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DOSSIER EPILEPSIA Rev Port Clin Geral 2005;21:301-6 301 Na Prática Clínica, o Electroencefalograma (EEG) é muito ou pouco útil? Como todos os exames complementares de diagnóstico, há situações em que o EEG é muito útil e outras em que pouco ajuda. O EEG é um exame que foi in- ventado em 1924 por Hans Berger (1873-1941) 1 e desde então tem havido enormes desenvolvimentos tecnológicos na área electrónica que têm revo- lucionado a capacidade de analisar a actividade eléctrica do cérebro 2 . As in- dicações quotidianas deste estudo foram largamente ultrapassadas pelas suas potencialidades no campo da in- vestigação. O EEG, ao medir a actividade eléctrica do cérebro, serve para avaliar as suas funções? Infelizmente o EEG não consegue dar informações sobre a maior parte das funções cerebrais (pensamento, memó- ria, linguagem, etc.) mas somente regis- tar diferenças de potencial eléctrico en- tre pontos do escalpe. Tem por isso mui- tas limitações. Desde logo espaciais pois, em condições habituais, não se coloca senão um número limitado de eléctrodos e, por outro lado, por mais eléctrodos que se coloquem não se con- segue ter eléctrodos suficientemente próximo das faces internas e inferiores dos hemisférios cerebrais. Acrescem limitações temporais já que as medições que se explicitam em gráficos de curvas sinusoidais com amplitudes e frequên- cias variáveis apenas reproduzem da- dos que ocorrem durante o registo, deixando-nos sem informação sobre acontecimentos que possam acontecer noutras épocas. Existem também limi- tações técnicas, pois entre o cérebro e a pele do couro cabeludo interpõem-se várias camadas de tecidos que preju- dicam a condução eléctrica. Finalmente podemos considerar as limitações de significado – muito ainda está para des- cobrir para que possamos saber tudo o que corresponde efectivamente a uma determinada variação de sinal eléctrico. Então o EEG é um exame de fraca utilidade? Se na prática clínica for seguido o princípio geral da medicina que é come- çar a abordagem do doente pela anam- nese e levá-la até às suas últimas con- sequências, então o recurso a este como a outros exames complementares reve- la-se útil na medida em que conheça- mos a sua sensibilidade e a sua espe- cificidade. O EEG é muito útil na confir- mação de diagnósticos clínicos de al- gumas epilepsias. É no manejo clínico das epilepsias que este exame conhece níveis de especificidade maiores, chegando a 78 ou 98% conforme os es- tudos. No entanto, como se pode de- preender do que já foi dito acima, a sen- sibilidade do EEG é fraca, situando-se entre 25 e 50% 3,4 . Isto significa que tem poucos falsos positivos, ou seja, que quando se encontram certos elementos gráficos sugestivos de certos síndromos epilépticos a probabilidade de confir- mar o diagnóstico é alta mas que, por A utilidade do EEG * *Adaptação em modelo FAQ («frequently asked questions») de palestra feita no «I Encontro de Epilepsia em Matosinhos» Hospital Pedro Hispano, em 18 de Fevereiro de 2005. **Neurologista e neurofisiologista Chefe de Serviço no Serviço de Neurologia Hospital S. Sebastião, Santa Maria da Feira ROSALVO ALMEIDA** RESUMO Alinham-se respostas às perguntas mais vezes feitas sobre a utilização do electroencefalograma no quadro da prática clínica quotidiana. Descrevem-se algumas situações em que são conhecidos potenciais desenvolvimentos dessa tecnologia, referindo a sua importância no campo da investi- gação. Apontam-se as principais situações em que o EEG é útil como exame complementar de diag- nósticos clínicos, em particular no caso das epilepsias. Refere-se um grupo de situações em que são muito limitados os benefícios a esperar da electroencefalografia. O objectivo principal desta revisão é desmistificar alguns conceitos ainda prevalentes entre médicos menos informados e contribuir para combater certas más práticas. A argumentação fundamentada na literatura e na experiência profissional procura explicitar, retirando as devidas consequências, os reais níveis da sensibilidade e da especificidade do EEG.

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Na Prática Clínica, oElectroencefalograma (EEG) é muito ou pouco útil?Como todos os exames complementaresde diagnóstico, há situações em que oEEG é muito útil e outras em que poucoajuda. O EEG é um exame que foi in-ventado em 1924 por Hans Berger(1873-1941)1 e desde então tem havidoenormes desenvolvimentos tecnológicosna área electrónica que têm revo-lucionado a capacidade de analisar aactividade eléctrica do cérebro2. As in-dicações quotidianas deste estudoforam largamente ultrapassadas pelassuas potencialidades no campo da in-vestigação.

O EEG, ao medir a actividade eléctrica do cérebro, serve paraavaliar as suas funções?Infelizmente o EEG não consegue darinformações sobre a maior parte dasfunções cerebrais (pensamento, memó-ria, linguagem, etc.) mas somente regis-tar diferenças de potencial eléctrico en-tre pontos do escalpe. Tem por isso mui-tas limitações. Desde logo espaciaispois, em condições habituais, não secoloca senão um número limitado deeléctrodos e, por outro lado, por maiseléctrodos que se coloquem não se con-segue ter eléctrodos suficientementepróximo das faces internas e inferiores

dos hemisférios cerebrais. Acrescemlimitações temporais já que as mediçõesque se explicitam em gráficos de curvassinusoidais com amplitudes e frequên-cias variáveis apenas reproduzem da-dos que ocorrem durante o registo,deixando-nos sem informação sobreacontecimentos que possam acontecernoutras épocas. Existem também limi-tações técnicas, pois entre o cérebro ea pele do couro cabeludo interpõem-sevárias camadas de tecidos que preju-dicam a condução eléctrica. Finalmentepodemos considerar as limitações designificado – muito ainda está para des-cobrir para que possamos saber tudo oque corresponde efectivamente a umadeterminada variação de sinal eléctrico.

Então o EEG é um exame de fracautilidade?Se na prática clínica for seguido oprincípio geral da medicina que é come-çar a abordagem do doente pela anam-nese e levá-la até às suas últimas con-sequências, então o recurso a este comoa outros exames complementares reve-la-se útil na medida em que conheça-mos a sua sensibilidade e a sua espe-cificidade. O EEG é muito útil na confir-mação de diagnósticos clínicos de al-gumas epilepsias. É no manejo clínicodas epilepsias que este exame conheceníveis de especificidade maiores,chegando a 78 ou 98% conforme os es-tudos. No entanto, como se pode de-preender do que já foi dito acima, a sen-sibilidade do EEG é fraca, situando-seentre 25 e 50%3,4. Isto significa que tempoucos falsos positivos, ou seja, quequando se encontram certos elementosgráficos sugestivos de certos síndromosepilépticos a probabilidade de confir-mar o diagnóstico é alta mas que, por

A utilidade do EEG*

*Adaptação em modelo FAQ («frequently asked questions»)

de palestra feita no «I Encontro deEpilepsia em Matosinhos»

Hospital Pedro Hispano, em 18 de Fevereiro de 2005.

**Neurologista e neurofisiologistaChefe de Serviço no Serviço

de NeurologiaHospital S. Sebastião, Santa Maria da Feira

ROSALVO ALMEIDA**

RESUMOAlinham-se respostas às perguntas mais vezes feitas sobre a utilização do electroencefalogramano quadro da prática clínica quotidiana. Descrevem-se algumas situações em que são conhecidospotenciais desenvolvimentos dessa tecnologia, referindo a sua importância no campo da investi-gação. Apontam-se as principais situações em que o EEG é útil como exame complementar de diag-nósticos clínicos, em particular no caso das epilepsias. Refere-se um grupo de situações em que sãomuito limitados os benefícios a esperar da electroencefalografia. O objectivo principal desta revisãoé desmistificar alguns conceitos ainda prevalentes entre médicos menos informados e contribuirpara combater certas más práticas. A argumentação fundamentada na literatura e na experiênciaprofissional procura explicitar, retirando as devidas consequências, os reais níveis da sensibilidadee da especificidade do EEG.

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outro lado, tem muitos falsos negativos,ou seja, quando um exame não revelaanomalias isso não pode ser argumen-to para anular um diagnóstico baseadonoutros elementos, em particular, naanamnese.

Um doente com epilepsia pode terEEGs sempre normais?Sim. Embora seja incorrecto usar apalavra normal neste contexto. O quese pode dizer é que um determinadoEEG realizado numa determinada horaem determinadas condições não reve-lou anomalias gráficas que confirmema hipótese diagnóstica.

O que significa um relatório de EEG que revela uma «hiperexcitabilidade cerebral generalizada»?Esse conceito está hoje ultrapassado edeve ser evitado. A regularidade ou irre-gularidade eléctrica de um exame tem,só por si, pouco significado específico.Há demasiadas influências externas,para além das limitações referidas aci-

ma, que impedem atribuir valor diag-nóstico a variações dispersas de ampli-tude e frequência do sinal registado.Citam-se, entre essas influências, a gli-cemia, o equilíbrio hormonal, a proximi-dade maior ou menor do sono prévio, atemperatura, as medicações em uso eos seus níveis de circulação, o grau deatenção ou relaxamento mental du-rante o exame, etc. Não se pode tambémesquecer que os artefactos técnicos po-dem simular anomalias gráficas e porvezes são difíceis de eliminar. Finalmen-te, deve referir-se que em crianças eadolescentes os padrões de normalida-de são diferentes do adulto, como, porexemplo, a resposta à activação provo-cada pela alcalose respiratória forçadana hiperpneia solicitada durante o exa-me5.

Quais são as formas de epilepsia em que o EEG é específico?Há várias. A mais vulgar é a epilepsiade ausências da infância que se mani-festa por interrupções momentâneas(poucos segundos de duração) da cons-

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Figura 1.

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ciência, por vezes com pestanejo ou au-tomatismos gestuais breves, sem que-da, com recuperação imediata, repetin-do-se várias vezes ao dia. Este síndro-mo é muito facilmente diagnosticadoem crianças na idade escolar (ciclo bá-sico ou primeiros anos do secundário)e o EEG é típico – em cada ausência,surgem complexos de ponta-onda, a 3Hz, síncronos, simétricos e generali-zados a todos os eléctrodos colocados(Figura 1).

Há também um síndromo bastantefrequente que ocorre em crianças umpouco mais velhas, podendo iniciar-seantes da puberdade, em que ocorremcrises durante o sono. São crises de iní-cio focal (a maior parte da vezes comcontracções de meia face ou sensaçõesestranhas na boca acompanhadas dedificuldade em falar) seguindo-se, masnão sempre, uma convulsão generali-zada. Um quadro destes configura osíndromo de epilepsia benigna da crian-ça com paroxismos centro-temporaisonde se detectam pontas nas derivaçõescentrais ou temporais (Figura 2) num

EEG realizado durante o sono. Esteselementos gráficos surgem por vezesmesmo com a criança acordada, assimcomo há casos em que não se consegueregistá-los mas que cursam como osoutros para uma cura espontânea aofim de poucos meses ou anos6.

Há outros síndromos em que os tra-çados de EEG muito ajudam aodiagnóstico. É o caso do Síndromo deWest que ocorre em bebés com menosde um ano, com crises (espasmos in-fantis) em que a criança se contrai emflexão, em salvas, e se verifica uma pa-ragem ou retrocesso do desenvolvi-mento psicomotor (deixa de sorrir ou dese sentar, por exemplo). O EEG queneste caso é considerado urgente apre-senta um padrão de «tempestade» e fal-ta de sincronização (hipsarritmia) queé típico.

Também, sobretudo no adulto, se po-dem encontrar focos de ondas lentaspersistentes que sugerem, de formamais ou menos significativa, que umaregião sofreu uma lesão e está disfun-cional. Todavia, o EEG não é o exame

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Figura 2.

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indicado para confirmar lesões e muitomenos para identificar a sua origem.Hoje, os exames de imagem cumpremessa tarefa com elevados graus de espe-cificidade e sensibilidade. É frequentesermos «surpreendidos» por um EEG«normal» sobre um grande glioma.

A fotossensibilidade, enquanto perturbação que explica crisesepilépticas desencadeadas pelos televisores e monitores de computadores, é detectada pelo EEG?Algumas pessoas são sensíveis a estí-mulos luminosos repetidos, apresen-tando facilmente, perante certos «fla-shes», convulsões generalizadas, prece-didas ou não de abalos mioclónicos, ede facto esse fenómeno pode ser detec-tado no EEG. Havendo casos de fotos-sensibilidade extrema que obrigam amedicação permanente, outros há emque basta tomar algumas precauçõespara evitar a repetição de crises: ver TVou usar computadores não muito per-to, não muito tempo, em ambiente nãomuito escuro e, sempre que possível,preferir monitores de 100 Hz ou LCD(«liquid cristal display»). Seja como for,de novo a clínica, mais do que o EEG,leva a recomendar que, por melhoresque sejam os monitores e por mais pre-cauções que se tome, deve ser presta-da a maior atenção às imagens visiona-das – padrões de luminosidade forte emciclos alternados – pelas pessoas fotos-sensíveis7. Por tal razão, a estimulaçãoluminosa intermitente (ELI) é uma pro-va de activação rotineira num EEG.

O EEG é útil à decisão quando sepretende descontinuar a medicaçãodepois de obtido o controlo dascrises?O valor prognóstico do EEG é contro-verso. Quando persistem anomaliasgráficas é difícil assumir a decisão de in-terrupção de medicamentos mas podehaver situações em que isso é possível.

No entanto, está suficientemente com-provado que os factores decisivos sãoessencialmente clínicos. A idade do iní-cio das crises, a existência ou não deanomalias estruturais do sistemanervoso central, o tipo de crises ou o sín-dromo epiléptico, a facilidade com quese obteve o controlo – tudo pesa, junta-mente com os resultados do EEG e otempo decorrido desde que o doenteestá sem crises8.

O EEG tem outras aplicações na epilepsia?O EEG é da maior utilidade para o refi-namento de localizações quando se se-lecciona um doente para a cirurgia, sejaatravés de eléctrodos no escalpe, sejaatravés de eléctrodos corticais coloca-dos junto ao cérebro antes da interven-ção cirúrgica propriamente dita. Alémdisso, têm sido desenvolvidas técnicasdigitais de mapeamento e de reconstru-ção espacial, por vezes integrando da-dos de EEG e de imagem que são muitoeficazes na identificação de focos epilep-togénicos.

Também a conjugação do EEG coma gravação videográfica do doente (ví-deo-EEG) se revela da maior utilidadepara estabelecer conexão entre as alte-rações eléctricas do encéfalo e as mani-festações clínicas, permitindo frequen-temente obter bases sólidas para distin-guir crises epilépticas de crises não epi-lépticas (sejam elas psicogénicas oudevidas a perturbações orgânicas deoutras origens).

O EEG só serve para apurar o diagnóstico clínico das epilepsias?É também utilizado com eficácia comocomplemento de diagnóstico na Doençade Creutzfeldt-Jakob, assim como navariante humana da encefalopatia es-pongiforme bovina visto que, nas doen-ças priónicas, existem sintomas (mio-clonias) que são explicados por activida-des eléctricas periódicas com traduçãono EEG9. A detecção de focos de activi-

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dade paroxística no lobo temporal podepôr na pista de uma encefalite herpéti-ca se as manifestações clínicas foremconsentâneas com essa hipótese diag-nóstica.

O EEG é igualmente útil no estudodo sono, em particular mas hipersóniasdiurnas e, associado ao registo de ou-tros sinais (movimentos, ECG, oxime-tria, fluxos ventilatórios, etc.) funcionacomo um auxiliar precioso na caracte-rização dos quadros de apneias do sonoe no diagnóstico de outras perturbaçõesintrínsecas do sono, como por exemplona narcolepsia.

Quais são as aplicações do EEG nocampo da investigação científica?O EEG é utilizado sobretudo na inves-tigação do sono e das influências denovos fármacos tanto no sono como naelectrogénese. Existem também estu-dos e já algumas aplicações sobre o usode métodos quantitativos para moni-torização electroencefalográfica de co-mas10 e de intervenções cirúrgicas comcirculação extracorporal. Também osestudos de demências têm sido direc-cionados para avaliações quantitativasseriadas11,12.

O EEG é um exame que tem utilidade no rastreio de doençasquando há sintomas de provávelcompromisso cerebral?O papel do EEG nesse campo é muitolimitado. O recorrer sistematicamentea um exame como este a propósito decefaleias13,14, dificuldades escolares ouatrasos intelectuais15, depressões ouansiedade, alterações de comportamen-to16, défices cognitivos ou motores, se-quelas de traumatismos cranianos17 oude infecções meníngeas é certamenteuma má prática se não houver outrasrazões associadas.

Uma perda de conhecimento não tes-temunhada e não explicada pode seruma boa razão para pedir um EEG,conquanto que se esteja ciente de que

um traçado normal nada acrescentaráàs conclusões. Nunca será demais cha-mar, por outro lado, a atenção para oconhecido «mandamento» da clínica:«não tratarás exames mas apenas doen-tes». O primado da anamnese, de novo,é a chave da questão.

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Endereço para correspondênciaRosalvo AlmeidaUnidade de Neurofisiologia ClínicaServiço de NeurologiaHospital S. Sebastião4520-211 Santa Maria da FeiraTelefone: 256 379 700Fax: 256 362 847E-mail: [email protected]

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