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Livro dos alunos do 9 Ano do 3 Ciclo da Escola Municipal Paulo Mendes Campos
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A Rua de Todos
Nós
ESCOLA MUNICIPAL PAULO MENDES CAMPOS
1ª JORNADA LITERÁRIA: LITTERAE JOVEM
“Histórias de Ruas”
Língua Portuguesa
DIREÇÃO
Maria Flávia Horta Barbosa
VICE-DIREÇÃO
Severino Pereira dos Santos Júnior
COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA
Cristina Raposos
PROFESSOR DE LÍNGUA PORTUGUESA
Tristão José Macedo
PROFESSORA DE ARTE
Tônia Édea Ribeiro
BIBLIOTECA
Coordenadora: Luciana Werneck
Auxiliares de Biblioteca:
Gislaine Lemos Fernandes Leite e Vânia da Silva Carvalho
ILUSTRAÇÃO
Bárbara de Castro Aguiar, Gustavo Rocha Tomagnini Passaglio
e todos os autores
PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO
Ana Flávia da Copiadora Múltipla e todos os autores
Texto revisado segundo o novo
Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa
Alameda
dos Envolvidos
__
A Rua
da Gratidão
para todos aqueles que nos ajudaram na realização deste livro.
A Rua
do Sumário
A Rua de Paula Torido, nº 1 A Rua de Amanda Batista, nº 2 A Rua de Kelvin Lopes, nº 3 A Rua de Luiza Ruas, nº 4 A Rua de Sabrina Chaves, nº 5 A Rua de Paulo Sérgio, nº 6 A Rua da Rihanna, nº 7 A Rua do Desejo, nº 8 A Rua da Vitória, nº 9 A Rua de Zé Geraldo, nº 10 A Rua de Neco e Maria Doida, nº 11 A Rua de Dona Dica, nº 12 A Praça de São Geraldo, nº 13 A Rua do Sapateiro, nº 14 A Rua de Rildo, nº 15 A Rua de Birinha, nº 16 A Rua de Jéssica Liandra, nº 17 A Rua de Seu Joaquim, nº 18 A Rua de Seu Daniel e Dona Vanuza, nº 19 A Rua de Dona Jucélia, nº 20 A Rua de Dona Terezinha, nº 21 A Rua de Daniela Do Carmo, nº 22 A Rua de Seu Beneval Santana, nº 23 A Rua do Menino Doce, nº 24 A Rua de Dona Geralda, nº 25 A Rua da Padaria de Cima, nº 26 A Rua de Vó Ephigênia, nº 27 A Rua do Bisavô do Samuel, nº 28 A Rua da Avó Marta Maria, nº 29 A Rua de Dona Maria José Lopes, nº 30 A Rua de Guilherme Oliveira, nº 31 A Rua de Gabriella Candian, nº 32 A Rua de Vicente Raimundo, nº 33
__
A Rua
dos Escritores
Allan Frederick Machado Moreira Amanda Batista Pereira Bruna Rodrigues Porto
Bruno Simões de Figueiredo Daniela Do Carmo Lopes
Déborah Braga de Albuquerque Denúbia Maria Souza e Silva
Gabriella Candian Félix Teixeira Gabrielli Lourenço Teixeira da Silva
Guilherme Oliveira de Souza Igor Bruno Alves Malta
Isabelle Rodrigues dos Santos Jéssica Fernanda de Souza Bonfim
Jéssica Liandra Gomes Rangel Jéssica Nicoly de Souza Galdino
Jonathan da Costa Moreira de Souza Júlia Temponi Braga
Kelvin Lopes Gonzaga Laura Fernanda Rodrigues Gomes
Lívia Ferreira Mendes Luana Lorrayne de Faria Martins
Luiz Fernando Rocha Cabral Luiza de Castro Ruas
Marco Túlio de Oliveira Rocha Mikhaela Rodrigues Lopes
Nayara Felix Moura Macedo Paula Torido Lopes
Paulo Sérgio Santos Júnior Sabrina Chaves Martins
Samantha Formiga Santana Samuel Dayher Silva Francisco
Vitória Ellen da Silva Oliveira William Victor Antunes Martins
__
A Rua
de Paula Torido,
n° 1
Se essa rua fosse minha,
todos teriam um lar e no finalzinho dela teria até um mar. Se essa rua fosse minha, não haveria inimizades. Todos seriam amigos e todos sentiriam saudades. Se essa rua fosse minha, todos teriam um amor e por causa disso, não existiria a dor. Se essa rua fosse minha, o céu teria mais estrelas e as pessoas sempre na rua para vê-las. Se essa rua fosse minha, as meninas teriam bonequinhas e cachorros, suas casinhas. Se essa rua fosse minha, todos os meninos jogariam bola e nenhuma criança deixaria de ir à escola. Se essa rua fosse minha, não existiria maldade. Mas, apesar de tudo, agradeço a Deus por ela fazer parte desta cidade.
Paula Torido, 13 anos, poeta da Rua Iguaçu, Bairro Concórdia.
A Rua
de Paula Torido,
n° 1
__
Se essa rua fosse minha,
ela deixaria de ser torta.
Pois de tão torta,
no final de cada quarteirão,
tenho que procurar por uma placa,
pra ter certeza se ela acaba
ou continua.
Se essa rua fosse minha,
os morros eternos, sem dúvida,
seriam extintos.
Se essa rua fosse minha,
todos os netos morariam com as avós.
Netos gostam de comer bem
e existe coisa melhor que comida de avó?
Se essa rua fosse minha,
a minha mãe seria dona de uma padaria.
E eu comeria sonho todo dia.
Amanda Batista Pereira, 15 anos, poeta da
Rua Barão de Saramenha, Bairro Santa Tereza.
A Rua
de Amanda Batista,
nº 2
__
Se essa rua fosse minha,
ela deixaria de ser torta.
Pois de tão torta,
no final de cada quarteirão,
tenho que procurar por uma placa,
pra ter certeza se ela acaba
ou continua.
Se essa rua fosse minha,
os morros eternos, sem dúvida,
seriam extintos.
Se essa rua fosse minha,
todos os netos morariam com as avós.
Netos gostam de comer bem
e existe coisa melhor que comida de avó?
Se essa rua fosse minha,
a minha mãe seria dona de uma padaria.
E eu comeria sonho todo dia.
Amanda Batista Pereira, 15 anos, poeta da
Rua Barão de Saramenha, Bairro Santa Tereza.
A Rua
de Amanda Batista,
nº 2
__
A Rua
de Amanda Batista,
nº 2
__
Se essa rua fosse minha,
eu mandava...
Ou melhor, eu não mandava nada,
eu pediria.
Sim, eu pediria às pessoas
para cuidar melhor do lixo
que cada um produz.
e que separasse o lixo
para a reciclagem.
Se essa rua fosse minha,
eu criava um slogan:
“Galerinha,
vamos cuidar de nossas ruas”.
Luiza de Castro Ruas, 15 anos, poeta da Rua Pouso Alegre, Bairro Horto.
A Rua
de Luiza Ruas,
nº 4
__
__
A Rua
de Sabrina Chaves,
nº 5
Se essa rua fosse minha,
eu não mandaria ninguém fazer nada,
eu mesma faria.
Na verdade, eu deixaria tudo como está:
as casas, os prédios,
os carros em seus lugares de sempre.
Deixaria as pessoas com seus cachorros
como estão,
deixaria as crianças brincando
como sempre,
deixaria os carros que passam
em alta velocidade,
deixaria até mesmo o padeiro
que passa lá todo dia no mesmo horário.
E, principalmente, me deixaria lá,
na minha casa,
fazendo as mesmas coisas de sempre...
Se essa rua fosse minha,
eu deixaria tudo como está!
Sabrina Chaves Martins, 15 anos, poeta da Rua Quixadá, Bairro Renascença.
__
___________________
__
Se essa rua fosse minha,
eu mandava colocar um campo de futebol ao lado da minha casa
e todo dia, muitas pessoas iam jogar bola comigo.
Eu colocava um barzinho que tocasse os melhores pagodes,
sambas e funk e viveria lotado de gente alegre.
Se essa rua fosse minha,
eu colocava muitas crianças brincando,
soltando papagaios, andando de bicicletas e etc.
Se essa rua fosse minha,
os pais não trabalhavam e nem as mães.
Todos ficavam o dia inteiro na rua conversando e se divertindo!
Paulo Sérgio Santos Júnior, 14 anos, poeta da Rua José Arnaldo Teixeira, Bairro Guarani.
A Rua
de Paulo Sérgio,
nº 6
A Rua
da Rihanna,
nº 7
Se essa rua fosse minha,
o sol continuaria a brilhar
como brilha alegra e feliz.
Se essa rua fosse minha
espalharia mil sorrisos
e soltaria as borboletas
para voarem livremente
com os pássaros.
Se essa rua fosse minha
em vez de esgoto existiria
cachoeiras de coca-cola
e cheirinho de fruta no ar.
Se essa rua fosse minha,
seria o bairro mais alegre,
a Rihanna ia ser minha vizinha.
Jéssica Fernanda de Souza Bonfim, 15 anos, poeta da
Avenida Assis Chateaubriand, Bairro Floresta.
__
A Rua
do Desejo,
nº 8
Se essa rua fosse minha,
eu escreveria uma carta ao prefeito,
para se tornar um lugar bem perfeito,
uma carta feito a de Pero Vaz de Caminha.
Se essa rua fosse minha,
construiria uma pracinha
para brincar com as criancinhas.
Se essa rua fosse minha,
deixava minha cachorrinha
brincar por aí,
e, ao invés de água, sempre tomaria açaí.
Se essa rua fosse minha,
viveriam nela todos os meus amigos
para que eu ficasse bem feliz.
Isso é tudo que eu sempre quis,
se essa rua fosse minha.
Igor Bruno Alves Malta, 15 anos, poeta da Rua Tereza Moreira, Bairro Santa Tereza.
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A Rua
do Desejo,
nº 8
Se essa rua fosse minha,
eu escreveria uma carta ao prefeito,
para se tornar um lugar bem perfeito,
uma carta feito a de Pero Vaz de Caminha.
Se essa rua fosse minha,
construiria uma pracinha
para brincar com as criancinhas.
Se essa rua fosse minha,
deixava minha cachorrinha
brincar por aí,
e, ao invés de água, sempre tomaria açaí.
Se essa rua fosse minha,
viveriam nela todos os meus amigos
para que eu ficasse bem feliz.
Isso é tudo que eu sempre quis,
se essa rua fosse minha.
Igor Bruno Alves Malta, 15 anos, poeta da Rua Tereza Moreira, Bairro Santa Tereza.
A Rua
do Desejo,
nº 8
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A Rua
da Vitória,
nº 9
Quero te apresentar um pouco do lugar onde moro.
Na esquina da minha rua, tem uma loja de roupas e acessórios. (A loja fica na Rua Aperê.) E mais no fim da rua é onde tem um bar. Um pouco mais abaixo, na Elísio de Brito, tem dois supermercados, uma mercearia, uma farmácia e ainda três sorveterias. São, aproximadamente, cinco ou seis sorveterias. (A melhor fica na Rua Itajubá!) Na minha rua é onde fica a igreja e virando um pouco, um quarteirão abaixo, é onde fica a Padaria Jaqueline. (Os melhores pães da região!) Mais à frente, tem a Maria Francisca com duas farmácias, uma lojinha de utilidades e ferramentas. (É onde fica o ponto de ônibus.) Estes são os lugares que ficam perto de minha casa.
Vitória Ellen da Silva Oliveira, 15 anos, poeta da Rua Teófilo Pires, Bairro Concórdia.
A Rua
da Vitória,
nº 9
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A Rua
de Zé Geraldo,
nº 10
José Geraldo Moreira, um conhecido meu de
muito tempo, conta a história de uma mata que era abandonada e
que aos poucos foi descoberta.
Antigamente, no meu bairro só via o verde das
matas, não existia luz, só lamparina e nem asfalto. Se você
começasse a andar por ele, ia encontrar asfalto no centro da
cidade. Para ter água de boa qualidade, os moradores deviam
acordar por volta das 3 ou 4 horas da madrugada para ir para fila
na casa do vizinho para ter água o dia inteiro.
Conta ainda o Zé Geraldo, assim era chamado na rua,
que aos poucos foi chegando moradores novos, até que chegou
uma dona chamada Nativa que se você quisesse comunicar com
algum parente ou conhecido tinha que ir à casa dela para ter este
recurso.
Com esta história contada, termino a lembrança dos
velhos tempos.
Jonathan da Costa Moreira de Souza, 16 anos, entrevistador da
Rua Almeida, Bairro Nova Vista.
__
A Rua
de Neco e Maria Doida,
nº 11
Quando eu era criança, havia um casal muito doido
que morava na minha rua. Era o Neco e a Maria Doida.
Eu e minhas amigas morríamos de medo de passar em
frente da casa deles de noite, porque eles ameaçavam correr
atrás da gente. Então, só passávamos de dia.
Em noite de lua cheia, nós nem saímos de casa,
porque minha avó e minha mãe falavam que o Neco se
transformava em lobisomem. Eu morria de tanto medo e quando
minha mãe mandava eu fazer alguma coisa e eu não queria, ela
me ameaçava falando que iria chamar o Neco. Eu ia correndo
fazer logo.
Há uns dez anos, o Neco morreu e até hoje a Maria
Doida está viva, mas não mora lá na rua mais.
Bruna Rodrigues Porto, 14 anos, escritora da Rua Coronel Jaime Gomes, Bairro Floresta.
Bruna Rodrigues Porto, 14 anos, escritora da Rua Coronel Jaime Gomes, Bairro Floresta.
Há vinte anos, a filha da Dona Dica tinha 14 anos e
tinha um coqueiro perto da Igreja Bom Jesus. Era atrás do
coqueiro que a filha da Dona Dica ficava com os garotos.
Dona Dica desconfiava e, certo dia, foi atrás de Isabel
que supostamente ia para a Igreja. A mãe seguiu a filha e se
escondeu atrás de um carro. A menina foi se encontrar com o
Gilberto, filho da vizinha, e olhou atentamente para todos os
lados, quando de repente, o carro que Dona Dica estava
escondida arranca.
A menina bateu no menino de desespero. Gilberto
ficou até vermelho de tanta vergonha. Dona Dica levou a filha
para casa e depois de 20 anos, eles já estão casados e têm até
filhos.
Dona Dica falou também que, hoje em dia, ela
pergunta para Gilberto se ele apanha e ele diz que a filha dela é
arretada.
Júlia Temponi Braga, 13 anos, narradora da Rua Mendes de Oliveira, Bairro Santo André.
A Rua
de Dona Dica,
nº 12
Júlia Temponi Braga, 13 anos, narradora da Rua Mendes de Oliveira, Bairro Santo André.
A Praça
de São Geraldo,
nº 13
O bairro São Geraldo era uma grande área
rural quando começou a ser ocupado por volta de 1950 por
funcionários da RFFSA. As primeiras casas eram bem simples e
geminadas. O que acelerou a ocupação do bairro foi a construção
da Igreja São Geraldo.
Hoje, a Igreja continua tendo papel de destaque no
bairro pela sua alegre e festiva missa de domingo. Outro ponto de
interesse do bairro é a padaria São Geraldo. Durante todo o dia é
possível apreciar as deliciosas quitutes, como o pão de queijo,
cachorro quente e os saborosos pãezinhos.
Mas, sem dúvida, a maior atração do bairro é a Praça
São Geraldo. Durante os finais de semana, uma multidão de
jovens se reúne na praça para praticar esportes e conhecer novos
amigos. Tem-se a impressão de que a Praça Sete se muda para a
Praça São Geraldo, tamanha a movimentação de pessoas e
veículos.
O bairro tem muitas lojas, supermercados e
farmácias, facilitando e muito a vida dos moradores que não
precisam ir muito longe para realizar suas compras.
Tenho certeza de que você vai adorar a Praça São
Geraldo.
Bruno Simões de Figueiredo, 14 anos, morador da
Rua Janaitiba, Bairro São Geraldo.
A Praça
de São Geraldo,
nº 13
Bruno Simões de Figueiredo, 14 anos, morador da Rua Janaitiba, Bairro São Geraldo.
A Rua
do Sapateiro,
nº 14
A Dona Marilene Bueno Braga, 63 anos, conta
que Santa Efigênia era uma maravilha. Todos os moradores se
conheciam, eram amigos, trocavam sorrisos e bons-dias e, à
noite, sentavam no portão para bater um papo. E, de boca em
boca, corriam as histórias sobre um vizinho meu que diziam ser
um lobisomem. Toda noite, ouviam-se uivos e a bananeira de sua
casa acordava toda arranhada. Se era verdade, ninguém nunca
soube.
A Dona Lúcia, vizinha de cima, era costureira do
bairro e era também quem fazia uns pastéis de goiabada
deliciosos. A criançada adorava.
Naquele lugar, existiam recantos para todos os
tipos de diversão. As ruas sossegadas abrigavam brincadeiras
como esconde-esconde, pique-alto e rouba-bandeira. Porém,
eram as árvores frutíferas que chamavam atenção das crianças:
maçã, ameixa, uva, goiaba, jambo, jabuticaba, romã e por aí vai.
O quintal de uma casa antiga era o mais
atraente dos olhos da meninada. Seu dono era Seu Getúlio, um
sapateiro, por sinal o único do bairro. Havia um pé de manga
sempre carregado de frutas que pareciam deliciosas ali. Porém,
todos sabiam que de bobo o velho não tinha nada e não gostava
que roubassem suas frutas. Várias testemunhas já viram o velho
com uma espingarda na mão espantando gente do seu quintal.
A Rua
do Sapateiro,
nº 14
__
Assim, foi se formando na imaginação de um grupo de crianças
atrevidas a figura de um homem mau, mas mesmo assim planejaram
o ataque: iriam aproveitar quando o velho estivesse trabalhando à
tarde, pois estaria distraído. Entrariam pelos fundos, os chefes abririam
as passagens na cerca de bambu.
Tudo acertado, lá se foram. Deram alguns
passos corajosamente. Nisso, uma árvore tremeu toda e frutos
rolaram no chão e alguns juram até hoje terem ouvido explosões.
- É tiro! É tiro!
Voltando correndo, as crianças se atiraram pelas
passagens na cerca passando por cima de tudo, rasgando roupa e
arrebentando sandálias. Com certeza, tiveram castigos de suas
mães, mas e a dona da sandália? Certamente, esta teve que
enfrentar o único sapateiro do bairro.
Déborah Braga de Albuquerque, 14 anos, escritora da Rua Itabirito, Bairro Santa Efigênia.
__
A Rua
de Rildo,
nº 15
Rildo era um jovem de 15 anos e a rua dele
ainda era de terra e pouco movimentada. Em um final de
ano, seus amigos e ele organizaram uma partida de futebol,
na rua, onde todos estariam vestidos de mulher.
Antes do início do jogo, o dono de em bar, onde
meu primo e eu trabalhávamos, chamou meu primo para
ajudá-lo no bar. Meu primo estressado por não poder jogar,
chutou a trave e ela caiu.
Rildo foi tirar satisfação com meu primo e este,
já nervoso, deu um soco na boca dele, que fez a língua do
coitado ficar pendurada.
O dono do bar, muito calmo, pegou a língua e a
bola. E foi por isso que não aconteceu o jogo dos homens
vestidos de mulher.
Lívia Ferreira Mendes, 14 anos, escritora da Praça Guaraci, Bairro São Geraldo.
Lívia Ferreira Mendes, 14 anos, escritora da Praça Guaraci, Bairro São Geraldo.
A história que vou contar aconteceu há
mais de vinte anos e aconteceu com minha avó Rosária.
Um morador de rua conhecido como
Birinha tinha atitudes um tanto malucas e engraçadas. Ele
sempre ia à casa de minha avó, bêbado, pedir água, comida
e sempre na hora do almoço.
Certo dia, Birinha chegou até a casa de
minha avó e pediu um prato de comida, porém o almoço
ainda não estava pronto. Daí, ele ficou muito nervoso e
começou a xingar:
- O quê? Você num fez o almoço até
agora! O que você estava fazendo?
Minha avó ficou indignada com tanto
desaforo que ao mesmo tempo era muito engraçado.
Enfim, ela sempre acabava dando o que
ele queria, pois sabia que Birinha tinha uma família que não
se importava com ele.
Com o passar dos anos, acabamos nos
acostumando com ele. Era como se fosse o personagem da
rua conhecido por todos.
Infelizmente, no mês de agosto, Birinha
veio a falecer.
A Rua
de Birinha,
nº 16
Jéssica Nicoly de Souza Galdinho, 14 anos, contadora da Rua 1J, Bairro General Carneiro.
__
A Rua
de Jéssica Liandra,
nº 17
Eu moro na Rua Leopoldo Gomes, a principal do bairro
Vera Cruz, e aqui, há muito comércio. Um deles é a
Mercearia do Seu Milton, além da Padaria Pão e Queijo, do
Seu Rafael, onde os moradores compram pão novinho para
o café da manhã, principalmente, aos domingos, após a
missa na Igreja.
A Paróquia Santa Cruz, cujas missas são rezadas pelo Padre
Léo, é a única igreja católica do nosso bairro. Lá, há muitas
atividades e projetos para a comunidade, como a catequese
para as crianças e jovens, o grupo de teatro, aula de Ioga,
crochê, capoeira e até aula de Inglês. Em frente a Igreja,
tem a Praça Pedro Lessa, onde as crianças se divertem nos
finais de semana. Tem também as Escolas Vicente Torres
Júnior e Coração Eucarístico, além de duas escolinhas
infantis.
Ainda na minha rua, a Papelaria R & M, do simpático Senhor
Jaime, vende materiais escolares, tiramos xerox e
compramos o jornal, já que não temos nenhuma banca por
perto. Há também dois depósitos de materiais de
construção, lojas de artigos de presentes como a da Nádia,
o sacolão e o posto de gasolina Ale, além da casa de ração,
da sorveteria Adriana, da farmácia do Léo, dos barzinhos
dos Dois Irmãos e do Vanderlei, do posto de saúde e de
alguns salões de beleza. Tudo isso na minha rua.
Jéssica Liandra Gomes Rangel, 14 anos, escritora da Rua Leopoldo Gomes, Bairro Vera Cruz.
Jéssica Liandra Gomes Rangel, 14 anos, escritora da Rua Leopoldo Gomes, Bairro Vera Cruz.
__
A Rua
de Seu Joaquim,
nº 18
O morador mais velho da minha rua chama-
se Seu Joaquim. Ele tem por volta de 80 anos e mora na rua há
mais de 30 anos. Ele me falou que antigamente a rua era de terra
e quase não passava carro. A rua fica no Bairro Ribeiro de Abreu,
e por ser um morro não dava para fazer muitas coisas.
Seu Joaquim me contou que as crianças
brincavam de pique esconde, amarelinha, rouba-bandeira e
peteca. Antigamente, era tão bom para viver, não tinha queimada
desmatando, poluição não existia e nem o tal de aquecimento
global. Quando chovia, as crianças iam para a rua brincar e
comemorar a chuva. Soltar pipa era tão bom, porque não existia
cerol e as pipas não cortavam as outras.
Seu Joaquim dá um suspiro e continua a contar.
Para andar de bicicleta não precisava se preocupar com carros.
Hoje, se não tiver cuidado, eles te atropelam. A criminalidade era
pouca, pois todos tinham medo da polícia.
Seu Joaquim falou ainda que hoje está tudo
mudado. Fica difícil de sair de casa e ninguém brinca mais.
Essas coisas. __
Allan Frederick Machado Moreira, 14 anos, narrador da Rua Dona Sinvalina Neves, Bairro Ribeiro de Abreu.
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__
A Rua
de Seu Daniel e Dona
Vanuza, nº 19
Não há muitos moradores antigos na rua e os
mais antigos moram lá aproximadamente dez anos. Eles dizem
que antigamente não havia uma quadra na rua, apenas um
campinho de terra em que poucas pessoas brincavam. Dizem que
hoje está muito diferente do que era antes. Hoje, há muitas
crianças na vila, novos moradores e estabelecimentos. Dizem que
tudo mudou. Surgiu uma praça, uma igreja evangélica, uma
padaria, o hospital Arapiara. Agora, possui novos recursos e,
principalmente, um shopping, o Boulevard. O Ribeirão Arrudas
não entorna mais e há um enorme espaço para que as crianças
possam brincar. A comunidade se uniu e conseguiram juntar
dinheiro para conseguir os recursos.
Todo ano em minha rua ocorre uma festa junina
e as crianças preferem o esporte a computadores e vídeo-game.
Assim é a Rua Ponta Porã.
Luiz Fernando Rocha Cabral, 13 anos, escritor da Rua Ponta Porã, Bairro Santa Efigênia.
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Luiz Fernando Rocha Cabral, 13 anos, escritor da Rua Ponta Porã, Bairro Santa Efigênia.
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Dona Jucélia é moradora da Rua São Silvestre a
mais de 50 anos e é ela quem conta a história da
sua rua.
“Quando eu tinha meus vinte e poucos anos, havia
um velhinho que morava no fim da rua. Em todo
Natal, ele se vestia de Papai Noel e distribuía doces
e brinquedos para todas as crianças da rua,
inclusive para os meus filhos. Isso passou de pai
para filho, e até anos atrás, a família ainda fazia
isso. Era uma alegria só!”
Nayara Félix Moura Macedo, 14 anos, ouvinte da Rua São Silvestre, Bairro Sagrada Família.
A Rua
de Dona Jucélia,
nº 20
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Nayara Félix Moura Macedo, 14 anos, ouvinte da Rua São Silvestre, Bairro Sagrada Família.
__
A Rua
de Dona Terezinha,
nº 21
A Dona Terezinha mora há sessenta anos na Rua Modestino
Gonçalves, no bairro Nova Vista e tem 65 anos. Ela disse que
quando veio morar aqui só tinha mato e pouquíssimas ruas de
terra cheias de buraco que só podiam passar carroças e pessoas.
Quando ela tinha cerca de cinco anos, a rua só tinha três casas
contando com a dela. Os bairros ao redor do Nova Vista não
tinham absolutamente nada, apenas mato e mais mato. Para irem
até o centro da cidade era preciso usar o bonde, mas ele não
passava por ali. Eles tinham que ir até o bairro Horto, pois era o
lugar mais perto que se passava o bonde.
As brincadeiras mais comuns entre eles eram pular corda, pelada
e pique esconde, pois não havia muitas brincadeiras. Eles
jogavam no campinho onde, hoje, é uma casa e uma loja
mecânica e passavam a maior parte do tempo ali, porque seus
pais quase não saíam com eles.
Se essa rua fosse minha, chamaria todos pra cá, pois seria a
melhor rua do Tocantins ao Paraná. A minha rua seria a maioral,
teria festa todo dia pra levantar o astral. Acidente por aqui não se
encontraria, pois colocaria de plantão o policial melhor de “bão”.
Na minha rua só teria diversão, nada de fome, desamparo, nada
de lixo pelo chão.
Se essa rua fosse minha, eu mandava esticar, aumentar daqui,
acrescentar de lá, só pra que possamos todos os dias nela ir e
voltar.
Luana Lorrayne de Faria Martins, 14 anos, escritora da Rua Modestino Gonçalves, Bairro Nova Vista.
Luana Lorrayne de Faria Martins, 14 anos, escritora da Rua Modestino Gonçalves, Bairro Nova Vista.
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A Rua
de Daniela Do Carmo,
nº 22
Eu moro no bairro Belmonte, na Rua João Lemos.
Antigamente, morava na minha rua uma senhora que
demonstrava ser boazinha.
Um dia, minha mãe estava jogando água nas plantas
e a cachorra que morava com a gente gostava muito de água e
minha mãe ficava brincando, jogando água nela e a senhora
ficava só observando.
Algum tempo depois, a mão da minha mãe inflamou e
não ficava boa, até que uma mulher revelou pra minha mãe que a
senhora que parecia boazinha havia feito uma macumba pra mão
da minha mãe apodrecer e cair, pra ela nunca mais jogar água
em nenhum cachorro.
Os moradores da rua começaram a querer que a
senhora se mudasse, mas ela falava que nada a tiraria dali.
Até que, um dia, ela se mudou, mas fez uma
macumba pra que todos que morassem na sua casa teriam a vida
destruída. Moraram várias pessoas na casa. Só que sempre
acontecia algo de errado, que a pessoa se mudava.
Até que levaram um pastor que fez uma oração que
acabou com o trabalho da senhora e tem dez anos que casa foi
alugada pra uma família que está feliz lá.
Daniela Do Carmo Lopes, 14 anos, escritora da
Rua João Lemos, Bairro Belmonte.
A Rua
de Seu Beneval Santana,
nº 23
Hoje, eu estava conversando com o meu avô que é um
antigo morador da minha rua. Ele se chama Beneval Santana,
tem 86 anos e mora há 72 anos nesta mesma rua. Ele veio do
interior, em 1939, a procura de trabalho e me contou que muitas
coisas mudaram de lá pra cá, não só na rua, mas também no
bairro e na cidade inteira.
Ele conta que assim que chegou na rua, havia poucas casas,
pouca iluminação e não havia asfalto. Poucos carros passavam na
rua, principalmente, em dia de chuva. A rua era tranquila e seus
nove filhos podiam brincar sem muito perigo. Eles gostavam de
descer a rua de terra em carrinhos de rolimã.
Ao longo desses 72 anos, muitos moradores mudaram-se e
outros morreram. Entre 1975 e 1982, a rua foi asfaltada e muitas
casas foram construídas.
Seu Beneval ainda mora na mesma casa com sua esposa, e
lá, naquela mesma rua, construiu sua vida e muitas histórias.
Samantha Formiga Santana, 15 anos, escritora da
Rua Antônio Olinto, Bairro Esplanada.
__
__
A Rua
do Menino Doce,
nº 24
Bom, primeiramente, eu queria dizer que sou muito
feliz de morar nessa rua, pois ela é muito tranquila e alegre.
A minha rua é muito nova, então, eu não tenho muito o que
contar, mas eu sei que o meu bairro surgiu através de uma
enorme fazenda chamada Fazenda da Serra ou Fazenda dos
Menezes.
Na minha rua, existe um vendedor de doces que se
chama “Menino Doce”. Por que esse nome? Bom, esse nome
foi dado a ele pela minha vizinhança, pois todos os dias de
manhã, ele saía pelas ruas gritando “olha, o menino doce,
olha o doce”. Daí, o apelido. Ele é muito conhecido, mas
tem um bom tempo que eu não o vejo.
Perto da minha rua, temos também o Parque
Municipal Ursulina de Andrade Melo, que é um parque de
mata fechada com várias nascentes e árvores muito antigas.
Muitos vizinhos costumam fazer caminhada ao redor dele e
também passam algum tempo nele. O parque que é tão
querido pelos moradores ganhou um apelido também de
“Parque da Mata”.
Bom, e é isso que eu tenho pra contar da minha rua,
que posso chamar de a rua do “Menino Doce” e é também a
rua dos meus vizinhos que adoram por apelido em tudo.
Marco Túlio de Oliveira Rocha, 15 anos, narrador da
Rua Geraldo Magela de Almeida, Bairro Castelo Manacás.
__
A Rua
de Dona Geralda,
nº 25
Quem conta esta história é a Dona Geralda, de 68 anos.
Ela diz que, em 1965, a maioria das ruas do bairro era cheia
de buracos. Algumas eram de terra e havia um córrego
grande, alto e fundo que se localizava numa rua abaixo de
minha casa, onde moro atualmente. Para se atravessar de
um bairro para o outro, usava-se uma tábua grande e bem
presa, onde as pessoas passavam, todo dia, por cima do
córrego. Havia ônibus somente no bairro Boa Vista e eram
dois por hora na Rua Maria Francisca. Só havia trânsito
nesta rua e para pegar o ônibus todos tinham que passar
pelo córrego. Para se chegar ao comércio e à Igreja São
Geraldo, todos tinham que subir escadas de terra que eram
escorregadias e se desfaziam facilmente. A Rua Sucuri,
minha rua atualmente, cujo nome é de cobra também, se
chamava naquela época Olaria, pois no final da rua havia
um forno de fazer tijolos. Quando chovia, alagava tudo,
parecia até um mar e não tinha saída, nem para um lado
nem para o outro.
Uma das nossas principais avenidas atualmente é a
Elísio de Brito que é a avenida de divisão dos bairros São
Geraldo e Boa Vista. A Elísio de Brito, naquela época, era
um verdadeiro matagal e na minha rua havia três a cinco
casas. Dona Geralda, 68 anos, diz que a minha rua mudou
muito, depois de quarenta e cinco anos até o dia de hoje.
Mikhaela Rodrigues Lopes, 14 anos, narradora da Rua Sucuri, Bairro São Geraldo.
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A Rua
da Padaria de Cima,
nº 26
Ao se pensar num roteiro de passeio pelo
meu bairro, temos que começar indo à Padaria Almeida
Monteiro, mais conhecida como “A Padaria de Cima”, pois
são duas padarias em meu bairro, uma fica descendo a
rua da minha casa e a outra, subindo a rua da minha
casa. É lá, o local onde os policiais tomam o café da
manhã e o lanche da tarde. Isso dá uma sensação de
segurança para as pessoas.
É na Praça Poá que eu costumo ir aos
domingos andar de bicicleta e ver os pássaros cantarem.
Lá é um local agradável, com muitas árvores e é lá que
tem o Clube dos Sargentos (eu nunca fui lá). E tem
também, a Igreja São Judas Tadeu. Depois de andar de
bicicleta pela Praça Poá, podemos ir até a Igreja.
A Igreja São Judas Tadeu é um local onde eu,
particularmente, não frequento, pois não sou devoto e
nem da religião da mesma. Mas lá é muito frequentada e
todo dia 28 eles fazem uma “festa” na Praça Poá.
William Victor Antunes Martins, 14 anos, morador da
Rua Macaé, Bairro da Graça.
William Victor Antunes Martins, 14 anos, morador da Rua Macaé, Bairro da Graça.
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A Rua
de Vó Ephigênia,
nº 27
Em frente da casa de minha avó, tinha um pé de
cipreste da altura de um poste, onde ela e os colegas
brincavam a tarde inteira. Eles brincavam de “nego
fugido”, o famoso esconde-esconde.
Um dia, seus colegas acharam todo mundo e não a
acharam. Ela estava em cima do pé de cipreste. Depois de
um tempo procurando, ela grita lá de cima: “nego fugido”. A
hora que ela gritou seus colegas vieram correndo pra ajudá-
la a descer do cipreste, porque tinham vários morcegos
voando em sua volta.
Vó Ephigênia conta ainda que, quando era pequena,
saiu de casa pra pegar peixes no córrego. Um dia, ela
levou algumas latas pra colocar os peixes. Depois que ela
pegou os peixes, ela foi descer segurando a lata e agarrou
uma planta grande. A planta arrancou, ela caiu no córrego
e perdeu os peixes.
Quando pedi que me contasse alguma coisa de sua
rua, ela sempre dizia “parece que foi ontem” e caía na
risada.
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A Rua
de Vó Ephigênia,
nº 27
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Laura Fernanda Rodrigues Gomes, 14 anos, narradora da Rua Cabrobó, Bairro Sagrada Família.
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A Rua
do Bisavô do Samuel,
nº 28
No princípio, era tudo mato e água.
Córregos de águas cristalinas, algumas casas e lojas,
escolas distantes e fatigantes.
O córrego é encanado e vira rua. O mato vira
casa e a terra vira asfalto.
Foi instalado um bonde no Horto. Ótimo!
Agora, tudo fica mais fácil, ponto de ônibus, padaria. E
olha os lotes de valorizando. Foi bom o meu bisavô ter
comprado quando tudo era mato. Engraçado, o lote do
meu bisavô era muito maior.
Ah, me lembro do governo fazendo a avenida
e cortando o lote no meio. E para aqueles que querem ser
amados, Rua Santo Amaro.
E se você quer ver uma avenida linda,
Avenida Petrolina. Se duvida de um bairro com pessoas
unidas, Bairro Sagrada Família!
Meu bisavô coloca o olhar longe, bem longe e,
nele, vejo um sorriso.
Samuel Dayher Silva Francisco, 14 anos, morador da Rua Santo Amaro, Bairro Sagrada Família.
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A Rua
do Bisavô do Samuel,
nº 28
No princípio, era tudo mato e água.
Córregos de águas cristalinas, algumas casas e lojas,
escolas distantes e fatigantes.
O córrego é encanado e vira rua. O mato vira
casa e a terra vira asfalto.
Foi instalado um bonde no Horto. Ótimo!
Agora, tudo fica mais fácil, ponto de ônibus, padaria. E
olha os lotes de valorizando. Foi bom o meu bisavô ter
comprado quando tudo era mato. Engraçado, o lote do
meu bisavô era muito maior.
Ah, me lembro do governo fazendo a avenida
e cortando o lote no meio. E para aqueles que querem ser
amados, Rua Santo Amaro.
E se você quer ver uma avenida linda,
Avenida Petrolina. Se duvida de um bairro com pessoas
unidas, Bairro Sagrada Família!
Meu bisavô coloca o olhar longe, bem longe e,
nele, vejo um sorriso.
Samuel Dayher Silva Francisco, 14 anos, morador da Rua Santo Amaro, Bairro Sagrada Família.
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A Rua
da Avó Marta Maria,
nº 29
Minha avó Marta Maria de 71 anos me contou
como era o meu bairro e a minha rua alguns anos atrás.
Ela disse que meu avô construiu a primeira casa do Santa
Inês, ou seja, foi a primeira moradora do bairro e ao redor de
sua casa não tinham casas. Era apenas mato à direita e mato à
esquerda e de frente à casa tinha um córrego que algumas
pessoas de bairros vizinhos vinham lavar suas roupas e nesse
costume, eram as mulheres apelidadas de lavadeiras.
E minha avó já com seus 6 filhos deixava suas
crianças brincarem livremente e até podia nadar no córrego de
tão limpa que era a água. E com o passar dos anos, o bairro foi
crescendo sem medidas, e antigamente co lado do córrego
tinha um buraco imenso, onde as crianças poderiam brincar
sem riscos de sofrerem acidentes e que depois de algumas
transformações, o buraco começou a se chamar de Areia Branca,
onde as pessoas poderiam se distrair com a paisagem e as
crianças andarem de bicicleta.
O Santa Inês é, hoje, um bairro considerado como
de classe média e o buraco, que se chamava Areia Branca,
virou Estação do Metrô. A José Cândido e a Santa Inês são as
duas estações localizadas no bairro.
E, hoje, minha avó conta esta história com orgulho e
prazer, por ser a primeira moradora do bairro.
Isabelle Rodrigues dos Santos, 15 anos, cronista da Rua Timóteo, Bairro Santa Inês.
Isabelle Rodrigues dos Santos, 15 anos, cronista da Rua Timóteo, Bairro Santa Inês.
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A Rua
de Dona Maria José
Lopes, nº 30
A Dona Maria José conta que mora no bairro
Santa Tereza desde 1958, na Rua Divinópolis, e que
nasceu na Maternidade da Rua Paraisópolis onde, hoje, é
o Hospital Mário Pena.
Ela diz que houve várias mudanças no bairro e que
antes tinha uma favela no local 225 da rua e, hoje, é o
Lar de Idosos Santa Terezinha.
O comércio cresceu bastante e existem vários
barzinhos, restaurantes, novos vizinhos e condomínios.
Tem uma praça de lazer muito boa e sempre tem
eventos, festival de cinema nacional e seresta. O nome da
praça é Duque de Caxias.
Tem também, há anos, o bar, restaurante e pizzaria
chamado Bolão, com seu tradicional espaguete, desde
1985.
Hoje, Dona Maria José casou, tem 6 filhos adultos
que moram no lugar. Ela relata ainda que o bairro é
tranquilo de morar.
Gabrielli Lourenço Teixeira da Silva, 14 anos, escritora da
Rua Divinópolis, Bairro Santa Tereza.
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Gabrielli Lourenço Teixeira da Silva, 14 anos, escritora da Rua Divinópolis, Bairro Santa Tereza.
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A Rua
de Guilherme de Oliveira,
nº 31
Meu bairro se chama Renascença onde nasci e
fui criado. Já ouvi muitas histórias sobre a minha rua e
sobre o meu bairro, que foi muito conhecido por causa da
fábrica de tecidos Renascença. Não foi da minha época,
mas meus bisavós contavam muitas histórias desta
fábrica, porque trabalharam nela.
Era um bairro muito movimentado. Hoje, onde era a
fábrica, depois de muito tempo desativada, fizeram uma
Faculdade chamada Universo. Na época de meus avós e
pais, existia um clube bastante grande chamado Clube
Renascença, onde, eles o frequentavam durante quase o
dia inteiro. Este clube era muito conhecido também
porque tinha um grande campo, onde times mineiros
como Atlético, Cruzeiro, América, etc. vinham treinar.
Quando havia treinos, meu pai, que se chama Marco
Aurélio Oliveira, me disse que tinha fila para entrar no
clube e que muitas vezes, existia até briga.
O bairro cresceu muito e ficou muito perigoso ficar
sozinho na rua. Meus pais não deixam mais eu brincar na
rua com meus vizinhos. Meus bisavós já morreram, mas
tinha uma vizinha que era muito amiga de minha bisavó
que me contava várias coisas que tinham no bairro,
principalmente, as queimas de São Judas, que
especialmente acontecia na minha rua. Os meus pais
nasceram e foram criados aqui. Já me contaram muitas
histórias. Eu fico triste, porque eles podiam brincar na
rua, porque a rua era muito calma. Eles brincavam na
pracinha de brincadeiras diferentes que, hoje, não têm
mais. Apesar de não brincar na rua, gosto muito do meu
bairro Renascença e de suas histórias.
Guilherme Oliveira de Souza, 14 anos, escritor da Rua Paru, Bairro Renascença.
Guilherme Oliveira de Souza, 14 anos, escritor da Rua Paru, Bairro Renascença.
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A Rua
de Gabriella Candian,
nº 32
Eu conversei com um morador da Rua Barão de
Saramenha, no bairro Santa Tereza, que reside no local
há mais de 50 anos. Ele me informou que, na época em
que começou a construir a sua casa, ainda não havia
muitas casas e a rua era de terra e cheia de buracos.
A rua começou a se desenvolver em Santa Tereza
em sentido bairro Horto, mas foi interrompida. A partir de
certa altura, havia um imenso brejo e até uma mina
d’água que diziam ser mineral. Como não havia
movimento de veículos, os meninos da vizinhança se
reuniam para jogar bola onde hoje é esta rua. Existia um
campinho com traves de bambu, onde todas as tardes,
eles faziam suas peladas.
Nas poucas casas que já haviam por perto, as
pessoas criavam porcos e galinhas, que transitavam
tranquilamente pelas imediações. Os poucos moradores
acordavam com o tranquilo canto dos galos, o ronco dos
porcos e o latido dos cães. Aos poucos foram surgindo
uma casa aqui, outra ali até fechar o primeiro e o
segundo quarteirões. Faltava apenas o terceiro que seria
o encontro com a Rua Pouso Alegre.
Hoje, não existe um só lote vago e alguns prédios
surgiram no lugar de antigas moradas.
Gabriella Candian Félix Teixeira, 15 anos, escritora da Rua Barão de Saramenha, Bairro Santa Tereza.
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A Rua
de Vicente Raimundo,
nº 33
Eu não me lembro, mas o Senhor Vicente
Raimundo sempre ensinou para mim e minhas irmãs que
a nossa rua melhorou muito.
Ele diz que, mais ou menos uns dez anos, a rua não
era asfaltada, era baixa e etc. e, para pegar ônibus, os
moradores tinham que andar muito. Hoje, já é totalmente
asfaltada, com alguns buracos, é claro, mas está ótima. O
ônibus agora para na porta.
A vizinhança aumentou demais, mas a amizade não
diminuiu. Na realidade, a amizade só aumentou entre os
pais, entre os avós e, principalmente, entre os filhos.
A violência aqui aumentou sim, mas ele diz que teria mais
medo de deixar suas filhas brincando na rua antigamente
e que, hoje, não. Há viatura de polícia que circula pelo
bairro constantemente.
Eu concordo com o Senhor Vicente que diz que os
outros fazem má impressão da minha rua, “por causa das
pessoas simples que vivem aqui”. Eles não conhecem de
perto o tipo das pessoas que vivem aqui.
Denúbia Maria Souza e Silva, 14 anos, escritora da
Rua Hervaldo Braga, Bairro Paulo VI.
Denúbia Maria Souza e Silva, 14 anos, escritora da Rua Hervaldo Braga, Bairro Paulo VI.
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