a31v47n2

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Trabajo cientifico

Citation preview

  • Rev Ass Med Brasil 2001; 47(2): 129-36 129

    NECROPSIA EM CRIANAS COM AIDS E DOENA PULMONAR

    AACOMETIMENTCOMETIMENTOO PULMONARPULMONAR EMEM CRIANASCRIANAS COMCOM AA SNDROMESNDROMEDDAA IMUNODEFICINCIAIMUNODEFICINCIA HUMANAHUMANA (A (AIDSIDS): ): ESTUDOESTUDO CLNICOCLNICO

    EE DEDE NECRPSIANECRPSIA DEDE 1414 CASOSCASOSI.T.R. YI.T.R. YPARRAGUIRREPARRAGUIRRE*, C.C. S*, C.C. SANTANT AANNANNA , V.G.S. L, V.G.S. L OPESOPES , K. M, K. M ADIADI

    Hospital Universitrio Antnio Pedro, Niteri e Instituto de Puericultura e Pediatria Martago Gesteira, Rio de Janeiro, RJ

    Artigo OriginalArtigo Original

    INTRODUO

    Praticamente, todos os rgos e siste-mas podem ser comprometidos na infecopelo vrus da imunodeficincia humana. Oenvolvimento pulmonar a manifestaomais freqente da sndrome, sendo respon-svel por dois teros dos sintomas apresen-tados por crianas menores de um ano deidade (Hauger, 1991). As pneumonias bac-terianas, geralmente, so recorrentes econstituem a principal causa de internao.As bactrias isoladas costumam ser as en-

    RESUMO OBJETIVOS. Descrever os aspectos clnicos, labora-toriais, radiolgicos e anatomopatolgicos encontrados em teci-dos pulmonares de necrpsias de crianas com Aids e acometi-mento pulmonar.

    MTODOS. Foram revisados, retrospectivamente, pronturios,radiografias simples de trax e laudos de necrpsias de 14 crianascom Aids e acometimento pulmonar.

    RESULTADOS. Oito casos eram do sexo masculino e seis dofeminino. As idades variaram de trs meses a nove anos, medianade 1,2, sendo nove deles menores de dois anos. A transmisso foivertical em 10 pacientes, dos quais cinco mes tinham histria decontaminao por relao heterossexual; trs, por hemotrans-fuso e em duas, ignorada. Pneumonia (n=8), candidase oral(n=8) e diarria (n=5) foram as doenas prvias mais referidas.Os sinais e sintomas observados internao foram febre (n=12),dispnia (n=10), tosse (n=11), linfoadenomegalia (n=11), hepatoe/ou esplenomegalia (n=10), desnutrio (n=9), palidez (n=8),

    cianose (n=5) e baqueteamento digital (n=2). Os achados radio-lgicos mais comuns foram infiltrados difusos (n=6) e con-densaes (n=5). As alteraes histolgicas pulmonares foramcompatveis com pneumonia pelo citomegalovrus (n=9), porbactrias (n=8), por Pneumocystis carinii (n=3), por Hystoplasmacapsulatum (n=1), por Toxoplasma gondii (n=1) e pneumoniaintersticial linfoctica (n=1). A associao CMV e bactria foiobservada em seis casos.

    CONCLUSES. Houve predomnio de menores de dois anos, detransmisso vertical, de quadro clnico inespecfico de doenapulmonar e de infiltrados e condensaes radiografia. Citome-galovrus e bactrias foram os agentes mais comuns, sendo fre-qente a sua associao. Pneumonia Intersticial Linfoctica ePneumonia pelo P. carinii no foram causas freqentes de doenaspulmonares.

    UNITERMOS: Pneumonia. Crianas. Aids. Necropsias.

    contradas em crianas da mesma faixa etriae sem imunodeficincia. Os indivduos in-fectados pelo HIV tambm esto mais pre-dispostos a pneumonias causadas por ou-tros germes, geralmente oportunistas, taiscomo protozorios, vrus, fungos e mico-bactrias (Bye, Cairns-Bazarin, Ewig,1994).

    Nos pases em desenvolvimento, a difi-culdade de acesso a mtodos diagnsticosinvasivos para investigao de acometimen-to pulmonar em pacientes com Aids, princi-palmente em crianas, faz com que, namaioria das vezes, a etiologia da doenapulmonar seja baseada no quadro clnico-radiolgico (Lambert, Nogueira, Abreu,

    *Correspondncia:*Correspondncia:Rua Santa Rosa, 134/702

    Cep: 24220-120 Niteri RJ

    1996). Nessas circunstncias, a realizaode necrpsia torna-se fundamental para oreconhecimento dos agentes causais maisprevalentes. Entretanto, a sua realizao limitada, principalmente na infncia, sendopoucos os estudos clnico-patolgicos de-senvolvidos em crianas (Moran et al. 1994).

    Em reviso bibliogrfica, em fontescomo MEDLINE e LILACS, no registramostrabalho brasileiro publicado sobre o estu-do clnico-patolgico de crianas com Aidse acometimento pulmonar. Este trabalho sejustifica como um esforo preliminar paraobteno de dados de uma populao decrianas internadas em hospitais universit-rios a fim de se reconhecer o perfil clnico-

  • Rev Ass Med Brasil 2001; 47(2): 129-36130

    YPARRAGUIRRE ITR ET AL.

    patolgico da Aids entre as crianas infec-tadas pelo HIV e com doena pulmonar denosso meio, contribuindo para o melhorconhecimento do acometimento pulmonarda Aids em crianas que evoluram para obito.

    MTODOS

    Estudo retrospectivo, descritivo de 14crianas com Aids e acometimento pulmo-nar, internadas em hospitais universitrioscomo o HUAP - UFF e o IPPMG - UFRJ queevoluram para o bito e foram submetidas necrpsia entre janeiro de 1989 e dezem-bro de 1996.

    Foi utilizado o processo de amostragemno probabilstica, tendo sido encontrados31 casos de crianas com Aids que foramsubmetidas necrpsia, 16 do HUAP e 15do IPPMG. Desse total, foram includos noestudo 14 casos (45,1%) com acometi-mento pulmonar, sendo 11 do HUAP e trsdo IPPMG

    Foi preenchido formulrio atravs dareviso de pronturios e de laudos denecrpsias. A anlise dos resultados foi feitaatravs de estatstica descritiva. Para as vari-veis discretas foram calculadas as distribui-es de freqncia e para as variveis con-tnuas, as medidas de tendncia central edisperso, segundo metodologia estatsti-ca clssica .

    RESULTADOS

    Os dados demogrficos e a forma detransmisso do HIV nas 14 crianas estuda-das encontram-se nas Tabelas 1 e 2, res-pectivamente.

    Quanto histria patolgica pregressade cada criana estudada, descrita no pron-turio, ocorreu pneumonia recorrente emoito; candidase oral em oito; diarria emcinco casos; tuberculose pulmonar emuma; febre em uma e sepse em uma. Houveconcomitncia de mais de uma doena no

    mesmo paciente em vrios casos.O estudo de sinais e sintomas mostrou

    que 12 crianas referiam febre; 11, tosse e10, desconforto respiratrio poca dainternao que levou ao bito. Havia maisde uma queixa numa mesma criana. Paraanlise do intervalo de confiana do tempode evoluo dessas variveis foram conside-rados somente os casos em que esse tempoera conhecido. Desta forma, para febreutilizou-se nove casos, para tosse, oito epara dispnia, sete. O nvel de significnciaconsiderado foi 0,05, com nvel de confian-a de 95%. Neste sentido, o tempo mdiode evoluo, em dias, da febre variou de38,3 17,4; de tosse, de 36 18,5 e dedispnia, de 15,6 7,9.

    Ao exame fsico internao, 11crianas apresentavam linfoadenome -galia generalizada; 10, hepatoespleno-megalia; nove, desnutrio protico-energtica; oito, palidez cutneo-mu-cosa; cinco, cianose; duas, baquetea-mento digital, ressaltando-se a ocorrncia

    de mais de um sinal numa mesma criana.O exame anatomopatolgico foi reali-

    zado em todos os casos (Tabela 3). A pneu-monia pelo CMV foi diagnosticada, histo-logia, em nove casos. Os pulmes dessespacientes apresentavam aspecto macrosc-pico em mosaico, consistncia uniforme-mente aumentada e crepitao diminuda,associado a espessamento septal, com pre-sena de linfcitos e plasmcitos; hiper-plasia do epitlio de revestimento alveolar,contendo clula aumentada de volume comincluso basoflica intranuclear, circundadapor halo claro e, por vezes, com granula-es grosseiras, tambm basoflicas, namembrana nuclear, conferindo aspecto deolho de coruja, conhecida como clulacitomeglica. Foram observadas tambmmembranas hialinas, revestindo luzes al-veolares, afluxo mononuclear em paredesbrnquicas e bronquiolares, hiperplasia doepitlio de revestimento de tais estruturas,contendo, em reas, clulas com as carac-tersticas da clula citomeglica.

    Tabela 1 Distribuio por idade, sexo e tipo de transmisso do HIV de 14 crianas comAids-Hospital Universitrio Antnio Pedro (Huap) e Instituto dePediatria e Puericultura Martago Gesteira (Ippmg), 1989-1996

    IDADE TIPOS DE TRANSMISSO TOTAL(em anos) Vertical Hemotransfuso Ignorado

    Masculino Feminino Masculino Feminino Masculino Feminino

  • Rev Ass Med Brasil 2001; 47(2): 129-36 131

    NECROPSIA EM CRIANAS COM AIDS E DOENA PULMONAR

    O achado de afluxo inflamatrio consti-tudo por polimorfonucleares neutrfilos,ocluindo parcialmente luzes alveolares, brn-quicas e bronquiolares; necrose de paredevascular e, por vezes, do tecido pulmonar,acrescido da presena de bactrias grampositivas ou negativas, permitiu o diagnsti-co de broncopneumonia em oito pacientes.

    O diagnstico de pneumonia pelo P.carinii foi estabelecido em trs casos peloexame microscpico de tecido pulmonarque evidenciou material eosinoflico, de as-pecto espumoso, contendo pontilhado ne-gro colorao pela H/E e pelo Grocott,com evidencia de microorganismos comcaractersticas morfolgicas de P. carinii.

    Em um caso, o estudo histolgico mos-trou espessamento septal e afluxo de mo-nonucleares, associado inmeros linf-citos aglomerados, compondo ndulos noparnquima pulmonar, permitindo a formu-lao do diagnstico de Pneumonia Inters-ticial Linfoctica.

    Em um caso havia espessamento septalcom celularidade aumentada por afluxolinfo-plasmocitrio e presena de diminutasformas arredondadas, em meio fibrina,nas luzes alveolares, com caractersticas deH. capsulatum, confirmadas pela coloraopela prata.

    Em um caso foi observado espessa-mento septal com afluxo linfo-plasmoci-trio, algumas clulas de revestimento al-veolar aumentadas de volume, com mem-brana celular espessada e com inmerosmicroorganismos no seu interior. A colora-o pela prata metanamina mostrou carac-tersticas morfolgicas do pseudocisto do T .gondii.

    Em nove casos foram encontrados maisde um patgeno ao exame histopatolgicodos tecidos pulmonares analisados, sendoque em seis estavam associados CMV ebactria e em trs, CMV e Pneumonia peloP. carinii.

    Os dados clnicos, radiogrficos, gaso-

    mtricos e histopa-tolgicos de todosos pacientes analisa-dos esto listados naTabela 4.

    DISCUSSO

    Uma vez que aAids foi reconhecidarelativamente h pou-co tempo, os estudos histopatolgicos tmcontribudo para o melhor conhecimentoda sua fisiopatologia e, conseqentemente,para implementao de medidas profilticase teraputicas, visando melhorar a sobre-vida dos pacientes. Johann-Liang, Cervia &Noel (1997), em Nova Iorque, realizaramestudo retrospectivo de 58 bitos de crian-as infectadas pelo HIV entre 1990 e 1996.As crianas infectadas pelo HIV, falecidas em1996, eram mais velhas, linfopnicas, ti-nham maior tendncia a envolvimento demais de um rgo e a ter recebido terapiaantiretroviral e antimicrobiana do que as de1990. No grupo de 1996, nenhuma crianafaleceu por pneumonia pelo P. carinii e asinfeces oportunsticas que mais comu-mente estiveram associadas ao bito foramM. avium-intracellulare e Pseudomonasaeruginosa. Tais resultados demonstram osavanos na terapia antiretroviral e a eficciada profilaxia para as infeces oportuns-ticas, especialmente a pneumonia pelo P.carinii. No presente estudo, por ser consti-tudo de populao originria de perodos ede duas instituies universitrias diferen-tes, no foi possvel tal anlise.

    De acordo com dados de reviso decasos de Aids em crianas notificados aoCDC, at 1996, a idade do diagnstico deinfeco pelo HIV do grupo com transmis-so vertical foi por volta dos 18 meses deidade, com aproximadamente 80% do totaldos casos diagnosticados antes dos cincoanos (Centers for Disease Control and

    Prevention, 1996). No Rio de Janeiro, atabril de 1998, 63% dos casos notificados deAids peditrica, independentemente do tipode transmisso, ocorreram nessa mesmafaixa etria (Boletim DST/Aids, 1998). Nos-sa amostra constituiu-se de crianas comfaixa etria mais baixa, sendo nove (64,4%)delas, menores de dois anos de idade.

    As crianas infectadas pelo HIV por viavertical apresentam curso clnico bimodal,com a maior parte delas evoluindo de formalenta. Apenas 15% evoluem rapidamente,falecendo durante os dois primeiros anosde vida (Courpotin, 1997). No presenteestudo, cuja maioria dos casos tinha trans-misso vertical, a faixa etria mais acometidafoi a de menores de dois anos de idade.Nossos resultados coincidem com outrosestudos de necrpsias e bipsias em crian-as com infeco pelo HIV/Aids (Reik, Ro-driguez & Hensley, 1995; Joshi et al.,1986), refletindo, provavelmente, o grupode curso clnico mais rpido, cujo incio dossintomas precoce e de pior prognstico.

    Nossos resultados no mostraram dife-rena de gnero entre os pacientes, se-melhana da literatura (Parks, 1996; Bole-tim DST/Aids, 1998), embora os estudosanatomoclnicos de Moran et al. (1994),Reik, Rodriguez & Hensley (1995), Joshi etal. (1986), tenham encontrado predomniodo sexo masculino.

    Estudos anatomoclnicos em pacientesHIV positivos tm mostrado que o quadroclnico pulmonar costuma ser inespecfico,

    Tabela 3 Achados histopatolgicos das necrpsias de 14crianas com Aids-Hospital Universitrio Antnio Pedro

    (Huap) e Instituto de Puericultura e PediatriaMartago Gesteira (Ippmg), 1989-1996

    Pneumonia pelo Cmv 9Broncopneumonia 8Pneumonia pelo P. Carinii 3Pneumonia Intersticial Linfoctica 1Pneumonia pelo T. Gondii 1Pneumonia pelo H. Capsulatum 1

  • Rev Ass Med Brasil 2001; 47(2): 129-36132

    YPARRAGUIRRE ITR ET AL.

    Tabela 4 Achados clnico-patolgicos de 14 crianas com Aids-Hospital Universitrio Antnio Pedro (Huap)e Instituto de Pediatria e Puericultura Martago Gesteira (Ippmg), 1989-1996

    Caso Nmero de Idade Transmisso Sinais Gasometria RX Tratamento HistopatologiaNecrpsia Clnicos (padro)

    1* A89/89 9 anos Ignorada tosse,febre, normal condensao ABT, SMZ/ PNM bacteriana eDPC TMP, ANF B PMN CMV

    2* A 84/91 7 anos Hemo tosse, dispnia, hipxia infiltrado SMZ/TMP PNM bacteriana etransfuso febre, DPC PMN intersticial

    3* A 46/95 3 meses Ignorada tosse, dispnia, ignorada ignorado ABT, SMZ/ PNM pelo CMV efebre, cianose TMP, ANF.B, PNEUMONIA

    Amantadina, VM PELO P. CARINII4 F 91-16 3 meses vertical dispnia, hipxia condensao VM PNM pelo CMV e

    cianose PELO P. CARINNI5 F 93-95 5 meses vertical tosse, dispnia, hipxia infiltrado ABT, ANF.B, PNM pelo CMV6 F 95-147 2 anos vertical tosse, cianose hipxia condensao e ABT, SMZ/ PNM pelo CMV e

    dispnia, febre infiltrado TMP, RIP PNM e bacterianaDPC

    7 F 96-160 9 meses vertical tosse, febre hipxia infiltrado e ABT, SMZ/ PNM bacterianaDPC atelectasia TMP, Ganciclovir

    8 F 91-04 5 meses vertical tosse, disonia, ignorado ignorado ABT, ANF.B PNM pelo CMV efebre, DPC por Gram negativo

    9 F 95-215 3 meses vertical tosse, dispnia, normal infiltrado ABT,SMZ/ PNM pelo CMV efebre TMP,VM por Gram negativo

    10 F 95-175 9 anos vertical tosse, febre, ignorada ignorado ABT PMN pelo T. gondii eDPC PNEUMONIA

    INTERSTICIALLINFOCTICA

    11 F 96-09 6 anos vertical tosse, febre normal ignorado ABT, SMZ/ PMN pelo H.TMP, RIP copsulatum

    12 F 90-247 7 anos vertical tosse, dispnia, ignorada condensao e ABT, RIP PMN pelo CMV efebre, cianose, alargamento PNM bacteriana

    DPC mediastinal13 F 94-178 1 ano ignorada dispnia, hipxia condensao ABT, Ganciclovir PMN por Gram

    7m febre, DPC negativo14 F 96-11 3 meses vertical dispnia, hipxia infiltrado ABT, SMZ/ PNM pelo CMV e

    cianose TMP, ANF.B, PNEUMONIAGanciclovir, VM PELO P. CARINII

    * Casos do IPPMG** SIGLAS: DPC - desnutrio proteico-calrica SMZ/TMP - sulfametoxazol - trimetoprim ABT - antibioticoterapiaANF.B - anfotericina B PMN - pneumonia CMV - citomegalovirus VM - ventilao mecnicaPPC - pneumonia pelo P. carinii PIL - pneumonia intersticial linfoctica

  • Rev Ass Med Brasil 2001; 47(2): 129-36 133

    NECROPSIA EM CRIANAS COM AIDS E DOENA PULMONAR

    predominando febre, dispnia e tosse(Marchevsky et al., 1985).

    Em crianas HIV positivas, tem sido ob-servado que a pneumonia pelo P. carinii ainfeco pulmonar oportunstica mais fre-qente (Cunningham, Crain & Bernstein,1991). Esses pacientes tambm so susce-tveis a infeces bacterianas, cujos mi-croorganismos encontrados so os habi-tuais, como o pneumococo e o Haemo-phylus influenzae (Rubinstein, Morecki &Goldman, 1988). Outra doena geralmen-te observada nos pulmes de crianas, eraramente em adultos infectados pelo HIV, a Pneumonia Intersticial Linfoctica (Cun-ningham, Crain & Bernstein, 1991; Pitt,1991).

    A faixa etria mais acometida pela Pneu-monia Intersticial Linfoctica de crianasacima de dois anos de idade. comum oachado de baqueteamento digital, aumentode partidas, linfadenomegalia, hepatoes-plenomegalia e alteraes radiogrficas cr-nicas do tipo infiltrado difuso, com hipxia ehipergamaglobulinemia (Parks, 1996; Hau-ger, 1991; Pitt, 1991). Foi encontrado so-mente um caso de Pneumonia IntersticialLinfoctica em nossa amostra. Este fato po-deria ser explicado pelo predomnio da faixaetria menor que dois anos em nossa popu-lao, poca em que a Pneumonia Inters-ticial Linfoctica incide pouco. O nosso ni-co caso correspondeu a criana de noveanos de idade, que apresentava, ao examefsico da internao, baqueteamento digital,linfadenomegalia e hepatoesplenomegalia,no tendo sido descritos aumento de par-tida, nem realizao de gasometria, de do-sagem srica de IgG ou de radiografia detrax. histopatologia, encontrou-se asso-ciao pneumonia por T . gondii.

    A idade de maior acometimento dapneumonia pelo P. carinii entre trs e seismeses de idade e comum a hipoxemia e aelevao dos nveis sricos de LDH (Hau-ger, 1991). Em nosso estudo, foram identi-

    ficados trs casos de pneumonia pelo P.carinii histopatologia, em crianas meno-res de seis meses. A dosagem srica deLDH foi relatada em um desses casos, comvalores dentro da normalidade. Nesse mes-mo paciente, foi identificado P. carinii emsecreo de aspirado traqueal. Nos trscasos tambm foi identificado CMV histo-patologia.

    Embora existam relatos de pneumoniapelo P. carinii e Pneumonia Intersticial Lin-foctica ocorrendo simultaneamente, namaioria dos casos a Pneumonia IntersticialLinfoctica oferece alguma proteo contrapneumonia pelo P. carinii, sendo rara a suaconcomitncia como causa de pneumoniaem crianas com Aids (Cunningham, Crain& Bernstein, 1991; Pitt, 1991). Prosper etal. (1995), observaram linfopenia CD4 gra-ve associada resoluo completa dosachados radiogrficos de Pneumonia Inters-ticial Linfoctica em cinco de 12 crianasinfectadas pelo HIV. A resoluo da Pneu-monia Intersticial Linfoctica poderia ser aprimeira indicao de supresso imune gra-ve, um alerta quanto ao risco aumentadopara infeces oportunsticas e um mausinal prognstico para crianas infectadaspelo HIV.

    No caso de pneumonia bacteriana, oseu diagnstico presuntivo baseia-se napresena de sinais e sintomas respiratriosde incio agudo, radiografia de trax cominfiltrados lobares e hemograma com leu-cocitose (Hauger, 1991). Em nossa amos-tra, os oito casos de broncopneumonia necrpsia estavam associados a outrosagentes etiolgicos no bacterianos, dificul-tando a correlao entre os achados clnico-laboratoriais e o etiolgico.

    Em nossa reviso bibliogrfica no en-contramos relato de faixa etria de maioracometimento de pneumonia pelo CMV.Pacientes com essa doena apresentamhipoxemia, radiografia simples de traxcom padro intersticial difuso e, ocasional-

    mente, infiltrados lobares. Os casos de in-feco pulmonar pelo CMV geralmente es-to associados a pneumonia pelo P. carinii,e a sua confirmao diagnstica s pode serfeita por estudo histopatlogico de tecidopulmonar (Cunningham, Crain & Bernstein,1991). Exames sorolgicos usados para di-agnosticar citomegalovirose podem serpouco teis, j que a presena de anti-corpos especficos para o CMV indica infec-o, e, no necessariamente doena(Chadwick, 1997). As hemoculturas somais sensveis e especficas (Kitchen et al.,1997). Tem sido relatado tambm elevaode nveis sricos de LDH em pacientes compneumonia pelo CMV (Waxman et al.,1997).

    O CMV freqentemente encontradoem secrees respiratrias de crianas comAids, em associao ao P. carinii. Mesmosem terapia especfica para o CMV nessescasos, os pacientes evoluem sem agrava-mento do seu quadro clnico. Alm disso,esse vrus isolado de secrees pulmona-res obtidas durante broncoscopia de crian-as HIV positivas, com contagens baixas deCD4, sem sintomas respiratrios (Kitchenet al., 1997). Trabalhos tm evidenciadodoena citomeglica em pulmes, geral-mente sem sintomas gerais sugestivos dedoena pelo CMV (Chadwick, 1997). Porisso, questiona-se a ao patognica doCMV em pacientes com Aids e comprome-timento pulmonar.

    Em nossa amostra, nove pacientesapresentavam achados histopatolgicos depneumonia pelo CMV, porm em apenasum deles o CMV foi encontrado isolada-mente. Este era um lactente de cinco mesesde idade, cuja evoluo da doena respira-tria foi aguda com tosse, febre e dispnia.O hemograma apresentava anemia e leu-copenia, as sorologias foram negativas, gasometria observou-se hipxia e radio-grafia simples de trax, infiltrado bilateral.Na maioria dos casos de diagnstico histo-

  • Rev Ass Med Brasil 2001; 47(2): 129-36134

    YPARRAGUIRRE ITR ET AL.

    patolgico de pneumonia pelo CMV, nofoi observada correlao com os resultadosda sorologia, exceto no caso 5, em que aIgM para CMV foi positiva. Em um caso, noqual observou-se tambm broncopneu-monia, a LDH se encontrava elevada.

    Em crianas infectadas pelo HIV h pou-cos dados disponveis sobre a infeco peloM. tuberculosis (Lambert, Nogueira &Abreu, 1996). Enquanto altas taxas de infec-o pelo HIV so relatadas em crianas comtuberculose em alguns pases, estudos clni-cos e de necrpsias de crianas HIV positi-vas tm mostrado que a co-associao comtuberculose no comum (De Cock et al.,1996). No presente estudo no houve ca-sos desta associao.

    Estudos de necrpsias mais recentestm sido diferentes daqueles da dcadapassada. Infeces fngicas, virais, bacte-rianas e por micobactrias tm sido maiscomuns do que pneumonia pelo P. carinii ePneumonia Intersticial Linfoctica, provavel-mente devido maior difuso da profilaxiapara pneumonia pelo P. carinii, assim comoda sua terapia emprica precoce, na maioriados pacientes infectados pelo HIV com aco-metimento pulmonar. Em relao Pneu-monia Intersticial Linfoctica, o tratamentoprecoce da criana HIV positiva com anti-retrovirais pode estar sendo o responsvelpela queda em sua ocorrncia entre ospacientes infectados pelo HIV (Drut, 1997;Johann-Liang, Cervia & Noel, 1997; Masiniet al., 1994; Moran et al., 1994; Reik,Rodriguez & Hensley, 1995; Joshi et al.,1986; Marchevsky et al., 1985 ). No pre-sente trabalho, por falta do diagnstico dainfeco pelo HIV antes da internao estu-dada, poucos foram os casos que recebe-ram profilaxia para pneumonia pelo P.carinii e/ ou drogas antiretrovirais Dessestrabalhos anatomoclnicos, o mais recente ecom populao de pases latino-america-nos, como a nossa, foi o de Drut et al.(1997) que analisaram laudos de necrpsias

    completas, cujo rgo mais acometido foi opulmo, encontrando, com maior freqn-cia, Candida sp. e P. carinii. seguidos pelasinfeces virais, com predomnio do CMV.Joshi et al. (1986) obtiveram resultadossemelhantes aos nossos, sendo o CMV e asbactrias, os agentes mais identificados aoexame anatomopatolgico do pulmo decrianas com Aids. Em outros estudos asbactrias foram os agentes etiolgicos maiscomuns das pneumonias, ocorrendo emaproximadamente 50% dos casos (Moranet al., 1994 e Reik, Rodriguez e Hens-ley,1995).

    Vrios microorganismos tm sido isola-dos a partir de fragmentos de pulmo decrianas com Aids, limitando qualquer ten-tativa de correlacionar a apresentao clni-ca com um agente etiolgico especfico. Apneumonia pelo P. carinii, principalmente,tem sido descrita associada a outros pat-genos, principalmente ao CMV (Chadwick,1997). Glatman-Freedman et al. (1998),relataram trs casos incomuns de crianascom Aids infectadas simultaneamente comP. carinii e Streptococcus pneumoniae. Acoexistncia de outros patgenos compneumonia pelo P. carinii to comum queMiller & Walker (1996) sugerem que, mes-mo nos casos em que a pneumonia pelo P.carinii o nico diagnstico estabelecidopor mtodos no invasivos, a investigaodiagnstica no deve ser considerada com-pleta caso no haja resposta clnica terapiaespecfica. At 25% dos pacientes, comsuspeita clnica de pneumonia pelo P. cariniiapresentam um outro diagnstico e aproxi-madamente 18% dos pacientes com AIDSe pneumonia pelo P. carinii comprovada broncoscopia, tm uma segunda infecocoexistente tratvel. Em nosso estudo foifreqente a associao de microorganismos histopatologia pulmonar, sendo a associa-o do CMV e bactrias, a mais encontrada.A pneumonia pelo P. carinii foi detectadaem trs pacientes e em todos eles estava

    associada ao CMV. O isolamento de maisde um organismo no possibilitou a identifi-cao de um determinado patgeno comoresponsvel pelo quadro clnico apresenta-do pelo paciente. No entanto, a freqnciacom que achados histopatolgicos dedoena pulmonar pelo CMV foram obser-vados, deve levantar a suspeita dessa etio-logia nos quadros de pneumonia em crian-as com Aids acompanhadas nos serviosenvolvidos.

    semelhana de Moran et al. (1994),no presente estudo, em todos os casos,havia uma causa passvel de tratamento noreconhecida durante a internao, apontan-do para a valorizao de estudos histol-gicos em pacientes HIV positivos, nos quaisa alta freqncia de acometimento pulmo-nar, assim como a dificuldade em identificaro agente etiolgico das pneumonias limitamo seu tratamento. Dessa forma, pelo acha-do freqente de CMV em nosso estudo, epela administrao pouco difundida de tera-pia especfica para tal patgeno na popula-o com doena pulmonar e Aids, ficaria asugesto de se valorizar a pneumonia poresse vrus em nosso meio, e as conseqen-tes providncias teraputicas oportunas.

    CONCLUSES

    1) O perfil das crianas com Aids analisadasneste estudo foi caracterizado predominan-temente por: faixa etria menor que cinco anos, trans-misso vertical do HIV, quadro clnico cons-titudo de tosse, febre e dispnia e examefsico de internao com desnutrio pro-tico-energtica, linfonodomegalia e hepa-toesplenomegalia; anemia e hipxia; padres radiolgicos tipo infiltrado econdensao; alteraes pulmonares sugestivas depneumonia viral ao exame anatomopato-lgico;

  • Rev Ass Med Brasil 2001; 47(2): 129-36 135

    NECROPSIA EM CRIANAS COM AIDS E DOENA PULMONAR

    2) O CMV, e a seguir bactrias, foram osagentes etiolgicos mais freqentes dasdoenas pulmonares;3) A ocorrncia de mltiplos patgenos foium achado relevante ao exame histopa-tolgico de fragmentos pulmonares, re-ssaltando-se a associao do CMV combactrias;4) Pneumonia Intersticial Linfoctica e pneu-monia pelo P. carinii no foram causas co-muns de doenas pulmonares, contrastan-do com os dados da literatura.

    SUMMARY

    NECROSCOPIC STUDY OF 14 CHILDRENWITH AIDS AND PNEUMONIA

    BACKGROUND. To describe clinical, labo-ratorial, radiological, and histopatho logicallung findings from necroscopy of aideticchildren with pulmonary disease.

    MATERIAL AND METHODS . Fourteen chil-dren admitted at the Hospital UniversitrioAntnio Pedro - Universidade Federal Flu-minense, Niteri, RJ, and Instituto de Pue-ricultura e Pediatria Martago Gesteira -Universidade Federal do Rio de Janeiro, Riode Janeiro, RJ, between 1989 and 1996,were revised in a retrospective survey.

    RESULTS. Eight were males (57%). Themedian age was 1.2 years old (from threemonths to nine years). Nine children(64.4%) w ere younger than 24 months o ld.The HIV transmission w as vertical in 10(71%) children. In these cases, five motherswere contaminated from heterosexual rela-tions. Pneumonia (n=8), oral candidiasis(n=8), and diarrhea (n=5) were the mostcommon previous conditions. The mostfrequent signs and symptoms on admissionwere fever (n=12), respiratory distress(n=10), cough (n=10), peripheral lympha-denopathy (n=11), hepatomegaly and/orsplenomegaly (n=10), and malnutrition(n=9). The chest x-rays findings were con-densation (n=5) and diffuse infiltrates

    (n=6) patterns. The microscopic lung cha-racteristics were compatibles with pneu-monia by cytomegalovirus (CMV) (n=9),bacteria (n=8), Pneumocystis carinii (n=3),Toxoplasma gondii (n=1), Hystoplasmacapsulatum (n=1) and Lymphocytic inters-titial pneumonia (n=1). The associationbetween CMV and bacteria w as observedin six cases.

    CONCLUSIONS. Age less than two yearso ld, vertical transmission, inespecific clinicalpresentation of pneumonia, and infiltratesand condensation patterns at the x-raysw ere the predominant characteristics . Cy-tomegalovirus and bacteria were the mostcommon etiologic agents, being their asso-ciation frequent. Lymphocytic interstitialpneumonia and pneumonia by P. cariniiwere not common causes of pulmonarydisease. [Rev Ass Med Brasil 2001; 47(2):129-36]

    KEY WORDS: Autopsy. Lung. Children. Aids.Necroscopy.

    AGRADECIMENTOS

    Ao Departamento de Doenas Infecciosas doInstituto de Puericultura e Pediatria MartagoGesteira da Universidade Federal do Rio de Janei-ro, em especial Dra Thalita Fernandes de Abreue ao Dr. Adauto Dutra Moraes Barbosa, professorda Universidade Federal Fluminense.

    REFERNCIAS

    1. Hauger SH. Approach to the pediatric patientwith HIV infection and pulmonary symptoms. JPediatr 1991; 119: 25-33.

    2. Bye MR, Cairns-Bazarian AM, Ewig JF. Mar-kedly reduced mortality associated with corti-costeroid therapy of Pneumocystis cariniipneumonia in children with acquired immu-nodeficiency syndrome. Arch Pediatr AdolescMed 1994; 148: 638-41.

    3. Lambert JS, Nogueira SA, Abreu TF (Edit.).Manual para o acompanhamento da crianainfectada pelo HIV .. Rio de Janeiro: FogartyFoundation, UFRJ, Instituto de Puericultura ePediatria Martago Gesteira, 1996.

    4. Moran CA, Suster S, Pavlova Z, Mullick FG,Koss MN. The spectrum of pathological chan-

    ges in the lung in children with acquired immu-nodeficiency syndrome: an autopsy study of 36cases. Hum Pathol 1994; 2: 877-82,.

    5. Johann-Liang R, Cervia JS, Noel GJ. Charac-teristics of human immunodeficiency virus-infected children at the time of death: anexperience in the 1990s. Pediatr Infect Dis J1997; 16:1145-50,.

    6. Centers for Disease of Control. AIDS amongchildren - United States, 1996. Morb. Mortal.Wkly Rep. [online]. v. 45, n. 46, p. 1005-1010,1996. [06/07/97]. Disponvel na Internet.

    7. Boletim DST/AIDS. [online]. Braslia: Minis-trio da Sade, Programa Nacional de DST/AIDS, n. 3, 1998. [19/12/98]. Disponvel naInternet:

    8. Courpotin C. HIV infection in children: whatsnew in 1996. Place of pulmonary complica-tions. Pediatr Pulmonol 1997; 16: 190-191.

    9. Reik RA, Rodriguez MM, Hensley, GT. Infec-tions in children with Human Immunodefi-ciency Virus/Acquired Immnodefficiency Syn-drome: an autopsy study of 30 cases in SouthFlorida, 1990-1993. Pediatr Pathol Lab Med1995; 15: 269-281.

    10. Joshi VV, Oleske JM, Saad S et al. Pathology ofopportunistic infections in children with acqui-red immunodeficiency syndrome. Pediatr Pa-thol 1986; 6:145-50,.

    11. Parks W. Human immunodeficiency virus. In:Nelson, W. E., eds. Nelson textbook of Pe-diatrics, 15th ed. Philadelphia, PEN. W. B.Saunders, 1996; 916-919.

    12. Miller KD, Walker RE. A practical approach fordiagnosing AIDS- associated pulmonary disea-se. The AIDS Reader. [online]. v. 6, n. 2, p. 58-65, 71, 1996. [06/07/97]. Disponvel na Inter-net:

    13. Marchevsky A, Rosen MJ, Chrystal G, Kleiner-man J. Pulmonary complications of the acqui-red immunodeficiency syndrome: a clinicopa-thologic study of 70 cases. Hum Pathol 1985;16: 659-670.

    14. Cunningham SJ, Crain EF, Bernstein LJ. Evalua-ting the HIV-infected child with pulmonarysigns and symptoms. Pediatr Em Care 1991;7:32-37.

    15. Rubinstein A, Morecki R , Goldman H. Pul-monary disease in infants and children. ClinChest Med 1988; 9: 507-17.

    16. Pitt, J. Lymphocytic intersticial pneumonia.Pediatr Clin North Am1991; 38: 89-95.

    17. Kitchen BJ, Engler HD, Gill VJ et al. Cytome-galovirus infection in children with humanimmunodeficiency virus infection. Pediatr. In-fect Dis J 1997;16: 358-363.

    18. Chadwick EG. Cytomegalovirus pneumonitisin children with AIDS. Pediatr Pulmonol1997;16:197-198.

    19. Prosper M, Omene JA, Ledlie S, Odita JC.Clinical significance of resolution of chest X-ray

  • Rev Ass Med Brasil 2001; 47(2): 129-36136

    YPARRAGUIRRE ITR ET AL.

    findings in HIV-infected children with lym-phocytic intersticial pneumonitis (LIP). PediatrRadiol 1995; 25: 243-246.

    20. Waxman AB, Goldie SJ, Brett-Smith H, Mat-thay RA. Cytomegalovirus as a primary pul-monary pathogen in AIDS. Chest 1997;11:128-134.

    21. De Cock KM, Binkin NJ, Zuber PLF, Tappero

    JW, Castro KG. Research issues involving HIV-associated tuberculosis in resource-poorcountries. JAMA 1996; 276: 1502-1507.

    22. Drut R, Anderson V, Greco MA, Gutirrez C,Leon-Bojorge B et al. Opportunistic infectionsin pediatric HIV infection: a study of 74 autopsycases from Latin America. Pediatr Pathol LabMed 1997; 17: 569-576.

    23. Masini T, Chinaglia D, Ghidoni P, Gullota F.Autoptic findings in HIV-1 positive children.Klin Pdiatr 1994; 206: 45-49.

    24. Glatman-Freedman A, Ewig JM, Dobroszicki J,Mitsudo S, Glaser JH. Simultaneous Pneu-mocystis carinii and pneumococal pneumoniain human immunodeficiency virus-infectedchildren. J Pediatr 1998;132: 169-171.

    Dila Chafariz Galeria Jacques Ardies Tel.: (11) 3884-2916

    Arte BrasileiraArte Brasileira