidades dos agentes e das instituições. (Ruivo, 2002: 13)

Apesar de a cidade oferecer um vasto leque de ofertas e ser uma zona de desenvolvimento

económico \ social, existe uma parte “restrita” de cidadãos que não podem usufruír de tanto o

“conforto” criado pela cidade, do que pessoas com posses.

Este grupo “restrito” de pessoas, sem qualquer tipo de descriminação, vagueia nas áreas

urbanas à procura de alimento (no chão ou nos caixotes de lixo, uns de dia outros à noite); pedem

esmolas; muitos não são escolarizados e por isso estão na malha do fundo de desemprego (longa

duração).

Alguns são analfabetos, outros inteligentes; mas a característica que os une é o facto de

nenhum ter posses e muitos sobrevivem à custa de instituições de solidariedade, que acolhem-nos,

dando-lhes comida e algum conforto.

Como refere Giddens (2004) “… pessoas de sociedades modernas são hoje mais abastadas

…”, mas nem todos acompanharam as transformações da cidade e da sociedade, pois devido aos

seus baixos níveis de instrução e de qualificação, têm muitas dificuldades de encontrar emprego e

muitos nem se encontram inseridos nos sistemas de protecção social e por isso não auferem de

regalias na área de saúde, da segurança social, e etc …

Contudo, e apesar de a cidade ter cada vez mais a preocupação de gerar conforto aos seus

cidadãos, qualquer cidade e sociedade tem o seu lado negro: A pobreza!

Neste trabalho irei procurar dar uma definição de pobreza, sendo uma palavra com várias

vertentes, farei um resumo dos principais tipos de pobreza. Mostrarei como se manifesta a pobreza

nas áreas urbanas e darei alguns factores explicativos deste fenómeno e, de seguida, farei uma

abordagem aos grupos mais vulneráveis à pobreza.

A Pobreza Urbana em Portugal

Fontes de Informação Sociológica 2

A realidade em Portugal, não é muito gratificante e por isso dediquei um capítulo aos

números da pobreza em Portugal. De seguida, irei abordar uma das consequências mais trágicas da

pobreza na minha opinião: a exclusão. Por fim, fui me esclarecer como, através das medidas e políticas

sociais, o governo pode e deve combater a pobreza em Portugal e em que consiste a protecção social

portuguesa.

Escolhi como avaliação da página da Internet, o site http://www.reapn.org/

e ainda como artigo “Padrões de exclusão e estratégias pessoais” dos autores Iver Hornemann Moller e

Pedro Hespanha.

A pobreza não é alheia a qualquer um. Por essa razão, e sendo um tema actual, abordado

diariamente através de campanhas de solidariedade e de notícias acerca do assunto, escolhi essa tema do

qual terei o cuidado de trabalhar e de evidenciar a justa causa: A luta contra a pobreza e a dignidade do

Ser Humano cada vez mais se torna um imperativo

A Pobreza Urbana em Portugal

Fontes de Informação Sociológica 3

2.1 Estado das artes: 2.1.1 Pobreza uma definição

A pobreza no seu sentido lato entende-se como carência ou falta de material que envolve as

necessidades básicas e fulcrais para o desenvolvimento dos Indivíduos e para a sua sobrevivência.

Esta falta de bens e serviços, para o Indivíduos, passa pela alimentação; vestuário; casa de

habitação e cuidados essenciais com a saúde.

Por norma, pobreza também envolve a carência de recursos económicos, ou seja, de uma

remuneração mensal, para que sejam satisfeitas todas as necessidades básicas para sobreviver e

auto-sustentar-se com os seus recursos.

Com estes dois sentidos, a falta de necessidades básicas e a carência monetária, levam a

pobreza a actuar num terceiro sentido, a falta de sociabilidade. É o exemplo da exclusão social

que origina a dificuldade de integração na sociedade.

Assim a educação, a informação, saúde e a interacção com outras pessoas situar-se-ão num

ponto mais longínquo àqueles que não possuem nada.

Por vezes todos estes elementos no seu conjunto, fazem com que a auto-estima caia para

um nível inferior, isto é, fazendo com que nada se faça para que algo mude a vida destas pessoas

e assim sendo, limitam-se a pedir esmolas ou viver dos subsídios do estado, como afirma Clavel

(2004) (…) Quanto mais se é pobre mais a esperança de vida é curta, menos se depende com a

saúde, menos se é diplomado ou qualificado, menos se frequentam os teatros e menos se vai de

férias. De facto, esta frase complementa a minha ideia, de que o pobre, se não tiver os cuidados

necessários, fica sem auto-estima perdurando na pobreza para o resto da vida.

Ao longo dos tempos, o conceito de pobreza tem evoluído em várias dimensões, face às

novas realidades associadas a este termo, por isso existe várias dicotomias associadas a pobreza,

tais como: pobreza absoluta \ pobreza relativa; pobreza objectiva \ pobreza subjectiva; pobreza

tradicional \ nova pobreza; pobreza rural \ pobreza urbana e pobreza temporária \ pobreza

duradoura.

Irei dar ênfase neste trabalho às dicotomias pobreza rural \ urbana; pobreza absoluta \

relativa e pobreza temporária \ duradoura, pois para melhor caracterizar a situação actual de

Portugal, estas dicotomias farão algum sentido.

A pobreza é um conceito universal que se manifesta não só nos países menos

desenvolvidos, como também nos países mais desenvolvidos, dos quais se exprime com maior

intensidade nas áreas urbanas. Sem abrigos, pessoas que dormem nas ruas à noite, são cada vez

mais visíveis à medida que a cidade cresce e se desenvolve.

A Pobreza Urbana em Portugal

Fontes de Informação Sociológica 4

Em sociologia existem dois conceitos importantes relativos a pobreza: (Bruto, 2008)

1. Pobreza Absoluta: Este conceito parte do princípio que há um vasto número de

recursos mínimos que possibilitam a satisfação das necessidades básicas dos quais

depende a sobrevivência dos indivíduos. Assim, são pobres aqueles cujos recursos

são poucos e que não garantem a satisfação das suas necessidades básicas.

Este tipo de pobreza expõe um problema, que é identificar um padrão para aquilo

que se considera necessidade básica, pois as necessidades básicas para o indivíduo

variam de sociedade para sociedade. Por exemplo, os bens essenciais numa

sociedade podem ser bens de luxo noutra sociedade.

2. Pobreza Relativa: Este conceito integra a situação de pobreza no contexto social

onde esta decorre. Ou seja, para medir a pobreza toma-se como referência o nível

de vida das pessoas das sociedades onde ocorre a pobreza. Assim, são pobres

aqueles cujos recursos são muito escassos e que não lhes permite satisfazer as

necessidades mais básicas na sociedade onde vivem.

Este tipo de pobreza permite identificar quem está na pobreza e quem não está

através de um dos critérios mais utilizados que é o do rendimento Assim, define-se

quem é que recebe o rendimento abaixo do rendimento médio dum país, pois com

esse rendimento não conseguirá satisfazer as suas necessidades básicas.

O conceito de pobreza absoluta refere-se a um conjunto de bens ou de recursos abaixo dos quais se deve falar em pobreza. Este conceito levanta dificuldades metodológicas por exigir a definição das necessidades mínimas de subsistência.

O conceito de pobreza relativa localiza a pobreza por referência a um lugar e tempo precisos. Considerar, por exemplo, que os pobres em Portugal são aqueles que dispõem de menos de 50% do rendimento médio nacional é utilizar um conceito relativo de pobreza. No entanto também este conceito apresenta dificuldades pela necessidade que tem de integrar outros indicadores, para além do rendimento, como estabilidade dos rendimentos, património, etc …

Qualquer que seja o conceito utilizado – Pobreza Absoluta ou Relativa – a pobreza definida em termos de limiar do rendimento parece ter apenas o mérito de ser politicamente operacional (…)

Almeida, J. F. (1992)

A Pobreza Urbana em Portugal

Fontes de Informação Sociológica 5

Outras dicotomias da pobreza

Pobreza Rural: trata-se de escassez básica de recursos, oriundos da produção agrícola,

normalmente baixa e caracteriza-se ainda pela falta de outras actividades opcionais económicas.

Esta situação agrava-se no sentido em que estas pessoas demonstram-se dependentes das

prestações da segurança social e por ter uma população maioritariamente idosa.

Pobreza urbana: este tipo de pobreza revela formas mais visíveis e variadas. A pobreza urbana

atinge vários grupos sociais, ligados aos baixos rendimentos e desemprego, à falta de

qualificações, à debilidade do emprego, situações de doença prolongada ou problemas sociais

distintos, tais como a toxicodependência; alcoolismo; deficiência; prostituição; etc … Esta

pobreza, também se relaciona com outros problemas de cariz mais raciais, tais como a

descriminação e segregação espacial.

Pobreza Temporária: esta pobreza relaciona-se com a corrente de entrada e saída de pobreza de

carácter temporário, isto é, delimitado no tempo, pois dum momento para o outro, uma pessoa

pobre poderá deixar de o ser.

Pobreza Duradoura: trata-se de uma reprodução social e processo cíclico de reprodução da

pobreza. Isto é, ao ser concedido o carácter constante da instabilidade de emprego ou de doença

prolongada, ou toxicodependência ou poucas qualificações, a probabilidade de viver sob pobreza

duradoura é maior, pois a situação começa-se a prolongar de maneira que não há forma de sair

dela.

A Pobreza Urbana em Portugal

Fontes de Informação Sociológica 6

2.1.2 Pobreza nas áreas urbanas

No meio Urbano, a pobreza é mais perceptível, pois os contrastes entre luxo/ riqueza e fome/ miséria são extremamente flagrantes. A cidade é palco de um novo tipo de pobreza que propicia a perda de laços sociais, a dependência inerente à especialização do trabalho e a desorganização social.

(Garcia 2000: 17)

A pobreza é manifestada por todo mundo, quer nos países desenvolvidos, quer nos países

subdesenvolvidos. Mas é nestes últimos, que a pobreza é classificada como intransigente. Isto é,

os requesitos mínimos para a sobrevivência são quase inexistentes e milhares de pessoas morrem

subnutricionadas.

Mas, no primeiro caso, países desenvolvidos, e especialmente nas sociedades modernas, a

pobreza é visível nas áreas urbanas com os sem-abrigo, que vivem nas ruas e da solidariedade dos

outros; e nos subúrbios, onde geralmente as pessoas com baixa qualidade de vida, onde as suas

habitações no seu conjunto são denominados pelos bairros de lata, pois as suas habitações, não

possuem qualquer tipo de qualidade.

Por norma, estes bairros são pobres, de construção precária. Isto é, casas improvisadas de

madeira ou lata; não têm água canalizada nem saneamento; e situam-se quase sempre na periferia

de cidades de média e grande dimensão.

Portugal, segundo Almeida (1992), caracteriza-se por ser um país de desenvolvimento

intermédio, sendo uma sociedade atravessada por diversos dualismos. Sofre assim de problemas

económicos, principalmente nos meios rurais, o que levou a importantes fluxos migratórios dos

campos para as cidades.

Criaram-se, deste modo, nas grandes cidades, importantes aglomerações de pobreza urbana e

assim, cresceram bairros degradados nas periferias das grandes cidades.

Nestas zonas é muito frequente a criminalidade, tráfico de drogas, elevada taxa de

toxicodependentes, prostituição e muita falta de higiene.

Todos nós sabemos bem quem é que está no limiar da pobreza e quem não está, pois em

Portugal, as diferenças entre o rico e o pobre são enumeras e notáveis, mas irei expor aqui alguns

grupos de risco ou categorias sociais desfavorecidas que são por norma, vulneráveis à pobreza.

Tais como, actualmente:

• Desempregados de longa duração, pois têm pouca ou nenhuma qualificação, que

lhe sirva de reinserção no mercado de trabalho, estando assim privados de relações

sociais e de um rendimento;

A Pobreza Urbana em Portugal

Fontes de Informação Sociológica 7

• Grupos étnicos e culturais minoritários, que vivem da instabilidade da vida;

• Famílias monoparentais com privação a recursos económicos;

• Pessoas portadoras de deficiência motora ou física, que lhes impossibilitam de ter

um trabalho e que são dependentes da família;

• Jovens em risco, tais como toxicodependentes ou ex-toxicodependentes, detidos e

ex-reclusos,

• Trabalhadores de economia informal ou trabalhadores que desenvolvem a sua

actividade sob forma de emprego precário, onde a vulnerabilidade à pobreza é

latente;

• Mulheres, que pela discriminação a vários níveis também estão sujeitas à pobreza;

• Jovens que estão à procura do seu primeiro emprego, principalmente aqueles que

não possuem qualificações;

Deste modo verificam-se em Portugal, e nos outros países igualmente, um conjunto de

factores que produzem a pobreza, sendo um dos principais entre outros, o desequilíbrio do

mercado que gera o desemprego. Ora, se o desemprego persistir, deteriorará o nível e qualidade

dos cidadãos que porventura se encontram nas portas da pobreza.

Outro factor também explicativo da pobreza é o forte envelhecimento da população

portuguesa, pois cada vez à um maior número de pensionistas idosos a receber uma pequena

quantia monetária para a sua sobrevivência.

Por fim, um factor que actua a nível já social, tem haver com os novos padrões de vida na

actualidade, ou seja, a migração e as novas formas de organização familiar, fazem com que haja

um crescimento do número de divórcios e fazem diminuir a solidariedade entre a família, criando

assim entraves para a sobrevivência com principal destaque para as famílias monoparentais. Por

outro lado, o incremento da imigração em Portugal contribui para a criação de novas bolsas de

pobreza, e por conseguinte, estes imigrantes são como que “obrigados” a aceitar estes empregos

precários, pois são as suas únicas soluções para a sua sobrevivência.

A Pobreza Urbana em Portugal

Fontes de Informação Sociológica 8

Quando verificamos que cerca de dois milhões de portugueses são pobres, é difícil

conceder que tanta gente seja vítima de preguiça, imprevidência ou desgoverno. Acontece, porém, que, quando procuramos saber que tipo de famílias são pobres em

Portugal, verificamos que, na primeira metade dos anos 90, os três principais grupos eram constituídos por famílias de pensionistas, de trabalhadores empregados e de trabalhadores por conta própria. Verificamos, também, que a maior parte das famílias pobres eram pequenas ou medias, ou seja, que a dimensão da família não explicava a pobreza.

Devemos, então, perguntar por que razão o pensionista, o empregado ou o trabalhador por conta própria é pobre.

Quem conhece o nosso sistema de pensões, o mercado de trabalho, o sistema de salários (…) saberá que, com estes tipos de sistemas, é forçoso que haja pobreza em Portugal.

(…) Quando é baixo o nível de qualificação, é alta a probabilidade de o trabalhador só conseguir emprego num sector onde os salários médios são comparativamente mais baixos. Pelas mesmas razões, o indivíduo estará sujeito a conseguir empregos precários e será mais vulneráveis ao desemprego. (…) Ora, em Portugal, como se sabe, os níveis de qualificação são baixos.

Relativamente aos pensionistas, a sua situação de pobreza resulta do baixo valor das pensões de reforma em Portugal. (…) Não deverá surpreender, pois que as famílias cujos rendimentos dependem da pensão de reforma seja particularmente vulneráveis à pobreza.

Costa, A. B (2005)

A Pobreza Urbana em Portugal

Fontes de Informação Sociológica 9

2.1.3 A pobreza em números. Segundo informação disponibilizada pelo Instituto Nacional de Estatística, será importante

referir que, em termos de divisão da população em situação de risco de pobreza, as mulheres, os jovens

e as pessoas mais idosas, encontram-se no grupo alvo em risco de pobreza.1 É de notar ainda que a taxa

de risco de pobreza2 atinge significativamente mais jovens (até aos 17 anos) do que os adultos, com

uma taxa de pobreza após transferências de 25%, sabendo que estas transferências sociais englobam as

pensões, subsídios, apoios à família na educação, habitação, doença/invalidez, desemprego, combate à

exclusão social.

Finalmente, o risco de pobreza afecta não só os grupos efémeros tais como idosos ou desempregados,

mas também pessoas com emprego, com especial relevância aos que trabalham como independentes.

Das pessoas em risco de pobreza, 35% têm um emprego; destes 16% são trabalhadores dependentes e

os restantes 19% são independentes.3

Os números da pobreza em Portugal, apesar de serem decrescentes, continuam a preocupar

autarquias e municípios e todos em comum. Em 2004 a taxa de risco de pobreza era de 20%; em 2005

decresceu para 19% e em 2006 decresceu para 18%4. Esta percentagem seria maior, cerca de 40%,

se excluíssemos as transferências sociais (Sílvia, 2008), assim o apoio do Estado torna-se

fulcral para reduzir o número de pobres, no sentido em que este, fornece subsídios aos mais

desfavorecidos e carenciados, mas para o economista João César das Neves não é o apoio do

Estado que está em causa, pois os dinheiros que subsidia as transferências sociais são

provenientes da sociedade.

Portugal, entre os 27 países da União Europeia, é um dos nove mais pobres, existindo 1,9

milhões de pessoas que vivem abaixo do limiar da pobreza, na sua maioria no Norte.

Alguns dados interessantes, mostram que (Instituto Nacional de Estatística 2007):

• 61% não tem condições para manter a casa quente,

• 12% não tem banheira ou chuveiro e

• 10% não possuem vaso sanitário. Assim, Portugal é um dos países que regista a maior assimetria

na distribuição dos rendimentos da União Europeia, apesar da distância entre o fosso dos mais

ricos e mais pobres ter diminuído entre 2007/2008.

1 Consultar tabela em Anexos (INE 2007) 2 É a proporção da população cujo rendimento equivalente se encontra abaixo da linha da pobreza. Esta pobreza corresponde a 60% da mediana do rendimento por adulto equivalente a cada país. 3 Consultar tabela em Anexos (INE 2007) 4 Segundo inquéritos realizados a famílias portuguesas, no Dia Internacional de Erradicação da Pobreza pelo Instituto Nacional de Estatística.

A Pobreza Urbana em Portugal

Fontes de Informação Sociológica 10

3. Exclusão social. A exclusão social é o resultado de várias privações que coíbem o indivíduo de participar na

vida social, assim como de associar-se na vida económica, social e politica, na sociedade na qual

está inserido.

O termo exclusão social está assimilado com as condições de vida e de participação civil e

social dos indivíduos e está ligado ao conceito de cidadania, diferindo assim do termo pobreza

que se caracteriza geralmente pelas condições sócio-económicos das pessoas.

Assim, pobreza e exclusão social não são unívocas, no sentido em que existem pessoas ou

famílias que estão excluídas socialmente, mas no entanto não se encontram em situação de

pobreza. Por exemplo, uma família abastada, por uma questão de mérito, não tem grandes laços

sociais.

A pobreza está associada à carência de recursos, mas uma situação de carência que não tem

origem na falta de recursos não significa na totalidade pobreza, mas, eventualmente, poderá levar

à exclusão social.

Uma das formas mais extremas da exclusão social é sem dúvida os sem abrigo, pois estes

não possuem qualquer tipo de residência e na sua generalidade estão excluídos dos sistemas

sociais básicos.

O conceito de exclusão social é portanto inseparável de cidadania, que se refere aos direitos

que as pessoas têm de participar na sociedade e usufruír de certos benefícios considerados

essenciais Assim “ (…) tende a ser excluído todo aquele que é rejeitado de um certo universo

simbólico de representações, de um concreto mundo de trocas e transacções sociais” (Fernandes,

1995: 17) desintegrando-se socialmente; desintegrando-se do sistema de actividade económica1 e

desintegra-se das relações familiares.

Com a modernização e a terciarização da sociedade, o conceito exclusão social vai

ganhando novos contornos Assim, surge a “info-exclusão”, que afecta, claro os excluídos, que

não estão e nem podem estar a par das novas actualizações das tecnologias da informação e

comunicação, pois além de não possuírem habilitações, não têm qualificações para tal, e como

muitos já têm idade avançada não o poderão fazer.

1 Resumi tudo a este conceito, sendo ele dispersado como emprego; relações que o individuo tem com o seu trabalho; e também relacionado com as transformações económicas.

A Pobreza Urbana em Portugal

Fontes de Informação Sociológica 11

“(…) A importância das tecnologias de informação nas sociedades actuais,

nomeadamente, ao nível do trabalho, lazer e acesso ao conhecimento, tem

vindo a evidenciar o problema da info-exclusão – um conjunto de regiões do

planeta, de bairros pobres e comunidades rurais que, sistematicamente,

estão fora do acesso às tecnologias de informação e comunicação.” ( Elisa

costa)

Deste modo, como o trabalho actualmente exige conhecimentos a nível de informática, as

pessoas serão excluídas do mundo do emprego.

Por conseguinte, não poderão ter uma remuneração mensal, daí serem vulneráveis à

pobreza, ou então limitam-se com os empregos precários. Para concluir, o conceito de exclusão

social também está associado à marginalização, pois muito contribui para o aumento da

criminalidade, toxicodependência, prostituição, entre outros fenómenos sociais por vezes,

irredutíveis ao ser humano.

O grupo dos sem abrigo também pode ser

integrado por desempregados de longa duração (por exemplo,

não puderam pagar a renda da casa, tendo de passar a residir

na rua), por doentes mentais (sem condições técnicas e legais

para serem internados, sem casa, etc.), por alcoólicos e por

toxicodependentes, normalmente jovens. (sublinhado meu)

Costa, A. B. (2005)

A Pobreza Urbana em Portugal

Fontes de Informação Sociológica 12

4. Politicas sociais de combate à pobreza.

Assegura os direitos básicos da pessoa, garantindo a igualdade de oportunidades e o direito a mínimos vitais, bem como a prevenção e erradicação de situações de pobreza e de exclusão. 1

A acção desenvolvida situa-se ao nível das situações de doença, maternidade, acidente de trabalho, doenças profissionais, desemprego, encargos familiares, habitação, invalidez, velhice, morte e exclusão social, quando essas acções se desenrolem fora do quadro familiar ou individual, sem que para tal haja contrapartida equivalente e simultânea do beneficiário2

4.1 Protecção social português

O sistema de protecção social português foi elaborado tarde, mas neste momento encontra-se

em expansão, desde os anos de 80. Recentemente começaram a sentir-se os efeitos da sua

maturidade, expondo a necessidade de proceder à sua reforma, pois o modelo não é ajustado para

os dias de hoje, sendo que este apresenta insuficiências ao nível das pensões que distribui, que é

limitado, e a sua cobertura social não assegura os recursos mínimos. Daí ser urgente criar medidas

e soluções que sejam simultaneamente sustentáveis e consensuais. EAPN (1996)

A arquitectura do modelo social existente no nosso país, assenta em três pilares fundamentais:

Sousa et. Al. (2007)

• Um patamar básico de Protecção Social de Cidadania, assente no princípio da

solidariedade;

• Um Sistema Previdencial de base contributiva;

• Um Sistema Complementar de base individual.

De acordo com a Rede Europeia Anti Pobreza \ Portugal, (REAPN), para ser eficaz a luta

contra a pobreza urbana e todos os seus derivados, isto é, a diminuição da marginalidade que

inclui todos os fenómenos negativos, será necessário:

Reforçar a Democracia pela participação co-responsável da sociedade civil;

Ter o princípio da subsidiariedade como uma orientação primordial;

Incentivar e desenvolver profundas articulações entre todas as políticas e sectores

de intervenção;

Observar, monitorizar e avaliar de uma forma participada todos os resultados;

1 Definição de Protecção Social, segundo Instituto Nacional de Estatística. 2 Lei n.º 32/2002, DR 294, SÉRIE I-A de 2002-12-20

A Pobreza Urbana em Portugal

Fontes de Informação Sociológica 13

Promover a escuta e a dinamização da participação activa dos cidadãos, particularmente dos que enfrentam situações de pobreza e de exclusão social.

De facto, torna-se imperativo que a “ (…) luta contra a pobreza tem que se

transformar numa causa e prioridade nacional.” (REAPN) para que a sociedade portuguesa

progrida numa melhor e mais confortável forma de ser e de estar, pois certamente que ninguém

goste de ver um ser humano pedinte, no chão gélida da rua e sofrendo de uma causa que é

susceptível de qualquer um.

Na leitura do livro, “Prisões da miséria” de Loic Wacquant (2000), mostra como

a primazia do capital sobre o social, se tornou necessário fortalecer as acções que garantem a

segurança dos indivíduos.

O descuido do Estado para com os mais débeis economicamente, isto é, aqueles

que não conseguem sobreviver dignamente às vontades obrigadas pelo mundo social, ou seja,

terem um trabalho, poderá provocar a marginalização dos indivíduos, no sentido em que estes se

sentem desprotegidos dum “Estado providência”, levando a que pessoas cometam erros.

Por conseguinte, “os miseráveis assumem um papel de estranhos e perigosos aos

olhos de um aparelho estatal guiado por uma elite que procura excluí-los, com politicas

burocráticas e até desfavoráveis”. Concomitantemente as questões da delinquência,

“incivilidades” e a violência urbana1, são causa e resultado, de certas políticas, isto é, por mais

bom que seja ajudar os mais desfavorecidos, por vezes estas politicas não são da mesma

dimensão e não são capazes de aliviar certas pressões sociais.

1 Três grandes temas retratados pelo autor Loic Wacquant, no seu livro “Prisões da miséria”

A Pobreza Urbana em Portugal

Fontes de Informação Sociológica 14

5. Etapas \ descrição do trabalho académico.

Numa fase embrionária, tinha escolhido como tema do meu trabalho académico “Animais

ao serviço do Homem” cujo tema era da minha autoria. Mas antes de prosseguir com a minha

pesquisa, enviei um mail ao docente da cadeira a informar que tinha escolhido um tema fora da

lista, proposta pelo mesmo, ao que este respondeu que não poderia ser, pois teria que o informar

com a devida antecedência e que o prazo para o informar tinha expirado. Por isso, resolvi

escolher “Pobreza Urbana”.

Preferi este tema, pois numa noite, ao levantar dinheiro numa dependência bancária,

deparei-me com um sem-abrigo que estava a resolver um jogo de palavras cruzadas e foi nesse

momento que decidi pelo tema “Pobreza Urbana” e tentar perceber melhor porque razão, aquele

ser humano estava ali sentado. Senti a curiosidade de saber melhor qual é o papel do Estado na

defesa destes cidadãos.

Inicialmente a minha pesquisa foi ir a uma livraria ver e conhecer livros, não só do meu

tema, como também da minha área (sociologia). Numa primeira ida, encontrei dois livros que me

suscitaram interesse e relevância para o desenvolvimento do meu tema: “Famílias Pobres:

Desafios à Intervenção Social” e “Prisões de miséria” de Loic Wanquant (2000).

A seguir fui verificar à Internet que tipo de informação estava disponível. Encontrei um

artigo interessante intitulado de “Pobreza e exclusão social” dos autores Eduardo Vítor

Rodrigues; Florbela Sampaio; Hélder Ferreira; Maria Manuela Mendes e Susana Januário.

Numa segunda ida à livraria, deparei-me com outro livro que me suscitou curiosidade. Do

autor Fernando Ruivo (2000), “ Poder Local e Exclusão Social”

Deste modo, como já tinha toda a informação para iniciar o meu trabalho académico,

comecei a ler e a retirar toda a informação que achei pertinente.

Foi um pouco duro, pois tinha que ler e analisar a informação de cinco livros e mais um

artigo da Internet, mas acabei por ultrapassar esta dificuldade, pois os livros são de grande

interesse.

Com isto, comecei pela introdução, tentando discriminar todos elementos mais

importantes que tinha de salientar, para apresentar e dar a conhecer o meu tema, no aspecto

introdutório. Após a introdução, comecei a redigir o estado das artes, procurando dar uma

definição de pobreza urbana, através dos livros que tinha comprado e dos que tinha visto na

biblioteca.

A Pobreza Urbana em Portugal

Fontes de Informação Sociológica 15

Achei importante falar de um dos derivados da pobreza e talvez o pior “deles” todos, o da

exclusão social. Procurei, assim dar um entendimento e uma percepção daquilo que é realmente a

exclusão social; como surge e como actua nas sociedades de hoje.

Para concluir esta parte do meu trabalho académico, baseei-me nalguns pressupostos da

Rede Europeia Anti Pobreza \ Portugal para perceber quais as melhores e mais eficazes medidas

para lutar contra a pobreza e exclusão e perceber melhor do que se trata da Protecção Social

Portuguesa.

Passei para a fase seguinte, procurar um artigo duma revista de ciências sociais, e

encontrei a revista editada em Coimbra pelo Centro de Estudos Sociais (CES), o artigo de Iver

Hornneman e de Pedro Hespanha.

De seguida, avaliei uma página da Internet, na qual foi me fácil, pois no livro “Famílias

Pobres: Desafios à Intervenção Social” uma das autoras está associada a esta Rede Europeia Anti

Pobreza \ Portugal. Experimentei procurar por via Internet se existia uma página própria desta

rede, e de facto encontrei http://www.reapn.org\

Finalmente o terminus da minha pesquisa, redigi algumas premissas que concluí com a

realização deste trabalho e claro, questionei-me em que sentido é que este trabalho seria útil, quer

para mim, quer para a comunidade para o qual apresentarei e ainda qual o seu grau de pertinência

no contexto actual.

Será mesmo fundamental tornar imperativo a questão da luta contra a pobreza, para uma

sociedade mais equilibrada?

A Pobreza Urbana em Portugal

Fontes de Informação Sociológica 16

6.Avaliação da página da Internet: http://www.reapn.org/

A página da Internet que escolhi para aquilatar foi a página da Rede Europeia Anti

Pobreza \ Portugal, acima supra citada. Esta rede é uma composição de várias associações, sendo

elas sedeadas, uma em cada país da Europa. São associações sem fim lucrativos e não

governamentais e é reconhecida nacionalmente, pois cada distrito possui uma sede.

Este site disponibiliza informações dos principais acontecimentos, no evento da luta

contra a pobreza e a sua erradicação e por isso é destinada a qualquer pessoa, que queira

participar, através do voluntariado, ajudar aqueles que mais necessitam.

Elegi esta página pois possui um vasto leque de informação qualificada, disponível para

qualquer pessoa, em ficheiros pdf de fácil leitura e de grande interesse. A estrutura desta página é

um pouco complexa, mas com a sua organização a informação disponibilizada torna-se de fácil

acesso, pois além de possuir um mapa de sítio ainda tem instrumentos de pesquisa.

Na sua página inicial, contém separadores com os dados actualizados da rede e todas as

suas acções que promove relativamente o tema, sobre o qual incide as abordagens realizadas.

Sendo uma rede constituída por voluntários, este site permite que qualquer pessoa

preencha um formulário, de modo a integrar-se nesta instituição.

Este site contém informação fidedigna a seu respeito, isto é, tem as moradas de todos os

colaboradores a operar em Portugal e ainda para os mais interessados, tem a sua agenda sempre

actualizada.

Esta rede tem uma revista própria, “Rediteia”, cujo objectivo é elucidar as pessoas sobre

as várias temáticas dentro do tema principal da pobreza e clarificar a posição desta rede no

contexto político social. “A Rediteia procura, ainda, dar a conhecer as tomadas de posição da

REAPN/ EAPN relativamente a todas as políticas, nacionais e europeias, implementadas ou a

implementar, no âmbito da sua acção.” (http://www.reapn.org/)

Para concluir, penso que este site, no seu melhor, através da informação seleccionada,

permite uma melhor disseminação dos conhecimentos que fazem com que haja uma intervenção

mais eficaz na luta contra a pobreza, pois é com este tipo de campanhas de solidariedade que o

número de pobres, em Portugal tem vindo a diminuir.

A Pobreza Urbana em Portugal

Fontes de Informação Sociológica 17

7. Ficha de leitura do artigo

Título da revista: Revista Critica de ciências sociais Autores do artigo: Iver Hornemann Moller

e Pedro Hespanha

Local onde se encontra: Biblioteca Geral da

Universidade de Coimbra

Data de Publicação: 2002

Edição: Nº64

Local de Edição: Coimbra

Editor: Centro de Estudos Sociais

Título do Artigo: “Padrões de exclusão e estratégias pessoais.”

Número de Páginas do Artigo:55-79

Assunto: Padrões de exclusão, segundo um estudo realizado por Gallie, baseado numa pesquisa

aos 15 países da União Europeia.

Palavras-chave: Exclusão, inclusão, pessoas desempregadas e empregadas,

Data de Leitura: Dezembro de 2008

Observações: Este artigo revela as conclusões feitas através de um inquérito realizado aos

habitantes da Europa, e que de facto, demonstra pormenores caricatos.

Notas sobre os autores:

Pedro Hespanha: é sociólogo, docente da Faculdade de Economia e investigador permanente do

Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra.

Resumo:

Segundo um estudo realizado por Gallie, onde foi comparado as pessoas desempregadas

com as pessoas empregadas, concluiu-se que, “o desemprego leva ao colapso das redes sociais”,

pois as pessoas, tendo um orçamento restrito, não poderão usufruir de actividades culturais ou

outras actividades que exigem dispêndio de dinheiro e, assim sendo, são excluídas de certa forma

dos sistemas de integração.

E ainda outra conclusão fulcral é que, sendo as remunerações \ subsídios de pouco valor,

fazem com que as pessoas se sintam excluídas de outros subsistemas, pois aparentemente o

rendimento adquire uma certa relevância.

A Pobreza Urbana em Portugal

Fontes de Informação Sociológica 18

Estrutura:

Este artigo divide-se em três partes. Em primeiro lugar, introdução, onde os autores faz

uma abordagem simples, do desenvolvimento do artigo. Começa com uma distinção entre

exclusão e inclusão.

Na segunda parte, enumera os padrões de inclusão e exclusão, dando um exemplo duma

contestação do sistema de rendimento \ consumo. Dentro deste tópico, os autores comparam as

pessoas desempregadas e activadas entre as pessoas empregadas, evidenciando posteriormente

conclusões relativas a este estudo e ainda dentro deste tópico, fala das pessoas desempregadas e

activadas nos países de estudo.

Terceiro e último, os autores fazem as suas conclusões, relativamente ao estudo abordado.

A Pobreza Urbana em Portugal

Fontes de Informação Sociológica 19

8. Conclusão

Através deste trabalho conclui que de facto se torna importante a luta e erradicação da

pobreza em Portugal, para ter uma sociedade igualitária e harmonizada, ao mesmo tempo,

equilibrada.

Nos últimos anos a população com 65 ou mais anos, duplicou ganhando assim, actualmente

uma proporção superior à da população jovem. De acordo com as recentes estatísticas da

população portuguesa (Instituto Nacional de Estatística), espera-se um aumento progressivo deste

grupo populacional, atingindo a barreira dos 32% do total da população em 2050.

Deste modo, confirma-se assim a vulnerabilidade da população idosa portuguesa à pobreza,

bem como situações mais desfavorecidas relativamente ao estado de saúde e níveis de instrução.

Sem dúvida, o factor envelhecimento da população é uma realidade que contribui para o

aumento da pobreza, mas a situação mais preocupante que me constatou na realização deste

trabalho é o facto de existirem pessoas que vivem sem as condições mínimas requeridas, que

vivem numa habitação degradada; com alimentos poucos ou nenhuns que contribuem

negativamente para o progresso da nossa sociedade. Mas o lado positivo, é que a percentagem da

taxa de risco de pobreza a diminuir cada vez mais.

Posso mesmo concluir que a sociedade portuguesa não é mais do que uma sociedade de

solidariedade, onde as organizações não governamentais fazem elevar a sua voz para a luta e

erradicação da pobreza, pois se não fosse o enorme contributo destas organizações e da integração

à União Europeia e até da solidariedade dos portugueses, Portugal estaria em condições bem

piores.

Não foi de facto simples realizar um trabalho académico mas de certa forma foi bastante

lucrativo para mim, pois tive a oportunidade de incrementar as minhas faculdades, neste domínio,

quer técnico, quer do assunto. Conheci grandes sociólogos, que pela sua dimensão intelectual, me

entusiasmaram a conhecer outros, por exemplo, Boaventura Sousa Santos, entre outros

E termino assim o meu trabalho citando Isabel Alçada “Para chegar aos grandes autores, é

indispensável ler muito, ler desde a infância obras acessíveis. A leitura é um processo que se

conquista por etapas.” E assim foi a construção do meu trabalho, que por vezes colocava sérias

perguntas do género “Qual será o impacto ou reforma que este trabalho poderá contribuir para o

público-alvo?”

A Pobreza Urbana em Portugal

Fontes de Informação Sociológica 20

9. Referências bibliográficas. Obras consultadas:

Almeida, João Ferreira (1992), Exclusão Social. Oeiras: Celta Editora.

Clavel, Gilbert (2004), A Sociedade da Exclusão. Porto: Porto Editora

Costa, Alfredo Bruto da (2005), Exclusões Sociais. Lisboa: Gradiva

EAPN (1996), Lutar contra a pobreza e a exclusão social na Europa. Lisboa: Instituto

Piaget

Garcia, José Luís (2000), Estranhos, Oeiras: Celta

Guiddens, Anthony (2004), Sociologia. Lisboa 2º Edição

Ruivo, Fernando (2002), Poder Local e Exclusão Social. Coimbra: Quarteto Editora

Sousa, Liliana; Hespanha, Pedro; Rodrigues, Sofia e Grilo, Patrícia (2007), Famílias

pobres: Desafios à Intervenção Social. Lisboa: Climepsi Editores

Wanquant, Loic (2000), Prisões da Miséria. Oeiras: Celtas Editora

Artigo de jornal:

Silva, Cristina Oliveira (2008), “Sem a ajuda do Estado 40% dos portugueses seriam pobres”.

Diário Económico, 16 de Dezembro 2008, pp. 14.

Páginas da Internet consultadas:

Fernandes, Antónoi Teixeira (1995),” Etnicização e racização no processo de exclusão

social.” Página consultada no dia 5 de Dezembro de 2008. Disponível em

http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/1381.pdf

Costa, Elisa (s. d.) “A info-exclusão e os desafios educativos”. Página consultada no dia 30 de

Novembro de 2008. Disponível em http://www.apagina.pt/arquivo/Artigo.asp?ID=3408

Gabinete de Estatísticas da União Europeia (Eurostat 2008). Página consultada no dia 8 de

Dezembro de 2008. Disponível em

http://epp.eurostat.ec.europa.eu/portal/page?_pageid=1090,1&_dad=portal&_schema=PORTAL.

Instituto Nacional de Estatística (2007). Página consultada no dia 10 de Dezembro de 2008.

Disponível em http://metaweb.ine.pt/sim/variaveis/pesquisasimples.aspx?ID=PT#T

REAPN - Rede Europeia Anti Pobreza \ Portugal (2008). Página consultada no dia 8 de

Dezembro de 2008. Disponível em http://www.reapn.org\

Revista critica de ciências sociais:

Moller, Iver Hornemann e Hespanha Pedro (2002), “Padrões de exclusão e estratégias pessoais”.

Revista Critica de Ciências Sociais, 64, 55-79

Anexo

Anexo A

Anexo B

Sexo

Condição perante o trabalho (mais

frequente)

Taxa de risco de pobreza

(após transferências

sociais - %) da população residente com

18 e mais anos de idade

por Sexo e Condição perante o

trabalho (mais frequente) (1)

Período de referência dos

dados 2006

Local de residência Portugal

PT %

HM Em emprego 11 & Sem emprego 26 &

H Em emprego 12 & Sem emprego 26 &

M Em emprego 11 & Sem emprego 27 &

Anexo C

Anexo D