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Al. Linhas de Torres, 2 1750-146 LISBOA [email protected] Coimbra Res. Universitária Início de ano Lisboa – Residência do Lumiar Obra Social Paulo VI AfterBen Antigas Alunas de Sá da Bandeira Arrentela Festa Nª Sª da Soledade Figueira – Casa N S Rosário Dia aberto às Famílias Acção de graças pela semente em 1910 Uma passagem... Reunião de Coordenadoras Acção para novos Docentes Aconteceu... Acontece... Mulheres de Fé – Madre Alves Irmãs 3ª Idade e doentes Bragança Capela da nova casa Pai, também vou à Missa Abrantes 70 anos Col. Nª Sª Fátima

Abrantes - doroteefrassinetti.org · No meio da sala grande, uma mesinha, um vaso de barro pronto a receber sementes, outro cheio delas, velas acesas… uma “composição de lugar”

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Al. Linhas de Torres, 2 1750-146 LISBOA [email protected]

Coimbra Res. Universitária Início de ano

Lisboa – Residência do Lumiar Obra Social Paulo VI AfterBen Antigas Alunas de Sá da Bandeira

Arrentela Festa Nª Sª da Soledade

Figueira – Casa N S Rosário Dia aberto às Famílias

Acção de graças pela semente em 1910 Uma passagem... Reunião de Coordenadoras Acção para novos Docentes Aconteceu... Acontece... Mulheres de Fé – Madre Alves Irmãs 3ª Idade e doentes

Bragança Capela da nova casa

Pai, também vou à Missa

Abrantes 70 anos Col. Nª Sª Fátima

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5 de Outubro - «acção de graças pela Fecundidade do grão de trigo que morreu em 1910» Celebrámos e agradecemos as «Mulheres de Fé» que «resistiram aos vendavais da expulsão e se mantiveram fiéis à graça da sua vocação, fortalecidas pela caridade que as uniu nas horas de perseguição». Não é o número que interessa, mas é significativo:

- O ano de 1910 terminou com 252 Irmãs e apenas 3 Casas; a maior parte das Irmãs estava dispersa, em casas de família e amigos. - O ano de 1911 terminou com 217 Irmãs e 10 Casas, sendo 9 no estrangeiro. – Hoje (5 de Outubro de 2010) somos 301 Irmãs em 32 Comunidades.

De acordo com o guião recebido, também neste 5 de Outubro - mas de 2010 - lançámos sementes na nossa ‘terra’ de hoje.

- Quem serão as Doroteias de 5 de Outubro de 2110? - Que colherão das nossas sementes lançadas à terra?

Chegaram-nos alguns «ecos» desta Celebração:

Comunidades do Sardão (Colégio e Centro de Espiritualidade)

5 de Outubro – 1910. Alvorada de um dia do tamanho do mundo… Uma alvorada não

querida mas divinamente conduzida pelo Senhor. Foi assim a dispersão das nossas heróicas

Irmãs, mulheres fortes e santas que a “outros mundos” deram a conhecer o amor de

Jesus. Cada anoitecer lhes trazia dúvidas e interrogações, mas a alegria e a esperança

voltava pela manhã. O zelo apostólico aprendido na escola de Paula era ardente nos seus

corações.

100 anos passaram. Ao celebrá-los hoje cada casa, cada Comunidade revive, com emoção,

esse passado tão rico em exemplos de coragem, de amor fraterno, amor a Deus e à

Congregação.

As duas Comunidades do Sardão - Colégio e Casa de Espiritualidade - celebraram juntas

este momento.

No meio da sala grande, uma mesinha, um vaso de barro pronto a receber sementes,

outro cheio delas, velas acesas… uma “composição de lugar” propícia para a oração que ia

brotar dos nossos corações.

Com expressões mais simples ou mais elaboradas o Senhor terá ouvido a nossa oração de

louvor, de petição e sobretudo de imensa gratidão.

Comunidades de Vilar, Paz e ESE

As Comunidades de Vilar, Colégio da Paz e ESE de Paula Frassinetti

reuniram-se na Casa de Vilar para, como “mulheres de Fé”,

celebrarem a fecundidade do Grão de trigo.

Cada Comunidade assumiu gestos fraternos de partilha com

fotocópias, floreiras, sementes, bandeirinhas com os nomes e os

símbolos dos países ali mencionados, o contributo para o lanche-convívio…

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Depois dos tradicionais ‘cumprimentos’, dirigimo-nos para a capelinha de Santa Paula,

devidamente preparada para acolher, no momento, o dom de cada uma de nós.

A celebração decorreu num ambiente calmo, sereno e muito participado por todas.

Seguiu-se o lanche-convívio, onde saboreámos os dons partilhados e com os quais Deus

saciou a nossa fome. Não faltaram os tradicionais versos da ‘poetisa de serviço’ – a Irmã

Gracinda; mas o espaço não dá para inserir tudo...

Coimbra... Figueira... Recardães...

Situámo-nos no Outubro de 1910 - Dispersão/Expansão. Celebrámo-las como um

Pentecostes, pela força, coragem e dinamismo das nossas Irmãs! Meditámos o ‘cair’ da

semente à terra e cantámos a alegria dos ‘feixes’ trazidos em braços de gratidão e

louvor ao nosso bom Deus pela semente que tanto fruto deu! A partilha foi rica!... A

nota mais fresca, desta pauta de alegria, veio-nos da presença das nossas Irmãs mais

novas. Como nos ‘soube a pouco’ esta ‘aragem fresquinha!...’. Era a ESPERANÇA a

passear-se em nossa casa! Integrada no grupo de Recardães vinha também uma jovem, a

Denise, que se encontra num processo de discernimento sobre o rumo a dar ao seu

futuro. Ficamos a rezar por ela!... Terminámos este encontro com um espaço de convívio

e lanche partilhado. Foi um dia de festa, de comunhão! Santa Paula estava ali!… Foi

uma experiência com verdadeiro sabor a Família!

Foi assim que o sentiram algumas das Comunidades ‘visitadas’, no início do ano, pelas Irmãs Lúcia Soares e Maria Antónia Marques Guerreiro: Coimbra – Residência das Irmãs (Irmã Laurentina)

Foi uma passagem curta, esta da nossa

nova Provincial e da nossa Vigária, mas

marcada por um desejo forte de que

todas, dentro dos nossos condicionalismos,

fôssemos aquelas “Mulheres de Fé” a

carregar no acelerador da Esperança,

confiando inteiramente na força do

Espírito e desta semente que somos e

queremos “saber perder” para um

ressurgir de Vida Nova!

Tivemos dois encontros, em que a Irmã

Lúcia nos apresentou o filme da

Assembleia de Província em Fátima. As

Irmãs que não puderam ir à Assembleia

ficaram felizes por poderem perceber e

visualizar o “Grande Momento” que ali se

viveu! Colégio do Sardão (Irmã Maria Emília Diniz)

Ilusão? Realidade? Por vezes as duas

confundem-se e resultam efeitos novos e

novas sugestões. Foi o caso do nosso

encontro comunitário com a Irmã Lúcia e

a Irmã Maria Antónia, que nos ajudaram a

dar passos no aprofundamento e

compreensão do Capítulo Geral XX.

No centro da grande sala, uma roda

gigante preenchida por vários rostos: uns,

os de quem já percorreu longos caminhos

da vida; outros, a quem as rugas da vida

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ainda não deixaram marcas do tempo...

Todas bebíamos as palavras sábias que nos

falavam da visão nova que o futuro nos

abre para que a VIDA brote abundante e

forte no coração de quem dessa VIDA

nunca ouviu falar. Perspectivas que em

cada uma de nós ficam em aberto, a ser

estímulo, aguilhão, para que se fundam a

«ilusão e a realidade». Uma realidade que

só em Deus está, porque Ele conta com a

firmeza das «mulheres que crêem sem

reservas», no seu Amor Fecundo e

Criador.

Irmã Maria Emília Nabuco

No dia 2 de Outubro, teve lugar na nossa Casa de Espiritualidade de Paula Frassinetti, em Fátima (antiga Monte Moro), uma reunião de

Coordenadoras da Província. Ainda estava muito presente na mente e no coração de cada uma a lufada de ar fresco que nos ficou da nossa Assembleia dos últimos dias de Agosto. Na verdade, a Província ressurgia “Menina de Esperança” aos olhos de cada uma.

Iniciámos os nossos trabalhos com uma oração intitulada “O Olhar de Deus – O Olhar da Fé” que nos desafiou a descobrir Deus na

profundidade de todas as coisas. Após a oração, tomámos nova consciência da nossa Programação Anual nos seus diferentes itens. Esta

tomada de consciência levou-nos a reflectir e a aferir critérios comuns para a vida de todas as Comunidades. Deu-se ainda especial atenção ao campo da Administração de Bens e aos serviços de Secretaria e Arquivo - foi relembrada, nesta hora da unificação, a necessidade de ter em conta um modo de proceder comum, nestes âmbitos. Foram dadas ainda orientações sobre as Visitas às Comunidades.

No final da manhã, fizemos uma pausa para a celebração da Eucaristia, que foi presidida pelo Padre José Augusto Leitão, Verbita e muito nosso amigo. E retemperámos depois as nossas energias com um delicioso almoço preparado com muito carinho.

Da parte da tarde foi-nos apresentado um texto para reflexão pessoal e em grupos, sobre “Ritos e Rituais na comunidade religiosa”. Foi um texto muito enriquecedor, que nos deixou vontade de o reflectirmos nas Comunidades, com todas as Irmãs, ainda antes de elaborarmos o nosso Projecto Comunitário. Esta reflexão conduziu a um plenário em que se partilhou o trabalho de grupos, seguido de um momento de diálogo.

Fez-se uma breve avaliação do Encontro, terminando com uma oração ao “Deus de todos os ritmos do espaço e do tempo”, antes do lanche e da despedida.

Viemos para as Comunidades ainda mais unidas umas às outras e com muita vontade de abraçar a missão que nos espera ao longo deste novo ano.

Um encontro com uma mulher chamada Paula

Ana Luísa Correia e Ana Maria Cabral (Colégio Nossa Senhora da Paz)

No passado dia 23 de Setembro, rumaram a Fátima os novos colaboradores das instituições educativas doroteias, vindos das várias missões espalhadas pelo País. No momento da partida, a curiosidade e a expectativa eram os sentimentos dominantes.

Depois de um dia de trabalho e de alguns (para vários, muitos!...) quilómetros percorridos, chegámos a Fátima, a meio da tarde de 6ª feira, para um encontro especial: “Um encontro com uma Mulher chamada Paula”. Após algumas (re)apresentações dos “novos

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docentes” dos Centros Educativos da Congregação em Portugal, fomos levados até… Paula Frassinetti. Descobrimos afinal que, mesmo antes de Paula nos ser apresentada pelas vozes da Irmã Maria Antónia M. Guerreiro e da Irmã São Amorim, todos nós já conhecíamos um pouco desta Mulher e do seu modo de educar. Firme/suave, corajosa, generosa e humilde foram apenas alguns dos adjectivos evocados para a caracterizar e que foram construindo uma colorida moldura em redor da imagem de Paula que nos esperava na Sala da Casa de Espiritualidade do Monte Moro. O desconforto causado pelo vento frio da noite foi ultrapassado pelo calor emanado de um momento de reflexão que nos aqueceu a partir do interior: “Quem é Jesus para mim?”. Jesus Cristo, centro da vida de Paula, tornou-se então o centro das reflexões de cada um/a de nós. A partir de algumas passagens do Evangelho, rezadas pessoalmente, num primeiro momento, partilhámos a importância de Ele se tornar o centro da nossa vida. Foi com este momento de interiorização e de partilha de fé que embarcámos para uma noite de merecido descanso…

Na manhã seguinte, começámos o dia rezando com Maria, a Mulher do Dia Novo. Aprofundámos, seguidamente, a história de Paula. Momentos-chave da sua vida foram o mote para, em grupos, chegarmos a um conhecimento mais profundo dos seus símbolos, revelando coordenadas do seu ser-agir, da sua forma de educar. Tudo em chave de confronto e de reflexão sobre o que ela nos diz, no questionamento de como essa “marca” se reflecte em nós, no nosso papel de educadores e na nossa forma de educar. A partilha das reflexões em grupo foi muito rica: Paula era uma mulher de grandes obras nas pequenas coisas do quotidiano; alguém que aceitava incondicionalmente, com firmeza e suavidade, a Vontade de Deus descoberta nos acontecimentos; alguém que não esquecia os retratos sem moldura e que possuía uma bondade fora do comum… E, à sua semelhança,

fomos crescendo no desejo de construir o nosso modo de educar.

Após o almoço, reconfortados com os saborosos doces da confeitaria Milano, chegámos à tarde de Sábado: e fomos desafiados com uma proposta lúdico-séria! Se o encontro era de “novos docentes” (de “caloiros”!...), não podia faltar um momento de “praxe”! A cada grupo coube a exigente tarefa de apresentar o modo de educar de Paula, de uma forma original, realçando a sua actualidade e a sua pertinência. Pusemos mãos à obra, com o carinho que o trabalho nos pedia… Esta apresentação/encenação foi realizada de quatro formas distintas, de acordo com os âmbitos da apresentação que coube aos vários grupos: numa Reunião de Pais de um Colégio, num Debate televisivo, num Congresso sobre Educação em que estava presente a Ministra da Educação e, por fim, num Recital, no intervalo de um dos programas do La Féria. Foram, na verdade, momentos de muito boa disposição, de criatividade e de talentos descobertos. Desta forma, todos transmitiram o que integraram já em si dos ideais educativos da Família Doroteia!

Portadores de um Certificado de contágio pela forma de educar de Paula, os novos membros desta Família partiram, a meio da tarde de Sábado, para os seus destinos. Para a entrega deste Certificado esteve connosco a nova Provincial das Irmãs Doroteias, Irmã Lúcia Soares, que nos disse da sua alegria por nos ver entusiasmados e capazes de falar tão convictos da “paixão educativa” de Santa Paula. Seguiu-se um momento de avaliação, em que partilhámos as descobertas feitas… e reconhecemos que tinha valido a pena o encontro com esta grande Mulher! Estamos certos de que partimos, por um lado, com as bagagens mais preenchidas: com novas amizades e com mais vontade de educar à imagem de Paula; e, por outro, com essas bagagens mais leves devido à serenidade, à simplicidade e à verdade que estiveram presentes ao longo destes dois dias.

Equipa Responsável:

Anabela Pereira, ssd - António Madureira Rodrigues, sj - Catarina e Pedro Portela - Cláudia e Jorge Araújo - Susana e Miguel Pires - Suzana e Constantino Gonçalves

No passado dia 17 de Outubro, na Casa de Espiritualidade Paula Frassinetti - Sardão, decorreu a actividade "Pai, eu também vou à missa". Entre animadores e crianças éramos 41.

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De uma forma muito criativa e lúdica fomos percorrendo várias etapas da Eucaristia. Houve tempo para brincar, rezar, reflectir, conviver... Encerrámos com uma Eucaristia/Festa celebrada pelo Padre Vasco, na presença de pais e filhos. Este foi o primeiro passo de uma caminhada que desejamos proporcionar às crianças na sua Formação Espiritual.

LAR S. FRANCISCO - BRAGANÇA

Pensamos ser já do conhecimento de todas as Irmãs da Província a nova residência da Comunidade de Bragança, mas gostamos de salientar o caminho percorrido até aqui. Após um período de busca da Vontade de Deus, num processo de discernimento acompanhado pela Irmã Fátima, chegou-se à conclusão ser necessário mudar o ritmo de vida das Irmãs, a viver permanentemente no meio das alunas, no ambiente do Lar.

Optou-se pela mudança da Comunidade para uma nova residência e, assim, assegurar um descanso mais tranquilo, um sono mais repousante, fora da agitação e de um constante alerta dia e noite. Foi-se procurando uma nova moradia, e finalmente, mesmo junto ao Lar, encontrou-se um apartamento para alugar e que reunia condições favoráveis. Sucedeu-se de imediato a mudança, e no dia 13 de Outubro de 2009, pelas 22 horas, deixámos o Lar para vir dormir pela primeira vez na nossa nova casa.

No pequeno espaço destinado à Capela rezámos em Comunidade, confiantes de que Jesus estava connosco, agradecendo o passo dado e implorando a bênção do “nosso Jesus Cristo”. Em seguida tomámos chá com bolinhos, celebrando o momento com simplicidade e alegria, até às 23 horas.

O caminho foi-se fazendo, e com a devida autorização aproveitou-se a passagem da Irmã Fátima – 19 de Junho de 2010 – para trazer do Lar o Sacrário com o Santíssimo para a nova residência e, numa linda e singela celebração, o pároco – Padre Calado – benzeu a nossa casa. Há já um ano que estamos no apartamento, mas até ao momento, com excepção de tempos de distensão e oração comunitária, continuamos a ter quase todas as refeições no Lar, passando lá praticamente todo o dia, uma vez que as Irmãs trabalham no Lar, quer a nível da Direcção quer noutros serviços, desempenhando desta forma a nossa Missão no meio desta infância e Juventude ferida, que nos esforçamos por curar com a nossa presença, o nosso carinho e testemunho de vida.

Notícia do Jornal local “Nova Aliança”

Colégio de Nossa Senhora de Fátima

Foi a 13 de Outubro de 1940 que o sonho do Cónego Silva Martins se concretizou, fazendo surgir na cidade de Abrantes um Colégio destinado à “instrução sólida e sã formação” das jovens da cidade e da região. O Senhor Dr. Manuel Fernandes foi o grande impulsionador e colaborador, ajudado por um grupo de abrantinos com quem constituiu uma Sociedade. A sua tenacidade e entusiasmo tornaram possível que, em Abrantes, passasse também a funcionar um Estabelecimento de Ensino Secundário, até aí inexistente. Celebraram-se, no passado dia 13 de Outubro, 70 anos deste Colégio por onde já passaram tantas gerações, onde têm recebido princípios orientadores de vida que marcam as famílias que constituem, os sectores de vida social em que exercem a sua actividade, os movimentos da Igreja a que se entregam com inexcedível dedicação, as

muitas tarefas que realizam em regime de voluntariado, não só nas várias regiões do país, mas em muitas outras zonas do mundo. Por isso, este dia foi de Acção de Graças por todo o bem que foi acontecendo. Houve uma Celebração Eucarística, em que participaram os actuais Alunos, Colaboradores e Amigos e Irmãs Doroteias, a quem desde a primeira hora foi entregue a orientação deste Colégio. Todo o dia se desenrolou num clima de festa, com bolo de aniversário para todas as pessoas que fazem parte da Comunidade Educativa e para as que o

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visitaram. No dia 16 de Outubro foi a Confraternização das Antigas Alunas, vindas de vários pontos do país, pelo que se juntaram 160. Os laços de Amizade que se foram criando trouxeram gratas

recordações partilhadas em ambiente de muita alegria e fraternidade, suscitando o desejo de que estes encontros se repitam, à semelhança de anos anteriores.

(Ver facebook.com/ group.pop?gid=262236544742&v=wall – Antigos Alunos Colégio Nª Sª de Fátima - Abrantes

Do Jornal – O Figueirense, 15 Outubro 2010

Casa Nossa Senhora do Rosário: muito mais do que uma escola A completar 79 anos de vida, a Casa Nossa Senhora do Rosário há muito que está de portas abertas à população de Tavarede, onde funciona. Mas a acção desta Instituição Particular de Solidariedade Social vai muito mais além das fronteiras de Tavarede. Foi para dar a conhecer todas as valências que, no final da semana passada, a Casa abriu as suas portas aos pais das cerca de 120 crianças que ali frequentam do pré-escolar ao 4º ano do 1º ciclo do Ensino Básico.

Por fora parece uma escola particular «normal», no funcionamento e na dimensão. Lá dentro, porém, o tamanho como que cresce, os corredores desdobram-se em múltiplas salas: as de aulas, as do jardim de infância, as de actividades de enriquecimento curricular, mas também as dos cursos de Educação e Formação de Adultos (cursos EFA), que em breve vão permitir a mais 30 pessoas obter equivalência ao 12º ano de esco-laridade, acolhendo de seguida 30 novos formandos. (...) Simplicidade é a palavra de ordem, ou não fosse a Casa Nossa Senhora do Rosário da responsabilidade da comunidade Doroteia - o piso de cima do edifício é, aliás, a residência das Irmãs, que dedicam a vida a esta grande comunidade, a sua família, afinal. (...) Muitos dos casos mais problemáticos do Rendimento Social de Inserção são encaminhados para o gabinete de Reinserção Social e Integrada (RSI) da Casa de Nossa Senhora do Rosário. Para além dos procedimentos burocráticos, a instituição apoia os beneficiários com acções de formação «desenhadas» por uma equipa multidisciplinar composta por cinco técnicas, três das quais permanentemente “no terreno”, para dar resposta às cerca de 100 famílias que têm sempre entre mãos. (...) Ginástica financeira, criatividade e fé na Providência Divina parecem ser os ingredientes para que, dia após dia, a Casa de Nossa Senhora do Rosário continue a conseguir abrir as portas aos alunos, aos formandos e a quantos precisam da instituição. (...) As despesas são muitas, e as receitas não abundam. O nosso pior período foi quando, em 2007, acabou a comparticipação da Segurança

Social para o almoço das crianças de famílias carenciadas”, que representam sensivelmente metade das que frequentam a instituição, explicou Assunção Cristino. A Casa de Nossa

Senhora do Rosário optou por manter o serviço sem aumentar a mensalidade, que no caso destas crianças é comparticipada pelo Ministério da Educação, para o 1º CEB, e pela Segurança Social, no caso do Jardim-de-Infância, sempre

em função da declaração do rendimento anual dos pais. “O que é que íamos fazer se os pais não têm como pagar? Deixar as crianças sem almoço?”, questionam. Porém, quem passe em frente da Casa de Nossa Senhora do Rosário à hora do recreio dificilmente acreditará que ali brinquem crianças de famílias carenciadas. Aprumadas nos seus uniformes azuis e brancos, parecem frequentar um verdadeiro Colégio o privado. “Quisemos nivelar por cima, e o uniforme, que é simples, ajuda a dar essa imagem, que é boa para a auto-estima dos alunos sem dar espaço à competição de roupas de marcas que nem todos podem ter”, explica Assunção Cristino. Já no que respeita aos lanches a meio da manhã e da tarde, a opção foi de nivelar por baixo. “Uns traziam bolos e sumos, outros não traziam nada, e acabavam por comer o pãozito e o leite que, meio às escondidas, lhes dávamos”, recorda a Irmã Júlia Maria. A solução foi esticar ainda mais o orçamento da instituição e incluir estas refeições na mensalidade. Agora os lanches a meio da manhã e da tarde são simples e despretensiosos – leite e pão com manteiga, no dia em que abriram as portas a “O Figueirense” – mas alimentam o corpo, não fazem mal à saúde nem engordam, e favorecem o espírito de igualdade.

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Finalmente notícias!!! E são tantas para dar! Comecemos pela visita das Irmãs Lúcia e Maria Antónia. Foi a 20 de Setembro. Estávamos a rezar quando chegaram; ainda participaram na nossa oração e tomaram connosco o primeiro jantar de grupo. Foi uma refeição muito familiar. No fim, as jovens dirigiram-se à cozinha com muita espontaneidade para participar no arrumo da mesma. Esse ritual ficou instituído desde a primeira hora. No dia 30 de Setembro, tivemos praxe à moda da casa... Como o grupo é maioritariamente de caloiras, a praxe foi animada. Começou com um momento de oração e entrega solene das chaves. Não faltou a oração das chaves, que foi oferecida a cada uma. Seguiu-se um jantar à luz da vela. Os lugares estavam marcados com um pensamento de Santa Paula dirigido a cada uma, escrito em cartolina da cor do curso. Foram estes pensamentos que serviram de oração inicial e final da refeição. O terceiro momento foi uma grande animação: Praxe “a sério”! Desde uma declaração de amor ao Pinto da Costa, diante da fotografia dele, até à publicidade sobre uma máquina de barbear. As “doutoras” iam dando as ordens e as “humildes caloiras” tinham que obedecer! A animação foi-se estendendo pela noite fora. Não faltou a serenata “à meia-noite ao luar” que comoveu e entusiasmou a “família”. Da chuva de rebuçados que caiu pela janela em direcção às doutoras todas beneficiaram. Tivemos rebuçados até ao fim de Outubro… e ninguém se queixou com a abundância! Mas não ficou por aqui: As caloiras também tinham o seu momento de reserva: o Hino da nossa casa:

Belas, lindas ... São as pessoas que habitam o nosso lar Em que a Amizade é o fruto especial! ... São as Doutoras que habitam o nosso lar Em que a Disponibilidade é o fruto especial ... São as Irmãs que habitam o nosso lar Em que o Carinho é o fruto especial!

A 24 de Outubro, tivemos a Missa da bênção do caloiro. A oração dos fiéis ficou à responsabilidade da nossa casa. Foi um momento de criatividade, profundidade e serenidade; assim o avaliou o Secretariado da Pastoral Universitária. De facto, os símbolos que elas propuseram foram muito originais. As caloiras eram terra, água, sementes e uma planta; os professores, investigadores e todos os que trabalham na Universidade eram os “pilares humanos” (tijolo); as Instituições que os acolhem foram simbolizadas por uma telha. Não faltaram as botas, como símbolo dos caminhos a

percorrer, nem um relógio com uma oração pela forma como se ocupa o tempo. Como “prémio” têm que escrever uma notícia para o “Trólei”, jornalzinho da Pastoral Universitária. A Mariana é animadora do CUMN (Centro Universitário Manuel da Nóbrega) e, no dia de abertura do mesmo, o grupo quis manifestar a sua solidariedade estando presente na actividade. O mesmo aconteceu quando a Rita Duque (jovem nossa

amiga, conhecida em Quarteira) fez a sua primeira exposição de desenhos. O grupo foi uma presença muito agradável e alegre. A Caterina, uma jovem italiana que veio fazer Erasmus a Portugal, viveu connosco durante um mês. Quando foi embora deixou um desejo manifesto: vir festejar connosco o seu aniversário. Com ela veio uma amiga para conhecer o lugar onde ela tinha vivido. Realmente a nossa vida é marcada pela vida da Juventude, mas… não é tudo! No dia 31 de Outubro, juntámo-nos à Comunidade da Figueira da Foz para dar a conhecer o trabalho que vamos fazer como Equipa de Pastoral Juvenil e Vocacional da Província, e viver, juntas, um momento de oração pela Juventude. Aproveitámos para conviver, conhecer melhor os campos de missão de uma e outra Comunidade. Foi tão bom estarmos juntas, que combinámos o próximo encontro para a noite de Natal! Mais notícias? - Vida a desabrochar por todos os lados!

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Um serão diferente…

Um grupo de ex-alunas que aqui residiram em diferentes gerações, durante o seu percurso universitário, vieram jantar e passar um serão diferente com a nossa Comunidade. Viveu-se um momento lindo de muitos abraços, a matar as saudades reveladoras de quem se quer bem e já não se encontra há muito tempo. Depois do jantar - que a todas fez crescer água na boca -, preparado com tanto carinho pela Irmã Ana Fonseca, tivemos um breve momento de oração com o tema Missão. Deliciámo-nos com o teste-munho da Inês Chiola sobre a missão que viveu em Angola nestes últimos meses, e o da Rosária Oliveira sobre a sua presença junto dos sem-abrigo. Estes testemunhos, tão fervorosos, proporcionaram um diálogo aberto e simpático entre todas, revelando as suas inquietações, alegrias e dificuldades na missão que vivem no dia-a-dia. Algumas jovens sen-tiram-se interpeladas a dar um passo mais no compromisso com os mais necessitados. A Irmã Maria Francisca fez a apresentação das actividades propostas pela Pastoral Juve-nil Vocacional da Província para este ano, convidando-as à sua participação. Ficou também o convite para os próximos encontros de

reflexão e convívio aqui na Comunidade, sendo já o próximo no dia 13 de Dezembro.

Com o coração ainda quente as alunas partilham:

… acho óptimo que possamos encontrar-nos e reunir diferentes gerações...também acho excelente ter oportunidade de fazer pausas, parar, poder interpelar e ser interpelada!!! Que bom discutir, descobrir, conhecer... entender novos pontos de vista... reflectir… rezar… Obrigada. Rosário

Foi com muita alegria e saudades que relembrei os bons momentos passados em casa das Irmãs… o encontro de três gerações fez-me pensar que o tempo corre e que ainda há muito para fazer. Fico à espera que me informem quanto ao possível apoio que possa vir a dar às crianças da Musgueira. Espero vir a repetir a experiência. Muitos beijinhos

para todas. Patrícia Albuquerque

Vivemos um encontro calo-roso, cheio de diversidade e experiências diferentes. Foi bom ouvir as experiências e os pensamentos das colegas. Conseguimos reflectir sobre a missão a vários níveis. Beijinhos. Inês Chiolas

Mais um dia de Festa - 1 de Novembro de 2010. Desde o terramoto de 1775, nesta data, o povo arrentelense iniciou uma história de Fé e confiança com Maria, Nossa Senhora da Soledade. Perpetuando-se ao longo dos tempos, hoje cabe-nos a nós celebrar. A exemplo de anos anteriores, iniciaram-se as festividades com a novena, vivida e aprofundada a partir da vida de Nossa Senhora, que se encontra em vários painéis de azulejos no interior da Igreja. Outro acontecimento importante foi um concerto de Órgão de tubos e coro da Basílica de Santa Quitéria de Lisboa. Foi formidável. Na Vigília, e segundo a tradição, houve ladainhas cantadas, convívio... e o fogo de artifício que

não pode faltar... O resto da noite, para os festeiros, foi a “directa” no arranjo de onze andores e um belíssimo tapete de flores, à saída da igreja e ao longo da parte do percurso com simbologia alusiva à festa. São mesmo artistas! Por último, a Celebração da Eucaristia, abrilhantada com o órgão de tubos, vozes belíssimas e com símbolos a evocar o passado - tudo foi ajuda à celebração deste dia, que terminou com a grandiosa procissão participada por uma multidão imensa que acorre todos os anos aos pés da Virgem, a Senhora da Soledade, pedindo-lhe a sua bênção, ajuda e protecção para todos os terramotos das nossas vidas.

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No passado dia 20 de Outubro, na Obra Social Paulo VI, teve lugar um encontro promovido pelo Patriarcado de Lisboa, no âmbito do Despertar da Fé para os mais novos. Como primeiro orador, tivemos o privilégio de ouvir Dom Carlos Azevedo, que nos falou da Missão do Educador na vida das crianças, numa perspectiva de acolhimento, humil-dade, apoio aos mais fracos, perdão, união e exemplo. De seguida, uma das educadoras da Obra Social Paulo VI, Kathy Silva, apresentou uma

comunicação sobre a vivência da interioridade pelas crianças na Instituição. Esta comunicação retratou o trabalho de toda a

equipa educativa, no sentido de, desde muito cedo, oferecer às crianças oportunidades de desenvolvimento da sua interioridade, no encontro consigo mesmo, com os outros e com Deus. Foi uma tarde muito proveitosa, de partilha e cooperação entre todos os da

casa e os participantes de fora, na sua maioria provenientes de IPSS, Centros Paroquias do Patriarcado de Lisboa.

Kathy Silva, Educadora

Também na Obra Social Paulo VI... aconteceu... num dia muito significativo… Pelas 9h00 da manhã dia 5 de Outubro de 2010, começaram a chegar - uns a pé, outros de carro - à porta principal da Obra Social Paulo VI. Alguns chegaram com um pequeno atraso, pois vinham de longe e não conheciam o local… Quem são? Quem eram? - Pessoas comprometidas e responsáveis pelo crescimento/acompanha-mento da fé dos Adolescentes das várias Vigararias do Patriarcado de Lisboa. Que bonito! Estavam inscritos uns 60, mas ultrapassou os 80 catequistas. Que grande generosidade!... Num dia ameno, com nuvens e sol a brilhar, apetecia mesmo comemorar os 100 anos da República!... Estes jovens, homens e mulheres, apostaram numa mais valia: “a Formação dos Animadores na Adolescência”. A teoria e a prática, de mãos dadas, pelo padre Vítor da Comunidade “Shalom”, foi fantástico. A participação e a partilha de todos fez com que este grupo saísse daqui às 18h00, mais enriquecido. A Obra Social Paulo VI cedeu o espaço da sala 3,

para dar continuidade durante este ano aos encontros Despertar da Fé para crianças dos 0 aos 6 anos, às 4ªs feiras, às 14h30, e Formação de Animadores dos Jovens/Adolescentes, sába-dos todo o dia. Fica aqui o convite para quem quiser participar no encontro do dia 17 de Novembro, 4ª feira, pelas 14h30, com o tema “ O Sentido do Natal Cristão” - partilha de experiências pedagógicas da vivência do Natal com as crianças e com as famílias, por uma ou mais Instituições Educativas. No dia 5 de Fevereiro, Sábado, será a continuação do tema “Formação dos animadores na catequese da adolescência”, também na Obra Social Paulo VI. As inscrições são dirigidas à Irmã Mª José - e-mail: [email protected] – telef: 218810533 /218810595 ou (in DESPERTAR DA FÉ – 2010/2011) – Catequese do Patriarcado de Lisboa.

Irmãs Natércia João e Purificação Rodrigues

Irmã Maria Francisca Dias

Nos dias 1 a 3 de Outubro realizou-se o “After Ben”, que significa “depois de Bento XVI”. Foi um Mega Encontro para aprofundar a visita do Papa Bento XVI a Portugal, e sonhar o papel da juventude no futuro do mundo e da Igreja. Foi organizado pelos Jesuítas, com o apoio de algumas Irmãs e onde estiveram perto de 800 jovens, dos 16 aos 30 anos, ligados à espiritualidade inaciana. Foi um fim-de-semana em que aprofundámos as palavras do Papa Bento XVI, aquando da sua visita a Portugal, pela participação em palestras, workshops, e, inclusivamente, tivemos a oportunidade de ter connosco o D. António Couto,

Bispo Auxiliar de Braga. Na Eucaristia de encerramento leu-se a mensagem que o Papa nos enviou a agradecer o After-Ben e onde nos deixou outra missão: aprofundar a Palavra de Deus. Destes dias ficámos com uma certeza: o amanhã já não pode esperar! E depende de nós. Dos “nossos/as” foram à volta de 20; deles ficam algumas palavras:

“Depois do sucesso do Afterpaul, no ano passado, senti que não podia mesmo faltar este ano a mais uma oportunidade de encontrar-me com Deus mesmo assim pertinho! Depois de umas férias de Verão e uma entrada em ritmo acelerado,

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achei que não podia calhar em melhor altura esta ponte de passagem a mais uma nova etapa na minha vida. É fantástico ver como tantos jovens de tantos cantos do país se juntam pela mesma razão. Como é espantoso ver Deus a chamar por jovens que puxem pela igreja quando tudo parece querer deitá-la abaixo... Um fim-de-semana onde todos somos iguais e totalmente diferentes. Todos com algumas dúvidas mas com a certeza de que sim, Deus é ESPETACULAR e precisa de ti e de mim, ‘num amanhã que nos espera’. ‘Eu acredito’ ” (Francisca Lopes Pinto).

“Neste encontro, esteve sempre muito presente a ideia de confirmação das palavras do Papa Bento XVI e a importância de termos sempre Jesus nas nossas vidas. Por outro lado, a confiança de que não estamos sós e de que Ele nos ama, tal como somos, o que me dá força para continuar a querer ser melhor e mais com Ele” (Joana Leão).

“Para mim foi: Encontro – Descoberta - Partilha” (Rita Duque)

06 Novembro – Mais uma Acção de Formação para Professores. Os participantes eram 48, de Paz, Sardão, ESE, Figueira, Covilhã, Linhó, Obra Social Paulo VI, Parque e Calvanas. Da Figueira participaram também no Encontro anterior.

09 Novembro – Chegaram de Roma as Irmãs Maria da Conceição Ribeiro (Conselheira Geral delegada para a Área da Europa) e Sílvia Oesterheld (Animadora da Área da Europa). Nos dias 11 e 12 de Novembro estiveram reunidas com o Governo Provincial, em Lisboa e não em Fátima, como inicialmente previsto. Regressaram a Roma no dia 17 p.p.

22 Novembro – A Irmã Lúcia inicia a Visita às Comunidades, começando por Abrantes.

02 Dezembro – A Irmã Blandina regressa a Moçambique.

A Associação A PAR lançou um novo livro com CD - “CANTAR JUNTOS 2”. Destina-se a crianças dos 3 aos 6 anos de idade, tem 94 páginas ilustradas a cor, e as partituras da músicas, assim como sugestões de actividades para os educadores. O CD tem 27 canções e 21 rimas de grande qualidade musical. Às nossas escolas que estejam interessadas em vender este livro fazemos 10%. O preço de venda a público (Livro com CD) é 20,00 €, sendo 10% para as Instituições.

BBooddaass ddee OOuurroo

A terminar o ano civil, no dia 8 de Dezembro a Irmã Ilda Cardina (Porto – Vilar) celebra as Bodas de

Ouro. Para o ano há mais... começando com as Irmãs Lucrécia Costa (Covilhã) e Maria de Lourdes Silva

(Lisboa – Campolide) a 6 de Fevereiro.

A Irmã Pedro (Linhó) agradece: Venho agradecer, às Comunidades e às Irmãs, todas as mensagens de

carinho e amizade que recebi nas minhas Bodas de Ouro. Um obrigada grande, e peço ao Senhor que

seja Ele a pagar por mim em bênçãos e graças do seu Amor.

Minhas queridas Irmãs

Neste hora, em que todas somos chamadas

a dar tudo para que «a nossa água se

transforme em vinho novo», venho junto de

cada Irmã agradecer toda a amizade, ajuda,

estímulo e carinho que recebi ao longo

destes anos.

Sinto-me chamada a partilhar o pouco ou

muito da vida que me resta na Província de

Angola. É com muita saudade que o faço.

Depois de tantos anos, vou deixar de ficar

ligada à Província Portuguesa, que muito me

ajudou a crescer. Sei bem que tudo o que

tenho foi com a vossa ajuda que recebi, até

os meus primeiros passos na vida espiritual.

Só o Senhor pode compreender esta minha

renúncia de deixar de estar ligada à

Província Portuguesa, nesta altura em que

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me parece precisar de mais braços.

Vou servir o meu povo em Angola. Este

salto já o tinha dado quando, depois do 25

de Abril, pedi para regressar a Angola e

partilhar a vida dos meus irmãos, em tempo

de guerra. Depois, encontrei-me novamente

em Portugal, onde fui acolhida com o

mesmo carinho de sempre. Estou muito

grata e unida a todas, tal como nos diz

Santa Paula, «num só coração e numa só

alma». A minha eterna gratidão, a minha

oração sempre, e a minha amizade.

Lubango, 5 de Setembro de 2010 Irmã Céu

Silva A Irmã Maria Angélica, ao partir, deixa-nos estas palavras:

Um Privilégio. Foi, de facto. E inesperado,

também. Depois de uma primeira estada na

ex-Casa Provincial (Lisboa) vim para

Campolide, sob o olhar vigilante e atento da

nossa Irmã Marques. Vivi o inverno rodeada

de solidariedade, em partilha de agasalhos,

duplamente quentinhos... Privilégio, sim.

Tomei parte na Transferência do Capítulo

Geral. Revivi a história das nossas Irmãs na

Implantação da República (visitas, evocação,

oração intercomunitária). Participei na

Eucaristia que selou a unificação da Província

Portuguesa, em Fátima. Fiz os meus EE, no

Soutelo, com um grande amigo de Angola

(P. Mário Garcia) e de todas as Doroteias.

Resumindo: experimentei um grande

acolhimento fraterno por onde passei e uma

grande ESPERANÇA nos tempos que vêm

aí... Em Viseu, respirei aqueles "bons ares"

de amizades antigas e fui aluna da Irmã

Medeiros na arte de fazer terços e não só.

De lá, trouxe uma especial devoção ao Luís

Filipe, meu novo anjo da guarda!

Experimentem! Num "intervalo", e por

intermédio da Irmã Joaquina Marques, fui

operada à vesícula e acolhida carinhosamente

na Casa Paula (a Irmã Pilar arranja sempre

lugar), onde se aprende muito com cada

uma das Irmãs! Vi nascer o "Doroteias em

Angola", com a ajuda especial das Irmãs

Diana Barbosa, Margarida Ruas, e não só

(que parto difícil!). Agora, é hora de

voltar! Vou melhor e pronta para a missão.

Afinal aquele mosquito que, na Missão da

Vila Paula, me ia arrasando,"trouxe-me"

tantas graças! Parto de coração agradecido.

A todas, em especial a cada uma das Irmãs

do Governo Provincial, o meu MUITO

OBRIGADA!

Irmã Clementina Ventura – Vila do Conde, 06 de Novembro de 2010

Nasceu a 16 de Fevereiro de 1911. Era a Irmã mais velha da Província:

faria 100 anos no próximo 16 de Fevereiro. Viveu os últimos 30 anos

em Vila do Conde, 13 deles acamada. Foi perdendo a capacidade de falar,

mas sempre muito serena e fácil de tratar.

Denise Wood – Depois de um grave acidente de viação, faleceu a Irmã Denise, Irmã

conhecida certamente de muitas de nós. Tinha 82 anos de idade e 59 de vida religiosa.

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Foi Assistente Geral da Irmã Maria Gabriela de Figueiredo, Provincial da Província de

Malta e Coordenadora Local.

Falecimento de familiares de Irmãs e Amigos:

Pedimos orações pelo irmão da Irmã Maria Emília Ferreira (Linhó), uma irmã da Irmã

Maria Augusta Carvalho (Parque) e uma prima da Irmã Gracinda Martins (Paz) que a

criou desde que a mãe faleceu, tinha ela um mês de vida.

Recordamos também o João Filipe, aluno do Colégio de Viseu (vítima do grande acidente que ocorreu a 23 de Agosto de 2010 na A25), e o Padre Leão, Capelão do Sardão durante tantos anos.

Diz a sua Professora, Rosária Ribeiro (4º Ano B)

Que dizer desta criança?

Era uma criança igual a todas as outras e, tal como todas, especial.

Uma criança amorosa, afável, introvertida, amiga e grande amante da

Natureza. Nos intervalos, em vez de jogar à bola preferia passar o

tempo na mata do Colégio, rodeado das árvores e de todos os

pequenos animais que aí encontram abrigo.

Por toda a comunidade do Colégio, abateu-se uma enorme e profunda dor pela perda

física do João Filipe, embora na memória ele perdurará ao longo dos tempos. Nesta

situação tão difícil para os elementos da sua Turma, sua segunda família, o seu primeiro

objectivo foi, de alguma maneira, confortar a sua família nesta dor tão profunda e de

imensa saudade e, por outro lado, homenagear o seu amigo, fazendo com que este esteja

sempre presente na memória de todos nós. Para este efeito, os seus colegas escreveram

tudo o que sentiam pela sua perda, sabendo no entanto que ele continua com eles, de

uma forma especial no seu coração, estando apenas afastados temporariamente, uma vez

que o João Filipe apenas partiu mais cedo para junto do Pai Criador. Por ele e a ele

dedicaram o “Cantinho do João”, junto à imagem do Sagrado Coração de Jesus, na

mata, onde brincava todos os dias, e hoje, onde todos os dias cada um se “encontra”

com o seu amigo João. Foi ainda plantada uma nova pequena árvore nesse mesmo

“Cantinho do João”, que em todos os anos florescerá com brancas e puras camélias, tal

como era a alma do João. No momento de plantar a nova árvore, encontrava-se

presente a mãe, os avós, tios e família mais chegada. Foi um momento especial de Fé e

de Comunhão. A mãe do João e os colegas colocaram a terra sobre a árvore e regaram-

na como que demonstrando o início de uma Nova Vida.

Do céu, da sua mata azul, acreditamos que o nosso João Filipe, rasgará nuvens para

espreitar a sua mata verde e deixar que a sua presença nos diga como a casa de Deus é

linda e como ele está vivo no meio de nós.

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Recordando o Padre Leão

Irmã Judite Mateus

“Os dias da nossa vida passam depressa e, como um suspiro, partimos” (sl. 89)

Assim é a condição de toda a vida humana. Assim foi a vida do nosso amigo Padre

Manuel Leão.

Homem de grande cultura e saber, dedicou, ao campo da educação, uma grande paixão.

Na memória de todos os que o conheceram ficarão a falar as numerosas obras que

deixou, entre as quais a “Fundação Manuel Leão, à qual legou os seus bens com

finalidades culturais e assistenciais”.

Dos noventa anos que viveu entre nós, cinquenta passou-os no nosso Colégio do Sardão,

como capelão. E aqui era procurado também como amigo e conselheiro.

As várias gerações de Irmãs que viveram nas Comunidades do Sardão tinham por ele

grande respeito, admiração e estima. Talvez por isso, nos últimos dias da sua vida, na

casa onde vivia, assistido por médicos e enfermeiros, eram as visitas das Irmãs as poucas

que ele desejava e admitia. Este seu desejo foi-nos comunicado pelo seu sobrinho, Prof.

Doutor Joaquim Azevedo, que ficou muito sensibilizado por todos os passos que demos

para acompanhar o seu querido Tio e toda a família.

No fim da tarde do dia 24 de Setembro a notícia chegou: faleceu o Padre Leão. Notícia

esperada mas nem por isso menos sentida.

Na manhã seguinte as Irmãs que puderam, depressa se dirigiram à Igreja de Afague onde

estaria depositado o seu corpo. Fomos as primeiras a chegar. Em todo aquele dia, no dia

seguinte e na partida para Milheiros de Poiares – Sta. Maria da Feira, sua terra Natal,

a presença das Irmãs foi discreta, contínua, orante.

A camioneta do Colégio foi posta à disposição de todos quantos quiseram acompanhar o

saudoso Padre, o Amigo, o Benfeitor…

Aquela hora foi reveladora da gratidão de centenas de pessoas que rezavam e choravam

porque um grande amigo,”como um sonho, lhes tinha sido arrebatado” (Sl.89).

Colégio Paula Frassinetti - Angola - 25 Setembro 2010

Era uma vez um sonho que, ao fim de muito

tempo, se tornou realidade. E era tão simples

este sonho! Tratava-se simplesmente de

conseguir reunir as antigas alunas do Colégio

Paula Frassinetti, de Sá-da-Bandeira. Ter a

sorte, a oportunidade e a sensação de, pelo

menos mais uma vez na vida, viver o

ambiente fantástico dos anos felizes da

adolescência.

15

Ganhei coragem e

contei este desejo

primeiro à Nelita

Vieira e à Isabel

Godinho (Bita), que

com entusiasmo o

acolheram e o

partilharam comigo.

Passei a desafiar a

nossa querida Irmã

Joaquina Marques. Com a sua habitual

vivacidade, logo nos recebeu de braços

abertos e disponibilizou espaço para que

fosse possível o encontro; muito ajudou e

contribuiu com ideias e surpresas que nos

encheram os corações de alegria.

Ficou então decidido que o dia 25 de

Setembro seria a data do encontro. Feita a

sua divulgação, foi com alegria que

verificámos que a ideia teve uma boa

resposta. Afinal, a saudade batia forte em

todos os corações! A ideia deixou logo muita

gente irrequieta. Foi um trabalho de alguns

meses para contactar o maior número

possível de colegas. Valeu a pena o esforço.

Éramos quase 200 lindas “meninas” vindas

de norte a sul de Portugal, Açores, África

do Sul, Angola, França, etc. Contámos

também com a presença das Irmãs Magalhães

- autora do hino do Colégio -, Furtado, Dias

Ferreira, Espírito Santo, Moita, Maria

Augusta Carvalho, Braz, Tello de Morais e,

em representação de Angola, a Irmã

Mariquinha, e também a Senhora Dra.

Vivalda Moita, nossa professora. Foi um dia

de reencontros, alegrias, lágrimas, saudade.

Enfim, o recordar de um tempo muito

importante no nosso

desenvolvimento

humano e em que

muito aprendemos a

ser companheiras,

amigas, a partilhar

espaços, a viver em

comunidade,

aprendizagem essa

que muito nos tem

ajudado nas nossas vidas.

Prepararam-se algumas actividades para o dia

25 de Setembro. Afinal, passados 35 anos

havia que receber muito bem as nossas

colegas e, principalmente, mimá-las muito,

para que esta data ficasse registada na

memória de todas. Começámos, no dia 24 à

noite, por conseguir a transmissão de um

programa, através da RDP África, cujo

objectivo era abordar a importância deste

encontro. Foram entrevistadas a Irmã

Joaquina Marques e algumas antigas alunas,

nomeadamente a Graça Arrimar - que nos

brindou com um poema e um texto de sua

autoria - e Lurdes Sampaio, autora do site

Sanzala. No entanto, o ponto mais alto do

programa foi a presença em estúdio da

Cristina Almeida, vinda especialmente de

Angola para este encontro, e da Irmã

Mariquinha. A Cristina, para além de

testemunhar a sua vivência como aluna,

referiu-se ao estado de degradação em que

se encontra o Colégio, que finalmente foi

entregue às Irmãs Doroteias; a Irmã

Mariquinha apresentou as dificuldades com

que as Irmãs se deparam para conseguir

recuperar o edifício. Explicaram-nos também

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as actividades já desenvolvidas, e a

desenvolver, para a sua reabilitação.

Designámos o ponto de encontro no Colégio

de Santa Doroteia, em Lisboa, pelas 11H00;

às 13H00 almoço no restaurante Metro

Grill, junto ao Colégio. E, a partir das

15H00, a surpresa que a Irmã Joaquina

Marques preparou para todas: começou por

nos ler mensagens cheias de carinho enviadas

pelas Irmãs Provinciais de Portugal e Angola;

prosseguiu com uma apresentação de

PowerPoint, muito emocionante, que nos

fez recordar a nossa vivência no Colégio

Paula Frassinetti. A Irmã Mariquinha e a

Cristina fizeram uma breve síntese do que

foi dito na entrevista da RDP, e a Graça

Arrimar embalou-nos lendo os seus

magníficos textos. Uma antiga aluna, Ilda

Pedroso, declamou um poema da Alda Lara.

Cantámos, emocionadas, os hinos do Colégio

e de Santa Paula. Que bom que foi! Afinal

toda a gente se lembrava! Por último,

ofereceram-se lembranças às Irmãs que nos

quiseram acompanhar neste dia tão

importante para todas, e oferecemos uma

placa, alusiva ao encontro, à querida Irmã

Joaquina Marques.

Passou tão depressa este dia! Foi como um

estalar de dedos. Ainda nem sequer consegui

refazer-me da alegria e emoção que vivi. Foi

indescritível! É um sentimento único, que só

quem viveu poderá compreender.

No coração de todas nós ficou o desejo de

pormos todos os meios ao nosso alcance para

ajudar a nossa “Casa”, para que volte a ter

a importância que sempre conhecemos. O

Edifício cor-de-rosa, no Lubango, deve voltar

a ser um ponto de referência na Educação

de Angola

Carla Caldeira

(Em Anexo apresenta-se o testemunho que a Antiga Aluna Graça Arrimar leu na RDP

África).

Irmã Diana Barbosa

MMAADDRREE MMAARRIIAA AAUUGGUUSSTTAA AALLVVEESS PPEERREEIIRRAA

Com a devida autorização, empregarei em colocar as Irmãs da minha

Província – desde a primeira até à última, por mais impossibilitadas que

estejam – toda a minha legítima até ao último real! – assim respondeu a Madre

Alves à pergunta da Irmã Masyn: E quem há-de pagar as despesas de tantas

viagens, que montarão certamente a muitos contos? Era o dia 15 de Novembro de 1910, em

Lourdes, no fim das reuniões das Irmãs portuguesas com as representantes da Madre Geral, a

propósito do ‘imaginário cisma’ da Província Portuguesa (cf. História da Revolução e Dispersão da

Província Portuguesa, pp. 165 ss)... Quanta coragem, quanta generosidade, quanto sofrimento!...

Nasceu em Arcos de Valdevez a 19 de Setembro de 1862, tendo recebido de seus pais

esmerada educação. Aos 26 anos de idade, a 27 de Agosto de 1888, entrou na Congregação, em

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Lisboa-Quelhas. Recebeu o Hábito em 29 de Dezembro do mesmo ano, e foi concluir o biénio do

Noviciado a Itália, tendo feito os Primeiros Votos em Génova, a 19 de Março de 1891. Voltou a

Portugal, onde fez os últimos Votos a 08 de Abril de 1899. Pela sua virtude, pela sua prudência, foi

Secretária Provincial ainda antes de emitir os Votos Perpétuos. E em 1900 foi-lhe confiado o ofício

de Mestra de Noviças. Dotada de excelentes qualidades de governo e de notável actividade, bem

como de zelo e dedicação pelo bem de todos, desempenhou com plena satisfação os ofícios que lhe

foram confiados. Quero, Senhor, morrer de cansaço, de trabalhos, mas não quero ser cobarde no

vosso santo serviço. Senhor, Vós sabeis que não sei recusar-Vos nenhum sacrifício, custe o que

custar – assim tinha prometido ao seu Senhor, em 1891...

Mas a cruz maior espreitava-a com a nomeação para Superiora Provincial, a 5 de Outubro

de 1907. Os acontecimentos políticos de 1901 faziam prever dias difíceis, e, com grande

clarividência, é transferida a Casa Provincial para Vila do Conde, onde já se encontrava o Noviciado

desde 1903. Duras provas se seguiram: Revolução de 1910... perseguição... incompreensões da

própria Congregação... dispersão e exílio... a primeira Guerra Mundial (1914-1918) que obrigou à

fuga, da Bélgica para a Inglaterra, de uma numerosa Comunidade de 45 Irmãs, sendo a maior parte

Noviças... o cuidado de tantas Irmãs espalhadas por continentes e países... o ‘recomeçar’ da vida

em país estrangeiro, quase aos 60 anos de idade (1920), como Assistente Geral e Superiora

(durante 24 anos, nos Colégios da Villa Altieri e da Villa Paula)... a Segunda Guerra Mundial (1939-

1945)...

Apesar de estrangeira, pela sua rara virtude soube granjear em Roma a maior veneração e

estima. Atestam Irmãs italianas que a tiveram como Superiora: A sua caridade era sem limites. A

sua solicitude era extraordinária. Em 24 anos que vivi com esta santa, não ouvi jamais dos seus

lábios uma palavra que pudesse ofender a caridade: nada, absolutamente nada! O seu ‘girar pela

casa’ não era só para ver se tudo corria bem na vida do Colégio, mas ainda mais para o exercício da

sua caridade. Na cozinha, recomendava que os alimentos fossem bem preparados, especialmente os

destinados às doentes; na Enfermaria, consolava as doentes, informava-se se lhes faltava alguma

coisa, se as ordens dos médicos eram cumpridas, etc. (cf. Biografia). Nos seus apontamentos

escrevera: A perfeição da caridade está em fazer os outros felizes (1901).

O seu aspecto exterior um tanto seco, provavelmente fruto do seu carácter enérgico, foi

sendo trabalhado ao longo da vida: Procurarei mostrar-me igual no meu exterior, quer com as Irmãs

quer com as meninas, não me mostrando impaciente e demasiado apressada, e escondendo os

combates que por vezes tenho de sustentar no meu interior. E ainda: Ser mais afável com as

minhas Irmãs, pois com os meus modos secos não imito a doçura do Coração de Jesus. E a sua

grande caridade fazia logo quebrar quaisquer barreiras que o seu aspecto pudesse ter erguido.

Quando a Comunidade da Villa Altieri estava à espera da Madre Alves, como sua Superiora,

disse a Madre Del-Bravo, Assistente Geral e Mestra de Noviças: Tereis por Superiora uma santa,

outra Santa Margarida Maria Alacoque. O Instituto devia erigir-lhe uma estátua de ouro, por tudo

quanto por ele tem feito (cf. Biografia).

À caridade juntava um enorme sentido de justiça e rectidão. Este traço característico do seu

modo de ser e de proceder mereceu-lhe o seguinte elogio de uma Irmã italiana, que a teve por

Superiora durante vários anos: A Madre Alves era recta como um raio de sol. E dela diziam: Ouvia

os dois sinos, isto é, em qualquer conflito, desentendimento ou queixa, escutava as duas partes

interessadas, procurava informar-se o melhor possível, reflectia, rezava e, no fim – doesse a quem

doesse –, dava a razão a quem a tivesse, ainda que se tratasse de uma Postulante...

Em Abril de 1945, sentindo-se já sem forças para continuar a desempenhar o ofício de

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Superiora com a solicitude de outrora, pediu para ser exonerada dele. A 10 de Maio daquele ano,

por amável iniciativa do Dr. António Carneiro Pacheco, Embaixador de Portugal junto da Santa Sé, o

Chefe do Estado Português dignou-se agraciar a Madre Alves com a Comenda da Ordem de

Benemerência, em reconhecimento dos relevantes serviços prestados à Pátria, dedicando-se, quer

directamente quer por meio das suas Irmãs, à educação da juventude rica, remediada ou pobre. No

discurso de entrega da condecoração e do respectivo diploma, o diplomata disse: Eis aqui na Madre

Alves uma existência que tem valido a pena ser vivida; ali onde a vedes, corpo pequenino, está uma

alma muito grande (cf. Biografia).

Em meados de Novembro piorou sensivelmente, e a 23 pediu serenamente os últimos

Sacramentos. Confessou-se ao Director Espiritual, Padre Luís Gonzaga da Fonseca, sj, e, sempre

recta e observante, quis que fosse o Pároco a ministrar-lhe a Santa Unção, como era costume para

as outras Irmãs. Conservou perfeita lucidez até ao último suspiro, procurando consolar e dar santos

conselhos às Irmãs que constantemente rodeavam o seu leito. No dia 25 a Superiora da Casa leu-

lhe o telegrama com a bênção do Santo Padre, esboçando então a Madre Alves um sorriso de

gratidão. Pelas 5 horas da manhã do dia 26 entregava a sua alma ao Criador (cf. Biografia).

O seu funeral foi uma verdadeira apoteose. Não só as Casas do Instituto em Roma e outras

Congregações Religiosas tiveram a sua representação, mas também o Corpo Diplomático, de modo

especial a Embaixada de Portugal junto do Vaticano. É indescritível a saudade que a Madre Alves

deixou entre as Irmãs de Roma e as da Província Portuguesa.

A sua vida de inexcedível abnegação e caridade era alimentada por uma intensa oração e

união com Deus, que a favoreceu com dons extraordinários. Sinto no meu coração uma necessidade

de estar sempre unida a Jesus. Parece-me que Nosso Senhor quer que Lhe faça dentro do meu

pobre coração uma habitação em que se conserve de dia e de noite. Sem esta vida interior a vida

religiosa seria coisa insuportável para mim (1890). Esta ânsia de viver unida a Jesus, teve a sua

resposta: (...) Vendo-O com os olhos da alma, Ele disse-me: “Deixa-me fazer de ti o que eu quiser”.

Fiquei de tal modo penetrada de Deus, que não podia pensar n’Ele sem derramar lágrimas (1894).

Como todos os Santos, que foram favorecidos com dons extraordinários de Deus, também a

Madre Alves sofreu grandes tormentos, mais ou menos até aos seus últimos anos: a dúvida se

quanto em seu espírito se passava de extraordinário não seria jogo da própria fantasia ou ilusão

diabólica...

UM NOVO ANO LITÚRGICO

Iniciamos o NOVO ANO LITÚRGICO. Isto supõe algo muito especial para um grupo de

crentes: dispomo-nos a viver, a celebrar e a alimentar-nos – durante os próximos meses

- dessa HISTÓRIA DE AMOR DE DEUS , da sua história da salvação para connosco . É

isto que a comunidade cristã celebra na liturgia. Quantas vezes esquecemos este ponto

de partida… e então todas as nossas celebrações são aborrecidas.

Que pena e que oportunidade perdida!

O primeiro momento-chave dessa história de amor é a presença de alguém. Alguém que

dê esperança a esse homem em tensão, em busca, desejando encontrar um sentido para

a sua vida, para a sua história e para a sua morte. Por isso o Avento é o tempo da

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espera, um tempo em que nos dispomos a preparar os caminhos do Senhor. Só na

abertura disponível é possível reconhecê-l’O. Então será possível o NATAL: viver a sua

presença como SALVAÇÃO.

PREGÃO DO ADVENTO

Homem de hoje, onde pões os teus olhos,

onde colocas a tua esperança?

Homem de hoje, qual é a meta do teu caminhar?

Tens fome de tudo e nada te sacia.

Tens… tens… tens…

E o teu ter não te dá a felicidade.

Prometem-te muita coisa e, no entanto, continuas desiludido.

Homem de hoje, abre os olhos para aquilo que não esperas!

Olha, pelos montes chega um homem frágil, sem aparência especial.

Misturado com os pecadores

faz-se baptizar como um de tantos e ninguém conhece o seu dom.

Só João Baptista confessa:

Este homem frágil é o rebento que Deus semeou entre os homens

para que germine o Reino prometido.

Homem de hoje, escuta a tua sede e a tua fome sempre insaciáveis

e abre o teu coração ao novo.

Todo o novo está dentro d’Ele.

Não o busques no ter, Nem o busques em palavras que sabes que nunca se cumprem.

Homem de hoje, escuta a tua solidão

e deixa-te encontrar por Aquele que vem buscar-te

na fragilidade do silêncio,

e na promessa que anuncia

Ulibarri, Fl. – Tradução de Irmã Maria Antónia Sequeira

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À semelhança do ano passado, procuraremos, em cada “Doroteias”, continuar a enviar um texto que nos pareça do agrado de todas. Agradecemos que vão fazendo chegar algum eco sobre o interesse dos mesmos. Este mês, temos a certeza de que todas vamos saborear e deixar-nos iluminar pelo poema da nossa Irmã Maia, que muito lhe agradecemos. Um bom Advento e um Natal pleno de Luz, para cada Irmã e para o Mundo Inteiro.

Natal

Era um tronco já velho.

Guardava memórias de árvore frondosa

em que cada Primavera

lhe renovava a seiva

e a cobria de folhas e de flores.

Ali, já sem raiz e carcomido,

era a imagem da desolação.

Mas, de repente,

surge um rebento novo,

uma haste verde e frágil

a atestar a pujança da seiva

que o tronco albergava em si.

Na história longa da Terra,

A humanidade só há pouco surgiu.

Para não desesperar do seu futuro,

precisa de olhar a Natureza

e aprender dela a acreditar na Vida

que faz rebentar os troncos secos

e desabrocha inesperada, jovem

num deslumbrante milagre de Beleza.

É a mensagem de cada Natal.

m.l.m.