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Mídias Sociais, Saberes e Representações Salvador - 13 e 14 de outubro de 2011 A POSSE DE CELULAR E O SELF ESTENDIDO: UM ESTUDO LONGITUDINAL BASEADO EM ATITUDES DA BAIXA RENDA DE SÃO PAULO, BRASIL. Maria de Lourdes Bacha 1 Angela Schaun 2 Resumo: Este trabalho tem como objetivo analisar atitudes quanto à posse de celular da população de baixa renda de São Paulo, Brasil. Trata-se de estudo empírico, exploratório- descritivo longitudinal, em duas fases (2006 e 2011). Os resultados confirmam a importância da posse do celular para o self estendido deste segmento. Palavras-chave: celular, renda baixa, self estendido na posse do celular. Abstract: This paper evaluates attitudes related to the possession of cellular phone by low income individuals in the Sao Paulo city, as far as the extended self constructo is concerned. As to the empirical part, the chosen methodology is quantitative and two inquiries have been carried out: the first one in 2006 and the second in 2011. Keywords: cellular phone, low income population, extended self in the cellular possession. Introdução Muito se fala sobre convergências tecnológicas, de mídias, cultura de massa. Segundo Santaella (2009), as tecnologias ficam cada vez mais inteligentes, e vão se incorporando ao cotidiano de tal forma que o indivíduo as sente como parte de si. Para a autora. a real revolução da convergência tecnológica trouxe significativas mudanças nas relação dos indivíduos com os aparelhos tecnológicos. Esta relação deixou de ter um caráter passivo, do que decorre que atualmente celulares ocupam lugar de destaque nas vidas das pessoas, quase extensões de delas mesmas. Este trabalho tem como objetivo analisar atitudes quanto à posse de celular e o self estendido da população de baixa renda de São Paulo, Brasil. Trata-se de estudo empírico, exploratório-descritivo longitudinal, realizados em duas fases, a primeira em 2006, com amostra de 449 e a segunda em 2011, com amostra de 420 indivíduos das classes C, D, 1 Docente e Pesquisadora do CCL-UPM, pós doutora em Comunicação e Semiótica, PUC SP, e- mail: [email protected] . 2 Docente e Pesquisadora do CCL-UPM, doutora em Comunicação e Cultura, ECO-UFRJ, e- mail:[email protected]

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Mídias Sociais, Saberes e Representações Salvador - 13 e 14 de outubro de 2011

A POSSE DE CELULAR E O SELF ESTENDIDO: UM ESTUDO LONGITUDINAL

BASEADO EM ATITUDES DA BAIXA RENDA DE SÃO PAULO, BRASIL.

Maria de Lourdes Bacha 1

Angela Schaun2

Resumo: Este trabalho tem como objetivo analisar atitudes quanto à posse de celular da

população de baixa renda de São Paulo, Brasil. Trata-se de estudo empírico, exploratório-

descritivo longitudinal, em duas fases (2006 e 2011). Os resultados confirmam a importância

da posse do celular para o self estendido deste segmento.

Palavras-chave: celular, renda baixa, self estendido na posse do celular.

Abstract: This paper evaluates attitudes related to the possession of cellular phone by low

income individuals in the Sao Paulo city, as far as the extended self constructo is concerned.

As to the empirical part, the chosen methodology is quantitative and two inquiries have been

carried out: the first one in 2006 and the second in 2011.

Keywords: cellular phone, low income population, extended self in the cellular possession.

Introdução

Muito se fala sobre convergências tecnológicas, de mídias, cultura de massa. Segundo

Santaella (2009), as tecnologias ficam cada vez mais inteligentes, e vão se incorporando ao

cotidiano de tal forma que o indivíduo as sente como parte de si. Para a autora. a real

revolução da convergência tecnológica trouxe significativas mudanças nas relação dos

indivíduos com os aparelhos tecnológicos. Esta relação deixou de ter um caráter passivo, do

que decorre que atualmente celulares ocupam lugar de destaque nas vidas das pessoas, quase

extensões de delas mesmas.

Este trabalho tem como objetivo analisar atitudes quanto à posse de celular e o self

estendido da população de baixa renda de São Paulo, Brasil. Trata-se de estudo empírico,

exploratório-descritivo longitudinal, realizados em duas fases, a primeira em 2006, com

amostra de 449 e a segunda em 2011, com amostra de 420 indivíduos das classes C, D,

1 Docente e Pesquisadora do CCL-UPM, pós doutora em Comunicação e Semiótica, PUC SP, e- mail:

[email protected] . 2 Docente e Pesquisadora do CCL-UPM, doutora em Comunicação e Cultura, ECO-UFRJ, e-

mail:[email protected]

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residentes em São Paulo, possuidores/ usuários de telefone celular (selecionados em pontos de

fluxo, usando o critério de classificação sócio-econômica Brasil).

As principais justificativas para este artigo estão ligadas, de um lado, à importância do

mercado baixa renda no Brasil (também referido como base da pirâmide ou classes sócio-

econômicas CDE que representa 78% do total da população brasileira, segundo levantamento

da CETELEM BGN, 2011) e de outro, ao fato de que o Brasil ocupa o quinto lugar no mercado

mundial de telefonia móvel, com 220,4 milhões de celulares em Julho de 2011 e uma

densidade de 113 cel/100 hab. (TELECO, 2011).

Pesquisa do Ibope Media, Gouveia de Souza Consultores e o Ebelfoth Group (2009)

indica que no Brasil o celular é muito mais importante para as pessoas do que o computador

ou a Internet. Mostra também que 30% habitantes da São Paulo são favoráveis a propaganda

via celular, comparado com outros países mais ricos cujo percentual é de 17%. (IBOPE

MEDIA, 2009).

Em outra perspectiva, conforme a União Internacional de Telecomunicações

(INTERNATIONAL TELECOMMUNICATION UNION – ITU), o número de assinaturas de

serviços de telefonia móvel cresceu para 5,1 bilhões no mundo em 2011, graças à contínua

expansão em economias emergentes (UIT, WIRELESS INTELLIGENCE E

GSA/INFORMA, 2011). Isso significa que aproximadamente duas em cada três pessoas no

mundo já possuem um celular, ainda que em economias desenvolvidas muitos indivíduos

possuam mais de um telefone móvel. A América Latina ultrapassou meio bilhão de conexões

móveis e para 2015, a previsão da banda larga móvel com o uso da mesma tecnologia é de 2

bilhões de acessos. Nesse cenário competitivo aumenta o uso do celular entre a população de

baixa renda, com a criação do sistema pré-pago de recarga, o parcelamento de aparelhos e

políticas de comunicação e distribuição agressivas.

Referencial teórico

O referencial teórico se levou em conta questões que moldam o século XXI:

mobilidade, computação em nuvem (cloud computing), geo-tudo (geo-everything), internet

pessoal, aplicações semânticas e objetos inteligentes (SIQUEIRA, 2009; BAUMAN, 2005,

CASTELLS, 2003; LÉVY, 1995, 1999; MANTOVANI, 2006; TRIVINHO, 2001). Neste

contexto, o celular tem papel importante como tecnologia de info-comunicação (LEX, 2008) e

como ferramenta de inclusão social e digital (BACHA, VIANNA, SANTOS, 2009;

CHAVES, 2004; FARIAS 2007; FERREIRA, 2002; FERREIRA, 2005; GOUVEIA, 2004).

Do ponto de vista do self, vale lembrar que para Solomon (2005), a década de 1980 foi

denominada Década do Eu, porque ter sido marcado por uma fixação do eu. Embora pareça

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natural pensar em cada consumidor tendo um único eu, o conceito de analisar os indivíduos e

sua relação com a sociedade é relativamente novo. Solomon (2005) considera que o

autoconceito refere-se às crenças de uma pessoa sobre seus próprios atributos e como ela

avalia essas qualidades. Conforme Dunning (1991), todos os indivíduos de uma sociedade

compartilham um conceito comum de self e este conceito estabelece e limita suas percepções

de similaridade e diferenças entre eles próprios e os outros. A idéia do self seria um

constructo tácito e específico da sociedade na qual o indivíduo existe. William James foi

reconhecido como tendo estabelecido as fundações da teoria, em 1890, definindo-o como a

soma total daquilo que um indivíduo pensa de si mesmo, seu corpo, seu intelecto, suas posses,

família, reputação e trabalho (LOUDON; BITTA1993). Foi a partir desta conceituação, que

Belk (1988) desenvolveu o conceito de self estendido, segundo o qual não se pode esperar

compreender o comportamento do consumidor sem buscar o significado que os consumidores

atribuem à suas posses.

Segundo Belk (1988) os objetos incorporados à extensão do self são: posses pessoais,

pessoas, lugares e posses de grupos, o self estendido consiste no self mais as posses, incluindo

presentes, dinheiro, monumentos ou lugares. O constructo se baseia na idéia de que os

consumidores preferem os produtos congruentes com seus eus (SIRGY, 1982). Belk (1988)

usa os termos self, sentido de self e identidade, como sinônimos, para se referir a como uma

pessoa percebe subjetivamente quem ela é. O self fornece um sentido do ser e as posses

seriam extensão do que o indivíduo é e o que ele tem ou possui.

O trabalho de Belk (1988), embora criticado, influenciou significativamente o domínio

da pesquisa de consumidor através de cinco pontos: o consumo é um processo contínuo; os

bens são receptáculos do significado; bens materiais refletem estruturas de valor pessoal e

social; as identidades são construídas e expressadas através do consumo, e o consumo é uma

função produtiva, que explicariam o consumo como um discurso das posses que perpassam

pelo dia-a-dia das pessoas. Belk (1988) tratou o consumo como um processo de práticas

interdependentes que não privilegiam a compra, ou o momento da troca, mas que de forma

contínua agrupa e articula o self como fonte de comunicação do consumidor. Na pesquisa de

Belk, os consumidores criam e expressam suas identidades culturais, multiculturais ou

pessoais através da acumulação de bens materiais. Os consumidores comunicam quem são

com um processo sócio-semiótico que liga a significação de seus sistemas pessoais

intangíveis e crenças culturais ao sistema de valores dos bens materiais.

Sivadas e Machleit (1994) desenvolveram escala para medir a extensão da

incorporação das posses no self estendido, encontrando sustentação empírica para a noção de

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Belk (1988; 1989) de que aquelas posses que servem de suporte para o self estendido eram

empiricamente distintas das posses simplesmente importantes para o indivíduo.

No Brasil, pode-se destacar Castilhos et al (2006); Rossi et al (2006), Vanzellotti,

2008; Ayrosa, Figale, Tucci, 2008; Leão, Mello, Freitas (2008), Silva (2008), Cavendon,

Castilhos e Biasotto, 2009, Bacha, Santos, Strehlau (2009), que estudaram o tema em várias

perspectivas desde local de trabalho até carros.

Na análise sobre a revisão teórica do construto self estendido, verifica-se que seu

estudo está relacionado a dois conceitos, o primeiro se refere ao significado simbólico dos

objetos e o segundo a ligação (attachment) dos indivíduos com esses objetos. Do ponto de

vista de significado simbólico, Csikszentmihalyi (2000) argumenta que consumir pode ser

definido como o comportamento no qual há aumento de entropia na troca por recompensas

existenciais ou experienciais, isto é, o consumo teria conseqüências físicas em termos de

energia de troca. Segundo Kleine e Baker (2004), a ligação à posse material reflete, de forma

vital e ubíqua, o modo como os indivíduos valorizam seus bens.

Em outro contexto, do ponto de vista semiótico, para Peirce, todo homem tem seu

caráter peculiar e, portanto, o self consiste no que ele faz e pensa, sua essência carrega toda a

informação que constitui o desenvolvimento do homem, seus sentimentos, suas intenções. O

self representa um objeto (eu, mim), e como tal seria um produto da imaginação, é inferido,

mas se torna externo quando dirigido a outro self. No dia-a-dia o self está constantemente se

deparando com reações contrárias aos seus hábitos e expectativas. As pessoas podem

valorizar objetos como posses especiais quanto à sua representação simbólica ou quanto às

suas propriedades ou relações internas ou como símbolo concreto de sua identidade.

(AGLER, 2006). Para um melhor entendimento semântico do termo “self” optou-se por

traduzi-lo pelo termo “identidade”, cujo significado teórico conceitual é diferente, sobretudo

nas perspectivas pós-estruturalistas (principalmente nos autores DELEUZE E GUATTARI,

1994, 1995, FOUCAULT, 1993) , mas pareceu que para ser aplicado à esse público seria o

termo que melhor se aproximaria do significado de self, aqui tratado.

Metodologia, apresentação e análise de resultados.

Foi realizada pesquisa empírica quantitativa, longitudinal junto a uma amostra não-

probabilística por conveniência (MALHOTRA, 2001; HAIR, 2006), constituída de duas fases,

na primeira fase foram entrevistados 449 (2006) e na segunda fase 420 (2011) indivíduos das

classes C, D residentes em São Paulo, possuidores/usuários de telefone celular (selecionados

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em pontos de fluxo, usando o critério de classificação sócio-econômica Brasil). Como

instrumento de coleta de dados foi utilizado o questionário estruturado.

O levantamento dos dados utilizou a abordagem da entrevista pessoal, por meio de um

questionário estruturado aplicado por pesquisadores da empresa Visio Pesquisa e Consultoria

LTDA. As entrevistas foram realizadas, em pontos de fluxo de pedestres, por bairros

paulistanos da Zona Leste – Penha, Cangaíba, Arthur Alvin, Itaquera, Guaianazes, São

Mateus e Mooca; Zona Sul – Ipiranga, Sacomã e Jabaquara e Zona Norte – Vila Maria. As

respostas dos questionários foram digitadas em máscaras de software de pesquisa SPSS. A

Tabela 1 apresenta uma descrição do perfil da amostra estudada segundo gênero, classificação

sócio-econômica, faixa etária, escolaridade. Este artigo utiliza a classificação sócio-

econômica critério Brasil, relacionada ao poder de compra de indivíduos e famílias urbanas,

baseada nas questões: patrimônio, bens duráveis e não-duráveis, domicílio, grau de instrução

do chefe de família, e outras inseridas nas classes determinadas. (ABEP, 2010).

A Tabela 2 apresenta uma descrição do perfil das duas amostras estudadas segundo gênero,

classificação sócio-econômica, faixa etária, escolaridade e freqüência de uso do celular. Em suma

pode ser observado que a amostra é eqüitativamente distribuída entre homens e mulheres. Há

predominância de respondentes da classe C, que atualmente representa mais da metade da população

brasileira. Algumas discrepâncias entre as duas amostras podem ser creditadas ao método de

amostragem não probabilístico por conveniência.

Tabela 1: Perfil Demográfico da Amostra

Perfil da amostra (*)

Primeira fase

2006

Amostra n=449

Segunda fase

2011

Amostra =420

Sexo % %

Feminino 55 57

Masculino 45 43

Classe sócio-econômica %

C 66 73

D 34 27

Faixa etária % %

Até 15 anos 3 8

16 a 24 anos 26 15

25 a 29 anos 22 18

30 a 39 anos 26 16

40 a 49 anos 13 22

50 a 60 anos 6 12

Acima de 60 anos 3 7

Escolaridade % %

Até ensino fundamental incompleto 11 30

Até ensino fundamental completo 20 21

Até ensino médio incompleto 28 20

Até Superior Incompleto 31 24

Superior Completo. 10 5

Fonte: autoras, dados de pesquisa realizada

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Comparando as duas amostras quanto aos resultados, em relação ao uso diário, percebe-se que

houve aumento, de 84% em 2006 para 91% em 2011. Quanto à posse e tipo de plano, praticamente

não houve variação. A média de gasto com celular caiu um pouco e pode ser atribuída aos planos e

promoções das operadoras. Vale destacar também que aumentou o numero de celulares por

entrevistados e também nos domicílios, mas é significativo o percentual daqueles que indicariam a

operadora (64% e 83%, respectivamente em 2006 e 2011).

Tabela 2 Posse e uso do celular

Posse e uso do celular Primeira fase Segunda fase

Freqüência de Uso % %

Diariamente 84 91

Semanalmente 5 3

Mensalmente 8 4

Raramente 3 2

Posse % %

Possui o celular que usa 96 95

Plano

Usam pré-pago 89 90

Gasto com celular % %

Até a R$10,00 7 10

R$11,00 a R$30,00 41 55

R$31,00 a R$50,00 25 18

R$51,00 a R$70,00 20 6

R$71,00 a R$100,00 3 4

R$101,00 a R$150,00 3 3

R$151,00 a R$200,00 2 2

Acima de 201,00 2

Média ponderada 42,39 37,12

Tempo de posse de celular % %

Menos de 6 meses 32 5

Mais de 6 meses até 1 ano 20 8

Mais de 1 ano até 2 anos 19 13

Mais de 2 anos até 3 anos 14 13

Mais de 3 anos até 5 anos 7 22

Mais de 5 anos 7 39

Troca de Aparelho % %

Nenhuma 60 15

1 vez 15 11

2 vezes 8 15

3 vezes 10 23

4 vezes 3 15

5 vezes 2 7

6 vezes ou mais 2 15

Número de aparelhos que tem ou usa % %

Não tenho aparelho, uso de conhecido/trabalho 5 5

1 aparelho 88 71

2 aparelhos 7 19

3 ou mais - 5

Número de Aparelhos em Casa % %

Tem 1 42 6

Tem 2 27 31

Tem 3 23 31

Tem 4 ou mais 8 31

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Indicação de operadora % %

Sim 64 83

Não 36 17

Fonte:autores

A Tabela 3 apresenta uma síntese dos achados com relação às atitudes dos

respondentes frente à vida com o advento do uso do celular. Os maiores grau de concordância

se referem a “Meu celular me deixa mais seguro(a) em emergências”, “O celular facilita

minha vida familiar” e “Recebo muita informação importante pelo celular”. A angústia de

estar sem o celular também pode vir a reforçar essa posição aquela de quem se sente nu sem o

mesmo. Aparentemente há relação entre essas duas atitudes e a questão do self estendido, pois

o uso/posse do celular pode ser visto como uma espécie de escudo na proteção de seu eu real

ou na exposição de uma construção de um eu mais próximo de seu eu ideal. Adicionalmente

verifica-se que os entrevistados sentem orgulho do celular, além da importância que lhe é

atribuída e o sentimento de ser cidadão.

Tabela 3. Atitudes com relação ao celular.

Atitudes com relação ao celular Primeira fase

Amostra n=449

%

Segunda fase

Amostra =420

%

Meu celular me deixa mais seguro(a) em emergências 77 67

O celular facilita minha vida familiar 56 57

Recebo muita informação importante pelo celular 59 52

Fico angustiado (a) quando estou sem celular 41 41

Eu me sinto nu sem meu celular 39 37

Meu celular melhorou minha qualidade de vida 53 34

Sou viciado (a) em celular 33 34

Sinto-me orgulhoso(a) de ter celular 42 33

Minha vida mudou muito depois do celular 45 32

O celular faz com que eu me sinta importante 38 30

O celular me dá um sentimento de ser cidadão 35 25

Fonte: autoras

Apesar da escala utilizada já ter sido anteriormente validada, com o objetivo de examinar a

fidedignidade da escala, adotou-se o Coeficiente Alfa de Cronbach, que busca revelar quão fortemente

os itens de uma escala são inter-relacionados. Essa abordagem visa aferir a consistência interna dos

diversos aspectos, representados por diferentes variáveis, de um único construto. De acordo com

Pestana e Gageiro (2003), os valores do Alfa de Cronbach exprimem a consistência interna de um

grupo de variáveis conforme a classificação: muito boa - superior a 0,9; boa - entre 0,8 e 0,9; razoável

- entre 0,7 e 0,8, fraca- entre 0,6 e 0,7 e inadmissível l- menor que 0,6. A primeira amostra apresentou

Alfa de Cronbach de 0,933, e segunda 0,919, sendo portanto aceitáveis para caracterizar a

unidimensionalidade da escala utilizada.

Para Hair Jr. et al (2006, p.107), ao interpretar fatores, é necessário escolher quais cargas

fatoriais serão consideradas. A primeira sugestão não é baseada em qualquer proposição matemática,

mas se refere mais à significância prática. É uma norma prática freqüentemente usada como um meio

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de fazer exame preliminar da matriz fatorial. Em síntese, considera-se que as cargas fatoriais maiores

que +/- 0,30 atingem o nível mínimo; cargas de +/- 0,40 são consideradas mais importantes; e se as

cargas são de +/- 0,50 ou maiores, elas são consideradas com significância prática. Logo, quanto maior

o valor absoluto da carga fatorial, mais importante a carga na interpretação da matriz fatorial.

A primeira amostra apresentou cargas fatoriais que variam entre 0,788 e 0,818, enquanto que a

segunda apresenta cargas fatoriais entre 0,796 e 0,886. Portanto, todas as cargas fatoriais apuradas

revelaram significância prática. A tabela que segue mostra as cargas fatoriais de cada variável no

construto estendido, respectivamente para a primeira e segunda amostra. Para a primeira amostra o

KMO obtido foi igual a 0,873 enquanto que para segunda foi 0,894, mostrando adequabilidade das

amostras.

Tabela 4. Cargas fatoriais para as assertivas da escala de Sivadas e Machleit (1994)

Carga Fator

Assertivas Primeira fase

%

Segunda fase

%

Meu celular me ajuda a diminuir a distância entre o que sou e o que tento ser 0,788 0,886

Uma parte da minha identidade é derivada do meu celular 0,893 0,869

Meu celular é parte central da minha identidade 0,918 0,862

Meu celular me ajuda a conquistar a identidade que eu quero 0,857 0,833

Se meu celular fosse roubado eu me sentiria como se tivessem tirado minha

identidade de mim

0,905 0,816

Meu celular reflete quem eu sou 0,827 0,796

Fonte: autoras

Conclusões

Este estudo buscou avaliar as atitudes dos indivíduos de renda baixa em relação ao

constructo self estendido, medido de acordo com a escala desenvolvida por Sivadas e

Machleit (1994). O estudo utilizou duas amostras: a primeira com amostra de 449 indivíduos

das classes C, D em 2006 e a segunda com amostra de 420 entrevistados das classes C, D em

2011, residentes em São Paulo, possuidores/ usuários de telefone celular.

O self estendido pode ser definido por posses, partes do corpo, presentes, lembranças

ou momentos. Além disso, os indivíduos consideram objetos como parte de quem são, e que

uma perda do self ocorre se estes objetos forem roubados ou perdidos. Pode-se dizer que os

resultados obtidos através das duas amostras permitem concluir que existe incorporação no

self estendido pela posse do celular, seja pelo significado simbólico como do ponto de vista de

semiótico como símbolo complementando o self dos indivíduos.

Outra questão que pode ser levantada para corroborar os resultados deste estudo são

algumas das características dos comportamentos da baixa renda: baixa auto-estima (os

consumidores de baixa renda se sentem inferiorizados e percebem que são considerados como

cidadãos de “segunda classe”), o paradoxo do poder e frustração no processo de compra (no

processo de compra, os consumidores demonstram muito prazer e revelam também um

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sentimento de “poder”. Por outro lado, o seu limitado orçamento provoca constantes

frustrações, que podem ser minimizadas pelas features e sofisticação dos celulares) (BARKI,

2005). Além desse aspecto vale mencionar o processo de mobilidade ascendente que está ocorrendo

Na sociedade brasileira, segundo o qual haveria uma nova classe média. Pelo critério da renda, a

classe média compõe-se das pessoas compreendidas entre R$ 1.115 a R$ 4.800 de renda familiar

mensal. Trata-se, no entanto de grande agregado social, no entanto bastante heterogêneo. Essa camada

social mudou seu comportamento, gostos e interesses de consumo, passando a adquirir produtos a que

antes somente uma pequena parte dela tinha acesso, entre tais produtos, as estrelas são os eletrônicos e

o automóvel (SOUZA, LAMOUNIER, 2010).

Apesar das melhorias nos índices relativos a: expectativa de vida, diminuição dos

índices de analfabetismo e distribuição da renda no Brasil, parece não haver dúvida quanto à

importância da penetração da telefonia celular junto às classes de renda baixa, principalmente

através dos planos pré-pagos. Pode-se dizer que as conclusões vão ao encontro da literatura

pesquisada (principalmente ALVES, 2006, WATTANASUWAN, 2005; MENEZES, 2007),

apesar das limitações amostrais do estudo.

Vale acrescentar que, do ponto de vista do construto self estendido, Belk (1988)

forneceu a base para o surgimento de inúmeras pesquisas relacionadas à questão de como os

consumidores usam os produtos para construir sua identidade. Conforme Rossi et al, (2006),

poucas pesquisas na área utilizaram métodos de experimentos ou do tipo survey, fato esse que

corrobora a relevância deste trabalho. Assim espera-se que este estudo venha contribuir para

melhor entendimento dos processos de diferenciação entre várias camadas que compõem a

população brasileira e servir de debate entre os estudiosos do assunto.

Algumas diferenças entre as cargas das amostras por assertivas incitam questões para

pesquisas futuras com referência principalmente se haveria pelas classes A e B

comportamento diferente das classes C e D no tocante à relação entre o self estendido e a sua

materialização no celular.

Referências

ABEP. Critério de Classificação Econômica Brasil. 2003. Disponível em:

<http://www.abep.org/codigosguias/ABEP_CCEB.pdf>. Acessado em: 09 de junho de 2010.

AE - Agência Estado. FGV: número de miseráveis cairá pela metade até 2015. Disponível

em: http://www.estadao.com.br/noticias/economia,fgv-numero-de-miseraveis-caira-pela-

metade-ate-2015,489956,0.htm. Acessado em: 20 de janeiro, 2010.

AE - Agência Estado. Classe C tem mais de um quarto do poder de consumo. JORNAL O

ESTADO DE S. Paulo, domingo, 30 de março de 2008. Disponível em:

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