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Teoria classica Jules Henri Fayol (Istambul, 29 de Julho de 1841 — Paris, 19 de Novembro de 1925) foi um engenheiro de minas francês e um dos teóricos clássicos da Ciência da Administração, sendo o fundador da Teoria Clássica da Administração[1] e autor de Administração Industrial e Geral (título original: Administration industrielle et générale - prévoyance organisation - commandement, coordination – contrôle). Vida Fayol era filho de pais franceses. Seu pai André Fayol, um contramestre em metalurgia. Casou-se com Adélaïde Saulé e teve três filhos, Marie Henriette, Madeleine e Henri Joseph, o último sempre hostil às ideias do pai. Criou o Centro de Estudos Administrativos, onde se reuniam semanalmente pessoas interessadas na administração de negócios comerciais, industriais e governamentais, contribuindo para a difusão das doutrinas administrativas. Entre seus seguidores estavam Luther Guilick, James D. Mooney, Oliver Sheldon e Lyndal F. Urwick. Também direcionou seu trabalho para a empresa como um todo, ou seja, procurando cuidar da empresa de cima para baixo, ao contrário das ideias adotadas por Taylor e Ford. Juntamente com Taylor e Ford são considerados os pioneiros da administração. Sua visão, diferentemente de Taylor (trabalhador) e Ford (dono), foi a de um Gerente ou Diretor. Em 1888, aos 47 anos, assumiu a direção geral da mineradora de carvão francesa Commentry-Fourchambault-Decazeville, em falência. Restabeleceu a saúde econômica-financeira da companhia. Após 58 anos de estudos, pesquisa e observação reuniu suas teorias na obra Administração Industrial Geral (Administration Industrielle et Generale), em 1916. Só foi

A Teoria Clássica da Administração

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Teoria classica

Jules Henri Fayol (Istambul, 29 de Julho de 1841 — Paris, 19 de Novembro de 1925) foi um engenheiro de minas francês e um dos teóricos clássicos da Ciência da Administração, sendo o fundador da Teoria Clássica da Administração[1] e autor de Administração Industrial e Geral (título original: Administration industrielle et générale - prévoyance organisation - commandement, coordination – contrôle). Vida Fayol era filho de pais franceses. Seu pai André Fayol, um contramestre em metalurgia. Casou-se com Adélaïde Saulé e teve três filhos, Marie Henriette, Madeleine e Henri Joseph, o último sempre hostil às ideias do pai. Criou o Centro de Estudos Administrativos, onde se reuniam semanalmente pessoas interessadas na administração de negócios comerciais, industriais e governamentais, contribuindo para a difusão das doutrinas administrativas. Entre seus seguidores estavam Luther Guilick, James D. Mooney, Oliver Sheldon e Lyndal F. Urwick. Também direcionou seu trabalho para a empresa como um todo, ou seja, procurando cuidar da empresa de cima para baixo, ao contrário das ideias adotadas por Taylor e Ford. Juntamente com Taylor e Ford são considerados os pioneiros da administração. Sua visão, diferentemente de Taylor (trabalhador) e Ford (dono), foi a de um Gerente ou Diretor. Em 1888, aos 47 anos, assumiu a direção geral da mineradora de carvão francesa Commentry-Fourchambault-Decazeville, em falência. Restabeleceu a saúde econômica-financeira da companhia. Após 58 anos de estudos, pesquisa e observação reuniu suas teorias na obra Administração Industrial Geral (Administration Industrielle et Generale), em 1916. Só foi traduzida para o inglês em 1949. Fayol sempre afirmava que seu êxito se devia não só às suas qualidades pessoais, mas aos métodos que empregava. Pesquisas Henri Fayol é um dos principais contribuintes para o desenvolvimento do conhecimento administrativo moderno. Uma das contribuições da teoria criada e divulgada por ele foi o desenvolvimento da abordagem conhecida como Gestão Administrativa ou processo administrativo, onde pela primeira vez falou-se em administração como disciplina e profissão, que por sua vez, poderia ser ensinada através de uma Teoria Geral da Administração. Outra contribuição da teoria de Fayol é a identificação das principais funções da

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Administração que são: Planejar Organizar Controlar Coordenar Comandar(POCCC). Segundo Fayol a Administração é uma função distinta das outras funções, como finanças, produção e distribuição, e o trabalho do gerente está distinto das operações técnicas das empresas. Com essa distinção Fayol contribuiu para que se torne mais nítido o papel dos executivos. Identificou quatorze princípios que devem ser seguidos para que a Administração seja eficaz. Esses princípios se tornaram uma espécie de prescrição administrativa universal, que segundo Fayol devem ser aplicadas de modo flexível. Os quatorze princípios são: 1. Divisão do Trabalho: dividir o trabalho em tarefas especializadas e destinar responsabilidades a indivíduos específicos; 2. Autoridade e Responsabilidade: a autoridade sendo o poder de dar ordens e no poder de se fazer obedecer. Estatutária ( normas legais) e Pessoal (projeção das qualidades do chefe). Responsabilidade resumindo na obrigação de prestar contas, ambas sendo delegadas mutuamente; 3. Disciplina: tornar as expectativas claras e punir as violações; 4. Unidade de Comando: cada agente, para cada ação só deve receber ordens (ou seja, se reportar) a um único chefe/gerente; 5. Unidade de Direção: os esforços dos empregados devem centrar-se no atingimento dos objetivos organizacionais; 6. Subordinação: prevalência dos interesses gerais da organização; 7. Remuneração do pessoal: sistematicamente recompensar os esforços que sustentam a direção da organização. Deve ser justa, evitando-se a exploração; 8. Centralização: um único núcleo de comando centralizado, atuando de forma similar ao cérebro, que comanda o organismo. Considera que centralizar é aumentar a importância da carga de trabalho do chefe e que descentralizar é distribuir de forma mais homogênea as atribuições e tarefas; 9. Hierarquia: cadeia de comando (cadeia escalar). Também recomendava uma comunicação horizontal, embrião do mecanismo de coordenação; 10. Ordem: ordenar as tarefas e os materiais para que possam auxiliar a direção da organização. 11. Equidade: disciplina e ordem justas melhoram o comportamento dos empregados. 12. Estabilidade do Pessoal: promover a lealdade e a longevidade do empregado. Segurança no emprego, as organizações devem buscar reter seus funcionários, evitando o prejuízo/custos decorrente de novos processos de seleção, treinamento e adaptações;

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13. Iniciativa: estimular em seus liderados a inciativa para solução dos problemas que se apresentem.Cita Fayol: " o chefe deve saber sacrificar algumas vezes o seu amor próprio, para dar satisfações desta natureza a seus subordinados"; 14. Espírito de Equipe (União): cultiva o espírito de corpo, a harmonia e o entendimento entre os membros de uma organização. Consciência da identidade de objetivos e esforços. Destinos interligados. A administração é função distinta das demais (finanças, produção, distribuição, segurança e contabilidade) como Henri Fayol contribuiu na teoria Geral da Administração; como Taylor contribuiu na Teoria Geral da Administração; Funções do administrador Henry Fayol atribuiu cinco funções ao administrador dentro de uma estrutura organizacional, chamadas de PO3C: Prever e planejar (prévoir - visualizar o futuro e traçar o programa de ação) Organizar (organiser - constituir o duplo organismo material e social da empresa) Comandar (commander - dirigir e orientar a organização) Coordenar (coordonner - unir e harmonizar os atos e esforços coletivos) Controlar (contrôler - verificar se as normas e regras estabelecidas estão sendo seguidas) Tais ações conduziriam a uma administração eficaz das atividades da organização.[2] Posteriormente, as funções de Comando e Coordenação foram reunidas sob o nome de Direção, passando as iniciais para PODC: Planejar, Organizar, Dirigir e Controlar. E ainda Planejar, Organizar, Executar e Avaliar, assim passando as iniciais para POEA. Além destas ainda temos: Motivar, Comunicar, Decidir, Assessorar, entre outras coisas. Fayol x Autores contemporâneos Remuneração do Pessoal “Deve ser equitativa e, tanto quanto possível satisfazer ao mesmo tempo ao pessoal e à empresa.” “Boa parte da riqueza gerada pela organização passa aos empregados sob a forma de

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salário.” Centralização “É a diminuição do papel do subordinado.” Houve significativa tendência rumo à descentralização.” Robbins[4] Hierarquia “Constitui a série dos chefes que vai da autoridade superior aos agentes inferiores.” “Em condições de grande incerteza, a hierarquia geralmente se torna mais eficiente.” Robbins[4] Equidade “Para que o pessoal seja estimulado a empregar toda a boa vontade e o devotamento de que é capaz é preciso que sejam tratados com benevolência.” Quando há ausência de equidade, o funcionário experimenta um sentimento de injustiça e insatisfação.” Chiavenato.[6] Iniciativa “Conceber um plano e assegurar-lhe o sucesso é uma das mais vivas satisfações que o homem inteligente pode experimentar.” “A maioria das organizações está deixando a cargo dos funcionários as tomadas de decisões anteriormente tomadas exclusivamente pelos gerentes.” Robbins[4] Obras Administration industrielle et générale - prévoyance organisation - commandement, coordination – contrôle. Paris : Dunod, 1966. Tâches actuelles et futures des dirigents. Bruxelas : CNBOS, 1967. Ideias importantes da obra "Administração Industrial e Geral": O autor busca interpretar as funções e obrigações de um administrador perante a sociedade que nos rodeia. Ele diz que a administração é de suma importância e deveria estar no plano de ensino de faculdades como a de engenharia civil. Fayol também mostra a divisão do trabalho e a divisão de funções mostrando a importância do administrador. O autor também busca criticar a metodologia de certas faculdades mostrando que isso interfere no sistema organizacional do mundo.[carece de fontes] Fayol também criticava o excesso do estudo da matemática nas engenharias dizendo que a escrita é mais importante. Ele também afirma que o ensino técnico tem muito mais

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valor do que o ensino primário já que ele é profissionalizante. Henri Fayol mostra que várias coisas ensinadas ensino superior são obsoletas e o plano de ensino deveria ser mudado. Na obra "Administração Industrial e Geral" ele mostra como o engenheiro deve se portar em seu ambiente de trabalho. Os conceitos abordados na obra nos remetem a acontecimentos contemporâneos ao século XIX.[carece de fontes] Referências ↑ Título ainda não informado (favor adicionar). ↑ CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. 2.ed. Rio de Janeiro: Campus, 2000. ↑ FAYOL, Henri. Administração Industrial e Geral. 10.ed. São Paulo : Atlas, 1990. ↑ abcdef ROBBINS, Stephen Paul. Administração : Mudanças e Perspectivas. 1.ed. São Paulo : Saraiva : 2002. ↑ MATOS, Francisco Gomes. Empresa Feliz. 3.ed. São Paulo : Makron Books, 1996. ↑ ab CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos. 7.ed. São Paulo : Atlas, 2002. ↑ BARNARD. Chester I. As funções do executivo. 1.ed. São Paulo : Atlas, 1971. Bibliografia BATEMAN, Thomas S.; SNELL, Scott A. Administração: Construindo Vantagem Competitiva. SP: Atlas, 1998. MAXIMIANO, Antonio César Amaru. Introdução à Administração. 6. ed. SP: Atlas, 2004

Teoria clássica 2

    Em meados da II Revolução Industrial, no ano de 1916, o engenheiro Henry Fayol, nascido em Constantinopla e naturalizado na França, apresentou sua proposta de uma doutrina administrativa. Na ocasião, o autor justificou seus estudos com o objetivo de “facilitar a gerência de empresas, sejam industriais, militares ou de qualquer índole. Seus princípios, suas regras e seus processos devem, pois, corresponder tanto às necessidades do exército como as da indústria” (1990, p. 10).           No então intitulado Administration Industrielle Générale o autor expôs suas experiências adquiridas na Camambault, indústria mineira metalúrgica, com intuito de instituir a administração não como um privilégio pessoal e sim uma “função que se reparte, como as outras especiais, entre a cabeça e os membros do corpo social” (1990, p. 26). Embora Fayol tenha defendido tal idéia, faz-se necessário enfatizar o descompasso entre

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essa repartição, uma vez que a inferia agregada a uma hierarquização de responsabilidades, ou seja, aludia que a capacidade administrativa aumentava na medida em que se aproximava ao ápice piramidal, sendo essa capacidade inversamente decrescente.      Portanto, as conclusões de Fayol, concernentes ao estudo das capacidades, são evidenciadas a partir da asseveração que “em toda classe de empresa, a capacidade principal dos agentes inferiores é a capacidade profissional característica da empresa, e a capacidade principal dos grandes chefes é a capacidade administrativa” (idem, p. 36), formando uma pirâmide que representa ao mesmo tempo o crescimento hierárquico conjugado ao aumento proporcional da capacidade administrativa em detrimento da capacidade técnica, ao passo que o fenômeno é inversamente o contrário.      Com autoridade, Fayol valorizou a necessidade do ensino da administração desde as escolas primárias ao ensino superior; defendendo a aplicabilidade desses conhecimentos não somente em empresas, mas na vida. Enfatizando a importância da administração perante as demais funções das organizações, ressaltando, todavia, que uma não existe sem a outra, havendo a interdependência entre as funções, a saber:

1º Funções Técnicas: relacionam-se com a produção, fabricação e transformação. 2º Funções Comerciais: estão ligadas as compras, vendas e permutas; 3º Funções Financeiras: estão conectadas a captação e gerência de recursos. 4º Função de Segurança: refere-se a proteção de bens e de pessoas. 5º Funções Contábeis: direciona-se a elaboração de inventário, balanços, preços de custos, etc. 6º Funções Administrativas: previsão, organização, comando, coordenação e controle.

     Para que uma empresa assegure o desenvolvimento dessas seis funções, ou operações, fazem-se necessária a combinação de algumas condições, de algumas normas ou regras, no entanto sem o caráter rígido que traz a semântica destas palavras, pois em matéria administrativa, deve-se lançar mão de atitudes comedidas e adequadas a cada situação, visto que “a exata avaliação das coisas, fruto do tato e da experiência, é uma das principais qualidades do administrador” (FAYOL, 1990, p. 43).      Por conseguinte, quando esse cientista se referiu aos princípios da administração, não foi restringindo-se ao significado estrito da palavra, mas sim com o sentido de diretrizes fundamentais para que se fortalecesse o instrumento administrativo e facilitasse o funcionamento do corpo social, até mesmo pelo fato de não haver um número determinado de princípios, porquanto citou apenas quatorze aplicados amiúde, tais como a divisão do trabalho; a autoridade e responsabilidade; a disciplina; a unidade de comando; a unidade de direção; a subordinação do interesse particular a um interesse geral; a remuneração do pessoal; a centralização; a hierarquia; a ordem; a equidade; a estabilidade do pessoal; a iniciativa; a união do pessoal.        Em virtude dos princípios da administração não terem caráter finito e único, não há um consenso geral entre os autores da temática, dependendo a adoção destes do ambiente em que os administradores estão inseridos. Portanto, é essencial ter ciência dos fundamentos de outro expoente da Escola Clássica que também enumerou os princípios da administração. Trata-se de Frederick Winslow Taylor, engenheiro americano, precursor da Teoria Científica da Administração, a qual enfatiza as tarefas executadas pelos operários, buscando a eficiência das organizações por meio da padronização e racionalização do trabalho. No entanto, seus princípios foram

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representados em um número reduzido, compondo-se do desenvolvimento de uma verdadeira ciência; seleção científica do trabalhador; sua instrução e treinamento científico; e cooperação intima e cordial entre a direção e os trabalhadores (TAYLOR, 1990).       O antagonismo presente nas referidas obras – Administração Industrial e Geral e Princípios da Administração Científica – evidencia-se principalmente no que tange a unidade de comando. Enquanto Fayol concentra a responsabilidade em um único chefe direto sem possibilidade de dualidade de comando, Taylor divide as responsabilidades dos chefes em até nove supervisores por acreditar que “o trabalho de direção deve ser subdividido de tal maneira que as diversas funções sejam desempenhadas por homens dessa capacidade” (TAYLOR, 1990, p.94).       A Teoria da Administração Científica almeja o avanço da eficiência no nível operacional por meio do enfoque nas tarefas, com uma abordagem de forma ascendente, isto é, da base (operários) para o ápice (gerentes) e das partes (operários e cargos) para o todo (organização); ao passo que a Teoria Clássica (normativista) enfatiza a estrutura e sua abordagem é descendente, ou seja, da direção para os executores e do todo (organização) para as suas partes componentes (departamentos), portanto busca o aumento da eficiência por meio da forma e disposição dos departamentos e de suas inter-relações estruturais.        Apesar de ambos conceberem a Escola Clássica há divergências em seus escritos, tais como as expostas, todavia há, além disso, pontos convergentes característicos do período histórico e da corrente de pensamento da abordagem clássica. As características mais marcantes compreendem o reducionismo que se baseia na crença de que todas as coisas precisam ser descompostas e reduzidas em seu componente básico ou indivisível; o pensamento analítico que consiste em decompor o todo, tanto quanto possível, em partes mais simples para posteriormente explicá-las e compor soluções para o todo; e o mecanicismo, princípio que se baseia na relação de causa e efeito entre dois fenômenos, sendo a causa indispensável e considerada determinística.        Modernamente, as funções administrativas são representadas amiúde pelas áreas das organizações, ou seja, auferiram o conceito de departamentalização, representadas por produção ou operações; marketing ou comercialização; finanças (incluindo contabilidade); recursos humanos; e administrativas (CHIAVENATO, 2001). Dentre as funções essenciais supracitadas, cabe perscrutar a última, isto é, a administrativa, visto o enfoque recebido pela mesma na referida obra de Fayol. Tal ênfase deve-se ao fato desta função ser responsável por formular o Programa Geral de Ação da empresa, de constituir seu corpo social, de coordenar os esforços e de harmonizar os atos; ações estas que não condizem com as demais operações. Destarte, a administração é a função mor da empresa.        Fayol (1990) discutiu em seus escritos a diferenciação entre direção e administração. A direção constitui-se dos esforços no mais elevado nível hierárquico, propondo-se a determinar os objetivos e promover sua realização pelo acionamento de recursos de qualquer tipo, seja humanos, materiais, financeiros, de informações, dentre outros. Enquanto que administrar é prever, organizar, comandar, coordenar e controlar, sendo que estes em conjunto formam o processo administrativo.        Prever é planejar, investigar profundamente o futuro e traçar um plano de ação a médio e longo prazo a fim de preparar a empresa ante as adversidades e/ou oportunidades posteriores, sustentando-se no programa de ação proposto por Fayol (1990, p. 65) como “o resultado visado, a linha de conduta a seguir, as etapas a vencer,

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os meios a empregar; uma espécie de quadro do futuro, previsto para um certo tempo” elaborado continuamente com flexibilidade e precisão sem ferir os princípios da administração, contendo relações sobre os outros componentes da administração, tais como: comando, coordenação e controle, uma vez que o elemento previsão influencia todos os outros.        A ausência de um Programa Anual Geral deforma o fluxo dos negócios, desse modo, a empresa que não usufrui deste instrumento administrativo está fadada ao reacionismo, limitando-se a proteção ou reação às adversidades do ambiente no qual a empresa está inserida. Logo, é imperativo ressaltar que Fayol não inferiu em seus estudos as variáveis externas as organizações e suas influências sobre as mesmas, haja vista que o pensamento predominante era analítico, reducionista, mecanicista (organização como sistema fechado) e determinístico, como fora abordado.       Organizar é constituir um duplo organismo, montar uma estrutura humana e material dotada de tudo o necessário para viabilizar o empreendimento; comandar é conduzir e orientar o pessoal, mantendo o corpo social ativo em toda a empresa e usufruindo da melhor forma possível as habilidades de todos os agentes envolvidos, conhecendo-os profundamente, incentivando a união de todos e realizando conferências – que asseguram a unidade de direção e convergem esforços para objetivos comuns – e relatórios; coordenar é harmonizar todas as atividades e esforços por meio de conferências; controlar é assegurar para que tudo ocorra conforme o planejado e dentro dos objetivos organizacionais (C).       Cabe ressaltar que além desses cinco elementos componentes da administração Fayol discutiu a coexistência de um elemento extra. Dispôs dirigir como um fator influenciador e que está acima, até mesmo, da função administrativa, pois dirigir é assegurar a marcha das seis funções essenciais da empresa.         Desse modo, pode-se inferir que, analogamente, dirigir atua como um condutor ou maestro que rege uma orquestra e cujo papel é indispensável para que se obtenha a harmonia das diversas sonoridades, dos diferentes instrumentos musicais. Em uma empresa, essa harmonia musical seria a sinergia entre os departamentos em prol do alcance dos objetivos organizacionais. Este paradigma da supervalorização de dirigir, proveniente do pensamento hierárquico vertical no qual há um enorme descompasso entre os administradores (chefes) e os executores (subordinados), contrapõe a administração contemporânea que tem como alicerce conceitos inovadores como a alta gestão e a administração participativa (MAXIMIANO, 2002).

REFERÊNCIAS

FAYOL, H. Administração Industrial e Geral: previsão, organização, comando, coordenação e controle. São Paulo: Atlas, 1990.

TAYLOR, F. W. Princípios da Administração Científica. São Paulo: Atlas, 1990.

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Teoria clássica 3

FREDERICK WINSLOW TAYLOR(Administração Científica - 1911)

PRIMEIRO PERÍODO

Taylor iniciou suas experiências e estudos pelo trabalho do operário e, mais tarde, generalizou as suas conclusões para a Administração geral: sua teoria seguiu um caminho de baixo para cima e das partes para o todo.

O primeiro período de Taylor corresponde à época da publicação do seu livro Shop Management (Administração de Oficinas) (1903) onde se preocupa exclusivamente com as técnicas de racionalização do trabalho do operário, através do Estudo de Tempos e Movimentos (Motion-Time Study).  

Claude S. Geoge Jr., salienta em essência, o que procurou dizer em Shop Management foi que:

1. O objetivo de uma boa Administração era pagar salários altos e ter custos unitários de produção.

2. Para realizar esse objetivo, a Administração tinha de aplicar métodos científicos de pesquisa e experimento para o seu problema global, a fim de formular princípios e estabelecer processos padronizados que permitissem o controle das operações fabris.

3. Os empregados tinham de ser cientificamente colocados em serviços ou postos em que os materiais e as condições de trabalho fossem cientificamente selecionados, para que as normas pudessem ser cumpridas.

4. Os empregados deviam ser cientificamente adestrados para aperfeiçoar suas aptidões e, portanto, executar um serviço ou tarefa de modo que a produção normal fosse cumprida.

5. Uma atmosfera de íntima e cordial cooperação teria de ser cultivada entre a Administração e os trabalhadores, para garantir a continuidade desse ambiente psicológico que possibilite a aplicação dos outros princípios por ele mencionados.

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SEGUNDO PERÍODO

O segundo período de Taylor corresponde à época da publicação de seu livro Princípios da Administração Científica (1911), quando concluiu que a racionalização do trabalho operário deveria ser logicamente acompanhada de uma estruturação geral da empresa e que tornasse coerente a aplicação dos seus princípios. Nesse segundo período, desenvolveu os seus estudos sobre a Administração geral, a qual denominou Administração Científica, sem deixar contudo sua preocupação com relação à tarefa do operário.

Taylor assegurava que as indústrias que as indústrias de sua época padeciam de males que poderiam ser agrupados em três fatores:

1. Vadiagem sistemática por parte dos operários, que reduziam propositadamente a produção a cerca de um terço da que seria normal, para evitar a redução das tarifas de salários pela gerência.

Há três causas determinantes da vadiagem no trabalho, que são:

• o erro que vem de época imemorial  e quase universalmente disseminado entre os trabalhadores, de que o maior rendimento do homem e da máquina terá como resultante o desemprego de grande número de operários;

• o sistema defeituoso da Administração, comumente em uso, que força os operários à ociosidade no trabalho, a fim de melhor proteger os seus interesses;

• os métodos empíricos ineficientes, geralmente utilizados em todas as empresas, com os quais o operário desperdiça grande parte do seu esforço e do seu tempo.

2. Desconhecimento, pela gerência, das rotinas de trabalho e do tempo necessário para sua realização.

3. Falta de uniformidade das técnicas ou métodos de trabalho.

De acordo com Taylor, a implantação da Administração Científica deve ser gradual e obedecer a um certo período de tempo, para evitar alterações bruscas que causem descontentamento por parte dos empregados e prejuízos aos patrões. Essa implantação requer um período de quatro a cinco anos para um progresso efetivo.

ADMINISTRAÇÃO COMO CIÊNCIA

Para Taylor. os elementos da Administração Científica são:

1. estudo de tempo e padrões de produção;

2. supervisão funcional;

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3. padronização de ferramentas e instrumentos;

4. panejamento das tarefas;

5. o princípio da exceção;

6. a utilização da régua de cálculo e instrumentos para economizar tempo;

7. fichas de instruções de serviço;

8. a idéia de tarefa, associada a prêmios de produção pela sua execução eficiente;

9. sistemas para classificação dos produtos e do material utilizado na manufatura;

10. sistema de delineamento da rotina de trabalho.

ORGANIZAÇÃO RACIONAL DO TRABALHO

A tentativa de substituir métodos empíricos e rudimentares pelos métodos científicos em todos os ofícios recebeu o nome de Organização Racional do Trabalho (ORT).

Para Taylor, o operário não tem capacidade, nem formação, nem meios para analisar cientificamente o seu trabalho e estabelecer racionalmente qual o método ou processo mais eficiente. Geralmente, o supervisor comum deixava ao arbítrio de cada operário a escolha do método ou processo para executar o seu trabalho, para encorajar sua iniciativa. Porém, com a Administração Cientifica ocorre uma repartição de responsabilidades: a administração (gerência) fica com o planejamento (estudo minucioso do trabalho do operário e o estabelecimento do método de trabalho) e a supervisão (assistência contínua ao trabalhador durante a produção), e o trabalhador fica com a execução do trabalho, pura e simplesmente.

PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA DE TAYLOR

Para Taylor, a gerência adquiriu novas atribuições e responsabilidades descritas pelos quatro princípios a seguir:

1. Principio de Planejamento: substitui no trabalho o critério individual do operário, a improvisação e a atuação empírica-prática, pelos métodos baseados em procedimentos científicos. Substituir a improvisação pela ciência, através do planejamento.

2. Princípio do preparo: selecionar cientificamente os trabalhadores de acordo com suas aptidões e prepará-los e treiná-los para produzirem mais e melhor, de acordo com o método planejado. Além do preparo da mão-de-obra, preparar também as máquinas e equipamentos de produção, bem como o arranjo físico e a disposição racional das ferramentas e materiais.

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3. Princípio do Controle: controlar o trabalho para se certificar de que o mesmo está sendo executado de acordo com as normas estabelecidas e segundo o plano previsto. A gerência deve cooperar com os trabalhadores, para que a execução seja a melhor possível.

4. Princípio da Execução: distribuir distintamente as atribuições e as responsabilidades, para que a execução do trabalho seja bem mais disciplinada.

CONCLUSÃO SOBRE TAYLOR

No início sua preocupação era tentar eliminar o desperdício e das perdas sofridas pelas indústrias americanas e elevar os níveis de produtividade através de métodos e técnicas de engenharia. Ele utilizava técnicas que eram centradas do operário para a direção, através do estudo de tempos e movimentos, da fragmentação das tarefas e na especialização do trabalhador reestruturava a fabricação e com os conceitos de gratificações por produção incentivava o operário a produzir mais.

Só que não adiantava racionalizar o trabalho do operário se o supervisor, o chefe, o gerente, o diretor continuavam a trabalhar dentro do mesmo empirismo anterior.

Contudo a Administração Científica tinha diversos defeitos dentre eles: o mecanicismo de sua abordagem (teoria da máquina), a superescalização que robotiza o operário, a visão microscópica do homem tomando isoladamente e como parte da maquinaria industrial, a ausência de qualquer comprovação científica de suas afirmações e princípios, a abordagem incompleta envolvendo apenas a organização formal, a limitação do campo de aplicação à fábrica, omitindo o restante da vida de uma empresa, a abordagem eminentemente prescritiva e normativa e tipicamente de sistema fechado.

Mesmo assim, essas limitações e restrições não apagam o fato de que Administração Científica foi o primeiro passo concreto da Administração rumo a uma teoria administrativa Foi Taylor que implantou diversos conceitos que até hoje o utilizamos na Administração isso fica explícito no parágrafo de Administração Como Ciência.

HENRI FAYOL(Teoria Clássica Administrativa - 1916)

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AS 6 FUNÇÕES BÁSICAS DA EMPRESA

Fayol parte da proposição de que toda empresa pode ser dividida em seis grupos:

1. Funções Técnicas, relacionadas com a produção de bens ou de serviços da empresa;

2. Funções Comerciais, relacionadas com a compra, venda e permutação.

3. Funções Financeiras, relacionadas com a procura e gerência de capitais.

4. Funções de Segurança, relacionadas com a proteção e preservação de bens.

5. Funções Contábeis, relacionadas com os inventários, registros, balanços, custos e estatísticas.

6. Funções Administrativas, relacionadas com a integração da cúpula das outras cinco funções. As funções administrativas coordenam e sincronizam as demais funções da empresa, pairando sempre acima delas. 

CONCEITO DE ADMINISTRAÇÃO

A Administração não é senão uma das seis funções, cujo ritmo é assegurado pela direção. Mas ocupa tamanho lugar nas funções dos altos chefes que, as vezes, pode parecer que as funções administrativas estejam concentradas exclusivamente no topo da organização, o que não é verdade.

FUNÇÕES UNIVERSAIS DA ADMINISTRAÇÃO

1. Previsão: envolve avaliação do futuro e aprovisionamento em função dele. Unidade, continuidade, flexibilidade e previsão são os aspectos principais de um bom plano de ação.

2. Organização: proporciona todas as coisas úteis ao funcionamento da empresa.

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3. Comando: leva a organização a funcionar. Seu objetivo e alcançar o máximo retorno de todas os empregados no interesse dos aspectos globais.

4. Coordenação: harmoniza todas as atividades do negócio, facilitando seu negócio e seu sucesso. Ela sincroniza coisas e ações em suas proporções certas e adapta os meios aos fins.

5. Controle: Consiste na verificação para certificar se todas as coisas acorrem em conformidade com o plano adotado, as instruções transmitidas e os princípios estabelecidos. O objetivo é localizar as fraquezas e erros no sentido de retificá-los e prevenir a ocorrência.

PRINCÍPIOS GERAIS DE ADMINISTRAÇÃO PARA FAYOL

1. Divisão do trabalho: consiste na especialização das tarefas e das pessoas para aumentar a eficiência.

2. Autoridade e responsabilidade: autoridade é o direito de dar ordens e o poder de esperar obediência, responsabilidade é uma conseqüência natural da autoridade. Ambos devem estar equilibradas entre si.

3. Disciplina: depende da obediência, aplicação, energia, comportamento e respeito aos acordos estabelecidos.

4. Unidade de comando: cada empregado deve receber ordens de apenas um superior. É o princípio da autoridade única.

5. Unidade de direção: uma cabeça é um plano para cada grupo de atividades que tenham o mesmo objetivo.

6. Subordinação de interesses individuais aos interesses gerais: os interesses gerais devem sobrepor-se aos interesses particulares.

7. Remuneração do pessoal: deve haver justa e garantida satisfação para os empregados e para a organização em termos de retribuição.

8. Centralização: refere-se a concentração da autoridade no topo da hierarquia da organização.

9. Cadeia escalar: é a linha de autoridade que vai do escalão mais alto ao mais baixo. É o princípio de comando.

10. Ordem: um lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar. É a ordem material e humana.

11. Eqüidade: amabilidade e justiça para alcançar a lealdade do pessoal.

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12. Estabilidade e duração (num cargo) do pessoal: a rotação tem um impacto negativo sobre a eficiência da organização. Quanto mais tempo uma pessoa permanecer num cargo tanto melhor.

13. Iniciativa: a capacidade de visualizar um plano e assegurar seu sucesso.

14. Espírito de equipe: harmonia e união entre as pessoas são grandes forças para a organização.

A teoria Clássica concebe a organização em termos de estrutura, forma e disposição das partes que a constituem, além do inter-relacionamento entre as partes. Restringe-se apenas apenas aos aspectos da organização formal.

Para a Teoria Clássica, os aspectos organizacionais são analisadas de cima para baixo (da direção para execução) e do todo para as partes (da síntese para análise), exatamente ao contrário da abordagem da Administração Científica.

ELEMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO PARA URWICK

1. investigação2. previsão3. planejamento4. organização5. coordenação6. comando7. controle

ELEMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO PARA GULICK

1. planejamento (planning)2. organização (organizing)3. assessoria (staffing)4. direção (directing)5. coordenação (coordinating)6. informação (reporting)7. orçamento (budgeting)

Nos elementos da Administração (POSDCORD), Gulick aumentara o planejamento, organização, comando e coordenação mencionados por Fayol. Porém, os elementos staffing, reporting e budgeting são aparentemente novos. Na realidade, a organização para Fayol implica a constituição de duplo organismo material e social da empresa, o que contém o staffing de Gulick. O reporting participa da previsão e do controle de Fayol, simultaneamente, porquanto a fase preliminar da previsão se assenta na pesquisa e documentação, e a fase do controle envolve a apresentação dos dados e relatórios para a autoridade superior. O budgeting, na concepção moderna, é um instrumento, tanto de planejamento e previsão, quanto de controle.

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CONCLUSÃO SOBRE FAYOL

As funções da empresa são repartidas em seis nas quais a Administrativas engloba as funções universais da Administração que são: prever, organizar, comandar, coordenar e controlar. Essas funções também se estendem nas outras cinco esferas como uma técnica para estruturar a empresa.

Para Fayol a empresa é analisada em uma estrutura de cima para baixo.

Sua visão é mais gerencial com resultados finais na produção enquanto que a visão de Taylor é na produção e no operário para resultados na quantidade produtiva.

Fayol complementa a Administração Científica com a Teoria Clássica.

Nessa mesma linha de complementação estão Urwick e Gulick.

BIBLIOGRAFIA:

INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO - Idalberto Chiavento - Makron Books - 4a. ed.

Autoria:  Christian Grampola

http://www.coladaweb.com/administracao/taylor-e-fayol