16
A RELAÇÃO ENTRE A VINCULAÇÃO AO PAI E À MÃE E A EMPATIA NO INÍCIO DA ADOLESCÊNCIA THE RELATIONSHIP BETWEEN FATHER AND MOTHER ATTACHMENT AND EMPATHY IN EARLY ADOLESCENCE Susana Anastácio, Luiza Nobre-Lima Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra Resumo: Na adolescência, a vinculação segura aos pais está associada a menos problemas de comportamento, a menos agressividade e a um comportamento adaptativo e pró-social (Laible, Carlo & Raffaelli, 2000). Assim, as relações de vinculação assumem-se como significativas na promoção da conduta social positiva e, consequentemente, da empatia do adolescente. A presente investigação, realizada com 344 adolescentes, de ambos os sexos (52% raparigas) e com idades compreendidas entre os 12 e os 15 anos (M=13.36; DP=0.69), teve como objetivo estudar a relação entre a vinculação aos pais e a empatia no início da adolescência. Para o efeito foram utilizados o Inventário de Vinculação na Adolescência IPPA (Armsden & Greenberg, 1987; versão portuguesa: Neves, 1995) e a Escala de Empatia Básica BES (Jolliffe, 2005; versão portuguesa: Nobre Lima, Rijo & Matias, 2011). Os resultados encontrados permitiram o levantamento de novas hipóteses de investigação na medida em que revelaram que, para a amostra total, a vinculação ao pai não se correlaciona com o nível de empatia do adolescente e a vinculação à mãe apresenta correlações fracas. Este padrão, ainda que com ligeiras diferenças, tende a manter-se na comparação entre sexos. Palavras-chave: adolescência, vinculação aos pais, empatia. Abstract: In adolescence, a secure attachment to parents is associated with less behavioral problems, less aggressiveness and with an adaptive and pro-social behavior (Laible, Carlo & Raffaelli, 2000). Therefore, attachment relationships are assumed to be significate in promoting the positive social behavior of the adolescent and thus his empathy. The present study, conducted with 344 adolescents of both sexes (52% girls) aged between 12 and 15 years, had as main objective to study the relationship between parent’s attachment and empathy in early adolescence. For this purpose, it was used the Inventory of Parents and Peers Attachment IPPA (Armsden & Greenberg, 1987; Portuguese version: Neves, 1995) and the Basic Empathy Scale BES (Jolliffe, 2005; Portuguese version: Nobre Lima, Rijo & Matias, 2011). The results allowed us to raise some research questions, since it revealed that, for the total sample, the father’s attachment does not correlate with empathy levels and mother’s attachment presents weak correlations. This pattern, even with slight differences, tends to remain in the comparison between sexes.

A RELAÇÃO ENTRE A VINCULAÇÃO AO PAI E À MÃE E A …...enquadra a competência empática, as experiências de vinculação na infância e na adolescência têm um papel de destaque,

  • Upload
    others

  • View
    4

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: A RELAÇÃO ENTRE A VINCULAÇÃO AO PAI E À MÃE E A …...enquadra a competência empática, as experiências de vinculação na infância e na adolescência têm um papel de destaque,

A RELAÇÃO ENTRE A VINCULAÇÃO AO PAI E À MÃE E A EMPATIA NO INÍCIO

DA ADOLESCÊNCIA

THE RELATIONSHIP BETWEEN FATHER AND MOTHER ATTACHMENT AND

EMPATHY IN EARLY ADOLESCENCE

Susana Anastácio, Luiza Nobre-Lima

Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra

Resumo: Na adolescência, a vinculação segura aos pais está associada a menos problemas de

comportamento, a menos agressividade e a um comportamento adaptativo e pró-social (Laible, Carlo

& Raffaelli, 2000). Assim, as relações de vinculação assumem-se como significativas na promoção da

conduta social positiva e, consequentemente, da empatia do adolescente. A presente investigação,

realizada com 344 adolescentes, de ambos os sexos (52% raparigas) e com idades compreendidas entre

os 12 e os 15 anos (M=13.36; DP=0.69), teve como objetivo estudar a relação entre a vinculação aos

pais e a empatia no início da adolescência. Para o efeito foram utilizados o Inventário de Vinculação

na Adolescência – IPPA (Armsden & Greenberg, 1987; versão portuguesa: Neves, 1995) e a Escala

de Empatia Básica – BES (Jolliffe, 2005; versão portuguesa: Nobre Lima, Rijo & Matias, 2011). Os

resultados encontrados permitiram o levantamento de novas hipóteses de investigação na medida em

que revelaram que, para a amostra total, a vinculação ao pai não se correlaciona com o nível de empatia

do adolescente e a vinculação à mãe apresenta correlações fracas. Este padrão, ainda que com ligeiras

diferenças, tende a manter-se na comparação entre sexos.

Palavras-chave: adolescência, vinculação aos pais, empatia.

Abstract: In adolescence, a secure attachment to parents is associated with less behavioral problems,

less aggressiveness and with an adaptive and pro-social behavior (Laible, Carlo & Raffaelli, 2000).

Therefore, attachment relationships are assumed to be significate in promoting the positive social

behavior of the adolescent and thus his empathy. The present study, conducted with 344 adolescents

of both sexes (52% girls) aged between 12 and 15 years, had as main objective to study the relationship

between parent’s attachment and empathy in early adolescence. For this purpose, it was used the

Inventory of Parents and Peers Attachment – IPPA (Armsden & Greenberg, 1987; Portuguese version:

Neves, 1995) and the Basic Empathy Scale – BES (Jolliffe, 2005; Portuguese version: Nobre Lima,

Rijo & Matias, 2011). The results allowed us to raise some research questions, since it revealed that,

for the total sample, the father’s attachment does not correlate with empathy levels and mother’s

attachment presents weak correlations. This pattern, even with slight differences, tends to remain in

the comparison between sexes.

Page 2: A RELAÇÃO ENTRE A VINCULAÇÃO AO PAI E À MÃE E A …...enquadra a competência empática, as experiências de vinculação na infância e na adolescência têm um papel de destaque,

Keywords: adolescence, parents’ attachment, empathy.

Introdução

Na década de quarenta do século XX, Bowlby preconizou o interesse pela temática da

vinculação ao publicar os primeiros estudos que confirmavam os efeitos prejudiciais da privação do

contacto materno na relação mãe-filho. Este foi um primeiro e decisivo passo, que levou a um

aumento exponencial do número de investigações que procuravam demonstrar a importância das

primeiras relações de vinculação no desenvolvimento do sujeito (Almeida, 1997).

Hoje sabe-se que a relação de vinculação, enquanto relação privilegiada que o bebé

estabelece com uma figura cuidadora, é regulada por comportamentos de vinculação que poderão ser

mais ou menos intensos e frequentes, dependendo de certos fatores situacionais (Soares, 1996).

Assim, perante um fator situacional (e.g. fome), o bebé dirigirá comportamentos de vinculação (e.g.

chorar) para a sua figura de vinculação. Quando a figura de vinculação extingue os fatores

situacionais (neste caso, alimentando o bebé), os comportamentos de vinculação são desativados.

Esta é uma relação que, a partir do momento em que é estabelecida, tende a persistir no tempo e,

sendo assim, os comportamentos de vinculação nunca se extinguem. Contudo, ao longo do

desenvolvimento do sujeito, esses comportamentos tendem a ser cada vez menos intensos e

frequentes e as suas condições de ativação/desativação vão-se alterando (Ainsworth, 1969, citado por

Soares, 1996; Soares, 1996).

Bowlby (1984) quis compreender quais os fatores que motivam essa modificação, tendo

chegado a duas respostas essenciais: a experiência e o desenvolvimento cognitivo. Com dois anos, a

criança começa a desenvolver, ainda que de forma muito primária, a capacidade de tomar o ponto de

vista do outro, tornando-se então capaz de inferir os objetivos da figura cuidadora e,

consequentemente, de tentar regulá-los para que convirjam com os seus (Soares, 1996). Contudo,

esta capacidade pressupõe, que a criança tenha alcançado um determinado nível cognitivo e que

tenha já vivenciado interações sociais significativas (Ainsworth, 1990 citado por Soares, 1996).

Nessa altura, os comportamentos de vinculação passam a ser desativados sem que seja necessária a

presença física da figura de vinculação, dando espaço à dimensão representacional (Soares, 1996).

Nas palavras de Cunha (2005, p.74):

Os comportamentos de vinculação tornam-se menos frequentes e menos intensamente

ativados, devido ao aumento da competência cognitiva […]. Isto significa que a

criança atinge uma maturação em que é capaz, por períodos de tempo cada vez mais

Page 3: A RELAÇÃO ENTRE A VINCULAÇÃO AO PAI E À MÃE E A …...enquadra a competência empática, as experiências de vinculação na infância e na adolescência têm um papel de destaque,

longos, de se sentir segura, mesmo na ausência da figura de vinculação, porque sabe

onde ela está e quando regressa, ou que estará disponível se precisar dela.

A dimensão representacional adquire ainda mais significância quando o sujeito chega à

adolescência, altura em que, a par de outras transições, a dependência das figuras parentais passa a

metamorfosear-se no sentido de uma autonomia relativa (Jongenelen et al., 2007). Este é um

processo que permite ao jovem um maior grau de liberdade, não só na exploração do self, mas

também no estabelecimento de novas relações de vinculação, nomeadamente com os pares, uma vez

que a necessidade de vinculação tem de continuar a ser satisfeita (Soares, 1996; Steinberg, 2001;

Jongenelen et al., 2007).

As transições que ocorrem ao nível da vinculação até então estabelecidas com os pais são um

processo natural e, ainda que exista um afastamento relativamente a essas figuras, são os modelos de

vinculação que o adolescente aprendeu com elas enquanto criança, que lhe permitirão criar uma

noção integrada e singular de vinculação, a que acederá quando estabelecer vínculos fora desse

contexto (Cox, Owen, Handerson & Margand, 1992, citados por Jongenelen et al., 2007; Machado &

Oliveira, 2007).

A vinculação aos pais influencia, aliás, uma série de outros aspetos intimamente ligados ao

equilíbrio do adolescente. A investigação demonstra que, na adolescência, um vínculo seguro aos

pais prediz positivamente o desenvolvimento de uma maior autoestima, maior satisfação com a vida,

melhor adaptação à escola, mais suporte social percebido e menos stress (Laible, Carlo e Raffaelli,

2000). Do mesmo modo, promove o desenvolvimento de relações próximas e recíprocas com os

pares (Assunção & Matos, 2010; Engels, Finknauer, Meeus, & Dekovié, 2001; Gallego, Delgado, &

Sánchez-Queija, 2011; Sánchez-Queija & Oliva, 2003) e uma melhor adaptação ao ensino superior,

mesmo quando existe um afastamento do contexto familiar (Machado, 2007). Um comportamento

mais adaptativo, menos agressividade e menor sintomatologia depressiva são também outros aspetos

que estão associados a vinculações mais fortes com os pais (Laible, Carlo e Raffaelli, 2000).

Percebe-se assim a importância da qualidade desta relação na fase desenvolvimental da

adolescência, não obstante o facto de ser uma relação primária no desenvolvimento humano e a sua

influência ser inerente a todas as fases do ciclo vital. Na adolescência, contudo, os efeitos positivos

desta relação são ampliados devido às novas competências cognitivas a que o adolescente tem

acesso. Ainsworth (1990, citado por Soares, 1996) considerava que o alcance desse nível cognitivo

permitia ao sujeito manter relações de proximidade e qualidade com as figuras a que se vincula,

ainda que tentasse influenciar os objetivos dessas figuras em função dos seus próprios objetivos.

De facto, o pensamento do adolescente é orientado por questões mais abstratas, resultado de

alterações nas áreas corticais e subcorticais do cérebro, que lhe permitem inferir estados mentais e

Page 4: A RELAÇÃO ENTRE A VINCULAÇÃO AO PAI E À MÃE E A …...enquadra a competência empática, as experiências de vinculação na infância e na adolescência têm um papel de destaque,

perceber a perspetiva social e emocional dos outros (Decety, 2010). Essa capacidade é uma das

principais características relacionadas com a empatia, na medida em que, no domínio da psicologia,

este conceito é utilizado para definir uma resposta emocional desencadeada pela condição ou estado

afetivo do outro, sendo, à partida, qualitativamente congruente com os mesmos (Eisenberg &

Strayer, 1987).

O processo empático, ou seja, sentir empatia, resulta de fatores cognitivos e afetivos (Strayer,

1987), tendo, por isso, um caráter multidimensional. A dimensão cognitiva da empatia está

relacionada com a capacidade de compreender as emoções dos outros a partir da identificação de

sinais expressivos ou de contextos situacionais que justifiquem as suas reações emocionais (Ang &

Goh, 2010; Zoll & Enz, 2010). Já a dimensão afetiva, está relacionada com a capacidade de

percecionar o estado emocional do outro e, por consequência, ser capaz de experienciar as mesmas

emoções (Ang & Goh, 2010; Zoll & Enz, 2010). Por norma, essa experiência resulta de processos de

caráter cognitivo, pelo que se considera a empatia afetiva como o resultado da empatia cognitiva, no

sentido em que a partilha das mesmas emoções advém da sua compreensão prévia (Zoll & Enz,

2010).

O interesse da comunidade científica relativamente ao estudo da empatia tem aumentado à

medida que os resultados das investigações aferem que níveis equilibrados desta competência

predizem condutas sociais favoráveis (Sánchez-Queija, Oliva, & Parra, 2006). Bons níveis de

empatia correlacionam-se positivamente com a resolução eficaz de conflitos (Garaigordobil e

Maganto, 2011), com o comportamento pró-social (Sánchez-Queija, Oliva & Parra, 2006) e com a

predisposição para o adolescente pedir perdão e também perdoar (Mellor & Fung, 2012). Existe

também um efeito direto da empatia no desenvolvimento da Teoria da Mente em estudantes do

ensino secundário (Ibanez, Huepe, Gempp, Gutiérrez, & Rivera-Rei, 2013).

Tomando em consideração estes dados, compreende-se a importância que esta competência

social básica adquire no desenvolvimento do sujeito e a necessidade de a promover desde cedo.

Como foi referido anteriormente, o contexto familiar é o primeiro que providencia as condições que

podem potenciar o desenvolvimento desta e de outras competências do indivíduo (Soares, 1996;

Assunção & Matos, 2010). No que concerne ao desenvolvimento sócio-emocional, no qual se

enquadra a competência empática, as experiências de vinculação na infância e na adolescência têm

um papel de destaque, existindo uma relação significativa entre essas experiências e a capacidade de

estabelecer relações afetivas saudáveis mais tarde (Cunha, 2005).

Os estudos que abordam essa questão são bastante coesos nas suas conclusões. Motta,

Falcone, Clark e Manhães (2006), numa comparação entre crianças provenientes de um Centro de

Acolhimento Temporário, de um Lar de Acolhimento Prolongado e de famílias comuns, concluíram

Page 5: A RELAÇÃO ENTRE A VINCULAÇÃO AO PAI E À MÃE E A …...enquadra a competência empática, as experiências de vinculação na infância e na adolescência têm um papel de destaque,

que as crianças que viviam com as famílias se demonstravam mais empáticas, identificando mais

facilmente as emoções dos outros e compartilhando as emoções observadas. Nos outros dois grupos,

apesar de os resultados não serem tão favoráveis, verificou-se que no Lar de Acolhimento

Prolongado estes se aproximavam mais dos resultados obtidos nas famílias. Os responsáveis por

essas crianças e jovens foram descritos como sendo mais calorosos e menos punitivos, revelando

maior interesse nas atividades desenvolvidas. Assim, quanto mais positivas as práticas educativas,

mais empáticas as crianças se revelaram (Motta et al., 2006, p.530).

Dados de outras investigações demostram que vinculações seguras estão também associadas a

níveis mais elevados de comportamento pró-social, de regulação emocional e de empatia (Carlo,

McGinley, Hayes, Batenhorst, & Wilkinson, 2007; Panfile & Laible, 2012).

Na adolescência, as oportunidades de interação social do indivíduo ampliam-se, pelo que a

empatia pode constituir-se como um importante impulsionador destas relações e do seu impacto

positivo no desenvolvimento do adolescente. Uma vez que na infância, as relações de vinculação

estabelecidas com os pais são fundamentais para o desenvolvimento da empatia, pretendeu-se com a

presente investigação verificar em que medida é que a perceção da vinculação aos pais se associa

com a atitude empática no início da adolescência.

Método

Amostra

A amostra, recolhida em quatro escolas dos distritos de Leiria e de Coimbra, incluiu 344

adolescentes (48% rapazes e 52% raparigas), com idades compreendidas entre os 12 e os 15 anos

(M=13.36; DP=0.69), a frequentarem o 3º ciclo do ensino básico.

Instrumentos

IPPA – Inventário de Vinculação na Adolescência (Armsden & Greenberg, 1987; versão

portuguesa: Neves, 1995)

O Inventário de Vinculação na Adolescência permite avaliar a qualidade da vinculação do

adolescente à mãe, ao pai e aos pares, tendo por base o quadro teórico de Bowlby que, como foi

referido, sugere que o desenvolvimento dos processos cognitivos leva a uma relevância do papel das

representações nas relações estabelecidas pelo sujeito.

As respostas são dadas através de uma escala de Likert de cinco pontos, sendo que cada uma

das escalas (Mãe, Pai e Pares) possui 25 itens. Cada uma é ainda composta por três fatores:

Page 6: A RELAÇÃO ENTRE A VINCULAÇÃO AO PAI E À MÃE E A …...enquadra a competência empática, as experiências de vinculação na infância e na adolescência têm um papel de destaque,

Confiança, Comunicação e Alienação. A cotação das escalas é feita de forma independente, sendo

que, para este estudo, foram utilizadas as escalas relativas à vinculação à mãe e ao pai.

A versão portuguesa apresenta bons níveis de consistência interna, com coeficientes alfa de

0.92 para a mãe e de 0.95 para o pai (Neves, Soares, & Silva, 1999). Na amostra relativa a este

estudo os coeficientes alfa também se verificaram bastante satisfatórios, com valores de 0.93 para a

mãe e de 0.94 para o pai.

BES – Escala Básica de Empatia (Jollife & Farrington, 2006; versão portuguesa: Nobre

Lima, Rijo, & Matias, 2012)

A Escala de Empatia Básica permite avaliar o nível de empatia de adolescentes entre os 12 e

os 18 anos. É constituída por 20 itens, distribuídos por dois fatores – empatia cognitiva (9 itens) e

empatia afetiva (11 itens). A resposta a cada um dos itens é dada através de uma escala Likert de

cinco pontos, cujos resultados permitem calcular o nível total de empatia e também os níveis de

empatia cognitiva e afetiva (Matias, 2012). A versão portuguesa da BES apresenta bons índices de

consistência interna, com coeficientes alfa de 0.80 para a escala total, 0.71 para a empatia afetiva e

0.80 para a empatia cognitiva (Matias, 2012). Na presente amostra, à semelhança do que se verificou

com o IPPA, verificaram-se bons coeficientes alfa – 0.82 para a escala total e 0.76 para ambos os

fatores (empatia afetiva e empatia cognitiva).

Procedimentos

A recolha da amostra nas escolas foi inicialmente aprovada pela Direção Geral de Inovação e

Desenvolvimento Curricular (DGIDC), tendo-se, posteriormente contactado os conselhos executivos.

Responderam ao protocolo (com o IPPA, a BES e um pequeno questionário sociodemográfico) todos

os alunos autorizados através do consentimento informado dos pais. A aplicação foi feita de forma

coletiva nas salas-de-aula e, após a aplicação, foram eliminados da amostra todos os questionários

que não se encontravam viáveis para ser utilizados. Assim, dos 370 questionários preenchidos, foram

validados para este estudo 344.

Os dados foram tratados com a versão 20.0 do SPSS (Statistical Package for the Social

Sciences), apresentando-se de seguida os resultados mais significativos.

Resultados

No Quadro 1 são apresentados os resultados médios e os desvios-padrão obtidos, pela

amostra total, em cada uma das variáveis estudadas. No que concerne aos resultados da BES, importa

referir que, as médias apresentadas resultaram da redução das médias obtidas em cada fator à escala

de classificação dos itens de modo a possibilitar comparações fidedignas.

Page 7: A RELAÇÃO ENTRE A VINCULAÇÃO AO PAI E À MÃE E A …...enquadra a competência empática, as experiências de vinculação na infância e na adolescência têm um papel de destaque,

Analisando os valores totais da vinculação, verifica-se que as diferenças entre a perceção de

vinculação à mãe e a perceção de vinculação ao pai possuem significado estatístico [t(343)=4.70,

p<.001], indicando que, nesta amostra, os adolescentes percecionam uma vinculação mais forte à

mãe do que ao pai. Relativamente aos fatores, a comparação das médias apresentadas permitiu

observar que os adolescentes da amostra percecionam uma maior confiança [t(343)=3.54, p<.001] e

uma maior comunicação com a mãe [t(343)=4.70, p<.001]. No fator alienação não se encontraram

diferenças significativas.

No que concerne à empatia, as análises revelam que existe na amostra um maior nível de

empatia cognitiva do que afetiva, sendo essa diferença estatisticamente significativa [t(343)=-22.64,

p<.001).

Quadro 1. Médias do IPPA e do BES para a amostra total

n=344

M DP

BES

Afetivo 3.44 0.68

Cognitivo 4.24 0.59

Total 3.79 0.56

IPPA Mãe

Confiança 40.74 6.94

Comunicação 32.22 7.65

Alienação 12.39 5.01

Total 96.58 17.45

IPPA Pai

Confiança 39.11 8.67

Comunicação 29.59 8.51

Alienação 12.79 5.14

Total 91.92 20.09

Tentou-se perceber se os resultados obtidos na amostra total variavam em função do sexo dos

adolescentes, tanto ao nível da vinculação como ao nível da empatia. No Quadro 2 podem ser

observados os resultados médios e os desvios-padrão obtidos tendo em conta esta variável.

Page 8: A RELAÇÃO ENTRE A VINCULAÇÃO AO PAI E À MÃE E A …...enquadra a competência empática, as experiências de vinculação na infância e na adolescência têm um papel de destaque,

Relativamente aos resultados do IPPA, verificou-se a existência de diferenças

estatisticamente significativas em ambas as escalas: Mãe: λ=0.98, f(2,341)=3.89, p=.009; Pai:

λ=0.93, f(2,341)=8.84, p<.001. Sendo assim, os testes univariados permitiram perceber as diferenças

que a variável sexo tem em cada uma das escalas do IPPA, tendo-se verificado diferenças

significativas nos resultados da escala completa [f(1,342)=3.97, p=.047]. Significa isso que, nesta

amostra, os rapazes percecionam uma maior vinculação à mãe do que as raparigas.

Em relação à vinculação ao pai, os rapazes obtiveram resultados mais elevados, e também

estatisticamente significativos [f(1,342)=18.95, p<.001].

Nos resultados da empatia, as raparigas pontuam mais alto do que os rapazes, tanto na escala

total como nos fatores, sendo que essas diferenças têm um valor estatístico significativo [λ=0.865,

f(2,341)=28.94, p<.001]. Pode-se por isso afirmar que, nesta amostra, as raparigas tendem a relatar

níveis mais altos de empatia do que os rapazes. Esse resultado estende-se a ambos os fatores,

existindo diferenças significativas quer ao nível da BES cognitiva [f(1,342)=28.42, p<.001], quer da

BES afetiva [f(1,342)=51.38, p<.001].

Quadro 2. Médias do IPPA e do BES em função do sexo

n=344

Sexo Masculino (n=165) Feminino (n=179)

M DP M DP

IPPA Mãe

Confiança 41.24 6.66 40.29 7.17

Comunicação 32.78 7.36 31.71 7.89

Alienação 11.49 4.49 13.21 5.33

Total 98.52 16.03 94.79 18.52

IPPA Pai

Confiança 40.59 7.58 37.77 9.39

Comunicação 31.85 7.94 27.49 8.49

Alienação 11.74 4.88 13.76 5.19

Total 96.70 17.79 87.50 21.09

Page 9: A RELAÇÃO ENTRE A VINCULAÇÃO AO PAI E À MÃE E A …...enquadra a competência empática, as experiências de vinculação na infância e na adolescência têm um papel de destaque,

BES

Afetivo 34.97 7.64 40.40 6.39

Cognitivo 36.64 5.79 39.61 4.51

Total 71.61 11.40 80.01 9.18

No que diz respeito às correlações observadas para o total da amostra (Quadro 3), a

vinculação ao pai parece não estar associada ao nível de empatia, não existindo correlações

significativas, nem com a escala total, nem com os ambos os fatores.

Relativamente à vinculação à mãe, ainda que a escala total e o fator Comunicação apresentem

correlações significativas com a empatia cognitiva e com a empatia total (o fator Comunicação

correlaciona-se ainda com a empatia afetiva), essas correlações têm um valor pouco expressivo.

Quadro 3. Correlações entre vinculação e empatia na amostra total

n=344 BES

Afetivo Cognitivo Total

IPPA Mãe

Confiança 0.058 0.100 0.087

Comunicação 0.163* 0.163** 0.189**

Alienação 0.005 0.184 0.482

Total 0.096 0.132* 0.128*

IPPA Pai

Confiança -0.37 0.119 0.032

Comunicação 0.008 0.51 0.30

Alienação 0.091 0.009 0.066

Total -0.036 0.071 0.010

* - p<.05; ** - p<.01

As correlações entre a empatia e a vinculação tendo em conta a variável sexo, exibidas no

quadro 4, revelam algumas associações que não foram observadas na totalidade da amostra.

Para o sexo masculino, de modo geral, verifica-se que os fatores Comunicação e Alienação

das escalas dos pais se correlacionam significativamente com as várias dimensões da BES. No

Page 10: A RELAÇÃO ENTRE A VINCULAÇÃO AO PAI E À MÃE E A …...enquadra a competência empática, as experiências de vinculação na infância e na adolescência têm um papel de destaque,

entanto, essas correlações são muito baixas, o que significa que a associação entre estas duas

variáveis é fraca.

Nas raparigas, o total da escala Mãe e os seus fatores Confiança e Comunicação apresentam

algumas correlações significativas com a BES total e a BES Cognitiva, ainda que essas relações

sejam consideradas fracas. Também o fator Confiança da escala Pai se correlaciona

significativamente com a empatia cognitiva, sendo também essa uma correlação fraca.

Quadro 4. Correlações entre vinculação e empatia em função do sexo

BES

Sexo Masculino (n=165) Feminino (n=179)

Afetivo Cognitivo Total Afetivo Cognitivo Total

IPPA Mãe

Confiança 0.072 0.086 0.092 0.106 0.169* 0.157*

Comunicação 0.220** 0.222** 0.260** 0.187* 0.161* 0.209**

Alienação -0.151 -0.278** -0.242** -0.003 0.020 0.008

Total 0.173* 0.215** 0.226** 0.121 0.128 0.148*

IPPA Pai

Confiança 0.035 0.150 0.100 0.015 0.203* 0.110

Comunicação 0.163* 0.158* 0.190* 0.061 0.105 0.094

Alienação -0.104 -0.156* -0.149 0.152* 0.70 0.140

Total 0.116 0.178* 0.168* -0.006 0.116 0.052

* - p<.05; ** - p<.01

Discussão

No presente estudo procurou-se analisar a associação existente entre a perceção da vinculação

aos pais e a empatia em jovens no início da adolescência. A análise dos dados originou resultados

curiosos no que respeita à relação existente entre as duas variáveis, uma vez que se verificou que a

perceção de vinculação aos pais está fracamente associada com os níveis de empatia dos

adolescentes da amostra. Este resultado foi mais evidente na amostra total, ainda que na análise em

Page 11: A RELAÇÃO ENTRE A VINCULAÇÃO AO PAI E À MÃE E A …...enquadra a competência empática, as experiências de vinculação na infância e na adolescência têm um papel de destaque,

função do sexo não existam diferenças consideráveis – as correlações existentes são fracas e

observam-se sobretudo nos fatores da vinculação e não na sua dimensão total.

Para a compreensão destes resultados, poderá ser necessário ter em consideração, entre outros

aspetos, que os adolescentes desta amostra se encontram ainda no início desta fase desenvolvimental,

marcada, como foi visto, por mudanças nas relações familiares em virtude do desejo de

experimentarem uma vida mais autónoma. Por norma, essas mudanças envolvem uma aproximação

ao grupo de pares (Jongenelene et al., 2007) levando, tal como a investigação já demonstrou, à

perceção de uma maior vinculação a estes do que aos pais (Buist, Dekovic, Meeus, & Aken, 2002;

Gullone & Robinson, 2005).

Ainda dentro deste contexto, verificou-se na amostra total, que a vinculação ao pai pouco ou

nada se associa com os níveis de empatia. Na análise em função do sexo, ainda que se tenham

verificado algumas correlações significativas (no sexo masculino apenas), estas possuem um valor

bastante fraco mantendo-se, por isso, o panorama observado na globalidade dos casos. Dada a

inexistência de estudos que verifiquem a mesma tendência, considerou-se pertinente refletir sobre

este resultado a partir dos conhecimentos disponíveis acerca da empatia na idade adulta, sobretudo

em sujeitos do sexo masculino. Constatou-se, então, que os homens evidenciam níveis mais baixos

de empatia (Gillet, Mella, Studer, Grühn, & Labouvie-vief, 2013; O'Brien, Konrath, Gruhn, &

Hagen, 2012), o que, por hipótese, poderá explicar uma menor competência dos progenitores do sexo

masculino para modelarem e promoverem a empatia nos seus filhos. O número de investigações que

estudam, especificamente, a relação com o pai é ainda muito diminuto, pelo que se carece de dados

que possam confirmar ou refutar a hipótese anterior. No entanto, sabe-se que demonstrações

empáticas dos pais influenciam positivamente o filho e que a carência dessa capacidade parental está

associada a problemas de regulação emocional e comportamental da criança (Feshbach, 1987). Pais

empáticos são descritos como tendo em conta os pontos de vista dos filhos, sendo capazes de os

compreender e partilhar; contrariamente, pais pouco empáticos estão emocionalmente menos

envolvidos e menos predispostos para satisfazer as necessidades dos filhos (Feshbach, 1987).

Feshbach & Feshbach (1982, citado por Feshbach, 1987) confirmaram a existência de uma

interação mútua e recíproca entre os níveis empáticos dos pais e a qualidade da sua vinculação com

os filhos. Talvez se possam explicar assim os resultados obtidos neste estudo, respeitantes ao facto

de os adolescentes percecionaram uma menor vinculação ao pai do que à mãe. Sendo os progenitores

do sexo masculino aqueles que revelam menor empatia, e uma vez que o grau de empatia influencia

a qualidade da vinculação, parece fazer algum sentido que os adolescentes se sintam menos

vinculados a essa figura. Mais uma vez, seria interessante explorar empiricamente estas conclusões.

Page 12: A RELAÇÃO ENTRE A VINCULAÇÃO AO PAI E À MÃE E A …...enquadra a competência empática, as experiências de vinculação na infância e na adolescência têm um papel de destaque,

Verificou-se, não só, que existe na amostra um maior nível de empatia cognitiva do que

afetiva, mas também que as correlações com a perceção da vinculação foram sempre mais fortes

quando envolviam a dimensão cognitiva da empatia. O facto de na adolescência ocorrer uma

complexificação do pensamento que permite ao adolescente processar a sua própria perspetiva mas

também a dos outros (uma competência, aliás, associada à empatia cognitiva) (Sprinthall & Collins,

1988), pode explicar essa maior evidência cognitiva da empatia. Não existem, no entanto, estudos

que indiquem se essa predominância se mantem na idade adulta, pelo que estas considerações ficam

no domínio das hipóteses.

Os níveis mais baixos de empatia afetiva comparativamente à cognitiva poderão estar

relacionados com o facto de estes adolescentes se encontrarem numa fase inicial da adolescência, em

que é frequente a manifestação de um certo egocentrismo que os orienta para si próprios, mais do

que para os outros, em virtude de pretenderem compreender mais acerca de si mesmos.

Ainda que muitas investigações deem um maior destaque à empatia afetiva, considerando que

motivações emocionais influenciam mais o comportamento pró-social, algumas investigações

recentes começam a valorizar a empatia cognitiva, revelando que motivações racionais são mais

eficazes na efetivação do comportamento empático (Einolf, 2012; Marjanovic, Struthers &

Greenglass, 2012). No mesmo sentido, existem outros estudos que reafirmam a importância desta

dimensão cognitiva, mostrando que adolescentes com uma baixa empatia afetiva apresentam

comportamentos semelhantes aos dos que a têm em maior grau; no entanto, se simultaneamente

apresentarem uma baixa empatia cognitiva, passa a existir um maior registo de comportamentos de

bullying e cyberbullying (Ang e Goh, 2010; Kokkinos e Kipritsi, 2012).

Conclusão

O facto de a perceção da vinculação aos pais surgir pouco associada à empatia no início da

adolescência, abre possibilidade a que novas questões de investigação sejam colocadas, uma vez que

se sabe que um ambiente familiar de suporte surge como antecedente no desenvolvimento da

empatia. Afinal quais serão as características dos pais ou das relações que estes estabelecem com os

seus filhos adolescentes que se constituem como fatores promotores da empatia nesta fase de

desenvolvimento? Seria, por exemplo, interessante perceber se a influência parental que existe na

infância ao nível da empatia e que, aparentemente, está ausente no início da adolescência, é retomada

em fases mais tardias deste período de desenvolvimento ou em fases posteriores como a adultez

emergente. Neste âmbito, estudos longitudinais acerca da empatia poderão ser mais esclarecedores.

Do mesmo modo, também se considera relevante estudar o papel diferencial que pai e mãe

podem ter no desenvolvimento e manifestação da empatia na adolescência.

Page 13: A RELAÇÃO ENTRE A VINCULAÇÃO AO PAI E À MÃE E A …...enquadra a competência empática, as experiências de vinculação na infância e na adolescência têm um papel de destaque,

Em conclusão, reforça-se aqui a importância de prosseguir com a investigação empírica nesta

área, uma vez que, apenas o conhecimento rigoroso acerca do funcionamento quer do adolescente e

dos contextos em que se desenvolve, quer da empatia e dos requisitos que a permitem desenvolver,

poderá oferecer as condições adequadas para que esse desenvolvimento seja alcançado de forma

positiva.

Bibliografia

Almeida, M. (1997). Estratégias de vinculação e estratégias de motivação em pré-adolescentes.

Coimbra: Dissertação de Mestrado.

Ang, R., & Goh, D. (2010). Cyberbullying Among Adolescents: The role of affective and cognitive

empathy, and gender. Child Psychiatry & Human Development, 41, 387-397.

Armsden, G., & Greenberg, M. (1987). The Inventory of Parent and Peer Attachment: Individual

Differences and Their Relationship to Psychological Well-Being in Adolescence. Journal of

Youth and Adolescence, 16, 427-454.

Assunção, R., & Matos, P. (2010). A vinculação parentale amorosa em adolescentes: o papel da

competência interpessoal e da tomada de perspectiva. Actas do VII Simpósio Nacional de

Investigação em Psicologia, (pp. 1574-1588). Universidade do Minho.

Bowlby, J. (1984). Apego e Perda. São Paulo: Martins Fontes.

Buist, K., Dekovic, M., Meeus, W., & Aken, M. (2002). Developmental Patterns in Adolescent

Attachment to Mother, Father and Sibling. Journal of Youth and Adolescence, 31, 167-176.

Carlo, G., McGinley, M., Hayes, R., Batenhorst, C., & Wilkinson, J. (2007). Parenting styles or

practises? Parenting, Sympathy and Prosocial Behaviors among adolescents. The Journal of

Genetic Psychology, 168, 147-176.

Cunha, M. (2005). Ansiedade social na adolescência: avaliação e trajectórias de desenvolvimento.

Coimbra: Dissertação de Doutoramento.

Decety, J. (2010). The neurodevelopment of empathy in humans. Developmental Neuroscience, 32,

257–267.

Einolf, C. (2012). Is Cognitive Empathy More Important than Affective Empathy? A Response to

“Who Helps Natural-Disaster Victims?”. Analyses of Social Issues and Public Policy, 12, 268-

271.

Page 14: A RELAÇÃO ENTRE A VINCULAÇÃO AO PAI E À MÃE E A …...enquadra a competência empática, as experiências de vinculação na infância e na adolescência têm um papel de destaque,

Eisenberg, N., & Strayer, J. (1987). Critical issues in the study of empathy. In N. Eisenberg, & J.

Strayer, Empathy and its development (pp. 3-13). New York: Cambridge University Press.

Engels, R., Finknauer, C., Meeus, W., & Dekovié, M. (2001). Parental attachment and adolescents'

emotional adjustment: The association with social skills and relational competence. Journal of

Counseling Psychology, 48, 428-439.

Feshbach, N. (1987). Parental empathy and child adjustment/maladjustment. In N. Eisenbrg, & J.

Strayer, Empathy and its development (pp. 271-291). New York: Cambridge University Press.

Gallego, I., Delgado, A., & Sánchez-Queija, I. (2011). Apego a los iguales durante la adolescencia y

la adultez emergente. Anales de Psicología, 27, 155-163.

Garaigordobil, M., & Maganto, C. (2011). Empatía y resolución de conflictos durante la infancia y la

adolescencia. Revista Latinoamericana de Psicología, 43, 255-266.

Gillet, A., Mella, N., Studer, J., Grühn, D., & Labouvie-bief, G. (2013). Assessing Dispositional

Empathy in Adults. Canadian Journal of Behavioural Science, 45, 42-48.

Gullone, E., & Robinson, K. (2005). The Inventory of Parent and Peer Attachment - Rvised (IPPA-R)

for children: a psychometric investigation. Clinical Psychology and Psychotherapy, 12, 67-79.

Ibanez, A., Huepe, D., Gempp, R., Gutiérrez, V., & Rivera-Rei, A. (2013). Empathy, sex and fluid

intelligence as predictors of theory of mind. Personality and Individual Differences, 54, 616-

621.

Jolliffe, D., & Farrington, D. P. (2006). Development and validation of the Basic Empathy Scale.

Journal of Adolescence, 29, 589-611.

Jongenelen, I., Carvalho, M., Mendes, T., & Soares, I. (2007). Vinculação na adolescência. In I. Soares,

Relações de vinculação ao longo do desenvolvimento: teoria e avaliação (pp. 99-120). Braga:

Psiquilíbrios.

Kokkinos, C., & Kipritsi, E. (2012). The relationship between bullying, victimization, trait emotional

intelligence, self-efficacy and empathy among preadolescents. Social Psychology of Education,

15, 41-58.

Laible, D., Carlo, G., & Raffaelli, M. (2000). The differential relations of parent and peer attachment

to adolescent adjustment. Journal of Youth and Adolescence, 29, 45-59.

Machado, T. (2007). Padrões de vinculação aos pais em adolescente e jovens adultos e adaptação à

Universidade. Revista Portuguesa de Pedagogia, 41(2), 5-28.

Page 15: A RELAÇÃO ENTRE A VINCULAÇÃO AO PAI E À MÃE E A …...enquadra a competência empática, as experiências de vinculação na infância e na adolescência têm um papel de destaque,

Machado, T. S., & Oliveira, M. (2007). Vinculação aos pais em adolescentes portugueses: o estudo de

Coimbra. Psicologia e Educação, 6, 97-115.

Marjanovic, Z., Struthers, C., & Greenglass, E. (2012). Who Helps Natural-Disaster Victims?

Assessment of Trait and Situational Predictors. Analyses of Social Issues and Public Policy,

12, 245-267.

Matias, M. (2012). A Avaliação da Empatia na Adolescência: estudos de validação da versão

portuguesa da "Basic Empathy Scale". Coimbra: Dissertação de Mestrado.

Mellor, D., & Fung, S. (2012). Forgiveness, Empathy and Gender—A Malaysian Perspective. Sex

Roles, 67, 98-107.

Motta, D., Falcone, E., Clark, C., & Manhães, A. (2006). Práticas educativas positivas favorecem o

desenvolvimento da empatia em crianças. Psicologia em Estudo, 11, 523-532.

Neves, L. (1995). Suporte emocional na adolescência - A relação com os pais e com os amigos em

momentos de transição escolar. Coimbra: Dissertação de Mestrado.

Neves, L., Soares, I., & Silva, M. C. (1999). Inventário de Vinculação na Adolescência (I.P.P.A.). In

M. R. Simões, M. Gonçalves, & L. Almeida, Testes e Provas Psicológicas em Portugal (Vol.

2, pp. 37-48). Braga: Sistemas Humanos e Organizacionais.

O'Brien, E., Konrath, S., Gruhn, D., & Hagen, A. (2012). Empathic concern and perspective taking:

linear and quadratice effects of age across the adult life span. The Journals of Gerontology

Series B: Psychological Sciences and Social Sciences, 168-175.

Panfile, T., & Laible, D. (2012). Attachment security and child's empathy: the mediating role of

emotion regulation. Merrill-Palmer Quarterly, 58, 1-21.

Sánchez-Queija, I., & Oliva, A. (2003). Vínculos de apego con los padres y relaciones con los iguales

durante la adolescencia. Revista de Psicología Social, 18, 71-86.

Sánchez-Queija, I., Oliva, A., & Parra, Á. (2006). Empatía y conducta prosocial durante la

adolescencia. Revista de Psicología Social, 21, 259-271.

Soares, I. (1996). Representação da Vinculação na Idade Adulta e na Adolescência. Universidade do

Minho: Tese de Doutoramento.

Sprinthall, N., & Collins, W. (1988). Psicologia do Adolescente. Lisboa: Fundação Calouste

Gulbenkian.

Steinberg, L. (2001). We know some things: Parent-Adolescent relationships in retrospect and

Page 16: A RELAÇÃO ENTRE A VINCULAÇÃO AO PAI E À MÃE E A …...enquadra a competência empática, as experiências de vinculação na infância e na adolescência têm um papel de destaque,

prospect. Journal of Research on Adolescence, 11, 1-19.

Strayer, J. (1987). Affective and cognitive perspectives on empathy. In N. Eisenberg, & J. Strayer,

Empathy and its development (pp. 218-244). New York: Cambridge University Press.

Zoll, C., & Enz, S. (2010). A Questionnaire to Assess Affective and Cognitive Empathy in Children.

Obtido de Opus 4: opus4.kobv.de/opus4-bamberg/.../ZollEnzA.pdf