AAF_LegislaçãoTributaria_Aula01e02_EdvaldoNilo

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!#"Contato direto com o professor para soluo de eventuais dvidas: www.facebook.com/edvaldonilo Doutorando em Direito Constitucional, Mestre em Direito Constitucional pelo IDP (sob a orientao do Minis- tro Gilmar Mendes), Procurador do Distrito Federal, Ps-Graduado em Direito Tributrio pelo Instituto Brasi- leiro de Estudos Tributrios (IBET), Ps-Graduado em Direito Tributrio pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), Ps-Graduado em Planejamento Tributrio pela Faculdade de Tecnologia Empresarial e aprovado nos seguintes concursos e selees pblicas: Procurador do Distrito Federal (ESAF), Procurador do Municpio de Recife (FCC), Ministrio Pblico de Contas do Mato Grosso (FMP/RS), Procurador do Municpio de Belo Ho- rizonte (FUNDEP/UFMG), Tcnico de Nvel Superior do Ministrio da Sade (CESPE/UNB), Tcnico de N- vel Superior do Ministrio das Comunicaes (CESPE/UNB), Tcnico de Nvel Superior do Ministrio do Tu- rismo (ESAF), Professor Substituto de tica Geral e Profissional da Faculdade de Direito da Universidade Fe- deral da Bahia (UFBA), Professor de Direito Tributrio do Centro Universitrio da Bahia (CUB/FIB), Mestrado em Direito Constitucional do Instituto Brasiliense de Direito Pblico (IDP) e Doutorado em Direito da Univer- sidade de Braslia (UNB).Vencedor dos seguintes prmios jurdicos: Prmio Luiz Tarqunio da Fundao Or- lando Gomes no ano de 2002; Prmio Ministro Carlos Coqueijo Costa da AMATRA (Associao de Magistra- dos Trabalhistas), EMATRA (Escola de Magistrados Trabalhistas) e ABAT (Associao Bahiana dos Advoga- dos Trabalhistas) no ano de 2003 e Prmio Lus Eduardo Magalhes da Assembleia Legislativa do Estado da Bahia no ano de 2004. Referncias Bibliogrficas para o concurso do Professor: (1) Direito Tributrio: 1060 Questes do FCC. Salvador: Juspodivm, 2012, 350 pginas. (2) Direito Tributrio: Sistema Constitucional Tributrio e Cdigo Tributrio Nacional. 2. ed. Salvador: Juspodivm, 2012, 422 pginas. (3) Direito Tributrio: 3001 Questes da ESAF. Salvador: Juspodivm, 2012, 610 pginas. (4) Direito Tributrio: 1046 Questes do CESPE. Salvador: Juspodivm, 2012, 368 pginas. (5) Direito Tributrio: Tributos em Espcie, Simples Nacional e Crimes Tributrios. 2. ed., Salvador: Juspodivm, 2012, 368 pginas. Imposto sobre Produtos Industrializados. Princpios constitucionais aplicveis. Seletividade. Nocumulatividade. Imunidades. Bens de capital. Fato gerador (incidncia). Industrializao. Conceito Industrializados. Caractersticas e modalidades de industrializao. IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS 1.1 Fonte legalO imposto sobre produtos industrializados (IPI) um tributo de competncia da Unio e as normas relevantes que estabelecem o regramento jurdico importante sobre o IPI para o nosso concurso so: Art. 153, IV, 3, incs. I a IV;Arts. 46 a 51 do CTN; Lei 4.502/1964; Decreto 7.212/2010 (Regulamento do IPI-RIPI). Assim, hoje passamos a estudar os principais pontos do IPI para a prova do dia 16 de setembro. 1.2 Princpios constitucionais Os princpios constitucionais so normas jurdicas que balizam a competncia tributria. Desse modo, a norma jurdica o gnero do qual se diversificam, como espcies, as regras e os princpios jurdicos. Dentre os ltimos esto compreendidos os princpios constitucionais tributrios dispostos no texto constitucional e que se aplicam normalmente ao IPI, tais como legalidade, irretroatividade, carncia tributria (anterioridade nonagesimal), igualdade (seletividade), capacidade contributiva, no-confisco, uniformidade geogrfica, territorialidade das leis e no-cumulatividade. Porm, as particularidades relevantes para a nosso prova de Legislao Tributria so as que se seguem: 1.2.1 Princpio da Legalidade O IPI deve ser ou aumentado Unio. Ou seja, o IPI pode ser institudo por ordinria ou medida provisria (MP), que tem fora de lei ordinria. institudo por lei da leiPorm, facultado Poder Executivo alterar as alquotas do IPI, desde que atendidas as condies e os limites estabelecidos em lei (art. 153, 1, CF). Na interpretao dessa norma pelo STF, o Poder Executivo significa rgo integrante do Poder Executivo da Unio. Em outras palavras, no competncia privativa do Presidente da Repblica, podendo a faculdade atri- buda, por exemplo, ao Ministro da Fazenda. Ademais, ressalta-se que a competncia no somente para majorar ou aumentar, mas tambm para minorar ou diminuir, pois o texto constitucional fala em alterar. Nesse sentido, o art. 4 do Decreto-lei n 1.199/1971 ainda plenamente vigente, estabelece que o Poder Executivo, em relao ao IPI, quando se torne necessrio atingir os objetivos da poltica econmica governamental, mantida a seletividade em funo da essencialidade do produto, ou, ainda, para corrigir distores , fica autorizado a: reduzir alquotas at 0 (zero); majorar alquotas, acrescentando at 30 (trinta) unidades ao percentual de incidncia fixado na lei. Decerto, em razo desse dispositivo, o candidato deve ficar atento que h um limite de aumento em at 30% em relao alquota disposta em lei, bem como autorizao para reduo do percentual para alquota ze-ro . Por fim, registra-se que no foi recepcionado pela Constituio Federal o art. 4, III, do Decreto-lei n 1.199/1971, que autoriza o Poder Executivo a alterar a base de clculo do IPI em relao a determinados produtos, podendo, para esse fim, fixar-lhes valor tributvel mnimo. Isto , segundo o texto constitucional atual, apenas possvel alterar a base de clculo por meio delei ou medida provisria, que tem fora de lei ordinria. Logo, a base de clculo dos tributos segue estritamente o princpio da legalidade tributria, segundo interpretao amplamente majoritria dos estudiosos do Direito Tributrio e tambm interpretao do STJ. Conforme chamamos ateno, por exemplo, em quadro de destaque no nosso livro ( Direito Tributrio: Sistema Constitucional Tributrio e Cdigo Tributrio Nacional , Editora Juspodivm, 2 edio, 2012, p. 42): De acordo com a interpretao predominante da CF/88, a fixao da base de clculo deve sempre ser estabelecida por meio de lei, sem qualquer tipo de exceo. Decerto, no foram recepcionados pela CF os arts. 21, 26 e 65 do CTN, no que estabelecem sobre a competncia do Poder Executivo de alterar as bases de clculo do imposto sobre importao (II), do imposto sobre exportao (IE) e dos impostos sobre operaes de crdito, cmbio e seguro, ou relativas a ttulos ou valores imobilirios (IOF), a fim de ajust-los aos objetivos da poltica cambial e do comrcio exterior. Por exemplo, afirma o STJ que a 'instituio ou a fixao da base de clculo de tributo, a que se refere o art. 97 do CTN, que explicita o princpio constitucional da legalidade agasalhado no art. 150, I, da Constituio, se faz mediante a edio de lei' (AGREsp 465740/MG) . Destaca-se que me 2011 foi a cobrada a seguinte questo: (CESPE/Advogado/2011) A base de clculo elemento ad substantia do tributo. Assim, a instituio deste, em obedincia ao princpio da legalidade, depende de lei no seu sentido estrito. Ademais, equipara-se majora- o do tributo modificao de sua base de clculo que o torne mais oneroso. 1.2.2 Princpio da Anterioridade Anual e da Carncia Tributria (anterioridade nonagesimal) O IPI se sujeita apenas a carncia tributria, sendo exceo a anterioridade anual. Logo, a norma criadora ou majoradora do IPI apenas ir incidir noventas dias aps a sua publicao (art. 150, III, c, CF). Registra-se que a Administrao Tributria estava entendendo que a carncia tributria no se aplicava s alte- raes de alquota promovida por Decreto do Poder Executivo (Parecer PGFN/CAT N 690/2006). Contudo, o STF superou esse entendimento, afirmando que a majorao da alquota do IPI, passvel de ocorrer mediante ato do Poder Executivo se submete ao princpio da anterioridade, afastando a exigibilidade da majorao do IPI, promovida mediante decreto, antes de decorrido o prazo de noventena ( ADI 4.661-MC, DJE de 233-2012; RE 671.927, DJE de 3-4-2012). No que diz respeito medida provisria e anterioridade anual, o art. 62, 2, da CF, dispe que MP que implique instituio ou majorao de impostos s produzir efeitos no exerccio financeiro seguinte (anterioridade genrica) se houver sido convertida em lei at o ltimo dia daquele em que foi editada.Todavia, essa regra geral acima no aplicada ao IPI, que deve observar apenas anterioridade nonagesimal. Assim, em regra, a carncia tributria (noventa dias) contada da publicao da MP. Ao contrrio, se a MP for significativamente modificada, a anterioridade nonagesimal contada da data da converso da MP em lei. Ademais, salienta-se que no caso de MP se devem observar os requisitos de relevncia e urgncia, bem como a definio de produto industrializado estabelecida na legislao tributria e estudada ainda hoje. Passamos a resolver algumas questes recentes sobre os temas: (ESAF/PFN/2012) Alguns tributos possuem, alm da funo meramente arrecadatria ou fiscal, finalidade outra que se destina a regular a economia, criando mecanismos que induzem, ou incentivam, a conduta do poten- cial contribuinte numa ou noutra direo. o que se viu recentemente com a majorao das alquotas do IPI Imposto sobre Produtos Industrializados, incidente sobre a importao de automveis, j que, no perodo de janeiro a agosto de 2011, a balana comercial do setor automotivo atingiu um dficit de R$ 3 bilhes. Contudo, o STF entendeu que o decreto que majorar as alquotas aplicveis s operaes de importao de veculos au- tomotores sujeita-se ao princpio da anterioridade, segundo o qual no se poder exigir, no mesmo exerccio financeiro em que o decreto publicado, alquotas maiores do que aquelas at ento vigentes. tem aplicabilidade imediata, por ser o IPI um tributo regulatrio e pelo fato de que o Decreto-Lei que o criou (DL n. 1.191/1971) ter autorizado o Poder Executivo a reduzir suas alquotas a zero; major-las, acrescentando at 30 unidades ao percentual de incidncia fixado na lei, e, ainda, alterar a base de clculo em relao a deter- minados produtos, podendo, para esse fim, fixar-lhes valor tributvel mnimo. submete-se, dentre outros, ao princpio constitucional da anterioridade nonagesimal, ou seja, fica suspenso at que tenha transcorrido o prazo de noventa dias da sua publicao. fica suspenso, por fora da anterioridade nonagesimal, at que tenha transcorrido o prazo de noventa dias da sua publicao. Contudo, a suspenso somente opera efeitos ex tunc caso haja pedido liminar formulado no sentido de reparar dano, e no para prevenir risco ao contribuinte. no se submete ao princpio constitucional da anterioridade nonagesimal, eis que a Constituio Federal foi clara ao prever tal comando para a lei (antes de decorridos 90 dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou). Assim, como o texto constitucional fala em lei, o aumento das alquotas por decre- to no est sujeito espera nonagesimal.(ESAF/APO/Unio/2010) De acordo com a Constituio Federal, no se pode cobrar tributos em relao a fatos geradores ocorridos antes do incio da vigncia da lei que os houver institudo ou aumentado. Trata-se do princpio da anterioridade tributria. Entretanto, a prpria Constituio estabelece que ato do Poder Executivo pode elevar alquotas de determinados tributos, como, por exemplo: Imposto sobre a renda, imposto sobre produtos industrializados e contribuio social sobre o lucro lquido. Imposto sobre produtos industrializados, contribuio de interveno no domnio econmico sobre combustveis e imposto sobre importaes. Imposto sobre importaes, imposto sobre exportaes e imposto sobre a renda. Imposto sobre importaes, imposto sobre a renda e imposto sobre produtos industrializados. Contribuio de interveno no domnio econmico sobre combustveis, imposto sobre a renda e imposto sobre exportaes. 1.2.3 Princpio da Seletividade A seletividade obrigatria ( ser ) no IPI e facultativa ( poder ser ) no ICMS. Decerto, aseletividade dispe que as alquotas sejam estabelecidas conforme a essencialidade do produto, mercadoria e servio. IMPORTANTE: A ESAF tambm chama o princpio da seletividade de princpio da essencialidade do produto ou da mercadoria.Segundo definio doutrinria, a seletividade quer dizer discriminao ou sistema de alquotas diferenciadas por espcies de produto, mercadoria e servio. A seletividade dirigida ao legislador ordinrio, recomendandolhe que estabelea as alquotas em razo inversa da imprescindibilidade dos produtos, mercadorias e servios de consumo generalizado. Assim, por exemplo, quanto mais sejam os produtos ou mercadorias necessrias alimentao, ao vesturio, moradia, ao tratamento mdico e higinico das classes mais numerosas, tanto menores devem ser as alquotas. Portanto, as alquotas devem ser maiores para os produtos ou mercadorias suprfluos (exs.: caviar, cigarro etc.) e menores para os produtos ou mercadorias consideradas essenciais (ex.: produtos da cesta bsica). Logo, a seletividade diferente da progressividade fiscal e da caracterstica da personalidade dos impostos. Na progressividade fiscal, a alquota cresce medida que aumenta a respectiva base de clculo do tributo. J no carter pessoal do imposto, leva-se em considerao caractersticas subjetivas do contribuinte, sendo que o IPI um imposto real ou objetivo e que considera apenas as caractersticas do produto ou mercadoria (bem industria- lizado). Em sntese, a seletividade no IPI obriga a diferenciao de alquotas entre produtos de maior ou menore essencialidadee no se confunde com a progressividade ou o carter pessoal dos impostos.Sobre o tema, o STF j decidiu no fere a seletividade tributria ou a no-cumulatividade o no aproveitamento de crditos relativos ao IPI das empresas que pagam os tributos, conforme o Simples Nacional. Afirma o STF que o regime de apurao e de escriturao de tributos Simples diminui a carga tributria bruta e a complexi- dade das obrigaes acessrias. Em compensao, nega o direito ao aproveitamento de crditos relativos ao IPI (RE 523.416-AgR, DJE de 4-11-2011; AI 764.201-AgR, DJE de 23-4-2012). Registra-se tambm que a seletividade no se confunde com imunidade, que uma hiptese de no incidncia prevista no texto constitucional. Logo, o STF afirma que a seletividade impe que o Poder Pblico gradue a carga tributria conforme a essencialidade da operao ou do produto. Isto no significa haver imunidade, ainda que as operaes ou os bens sejam essenciais ao ser humano (RE 429.306, DJE de 16-3-2011). Por fim, ainda h de se destacar que a alquota de 18% para o acar de cana no afronta o princpio da essenci- alidade, sendo a concesso do benefcio fiscal ato discricionrio, fundado em juzo de convenincia e oportunidade do Poder Pblico, cujo controle vedado ao Judicirio (AI 630.997-AgR, DJ de 18-5-2007). 1.2.4 Princpio da No-cumulatividade A no-cumulatividade tem por finalidade evitar a denominada tributao em cascata, isto , a incidncia do imposto sobre o imposto. O IPI e o ICMS, por exemplo, so impostos plurifsicos, uma vez que incidem em operaes sucessivas. Assim, a no-cumulatividade visa a impedir que o imposto se torne confiscatrio, tornando-o cada vez mais gra- voso nas vrias operaes de circulao do produto ou mercadoria. Neste sentido, a no-cumulatividade se refere a uma tcnica de tributao que busca evitar a cobrana do imposto em cascata, funcionando mediante o sistema de crditos e dbitos. Isto , compensa-se o valor devido em cada operao com o valor cobrado na operao anterior. Destaca-se que a compensao, neste caso, no significa forma de extino do crdito tributrio estabelecido nos arts. 156, inc. II, e 170 do CTN, mas sim deduo do tributo j cobrado na cadeia produtiva. Em relao ao IPI, por exemplo, destaca-se a lei deve dispor de forma que o montante devido resulte da diferena a maior, em determinado perodo, entre o imposto referente aos produtos sados do estabelecimento e o pago relativamente aos produtos nele entrados. Ressalta-se que o saldo verificado, em determinado perodo, em favor do contribuinte transfere-se para o perodo ou perodos seguintes (art. 49 do CTN). Anota-se o seguinte exemplo da doutrina: Imagine uma Indstria 1 que venda uma chapa de ao pelo valor de R$ 1.000,00 (mil reais), acrescido de IPI calculado pela alquota de 10%, ou seja, R$ 100,00 (cem reais = do valor da operao). O valor total da venda foi de R$ 1.100,00 (mil e cem reais). A Indstria 2, adquirente desta chapa, credita-se do valor de IPI recolhido pela Indstria 1, que foi de R$ 100,00 (cem reais). Ima- gine agora que a Indstria 2, transforme a chapa em uma caldeira (industrializao) e venda-a por R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais) e que o IPI incidente nesta operao seja de 10%. O tributo devido pela venda da cal- deira seria de R$ 150,00 (cento e cinquenta reais). No entanto, como a Indstria 2 creditou-se no valor de R$ 100,00 (cem reais), o IPI a ser pago pela Indstria 2 de R$ 50,00 (cinquenta reais). Neste exemplo, simplifi- cado, verificamos que o IPI a ser recolhido para Unio de R$ 150,00 (cento e cinquenta reais) R$ 100,00 cobrado da Indstria 1e R$ 50,00 cobrado da Indstria 2, o que corresponde exatamente a 10% do valor da venda do produto final, que foi de R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais).Em sntese, a no-cumulatividade deve ser atendida pelo sistema de crdito fiscal, nos termos da legislao in- fraconstitucional do IPI. 1.2.4.1 A no-cumulatividade na Jurisprudncia do STF e STJ Neste item, registraremos a relevante jurisprudncia do STF e do STJ sobre a no-cumulatividade no IPI. Segundo o STF (ADIn 939), a no-cumulatividade no clusula ptrea , eis que no constitui garantia individual e direito fundamental dos contribuintes. O STF entende que a no-cumulatividade apenas vincula o legislador ordinrio e no o poder constituinte derivado. Nesse rumo, a respeito da no-cumulatividade, o STF entende que no possvel o contribuinte se creditar ou se compensar do IPI quando incidente o tributo sobre os insumos ou matrias-primas utilizados na industrializao de produtos isentos ou tributados com alquota zero, antes da vigncia do art. 11 da Lei 9.779/99 , por falta de previso legal. Anotamos o seguinte entendimento do STF: Com o advento do art. 11 da Lei n. 9.779/1999 que o regime jurdico do IPI se completou, apenas a partir do incio de sua vigncia se tendo o direito ao crdito tribu- trio decorrente da aquisio de insumos ou matrias primas tributadas e utilizadas na industrializao de produtos isentos ou submetidos alquota zero. (RE 475.551; RE 371.898-AgR-ED; RE 460.785). O art. 11 da Lei 9779/99 dispe: O saldo credor do IPI, acumulado em cada trimestre-calendrio, DECORRENTE DE AQUISIO DE MATRIA-PRIMA, PRODUTO INTERMEDIRIO E MATERIAL DE EMBALAGEM, APLICADOS NA INDUSTRIALIZAO, INCLUSIVE DE PRODUTO ISENTO OU TRIBUTADO ALQUOTA ZERO , que o contribuinte no puder compensar com o IPI devido na sada de outros produtos, poder ser utilizado de conformidade com o disposto nos arts. 73 e 74 da Lei n 9.430/96 (compensao tributria), observadas normas expedidas pela Secretaria da Receita Federal do Ministrio da Fazenda. Decerto, o STF compreende que a aplicao do princpio da no-cumulatividade no IPI no diferente da aplicao do mesmo princpio no ICMS, uma vez que o art. 155, 2, II, a, da CF, expresso ao dispor que a iseno ou no-incidncia no ICMS, salvo determinao em contrrio da legislao, no implicar crdito para compensao com o montante devido nas operaes ou prestaes seguintes (informativo 545). Ou seja, no caso, deve existir previso legal para que ocorra o direito ao crdito tributrio tanto no IPI como no ICMS. Neste sentido, o STJ (REsp 860.369) firmou entendimento no sentido de que direito ao crdito de IPI, fundado no princpio da no cumulatividade, decorrente da aquisio de matria-prima, produto intermedirio e material de embalagem utilizados na fabricao de produtos isentos ou sujeitos ao regime de alquota zero, surgiu apenas com a vigncia da Lei n. 9.779/99. Logo, segundo o STF, ante a falta de previso legal, registra-se que se a desonerao total do IPI notributa- o ou alquota zero que, nas entradas, provoca, para efeitos quantitativos, diferena mxima entre sua condi- o numrico-tributria e as alquotas de sada, no autoriza que o contribuinte se credite, evidente que, produzindo diferenas menores, a desonerao parcial no pode, por maior razo, gerar-lhe direito de crdito ( RE 430.720-AgR, DJE de 27-2-2009). Decerto, salutar anotamos tambm que o STF (RE 566.819, julgamento em 29/09/2010) entendeu que se no pagamento de tributo no momento da compra dos insumos, no se pode falar em direito compensao. Assim, em regra, o princpio da no cumulatividade do IPI previsto na CF (inciso II, 3, do artigo 153)visa apenas evitar a cobrana cumulativa do tributo, no a compensao de tributo que sequer foi recolhido. Do mesmo modo, a Ministra Ellen Gracie afirmou que a no cumulatividade prevista no artigo 153, pargrafo 3, inciso II, da CF, no instrumento de tributao do valor agregado, sim um mecanismo que se limita a autorizar a deduo exata do imposto j suportado na entrada . Segundo a Ministra, no h como pretender a apropriao de crditos na operao de entrada tendo como referncia a alquota devida na sada. S o que foi suportado que pode ser objeto de compensao. Portanto, em situao em que no haja norma legal prevendo o creditamento, deve-se negar a obteno de crdito presumido relativamente aquisio de insumos isentos, no tributados ou sujeitos alquota zero do IPI. Por questo de lgica, o STF tambm compreendeu que se no existe o crdito presumido, no h que se discutir sobre o prazo de prescrio ou no para sua cobrana. IMPORTANTE: No caso de no previso em lei do direito ao creditamento do IPI, foi consolidado no STF o entendimento de que no tendo havido pagamento de tributo na compra de insumos, no h direito a compensao. Em outros termos, apenas os valores efetivamente recolhidos na operao anterior que podem gerar crditos do IPI, por fora da sada do produto final do estabelecimento comercial. Com base nas informaes acima, podemos resolver as seguintes questes de concurso (registra-se que a ESAF ainda no cobrou o tema, por isto colocamos questes de outra banca): (CESPE/Juiz Federal/TRF1/2010) No gera crdito do IPI o valor do tributo incidente sobre as embalagens recebidas para emprego em industrializao e acondicionamento.(CESPE/Juiz Federal/TRF1/2010) O nus tributrio dos impostos indiretos recai no consumo, em razo do que direito do industrial, quando adquirir insumos com alquota de IPI menor do que a estabelecida para o produto final, fazer incidir esta ltima tambm na aquisio, cumprindo a no cumulatividade do imposto.(CESPE/Juiz Federal/TRF1/2010) Se uma indstria utilizar, no processo de industrializao, diversos bens onerados pelo IPI sobre os quais incidam diferentes alquotas, quando da sada do produto dessa indstria, de- ver ser utilizada a alquota mdia, objetivando cumprir o princpio da no cumulatividade.(CESPE/Juiz Federal/TRF5/2010) Determinada empresa industrial que produz um nico tipo de produto tributado com IPI e com ICMS adquire, para sua produo, dois tipos de insumos industrializados: um deles isento de IPI e o outro, imune tributao do referido imposto. Considerando os dispositivos constitucionais e a jurisprudncia do STF aplicvel ao caso e a inexistncia de qualquer norma infraconstitucional a respeito dessa matria, correto afirmar que, na aplicao do mecanismo de no cumulatividade, a referida empresa no pode deduzir qualquer crdito presumido, seja relativo ao insumo isento ou ao imune.(CESPE/Juiz Federal/TRF5/2010) Em razo da seletividade e essencialidade do produto que poder o industrial creditar-se do IPI referente aos insumos adquiridos com alquota zero.Por sua vez, a jurisprudncia do STF firme no sentido de no reconhecer, ao contribuinte, o direito de creditar-se do valor do IPI, quando pago em razo de operaes de aquisio de bens destinados ao uso e/ou integrao no ativo fixo do seu prprio estabelecimento (RE 593.772-ED, DJE de 30-4-2009). Isto , sem previso legal expressa ou literal, no h direito de creditar-se do valor do IPI, em face do pagamen- to do tributo sobre operaes de aquisio de bens destinados ao uso e/ou integrao no ativo fixo do seu pr- prio estabelecimento. Do mesmo modo, o STJ assevera que a aquisio de bens que integram o ativo permanente da empresa ou de insumos que no se incorporam ao produto final ou cujo desgaste no ocorra de forma imediata e integral durante o processo de industrializao no gera direito a creditamento de IPI (AgRg no REsp 1.082.522/SP; AgRg no REsp 1.063.630/RJ; REsp 886.249/SC; REsp 608.181SC, REsp 497.187SC). Por exemplo, a energia eltrica consumida no processo de industrializao exemplo de insumo que no se incorpora ao produto final, segundo a jurisprudncia do STJ. (CESPE/Juiz Federal/TRF1/2010) A indstria pode creditar-se do IPI pago na aquisio de materiais destinados ao ativo permanente da empresa, para fazer face ao princpio constitucional da no cumulatividade.(CESPE/Juiz Federal/TRF1/2010) A indstria no pode creditar-se do valor do IPI relativo energia eltrica consumida no processo de industrializao, por no se tratar de insumo ou matria-prima que se incorpore transformao do produto.Nesse rumo, o STF tem posicionamento no sentido de que a atualizao monetria do tributo no ofende princpio da no cumulatividade (RE 248.725-AgR, DJE de 19/2/10). Por outro lado, nos termos da jurisprudncia do STF, no incide correo monetria sobre crditos escriturais de IPI (RE 410.795-AgR , DJE de 29/10/09, AC 1.313, DJE de 11/4/08). Todavia, a jurisprudncia do STF est pacificada no sentido de ser devida a correo monetria de crditos tributrios quando, por bice do Fisco, a compensao no ocorre no momento adequado ( AI 619.664-AgR, DJE de 20/2/09, RE 572.395-AgR, DJE de 25/9/09). IMPORTANTE: Crdito escritural aquele apurado e escriturado contabilmente adequadamente de cada perodo de competncia do perodo de apurao estabelecido na lei. J o denominado de extemporneo o crdito escriturado fora do perodo de competncia. dentro , isto , dentro crdito oNeste sentido, a Smula 411 do STJ : devida monetria ao creditamento do IPI quando h oposio ao seu aproveitamento decorrentes de resistncia ilegtima do Fisco.a correoAssim sendo, o ministro Joo Otavio de Noronha justificou a smula afirmando que a correo monetria de crditos escriturais de IPI devida nas hipteses em que o seu no-aproveitamento pelo contribuinte em tempo oportuno tenha ocorrido em razo da demora motivada por ato administrativo ou normativo do Fisco considerado ilegtimo. (CESPE/Procurador Federal-AGU/2010) devida a correo monetria de crditos escriturais de imposto sobre produtos industrializados na hiptese em que o seu no aproveitamento pelo contribuinte emtempo oportuno tenha ocorrido em razo da demora motivada por ato administrativo ou normativo do fisco considerado ilegtimo. (ESAF/AFRFB/2012/2013) De acordo com a legislao tributria do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), julgue os itens abaixo, classificando-os como corretos (C) ou errados (E). Em seguida, escolha a opo adequada s suas respostas. O saldo credor do Imposto sobre Produtos Industrializados IPI, acumulado em cada trimestre-calendrio, decorrente de aquisio de matria-prima, produto intermedirio e material de embalagem, aplicados na industrializao, inclusive de produto isento ou tributado alquota zero, que o contribuinte no puder compensar com o IPI devido na sada de outros produtos, poder ser utilizado na forma prevista em Lei. II. A incidncia do IPI na importao de produtos industrializados depende do ttulo jurdico a que se der a importao. Por isso, a Lei exclui da sujeio passiva do IPI a pessoa fsica na condio de importadora de produ- tos industrializados para uso prprio. III. Segundo entendimento atual do Superior Tribunal de Justia, devida a correo monetria ao creditamento do IPI quando h oposio ao seu aproveitamento decorrente de resistncia ilegtima do Fisco. IV. A legislao tributria determina, em observncia no-cumulatividade do tributo, que a entrada de insumos no onerados seja por fora de alquota zero, de no incidncia, de iseno ou de imunidade gera direi- to ao crdito de IPI na sada dos produtos industrializados. Apenas os itens I e III esto corretos. Apenas os itens I e IV esto corretos. Apenas o item IV est correto. Apenas os itens II e IV esto corretos. Apenas o item III est errado. 1.3) Bens de Capital O IPI ter reduzido seu impacto sobre a aquisio de bens de capital pelo contribuinte do imposto, na forma da lei (art. 153. 3, IV, CF). a famosa desonerao tributria do IPI no que diz respeito aos bens de capital. Destaca-se que incentivar a aquisio de bens de capital significa estimular o desenvolvimento econmico do pas. Os bens de capital visam a produo de outros bens ou servios. Por exemplo, mquinas e equipamentos industriais. Ou a produo de nibus para transporte coletivo urbano que deve ser incentivada com a reduo do IPI. Da mesma forma, os carros de taxi etc. Outro exemplo que po- de ser dado so os hardware e os software produzidos por empresas de tecnologia de informao, tal como a Intel ou Microsoft. Logo, a Emenda Constitucional n 42/2003, inovou e previu que o IPI ter reduzido seu impacto sobre a aquisio de bens de capital, numa norma que no autoaplicvel , cabendo lei ordinria federal estabelecer os critrios para a diminuio desse impacto. Assim, tal norma no uma espcie de imunidade tributria e, segundo a ESAF, tal diminuio poder se dar mediante autorizao legal para apropriao de crdito relativo ao IPI incidente na operao de aquisio de bens de capital ou poder se dar com a reduo das alquotas relativas a operaes com tais bens. 1.4 Imunidade Tributria Segundo o texto constitucional e o RIPI, so imunidades especficas ou tpicas em relao ao IPI:os livros, jornais, peridicos e o papel destinado a sua impresso. os produtos industrializados destinados ao exterior; o ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial; e os derivados de petrleo, combustveis e minerais do Pas, bem como a energia eltrica. Note-se que, segundo a doutrina, so imunidades absolutas as que recaem sobre os livros, jornais, peridicos, derivados de petrleo, combustveis, minerais e energia eltrica. Por outro lado, as demais so chamadas de imunidades condicionadas. (ESAF/PFN/2004) Com ateno aos princpios do sistema tributrio nacional, marque com Va assertiva verdadeira e com F a falsa, assinalando ao final a opo correspondente. ) O imposto sobre operaes relativas circulao de mercadorias e prestaes de servios de transporte inte- restadual e intermunicipal e de comunicao ICMS sujeita-se ao princpio da no cumulatividade, podendo a lei que o instituir observar o princpio da seletividade. ) O imposto sobre produtos industrializados (IPI) sujeita-se ao princpio da no-cumulatividade, em funo da essencialidade do produto. ) O imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza sujeita-se aos princpios da generalidade, uniformi- dade e progressividade. ) O princpio da legalidade tributria remonta Declarao dos Direitos do Homem e do Cidado. V, F, F, F. V, V, V, V. F, F, V, V. V, F, V, F. V, V, V, F.(23 Concurso para Procurador da repblica/MPF) Segundo a CF, no que se refere aos tributos IPI e ICMS, pode-se afirmar que: O IPI e o ICMS so impostos no-cumulativos, compensando-se o que for devido em cada operao com o montante cobrado nas anteriores; II. O lPl e o ICMS sero seletivos apenas com relao aos produtos, mercadorias e servios definidos em lei complementar; III. O IPI ser seletivo, em funo da essencialidade do produto; IV. O ICMS poder ser seletivo, em funo da essencialidade das mercadorias e dos servios. Das proposies acima: Apenas a alternativa I est correta. Apenas as alternativas I e II esto corretas. Apenas as alternativas I, III e IV esto corretas. Apenas as alternativas III e IV esto corretas.(ESAF/TRF/2002.2) Assinale a opo correta. A generalidade, a universalidade e progressividade so caractersticas constitucionais dos impostos da Unio. O Imposto sobre Produtos Industrializados deve ser no-cumulativo em funo da essencialidade dos produtos. O Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural deve ter sua base de clculo e alquotas fixadas de forma adesestimular a manuteno de propriedades improdutivas. A instituio do Imposto sobre grandes fortunas depender de lei complementar e de resoluo do Senado, fixando as alquotas mnima e mxima. O ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou ativo cambial, sujeita-se apenas a um imposto de competncia da Unio, devido na operao de origem.(ESAF/MDIC/2012) Ao dispor sobre o IPI Imposto sobre Produtos Industrializados, a Constituio Federal previu que ele ter reduzido seu impacto sobre a aquisio de bens de capital pelo seu contribuinte na forma da lei. Sobre o tema, incorreto afirmar que: caber lei ordinria federal estabelecer os critrios para a diminuio do impacto do IPI na aquisio de bens de capital. tal diminuio poder se dar mediante autorizao para apropriao de crdito relativo ao IPI incidente na operao e sua utilizao na compensao com o devido pela empresa adquirente em outras operaes ou seu ressarcimento em dinheiro. tal diminuio poder se dar mediante o estabelecimento de critrios a serem observados pelo Executivo na reduo das alquotas relativas a operaes com tais bens. referido dispositivo constitucional autoaplicvel, no sentido de que tem a eficcia imediata de impedir a validade de lei ou ato normativo que atue em sentido contrrio, aumentando o impacto do IPI na aquisio de bens de capital. referido dispositivo no ampara o reconhecimento do direito imunidade de tais operaes ao IPI. (ESAF/ATRFB/2012/2013) PROVA DISSERTATIVA TEMA - A Constituio confere aos sujeitos ativos, Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios, competncia para a instituio de tributos, no entanto essa competncia norteada por limitaes e por princpios. O im- posto sobre Produtos Industrializados IPI no foge a essa premissa. Discorra, em um mnimo de 40 (quarenta) e em um mximo de 60 (sessenta) linhas, sobre as limitaes constitucionais ao poder de tributar e sobre os princpios constitucionais aplicveis ao IPI, abordando obrigatoriamente: o contedo de cada princpio explicitando sua aplicabilidade ao referido imposto; o contedo de cada limitao explicitando sua aplicabilidade ao referido imposto. 1.5 Fato Gerador (incidncia) O IPI incide sobre operaes com produtos industrializados e tambm sobre importar produto industrializado do exterior. So dois fatos geradores distintos. Um a conduta de promover a industrializao do produto ou mercadoria e outro o simples importar do produto ou mercadoria industrializada, incidindo, por conseguinte, sobre produtos estrangeiros. Assim, o campo de incidncia do IPI abrange todos os produtos com alquota, ainda que zero, relacionados na Tabela de Incidncia do IPI (TIPI), observadas as disposies contidas nas respectivas notas complementares, excludos aqueles a que corresponde a notao NT (no-tributado), conforme dispe o art. 2, do Decreto 7.212/2010 (RIPI). Decerto, o IPI incide sobre produtos industrializados nacionais ou estrangeiros, segundo os termos da TIPI. Esta estabelece toda a codificao dos produtos industrializados, de acordo com a Nomenclatura Comum do Merco- sul (NCM).MLogo, na TIPI constam alquotas zero ou alquotas positivas e a frmula NT, que quer dizer no-tributado. Os produtos NT so considerados, para fins incidncia tributria do IPI, como no industrializados. Assim, em outras palavras, produto ou mercadoria NT significa produto fora do campo de incidncia tributria do IPI. IMPORTANTE: O industrializados, nacionais e estrangeiros pecificaes constantes da TIPI. Assim, j podemos resolver as seguintes questes: (ESAF/AFRFB/2005) O campo de incidncia do Imposto sobre Produtos Industrializados abrange: todos os produtos relacionados na TIPI. todos os produtos relacionados na TIPI, com alquota, mesmo os com alquota zero. todos os produtos, exceto aqueles a que corresponde a notao Zero. todos os produtos com alquota. todos os produtos, mesmo os com alquota zero ou com a notao NT, ainda que no relacionados na TIPI. (ESAF/AFRFB/2002) Assinale a resposta correta. (i) O imposto sobre produtos industrializados (IPI) incide sobre produtos industrializados estrangeiros? (ii) O campo de incidncia do IPI abrange os produtos com alquota zero? (i) Sim, porque para efeito de IPI no h distino em relao procedncia dos bens. (ii) No, porque alquota zero equivale ausncia de alquota. (i) Sim, porque se o produto industrializado esse imposto substitui o de importao. (ii) Sim, porque alquota zero no impede que o produto siga o regime geral do imposto. (i) Sim. A lei assim o diz. (ii) Sim, porque a lei determina que seu campo de incidncia abrange todos os produtos com alquota. (i) No, porque haveria bis in idem, j que sobre eles incide o imposto de importao. (ii) Sim, porque o campo de incidncia desse imposto abrange todos os produtos industrializados. (i) No, porque o IPI no um tributo aduaneiro. (ii) No, porque o campo de incidncia advm da Constituio e esta no previu a hiptese. IPI incide sobre produtos , obedecidas as es-(ESAF/TRF/2002.2) A notao NT (no-tributado) aposta diante do cdigo TIPI, constante da Tabela de Incidncia do IPI, implica considerar-se que o produto est: imune. isento. sujeito a pauta de valores. fora do campo de incidncia. sujeito tributao pelo preo da operao. 1.5.1 Industrializao. Conceito. Industrializados. Caractersticas e modalidades de industrializao. Antes de tratar propriamente no estudo do fato gerador do IPI, devemos trabalhar com a noo de industrializa- o e o seu conceito aplicado ao denominado produto industrializado. Para os efeitos do IPI, considera-se industrializado o produto que tenha sido submetido a qualquer operaoque lhe modifique a natureza ou a finalidade, ou o aperfeioe para o consumo. Sendo assim, em regra, irrelevante, para caracterizar a operao como industrializao, o processo utilizado para obteno do produto e a localizao e condies das instalaes ou equipamentos empregados. Isto , podemos dizer que se caracteriza como industrializao qualquer operao que modifique a natureza, o funcionamento, o acabamento, a apresentao ou a finalidade do produto, ou o aperfeioe para consumo, tal como: A que, exercida sobre matrias-primas ou produtos intermedirios, importe na obteno de espcie nova transformao): por exemplo, engarrafamento de refrigerante ou gua mineral; A que importe em modificar, aperfeioar ou, de qualquer forma, alterar o funcionamento, a utilizao, o acabamento ou a aparncia do produto ou reproduo de fita gravada para o CD; A que consista na reunio de produtos, peas ou partes e de que resulte um novo produto ou unidade autnoma, ainda que sob a mesma classificao fiscal ( montagem): por exemplo, montagem de aparelhos eletrnicos ou automvel; A que importe em alterar a apresentao do produto, pela colocao da embalagem, ainda que em substituio da original, salvo quando a embalagem colocada se destine apenas ao transporte da mercadoria ( acondicionamento ou reacondicionamento): por exemplo, substituio de embalagem original por embalagem promocional, objetivando a revenda; A que, exercida sobre produto usado ou parte remanescente de produto deteriorado ou inutilizado, renove ou restaure o produto para utilizao ( renovao ou recondicionamento ): por exemplo, restaurao de automvel usado. Com efeito, o produto industrializado resultante de qualquer destas operaes citadas acima, mesmo incom- pleta, parcial ou intermediria. Nesse rumo, observamos que o IPI incide sobre produtos industrializados, naci- onais e estrangeiros, obedecidas as especificaes constantes da Tabela de Incidncia do Imposto sobre Produ- tos Industrializados (TIPI). Decerto, segundo a doutrina aplicada pela ESAF, o produto industrializado aquele resultante de uma operao de industrializao, ainda que incompleta, parcial ou intermediria. Industrializao, por sua vez, toda a operao que modifica a natureza, o funcionamento, o acabamento, a apresentao ou a finalidade do produto ou o aperfeioa para consumo. IMPORTANTE: O RIPI traz cinco tipos de operaes que se enquadram no conceito de industrializao, a saber: (i) TRANSFORMAO: a que faz surgir um produto novo a partir do processamento de matriasprimas ou produtos intermedirios; (ii) BENEFICIAMENTO: a que aperfeioa, aprimora ou modifica o funcionamento, a utilizao, o acabamento ou a aparncia de um determinado bem (que permanece o mesmo); (iii) MONTAGEM: consiste na reunio de partes ou peas para gerar um produto novo, ainda que sob a mesmaclassificao fiscal;(iv)ACONDICIONAMENTO ou REACONDICIONAMENTO : colocao de embalagem que altere a apresentao do produto, a menos que a embalagem seja apenas para o seu transporte; (v) RENOVAO ou RECONDICIONAMENTO : a que, exercida sobre produtos ou partes de produtos usados, recoloca-os em condies de uso. (ESAF/ATRFB/2012/2013) Avalie os itens a seguir e assinale a opo correta. Para fins da incidncia do Imposto sobre Produtos Industrializados, a industrializao caracterizada como qualquer operao que modifi que a natureza, o funcionamento, o acabamento, a apresentao ou a finalidade do produto.II. O aperfeioamento para consumo considerado como industrializao, para fins da incidncia do Imposto sobre Produtos Industrializados, dependendo do processo utilizado para obteno do produto e da localizao e condies das instalaes ou equipamentos empregados. III. A alterao da apresentao do produto pela colocao de embalagem, ainda que em substituio da origi- nal, salvo quando a embalagem colocada se destine apenas ao transporte da mercadoria, caracterizado como industrializao para fi ns da incidncia do Imposto sobre Produtos Industrializados. Somente o item I est correto. O item I e o item II esto corretos. Os itens I, II e III esto corretos. Os itens II e III esto corretos. Os itens I e III esto corretos. 1.5.1.1 Excluses do conceito de industrializaoA lei exclui da incidncia do IPI e no considera produto industrializado o: conserto de mquinas, aparelhos e objetos pertencentes a terceiros; $ d acondicionamento destinado apenas ao transporte do produto; $ i preparo de medicamentos oficinais ou magistrais, manipulados em farmcias, para venda no varejo, $ retamente e consumidor, assim como a montagem de culos, mediante receita mdica; mistura de tintas entre si, ou com concentrados de pigmentos, sob encomenda do consumidor ou usu- rio, realizada em estabelecimento varejista, efetuada por mquina automtica ou manual, desde que fabricante e varejista no sejam empresas interdependentes, controladora, controlada ou coligadas (art. 3, pargrafo nico, incs. I a IV, da Lei 4.502/64).Nesse sentido, determinadas operaes que se amoldam conceito de industrializao so, todavia, excludas do conceito de industrializao pela legislao tributria. Decerto, o art. 5, do RIPI, regulamente as hipteses estabelecidas na Lei 4.502/64 e estatui que no se considera industrializao: O preparo de produtos alimentares, no acondicionados em embalagem de apresentao: (a) na residn- cia do preparador ou em restaurantes, bares, sorveterias, confeitarias, padarias, quitandas e semelhantes, desde que os produtos se destinem a venda direta a consumidor; ou (b) em cozinhas industriais, quando destinados a venda direta a pessoas jurdicas e a outras entidades, para consumo de seus funcionrios, empregados ou diri-gentes; O preparo de refrigerantes, base de extrato concentrado, por meio de mquinas, automticas ou no, em restaurantes, bares e estabelecimentos similares, para venda direta a consumidor; A confeco ou preparo de produto de artesanato, proveniente de trabalho manual realizado por pessoa natural, nas seguintes condies: (a) quando o trabalho no contar com o auxlio ou a participao de terceiros assalariados; e (b) quando o produto for vendido a consumidor, diretamente ou por intermdio de entidade de que o arteso faa parte ou seja assistido; A confeco de vesturio, por encomenda direta do consumidor ou usurio, em oficina ou na residncia do confeccionador, desde que, no caso da oficina, empregue-se, no mximo, cinco operrios e, quando utilizar fora motriz, no dispuser de potncia superior a cinco quilowatts; O preparo de produto, por encomenda direta do consumidor ou usurio, na residncia do preparador ou em oficina, desde que, em qualquer caso, seja preponderante o trabalho profissional, atendidas as seguintes condies: (a) oficina empregue, no mximo, cinco operrios e, quando utilizar fora motriz no dispuser de potncia superior a cinco quilowatts; e (b) trabalho preponderante o que contribuir no preparo do produto, para formao de seu valor, a ttulo de mo de obra, no mnimo com sessenta por cento; A manipulao em farmcia, para venda direta a consumidor, de medicamentos oficinais e magistrais, mediante receita mdica; $ A moa gem de caf torra do, reali zada por esta belec imen to com ercia l varej ista com o ativi dade aces sria ; $ A operao efetuada fora do estabelecimento industrial, consistente na reunio de produtos, peas ou partes e de que resulte: (a) edificao (casas, edifcios, pontes, hangares, galpes e semelhantes, e suas coberturas); (b) instalao de oleodutos, usinas hidreltricas, torres de refrigerao, estaes e centrais telefnicas ououtros sistemas de telecomunicao e telefonia, estaes, usinas e redes de distribuio de energia eltrica e semelhantes; ou (c) fixao de unidades ou complexos industriais ao solo; no exclui a incidncia do imposto sobre os produtos, partes ou peas utilizados nas operaes nele referidas $ A mont age m de cul os, medi ante recei ta mdi ca; $ O acondicionamento de produtos classificados nos Captulos 16 a 22 da TIPI (16. Preparaes de carne, de peixes ou de crustceos, de moluscos ou de outros invertebrados aquticos; 17. Acares e produtos de confeitaria; 18. Cacau e suas preparaes; 19. Preparaes base de cereais, farinhas, amidos, fculas ou de leite; produtos de pastelaria; 20. Preparaes de produtos hortcolas, de frutas ou de outras partes de plantas; 21. Preparaes alimentcias diversas; 22. Bebidas, lquidos alcolicos e vinagres), adquiridos de terceiros, em embalagens confeccionadas sob a forma de cestas de natal e semelhantes; O conserto, a restaurao e o recondicionamento de produtos usados, nos casos em que se destinem ao uso da prpria empresa executora ou quando essas operaes sejam executadas por encomenda de terceiros no estabelecidos com o comrcio de tais produtos, bem como o preparo, pelo consertador, restaurador ou recondi- cionador, de partes ou peas empregadas exclusiva e especificamente naquelas operaes; O reparo de produtos com defeito de fabricao, inclusive mediante substituio de partes e peas, quando a operao for executada gratuitamente, ainda que por concessionrios ou representantes, em virtude de garantia dada pelo fabricante; A restaurao de sacos usados, executada por processo rudimentar, ainda que com emprego de mquinas de costura; A mistura de tintas entre si, ou com concentrados de pigmentos, sob encomenda do consumidor ou usu- rio, realizada em estabelecimento comercial varejista, efetuada por mquina automtica ou manual, desde que fabricante e varejista no sejam empresas interdependentes, controladora, controlada ou coligadas; e A operao de que resultem os produtos relacionados na Subposio 2401.20 da TIPI (tabaco total ou parcialmente destalado), quando exercida por produtor rural pessoa fsica. Portanto, os produtos estabelecidos acima no so considerados produtos industrializados e no incidem IPI. Logo, os estabelecimentos que realizem unicamente tais operaes tambm no so considerados industriais.Assim sendo, podemos afirmar com letras garrafais para fins de prova que incide IPI sobre os produtos isentos e os produtos de alquota zero ou maior que zero. Por outro lado, esto fora do campo de incidncia do IPI os produtos NT, os imunes e os excludos do conceito de industrializao. (ESAF/Receita Federal/adaptada a nossa realidade) No se considera industrializao a operao definida como tal, mas que esteja incompleta, ou seja parcial ou intermediria. que, exercida sobre matria-prima ou produto intermedirio, importe na obteno de espcie nova. que apenas modifique, aperfeioe ou altere o funcionamento, a utilizao, o acabamento ou a aparncia do produto. que altere a apresentao do produto, pela colocao da embalagem, quando esta se destine apenas ao transporte da mercadoria. que consista na reunio de produtos, peas ou partes e de que resulte um novo produto ou unidade autnoma, sob a mesma classificao fiscal. 1.5.2 Fato Gerador (momento de incidncia/ncleo do fato gerador) Segundo os termos do CTN, o IPI tem como fato gerador (aspecto temporal geral/momento de incidncia): O seu desembarao aduaneiro, quando de procedncia estrangeira; A sada do produto do estabelecimento industrial , ou equiparado a industrial, quando for de produo nacional; A sua arrematao, quando apreendido ou abandonado e levado a leilo (art. 46, I a III, CTN). Sobre tal dispositivo, afirmamos que o ncleo do fato gerador ( que d nascimento a obrigao tributria referente ao IPI : aspecto material) do IPI, ou seja, aquiloImportar produtos industrializados do exterior (art. 46, I, CTN): ou seja, na hiptese, em regra, o IPI incide sobre o produto industrializado importado; Promover operaes com produtos industrializados (art. 46, II, CTN): neste caso, como bem observa Tavares Paes: o fato gerador do IPI no s a industrializao tout court (simplesmente), mas tambm o consumo, pois se o produto for produzido e se destruir, no saindo da fbrica, e.g., no h o fato gerador; $ produtos industrializados apreendidos ou abandonados (art. 46, III, CTN). A rr e m a t a r, e m l e il o ,Nesse rumo, registramos que, atualmente, a hiptese de incidncia do IPI prevista no art. 46, III, a sua arrema- tao, quando apreendido ou abandonado e levado a leilo, no encontra respaldo ou concretizao na Lei 4.502/64 e tambm no Decreto 7.212/2010. Assim, a doutrina amplamente majoritria entende que no incide IPI nesta hiptese. Contudo, registro que o CESPE no concurso para Juiz Federal/TRF5/2010 considerou correto no gabarito definitivo a seguinte asserti- va: Sobre determinado produto industrializado arrematado em leilo incidir o IPI se o produto tiver sido apre- endido ou abandonado. Para prova de Legislao Tributria eu aconselho adotar a literalidade do RIP, salvo se a questo estiver blinda- da. Blindada como Nilo? Segundo os termos do CTN, Conforme o CTN, De acordo com o CTN etc. Ento, vamos seguindo. Decerto, no constituem fato gerador do IPI (art. 38 do RIPI): O desembarao aduaneiro de produto nacional que retorne ao Brasil, nos seguintes casos: (a) quando enviado em consignao para o exterior e no vendido nos prazos autorizados; (b) por defeito tcnico que exija sua devoluo, para reparo ou substituio; (c) em virtude de modificaes na sistemtica de importao do pas importador; (d) por motivo de guerra ou calamidade pblica; e (e) por quaisquer outros fatores alheios vontade do exportador; As sadas de produtos subsequentes primeira: (a) nos casos de locao ou arrendamento, salvo se o produto tiver sido submetido a nova industrializao; ou (b) quando se tratar de bens do ativo permanente, industrializados ou importados pelo prprio estabelecimento industrial ou equiparado a industrial, destinados execuo de servios pela prpria firma remetente; A sada de produtos incorporados ao ativo permanente, aps cinco anos de sua incorporao, pelo esta- belecimento industrial, ou equiparado a industrial, que os tenha industrializado ou importado; ou $ ada de produtos por motivo de mudana de endereo do estabelecimento. A sAdemais, o IPI devido sejam quais forem as finalidades a que se destine o produto ou o ttulo jurdico a que se faa a importao ou de que decorra a sada do estabelecimento produtor (Lei n 4.502/64, art. 2, 2). Qual o entendimento do STF sobre o assunto? O STF (RE 429306/PR, rel. Min. Joaquim Barbosa, 01/02/2011) julgou que incide imposto de importao (II) e IPI sobre operao de importao amparada por arrendamento mercantil financeiro (leasing internacional). As alegaes contrrias a incidncia eram as seguintes: (i) no h fato gerador do II, por ser o arrendamento mercantil uma espcie de servio; (ii e iii) violao dos prin- cpios constitucionais da legalidade e da isonomia; (iv) violao do dever fundamen- tal de prestao de servios de sade, pois, no caso, o bem tributado seria um equi- pamento mdico. Contudo, o STF decidiu da seguinte forma o caso: (i) a importao de produto por contrato de arrendamento mercantil implica tanto prestao de servio (leasing) quanto a prpria importao, de modo que a incidncia de tributos diferentes no significa bitributao; (ii) obedincia ao princpio da legalidade, em razo da possibilidade de aumento das alquotas do II e do IPI pelo Poder Executivo, observados os limites legais, conforme art. 153, 1, da CF; (iii) obedincia ao princpio da isonomia, pois o objetivo da tributao do arrendamento mercantil seria torn-lo menos atrativo que as operaes de compra e venda financiada apenas por vantagens fiscais; (iv) obedincia ao dever fundamental de prestao de servios de sade, pois, embora o princpio da seletividade impusesse que a carga tributria fosse graduada con- forme a essencialidade da operao ou do produto, no haveria imunidade, conside- rados os princpios da capacidade contributiva, da concorrncia, da livre iniciativa e da solidariedade no custeio das atividades estatais. 1.5.3 Momento da incidncia do IPI segundo o RIPI Considera-se ocorrido o fato gerador: Na entrega ao comprador, quanto aos produtos vendidos por intermdio de ambulantes , isto , incide o IPI quando ocorrer a venda do produto industrializado por meio de ambulante; Na sada de armazm-geral ou outro depositrio do estabelecimento industrial ou equiparado a industrial depositante, quanto aos produtos entregues diretamente a outro estabelecimento; Na sada da repartio que promoveu o desembarao aduaneiro, quanto aos produtos que, por ordem do importador, forem remetidos diretamente a terceiros; Na sada do estabelecimento industrial diretamente para estabelecimento da mesma firma ou de terceiro, por ordem do encomendante , quanto aos produtos mandados industrializar por encomenda; Na sada de bens de produo dos associados para as suas cooperativas, equiparadas, por opo, a estabelecimento industrial; No quarto dia da data da emisso da respectiva nota fiscal, quanto aos produtos que at o dia anterior no tiverem deixado o estabelecimento do contribuinte; No momento em que ficar concluda a operao industrial, quando a industrializao se der no prprio local de consumo ou de utilizao do produto, fora do estabelecimento industrial: no caso, considera-se concluda a operao industrial e ocorrido o fato gerador na data da entrega do produto ao adquirente ou na data em que se iniciar o seu consumo ou a sua utilizao, se anterior formalizao da entrega;No incio do consumo ou da utilizao do papel destinado impresso de livros, jornais e peridicos, em finalidade diferente da que lhe prevista na imunidade tributria cultural (art. 150, VI, d, CF) ou na sadado fabricante, do importador ou de seus estabelecimentos distribuidores, para pessoas que no sejam empresas jornalsticas ou editoras; Na aquisio ou, se a venda tiver sido feita antes de concluda a operao industrial, na concluso desta, quanto aos produtos que, antes de sair do estabelecimento que os tenha industrializado por encomenda, sejam por este adquiridos; Na data da emisso da nota fiscal pelo estabelecimento industrial, quando a empresa comercial exportadora, em relao ao IPI que deixou de ser pago, na sada do estabelecimento industrial, referente aos produtos por ela adquiridos com o fim especfico de exportao, nas hipteses em que (a) tenha transcorrido cento e oi- tenta dias da data da emisso da nota fiscal de venda pelo estabelecimento industrial, no houver sido efetivada a exportao; (b) os produtos forem revendidos no mercado interno; ou (c) ocorrer a destruio, o furto ou rou- bo dos produtos; No momento da sua venda , quanto aos produtos objeto de operao de venda que forem consumidos ou utilizados dentro do estabelecimento industrial; Na sada simblica de lcool das usinas produtoras para as suas cooperativas, equiparadas, por opo, a estabelecimento industrial; e Na data do vencimento do prazo de permanncia da mercadoria no recinto alfandegado, antes de aplicada a pena de perdimento, quando as mercadorias importadas forem consideradas abandonadas pelo decur- so do referido prazo. Na hiptese de venda, exposio venda, ou consumo no territrio nacional, de produtos destinados ao exteri- or, ou na hiptese de descumprimento das condies estabelecidas para a iseno ou a suspenso do imposto, considerar-se- ocorrido o fato gerador na data da sada dos produtos do estabelecimento industrial ou equipa- rado a industrial (Lei n 4.502/64, art. 9, 1). De mais a mais, quando o produto industrializado de procedncia estrangeira, considerar-se- ocorrido o res- pectivo desembarao aduaneiro da mercadoria que constar como tendo sido importada e cujo extravio ou avaria venham a ser apurados pela autoridade fiscal (art. 2, 3, da Lei 4.502/64). Por fim, ressalta-se que, em rezo do princpio do non olet , o IPI devido sejam quais forem as finalidades a que se destine o produto ou o ttulo jurdico a que se faa a importao ou de que decorra a sada do estabeleci- mento produtor. (ESAF/ATRFB/2012/2013) Avalie os itens a seguir e assinale a opo correta. O desembarao aduaneiro de produto de procedncia estrangeira fato gerador do Imposto sobre Produtos Industrializados, considerando-se ocorrido o referido desembarao quando a mercadoria consta como tendo sido importada e o extravio ou avaria venham a ser apurados pela autoridade fiscal, inclusive na hiptese de mercadoria sob regime suspensivo de tributao. II. Considera-se ocorrido o fato gerador do Imposto sobre Produtos Industrializados na sada de armazmgeral ou outro depositrio do estabelecimento industrial ou equiparado a industrial depositante, quanto aos produtos entregues diretamente a outro estabelecimento. III. Considera-se ocorrido o fato gerador do Imposto sobre Produtos Industrializados na sada do estabelecimen- to industrial diretamente para estabelecimento da mesma fi rma ou de terceiro, por ordem do encomendante, quanto aos produtos mandados industrializar por encomenda. Somente o item I est correto. O item I e o item II esto corretos. Os itens I, II e III esto corretos. Os itens II e III esto corretos. Os itens I e III esto corretos. 1.5.4 Sntese relevante para ESAFAssim, em sntese, podemos estabelecer como fato gerador do IPI, (i) desembarao aduaneiro de produto de procedncia estrangeira, (ii) a sada de produto do estabelecimento industrial ou equiparado a industrial. Por outro lado, no se considera no ocorrido o fato gerador, por exemplo, no (i) desembarao aduaneiro de produto nacional que retorne ao Pas por motivos alheios vontade do exportador e na (ii) sada de produtos por motivo de mudana (domiclio tributrio) do estabelecimento, ou seja, como se o estabelecimento se des- locasse na sua integralidade. Nesse rumo, a ESAF deve-se dar maior ateno, no que concerne a ocorrncia do FG, nas sadas (i) no caso do estabelecimento industrial, dos produtos nele industrializados ou dos insumos remetidos a outro industrial ou revendedor; (ii) no caso do estabelecimento equiparado a industrial, dos produtos pelo qual o estabelecimento foi equiparado . Ademais, registram-se que existem hipteses que ocorrem a incidncia do IPI dentro do prprio estabelecimento, sem necessariamente uma sada fsica, tal como a venda e consumo de produto no prprio estabelecimento que o produz, em que incide o IPI no momento da venda. 1.5.5 Local da incidncia O aspecto espacial do IPI o territrio nacional, inclusive as reparties alfandegrias do pas na hiptese de importao do produto industrializado do exterior. (ESAF/Receita Federal/adaptada a nossa realidade) Considera-se ocorrido o fato gerador do IPI, quando: ocorrer a venda do produto industrializado por intermdio de ambulante. acontecer a revenda de produtos industrializados sem qualquer operao de recondicionamento ou renovao. ocorrer a sada do cliente do bar que elabora, em seu estabelecimento, a cerveja. houver a emisso da competente nota-fiscal, que registra o fato, o valor e, especialmente, o imposto devido. o produto, que tiver sado do estabelecimento industrial com o fim especfico de exportao, for revendido no mercado interno, no momento da efetivao da venda. DEVER DE CASA (ESAF/APO/Unio/2008) A competncia tributria, assim entendida como o poder que os entes polticos Unio, Estados-Membros, Distrito Federal e Municpios tm para instituir tributos, no ilimitada. Ao con- trrio, encontra limites na Constituio Federal, entre os quais destacamos o princpio da legalidade tributria, segundo o qual nenhum tributo poder ser institudo ou majorado a no ser por lei. Porm, a prpria Constitui- o Federal excetua da obrigatoriedade de ser majorados por lei (podendo s-lo por ato do Poder Executivo) alguns tributos. So exemplos desses tributos: imposto sobre renda e proventos / imposto sobre importao de produtos estrangeiros / contribuio para o PIS/PASEP. imposto sobre produtos industrializados / CIDE combustvel / contribuio para o PIS/PASEP. imposto sobre importao de produtos estrangeiros / imposto sobre exportao de produtos nacionais ou nacionalizados / imposto sobre renda e proventos. CIDE combustvel / imposto sobre produtos industrializados / imposto sobre operaes de crdito, cmbio e seguros. contribuio para o PIS/PASEP / imposto sobre operaes de crdito, cmbio e seguros/ imposto sobre pro-dutos industrializados. (ESAF/Analista Jurdico/2007/CE) O princpio constitucional da legalidade preceitua que a instituio ou a majorao de tributos dever ser estabelecida por lei. Com relao majorao de alquotas, porm, a prpria Constituio Federal prev que alguns tributos podero t-la por meio de decreto presidencial. Entre estes, no se inclui: Imposto de Importao. Imposto Territorial Rural. Imposto sobre Operaes Financeiras. Contribuio de Interveno no Domnio Econmico Sobre Combustveis. Imposto Sobre Produtos Industrializados. (ESAF/ATRFB/2010) A reduo do Imposto sobre Produtos Industrializados IPI para geladeiras, foges, mquinas de lavar e tanquinhos, produtos da linha branca, que encerraria no prximo dia 31, foi prorrogada por mais trs meses. A partir de 10 de novembro entra em vigor uma nova tabela cujas alquotas passam a ser esta- belecidas com base na eficincia energtica dos produtos, de acordo com a classificao do Programa Brasileiro de Etiquetagem, coordenado pelo Inmetro. O anncio foi feito nesta quinta-feira pelo ministro da Fazenda Gui- do Mantega. Ns estamos desonerando mais os produtos que consomem menos energia, explicou. A medida vale at 31 de janeiro de 2010. Segundo ele, as geladeiras, que antes do IPI baixo tinham uma alquota de 15%, e recuou para 5%, podero manter essa mesma alquota reduzida, mas somente para os produtos da chamada classe A, ou seja, com menor consumo de energia. As geladeiras da classe B passaro a ter uma alquota de e o restante voltar a ter um IPI de 15%. (Extrado do site www.fazenda.gov.br, notcia de 29.10.2009). Na notcia acima, identificamos um importante aspecto do IPI Imposto sobre Produtos Industrializados. Assinale, entre as opes que se seguem, aquela que explica e justifica tal aspecto, isto , somente aquele que a no- tcia mencionada destacou. Por meio da seletividade, pode-se tributar com alquotas diferenciadas produtos de acordo com o seu grau de essencialidade. A notcia demonstra a aplicabilidade do princpio constitucional da capacidade tributria, pois estabelece alquotas diferenciadas para as diversas categorias de geladeiras existentes no mercado. O IPI constitui uma exceo regra geral da legalidade, j que o Poder Executivo pode, a qualquer momento, baixar ou restabelecer as suas alquotas. A no-cumulatividade, outra caracterstica do IPI, visa impedir que as incidncias sucessivas nas diversas operaes da cadeia econmica de um produto impliquem um nus tributrio muito elevado, decorrente da ml- tipla tributao da mesma base econmica. A extrafiscalidade consiste na possibilidade de, por meio de alquotas diferenciadas, estimular-se determinado comportamento por parte da indstria e, consequentemente, dos consumidores. (ESAF/TRF/2002.1) Constituio Federal, artigo 153, 3 - O imposto previsto no inciso IV: (Imposto Sobre Produtos Industrializados) I - ser seletivo, em funo da essencialidade do produto; II - ..................................... Em face do enunciado, assinale a opo correta. Seletividade quer dizer discriminao ou sistema de alquotas diferenciais por espcies de mercadorias. Trata-se de dispositivo programtico endereado ao legislador ordinrio, recomendando-lhe que estabelea as al- quotas em razo inversa da imprescindibilidade das mercadorias de consumo generalizado. Quanto mais sejam elas necessrias alimentao, ao vesturio, moradia, ao tratamento mdico e higinico das classes mais nu- merosas, tanto menores devem ser.Seletividade quer dizer discriminao ou sistema de alquotas diferenciais por espcies de mercadorias. Trata-se de dispositivo programtico endereado ao legislador ordinrio, recomendando-lhe que estabelea as al- quotas em razo direta da imprescindibilidade das mercadorias de consumo generalizado. Quanto menos sejam elas necessrias alimentao, ao vesturio, moradia, ao tratamento mdico e higinico das classes mais nu- merosas, tanto menores devem ser. Seletividade quer dizer discriminao ou sistema de alquotas homogneas por espcies de mercadorias. Trata-se de dispositivo programtico endereado ao legislador ordinrio, recomendando-lhe que estabelea as al- quotas em razo direta da imprescindibilidade das mercadorias de consumo suprfluo. Quanto mais sejam elas necessrias alimentao, ao vesturio, moradia, ao tratamento mdico e higinico das classes mais numero- sas, tanto maiores devem ser. Seletividade quer dizer no-discriminao ou sistema de alquotas homogneas por espcies de mercadorias. Trata-se de dispositivo programtico endereado ao legislador ordinrio, recomendando-lhe que estabelea as alquotas em razo inversa da imprescindibilidade das mercadorias de consumo generalizado. Quanto mais se- jam elas necessrias alimentao, ao vesturio, moradia, ao tratamento mdico e higinico das classes mais numerosas, tanto menores devem ser. Seletividade quer dizer discriminao ou sistema de alquotas diferenciais por espcies de mercadorias. Trata-se de dispositivo programtico endereado ao legislador constitucional, recomendando-lhe que estabelea as alquotas em razo inversa da imprescindibilidade das mercadorias de consumo suprfluo. Quanto mais sejam elas necessrias alimentao, ao vesturio, moradia, ao tratamento mdico e higinico das classes menos numerosas, tanto menores devem ser. (ESAF/PFN/2007) O Cdigo Tributrio Nacional dispe que o fato gerador do imposto de importao a entrada do produto estrangeiro no territrio nacional, no esclarecendo exatamente quando se considera ocorri- da essa entrada. Quanto tributao de produtos aliengenas, observe as asseres seguintes e avalie se elas so verdadeiras ou falsas. A legislao do IPI esclarece que o fato gerador desse imposto (sobre produtos industrializados) o desembarao aduaneiro, quando de procedncia estrangeira, considerando-se ocorrido esse desembarao relativamen- te mercadoria que constar como tendo sido importada e cujo extravio seja verificado pela autoridade fiscal. na data do registro da declarao de importao de mercadoria submetida a despacho para consumo que se considera ocorrido o fato gerador do imposto de importao. Como o CTN dispe que, quando o valor tributrio esteja expresso em moeda estrangeira, no lanamento far- se- sua converso em moeda nacional ao cmbio do dia da ocorrncia do fato gerador da obrigao, para efeito de clculo do imposto os valores expressos em moeda estrangeira devero ser convertidos em moeda nacional taxa de cmbio vigente na data da entrada do bem em guas territoriais nacionais. As trs afirmaes so verdadeiras. S verdadeira a primeira assero. S falsa a terceira afirmao. S so verdadeiras as duas ltimas. So todas falsas. RESPOSTAS DO DEVER DE CASA Letra (A). O imposto sobre a renda (IR) e a contribuio para o PIS/PASEP no so excees ao princpio da legalidade tributria. Logo, incorreta. Letras (B) e (E). A contribuio para o PIS/PASEP no exemplo de mitigao do princpio da legalidade tri- butria. Logo, incorretas.Letra (C). O imposto sobre a renda no exceo ao princpio da legalidade tributria. Portanto, incorreta a alternativa. Letra (D). A CIDE-combustvel, o IPI e o IOF so excees. Logo, correta. Segundo o art. 153, 1, da CF, atendida as condies e os limites legais, o decreto presidencial poder majorar o imposto de importao ( II); imposto de exportao ( IE); imposto sobre produtos industrializados (IPI ); impostos sobre operaes de crdito, cmbio e seguro, ou relativas a ttulos ou valores mobilirios ( IOF). No que se refere a CIDE Combustveis (art. 177, 4, I alnea b, da CF), o decreto presidencial poder reduzir e restabelecer a alquota. Portanto, a resposta a letra b (ITR).seletivo, em funo da essencialidade do produto (art. 153, 3, I, CF). Contudo, a notcia no traz exemplo de seletividade, at porque explicitamente enuncia que a alquota reduzida de 5% abrange somente os produtos da chamada classe A. Logo, incorreta. Letra (B). A notcia no demonstra a aplicabilidade do princpio da capacidade tributria (art. 145, 1), pois examina situao em que a tributao sobre produtos das classes mais pobres possuem carga tributria maior. Logo, incorreta. Letra (C). O IPI constitui uma exceo regra geral da legalidade , j que o Poder Executivo pode baixar ou restabelecer as suas alquotas. Contudo, esta flexibilidade no justifica a notcia. Portanto, incorreta. Letra (D). A notcia no diz respeito a no-cumulatividade. Logo, incorreta. Letra (E). A extrafiscalidade tributria interfere diretamente no domnio econmico, buscando um efeito diverso da exclusiva arrecadao de recursos financeiros, podendo ter como funo o desenvolvimento de determinadas atividades ou setores especficos da economia. Desta forma, a extrafiscalidade explica e justifica a notcia, pois o ministro da Fazenda Guido Mantega afirma literalmente que pretende desonerar mais os produ- tos que consomem menos energia, aumentando, por conseguinte, o consumo destes bens ou produtos. Portanto, correta. A seletividade quer dizer exatamente discriminao ou sistema de alquotas diferenciais por espcies de mercadorias. Trata-se de dispositivo programtico endereado ao legislador ordinrio, recomendando-lhe que estabelea as alquotas em razo inversa da imprescindibilidade das mercadorias de consumo generalizado. Quanto mais sejam elas necessrias alimentao, ao vesturio, moradia, ao tratamento mdico e higinico das classes mais numerosas, tanto menores devem ser. no-cumulatividade caracterstica obrigatria do IPI . Todavia, aLetra (A). O IPI serLogo, correta a letra a. Item I. De acordo com o art. 2, inc. I, da Lei 4.502/64 c/c art. 46, inc. I, do CTN, constitui fato gerador do IPI, quanto aos produtos de procedncia estrangeira , o respectivo desembarao aduaneiro . Ademais, segundo o 3, do art. 2, da Lei 4.502/64, considerar-se- ocorrido o respectivo desembarao aduaneiro da mer- cadoria que constar como tendo sido importada e cujo extravio ou avaria venham a ser apurados pela autoridade fiscal, inclusive na hiptese de mercadoria sob regime suspensivo de tributao. Logo, verdadeira.Item II. De acordo com a interpretao sistemtica dos arts. 19 do CTN e 23 do Decreto-Lei 37/1966, o STJ consolidou a sua jurisprudncia (REsp 1.220.979/RJ, DJe 15/04/2011) no sentido de que o aspecto temporal do imposto de importao (II) de despachada para consumo registro da declarao de importao do bem. Logo, verdadeira. mercadoria ocorre na data doItem III. De acordo com o art. 143 do CTN, salvo disposio de lei em contrrio, quando o valor tributrio esteja expresso em moeda estrangeira, no lanamento far-se- sua converso em moeda nacional ao cmbio do dia da ocorrncia do fato gerador da obrigao. Nesse rumo, no se considera a data da entrada do bem em guas territoriais nacionais, mas sim data ocorrncia do fato gerador. No IPI importao e no II, em regra, acon- tece no desembarao aduaneiro. Conforme j destacamos, na hiptese do II, o STJ j pacificou o entendimento de que no h incompatibilidade entre o art. 19 do CTN e o art. 23 do DL n. 37/1966, pois o desembarao aduaneiro completaria a importao e, consequentemente, representaria, para efeitos fiscais, a entrada de mercadoria no territrio nacional (EDcl no REsp 1.000.829-ES, DJe 17/6/2010; AgRg no Ag 1.155.843RJ, DJe 30/9/2009; REsp 1.046.361-RJ, DJe 5/3/2009). Logo, falsa. Portanto, a letra correta a c (S falsa a terceira afirmao).