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A revista brasileira de Manutenção e Gestão de Ativos. Ano 25 / edição 141. Workshop Internacional reuniu em Curitiba lideranças mundiais de Gestão de Ativos SUCESSO DO 26º CBM DE CURITIBA ABRE EXPECTATIVAS PARA UM GRANDE 27º CONGRESSO BRASILEIRO DE MANUTENçãO E GESTãO DE ATIVOS. NA PROGRAMAçãO, O GLOBAL FORUM PELA PRIMEIRA VEZ NO BRASIL. 27º CONGRESSO BRASILEIRO DE MANUTENçãO, 2012: RIO Gosher, Lafraia, Hardwick e Azevedo lançam a PAS 55 em português

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A revista brasileira de Manutenção e Gestão de Ativos. Ano 25 / edição 141.

Workshop Internacional reuniu em Curitiba lideranças mundiais de Gestão de Ativos

SuCeSSo do 26º CBM de CurItIBA ABre expeCtAtIvAS pArA uM GrAnde 27º ConGreSSo BrASIleIro de MAnutenção e GeStão de AtIvoS. nA proGrAMAção, o GloBAl ForuM pelA prIMeIrA vez no BrASIl.

27º ConGreSSo BrASIleIro de MAnutenção, 2012:

rIoGosher, lafraia, Hardwick e Azevedo

lançam a pAS 55 em português

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Revista Manutenção – seteMbRo / outubRo 2011 03

manutenção

SumárioRevista oficial da abRaman | ano 25 | nº 141setembRo / outubRo 2011

Nossa Capa« Primavera da Manutenção: investir em ativos e em sustentabilidade« Sérgio Besserman abre o 26º CBM e fala sobre as transformações do planeta e o tempo presente« Expoman atrai grande público« 27º Congresso Brasileiro de Manutenção será no Rio, em 2012« Documento Nacional 2011 mostra vigor de Gestão de Ativos« Um Dia de Gestão de Ativos no âmbito do 26º CBM

Internacional« Workshop internacional com experts agrega conteúdo extra ao 26º CBM

Destaque« O desafio de equilibrar custos numa parada de manutenção

Manutenção, Ciência e Inovação« Trabalho premiado em 1º lugar no 26º CBM

CAPA: Cristo Redentor, 80 Anos - Foto: Genilson Araújo /Agência O Globo

20

Destaque« 26º CBM tem pré-abertura inovadora

PNQC« Qualicert reúne organismos de certificação« Pernambuco cria Centro de Certificação

05

0912

13

333640

Palavra do Presidente« Gestão de Ativos, um novo paradigma

edIção eSpeCIAl

Ação Brasil« Agronegócio, foco da atividade da Filial V (SP/MS)« A Bahia prepara-se para o 5ª Congresso Mundial, em 201307

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Revista Manutenção – seteMbRo / outubRo 201104

CorreSpondente InternACIonAlFrançaCelso de Azevedo (ASSETSMAN)

[email protected]

MANUTENÇÃO é uma publicação bimestral da ABRAMAN – Associação Brasileira de ManutençãoISSN 0102-9401EndereçoAvenida Marechal Câmara 160, grupo 320, Edifício Orly - Centro CEP 20 020-080 Rio de Janeiro, RJTel.: (21) 3231-7000Fax: (21) 3231-7002Críticas, dúvidas e sugestões:[email protected]

As ideias expressas nos artigos assi-nados não refletem necessariamente a opinião da ABRAMAN.

PresidenteJoão Ricardo Barusso Lafraia(PETROBRAS / REDUC)

Vice-presidenteRogério Arcuri Filho(ELETRONUCLEAR)

Diretor de Administração Bernardo Frydman(PETROBRAS)

dIretoreS nACIonAISCarlos Waldemar Wilke Diehl

(BRASKEM)

Evandro de Figueiredo Neto(ARCELORMITTAL TUBARÃO)

Hélio Burle de Menezes(CHESF)

Pedro Augusto Cardoso da Silva(METRÔ RIO)

Ricardo Medeiros(FURNAS)

Gerente executivoAthayde Araújo Tell Ribeiro(ABRAMAN)

dIretoreS dAS FIlIAISFILIAL I (PA-AC-AP-RO-RR)Wladson de Souza Lima(ENGENORTE ENGENHARIA)

[email protected]

FILIAL II (BA-SE)Carlos Alberto Stagliorio(STAGLIORIO ENGENHARIA)

[email protected]

FILIAL III (MG)Hiram Reis Filho (COMAU)

[email protected]

FILIAL IV (RJ)Ernesto Roberto Pinto de Oliveira(METRÔ-RIO)

[email protected]

FILIAL V (SP-MS)Célio Cunha de Almeida Prado(SABESP)

[email protected]

FILIAL VI (RS)José Luís Casarotto(BRASKEM)

[email protected]

FILIAL VII (PR-SC) Takao Paulo Hara(HARA ENGENHARIA)

[email protected]

FILIAL VIII (DF-GO-MT-TO)Carlos Humberto de Souza E Silva(ELETRONORTE – TOCANTINS)

[email protected]

FILIAL IX (ES)Paulo Barbosa(ASSERTEC ENGENHARIA) [email protected]

FILIAL X (MA-PI)Roger Toledo Gissoni(CEMAR)

[email protected]

FILIAL XI (CE-RN)Cícero Roberto de Oliveira Moura(PETROBRAS)

[email protected]

FILIAL XII (PE-AL-PB)Marco Antonio Souza Brito(CPS – TEROTEC)

[email protected]

FILIAL XIII (AM)Douglas Lopes Alvarenga (PETROBRAS)

[email protected]

ConSelHo edItorIAlAlexandre Fróes(NSK)

Antonio Carlos Vaz Morais(PETROBRAS)

Arlete Paes(SKF)

Bruno Ferreira(CEGELEC)

Carlos Alberto Barros Gutiérrez(NM ENGENHARIA)

Jornalista ResponsávelAntonio Alberto PrAdo

AAPrado & Associados

Projeto Gráfico, Diagramação e Pré-Impressão Retrato Falado

Gustavo de Almeida Machado ImpressãoLaser Press

manutenção

Luciana Corrêa(MANSERV)

Eduardo de Santana Seixas(RELIASOFT)

Fabiana Gimenez(SKANSKA)

Fabio Gomes(ABRAMAN)

Joazir Nunes Fonseca(ELETROBRÁS - UNISE)

Renata Gonçalves Ramos(COMAU)

Thiago Gadelha(METRÔ RIO)

Wagner Gorza

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Revista Manutenção – seteMbRo / outubRo 2011 05

PALAVRA DO PRESIDENTE

João Ricardo Lafraia, presidente da ABRAMAN

Um novo paradigmaAo longo de suas quase três décadas

de existência, a ABRAMAN tem estabelecido vários paradigmas. Foi a primeira instituição deste segmento no Brasil e logo veio a mostrar a sua pujança ao promover o primeiro Congresso Mundial de Manutenção, que se tornou permanente com a transferência de conhecimento promovida pelos brasileiros para outras associações mundiais.

Criamos o Documento Nacional que, desde 1985, em períodos de dois anos, apresenta ao mercado os indicadores mais consistentes das atividades e investimentos realizados em Manutenção e tornou-se um oráculo indispensável para todos que queiram programar ações estratégicas.

Lançamos o Programa Nacional de Qualificação e Certificação de Pessoal na Área de Manutenção, o PNQC que, num trabalho permanente em harmonia com instituições do ensino profissionalizante, já atendeu a mais de 25 mil profissionais, tendo qualificado mais de 15 mil em várias ocupações altamente demandas pelo mercado de trabalho. O modelo do PNQC tem sido foco do interesse de vários países industrializados que buscam o nosso know-how para montar projetos semelhantes. Em paralelo, a ABRAMAN oferece uma vigorosa grade de cursos para todos os níveis profissionais e apoia cursos de pós-graduação de diversas universidades.

A revista Manutenção é um marco no jornalismo especializado. Em circulação ininterrupta há mais de um quarto de século é referência no mercado como a revista brasileira de Manutenção e Gestão de Ativos. Para a disseminação de conhecimento temos, ainda, uma rede de bibliotecas com milhares de obras, tanto na Sede, no Rio, como nas Filiais. E consolidando todo este sistema, orgulhamo-nos de nossa rede de 13 Filiais que conjugam em bloco os nossos associados e mantêm o debate de temas que levam o estado da arte de nossas atividades a todos os rincões do Brasil.

Neste 26º Congresso Brasileiro de Manutenção, em Curitiba, mudamos, definitivamente, de patamar para consagrar a ABRAMAN às discussões mais amplas

que envolvem Gestão de Ativos. Para tanto, incluímos na programação um Dia da Gestão de Ativos, com palestras e debates que mobilizaram especialistas brasileiros e internacionais em torno das questões específicas deste novo desafio. Acrescentamos, também, mais um dia ao final da programação, na sexta-feira, para o Workshop Internacional que apresentou um extenso e profundo painel das principais experiências internacionais, com relatos das lideranças empresariais mais expressivas, como nossos leitores podem conferir nesta edição.

E, agora, é o Rio de Janeiro a próxima parada do espetáculo da Manutenção e Gestão de Ativos, numa época extremamente interessante, na antevéspera dos grandes eventos internacionais que estão transformando a feição da Cidade Maravilhosa. Ao longo de todas as edições, em 2012 iremos abordar os grandes temas sobre os quais iremos debruçar no 27º Congresso Brasileiro de Manutenção e Gestão de Ativos.

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Revista Manutenção – seteMbRo / outubRo 2011 07

setor sucroalcoleiro responde por cer-ca de 18% do total do saldo do agro-negócio na balança comercial brasi-leira, segundo a Agroanalysys, revista de gestão da Fundação Getúlio Vargas.

Considerando-se a substituição da gasolina pelo eta-nol a preços de mercado internacional as divisas ge-radas pelo setor estão próximas dos US$ 18 bilhões.

Com a elevação dos preços do açúcar e o cresci-mento dos volumes exportados, além do aumento da frota flex, a tendência é o crescimento do setor su-croalcooleiro, que conta com um parque industrial de cerca de 500 usinas em todo o País.

Este cenário estimulou a Filial V (SP/MS) da ABRAMAN, em cuja área de abrangência está a maior produção de açúcar e álcool, a promover o 3º Seminário de Manutenção no Setor Sucroalcooleiro, em Ribeirão Preto, considerada a capital econômica deste segmento no Brasil.

O evento, realizado no Centro de Eventos do Hotel JP, confortável e bem estruturado resort em Ribeirão Preto, teve como foco as boas práticas em manu-tenção preventiva, ativi-dade fundamental para a confiabilidade e gestão dos ativos desta indústria.

Nos intervalos das pa-lestras, os participantes tiveram a oportunidade de manter contato com as mais recentes inovações tecnológicas disponíveis nos Show Tables monta-dos para a troca de infor-mações com os parceiros patrocinadores Eutectic, Hilub Preditiva, Lubrin, Mobil, NSK, Semeq, SKF e Spectra.

No âmbito da pro-gramação foi realizado curso sobre Técnicas de Manutenção Preditiva – Como Gerenciar? sob a responsabilidade do

Filial V (SP-MS)

Foco no Setor Sucroalcooleiro

O Professor Tarcísio D´Aquino Baroni Santos.

Foram as seguintes as conferências ministradas:

Implantação da manutenção preditiva de resul-tados em usinas sucroalcooleiras, a cargo de Fábio Araújo Colaço, da Tonon Bionergia e Anderson Trigo, da Spectra; Uso de técnicas de análise de causa raiz e de monitoramento de vibrações em baixa rotação na manutenção preditiva de usinas, por Aleçandro Antonio Acorsi, da Raizen e Fábio Adolfo Schimitd e Ricardo Vieira do Amaral, da SKF; Monitoramen-to de circuito de motores elétricos e geradores, por Eduardo Beltrame e Diego Cavalhieri, da Semeq; Qualidade no material de adição de soldagem, por Augusto Antonio Franco, da Eutectic; Pré-conceitos da lubrificação, Celso Antonio de Castro, Hilub Preditiva; Tecnologia na lubrificação de redutores, Fábio Limeira Afonso, Mobil e Análise de lubrifi-cantes – técnicas simples gerando grandes resulta-dos, Marcos Kurzawa, Grupo Ruette.

Centro de Eventos do Hotel JP, Ribeirão Preto, SP

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AÇÃO BRASIL

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AÇÃO BRASIL

Revista Manutenção – seteMbRo / outubRo 201108

alvador, onde nasceu o Congresso Mun-dial de Manutenção e Gestão de Ativos, no começo da década, vai receber, nova-mente, o maior evento internacional do setor e realizar, em setembro de 2013, o

5º Congresso Mundial de Manutenção. O retorno às origens está sendo planejado para

ocorrer junto com o 28º Congresso Brasileiro de Ma-nutenção, na capital baiana. “Nossa comunidade estará no lugar certo, na hora certa, diante do cres-cente interesse que o Brasil e, mais especificamente, a Bahia desperta no cenário internacional e de seu poder de atração de turistas de todo o mundo”, avalia Carlos Alberto Stagliorio, diretor da Filial II.

Stagliorio destaca que a estratégia de crescimen-to do Congresso Brasileiro de Manutenção e Gestão de Ativos, que é um dos maiores do mundo no se-tor, deverá ser alavancada, em 2012, com a realização do 27º CBM e do Global Forum no Rio. A versão se-guinte, em Salvador, deve-rá marcar uma etapa ainda mais ambiciosa, avalia. Para tanto, além da mobilização nacional da ABRAMAN, através de todas as suas filiais, ele buscará parcerias com as entidades internacionais e com os membros do Global Forum.

O diretor da Filial II informa que os associados locais já estão se mobilizando e espera atrair, tam-bém, o interesse do governo do estado diante do processo de desenvolvimento da Bahia, tanto no setor industrial, quanto na agroindústria. Stagliorio pretende incluir o 5º Congresso Mundial de Ma-nutenção e Gestão de Ativos no calendário oficial de eventos internacionais do Brasil para que possa beneficiar-se da estrutura de divulgação oficial do

Filial II (BA/SE)5º Congresso Mundial de Manutenção

S governo e atrair congressistas de vários países. Outro foco estratégico será colocado na

Expoman que, como lembra, começou a projetar--se como uma grande mostra do setor a partir do primeiro congresso realizado em Salvador, o 3º Congresso Brasileiro de Manutenção. Para aumentar a participação das empresas, a Filial pretende esti-mular o envolvimento direto dos expositores na mon-tagem da mostra visando a estimular uma presença maciça e proativa.

Outra ideia que está sendo avaliada para movi-mentar o primeiro dia do evento, antes da abertu-

ra oficial na segunda feira, será a realização de uma atividade voltada para es-tudantes de engenharia e de outras áreas relaciona-das a Manutenção e Gestão de Ativos. “Este grupo é altamente motivado e ca-rente de informações sobre nossa atividade. Se mobi-lizados, poderão agregar muito ao Congresso”, pre-vê Stagliorio.

Outro movimento a ser estudado é a organização

da agenda com foco em te-mática voltada para áreas

práticas que despertam a atenção do mantenedor que busca acesso a avanços tecnológicos visando a uma mudança de patamar em suas carreiras.

“Grupos de debates focados em áreas do seg-mento industrial, como petróleos e petroquímica, metal-mecânica, agroindústria, energia, mineração e outras onde o interesse em Manutenção e Gestão de Ativos é crescente, poderão atender a um maior número de interessados”, diz.

Ele espera, uma década depois da criação do Congresso Mundial, que o retorno do evento a Salvador venha atrair um público estimado em 1500 especialistas de todo o mundo.

Saber e lazer, em Salvador

A Bahia prepara-se para 2013

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Revista Manutenção – seteMbRo / outubRo 2011 09

introdução do workshop nacional que antecedeu a abertura oficial do 26º Congresso Brasileiro de Manutenção, na tarde do primeiro dia do evento, pela primeira vez na programação, com a presença de mais de cem parti-

cipantes, mostrou o acerto da iniciativa, que deverá ser incorporada à agenda dos próximos congressos.

Sob a coordenação do vice-presidente da ABRAMAN, Rogério Arcuri Filho, o Simpósio sobre Análise de Acidentes e Incorporação das Lições Aprendidas: Experiência do Setor Nuclear e Desdobramento para Indústria, com foco nos da-nos causados pelo tsunami à usina nuclear de Fukushima, no Japão, acrescentou informações iné-ditas ao conhecimento dos participantes e estimulou os debates numa mesa composta com especialistas brasileiros da Eletronuclear. Dráusio Lima Atalla, Ronaldo Cardoso, Ricardo Pereira dos Santos e Alexandre Gromann, da CNEN.

O presidente da ABRAMAN, João Ricardo Lafraia, saudou o novo for-mato e lembrou que a esco-lha do tema encaixa-se ao foco em sustentabilidade, que foi um dos pilares da programação do 26º CBM, cuja discussão passa pela indústria nuclear. “A PAS 55 incorpora os 50 anos de experiência da indústria nuclear em segurança, meio ambiente e sustentabilida-de. Começamos, portanto, com o pé direito”, saudou.

Entre as conclusões do debate, que despertou gran-de interesse entre os presen-tes, foi destacado que usinas americanas semelhantes à de Fukushima foram refor-madas no passado e estão em pleno funcionamento, sem quaisquer incidentes. Os especialistas registraram, também, o longo histórico de

Sucesso de evento pré-Congresso agrega novo formato ao programa

Arelacionamento ambíguo e de pouca transparência entre operadores e empreiteiros com as autoridades reguladoras japonesas, o que pode ter estimulado complacência diante de questões importantes rela-cionadas com a segurança nuclear, com violações graves à cultura de segurança ao não seguir procedi-mentos estritos adotados por esta indústria.

Entre os pontos relacionados com esta “compla-cência” mencionam a demora das autoridades japo-nesas em aceitar a ajuda internacional, principalmen-te a americana, cujos procedimentos melhoraram muito depois dos atos terroristas de 11 de setembro, diante das ameaças às instalações nucleares do país.

Segundo os especialistas brasileiros da Eletronu-clear, algumas lições foram aprendidas, entre as quais a necessidade de dispor de pelo menos uma unida-de geradora diesel e combustível em área elevada e a salvo de riscos de inundação visando a garantir o fornecimento de energia elétrica à usina em caso de acidentes que interrompam as linhas externas.

Outro aprendizado, segundo os especialistas, foi

Rogério Arcuri, vice-presidente da ABRAMAN e Ronaldo Cardoso, da Eletronuclear.

DESTAQUE

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DESTAQUE

Revista Manutenção – seteMbRo / outubRo 201110

Lafraia, Presidente da ABRAMAN entrega o certificado a Ronaldo Cardoso

a necessidade de avaliar-se a adoção de tecnologia passiva, não dependente de energia elétrica, para sis-temas auxiliares de resfriamento baseados em pro-priedades da natureza, como gravidade e convecção. Lembraram que os projetos de algumas usinas mais recentes têm sido feitos levando-se em conta estas características, o que permite respostas à emergên-cias em situações decorrentes de causas externas que ultrapassem as bases de segurança do projeto.

Alexandre Gromann de Araújo Goes, da Coor-denação Geral de Reatores e Ciclo do Combustível, da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) destacou que, em maio último, a CNEN determinou uma reavaliação das condições de segurança das usinas de Angra, diante da realidade de Fukushima, visando a identificar as principais diferenças entre os projetos. Lembrou que foi realizado um estudo de 100 anos das séries históricas de terremotos no Brasil que permitiu a confirmação da correção das informações obtidas em levantamentos anteriores. Disse que, no Brasil, os desafios climáticos referem--se a ventos fortes, chuvas e os consequentes desli-zamentos de encostas.

Ronaldo Cardoso, da Eletronuclear, responsável por manutenção nas usinas de Angra e futuro supe-rintendente geral de Angra 3, lembrou que, diferen-

temente de Fukushima, não há, em Angra, contato entre o reator e a água do mar, havendo, ainda, mais barreiras entre o núcleo e o meio ambiente, o que garante maior segurança. Em Angra 3, como expli-cou, são seis conjuntos de barreiras, a partir da pas-tilha radiativa.

Cardoso revelou que, para Angra 3, estão em an-damento estudos de viabilidade para a construção de uma PCH próxima à usina, visando ao suprimento de corrente alternada em caso de perda dos geradores diesel em situação de emergência. “Estas ações estão sempre voltadas para melhorar a segurança visando a responder a questões do tipo “e se...”, resumiu.

O pós-Fukushima levou os operadores de Angra a procederam à reavaliação da segurança nas usinas e critérios de projeto para a proteção contra eventos externos, bem como à análise dos recursos da central para controle de acidentes além das bases de projeto. Uma das ações em foco é o aprimoramento da estrutu-ra do plano de emergência para a evacuação pelo mar, em caso de emergência, além do aprimoramento das condições de conexão elétrica entre usinas.

Cardoso informou que está em andamento a im-plantação da operação de transferência de pessoal com experiência para Angra 3, “para assegurar a in-corporação da expertise conquistada em Angra 2”.

Um total próximo de 300 emprega-dos foi contratado para a nova usi-na e encontra-se em treinamento, como informou. “Aguardamos au-torização para contratação de pes-soal para 2011 e 2012, tem torno de mais 400 pessoas”, adiantou.

Um dos desafios, no campo tecnológico, será a introdução de Instrumentação e Controle (I&C) digitais. “Esta é uma questão nova em termos de sala de controle para uma usina nuclear”, disse Cardoso. Entre os desafios está a necessida-de de assegurar que a interface tec-nológica operador/máquina na sala de controle digital seja adequada à operação em quaisquer condições.

O novo desenho de Manutenção evoluiu de atividades separadas em Angra 1 e Angra 2, que eram subordinadas ao responsável pela operação de cada usina, para uma Superintendência de Manutenção para todo o complexo, mantendo--se equipes para atendimento em cada unidade.

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Revista Manutenção – seteMbRo / outubRo 201112

PNQC

Rede Qualicert fortalece o sistema de certificação

om a participação do PNQC da ABRAMAN, as principais entidades de certificação de pessoas do País lançaram a Rede Qualicert – Quali-ficação e Certificação, formada pelos organismos de Certificação de Pesso-

as acreditados pelo Inmetro, visando a articular e fortalecer todo o sistema nacional, de acordo com os pressupostos da norma ISO/IEC 17024.

O objetivo desta norma internacional é harmoni-zar os procedimentos aplicados em todo o mundo para a certificação de qualificação de pessoas visan-do a oferecer uma referência mundial para o sistema que seja consistente, compatível e confiável em todos os países. A equalização de propostas e programas de certificação permitirá o reconhecimento dos sis-temas e facilitará a mobilidade das pessoas em ter-mos globais. A Norma ISO/IEC 17024 – Avaliação de Conformidade, Requisitos Gerais para Organismos de Certificação de Pessoas, oferece um conjunto de orientações para as organizações que atuam na quali-ficação e certificação, com procedimentos para o de-senvolvimento de um sistema de certificação.

A Rede Qualicert conta, também, com a parti-cipação da Petrobrás e ABNT e permite a integra-ção de novos parceiros. Sua missão é, nos termos da ISO/IEC, otimizar recursos e concentrar esforços no sentido de promover a difusão dos sistemas de certificação de pessoas para a indústria, buscando soluções para os problemas comuns e dinamizar e ampliar o atendimento da comunidade tecnológica e industrial do país.

CCom o apoio do PNQC da ABRAMAN, o

governo do estado de Pernambuco, em parce-ria com as principais entidades profissionais e empresas com presença na região, está em processo de implantação do Centro de Certi-ficação de Pessoal de Pernambuco (CCP) que terá como foco o desenvolvimento de mão de obra de qualidade capaz de atender os gran-des projetos em andamento, com ênfase no Complexo Industrial Portuário de Suape.

O CCP avançou no final de outubro último com a assinatura de protocolo de intenções vi-sando à sua instalação, durante o Pernambuco Petroleum Business 2011, com a participação do diretor nacional da ABRAMAN, Hélio Bur-le, que representou a entidade.

O Centro de Certificação Profissional de Pernambuco, como explicou o secretário de Trabalho, Qualificação e Empreendedoris-mo do estado, Antonio Carlos Maranhão de Aguiar, irá formar trabalhadores por meio de programas capazes de construir as com-petências necessárias à certificação. Entre os objetivos a serem alcançados, além da oferta de mão de obra de qualidade, o novo Centro deverá aumentar a empregabilidade das pessoas e, entre outros benefícios, po-derá substituir a exigência de experiência prévia para certificação.

O CCP será um espaço compartilhado por instituições de reconhecido nivel técnico e domínio tecnológico, com foco no crescimen-to e aperfeiçoamento profissional e deverá ser construido em área do ITEP - Instituto Tecno-lógico do Estado de Pernambuco. O início de suas atividades poderá ser em instalações pro-visórias do Instituto e em escolas do Senai.

novo projeto em pernambuco

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CAPA

Revista Manutenção – seteMbRo / outubRo 2011 13

Primavera da Manutenção: foco em Gestão de Ativos marca o 26º CBM

ão basta investir em ativos, mas em sustentabilidade conclamou o presi-dente da ABRAMAN, João Ricardo Lafraia, na cerimônia de abertura do 26º Congresso Brasileiro de Manuten-

ção e da Expoman 2011, ao referir-se ao lema do evento deste ano: Manutenção: Capital Humano, Desafios para a Sustentabilidade.

Lafraia destacou os novos tempos proporciona-dos pelo conceito mais amplo de Gestão de Ativos como sendo a Primavera desta atividade, momento em que os mantenedores ampliam os seus horizon-tes profissionais além das fronteiras tradicionais. “Estamos num novo estágio. O Documento Nacio-nal 2011 indica que serão investidos cerca de R$ 145 bilhões este ano em Manutenção”, lembrou.

O presidente da ABRAMAN também registrou a importância dos novos papéis que estão sendo de-sempenhados pela entidade ao participar do Global Forum e promover a futura norma PAS 55 de Ges-

tão de Ativos, em português, no Brasil. Mencionou que, se considerarmos que um montante equiva-lente a 15% do PIB brasileiro deverá ser investido nas atividades mais amplas de Gestão de Ativos, o capital aplicado poderá ascender a mais de R$ 400 bilhões no próximo ano.

“Neste cenário”, disse Lafraia, “é importante investirmos em planejamento e aprimorarmos nos-sa visão de demanda para crescer com qualidade e sustentabilidade e alcançarmos o objetivo nacional de ingressar no seleto grupo das nações do G 8”. Destacou como um dos pontos capazes de alavan-car este objetivo a presença de fontes alternativas em nossa matriz energética. “O Brasil é o país que mais contribuiu para o ingresso de combustíveis renováveis no mundo”, mencionou. “Para inte-grarmos definitivamente Manutenção neste grande movimento, necessitamos investir na formação de mão de obra e ampliar nossa visão para o cenário maior de Gestão de Ativos”, propôs.

N

A diretoria da ABRAMAN e convidados abrem o 26ª Congresso Brasileiro de Manutenção em Curitiba

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CAPA

Revista Manutenção – seteMbRo / outubRo 2011 15

As transformações do planeta Será que ainda temos tempo?

economista Sérgio Besserman, presi-dente da Câmara Técnica de Desen-volvimento Sus-

tentável e de Governança Me-tropolitana do Rio de Janeiro, professor de economia brasilei-ra na PUC-Rio e comentarista de sustentabilidade na Globonews e rádio CBN, entre muitas ou-tras atividades, é um porta-voz equilibrado das boas causas am-bientais e profundo conhecedor das interações entre o homem e o meio ambiente, com foco na interferência da indústria neste delicado equilíbrio.

Como o principal conferen-cista da abertura solene do 26º Congresso Brasileiro de Manu-tenção, ele destacou o papel fun-damental que os mantenedores têm no processo de criação de novas atitudes e na introdução de processos e práticas capazes acelerar as mudanças de comportamento, principal-mente no contexto mais amplo de Gestão de Ativos.

“Os próximos anos trarão imensas transformações sociais, econômicas, políticas e do pensamento hu-mano”, alertou. “No olho do furação, não percebe-mos direito tudo o que irá mudar, num processo que já teve início. As empresas que não prestam atenção a este fenômeno irão desaparecer, engolfadas pelo processo de transformação tecnológica”, vaticinou.

Basserman identificou vários tipos de postura das empresas quanto a seus compromissos com sustenta-bilidade. Aquelas que crêem que sustentabilidade é um “modismo passageiro” irão desparecer. Não têm futuro, também, as que devotam pouca preocupação às questões referentes à sustentabilidade e buscam investir o mínimo possível nessas questões. Por ou-

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tro lado, “as empresas que têm consciência de que as coisas estão mudando e se preocupam com o equilí-brio sócio-ambiental têm chance de sobreviver”.

Ele advertiu que a postura que se espera das em-presas e dos cidadãos não significa assumir a missão de “salvar o planeta”. Explicou que a dimensão hu-mana é muito menor, diante do sistema planetário e da diferença entre o “nosso” tempo e o tempo sideral.

“Não temos a capacidade de salvar o planeta e nem de destrui-lo. Isto não faz sentido à luz do co-nhecimento”, disse. “O tempo da natureza é outro. O nosso é muito mais curto”. Lembrou que a vida mé-dia do homem, nos países adiantados, é de apenas 80 anos e que o homo sapiens apareceu na face da terra a meros 200 mil anos, enquanto a vida no planeta, se-gundo as pesquisas, tem mais de 3,6 bilhões de anos.

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Sérgio Besserman abriu o 26º CBM

“Chegamos ao planeta, portanto, há poucos se-gundos”, comparou, em alusão ao tempo cósmico. Historiou as diversas eras do planeta e os processos de destruição por que passou, com a recomposição da biodiversidade após os cataclismas e a nova era da vida, que é recente, em termos planetários.

“A terra passou por dezenas de processos severos de extinção, dos quais cinco foram imensos”, lem-brou Besserman, referindo-se ao Museu de História Natural de Nova York onde são descritas as diversas eras de formação do planeta.

Na era moderna lembrou o advento da Revolução Industrial, há 300 anos, na Inglaterra, que revolucio-nou a ciência e a tecnologia com novos modelos de produção e de processos fabris. Posteriormente, aces-centou, teve início um processo acelerado de cres-cimento da população mundial, com consequências relacionadas a agressões à natureza.

“Nos últimos 50 anos, a população mundial agregou cinco bilhões de pessoas. Há 40 anos nosso planeta está doente”, lamentou. “Se todos consu-missem como os americanos e japoneses, se tives-sem dois carros, mais freezers e ar condicionado, acabaríamos com o mundo. Vivemos uma crise de sustentabilidade”.

As agressões ambientais podem ser vistas no processo acelerado de desertificação que reduz a possibilidade da terra prover alimentos e, em conse-quência, a natureza não consegue completar o ciclo do nitrogênio. A água doce, cujo estoque é constan-te, esgota-se e as mudanças climáticas têm feito com que as chuvas não caiam nos mesmos lugares e os rios e canais que as recolhem perdem eficiência.

“Estou preocupado com este cenário porque não sabemos o que vai acontecer”, alertou Besserman. Destacou a velocidade da destruição, lembrando que, até 2050, teremos destruido 30% das espécies vivas existentes no planeta.

“A vida é um castelo de cartas e estamos tirando as cartas”, comparou.

Outro aspecto da sustentabilidade, o aquecimen-to global, foi lembrado sob o foco dos combustíveis fósseis. “Emitimos CO2 e provocamos o aumento do efeito estufa”, lembrou. O planeta já teve um aqueci-mento médio de 0,7 graus nas últimas duas décadas. “Temos 10 anos para reverter a curva de emissão para que, até o final do século, o aquecimento seja inferior a 2%. Se não introduzirmos mudanças profundas em nossos hábitos de consumo, o planeta poderá aque-cer 6 graus, o que será desastroso. Temos pouco tem-po para frear esta tendência”, concluiu.

Plateia atenta e numerosa

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s mais de 80 expositores presentes à Expoman 2011, representando impor-tantes segmentos industriais de bens e serviços de Manutenção, que preen-cheram a ampla área de estandes da

ExpoUnimed, testemunharam uma das mais concor-ridas exposições dos últimos anos.

Desde a inauguração da mostra, cuja fita foi des-cerrada pelo presidente da ABRAMAN, João Ricardo Lafraia e diretores nacionais, até o encerramento, as instalações dos expositores foram percorridas por centenas de congressistas e visitantes que mantive-ram o recinto em permanente movimento.

Este ano as exposições destacaram-se pela mostra de novos produtos e equipamentos demonstrados por

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Expoman 2011 atrai centenasde visitantes a seus estandes

especialistas dos fabricantes aos congressistas que se aglomeravam nos estandes em busca de informações. Livros técnicos foram, também, lançados, benefician-do-se do afluxo de pessoas.

Entre os setores representados destacaram-se em-presas de engenharia e de manutenção industrial, prestadores de serviços, fabricantes de máquinas e de equipamentos, empresas de geração e de transmissão de energia elétrica, consultores, fabricantes de rola-mentos, fabricantes e representantes de equipamentos para manutenção preditiva, empresas de softwares de gerenciamento de manutenção, ERP’s e e-commerce, sistemas de gerenciamento de ativos, fabricantes de acoplamentos, vedações, válvulas e sistemas de pro-dução, lubrificantes, entre outros setores.

O presidente e diretores da ABRAMAN descerram a fita inaugural da EXPOMAN

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Várias empresas expositores que atuam no uni-verso da Gestão Ativos com produtos e serviços apro-veitaram a oportunidade da Expoman e da presen-ça de mais de 700 congressistas, além de visitantes atraídos pelas tecnologias apresentadas, para lançar novos produtos e descrever cases de interesse. A SKF, fabricante mundial de rolamentos e fornecedor de produtos e sistemas para ma-nutenção industrial, trouxe dois lançamentos de alinhadores de eixo, além de serviços e tecnolo-gias para o mercado industrial.

Os alinhadores de eixo TKSA 60 e TKSA 80, importa-dos da Europa, têm como prin-cipais características evitar queda na produção, reduzir o consumo energético e aumentar a vida útil da operação. O TKSA 60, projetado para profissionais com conhecimento básico de alinhamento, alerta os usuários sobre as ferramentas e materiais corretos que precisam ser utili-zados, antes de se deslocarem

expositores apresentam produtos e cases até o local do alinhamento. Um processo visual de inspeção integrado ajuda os usuários a identificarem níveis de óleo, vazamentos e indicações de desgas-te e auxilia, também, na comparação de resultados de inspeção com as especificações, além de priorizar ações corretivas. O TKSA 80 inclui os recursos do TKSA 60, além de outros como estrutura de base de

Robôs e equipamentos avançados mostrados na EXPOMAN

Centenas de visitantes percorrem os estandes

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dados para armazenar especificações OEM de uma larga faixa de equipamentos rotativos. O sistema pos-sibilita que os usuários criem e armazenem modelos para máquinas e históricos sequenciais de montagem e alinhamento, o que permite melhorar o gerencia-mento dos processos de alinhamento.

Ricardo Perroni, gerente de vendas de serviços da SKF do Brasil, lembra que as melhores práticas ado-tadas no processo de alinhamento ainda são críticas e causam transtornos para os operadores. “Esses mo-delos apresentados durante a Expoman 2011 foram projetados para auxiliar os usuários no gerenciamen-to do processo de alinhamento de qualquer máquina rotativa”, disse.

A empresa apresentou, também, informações e modelos de algumas de suas soluções para o mer-cado de manutenção, como um analisador de gran-dezas elétricas para motores e geradores, sistema de monitoramento online, coletores e analisadores de dados de vibração. O conjunto das soluções propor-cionadas visa a redução de paradas não programadas e maior eficiência na gestão de ativos.

A Skanska, grupo mundial com foco em constru-ção e desenvolvimento de projetos, também presen-te na Expoman 2011, apresentou a palestra “Ope-ração e manutenção de três usinas hidrelétricas integradas”, com Marco Reis, gerente de Engenharia e Raimundo Maluf, gerente do projeto Ponte de Pe-dra Energética (PPESA) - central hidrelétrica locali-zada no rio que divide os estados de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso.

Os especialistas da empresa usaram a oportuni-dade aberta pela Expoman para promover a troca de experiências sobre gestão de processos, métodos e técnicas de trabalho e apresentar inovações tecnoló-gicas visando à melhoria da qualidade, produtivida-de, segurança, preservação ambiental e racionaliza-ção de custos.

Fabricantes de peças e equipamentos na mostraTroca de informações privilegiadas

Conjunto típico japonês anima a Expoman

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Fecham-se as cortinas do 26º CBM

Espetáculo da Gestão de Ativos terá o Rio como palco em 2012

mesa solene formada pelo presidente da ABRAMAN, João Ricardo Lafraia, por diretores nacionais, ex-presiden-tes da entidade e convidados inter-nacionais encerrou mais um grande

evento da Manutenção brasileira que inaugurou a Primavera da Gestão de Ativos no Brasil, mudando o patamar estratégico destas iniciativas, depois de um quarto de século de atividade.

O diretor da Filial VII (PR/SC), Takao Paulo Hara, que foi o anfitrião do 26º Congresso Brasileiro de Manutenção e da Expoman 2011, abriu a cerimô-nia destacando os avanços que o evento permitiu com a apresentação de novas tecnologias e sistemas de gestão. “Pelas avaliações que colhemos junto aos congressistas e expositores posso afirmar que a ABRAMAN foi bem sucedida e nossos objetivos fo-ram alcançados”, disse Takao.

Ao fechar o evento deste ano, Lafraia entregou ao diretor da Filial VII uma placa comemorativa do

evento, onde ficaram registrados os agradecimentos da ABRAMAN e da comissão executiva.

O presidente da ABRAMAN disse que o 26º CBM era um ponto de inflexão na caminhada da associa-ção ao abrir uma Primavera auspiciosa para a comu-nidade de Manutenção que tem diante de si novos e inexplorados horizontes. “Cabe aos gestores colocar as novas práticas em ação em suas empresas para continuar a jornada”, conclamou Lafraia. Ele desta-cou o sucesso da quarta-feira de Gestão de Ativos, no âmbito da programação do 26º CBM, com presença maciça de congressistas, que marcou o novo paradig-ma no Brasil.

Lafraia ressaltou o papel das gestões anteriores que iniciaram e avançaram com o processo de in-ternacionalização da ABRAMAN, que culminou com a escolha do Brasil como sede mundial do Global Forum de 2012 que será realizado em para-lelo ao 27º Congresso Brasileiro de Manutenção, no Rio de Janeiro.

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Centro de convenções sempre lotado nas apresentações

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Outro ponto alto deste Congresso foi o lança-mento da PAS 55 em português, o que credencia a ABRAMAN como a entidade líder na condução deste processo de certificação de Gestão de Ativos no Brasil.

O presidente da ABRAMAN lembrou a novidade introduzida este ano – o Dia da Gestão de Ativos no programa do Congresso – com atividades especial-mente promovidas pelas empresas participantes. Lembrou que a ideia de promover atividades diferen-ciadas como parte da programação foi bem sucedida e será aprofundada no Congresso do Rio, em 2012. “Fica o desafio às empresas expositoras para que tra-gam os seus convidados VIP para visitar a Expoman e participar deste espaço qualificado que criamos para disseminar conhecimento e divulgar a nossa ativida-de de Gestão de Ativos. Este foi o primeiro passo na direção correta”, concluiu.

Lafraia observou que no 26º CBM os pilares de Gestão de Ativos e as linhas propostas pela PAS 55 começaram a despontar em muitos dos trabalhos técnicos apresentados, que ofereciam uma visão ho-lística das questões envolvendo Manutenção que ul-trapassavam as fronteiras tradicionais da atividade. Adiantou, também, que o próximo Global Forum, no Rio, em paralelo ao 27º CBM, antecipando a Rio Oil&Gas, estimulará a apresentação de trabalhos

O diretor nacional Carlos Diehl e Lafraia Presidente da ABRAMAN entregam a placa a autor de Trabalho Técnico premiado

técnicos internacionais que deverão enriquecer a te-mática com foco na inovação. “Teremos, também, a oportunidade de expor-nos a formadores de opinião na vanguarda de nossa atividade o avanço de Ges-tão de Ativos no Brasil, um pais bem gerenciado, que preza o desenvolvimento sustentável e, neste cená-rio, a ABRAMAN como líder a impulsionar e promo-ver o capital humano”, antecipou.

Tahao Paulo Hara homenageado

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diretor nacional da ABRAMAN Hélio Burle de Menezes apresentou o Docu-mento Nacional 2011, um dos principais produtos da ABRAMAN, considerado uma fonte de informação indispensável

para o planejamento das empresas por oferecer um re-trato fiel do cenário da Manutenção no País.

Burle destacou que os investimentos em Manuten-ção avaliados pela pesquisa indicam que as empresas deverão aplicar cerca de R$ 145 bilhões em 2011 em suas plantas. Outro dado importante revelado foi a disponibilidade operacional de nosso parque fabril, que alcançou 91%.

Outro indicador, referente à estrutura organizacio-nal nas empresas, mostrou que o nível hierárquico da atividade mostra tendência de redução nos últimos anos de realização da sondagem. Este quadro mostra o gerente de Manutenção assumindo funções mais com-plexas, com número menor de gestores em níveis de diretores e superintendentes. O quadro técnico man-tém-se estável, com a mão de obra qualificada ocupan-do mais de 40% dos colaboradores.

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Documento Nacional 2011aponta mais investimentos

A rotatividade dos trabalhadores nas empresas cresceu, atingindo os 3,26% da força. O PNQC é cada vez mais conhecido pelas empresas, com números que mostram o crescimento deste programa da ABRAMAN: o último levantamento mostrou um total de 23.760 ins-critos e 15.550 profissionais certificados.

As novas técnicas que têm sido incorporadas à Manutenção pelas empresas refletem-se na adoção de instrumentos mais avançados. A indisponibilidade devido à manutenção representa 5% das paradas, se-gundo a pesquisa, com 18,5% dos recursos aplicados em preditivas e 27,4% em corretivas.

O diretor nacional da ABRAMAN Hélio Burle de Menezes apresenta o Documento Nacional

Congressistas acompanham a apresentação

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O Programa Nacional de Qualifi cação e Certifi cação de Pessoal na Área de Manutenção - PNQC, desenvolvido pela ABRAMAN em parceria com instituições de ensino, foi criado para induzir a melhoria da qualidade e produtividade dos serviços de Manutenção no país, através da certifi cação de profi ssionais do setor.

O profi ssional certifi cado pela Abraman/ PNQC garante o reconhecimento formal de sua capacidade, diferenciando-se, e valorizando-se no mercado de trabalho.

A empresa que certifi ca seu quadro de colaboradores pelo programa da Abraman/PNQC assegura melhoria na confi abilidade, segurança e efi ciência de seus processos.

Participe! Entre em nosso site www.abraman.org.br e conheça detalhes do processo.

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27º Congresso Brasileiro de Manutenção

Itaguaí é outro município que está em acelerado processo de crescimento graças à instalação de impor-tante base de apoio para a exploração da Petrobras e que começa a atrair toda a cadeia de fornecedores de produtos e serviços. O município terá uma base naval e o estaleiro dos novos submarinos da Marinha, além da expansão do porto e da implantação do Porto do Sudeste.

Estes investimentos terão como corolário novos condomínios residenciais, zonas industriais e a con-sequente infraestrutura rodoviária, de saneamento, abastecimento d’água, energia elétrica, transporte, banda larga e outras.

Este novo surto de desenvolvimento virá reforçar a posição do estado de maior produtor brasileiro de petróleo, com cerca de 80% do total do País, além de quase 50% do gás natural nacional, sem contar a con-tribuição que será trazida pelo pré-sal, que tem a maior parte de sua área de exploração em águas fluminenses.

Os investimentos do pré-sal, entre outras consequências para a economia, transformaram o Rio no centro das pesquisas para esta nova frontei-ra da produção, com investimentos importantes em instituições como o Parque Tecnológico do Fundão que reúne os grandes grupos mundiais que têm pro-jetos na área.

O diretor da Filial V (RJ), Ernesto Pinto de Oliveira

Rio, sede nacional da ABRAMAN, será o palco privilegiado do 27º Con-gresso Brasileiro de Manutenção e da Expoman 2012, que prometem ser os maiores eventos da história da entida-

de, sob os conceitos avançados de Gestão de Ativos e num momento em que a cidade aumenta o seu ritmo de crescimento econômico para preparar-se para os grandes eventos esportivos dos anos vindouros.

O diretor da Filial IV (RJ), Ernesto Roberto Pinto de Oliveira, que será o maestro deste próximo espetá-culo, fez a primeira apresentação do evento e exibiu um vídeo a respeito da Cidade Maravilhosa, ao final do 26º CBM, em Curitiba. Ernesto disse que o centro de convenções onde os eventos serão realizados loca-liza-se próximo ao centro da cidade e tem acesso fácil pelo metrô, o que estimulará os congressistas a leva-rem suas famílias para uma programação no Rio. “A comissão organizadora do 27º CBM irá preparar uma agenda de atividades especialmente para as famílias confraternizarem”, adiantou o diretor.

O momento do Congresso no Rio não poderia ser melhor. O estado vive um período de grande desen-volvimento, prevendo-se que, até 2013, investimentos públicos e privados em montantes superiores a R$ 180 bilhões em setores de indústrias de base, petróleo e gás, infraestrutura, indústria de transformação e turis-mo, entre outros.

Não apenas a capital, mas também as cidades do litoral e interior do estado serão beneficiadas pelos re-cursos. A Baixada Fluminense, por exemplo, está em processo de grande transformação em decorrência da implantação do Comperj – Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro; da base de apoio da Petrobras, em Itaguaí e do Arco Metropolitano que interligará as ro-dovias que cortam o estado. Com mais de 70 quilôme-tros de extensão e conclusão prevista para dezembro de 2012, trata-se de uma das principais obras do PAC e beneficiará oito municípios da região metropolitana do Rio. Toda esta atividade econômica está gerando milhares de empregos e, à medida que entrarem em operação, atrairão mais empresas para o estado.

Começa a jornada rumo ao Rio

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quarta-feira, terceiro dia do 26º Con-gresso Brasileiro de Manutenção, teve um espaço especialmente reservado na programação para uma ampla e qualificada discussão das diversas dis-

ciplinas que compõe o vasto campo de Gestão de Ativos, com foco no desejado salto qualitativo do mantenedor brasileiro. Coordenada pelo presidente da ABRAMAN, João Ricardo Lafraia, a mesa redon-da internacional sob o tema “A Gestão de Ativos e o Contexto Empresarial” contou com a participa-ção de Tim Goshert, da Cargill e diretor da SMRP –

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Marcos históricos do 26º CBM: Dia da Gestão de Ativos eWorkshop Institucional

Sociedade para Manutenção e Profissionais de Con-fiabilidade, na sigla em inglês; Ítalo Carvalho, dire-tor de operações e manutenção da AES Tietê e Fábio Scarlassari, gerente de ativos fixos da CBA – Compa-nhia Brasileira de Alumínio, do Grupo Votorantim.

Em sua palestra “Criando Valor em Parcerias na Cadeia de Suprimento”, Gosher lembrou o papel da SMRP, “entidade americana coirmã da ABRAMAN”, membro do Global Forum e seu trabalho com foco com as organizações com foco na geração de valor na capital de produção.

“Devemos ter em mente que nossas empresas não

Celso de Azevedo, presidente da Assetsman

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podem fazer tudo e que devemos conhecer quais são nossas competências centrais”, mencionando como referência C.K. Prahalad e Gary Hamel que trataram da “core competence”, ou a competência essencial, das organizações.

“As fontes reais de vantagem competitiva devem ser encontradas na capacidade da empresa para con-solidar suas habilidades corporativas em tecnologia e produção em competências que possam capacitar as pessoas para que rapidamente se adaptem às novas oportunidades” disse, citando os autores.

A core competency deve permitir que a empresa tenha acesso a uma ampla variedade de mercados, possa fazer contribuições significativas para os con-sumidores do produto final e ser difícil de ser imita-da pelos competidores, destacou Gosher.

Confiança e eficáciaLembrou que o ponto focal de todo relacionamen-

to é a confiança, que pode ser um fator multiplica-dor para aumentar a eficácia e a eficiência. Por outro lado, advertiu, que “a desconfiança pode ser a causa raiz dos problemas”.

Gosher destacou que Stephen M.R. Covey em seu livro “A Velocidade da Confiança” diz que, à medi-da que os níveis de confiança aumentam, a veloci-

AlanTait, diretor da Pragma Africa e presidente da SAAMA

dade também aumenta e os custos caem. À medida que a confiança cai, a velocidade se reduz e os cus-tos aumentam. Neste cenário, lembrou que o autor propõe uma postura de “confiança inteligente” vi-sando a adicionar valor às parcerias numa cadeia de suprimento. “Devemos acreditar em compromissos ‘ganha-ganha’ ao invés de transações com base em relacionamentos antagônicos”, propôs Gosher.

Lafraia propõem Modelo Brasileiro

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talo Freitas, diretor de operações e manuten-ção da AES Tietê e Uruguaiana destacou em sua apresentação que Gestão de Ativos é, em resumo um instrumento para alavancar os ne-gócios da organização, sendo capaz de agregar

valor num mercado elétrico muito regulamentado, tanto no Brasil como em outros países.

“Nestes cenários, a disponibilidade é o foco prin-cipal da usina”, resumiu. Ele lembrou que Água Vermelha é a maior usina do Tietê, com um programa de investimentos que visa a implantar mais 1.200 MW em novos projetos.

No Brasil, o parque gerador da empresa é de 3.263 MW instalados em 18 usinas. No mundo, a AES tem 127 usinas geradoras que totalizam uma capacidade de 44 GW, com 42% das plantas alimentadas à carvão, 32% às gás, 17% hidrelétricas, 3% eólicas e 6% com geração a partir de outras fontes térmicas.

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Gestão de Ativos, ferramenta para alavancar negócios na AES Brasil

Ítalo descreveu o sistema de Gestão de Ativos de sua empresa lembrando os principais objetivos a se-rem alcançados: otimizar o uso dos recursos opera-cionais, otimizar os custos operacionais, aumentar os resultados advindos do MRE – Mecanismo de Realo-cação de Energia e reduzir a exposição ao MRA – Me-canismo de Redução de Garantia Física.

O MRE é um mecanismo financeiro que visa o compartilhamento dos riscos hidrológicos que afetam as geradoras com o objetivo de garantir a otimização dos recursos do Sistema Interligado Nacional. O MRE busca permitir que todas as usinas participantes rece-bam seus níveis de garantia física, independentemen-te de seus níveis reais de produção. O MRE realoca contabilmente a energia, transferindo o excedente das que geraram além de suas metas. Em resumo, quando a usina entrega energia, ela gera ganho para o negócio.

O MRA – Mecanismo de Redução da Garantia Físi-ca é aplicado mensalmente às usinas com o objetivo de avaliar se elas cumpriram as metas de disponibilidade estabelecidas, por meio de uma comparação entre os parâmetros verificados de interrupções em relação aos parâmetros de referência estabelecidos pela ANEEL para uma usina. Trata-se, portanto, de uma punição de ordem financeira para os membros do sistema que não cumpriram seus compromissos de entregar energia.

A gestão eficiente destes dois mecanismos é cru-cial para o equilíbrio econômico do negócio, como explicou Ítalo. Neste cenário, o desafio permanente é reduzir o tempo de indisponibilidade das unidades e operar com responsabilidade. “Ao final, será o Ebitda que dirá se o projeto de Gestão de Ativos foi bem suce-dido”, resumiu. Ele destacou que as metas que forem acordadas nas estratégias têm de provar que garantem retorno para o negócio. “O setor de geração depende da disponibilidade no pico do consumo e, para tan-to, tem de ter máquina disponível no sistema, pois, se quebrar, outros irão gerar”, explicou.

Uma vez implantado o sistema de Gestão de Ati-vos, a organização estará pronta para a certificação pela PAS 55, informou Ítalo.

Ítalo Freitas, da AES Brasil

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ábio Scarlassari é o primeiro executivo da Votorantim Metais a ocupar a nova posição de Gerente de Ativos da CBA – Companhia Brasileira de Alumínio, o que evidencia a importância que a em-

presa dá a esta área de atuação gerencial. Em sua empresa, Gestão de Ativos está alinhada com os ob-jetivos da PAS 55.

Não se trata se tarefa simples, numa empresa com Ebitda previsto de R$ 800 bilhões em 2012, com in-vestimentos em Manutenção, envolvendo serviços e materiais, de R$ 65 bilhões, CAPEX (capital expen-ditures, na sigla em inglês, que compreende investi-mentos na compra, melhoria ou desenvolvimento de ativos físicos, como infra-estruturas, equipamentos) para modernização e expansão de R$ 890 bilhões no plano 2012-2016.

Fábio destaca que um dos desafios permanentes de sua tarefa é o foco em custos num setor de com-modities cuja produção integrada vai desde a bauxita até o produto final na forma de bens de alumínio, entre os quais perfis, chapas, telhados, cabos, entre centenas de outros itens.

Para avançar em seu sistema de gestão de ativos, a empresa criou, em 2005, o Sistema de Gestão Integra-da – SGV que engloba Produção e Manutenção. Em 2007, a Votorantim Industrial introduziu o VID, gru-po temático em gestão de Manutenção e a Academia Votorantim, com uma Escola de Manutenção bastan-te concorrida e eficiente na formação de quadros.

Em 2008, foi criado o Sistema de Gestão de Ma-nutenção, na Votorantim Metais, com uma estrutura conceitual em pilares e passível de ser auditada, com notas de avaliação.

Finalmente, em 2011, foi introduzida a área de Gestão de Ativos à nível de gerência, na CBA, com vistas a ampliar este modelo para toda a empresa.

As primeiras ações no âmbito da nova estratégia foram a participação no Global Forum, na Austrália, visando a aprofundar o domínio dos instrumentos da PAS 55 e promover benchmarking mundial em Ges-

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Gerente de Ativos, uma posição inovadora na Votorantim Metais

tão de Ativos para enriquecer a experiência da CBA. “Para nós, Gerente de Ativos não é um nome mo-

derno para Gerente de Manutenção”, resume Fábio. Com staff de diretor, a nova área debruçou-se sobre algumas prioridades, entre as quais a integração de metas, a garantia projetos top de linha, a promoção de uma gestão estratégica de estoques envolvendo risco consentido e a realização de uma gestão estraté-gica sobre os “bad actors” com foco na útil dos ativos e sua obsolescência.

“A integração é a chave do sucesso. Outra priorida-de é empenhar-se no alinhamento de engenharia com economia para ter uma visão mais abrangente do negó-cio e promover o alinhamento estratégico”, resumiu.

Fabio Scarlassari, CBA/Votorantim

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CAPA

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lan Tait, diretor da Pragma África e presidente da SAAMA, Associação Sul-Africana de Gestão de Ativos, na sigla em inglês, apresentou aos par-ticipantes do 26º CBM as visões dos

gestores da África do Sul que, em muitas aspectos, assemelham-se às dos executivos brasileiros. Brasil e África do Sul ostentam um nível de desenvolvi-mento econômico que colocou as duas potências emergentes no bloco dos BRICS, grupo no qual o país africano ingressou re-centemente, respondendo pelo “S” da sigla.

Entre os desafios dos gestores sul-africanos, re-dução de custos mantém--se como um dos pontos mais importantes, o que exige uma melhor utiliza-ção da força de trabalho, a otimização dos níveis de estoques e gestão efi-ciente dos prestadores de serviço, além de decisões adequadas quanto à ma-nutenção e substituição de ativos físicos.

Como ponto decisivo para a gestão eficaz, Tait destacou a necessidade de melhorar o desempe-nho dos ativos. Dentre os aspectos a serem observa-dos, mencionou o aumen-to da disponibilidade e da confiabilidade visando à entrega consistente de ser-viços com qualidade sustentada e máxima utiliza-ção dos ativos.

A redução dos riscos, outra demanda permanente dos melhores gestores, deve ser observada, entre ou-tras exigências, por meio do cumprimento da legis-

A

Visões de curto e longo prazo, desafios para o gestor moderno

lação e redução da taxa de paralisação por quebras.Alguns dos desafios enfrentados pelos gestores

de ativos da África do Sul incluem visões de curto prazo que se contrapõem à necessidade de planeja-mento de longo prazo. Outro desafio tem sido o au-mento da demanda por produtos e serviços estimu-lados pelo desenvolvimento econômico da região, diante de ativos físicos em processo de envelhe-cimento. Esta questão é agravada pela escassez de recursos e qualificação de mão-de-obra insuficiente

em Manutenção.Tait mencionou algu-

mas concepções ultrapas-sadas que podem ainda existir em setores do em-presariado local, entre as quais a percepção de que a futura ISO 55000 e a PAS 55 são “apenas outras nor-mas que custarão dinheiro para implementar”. Outra noção distorcida, segundo Tait, é a crença de que “as pessoas gostam de elabo-rar estratégias, ao invés de trabalhar”.

“Estas visões arcaicas devem ser ultrapassadas com clareza e competên-cia, comprovando-se que as novas ferramentas de Gestão de Ativos terão impacto positivo nos re-sultados”, sugeriu. Para a compreensão e avanço dos novos conceitos sugeriu que os gestores procurem

convencer a alta direção de que Gestão de Ativos é crítica para a sustentabilidade. Outro ponto a levar em consideração é que é importante desenvolver projetos de melhoria e implementá-los com base no retorno dos investimentos.

“ “As novas ferramentas de Gestão de Ativos

terão impacto positivo nos resultados

Alan tait

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INTERNACIONAL

utra novidade bem sucedida intro-duzida no Congresso de Curitiba – o Workshop Internacional sobre Gestão de Ativos e PAS 55 - permitiu que a progra-mação fosse estendida até a sexta-feira,

ao invés de encerrar-se no dia anterior. A iniciativa mostrou-se um sucesso, com um pú-

blico de mais de 100 participantes, de várias empresas do país, que se envolveram no debate que contou com a contribuição de grandes nomes internacionais de Gestão de Ativos que oferecem modelos e descreve-ram suas experiências. Na oportunidade, o presiden-te da ABRAMAN, João Ricardo Lafraia, apresentou o Modelo Brasileiro de Gestão de Ativos, com uma vi-são integrada dos princípios básicos que colocam o País no estado da arte de novas tecnologias.

Além de Lafraia, participaram das apresentações o gerente executivo da Ausgrid, empresa australiana do setor elétrico e presidente do Global Forum, John Hardwick; o diretor de operações e manutenção da AES Tietê, Ítalo Carvalho; o presidente da Assetsman, Celso Azevedo; o diretor da Pragma Brasil, Antonio de Pádua Teixeira, o diretor da ReliaSoft, Cláudio Spanó e o gerente de Ativos Físicos da CBA, Fábio Scarlassari.

Em sua apresentação, sobre o tema “Liderança para a Excelência Operacional”, Lafraia destacou que este objetivo das empresas deve ser conquistado por meio da gerência eficiente do processo de segurança, incluindo a saúde e a segurança das pessoas, cuida-dos com o meio ambiente e foco na confiabilidade e eficiência dos ativos visando a um desempenho de classe mundial. Lembrou que a visão de excelência operacional compreende a construção, a operação e a manutenção das plantas de forma que a confiabilida-de dos ativos seja abordada de maneira semelhante à segurança dos colaboradores.

Para alcançar padrões mais elevados de excelência operacional listou alguns atributos, como liderança, sistema de gestão, ativos físicos e as pessoas, envol-vendo cultura e comportamentos. Discorreu, também, sobre disciplina operacional e complacência lembran-do que disciplina significa que todos façam da forma

O

Gestão de Ativos e PAS 55 focos de workshop internacional

correta todas as tarefas todas as vezes. Mencionou que cultura é um fenômeno complexo, que pode ser enten-dido sob diferentes ângulos.

“As organizações são entidades simbólicas que se comportam de acordo com o mapa mental de seus membros. Esses modelos são culturalmente determi-nados”, resumiu. “O primeiro passo para mudar a cultura é tomar consciência dos hábitos, estes laços invisíveis que nos movem”.

Claudio Spanó, diretor da ReliaSoft, falou sobre “Gestão de Ativos suportada pela Engenharia de Con-fiabilidade”, tendo destacado que o cenário mundial atual mostra que os resultados financeiros das empre-sas estão atrelados à influências externas e, como a economia tem sofrido oscilações, a lucratividade das empresa acompanha estas variáveis.

Embora as variáveis externas sejam difíceis de se-rem controladas, como disse, há variações internas que podem ser monitoradas e que fazem a diferença para que as empresas sejam mais competitivas e mais lucrativas. “As empresas devem focar suas energias no controle das variáveis internas e, para isso, precisam realizar a gestão de seus custos internos”, lembrou.

“Para gerenciar corretamente seus custos as em-presas precisam trabalhar na gestão de seus ativos. Gestão de Ativos é a chave para que os objetivos em-presariais sejam alcançados” disse Spanó.

A PAS 55, como destacou, diz que Gestão de Ati-vos deve possuir visão holística e unificar as áreas e as atividades da organização para que ela alcance seus objetivos estratégicos.

John Hardwick, gerente executivo da Ausgrid, em-presa de geração e distribuição de energia elétrica aus-traliana e presidente do Global Forum, em sua pales-tra “A viagem de Manutenção para Gestão de Ativos” levou os congressistas a meditarem a respeito do que os dirigente de uma corporação querem saber a respei-to de Gestão de Ativos.

“Qual o valor dos ativos que a empresa possui? Os níveis atuais de investimentos trarão como re-sultado geração sustentável de produção? Os in-vestimentos trarão como resultado as condições

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Revista Manutenção – seteMbRo / outubRo 201134

INTERNACIONAL

exigidas dos ativos?” questionou Hardwick ao abordar alguns pontos que estão no campo de ati-vidade dos gestores.

Para responder a estas questões os gestores de-vem saber, entre outros pontos, qual a composição da base de ativos da empresa, seu perfil de idade, os custos de substituição e os fatores de depreciação, entre outras considerações.

Na Ausgrig, como explicou, é utilizada a análise ODRC – Custo de Substituição, Depreciado, Otimi-zado, na sigla em inglês - por meio da qual é esta-belecido o custo da substituição do ativo por um equivalente moderno, depreciando-se este custo para refletir o ciclo de vida efetivo restante do ati-vo atual e otimizando o custo de substituição com super-capacidade para determinar-se o valor para a base total de ativos.

Para avaliar se os níveis atuais de investimento resultarão em ativos com condições adequadas, o gestor deve ter informações a respeito da utilização dos ativos, suas condições, impacto dos investimen-tos em custos e lucros, impacto nas exigências quan-to a operadores e a confiabilidade do sistema.

“Informações a respeito de manutenção e ativos são extremamente valiosas para prever-se o futuro e podem ser utilizadas para a tomada de decisões técnicas e econômicas e influenciar todo o negócio, permitindo que a empresa possa tomar decisões me-lhor informadas”, concluiu Hardwick.

“A PAS 55 poderá consolidar-se numa norma ISO de Gestão de Ativos até 2014. No próximo Global Forum, no Rio, em 2012, deveremos ter cerca de 90% de suas linhas definidas”, adiantou.

Ítalo Freitas, diretor de Operações e Manutenção da AES Tietê lembrou em sua apresentação que um sistema de gestão de ativos fixos deve ter por objeti-vo estabelecer uma ligação entre os objetivos estraté-gicos e a operação dos ativos. “Isto ajuda a empresa a obter um melhor balanço entre necessidades de curto e longo prazo, otimizando sua performance” disse.

Ele lembrou que a PAS 55 é uma metodologia para gestão de ativos elaborada em 2004 pelo Insti-tuto Britânico de Normas ao reconhecer que não ha-via ainda um padrão de referência para esta questão. A PAS 55 veio detalhar processos e procedimentos que asseguram à organização as melhores práticas na gestão de seus ativos, com foco no desempenho, risco e custo dos ativos físicos.

Celso Azevedo, presidente da Assetsman, focou a sua apresentação no tema “Tendências e Resulta-dos Recentes na Evolução da Gestão de Ativos”, com exemplos de sua experiência internacional. Ele con-

textualizou alguns problemas que envolvem a ativi-dade de Manutenção nos seguintes pontos: as manu-tenções preventivas nem sempre estão prevenindo. Os planejadores nem sempre estão planejando. As corretivas estão consumindo recursos. Os estoques de sobressalentes são dimensionados pelos custos. A vida útil das plantas é supostamente infinita, entre outros aspectos da realidade corporativa.

Ele destacou que o desafio mundial do desempe-nho industrial é avaliar os riscos reais gerados por tentativas permanentes de redução de custos, além dos impactos da indisponibilidade dos equipamen-tos críticos. Destacou a importância para o cenário industrial das inovações trazidas por Gestão de Ati-vos e a tradução em termos econômicos dos riscos associados às decisões de otimização.

“O operador do ativo pode avaliar os riscos de operação associados às reduções de custos e, por sua vez, o proprietário do ativo poderá otimizar os custos de investimento e de operação com conhe-cimento de causa” resumiu Azevedo. “Gestão de ativos é a gestão ótima do ciclo de vida dos ativos físicos para obter e sustentar os objetivos definidos para o negócio”.

Azevedo antecipou aos participantes que a futura norma ISO 55000 de Gestão de Ativos permitirá uma mudança de visão ao propor uma utilização dos ati-vos de acordo com o princípio AGAN, sigla de “As Good as New” e, neste contexto, gastar menos e ob-ter resultados globais sustentáveis, administrando os riscos e não apenas os recursos.

Destacou que Gestão de Ativos “pensa funções, não peças” e visa o ciclo de vida ativo-negócio e pro-pôs que os gestores promovessem uma organização que compartilhasse os mesmos objetivos e que fosse capaz de levar aos acionistas e tomadores de decisão opções mais compreensíveis e justificadas das esco-lhas a serem feitas.

No encerramento do Workshop Internacional, Lafraia revelou que o Modelo Brasileiro de Gestão de Ativos, que está em desenvolvimento pela ABRAMAN, tem uma lógica empresarial baseada nos conhecimen-tos avançados debatidos no Global Forum e experimen-tados nas empresas internacionais que têm adotado a PAS 55, antecipando a certificação.

“Vamos definir quais são as competências míni-mas necessárias para o modelo e, a seguir, oferecer cursos de formação para os associados”, adiantou Lafraia. “A ABRAMAN entregará, em breve, um roteiro aos interessados”. Lembrou que a SMRP – Sociedade de Manutenção e Profissionais de Confiabilidade credenciará, em parceria com a ABRAMAN, especialistas em Gestão de Ativos.

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osé Wagner Braidotti, diretor da JWB Enge-nharia, abordou a sensível questão do confor-mismo empresarial diante de falhas. Qual é o limite para a falha? Qual a falha “aceitável“? A meta em sua empresa é falha zero? Estas fo-ram algumas questões, muitas vezes difíceis

de serem respondidas, que pairaram durante a apre-sentação do trabalho “A falha não é uma opção”.

Ele começou expondo realidades que persistem nas empresas que não estão motivadas a perseguir fa-lhas e naquelas onde este acompanhamento depende de algumas pessoas.

Para motivar o público a envolver-se com tema, Braidotti abriu a apresentação com trecho de um filme cuja história envolveu falha ocorrida na espaçonave Apollo 13 ao realizar a terceira missão tripulada ame-ricana ao espaço, em 1970, cujo objetivo era realizar um pouso na Lua. Durante as operações de aproxima-ção, um problema técnico deixou a tripulação diante do difícil dilema de abortar a missão e garantir o retor-no com vida à Terra, ou tentar o pouso na Lua. O filme, que deu o Oscar a Tom Hanks, o roteiro corre em pa-ralelo à decisão da tripulação de rejeitar totalmente a opção de falha, pois implicaria na destruição da nave.

“Na empresa em que você trabalha a falha é uma opção?” o palestrante propôs a pergunta aos presen-tes. Lembrou que a falha, em muitas empresas, pode ser entendida como o dia-a-dia da manutenção. “Se não houver falha, não tenho serviço. Se a máquina não quebrar, perco o emprego” aventou ele, diante de uma postura ultrapassada dos mantenedores.

“A pressão por melhores indicadores de produti-vidade, disponibilidade e confiabilidade tem aumen-tado nas organizações, tornando os processos de tra-balho aliados neste sentido, pois todos participam no sentido de proporcionar melhores práticas de traba-lho”, resumiu Braidotti. Desta forma, quando os ope-radores envolvem-se com os ativos relacionados aos processos produtivos, deverão utilizá-los da melhor maneira possível. “Temos na metodologia de Análise de Falhas um aliado importante na busca pela identi-ficação da causa do problema”, concluiu.

O processo de análise de falha é vital no dia-a-dia da manutenção, pois permite conhecer as causas raí-zes das falhas e defeitos, trabalhar para a condição de quebra-zero e fornecer maior disponibilidade e confia-

J

A falha não é uma opçãoComo é em sua empresa?

bilidade dos ativos, como disse o palestrante. Ele listou alguns tipos de falhas envolvendo o ativo, o planeja-mento , a aquisição dos materiais, o acompanhamento na contratação do serviço e na capacitação da equipe.

Muitas vezes, alertou, a equipe de manutenção, na rotina diária de serviços, tende a fazer o “troca peças”, sem uma análise da causa raiz do problema. “A meto-dologia de análise de falhas permite a mudança deste paradigma. A equipe, ao envolver-se em atividades de levantamento e estudo de casos de falhas, irá absorver estes novos conceitos e aplicá-los a cada falha obser-vada”, avalia Braidotti em seu trabalho.

Desta forma, ao realizar a análise de falhas com um grupo multidisciplinar, incluindo manutenção e ope-ração, há uma mudança no conceito “a máquina que-brou” e os próprios operadores solicitarão os serviços de manutenção indicando os componentes que estão em estado de falha e o estudo de causa será focado nestes componentes.

“Para manter as condições e as funções de um ati-vo, um dos principais fatores é o colaborador. A equi-pe de operação deve utilizar os ativos dentro dos pa-drões estabelecidos e a equipe de manutenção deve seguir os planos de manutenção dos ativos, atuando de maneira acurada”, disse.

O palestrante propôs alguns elementos funda-mentais para nortear os esforços contínuos de busca da causa raiz, entre os quais destacou: uma políti-ca de análise de falha, procedimentos de análise de falhas, incentivos pessoais, alocação de recursos ne-cessários, treinamento para identificação de proble-mas, foco nas possibilidades de falha, utilização de matriz de disparo, foco nas ocorrências não previs-tas, nas falhas que geram danos à propriedade e nas que causam perda de produção.

Braidotti argumenta que a metodologia de análise de falha auxilia na motivação do pessoal através do envolvimento na solução dos problemas permitindo o auto-desenvolvimento. Ele destaca que toda falha pos-sui uma causa e uma solução.

Em suas conclusões de seu trabalho destaca que a metodologia de análise de falha deve ser aplicada e entendida como sendo uma das principais técnicas que contribuem com a base de toda gestão do conhe-cimento quandotratamos das práticas de manutenção dos ativos dentro das organizações.

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DESTAQUE

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engenharia financeira das grandes paradas para manutenção foi o foco de concorrida mesa redonda pre-sidida pelo consultor Hudson de Oliveira Maia, com a participação

de Hildebrando Maia, da MCE Engenharia; José Luis Casarotto, da Braskem e Jorge Murilo Santana Santos, da Potencial Engenharia, que debateram com congressistas representando as indústrias compradoras de serviços e as empresas fornece-doras, os desafios da execução dos contratos sob a pressão de prazos e custos rigorosos.

Os fornecedores de serviço destacaram a necessi-dade de planejamento e acompanhamento rigoroso da execução dos contratos diante das variáveis re-presentadas por aumentos de custos de mão de obra que podem sofrer alterações importantes a partir de dissídios que alteram as bases salariais.

Parada para manutenção exige cuidadoso equilíbrio financeiro

A Jorge Murilo Santos, da Potencial Engenharia, lembrou que sua empresa em seu portfólio de cin-co anos de contratos, nos últimos três anos realizou uma média de quatro eventos anuais, sendo que, em 2011, foram sete eventos de manutenção. A Po-tencial presta serviços de montagem e manutenção industrial, construção civil e projetos nas áreas de petróleo, cimento, siderurgia, mineração e energia, entre outras, e tem atuado em paradas de refinarias da Petrobras. Estes serviços envolvem atividades complexas, de grande porte, executadas em curtos períodos, com mobilização de grandes contingentes de trabalhadores especializados.

Santos destacou que em contratos de longa dura-ção, com prazos de cinco anos em média, é preciso estar atento para a circunstância de que, muitas ve-zes, os reajustes acordados não acompanham os índi-ces de dissídio.

Mão de obra qualificada, escassa e cara

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Deu como exemplo contratos firmados para o período 2007-2011 que previam reajustes de 26%, aproximadamente, contra índices de dissídios que chegaram a 47%, com impactos importantes no equi-líbrio financeiro do empreendimento.

Mencionou, também, os prazos desafiadores das paradas, atualmente de, em média 30 a 35 dias e que têm sofrido reduções, com elevação do número de colaboradores envolvidos nas atividades. “Numa pa-rada de grande porte numa refinaria, os vencimentos de um caldeireiro, por exemplo, cujo salário base era de R$1500,00, saltaram para um custo líquido de R$ 9000,00 em 28 dias de trabalho”, informou.

Ações para melhorar o climaPara ter sucesso nestes empreendimentos, do

ponto de vista do equilíbrio financeiro, ele sugere, antes do início dos trabalhos, um acordo com os sin-dicatos, aprovado pelos trabalhadores, além da con-venção coletiva. “Muitas vezes os sindicatos querem um complemento de PLR, abono e outros ganhos e, ainda assim, pode haver greves durante a execu-ção do trabalho”, advertiu. Sugeriu, ainda, algumas ações visando a melhorar o clima de trabalho, como oferecer tendas para descanso após as refeições no site, qualidade aprimorada da alimentação e trans-porte de boa categoria, entre outros benefícios.

Neste cenário amplo e complexo os pormenores podem fazer a diferença, considerando-se a grande mobilização e a carga horária de trabalho exigida pelo cliente. “Muitas vezes temos de mobilizar mais de mil pessoas num intervalo de sete dias”, destacou.

O sucesso de uma parada depende, como lem-brou, de uma pré-parada bem estruturada, com a logística adequada e perfeito alinhamento entre to-dos os times envolvidos, tanto os internos quanto os prestadores de serviços.

José Luís Casarotto, da Braskem, cuja experiência no setor remonta à Copesul, onde começou a traba-lhar em 1977 é, atualmente, responsável pela coorde-nação de Manutenção na Innova, indústria petroquí-mica de segunda geração do Pólo Petroquímico do Sul, em Triunfo, RS, produtora de poliestireno, entre outras matérias primas. Ele mencionou a elevação do custo de paradas que tem ocorrido no Brasil e crê que uma das soluções para equacionar custos é buscar a redução da mão de obra, com a introdução de mais tecnologia nos processos.

Casarotto lembrou que o início do processo de uma parada de manutenção começa, na verdade, na parada anterior, o que significa, em muitos casos, uma antecipação que pode chegar a três anos. Neste momento definem-se questões fundamentais para o planejamento como o período e o prazo da parada e a formação de um comitê diretivo e de coordenação das atividades. Define-se, também, as premissas da

José Luís Casarotto, da Braskem: reduzir custos com mais tecnologia

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DESTAQUE

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parada e suas razões. A macro-organização e a definição do escopo da

parada devem ocorrer, como destacou, com uma an-tecipação de dois anos. Algumas questões a serem respondidas envolvem definições como: será uma parada de serviço? Se não for feita, qual o risco en-volvido? É possível aumentar o intervalo da inter-venção? entre outros pontos importantes.

Alertou, também, para as questões que envolvem a gestão de riscos em Segurança, Saúde e Meio Am-biente (SSMA) que recomendam avaliações antecipa-das e diálogos visando a posturas comportamentais. “Há uma forte pressão da DRT no Rio Grande do Sul na cobrança do cumprimento de normas, registrou Casarotto. Disse que, algumas questões específicas, como o trabalho em espaço confinado, demandam análises antecipadas de riscos com foco em pontos como forma de resgate e retirada de fumos de solda, entre outros.

Quanto aos resíduos sólidos e efluentes, é preciso definir seus destinos antes da realização das ativida-des. Apoios logísticos adequados e oferta de serviços que envolvem desde o café da manhã, a disponibili-dade de sanitários e disposição de uma área de con-

vivência para lazer são alguns pontos que ajudam a manter um alto clima organizacional, como lembrou Casarotto.

Finalmente, a aplicação do índice FEL (Front- Ending Loading) desenvolvido pela IPA (Indepen-dent Project Analysis) é um bom instrumento para avaliar o grau de maturidade da parada, como suge-riu. “Quanto melhor o índice FEL, menor a taxa de acidentes”, resumiu Casarotto.

O Índice FEL auxilia as equipes a avaliarem a qualidade da preparação de seus projetos envolven-do seus ativos, comparando-a com as melhores prá-ticas do mercado e identificando forças e fraquezas para a elaboração de um plano de ação com foco na redução de riscos.

O presidente da ABRAMAN, João Ricardo Lafraia, no encerramento da mesa redonda, lembrou a impor-tância de congregar tomadores de serviços e presta-dores num mesmo evento diante da complexidade cada vez maior das paradas e de sua importância para os resultados. Lembrou que o objetivo da entidade é fomentar a discussão em torno das tecnologias tendo em vista a necessidade de uma maior substituição da atividade manual nas atividades das paradas.

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MCI - Manutenção, Ciência e Inovação

Revista Manutenção – seteMbRo / outubRo 201140

Resumo

A Unidade de Insumos Básicos - Bahia (UNIB-BA) da Braskem desenvolveu um projeto inovador e bastante ou-sado em gestão de pessoas denominado Fábrica do Saber (FS), o qual consiste de um programa de disseminação de conhecimento entre gerações, cujo objetivo é criar uma cul-tura empresarial que garanta sucessores com nível de in-formação aproximado ao padrão de conhecimento daqueles profissionais altamente especializados, mas que em muitas situações estão próximos da aposentadoria. O desafio de formar pessoas é o centro da estratégia da Fábrica do Saber.

A Fábrica do Saber reinventou a forma de educar, disse-minando o conceito de “quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender” (Paulo Freire).

O Seminário Técnico de Bombas Centrífugas, objeto des-te trabalho, foi o primeiro a utilizar as técnicas pedagógicas da Fábrica do Saber e obteve um expressivo sucesso, o qual vem motivando a Empresa a programar e ministrar outros eventos do gênero com foco em temas específicos de maior urgência e importância.

1 – Fatos importantes que motivaram a esco-lha do tema

• Bombas centrífugas são tipicamente responsáveis por 70% dos custos de manutenção em equipamentos mecânicos;

• Em apenas dois anos, uma de nossas plantas petroquími-cas teve um custo de manutenção em bombas centrífugas da ordem de R$ 3,47 milhões (universo de 250 bombas);

(1) Braskem / Engenheiro Especialista II(2) Braskem / Coordenadora de P&O(3) Braskem / Coordenadora de P&O(4) Braskem / Analista de P&O(5) Braskem / Engenheiro Especialista I

• Na UNIB-BA existem mais de 1.200 bombas cent fugas e o mal funcionamento de uma delas pode comprometer o processo de produção e trazer milhares de reis em preju-ízo;

• Nossa experiência indica que a principal causa de falhas em bombas centrífugas é sua operação fora das condi-ções de projeto;

• O cenário acima necessitava de um programa que promo-vesse a troca de conhecimentos e experiências entre os integrantes, contribuísse para a formação de sucessores e consolidasse a prática da Pedagogia da Presença, da Li-derança Educadora e do Espírito de Servir, valores maiores da TEO (Tecnologia Empresarial Odebrecht). A Braskem segue a TEO por ser uma empresa do Grupo Odebrecht.

2 – Metodologia utilizada

O fluxo apresentado na Figura I mostra um resumo da metodologia utilizada para concepção do trabalho.

Edson França Rodrigues (1)Nadja Maria Rocha N Mello Filha (2)Janine Franco Lima (3)Aline Costa Rauen (4)Flávio Henrique de Medeiros (5)

FÁBRICA DO SABER – SEMINÁRIOS TÉCNICOS BOMBASCENTRÍFUGAS: TRANSFORMAÇÃO PELA EDUCAÇÃO

TRABALHO TÉCNICO PREMIADO EM 1º LUGAR NO 26º CBM

Figura I – Resumo da Metodologia

Seleção dos Mestres

Curso de Formação de Educadores

Mapeamento dos Conhecimentos

Elaboração do Projeto Pedagógico

Levantamento de Recursos / infra-estrutura

Execução dos Seminários

Verificação de Efetividade da Aprendizagem

Criação do Modelo Pedagógico da FS

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Revista Manutenção – seteMbRo / outubRo 2011 41

MCI - Manutenção, Ciência e Inovação

Nesta etapa foram levantados todos os conhecimentos que deveriam fazer parte do conteúdo técnico do seminário. Os mesmos foram inicialmente obtidos 4/10 diretamente dos estão futuros aprendizes e posteriormente o grupo de Mes-tres condensou e consolidou os mesmos para que o evento tivesse uma dração de 8 horas. Além dos conhecimentos técnicos, habilidades e atitudes também foram identificadas e incluídas no conteúdo do seminário.

2.5 – Elaboração do Projeto Pedagógico

O Projeto Pedagógico é a etapa que elabora todo conteúdo, didática e demais recursos necessários à execução do semi-nário. Ele é composto dos seguintes itens:

2.5.1 – Identificação

• Tema• Mestre Aprendizes• Mestres Guardiões• Participantes (alunos)• Outros integrantes a serem convidados• Carga horária• Turmas / Calendário• Local

2.5.2 – Diagnóstico

• Mundo• Brasil• Braskem• Educadores• Participantes• Tema• Marco Zero (Constatações e situações observadas)

2.5.3 – Concepção

• Mestres• Mestres Guardiões• Metodologia• Avaliação (Eficiência, Eficácia, Efetividade)

2.5.4 – Propósito

Definição do propósito do seminário, o qual fará parte do pri-meiro slide de apresentação.

2.5.5 – CHA – Conhecimentos Habilidades e Atitudes

2.1 – Criação do Modelo Pedagógico da Fábrica do Saber

A área de Pessoas e Organização (P&O) da Braskem de-senvolveu o modelo pedagógico aplicado, o qual se mostrou extremamente inovador. Ele tem a característica de mediar a construção de uma linguagem e uma cultura comum acerca de conhecimentos técnicos, através da socialização do sa-ber e da troca de experiências entre mestres e aprendizes. Como case de sucesso na realização de boas práticas de gestão de pessoas, o maior diferencial da Fábrica do Saber é, justamente, não apontar uma solução hierarquicamente, mas concebê-la em conjunto com as equipes interessadas, consolidando desta forma a apropriação de suas propostas por todas as áreas envolvidas.

2.2 – Seleção dos Mestres

Foram selecionados 12 mestres entre integrantes da Empresa para compor o grupo que elaborou, planejou e executou o Seminário Técnico de Bombas Centrífugas. Este grupo foi indicado pelas lideranças das áreas envolvidas e é composto por Operador, Técnicos de Operação, Engenheiros de Operação, de Processo e de Manutenção.

2.3 – Curso de formação de Educadores

Este curso foi ministrado por consultoria especializada e teve a finalidade de treinar os mestres no novo modelo pe-dagógico, filosofia da Fábrica do Saber e demais atividades necessárias para elaboração e execução do Seminário. Além disso, o curso definiu o papel dos mestres, os quais são clas-sificados em duas categorias conforme abaixo:

• Mestres: São responsáveis por conceber, planejar, prepa-rar e ministrar os Seminários.

• Mestres Guardiões: Além das mesmas responsabilida-des dos Mestres, antes do seminário estes socializam demandas e necessidades observadas. Após o semi-nário, acompanham o tema no dia a dia, garantindo a atualização do conteúdo didático elaborado, motivando a construção de novas turmas com os demais Mestres, além de acompanhar e avaliar os resultados. Passam a ser ponto focal deste tema para formação de pessoas na Unidade. Cada um dos mestres abraçou a idéia e o con-ceito da Fábrica do Saber com tamanha responsabilida-de e entrega que a multiplicação de seu entusiasmo tem sido muito além das expectativas iniciais.

2.4 – Mapeamento dos Conhecimentos

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MCI - Manutenção, Ciência e Inovação

Revista Manutenção – seteMbRo / outubRo 201142

Nesta etapa é elaborado todo o conteúdo a ser apresenta-do no Seminário. Foram privilegiadas técnicas inovadoras e interativas em lugar da enfadonha aula tipo “professor alu-no”. O seminário teve as seguintes atividades:• Abertura pelas Lideranças;• Aulas Expositivas;• Aulas Práticas - Foi utilizada uma bomba real em corte e

apresentados todos os seus detalhes construtivos;• Pôsteres - Aulas com todos em pé usando pôsteres;• Guia de Consulta - Livreto elaborado pelos Mestres e dis-

tribuído aos alunos para ser usado nos exercícios, jogos e posteriormente no dia a dia de trabalho;

• Exercícios em Flip Chart - Os alunos desenvolvendo pro-cedimentos;

• Jogo de Dominó*;• Jogo das Associações*;• Jogo das Bombas - Ludo*;• Reflexão / Encerramento - Atividade lúdica;• Avaliação.

* Os jogos contêm perguntas que representam uma revisão do conteúdo.

O Anexo I apresenta o registro fotográfico de cada atividade acima citada.

2.5.6 – Programação

Nesta etapa o CHA (conteúdo) é distribuído ao long da carga horária do Seminário, a qual foi de 8 horas incluindo dois co-ffee brakes, de forma que fiquem evidenciados três momen-tos conforme abaixo:

• Síncrese – Introdução ao tema, importância do tema, conteúdo e apresentação de impacto.

• Análise – Corresponde a apresentação do conteúdo pro-priamente dito (CHA).

• Síntese – Fechamento do Seminário com atividade lúdi-ca e avaliação.

2.5.7 – Referências

Fontes de informação, bibliografia utilizada e consultores.

2.5.8 – Providências

Corresponde a todas as atividades, recursos, contratações, infra-estrutura, material didático, etc., necessários a execu-ção do seminário.

3 – Investimentos

Figura II mostra uma tabela que contem os investimentos executados para realização de 12 Seminários.

Como pôde ser visto, este foi um projeto de alto impacto e sus-tentável pela sua baixa demanda de investimento financeiro direto.

4 – Resultados obtidos

A Fábrica do Saber está transformando a empresa, pela transformação das pessoas. Os seus resultados são impres-sionantes e apontam para um desenvolvimento sustentável com responsabilidade social. Um projeto que reafirma o prin-cípio fundamental de uma empresa: “O elemento mais impor-tante da TEO é o ser humano, pois ele é visto como princípio, meio e fim de tudo o que se passa na organização.”

Até o momento foram treinados 250 integrantes entre operadores, mantenedores, técnicos e engenheiros. Todos alinhados numa cultura comum de operação e manutenção de bombas centrífugas com um ganho significativo de tem-po e qualidade em todas as dimensões. São 250 aprendizes que agora se sentem fortalecidos para agirem também como mestres no cotidiano do seu trabalho, disseminando conhe-cimento, socializando práticas e fortalecendo a auto-estima.

Do ponto de vista quantitativo, após um ano da realiza-ção do último seminário, já obtivemos uma economia da or-dem de R$ 700 mil em custos de manutenção.

5 – Conclusão

Além dos resultados citados no item anterior, outro gra de indicador de sucesso deste evento são os depoimentos de colaboradores de todos os níveis e funções. Pela fala de cada um deles percebe-se o verdadeiro movimento de transformação que esta iniciativa está causando. Direto-res, Gerentes, Engenheiros, Técnicos, Operadores e Mante-nedores estão transformando-se, crescendo e, com isso, fazendo a Braskem crescer. Ao compreender, abraçar e se apaixonar pelo que fazem, cada um deles multiplica a von-tade de partilhar conhecimento e disseminar cultura entre seus colegas e liderados.

2009Investimento

TotalIntegrantesEnvolvidos

HH total InvestimentoPer capta

HH Per Capta

R$ 56.000,00 120 960 horas R$ 466,00 8 horas

2010Investimento

TotalIntegrantesEnvolvidos

HH total InvestimentoPer capta

HH Per Capta

R$ 42.500,00 130 1040 horas R$ 327,00 8 horas

Figura II – Investimentos

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Revista Manutenção – seteMbRo / outubRo 2011 43

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